E BOOK A ARTE E A HISTORIA Red

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A ARTE E A

HISTÓRIA
Sua porta de entrada para a
História da Humanidade
É VEDADA A TRANSMISSÃO, CÓPIA, DISTRIBUIÇÃO, EXIBIÇÃO
DO MATERIAL, MESMO QUE PARCIALMENTE, SEM PRÉVIA
AUTORIZAÇÃO DO AUTOR.

QUEM É
ALE INVITTI?

Foto por Elizangela Carlin

Ciao! Eu sou a Alessandra Invitti,


Arquiteta especializada em História da
Arte e mestre em História. Apaixonada
por arte, história, viajar, conhecer novos
lugares e experimentar as delícias
culinárias!

Moro na cidade eterna: Roma! O berço


da civilização moderna. Os romanos
conquistaram praticamente todo
mundo conhecido há 2.000 anos e
juntos nós iremos descobrir as belezas
do mundo!
INTRODUÇÃO

O QUE É ARTE?
Não é fácil definir o que é ARTE, mas é
possível entendê-la melhor fazendo a
conexão entre as ARTES e a HISTÓRIA
DA HUMANIDADE.

Esse livro digital tem o objetivo de


mostrar, de forma breve, a EVOLUÇÃO
da HISTÓRIA DA ARTE na linha do
tempo. Foram selecionados alguns
eventos para que você possa entender
melhor de onde nós viemos e como a
HISTÓRIA está presente no nosso
cotidiano.

Boa leitura!
O HOMEM E A IMAGINAÇÃO
O homem não é o único ser com
capacidade de imaginação, mas é o
único capaz de comunicar a imaginação
através de relatos orais e imagens.

Vamos fazer um exercício, você já brincou


de ver desenhos em nuvens? Qual
desenho você enxerga na imagem dessa
nuvem?

Ela pode ser um coração, uma árvore ou


outra coisa ainda. Tudo vai depender da
sua percepção, que é fruto das suas
experiências, da sua história de vida e do
seu momento psicológico.

Com as ARTES acontece a mesma coisa.


Assim, pode-se dizer que a ARTE consegue
transmitir ideias complexas da HISTÓRIA DA
HUMANIDADE através da PINTURA,
ESCULTURA, ARQUITETURA, LITERATURA,
POESIA E MÚSICA.
Tudo isso está presente no nosso cotidiano.
A história e a arte fazem parte do nosso
dia a dia, mas muitas vezes não temos
consciência disso.

Não entendemos o que está diante dos


nossos olhos, não porque não temos
capacidade, mas porque não
conhecemos o que está por trás do que
estamos vendo.

Para os historiadores da arte H.W.Janson e


Anthony F.Janson, as pessoas não
deveriam dizer “sei do que gosto”, mas sim
“gosto daquilo que conheço”. Para você
passar a entender e apreciar mais as artes,
vamos descobrir quando tudo começou.

Não se sabe como era a arte no início da


história do homem, há cerca de dois
milhões de anos. As primeiras
manifestações de arte são do final do
período Paleolítico, há aproximadamente
25.000 anos.
COMO TUDO COMEÇOU:
PRÉ-HISTÓRIA
A PRÉ-HISTÓRIA foi o período da evolução
humana quando o homem aprendeu a
viver em um ambiente hostil. Essa fase, que
antecedeu o aparecimento das cidades
(organização urbana) e da escrita, tem
aproximadamente cinco milhões de anos e
é dividida basicamente em duas partes:

 Período Paleolítico ou Idade da Pedra


Lascada (cerca de 2,5 milhões a.C. –
10.000 a.C.);
 Período Neolítico ou Idade da Pedra
Polida (cerca 10.000 a.C. – 5.000 a.C.).

No PERÍODO PALEOLÍTICO o homem era


nômade e dependia da natureza para
sobreviver. Caçava e colhia o que a
natureza oferecia, não conhecia a
agricultura. Ela foi descoberta somente no
final do período paleolítico e assim
iniciaram grandes mudanças.

Em torno de 35.000 a.C. começaram a


aparecer as primeiras manifestações
artísticas. Eram imagens de animais
pintadas em cavernas, a chamada ARTE
RUPESTRE, como por exemplo, os desenhos
encontrados nas grutas de Altamira na
Espanha e de Lascaux na França.
O motivo desses desenhos é incerto, é
possível que eles fossem uma espécie de
ritual mágico para obter a caça com
maior facilidade, já que o homem
dependia dela para sobreviver.

A maior parte das pinturas rupestres


representavam animais feridos ou mortos.
Um dos exemplos mais famosos é o Bisão
Ferido na Gruta de Altamira, cerca de
15.000 -10.000 a.C.

Bisão Ferido, Gruta de Altamira,


c.15.000-10.000 a.C.

Como essas pinturas sobreviveram durante


tanto tempo? O principal motivo é porque
as pinturas rupestres foram realizadas no
fundo das cavernas, escondidas e sem
acesso fácil.
No PERÍODO NEOLÍTICO, “nova idade da
pedra”, aconteceram três fatos
importantes que contribuíram para o
surgimento das primeiras grandes
civilizações:
 Descoberta da AGRICULTURA, o homem
aprendeu a cultivar seu próprio
alimento;
 Descoberta da domesticação de
animais;
 Desenvolvimento da escrita.

O homem passou a ser sedentário e isso


contribuiu para o desenvolvimento de
pequenas sociedades e tribos. A
arquitetura e a engenharia começaram a
se desenvolver, surgindo as primeiras
grandes construções.

Uma construção famosa do período


Neolítico é STONEHENGE na Inglaterra. É
um monumento megalítico, chamado
“cromlech”, com as pedras dispostas em
círculo e sistema trilítico (dois elementos
verticais e um horizontal). Ele foi realizado
aproximadamente entre os anos de 3.100
a.C. e 1.600 a.C. Uma das hipóteses é que
fosse como um observatório astronômico.
Stonehenge, Inglaterra

O homem, que agora estava fixo em uma


região, começou a disputar as melhores
terras para plantação e pasto. Existiam
duas possibilidades: as tribos poderiam
brigar entre si ou se unir em sociedades
maiores e mais disciplinadas realizando
esforços coletivos. O que aconteceu foi a
UNIÃO. Com isso as sociedades
começaram a se formar, aparecendo
fortalezas, represas e canais de irrigação.
O resultado dessa nova organização foi o
surgimento das antigas GRANDES
CIVILIZAÇÕES, como por exemplo as que
se desenvolveram ao longo do Rio Nilo
(EGITO) e entre os Rios Tigre e Eufrates
(MESOPOTÂMIA).

Observe que alguns eventos são


contemporâneos, ou seja, aconteceram
na mesma época.

MESOPOTÂMIA EGITO GRÉCIA ROMA

6.000 a.C.-3.000 a.C. 5.000 a.C.-3.200 a.C. 3.000 a.C.-1.100 a.C. – 753 a.C. – fundação de
– Proto-Histórico – Pré-dinástico Minóicos e Micênicos Roma
3.000 a.C. – 331 a.C. 3.200 a.C. – 322 a.C. 1.100 a.C. – 700 a.C. – 753 a.C.-509 a.C. –
– Sumérios, Acádios, – Império Período Geométrico Monarquia
Assírios, Babilônicos, 322 a.C.- 30 a.C. – 700 a.C.-500 a.C. – 509 a.C.-27 a.C. –
Persas. Período Ptolomaico Arcaico República
Após 331 a.C. 30 a.C. – Egito foi 500 a.C.-300 a.C. – 27 a.C. – início do
começou o período conquistado pelos Clássico Império Romano
Macedônico com romanos. 300 a.C. até a 476 d.C. – queda do
Alexandre, o conquista dos Império Romano do
Grande. romanos (Batalha de Ocidente
Corinto em 146 a.C.) - 1.453 d.C. – queda do
Helenístico Império Romano do
Oriente (Império
Bizantino)
MESOPOTÂMIA
A MESOPOTÂMIA é região que ficava entre
os rios Tigre e Eufrates, atual território do
Iraque, Irã, Kuwait e parte da Síria. A oeste
estava a Assíria e a leste a Pérsia (atual Irã).
A área tinha uma rasa e larga bacia
hidrográfica, sem defesas naturais, o que
acarretou em constantes invasões. Era uma
civilização essencialmente AGRÁRIA. As
civilizações que se fixaram na região
foram:
 Sumérios – na planície do Sul;
 Assírios – na região montanhosa do
Norte;
 Babilônios – nas planícies centrais.

A história da Mesopotâmia se divide


basicamente nos períodos abaixo:
 Proto-Histórico – 6.000 a.C. a 3.000 a.C.
(antes dos sumérios, equivale ao período
pré-dinástico egípcio);
 Sumério – cerca de 3.000 a.C. a 2.740
a.C.;
 Acádio ou Semita – cerca de 2.740 a.C.
a 2.285 a.C.;
 Neo-Sumério – cerca de 2.285 a.C. a
2.015 a.C.;
 Babilônico – cerca de 2.015 a.C. a 1.240
a.C.;
 Assírio – cerca de 1.240 a.C. a 612 a.C.;
 Neobabilônico – cerca de 612 a.C. a 539
a.C.;
 Persa – cerca de 539 a.C. a 331 a.C.;
 Macedônio – a partir de 331 a.C.,
quando Alexandre Magno, rei da
Macedônia venceu os persas.
Algumas influências e legados deixados
pelas civilizações Mesopotâmicas:
 Sistema sexagesimal;
 Horas do dia;
 Signos do zodíaco;
 Crença nos horóscopos;
 Divisão do círculo em 360°;
 Escrita cuneiforme;
 Abertura de canais e diques.

Os mesopotâmicos inicialmente utilizavam


a escrita pictográfica ou ideográfica,
desenhos estilizados que reproduziam seres
vivos e objetos. Por volta do ano 3.000 a.C.
começaram a utilizar a argila como
material para escrita e produzir uma gama
de desenhos mais estilizados. O resultado
foi a criação de cerca de 900 sinais que se
assemelhavam a cunha, chamada de
escrita CUNEIFORME.

Principais fatores que contribuíram para


caracterizar a ARTE e a ARQUITETURA
mesopotâmica:
 Organização sócio política das cidades-
estados. Viviam em constantes guerras,
assim, a arte demostrava a glorificação
de vitórias militares;
 Importante papel da religião nos
assuntos do Estado, o templo centro de
tudo;
 Não se encontrava pedra com
facilidade na região, portanto, os
principais materiais construtivos foram o
adobe (barro) e outros mais frágeis.
Uma das fases mais famosas da
Mesopotâmia foi o PERÍODO
NEOBABILÔNICO, aproximadamente
entre os anos de 612 a.C. e 539 a.C. Com o
enfraquecimento do Império Assírio, a
Babilônia (também chamada de Babel) foi
reerguida, virou capital e atingiu seu auge
no reinado de Nabucodonossor II. Nesse
período chegou a ser a maior cidade do
mundo, ocupando uma área de
aproximadamente 10Km². A sua fama é
decorrente principalmente de dois
monumentos:
 Zigurate, que pode ter inspirado a
história bíblica da Torre de Babel;
 Jardins da Babilônia.

CURIOSIDADE
Os famosos JARDINS DA BABILÔNIA,
uma das Sete Maravilhas do Mundo
Antigo, foi um presente do rei
Nabucodonosor II para a sua esposa
Semiramis. Era um grande edifício com
terraços interligados por escadarias,
onde ficavam os jardins. Foi construído
em torno de 590 a.C. na Babilônia.

No século XX, as ruínas da cidade foram


encontradas pelo arqueólogo alemão
Robert Koldewey em Al Hillah, no Iraque,
aproximadamente 80Km de Bagdá.
Um dos monumentos encontrados foi a
PORTA DE ISHTAR, que era a oitava porta
de entrada da Babilônia, dedicada a
Isthar, deusa do amor, da fertilidade, do
erotismo e da guerra.

A porta foi construída em torno de 575


a.C., durante o reinado de
Nabucodonosor II. Desde 1930 ela está no
Pergamonmuseum em Berlim.

Essa entrada monumental da Babilônia era


um grande muro revestido com tijolos
esmaltados moldados com figuras de
animais sagrados como: leões, touros,
dragões e flores em cima de um fundo
azul.

Porta de Ishtar,
Pergamonmuseum, Berlim.
EGITO
A civilização EGÍPCIA surgiu ao
longo do Rio Nilo.
No início não existia unidade política, era
dividido em Alto Egito e Baixo Egito. Menés
(ou Narmer), por volta do ano 3.200 a.C.,
virou o líder dos “dois Egitos”. Ele foi o
primeiro Rei (faraó), assim o Egito foi
unificado, passando a ter uma única língua
e religião.

O fator geográfico foi determinante para a


continuidade da civilização egípcia por
aproximadamente 3.000 anos. Durante
esse tempo eles raramente perderam a
coesão. A civilização terminou quando foi
conquistada pelos romanos em 30 a.C.

O último faraó egípcio era uma mulher:


CLEÓPATRA VII. Ela perdeu a guerra para
os romanos, liderados por Otávio, que virou
o primeiro imperador romano em 27 a.C.

CURIOSIDADE
Cleópatra VII foi amante de Júlio César,
com que quem teve um filho. Ela
também foi amante de Marco Antônio,
com quem teve três filhos. Esse último
relacionamento foi determinante para o
fim da civilização egípcia.
Um dos pontos fundamentais para o
estudo e a compreensão da história
egípcia foi desvendar a escrita egípcia.
Eles tinham três tipos de escrita:
1 – Hieróglifos: escrita religiosa, utilizada nos
templos sagrados e tumbas.
2 – Hierática: era a forma cursiva dos
hieróglifos, utilizada para documentos
oficiais;
3 – Demótica: era a escrita mais popular e
utilizada para qualquer finalidade.

A decifração da escrita egípcia foi possível


graças a descoberta da chamada PEDRA
ROSETA por uma expedição de Napoleão
Bonaparte na cidade egípcia Rachid
(Roseta em árabe), perto de Alexandria,
em agosto de 1799.

Pedra Roseta, British Museum,


Londres.
A pedra roseta é uma Estela de basalto
negro com formato retangular, dimensões:
112,3 cm de altura, 75,7 cm de largura e
28,4 cm de espessura.

Por que UMA PEDRA é tão importante?

A peça de pedra tem três inscrições:


 Parte superior – HIERÓGLIFOS (escrita até
então desconhecida) – 14 linhas;
 Parte intermediária – DEMÓTICA (escrita
até então desconhecida) – 22 linhas;
 Parte inferior – GREGO – 54 linhas.

As três inscrições tem o mesmo conteúdo:


Decreto do corpo sacerdotal do Egito,
reunido em Mênfis, em 196 a.C. para
conferir grandes honras ao rei Ptolomeu V
Epifânio (205 a.C. – 180 a.C.) por benefícios
reunidos.

O GREGO era uma língua conhecida.


Assim, Champollion, um dos membros da
expedição de Napoleão, estudou durante
23 ANOS a pedra e conseguiu decifrar a
escrita egípcia por método de
comparação. A partir desse momento foi
possível começar a conhecer melhor a
história da civilização egípcia.
O ponto principal da cultura egípcia foi a
RELIGIÃO, ela determinou quase tudo:
forma de vida, arquitetura, arte,
sociedade, medicina, ciência e química.
Por exemplo a mumificação foi
desenvolvida porque eles acreditavam na
vida após a morte.

CURIOSIDADE
Uma das técnicas mumificação
levava em torno de 70 dias de
preparo do corpo. Tirava-se o crânio e
se enchia com uma espécie de resina.
Retirava-se coração e as vísceras para
dissecação.

O FARAÓ era visto como uma DIVINDADE e


a ele eram rendidas todas as graças. A
sociedade era hierárquica, sendo o faraó
a figura mais importante, a seguir vinham
os sacerdotes e os escribas. Essa hierarquia
se refletia na arte, quanto maior era o
comprometimento com o sistema religioso
da pessoa retratada, mais formal era a sua
representação.

A arte era uma espécie de credo e os


artistas tinham que fazer exatamente o que
o faraó ou sacerdote ordenavam.
O resultado disso foi uma arte sem muitas
modificações, com uma série de regras
básicas. Por exemplo: os escribas eram
sempre representados da mesma forma,
sentados, exercendo a sua função e com
a pele escura.

Escriba, Museu do Louvre, Paris.

ARTE E ARQUITETURA EGÍPCIA:

A arte egípcia é caracterizada por ser:


 SIMBÓLICA: porque aconteceu em
função da religião;
 FORMALISTA: desenho e razão para se
expressar;
 ESTERIOTIPADA: repetia modelos;
 HIERÁTICA: obedecia aos tabus
religiosos.
Características gerais da ARQUITETURA:
 Palácios e residências não precisavam
durar “além da morte”, por isso eram
construídos em ADOBE e ARGILA;
 Arquitetura de CULTO e FUNERÁRIA era
feita para perpetuar, por isso o material
mais usado foi a PEDRA.

A primeira imagem que vem na cabeça


quando se fala de arquitetura egípcia são
as PIRÂMIDES, um dos tipos de arquitetura
funerária. Elas foram construídas nas 3ª e 4ª
Dinastias, aproximadamente entre os anos
2.630 a.C. e 2.510 a.C.

A pirâmide era a tumba principal e fazia


parte de um grande complexo funerário.
As necrópoles mais famosas são de Gizé e
de Sacara. As pirâmides nunca estavam
isoladas.

Se as pirâmides eram túmulos de


determinado período, como era a
arquitetura funerária nas outras fases do
Egito?

Existiam basicamente três tipos de


arquitetura funerária:
 Mastabas – espécie de base de
pirâmide;
 Pirâmides;
 Hipogeus.
A ideia de fazer túmulos grandiosos, em
forma de PIRÂMIDE, foi do faraó Snefru, pai
de Quéops. São atribuídas a ele três
pirâmides: Falsa Pirâmide de Meidum,
Pirâmide Roboidal e Pirâmide Vermelha, a
última é considerada a primeira verdadeira
pirâmide.

Como as pirâmides são por dentro?

A resposta não é simples, pois cada


pirâmide foi construída de uma forma.
Algumas são MACIÇAS e outras possuem
espaços vazados formando verdadeiros
LABIRINTOS. A ideia era que o sarcófago
do faraó ficasse o mais escondido e
protegido possível, pois o faraó era
enterrado com todas as suas riquezas. Era
preciso evitar roubos para permitir que o rei
tivesse TUDO na vida após a morte.
A maior pirâmide do Egito é a de QUÉOPS,
construída entre os anos de 2.680 a.C. e
2.560 a.C. Ela tem 232 m x 232 m de base e
sua altura original era de 146 m. Ela tinha
uma ponta de 9 m revestida de ouro. Para
você ter ideia da dimensão:
 A área da base é de 53.824 m², dentro
dela caberiam: Catedral de Florença,
Catedral de Milão, Basílica de São Pedro
em Roma, Catedral de São Paulo e a
Abadia de Westminster em Londres e
ainda SOBRARIA ESPAÇO;
 Foram usados cerca de 2.300.000 blocos
de pedra que pesavam em média 2,5
toneladas, alguns com até 15 toneladas.
Se essas pedras fossem colocadas em
linha reta seria possível cobrir 2/3 da
LINHA DO EQUADOR.

Pirâmide de Quéops, Cairo, Egito.


VOCÊ SABIA?

Existem outras pirâmides no mundo! O Egito


sempre encantou outras civilizações. Em
Roma, Gaio Cestio Epulone, um membro
do colégio religioso, resolveu construir seu
túmulo em formato de pirâmide entre os
anos 18 a.C. e 12 a.C. Ela é revestida com
mármore de Carrara e tem 36,40m de
altura.

As pirâmides egípcias inspiram até hoje. A


entrada do Museu do Louvre em Paris é
uma grande PIRÂMIDE de vidro.

Pirâmide da entrada
do Museu do Louvre,
Paris.

Pirâmide Cestia, Roma.


ESCULTURA EGÍPCIA:

A escultura egípcia se desenvolveu mais


do que as pinturas e os relevos. Eram feitas
de calcário (policromado) e pedras
nobres. As estátuas tinham pouco
movimento, normalmente os braços eram
colados ao corpo. Os homens eram
representados com tangas e as mulheres
com vestidos.

Busto de Nefertiti, é uma das


obras mais famosas do mundo,
foi realizada cerca 1360 a.C.,
Neues Museum, Berlim.

PINTURA EGÍPCIA:

A pintura egípcia é facilmente


reconhecida principalmente pelo uso da
LEI DA FRONTALILDADE:
 Olhos e tórax de frente;
 Rosto, pés e seios de perfil.
Esta lei era imposta, não significa que eles
não soubessem representar de outra
maneira. Eles buscavam a essência da
forma.
GRÉCIA
A história da antiga Grécia pode ser
dividida nas seguintes fases:
 Período Minóico (3.000 a.C. – 1.600 a.C.)
e Período Micênico (1.600 a.C. – 1.100
a.C.) – civilizações que antecederam a
civilização grega propriamente dita;
 Período Geométrico (1.100 a.C. – 700
a.C.) – fase de transição para formação
da cultura grega propriamente dita;
 Período Arcaico (700 a.C. – 500 a.C.) –
fase de formação da cultura grega;
 Período Clássico (500 a.C. – 300 a.C.) –
auge da arte e cultura grega;
 Período Helenístico (300 a.C. até a
cultura Romana) – fusão da cultura
oriental com a grega.

Os períodos Minóico e Micênico foram


marcados por lendas e histórias famosas
sobre a Grécia, por exemplo, a Lenda do
Minotauro e a Guerra de Tróia.

VOCÊ CONHECE A LENDA DO


MINOTAURO?

Minos, rei que deu origem ao nome da


civilização Minóica, pediu para POSEIDON,
deus do mar e das águas, fazer emergir do
mar um touro belo para sacrificar em
honra a Poseidon. O deus atendeu
prontamente ao pedido e mandou o mais
belo dos touros para Minos. O touro era tão
belo que o rei decidiu ficar com ele e
sacrificar outro em seu lugar.
Essa atitude enfureceu Poseidon, que
decidiu punir Minos. O belo touro ficou
feroz e começou a atacar os habitantes. O
deus ainda fez com que a Pasífae, esposa
do rei, caísse de amor pelo touro.

Segundo o mito, Pasífae, com a ajuda de


Dédalo, colocou com uma fantasia de
vaca de madeira para conquistar o touro.
Os dois tiveram uma relação amorosa e
desse encontro nasceu o MINOTAURO,
criatura metade homem e metade touro.

Dédalo e Pasífae, Giulio Romano,


Palácio Te, Mântua.

A GUERRA DE TRÓIA teve importância


fundamental na história do Nascimento de
Roma. Foi uma guerra entre gregos
(aqueus) e troianos que aconteceu em
torno de 1200 a.C. e durou cerca de 10
anos.
Os aqueus, para vencer os troianos,
tiveram a ideia de fazer um grande cavalo
de madeira e esconder dentro da barriga
dele os seus quarenta melhores homens.
Eles deixaram o cavalo na praia e fingiram
que tinham ido embora e abandonado a
guerra.

Os troianos, acreditando que a guerra


tinha terminado e que o cavalo era um
presente dos deuses, deixaram a enorme
escultura de madeira entrar na cidade. À
noite, os guerreiros aqueus saíram de
dentro do cavalo e destruíram Tróia,
vencendo a guerra.

Um dos heróis troianos que conseguiu


escapar da cidade em chamas foi Enéias.
Ele vagou pelo Mediterrâneo até achar
abrigo no Lácio, região italiana onde está
Roma. Enéias é antepassado dos irmãos
gêmeos Remo e Rômulo, primeiro rei e
fundador da cidade de Roma.

Depois da fase de formação, a história da


ANTIGA GRÉCIA é dividida em três
períodos:

ARCAICO, CLÁSSICO E HELENÍSTICO.

Os gregos não tinham dogmas religiosos.


Os deuses serviam para justificar as atitudes
humanas. Eles consideravam que o
conhecimento vinha através da razão e
não da fé.
A arte grega era IDEALISTA e não realista.
O IDEAL DE BELEZA era o homem jovem, o
atleta. A beleza estava relacionada com o
físico, o intelecto e a estética. A perfeição
só existia no mundo da razão (matemática,
geometria).
As duas principais cidades gregas foram:
 Atenas – berço da arte e da
democracia;
 Esparta – cidade de guerreiros.

AUGE DA CULTURA GREGA

O PERÍODO CLÁSSICO foi o auge da


CULTURA E ARTE GREGA, nessa fase foram
realizados ícones da arquitetura e
escultura. Foram estabelecidos os cânones
(regras) na arte.

O artista POLICLETO (c. 480 a.C. – 420 a.C.)


escreveu um tratado sobre ESCULTURA
chamado CÂNONE.

O tratado se perdeu, mas


a materialização das
regras escritas por
Policleto podem ser vistas
na obra do DORÍFORO.

Doríforo, cópia romana,


séc. I ou II a.C. Museu
Arqueológico de Nápoles.
Policleto estabeleceu as regras de
proporção e beleza observando os corpos
dos atletas. Uma das regras é: a medida
dos braços abertos, do dedo médio até o
outro dedo médio, deve ser exatamente a
altura do corpo. FAÇA ESSE TESTE!

Abra seus braços e meça a distância entre


os seus dedos médios. Ela deve ser
exatamente a sua altura.

ARQUITETURA GREGA:

A ARQUITETURA grega era concebida


como se fosse uma escultura, com regras e
correções ópticas a serem seguidas. O
Parthenon, em Atenas, é considerado o
edifício que representa essa perfeição da
arquitetura grega. Ele foi construído
durante o período Clássico. É um templo
dedicado a Atena, deusa da civilização,
da guerra, da sabedoria, das artes, da
justiça e da habilidade.

CURIOSIDADE
Os templos gregos e romanos eram
COLORIDOS. Por que as cores não
existem mais? Porque o pigmento é um
material mais frágil do que a pedra e
com o passar dos séculos a coloração
foi se desgastando e sumindo.
FUSÃO DE CULTURAS:

O PERÍODO HELENÍSTICO começou depois


que o rei macedônico Felipe II conquistou
as Cidades-Estados gregas (338 a.C.).
Nessa fase as obras de arte se
diversificaram e ocorreu uma fusão da
cultura oriental com a grega.

A arte se tornou mais EXPRESSIVA e


TEATRAL. Os sentimentos e as coisas
imateriais passaram a aparecer nas obras
de arte. A famosa escultura de Laocoonte
com os seus filhos representa bem esse
período. A obra é capaz de mostrar a
AGONIA de um pai que está tentando se
salvar e salvar os seus filhos do ataque das
serpentes.

Laocoonte com os seus filhos,


c. 40 a.C. -20 a.C. Museu do
Vaticano.
Laocoonte era um sacerdote troiano que
tentou avisar que o Cavalo de Tróia era
uma armadilha. Ele disse aos deuses que
não era para deixar o cavalo entrar nos
muros de Tróia. Os deuses disseram que ele
estava mentindo e o condenaram a ser
comido por serpentes. A escultura retrata
exatamente esse momento.

GRÉCIA SE TRANSFORMA EM GRÉCIA


ROMANA:

O marco histórico para o início da GRÉCIA


ROMANA foi a Batalha de Corinto em 146
a.C., mas foi um processo que levou muitos
anos.
Somente em 27 a.C., Otávio Augusto,
primeiro Imperador Romano, consolidou a
Grécia como Romana. A língua grega
passou a ser a língua franca, ou seja, a
língua de contato. O mundo grego era
muito admirado pelos romanos, muitos
imperadores visitaram a Grécia para se
aproximar da cultura, da arte, da literatura,
da filosofia e todo conhecimento grego.
Adriano, imperador romano entre os anos
117 e 138, foi um dos maiores
propagadores da cultura Helenística
(período grego depois da conquista de
Alexandre, o Grande). Ele fez tantas obras
e estava tão próximo à Grécia que era
tratado com um deus. Adriano recebeu
um Arco em sua homenagem na cidade
de Atenas.
O ARCO DE ADRIANO ou Porta de Adriano
foi construído em torno de 132 d.C. para
agradecer as inúmeras obras que o
imperador tinha realizado em Atenas. As
inscrições na porta deixam clara a
importância desse Imperador Romano
para os gregos:

De um lado: “Essa é Atenas, antiga cidade


de Teseu.”

Do outro lado: “Essa é a cidade de Adriano


e não de Teseu”.

Teseu foi o maior herói de Atenas.

Arco de Adriano, Atenas.


ROMA
ROMA É CONSIDERADA O “CAPUT
MUNDI”, frase latina para expressar que
Roma era a capital do mundo, o berço do
MUNDO MODERNO.

Os romanos conquistaram muitas regiões


da Europa, Norte da África e Médio
Oriente, uma potência sem precedentes
na história. O auge da expansão territorial
foi no século II com o imperador Trajano.
Durante as suas conquistas os romanos
fundaram cidades como: Paris, Londres e
Barcelona.

Algumas contribuições romanas:


 Línguas derivadas do LATIM (idioma
oficial na antiga Roma): português,
espanhol, francês e italiano;
 Guerra: disciplina e estratégia;
 Direito: base do direito civil moderno;
 Arquitetura e engenharia: estradas,
pontes, aquedutos, viadutos, teatros,
anfiteatros e templos;
 Calendário: os nomes dos meses do ano,
usados até hoje, tiveram origem na
antiga Roma. JANEIRO é uma
homenagem a Jano, deus dos inícios
materiais e imateriais. AGOSTO é uma
homenagem a Júlio César.
POVOS QUE FORMARAM A CIVILIZAÇÃO
ROMANA:

Na época da fundação de Roma, 753


a.C., a Itália não tinha unidade étnica e
cultural. Era formada por diversos povos:
etruscos, latinos, sabinos, gregos (sul da
Itália), gauleses e germanos (norte). Os
ETRUSCOS ocupavam as atuais regiões da
Toscana, Lácio, Úmbria e parte da
Campânia, Emília-Romanha e Lombardia.
Os etruscos influenciaram muito a cultura
romana, inclusive os três últimos reis de
Roma tinham origem etrusca.

PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS DOS ETRUSCOS


PARA OS ROMANOS:

 Comércio marítimo;
 Corpos eram cremados para impedir a
decomposição;
 Arte REALISTA, Giulio Carlo Argan, em
“História da Arte Italiana”, comenta que
a arte era “realista porque o que se quer
arrancar da morte é a realidade
material da existência”. Mediante a arte
a realidade continua a existir.

Uma das invenções etruscas mais


importantes, e usada largamente pelos
romanos, foi o ARCO.
O ARCO foi fundamental para a
construção de PONTES, AQUEDUTOS,
TEATROS, ANFITEATROS, VIADUTOS e outros.

Sobreposição de arcos no Coliseu


(anfiteatro), Roma.

VOCÊ SABIA? É possível que a palavra


“PONTÍFICE” derive do construtor de
pontes, que era chamado de “PONS”
(ponte) + “FACERE” (fazer) = PONTÍFICE.

A civilização romana se formou a partir de


diversos povos, mas certamente os que
mais influenciaram no desenvolvimento da
civilização foram os ETRUSCOS e os
GREGOS.
É interessante observar que o sul da Itália
era grego, portanto, existem obras da
antiga Grécia em solo italiano, como por
exemplo, os Templos de Agrigento e a
cidade de Paestum.
Templo grego Concórdia,
c.430 a.C., Agrigento,
Sicília, Itália.
Loba capitolina, escultura em bronze.
Séc. V a.C. ou Idade Média. Museus Capitolinos, Roma.

Quando se fala em fundação de Roma a


imagem associada é a LOBA alimentando
dois bebês, mas tudo começou muito
antes disso.

LENDA DO NASCIMENTO DE ROMA:

Segundo a Eneida, poema de Virgílio do


século I a.C., Enéias, herói troiano, filho da
deusa Vênus e do mortal Anquises, fugiu
com o pai e o filho Ascânio enquanto Tróia
estava em chamas depois da armadilha
do cavalo de madeira.
Enéias, Anquises e Ascânio vagaram pelo
mar Mediterrâneo até encontrarem abrigo
no litoral do Lácio, região italiana onde
está Roma.

Enéias se casou com Lavínia e fundou a


cidade de Lavínio. Mais tarde, Ascânio
fundou uma nova cidade: Alba Longa.

Depois de aproximadamente 400 anos, o


rei de Alba Longa era Numitor, filho
legítimo do décimo segundo rei da cidade.
Ele foi deposto por uma armação do seu
irmão Amúlio, que para garantir o trono
matou todos os descendentes homens de
Numitor e obrigou a filha mulher, Reia Silvia,
a virar uma vestal.

As vestais eram sacerdotisas que cuidavam


do fogo sagrado da cidade. Elas tinham
que se manter virgens por cerca 30 anos.
Assim Reia Silvia nunca poderia ter um
herdeiro para destronar o malvado Amúlio.

O deus Marte gostava muito da Reia Silvia


e a engravidou dos gêmeos Rômulo e
Remo. Eles nasceram em 771 a.C. Amúlio,
como punição, aprisionou a Reia Silvia em
um calabouço e mandou os soldados
matarem os bebês. Os soldados não
tiveram coragem de matá-los e os jogaram
no rio Tibre dentro de um cesto.
O cesto flutuou no rio e parou próximo ao
Palatino, um dos montes de Roma. Os
irmãos foram encontrados por uma loba
que os alimentou até eles serem
resgatados por um casal de pastores:
Fáustulo e Aca Larência.

Os gêmeos cresceram e decidiram fundar


uma cidade no local onde foram
encontrados.

Segundo a lenda, no dia 21 de abril de 753


a.C., guiado pelos deuses, Rômulo traçou
no monte Palatino o primeiro limite da
cidade de Roma, a chamada “Roma
Quadrata” (Roma Quadrada).

CURIOSIDADE
Todos os anos, no dia 21 de abril ao
meio-dia, a luz do sol entra pelo óculo
da cúpula do Pantheon, Panteão em
português, e ilumina a porta de
entrada em homenagem ao
nascimento de Roma. O Pantheon era
um templo romano dedicado a todos
os deuses, construído no século II d.C.
Em 609 d.C., o templo foi transformado
em igreja.
Cúpula do Pantheon
(Panteão em português),
século II d.C., Roma.
PERÍODOS DA CIVILIZAÇÃO ROMANA:

 MONARQUIA – 753 a.C. a 509 a.C. -


Rômulo 1º rei;
 REPÚBLICA – 509 a.C. a 27 a.C. – período
áureo na política e início das grandes
construções;
 IMPÉRIO – 27 a.C. a 476 d.C. – período
áureo nas artes e expansão territorial.
Otávio Augusto foi primeiro imperador.

Apesar de Roma ter sido fundada em 753


a.C. a civilização começou a ganhar
forma a partir do século II a.C.

Você sabe como é possível entender


como era a vida dos antigos romanos?

Uma das principais fontes de informações


são as cidades que foram “soterradas”
depois da erupção do vulcão Vesúvio em
79 d.C. A cidade mais famosa é Pompeia.

Ela ficou “congelada” no tempo. Com isso


é possível entender e estudar a arquitetura,
o urbanismo, o comércio e o modo de vida
das antigas cidades romanas.

A história de Pompeia e da erupção do


vulcão foi contada diversas vezes no
cinema e na televisão, como por exemplo,
no filme “Pompeii” (2014).
O IMPÉRIO ROMANO:

Um dos personagens mais famosos da


história é Júlio César, mas, ao contrário do
que muitos pensam, ele nunca foi
imperador. Entretanto, ele criou toda base
para a criação do IMPÉRIO ROMANO.

César era um homem determinado,


grande estrategista e tinha personalidade
forte. Ele desejava o cargo máximo da
Roma Republicana: CÔNSUL. Para
alcançar o seu sonho entrou para o
exército do Crasso, onde se destacou na
Batalha dos Gladiadores em 71 a.C.

Em 60 a.C., depois muitos


desentendimentos e tratativas, formou-se o
primeiro triunvirato, uma aliança entre três
poderosos: Crasso, Pompeu e Júlio César.
César foi cuidar dos interesses romanos na
Gália, onde ficou entre os anos de 58 a.C.
e 50 a.C. Foi nesse período que ele
conquistou toda Gália, incluindo Lutetia,
atual Paris. Em 53 a.C. Crasso morreu na
guerra contra os partos (atual Síria, Irã,
Armênia, Iraque).
Em 50 a.C. Júlio César queria voltar para o
Roma, mas o Senado e Pompeu avisaram
que ele seria julgado pelas guerras na
Gália. César tentou negociar de todas as
formas, mas não teve sucesso. Sem
alternativa, ele foi obrigado a declarar
guerra à sua amada Roma.
Pompeu e César se enfrentaram em
batalhas na Itália e na Grécia. Por fim,
Pompeu decidiu pedir ajuda ao Egito, mas
foi assassinado pelo faraó Ptolomeu XIII,
irmão de Cleópatra.

Júlio César também foi para o Egito, onde


descobriu que Pompeu já estava morto. Ele
se aliou com Cleópatra para enfrentar
Ptolomeu XIII.

Finalmente em 46 a.C. Júlio César


conseguiu voltar para Roma, onde virou
ditador. O Senado revoltado com as ideias
e atitudes de César armou um complô
para assassiná-lo.

Em 15 de março de
44 a.C. Júlio César
foi assassinado a
facadas na cúria de
Pompeu. O povo se
revoltou. Começou
uma nova guerra
civil para vingar a
morte do ditador.

Fórum de César,
século I a.C., Roma.

César deixou um testamento onde


nomeava como seu sucessor o sobrinho
neto: Otávio, que saiu a caça dos
assassinos do tio.
Enquanto isso, Marco Antônio, que tinha
sido braço direito de César, foi para o Egito
para tentar manter a aliança com
Cleópatra.

Marco Antônio e Cleópatra viraram


amantes e Otávio ficou indignado, pois
Antônio era casado com a sua irmã em
Roma.

Em 31 a.C. Otávio declarou guerra ao


Egito, ou seja, declarou guerra a Marco
Antônio e Cleópatra. Otávio venceu e
ganhou prestígio com o Senado, que
decidiu nomeá-lo imperador em 16 de
janeiro de 27 a.C. Ele virou Otávio Augusto,
primeiro imperador romano.

O Império Romano durou em torno de 500


anos.

FIM DO IMPÉRIO ROMANO:

No século IV, Constantino, primeiro


imperador romano a se converter ao
cristianismo, tomou uma decisão que
mudou o rumo do Império Romano. Ele
criou uma nova capital, que deveria se
chamar NOVA ROMA e virou
CONSTANTINOPLA, atual Istambul. Aos
poucos o poder e a riqueza foi se
deslocando para o Oriente.
Constantino provavelmente não tinha ideia
que uma das consequências da criação
da nova capital em 330 d.C. seria a divisão
do Império Romano em Ocidente e
Oriente.

O império do Oriente passou ser chamado


de Império Bizantino no século XIX. Ele
durou até 1453, quando os turcos
otomanos tomaram Constantinopla.

Um exemplo do esplendor do Império


Bizantino é a Santa Sofia (ou HAGIA SOFIA),
construída para ser uma igreja, a maior de
todas, realizada entre os anos de 532 e 537.
Sua arquitetura é tão monumental que o
nome dos arquitetos é conhecido, o que
não era normal para a época. No século
XV, depois da queda de Constantinopla, a
Santa Sofia foi transformada em mesquita.
Na década de 1930 virou museu. Em julho
de 2020, o presidente turco decidiu
convertê-la novamente em mesquita.

Aos poucos o OCIDENTE foi enfraquecendo


com as constantes invasões bárbaras:
visigodos, vândalos, ostrogodos e
lombardos e outros. Começou na Europa a
chamada IDADE MÉDIA.
IDADE MÉDIA
A IDADE MÉDIA foi o período que
começou na Europa após a queda do
Império Romano do Ocidente em 476
d.C. com a deposição do último
imperador romano do Ocidente: Rômulo
Augusto.

Essa fase durou aproximadamente 1.000


anos e foi muito heterogênea, não é
possível traçar um único perfil de homem,
modo de vida, cidade ou cultura.
Enquanto o poder do imperador se
deslocava para o Oriente, no Ocidente a
igreja começava a ganhar poder e a
figura do Papa se fortalecia.

A Idade Média certamente foi o período


que desenhou a paisagem da maior parte
das cidades italianas, situadas no alto de
montanhas com seus castelos e fortalezas.
É perigoso dizer que essa foi uma fase
“escura” e sem grandes eventos, pois
aconteceram coisas paralelas. A maior
parte das igrejas mais importantes do
mundo foram construídas nessa época.

A Europa estava descentralizada e não


tinha mais grandes cidades, elas estavam
no Oriente. Roma, por exemplo, no auge
do Império chegou a ter
aproximadamente 3 milhões de habitantes.
Na Idade Média passou para 30.000
habitantes. Bagdá, na mesma época,
tinha cerca de 1 milhão de pessoas.
Cidade medieval de
Calcata, Itália.
Na Idade Média a Europa ficou
“marginalizada” em relação ao Oriente. O
mundo “acontecia” na China, Índia e nas
áreas mulçumanas.

A Europa nesse período tinha milhares de


faces, era heterogênea e sem unidade,
mas de forma geral, pode-se dizer que na
IDADE MÉDIA:
 As grandes cidades desapareceram;
 O poder ficou descentralizado;
 Começou o sistema feudal, com
pequenos povoados que se
desenvolviam em torno de um castelo
ou fortaleza, os chamados “burgos
medievais”;
 A Igreja se fortaleceu e alcançou as
características que conhecemos hoje;
 Foram construídas muitas igrejas e
catedrais;
 Deus era o centro do Universo.

A ARTE MEDIEVAL foi voltada para a igreja,


ela não queria se aproximar da realidade,
pois representava um mundo extraterreno.

Principais manifestações artísticas:


 Mosaicos, usando pequenas peças de
pedras coloridas, vidro e folha de ouro;
 Ícones: cabeça é desproporcional ao
corpo, olhos grandes, nariz fino e
comprido e boca pequena.
Antes do início da Idade Média, a arte
primitiva cristã, primeiros desenhos e
pinturas realizadas dentro das catacumbas
(cemitérios), começou a se desenvolver.

A arte realizada nas catacumbas era


simbólica. Por exemplo, o peixe
representava Jesus Cristo, pois as letras da
palavra grega ICHTHYS (peixe em grego)
significavam as letras iniciais da frase “Jesus
Cristo, Filho de Deus, Salvador.”

CURIOSIDADE
A cidade de Ravena, na Itália, foi
capital do Império Bizantino entre
os anos de 402 e 476. Existem
mosaicos belíssimos dessa época
áurea da cidade, como
exemplo, os mosaicos da Basílica
de San Vitale.

No final da Idade Média, as pessoas


queriam evoluir e se reaproximar dos
“áureos tempos” da antiga Roma e Grécia.
Começou a crescer o desejo por
conhecimento, apareceram as primeiras
universidades, foi inventada a imprensa, as
cidades começaram a crescer com a
criação dos bancos e do comércio. Foi o
salto evolutivo para o Renascimento.
Dessa forma, pode-se entender que a
IDADE MÉDIA é a “IDADE DO MEIO”, entre
a Antiguidade Clássica (Grécia e Roma) e
o RENASCIMENTO.

RENASCIMENTO
(1401 – 1527)

MARCO DO INÍCIO DO MARCO DO FINAL DO


RENASCIMENTO: 1401 - concurso RENASCIMENTO: Saque de
das Portas do Paraíso do Roma de 1527.
batistério do Duomo de Florença.

MANEIRISMO
(1525 – 1600)

REFORMA PROTESTANTE, começou 1545 – CONCÍLIO DE TRENTO,


em 1517 – 95 teses de Lutero. convocado pelo Papa Paulo III
1521 – o Papa Leão X para assegurar a unidade da fé
excomungou Lutero. e da disciplina eclesiástica.

BARROCO
(1600 – 1750)
RENASCIMENTO
A transição da IDADE MÉDIA para o
RENASCIMENTO foi um processo.

Pode-se dizer que o evento que marcou o


início da nova fase na Itália foi o concurso
para realização dos relevos das portas do
paraíso do Batistério de Florença em 1401.

No final da Idade Média o homem


começou a buscar entender o mundo
cientificamente. O feudalismo entrou em
decadência e aconteceu a retomada das
grandes cidades e do comércio, a
ascensão dos bancos, a valorização da
literatura e dos valores clássicos. O HOMEM
passou a ser o CENTRO DO UNIVERSO. A
ARTE passou a ganhar importância.
Apareceram os mecenas, senhor que
queria mostrar ao mundo a sua riqueza,
como por exemplo, a família de’Medici em
Florença.

Detalhe das Portas


do Paraíso, Florença.
Algumas características que marcaram o
RENASCIMENTO:
 Criação e fortalecimento das
Universidades;
 Com o desenvolvimento da imprensa
aconteceu a difusão mais rápida e fácil
do conhecimento;
 A perspectiva passou a ser estudada
segundo os princípios da matemática e
da geometria;
 Os artistas desenvolveram um estilo
pessoal e tinham maior liberdade de
criação;
 De Architectura Libri Decem, foi
traduzido e publicado. É um tratado
sobre Arquitetura clássica greco-romana
escrito pelo romano Vitrúvio Polião no
século I a.C.;
 Os temas religiosos podem ser tratados
como temas profanos;
 Cada obra é única;
 Os artistas eram completos: arquitetos,
escultores, pintores, cientistas, poetas,
músicos e até mesmo inventores.

O Renascimento começou na Itália, mas se


difundiu por toda Europa. Os artistas
visitavam a Itália para aprender e
desenvolver seus conhecimentos. Algumas
das cidades italianas que se destacaram
nesse período: Florença, Roma, Siena,
Urbino, Veneza e outras.
Foi uma fase com tantos artistas
extraordinários que parece até injusto citar
alguns. Surgiram nomes como Masaccio,
Domenico Ghirlandaio, Brunelleschi,
Ghiberti, Donatello, Verrocchio, Botticelli,
Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rafael
Sanzio, Alberti e muitos outros.

O artista que mais se destacou na pintura


foi RAFAEL SANZIO, considerado o “DEUS
DA ARTE”. Suas obras buscavam a
perfeição. Ele tinha o domínio total da
técnica da perspectiva. Criou verdadeiras
obras-primas. Uma das obras mais
conhecidas é o afresco ESCOLA DE
ATENAS, realizado nos aposentos do Papa
Júlio II no Vaticano. Pode-se dizer que essa
obra sintetiza o espírito do Renascimento.

Escola de Atenas, Rafael


Sanzio, Vaticano.
Certamente um dos nomes mais famosos
do Renascimento é MICHELANGELO
BUONARROTI, artista completo e
extraordinário que se destacou como
pintor, arquiteto e escultor. Ele viveu até os
88 anos e teve tempo de deixar para o
mundo obras-primas como o David, o
Moisés, a Pietà, os afrescos da Capela
Sistina e outras.

As suas esculturas eram perfeitas e


baseadas nas obras clássicas greco-
romanas. Michelangelo estudou
minuciosamente os corpos e os modelos
clássicos para desenvolver o seu trabalho.
Ele chegou a resultados impressionantes de
perfeição, por exemplo, a estátua do
Moisés realizada para o túmulo do papa
Júlio II. Segundo a tradição, quando o
artista terminou a escultura deu uma leve
batida no joelho de Moisés e falou:
“perché non parli?”
(porque você não
fala?).

Moisés, Michelangelo,
Roma.
CURIOSIDADE: a escultura do David
deveria decorar o contraforte do Duomo
de Florença, mas quando ele ficou pronto
se decidiu colocar em praça pública
porque o David representava todo o
espírito da República de Florença. A
escultura original hoje está dentro do
Museu Galleria dell’Accademia em
Florença.

Outro destaque no Renascimento foi


LEONARDO DA VINCI, um dos maiores
gênios de todos os tempos. Além de artista
foi INVENTOR. Ele criou, por exemplo, o
princípio do avião e do submarino.

As contribuições do Renascimento para o


mundo moderno são tantas que é
impossível descrever em poucas palavras.
Esses foram apenas alguns eventos.
O marco do fim do Renascimento foi o
SAQUE DE ROMA DE 1527.
MANEIRISMO
MANEIRISMO é o período que está entre
o Renascimento e o Barroco,
caracterizado por muitos estilos.

É uma fase de transição na qual


aconteceu a Reforma Protestante e a
Contra-reforma Católica. H.W.Janson e
Anthony F.Janson, em Iniciação à História
da Arte, definem bem essa época
histórica:

“O que aconteceu após o Alto


Renascimento?...Qualquer rótulo irá significar que
o período teve um estilo, e ninguém foi ainda
capaz de definir tal estilo. Mas, se não havia um
estilo exclusivo, por que razão deveria o período
entre 1525 e 1600 ser visto como um período?
Talvez a dificuldade possa ser resolvida se o
considerarmos como uma época de crise que
deu origem a várias tendências que rivalizavam
entre si, e não a um ideal dominante – ou como
uma época cheia de contradições internas,
especialmente fascinante para nós devido às
grandes semelhanças com o nosso presente.”

Essa semelhança com o presente pode ser


vista através das obras de EL GRECO,
artista considerado maneirista. As suas
pinturas são marcadas pela forte influência
dos ícones bizantinos, pois ele começou a
carreira na sua terra natal, a Grécia. As
obras de El Greco eram tão à frente do seu
tempo que influenciaram artistas modernos
como Pablo PICASSO.
É possível que o famoso pintor espanhol
tenha se inspirado na obra “Abertura do
Quinto Selo do Apocalipse” de El Greco
para pintar a famosa “Les Demoiselles
d’Avignon”, obra que marcou o início do
Cubismo no século XX.

Abertura do Quinto Selo do


Apocalipse, El Greco.

Les Demoiselles d’Avignon,


Pablo Picasso.
BARROCO E ROCOCÓ
A ARTE BARROCA começou a se
desenvolver em ROMA por volta do ano
1.600.

Pode-se dizer que foi a arte que expressou


as ideias do Estado absolutista e da igreja
católica recém fortalecida depois da
Reforma Protestante. O Barroco foi uma
consequência do momento político, social
e religioso, mas essas evidências não são
tão fáceis de serem percebidas e
avaliadas.

O movimento começou em Roma porque


o papado passou a contratar grandes
artistas e financiar obras de arte com o
objetivo de transformar Roma na cidade
mais bonita do mundo cristão.

Roma estava ganhando novamente brilho


depois do Saque de 1527, evento que
marcou o fim do Renascimento.

PINTURA BARROCA:

As principais características da PINTURA


BARROCA são:
 Composição em diagonal;
 Figuras representadas de forma teatral;
 Jogo de luz para dar intensidade
dramática;
 Temas religiosos, mitológicos e do
cotidiano;
 Emoção e não razão.
Muitos artistas se destacaram na pintura,
entre eles Diego Velázquez, Pieter Paul
Rubens, Rembrandt van Rijn, Artemísia
Gentileschi, mas certamente um dos
maiores nomes da pintura barroca foi
CARAVAGGIO. O seu realismo era tão
intenso que as suas obras parecem fotos.
Estudos demonstram que Caravaggio usou
a técnica da câmara escura para realizar
algumas obras, antecipando o princípio da
FOTOGRAFIA.

A Vocação de São Mateus,


Caravaggio, c. 1600, Roma.

O artista também inovou na forma de


representar os temas bíblicos, retratando os
personagens como pessoas do povo e
simples, mostrando a realidade da vida
contemporânea. Uma das suas obras mais
famosas é a Vocação de São Mateus,
onde é evidente o contraste de claro e
escuro e o uso da luz para dirigir a atenção
do espectador e dramatizar a cena.
ESCULTURA BARROCA:

Na ESCULTURA barroca desapareceu o


equilíbrio entre os aspectos intelectuais e
emocionais, dando lugar a exaltação dos
sentimentos. As esculturas ficaram teatrais
e dinâmicas, muito diferente do
Renascimento.

Comparando o David renascentista de


MICHELANGELO com o David barroco de
Gian Lorenzo BERNINI é possível perceber
claramente essa mudança.

David, Michelangelo David, Bernini (Barroco),


(Renascimento), c.1504, c.1623-24, Roma.
Florença.

A teatralidade e a movimentação nas


esculturas de BERNINI fez com que ele
ficasse conhecido como o artista que fazia
o “mármore falar”.
O Rapto de Proserpina,
Bernini, 1621-22, Galleria
Borghese, Roma.
ARQUITETURA BARROCA:

A ARQUITETURA Barroca se destacou,


principalmente, nas igrejas e palácios. O
estilo barroco não renovou totalmente a
arquitetura do Renascimento e sim tentou
criar variações, usando linhas curvas e
elementos decorativos para dar drama.

Os dois gênios rivais da ARQUITETURA


Barroca foram Gian Lorenzo BERNINI e
Francesco BORROMINI, juntos eles
construíram a identidade visual da atual
Roma.

Um exemplo do encontro desses dois


grandes artistas é uma das praças
barrocas mais famosas do mundo: Praça
Navona. A Fonte dos Quatro Rios, cenário
do filme ANJOS E DEMÔNIOS, foi projetada
por Bernini e a igreja de Sant’Agnese, em
frente, foi projetada por Borromini.

Praça Navona, Roma.


Praça Navona, Roma.
BERNINI teve oportunidade de realizar
muitas obras porque foi o arquiteto papal
por muitos anos. Umas das suas obras-
primas de arquitetura é a Praça de São
Pedro, onde ele usou ilusões ópticas e
simbologias.

Bernini projetou a praça de São Pedro


imaginando que as colunas fossem os
braços de Deus acolhendo os fiéis para
dentro da igreja.
O ROCOCÓ foi um movimento que
nasceu na França no século XVIII e foi
um desenvolvimento natural do Barroco.

De forma geral, a arte rococó era


requintada, aristocrática e convencional.
Eram representados sentimentos
agradáveis. A ideia era se afastar dos
problemas da vida.

PINTURA ROCOCÓ:

Na PINTURA os temas refletiam uma


sociedade fútil que buscava nas obras de
arte algo lhe desse prazer e levasse a
esquecer os problemas reais. A
ambientação das obras era feita em
parques, jardins e interiores luxuosos. Os
personagens eram membros da
aristocracia.
As cores mais usadas eram tons suaves e
pasteis (verde-claro, rosa-claro, azul-claro,
etc.). Não eram usados contrastes de claro
e escuro.

As formas eram leves


e delicadas como
pode ser observado
na tela O Balanço de
Fragonard, 1768.
ESCULTURA ROCOCÓ:

Na ESCULTURA o Rococó substituiu o vigor


e a energia do barroco por linhas suaves e
graciosas. Foram criadas estatuetas
decorativas, principalmente em porcelana,
com temas mitológicos, campestres e da
sociedade cortesã. Um exemplo é a
Porcelana de Sévres, usada em móveis e
utensílios.

ARQUITETURA ROCOCÓ:

Na ARQUITETURA, o Rococó se manifestou


principalmente na decoração de interiores,
com espelhos e ornamentos com motivos
florais. A arquitetura era delicada e ao
mesmo tempo com excesso decorativo.

Excessos decorativos, típicos do Rococó,


na Igreja de Santa Maria Madalena, Roma.
O MUNDO PÓS-REVOLUÇÕES
Pode-se dizer que o MUNDO MODERNO, a
nossa era, começou depois de grandes
revoluções:
 Revolução Industrial;
 Revolução Política, marcada pela
Revolução Francesa (1789) e pela
Revolução Americana (1776).

Nas ARTES aparecem uma série de


movimentos e contra movimentos que se
espalharam pelo mundo, desafiando
fronteiras nacionais, étnicas e cronológicas.
Foram selecionados alguns movimentos
artísticos para que você possa ter ideia de
diversidade de pensamentos e tendências
no mundo “pós-revoluções”.

NEOCLASSICISMO

O NEOCLASSICISMO ou Academicismo foi


o movimento que predominou nas últimas
duas décadas do século XVIII e nas três
primeiras do século XIX.
Ele expressou valores próprios de uma nova
e fortalecida burguesia, que assumiu a
direção da sociedade após a Revolução
Francesa e principalmente o Império de
Napoleão.

O Neoclássico (novo clássico) foi a


retomada dos princípios da arte greco-
romana. A obra de arte seria perfeita se
imitasse as proporções e as regras clássicas
e não a natureza.
PINTURA NEOCLÁSSICA:

A PINTURA Neoclássica se inspirou na


escultura clássica grega e na pintura
renascentista italiana, principalmente em
Rafael Sanzio.

Um dos maiores representantes da pintura


Neoclássica foi Jacques–Louis David,
considerado o pintor da Revolução
Francesa. Depois, ele se tornou pintor
oficial do Império de Napoleão retratando,
por exemplo, “A Coroação de Napoleão”
que aconteceu no dia 2 de dezembro de
1804 na catedral Notre-Dame de Paris. O
artista pintou com muito realismo todos os
personagens presentes, incluindo
Napoleão, a esposa Josefina e o papa Pio
VII.

A Coroação de Napoleão,
Jacques–Louis David, c.1805. Museu do Louvre, Paris.
ESCULTURA NEOCLÁSSICA:

A ESCULTURA foi uma releitura das obras da


antiga Grécia e Roma, principalmente
com temas mitológicos. Um dos escultores
que se destacou foi Antonio CANOVA,
considerado o melhor escultor depois de
Bernini.

Amor e Psiquê, Antonio Canova, 1783 – 1793,


mármore branco, Museu do Louvre, Paris.

ARQUITETURA NEOCLÁSSICA:

Os modelos da ARQUITETURA Neoclássica


foram os templos greco-romanos e os
edifícios do Renascimento.
A arquitetura Neoclássica se espalhou pelo
mundo, um exemplo é a Alte
Nationalgalerie, museu em Berlim,
construído no século XIX, inspirado nos
antigos templos greco-romanos.
Alte Nationalgalerie, Berlim.
IMPRESSIONISMO

O IMPRESSIONISMO surgiu por volta de 1860


e influenciou de forma marcante a arte do
século XX.

O conceito básico era representar o EFEITO


que a LUZ causa nos objetos, natureza e
arquitetura de acordo com a sua reflexão,
intensidade e hora do dia. A maior parte
das obras eram realizadas ao ar livre, para
captar as diferentes nuances da luz
natural.

O fundador do Impressionismo foi o artista


francês CLAUDE MONET, ainda se
destacaram: Renoir, Degas, Pissaro, Sisley e
Morisot.

Principais características da pintura


impressionista:
 Registrar a reflexão da luz nos objetos
em um determinado momento;
 Figuras sem contornos definidos;
 Sombras luminosas e coloridas (não
escuras);
 Contrastes de luz e sombra obtidos
através das cores complementares;
 A mistura de cores não era feita na
palheta do pintor. As cores deveriam ser
puras.
Claude MONET se preocupava em
demonstrar a diferença de tonalidade que
a reflexão da luz causava nos objetos, seres
humanos e natureza. A sua famosa série
das Nenúfares (Nymphéas) foi realizada no
seu jardim em Giverny, onde o artista
morou durante parte da sua vida. A série
tem aproximadamente 250 obras que
retratam o seu jardim. Hoje a casa e os
jardins viraram um museu, caminhar pelos
jardins de Monet é como caminhar dentro
dos seus quadros.

Foto dos jardins de Monet Pintura de Monet.


em Giverny, França.

Pierre-Auguste RENOIR ganhou fama ainda


em vida. Os temas das suas obras eram
cenas em Paris (personagens, festas e
situações). Ele foi retratista, principalmente
de mulheres e crianças.
EDGAR DEGAS se diferenciou dos outros
impressionistas porque preferia pintar em
lugares fechados, com luz artificial. Ele
dava atenção as expressões, gestos e
emoções das figuras humanas,
principalmente femininas. Os seus quadros
que retratam bailarinas são famosos.
PONTILHISMO

O PONTILHISMO, também chamado de


divisionismo, derivou do movimento
Impressionista. É uma técnica de pintura
que trabalha com pequenas manchas ou
pontos de cor que parecem se misturar. De
certa forma, pode-se dizer que a teoria do
pontilhismo foi precursora da televisão e da
imagem digital. GEORGES SEURAT foi o
artista pioneiro do movimento.

CUBISMO

O nome CUBISMO deriva de um


comentário feito pelo crítico de arte Louis
Vauxcelles sobre a exposição de GEORGES
BRAQUE em 1907: “Braque despreza a
forma, reduz tudo – lugares, figuras, casas –
a esquemas geométricos, a cubos”.
Braque e outros pintores do novo
movimento gostaram do último termo:
“cubos”. Assim, as obras de BRAQUE,
PABLO PICASSO e outros pintores do
movimento passaram a ser chamadas de
“cubistas”.

O Cubismo valorizava as formas


geométricas e retratava os objetos como
se eles tivessem partidos. Não existia a
intenção de retratar a aparência real das
coisas. A perspectiva foi abandonada e as
composições tinham um plano único.
O Cubismo se dividiu em três correntes:
 Cubismo Pré-analítico;
 Cubismo Analítico;
 Cubismo Sintético.

PABLO PICASSO foi figura chave do século


XX, capaz de renovar a própria linguagem
através de novas modalidades expressivas.
Apesar de ser conhecido mundialmente
por ter fundado o Cubismo com Braque,
ele também fez obras figurativas.

A sua fase cubista começou por volta de


1907 com “Les desmoiselles d’Avignon”,
onde ele colocou em crise a tradição
figurativa através da decomposição e
fragmentação dos planos reais e do
abandono da perspectiva linear.

Les Demoiselles d’Avignon, Pablo Picasso.


Museu de Arte Moderna, Nova Iorque.

Picasso tentou aprender e compreender


todas as técnicas artísticas. Ele se dedicou
a cerâmica, a escultura, a cenários de
teatro e também fez releituras de obras
importantes do passado, como: “As
Meninas”, de Velázquez e “O fuzilamento
de 3 maio”, de Goya.
Uma das suas obras mais famosas é
GUERNICA. O tema é o bombardeio aéreo
que aconteceu em uma pequena cidade
espanhola, Guernica, durante a guerra civil
que estava dilacerando a Espanha.
Picasso começou o quadro em 1 de maio
de 1937 e acabou em 4 de junho de 1937.
A obra é um ato de acusação universal
contra a brutalidade e a violência,
refletindo o momento histórico da Espanha.

Guernica, Pablo Picasso.


Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri.

EXPRESSIONISMO

O EXPRESSIONISMO foi um movimento


artístico e cultural europeu, com particular
evidência na Alemanha e na França.
Segundo Giulio Carlo Argan,

“Expressão é o contrário de impressão...a


expressão é um modo invertido, de dentro para
fora: é o sujeito que exprime em si o sujeito”.
EDVARD MUNCH foi um dos maiores
expoentes do expressionismo alemão. A
sua obra “O Grito” tem uma força
expressiva surpreendente. MUNCH usou a
linha contínua, ondulada, que “pega” as
coisas com uma força sufocante, sem
chance de escapar. A pintura é tensa,
chegando ao limite.

O Grito, Munch

CINEMA EXPRESSIONISTA ALEMÃO

Entre as ARTES, o expressionismo também


se desenvolveu no CINEMA, como por
exemplo os filmes “O Gabinete do Dr.
Caligari” e “Nosferatu”.
Certamente não é possível entender o que
foi o expressionismo no cinema alemão
sem entender o clima pessimista reinante
na Europa, especialmente na Alemanha,
no pós-Primeira Guerra Mundial.
O indivíduo da arte Expressionista era
incerto, cheio de dúvidas, pessimista e
envolto num mundo que, outrora
ordenado, agora se desvanecia em
neblinas e sombras.

O cinema abordou temas como a morte, a


angústia da grande cidade e o conflito de
gerações. Os atores e diretores, a maioria
oriundos do teatro, passaram a utilizar
técnicas já desenvolvidas no palco, como
o jogo de luzes e holofotes, presentes na
maioria dos filmes desta época.

A iluminação de um detalhe e a aparência


fantástica das sombras eram os efeitos
mais frequentes. Os espelhos foram muito
usados para efeitos de deformação de
rostos. Os filmes ainda eram mudos e em
preto e branco.

O holandês VICENT VAN GOGH


normalmente é dito como expressionista.

VAN GOGH teve uma vida solitária, em


meio aos conflitos de alegria e tristeza,
amor e ódio. A sua carreira foi breve, mas
intensa. O artista pintou de maneira
apaixonante, usando a cor como
elemento principal da pintura. Os seus
girassóis com tons de amarelo são famosos.
Para VAN GOGH, era cor e não a forma
que determinava o conteúdo expressivo
dos seus quadros. Van Gogh,

“Pintarei com o vermelho e o com o verde, as


terríveis paixões humanas”.

Na obra “A Noite Estrelada” é possível


enxergar os movimentos dramáticos das
pinceladas de Van Gogh.

A Noite Estrelada, Van Gogh, 1889.


Museu de Arte Moderna, Nova Iorque.
SURREALISMO

O movimento SURREALISTA surgiu na França


no ano de 1924, com o poeta e escritor
André Breton. O princípio básico era a
criação artística através de manifestações
do subconsciente dos absurdos ilógicos,
por exemplo imagens de sonhos e
alucinações.

A ideia era que as obras saíssem do sonho


diretamente para a tela, sem intervenção
consciente. Na prática isso não funcionou,
pois sempre existia um certo nível de
intervenção consciente.

Um dos artistas surrealistas mais famosos foi


SALVADOR DALI, com seus relógios
derretendo e imagens sem nexo. Dali
amava experimentar linguagens
expressivas em muitas áreas artísticas:
pintura, escultura, literatura, fotografia,
joias, teatro, cinema, etc.

A Persistência da Memória, Salvador Dali, 1931.


Museu de Arte Moderna, Nova Iorque.
Para DALI, a pintura era um meio de
libertação dos fenômenos de alucinação.
Ele ajudou a produzir o filme “Um Cão
Andaluz” com Luis Buñuel (1928).

O pintor belga RENÉ MAGRITTE está entre


os maiores expoentes do Surrealismo. Em
1926, em Paris, ele entrou em contato com
o movimento e com André Breton,
colaborando na revista “La Révolution
Surréaliste”.

A pesquisa de Magritte focou a relação


entre visão e linguagem, mostrando uma
natureza ilusória da representação através
da descontextualização do objeto
cotidiano. Um exemplo famoso é “A
traição das imagens”, onde ele pintou um
cachimbo e depois escreveu: “Ceci n’est
pas une pipe” (Isto não é um cachimbo).

A Traição das Imagens, Magritte, 1929.


Museu de Arte do Condado de Los Angeles, Los Angeles.
ART POP

A ART POP nasceu na Inglaterra na metade


da década de 1950, mas se fortaleceu na
América do Norte nos anos 1960. O
movimento artístico considerava a cultura
comercial a sua matéria-prima.

ANDY WARHOL foi um dos artistas que mais


se destacou. Ele evidenciou o consumismo
norte-americano nas obras usando
imagens repetidas de símbolos da cultura
popular: latas de sopa Campbell’s, Elvis
Presley, Marilyn Monroe e outros.

ROY LICHTENSTEIN usou como principal


referência nas obras as histórias em
quadrinhos.

Obras de Andy Warhol no


Museu de Arte Moderna,
Nova Iorque.
OP ART

O termo OP ART deriva do inglês “optical


Art”. É usado para descrever a arte que
explora as ilusões ópticas, explorando o
processo físico e psicológico da visão. O
movimento ganhou força na metade da
década de 1950, mas foi um processo
lento. A Op Art mostra um mundo mutável
e instável, suas possibilidades são tão
ilimitadas quanto a ciência e a tecnologia.
Em geral, são trabalhos abstratos, feitos em
lugares com luz artificial e com
possibilidade de movimento. As obras são
difíceis de serem reproduzidas em
fotografias porque são mutantes.
Victor VASARELY, artista húngaro radicado
na França, é considerado o “pai da Op
Art”. Seus quadros combinam variações de
círculos, quadrados e triângulos, algumas
vezes com gradações de cores puras
(muitas vezes preto e branco), criando
imagens abstratas e ondulantes.

Na década de 1930,
Vasarely fez o quadro
Zebra (1937), uma das
primeiras obras Op Art. A
composição foi feita
com listas diagonais, em
preto e branco, curvadas
de tal modo que dão a
impressão tridimensional
de uma zebra sentada.
A SEGUIR “CENAS DO PRÓXIMO
CAPÍTULO”....

Esse e-book foi apenas a sua “porta de


entrada” para o mundo da ARTE e da
HISTÓRIA DA HUMANIDADE.

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BIBLIOGRAFIA

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Naify, 2003.
BLOCH, R., La Religione Romana. Laterza, Bari, 1993.
CHELLI, Maurizio. Manuale per leggere l’architettura. EDUP,
Roma, 2003.
CHEVALIER, Jean. Dicionário de Símbolos. José Olympio,
1999.
COARELLI, Filippo. Roma. Editora Laterza, 2012.
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guide. University of California Press.
DEL PONTE, Renato. Dei e miti italici. Archetipi e forme della
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2001.
GABUCCI, Ada. Roma. Electa, 2006.
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LIPKA, Michael. Romans Gods: A Conceptual Approach.
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creazioone di Roma barocca. Editora Economica Laterza,
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POLETTI, Federico. Il Novecento – Avanguardie. Electa,
2005.
PROENÇA, Graça. História da Arte.
RATTO, Stefania. Grecia. Electa, 2006.
WÖLFFLIN, Heinrich. Conceitos Fundamentais da História
da Arte. Martins Fontes, 2000.
ZEVI, Bruno. Saber ver a Arquitetura. Martins Fontes, 2002.
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