Aula 01

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CAPÍTULO 1 - Modos de Transferência de Calor

AULA 01

Prof. Manuel S. Valente de Almeida

1.1- Introdução
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 2

Cientistas e Filósofos especularam sobre a natureza do calor por muitos


séculos. Diz-se que Galileu construiu um dos primeiros termômetros, um aparelho
no qual a dilatação do ar era usada para medir a temperatura. Numerosos outros
instrumentos de medida de temperatura foram propostos e usados antes de
Fahrenheit descrever o primeiro termômetro de mercúrio em 1724.
A Lei Zero da Termodinâmica estabelece que se dois corpos estão em
equilíbrio térmico com um terceiro corpo eles estão em equilíbrio térmico entre si.
Esta lei estabelece a base para os dispositivos que indicam uma das propriedades
térmicas mais importantes, a TEMPERATURA.
Quando dois corpos de temperatura diferentes são postos em contato irá
ocorrer o equilíbrio térmico entre eles. Este processo ocorre espontaneamente
devido à transferência de energia do corpo de temperatura mais elevada para o
corpo de menor temperatura. Este fenômeno de troca de energia entre os corpos é
chamada de CALOR. Assim podemos, de uma forma didática, dizer que CALOR é
uma forma de energia em transito. O processo pela qual a energia é transportada
chama-se Transferência de Calor ou Transmissão de Calor. (Heat Transfer).
O ramo da ciência que trata da relação entre calor e outras formas de energia
é, como já vimos, a TERMODINÂMICA. Seus princípios, como todas as lei da
natureza, são baseadas em observações, e foram generalizadas em leis julgadas
verdadeiras para todos os processos que ocorrem na natureza, porque nenhuma
exceção foi verificada até o momento. Assim, ao estudarmos a transferência de
calor, não devemos nos esquecer da primeira e segunda Lei da Termodinâmica,
embora aqui, estejamos mais interessados em identificar como ocorre a
transferência de energia e em que taxa essa transferência ocorre ao invés do
estado de equilíbrio final do corpo como é o caso na termodinâmica.
Do ponto de vista da engenharia, a determinação da quantidade de calor
transmitida na unidade de tempo para um gradiente de temperatura especificado é
problema chave. Para determinar o custo, a viabilidade, o tamanho do equipamento
necessário para transmitir uma quantidade especificada de calor em um dado
intervalo de tempo, deve ser feita uma análise detalhada do processo. As
dimensões de caldeiras, aquecedores, refrigeradores e trocadores de calor não
dependem apenas da quantidade de calor a ser transmitida, mas principalmente da
taxa de transferência de calor sob as condições dadas. O sucesso da operação dos
componentes do equipamento, tais como palhetas de turbina ou as paredes de
câmaras de combustão, depende da possibilidade de resfriamento de certas partes
de metal, pela remoção contínua e rápida de calor de uma superfície. Na tecnologia
aeroespacial, a distribuição de temperatura e os problemas de transferência de
calor são cruciais, em virtude das limitações de peso e de considerações de
segurança. Nas aplicações de aquecimento (calefação) e condicionamento de ar em
edifícios, é necessária uma análise conveniente da transferência de calor para se
avaliar o isolamento necessário a fim de evitar perdas ou ganhos de calor
excessivos. Também no projeto de máquinas elétricas, transformadores e mancais,
uma análise de transmissão de calor deve ser feita para evitar condições que
possam causar superaquecimento e conseqüentemente avaria do equipamento.
Esses exemplos variados mostram que, em quase todos os ramos da engenharia,
são encontrados problemas de transmissão de calor cuja solução não é possível
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 3

apenas com o uso da argumentação termodinâmica, mas requer uma análise


baseada na ciência da Transferência de Calor.
Na transferência de calor, como em outros ramos da engenharia, a solução
com sucesso de um problema requer algumas premissas e idealizações. É quase
impossível descrever de forma exata os fenômenos físicos e, para exprimir um
problema na forma de uma equação matemática que possa ser resolvida, são
necessárias algumas aproximações. Nos cálculos de circuitos elétricos, por
exemplo, usualmente se admite que os valores das resistências, capacitâncias e
indutâncias são independentes da correntes que flui nas mesmas. Essa hipótese
simplifica a análise, mas em certos casos, pode limitar seriamente a precisão dos
resultados. É muito importante manter presente as hipóteses, idealizações e
aproximações feitas no decorrer de uma análise durante a interpretação final dos
resultado. Algumas vezes a insuficiência de informações sobre as propriedades
físicas e o processo em análise torna necessário o uso de aproximações de ordem
prática para resolver o problema. Por exemplo, no projeto de peças de uma
máquina para operar a temperaturas elevada, pode ser necessário estimar o limite
de proporcionalidade ou a tensão de fadiga do material, partindo-se de dados de
baixa temperatura. Para assegurar a operação satisfatória da peça, o projetista
deve aplicar um fator de segurança aos resultados obtidos dessa análise.
Aproximações semelhantes também são necessárias em problemas de
transferência de calor. As propriedades físicas, tais como a condutibilidade térmica
ou a viscosidade, variam com a temperatura, mas se valores médios adequados
forem selecionados, os cálculos poderão ser consideravelmente simplificados sem
introduzir erro apreciável no resultado final. Quando calor é transmitido de um fluido
para uma parede, como, por exemplo, em uma caldeira, incrustações se formam
com a operação contínua e reduz a taxa de calor transmitida. Para assegurar uma
operação satisfatória durante um período longo, um fator de segurança deve ser
aplicado para prever tal contingência.
Quando se tornar necessário fazer uma hipótese ou aproximação na solução
de um problema, o engenheiro deve basear-se em sua engenhosidade e na
experiência adquirida em outros processos. A experiência tem mostrado,
entretanto, que o primeiro e principal requisito para se fazer uma hipótese ou
aproximação razoável em engenharia consiste num completo e global conhecimento
físico e científico do problema em análise. No campo da Transmissão de Calor isso
requer não somente uma familiaridade com as leis e mecanismos físicos da
Transferência de Calor, como também, com aquelas da Mecânica dos Fluidos,
Física e Matemática.

1.2 - Modos de transferência de Calor

A Transferência de Calor pode ser definida como a transferência de energia


de uma região para outra como resultado de uma diferença de temperatura entre
elas. Nos estudos de transferência de calor, é usual considerar três modos distintos
de transferência de calor: Transferência de calor por CONDUÇÃO, Transferência de
Calor por CONVECÇÃO e Transferência de Calor por RADIAÇÃO. Na realidade, a
distribuição de temperatura em um meio é controlada pelos efeitos combinados
desses três modos de transferência de calor; por isso não é possível isolar na
realidade um modo de outro. Entretanto, para simplificar as análise pode-se
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 4

considerar, por exemplo, a condução separadamente sempre que a transferência de


calor por convecção e radiação for desprezível. Apresentamos a seguir uma breve
descrição dos três modos distintos de transferência de calor.

1.2.1- Condução

Condução é o modo de transferência de calor em que a troca de energia tem


lugar da região de alta temperatura para a de baixa temperatura pelo movimento
cinético ou pelo impacto direto de moléculas, no caso de fluidos em repouso, e pelo
movimento de elétrons, no caso de sólidos. Num sólido que seja bom condutor
elétrico, um grande número de elétrons livres se move através de uma rede; por
isso, materiais bons condutores de eletricidade são geralmente bons condutores de
calor (por exemplo; alumínio, cobre, prata, etc.). A lei empírica da condução de calor
baseada em observações experimentais foi enunciada por Biot, mas recebe
geralmente o nome do matemático e físico francês Joseph Fourier que a utilizou
em sua teoria analítica do calor. Esta lei estabelece que a taxa de fluxo de calor por
condução, em uma dada direção, é proporcional à área normal à direção do fluxo e
ao gradiente de temperatura naquela direção. Considerando, por exemplo, a taxa de
transferência de calor na direção x, a lei de Fourier se escreve como:

dT
QX   k A (1.2-1)
dx

Ou por unidade de área; o fluxo de calor;

dT
q X  k (1.2-2)
dx

onde Q X é a taxa de calor através da área A no sentido positivo do eixo x e q X é o


fluxo de calor no sentido positivo de x. A constante de proporcionalidade, k é
chamada condutividade térmica do material e é uma grandeza positiva. Se a
temperatura decresce no sentido positivo do x, dT/dx é negativo então o sinal
negativo na equação aparece para assegurar que q X (ou Q X ) seja uma grandeza
positiva quando há um fluxo de calor no sentido positivo do eixo x. A condutividade
térmica k, nas equações deverá ter dimensões W/(m. oC) ou J/(m.s.oC) se as
equações forem dimensionalmente corretas resultará para a taxa de calor, Q X a
unidade chamada Watts (W) e para o fluxo de calor por unidade de área, q X , a
unidade W/m2. A Fig. 1.2-1 abaixo mostra qualitativamente a faixa de condutividade
térmica dos diversos materiais empregados em engenharia. Entre gases e os
metais muito condutores, como cobre ou prata, k varia por um fator da ordem de
104. Assim na Fig. 1.2-1 os valores mais altos se referem a metais puros, isto é
muito condutores, e os mais baixos, a gases e vapores, excluindo-se os sistemas de
vácuo.
Os sólidos não metálicos e os líquidos têm condutividade térmica, k,
intermediárias. Monocristais metálicos têm condutividade térmica muito alta, por
exemplo, nos cristais de cobre, pode haver valores de 8 000 W/(m. oC) e até mais
elevados.
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 5

A condutividade térmica também varia com a temperatura. Essa variação em


alguns metais, dentro de certos intervalos de temperatura, é bastante pequena e
pode ser desprezada, mas em muitos casos, a variação de k é bastante
significativa. Especialmente em temperaturas muito baixas, k varia rapidamente com
a temperatura, por exemplo, a condutividade térmica do cobre do alumínio ou da
prata atingem valores 50 a 100 vezes maiores que aqueles valores que ocorrem à
temperatura ambiente. A Fig. 1.2-2 ilustra como a condutividade térmica de alguns
materiais varia com a temperatura. Valores reais de condutividade térmica de vários
materiais são dados no apêndice.
Para ilustrar a aplicação da equação de Fourier vamos dar alguns exemplos
simples para o modo de transferência de calor por condução.

Figura 1.2-1 - Condutividade térmica de alguns Figura 1.2-2 - Variação da condutividade térmica de
materiais usados em engenharia alguns materiais com a temperatura

__________________________________________________________________
Exemplo 1.2-1
______________________________________________________________________________________________________________

Determine o fluxo de calor, q , e a taxa de transferência de calor, Q , através de uma


placa de ferro com área, A = 0,5 m2 e com espessura, L = 0,02 m quando uma de suas
superfícies é mantida à temperatura, T 1= 60 oC e a outra à temperatura, T2 = 20 oC. A
condutividade térmica do ferro, k  70 W /(m. 0C ) .
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Solução:

Considere a figura, ilustração física do problema:


dT (T  T1 ) (20  60)0C kW
q  k  k 2   70 (W /( m. 0C )   140 2
dx L 0,02 m m
por definição, a taxa de calor através da área é dada por:
kW
Q  A  q  0,5 (m 2 )  140  70 kW
(m 2 . 0C )

Observe que o calor tem o sinal positivo indicando que este tem a direção positiva do
eixo x. (calor tem um dado valor ou é nulo. O sinal, positivo ou negativo, apenas indica a
direção na qual ele ocorre).

___________________________________________________________________________
Exemplo 1.2-2
______________________________________________________________________________________________________________

O fluxo de calor através de uma tábua de madeira de espessura L = 2 cm com uma


diferença de temperatura de T =25 oC entre as duas superfícies é de 150 W/m 2. Calcule a
condutividade térmica dessa madeira.
Solução:

como não foi dada a direção do fluxo de calor, podemos escrever:

dT T
q  k  k , portanto;
d x L

W
150  0,02 m
qL m2 W
k    0,12
T 25 C0
m .0 C

__________________________________________________________________
Exemplo 1.2-3
_____________________________________________________________________________________________________________

A parede de um forno industrial é construída em tijolo refratário com espessura de


0,15 m e condutividade térmica de 1,7 W/(m.K). Medições efetuadas durante a operação em
regime estacionário revelaram temperaturas de 1400 e 1150 K nas superfícies interna e
externa da parede do forno, respectivamente. Qual a taxa de calor perdida através da parede
com dimensões 0,5 m por 3 m?
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 7

Solução:

Dados: Condições de regime estacionário com espessura, área, condutividade térmica


e temperaturas superficiais da parede fornecidas.
Determinar: Perda de calor através da parede.
Esquema :

Considerações (hipóteses):

1- Condução em regime permanente (ou estacionário).


2 - Condução unidimensional através da parede.
3 - Condutividade térmica constante.

Análise: Uma vez que a transferência de calor através da parede se dá por condução, o fluxo
de calor pode ser determinado a partir da lei de Fourier. Usando a Eq. (1.2-1) ou (1.2-2),
temos:

dT T W (1150  1400) K W
q x  k  k  1,7   2 833 2
d x L m.K 0,15 m m

O fluxo de calor representa a taxa de transferência de calor através de uma seção de


área unitária. Portanto, a perda de calor através da parede é:

W
Q x  A  q x  (0,5 m  3 m)  2 833  4250 W
m2
Comentários:
Repare a direção do “escoamento de calor” e a distinção entre fluxo de calor e taxa de
transferência de calor.

1.2- 2 – Convecção
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 8

Se um fluido escoa sobre um corpo sólido ou dentro de um canal, e se as


temperaturas do fluido e da superfície sólida forem diferentes haverá transferência
de calor entre o fluido e a superfície sólida em conseqüência da diferença de
temperatura e do movimento do fluido em relação à superfície sólida. Este
mecanismo de transferência de calor chama-se CONVECÇÃO. Se o movimento do
fluido for induzido artificialmente, por exemplo, através de um ventilador no caso de
gases, ou por uma bomba, no caso de líquidos, diz-se que a transferência de calor
se processo por convecção forçada. Se o movimento do fluido resultar dos efeitos
de ascensão provocada pela diferença de densidade causada pela diferença de
temperatura no fluido, a transferência de calor diz-se ocorrer por convecção livre
ou convecção natural. Por exemplo, uma placa quente suspensa verticalmente no
ar frio provoca o movimento da camada adjacente à superfície da placa, pois o
gradiente de temperatura no ar provoca um gradiente de densidade no ar que, por
sua vez, ocasiona o movimento do ar. Como o campo de temperaturas no fluido é
influenciado pelo movimento do próprio fluido, a determinação da distribuição de
temperaturas e a transferência de calor na convecção, na maioria das situações
práticas, é assunto complicado. Nas aplicações de engenharia, para simplificar os
cálculos de transferência de calor entre uma superfície quente à temperatura Tw e
um fluido que esteja escoando sobre ela a uma temperatura Tf, conforme ilustrado

na Fig. 1.2-3, define-se um coeficiente de transferência de calor como:


q  h (TW  T f ) (1.2-3a)

Por outro lado, na transferência de calor de um fluido quente para a parede


fria, a Eq. (1.2-3a) escreve-se como:

Figura 1.2-3 – Ilustração da convecção

q  h (T f  TW ) (1.2-3b)

onde q é o fluxo de calor da parede quente para o fluido frio, em W/m2.

Historicamente, a forma dada pela equação (1.2-3a) foi utilizada


primeiramente como uma lei de resfriamento à medida que o calor passa de um
sólido para o fluido que sobre ele flui sendo conhecida como “Lei de Newton do
resfriamento”. Se o fluxo de calor for dado em W/(m2) e as temperaturas em
Celsius (ou em Kelvin) o coeficiente de transferência de calor, h, nas Eqs. (1.2-3a)
e (1.2-3b) deve ter as dimensões de W/(m2.oC) para que as equações sejam
dimensionalmente corretas.
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 9

O coeficiente de convecção, h, varia com o tipo de fluxo (isto é, laminar ou


turbulento), com a geometria do corpo e a área de escoamento, com as
propriedades físicas do fluido, com a temperatura média e com a posição ao longo
do corpo. Depende também do mecanismo de transferência de calor (convecção
forçada ou natural). Quando h varia com a posição ao longo do corpo, é
conveniente considerar, nas aplicações de engenharia, o seu valor médio, hm, sobre
a superfície, ao invés de seu valor local h. As Eqs. (1.2-3a) e (1.2-3b) são também
aplicáveis nesses casos substituindo-se simplesmente o valor de h por hm, neste
casos q representa o valor médio do fluxo de calor sobre a região considerada.
O coeficiente de transferência de calor por convecção, h, pode ser
determinado analiticamente somente nos corpos que têm uma geometria simples,
como uma placa lisa ou o interior de um tubo circular. No escoamento sobre corpos
com configurações complexas, utiliza-se o método experimental, ou em alguns
casos, métodos numéricos, para determinar o valor de h. É muito amplo o intervalo
dos valores do coeficiente de transferência de calor nas várias aplicações.
A tabela 1.2-1 a seguir fornece valores típicos de h encontrados em algumas
aplicações.

Tabela 1.2-1 - Valores típicos do coeficiente de transferência de calor por convecção, h

Tipo de Fluxo h, em W/(m2. oC)


Convecção livre, DT = 25 oC
· Placa vertical de 0,25 m,, em:
Ar atmosférico 5
Óleo de máquina 37
Água no estado líquido 440
· Cilindro horizontal com 0,02 m de diâmetro externo
Ar atmosférico 8
Óleo de máquina 62
Água no estado líquido 741
Convecção Forçada
· Ar atmosférico a 25 oC com U¥ = 10 m/s sobre uma placa lisa
Comprimento, L = 0,1 m 39
Comprimento, L = 0,5 m 17
· Fluxo com 5 m/s, num cilindro com 1,0 cm de diâmetro externo, com:
Ar atmosférico 85
Óleo de máquina 1 800
· Água escoando a 1 kg/s dentro de um tubo de 2,5 cm de diâmetro interno 10 500
Água fervente à pressão de 1 atm
Líquido fervendo em um recipiente 3 000
Líquido fervendo no fluxo de calor máximo 35 000
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 10

Película de água fervendo 300

Condensação de vapor de água à pressão de 1 atm


Condensação pelicular em tubos hirizontais 9 000 a 25 000
Condensação pelicular em superfícies verticais 4 000 a 11 000
Condensação goticular 60 000 a 120 000

______________________________________________________________________________________________________________
Exemplo 1.2-4
______________________________________________________________________________________________________________

Uma placa aquecida eletricamente dissipa calor por convecção a uma taxa, q  8 000
W/m , para o ar ambiente à temperatura T  25 0C . Se a temperatura da Chapa for de
2

TW  125 0C , calcule o coeficiente de transferência de calor por convecção entre a placa e o


ar.
Solução:

Como o calor está sendo transferido da placa para o fluido, escrevemos: q  h  (TW  T )
portanto;
W
8000 2
q m W
h   80 2 0
(TW  T ) (125  25) C 0
m . C

___________________________________________________________________________
Exemplo 1.2-5
______________________________________________________________________________________________________________

O ar aquecido a 150 oC escoa sobre uma placa lisa mantida à temperatura ,T W = 50 oC.
O coeficiente de calor por convecção forçada é de h = 75 W/(m 2.oC). Calcule a taxa de
transferência de calor para a placa através da área, A = 2,0 m2.
Solução:

q  h  (TW  T )
portanto:
W kW
q  75 2 0
(150  50)0C  7,5 2
m.C m

kW
Q  A  q  2,0 m 2  7,5  15 kW
m2

___________________________________________________________________________
Exemplo 1.2-6

Através de um fio de 1,0 mm de diâmetro e 10 cm de comprimento passa uma


corrente elétrica. O fio está imerso em água no estado líquido à pressão atmosférica, e a
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 11

corrente é aumentada até a água entrar em ebulição. Para essa situação, h = 5 000 W/(m 2. oC),
e a temperatura da água fica a 100 oC. Qual a potência elétrica a ser fornecida ao fio para que
sua superfície seja mantida a 114 oC ?
Solução
O taxa de calor transferido por convecção do fio para a água será:
Q  h  A  (TW  T )

A área de superfície do fio será:

A    d  L    [(1  10 3 m)  10  10 2 m]  3,142  10 4 m 2
Portanto:
W
Q  5000 2 0
 3,142  10 4 m 2 (114  100) 0C  21,99 W
m .C
Para o sistema em regime permanente a potência elétrica fornecida ao fio será igual à
potência dissipada para a água. Portanto a potência elétrica é igual ao calor dissipado para a
água, ou seja: 21,99 W. ( Verifique, aplicando a primeira lei da termodinâmica
considerando o fio como um sistema fechado).

1.2.3 – Radiação
Todos os corpos emitem continuamente energia em virtude da sua
temperatura; a energia assim emitida é chamada de RADIAÇÃO TÉRMICA. A
energia da radiação emitida por um corpo é transmitida no espaço em forma de
ondas eletromagnéticas, de acordo com a clássica teoria eletromagnética de
Maxwell; ou na forma de fótons discretos, conforme a hipótese de Planck. Ambos os
conceitos foram utilizados na investigação da transferência radiante de calor. A
emissão ou absorção da energia radiante por um corpo é um processo de massa;
isto é, a radiação que se origina no interior do corpo, é emitida através da superfície.
Inversamente, a radiação incidente na superfície de um corpo penetra até as
profundezas do meio, onde é atenuada. Quando uma grande proporção da radiação
incidente é atenuada a uma distância muito pequena da superfície, podemos falar
da radiação como absorvia ou emitida pela superfície. Por exemplo, a radiação
térmica incidente em uma superfície metálica é atenuada ao longo da distância de
uns poucos ångströms da superfície; por isso os metais são opacos à radiação
térmica.
A radiação solar incidente sobre um volume de água é gradualmente
atenuada pela água à medida que o feixe penetra na suas profundezas. Igualmente
a radiação solar incidente em uma lâmina de vidro é parcialmente absorvida e
parcialmente refletida, e o restante é transmitido. Por isso a água e o vidro são
considerados semitransparentes à radiação solar.
É somente no vácuo que a radiação se propaga absolutamente sem
nenhuma atenuação. Também o ar atmosférico de uma sala, para todas as
finalidades práticas, é considerado transparente à radiação térmica, pois a
atenuação da radiação pelo ar é insignificante, a não ser numa camada com vários
quilômetros de espessura, como é o caso da atmosférica terrestre. Entretanto,
gases como o dióxido de carbono, monóxido de carbono, vapor d’água e amônia
absorvem a radiação térmica em certas faixas de comprimento de onda; por isso
são semitransparentes à radiação térmica.
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 12

Da discussão prévia conclui-se facilmente que um corpo a uma temperatura


T emite radiação devido à sua temperatura; também um corpo absorve radiação
que sobre ele incide. Vamos discutir brevemente a emissão e absorção de
radiação por um corpo.

Emissão de Radiação
O fluxo máximo de radiação emitido por um corpo à temperatura T é dado
pela lei de Stefan-Boltzmann:
Eb   T 4 em, W/m2 (1.2-4)

onde T é a temperatura absoluta (ou termodinâmica), em Kelvin, s é a constante de


Stefan-Boltzmann, (   5,6697  10 8 [W /( m 2 . K 4 )] e Eb é a emitância do corpo
negro.
Somente um radiador ideal, o chamado CORPO NEGRO, pode emitir
radiação de acordo com a Eq. (1.2-4). O fluxo de radiação emitido por um corpo real
a uma temperatura absoluta T é sempre menor do que a emitância do corpo negro,
Eb e é dado por :
q   Eb    T 4 (1.2-5)
onde a emissividade, e fica entre os valores zero e a unidade ( 0 a 1). Em todos
os corpos reais a emissividade, e é sempre menor que a unidade. A Tabela D.1 e
D.2 do anexo fornece valores de emissividade para vários tipos de superfície. O
fluxo de radiação emitido cresce rapidamente com a elevação da temperatura.
Por exemplo, a emitância cresce de Eb= 461 W/m2 à temperatura ambiente,
T=300 K até Eb = 3562 W/m2 à temperatura T=500 K e Eb = 56700 W/m2 à
temperatura, T= 1000 K.

Absorção da Radiação

O fluxo radiante, q inc , que incide em um corpo negro é completamente


absorvido por ele. Entretanto, se o fluxo de radiação q inc incide sobre um corpo
real, a energia absorvida, q abs pelo corpo real é dada por:
q abs   q inc (1.2-6)

onde o poder de absorção, a, está compreendido entre zero e a unidade (0 a 1).


Em todos os corpos reais, a é menor que a unidade, enquanto que para o corpo
negro o valor é unitário.
O poder de absorção, a, de um corpo real é geralmente diferente de sua
emissividade, e. Entretanto em muitas aplicações práticas, admite-se, para
simplificar a análise, ser a igual a e. Esse assunto será estudado com mais
detalhes no capítulo referente ao estudo da radiação.

Troca de Radiação
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 13

Quando dois corpos, em temperaturas diferentes, “vêm-se” um ao outro


existe entre eles uma permuta de calor por radiação. Se o meio intermediário entre
eles for uma substância transparente à radiação, como por exemplo, o ar, a
radiação emitida por um dos corpos atravessa esse meio sem nenhuma atenuação
e atinge o outro corpo e vice versa. Assim o corpo quente experimenta uma perda
líquida de calor, e o corpo frio ganha calor, em virtude da permuta da radiação
térmica. A análise da troca de calor radiante entre superfícies é um assunto um
tanto complexo e seu estudo mais detalhado será feito em um capítulo específico.
A Fig. 1.2-5 mostra uma pequena placa opaca aquecida, com área superficial
A1 e emissividade e1 mantida à temperatura absoluta T1 e exposta a uma grande
superfície envolvente A2 (isto é A1/A2 ®0), a uma
temperatura absoluta T2. O espaço entre elas contém
ar, transparente à radiação térmica. A energia emitida
pela superfície A1, é dada por;

A1 1T14

Figura 1.2-5 – Ilustração para considerações de radiação


Em relação à pequena superfície A1, a grande área circundante, A2 pode ser
aproximada a um corpo negro. Neste caso, o fluxo radiante emitido pela área
circundante é: T24 , que é também, o fluxo de radiação incidente sobre a superfície
A1. Portanto, a energia radiante absorvida pela superfície A1 será dada por:

A1 1T24

a perda líquida de radiação na superfície A1 é a diferença entre as energias emitida


e absorvida;

Q1  A1 1T14  A1 1T24 (1.2-7a)

nos casos em que, e1 = a1, o resultado reduz-se a:

Q1  A1 1 (T14  T24 ) (1.2-7b)

que é a expressão com que se calcula a troca de calor radiante entre um pequeno
elemento de superfície, A1 e sua envolvente à temperatura T2. Sem dúvida, valor
positivo de Q1 significa que a superfície A1 perde calor e no caso de Q1 negativo a
superfície ganha calor.

Consideremos, agora, duas superfícies finitas A1 e A2, como mostrado na Fig.


(1.2-6). Considere que as superfícies são mantidas a T1 e T2 com emissividades e1 e
e2 respectivamente. A configuração física implica que apenas parte da radiação que
deixa a superfície A1 atinge a superfície A2 e o restante perde-se para a vizinhança.
Considerações semelhantes se aplicam à superfície A2.
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 14

Num caso como este, a determinação da troca de calor


radiante entre as duas superfícies deve incluir os efeitos
da orientação das superfícies e ainda a contribuição da
radiação do meio envolvente e a reflexão da radiação das
superfícies. No arranjo da Fig. 1.2-6 se admitirmos que o
fluxo de radiação do meio envolvente é desprezível
comparado aos fluxos das superfícies A1 e A2 a
transferência líquida de radiação, Q1 na superfície A1
poderá ser expressa na forma:
Figura 1.2-6 – Ilustração para considerações de troca de
calor por radiação entre duas superfícies finitas

Q1  F1 A1 (T14  T24 ) (1.2-8)

onde F1 é um “fator de forma” geométrico que inclui os efeitos da orientação das


superfícies e suas emissividade, e1 e e2. A determinação deste fator, F1, é bastante
complexa e será analisada, como já mencionamos anteriormente, no capítulo
específico sobre radiação.

Coeficiente de transferência de calor Radiante.

Com o intuito de simplificar os cálculos de transferência de calor, é possível


sob condições muito restritas, definir um coeficiente de transferência de calor, hr,
análogo ao coeficiente de transferência de calor por convecção, h, como:

q1  hr (T1  T2 ) (1.2-9)

Este conceito pode ser aplicado ao resultado da Equação (1.2-7b), como a seguir:

A Eq. (1.2-7b) pode ser escrita como:

Q  A1 1 (T12  T22 )  (T1  T2 )  (T1  T2 ) (1.2-10a)

Se (T1  T2 )  T1 este resultado é linearizado como:

Q1  A1 1 4T13 (T1  T2 ) (1.2-10b)

ou ainda em termos de fluxo de calor

Q1
q1   (4T131 )(T1  T2 ) (1.2-11)
A1

Comparando, agora, a Eq. (1.2-9) com a Eq. (1.2-11), para o caso específico
da Eq. (1.2-7b), o coeficiente de transferência de calor radiante, hr é definido como:

hr  4T13 1 (1.2-12)
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 15

__________________________________________________________________
Exemplo 1.2-7
______________________________________________________________________________________________________________

Uma placa circular aquecida, com diâmetro, D= 0,2 m tem uma de sua superfícies
isolada termicamente e a outra mantida a T W = 550 K. Se a superfície quente tem
emissividade, e = 0,9 e está exposta a uma superfície envolvente à temperatura, T s=300 K e
sendo o ar atmosférico o meio entre a placa e a superfície envolvente, calcule a perda de calor
por radiação da placa para sua vizinhança.
Solução:
Admitindo-se que a absorção e a emissividade da superfície são iguais, e1= a1, usando a Eq.
(1.2-7b), temos:

QW  AW  W  (TW4  TS4 )

D2
QW  ( )  0,9  (5,67  10 8 )  (550 4  300 4 )  134,5 W
4
________________________________________________________________________________________________________
Exemplo 1.2-8
______________________________________________________________________________________________________________

Uma pequena superfície quente, com temperatura, T1 = 430 K e tendo emissividade,


e1 = 0,8, dissipa calor radiante para uma superfície envolvente à temperatura, T 2 = 400 K. se
o processo de transferência de calor for caracterizado por um coeficiente de transferência de
calor por radiação, hr, calcule o seu valor.
Solução:

Por definição: hr  4T13 1 , observe que neste caso, (T1-T2) <<< T1


W W
hr  4  (430 K ) 3  0,8  (5,67  10 8 2 4
)  14,4 2
m .K m . K
__________________________________________________________________
Exemplo 1.2-9
______________________________________________________________________________________________________________

Duas placas infinitas, consideradas como corpos negros, a 800 0C e 300 0C trocam
calor por radiação. Calcule o calor trocado entre elas por radiação.
Solução
Para o caso de placas infinitas, o fator de forma, F1 = 1, usando a equação (1.2-8), temos:
Q1
q1    (T14  T24 )
A1
kW
q1  (5,67  10 8 )  [(800  273,15) 4  (300  273,15) 4 ]  69,03
m2
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 16

1.2. 4 - Mecanismo Combinado de Transferência de Calor

Até agora consideramos separadamente os mecanismos de transferência de


calor, condução, convecção e radiação. Em muitas das situações práticas, a
transferência de calor de uma superfície ocorre simultaneamente por convecção
para o meio ambiente e por radiação para a vizinhança.
A Fig. 1.2-7 ilustra uma pequena placa de
área A, emissividade e, mantida à
temperatura TW, que troca energia por
convecção com um fluido à temperatura T¥,
com um coeficiente de transferência de calor
por convecção, h¥ e por radiação com a
vizinhança à temperatura TS. A perda de calor
por unidade de área da placa, pelo
mecanismo combinado de convecção e
Figura 1.2-7 – Convecção e radiação
simultânea de uma placa radiação, será dado por:

qW  hC (TW  T )    (TW4  TS4 ) (1.2-13)

Se pudermos admitir que | T W-TS| <<< TW, podemos linearizar o segundo termo da
Eq. (1.2-13), resultando;
qW  hC (TW  T )  hr (TW  TS ) (1.2-14a)

onde
hr  4TW3 (1.2-14b)

__________________________________________________________________
Exemplo 1.10
______________________________________________________________________________________________________________

Uma placa metálica pequena, delgada, de área A m2 está isolada termicamente de um


lado e exposta ao sol do outro lado. A placa absorve energia solar a uma taxa de 500 W/m 2 e
dissipa por convecção para o ar ambiente à temperatura, T¥ = 300 K, com um coeficiente de
transferência de calor convectivo, hC = 20 W/(m2.oC) e por radiação para a superfície
envolvente, que pode ser admitida como um corpo negro, à temperatura, TS =280 K. A
emissividade da superfície é e = 0,9. Determine a temperatura de equilíbrio da placa.

Solução:
O balanço de energia para a placa fica:
q SOL  q CONC .  q RAD. (a)

o balanço de energia dado pela Eq. (a) pode ser escrito como:

q sol  hcov . (Tw  T )      (Tw4  Ts4 )


Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 17

W W W
500 2  20 2 ( TW  300) K  0,9  (5,67  10 8 2 4 )  ( TW4  2804 ) K 4
m m .K m .K

simplificando, temos;
4
T 
TW  340,68  0,255   W  (b)
 100 

Resolvendo por tentativa e erro a equação (b), temos para TW o valor:

TW  315,5 K

Exercícios

1- Condução:

1.1 – Uma parede de tijolos com 15 cm de espessura e condutividade térmica de


1,2 W/(m. OC) está a 30 0C em uma face e 230 0C na outra face. Determinar a
transferência de calor através de uma área de 4,0 m 2 da parede
Resposta 6,4 kW

1.2 – Duas placas grandes, uma a 50 0C e a outra a 200 0C, estão separadas por
8 cm. Se o espaço entre elas for preenchido com lã de rocha frouxa, cuja
condutividade térmica é de 0,08 W/(m. 0C), calcule a taxa de transferência de
calor através das placas para 1 m 2 de área.

1.3 – O fluxo de calor através de um material isolante de 3 cm de espessura com


condutividade térmica de 0,1 W/(m. K), é de 250 W/m 2. Se a temperatura da
superfície quente for de 175 0C, qual será a temperatura da superfície fria.
Resposta: 100 0C

1.4 – Transfere-se 200 W por condução através de uma seção de 0,5 m 2 de um


material isolante com 4 cm de espessura. Determine a diferença de temperatura
através da camada isolante, sendo a condutividade térmica 0,2 W/(m. K)
Resposta: 80 0C

1.5 - Usa-se lã de vidro de condutividade térmica de 0,038 W/(m. 0C) para isolar uma
caixa de gelo. Se a perda máxima de calor não puder exceder 45 W/m 2, com
uma diferença de temperatura de 40 0C entre as faces da parede da caixa,
determine a espessura do isolamento.
Resposta: 3,4 cm.

2 - Convecção
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 18

1.6 - Sobre uma placa lisa aquecida a 80 0C escoa água à temperatura média de
20 0C. Se o coeficiente de transferência de calor for de 200 W/(m 2. K), determine
a transferência de calor por metro quadrado da placa durante 5 horas.
Resposta: 216 MJ

1.7 - Uma esfera de 25 cm de diâmetro a 120 0C está suspensa no ar cuja


temperatura é de 20 0C. Se a transferência natural de calor por conveçcão entre
a esfera e o ar for de 15 W/(m 2. 0C), determine a taxa de perda de calor da
esfera.
Resposta: 294,5 W

1.8 - Um fluido a 10 0C flui sobre em um tubo de 2,5 cm de diâmetro externo e 2 m


de comprimento cuja superfície é mantida a 100 0C. Se o coeficiente de
transferência de calor entre o tubo e o ar for de 300 W/(m 2. K), determine a taxa
de transferência de calor do tubo para o ar.

1.9 - A superfície interna de uma camada isolante está a 270 0C e a superfície


externa está dissipando calor por convecção para o ar a 20 0C. A camada de
isolante tem 4 cm de espessura e uma condutividade térmica de 1,2 W/(m. 0C).
qual é o valor mínimo do coeficiente de transferência de calor na superfície
externa para que a temperatura dessa superfície não exceda 70 0C?
Resposta: 120 W/(m2. K).

1.10 - Uma placa metálica delgada tem uma superfície isolada e a outra exposta ao
sol. A superfície exposta absorve 900 W/m 2 de radiação solar e a dissipa,
principalmente por convecção, para o ar ambiente cuja temperatura pode ser
admitida como constante a 25 0C. Se o coeficiente de transferência de calor
entre a placa e o ar for de 15 W/(m 2. K), qual será a temperatura da placa.
Resposta: 85 0C.

3 - Radiação

1.11 - Uma placa delgada de metal de 0,1 m por 0,1 m está colocada em um grande
recipiente cuja paredes são conservadas a 300 K. A superfície inferior da placa
está isolada e a superfície superior é mantida a 500 K mediante aquecimento
elétrico. Se a emissividade da superfície da placa for, e = 0,8, qual é a taxa de
troca de calor entre a placa e as paredes do recipiente?
(adote s = 5,67x 10 -8 W/(m2. K4))
Resposta: 24,7 W

1.12 - Duas placas paralelas, uma à temperatura uniforme de 500 K e a outra a


1000K, estão separadas por um gás inerte. Admitindo-se que as superfícies
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 19

das placas sejam emissores perfeitos e que a convecção é desprezível,


determine a taxa de troca de calor entre as superfícies por metro quadrado.

1.13 - Uma esfera de 10 cm de diâmetro está suspensa dentro de uma grande


câmara evacuada cujas paredes são conservadas a 300 K. Se a superfície da
esfera tem emissividade, e = 0,8 e é mantida a 500 K, determine a taxa de
perda de calor da esfera para as paredes da câmara.
Resposta: 77,52 W

1.14 - Uma face de uma placa delgada está exposta a um fluxo uniforme de calor de
500 W/m2, e a outra face dissipa calor radiante para um ambiente a -10 0C.
Determine a temperatura da placa. Admita comportamento de corpo negro
para a radiação.
Resposta: T1 = 341,5 K.

1.15 - Duas placas muito grandes, perfeitamente negras e paralelas, uma mantida a
1200 K e a outra a 600 K, trocam calor radiante, (a convecção é desprezível).
Determine a taxa de transferência de calor por metro quadrado de superfície.

4 - Mecanismo Combinado de Transferência de Calor

1.16 - Uma placa delgada tem uma face isolada e a outra face exposta ao sol. A
face exposta absorve radiação solar a uma taxa de 800 W/m 2 e a dissipa tanto
por convecção como por radiação para o ar ambiente a 300 K. Se a
emissividade da superfície for de, e = 0,9 e o coeficiente de transferência de
calor por convecção entre a placa e o ar for de 12 W/( m 2. 0C), determine a
temperatura da placa.
Resposta: 342,5 K

1.17 - Uma face de uma folha metálica delgada recebe radiação de uma grande
chapa a 700 0C, enquanto a outra face dissipa calor por convecção para um
líquido refrigerante a 20 0C. As duas faces podem ser consideradas como
absorvedores e emissores perfeitos da radiação. O coeficiente de transferência
de calor por convecção entre a superfície e o fluido é de 120 W/(m 2. 0C).
determine a temperatura da placa.
Resposta: 638 K.

1.18 - Uma placa delgada está exposta a um fluxo de radiação infravermelho de


1500 W/m2 sobre uma de suas faces enquanto a outra está isolada. A face
exposta absorve 90% do fluxo de radiação incidente e dissipa-o por convecção
e radiação para o meio ambiente a 290 K. Se o coeficiente de transferência de
Capítulo 1 Modos de Transferência de Calor pág. - 20

calor por convecção entre a superfície e o ar ambiente for de 15 W/(m 2.0C),


determine a temperatura da placa. ( adote e = 0,9).

1.19 - A radiação solar incidente na face externa de um sombreador de alumínio


pintado é de 1000 W/m2. O alumínio absorve 12 % da energia solar incidente e
a dissipa por convecção, pela face interna, e por convecção e radiação
combinadas, pela face externa. A emissividade do alumínio é de 0,10 e o
coeficiente de transferência de calor é de 15 W/(m2. 0C) em ambas as faces; a
temperatura ambiente pode ser adotada como sendo de 20 0C tanto para a
convecção como para a radiação. Determinar a temperatura do sombreador.

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