Livro Do Baluarte - 3º Edição

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Livro do Baluarte
3º Edição
1º Edição 2020 2º Edição 2020

Autor: William Senra.


Lugar: Chapecó, SC. Brasil.
Data: 04/11/2020.

Ministério: Projeto Baluarte.


Site: http://projetobaluartepb.wix.com/projetobaluarte
Email: [email protected]

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realizado pelo Ministério Projeto Baluarte e seu autor. A comercialização, sem
consentimento do Ministério Projeto Baluarte, é proibida.

© TODOS OS DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 2


SUMÁRIO

Confessionais e Doutrinários:

I. Confissão de Fé do Projeto Baluarte................................................4


II. Catecismo da Torre.......................................................................17

Mensagens e Estudos:

III. O Evangelho................................................................................58
IV. Vida Cristã..................................................................................66
V. O que é ser Cristão?......................................................................72
VI. O que é Justificação?...................................................................85
VII. O que é Adoção?......................................................................100
VIII. O que é Santificação?.............................................................105
IX. O que é a Benção Sacerdotal e Apostólica?..............................111

Históricos:

X. As Resultantes da Reforma.......................................................119

Litúrgicos:

XI. Ordem de Culto.........................................................................127


XII. Ordem de Pequeno Grupo.......................................................140

Referências......................................................................................146

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 3


I

CONFISSÃO DE FÉ DO PROJETO BALUARTE

Autor
William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

6º Edição 2019

1º Edição 2016 2º Edição 2017

3º Edição 2017 4º Edição 2018

5º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 4


PREFÁCIO

A confecção da confissão de fé do Projeto Baluarte tem o


intuito de estabelecer e expor as crenças na qual o ministério acredita
sobre as escrituras sagradas. Torna-se importante realizar tal coisa
devido ao cenário atual, em que se encontram várias linhas de
pensamentos e doutrinas acerca de um mesmo assunto. Sendo que
acreditamos em um único sentido ao que Deus quis revelar na sua
palavra. O resultado dessa confissão deve-se a um bom período de
estudo da bíblia, aprendizado com irmãos mais experientes na
carreira cristã e de outras confissões e declarações elaboradas no
decorrer da história da igreja. Justamente por esse ministério ter a
característica de também divulgar estudos de outros irmãos em
Cristo, podem surgir dúvidas sobre as nossas crenças, pois esses
autores às vezes divergem entre si sobre alguma ou outra doutrina.
Dessa forma, torna-se também necessário a realização desse texto
por esse motivo. Gostaríamos de enfatizar que apesar de buscarmos
sempre o verdadeiro sentido do ensino bíblico, caso seja encontrada
alguma contrariedade na confissão de fé em oposição à escritura, que
a segunda sempre prevaleça como a correta (Sola Scriptura).

___________
1. Imagem realizada por William Senra.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 5


Por fim, o uso de confissões de fé, catecismos, credos e outros
documentos têm a função de nos proteger de possíveis desvios
doutrinários que com o tempo iria nos afastar da ortodoxia bíblica.
Desejamos que essa confissão de fé seja uma fonte de aprendizado e
edificação para todos nós e que o Senhor seja glorificado através
dela.

Soli Deo Gloria.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 6


I. Há um só Deus.

Há um único Deus1, criador e sustentador de todas as coisas. 2


Ele é um espírito, infinito, eterno, amoroso, santo, bondoso, justo,
onisciente, onipresente, onipotente, digno de toda glória, honra e
louvor.3 Na unidade de Deus há eternamente três pessoas: o Pai, o
Filho e o Espírito Santo.4

Referências: (1) Dt 6:4, (2) Gn 1;2, At 4:24, Ne 9:6, (3) Jo 4:24, 1Rs 8:27,
Tg 1:27, Ef 1:11, Rm 11:33, Is 45:11, Is 45:21, 1 Jo 4:8, Sl 139:7-11, Hb 4:13, Jó
42:2, (4) Mt 28:19, Mt 3:16-17, 2 Co 13:14.

II. Jesus é o Filho de Deus.

Jesus Cristo é o filho unigênito de Deus. 1 Ele é o verbo


eterno e encarnado através do Espírito Santo que o gerou no ventre
da virgem Maria, e nascendo dela, mas sem pecado. O Messias
prometido pelas escrituras. Plenamente Deus e Homem, porém um
só Cristo.2 O único Mediador entre Deus e o Homem3, o Profeta,
Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja. 4 Ele é o único
caminho para a salvação de todo aquele que nEle crê, pois ele
morreu derramando o seu sangue na cruz do Calvário. Dessa forma,
ele fez expiação do Pecado, ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos
céus.5 Ele virá, pela segunda vez, com grande glória para julgar o
mundo e estabelecer o seu Reino Eterno. 6

Referências: (1) Mt 16:16, Mt 28:19, (2) Jo 1:14, Rm 9:5, Mt 1:18-23, 1


Jo 3:5, Cl 2:9, 1 Jo 5:20, Jo 1:3, (3) 1 Tm 2:5, (4) Cl 1:17, Mq 5:2, Jo 8:58, Hb 1:2,
Cl 1:16-17, Hb 1:3, At 3:22, Hb 5:5-6, Sl 2:6, Lc 1:33, Ef 1:22-23, (5) Jo 3:16, Gl
3:13, 1Co 15:3-4, At 1:9, Hb 10:12, (6) Hb 9:27-28, Mt 25: 31-46, Ap 11:15.

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III. O Espírito Santo.

O Espírito Santo é Deus, igual em poder e glória em relação


ao Pai e o Filho.1 O Consolador divino prometido, Senhor e Doador
da vida, que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, que
regenera e batiza pela graça o crente, convence e habilita-o a abraçar
a Jesus Cristo pela fé.2 Passa a habitar no cristão selando-o como
propriedade permanente de Deus. 3 Ele consola e santifica os
convertidos, torna a exposição da Palavra eficaz, iluminando o
entendimento do Corpo de Cristo. 4 Concede dons aos cristãos
conforme a sua soberana vontade que o capacitam para o serviço de
edificação da Igreja.5

Referências: (1) Gn 1:2, Gn 1:26, Mt 28:19, (2) Sl 104:30, Jo 3:5-8, Jo


16:8-11, At 1:8, At 2:38, Jo 3:1-8, Tt 3:4-6, Ef 2:1-10, (3) Rm 8:15-17, Rm 8:26-39,
Ef 1:13-14, 1 Co 6:19, Jo 6:37-40, (4) 1 Co 12:3, Ef 2:19-22, Ef 4:3-6, 1 Co 12:13,
Rm 8:9, Jo 16:12-15, Ef 1:18, Jo 14:26, (5) Mt 28:19, Jo 15:26, Jo 16:8-11, Rm
10:13-15, 1 Co 12:4-31, 1 Co 13,14, Rm 12:3-21.

IV. Os Anjos.

Os Anjos são seres espirituais poderosos1, pessoais,


inteligentes, racionais2, criados por Deus para glorificá-lo e cumprir
as suas ordens. Tais seres têm como algumas de suas funções
ministrarem em favor dos crentes e enviarem mensagens aos homens
por parte do Senhor3. Sabe-se que todos esses seres foram criados
santos por Deus4. No entanto, há indícios na escritura, que num
período anterior à queda do Homem, um número deles se rebelou
junto à Satanás e, sendo chamados de demônios, foram destituídos de
sua posição original5. Os seres angelicais têm o poder de aparecerem
visivelmente para o Homem com a sua forma angelical, ou seja, que
o homem perceba que não se trata de um ser semelhante à sua
espécie, como também ele tem a capacidade de adquirir a forma
humana6. Caso um desses anjos venha até a nossa presença nos
dizendo um evangelho diferente ou além daquele que já recebemos
pelas escrituras sagradas, a sua mensagem deve ser ignorada e o tal
anjo considerado anátema ou maldito7.
Referências: (1) Sl 103:20, (2) Dn 10:4-21, Jd 1:8-9, Lc 1:19, (3) Is 6:2-3,
Lc 1:8-23, Lc 16:22, Hb 1:13-14, Hb 2:16, (4) Jó 38:4-7, (5) 2 Pe 2:4, Jd 1:6, 1 Tm
5:21, (6) At 27:23, Lc 1:11-12, Hb 13:2, Gn 19:1-5, (7) 1 Co 6:3, Gl 1:8-9.

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V. Satanás e os demônios.

Satanás é um anjo que foi criado santo por Deus e que


ocupava uma posição de destaque na hierarquia angelical1. No
entanto, movido pelo orgulho, rebelou-se desejando ser como Deus.
Por causa disso, ele e os anjos que o seguiram, e são chamados agora
de demônios, foram destituídos de sua posição original2. Hoje, eles
controlam e escravizam o homem não regenerado, em que o leva a
viver na prática do pecado e não ter vontade de buscar a Jesus Cristo
ou a salvação, e por isso, caminhando para a condenação eterna 3.
Eles também acusam, atacam e tentam os cristãos a pecarem contra o
Senhor4. Satanás é o pai da mentira e tem o intuito de roubar, matar e
destruir5. Apesar disso, já foi decretado por Deus que eles serão
condenados e enviados ao inferno6.

Referências: (1) Ez 28:12-15, (2) Is 14:12-15, Ez 28:15-19, Mt 25:41, Lc


10:17-20, Ap 12:3-4, (3) Rm 3:10-19, Mc 4:15, 2 Co 4:4, Ef 2:1-2, Lc 8:26-39, 2 Tm
2:26, (4) Mt 4:1-11, Jó 2:7, At 5:3, 1 Ts 3:5, 1 Pe 5:8-9, Ap 12:9-10, Ef 6:10-20, (5)
Jo 8:44, Jo 10:10, (6) Ap 12:7-9, Ap 20:10.

VI. As Escrituras Sagradas.

As Escrituras Sagradas, ou seja, a Bíblia, composta pelos 39


livros do antigo testamento e os 27 livros do novo testamento, é o
registro fiel da revelação de Deus.

Os livros do Antigo Testamento são:

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio (os cinco


livros de Moisés); Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2
Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, Cantares; Isaías, Jeremias (com Lamentações), Ezequiel,
Daniel (os quatro profetas maiores); Oséias, Joel, Amós, Obadias,
Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e
Malaquias (os doze profetas menores).

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Os livros do Novo Testamento são:

Mateus, Marcos, Lucas, João (os quatro evangelistas); Atos


dos Apóstolos; Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito,
Filemom (as treze epístolas do apóstolo Paulo); Hebreus, Tiago, 1 e
2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.

Ela é inerrante, infalível e inspirada por ele nos escritos


originais1. O Senhor se revelou, de forma geral aos homens, através
das coisas criadas por ele, de forma que são indesculpáveis 2, porém
somente por meio das escrituras podemos ter conhecimento sobre
Deus, a salvação do pecador através da fé em Jesus Cristo3 e no
modo em que o ser humano deve viver 4. Foi dada a nós por meio de
homens santos que falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito
Santo5. A interpretação de cada livro da escritura deve ser realizada
levando em consideração o seu contexto e propósito originais. A
regra infalível de interpretação das escrituras é a própria Escritura.
Portanto, sempre que houver dúvida quanto ao verdadeiro e pleno
sentido de qualquer passagem (sentido este que não é múltiplo, mas
um único), essa passagem deve ser examinada em confrontação com
outras passagens, que falem mais claramente6. Todos os cristãos
devem estudar e ter conhecimento das escrituras 7, além de serem
praticantes dos seus ensinos e mandamentos em suas vidas 8. A Bíblia
é a regra final e guia para toda vida, prática e doutrina cristã9. Ela é
suficiente e nada lhe deve ser removida ou acrescentada, seja por
meio da tradição da Igreja, revelações extrabíblicas ou sabedoria
humana. Toda formulação doutrinária, seja ela em forma de credo,
confissão ou sistema teológico, deve ser testada e confrontada pelas
Escrituras Sagradas10.

Referências: (1) Sl 19:7-11, 2 Tm 3:14-17, Jo 10:35, (2) Rm 1:18-20, (3)


Rm 1:16-17, Rm 10:13-17, 1 Co 1:21, 1 Pe 1:23-25, Sl 119:9, (4) Dt 32:46-47, Js
1:7-8, Êx 20:1-17, Mt 5, 6 e 7, Mt 22:36-40, (5) 2 Pe 1:20-21, (6) Mc 12:10, Mc
2:25, Mt 19:4, Rm 1:17, Jo 5:37-39, Os 4:6, (7) Ef 4:14, At 17:10-11, (8) Tg 1:22-
25, Jo 14:23-24, (9) 2 Tm 3:14-17, Dt 6:5-9, Pv 3:1-2, 1 Tm 4:13, Pv 4:13, Sl 1:1-6,
(10) Mt 5:17-19, Gl 1:6-9, Ap 22:18-20, Mc 7:1-23.

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VII. O Ser Humano.

O Deus trino (Pai, Filho e Espírito Santo) criou todas as


coisas que existem no mundo para a manifestação da glória do seu
poder, sabedoria e bondade eternas, no espaço de seis dias, e tudo
muito bom. Depois de ter criado todas as demais criaturas, ele criou
o homem (chamado Adão) e a mulher (chamada Eva) à sua imagem
e semelhança, sem pecado e com uma alma racional e imortal. Deu-
lhes, em seguida, o domínio sobre toda a criação e o dever de dela
cuidar.1 O Criador os proibiu de comer o fruto da árvore do
conhecimento do bem e do mal plantada no jardim do Éden,
enquanto obedeceram a esse preceito, foram felizes em sua
comunhão com Deus e tiveram domínio sobre todas as criaturas. 2
Nesse momento da criação da humanidade, Deus estabeleceu o
casamento, o ato solene que promove a união entre um homem e
uma mulher, não podendo ocorrer entre um crente e um incrédulo ou
entre pessoas do mesmo sexo, e que implica no surgimento de um
novo núcleo familiar, o direito ao desfrute do prazer sexual e a
criação de um vínculo que só se dissolve com a morte de um dos
cônjuges. O divórcio e novo casamento são permitidos somente em
casos de práticas sexuais ilícitas ou deserção. 3 No matrimônio o
homem deve amar a sua esposa como Cristo amou a sua igreja,
entregando-se por ela, e a mulher deve ser submissa ao marido como
a igreja é a Cristo.4 O Homem deve viver fazendo todas as coisas
para a glória de Deus.5

Referências: (1) Gn 1;2, Rm 1:20, Hb 1:2, Jo 1:2-3, Sl 104:24, Jr 10:12,


Cl 1:16, Gn 5:1-2, Tg 3:9, Ec 7:29, Ec 12:7, Mt 10:28, (2) Gn 2:16-17, (3) Gn 2:18-
25, Mt 19:4-6, 1 Co 7:39, Ed 9; 10, Ne 13:23-27, Mt 19:10-12, 2 Co 6:14-15, Lv
20:13, 1 Co 6:9-10, Mt 5:31-32, Mt 19:9, Lc 16:18, Rm 7:2-3, 1 Co 7:10-11, 1 Co
7:1-16, Hb 13:4, Ml 2:16, Dt 24:1-4, Mt 19:8, Mt 19:3, (4) Ef 5:21-33, (5) 1 Co
10:31.

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VIII. A Queda do Homem e o Pecado.

O pecado entrou no mundo quando Satanás, na forma de


uma serpente, tentou o primeiro casal para que comessem do fruto
proibido da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles o
escutaram e comeram do fruto, dessa forma, desobedeceram ao
Senhor, que por conta desse ato, expulsou o casal do jardim do Éden.
A queda do Homem fez com que ele decaísse de sua condição
original de retidão e comunhão com Deus. A Terra tornou-se
maldita, e começou a produzir espinhos e ervas daninhas.1 No
pecado deles nós também pecamos, e por isso a morte veio sobre
todos, pois eles eram nossos ancestrais, e por isso, nossos
representantes. Toda a humanidade tornou-se morta no pecado e
totalmente corrompida, em todas as suas faculdades, partes do corpo
e da alma, ou seja, pecadora. Agora todas as pessoas já nascem em
pecado, sob o seu domínio e de Satanás, passíveis de morte e sujeitas
às misérias espirituais, temporais e eternas, independentemente de
suas obras, perdidas e sem esperança a não ser que o Senhor Jesus os
liberte. A corrupção da natureza do homem o torna totalmente
indisposto, adverso a todo o bem e inteiramente inclinado a todo o
mal, dela procedem todas as transgressões atuais. Esta corrupção da
natureza permanece durante essa vida, mesmo naqueles que são
regenerados. Apesar de ela ser perdoada e mortificada por Cristo,
todavia tanto ela, como as suas inclinações, e o que dela procede,
tudo é verdadeiramente pecado.2

Referências: (1) Gn 3, (2) Rm 3:23, Rm 5:18, Rm 6:23, Rm 5:12-19, Tt


1:15, Gn 6:5, Jr 17:9, Ef 4:18, Mt 25:41, Mt 25:46, Ef 2:1-3, Ef 4:17, Rm 3:9-20, 1
Co 15:21-22, 1 Co 15:45, 1 Co 15:49, Sl 51:5, Jó 14:4, Ef 2:3, Rm 6:20, Hb 2:14-
15, 1 Ts 1:10, Tg 1:14-15, Mt 15:19, Rm 8:7, Cl 1:21, Rm 7:18, Rm 7:23-25, Ec
7:20, 1 Jo 1:8, Gl 5:17.

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IX. O Plano da salvação.

O Homem corrompido pelo pecado se encontra em tal estado


de depravação e morto para as coisas espirituais, que é incapaz de
buscar a Deus e obedecê-lo, e por isso, caminhando para a
condenação eterna.1 No entanto, o Senhor providenciou para a
salvação do ser humano a obra do seu filho Jesus Cristo, o qual
morreu na cruz do Calvário. A morte de Jesus foi um sacrifício
substitutivo e propiciatório oferecido a Deus por nossos pecados. Ao
ressuscitar ao terceiro dia, nosso Senhor demonstrou que a justiça de
Deus foi plenamente satisfeita por Ele no Gólgota, bastando agora
que o pecador o receba pela fé como seu único e suficiente salvador
a fim de ter o perdão dos pecados e a remoção da culpa que leva à
eterna condenação.2 O Senhor Jesus Cristo é o único mediador entre
Deus e o ser humano.3 A salvação do homem ocorre somente pela fé
em Cristo e nunca por obras, sendo que a fé é um dom de Deus,
concedida unicamente por graça pelo Espírito Santo. 4

Referências: (1) Rm 1:21-32, Rm 3:9-20, Ef 2:1-5, (2) Mt 27:32-54, Mt


20:28, Gn 3:14-15, Gl 3:13, 1 Pe 2:24, 1 Pe 3:18, 1 Jo 2:2, 1 Jo 4:10, Mt 28:1-10, 1
Co 15:3-4, Rm 4:25, 1 Pe 1:3, Jo 3:36, (3) 1 Tm 2:5, At 4:12, (4) Rm 1:16-17, Rm
5:1, Ef 1:7, Rm 8:1, Jo 6:28-29, Rm 3:20-26, Gl 3:11, 2 Pe 1:1, Ef 2:8-9, Jo 6:65,
At 11:18, Fl 1:29, Rm 9:10-18, Ef 1:4-5, Ef 1:11, Rm 5:6-8, Jo 6:37, Jo 6:44, Jo
6:65, At 13:48, Rm 8:29-30, Rm 11:33-36.

X. A Igreja.

A Igreja é composta por todos aqueles que creram, creem e


que irão crer pela fé no evangelho de Jesus Cristo, reconhecendo-o
como seu Senhor e Salvador. Ela pode ser chamada invisível, pois o
Espírito Santo realiza uma obra interna nos eleitos, não sendo visível
às pessoas até a consumação de todas as coisas. 1 A Igreja é a esposa
e corpo de Cristo, comprada, fundada, protegida, edificada e dirigida
por Ele. O Senhor Jesus também está à direita do Pai intercedendo
por ela.2 As autoridades civis não podem tomar para si a
administração da palavra de Deus e dos sacramentos ou do poder das
chaves do Reino dos Céus. Elas devem proteger os que praticam o
bem e castigar os malfeitores. O Estado não pode instituir leis que
impeçam o exercício religioso de qualquer denominação cristã, além
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de tratá-las com igualdade e providenciar para que os seus membros
se reúnam sem serem perturbados ou molestados. Os cristãos devem
orar pelos magistrados, honrar e pagar-lhes tributos e impostos,
mesmo que sejam incrédulos ou de outra religião, bem como
obedecer as suas ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade
enquanto não contrariarem a palavra de Deus. 3 A reunião dos santos
acontece na congregação visível ou local para cultuar o Deus trino.
Os irmãos em Cristo também devem se comprometer nas reuniões
em estudar as escrituras, pregar o evangelho puramente e anunciá-lo
ao mundo para que novos discípulos sejam inseridos na Igreja, além
de administrar as ordenanças do Senhor (batismo e Ceia) de acordo
com o evangelho. Os membros da Igreja cristã são chamados a viver
segundo a Nova Aliança como povo de Deus e fazer a sua vontade
em amor, que é o vínculo da perfeição. 4 O Espírito Santo concede
dons e capacita os cristãos a ministrarem na vida uns dos outros para
a edificação, crescimento e amadurecimento do Corpo de Cristo.
Esses dons capacitam todos os membros a exercerem a obra do
ministério. As mulheres desempenham um papel fundamental na
vida da Igreja, porém a autoridade e governo da Igreja devem ser
realizados pelos homens conforme os planos e prescrições do Senhor
nas escrituras.5 Essa liderança masculina é escolhida e capacitada por
Deus e não pelo homem, embora ela seja reconhecida por outros
líderes e membros da congregação. Os líderes têm a incumbência de
servir, disciplinar, ajudar, exortar, orientar e ensinar os membros da
congregação local.6 A Igreja tem como um dos seus propósitos ser
uma testemunha fiel do evangelho de Jesus Cristo para a Glória do
Senhor. Amém.7

Referências: (1) Hb 12:22-23, Mt 16:13-19, At 2:37-41, Gn 17:1-14, At


10:34-48, Rm 11:1-10, (2) Cl 1:18, Mt: 18:20, Ef 1:10, Ef 1:22-23, Ef 5:23, Ef 5:27,
Ef 5:32, Hb 1:3, Rm 8:34, (3) Rm. 13:1-7; 1 Tm. 2:1-3; 1 Pe. 2:13-14; Pv. 8:15-16;
Lc. 3:14; Mt. 8:9-10; Hb. 5:4; 2 Cr. 26:16-23; Mt. 16:19; 1 Co. 4:1-2; Ef. 4:11-12;
Mt. 22:17-22; Tt. 3:1-2; At. 25:10-11; 1 Pe. 5:1-4; At. 4:1-21; At. 5:29, (4) At 2:42-
47, Hb 10:24-25, 1 Tm 3:15, At 2:37-41, Mt 28:18-20, Lc 22:14-20, Ef 2:11-22, Ef
4:1-16, Cl 3:12-17, (5) 1 Co 12,13,14, 1 Pe 2:4-10, Rm 12, 1 Tm 2:11-15, At 6:1-7,
1 Co 11:2-16, 1 Co 14:34-35, Cl 3:18, 1 Pe 3:1, Ef 5:21-33, (6) At 20:28, At 13:1-3,
Mt 18:15-20, 1 Tm 3,4, 1 Tm 5:17-22, Hb 13:7, 1 Co 5:1-13, Hb 13:17, 1 Pe 5:1-4,
(7) Gl 1:6-9, Mt 28:19-20, Rm 10:13-15, 1 Co 10:31.

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XI. Os Meios de Graça.

Os meios de graça que o Espírito Santo usa são o Evangelho,


o Batismo, a Ceia do Senhor e a oração. Através do Evangelho, Ele
age, regenera e converte o pecador, desperta e fortalece a fé no
Salvador Jesus Cristo.1 O Batismo e a Ceia do Senhor são os dois
sacramentos que Jesus instituiu à sua Igreja até que Ele venha, eles
são visíveis e santos sinais e selos do pacto da graça para nos fazer
compreender melhor e para garantir a promessa do Evangelho, pelo
uso deles. Essa promessa é que Deus nos dá, de graça, o perdão dos
pecados e a vida eterna, por causa do único sacrifício de Cristo na
cruz. O Batismo deve ser realizado com água em nome do Pai, Filho
e Espírito Santo, por aspersão, efusão ou imersão. Esse sacramento
se destina a todas as pessoas que creem e as suas crianças. A pessoa
recebe o Batismo verdadeiro apenas uma vez. 2 A Ceia do Senhor
deve ser realizada regularmente pelos cristãos em lembrança ao
sacrifício do seu Redentor e distribuída em dois elementos: o pão e o
vinho, que simbolizam o corpo (pão) e o sangue (vinho) de Cristo.
Por meio da Ceia, o cristão recebe o fortalecimento de sua fé e é
abençoado. Os participantes incrédulos também recebem os
elementos visíveis desse sacramento, todavia não recebem a coisa
por eles significada, mas pela sua indigna participação tornam-se
réus do corpo e do sangue do Senhor, para sua própria condenação.
A Ceia do Senhor somente pode ser administrada às pessoas que tem
idade e aptidão para fazer exame de consciência, que confessam
Jesus Cristo como seu salvador.3

Referências: (1) Rm 10:14-15, Rm 10:17, Rm 1:16, Mt 6:9-13, Tg 5:16, Mt


6:5-8, Rm 8:26-27, Ef 6:18, Fp 4:6, 1 Ts 5:17, (2) Mt 28:19-20, Tt 3:5, Hb 10:22, At
22:16, Mc 16:16, Gl 3:26-27, 1 Pe 3:21, Gn 17:1-14, Dt 30:6, Cl 2:11-12, 1 Co
7:14, Mc 10:14, At 2:38-39, At 16:15, At 16:30-34, At 10:24;48, Ef 4:5-6, Lc 23:39-
43, (3) Mt 26:26-28, Mc 14:22-24, Lc 22:14-20, 1 Co 10:16-17, Jo 6:22-71, 1 Co
11:17-34, 1 Co 11:23-25.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 15


XII. A Consumação.

A Consumação de todas as coisas acontecerá com o retorno


do Senhor Jesus Cristo de forma visível, pessoal e gloriosa. 1 Os
mortos ressuscitarão e haverá o julgamento dos justos e ímpios, 2 bem
como o cumprimento do Reino de Cristo nos Novos Céus e Nova
Terra.3 Satanás, os demônios e os que não reconheceram Jesus como
seu Senhor e Salvador serão condenados e enfrentarão o castigo
eterno.4 Aqueles que creram em Cristo receberão a recompensa
segundo as suas obras em vida e habitarão na Nova Jerusalém com
corpos glorificados na presença de Deus eternamente. 5 Assim como
Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação
dos justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente
convencidos de que haverá um dia de juízo, assim também quer que
esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles se
despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não
sabendo a que hora virá o Senhor, e estejam prontos para dizer -
"Vem logo, Senhor Jesus". Amém.6
Referências: (1) Mc 13:26-27, At 1:11, Lc 21:27-28, (2) Dn 12:2, Mt
25:31-46, Jo 5:28-29, 1 Co 15:35-58, Rm 8:18-25, (3) 1 Ts 4:13-18, Ap 21:1, Mt
22:44, (4) Ap 20:7-15, 2 Ts 1:5-10, (5) Ap 21, Ap 22:1-5, Ap 22:12, (6) Mt 24:36,
Mc 13:35-37, Lc 12:35-36, 2 Co 5:10, 2 Pe 3:11-14, Ap 22.

Aleluia.
Deus é digno de toda honra, louvor e glória eternamente!
Amém.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 16


II

CATECISMO DA TORRE

Autor
William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2018

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 17


INTRODUÇÃO

O Catecismo (esta palavra significa informar, instruir e


ensinar) da Torre foi realizado com o objetivo de ensinar os cristãos
sobre algumas das principais doutrinas cristãs que foram expostas em
diversos catecismos no decorrer da história da Igreja Cristã, seja nos
seus primeiros séculos de existência, seja no período da reforma
protestante que ocorreu no século XVI. Com relação ao presente
texto, há o interesse de resgatar e valorizar os ensinos básicos que
sempre foram presentes na educação cristã, e que infelizmente,
ultimamente, podemos observar o pouco uso e conhecimento deles
pelas pessoas. Sobre o conteúdo do catecismo, optou-se pela
utilização dos comentários de vários outros catecismos e autores
confeccionados no decorrer da história, para nos servir como
preciosos auxiliadores no aprendizado de cada capítulo.

No capítulo I, estaremos aprendendo sobre o Credo


Apostólico, que é o credo mais conhecido no cristianismo. Ele foi
desenvolvido no período da igreja antiga entre os séculos II e VII
D.C. Apesar de sua nomenclatura indicar que o documento teria sido
feito pelos apóstolos, essa informação não apresenta qualquer tipo de
comprovação, o mais provável é que ele foi elaborado no decorrer
dos primeiros séculos (D.C.). Possuía a função de introduzir os
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 18
ensinos básicos cristãos aos que pretendiam se batizar e era utilizado
no culto congregacional, além de ter sido um importante instrumento
contra falsos ensinos e heresias. As doutrinas centrais desse
documento são a trindade e a encarnação de Jesus Cristo. Nele,
encontram-se verdades que todos os cristãos deveriam concordar por
estar de acordo com o ensinamento da sagrada escritura. Apesar
disso, o credo em questão não deve possuir o mesmo peso de
autoridade das escrituras, mas nos serve como um valioso auxílio
para a compreensão das mesmas. O texto do credo pode ser utilizado
para confessar a nossa fé, e devemos fazer isso, não de forma
mecânica, mas com entendimento e convicção.

Os Dez Mandamentos (Êx. 20:3-17; Dt. 5:1-21) serão


ensinados no capítulo II, eles são o resumo da Lei do Antigo
Testamento que o Senhor entregou ao povo israelita por intermédio
do profeta Moisés. Os quatro primeiros mandamentos referem-se ao
amor a Deus, enquanto que os seis posteriores referem-se ao amor ao
próximo. O Senhor Jesus resumiu os Dez Mandamentos em dois, o
primeiro seria amar a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma
e de todo o teu entendimento, e amar o seu próximo como a ti
mesmo (Mt. 22:37-40; Mc. 12:28-31; Lc. 10:25-28; Dt. 6:5; 10:12;
30:6; Lv. 19:18; Rm. 13:8-10). Para a tradição reformada, a Lei
possui três funções, o primeiro seria o de frear os atos pecaminosos
da humanidade (1 Tm. 1:8-10), o segundo uso seria o de apontar
como um espelho a pecaminosidade do Homem, para que ele possa
reconhecer a sua insuficiência em cumprir os mandamentos do
Senhor, e dessa forma admitir o seu eterno destino caso não creia no
evangelho de Cristo Jesus. A terceira função da Lei tem o objetivo de
normatizar ou guiar a forma que o cristão deve viver, a obediência da
Lei ou as nossas boas obras não devem ser entendidas como
condicionantes para a nossa justificação (Sola Fide), mas como
frutos do amor recebido de Deus, e que foi revelado no evangelho,
em que nós somos salvos somente pela fé ao crermos no sacrifício de
Jesus, nosso redentor. Uma outra questão concernente a Lei seria a
sua aplicabilidade ou vigência para os cristãos que fazem parte da
Nova Aliança do Novo Testamento, sobre isso, o que podemos
entender é que a Lei civil e cerimonial passaram, não estão mais em
voga (Cl. 2:16-23), porém a Lei moral permanece (Mt. 5:17-20; Mt.
22:37-40; Jo. 14:21), inclusive o quarto mandamento (Êx. 20:8-11;

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 19


Dt. 5:12-15; Êx. 23:12), que tem sido considerado por muitos, como
somente um mandamento que faz parte da Lei cerimonial, e que não
estaria mais valendo para nós hoje.

No terceiro capítulo, o assunto abordado será sobre os Meios


de Graça, que seriam o evangelho, os sacramentos (batismo e ceia) e
a oração (Rm. 1:16; Mt. 28:19; Mt. 26:26-28; At. 2:41-42), e como o
Espírito Santo os usa sobre as pessoas. Esse assunto normalmente é
pouco presente nos catecismos, e optou-se por abordá-lo devido ao
entendimento equivocado quanto a ele de muitos crentes atualmente.
Uma das questões problemáticas, seria a compreensão sobre os
sacramentos ou ordenanças (batismo e ceia), em que há a ministração
deles como se fosse uma obra da Lei, ou seja, que é algo que o
homem faz para o Senhor, e não algo que Deus faz pelo cristão (pela
graça), dessa forma há uma falta de entendimento sobre a distinção
de Lei e Evangelho. Essa doutrina também é importante, pois a sua
correta administração caracteriza se a congregação local é fiel à
palavra de Deus, e evidência se ela é Igreja de Cristo ou não,
conforme a declaração de várias confissões de fé reformadas. As
diferentes interpretações sobre os meios de graça, principalmente
sobre os sacramentos, tem sido um dos maiores motivos de divisão
no meio cristão, por isso deve-se buscar o seu conhecimento, bem
como uma unidade na interpretação da mesma num grupo ou
congregação local.

O Batismo será o tema abordado no capítulo IV, trata-se de


um dos sacramentos ou ordenanças que o Senhor Jesus institui para a
sua Igreja (Mt. 28:19-20; At. 2:38; 1 Pe. 3:21; Mc. 16:16; Rm. 6:3;
At. 22:16). Ele é entendido como um sinal da entrada do batizado na
Igreja visível cristã, dentre outras implicações. Nesse capítulo
estaremos estudando de forma mais pormenorizada o seu significado
e características. Esse meio de graça tem sido um dos fatores que
geraram discordâncias de entendimento entre alguns grupos, dentre
eles, a forma e a quantidade de água, bem como para quais pessoas
se destinam essa ordenança. Precisamos buscar a sua valorização
entre os cristãos, pois muitos não têm dado a devida importância ao
batismo, por exemplo, os que apesar de confessarem a fé cristã e
participarem de uma congregação local, não se batizaram, e isso tem
ocorrido bastante por não considerarem esse ato valioso. Outros,

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 20


porém, tem se batizado, no entanto, com um entendimento
equivocado, em que realizam o sacramento somente como uma
forma de testemunhar a sua fé para amigos e familiares próximos
(como uma obra para Deus, ou seja, Lei), e apesar de isso também
ser um dos objetivos, antes de qualquer coisa, trata-se de algo que
Deus faz por nós, confirmando e sinalizando aquilo que Ele fez pelo
crente no momento de sua conversão (o batismo do Espírito Santo),
inserindo-o no corpo de Cristo, pela graça somente, ou seja,
Evangelho.

No capítulo V, estaremos expondo a doutrina acerca da Ceia


do Senhor, esse sacramento foi instituído por Jesus no período da
páscoa, um pouco antes de ele ser crucificado (Mt. 26:26-30; Mc.
14:22-25; Lc. 22:19-20; 1 Co. 11:23-25). Através da Ceia, nós nos
lembramos do sacrifício realizado na cruz do calvário por Cristo,
para pagar pelos nossos pecados e nos salvar. Ao tomarmos o pão,
que representa o corpo de Cristo, e o vinho, que representa o seu
sangue, somos abençoados (1 Co. 10:16) e temos a nossa fé
fortalecida pelo Senhor, ou seja, confere graça (Evangelho). No
entanto, aquele que comer o pão e beber o cálice do Senhor
indignamente, será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do
Senhor, trazendo-lhe juízo e condenação (1 Co. 11:23-30; 1 Co.
10:16-17; At. 5:1-11; 1 Co. 11:17-22). Dessa forma, podemos
perceber que ao participarmos da Ceia do Senhor, não saímos dela do
mesmo jeito de como estávamos antes, somos abençoados ou
recebemos juízo, por isso que necessita-se ter um correto
conhecimento sobre essa doutrina, e ao mesmo tempo, valorizá-la em
nosso meio. Assim como o Batismo, a Ceia tornou-se motivo de
grandes controvérsias e discursões no meio cristão e evangélico, com
relação ao que acontecia nesse sacramento, bem como a presença de
Cristo no momento de sua realização, e as principais formas de
entendimento foram a transubstanciação (romanos), união
sacramental ou consubstanciação (luteranos), presença espiritual
(reformados calvinistas) e memorial (zwinglianos e outros
evangélicos). Embora todos os grupos reformados sempre
concordavam em discordar da visão dos romanos, entre os
evangélicos, como podemos notar acima, houve também
divergências sobre essa doutrina, o que acabou ocasionando a divisão
ou a não união entre esses grupos, como exemplo, podemos citar o
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 21
episódio da reunião que ocorreu na cidade de Marburgo (na atual
Alemanha) em 1529 D.C., entre os grupos liderados pelos
reformadores Martinho Lutero e Ulrico Zuínglio, em que tentou-se
chegar a um consenso com relação às diferenças doutrinárias, e
apesar de concordarem em várias doutrinas, não conseguiram chegar
a um acordo sobre como acontecia a presença de Jesus Cristo no
momento da realização da Ceia, isso fez com que os dois grupos não
se unissem e seguiram caminhos diferentes.

Por fim, no último capítulo estaremos aprendendo sobre a


Oração do Senhor, também conhecida como Oração do Pai Nosso.
Refere-se à oração que o Senhor Jesus ensinou aos seus discípulos,
quando esses o pediram para lhes ensinar como deveriam orar (Mt.
6:9-13; Lc. 11:2-4). A oração é um meio de graça muito importante
na vida do cristão, pois poderíamos identificar como o momento em
que conversamos com o Pai celeste, como filhos amados Nele (Gl.
3:26), e isso está relacionado com o nosso relacionamento com o
Senhor (Sl. 5:3; Pv. 15:8; Ef. 6:18; Fp. 4:6; 1 Ts. 5:17; 1 Tm. 2:8;
Mt. 27:51; Hb. 4:16). Precisamos, todavia, conhecer o nosso Deus,
que foi revelado como lhe aprouve, nas escrituras, para que
possamos ter um correto entendimento de quem Ele é e a sua
vontade. Com relação à Oração do Pai Nosso, nós não devemos
compreender como uma fórmula a ser usada em todas as vezes que
orarmos (Jo. 17:1-26; At. 7:59-60; Ef. 1:15-23; Ef. 3:14-21), mas
sim, extrair dela princípios para as nossas orações. No entanto, nada
impede que ocasionalmente possamos usá-la também de forma
literal. Quanto a isso, infelizmente, atualmente muitos evangélicos
têm tido a resistência de utilizá-la por muitas vezes pensarem ser um
hábito ligado aos cristãos romanos, e referente a uma religiosidade
vazia, porém não devemos pensar dessa forma, já que foi o próprio
Jesus que nos ensinou essas palavras. Nós podemos usá-las, mas não
devemos achar que elas terão maior valor e poder pelas muitas
repetições (Mt. 6:7), e também não devemos orar o Pai Nosso sem
pensar nas palavras que estamos dizendo, mas em espírito e em
verdade (Jo. 4:23). Com certeza, conhecer essa oração é de grande
valia, principalmente aos novos cristãos e as crianças que estarão
aprendendo sobre as doutrinas básicas cristãs.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 22


Dessa forma, terminamos a introdução de cada capítulo, e
abaixo estaremos expondo o catecismo. Cremos que esse estudo seja
muito importante para inserir no corpo de Cristo os ensinos básicos
da fé cristã (Os. 4:6; 2 Tm. 3:15-17; Ef. 4:14). Busca-se também
através dele, uma unidade de entendimento sobre o evangelho e os
sacramentos, para que as congregações locais possam, na medida do
possível, caminharem juntas e unidas no propósito de servirem ao
Senhor, e glorificá-lo para a sua honra e louvor! Amém!

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 23


I

CREDO APOSTÓLICO

Pergunta 1: O que diz o Credo Apostólico?

Resposta:
I. Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

II. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi
concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder
de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao
terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde
há de vir para julgar os vivos e os mortos.

III. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos


santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém. 1

___________
1. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-79.
2. A autoria dos desenhos desse catecismo é de William Senra.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 24


Pergunta 2: Como se divide esse Credo3?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Em três partes:

- a primeira trata de Deus Pai e da nossa criação;

- a segunda, de Deus Filho e da nossa salvação;

- a terceira, de Deus Espírito Santo e da nossa santificação. 4

Pergunta 3: Porque são citadas três Pessoas: Pai, Filho e


Espírito Santo, visto que há um só Deus (1)?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Porque Deus se revelou, em sua Palavra, de tal maneira que estas três
Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus (2).

(1) Dt 6:4; Is 44:6; Is 45:5; 1Co 8:4,6; Ef 4:5,6. (2) Gn 1:2,3; Is 61:1; Mt
3:16,17; Mt 28:19; Lc 1:5; Lc 4:18; Jo 14:26; Jo 15:26; At 2:32,33; 2Co 13:13; Gl
4:6; Ef 2:18; Tt 3:4-6.4

___________
3. Na obra Early Chistian Creeds (1950, p. 1), um credo seria “uma
fórmula fixa que sumariza os artigos essenciais da religião cristã e que goza da
sanção da autoridade eclesiástica.” (apud DOUGLAS, 2006, p. 277).

4. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do


Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 25
Parte I: Da nossa criação.

Pergunta 4: Em que você crê quando diz: "Creio em Deus


Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra"?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Creio que o eterno Pai de nosso Senhor Jesus Cristo criou, do nada, o céu,
a terra e tudo o que neles há (1) e ainda os sustenta e governa por seu eterno
conselho e providência (2). Ele é também meu Deus e meu Pai, por causa de seu
Filho Cristo (3). NEle confio de tal maneira, que não duvido que dará tudo o que for
necessário para meu corpo e minha alma (4); e que Ele transformará em bem todo
mal que me enviar, nesta vida conturbada (5). Tudo isto Ele pode fazer como Deus
todo-poderoso (6) e quer fazer como Pai fiel (7).

(1) Gn 1:1; Gn 2:3; Êx 20:11; Jó 33:4; Jó 38:4-11; Sl 33:6; Is 40:26; At


4:24; At 14:15. (2) Sl 104:2-5,27-30; Sl 115:3; Mt 10:29,30; Rm 11:36; Ef 1:11. (3)
Jo 1:12; Rm 8:15; Gl 4:5-7; Ef 1:5. (4) Sl 55:22; Mt 6:25,26; Lc 12:22-24. (5) Rm
8:28. (6) Rm 8:37-39; Rm 10:12; Ap 1:8. (7) Mt 6:32,33; Mt 7:9-11.5

Pergunta 5: O que é a providência de Deus?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


É a força Todo-Poderoso e presente (1), com que Deus, pela sua mão,
sustenta e governa o céu, a terra e todas as criaturas (2). Assim, ervas e plantas,
chuva e seca (3), anos frutíferos e infrutíferos, comida e bebida, saúde e doença,
riqueza e pobreza e todas as coisas (4) não nos sobrevêm por acaso, mas de sua mão
paternal (5).

(1) Sl 94:9,10; Is 29:15,16; Jr 23:23,24; Ez 8:12; Mt 17:27; At 17:25-28.


(2) Hb 1:3. (3) Jr 5:24; At 14:17. (4) Pv 22:2; Jo 9:3. (5) Pv 16:33; Mt 10:29. 5

___________
5. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 26


Pergunta 6: Para que serve saber da criação e da providência
de Deus?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Para que tenhamos paciência (1) em toda adversidade e mostremos
gratidão (2) em toda prosperidade e para que, quanto ao futuro, tenhamos a firme
confiança em nosso fiel Deus e Pai, de que criatura alguma nos pode separar do
amor dEle (3). Porque todas as criaturas estão na mão de Deus, de tal maneira que
sem a vontade dEle não podem agir nem se mover (4).

(1) Jó 1:21,22; Sl 39:9; Rm 5:3,4; Tg 1:3. (2) Dt 8:10; 1Ts 5:18. (3) Sl
55:22; Rm 5: 4,5; Rm 8:38,39. (4) Jó 1:12; Jó 2:6; Pv 21:1; At 17:25-28.6

Parte II: Da nossa salvação.7

Pergunta 7: Qual o significado da parte do Credo que diz:


“Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi
concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para
julgar os vivos e os mortos.” 8

___________

6. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do


Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

7. Sinônimo de salvação: Redenção.

8. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das


Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-79.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 27
Resposta do professor Martinho Lutero:
Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, nascido do Pai desde a
eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da Virgem Maria, é meu
SENHOR, que me remiu9 a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e
salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro ou prata,
mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe
pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e
bem-aventurança, assim como ele ressuscitou da morte, vive e reina eternamente.
Isto é certissimamente verdade. 10

Parte III: Da nossa santificação. 11

Pergunta 8: Qual o significado da parte do Credo que diz:


“Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão
dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na
vida eterna. Amém.” 13

Resposta do professor Martinho Lutero:


Creio que por minha própria razão ou força não posso crer em Jesus
Cristo, meu Senhor, nem vir a ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo evangelho,
iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé. Assim como
chama, congrega, ilumina e santifica toda cristandade na terra, e em Jesus Cristo a
conserva na fé verdadeira e única. Nesta cristandade perdoa a mim e a todos os
crentes diária e abundantemente todos os pecados, e no dia derradeiro me
ressuscitará a mim e a todos os mortos, e em Cristo me dará a mim e a todos os
crentes a vida eterna. Isto é certissimamente verdade. 10

___________
9. Sinônimo de remissão (remir; remiu): Perdão, resgate.

10. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

11. Significado de santificação: “A santificação significa o nosso


crescimento gradual na justiça, feito possível pela obra do Espírito em nós.”
(Catecismo Nova Cidade, 2012, p. 5).

12. Significado de justificação (um outro termo que é importante


conhecer): “A justificação significa a nossa justiça declarada diante de Deus, feito
possível pela morte e ressurreição de Cristo por nós.” (Catecismo Nova Cidade,
2012, p. 5).

13. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das


Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-79.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 28
II

OS DEZ MANDAMENTOS

Pergunta 9: Quais são os Dez Mandamentos?

Resposta:
I. Não terás outros deuses diante de mim.

II. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que
há em cima nos céus, nem embaixo da terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as
adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que
visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que
me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e
guardam os meus mandamentos.

III. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. 14 15

___________
14. A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de
Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999. 896p.

15. Êx. 20:3-17; Dt. 5:1-21

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 29


IV. Lembra-te do dia de sábado16, para o santificar. Seis dias trabalharás e
farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás
nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a
tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em
seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia,
descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.

V. Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra
que o Senhor, teu Deus, te dá.

VI. Não matarás.

VII. Não adulterarás.

VIII. Não furtarás.

IX. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

X. Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu


próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem
coisa alguma que pertença ao teu próximo. 17 18

Pergunta 10: Como se dividem os Dez Mandamentos?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Em duas partes (1). A primeira nos ensina, em quatro mandamentos, como
devemos viver diante de Deus; a segunda nos ensina, em seis mandamentos, as
nossas obrigações para com nosso próximo (2).

(1) Êx 31:18; Dt 4:13; Dt 10:3,4. (2) Mt 22:37-40. 19

___________

16. “Sábado (heb., shabat, da raiz shabat, “cessar”, “desistir”).”


(DOUGLAS, 2006, p. 1179).

17. A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de


Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999. 896p.

18. Êx. 20:3-17; Dt. 5:1-21

19. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 30


Pergunta 11: Qual é o primeiro mandamento?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O primeiro mandamento é: “Não terás outros deuses além de mim.”

Ref. Êx 20.3.20

Pergunta 12: O que o primeiro mandamento exige?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O primeiro mandamento exige de nós o conhecer e reconhecer a Deus
como o único Deus verdadeiro, e nosso Deus; e como tal adorá-lo.

Ref. 1Cr 28.9; Dt 26.17; Sl 95.6-7.20

Pergunta 13: O que o primeiro mandamento proíbe?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O primeiro mandamento proíbe o negar, ou deixar de adorar ou glorificar
ao verdadeiro Deus, como Deus, e nosso Deus; e dar a qualquer outro a adoração e a
glória que só a Ele são devidas.

Ref. Sl 14.1; Rm 1.20-21, 25; Sl 8.11.20

___________

20. O Breve Catecismo de Westminster. 1647. Disponível em:


<http://www.ipb.org.br/ipb/doutrina>. Acesso em: 9 out. 2017.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 31


Pergunta 14: O que nos é ensinado, especialmente, pelas
palavras “diante de mim,” no primeiro mandamento?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


As palavras “diante de mim”, no primeiro mandamento, nos ensinam que
Deus, que vê todas as coisas, toma conhecimento e muito se ofende do pecado de
ter-se em seu lugar outro deus. 21

Pergunta 15: Qual é o segundo mandamento?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O segundo mandamento é: “Não farás para ti imagem de escultura, nem
figura alguma de tudo que há em cima no Céu, e do que há embaixo na terra, nem de
coisa alguma que haja nas águas, debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás
culto; porque eu sou o Senhor teu Deus, o Deus zeloso, que vinga a iniqüidade dos
pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem; e que usa
de misericórdia com milhares daqueles que me amam e que guardam os meus
preceitos.”

Ref. Êx 20.4-6.22

Pergunta 16: O que Deus exige no segundo mandamento?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


...que rejeitemos toda idolatria e não adoremos a Deus de modo
impróprio.23

___________

21. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

22. O Breve Catecismo de Westminster. 1647. Disponível em:


<http://www.ipb.org.br/ipb/doutrina>. Acesso em: 9 out. 2017.

23. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 32


Pergunta 17: Qual é o terceiro mandamento?

Resposta do Catecismo Puritano:


O terceiro mandamento é; Êxodo 20:7. "Não tomarás o nome do Senhor
teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome
em vão".25

Pergunta 18: O que o terceiro mandamento exige?

Resposta do Catecismo Puritano:

O terceiro mandamento exige o uso santo e reverente dos:


Nomes24 (Salmo 29:2. "Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome")

Títulos, atributos (Apocalipse 15:3-4. "Grandes e maravilhosas são as


tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus
caminhos, ó Rei dos santos. Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu
nome?")

Ordenanças (Eclesiastes 5:1. "Guarda o teu pé, quando entrares na casa


de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos,
pois não sabem que fazem mal")

Palavra (Salmo 138:2. "Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei


o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandece a tua palavra
acima de todo o seu nome")

E obras (Jó 36:24. "Lembra-te de engrandecer a sua obra, que os homens


contemplam". Deuteronômio 28:58-59. "Se não tiveres cuidado de guardar todas as
palavras desta lei, que estão escritas neste livro, para temeres este nome glorioso e
temível, o Senhor teu Deus, então o Senhor fará espantosas as tuas pragas") de
Deus.25

___________

24. Nomes de Deus: El, Elyon, Elohim, Eloah, Yahweh (Javé), El Shaddai
(Todo-Poderoso). (DOUGLAS, 2006, p. 335 e 1348).

25. Um Catecismo Puritano, com provas. Charles Haddon Spurgeon. 1855.


Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/Catecismo_Spurgeon.htm>.
Acesso em: 15 jul. 2018.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 33


Pergunta 19: Qual é o quarto mandamento?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O quarto mandamento é: “Lembra-te de santificar o dia do Sábado.
Trabalharás seis dias, e farás nele tudo o que tens para fazer. O sétimo dia, porém, é
o Sábado do Senhor teu Deus. Não farás nesse dia, obra alguma, nem tu, nem teu
filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o
peregrino que vive das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seis dias o
céu, a terra e o mar, e tudo o que neles há, e descansou no sétimo dia. Por isso o
Senhor abençoou o dia sétimo e o santificou.”

Ref. Êx 20. 8.11.26

Pergunta 20: O que Deus exige no quarto mandamento?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


...que no dia de Sábado28 29 passemos o nosso tempo em adoração pública
e privada a Deus, descansando de nossa rotina de trabalho, servindo a Deus e aos
outros, antecipando assim o Sábado Eterno. 27

___________
26. O Breve Catecismo de Westminster. 1647. Disponível em:
<http://www.ipb.org.br/ipb/doutrina>. Acesso em: 9 out. 2017.

27. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

28. “Na linguagem piedosa dos reformados e puritanos, o termo “sábado”


é sinônimo de domingo.” (KELLER e SHAMMAS, 2012, p. 2).

29. Há indícios na escritura e também na história da Igreja Cristã, que após


a ressurreição de Cristo, os cristãos passaram a se reunir no primeiro dia da semana,
ou seja, no domingo (o Dia do Senhor). Ref.: Gn. 2:3; Êx. 16:23; At. 20:7; 1Co.
16:1,2; Ap. 1:10.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 34


Pergunta 21: Qual é o quinto mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O quinto mandamento é: “Honra teu pai e tua mãe, para que se
prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá.”

Êx 20.12.30

Pergunta 22: O que Deus exige no quinto mandamento?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


...que amemos e honremos o nosso pai e a nossa mãe, submetendo-nos à
sua disciplina piedosa e autoridade. 31

Pergunta 23: Qual é o sexto mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O sexto mandamento é: “Não matarás.” 32

Êx 20.12.30

___________

30. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

31. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

32. Em outras traduções, usa-se a palavra “assassinarás”.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 35


Pergunta 24: Qual o significado do sexto mandamento?

Resposta do professor Martinho Lutero:


Devemos temer e amar a Deus, de maneira que não causemos dano ou mal
algum ao nosso próximo em sua vida, porém lhe ajudemos e o favoreçamos em
todas as necessidades da vida. 33 34

Pergunta 25: Qual é o sétimo mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O sétimo mandamento é: “Não adulterarás.”

Êx 20.14.35

Pergunta 26: O que o sétimo mandamento nos ensina?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Toda impureza sexual é amaldiçoada por Deus (1). Por isso, devemos
detestá-la profundamente e viver de maneira pura e disciplinada (2), sejamos
casados ou solteiros (3).

(1) Lv 18:27-29. (2) 1Ts 4:3-5. (3) Ml 2:16; Mt 19:9; 1Co 7:10,11; Hb
13:4.35

___________

33. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

34. Para Lutero, esse mandamento é o quinto do seu catecismo.

35. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 36


Pergunta 27: Deus, nesse mandamento, proíbe somente o
adultério e outros pecados vergonhosos?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Não, pois como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo,
Deus quer que os conservemos puros e santos (1). Por isso, Ele proíbe todos os atos,
gestos, palavras (2), pensamentos e desejos (3) impuros e tudo o que possa atrair o
homem para tais pecados (4).

(1) 1Co 6:18-20. (2) Dt 22:20-29; Ef 5:3,4. (3) Mt 5:27,28. (4) 1Co 15:33;
Ef 5:18.36

Pergunta 28: Qual é o oitavo mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O oitavo mandamento é: “Não furtarás.”
Êx 20.15.36

Pergunta 29: Qual o significado do oitavo mandamento?

Resposta do professor Martinho Lutero:


Devemos temer e amar a Deus, de maneira que não tiremos ao nosso
próximo o dinheiro ou os bens, nem nos apoderemos deles por meio de mercadorias
falsificadas ou negócios fraudulentos, porém o ajudemos a melhorar e conservar os
seus bens e o seu ganho. 37 38

___________
36. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica
do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

37. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

38. Para Lutero, esse mandamento é o sétimo do seu catecismo.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 37


Pergunta 30: Qual é o nono mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu
próximo.”

Êx 20.16.39

Pergunta 31: Qual o significado do nono mandamento?

Resposta do professor Martinho Lutero:


Devemos temer e amar a Deus, de maneira que não mintamos com
falsidade ao nosso próximo, não o traiamos, caluniemos ou difamemos, porém
devemos desculpá-lo, falar bem dele e interpretar tudo da melhor maneira. 40 41

Pergunta 32: Qual é o décimo mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O décimo mandamento é: “Não cobiçarás 42 a casa do teu próximo, não
desejarás a sua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu
jumento, nem coisa alguma que lhe pertença.”

Êx 20.17.39

___________
39. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica
do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

40. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

41. Para Lutero, esse mandamento é o oitavo do seu catecismo.

42. Sinônimos de “cobiça”: ganância, avareza, inveja, ambição, desejo,


anseio, concupiscência.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 38


Pergunta 33: Quais são os deveres exigidos no décimo
mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Os deveres exigidos no décimo mandamento são: um pleno contentamento
com a nossa condição e uma disposição caridosa da alma para com o nosso próximo,
de modo que todos os nossos desejos e afetos relativos a ele se inclinem para todo o
seu bem e promovam o mesmo.

Hb 13.5; Rm 12.15; Fp 2.4, 1Tm 1.5. 43

Pergunta 34: Quais são os pecados proibidos no décimo


mandamento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Os pecados proibidos no décimo mandamento são: o descontentamento
com o nosso estado; a inveja e a tristeza pelo bem de nosso próximo, juntamente
com todos os desejos e afetos desordenados para com qualquer coisa que lhe
pertença.

1Co 10.10; Gl 5.26; Sl 112.9, 10; Rm 7.7; Dt 5.21; Cl 3.5; Rm 13.9.43

Pergunta 35: Em que se resumem os Dez Mandamentos?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


Os dez mandamentos se resumem em amar ao Senhor nosso Deus de todo
o nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas forças e de todo o nosso
entendimento; e ao nosso próximo como a nós mesmos.

Ref. Mt 22-37-40.43

___________

43. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 39


III

OS MEIOS DE GRAÇA

Pergunta 36: Quais são os meios de graça exteriores e


ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


R. Os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo nos comunica as
bênçãos da redenção, são as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os
sacramentos e a oração; as quais todas se tornam eficazes aos eleitos para a salvação.

Ref. Mt 28.19-20; At 2.41-42.44

___________

44. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 40


Pergunta 37: Como a palavra se torna eficaz para a salvação?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O Espírito de Deus torna a leitura, e especialmente a pregação da palavra,
um meio eficaz para iluminar, convencer e humilhar os pecadores; para lhes tirar
toda confiança em si mesmos e os atrair a Cristo, para os conformar à sua imagem e
os sujeitar à sua vontade; para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os
edificar na graça e estabelecer os seus corações em santidade e conforto, mediante a
fé para a salvação.

Jr 23.28, 29; Hb 4.12; At 17.11, 12; At 26.18; At 2.37, 41; 2Co 3.18; 2Co
10.4, 5; Rm 6.17; Sl 19.11; Cl 1.28; Ef 6.16, 17; Mt 4.7, 10; Ef 4.11, 12; 2Tm 3.15-
17; Rm 16.25; 1Ts 3.2, 13; Rm 10.14-17.45

Pergunta 38: Como se deve ler e ouvir a Palavra a fim de que


ela se torne eficaz para a salvação?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


R. Para que a Palavra se torne eficaz para a salvação, devemos ouvi-la com
diligência, preparação e oração; recebê-la com fé e amor, guardá-la em nossos
corações e praticá-la em nossas vidas.

Ref. Dt 6.6-7; 1Pe 2.1-2; Sl 119.11-18; Rm 1.16; 2Ts 2.10; Tg 1.21-25.45

___________

45. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 41
Pergunta 39: O que é um sacramento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Um sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo em sua
Igreja47, para significar, selar e conferir àqueles que estão no pacto da graça os
benefícios da mediação de Cristo, para os fortalecer e lhes aumentar a fé e todas as
demais graças, bem como os obrigar à obediência, para testemunhar e nutrir o seu
amor e comunhão uns para com os outros, e para distingui-los dos que estão fora.

Mt 28.20; Rm 4.11; 1Co 11.24, 25; Rm 9.8; At 2.38; 1Co 11.24-26; Rm


6.4; 1Co 12.13; 1Co 10.21.46

Pergunta 40: Então, tanto a Palavra como os sacramentos


têm a finalidade de apontar nossa fé para o sacrifício de Jesus Cristo
na cruz, como o único fundamento de nossa salvação (1)?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Sim, pois o Espírito Santo ensina no Evangelho48 e confirma pelos
sacramentos que toda a nossa salvação está baseada no único sacrifício de Cristo na
cruz.

(1) Rm 6:3; Gl 3:27.49

___________

46. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

47. Significado de “Igreja”: “Do latim ecclesia, e do grego ekklesia, é uma


congregação ou reunião local de cristãos.” (DOUGLAS, 2006, p. 607).

48. Sinônimos da palavra “evangelho”: Boas novas, boa mensagem, boa


notícia.

49. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e


Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 42


Pergunta 41: Que partes tem um sacramento?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


As partes de um sacramento são duas: uma, um sinal exterior e sensível
usado segundo a própria instituição de Cristo, a outra, uma graça interior e espiritual
significada pelo sinal.

Mt 3:1150

Pergunta 42: Quantos sacramentos Cristo instituiu na nova


aliança?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Sob o Novo Testamento, Cristo instituiu em sua Igreja somente dois
sacramentos: o Batismo e a Ceia do Senhor.

Mt 28.19; 1Co 11.23-26; Mt 26.26, 27.50

Pergunta 43: Em que diferem os sacramentos do Batismo e


da Ceia do Senhor?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Os sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor diferem em que o
primeiro deve ser administrado uma vez só com água, para ser sinal e selo da nossa
regeneração e união com Cristo, e administrado também às crianças; ao passo que o
segundo deve ser celebrado frequentemente, com os elementos de pão e vinho, para
representar Cristo e oferece-lo como alimento espiritual para a alma, para confirmar
a nossa permanência e nosso crescimento nele, e isso somente aqueles que têm idade
e aptidão para se examinarem a si mesmos.

Mt 3:11; Gl 3:27; Tt 3:5; At 2:38,39; 1Co 7:14; 1Co 11:26; Jo 6:51, 1Co
10:16; 1Co 11:28.50

___________

50. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 43


IV

BATISMO

Pergunta 44: O que é Batismo?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Batismo é um sacramento do Novo Testamento no qual Cristo ordenou a
lavagem com água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para ser um sinal e
selo de nos unir a si mesmo, da remissão de pecados pelo seu sangue e da
regeneração pelo seu Espírito; da adoção51 e ressurreição para a vida eterna; e por
ele os batizados são solenemente admitidos à Igreja visível e entram em um
comprometimento público, professando pertencer inteira e unicamente ao Senhor.

Mt 28.19; Gl 3.27; Rm 6.3; At 22.16; Mc 1.4; Jo 3.5; Gl 3.26-27; 1Co


15.29; At 2.41; Rm 6.4.52

___________

51. Breve Catecismo de Westminster: “Adoção é um ato de livre graça de


Deus, pelo qual somos recebidos no número dos filhos de Deus, e temos direito a
todos os seus privilégios. Ref. 1Jo 3.1; Jo 1.12; Rm 8.14-17.” (Bíblia de Estudo de
Genebra, 2009, p. 1830).

52. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 44


Pergunta 45: Onde Cristo prometeu lavar-nos com seu
sangue e seu Espírito, tão certo como somos lavados com a água do
batismo?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Na instituição do batismo, onde Ele diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"
(Mateus 28:19). "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém não crer será
condenado" (Marcos 16:16). Esta promessa se repete também onde a Escritura
chama o batismo de "lavagem da regeneração"53 (Tito 3:5) e de "purificação dos
pecados" (Atos 22:16).54

Pergunta 46: O batismo com água é a lavagem do pecado em


si?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


Não, somente o sangue de Cristo e o renovar do Espírito Santo56 podem
nos purificar do pecado.55

___________

53. Significado de “regeneração”: “gerar de novo” ou “dar novo


nascimento” (DOUGLAS, 2006, p. 1144).

54. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e


Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

55. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

56. Catecismo Nova Cidade: “O Espírito Santo aplica a obra redentora de


Cristo.” (Catecismo Nova Cidade, 2012, p. 7).

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 45


Pergunta 47: Por que, então, o Espírito Santo chama o
batismo "lavagem da regeneração" e "purificação dos pecados"?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


É por motivo muito sério que Deus fala assim. Ele nos quer ensinar que
nossos pecados são tirados pelo sangue e Espírito de Cristo assim como a sujeira do
corpo é tirada por água (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por este divino
sinal e garantia que somos lavados espiritualmente dos nossos pecados tão realmente
como nosso corpo fica limpo com água (2).

(1) 1Co 6:11; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Mt 16:16; Gl 3:27.57

Pergunta 48: Para quem deve ser ministrado o Batismo?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


O Batismo não deve ser ministrado aos que estão fora da Igreja visível, e
assim estranhos aos pactos da promessa, enquanto não professarem a sua fé em
Cristo e obediência a Ele; porém as crianças, cujos pais, ou um só deles,
professarem fé em Cristo e obediência a ele, estão, quanto a isto, dentro do pacto e
devem ser batizadas.

At 2.41; At 2.38, 39; 1Co 7.14; Lc 18.16; Rm 11.16; Gn 17.7-9; Cl 2.11,


12; Gl 3.17, 18, 29.58

___________
57. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e
Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

58. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 46


Pergunta 49: As crianças pequenas devem ser batizadas?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Devem, sim, porque tanto as crianças como os adultos pertencem à aliança
de Deus e à sua igreja (1). Também a elas como aos adultos são prometidos, no
sangue de Cristo, a salvação do pecado e o Espírito Santo que produz a fé (2). Por
isso, as crianças, pelo batismo como sinal da aliança, devem ser incorporadas à
igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos (3). Na época do Antigo
Testamento se fazia isto pela circuncisão (4). No Novo Testamento foi instituído o
batismo, no lugar da circuncisão (5).

(1) Gn 17:7. (2) Sl 22:10; Is 44:1-3; Mt 19:14; At 2:39. (3) At 10:47. (4)
Gn 17:14. (5) Cl 2:11,12.59

___________

59. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e


Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 47


V

CEIA DO SENHOR

Pergunta 50: O que é Ceia do Senhor?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


A Ceia do Senhor é um sacramento do Novo Testamento no qual, dando-
se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Jesus Cristo, é anunciada a
sua morte; e os que dignamente participam dele, alimentam-se do corpo e do sangue
de Cristo para sua nutrição espiritual e crescimento na graça; têm a sua união e
comunhão com ele confirmadas; testemunham e renovam a sua gratidão e
consagração a Deus e o seu mútuo amor uns para com os outros, como membros do
mesmo corpo místico.

1Co 11.26; Mt 26.26, 27; 1Co 11.23-27; 1Co 10.16-21.60

___________

60. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 48


Pergunta 51: O que significa comer o corpo crucificado de
Cristo e beber seu sangue derramado?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Significa aceitar com verdadeira fé todo o sofrimento e morte de Cristo e
assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna (1). Significa também ser unido
cada vez mais ao santo corpo de Cristo (2), pelo Espírito Santo que habita tanto nEle
como em nós. Assim somos carne de sua carne e osso de seus ossos (3) mesmo que
Cristo esteja no céu (4) e nós na terra; e vivemos eternamente e somos governados
por um só Espírito, como os membros do nosso corpo o são por uma só alma (5).

(1) Jo 6:35,40,47-54. (2) Jo 6:55,56. (3) Jo 14:23; 1Co 6:15,17,19; Ef


3:16,17; Ef 5:29,30; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13. (4) At 1:9,11; At 3:21; 1Co 11:26; Cl 3:1.
(5) Jo 6:57; Jo 15:1-6; Ef 4:15,16.61

Pergunta 52: Onde Cristo prometeu alimentar e saciar os


fiéis com seu corpo e seu sangue, tão certo como eles comem do pão
partido e bebem do cálice?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Nas palavras da instituição da ceia, que são: "O Senhor Jesus, na noite em
que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu
corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo,
depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança
no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.
Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte
do Senhor, até que ele venha" (1Coríntios 11:23-2) (6). O apóstolo Paulo já se tinha
referido a esta promessa, dizendo: "Porventura o cálice da bênção que abençoamos,
não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do
corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só
corpo; porque todos participamos do único pão" (1Coríntios 10:16,1) (7).

(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22-19,20.61

___________

61. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e


Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 49


Pergunta 53: Pão e vinho, então, se transformam no próprio
corpo e sangue de Cristo?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


Não (1). Neste ponto há igualdade entre o batismo e a ceia. A água do
batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem tira os pecados. Ela é somente
um sinal divino e uma garantia disto (2). Igualmente o pão da santa ceia não se
transforma no próprio corpo de Cristo (3), mesmo que seja chamado "corpo de
Cristo", conforme a natureza e o uso dos sacramentos (4).

(1) Mt 26:29. (2) Ef 5:26; Tt 3:5. (3) 1Co 10:16; 1Co 11:26. (4) Gn
17:10,11; Êx 12: 11,13; Êx 12:26,27; Êx 13:9; Êx 24:8; At 22:16; 1Co 10:1-4; 1Pe
3:21.62

Pergunta 54: Por que, então, Cristo chama o pão "seu corpo"
e o cálice "seu sangue" ou "a nova aliança em seu sangue", e por que
Paulo fala sobre "a comunhão do corpo e do sangue de Cristo"?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


É por motivo muito sério que Cristo fala assim. Ele nos quer ensinar que
seu corpo crucificado e seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e bebida de
nossas almas para a vida eterna, assim como pão e vinho mantêm a vida temporária
(1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por estes visíveis sinais e garantias,
primeiro: que participamos de seu corpo e sangue, pela obra do Espírito Santo, tão
realmente como recebemos com nossa própria boca estes santos sinais, em memória
dEle (2); e segundo: que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo,
como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.

(1) Jo 6:51,53-55. (2) 1Co 10:16.62

___________

62. URSINO, Zacarias. Catecismo de Heidelberg / Zacarias Ursino e


Gaspar Oleviano, 1563. Disponível em:
<http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_heidelberg.htm>.
Acesso em: 29 out. 2017.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 50


Pergunta 55: Que se exige dos que recebem o sacramento da
Ceia do Senhor, na ocasião de sua celebração?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


Exige-se dos que recebem o sacramento da Ceia do Senhor que, durante a
sua celebração, esperem em Deus, nessa ordenança, com toda a santa reverência e
atenção; que diligentemente observem os elementos e os atos sacramentais; que
atentamente discirnam o corpo do Senhor, e, cheios de amor, meditem na sua morte
e sofrimentos, e, assim, sejam despertados a um exercício das suas graças, julgando-
se a si mesmos e entristecendo-se pelo pecado, tendo fome e sede ardentes de Cristo,
alimentando-se nele pela fé, recebendo da sua plenitude, confiando nos seus méritos,
regozijando-se no seu amor, sendo gratos pela sua graça e renovando o pacto que
fizeram com Deus e o amor a todos os santos.

1Co 11.29; Lc 22.19; 1Co 11.31; Zc 12.10¸Sl 63.1; Gl 2.20; Jo 6.35; Jo


1.16; Fp 3.9; 1Pe 1.8; 2Cr 30.21; Sl 22.26; 1Co 10.17. 63

Pergunta 56: A Ceia do Senhor não acrescenta nada mais à


obra expiatória de Cristo?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


Não, Cristo morreu de uma vez por todas. A Ceia do Senhor é uma
refeição pactual celebrando a obra expiatória de Cristo; além disso, também é uma
forma de fortalecer a nossa fé quando olhamos para ele e uma antecipação da
celebração futura. Mas os que tomam parte sem coração arrependido comem e
bebem juízo sobre si mesmos. 64

___________

63. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

64. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 51
VI

ORAÇÃO DO PAI NOSSO65

Pergunta 57: O que é a oração?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


A oração é o derramar de nossos corações a Deus, em louvor, petição,
confissão de pecado e ações de graça. 66

Pergunta 58: Com que atitude devemos orar?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


Com amor, perseverança e gratidão; em humilde submissão à vontade de
Deus, sabendo que, por causa de Cristo, ele sempre ouve nossas orações. 66

___________

65. A Oração do Pai Nosso encontra-se na pergunta 61.

66. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 52


Pergunta 59: O que devemos orar?

Resposta do Catecismo Nova Cidade:


Toda a Palavra de Deus direciona-nos e inspira o que devemos orar,
incluindo a oração de Jesus que ele mesmo nos ensinou. 67

Pergunta 60: Como pode ser usada a Oração do Pai Nosso?

Resposta do Catecismo Maior de Westminster:


A Oração Dominical69 não é somente para direcionamento, como modelo
segundo o qual devemos orar; mas também pode ser usada como uma oração,
contanto que seja feita com entendimento, fé, reverência e outras graças necessárias
para o correto cumprimento do dever da oração.

Mt 6.9; Lc 11.2.68

___________

67. Catecismo Nova Cidade. Tim Keller e Sam Shammas. 2012.


Disponível em: < http://www.monergismo.net.br/textos/catecismos/Monergismo-
catecismo-nova-cidade_Keller-Shammas.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2018.

68. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

69. Outras denominações para “Oração Dominical”: “Oração do Senhor”;


“Oração do Pai Nosso”.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 53


Pergunta 61: O que diz a Oração do Pai Nosso?

Resposta:
“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu
reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-
nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal, pois teu
é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mt 6.9-13; Lc 11.2-4).70 71

Pergunta 62: O que o prefácio da Oração do Pai Nosso nos


ensina?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


O prefácio da Oração Dominical, que é: “Pai nosso que estás nos céus,”
ensina-nos que nós devemos aproximar de Deus com toda a santa reverência e
confiança, como filhos a um pai poderoso e pronto para nos ajudar, e também nos
ensina a orar com os outros e por eles.

Ref. Lc 11.13; Rm 8.15; 1Tm 2.1-2.72

___________

70. A Bíblia Sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de


Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999. 896p.

71. “Alguns manuscritos não incluem a doxologia final do Evangelho de


Mateus “porque teu é o reino, o poder e a gloria para sempre. Amém”. Cf. Carson,
2010. p. 212-214.” (Catecismo Nova Cidade, 2012, p. 6).

72. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 54
Pergunta 63: O que significa a primeira petição que diz
“Santificado seja o teu nome”?

Resposta do professor Martinho Lutero:


O nome de Deus, na verdade, é santo por si mesmo. Mas suplicamos nesta
petição que também se torne santo entre nós. 73

Como sucede isso?

Quando a palavra de Deus é ensinada genuína e puramente, e nós, como


filhos de Deus, também vivemos uma vida santa, em conformidade com ela; para
isso nos ajuda, querido Pai do céu. Aquele, porém, que ensina e vive de modo
diverso do que ensina a palavra de Deus, profana o nome de Deus entre nós; guarda-
nos disso, ó Pai celeste!73

Pergunta 64: Qual é a segunda petição?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


"Venha o teu reino". Quer dizer: Governa-nos por tua palavra e por teu
Espírito, de tal maneira que, cada vez mais, nos submetamos a Ti (1); conserve e
aumenta tua igreja (2); destrói as obras do diabo, e todo poder que se levanta contra
Ti, e todos os maus planos que são inventados contra tua santa Palavra (3); até que
venha a plenitude de teu reino (4), em que Tu serás tudo em todos (5).

(1) Sl 119:5; Sl 143:10; Mt 6:33. (2) Sl 51:18; Sl 122:6,7. (3) Rm 16:20;


1Jo 3:8. (4) Rm 8:22,23; Ap 22:17,20. (5) 1Co 15:28. 74

___________

73. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

74. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 55


Pergunta 65: Pelo que oramos na terceira petição?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


Na terceira petição, que é: “Seja feita Tua vontade, assim na terra como no
Céu,” pedimos que Deus, pela sua graça, nos torne capazes e desejosos de conhecer
a sua vontade, de obedecer e submeter-nos a ela em tudo, como fazem os anjos no
Céu.

Ref. Mt 24.39; Fp 1.9-11; Sl 103.20-21.75

Pergunta 66: Pelo que oramos na quarta petição?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


Na quarta petição, que é: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje,” pedimos
que da livre dádiva de Deus, recebamos uma porção suficiente das coisas boas desta
vida, e desfrutemos com elas de suas bênçãos.

Ref. Pv 30.8-9; 1Tm 6.6-8; Pv 10.22.75

Pergunta 67: Qual é a quinta petição?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


"E perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores". Quer dizer: Por causa do sangue de Cristo, não cobres de nós,
miseráveis pecadores que somos, nossas transgressões nem o mal que ainda há em
nós (1), assim como tua graça76 em nós fez com que tenhamos o firme propósito de
perdoar nosso próximo, de todo o coração (2).

(1) Sl 51:1; Sl 143:2; Rm 8:1; 1Jo 2:1. (2) Mt 6:14,15. 75

___________

75. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

76. Significado de “graça”: Favor desmerecido ou imerecido.


Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 56
Pergunta 68: Pelo que oramos na sexta petição?

Resposta do Breve Catecismo de Westminster:


Na sexta petição, que é: “E não nos deixes cair em tentação,” pedimos que
Deus nos guarde de sermos tentados a pecar, ou nos preserve e livre, quando formos
tentados.

Ref. Mt 26.41; Sl 19.13; Jo 17.15; 1Co 10.13. 77

Pergunta 69: Como você termina sua oração?

Resposta do Catecismo de Heidelberg:


"Pois teu é o reino, o poder e a glória, para sempre". Quer dizer: Tudo isso
Te pedimos, porque Tu queres e podes dar-nos todo o bem, pois és nosso Rei e tudo
está em teu poder (1). Pedimos-Te isso também, para que não o nosso, mas teu santo
nome seja eternamente glorificado (2).

(1) 1Cr 29:10-12; Rm 10:11-13; 2Pe 2:9. (2) Sl 115:1; Jr 33:8,9; Jo


14:13.77

Pergunta 70: O que significa a palavra “amém”?

Resposta do professor Martinho Lutero:


Devo estar certo de que estas petições são agradáveis ao Pai celeste e
ouvidas por ele; pois ele mesmo nos ordenou orar desta maneira e prometeu atender-
nos. Amém, isto significa: Sim, sim, assim seja. 78

___________

77. Bíblia de Estudo de Genebra. 2º ed. Barueri – SP: Sociedade Bíblica


do Brasil, São Paulo: Cultura Cristã, 2009. 1984 p.; 24cm.

78. Livro de Concórdia: As Confissões da Igreja Evangélica Luterana.


Tradução e notas de Arnaldo Schuler. 5º ed. – São Leopoldo/Porto Alegre:
Sinodal/Concórdia, 1997.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 57


III

O EVANGELHO

Mensagem

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

5º Edição 2020

1º Edição 2014 2º Edição 2016

3º Edição 2017 4º Edição 2017

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 58


PREFÁCIO

Na caminhada da minha vida tenho procurado de alguma


forma contribuir para o Reino de Deus por amor, gratidão e
entendimento de que devemos colocar em primeiro lugar nas nossas
vidas as coisas do alto, pois as terrenas vão passar, mas as do seu
reino permanecerão para sempre e são mais importantes. Acredito
que o Senhor pode usar pessoas falhas como você e eu. Isso deve nos
encorajar a servi-lo para que outras pessoas sejam abençoadas,
edificadas e tocadas pelo Espírito Santo assim como um dia eu fui.

Quando pensei nos temas que poderia escrever, cheguei à


conclusão que antes de qualquer coisa, precisava falar do mais
importante, ou seja, do evangelho de Jesus Cristo. Todas as outras
coisas são secundárias em relação a isso, e é sobre esse assunto que
vamos tratar nesse texto.

Glória somente a Deus

___________

1. A autoria da imagem é de William Senra.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 59


I

O que é Evangelho?

A palavra evangelho, do grego “euanggelion”, tem como


significado “boa mensagem” ou “boa notícia”. No contexto cultural
antigo, ela foi originalmente usada para descrever as “boas novas” da
vitória militar trazida de um mensageiro ao seu comandante.
Posteriormente, passou a significar simplesmente uma mensagem
“boa”. Os autores do novo testamento escolheram esta palavra para
descrever as “boas novas” de Cristo. Para o cristianismo, tornou-se
um gênero literário que conta a história da vida de Jesus. A bíblia,
que é o livro sagrado para os cristãos, possui quatro evangelhos que
contam a trajetória de Jesus aqui na Terra. Cada evangelho foi escrito
por um autor diferente (Mateus, Marcos, Lucas e João). No entanto,
inspirados por Deus.

O texto que está sendo apresentado ao leitor, tem como


objetivo uma breve explicação sobre a vida de Jesus, o seu
significado, implicações e consequências, para que você possa ter
uma síntese do que venha a ser o evangelho.
Referência: At. 13:26-33

II

O início

É importante entendermos o que aconteceu antes de Jesus


vir, para compreendermos o motivo e a finalidade pelo qual ele veio.

No início Deus criou todas as coisas, os planetas, o céu, a


Terra, os mares, os animais e por último o homem e a mulher, e ele
viu que era muito bom. Tudo andava em perfeita harmonia e o
Senhor vinha na virada do dia ter comunhão com Adão e Eva.
Referências: Gn. 1, Gn. 2, Gn. 3:8

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 60


III

A queda

O Criador plantou entre as árvores do jardim do Éden, a


árvore do conhecimento do bem e do mal, no qual proibiu Adão e
Eva de comerem do seu fruto. Um dia o Diabo, na forma de serpente,
veio tentar a mulher para que comesse o fruto proibido, e ela o
comeu, logo após, ofereceu o fruto para Adão, e ele o comeu. Os
seus olhos foram abertos e viram que estavam nus, por causa disso,
fizeram vestimentas com folhas para si.

Na virada do dia, o Senhor veio ao encontro deles, porém se


esconderam por medo. Deus chamou o homem e lhe perguntou:
Onde estás?

Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava


nu, tive medo, e me escondi.

Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estava nu?


Comeu da árvore de que te ordenei que não comesse?

Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa,


ela me deu da árvore, e eu comi.

Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste?


Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
Referência: Gn. 3:1-13

IV

As consequências da queda

Por causa da desobediência, o casal foi expulso do jardim do


Éden pelo Criador.

A rebeldia do homem trouxe o Pecado ao mundo. A partir


desse momento, a harmonia na Terra tinha sido interrompida e o
Homem sofreu grandes consequências por esse erro e tem os seus
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 61
efeitos até o dia de hoje. Através do Pecado, a morte entrou nesse
mundo e o homem passou a sofrer a morte física. No entanto, a pior
consequência da queda foi a morte espiritual do homem, dessa forma
houve a separação entre Deus e ele.

A natureza de Adão e Eva se tornou pecaminosa, na verdade


não só a deles, mas de toda a sua descendência, ou seja, toda a
humanidade, pois eram nossos ancestrais, e por isso, nossos
representantes. O pecado leva o homem a fazer o que não é da
vontade do Senhor, mesmo que ele tente ou queira acertar, a sua
natureza pecaminosa o inclina a cometer erros diante dos conceitos
de Deus.
Referências: Gn. 3:14-24, Rm. 3:9-20, Rm. 7:7-24

O que eu tenho a ver com isso? Eu sou “gente boa” e não faço
mal a ninguém!

Uma forma de entendermos o porquê de você e eu sofrermos


até hoje as consequências da queda e de termos a nossa natureza
pecaminosa é pensando na seguinte situação:

Um casal mora na Inglaterra, mas decide se mudar e passar a


residir no Brasil, já nesse novo lugar, eles tem um filho, que é então
um brasileiro, pois diferente dos seus pais, nasceu neste país. Ele
talvez preferisse ter nascido na Inglaterra, mas devido a uma decisão
dos seus pais no passado, ele é um brasileiro.

Através desse exemplo, podemos entender que as escolhas


dos nossos ancestrais podem trazer consequências não só para as
suas vidas, como também para a sua descendência.

Nós temos muitas vezes uma visão equivocada quanto à


salvação, pensamos que se não fizermos coisas consideradas muito
erradas como matar, roubar e trair, podemos ser salvos, mas não é
assim. Na verdade, todos os dias nós ficamos aquém do padrão de
Deus, pois possuímos a natureza pecaminosa, dessa forma, não
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 62
temos como nos justificar perante o Senhor através das coisas que
fazemos (obras), ou seja, precisamos de um salvador.
Referências: Rm. 5:12-21, Gl. 6:7-8

VI

O plano da salvação

O Criador pela sua benevolência, graça e amor providenciou


para a salvação do ser humano a obra do seu filho Jesus, o qual
morreria pelos nossos pecados. Ele decidiu que Cristo viveria aqui na
Terra e morreria na cruz para salvar o Homem da condenação eterna.
Referências: Jo. 3:16, Hb. 9:18-28

VII

A vida de Jesus na Terra e a sua crucificação

No devido tempo, Jesus veio habitar entre nós,


aproximadamente há dois mil anos atrás. Ele foi gerado pelo Espírito
Santo no ventre de uma mulher chamada Maria. Os seus pais na
Terra foram José e Maria. Jesus viveu até os 30 anos normalmente e
ele tinha como profissão a carpintaria, porém quando chegou nessa
idade, foi batizado por João Batista no rio Jordão e naquele momento
começou o seu ministério.

Foram chamados para o seu ministério doze discípulos para


andar com ele. Durante cerca de três anos Jesus pregou, curou,
ensinou, operou milagres e maravilhas. No entanto, um dos doze
discípulos o traiu por trinta moedas de prata e ele foi entregue às
autoridades para ser julgado, mesmo sendo inocente. Os religiosos
queriam que ele morresse por o invejarem.

As autoridades o condenaram devido à pressão dos


religiosos, ele seria crucificado com mais dois criminosos.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 63


No dia da sua crucificação ele já se encontrava num estado
deplorável, pois já tinha sido açoitado pelos soldados romanos.
Fizeram-no carregar a sua cruz até um monte chamado Calvário, que
ficava perto da cidade de Jerusalém, onde seria crucificado. Depois
de algumas horas, após o colocarem na cruz, ele disse que estava
consumado e morreu.
Referências: Mt. 1:18-25, Mt. 2:1-2, Mt. 4:18-25, Mt. 5, 6, 7, Mt. 26:47-68, Mt. 27

VIII

A ressurreição

No terceiro dia, duas mulheres foram visitar o túmulo em


que o corpo de Jesus foi colocado, mas elas o acharam vazio.
Enquanto elas se dirigiam para informar o acontecido aos discípulos,
Jesus apareceu-lhes e pediu para contar a eles. Ele tinha ressuscitado.

Dias depois, Jesus apareceu para os seus discípulos e


continuou aparecendo em várias ocasiões durante quarenta dias, até
que ele se despediu deles e subiu aos céus para ficar à direita do Pai
celeste.
Referências: Mt. 28, At. 1:1-14

IX

O significado da crucificação e da ressurreição

Para pagar a dívida dos pecados cometidos, era necessário


sacrificar o sangue de um inocente. A morte de Jesus na cruz foi um
sacrifício substitutivo e propiciatório oferecido a Deus por nossos
pecados que só ele poderia fazer, pois não tinha cometido pecado
algum.

Quando Cristo ressuscitou ao terceiro dia, nosso Senhor


demonstrou que a justiça de Deus foi plenamente satisfeita por ele no
Calvário, bastando agora que o pecador o receba pela fé como seu
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 64
único e suficiente salvador a fim de ter o perdão dos pecados e a
remoção da culpa que leva à eterna condenação.
A ressurreição de Jesus nos deu a esperança de que todo
aquele que o tem como seu salvador, ressuscitará para estar com
Deus no céu eternamente!
Referências: Rm. 8:1-17, Jo. 6:46-47, At. 16:30-34, 1 Ts. 4:13-18, Ap. 21:1-7

O chamado

Depois de ter contato esse evangelho, eu o chamo a


arrepender-se dos seus pecados e crer que Jesus veio aqui na Terra e
morreu na cruz pelos seus pecados, que ele também ressuscitou ao
terceiro dia, e por isso quer torná-lo Senhor e Salvador da sua vida.
Referências: At. 3:19-20, Jo. 5:24, Jo. 3:16, 1 Tm. 2:5, Rm. 1:16-17, Ef. 2:8-10, Rm.
10:9

XI

Felicitações e conselhos

Caso você tenha crido nessa boa mensagem com todo o seu
coração, fico muito feliz, pois agora você é um filho de Deus, salvo
por ele e que viverá para sempre ao seu lado. Quando um pecador se
arrepende, há uma festa no céu.
Recomendo-lhe que você congregue numa igreja que pregue
a palavra de Deus genuinamente para você aprender e crescer em
entendimento da vontade do Senhor para a sua vida. Converse com o
seu pastor para tirar qualquer dúvida que você possa ter, e acima de
tudo, comece a ler a palavra do Criador, a Bíblia.
Referências: Rm. 9:8, Hb. 10:25, 2 Tm. 3:15-17, Os. 4:6, Sl. 9:1-2

Que o amor e a graça de Deus estejam com você!


Abraços.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 65
IV

VIDA CRISTÃ

Mensagem

Autor
William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

2º Edição 2017

1º Edição 2016

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 66


VIDA CRISTÃ

O cristão é chamado a viver uma nova vida através dos


ensinamentos e mandamentos da palavra de Deus. Consideramos três
pontos (com finalidade didática e não normativa) que deveríamos dar
importância para termos uma vida cristã equilibrada, eles seriam o
ensino, a vida e o ide, segue abaixo uma breve exposição de cada
ponto:

ENSINO:

Devemos estudar as escrituras (a bíblia) para conhecermos


cada vez mais o modo como devemos viver.

Quando amamos alguém, queremos conhecer cada vez mais


essa pessoa, por isso, por amor a Deus, deveríamos ter o mesmo
desejo de conhecê-lo através da bíblia, que é o meio em que ele se
revela a nós.

___________

1. A autoria do desenho é de William Senra.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 67


Quanto mais termos conhecimento das escrituras, mais
estaremos protegidos de falsos ensinos sobre a palavra do Senhor.
Segue abaixo algumas passagens bíblicas:

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento”.


Oséias 4:6

“Porque desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são


capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo
Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para
a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o
homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa
obra”.
2 Timóteo 3:15-17

“O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um


lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo
vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem
ao erro”.
Efésios 4:14

VIDA:

Devemos viver da mesma forma que Jesus viveu. Cristão


tem como significado pequeno cristo ou “o que imita a cristo”.

A nova criatura, ou seja, aquele que foi regenerado pelo


Espírito Santo, é dirigido e capacitado pelo mesmo a fazer a vontade
de Deus para a glória dele e para sermos testemunhos vivos ao
mundo do amor de Cristo em nós.

Precisamos ser praticantes da palavra também para o nosso


próprio bem, pois agora que somos filhos de Deus, não temos mais
prazer em viver na prática do pecado, além disso, reconhecemos que
o fim de todo pecado é a morte e vergonha. Busquemos então termos
uma vida santa, pois o nosso Senhor é santo.

Agora que cremos na obra e pessoa de Jesus Cristo, assim


como Ele, nos tornamos filhos amados de Deus, não somente
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 68
criaturas formadas por Ele. Dessa forma, temos a possibilidade de
termos um relacionamento real e íntimo com o Criador, pois a
separação que havia entre nós e o Senhor não existe mais, porque
fomos reconciliados através da obra do seu Filho Jesus. Segue abaixo
algumas passagens bíblicas:

“... aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...”.


Mateus 11:29

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é;


as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
2 Coríntios 5:17

“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas
obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”
João 3:21

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica,


assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a
rocha”.
Mateus 7:24

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é


honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável,
tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”. Filipenses 4:8

“Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa,


façam tudo para a glória de Deus”.
1 Coríntios 10:31

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade,


bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio.
Contra essas coisas não há lei.
Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne,
com as suas paixões e os seus desejos.
Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”.
Gálatas 5:22-25

“Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a


santificação”. 1 Tessalonicenses 4:7
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 69
“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus”.
Gálatas 3:26

“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos


de Deus”. Romanos 8:16

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus”. Romanos 8:14

“Então, irei ao altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria;


ao som da harpa eu te louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”.
Salmos 43:4

“Como é preciosa, ó Deus, a tua benignidade! Por isso, os filhos dos


homens se acolhem à sombra das tuas asas”.
Salmos 36:7

“De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a


minha oração e fico esperando”.
Salmos 5:3

“O Senhor detesta o sacrifício dos ímpios, mas a oração do justo o


agrada”. Provérbios 15:8

IDE:

Depois de termos recebido a salvação pela graça em Jesus


Cristo e o conhecimento da vontade do nosso Senhor através das
escrituras, somos chamados a passar adiante o que recebemos às
outras pessoas para que elas possam igualmente receber aquilo que
obtivemos.

Nós devemos ajudar as pessoas que estiverem passando por


necessidades em suas vidas, ensinar a palavra de Deus e anunciar o
evangelho aos que ainda não o conhecem. No entanto, precisamos
enfatizar que a Igreja de Cristo tem como principal missão pregar o
evangelho e fazer novos discípulos, pois é preciso resgatar as pessoas
da condenação eterna. Por isso, preguemos a palavra em tempo e
fora de tempo. Segue abaixo algumas passagens bíblicas:
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 70
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Mateus 28:19

"Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos
de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi
preparado desde a criação do mundo.
Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me
deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram;
necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo,
e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’.
“ Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com
fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos,
ou necessitado de roupas e te vestimos?
Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? ’
“O Rei responderá: ‘Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a
algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram”.
Mateus 25:34-40

“A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é


esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades
e não se deixar corromper pelo mundo”.
Tiago 1:27

“Porque "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo".


Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão
naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver
quem pregue?
E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito:
"Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!"
Romanos 10:13-15

“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus


para a salvação de todo aquele que crê”.
Romanos 1:16

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 71


V

O QUE É SER CRISTÃO?

Estudo

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 72


O Que é ser Cristão?

“Em Antioquia, os discípulos foram, pela primeira vez, chamados de cristãos.”

At. 11:26. (NAA).

No livro bíblico de Atos, é relatado a primeira vez que os


discípulos de Jesus receberam a denominação de “cristãos”, termo
que passou a ser utilizado desde então, como uma das formas de
identificação daquelas pessoas que creem no evangelho2 de Jesus
Cristo. Ele foi anunciado tanto pelo próprio Senhor (Jesus), quanto
pelos apóstolos e outros discípulos no decorrer da história (Mt. 4:23;
Mt. 20:17-19; At. 2:14-41; At. 8:26-40). A boa mensagem de que
poderíamos ter esperança no Cristo, salvação e perdão dos pecados
mediante o sacrifício do cordeiro divino3 realizado na cruz do
calvário, bem como a sua ressurreição, após três dias. Isso aconteceu
há aproximadamente dois mil anos atrás, nos arredores da cidade de
Jerusalém4.

Uma questão que é importante nos atentarmos seria o


significado da palavra “cristo”, Schüler escreveu o seguinte sobre
ela: “Do grego khristos, ungido. Tradução grega do hebraico
mashiah5. A Septuaginta6, por isso, tem khristos onde o original
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 73
hebraico traz mashiah”7. Portanto, podemos entender que Jesus
recebe o título de “Cristo” por ser o Ungido 8 do Senhor, o Messias9
prometido no antigo testamento (Sl. 2; Is. 53; Is. 61:1; Dn. 9:24-27;
Jo. 1:35-51; Mt. 16:16). Em certas situações, observamos que as
pessoas acreditam que o termo “Cristo” faz parte do próprio nome de
Jesus, sobre isso, Schüler comenta: “E o que a princípio era título,
passou a ser usado como nome próprio”10. Agora, com relação aos
discípulos de Jesus, quando chamados de “cristãos”, além da sua
identificação e ligação com o seu Mestre, verificamos outras
implicações, uma delas, seria a sua correspondência com o tema
“unção”, que tem sido motivo de controvérsias e dúvidas em nossos
dias, sobre isso, Nicodemus (2014) trata em seu comentário sobre a
passagem bíblica de 1 João 2:20 (“Mas vocês têm unção que vem do
Santo e todos têm conhecimento” [NAA]):

Tem havido muito debate sobre a natureza desta unção que o


cristão recebe e lhe dá conhecimento. Entendemos, porém, que
João se refere ao Espírito Santo como a unção que o cristão
recebe de Cristo, por vários motivos. “Unção”, no Antigo
Testamento, era o resultado do derramar de óleo ou azeite sobre
determinadas coisas para separá-las para Deus (ver Ex
40.9,15). A unção a que João se refere é o Espírito Santo, pois:
(1) Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito Santo por ocasião de
seu batismo no Jordão (At 10.38); (2) Cristo é o Ungido (Dn
9.26), o “Santo” (cf At 4.27,30) que ungiu os crentes com este
mesmo Espírito, quando se converteram ao Evangelho da
verdade (Ef 1.13), desta forma separando-os e consagrando-os
para Deus; (3) Esta unção ou selo, que é a presença do Espírito
nos crentes, é a defesa contra o erro religioso propagado pelos
anticristos, pois o Espírito ilumina, guia e sela o cristão na
verdade (Jo 15.26; 16.13), dando-lhes o verdadeiro
conhecimento de Deus.

No cenário mundial atual, existem religiões que não


reconhecem Jesus como o Messias, algumas delas seriam o
Judaísmo11 12, o Islamismo13 e o Hinduísmo14. Já no Cristianismo15 16,
nos deparamos com um quadro heterogêneo, ou seja, de existirem
diversos grupos ou ramos, que estão em desacordo por uma série de
motivos e doutrinas, tais como os cristãos romanos 17, os ortodoxos18
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 74
e os evangélicos (ou protestantes) 19, e que por isso, mesmo que
confessem a fé no Cristo, não caminham juntos 20. Por conta dessa
situação, pode surgir o questionamento se, apesar de estarem
separadas, são todos ainda membros do corpo de Cristo, o Cabeça da
Igreja, e que todos os que estão em um desses grupos, podem ter a
convicção de serem cristãos e salvos. Para melhor entendermos essa
questão, seria interessante observarmos o significado de ser Igreja,
no qual, segundo a Confissão de Fé de Westminster (1647):

I. A igreja católica ou universal, que é invisível, consiste do


número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos
que ainda serão reunidos em um só corpo, sob Cristo, seu
Cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que
cumpre tudo em todas as coisas.

II. A igreja visível, que também é católica ou universal, sob o


evangelho (não sendo restrita a uma nação, como antes sob a
lei), consiste de todos aqueles que, pelo mundo inteiro,
professam a verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o
reino do Senhor Jesus, a casa e família de Deus, fora da qual
não há possibilidade ordinária de salvação. (Bíblia de Estudo de
Genebra, 2009, p. 1800)

Podemos perceber que a confissão faz a distinção entre igreja


visível21 e invisível22. A igreja visível seria o grupo de pessoas,
juntamente com os seus filhos, que confessam a fé cristã em todos os
lugares do mundo. No entanto, nem todos que dizem ser parte da
religião cristã, verdadeiramente creem em Cristo (Mt. 7:15-23; Mc.
4:1-20; Mt. 13:24-30), ou seja, não são regenerados ou nasceram de
novo, que é algo realizado pelo Espírito Santo quando a pessoa
escuta o evangelho. Enquanto a igreja invisível, que está inserida na
visível, são aqueles que realmente creem no Senhor Jesus. Ela é
invisível porque as pessoas não conseguem ver o que está dentro do
coração das outras, somente Deus pode, e é Ele mesmo que realiza
essa obra de transformação e salvação no Homem. Com relação às
igrejas visíveis, a Confissão de Fé de Westminster também informa
que “As igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e
ao erro; algumas têm-se degenerado a ponto de não mais serem

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 75


igrejas de Cristo, e sim sinagogas de Satanás” (Mt. 13:47-50; Rm.
11:20-22; Ap. 2:9). Quanto a essa última citação, uma dúvida que
surge, é a possibilidade de uma pessoa ser salva mesmo fazendo
parte de um grupo, que devido aos seus desvios, deixou de ser uma
igreja visível de Cristo23. Sobre isso, alguns autores têm a posição de
que não pode ser salva, outros acreditam que ela pode ser salva, à
medida que faz parte desse grupo de forma incoerente, ou seja, que
ela não crê nas coisas pelo qual aquele grupo deixou de ser uma
igreja visível, e por fim, de que ela poderia ser salva mesmo
subscrevendo os erros daquele grupo. Essa questão é de difícil
definição, já que nós não conseguimos saber até que ponto Deus irá
usar da sua Graça24, mas podemos ter o entendimento de que é dever
de todo cristão buscar fazer parte de um grupo que seja o mais fiel
possível ao que é revelado pela sagrada escritura, bem como ser um
agente que irá contribuir para que isso aconteça.

Apesar dos diferentes ramos da cristandade terem em comum


a crença no Filho de Deus (Jesus) e que na bíblia está a revelação
dEle, um dos motivos que podemos reconhecer como fator para as
divisões seriam as diferentes compreensões e interpretações sobre a
palavra do Senhor pelas pessoas em uma série de doutrinas. Essas
diferenças, muitas vezes, são tão profundas e importantes, que
notamos a dificuldade de entendimento e possível acordo, ou até
mesmo união, entre as partes. Porém, em seu catecismo, Ferrer
(pergunta 78, p. 32) pondera como um cristão deve considerar e agir
com relação aos cristãos que fazem parte de outros grupos, no qual,
ele diz “Consideramos os outros Cristãos, como irmãos em Cristo, e
oramos pela unidade que é a vontade de Cristo para a igreja. (ref. Jo.
17:20-26)”. Dessa forma, se muitas vezes temos facilidade de
apontarmos discordâncias, quais seriam os pontos de concordância
em relação à fé cristã entre todos os cristãos? A princípio poderíamos
pensar nos credos 25 ecumênicos26, mas até mesmo entre eles há
situações de divergências (como exemplo, podemos lembrar do
Credo Niceno, em que, enquanto os cristãos romanos e evangélicos
acreditam que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, os cristãos
orientais entendem que Ele procede somente do Pai). Então, em que
um cristão deveria crer? O Catecismo de Heildelberg [1563] (Bíblia
de Estudo de Genebra, 2009, p. 1762) responde, “Em tudo o que nos
é prometido no evangelho. O Credo Apostólico, a confissão da nossa

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 76


fé cristã, universal e indubitável, apresenta um resumo disso”. O
Credo dos Apóstolos é o credo mais conhecido no cristianismo, ele
era utilizado na Igreja Antiga para ensinar aos novos convertidos e os
que queriam se batizar as doutrinas básicas cristãs, além de ter sido
um valioso instrumento para combater heresias daquele período.
Segue abaixo o texto do Credo:

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi
concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu;
está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de
vir para julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na


comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição
do corpo; na vida eterna. Amém. (Anglada, 1998, p. 178-179)

Agora, quando nós voltamos à passagem citada no início


desse texto e a ampliamos mais um pouco, em que diz:

Depois Barnabé foi a Tarso à procura de Saulo. E, quando o


encontrou, levou-o para Antioquia. E, durante um ano inteiro, se
reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em
Antioquia, os discípulos foram, pela primeira vez, chamados de
cristãos. (At. 11:25-26; NAA)

Algumas considerações seriam interessantes de serem


observadas, como a importância dos cristãos caminharem juntos para
se ajudarem, cultuarem o Deus Trino, bem como testemunharem a fé
e um novo modo de viver em Cristo Jesus, como discípulos e
imitadores dEle (Ec. 4:9-12; Hb. 10:25; Mt. 28:18-20; Ef. 5:1-2; At.
2:42-47). A necessidade de irmãos mais experientes na fé ensinarem
aos novos convertidos e também proclamarem o evangelho de Jesus

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 77


para que outras pessoas sejam alcançadas e venham a crer Nele (Os.
4:6; 2 Tm. 3:15-17; Ef. 4:14; Rm. 10:13-15; Rm. 1:16). O Senhor,
com sua grande misericórdia e amor, ofereceu o seu próprio Filho,
para que fôssemos resgatados da eterna condenação, estávamos
mortos nos nossos delitos e pecados, mas agora fomos adotados
como filhos amados em Cristo. Que maravilhosa salvação! Somos
eternamento gratos pelo amor e graça que recebemos. Ao Senhor, o
único digno, toda honra, louvor e glória eternamente! Amém.

___________
Notas:
1. A imagem presente no início do texto é uma simbologia que faz
referência à Trindade. Autor da obra desconhecido. Disponível em:
<http://teologiaeliturgialuterana.blogspot.com/2018/05/domingo-da-santissima-
trindade.html>. Acesso em: 19 set. 2019.
2. A palavra “evangelho” (do grego: euaggelion) tem como significado
boa mensagem, boa notícia ou boas novas.
3. Referência a Jesus (Jo. 1:29). O termo “cordeiro divino” ou “cordeiro de
Deus” em Latim: Agnus Dei.

4. No monte chamado Gólgota (significado: caveira).

5. Em português significa Messias.

6. Segundo Schüler (2002, p. 422), a Septuaginta, do “Gr. septem + ginta;


lat. septuaginta. Setenta. A trad. gr. mais antiga do AT, feita do hebr., nos séculos
III e II a. C., no Egito, pra os judeus da Diáspora. Septuaginta é abrev. do título:
Trad. segundo os Setenta Anciões”.

7. SCHÜLER, Arnaldo. Dicionário enciclopédico de teologia – 1ºed. –


Canoas: Ed. ULBRA, 2002. p. 144.

8. Douglas (2006, p. 1361-1362), expõe o seu entendimento sobre Unção


ou Ungido, no qual “Pessoas e coisas eram ungidas no AT a fim de significar
santidade ou separação para Deus [...]. Fundamentalmente, a unção era um ato de
Deus (1 Sm. 10:1) – [...] – enquanto a palavra “ungido” era usada até mesmo
metaforicamente para significar a doação do favor divino (Sl. 23:5; 92:10) ou a
nomeação para algum lugar ou função especial do propósito de Deus (Sl. 105:15; Is.
45:1). Além disso, unção simbolizava equipamento para o serviço, e é associada ao
derramamento do Espírito de Deus (1 Sm. 10:1, 9; 16:13; Is. 61:1; Zc. 4:1-14) [...]”.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 78


9. Segundo Schüler (2002, p. 307), Messias “Do hebr. mashiah, ungido. A
Septuaginta e o NT traduzem mashiah com Christos (= ungido). Ex. do uso de
mashiah: “Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o Senhor e
contra o seu Ungido” (Salmo 2:2). No período véterotestamentário. O termo é usado
para designar sacerdotes, profetas, reis, os patriarcas (Salmo 105:15), a Ciro, o
Grande, fundador do império persa (Isaías 45:1), etc”.

10. SCHÜLER, Arnaldo. Dicionário enciclopédico de teologia – 1ºed. –


Canoas: Ed. ULBRA, 2002. p. 144.

11. Segundo Elwell (2009, vol. 2, p. 375-377), o Judaísmo é “A religião e


a cultura do povo judaico. A civilização judaica inclui dimensões históricas, sociais
e políticas, além da dimensão religiosa. A palavra “judaísmo” deriva do grego
loudaismos, termo empregado pela primeira vez no período intertestamentário pelos
judeus que falavam grego para distinguir a sua religião do helenismo (veja 2 Mac.
2:21; 8:1; 14:38). No NT, a palavra aparece duas vezes (Gl. 1:13-14) com referência
à devoção consumidora que anteriormente Paulo tinha à fé e vida judaicas. [...] A
religião hebraica começou a originar o judaísmo depois da destruição do templo e do
exílio de Judá, em 586 a.C. O termo “judeu”, no seu uso bíblico, é quase
exclusivamente pós-exílico. A religião judaica do período bíblico desenvolveu-se
través das etapas históricas, tais como a intertestamentária, a rabínica e a medieval,
até ao período moderno do judaísmo ortodoxo, conservador e reformado. [...] O
judaísmo contemporâneo fala de quatro colunas fundamentais da fé judaica, sendo
que cada uma influi sobre as demais como força importante que faz parte da
Aliança: (1) A Torá, sempre uma lei viva, à medida que sua forma escrita é
entendida à luz da forma oral; (2) Deus, uma unidade (um só), espiritual (não um
corpo) e eterno; (3) O povo (israelitas/judeus), chamado à existência por Deus como
membros de uma só família, uma personalidade coletiva, uma comunidade da fé; e
(4) a terra (conhecida hoje como Eretz Yisrael), um vínculo que remonta a Abraão, o
“pai do povo hebreu” (Gn. 17:7-8). Em sua expressão moderna, o judaísmo também
é formado pelas seguintes crenças tradicionais: [...] (6) O homem deve procurar a
paz, a justiça e a retidão. A salvação depende da melhoria da sociedade mediante
boas obras. Historicamente, os judeus têm visto o Messias como representante
humano ungido por Deus (não como Deus-homem) que introduzirá uma era dourada
de redenção sócio-espiritual. Hoje, no entanto, o judaísmo reformado ensina que a
era messiânica aparecerá quando a humanidade, coletivamente, através das suas
ações, alcançar um nível de verdadeira iluminação, paz e justiça”.

12. Algumas passagens bíblicas em que observamos os judeus não


reconhecerem que Jesus seja o Messias: Mt. 12:22-32; Mt. 13:53-58; Mt. 26:57-68;
Mt. 28:1-15; Mc. 11:15-19; Mc. 11:27-33; Lc. 4:16-30; Jo. 2:13-22; Jo. 5; Jo. 7; Jo.
8; Jo. 9:13-41; Jo. 10:22-42; Jo. 11:38-57; Jo. 12:9-43; Jo. 16:1-4.

13. Schüler (2002, p. 294), utiliza também a palavra “Maometismo”


quando aborda sobre o Islamismo, o qual, segundo ele seria uma “Religião fundada
por Maomé (570-632). O fundador afirmou que foi visitado pelo anjo Gabriel,
recebendo a incumbência de ser o projeta de Alá, que revelou, através dele, o
Alcorão, o livro sagrado do islamismo, ditado palavra por palavra, segundo a
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 79
concepção de maometanos que se consideram rigorosamente ortodoxos. Maomé
ordenou aos seus adeptos que conquistassem o mundo com a espada em uma das
mãos e o Alcorão na outra. Os maometanos reconhecem cinco profetas anteriores a
Maomé: Adão, Noé, Abraão, Moisés e Jesus. Consideram o maometismo religião
superior ao cristianismo. Negam a doutrina da Trindade. Sobre Jesus Cristo como
Filho de Deus, o Alcorão argumenta que o Criador não pode ter filho, já que não tem
mulher. O dia santificado dos islamitas é a sexta-feira. O islamismo é a religião que
mais cresce na atualidade. Segundo o Instituto Londrino de Pesquisas sobre o
Oriente Médio, em 934 havia 200 milhões de muçulmanos. Hoje (1989) são
aproximadamente 850 milhões. Uma das razões desse crescimento é a alta
natalidade”.

14. Segundo Bezerra, “O Hinduísmo é a terceira maior religião do mundo


(cerca de 1 bilhão de fiéis) e, provavelmente, a mais complexa. Ela engloba quase
todas as tradições religiosas daquela região (com exceção do budismo e jainismo). A
palavra hinduísmo é de origem persa para denominar o rio Indo (Hindu) e faz
referência a todos os povos que viviam no subcontinente indiano. No Hinduísmo,
não há um fundador, como em outras religiões. A partir disso, as divindades (que
podem chegar a milhões) fazem parte da vida cotidiana. Mesmo existindo templos, o
culto é realizado normalmente nos lares, onde existem altares para os deuses
favoritos. Nesse sistema de crenças, os dogmas não são rígidos, o que permite a
incorporação de tradições variadas. Contudo, respeita-se muito os textos sagrados, a
maior parte escrito em sânscrito. Deles, destacam-se o Ramáiana e o Maabárata,
com tratados religiosos e filosóficos, bem como narrativas míticas sobre os
governantes da Índia antiga. [...] É comum entre os hinduístas a prática de cantoria
(especialmente mantras), meditações e recitação de textos religiosos. Normalmente,
os rituais envolvem oferendas aos deuses, cultuados em forma de imagens e
meditações. [...] Outro aspecto importante refere-se à morte e a cremação,
considerada quase sempre obrigatória. Não raramente, os hindus também praticam
peregrinações, nas quais o destino favorito é o rio Ganges. Outro aspecto bem
conhecido no hinduísmo são os mantras, orações em forma de sons entoados que
auxiliam na concentração durante as meditações. O mantra mais conhecido é “OM”
(Aum). A crença na reencarnação é outro fato marcante nessa religião. Baseada no
Karma, uma lei moral de causa e efeito, a reencarnação é o ciclo contínuo de
renascimento a que estamos submetidos, chamado Samsara. Ele termina quando se
atinge o Nirvana (moksha), um estado de desprendimento e autoconhecimento que
só é alcançado pelos espíritos mais evoluídos e que não precisam mais reencarnar.
Lembrando que entre os hinduístas, uma alma pode reencarnar muitas vezes e sob
diversas formas (animais e vegetais). A veneração de imagens é outro ponto forte,
pois se consideram a imagem como manifestações divinas, para a qual existe uma
iconografia específica em termos artísticos. Outro fato curioso é a quantidade de
divindades adoradas, chegando a milhões de entidades diferentes. Contudo a
trindade (Trimurti): Brahma (criador do Universo), Shiva (Deus Supremo) e Vishnu
(responsável pelo equilíbrio do Universo) é a mais popular. Outras divindades, como
Ganesha (Deus da sabedoria), Matsya (salvador da espécie humana) e Sarasvati
(matrona das artes e da música) também são muito cultuadas. Por fim, os deuses (ou
devas) possuem muitos relatos épicos nos Puranas, onde narra-se sua descida à
Terra, em encarnações divinas chamadas "Avatares". [...] Considerada uma das
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 80
religiões mais antigas da humanidade, o Hinduísmo tem sua origem na pré-história e
remonta à Índia Antiga. Porém, é no período pré-clássico (1500-500 a.C.), Idade do
Ferro da Índia, que os Vedas serão escritos pelos invasores arianos, instituindo um
conjunto uniforme de crenças e formando o Hinduísmo Védico, onde se cultuava os
deuses tribais. Posteriormente, a trindade Brahma-Vishnu-Shiva irá marcar o
período conhecido como Hinduísmo Bramânico. Por fim, o Hinduísmo Híbrido terá
início com o advento do Cristianismo e Islamismo. É importante lembrar que o
Hinduísmo foi o caminho escolhido pelos indianos para a liberdade no século XIX,
quando Mahatma Gandhi conduziu-os, pela via pacífica, à independência política”.

15. Religião que tem como crença, o fato de Jesus de Nazaré ser o Filho de
Deus, o Messias que iria resgatar o ser humano das suas iniquidades e eterna
condenação.

16. Segue estimativo com relação ao número de seguidores das religiões


citadas, segundo Dantas, o Cristianismo “É a maior religião do mundo, com cerca de
2.106.962.000 de seguidores. [...] Islamismo: Possui aproximadamente
1.283.424.000 fiéis, é a segunda religião mais praticada no mundo. [...] Hinduísmo:
Com cerca de 851.291.000 fiéis, é a terceira maior religião e a mais velha do
mundo”. Com relação ao Judaísmo, Bezerra expõe que “O Judaísmo foi a primeira
religião monoteísta da história da humanidade (mais de três mil anos). Apesar de ser
a menor em número de fiéis (cerca de 15 milhões, maior parte desses na América do
Norte e Israel), é uma das grandes religiões abraâmicas, junto com o cristianismo e
islamismo. Judaísmo é uma palavra de origem grega (Iudaïsmós) para o topônimo
"Judá"”.

17. A partir do Edito de Milão (313 d. C.), percebe-se uma relação mais
próxima entre o Estado romano e a Igreja, antes desse período, pela historiografia, a
Igreja é denominada “Igreja Antiga”, no qual, Schüler (2002, p. 244), informa que
“Segundo uma parte dos historiadores, os três primeiros séculos, até Constantino I, o
Grande, o qual, com o Edito de Milão (313), concedeu liberdade religiosa aos
cristãos. Outros chamam a Igreja antiga o período que vai até Gregório Magno (590-
604)”. A partir de 313 d. C., Constantino implanta uma série de medidas em apoio à
Igreja cristã, bem como outras lideranças romanas, como no caso do Edito de
Valentiniano III (445), no qual concedia o primado (sinônimos de “primado”:
primazia, superioridade, supremacia) papal. Cairns (2008, p.106) também expõe
sobre essa relação, ele afirma que “Os reis seguintes continuaram a prática de
assegurar privilégios à Igreja até que o cristianismo se tornasse afinal a religião
oficial. O imperador Graciano renunciou ao título de Pontifex Maximus. Teodósio I
promulgou em 380 e 381 um edito tornando o cristianismo a religião exclusiva do
Estado. Qualquer pessoa que seguisse outra forma de culto receberia punição do
Estado. Em 392, o Edito de Constantinopla estabeleceu a proibição do paganismo. E
em 529, Justiniano desferiu mais um golpe no paganismo, quando determinou o
fechamento da escola de filosofia de Atenas”. Com relação ao número de
seguidores, o site oficial da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é a
instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja católica no País), em
19/05/2017 publicou que “Atualmente, o planeta possui cerca de 7 bilhões de
pessoas e aproximadamente 2,18 bilhões de pessoas que dizem professar a fé cristã.
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Esses dados foram revelados em um relatório do instituto de pesquisa americano
Pew Research Center, e mostra uma predominância entre as duas maiores tradições
cristãs do planeta: catolicismo e protestantismo. De acordo com o Pew Research, as
principais tradições cristãs são a católica, com 51,4% dos fiéis; os evangélicos, 36%
(sendo que a maioria segue a linha pentecostal); e os ortodoxos, que somam 12,6%”.
Portanto os cristãos romanos seriam cerca de 1,12 bilhões de pessoas.

18. Schüler (2002, p. 245), utiliza também a palavra “Igreja Oriental”


quando aborda sobre os cristãos ortodoxos, o qual, segundo ele “Igreja Oriental.
Também se diz Igreja Ortodoxa Oriental. Nome oficial: Igreja Católica Ortodoxa
Oriental. Com anatolike (oriental) não se quer restringir, mas apontar para a pátria
original do dogma cristão. A Igreja Oriental costuma chamar-se de Igreja dos Sete
Concílios (Nicéia, 325; Constantinopla 381; Éfeso, 431; Calcedônia, 451;
Constantinopla, 553; Constantinopla, 680-681, e Nicéia, 781). A designação Igreja
Católica Grega é errônea quando aplicada à Igreja Oriental. A Igreja Católica Grega
é a Igreja do rito grego unida com Roma. A Igreja Oriental e a Igreja romana estão
separadas desde o cisma de 1054, por vezes chamado de “Grande Cisma”, A Igreja
Oriental está dividida em treze igrejas nacionais (búlgara, grega, russa, etc). O
patriarca de Constantinopla mantém ainda o título de Patriarca Ecumênico”. Sobre
algunas considerações do “Grande Cisma”, Marriott (2016, p. 69), comenta que “As
diferenças culturais e linguísticas entre o Oriente e o Ocidente – a teologia oriental
tinha raízes na filosofia grega, enquanto a ocidental era baseado no direito romano –
acarretaram uma compreensão diferente da doutrina cristã, notadamente sobre a
primazia do papa e sobre o Espírito Santo – que na Igreja romana provém do Pai e
do Filho (incorporando o Filho no credo). As divergências chegaram ao limite em
1054, quando o papa Leão IX e o patriarca de Constantinopla, Michael Cerularius,
suprimiram os rituais gregos e latinos, respectivamente, de seus domínios. Isso levou
as duas Igrejas, por intermédio de seus representantes oficiais, a excomungar uma à
outra. O credo de Constantinopla, mais tarde, ficou conhecido como Igreja ortodoxa
e o do Ocidente como Igreja católica. A cisão entre as Igrejas jamais foi sanada,
embora o diálogo tenha sido reaberto em anos recentes e as excomunhões, revogadas
em 1965”. Segundo Chérolet (2019), “Atualmente, estima-se que a quantidade de
cristãos ortodoxos é de cerca de 250 milhões de seguidores”.

19. Os evangélicos (ou protestantes) é um grupo de cristãos que se


desassociou da Igreja romana em decorrência do movimento reformista do século
XVI. Tem como marco do seu início, o dia 31 de outubro de 1517, quando o padre
agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) afixou as suas 95 teses na porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg (atual Alemanha) convidando para um debate sobre elas,
no qual, discordava e fazia críticas quanto a doutrinas e práticas da "Igreja Católica
Romana" e do seu líder, o Papa, como a venda de indulgências, pois naqueles dias,
os clérigos romanos diziam aos fiéis que quando as adquirissem, teriam os seus
pecados perdoados e seriam salvos. Lutero acreditava que esse ensino contrariava as
verdades da escritura, a sua interpretação era que o homem poderia ser salvo
somente pela fé na obra redentora de Cristo na cruz, ou seja, um ato de Deus (pela
graça) e não através das obras humanas. Em 1521, na Dieta de Worms, ao sustentar
as suas idéias, Lutero foi excomunhado da Igreja romana. O termo "protestante",
segundo Mcgrath (2004, p. 305) foi “utilizado em consequência da Dieta de Speyer
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 82
(1529) para designar aqueles que “protestaram” contra práticas e crenças da Igreja
Católica Romana. Antes de 1529, esses indivíduos e grupos chamavam a si mesmos
de “evangélicos””. Ferreira (2013, p. 162) também acrescenta que “Em 1529, os
príncipes católicos reuniram-se em torno de uma resolução que impedia a introdução
da reforma em seus territórios, mas reclamavam liberdade de culto romano nos
territórios conquistados pelo movimento reformador. A recusa solene dos príncipes
evangélicos (die Evangelischen), como se chamavam, de concordar com essa
imposição tornou os reformadores conhecidos como “protestantes””. Com relação
ao número de seguidores, o site Educa Mais Brasil informa que "Atualmente,
existem mais de 801 milhões de seguidores do protestantismo em todo o mundo,
chegando a 37% de adeptos. Estando a maior parte dos seus féis situados no norte da
Europa, no Reino Unido e Estados Unidos, sendo os americanos o maior número de
fiéis ao protestantismo com mais de 160 milhões de cristãos".

20. Com relação a essa situação, observamos também a existência da


prática do ecumenismo por parte de uma parcela de pessoas que fazem parte desses
grupos. Elas têm o objetivo de estabelecer algum tipo de diálogo, bem como tentar
resolver as suas diferenças em favor de uma possível união ou convivência. Sobre o
ecumenismo, Elwell (2009, vol. 2, p. 2) também informa que é uma “tentativa
organizada de levar a efeito a cooperação e a união entre todos os crentes em Cristo.
A palavra “ecumênico” provém do grego oikoumene, “a totalidade da terra
habitada” (At. 17:6; Mt. 24:14; Hb. 2:5)”. Sobre a questão ecumênica, nós
observamos algumas vertentes quanto a objetivos e até que nível as pessoas estão
abertas a dialogarem, bem como os tipos de grupos que elas estariam receptivas para
a prática do ecumenismo. Como alguns exemplos, têm líderes de religiões diferentes
que se unem em prol de uma causa em comum, seja algo relacionado à sociedade ou
política e etc, há os que fazem parte de uma mesma religião, mas que são separados
por grupos diferentes, eles podem ter o interesse de defender algo em comum ligada
à sua moralidade ou usos e costumes, além de tentarem algum tipo de concordância
quanto a questões doutrinárias que poderiam os aproximar mais, outra possibilidade,
seria o diálogo entre pessoas de uma mesma religião e grupo, como o ecumenismo
entre evangélicos somente, nessa situação, eles podem se reunir com o objetivo de
defender os seus valores, liberdade de crença e opinião, e também questões
doutrinárias que divirjam de outros grupos. Eles estariam mais abertos a realizarem
cultos juntos, porém, congregando de forma separada (normalmente devido a terem
algumas doutrinas diferentes como a administração do batismo, Ceia e ligada à
eclesiologia de modo geral). Em alguns casos, pode existir a cooperação em áreas
como missões, evangelismo e doação de recursos. Para alguns estudiosos, enquanto
esse último exemplo seria considerada uma prática ecumênica dita como
“conservadora”, os outros exemplos citados teriam uma linha ecumênica mais
“progressista”.

21. O Catecismo Maior de Westminter (Genebra, 2009, p. 1809) na


pergunta 62 diz “O que é a igreja visível? Resposta: A igreja visível é uma sociedade
composta de todos quantos, em todos os tempos e lugares no mundo, professam a
verdadeira religião, juntamente com seus filhos. (Referências bíblicas: 1 Co. 1:2;
Gn. 17:7; At. 2:39; 1 Co. 7:14)”.

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22. O Catecismo Maior de Westminter (Genebra, 2009, p. 1809) na
pergunta 64 diz “O que é a igreja invisível? Resposta: A igreja invisível é o número
completo dos eleitos que têm sido e que hão de ser reunidos em um corpo sob
Cristo, o Cabeça. (Referências bíblicas: Ef. 1:10, 22, 23; Jo. 11:52; Jo. 10:16)”.

23. Alguns autores denominam esse tipo de grupo como “Seita”, no qual,
segundo Elwell (2009, vol. 3, p. 375), “O termo seita vem do latim, secta, termo
derivado do particípio passado de secare (contar, separar) ou de sequi (seguir), e tem
o sentido de partido, escola, facção. Refere-se a um grupo cuja identidade consiste
em pertencer parcialmente a um grupo social maior, normalmente um grupo
religioso. A identidade mais precisa de uma seita está em seu líder mais importante
ou em algum ensino ou prática peculiar. A palavra seita tem sido normalmente usada
para se referir a grupos que se separam de outros existentes, como foi o caso dos
primeiros cristãos que se separaram do judaísmo e também dos protestantes que se
separaram da Igreja Católica Romana. Além disso, o termo também tem sido
aplicado aos grupos que mantêm sua identidade sem se separar dos grupos maiores a
que pertencem. Tal é o caso, por exemplo, dos fariseus entre os judeus e dos
puritanos na Igreja Anglicana. Em um sentido mais amplo, até mesmo um
movimento religioso popular não organizado pode ser considerado uma seita”.

24. Significado de “Graça”: Favor imerecido ou sem merecer.

25. Na obra Early Chistian Creeds (1950, p. 1), um credo seria “uma
fórmula fixa que sumariza os artigos essenciais da religião cristã e que goza da
sanção da autoridade eclesiástica.” (apud DOUGLAS, 2006, p. 277).

26. Os credos ecumênicos considerados seriam o Credo dos Apóstolos (II


à VI D.C.), Credo Niceno (325 – 381 D.C.), Credo de Calcedônia (451 D.C.) e
Credo Atanasiano (V à VIII D.C.).

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VI

O QUE É JUSTIFICAÇÃO?

Estudo

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2020

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O Que é Justificação?

“Porque a justiça de Deus se revela no evangelho,

de fé em fé, como está escrito:

O justo viverá por fé”

Rm 1:17. (NAA).

No decorrer de nossas vidas, algumas dúvidas podem surgir


em nossos corações, como o sentido da vida (Rm. 11:36; 1 Co.
10:31), a existência de Deus (Dt. 6:4; Rm. 1:19-20), se Jesus de
Nazaré é o Filho de Deus (Mt. 3:16-17) e morreu na cruz do Calvário
(Mt. 27:32-56), bem como ressuscitou ao terceiro dia (Mt. 28:1-10)
para salvar os homens da eterna condenação, e por fim, se o ser
humano é salvo ou considerado justo pelo Criador, unicamente pela
fé em Jesus Cristo e seu sacrifício, ou através das obras da própria
pessoa, ou ainda uma união de fé e as suas obras, ou seja, como
acontece a justificação do homem?

Essa última pergunta, foi uma das questões mais importantes


debatidas no contexto da reforma protestante que ocorreu no século

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 86


XVI, no qual, teve como um dos maiores representantes, a figura do
padre agostiniano chamado Martinho Lutero (1483-1546), que no dia
31 de outubro de 1517 D.C. (essa data tornou-se o marco do início da
reforma), afixou as suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de
Wittenberg (atual Alemanha) convidando para um debate sobre elas.
Nesse documento, faziam-se críticas contra práticas e ensinos da
igreja romana e do seu líder, o Papa. Uma dessas críticas era a
prática da venda de indulgências pelos clérigos, em que se prometia
o perdão de pecados quando os fiéis as comprassem. Naquele tempo,
as pessoas viviam num estado constante de angústia e dúvida sobre o
seu destino eterno, já que não lhes garatiam a certeza da salvação de
suas almas somente pela fé nas boas novas de Cristo, além de lhes
ensinarem uma visão de Deus, com ênfase na sua ira e juízo. Lutero
também enfrentava os mesmos sentimentos daquela sociedade, e ao
estudar as sagradas escrituras, chegou a conclusões que mudou e
dividiu o cristianismo ocidental (já havia ocorrido uma divisão, que
ficou conhecida como “o Grande Cisma”, entre a Igreja Oriental
Bizantina e a Igreja Ocidental Romana no ano de 1054 D.C.). O
reformador relata o seguinte:

Noite e dia eu ponderei até que vi a conexão entre justiça de


Deus e a afirmação de que ‘o justo viverá pela fé’. Então eu
compreendi que a justiça de Deus era aquela pela qual, pela
graça e pura misericórdia, Deus nos justifica através da fé. Com
base nisso eu senti estar renascido e ter passado através de
portas abertas para dentro do paraíso. Toda a Escritura teve um
novo significado e, se antes a justiça me enchia de ódio, agora
ela se tornou para mim inexprimivelmente doce em um maior
amor. Esta passagem de Paulo se tornou para mim um portão
para o céu. (LUTERO citado por FERREIRA, 2013, p. 161)

Primeiramente, seria importante entendermos a situação do


ser humano depois da queda de Adão e Eva (Gn. 3), nossos
ancestrais e representantes, em que desobedeceram o Senhor e o
pecado entrou nesse mundo (Rm. 5:12), na carta do apóstolo Paulo
aos romanos (3:10-18) está escrito o seguinte:

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 87


Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há
quem busque a Deus. Todos se desviaram e juntamente se
tornaram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um
sequer. A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua
enganam, veneno de víbora está nos seus lábios. A boca, eles a
têm cheia de maldição e amargura; os seus pés são velozes para
derramar sangue. Nos seus caminhos, há destruição e miséria;
eles não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus
diante de seus olhos. (Nova Almeida Atualizada, 2017, p. 1618)

Através da passagem acima, podemos constatar que o pecado


trouxe grandes consequências sobre a realidade e ações do ser
humano, no livro de Eclesiastes, está escrito “Não há nenhum justo
sobre a terra que faça o bem e que não peque" (Ec. 7:20). Pensando
ainda sobre o estado espiritual do homem, na carta aos Efésios diz:
“vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados (...),
segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e
dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira” (Ef. 2:1-3).
Dessa forma, após a queda, constata-se que o ser humano apresenta-
se morto espiritualmente, desde o seu nascimento (Sl. 51:5), e devido
à sua natureza pecaminosa, herdada de Adão, quebrando
constantemente os preceitos e desígnios do Senhor revelados na
sagrada escritura (a Bíblia), o que nos permite eliminar a opção de
que podemos ser salvos ou declarados justos através da obediência
dos mandamentos ou obras da lei, como está escrito: “Ora, sabemos
que tudo o que a lei diz é dito aos que vivem sob a lei, para que toda
boca se cale, e todo o mundo seja culpável diante de Deus. Porque
ninguém será justificado diante de Deus por obras da lei, pois pela lei
vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm. 3:19-20).

Ficamos ainda com duas opções, que seria o homem ser


justificado somente pela fé (defendida pela tradição protestante ou
evangélica) ou a união de fé e obras (defendida pela tradição
romana). As duas reconhecem a necessidade do ser humano de um
salvador, ou seja, de um substituto e representante imaculado (sem
pecado) capaz de fazer expiação (reconciliação) por causa dos seus
pecados contra o Senhor. No tempo dos crentes do antigo testamento,
era realizado o sacrifício de alguns animais como aves e cordeiros
(Êx. 29:38-46; Lv. 1), no qual, tratava-se apenas de sombras e

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 88


representações que apontavam ao único, perfeito e eterno sacrifício
de Jesus Cristo (Hb. 8:1-10:18) no período do novo testamento
(aprox. 33 d.C.), não sendo mais preciso outra oferta pelo pecado. Os
protestantes e os romanos1 depositam a sua confiança no Cristo, o
que os tornam parte da religião Cristã (ou cristianismo), porém, ainda
há a controvérsia doutrinária entre salvação apenas pela fé em Jesus
ou a união de fé e obras. Para defender os seus posicionamentos, são
utilizadas passagens da escritura que aparentemente parecem divergir
uma da outra, principalmente entre dois autores da bíblia, no caso,
Paulo e Tiago, no qual escrevem em suas cartas os seguintes ensinos:

Romanos 4:1-16

Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a


carne? Porque, se Abraão foi justificado por obras, tem de que
se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que diz a Escritura?
2
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça”.
Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e
sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele
que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E é
assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a
quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: “Bem-
aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos
pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o
Senhor jamais imputará pecado”. Vem, pois, esta bem-
aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também
sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: “a fé foi imputada a
Abraão para justiça”. Como, pois, lhe foi atribuída? Estando
ele já circuncidado ou ainda incircunciso? Não no regime da
circuncisão, e sim quando incircunciso. E recebeu o sinal da
circuncisão como selo da justiça da fé que teve quando ainda
incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que creem, embora
não circuncidados, a fim de que lhes fosse imputada a justiça, e
pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas
circuncisos, mas também andam nas pisadas da fé que teve
Abraão, nosso pai, antes de ser circuncidado. Não foi por
intermédio da lei que a Abraão ou a sua descendência coube a
promessa de ser herdeiro do mundo, e sim mediante a justiça da
fé. Pois, se os da lei é que são os herdeiros, anula-se a fé e
cancela-se a promessa, porque a lei suscita a ira; mas onde não
há lei, também não há transgressão. Essa é a razão por que
provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja
firme a promessa para toda a descendência, não somente ao que

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 89


está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve
Abraão (porque Abraão é pai de todos nós (...)). (Almeida
Revista e Atualizada, 1999, p. 164; subtítulo e grifo nosso).

Tiago 2:14-26

Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé,


mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se
um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e
necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes
disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes
dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim,
também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas
alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé
sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês,
tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e
tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a
fé sem as obras é inoperante? Não foi por obras que Abraão, o
nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o
próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com
as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou,
e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em
Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado
amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada por
obras e não por fé somente. De igual modo, não foi também
justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os
emissários e os fez partir por outro caminho? Porque, assim
como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem
obras é morta. (Almeida Revista e Atualizada, 1999, p. 246;
subtítulo e grifo nosso).

Quando lemos os trechos bíblicos acima, podemos ter a


impressão de que Paulo defende a justificação pela fé somente,
enquanto que Tiago estaria defendendo uma justificação por fé e
obras, o que seria identificar uma contradição na escritura, porém
não devemos chegar a essa conclusão, porque estaria infligindo o
entendimento doutrinário de que a escritura é inerrante (sem erros).
Portanto, devemos nos lembrar de alguns parâmetros para a
interpretação do texto bíblico, como entender que o Senhor diz em
sua palavra algo com um único sentido e não múltiplo, a escritura
interpreta a própria escritura, quando uma passagem for de difícil

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compreensão, podemos buscar o auxílio de outras passagens que
falam de forma mais clara quanto aquele assunto, bem como que
qualquer doutrina elaborada, deve estar de acordo com todo o ensino
da escritura.

Então, ao tentarmos harmonizar os dois textos, nós podemos


nos atentar para os seguintes pontos: Quando observamos outras
passagens, o entendimento do ensino da justificação pela fé somente
também é mais plausível, como exemplos, temos: “Porque pela graça
vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de
Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef. 2:8-9), “e, por
meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais
vocês não puderam ser justificados pela lei de Moisés” (At. 13:39), e
“Eis que a sua alma está orgulhosa! A sua alma não é reta nele; mas
o justo viverá pela sua fé”. (Hc. 2:4). Em seu comentário sobre o
texto de Tiago, Carson (Comentário bíblico: Vida Nova, 2009, p.
2042) faz a seguinte afirmação: “A fé sem atos (ou obras) é como um
defunto, um corpo sem espírito ou sopro. Tal coisa é morta, inútil e
só serve para ser enterrada. Tal fé não salvará a pessoa. A verdadeira
fé salvífica é a que resulta em obras ou atos de obediência a Deus”.
Talvez, uma dificuldade que as pessoas possam ter, seria a
compreensão correta do que seja fé (Hb. 11). Devemos levar em
conta o contexto da carta de Tiago e para quem ele está se dirigindo,
além do ensino ou mensagem que ele queria expor, que seria a
necessidade do cristão ter uma vida que condiz com a sua fé, talvez
algumas pessoas estivessem acreditando que bastava escutar a
palavra do Criador para a sua salvação, mas sem ter uma fé viva e
operante, como ele mesmo afirma e exorta “Sejam praticantes da
palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos” (Tg.
1:22), e também o próprio apóstolo Paulo aborda sobre essa questão
quando pergunta aos seus leitores “Que diremos, então?
Continuaremos no pecado, para que a graça aumente ainda mais? De
modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós, que já
morremos para ele?” (Rm. 6:1-2). Esse, aliás, é um dos argumentos
levantados pelos opositores sobre a doutrina da justificação somente
pela fé (Sola Fide), eles acreditam que com esse ensinamento, as
pessoas viveriam em licenciosidade ou libertinagem, o que não é
verdade, já que o cristão que nasceu de novo possui uma nova
natureza em Cristo Jesus (2 Co. 5:17), o Espírito Santo passa a

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 91


habitar nele e a habilitá-lo a praticar boas obras. Todavia, por causa
da natureza pecaminosa que permanece no crente mesmo após a sua
conversão, ele não consegue cumprir de forma perfeita a lei (1 Jo.
1:8; Rm. 7:7-25), porém é mortificada e perdoada em Cristo.

Dessa forma, chegamos ao entendimento que os autores


bíblicos não estão em desacordo, e que Tiago, na verdade, está
ensinando em sua carta a importância da prática de boas obras pelos
cristãos, como filhos de Deus, não como condicionante para a
salvação, mas como frutos de uma verdadeira fé, na qual gera boas
obras, como está escrito na carta aos Efésios, “Pois somos feitura
dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de
antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef. 2:10), e também
“Assim, meus amados, como vocês sempre obedeceram, não só na
minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência,
desenvolvam a sua salvação com temor e tremor, porque Deus é
quem efetua em vocês tanto o querer como o realizar, segundo a sua
boa vontade.” (Fp. 2:12-13). A Confissão de Fé de Westminter
(1647) também comenta sobre a questão das boas obras na vida do
discípulo de Jesus:

Capítulo XVI

Das boas obras

V. Não podemos, pelas nossas melhores obras, merecer da mão


de Deus perdão de pecado ou a vida eterna, porque é grande a
desproporção que há entre elas e a glória por vir, e infinita a
distância que vai de nós a Deus, a quem não podemos ser úteis
por meio delas, nem satisfazer pela dívida dos nossos pecados
anteriores, e porque, como boas, procedem do Espírito; e, como
nossas, são impuras e misturadas com tanta fraqueza e
imperfeição, que não podem suportar a severidade do juízo de
Deus; assim, depois que tivermos feito tudo quanto podemos,
temos cumprido tão-somente o nosso dever, e somos servos
inúteis.

Referências bíblicas: Rm. 3:20; Rm. 4:2-6; Ef. 2:8-9; Gl. 5:22-
23; Is. 64:6; Sl. 143:2; Sl. 130:3; Lc. 17:10. (Assembéia de
Westminter, 2018, p. 272)

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 92


Seria importante conhecermos outras considerações e
argumentos que os dois grupos fazem sobre a doutrina em discursão,
o que nos faz lembrar as afirmações realizadas no Concílio de Trento
(1545-1563 d.C.) pelos cristãos romanos, como resposta e oposição
aos ensinos dos reformadores protestantes do século XVI. Como
exemplo, declara-se o seguinte:

Cânone. 11. Se alguém disser que os homens são justificados ou


2
só pela imputação da justiça de Cristo, ou só pela remissão dos
pecados, excluídas a graça e a caridade que o Espírito Santo
3
infunde em seus corações e neles inerem; ou também que a
graça pela qual somos justificados é somente um favor de Deus
— seja excomungado. (Concílio de Trento, 1543-1563, grifo
nosso)

Sobre a justificação ser imputada ou infundida, que é um


ponto de divergência entre os romanos e protestantes, o autor R. C.
Sproul realiza algumas considerações e explicações em sua obra,
segue abaixo:

A Igreja Católica Romana dizia que a causa instrumental da


justificação é o sacramento do batismo. O batismo confere
sacramentalmente ao recipiente a graça da justificação; em
outras palavras, a justiça de Cristo é derramada na alma
daquele que recebe o batismo. Esse derramamento de graça na
alma é chamado “infusão”. Portanto, Roma não crê que pessoas
são justificadas sem a graça ou a fé, mas que a justificação vem
como resultado de uma infusão de graça pela qual a justiça
humana se torna possível. Então, disse Roma, para que as
pessoas se tornem justas, elas têm de cooperar com a graça
infundida. Têm de concordar com essa graça em tal grau que a
justiça seja alcançada. (...) aqueles que cometem um pecado
mortal perdem a graça da justificação. (...) Um pecador pode
ser restaurado ao estado de justificação por meio do sacramento
de penitência (...). Assim, Roma tem realmente duas causas
instrumentais de justificação: o batismo e a penitência. Em
oposição a este ponto de vista, os reformadores protestantes
argumentaram que a única causa instrumental da justificação é
a fé. Logo que pessoas abraçam a Cristo pela fé, o mérito de
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 93
Cristo é transferido para elas. Enquanto Roma sustenta a
justificação por infusão, os protestantes sustentam a justificação
por imputação. A Igreja Católica Romana diz que Deus declara
alguém justo somente por virtude de sua cooperação com a
graça infundida de Cristo. Para os protestantes, a base da
justificação permanece exclusivamente na justiça de Cristo –
não a justiça de Cristo em nós, mas a justiça de Cristo por nós,
a justiça que Cristo realizou em sua obediência perfeita à lei de
Deus. (...) Quando Lutero dizia que a justificação é somente pela
fé, queria dizer que a justificação é somente por meio de Cristo,
por meio do que ele realizou para satisfazer as exigências da
justiça de Deus. A imputação envolve transferência da justiça de
outra pessoa. A infusão envolve uma implantação de justiça que
é inerente ou existe em nós. (R. C. Sproul, 2017, p. 338-340)

Um documento contemporâneo a nós que seria importante


citarmos, é a Declaração de Cambridge (1996 d.C.), nele, são
expostos os “cinco solas” da reforma protestante, ou seja, cinco
pontos que foram considerados fundamentais e resultantes dos
escritos dos reformadores no século XVI, apesar que provavelmente
eles não os desenvolveram de forma sistemática, conforme a
declaração, podemos reconhecer que eles exprimem fielmente os
pensamentos dos reformistas. Os cinco pontos são: Sola 4 Scriptura
(Somente a Escritura), Solus Christus (Somente Cristo), Sola Gratia
(Somente a Graça), Sola Fide (Somente a Fé) e Soli Deo Glória
(Glória somente a Deus). Ainda sobre o desentendimento entre
justiça imputada e infundida, ela é refererida quando a Declaração de
Cambridge aborda sobre o “Sola Fide”, segue abaixo:

Reafirmamos que a justificação é somente pela graça, somente


por intermédio da fé, somente por causa de Cristo. Na
justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único
meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus. Negamos
que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós
possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de
Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja,
mas negue ou condene sola fide, possa ser reconhecida como
igreja legítima. (Aliança de Evangélicos Confessionais, 1996;
grifo nosso)

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 94


Quando tentamos entender melhor o conceito de justificação
sobre o ponto de vista protestante, conforme o título desse texto, de
forma mais ampla, podemos usar como recursos os catecismos dessa
tradição, o catecismo Nova Cidade (KELLER, 2017, p. 141), quando
pergunta sobre o significado de justificação, ele diz: “Justificação
significa nossa justiça declarada diante de Deus, tornada possível
pela morte e a ressurreição de Cristo por nós”. O Catecismo Maior
de Westminter (1647 d.C.) também diz o seguinte sobre essa
doutrina:

Pergunta 70. O que é justificação?

Resposta: Justificação é um ato da livre graça de Deus para


com os pecadores, no qual ele os perdoa, os aceita e considera
justos diante dele, não por qualquer coisa neles operada, nem
por eles feita, mas unicamente pela perfeita obediência e plena
satisfação de Cristo, a eles imputadas por Deus e recebidas só
pela fé.

Referências bíblicas: Rm. 3:22-25; Rm. 4:5; 2 Co. 5:19-21; Ef.


1:6-7; Rm. 3:24-25, 28; Rm. 5:17-19; Rm. 4:6-8; Rm. 5:1; At.
10:43. (Assembéia de Westminter, 2018, p. 140)

Em 31 de outubro de 1999 d.C., representantes da Federação


Luterana Mundial (FLM), na figura do bispo Christian Krause, e da
Igreja Católica Romana, na pessoa do cardeal Edward I. Cassidy,
assinaram em Augsburgo (atual Alemanha) a Declaração Conjunta
sobre a Doutrina da Justificação, na qual, estabelece-se um diálogo e
uma Declaração Comum (DC) sobre a doutrina da justificação
somente pela fé, posteriormente foi adotada pelo Conselho Metodista
Mundial (2006), pela Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas
(2017) e pela Comunhão Anglicana (2017). Segue abaixo um trecho
do seu texto:

22. Confessamos juntos que Deus, por graça, perdoa ao ser


humano o pecado, e o liberta ao mesmo tempo do poder
escravizador do pecado em sua vida e lhe presenteia a nova vida

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 95


em Cristo. Quando o ser humano tem parte em Cristo na fé,
Deus não lhe imputa seu pecado e, pelo Espírito Santo, opera
nele um amor ativo. Ambos os aspectos da ação graciosa de
Deus não devem ser separados. Eles estão correlacionados de
tal maneira que o ser humano, na fé, é unido com Cristo que em
sua pessoa é nossa justiça (cf. 1 Cor 1, 30): tanto o perdão dos
pecados quanto a presença santificadora de Deus. Porque
católicos e luteranos confessam isso conjuntamente, deve-se
dizer:

23. Quando luteranos enfatizam que a justiça de Cristo é nossa


justiça, querem sobretudo assegurar que ao pecador, pelo
anúncio do perdão, é representada a justiça perante Deus em
Cristo e que sua vida é renovada somente em união com Cristo.
Quando dizem que a graça de Deus é amor que perdoa ("favor
de Deus"), não negam com isso a renovação da vida do cristão,
mas querem expressar que a justificação permanece livre de
cooperação humana, tampouco dependendo do efeito renovador
de vida que a graça produz no ser humano.

24. Quando católicos enfatizam que ao crente é presenteada a


renovação da pessoa interior pelo recebimento da graça,
querem assegurar que a graça perdoadora de Deus sempre está
ligada ao presente de uma nova vida, que no Espírito Santo se
torna efetiva em amor ativo; mas não negam com isso que o dom
da graça divina na justificação permanece independente de
cooperação humana. (Declaração Conjunta sobre a Doutrina da
Justificação, 1999)

Numa entrevista, o pastor Martin Junge, atual secretário-


geral da FLM, respondeu algumas questões sobre as consequências
da realização da declaração conjunta, segue uma parte dela:

Qual é o conteúdo e a importância da Declaração Conjunta


sobre Justificação pela Fé?

A Declaração Conjunta recompôs a maior controvérsia


teológica que dividiu por séculos católicos e luteranos, no que
diz respeito à doutrina da justificação pela graça através da fé.
É claro que também houveram outros fatores políticos,
econômicos e sociais que levaram à divisão do cristianismo
ocidental no século XVI. No entanto, a questão de como a
salvação alcance os seres humanos através de Jesus Cristo foi
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 96
aquela em torno da qual a divisão foi mais claramente
delineada. Com a JDDJ, luteranos e católicos encontraram uma
base consensual e retiraram as condenações com as quais se
acusaram reciprocamente no passado. Podemos afirmar que a
JDDJ é um marco na jornada rumo à unidade dos cristãos. (20
anos da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação,
2019)

No entanto, teve um grupo de luteranos (protestantes) que


não concordaram ou subscreveram o documento formulado, dentre
esses, os que fazem parte da Igreja Luterana Sínodo de Missouri, em
que o seu presidente publicou uma declaração sobre o documento:

Na verdade, a Declaração Conjunta é um texto ambíguo cuja


cuidadosa redação torna possível aos representantes do Papa
assinarem-no sem mudar, retratar ou corrigir coisa alguma do
que tem sido ensinado pela Igreja Católica Romana desde o
tempo do Concílio de Trento no século XVI. Nós, membros de
uma corporação eclesiástica confessional luterana, devemos
dizer com toda ousadia e vigor que a Declaração Conjunta
dificilmente se constitui no espetacular avanço, segundo alguns
alegam. O documento não representa uma mudança nos ensinos
da Igreja Católica Romana. Nada faz para repudiar as
formulações doutrinárias emitidas no Concílio de Trento. Roma
indicou que o acordo não representa um entendimento quanto
ao papel da renovação e santificação na vida cristã. Para a
Igreja Católica Romana, essa renovação e santificação são
parte da justificação; para o luteranismo, justificação é pela fé
somente, à parte de quaisquer obras da lei (Romanos 3:28).
Ainda outro esclarecimento romano sobre a declaração (a
ausência de quaisquer esclarecimentos luteranos é digna de
nota) afirma que “a vida eterna é, a um só tempo, graça e
recompensa dada por Deus por boas obras e mérito”. Essa
asserção contradiz as Sagradas Escrituras (tais como em Efés.
2:8, 9), que claramente ensinam que a salvação do pecador é
sempre e tão-somente pela graça, por causa de Cristo,
unicamente mediante a fé, à parte das obras. Sublinharíamos a
observação perceptiva do Vaticano de que conquanto a
Federação Luterana Mundial haja tentado obter as assinaturas
de uma larga variedade de grupos luteranos num esforço para
conseguir um grande consenso, “permanece, contudo, a questão
da real autoridade de tal consenso sinodal, hoje e também
amanhã, na vida e doutrina da comunidade luterana”. Em
outras palavras, a Federação Luterana Mundial não fala
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 97
oficialmente pelo luteranismo mundial, um ponto claramente
reconhecido pelo Vaticano. (Hoh Jr.)

Depois de termos abordado sobre a doutrina da justificação,


através do texto acima, sentimo-nos compelidos a afirmar as nossas
convicções, de que o ser humano é salvo ou justificado somente pela
fé em Jesus Cristo e nunca pelas nossas obras, ou uma união entre as
duas coisas, pois reconhemos as nossas fraquezas e insuficiência de
cumprir perfeitamente as ordenanças do Senhor, a glória é toda de
Cristo! Sim, o Cristo da salvação! Somos as ovelhas perdidas,
estamos mortos no mais profundo oceano, precisamos do bom pastor
para nos resgatar das trevas! Não temos nada a oferecer, a glória é
toda de Cristo! Ele sim, viveu em retidão e cumpriu toda a justiça, a
glória é toda de Cristo!

Para finalizar, gostaria de propor algumas perguntas aos


leitores para reafirmarmos o ensino exposto até agora. Que possamos
nos preparar5 para respondê-las conforme a escritura: Você escutou o
santo evangelho e creu no nosso Senhor Jesus Cristo, diga-me,
porque você é salvo? Resposta: Porque Jesus morreu por mim. Já
passaram cinco anos desde que você creu no evangelho e tem
buscado aprender a vontade do Criador para a sua vida, além de ter
mudado muitas atitudes para se conformar aos seus mandamentos,
diga-me, porque você é salvo? Resposta: Porque Jesus morreu por
mim. Agora, esses são os seus últimos suspiros, você está na cama
prestes a falecer, combateu o bom combate, desde que se converteu,
buscou ter uma vida reta aos olhos do Senhor, anunciou a boa notícia
para muitos, ajudou o seu próximo, um exemplo para os da sua
geração, um verdadeiro peregrino, diga-me, porque você é salvo?
Resposta: Porque Jesus morreu por mim. Sim, meu irmão! Sim!
Permaneça na rocha, ela é inabalável, podem vir tempestades e
ventos impetuosos que você estará seguro nela, descanse e tenha
confiança no lugar que está, pois ela não foi feita de mãos humanas,
mas da mão onipotente de Deus! A esperança nossa, o Cristo da
salvação!

Amém.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 98


___________
Notas:

1. Cristãos que fazem parte da instituição denominada Igreja Católica


Apostólica Romana.

2. ou atribuído (NAA).

3. Sinônimos de Infundir: derramar, verter, incutir, suscitar.

4. A palavra Sola significa somente em Latim, que era a língua ou idioma


mais utilizado na época da reforma pelos eruditos e nos trabalhos acadêmicos.

5. Cinge os lombos para os antigos como eu.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 99


VII

O QUE É ADOÇÃO?

Estudo

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 100


O Que é Adoção?

“Em amor nos predestinou para ele, para sermos adotados

como seus filhos, por meio de Jesus Cristo.”

Ef. 1:5. (NAA).

Em nossa sociedade, muitas vezes nos deparamos com


alguns entendimentos ou conceitos ligados à religiosidade que é
sempre importante termos uma atitude reflexiva e analítica sobre
aquilo que está sendo propagado, já que muitas vezes, corremos o
risco de sermos influenciados e até mesmo de repetir algumas
afirmações que na verdade podem estar equivocadas, como
exemplos, nós podemos lembrar o uso de chavões1 como “Deus é
brasileiro!”, ou “todos os caminhos levam à Deus” e também “todos
são filhos de Deus!”. Sobre essa última expressão citada, nós vamos
pensar e analisar um pouco mais. Será que todos são filhos de Deus?

O próprio uso do termo “filho” pode nos deixar em dúvida.


Será que podemos utilizar essa expressão quando estamos nos
referindo ao relacionamento que temos com Deus? Porque quando
lemos algumas passagens bíblicas, como “Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito2, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3:16), e
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 101
também no Credo Apostólico (Anglada, 1998, p. 178-179) em que
diz “E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor”, parece que
somente Jesus poderia ser chamado assim. Sobre essa questão, o
Catecismo de Heidelberg (1563) aborda:

Pergunta 33. Por que Cristo é chamado de “o único Filho de


Deus” se também somos filhos de Desus?

Resposta: Porque só Cristo é, por natureza, o Filho eterno de


Deus. Nós, porém, somos filhos adotivos de Deus pela graça,
por causa de Cristo.

Referências bíblicas: Jo. 1:14, 18; Jo. 3:16; Rm. 8:32; Hb. 1:1,
2; 1 Jo. 4:9, Jo. 1:12; Rm. 8:15-17; Gl. 4:6; Ef. 1:5-6. (Bíblia de
Estudo de Genebra, 2009, p. 1763)

Dessa forma, nós podemos ter em mente que enquanto Jesus


é o único Filho eterno de Deus (Mt. 3:13-17; Jo. 1:1-5; Jo. 1:18), por
natureza, aqueles que creem em Cristo se tornam filhos do Pai
celeste por adoção (Jo. 1:12). Com relação à doutrina da adoção, a
Confissão de Fé de Westminster (1647) também comenta:

Capítulo XII

Da Adoção

I. A todos os que são justificados, Deus se digna fazer


participantes da graça da adoção em e por seu único Filho
Jesus Cristo. Por essa graça, eles são recebidos no número dos
filhos de Deus e desfrutam a liberdade e os privilégios dele, têm
sobre si o nome dele, recebem o Espírito de adoção, têm acesso,
com ousadia, ao trono da graça e são habilitados a clamar:
“Abba, Pai”; são tratados com piedade, protegidos, providos e
por ele corrigidos por ele, como por um pai; nunca, porém,
abandonados, mas selados para o dia da redenção, e recebem as
promessas como herdeiros da eterna salvação.

Referências bíblicas: Ef. 1:5; Gl. 4:4-5; Rm. 8:17; Jo. 1:12; Jr.
14:9; 2 Co. 6:18; Ap. 3:12; Rm. 8:15; Ef. 3:12; Gl. 4:6; Sl.
103:13; Pv. 14:26; Mt. 6:30, 32; Hb. 12:6; Lm. 3:31-32; Ef.
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4:30; Hb. 6:12; 1 Pe. 1:3-4; Hb.1:14. (Bíblia de Estudo de
Genebra, 2009, p. 1793)

Na escritura, é exposta outra realidade sobre as pessoas que


não creem em Jesus e estão longe dos seus caminhos, mortos nos
seus delitos e pecados. Como exemplos, nós temos passagens como
“Entre eles também nós todos andamos no passado, segundo as
inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os
demais” (Ef. 2:3), “Porque, quando vocês eram escravos do pecado,
estavam livres em relação à justiça. Naquele tempo, que frutos vocês
colheram? Somente as coisas de que agora vocês se envergonham.
Porque o fim delas é morte” (Rm. 6:20-21) e “Vocês são do diabo,
que é o pai de vocês, e querem satisfazer os desejos dele” (Jo. 8:44).
Portando, enquanto os que creem em Cristo são filhos de Deus,
santos3 e libertos do pecado (1 Jo. 3:1; 1 Co. 6:11; Rm. 6:22), os que
não creem em Jesus são considerados filhos da ira ou do Diabo e
escravos do pecado. Alguns autores também afirmam que os
descrentes, em vez de serem filhos de Deus, são somente criaturas
dEle. O relato bíblico nos ajuda a responder a pergunta do começo
do texto e concluir que não são todos filhos de Deus, mas somente os
que estão em Cristo.

Talvez, quando uma pessoa tem uma convivência difícil ou


negativa com relação às suas figuras paternas terrenas, pode ser um
pouco difícil considerar e ter um relacionamento com o Senhor como
um pai, mas nós devemos sempre ter em mente a relação entre o Pai
celeste e Jesus, seu filho amado, que é apresentado na bíblia (Mt.
3:17; Jo. 17; Jo. 6:22-71; Jo. 10:22-42; Jo. 11:40-42) como um
modelo para nós (Pv. 3:11-12; Ap. 3:19). O nosso chamado, como
cristãos, é de termos um relacionamento vivo, íntimo e crescente
com o Criador, e com esse intuito, nós podemos recorrer ao uso dos
meios de graça (palavra de Deus, batismo, ceia e oração), dentre eles,
com relação a nossa comunhão diária com Deus, podemos destacar a
leitura da escritura (para conhecer o que lhe aprouve revelar sobre si,
bem como a sua vontade) e também a oração (em que conversamos
com Ele). O Catecismo Nova Cidade (2017, p. 167) afirma que “A

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 103


oração é derramar nossos corações a Deus em louvor, petição,
confissão de pecado e ações de graças”.

Pai das luzes, o seu amor revelado na cruz nos constrange


(Jo. 3:16), muito obrigado pela dádiva de ser agora um filho teu. Por
ter acesso e comunhão com o Senhor mediante Jesus Cristo. Eu
reconheço que era como o filho pródigo4, e tentei preencher o meu
coração com os prazeres que esse mundo poderia me dar, mas como
bem disse Agostinho (2015, p. 219), “nos criaste para ti, e o nosso
coração não tem sossego enquanto não repousar em ti”, e
verdadeiramente, agora posso dizer que pela sua bondade, tenho a
paz que excede todo o entendimento. Percebo, porém, que ás vezes
ainda teimo em buscar alegrias em outros lugares. Ah, meu Pai!
Ajuda-me, mude esse obstinado coração! Que eu possa buscar cada
vez mais a ti e me alegrar somente em ti (fp. 4:4; Dt. 6:4-5). Amém.

___________

Notas:

1. ou afirmações.
2. Sobre o termo “unigênito” segundo Elwell (2009, vol. 3, p. 595), “A
palavra monogenes ocorre nove vezes no NT, com referência a Isaque (Hb. 11:17), o
filho da viúva (Lc. 7:12), a filha de Jairo (Lc. 8:42), o menino endemoninhado (Lc.
9:38), e Jesus Cristo (Jo. 1:14, 18; 3:16; 1 Jo. 4:9). Na LXX, é usada para traduzir
yahid, que significa o “único” (Jz. 11:34, e. g.)”.
3. Significado: Separados por Deus e para Deus.
4. Referência bíblica: Lucas 15:11-32.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 104


VIII

O QUE É SANTIFICAÇÃO?

Estudo

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 105


O Que é Santificação?

“Pois a vontade de Deus é a santificação de vocês.”

1 Ts. 4:3. (NAA).

Depois que nós passamos pelo momento de conversão, ou


seja, de reconhecer Jesus como o nosso Senhor e Salvador ao
ouvirmos a mensagem do evangelho, em alguma ocasião, nos
deparamos com a orientação de que devemos trilhar ou vivenciar um
processo de santificação, quer através da leitura bíblica, ou com uma
pessoa mais experiente na fé que lhe está ensinando as doutrinas
cristãs, mas o que seria essa santificação?

Inicialmente, seria importante entendermos o significado da


palavra “santo” (do latim sanctus, no hebraico qdsh e grego
hagiasmos)1, no qual, segundo Elwell (2009, vol. 3, p. 350), “é a
separação para Deus”, já que dela deriva o substantivo
“santificação”. No Catecismo Maior de Westminter 2 (1647), nós
temos a explicação desse último termo, segue abaixo:

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 106


Pergunta 75. O que é santificação?

Resposta: Santificação é a obra da graça de Deus pela qual os


que Deus escolheu, antes da fundação do mundo, para serem
santos são, nesta vida, pela poderosa operação de seu Espírito,
que aplica a morte e a ressurreição de Cristo, renovados no
homem interior, segundo a imagem de Deus, tendo os germes do
arrependimento que conduz à vida e de todas as outras graças
salvadoras implantadas no coração deles, e tendo essas graças,
de tal forma estimuladas, aumentadas e fortalecidas, que eles
morrem cada vez mais para o pecado e ressuscitam para
novidade de vida.

Referências bíblicas: Ef. 1:4; 1 Co. 6:11; 2 Ts. 2:13; Rm. 6:4-6;
Fp. 3:10; Ef. 4:23-24; At. 11:18; 1 Jo. 3:9; Jd. 20; Ef. 3:16-19;
Cl. 1:10-11; Rm. 6:4,6. (Bíblia de Estudo de Genebra, 2009, p.
1810)

Outra definição que poderíamos expor, de forma mais


concisa, seria a resposta do Catecismo Nova Cidade (2017, p. 141),
no qual ele diz que: “A santificação significa nossa justiça gradual e
crescente, tornada possível pela obra do Espírito em nós”. Talvez,
quando refletimos sobre a nossa vida e ações, podem surgir algumas
questões, como, apesar de termos em nossos corações o desejo de
viver em retidão perante o Senhor, reconhecer a nossa insuficiência e
os pecados que cometemos perante os seus olhos, e dessa forma,
termos dúvidas se um dia, nessa vida, conseguiremos viver
plenamente de acordo com a sua vontade e conforme a estatura de
Cristo Jesus. Sobre isso, o Catecismo Maior de Westminter (1647)
comenta:

Pergunta 78. Como é que a santificação dos crentes é


imperfeita?

Resposta: A santificação dos crentes é imperfeita por causa dos


resquícios do pecado que permanecem neles e das perpétuas
concupiscências da carne contra o Espírito; por isso, são eles,
muitas vezes, arrastados pelas tentações e caem em muitos
pecados; são impedidos em todos os seus serviços espirituais, e
as suas melhores obras são imperfeitas e manchadas diante de
Deus.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 107


Referências bíblicas: Rm. 7:18, 23; Gl. 5:17; Hb. 12:1; Is. 64:6.
(Bíblia de Estudo de Genebra, 2009, p. 1811)

Como foi exposto na citação acima, o cristão, mesmo após a


regeneração, ainda continua com os resquícios do pecado em sua
vida, de modo que não lhe seja possível alcançar um patamar de
cumprir com perfeição todos os preceitos que lhe são exigidos em
sua caminhada cristã, o que pode fazer com que lhe sobrevenha
grande temor e preocupação sobre a possibilidade de até mesmo
perder a sua salvação. Concernente a essa questão, o Catecismo
Maior expressa a sua posição:

Pergunta 79. Os crentes verdadeiros não poderão cair do estado


de graça, em razão das suas imperfeições e das muitas tentações
e pecados que os surpreendem?

Resposta: Os crentes verdadeiros, em razão do amor imutável


de Deus, do seu decreto e pacto de lhes dar a perseverança, da
união inseparável entre eles e Cristo, da contínua intercessão de
Cristo por eles, do Espírito e da semente de Deus que
permanece neles, nunca poderão, total e finalmente, cair do
estado de graça, mas são conservados pelo poder de Deus,
mediante a fé para salvação.

Referências bíblicas: Jr. 31:3; Jo. 13:1; 2 Tm. 2:19; Hb. 13:20,
21; 2 Sm. 23:5; 1 Co. 1:8, 9; Hb. 7:25; Lc. 22:32; 1 Jo. 3:9; 1
Jo. 2:27; Jr. 32:40; Jo. 10:28; 1 Pe. 1:5; Fp. 1:6. (Bíblia de
Estudo de Genebra, 2009, p. 1811)

Nós podemos ter a convicção de que, apesar das nossas


falhas e pecados, seremos salvos unicamente pela graça 3, mediante a
fé no único sacrifício de Jesus na cruz (Rm. 1:17; Gl. 2:16; Jo. 1:12).
Até porque, como afirma a Confissão Belga 4 (Genebra, 2009, p.
1755), “Ainda que pudéssemos produzir uma boa obra apenas, a
lembrança de um só pecado bastaria para torná-la rejeitável perante
Deus. Assim, sempre duvidaríamos da nossa salvação, [...], a não ser

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 108


que se apoiasse no mérito do sofrimento e da morte do nosso
Salvador”.

No entanto, ainda que tenhamos confiança da nossa salvação,


que nós possamos ter uma vida de santificação para a glória do
Senhor (Rm. 6:1-4; Rm. 12:1-2; 1 Co. 10:31, Fp. 4:8; Gl. 5:16-26; ),
também como frutos da redenção e amor que recebemos, para
sermos bons testemunhos aos de fora ou que ainda não conhecem a
boa notícia do evangelho (Mt. 7:15-20; Jo. 14:21; Jo. 15; Jo. 3:21;
At. 1:8), bem como para o nosso próprio benefício, esse é um
chamado para todo cristão (Js. 1:8; 1 Ts. 4:7; Lv. 19:2). Nós não
estamos sozinhos nesse processo, pois é o próprio Espírito Santo que
nos habilita e capacita, já que “Deus é quem efetua em vocês tanto o
querer como o realizar, segundo a sua boa vontade” (Fp. 2:13).

Porque bem sabemos que os seus caminhos são melhores que


os nossos, os seus mandamentos e preceitos, lâmpada para os nossos
pés, Aquele que começou boa obra em nossas vidas, há de terminá-
la, quando estivermos na Nova Jerusalém, a semelhança de Cristo
(Is. 55:8-9; Sl. 119:105; Fp. 1:6; Ap. 21), e então levantaremos as
nossas mãos e vozes, e cantaremos: Santo, Santo e Santo é o Senhor!

___________

Notas:

1. Fonte de consulta sobre a origem ou raiz da palavra “santo”: O Novo


Dicionário da Bíblia / editor organizador J. D. Douglas; editores assistentes F. F.
Bruce...[et al.]; editor da edição em português Russel P. Shedd; tradução João
Bentes, - 3º ed. ver. – São Paulo; Vida Nova, 2006.
2. Segundo Westminster (2018, p.7), “A notável e histórica “Assembléia
de Teólogos Sábios e Eruditos” foi convocada em 12 de junho de 1643 pelo
Parlamento da Inglaterra para estabelecer a doutrina da Igreja em oposição ao
arminianismo, para discutir também o Governo e a Liturgia da Igreja e para defender
o ensino da Igreja Anglicana. A primeira sessão ocorreu no dia 1º de julho de 1643,
reuniu 121 teólogos na Abadia de Wesminster, em Londres. A promulgação e
adoção da Confissão de Fé foi um marco, não apenas para as igrejas da Inglaterra e
da Escócia, mas para todo o Cristianismo Reformado”. As reuniões aconteceram até
1649 e como documentos resultantes foram o Diretório de Culto Público, Forma de
Governo Eclesiástico, a Confissão de Fé e o Catecismo Maior e Breve Catecismo.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 109


3. Significado de “Graça”: Favor imerecido ou sem merecer.
4. Segundo A Bíblia de Estudo de Genebra (2009, p. 1749), a Confissão
Belga seria “O primeiro dos padrões doutrinários da Igreja Reformada na Holanda
foi chamado Confissão de Fé e se tornou conhecido como Confissão Belga por ter-
se originado na área agora denominada Bélgica. Seu principal autor foi Guido de
Brés, um pregador reformado, matirizado em 1567. Durante o século 16, as igrejas
naquela região foram expostas às mais terríveis perseguições pelo governo católico.
Para protestar contra essa cruel opressão e para provar aos opressores que os
reformados não eram rebeldes revolucionários, como os acusavam, mas cidadãos
cumpridores das leis, que professavam as verdadeiras doutrinas cristãs de acordo
com as Sagradas Escrituras, de Brés preparou essa Confissão no ano de 1561. No
ano seguinte, uma cópia dela foi enviada ao rei Felipe II, junto com uma declaração
em que os signatários afirmavam estar prontos a obedecer ao governo em tudo o que
fosse legítimo, mas que se submeteriam à tortura e à morte antes de negar as
verdades expressas na Confissão”.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 110


IX

O QUE É A BENÇÃO SACERDOTAL E APOSTÓLICA?

Estudo

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

1º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 111


O Que é a Benção Sacerdotal e Apostólica?

“Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei.”

Nm. 6:27. (ACF).

Existe a possibilidade de você já ter reparado que no final do


culto da sua congregação, o ministrante utilizar frequentemente as
mesmas palavras. O que pode lhe trazer dúvidas sobre a causa de seu
uso. Trata-se de frases que têm sido utilizadas no decorrer da história
da igreja cristã, no qual, é pedido que o Senhor abençoe o seu povo.
Elas são a bênção sacerdotal (ou araônica) e a bênção apostólica.
Sobre essas palavras de bênção, que estão na bíblia (Nm. 6:24-26; 2
Co. 13:13), nós iremos abordar no presente texto. A respeito do
termo “bênção”, Douglas diz:

A palavra empregada no AT é brakhak, geralmente denotando a


concessão de bem, usualmente concebido como algo material
(Dt. 11:26; Pv. 10:22; 28:20; Is. 19:24 etc.). Frequentemente é
contrastada com a maldição (Gn. 27:12; Dt. 11:26-28; 23:5;
28:2; 33:23), e algumas vezes é usada na fórmula de palavras
que constitui uma “bênção” (Gn. 27:36; 38:41; Dt. 33:1). O
termo usado no NT, eulogia, é empregado também nesse último
sentido (Tg. 3:10), mas em adição denota tanto o bem espiritual
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 112
transmitido pelo evangelho (Rm. 15:29; Ef. 1:3) como as
bênçãos materiais em geral (Hb. 6:7; 12:17; 2 Co. 9:5;
“generosidade”). (Douglas, 2006, p. 158).

Portanto, nós podemos entender que a palavra “bênção”


denota a concessão de bens materiais e espirituais por parte de Deus
às pessoas. Ainda, segundo Elwell (2009, vol. 1, p. 165), bênção é
“Um ato ou pronunciamento de bendizer”. Já as palavras
“sacerdotal” ou “araônica” e “apostólica”, nós podemos compreender
que o seu uso é devido ao contexto bíblico no qual se encontram e os
indivíduos envolvidos, enquanto a bênção sacerdotal está situada no
Pentateuco1, em que são prescritas orientações ao sacerdócio de Arão
e a sua linhagem, a bênção apostólica foi proferida pelo Apóstolo
Paulo em uma de suas cartas do Novo Testamento. Segue abaixo os
textos das bênçãos:

Bênção Sacerdotal

O SENHOR te abençoe e te guarde; O SENHOR faça


resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O
SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. (Nm. 6:24-
26) (Bíblia Almeida Corrigida e Fiel, 2011, p. 166, subtítulo
nosso).

Bênção Apostólica

A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a


comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês. (2 Co.
13:13) (Bíblia Nova Almeida Atualizada, 2017, 1670, subtítulo
nosso).

Com relação à Bênção Sacerdotal, Schuler (2002, p. 81)


comenta que “Esta bênção era usada no templo e na sinagoga, ao fim
da parte litúrgica do culto. Também foi usada na Igreja primitiva, e
Lutero a conservou”. Além disso, Carson também afirma que:

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 113


Devemos observar dois detalhes sobre a forma dessa bênção.
Primeiro ela é poética, tendo três linhas divididas em duas
partes. Cada linha é mais comprida do que a anterior, tornando
a bênção mais forte e enfática. Duas vezes fala do rosto
(presença) de Deus; o fato de podermos entrar na presença de
Deus é o objetivo de toda a redenção. Três vezes repete o nome
divino SENHOR (heb. YHWH). Alguns acreditam que isso
prenuncia a Trindade (v. Rm. 10:9; 2 Co. 3:17). (Carson, 2009,
p. 274).

Sobre a Bênção Apostólica, e fazendo uma relação com a


araônica, Elwell (2009, vol. 1, p. 165) diz que “O paralelo no NT 2 é a
bênção apostólica (2 Co. 13:14)3 que reflete o progresso da revelação
pela sua ênfase na Trindade”. Carson também expõe que:

A súplica final pelas bênçãos de Deus é especialmente


significativa porque este é o único lugar no NT em que Deus o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são explicitamente mencionados
juntos em uma bênção. Paulo destaca a graça do Senhor Jesus
Cristo (cf. 8. 9), o amor e Deus (demonstrado de forma sublime
quando reconciliou consigo o mundo em Cristo; cf. 5: 18-21) e a
comunhão no Espírito Santo por ser o seu templo, e a
participação na comunhão dos crentes criada por ele). (Carson,
2009, p. 1812).

Existe a possibilidade de surgirem algumas questões com


relação às diferenças entre as bênçãos, orações e saudações, como
suas características e usos. Nesse sentido, Elwell nos ajuda, quando
expõe que:

Outras passagens, notavelmente Ef. 3:20-21; Hb. 13:20-21 e Jd.


24-25, frequentemente são tratadas como bênçãos por membros
do clero. A dúvida é se estas são verdadeiras bênçãos, ou se são
orações. Na benção, o ministro age em nome de Deus,
pronunciando uma bênção à congregação, ao passo que na
oração ele é representante do povo, transmitindo em nome deste
uma súplica a Deus. Parece que na aplicação rigorosa do

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 114


termo, há uma só bênção no AT, e uma só no NT. A bênção deve
ser distinguida ainda mais nitidamente da saudação, que é um
aspecto comum nas porções iniciais das epístolas no NT (e.g. Gl.
1:3). Tais saudações são semelhantes àquelas achadas nas
cartas corriqueiras do período helenístico, mas injetam um
sabor espiritual que a eleva acima do lugar-comum. Não
deveria ser necessário dizer que a prática de criar bênçãos que
não seguem a linguagem das Escrituras é de propriedade dúbia.
(Elwell, 2009, vol. 1, p. 165).

Uma situação que deve ser tratada, porém, é quando as


pessoas acham que todo culto deve ser finalizado utilizando uma das
bênçãos mencionadas. Quanto a isso, nós podemos ter o
entendimento que a bíblia não prescreve essa orientação. No novo
testamento, podemos observar a presença de certos elementos, como
em passagens que diz: “Que a palavra e Cristo habite ricamente em
vocês. Instruam e aconselhem-se mutuamente em toda sabedoria,
louvando a Deus com salmos, hinos, e cânticos espirituais, com
gratidão no coração” (Cl. 3:16), e “que pregue a palavra, insista, quer
seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a
paciência e doutrina” (2 Tm. 4:2), mas não há o estabelecimento de
uma ordem em que devem ser realizados ou que deve ter no final do
culto o pronunciamente de alguma bênção. Portanto, cada
congregação tem liberdade de definir a ordem dos elementos de
culto, bem como se irá utilizar ou não, no final da reunião, a bênção
sacerdotal ou apostólica.

Assim como acontece com a oração do Senhor (Mt. 6:9-13),


por exemplo, os cristãos também podem cair no erro de acreditarem
que há poder nas próprias palavras ditas, ou na pessoa que está as
dizendo, além da muita repetição (Mt. 6:7). Mas devemos ter em
mente que é Deus que tem o poder para abençoar, por esse motivo
que pedimos e esperamos nEle somente. Outro grave equívoco seria
ao usar o seu nome (Êx. 20:7), tentar manipular de alguma forma o
Senhor para que ele faça a sua vontade, pois só Ele é o Deus
soberano, e por isso irá decretar somente aquilo que lhe aprouver (Sl.
33).

Existe um debate ou uma diferença de entendimento quanto


ao uso das bênçãos citadas, no sentido de quem poderia dizê-las e em
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 115
qual ocasião. Alguns autores entendem que somente os ministros ou
autoridades eclesiásticas poderiam usá-las, sendo que desses, alguns
creem que poderiam ser usadas apenas numa situação de culto e
outros que poderiam ser utilizadas em qualquer momento. Como
argumentação, eles defendem que, assim como somente os
sacerdotes do Antigo Testamento diziam as palavras da bênção
sacerdotal ao povo de Israel, assim também somente os ministros
ordenados deveriam impetrá-las4 aos cristãos que fazem parte da
nova aliança do Novo Testamento. Eles também citam que foi o
apóstolo Paulo, um ministro do evangelho, que pronunciou as
palavras de bênção na carta aos coríntios. Um último ponto a
ressaltar, dos que defendem essa posição, seria o entendimento de
que somente os presbíteros devem ministrar a palavra de Deus e os
sacramentos (batismo e ceia), e que há uma vinculação do
pronuncionamento da bênção no final do culto com os outros
elementos mencionados. Outros autores, porém, afirmam que
qualquer cristão poderia pronunciar as palavras de bênção, sendo que
desses, alguns também creem que poderiam ser usadas somente
numa situação de culto e outros que poderiam ser utilizadas em
qualquer circunstância, já que na escritura não há nenhuma passagem
dizendo que eles não poderiam dizê-las, e também devido à sua
interpretação sobre a doutrina do sacerdócio universal de todos os
crentes (Pe. 2:5-9), desenvolvida no período da reforma protestante
(no século XVI).

Para conhecimento e até mesmo curiosidade, iremos


apresentar uma ordem de culto de cristãos puritanos 5, utilizada entre
os séculos XVI e XVII, e outra ordem de culto de uma congregação
reformada localizada no Brasil em nossos dias, no qual, podemos
notar a presença do uso das bênçãos, segue abaixo:

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 116


Ordem de culto de congregação puritana Ordem de culto de congregação reformada

1. Uma confissão de pecados 1. Um Hino

2. Uma oração por perdão 2. Leitura da Escritura

3. Um Salmo métrico 3. Oração

4. Uma oração por iluminação 4. Um Hino

5. Leitura da Escritura 5. Um Hino

6. Sermão 6. Hino e Recolhimento das ofertas (facult.)

7. Batismos e publicações de exclusões 7. Oração

8. Oração longa e o Pai Nosso 8. Sermão

9. Credo Apostólico (recitado pelo Ministro) 9. Oração

10. Um Salmo métrico 10. A Bênção (Araônica ou Apostólica)

11. A Bênção (Araônica ou Apostólica) 11. Anúncios e saudações

(Ryken, 2013, p. 207, subtítulo nosso) (Obs: Batismo [facult.] e Ceia [1º dom. mês])

Nosso Deus e Pai, muito obrigado pelas bênçãos recebidas,


pelo cuidado que o Senhor tem por nós a cada momento, que nós
possamos reconhecer e sermos gratos pela sua providência. Sonde e
trate os nossos corações, que nós possamos buscá-lo, não pelas
bênçãos que o Senhor pode nos dar, mas por ser o nosso Deus! O
nosso amado Pai eterno. Obrigado pela salvação e adoção em Cristo
Jesus! Ao Senhor, toda honra e glória para sempre! “Bendito seja o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com
todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Ef.
1:3).

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 117


___________

Notas:

1. Os cinco primeiros livros da bíblia (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números


e Deuteronômio). Eles foram escritos pelo profeta Moisés.
2. Abreviação de Novo Testamento. AT é a abreviação de Antigo
Testamento.

3. Algumas traduções situam a benção apostólica no versículo 13 (ex:


NAA) e outras no versículo 14 (ex: ACF).

4. Sinônimos de Impetrar: Pedir, rogar e suplicar.

5. Movimento que surgiu dentro da Igreja Anglicana no século XVI. Eles


queriam purificar a Igreja da Inglaterra dos resquícios do romanismo. Esses cristãos
habitaram principalmente a Grâ-Bretanha e norte da América.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 118


X

AS RESULTANTES DA REFORMA

Histórico

Autor

William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

5º Edição 2020

1º Edição 2016 2º Edição 2017

3º Edição 2019 4º Edição 2020

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 119


AS RESULTANTES2 DA REFORMA

O Senhor Jesus, antes de ascender aos céus, comissionou aos


seus seguidores a fazerem discípulos de todas as nações, batizando-
os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt. 28:19-20). No
período apostólico, que perdura até por volta do ano 100 d.C., a
Igreja de Cristo, pela ação do Espírito Santo, cresce e avança entre as
nações, ao mesmo tempo, ela sofre com oposições e perseguições
dos romanos, judeus e outros.

Durante a Igreja Antiga (séculos I ao VI), cristãos piedosos


como Ireneu de Lyon, Atanásio de Alexandria e Agostinho de
Hipona (entre outros), denominados pais da igreja, contribuíram para
o desenvolvimento de doutrinas, principalmente com o intuito de se
oporem aos erros ensinados por determinados mestres. Algumas das
controvérsias que surgiram estavam ligadas a doutrina acerca do
Deus Trino (Trindade), em especial sobre Jesus Cristo e o Espírito
Santo, essas questões colaboraram para a confecção dos chamados
credos ecumênicos, entre os séculos IV e V, que tinham o objetivo de
___________

1. Representação de Lutero afixando as suas 95 teses. Autor da pintura


desconhecido.

2. Resultante: Que resulta, consequente, derivado. Sin.: resultado,


consequência, efeito. Plural: Resultantes.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 120
reafirmar o ensino correto (ortodoxia) entendido pela igreja. Além
disso, nesse tempo foi estabelecido o cânon bíblico, os 39 livros do
Antigo Testamento (já consolidado) foram complementados com os
27 livros do Novo Testamento selecionados e confirmados.

A Igreja Medieval (séculos VI ao XVI) foi marcada pela


disseminação das ordens monásticas e mendicantes como as
beneditinas, agostinianas e franciscanas, nos quais, foram
importantes instrumentos para a evangelização, bem como a
realização de cópias e preservação dos textos bíblicos. O episódio
conhecido como o "Grande Cisma" em 1.054 d.C., entre a Igreja
Oriental Bizantina e a Igreja Ocidental Romana, teve como
principais motivos as divergências doutrinárias como a procedência
do Espírito Santo (no Concílio de Toledo em 589 d.C., a Igreja
Ocidental acrescentou que Ele, além do Pai, também procede do
Filho [no latim: filioque]) e disputas de poder ou influência entre os
seus líderes (Patriarca e Papa), em que eles se excomungam, com
isso, acontece a divisão entre dois importantes grupos dentro da
cristandade (existiam outros como as igrejas etíope, copta e assíria).
Entre os séculos IX e XVI, um novo método de aprendizagem e
pensamento crítico surgiu no ocidente denominado escolasticismo,
ele tinha a característica de possuir influências da filosofia
aristotélica e utilizar o método dialético. A forma de fazer teologia
nessa época teve como base o método escolástico, nos quais, os seus
principais autores foram Anselmo de Cantuária, Abelardo, Pedro
Lombardo e Tomás de Aquino.

Os cristãos do medievo já reconheciam a necessidade de


reformas na igreja dominante do ocidente, no caso, a romana,
questões como a transubstanciação, a proibição da leitura bíblica dos
leigos, a eliminação do vinho na ceia para os mesmos, a vida
licenciosa e avarenta dos clérigos, bem como o entendimento por
parte do povo, que antes de alcançarem os céus, teriam que enfrentar
um considerável tempo de sofrimento no purgatório, esses eram
motivos para deixarem as suas almas angustiadas e insatisfeitas. Ao
mesmo tempo, o contexto social entre os séculos XIV e XVI muda
consideravelmente em relação aos séculos anteriores (transição entre
Idade Média e Moderna), antes a sociedade feudal, por exemplo, era
representada basicamente por nobres, clérigos e camponeses, porém,

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 121


um novo grupo entra em cena, os burgueses (comerciantes e
prestadores de serviços), em que começam a ganhar espaço e poder,
além do fortalecimento da ideia de Estado-Nação (absolutista). O
Renascimento surge como movimento transformador de vários
setores, no caso, podemos constatar essas mudanças nos campos do
saber e da arte, em que há uma revalorização das referências da
antiguidade clássica, a busca pelas fontes antigas autênticas (ad
fontes) e aprendizado das línguas antigas como hebraico e grego,
bem como a valorização do ser humano (humanismo).

Até o momento, citamos alguns acontecimentos anteriores ao


período da reforma para que possamos ter o conhecimento de
informações importantes da história da igreja cristã e da sociedade, e
também termos o entendimento de que o período em que iremos nos
aprofundar a seguir, não se trata de algo isolado e desconexo com os
episódios anteriores, mas que sofreu as suas influências e influenciou
os tempos posteriores (Igreja Moderna). O palco está pronto, as
pessoas sedentas por esperança e mudanças, a imprensa esperando
chegar a encomenda e os romanos sem limites na venda das
indulgências. Logo será possível escutar os sons do martelo, trazendo
profundas mudanças ao mundo ocidental.

O movimento reformista do século XVI tem como marco do


seu início, o dia 31 de outubro de 1517 d.C., quando o padre
agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) afixou as suas 95 teses na
porta da Igreja do Castelo de Wittenberg (atual Alemanha)
convidando para um debate sobre elas, no qual, discordava e fazia
críticas quanto a doutrinas e práticas da Igreja Católica Romana e do
seu líder, o Papa, como a venda de indulgências, pois naqueles dias,
os clérigos romanos diziam aos fiéis que quando as adquirissem,
teriam os seus pecados perdoados e seriam salvos. Lutero acreditava
que esse ensino contrariava as verdades da escritura, a sua
interpretação era que o homem poderia ser salvo somente pela fé na
obra redentora de Cristo na cruz, ou seja, um ato de Deus (pela
graça) e não através das obras humanas. Em 1521, na Dieta de
Worms, ao sustentar as suas ideias, Lutero foi excomungado da
igreja romana.

O termo "protestante", segundo Mcgrath (2004, p. 305) foi


“utilizado em consequência da Dieta de Speyer (1529) para designar
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 122
aqueles que “protestaram” contra práticas e crenças da Igreja
Católica Romana. Antes de 1529, esses indivíduos e grupos
chamavam a si mesmos de “evangélicos””. Ferreira (2013, p. 162)
também acrescenta que “Em 1529, os príncipes católicos reuniram-se
em torno de uma resolução que impedia a introdução da reforma em
seus territórios, mas reclamavam liberdade de culto romano nos
territórios conquistados pelo movimento reformador. A recusa solene
dos príncipes evangélicos (die Evangelischen), como se chamavam,
de concordar com essa imposição tornou os reformadores conhecidos
como “protestantes””.

A igreja romana realizou uma contrarreforma como uma


resposta ao movimento reformista e teve como um dos principais
instrumentos, a realização do Concílio de Trento (1545-1563 d.C.),
em que formularam-se doutrinas que se opunham aos ensinos dos
reformadores ou da nascente tradição protestante. Essas divergências
não ficaram somente no campo teológico, mas também geraram uma
série de conflitos militares entre os nobres que defendiam um dos
lados. Em 1555 d.C, a Paz de Augsburgo foi assinada entre o
Imperador Carlos V (romano) e a Liga de Esmalcalda (protestante),
segundo Ferreira (2013, p. 188), a partir dela “os príncipes alemães
passaram a ter o direito de definir a religião em seus territórios. Isso
representava o enfraquecimento do poder imperial católico e o
fortalecimento da nobreza e de parte da burguesia que havia aderido
ao luteranismo”. No entanto, constata-se que os conflitos ou guerras
religiosas perduraram até por volta da metade do século seguinte.

Na verdade, antes de 1517, outros irmãos piedosos já


estavam combatendo os erros da igreja, nós podemos denominá-los
como os pré-reformadores e alguns deles foram Pedro Valdo (1140-
1220), John Wycliffe (1320-1384), João Huss (1369-1415) e
Girolamo Savonarola (1452-1498). É interessante citarmos esses
homens para que possamos posteriormente estudar sobre as suas
biografias e dessa forma aprender mais sobre a época em que
viveram e os seus pensamentos. Dentre os reformadores
contemporâneos de Martinho Lutero, alguns deles foram Ulrico
Zuínglio (1484-1531), William Tyndale (1484-1536), Tomás
Cranmer (1489-1556), Guilherme Farel (1489-1565), Martin Bucer
(1491-1551), Menno Simons (1496-1561), Filipe Melanchthon

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 123


(1497-1560), Heinrich Bullinger (1504-1575), João Calvino (1509-
1564), John Knox (1514-1572), Theodore de Beza (1519-1605).

No decorrer da reforma, diferente da igreja romana com a


sua unidade (pelo menos aparentemente), o movimento reformado
apresenta a característica de ser heterogêneo, ou seja, de possuir
vários grupos que não tinham uma total coesão doutrinária, como a
interpretação sobre a Santa Ceia e do batismo, ou que se
desenvolviam em lugares diferentes na Europa. Os principais grupos
eram os luteranos, os reformados (zwinglianos e calvinistas), os
anabatistas e os anglicanos (reforma realizada na Inglaterra).

Um documento importante de citarmos, é a Declaração de


Cambridge (1996 d.C.), nele, são expostos os “cinco solas” da
reforma protestante, ou seja, cinco pontos que foram considerados
fundamentais e resultantes dos escritos dos reformadores no século
XVI, apesar que provavelmente eles não os desenvolveram de forma
sistemática, conforme a declaração, podemos reconhecer que eles
exprimem fielmente os pensamentos e ensinos dos reformistas, no
qual, contrapõem-se à certas doutrinas e práticas da então dominante
igreja romana e do seu líder, o Papa. Os cinco pontos são: Sola
Scriptura (Somente a Escritura), Solus Christus (Somente Cristo),
Sola Gratia (Somente a Graça), Sola Fide (Somente a Fé) e Soli Deo
Glória (Glória somente a Deus). Estaremos expondo mais
detalhadamente cada um dos cinco solas através de trechos retirados
da declaração citada acima, segue abaixo o texto:

Sola Scriptura:

(...) Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de


revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A
Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa
salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento
cristão deve ser avaliado. Negamos que qualquer credo, concílio
ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que
o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o
que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa
ser veículo de revelação.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 124


Solus Christus:

(...) Afirmamos que nossa salvação é realizada pela obra


mediatória do Cristo Jesus. Sua vida sem pecado e sua expiação
por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação
com o Pai. Negamos que o Evangelho esteja sendo pregado se a
obra substitutiva não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e
sua obra não estiverem sendo invocadas.

Sola Gratia:

(...) Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de


Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito
Santo é que nos leva a Cristo, libertando-nos da nossa servidão
ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.
Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana.
Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não
podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela
nossa natureza não regenerada.

Sola Fide:

(...) Reafirmamos que a justificação é somente pela graça,


somente por intermédio da fé e somente por causa de Cristo. Na
justificação a retidão de Cristo nos é imputado como único meio
possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus. Negamos que a
justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser
achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós,
ou que uma instituição que reivindique ser igreja, mas negue ou
condene o princípio da sola fide possa ser reconhecida como
igreja legítima.

Soli Deo Gloria:

(...) Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada


por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo
sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de
Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente.
Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se
nosso culto for confundido com entretenimento, se
negligenciarmos o evangelho em nossa pregação, ou se
permitimos que o afeiçoamento próprio, a autoestima, e a

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 125


autorealização se tornem opções alternativas para o evangelho
(...).

Aliança de Evangélicos Confessionais. Cambridge,


Massachusetts, Estados Unidos. Em 20 de abril de 1996.
(BOICE, 2018)

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 126


XI

ORDEM DE CULTO

Liturgia

Autor
William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

2º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 127


ORDEM DE CULTO PRINCIPAL I 2 3
1. CONFISSÃO E PEDIDO DE PERDÃO DOS PECADOS.
(1 Jo 1:8-2:2a)
O oficiante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, a congregação pode
acompanhá-lo.

O e C – Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu


nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos
devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
(Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

2. HINO.
___________
1. Gravura de congregação puritana no período do reinado de Elizabeth.
2. A ordem de culto presente tem o intuito de ser um referencial e não
normativa ou obrigatória. As pessoas podem usá-la, caso queiram, bem como
adaptá-la conforme as suas necessidades e características próprias de cada culto.
3. Ref.: Jo 4:23-24, 2 Tm 4:2, At 20:7, 1Co 16:2, Fp 4:6, Cl 3:16-17, Ex
20:1-11, Cl 2:16-23, Mt 28:19, Mt 26:26-29, Lv 10:1-3, Mt 15:8-9, Dt 4:2, Dt
12:29-32, 2 Tm 3:16-17, Sl 95:1-2.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 128


3. LEITURAS BÍBLICAS.
O oficiante pode realizar a leitura ou ele pode pedir para algum membro ler.

. Leitura do Antigo Testamento.

. Leitura do Novo Testamento.

4. HINO.

5. ORAÇÃO DO DIA.

O – Oremos.
O oficiante faz a oração. Terminada a oração, a congregação dirá:

C – Amém.

6. HINO.

7. LEITURA BÍBLICA DA PREGAÇÃO.


O oficiante pode realizar a leitura ou ele pode pedir para algum membro ler.

8. HINO.

9. PREGAÇÃO.

10. CONFISSÃO DA FÉ.


(Dt 6:4, 1Co 15:3-5, 1 Tm 3:16, Rm 10:9-10, 1 Co 12:3, Mt 16:16)

Opção A – CREDO NICENO.

O e C- Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do


céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus,


gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só
substância com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual
por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne
pelo Espírito Santo da Virgem Maria, e foi feito homem; e foi
crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos. Ele padeceu e foi
sepultado; e no terceiro dia ressuscitou conforme as Escrituras; e
subiu ao céu e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com
glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 129
E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do
Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e
glorificado, que falou através dos profetas. Creio na Igreja Una,
Universal e Apostólica, reconheço um só batismo para remissão dos
pecados; e aguardo a ressurreição dos mortos e da vida do mundo
vindouro. Amém.4

Opção B – CREDO APOSTÓLICO.

O e C- Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e


da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual


foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para
julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na


comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo; na vida eterna. Amém. 4

___________
4. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-80.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 130
11. RECOLHIMENTO DAS OFERTAS.5
Durante o recolhimento das ofertas, pode ser realizado um hino.

Não havendo celebração da Santa Ceia, segue:

PAI-NOSSO (ou oração com as próprias palavras) – HINO – ORAÇÃO –BENÇÃO.

Havendo celebração da Santa Ceia, segue:

12. RECOLHIMENTO DAS OFERTAS.5


Durante o recolhimento das ofertas, pode ser realizado um hino.

13. PAI-NOSSO (ou oração com as próprias palavras).


O oficiante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, a congregação pode
acompanhá-lo.

O e C – Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu


nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos
devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
(Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

14. HINO.

___________
5. Ref.: 2 Co 9:7, 1 Co 15:58, 1 Co 16:2, 2 Co 8:3-5, 2 Co 8:12.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 131


15. PALAVRAS DA INSTITUIÇÃO.6
Depois das palavras da instituição, o oficiante pode ensinar e explicar sobre a
Santa Ceia, além de informar que somente pode ser administrada às pessoas que
podem fazer exame de consciência, que confessam Jesus Cristo como seu salvador.

O – Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi traído,


pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu
corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim.” Do
mesmo modo, depois da ceia, pegou também o cálice, dizendo: “Este
cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, todas as vezes que
o beberem, em memória de mim.” (1 Co 11:23-25)

16. DISTRIBUIÇÃO DA SANTA CEIA.


Durante a distribuição da Santa Ceia, pode ser realizado um hino.

17. AÇÃO DE GRAÇAS E ORAÇÃO.

18. BENÇÃO. (Nm 6:24-26)


O oficiante volta-se para a congregação e, erguendo a(s) mão(s), diz:

O – O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça


resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti. O Senhor
sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

C – Amém.

___________

6. Ref.: Mt 26:26-28, Mc 14:22-24, Lc 22:19-20, 1 Co 11:23-25, 1 Co


10:16-17, 1 Co 11:17-34.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 132


ORDEM DE CULTO PRINCIPAL II 1 2
1. CONFISSÃO E PEDIDO DE PERDÃO DOS PECADOS.
(1 Jo 1:8-2:2a)
O oficiante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, a congregação pode
acompanhá-lo.

O e C – Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu


nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos
devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
(Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

2. HINO.

3. LEITURA BÍBLICA.
O oficiante pode realizar a leitura ou ele pode pedir para algum membro ler. Após a
leitura da passagem, o oficiante pode realizar uma breve explicação do texto.

4. HINO.

5. HINO.

6. RECOLHIMENTO DAS OFERTAS3.


Durante o recolhimento das ofertas, pode ser realizado um hino.

___________
1. A ordem de culto presente tem o intuito de ser um referencial e não
normativa ou obrigatória. As pessoas podem usá-la, caso queiram, bem como
adaptá-la conforme as suas necessidades e características próprias de cada culto.
2. Jo 4:23-24, 2 Tm 4:2, At 20:7, 1Co 16:2, Fp 4:6, Cl 3:16-17, Ex 20:1-
11, Cl 2:16-23, Mt 28:19, Mt 26:26-29, Lv 10:1-3, Mt 15:8-9, Dt 4:2, Dt 12:29-32, 2
Tm 3:16-17, Sl 95:1-2.
3. Ref.: 2 Co 9:7, 1 Co 15:58, 1 Co 16:2, 2 Co 8:3-5, 2 Co 8:12.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 133


7. ORAÇÃO DO DIA.

O – Oremos.
O oficiante faz a oração. Terminada a oração, a congregação dirá:

C – Amém.

6. HINO.

7. PREGAÇÃO.

Não havendo celebração da Santa Ceia, segue:

PAI-NOSSO (ou oração com as próprias palavras) ––BENÇÃO.

Havendo celebração da Santa Ceia, segue:

8. PALAVRAS DA INSTITUIÇÃO.4
Depois das palavras da instituição, o oficiante pode ensinar e explicar sobre a
Santa Ceia, além de informar que somente pode ser administrada às pessoas que
podem fazer exame de consciência, que confessam Jesus Cristo como seu salvador.

O – Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi traído,


pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu
corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim.” Do
mesmo modo, depois da ceia, pegou também o cálice, dizendo: “Este
cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, todas as vezes que
o beberem, em memória de mim.” (1 Co 11:23-25)

9. DISTRIBUIÇÃO DA SANTA CEIA.


Durante a distribuição da Santa Ceia, pode ser realizado um hino.

___________

4. Ref.: Mt 26:26-28, Mc 14:22-24, Lc 22:19-20, 1 Co 11:23-25, 1 Co


10:16-17, 1 Co 11:17-34.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 134


10. AÇÃO DE GRAÇAS E ORAÇÃO.

11. BENÇÃO. (2 Co. 13:13)


O oficiante volta-se para a congregação e, erguendo a(s) mão(s), diz:

O – A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a


comunhão do Espírito Santo estejam com todos vocês.

C – Amém.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 135


ORDEM DE CULTO PRINCIPAL III 1 2
1. CONFISSÃO E PEDIDO DE PERDÃO DOS PECADOS.
(1 Jo 1:8-2:2a)
O oficiante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, a congregação pode
acompanhá-lo.

O e C – Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu


nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos
devedores. E não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
(Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

2. HINO.

3. LEITURAS BÍBLICAS.
O oficiante pode realizar a leitura ou ele pode pedir para algum membro ler.

. Leitura do Antigo Testamento.

. Leitura do Novo Testamento.

4. HINO.

5. HINO.

___________
1. A ordem de culto presente tem o intuito de ser um referencial e não
normativa ou obrigatória. As pessoas podem usá-la, caso queiram, bem como
adaptá-la conforme as suas necessidades e características próprias de cada culto.
2. Ref.: Jo 4:23-24, 2 Tm 4:2, At 20:7, 1Co 16:2, Fp 4:6, Cl 3:16-17, Ex
20:1-11, Cl 2:16-23, Mt 28:19, Mt 26:26-29, Lv 10:1-3, Mt 15:8-9, Dt 4:2, Dt
12:29-32, 2 Tm 3:16-17, Sl 95:1-2.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 136


6. RECOLHIMENTO DAS OFERTAS3.
Durante o recolhimento das ofertas, pode ser realizado um hino.

7. ORAÇÃO DO DIA.

O – Oremos.
O oficiante faz a oração. Terminada a oração, a congregação dirá:

C – Amém.

8. PREGAÇÃO.

9. CONFISSÃO DA FÉ.
(Dt 6:4, 1Co 15:3-5, 1 Tm 3:16, Rm 10:9-10, 1 Co 12:3, Mt 16:16)

Opção A – CREDO NICENO.

O e C- Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do


céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.

E em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo


Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro
Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só substância
com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual por nós
homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo
Espírito Santo da Virgem Maria, e foi feito homem; e foi crucificado
por nós sob o poder de Pôncio Pilatos. Ele padeceu e foi sepultado; e
no terceiro dia ressuscitou conforme as Escrituras; e subiu ao céu e
assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com glória para
julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do


Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e
glorificado, que falou através dos profetas. Creio na Igreja Una,
Universal e Apostólica, reconheço um só batismo para remissão dos
pecados; e aguardo a ressurreição dos mortos e da vida do mundo
vindouro. Amém.4
___________
3. Ref.: 2 Co 9:7, 1 Co 15:58, 1 Co 16:2, 2 Co 8:3-5, 2 Co 8:12.
4. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-80.
Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 137
Opção B – CREDO APOSTÓLICO.

O e C- Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e


da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual


foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para
julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na


comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo; na vida eterna. Amém. 4

Não havendo celebração da Santa Ceia, segue:

PAI-NOSSO (ou oração com as próprias palavras) ––BENÇÃO.

Havendo celebração da Santa Ceia, segue:

10. PALAVRAS DA INSTITUIÇÃO.5


Depois das palavras da instituição, o oficiante pode ensinar e explicar sobre a
Santa Ceia, além de informar que somente pode ser administrada às pessoas que
podem fazer exame de consciência, que confessam Jesus Cristo como seu salvador.

O – Nosso Senhor Jesus Cristo, na noite em que foi traído,


pegou um pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu
corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim.” Do
mesmo modo, depois da ceia, pegou também o cálice, dizendo: “Este
cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, todas as vezes que
o beberem, em memória de mim.” (1 Co 11:23-25)
___________
4. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-80.

5. Ref.: Mt 26:26-28, Mc 14:22-24, Lc 22:19-20, 1 Co 11:23-25, 1 Co


10:16-17, 1 Co 11:17-34.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 138


11. DISTRIBUIÇÃO DA SANTA CEIA.
Durante a distribuição da Santa Ceia, pode ser realizado um hino.

12. AÇÃO DE GRAÇAS E PAI-NOSSO (ou oração com as próprias


palavras).

13. BENÇÃO.
O oficiante volta-se para a congregação e, erguendo a(s) mão(s), diz:

Opção A – Sacerdotal - O – O Senhor te abençoe e te guarde.


O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia
de ti. O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.
(Nm 6:24-26)

Opção B – Apostólica - O – A graça do Senhor Jesus Cristo,


e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam com
todos vocês. (2 Co. 13:13)
C – Amém.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 139


XII

ORDEM DE PEQUENO GRUPO

Liturgia

Autor
William Senra

Chapecó, SC. Brasil.

2º Edição 2019

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 140


ORDEM DE PEQUENO GRUPO I 2 3
1. CONFISSÃO E PEDIDO DE PERDÃO DOS PECADOS.
(1 Jo 1:8-2:2a)
O ministrante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, os participantes do
grupo podem acompanhá-lo.

Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores. E
não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal. Pois teu é o
reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. (Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

2. HINO.

3. HINO.

___________
1. Pintura de família cristã se reunindo em seu lar.
2. A ordem de pequeno grupo presente tem o intuito de ser um referencial
e não normativa ou obrigatória. As pessoas podem usá-la, caso queiram, bem como
adaptá-la conforme as suas necessidades e características próprias.
3. Ref.: Jo 4:23-24, 2 Tm 4:2, At 20:7, 1Co 16:2, Fp 4:6, Cl 3:16-17, Ex
20:1-11, Cl 2:16-23, Mt 28:19, Mt 26:26-29, Lv 10:1-3, Mt 15:8-9, Dt 4:2, Dt
12:29-32, 2 Tm 3:16-17, Sl 95:1-2.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 141


4. ESTUDO.
O ministrante pode realizar a leitura do material de estudo ou ele pode pedir para
algum participante ler. Durante o estudo, podem ser realizadas perguntas,
reflexões, bem como outras contribuições por parte de todos os participantes.

5. PEDIDOS DE ORAÇÃO.
Os participantes da reunião podem expor testemunhos e motivos de oração para
agradecer e pedir na oração que será realizada.

6. ORAÇÃO.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 142


ORDEM DE PEQUENO GRUPO II 1 2
1. CONFISSÃO E PEDIDO DE PERDÃO DOS PECADOS.
(1 Jo 1:8-2:2a)
O ministrante pode orar com as suas próprias palavras ou através das palavras da
oração do Pai nosso. Caso seja utilizada a segunda opção, os participantes do
grupo podem acompanhá-lo.

Pai nosso, que estás nos céus. Santificado seja o teu nome.
Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no
céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores. E
não nos deixes cair em tentação. Mas livra-nos do mal. Pois teu é o
reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. (Mt. 6:9-13; Lc. 11:2-4)

2. HINO.

3. HINO.

4. ESTUDO.
O ministrante pode realizar a leitura do material de estudo ou ele pode pedir para
algum participante ler. Durante o estudo, podem ser realizadas perguntas,
reflexões, bem como outras contribuições por parte de todos os participantes.

5. CONFISSÃO DA FÉ.
(Dt 6:4, 1Co 15:3-5, 1 Tm 3:16, Rm 10:9-10, 1 Co 12:3, Mt 16:16)

Opção A – CREDO NICENO.

Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da


terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis.

___________
1. A ordem de pequeno grupo presente tem o intuito de ser um referencial
e não normativa ou obrigatória. As pessoas podem usá-la, caso queiram, bem como
adaptá-la conforme as suas necessidades e características próprias.
2. Ref.: Jo 4:23-24, 2 Tm 4:2, At 20:7, 1Co 16:2, Fp 4:6, Cl 3:16-17, Ex
20:1-11, Cl 2:16-23, Mt 28:19, Mt 26:26-29, Lv 10:1-3, Mt 15:8-9, Dt 4:2, Dt
12:29-32, 2 Tm 3:16-17, Sl 95:1-2.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 143


E em um Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus,
gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, de uma só
substância com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual
por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne
pelo Espírito Santo da Virgem Maria, e foi feito homem; e foi
crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos. Ele padeceu e foi
sepultado; e no terceiro dia ressuscitou conforme as Escrituras; e
subiu ao céu e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com
glória para julgar os vivos e os mortos, e seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do


Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e
glorificado, que falou através dos profetas. Creio na Igreja Una,
Universal e Apostólica, reconheço um só batismo para remissão dos
pecados; e aguardo a ressurreição dos mortos e da vida do mundo
vindouro. Amém.3

Opção B – CREDO APOSTÓLICO.

O e C- Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e


da terra.

Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual


foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria;
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e
sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está
sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para
julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na


comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do
corpo; na vida eterna. Amém. 3

___________
3. ANGLADA, Paulo. Sola Scriptura: A Doutrina Reformada das
Escrituras (São Paulo: Os Puritanos, 1998), 178-80.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 144


6. HINO.

7. HINO.

8. PEDIDOS DE ORAÇÃO.
Os participantes da reunião podem expor testemunhos e motivos de oração para
agradecer e pedir na oração que será realizada.

9. ORAÇÃO.

Projeto Baluarte – Livro do Baluarte Página 145


REFERÊNCIAS

A Bíblia Sagrada. BKJ 1611. 1º ed. Rio de Janeiro – RJ: BV Books, 2015. 1120p.

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