Carboxiterapia, Endermologia, Microagulhamento e Criolipolise - Final

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Carboxiterapia, Endermologia,

Microagulhamento e Criolipólise

Brasília-DF.
Elaboração

Taís Amadio Menegat

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 6

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8

UNIDADE I
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2............................................................................................................................................................................................ 9

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA DA INFUSÃO CONTROLADA DE CO2......................................................................................... 9

CAPÍTULO 2
MÉTODOS DE APLICAÇÃO...................................................................................................... 18

CAPÍTULO 3
CARBOXITERAPIA NAS ALTERAÇÕES ESTÉTICAS......................................................................... 24

UNIDADE II
CRIOLIPÓLISE....................................................................................................................................... 45

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 45

CAPITULO 2
MECANISMO DE AÇÃO.......................................................................................................... 49

CAPÍTULO 3
PRÓS E CONTRAS .................................................................................................................. 53

UNIDADE III
MICROPUNTURAS................................................................................................................................. 59

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 59

CAPÍTULO 2
MECANISMO DE AÇÃO.......................................................................................................... 63

CAPÍTULO 3
APLICAÇÃO DA MICROPUNTURA............................................................................................. 75

UNIDADE IV
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA.......................................................................................................... 80
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA........................................................................................................ 80

CAPÍTULO 2
APLICAÇÃO............................................................................................................................ 84

CAPÍTULO 3
PROTOCOLO SUGERIDO CORPORAL....................................................................................... 88

PARA (NÃO) FINALIZAR...................................................................................................................... 92

REFERÊNCIA..................................................................................................................................... 93
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Praticando

Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer


o processo de aprendizagem do aluno.

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Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Convido você a mergulhar no mundo da tecnologia estética por meio das técnicas
de infusão controlada de CO2, carboxiterapia, criolipólise, microagulhamento e
endermologia. Nas próximas páginas você poderá aprender como agregar todos os
benefícios terapêuticos e fisiológicos dessas técnicas em distúrbios como: pré e pós-
operatório de cirurgia plástica, úlceras, anti-aging, estrias, fibro edema geloide (FEG),
adiposidade localizada, psoríase, calvície, olheiras, entre outras disfunções. A técnica
aplicada nesta apostila é o modelo mais atual do mercado.

Objetivos
»» Promover o conhecimento fisiológico, farmacológico e terapêutico das
técnicas de infusão controlada de CO2, criolipólise, microagulhamento e
endermologia.

»» Compreender mecanismo de ação das técnicas de infusão controlada de


CO2, criolipólise, microagulhamento e endermologia.

»» Compreender os métodos de aplicação mais atuais das técnicas de infusão


controlada de CO2, criolipólise, microagulhamento e endermologia.

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INFUSÃO
CONTROLADA DE UNIDADE I
CO2

CAPÍTULO 1
Introdução e história da infusão
controlada de CO2

O dióxido de carbono, um gás inodoro e incolor, foi descoberto em meados de 1648. É


produzido e eliminado diariamente pelo organismo humano em grandes quantidades
pelos pulmões no processo de respiração. Sua produção no organismo acontece graças
ao resultado do metabolismo e reações oxidativas celulares. Seu uso terapêutico iniciou-
se somente três séculos depois de seu descobrimento, mais precisamente no ano de
1932, na Estação Termal do Spy de Royat, França, por Pierre Laloutte.

Com a experiência adquirida na câmara de fumigação com sais de mercúrio, ele passou
a expor os portadores de úlceras crônicas aos vapores de combustão da magnésia alba
de forma seriada, aplicada a cada dois ou três dias. Esse foi o primeiro método de
tratamento sistemático do CO2 (BRANDI, 2001). Porém, a partir da década de 1930,
surgiram os primeiros trabalhos sobre o tema, como o do cardiologista Jean Baptiste
Romuef, que teve sua publicação em 1953, após 20 anos de experiência utilizando em
seus tratamentos injeções subcutâneas de CO2 (ABRAMO, 2010).

Toryama, em 2002, ainda atuando em patologias vasculares, mostrou excelentes


resultados na melhora da circulação periférica em pacientes com isquemia crítica, com
redução de 83% dos casos de amputação.

A produção industrial do gás carbônico permitiu sua utilização fora das estâncias
termais, abrindo uma nova perspectiva para a terapêutica com o CO2. No século XX,
essa forma de obtenção criou um período na evolução terapêutica com o CO2 chamado
de “Período Terapêutico Recreativo Estético” (BRANDI, 2001).

Após a descoberta dos efeitos do dióxido de carbono e das suas utilizações na Medicina,
os métodos foram se desenvolvendo. Nos dias atuais, graças a equipamentos capazes de

9
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

controlar o fluxo injetado por minuto, é possível usar esse procedimento em vários tipos
de tratamentos terapêuticos e até mesmo estéticos, como, por exemplo, no tratamento
de estrias, cicatrizes, celulite, gordura localizada, flacidez cutânea, rugas, olheiras,
feridas, calvície, psoríase, dentre vários outros (MARSILI, 2006).

Tudo isso fez com que seu conhecimento terapêutico fosse disseminado não só na
França, mas também na Itália e vários outros países da Europa e de outros continentes,
como o Brasil. Na Itália já se trabalha com a técnica há dez anos, e hoje é a mais realizada
nos tratamentos de FEG e adiposidade localizada (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).

A infusão controlada de CO2, conhecida popularmente como carboxiterapia, é uma


técnica que trabalha com injeção do dióxido de carbono – CO2 no tecido subcutâneo. É
uma prática que tem proporcionado melhora fisiológica, com melhor irrigação sanguínea
do local e, consequentemente, melhor oxigenação do tecido (ABRAMO, 2010).

O gás carbônico é o mais utilizado em cirurgias de videolaparoscopia para a insuflação da


cavidade abdominal, histeroscopia e como contraste em arteriografia e ventriculopatia
(ABRAMO, 2010).

O CO2 tem um poder de difusão muito forte, por esse motivo não oferece riscos ao
paciente. Ele é atóxico e é eliminado facilmente do tecido, sendo assim, os riscos de
embolia gasosa fatal nesse tratamento são mínimas (BRANDI, 2001).

Um dos principais produtos do metabolismo celular é o ácido carbônico (H2CO3),


excretado pelos pulmões sob a forma de gás carbônico (CO2). Portanto é totalmente
inócuo para nosso organismo (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

O CO2 é 20 vezes mais difundido que o O2, portanto, o aumento de volume que ocorre
após a aplicação é rapidamente absorvido e eliminado, ficando somente o efeito
vasodilatador que irá promover os benefícios locais (BRANDI, 2004).

O dióxido de carbono
O ácido carbônico (H2CO3) é produzido durante o metabolismo e excretado em forma
de CO2 pelos pulmões no processo de respiração. A quantidade de CO2 transportada em
sangue venoso é de aproximadamente 200 ml/min no adulto em repouso, mas pode ser
aumentada durante a atividade física (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).

Com a ajuda de uma enzima denominada anidrase carbônica, o CO2 é hidratado no


interior do eritrócito e forma o ácido carbônico (H2CO3). A dissociação de um hidrogênio
é espontânea e rápida, liberando um H+ livre e bicarbonato (HCO3). Quando eles são

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INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

muitos dentro do eritrócito, difundem-se para fora dele. O hidrogênio liberado liga-
se à hemoglobina formando hemoglobina reduzida e liberando O2, fazendo com que
haja maior disponibilidade dessa substância para as reações metabólicas do corpo
(ABRAMO, 2010).

A infusão controlada de CO2 possibilita, especialmente no tecido conjuntivo, uma


melhor drenagem vaso linfática devido ao aumento da vasodilatação e consequente
melhoria na oxigenação do tecido tratado. Estudos experimentais demonstram que em
casos de isquemia crítica o tratamento com carboxiterapia já chegou a evitar mais de
80% das amputações (FRASCA, 2002; MARSILI, 2006).

A infusão do gás provoca distensão tecidual e aumento da concentração de


barorreceptores, corpúsculos de Golgi e Paccini, causando liberação de substâncias
como histamina, bradicinina, serotonina, catecolamina, que atuam em receptores
beta-adrenérgicos, que ativam a adenilciclase, ocasionando aumento da AMPc tissular
e quebra de triglicérides. Isso faz com que a carboxiterapia seja utilizada como uma
importante forma de diminuição do tecido adiposo acumulado e consequente redução
de medidas. O CO2 utilizado pela carboxiterapia no Brasil possui em média, 99,99%
de pureza, o que o torna ótimo para o tratamento terapêutico (ALTECHEK; SODRE;
AZULAY, 2006).

O volume de aplicação do dióxido de carbono por sessão pode variar entre 500 ml a
2.000 ml. O que se deve levar em consideração é que a aplicação é punturada e em
cada ponto deve ser feita de uma a duas vezes o peso da pessoa que esteja realizando o
tratamento; isso será explicado mais adiante, quando falarmos de velocidade (ABRAMO,
2010; EGRAND et al., 2009; FRASCA, 2002; MARSILI, 2006; ALTECHEK; SODRE;
AZULAY, 2006).

Nos banhos em água carbonada, a espessura da camada de queratina e a compactação


de suas fibras não impedem a difusão do CO2 para os tecidos mais profundos, mas
impedem a passagem e retêm, no seu interior, algumas moléculas do gás (BORGES et
al., 2008).

A perda dessas moléculas faz com que a concentração na água do banho prejudique
parcialmente a efetividade do procedimento. De maneira distinta, na infusão controlada
do gás carbônico medicinal, o CO2 é injetado diretamente no interior da pele, não
sofrendo bloqueio e retenção das suas moléculas durante a aplicação (BRANDI, 2001).

Com isso, mantém nos tecidos o mesmo volume programado pelo aparelho insuflador
do gás. Como o volume injetado representa a concentração do CO2 nos tecidos, a infusão

11
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

controlada do gás carbônico medicinal apresenta 100% de aproveitamento (BRANDI,


2001).

Mecanismo de ação
Após a aplicação, o CO2 irá agir no local e rapidamente será difundido, deixando apenas
seus efeitos, tais como, aumento da microcirculação, ativação de barorreceptores
cutâneos, potencialização do efeito Bohr e vasodilatação. O CO2 possui ação direta local
pelo miócito e indireta mediada pelo sistema nervoso simpático, com isso a vasodilatação
arteriolar é evidente imediatamente à aplicação pela observação da hiperemia que a
pele apresenta. A ação direta do CO2 sobre o miócito vascular prevalece em nível local,
e indireta mediada pelo sistema simpático, que pode ser registrado a distância. O CO2
atua, sobretudo na microcirculação vascular do tecido conjuntivo, promovendo uma
vasodilatação e um aumento da drenagem venolinfática (LEVER; LEVER, 1991).

O aumento da circulação interfere no aumento da oxigenação local e, por sua vez,


um tecido bem oxigenado possui um metabolismo mais acelerado, resultando em
maior lipólise, melhor cicatrização e maior produção de colágeno, que irá refletir, por
exemplo, na cicatrização de feridas, perda de peso, melhoria das estrias e de problemas
como flacidez e rugas. O aumento do oxigênio é importante, pois elimina a formação
de fluidos entre as células. O resultado é um menor número de células gordurosas e um
subcutâneo mais firme. Portanto, a utilização desse gás promove o aumento do fluxo
dos vasos sanguíneos, com consequente aumento do metabolismo e vascularização da
área a ser tratada (LEVER; LEVER, 1991; LOPES, 2005).

Após a aplicação, há, além da melhoria da circulação e da distribuição do oxigênio, a


ativação de receptores devido à hiperdistensão subcutânea, ativando os barorreceptores,
sendo esses os corpúsculos de Golgi, sensíveis a baixas pressões, e os corpúsculos de
Pacini, sensíveis a altas pressões, com consequente liberação de substâncias como
bradicinina, catecolamina, histamina e serotonina. Essas substâncias atuam em
receptores beta-adrenérgicos ativando a adenilciclase, promovendo assim aumento do
AMP tissular e consequente ação final hidrolítica sobre os triglicérides dos adipócitos
(LEVER; LEVER, 1991).

Além disso, a afinidade do CO2 pela hemoglobina ao ser inversamente proporcional


à concentração de gás carbônico causa hiperoxidação do tecido, com efeito lipolítico
oxidativo. Esse processo pode ser explicado pela potencialização do efeito Bohr, a
ação do CO2 injetado envolve vasodilatação local com consequente aumento do fluxo
sanguíneo local e da pressão parcial de oxigênio (PpO2). O aumento da PpO2 é resultante
da potencialização do efeito Bohr, ou seja, há redução da afinidade da hemoglobina pelo
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INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

oxigênio, acarretando uma maior quantidade de O2 que estava retido pela hemoglobina
para ficar disponível para o tecido a ser tratado (LOPEZ, 2003; LOPES, 2005).

A presença de CO2 nos tecidos reduz o pH no local da aplicação e resulta numa resposta
inflamatória. Isso interfere na hemodinâmica celular resultando em formação de novos
vasos sanguíneos. O que mais interfere na resposta do organismo à infusão de CO2 é a
pressão parcial de gás nos tecidos, mostrando a importância de se aplicar a concentração
adequada de CO2 para alcançar eficácia nos resultados (KEDE; SABATOVICH, 2003;
LOPES, 2005).

A pressão de infusão do CO2 é correspondente à pressão de gás medicinal injetado


nos tecidos, e não ao gás existente no cilindro de armazenamento. Essa pressão é
influenciada por fatores, sendo esses a válvula de controle de gás acoplada ao cilindro e
o mecanismo de autorregulação do aparelho insuflador (ABRAMO, 2010).

A velocidade do fluxo de aplicação nos tecidos é importante por determinar a


intensidade do estímulo desencadeador da resposta inflamatória, variando conforme o
local e a resistência tecidual. Essa velocidade vai de 1 a 180 mlCO2/min, porém, os mais
utilizados variam de 80 a 180 mlCO2/min (ABRAMO, 2010; MARSILI, 2006; LOPES,
2005).

Resumo do mecanismo de ação

Vasodilatação arteriolar: ação direta sobre o miócito vascular prevalece


em nível local e a indireta mediada pelo sistema simpático, que pode ser
registrado a distância. Atua, sobretudo, na microcirculação vascular do
tecido conjuntivo, promovendo uma vasodilatação e um aumento da
drenagem venolinfática.

Potencialização do efeito Bohr: há redução da afinidade da hemoglobina


pelo oxigênio, acarretando uma maior quantidade de O2 que estava retido pela
hemoglobina para ficar disponível para o tecido a ser tratado. Simplificando,
é a tendência de o O2 deixar a corrente sanguínea quando a concentração de
CO2 aumenta.

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UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Aumento da velocidade microcirculatória: promove o aumento do fluxo


dos vasos sanguíneos, com consequente aumento do metabolismo e
vascularização da área a ser tratada.

Ativação de barorreceptores cutâneos: devido à hiperdistensão do


subcutâneo, há estímulo dos barorreceptores – corpúsculos de Golgi (sensível
a baixas pressões) e de Pacini (altas pressões) – e consequente liberação de
substâncias como: bradicinina, catecolamina, histamina e serotonina.

Para saber mais sobre esse assunto indico os seguintes artigos:

»» ABRAMO, A. C. Infusão controlada de CO2: carboinsuflação. São


Paulo: Ed. Do Autor, 2010.

»» RESCH, K. L.; JUST, U. Possibilidades e limites da carboxiterapia. Review


German, v. 3, no 1, 2004, pp. 45-50.

»» KOUTNA, N. Carboxytherapy: a new noninvasive method in aesthetic


medicine. Cas Lek Cesk 145:841-843, 2006.

»» PARASSONI, L.; VARLARO, V. La Carbossiterapia: una metodica in


evoluzione. Riv. La Medicina Estetica. 21(1). Roma: Editrice Salus
Internazionale, 1997.

»» BROCKOW, H.; DILLNER, R. Clinical Evidence of Subcutaneous CO2


Insufflations: A Systematic Review. J Altern Complement Med, vol 6
(5): 403, 2000.

Os equipamentos
O fluxo e o volume total de aplicação na infusão controlada de CO2 são controlados por
equipamentos apropriados. No Brasil, o aparelho a ser utilizado deve ser registrado pela
ANVISA, a fim de proporcionar maior conforto e segurança a quem recebe a aplicação
(ABRAMO, 2010; EGRAND et al., 2009).

Independentemente da marca ou do modelo do aparelho, ele irá apresentar


características comuns, tais como um cilindro que se liga ao aparelho por meio de um
regulador de pressão de gás. Ele é injetado por meio de uma sonda com agulha pequena

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INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

diretamente na pele do paciente. Quanto ao fluxo utilizado, muitos são os autores que
discutem a quantidade necessária de aplicação para cada tipo de tratamento (MARSILI,
2006).

Esse equipamento é composto por três segmentos distintos: equipo descartável,


aparelho insuflador do gás e sistema cilindro-válvula controladora de pressão que
armazena e regula a pressão da saída do gás carbônico medicinal para o circuito do
aparelho insuflador (figura 1).

Figura 1. Composição de equipamento para realização de insuflação controlada de CO2.

Fonte: <http://www.ibramed.com.br>

O equipo utilizado deve ser atóxico, estéril, apirogênico e descartável, formado


por agulha 30G½ acoplada a um filtro que, por sua vez, é conectado ao cateter de
poliprolipeno com diâmetro de 0,3cm, portanto, um fixador na extremidade livre. O
reduzido diâmetro da agulha, em relação ao diâmetro do cateter, permite que o gás seja
introduzido com maior pressão, facilitando sua difusão através dos tecidos (figura 2).
O filtro possui uma lâmina de policloreto de vinila, com espessura de 0,2µ na grade de
filtragem, do tipo microbiológico e hidrofóbico, cuja função é reter possíveis impurezas
existentes no interior do cateter ou no circuito do insuflador (RESCH; JUST, 2004).

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UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Figura 2. Equipo atóxico para insuflação de CO2 e agulha 30G½.

Fonte: MENEGAT, 2015.

A pressão de infusão do CO2 corresponde à pressão do gás carbônico medicinal que


é introduzido no interior dos tecidos e não deve ser confundida com a pressão do gás
carbônico no interior do cilindro de armazenamento (BRANDI, 2001).

O sistema que controla a pressão de entrada do CO2 no aparelho insuflador é composto


pelo cilindro armazenador do gás carbônico medicinal, por uma válvula reguladora da
pressão do gás que sai do cilindro e um manômetro, indicador da quantidade de CO2,
no estado gasoso, no interior do cilindro. A válvula de controle de pressão do gás está
ligada ao aparelho insuflador do CO2 por meio de uma mangueira de material plástico
ou polipropileno flexível, fechando o circuito de condução do gás no equipamento
(figura 3).

Figura 3. Sistema cilindro e válvula controladora de pressão.

16
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Fonte: MENEGAT, 2015.

17
CAPÍTULO 2
Métodos de aplicação

A velocidade do fluxo da infusão de CO2 nos tecidos determina a intensidade do


estímulo lesivo que desencadeia a resposta inflamatória no local da aplicação,
variando de conformidade com a região anatômica e a resistência imposta pelo
tecido. O programa do aparelho regula a rapidez com que o CO2 será injetado
no interior dos tecidos. Velocidades do fluxo de infusão compreendidas entre 80
a 180 ml/min são consideradas efetivas para desempenho da carboinsuflação.

Será que regular somente a velocidade é o suficiente para obter resultado


satisfatório quando tratarmos de disfunções do tecido adiposo?

A manutenção da temperatura do ambiente, ao redor de 24°C a 25°C, no local onde se


realiza a carboinsuflação, promove maior conforto durante a aplicação e, ao mesmo
tempo, potencializa a ação vasodilatadora local do CO2.

Antes de iniciar a aplicação do dia ou se o aparelho ficar mais de cinco horas


parado, deve-se deixar escapar 150 ml de gás, pois o O2 parado, quando aplicado,
faz com que a região fique inchada por duas semanas.

A profundidade da aplicação é determinada de acordo com o propósito a que se destina


o procedimento. Quando o objetivo está direcionado para atividades terapêuticas de
características não estéticas, a aplicação do gás deve ser realizada profundamente, no
interior do tecido (RESCH; JUST, 2004).

A aplicação profunda tem como objetivo promover a lise do tecido adiposo subcutâneo,
com o propósito de reduzir o excesso de gordura localizada, melhorando o contorno
corporal da região comprometida. Assim, quando tratarmos gordura localizada e FEG,
ou seja, tecido adiposo, a agulha deverá estar de 90° a 45° em relação à pele, dependendo
da espessura do tecido adiposo subcutâneo da região (figura 4A) (ABRAMO, 2010).

A pouca espessura da derme, em média 1 a 2 mm, acrescida da resistência da camada


córnea da epiderme e ao diâmetro da agulha, torna difícil afirmar que a infusão
controlada de CO2 pode ser realizada com precisão em dois ou três planos dérmicos
distintos: superficial, intermediário e profundo. Nesse plano, somente a ponta da

18
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

agulha bisel voltada para cima deverá ser introduzida, para garantir a superficialidade
durante a injeção (figura 4B) (MENEGAT, 2014).

A distensão e a pápula branca que se observa na pele durante a infusão do gás


demonstra que a aplicação está sendo realizada superficialmente, ou seja, no interior
da derme (figura 5) (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005). Essa aplicação atende a dois
propósitos:

1. Reposição e remodelação das fibras de colágeno, reticular e elástica da


derme, para recuperação a consistência e elasticidade da pele.

2. Aumento do fluxo sanguíneo da microcirculação cutânea da região


infundida, elevando numericamente os pequenos vasos pré-capilares e
pós-capilares locais, assim como promovendo a sua dilatação.

Figura 4. Inclinação da agulha. A) Inclinação da agulha para trabalho no tecido adiposo.

B) Inclinação da agulha para trabalho na derme.

Fonte: MENEGAT, 2015.

19
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Figura 5. Pápula branca sendo observada durante a infusão do gás de CO2.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Volume do gás na infusão controlada do CO2


Como já dito anteriormente, nosso organismo em repouso produz 200 ml/min de CO2.
No exercício físico pode aumentar até dez vezes. O volume total de dióxido de carbono
usado em uma sessão corresponde à somatória dos volumes infundidos em cada
punctura, podendo chegar a um total de 2.000 ml; valores acima disso não causam
grandes prejuízos, mas induzem mais o desconforto do paciente podendo levá-lo ao
desmaio.

É preciso considerar que existe uma relação direta entre o peso do indivíduo e o conjunto
formado pela extensão da superfície cutânea e o volume do tecido adiposo ao longo dessa
superfície. Por essa razão, parece ser adequado relacionar o volume do gás aplicado
na infusão controlada do CO2 com o peso ponderal, estabelecendo valores dirigidos
às necessidades de cada indivíduo em particular. Para um melhor aproveitamento do
CO2, o volume do gás a ser injetado é calculado de acordo com o peso ponderal, e não
com índice de massa corporal. Dessa maneira, consegue-se atingir uma concentração
adequada do CO2 nos tecidos para desencadear uma resposta inflamatória no local da
aplicação. Assim sendo, considera-se como fator de eficiência a variação do volume
de 1 ml até 2 ml de CO2 por quilo de peso do indivíduo, representado por mlCO2/kg.
A distância entre as puncturas fica 3 a 15 cm entre si (figura 6). O volume escolhido
é aplicado por punctura, ou seja, unitariamente em cada um dos pontos onde o gás
será injetado (ABRAMO, 2010). O cálculo do volume de gás baseado no peso ponderal
do indivíduo se aplica no tratamento de alterações do tecido adiposo (RESCH; JUST,
2004).

20
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Exemplo:

Peso 50 kg.

Mínimo por ponto será 50 mlCO2/cm

Máximo por ponto 100 mlCO2/cm

Figura 6. Distância entre os pontos para modo punturação

Fonte: MENEGAT, 2015.

Velocidade do fluxo de infusão ou velocidade


de aplicação do CO2
Esse é um dos fatores decisivos para a efetividade da infusão, e não deverá ser confundido
com o volume de gás aplicado em cada punctura. Sua escolha é influenciada pela
resistência dos tecidos e pela intensidade do efeito lesivo que se deseja promover, razão
pela qual ela pode deferir em diferentes áreas de um mesmo indivíduo. O descolamento
ou distensão dos tecidos e a intensidade de ruptura tecidual são proporcionais à
velocidade do fluxo de infusão do gás (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005).

Velocidade entre 150 a 180 ml CO2/min promove uma distensão tecidual rápida,
eficiente e segura, aumenta o desconforto, provocando dor durante aplicação, mas
traz os melhores resultados, em razão de o dano interno ser maior. Áreas de menor

21
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

resistência, como pálpebras, suportam melhor velocidade, de 80 a 100ml CO2/min


(ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014).

80 a 100ml CO2/min região periorbital, facial, alterações de origem funcional e


reparadora.

101 a 150ml CO2/min alterações morfológicas da pele e adiposidade da face.

151 a 180ml CO2/min flacidez cutânea e adiposidade localizada, na recuperação


do contorno corporal.

Para saber mais sobre esse assunto indico os seguintes artigos:

BORGES, F.; SCORZA, F. Carboxiterapia: uma revisão. Revista Fisioterapia Ser, v.


3, no 4, 2008.

Indicações e contraindicações

Indicações

A infusão controlada de CO2 é um tratamento indicado para os seguintes casos:

»» estrias;

»» flacidez tissular;

»» FEG;

»» adiposidade localizada;

»» olheiras;

»» linhas de expressão;

»» revitalização facial;

»» tratamento complementar à lipoaspiração;

»» pós-operatório de cirurgias plásticas;

»» calvície;

»» microvarizes;

22
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

»» feridas abertas;

»» psoríase.

Contraindicações

Não há importantes contraindicações, por ser um gás atóxico, não embólico, que já está
normalmente presente no organismo, amplamente aplicado na Medicina e isento de
efeitos sistêmicos nas doses empregadas.

»» patologias crônicas de pulmões ou coração;

»» infecção no local de aplicação;

»» gravidez;

»» hipertensão crônica;

»» anemia;

»» colagenoses (lúpus, esclerodermia, dermatomiosite);

»» epilepsia.

(ABRAMO, 2010; BORGES; SCORZA, 2008; MENEGAT, 2014)

23
CAPÍTULO 3
Carboxiterapia nas alterações estéticas

Adiposidade localizada
O tecido adiposo, também chamado de hipoderme é um tipo especializado de
tecido conjuntivo composto por células denominadas adipócitos. Os adipócitos são
reservatórios de energia, que são acumulados em forma de lipídio (triglicerídeos). Eles
são adquiridos graças ao desequilíbrio entre as necessidades energéticas diárias e a
quantidade ingerida. Caso a ingestão seja maior que a necessária, a pessoa irá armazenar
o excesso nesse tecido (ABRAMO, 2010; COSTA, 2011).

O tecido adiposo é altamente vascularizado, resultando em constantes trocas gasosas


entre ele e a corrente sanguínea. Até pouco tempo, esse tecido era considerado como
um depósito passivo de energia, porém, nos dias atuais, estudos mostraram que ele
é um tecido metabolicamente ativo, com funções de isolamento térmico, secretor de
proteínas, produtor de peptídeos bioativos, amortecedor de trauma e modelador da
superfície do corpo (ABRAMO, 2010).

Esse tecido é formado por três camadas: areolar, intermediária e profunda. A camada
areolar é a camada superficial e mais propensa à lipólise. A intermediária situa-se entre
a areolar e a profunda é fibrosa e delgada. A camada profunda é mais resistente à lipólise
e possui mais espessura (figura 7) (ALTECHEK; SODRE; AZULAY, 2006; GUIRRO;
GUIRRO, 2002; COSTA, 2011).

O padrão de localização de gordura varia entre o sexo feminino e o masculino, sendo que
as mulheres apresentam um padrão ginoide, com gordura predominante nos flancos,
quadril, glúteos, face interna da coxa, região troncantérica e face medial do braço. No
padrão masculino ou androide, a gordura costuma localizar-se na parede abdominal
superior, flancos e região cervical (ABRAMO, 2010; KEDE; SABATOVICH, 2003).

24
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Figura 7. Camadas do tecido adiposo sendo areolar e lamelar.

Fonte: SILVA, 2010.

A carboxiterapia tem sido largamente utilizada no tratamento da gordura localizada,


sendo aplicada nos locais que apresentam maior porcentual de gordura, conforme
mencionando anteriormente, e tem a função de aumentar ainda mais a vascularização
tecidual, o que proporciona maior concentração de oxigênio e aumento do metabolismo
local, levando à lipólise e à diminuição da quantidade de gordura. A injeção controlada
de CO2 tem maior atuação na camada areolar, no entanto, age também na camada
profunda em razão da vascularização e facilidade de difusão de gás nessa localidade
(COSTA, 2011).

A carboinsuflação apresenta eficácia na destruição dos adipócitos, reduzindo assim


a adiposidade localizada. Deve ser aplicada em um ou mais ciclos, que devem ser
estabelecidos de acordo com o porcentual de gordura e com as respostas fisiológicas
do tratamento (COSTA, 2010). Cada ciclo é formado por dez sessões, dividido em duas
etapas, o primeiro constituído de quatro sessões com intervalo de 24 horas e o segundo
formado por seis sessões com intervalo de 72 horas (ABRAMO, 2010; COSTA, 2010).
Para obter-se uma elevada concentração de CO2 nos tecidos, é necessário que as quatro
primeiras sessões sejam diárias, enquanto que, para manter a concentração de gás
elevada, o intervalo deve ser de 72 horas (COSTA, 2011).

A infusão de gás é profunda e feita por punturação, lembrando que nesse caso é
necessário fazer o cálculo multiplicando o peso ponderal do paciente por 1,5 ou 2
ml CO2. O valor obtido será a quantidade a ser aplicada por ponto. A quantidade de
puncturas é variável, dependendo da extensão e do objetivo do tratamento. A distância
entre as puncturas também altera conforme o tratamento, podendo variar entre 3 e 5
cm. A velocidade do fluxo varia de 100 a 180 mlCO2/min, dependendo do volume do
tecido adiposo (ABRAMO, 2010; BRANDI, 2001; COSTA, 2010).

25
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

O CO2 atua primeiramente diminuindo o pH da região, a lise do tecido ocorre pela


destruição mecânica do adipócito, ou seja, a velocidade infundida e a oxidação dos
lipídeos da célula gordurosa induzidas pelo CO2 injetado no local. Ao mesmo tempo,
a hipercapnia que se instala após a infusão do gás carbônico nos tecidos potencializa o
efeito Bohr dentro das hemácias, desviando a curva de dissociação, aumentando, assim,
a oferta de oxigênio aos tecidos (EGRAND et al., 2009).

Resumo de Adiposidade – método de aplicação

Punturado, sendo 1,5 a 2 ml por kg.

Velocidade 100 a 180 ml CO2/min.

Distância dos pontos: 3 a 5 cm.

É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 24 horas


nas 3 primeiras e nas demais com intervalo de 72 horas.

Vamos tentar montar o protocolo dessa paciente?

Paciente de 32 anos, sexo feminino, 80 Kg e 1,70 m de altura, com IMC 27,68 –


Sobrepeso.

Marque os pontos no abdômen da foto e ao lado coloque quanto aplicaria por


ponto e qual velocidade seria.

Figura 8

CARBOXITERAPIA

Por ponto: _______ ml

Velocidade: _______ ml/min

Fará _____ x por semana

Já na hidrolipo com Carboxi; HLC que significa hidrolipoclasia não aspirativa, o


procedimento consiste na aplicação de soro fisiológico na região com adiposidade
localizada, em seguida é realizada uma sessão de ultrassom ou manthus e, para finalizar,
aplicação de carboxiterapia; após um período de 48 horas é realizada uma drenagem
linfática manual (figura 8) (COSTA, 2011).

26
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

O soro fisiológico em contato com o gás carbônico forma uma reação química, com
liberação de íons, proporcionando um meio ácido no local da aplicação. Essa acidez
tecidual confere um aumento da oxidação lipídica por meio da ativação das lipoproteínas
lípases (LPL), potencializando o poder de lipólise (MENEGAT, 2014).

Figura 9. Sequência da HLC.

Fonte: MENEGAT, 2015.

27
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Resumo de HLC – método de aplicação

1o DIA
Figura: 10
Punturado, sendo 10 a 20 ml por ponto.

Distância dos pontos: 4 a 6 cm.

US ou manthus por 20 minutos no


máximo.

Carboxiterapia tradicional para gordura.

2o DIA

Drenagem linfática manual ou plataforma vibratória ou endermoterapia etc. Qualquer


procedimento que ative o sistema linfático.

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» COSTA, C. S.; OTOCH, J. P.; SEELAENDER, M. C. L.; NEVES, R. X.; MARTINEZ,


C. A.R.; MARGARIDO, N. F. Avaliação citométrica dos adipócitos
localizados no tecido subcutâneo da parede anterior do abdome após
infiltração percutânea de CO2. Rev Col Bras Cir, 2011; 38(1).

»» ERASO, J. C.; MOTTA, A. M. Hidrolipoclasia abdominal: variaciones


técnicas y resultados antropométricos en tres centros de medicina
estética de Bogotá. Colegio Mayor de Nuestra Señora del Rosario
Escuela de Medicina y Ciencias de la Salud Especialización en Medicina
Estética, 2011.

»» BRANDI, C.; D`ANIELO, D.; GRIMALDI, L.; BOSI, B.; DEI, I.; et al. Carbon
Dioxide Theraphy in the Treatment of Localized Adiposities: Clinical
Study and Histopathological Correlations. Aesthet Plast Surg.;
25:170- 174, 2001.

»» BROCKOW, T.; HAUSNER, T.; DILLNER, A.; RESCH, K. L. Clinical Evidence


of Subcutaneous CO2 Insufflations: A Systematic Review. J Altern
Complement Med. 2000; vol 6 (5): 403.

28
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

»» ABRAMO, A. C. Infusão controlada de CO2: carboinsuflação. São


Paulo: Ed. Do Autor, 2010.

»» MENEGAT, T. A. Guia Prático de Carboxiterapia. São Paulo: Ed. Aiko


Ltda, 2014.

FEG – Fibro Edema Geloide


Disfunção que aparece em 99% da população feminina, a FEG, vulgo celulite. Hoje,
algumas pesquisas já consideram a FEG como característica ligada ao sexo feminino,
sendo comum e normal tê-la antes dos 15 anos de idade. A FEG chega a atingir 80% das
mulheres com mais de 35 anos de idade (CORRÊA, 2008).

O tecido adiposo acumulado no corpo forma, em certas regiões, o aparecimento de


celulites. As celulites aparecem graças ao mau funcionamento dos adipócitos, que retêm
maior quantidade de líquido e maior teor de lipídeos, causando também má circulação
na região, devido à compressão dos vasos sanguíneos pelo aumento do volume da célula
(CORRÊA, 2008; LEE, 2010).

Histologicamente, o tecido celulítico apresenta alteração do interstício, com aumento


da viscosidade, hipo-oxigenação, estase vênulo-capilar e caso não seja tratada, pode
evoluir para um estágio de fibrose cicatricial (LEVER; LEVER, 1991).

Apresenta-se em diferentes graus e tipos. Ela pode ser na forma flácida, que vem
acompanhada de flacidez muscular e/ou tissular. Esse tipo ocorre mais em mulheres
com o biótipo magro e com pele mais branca, pois são pessoas com menor quantidade
de melanina e essa, por sua vez, também ajuda na tonicidade da pele. Outra forma é a
compacta, que está associada a depósitos de gordura localizada, sem nenhuma diferença
histológica. Temos também a forma edematosa que é devido à retenção hídrica e a
forma mista, na qual podemos ter mais de um tipo de FEG em um mesmo indivíduo
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).

A FEG foi classificada em vários estágios, de acordo com estágio em que se encontram
as manifestações cutâneas mostram-se mais exacerbadas. Atualmente, consideram-se
os quatro estágios a seguir (CORRÊA, 2008).

»» Estágio I ou Edematoso: só aparece quando fazemos compressão da


região. Há uma alteração das células do tecido adiposo, porém a região
afetada não apresenta modificação circulatória e nem dos tecidos de
sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não há sinais visíveis na

29
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

pele nem dor nesse estágio da celulite; ela só aparece quando fazemos
compressão da região.

»» Estágio II ou Exsudativa: nesse estágio a FEG caracteriza-se por uma


alteração circulatória por compressão das microveias e vasos linfáticos. O
sangue e a linfa ficam estagnados e, consequentemente, ocorre um edema
intercelular. Também há um endurecimento do tecido de sustentação e
as irregularidades na pele ficam aparentes, mas ainda não existe dor.

»» Estágio III ou de Fibrose: nesse estágio, os recursos utilizados devem


ser bem mais variados para que haja resultados consideráveis. A FEG
apresenta-se com o aspecto de “casca de laranja” e fica dolorida. A fibrose
se instala e a circulação acaba comprometida. Vasinhos e microvarizes
podem surgir, além de uma sensação de peso e cansaço nas pernas.

»» Estágio IV ou de Esclerose: é a fase considerada mais grave, com as


fibras mais duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele
apresenta depressões e tem aspecto acolchoado. Ocorrem aderências à
aponeurose muscular. Na termografia, os aspectos anteriores aparecem
como verdadeiros “buracos negros”, que são regiões de circulação
diminuída, representando a formação de fibroses. As pernas ficam
pesadas, inchadas e doloridas e a sensação de cansaço é frequente, até
sem o menor esforço.

Atuação do CO2

O CO2 atua, sobretudo, na microcirculação vascular do tecido conectivo, promovendo


vasodilatação e aumento da drenagem venolinfática. Com a vasodilatação, o fluxo
de nutrientes aumenta, entre eles as proteinases necessárias para remodelar os
componentes da matriz extracelular (MEC) (LEVER; LEVER, 1991; CORRÊA, 2008).

A ação lipolítica oxidativa atua diretamente na etiologia da FEG quebrando o círculo


vicioso que envolve alteração bioquímica do interstício (aumento de viscosidade), estase
vênulo-capilar, com hipo-oxigenação e, consequentemente, sofrimento do adipócito.
Como a microcirculação se altera na panicolopatia fibroesclerótica, o aumento do fluxo
sanguíneo que a injeção de CO2 promove exerce importante papel no tratamento dessa
patologia (LEVER; LEVER, 1991).

As punturas são unitárias, aplicadas no centro das ondulações. A aplicação inicia-


se apenas com a ponta da agulha introduzida na pele, e, posteriormente, essa será
introduzida na gordura. Essa forma de aplicação estimula a vascularização e fibrogênese,

30
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

melhorando a elasticidade e fortificando o tecido conjuntivo, provocando a lise dos


lipídeos e, consequentemente, diminuindo a projeção do lobo de gordura (ABRAMO,
2010; CORRÊA, 2008; MENEGAT, 2014).

Resumo de FEG – método de aplicação


Punturado, sendo 1 a 2 ml por kg.

Velocidade 100 a 180 ml CO2/min.

Distância dos pontos: 3 a 5 cm.

É necessário serem realizadas no mínimo 12 sessões, com intervalos de 24 horas


nas 3 primeiras e nas demais com intervalo de 72 horas.

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» LEE, G. Carbon Dioxide Therapy in the Treatment of Cellulite: An Audit


of Clinical. Practice Aesth Plast Surg, no 34, 2010.

»» Campos V, Bloch L, Cordeiro T (2007) Carboxytherapy for gynoid


lipodystrophy treatment: the Brazilian experience. J Am Acad
Dermatol 56:AB196.

Atrofia linear cutânea


A atrofia linear cutânea, comumente chamada de estrias, são distúrbios estéticos de
grande relevância social em razão de seu efeito no corpo e seu impacto no psicológico do
indivíduo. Seu aparecimento geralmente se dá em adultos, mas pode ocorrer também
em jovens, dependendo de fatores biológicos e mecânicos. São mais frequentes no sexo
feminino e surgem especialmente nos glúteos, mamas, abdome, flancos, dorso e coxa
(SILVA; TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009).

Trata-se de uma distensão exagerada da pele, causada especialmente por ganho


exagerado de peso, alterações hormonais tanto na puberdade quanto na idade madura,
exercícios físicos abusivos e gravidez. Porém, fatores genéticos, uso de corticoides e
déficit proteico podem desencadear aparecimento de estrias (SILVA; TAKEMURA;
SCHWARTZ, 2009).

31
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

São cicatrizes internas causadas pelo rompimento ou diminuição da conexão entre as


fibras dérmicas, tais como colágeno e elastina. Apresentam-se na maioria dos casos
paralelas entre si, atingindo variados comprimentos e larguras que vão de poucos
milímetros até cerca de um centímetro. Inicialmente, possuem coloração vermelho
escura, devido ao aumento da vascularização causado pelo processo inflamatório.
Depois evoluem para uma tonalidade nacarada e, em pessoas de pele morena, podem
apresentar uma coloração mais escura. Sua evolução pode variar de um até dois anos
(BRANDI, 2004).

Podem aparecer em ambos os sexos, no entanto são predominantes nas mulheres.


Nas meninas podem aparecer entre 12 a 14 anos e nos meninos, entre 13 e 15 anos.
Localizam-se frequentemente nos glúteos, seios, abdômen, coxas, região lombossacra,
e são menos comuns, mas podem surgir na fossa poplítea, região ilíaca, tórax, antebraço
e porção anterior do cotovelo (RESCH; JUST, 2004).

A infusão controlada de CO2 tem sido aplicada no tratamento de estrias, alcançando


grande sucesso como tratamento primário ou complementar, causando efeitos
hemodinâmicos, fibrogênicos e vasculares, recuperando assim as aparências da atrofia
linear cutânea (SILVA; TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009). A aplicação controlada de
CO2 apresenta metodologia própria em estrias. As aplicações devem ser realizadas
superficialmente, com a agulha posicionada paralelamente à pele. O volume de CO2
por aplicação é mínimo e determinado pelo leito da estria (MENEGAT, 2014; BRANDI,
2004).

Os efeitos hemodinâmicos, vasculares e fibrogênicos, que se instalam nos tecidos após


a aplicação do gás, são os fatores indutores para recuperação da aparência das estrias.
A ação conjunta desses fatores estimula o processo de transdução de sinais das fibras
conjuntivas na matriz extracelular, remodelando o leito da estria. A vasodilatação,
a formação de novos vasos sanguíneos e o aumento de fibras colágeno e elástica,
promovidas pela neofibrogênese na matriz extracelular, reduzem o comprimento, a
largura e a depressão que caracterizam a atrofia tecidual das estrias. A fibrogênese é
estimulada pelo fator de crescimento do fibroblasto básico e pelo fator de crescimento
transformador, sintetizados no local após a infusão do CO2 (SILVA; TAKEMURA;
SCHWARTZ, 2009).

Para eficácia no tratamento, é importante que ele seja feito em pelo menos três ciclos
de dez sessões aplicadas num intervalo de 72 horas, sendo que o segundo ciclo deve ser
cerca de 30 dias após o primeiro e o terceiro 6 meses após o segundo (BRANDI, 2004).

A aplicação do gás deve ser bem superficial, apenas com a ponta da agulha. O efeito
inicial é a hiperemia, causada pelo aumento da vasodilatação. O número de puncturas

32
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

é sempre elevado e determinado pela extensão do descolamento promovido pelo CO2, o


que interfere também na distância entre uma aplicação e outra, pois o procedimento é
determinado pela resistência que as fibras oferecem à difusão do gás (BRANDI, 2004).

Resumo de estrias – método de aplicação

Contínuo.

Figura 11.

Velocidade 100 a 180 ml CO2/min.

Preenchimento da estria toda.

É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 72 horas


ou uma vez por semana.

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» DOMINGUES, A. C. S.; MACÊDO, C. S. A. C. Efeito microscópico do dióxido


de carbono na atrofia linear cutânea. Trabalho de conclusão de curso
(Fisioterapia). 131p Universidade da Amazônia. Belém/Pará: 2006.

»» MARSILI, C. Carboxiterapia. São Paulo: Sociedade Brasileira de Cirurgia


e Medicina Plástica Estética, 2007.

»» ALTCHEK, D.; SODRÉ, C.; AZULAY, D. Dermatologia. 4o ed. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

Rugas, linhas de expressão e flacidez


O envelhecimento celular é inevitável e acontece com todos os seres humanos, mais
cedo ou mais tarde; pode ser retardado, mas nunca paralisado. Pode ser acelerado sob
a influência do meio ambiente. Num mesmo indivíduo, a pele pode estar preservada
normalmente em áreas cobertas pela roupa, e mais envelhecida em áreas expostas à
ação acumulativa das radiações solares (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005).
33
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

O processo de envelhecimento ocorre em todas as camadas da pele. Vamos ver,


fisiologicamente, o que acontece em cada camada nesse processo (GUIRRO; GUIRRO,
2002).

»» Epiderme: a epiderme se adelgaça em razão ao aplainamento dos cones


interpapilares e da diminuição do número e volume das células.

»» Derme: na derme ocorre a atrofia por destruição das fibras colágenas


e fibras elásticas, dando à pele um aspecto característico, chamado de
elastose solar. Ocorre frequentemente em regiões expostas às radiações
dos raios ultravioletas do sol.

»» Tecido adiposo: a alteração da epiderme e da derme caracteriza-se pelo


afinamento da pele cuja cor adquire tonalidade ligeiramente amarelada,
aparecimento de pregas, rugas, telengectasias (pequenos vasos) e
manchas escuras (melanose solar).

Envelhecer é natural, e para ser um processo sem traumas alguns cuidados são
necessários. Ao mesmo tempo em que cresce a expectativa de vida, valoriza-se cada vez
mais a jovialidade. O envelhecimento é caracterizado pelo desgaste dos vários setores do
organismo, gerando alterações no seu funcionamento (CARVALHO; VIANA; ERAZO,
2005).

Há diferenças marcantes entre o envelhecimento intrínseco e o fotoenvelhecimento que


são coerentes com as alterações bioquímicas e moleculares. No envelhecimento pela
idade, a textura da pele é lisa, homogênea e suave, com atrofia da epiderme e derme,
menor número de manchas e discreta formação de rugas. No fotoenvelhecimento a
superfície da cútis é áspera, nodular, espessada, com inúmeras manchas e rugas
profundas e demarcadas.

Histologicamente, a atrofia e a retificação da epiderme no envelhecimento cronológico


contrastam com a acantose da pele actínica. (CARVALHO; VIANA; ERAZO, 2005).
Veja o esquema abaixo que resume o envelhecer.

Figura12. Esquema que resume como envelhecemos.

34
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

As rugas se dividem em:

»» Primárias: é uma depressão linear que interrompe a uniformidade da


superfície cutânea por diminuição da camada hipodérmica ou por atrofia
dérmica.

»» Secundárias: são continuações das rugas da primeira fase. A troca


de fase é variável no tempo e depende de cada indivíduo, acentuando a
profundidade inicial.

»» Terciárias: a aparição tardia ocorre por ptose cutânea (queda ou


deslocamento). É observável em uma pele que perdeu sua elasticidade
e tonicidade pelo peso do tecido, ou seja, por flacidez, levando ao
deslocamento em queda da pele da face.

Tipos de Envelhecimento

»» Envelhecimento verdadeiro intrínseco: esperado (previsível


inevitável e progressivo). Pode ser retardado, mas nunca parado.

»» Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento: por


exposição continuada e abusiva aos raios solares. A pele apresenta,
precocemente, alterações comuns à pele senil.
35
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Agora, falando dos tipos de rugas, temos dois descritos a seguir:

Figura 13.

Rugas de expressão: é a acentuação permanente das pregas normais


da face. Exemplos: pés-de-galinha (pequenas rugas do ângulo externo do
olho); pequenas rugas peribucais (em torno da boca).

Figura 14.

Sulcos: os sulcos são secundários ao afrouxamento cutâneo muscular


por alteração da derme-hipoderme e ação da gravidade. Exemplos: queixo
duplo, sulcos nasogenianos – queda do tecido gorduroso contribui para
acentuação dos sulcos (do nariz aos lábios).

Flacidez
A flacidez é a falta de tonicidade da pele ou músculo. Ela se refere ao estado mobilizado,
frouxo ou lânguido do tecido. Pode ser muscular ou cutânea, sendo a sua causa
multifatorial, o que inclui fatores genéticos, ambientais e de maus hábitos, como o
sedentarismo. Não há um fator único e específico que cause flacidez.

Na flacidez tissular percebe-se que a maior incidência de casos é na mulher, em


consequência de fatores hormonais e da gestação. Porém, outros fatores, como o excesso
de sol (fotoenvelhecimento), sedentarismo, alimentação inadequada e efeito sanfona,
contribuem para o envelhecimento fisiológico, que tem seu início por volta dos 30 anos.
Os idosos também repõem menor quantidade de colágeno e elastina, que são as fibras
mais importantes da tonicidade da pele. Cirurgias que promovem perda de peso rápida
também favorecem à flacidez.

36
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Diferença entre flacidez de pele e flacidez de


músculos
A flacidez tecidual ou tissular acontece quando a pele fica flácida, frouxa; já a muscular,
quando os músculos se encontram de uma maneira “mole”, não tonificada. A pele
geralmente está sobreposta ao músculo e acompanha a sua tonicidade. Se o músculo
está flácido, a pele também parece flácida, porém se a pele está flácida e o músculo
tonificado, então a aparência não é tão evidente. A pele tem um tecido e o músculo tem
outro. O músculo espessa ou “cresce” conforme os exercícios, já a pele não (GUIRRO;
GUIRRO, 2002).

Para um tratamento adequado, é necessária uma avaliação rigorosa com uma boa
diferenciação dos dois tipos de flacidez (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Veremos a seguir
quais procedimentos devem ser adotados.

»» Flacidez dérmica: com os dedos polegar e indicador em forma de


pinça, aperte e estique a pele. Se quando soltar a pele voltar ao normal e
ficar esticada, não há flacidez dérmica. Mas se demorar a normalizar, a
flacidez está presente.

»» Flacidez muscular: contraia a musculatura da área. Se o músculo


apresentar mobilidade e contornos não definidos, isso é sinal de flacidez.

Para tratamento das rugas, a aplicação deve ser superficial, usando apenas a ponta da
agulha com bisel voltado para a superfície, evitando que haja infusão de gás nos tecidos
mais profundos e também no músculo orbicular. O volume aplicado por punctura não
está relacionado com o peso do indivíduo mas sim com a distensão tecidual provocada
pela infusão do CO2. Os ciclos podem ser realizados em cinco ou dez sessões, dependendo
da resposta do tecido ao tratamento (ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014).

Novos estudos demonstraram que essa quantidade de fluxo pode ser menor, cerca de
60 a 150 ml/min, dependendo da pessoa, e que são necessárias no mínimo 12 sessões.

37
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Figura 15. Pontos básicos para aplicação facial.

Fonte: MENEGAT, 2014.

Os efeitos hemodinâmicos, vasculares e fibrogênicos, que se instalam nos tecidos após


a aplicação do gás, são os fatores indutores para a recuperação da pele. A ação conjunta
desses fatores estimula o processo de transdução de sinais das fibras conjuntivas na
matriz extracelular, remodelando a região. A vasodilatação, a formação de novos vasos
sanguíneos e o aumento de fibras, colágeno e elástica, promovidas pela neofibrogênese na
matriz extracelular, reduzem o comprimento, a largura e a depressão que caracterizam
a atrofia tecidual das rugas. A fibrogênese é estimulada pelo fator de crescimento do
fibroblasto básico e pelo fator de crescimento transformador, sintetizados no local após
a infusão do CO2 (ABRAMO, 2010).

Dessa forma, a carboxiterapia no tratamento facial proporciona maior velocidade de


troca (aumento do fluxo sanguíneo) e melhora da oxigenação tecidual.

Resumo de rugas, linhas de expressão e flacidez – método de aplicação.

Contínuo.

Velocidade 80 a 100 ml CO2/min.

Realizando sempre a favor da musculatura da região com distância de 2 a 3 cm


de ponto para ponto.

É necessário serem realizadas no mínimo 10 sessões, com intervalos de 72 horas


ou uma vez por semana. Em fumantes não fica tão bom o tratamento.

38
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Olheira
As olheiras são caracterizadas pelo escurecimento causado pela hiperpigmentação
periorbital nas pálpebras. Os motivos dessa hiperpigmentação podem ser genéticos,
excesso de adiposidades localizadas na região dos olhos, cansaço, estresse, sono,
tabagismo, falta de vitamina K. Geralmente, pessoas de pele fina também estão
suscetíveis (ABRAMO, 2010).

A carboinsuflação é um procedimento de caráter minimamente invasivo que ajuda a


corrigir essa hiperpigmentação. A velocidade de fluxo nas aplicações varia de acordo
com a distensão tecidual. São necessários no mínimo dois ciclos com intervalos entre si
de 120 dias, sendo que cada ciclo é composto por dez sessões (ABRAMO, 2010). Indica-
se um fluxo de 80 a 100 ml/min com aplicações contínuas na camada epidérmica de 10
a 20 sessões.

Figura 16. Pontos básicos para olheiras.

Fonte: MENEGAT, 2014.

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» EGRAND, J.; BARTOLETTI, C.; PINTO, R. Manual Práctico de Medicina


Estética. Buenos Aires: Camaronês, 2009.

»» CARVALHO, A. C. O.; VIANA, P. C.; ERAZO, P. Carboxiterapia – Nova


proposta para rejuvenescimento cutâneo. São Paulo, 2005.

Alopecia
O couro cabeludo é uma pele com abundância de pelos, ricamente vascularizado, que
reveste o crânio humano. O crescimento do cabelo ocorre dentro do folículo piloso,

39
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

possuindo uma raiz e uma haste dentro de cada folículo, recobertos por melanina. Vale
lembrar que a haste não possui células vivas, essas estão presentes apenas na raiz, que
penetra aproximadamente de 2 a 4 ml na superfície da pele (ABRAMO, 2010).

O crescimento dos fios não acontece gradualmente, mas em períodos cíclicos,


apresentando-se em fase ativa, quando há intenso crescimento, fase de repouso e fase
de queda. As alterações que interferem nesse segmento de fases é a seborreia (caspa),
prurido e queda dos fios. A dermatite seborreica é causada pelo excesso de oleosidade
ocasionada pela produção das glândulas sebáceas, e causam descamação no couro
cabeludo. O prurido também pode ser causado pela oleosidade e intensificado em
situações de estresse (ABRAMO, 2010).

Porém, a calvície ou queda permanente do cabelo está relacionada com o


comprometimento do folículo piloso, podendo ser considerada a mais grave alteração do
couro cabeludo. O tabagismo, alterações hormonais, estresse, problemas nutricionais
e quimioterapia podem influenciar esse comprometimento. A causa mais grave é
a alopecia androgenética, que destrói o bulbo capilar e o substitui por fibrose. Nas
mulheres a alopecia geralmente compromete todo o couro cabeludo e, por outro lado,
nos homens é mais comum o comprometimento central (SOUZA; GARCEZ, 2005).

A infusão controlada de CO2 tem se destacado como importante terapia na Medicina


Estética, uma vez que proporciona importante vasodilatação local e melhora do fluxo
sanguíneo, melhorando a perfusão no local onde há queda. A hipercapenia resultante
da administração do gás promove a vasodilatação e o consequente aumento do fluxo
sanguíneo cutâneo, estimulando a celularidade e melhoria da fisiologia local. O CO2
auxilia na nutrição do couro cabeludo estimulando o folículo piloso, o resultado é o
crescimento de um fio mais firme e grosso.

Resumo de Alopecia – método de aplicação.

Contínuo.

Velocidade 80 a 100 ml CO2/min.

São necessárias no mínimo dez sessões, sendo realizadas duas vezes por semana
e manutenção de três em três meses duas sessões.

40
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Microvasos
Os chamados microvasos são um incômodo que notamos aparecer mais precocemente
nas novas gerações. Pessoas cada vez mais jovens têm apresentado essas dilatações
vasculares da pele, que representam uma dificuldade de retorno do sangue ao coração.

Microvarizes, ou telangiectasias, são varizes intradérmicas, superficiais e, por esse


motivo, adquirem uma coloração mais avermelhada ou arroxeada.

Podem ter várias causas, como a diminuição da velocidade de circulação sanguínea,


dificuldade de fechamento correto das pequenas válvulas venosas e gestação, entre
outras (SONMEZ, 2009).

Em um estudo recente, acredita-se que no Brasil há mais de 20 milhões de pessoas com


esse problema. Dentre essas pessoas, as mulheres são mais atingidas que os homens.
Isso ocorre devido à progesterona que é um hormônio feminino que colabora para a
dilatação da veia.

Outros fatores hormonais, como a gestação, menstruação e menopausa parecem ter


relação com a maior facilidade de dilatação das veias. Segundo a Sociedade Brasileira
de Cirurgia Vascular, alguns pesquisadores relataram que as terapias de reposição
hormonal e anticoncepcionais aumentam o risco de varizes. Normalmente esses
problemas aparecem por volta dos 30 anos de idade (SOUZA; GARCEZ, 2005).

As artérias levam o sangue do coração para as extremidades, e as veias têm a função de


levar o sangue de volta ao coração, impulsionado, principalmente, pela bomba muscular
das panturrilhas. Dentro das veias existem pequenas válvulas que impedem o retorno
venoso para as extremidades. Quando as válvulas não se fecham adequadamente,
acontece esse retorno, que se denomina refluxo. Quando acontece o refluxo, aumenta a
quantidade de sangue dentro das veias, o que faz com que elas se dilatem.

A melhor forma de combatê-las é a prevenção, como evitar a permanência de ficar


em pé sem mover-se por um longo tempo, manter as pernas mais elevadas e pouco
dobradas, praticar exercícios regulares e, em casos selecionados, usar meia elástica
(SOUZA; GARCEZ, 2005).

A distensão tecidual produzida pelo gás, logo após a infusão, exerce forte pressão contra
a parede externa da vênula, promovendo seu colapso; conforme a pressão do gás vai
diminuindo, o fluxo sanguíneo é aumentado (BORGES; SCORZA, 2008).

41
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Resumindo, a resposta em microvasos se desenvolve em duas etapas: a primeira de


oclusão do vaso e a segunda de sua dilatação, com o aumento do fluxo sanguíneo em
seu interior.

Resumo de Microvasos – método de aplicação.

Contínuo.

Velocidade 80 a 150 ml CO2/min.

São necessárias no mínimo dez sessões, sendo realizado uma vez por semana.

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

CORASA, J. et al. Uso da carboxiterapia no tratamento de distúrbios vasculares:


resultados preliminares. Revista de Angiologia e Cirurgia Vascular. no 5, 2006.

Ferida aberta e cicatrizes


No ramo da cirurgia plástica, a carboxiterapia tem sido empregada para correção
de irregularidades pós-lipoaspiração, ou mesmo no pré-operatório para melhorar a
vascularização de retalhos cirúrgicos (ABRAMO, 2010; MARSILI, 2006; MENEGAT,
2014).

No estudo realizado por Brandi, em 2004, foi verificada uma melhora estatisticamente
significativa no que diz respeito à elasticidade da pele e às irregularidades cutâneas pós-
lipoaspiração. Com isso, podemos esperar efeitos positivos da terapia com CO2 sobre
a adiposidade localizada e a elasticidade cutânea da pele em pacientes que realizaram
lipoaspiração.

O descolamento da pele provocado pelo gás leva à perda da integridade tecidual


e à exposição do colágeno, com consequente ativação do processo de cicatrização
(ABRAMO, 2010; MENEGAT, 2014).

A carboxiterapia também pode ser indicada para o tratamento de cicatrizes aderentes


após o transcurso do processo cicatricial (MARSILI, 2006). Isso se justifica pela ação
mecânica do gás ao promover um “descolamento” das estruturas aderidas durante o
processo de reparo tecidual, proporcionando efeitos benéficos à aderência cicatricial
(ABRAMO, 2010; SILVA, TAKEMURA; SCHWARTZ, 2009).

42
INFUSÃO CONTROLADA DE CO2│ UNIDADE I

Durante um período de quatro anos, Wollina (2004) tratou de 86 pacientes com feridas
crônicas (úlcera venosa crônica, úlceras neuropáticas, escaras, úlceras reumáticas) com
aplicação transdérmica de CO2. Os achados apontam para uma mudança positiva na
microcirculação e subsequente melhoria no tecido de granulação (quer cicatrização
completa ou significativa diminuição da inflamação, dor e odor).

O CO2, ao ser injetado na pele, estimula um processo de oxigenação tecidual imediata


e tardia, com formação de novos vasos sanguíneos e linfáticos. Por isso é amplamente
utilizado no tratamento de doenças vasculares, úlceras venosas e diabéticas,
auxiliando na cicatrização de feridas. Apresenta ótimos resultados no tratamento das
teleangiectasias, pois age na recuperação do endotélio (BORGES; SCORZA, 2008).

O tecido cicatrizado formado possui as mesmas características da pele normal,


auxiliando na recuperação de cicatrizes pós-cirúrgicas, sequelas de queimaduras, cortes
e cicatrizes inestéticas (BORGES; SCORZA, 2008).

Resumo de Cicatrizes e Feridas – método de aplicação.


Feridas abertas: Cinco sessões em 24 horas e após isso a cada 72 horas até fechar
a ferida. Introduzir a agulha na borda da ferida voltada para o centro da lesão,
aplicar forma punturação 1 mlCO2/kg peso ponderal do paciente em velocidade
de 60 a 80 mlCO2/min.

Em fibroses de pós-lipoaspiração a agulha deve ser introduzida completamente.


Serão 5 sessões realizadas a cada 24 horas com volume de 1,5 ml CO2/kg do peso
ponderal, por punturação e velocidade alta de 150 ml/min.

Figura 17. Pontos ferida aberta e cicatriz.

Fonte: MENEGAT, 2015.

43
UNIDADE I │ INFUSÃO CONTROLADA DE CO2

Caso tenha interesse em saber mais sobre este assunto indico os seguintes
artigos:

»» SONMEZ, A.; YAMAN, M.; YALÇN, O.; ERSOY, B.; SERIN, M.; SAY, A. Carbon
dioxide therapy increases capillary formation on random pedicled skin
flaps in the rat. J Plast. vol 62:236-237, 2009.

»» TORIYAMA, T.; KUMADA, Y.; MATSUBARA, T.; MURATA, A.; OGINO,


A.; HAYASHI, H.; NAKASHIMA, H.; TAKAHASHI, H.; MATSUO, H.;
KAWAHARA, H. Efeito do dióxido de carbono em pacientes portadores
de arteriopatia periférica com isquemia crítica. Int Angiol. 2002.

»» WOLLINA, U.; HEINIG, B.; UHLEMANN, C. Transdermal CO2 Application


in Chronic Wounds. The Int. J. Of Low. vol. 3(2):103–106, 2004.

44
CRIOLIPÓLISE UNIDADE II

CAPÍTULO 1
Introdução

Nos tempos atuais, ter um corpo bem definido é o desejo de quase todas as mulheres;
os padrões de beleza impostos pela mídia e a sociedade acabam mobilizando o
indivíduo em sua percepção de si e, concomitantemente, na sua autoestima (FERRAZ;
SERRALTA, 2007). E na busca de um padrão estético social, é cada vez maior o número
de mulheres que recorrem a diversas terapias, com intuito de minimizar as disfunções
estéticas (ROCHA, 2013).

Ao longo da vida, algumas áreas apresentam nítidas alterações morfológicas com efeito
antiestético, as mais acometidas são as regiões do abdômen e flancos, essa gordura
localizada se dá por uma hipertrofia das células adiposas uniloculares, que levam as
pessoas de ambos os sexos, principalmente o feminino, a procurarem recursos para
eliminá-las (ALBUQUERQUE, MACEDO).

A síndrome da desarmonia corporal (SDC) é denominada como o conjunto de alterações


estéticas, como a fibro edema geloide (FEG), adiposidade localizada, aumento de
gordura corporal total e flacidez muscular. Essas alterações estéticas causam grande
impacto na imagem corporal, que são fortemente influenciadas pela mídia; como estão
quase sempre associadas, os tratamentos estéticos devem considerá-las conjuntamente,
a fim de promover ou manter a harmonia corporal. Esse conjunto de quesitos favorece
o desenvolvimento de novas tecnologias que objetivam a remodelação corporal,
principalmente, tendo em vista, que as dietas associadas à atividade física muitas vezes
não são capazes de remover a gordura localizada de determinadas regiões (FERRAZ;
SERRALTA, 2007).

O procedimento de lipoaspiração está associado a grandes índices de significativas


complicações de morbidade e mortalidade, podendo ocorrer tanto no processo

45
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

operatório quanto no pós-operatório, e vão desde as complicações clássicas até o


surgimento de outras imperfeições estéticas (ROCHA, 2013).

Tendo em vista os riscos e a forma invasiva da lipoaspiração, despertou-se uma


continua busca por tecnologias não invasivas de modelação corporal, com o mínimo
de efeitos colaterais para facilitar o indivíduo a sair do procedimento e retornar à vida
normalmente, sem restrições (AVRAM; HARRY, 2009).

Em decorrência das inovações tecnológicas associadas aos riscos inerentes a esse


procedimento, o número de cirurgias de lipoaspiração tende a diminuir com a introdução
de recursos não invasivos e com o mínimo de efeitos colaterais, possibilitando ao
indivíduo sair do procedimento e retomar a vida normalmente, sem restrições. Dentre
as tecnologias não invasivas, cita-se a criolipólise, a radiofrequência e ultrassom
cavitacional. Alguns fabricantes conseguiram reunir diferentes modalidades de
tecnologias, como criolipólise, radiofrequência e ultrassom cavitacional numa mesma
plataforma.

Diversas técnicas não invasivas, como ultrassom, radiofrequência, laser, luz


infravermelha, dentre outros, vêm sendo aplicadas. (AVRAM; HARRY, 2009).
A mais nova técnica não invasiva é a criolipólise, que foi elaborada para reduzir
significativamente a espessura da camada de gordura, sem danos para a pele ou outros
tecidos circundantes (KLEIN; ZELICKSON; RIOPELLE et al. 2009).

A técnica está no mercado há pouco tempo (em 2011, quando chegou ao Brasil) e já é
um sucesso absoluto em centros estéticos. No entanto, desde a década de 1970, alguns
estudos já eram feitos para transformar o tratamento no que ele é hoje.

O que é criolipólise?
A criolipólise é um método de congelamento feito para destruir a gordura localizada.
Isso porque os adipócitos são extremamente sensíveis ao frio, por isso o congelamento
intenso e localizado causa sua destruição.

A técnica foi descoberta na última década pelos médicos Rox Anderson e Dieter
Manstein, pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A palavra
Cryo derivada do grego Kryos, que significa gelo, frio, constitui, na atualidade, uma das
mais modernas técnicas de redução de medida corporal (COLEMAN et al., 2009).

A criolipólise designa o uso de crioterapia (frio) em temperaturas abaixo de -1°C; trata-se


de um recurso seguro, aprovado pela Health Canadá e Food and Drug Administration
(FDA) e tem sido apresentada como um novo método de redução da camada de gordura

46
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II

de maneira não invasiva. Os primeiros estudos, que objetivavam comprovar a eficácia


da técnica para a redução da espessura da camada de gordura, deram-se em um modelo
suíno de Yucatán (ROCHA, 2013). A exposição desses animais ao frio demonstrou que
a criolipólise pode promover uma redução de 30% a 50% na espessura da camada de
gordura deles; já em humanos os estudos têm apontado uma redução de 20-26% da
camada de gordura no local exposto ao frio 4-6 meses após o tratamento (KENNETH et
al., 2009). Tanto em humanos quanto em animais, o tratamento com a criolipólise não
causou nenhum tipo de dano permanente à pele ou a outras estruturas, sem alterações
no perfil lipídico, incluindo colesterol total, lipoproteína de baixa e de alta densidade,
colesterol e triglicérides (COLEMAN et al., 2009).

O sistema de congelamento a vácuo assistido age no tecido adiposo promovendo a


lipólise e consequente redução de medidas (JEWELL; SOLISH; DESILETS, 2011;
ZELICKSON et al., 2009). A criotermolipólise é a mais nova técnica não invasiva de
remodelação corporal e eliminação da gordura localizada e, consequentemente, da
fibro edema geloide (FEG) (JEWELL; SOLISH; DESILETS, 2011; ZELICKSON et al.,
2009). Trata-se, portanto, de um método revolucionário, que consiste no resfriamento
do tecido induzindo o organismo a um efeito em cascata.

A exposição do corpo a baixas temperaturas faz com que o organismo acelere o


metabolismo a fim de quebrar a gordura localizada no intuito de elevar a temperatura
corporal, gerando uma secundária produção de energia; levando assim ao aumento
da vasodilatação e aporte nutricional ao tecido, ocasionando a remoção de toxinas e o
excesso de água (ROCHA, 2013).

Figura 18.

47
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

A redução da camada de gordura acontece de maneira gradual ao longo do tempo,


onde os adipócitos são removidos por meio de um processo inflamatório, que gera um
processo de compensação e atinge o pico de 2-3 meses após a exposição ao frio (KLEIN;
ZELICKSON; RIOPELLE et al. 2009).

48
CAPITULO 2
Mecanismo de ação

A exposição ao frio aumenta a necessidade de produção de calor pelo corpo a fim


de promover a homeotermia por meio da liberação de hormônios pelo hipotálamo,
que induzem a utilização dos ácidos graxos livres como substratos energéticos nas
mitocôndrias, promovendo um dispêndio de energia, ou seja, o aumento das taxas
metabólicas (ROCHA, 2013).

Os adipócitos são afetados seletivamente pelo frio, podendo ocorrer um processo


inflamatório no local da aplicação. Há, portanto, lesão apenas nas células de gordura,
mantendo-se íntegras as outras estruturas ao redor do adipócito. Essas células
lesionadas pelo frio iniciam, entre 24 e 72 horas após a exposição, uma resposta
inflamatória controlada. Depois de danificadas, as células afetadas são excretadas
através do metabolismo (COLEMAN et al., 2009).

Figura 19. Esquema de homeotermia resumido.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Estudos histológicos comprovam que, após a exposição ao frio, ocorre apoptose dos
adipócitos com posterior fagocitação deles pelos macrófagos. O processo inflamatório
estimulado por apoptose dos adipócitos inicia dentro de 3 dias após o tratamento com
pico em torno de 14 a 30 dias. Após esse período e até o 30o dia, o processo inflamatório

49
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

reduz consideravelmente e a atividade dos macrófagos é intensificada, por conseguinte,


os resultados clínicos começam a ficar mais evidentes. Em aproximadamente 60 dias
após a conclusão da sessão, diminui-se o volume das células com espessamento de
septos interlobulares (COLEMAN et al., 2009).

Lesão apoptose

O termo apoptose (do grego apó = separação, ptôsis = queda) foi adotado pela
primeira vez na década de 1970, designa forma fisiológica de morte celular e ocorre
segundo programa genético que desencadeia um processo de autodigestão controlada,
seguida da remoção de células lesadas, senescentes ou imprestáveis, sem alteração do
microambiente celular (ROCHA, 2013).

A apoptose ocorre como parte de um processo normal, muitas vezes é um benefício para
o organismo, tendo em vista que atua como um mecanismo de defesa. A célula recebe
um sinal para se autodestruir, reduz seu tamanho, quebra a cromatina em pedaços e se
torna facilmente fagocitada (COLEMAN et al., 2009). Milhões e milhões de células do
nosso organismo morrem a todo o momento. Isso acontece porque na maioria das vezes
tais células precisam praticar o suicídio para a sobrevivência do próprio organismo.
A apoptose das células gordurosas (adipócitos) é iniciada quando essas células são
resfriadas a temperaturas de 0°C, entretanto a destruição dos adipócitos não afeta
de forma significativa os níveis séricos de lipídeos ou testes de função hepática. Isso
pode ser constatado por meio de avaliações trimestrais, que se mantiveram dentro dos
padrões de normalidade (FERRARO et al., 2012).

50
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II

Figura 20. Esquema de lesão apoptose.

Fonte: MENEGAT, 2015.

O início da resposta inflamatória a partir de marcadores histológicos ainda é discutida,


acredita-se que acontece após 24 horas de submissão do paciente ao procedimento;
para alguns autores, porém, a grande maioria considera seu início dentro de 3 dias, com
picos em torno de 14 dias, e fagocitose de até 30 dias. Os restos do processo inflamatório,
bem como os lipídeos, são seguramente metabolizados no prazo de 90 dias (FERRARO
et al., 2012).

51
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

Figura 21. Lesão apoptose.

Fonte: MANSTEIN et al., 2008.

Quanto às complicações pós procedimentos, encontram-se descritas na literatura:


alterações transitórias na função sensorial, porém sem lesões a longo prazo nas fibras
nervosas sensoriais, eritema, o qual ocorreu imediatamente após a aplicação e que
pode desaparecer 30 minutos após o término da sessão, bem como pequenas alterações
nos níveis de lipídeos ao longo do tempo, entretanto dentro dos limites considerados
normais (FERRARO et al., 2012).

Figura 22. Pós procedimento. A) Alterações transitórias na função sensorial B) Eritema, o qual ocorreu

imediatamente após a aplicação e que pode desaparecer 30 minutos após o término da sessão

Fonte: MENEGAT, 2015.

52
CAPÍTULO 3
Prós e contras

Prós: são vários os benefícios, a começar por ser um tratamento que não causa dor,
não é necessário anestesia, cortes ou agulhas, é prático e a mulher se sente bem antes e
depois do tratamento (COLEMAN et al., 2009).

Pode melhorar o aspecto de flacidez das celulites, pois elas, de certo modo, fazem
as mulheres se sentirem bem; com a retirada das gorduras localizadas, as celulites
desaparecem aos poucos, na verdade elas ficam menos visíveis (COLEMAN et al, 2009).

Contras: anti-inflamatórios não poderão ser administrados no pós-criolipólise. É


obrigatória a utilização de cinta de pós-operatório o mais apertado possível, isso é
primordial para a drenagem, não é indicada ingestão de carboidratos brancos, gorduras,
refrigerantes, açúcares nos primeiros cinco dias e, se não for usada uma manta de
proteção adequada ou a máquina for programada de forma errada poderão ocorrer
queimaduras (COLEMAN et al., 2009).

Criolipólise na prática
No Brasil, o preço praticado para aquisição dos equipamentos gira em torno de 155 a
205 mil reais. Antes de comprar, devem-se considerar algumas hipóteses:

»» Se o equipamento apresenta tamanhos diferentes do cabeçote da


criolipólise (pequeno, médio ou grande), permitindo aplicar em diferentes
áreas de tratamento.

»» Se a empresa que importa o equipamento possui uma assistência técnica


rápida e eficiente.

»» Se o equipamento é fácil de transportar, aguenta as oscilações do


transporte e temperatura.

A área a ser tratada é isolada com uma espécie de membrana protetora. A seguir, é
inserida uma manopla com uma ponteira formada por duas placas de resfriamento,
que fará uma sucção para acoplar o tecido alvo em um aplicador, em que o contato é
estabelecido entre a área de tratamento e dois painéis opostos de resfriamento. As células
mortas, em seguida, são metabolicamente eliminadas, exatamente como acontece com
a gordura que existe nos alimentos (FERRARO et al., 2012). O resfriamento é gradativo

53
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

e pode chegar a até -10oC, as temperaturas variam de acordo com a quantidade de


gordura.

A recuperação da criolipólise é imediata e os resultados podem ser percebidos em até dois


meses após a primeira aplicação. Em cada sessão pode ser eliminada aproximadamente
20% a 25% da gordura da região aplicada. O número de sessões varia de acordo com a
espessura de gordura de cada uma e do resultado esperado pelo paciente (KENNETH
et al., 2009).

Os efeitos colaterais também são mínimos: hiperemina na área tratada, edema,


hematomas e dormência da pele são comuns após o tratamento e são transitórios
(KENNETH et al., 2009).

A criolipólise pode ser feita apenas em algumas partes do corpo, aquelas que se adaptam
bem as ponteiras. Não é possível fazer no rosto, por exemplo, porque o aplicador não
se encaixa. De acordo com o fabricante do aparelho, há a perspectiva do lançamento de
ponteiras que se adaptem a outras partes do corpo. Cada sessão dura aproximadamente
uma hora por região, podendo-se fazer o máximo de 3 horas para tratamento em 3
regiões diferentes. (COLEMAN et al., 2009).

Configuração

Pulso 500 ms (padrão).

Cada ciclo é de 10 min.

Número mínimo de ciclo por sessão: 4.

Colocar o vácuo de 25 - 50 cmHg, dependendo das condições das peles (quanto


mais flácida maior vácuo).

Atraso colocado em 0 (padrão).

Conectar vácuo e ponteira de crio.

Resultados visíveis após 45 dias precedidos inicialmente por algum inchaço


local.

Tempo de ciclo:

»» 40/60 min somente de crio por área.

»» 40 min se for feito após CAVITAÇÃO e RF.

54
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II

Você não pode repetir criolipólise numa mesma área dentre 60/90 dias de
tratamento.

Coloque filtro de papel na parte superior da ponteira para prevenir entrada de


líquido na tubulação.

Sempre use cinta modeladora logo em seguida da aplicação.

Logo em seguida e nas primeiras semanas poderá ser realizado qualquer


tratamento que drene, por exemplo, drenagem linfática manual, endermoterapia,
vibrocell, plataforma vibratória etc.

Resultados: começam em 15 dias/ ciclo 45 dias / total 3 meses.

Reaplicação: Obesos - 1 vez por mês/repetir por 3 meses. Você não pode repetir
Criolipólise numa mesma área dentre 60/90 dias de tratamento.

Outra área após 7 dias.

Tratamento

»» Limpe a área com um detergente.

»» Coloque a manta no cliente de forma segura.

»» Pressione CORPO criolipólise.

»» Selecione o tempo do tratamento por aproximadamente 45/60 min.

»» Parametrize o vácuo em 500 ms como duração do pulso, atraso em 0 e


35/40 hg de potência de aspiração.

»» Coloque ponteira na área.

»» Pressione start.

55
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

Figura 23. Sequência de aplicação da criolipólise. A) colocar a manta de proteção. B) acoplar a manopla. C)

deixar agir de 45 a 60 min. D) Retire a manopla e massageie a região.

Fonte: MENEGAT, 2015.

OBS: cada fabricante tem uma programação diferente, por isso sempre verificar
método de configuração com fabricante antes de aplicar.

Figura 24. Localização de regiões que podem receber a sucção.

Fonte: FUSIOMED – CELEBRIM, 2014.

56
CRIOLIPÓLISE│ UNIDADE II

Basta apenas uma sessão para eliminar até 25% da gordura. Todavia, é importante
que a pessoa agregue ao tratamento uma rotina saudável, inclua exercícios, isso tudo
ajudará na remoção das células de gordura. Em relação aos intervalos, o tempo de
uma sessão para a outra é de, pelo menos, três meses, muito embora quase nunca seja
necessário realizar mais de uma sessão. Pesquisas recentes apontam que no caso de
alguns equipamentos o intervalo poderá ser de um mês. O ideal é sempre conversar
com o fabricante do equipamento. Cabe ressaltar que a criolipólise é recomendada
apenas para as áreas que possuem mais de 2 cm de adiposidade visto em adipômetro
(COLEMAN et al., 2009).

Que a criolipólise é uma técnica segura e que traz bons resultados você já entendeu.
Mas saber se é possível combiná-la com outras técnicas é uma dúvida frequente dos
profissionais. Antes de tudo, o profissional precisa ter conhecimento dos aspectos
fisiológicos e metabólicos da gordura corporal. O segredo de se combinar técnicas está no
conhecimento aprofundado dos seus efeitos fisiológicos para que as ações combinadas
possam produzir resultados e não danos aos tecidos (KENNETH et al., 2009).

Indicações e contraindicações

Indicações

A criolipólise não é um tratamento para sobrepeso ou obesidade. Ela é opção para pessoas
que tenham gordura localizada em algumas regiões corporais, o famoso pneuzinho. De
acordo com o fabricante, o procedimento elimina até mesmo aquela gordura incapaz de
ser combatida com dieta e exercícios físicos.

Contraindicações

As principais contraindicações a esse tratamento consistem em:

»» doenças raras;

»» crioglobulinemia;

»» doença paroxística ao frio;

»» hemoglobinúria;

»» urticária ao frio;

»» gestantes;

57
UNIDADE II │CRIOLIPÓLISE

»» pacientes com alterações de sensibilidade;

»» toda e qualquer alteração neurológica;

»» pacientes com dispositivos intrauterinos (DIU);

»» tumores;

»» câncer.

ROCHA, L. O. et al. Criolipólise: Tecnologia não invasiva para redução de medidas.


South American Journal Of Aesthetic Medicine. Março de 2013.

58
MICROPUNTURAS UNIDADE III

CAPÍTULO 1
Introdução

O melhor método de revitalizar uma pele é provocar pequenas lesões, onde o corpo
vai imediatamente começar a reparar a lesão. Esse é o princípio fundamental da
micropunturas, também chamada de microagulhamento ou famoso Dermaroller®. A
lesão tem que ser apenas grave o suficiente para desencadear os processos de cura,
mas não é grave o suficiente para causar danos permanentes na pele (BAL; CAUSSIAN;
PAVEL; BOUWSTRA, 2008).

O mesmo princípio está por trás da maioria dos tratamentos a laser de rejuvenescimento,
como laser de CO2 fracionado, peeling ácido e outros métodos minimamente invasivos
(FABBROCINI; PADOVA; VITA; NUZIO; PASTORE, 2009).

Os skins rollers têm sido usados para tratar grandes áreas com objetivo cosmético e
para aumentar a permeabilidade cutânea para administração de cosmecêutico (AUST,
2008). Após a perfuração transdérmica, pode ocorrer uma penetração do ativo muito
maior na área tratada do que na área não tratada (FABBROCINI; PADOVA; VITA;
NUZIO; PASTORE, 2009). Além disso, a inserção sequencial das microagulhas requer
uma menor pressão a ser exercida na pele, lesionando menos tecido. Por isso, essa
técnica, micropunturas, é uma maneira simples de aumentar a permeabilidade da pele,
otimizando assim seus resultados (FERNANDES; FARDELLA, 2008).

59
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 25. Alguns modelos de skin roller

Fonte: BARRETTO, 2010.

Figura 26.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Comparação

A luz intensa pulsada, o laser de CO2 e o peeling de alta concentração agem de forma mais
ablativa. Já o microagulhamento age de forma construtiva (mais fisiológico), podendo
ser utilizado em qualquer tipo de pele (BAL; CAUSSIAN; PAVEL; BOUWSTRA, 2008).

A aplicação é uma alternativa mais segura e melhora as seguintes condições:

60
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

»» O microagulhamento cria mais de 500.000 canais em 5 minutos, até


a derme, que é a maior obstrução à penetração de ingredientes ativos
(AUST, 2008).

»» Os discos agulhados criam um dano mínimo à derme sem a remoção da


epiderme saudável, o que acontece com a aplicação de outras técnicas.
Pelo fato de a epiderme ficar intacta, o período de cicatrização é rápido.
Então mais colágeno pode ser produzido naturalmente (FABBROCINI;
PADOVA; VITA; NUZIO; PASTORE, 2009).

As micropunturas agem mecanicamente, ou seja, um dispositivo de agulhamento,


que contém várias pequenas agulhas cirúrgicas, com comprimentos de agulha entre
0,13 e 3 mm; com diâmetro de aproximadamente 0,25 mm na sua base; enquanto o
tratamento de laser de CO2 fraccionado, traz uma lesão térmica, tendo assim diversas
complicações. O princípio da micropuntura é o mesmo, desde procedimento, mas
sem ter as complicações que ele traz. A produção de colágeno resultante irá avançar
lentamente até meses após o tratamento (FERNANDES; FARDELLA, 2008).

Figura 27.

Fonte: MENEGAT, 2015.

FABBROCINI, G.; PADOVA, M. P.; VITA, V.; FARDELLA, N.; PASTORE, F.; TOSTI, A.
Periorbital wrinkles treatment using collagen induction therapy. Surgical &
Cosmetic Dermatology. 2009

61
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 28. Laser # roller.

Fonte: BARRETTO, 2010.

Assim resumimos as vantagens do microagulhamento.

»» O procedimento permite estímulo na produção de colágeno sem


remover a epiderme.

»» O tempo de cicatrização é mais curto, e o risco de efeitos colaterais é


reduzido em comparação ao de técnicas ablativas.

»» A pele se torna mais resistente e espessa, divergindo de técnicas


ablativas, em que o tecido cicatricial resultante está mais sujeito ao
fotodano.

»» Tem sua indicação ampliada a todos os tipos e cores de pele, bem


como pode ser utilizada também em áreas de menor concentração de
glândulas sebáceas.

»» Baixo custo quando comparado ao de procedimentos que exigem


tecnologias com alto investimento.

62
CAPÍTULO 2
Mecanismo de ação

As microagulhas penetram nas camadas basais da pele (epiderme e derme), criando


milhares de microlesões, provocando assim, uma lesão intencional na pele. Isso cria
um caminho para os cremes cosméticos penetrarem mais facilmente, aumentando
muito a sua eficácia. Como há pele intacta ao redor das lesões, ela reage para cicatrizar
a pele agredida. Ao fazer isso, grande quantidade de colágeno é produzida em toda a
área. (BAL; CAUSSIAN; PAVEL; BOUWSTRA, 2008).

Esse é o mesmo princípio do laser de CO2 fracionado, um excelente equipamento,


porém de custo mais elevado e não pode ser realizado por qualquer profissional
(FABBROCINI; PADOVA; VITA; NUZIO; PASTORE, 2009). A expressão “fracionado”
significa, explicitamente, que em torno de mínimas lesões ficam áreas intactas de pele,
o que é determinante para uma rápida recuperação do paciente submetido a esse tipo
de tratamento (FERNANDES; FARDELLA, 2008).

Produção Natural de Colágeno (PNC)

Inúmeras rotas microtranscelulares induzem uma aceleração na cicatrização por


meio da produção natural de colágeno nas camadas dérmicas.

Sistema de Acesso Transdermal de Ingrediente (SATI)

As rotas de absorção de ingredientes ativos se dão por meio da penetração das


agulhas na epiderme e derme. O microagulhamento cria canais profundos até
a derme da pele, que é a principal obstrução na penetração de ingredientes
ativos. Os ingredientes ativos presentes nos produtos de tratamento de pele
podem alcançar as partes mais profundas da pele com mais eficiência do que se
fossem aplicados de maneira tópica, como ácido hialurônico, vitamina C, DMAE,
entre outros.

63
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 29. Produção Natural de Colágeno (PNC).

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=29bWwHzl1ec>

A vantagem desse procedimento é que é feito em consultório, tem custo baixo, é bem
tolerado, com período curto de recuperação e com pouca dor. A expectativa é de melhora
após primeira sessão dependendo do tamanho da agulha (AUST, 2008).

Figura 30. Sistema de Acesso Transdermal de Ingrediente (SATI).

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=29bWwHzl1ec>.

64
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

Cicatrização

Imediatamente após a lesão, ocorre hemorragia mais ou menos importante, porque


vasos sanguíneos (capilares, artérias e veias) são seccionados durante a lesão (BALBINO;
PEREIRA; CURI, 2005).

Depois de um determinado tempo ocorre o fenômeno da homeostasia, devido à


coagulação; esse fenômeno acontece nos primeiros minutos após a lesão e tem como
objetivo impedir a perda sanguínea (BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005).

Fases da cicatrização

Independentemente do tipo da ferida, que é da extensão de tecido afetado, qualquer


cicatrização de uma ferida é realizada por fases. A subdivisão em fases baseia-se nas
modificações morfológicas básicas que acontecem durante o processo de cicatrização
sendo:

»» Fase inflamatória e/ou exsudativa.

»» Fase proliferativa: reconstrução dos tecidos granulares.

»» Fase de maturação: maturação e epitelização.

65
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 31. Fases da cicatrização. A) uma ferida profunda na pele provoca lesão dos vasos sanguíneos. B) Forma-

se um coágulo sanguíneo que ao secar, constitui crosta. C e D) Tem início o processo de reparação, um tecido

cicatricial se forma. E) Ao mesmo tempo as células epiteliais se multiplicam e preenchem a região entre tecido

cicatricial e a crosta. F) Quando o epitélio está completo a crosta cai. O resultado é uma camada regenerada e

integra de epitélio sobre a região da cicatriz.

Fonte:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAP7MAD/a-pele-processo-cicatrizacao>

Fase inflamatória/exsudativa

A fase inflamatória/exsudativa inicia-se desde o momento da lesão, e a sua duração


é aproximadamente de três dias, dependendo das condições fisiológicas (BALBINO;
PEREIRA; CURI, 2005).

É caracterizada pela homeostase, coagulação, ativação da resposta imune local,


fagocitose e a migração celular. Por meio do aumento da permeabilidade vascular, é
possível intensificar a quantidade de plasma sanguíneo no espaço intersticial. Com isso
é iniciada a migração dos leucócitos para a área da lesão, principalmente neutrófilos e
macrófagos cuja função prioritária consiste em limpar e proteger a ferida de possíveis
infecções pela fagocitose. Ao mesmo tempo, mediadores liberam substâncias que ativam
células de grande importância para a fase seguinte do processo curativo da ferida. A
inflamação é caracterizada por apresentar quatro sintomas: rubor, calor, tumor e dor.

Na fase inicial da inflamação prevalecem os neutrófilos, que se encarregam de liberar


substâncias diversas (os mensageiros estimulantes da inflamação, as citocinas),

66
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

preponderantes na fagocitose de bactérias. Isso representa uma primeira limpeza


da ferida. Transcorridas 24 horas e depois dos granulócitos, ocorre migração dos
monócitos para o setor da ferida, continuando a fagocitose e intervindo de um modo
decisivo no sucesso de limpeza da ferida, pois libertam fatores de crescimento e citocinas
(BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005).

Figura 32. Pós-roller imediato apresentando rubor, calor e tumor.

Foto: MENEGAT, 2015.

Fase proliferativa

Na segunda fase da cura da ferida, a proliferação celular prevalece com o propósito de


alcançar a reconstrução vascular e de recheio da área da lesão por meio do tecido de
granulação (BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005).

Essa fase começa aproximadamente a partir do quarto dia desde que a lesão ocorreu
e as condições necessárias já foram previamente estabelecidas na fase inflamatório/
exsudativa: os fibroblastos podem migrar até o coágulo e retícula de fibrina, que foram
formados por meio da coagulação sanguínea, e usar isso como útero temporário. As
citocinas e os fatores de crescimento estimulam e regulam a migração e proliferação de
novas células.

Ocorre simultaneamente reconstrução vascular, porém o novo capilar tem uma


capacidade de resistência menor. Em interdependência temporária com a reconstrução
vascular, a partir do quarto dia após lesão, é necessário preencher a área lesionada com
tecido novo.

67
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Os fibroblastos produzem o colágeno, que amadurece fora das células, até se tornar uma
fibra e os proteoglicanos constituem a substância básica de tipo gelatinoso do espaço
extracelular (BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005).

Figura 33.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Fase de maturação

Aproximadamente, por volta do 24o dia inicia-se a maturação das fibras de colágeno. A
ferida contrai e diminui a presença vascular e a quantidade de água no tecido granular
que ganha em consistência. A epitelização encerra o processo de cura da ferida.

Esse processo inclui a reconstrução das células da epiderme pela mitose e a imigração
celular, principalmente das bordas da ferida. É uma fase final em que observamos
inicialmente um tecido frágil e rosado, que lentamente perde sua coloração inicial,
tornando-se mais pálido e mais forte.

É a fase mais longa do processo de cicatrização. O tecido cicatricial, após a finalização


do processo, não ultrapassa 50% da força tênsil nos primeiros três meses pós-lesão.
(BALBINO; PEREIRA; CURI, 2005).

68
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

Figura 34. Fases da cicatrização.

Fonte: <http://www.plasticaplexus.com.br/new/images/cicatrizacao.jpg>.

Equipamentos

Hoje em dia, existem diversos equipamentos e marcas no mercado, mas o mais


importante é que, seja qual for a marca, ela tenha a liberação da ANVISA para o
equipamento ser vendido.

Cuidados antes de comprar:

»» De um modo geral, nunca pedir um roller se for muito barato, pois não
existe roller com liberação da ANVISA por valor baixo.

»» Sempre comprar de uma empresa respeitável e não de alguma loja


desconhecida.

»» Saber exatamente o modelo de roller específico que você está pensando


adquirir.

»» Ter cuidado extra com roller sem marca. Se um vendedor ou site afirmar
que eles são de fabricação própria, esse produto será altamente suspeito.

»» Os produtos com registro na ANVISA não têm necessidade de colocar


a logomarca no aparelho, mas tem de ter na embalagem o número da
ANVISA.

69
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

»» Hoje em dia, existem os chamados rollers (diversos tamanhos de


agulha) e o mesmo procedimento pode ser realizado com equipamento
dermógrafo, igual ao utilizado em micropigmentação e os dermo pen
(caneta específica para micropuntura).

Diferença entre Dermaroller®, skin roller e


Dermapen®
Com o Dermapen® é você que move o dispositivo sobre a pele, em vez de o dispositivo
produzir o movimento “em si”, como um trem nos trilhos, ou, uma analogia melhor,
uma peça sobre a outra roda dentada. É você que move um Dermaroller® - skin roller,
mas sempre de forma imutável, em frente. Isso é muito importante, pois assegura que
no referido princípio, é impossível provocar lesões desnecessárias na pele. Quando a
“fila” de agulhas é levantada para fora da pele, elas não podem “rasgar a pele”, porque a
“linha do meio” e “linha de frente” são para garantir o skin roller firmemente no lugar,
ou seja, não o torna flexível (LEWIS, 2014).

Não é assim com o Dermapen®, ele funciona como uma máquina de tatuagem com
muitas agulhas. A grande desvantagem desse sistema é que você pode movê-lo em
qualquer direção com qualquer velocidade, e que, enquanto você estiver em movimento,
as agulhas entram e saem em uma velocidade muito alta. A velocidade das agulhas
é independente da velocidade que se está movendo a caneta. Isso é o oposto do que
acontece com um skin roller que se move com a velocidade exata que você está movendo
a cabeça de rolo (LEWIS, 2014).

Figura 35. Dermapen®.

Fonte: <http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=29bWwHzl1ec>.

70
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

Outra diferença é que os skin roller são descartáveIs, ou seja, para uma única utilização,
já nos Dermapen® será descartado somente o cabeçote das agulhas, tendo um custo
menor. Outro substituto para o Dermapen® seria o dermógrafo de micropigmentação,
mas com a desvantagem de que com ele só se consegue trabalhar dentro dos sulcos,
rugas e estrias, porém o custo é menor ainda, uma vez que só há necessidade de se
trocar as agulhas (LEWIS, 2014).

Figura 36. Troca da ponteira das agulhas.

Fonte: <http://dermapen.com/>

71
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 37 Diferença entre skin roller e Dermopen®.

Fonte: <www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=29bWwHzl1ec>.

72
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

Figura 38. Dermógrafo de micropigmentação que pode ser usado em micropunturas.

Fonte:<www.magestetica.com.br>

Indicações e contraindicações

Indicações

Figura 39.

73
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Contraindicações

»» lesões cancerígenas;

»» verrugas;

»» hiperqueratose solar;

»» psoríase;

»» infecção no sítio de aplicação (ainda que sejam lesões acneicas infectadas);

»» herpes ou acne ativa;

»» uso de anticoagulantes;

»» distúrbios de coagulação;

»» apesar de não ser contraindicação, evite o uso em diabéticos e


imunodeprimidos em função da maior facilidade de adquirirem infecção.

74
CAPÍTULO 3
Aplicação da micropuntura

Primeiro passo

1. Assinar termo de consentimento; segue um exemplo do termo.

TERMO CONSENTIMENTO – MICROPUNTURA

Eu, _________________________________, portadora do R.G____________________, CPF____________________,


estou ciente de que esse procedimento irá provocar na pele: hiperêmica (como queimaduras solares), deixá-la sensível, podendo ficar um pouco
edemaciada por várias horas.
Durante todo o tratamento:
1. Não usar nenhum cosmético sem o consentimento da Dr(a). ________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
2. A descamação após roller pode ocorrer a partir do 3o dia, podendo ficar descamando por até 8 dias. Neste período usar somente loção
hidratante (indicada pela profissional) e protetor solar fator 60. NUNCA PUXAR A PELE QUE ESTIVER SOLTANDO.
3. Por quatro semanas não se deve ir à praia ou piscina.
4. Não são todas as peles que descamam. Há tipos de peles que são mais resistentes. Isso não significa menor eficiência do tratamento.
5. Importante: uso de fotoprotetor fator 60 aplicado duas a três vezes ao dia, mesmo se o dia não estiver ensolarado. A pele após o roller estará
mais sensível!
6. Lavar o local somente com sabonete neutro duas vezes por dia, manhã e noite.
7. Não usar maquiagem por dois dias.
8. Usar de quatro a oito vezes ao dia cosmético indicado pelo(a) Dr.(a)________________.
9. Se estiver ardendo ou com irritação, borrifar água termal ou bepantol líquido; ou fazer compressa com esses mesmos produtos ou soro
fisiológico gelado.
10. Deverão ser evitados por duas semanas: banho quente, entrar no carro quente, secador de cabelo, chapinha, exposição solar, enfim,
tudo que possa esquentar a pele que foi tratada.

São Paulo, ___________ de ________________ de 20____


Afirmo que li e entendi todas as explicações relacionadas com o procedimento de micropunturas que irei realizar de livre e espontânea vontade.
Assinatura:__________________________________________________________

2. Aplicar anestésico, pode ser Emla®, ou manipular lidocaína 2 a 10%,


deixando agir por 20 a 30 min.

75
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Figura 40.

Fonte: <www.astrazeneca.com.br>

É necessário aplicar uma grande quantidade e realizar a oclusão para melhor absorção.

1. Higienizar a área com clorexedina alcoólica.

Figura 41.

76
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

2. Aplicar o roller, laminando a área ou dermógrafo ou Dermapen® dentro


dos sulcos. Deve ser aplicado de quatro a oito vezes em cada direção.

Figura 42.

Fonte: BAL; CAUSSIAN; PAVEL; BOUWSTRA, 2008.

Verificar o tamanho da agulha perante o distúrbio estético a ser tratado (figura 38)
segue o quadro abaixo.

Quadro 1.

PATOLOGIAS TAMANHO AGULHA


Aumentar a penetração de cosméticos ou crescimento de cabelo Máximo 0,3 mm
Rugas finas 1-1,5 mm
Rugas médias / profundas 1,5 a 2,5mm
Fotoenvelhecimento 1,0 a 1,5 mm.
Flacidez tissular 1,5mm e áreas sensíveis 0,5mm
Manchas 0,5 a 1,0 mm
Cicatrizes de acne / queimaduras 1,5 a 2,5mm
Cicatrizes e estrias 1,0 a 1,5mm

Figura 43. Tamanho das agulhas perante penetração na pele.

77
UNIDADE III │MICROPUNTURAS

Fonte:<www.dermaroller.com>

Figura 44.

Fonte: <www.dermaroller.com>.

O intervalo entre as sessões depende do tamanho da agulha:

»» 0,2 ou 0,25 mm: pode ser usada todos os dias.

»» 0,3 a 0,5 mm: pode ser utilizada uma vez por semana.

»» 1 a 1,5 mm: pode ser usada ​​de duas em duas semanas

»» 2,0 a 2,5 mm: pode ser usada apenas uma vez cada três a quatro
semanas.

3. Aplicar o cosmético desejado, exemplo DMAE 10%, fatores de crescimento,


vitamina C etc.

78
MICROPUNTURAS│ UNIDADE III

4. Laminar mais uma vez.

5. Pode-se realizar compressa de soro fisiológico gelado para aliviar a


sensação de queimação ou utilização de skin coller (figura 40).

Figura 45. Skin Coller.

Fonte:<www.skincooler.com.br>

6. Indicar o cosmético correto para paciente usar em casa.

Pós-roller

»» Se você rolar com agulhas 0,5 mm ou menos, não necessita de cuidado


especial após a sessão.
»» Se você rolar com agulhas mais longas do que 0,5 mm, a pele fica com
hiperemia (como queimaduras solares), sensível e pode ficar um pouco
edemaciada por até 72 horas.
»» Manter a área úmida. Para a primeira semana, a melhor escolha é cobrir a
área com uma camada muito fina de uma pomada oclusiva que contenha
vitaminas A e D.
»» Não expor as áreas de laminados ao sol por dez dias e, posteriormente,
usar um protetor solar com um elevado fator de proteção.
»» Esperar dois ou três dias para a aplicação de maquiagem.
»» A área de laminados pode começar a descamar depois de três a cinco
dias. Não puxar a pele solta.

79
ENDERMOLOGIA - UNIDADE IV
DERMOTONIA

CAPÍTULO 1
Introdução e história

A dermotonia, endermologia ou endermoterapia ainda é considerada uma novidade


nessa área, pois é um procedimento seguro, sem agulhas ou injeções, que utiliza o vácuo,
atuando na pele, camada adiposa e musculatura, promovendo melhora circulatória e
drenagem linfática (PETIT, 1997; BORELLI, 2004).

Foi desenvolvida primeiramente pelo engenheiro francês Louis Paul Guitay, no ano de
1970, quando ele buscava desenvolver uma técnica que diminuísse cicatrizes oriundas
de acidentes de carro. Em vez de fazer os tratamentos mais eficientes da época, ele criou
um mecanismo que pudesse auxiliar os terapeutas. O resultado foi um aparelho portátil
com um cabeçote massageador que, aplicado sobre a área a ser tratada, fazia sucções
intermitentes e rolamentos simultâneos sobre o tecido subjacente. O aparelho, no
início, foi utilizado na recuperação de queimados, mas, inesperadamente, descobriu-se
ser também eficaz para o tratamento de “celulite” (LGD) (ERSEK et al., 1997; FODOR,
1997; CHANG et al., 1998; BENELLI et al., 1999).

Para Berreur (1998), a dermotonia busca detectar zonas de dermalgia, ou seja, regiões
onde ocorre perturbação de tecido cutâneo, e produz um efeito reflexo simpaticolítico
que permite a estimulação e purificação dos gânglios linfáticos, desfazendo essas
zonas alteradas, diminuindo a tensão muscular e tonificando a pele por estimular
os fibroblastos, produtores de colágeno e elastina. E, conforme Peppercorn (1999),
a técnica melhora a circulação linfática, eliminando detritos toxínicos e gera uma
hipervascularização da derme e hipoderme ocorrida pela mobilização do sangue dentro
dos capilares cutâneos, melhorando, assim, a troficidade e favorecendo a nutrição
celular a distância e em profundidade. Ela ocasiona também a desfibrosagem, que atua
na reestruturação do tecido conjuntivo, permitindo o deslizamento deste sob a pele.

Segundo Berreur (1998) e Chang et al. (1998), conforme as leis da física, o ar atmosférico
se desloca do local de maior pressão para o de menor pressão, produzindo trocas gasosas

80
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

através da pele, que são importantes na eliminação de toxinas e gases, e o fortalecimento


(por expansão e contração) dos vasos sanguíneos e linfáticos.

Mecanismo de ação

O tratamento consiste na aplicação de um equipamento que cria um vácuo (pressão


negativa) (McDANIEL et al., 1998) à medida que rola sobre a pele, agindo como uma
massagem, sendo então utilizada nas áreas priorizadas e também nas demais partes
do corpo. Essa ação cria uma dobra cutânea que é repetidamente segura e solta por
meio de uma série de manobras que irão reestruturar o tecido conjuntivo, estimulando
a circulação sanguínea e linfática, assim promovendo a melhora da oxigenação e
da aparência da LDG, facilitando a nutrição dos tecidos e a distribuição da gordura
subcutânea (ERSEK et al., 1997; PETIT, 1997; BORGES, 2006).

Figura 46. Equipamento endermologia em funcionamento

Fonte:<http://www.lpgsystems.com/>

A técnica melhora a circulação linfática, eliminando detritos tóxicos e gera uma


hipervascularização da derme e hipoderme ocorrida pela mobilização do sangue dentro
dos capilares cutâneos, melhorando, assim, a troficidade e favorecendo a nutrição
celular à distância e em profundidade. Ela ocasiona também a desfibrosagem, que atua
na reestruturação do tecido conjuntivo, permitindo o deslizamento dele sob a pele
(KEDE; SABATOVICH, 2004; MARTINEZ; RITTES, 2004). Assim, seus principais
efeitos são:

»» redução de edemas e melhora do fluxo sanguíneo;

»» melhoria dos mecanismos de defesa imunológica;

81
UNIDADE IV │ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA

»» melhoria da elasticidade da pele;

»» diminuição da retenção hídrica e das infiltrações celulíticas;

»» incremento da drenagem linfática;

»» redução do estado fibrótico do tecido (BORGES, 2006).

Para o sucesso dos tratamentos na área estética, é de extrema importância salientar


a correta aplicação das técnicas, sendo imprescindível a presença do profissional
qualificado e habilitado para a execução e compreensão dos procedimentos realizados
(SALLET, 2001; GOOSSENS, 2004; KEDE; SABATOVICH, 2004; MARTINEZ;
RITTES, 2004).

Indicações e contraindicações

Indicações

»» atenuar cicatrizes atróficas;

»» auxiliar no tratamento de FEG;

»» acelerar a reabsorção de edema;

»» reorganizar o tecido adiposo subcutâneo;

»» auxiliar no tratamento de intradermoterapia e HLC.

O uso da endermoterapia no pós-operatório de lipoaspirações deve ser cauteloso,


uma vez que os tecidos precisam se reconstituir para cicatrizar. As manobras podem
ser por demais agressivas nos estágios iniciais do processo cicatricial, aumentando
o tempo de tratamento e o número de sessões, pois reagudizam a fase inflamatória
por provocar microtraumas no tecido colágeno cicatricial, favorecendo a formação
de fibroses e retardando a recuperação. Pode ser utilizada tardiamente em casos de
fibroses avançadas e persistentes (BORGES, 2006).

Contraindicações

»» tumores e neoplasias;

»» dermatoses;

»» fragilidade capilar;

82
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

»» doenças infecciosas;

»» varizes;

»» flacidez tissular excessiva;

»» diabetes;

»» intolerância à sucção;

»» hipertensão;

»» hérnia umbilical;

»» flebites e coágulos de sangue;

»» uso de medicamentos anticoagulantes;

»» pseudo-atrofia (uso de cortisona injetável).

83
CAPÍTULO 2
Aplicação

A paciente pode usar uma malha especial (sem compressão sobre a pele), com fio em
poliamida recobrindo toda a pele para melhor deslizamento do cabeçote na superfície
corporal (MANUAL DE TREINAMENTO – CELUTRAT, 2005; LOPES, 2006), mas
também pode ser realizada diretamente sobre a pele utilizando pouco óleo de massagem
(figura 42) (EQUILIBRIO, 2006).

O óleo deve ser neutro, sem semente ou qualquer outra substância, e não há
necessidade de sua utilização quando a manopla selecionada for à de esferas.

Figura 47. Malha especial sem compressão.

Fonte:<http://www.lpgsystems.com/>

A aplicação deverá ser realizada em dois decúbitos, o dorsal e o ventral, iniciando a


aplicação em decúbito dorsal, evoluindo para decúbito ventral. Devem ser sempre
respeitados os movimentos a favor do sistema linfático e das fibras musculares de todas
as regiões, inclusive da região glútea. Antes de iniciar a aplicação é necessária a ativação
da rede ganglionar; gânglios das regiões supra claviculares, inguinais e poplíteas. Cada
sessão deve ter uma duração em média de 40 minutos, sendo dividida a aplicação entre
as regiões a serem tratadas (figura 43) (McDANIEL et al., 1998).

84
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

Figura 48. Direção a ser seguida.

Fonte: MENEGAT, 2015.

A endermoterapia pode ser realizada de três formas:

1. Depressomassagem pulsada: o cabeçote é aplicado na região por


aproximadamente dois segundos. Pressão entre 600 e 700 mmHg
(GUIRRO; GUIRRO, 2002).

2. Depressomassagem contínua: o cabeçote é aplicado sobre toda


a área. Inicialmente, deve-se utilizar pressões leves (de 150 a 200
mmHg), aumentando gradativamente de acordo com a sensibilidade
do paciente. O sentido de aplicação depende do objetivo terapêutico:
traços longitudinais (efeitos circulatórios); traços transversais (efeito
descontraturante); traços circulares (amaciamento de zonas de fibrose)
(figura 44) (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

85
UNIDADE IV │ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA

Figura 49. Depressomassagem.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Sugestões para uso corporal: modelagem em usuário e/ou paciente com bom tônus.

Quadro 2.

Sessões
Ajustes 1ª a 10ª 11ª a 20ª
Contínuo - -
Sucção (mmHg) 140 -170 200 – 250
Tempo por região 10 min 15 min

3. Depressomassagem linfática: prolongamento natural da


depressomassagem, mas com pressão mais suave (de 30 a 60 mmHg),
realizada em três tempos (figura 5) (GUIRRO; GUIRRO, 2002):

›› Pulsada: a ventosa é colocada sobre os linfonodos com pressão forte


(manobra de abertura).

›› Contínua: depressomassagem contínua sobre os trajetos linfáticos


na direção de reabsorção da linfa com pressões entre 30 a 60 mmHg.

›› Pulsada: a ventosa é colocada sobre os linfonodos com pressão forte


(manobra de fechamento) (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

86
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

Figura 50. Drepresso drenagem.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Sugestões para uso corporal: drenagem linfática em usuário e/ou paciente com flacidez.

Quadro 3.

Sessões
Ajustes 1ª a 10ª 11ª a 20ª
Pulsado 1.5 1.0
Sucção (mmHg) 100 - 140 150 – 200
Tempo por região 10 min 15 min

Cuidados na aplicação

»» O tratamento não deve gerar dor ou desconforto.

»» Respeitar as intensidades para evitar equimoses e hematomas.

87
CAPÍTULO 3
Protocolo sugerido corporal

Essas sugestões são baseadas em relatos clínicos e não têm a pretensão de excluir outra
metodologia de utilização do recurso terapêutico.

Na realização da drenagem linfática deve-se iniciar e finalizar o tratamento pelo


bombeamento dos linfonodos, utilizando o modo pulsado (25 pulsos/min) com o
cabeçote circular na região dos linfonodos e da veia safena. Entre essas duas fases
seguimos as manobras obedecendo às normas gerais da drenagem, escolhendo as
manobras de acordo com o estado do tecido a ser trabalhado.

Roletes cilíndricos
DESLIZAMENTO – modo contínuo.

Mover o cabeçote lentamente para frente e para trás.

Figura 51.

»» Efeito: permite ao cliente acostumar-se com a sensação e possibilita


dosar a pressão e potência da aspiração e drenagem linfática. Deve-se
utilizar após o bombeamento dos linfonodos e ao final da sequência dos
roletes esféricos.

Roletes esféricos
CIRCULAR – modo contínuo.

Mover o cabeçote realizando movimentos de círculos.

88
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

Figura 52.

»» Efeitos: estimulação da circulação

OITO GRANDE – modo contínuo.

Realizar o movimento na forma de oito torneando totalmente uma área determinada.

Figura 53.

»» Efeitos: movimentação do tecido conjuntivo com finalidade de


hiperemiante e de remodelação.

OITO PEQUENO – modo contínuo

Realizar o movimento na forma de oito de modo mais rápido, torneando totalmente em


áreas críticas determinadas.

89
UNIDADE IV │ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA

Figura 54.

»» Efeitos: movimentação e desfibrosagem do tecido conjuntivo.

ZIGUEZAGUE – modo contínuo.

Realizar o movimento na forma de ziguezague mudando a direção do cabeçote.

Figura 55.

»» Efeitos: hiperemiante e remodelamento.

90
ENDERMOLOGIA - DERMOTONIA │ UNIDADE IV

Imagem 56.

Fonte: MENEGAT, 2015.

Essas sugestões são baseadas em relatos clínicos, e não têm a pretensão de excluir outra
metodologia de utilização do recurso terapêutico.

1. Inicia-se o tratamento pelo bombeamento dos linfonodos, utilizando o


modo pulsado (25 pulsos/min) com a ventosa de vidro de formato circular
na região dos linfonodos.

2. Deslizamento com a ventosa de vidro de bico chato no mesmo sentido da


drenagem manual no modo contínuo.

3. Com a ventosa de ponta, realizar o deslizamento ao redor dos olhos.

4. Com a ventosa bico de pato realizar movimento ziguezague nas linhas de


expressão e rugas.

5. Finalizar o tratamento pelo bombeamento dos linfonodos, utilizando


o modo pulsado (25 pulsos/min) com a ventosa de vidro de formato
circular na região dos linfonodos.

6. Pode-se finalizar colocando máscara tensora ou descongestionante.

Figura 57.

Fonte: MENEGAT, 2015.

91
Para (não) Finalizar

O conteúdo dessa disciplina é muito extenso em relação ao atendimento e à prática


que ele requer. Com base nisso, é necessário não só o conhecimento teórico que se
obteve aqui, mas também é primordial que, depois dessa especialização, se procure
cursos práticos/aprimoramentos para que sejam aperfeiçoadas as devidas técnicas a
partir do conhecimento adquirido, a fim de se tornar um profissional qualificado nelas.
O conhecimento precisa ser renovado e ampliado constantemente, já que a pesquisa
avança a cada dia; por esse motivo, nunca pare de ler, estudar e se aprimorar em novas
técnicas. Quero que me tenham mais que uma professora que lecionou um módulo, uma
professora para vida toda, contem sempre comigo para qualquer coisa que precisarem,
adoro poder ajudar sempre.

92
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Autor, 2010.

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