Conceitos Basicos Da Farmacia Clinica e Prescricao Farmaceutica
Conceitos Basicos Da Farmacia Clinica e Prescricao Farmaceutica
Conceitos Basicos Da Farmacia Clinica e Prescricao Farmaceutica
CONCEITOS BÁSICOS DA
FARMÁCIA CLÍNICA E
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
SUMÁRIO
1 Farmácia Clínica 3
2 Prescrição Farmacêutica 13
Referências 16
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1. FARMÁCIA CLÍNICA
Do farmacêutico clínico requerem-se conhecimento Contudo, o volume de pacientes para análise pode ser
especializado da terapêutica, boa compreensão dos superior a quantidade que o profissional consegue
processos de doença, bom conhecimento sobre os avaliar por período de tempo (a Sociedade Brasileira
medicamentos, além de habilidades de comunicação, de Farmácia Hospitalar – SBRAFH - preconiza um
conhecimento da terminologia médica, habilidades de farmacêutico para cada 30 leitos de unidade hospitalar
planejamento terapêutico e capacidade de avaliar e de alta complexidade). Dessa forma o profissional
interpretar exames físicos e laboratoriais. precisa selecionar o perfil de pacientes com prioridade
de acompanhamento, utilizando um Escore de Risco.
Mas como traduzir isso em prática clínica? Nesse aspecto Este recurso permite otimizar o acompanhamento
vamos levantar alguns pontos fundamentais de ação do farmacêutico, direcionando suas atividades àqueles
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pacientes que possuem maiores riscos de problemas relacionados à terapia.
O escore de risco é uma tabela de valores associados a fatores que podem oferecer maior risco ao quadro clínico do
paciente, ou que sejam fatores que tornem a terapia de maior risco. Para isso é preciso que o profissional conheça
o perfil de pacientes da sua unidade de saúde, para que possa classificar e pontuar com maior acurácia os pacientes
que possuem maior necessidade de atenção no acompanhamento. Por exemplo: numa unidade de saúde de alta
complexidade, diariamente será feito o levantamento de pacientes para acompanhamento pelo farmacêutico, sendo
que para cada fator de risco será atribuída uma determinada pontuação, que será somada para determinar a prioridade
de acompanhamento no dia.
Pacientes com perfil intermediário, que possuem média complexidade e não demandam acompanhamento
diário, porém precisam ser revisitados em intervalos de tempo.
Pacientes com pouca probabilidade de problemas relacionados à terapia, podendo focar a avaliação apenas
na validação da prescrição médica.
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A tabela a seguir é um exemplo de como pontuar itens para um escore de acompanhamento, bem como dos critérios
para definição de acompanhamento:
1 1
2a3 2
>3 3
1a2 1
3a4 2
>4 3
Não 0
Sim 1
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Uma vez identificado o paciente, a pontuação relacionada um medicamento – muitas vezes mais onerosa - possa
a cada item deve ser somada de acordo com o que o utilizar o mesmo medicamento sob a forma farmacêutica
mesmo apresenta e se encaixa dentro dos critérios de oral, reduzindo custos e aumentando o conforto do
acompanhamento propostos, sendo o valor total somado paciente.
para definir o critério de acompanhamento.
2. INDICAÇÃO E TEMPO DE TERAPIA: avaliar sob o
Este foi apenas um exemplo de como podemos definir ponto de vista clínico se os medicamentos prescritos
quais pacientes serão acompanhados durante o período estão de acordo com o quadro do paciente, baseando-se
de trabalho, sendo que esses fatores e pontuações em literatura bem como em exames laboratoriais e relato
associados são variados, definidos conforme o próprio clínico do quadro do paciente para correlacionar o uso
profissional farmacêutico de acordo com o perfil e do medicamento com a real necessidade do mesmo
demandas da instituição de saúde na qual atua. em terapia. Dessa forma promovendo o uso racional
de medicamentos, especialmente de antimicrobianos
Na Farmácia Clínica podemos pontuar alguns aspectos guiados sob cultura.
para otimizar o acompanhamento farmacêutico. Sendo
alguns deles: 3. COMPATIBILIDADE: nesse aspecto deve ser avaliada
a compatibilidade do medicamento sob o ponto de vista
1. ASPECTOS ECONÔMICOS: neste caso o objetivo físico e químico, se existe a possibilidade de formação
é avaliar e terapia sob o aspecto financeiro tanto para de precipitados, se o soluto se dispersa corretamente no
o paciente, quanto para a instituição. A avaliação solvente, se drogas diferentes não reagem entre si.
farmacoeconômica deve respeitar a eficiência e segurança
do tratamento, nunca priorizando o aspecto financeiro 4. APRAZAMENTO E INTERVALO POSOLÓGICO:
em detrimento da terapia. Isso pode ser exemplificado na avaliar o horário e intervalo de administração dos
mudança de forma farmacêutica, na qual, por exemplo, medicamentos também é fundamental para uma terapia
um paciente que esteja em uso de terapia endovenosa de eficiente e segura. Deve ser considerado tempo de
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meia vida e concentração ideal para efeito terapêutico, atualizadas sobre as interações medicamentosas,
informações disponíveis em literatura, além de respeitar classificando sua relevância, gravidade e descrevendo as
o ciclo biológico do indivíduo para administrar os possíveis consequências para a terapia do paciente. Da
medicamentos de acordo com sua ação. mesma forma as interações medicamento-nutrientes
podem levar a falha na terapia, uma vez que os
5. REAÇÕES ADVERSAS E ERROS DE MEDICAÇÃO: medicamentos podem ter absorção reduzida ou inefetiva.
Identificar ao longo da terapia e evolução clínica possíveis A seguir temos uma tabela com algumas das principais
problemas relacionados ao uso do medicamento, sejam interações encontradas na prática clínica:
eles inerentes ao paciente, o que ocorre nos casos de
reações adversas (no qual o paciente apresenta um
problema inesperado e inevitável secundário ao uso do
medicamento que foi administrado dentro da terapia
preconizada em literatura), ou erros de medicação –
ligados ao processo de prescrição e administração do
medicamento, sendo eles evitáveis, uma vez que são
inerentes aos cuidados prestados pelos profissionais de
saúde.
Monitorar ocorrência de
Atenolol / Metoprolol / ↑ Efeito hipotensor do anlodipino bradicardia, hipotensão
Anlodipino Moderada
Propranolol e ocorrência de bradicardia arterial, ou sinais de
insuficiência cardíaca.
Monitorar ocorrência de
Anlodipino / Nifedipino /
Fenitoína Moderada efeitos tóxicos (depressão
Nimodipino / Diltiazem / ↑ efeitos tóxicos da Fenitoína
do SNC, nistagmo, vertigem,
Verapamil
sonolência, ataxia).
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Medicamento Interage com: Efeito Clínico Grau de Interação Recomendação
Monitorar a evidências de
AINESs (Diclofenaco /
Clopidogrel Risco hemorrágico Moderada redução da função plaquetária
Ibuprofeno / Naproxeno)
(hemorragia).
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Medicamento Interage com: Efeito Clínico Grau de Interação Recomendação
Monitorar sinais clínicos
(hemorragias) e laboratoriais
(TTPA e RNI) de alterações
hematológicas. Para ↓ a
interferência da Heparina
Heparina Varfarina ↑ risco de hemorragias Grave
no RNI, o sangue deve ser
coletado pelo menos 5 horas
após a última dose de Heparina
IV ou 24 horas após a última
dose de Heparina SC.
Evitar o uso concomitante. Se
↓ do efeito anticoagulante do gastroproteção é necessária,
clopidogrel: risco de infarto do antagonistas dos receptores
Omeprazol Clopidogrel Grave
miocárdio, acidente vascular H2 ou antiácidos devem ser
cerebral isquêmico prescritos sempre que possível
(por exemplo, ranitidina).
↑ efeito bloqueador
Atracúrio / Pancurônio / neuromuscular do Evitar uso concomitante.
Polimixina B Grave
Suxametônio atracúrio/pancurônio - Paralisia Monitorar função respiratória.
da musculatura respiratória
Evitar uso concomitante. Se
uso concomitante necessário,
monitorar ocorrência
de toxicidade (miosite,
Sinvastatina Diltiazem / Verapamil ↑ risco de rabdomiólise Grave rabdomiólise). Monitorar níveis
de Creatina-fosfoquinase
sérica (CK). Pravastatina
tem menor risco de causar
rabdomiólise.
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Medicamento Interage com: Efeito Clínico Grau de Interação Recomendação
Ocorrência de irritabilidade,
alteração da consciência, Monitorar pressão arterial;
confusão, ataxia, cólicas Monitorar frequência cardíaca;
Tramadol Fluoxetina abdominais, hipertermia, Grave Monitorar paciente para
tremores, dilatação das pupilas, aparecimento dos sinais
sudorese, hipertensão arterial e clínicos
taquicardia.
Monitorar tempo de
protrombina (TAP); Monitorar
Varfarina Fontes de Vitamina K ↑ risco hemorrágico Grave
aumento das evidências de
sangramento.
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2. PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA
D) redação da prescrição;
E) orientação ao paciente;
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REFERÊNCIAS
CRFMS, 2013. Adaptado.
https://www.crfms.org.br/noticias/prescricao-farmaceutica/2
471-o-que-e-a-prescricao-farmaceutica-veja-aqui-as-10-per
guntas-mais-frequentes
ICTQ - Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade,
adaptado. 2018. https://www.ictq.com.br/
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