Expoente 10 Vol2

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EXPOENTE 10

MATEMÁTICA A MANUAL DO
PROFESSOR

Daniela Raposo
Luzia Gomes

MANUAL CERTIFICADO
FACULDADE DE CIÊNCIAS
DA UNIVERSIDADE DO PORTO

DE ACORDO COM
NOVO PROGRAMA E
METAS CURRICULARES

VOL. 2
ÍNDICE

TEMA IV

Funções reais de variável real


1. Revisões .............................................................................................................. 6
1.1. Conceito de função ........................................................................................... 6

2. Generalidades acerca de funções ................................................................ 10


2.1. Produtos cartesianos de conjuntos ................................................................ 10
2.2. Gráficos de funções ....................................................................................... 11
2.3. Restrições de uma função ............................................................................. 13
2.4. Imagem de um conjunto por uma função ....................................................... 14
2.5. Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas ...................................................... 14
2.6. Composição de funções ............................................................................... 20
2.7. Função inversa .............................................................................................. 23

3. Generalidades acerca de funções reais de variável real ........................ 30


3.1. Funções reais de variável real e funções definidas por expressões analíticas .... 30
3.2. Gráfico de uma função real de variável real ................................................... 32
3.3. Zeros de uma função .................................................................................... 32
3.4. Sinal de uma função ...................................................................................... 33
3.5. Paridade de uma função ............................................................................... 33
3.6. Utilização da calculadora na representação gráfica de funções .................... 37
3.7. Relação entre o gráfico de uma função f e os gráficos das funções af (x),
f (bx), f (x + c), f (x) + d, –f (x) e f (–x) ................................................................. 43

4. Monotonia, extremos e concavidades ........................................................ 57


4.1. Monotonia ...................................................................................................... 57
4.2. Extremos ...................................................................................................... 60
4.3. Utilização da calculadora na determinação de extremos de funções ............. 64
4.4. Sentido da concavidade do gráfico de uma função real de variável real ........ 66
Aprende fazendo ....................................................................................................... 68

5. Estudo elementar de algumas funções ....................................................... 80


5.1. Funções afins ................................................................................................ 80
5.2. Funções quadráticas .................................................................................... 83
5.3. Funções definidas por ramos ........................................................................ 98
5.4. Função módulo ............................................................................................ 100
ÍNDICE

5.5. Estudo de algumas funções que envolvem radicais (quadráticos e cúbicos) ..... 115
5.6. Funções polinomiais .................................................................................... 124
5.7. Estudo de funções definidas por ramos envolvendo as funções estudadas ..... 132

6. Operações algébricas com funções ........................................................... 134


6.1. Função soma ................................................................................................ 134
6.2. Função produto ........................................................................................... 134
6.3. Função quociente ........................................................................................ 135
6.4. Produto de uma função por um escalar ....................................................... 136
6.5. Potência de uma função .............................................................................. 136

Aprende fazendo ...................................................................................................... 140


Desafios .................................................................................................................. 151

TEMA V

Estatística
1. Introdução ....................................................................................................... 154
2. Somatório ....................................................................................................... 155
3. Conceitos fundamentais .............................................................................. 157
4. Medidas de localização ................................................................................ 163
4.1. Moda ............................................................................................................. 163
4.2. Média ........................................................................................................... 163
4.3. Mediana........................................................................................................ 166
4.4. Outras medidas de localização ...................................................................... 167
4.5. Propriedades da média ................................................................................. 171
5. Medidas de dispersão ................................................................................... 175
6. Utilização da calculadora gráfica no cálculo de algumas medidas
de localização e de dispersão ..................................................................... 184

Aprende fazendo ...................................................................................................... 188


Desafios .................................................................................................................. 197
Soluções ............................................................................................................... 198

TEMA I – Introdução à lógica bivalente e à teoria dos


conjuntos
VOL. 1
TEMA II – Álgebra
TEMA III – Geometria analítica
Desafio

Observa com atenção a proposta do vendedor


que se apresenta no vídeo “O desconto”. Vídeo
“O desconto.”

Num stand de automóveis está em exposição um carro com a indicação do preço de venda.
Como é de lei, o vendedor aplica 23% de IVA a esse preço. Mas, no âmbito de uma campanha,
o stand está a oferecer o IVA. Assim sendo, o vendedor aplica logo de seguida um desconto
de 23%, afirmando que o preço volta ao mesmo valor. Será que é mesmo assim?
De seguida, aplica mais um desconto de 200 € e outro de 10%. O vendedor diz que é indife-
rente a ordem pela qual estes dois descontos poderão ser aplicados. Terá ele razão?
Por fim, diz que ainda vai aplicar um desconto de 3% e um desconto adicional suplementar
de 5%. O vendedor volta a afirmar que é igualmente indiferente a ordem pela qual se aplicam
estes dois descontos. Será mesmo indiferente?
Usa a intuição para responder a cada uma das perguntas anteriores.
No final deste tema serás capaz de formalizar todas estas operações com funções, composições
e inversas de funções, e resolver este problema de uma forma mais rigorosa. Rogério Martins
TEMA IV
Funções reais de variável real
1. Revisões

2. Generalidades acerca de funções

3. Generalidades acerca de funções reais de


variável real

4. Monotonia, extremos e concavidades

5. Estudo elementar de algumas funções

6. Operações algébricas com funções


TEMA IV Funções reais de variável real

UNIDADE 1
Revisões

Resolução
1.1. Conceito de função
Todos os exercícios de “Revisões”.
Considera o seguinte problema: Um grupo de amigos quer oferecer a um outro amigo,
Contextualização histórica no seu aniversário, um bilhete para um festival de verão. O custo do bilhete é de 60 euros
O estudo das funções é
e todos os amigos que participarem no presente pagarão o mesmo. O número máximo
considerado um dos temas de amigos participantes é 6.
mais importantes na
matemática, pois, para
além de constituir um dos Que relação existe entre o preço a pagar por cada um dos amigos e o número de par-
fundamentos da teoria do ticipantes na compra do presente?
cálculo infinitesimal, é de
enorme importância na Comecemos por designar o número de participantes no presente por n e o preço que
criação e no estudo de cada um deles pagará por c.
modelos matemáticos que
procuram fazer Se participar apenas um amigo (n = 1), terá que pagar 60 euros (c = 60).
aproximações da
realidade, permitindo Se participarem dois amigos (n = 2), cada um terá que pagar 30 euros (c = 30).
traduzir e estudar diversos
fenómenos da vida real. Se participarem três amigos (n = 3), cada um terá que pagar 20 euros (c = 20).
Embora haja aspetos
simples da noção de …
função que remontem a
Organizando os dados numa tabela, temos:
épocas anteriores, é
apenas no século XVII que
este conceito sofre uma n 1 2 3 4 5 6
evolução decisiva no
sentido da sua clarificação. c 60 30 20 15 12 10
Foram vários os
matemáticos que deram o
seu contributo para essa
Esta tabela traduz uma correspondência entre o conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6}, dos valores
clarificação, entre eles
Kepler, Galileu, Descartes, da variável número de participantes (n), e o conjunto {10, 12, 15, 20, 30, 60}, dos valores
Newton, Leibniz e da variável preço a pagar por cada um dos amigos (c).
Bernoulli.
O termo “função” foi Como a cada valor de n corresponde um e um só valor de c, dizemos que esta corres-
usado pela primeira vez
pondência é uma função (aplicação ou correspondência unívoca) de {1, 2, 3, 4, 5, 6} em
por Leibniz, em 1673.
No século XVIII, Euler {10, 12, 15, 20, 30, 60}.
organizou e ampliou o
estudo do cálculo Repara que o preço a pagar, c, depende do número de participantes, n, e, por isso, de-
infinitesimal e o estudo das signamos a variável n por variável independente e a variável c por variável dependente.
funções, no qual usou com
frequência a notação f(x). Ao conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6} chamamos domínio da função. Aos elementos do domínio
No século XIX, Dirichlet chamamos objetos.
estabeleceu a definição de
função que conhecemos Ao objeto 1 corresponde o valor 60 e, por isso, 60 diz-se a imagem de 1.
atualmente: “a cada x
corresponde um único y Ao objeto 2 corresponde o valor 30 e, como tal, 30 diz-se a imagem de 2.
finito”.
Ao conjunto das imagens chamamos contradomínio.

6
UNIDADE 1 Revisões

De um modo geral:

Definição

Dados dois conjuntos A e B (domínio e conjunto de chegada, respetivamente), uma Entrada Saída

função de A em B é uma correspondência que a cada elemento de A faz corresponder x Máquina f(x)
f
um e um só elemento de B.

Exemplos

Observa as seguintes correspondências.

1. A B 2. A B 3. A B
1 Considera as
f g
1•
h
•2
correspondências
1• •2 1• •2
seguintes.
•4 •4
2• A B
2• •4 2•
•6 •6 f
1• •10
3• •6 3• •8 3• •8
•20
2•
•30

• A correspondência f não é uma função de A em B, pois existe um elemento do con- 3• •40

junto de partida, 3, que não tem correspondente no conjunto de chegada.


A B
• A correspondência g não é uma função de A em B, pois existe um elemento do con-
g
junto de partida, 1, que tem mais do que um elemento correspondente no conjunto 1• •10

de chegada, 2 e 4. 2• •20

3• •30
• A correspondência h é uma função de A em B, pois a cada elemento do conjunto de
4• •40
partida corresponde um e um só elemento do conjunto de chegada.

a) Em relação a cada uma


delas, averigua se é ou
Dada uma função f de A em B, a cada elemento x de A dá-se o nome de objeto, e a não uma função.
função f associa a x um e um só elemento de B, f(x), a imagem do objeto x. b) Indica o domínio, o
conjunto de chegada e
o contradomínio de g.
Dada uma função f (ou aplicação) de A em B podemos considerar sempre três conjuntos:
• O domínio da função: o conjunto de partida A, que se representa por Df e cujos ele-
mentos são os objetos.
• O conjunto de chegada: o conjunto B.
• O contradomínio da função: o conjunto das imagens, que se representa por D’f ou
CDf ou f(A). Soluções
1.
a) f não é função; g é função.
b) Dg = {1, 2, 3, 4}; conjunto de
Para designar uma função f de A em B, escreve-se f: A " B e, caso não haja dúvidas
chegada: {10, 20, 30, 40} e
acerca dos conjuntos de partida e de chegada, pode escrever-se simplesmente f. D’g = {10, 20, 30}

7
TEMA IV Funções reais de variável real

Exemplo
A B

Seja h: A " B a função definida por: h D’h


1• •2

Verifica-se que: •4
2• Conjunto de
• Dh = {1, 2, 3} chegada de h
•6

• D’h = {2, 4, 6} 3• •8

• Conjunto de chegada de h = {2, 4, 6, 8} = B

Igualdade de funções

Duas funções f e g são iguais (escreve-se f = g) se e somente se:


• têm o mesmo domínio, isto é, Df = Dg;
• têm o mesmo conjunto de chegada;
• cada elemento do domínio tem a mesma imagem por f e por g, isto é:
∀ x ∈Df, f(x) = g(x)
Uma dada função f: A " B diz-se:
• uma função numérica quando B é um conjunto de números;
• uma função de variável numérica quando A é um conjunto de números;
• uma função numérica de variável numérica quando B e A são conjuntos de números.

2 Sejam A = {–1, 0, 1, 2, 3} Formas de definir uma função


e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}.
Averigua se são iguais as Consideremos a função f: A " B, com A = {1, 2, 3} e B = {2, 4, 6, 8} tal que f(1) = 2,
funções f e g, de A em B,
f(2) = 4 e f(3) = 6.
definidas por:
• Função f: Vamos ver vários modos distintos de representar esta função.
x y Diagrama sagital
–1 –3
A B
0 0
f
1• •2
1 3
•4
2 6
2•
•6
3 9
3• •8
• g(x) = 3x
x y
Tabela 1 2
ou
x 1 2 3 2 4

y 2 4 6 3 6

Solução Observa que a tabela não fornece toda a informação sobre a função, uma vez que não
2. As funções f e g são iguais. permite saber o conjunto de chegada.

8
UNIDADE 1 Revisões

Expressão analítica 3 Sendo f: R " R a função


y = 2x ou f(x) = 2x ou x " f(x) = 2x
|
definida por f(x) = 3x2 + 1,
calcula:
Uma forma prática de definir a função f é usar a notação f: A " B. a) f(1)
x " f(x)
|
b) f(0)
Esta forma fornece informação acerca de A e de B e não apenas a expressão analítica.
( )
c) f √∫2
Neste exemplo, f: {1, 2, 3} " {2, 4, 6, 8}. h 1h
d) f i– i
x " 2x
| j 3j
Nota e) f(2a)

Para determinares a imagem do objeto 3, a partir da expressão analítica, basta substi- f) f(a – 1)

tuíres x por 3 em f(x) = 2x, ou seja, f(3) = 2 ¥ 3 = 6.

Para determinares os objetos cuja imagem é 4 basta resolveres a equação f(x) = 4 em


ordem a x: 4 = 2x ⇔ x = 2

Gráfico
Gráfico de uma função
O gráfico de uma função f: A " B é o conjunto dos pares ordenados (x, y), com x ∈A
e y = f(x); x designa-se por variável independente e y por variável dependente.
Assim, para este caso concreto, o gráfico de f é o conjunto de pares ordenados
Gf = {(1, 2), (2, 4), (3, 6)}.
No caso de funções f numéricas de variável numérica real, o seu gráfico é constituído
por pares ordenados de números que se podem representar num referencial cartesiano.
Assim, cada par ordenado pode ser representado por um ponto, obtendo-se a repre-
sentação do gráfico da função, a que chamamos gráfico cartesiano.
Se não houver perigo de confusão, ao conjunto de pontos assim marcado chamamos
simplesmente gráfico de f.

Gráfico cartesiano de f
y
APRENDE FAZENDO
8 Pág. 72
Exercício 15
7

5
Testes interativos
4 – Revisões I.
– Revisões II.
3

1
Soluções
O 1 2 3 x 3.
a) 4
Repara que quando uma função é definida pelo seu gráfico cartesiano, o domínio é b) 1
o conjunto das abcissas dos pontos do gráfico e determina-se observando o eixo Ox; c) 7
já o contradomínio é o conjunto das ordenadas desses pontos, e determina-se obser- 4
d)
3
vando o eixo Oy. e) 12a2 + 1
No exemplo acima, Df = {1, 2, 3} e D’f = {2, 4, 6}. f) 3a2 – 6a + 4

9
TEMA IV Funções reais de variável real

UNIDADE 2
Generalidades acerca de funções

FRVR10_1.1 2.1. Produtos cartesianos de conjuntos


Sejam A = {1, 2, 3} e B = {2, 4, 6, 8} dois conjuntos.
Resolução
Todos os exercícios de “Generalidades
Consideremos todos os pares ordenados que se podem formar, sendo o primeiro ele-
acerca de funções”. mento um elemento do conjunto A e o segundo elemento um elemento do conjunto B.
Para facilitar o trabalho, podemos recorrer à construção de uma tabela:
B 2 4 6 8
A
4 Dados os conjuntos
A = {π, √∫2, Φ} e B = {0, 1}, 1 (1, 2) (1, 4) (1, 6) (1, 8)
define em extensão:
2 (2, 2) (2, 4) (2, 6) (2, 8)
a) A ¥ B
b) B ¥ A 3 (3, 2) (3, 4) (3, 6) (3, 8)
c) A ¥ A
d) B ¥ B Ao conjunto constituído por todos os pares ordenados, em que o primeiro elemento
pertence ao conjunto A e o segundo elemento pertence ao conjunto B, chamamos pro-
duto cartesiano de A por B e representa-se esse conjunto por A ¥ B.
Temos, então, que:
A ¥ B = {(1, 2), (1, 4), (1, 6), (1, 8), (2, 2), (2, 4), (2, 6), (2, 8), (3, 2), (3, 4), (3, 6), (3, 8)}

Definição

Dados dois conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano de A por B, e representa-se


por A ¥ B, ao conjunto dos pares ordenados {(a, b): a ∈A ∧ b ∈B}.

APRENDE FAZENDO
Vejamos os seguintes exemplos.
Pág. 72
Exercício 16 Exemplos

Soluções 1. Consideremos os conjuntos A = {Joana, Isaura, Margarida} e B = {Pedro, Nuno}.


De forma a determinarmos A ¥ B vamos recorrer ao esquema abaixo:
4.
a) A ¥ B = {(p, 0), (p, 1), (√∫2, 0),




Joana
(√∫2, 1), (Φ, 0), (Φ, 1)} Pedro
b) B ¥ A = {(0, p), (0, √∫2 ), (0, Φ), A Isaura B
(1, p), (1, √∫2 ), (1, Φ)} Nuno
c) A ¥ A = {(p, p), (p, √∫2 ), (p, Φ), Margarida
(√∫2, p), (√∫2, √∫2 ), (√∫2, Φ), Temos, então, que:
(Φ, p), (Φ, √∫2), (Φ, Φ)}
d) B ¥ B = {(0, 0), (0, 1), (1, 0), A ¥ B = {(Joana, Pedro), (Joana, Nuno), (Isaura, Pedro), (Isaura, Nuno),
(1, 1)} (Margarida, Pedro), (Margarida, Nuno)}

10
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

2. Sejam A = {, , ☺} e B = {§, ]} dois conjuntos.


FRVR10_1.2
A elaboração de uma tabela pode ser-nos útil na determinação de A ¥ B:

B
A § ] 5 De dois conjuntos A e B,
sabemos que:
 (, §) (, ])
• A tem 3 elementos;
 (, §) (, ]) • B tem 2 elementos;
• A ∩ B = {20};
☺ (☺, §) (☺, ]) • A ∪ B = {10, 20, 30, 40};
• (40, 30) ∈A ¥ B.
Ou seja, A ¥ B = {(, §), (, ]), (, §), (, ]), (☺, §), (☺, ])}. Determina A e B.

3. Dados dois conjuntos X = {1, 2, 3, 4} e Y = {a, b, c}, então:


X ¥ Y = {(1, a), (1, b), (1, c), (2, a), (2, b), (2, c), (3, a), (3, b), (3, c), (4, a), (4, b), (4, c)}
4. Seja R o conjunto dos números reais. Quando estudámos os referenciais ortonormados
no plano, vimos que R2 = R ¥ R = {(a, b): a ∈R ∧ b ∈R}, ou seja, R2 é constituído por
todos os pares ordenados de números reais e, com a introdução de coordenadas carte-
sianas no plano, associamos R2 ao plano xOy através de um referencial.
6 Considera os conjuntos
A = {a, e, i, o, u} e
B = {1, 2, 3}.
2.2. Gráficos de funções a) Define em extensão o
produto cartesiano de A
por B.
Seja f: A " B uma função. Sabemos por definição de função que a cada elemento a ∈A
b) Averigua se cada um
corresponde um e um só elemento b ∈B tal que f(a) = b.
dos subconjuntos C e D
Consideremos os pares ordenados (a, f(a)), com a ∈A, que são precisamente os elementos de A ¥ B, definidos,
respetivamente por
do gráfico de f.
C = {(a, 1), (e, 2), (i, 3),
Como f é uma correspondência unívoca, concluímos que para cada a ∈A existe apenas (o, 1), (u, 2)} e
D = {(a, 1), (a, 2), (a, 3),
um par ordenado que admite como primeiro elemento a, pois a cada elemento a ∈A cor-
(e, 1), (i, 2), (o, 3), (u, 1)}
responde por f um e um só elemento de B. é ou não o gráfico de
Esse par ordenado tem como segundo elemento a imagem (única) de a por f, f(a). uma função de A em B.

Reciprocamente, se tivermos um conjunto G ⊂ A ¥ B constituído por pares ordenados,


em que para cada elemento a ∈A existe um e um só par ordenado (a, b) com b ∈B, fica
definida a função f de A em B tal que f(a) = b, cujo gráfico é o conjunto G.
Isto conduz-nos à seguinte propriedade:

Propriedade
Soluções
Um conjunto G ⊂ A ¥ B é o gráfico de uma função de A em B quando e apenas
5. A = {10, 20, 40} e B = {20, 30}
quando para todo o a ∈A existir um e somente um elemento b ∈B tal que (a, b) ∈G.
6.
a) A ¥ B = {(a, 1), (a, 2), (a, 3),
(e, 1), (e, 2), (e, 3), (i, 1), (i, 2),
Podemos traduzir esta propriedade da seguinte forma: (i, 3), (o, 1), (o, 2), (o, 3), (u, 1),
(u, 2), (u, 3)}
Um subconjunto G ⊂ A ¥ B é o gráfico de uma função f: A " B se e somente se cada b) C é o gráfico de uma função
elemento de A é o primeiro elemento de um único par ordenado de G. de A em B, enquanto D não.

11
TEMA IV Funções reais de variável real

Exemplo A B
7 Representa num
referencial cartesiano o f
Consideremos a função f: A " B definida pelo diagrama. 1• •2
conjunto A × B, sendo:
a) A = {1, 2, 3, 4} e O gráfico de f é Gf = {(1, 2), (2, 4), (3, 6)}, em que cada •4
2•
B = {5, 6} objeto é o primeiro elemento de um único par ordenado •6
b) A = {5, 6} e do gráfico de f. 3• •8
B = {1, 2, 3, 4}
c) A = R e B = {1}

8 Considera os conjuntos A propriedade referida dá-nos uma regra muito útil para verificar se determinado subcon-
A = {–1, 1, 2} e junto do plano é ou não o gráfico de uma função:
B = {4, 5, 6}. y
• se qualquer reta paralela ao eixo Oy que interseta o 6
a) Define em extensão o
produto cartesiano de A conjunto G o interseta num único ponto, verifica-se 4
por B. que G é o gráfico de uma função: a função que a cada
b) Averigua se cada um 2
abcissa correspondente a uma tal reta faz corresponder
dos subconjuntos C e D
de A × B, definidos, a ordenada do ponto de interseção com G. x
1 2 3
respetivamente por Na figura está representado
C = {(–1, 4), (1, 5), • para que G seja o gráfico de uma função, qualquer reta o gráfico de uma função.

(2, 4)} e D = {(–1, 4), paralela ao eixo Oy que intersete o conjunto de pontos, y
(1, 5), (2, 6), (–1, 6)} é só o pode fazer no máximo em um ponto. Se existir 6
ou não o gráfico de
pelo menos uma reta paralela ao eixo Oy que intersete 4
uma função de A em B.
o conjunto em mais do que um ponto, tal significa que
c) Representa C e D num 2
referencial cartesiano. existe um elemento do conjunto A a que corresponde-
d) Indica um subconjunto ria mais do que um elemento do conjunto B, pelo que x
1 2 3
de A × B que seja G não é o gráfico de uma função.
gráfico de uma função Interseta em mais do que um ponto
de A em B. Na figura não está representado
o gráfico de uma função.

APRENDE FAZENDO Exemplos


Págs. 68 e 72
Exercícios 1 e 17 1. Considera os conjuntos A = {a, b, c, d} e B = {1, 2, 3, 4} e os subconjuntos G1, G2 e G3
Soluções de A ¥ B definidos por G1 = {(a, 1), (b, 3), (c, 3)}, G2 = {(a, 1), (a, 3), (b, 4), (c, 4), (d, 2)}
7.
e G3 = {(a, 1), (b, 4), (c, 4), (d, 2)}.
a) b) c) G1 não é o gráfico de uma função de A em B, pois não admite nenhum par ordenado
y y y
cujo primeiro elemento é d e d ∈A. G2 não é o gráfico de uma função de A em B, pois
6
5
4 admite mais do que um par ordenado cujo primeiro elemento é a. G3 é o gráfico de
3
2
1
1 uma função de A em B, pois todo o elemento de A é o primeiro elemento de um e um
O 1 23 4 x O 56 x O x só par ordenado de G3.
8.
a) A ¥ B = {(–1, 4), (–1, 5), (–1, 6), 2. Considera os seguintes referenciais cartesianos onde se representaram os conjuntos G1
(1, 4), (1, 5), (1, 6), (2, 4), (2, 5), e G2:
(2, 6)} Na representação de G1 não G1 G2
b) C é o gráfico de uma função 4 4
existem dois pontos com a
de A em B, enquanto D não.
c) y y mesma abcissa, logo G1 é o grá- 3 3
D
5 C 5 fico de uma função. 2 2

Na representação de G2 exis- 1 1
tem dois pontos com a mesma
–1 1 2 x –1 1 2 x 0 0
0 1 2 3 4 0 1 2 3 4
d) {(–1, 6), (1, 6), (2, 6)} (por abcissa, (4, 1) e (4, 3), logo G2
exemplo) não é o gráfico de uma função.

12
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

2.3. Restrições de uma função FRVR10_1.3

Consideremos os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {2, 4, 6, 8} e C = {1, 2} e as seguintes funções: 9 Considera os conjuntos
f: A " B definida por f(x) = 2x A = {1, 3, 5, 7} e
B = {a, b, c, d, e, f, g, h} e
g: C " B definida por g(x) = 2x
seja G = {(1, h), (3, c),
Repara que C ⊂ A e f(1) = g(1) = 2 (5, a), (7, f)} o gráfico de
uma função f de A em B.
f(2) = g(2) = 4
a) Indica o domínio, o
ou seja, as imagens por f e g de cada elemento de C são iguais. contradomínio e o
conjunto de chegada
Diz-se que a função g é a restrição da função f a C. de f.
Em geral: b) Define por uma tabela a
restrição de f ao
conjunto {1, 7}.
Definição
c) Indica o domínio, o
contradomínio e o
Sejam A e B conjuntos, f: A " B uma função e C um conjunto qualquer. Chama-se
conjunto de chegada da
restrição de f a C à função f|C: C ∩ A " B tal que: restrição de f definida
∀ x ∈C ∩ A, f|C (x) = f(x) na alínea anterior.

Exemplos

1. Considera os conjuntos A = {a, e, i, o, u}, B = {–1, 0, 1, 2, 3, 4, 5} e C = {a, i, u} e a


função f: A " B definida pela seguinte tabela:
x y
a 5
e 4
i 3
o 2
u 1
APRENDE FAZENDO
A função g: C " B definida pela tabela:
Pág. 72
Exercício 18
x y
a 5 Soluções
i 3 9.
a) Df = {1, 3, 5, 7}
u 1
D’f = {a, c, f, h}
Conjunto de chegada: {a, b,
é a restrição da função f ao conjunto C. c, d, e, f, g, h}
b)
x y
2. Seja f: R " R a função definida por f(x) = x2.
1 h
A função g: N " R definida por g(x) = x2 é a restrição da função f ao conjunto dos nú- 7 f
meros naturais, N: g = f|N c) D = {1, 7}
D’ = {f, h}
A função h: R+ " R definida por h(x) = x2 também é uma restrição da função f, mas Conjunto de chegada: {a, b,
desta vez ao conjunto dos números reais positivos, R+: h = f|R+. c, d, e, f, g, h}

13
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_1.4 2.4. Imagem de um conjunto por uma função


Consideremos novamente os conjuntos A = {1, 2, 3}, B = {2, 4, 6, 8} e C = {1, 2} e a
10 Considera os conjuntos
A = {–3, –1, 1, √∫2, √∫3, 3, função f: A " B definida por f(x) = 2x.
4, 6} e B = N, e seja f a Ao conjunto das imagens dos elementos de C por f, chamamos conjunto imagem de C
função de A em B definida
por f(x) = x2.
por f:
A B
Considera também os
C f f(C)
subconjuntos C e D de A, 1• •2
definidos por C = {–3, –1}
e D = {–3, √∫3, 3}. •4
2•
Determina: •6
a) f(C)
3• •8
b) f(D)
b) f(A)
Temos que f(C) = {2, 4}, isto é, f(C) = {f(x): x ∈C}.
Em geral:

11 Considera as funções f, g, Definição


h e i tais que:
• a função f associa a cada Sejam A e B conjuntos, f: A " B uma função e C ⊂ A; chama-se conjunto imagem
pessoa do mundo a sua de C por f ao conjunto das imagens por f dos elementos de C, ou seja:
idade, em anos;
f(C) = {y ∈B: (∃ x ∈C: y = f(x))}
• a função g faz
corresponder a cada Escreve-se, também, f(C) = {f(x): x ∈C}.
pessoa do mundo a sua
mãe biológica;
Em particular, podemos ter C = A.
• a função h associa a
cada país a sua capital; Assim, f(A) é a imagem do domínio de f pela função f, também chamado contradomínio
• a função i faz da função f, ou seja, f(A) = D’f.
corresponder a cada país
a sua principal língua
oficial.
Averigua se alguma das
2.5. Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas
funções referidas é
injetiva. Funções injetivas

Consideremos as funções f: A " B e g: A " B definidas pelos diagramas abaixo.


A B A B

f g
1• •2 1• •2

•4 •4
2• 2•
APRENDE FAZENDO •6 •6
Pág. 78
Exercício 36 3• •8 3• •8

Soluções Na função f, quaisquer dois objetos distintos são aplicados em imagens distintas. Diz-se
10. que a função f é injetiva.
a) f(C) = {1, 9}
b) f(D) = {3, 9}
No entanto, na função g verifica-se que dois objetos distintos, 2 e 3, têm a mesma ima-
c) f(A) = {1, 2, 3, 9, 16, 36} = D’f gem, isto é, f(2) = f(3) = 4. Repara que no diagrama que define g, duas setas partem de ele-
11. Apenas a função h é injetiva. mentos distintos e terminam num mesmo elemento. Diz-se que a função g é não injetiva.

14
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

Definição FRVR10_1.5

Sejam A e B conjuntos e f: A " B uma função. A função f diz-se injetiva se para


todos os x1 e x2 pertencentes a A
x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2)
Ou, de modo equivalente:
f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2
Nesse caso, a função f também se diz uma injeção de A em B.

A condição ∀x1, x2 ∈A, x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) traduz-se dizendo que uma função injetiva Recorda
f aplica objetos distintos em imagens distintas. Implicação
A condição ∀x1, x2 ∈A, f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2, equivalente à anterior, significa que numa contrarrecíproca
(p ⇒ q) ⇔ (~q ⇒ ~p)
função injetiva f cada elemento y do contradomínio não pode ser imagem de mais do
que um objeto.
Para provar que uma função f é não injetiva basta encontrar um contraexemplo, neste Recorda
caso, dois objetos distintos com a mesma imagem.
Negação da implicação
~(p ⇒ q) ⇔ p ∧ ~q
Consideremos os gráficos das funções f e g representados nos seguintes referenciais car-
tesianos:
g
y y
f
12 Considera os conjuntos
A = {–2, –1, 0, 1, √2
∫ , 2, 3, 4}
e B = N0 e seja f a função
de A em B definida por
f(x) = 2x2.
x x
a) Justifica que f é não
injetiva.
f é injetiva g é não injetiva
b) Define uma restrição de
f a um conjunto de tal
Se existir pelo menos uma reta paralela ao eixo Ox, que intersete o gráfico da função
forma que a restrição
em mais do que um ponto, isso significa que existe mais do que um objeto com a mesma seja uma função
imagem, logo a função é não injetiva. Caso contrário, a função é injetiva. injetiva.

Exemplo

Seja A o conjunto de todos os bebés nascidos em Portugal no primeiro semestre de 2015


e seja B o conjunto de todos os meses do ano.
Consideremos a função f: A " B, que a cada bebé do conjunto A faz corresponder o
seu mês de nascimento.
Soluções
A função f não é injetiva, pois verifica-se que existem elementos diferentes do domínio
12.
que têm a mesma imagem, já que há, naturalmente, bebés diferentes que nasceram no b) f|C: C " B, onde C = {–2, 1,
mesmo mês. √∫2, 3, 4} (por exemplo).

15
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_1.6
Exercícios resolvidos

1. Mostra que a função f: R " R tal que f(x) = x2 + 3 não é uma função injetiva.
13 Considera o conjunto
A = {1, 2, 3, 4, 5}.
Sugestão de resolução
a) Averigua se a função
f: A " A, cujo gráfico é
Esta função não é injetiva, pois, por exemplo, os números reais –2 e 2, que
Gf = {(1, 5), (2, 4), (3, 3),
(4, 5), (5, 1)}, é uma fazem parte do domínio, têm a mesma imagem:
função injetiva. f(–2) = (–2)2 + 3 = 7 f(2) = 22 + 3 = 7
b) Averigua se a função
g: A " A, cujo gráfico
é Gg = {(1, 1), (2, 2), 2. Mostra que a função f: R " R tal que f(x) = 2x + 1 é uma função injetiva.
(3, 5), (4, 4), (5, 3)}, é
uma função injetiva.
Sugestão de resolução
c) Representa num
referencial cartesiano
Esta função é injetiva, pois, quaisquer que sejam os números reais x1 e x2 per-
Gf e Gg.
tencentes ao domínio tem-se que f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2, pois:
f(x1) = f(x2) ⇒ 2x1 + 1 = 2x2 + 1 ⇒ 2x1 = 2x2 ⇒ x1 = x2

Funções sobrejetivas
Consideremos as funções f: A " B e g: A " B definidas pelos diagramas abaixo.
14 Considera o conjunto A B A B
A = {1, 2, 3, 4, 5} e as
f g
funções f: A " A e 1• •2 1• •2
g: A " A, cujos gráficos
2• 2•
são os indicados no •4 •4
exercício anterior. 3• 3•

Averigua se alguma destas 4• •6 4• •6


funções é sobrejetiva.
D’f = {2, 4, 6} D’g = {2, 4}
B = conjunto de chegada de f = {2, 4, 6} B = conjunto de chegada de g = {2, 4, 6}

Na função f verifica-se que o conjunto de chegada de f é igual a D’f isto é, que B = D’f.
CADERNO DE EXERCÍCIOS Diz-se que a função f é sobrejetiva, uma vez que todo o elemento de B é imagem de
E TESTES
Pág. 22 pelo menos um elemento de A.
Exercício 2 Na função g verifica-se que o conjunto de chegada de g é diferente de D’g, isto é, que
B é diferente de D’g: (6 ∈B e 6 ∉D’g)
Soluções
Diz-se que a função g é não sobrejetiva, por existir pelo menos um elemento de B que
13. não é imagem de nenhum elemento de A.
a) f é não injetiva.
b) g é injetiva. Definição
c)
y y
5 5 Sejam A e B conjuntos e f: A " B uma função. A função f diz-se sobrejetiva se e só
4 4
3 3 se para todo o y pertencente a B existir um elemento x pertencente a A tal que y = f(x).
2 2
1 1 Simbolicamente, f é sobrejetiva se ∀ y ∈B, ∃ x ∈A: y = f(x).
O 1 2 3 4 5 x O 1 2 3 4 5 x Nesse caso, a função f também se diz uma sobrejeção de A em B ou uma função de
14. f não é sobrejetiva e g é A sobre B.
sobrejetiva.

16
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

Repara que afirmar que para todo o y pertencente a B existe um elemento x pertencente
FRVR10_1.6
a A tal que y = f(x) é equivalente a dizer que o conjunto de chegada de f coincide com D’f.
Logo:

A função f é sobrejetiva se e somente se o conjunto de chegada de f coincidir o con-


tradomínio de f.

Para provar que uma função f é não sobrejetiva basta encontrar um elemento do con-
junto de chegada de f que não seja imagem de nenhum objeto.

Exemplo 15 Prova que a função


f: R " R tal que f(x) = x2
Consideremos novamente o exemplo em que A é o conjunto de todos os bebés nascidos em não é sobrejetiva.
Portugal no primeiro semestre de 2015, B é o conjunto de todos os meses do ano e f é a fun-
ção f: A " B que a cada bebé do conjunto A faz corresponder o seu mês de nascimento.
A função f não é sobrejetiva, pois verifica-se que existem elementos de B que não são
imagem pela função f de nenhum elemento de A. Por exemplo, setembro é um elemento
de B que não é imagem de nenhum elemento de A, já que os bebés nascidos no primeiro
semestre de 2015, não podem ter nascido em setembro.
Poderíamos ter também observado que f não é uma função sobrejetiva, já que o contrado-
mínio está contido no conjunto dos seis primeiros meses do ano e, portanto, não pode coin-
cidir com o conjunto de chegada, B, que é o conjunto de todos os meses do ano.

Exercícios resolvidos 16 Prova que a função


g: R " R tal que
1. Prova que a função f: R " R tal que f(x) = x2 + 3 não é uma função sobrejetiva. g(x) = x + 2 é sobrejetiva.

Sugestão de resolução

Esta função não é sobrejetiva, pois, para qualquer número real x, tem-se que
x2 ≥ 0, pelo que x2 + 3 ≥ 3. Portanto, nesta função não há imagens inferiores a
3, ou seja, o contradomínio (conjunto das imagens) não coincide com o con-
junto de chegada, que é R.
Podias também ter observado que, por exemplo, não existe nenhum número
real x tal que f(x) = 0 e 0 é um valor pertencente ao conjunto de chegada, e se-
gundo a definição de função sobrejetiva, para todo o y pertencente a B tem de
existir um elemento x pertencente a A tal que y = f(x). Logo, f não é sobrejetiva.

2. Mostra que a função f: R " R tal que f(x) = 2x + 1 é uma função sobrejetiva.

Sugestão de resolução

Esta função é sobrejetiva, pois para todo o número real y existe um número
real x tal que y = 2x + 1.
y–1 hy – 1h
y = 2x + 1 ⇔ x = , portanto, para qualquer y ∈R, y = f i i
2 j 2 j

17
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_1.7
Funções bijetivas

Consideremos a função f: A " B definida pelo diagrama abaixo.


17 Nos diagramas sagitais
A B
abaixo encontram-se
representadas quatro
f
funções de A em B. 1• •2
Indica, para cada uma
delas, se se trata, ou não, 2• •4
de uma função injetiva,
sobrejetiva ou bijetiva. 3• •6

a) A B
4• •8
1• •a

2•
•b
3•

4• •c
A função é:
b) A B
• injetiva, pois objetos distintos têm imagens distintas;
1• •a
• sobrejetiva, pois todo o elemento de B é imagem de um elemento de A.
2• •b

3• •c
Quando uma função é simultaneamente injetiva e sobrejetiva, diz-se bijetiva.

c) A B

1• •a
Definição
2• •b

3• •c
Sejam A e B conjuntos e f: A " B uma função.
4• •d
A função f diz-se bijetiva se for simultaneamente injetiva e sobrejetiva.
d) A B
Nesse caso, a função f também se diz uma bijeção de A em B.
1• •a

•b
2•
•c

3• •d Repara que dizer que uma função é bijetiva é o mesmo que dizer que se verificam as
duas afirmações seguintes:

• Quaisquer dois objetos diferentes têm imagens diferentes.


• Todo o elemento do conjunto de chegada é imagem de pelo menos um objeto.

As duas afirmações anteriores em simultâneo equivalem a dizer que:


Soluções
Todo o elemento do conjunto de chegada é imagem de um e um só objeto.
17.
a) Não injetiva; sobrejetiva; não
bijetiva.
b) Injetiva; sobrejetiva; bijetiva.
Sejam A e B conjuntos e f: A " B uma função.
c) Não injetiva; não sobrejetiva;
não bijetiva.
Tem-se que f é bijetiva se e só se para todo o y pertencente a B existe um e apenas
d) Injetiva; não sobrejetiva; não um elemento x pertencente a A tal que f(x) = y.
bijetiva.

18
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

Exemplo

Consideremos os conjuntos A, formados pelos cinco sólidos platónicos, e B = {4, 6, 8, 12, 20}.
Seja f a função f: A " B que a cada sólido faz corresponder o respetivo número de faces.
A B

f
Tetraedro• •4

Cubo• •6

Octaedro• •8

Dodecaedro• •12

Icosaedro• •20

A função f é uma função bijetiva, pois é simultaneamente injetiva e sobrejetiva:


• f é injetiva, pois sólidos diferentes do conjunto A têm um número de faces diferentes,
ou seja, a objetos diferentes correspondem imagens diferentes;
• f é sobrejetiva, pois qualquer elemento do conjunto B é o número de faces, de um sólido
do conjunto A, ou seja, todo o elemento de B é imagem de pelo menos um elemento
de A.

Exercício resolvido 18 Prova que a função


f: R " R tal que
Considera a função f: R " R tal que: f(x) = 2x – 5 é bijetiva.

f(x) = x + 4
Mostra que a função f é uma função bijetiva.

Sugestão de resolução

A função f é injetiva, pois quaisquer que sejam os números reais x1 e x2 per-


tencentes ao domínio, tem-se que f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2, uma vez que:
f(x1) = f(x2)
⇒ x1 + 4 = x2 + 4
⇒ x1 = x2
A função f é sobrejetiva, pois para todo o número real y existe um número real
x tal que y = x + 4.
y = x + 4 ⇔ x = y – 4, portanto, f(y – 4) = y.
Como f é simultaneamente injetiva e sobrejetiva, tem-se que f é uma função
bijetiva.
APRENDE FAZENDO
Outra resolução Pág. 73
Pode-se também verificar que para cada y ∈R o número real x que satisfaz a Exercícios 19 e 20

condição y = f(x) é único, pois a equação y = x + 4 tem uma única solução na


CADERNO DE EXERCÍCIOS
variável x, que é x = y – 4. E TESTES
Pág. 22
Exercício 1

19
TEMA IV Funções reais de variável real

2.6. Composição de funções


Exemplo

Consideremos as funções f: A " B e g: B " C definidas pelos diagramas seguintes.

A B B C

f g
1• •2 2• •10

•20
2• •4 4•
•30

19 Considera as funções 3• •6 6• •40


f: A " B e g: C " D
definidas pelos diagramas f (1) = 2 g(2) = 10
abaixo. f (2) = 4 g(4) = 20
A B f (3) = 6 g(6) = 30

f
–1• •4

0• •5 Podemos criar uma nova função, g o f, que consiste em aplicar f sobre cada elemento x
2• •6 de A e, de seguida, aplicar g sobre cada elemento f(x) de B:
3• •7
A B C

f g
C D 1• •2• •10

g •20
2• •3
2• •4•
•30
4• •9
3• •6• •40
5• •12

gof
Calcula, se existir:
g o f(1) = g(f(1)) = g(2) = 10
a) g(f(2))
g o f(2) = g(f(2)) = g(4) = 20
b) f(g(2))
g o f(3) = g(f(3)) = g(6) = 40
c) g(f(0))
d) f(g(0))
e) f(g(5))
A função g o f chama-se g composta com f ou g após f e tem-se que g o f(x) = g(f(x)).

Observa a figura seguinte que fornece a noção intuitiva de função composta:

Entrada Saída ... Entrada Saída


Soluções
19.
x f(x) f(x) g(f(x))
a) 9 Máquina Máquina
f g
b) 7
c) 12
d) Não existe.
e) Não existe.

20
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

Definição FRVR10_1.8

Sejam f: Df " A e g: Dg " B duas funções. A função composta de g com f é a fun-


ção g o f: Dg o f " B tal que: 20 Considera as funções
Dg o f = {x ∈Df : f(x) ∈Dg} e ∀ x ∈Dg o f, g o f(x) = g(f(x)) f: R " R e g: R " R
definidas por f(x) = 2x + 3
A função g o f também se designa por g composta com f, g após f ou f seguida de g. e g(x) = x2.
a) Calcula:
i. g o f(–2)
Esquematicamente: h1h
( )
ii. f o g √∫3 + g o f i i
j2j
b) Define as funções g o f e
f g
x• •f(x)• •g(f(x)) f o g.
c) Tendo em conta a
alínea anterior, o que
podes afirmar acerca da
gof
comutatividade da
composição de
Exemplo funções?

Observa as representações gráficas das funções f e g nos seguintes referenciais cartesianos:


y y
4 4

3 f 3 g

2 2
Nota
1 1
Duas funções f e g dizem-se
permutáveis quando f o g =
O 1 2 3 4 x O 1 2 3 4 x
= g o f.
–1 –1

A função g o f é definida de modo a só estar definido g o f(x) se x ∈Df ∧ f(x) ∈Dg.


Assim, por exemplo:
• g o f(0) não existe, pois 0 ∉Df.
• g o f(3) não existe, pois f(3)= –1 e –1 ∉Dg. 21 Considera as funções
f: R " R e g: R " R
• g o f(4) existe, pois 4 ∈Df e f(4) = 1 ∈Dg.
definidas por f(x) = 4x – 3
g o f(4) = g(f(4)) = g(1) = 3 e g(x) = –x + 2.
Mostra que as funções f e
Exercício resolvido g são permutáveis.

Considera as funções f: R " R e g: R " R definidas por f(x) = –3x + 1 e g(x) = x2.
Soluções
a) Calcula:
20.
i) g o f(2) (
ii) f o g –√ )
√∫2 + g o f(0) a) i. 1 ii. 25
b) g o f(x) = 4x2 + 12x + 9
b) Determina uma expressão analítica para a função g o f, indicando o respetivo do-
Dg f = R; conjunto de
o

mínio. chegada: R; f o g(x) = 2x2 + 3


Df g = R; conjunto de
o
c) Determina uma expressão analítica para a função f o g, indicando o respetivo do-
chegada: R
mínio. c) A composição de funções
(continua)
não é comutativa.

21
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_1.9
Exercício resolvido
(continuação)

Sugestão de resolução
22 Considera as funções
f: R " R e g: R " R a) i) g o f(2) = g(f(2)) = g(–3 ¥ 2 + 1) = g(–5) = (–5)2 = 25
definidas por f(x) = 4x – 1
e g(x) = –3x + 2. ( ) ( ( )) + g(f(0))
ii) f o g –√∫2 + g o f(0) = f g –√∫2
Determina uma expressão = f((–√∫2 )2) + g(–3 ¥ 0 + 1)
analítica para as funções:
a) f o g = f(2) + g(1) = –3 ¥ 2 + 1 + 12 = – 4
b) g o f
c) f o f b) g o f(x) = g(f(x)) = g(–3x + 1) = (–3x + 1)2 = 9x2 – 6x + 1
d) g g
o
Dg o f = {x ∈Df : f(x) ∈Dg} = {x ∈R ∧ –3x + 1 ∈R} = R

c) f o g(x) = f(g(x)) = f(x2) = –3x2 + 1

Df o g = {x ∈Dg: g(x) ∈Df} = {x ∈R ∧ x2 ∈R} = R

Função identidade

Consideremos a função f: A " A definida pelo diagrama abaixo.


A A

f
1• •1
23 Considera a função
f: R " R definida por
2• •2
f(x) = –x + 6.
Mostra que f o f = IdR.
3• •3

Repara que cada elemento de A é aplicado nele próprio, daí designarmos esta função
por função identidade em A.

Definição

Dado um conjunto A, designa-se por função identidade em A a função IdA: A " A


APRENDE FAZENDO
Págs. 71, 74, 75, 76 e 79 x |" x
Exercícios 14, 21, 22, 27,
29, 37 e 39

Soluções
A função identidade é uma função bijetiva:

22. • IdA é injetiva, pois sendo x1 e x2 dois objetos distintos, as suas imagens também são
a) f o g(x) = –12x + 7 distintas.
b) g o f(x) = –12x + 5
c) f o f(x) = 16x – 5 • IdA é sobrejetiva, pois IdA (A) = A, ou seja, o contradomínio de IdA é igual ao conjunto
d) g o g(x) = 9x – 4 de chegada de IdA.

22
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

2.7. Função inversa FRVR10_1.10

Consideremos a seguinte situação:


Numa certa padaria, cada pão custa 10 cêntimos. O custo (em cêntimos) em função 24 No diagrama sagital
abaixo encontra-se
do número de pães comprados é dado por x |" 10x e, inversamente, o número de pães
representada uma função
x
comprados em função do custo (em cêntimos) é dado por x |" . bijetiva f de A em B.
10
x A B
As funções x |" 10x e x |" dizem-se inversas uma da outra.
10 1•
f
•a

2• •b
Vamos estudar com mais pormenor o conceito de função inversa.
3• •c

Exemplo
Define a função f –1
Consideremos a função bijetiva f: A " B definida pelo diagrama abaixo. através de uma tabela.
A B

f
1• •2
f(1) = 2
2• •4 f(2) = 8
f(3) = 4
3• •6
f(4) = 6

4• •8

Por f ser bijetiva, a cada elemento y de B corresponde um e um só elemento x de A tal


que f(x) = y. Consideremos, então, a correspondência definida por y |" x de B em A:
B A

f –1
2• •1
f –1(2) = 1
4• •2 f –1(8) = 2
f –1(4) = 3
6• •3
f –1(6) = 4

8• •4

Esta correspondência é uma função de B em A, pois a cada elemento de B corresponde


um e um só elemento de A, e designa-se por função inversa de f. Representa-se por f –1.
Repara que:
Convenção
• Df = {1, 2, 3, 4} = D’f –1 (o domínio de f é igual ao contradomínio de f –1.) Se nada for dito em contrário,
f –1 designa a função inversa
• D’f = {2, 4, 6, 8} = Df –1 (o contradomínio de f é igual ao domínio de f –1.)
de f.

Definição
Solução

Sejam A e B conjuntos e f: A " B uma função bijetiva. Designa-se por função inversa 24. f –1: B " A
x y
de f a função f –1: B " A tal que ∀ y ∈B, f –1(y) = xy, sendo que xy é o único elemento
a 1
pertencente a A tal que f(xy) = y. b 2
c 3

23
TEMA IV Funções reais de variável real

25 Considera os conjuntos
Esquematicamente:
A B
A = {–1, 2, 3, 4} e
B = {– 4, p, 0, 1, 3, 5, 6} e
seja G = {(–1, p), (2, –4), f
x• •y
(3, 3), (4, 0)} o gráfico de
uma função f de A em B. f –1
a) Qual é o gráfico de f –1?
b) Representa, no mesmo f(x) = y ⇔ f –1(y) = x
referencial cartesiano, o
gráfico de f e de f –1, Consequência
utilizando cores
diferentes para cada um Sendo f uma função bijetiva, (a, b) pertence ao gráfico de f se e só se (b, a) pertence ao
deles. gráfico de f –1. Repara que sendo f uma função bijetiva:
(a, b) pertence ao gráfico de f ⇔ f(a) = b ⇔ f –1(b) = a
⇔ (b, a) pertence ao gráfico de f –1

Relação geométrica entre o gráfico de uma função e o da respetiva inversa

Tarefa resolvida

Considera a função f: R " R definida por f(x) = x + 5 e a respetiva função inversa


f –1: R " R definida por f –1(x) = x – 5.
a) Representa, num plano munido de um referencial ortonormado, os gráficos das
funções f e f –1.
b) Sejam A(–3, 2) e B(1, 6) dois pontos do gráfico de f. Verifica que A’(2, –3) e B’(6, 1)
são as imagens dos pontos A e B, respetivamente, pela reflexão axial de eixo de
equação y = x e são pontos do gráfico de f –1.
Adaptado de Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Sugestão de resolução

a) y f
5
APRENDE FAZENDO
f –1
Pág. 74
Exercício 23 O
–5 5 x

Soluções –5

25.
a) {(p, –1), (– 4, 2), (3, 3), (0, 4)} b) A’ é a imagem do ponto A pela reflexão axial de eixo de equação y = x se y = x
b)
for a mediatriz do segmento de reta [AA’]. Verifiquemos que tal acontece:
y
4 (x + 3)2 + (y – 2)2 = (x – 2)2 + (y + 3)2
π
3 ⇔ x2 + 6x + 9 + y2 – 4y + 4 = x2 – 4x + 4 + y2 + 6y + 9
2
⇔ 6x – 4y = – 4x + 6y
1
π
⇔ –6y – 4y = – 4x – 6x
–1 O 4 x
–4
–1
1 2 3
⇔ –10y = –10x
⇔y=x

–4

24
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

FRVR10_2.8

De forma análoga, B’ é a imagem do ponto B pela reflexão axial de eixo de


equação y = x se y = x for a mediatriz do segmento de reta [BB’]. Determinemos
a mediatriz do segmento de reta [BB’]:
(x – 1)2 + (y – 6)2 = (x – 6)2 + (y – 1)2
⇔ x2 – 2x + 1 + y2 – 12y + 36 = x2 – 12x + 36 + y2 – 2y + 1
⇔ –2x – 12y = –12x – 2y
⇔ 2y – 12y = 2x – 12x
⇔ –10y = –10x
⇔y=x
Verifiquemos agora que os pontos A’(2, –3) e B’(6, 1) são pontos do gráfico de f –1:
f –1(2) = 2 – 5 = –3
Então, (2, –3) pertence ao gráfico de f –1.
De forma semelhante:
f –1(6) = 6 – 5 = 1
Então, (6, 1) pertence ao gráfico de f –1.

Propriedade
Dado um plano munido de um referencial cartesiano e uma função bijetiva f: A " B
(onde A ⊂ R e B ⊂ R), verifica-se que os gráficos cartesianos das funções f e f –1 são
simétricos em relação à reta de equação y = x, isto é, são a imagem um do outro
pela reflexão axial de eixo de equação y = x.

Seja f uma função f: A " B bijetiva e f –1: B " A a sua função inversa.
Seja A(a, f(a)) um ponto qualquer do gráfico de f, então (f(a), a) é um ponto do gráfico
de f –1. Seja P(x, x) um ponto qualquer da reta y = x:
y
d(P, A) = √∫(∫x∫ –∫ ∫ ∫a∫)2∫ ∫ +
∫ ∫ ∫(∫x∫ ∫–∫ f∫ ∫(∫a∫)∫)2 f

d(P, A’) = √∫(∫x∫ –∫ ∫ ∫f∫(∫a∫)∫)2∫ ∫ +


∫ ∫ ∫(∫x∫ ∫–∫ a∫ ∫)2 = d(P, A)
P(x, x)

A(a, f(a))

f –1

A’(f(a), a)

Como qualquer ponto P da reta y = x é equidistante de A e de A’, a reta y = x é a me-


diatriz de [AA’], o que nos leva a concluir que os pontos (a, f(a)) e (f(a), a) são simétricos
em relação à reta de equação y = x; como isto acontece para todos os pontos, conclui-se
que os gráficos de f e f –1 são simétricos em relação a essa reta.

25
TEMA IV Funções reais de variável real

Exercícios resolvidos

1. Na figura está a representação gráfica de uma função f e a tracejado parte da reta


de equação y = x.
y
f

O
x

Qual das figuras seguintes representa graficamente a função f –1, função inversa
de f?
(A) y (B) y
f –1 f –1

O O
x x

(C) y (D) y f –1

O x O

f –1

Exame Nacional de 12.º ano, 2002, Militares

Sugestão de resolução

Sabemos que os gráficos cartesianos das funções f e f –1 são simétricos em re-


lação à reta de equação y = x.
Das opções apresentadas, tal só se verifica na opção (D), sendo esta a resposta
correta.

2. Considera a função bijetiva f: R " R definida por:

f(x) = 2x – 3
Indica o domínio, o contradomínio e uma expressão para f –1.

26
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

FRVR10_1.11

Sugestão de resolução

Comecemos por determinar D’f –1 e Df –1. Já sabemos que Df = D’f –1 e D’f = Df –1.
Assim, D’f –1 = R e Df –1 = R. Para determinar uma expressão analítica que defina
a função f –1, podemos resolver, em ordem a x, a equação y = 2x – 3, que define
a função f, uma vez que y = f(x) ⇔ x = f –1(y):
Tem-se, então, que:
y = 2x – 3 ⇔ 2x = y + 3
y+3
⇔x=
2

Se quisermos designar por x a variável independente de f –1, que é o habitual,


x+3
tem-se f –1(x) = . 26 Considera a função
2
bijetiva f: R " R definida
por f(x) = 2x – 3.
a) Calcula:
i. f(5)
ii. f –1(5)
Erro típico
iii. f –1(–4)
iv. f –1(0)
Um erro muito frequente consiste em confundir a função inversa f –1 com a
v. f o f –1(5)
1
função , quociente entre a função constante x |" 1 e a função f, que irás b) Determina uma
f
expressão para f –1(x),
aprender a caracterizar mais à frente. Não sendo dito nada em contrário, f –1
x ∈R.
1
designa a função inversa de f e não .
f

APRENDE FAZENDO
Propriedades da função inversa
Pág. 76
Exercício 30
A propriedade seguinte garante-nos que a função inversa de uma função bijetiva é sem-
pre bijetiva. CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Pág. 23
Exercício 4
Propriedade
Dada uma função f: A " B bijetiva, a função inversa f –1 é bijetiva.
Animação
Resolução do exercício 26 b).

Repara que se f: A " B é uma função bijetiva, então:


• a cada elemento x ∈A corresponde um e um só elemento y ∈B tal que y = f(x) (ou Soluções

seja tal que x = f –1(y), por f ser função); (i) 26.


1 3
a) i. 7 ii. 4 iii. – iv. v. 5
• a cada elemento y ∈B corresponde um e um só elemento x ∈A tal que f(x) = y (ou 2 2
x+3
seja tal que x = f –1(y), por f ser função bijetiva). (ii) b) f –1(x) =
2

27
TEMA IV Funções reais de variável real

Consideremos a função inversa f –1: B " A definida por f –1(y) = x, então:


• a cada elemento y ∈B corresponde um e um só elemento x ∈A tal que f –1(y) = x; (ii)
• a cada elemento x ∈A corresponde um e um só elemento y ∈B tal que f –1(y) = x, logo
a função f –1 é bijetiva. (i)

Vejamos agora que a inversa da função inversa de f é a própria função f.

Propriedade
Dada uma função f: A " B bijetiva:
(f –1)–1 = f

Demonstração
Seja f uma função bijetiva.

Por definição de inversa vem que f –1: B " A e (f –1)–1: A " B.

Seja x ∈A.

Por definição de (f –1)–1, tem-se (f –1)–1(x) = y, sendo y o único elemento de B tal que
f –1(y) = x; e por definição de f –1, f –1(y) = x significa que x é o único elemento de A tal que
f (x) = y .

Logo, (f –1)–1(x) = f (x).

Comparando as funções (f –1)–1 e f, verificamos que têm o mesmo domínio, o mesmo


conjunto de chegada e cada elemento do domínio tem a mesma imagem por (f –1)–1 e f.

27 Considera a função Logo, (f –1)–1 = f.


f: R " R definida por
f(x) = –3x + 5.
a) Justifica que f é bijetiva.
Nota
b) Determina uma
expressão para f –1(x), A função f –1 designa-se por bijeção recíproca de f.
x ∈R.
c) Mostra que f o f –1(x) = x
e f –1 o f(x) = x, ∀ x ∈R. Exemplo

A B B A A B

f f –1 (f –1)–1
1• •2 2• •1 1• •2

2• •4 4• •2 2• •4

3• •6 6• •3 3• •6
Solução
4• •8 8• •4 4• •8
27.
–x + 5
b) f –1(x) =
3 (f –1)–1 = f

28
UNIDADE 2 Generalidades acerca de funções

FRVR10_1.12
Propriedade FRVR10_1.13

Dada uma função f: A " B, f é bijetiva se e somente se existir uma função g: B " A,
tal que:
∀(x, y) ∈A ¥ B, y = f(x) ⇔ x = g(y)

Demonstração
(⇒) De facto, se f é uma função bijetiva, sabemos que podemos definir a função
f –1:B " A e verifica-se pela própria definição de função inversa que ∀(x, y) ∈A ¥ B,
y = f(x) ⇔ x = f –1(y).
(⇐) Reciprocamente, suponhamos que f: A " B e g: B " A são funções tais que:
∀(x, y) ∈A ¥ B, y = f(x) ⇔ x = g(y)
U U
Imagem por f Objeto por f

Então:
• todo o elemento y que é imagem pela função f é objeto pela função g, ou seja,
Imf ⊂ Dg = B, e todo o elemento y que é objeto pela função g verifica x = g(y)
⇔ y = f(x), logo y ∈Imf e daqui se conclui que B ⊂ Imf. Logo, B = Imf;
• se existissem dois elementos distintos x1 e x2 ∈A tais que f(x1) = f(x2), então, chamando
y a f(x1) (= f(x2)), ter-se-ia g(y) = x1 e g(y) = x2 e x1 ≠ x2, o que contradiz o facto de g ser
função. Logo, f é injetiva e, portanto, f é bijetiva.

Propriedade
Uma função f: A " B é bijetiva se e somente se existir uma função g: B " A tal
que g o f = IdA e f o g = IdB. Nesse caso, g = f –1.

Demonstração
• Suponhamos que existe g: B " A tal que g o f = IdA e f o g = IdB. Então:
f é injetiva: f(x1) = f(x2) ⇒ g(f(x1)) = g(f(x2))
⇒ g o f(x1) = g o f(x2)
APRENDE FAZENDO
⇒ IdA(x1) = IdA(x2) Págs. 75 e 79
⇒ x1 = x2 Exercícios 26 e 40

e f é sobrejetiva: y = IdB(y) = f o g(y) = f(g(y)), portanto qualquer y pertence a D’f.


CADERNO DE EXERCÍCIOS
Logo, f é bijetiva. E TESTES
Pág. 22
Além disso, se y ∈B e y = f(x) tem-se g(y) = g(f(x)) = IdA(x) = x, ou seja, g(y) é o único Exercício 3
elemento cuja imagem por f é y, que é exatamente o que caracteriza f –1.
• Suponhamos que f é bijetiva, então f tem inversa. Ora, pela definição de f –1, tem-se,
Testes interativos
para qualquer x ∈A, f –1(f(x)) = x e para qualquer y ∈B, f(f –1(y)) = y, ou seja, f –1 o f = IdA – Generalidades acerca de
funções I.
e f o f –1 = IdB. – Generalidades acerca de
funções II.
Basta escolher então g = f –1.

29
TEMA IV Funções reais de variável real

UNIDADE 3
Generalidades acerca de funções
reais de variável real

FRVR10_2.1
FRVR10_2.2
3.1. Funções reais de variável real e funções definidas
por expressões analíticas
Definição
Resolução
Todos os exercícios de “Generalidades
acerca de funções reais de variável real”. Uma função cujo domínio e o conjunto de chegada estão contidos em R designa-se
por função real de variável real.

Nota Definição analítica de f pela expressão f (x)


Daqui em diante, quando se
falar em função, admitir-se-á Em geral, para definir uma função é necessário o domínio, o conjunto de chegada e
que se trata de uma função um processo que permita determinar, para todo o elemento x pertencente ao Df, o ele-
real de variável real, a não ser mento f(x), que a função f faz corresponder a x.
que se indique o contrário.
Frequentemente, a relação que existe entre as variáveis dependente e independente pode
ser traduzida por uma expressão designatória f(x), a que chamamos expressão analítica de f.
Quando uma função real de variável real f é dada por uma expressão analítica f(x), e
Recorda
não é indicado o conjunto de chegada, convenciona-se que é o conjunto R. Assim, para
Uma expressão definir uma função real de variável real basta o domínio e a regra de transformação dos
designatória é uma
objetos em imagens. Por outro lado, se nada for dito acerca do domínio, convenciona-se
expressão com variáveis
que se transforma num que será o conjunto dos números reais para os quais tem significado a expressão analítica
termo quando se f(x) que define a função, isto é, que o domínio é constituído por todos os números reais
substituem essas variáveis a para os quais fica representado um número real pela expressão que se obtém substi-
por termos.
tuindo todas as ocorrências de x em f(x) por a.

Exercício resolvido

Determina o domínio de cada uma das seguintes funções reais de variável real de-
finidas por:
1 3√∫x
a) f(x) = b) f(x) = √∫∫x∫ +
∫ ∫ ∫3 c) f(x) =
x–2 x –4
2

Sugestão de resolução

a) O domínio de f é o conjunto dos números reais que se podem atribuir a x de


1
modo que a expressão tenha significado. Como a divisão é possível se
x–2
e só se o divisor for diferente de zero, temos de garantir que x – 2 ≠ 0.
APRENDE FAZENDO Cálculo auxiliar: x – 2 = 0 ⇔ x = 2
Pág. 68
Exercícios 3 e 4

30
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

28 Determina o domínio de
cada uma das seguintes
Df = {x ∈R: x – 2 ≠ 0} = R\{2} funções reais de variável
Podemos apresentar a caracterização da função f da seguinte forma: real definidas por:
Domínio de f Conjunto de chegada de f 1
a) f(x) = 2 +
† † x
f: R\{2} " R b) g(x) =
3x + 1
4
1
x |" " Expressão analítica de f 2
x–2 c) h(x) =
9 – x2
x2 – 5x + 6
b) O domínio de f é o conjunto dos números reais que se podem atribuir a x de d) i(x) =
x2 + 1
modo que a expressão √∫x∫ +
∫ ∫3
∫ tenha significado. Como a radiciação de índice
e) j(x) = √∫x∫ ∫–∫ ∫2
par é possível se e só se o radicando é não negativo, temos de garantir que
√∫x∫ +
∫ ∫ ∫3
x + 3 ≥ 0. f) k(x) =
x–5
Cálculo auxiliar: x + 3 ≥ 0 ⇔ x ≥ –3 g) l(x) = 3√∫x + 2x
Df = {x ∈R: x + 3 ≥ 0} = {x ∈R: x ≥ –3} = [–3, +∞[
Logo:
f: [–3, +∞[ " R
x |" √∫x∫ +
∫ ∫ ∫3

c) A radiciação de índice ímpar é sempre possível, logo a única situação a


acautelar é que o divisor seja diferente de zero: x2 – 4 ≠ 0
Cálculo auxiliar: x2 – 4 = 0 ⇔ x2 = 4 ⇔ x = –2 ∨ x = 2

Df = {x ∈R: x2 – 4 ≠ 0} = {x ∈R: x ≠ –2 ∧ x ≠ 2}= R\{–2, 2}


(*)
Logo: Recorda
f: R\{–2, 2} " R
3√∫x
(*) ~(p ∨ q) ⇔ ~p ∧ ~q
x |" Assim:
x2 – 4 ~(x = –2 ∨ x = 2)
⇔ x ≠ –2 ∧ x ≠ 2

Esquematizando / Resumindo

Na determinação de domínios de funções reais de variável real definidas pela


respetiva expressão analítica, deves ter sempre em atenção as seguintes situações:
APRENDE FAZENDO
• se a variável independente x se encontrar em denominador, é preciso garantir Pág. 76
que o denominador é diferente de zero; Exercício 28

• se a variável independente x se encontrar no radicando de um radical com


Soluções
índice par, garantir que o radicando é maior ou igual a zero.
28.
a) Df = R\{0}
No caso de teres as duas situações em simultâneo, terás de considerar a con- b) Dg = R
junção das duas condições. c) Dh = R\{–3, 3}
d) Di = R
Nos anos seguintes, irás trabalhar com outras funções reais de variável real que e) Dj = [2, +∞[
necessitarão de outros cuidados na determinação analítica do seu domínio. f) Dk = [–3, 5[ ∪ ]5, +∞[
g) Dl = R

31
TEMA IV Funções reais de variável real

Nota 3.2. Gráfico de uma função real de variável real


Usualmente convenciona-se
que o comportamento de O gráfico cartesiano de uma função real de variável real f (ou apenas “gráfico de f ”,
uma função na parte não vi-
quando esta designação não for ambígua) é o conjunto dos pontos de um plano munido
sível do gráfico é “aquilo
que se espera” se não for de um referencial cartesiano cujas coordenadas são exatamente os pares (x, f(x)), com
dito nada em contrário. x ∈Df.

O gráfico de uma função real de variável real é muitas vezes uma linha, mas nem todas
as linhas são gráficos de funções.
29 Das representações Observa que, num referencial cartesiano, se uma reta paralela ao eixo Oy intersetar
gráficas seguintes, indica uma linha em mais do que um ponto, essa linha não pode representar o gráfico de uma
as que representam
função, pois tal significaria que um objeto teria mais do que uma imagem, o que contraria
funções e, nesses casos,
indica o domínio e o a definição de função.
contradomínio.
y y
(I) (II)
y y
7 2 3

2 O 2
–3 1 x O 1 x
–2
–4

(III) (IV)
y 4 y O x O x

5 1
–2 O x –3 O –1 3 x
–2 Representação gráfica de uma função. Não representa graficamente uma função.
–4

Nota
3.3. Zeros de uma função
A bola aberta na representa-
ção gráfica significa que
Definição
aquele ponto não pertence
ao gráfico da função.
Chama-se zero de uma função f a todo o objeto cuja imagem é zero, ou seja:
a é zero de f ⇔ f(a) = 0

Notas
1. Um zero de uma função é um valor que pertence ao domínio da função.
APRENDE FAZENDO
2. Graficamente, um zero é a abcissa de um ponto onde o gráfico interseta o eixo Ox.
Pág. 68
Exercício 2
Exemplo y f
Solução
29. As representações gráficas (I)
Seja f a função definida por f(x) = 2x + 4.
e (IV) são funções. –2 é zero de f
Para determinar o(s) zero(s) de f, vamos resolver a equação f(x) = 0:
Gráfico (I): D = ÈÍ –
7 3È
, Íe
Î 2 2 Î f(x) = 0 ⇔ 2x + 4 = 0 ⇔ 2x = – 4 ⇔ x = –2 –2 O x
D’ = [– 4, 2]
Gráfico (IV): D = ]–3, 3] e
D’ = ]– 4, –1[ ∪ [1, 4]

32
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

3.4. Sinal de uma função FRVR10_2.3

Uma função real de variável real f diz-se: 30 Considerando as


representações gráficas
• positiva em a ∈Df se f(a) > 0; das funções do exercício
• negativa em a ∈Df se f(a) < 0. anterior, indica os seus
zeros, caso existam, e
estuda o sinal.

Estudar o sinal de uma função é, então, determinar o(s) intervalo(s) do domínio da função
onde a função é positiva e onde é negativa.
É útil sintetizar estas informações numa tabela, a que chamamos quadro de sinal.

Exemplo
Nota
Considera a seguinte representação gráfica da função f:
Graficamente, a função f é
y
positiva em abcissas de
4
pontos situados acima do
2
eixo Ox e negativa em ab-
cissas de pontos situados
abaixo do eixo Ox.
–4 –3 –1 1 2 5 x

f
–3

O quadro de sinal desta função é:

x –4 –3 –1 2 5

f(x) N.D. + 0 – 0 + 0 – –3
31 Prova que a função real de
N.D. significa não definida (– 4 ∉Df). variável real definida por
f(x) = x4 + 5 é uma função
f é positiva em ]– 4, –3[ ∪ ]–1, 2[ e é negativa em ]–3, –1[ ∪ ]2, 5]. par.

APRENDE FAZENDO

3.5. Paridade de uma função Págs. 74 e 77


Exercícios 24 e 32

Função par CADERNO DE EXERCÍCIOS


E TESTES
Pág. 23
Definição Exercício 6

Diz-se que uma função real de variável real f é par se para todo o x ∈Df se tem: Solução
–x ∈Df e f(–x) = f(x) 30. Gráfico (I): Zeros: –3 e 1
Positiva em ]–3, 1[ e negativa
em ÈÍ – , –3 ÈÍ ∪ ÈÍ 1, ÈÍ .
7 3
Assim, para que uma função f seja par, o seu domínio tem de obedecer a uma “condição” Î 2 Î Î 2Î
de simetria, isto é, se um elemento pertence ao domínio, então o seu simétrico também Gráfico (IV): Não tem zeros.
Positiva em [0, 3] e negativa em
pertence, e objetos simétricos, x e –x, têm a mesma imagem, f(–x) = f(x). ]–3, 0[.

33
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_2.4 Exemplo
FRVR10_2.6
Considera a função f definida em R por f(x) = x2.
f(–1) = (–1)2 = 1 e f(1) = 1, portanto, f(–1) = f(1).
f(–2) = (–2)2 = 4 e f(2) = 22 = 4, portanto, f(–2) = f(2).

Vejamos que quaisquer objetos simétricos têm a mesma imagem:


Seja x um elemento qualquer pertencente a R:
f(–x) = (–x)2 = x2 = f(x), logo, a função f é par.

Recorda Consideremos agora a seguinte representação gráfica de f:


y f
Dada uma reta r e um
ponto M não pertencente a
r, a imagem de M pela (–a, f (a)) (a, f (a))
f(a)
reflexão axial de eixo r (ou
o simétrico de M em 4
relação a r) é o ponto M’
tal que r é a mediatriz do
segmento de reta [MM’], e 1
a imagem de um ponto de x
–a –2 –1 O 1 2 a
r pela reflexão axial de
eixo r (ou o simétrico de
um ponto de r em relação
a r) é o próprio ponto. Sabemos que se f é par, então ∀ a ∈Df, f(–a) = f(a), ou seja, ∀ a ∈Df os pontos de coor-
denadas (a, f(a)) e (–a, f(a)) são pontos do gráfico de f e estes pontos são simétricos em re-
lação ao eixo das ordenadas, pois Oy é a mediatriz do segmento de reta cujos extremos
M são estes pontos. Assim, o gráfico de f é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.
M’
Reciprocamente, se o gráfico de f é simétrico em relação ao eixo das ordenadas, ou
seja, se pontos de abcissa simétricos, a e –a, definem um segmento cuja mediatriz é o
N = N’
eixo Oy, então f(a) = f(–a), ∀ a ∈Df, ou seja, f é par.
r

N∈r
N’ ∈ r Propriedade
Dado um plano munido de um referencial cartesiano e dada uma função f, f é par se
e somente se o eixo das ordenadas for eixo da simetria do respetivo gráfico.

Função ímpar

32 Prova que a função real de Definição


variável real definida por
f(x) = 3√∫x é uma função Diz-se que uma função real de variável real f é ímpar se para todo o x ∈Df se tem:
ímpar.
–x ∈Df e f(–x) = –f(x)

Para que uma função f seja ímpar, o seu domínio também tem de obedecer à “condição”
de simetria referida acima, isto é, se um elemento pertence ao domínio, então o seu simé-
trico também pertence, e objetos simétricos, x e –x, têm imagens simétricas, f(–x) = –f(x).

34
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

Exemplo FRVR10_2.5
FRVR10_2.7
Considera a função f, definida em R, por f(x) = x3.
f(–1) = (–1)3 = –1 e f(1) = 1, portanto, f(–1) = –f(1). Recorda
f(–2) = (–2)3 = –8 e f(2) = 23 = 8, portanto, f(–2) = –f(2).
Dados dois pontos O e M,
o ponto M’ é a imagem do
Provemos que quaisquer objetos simétricos têm imagens simétricas: ponto M pela reflexão
central de centro O (ou o
Seja x um elemento qualquer pertencente a R: simétrico do ponto M em
f(–x) = (–x)3 = –x3 = –f(x), logo, a função f é ímpar. relação a O) quando O é o
ponto médio do segmento
de reta [MM’]. A imagem
Consideremos a seguinte representação gráfica de f: de O pela reflexão central
y f de centro O (ou o simétrico
do ponto O em relação a
O) é o próprio O.
f (a) (a, f (a)) M

O
1
–a –1
M’
O 1 a x

33 Na figura está
representada graficamente
(–a, f (–a)) f (–a) parte do gráfico de uma
função real de variável
real f:
Sabemos que se f é ímpar, então ∀a ∈Df, f(–a) = –f(a), ou seja, ∀a ∈Df os pontos de
y
coordenadas (a, f(a)) e (–a, –f(a)) são pontos do gráfico de f, e estes pontos são simétricos f
3
2
em relação à origem do referencial, pois O é o ponto médio do segmento de reta cujos
extremos são estes dois pontos. Assim, o gráfico de f é simétrico relativamente à origem O
–5 –2 –1 O x
do referencial.
Completa a representação
Reciprocamente, se o gráfico de f é simétrico relativamente à origem O do referencial,
gráfica de f, de modo que:
ou seja, se pontos de abcissa simétricos, a e –a, definem um segmento cujo ponto médio
a) f seja uma função par;
é a origem do referencial, então f(–a) = –f(a), ∀a ∈Df, ou seja, f é ímpar.
b) f seja uma função
ímpar.
Propriedade
Dado um plano munido de um referencial cartesiano e dada uma função f, f é ímpar Soluções
se e somente se o respetivo gráfico for simétrico relativamente à origem O do refe- 33.
rencial, isto é, se e somente se a imagem do gráfico pela reflexão central de centro a) y
3
O coincidir com o próprio gráfico. f
2
x

Notas –5 –2 –1 O1 2 5

1. Se f é ímpar e 0 ∈Df, então f(0) = 0, isto é, o gráfico de f passa na origem do referen- b) y


3
f
cial cartesiano. 2
De facto, observe-se que, se f é ímpar e 0 ∈Df, então f(0) = f(–0) = –f(0) e 0 é o único O1 2 5

número igual ao seu simétrico. –5 –2 –1 x

–2
2. As únicas funções pares e ímpares são as funções nulas. –3

35
TEMA IV Funções reais de variável real

Exercício resolvido

1. Estuda quanto à paridade as funções reais de variável real definidas por:


1
a) f(x) = 3x4 + x2 b) g(x) = 3 c) h(x) = 2x + 1
x

Sugestão de resolução

a) Df = R e, portanto, verifica-se que ∀x ∈Df, –x ∈Df. Tem-se também que:

f(–x) = 3(–x)4 + (–x)2 = 3x4 + x2


Ou seja, f(x) = f(–x), ∀ x ∈Df, isto é, a função f é par.
34 Estuda quanto à paridade
as funções reais de b) Dg = R\{0} e, portanto, verifica-se que ∀x ∈Dg, – x ∈Dg. Tem-se também que:
variável real definidas por:
1 1 1 1
a) f(x) = x2 + 3 g(–x) = = 3=– 3 ; –g(x) = –
(–x)3 –x x x3
b) g(x) = (x + 3)2
1 Ou seja, g(–x)= –g(x), ∀ x ∈Dg, isto é, a função g é ímpar.
c) h(x) =
x

d) i(x) =
1 c) Dh = R e, portanto, verifica-se que ∀x ∈Dh, –x ∈Dh. Tem-se também que:
x+2
h(–x) = 2(–x) + 1 = –2x + 1; –h(x) = –(2x + 1) = –2x – 1
Ou seja, não é verdade que h(x) = h(–x), ∀ x ∈Dh. Por exemplo, h(3) ≠ h(–3),
pois h(3) = 7 e h(–3) = –5, isto é, a função h não é par.
Também não é verdade que h(–x)= –h(x), ∀x ∈Dh. Por exemplo, h(–3) ≠ –h(3),
pois h(–3) = –5 e –h(3) = –7, isto é, a função h não é ímpar.

Esquematizando / Resumindo

Para estudares a paridade de uma função, deves seguir os seguintes passos:


1.º passo: Averigua se o domínio obedece à seguinte condição: se um elemento
pertence ao domínio, então o seu simétrico também pertence (∀x ∈Df,
–x ∈Df).
2.º passo: Determina f(–x) para x ∈Df.
3.º passo: Compara a expressão obtida com a de f(x) e a de –f(x) e conclui de
APRENDE FAZENDO
Págs. 70, 71, 75 e 77
acordo com o esquema:
Exercícios 11, 12, 13, 25 f(x) f é par
e 33
Se f(–x) =
Soluções –f(x) f é ímpar
34.
a) f é par. Para provar que f não é par basta mostrar que existe um a ∈Df tal que f(a) ≠ f(–a).
b) g não é par nem ímpar.
c) h é ímpar. Para provar que f não é ímpar basta mostrar que existe um a ∈Df tal que f(–a) ≠ –f(a).
d) i não é par nem ímpar.

36
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

3.6. Utilização da calculadora na representação gráfica


de funções
Vejamos como representar o gráfico de uma função, conhecida a sua expressão analí-
tica, com recurso à calculadora gráfica.

Exemplos

1. Representar graficamente uma função


Considera a função f definida por:
f(x) = x3 + x2 – 4x – 4
Representa-a graficamente, com recurso à calculadora.

Casio fx-CG 10/20 Texas TI-84 Plus


No menu principal escolhe a opção Graph e escreve a expressão analítica da função, No editor de funções y =
escreve a expressão analítica
pressionando a tecla EXE no final: de f:

Pressiona a tecla WINDOW


para escolheres os valores
Pressiona a tecla SHIFT e simultaneamente V-WINDOW (F3) para poderes escolher uma
mínimo e máximo de cada
janela de visualização adequada (valores mínimo e máximo de cada uma das variáveis): uma das variáveis:

Pressiona a tecla GRAPH:

Pressiona a tecla EXE que te fará regressar ao ecrã onde digitaste a expressão analítica da
função (ecrã 2) e carrega em Draw (F6) para obteres a representação gráfica pretendida
na janela escolhida:

37
TEMA IV Funções reais de variável real

Texas TI-nspire
Pressiona a tecla ON e escolhe a opção adicionar Gráficos.

De seguida, digita a expressão analítica de f na janela f1(x) =:

Pressiona a tecla MENU e escolhe as opções Janela/Zoom e 1:Definições de janela, onde


poderás escolher os valores mínimo e máximo de cada uma das variáveis:

Pressiona OK e voltarás à janela onde tens a expressão analítica da função.

Pressiona ENTER e obterás a representação gráfica da função:

38
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

2. Determinar valores aproximados dos zeros de uma função Texas TI-84 Plus
Representa graficamente a função:
Considera a função f definida por:
f(x) = x3 + x2 – 4x – 4
Determina os seus zeros, com recurso à calculadora.

Casio fx-CG 10/20


De acordo com as instruções anteriores, representa graficamente f.
Pressiona as teclas 2ND TRACE
Pressiona a tecla SHIFT e simultaneamente G-SOLV (F5): e escolhe a opção 2:zero:

Com as setas posiciona o


cursor à esquerda do zero que
pretendes determinar e
pressiona ENTER:

Com as setas posiciona o cursor


à direita do zero que pretendes
Das opções apresentadas, escolhe a primeira: ROOT (F1) determinar e pressiona ENTER:

Pressiona ENTER novamente:

Carrega para a direita no cursor, uma vez e depois outra, de forma a encontrar os outros
zeros:

Repete o processo para


Os zeros de f são: –2, –1 e 2 determinar cada um dos outros
zeros.
39
TEMA IV Funções reais de variável real

35 Representa, com recurso à


Texas TI-nspire
calculadora, os gráficos De acordo com as instruções anteriores, representa graficamente f.
das funções definidas por:
a) f(x) = x4 – x3 – 1 Pressiona a tecla MENU e escolhe as opções 6:Analisar gráfico e 1:Zero:
b) g(x) = √∫x∫ –
∫ ∫ ∫2
1
c) h(x) =
x
d) i(x) = –x3 + 50
Determina, se existirem, os
zeros das funções
representadas, com
aproximação às
centésimas.

Coloca o cursor à esquerda do zero que pretendes determinar e clica.

Coloca o cursor à direita do zero que pretendes determinar e clica.

Repete o processo para determinar cada um dos outros zeros.

Soluções
35.
a) –0,82 e 1,38
b) 2 Os zeros de f são: –2, –1 e 2
c) Não tem zeros.
d) 3,68

40
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

3. Determinar valores aproximados da interseção dos gráficos de duas funções Texas TI-84 Plus
No editor de funções y =
Considera a função f definida por: escreve as expressões
analíticas das duas funções:
f(x) = x3 + x2 – 4x – 4

Determina, com aproximação às centésimas, as coordenadas dos pontos do gráfico de f


cuja ordenada é igual à abcissa, com recurso à calculadora.

Casio fx-CG 10/20 Pressiona a tecla GRAPH:


De acordo com as instruções anteriores, representa graficamente f e também a função
com a qual pretendes intersetar o gráfico de f, neste caso, y = x:

Pressiona as teclas 2ND e TRACE


e escolhe a opção 5:intersect:

Com as setas posiciona o


Pressiona a tecla SHIFT e simultaneamente G-SOLV (F5). cursor sob um dos gráficos
perto do ponto que pretendes
determinar e pressiona ENTER:
Das opções apresentadas escolhe: INTSECT (F5)

Com as setas posiciona o cursor


sob o outro gráfico, também
perto do ponto que pretendes
determinar, e pressiona ENTER:

Carrega para a direita no cursor, uma vez e depois outra, de forma a encontrar os restantes
pontos de interseção:

Pressiona novamente ENTER:

As coordenadas dos pontos do gráfico de f cuja abcissa é igual à ordenada, com


aproximação às centésimas, são: (–2,39; –2,39), (–0,77; –0,77) e (2,16; 2,16) Repete o processo para
determinar cada um dos
outros pontos de interseção.
41
TEMA IV Funções reais de variável real

36 Considera a função f
Texas TI-nspire
definida por De acordo com as instruções anteriores, representa grafiacamente f. Pressiona a tecla TAB
f(x) = (x + 1)4 – 3. e escreve a expressão analítica da nova função na janela f2(x) =:
a) Determina, com recurso
à calculadora, as
coordenadas do(s)
ponto(s) do gráfico de f
cuja ordenada é 5.
b) Determina, com recurso
à calculadora, as
coordenadas do(s)
ponto(s) do gráfico de f
cuja ordenada é igual
ao quadrado da abcissa.
Em ambas as alíneas,
apresenta as coordenadas Pressiona a tecla ENTER e, de seguida, pressiona a tecla MENU e escolhe as opções
do(s) ponto(s) com 6:Analisar gráfico e 4: Interseção e clica na tecla ENTER:
aproximação às décimas.

Coloca o cursor à esquerda do ponto interseção que pretendes determinar e clica.


Coloca o cursor à direita do ponto interseção que pretendes determinar e clica.

Repete o processo para determinar cada


um dos outros pontos de interseção.
APRENDE FAZENDO
Pág. 76 As coordenadas dos pontos do gráfico de f
Exercício 31 cuja abcissa é igual à ordenada, com apro-
ximação às centésimas, são: (–2,39; –2,39),
Soluções (–0,77; –0,77) e (2,16; 2,16)
36.
a) (–2,7; 5) e (0,7; 5)
b) (–2,8; 7,9) e (0,3; 0,1)

42
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

3.7. Relação entre o gráfico de uma função f 37 Considera uma função f da


qual se sabe que para um
e os gráficos das funções af (x), f (bx), f (x + c), determinado valor de
a ∈Df se tem f(a) = 10.
f (x) + d, -f (x) e f (–x) Seja g(x) = f(x) + k.
Calcula g(a) quando:
Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função a) k = –4
x |" f (x) + d, d ∈R b) k = 4

Tarefa resolvida

Considera as funções f e g definidas, em R, por f(x) = x2 e g(x) = x2 + 2.


a) Com recurso à calculadora gráfica, obtém a representação gráfica destas duas
funções.
b) Seja O o ponto do gráfico de f de abcissa 0. Determina as coordenadas do ponto
Q, imagem de O pela translação de vetor ≤v (0, 2), e justifica que Q pertence ao
gráfico de g.
c) Seja P(x, x2) um ponto qualquer do gráfico de f. Determina as coordenadas do
ponto P’, imagem de P pela translação de vetor ≤v (0, 2). Justifica que P’ pertence
ao gráfico de g.
d) Seja P’(x, x2 + 2) um ponto qualquer do gráfico de g. Determina o vetor P≥P’ e jus-
tifica que P’ é a imagem do ponto P(x, x2) pela translação de vetor ≤v (0, 2).

Sugestão de resolução

a) f(x) = x2
g(x) = x2 + 2

b) Seja O(0, 0) o ponto do gráfico de f de abcissa 0. O ponto Q, imagem de O


pela translação de vetor ≤v (0, 2), é Q = O + ≤v. Determinemos, então, as suas
coordenadas: Q = O + ≤v = (0, 0) + (0, 2) = (0, 2)
O ponto Q(0, 2) pertence ao gráfico de g, pois g(0) = 2.

c) Seja P(x, x2) um ponto qualquer do gráfico de f. O ponto P’, imagem de P pela
translação de vetor ≤v (0, 2), é P’ = P + ≤v. Determinemos, então, as suas coorde-
nadas: P’ = P + ≤v = (x, x2) + (0, 2) = (x, x2 + 2)
O ponto P’(x, x2 + 2) pertence ao gráfico de g, pois g(x) = x2 + 2. Como isto
acontece para qualquer x, a imagem de qualquer ponto do gráfico de f pela
translação de vetor ≤v (0, 2) é um ponto do gráfico de g.

d) Seja P’(x, x2 + 2) um ponto qualquer do gráfico de g e P(x, x2) o ponto do gráfico APRENDE FAZENDO
Pág. 69
de f de abcissa igual à de P. Exercício 5
P≥P’ = P’ – P = (x, x2 + 2) – (x, x2) = (0, 2) = ≤v
Assim, P’ = P + v≤ . Como isto acontece para qualquer x, todo o ponto do gráfico Soluções
de g é a imagem de um ponto do gráfico de f pela translação de vetor ≤v (0, 2). 37.
a) 6
b) 14

43
TEMA IV Funções reais de variável real

Da resolução da tarefa, concluímos que o gráfico da função g se obtém do gráfico da


FRVR10_2.9
função f por meio de uma translação de vetor ≤v (0, 2).
38 Considera a função f Em geral, prova-se de maneira análoga que:
representada graficamente
por:
y Dados um plano munido de um referencial cartesiano, uma função real de variável
5 f
4
real f e um número real c, o gráfico cartesiano da função g definida por g(x) = f(x) + c
3 é a imagem do gráfico cartesiano de f pela translação de vetor ≤u(0, c) e Dg = Df.
2
1

–4 –2 O 1 2 x
• Se c > 0, o gráfico de f desloca-se c unidades “para cima”.
–3
• Se c < 0, o gráfico de f desloca-se – c unidades “para baixo”.
a) Indica o domínio, o
contradomínio e o
Exercício resolvido
número de zeros de f.
b) Representa graficamente
Considera a função f representada graficamente abaixo.
as funções g e h tais que
g(x) = f(x) – 4 e y
h(x) = f(x) + 3. Explica
como podes obter os
gráficos de g e de h a 2
f
partir do gráfico de f. 1
2
c) Indica o domínio, o
–7 –1 O 6 x
contradomínio e o –1
número de zeros das
funções g e h.

Soluções a) Representa graficamente as funções g e h tais que g(x) = f(x) + 3 e h(x) = f(x) – 2.
38.
b) Explica como podes obter a partir do gráfico de f os gráficos de g e de h.
a) Df = ]–4, 2]; D’f = ]–3, 5];
um zero. c) Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções f, g e h.
b) y
–4 –2 1 1
O 2 x Sugestão de resolução

g a) 5
y
g

–7 4
≤v (0, 3)
y
f
8
1 ≤u (0, –2)
6 2
–7 –1 O 6 x
–1 h
h

–3

–4 –2 O 1 2 x
b) O gráfico da função g obtém-se do gráfico da função f por meio de uma
O gráfico da função g obtém-se translação de vetor ≤v (0, 3) e o gráfico da função h obtém-se do gráfico da
do gráfico da função f por meio
função f por meio de uma translação de vetor ≤u (0, –2).
de uma translação de vetor
≤v (0, –4) e o gráfico da função h c) Df = [–7, 6]; D’f = [–1, 2]; 3 zeros
obtém-se do gráfico da função f Dg = [–7, 6]; D’g = [2, 5] não tem zeros
por meio de uma translação de
vetor v≤ (0, 3). c) Dg = ]–4, 2]; D’g =
Dh = [–7, 6]; D’h = [–3, 0]; 2 zeros
= ]–7, 1]; um zero; Dh = ]–4, 2];
D’h = ]0, 8]; nenhum zero.

44
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função


x |" f (x + c), c ∈R
Tarefa resolvida

Considera as funções f e g definidas por f(x) = √∫x e g(x) = √∫x∫ –∫ ∫ ∫2.


a) Com recurso à calculadora gráfica, obtém a representação gráfica destas duas
funções.

b) Indica Df e Dg.

c) Completa a seguinte tabela e os espaços em branco:

x f(x) g(x)
0
1
2
3
4
5

Sejam Gf e Gg os gráficos das funções f e g, respetivamente:


(__, 0) ∈Gf e (__, 0) ∈Gg
(__, 1) ∈Gf e (__, 1) ∈Gg
(__, √∫2 ) ∈Gf e (__, √∫2 ) ∈Gg
(__, √∫3 ) ∈Gf e (__, √∫3 ) ∈Gg
(__, 2) ∈Gf e (__, 2) ∈Gg
(__, √∫5 ) ∈Gf e (__, √∫5 ) ∈Gg

( )
d) Seja P’ x, √∫x∫ ∫–∫ ∫2 um ponto qualquer do gráfico de g e seja P o ponto do gráfico
de f com a mesma ordenada de P’. Justifica que P’ é a imagem do ponto P pela
translação de vetor ≤v (2, 0).

Sugestão de resolução

a) f(x) = √∫x
g(x) = √∫x∫ ∫–∫ 2

b) Df = {x ∈R: x ≥ 0} = R+0
Dg = {x ∈R: x – 2 ≥ 0} = {x ∈R: x ≥ 2} = [2, +∞[

(continua)

45
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_2.10 Tarefa resolvida


(continuação)

Sugestão de resolução

c)
x f(x) g(x)
0 0 N.D.
1 1 N.D.
2 √∫2 0
3 √∫3 1
4 √∫4 = 2 √∫2
5 √∫5 √∫3
N.D.: não definida

Sejam Gf e Gg os gráficos das funções f e g, respetivamente.


+2

( 0 , 0) ∈Gf e ( 2 , 0) ∈Gg
( 1 , 1) ∈Gf e ( 3 , 1) ∈Gg
( 2 , √∫2 ) ∈Gf e ( 4 , √∫2 ) ∈Gg
( 3 , √∫3 ) ∈Gf e ( 5 , √∫3 ) ∈Gg
( 4 , 2) ∈Gf e ( 6 , 2) ∈Gg
( 5 , √∫5 ) ∈Gf e ( 7 , √∫5 ) ∈Gg
( ) (
d) Seja P’ x, √∫x∫ ∫–∫ ∫2 um ponto qualquer do gráfico de g; então P x – 2, √∫x∫ ∫–∫ ∫2 é o )
ponto do gráfico de f com a mesma ordenada de P’.
P≥P’ = P’ – P = (x, √∫x∫ –∫ ∫ ∫2 ) – (x – 2, √∫x∫ ∫–∫ 2
∫ )
∫ ) = (2, 0) = ≤v
= (x – x + 2, √∫x∫ –∫ ∫ ∫2 – √∫x∫ ∫–∫ 2
Assim, P’ = P + ≤v, ou seja, todo o ponto do gráfico de g é a imagem de um
ponto do gráfico de f pela translação de vetor ≤v (2, 0).

Da resolução da tarefa anterior, concluímos que o gráfico da função g está contido na


translação de vetor ≤v (2, 0) do gráfico de f.
Em geral, prova-se que:

Dados um plano munido de um referencial cartesiano, uma função real de variável real
f e um número real c, o gráfico cartesiano da função g definida por g(x) = f(x – c) é a
≤ (c, 0) e Dg = {x + c: x ∈Df}.
imagem do gráfico cartesiano de f pela translação de vetor u

• Se c > 0, o gráfico de f desloca-se c unidades “para a direita”.


• Se c < 0, o gráfico de f desloca-se –c unidades “para a esquerda”.

46
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

Exercício resolvido 39 Considera novamente a


função f representada
Considera a função f representada graficamente abaixo. graficamente por:
y
y f
5
4
3
2 2
f
1
1
2 O x
–4 –2 1 2
–7 –1 O 6 x
–1
–3

a) Representa graficamente
as funções g e h tais que
a) Representa graficamente as funções g e h tais que g(x) = f(x + 3) e h(x) = f(x – 2). g(x) = f(x – 4) e
h(x) = f(x + 2). Explica
b) Explica como podes obter os gráficos de g e de h a partir do gráfico de f. como podes obter os
gráficos de g e de h a
partir do gráfico de f.
c) Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções de f, g e h.
b) Indica o domínio, o
contradomínio e o
número de zeros das
Sugestão de resolução funções g e h.

a) g(x) = f(x + 3) = f(x – (–3))


y
APRENDE FAZENDO
Págs. 69 e 70
(–3, 0) 2 g (–3, 0) Exercícios 7, 9 e 10
f
(–3, 0) 1
2
Soluções
–10 –7 –4 –3 –1 O 3 6 x
–1 (–3, 0) 39.
a) y
5
g
h(x) = f(x – 2) 3

y
O 2 6 x

–3
(2, 0) 2 (2, 0)
f h
(2, 0) y
1
3 5
–7 –5 –1 O 1 2 4 6 8 x h
–1 3
(2, 0)
–6
–4 O x

–3
b) O gráfico da função g obtém-se do gráfico da função f por meio de uma
translação de vetor ≤v (–3, 0) e o gráfico da função h obtém-se do gráfico da O gráfico da função g obtém-se
do gráfico da função f por meio
função f por meio de uma translação de vetor ≤v (2, 0).
de uma translação de vetor
≤v (4, 0) e o gráfico da função h
c) Df = [–7, 6]; D’f = [–1, 2]; 3 zeros obtém-se do gráfico da função f
Dg = [–10, 3]; D’g = [–1, 2]; 3 zeros por meio de uma translação de
vetor ≤v (–2, 0).
Dh = [–5, 8]; D’h = [–1, 2]; 3 zeros
b) Dg = ]0, 6]; D’g = ]–3, 5]; um
zero; Dh = ]–6, 0]; D’h = ]–3, 5];
um zero.

47
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_2.11
Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função
x |" af (x), a ∈R\{0}
Definição
40 Considera uma função f da
qual se sabe que para um
determinado valor de Dados um plano munido de um referencial cartesiano e um número 0 < a < 1 (respe-
a ∈Df se tem f(a) = 10. tivamente a > 1), chama-se contração vertical (respetivamente dilatação vertical) de
Seja g(x) = kf(x). coeficiente a à transformação ϕ do plano que ao ponto P(x, y) associa o ponto ϕ(P)
Calcula g(a) quando: de coordenadas (x, ay).
a) k = 3
1
b) k =
5
Tarefa resolvida

Seja Gf = {(–2 ,4), (–1, 2), (0, 2), (1, 3), (4, 2)} o gráfico de uma dada função f.
a) Representa Gf num referencial ortogonal.

b) Representa as imagens dos pontos do gráfico cartesiano de f pela transformação


ϕ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P’(x, 2y).
c) Considera a função g, de domínio {–2, –1, 0, 1, 4} definida por g(x) = 2f(x).
Relaciona o gráfico de g com a transformação ϕ e com o gráfico de f.
d) Representa de novo o gráfico cartesiano de f e as imagens dos respetivos pontos
1 hi h
pela transformação ψ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P’ ix, y .
2 j j
e) Obtém uma expressão analítica para a função h cujo gráfico é a imagem do grá-
fico de f pela transformação ψ.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Sugestão de resolução

a) y

4
3
2

–2 –1 O1 4 x

b) y P(x, y) 1 P’(x, 2y)


ϕ
8
7 (–2, 4) 1 (–2, 8)
ϕ
6
(–1, 2) 1 (–1, 4)
5
ϕ
4
(0, 2) 1 (0, 4)
3 ϕ
2 (1, 3) 1 (1, 6)
ϕ
Soluções (4, 2) 1 (4, 4)
–2 –1 O1 4 x
ϕ
40.
a) 30
b) 2

48
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

FRVR10_2.12

c) Seja g a função de domínio {–2, –1, 0, 1, 4} definida por g(x) = 2f(x).


Então:
g(–2) = 2f(–2) = 2 ¥ 4= 8
g(–1) = 2f(–1) = 2 ¥ 2= 4
g(0) = 2f(0)= 2 ¥ 2 = 4
g(1) = 2f(1)= 2 ¥ 3 = 6
g(4) = 2f(4)= 2 ¥ 2 = 4
Os pontos do gráfico de g são precisamente os que representamos na alínea
anterior, isto é, as imagens dos pontos do gráfico cartesiano de f pela transfor-
mação ϕ.
Concluímos, assim, que o gráfico de g é a imagem do gráfico de f pela trans-
formação ϕ.
h 1 h
P(x, y) 1 P’ ijx, 2 yij
d) y ψ
(–2, 4) 1 (–2, 2)
ψ
(–1, 2) 1 (–1, 1)
ψ
4 (0, 2) 1 (0, 1)
3 ψ
h 3h
2 (1, 3) 1 ij1, 2 ij
ψ
1
(4, 2) 1 (4, 1)
–2 –1 O1 4 x ψ

e) Uma vez que a transformação ψ mantém as abcissas e reduz para metade as


ordenadas dos pontos do gráfico de f e o gráfico de h é a imagem do gráfico
1
de f pela transformação ψ, então h(x) = f(x).
2

Da resolução desta tarefa, concluímos que o gráfico da função g se obtém a partir do


gráfico da função f através de uma dilatação vertical de coeficiente 2 e que o gráfico da
função h se obtém a partir do gráfico da função f através de uma contração vertical de
1
coeficiente .
2

Em geral, prova-se que:

Dados um plano munido de um referencial cartesiano e um número 0 < a < 1 (respe-


tivamente a > 1), o gráfico cartesiano de uma função g definida por g(x) = af(x) é a
imagem do gráfico de f pela contração vertical (respetivamente dilatação vertical)
de coeficiente a e Dg = Df.

49
TEMA IV Funções reais de variável real

41 Considera novamente a Exercício resolvido


função f representada
graficamente por: Considera a função f representada graficamente abaixo.
y y
5 f
4
3
2 2
f
1 1
2
–4 –2 O 1 2 x
–7 –1 O 1 3 6 x
–1
–3

a) Representa graficamente
as funções g e h tais que 1
a) Representa graficamente as funções g e h tais que g(x) = 3f(x) e h(x) = f(x).
1
g(x) = 2f(x) e h(x) = f(x). 3
2
b) Explica como podes obter os gráficos de g e de h a partir do gráfico de f.
Explica como podes
obter os gráficos de g e
c) Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções f, g e h.
de h a partir do gráfico
de f.
b) Indica o domínio, o Sugestão de resolução
contradomínio e o
número de zeros das a)
funções g e h. y
6
g y
Soluções
41.
3
a) y 2 f
10 f
1 1
2 2 h

6 –7 –1 O 1 3 6 x –7 –1 O 1 3 6 x
g –1 –1

–3

–4 b) O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da função f por meio de uma


–2 O 2 x
dilatação vertical de coeficiente 3, e o gráfico da função h obtém-se a partir do
1
gráfico da função f por meio de uma contração vertical de coeficiente .
3
–6
c) Df = [–7, 6]; D’f = [–1, 2]; 3 zeros Dg = [–7, 6]; D’g = [–3, 6]; 3 zeros
y 5
A título de exemplo, justifiquemos porque é que D’g = [–3, 6]:
5
h 2 y ∈D’g ⇔ ∃ x ∈Dg : g(x) = y
–4
–2 O x
⇔ ∃ x ∈Dg : 3f(x) = y
2
–3 y
2 ⇔ ∃ x ∈Df : f(x) = (uma vez que Df = Dg)
O gráfico da função g obtém-se 3
y
a partir do gráfico da função f ⇔ ∈D’f
3
por meio de uma dilatação y
vertical de coeficiente 2 e o ⇔ –1 ≤ ≤ 2
3
gráfico da função h obtém-se a
⇔ –3 ≤ y ≤ 6
partir do gráfico da função f por
meio de uma contração vertical O número de zeros é o mesmo, pois g(x) = 0 ⇔ 3f(x) = 0 ⇔ f(x) = 0, ou seja,
1 g(x) = 0 e f(x) = 0 têm o mesmo número de soluções.
de coeficiente .
2
È 1 2È
b) Dg = ]– 4, 2]; D’g = ]– 6, 10]; Dh = [–7, 6]; D’h = Í– , Í ; 3 zeros
um zero; Dh = ]–4, 2]; Î 3 3Î
D’h = ÈÍ – , ÈÍ ; um zero.
3 5
Î 2 2Î

50
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função FRVR10_2.13


x |" f (bx), b ∈R\{0}
Definição

Dados um plano munido de um referencial cartesiano e um número 0 < a < 1 (respe-


tivamente a > 1), chama-se contração horizontal (respetivamente dilatação horizon-
tal) de coeficiente a à transformação ϕ do plano que ao ponto P(x, y) associa o ponto
ϕ(P) de coordenadas (ax, y).

Tarefa resolvida

Seja Gf = {(–3 ,4), (0, 2), (1, 3), (3, 1), (6, 2)} o gráfico de uma dada função f.
a) Representa Gf num referencial ortogonal.

b) Representa as imagens dos pontos do gráfico cartesiano de f pela transformação


h1 h
ϕ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P’ i x, yi .
j3 j
a
1 a
c) Considera a função g, de domínio b–1, 0, ,1, 2b definida por g(x) = f(3x).
3
c c
Relaciona o gráfico de g com a transformação ϕ e com o gráfico de f.
d) Representa de novo o gráfico cartesiano de f e as imagens dos respetivos pontos
pela transformação ψ que ao ponto P(x, y) do plano associa o ponto P’(3x, y).
e) Obtém uma expressão analítica para a função h cujo gráfico é a imagem do grá-
fico de f pela transformação ψ.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Sugestão de resolução

a) y

4
3
2
1

–3 O1 3 4 6 x

h1 h
b) y P(x, y) 1 P’ ij 3 x, yij
ϕ
(–3, 4) 1 (–1, 4)
4 ϕ
3 (0, 2) 1 (0, 2)
2 ϕ
h1 h
1 (1, 3) 1 ij 3 , 3ij
ϕ
–3 O1 2 3 4 6 x
(3, 1) 1 (1, 1)
ϕ
(6, 2) 1 (2, 2)
ϕ

(continua)

51
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_2.14 Tarefa resolvida


(continuação)

Sugestão de resolução
a 1 a
c) Seja g a função de domínio b–1, 0, , 1, 2b definida por g(x) = f(3x). Então:
c 3 c
g(–1) = f(3 ¥ (–1)) = f(–3) = 4 g(0) = f(3 ¥ 0) = f(0) = 2
h1h h 1h
g i i = f i 3 ¥ i = f(1) = 3 g(1) = f(3 ¥ 1)= f(3) = 1
j3j j 3j
g(2) = f(3 ¥ 2)= f(6) = 2
Os pontos do gráfico de g são precisamente os que representamos na alínea
anterior, isto é, são as imagens dos pontos do gráfico de f por uma contração
1
horizontal de coeficiente .
3
Concluímos assim que o gráfico de g é a imagem do gráfico de f por uma con-
1
tração horizontal de coeficiente .
3
P(x, y) 1 P’(3x, y)
d) y
ψ

4 (–3, 4) 1 (–9, 4)
ψ
3
(0, 2) 1 (0, 2)
2
ψ
1
(1, 3) 1 (3, 3)
O1 ψ
–9 –3 3 4 6 9 18 x
(3, 1) 1 (9, 1)
ψ
e) Dh = {–9, 0, 3, 9,18} (6, 2) 1 (18, 2)
h1 h ψ
Seja h(x) = f i xi .Repara que:
j3 j
h1 h h1 h
h(–9) = f i ¥ (–9)i = f(–3) = 4 h(0) = f i ¥ 0i = f(0) = 2
j3 j j3 j
h1 h h1 h
h(3) = f i ¥ 3i = f(1) = 3 h(9) = f i ¥ 9i = f(3) = 1
j3 j j3 j
h1 h
h(18) = f i ¥ 18i = f(6) = 2
j3 j

Da resolução desta tarefa, concluímos que o gráfico da função g tal que g(x) = f(3x) se
obtém a partir do gráfico da função f através de uma contração horizontal de coeficiente
1 h1 h
e que o gráfico da função h, tal que h(x) = f i xi se obtém a partir do gráfico da função
3 j3 j
f através de uma dilatação horizontal de coeficiente 3.
Em geral, prova-se que:

Dados um plano munido de um referencial cartesiano e um número 0 < a < 1 (respe-


tivamente a > 1), o gráfico cartesiano de uma função g definida por g(x) = f(ax) é a
imagem do gráfico de f pela dilatação horizontal (respetivamente contração hori-
1 ax a
zontal) de coeficiente e Dg = b : x ∈Dfb.
a ca c

52
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

Exercício resolvido 42 Considera novamente a


função f representada
Considera a função f representada graficamente abaixo. graficamente por:
y
y 5
4
3
f
2 2
f 1
1
2 –4 –2 O 1 2 x
–7 –1 O 1 3 6 x
–1
–3

a) Representa graficamente

hxh
as funções g e h tais que
a) Representa graficamente as funções g e h tais que g(x) = f(3x) e h(x) = f i i . h1 h
j3j g(x) = f (2x) e h(x) = f i xi .
j2 j
Explica como podes
b) Explica como podes obter os gráfico de g e h a partir do gráfico de f.
obter os gráficos de g e
de h a partir do gráfico
c) Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções f, g e h. de f.
b) Indica o domínio, o
contradomínio e o
Sugestão de resolução número de zeros das
funções g e h.
a) y

Soluções
2
g 42.
f
1 a)
y
–7 –1 O 1 x
–7 –1
2 3 6 5
3
3
g

O
y
–2 –1 11 x
2

–3
2 h
1
f y
2 5
–21 –7 –3 –1O 1 3 6 9 18 x
–1 h 3
2
–8 1 x
–4 O 2 4
b) O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da função f por meio de
–3
1
uma contração horizontal de coeficiente e o gráfico da função h obtém-se
3 O gráfico da função g obtém-se
a partir do gráfico da função f por meio de uma dilatação horizontal de coe- a partir do gráfico da função f
por meio de uma contração
ficiente 3. 1
horizontal de coeficiente eo
2
c) Df = [–7, 6]; D’f = [–1, 2]; 3 zeros gráfico da função h obtém-se a
partir do gráfico da função f por
È 7 È
Dg = Í– , 2Í ; D’g = [–1, 2]; 3 zeros meio de uma dilatação
Î 3 Î horizontal de coeficiente 2.
Dh = [–21, 18]; D’h =[–1, 2]; 3 zeros b) Dg = ]–2, 1]; D’g = ]–3, 5];
um zero; Dh = ]–8, 4];
D’h = ]–3, 5]; um zero.

53
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_2.15
Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função x |" –f (x)
Seja h a função definida por h(x) = –f(x). Seja P(x, f(x)) um ponto qualquer do gráfico de f.
Então, P’(x, –f(x)) é o ponto do gráfico de h com a mesma abcissa de P e é também a ima-
y
gem de P pela reflexão de eixo Ox (e reciprocamente).
f (x) Como (x, f(x)) e (x, –f(x)) são simétricos em relação ao eixo das abcissas, concluímos
que a representação gráfica de –f é simétrica da representação gráfica de f em relação ao
O x eixo das abcissas.

–f(x)
y
f

f(x)

(x, f(x)) pertence ao gráfico de f.

x x (x, –f(x)) pertence ao gráfico de h.

f(–x)

Dado um plano munido de um referencial ortogonal e dada uma função real de va-
riável real f, o gráfico cartesiano da função g definida por g(x) = –f(x) é a imagem do
gráfico cartesiano de f pela reflexão de eixo Ox e Dg = Df.

Por outras palavras, podemos dizer que as representações de f e de –f são simétricas


em relação ao eixo Ox.

Relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função x |" f (–x)


y
Seja h a função definida por h(x) = f(–x). A igualdade h(x) = f(–x) permite perceber que
f (x)
quando aplicadas as funções f e h a objetos simétricos a imagem é a mesma. Repara que
a imagem do objeto –x pela função h é:

–x O x x h( – x) = f(–( –x )) = f(x)
Seja P(x, f(x)) um ponto qualquer do gráfico de f. Então, P’(–x, f(x)) pertence ao gráfico
de h e P’ é a imagem de P pela reflexão de eixo Oy.
Assim, concluímos que a representação gráfica de f(–x) é simétrica da representação
gráfica de f em relação ao eixo das ordenadas.
y
h f

(x, f(x)) pertence ao gráfico de f.


f(–x) f(x) (–x, f(x)) pertence ao gráfico de h.

–x O x x

54
UNIDADE 3 Generalidades acerca de funções reais de variável real

FRVR10_2.16
Dado um plano munido de um referencial ortogonal e dada uma função real de va-
riável real f, o gráfico cartesiano da função g definida por g(x) = f(–x) é a imagem do
gráfico cartesiano de f pela reflexão de eixo Oy e Dg = {–x: x ∈Df}. 43 Considera novamente a
função f representada
graficamente por:
y
Por outras palavras, podemos dizer que as representações gráficas de x |" f (x) e de 5 f
x |" f(–x) são simétricas em relação ao eixo Oy. 4
3
2
1
Exercício resolvido –4 –2 O 1 2 x

Considera a função f representada graficamente abaixo. –3

a) Representa graficamente
y
as funções g e h tais que
g(x) = –f(x) e h(x) = f(–x).
2 Explica como podes
f
1 obter os gráficos de g e
2 de h a partir do gráfico
–7 –1 O 1 3 6 x
–1 de f.
b) Indica o domínio, o
contradomínio e o
número de zeros das
a) Representa graficamente as funções g e h tais que g(x) = –f(x) e h(x) = f(–x). funções g e h.

b) Explica como podes obter os gráfico de g e h a partir do gráfico de f. Soluções


43.
c) Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções f, g e h. a) y
3

Sugestão de resolução –2 1 2
–4 O x
a) y y g
–3

–5
2 2 f
f h
1 1 y
5
2
–7 –1O 1 3 6 x –7 –6 –5 –2 –1 O 1 2 3 6 7x 4
–1 3
–1
h
–2 g

4
–2 –1 O 2 x

b) O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da função f por meio de –3


uma reflexão de eixo Ox e o gráfico da função h obtém-se a partir do gráfico O gráfico da função g obtém-se
da função f por meio de reflexão de eixo Oy. a partir do gráfico da função f
por meio de uma reflexão de
eixo Ox e o gráfico da função h
c) Df = [–7, 6]; D’f = [–1, 2]; 3 zeros
obtém-se a partir do gráfico da
Dg = [–7, 6]; D’g = [–2, 1]; 3 zeros função f por meio de uma
reflexão de eixo Oy.
Dh = [– 6, 7]; D’h = [–1, 2]; 3 zeros
b) Dg = ]– 4, 2]; D’g = [–5, 3[;
um zero; Dh = [–2, 4[;
D’h = ]–3, 5]; um zero.

55
TEMA IV Funções reais de variável real

Esquematizando / Resumindo

Na tabela seguinte encontras um resumo dos efeitos que determinadas trans-


formações têm na representação gráfica de uma dada função f.
Seja k ∈R+.

Gráficos Descrição do efeito sobre o gráfico de f


y
f

g(x) = –f(x) Reflexão em relação ao eixo Ox.


O x
g

y
f

g(x) = f(–x) Reflexão em relação ao eixo Oy.


O x
g

y g
Translação associada ao vetor (0, k).
g(x) = f(x) + k f
O gráfico desloca-se k unidades para
O x
cima.
y f Translação associada ao vetor (0, –k).
g(x) = f(x) – k O g x
O gráfico desloca-se k unidades para
baixo.
y Translação associada ao vetor (–k, 0).
g
f
g(x) = f(x + k) O x O gráfico desloca-se k unidades para a
esquerda.
y f Translação associada ao vetor (k, 0).
g
g(x) = f(x – k) O O gráfico desloca-se k unidades para a
x
direita.
y
g(x) = k ¥ f(x) g
Dilatação vertical de coeficiente k.
k>1 O x
f

y
g(x) = k ¥ f(x)
x Contração vertical de coeficiente k.
APRENDE FAZENDO g
0<k<1 O
Págs. 69 e 77 f
Exercícios 8 e 34
y
g(x) = f(kx)
Contração horizontal de coeficiente 1 .
f
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES k>1 O x k
g
Pág. 24
Exercício 9
y
g(x) = f(kx)
Dilatação horizontal de coeficiente 1 .
f g x

0<k<1 O k
Testes interativos
– Generalidades acerca de
funções reais de variável real I.
– Generalidades acerca de Adaptado de Matemática A, vol. 2, GAVE
funções reais de variável real II.

56
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

UNIDADE 4
Monotonia, extremos e concavidades

4.1. Monotonia FRVR10_3.1 a 3.4


FRVR10_3.7

Supõe que a representação gráfica seguinte representa a variação da temperatura do ar


(em graus Celsius, ºC) num determinado dia de inverno: Resolução
Todos os exercícios de “Monotonia,
Temperatura extremos e concavidades”.
(ºC)
6
44 Na figura encontra-se
representada graficamente
a função f.
y
1 6

0 4
4 14 24 Tempo
(horas) 2 f

–3 –6 –4 –2 O 2 4 6x
–2

–4
Percebemos que há determinados períodos do dia, como, por exemplo, das 4 h às 14 h, –6
em que a função aumenta, isto é, à medida que o tempo aumenta a temperatura também Indica um intervalo onde a
aumenta, e há outros períodos do dia, como, por exemplo, das 0 h às 4 h e das 14 h às função seja:
24 h, em que a função diminui, ou seja, à medida que o tempo aumenta a temperatura a) estritamente
decrescente;
diminui.
b) decrescente em sentido
É de grande importância o estudo do crescimento e/ou decrescimento da variável de- lato;
pendente em função do crescimento da variável independente. c) estritamente crescente;
d) crescente em sentido
No caso geral: lato;
e) constante.

Dada uma função real de variável real f e A ⊂ Df, diz-se que: Observação
• f é (estritamente) crescente em A se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de A, Qualquer função crescente
se x1 < x2, então f(x1) < f(x2). (decrescente) em A é
crescente (decrescente) em
• f é crescente, em sentido lato, em A se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de sentido lato.
A, se x1 < x2, então f(x1) ≤ f(x2).
• f é (estritamente) decrescente em A se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de Soluções
A, se x1 < x2, então f(x1) > f(x2). 44. Por exemplo:
• f é decrescente, em sentido lato, em A se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de a) [–6, – 4]
b) [–6, –1]
A, se x1 < x2, então f(x1) ≥ f(x2).
c) [0, 3]
• f é constante em A se para quaisquer dois elementos x1 e x2 de A, f(x1) = f(x2). d) [0, 6]
e) [–2, 0]

57
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_3.5 Observação: se A = Df, então dizemos simplesmente que:


FRVR10_3.6
• f é (estritamente) (de)crescente em vez de f é (estritamente) (de)crescente em A;
• f é (de)crescente em sentido lato, em vez de f é (de)crescente, em sentido lato, em A.

Dada uma função real de variável real f e A ⊂ Df, diz-se que:


• f é (estritamente) monótona em A se for (estritamente) crescente ou (estritamente)
decrescente em A;
• f é monótona, em sentido lato, em A se for crescente ou decrescente, em sentido
45 Esboça graficamente uma
função que satisfaça as
lato, em A.
seguintes condições:
a) D = R; estritamente
crescente em ]–∞, –2] e Observação: se A = Df, então dizemos simplesmente que:
em [1, +∞[ e constante
em [–2, 1]; • f é (estritamente) monótona em vez de f é (estritamente) monótona em A;
b) D = R\{3}; positiva em • f é monótona em sentido lato, em vez de f é monótona, em sentido lato, em A.
todo o seu domínio e
estritamente decrescente
em ]3, +∞[.
Dada uma função real de variável real f e um intervalo I ⊂ Df, diz-se que I é um in-
tervalo de (estrita) monotonia de f se f|I é (estritamente) monótona.

Função estritamente crescente em I Função crescente, em sentido lato, em I

y
y

f(b)

f(a)

O a b x
I O I x

∀a, b ∈I, a < b ⇒ f(a) < f(b) ∀a, b ∈I, a < b ⇒ f(a) ≤ f(b)
Soluções
45. Por exemplo:
a) Função estritamente decrescente em I Função decrescente, em sentido lato, em I
y

y
y

–2 O 1 x
f(b)

f(a)
b) y

O a b x
I O I x

O 3 x
∀a, b ∈I, a < b ⇒ f(a) > f(b) ∀a, b ∈I, a < b ⇒ f(a) ≥ f(b)

58
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

Estudar a monotonia ou estudar o sentido de variação de uma função é determinar os 46 Estuda a monotonia de
intervalos em que a função é estritamente crescente, estritamente decrescente ou cons- cada uma das funções
tante. representadas
graficamente e apresenta
É útil sintetizar esta informação numa tabela, a que chamamos quadro de variação da um quadro de variação de
função. cada uma delas.
a) y
f
5
Exemplo 4
3
2
Considera a representação gráfica da função f apresentada abaixo.
1
y –4 –2 O 1 2 x
4
f
3 –3
2
1 b) y
O
6
–4 –3 –1 1 2 5 x
4 g

–3 2

–6 –4 –2 O 2 4 x
O quadro de variação da função f é: –2

–4
x –4 –2 1 5 –6

Variação de f N.D. ¢ –2 £ 4 ¢ –3

Erro típico

Considera a função, de domínio R\{0}, representada graficamente abaixo.


y
Animação
Exercício 46 b).

O x Soluções
46.
a)
x –4 –2 1 2
Um erro frequente no estudo da monotonia é o de afirmar-se que:
Variação N.
de f D. £ 3 " 3 £ 5
f é estritamente decrescente
 f é estritamente crescente em
Erro! ]–4, –2] e em [1, 2]; f é
constante em [–2, 1].
Repara que –1 ∈Df e 1 ∈Df e –1 < 1 e f(–1) < f(1), o que nos leva a concluir b)
que f não é estritamente decrescente. x –∞ –2 0 2 +∞
Variação
Porém, é verdade que f é estritamente decrescente em R+ e em R–, pois: de g £ 4 ¢ 0 £ 4 ¢

• ∀x1, x2 ∈R+, x1 < x2 ⇒ f(x1) > f(x2) g é estritamente crescente em


]–∞, –2] e em [0, 2]; g é
• ∀ x1, x2 ∈R–, x1 < x2 ⇒ f(x1) > f(x2)
estritamente decrescente em
[–2, 0] e em [2 + ∞[.

59
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_4.1
FRVR10_4.2
4.2. Extremos
Majorante, minorante e função limitada

Definição
47 Considera a função g
representada graficamente
por:
Dada uma função real de variável real f de domínio Df, diz-se que:
y • um número real M é um majorante de f quando ∀ x ∈Df, f(x) ≤ M; diz-se que f é
6 majorada quando existir um majorante de f;
4 g
• um número real m é um minorante de f quando ∀ x ∈Df, f(x) ≥ m ; diz-se que f é
2
minorada quando existir um minorante de f.
–6 –4 –2 O 2 4 6 x
–2

–4

–6 Exemplos

a) Indica um majorante de 1. Seja f a função definida por f(x) = x2.


g.
∀ x ∈Df, f(x) ≥ 0, logo 0 é um minorante de f, pois é menor ou igual que qualquer ima-
b) Indica o conjunto de
todos os minorantes de gem por f; conclui-se que f é minorada.
g. Aliás, qualquer número negativo é minorante por também ser menor ou igual que qual-
c) A função g é limitada? quer imagem por f. Há, portanto, uma infinidade de minorantes de f.

2. Seja g a função de domínio R representada graficamente na figura abaixo.


y
3 g

O x

∀x ∈Dg, g(x) ≤ 3, logo 3 é um majorante de g, pois é maior ou igual a qualquer imagem


por g. Qualquer número maior do que 3 é majorante de g. Concluímos que g é majorada.

3. Seja h a função representada graficamente na figura abaixo.


y
4

–5 O 4 x
–2

∀x ∈Dh, h(x) ≤ 4 e ∀x ∈Dh, h(x) ≥ –2, o que também pode ser escrito da seguinte forma:
∀ x ∈Dh, –2 ≤ h(x) ≤ 4
4 é um majorante e –2 é um minorante de h, ou seja, h é simultaneamente majorada e
minorada. Diz-se que a função h é limitada.
Soluções
47.
Definição
a) Por exemplo, 5.
b) ]–∞, – 6]
c) Sim, pois é minorada e Uma função simultaneamente majorada e minorada diz-se limitada.
majorada.

60
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

Máximo e mínimo (absolutos e relativos) FRVR10_4.3 a 4.5

Voltemos novamente ao exemplo da função que relaciona a temperatura do ar (em graus


Celsius, ºC) com a hora do dia, mas agora relativo a um fim de semana de inverno:
Temperatura
(ºC)

7
6

0
4 14 24 29 37 48 Tempo
(horas)
–2
–3

Por observação da representação gráfica, concluímos que:


• ao longo de todo o fim de semana, a temperatura máxima atingida foi de 7 ºC; assim,
chamamos ao 7 um máximo absoluto da função;
• ao longo de todo o fim de semana, a temperatura mínima atingida foi de –3 ºC; assim,
–3 é um mínimo absoluto da função;
• entre um pouco antes das 14 h e um pouco depois das 14 h do primeiro dia, a tem-
peratura máxima atingida foi de 6 ºC; assim, chamamos ao 6 um máximo relativo da
função;
• entre um pouco antes das 29 h e um pouco depois das 29 h, a temperatura mínima
atingida foi de –2 ºC; assim, –2 é um mínimo relativo da função;
Em geral:

Definição

Dada uma função real de variável real f e um valor f(a) do contradomínio de f, diz-se que:
Nota
• f(a) é um máximo absoluto de f se ∀x ∈Df, f(a) ≥ f(x).
Para cada número real posi-
• f(a) é um mínimo absoluto de f se ∀x ∈Df, f(a) ≤ f(x).
tivo r, chama-se vizinhança
r de a ao intervalo aberto
]a – r, a + r[, com a número
Definição real.
Representa-se por Vr(a).
Dada uma função real de variável real f, diz-se que:
Exemplos
• f atinge um máximo relativo em a ∈Df quando existe uma vizinhança r de a tal V0,1(2) = ]1,9; 2,1[
que ∀ x ∈Vr (a) ∩ Df, f(a) ≥ f(x); f(a) chama-se máximo relativo (ou local) de f e a
1,9 2 2,1
chama-se maximizante de f.
• f atinge um mínimo relativo em a ∈Df quando existe uma vizinhança r de a tal V0,2(–3) = ]–3 – 0,2; –3 + 0,2[
= ]–3,2; –2,8[
que ∀ x ∈Vr (a) ∩ Df, f(a) ≤ f(x); f(a) chama-se mínimo relativo (ou local) de f e a
chama-se minimizante de f. –3,2 –3 –2,8

61
TEMA IV Funções reais de variável real

48 Considera a função f ,de


Observações
domínio [–6, 4], • Aos máximos absolutos e mínimos absolutos de f chamamos extremos absolutos de f
representada graficamente
e aos máximos relativos e mínimos relativos chamamos extremos relativos de f.
por:
• Caso existam, o máximo absoluto e o mínimo absoluto são respetivamente o maior e
y
6 o menor valor do contradomínio da função.
f 4 • Um máximo/mínimo absoluto é sempre um máximo/mínimo relativo (o recíproco
2 não é verdadeiro).
0,5 3,5

–6 –4 –2 O 1 2 4 6x Repara que se f(a) é um máximo absoluto, qualquer elemento do domínio de f terá


–2
imagem inferior ou igual a f (a); em particular, todos os objetos em qualquer vizi-
–4
–5 nhança r de a contida no domínio têm imagem inferior ou igual a f(a).
–6
Logo, f(a) é um máximo relativo.
Estuda a função quanto à
existência de extremos.
Exemplos

1. y f atinge um máximo relativo em a, pois existe uma vizi-


nhança r de a na qual todos os objetos têm imagens in-
f (a)
feriores a f(a).
f

O a–r a a+r x

2. y f atinge um mínimo relativo em a, pois existe uma vizi-


f
nhança r de a na qual todos os objetos têm imagens su-
f(a)
periores a f(a).

O a–r a a+r x

3. y f não atinge máximo nem mínimo em a, pois qualquer


que seja a vizinhança r de a considerada existem sem-
f(a)
f pre objetos em Vr(a) cujas imagens são superiores ou
inferiores a f(a).
O a–r a a+r x

4. y f não atinge máximo nem mínimo em a, pois qualquer


que seja a vizinhança r de a considerada existem sem-
f (a) f
pre objetos em Vr(a) cujas imagens são superiores e ob-
jetos em Vr(a) cujas imagens são inferiores a f(a).
Solução
O a–r a a+r x
48. –5 é mínimo absoluto de f e
é atingido em –6; 0,5 é mínimo
relativo de f e é atingido em –1; 5. y f atinge um mínimo relativo em a, pois existe uma vizi-
–2 é mínimo relativo de f e é f
nhança r de a na qual todos os objetos têm imagens
atingido em –3,5; 4 é máximo f(a)
absoluto de f e é atingido em –3;
superiores a f(a).
2 é máximo relativo de f e é
atingido em 1; –1 é máximo
O a a+r x
relativo de f e é atingido em 4.

62
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

Exercícios resolvidos 49 Considera as funções f, g,


h e i representadas
1. Em qual das opções seguintes está representada uma função que admite um má- graficamente abaixo.
ximo relativo a? y f y g

(A) y (B) y (C) y (D) y

f O a x O a x
f(a) f(a) f f(a) f f(a)
f
y h y i

O a x O a x O a x O a x
O a x O a x

Sugestão de resolução Indica em que função(ões)


a imagem de a é:
Na opção (A) qualquer vizinhança r de a considerada admite objetos com ima-
a) um máximo relativo;
gens maiores do que f(a), logo a função f não atinge um máximo relativo em a.
b) um máximo absoluto.
Na opção (B), a ∉Df, logo a função f não atinge um máximo nem um mínimo
relativo em a. Na opção (D) qualquer vizinhança r de a considerada admite
objetos com imagens maiores do que f(a), logo a função f não atinge um má-
ximo relativo em a. Na opção (C) existe pelo menos uma vizinhança r de a em
que todos os objetos têm imagens inferiores a f(a). Logo, a resposta correta é
a opção (C).

2. Considera a representação gráfica da função g apresentada abaixo.


y
6
5 g
4
3
2
1

–4 –1O 1 4 5 x
APRENDE FAZENDO
–2
Pág. 69
Estuda a monotonia da função e a existência de extremos. Exercício 6

Sugestão de resolução Nota


Se f é crescente em [a, b] e
x –4 –1 1 4 5 decrescente em [b, c], então
f tem um máximo relativo
–2 3 1 6 3 em b.
Variação de g mín £ máx ¢ mín £ máx ¢ mín
abs rel rel rel y
abs

g é estritamente crescente em [–4, –1] e em [1, 4] e é estritamente decrescente


em [–1, 1] e em [4, 5].
–2 é um mínimo absoluto e – 4 é um minimizante; 6 é um máximo absoluto e O a b c x

4 é um maximizante.
3 é um máximo relativo e –1 é um maximizante; 1 e 3 são mínimos relativos Soluções
e 1 e 5 são minimizantes. 49.
a) Funções f e h.
b) Função f.

63
TEMA IV Funções reais de variável real

Texas TI-84 Plus


Representa graficamente a 4.3. Utilização da calculadora na determinação
função:
de extremos de funções
Exemplo

Considera a função f definida por:


f(x) = x3 + x2 – 4x – 4
Pressiona as teclas 2ND e Determina, recorrendo à calculadora, o seu máximo e mínimo relativos, com aproxima-
TRACE e escolhe a opção
3:minimum:
ção às centésimas.

Casio fx-CG 10/20


De acordo com as instruções anteriores, representa graficamente f.
Pressiona a tecla SHIFT e simultaneamente G-SOLV (F5):

Com as setas posiciona o


cursor à esquerda do ponto
que pretendes determinar e
pressiona ENTER:

Das opções apresentadas escolhe MAX (F2):


Com as setas posiciona o
cursor à direita do ponto que
pretendes determinar e
pressiona ENTER:

Pressiona ENTER novamente:


Repete o processo para determinares o mínimo: opção MIN (F3)

Pressiona ENTER novamente:

O mínimo relativo da função é aproximadamente –6,06 e o máximo relativo é aproxima-


damente 0,88.

64
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

Texas TI-nspire Para determinar o máximo da


De acordo com as instruções anteriores, representa graficamente f. função o processo é muito
semelhante:
Pressiona a tecla MENU e escolhe as opções 6:Analisar gráfico e 2:Mínimo e pressiona
a tecla ENTER:

Coloca o cursor à esquerda do zero que pretendes determinar e clica.


Coloca o cursor à direita do zero que pretendes determinar e clica.

Para determinar o máximo da função o processo é muito semelhante:

50 Seja f a função real de


variável real definida por
f(x) = –x4 + 2x3 + x2 – 5x + 10.
Sabe-se que o
contradomínio de f é um
intervalo da forma ]–∞, a].
Recorrendo às
capacidades gráficas da
calculadora, determina o
valor de a arredondado às
centésimas.

APRENDE FAZENDO
Pág. 79
Exercício 38

O mínimo relativo da função é aproximadamente –6,06 e o máximo relativo é aproxima- Solução


damente 0,88. 50. a ≈ 13,22

65
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_4.6
FRVR10_4.7
4.4. Sentido da concavidade do gráfico de uma função
real de variável real
Uma característica do gráfico de uma função é o sentido das suas concavidades.

Definição

Dada uma função real de variável real f e um intervalo I ⊂ Df, diz-se que o gráfico
de f tem:
• a concavidade (estritamente) voltada para cima em I se dados quaisquer três pon-
tos P, Q e R do gráfico, de abcissas em I tais que xP < xQ < xR, o declive da reta PQ
é inferior ao da reta QR;
Concavidade voltada para cima

R
P
Q

mPQ < mQR

• a concavidade (estritamente) voltada para baixo em I se dados quaisquer três pon-


tos P, Q e R do gráfico, de abcissas em I tais que xP < xQ < xR, o declive da reta PQ
é superior ao da reta QR.
Concavidade voltada para baixo

Q
P
R

mPQ > mQR

Prova-se que:
• uma função tem a concavidade (estritamente) voltada para cima num dado intervalo
I do seu domínio se e só se dados quaisquer dois pontos P e Q do gráfico, de abcissas
em I, a parte do gráfico de f entre os dois pontos ficar abaixo do segmento de reta
[PQ];
• uma função tem a concavidade (estritamente) voltada para baixo num dado intervalo
I do seu domínio se e só se dados quaisquer dois pontos P e Q do gráfico, de abcissas
em I, a parte do gráfico de f entre os dois pontos ficar acima do segmento de reta
[PQ].

66
UNIDADE 4 Monotonia, extremos e concavidades

Consideremos a função f definida por:


FRVR10_4.8
f(x) = 2x2
Provemos que o seu gráfico tem a concavidade voltada para cima em qualquer intervalo
de R.
Sejam P, Q e R pontos pertencentes ao gráfico de f tais que as respetivas abcissas veri-
ficam a condição xP < xQ < xR.
Tem-se que:
P(xP, 2(xP)2), Q(xQ, 2(xQ)2) e R(xR, 2(xR)2)

O declive da reta PQ é dado por:


yQ – yP 2(xQ)2 – 2(xP)2
=
xQ – xP xQ – xP

2[(xQ)2 – (xP)2]
=
xQ – xP

2(xQ – xP)(xQ + xP)


=
xQ – xP
= 2(xQ + xP)

De modo idêntico, conclui-se que o declive da reta QR é dado por:


yR – yQ
= = 2(xR + xQ)
xR – xQ

Por hipótese xP < xR:


xP < xR ⇔ xQ + xP < xR + xQ
⇔ 2(xQ + xP) < 2(xR + xQ)
⇔ mPQ < mQR

Logo, o gráfico de f tem a concavidade voltada para cima, em R. APRENDE FAZENDO


Pág. 78
Prova-se, usando um argumento análogo, que: Exercício 35

CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES

Propriedade Pág. 25
Exercício 11
Dado um número real não nulo a, o gráfico da função f definida pela expressão
f(x) = ax2 tem:
Testes interativos
• a concavidade voltada para cima se a > 0; – Monotonia, extremos e
concavidades I.
• a concavidade voltada para baixo se a < 0. – Monotonia, extremos e
concavidades II.

67
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de seleção

1 Considera os conjuntos A = {−1, 0, 1, 2} e B = {−3, 0, 3, 6, 9, 10} e os subconjuntos de A ¥ B definidos


por:
(I) {(−1, 3); (0, 0); (1, 3); (2, 6)}
(II) {(−1, 10); (0, 10); (1, 10); (2, 10)}
(III) {(−1, 0); (0, 0); (−1, 9); (2, 10); (1, 6)}
(IV) {(−1, −3); (1, 3); (2, 9)}
(V) {(−1, 4); (2, 0); (0, 3); (3, 6); (1, 9)}
Dos subconjuntos acima, quais são gráficos de funções de A em B?
(A) Apenas (I) e (II). (B) Apenas (II) e (III).

(C) Apenas (III) e (IV). (D) Apenas (II) e (V).

Solução: Opção (A)

2 Quais das seguintes representações gráficas representam funções reais de variável real?
(I) (II) (III) (IV)
y y y y

O x O x O x O x

(A) Todas. (B) Apenas (II), (III) e (IV).

(C) Apenas (II) e (III). (D) Apenas (II).

Solução: Opção (C)

3 Considera a função que relaciona a área A de um quadrado com o seu perímetro p. Uma expressão
dessa função é:

√∫ 4
p p2 2 p
(A) A(p) = (B) A(p) = (C) A(p) = p (D) A(p) =
2 16 4
Solução: Opção (B)

4 Considera a ∈R e f: R " R a função definida por f (x) = x + a. Se a ≠ 0, então f (2a) é igual a:


(A) ) 2f(a) (B) f(a) – a (C) f(a) + a (D) –2f(a)

Solução: Opção (C)

68
Itens de seleção

5 Na figura encontra-se a representação gráfica de uma função f.


a) Quantos são os zeros da função g definida por g(x) = f(x) +
5 ?
2
(A) Três (B) Dois y
4
(C) Um (D) Nenhum f
3
b) O conjunto dos valores reais de k para os quais a 2
equação f(x) = k tem exatamente três soluções é:
(A) [–2, 6] (B) [0, 4] O x
–3 –2 1 5 6
È 5 , 3È
(C) [2, 3] (D) Í– Í
Î 2 Î –2
–2,5
–3
Soluções: a) Opção (D) b) Opção (C)

6 Considera as funções f, g, h e i, representadas graficamente abaixo.


y y y y i
h

f g

a a
O x O x O a x O a x

Quais destas funções têm um mínimo relativo em a?


(A) Funções g e i. (B) Funções f e i. (C) Funções g, h e i. (D) funções g e h.

Solução: Opção (A)

7 Uma função f, de domínio R, tem um zero no intervalo [–2, 3]. Qual das seguintes expressões define
uma função que tem, necessariamente, um zero no intervalo [–5, 0].
(A) f(x – 3) (B) f(x) + 3 (C) f(x) – 3 (D) f(x + 3)

Solução: Opção (D)

8 Nas figuras encontram-se representadas graficamente as funções f e g.


y y
f 6
O x
–2

O x
8 g

Qual das seguintes igualdades é verdadeira?


(A) g(x) = f(x + 2) – 2 (B) g(x) = –f(x + 2) – 2 (C) g(x) = –f(x – 2) – 2 (D) g(x) = f(x – 2) + 2

Solução: Opção (B)

69
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de seleção

9 Considera a função f, de domínio R, representada graficamente abaixo.


y
f

–9 –6 –3 O 3 x

Podemos concluir que é par a função definida por:


(A) f(x – 3) (B) f(x) + 3 (C) f(x) – 3 (D) f(x + 3)

Solução: Opção (A)

10 Na figura está representada graficamente parte do gráfico de uma y f


função f. A função f tem apenas dois zeros: –4 e 1
a) Seja g a função definida por g(x) = f(x + 4). Qual é o conjunto
dos zeros da função g?
(A) {0} (B) {0, 5} (C) {–4, 1} (D) {–8, –3}
–4 O 1 x
b) Seja h a função definida por h(x) =
1 . Qual dos seguintes
√∫f∫(∫x)
conjuntos é o domínio da função h?
(A) ]1, +∞[ (B) ]–4, 1[ ∪ ]1, +∞[ (C) ]– 4, +∞[ (D) R\{– 4, 1}

Soluções: a) Opção (D) b) Opção (B)

11 Na figura estão representadas graficamente duas funções f e g.


y
a) Considera as seguintes afirmações.
g
4 f
(I) A função f admite inversa.
3
(II) A função f é uma função par.
2
(III) A função g é uma função ímpar.
1
Podemos concluir que:
(A) as afirmações são todas verdadeiras. –3 –2 O 1 2 x

(B) as afirmações são todas falsas.


–2
(C) apenas a afirmação (III) é verdadeira.
(D) apenas a afirmação (II) é falsa.

b) Qual das seguintes afirmações é verdadeira?

(A) g –1(2) = 0 (B) g –1(–2) = 0 (C) g o f(1) > 0 (D) g o f(1) < 0

Soluções: a) Opção (C) b) Opção(D)

70
Itens de seleção

12 Seja f uma função de domínio R, estritamente decrescente no seu domínio. Considerando esta função,
qual das seguintes afirmações pode ser falsa?
(A) A função não pode ter mais do que um zero.

(B) A função é injetiva.

(C) A função não é par.

(D) O contradomínio da função é R–.

Solução: Opção (D)

13 Considera uma função g. Sabe-se que esta função é par e que o ponto de coordenadas P(a, b), onde
a e b são números reais não nulos, pertence ao gráfico de g. Qual dos pontos não pode pertencer ao
gráfico de g?
(A) (–a, b) (B) (–b, –a)

(C) (–a, –b) (D) (b, a)

Solução: Opção (C)

14 As figuras seguintes representam duas funções f e g de domínio R.


y y
g
2 1
f
–1 –3
–3 O 1 3 x O 3 x
–2 –1

Qual dos gráficos seguintes é o gráfico da função composta f o g?


(A) y (B) y

1 2
–3 –3
O 3 x O 3 x
–1 –2

(C) y (D) y

–2 O 2 x –3 O 3 x

Solução: Opção (B)

71
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

15 Indica o valor lógico das seguintes proposições.


a) A cada valor de x do domínio de uma função f podem corresponder por f valores diferentes de y.

b) A dois objetos diferentes de uma função correspondem sempre duas imagens diferentes.

c) Uma função fica definida pelo seu domínio, conjunto de chegada e o processo pelo qual se associa
a cada objeto do domínio a respetiva imagem.
d) O contradomínio de uma função também se designa por conjunto de chegada.

Soluções: a) Proposição falsa. b) Proposição falsa. c) Proposição verdadeira. d) Proposição falsa.

16 Dados os conjuntos A = {–1, 0, 2} e B = {2, 5}, define em extensão:


a) A ¥ B b) B ¥ A c) A ¥ A d) B ¥ B

Soluções: a) A ¥ B = {(–1, 2), (–1, 5), (0, 2), (0, 5), (2, 2), (2, 5)} b) B ¥ A = {(2, –1), (2, 0), (2, 2), (5, –1), (5, 0), (5, 2)}
c) A ¥ A = {(–1, –1), (–1, 0), (–1, 2), (0, –1), (0, 0), (0, 2), (2, –1), (2, 0), (2, 2)} d) B ¥ B = {(2, 2), (2, 5), (5, 2), (5, 5)}

17 Considera os conjuntos A = {−1, 0, 1, 5} e B = {−4, 0, 3, 6, 7, 8}. Quais dos seguintes subconjuntos


de A ¥ B podem ser gráficos de funções de A em B?
C = {(−1, − 4); (0, 0); (1, 3); (5, 6)}
D = {(−1, 8); (0, 8); (1, 0); (5, 0)}
E = {(−1, 0); (0, 0); (−1, 8); (5, 8); (1, 6)}
F = {(−1, − 4); (1, 3); (5, 9)}
G = {(−1, – 4); (5, 0); (0, 3); (3, 6); (1, 9)}

Solução: Subconjuntos C e D.

18 Considera as funções f: N " R e g: A " R, onde A = {1, 2, 3, 4, 5}, definidas, respetivamente, por
f(x) = 2x + 3 e x 1 2 3 4 5
y 5 7 9 11 13

a) Averigua se as funções f e g são iguais.

b) Define por uma tabela a restrição de f ao conjunto A.

c) Define analiticamente a função h definida em R pela mesma expressão analítica da função f (diz-se
que h é um prolongamento da função f ao conjunto R).

Soluções: a) f e g não são iguais. b) f|A = g, c) h: R " R, com h(x) = 2x + 3.


x 1 2 3 4 5
y 5 7 9 11 13

72
Itens de construção

19 Observa as seguintes funções.

f: A " B A B g: A " B A B
f g
0• •10 0• •1
2• •11 2• •3
•5
4• •12 4• •7
6• •13 6• •9

h: {1, 2, 3, 4, 5} " N, onde h(x) = 2x. i: R " R+0, onde i(x) = x2.

j: R " R, onde j(x) = x + 2. k: [1, 6] " [2, 10], cuja representação gráfica é:
y
10

1 68 x

l: [1, 6] " [0, 10] cuja representação gráfica é: m: [1, 8] " R cuja representação gráfica é:
y y
10 10

2 2

1 68 x 1 8 x

Das funções acima, indica as que são injetivas, as que são sobrejetivas e as que são bijetivas.

Solução: Injetivas: f, g, h, j, k, l; Sobrejetivas: f, i, j, k; Bijetivas: f, j, k

20 Indica o valor lógico das seguintes proposições.


a) Se uma função é bijetiva, então é sobrejetiva.

b) Se uma função é bijetiva, então é injetiva.

c) Toda a função injetiva é bijetiva.

d) Toda a função sobrejetiva é bijetiva.

e) Se uma função é simultaneamente sobrejetiva e injetiva, então é bijetiva.

f) Se qualquer reta paralela ao eixo das abcissas interseta o gráfico de uma função no máximo em
um ponto, então a função é injetiva.
g) Se o contradomínio de uma função é igual ao conjunto imagem, então a função é sobrejetiva.

Soluções: a) Proposição verdadeira. b) Proposição verdadeira. c) Proposição falsa. d) Proposição falsa. e) Proposição
verdadeira. f) Proposição verdadeira. g) Proposição verdadeira.

73
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

21 Dadas as funções f(x) = √∫5


∫ ∫ ∫–∫ x e g(x) = x2 – 1, calcula:
a) g (f(4)) b) f(g (1)) c) f o g (2) + g o f(–5)

Soluções: a) 0 b) √∫5 c) 9 + √∫2

22 Considera as funções reais de variável real definidas por f(x) = 3x – 2 e g(x) = 4x + 1. Determina uma
expressão analítica para as seguintes funções.
a) g o f(x) b) f o g (x) c) f o f(x) d) g o g (x)

Soluções: a) 12x – 7 b) 12x + 1 c) 9x – 8 d) 16x + 5

23 Seja a função f de A = {−3, –2, 0, 1, 2} em B = {– 6, – 4, 0, 2, 4} definida por f(x) = 2x.


a) Justifica que f é bijetiva.

b) Define, por uma tabela, a função f –1, função inversa de f.

Solução: b) f –1: B " A


x y
–6 –3
–4 –2
0 0
2 1
4 2

24 Indica o domínio, o contradomínio, os zeros e estuda o sinal de cada uma das funções f, g e h repre-
sentadas graficamente abaixo.
a) b) c)
y y y
6 6 6
f g
h
4 4 4

2 2 2

–6 –4 –2 O 2 4 6 x –6 –4 –2 O 2 4 6 x –6 –4 –2 O 2 4 6 x
–2 –2 –2

–4 –4 –4

–6 –6 –6

Soluções: a) Df = [–5, 6[; D’f = ]–6, 6]; zeros: –5 e –2; positiva em ]–5, –2[ e em [0, 6[; negativa em ]–2, 0[ b) Dg = ]–∞, 6];
D’g = [–6, +∞[; zeros: –5 e 4; positiva em ]–∞, –5[ e em ]4, 6]; negativa em ]–5, 4[ c) Dh = R; D’h = ]–∞, 4]; zeros: –6; –5 e
3; positiva em ]–6, –5[ e em ]3, +∞[; negativa em ]–∞, –6[ e em ]–5, 3[.

74
Itens de construção

25 Observa as representações gráficas seguintes e indica, justificando, as que representam funções pares
e as que representam funções ímpares.

y y y
g h

O x O x O x

y i y y k

j
O x O x O x

Solução: f e g são funções pares; h e i são funções ímpares.

26 Seja G = {(−2, 4); (–1, 0); (0, 12); (3, 8)} o gráfico de uma função f de A = {−2, –1, 0, 3} em B = {0, 4, 8, 12}.
a) Indica, justificando, se a função f é injetiva e sobrejetiva.

b) Define, através de uma tabela:


i) a restrição de f ao conjunto {−2, 0, 3};
ii) f –1, função inversa de f;
iii) g o f, onde g é uma função cujo gráfico é {(0, 20); (4, 21); (8, 30); (12, 31)};
iv) f –1 o f.

Soluções: a) f é injetiva e sobrejetiva. b) i) x y ii) x y iii) x y iv) x y


–2 4 0 –1 –2 21 –2 –2
0 12 4 –2 –1 20 –1 –1
3 8 8 3 0 31 0 0
12 0 3 30 3 3

27 Sejam f e g duas funções reais de variável real definidas por:

f(x) = x + 1 e g(x) = 2x + 3
x–2
Determina o domínio e uma expressão analítica das seguintes funções.
a) g o f(x)

b) f o g(x)

5x – 4 a 1a 2x + 4
Soluções: a) Dg f = R\{2}; g o f(x) = b) Df o g = R\ b– b ; f o g(x) =
o
x–2 c 2c 2x + 1

75
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

28 Determina o domínio de cada uma das seguintes funções reais de variável real definidas por:

a) f(x) = x – 3 b) g(x) =
x–6
3

c) h(x) =
1 d) i(x) =
1
x–3 3 – x2

e) j(x) = √∫x∫ –
∫ ∫ ∫3 f) k(x) =
x
√∫3∫ ∫–∫ x∫
g) l(x) = 3√∫x h) m(x) =
3x
3√∫x

Soluções: a) R b) R c) R\{3} d) R\{–√∫3, √∫3} e) [3, +∞[ f) ]–∞, 3[ g) R h) R\{0}

29 De duas funções reais de variável real f e g sabe-se que:


• f(x) = 2x – 5
• f o g(x) = 6x + 9
Determina uma expressão analítica da função g.

Solução: g(x) = 3x + 7

30 Determina o domínio, o contradomínio e uma expressão analítica para a função inversa de cada uma
das seguintes funções reais de variável real.
a) f(x) = 2x + 1

b) g(x) = 1 – 4x

c) h(x) = x3 + 1

d) i(x) =
1
x+1
e) j(x) =
2x
3x – 1
f) k(x) =
3x – 2
x+5
x–1 1–x
Soluções: a) Df –1 = R; D’f –1 = R; f –1(x) = b) Dg–1 = R; D’g–1 = R; g–1(x) = c) Dh–1 = R; D’h–1 = R; h–1(x) = 3√∫x∫ –∫ ∫ 1

2 4
1 – x a 2 a a 1 a x
d) Di –1 = R\{0}; D’i –1 = R\{–1}; i–1(x) = e) Dj –1 = R\ b b ; D’j –1 = R\ b b ; j–1(x) = f) Dk –1 = R\{3}; D’k –1 = R\{–5};
x c3c c3c 3x – 2
5x + 2
k–1(x) =
3–x

31 Considera as funções f e g definidas por f(x) = x4 e g(x) = 2x + 6. O conjunto-solução da condição


f(x) ≤ g(x) é um intervalo fechado [a, b]. Recorrendo às potencialidades da calculadora gráfica, deter-
mina os valores de a e b arredondados às centésimas.

Solução: a ≈ –1,35 e b ≈ 1,76

76
Itens de construção

32 Considera as funções f e g representadas graficamente abaixo.


Indica os valores de x para os quais:
y
a) f(x) > 0
6
5 g
b) g(x) ≤ 0 4

c) f(x) > g(x) 2

d) g(x) ≥ f(x) –3 2,5

–7 –6 –4 –2
O
1 2 4 x
e) f(x) = –4
f –3
f) g(x) = 0 –4

g) f(x) = –3

Soluções: a) x ∈]–2, 2[ b) x ∈[–5, 0] c) x ∈]–3, 1[ d) x ∈[–7, –3] ∪ [1, 4] e) x = –5 f) x = –5 ∨ x = 0 g) x ∈[2,5; 4] ∪ {–6, –3}

33 Estuda quanto à paridade as seguintes funções reais de variável real.


a) f(x) = 5x6 b) g(x) = x3 – 2x

c) h(x) = x4 + x2 – 1 d) i(x) = 5x – 4

e) j(x) =
1 f) k(x) =
1
x2 x–2

g) l(x) = 3√∫x h) m(x) = √∫x

Soluções: a) Função par. b) Função ímpar. c) Função par. d) Não é par nem ímpar. e) Função par. f) Não é par nem ímpar.
g) Função ímpar. h) Não é par nem ímpar.

34 Considera a função f representada graficamente abaixo.


y
6

4 f

6 x
O
–6 –4 –2 2 4
–2
–3

Indica o domínio, o contradomínio e o número de zeros das funções definidas por:


a) f(x) + 3 b) f(x + 3)

c) –f(x) d) f(–x)

e) –f(–x) f) 2f(x)

g) f(2x) h) –3f(x – 1) + 2

Soluções: a) D = [– 4, 6]; D’ = [0, 7]; um zero. b) D = [–7, 3]; D’ = [–3, 4]; 3 zeros. c) D = [– 4, 6]; D’ = [– 4, 3]; 3 zeros.
d) D = [–6, 4]; D’ = [–3, 4]; 3 zeros. e) D = [–6, 4]; D’ = [– 4, 3]; 3 zeros. f) D = [– 4, 6]; D’ = [–6, 8]; 3 zeros. g) D = [–2, 3];
D’ = [–3, 4]; 3 zeros. h) D = [–3, 7]; D’ = [–10, 11]; 3 zeros.

77
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

35 Considera as funções f, g e h representadas graficamente abaixo.


y y y
6 6 h 6
f
4 4 4
g
2 2 2
7

6 x 6 x x
O O O
–6 –4 –2 2 4 –6 –4 –2 2 4 –4 –2 1 2 4 6
–2 –2 –2

–4 –4 –4

–6 –6 –6

a) Indica os extremos de cada uma das funções apresentadas.

b) Constrói um quadro de variação e estuda a monotonia de cada uma das funções apresentadas.

c) Indica um intervalo do domínio:

i) onde f seja injetiva;

ii) onde f seja negativa e estritamente crescente;

iii) onde o gráfico da função f apresente a concavidade voltada para cima;

iv) onde o gráfico da função f apresente a concavidade voltada para baixo.

Soluções: a) Função f: máximo absoluto: 5 em 4; mínimo absoluto: –4 em 0; máximos relativos: 3 em –4 e 5 em 4; mínimos


relativos: 0 em –6; 6 e – 4 em 0; Função g: máximo absoluto: 5 em 0; Função h: máximo absoluto: 6 em 0; mínimo absoluto:
– 4 em 7 e x ∈[1, 3]; máximos relativos: 6 em 0 e 0 em 5; mínimos relativos: – 4 em 7 e x ∈[1, 3] e 3 em – 5.
b) x –6 –4 0 4 6 f é crescente em [–6, –4] e em [0, 4]; f é decrescente em [–4, 0] e em [4, 6];
Variação
de f 0 £ 3 ¢ –4 £ 5 ¢ 0

x –∞ 0 +∞ g é crescente em ]–∞, 0]; g é decrescente em [0, +∞[;


Variação
de g
£ 5 ¢

x –5 0 2 3 5 7 h é crescente em ]– 5, 0] e em [3, 5]; h é decrescente em [0, 1]


Variação
de h +3 £ 6 ¢ –4 " – 4 £ 0 ¢ –4

e em [5, 7]; h é constante em [1, 3]. c) Por exemplo: i) ]4, 6[ ii) ]0, 2[ iii) ]–2, 2[ iv) ]–6, –2[

36 Seja G = {(−3, 0); (–2, 6); (–1, 0) (0, 5); (1, 0); (2, 6); (3, 9)} o gráfico de uma função f de A = {–3, −2,
–1, 0, 1, 2, 3} em B = {0, 5, 6, 9}.
Sendo C = {–1, 2, 3} e D = {1, 3}, mostra que:
a) f(C ∪ D) = f(C) ∪ f(D)

b) f(C ∩ D) ≠ f(C) ∩ f(D)

78
Itens de construção

37 Considera as funções f e g de A em B.
A B A B

f g
1• •2 1• •1

•3 •2
2• 2•
•4 •3

3• •1 3• •4

Resolve as seguintes equações.


a) f o g(x) = 3 b) g o f(x) = 2

Soluções: a) {2, 3} b) {1, 2}

38 Considera as funções f, g e h definidas por:


• f(x) = x2 + 1
• g(x) = 5
2x + 1
• h(x) = g o f(x)
Considera, num referencial ortonormado do plano, os gráficos das funções f e h e o triângulo [OAB].
Sabe-se que:
• O é a origem do referencial;
• o ponto A é o ponto do gráfico de h correspondente ao máximo de h;
• o ponto B é o ponto de interseção de abcissa negativa dos gráficos das funções f e h.
Determina a área do triângulo [OAB], recorrendo à calculadora gráfica.
Na resposta deves:
• reproduzir os gráficos das funções f e h, devidamente identificados, incluindo o referencial;
• assinalar os pontos A e B;
• indicar as coordenadas do ponto A e a abcissa do ponto B com três casas decimais;
• apresentar o valor da área pedida com arredondamento às centésimas.

Solução: Área ≈ 0,49 u.a.

39 De duas funções reais de variável real f e g sabe-se que:


• g(x) = 4x + 1
• f o g(x) = 12x + 1
Determina uma expressão analítica da função f.

Solução: f(x) = 3x – 2

40 Prova que qualquer que seja a função bijetiva f, de A em A, se tem (f o f ) o f –1 = f.

79
TEMA IV Funções reais de variável real

UNIDADE 5
Estudo elementar de algumas funções

FRVR10_3.8 5.1. Funções afins


Já estudaste no Ensino Básico que uma função definida por uma expressão do tipo
Resolução f(x) = ax + b, com a, b ∈R se chama função afim e o seu gráfico é uma reta não vertical
Todos os exercícios de “Estudo
elementar de algumas funções”. de equação y = ax + b, em que a é o declive da reta e b é a ordenada na origem.
Estudemos algumas características destas funções.
Nota
Caso 1: f(x) = ax + b, com a > 0
A expressão ax + b designa-
-se por forma canónica da • Domínio: R
função afim.
• Contradomínio: R
b
• Zeros: –
a
51 Determina os zeros e Para determinar os zeros, caso existam, resolve-se a equação f(x) = 0:
estuda o sinal e a b
f(x) = 0 ⇔ ax + b = 0 ⇔ ax = –b ⇔ x = –
monotonia das funções a
afins definidas por: • Monotonia
a) f(x) = 3x – 6 Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a R tais que x1 < x2:
b) g(x) = –4x – 2 x1 < x2 ⇔ ax1 < ax2 (pois a > 0)
c) h(x) = x ⇔ ax1 + b < ax2 + b
d) i(x) = –5
⇔ f(x1) < f(x2)
Logo, f é estritamente crescente em R.
• Sinal
b
Sabendo que – é zero de f e que f é estritamente crescente, então pode concluir-se
a
È bÈ È b È
que f é negativa em Í –∞, – Í e positiva em Í – , +∞Í.
Soluções Î aÎ Î a Î
Para estudar o sinal também podemos resolver uma das inequações f(x) < 0 ou f(x) > 0:
51.
b
a) Zero: 2; negativa em ]–∞, 2[ e f(x) < 0 ⇔ ax + b < 0 ⇔ ax < –b ⇔ x < –
positiva em ]2, +∞[;
a
È bÈ È b È
estritamente crescente. Ou seja, f é negativa em Í –∞, – Í e, portanto, f é positiva em Í – , +∞Í.
1 Î aÎ Î a Î
b) Zero: – ; positiva em
2
È 1È • Representação gráfica
Í –∞, – Í e negativa em
Î 2Î
È 1
y ou y
Í– , +∞ ÈÍ ; estritamente
Î 2 Î
b
decrescente.
c) Zero: 0; negativa em
]–∞, 0[ e positiva em ]0, +∞[; b O x O b x
– –
a a
estritamente crescente.
d) Zeros: não tem; negativa em b
R; constante.

80
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Caso 2: f(x) = ax + b, com a < 0


FRVR10_3.8
• Domínio: R
• Contradomínio: R
b
• Zeros: –
a
b
f(x) = 0 ⇔ ax + b = 0 ⇔ ax = –b ⇔ x = –
a
• Monotonia 52 Escreve uma expressão
Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a R tais que x1 < x2: analítica de uma função
afim f que cumpra as
x1 < x2 ⇔ ax1 > ax2 (pois a < 0) seguintes condições:
⇔ ax1 + b > ax2 + b a) o zero é 2 e é
⇔ f(x1) > f(x2) estritamente
Logo, f é estritamente decrescente em R. decrescente;
È 1 È
b) é positiva em Í – , +∞ Í
• Sinal Î 3 Î
e f(0) = 4.
Analogamente ao que foi referido no caso 1:
b
f(x) < 0 ⇔ ax + b < 0 ⇔ ax < –b ⇔ x > – (pois a < 0)
a
È b È È bÈ
Ou seja, f é negativa em Í – , +∞ Í e, portanto, f é positiva em Í –∞, – Í.
Î a Î Î aÎ
• Representação gráfica
y ou y

O b x b O x
– –
a a b

Caso 3: f(x) = b
• Domínio: R
• Contradomínio: {b}
• Zeros
Se b ≠ 0, não tem zeros.
Se b = 0, todos os números reais são zeros.
• Monotonia
f é constante em R.
Observa-se que f é crescente em sentido lato em R e é decrescente em sentido lato
em R.
• Sinal
Se b > 0, a função é positiva em todo o seu domínio.
Se b < 0, a função é negativa em todo o seu domínio.
• Representação gráfica
Soluções
y y y
b
52.
a) f(x) = –x + 2 (por exemplo)
O x O x O x
b) f(x) = 12x + 4
b

81
TEMA IV Funções reais de variável real

53 Considera as funções afins Exercício resolvido


f e g definidas por:
f(x) = 2x – 8 e g(x) = –5x + 1 Considera as funções afins f e g definidas por:
Determina os valores de x f(x) = –2x + 7 e g(x) = 6x + 1
para os quais:
a) f(x) = 0 a) Estuda a função f quanto à existência de zeros, sinal e monotonia.
b) g(x) = 0
b) Determina o ponto de interseção dos gráficos das funções f e g.
c) f(x) = g(x)
d) f(x) < 0
Sugestão de resolução
e) g(x) ≥ 3
7
a) f(x) = 0 ⇔ –2x + 7 = 0 ⇔ x =
2
54 Considera as funções f e g 7
definidas por: A função tem um zero:
2
f(x) = 2x – 4 e g(x) = –3x – 1 Como sabemos que f é uma função afim e, portanto, o seu gráfico é uma
a) Representa reta, neste caso de declive negativo, –2, podemos concluir assim que se trata
graficamente f e g.
de uma função decrescente.
b) Seja A o ponto de
y
interseção do gráfico de
f com o eixo Ox, B o
7
ponto de interseção do
gráfico de g com o eixo +
Ox e C o ponto de
interseção dos gráficos O 7 x
das duas funções. 2

Calcula o valor da área do
triângulo [ABC]. f

APRENDE FAZENDO 7
Com esta informação e sabendo que o zero é , facilmente concluímos
Págs. 140, 141, 143, 144 2
e 145 È 7È È7 È
que f é positiva em Í –∞, Í e negativa em Í , +∞ Í.
Exercícios 1, 2, 6, 17, 19 Î 2Î Î2 Î
e 23

b) Determinemos o valor de x tal que f(x) = g(x):


Soluções
f(x) = g(x) ⇔ –2x + 7 = 6x + 1
53.
a) x = 4 ⇔ –8x = –6
1 6
b) x = ⇔x=
5
8
9
c) x = 3
7 ⇔x=
d) x ∈]–∞, 4[ 4
e) x ∈ ÈÍ –∞, –
2È h3 h h3 h
Í
Î 5Î Logo f i i = gi i.
j4 j j4 j
54.
a) y h3 h 3 11
Como f i i = –2 ¥
+7= , o ponto de interseção pretendido é o ponto
g f
j4 j 4 2
h3 11 h
1 de coordenadas i , i .
– j4 2j
3
O 2 x Observa que para obteres o ponto pretendido podias ter resolvido o sistema
–1
y = –2x + 7


–4
de equações .
y = 6x + 1
49
b)
15

82
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

5.2. Funções quadráticas


As funções quadráticas têm aplicação no estudo da órbita dos planetas, no lançamento
de projéteis e em muitos outros problemas relacionados com as mais variadas ciências
como, por exemplo, na arquitetura, na física, na mecânica, etc.

Definição

Chama-se função quadrática a uma função real de variável real definida por um po-
linómio do 2.º grau:
f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, c ∈R e a ≠ 0

As funções quadráticas são representadas graficamente por curvas designadas por pará-
bolas. São as propriedades geométricas destas curvas que explicam a sua ampla aplicação
em diversas situações do quotidiano, como, por exemplo, na construção de antenas de sa-
télite, arcos de pontes e de alguns edifícios, cabos de pontes suspensas, faróis de automóveis,
lanternas, etc.

Família de funções quadráticas do tipo f (x) = ax2, a ≠ 0

Tarefa resolvida

1. Com recurso à calculadora gráfica, representa graficamente as seguintes funções:

f(x) = x2, g(x) = 2x2, h(x) = –x2 e i(x) = –3x2

2. Tendo por base os gráficos obtidos na alínea anterior, completa a tabela seguinte.

Sentido da Eixo de Coordenadas


Função Monotonia Extremo Zeros
concavidade simetria do vértice

f(x) = x2

g(x) = 2x2

h(x) = –x2

i(x) = –3x2

3. Completa a frase seguinte.

O _______________ do parâmetro a determina o sentido da _______________ da


parábola e quanto _______________ for o seu valor absoluto menor é a abertura
da parábola.
(continua)

83
TEMA IV Funções reais de variável real

Tarefa resolvida
(continuação)

Sugestão de resolução

1.

2.

Sentido da Eixo de Coordenadas


Função Monotonia Extremo Zeros
concavidade simetria do vértice

f(x) = x2 Voltada x=0 (0, 0) Estritamente 0 0


para cima. decrescente mínimo
em ]–∞, 0].
Estritamente
crescente em
[0, +∞[.

g(x) = 2x2 Voltada x=0 (0, 0) Estritamente 0 0


para cima. decrescente mínimo
em ]–∞, 0].
Estritamente
crescente em
[0, +∞[.

h(x) = –x2 Voltada x=0 (0, 0) Estritamente 0 0


para baixo. decrescente máximo
em [0, +∞[.
Estritamente
crescente em
]–∞, 0].

i(x) = –3x2 Voltada x=0 (0, 0) Estritamente 0 0


para baixo. decrescente máximo
em [0, +∞[.
Estritamente
crescente em
]–∞, 0].

3. O sinal do parâmetro a determina o sentido da concavidade da parábola e


quanto maior for o seu valor absoluto menor é a abertura da parábola.

84
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Vejamos algumas propriedades das funções quadráticas do tipo f(x) = ax2, a ≠ 0.


FRVR10_3.9

Caso 1: f(x) = ax2, com a > 0


• Representação gráfica
Parábola com vértice de coordenadas (0, 0).
Eixo de simetria: x = 0 porque f é par.
Sentido da concavidade: concavidade voltada para cima.
y y = a3x2 y = a2x2 y = a1x2

0 < a1 < a2 < a3

O x

• Domínio: R
• Contradomínio: R+0 = [0, +∞[
• Zeros: O único zero é 0.
f(x) = 0 ⇔ ax2 = 0
⇔ x2 = 0
⇔x=0
• Monotonia
Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a ]–∞, 0] tais que x1 < x2:
x1 < x2 ⇒ (x1)2 > (x2)2 Recorda

⇒ a(x1)2 > a(x2)2 (pois a > 0) Dados dois números reais a


⇒ f(x1) > f(x2) eb:

Logo, f é estritamente decrescente em ]–∞, 0]. • se a < b ≤ 0, então


a2 > b2 ≥ 0;
Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a [0, +∞[ tais que x1 < x2: • se 0 ≤ a < b, então
0 ≤ a2 < b2.
x1 < x2 ⇒ (x1)2 < (x2)2
⇒ a(x1)2 < a(x2)2 (pois a > 0)
⇒ f(x1) < f(x2)
Logo, f é estritamente crescente em ]–∞, 0].
• Extremos
Mínimo absoluto 0 em 0.
• Sentido da concavidade do gráfico
Quando estudámos o sentido da concavidade do gráfico de uma função, vimos que
o sentido da concavidade do gráfico de f depende do sinal de a.
Como a > 0, o gráfico tem a concavidade voltada para cima, em R.

85
TEMA IV Funções reais de variável real

Caso 2: f(x) = ax2, com a < 0


FRVR10_3.9

• Representação gráfica
Parábola com vértice de coordenadas (0, 0).
Eixo de simetria: x = 0 porque f é par.
Sentido da concavidade: concavidade voltada para baixo.

y
a3 < a2 < a1 < 0

ou

|a1| < |a2| < |a3|

O
x

y = a3x2 y = a2x2 y = a1x2

• Domínio: R

• Contradomínio: R–0 = ]–∞, 0]

• Zeros: O único zero é 0.

• Monotonia
Recorda
Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a ]–∞, 0] tais que x1 < x2:
Dados dois números reais a
e b: x1 < x2 ⇒ (x1)2 > (x2)2
⇒ a(x1)2 < a(x2)2 (pois a < 0)
• se a < b ≤ 0, então
a2 > b2 ≥ 0; ⇒ f(x1) < f(x2)
• se 0 ≤ a < b, então Logo, f é estritamente crescente em ]–∞, 0].
0 ≤ a2 < b2.
Sejam x1 e x2 dois elementos quaisquer pertencentes a [0, +∞[ tais que x1 < x2:
x1 < x2 ⇒ (x1)2 < (x2)2
⇒ a(x1)2 > a(x2)2 (pois a < 0)
⇒ f(x1) > f(x2)
Logo, f é estritamente decrescente em ]–∞, 0].

• Extremos
Máximo absoluto 0 em 0.

• Sentido da concavidade do gráfico


Como a < 0, o gráfico tem a concavidade voltada para baixo, em R, como já vimos
aquando do estudo do sentido da concavidade do gráfico de uma função.

86
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Família de funções quadráticas do tipo f (x) = ax2 + k, a ≠ 0 55 Considera as funções f, g,


h e i definidas por
Alguns exemplos de funções pertencentes a esta família: f(x) = 3x2 + 1,
g(x) = –2x2 + 4,
• f(x) = 3x2 + 1 1
h(x) = x2 – e i(x) = –x2 – 3.
9
• f(x) = –2x2 + 4 a) Indica para cada uma
1 destas funções:
• f(x) = x2 – i. o vértice e o eixo de
9
simetria da parábola
que a representa;
O gráfico da função x " ax2 + k, a ≠ 0 obtém-se a partir do gráfico da função x " ax2
| | ii. o sentido da
concavidade do
através da translação de vetor (0, k). Assim, as propriedades que estudámos para a função
gráfico;
x " ax2 irão sofrer algumas alterações de acordo com esta transformação.
|
iii. o domínio;
iv. o contradomínio;
• Representação gráfica v. os zeros;
vi. os intervalos máximos
Parábola com vértice de coordenadas (0, k).
de monotonia.
Eixo de simetria: x = 0
b) Faz um esboço dos
respetivos gráficos.
y a>0 y a>0 y a<0 y a<0
k>0 k<0 k<0 k>0 Soluções
k
55.
k a) Função f: i. V(0, 1); x = 0.
O x O x O k x O x
ii. Concavidade voltada para
k cima em R. iii. D = R.
iv. D’ = [1, +∞[. v. Não tem
zeros. vi. Estritamente
decrescente em ]–∞, 0] e
estritamente crescente em
• Domínio: R
[0, +∞[.
Função g: i. V(0, 4); x = 0.
• Contradomínio ii. Concavidade voltada para
Se a > 0, D’f = [k, +∞[. baixo em R. iii. D = R.
iv. D’ =]–∞, 4]. v. Dois zeros:
Se a < 0, D’f = ]–∞, k].
√∫2 e –√∫2.
vi. Estritamente crescente em
• Zeros ]–∞, 0] e estritamente
decrescente em [0, +∞[.
Se a, k têm o mesmo sinal, a função não tem zeros. h 1h
Se a, k têm sinais diferentes, a função tem dois zeros: √∫– ka e – √∫– ka Função h: i. V i0, – i ; x = 0.
j 9j
ii. Concavidade voltada para
cima em R. iii. D = R.
• Monotonia
iv) D’ = ÈÍ – , +∞ÈÍ . v. Dois
1
Se a > 0, f é estritamente decrescente em ]–∞, 0] e estritamente crescente em [0, +∞[. Î 9 Î
1 1
Se a < 0, f é estritamente crescente em ]–∞, 0] e estritamente decrescente em [0, +∞[. zeros: – e .
3 3
vi. Estritamente decrescente
em ]–∞, 0] e estritamente
• Extremos crescente em [0, +∞[.
Se a > 0, a função f tem um mínimo absoluto k em 0. Função i: i. V(0, –3); x = 0.
Se a < 0, a função f tem um máximo absoluto k em 0. ii. Concavidade voltada para
baixo em R. iii. D = R.
iv. D’ =]–∞, –3]. v. Não tem
• Sentido da concavidade do gráfico zeros. vi. Estritamente
Se a > 0, o gráfico tem a concavidade voltada para cima, em R. crescente em ]–∞, 0] e
Se a < 0, o gráfico tem a concavidade voltada para baixo, em R. estritamente decrescente em
[0, +∞[.
(Continua)

87
TEMA IV Funções reais de variável real

56 Considera as funções f, g e Família de funções quadráticas do tipo f (x) = a (x – h)2, a ≠ 0


h definidas por
f(x) = 3(x – 1)2, Alguns exemplos de funções pertencentes a esta família:
g(x) = –(x + 2)2 e
1
h(x) = – (x – 5)2.
• f(x) = 3(x – 1)2
2
a) Indica para cada uma • f(x) = –(x + 2)2
destas funções:
1
i. o vértice e o eixo de • f(x) = – (x – 5)2
2
simetria da parábola
que a representa;
ii. o sentido da
O gráfico da função x " a(x – h)2, a ≠ 0 obtém-se a partir do gráfico da função x " ax2
| |

concavidade do
gráfico; através da translação de vetor (h, 0).
iii. o domínio;
iv. o contradomínio;
v. os zeros; Vejamos agora algumas propriedades das funções quadráticas deste tipo.
vi. os intervalos de
monotonia. • Representação gráfica
b) Faz um esboço dos Parábola com vértice de coordenadas (h, 0).
respetivos gráficos.
Eixo de simetria: x = h

a>0 y y a>0 a<0 y y a<0


h>0 h<0 h>0 h<0
Soluções (Continuação)
55. h h
b) y y O h x h O x O x O x
f 4
1
O x –√∫2 O √∫2 x
g

y h y
1 1

3 3 • Domínio: R
O x O –3 x
1

9 i
• Contradomínio
56.
a) Função f: i. V(1, 0); x = 1.
Se a > 0, D’f = R+0.
ii. Concavidade voltada para Se a < 0, D’f = R–0.
cima em R. iii. D = R.
iv. D’ = R+0. v. Um zero: 1.
• Zeros
vi. Estritamente decrescente
em ]–∞, 1] e estritamente O único zero é h.
crescente em [1, +∞[.
Função g: i. V(–2, 0); x = –2. • Monotonia
ii. Concavidade voltada para
Se a > 0, f é estritamente decrescente em ]–∞, h] e estritamente crescente em [h, +∞[.
baixo em R. iii. D = R.
iv. D’ = R0–. v. Um zero: –2. Se a < 0, f é estritamente crescente em ]–∞, h] e estritamente decrescente em [h, +∞[.
vi. Estritamente crescente em
]–∞, –2] e estritamente • Extremos
decrescente em [–2, +∞[.
Se a > 0, a função f tem um mínimo absoluto 0 em h.
Função h: i. V(5, 0); x = 5.
ii. Concavidade voltada para Se a < 0, a função f tem um máximo absoluto 0 em h.
baixo em R. iii. D = R.
iv. D’ = R0–. v. Um zero: 5. • Sentido da concavidade do gráfico
vi. Estritamente crescente em
Se a > 0, o gráfico tem a concavidade voltada para cima, em R.
]–∞, 5] e estritamente
decrescente em [5, +∞[. Se a < 0, o gráfico tem a concavidade voltada para baixo, em R.
(Continua)
88
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Família de funções quadráticas do tipo f (x) = a (x – h)2 + k, a ≠ 0

Alguns exemplos de funções pertencentes a esta família:


• f(x) = 3(x – 1)2 + 2
2
• f(x) = –3(x – 2)2 +
3
1
• f(x) = (x + 5)2 – 2
2

O gráfico da função x " a(x – h)2 + k obtém-se a partir do gráfico da função x " ax2
| |

Nota
através da translação de vetor (h, 0), seguida da translação de vetor (0, k).(*)
(*) Também poderíamos dizer
Vejamos agora algumas propriedades das funções quadráticas deste tipo. que o gráfico da função
x " a(x – h)2 + k se obtém
|

• Representação gráfica a partir do gráfico da função


Parábola com vértice de coordenadas (h, k). x " ax2 através da transla-
|

Eixo de simetria: x = h ção de vetor (h, k).

a>0
h>0 y h>0 y y h<0 y h<0
k>0 k<0 k<0 k>0

k k
h h
O h x O x O x h O x
k k

a<0
y h>0 y h>0 y h<0 y h<0
k>0 k<0 k<0 k>0
k
k
h h
O h x O x O x h O x
k k

• Domínio: R

• Contradomínio
Se a > 0, D’f = [h, +∞[.
Se a < 0, D’f =]–∞, h].

• Zeros
Se a, k têm o mesmo sinal, a função não tem zeros.
Se a, k têm sinais diferentes, a função tem dois zeros: h + √∫– ka e h– √∫– ka
• Monotonia
Soluções (Continuação)
Se a > 0, f é estritamente decrescente em ]–∞, h] e estritamente crescente em [h, +∞[.
56.
Se a < 0, f é estritamente crescente em ]–∞, h] e estritamente decrescente em [h, +∞[.
b) y y
f
• Extremos –2
O 1 x O x
Se a > 0, a função f tem um mínimo absoluto k em h. g
Se a < 0, a função f tem um máximo absoluto k em h. y

• Sentido da concavidade do gráfico 5


O x
Se a > 0, o gráfico tem a concavidade voltada para cima, em R.
h
Se a < 0, o gráfico tem a concavidade voltada para baixo, em R.

89
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.1
Exercícios resolvidos

1. Para cada uma das seguintes funções quadráticas, esboça o seu gráfico, identifica
57 Considera as funções f, g e os intervalos máximos de monotonia, o extremo absoluto, os eventuais zeros e o
h definidas por sentido da concavidade dos respetivos gráficos.
f(x) = 3(x – 1)2 + 2
2 a) f(x) = –3x2 b) g(x) = –2x2 – 6
g(x) = –3(x – 2)2 + e
3
1
h(x) = (x + 5)2 – 2 c) h(x) = 2(x + 3)2 d) i(x) = (x – 4)2 – 1
2
a) Indica para cada uma
destas funções: Sugestão de resolução
i. o vértice e o eixo de
simetria da parábola a) y • f é estritamente crescente em ]–∞, 0] e
que a representa;
é estritamente decrescente em [0, +∞[.
ii. o sentido da
concavidade do • 0 é máximo absoluto.
gráfico; O x
• 0 é o único zero da função.
iii. o domínio;
iv. o contradomínio; • O gráfico tem a concavidade voltada
v. os zeros; f para baixo.
vi. os intervalos
máximos de
b) y • g é estritamente crescente em ]–∞, 0] e
monotonia.
O x é estritamente decrescente em [0, +∞[.
b) Faz um esboço do
respetivo gráfico. –6 • –6 é máximo absoluto.
• g não admite zeros.
• O gráfico tem a concavidade voltada
Soluções
g para baixo.
57.
a) Função f: i. V(1, 2); x = 1.
ii. Concavidade voltada para
c) y • h é estritamente decrescente em ]–∞, –3]
cima em R. iii. D = R. h e é estritamente crescente em [–3, +∞[.
iv. D’ = [2, +∞[. v. Não tem • 0 é mínimo absoluto.
zeros. vi. Estritamente
decrescente em ]–∞, 1] e • –3 é o único zero de h.
estritamente crescente em –3 O x
• O gráfico tem a concavidade voltada
[1, +∞[.
h 2h para cima.
Função g: i. V i2, i ; x = 2.
j 3j
ii. Concavidade voltada para
d) y i • i é estritamente decrescente em ]–∞, 4]
baixo em R. iii. D = R.
e é estritamente crescente em [4, +∞[.
iv. D’ = ÈÍ –∞, ÈÍ . v. 2 zeros:
2
Î 3Î
• –1 é mínimo absoluto.
2– √∫
2 e2+ . √∫
2
3 3 4 • Zeros de i:
vi. Estritamente crescente em O x
]–∞, 2] e estritamente
–1 (x – 4)2 – 1 = 0 ⇔ (x – 4)2 = 1
decrescente em [2, +∞[. ⇔ x – 4 = 1 ∨ x – 4 = –1
Função h: i. V(–5, –2); x = –5. ⇔x=5∨x=3
ii. Concavidade voltada para
cima em R. iii. D = R.
3 e 5 são os zeros de i.
iv. D’ = [–2, +∞[. v. Dois • O gráfico tem a concavidade voltada
zeros: –3 e –7. para cima.
vi. Estritamente decrescente
em ]–∞, –5] e estritamente
crescente em [–5, +∞[.
(continua)

90
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

58 Escreve uma expressão


2. Determina uma expressão analítica que defina a y que defina a função
–3
função quadrática g, cujo gráfico é a parábola re- O x
quadrática:
presentada ao lado. –2 a) cujo gráfico é uma
parábola de vértice
–5
(1, 5) e que contém o
g ponto de coordenadas
(–1, 3);

Sugestão de resolução b) de contradomínio


[4, +∞[, cujo gráfico é
Através da representação gráfica da parábola, sabemos que as coordenadas uma parábola de eixo
de simetria x = –2 e
do vértice são (–3, –2).
interseta o eixo das
Assim, a função g pode ser definida por uma expressão analítica do tipo: ordenadas no ponto de
g(x) = a(x + 3)2 – 2 coordenadas (0, 8).

Falta apenas determinar o valor da constante a.


Sabemos que (0, –5) é um ponto pertencente ao gráfico de g, ou seja, g(0) = –5.
Como:
g(0) = –5 ⇔ a(0 + 3)2 – 2 = –5
⇔ 9a – 2 = –5
⇔ 9a = –3
1
⇔a=–
3
1
tem-se que a = – .
3
Logo, uma expressão analítica que define g é:
1
g(x)= – (x + 3)2 – 2
3

Caso geral: f (x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0

Se a expressão analítica da função quadrática for do tipo ax2 + bx + c, a ≠ 0, podes


sempre transformá-la numa outra expressão equivalente da forma a(x – h)2 + k, a ≠ 0 e
mais rapidamente identificar as coordenadas do vértice da parábola.

Exemplo Soluções (continuação)

Consideremos a função quadrática definida por f(x) = 2x2 – 12x + 22. 57.
b) y y
Vamos transformar a expressão analítica de f na forma a(x – h)2 + k, a ≠ 0. f 2
3
2
O 2 x
2x2 – 12x + 22 g
O 1 x
= 2(x2 – 6x) + 22 " Colocamos o coeficiente do termo em x2 em evidência nos termos em x2 e em x.
y
h h 6 h 2h h6h2 h
= 2 ix2 – 6x + i i i + 22 – 2 i i " Adicionamos dentro de parênteses o quadrado da metade do coe-
j j2j j j2j ficiente do termo em x e, como está a ser multiplicado por 2, com- –5
= 2(x – 6x + 9) + 22 – 2 ¥ 9
2 pensamos e subtraímos exatamente o mesmo valor adicionado. O x
–2
= 2(x – 3)2 + 22 – 18 " Construímos o caso notável.
58.
= 2(x – 3)2 + 4 a) f(x) = –
1
(x – 1)2 + 5
2
Logo, f(x) = 2(x – 3)2 + 4. b) f(x) = (x + 2)2 + 4

91
TEMA IV Funções reais de variável real

59 Determina as coordenadas Métodos para determinar as coordenadas do vértice da parábola


do vértice da parábola que
representa graficamente Seja f a função quadrática definida por f(x) = x2 + 2x + 4. Pretendemos determinar as
cada uma das seguintes coordenadas do vértice da parábola que representa f.
funções.
a) f(x) = 6 – 2(x + 1)2 1.º processo: Transformar a expressão analítica x2 + 2x + 4 na forma a(x – h)2 + k, a = 0
b) f(x) = x2 – 10x + 25 h h 2 h 2h h2h2
x2 + 2x + 4 = (x2 + 2x) + 4 = ix2 + 2x + i i i + 4 – i i
c) f(x) = x2 – 6x + 8 j j2j j j2j
2
= (x + 2x + 1) + 4 – 1
d) f(x) = 2x2 – 10x + 12
9 = (x + 1)2 + 3
e) f(x) = –x2 – x –
4
Logo, o vértice da parábola tem coordenadas (–1, 3).
bh h b hh
2.º processo: Utilizar a fórmula V i– , f i– ii
j
2a j 2a j j
Prova-se, usando, por exemplo, o primeiro processo, que uma função quadrática f definida
h b h b hh
por f(x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0 tem como gráfico uma parábola de vértice i– , f i– ii.
j 2a j 2a j j
No caso em que f(x) = x2 + 2x + 4, temos:
b 2
• Abcissa do vértice: – = – = –1
2a 2
• Ordenada do vértice: f(–1) = (–1)2 + 2 ¥ (–1) + 4 = 1 – 2 + 4 = 3
O vértice da parábola tem coordenadas (–1, 3).

3.º processo
Uma vez que a parábola é simétrica em relação a um eixo vertical que passa pelo seu vér-
tice, a abcissa do vértice é o ponto médio de quaisquer dois objetos com a mesma imagem.
y Abcissa do
vértice
a b
O x
f(a) = f(b)

Eixo de
f
simetria

Voltando ao nosso exemplo, da função definida por f(x) = x2 + 2x + 4, podemos, por


exemplo, determinar os objetos com imagem 4:
f(x) = 4 ⇔ x2 + 2x + 4 = 4 Eixo de
y
simetria
f
⇔ x2 + 2x = 0
y=4
APRENDE FAZENDO ⇔ x(x + 2) = 0 4
Pág. 141 ⇔ x = 0 ∨ x = –2
Exercício 8

Soluções –2 O x
Abcissa do
vértice
59.
a) (–1, 6) 0 + (–2)
O valor médio de 0 e –2 será a abcissa do vértice: = –1
b) (5, 0) 2
c) (3, –1) A ordenada do vértice é a imagem da abcissa pela função f:
h5 1h
d) i , – i
j2 2j f(–1) = (–1)2 + 2 ¥ (–1) + 4 = 1 – 2 + 4 = 3
h 1 h
e) i– , –2i
j 2 j O vértice da parábola tem coordenadas (–1, 3).

92
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Zeros de uma função quadrática

Já vimos que determinar os zeros de uma função f consiste em determinar as soluções


da equação f(x) = 0.
Se a expressão analítica de f for da forma ax2 + bx + c, a ≠ 0 tens sempre a possibilidade
de recorrer à fórmula resolvente x = –b ± √∫b∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫a∫c .
2 Recorda
2a
(*) O número de soluções
O número de zeros da função vai depender do sinal de ˚ = b2 – 4ac. (*) da equação ax2 + bx + c = 0
depende do sinal do
Se a expressão analítica de f for da forma a(x – h)2 + k, a ≠ 0 poderás resolver a equação binómio discriminante
a(x – h)2 + k = 0 sem recurso à fórmula resolvente. Vejamos no exemplo abaixo como ˚ = b2 – 4ac. Assim:
fazê-lo. • se b2 – 4ac > 0 a
equação tem 2 soluções;
Exemplo • se b2 – 4ac = 0 a
equação tem 1 solução;
Determinar, sem recorrer à fórmula resolvente, os zeros da função quadrática definida • se b2 – 4ac < 0 a equação
por f(x) = 3(x – 2)2 – 27. não tem soluções.

3(x – 2)2 – 27 = 0 ⇔ 3(x – 2)2 = 27


⇔ (x – 2)2 = 9
⇔ x – 2 = ±√∫9
⇔ x – 2 = 3 ∨ x – 2 = –3
⇔ x = 5 ∨ x = –1 60 Determina, caso existam,
Os zeros de f são o –1 e o 5. os zeros das funções
definidas no exercício
anterior.
Exercício resolvido

Para cada valor real de c a expressão f(x)= –x2 – 2x + c define uma função f.
a) Determina para que valores reais de c a equação f(x) = 0 é impossível.
61 Para cada valor real de k a
b) Considera agora c = 2. Identifica os intervalos máximos de monotonia, o extremo expressão
absoluto, os pontos de interseção do gráfico com os eixos coordenados e o con- f(x) = –2x2 + 3x + k define
tradomínio de f. uma função f. Determina
para que valores reais de k
a função f não tem zeros.
Sugestão de resolução

a) f(x) = 0 ⇔ –x2 – 2x + c = 0 APRENDE FAZENDO


Pág. 141
–x2 – 2x + c = 0 é uma equação impossível em R se e só se ˚ < 0: Exercício 7
˚ < 0 ⇔ (–2)2 – 4 ¥ (–1) ¥ c < 0
Soluções
⇔ 4 + 4c < 0
⇔ c < –1 60.
a) –1 – √∫3 e –1 + √∫3
b) 5
Conclui-se assim que a equação f(x) = 0 é impossível para os valores reais c) 2 e 4
de c tais que c ∈]–∞, –1[. d) 2 e 3
e) Não tem zeros.
9
(continua) 61. k < –
8

93
TEMA IV Funções reais de variável real

62 (*) Existe uma única reta Exercício resolvido


paralela à reta de equação (continuação)
y = 2x que interseta a
parábola de equação Sugestão de resolução
y = x2 – 4x num único
ponto. Determina as b) f(x) = –x2 – 2x + 2 = –(x2 + 2x) + 2
coordenadas desse ponto. h h 2 h 2h h2h2
= – ix2 + 2x + i i i +2+ i i
Caderno de Apoio às Metas j j2j j j2j
Curriculares, 10.º ano
= – (x2 + 2x + 1) + 2 + 1
(*) grau de dificuldade elevado
(desempenho avançado que = – (x + 1)2 + 3
não será exigível à totalidade Sabendo as coordenadas do vértice V(–1, 3) e que a concavidade está vol-
dos alunos)
tada para baixo, um esboço do gráfico de f poderá ser:

y
3

–1 O x

• Monotonia
f é estritamente crescente em ]–∞, –1] e é estritamente decrescente em
[–1, +∞[.

• Extremo absoluto
3 é máximo absoluto.
• Pontos de interseção com os eixos coordenados

Interseção com o eixo Ox:


f(x) = 0 ⇔ –x2 – 2x + 2 = 0
⇔ x = 2 ± √∫4∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫ (∫ ∫–∫1∫)∫ ¥
∫ ∫2

–2

⇔ x = 2 ± √∫1∫2
–2

⇔ x = 2 ± 2√∫3
–2
⇔ x = –1 ± √∫3
O gráfico de f interseta o eixo Ox nos pontos (–1 – √∫3, 0) e (–1 + √∫3, 0).
Interseção com o eixo Oy:
f(0) = –0 – 0 + 2 = 2
O gráfico de f interseta o eixo Oy no ponto (0, 2).
APRENDE FAZENDO
• Contradomínio
Págs. 140, 142 e 145
Exercícios 3, 4, 5, 10, 12 Como f(x) = –(x + 1)2 + 3, o vértice da parábola tem coordenadas (–1, 3)
e 24 e a concavidade da parábola é voltada para baixo.
Logo, D’f = ]–∞, 3].
Solução
62. (3, –3)

94
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Sinal de uma função quadrática – inequações do 2 o. grau 63 Estuda o sinal das funções
definidas por:
Já vimos que estudar o sinal de uma função consiste em determinar o conjunto dos objetos a) f(x) = –x2 + 5x – 6
cujas imagens são números positivos, f(x) > 0, e o conjunto dos objetos cujas imagens b) g(x) = 2(x – 4)2 – 6
são números negativos, f(x) < 0.
Repara que, conhecendo o sentido da concavidade da parábola e os zeros da função,
temos informação suficiente para estudar o sinal da função quadrática.
Seja f(x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0:

Dois zeros: x1, x2 Um zero: x1 Não tem zeros

+ + + +
a>0 +
x1 – x2 x1

64 Seja f uma função


quadrática da qual se sabe
+ + + que 1 é um zero e as
x1 x2 – imagens de 0 e 8 são
a<0 – – – x1 – iguais e ambas negativas.
Estuda o sinal desta função.

O estudo do sinal de uma função quadrática irá permitir-nos a resolução de inequações


de 2.º grau.
Consideremos o seguinte exemplo:

Exemplo

Pretendemos resolver a inequação de 2.º grau –2x2 – 2x ≤ – 4.


Começamos por passar todos os termos para o 1.º membro: –2x2 – 2x + 4 ≤ 0
Consideremos a função quadrática definida por x |" –2x2 – 2x + 4 e vamos estudar o
seu sinal, o que implica a determinação dos zeros e um esboço do gráfico:

–2x2 – 2x + 4 = 0 ⇔ x = 2 ± √∫4∫ ∫–∫ 4


∫ ∫¥
∫ ∫ (∫ ∫–∫2∫)∫ ¥
∫ ∫4

–4
+
2±6 Soluções
⇔x= – –2 1

–4 63.
⇔ x = –2 ∨ x = 1 a) f é positiva em ]2, 3[ e é
negativa em ]–∞, 2[ ∪ ]3, +∞[.
b) g é positiva em
Estamos, agora, em condições de resolver a inequação: ]–∞, 4 – √∫3[ ∪ ]4 + √∫3, +∞[ e
–2x2 – 2x + 4 ≤ 0 ⇔ x ≤ –2 ∨ x ≥ 1 é negativa em ]4 – √∫3, 4 + √∫3[.
64. f é positiva em ]1, 7[ e é
C.S. = ]–∞, –2] ∪ [1, +∞[ negativa em ]–∞, 1[ ∪ ]7, +∞[.

95
TEMA IV Funções reais de variável real

65 Resolve, em R, as Exercícios resolvidos


seguintes inequações.
a) x2 – 8x + 15 ≤ 0 1. Resolve, em R, as seguintes inequações.
b) 3x – x2 < 0
(x – 1)(x – 2)
c) x2 – 5x < 14 a) x2 ≤ 4 b) –x2 ≥ 3 c) –2x2 + 4x + 6 < 0 d) > –3x
2
d) x2 ≥ 5
e) 2x2 + 3x + 4 > 0
f) –2x2 – 3x – 4 > 0 Sugestão de resolução
g) x2 – 2x + 1 ≤ 0 + +
1 a) x2 ≤ 4 ⇔ x2 – 4 ≤ 0 ⇔ x ≥ –2 ∧ x ≤ 2
h) –x2 + x – <0 –2 – 2
4 Cálculo auxiliar: x2 – 4 = 0 ⇔ x2 = 4 ⇔ x = –2 ∨ x = 2
i) 2(x – 1)(x + 2) – 3 < –x2 + x
C.S. = [–2, 2]

66 Durante uma experiência b) –x2 ≥ 3 ⇔ –x2 – 3 ≥ 0, que é uma inequação impossível em R.
um foguete foi lançado ao C.S. = ∅
ar de uma varanda. A
altura (em metros) a que se c) –2x2 + 4x + 6 < 0 ⇔ x < –1 ∨ x > 3
– 4 ± √∫1∫6∫ ∫–∫ 4
∫ ∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫2∫)∫ ¥
∫ ∫6
∫ – 4 ± √∫6∫4
encontrava o foguete do Cálculo auxiliar: –2x2 + 4x + 6 = 0 ⇔ x = ⇔x=
–4 –4
chão, t segundos depois
de ter sido lançado, é ⇔x=
–4 ± 8
⇔ x = 3 ∨ x = –1
+
–4 –1 3
dada por h(t) = 16 + 6t – t2. – –
C.S. = ]–∞, –1[ ∪ ]3, +∞[
a) Qual é a distância da
varanda ao chão? (x – 1)(x – 2)
b) Ao fim de quanto
d) > –3x ⇔ x2 – x – 2x + 2 > –6x ⇔ x2 – 3x + 6x + 2 > 0
2
tempo é que o foguete ⇔ x2 + 3x + 2 > 0 ⇔ x < –2 ∨ x > –1
chega ao chão? –3 ± √∫9∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫ ∫2 –3 ± 1 + +
Cálculo auxiliar: x2 + 3x + 2 = 0 ⇔ x = ⇔x=
2 2
c) Após quanto tempo de
ter sido lançado o ⇔ x = –2 ∨ x = –1
–2 – –1

foguete atingiu a altura C.S. = ]–∞, –2[ ∪ ]–1, +∞[


máxima? Determina
essa altura.
d) Quanto tempo esteve o 2. Um projétil é lançado verticalmente e a respetiva altura a (em metros acima do
foguete acima dos
solo) é dada, em função de t (em segundos após o instante inicial t = 0), por:
16 metros?
a(t) = – 4,9t2 + 39,2t + 1,6
APRENDE FAZENDO
Págs. 141, 142, 144, 145, a) Qual é a altura do projétil no instante em que foi lançado?
146 e 150
Exercícios 9, 11, 20, 22, b) Qual é a altura máxima atingida pelo projétil?
25, 26, 27 e 41
c) Quanto tempo esteve o projétil a uma altura superior a 35,9 metros?
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES d) Ao fim de quanto tempo o projétil atingiu o solo? Indica o resultado em segun-
Pág. 25 dos arredondados às décimas.
Exercício 10
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano
Soluções
65. a) C.S. = [3, 5]
Sugestão de resolução
b) C.S. = ]–∞, 0[ ∪ ]3, +∞[
c) C.S. = ]–2, 7[
a) Pretende-se determinar a altura do projétil quando t = 0:
d) C.S. = ]–∞, –√∫5] ∪ [√∫5, +∞[
e) C.S. = R f) C.S. = ∅
a1a
a(0) = – 4,9 ¥ 02 + 39,2 ¥ 0 + 1,6 = 1,6
g) C.S. = {1} h) C.S. = R\ b b
c2c
No instante em que foi lançado o projétil encontrava-se 1,6 metros acima
È È
i) C.S. = Í –1 – √∫8∫5 , –1 + √∫8∫5 Í do solo.
Î 6 6 Î
66. a) 16 m b) 8 c) 3 s; 25 m
d) 6 s

96
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

67 Uma criança deu um


pontapé numa bola que se
Sugestão de resolução encontrava no chão. A bola
atingiu a altura máxima de
b) Sabe-se que o gráfico da função a é uma parábola com a concavidade vol-
12 metros e voltou ao solo
tada para baixo (– 4,9 < 0), logo a ordenada do vértice da parábola corres- 8 segundos após o pontapé.
ponde à altura máxima atingida pelo projétil. Sabendo que uma função
quadrática expressa a
b 39,2
Abcissa do vértice: – =– =4 altura y da bola em função
2a 2 ¥ (–4,9)
do tempo t, em segundos,
Ordenada do vértice: a(4) = – 4,9 ¥ 42 + 39,2 ¥ 4 + 1,6 = 80 do percurso, indica,
A altura máxima atingida pelo projétil foi 80 metros. justificando, qual das
seguintes expressões pode
c) Pretende-se determinar para que valores de t se tem a(t) > 35,9. definir essa função.
a(t) > 35,9 ⇔ –4,9t2 + 39,2t + 1,6 > 35,9 (i) y = –x2 + 8x
⇔ –4,9t2 + 39,2t – 34,3 > 0 ⇔ t > 1 ∧ t < 7 (ii) y = –
3 2
x + 3x
8
–39,2 ± √∫3∫9∫,∫2∫ ∫ –∫ ∫ 4
2
∫ ∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫ 4∫,∫9∫)∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫3∫4∫,∫3)
Cálculo auxiliar: –4,9t2 + 39,2t – 34,3 = 0 ⇔ t = 3 2
2 ¥ (– 4,9) (iii) y = – x + 6x
4
–39,2 ± √∫8∫6∫4∫,∫3∫6
⇔t=
+ –9,8
68 A parábola abaixo
– 1 7
– ⇔t=
–39,2 + 29,4
∨t=
–39,2 – 29,4
–9,8 –9,8 representa o lucro mensal
⇔t=1∨t=7 L (em euros) obtido em
função do número de
Conclui-se assim que o projétil esteve a uma altura superior a 35,9 metros peças vendidas de um
no intervalo de tempo entre t = 1 e t = 7, ou seja, durante 6 segundos. certo produto.
L (euros)
d) Pretende-se determinar o instante t tal que a(t) = 0. 800

a(t) = 0 ⇔ –4,9t2 + 39,2t + 1,6 = 0 ⇔ t = –39,2 ± √∫3∫9∫,∫22∫ ∫


–∫ ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫ 4∫,∫9∫)∫ ∫¥∫ ∫1∫,∫6
2 ¥ (–4,9) O 100 300 x (n.º de peças)

⇔ t = –39,2 ± √∫1∫5∫6∫8 ⇔ t = –39,2 + √∫1∫5∫6∫8 ∨ t = –39,2 – √∫1∫5∫6∫8 –1000


–9,8 –9,8 –9,8 Determina:
Assim, t ≈ –0,04 ∨ t ≈ 8,04. a) o número de peças que

Conclui-se que o projétil atingiu o solo ao fim de, aproximadamente, 8,0 torna o lucro nulo;
b) os valores de x que
segundos.
tornam o lucro negativo;
c) uma expressão que
defina o lucro em
função do número de
Esquematizando / Resumindo
peças vendidas;
d) o lucro obtido quando

Na resolução de uma inequação de 2.º grau deves seguir os seguintes passos: se vendem 200 peças;
e) o número de peças que
1.º passo: Transforma a inequação numa do tipo ax2 + bx + c < 0, ax2 + bx + c > 0, devem ser vendidas
ax2 + bx + c ≤ 0 ou ax2 + bx + c ≥ 0. para que o lucro seja de
350 euros.
2.º passo: Determina os zeros de x " ax2 + bx + c.
|
Soluções
3.º passo: Faz um esboço da parábola (gráfico de x " ax2 + bx + c). | 67. Opção (iii).
68.
4.º passo: De acordo com o gráfico obtido no passo anterior, apresenta a condição a) 100 e 500 peças.
que corresponde aos valores de x que são solução da inequação. b) x ∈[0, 100[ ∪ ]500, 600]
1
c) L(x) = – (x – 300)2 + 800
5.º passo: Apresenta o conjunto-solução. 50
d) 600 €
e) 150 e 450 peças.

97
TEMA IV Funções reais de variável real

5.3. Funções definidas por ramos


Em muitas situações descreve-se o comportamento de uma função representando-a por
expressões analíticas diferentes em partes diferentes do seu domínio. Nesse caso, diz-se
que a função se encontra definida por ramos.
Vejamos alguns exemplos:

Exemplos

1. Consideremos a função f, de domínio ]–3, +∞[, representada graficamente por:

2
69 Considera a função f
definida por:
–3 O 4 x
x2 – 5 se x < 0


–1
f(x) =
2x + 1 se x ≥ 0
h1h
( )
a) Calcula f –√∫2 + f i i .
j2j
b) Determina os zeros de f.
c) Representa
graficamente a função f. Nos intervalos ]–3, 0[, [0, 4[ e [4, +∞[, cuja reunião é o domínio da função f, esta função
pode ser definida, respetivamente, pelas seguintes expressões algébricas:

y = 2; y = x e y = –1

Esta função pode, assim, representar-se analiticamente por:

2 se –3 < x < 0 2 se x ∈]–3, 0[






f(x) = x se 0 ≤ x < 4 ou f(x) = x se x ∈[0, 4[


–1 se x ≥ 4 –1 se x ∈[4, +∞[

APRENDE FAZENDO
Págs. 146 e 147
Exercícios 28, 29 e 30
2. Consideremos agora a função g definida por:

Soluções x+4 se x ≤ 1


g(x) =
69. x2 + 1 se x > 1
a) –1
b) –√∫5
c) y Se pretendermos calcular g(–2), substituímos x por –2 no ramo correspondente a x ≤ 1,
pois –2 ≤ 1 e, assim, g(–2) = –2 + 4 = 2.

1
Se pretendermos calcular g(p), substituímos x por p no ramo correspondente a x > 1,
–√∫5 O x pois p > 1 e, assim, g(p) = p2 + 1.
Se pretendermos calcular g(1), substituímos x por 1 no ramo correspondente a x ≤ 1,
–5
pois 1 ≤ 1 e, assim, g(1) = 1 + 4 = 5.

98
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

3. Num certo parque de diversões, o preço a pagar por cada criança é o seguinte:
FRVR10_5.2
• permanência no espaço por tempo não superior a 1 hora: 3 euros;
• por cada minuto acima de 1 hora: 10 cêntimos. 70 O tarifário de uma certa
operadora de telemóveis
O modelo matemático que traduz o preço, em euros, a pagar por uma criança que per- em relação ao valor a
maneça durante x minutos no recinto, é uma função definida por ramos: cobrar pelas chamadas
efetuadas é o seguinte:
se 0 < x ≤ 60


3 • chamadas não
p(x) =
3 + 0,1(x – 60) se x > 60 superiores a 1 minuto:
15 cêntimos;
• por cada segundo acima
Observa que, por exemplo, no caso de uma criança permanecer no parque 15, 30 ou
de 1 minuto: 2 cêntimos.
60 minutos serão cobrados 3 euros, p(15) = p(30) = p(60) = 3.
Indica, justificando, qual
Já a uma criança que permaneça no parque 75 minutos serão cobrados 4,5 euros, pois das seguintes funções
traduz o preço a pagar, em
p(75) = 3 + 0,1(75 – 60) = 3 + 0,1 ¥ 15 = 4,5.
euros, por um utilizador
deste tarifário, numa
Definição chamada cuja duração é
de x minutos.
se 0 < x ≤ 1

   


Sejam uma função f: Df " R, um número natural n > 1, A1, A2, …, An subconjuntos c1(x) =
0,15
de Df, disjuntos dois a dois, e cuja reunião é Df e n expressões fj (x) (onde 1 ≤ j ≤ n) 0,02x se x > 1
tais que para todo o j e para todo o x ∈Aj se tem f(x) = fj (x). c2(x) =
0,15 se 0 < x ≤ 60

Diz-se que a função f está definida por ramos pelas expressões fj (x), respetivamente 0,02x se x > 60

nos conjuntos Aj (1 ≤ j ≤ n). 0,15 se 0 < x ≤ 60


c3(x) =
0,15 + 0,02(x – 60) se x > 60
0,15 se x ≤ 60
c4(x) =
Exercício resolvido 0,02(x – 60) se x > 60

x2 + 1 se x ≤ 0


71 Considera a função g
Considera a função f definida em R por f(x) = .
x2 – 4 se x > 0 definida graficamente por:
Indica o conjunto dos zeros de f . y
g
(A) {–2, 2} (B) {–2, –1, 2} (C) {2} (D) {–1, 2} 9

Exame Nacional de Matemática, 1999, 2.ª fase

1
Sugestão de resolução
–2 O 2 5 x

Pretende-se determinar os valores reais de x tais que f(x) = 0.


(i) Resolver f(x) = 0 em ]–∞, 0] equivale a determinar os valores de x ≤ 0 tais Sabe-se que o gráfico de g
é a união de uma parte de
que x2 + 1 = 0: x2 + 1 = 0 ⇔ x2 = –1, que é uma equação impossível em R.
uma parábola de vértice
Conclui-se assim que f não tem zeros em ]–∞, 0]. (–2, 1) e uma parte de uma
parábola de vértice (2, 9).
(ii) Resolver f(x) = 0 em ]0, +∞[ equivale a determinar os valores de x > 0 tais
Define analiticamente a
que x2 – 4 = 0: x2 – 4 = 0 ⇔ x2 = 4 ⇔ x = 2 ∨ x = –2
função g.
Dos valores encontrados apenas 2 > 0, logo 2 é o único zero de f em ]0, +∞[.
Soluções
De (i) e (ii) vem que 2 é o único zero de f.
70. Função c3.
A opção correta é a (C).


1
(x + 2)2 + 1 se x < 2
71. g(x) = 2
–(x – 2)2 + 9 se x ≥ 2

99
TEMA IV Funções reais de variável real

Recorda
5.4. Função módulo
Por exemplo:
|3| = 3 Definição
|–3| = 3
|–2| = 2 Já sabes que o valor absoluto ou módulo de um número a é a medida da distância à
|0| = 0
i 1i 1
origem do ponto que o representa na reta numérica, e representa-se por |a|.
i– i=
i 2i 2 Recorda ainda que o valor absoluto (ou módulo) de:
distância 2
 • qualquer número positivo ou nulo é o próprio número, isto é, se x ≥ 0, |x| = x;
–3 –2 0 3 x • qualquer número negativo é igual ao seu simétrico, isto é, se x < 0, |x| = –x.
 
distância 3 distância 3

Definição

A função de R em R que a cada número real faz corresponder o seu valor absoluto
designa-se por função módulo ou função valor absoluto.
x se x ≥ 0


Tem-se que |x| = .


–x se x < 0

Representação gráfica
y
10

8
Observa que a representação gráfica da função
6
módulo é a união das bissetrizes do primeiro e
4 segundo quadrantes.
2

–7 –5 –3 –1 1 3 5 7 x

Do estudo que temos vindo a fazer sobre as funções reais de variável real, verificamos
que as principais características da função módulo são:

• Domínio: R

• Contradomínio: R+0

• Zeros: Tem um único zero, 0.

• Sinal: Positiva em R\{0}.

• Monotonia: Estritamente decrescente em ]–∞, 0] e estritamente crescente em [0, +∞[.

• Extremos: Mínimo absoluto 0 em 0.

• Injetividade: Função não injetiva.

• Paridade: Função par, pois |x| = |–x|, ∀ x ∈R.

100
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Funções definidas por y = a|x - b| + c (a, b, c ∈R, a ≠ 0) FRVR10_5.3

Funções do tipo y = |x| + c, c ∈R


Já estudámos a relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função x |" f(x) + c. 72 Considera as funções f e g
definidas por:
Podemos então concluir que o gráfico da função x |" |x| + c obtém-se a partir do grá-
f(x) = |x| + 1
fico da função x |" |x| através de uma translação de vetor ≤u (0, c). 1
g(x) = |x| –
2
Assim:
a) Representa
• se c > 0, o gráfico da função módulo desloca-se c unidades para “cima”; graficamente as duas
funções.
• se c < 0, o gráfico da função módulo desloca-se – c unidades para “baixo”.
b) Para cada uma das
Por exemplo: funções, indica:
• o domínio;
Se c = 2, y = |x| + 2. Se c = –3, y = |x| – 3.
• o contradomínio;
y y • o número de zeros;
10 10 • os intervalos máximos
8 8
de monotonia.
c) Sem usar o símbolo de
6 6
módulo, define as
4 4 funções analiticamente.
2 2
1 3 5 7 1 3 5 7
–7 –5 –3 –1 –1 x –7 –5 –3 –1 –1 x

–3 –3

Com base no que temos vindo a estudar, podemos resumir as principais características
da família de funções y = |x| + c, com c ∈R no quadro seguinte.

c>0 c<0
y y
Soluções

Representação 72.
gráfica a) y y
c
f
g
O x c O –c x 1
O x O 1 x
c –
2
b) Df = R; D’f = [1, +∞[; não
Domínio R R tem zeros; estritamente
decrescente em ]–∞, 0] e
Contradomínio [c, +∞[ [c, +∞[ estritamente crescente em
[0, +∞[.
Dg = R; D’g = ÈÍ – , +∞ ÈÍ ;
1
Zeros Não tem. c e –c Î 2 Î
dois zeros; estritamente
Positiva em ]–∞, c[ ∪ ]–c, +∞[ e ne- decrescente em ]–∞, 0] e
Sinal Positiva em R.
gativa em ]c, –c[. estritamente crescente em
[0, +∞[.
Estritamente decrescente em ]–∞, 0] Estritamente decrescente em ]–∞, 0]
x+1 se x ≥ 0


Monotonia
e estritamente crescente em [0, +∞[. e estritamente crescente em [0, +∞[. c) f(x) =
–x + 1 se x < 0
Extremos Mínimo absoluto c em 0. Mínimo absoluto c em 0.


x– 1 se x ≥ 0
2
g(x) =
Paridade Função par. Função par. –x – 1 se x < 0
2

101
TEMA IV Funções reais de variável real

73 Considera as funções f e g
Funções do tipo y = |x – b|, b ∈R\{0}
definidas por: Já estudámos a relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função x |" f(x – b).
f(x) = |x + 1|
i 1i Podemos então concluir que o gráfico da função x |" |x – b| obtém-se a partir do grá-
g(x) = ix – i
i 2i fico da função x |" |x| através de uma translação de vetor ≤u (b, 0).
a) Representa
graficamente as duas
funções. Assim:
b) Para cada uma das
funções, indica: • se b > 0, o gráfico da função módulo desloca-se b unidades para a “direita”;
• o domínio; • se b < 0, o gráfico da função módulo desloca-se – b unidades para a “esquerda”.
• o contradomínio;
• o número de zeros; Por exemplo:
• os intervalos máximos
de monotonia. Se b = 2, y = |x – 2|. Se c = –3, y = |x + 3|.
c) Sem usar o símbolo de y y
módulo, define as 10 10
funções analiticamente. 8 8

6 6

4 4

2 2
1 3 5 7 1 3 5 7
–7 –5 –3 –1 –1 2 x –9 –7 –5 –3 –1 –1 x

–3 –3

Com base no que temos vindo a estudar, podemos resumir as principais características
da família de funções y = |x – b|, com b ∈R no quadro seguinte.

b>0 ou b<0
y y
Soluções
73.
Representação
a) y y
f
gráfica
g

–1 O x O 1 x O b x b O x
2
b) Df = R; D’f = R+0; um zero;
estritamente decrescente em
]–∞, –1] e estritamente Domínio R
crescente em [–1, +∞[.
Dg = R; D’g = R+0; um zero; Contradomínio R+0
estritamente decrescente em
È
Í –∞,

Í e estritamente
Zeros b
Î 2Î
crescente em ÈÍ , +∞ ÈÍ .
1
Î2 Î Sinal Positiva em R\{b}.
x+1 se x ≥ –1


c) f(x) = Monotonia Estritamente decrescente em ]–∞, b] e estritamente crescente em [b, +∞[.


–x – 1 se x < –1
Extremos Mínimo absoluto 0 em b.


x– 1 se x ≥ 1
2 2
g(x) =
–x + 1 se x < 1 Paridade Não é par, nem ímpar.
2 2

102
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Funções do tipo y = a|x|, a ∈R\{0} 74 Considera as funções f, g e


Já estudámos a relação entre o gráfico de uma função f e o gráfico da função x " af(x). | h definidas por:
f(x) = 2|x|
Podemos então concluir que se a > 0 o gráfico da função x |" a|x| obtém-se a partir do g(x) = –2|x|
gráfico da função x |" |x| por uma contração vertical (se 0 < a < 1) ou dilatação vertical 1
h(x) = |x|
(se a > 1) de coeficiente a. 3
a) Representa
graficamente as três
1 funções.
Por exemplo, representemos no mesmo referencial as funções y = |x|, y = 3|x| e y = |x|:
2 b) Para cada uma das

y
funções, indica:
10 • o domínio;
y = 3|x| • o contradomínio;
8
• o número de zeros;
• os intervalos máximos
de monotonia.
6 y = |x|
c) Sem usar o símbolo de
módulo, define as
4
funções analiticamente.
1
3 y= |x|
2
2

–7 –5 –3 –1 1 3 5 7 x
–1

–3 Soluções
74.
a) y
f
Relembra que se a < 0, além da contração ou dilatação vertical do gráfico da função h

y = |x|, de coeficiente –a, verifica-se também uma simetria do gráfico de x |" – a|x| em 1
2
3
relação ao eixo Ox. O 1 x

g
Por exemplo, representemos no mesmo referencial as funções y = |x|, y = –|x|, y = –3|x|
b) Df = R; D’f = R+0;
um zero;
1
e y = – |x|: estritamente decrescente em
2 ]–∞, 0] e estritamente
crescente em [0, +∞[.
y y = |x| Dg = R; D’g = R–0; um zero;
3 estritamente crescente em
]–∞, 0] e estritamente
1 decrescente em [0, +∞[.
Dh = R; D’h = R+0 ; um zero;
–7 –5 –3 –1 1 3 5 7 x estritamente decrescente em
–1
]–∞, 0] e estritamente
1 crescente em [0, +∞[.
y=– |x|
–3 2
se x ≥ 0
 

2x
c) f(x) =
–5 –2x se x < 0
y = –|x|
–2x se x ≥ 0
g(x) =
–7
2x se x < 0


y = –3|x| 1 x se x ≥ 0
–9 3
h(x) =
– 1 x se x < 0
3

103
TEMA IV Funções reais de variável real

Com base no que temos vindo a estudar, podemos resumir as principais características
da família de funções y = a|x|, com a ∈R\{0} no quadro seguinte.

a>0 a<0
y y

Representação
O
gráfica x

O x

Domínio R R

Contradomínio R+0 R–0

Zeros 0 0

Sinal Positiva em R\{0}. Negativa em R\{0}.

Estritamente decrescente em ]–∞, 0] Estritamente decrescente em [0, +∞[


Monotonia
e estritamente crescente em [0, +∞[. e estritamente crescente em ]–∞, 0].

Extremos Mínimo absoluto 0 em 0. Máximo absoluto 0 em 0.

Paridade Função par. Função par.

Observação
O estudo das funções y = |ax|, com a ∈R\{0} está incluído no caso anterior, em que es-
tudamos as funções do tipo y = a|x|, com a ∈R\{0}, pois y = |ax| = |a| ¥ |x|.
Por exemplo:

y y = |3x| = 3|x|
10

y = |x|
6

4
1 1
y= – x = |x|
2 2
2

–7 –5 –3 –1 1 3 5 7 x

Observa que a contração horizontal de coeficiente a (|ax|) tem o mesmo efeito no gráfico
que a dilatação vertical de coeficiente a (a|x|). Tal acontece para gráficos que sejam retas
a passar na origem.

104
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Esquematizando / Resumindo 75 Considera as funções f e g


definidas por:
1
No geral, a partir da função módulo, y = |x|, podemos obter uma função da família f(x) = |x + 2| + 1
5
f(x) = a|x – b| + c, a, b, c ∈R e a ≠ 0, através das várias transformações estudadas. g(x) = –2|x – 3| – 4
a) Representa
graficamente as duas
b>0 b>0 b<0 b<0
funções.
c>0 c<0 c>0 c<0
b) Para cada uma das
a>0 funções, indica:
y y y y • o domínio;
c • o contradomínio;
b c b O
• o número de zeros;
O b x O x bO x x • os intervalos máximos
Representação c c de monotonia.
gráfica c) Sem usar o símbolo de
a<0 módulo, define as
y y y y funções analiticamente.

c c
b b O
O x x x x
b cO b O c

Domínio R

Se a > 0, D’ = [c, +∞[.


Contradomínio
Se a < 0, D’ = ]–∞, c].

Se a e c têm o mesmo sinal, a função não tem zeros.


Zeros Soluções
Se a e c têm sinais diferentes, a função tem dois zeros.
75.
Se a > 0, f é estritamente decrescente em ]–∞, b] e estritamente cres- a) y y
f
cente em [b, +∞[. 7
Monotonia 5
Se a < 0, f é estritamente crescente em ]–∞, b] e estritamente decres- 1 3
cente em [b, +∞[. –2 O x O x
–4

Se a > 0, f tem um mínimo absoluto c em b. –10 g


Extremos
Se a < 0, f tem um máximo absoluto c em b.
b) Df = R; D’f = [1, +∞[; não
tem zeros; estritamente
decrescente em ]–∞, –2] e
estritamente crescente em
Exercícios resolvidos [–2, +∞[.
Dg = R; D’g = ]–∞, –4]; não
tem zeros; estritamente
1. Considera a função g definida por:
crescente em ]–∞, 3] e
g(x) = 2|x + 3| – 4 estritamente decrescente em
[3, +∞[.
a) Descreve como se pode obter o gráfico da função g a partir do gráfico da função


1 x+ 7 se x ≥ –2
5 5
f(x) = |x|. Esboça o gráfico de g. c) f(x) =
– 1 x + 3 se x < –2
5 5
b) Indica o contradomínio, os intervalos máximos de monotonia, o extremo e o
se x ≥ 3


número de zeros de g. –2x + 2


g(x) =
(continua)
2x – 10 se x < 3

105
TEMA IV Funções reais de variável real

76 As funções representadas Exercícios resolvidos


graficamente abaixo são (continuação)
do tipo y = a|x – b| + c.
Para cada uma delas, Sugestão de resolução
determina os valores reais
de a, b e c. a) Verifica-se que a = 2, b = –3 e c = – 4.
a) y ≤ (–3, 0), seguida
Assim, o gráfico da função f sofreu uma translação de vetor u
2 de uma dilatação vertical de coeficiente 2 e finalmente uma translação de
O 2 x vetor ≤v (0, – 4).
3
y y y y
b) |x| |x + 3| 2|x + 3| 2|x + 3| – 4
y 6
3 1 3 2
–3
2 O 1 x –3 O x –3 O x O
O 1 x

–4
c) y
3
2 6 b) D’g = [–4, +∞[, g é estritamente decrescente em ]–∞, –3] e estritamente cres-
O x
–3 cente em [–3, +∞[, o mínimo absoluto é –4, atingido em –3, e tem dois zeros.

d) y
5
O 2. Sem utilizar o símbolo de módulo, define analiticamente as seguintes funções e
–4 x
esboça os respetivos gráficos.
a) f(x) = |x – 1| b) g(x) = |2x| + 1 c) h(x) = –3|x + 2| – 4

Sugestão de resolução

Sabemos que:
x se x ≥ 0


y
|x|=
–x se x < 0 f

x–1 se x – 1 ≥ 0


1
a) |x – 1| =
–(x – 1) se x – 1< 0 O 1 2 x

x–1 se x ≥ 1


Isto é, f(x) =
–x + 1 se x < 1
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
se 2x ≥ 0


2x
Pág. 27 b) |2x| =
Exercício 15 –2x se 2x < 0 y g

3
se x ≥ 0


Soluções 2x + 1
Logo, |2x| + 1 = .
76. –2x + 1 se x < 0 1
a) a = 3, b = 2 e c = 0
3 –1 O 1 x
se x ≥ 0


2x + 1
b) a = 1, b = 0 e c = 2 Assim, g(x) = .
c) a = 2 , b = 6 e c = –3
–2x + 1 se x < 0
3
d) a = – 5 , b = –4 e c = 5
4

106
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

77 Escreve uma expressão


que defina a função f da
x+2 se x + 2 ≥ 0 família de funções


c) |x + 2| = definida por
–(x + 2) se x + 2 < 0 y = a|x – b| + c:

Logo: a) com máximo absoluto 5


atingido em 1 e cujo
se x ≥ –2 se x ≥ –2



–3 (x + 2) –3x – 6 gráfico contém o ponto
–3 |x + 2| = =
–3 (–x – 2) se x < –2 3x + 6 se x < –2 de coordenadas (–1, 3);

y b) de contradomínio
se x ≥ –2


–3x – 6 – 4 [–4, +∞[, estritamente


e –3|x + 2| – 4 = decrescente em
3x + 6 – 4 se x < –2 –2
O x ]–∞, –1], estritamente
se x ≥ –2 crescente em [–1, +∞[ e


–3x – 10 –4
Assim, h(x) = . com um zero em – 3.
3x + 2 se x < –2
–10
h

3. Determina uma expressão analítica que defina a função f, que se sabe ser do tipo
f(x) = a|x – b| + c, a ≠ 0 e cuja representação gráfica é a seguinte:

y
f

1
O 3 x

–5

Sugestão de resolução

Através da representação gráfica, sabemos que o mínimo absoluto de f é –5 e


é atingido em 1.
Assim, a função f pode ser definida por uma expressão analítica do tipo:
f(x) = a|x – 1| – 5
Falta apenas determinar o valor da constante a.
Sabemos que (3, 0) é um ponto do gráfico de f, ou seja, f(3) = 0. Assim:
f(3) = 0 ⇔ a|3 – 1| – 5 = 0
⇔ 2a = 5
5
⇔a=
2
5 Soluções
Logo, uma expressão analítica que define f é f(x) = |x – 1| – 5.
2
77.
a) f(x) = –|x – 1| + 5
b) f(x) = 2|x + 1| – 4

107
TEMA IV Funções reais de variável real

Equações e inequações com módulos

Como resolver a equação |x| = 2?


Tendo por base a definição de valor absoluto ou módulo de um número real a (medida
da distância à origem do ponto que o representa na reta numérica), facilmente concluis
que o conjunto-solução da equação |x| = 2 é {– 2, 2}, pois são os únicos valores reais tais
que a medida da distância à origem do ponto que os representa na reta numérica é 2 uni-
dades.

–4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 x

|x| = 2 ⇔ x = 2 ∨ x = – 2
78 Resolve, em R, as
seguintes equações.
a) |x| = 6 Por outro lado, e tendo em conta o que y
acabamos de estudar em relação à função y = |x|
b) 2|x| = 6
c) 2 + |x| = 6 módulo, podemos pensar na equação
2 y=2
|x| = 2 como a interseção do gráfico da fun-
ção y = |x| com o gráfico da função y = 2:
–2 O 2 x
Verifica-se então que as abcissas dos pon-
tos de interseção destes dois gráficos são
x = 2 e x = – 2.

Como resolver a inequação |x| < 3?

Se pretendermos agora saber quais os valores reais que satisfazem |x| < 3, procuramos
os pontos que distam da origem da reta numérica menos de 3 unidades, ou seja, os valores
reais entre –3 e 3 e, portanto, o conjunto-solução da inequação |x| < 3 é ]–3, 3[.

|x| < 3 |x| < 3


 

–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 x

|x| < 3 ⇔ x < 3 ∧ x > – 3


⇔ –3 < x < 3

CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Numa perspetiva gráfica, podemos pen- y
Pág. 27 y = |x|
Exercício 16 sar na inequação |x| < 3 como os valores
3 y=3
das abcissas dos pontos do gráfico da fun-
Soluções ção y = |x| que se encontram abaixo do grá-
78. fico da função y = 3:
–3 O 3 x
a) {– 6, 6}
Verifica-se então que são todos os valores
b) {– 3, 3}
c) {– 4, 4} de x pertencentes a]– 3, 3[.

108
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Como resolver a inequação |x| > 4? 79 Resolve, em R, as


Se pretendermos agora saber quais os valores reais que satisfazem |x| > 4, procuramos seguintes inequações.

os pontos que distam da origem da reta numérica mais de 4 unidades, ou seja, os valores a) |x| < 6

reais superiores a 4 e inferiores a –4 e, portanto, o conjunto-solução da inequação |x |> 4 b) |x| ≥ 6

é ]–∞, –4[ ∪ ]4, +∞[. c) –3 + |x| > 6


d) –3|x| ≥ –6
|x| > 4 |x| > 4
 

–5 –4 –3 –2 –1 0 1 2 3 4 5 6 7 x

|x| > 4 ⇔ x > 4 ∨ x < – 4

Mais uma vez podemos abordar a inequação |x| > 4 numa perspetiva gráfica, sendo que
procuramos determinar os valores das abcissas dos pontos do gráfico da função y = |x|
que se encontram acima do gráfico da função y = 4:

y
y = |x|

4
y=4

–4 O 4 x

Verifica-se então que são todos os valores de x pertencentes a ]–∞, – 4[ ∪ ]4, +∞[.

Esquematizando / Resumindo

No geral, tem-se que:

|x| = a |x| < a |x| > a


⇔ x = a ∨ x = –a ⇔ x < a ∧ x > –a ⇔ x > a ∨ x < –a
a>0
⇔ x ∈{– a, a} ⇔ –a < x < a ⇔ x ∈]–∞, – a[ ∪ ]a, +∞[
⇔ x ∈]–a, a[

|x| = 0 |x| < 0 |x| > 0


a=0 ⇔x=0 Condição impossível ⇔x>0 ∨ x<0
⇔ x ∈{0} em R. ⇔ x ∈R\{0}

|x| = a |x| < a |x| > a


a<0 Condição impossível Condição impossível Condição universal em
em R. em R. R.

Soluções

Outras equações e inequações que envolvam módulos podem ser resolvidas, utilizando 79.
a) ]–6, 6[
os conhecimentos dados anteriormente, relativamente às equações e inequações apre-
b) ]–∞, –6] ∪ [6, +∞[
sentadas e também o que estudámos em relação às características e transformações do c) ]–∞, –9[ ∪ ]9, +∞[
gráfico da função módulo. d) [–2, 2]

109
TEMA IV Funções reais de variável real

Exemplos
80 Resolve, em R, as
seguintes condições.
1. Resolver, em R, |x – 3| = 7.
a) |x – 1| = 3
b) |x + 2| + 3 = 0 Analiticamente
c) 5 + |x| > –1 Os pontos que satisfazem a condição |x – 3| = 7 são os valores reais de x que distam 7
d) 8 + |x| > 8 unidades do ponto de abcissa 3.
e) |2x – 1| – 5 < 0
–7 +7
f) |1 – 4x| ≥ 3  

g) 3+ |x – 2| ≤ 3 x
–4 0 3 10
1
h) – |2x| < 1
3
Assim:
|x – 3| = 7 ⇔ x – 3 = 7 ∨ x – 3 = –7
⇔ x = 10 ∨ x = – 4
C.S. = {– 4, 10}

Graficamente
Como já vimos, trata-se de encontrar os pontos de interseção do gráfico da função
y = |x – 3| com o gráfico da função y = 7.

y y = |x – 3|

7
y=7
x–3 se x ≥ 3


|x – 3|=
–x + 3 se x < 3

–4 O 3 10 x

2. Resolver, em R, |x – 3| ≤ 7. y y = |x – 3|

APRENDE FAZENDO Tendo por base o exemplo anterior e o que 7


y=7
Pág. 147 temos vindo a estudar, tem-se que:
Exercício 31
|x – 3| ≤ 7 ⇔ x – 3 ≤ 7 ∧ x – 3 ≥ –7
CADERNO DE EXERCÍCIOS ⇔ x ≤ 10 ∧ x ≥ – 4
E TESTES
⇔ – 4 ≤ x ≤ 10 O x
Pág. 27 –4 3 10

Exercício 17 C.S. = [– 4, 10] |x – 3|≤ 7

Soluções
3. Resolver, em R, |x – 3| ≥ 7. y y = |x – 3|
80.
a) {– 2, 4} Tendo por base o exemplo anterior e o que 7
y=7
b) ∅ temos vindo a estudar, tem-se que:
c) R
d) R\{0} |x – 3| ≥ 7 ⇔ x – 3 ≥ 7 ∨ x –3 ≤ –7
e) ]– 2, 3[ ⇔ x ≥ 10 ∨ x ≤ – 4
f) ÈÍ –∞, – ÈÍ ∪ [1, +∞[
1
Î 2Î C.S. = ]–∞, –4] ∪ [10, +∞[ –4 O 3 10 x
 
g) {2}
|x – 3|≥ 7 |x – 3|≥ 7
h) R

110
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Observa outros exemplos no exercício resolvido seguinte. 81 Resolve, em R, as


seguintes condições.
a) |x – 3| = |x – 5|
Exercício resolvido
b) |x + 1| ≥ |x – 4|
c) |x2 – 3x| = 4
Representa sob a forma de intervalos ou uniões de intervalos os conjuntos-solução
d) |x2 – 3| – 1 < 0
das seguintes condições em R.
a) |2x – 1| = 3

b) |4x + 1| ≥ 2

c) |2x – 1| ≤ 3

d) |x| + 4 < 1

e) |2x| + 5 > 3

f) |x – 3| > |x – 5|

g)* |x2 – 5x| ≤ 6 (*) grau de dificuldade elevado


Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano (desempenho avançado que
não será exigível à totalidade
dos alunos)

Sugestão de resolução

a) |2x – 1| = 3 ⇔ 2x – 1 = 3 ∨ 2x – 1 = –3
⇔ 2x = 4 ∨ 2x = –2
⇔ x = 2 ∨ x = –1
C.S. = {–1, 2}

b) |4x + 1| ≥ 2 ⇔ 4x + 1 ≥ 2 ∨ 4x + 1 ≤ –2
⇔ 4x ≥ 1 ∨ 4x ≤ –3 x
0
–3 1
1 3
⇔x≥ ∨ x≤– 4 4
4 4
È 3È È1 È
C.S. = Í –∞, – Í ∪ Í , +∞ Í
Î 4Î Î4 Î

c) |2x – 1|≤ 3 ⇔ 2x – 1 ≤ 3 ∧ 2x – 1 ≥ –3
⇔ 2x ≤ 4 ∧ 2x ≥ –2
x
⇔ x ≤ 2 ∧ x ≥ –1 –1 0 2

C.S. = [–1, 2]

d) |x| + 4 < 1 ⇔ |x| < –3

Equação impossível em R, logo C.S. = ∅.


Soluções
e) |2x| + 5 > 3 ⇔ |2x| > –2 81.
a) {4}
Condição universal em R, logo C.S. = R.
b) ÈÍ , +∞ ÈÍ
3
Î 2 Î
c) {–1, 4}
(continua) d) ]–2, –√∫2[ ∪ ]√∫2, 2[

111
TEMA IV Funções reais de variável real

Exercício resolvido
(continuação)

Sugestão de resolução

f) |x – 3| > |x – 5|

1.º processo
Interpretando as soluções de |x – 3| > |x – 5| como os pontos cuja distância
a 3 é maior do que a distância a 5, facilmente concluímos que estes se en-
contram à direita do ponto médio entre 3 e 5:

0 3 4 5 x

Ponto médio

Assim, C.S. = ]4, +∞[.

2.º processo
Neste caso, vamos definir y = |x – 3| e y = |x – 5|, sem utilizar o símbolo de
módulo:
x–3 se x ≥ 3 x–5 se x ≥ 5



|x – 3| = |x – 5| =
–x + 3 se x < 3 –x + 5 se x < 5

Observamos que as expressões a utilizar variam consoante x < 3, 3 ≤ x < 5


e x ≥ 5.
0 3 5 x
  
x<3 3 ≤x < 5 x≥5

Assim, vamos substituir na inequação que pretendemos resolver |x – 3| > |x – 5|


as respetivas expressões que variam consoante x:
• Em ]–∞, 3[: –x + 3 > –x + 5 ⇔ 0x > 2, que é uma condição impossível em R.

• Em [3, 5[: x – 3 > –x + 5 ⇔ 2x > 8 ⇔ x > 4


C.S. = ]4, +∞[ ∩ [3, 5[ = ]4, 5[

• Em [5, +∞[: x – 3 > x – 5 ⇔ 0x > –2, que é uma condição universal em R.


C.S. = R ∩ [5, +∞[ = [5, +∞[
O conjunto-solução da inequação |x – 3| > |x – 5| será então:
C.S. = ]4, 5[ ∪ [5, +∞[ = ]4, +∞[

Nota 3.º processo


Este método de resolução só Outro método de resolução da equação |x – 3| > |x – 5| consiste em elevar
é válido para equações e ine- ambos os membros ao quadrado, já que |A| > |B| ⇔ A2 > B2:
quações do tipo |f(x)| = |g(x)|
ou |f(x)| > |g(x)| ou natural-
|x – 3| > |x – 5| ⇔ (x – 3)2 > (x – 5)2
mente se em vez do sinal >, ⇔ x2 – 6x + 9 > x2 – 10x + 25
tivermos o sinal ≥, < ou ≤. ⇔ –6x + 10x > 25 – 9
⇔ 4x > 16 ⇔ x > 4
C.S. = ]4, +∞[

112
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

82 Considera a função f
definida por:
g) |x2 – 5x| ≤ 6 ⇔ x2 – 5x ≤ 6 ∧ x2 – 5x ≥ –6
a) f(x) = x – 3
⇔ x2 – 5x – 6 ≤ 0 ∧ x2 – 5x + 6 ≥ 0
b) f(x) = (x + 1)2 – 4
Estamos na presença de duas inequações de 2.º grau. c) y

Do que temos vindo a estudar, sabemos que:


3
• x2 – 5x – 6 ≤ 0 ⇔ – 1 ≤ x ≤ 6 2
3
–7 O 5 x
Cálculo auxiliar
–4
5 ± √∫(∫–∫5∫)2∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ¥
∫ ∫ ∫1∫ ¥
∫ ∫ ∫(∫–∫6∫)
x2 – 5x – 6 = 0 ⇔ x = + +
2¥1 Para cada uma das alíneas,
⇔ x = –1 ∨ x = 6 –1 – 6 x representa graficamente
|f(x)| e indica o
contradomínio de cada
• x2 – 5x + 6 ≥ 0 ⇔ x ≤ 2 ∨ x ≥ 3
uma das funções obtidas.
Cálculo auxiliar
5 ± √∫(∫–∫5∫)2∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ¥
∫ ∫ ∫1∫ ∫¥∫ ∫6
x2 – 5x + 6 = 0 ⇔ x = + +
2¥1
⇔x=2 ∨ x=3 2 – 3 x

Assim:
x2 – 5x – 6 ≤ 0 ∧ x2 – 5x + 6 ≥ 0 ⇔ –1 ≤ x ≤ 6 ∧ (x ≤ 2 ∨ x ≥ 3)

APRENDE FAZENDO
–1 2 3 6 x
Págs. 144 e 148
Exercícios 21 e 32
C.S. = [–1, 2] ∪ [3, 6]

Soluções
82.
a) y

Relação entre o gráfico de f e o gráfico de |f |: x " |f (x)|. |


3

Tem-se: O 3 x

–3
x se x ≥ 0


|x| =
–x se x < 0 [0, +∞[
b) y
Portanto:
4
se f(x) ≥ 0


f(x)
|f(x)| =
– f(x) se f(x) < 0 –3 –1 O 1 x

–4
Ou seja, se f(x) ≥ 0, o ponto de abcissa x do gráfico de |f| é (x, f(x)) e se f(x) < 0, o ponto
[0, +∞[
de abcissa x do gráfico de |f| é (x, –f (x)).
c) y
Então: 4
3
• os pontos do gráfico de f com ordenada positiva ou nula também são pontos do grá- 2

fico de |f|; –7 O 3 5 x
–4
• aos pontos do gráfico de f com ordenada negativa correspondem pontos do gráfico
de |f| que se obtém daqueles por reflexão no eixo Ox. [0, 4]

113
TEMA IV Funções reais de variável real

Exemplos
83 Para cada valor real de
a ≠ 0 e de k, a expressão
1. y y
f(x) = a(x – 3)2 + k define
uma função quadrática. f y = |f (x)|

a) Considera a = –1 e
6 6
k = –2 e determina o
contradomínio de f.
3
b) (*) Para que valores
reais de a e de k o
2 2
contradomínio da O x O x
–2 4 –2 4
função g definida por
g(x) = |f(x)| é diferente –3 –3
de [0, +∞[?
Caderno de Apoio às Metas
Curriculares, 10.º ano 2. Para representar graficamente a função g(x) = |x2 – 4|, podemos pensar na representação

(*) grau de dificuldade elevado


gráfica da função f(x) = x2 – 4, que sabemos ser uma parábola de vértice no ponto de
(desempenho avançado que coordenadas (0, –4) e de concavidade voltada para cima, e obter |f(x)|, como acabamos
não será exigível à totalidade de ver:
dos alunos)

y y
f(x) = x2 – 4 |f(x)| = g(x)

O x O x
–2 2 –2 2

–4 –4

Se pretendermos definir a função g, sem utilizar o símbolo de módulo, procedemos de


forma idêntica ao que temos vindo a estudar:

x2 – 4 se x2 – 4 ≥ 0


g(x) = |x2 – 4| =
–(x2 – 4) se x2 – 4 < 0

Cálculos auxiliares
• x2 – 4 ≥ 0 ⇔ x ≥ 2 ∨ x ≤ – 2
x2 – 4 = 0 ⇔ x2 = 4
⇔ x = 2 ∨ x = –2

+ +
–2 – 2 x

• x2 – 4 < 0 ⇔ – 2 < x < 2


Soluções
83. Assim:
a) ]–∞, – 2]
x2 – 4 se x ≤ –2 ∨ x ≥ 2


b) Nos casos de a e k terem o


g(x) = |x2 – 4| =
mesmo sinal, isto é, –x2 + 4 se –2 < x < 2
a > 0 ∧ k > 0 ou a < 0 ∧ k < 0.

114
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

5.5. Estudo de algumas funções que envolvem radicais FRVR10_5.4

(quadráticos e cúbicos)
Função y = √∫x

Já sabes que a função f: R " R definida por f(x) = x2 não é uma função bijetiva e, como f: R " R
tal, não admite inversa. No entanto, se considerarmos a função g: R+0 " R+0 definida por x 1 x2
g(x) = x2 podemos verificar que se trata de uma função bijetiva, isto é, simultaneamente
y
injetiva e sobrejetiva:
4
• g é injetiva: ∀ x1, x2 ∈R+0: g(x1) = g(x2) ⇒ x1 = x2
1
Recorda, aquando do estudo dos radicais, que ∀ x, y ∈R+0, x2 = y2 ⇔ x = y.
O 1 2 x
• g é sobrejetiva: para todo o y ∈R+0 existe um x ∈R+0 tal que y = g(x).
Recorda que:
y = x2 ⇔ x = √y∫ ∨ x = –√∫y.
 
∈R+0 ∈R–0 g: R+0 " R+0
x 1 x2
Portanto, f (√∫y ) = y.
y
Estamos assim em condições de garantir que a função g admite inversa.
4
Determinemos a expressão de g –1:
1
Relembra que para determinar uma expressão analítica que defina a função g –1 podemos
O 1 2 x
resolver, em ordem a x, a equação g(x) = y, isto é, x2 = y, e como x ≥ 0, de x2 = y vem que x = √∫y.
Temos, assim, g –1: R+0 " R+0 definida por g –1(x) = √∫x.

Representação gráfica
Também já estudámos que os gráficos de uma função e da respetiva inversa são simé-
tricos em relação à reta de equação y = x:
g : R+0 " R+0 y g(x) = x2 y=x

x 1 x2
g –1: R+0 " R+0
x 1 √∫x
Algumas características da função y = √∫x: 1

• Domínio: R+0
O 1 x
• Contradomínio: R+0

• Zeros: Tem um único zero, 0.

• Sinal: Positiva em R+.

• Monotonia: Como já sabes, aquando do estudo dos radicais, tem-se que:


∀ x, y ∈R+0 x < y ⇔ x2 < y2
Assim:
√∫a < √∫b ⇔ a < b

• Extremos: Mínimo absoluto 0 em 0.

115
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.6
Funções definidas por y = a√∫x∫ –∫ ∫ ∫b + c (a, b, c ∈R, a ≠ 0)

A partir do gráfico da função y = √∫x, e aplicando os conhecimentos que foste adquirindo


84 Representa graficamente
ao longo deste tema sobre transformações geométricas do gráfico de uma função, podes
cada uma das seguintes
funções e indica o seu obter o gráfico de qualquer função do tipo y = a√∫x∫ ∫–∫ b
∫ + c.
domínio.
Relembra que o parâmetro real a ≠ 0 é o responsável por dilatações ou contrações verticais
a) f(x) = √∫x∫ ∫+∫ ∫3
e simetria em relação a Ox (caso a < 0), o parâmetro b é o responsável por translações
b) g(x) = √∫x + 2
horizontais e o parâmetro c por translações verticais.
1
c) h(x) = √∫x∫ ∫–∫ ∫4 + 5
3 Observa os seguintes exemplos.

85 Considera as funções f e g Exemplos


definidas por f(x) = 5x – 1
e g(x) = √∫2∫x∫ ∫–∫ ∫1. 1. f(x) = √∫x∫ ∫–∫ 2
∫ y
Define as funções f o g e
• Domínio: [2, +∞[
g o f, indicando os f
respetivos domínios e uma • Contradomínio: R+0
expressão analítica tanto
• Zeros: Tem um único zero, 2.
quanto possível
simplificada para cada • Sinal: Positiva em ]2, +∞[. O 2 x
uma das funções.
• Monotonia: Estritamente crescente no seu domínio.
Caderno de Apoio às Metas
Curriculares, 10.º ano • Extremos: Mínimo absoluto 0 em 2.
Nota
Soluções
Analiticamente, podemos determinar o domínio desta função relembrando que uma raiz
84.
a)
quadrada está definida se e só se o seu radicando é um número real não inferior a zero:
y
f Df = {x ∈R: x – 2 ≥ 0} = {x ∈R: x ≥ 2} = [2, +∞[

2. g(x) = √∫x + 3 y g

–3 O x • Domínio: R+0
Df = [–3, +∞[ • Contradomínio: [3, +∞[ 3
b) y • Zeros: Não tem zeros.
g
• Sinal: Positiva em todo o seu domínio. O x

2 • Monotonia: Estritamente crescente no seu domínio.


O x • Extremos: Mínimo absoluto 3 em 0.
Dg = R+0 Nota
c) y
Observa que o contradomínio é [3, +∞[, pois tem-se que √∫x toma todos os valores em R+0.
h Logo, √∫x + 3 toma todos os valores em [3, +∞[.
5
3. h(x) = –2√∫x∫ –
∫ ∫ ∫1 – 3 y
O 4 x
• Domínio: [1, +∞[
Dh = [4, +∞[ 1
85. • Contradomínio: ]–∞, –3] O x
f o g(x) = 5√∫2∫x∫ ∫–∫ ∫1 – 1 • Zeros: Não tem zeros.
Df o g = ÈÍ , +∞ ÈÍ
1
Î 2 Î • Sinal: Negativa em todo o seu domínio. –3
g o f(x) = √∫1∫0∫x∫ ∫–∫ 3
∫ • Monotonia: Estritamente decrescente no seu domínio.
È 3
Dg o f = Í , +∞ ÈÍ
Î 10 Î • Extremos: Máximo absoluto –3 em 1. h

116
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Nota
FRVR10_5.5
Outras funções envolvendo a raiz quadrada podem ser obtidas por composição com outras
funções já estudadas. Por exemplo, consideremos a função h definida por h(x) = √∫x2∫ ∫ –∫ ∫ 9
∫ e
cujo domínio é Dh = {x ∈R: x – 9 ≥ 0} = {x ∈R: x ≤ –3 ∨ x ≥ 3} = ]–∞, – 3] ∪ [3, +∞[.
2 86 Determina o domínio de
cada uma das seguintes
A função h pode ser vista como a composição da função f com a função g, onde f(x) = √∫x
funções.
e g(x) = x2 – 9, sendo que h = f o g. Recorrendo à calculadora podemos obter a sua repre- a) f(x) = √∫–∫x
sentação gráfica. b) g(x) = √∫x2∫ ∫ ∫+∫ x∫

c) h(x) = √∫x∫2∫ ∫+∫ 1



d) j(x) = √∫i(∫x), onde a
função se encontra
graficamente
representada por:
y

Função y = 3√∫x 2
–1 O x

Verifiquemos que a função f: R " R definida por f(x) = x3 é uma função bijetiva:
• f é injetiva: ∀ x1, x2 ∈R: f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2
Recorda que:
∀ x, y ∈R: x3 = y3 ⇔ x = y
• f é sobrejetiva: todo o elemento y de R é imagem de pelo menos um elemento x de R.
Recorda que:
y = x3 ⇔ x = 3√∫y
Portanto, f (3√∫y ) = x. 87 a) Exprime o raio r de uma
esfera em função do seu
Sendo f uma função simultaneamente injetiva e sobrejetiva, concluímos que f é uma
volume V.
função bijetiva e, portanto, admite inversa. Determinemos a expressão de f –1:
b) Considera um cilindro
Para isso vamos resolver em ordem a x a equação f(x) = y, isto é, x3 = y. de volume V cuja altura
é igual ao dobro do raio
x3 = y ⇔ x = 3√∫y
da base. Designando
Temos assim que f –1: R " R é definida por f –1(x) = 3√∫x. por r o raio da base,
exprime r em função de
Representação gráfica V.

As representações gráficas de f e de f –1 são simétricas em relação à reta de equação y = x:


y=x
f: R " R f –1: R " R y y = x3

x 1 x3 x 1 3√∫x
y = 3√∫x
Algumas características da função y = 3√∫x: Soluções
1
• Domínio: R 86.
O 1 x a) R–0
• Contradomínio: R b) ]–∞, –1] ∪ [0, +∞[
• Zeros: Tem um único zero, 0. c) R
d) ]–∞, –1] ∪ {2}
• Sinal: Negativa em R– e positiva em R+. 87.

√∫ 4p
• Monotonia: Estritamente crescente no seu domínio. 3V
a) r = 3
• Extremos: Não tem extremos.
√∫ 2p
3V
b) r =
• Paridade: É uma função ímpar (3√∫–∫x = – 3√∫x, ∀ x ∈R).

117
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.6
Funções definidas por y = a 3√∫x∫ ∫–∫ ∫b + c (a, b, c ∈R, a ≠ 0)

Mais uma vez relembremos o estudo acerca de transformações geométricas do gráfico


de uma função, pois a partir desses conhecimentos e do gráfico da função y = 3√∫x podes
88 Considera as funções f e g
definidas por: obter o gráfico de qualquer função do tipo y = a3√∫x∫ ∫–∫ b
∫ + c.
f(x) = 3√∫–∫x
g(x) = 23√∫x∫ ∫–∫ ∫3 + 4 Exemplo
a) Determina o domínio
das duas funções. A partir do gráfico da função y = 3√∫x podemos obter facilmente o gráfico da função
1 1
b) Representa f(x) = 3√∫x∫ +
∫ ∫2
∫ + 1, pois sabemos que o parâmetro real a, neste caso , é responsável
2 2
graficamente as funções 1
f e g. Descreve como por uma contração vertical de coeficiente do gráfico da função y = 3√∫x, o parâmetro b,
2
podes obter cada uma
das representações
neste caso –2, é responsável por uma translação de vetor ≤u (– 2, 0) e o parâmetro c, neste
gráficas a partir da caso 1, é responsável por uma translação de vetor ≤u (0, 1).
representação gráfica
y
da função y = 3√∫x.
f

O x
–10 –2

89 Determina o domínio da
função h definida por
1
Das transformações efetuadas e do conhecimento das propriedades principais da função
h(x) = , onde a
3√∫i∫(∫x) y = 3√∫x, podemos concluir que f apresenta as seguintes características:
função i se encontra
• Domínio: R
representada graficamente
por: • Contradomínio: R
y
• Zeros: Tem um único zero, –10.
i

Para determinar analiticamente o zero da função f, necessitamos de resolver a equação


2
1
–1 O x f(x) = 0, isto é, f(x) = 3√∫x∫ ∫+∫ ∫2 + 1 = 0, que é um exemplo de uma equação irracional,
2
pois a incógnita surge no radicando.
Assim:
1 3
√∫x∫ ∫+∫ 2
∫ +1=0
2
⇔ 3√∫x∫ +∫ ∫ ∫2 = –2 (Começamos por isolar o radical num dos membros)
Soluções
88. ⇔ (3√∫x∫ ∫+∫ 2
∫ )3 = (–2)3 (Elevamos ambos os membros ao cubo, obtendo uma equação
a) Df = R; Dg = R equivalente, pois A = B ⇔ A3 = B3)
b) y ⇔ x + 2 = –8
⇔ x = –10
O x 1 3
Concluímos assim que o valor de x que satisfaz a condição √∫x∫ ∫+∫ 2
∫ + 1 = 0 é – 10.
f 2
y g
• Sinal: Negativa em ]–∞, – 10[ e positiva em ]– 10, +∞[.

4 • Monotonia: É estritamente crescente no seu domínio.


–5 O 3 x • Extremos: Não tem extremos.
89. R\{–1, 2} • Paridade: Não é uma função par, nem ímpar.

118
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Equações e inequações envolvendo radicais quadrados ou cúbicos


13
Ja vimos como resolver a equação √∫x∫ +
∫ ∫2
∫ + 1 = 0, onde a incógnita surge no radicando.
2

Observa agora outro exemplo onde se pretende resolver uma equação que envolve não
um radical cúbico, mas um radical quadrático: √∫x∫ ∫+∫ 6
∫ =x
Começamos por verificar que o radical já se encontra isolado num dos membros.
Prosseguimos elevando ambos os membros ao quadrado, notando que não se obtém
uma equação equivalente, pois não é verdade que A = B ⇔ A2 = B2:
(√∫x∫ +∫ ∫ ∫6)2 = x2 ⇔ x + 6 = x2
⇔ x2 – x – 6 = 0

⇔ x = –(–1) ± √∫(∫–∫1∫)∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫1∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫6∫)


2

2¥1

⇔ x = 1 ± √∫2∫5
2
⇔ x = 3 ∨ x = –2

O conjunto-solução parece ser {– 2, 3}. Erro típico

Observa que se substituirmos as soluções obtidas na equação √∫x∫ +


∫ ∫6
∫ = x, verificamos
que apenas 3 é solução, pois:

• Se x = 3:
√∫3∫ ∫+∫ 6
∫ = 3, que é uma proposição verdadeira.
Logo, 3 é solução da equação.

• Se x = –2:
√∫–∫ 2∫ +
∫ ∫6
∫ = –2, que é uma proposição falsa.
Logo, –2 não é solução da equação.

O conjunto-solução da equação √∫x∫ +


∫ ∫ ∫6 = x é {3}.

Tal aconteceu pois ao elevar ao quadrado ambos os membros da equação obteve-se


uma equação que não é equivalente à equação dada.

Recorda
Assim, numa equação que envolva radicais quadrados deves utilizar:
Se A = B, então A2 = B2,
f(x) = g(x) ⇒ (f(x))2 = (g(x))2 e não f(x) = g(x) ⇔ (f(x))2 = (g(x))2 mas se A2 = B2 não tem
que acontecer A = B, ou
e verificar se as soluções obtidas são de facto soluções da equação inicialmente apre- seja, não se verifica
A = B ⇔ A2 = B2.
sentada.

119
TEMA IV Funções reais de variável real

90 Um reservatório cheio de Esquematizando / Resumindo


água começa a ser
esvaziado às 10 horas de
um certo dia. Sabe-se que No geral, numa equação que envolva radicais quadrados ou cúbicos podes seguir
a altura da água no os seguintes passos:
reservatório, t horas após
este ter começado a ser 1.º passo: Isola um radical num dos membros da equação.
esvaziado, é dada por
2.º passo: Eleva ao quadrado, ou ao cubo, ambos os membros da equação consoante
h(t) = 2 – 3√∫t. Determina a
que hora desse dia o se trate de uma equação que envolva radicais quadrados ou cúbicos.
reservatório fica vazio.
3.º passo: Se a equação assim obtida ainda envolver radicais, repete os passos an-
teriores.
4.º passo: No caso de envolver radicais quadrados, verifica se as soluções obtidas são
também soluções da equação inicial.

Se estivermos na presença de uma inequação com radicais quadrados ou cúbicos o pro-


cesso é semelhante, pois iremos também resolver uma equação (para determinar quando
é que o primeiro membro é igual ao segundo) e, aliado ao conhecimento da monotonia
da função em causa, decidir quando é que um membro é superior ou inferior ao outro.
Observa o seguinte exercício resolvido.

91 Resolve, em R, as Exercício resolvido


seguintes equações.
a) √∫3∫x∫ ∫–∫ 2
∫ –1=0 Resolve, em R, as seguintes condições.
b) √∫2∫x∫ –
∫ ∫ ∫4 + x = 2 a) 3√∫x∫ +
∫ ∫ ∫1 = 2 b) √∫x∫ –
∫ ∫ ∫2 = 4 c) √∫x∫ ∫–∫ 2
∫ =x–4 d) √∫2∫x∫ +
∫ ∫ ∫1 = x
c) √∫2∫x∫ ∫–∫ 4
∫ – √∫3∫x∫ ∫+∫ ∫1 = 0
e) √∫x + √∫x∫ ∫–∫ 3
∫ =3 f) √∫x∫ +
∫ ∫ ∫3 < 2 g) √∫x∫ ∫–∫ 1
∫ ≤3
d) √∫x∫ ∫+∫ ∫3 – √∫2∫x∫ ∫–∫ ∫1 – 1 = 0
Adaptado de Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Nota
Na resolução da equação Sugestão de resolução
ao lado, que envolve um ra-
dical cúbico, não foi neces- a) 3√∫x∫ + (
∫ ∫ ∫1 = 2 ⇒ 3√∫x∫ + )
∫ ∫ ∫1 3 = 23
sário verificar se a solução ⇔x+1=8
encontrada satisfaz a equa-
⇔x=7
ção inicial, uma vez que as
equações apresentadas são C.S. = {7}
todas equivalentes.
b) √∫x∫ ∫–∫ 2 ( )
∫ = 4 ⇒ √∫x∫ –∫ ∫ ∫2 2 = 42
⇒ x – 2 = 16
APRENDE FAZENDO
Pág. 148 ⇒ x = 18
Exercício 34
Verificação
Soluções
Se x = 18: √∫1∫8∫ ∫–∫ ∫2 = 4 ⇔ √∫1∫6 = 4, que é uma proposição verdadeira, logo
90. 18 horas.
18 é solução da equação.
91. a) {1}
b) {2} C.S. = {18}
c) ∅
d) {1}

120
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

92 Considera as funções f e g
definidas, respetivamente,
Sugestão de resolução por f(x) = 3 – √∫x∫ ∫+∫ 2
∫ , em
[–2, +∞[ e g(x) = x2 – 4x,
(
c) √∫x∫ ∫–∫ ∫2 = x – 4 ⇒ √∫x∫ ∫–∫ 2 )
∫ 2 = (x – 4)2 em R.
⇒ x – 2 = x2 – 8x + 16 a) Esboça o gráfico das
⇒ x2 – 9x + 18 = 0 funções f e g.

⇒ x = 9 ± √∫8∫1∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫1
∫ ∫¥
∫ ∫1
∫ ∫8 b) Determina os zeros de
2 f.

⇒x= 9 ± √∫ 9 c) Utilizando a
2 calculadora gráfica,
⇒x=3 ∨ x=6 determina valores
aproximados às
Verificação décimas das soluções
da equação f(x) = g(x),
• Se x = 3: √∫3∫ –∫ ∫ 2
∫ = 3 – 4 ⇔ 1 = –1, que é uma proposição falsa, logo 3 não justificando por que
é solução da equação. razão existem
exatamente duas
• Se x = 6: √∫6∫ ∫–∫ ∫2 = 6 – 4 ⇔ 2 = 2, que é uma proposição verdadeira, logo
soluções.
2 é solução da equação.
Caderno de Apoio às Metas
C.S. = {6} Curriculares, 10.º ano

d) √∫2∫x∫ + (
∫ ∫ ∫1 = x ⇒ √∫2∫x∫ ∫+∫ 1 )
∫ 2 = x2
⇒ 2x + 1 = x2
⇒ x2 – 2x – 1 = 0
⇒ x = 2 ± √∫4∫ ∫–∫ 4
∫ ∫¥
∫ ∫1
∫ ∫¥
∫ ∫ (∫ ∫–∫1∫)
2
⇒ x = 2 ± √∫8
2
⇒x= 2 + 2√∫2 ∨ x = 2 – 2√∫2
2 2
⇒ x = 1 + √∫2 ∨ x = 1 – √∫2

Verificação
• Se x = 1 + √∫2: √∫2∫(1
∫ ∫ +∫ ∫ √∫ ∫∫2 ∫)∫ +∫ ∫ 1 = 1 + √∫2 ⇔ √∫2∫ +∫ ∫ 2∫ ∫√2∫∫ ∫ +∫ ∫ 1 = 1 + √∫2
⇔ √∫3∫ +
∫ ∫ 2∫ ∫√∫∫2 = 1 + √∫2
Como são ambos valores positivos √∫3∫ +
∫ ∫ 2∫ √∫ 2∫∫ = 1 + √∫2 se 3 + 2√∫2 = (1 + √∫2)2.
3 + 2√∫2 = (1 + √∫2 )2 ⇔ 3 + 2√∫2 = 1 + 2√∫2 + 2
⇔ 3 + 2√∫2 = 3 + 2√∫2, que é uma proposição verdadeira,
logo 1 + √∫2 é solução da equação.
• Se x = 1 – √∫2: √∫2∫(1
∫ ∫ –∫ ∫ √∫ ∫∫2 ∫)∫ +∫ ∫ 1 = 1 – √∫2 ⇔ √∫2∫ –∫ ∫ 2∫ √∫ 2∫∫ ∫ +∫ ∫ 1 = 1 – √∫2 Soluções

⇔ √∫3∫ –∫ ∫ 2
∫ √∫ 2∫∫ = 1 – √∫2, que é uma pro- 92.
a) y
g
posição falsa, pois observa-se que √∫3∫ –∫ ∫ ∫2∫√∫∫2 > 0 enquanto 1 – √∫2 < 0, logo 3
1 – √∫2 não é solução da equação. x
–2 O 4
f
C.S. = {1 + √∫2}
b) x = 7
(continua)
(continua) c) x ≈ – 0,4 e x ≈ 4,1

121
TEMA IV Funções reais de variável real

Exercício resolvido
(continuação)

Sugestão de resolução

e) √∫x + √∫x∫ –
∫ ∫ ∫3 = 3 ⇔ √∫x∫ –∫ ∫ ∫3 = 3 – √∫x
⇒ (√∫x∫ –∫ ∫ ∫3 )2 = (3 – √∫x )2
⇒ x – 3 = 9 – 6√∫x + x
⇒ 6√∫x = 12
⇒ √∫x = 2
⇒ (√∫x )2 = 22
⇒x=4

Verificação
Se x = 4:
√∫4 + √∫4∫ ∫–∫ ∫3 = 3 ⇔ 2 + 1 = 3, que é uma proposição verdadeira, logo 4 é so-
lução da equação.
C.S. = {4}

93 Resolve, em R, as f) √∫x∫ ∫+∫ 3


∫ <2
seguintes inequações.
Comecemos primeiro por resolver a equação √∫x∫ +
∫ ∫ ∫3 = 2.
a) √∫x∫ ∫–∫ ∫4 – 1 ≥ 0
b) √∫2∫x∫ ∫+∫ ∫3 < 2 √∫x∫ + ∫ = 2 ⇒ (√∫x∫ ∫+∫ 3
∫ ∫3 ∫ )2 = 22
⇒x+3=4
⇒x=1

Verificação
Se x = 1:
√∫1∫ ∫+∫ 3
∫ = 2 ⇔ √∫4 = 2, que é uma proposição verdadeira, logo 1 é solução da
equação.
Determinamos o valor de x para o qual √∫x∫ ∫+∫ 3
∫ = 2 e verificamos que x = 1.

Cálculo auxiliar
D = {x ∈R: x + 3 ≥ 0}
= {x ∈R: x ≥ –3} = [–3, +∞[

Como sabemos que a função y = √∫x∫ + ∫ ∫3


∫ é uma função estritamente crescente
no seu domínio, podemos concluir que √∫x∫ + ∫ ∫ 3 < 2, para os valores de x per-
tencentes ao domínio tais que x < 1, e que √∫x∫ ∫+∫ 3 > 2, para os valores de x
Soluções tais que x > 1, ou seja, x ∈[–3, 1[.
93.
C.S. = [–3, 1[
a) [5, +∞[
b) ÈÍ –
3 1È
, Í
Î 2 2Î

122
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Observa que podes pensar na representação gráfica da função y = √∫x∫ + ∫ ∫3



(que sabes obter do gráfico de y = √∫x por uma translação de vetor (–3, 0)) e
da reta de equação y = 2.
Se a esse conhecimento juntares o facto de os gráficos referidos se interse-
tarem no ponto de abcissa 1, facilmente concluis que o conjunto-solução
da inequação é [–3, 1[.
y
y = √∫x∫ ∫+∫ ∫3
2
y=2

–3 O 1 x

A representação gráfica da função y = √∫x∫ +


∫ ∫3
∫ encontra-se abaixo da reta y = 2
no intervalo [–3, 1[.

g) √∫x∫ –
∫ ∫ ∫1 ≤ 3
Analogamente à resolução do exercício anterior, comecemos por resolver
primeiro a equação √∫x∫ ∫–∫1 = 3.
√∫x∫ –∫ ∫ 1 = 3 ⇒ (√∫x∫ ∫–∫ 1
∫ )2 = 32
⇒x–1=9
⇒ x = 10

Verificação
Se x = 10:
√∫1∫0∫ ∫–∫ 1 = 3 ⇔ √∫9 = 3, que é uma proposição verdadeira, logo 10 é solução
da equação.
Como a função y = √∫x∫ –∫ ∫ 1 é uma função estritamente crescente no seu domí-
nio, podemos concluir que √∫x∫ –∫ ∫ 1 ≤ 3, para os valores de x pertencentes ao
domínio tais que x < 10, e que √∫x∫ –∫ ∫ 1 > 3, para os valores de x tais que x > 10,
ou seja, x ∈[1, 10].

Cálculo auxiliar
D = {x ∈R: x – 1 ≥ 0}
= {x ∈R: x ≥ 1} = [1, +∞[

y
APRENDE FAZENDO
y = √∫x∫ ∫–∫ ∫1
3 Págs. 143, 148, 149 e 150
y=3
Exercícios 14, 15, 18, 35,
36, 39 e 42
O 1 10 x

C.S. = [1, 10] CADERNO DE EXERCÍCIOS


E TESTES
Págs. 24 e 27
Exercícios 7 e 18

123
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.7 5.6. Funções polinomiais


Definição

Chama-se função polinomial a uma função que pode ser definida analiticamente por
um polinómio com uma só variável.

Recorda Assim, uma função polinomial f é uma função de domínio R do tipo:

Chama-se polinómio de f(x) = anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + … + a1x1 + a0, com n ∈N0 e an, an – 1, an – 2, … ,
grau n com apenas uma a1, a0 ∈R.
variável x a toda a
expressão do tipo anxn +
+ an – 1xn – 1 + an – 2 xn – 2 + Exemplos
+ … + a1 x1 + a0,
com n ∈N0; an, an – 1, an – 2, 1. Funções afins
… , a1, a0 ∈R e an ≠ 0.
São exemplos de funções polinomiais as funções afins, uma vez que uma função afim
é uma função do tipo f(x) = ax + b, com a, b ∈R, e ax + b é um polinómio de grau 0 ou
de grau 1, consoante a = 0 ou a ≠ 0.
Por exemplo:
• f(x) = 2x + 3
• g(x) = –x
94 Das seguintes funções • h(x) = –4
reais de variável real,
indica as que são funções y y y
f
g
polinomiais.
1 3
a) f(x) = x+1 1
2
1 O x x x
b) g(x) = +1 –3 –1 O O
2x 2
1 –4 h
c) h(x) = x 2 + 3x – 2
d) i(x) = x2 + 3x – 2
e) j(x) = √∫2x7 + 3x4 – x 2. Funções quadráticas

São também exemplos de funções polinomiais as funções quadráticas, pois uma função
quadrática é uma função do tipo f(x) = ax2 + bx + c, com a, b, c ∈R e a ≠ 0, e ax2 + bx + c,
com a ≠ 0 é um polinómio de grau 2.
Por exemplo:
• f(x) = x2 – 5x + 6
• g(x) = –3x2
• h(x) = x2 + 1
y y y
h

O 1
O 2 3 x x O x
Solução
94. Funções f, i e j. g

124
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

3. Funções cúbicas
95 Numa certa fábrica de
Chama-se função cúbica a toda a função polinomial de grau 3, ou seja, a toda a função gelados realizou-se um
estudo acerca da
do tipo f(x) = ax3 + bx2 + cx + d, com a ≠ 0.
produtividade dos
Por exemplo: funcionários do turno da
manhã que inicia às
• f(x) = x3 8 horas e termina às
13 horas.
• g(x) = x3 – 8
Conclui-se que, no geral, o
• h(x) = –x3 + 1 número de litros de gelado
que um trabalhador que
• i(x) = x3 – 2x2 – x + 2
entra ao trabalho às 8
• j(x) = x3 – 13x2 + 23x – 11 horas da manhã produz é
dado pela função P
definida por
y y y
P(x) = –x3 + 6x2 + 15x,
f g h
onde x é o número de
horas decorridas desde as
1 8 horas.
1
O Segundo este modelo:
O 1 x 2 x O 1 x
a) quantos litros de gelado
terá produzido um
–8 trabalhador até às
10 horas?
b) quantos litros de gelado
terá produzido um
trabalhador entre as
9 horas e as 10 horas?
Observa que conhecendo a representação gráfica da função f definida por f(x) = x3, po-
demos facilmente esboçar o gráfico das funções g e h, utilizando mais uma vez os co-
nhecimentos acerca das transformações geométricas do gráfico de uma função.
Assim, o gráfico de g obtém-se do gráfico de f por uma translação de vetor ≤u (0, – 8) e o
gráfico de h obtém-se do gráfico de f por uma simetria em relação a Ox, seguida de
uma translação de vetor ≤u (0, 1).
Já as expressões analíticas das funções i e j não são da forma af (x + b) + c e, portanto,
não é tão simples obter o seu gráfico a partir do conhecimento das transformações
geométricas.
Podemos recorrer à calculadora e, numa janela adequada, obter a representação gráfica
de cada uma delas:
APRENDE FAZENDO
Pág. 148
Exercício 33

CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Pág. 24
Exercício 8

Soluções
95.
Função i Função j a) 46 ᐉ
b) 26 ᐉ

125
TEMA IV Funções reais de variável real

Erro típico

Observa um erro comum na obtenção do gráfico da fun-


ção j, usando a calculadora gráfica. O erro resulta da
escolha de uma janela de visualização não adequada:
Observa que, neste retângulo de visualização, não
consegues ter uma ideia do comportamento global da
função e, a partir desta representação gráfica, várias conclusões erradas poderiam
ter sido retiradas. Por exemplo, pensar que a função só tinha um zero ou que tinha
um máximo mas não tinha mínimo…

Quando se utiliza a calculadora gráfica para esboçar o gráfico de uma função é preciso
ter em atenção que o retângulo de visualização da calculadora só nos permite ver parte
do gráfico da função. Assim, é necessário ter cuidado com a escolha da janela em que
se está a trabalhar e a interpretação daquilo que se vê.
Ao longo do Ensino Secundário estudarás conceitos e processos que te permitirão co-
nhecer, de forma mais completa, a representação gráfica de uma função e te ajudarão
a interpretar melhor os resultados fornecidos pela calculadora, no que diz respeito ao
gráfico de uma função.

4. Funções polinomiais de grau superior a 3

Vejamos outros exemplos de funções polinomiais, neste caso, de graus 4 e 5, respetivamente:


• f(x) = x4

• g(x) = –2x4 – x3 + 5x2 + 1

• h(x) = x5 + 3x4 – 15x3 – 19x2 + 30x

126
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Zeros de uma função polinomial 96 Considera a função f


definida por:
Determinar os zeros de uma função polinomial f, ou seja, resolver a equação f(x) = 0, f(x) = 4x3 + 8x2 – x – 2
equivale a determinar os zeros do polinómio que a define. a) Mostra que –2 é zero da
função f.
Recorda que esse estudo já foi feito, aquando do estudo de polinómios, e no qual tam-
b) Determina os outros
bém aprendeste que um polinómio de grau n tem no máximo n raízes. Podemos então zeros de f.
concluir que uma função polinomial de grau n tem no máximo n zeros. c) Define a função f por
uma expressão da forma
Revê a resolução de equações de grau superior ao segundo, com a ajuda do exercício
f(x) = a(x – b)(x – c)(x – d),
resolvido seguinte. onde a, b, c, d ∈R.

Exercício resolvido

Determina analiticamente os zeros das seguintes funções polinomiais.


a) f(x) = 2x2 – x – 1

b) g(x) = 9x3 + 9x2 – x – 1

c) h(x) = x4 + x3 – 3x2 – x + 2 , sabendo que o polinómio que define a função h ad-


mite 1 como raiz de multiplicidade 2.
d) i(x) = x4 – 15x2 – 16

Sugestão de resolução

a) f(x) = 0 ⇔ 2x2 – x – 1 = 0 ⇔ x =
–(–1) ± √∫(∫–∫1∫)2∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫2∫ ¥
∫ ∫ (∫ ∫–∫1∫)
2¥2

⇔ x = 1 ± √∫9 ⇔ x =
1+3 1–3 1
∨x= ⇔x=1∨x=–
4 4 4 2
1
Os zeros de f são – e 1.
2

b) g(x) = 0 ⇔ 9x3 + 9x2 – x – 1 = 0 Recorda

Relembra que os únicos “candidatos” a raízes inteiras do polinómio que de- Dado um polinómio de
fine a função g são –1 e 1. Começa por reparar que –1 é zero de g, pois coeficientes inteiros, o
respetivo termo de grau
g(–1) = 0. Assim, vamos efetuar a divisão inteira de 9x3 + 9x2 – x – 1 por
zero é múltiplo inteiro de
x + 1, recorrendo à regra de Ruffini: qualquer raiz do polinómio.
9x3 + 9x2 – x – 1 = (x + 1)(9x2 – 1) 9 9 –1 –1
–1 –9 0 1
Assim:
9 0 –1 0
g(x) = 0 ⇔ (x + 1)(9x2 – 1)
Soluções
⇔ x + 1 = 0 ∨ 9x2 – 1 = 0
96.
1 1 1 a) f(–2) = 0
⇔ x = –1 ∨ x2 = ⇔ x = –1 ∨ x = ∨ x = – 1 1
9 3 3 b) – e
2 2
h 1hh 1h
c) f(x) = 4(x + 2) ix – i ix + i
(continua) j 2jj 2j

127
TEMA IV Funções reais de variável real

97 Dá exemplo de uma função Exercício resolvido


polinomial de grau 3: (continuação)

a) que admita 1 como


zero triplo; Sugestão de resolução
b) que admita 1 como
c) h(x) = 0 ⇔ x4 + x3 – 3x2 – x + 2 = 0
zero simples e único;
c) que admita 1 como Uma vez que 1 é raiz da multiplicidade 2 do polinómio x4 + x3 – 3x2 – x + 2 = 0,
zero duplo. sabemos que este polinómio é divisível por (x – 1)2.
Utilizando a regra de Ruffini, vem:
98 Determina analiticamente 1 1 –3 –1 2
os zeros das funções
polinomiais seguintes. 1 1 2 –1 –2
a) f(x) = –5x + 1 1 2 –1 –2 0
b) g(x) = 3x2 – x – 4
1 1 3 2
c) h(x) = x3 – 24
d) i(x) = –x3 + 16x 1 3 2 0
e) j(x) = 2x4 – 8x3 + 7x2 +
Assim:
+ 4x – 4 x4 + x3 – 3x2 – x + 2 = 0 ⇔ (x – 1)(x – 1)(x2 + 3x + 2) = 0
⇔ x – 1 = 0 ∨ x – 1 = 0 ∨ x2 + 3x + 2 = 0
⇔ x = 1 ∨ x = –3 ± √∫3∫ ∫ ∫–∫ 4
2 ∫ ∫¥ ∫ ∫1
∫ ∫¥
∫ ∫2

2¥1
–3 ± 1
⇔x=1∨x=
2
⇔ x = 1 ∨ x = –2 ∨ x = –1
Os zeros de h são –1, –2 e 1 (zero duplo).

d) i(x) = x4 – 15x2 – 16

i(x) = 0 ⇔ x4 – 15x2 – 16 = 0
Relembra que estamos na presença de uma equação biquadrada, já que é
uma equação da forma ax4 + bx2 + c = 0, a ≠ 0, que pode ser transformada
numa equação de 2.º grau na incógnita y = x2.
Considerando y = x2 vem:
y2 – 15y – 16 = 0 ⇔ y = 15 ± √∫(∫–∫1∫5∫)∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫1∫ ∫¥∫ ∫(∫–∫1∫6)
2

2¥1

⇔ y = 15 ± √∫2∫8∫9
Soluções 2
15 + 17 15 – 17
97. Por exemplo: ⇔y= ∨y=
2 2
a) f(x) = (x – 1)3 = x3 – 3x2 + 3x – 1
b) f(x) = x3 – 1 ⇔ y = 16 ∨ y = –1
c) f(x) = x(x – 1)2 = x3 – 2x2 + x
98. Substituindo y por x2, tem-se que:
1
a) x2 = 16 ∨ x2 = –1
5 
4 Equação impossível em R
b) e –1
3
⇔ x = 4 ∨ x = –4
c) 2 √∫3
3

d) 0; 4 e – 4 Os zeros da função i são – 4 e 4.


e) 2;
√∫2 e – √∫2
2 2

128
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Sinal de uma função polinomial 99 Na figura estão


representadas
Estudar o sinal de uma função polinomial f, isto é, determinar os valores de x para os graficamente duas funções
quais f(x) > 0 e os valores de x para os quais f(x) < 0, equivale a resolver uma inequação polinomiais f e g, de grau
2 e 3, respetivamente.
polinomial, que já aprendeste.
y
g
Revê a resolução de inequações de grau superior ou igual ao segundo com a ajuda dos
seguintes exercícios resolvidos. f

2
Exercícios resolvidos O 1 3 x
–1

1. Estuda o sinal das seguintes funções polinomiais.

a) f(x) = 2x2 – 7x – 15
Indica os valores de x para
1 1
b) g(x) = 3x3 + 3x2 – x– os quais:
3 3
a) f(x) ≥ 0
b) g(x) < 0
c) f(x) ≤ g(x)
Sugestão de resolução d) f(x + 4) < 0

a) Como f é uma função quadrática, comecemos por determinar os valores


de x tais que f (x) = 0 e fazemos um esboço da parábola que representa esta
função.

2x2 – 7x – 15 = 0 ⇔ x = 7 ± √∫(∫–∫7∫)∫ ∫ –∫ ∫ ∫4∫ ∫¥∫ ∫2∫ ¥


∫ ∫ (∫ ∫–∫1∫5∫)
2

2¥2

⇔ x = 7 ± √∫1∫6∫9
4

⇔x=
7 + 13
∨x=
7 – 13 + +
4 4 3 – 5 x

2
3
⇔x=5∨x=–
2

Assim, verifica-se que:

È 3 È
• f(x) < 0 ⇔ x ∈Í – , 5Í
Î 2 Î
È 3È È È
• f(x) > 0 ⇔ x ∈Í –∞, – Í ∪ Í 5, +∞ Í
Î 2Î Î Î

Isto é:

È 3 È
• f é negativa em Í – , 5 Í;
Î 2 Î
Soluções
È 3È
• f é positiva em Í –∞, – Í ∪ ]5, +∞[. 99.
Î 2Î a) ]–∞, 0] ∪ [3, +∞[
b) ]–∞, 0[ ∪ ]1, 3[
c) [0, 2] ∪ [3, +∞[
(continua)
d) ]–4, –1[

129
TEMA IV Funções reais de variável real

100 Resolve analiticamente as Exercícios resolvidos


seguintes inequações. (continuação)
a) (–x + 1)(x2 – 5x + 6) > 0
Sugestão de resolução
b) f(x) ≤ 0, sabendo que
f(x) = 2x3 + x2 – 5x + 2 e
f(1) = 0. b) Já tínhamos visto na alínea b) do exercício anterior que a função g admitia
1 1
c) x4 < 27x como zeros – 1, – e .
3 3
d) –x5 + 2x3 ≥ 0
Relembra que podemos decompor em fatores o polinómio que representa
a função g da seguinte forma:
1 1 h hh 1h
3x3 + 3x2 – x – = 3(x + 1) ix + 1 i ix – i e, a partir desta decomposição,
3 3 j 3j j 3j
elaborar um quadro onde se estuda o sinal de cada um dos fatores e se con-
clui acerca do sinal de g.

x –∞ –1 1 1 +∞

3 3
3(x + 1) – 0 + + + + +

1
x+ – – – 0 + + +
3
1
x– – – – – – 0 +
3
h hh 1h
3(x + 1) ix + 1 i ix – i – 0 + 0 – 0 +
j 3j j 3j
   
g(x) < 0 g(x) > 0 g(x) < 0 g(x) > 0
Conclui-se assim que:
1 1È È
• g é negativa em ]–∞, – 1[ e em Í – , Í;
3 3Î Î
È 1È È1 È
• g é positiva em Í – 1, – Í e em Í , +∞ Í.
Î 3Î Î3 Î
h hh 1h
Nota: Em alternativa a considerar g(x) = 3(x + 1) ix + 1 i ix – i , podíamos ter
j 3j j 3j
h 2 1 hi
optado por g(x) = 3(x + 1) ix – e construir o seguinte quadro de sinais:
j 9j
Cálculos auxiliares
1 1
x –∞ –1 – +∞ • y = 3(x + 1)
3 3
+
APRENDE FAZENDO 3(x + 1) – 0 + + + + + – –1 x
Pág. 149 1
1 • y = x2 –
Exercícios 37 e 38 x2 – + + + 0 – 0 + 9
9
+ +
h 1h
CADERNO DE EXERCÍCIOS 3(x + 1) ix2 – i – 0 + 0 – 0 + 1 – 1 x
E TESTES j 9j –

Pág. 27     3 3

Exercício 19 g(x) < 0 g(x) > 0 g(x) < 0 g(x) > 0

Soluções 2. Considera a função polinomial f definida por:


100. f(x) = x4 + 3x3 + 5x2 + x – 10
a) ]–∞, 1[ ∪ ]2, 3[
b) ]–∞, – 2] ∪ ÈÍ , 1 ÈÍ
1 a) Mostra que f tem apenas dois zeros: – 2 e 1
Î2 Î
c) ]0, 3[ b) Resolve a inequação f(x) < 0.
d) ]–∞, –√∫2] ∪ [0, √∫2]

130
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

Sugestão de resolução

a) f(–2) = (–2)4 + 3 ¥ (–2)3 + 5 ¥ (–2)2 + (–2) – 10


= 16 – 24 + 20 – 2 – 10 = 0

Logo, –2 é zero de f.
f(1) = 14 + 3 ¥ 13 + 5 ¥ 12 + 1 – 10
= 1 + 3 + 5 + 1 – 10 = 0

Logo, 1 é zero de f.
Cálculo auxiliar
Provemos que são únicos: 1 3 5 1 –10

f(x) = x4 + 3x3 + 5x2 + x – 10 = –2 –2 –2 –6 10


1 1 3 –5 0
= (x + 2)(x – 1)(x2 + 2x + 5)
1 1 2 5
1 2 5 0
f(x) = 0 ⇔ (x + 2)(x – 1)(x2 + 2x + 5) = 0
⇔ x + 2 = 0 ∨ x – 1 = 0 ∨ x2 + 2x + 5 = 0

⇔ x = –2 ∨ x = 1 ∨ x = –2 ± √∫2∫ ∫ ∫–∫ 4
2 ∫ ∫¥ ∫ ∫1
∫ ∫¥
∫ ∫5

2¥1

⇔ x = –2 ∨ x = 1 ∨ x = –2 ± √∫–∫1∫6
2¥1

Equação impossível em R

De facto, –2 e 1 são os únicos zeros de f.

b) Utilizando a fatorização do polinómio que representa f, obtida na alínea an-


terior, vamos estudar o sinal de f.
f(x) = (x + 2)(x – 1)(x2 + 2x + 5) Observação
O fator x2 + 2x + 5 é sempre
Cálculos auxiliares positivo e, portanto, não altera
x –∞ –2 1 +∞ •y=x+2 o sinal do produto que se está
+ a estudar, motivo pelo qual
x+2 – 0 + + + – –2 x
não necessitas de o
x–1 – – – 0 + •y=x–1 contemplar na tabela.
+
– 1 x
x2 + 2x + 5 + + + + +
• y = x + 2x + 5
2

Sinal de f + 0 – 0 +

+ +
f(x) < 0
x
C.S. = ]–2, 1[

131
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.8 5.7. Estudo de funções definidas por ramos envolvendo


as funções estudadas
101 Considera as funções f, g e
h definidas por:
Ao longo destas últimas unidades fizemos o estudo elementar das funções afins, qua-
x+2 se x < 0
  

f(x) = dráticas e outras funções polinomiais. Vimos também a função módulo, raiz quadrada e
3x2 + 2 se x ≥ 0 raiz cúbica, bem como o conceito de função definida por ramos.
6 se x < –5 Assim, neste momento, deves então ser capaz de estudar e esboçar o gráfico de funções
g(x) = x + 1 se –5 ≤ x ≤ 3
definidas por ramos, envolvendo funções polinomiais até ao 3.º grau, módulos e radicais
√∫x se x > 3
quadráticos e cúbicos.
3√∫x se x < 1
h(x) =
|x – 2| – 1 se x > 1 Exercícios resolvidos

a) Determina, caso estejam 1. Considera a função f definida por:


h 1h
i2 2 i ,
definidos, f(0), f – 2x3 – 2 se x < 0


j j
f(x) =
g(12), g(–5), h(– 8) e h(1). x2 – 3 se x ≥ 0
b) Esboça o gráfico das h 3h
funções. a) Calcula f – 3√∫2 + f ij5 2 ij .
( )
b) Averigua se a função f tem zeros.
Recorda
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano
m
n√∫am
an = ∫
(a é um número
real positivo e m é um
n Sugestão de resolução
número racional não
negativo).
a) Calcula-se a imagem de – 3√∫2, usando a expressão correspondente ao ramo
em que x < 0:
Soluções
f (– 3√∫2 ) = –2(– 3√∫2 )3 – 2 = –2 ¥ (–2) – 2 = 2
101.
h 1h
3
a) f(0) = 2; f ij2 2 ij = 8; g(12) = 2√∫3;
g(–5) = – 4; h(– 8) = – 2; h(1) não
Calcula-se a imagem de 5 2 , usando a expressão correspondente ao ramo
definido. em que x ≥ 0:
b) y h 3h
f
f ij5 2 ij = f (√∫5∫3) = (√∫5∫3)2 – 3 = 53 – 3 = 122
2 h 3h
Logo, f (– 3√∫2 ) + f ij5 2 ij = 2 + 122 = 124.
–2 O

b) Pretende-se determinar os valores reais de x tais que f(x) = 0:


y
6 g
(i) Se x < 0, tem-se que:
4
√∫3 f(x) = 0 ⇔ – 2x3 – 2 = 0 ∧ x < 0
1
O
–5 3 5
⇔ x3 = –1 ∧ x < 0
–4
⇔ x = 3√∫–1 ∧ x < 0
y h ⇔ x = –1
1
2
O 1 3 x Conclui-se assim que f tem um zero em ]–∞, 0[.
–1

132
UNIDADE 5 Estudo elementar de algumas funções

102 Considera a função f


definida por
(ii) Se x ≥ 0, tem-se que: f(x) = |x2 – 5x + 6|.
f(x) = 0 ⇔ x2 – 3 = 0 ∧ x ≥ 0 a) Esboça o gráfico da
função f.
⇔ x2 =3∧x≥0
b) Apresenta a função f
⇔ (x = √∫3 ∨ x = –√∫3) ∧ x ≥ 0
definida por ramos.
⇔ x = √∫3
Conclui-se assim que f tem um zero em [0, +∞[.
De (i) e (ii) vem que a função f tem dois zeros, x = –1 e x = √∫3.

2. Considera as funções f, g e h definidas por:


se x < – 3
 

–x 103 Considera a função g


x3 se x < 2


f(x) = 0 se –3 < x < 3 g(x) = definida por g(x) = |9 – x2|.
√∫x∫ –∫ ∫ 2 se x ≥ 2 a) Apresenta a função g
x se x > 3
definida por ramos.
|x + 1| se x ≤ 0 b) Esboça o gráfico da
h(x) =
(x – 1)2 se x > 0 função g.

a) Sem recurso à calculadora gráfica, esboça o gráfico das funções f, g e h.


b) Indica o contradomínio, os zeros e os intervalos máximos de monotonia das
funções f, g e h.
Testes interativos
– Estudo elementar de
algumas funções I.
Sugestão de resolução – Estudo elementar de
algumas funções II.

a) y y y h
8
f g
CADERNO DE EXERCÍCIOS
3 E TESTES
1
Pág. 26
–3 O 3 x O 2 x –1 O 1 x Exercícios 12 e 13

Soluções
102.
b) Função f
a) y
• D’f = {0} ∪ ]3, +∞[
f
• Zeros: os valores de x pertencentes ao intervalo ]– 3, 3[.
• f é estritamente decrescente em ]–∞, –3[ e estritamente crescente em ]3, +∞[.
O 2 3 x
Função g
• D’g = R x2 – 5x + 6 se x ≤ 2 ∨ x ≥ 3


• Zeros: 0 e 2 b) f(x) =
–x + 5x – 6 se 2 < x < 3
2

• g é estritamente crescente em ]–∞, 2[ e em [2, +∞[. 103.


9 – x2 se –3 ≤ x ≤ 3


a) g(x) =
Função h x –9
2
se x < –3 ∨ x > 3
• D’h = R+0
b) y
• Zeros: – 1 e 1 9 g
• h é estritamente decrescente em ]–∞, –1] e em [0, 1] e é estritamente cres-
cente em [– 1, 0] e em [1, +∞[.
–3 O 3 x

133
TEMA IV Funções reais de variável real

UNIDADE 6
Operações algébricas com funções

FRVR10_5.9 6.1. Função soma


A adição de funções é uma operação entre funções cujo resultado se chama função
Resolução soma e é assim definida:
Todos os exercícios de “Operações
algébricas com funções”. Definição

Dadas duas funções f: Df " R e g: Dg " R, a soma de f com g é uma função que
se representa por f + g e é tal que f + g: Df ∩ Dg " R, onde (f + g)(x) = f(x) + g(x).

104 Considera as funções f e g, Exemplo


das quais se sabe que f é
definida por f(x) = x2 e que Sendo f e g as funções definidas por f(x) = 3x – 1 e g(x) = √∫x, tem-se que a função soma
o gráfico de g é uma reta de f com g é a função f + g tal que:
que passa pelos pontos de • Df + g = Df ∩ Dg = R ∩ R+0 = R+0
coordenadas (0, 3) e (1, 2).
• (f + g)(x) = f(x) + g(x) = 3x – 1 + √∫x
a) Calcula (f + g)(0) e
(f – g)(1). Nota
b) Indica o domínio e uma Para cada função g existe uma função que somada com g dá a função nula: é a função
expressão analítica de
simétrica de g que se representa por –g e é tal que –g: Dg " R, onde (–g)(x) = –g(x).
cada uma das seguintes
funções.
i. f + g Dadas duas funções f e g, a função f – g, função diferença, pode ser vista como a
ii. f – g função soma de f com –g, isto é, f – g = f + (–g) e assim f – g: Df ∩ Dg " R, onde
iii. f ¥ g (f – g)(x) = f(x) – g(x).

6.2. Função produto


APRENDE FAZENDO
Págs. 142 e 150 A multiplicação de funções é uma operação entre funções cujo resultado se chama fun-
Exercícios 13 e 40 ção produto e é assim definida:
Definição
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Pág. 26 Dadas duas funções f: Df " R e g: Dg " R, o produto de f por g é uma função que
Exercício 14 se representa por f g ou f ¥ g e é tal que f g: Df ∩ Dg " R, onde (f g)(x) = f(x) g(x).

Soluções
Exemplo
104.
a) (f + g)(0) = 3; (f – g)(1) = –1 Sendo f e g as funções definidas por f(x) = 3x + 1 e g(x) = √∫x, tem-se que a função produto
b)
de f por g é a função f ¥ g tal que:
i. D = R; (f + g)(x) = x2 – x + 3
ii. D = R; (f – g)(x) = x2 + x – 3
• Df ¥ g = Df ∩ Dg = R ∩ R+0 = R+0
iii. D = R; (f ¥ g)(x) = –x3 + 3x2 • (f ¥ g)(x) = f(x) ¥ g(x) = (3x – 1)√∫x

134
UNIDADE 6 Operações algébricas com funções

6.3. Função quociente FRVR10_5.9

A divisão de funções é uma operação entre funções cujo resultado se chama função
quociente e é assim definida:

Definição

Dadas duas funções f: Df " R e g: Dg " R, o quociente de f por g é uma função


f f
que se representa por e é tal que ∶D f " R, onde:
g g g
f f(x) 105 Considera as funções f e g
D f = Df ∩ {x ∈Dg: g(x) ≠ 0} e (x) = definidas por f(x) = √∫x∫ +
∫ ∫1
g g g(x)
e g(x) = √∫x – 2.
Determina o domínio da
f
função .
g
Exemplos Caderno de Apoio às Metas
Curriculares, 10.º ano
Sejam f e g as funções definidas por f(x) = 3x – 1 e g(x) = √∫x.
f
1. A função quociente de f por g é a função tal que:
g
• D f = Df ∩ {x ∈Dg: g(x) ≠ 0}
g
= R ∩ {x ∈R+0: √∫x ≠ 0}
= R ∩ R+
= R+
Cálculo auxiliar
√∫x ≠ 0 ⇔ x ≠ 0

f f(x)
• (x) =
g g(x)
3x – 1
=
√∫x

g
2. A função quociente de g por f é a função tal que:
f
• D g = Dg ∩ {x ∈Df : f(x) ≠ 0}
f
= R+0 ∩ {x ∈R: 3x – 1 ≠ 0}
a1a
= R+0 ∩ R\b b
c3c
a1a
= R+0\b b
c3c

Cálculo auxiliar
3x – 1 ≠ 0 ⇔ x ≠ 1
3 APRENDE FAZENDO
Pág. 143
g g(x) Exercício 16
• (x) =
f f(x)
Solução
= √∫x
3x – 1 105. R+0\{4}

135
TEMA IV Funções reais de variável real

FRVR10_5.9 6.4. Produto de uma função por um escalar


A multiplicação de uma função por um número real é uma função assim definida:

Definição
Nota
Podes utilizar para represen- Dada uma função f: Df " R e um número real α, o produto de f pelo escalar α é
tar as potências de expoente uma função que se representa por αf e é tal que αf: Df " R, onde (αf)(x) = αf(x).
racional as notações envol-
vendo raízes.
Exemplo

Sendo f a função definida por f(x) = 3x – 1, tem-se que a função produto de f pelo escalar
2 é a função 2f tal que:
• D2f = Df = R
• (2f)(x) = 2f(x) = 2(3x – 1) = 6x – 2

6.5. Potência de uma função


A potência de expoente r (r ∈Q) de uma função é uma função assim definida:

Nota Definição
Atenção ao significado de
f –1, que poderá designar a Dada uma função f: Df " R e um número racional r, a potência de expoente r de f
função inversa de f ou a é uma função que se representa por f r e é tal que f r: Df r " R, onde Df r é o conjunto
1 dos números reais x para os quais está definido f(x)r e f r(x) = f(x)r.
função x "
|
.
f(x)

Exemplos

Sendo f a função definida por f(x) = 3x – 1, tem-se que:


1. a função potência de expoente 2 de f é a função f 2 tal que:

• f 2(x) = f(x)2 = (3x – 1)2 = 9x2 – 6x + 1


• Df 2 = R
1
1
2. a função potência de expoente de f é a função f 2 tal que:
1 1
2
• f 2 (x) = f(x) 2 = √∫f∫ (∫x) = √∫3∫x∫ ∫–∫ 1

1 È1 È 1 È1 È
•Df 2 = Í , +∞ Í, pois Df 2 = {x ∈R: 3x – 1 ≥ 0} = Í , +∞ Í
Î3 Î Î3 Î
Cálculo auxiliar
1
3x – 1 ≥ 0 ⇔ x ≥
3

3. a função potência de expoente –1 de f é a função f –1 tal que:


1 1
• f –1(x) = f(x)–1 = =
f(x) 3x – 1
a1a
• Df –1(x) = {x ∈R: 3x – 1 ≠ 0} = R\b b
c3c

136
UNIDADE 6 Operações algébricas com funções

Exercícios resolvidos 106 Considera as funções f e g


definidas graficamente
1. Nas figuras estão representadas duas funções f e g. por:
y
y y f
6
3 3
f
2 2 2
g
O 4 x
1 1 –2

O 2 4 x O 2 4 6 x
y

a) Indica o domínio de cada uma das funções.


g
1
b) Indica o domínio da função f + g e calcula (f + g)(4). 6
–6 O 2 x
c) Indica o domínio de f ¥ g e calcula (f ¥ g)(0). –2

Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano


a) Indica o domínio de
cada uma das funções
representadas.
Sugestão de resolução
b) Calcula, se possível,
(f + g)(0), (f ¥ g)(2),
a) Df = [0, 4] e Dg = [0, 6] hfh hfh
i i (4), i i (6), f 3(–10)
jgj jgj
1
b) Df + g = [0, 4] ∩ [0, 6] e g 2 (–6).
= [0, 4] c) Indica o domínio das
f
funções f + g, f ¥ g, ,
(f + g)(4) = f(4) ¥ g(4) g
g 3 12 1
, f , f e g2 .
=3¥1 f

=3

c) Df × g = [0, 4] ∩ [0, 6]
= [0, 4]
(f ¥ g)(0) = f(0) ¥ g(0)
=2¥3
=6

2. Considera as funções f e g definidas por:

f(x) = √∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫x e g(x) = √∫3∫x∫ ∫+∫ 1 + 2


a) Determina o domínio de cada uma das funções f e g.
Soluções
b) Indica o domínio da função h = f – g e determina os zeros de h.
106.
hfh
c) Determina (fg)(4) + i i (1). a) Df = ]–∞, 4] e Dg = [– 6, 6].
jgj
b) 3; 0; – 6; não definido; – 8; 1
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano c) [–6, 4]; [–6, 4]; [– 6, 4]\{2};
(continua) [–6, 4]; ]–∞, 4]; [0, 4]; [– 6, 2]

137
TEMA IV Funções reais de variável real

107 Considera as funções f e g Exercícios resolvidos


definidas por f(x) = 2x e (continuação)
g(x) = x2 + 1.
Seja h a função definida por: Sugestão de resolução


(f + g)(x) se x ≤ –1
a) Df = {x ∈R: 9 – 2x ≥ 0}
1
f 3 (x) se –1 < x < 4
h(x) = È 9È
hfh
= Í –∞, Í
i i (x) se x ≥ 4 Î 2Î
jgj
Cálculo auxiliar
9
a) Calcula h(–1) + h(1) + 9 – 2x ≥ 0 ⇔ –2x ≥ –9 ⇔ x ≤ 2
+ h(4).
b) Define analiticamente a Dg = {x ∈R: 3x + 1 ≥ 0}
função h de forma a
È 1 È
que não apareçam = Í – , +∞ Í
explicitamente f nem g.
Î 3 Î

c) Representa Cálculo auxiliar


1
graficamente uma 3x + 1 ≥ 0 ⇔ x ≥ – 3
restrição da função h ao
intervalo ]–∞, 4[.
b) Dh = Df – g = Df ∩ Dg

È 9È È 1 È
= Í –∞, Í ∩ Í– , +∞ Í
Î 2Î Î 3 Î
È 1 9È
= Í– , Í
Î 3 2Î

Zeros de h
h(x) = 0 ⇔ f(x) – g(x) = 0
⇔ √∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫x – (√∫3∫x∫ ∫+∫ 1
∫ + 2) = 0
⇔ √∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫x = √∫3∫x∫ +
∫ ∫ ∫1 + 2
⇒ (√∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫x )2 = (√∫3∫x∫ ∫+∫ 1
∫ + 2)2
⇒ 9 – 2x = (√∫3∫x∫ +
∫ ∫ ∫1)2 + 4√∫3∫x∫ +
∫ ∫ ∫1 + 4
⇒ 9 – 2x = 3x + 1 + 4√∫3∫x∫ +
∫ ∫ ∫1 + 4
⇒ 9 – 2x – 3x – 1 – 4 = 4√∫3∫x∫ ∫+∫ 1

Soluções ⇒ 4 – 5x = 4√∫3∫x∫ ∫+∫ 1

107. ⇒ (4 – 5x)2 = (4√∫3∫x∫ +
∫ ∫ ∫1)2
8
a) 3√∫2 +
17 ⇒ 16 – 40x + 25x2 = 16(3x + 1)
x2 + 2x + 1 se x ≤ –1


b)
⇒ 25x2 – 40x + 16 – 48x – 16 = 0
3
√∫2x se –1 < x < 4
h(x) =
2x
se x ≥ 4 ⇒ 25x2 – 88x = 0
x2 + 1
⇒ x(25x – 88) = 0
c) y
h ⇒ x = 0 ∨ 25x – 88 = 0
88
2 ⇒x=0∨x=
25
–1 O 4 x
√∫–∫2
3

138
UNIDADE 6 Operações algébricas com funções

108 Considera as funções f e g


definidas por f(x) = |x – 2| e
Verificação


√∫x se x ≥ 2
g(x) = .
x+1 se x < 2
• Se x = 0:
a) Sem utilizar o símbolo
√∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫ ∫¥∫ ∫0 – (√∫3∫ ∫¥∫ ∫0∫ ∫+∫ 1
∫ + 2) = 0 de módulo, define a
função f + g.
⇔ √∫9 – (1 + 2) = 0
b) Determina os zeros da
⇔ 3 – 3 = 0, que é uma proposição verdadeira, logo 0 é solução da função f + g.
equação.

88
• Se x = :
25

h h
√∫9 – 2∫ ¥ 88
25
– √∫3 ¥ ∫
88
25
i
+1+2
j
i
j
=0

h h
⇔ √∫ 49
25
– √∫
289
25
i
j
+2 i
j
=0

7 17
⇔ – –2=0
5 5
⇔ –2 – 2 = 0
88
⇔ –4 = 0, que é uma proposição falsa, logo não é solução da equação.
25
h tem apenas um zero: x = 0

c) (fg)(4) = f(4) ¥ g(4)

= √∫9∫ ∫–∫ 2
∫ ∫¥ ∫ × (√∫3∫ ∫¥∫ ∫4∫ ∫+∫ 1
∫ ∫4 ∫ + 2)
= √∫1∫3 + 2
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
hfh f(1)
i i (1) = Pág. 23
jgj g(1) Exercício 5
Págs. 55 a 57
= √∫9∫ –∫ ∫ ∫2∫ ∫¥∫ ∫1 Teste n.º 5

√∫3∫ ¥
∫ ∫1
∫ ∫+
∫ ∫ ∫1 + 2

= √∫7
Testes interativos
– Operações algébricas com
4 funções I.
– Operações algébricas com
funções II.
Logo:

= √∫1∫3 + 2 + √∫7
hfh
(fg)(4) + i i (1) Soluções
jgj 4
108.


√∫x + x – 2 se x ≥ 2
a) (f + g)(x) =
3 se x < 2
b) Não tem zeros.

139
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de seleção

1 De uma função afim f, sabe-se que o seu zero é 1 e que f(–3) = 8. Uma expressão analítica de f é:
(A) f(x) = 2x – 2 (B) f(x) = –4x + 4 (C) f(x) = 2(1 – x) (D) f(x) = (2x + 4)(x – 1)

Solução: Opção (C)

2 Seja g uma função definida por g(x) = ax + b, com a < 0. Qual das afirmações seguintes é necessaria-
mente verdadeira?
(A) g não tem zeros. (B) g tem um único zero.

(C) g tem no máximo um zero. (D) g tem um número infinito de zeros.

Solução: Opção (B)

3 Seja g uma função definida em R por g(x) = x2 – 2x – 3. Qual das afirmações seguintes é falsa?
(A) O gráfico de g interseta o eixo Ox em dois pontos.

(B) g é estritamente crescente no intervalo [2, 6].

(C) A reta de equação x = 1 é o eixo de simetria da parábola que representa graficamente a função g.

(D) 2 não pertence ao contradomínio de g.

Solução: Opção (D)

4 Seja f uma função quadrática. Qual das afirmações seguintes é necessariamente verdadeira?
(A) f é par. (B) O gráfico de f interseta o eixo Ox.

(C) f é injetiva. (D) O gráfico de f interseta o eixo Oy.

Solução: Opção (D)

5 Na figura está representada uma função quadrática f definida por f(x) = a(x – h)2 + k, a, h, k ∈R e a ≠ 0.

O x

Então, pode concluir-se que:


(A) a > 0, h > 0 e k > 0. (B) a > 0, h < 0 e k > 0.

(C) a < 0, h > 0 e k < 0. (D) a < 0, h < 0 e k > 0.

Solução: Opção (D)

140
Itens de seleção

6 Seja f uma função definida em R por f(x) = ax + b, onde a e b são números reais tais que a < 0 e b > 0.
a
Qual dos gráficos seguintes pode representar a função f?
(A) y f (B) f
y (C) y (D) y
f

O x O x O x O x

Solução: Opção (D)

7 Considera a família de funções reais de variável real definida por h(x) = –x2 + 4x + k, k ∈R. Qual é o
conjunto de valores de k para os quais a função h não tem zeros reais?
(A) ]– 4, +∞[ (B) ]–∞, –4[ (C) {– 4} (D) R\{– 4}

Solução: Opção (B)

8 Seja f uma função definida em R por f(x) = 2x2 + ax – b. Para que f tenha um extremo absoluto no
ponto de coordenadas (2, −2), os valores reais de a e de b são, respetivamente, iguais a:
(A) –8 e –6 (B) – 6 e – 2 (C) – 6 e 2 (D) – 8 e 6

Solução: Opção (A)

9 Seja f a função polinomial representada graficamente na figura e g a função real de variável real de-
finida por g(x) = (1 – x2) ¥ f(x).

3 f

–3 –2 –1 O 1 2 3 4 x
–1

–2

–3

O conjunto-solução da condição g(x) ≥ 0 é:


(A) [–3, –1] ∪ [4, +∞[ (B) ]–∞, –3] ∪ [–1, 4]

(C) [–3, 1] ∪ [4, +∞[ (D) [–3, 1]

Solução: Opção (B)

141
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de seleção

10 Um projétil, depois de lançado, atingiu uma altura máxima de 72 metros, vindo a cair a uma distância,
na horizontal, de 12 metros da base de lançamento. A sua trajetória tem a forma de uma parábola
com eixo de simetria vertical. Qual das expressões pode definir a trajetória do projétil, onde x é a dis-
tância percorrida em metros na horizontal desde que o projétil foi lançado e f(x) é a altura, também
em metros, a que o projétil se encontra do solo?
(A) f(x) = 0,5(x – 6)2 + 72 (B) f(x) = –2(x – 6)2 + 12
(C) f(x) = – 0,5(x – 6)2 + 72 (D) f(x) = 72 – 2(x – 6)2

Solução: Opção (D)

11 De uma função quadrática f sabe-se que tem um mínimo absoluto e que f(–3) = f(5) = –2. Qual dos
conjuntos seguintes pode ser solução da condição f(x) < –1?
(A) ]7, +∞[ (B) ]–5, 7[ (C) ]– 3, 1[ (D) ]–∞, – 5[

Solução: Opção (B)

12 Considera as funções f e g definidas em R por f(x) = (x – 1)2 – 4 e g(x) = ax – 4. Para que valores reais
de a os gráficos destas funções têm um único ponto comum?
(A) – 4 e 0 (B) – 4 (C) 0 (D) Nenhum

Solução: Opção (B)

13 Na figura estão representadas graficamente as funções f e g. Seja h a função produto das funções f e g.
y
f
3
2
1

–3 –2 –1 O 1 2 3 x
–1
–2 g

Qual das representações gráficas seguintes pode ser a da função h?


(A) y (B) y
h h

–3 –2 –1 O 1 2 3 x –3 –2 –1 O 1 2 3 x
–1 –1
–2 –2
–3 –3
–4 –4

(C) y (D) y
4 4 h
h
3 3

2 2

1 1

x –3 –2 –1 O x
–3–2 –1 O 1 2 3 1 2 3

Solução: Opção (C)

142
Itens de seleção

14 Considera a função real de variável real definida pela expressão f(x) = 4 – x + √∫x∫ –∫ ∫ 2
∫ . Qual das afirmações
seguintes é verdadeira?
(A) 3 e 6 são zeros de f. (B) 3 é o único zero de f.

(C) 6 é o único zero de f. (D) A função não tem zeros.

Solução: Opção (C)

15 Qual é o domínio da função f definida por f(x) = √∫|∫x2∫ ∫ –∫ ∫ ∫1∫|∫ ∫–∫ 1


∫ ?
] ] [
(A) –∞, –√∫2 ∪ {0} ∪ √∫2, +∞ [ ] ] [
(B) –∞, –√∫2 ∪ √∫2, +∞ [
(C) [√∫2, +∞[ (D) [– √∫2, +∞[

Solução: Opção (A)

16 Sejam f e g duas funções reais de variável real definidas por f(x) = √∫6∫ ∫–∫ 2
∫ ∫x e g(x) = 2 – √∫2∫x.

a) Qual é o domínio da função


f ?
g
(A) [0, 3] (B) R\{2}

(C) [0, 3]\{2} (D) [0, +∞[

b) Qual das seguintes afirmações é falsa?

(A) (g o f)(1) = 0 (B)


f (1) = 2 + √∫2
g
(C) g –1(1) = 1 (D) (g – f)(2) = 0
2
Soluções: a) Opção (C) b) Opção (D)

17 Considera a função f definida no intervalo [– 2, 4] por f(x) = – x + 1. Qual é o contradomínio da


2
função g definida por g(x) = –f(x – 2) + 3?
(A) [–1, 2] (B) [1, 4]

(C) [–2, 1] (D) [2, 5]

Solução: Opção (B)

18 Considera as funções f e g definidas em R+0 por f(x) = 3√∫x e g(x) = √∫x. O conjunto-solução da condição
f(x) ≤ g(x) é:
(A) [1, +∞[ (B) {0} ∪ [1, +∞[

(C) [0, 1] (D) [0, +∞[

Solução: Opção (B)

143
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

19 Considera a família de funções reais de variável real definidas por f(x) = (a – 1)x + 2a, a ∈R.
Determina os valores de a para os quais:
a) f seja estritamente decrescente;

b) o gráfico de f interseta o eixo Ox no ponto de abcissa –1;

c) o gráfico de f seja uma reta paralela ao eixo das abcissas.

Soluções: a) ]–∞, 1[ b) a = –1 c) a = 1

20 Seja f uma função definida em R por f(x) = – x2 + 5x – 6.


a) Determina os zeros de f.

b) Indica uma equação para o eixo de simetria do gráfico de f.

c) Esboça o gráfico de f.

d) A função é sobrejetiva? Justifica.

e) Resolve, em R, a inequação f(x) ≤ –6.

f) Determina o contradomínio de |f|.

Soluções: a) 2 e 3 b) x = 5 c) y d) Não. e) ]–∞, 0] ∪ [5, +∞[ f) [0, +∞[


2 2
1

O 1 2 3 4 x
–1
–2

21 Considera a função f definida em R pela expressão f(x) = 2 |x – 1| + 4.


a) Determina as coordenadas dos pontos de interseção do gráfico de f com os eixos coordenados.

b) Indica o contradomínio de f.

c) Resolve a condição f(x) < 6.

d) Indica um intervalo do domínio onde a função é injetiva.

Soluções: a) (0, 6) b) [4, +∞[ c) ]0, 2[ d) ]1, +∞[ (por exemplo)

22 Representa sob a forma de intervalos ou uniões de intervalos os conjuntos-solução das seguintes con-
dições em R.
a) 2x2 + 5x + 6 ≥ 0 b) (x – 3)2 ≤ x – 1

c) 2x – 1 < (x – 2)(x + 2) d) (x2 – 4)(1 – x2) > 0

Soluções: a) R b) [2, 5] c) ]–∞, –1[ ∪ ]3, +∞[ d) ]–2, –1[ ∪ ]1, 2[

144
Itens de construção

23 Uma piscina cilíndrica, com 3 metros de raio e 3 metros de altura, completamente cheia, começou a
ser esvaziada para limpeza. Para esse efeito, ligou-se uma bomba que retira a água à razão de 100
litros por minuto. Seja v a função que representa o volume de água na piscina, em m3, t horas depois
de começar o esvaziamento, até estar completamente vazia.
a) Quanto tempo demora a esvaziar totalmente a piscina? Indica o resultado em horas arredondado
às unidades.
b) Quantos litros de água tem a piscina 2 horas depois de começar o esvaziamento? Apresenta o re-
sultado arredondado às unidades.
c) Determina o domínio e o contradomínio da função v.

d) Define a função v por uma expressão analítica.

Soluções: a) 14 h b) 72 823 ᐉ c) ÈÍ 0,
27 È
p Í , [0, 27p] d) v(t) = 27p – 6t
Î 6 Î

24 Considera a função quadrática f definida por:


f(x) = 2x2 – 4x + 1
a) Escreve f(x) na forma f(x) = a(x – h)2 + k sendo (h, k) as coordenadas do vértice da parábola que de-
fine graficamente a função.
b) Indica os intervalos máximos de monotonia e os extremos de f.

c) Para que valores reais de k a função f(x) + k é sempre positiva?

d) Comenta a afirmação: “O gráfico de f é simétrico relativamente ao eixo Oy”.

e) Determina o domínio da função g definida por g(x) = 1 – √∫f∫(∫x∫)∫ ∫–∫ 1


∫ .

Soluções: a) f(x) = 2(x – 1)2 – 1 b) Estritamente decrescente em ]–∞, 1] e estritamente crescente em [1, +∞[; mínimo absoluto
igual a –1 em 1. c) k > 1 d) Afirmação falsa. e) ]–∞, 0] ∪ [2, +∞[
Animação
Resolução do exercício.

25 Para cada valor real de k ≠ 1, a expressão f(x) = (1 – k)x2 + 2x + 1 define uma função quadrática. Sejam
A e B dois pontos do gráfico de f de abcissas 0 e x respetivamente e com ordenadas iguais.

a) Mostra que A–B =


2 .
k–1
b) Determina para que valores reais de k a equação tem duas soluções distintas.

c) Considera k = 3.

i) Resolve a condição f(x) ≤ –3.


h x h
ii) Indica os zeros da função g definida por g(x) = f i i .
j 2j
iiii) Determina o contradomínio da função h definida por h(x) = –2f(x – 3) + 1.

Soluções: b) k > 0 c) i) ]–∞, –1] ∪ [2, +∞[ ii) {1 – √∫3, 1 + √∫3} iii) [–2, +∞[

145
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

26 Para iluminar uma operação de salvamento lança-se um foguete cuja altura h, em metros, em relação ao
nível da água do mar é dada em função do tempo t, em segundos, pela expressão h(t) = –t2 + 5t + 10.
a) Qual é a altura do foguete ao fim de 3 segundos?

b) Qual é a altura máxima atingida pelo foguete?

c) A luz do foguete só é útil desde que a sua altura não seja inferior a 4 metros. Quanto tempo dura
a luz útil de cada foguete?

Soluções: a) 16 m b) 16,25 m c) 6 s

27 Na figura está representado o trapézio retângulo [ABCD] e o triângulo equilátero [ADE]. Sabe-se que
a base [AB] mede 6 cm.
D C

A E B

Seja x a medida, em centímetros, da base [AE].


a) Mostra que a área do trapézio, em cm2, é dada em função de x através da expressão A(x) =
√∫3 (24x – x2).
8
b) Para que valor de x a área do trapézio é igual 10√∫3 cm2?

Solução: b) 4

se x ≤ –1


4
28 Seja f a função definida em R por f(x) = 2–x se –1 < x < 1 .
x2 + 1 se x ≥ 1

a) Esboça o gráfico da função.

( )
b) Calcula f – 3√∫3 – f(0) + f √∫2 . ( )
c) Indica o contradomínio de f.

d) Mostra analiticamente que a função não tem zeros.

e) Para que valores reais de k a equação f(x) = k tem exatamente duas soluções?

Soluções: a) y b) 5 c) ]1, +∞[ e) [2, 3[


5
4
3
2
1
O
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4 x
–1

146
Itens de construção

29 A Maria inscreveu-se num ginásio para frequentar aulas de Zumba. Cada aula custa 5 euros, a não
ser que o número de aulas assistidas por mês seja superior a seis. Nesse caso, o ginásio faz um des-
conto cobrando apenas 3 euros pelas restantes aulas frequentadas ainda no mesmo mês.
a) Num determinado mês a Maria foi a 10 aulas. Quanto pagou no fim desse mês?

b) No final de um certo mês a Maria pagou 60 euros. A quantas aulas foi?

c) Determina uma expressão que permita calcular a quantia paga, ao fim de um mês, em euros, para
frequentar essa modalidade em função do número x de aulas assistidas nesse mês.
se x ≤ 6


5x
Soluções: a) 42 € b) 16 c) f(x) =
3x + 12 se x > 6

30 Na figura está representada parte do gráfico da função f de domínio R. Sabe-se que, em R+, f é definida
por uma função quadrática.
y
3

2
1

–5 –4 –3 –2 –1 O 1 2 3 4 5 x

a) Define f analiticamente.

b) Determina os valores de x para os quais se tem –2f(x) > 0.

c) Esboça o gráfico da função g definida por g(x) = f(–x) + 1.

d) Determina o contradomínio e os zeros da função h definida por h(x) = f(x + 1) – 2.

e) A função f admite inversa? Justifica.




3
x+6 se x ≤ –2
2
Soluções: a) f(x) = 3 se –2 < x < 0 b) ]–∞, –4[ ∪ ]4, +∞[ c) y
x2 5
– + 2x se x ≥ 1 4
2
3
11 2
d) ]–∞, 1]; 1 e – e) Não.
3 1

–5 –4 –2 O 1 2 3 4 5 x
–2

–4

31 Determina os conjuntos-solução das seguintes condições em R.

a) 1 –
|x + 1| > – 2 b) |4x + 1| = x c)
3 >0
2 |x2 – 9|
d) |1 – 2x| = |3x – 2| e) –2|x – 1| > 2x f) |x2 + 4x + 4| > 0

g) |4x + 1| < |2 – x| h) |x2 – x – 2| ≤ 0 i) |x2 – x | ≥ 1

1 – √∫5 È È 1 + √∫5
, 1b e) ∅ f) R\{–2} g) ÈÍ –1, ÈÍ h) {–1, 2} i) ÈÍ –∞, , +∞ ÈÍ
a3 a 1
Soluções: a) ]–7, 5[ b) ∅ c) R\{–3, 3} d) b Í∪Í
c5 c Î 5Î Î 2 Î Î 2 Î

147
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

32 Considera as funções g e h definidas por g(x) = –|x – 2| + 5 e h(x) = (x – 2)2 – 1.


a) Caracteriza as sucessivas transformações que permitem obter o gráfico de g a partir do gráfico da
função definida por y = |x|.
b) Determina os zeros de g e de h.

c) Resolve analiticamente a inequação g(x) ≥ 1.

d) Define g analiticamente sem usar o símbolo de módulo.

e) No mesmo referencial esboça os gráficos das funções g e h e determina o conjunto-solução da con-


dição g(x) ≥ h(x).

Soluções: a)Translação de vetor ≤v (2, 0), seguida de uma reflexão em relação ao eixo Ox, seguida de uma translação de
x+3
 se x < 2
vetor ≤v (0, 5). b) {– 3, 7} e {1, 3} c) [–2, 6] d) f(x) = e) [0, 4] y
–x + 7 se x ≥ 2 5 h
4
3
Animação
2
Resolução do exercício. g
1

–4 –2 O 1 2 3 4 5 6 7 x
–2

33 Averigua se as funções definidas no maior domínio possível pelas seguintes expressões são pares ou
ímpares.
a) |2x| – 1 b) 2x3 – 3x c) x|5x| d) 5 3√∫x e) 5x2 – 3x4 f) 1 + √∫1∫6∫ ∫–∫ x
∫ 2∫
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Soluções: a) Função par. b) Função Ímpar. c) Função ímpar. d) Função ímpar. e) Função par. f) Função par.

34 Resolve as seguintes equações em R.


a) √∫6∫ ∫–∫ x
∫ = –x b) √∫x2∫ ∫ ∫–∫ x – 3√∫x = 0 c) √∫3∫x∫ ∫–∫ 5
∫ = √∫x∫ +
∫ ∫ ∫2 + 1 d) 3√∫2∫x∫ –
∫ ∫ ∫5 = 3

Soluções: a) {–3} b) {0, 10} c) {7} d) {16}

35 O período T de oscilação, em segundos, de um pêndulo simples, é dado, em função do seu compri-


mento c, em centímetros, pela expressão:

√∫
T = 2p c
980
a) Qual é o período de um pêndulo com 15 centímetros de comprimento? Indica o resultado arre-
dondado às décimas.
b) Exprime c em função de T.

( )
c) Calcula c 3√∫3 , arredondado às décimas, e interpreta o resultado no contexto do problema.
h T h2
Soluções: a) 0,8 s b) c = 245 i i c) 51,6 cm. Comprimento de um pêndulo de período igual a 3√∫3 s.
j p j

148
Itens de construção

36 Considera as funções reais de variável real definidas por:


f(x) = √∫6∫ –∫ ∫ ∫x2∫ + 2 e g(x) = 2 – x
a) Indica o domínio de f.

b) Usando a calculadora gráfica, indica os intervalos máximos de monotonia de f.

c) Determina analiticamente, caso existam, as coordenadas dos pontos de interseção dos gráficos das
duas funções.
d) Calcula (g o f)(–2).

e) Caracteriza a função f o g.

Soluções: a) [–√∫6, √∫6 ] b) Estritamente crescente em ]–√∫6, 0] e estritamente decrescente em [0, √∫6[. c) (–√∫3, 2 + √∫3 ) d) –√∫2
e) Df o g = [2 – √∫6, 2 + √∫6], (f o g)(x) = √∫6∫ –∫ ∫ ∫(∫2∫ –∫ ∫ ∫x∫)2 + 2, conjunto de chegada R.

37 Resolve analiticamente as seguintes inequações.


a) 2(3x – 2)(2x – 1)(x + 1)2 ≤ 0

b) (2x – 1) (x2 – x – 6) ≥ 0

c) f(x) < 0, sabendo que f(x) = –2x3 + 3x2 + 5x – 6 e f(2) = 0.

d) x3 – x2 ≤ 2x

Soluções: a) ÈÍ
1 2È
, Í ∪ {–1} b) ÈÍ –2, ÈÍ ∪ [3, +∞[ c) ÈÍ – , 1ÈÍ ∪ ]2, +∞[ d) ]–∞, –1] ∪ [0, 2]
1 3
Î2 3Î Î 2Î Î 2 Î

38 Considera a função f definida por:


f(x) = x4 + 2x3 – 16x2 – 2x + 15
a) Prova que – 1 e 1 são zeros de f.

b) Determina os valores de x para os quais a função f é positiva.

Solução: b) ]–∞, –5] ∪ [–1, 1] ∪ [3, +∞[

x
39 O raio R de uma superfície esférica de área x é definido pela expressão R(x) = 1
Utilizando esta expressão:
2 √∫ p .
a) determina o raio de uma superfície esférica de área igual a 4p √∫3;
x x
b) mostra que o volume da esfera de raio R(x) pode ser definido pela expressão V(x) =
6 √∫ p ;
c) determina para que valor de x o volume da esfera é igual a metade da área da respetiva superfície
esférica.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Soluções: a) 4√∫3 c) 9p

149
TEMA IV Funções reais de variável real

Aprende Fazendo

Itens de construção

40 Sejam f e g duas funções definidas em R por:


se x < 2


3x – 1
f(x) = e g(x) = |4 – x|
x2 – 4 se x ≥ 2

a) Caracteriza, sem usar o símbolo de módulo, a função f – g.

b) Resolve a condição (f – g)(x) < 1.




4x – 5 se x < 2
È 3 È È –1 + √∫3∫7 È
Soluções: a) (f – g)(x) = x +x–8
2
se 2 ≤ x ≤ 4 b) Í –∞, 2 Í ∪ Í 2, Í
Î
Î Î Î 2
x2 – x se x > 4

41 Determina para que valores reais de m a reta de equação y = mx + 4 interseta a parábola de equação
y = (x – 2)2 + 1 num único ponto e, para cada valor de m, determina as coordenadas do ponto de in-
terseção da reta com a parábola.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Solução: Para m = – 6: A(–1, 10); para m = –2: B(1, 2)

42 Na figura está representada, num referencial ortonormado, parte do gráfico da função f definida por
f(x) = √∫x∫ ∫–∫ ∫1 e que interseta o eixo Ox no ponto B. O ponto A pertence ao gráfico da função e C é um
ponto do eixo Ox tal que A–C = A–B e de abcissa superior à abcissa de A.
y

B x C x

Representando a abcissa do ponto A por x, exprime em função de x a área do triângulo [ABC] e de-
termina para que valor de x a área do triângulo é igual a 27.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Solução: g(x) = (x – 1)√∫x∫ ∫–∫ 1; x = 10

150
Desafios

Desafios

Revê mais uma vez as contas do vendedor de carros apresentadas no início do capítulo (página 4).
1 Define uma função f que a cada valor faça corresponder esse mesmo valor mais 23% de IVA.
Define uma outra função g que a cada valor faça corresponder esse mesmo valor com um des-
conto de 23%.
a) Mostra que (g o f)(x) = 0,77 ¥ 1,23x = 0,9471x.

b) No caso em que o vendedor aplica 23% de IVA sobre um certo valor e logo de seguida um
desconto de 23% sobre o resultado obtido, irá obter o valor inicial? Se não, quem é que ficou
a ganhar? O vendedor ou o comprador?
c) As funções f e g são inversas uma da outra?

d) Calcula a função inversa de f.

e) Qual é o desconto que o vendedor teria de aplicar, depois de aplicar o IVA, para que o valor
voltasse ao original?

2 Considera uma função h que a cada valor faça corresponder esse mesmo valor menos 200. De-
fine agora uma nova função p que a cada valor faça corresponder esse mesmo valor com um
desconto de 10%.
a) Mostra que (h o p)(x) e (p o h)(x) são funções diferentes.

b) É indiferente a ordem pela qual se aplica o desconto dos 200 € e o desconto de 10%?

c) No caso de o vendedor aplicar primeiro o desconto dos 200 €, quem é que fica a ganhar?

3 Considera uma função s que a cada valor corresponde esse valor menos 3% e uma função t se-
melhante mas que corresponda a um desconto de 5%.
a) Calcula (t o p)(x) e (p o t)(x).

b) O que podes concluir sobre a ordem de aplicação de um desconto de 3% seguido de um


desconto de 5%? Atenção, esta é uma situação excepcional; a composição de funções não é
comutativa.

4 Considera todas as funções definidas nos três exercícios anteriores.


a) Mostra que a função que corresponde à sequência de descontos aplicados pelo vendedor
vale w(x) = (t o s o p o h o g o f)(x) = 0,82935(0,9471x – 200).
b) Calcula a função inversa w–1(x).

c) O que representa esta função inversa?

d) Supondo que o valor obtido pelo vendedor depois dos descontos é de 23 394,5 €, qual era
o preço marcado inicialmente no carro?
Soluções: Consultar na página 206.

151
Desafios

Repara na pergunta que fica em aberto no final do vídeo Vídeo


“Tenho um pi no rio”. “Tenho um pi no rio.”

Um rio pode ser medido de duas formas. Por um lado, ao longo do seu percurso (C); por outro
lado, podemos medir a distância em linha reta desde a nascente até à foz (r). Esta distância é
obviamente mais curta do que a distância anterior.
C
A sinuosidade de um rio é o quociente entre estas duas distâncias, S = , e é sempre maior do
r
que 1. Se o rio for em linha reta, as duas distâncias coincidem e a sinuosidade vale 1. Contudo,
o mais normal é um rio fazer muitas curvas e ter uma sinuosidade superior a 1.
De acordo com uma investigação na Universidade de Cambridge, algumas simulações teóricas
da formação das curvas dos rios mostram que, embora seja normal aparecerem vários valores
para a sinuosidade, em média os rios têm sinuosidade S = p = 3,14...
Isto é realmente surpreendente! Será que a realidade confirma a teoria? Será que os rios têm,
de facto, em média, uma sinuosidade que coincide com o famoso número p?
Faz uma pequena pesquisa para determinar a sinuosidade do rio mais perto de ti. Qual é a di-
ferença desse valor e a suposta média, o p?
Observa que não é surpreendente que este valor não seja igual a p. O que estes investigadores
sugerem é que a média de todos os rios vale p! Já cada rio tem a sua sinuosidade particular.
No final deste tema verás como podemos usar a Estatística para estudar este problema.
Rogério Martins
TEMA V
Estatística
1. Introdução

2. Somatório

3. Conceitos fundamentais

4. Medidas de localização

5. Medidas de dispersão

6. Utilização da calculadora gráfica no cálculo de


algumas medidas de localização e de dispersão
TEMA V Estatística

UNIDADE 1
Introdução

No início, a Estatística dava resposta essencialmente a problemas provenientes da agri-


cultura e de experiências industriais e o seu leque de aplicabilidade era reduzido. Com
o aparecimento dos computadores, os problemas a que a Estatística dá resposta cresceram
tanto em tamanho como em complexidade. A Estatística está constantemente a sofrer al-
terações decorrentes dos problemas que as diversas ciências e a própria indústria lhe co-
locam. Uma quantidade enorme de dados é gerada e recolhida em áreas tão diversas
como a medicina e a economia.
Também no nosso quotidiano, em diferentes situações, recolhemos informação do
mundo que nos rodeia e esta permite-nos formar opiniões e tomar decisões. Na ciência
e na indústria, porém, a tomada de decisões não pode ser baseada em opiniões subjetivas.
O trabalho dos estatísticos consiste em extrair informação e identificar padrões ou ten-
dências que permitam compreender melhor a realidade. Analisando os dados de uma
forma sistemática e fundamentada, podem extrair o máximo de informação fiável e im-
parcial.
Os discretos estatísticos mudaram o nosso mundo, não por terem descoberto novos factos
ou desenvolvimentos técnicos mas por terem mudado a nossa forma de pensar, experi-
mentar e formar opinião.
Ian Hacking

Quando pretendemos estudar um determinado fenómeno, o primeiro passo é, em geral,


a realização de uma análise exploratória. Esta consiste na utilização de um conjunto de
técnicas de organização, tratamento e representação de dados que facilitam a interpretação
da informação neles contida. Se a finalidade do estudo é apenas descrever o fenómeno,
este primeiro passo é suficiente. No entanto, se pretendemos explicá-lo, interpretá-lo ou
até fazer previsões torna-se imprescindível aprofundar a análise desse fenómeno.
Quando num estudo estatístico utilizamos a totalidade dos elementos de uma popula-
ção dizemos que se trata de um censo. No entanto, em geral, não é possível ou é impra-
ticável utilizar a totalidade dos elementos de uma população e, neste caso, dizemos que
se trata de uma sondagem. Nesta situação, reveste-se de grande importância a escolha
de uma amostra representativa, caso contrário não será possível qualquer generalização
dos resultados do estudo à população.
Ao conjunto de técnicas que permitem generalizar resultados provenientes de uma
amostra a toda a população chamamos estatística indutiva. Esta generalização está asso-
ciada a um grau de erro cuja quantificação pode ser feita através da teoria das probabili-
dades.
A estatística indutiva não será aqui explorada. Ao longo deste tema abordaremos apenas
conceitos relacionados com a estatística descritiva.

154
UNIDADE 2 Somatório

UNIDADE 2
Somatório

A utilização do somatório na representação de somas é útil em diversas situações, não EST10_1.1


só no que concerne a Estatística, mas também noutros temas que serão abordados ao EST10_1.2

longo do Ensino Secundário. Assim, é importante aprenderes a manipular expressões com


esta representação. Resolução
Todos os exercícios de “Somatório”.
Definição

1 Considera a sequência de
Sejam p ∈N e (x1, x2, …, xp) uma sequência de números reais. Ap soma x1 + x2 + … + xp
números reais (1, 3, 5, 7, 9).
designa-se por somatório de 1 a p dos xi e representa-se por ∑ xi. Nos casos em que
i =1 a) Encontra o termo geral
não haja ambiguidade podemos também designar esta soma por soma dos p termos da sequência.
da sequência. O símbolo ∑ designa-se por sinal de somatório. b) Representa a soma dos
5 termos da sequência
na forma de somatório.
O símbolo de somatório pode também ser utilizado para representar outras somas.

Definição 2 Representa as seguintes


somas utilizando o sinal
Sejam p ∈N, 1 < m ≤ p e (x1, x2, …, xp) uma sequência de números reais. A soma p
de somatório.
xm + xm + 1 + … + xp designa-se por somatório de m a p dos xi e representa-se por ∑ xi. a) a1 + a2 + … + a2017
i =m
b) a1x + a2x2 + … + a10x10
c) 32 + 33 + … + 38
Considera agora as seguintes propriedades dos somatórios.
3 Desenvolve e calcula o
Propriedade valor dos seguintes
somatórios.
Sejam
p
p ∈N, λ ∈R e (x1, x2, … , xp) uma sequência de números reais. Tem-se que: 6
p
a) ∑ 2i – 1
∑ λxi = λ ∑ xi. i =1
i =1 i =1 7
b) ∑ (1 – i)
i =4
10
A igualdade acima representa a propriedade distributiva da multiplicação relativa à adi- c) ∑ 2
i =1
ção aplicada ao produto de λ pela soma das p parcelas x1, x2, …, xp.
Soluções
Exemplo
1.
Consideremos a sequência de quatro números reais (3, 9, 2, 4) e representemos o seu a) un = 2n – 1
termo de ordem n por xn. A soma dos quatro termos da sequência pode ser representada
5
b) ∑ (2n – 1)
4 i =1
por ∑ xi. Se multiplicarmos cada um dos termos da sequência anterior por 3, obtemos 2.
2017
i =1 a) ∑ ai
uma nova sequência, (9, 27, 6, 12). A soma dos quatro termos desta sequência pode ser i =1
4 10

representada por ∑ 3xi. b) ∑ ai xi


i =1
i =1 8

Notemos que: c) ∑ 3i
i =2
3.
9 + 27 + 6 + 12 = 3(3 + 9 + 2 + 4)
a) 63
ou seja: b) –18
4 4
∑ 3xi = 3 ∑ xi. c) 20
i =1 i =1

155
TEMA V Estatística

EST10_1.3
EST10_1.4 Propriedade
Sejam p ∈N,pn ∈N, com n p
< p e (x1, x2, …, xp) uma sequência de números reais.
n
Tem-se que ∑ xi = ∑ xi + ∑ xi.
i =1 i =1 i=n+1

Esta igualdade representa a propriedade associativa da adição aplicada à soma das p


parcelas x1, x2, … , xp.

50
4 Sabendo que ∑ xi = 200
i =1 Exemplo
e que os 3 primeiros
termos da sequência são
Consideremos a sequência de cinco números reais (1, 4, 9, 16, 25). Seja xn o termo de
2, 4 e 7, respetivamente,
determina: ordem n da sequência.
50 5
a) ∑ xi A soma dos cinco termos da sequência pode ser representada por ∑ xi .
i =4 i =1
50 5
b) ∑ √∫5xi Da definição de somatório resulta que ∑ xi = 1 + 4 + 9 + 16 + 25.
i =1 i =1
50
x Aplicando a propriedade associativa da adição podemos escrever a soma como (1 + 4 +
c) ∑ i 3 5
i =3 2
+ 9) + (16 + 25) e esta, por sua vez, pode ser representada por ∑ xi + ∑ xi .
i =1 i =4

Verificamos assim que:


5 3 5
5 Indica o valor lógico das ∑ xi = ∑ xi + ∑ xi
seguintes proposições. i =1 i =1 i =4
100 100
a) ∑ 2i = 2 ∑ i
i =1 i =1
100 100
b) ∑ (2 + i) = 2 + ∑ i Propriedade
i =1 i =1
100 100 100 Sejam p ∈N, (x1, x2, …, xp) e (y1, y2, …, yp) duas sequências de números reais. Tem-se
c) ∑ (2 + i) = ∑ 2 + ∑ i p p p
i =1 i =1 i =1
que ∑ (xi + yi) = ∑ xi + ∑ yi.
i =1 i =1 i =1

APRENDE FAZENDO
Págs. 191, 192 e 196
Exercícios 17, 21 e 38
Esta igualdade resulta da utilização das propriedades associativa e comutativa da adição
CADERNO DE EXERCÍCIOS aplicadas à soma das p parcelas x1 + y1, x2 + y2, …, xp + yp.
E TESTES
Págs. 28 e 29
Exercícios 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8, 9 e 10
Exemplo

Consideremos as sequências (xi)1 ≤ i ≤ 9 e (yi)1 ≤ i ≤ 9. A soma dos 9 termos da sequência


9
Testes interativos (xi)1 ≤ i ≤ 9 pode ser representada por ∑ xi e a soma dos 9 termos da sequência (yi)1 ≤ i ≤ 9
– Somatório I. 9 i =1
– Somatório II. pode ser representada por ∑ yi.
i =1
9
A soma dos 9 termos da sequência (xi + yi)1 ≤ i ≤ 9 pode ser representada por ∑ (xi + yi).
Soluções 9
i =1

4.
Da definição de somatório resulta que ∑ (xi + yi) = (x1 + y1) + (x2 + y2) + … + (x9 + y9) e,
i =1
a) 187 aplicando as propriedades associativa e comutativa da adição, podemos escrever a soma
b) 200√∫5 como (x1 + x2 + … + x9) + (y1 + y2 + … + y9) que, por sua vez, pode ser escrita como
9 9
c) 97
∑ xi + ∑ yi.
5. i =1 i =1
a) Proposição verdadeira. Verificamos assim que:
b) Proposição falsa. 9 9 9
∑ (xi + yi) = ∑ xi + ∑ yi
c) Proposição verdadeira. i =1 i =1 i =1

156
UNIDADE 3 Conceitos fundamentais

UNIDADE 3
Conceitos fundamentais

Recorda alguns conceitos fundamentais de Estatística que aprendeste em anos anteriores.


EST10_2.1

Definição

Uma população é um conjunto de elementos, designados por unidades estatísticas, Resolução


Todos os exercícios de “Conceitos
sobre os quais podem ser feitas observações e recolhidos dados relativos a uma ca- fundamentais”.
racterística comum.

Definição
6 Num estudo sobre o grau
Designa-se por amostra o subconjunto de uma população formado pelos elementos de satisfação relativo aos
relativos aos quais são recolhidos os dados. atuais prestadores de
serviço televisivo dos
Chamamos dimensão da amostra ao número de elementos dessa amostra. associados da DECO
foram inquiridos 397
associados. Identifica a
Definição população, a amostra e a
variável estatística deste
Uma variável estatística é uma característica que pode admitir diferentes valores (um estudo.
número ou uma modalidade), um por cada unidade estatística.

Nota
Ao longo deste capítulo utilizaremos muitas vezes a expressão “variável” para nos re-
ferirmos a “variável estatística”.

Exemplo

Para verificar se uma máquina produz parafusos com as características desejadas, o con-
trolador de qualidade tem que fazer recolhas sistemáticas de parafusos produzidos por
essa máquina e registar os valores observados, por exemplo, o seu comprimento.
Neste caso:
• a população é constituída por todos os parafusos produzidos pela máquina;
•a amostra é formada pelo conjunto de parafusos recolhidos para observação; Solução
• a variável estatística considerada é o comprimento do parafuso. 6. População: conjunto de todos
os associados da DECO;
Definição Amostra: conjunto dos 397
associados inquiridos;
Variável estatística: grau de
Quando uma variável estatística está associada a uma característica que pode ser me- satisfação com os atuais
dida ou contada diz-se quantitativa ou numérica. Nos outros casos diz-se qualitativa. prestadores de serviço
televisivo.

157
TEMA V Estatística

As variáveis qualitativas podem ser divididas em variáveis qualitativas ordinais e nominais.

Definição

Uma variável qualitativa diz-se nominal quando as modalidades que pode assumir
não podem ser hierarquizadas ou ordenadas. Nos outros casos diz-se ordinal.

Exemplos

1. Se considerarmos a população constituída pelos bombeiros portugueses, a variável “lo-


calização geográfica” é uma variável qualitativa nominal. Dados do INE indicam a se-
guinte distribuição de bombeiros pelas diferentes regiões portuguesas no ano de 2013.
Bombeiros (N.º ) por localização geográfica (NUTS – 2002), Sexo e Nível de escolaridade;
Anual
[Sexo: HM: Nível de escolaridade: Total]
30 000 28 227

24 000
Número de bombeiros

18 000

12 000

6 000

823 653
0
2013
Período de referência dos dados
Continente Região autónoma dos Açores Região autónoma da Madeira

2. Se considerarmos a população constituída pelos portugueses em idade ativa (15 ou


mais anos), a variável “nível de escolaridade” é uma variável qualitativa ordinal. Um
estudo do INE indica que, em 2009, a população empregada distribuía-se em função
do nível de escolaridade de acordo com a seguinte tabela:

Nível de escolaridade Taxa de emprego (%)

Até ao Ensino Básico – 3.º Ciclo 67,4

Ensino Secundário e Pós-Secundário 16,8

Ensino Superior 15,8

As variáveis quantitativas podem ser discretas ou contínuas.

Definição

Uma variável quantitativa diz-se discreta quando pode tomar apenas um número
finito ou uma infinidade numerável de valores e contínua quando pode tomar qual-
quer valor num intervalo real.

158
UNIDADE 3 Conceitos fundamentais

Exemplo
EST10_2.2

Para elaborar um trabalho na disciplina de matemática, a Mónica recolheu dados sobre


os seus 24 colegas de turma. De entre os diversos gráficos que ela apresentou estão o
gráfico de barras referente à variável “número de irmãos” e o histograma referente à va-
riável “altura”.

7 Das seguintes variáveis,


indica as que são
10 6
quantitativas discretas e as
que são quantitativas
5 contínuas.
8
a) Tempo de exposição
Número de alunos

Número de alunos
4 solar.
6
b) Número de dias de
3 férias.
4 c) Número de gelados
2 comprados numa
semana.
2
1 d) Temperatura registada
às 16 h.
0 0
0 1 2 3 1,20 1,30 1,40 1,50 1,60 1,70 1,80 e) Número de pessoas na
praia às 18 h.
Números de irmãos Altura

A variável “número de irmãos” é uma variável quantitativa discreta, enquanto a variável


“altura” é uma variável quantitativa contínua.
8 Dada a amostra x = (1, 2,
~
Dada uma variável estatística x e uma amostra A de dimensão n ∈N, cujos elementos são 3, 4, 2, 3, 1, 0, 5, 2),
numerados de 1 a n, representamos o valor da variável no elemento de ordem i de A por identifica o seu conjunto
de valores.
xi e a sequência (x1, x2, …, xn) por x .
~
A sequência x pode designar-se por amostra da variável estatística x, ou simplesmente
~
por amostra, e os elementos xi da sequência x por valores da amostra, quando daí não
~
resultar ambiguidade.
9 Determina duas amostras
distintas de dimensão 6
Definição
cujo conjunto de valores é
~
x = {10, 11, 12}.
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com
~
m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n. O conjunto formado pelos m valores distintos da amos-
tra designa-se por conjunto dos valores da amostra e representa-se por ~x . O conjunto
~ ~ ~ ~
x é composto pelos elementos x 1, x 2, …, x m.
Soluções
7. As variáveis quantitativas
Em geral, uma variável estatística pode tomar valores iguais para diferentes unidades discretas são b), c) e e).
estatísticas. As variáveis quantitativas
contínuas são a) e d).
Desta forma, dada a amostra x = (x1, x2, …, xn), podemos ter xi = xj, para i ≠ j. ~
8. x = {0, 1, 2, 3, 4, 5}
~
9. Por exemplo x = (10, 10, 10,
Por outro lado, se considerarmos o conjunto de valores da amostra ~ x = {x~1, ~
x 2, …, ~
x m}, ~
10, 11, 12) ou x = (12, 10, 10,
~ ~
os seus elementos não se repetem, isto é, xi ≠ xj, para quaisquer i ≠ j.
~
11, 10, 12).

159
TEMA V Estatística

Definição

Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com
~
m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n.
O cardinal do conjunto {i ∈{1, …, n}: x = ~
x } designa-se por frequência absoluta de ~
i j x j
e representa-se por nj.

10 Dada uma amostra de Definição


dimensão n, x = (x1, x2, …,
~
xn), de uma variável Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com
~
estatística x com m valores m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n.
distintos, 1 ≤ m ≤ n, mostra
que para qualquer j ∈{1, O cardinal do conjunto {i ∈{1, …, n}: xi ≤ ~
x j} designa-se por frequência absoluta acu-
2, …, m} se tem Nj ≤ n. ~
mulada de x e representa-se por N .
j j

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com
~
m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n.
m
Tem-se que ∑ nj = n.
j =1

Exemplo

Num inquérito de uma editora, questionaram-se 20 pessoas acerca do número de livros


que tinham lido no último ano. Obteve-se a seguinte amostra:
x = (2, 3, 6, 0, 3, 5, 4, 1, 2, 2, 0, 3, 5, 6, 4, 2, 2, 3, 0, 4)
~

O conjunto de valores da amostra é ~


x = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A seguinte tabela de frequências indica a frequência absoluta de cada valor da amostra:

~
xi ni

0 3

1 1

2 5

3 4

4 3

5 2

6 2

Podemos facilmente verificar que a soma das frequências absolutas de todos os valores
distintos da amostra é igual à dimensão da amostra, 3 + 1 + 5 + 4 + 3 + 2 + 2 = 20 = n.

160
UNIDADE 3 Conceitos fundamentais

Definição Nota
A frequência relativa de um
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com m valor pode ser também apre-
~
valores distintos, 1 ≤ m ≤ n. sentada na forma de percen-
tagem.
O quociente entre a frequência absoluta de ~ x j e a dimensão da amostra, nj , designa-se
n
por frequência relativa de ~ x j e representa-se por fj, ou seja, fj = nj .
n

Definição 11 Considera a amostra


x = (1, 2, 3, 4, 2, 3, 1, 0,
~
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com m 5, 2, 3, 2, 1, 0, 0, 0, 4, 0,
~ 5, 5).
valores distintos, 1 ≤ m ≤ n.
a) Constrói a sua tabela de
O quociente entre a frequência absoluta acumulada de ~ x j e a dimensão da amostra, Nj , frequências absolutas e
n
relativas.
~ N
designa-se por frequência relativa acumulada de xj e representa-se por Fj, ou seja, Fj = j . b) Indica a frequência
n
absoluta acumulada
de 3.
c) Indica a frequência
relativa acumulada
Propriedade de 2.
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x com
~
m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n. Tem-se que:
m
∑ fj = 1
j =1

Exemplo

Na escola do João concorreram quatro listas para a associação de estudantes. No seguinte


gráfico circular estão representados os resultados da votação.
Associação de estudantes

6%

45%
35% Soluções
11.
a) ~
xi ni fi
14% 1
0 5
4
Unidos para vencer Por uma escola melhor
3
1 3
20
Sem espinhas Aprender + 1
2 4
5
A lista vencedora foi então a lista “Aprender +”, com uma frequência relativa de número 3
3 3
de votos de 0,45 ou 45%. 20
1
4 2
Tal como viste em anos anteriores, existem diversas formas para representar os valores de 10
3
uma amostra, como, por exemplo, gráficos ou tabelas. A escolha de uma representação 5 3
20
adequada deve ter em consideração não só o tipo de dados que pretendemos representar b) 15
como também a informação que pretendemos transmitir. c) 0,6

161
TEMA V Estatística

Exemplo Administrações Públicas: dívida bruta em % do PIB (R)


12 Considera a seguinte Rácio – %
amostra referente ao 130
Para apresentar a evolução da dívida pú-
animal de estimação 117
favorito (cão, gato, cão, blica portuguesa (em percentagem do PIB) 104
cão, gato, grilo, cão, gato, ao longo do tempo podemos recorrer a 91
tartaruga, pássaro, cão, um gráfico de linhas. 78
tartaruga, gato, pássaro, 65
pássaro, gato). Representa
52
esta amostra num gráfico
39
adequado.
26
13
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Dívida bruta das AP em % PIB

Os valores de qualquer amostra de uma variável estatística quantitativa (discreta ou con-


tínua) podem ser agrupados em classes. Estas classes são determinadas por intervalos que
devem ser fechados à esquerda e abertos à direita, disjuntos dois a dois, e de união igual
a um intervalo.
Por um lado, organizar os dados em classes facilita, em geral, a sua leitura. Por outro,
parte da informação contida nos dados perde-se quando estes são apresentados na forma
de classes.
Assim, ao definir as classes, devemos ter em conta não só a simplicidade da apresentação
mas também a necessidade destas reterem o máximo possível da informação contida nos
dados.

Exemplo

O número de doutoramentos, na área das ciências exatas, realizados em Portugal entre


os anos de 1980 e 2012 foi registado na seguinte amostra (dados da PORDATA):
(41, 39, 37, 52, 58, 48, 72, 70, 71, 81, 84, 99, 93, 140, 128, 170, 180, 183, 225, 201,
270, 253, 284, 299, 294, 336, 402, 409, 386, 411, 375, 467, 512).
A variável “número de doutoramentos” é quantitativa discreta, no entanto, uma vez que
a amostra é constituída por muitos valores distintos, agrupar os valores em classes permite
representá-los de uma forma muito mais simples.
Testes interativos
– Conceitos fundamentais I. Número de
– Conceitos fundamentais II. [0, 100[ [100, 200[ [200, 300[ [300, 400[ [400, 500[ [500, 600[
doutoramentos

ni 13 5 7 3 4 1
Solução
Se construíssemos uma tabela com os dados não agrupados em classes, esta teria 33 va-
12. lores, todos eles com frequência absoluta 1. Ao agruparmos os valores em classes conse-
Animais de estimação
6
guimos construir uma tabela mais simples: podemos facilmente reconhecer que em 13
5 dos 33 anos foram realizados menos do que 100 doutoramentos na área das ciências exa-
4
tas, em Portugal. Sublinhe-se que, ao agrupar os dados em classes, parte da informação
3
2 perde-se na representação dos dados.
1
Com esta tabela não somos capazes de distinguir os valores que pertencem a cada classe:
0
sabemos que num determinado ano foram realizados entre 500 e 599 doutoramentos, mas
o

to

ilo

ga

ro

Ga

ssa
aru
Gr


rt

não somos capazes de precisar se foram 500, 501 ou outro qualquer valor dessa classe.
Ta

162
UNIDADE 4 Medidas de localização

UNIDADE 4
Medidas de localização

As medidas de localização são das formas mais utilizadas para caracterizar a informação
EST10_2.3
contida numa amostra. Estas medidas permitem identificar algumas localizações num
conjunto de dados numéricos. As medidas de tendência central, por exemplo, dão indi-
cação do centro da distribuição dos dados. Resolução
Todos os exercícios de “Medidas de
localização”.

4.1. Moda Nota


Em variáveis qualitativas no-
minais não existe qualquer
Definição ordem, pelo que não é pos-
sível falar-se de medidas de
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x qua- localização.
~
litativa ou quantitativa, com m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n. O valor ~
x j com maior fre-
quência absoluta, nj, designa-se por moda da amostra e representa-se por Mo. 13 Identifica, caso exista, o
valor da moda de cada
uma das seguintes
Nos casos em que os dados se encontram agrupados em classes devemos considerar a amostras.
moda como sendo a classe com maior frequência absoluta. A esta classe podemos cha- a) (1, 2, 1, 3, 1, 2, 0, 2, 1)
mar classe modal. b) (1, 1, 4, 3, 2, 4, 2, 3)
c) (1, 2, 1, 3, 0, 2, 1, 3, 4, 3)

Exemplo
14 A tabela seguinte foi
x e~
Consideremos as amostras ~ y definidas respetivamente por: construída a partir das
x = (1, 2, 3, 1, 4, 2, 6, 4, 1, 2) e ~
y = (1, 2, 3, 3, 2, 1, 1, 3, 2) velocidades de 280
~ automóveis registadas por
x existem dois valores com maior frequência absoluta que os restantes e, por
Na amostra ~ um radar numa
conseguinte, dois valores para a moda: o valor 1 e o valor 2. Na amostra ~ y todos os valores autoestrada numa
determinada hora.
têm a mesma frequência absoluta, pelo que a moda não existe.
Velocidade Número de
(km/h) automóveis
[50, 70[ 33

4.2. Média [70, 90[ 40

[90, 110[ 85
Definição [110, 130[ 95

[130, 150[ 27
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
titativa x. O quociente entre a soma de todos os elementos da amostra e a sua di- Indica, se existir, a classe
mensão designa-se por média e representa-se por –x: modal.
n
∑ xi Soluções
–x = i =1
n 13. a) 1 b) Não existe. c) 1 e 3
14. Classe [110, 130[.

163
TEMA V Estatística

EST10_2.4
Propriedade
Nota Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
titativa x com m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n, e frequências absolutas n1, n2, …, nj,
A média de uma amostra só
está definida se a variável respetivamente. A média da amostra pode ser obtida pela igualdade:
m
estatística a que diz respeito ∑~ ~
xi n j
for quantitativa. Além disso, –x = j =1
o veu valor pode não ser um n
valor da amostra. Esta igualdade designa-se por fórmula da média para dados agrupados.

15 Dada uma amostra de


dimensão n, x = (x1, x2, …,
~ Exemplo
xn), de uma variável
estatística quantitativa x
O Turismo de Portugal inquiriu 30 turistas, que aterraram no aeroporto Francisco Sá
com m valores distintos,
1 ≤ m ≤ n, mostra que a Carneiro, sobre o número de noites que ficariam em Portugal.
média da amostra se pode Recolheu-se a seguinte amostra:
obter através da igualdade
m
–x = ∑ ~ x = (2, 1, 3, 0, 3, 5, 2, 1, 1, 1, 3, 4, 1, 0, 1, 3, 6, 5, 3, 1, 3, 2, 3, 0, 0, 5, 5, 6, 4, 1)
~
x f. j j
j =1
O número médio de noites que cada turista da amostra ficou em Portugal pode ser cal-
16 Na tabela seguinte culado recorrendo à definição:
encontra-se o número de
golos marcados por uma –x = 2 + 1 + 3 + … + 1 = 75 = 2,5
determinada equipa nos 30 30
últimos jogos disputados
para o campeonato.
Por outro lado, podemos agrupar os valores e construir a tabela de frequências seguinte:
Número de Número de
golos jogos
0 2 Número de noites 0 1 2 3 4 5 6
1 8

2 10 ni 4 8 3 7 2 4 2
3 5

4 1
Com os dados agrupados podemos utilizar a fórmula da média para dados agrupados
Calcula a média do para calcular a média de noites que cada turista da amostra ficou em Portugal:
número de golos marcados
pela equipa por jogo.
–x = 0 ¥ 4 + 1 ¥ 8 + … + 6 ¥ 2 = 75 = 2,5
30 30
Apresenta o resultado
aproximado às décimas.

APRENDE FAZENDO
Erro típico
Págs. 188 e 195
Exercícios 1, 3 e 36
Um erro comum consiste em calcular a média de uma amostra sem considerar as
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES frequências absolutas de cada valor.
Pág. 30 No exemplo anterior:
Exercício 15
–x = 0 + 1 + … + 6 Erro!
7
Animação
Resolução do exercício 16.
Este valor não corresponde ao valor do número médio de noites, uma vez que
Solução temos que utilizar todos os 30 elementos da amostra.
16. 1,8

164
UNIDADE 4 Medidas de localização

Sempre que for possível devemos utilizar os dados da amostra para calcular o valor da
EST10_4.1
média. Não obstante, nos casos em que dispomos apenas da informação dos dados agru-
pados em classes, podemos calcular uma aproximação para o valor da média. Devemos
para isso utilizar o ponto médio de cada classe j como valor de ~
x j na fórmula da média
para dados agrupados.

Exercício resolvido 17 Considera a amostra das


notas que os 15 amigos da
Num estudo sobre crocodilos de água salgada foram registados os comprimentos Paula tiveram no teste de
Matemática (12, 14, 17,
de 30 crocodilos. Os valores obtidos foram agrupados em classes e representados
13, 19, 19, 16, 18, 17, 18,
na tabela seguinte. 19, 16, 11, 18, 19).
a) Tomando o valor
Comprimento (em metros) [3, 4[ [4, 5[ [5, 6[ [6, 7[ mínimo para extremo
inferior da primeira
classe, agrupa os dados
ni 3 6 12 9 em classes de
amplitude 3 e
representa-os numa
Calcula um valor aproximado para a média da amostra. tabela de frequências,
apenas com a
frequência absoluta.
b) Calcula o valor exato
Sugestão de resolução da média das notas dos
amigos da Paula.
Uma vez que não dispomos dos valores da amostra, teremos que calcular um c) Utilizando as classes
valor aproximado para a média, utilizando o ponto médio de cada classe. construídas na alínea a),
calcula uma
–x = 3,5 ¥ 3 + 4,5 ¥ 6 + 5,5 ¥ 12 + 6,5 ¥ 9 aproximação para a
30 média das notas dos
amigos da Paula.
= 5,4

A média do comprimento de um crocodilo desta amostra pode ser aproximada


pelo valor 5,4.

Definição

Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa.
Designa-se por amostra x ordenada a sequência (x(1), x(2), …, x(n)) tal que x(1) ≤ x(2) ≤
~
≤ … ≤ x(n), constituída pelos mesmos valores da amostra x , cada um deles figurando Soluções
~
na sequência um número de vezes igual à respetiva frequência absoluta enquanto 17.
valor da amostra x . a) Notas obtidas no
~ ni
teste de Matemática
[11, 14[ 3

Nota [14, 17[ 3


[17, 20[ 9
Repara que, numa amostra ordenada de uma variável estatística x, o elemento de ordem i
b) 16,4
representa-se por x(i). c) 16,7

165
TEMA V Estatística

4.3. Mediana
Nota Definição
Tal como a média, a me-
diana pode não ser um valor Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
da amostra. titativa.
O valor central da sequência ordenada dos dados, no caso de n ser ímpar, ou a média
dos dois valores centrais da sequência ordenada dos dados, no caso de n ser par, de-
signa-se por mediana e representa-se por Me.

x hn + 1h se n ímpar


i i
j 2 j

Me = x
hnh + x hn h
i i i + 1 ij
j2j j2
se n par
2
18 Determina o valor da
mediana de cada uma das
seguintes amostras.
a) (13, 14, 16, 14, 10, 19, Exemplo
11, 17, 20)
b) (13, 14, 16, 14, 10, 19, Num estudo sobre hábitos de alimentação, a Joana perguntou aos 16 colegas da sua turma
11, 17, 200) quantas peças de fruta comiam diariamente e obteve a seguinte amostra:
c) (13, 14, 16, 15, 10, 19,
11, 17, 20) x = (2, 0, 1, 0, 2, 4, 1, 0, 3, 2 ,1 ,1 ,4 ,5 ,1 ,3)
~
d) (13, 14, 16, 14, 10, 19,
11, 17, 20, 16)
Para determinar o valor da mediana, a Joana ordenou a amostra como se apresenta em se-
guida:
(0, 0, 0, 1, 1, 1, 1, 1, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 5)

Como a dimensão da amostra é 16, que é um número par, o valor da mediana é dado por:
x h 16 h + x h 16 h
i i i i
j 2 j j 2 +1j
Me =
2

x(8) + x(9)
=
2
1+2
= = 1,5
2

A Joana come três peças de fruta diariamente. Depois de incluir a sua resposta no estudo,
APRENDE FAZENDO a amostra ordenada passa a ser (0, 0, 0, 1, 1, 1, 1, 1, 2, 2, 2, 3, 3, 3, 4, 4, 5) e tem dimensão
Pág. 188 17, que é um número ímpar. Neste caso, o valor da mediana é dado por:
Exercício 2
Me = x h n + 1h = x h 17 + 1 h = x(9) = 2
Soluções i i i i
j 2 j j 2 j

18.
a) 14
Tal como no caso da média, também a mediana deve ser determinada recorrendo, sempre
b) 14
c) 15 que possível, aos valores da amostra. A situação de dispormos apenas da informação dos
d) 15 dados agrupados em classes será explorada mais à frente, quando abordarmos os percentis.

166
UNIDADE 4 Medidas de localização

4.4. Outras medidas de localização EST10_4.2

Além das medidas de localização de tendência central, como a moda, a média e a me-
diana, existem outras medidas de localização de tendência não central.

Definição Recorda

A parte inteira de um
Sejam x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan- número real x é o maior
~
titativa e k ∈]0, 100] um número natural. número natural inferior ou
igual a x e representa-se
Designa-se por percentil de ordem k e representa-se por Pk:
por [x].
• o valor máximo da amostra se k = 100;
kn kn
• a média dos elementos de ordem e + 1 na amostra ordenada se k ≠ 100
100 100
kn
e for um número inteiro;
100
È kn È
• o elemento de ordem Í Í + 1 na amostra ordenada, nos restantes casos.
Î 100 Î

No que concerne ao valor de Pk, para uma amostra A de uma variável estatística quan- Nota
titativa, podemos afirmar que a percentagem de valores da amostra inferiores ou iguais a À semelhança do que acon-
Pk é pelo menos k% das unidades estatísticas. tece com a média e a me-
diana, o percentil Pk não é
Podemos ainda afirmar que o percentil Pk é o valor acima do qual estão, quando muito, necessariamente um dos va-
(100 – k)% das unidades estatísticas. lores da amostra.

Exemplo

x ordenada de dimensão 20:


Considera a amostra ~
(1, 1, 1, 2, 2, 2, 2, 2, 3, 3, 4, 4, 4, 4, 5, 6, 7, 7, 7, 8)

• O percentil P100 é, de acordo com a definição, o valor máximo da amostra: P100 = 8

80 ¥ 20
• Para determinarmos o percentil P80 notemos que 80 ≠ 100 e que = 16, que é
100
um número inteiro. Então:
x(16) + x(17) 6 + 7
P80 = = = 6,5
2 100
Assim, pelo menos 80% dos valores da amostra são inferiores ou iguais a 6,5.

• De igual modo, para determinarmos o percentil P63 notemos que 63 ≠ 100 e que
63 ¥ 20
= 12,6, que não é um número inteiro.
100
Logo, fazemos [12,6] + 1 = 12 + 1 = 13 e assim temos:
P63 = x(13) = 4, podemos concluir que pelo menos 63% dos valores da amostra são in-
feriores ou iguais a 4.

167
TEMA V Estatística

Alguns percentis são utilizados com maior frequência. Já falaste em anos anteriores nas
EST10_4.3
medidas de localização designadas por quartis. Estas medidas podem ser definidas como
casos particulares de percentis.

Definição

19 Considera a amostra do Sejam x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x
~
peso (em kg) dos 10 bebés quantitativa e k ∈]0, 100] um número natural. Os percentis P25, P50 e P75 podem ser
que nasceram numa designados por primeiro, segundo e terceiro quartis, respetivamente.
maternidade durante um
fim de semana (3,15; 2,98;
3,45; 3,78; 4,10; 3,70; Facilmente se verifica que a mediana de uma amostra ~ x coincide com o percentil 50.
3,09; 3,68; 3,44; 4,01).
Podemos assim designar a mediana por percentil de ordem 50 ou ainda por segundo quartil.
a) Determina os percentis
Já no que aos primeiro e terceiro quartis diz respeito, a definição que aqui apresentamos
de ordem 25, 50, 75 e
100 para esta amostra. não coincide com a que foi introduzida do 8.º ano, e que é utilizada por muitas máquinas
b) Determina e interpreta de calcular.
o valor do percentil de Por exemplo, se x = (1, 2, 3, 4, 5), usando o modelo TI-nspire CX, tem-se:
~
ordem 90 para esta x + x(2) x + x(5)
amostra. Q1 = (1) = 1,5 Q3 = (4) = 4,5
2 2
enquanto:
P25 = x([1,25] + 1) = x(2) = 2 e P75 = x([3,75] + 1) = x(4) = 4.

Exemplo

Atualmente o acompanhamento da evolução do peso dos bebés é feito, nos centros de


saúde, com o auxílio de gráficos que indicam o percentil em que cada bebé se encontra,
em função da sua idade.
Rapazes
kg Peso 0-24 meses
17
16
15 95
90
14
75
13 50
12 25
11 10
5
10

APRENDE FAZENDO 9
Págs. 192 e 193
Peso

8
Exercícios 20, 23 e 25 7
6
Soluções 5

19. 4

a) P25 = 3,15 3
P50 = 3,565 2
P75 = 3,78 1
P100 = 4,01 0
b) P90 = 4,055 0 6 12 18 24
Idade (meses)
Podemos afirmar que pelo
menos 90% dos valores da Por exemplo, um bebé de 12 meses que pese 12 kg tem um peso correspondente ao per-
amostra são inferiores ou iguais centil de ordem 90. Desta forma, sabe-se que existem pelo menos 90% de bebés cujo
a 4,055. peso é inferior ou igual ao dele.

168
UNIDADE 4 Medidas de localização

Em seguida abordamos as situações em que pretendemos determinar um percentil, por


EST10_4.4
exemplo, a mediana, mas dispomos apenas dos dados agrupados em classes.

Definição 20 Num torneio de pesca que


contou com 16
Considere-se uma amostra de dimensão n, x = (x1, x2, …, xn) , de uma variável estatís- participantes foi registado
~ o número de peixes
tica x quantitativa, cujos dados se encontram organizados em classes do tipo [ai, ai + 1[,
capturados por cada um
com a mesma amplitude h, tais que ai é o termo de ordem i da sequência crescente deles (2, 6, 0, 8, 4, 6, 5, 3,
de números reais (a1, a2, …, am) e ni a frequência absoluta da classe [ai, ai + 1[. 8, 11, 6, 10, 6, 2, 6, 7).
a) Tomando o valor
Dado um número natural k ∈]0, 100] e considerando L como o maior número natural
mínimo para extremo
L–1
kn
tal que ∑ ni ≤ , o percentil de ordem k é o número y que verifica a condição: inferior da primeira
i =1 100 classe, agrupa os dados
L–1 m–1 em classes de
∑ (ai + 1 – ai )ni + (y – aL)nL = k ∑ (ai + 1 – ai )ni amplitude 3 e
i =1 100 i =1
representa-os numa
tabela de frequências,
apenas com a
frequência absoluta.
Exercício resolvido b) Sabendo que todos os
que capturassem um
número de peixes
Mostra que, nas condições da definição anterior, o percentil de ordem k é o número acima do percentil de
y que verifica a condição: ordem 75 ganhariam
L–1 prémios, indica quantos
khn
h ∑ ni + (y – aL)nL = dos participantes
i =1 100 ganharam prémio.
c) Determina a mediana.
d) Utilizando as classes
construídas na alínea a),
Sugestão de resolução calcula uma
aproximação para o
Uma vez que as classes têm a mesma amplitude h, sabemos que ai + 1 – ai = h, percentil de ordem 75.
para todo o i ∈{1, 2, …, m – 1}. Este valor coincide com
o valor exato?
Utilizando a propriedade distributiva da multiplicação relativa à adição,
obtemos:
L–1 L–1
∑ (ai + 1 – ai)ni = h ∑ ni e k m∑– 1 kh m∑– 1 APRENDE FAZENDO
(ai + 1 – ai)ni = ni
i =1 i =1 100 i = 1 100 i =1 Págs. 188, 191, 193 e 194
Exercícios 6, 18, 26 e 32
Por outro lado, já vimos que a soma de todas as frequências absolutas é igual
Soluções
à dimensão da amostra, ou seja:
m–1 20.
∑ ni = n
i =1 a) Números de peixes
ni
capturados
[0, 3[ 3
Podemos então concluir que, nos casos em que as classes têm a mesma am-
[3, 6[ 3
plitude, o percentil de ordem k é o número y que verifica a condição:
[6, 9[ 8
L–1
khn [9, 12[ 2
h ∑ ni + (y – aL)nL =
i =1 100 b) 4
c) 6
d) 8,25

169
TEMA V Estatística

Considera novamente a igualdade:


L–1
khn
h ∑ ni + (y – aL)nL =
i =1 100

Repara que, para k ≠ 100, ao definirmos L como o maior número natural tal que
L–1
∑ ni ≤ kn estamos a garantir que a percentagem de valores da amostra pertencentes à
i =1 100
união dos intervalos [a1, a2[, … , [aL – 1, aL[ é inferior ou igual a k%.
Simultaneamente garantimos que a percentagem de valores da amostra pertencentes à
união dos intervalos [a1, a2[, … , [aL, aL + 1[ é superior a k%.
Desta forma, sabemos que Pk ∈[aL, aL + 1[.
L–1
khn
A condição h ∑ ni + (y – aL)nL = permite identificar o valor y ∈[aL, aL + 1[ que cor-
i =1 100
responde ao percentil de ordem k.

Nota Exemplo

O histograma é um dia- Considera a amostra da variável estatística x representada no histograma seguinte.


grama de áreas para o qual
há uma relação de propor-
cionalidade direta entre a
área de cada retângulo e a 12
frequência (absoluta ou rela-
tiva) da respetiva classe. 10
O percentil de ordem k, Pk,
para dados organizados em
classes, é o valor que corres- 8

ponde ao ponto do eixo das


abcissas para o qual a área 6 12
do histograma à esquerda
de Pk é igual a k% da área
4
total. 7
6
5
2

P60
0 10 20 30 40 50

Para determinarmos o percentil P60 é necessário sabermos a que classe ele pertence.

60 ¥ 30 60 ¥ 30
Como 12 ≤ e 12 + 7 > , sabemos que ele pertence à segunda classe,
100 100
[20, 30[.

Agora basta encontrar o valor y que satisfaz a condição:

60 ¥ 10 ¥ 30
10 ¥ 12 + 7(y – 20) =
100
APRENDE FAZENDO
Págs. 190 e 191 200
Exercícios 15 e 16 Concluímos então que P60 = .
7

170
UNIDADE 4 Medidas de localização

4.5. Propriedades da média EST10_2.5

Das três medidas de localização de tendência central que referimos: moda, média e
Notação
mediana, a média é a mais frequentemente utilizada. De seguida, iremos estudar algumas
A amostra y , construída de
das suas propriedades. ~
acordo com a propriedade ao
lado, a partir da amostra x , pode
~
ser representada por ax + h ou
Propriedade ainda por ax + h. ~
~
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
titativa x e sejam h, a ∈R.
A média da amostra y = (ax1 + h, ax2 + h, …, axn + h) pode ser obtida a partir da
~
média da amostra x através da igualdade –y = ax– + h.
~

Demonstração
x é dada por:
A média da amostra ~ n
∑ xi
–x = i =1
n
A média da amostra y é dada por:
~ n
∑ yi 21 Ao registar o tempo (em
–y = i =1
n minutos) de determinada
tarefa, um investigador
Uma vez que yi = axi + h, para todo o i ∈{1, …, n}, podemos escrever: obteve a seguinte amostra
n (67, 69, 76, 94, 56, 58,
∑ (axi + h) 69, 78, 69, 95, 48, 44, 85,
–y = i =1
n 69, 67, 72).
a) Calcula a média da
Pelas propriedades comutativa e associativa da adição, sabemos que: amostra.
n n n
∑ (axi + h) = ∑ axi + ∑ h b) Considera agora a
i =1 i =1 i =1
amostra com os
e pela propriedade distributiva da multiplicação relativa à adição, sabemos que: mesmos tempos em
n n
horas. Sem efetuar
∑ axi = a ∑ xi novos cálculos, indica a
i =1 i =1
média dessa amostra.
A média da amostra y pode então ser definida pela igualdade:
~
n n
∑ xi + ∑ h
–y = i = 1 i =1
n
n
n a ∑ xi
Como ∑ h = nh, vem y– = i = 1 + h, ou seja, y– = ax– + h, como queríamos demonstrar.
i =1 n

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
titativa x.
A média da amostra situa-se sempre entre o mínimo e o máximo da amostra e só é Soluções
igual ao mínimo quando também for igual ao máximo, ou seja, quando a amostra 21.
for constante. a) 69,75 min
b) 1,1625 h

171
TEMA V Estatística

EST10_2.7
Exercício resolvido

Considera a amostra x = (x1, x2, …, xn) e seja x(1) = mín {x1, x2, …, xn}. Mostra que:
~
n
a) ∑ xi ≥ nx(1)
i =1

b) –
x ≥ x(1)
c) se algum valor da amostra for superior a x(1) então –
x > x(1).
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

22 Considera a amostra
Sugestão de resolução
x = (x1, x2, …, xn) e seja
~
x(n) = máx {x1, x2, …, xn}.
a) Como x(1) = mín {x1, x2, …, xn}, temos que:
Mostra que: n n
n
a) ∑ xi ≤ nx(n) ∑ xi ≥ ∑ x(1)
i =1
i =1 i =1

b) –
x ≤ x(n) n
Além disso, uma vez que o valor x(1) não depende de i, temos ∑ x(1) = nx(1).
c) se algum valor da n i =1
amostra for inferior a Concluímos assim que ∑ xi ≥ nx(1).
i =1
x(n), então –x < x(n).
n
Caderno de Apoio às Metas ∑ xi
Curriculares, 10.º ano b) A média da amostra x é dada por –
x= i =1
e, utilizando o resultado da alínea
~ n
anterior, temos que:
n
∑ xi
nx(1)
i =1

n n

Basta simplificarmos a expressão do segundo membro e fica provado que


–x ≥ x .
(1)

c) Uma vez que x(1) = mín {x1, x2, …, xn}, todos os valores xi da amostra podem
ser escritos na forma xi = x(1) + ki, com ki ≥ 0.
Desta forma, a média da amostra é dada por:
n
∑ (x(1) + ki )
–x = i =1
n

Usando as propriedades comutativa e associativa da adição, obtemos:


n n n
∑ (x(1) + ki ) = ∑ x(1) + ∑ ki
i =1 i =1 i =1

n
Como ∑ x(1) = nx(1), obtemos desta forma a igualdade:
i =1
n
∑ ki
–x = x + i =1
(1)
n

Uma vez que, por hipótese, existe algum valor, xi, da amostra superior a x(1),
n
∑ ki
então existe um valor, ki > 0. Podemos então concluir que i =1 > 0 e con-
n
sequentemente que –x > x(1).

172
UNIDADE 4 Medidas de localização

EST10_2.6
Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quanti-
~
tativa x. A média da amostra nunca se mantém quando, para um dado i ∈{1, 2, …, n},
se altera o valor xi.

Exemplo 23 O clube de xadrez de uma


escola é constituído por 8
Na turma da Joana, o Paulo é o último a fazer anos. Assim, após o seu aniversário todos alunos. O Rodrigo, que
os 25 alunos da turma ficaram com 16 anos. tem 18 anos, vai sair para
a universidade e o Pedro,
Como podes facilmente perceber, uma vez que todos têm a mesma idade, a média das que tem 12 anos, vai
idades da turma é 16. Se a professora de matemática, que tem 46 anos, pedisse à Paula, inscrever-se no clube.
num dia em que faltou apenas um aluno, para calcular a média das idades de todos os Qual passará a ser a
média de idades dos
presentes, substituindo a idade do aluno em falta pela idade da professora, a Paula poderia
alunos do clube, sabendo
fazer o seguinte cálculo: que antes desta troca era
–x = 16 ¥ 24 + 46 = 17,2 de 15 anos?
25

Repara que bastou alterar um elemento da amostra para que a média se alterasse.
Pelo facto da média se alterar sempre que alteramos um dos valores da amostra, dizemos
que a média é uma medida estatística com pouca resistência.
Esta característica da média é mais evidente quando a diferença entre os valores alterados
é grande. No exemplo acima apresentado, bastou alterar um valor numa amostra de di-
mensão 25 para que a média se alterasse em mais de uma unidade.

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quanti-
~
tativa x. Se, num segmento de reta se colocar para cada valor ~x j da amostra um ponto
material de massa igual à respetiva frequência absoluta nj no ponto de abcissa ~
x j, então
a média de x corresponde à abcissa do centro de gravidade desse segmento de reta.
~

Exemplos

1. Nas situações seguintes vamos considerar que a barra não tem massa e que todas as
bolas têm a mesma massa.
Na figura 1 temos duas bolas situadas nos pontos 2 e 4. Assim, para que a barra fique
APRENDE FAZENDO
equilibrada deveremos colocar o suporte no ponto 3. Se calcularmos a média da amos-
Págs. 188, 193, 194 e 196
tra (2, 4) obtemos precisamente o valor 3, ponto correspondente ao centro de gravidade Exercícios 4, 27, 30 e 39
do sistema composto pelas bolas e pela barra.
CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Pág. 30
Exercício 14
1 2 3 4 5

Solução

Figura 1 23. 14,25

173
TEMA V Estatística

Contextualização histórica Na figura 2 temos duas bolas situadas nos pontos 0 e 4. Assim, para que a barra fique
equilibrada deveremos colocar o suporte no ponto 2. Se calcularmos a média da amos-
tra (0, 4) obtemos precisamente o valor 2, ponto correspondente ao centro de gravidade
do sistema composto pelas bolas e pela barra.

1 2 3 4 5

Arquimedes (287 a. C. - Figura 2


- 212 a. C.)
O grego Arquimedes de
Na figura 3 temos quatro bolas, uma no ponto 1, duas no ponto 4 e uma no ponto 5.
Siracusa foi, entre muitas
outras coisas, um Assim, para que a barra fique equilibrada deveremos colocar o suporte no ponto 3,5.
matemático. Se calcularmos a média da amostra constituída pelos valores 1, 4 e 5 de frequências
É considerado como um absolutas 1, 2 e 1, respetivamente, obtemos precisamente o valor 3,5, ponto correspon-
dos principais cientistas da
dente ao centro de gravidade do sistema composto pelas bolas e pela barra.
Antiguidade Clássica.
A frase “Deem-me um
ponto de apoio, e moverei
o mundo” é-lhe muitas
vezes atribuída.

1 2 3 4 5

Figura 3

2. Imaginemos que pretendemos saber a quan-


24 Determina a abcissa do
centro de gravidade de um tidade de massa necessária para levantar
segmento com três pontos uma pedra de 100 kg, se utilizarmos uma
materiais situados nos alavanca de 2 metros e considerarmos que o
pontos de abcissas 1, 3 e
5 e de massas iguais a 12,
ponto de apoio deve ficar a 40 cm da pedra.
14 e 24, respetivamente.

Se negligenciarmos a massa da alavanca, o problema pode ser modelado tendo em


conta o esquema:
APRENDE FAZENDO
Págs. 192 e 195 n1 100
Exercícios 22 e 35 160

x=0 200
Testes interativos
– Medidas de localização I.
– Medidas de localização II.

O sistema fica equilibrado se a frequência n1 respeitar a condição 0 ¥ n1 + 200 ¥ 100 =


n1 + 100
= 160, ou seja, n1 = 25. Basta então utilizar 25 kg na outra ponta da alavanca para le-
Solução
vantar uma pedra de 100 kg.
24. 3,48

174
UNIDADE 5 Medidas de dispersão

UNIDADE 5
Medidas de dispersão

As medidas de dispersão permitem-nos analisar a variabilidade dos dados. Existem di-


EST10_3.1
versas medidas de dispersão, como a amplitude total ou amplitude interquartil de que já
falaste em anos anteriores. Neste capítulo vamos apresentar o desvio-padrão, que se trata
de uma medida de dispersão relativamente à média.
Resolução
Todos os exercícios de “Medidas de
dispersão”.
Definição
Recorda
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~ A amplitude total de uma
titativa x. Para todo o i ∈{1, …, n}, a diferença entre o valor xi e a média da amostra
amostra é a diferença entre
designa-se por desvio de xi em relação à média e representa-se por di, di = xi – –x. o seu valor máximo e o seu
valor mínimo. A amplitude
interquartil de uma amostra
é a diferença entre o
terceiro e o primeiro
Propriedade quartil.
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa. Tem-se que:
n Nota
∑ di = 0
i =1 A média dos valores absolu-
tos dos desvios é uma me-
dida de dispersão dos valores
da amostra relativamente à
Demonstração
média. Esta medida não é,
Consideremos x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística no entanto, muito utilizada
~ nem será aqui explorada.
x quantitativa.

– para todo o i ∈{1, …, n}. Desta forma podemos escrever:


Sabemos que di = xi – x,
n n
∑ di = ∑ (xi – –x )
i =1 i =1

Pelas propriedades comutativa e associativa da adição, sabemos que: 25 Considera a amostra


x = (x1, x2, …, xn) de
n n n ~
∑ (xi – –x) = ∑ xi – ∑ –x dimensão n > 3, com
i =1 i =1 i =1 –x = 12,4. Sabendo que
Como: (x1, x2, x3) = (10, 13, 11),
n n

∑ –x = n–x calcula o valor de ∑ di.


i =4
i =1

APRENDE FAZENDO
e por definição de média:
n Pág. 188
∑ xi = n–x Exercício 5
i =1

n Solução
concluímos então que ∑ di = n–x – n–x = 0, como queríamos demonstrar.
i =1
25. 3,2

175
TEMA V Estatística

EST10_3.2
EST10_3.3 Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa.
A soma dos quadrados dos desvios em relação à média, (x – –x )2, representa-se por i
SSx e verifica a seguinte igualdade:
n n
SSx = ∑ (xi – –x )2 = ∑ xi2 – n–x 2
i =1 i =1

Demonstração
Consideremos x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística
~
x quantitativa.
Se usarmos a fórmula do quadrado do binómio e aplicarmos as propriedades comutativa
e associativa da adição, podemos escrever:
n n n n
∑ (xi – –x )2 = ∑ xi2 – ∑ 2xi –x + ∑ –x 2
i =1 i =1 i =1 i =1

Aplicando a propriedade distributiva da multiplicação relativamente à adição e tendo


em conta que –x é constante, temos que:
n n n
∑ 2xi –x = 2–x ∑ xi e ∑ –x 2 = n–x 2
i =1 i =1 i =1

Por outro lado, pela definição de média, podemos facilmente chegar à igualdade:
n
∑ xi = n–x
i =1
26 Considera uma amostra x
~ n n
de dimensão 5.
Concluímos então que ∑ (xi – –x )2 = ∑ xi2 – n–x 2, como queríamos demonstrar.
a) Sabendo que (d1, d2, d3, i =1 i =1

d4) = (1, –3, 0, 1),


calcula o valor de d5.
Propriedade
b) Sabendo que x5 = 11,
calcula a média da Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
amostra e determina titativa x.
todos os valores da
É possível obter o valor de dn a partir dos valores de d1, d2, …, dn – 1.
amostra.

Demonstração
Dada x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável quantitativa x,
~
sabemos que:
n
∑ di = 0
i =1

Podemos então escrever:


n –1
∑ di = –dn
i =1

Desta forma, o valor de dn fica determinado pelos valores de d1, d2, …, dn – 1.

Nota
Soluções
Não é possível determinar o valor de dn apenas a partir de n – 2 desvios. Desta forma,
26.
n – 1 é o número de determinações independentes necessárias e suficientes para se
a) 1
b) –
x = 10 e x1 = x4 = 11, x2 = 7, conhecerem todos os desvios e, por conseguinte, o valor da soma SSx. Por este motivo,
x3 = 10 dizemos que SSx tem n – 1 graus de liberdade.

176
UNIDADE 5 Medidas de dispersão

Exercício resolvido EST10_3.4

Considera uma amostra x = (x1, x2, x3, x4, x5), da qual se conhecem os desvios d1 = 3,
~
d2 = –3, d4 = 5 e d5 = –3.
a) Determina o valor de d3.

b) Calcula a soma dos quadrados dos desvios SSx.

c) Sabendo que x1 = 10, calcula o valor da média da amostra e identifica os restantes


elementos da amostra.

Sugestão de resolução
5
a) Utilizando a propriedade dos desvios, ∑ di = 0, vem que:
i =1
d3 = –3 + 3 – 5 + 3 = –2

b) Uma vez que conhecemos o valor de todos os desvios, podemos calcular a


soma dos seus quadrados:
SSx = 32 + (–3)2 + (–2)2 + 52 + (–3)2 = 56

c) Como d1 = 3 e x1 = 10, temos que –


x = x1 – d1 = 7. A partir do valor da média,
podemos obter os restantes elementos da amostra:
x2 = –x + d2 = 4
x3 = –x + d3 = 5
x4 = –x + d4 = 12
x = –x + d = 4
5 5

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa. Tem-se que SSx = 0 se e só se x1 = x2 = … = xn.

Demonstração
Consideremos x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística
~
x quantitativa. Comecemos por mostrar que se x1 = x2 = … = xn então SSx = 0.
Uma vez que se trata de uma amostra constante, sabemos que x1 = x2 = …= xn = –x.
Assim, di = 0, para todo o i ∈{1, 2, …, n} e, desta forma, SSx = 0.
Mostremos agora que se SSx = 0, então x1 = x2 = … = xn. Supondo que SSx = 0, como
todos os seus termos, di2, são não negativos, temos que di2 = 0, para todo o i ∈{1, 2, …, n}.
Podemos então concluir que x1 = x2 = …= xn = –x, ou seja, x1 = x2 = … = xn.
Provamos assim, pelo princípio da dupla implicação, que SSx = 0 se e só se x1 = x2 = …
… = xn.

177
TEMA V Estatística

EST10_3.5
Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa e seja h um número real.
A soma SSy correspondente à amostra y = x + h pode ser obtida a partir da soma SSx
~ ~
através da igualdade SSy = SSx.
27 Considera duas amostras x
~
e y , de dimensão n, tais
~
que y = x + h para um Exemplo
~ ~
dado número real h.
Mostra que SSy = SSx. Um técnico laboratorial desenvolveu uma experiência na qual registou a temperatura,
em graus, de um determinado componente em diversas fases de um processo, obtendo a
seguinte amostra de valores: x =(20, 21, 24, 25, 23, 19, 21, 20, 25, 22)
~

A média da amostra é x = 22, pelo que a sequência de desvios é (–2, –1, 2, 3, 1, –3, –1,
–2, 3, 0). Após ter calculado SSx = 42, reparou que o termómetro não estava calibrado,
indicando três graus acima do valor real. Decidiu então refazer os cálculos. Assim, con-
28 Considera as amostras
x = (7, 8, 3, 5, 2, 5) e siderou a amostra y = (17, 18, 21, 22, 20, 16, 18, 17, 22, 19) dos valores corrigidos das
~ ~
y = (22, 25, 10, 16, 7, 16).
~ temperaturas. A média da amostra é agora –y = 19, pelo que a sequência de desvios é
a) Encontra uma relação (–2, –1, 2, 3, 1, –3, –1, –2, 3, 0). Ao verificar que obtinha a mesma sequência de desvios,
da forma y = ax + h facilmente concluiu que SSy = SSx = 42.
~ ~
entre as amostras y e x .
~ ~
b) Sabendo que SSx = 26, Nota
calcula o valor de SSy.
Repara que ao somarmos ou subtrairmos o mesmo número real a todos os elementos da
amostra a média da nova amostra também se pode obter a partir da média da amostra
inicial, somando ou subtraindo o mesmo número. Assim, o valor dos desvios mantém-se
inalterado.

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~
titativa e seja α um número real.
A soma SSy correspondente à amostra y = ax pode ser obtida a partir da soma SSx
~ ~
através da igualdade SSy = α2 SSx.

Demonstração
Consideremos x = (x1, x2, …, xn) a amostra de uma variável estatística x quantitativa e
~
o número real α. A amostra y = ax é constituída pelos elementos yi = axi, para todo o
~ ~
i ∈{1, 2, …, n}. Assim, –y = α–x. A soma dos quadrados dos desvios pode ser obtida pela
n
fórmula SSy = ∑ yi 2 – n–y 2. Podemos então escrever:
i =1
n n
∑ yi 2 – n–y 2 = ∑ (axi )2 – n(a–x)2
i =1 i =1

Soluções
Pela propriedade distributiva da multiplicação relativa à adição, temos que:
n h
h n
28. ∑ (axi )2 – n(a–x)2 = a2 i ∑ xi 2 – n–x 2i
i =1 j i =1 j
a) yi = 3xi + 1
b) 234 Podemos assim concluir que SSy = α2SSx.

178
UNIDADE 5 Medidas de dispersão

EST10_3.6
EST10_3.7
Propriedade
EST10_3.11
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística quan-
~
titativa com m valores distintos, 1 ≤ m ≤ n.
m
A soma SSx pode ser obtida através da igualdade SSx = ∑ (~xj – –x)2nj, onde nj representa
j =1
a frequência absoluta de ~x .j

Demonstração
n
– 2. Se utilizarmos a propriedade comutativa podemos
Pela definição temos SSx = ∑ (xi – x)
i =1
ordenar a soma por ordem crescente dos m valores ~xj:
(~x1 – –x)2 + … + (~x1 – –x)2 + … + (~xm – –x)2 + … + (~xm – –x)2
 
n1 nm
Agora, considerando a propriedade associativa, podemos escrever a soma como
( x1 – –x)2n1 + … + (~xm – –x)2nm. Esta pode ser representada, no formalismo dos somatórios,
~
m
por ∑ (~x – –x)2n , tal como pretendíamos mostrar.
j j
j =1

Definição

Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n, com n > 1, de uma variável es-
~
tatística x quantitativa.
O quociente entre a soma SSx e n – 1 designa-se por variância da amostra e repre-
senta-se por sx2:
s 2 = SSx
x
n–1

Definição

Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n, com n > 1, de uma variável es-
~
tatística x quantitativa.
A raiz quadrada positiva da variância da amostra designa-se por desvio-padrão da
amostra e representa-se por sx:
sx = √∫ nSS– 1
x

Tanto a variância como o desvio-padrão são medidas de dispersão que podem ser uti-
lizadas para comparar a dispersão dos valores dos elementos de duas ou mais amostras
em torno da média, sempre que a característica quantitativa em análise seja a mesma nas
diversas amostras e que a respetiva medida esteja calculada na mesma unidade.
Deves notar que tanto a média como o desvio-padrão têm a mesma unidade de medida
que a variável considerada, mas o mesmo não acontece com a variância.

179
TEMA V Estatística

EST10_3.8 Exemplo
EST10_3.9
Num estudo sobre os pesos (em kg) dos alunos de duas turmas A e B do primeiro ano do
1.º Ciclo obtivemos as amostras (19, 23, 22, 26, 20) e (21, 22, 23, 20, 24, 21, 26, 23, 20,
25, 21, 24, 23, 19, 17, 23), respetivamente.
No quadro seguinte apresentamos as medidas estatísticas obtidas para cada turma (sx2 e sx
29 Considera as amostras
x = (12, 14, 16, 10, 16, arredondadas às décimas).
~
15, 13, 10, 9, 15) e
y = (10, 15, 10, 19, 13), –x
~ Turma SSx sx2 sx
relativas à mesma variável
estatística quantitativa.
a) Calcula –x e –y. A 22 30 7,5 2,7
b) Calcula sx e sy e
compara as amostras B 22 82 5,5 2,3
quanto à dispersão dos
seus valores em torno
da média.
Se compararmos os desvios em relação à média nas duas amostras, verificamos que não
existem grandes diferenças entre as duas turmas. É então de esperar que a medida de dis-
persão utilizada para nos indicar a variabilidade dos valores da amostra relativamente à
média tenha valores próximos nas duas turmas. De facto, se compararmos os valores do
desvio-padrão, verificamos que eles são muito próximos, sendo o da turma B ligeiramente
inferior. No entanto, se considerarmos os valores de SSx isso já não se verifica. Este facto
pode ser explicado pela diferença entre as dimensões das amostras. Basta que exista alguma
variabilidade para o valor de SSx aumentar com o aumento da dimensão da amostra.
Além disso, tanto SSx como sx2 têm como unidade de medida o kg2, enquanto –x e sx têm
como unidade de medida o kg, tornando mais fácil a sua interpretação.
As seguintes propriedades do desvio-padrão surgem como uma consequência natural das
propriedades da soma dos quadrados dos desvios, SSx, que já foram vistas anteriormente,
pelo que as suas demonstrações não serão apresentadas.

Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n, com n > 1, de uma variável es-
~
tatística x quantitativa. Tem-se que sx = 0 se e só se x1 = x2 = … = xn.

Soluções
29.
Propriedade
a) –x = 13 e –y = 13,4 Sejam x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n, com n > 1, de uma variável
~
b) sx ≈ 2,62 (2 c.d.) e sy ≈ 3,78 estatística x quantitativa e seja h um número real.
y
(2 c.d.). Os valores da amostra ~
O desvio-padrão sy, correspondente à amostra y = x + h, pode ser obtido a partir do
encontram-se mais dispersos, ~ ~
em relação à média da amostra, desvio-padrão sx através da igualdade sy = sx.
do que os valores da amostra ~x.

180
UNIDADE 5 Medidas de dispersão

EST10_3.10
Propriedade
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n, com n > 1, de uma variável
~
estatística x quantitativa e seja α um número real. O desvio-padrão sy correspondente
à amostra y = αx , pode ser obtido a partir do desvio-padrão sx através da igualdade
~ ~
sy = |α|sx.

Exercício resolvido

Na preparação para a volta a Portugal um elemento de uma equipa participante 30 Prova cada uma das
tinha que registar os tempos que os ciclistas da sua equipa demoravam a percorrer propriedades enunciadas
parte da etapa da Senhora da Graça. do desvio-padrão, sx,
utilizando as propriedades
da soma dos quadrados
Com os valores registados foi possível concluir que o tempo médio que cada ciclista dos desvios, SSx.
da sua equipa demorou a fazer essa parte da etapa foi de 2,3 horas com um desvio-
-padrão de 0,6 horas. Apresenta o valor da média e do desvio-padrão dos tempos
feitos pelos ciclistas em minutos.

31 Considera uma amostra de


Sugestão de resolução dimensão 60, que tem
média 50 e desvio-padrão
Se considerarmos a amostra x dos tempos dos ciclistas em horas e y a amostra 12.
~ ~
dos tempos dos ciclistas em minutos, sabemos que yi = 60xi, para todo o a) Apresenta uma
i ∈{1, …, n}, onde n representa a dimensão da amostra. estimativa por excesso
da percentagem de
elementos da amostra
Utilizando uma das propriedades da média, sabemos que –y = 60–x, ou seja,
superiores a 74.
que –y = 138. Utilizando agora uma das propriedades do desvio-padrão, sabe-
b) Apresenta uma
mos também que sy = |60|sx, ou seja, que sy = 36. estimativa por defeito
do número de
Desta forma a média e o desvio-padrão dos tempos dos ciclistas, em minutos, elementos da amostra
entre 26 e 74.
foram de 138 e 36, respetivamente.

APRENDE FAZENDO
Págs. 189, 190, 191, 192,
194, 195 e 196
Exercícios 7, 8, 9, 10, 11,
12, 13, 14, 19, 24, 28, 29,
Propriedade 31, 33, 34, 37 e 40
Seja x = (x1, x2, …, xn) uma amostra de dimensão n de uma variável estatística x quan-
~ CADERNO DE EXERCÍCIOS
titativa e seja k > 0 um número real. A proporção dos elementos da amostra com E TESTES

desvios em relação a –x superiores a ks é inferior a 1 .


x
Págs. 29, 30, 31 e 32
k2 Exercícios 11, 12, 13, 16,
17, 18, 19, 20, 21, 22 e 23

Soluções
Através desta propriedade, utilizando a média, que nos indica uma localização, e o
31.
desvio-padrão, que nos indica a dispersão em relação à média, podemos ter uma indica- a) 25%
ção da localização e da dispersão de todos os valores da amostra. b) 45

181
TEMA V Estatística

Exemplos

1. Num estudo sobre o tempo, em dias, necessário para a eliminação completa de um de-
terminado vírus do organismo humano, foi recolhida a amostra x = (21, 10, 15, 17, 16,
~
19, 14, 17, 9, 25, 27, 31, 19, 21, 15, 16, 21, 16, 11, 20).
A média desta amostra é 18 e o desvio-padrão, arredondado às décimas de dia, é 5,5.
Desta forma, a sequência dos desvios é (3, –8, –3, –1, –2, 1, –4, –1, –9, 7, 9, 13, 1, 3,
–3, –2, 3, –2, –7, 2).
Na tabela seguinte apresentamos alguns valores de k, que nos permitem comparar a
proporção de valores da amostra com desvios superiores a ksx, δk, com o valor de 12 .
k

1
k ksx δk
k2
6
1 5,5 1
20
1 1
2 11
20 4
0 1
3 16,5
20 9

Como podes reparar, o valor de 12 é sempre superior ao de δk, constituindo por isso
k
uma estimativa por excesso desse valor.

2. As cartas de controlo são ferramentas utilizadas no controlo da qualidade de um pro-


cesso ou de um produto.
–x + 3s Limite superior de controlo
x

–x + 2s
x

–x + s
x
Comprimento

–x

–x – s
x

–x – 2s
x

–x – 3s Limite inferior de controlo


x
Lotes

Estas cartas são utilizadas para registar as observações que vão sendo feitas, com o ob-
jetivo de detetar eventuais anomalias.
Como foi possível ver no exemplo anterior, a frequência relativa de um valor cujo desvio
em relação à média é superior a 3 desvios-padrão é inferior a 1 . Uma vez que se trata
9
de uma ocorrência de baixa frequência esse valor é considerado uma anomalia.

182
UNIDADE 5 Medidas de dispersão

Neste capítulo abordámos diversos conceitos relacionados com medidas estatísticas de


EST10_3.12
uma amostra.

Em algumas situações o objetivo é descrever de forma clara e organizada a informação


contida numa amostra, no entanto, noutras situações, a informação da amostra é utilizada
para tirar conclusões sobre a população.

Para ser possível utilizar os valores das estatísticas de uma amostra, tais como a média
ou o desvio-padrão, para inferir sobre os valores dos parâmetros de uma população, é
muito importante que a amostra seja representativa da população a que pertence.

Existem diversas técnicas de recolha de uma amostra que nos podem auxiliar na ob-
tenção de uma “boa” amostra. A escolha de uma amostra adequada é sem dúvida um
dos passos mais importantes num estudo estatístico que pretenda a generalização dos re-
sultados. Muitas vezes o conceito “aleatório” confunde-se, em linguagem corrente com
“ao acaso”. No planeamento de um estudo estatístico não podemos deixar “ao acaso” a
escolha de uma amostra, sob o perigo de que esta não seja representativa. Escolher uma
amostra sem qualquer planificação pode comprometer a fiabilidade do estudo.

Por exemplo, um controlador de qualidade de uma empresa com 30 máquinas e 90


funcionários não deve escolher “ao acaso” um conjunto de 30 peças de uma só vez para
verificar se têm defeito. Se o fizer está a correr vários riscos. Em geral, fazem-se recolhas
sistemáticas (uma peça de 30 em 30 minutos, por exemplo) de peças de máquinas dife-
rentes e de funcionários diferentes.

Um dos aspetos a ter em conta na recolha de uma amostra é a sua dimensão.


Em geral, o valor das estatísticas amostrais, como a média ou o desvio-padrão, são mais
próximos dos valores dos parâmetros da população para amostras de maior dimensão.
Apesar de não demonstrarmos aqui esta propriedade, sugerimos em seguida uma ativi-
dade que te permitirá explorá-la.

Atividade
Distribui um número de 1 a N a cada aluno da tua turma (N é o número total de alunos)
e regista numa lista a altura de cada um deles.

a) Utilizando a calculadora, seleciona aleatoriamente 5 alunos da turma e calcula a


média das alturas respetivas. Repete o procedimento 10 vezes e representa num dia-
grama de pontos cada uma das médias obtidas, e também a média das alturas de
todos os alunos da turma.

b) Aumenta a dimensão das amostras recolhidas para 12 e, tal como no item anterior,
repete o procedimento 10 vezes calculando em cada passo a média das alturas dos
alunos selecionados. Compara o novo diagrama de pontos com o anterior no que diz
respeito à proximidade que as médias das amostras têm com a média da população.
Testes interativos
– Medidas de dispersão I.
Adaptado de Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano – Medidas de dispersão II.

183
TEMA V Estatística

UNIDADE 6
Utilização da calculadora gráfica no cálculo de
algumas medidas de localização e de dispersão

A utilização da calculadora num estudo estatístico, por exemplo para auxiliar no cálculo
de medidas de localização e/ou de dispersão, pode ser de facto bastante útil, nomeadamente
nos casos em que a dimensão da amostra torna os cálculos demorados e pouco simples.
Vejamos um exercício, em que não seria complicado determinar a moda, a média, a me-
diana, os quartis e o desvio-padrão, utilizando o que acabaste de aprender ao longo do tema,
mas que serve apenas de exemplo para saberes utilizar a tua calculadora no modo estatístico.

Exercício resolvido

O número de vezes que uma determinada máquina de uma empresa de tecelagem ava-
ria numa semana de trabalho foi registado por um longo período de tempo. A partir des-
ses dados, foi elaborada a seguinte tabela que representa o número de avarias semanais.
Número de
0 1 2 3 4 5 6 7
avarias semanais

ni 3 20 28 24 14 6 3 2

Determina, recorrendo à calculadora, a moda, a média, a mediana, os quartis e o


desvio-padrão desta amostra.

Sugestão de resolução

Casio fx-CG 10/20


No menu principal seleciona o ícone Statistics:

Preenche List1 e List2 com todos os valores da variável número de avarias se-
manais e a respetiva frequência absoluta:

184
UNIDADE 6 Utilização da calculadora gráfica no cálculo de algumas medidas de localização e de dispersão

Seleciona a opção CALC (F2):

De seguida, na opção SET (F6) verifica se 1Var XList e 1Var Freq se encontram
preenchidos com as indicações List1 e List2, respetivamente. Se não estiver
(situação 1), preenche (situação 2):

Situação 1 Situação 2

Sai da opção SET (tecla EXIT) e escolhe a opção 1VAR (F1):

Temos assim a média –x = 2,66 e o desvio-padrão sx = 1,49.

Percorrendo no sentido da seta, encontras mais informação:

Assim:
• o primeiro quartil Q1 = 2;
• o segundo quartil Med = Q2 = 2 = P50 = Me;
• o terceiro quartil Q3 = 3,5;
• a moda Mod = Mo = 2.

(continua)

185
TEMA V Estatística

Texas TI-84 Plus Exercício resolvido


Na opção STAT:
(continuação)

Sugestão de resolução

Texas TI-nspire
No ecrã inicial cria uma página com a aplicação Listas e Folha de Cálculo:

Preenche as listas…

Preenche as colunas A e B com todos os valores da variável número de avarias


semanais e a respetiva frequência absoluta:
Na opção STAT:

Seleciona as colunas anteriores:

186
UNIDADE 6 Utilização da calculadora gráfica no cálculo de algumas medidas de localização e de dispersão

Preenche o Número de Listas com 1 e pressiona OK:

Preenche Lista X1: a[]; Lista de frequências: b[] e 1.ª coluna de resultados: c[]

Pressiona a tecla OK:

Temos assim:
• a média –x = 2,66;
• o desvio-padrão sx = 1,49;
• o primeiro quartil Q1 = 2;
• o segundo quartil Med = Q2 = 2 = P50 = Me;
• o terceiro quartil Q3 = 3,5;
• a moda Mod = Mo = 2. CADERNO DE EXERCÍCIOS
E TESTES
Págs. 60 a 62
Teste n.º 6
Págs. 65 a 67
Teste Global n.º 1
Págs. 70 a 72
Teste Global n.º 2

187
TEMA V Estatística

Aprende Fazendo

Itens de seleção

1 Considera a amostra referente à variável “número Número de irmãos Número de alunos


de irmãos” dos alunos de uma turma do 1.º ano re-
presentada na seguinte tabela. 0 4
A média da amostra é: 1 6
(A) 1,5 (B) 3,75
2 3
(C) 1,2 (D) 1
3 2
Solução: Opção (C)

2 A mediana da amostra (1, 3, 4, 2, 1, 3, 4, 3, 2, 4, 1, 3, 4, 5) é:


(A) 3,5 (B) 4 (C) Não existe. (D) 3

Solução: Opção (D)

3 Sabendo que a média da amostra (3, 4, 1, 0, 1, 5, 6, 3, 7, 2, k) é –x = 7, o valor de k é:


(A) 7 (B) 0 (C) 45 (D) 1

Solução: Opção (C)

4 A média dos ordenados dos 35 funcionários de uma empresa é 1040 euros. O dono da empresa de-
cidiu atualizar os ordenados, aumentando todos em 2,5%. A média dos ordenados (em euros) após a
atualização é:
(A) 1042,5 euros. (B) 2600 euros. (C) 1300 euros. (D) 1066 euros.

Solução: Opção (D)

5 Considera a amostra ~x de dimensão 3, com –x = 10,2. Sabendo que x1 = 11 e d2 = –1, o valor de d3 é:


(A) 0,2 (B) –0,8 (C) 10,4 (D) –0,2

Solução: Opção (A)

6 Considera a amostra referente à variável “salário” Salário Número de trabalhadores


dos trabalhadores administrativos de um hospital
representada na seguinte tabela. [500, 750[ 6
O valor de P40 é: [750, 1000[ 5
(A) 1125 (B) 750 [1000, 1250[ 2
(C) 1000 (D) 810
[1250, 1500[ 4
Solução: Opção (D) [1500, 1750[ 1

188
Itens de seleção

7 De uma amostra de pessoas, de dimensão 14, substituiu-se uma pessoa de 35 anos por outra de 20 anos.
Considera as seguintes afirmações.
(I) A média das idades diminuiu.
(II) O desvio-padrão das idades diminuiu.
(III) A média das idades passou a ser inferior a 35.
Das afirmações anteriores quais são necessariamente verdadeiras?
(A) Todas. (B) Apenas a (I). (C) Apenas a (I) e a (II). (D) Apenas a (III).

Solução: Opção (B)

8 Considera uma amostra ~x com –x = 5 e sx = 2. A média e o desvio-padrão da amostra ~y = 4~x – 3 são


dados por:
(A) –
y=5es =2 y (B) –
y = 17 e s = 8
y (C) –
y = 17 e s = 5
y (D) –
y = 20 e s = 8 y

Solução: Opção (B)

9 De uma amostra de uma variável estatística x, de dimensão 24, sabe-se que x(1) =10 e x(24) =15.
Considera as seguintes afirmações.
(I) –x < 15 (II) sx ≠ 0 (III) Me ≠ 10
Das afirmações anteriores quais são necessariamente verdadeiras?
(A) Todas. (B) Apenas a (I). (C) Apenas a (I) e a (II). (D) Apenas a (III).

Solução: Opção (C)

10 De uma amostra de uma variável estatística x, de dimensão 20, sabe-se que x(1) = –1,4 e x(20) = 1,5.
Quais das seguintes situações pode ocorrer?
(A) –
x = 1 e sx = –0,2 (B) –
x = 0 e sx = 0,2 (C) –
x = –1 e sx = 0 (D) –
x = 1,5 e sx = 1

Solução: Opção (B)

11 De uma amostra de uma variável estatística x, de dimensão 4, sabe-se que d1 = –1,4, d2 = 1,5 e
d3 = 0,5. O desvio-padrão da amostra, arredondado às décimas, é:
(A) 1,3 (B) 1,2 (C) 4,8 (D) 0

Solução: Opção (A)

12 De uma amostra de uma variável estatística quantitativa x, de dimensão 40, sabe-se que –x = 10 e sx = 2.
Qual das seguintes afirmações é necessariamente verdadeira?
(A) Existem pelo menos 20 dados entre 8 e 12.

(B) Existem no mínimo 10 dados maiores do que 14.

(C) Existem no máximo 4 dados inferiores a 4.

(D) Existem no máximo 30 dados entre 6 e 14.

Solução: Opção (C)

189
TEMA V Estatística

Aprende Fazendo

Itens de construção

13 Um grupo de 5 amigos registou a sua idade e obteve a seguinte amostra ~x = (21, 23, 26, 19, 19). Seja
~y a amostra das suas idades passados 13 anos. Calcula:
– –
a) x e y

b) SSx e SSy

Soluções: a) –x = 21,6 anos e –y = 34,6 anos. b) SSx = 35,2 anos2 e SSy = 35,2 anos2.

14 Contou-se o número de folhas em cada uma de 150 Número de folhas Número de plantas
plantas do tabaco (Havano). Os resultados estão re-
17 3
gistados na tabela a seguir apresentada.
18 22
Calcula a média, a soma dos quadrados dos desvios 19 44
em relação à média, a variância e o desvio-padrão do
20 42
número de folhas destas plantas. Caso seja necessário,
21 22
apresenta os resultados arredondados às centésimas.
22 10
Adaptado de Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano
23 6
Solução: –x = 19,78, SSx = 283,74, sx2 ≈ 1,90, sx ≈ 1,38 24 1

Animação
Resolução do exercício.

15 Num hospital foi registado o número de doentes que deram entrada por hora nas urgências com sin-
tomas de gripe, obtendo-se a amostra:
(7, 12, 24, 36, 14, 5, 41, 17, 19, 24, 31, 12, 6, 19, 42, 46, 51, 17, 4, 19, 12, 25, 32, 16)
a) Calcula a média e a mediana da amostra.

b) Calcula o percentil de ordem 75.

c) Tomando 0 para extremo inferior da primeira classe, agrupa os dados em classes de amplitude 10
e calcula:
(i) a média e a mediana da amostra;
(ii) o percentil de ordem 75.

d) Indica, justificando, se os valores mais corretos para a média e a mediana são os que obtiveste na
alínea a) ou na alínea c) i).
100
Soluções: a) x– = 22,125, Me = 19 b) P75 = 31,5 c) (i) x– = 22,5, Me = 18 (ii) P75 = d) Os valores mais corretos são os que
3
se obtiveram na alínea a), pois foram calculados usando os dados da amostra.

190
Itens de construção

16 Num estudo sobre espetáculos de teatro amador registou-se o número de espetadores em 30 salas do
país escolhidas aleatoriamente. Os resultados encontram-se representados no histograma seguinte.

10

Número de salas
6

0
0 10 20 30 40 50 60 70
Número de espetadores

a) Estima a média do número de espetadores por sala.

b) Calcula os percentis P25, P90 e P95.

Soluções: a) –x ≈ 25,7 b) P25 = 11, P90 = 55 e P95 = 62,5

17 Considera a sequência de números reais (7, 10, 13, 16, 19).


a) Encontra o termo geral da sequência.

b) Representa a soma dos 5 termos da sequência na forma de somatório.


5
Soluções: a) xn = 3n + 4 b) ∑ (3i + 4)
i =1

18 O Pedro levou a cabo um estudo estatístico sobre o número de tios de Número de tios
cada um dos seus 25 colegas de turma e representou os resultados no
4%
gráfico circular ao lado. 16% 20%
0
1
4% 2
a) Determina a frequência absoluta de cada um dos valores da amostra.
3
28% 28% 4
b) Calcula a média do número de tios de cada colega do Pedro. 5

c) Quantos colegas do Pedro têm mais tios do que o percentil P75 da


amostra?

Soluções: a) b) –
x = 1,8 c) 6
xi 0 1 2 3 4 5
ni 5 7 7 1 4 1

19 x, de dimensão 30, com –x = 20 e sx = 2,5 e uma amostra ~


Considera uma amostra ~ y = 7~x – 3.
a) Calcula –
y e sy. b) Calcula SSy e sy2.

Soluções: a) –y = 137 e sy = 17,5 b) SSy = 8881,25 e sy2 = 306,25

191
TEMA V Estatística

Aprende Fazendo

Itens de construção

20 O Raúl vai representar a sua escola na prova dos 100 metros. Ele registou sete dos tempos (em segundos)
que fez no último treino (10,9; 11,1; 9,9; 10,3; 10,6; 11,3; 10,8).
a) Calcula a média dos tempos registados.

b) Calcula o percentil P25 dos tempos registados e interpreta o seu valor.

Soluções: a) –x = 10,7 s b) P25 = 10,3 s. Podemos então concluir que pelo menos 25% dos valores da amostra são inferiores
ou iguais a 10,3 s.
n n
21 Justifica, utilizando as propriedades dos somatórios, que a proposição ∑ i5 = ∑ i5 é verdadeira.
i =0 i =1

22 Num segmento de reta estão colocados três pontos materiais de massas 20, 38 e 22 unidades nos
pontos de abcissas 10, 12 e 14, respetivamente. Determina o valor da abcissa do centro de gravidade
desse segmento.

Solução: 12,05

23 Num estudo sobre tumores foram registados os diâmetros (em mm) de sinais da pele sujeitos a cirurgia
de remoção. Os resultados encontram-se apresentados no seguinte diagrama de caule-e-folhas.
0 5 6 6 7 7 8 9
1 1 1 2 3 3 4 5 5 8 9
2 0 0 1 2 4 8 9 9
3 0 1 1 5 6 7 7 8 8 9
4 0 0 1 1 2 0 | 5 representa o valor 0,5
a) Calcula a média dos diâmetros, considerando os dados não agrupados.

b) Tomando o valor mínimo para extremo inferior da primeira classe, agrupa os dados em classes de
amplitude 0,5 e calcula a média dos diâmetros, considerando os dados agrupados em classes.
c) Qual é a percentagem de valores da amostra inferiores ao percentil de ordem 75, obtido a partir
dos dados.

Soluções: a) –x = 2,345 mm b) –x = 2,4125 mm c) 75%

24 O número de internacionalizações (participações em jogos da seleção) dos 24 jogadores convocados pelo


selecionador nacional de futebol para o jogo contra a Argentina, em novembro de 2014, pode ser organi-
zado na amostra (35, 0, 10, 77, 65, 1, 26, 78, 2, 1, 2, 76, 11, 3, 2, 62, 1, 118, 16, 30, 12, 83, 39, 71).
a) Calcula a média e o desvio-padrão de internacionalizações dos jogadores convocados para esse jogo.

b) Supondo que este conjunto de jogadores é escolhido para os próximos 5 jogos da seleção e que
em cada jogo participam 14 jogadores (incluindo 3 substituições), calcula a nova média de inter-
nacionalizações destes jogadores.
Nota: Apresenta todos os valores arredondados às décimas.

Soluções: a) –x ≈ 34,2, sx ≈ 35,3 b) –x ≈ 37,1

192
Itens de construção

25 Os seguintes dados referem-se à duração, em minutos, do percurso casa-escola realizado num dado
dia por uma amostra aleatória de 32 alunos de uma escola secundária.
12 7 44 16 22 12 11 5 9 32 20 62 18 29 35 13
23 21 8 41 36 15 49 17 45 7 19 37 65 6 18 44

a) Ordena os dados da amostra e determina os percentis de ordem 25, 50 e 75.

b) Determina, entre os 30% dos percursos com maior duração, aquele que tem menor duração.

Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Soluções: a) P25 = 12, P50 = 19,5 e P75 = 36,5 b) 36

26 Segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P., as temperaturas mínimas (em ºC)
registadas nos diversos distritos de Portugal continental no mês de agosto de 2014 foram:

10,2 8,5 9,8 8,0 11,6 13,4 9,6 8,1 10,9

12,4 10,1 12,6 11,0 14,3 10,8 12,0 12,9 15,9

a) Determina os percentis de ordem 10, 15, 50, 75 e 85.

b) Determina a que percentis corresponde o dado 11,6.

c) Quantos distritos apresentaram temperaturas mínimas superiores ao percentil de ordem 15?

d) Compara os valores obtidos na alínea a) com os valores referentes ao mês de julho de 2013 apre-
sentados na seguinte tabela (segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P).

Percentil 10 15 50 75 85
Temperatura mínima
10,3 10,8 11,7 12,7 13,8
(em ºC)

Soluções: a) P10 = 8,1 ºC, P15 = 8,5 ºC, P50 = 10,95 ºC, P75 = 12,6 ºC e P85 = 13,4 ºC b) P56, P57, P58, P59, P60 e P61 c) 15 d) Todos
os percentis referentes às temperaturas mínimas do mês de agosto de 2014 são mais baixos do que os percentis de igual ordem
referentes às temperaturas mínimas do mês de julho de 2013, o que significa que as temperaturas foram, em geral, mais baixas
em agosto de 2014 do que em julho de 2013.

27 O número de livros vendidos diariamente por uma pequena livraria na última semana foi registado
na seguinte amostra (7, 9, 6, 5, 10, 5, 7).
a) Calcula o número médio de livros vendidos diariamente por essa livraria na última semana.

b) Supondo que o lucro obtido com a venda de cada livro é de 5 euros, calcula o lucro médio diário
obtido com a venda de livros, na última semana.
c) Supondo que na semana seguinte se venderam mais dois livros por dia e que o lucro obtido com
cada livro foi de 5 euros, qual passará a ser o lucro médio diário obtido com a venda de livros, na
próxima semana?

Soluções: a) –x = 7 b) 35 € c) 45 €

193
TEMA V Estatística

Aprende Fazendo

Itens de construção

28 De uma amostra de uma variável estatística x, de dimensão 5, sabe-se que x1 = 4, d1 = –1 e n1 = 4.


a) Calcula –
x.
b) Indica o conjunto de valores da amostra.

c) Calcula sx.

Soluções: a) –x = 5 b) {4, 9} c) sx = √∫5

29 Considera as amostras ~x = (2, 8, 3, 2, 1, 3, 0) e ~y = (5, 29, 9, 5, 1, 9, –3).


a) Escreve uma relação da forma y = a x + b.
~ ~

a) Calcula x e sx, arredondados às centésimas.

a) Calcula –
y e sy, a partir dos resultados obtidos na alínea anterior.
a) Escreve SSx em função de SSy.

SSy
Soluções: a) y = 4 x – 3 b) –x ≈ 2,71 e sx ≈ 2,56 c) –y ≈ 7,84 e sy ≈ 10,24 d) SSx =
~ ~ 16

30 Considera a amostra ~x = (4, 3, 3, 2, 1, 3, 0, 0, 6, 2, 4, 3, 5, 0, 1) e admite que se substitui o valor


máximo da amostra pelo valor y = x(15) + h. Determina os valores de h que fazem com que a média da
nova amostra fique superior a x(14).

Solução: h > 39
Animação
Resolução do exercício.

31 De uma amostra de uma variável estatística x, de dimensão 4, sabe-se que d1 = 4, d2 = –5 e d3 = 0,5.


a) Calcula o desvio-padrão da amostra, arredondado às décimas.

b) Supondo que x4 = 0, calcula –


x.

Soluções: a) sx ≈ 3,7 b) –x = – 0,5

32 Num estudo sobre a capacidade pulmonar total (cpt) de um indivíduo adulto foi recolhida uma amos-
x = (6; 5; 7; 5,1; 5,2;
tra referente ao volume total de ar (em litros) que cabe no sistema respiratório, ~
6,4; 6,7; 6,8; 5,9; 5,8; 6,7; 7,1).
a) Calcula a cpt média dos indivíduos da amostra, arredondada às centésimas.

b) Considerando que a média da cpt de um indivíduo adulto é de 6,7 litros, determina a que percentis
da amostra corresponde esse valor.

Soluções: a) –x = 6,14 ᐉ b) Pk, com k ∈{59, 60, …, 74}

194
Itens de construção

33 O João encomendou um conjunto de 23 livros numa livraria inglesa. A média e o desvio-padrão do preço
dos livros é 20 e 15 libras, respetivamente. Considerando que cada libra vale 1,35 euros, determina:
a) o preço médio, em euros, dos livros que o João vai comprar;

b) o valor total, em euros, que o João vai gastar com os livros;

c) a variância do preço dos livros, em euros.

Soluções: a) –x = 27 € b) 621 € c) sx2 = 410,0625 €2

34 De acordo com os dados históricos, a amostra das temperaturas mínimas diárias em Lisboa, durante
os meses de janeiro dos anos 2000 a 2010, tem uma média igual a 10° e um desvio-padrão igual a 3°.
Indica um limite superior para a percentagem de dias em que a temperatura mínima foi inferior a 0°.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Solução: 9%

35 Num segmento de reta estão colocados quatro pontos materiais de massas 2, 5, 6 e k unidades nos
pontos de abcissa 1, 2, 3 e 4, respetivamente. Determina o valor de k de modo que a abcissa do centro
de gravidade desse segmento seja 3,5.

Solução: k = 31
Animação
Resolução do exercício.

36 O António terminou o seu curso com uma média de 13,0 valores (numa escala de 0 a 20). Para poder
ingressar num determinado mestrado ele tem necessariamente que ter uma média igual ou superior
a 13,5 valores. Sabendo que o curso dele é constituído por 36 disciplinas, e que ele teve 12 valores
à disciplina de Direito, determina:
a) se é possível obter a média pretendida apenas melhorando a nota de Direito;

b) quantos valores terá ele que conseguir melhorar, no total, para obter a média pretendida.

Soluções: a) Não. b) 18

37 Numa angariação de fundos para o passeio de final de ano, o Joaquim e o Afonso visitaram turmas
diferentes para vender rifas. O número de rifas que conseguiram vender em cada turma foi o seguinte:
Joaquim: amostra ~x = (2, 5, 7, 5, 3, 0, 9, 12, 17, 6)
Afonso: amostra ~y = (0, 6, 9, 3, 6, 4, 7, 3, 7)
a) Calcula –
x e –y e, com base nestes valores e na dimensão das duas amostras, calcula a média da
amostra conjunta ~z.
b) Calcula SSx, SSy e SSz, e indica os respetivos graus de liberdade.

c) Mostra que SSz = SSx + SSy + 10(–


x – –z)2 + 9(–y – –z )2.
d) Qual dos dois amigos teve maior variabilidade no número de rifas vendidas.

111
Soluções: a) –x = 6,6; –y = 5; –z = b) SSx = 226,4 (9 graus de liberdade); SSy = 60 (8 graus de liberdade); SSz = 298,53
19
(2 c.d.) (18 graus de liberdade). d) O Joaquim.

195
TEMA V Estatística

Aprende Fazendo

Itens de construção

200
38 Considera as amostras ~x e ~y de dimensão 200, de uma variável estatística quantitativa, tais que ∑ xi = 30
i =1
e yi = 3(xi – 5), para todo i ∈{1, …, 200}.
200
a) Calcula ∑ yi.
i =1
4 200
b) Sabendo que ∑ xi = 10, calcula ∑ (xi + yi).
i =1 i =5

Soluções: a) –2910 b) –2860

39 Considera uma amostra ~x ordenada, (x(1), x(2), …, x(n)), e admite que se substitui o máximo da amostra
por um valor y = x(n) + h, com h > 0. Determina os valores de h que fazem com que a média da nova
amostra fique superior a x(n – 1). Consideras que neste caso a média traduz bem a localização central
da nova amostra? Justifica.
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

Solução: h > n(x(n – 1) – –x). Não traduz bem uma localização central da amostra, pois é superior a n – 1 elementos da amostra.

40 De uma certa população recolheu-se a amostra A, de dimensão n > 1 de unidades estatísticas e re-
gistou-se os valores da variável x de interesse. Sem perda de generalidade, admite que se numera as
unidades estatísticas de modo a que sejam atribuídos os números de 1 a r àquelas cujos valores da
variável x estão fora do intervalo [–x – 2s, x + 2s], onde s é o desvio-padrão da amostra.
a) Justifica que, para i = 1, 2, …, r, se tem |xi – –
x| > 2s, pelo que, também, (xi – –x)2 > 4s2.
r
b) Conclui da alínea anterior que ∑ (xi – –
x)2 > 4rs2.
i =1
n
c) Justifica que também se tem ∑ (xi – –
x)2 > 4rs2, onde n é a dimensão da amostra.
i =1

d) Tendo em conta a fórmula de cálculo da variância, conclui que a desigualdade anterior é equiva-
lente a (n – 1) sx2 > 4rs2, pelo que também se tem ns2 > 4rs2, ou seja, r < 0,25n desde que s não
seja nulo.
e) Considera agora o intervalo na forma geral [–
x – ks, –x + ks] e deduz que, nesse caso, a última desi-
gualdade passa a ter a forma r < 12 n.
k
Caderno de Apoio às Metas Curriculares, 10.º ano

196
Desafios

Desafios

Revê novamente a questão da sinuosidade dos rios e a possibilidade de a média da sinuosidade


de todos os rios do mundo valer p, apresentado no vídeo “Tenho um pi no rio” (página 152).

1 Considera o seguinte conjunto de dados de uma amostra de rios portugueses.


Comprimento ao Comprimento em linha reta
Rios Sinuosidade
longo do rio*, (em km) desde a nascente à foz, (em km)
Rio Minho 340 165
Rio Lima 108 108
Rio Cávado 135 89
Rio Douro 897 491
Rio Vouga 147 90
Rio Mondego 258 115
Rio Tejo 1038 696

Rio Sado 180 91

Rio Mira 145 66


Rio Guadiana 829 363

* É normal diferentes autores atribuírem diferentes comprimentos a um dado rio, dependendo de vários critérios de medição
não consensuais. Ainda assim estes são os valores geralmente aceites para estes rios.

a) Calcula a média das sinuosidades da amostra de rios apresentada anteriormente. Será que
este cálculo prova que a média das sinuosidades de todos os rios do mundo não pode ser p?
b) Calcula o desvio-padrão das sinuosidades dos rios desta amostra.

2 O portal http://pimeariver.com tem como objetivo ajudar a esclarecer se de facto a média das
sinuosidades de todos os rios é p. Para isso, desafiam os visitantes a introduzirem os dados dos
rios que conheçam; também podes adicionar algum rio que ainda não esteja na lista. Neste mo-
mento, a amostra tem mais de 250 rios.
a) O portal calcula automaticamente a média e o desvio-padrão desta amostra. Quais são os
valores neste momento?
b) Intuitivamente, qual te parece ser a melhor estimativa da média e do desvio-padrão das si-
nuosidades da totalidade dos rios do mundo? A apresentada neste portal ou a calculada no
exercício anterior?
Curiosidade
A sinuosidade dos rios em zonas montanhosas é normalmente mais baixa do que a dos rios em
zonas mais planas. Quando um curso de água corre por uma região com maior desnível, tem ten-
dência a “ir mais a direito”; quando o rio corre numa região mais plana, tem tendência a criar mais
curvas. Como Portugal é um país na globalidade bastante montanhoso, temos tendência para ter
rios com sinuosidades baixas.

197
SOLUÇÕES

TEMA IV 12. b) f|C: C " B, onde C = {–2, 1, √∫2, 3, 4} (por exemplo).


13. a) f é não injetiva. b) g é injetiva.
Funções reais de variável real c) y y
5 5
4 4
Unidade 1 – Revisões (pág. 6) 3 3
2 2
1. a) f não é função; g é função. 1 1
b) Dg = {1, 2, 3, 4}; conjunto de chegada: {10, 20, 30, 40} O 1 2 3 4 5 x O 1 2 3 4 5 x
e D’g = {10, 20, 30} 14. f não é sobrejetiva e g é sobrejetiva.
2. As funções f e g são iguais. 17. a) Não injetiva; sobrejetiva; não bijetiva.
4 b) Injetiva; sobrejetiva; bijetiva.
3. a) 4 b) 1 c) 7 d) e) 12a2 + 1 f) 3a2 – 6a + 4
3 c) Não injetiva; não sobrejetiva; não bijetiva.
d) Injetiva; não sobrejetiva; não bijetiva.
19. a) 9 b) 7 c) 12 d) Não existe. e) Não existe.
Unidade 2 – Generalidades acerca de funções 20. a) i. 1 ii. 25
(pág. 10) b) g o f(x) = 4x2 + 12x + 9
4. a) A ¥ B = {(p, 0), (p, 1), (√∫2, 0), (√∫2, 1), (Φ, 0), (Φ, 1)} Dg o f = R; conjunto de chegada: R; f o g(x) = 2x2 + 3
b) B ¥ A = {(0, p), (0, √∫2), (0, Φ), (1, p), (1, √∫2), (1, Φ)} Df o g = R; conjunto de chegada: R
c) A composição de funções não é comutativa.
c) A ¥ A = {(p, p), (p, √∫2), (p, Φ), (√∫2, p), (√∫2, √∫2), (√∫2, Φ),
22. a) f o g(x) = –12x + 7 b) g o f(x) = –12x + 5
(Φ, p), (Φ, √∫2), (Φ, Φ)}
c) f o f(x) = 16x – 5 d) g o g(x) = 9x – 4
d) B ¥ B = {(0, 0), (0, 1), (1, 0), (1, 1)}
24. f –1: B " A
5. A = {10, 20, 40} e B = {20, 30}
6. a) A ¥ B = {(a, 1), (a, 2), (a, 3), (e, 1), (e, 2), (e, 3), (i, 1), x y
(i, 2), (i, 3), (o, 1), (o, 2), (o, 3), (u, 1), (u, 2), (u, 3)} a 1
b) C é o gráfico de uma função de A em B, enquanto D
b 2
não.
7. a) y b) y c) y c 3
6 25. a) {(p, –1), (–4, 2), (3, 3), (0, 4)}
5
4 b) y
3
2 1 4
1 π
O 1 23 4 x 3
O 56 x O x
2
8. a) A ¥ B = {(–1, 4), (–1, 5), (–1, 6), (1, 4), (1, 5), (1, 6), (2, 4),
1
(2, 5), (2, 6)} π
b) C é o gráfico de uma função de A em B, enquanto D –4 –1 O 1 2 3 4 x
não. –1
c) y y
D
5 C 5
–4
1 3
26. a) i. 7 ii. 4 iii. – iv. v. 5
2 2
–1 1 2 x –1 1 2 x
x+3
d) {(–1, 6), (1, 6), (2, 6)} (por exemplo) b) f –1(x) =
2
9. a) Df = {1, 3, 5, 7} –x + 5
–1
D’f = {a, c, f, h} 27. b) f (x) =
3
Conjunto de chegada: {a, b, c, d, e, f, g, h}
b) x y Unidade 3 – Generalidades acerca de funções reais
1 h de variável real (pág. 30)
7 f 28. a) Df = R\{0} b) Dg = R
c) Dh = R\{–3, 3} d) Di = R
c) D = {1, 7}
e) Dj = [2, +∞[ f) Dk = [–3, 5[ ∪ ]5, +∞[
D’ = {f, h}
g) Dl = R
Conjunto de chegada: {a, b, c, d, e, f, g, h}
29. As representações gráficas (I) e (IV) são funções.
10. a) f(C) = {1, 9} b) f(D) = {3, 9} È 7 3È
c) f(A) = {1, 2, 3, 9, 16, 36} = D’f Gráfico (I): D = Í – , Í e D’ = [– 4, 2]
Î 2 2Î
11. Apenas a função h é injetiva. Gráfico (IV): D = ]–3, 3] e D’ = ]– 4, –1[ ∪ [1, 4]

198
30. Gráfico (I): Zeros: –3 e 1 41. a) y y 5
È 7 È È 3È 10
Positiva em ]–3, 1[ e negativa em Í – , –3 Í ∪ Í 1, Í .
Î 2 Î Î 2Î 5
Gráfico (IV): Não tem zeros. 2
h
Positiva em [0, 3] e negativa em ]–3, 0[. 6 –4
g
33. a) y –2 O 2 x
3 –3
f 2
2
–4
x
–2 O 2 x
–5 –2 –1 O1 2 5

b) y –6
3
f O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da
2
função f por meio de uma dilatação vertical de coefi-
O1 2 5
ciente 2 e o gráfico da função h obtém-se a partir do
–5 –2 –1 x gráfico da função f por meio de uma contração vertical
–2 1
–3
de coeficiente .
2
34. a) f é par. b) g não é par nem ímpar. b) Dg = ]– 4, 2]; D’g = ]– 6, 10]; um zero.
c) h é ímpar. d) i não é par nem ímpar. È 3 5È
Dh = ]– 4, 2]; D’h = Í – , Í ; um zero.
35. a) – 0,82 e 1,38 b) 2 Î 2 2Î
c) Não tem zeros. d) 3,68 42. a) y y
36. a) (– 2,7; 5) e (0,7; 5) b) (– 2,8; 7,9) e (0,3; 0,1) 5 5
37. a) 6 b) 14
3 h 3
38. a) Df = ]– 4, 2]; D’f = ]–3, 5]; um zero. g 2
b) y y 1
O –8
8
1 –2 –1 11 x –4 O 2 4 x
–4 –2 1 6 2
O 2 x
–3 –3
h

g O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da


função f por meio de uma contração horizontal de
–7 –4 –2 O 1 2 x 1
coeficiente e o gráfico da função h obtém-se a partir
O gráfico da função g obtém-se do gráfico da função 2
f por meio de uma translação de vetor v≤ (0, –4) e o grá- do gráfico da função f por meio de uma dilatação ho-
fico da função h obtém-se do gráfico da função f por rizontal de coeficiente 2.
meio de uma translação de vetor ≤v (0, 3). b) Dg = ]– 2, 1]; D’g = ]– 3, 5]; um zero.
c) Dg = ]– 4, 2]; D’g = ]–7, 1]; um zero; Dh = ]– 4, 2]; Dh = ]– 8, 4]; D’h = ]– 3, 5]; um zero.
D’h = ]0, 8]; nenhum zero.
43. a) y y
39. a) y y 3 5
5 5 4
g h 3
3 3 –2 1 2 h
–4 O x
–6 4
g
O 2 6 x –4 O x –3
–2 –1 O 2 x
–3 –3
–5 –3
O gráfico da função g obtém-se do gráfico da função
f por meio de uma translação de vetor ≤v (4, 0) e o grá- O gráfico da função g obtém-se a partir do gráfico da
fico da função h obtém-se do gráfico da função f por função f por meio de uma reflexão de eixo Ox e o grá-
meio de uma translação de vetor ≤v (–2, 0). fico da função h obtém-se a partir do gráfico da função
b) Dg = ]0, 6]; D’g = ]–3, 5]; um zero. f por meio de uma reflexão de eixo Oy.
Dh = ]–6, 0]; D’h = ]–3, 5]; um zero. b) Dg = ]– 4, 2]; D’g = [–5, 3[; um zero.
40. a) 30 b) 2 Dh = [– 2, 4[; D’h = ]– 3, 5]; um zero.

199
SOLUÇÕES

c) A ¥ A = {(–1, –1), (–1, 0), (–1, 2), (0, –1), (0, 0), (0, 2),
Unidade 4 – Monotonia, extremos e concavidades
(2, –1), (2, 0), (2, 2)}
(pág. 57)
d) B ¥ B = {(2, 2), (2, 5), (5, 2), (5, 5)}
44. Por exemplo: 17. Subconjuntos C e D.
a) [–6, –4] b) [–6, –1] c) [0, 3] d) [0, 6] e) [–2, 0] 18. a) f e g não são iguais.
45. a) Por exemplo: b) f|A = g, x 1 2 3 4 5
y
y 5 7 9 11 13
c) h: R " R, com h(x) = 2x + 3.
19. Injetivas: f, g, h, j, k, l
–2 O 1 x Sobrejetivas: f, i, j, k
Bijetivas: f, j, k
20. a) Proposição verdadeira. b) Proposição verdadeira.
b) Por exemplo: c) Proposição falsa. d) Proposição falsa.
y e) Proposição verdadeira. f) Proposição verdadeira.
g) Proposição verdadeira.
21. a) 0 b) √∫5 c) 9 + √∫2
22. a) 12x – 7 b) 12x + 1 c) 9x – 8 d) 16x + 5
O 3 x 23. b) f –1: B " A
x y
–6 –3
46. a) x –4 –2 1 2 –4 –2
Variação 0 0
de f N.D. £ 3 " 3 £ 5
2 1
f é estritamente crescente em ]–4, – 2] e em [1, 2]; f é
4 2
constante em [– 2, 1].
b) x 24. a) Df = [–5, 6[; D’f = ]–6, 6]; zeros: –5 e –2; positiva em
–∞ –2 0 2 +∞
]–5, –2[ e em [0, 6[; negativa em ]–2, 0[
Variação b) Dg = ]–∞, 6]; D’g = [– 6, +∞[; zeros: –5 e 4; positiva
de g £ 4 ¢ 0 £ 4 ¢
em ]–∞, –5[ e em ]4, 6]; negativa em ]–5, 4[
g é estritamente crescente em ]–∞, –2] e em [0, 2]; g é c) Dh = R; D’h = ]–∞, 4]; zeros: –6; –5 e 3; positiva em
estritamente decrescente em [–2, 0] e em [2 + ∞[. ]–6, –5[ e em ]3, +∞[; negativa em ]–∞, –6[ e em ]–5, 3[.
47. a) Por exemplo, 5. b) ]–∞, –6] 25. f e g são funções pares; h e i são funções ímpares.
c) Sim, pois é minorada e majorada. 26. a) f é injetiva e sobrejetiva.
48. –5 é mínimo absoluto de f e é atingido em – 6; b) i) x y ii) x y
0,5 é mínimo relativo de f e é atingido em – 1;
–2 4 0 –1
–2 é mínimo relativo de f e é atingido em – 3,5;
4 é máximo absoluto de f e é atingido em – 3; 0 12 4 –2
2 é máximo relativo de f e é atingido em 1; 3 8 8 3
–1 é máximo relativo de f e é atingido em 4.
49. a) Funções f e h. b) Função f. 12 0
50. a ≈ 13,22 iii) iv)
x y x y
Aprende fazendo (pág. 68) –2 21 –2 –2
1. Opção (A) 2. Opção (C) 3. Opção (B) 4. Opção (C) –1 20 –1 –1
5. a) Opção (D) b) Opção (C)
0 31 0 0
6. Opção (A) 7. Opção (D) 8. Opção (B) 9. Opção (A)
10. a) Opção (D) b) Opção (B) 3 30 3 3
11. a) Opção (C) b) Opção (D) 5x – 4
27. a) Dg o f = R\{2}; g o f(x) =
12. Opção (D) 13. Opção (C) 14. Opção (B) x–2
15. a) Proposição falsa. b) Proposição falsa. a 1a 2x + 4
b) Df o g = R\ b– b ; f o g(x) =
c) Proposição verdadeira. d) Proposição falsa. c 2c 2x + 1
16. a) A ¥ B = {(–1, 2), (–1, 5), (0, 2), (0, 5), (2, 2), (2, 5)} 28. a) R b) R c) R\{3} d) R\{–√∫3, √∫3}
b) B ¥ A = {(2, –1), (2, 0), (2, 2), (5, –1), (5, 0), (5, 2)} e) [3, +∞[ f) ]–∞, 3[ g) R h) R\{0}

200
29. g(x) = 3x + 7
x–1 Unidade 5 – Estudo elementar de algumas funções
30. a) Df –1 = R; D’f –1 = R; f –1(x) =
2 (pág. 80)
1–x
b) Dg –1 = R; D’g –1 = R; g (x) =
–1 51. a) Zero: 2; negativa em ]–∞, 2[ e positiva em ]2, +∞[; es-
4
tritamente crescente.
c) Dh–1 = R; D’h–1 = R; h–1(x) = 3√∫x∫ ∫–∫ 1
∫ 1 È 1È
1–x b) Zero: – ; positiva em Í –∞, – Í e negativa em
d) Di –1 = R\{0}; D’i –1 = R\{–1}; i –1(x) = 2 Î 2Î
x
È 1 È
a2a a1a x Í– , +∞ Í ; estritamente decrescente.
e) Dj –1 = R\ b b; D’j –1 = R\ b b; j –1(x) = Î 2 Î
c3c c3c 3x – 2 c) Zero: 0; negativa em ]–∞, 0[ e positiva em ]0, +∞[; es-
5x + 2 tritamente crescente.
f) Dk –1 = R\{3}; D’k –1 = R\{–5}; k–1(x) =
3–x
31. a ≈ –1,35 e b ≈ 1,76 d) Zeros: não tem; negativa em R; constante.
32. a) x ∈]–2, 2[ b) x ∈[–5, 0] 52. a) f(x) = –x + 2 (por exemplo) b) f(x) = 12x + 4
c) x ∈]– 3, 1[ d) x ∈[–7, –3] ∪ [1, 4] 53. a) x = 4 b) x =
1
c) x =
9
e) x = – 5 f) x = –5 ∨ x = 0 5 7
g) x ∈[2,5; 4] ∪ {–6, –3} È 2È
d) x ∈]–∞, 4[ e) x ∈ Í –∞, – Í
33. a) Função par. b) Função ímpar. Î 5Î
c) Função par. d) Não é par nem ímpar. 49
54. a) y b)
e) Função par. f) Não é par nem ímpar. 15
g f
g) Função ímpar. h) Não é par nem ímpar.
34. a) D = [–4, 6]; D’ = [0, 7]; um zero. 1
b) D = [–7, 3]; D’ = [– 3, 4]; 3 zeros. –
3
c) D = [–4, 6]; D’ = [– 4, 3]; 3 zeros. O 2 x
–1
d) D = [–6, 4]; D’ = [– 3, 4]; 3 zeros.
–4
e) D = [–6, 4]; D’ = [– 4, 3]; 3 zeros.
f) D = [–4, 6]; D’ = [– 6, 8]; 3 zeros.
g) D = [–2, 3]; D’ = [–3, 4]; 3 zeros.
h) D = [–3, 7]; D’ = [–10, 11]; 3 zeros. 55. a) Função f: i. V(0, 1); x = 0. ii. Concavidade voltada para
35. a) Função f: máximo absoluto: 5 em 4; mínimo absoluto: cima em R. iii. D = R. iv. D’ = [1, +∞[. v. Não tem
– 4 em 0; máximos relativos: 3 em –4 e 5 em 4; míni- zeros. vi. Estritamente decrescente em ]–∞, 0] e estri-
mos relativos: 0 em – 6; 6 e – 4 em 0. tamente crescente em [0, +∞[.
Função g: máximo absoluto: 5 em 0. Função g: i. V(0, 4); x = 0. ii. Concavidade voltada para
Função h: máximo absoluto: 6 em 0; mínimo absoluto: baixo em R. iii. D = R. iv. D’ =]–∞, 4]. v. Dois zeros:
–4 em 7 e x ∈[1, 3]; máximos relativos: 6 em 0 e 0 em √∫2 e –√∫2. vi. Estritamente crescente em ]–∞, 0] e estri-
5; mínimos relativos: – 4 em 7 e x ∈[1, 3] e 3 em – 5. tamente decrescente em [0, +∞[.
b) x 1h h
–6 –4 0 4 6 Função h: i. V i0, – i ; x = 0. ii. Concavidade voltada
9j j
Variação
£ ¢ –4 £ ¢ È 1 È
de f 0 3 5 0 para cima em R. iii. D = R. iv. D’ = Í – , +∞Í . v. Dois
Î 9 Î
f é crescente em [– 6, – 4] e em [0, 4]; f é decrescente 1 1
zeros: – e . vi. Estritamente decrescente em ]–∞, 0]
em [– 4, 0] e em [4, 6]. 3 3
e estritamente crescente em [0, +∞[.
x –∞ 0 +∞
Função i: i. V(0, –3); x = 0. ii. Concavidade voltada
Variação
de g
£ 5 ¢ para baixo em R. iii. D = R; iv. D’ =]–∞, –3]. v. Não
tem zeros. vi. Estritamente crescente em ]–∞, 0] e es-
g é crescente em ]–∞, 0]; g é decrescente em [0, +∞[.
tritamente decrescente em [0, +∞[.
x –5 0 2 3 5 7 b) y y
f 4
Variação
de h +3 £ 6 ¢ –4 " –4 £ 0 ¢ –4
1
h é crescente em ]– 5, 0] e em [3, 5]; h é decrescente O x –√∫2 O √∫2 x
g
em [0, 1] e em [5, 7]; h é constante em [1, 3].
c) Por exemplo: y h y
i. ]4, 6[ ii. ]0, 2[ iii. ]–2, 2[ iv. ]– 6, –2[ –
1 1
3 3
37. a) {2, 3} b) {1, 2} O x O –3 x
38. Área ≈ 0,49 u.a. –
1
9 i
39. f(x) = 3x – 2

201
SOLUÇÕES

56. a) Função f: i. V(1, 0); x = 1. ii. Concavidade voltada para 65. a) C.S. = [3, 5] b) C.S. = ]–∞, 0[ ∪ ]3, +∞[
cima em R. iii. D = R. iv. D’ = R+0. v. Um zero: 1. c) C.S. = ]–2, 7[ d) C.S. = ]–∞, –√∫5] ∪ [√∫5, +∞[
vi. Estritamente decrescente em ]–∞, 1] e estritamente
e) C.S. = R f) C.S. = ∅
crescente em [1, +∞[. a1a
g) C.S. = {1} h) C.S. = R\ b b
Função g: i. V(–2, 0); x = –2. ii. Concavidade voltada c2c
i) C.S. = Í –1 – √∫8∫5 , –1 + √∫8∫5 Í
para baixo em R. iii. D = R. iv. D’ = R–0. v. Um zero: È È
–2. vi. Estritamente crescente em ]–∞, –2] e estrita- Î 6 6 Î
mente decrescente em [–2, +∞[. 66. a) 16 m b) 8 c) 3 s; 25 m d) 6 s
Função h: i. V(5, 0); x = 5. ii. Concavidade voltada para 67. Opção (iii).
baixo em R. iii. D = R. iv. D’ = R–0. v. Um zero: 5. 68. a) 100 e 500 peças. b) x ∈[0, 100[ ∪ ]500, 600]
vi. Estritamente crescente em ]–∞, 5] e estritamente de- 1
c) L(x) = – (x – 300)2 + 800 d) 600 €
crescente em [5, +∞[. 50
b) y y y e) 150 e 450 peças.
f
69. a) –1 b) – √∫5
–2 5
O 1 x O x O x c) y
g
h

57. a) Função f: i. V(1, 2); x = 1. ii. Concavidade voltada para 1


cima em R. iii. D = R. iv. D’ = [2, +∞[. v. Não tem x
–√∫5 O
zeros. vi. Estritamente decrescente em ]–∞, 1] e estri-
tamente crescente em [1, +∞[.
h 2h –5
Função g: i. V i2, i ; x = 2. ii. Concavidade voltada
j 3j
È 2È 70. Função c3.
para baixo em R. iii. D = R. iv. D’ = Í –∞, Í . v. 2 zeros:
Î 3Î

1
2 – √∫2 e 2 + √∫2 . vi. Estritamente crescente em ]–∞, 2] 71. g(x) = 2
(x + 2)2 + 1 se x < 2
3 3
e estritamente decrescente em [2, +∞[. –(x – 2)2 + 9 se x ≥ 2
Função h: i. V(–5, –2); x = –5. ii. Concavidade voltada 72. a) y y
para cima em R. iii. D = R. iv. D’ = [–2, +∞[. v. Dois f
g
zeros: –3 e –7. vi. Estritamente decrescente em ]–∞, –5] 1
e estritamente crescente em [–5, +∞[. O x O 1 x

b) 2
y y
f 2 b) Df = R; D’f = [1, +∞[; não tem zeros; estritamente
3
2 decrescente em ]–∞, 0] e estritamente crescente em
O 2 x
g [0, +∞[.
O 1 x È 1 È
Dg = R; D’g = Í – , +∞Í ; dois zeros; estritamente
y Î 2 Î
h decrescente em ]–∞, 0] e estritamente crescente em
[0, +∞[.


–5
x + 1 se x ≥ 0 x – 1 se x ≥ 0


O x 2
–2 c) f(x) = g(x) =
–x + 1 se x < 0 –x – 1 se x < 0
2
1
58. a) f(x) = – (x – 1)2 + 5 b) f(x) = (x + 2)2 + 4 73. a) y y
2
f
59. a) (–1, 6) b) (5, 0) c) (3, –1) g

h5 1h h 1 h –1 O x O 1 x
d) i ,– i e) i– , –2i
j2 2j j 2 j 2

60. a) –1 – √∫3 e –1 + √∫3 b) 5 c) 2 e 4 b) Df = R; D’f = R+0; um zero; estritamente decrescente


d) 2 e 3 e) Não tem zeros. em ]–∞, –1] e estritamente crescente em [–1, +∞[.
9 Dg = R; D’g = R+0; um zero; estritamente decrescente
61. k < –
8 È 1È È1 È
em Í –∞, Í e estritamente crescente em Í , +∞ Í .
62. (3, –3) Î 2Î Î2 Î
63. a) f é positiva em ]2, 3[ e é negativa em ]–∞, 2[ ∪ ]3, +∞[.


x + 1 se x ≥ –1 x– 1 se x ≥ 1


b) g é positiva em ]–∞, 4 – √∫3[ ∪ ]4 + √∫3, +∞[ e é nega- 2 2


c) f(x) = g(x) =
tiva em ]4 – √∫3, 4 + √∫3[. 1
–x – 1 se x < –1 –x + se x < 1
64. f é positiva em ]1, 7[ e é negativa em ]–∞, 1[ ∪ ]7, +∞[. 2 2

202
74. a) y 82. a) y
f
h
2 3
1
3
O 1 x
O 3 x

g –3

b) Df = R; D’f = R+0; um zero; estritamente decrescente [0, +∞[


em ]–∞, 0] e estritamente crescente em [0, +∞[. b) y
Dg = R; D’g = R–0; um zero; estritamente crescente em
4
]–∞, 0] e estritamente decrescente em [0, +∞[.
Dh = R; D’h = R+0; um zero; estritamente decrescente
em ]–∞, 0] e estritamente crescente em [0, +∞[. –3 –1 O 1 x
2x se x ≥ 0 –2x se x ≥ 0




c) f(x) = g(x) = –4
–2x se x < 0 2x se x < 0 [0, +∞[
c)


1 x se x ≥ 0 y
3 4
h(x) =
– 1 x se x < 0 3
3 2
75. a) y y –7 O 3 5 x
f
7 –4
5
1 3 [0, 4]
–2 O x O x 83. a) ]–∞, –2]
–4
b) Nos casos de a e k terem o mesmo sinal, isto é,
–10
g a > 0 ∧ k > 0 ou a < 0 ∧ k < 0.
84. a) y
b) Df = R; D’f = [1, +∞[; não tem zeros; estritamente f
decrescente em ]–∞, –2] e estritamente crescente em
[–2, +∞[.
Dg = R; D’g = ]–∞, – 4]; não tem zeros; estritamente
crescente em ]–∞, 3] e estritamente decrescente em –3 O x
[3, +∞[.
Df = [– 3, +∞[


1 x+ 7 se x ≥ –2
5 5 b) y
c) f(x) =
– 1 x + 3 se x < –2 g
5 5
se x ≥ 3


–2x + 2
g(x) = 2
2x – 10 se x < 3
O x
3
76. a) a = 3, b = ec=0 b) a = 1, b = 0 e c = 2
2 Dg = R+0
2 5
c) a = , b = 6 e c = –3 d) a = – , b = –4 e c = 5 c) y
3 4
77. a) f(x) = –|x – 1| + 5 b) f(x) = 2|x + 1| – 4
78. a) {– 6, 6} b) {–3, 3} c) {–4, 4} h

79. a) ]– 6, 6[ b) ]–∞, –6] ∪ [6, +∞[ 5

c) ]–∞, –9[ ∪ ]9, +∞[ d) [–2, 2]


80. a) {–2, 4} b) ∅ c) R d) R\{0} e) ]–2, 3[ O 4 x

È 1È Dh = [4, +∞[
f) Í –∞, – Í ∪ [1, +∞[ g) {2} h) R
Î 2Î È1 È
È3 È 85. f o g(x) = 5√∫2∫x∫ ∫–∫ 1
∫ –1 Df o g = Í , +∞ Í
81. a) {4} b) Í , +∞ Í Î2 Î
Î2 Î
È 3 È
c) {–1, 4} d) ]–2, – √∫2[ ∪ ]√∫2, 2[ g o f(x) = √∫1∫0∫x∫ ∫–∫ 3
∫ Dg o f = Í , +∞ Í
Î 10 Î

203
SOLUÇÕES

86. a) R–0 b) ]–∞, –1] ∪ [0, +∞[ 102. a) y


c) R d) ]–∞, –1] ∪ {2}
f

√∫ √∫
3V V
87. a) r = 3 b) r = 3
4p 2p
88. a) Df = R; Dg = R O 2 3 x
b) y y g

x2 – 5x + 6 se x ≤ 2 ∨ x ≥ 3

 
4
b) f(x) =
O x
–5 O 3 x
2
–x + 5x – 6 se 2 < x < 3
f
9 – x2 se –3 ≤ x ≤ 3
89. R\{–1, 2} 103. a) g(x) =
90. 18 horas. x –9
2
se x < –3 ∨ x > 3
91. a) {1} b) {2} c) ∅ d) {1} b) y
92. a) y 9 g
g
3
x
–2 O 4 –3 O 3 x
f

b) x = 7 c) x ≈ –0,4 e x ≈ 4,1
È 3 1È
93. a) [5, +∞[ b) Í – , Í Unidade 6 – Operações algébricas com funções
Î 2 2Î
94. Funções f, i e j.
(pág. 134)
95. a) 46 ᐉ b) 26 ᐉ
1 1 104. a) (f + g)(0) = 3; (f – g)(1) = –1
96. a) f(–2) = 0 b) – e
2 2 b) i. D = R; (f + g)(x) = x2 – x + 3
h 1h h 1h ii. D = R; (f – g)(x) = x2 + x – 3
c) f(x) = 4(x + 2) ix – i ix + i
j 2j j 2j iii. D = R; (f ¥ g)(x) = –x3 + 3x2
97. Por exemplo: 105. R+0\{4}
a) f(x) = (x – 1)3 = x3 – 3x2 + 3x – 1 b) f(x) = x3 – 1 106. a) Df = ]–∞, 4] e Dg = [– 6, 6].
c) f(x) = x(x – 1)2 = x3 – 2x2 + x b) 3; 0; – 6; não definido; – 8; 1
1 4 c) [–6, 4]; [–6, 4]; [–6, 4]\{2}; [–6, 4]; ]–∞, 4]; [0, 4]; [–6, 2]
98. a) b) e –1 c) 23√∫3
5 3 8
107. a) 3√∫2 +
17
d) 0; 4 e – 4 e) 2; √∫2 e – √∫2
x2 + 2x + 1 se x ≤ –1


2 2
99. a) ]–∞, 0] ∪ [3, +∞[ b) ]–∞, 0[ ∪ ]1, 3[ 3
√∫2x se –1 < x < 4
c) [0, 2] ∪ [3, +∞[ d) ]– 4, –1[ b) h(x) =
È1 È 2x
se x ≥ 4
100. a) ]–∞, 1[ ∪ ]2, 3[ b) ]–∞, –2] ∪ Í , 1 Í
Î2 Î x2 + 1
c) ]0, 3[ d) ]–∞, –√∫2] ∪ [0, √∫2] c) y
h 1h
h
101. a) f(0) = 2; f ij2 2 ij
= 8; g(12) = 2√∫3; g(–5) = –4; h(–8) = –2;
h(1) não definido.
2
b) y f y
6 g –1 O 4 x
4 √∫–∫2
3
2
√∫3
1


√x∫ + x – 2 se x ≥ 2
–2 O –5 O 3 5 108. a) (f + g)(x) =
–4
3 se x < 2
b) Não tem zeros.
y h

1 Aprende fazendo (pág. 140)


2 1. Opção (C) 2. Opção (B) 3. Opção (D) 4. Opção (D)
O 1 3 x 5. Opção (D) 6. Opção (D) 7. Opção (B) 8. Opção (A)
–1
9. Opção (B) 10. Opção (D) 11. Opção (B) 12. Opção (B)
13. Opção (C) 14. Opção (C) 15. Opção (A)

204
11
16. a) Opção (C) b) Opção (D) d) ]–∞, 1]; 1 e –
3
17. Opção (B) 18. Opção (B)
e) Não.
19. a) ]–∞, 1[ b) a = – 1 c) a = 1
5 31. a) ]–7, 5[ b) ∅ c) R\{–3,3}
20. a) 2 e 3 b) x =
2 a3 a
d) b , 1b e) ∅ f) R\{–2}
c) y c5 c
2
È 1È
g) Í –1, Í h) {–1, 2}
1 Î 5Î
i) Í –∞, 1 – √∫5 Í ∪ Í 1 + √∫5 , +∞ Í
O x È È È È
1 2 3 4
–1 Î 2 Î Î 2 Î
–2 32. a) Translação de vetor ≤v (2, 0), seguida de uma reflexão
em relação ao eixo Ox, seguida de uma translação de
d) Não. e) ]–∞, 0] ∪ [5, +∞[ f) [0, +∞[
vetor ≤v (0, 5).
21. a) (0, 6) b) [4, +∞[ c) ]0, 2[
b) {–3, 7} e {1, 3}
d) ]1, +∞[ (por exemplo)
c) [–2, 6]
22. a) R b) [2, 5] c) ]–∞, –1[ ∪ ]3, +∞[
x+3 se x < 2


d) ]–2, –1[ ∪ ]1, 2[ d) f(x) =
23. a) 14 h b) 72 823 ᐉ –x + 7 se x ≥ 2
È 27 È e) [0, 4]
c) Í 0, pÍ , [0, 27p] d) v(t) = 27p – 6t
Î 6 Î y
2 5 h
24. a) f(x) = 2(x – 1) – 1
4
b) Estritamente decrescente em ]–∞, 1] e estritamente
3
crescente em [1, +∞[; mínimo absoluto igual a –1 em 1.
2
c) k > 1 d) Afirmação falsa. e) ]–∞, 0] ∪ [2, +∞[ g
1
25. b) k > 0
c) i) ]–∞, –1] ∪ [2, +∞[ ii) {1 – √∫3, 1 + √∫3} iii) [–2, +∞[ –4 –2 O 1 2 3 4 5 6 7 x
26. a) 16 m b) 16,25 m c) 6 s –2
27. b) 4
28. a) y b) 5 33. a) Função par. b) Função Ímpar. c) Função ímpar.
5 d) Função ímpar. e) Função par. f) Função par.
4 34. a) {–3} b) {0, 10} c) {7} d) {16}
3 hTh2
2 35. a) 0,8 s b) c = 245 i i
jpj
1
O c) 51,6 cm. Comprimento de um pêndulo de período
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4 x igual a 3√∫3 s.
–1
–2 36. a) [–√∫6, √∫6]
c) ]1, +∞[ e) [2, 3[ b) Estritamente crescente em ]–√∫6, 0] e estritamente de-
29. a) 42 € b) 16 crescente em [0, √∫6[.
se x ≤ 6
 

5x c) (–√∫3, 2 + √∫3)
c) f(x) =
3x + 12 se x > 6 d) –√∫2
3 e) Df o g = [2 – √∫6, 2 + √∫6], (f o g)(x) = √∫6∫ ∫–∫ ∫(∫2∫ ∫–∫ ∫x∫)2 + 2,
x+6 se x ≤ –2
2 conjunto de chegada R.
30. a) f(x) = 3 se –2 < x < 0 È1 2È È 1È
37. a) Í , Í ∪ {–1} b) Í –2, Í ∪ [3, +∞[
x2 Î2 3Î Î 2Î
– + 2x se x ≥ 1
2 È 3 È
c) Í – , 1 Í ∪ ]2, +∞[ d) ]–∞, –1] ∪ [0, 2]
b) ]–∞, – 4[ ∪ ]4, +∞[ Î 2 Î
c) 38. b) ]–∞, –5] ∪ [–1, 1] ∪ [3, +∞[
y
5 39. a) 4√∫3


4 c) 9p 4x – 5 se x < 2
3 40. a) (f – g)(x) = x2 + x – 8 se 2 ≤ x ≤ 4
2
1 x2 – x se x > 4

b) Í –∞, Í ∪ Í 2, –1 + √∫3∫7 Í
–5 –4 –2 O 1 2 3 4 5 x È 3È È È
–2 Î 2Î Î 2 Î
41. Para m = –6: A(–1, 10); para m = –2: B(1, 2)
–4 42. g(x) = (x – 1)√∫x∫ –∫ ∫ 1; x = 10

205
SOLUÇÕES

Desafios (pág. 151) 12. Animais de estimação


6
1. b) Não. O comprador ficou a ganhar, acabando por com-
5
prar o produto por um valor mais baixo do que o mar-
4
cado.
3
c) Não.
2
d) h–1(x) = 0,813008x 1
e) 18,7% 0
2. b) Não.

ga
o

to

ilo

ro

Ga

ssa
ru
Gr
c) Fica o vendedor a ganhar.

rta


Ta
3. a) São ambas iguais a 0,9215x.
b) É indiferente a ordem pela qual aplicamos os dois des-
contos. Unidade 4 – Medidas de localização (pág. 163)
1 h x h
4. b) w–1(x) = i + 200i
0,9471 j 0,82935 j 13. a) 1 b) Não existe. c) 1 e 3
c) Esta função faz corresponder o valor antes dos descon- 14. Classe [110, 130[.
tos a cada valor depois dos descontos. 16. 1,8
d) w–1(23394,5) = 29 995 € 17. a) Notas obtidas no
ni
teste de Matemática
[11, 14[ 3
TEMA V [14, 17[ 3
Estatística [17, 20[ 9
b) 16,4
Unidade 2 – Somatório (pág. 155) c) 16,7
5
1. a) un = 2n – 1 b) ∑ (2n – 1) 18. a) 14 b) 14 c) 15 d) 15
i =1 19. a) P25 = 3,15
2017 10 8
2. a) ∑ ai b) ∑ ai xi c) ∑ 3i P50 = 3,565
i =1 i =1 i =2
P75 = 3,78
3. a) 63 b) –18 c) 20 P100 = 4,01
4. a) 187 b) 200√∫5 c) 97 b) P90 = 4,055
5. a) Proposição verdadeira. b) Proposição falsa. Podemos afirmar que pelo menos 90% dos valores da
c) Proposição verdadeira. amostra são inferiores ou iguais a 4,055.
20. a) Números de peixes
Unidade 3 – Conceitos fundamentais (pág. 157) ni
capturados
6. População: conjunto de todos os associados da DECO; [0, 3[ 3
Amostra: conjunto dos 397 associados inquiridos; [3, 6[ 3
Variável estatística: grau de satisfação com os atuais pres- [6, 9[ 8
tadores de serviço televisivo.
[9, 12[ 2
7. As variáveis quantitativas discretas são b), c) e e).
As variáveis quantitativas contínuas são a) e d). b) 4 c) 6 d) 8,25
~ 21. a) 69,75 min b) 1,1625 h
8. x = {0, 1, 2, 3, 4, 5}
9. Por exemplo ~ x = (10, 10, 10, 10, 11, 12) ou ~x = (12, 10, 23. 14,25
10, 11, 10, 12). 24. 3,48
11. a) ~ b) 15 c) 0,6
x in i f i

1
Unidade 5 – Medidas de dispersão (pág. 175)
0 5
4 25. 3,2
3 26. a) 1
1 3
20 b) –x = 10 e x1 = x4 = 11, x2 = 7, x3 = 10
1 28. a) yi = 3xi + 1
2 4
5
b) 234
3
3 3 29. a) –x = 13 e –y = 13,4
20
b) sx ≈ 2,62 (2 c.d.) e sy ≈ 3,78 (2 c.d.). Os valores da
1
4 2
10 amostra ~y encontram-se mais dispersos, em relação à
3 média da amostra, do que os valores da amostra ~ x.
5 3 31. a) 25% b) 45
20

206
Aprende fazendo (pág. 188) 25. a) P25 = 12, P50 = 19,5 e P75 = 36,5
1. Opção (C) 2. Opção (D) 3. Opção (C) 4. Opção (D) b) 36
5. Opção (A) 6. Opção (D) 7. Opção (B) 8. Opção (B) 26. a) P10 = 8,1 ºC, P15 = 8,5 ºC, P50 = 10,95 ºC, P75 = 12,6 ºC
e P85 = 13,4 ºC
9. Opção (C) 10. Opção (B) 11. Opção (A) 12. Opção (C)
b) P56, P57, P58, P59, P60 e P61
13. a) –x = 21,6 anos e –y = 34,6 anos.
c) 15
b) SSx = 35,2 anos2 e SSy = 35,2 anos2.
d) Todos os percentis referentes às temperaturas mínimas
14. –x = 19,78, SSx = 283,74, sx2 ≈ 1,90, sx ≈ 1,38
do mês de agosto de 2014 são mais baixos do que os
15. a) –x = 22,125, Me = 19 b) P75 = 31,5
percentis de igual ordem referentes às temperaturas
c) (i) –x = 22,5, Me = 18
mínimas do mês de julho de 2013, o que significa que
100
(ii) P75 = as temperaturas foram, em geral, mais baixas em
3
agosto de 2014 do que em julho de 2013.
d) Os valores mais corretos são os que se obtiveram na
27. a) –x = 7 b) 35 € c) 45 €
alínea a), pois foram calculados usando os dados da
28. a) –x = 5 b) {4, 9} c) sx = √∫5
amostra.
29. a) ~y = 4~x – 3 b) –x ≈ 2,71 e sx ≈ 2,56
16. a) –x ≈ 25,7 b) P25 = 11, P90 = 55 e P95 = 62,5
SS
5 c) –y ≈ 7,84 e sy ≈ 10,24 d) SSx = y
17. a) xn = 3n + 4 b) ∑ (3i + 4) 16
i =1 30. h > 39
18. a) 31. a) sx ≈ 3,7
xi 0 1 2 3 4 5
b) –x = –0,5
ni 5 7 7 1 4 1 32. a) –x = 6,14 ᐉ
– b) Pk, com k ∈{59, 60, …, 74}
b) x = 1,8
33. a) –x = 27 € b) 621 € c) sx2 = 410,0625 €2
c) 6
34. 9%
19. a) –y = 137 e sy = 17,5
35. k = 31
b) SSx = 8881,25 e sy2 = 306,25
36. a) Não.
20. a) –x = 10,7 s
b) 18
b) P25 = 10,3 s. Podemos então concluir que pelo menos 111
37. a) –x = 6,6; –y = 5; –z =
25% dos valores da amostra são inferiores ou iguais a 19
10,3 s. b) SSx = 226,4 (9 graus de liberdade); SSy = 60 (8 graus de
22. 12,05 liberdade); SSz = 298,53 (2 c.d.) (18 graus de liberdade).
23. a) –x = 2,345 mm d) O Joaquim.
b) –x = 2,4125 mm 38. a) –2910
c) 75% b) –2860
24. a) –x ≈ 34,2, sx ≈ 35,3 39. h > n(x(n – 1) – –x). Não traduz bem uma localização central
b) –x ≈ 37,1 da amostra, pois é superior a n – 1 elementos da amostra.

207

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