06 Regência Nominal e Verbal

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Aula 06 – Regência Verbal e Nominal


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Aula 06 – Regência Verbal e Nominal

Olá amigos!
Como vamos de estudos??
Vamos entrar em um assunto tranquilo, mas que merece toda a nossa
atenção, pois é constante em provas de concursos de todos os níveis, sendo
pontuação certa.
Vamos nessa!!!

Sumário

1 – Regência ........................................................................................ 3
2 – Regência Nominal .......................................................................... 3
3 – Regência Verbal ............................................................................. 5
3.1 – Exemplos .................................................................................... 8
3.2 – Dois verbos com o mesmo complemento ...................................... 10
4 – Questões Comentadas ................................................................. 12
5 - Lista de exercícios ........................................................................ 53
6 – Gabarito ....................................................................................... 80
7 – Referencial Bibliográfico .............................................................. 80

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1 – Regência

Essse assunto estuda a relação entre dois termos de uma oração: um


principal ou regente e um subordinado ou regido, de forma que o termo
regido complementa o sentido do termo regente.
Exemplos:
• estudaram o assunto
• amor ao próximo
• fé em Deus
• foram ao teatro
Observe que normalmente há uma PREPOSIÇÃO ligando os dois termos.
Essa é a problemática central do assunto, saber se o termo regente exige
preposição e qual é a preposição exigida.

Lembre-se de que os verbos transitivos diretos - TD não pedem


preposição!!!

2 – Regência Nominal

Estuda essa relação de subordinação quando o termo regente é um


NOME (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Exemplos:
• liberdade de expressão (substantivo)
• medo da chuva (substantivo)
• diferente de mim (adjetivo)
• hábil no ofício (adjetivo)
• favoravelmente ao projeto (advérbio)
• igualmente a nós (advérbio)

Vamos ver alguns nomes e suas respectivas regências:

ACESSÍVEL •O texto era acessível a todos.


a/para •O texto era acessível para todos.

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•Fez tudo por amor à pátria.


AMOR
•Nada maior que o amor de mãe.
a/de/por
•"Como é grande o meu amor por você."

•Estava feliz com a mudança.


FELIZ •Ficou feliz de poder auxiliar o amigo.
com/de/em/por •Ficou feliz em poder auxiliar o amigo.
•Ficou feliz por eles.

•Tinha obediência ao pai.


OBEDIÊNCIA
•Sua obediência de filho impressionava.
a/de/para com
•Tinha obediência para com o seu pai.

RESIDENTE /ENTREGA •Ele é residente na Rua da União, nº 9.


em •Entregamos em domicílio.

Repare que não há como decorar a regência de todas as palavras!


Porém, vamos fazer uma lista com a regência de alguns nomes mais
frequentemente abordados em provas de concursos.

ACOSTUMADO - a/com CAPACIDADE - de/em/para


ADMIRAÇÃO - a/por COERENTE - com
AFEIÇÃO - a/por/para com COMPATÍVEL - com
ANÁLOGO - a CONSTITUÍDO - com/de/por
ANSIOSO - de/para/por CONTENTE - com/de/em/por
ATENCIOSO - com/para com CURIOSO - de/por

DESPREZO - a/de/por RELACIONADO - a/com


DEVOÇÃO - a/para com/por RESPEITO - a/com/de/para com/por
ESSENCIAL - a/para/em SENSÍVEL - a/para
FÁCIL - a/de/para TENTATIVA - contra/de/para/para com
HABILIDADE - de/em/para VIZINHO - a/com/de
JUNTO - a/de UNIÃO - a/com/entre

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3 – Regência Verbal

Na regência verbal, temos que considerar a transitividade do verbo, ou


seja, se o verbo é intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto.
Como vimos na aula sobre função sintática, os verbos transitivos diretos
exigem complemento sem preposição (objeto direto) e os transitivos indiretos
pedem complemento com preposição (objeto indireto).
Já os verbos intransitivos não carecem de complemento, podendo ter
seu sentido ampliado por termos como os adjuntos adverbiais.

Alguns verbos possuem mais de um sentido e para cada um deles,


normalmente, há uma regência diferente.
Exemplos:
• Assistimos ao jogo de futebol. (sentido de ver/presenciar – TI (a))
• Assistimos o doente por todo o dia. (sentido de prestar assistência - TD)
• Exigiu os direitos que lhe assistem. (sentido de caber o direito – TI (a))
• Ele assistia na França há um ano. (sentido de morar/residir - I)

Em alguns casos, o verbo admite mais de uma regência para um


mesmo sentido.
Exemplos:
• Falaram da vida.
• Falaram sobre a vida.
• Falaram a respeito da vida.

• Ele cumpriu o seu dever.


• Ele cumpriu com o seu dever.

OBSERVAÇÃO:
O verbo cumprir é transitivo direto – TD, porém a preposição “com” pode ser
utilizada para dar ênfase ou realce ao verbo.

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Podemos omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção


integrante.
Exemplo:
• Ele esqueceu-se de que era preciso ser forte. = Ele esqueceu-se disso.
• Ele esqueceu-se que era preciso ser forte.

Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,


enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas
(aquelas que podem ser substituídas por “ISSO”).
Sempre que podermos substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que
ele é pronome relativo, portanto a preposição NÃO poderá ser omitida.
• O rapaz com que falamos está ali.
• O rapaz com o qual falamos está ali.

Quando a oração introduzida pela conjunção integrante “que” complementa


um nome (tem a função de complemento nominal – CN), há autores que
am tal omissão e outros que condenam.
Por isso, cuidado, devemos ficar atentos à questão e ao posicionamento da
banca sobre o tema!!!!!

1) CESPE/AUFC/TCU/Tecnologia da Informação/2010
A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que
permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor
valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o

estrutura social e, simplesmente em função do sexo ou da classe social, entre


outros itens, são colocados em um ou em outro grupo social. Dessa forma,
adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e
que podem ter valores sociais positivos ou negativos. Os membros dos grupos
dominantes e de status superior passam a ter identidade social positiva e maior
grau de autoestima. Da mesma forma, os membros de status inferior ou de
grupos subordinados têm ou adquirem identidade social menos positiva e menor

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autoestima. Entretanto, se a mobilidade para uma classe superior parece


impossível e os membros do grupo inferior percebem as fronteiras entre os
grupos como impenetráveis, eles podem vir a adotar estratégias coletivas para
criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. Tais mudanças são
denominadas mudanças sociais.
Astrid N. Sgarbieri. A mulher brasileira: representações na mídia. In: M. I.
Ghilardi Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p.
1289 (com adaptações).

Com referência à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o item subsequente.
A preposição a, em "aos quais", estabelece relações sintático-semânticas com o
verbo pertencer; por tal motivo, essa preposição não poderia ser omitida no
período, mesmo se o pronome fosse substituído por a que.
Certo
Errado
Comentários:
Lembram-se do caso que comentamos sobre a conjunção “que”? Aí está!!!
É comum o examinador tentar nos confundir com questões abordando a
omissão de preposições quando da presença do “que”.
Nesse caso a banca facilitou a nossa vida, já que o pronome original do texto é
“o qual” que todos sabemos que é um pronome relativo.
Nesse caso a questão está praticamente resolvida, já que apenas podemos
omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção integrante.
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas.
Sempre que podermos substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que
ele é pronome relativo, portanto a preposição deverá seguir estritamente a
regência do verbo ou do nome.
Aprofundando a análise, podemos perceber que o pronome “os quais” introduz
a oração subordinada adjetiva restritiva (repare que não há virgulas) “aos quais
pertencem”.
Por isso, a preposição “A” não é facultativa, visto que é exigida pela regência
do verbo pertencer (pertencer a alguém).
Gabarito: C

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3.1 – Exemplos

AGRADAR •A mãe agradou o filho amorosamente. (fazer carinho)


TD / TI (a) •O calouro agradou ao jurado. (contentar, satisfazer)

ASPIRAR •Ela aspirou o ar puro da serra. (inalar, inspirar)


TD / TI (a) •Ele aspirava a uma vida melhor. (desejar)

ASSISTIR •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente.


(cuidar, prestar assitência)
TD / TI (a) / •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar)
TI (a) /
•Esse direito não lhe assiste. (caber um direito)
I (em) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir)

CHEGAR •Chegou ao aeroporto na hora certa.


TI (a) •Chegamos a Recife pela manhã.

Repare que o verbo CHEGAR não permite a construção “chegar em”.

ESQUECER •Esqueceu a aula.


•Lembrou a lição.
LEMBRAR
•Esqueceu-se da aula.
TD / TI (de) •Lembrou-se da lição.

INFORMAR •Informaram aos candidatos o resultado das


AVISAR provas.
•Avisamos as pessoas sobre o acidente.
TDI (de) •Cientifiquei o contribuinte da decisão.

Nos verbos acima podemos também utilizar preposições tal como: sobre, a
respeito de (locução).

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IMPLICAR •Um filho implica muitas responsabilidades. (acarretar)


TD / TDI •Os delatores o implicaram no escândalo de corrupção.
(em) / TI (envolver, comprometer)
(com) •Ela implica com os coleguinhas. (discutir, brigar)

NAMORAR •Ana namorava João.


TD •Ela só namorava rapazes ricos.

ATENÇÃO: Veja que o verbo namorar não admite a forma “namorar com”.

PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)

Os verbos acima têm a mesma regência:


PAGAR/PERMITIR/CONTAR/PERDOAR/RESPONDER/REVELAR algo (OD) a
alguém (OI).

PRESIDIR
•Ele presidiu o encontro.
TD ou TI (a)
•Ele presidiu ao encontro.
facultativo

•Procedeu ao inquérito. (realizar)


PROCEDER
•Ele procede de outro país. (originar-se)
TI (a) (de) I
•O seu depoimento procede. (ter fundamento)

TRATAR •O processo trata de uma restituição.


TI (de) •No processo trata-se de uma restituição.

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Veja que o sentido e a regência são os mesmos para as duas formas do verbo
“tratar”.
O que devemos observar aqui é que, no primeiro exemplo, o sujeito da oração
é “o processo”.
Na segunda oração, o sujeito é indeterminado, sendo o termo “no processo”
um adjunto adverbial de lugar.
Por isso, quando houver o “SE”, precisaremos da preposição ”em”.

•O competidor visou o alvo. (apontar)


VISAR
•A chefe visou os documentos. (por visto)
TD TD TI (a)
•Nós visamos a um grande objetivo. (objetivar)

Alguns autores e gramáticos admitem o uso de VISAR no sentido de objetivar


como transitivo direto.
Ex: Nós visamos um grande objetivo.
Porém, CUIDADO, o padrão é o seu uso como transitivo indireto - TI.
Portanto examine bem a questão.

3.2 – Dois verbos com o mesmo complemento

Há frase em que há dois ou mais verbos que possuem o mesmo


complemento.
Nesses casos, podemos ter duas situações:
1. Os verbos possuem a mesma regência;
2. Os verbos possuem regências diferentes.

Os verbos possuem a mesma regência

facultativamente.
Exemplos:
• Os noivos abraçaram e beijaram-se.
• Os noivos abraçaram-se e beijaram-se.

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No exemplo acima os dois verbos são TD, por isso nenhum deles pede
preposição.

Os verbos possuem regências diferentes.


Nesse caso, é necessário que cada verbo seja adequadamente
complementado.
Exemplos:
• Chegamos àquela casa e fizemos dela o nosso lar.
• Fomos a Brasília e voltamos de lá rapidamente.
A forma acima é a considerada gramaticalmente correta!

O ilústre grámático Domingos Paschoal Cegalla observa em sua gramática que


é admissível a utilização de um só complemento para ambos os verbos por
motivo de concisão.
Entretanto, CUIDADO, pois a banca pode adotar este critério ou não, já que
há autores que condenam esse tipo de construção.
É preciso examinar atentamente todas as alternativas da questão.
Veja como ficariam as orações acima:
• Chegamos e fizemos daquela casa o nosso lar.
• Fomos e voltamos de Brasília rapidamente.

Valeu pessoal!

Vamos desenvolver bem agora a teoria estudada, com a resolução e a


observação dos comentários das questões.

Mãos à obra!!!

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4 – Questões Comentadas

2) CESPE/TJ/TJDFT/2013
Texto para o item
O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a decisão
do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido
do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre
em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão do
mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.
No caso relatado, estava em jogo, na sessão plenária do tribunal do júri, o
direito linguístico das testemunhas indígenas de se expressarem em sua própria
língua, ainda que essas mesmas pessoas possuíssem o domínio da língua da
sociedade envolvente, que, no caso, é a portuguesa. É que, conforme escreveu
Pavese, só fala sem sotaque aquele que é nativo. Se, para o aspecto exterior
da linguagem, que é a sua expressão, já é difícil, para aquele que fala, falar
com a propriedade devida, com razão mais forte a dificuldade se impõe para o
raciocínio adequado que deve balizar um depoimento testemunhal, pouco
importando se se trata de testemunha ou de acusado.
No que interessa a este estudo, entre os modelos normativos que reconhecem
direitos linguísticos, o modelo de direitos humanos significa a existência de
norma na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da Organização
das Nações Unidas, que provê um regime de tolerância linguística, garantia essa
que não suporta direitos linguísticos de forma específica, isto é, protegem-se,
imediatamente, outros direitos fundamentais, tais como direito de liberdade de
expressão, de reunião, de associação, de privacidade e do devido processo legal,
e apenas mediatamente o direito linguístico; já o modelo dos povos indígenas
tem por base legal a Convenção n.o 169 da Organização Internacional do
Trabalho, que prevê a proteção imediata de direitos de desenvolvimento da
personalidade, tais como oportunidade econômica, educação e saúde, e,
mediatamente, de direitos linguísticos.
A questão jurídica aqui tratada pode enquadrar-se tanto em um modelo quanto
em outro, já que pode ser ela referida ao direito de liberdade de expressão na
própria língua e também ao direito do indígena de falar sua própria língua por
força do seu direito ao desenvolvimento de sua personalidade. Mas há mais. A
Constituição Federal de 1988 (CF) positivou, expressamente, norma específica
que protege as línguas indígenas, reconhecendo-as e indo, portanto, mais além
do que as normas internacionais de direitos humanos. Essa proteção tem a ver
com a ideia maior da própria cultura, que se compõe das relações entre as
pessoas com base na linguagem.
Paulo Thadeu Gomes da Silva. Direito linguístico: a propósito de uma decisão
judicial. In: Revista Internacional de Direito e Cidadania, n.º 9, p. 1837,

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fev./2011. Internet: <http://6ccr.pgr.mpf.gov.br> (com adaptações).

Acerca das estruturas linguísticas do texto, julgue o item subsecutivo.


A substituição da expressão “em qual” por que preservaria a correção da
estrutura sintática do texto.
Certo
Errado
Comentários:
Os pronomes interrogativos QUAL e QUE são equivalentes, normalmente
podendo ser utilizados um no lugar do outro.
Entretanto, há de se observar a presença da preposição EM, exigida pelo
verbo EXPRESSAR-SE (se expressar em determinado idioma), devendo ela
permanecer acompanhando o pronome “que”.
“... indeferiu pedido do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse
feita a pergunta sobre em qual/em que idioma elas se expressariam melhor...”
Gabarito: Errado

3) CESPE/TJ/STF/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013
O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter havido o
saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao
futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido. Agatão está certo
ao escrever: “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
Em outras palavras, a necessidade do passado se contrapõe à possibilidade do
presente, em decorrência da indeterminação do futuro. O possível está,
portanto, articulado ao tempo presente como escolha que determinará o sentido
do futuro, que, em si mesmo, é contingente porque depende de nossa
deliberação, escolha e ação.
Isso significa, todavia, que, uma vez feita a escolha entre duas alternativas
contrárias e realizada a ação, aquilo que era um futuro contingente se
transforma em um passado necessário, de tal maneira que nossa ação
determina o curso do tempo. É essa passagem do contingente ao necessário

Marilena Chaui. Contra a servidão voluntária. Belo Horizonte: Editora


Fundação Perseu Abramo, 2013, vol. 1, p. 114 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item a seguir.

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A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição


‘de’ (l.4).
Certo
Errado
Comentários:
A preposição DE está no texto para atender à regência do nome “privado”
que, da mesma forma que o verbo PRIVAR-SE, exige a presença da preposição
(privar-se de algo/ estar privado de algo).
“Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer que o que
foi não tenha sido”
Gabarito: Errado

4) CESPE/AA/ICMBio/2014
Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodoviária dominante desde a década
de 60 do século passado, nunca viraria um modelo de planejamento urbano.
Em uma época em que parecia fazer mais sentido priorizar o trânsito de carros,
Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres do país. Antes
de se tornar o maior calçadão da Europa, com um quilômetro de extensão, a
Stroget era uma rua comercial dominada por automóveis, assim como todo o
centro da cidade. O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os
espaços urbanos deveriam servir para a interação social. Na época, foi criticado
pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas não
riam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas
triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência
reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para
o usufruto e o conforto das pessoas.
Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).
Julgue o item, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima.
Nas sequências “acreditava que os espaços urbanos” e “ponderavam que as
pessoas não passariam”, o “que” introduz complementos oracionais para as
formas verbais “acreditava” e “ponderavam”.
Certo

Comentários:
O verbo ponderar é transitivo direto – TD (quem pondera, pondera algo).
Portanto na oração temos o seguinte:
“(os comerciantes) que (sujeito) ponderavam (VTD) que as pessoas não
passariam (OD)”

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Em relação ao verbo ACREDITAR, temos algo interessante:


Apesar de o verbo acreditar ser classificado como transitivo indireto (acreditar
em algo ou em alguém), quando o seu complemento é oracional essa
preposição desaparece.
Ex. Eu acredito que serei feliz.
Repare que a preposição em não cabe em tal construção.
No entanto, os gramáticos não são unânimes em classificar o complemento
oracional do verbo acreditar em OD ou OI.
Os primeiros dizem que o verbo pode tornar-se TD, enquanto os segundos
dizem que a preposição fica implícita, portanto, fique ligado!
Finalmente, podemos concluir que o “que” (conjunção integrante), introduz os
dois complementos oracionais.
Gabarito: C

5) CESPE/AUFC/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Tecnologia da


Informação/2010
A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais
moldada e "globalizada" pela transmissão e difusão das formas significativas,
visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o
desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente
frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma
nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de
novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se
necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução,
nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados.
Vera Lúcia Pires. A identidade do sujeito feminino: uma leitura das
desigualdades. In: M. I. GhilardiLucena (Org.). Representações do feminino.
PUC: Átomo, 2003, p. 209 (com adaptações).
Julgue o item seguinte, relativo à organização das ideias no texto acima e aos
seus aspectos gramaticais.
Na linha 7, o uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o
conectivo "bem como" introduz um segundo complemento ao verbo assistir.

Errado
Comentários:
O verbo assistir no sentido de ver ou presenciar pede a preposição A, vamos
então à análise do período proposto:

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“assiste-se (VTI) hoje (AAV) a uma nova tendência de politização e visibilidade


do privado (OI), ..., bem como (conectivo) à privatização do público (OI)”
Portanto, afirmativa correta!
Temos um verbo com dois complementos ligados por um conectivo.
Assiste-se a uma coisa e a outra coisa...
Aproveite para lembrar outras regências de assistir.

ASSISTIR •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente.


(cuidar, prestar assitência)
TD / TI (a) / •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar)
TI (a) /
•Esse direito não lhe assiste. (caber um direito)
I (em) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir)

Gabarito: C

6) FUNCAB/AA/PRF/2014

Texto 1
Inauguração da Avenida
[...]
Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio.
O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está
comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom
das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou
naquele grupo.
Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo do povo rude, que contempla e critica a arquitetura
dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele
tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando
uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da

acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez


deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto
subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o
nome de “mistérios da Graça revelada” aquela simples e rude gente, que nunca
vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da
arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com

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clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro


ordinário o diamante puro.
É que o nosso povo nascido e criado neste fecundo clima de calor e umidade,
que tanto beneficia as plantas como os homens tem uma inteligência nativa,
exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e relâmpagos, e que apanha e
fixa na confusão as ideias, como a placa sensibilizada de uma máquina
fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo de uma faísca de luz oxídrica,
todos os objetos mergulhados na penumbra de uma sala...
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na revolução
moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da reforma
material da cidade.
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo coberto
de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que imediatamente nas
almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom gosto: olhos, que só
haviam contemplado até então betesgas, compreenderam logo o que é a
arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, estupidamente
conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas restar a
lembrança?
[...]
E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais uma
vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...]
Gazeta de Notícias 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São
Paulo: Companhia de Letras, 1996, p. 264267
Vocabulário:
baiuca: local de última categoria, malfrequentado.
betesga: rua estreita, sem saída,
mó: do latim “mole” , multidão; grande quantidade,
revolutear: agitarse
em várias direções,
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto
Texto 2
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho
e não se perturba levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto
urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter
sorvete a domicílio.
É a sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio
acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido

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colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor


derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o
ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto.
Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e uma perna mais curta
foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d’água no asfalto.
Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o
sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão,
trimtrim.
Trevisan, Dalton. In: Bosi, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo.
14" Ed. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 189.
Em um dos textos, o autor incorreu, de acordo com a norma culta, na construção
da frase, em erro na escolha da preposição. Aponte-a, dentre as alternativas
apresentadas.
a) “Não falo das conversas da gente culta...” (texto 1 §3)
b) “ ...entrega sem derreter sorvete a domicílio.” (texto 2 § 1)
c) “ ...liberta o gênio acorrentado ao pedal.” (texto 2 § 2)
d) “E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio...” (texto1 §9)
e) “Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus.” (texto 2 § 4)
Comentários:
Alternativa A - Correta – Podemos, perfeitamente, falar de algo ou até mesmo
de alguém.
Alternativa B - Incorreta – O nome “entrega” pede a preposição em, assim, o
certo é entrega em domicílio.

RESIDENTE - ENTREGA •Ele é residente na Rua da União, nº 9.


em •Entregamos em domicílio.

Alternativa C - Correta – O adjetivo “acorrentado” exige a preposição “a” (estar

Alternativa D - Correta – Quem chega, chega a algum lugar.

CHEGAR •Chegou ao aeroporto na hora certa.


TI (a) •Chegamos a Recife pela manhã.

Alternativa E - Correta – O verbo OPOR é TDI (opor uma coisa a outra). Eis

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outros verbos que seguem a mesma regência:

PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)

Gabarito: B

7) FCC/AJ/TRT 15/Apoio Especializado/Odontologia/2015


Atenção: Para responder às questões de números, considere o texto abaixo.
Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma
das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo.
Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores
vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da
lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou
escondermos a infâmia.
Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou
gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime
tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à
conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra
época da história humana.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de
mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com
dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de milhares
ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo
jamais feito sobre a escravidão atual. Promovido pela Associação Walk Free, o
Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar
o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13
milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente que
continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas
transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas
roças.
Conclusões principais do estudo? Pessoalmente, interessam-me duas. A
primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para
não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".

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De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo


contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela.
A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem
negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a
existir.
Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a
escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje,
dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e
até na América Latina? [...]
O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo
algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que
Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos
infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não
têm final feliz.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br)

No contexto dado, possui a mesma regência do verbo presente no segmento


A escravidão que denunciava com dureza, o que se encontra sublinhado em:
a) Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos... (8º parágrafo)
b) ... número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões... (5º
parágrafo)
antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao
Novo Mundo. (7º parágrafo)
d) ... o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria... (4º parágrafo)
e) Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão... (1º parágrafo)
Comentários:
O verbo DENUNCIAR é TD, portanto não pede preposição em sua regência (ex.
denunciou as irregularidades).
Alternativa A – Incorreta – A regência do verbo FALAR, da forma empregada,
exige a preposição DE, ou mesmo SOBRE (falar do assunto/falar sobre o
assunto).
Alternativa B – Incorreta – O verbo OSCILAR é TI e exige a preposição ENTRE
em seu complemento.
Alternativa C – Correta – O verbo COMPRAR é TD (comprar algo).
Alternativa D – Incorreta – O verbo SER é verbo de ligação e na oração, é
complementado por um predicativo do sujeito – PDS.

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Alternativa E – Incorreta – O verbo ASSISTIR no sentido de presenciar é TI,


regendo a preposição A.

Gabarito: C

8) CESPE/Tec./MPU/Administrativo/2010
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de
desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A
chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também
viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e
adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução
Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer
erradicado, ele continua sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e estruturas linguísticas do texto, julgue o item
subsequente.
O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma
verbal "obriga".
Certo
Errado
Comentários:
Quem obriga, obriga (VTD) alguém (OD) a algo (OI).
Nesse caso:
“obriga (VTD) crianças e adolescentes (OD) a participarem do processo de

Eis alguns verbos que possuem a mesma regência:

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PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)

Gabarito: C

9) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Acerca das ideias, dos sentidos e de aspectos gramaticais do texto, julgue o
próximo item.
Na linha 1, a eliminação da preposição “com”, que se segue à forma verbal
“rompendo”, cujo significado no contexto é o de afastar; desfazer; eliminar,
prejudicaria a correção gramatical do período em que se encontra.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo ROMPER, possui duas regências, cada qual com um sentido diferente.
ntado
pelo enunciado (desfazer, eliminar, afastar).
Quando empregamos o verbo romper regido pela preposição com, ele tem o
sentido de terminar uma relação, este é o sentido empregado no texto.
Portanto, no enunciado, o sentido está trocado, por isso a questão está
errada, embora a eliminação da preposição com não deixe a oração
gramaticalmente incorreta, o sentido original do texto ficaria prejudicado.

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Gabarito: E

10) FUNCAB/Ana. Sist/SESACRE/2014


Leia o texto abaixo e responda à questão proposta.
Aquilo
– De uns tempos para cá, eu só penso naquilo.
– Eu penso naquilo desde os meus, sei lá, onze anos.
– Onze anos?
– É. E o tempo todo.
– Não. Eu, antigamente, pensava pouco naquilo. Era uma coisa que não me
preocupava. Claro que a gente convivia com aquilo desde cedo. Via acontecer à
nossa volta, não podia ignorar. Mas não era, assim, uma preocupação constante.
Como agora.
– Pra mim sempre foi. Aliás, eu não penso em outra coisa.
– Desde criança?!
– De dia e de noite.
– E como é que você conseguia viver com isso, desde criança?
– Mas é uma coisa natural. Acho que todo mundo é assim. Você é que é anormal,
se só começou a pensar naquilo nessa idade.
– Antes eu pensava, mas hoje é uma obsessão. Fico imaginando como será. O
que eu vou sentir.Como será o depois.
– Você se preocupa demais. Precisa relaxar.A coisa tem que acontecer
naturalmente. Se você fica ansioso é pior. Aí sim, aquilo se torna uma angústia,
em vez de um prazer.
–Um prazer? Aquilo?
– Pra você não sei. Pra mim, é o maior prazer que um homem pode ter. É quando
o homem chega ao paraíso.
– Bom, se você acredita nisso, então pode pensar naquilo como um prazer. Pra
mim é o fim.
– Você precisa de ajuda, rapaz.
– Ajuda religiosa? Perdi a fé há muito tempo.
Da última vez que falei com um padre a respeito, só o que ele me disse foi que
eu devia rezar. Rezar muito, para poder enfrentar aquilo sem medo.
– Mas você foi procurar logo um padre? Precisa de ajuda psiquiátrica. Talvez
clínica, não sei. Ter pavor daquilo não é saudável.
– E eu não sei? Eu queria ser como você. Viver com a perspectiva daquilo

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naturalmente, até alegremente. Ir para aquilo assoviando.


– Ah, vou. Assoviando e dando pulinho. Olhe, já sei o que eu vou fazer. Vou
apresentar você a uma amiga minha. Ela vai tirar todo o seu medo.
– Sei.Uma dessas transcendentalistas.
– Não, é daqui mesmo. Codinome Neca. Com ela é tiro e queda. Figurativamente
falando, claro.
– Hein?
–O quê?
– Do que é que nós estamos falando?
– Do que é que você está falando?
– Daquilo. Da morte.
–Ah.
– E você?
– Esquece.
VERISSIMO, Luis Fernando. Aquilo. In: Novas Comédias da Vida Privada.
PortoAlegre: L&PM, 1996. p. 4344.
A alternativa a seguir que pode substituir corretamente os termos destacados
no fragmento “Vou apresentar VOCÊ A UMA AMIGA MINHA.” (§ 20) é:
a) Vou apresentar-lhe a uma amiga minha.
b) Vou apresentar-lhe a você.
c) Vou apresentá-lo a uma amiga minha.
d) Vou apresentá-la uma amiga minha.
e) Vou apresentá-la você.
Comentários:
O verbo APRESENTAR é TDI (apresentar uma pessoa a outra pessoa). Temos
então duas possibilidade nessa oração:
Vou apresentar você (TD) a uma amiga (TI). = Vou apresentá-lo a uma amiga.
ou
Vou apresentar a você (TI) uma amiga (TD). = Vou apresentar-lhe uma amiga.
Lembre-se que o pronome “o” é para objetos diretos, enquanto “lhe” é para
objetos indiretos, pois significa a ele(a).
Logo:
Alternativa A - Incorreta – Dois objetos indiretos.
Alternativa B - Incorreta – Dois objetos indiretos e sem sentido!

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Alternativa C - Correta – Como explicamos acima.


Alternativa D - Incorreta – Dois objetos diretos.
Alternativa E - Incorreta – Dois objetos diretos e sem sentido!
Gabarito: C

11) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2013
A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas
democráticos de governo se fortalecem à medida que os governos eleitos
assumem a liderança de processos de mudanças que buscam o atendimento
das demandas de sociedades cada vez mais complexas e alcançam resultados
positivos perceptíveis pela população.
Contemporaneamente, para o alcance de resultados de desenvolvimento
nacional, exige-se dessa liderança não apenas o enfrentamento de desafios de
gestão, como a busca da eficiência na execução dos projetos e das atividades
governamentais, no conhecido lema de “fazer mais com menos”, mas também
o desafio de “fazer melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo,
nos serviços públicos de educação e saúde prestados à população. Esse novo
desafio de governo tem como consequência um novo requisito de gestão, o que
implica a necessidade de desenvolvimento de novos modelos de governança
para se alcançarem os objetivos e metas de governo, em sintonia com a
sociedade.
Outros aspectos sócio-técnicos importantes que caracterizam a nova
governança pública se relacionam aos anseios de maior participação e controle
social nas ações de governo, que, somados ao de liberdade, estabelecem o
cerne do milenar conceito de cidadania (participação no governo) e os valores
centrais da democracia social do século XXI.
Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o modelo secular
de governança pública em todas as suas dimensões: política, econômica, social
e tecnológica. Com a evolução sociotécnica, fortemente alavancada pelo
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, as mudanças
na governança pública implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a
burocracia, nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.
Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a


seguir.
Na linha 7, o emprego da preposição em “dessa liderança” justifica-se pela
regência do verbo exigir.

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Certo
Errado
Comentários:
Na regência verbal temos que considerar a transitividade do verbo, ou seja,
se o verbo é intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto.
Os verbos transitivos diretos exigem complemento sem preposição (objeto
direto) e os transitivos indiretos pedem complemento com preposição (objeto
indireto).
O verbo EXIGIR é TDI, pois, quando exigimos, exigimos algo (OD) de alguém
(OI).
Em nosso caso concreto, temos o seguinte:
“exige-se (VTDI) dessa liderança (OI) não apenas o enfrentamento... (OD)”
Gabarito: C

12) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Com referência a aspectos gramaticais do texto, julgue o item subsequente. As
relações de coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a
preposição “a”, logo depois da forma verbal “limita-se”, fosse substituída pela
preposição de.

Errado
Comentários:
A regência do verbo limitar-se no sentido empregado admite apenas a
preposição A.

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Para sorte do candidato, a substituição proposta pela banca não pega bem nem
mesmo para os ouvidos. Portanto, precisamos, também, desenvolver esta
percepção “auditiva”, o que se chama de “feeling”, uma vez que não temos
condições de decorar tudo de todos os assuntos.
Gabarito: E

13) FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2009
O leitor já viu onde quero chegar.
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente à
apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação da
linguagem ao padrão normativo.
a) Já observou o leitor onde quero chegar.
b) O leitor já viu aonde quero chegar.
c) Quero chegar onde o leitor já viu.
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar.
Comentários:
Alternativas A – Incorreta – A despeito da prolixidade causada pela inversão da
oração. A regência do verbo CHEGAR exige a preposição A, por isso devemos
utilizar o termo aonde (preposição A + pronome relativo ONDE).
Alternativa B – Correta – Quem chega, chega a algum lugar. Portanto utilizamos
a expressão aonde.
Alternativa C – Incorreta

CHEGAR •Chegou ao aeroporto na hora certa.


TI (a) •Chegamos a Recife pela manhã.

Alternativa D – Incorreta – Deveria ter sido usada a preposição A em vez da


preposição “em” no início da frase devido à regência de CHEGAR
Alternativa E – Incorreta – É indevida a utilização do pronome “cujo” que traz
em si a ideia de POSSE. As formas possíveis seriam: aonde ou a que.

14) CESPE/TA/ANATEL/Administrativo/2014
As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a
locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas
assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas

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vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à


impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente
sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba
português responderá sem hesitação que a palavra da língua portuguesa
“amanhã” quer dizer “morgen”. Mas coitado do alemão que vá para o Brasil
acreditando que, quando um brasileiro diz “amanhã”, está realmente querendo
dizer “morgen”. Raramente está. “Amanhã” é uma palavra riquíssima e tenho
certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume
teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição.
“Amanhã” significa, entre outras coisas, “nunca”, “talvez”, “vou pensar”, “vou
desaparecer”, “procure outro”, “não quero”, “no próximo ano”, “assim que eu
precisar”, “um dia destes”, “vamos mudar de assunto” etc. e, em casos
excepcionalíssimos, “amanhã” mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido
no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir
qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com
a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães
é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas
tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica
no Brasil o fazem por causa de “amanhãs” casuais que os levam, no mínimo, a
um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros.
João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. In: Um brasileiro em Berlim.
1993 (com adaptações).
Em relação às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item
subsequente.
mo período do texto poderia ser reescrito, com coerência e correção
gramatical, da seguinte forma: Não disponho de estatísticas confiáveis, mas
estou certo que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no
Brasil, para grande surpresa de seus amigos brasileiros, o fazem por causa de
“amanhãs” casuais que lhes levam, no mínimo, um colapso nervoso.
Certo
Errado
Comentários:
Encontramos na transcrição do texto, dois erros e uma questão controversa, a
qual iremos falar a respeito.
cada
dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil, para grande surpresa de
seus amigos brasileiros, o fazem por causa de “amanhãs” casuais que lhes
levam, no mínimo, um colapso nervoso. ”
As partes em vermelho indicam os erros.
Houve a troca do pronome OS pelo pronome LHES.

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Como sabemos “os” complementa um verbo transitivo direto, enquanto “lhes”,


um vebo transitivo indireto.
Houve, também, a ausência da preposição A exigida pelo verbo levar (levam
a um colapso).
Se não houvesse esses dois erros contundentes, ficaria difícil responder à
questão, pois o trecho em amarelo é bem polêmico e há diversos
posicionamentos de gramáticos em relação ao assunto.

Podemos omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção


integrante.
Exemplo:
• Fez com que todos ficassem bem. = Fez isso
• Fez que todos ficassem bem. = Fez isso
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas
(aquelas que podem ser substituídas por “ISSO”).
Sempre que podermos substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que
ele é pronome relativo, portanto a preposição NÃO poderá ser omitida.

Quando a oração, introduzida pela conjunção integrante “que”, complementa


um nome (função de complemento nominal – CN), há autores que abonam
tal omissão e outros que condenam.
Por isso, cuidado!!!!!
Então você pergunta: E agora?
E eu vos digo: Não há receita de bolo, observe a questão e torça para haver,
como nesta, outros erros que sejam evidentes.
Que a Força esteja com você!
Eis ao trecho corrigido da maneira “mais convencional”:
m cada
dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil, para grande surpresa de
seus amigos brasileiros, o fazem por causa de “amanhãs” casuais que os levam,
no mínimo, a um colapso nervoso. ”
Gabarito: E

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15) FUNCAB/Adv/EMDAGRO/2014
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Existem pessoas frágeis, mas sexo frágil, esqueça. As mulheres nunca
estiveram tão fortes, decididas, abusadas até. O que é saudável: quem não
busca corajosamente sua independência acaba sobrando e vivendo de queixas.
Uma sociedade de homens e mulheres que prezam sua liberdade e atingem seus
objetivos é um lugar mais saudável para se viver. Realização provoca alegria.
O que não impede que prestemos atenção no que essa metamorfose pode ter
de prejudicial. As mulheres se masculinizaram, é fato. Não por fora, mas por
dentro. As qualidades que lhes são atribuídas hoje, e as decorrentes conquistas
dessa nova maneira de estar no mundo, eram atributos considerados apenas
dos homens. Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum: nem eles
de seu perfil batalhador, nem nós da nossa afetividade. Geração bivolt. Homens
e mulheres funcionando em dupla voltagem, com todos os atributos em comum.
Mas seguimos, sim, precisando uns dos outros – como nunca.
Não são poucas as mulheres potentes que parecem conseguir tocar o barco
sozinhas, sem alguém que as ajude com os remos. Mas é só impressão. Talvez
não precisemos de quem reme conosco, mas há em todas nós uma necessidade
ancestral de confirmar a fêmea que invariavelmente somos. E isso se dá através
da maternidade, do amor e do sexo. Se não for possível ter tudo (ou não quiser),
ao menos alguma dessas práticas é preciso exercer na vida íntima, caso
contrário, viraremos uns tratores. Muito competentes, mas com a identidade
incompleta.
Nossa virilização é interessante em muitos pontos, mas se tornará brutal se
chegarmos ao exagero de declarar guerra aos nossos instintos. O.k., ser mãe
não é obrigatório, ter um grande amor é sorte, e muitas fazem sexo apenas
para disfarçar o desespero da solidão, mas seja qual for o contexto em que nos
encontramos, é importante seguir buscando algo que nos conecte com o que
nos restou de terno, aquela doçura que cada mulher sabe que ainda traz em si
e que deve preservar, porque não se trata de uma fragilidade paralisante, e sim
de uma característica intrínseca ao gênero, a parte de nós que se reconhece
vulnerável e que não precisa se envergonhar disso. Se é igualdade que a gente
quer, extra, extra: homens também são vulneráveis.
Cuida bem de mim”, dizia o refrão de uma antiga música do Dalto, e que Nando
Reis regravou recentemente. Cafona? Ora, se a gente não se desfizer da nossa

construção desta “nova mulher” terá se desviado para uma caricatura. A


intenção não era a gente se transformar no estereótipo de um homem, era?
(MEDEIROS, Martha. O Globo: 04/04/2012)
Releia-se a seguinte passagem do texto a ser reescrita:
"[...] mas seja qual for o contexto em que nos encontramos, é importante seguir

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buscando algo que nos conecte com o que nos restou de terno, aquela doçura
que cada mulher sabe que ainda traz em si e que deve preservar, porque não
se trata de uma fragilidade paralisante, e sim de uma característica intrínseca
ao gênero, a parte de nós que se reconhece vulnerável e que não precisa se
envergonhar disso.” (§ 4)
A mudança inaceitável por ferir norma da língua padrão ou alterar o sentido do
enunciado está destacada em:
a) seja qual for o contexto EM QUE nos encontramos /QUE
b) que nos conecte COM o que nos restou de terno /A
c) PORQUE NÃO SE TRATA de uma fragilidade paralisante /DADO NÃO SE
TRATAR
d) E SIM de uma característica /SENÃO
e) e QUE não precisa se envergonhar DISSO / e DE QUE não precisa se
envergonhar
Comentários:
Alternativa A - Incorreta – O termo “em que” é um pronome relativo (note
que pode ser substituído por no qual).
Podemos omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção
integrante.
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas
(aquelas que podem ser substituídas por “ISSO”). Sempre que podermos
substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que ele é pronome relativo,
portanto a preposição NÃO poderá ser omitida.
Alternativa B - Correta – O verbo CONECTAR admite ambas as preposições –
“com” e “a” sem mudança de sentido.
Alternativa C - Correta – As duas expressões têm valor explicativo e o verbo
TRATAR permanece regido pela preposição “de”.
Alternativa D - Correta – A expressão “e sim” tem valor adversativo ou de
oposição, similar a “senão”, mas, porém, todavia e etc.
Alternativa E - Correta – O verbo ENVERGONHAR-SE exige a preposição “de”
(envergonhar-se de algo). Enquanto a primeira opção traz “envergonhar
onhar -
se).
Gabarito: A

16) CESPE/TEFC/TCU/2004

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O republicano George W. Bush veio a público dizer que é um "presidente da


guerra" e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo
combate global ao terrorismo. Essa "guerra", disse o presidente dos EUA, define
hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norteamericanas. "Tomo
minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse
assim, mas é a verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem um
presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é
importante lidar com eles", disse Bush. Ao conceder a rara entrevista, Bush
tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos
pré-candidatos democratas.
Folha de S. Paulo, 9/2/2004 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem.
Em "aos ataques", o emprego de preposição justifica-se pela regência do verbo
"reagir".
Certo
Errado
Comentários:
O verbo reagir é transitivo indireto e sua regência pede a preposição A (quem
reage, reage a algo).
Ex. Ele reagiu aos ataques.
Gabarito: C

17) CESPE/Procurador (MP TCU)/TCU/2004


A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos
participam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua
unilateralidade, precisa ser confrontado com outros. Segue-se a necessidade de
que todos os seres humanos sejam incluídos no seu âmbito. Sob esse aspecto,
a moral pública é uma moral cosmopolita, pois estabelece regras de convivência
e direitos que asseguram que os homens possam ser morais. É nesse sentido
que os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do
século XVIII, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por
certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto,
aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de
sima,
tomando os impeditivos categóricos dela como um momento particular do
exercício humano de julgar moralmente.
José Arthur Gianotti. Moralidade pública e moralidade privada. In: Ética,
Adauto Novaes (org.). São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal
de Cultura, 5.ª impressão, 1997, p. 244 (com adaptações).

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Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.


Pelas relações gramaticais e semânticas do texto, é correto afirmar que a
presença da preposição "de" nas duas ocorrências do termo "de que" é exigida,
respectivamente, pela regência das palavras "esfera" e "necessidade".
Certo
Errado
Comentários:
A regência do substantivo “necessidade” exige a preposição DE antes do termo
“que”.
No entanto, na primeira oração, a preposição “de” não é exigência de “esfera”
e sim do verbo participar (os seres humanos participam de...”).
A regência nominal estuda essa relação de subordinação quando o termo
regente é um NOME (substantivo, adjetivo ou advérbio).
Exemplos:
• medo da chuva (substantivo)
• diferente de mim (adjetivo)
• favoravelmente ao projeto (advérbio)
Vamos ver alguns nomes e suas respectivas regências:

ACESSÍVEL •O texto era acessível a todos.


a/para •O texto era acessível para todos.

•Fez tudo por amor à pátria.


AMOR
•Nada maior que o amor de mãe.
a/de/por
•"Como é grande o meu amor por você."

•Estava feliz com a mudança.


FELIZ •Ficou feliz de poder auxiliar o amigo.
com/de/em/por •Ficou feliz em poder auxiliar o amigo.
•Ficou feliz por eles.

•Tinha obediência ao pai.


OBEDIÊNCIA
•Sua obediência de filho impressionava.
a/de/para com
•Tinha obediência para com o seu pai.

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RESIDENTE /ENTREGA •Ele é residente na Rua da União, nº 9.


em •Entregamos em domicílio.

Gabarito: E

18) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico ao Processo


Legislativo/Processo Legislativo/2008
Vinte anos da Constituição de 1988
A Constituição de 1988, cujos 20 anos de promulgação estamos fazendo
memória, nasceu fato pouco percebido pela sociedade brasileira de amplo
acordo político, o intitulado "compromisso com a nação". Esse pacto, talvez o
mais importante de nossa história republicana, ensejou a eleição da chapa
Tancredo Neves/José Sarney, por intermédio do Colégio Eleitoral, e tornou
possível, de forma pacífica, a passagem do regime autoritário para o Estado
democrático de Direito. Como toda obra humana, é evidente, uma constituição
tem virtudes e imperfeições. As virtudes decorrem do contexto histórico em que
são discutidas e votadas. No período 1987/1988, aspirava-se, antes de tudo, à
restauração plena das liberdades e garantias individuais e à edificação de uma
democracia sem adjetivos.
As imperfeições derivam, observo como constituinte, do afã de tudo regular,
conseqüência talvez da crença na onipotência do Estado. Daí a inserção de
matérias inassimiláveis em qualquer Constituição, algumas já corrigidas, como
a fixação dos juros bancários. Outro aspecto que configura alguns desafios ainda
não resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos dispositivos a
reclamar leis que lhes dêem eficácia plena. A propósito, convém recordar que,
promulgado o diploma constitucional, o Ministério da Justiça realizou
levantamento de que resultou a publicação do livro "Leis a Elaborar". Nele, à
época, foram relacionados, frise-se, 269 preceitos a exigir regulamentação.
Feitas as ressalvas, não é exagero afirmar que a Constituição de 1988, batizada
"Constituição Cidadã" pelo presidente Ulysses Guimarães, ofereceu ao povo
brasileiro a mais ampla Carta dos direitos individuais e coletivos e o mais
completo conjunto de direitos sociais que o país conheceu. Os capítulos dos
direitos políticos e dos partidos políticos, por sua vez, constituem inovação a

anteriores tratavam da matéria. O título IV, relativo à organização dos poderes,


é denso e o mais completo no que diz respeito ao Poder Legislativo, cujas
competências foram substancialmente ampliadas. Ressalve-se, contudo, o
alusivo às medidas provisórias, que ampliam a nossa insegurança jurídica por
não observarem freqüentemente os pressupostos de relevância e urgência.

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Com relação ao Poder Judiciário e à especificação das ações essenciais da


Justiça, a nossa Constituição também é inovadora, ao discriminar as funções do
Ministério Público, da advocacia da União e da Defensoria Pública e privada. O
mais criativo foi, sem dúvida, o estabelecimento dos juizados especiais, cíveis e
penais, que aproximaram a Justiça da população e tornaram mais ágeis as
decisões de interesse de maior parcela de brasileiros em questão relevante,
como a defesa de seus direitos. A discriminação de rendas entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os municípios caracteriza, com propriedade, o que
se convencionou chamar de "federalismo compartilhado" ou "federalismo
solidário", cuja prática, todavia, exige leis complementares previstas no
parágrafo único do artigo 23 da Constituição.
Já as finanças públicas se beneficiaram de reconhecidos avanços, como a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a proibição de práticas antigas, como a
vinculação de receita de impostos, a abertura de créditos suplementares ou
especiais sem prévia autorização e a instituição de fundos sem o mesmo
requisito.
A ordem econômica consagrou princípios vitais: a função social da propriedade,
as garantias de livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente
e o tratamento fiscal simplificado para micro, pequenas e médias empresas. A
tutela dos direitos sociais, anote-se, está devidamente resguardada, inclusive
pelo princípio de proteção das minorias, como crianças e adolescentes, idosos e
índios, e o estabelecimento da igualdade étnica. A ampla cobertura da
Previdência Social é, indubitavelmente, um dos maiores programas de proteção
social e distribuição de renda de todo o mundo. Cumpre, agora, completar a
obra iniciada, que pressupõe a realização das reformas políticas. Sem elas não
se assegura solidez às instituições brasileiras indispensáveis ao pleno
travejamento da democracia.
(Marco Maciel. Folha de São Paulo, 5 de outubro de 2008.)
"...aspirava-se, antes de tudo, à restauração plena das liberdades e garantias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos."
Assinale a alternativa em que a substituição da forma verbal no trecho acima
não tenha provocado inadequação à norma culta. Despreze as alterações de
sentido.
a) ...implicava-se, antes de tudo, na restauração plena das liberdades e
garantias individuais e na edificação de uma democracia sem adjetivos.
ntias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.
c) ...almejava-se, antes de tudo, a restauração plena das liberdades e garantias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.
d) ...procedia-se, antes de tudo, a restauração plena das liberdades e garantias
individuais e a edificação de uma democracia sem adjetivos.

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e) ...buscava-se, antes de tudo, à restauração plena das liberdades e garantias


individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O verbo implicar é TD (uma coisa implica outra),
por isso não cabe a preposição “em” na oração acima. Cuidado, esse é um erro
que muito frequente.
Alternativa B – Correta – O verbo visar no sentido de desejar é transitivo
indireto e exige a preposição “a” (ele visava ao seu objetivo).

•O competidor visou o alvo. (apontar)


VISAR
•A chefe visou os documentos. (por visto)
TD TD TI (a)
•Nós visamos a um grande objetivo. (objetivar)

Alternativa C – Incorreta – O verbo almejar é TD, por isso não cabe a crase
antes de “edificação”.
Alternativa D – Incorreta – O verbo proceder no sentido de realizar é TI e
necessita da preposição “a” em seu complemento (procedemos aos trabalhos).

•Procedeu ao inquérito. (realizar)


PROCEDER
•Ele procede de outro país. (originar-se)
TI (a) (de) I
•O seu depoimento procede. (ter fundamento)

Alternativa E – Incorreta – O verbo buscar é TD, por isso não cabe preposição
em seu complemento, consequentemente não pode haver crase (prep A + art
A = à).
Gabarito: B

19) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria de Obras


Públicas/2009
As leis elaboradas pelo Poder Legislativo constituem um dos mais importantes
instrumentos para a proteção dos direitos naturais. Afinal, elas são as
responsáveis pela construção da liberdade individual no Estado de sociedade.
Ao compor a liberdade dos indivíduos em sociedade, elas também limitam o
poder governamental. A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas
à conquista de algum bem. A política é exercida sempre que as pessoas agem
e
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder seja exercido em
seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. A
expressão do consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos níveis
de governo, é essencial para que o Estado constitucional perdure e seja sempre
capaz de proteger os direitos inerentes às pessoas.

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Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência &
Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 423 (com adaptações).
No que concerne à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do
texto acima, julgue o próximo item.
Na linha 6, a preposição "de", que foi usada antes de um pronome relativo, é
obrigatória, visto que atende à regência do verbo guardar.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo guardar é transitivo direto, portanto não exige preposição.
A preposição “de” é exigência do nome “ideia” (ex. ter ideia de alguma coisa).
Ademais, o termo “que” não é pronome relativo (que retoma um termo já
citado no texto para evitar repetição) mas sim uma conjunção integrante que
introduz a oração subordinada substantiva completiva nominal “de que o
exercício da política é coletivo e racional” que complementa o nome “ideia”.
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas.
Somente estas podem ter a preposição suprimida.
Lembra da controvérsia de que falamos?
Quando a oração, introduzida pela conjunção integrante “que”, complementa
um nome (tem a função de complemento nominal – CN), há autores que
abonam tal omissão e outros que condenam.
De toda maneira a preposição não é exigida pelo verbo GUARDAR e sim pelo
nome “ideia”.
Gabarito: E

20) FGV/Analista Judiciário/TRE-PA/Judiciária/2011


Texto para a questão
Financiamento de campanhas eleitorais: aspectos éticos
Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo
eleitoral devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões
relacionadas ao financiamento de candidatos e partidos políticos.
Tradicionalmente, os controladores das empresas são os responsáveis pela
decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e partidos.
Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio
reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e
princípios das empresas.

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A consulta aos sócios e colaboradores sobre candidatos e partidos que a


empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão
desse apoio em algo coletivo. O simples fato de consultá-los ajuda a criar um
ambiente socialmente responsável nas empresas. É certo que a separação dos
valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das
empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério
para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a
determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte
dos empresários. Também é certo, por outro lado, que, ao aumentarem a
transparência do processo de tomada de decisões, as empresas adquirem o
respeito das pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e
são gratificadas com o reconhecimento e engajamento dos seus colaboradores
e a preferência dos consumidores, em consonância com o conceito de
responsabilidade social, o qual, é sempre bom lembrar, está se tornando cada
vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas para a
construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais
justo.
Outra iniciativa que pode ter grande impacto junto aos colaboradores, parceiros
e sócios das empresas é a promoção de debates sobre o processo eleitoral e o
funcionamento e atribuições das instâncias de poder em jogo nas eleições
(Presidência da República, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas).
As empresas podem convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas e
administradores públicos para a discussão de ideias, propostas e conceitos.
Também podem incentivar debates políticos dentro da empresa, bem como
trazer matérias sobre o tema em publicações internas. É importante
stificar a ideia de que política é uma sujeira só e sem utilidade. Essa é
uma forma de contribuir para aumentar a consciência política e a qualidade do
voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. Esse
procedimento ajuda a criar na sociedade ambiente ético e transparente,
acentuando a democracia nas relações sociais e políticas.
Além de consultar sócios, parceiros e colaboradores e de realizar debates, as
empresas podem também promover campanhas de esclarecimento junto a seus
colaboradores. Um conceito útil para ser adotado é o do voto consciente.
Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito
deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos
e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de “doar”
os
eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas
práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um
instrumento de cidadania. Voto consciente é aquele em que o cidadão pesquisa
o passado dos candidatos, avalia suas histórias de vida e analisa se as
promessas e programas eleitorais são coerentes com as práticas dos candidatos
e de seus partidos.

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(Instituto Ethos. A Responsabilidade Social das Empresas no Processo


Eleitoral. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Com adaptações.)
Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos...
No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em completo acordo com
a norma culta. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.
a) O povo aspira a governos menos corruptos.
b) Ele assiste em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das empresas.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O verbo aspirar no sentido de desejar é transitivo
indireto e sua regência exige a preposição “a”, portanto quem aspira, aspira a
algo.

ASPIRAR •Ela aspirou o ar puro da serra. (inalar, inspirar)


TD / TI (a) •Ele aspirava a uma vida melhor. (desejar)

Alternativa B – Correta – Apesar de raro esse sentido do verbo assistir (morar,


residir) a regência está correta. O verbo assistir no sentido de morar é
intransitivo, portanto a preposição “em” faz parte da locução adverbial de lugar
“em Belém”.

ASSISTIR •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente.


(cuidar, prestar assitência)
TD / TI (a) / •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar)
TI (a) /
•Esse direito não lhe assiste. (caber um direito)
I (em) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir)

Alternativa C – Incorreta – O verbo implicar é TD (uma coisa implica outra),


por isso não cabe a preposição “em” na oração acima (O combate à corrupção
implica medidas éticas por parte das empresas).

IMPLICAR •Um filho implica muitas responsabilidades. (acarretar)


•Os delatores o implicaram no escândalo de corrupção.
(em) / TI (envolver, comprometer)
(com) •Ela implica com os coleguinhas. (discutir, brigar)

Alternativa D – Correta – O verbo pagar é TDI (pagar algo a alguém), porém é


possível que a oração traga apenas um objeto, que nesse caso foi “aos
funcionários” (OI). A expressão “na data correta” é AAV de tempo.

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Alternativa E – Correta – Quem esquece, esquece algo ou se esquece de


algo.

ESQUECER •Esqueceu a aula.


•Lembrou a lição.
LEMBRAR
•Esqueceu-se da aula.
TD / TI (de) •Lembrou-se da lição.

Gabarito: C

21) SMA-RJ/(antiga FJG)/ACE/TCM-RJ/Tecnologia da


Informação/2011
Leia o texto abaixo e responda, a seguir, à questão proposta:
Muita gente deu risada, nos últimos dias, com uma pesquisa italiana a respeito
do melhor jeito de dar promoções no trabalho. Os três cientistas da Universidade
de Catânia concluíram que promover funcionários com base no mérito não é a
melhor estratégia. Em vez disso, a empresa que quisesse acumular a maior
“quantidade” possível de competência deveria promover os funcionários na
louca, aleatoriamente. Num dos cenários do estudo, também seria bom negócio
promover sempre os piores funcionários.
Talvez você esteja pensando “opa, meu trabalho já aplica isso aí…” Pois é, os
italianos tocaram num tema interessante no tal estudo. Como eles chegaram a
essa conclusão? Eles aplicaram uma piadinha de administração dos anos 60, o
“Princípio de Peter”. Segundo esse princípio, o funcionário vai sendo promovido
(ou seja, removido) enquanto for competente, até chegar a um nível em que é
incompetente (e ali permanece, pelo menos por um tempo, antes de ser
demitido). Em outras palavras, a empresa sempre tira as pessoas dos cargos
em que elas são boas e as leva para outros, em que elas podem ser péssimas.
O autor dessa sacada, o psicólogo canadense Laurence Peter, considerava que
as habilidades exigidas numa empresa não se acumulavam e que as habilidades
de um nível hierárquico não eram semelhantes às exigidas no nível abaixo. Ou
seja, só porque você era o melhor vendedor da empresa, não quer dizer que
será um bom coordenador de vendedores – o que faz muito sentido.
Os pesquisadores italianos Alessandro Pluchino, Andrea Rapisarda e Cesare
Garofalo testaram o Princípio de Peter num modelo matemático, para simular

experimentaram a lógica do senso comum, de que a pessoa leva com ela a


maior parte da competência mostrada no cargo anterior, e a lógica do Princípio
de Peter, de que mostrar competência no novo cargo não tem nada a ver com
o cargo anterior. Para cada lógica, experimentaram três diferentes políticas de
promoção dos funcionariozinhos virtuais: promover sempre os melhores,
promover sempre os piores e promover aleatoriamente.

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Na média dos seis resultados, a promoção aleatória foi a melhor para acumular
competência na empresa. Também foi possível, pela lógica de Peter, ter bom
resultado promovendo sempre os piores (já que os melhores continuavam
fazendo o que faziam bem) e intercalando promoções dos melhores e dos piores.
Organizações e equipes de todos os tamanhos deveriam tentar fugir do Princípio
de Peter. Até as empresas já têm algumas ideias novas: testar o funcionário
com desafios do cargo que ele deve assumir, antes de promovêlo; permitir que
o funcionário que já mostrou competência possa ser testado em mais de uma
função; sair da estrutura de pirâmide e tentar jeitos novos de se organizar, com
menos hierarquia e mais flexibilidade; ter caminhos variados para o funcionário
avançar na carreira.
O trabalho recebeu em Harvard um prêmio Ig Nobel, dado a pesquisas
excêntricas “que fazem pessoas rir antes de pensar”, como é definido pela
entidade que o concede, a Improbable Research (“Pesquisa Improvável”).
E você, acha que o mundo consegue escapar do Princípio de Peter?
(Giffon, Carlosi. A empresa em que os piores funcionários ganham as
promoções. In: Época. 2.10.2010)
Entre as alternativas abaixo, a que NÃO apresenta impropriedade gramatical é:
a) A crise a que se assiste na economia mundial cria pesquisas insólitas.
b) A empresa da qual o diretor foi premiado não segue tal teoria.
c) Os temas que trata a pesquisa fazem os economistas pensar.
d) Os funcionários de que nos referimos são os competentes.
e) Os cientistas italianos que falamos são os autores da pesquisa.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O verbo assistir no sentido de presenciar está
corretamente regido pela preposição “a”.

ASSISTIR •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente.


(cuidar, prestar assitência)
TD / TI (a) / •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar)
TI (a) /
•Esse direito não lhe assiste. (caber um direito)
I (em) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir)

eria
cujo (“a empresa cujo diretor foi premiado não segue tal teoria”). Veja que o
diretor pertence à empresa, por isso há uma relação de posse característica do
pronome “cujo”.
Alternativa C – Incorreta – Quem trata, trata de algo. Portanto a oração
necessita da preposição “de” antes do pronome “que” (“os temas de que trata
a pesquisa fazem os economistas pensar”).

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Alternativa D – Incorreta – Quem se refere, refere-se a alguém e não de alguém.


“Os funcionários a que nos referimos são os competentes”.
Alternativa E – Incorreta – O verbo falar pedea a preposição “de” (falamos de
alguém). “Os cientistas italianos de que falamos são os autores da pesquisa.”
Gabarito: A

22) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010
Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta na máquina
governamental contemporânea, necessários para a manutenção do poder e da
capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte permanente de
risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado compreenda seu ambiente
e seja capaz de avaliar atuais ou potenciais adversários, podem, por outro,
tornar-se ameaçadores e perigosos para os próprios cidadãos se forem pouco
regulados e controlados.
Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de
inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes. Tais
dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de segredo
governamental e o princípio do acesso público à informação ou, ainda, do fato
de não se poder reduzir a segurança estatal à segurança individual, e viceversa.
Vale lembrar que esses dilemas se manifestam, com intensidades variadas,
também nos países mais ricos e democráticos do mundo.
Marco Cepik e Christiano Ambros. Os serviços de inteligência no Brasil. In:
Ciência Hoje, vol. 45, n.º 265, nov./2009. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>
(com adaptações).
Com relação à estrutura coesiva, gramatical e vocabular do texto, julgue o item
seguinte.
A retirada da preposição de em "do fato" - que passaria a o fato - implicaria
prejuízo à estrutura sintática do texto.
Certo
Errado
Comentários:
orre
de...).
Veja o período:
“Tais dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de
segredo governamental e o princípio do acesso público à informação ou, ainda,
do fato...”.

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Repare que há um paralelismo entre os dois motivos dos quais “decorrem tais
dilemas” (o verbo se repete implicitamente - “tais dilemas decorrem da
tensão... ou... (decorrem) do fato...”).
Gabarito: C

23) CESPE/Eng/CEF/Engenharia Agronômica/2014


As primeiras moedas, peças representando valores, geralmente em metal,
surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se
desejava ressaltar eram transportadas para as peças por meio da pancada de
um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o surgimento da cunhagem a
martelo e o uso de metais nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários
passaram a ser valorizados também pela nobreza dos metais neles empregados.
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata
por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos,
a associação dos atributos de beleza e expressão cultural ao valor monetário
das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam figuras
representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança levou ao surgimento dos
bancos. Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu
serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus
clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos
passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus
possuidores, por ser mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim
am as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cédulas de banco;
concomitantemente ao surgimento das cédulas, a guarda dos valores em
espécie dava origem a instituições bancárias.
Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984.
No que se refere aos aspectos linguísticos, à classificação tipológica do texto
acima e às ideias nele expressas, julgue o item a seguir.
A substituição da preposição “a”, em “a dar recibos escritos das quantias
guardadas”, pela preposição de manteria a correção gramatical do texto,
embora acarretasse alteração de sentido.
Certo

Comentários:
Vamos analisar o trecho:
“ ...passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus
clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas”

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Acima temos duas orações grifadas introduzidas pela preposição “a”. Isso é o
que se chama de paralelismo.
As duas orações complementam o verbo PASSARAM.
Como são introduzidas por preposição, formam objetos indiretos do verbo
PASSAR (orações subordinadas substantivas objetivas indiretas).
A mudança de preposição, proposta no enunciado, não é possível pois, no
sentido em que está escrito (passar/começar a fazer algo), o verbo PASSAR
apenas permite a preposição A.
Gabarito: C

24) CESPE/Técnico/MPU/Apoio Técnico e


Administrativo/Segurança Institucional e Transporte/2015
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da
democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram
consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação.
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e
as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,
atribuindolhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.
Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa)
e o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).
Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-
istematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º
848/1890, ao criar e regulamentar a justiça federal, dispôs, em um capítulo,
sobre a estrutura e as atribuições do Ministério Público no âmbito federal.
Foi na área cível, com a Constituição Federal de 1988, que o Ministério Público
adquiriu novas funções, com destaque para a sua atuação na tutela dos
interesses difusos e coletivos. Isso deu evidência à instituição, tornando-a uma
espécie de ouvidoria da sociedade brasileira.
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se
segue.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “sobre a” fosse
substituída por acerca da.
Certo
Errado
Comentários:

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A preposição “sobre” e a locução prepositiva “acerca de” têm o mesmo


sentido e a princípio poderíamos imaginar que poderíam ser utilizadas como
sinônimos.
Trecho original:
“O Decreto dispôs sobre a estrutura e as atribuições...”
= “O Decreto dispôs sobre a estrutura e (sobre) as atribuições...”
Trecho com a substituição:
“O Decreto dispôs acerca da estrutura e as atribuições...” (incorreto)
Repare que, para se manter a correção gramatical, precisaríamos manter
também o paralelismo na oração.
Portanto, o enunciado haveria de especificar que deveria ser acrescentada
uma preposição “de” antes to termo “atribuições”.
Sem essa segunda alteração a oração fica incorreta.
Forma substituída correta:
“O Decreto dispôs acerca da estrutura e das atribuições...” (correto)
= “O Decreto dispôs acerca da estrutura e (acerca das) atribuições...”
Gabarito: E

25) CESPE/Aud. CE/TCE PA/Educacional/2016


Texto CB1A1AAA
O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não crer
em nada, que zombam das coisas mais sérias e que riem dos santos e dos
milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo era uma grande
mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de
dormir uma noite inteira dentro do cemitério.
Eu não lhe podia ouvir tais leviandades em coisas medonhas e graves sem que
o meu coração se apertasse, e um calafrio me corresse a espinha. Quando a
gente se habitua a venerar os decretos da Providência, sob qualquer forma que
se manifestem, quando a gente chega à idade avançada em que a lição da
experiência demonstra a verdade do que os avós viram e contaram, custa ouvir
com paciência os sarcasmos com que os moços tentam ridicularizar as mais
cerem
espíritos fortes, como dizia o Dr. Rebelo. Peço sempre a Deus que me livre de
semelhante tentação. Acredito no que vejo e no que me contam pessoas
fidedignas, por mais extraordinário que pareça. Sei que o poder do Criador é
infinito e a arte do inimigo, vária.
Mas o tenente Souza pensava de modo contrário!

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Apontava à lua com o dedo, deixava-se ficar deitado quando passava um


enterro, não se benzia ouvindo o canto da mortalha, dormia sem camisa, ria-se
do trovão! Alardeava o ardente desejo de encontrar um curupira, um lobisomem
ou uma feiticeira. Ficava impassível vendo cair uma estrela, e achava graça ao
canto agoureiro do acauã, que tantas desgraças ocasiona. Enfim, ao encontrar
um agouro, sorria e passava tranquilamente sem tirar da boca o seu cachimbo
de verdadeira espuma do mar.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo: Ed. Difusão Cultural do Livro, 2008, p.
78 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, referente aos aspectos linguísticos do texto


CB1A1AAA.
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, no trecho “só os
tolos temem a lobisomem e feiticeiras” a preposição “a” poderia ser suprimida.
Certo
Errado
Comentários:
Na verdade, o verbo TEMER é transitivo direto (temer algo), no entanto o autor
utilizou-se de um recurso chamado objeto direto preposicionado, a fim de
dar mais ênfase a sua afirmação.
Gabarito: Certo

26) CESPE/Auditor/TCE RN/2015


O poder político é dividido entre órgãos independentes e autônomos, aos quais
são atribuídas funções típicas. Ao Poder Legislativo é conferida a função de
elaborar a lei; ao Poder Executivo, a função de administrar a aplicação da lei;
e, ao Poder Judiciário, a função de dirimir os conflitos legais surgidos entre
pessoas ou entre estas e o Estado. Esquece-se, no entanto, que o Poder
Legislativo possui outras funções típicas, das quais o poder financeiro e o
controle político são exemplos.
A função de poder financeiro nasceu em 1215 com a inserção do princípio do no
taxation without representation (em tradução livre, tributação só com
representação) na Carta Magna da Inglaterra. Esse princípio vinculava a
cobrança de tributos à existência de uma lei elaborada por representantes do
povo. Foi a partir daí que apareceu a função legislativa — esta mais conhecida
que aquela. Mais tarde, a função de poder financeiro ganhou outra conotação:
a de controlar o uso e a destinação do dinheiro público pelo detentor do Poder
Executivo. Assim, passou a existir a função de controle financeiro dos atos
praticados pelo governo, isto é, passou o Poder Legislativo a controlar os gastos
do Poder Executivo mediante a fiscalização da matéria orçamentária. É o caso,

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por exemplo, da elaboração, pelo Poder Legislativo, da lei orçamentária que


aprova o orçamento a ser utilizado pelo chefe do Poder Executivo para implantar
as políticas públicas necessárias ao desenvolvimento do país.
Tatiana Penharrubia Fagundes. O controle das contas municipais. Internet:
<www.teses.usp.br> (com adaptações).

Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto O controle das contas


municipais, julgue o item que se segue.
A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se substituísse “Esquece-
se, (...), que” (l.5) por Esquece-se, (...), de que.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo ESQUECER tem duas regências, conforme o esquema abaixo:

ESQUECER •Esqueceu a aula.


•Lembrou a lição.
LEMBRAR
•Esqueceu-se da aula.
TD / TI (de) •Lembrou-se da lição.

A banca pretendeu confundir o candidato utilizando a forma verbal


acompanhada da partícula SE, que, no caso, não integra o verbo (esquecer-
se de), mas é um pronome apassivador que forma a voz passiva sintética.
Portanto:
“Esquece-se, no entanto, que o Poder Legislativo possui outras funções típicas,
das quais o poder financeiro e o controle político são exemplos (SUJEITO
PASSIVO).”
= ISSO, no entanto, é esquecido.
Como não se pode “preposicionar” um sujeito, a preposição tornaria a frase
incorreta.
Gabarito: Certo

5
Exercer a cidadania é muito mais que um direito, é um dever, uma obrigação.
Você como cidadão é parte legítima para, de acordo com a lei, informar ao
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos
ilegítimos, ilegais e antieconômicos eventualmente praticados pelos agentes
públicos.

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A garantia desse preceito advém da própria Constituição do estado do Rio


Grande do Norte, em seu artigo 55, § 3.º, que estabelece que qualquer cidadão,
partido político ou entidade organizada da sociedade pode apresentar, ao
TCE/RN denúncia sobre irregularidades ou ilegalidades praticadas no âmbito das
administrações estadual e municipal.
Exercício da cidadania. Internet: <www.tce.rn.gov.br> (com adaptações).

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto Exercício da cidadania,


julgue o item seguinte.
Mantém-se a correção gramatical do texto se o trecho “informar ao Tribunal de
Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos ilegítimos” (l. 1 a
3) for reescrito da seguinte forma: informar ao Tribunal de Contas do Estado do
Rio Grande do Norte (TCE/RN) sobre os atos ilegítimos.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo INFORMAR é transitivo direto e indireto, permitindo dois tipos de
construção:
Informar ALGUÉM DE ALGO;
Informar ALGO A ALGUÉM.
Veja o esquema:

INFORMAR •Informaram aos candidatos o resultado das


AVISAR provas.
CIENTIFICAR •Avisamos as pessoas sobre o acidente.
TDI (de) •Cientifiquei o contribuinte da decisão.

Nos verbos acima podemos também utilizar preposições tal como: sobre, a
respeito de (locução).
Repare que a forma proposta está errada, pois teríamos dois objetos indiretos,
cada qual com uma preposição diferente.
Gabarito: Errado

28) CESPE/Esp. GT/TELEBRAS/Advogado/2015


A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil veio acompanhada da
privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela Telecomunicações
Brasileiras S.A. (TELEBRAS) —, monopólio estatal verticalmente integrado e

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organizado em diversas subsidiárias, que prestava serviços por meio de uma


rede de telecomunicações interligada, em todo o território nacional.
A ideia básica do novo modelo era a de adequar o setor de telecomunicações ao
novo contexto de globalização econômica, de evolução tecnológica setorial, de
novas exigências de diversificação e modernização das redes e dos serviços,
além de permitir a universalização da prestação de serviços básicos, tendo em
vista a elevada demanda reprimida no país.
A privatização, ao contrário do que ocorreu em diversos países em
desenvolvimento e mesmo em outros setores de infraestrutura do Brasil, foi
precedida da montagem de detalhado modelo institucional, dentro do qual se
destaca a criação de uma agência reguladora independente e autônoma, a
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Além disso, a reestruturação
do setor de telecomunicações brasileiro foi precedida de reformas setoriais em
vários outros países, o que trouxe a possibilidade de aprendizado com as
experiências anteriores.
José Claudio Linhares Pires. A reestruturação do setor de telecomunicações no
Brasil. Internet: <www.bndespar.com.br> (com adaptações).

No que se refere às estruturas linguísticas e às ideias do texto A reestruturação


do setor de telecomunicações no Brasil, julgue o item seguinte.
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, nas estruturas “da
privatização”, “da montagem” e “de reformas setoriais”, os elementos
sublinhados podem ser substituídos, respectivamente, pelas formas pela, pela

Certo
Errado
Comentários:
A regência dos nomes “acompanhada” e “precedida” permitem as preposições
DE e POR sem alteração de sentido.
acompanhada da privatização = acompanhada pela privatização
precedida da montagem = precedida pela montagem
precedida de reformas setoriais = precedida por reformas setoriais
oposta
pela banca.
da = (de + a); pela = (por + a)
Gabarito: Certo

29) FCC/Proc Leg/Cam Mun SP/2014

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É INADEQUADA a construção do segmento sublinhado na frase:


a) Muita gente ainda prefere ler um livro impresso a visualizá-lo numa tela.
b) Minha preferência de leitura recai sobre os velhos livros impressos, e não
sobre os virtuais.
c) A opinião que ele ousou expedir é a de que nada substitui o prazer de ler um
livro de papel.
d) Gostaria que sempre me assistisse o direito de escolher entre um e outro tipo
de leitura.
e) Quanto aos livros, ela acha preferível manuseá-los do que reconhecê-los num
monitor.
Comentários:
Alternativa A – Correta – Regência de PREFERIR:
Preferir (VTDI) uma coisa (OD) a outra (OI)
Prefere (VTDI) ler um livro impresso (OD) a visualizá-lo (OI).
Seguem a mesma regência:

PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)

Alternativa B – Correta – A regência do verbo RECAIR está corretamente


atendida pela preposição SOBRE.
Alternativa C – Correta – O verbo EXPEDIR é transitivo direto – TD, portanto
seu complemento, “a opinião”, não contém preposição.
O pronome QUE substitui o termo “a opinião”, também não devendo vir
acompanhado de preposição.
Alternativa D – Correta – Vamos revisar as regências do verbo ASSISTIR:

ASSISTIR •As enfermeiras assitem os doentes pacientemente.


(cuidar, prestar assitência)
TD / TI (a) / •Assistimos ao jogo em silêncio. (ver, presenciar)
TI (a) /
•Esse direito não lhe assiste. (caber um direito)
I (em) •Ele assistia em Rondônia. (morar, residir)

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Alternativa E – Incorreta – O verbo PREFERIR tem a mesma regência dos verbos


pagar, permitir, responder. O nome “preferível” segue a regência do verbo que
Preferir (VTDI) uma coisa (OD) a outra (OI)
Portanto, a forma correta seria a seguinte:
Quanto aos livros, ela acha preferível manuseá-los a reconhecê-los num
monitor.
Gabarito: E

30) FCC/AJ/TRF 3/Apoio Especializado/Arquivologia/2014


Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-se ...... dor,
considerada como um elemento formador do caráter, contexto ...... pathos pode
converter-se em éthos.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
a) às − porque − a − em que
b) às − pelas quais − à − de que
c) as − que − à − com que
d) às − por que − a − no qual
e) as − por que − a − do qual
Comentários:
Item 1 – Cuidado com a primeira lacuna, pois, à primeira vista, pensamos que
“experiências” é o sujeito da oração (não cabendo assim preposição e
consequentemente, crase).
Porém, após “remontarmos” a oração, descobrimos que “às experiências” é
objeto indireto – OI de “soma-se” (forma passiva sintética do verbo
SOMAR).
Item 2 – O verbo PASSAR, no sentido empregado, exige a preposição POR
(passar por algo).
Assim, cabem as expressões “pelas quais” e “por que”.
Item 3 – Uma coisa (sujeito passivo) soma-se a outra. (OI)
A dor soma-se às experiências.
Item 4 – Nessa lacuna podemos utilizar as expressões que trazem a preposição
EM, “no qual” ou “em que”.
Os pronomes relativos referem-se ao termo “contexto”, sendo equivalente a
dizermos: nesse contexto....
Gabarito: D

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É isso pessoal, vamos em frente.


Força nos estudos!!!

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5 - Lista de Exercícios

1) CESPE/AUFC/TCU/Tecnologia da Informação/2010
A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que
permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor
valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o
status quo. Vale lembrar que os indivíduos nascem já inseridos em uma
estrutura social e, simplesmente em função do sexo ou da classe social, entre
outros itens, são colocados em um ou em outro grupo social. Dessa forma,
adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e
que podem ter valores sociais positivos ou negativos. Os membros dos grupos
dominantes e de status superior passam a ter identidade social positiva e maior
grau de autoestima. Da mesma forma, os membros de status inferior ou de
grupos subordinados têm ou adquirem identidade social menos positiva e menor
autoestima. Entretanto, se a mobilidade para uma classe superior parece
impossível e os membros do grupo inferior percebem as fronteiras entre os
grupos como impenetráveis, eles podem vir a adotar estratégias coletivas para
criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. Tais mudanças são
denominadas mudanças sociais.
Astrid N. Sgarbieri. A mulher brasileira: representações na mídia. In: M. I.
Ghilardi Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p.
1289 (com adaptações).
Com referência à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto
acima, julgue o item subsequente.
A preposição a, em "aos quais", estabelece relações sintático-semânticas com o
verbo pertencer; por tal motivo, essa preposição não poderia ser omitida no
período, mesmo se o pronome fosse substituído por a que.
Certo
Errado

2) CESPE/TJ/TJ DFT/2013
Texto para o item
O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a decisão
do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido
do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre
em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão do
mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.
No caso relatado, estava em jogo, na sessão plenária do tribunal do júri, o
direito linguístico das testemunhas indígenas de se expressarem em sua própria

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língua, ainda que essas mesmas pessoas possuíssem o domínio da língua da


sociedade envolvente, que, no caso, é a portuguesa. É que, conforme escreveu
Pavese, só fala sem sotaque aquele que é nativo. Se, para o aspecto exterior
da linguagem, que é a sua expressão, já é difícil, para aquele que fala, falar
com a propriedade devida, com razão mais forte a dificuldade se impõe para o
raciocínio adequado que deve balizar um depoimento testemunhal, pouco
importando se se trata de testemunha ou de acusado.
No que interessa a este estudo, entre os modelos normativos que reconhecem
direitos linguísticos, o modelo de direitos humanos significa a existência de
norma na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da Organização
das Nações Unidas, que provê um regime de tolerância linguística, garantia essa
que não suporta direitos linguísticos de forma específica, isto é, protegem-se,
imediatamente, outros direitos fundamentais, tais como direito de liberdade de
expressão, de reunião, de associação, de privacidade e do devido processo legal,
e apenas mediatamente o direito linguístico; já o modelo dos povos indígenas
tem por base legal a Convenção n.o 169 da Organização Internacional do
Trabalho, que prevê a proteção imediata de direitos de desenvolvimento da
personalidade, tais como oportunidade econômica, educação e saúde, e,
mediatamente, de direitos linguísticos.
A questão jurídica aqui tratada pode enquadrar-se tanto em um modelo quanto
em outro, já que pode ser ela referida ao direito de liberdade de expressão na
própria língua e também ao direito do indígena de falar sua própria língua por
força do seu direito ao desenvolvimento de sua personalidade. Mas há mais. A
Constituição Federal de 1988 (CF) positivou, expressamente, norma específica
que protege as línguas indígenas, reconhecendo-as e indo, portanto, mais além
do que as normas internacionais de direitos humanos. Essa proteção tem a ver
com a ideia maior da própria cultura, que se compõe das relações entre as
pessoas com base na linguagem.
Paulo Thadeu Gomes da Silva. Direito linguístico: a propósito de uma decisão
judicial. In: Revista Internacional de Direito e Cidadania, n.º 9, p. 1837,
fev./2011. Internet: <http://6ccr.pgr.mpf.gov.br> (com adaptações).

Acerca das estruturas linguísticas do texto, julgue o item subsecutivo.


A substituição da expressão “em qual” por que preservaria a correção da
estrutura sintática do texto.
Certo
Errado

3) CESPE/TJ/STF/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013
O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter havido o
saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao

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futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido. Agatão está certo
ao escrever: “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
Em outras palavras, a necessidade do passado se contrapõe à possibilidade do
presente, em decorrência da indeterminação do futuro. O possível está,
portanto, articulado ao tempo presente como escolha que determinará o sentido
do futuro, que, em si mesmo, é contingente porque depende de nossa
deliberação, escolha e ação.
Isso significa, todavia, que, uma vez feita a escolha entre duas alternativas
contrárias e realizada a ação, aquilo que era um futuro contingente se
transforma em um passado necessário, de tal maneira que nossa ação
determina o curso do tempo. É essa passagem do contingente ao necessário
por meio do possível que dá à ação humana um peso incalculável.
Marilena Chaui. Contra a servidão voluntária. Belo Horizonte: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2013, vol. 1, p. 114 (com adaptações).

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item a seguir.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição
‘de’ (l.4).
Certo
Errado

4) CESPE/AA/ICMBio/2014
Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodoviária dominante desde a década
de 60 do século passado, nunca viraria um modelo de planejamento urbano.
Em uma época em que parecia fazer mais sentido priorizar o trânsito de carros,
Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres do país. Antes
de se tornar o maior calçadão da Europa, com um quilômetro de extensão, a
Stroget era uma rua comercial dominada por automóveis, assim como todo o
centro da cidade. O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os
espaços urbanos deveriam servir para a interação social. Na época, foi criticado
pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas não
passariam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas
triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência
reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para
o usufruto e o conforto das pessoas.
Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).
Julgue o item, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima.

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Nas sequências “acreditava que os espaços urbanos” e “ponderavam que as


pessoas não passariam”, o “que” introduz complementos oracionais para as
formas verbais “acreditava” e “ponderavam”.
Certo
Errado

5) CESPE/AUFC/TCU/Apoio Técnico e Administrativo/Tecnologia da


Informação/2010
A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais
moldada e "globalizada" pela transmissão e difusão das formas significativas,
visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o
desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente
frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma
nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de
novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se
necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução,
nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados.
Vera Lúcia Pires. A identidade do sujeito feminino: uma leitura das
desigualdades. In: M. I. GhilardiLucena (Org.). Representações do feminino.
PUC: Átomo, 2003, p. 209 (com adaptações).
Julgue o item seguinte, relativo à organização das ideias no texto acima e aos
seus aspectos gramaticais.
Na linha 7, o uso do sinal indicativo da crase em "à privatização" mostra que o
conectivo "bem como" introduz um segundo complemento ao verbo assistir.
Certo
Errado

6) FUNCAB/AA/PRF/2014

Texto 1
Inauguração da Avenida

Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio.
O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está
comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom
das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou
naquele grupo.

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Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo do povo rude, que contempla e critica a arquitetura
dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele
tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando
uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da
eletricidade, iam apontando os prédios: e cousa consoladora eu, que
acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez
deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto
subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o
nome de “mistérios da Graça revelada” aquela simples e rude gente, que nunca
vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da
arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com
clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro
ordinário o diamante puro.
É que o nosso povo nascido e criado neste fecundo clima de calor e umidade,
que tanto beneficia as plantas como os homens tem uma inteligência nativa,
exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e relâmpagos, e que apanha e
fixa na confusão as ideias, como a placa sensibilizada de uma máquina
fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo de uma faísca de luz oxídrica,
todos os objetos mergulhados na penumbra de uma sala...
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na revolução
moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da reforma
material da cidade.
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo coberto
de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que imediatamente nas
almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom gosto: olhos, que só
haviam contemplado até então betesgas, compreenderam logo o que é a
arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, estupidamente
conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas restar a
lembrança?
[...]
E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais uma
vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...]
Gazeta de Notícias 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São
Paulo: Companhia de Letras, 1996, p. 264267
Vocabulário:
baiuca: local de última categoria, malfrequentado.
betesga: rua estreita, sem saída,
mó: do latim “mole” , multidão; grande quantidade,

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revolutear: agitarse
em várias direções,
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto
Texto 2
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho
e não se perturba levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto
urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter
sorvete a domicílio.
É a sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio
acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido
colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor
derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o
ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto.
Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e uma perna mais curta
foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d’água no asfalto.
Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o
sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão,
trimtrim.
Trevisan, Dalton. In: Bosi, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo.
14" Ed. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 189.
Em um dos textos, o autor incorreu, de acordo com a norma culta, na construção
da frase, em erro na escolha da preposição. Aponte-a, dentre as alternativas
apresentadas.
a) “Não falo das conversas da gente culta...” (texto 1 §3)
b) “ ...entrega sem derreter sorvete a domicílio.” (texto 2 § 1)
c) “ ...liberta o gênio acorrentado ao pedal.” (texto 2 § 2)
d) “E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio...” (texto1 §9)

7) FCC/AJ/TRT 15/Apoio Especializado/Odontologia/2015


Atenção: Para responder às questões de números, considere o texto abaixo.
Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma
das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo.

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Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores
vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da
lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou
escondermos a infâmia.
Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou
gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime
tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à
conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra
época da história humana.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de
mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com
dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de milhares
ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo
jamais feito sobre a escravidão atual. Promovido pela Associação Walk Free, o
Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar
o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13
milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente que
continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas
transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas
roças.
Conclusões principais do estudo? Pessoalmente, interessam-me duas. A
primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para
não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".
De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo
contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela.
A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem
negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a
existir.
Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a
escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje,
dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e
até na América Latina? [...]
O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo
algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que
Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos
infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não
têm final feliz.

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(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em:


http://www1.folha.uol.com.br)

No contexto dado, possui a mesma regência do verbo presente no segmento


A escravidão que denunciava com dureza, o que se encontra sublinhado em:
a) Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos... (8º parágrafo)
b) ... número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões... (5º
parágrafo)
c) ... antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao
Novo Mundo. (7º parágrafo)
d) ... o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria... (4º parágrafo)
e) Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão... (1º parágrafo)

8) CESPE/Tec./MPU/Administrativo/2010
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de
desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A
chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também
viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e
adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução
Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer
erradicado, ele continua sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e estruturas linguísticas do texto, julgue o item
subsequente.
O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma
verbal "obriga".
Certo
Errado

9) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado

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e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,


caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Acerca das ideias, dos sentidos e de aspectos gramaticais do texto, julgue o
próximo item.
Na linha 1, a eliminação da preposição “com”, que se segue à forma verbal
“rompendo”, cujo significado no contexto é o de afastar; desfazer; eliminar,
prejudicaria a correção gramatical do período em que se encontra.
Certo
Errado

10) FUNCAB/Ana. Sist/SESACRE/2014


Leia o texto abaixo e responda à questão proposta.
Aquilo
– De uns tempos para cá, eu só penso naquilo.
– Eu penso naquilo desde os meus, sei lá, onze anos.
– Onze anos?
– É. E o tempo todo.
– Não. Eu, antigamente, pensava pouco naquilo. Era uma coisa que não me
preocupava. Claro que a gente convivia com aquilo desde cedo. Via acontecer à
nossa volta, não podia ignorar. Mas não era, assim, uma preocupação constante.
Como agora.
– Pra mim sempre foi. Aliás, eu não penso em outra coisa.
– Desde criança?!
– De dia e de noite.
– E como é que você conseguia viver com isso, desde criança?
– Mas é uma coisa natural. Acho que todo mundo é assim. Você é que é anormal,
se só começou a pensar naquilo nessa idade.
– Antes eu pensava, mas hoje é uma obsessão. Fico imaginando como será. O
que eu vou sentir.Como será o depois.
– Você se preocupa demais. Precisa relaxar.A coisa tem que acontecer
naturalmente. Se você fica ansioso é pior. Aí sim, aquilo se torna uma angústia,

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em vez de um prazer.
–Um prazer? Aquilo?
– Pra você não sei. Pra mim, é o maior prazer que um homem pode ter. É quando
o homem chega ao paraíso.
– Bom, se você acredita nisso, então pode pensar naquilo como um prazer. Pra
mim é o fim.
– Você precisa de ajuda, rapaz.
– Ajuda religiosa? Perdi a fé há muito tempo.
Da última vez que falei com um padre a respeito, só o que ele me disse foi que
eu devia rezar. Rezar muito, para poder enfrentar aquilo sem medo.
– Mas você foi procurar logo um padre? Precisa de ajuda psiquiátrica. Talvez
clínica, não sei. Ter pavor daquilo não é saudável.
– E eu não sei? Eu queria ser como você. Viver com a perspectiva daquilo
naturalmente, até alegremente. Ir para aquilo assoviando.
– Ah, vou. Assoviando e dando pulinho. Olhe, já sei o que eu vou fazer. Vou
apresentar você a uma amiga minha. Ela vai tirar todo o seu medo.
– Sei.Uma dessas transcendentalistas.
– Não, é daqui mesmo. Codinome Neca. Com ela é tiro e queda. Figurativamente
falando, claro.
– Hein?
–O quê?
– Do que é que nós estamos falando?
– Do que é que você está falando?
– Daquilo. Da morte.
–Ah.
– E você?
– Esquece.
VERISSIMO, Luis Fernando. Aquilo. In: Novas Comédias da Vida Privada.
PortoAlegre: L&PM, 1996. p. 4344.
ados
no fragmento “Vou apresentar VOCÊ A UMA AMIGA MINHA.” (§ 20) é:
a) Vou apresentar-lhe a uma amiga minha.
b) Vou apresentar-lhe a você.
c) Vou apresentá-lo a uma amiga minha.
d) Vou apresentá-la uma amiga minha.

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e) Vou apresentá-la você.

11) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria


Governamental/2013
Texto
A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas
democráticos de governo se fortalecem à medida que os governos eleitos
assumem a liderança de processos de mudanças que buscam o atendimento
das demandas de sociedades cada vez mais complexas e alcançam resultados
positivos perceptíveis pela população.
Contemporaneamente, para o alcance de resultados de desenvolvimento
nacional, exige-se dessa liderança não apenas o enfrentamento de desafios de
gestão, como a busca da eficiência na execução dos projetos e das atividades
governamentais, no conhecido lema de “fazer mais com menos”, mas também
o desafio de “fazer melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo,
nos serviços públicos de educação e saúde prestados à população. Esse novo
desafio de governo tem como consequência um novo requisito de gestão, o que
implica a necessidade de desenvolvimento de novos modelos de governança
para se alcançarem os objetivos e metas de governo, em sintonia com a
sociedade.
Outros aspectos sócio-técnicos importantes que caracterizam a nova
governança pública se relacionam aos anseios de maior participação e controle
social nas ações de governo, que, somados ao de liberdade, estabelecem o
do milenar conceito de cidadania (participação no governo) e os valores
centrais da democracia social do século XXI.
Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o modelo secular
de governança pública em todas as suas dimensões: política, econômica, social
e tecnológica. Com a evolução sociotécnica, fortemente alavancada pelo
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, as mudanças
na governança pública implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a
burocracia, nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.
Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com adaptações).
Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item a
seguir.
Na linha 7, o emprego da preposição em “dessa liderança” justifica-se pela
regência do verbo exigir.
Certo
Errado

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12) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Com referência a aspectos gramaticais do texto, julgue o item subsequente. As
relações de coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a
preposição “a”, logo depois da forma verbal “limita-se”, fosse substituída pela
preposição de.
Certo
Errado

13) FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2009
O leitor já viu onde quero chegar.
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente à
apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação da
linguagem ao padrão normativo.
a) Já observou o leitor onde quero chegar.
b) O leitor já viu aonde quero chegar.
c) Quero chegar onde o leitor já viu.
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar.

As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a


locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas
assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas
vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à
impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente
sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba

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português responderá sem hesitação que a palavra da língua portuguesa


“amanhã” quer dizer “morgen”. Mas coitado do alemão que vá para o Brasil
acreditando que, quando um brasileiro diz “amanhã”, está realmente querendo
dizer “morgen”. Raramente está. “Amanhã” é uma palavra riquíssima e tenho
certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume
teria de ser dedicado a ela e a outras que partilham da mesma condição.
“Amanhã” significa, entre outras coisas, “nunca”, “talvez”, “vou pensar”, “vou
desaparecer”, “procure outro”, “não quero”, “no próximo ano”, “assim que eu
precisar”, “um dia destes”, “vamos mudar de assunto” etc. e, em casos
excepcionalíssimos, “amanhã” mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido
no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir
qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com
a habitual cordialidade, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães
é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas
tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica
no Brasil o fazem por causa de “amanhãs” casuais que os levam, no mínimo, a
um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros.
João Ubaldo Ribeiro. A vida é um eterno amanhã. In: Um brasileiro em Berlim.
1993 (com adaptações).
Em relação às ideias e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item
subsequente.
O último período do texto poderia ser reescrito, com coerência e correção
gramatical, da seguinte forma: Não disponho de estatísticas confiáveis, mas
estou certo que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no
para grande surpresa de seus amigos brasileiros, o fazem por causa de
“amanhãs” casuais que lhes levam, no mínimo, um colapso nervoso.
Certo
Errado

15) FUNCAB/Adv/EMDAGRO/2014
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Existem pessoas frágeis, mas sexo frágil, esqueça. As mulheres nunca
estiveram tão fortes, decididas, abusadas até. O que é saudável: quem não
busca corajosamente sua independência acaba sobrando e vivendo de queixas.
Uma sociedade de homens e mulheres que prezam sua liberdade e atingem seus
objetivos é um lugar mais saudável para se viver. Realização provoca alegria.
O que não impede que prestemos atenção no que essa metamorfose pode ter
de prejudicial. As mulheres se masculinizaram, é fato. Não por fora, mas por
dentro. As qualidades que lhes são atribuídas hoje, e as decorrentes conquistas
dessa nova maneira de estar no mundo, eram atributos considerados apenas
dos homens. Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum: nem eles

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de seu perfil batalhador, nem nós da nossa afetividade. Geração bivolt. Homens
e mulheres funcionando em dupla voltagem, com todos os atributos em comum.
Mas seguimos, sim, precisando uns dos outros – como nunca.
Não são poucas as mulheres potentes que parecem conseguir tocar o barco
sozinhas, sem alguém que as ajude com os remos. Mas é só impressão. Talvez
não precisemos de quem reme conosco, mas há em todas nós uma necessidade
ancestral de confirmar a fêmea que invariavelmente somos. E isso se dá através
da maternidade, do amor e do sexo. Se não for possível ter tudo (ou não quiser),
ao menos alguma dessas práticas é preciso exercer na vida íntima, caso
contrário, viraremos uns tratores. Muito competentes, mas com a identidade
incompleta.
Nossa virilização é interessante em muitos pontos, mas se tornará brutal se
chegarmos ao exagero de declarar guerra aos nossos instintos. O.k., ser mãe
não é obrigatório, ter um grande amor é sorte, e muitas fazem sexo apenas
para disfarçar o desespero da solidão, mas seja qual for o contexto em que nos
encontramos, é importante seguir buscando algo que nos conecte com o que
nos restou de terno, aquela doçura que cada mulher sabe que ainda traz em si
e que deve preservar, porque não se trata de uma fragilidade paralisante, e sim
de uma característica intrínseca ao gênero, a parte de nós que se reconhece
vulnerável e que não precisa se envergonhar disso. Se é igualdade que a gente
quer, extra, extra: homens também são vulneráveis.
Cuida bem de mim”, dizia o refrão de uma antiga música do Dalto, e que Nando
Reis regravou recentemente. Cafona? Ora, se a gente não se desfizer da nossa
prepotência e não se permitir um tantinho de insegurança e delicadeza, a
construção desta “nova mulher” terá se desviado para uma caricatura. A
intenção não era a gente se transformar no estereótipo de um homem, era?
(MEDEIROS, Martha. O Globo: 04/04/2012)
Releia-se a seguinte passagem do texto a ser reescrita:
"[...] mas seja qual for o contexto em que nos encontramos, é importante seguir
buscando algo que nos conecte com o que nos restou de terno, aquela doçura
que cada mulher sabe que ainda traz em si e que deve preservar, porque não
se trata de uma fragilidade paralisante, e sim de uma característica intrínseca
ao gênero, a parte de nós que se reconhece vulnerável e que não precisa se
envergonhar disso.” (§ 4)
A mudança inaceitável por ferir norma da língua padrão ou alterar o sentido do

a) seja qual for o contexto EM QUE nos encontramos /QUE


b) que nos conecte COM o que nos restou de terno /A
c) PORQUE NÃO SE TRATA de uma fragilidade paralisante /DADO NÃO SE
TRATAR
d) E SIM de uma característica /SENÃO

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e) e QUE não precisa se envergonhar DISSO / e DE QUE não precisa se


envergonhar

16) CESPE/TEFC/TCU/2004
O republicano George W. Bush veio a público dizer que é um "presidente da
guerra" e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo
combate global ao terrorismo. Essa "guerra", disse o presidente dos EUA, define
hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norteamericanas. "Tomo
minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse
assim, mas é a verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem um
presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é
importante lidar com eles", disse Bush. Ao conceder a rara entrevista, Bush
tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos
pré-candidatos democratas.
Folha de S. Paulo, 9/2/2004 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem.
Em "aos ataques", o emprego de preposição justifica-se pela regência do verbo
"reagir".
Certo
Errado

17) CESPE/Procurador (MPTCU)/TCU/2004


A moralidade pública consiste em uma esfera de que todos os seres humanos
participam, na medida em que cada sistema moral, a fim de revelar sua
unilateralidade, precisa ser confrontado com outros. Segue-se a necessidade de
que todos os seres humanos sejam incluídos no seu âmbito. Sob esse aspecto,
a moral pública é uma moral cosmopolita, pois estabelece regras de convivência
e direitos que asseguram que os homens possam ser morais. É nesse sentido
que os direitos do homem, tais como em geral têm sido enunciados a partir do
século XVIII, estipulam condições mínimas do exercício da moralidade. Por
certo, cada um não deixará de aferrar-se à sua moral; deve, entretanto,
aprender a conviver com outras, reconhecer a unilateralidade de seu ponto de
vista. E com isso obedece à sua própria moral de uma maneira especialíssima,
o
exercício humano de julgar moralmente.
José Arthur Gianotti. Moralidade pública e moralidade privada. In: Ética,
Adauto Novaes (org.). São Paulo: Companhia das Letras, Secretaria Municipal
de Cultura, 5.ª impressão, 1997, p. 244 (com adaptações).
Em relação ao texto acima, julgue os itens que se seguem.

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Pelas relações gramaticais e semânticas do texto, é correto afirmar que a


presença da preposição "de" nas duas ocorrências do termo "de que" é exigida,
respectivamente, pela regência das palavras "esfera" e "necessidade".
Certo
Errado

18) FGV/Analista Legislativo/SEN/Apoio Técnico ao Processo


Legislativo/Processo Legislativo/2008
Vinte anos da Constituição de 1988
A Constituição de 1988, cujos 20 anos de promulgação estamos fazendo
memória, nasceu fato pouco percebido pela sociedade brasileira de amplo
acordo político, o intitulado "compromisso com a nação". Esse pacto, talvez o
mais importante de nossa história republicana, ensejou a eleição da chapa
Tancredo Neves/José Sarney, por intermédio do Colégio Eleitoral, e tornou
possível, de forma pacífica, a passagem do regime autoritário para o Estado
democrático de Direito. Como toda obra humana, é evidente, uma constituição
tem virtudes e imperfeições. As virtudes decorrem do contexto histórico em que
são discutidas e votadas. No período 1987/1988, aspirava-se, antes de tudo, à
restauração plena das liberdades e garantias individuais e à edificação de uma
democracia sem adjetivos.
As imperfeições derivam, observo como constituinte, do afã de tudo regular,
conseqüência talvez da crença na onipotência do Estado. Daí a inserção de
matérias inassimiláveis em qualquer Constituição, algumas já corrigidas, como
a fixação dos juros bancários. Outro aspecto que configura alguns desafios ainda
não resolvidos na atual Constituição é a existência de muitos dispositivos a
reclamar leis que lhes dêem eficácia plena. A propósito, convém recordar que,
promulgado o diploma constitucional, o Ministério da Justiça realizou
levantamento de que resultou a publicação do livro "Leis a Elaborar". Nele, à
época, foram relacionados, frise-se, 269 preceitos a exigir regulamentação.
Feitas as ressalvas, não é exagero afirmar que a Constituição de 1988, batizada
"Constituição Cidadã" pelo presidente Ulysses Guimarães, ofereceu ao povo
brasileiro a mais ampla Carta dos direitos individuais e coletivos e o mais
completo conjunto de direitos sociais que o país conheceu. Os capítulos dos
direitos políticos e dos partidos políticos, por sua vez, constituem inovação a
merecer encômios, pois só de maneira indireta os textos constitucionais
anteriores tratavam da matéria. O título IV, relativo à organização dos poderes,
é denso e o mais completo no que diz respeito ao Poder Legislativo, cujas
competências foram substancialmente ampliadas. Ressalve-se, contudo, o
alusivo às medidas provisórias, que ampliam a nossa insegurança jurídica por
não observarem freqüentemente os pressupostos de relevância e urgência.

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Com relação ao Poder Judiciário e à especificação das ações essenciais da


Justiça, a nossa Constituição também é inovadora, ao discriminar as funções do
Ministério Público, da advocacia da União e da Defensoria Pública e privada. O
mais criativo foi, sem dúvida, o estabelecimento dos juizados especiais, cíveis e
penais, que aproximaram a Justiça da população e tornaram mais ágeis as
decisões de interesse de maior parcela de brasileiros em questão relevante,
como a defesa de seus direitos. A discriminação de rendas entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os municípios caracteriza, com propriedade, o que
se convencionou chamar de "federalismo compartilhado" ou "federalismo
solidário", cuja prática, todavia, exige leis complementares previstas no
parágrafo único do artigo 23 da Constituição.
Já as finanças públicas se beneficiaram de reconhecidos avanços, como a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a proibição de práticas antigas, como a
vinculação de receita de impostos, a abertura de créditos suplementares ou
especiais sem prévia autorização e a instituição de fundos sem o mesmo
requisito.
A ordem econômica consagrou princípios vitais: a função social da propriedade,
as garantias de livre concorrência, a defesa do consumidor e do meio ambiente
e o tratamento fiscal simplificado para micro, pequenas e médias empresas. A
tutela dos direitos sociais, anote-se, está devidamente resguardada, inclusive
pelo princípio de proteção das minorias, como crianças e adolescentes, idosos e
índios, e o estabelecimento da igualdade étnica. A ampla cobertura da
Previdência Social é, indubitavelmente, um dos maiores programas de proteção
social e distribuição de renda de todo o mundo. Cumpre, agora, completar a
obra iniciada, que pressupõe a realização das reformas políticas. Sem elas não
se assegura solidez às instituições brasileiras indispensáveis ao pleno
travejamento da democracia.
(Marco Maciel. Folha de São Paulo, 5 de outubro de 2008.)
"...aspirava-se, antes de tudo, à restauração plena das liberdades e garantias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos."
Assinale a alternativa em que a substituição da forma verbal no trecho acima
não tenha provocado inadequação à norma culta. Despreze as alterações de
sentido.
a) ...implicava-se, antes de tudo, na restauração plena das liberdades e
garantias individuais e na edificação de uma democracia sem adjetivos.
ntias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.
c) ...almejava-se, antes de tudo, a restauração plena das liberdades e garantias
individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.
d) ...procedia-se, antes de tudo, a restauração plena das liberdades e garantias
individuais e a edificação de uma democracia sem adjetivos.

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e) ...buscava-se, antes de tudo, à restauração plena das liberdades e garantias


individuais e à edificação de uma democracia sem adjetivos.

19) CESPE/AUFC/TCU/Controle Externo/Auditoria de Obras


Públicas/2009
As leis elaboradas pelo Poder Legislativo constituem um dos mais importantes
instrumentos para a proteção dos direitos naturais. Afinal, elas são as
responsáveis pela construção da liberdade individual no Estado de sociedade.
Ao compor a liberdade dos indivíduos em sociedade, elas também limitam o
poder governamental. A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas
à conquista de algum bem. A política é exercida sempre que as pessoas agem
em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder seja exercido em
seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. A
expressão do consentimento periódico por meio do voto, em qualquer dos níveis
de governo, é essencial para que o Estado constitucional perdure e seja sempre
capaz de proteger os direitos inerentes às pessoas.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência &
Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 423 (com adaptações).
No que concerne à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do
texto acima, julgue o próximo item.
Na linha 6, a preposição "de", que foi usada antes de um pronome relativo, é
tória, visto que atende à regência do verbo guardar.
Certo
Errado

20) FGV/Analista Judiciário/TRE-PA/Judiciária/2011


Texto para a questão
Financiamento de campanhas eleitorais: aspectos éticos
Além dos aspectos legais, as empresas que decidirem participar do processo
eleitoral devem buscar procedimentos éticos na tomada de decisões
relacionadas ao financiamento de candidatos e partidos políticos.
Tradicionalmente, os controladores das empresas são os responsáveis pela
decisão de como os recursos devem ser distribuídos entre candidatos e partidos.
Os sócios e colaboradores dificilmente são consultados, e muitas vezes o apoio
reflete mais as posições pessoais dos controladores do que os valores e
princípios das empresas.

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A consulta aos sócios e colaboradores sobre candidatos e partidos que a


empresa deve apoiar não implica, necessariamente, transformar a decisão
desse apoio em algo coletivo. O simples fato de consultá-los ajuda a criar um
ambiente socialmente responsável nas empresas. É certo que a separação dos
valores e princípios pessoais dos controladores dos valores e princípios das
empresas e, mais ainda, a transformação dessa dissociação em um novo critério
para a tomada de decisões sobre aspectos tão sensíveis como o apoio a
determinado partido ou candidato ainda é uma atitude difícil para grande parte
dos empresários. Também é certo, por outro lado, que, ao aumentarem a
transparência do processo de tomada de decisões, as empresas adquirem o
respeito das pessoas e comunidades que são impactadas por suas atividades e
são gratificadas com o reconhecimento e engajamento dos seus colaboradores
e a preferência dos consumidores, em consonância com o conceito de
responsabilidade social, o qual, é sempre bom lembrar, está se tornando cada
vez mais fator de sucesso empresarial e abrindo novas perspectivas para a
construção de um mundo economicamente mais próspero e socialmente mais
justo.
Outra iniciativa que pode ter grande impacto junto aos colaboradores, parceiros
e sócios das empresas é a promoção de debates sobre o processo eleitoral e o
funcionamento e atribuições das instâncias de poder em jogo nas eleições
(Presidência da República, Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas).
As empresas podem convidar candidatos, cientistas políticos, jornalistas e
administradores públicos para a discussão de ideias, propostas e conceitos.
Também podem incentivar debates políticos dentro da empresa, bem como
trazer matérias sobre o tema em publicações internas. É importante
stificar a id eia de que política é uma sujeira só e sem utilidade. Essa é
uma forma de contribuir para aumentar a consciência política e a qualidade do
voto dentro de toda a cadeia produtiva, entre os parceiros e colaboradores. Esse
procedimento ajuda a criar na sociedade ambiente ético e transparente,
acentuando a democracia nas relações sociais e políticas.
Além de consultar sócios, parceiros e colaboradores e de realizar debates, as
empresas podem também promover campanhas de esclarecimento junto a seus
colaboradores. Um conceito útil para ser adotado é o do voto consciente.
Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos que há muito
deveriam ter sido excluídos da vida política nacional, como a compra de votos
e a atitude de diversos candidatos, durante as campanhas eleitorais, de “doar”
os
eleitores. O conceito de voto consciente é justamente o contraponto dessas
práticas, visando estabelecer critérios racionais que façam do voto um
instrumento de cidadania. Voto consciente é aquele em que o cidadão pesquisa
o passado dos candidatos, avalia suas histórias de vida e analisa se as
promessas e programas eleitorais são coerentes com as práticas dos candidatos
e de seus partidos.

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(Instituto Ethos. A Responsabilidade Social das Empresas no Processo


Eleitoral. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Com adaptações.)
Infelizmente, ainda hoje assistimos no Brasil a fenômenos...
No trecho acima, foi empregada a regência do verbo em completo acordo com
a norma culta. Assinale a alternativa em que isso NÃO tenha ocorrido.
a) O povo aspira a governos menos corruptos.
b) Ele assiste em Belém.
c) O combate à corrupção implica em medidas éticas por parte das empresas.
d) As empresas pagaram aos funcionários na data correta.
e) Muitas vezes o povo esquece o passado dos políticos.

21) SMA-RJ/(antiga FJG)/ACE/TCM-RJ/Tecnologia da


Informação/2011
Leia o texto abaixo e responda, a seguir, à questão proposta:
Muita gente deu risada, nos últimos dias, com uma pesquisa italiana a respeito
do melhor jeito de dar promoções no trabalho. Os três cientistas da Universidade
de Catânia concluíram que promover funcionários com base no mérito não é a
melhor estratégia. Em vez disso, a empresa que quisesse acumular a maior
“quantidade” possível de competência deveria promover os funcionários na
louca, aleatoriamente. Num dos cenários do estudo, também seria bom negócio
promover sempre os piores funcionários.
Talvez você esteja pensando “opa, meu trabalho já aplica isso aí…” Pois é, os
italianos tocaram num tema interessante no tal estudo. Como eles chegaram a
essa conclusão? Eles aplicaram uma piadinha de administração dos anos 60, o
“Princípio de Peter”. Segundo esse princípio, o funcionário vai sendo promovido
(ou seja, removido) enquanto for competente, até chegar a um nível em que é
incompetente (e ali permanece, pelo menos por um tempo, antes de ser
demitido). Em outras palavras, a empresa sempre tira as pessoas dos cargos
em que elas são boas e as leva para outros, em que elas podem ser péssimas.
O autor dessa sacada, o psicólogo canadense Laurence Peter, considerava que
as habilidades exigidas numa empresa não se acumulavam e que as habilidades
de um nível hierárquico não eram semelhantes às exigidas no nível abaixo. Ou
seja, só porque você era o melhor vendedor da empresa, não quer dizer que

Os pesquisadores italianos Alessandro Pluchino, Andrea Rapisarda e Cesare


Garofalo testaram o Princípio de Peter num modelo matemático, para simular
uma empresa com 180 funcionários e seis níveis hierárquicos. Eles
experimentaram a lógica do senso comum, de que a pessoa leva com ela a
maior parte da competência mostrada no cargo anterior, e a lógica do Princípio
de Peter, de que mostrar competência no novo cargo não tem nada a ver com

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o cargo anterior. Para cada lógica, experimentaram três diferentes políticas de


promoção dos funcionariozinhos virtuais: promover sempre os melhores,
promover sempre os piores e promover aleatoriamente.
Na média dos seis resultados, a promoção aleatória foi a melhor para acumular
competência na empresa. Também foi possível, pela lógica de Peter, ter bom
resultado promovendo sempre os piores (já que os melhores continuavam
fazendo o que faziam bem) e intercalando promoções dos melhores e dos piores.
Organizações e equipes de todos os tamanhos deveriam tentar fugir do Princípio
de Peter. Até as empresas já têm algumas ideias novas: testar o funcionário
com desafios do cargo que ele deve assumir, antes de promovêlo; permitir que
o funcionário que já mostrou competência possa ser testado em mais de uma
função; sair da estrutura de pirâmide e tentar jeitos novos de se organizar, com
menos hierarquia e mais flexibilidade; ter caminhos variados para o funcionário
avançar na carreira.
O trabalho recebeu em Harvard um prêmio Ig Nobel, dado a pesquisas
excêntricas “que fazem pessoas rir antes de pensar”, como é definido pela
entidade que o concede, a Improbable Research (“Pesquisa Improvável”).
E você, acha que o mundo consegue escapar do Princípio de Peter?
(Giffon, Carlosi. A empresa em que os piores funcionários ganham as
promoções. In: Época. 2.10.2010)
Entre as alternativas abaixo, a que NÃO apresenta impropriedade gramatical é:
a) A crise a que se assiste na economia mundial cria pesquisas insólitas.
b) A empresa da qual o diretor foi premiado não segue tal teoria.
c) Os temas que trata a pesquisa fazem os economistas pensar.
d) Os funcionários de que nos referimos são os competentes.
e) Os cientistas italianos que falamos são os autores da pesquisa.

22) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010
Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta na máquina
governamental contemporânea, necessários para a manutenção do poder e da
capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte permanente de
risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado compreenda seu ambiente
o,
tornar-se ameaçadores e perigosos para os próprios cidadãos se forem pouco
regulados e controlados.
Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de
inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes. Tais
dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de segredo

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governamental e o princípio do acesso público à informação ou, ainda, do fato


de não se poder reduzir a segurança estatal à segurança individual, e viceversa.
Vale lembrar que esses dilemas se manifestam, com intensidades variadas,
também nos países mais ricos e democráticos do mundo.
Marco Cepik e Christiano Ambros. Os serviços de inteligência no Brasil. In:
Ciência Hoje, vol. 45, n.º 265, nov./2009. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>
(com adaptações).
Com relação à estrutura coesiva, gramatical e vocabular do texto, julgue o item
seguinte.
A retirada da preposição de em "do fato" - que passaria a o fato - implicaria
prejuízo à estrutura sintática do texto.
Certo
Errado

23) CESPE/Eng/CEF/Engenharia Agronômica/2014


As primeiras moedas, peças representando valores, geralmente em metal,
surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C. As características que se
desejava ressaltar eram transportadas para as peças por meio da pancada de
um objeto pesado, em primitivos cunhos. Com o surgimento da cunhagem a
martelo e o uso de metais nobres, como o ouro e a prata, os signos monetários
passaram a ser valorizados também pela nobreza dos metais neles empregados.
Embora a evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata
por metais menos raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos séculos,
a associação dos atributos de beleza e expressão cultural ao valor monetário
das moedas, que quase sempre, na atualidade, apresentam figuras
representativas da história, da cultura, das riquezas e do poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança levou ao surgimento dos
bancos. Os negociantes de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu
serviço, passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus
clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas. Esses recibos
passaram, com o tempo, a servir como meio de pagamento por seus
possuidores, por ser mais seguro portá-los do que portar dinheiro vivo. Assim
surgiram as primeiras cédulas de “papel moeda”, ou cédulas de banco;

espécie dava origem a instituições bancárias.


Casa da Moeda do Brasil: 290 anos de História, 1694/1984.
No que se refere aos aspectos linguísticos, à classificação tipológica do texto
acima e às ideias nele expressas, julgue o item a seguir.

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A substituição da preposição “a”, em “a dar recibos escritos das quantias


guardadas”, pela preposição de manteria a correção gramatical do texto,
embora acarretasse alteração de sentido.
Certo
Errado

24) CESPE/Técnico/MPU/Apoio Técnico e


Administrativo/Segurança Institucional e Transporte/2015
O Ministério Público é fruto do desenvolvimento do Estado brasileiro e da
democracia. A sua história é marcada por processos que culminaram
consolidando-o como instituição e ampliando sua área de atuação.
No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e
as Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,
atribuindolhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.
Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa)
e o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).
Só no Império, em 1832, com o Código de Processo Penal do Império, iniciou-
se a sistematização das ações do Ministério Público. Na República, o Decreto n.º
848/1890, ao criar e regulamentar a justiça federal, dispôs, em um capítulo,
sobre a estrutura e as atribuições do Ministério Público no âmbito federal.
Foi na área cível, com a Constituição Federal de 1988, que o Ministério Público
adquiriu novas funções, com destaque para a sua atuação na tutela dos
interesses difusos e coletivos. Isso deu evidência à instituição, tornando-a uma
espécie de ouvidoria da sociedade brasileira.
Internet: <www.mpu.mp.br> (com adaptações).
Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se
segue.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão “sobre a” fosse
substituída por acerca da.
Certo
Errado

25) CESPE/Aud. CE/TCE PA/Educacional/2016


Texto CB1A1AAA
O tenente Antônio de Souza era um desses moços que se gabam de não crer
em nada, que zombam das coisas mais sérias e que riem dos santos e dos
milagres. Costumava dizer que isso de almas do outro mundo era uma grande

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mentira, que só os tolos temem a lobisomem e feiticeiras. Jurava ser capaz de


dormir uma noite inteira dentro do cemitério.
Eu não lhe podia ouvir tais leviandades em coisas medonhas e graves sem que
o meu coração se apertasse, e um calafrio me corresse a espinha. Quando a
gente se habitua a venerar os decretos da Providência, sob qualquer forma que
se manifestem, quando a gente chega à idade avançada em que a lição da
experiência demonstra a verdade do que os avós viram e contaram, custa ouvir
com paciência os sarcasmos com que os moços tentam ridicularizar as mais
respeitáveis tradições, levados por uma vaidade tola, pelo desejo de parecerem
espíritos fortes, como dizia o Dr. Rebelo. Peço sempre a Deus que me livre de
semelhante tentação. Acredito no que vejo e no que me contam pessoas
fidedignas, por mais extraordinário que pareça. Sei que o poder do Criador é
infinito e a arte do inimigo, vária.
Mas o tenente Souza pensava de modo contrário!
Apontava à lua com o dedo, deixava-se ficar deitado quando passava um
enterro, não se benzia ouvindo o canto da mortalha, dormia sem camisa, ria-se
do trovão! Alardeava o ardente desejo de encontrar um curupira, um lobisomem
ou uma feiticeira. Ficava impassível vendo cair uma estrela, e achava graça ao
canto agoureiro do acauã, que tantas desgraças ocasiona. Enfim, ao encontrar
um agouro, sorria e passava tranquilamente sem tirar da boca o seu cachimbo
de verdadeira espuma do mar.
Inglês de Sousa. A feiticeira. São Paulo: Ed. Difusão Cultural do Livro, 2008, p.
78 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, referente aos aspectos linguísticos do texto


CB1A1AAA.
Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos do texto, no trecho “só os
tolos temem a lobisomem e feiticeiras” a preposição “a” poderia ser suprimida.
Certo
Errado

26) CESPE/Auditor/TCE RN/2015


O poder político é dividido entre órgãos independentes e autônomos, aos quais
e
elaborar a lei; ao Poder Executivo, a função de administrar a aplicação da lei;
e, ao Poder Judiciário, a função de dirimir os conflitos legais surgidos entre
pessoas ou entre estas e o Estado. Esquece-se, no entanto, que o Poder
Legislativo possui outras funções típicas, das quais o poder financeiro e o
controle político são exemplos.

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A função de poder financeiro nasceu em 1215 com a inserção do princípio do no


taxation without representation (em tradução livre, tributação só com
representação) na Carta Magna da Inglaterra. Esse princípio vinculava a
cobrança de tributos à existência de uma lei elaborada por representantes do
povo. Foi a partir daí que apareceu a função legislativa — esta mais conhecida
que aquela. Mais tarde, a função de poder financeiro ganhou outra conotação:
a de controlar o uso e a destinação do dinheiro público pelo detentor do Poder
Executivo. Assim, passou a existir a função de controle financeiro dos atos
praticados pelo governo, isto é, passou o Poder Legislativo a controlar os gastos
do Poder Executivo mediante a fiscalização da matéria orçamentária. É o caso,
por exemplo, da elaboração, pelo Poder Legislativo, da lei orçamentária que
aprova o orçamento a ser utilizado pelo chefe do Poder Executivo para implantar
as políticas públicas necessárias ao desenvolvimento do país.
Tatiana Penharrubia Fagundes. O controle das contas municipais. Internet:
<www.teses.usp.br> (com adaptações).

Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto O controle das contas


municipais, julgue o item que se segue.
A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se substituísse “Esquece-
se, (...), que” (l.5) por Esquece-se, (...), de que.
Certo
Errado

27) CESPE/Ass. Jur./TCE RN/Técnico de Informática/2015


Exercer a cidadania é muito mais que um direito, é um dever, uma obrigação.
Você como cidadão é parte legítima para, de acordo com a lei, informar ao
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos
ilegítimos, ilegais e antieconômicos eventualmente praticados pelos agentes
públicos.
A garantia desse preceito advém da própria Constituição do estado do Rio
Grande do Norte, em seu artigo 55, § 3.º, que estabelece que qualquer cidadão,
partido político ou entidade organizada da sociedade pode apresentar, ao
TCE/RN denúncia sobre irregularidades ou ilegalidades praticadas no âmbito das

Exercício da cidadania. Internet: <www.tce.rn.gov.br> (com adaptações).

Em relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto Exercício da cidadania,


julgue o item seguinte.

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Mantém-se a correção gramatical do texto se o trecho “informar ao Tribunal de


Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos ilegítimos” (l. 1 a
3) for reescrito da seguinte forma: informar ao Tribunal de Contas do Estado do
Rio Grande do Norte (TCE/RN) sobre os atos ilegítimos.
Certo
Errado

28) CESPE/Esp. GT/TELEBRAS/Advogado/2015


A reestruturação do setor de telecomunicações no Brasil veio acompanhada da
privatização do Sistema TELEBRAS — operado pela Telecomunicações
Brasileiras S.A. (TELEBRAS) —, monopólio estatal verticalmente integrado e
organizado em diversas subsidiárias, que prestava serviços por meio de uma
rede de telecomunicações interligada, em todo o território nacional.
A ideia básica do novo modelo era a de adequar o setor de telecomunicações ao
novo contexto de globalização econômica, de evolução tecnológica setorial, de
novas exigências de diversificação e modernização das redes e dos serviços,
além de permitir a universalização da prestação de serviços básicos, tendo em
vista a elevada demanda reprimida no país.
A privatização, ao contrário do que ocorreu em diversos países em
desenvolvimento e mesmo em outros setores de infraestrutura do Brasil, foi
precedida da montagem de detalhado modelo institucional, dentro do qual se
destaca a criação de uma agência reguladora independente e autônoma, a
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Além disso, a reestruturação
do setor de telecomunicações brasileiro foi precedida de reformas setoriais em
vários outros países, o que trouxe a possibilidade de aprendizado com as
experiências anteriores.
José Claudio Linhares Pires. A reestruturação do setor de telecomunicações no
Brasil. Internet: <www.bndespar.com.br> (com adaptações).

No que se refere às estruturas linguísticas e às ideias do texto A reestruturação


do setor de telecomunicações no Brasil, julgue o item seguinte.
Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, nas estruturas “da
privatização”, “da montagem” e “de reformas setoriais”, os elementos
pela
e por.
Certo
Errado

29) FCC/Proc Leg/Cam Mun SP/2014

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É INADEQUADA a construção do segmento sublinhado na frase:


a) Muita gente ainda prefere ler um livro impresso a visualizá-lo numa tela.
b) Minha preferência de leitura recai sobre os velhos livros impressos, e não
sobre os virtuais.
c) A opinião que ele ousou expedir é a de que nada substitui o prazer de ler um
livro de papel.
d) Gostaria que sempre me assistisse o direito de escolher entre um e outro tipo
de leitura.
e) Quanto aos livros, ela acha preferível manuseá-los do que reconhecê-los num
monitor.

30) FCC/AJ/TRF 3/Apoio Especializado/Arquivologia/2014


Em nossa cultura, ...... experiências ...... passamos soma-se ...... dor,
considerada como um elemento formador do caráter, contexto ...... pathos pode
converter-se em éthos.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada:
a) às − porque − a − em que
b) às − pelas quais − à − de que
c) as − que − à − com que
d) às − por que − a − no qual
− por que − a − do qual

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6 – Gabarito

1 C 7 C 13 B 19 E 25 C
2 E 8 C 14 E 20 C 26 C
3 E 9 E 15 A 21 A 27 E
4 C 10 C 16 C 22 C 28 C
5 C 11 C 17 E 23 C 29 E
6 B 12 E 18 B 24 E 30 D

7 – Referencial Bibliográfico

1. CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL - Novíssima Gramática da Língua


Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008.
2. BECHARA, EVANILDO – Moderna Gramática Portuguesa, Nova Fronteira,
Rio de Janeiro, 2009.

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