06 Regência Nominal e Verbal
06 Regência Nominal e Verbal
06 Regência Nominal e Verbal
Olá amigos!
Como vamos de estudos??
Vamos entrar em um assunto tranquilo, mas que merece toda a nossa
atenção, pois é constante em provas de concursos de todos os níveis, sendo
pontuação certa.
Vamos nessa!!!
Sumário
1 – Regência ........................................................................................ 3
2 – Regência Nominal .......................................................................... 3
3 – Regência Verbal ............................................................................. 5
3.1 – Exemplos .................................................................................... 8
3.2 – Dois verbos com o mesmo complemento ...................................... 10
4 – Questões Comentadas ................................................................. 12
5 - Lista de exercícios ........................................................................ 53
6 – Gabarito ....................................................................................... 80
7 – Referencial Bibliográfico .............................................................. 80
1 – Regência
2 – Regência Nominal
3 – Regência Verbal
OBSERVAÇÃO:
O verbo cumprir é transitivo direto – TD, porém a preposição “com” pode ser
utilizada para dar ênfase ou realce ao verbo.
1) CESPE/AUFC/TCU/Tecnologia da Informação/2010
A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que
permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor
valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o
3.1 – Exemplos
Nos verbos acima podemos também utilizar preposições tal como: sobre, a
respeito de (locução).
ATENÇÃO: Veja que o verbo namorar não admite a forma “namorar com”.
PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)
PRESIDIR
•Ele presidiu o encontro.
TD ou TI (a)
•Ele presidiu ao encontro.
facultativo
Veja que o sentido e a regência são os mesmos para as duas formas do verbo
“tratar”.
O que devemos observar aqui é que, no primeiro exemplo, o sujeito da oração
é “o processo”.
Na segunda oração, o sujeito é indeterminado, sendo o termo “no processo”
um adjunto adverbial de lugar.
Por isso, quando houver o “SE”, precisaremos da preposição ”em”.
facultativamente.
Exemplos:
• Os noivos abraçaram e beijaram-se.
• Os noivos abraçaram-se e beijaram-se.
No exemplo acima os dois verbos são TD, por isso nenhum deles pede
preposição.
Valeu pessoal!
Mãos à obra!!!
4 – Questões Comentadas
2) CESPE/TJ/TJDFT/2013
Texto para o item
O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a decisão
do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido
do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre
em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão do
mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.
No caso relatado, estava em jogo, na sessão plenária do tribunal do júri, o
direito linguístico das testemunhas indígenas de se expressarem em sua própria
língua, ainda que essas mesmas pessoas possuíssem o domínio da língua da
sociedade envolvente, que, no caso, é a portuguesa. É que, conforme escreveu
Pavese, só fala sem sotaque aquele que é nativo. Se, para o aspecto exterior
da linguagem, que é a sua expressão, já é difícil, para aquele que fala, falar
com a propriedade devida, com razão mais forte a dificuldade se impõe para o
raciocínio adequado que deve balizar um depoimento testemunhal, pouco
importando se se trata de testemunha ou de acusado.
No que interessa a este estudo, entre os modelos normativos que reconhecem
direitos linguísticos, o modelo de direitos humanos significa a existência de
norma na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, da Organização
das Nações Unidas, que provê um regime de tolerância linguística, garantia essa
que não suporta direitos linguísticos de forma específica, isto é, protegem-se,
imediatamente, outros direitos fundamentais, tais como direito de liberdade de
expressão, de reunião, de associação, de privacidade e do devido processo legal,
e apenas mediatamente o direito linguístico; já o modelo dos povos indígenas
tem por base legal a Convenção n.o 169 da Organização Internacional do
Trabalho, que prevê a proteção imediata de direitos de desenvolvimento da
personalidade, tais como oportunidade econômica, educação e saúde, e,
mediatamente, de direitos linguísticos.
A questão jurídica aqui tratada pode enquadrar-se tanto em um modelo quanto
em outro, já que pode ser ela referida ao direito de liberdade de expressão na
própria língua e também ao direito do indígena de falar sua própria língua por
força do seu direito ao desenvolvimento de sua personalidade. Mas há mais. A
Constituição Federal de 1988 (CF) positivou, expressamente, norma específica
que protege as línguas indígenas, reconhecendo-as e indo, portanto, mais além
do que as normas internacionais de direitos humanos. Essa proteção tem a ver
com a ideia maior da própria cultura, que se compõe das relações entre as
pessoas com base na linguagem.
Paulo Thadeu Gomes da Silva. Direito linguístico: a propósito de uma decisão
judicial. In: Revista Internacional de Direito e Cidadania, n.º 9, p. 1837,
3) CESPE/TJ/STF/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013
O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter havido o
saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao
futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido. Agatão está certo
ao escrever: “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
Em outras palavras, a necessidade do passado se contrapõe à possibilidade do
presente, em decorrência da indeterminação do futuro. O possível está,
portanto, articulado ao tempo presente como escolha que determinará o sentido
do futuro, que, em si mesmo, é contingente porque depende de nossa
deliberação, escolha e ação.
Isso significa, todavia, que, uma vez feita a escolha entre duas alternativas
contrárias e realizada a ação, aquilo que era um futuro contingente se
transforma em um passado necessário, de tal maneira que nossa ação
determina o curso do tempo. É essa passagem do contingente ao necessário
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item a seguir.
4) CESPE/AA/ICMBio/2014
Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodoviária dominante desde a década
de 60 do século passado, nunca viraria um modelo de planejamento urbano.
Em uma época em que parecia fazer mais sentido priorizar o trânsito de carros,
Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres do país. Antes
de se tornar o maior calçadão da Europa, com um quilômetro de extensão, a
Stroget era uma rua comercial dominada por automóveis, assim como todo o
centro da cidade. O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os
espaços urbanos deveriam servir para a interação social. Na época, foi criticado
pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas não
riam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas
triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência
reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para
o usufruto e o conforto das pessoas.
Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).
Julgue o item, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima.
Nas sequências “acreditava que os espaços urbanos” e “ponderavam que as
pessoas não passariam”, o “que” introduz complementos oracionais para as
formas verbais “acreditava” e “ponderavam”.
Certo
Comentários:
O verbo ponderar é transitivo direto – TD (quem pondera, pondera algo).
Portanto na oração temos o seguinte:
“(os comerciantes) que (sujeito) ponderavam (VTD) que as pessoas não
passariam (OD)”
Errado
Comentários:
O verbo assistir no sentido de ver ou presenciar pede a preposição A, vamos
então à análise do período proposto:
Gabarito: C
6) FUNCAB/AA/PRF/2014
Texto 1
Inauguração da Avenida
[...]
Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio.
O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está
comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom
das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou
naquele grupo.
Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo do povo rude, que contempla e critica a arquitetura
dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele
tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando
uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da
Alternativa E - Correta – O verbo OPOR é TDI (opor uma coisa a outra). Eis
PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)
Gabarito: B
Gabarito: C
8) CESPE/Tec./MPU/Administrativo/2010
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de
desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A
chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também
viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e
adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução
Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer
erradicado, ele continua sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e estruturas linguísticas do texto, julgue o item
subsequente.
O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma
verbal "obriga".
Certo
Errado
Comentários:
Quem obriga, obriga (VTD) alguém (OD) a algo (OI).
Nesse caso:
“obriga (VTD) crianças e adolescentes (OD) a participarem do processo de
PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)
Gabarito: C
9) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Acerca das ideias, dos sentidos e de aspectos gramaticais do texto, julgue o
próximo item.
Na linha 1, a eliminação da preposição “com”, que se segue à forma verbal
“rompendo”, cujo significado no contexto é o de afastar; desfazer; eliminar,
prejudicaria a correção gramatical do período em que se encontra.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo ROMPER, possui duas regências, cada qual com um sentido diferente.
ntado
pelo enunciado (desfazer, eliminar, afastar).
Quando empregamos o verbo romper regido pela preposição com, ele tem o
sentido de terminar uma relação, este é o sentido empregado no texto.
Portanto, no enunciado, o sentido está trocado, por isso a questão está
errada, embora a eliminação da preposição com não deixe a oração
gramaticalmente incorreta, o sentido original do texto ficaria prejudicado.
Gabarito: E
Certo
Errado
Comentários:
Na regência verbal temos que considerar a transitividade do verbo, ou seja,
se o verbo é intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto.
Os verbos transitivos diretos exigem complemento sem preposição (objeto
direto) e os transitivos indiretos pedem complemento com preposição (objeto
indireto).
O verbo EXIGIR é TDI, pois, quando exigimos, exigimos algo (OD) de alguém
(OI).
Em nosso caso concreto, temos o seguinte:
“exige-se (VTDI) dessa liderança (OI) não apenas o enfrentamento... (OD)”
Gabarito: C
12) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Com referência a aspectos gramaticais do texto, julgue o item subsequente. As
relações de coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a
preposição “a”, logo depois da forma verbal “limita-se”, fosse substituída pela
preposição de.
Errado
Comentários:
A regência do verbo limitar-se no sentido empregado admite apenas a
preposição A.
Para sorte do candidato, a substituição proposta pela banca não pega bem nem
mesmo para os ouvidos. Portanto, precisamos, também, desenvolver esta
percepção “auditiva”, o que se chama de “feeling”, uma vez que não temos
condições de decorar tudo de todos os assuntos.
Gabarito: E
13) FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2009
O leitor já viu onde quero chegar.
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente à
apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação da
linguagem ao padrão normativo.
a) Já observou o leitor onde quero chegar.
b) O leitor já viu aonde quero chegar.
c) Quero chegar onde o leitor já viu.
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar.
Comentários:
Alternativas A – Incorreta – A despeito da prolixidade causada pela inversão da
oração. A regência do verbo CHEGAR exige a preposição A, por isso devemos
utilizar o termo aonde (preposição A + pronome relativo ONDE).
Alternativa B – Correta – Quem chega, chega a algum lugar. Portanto utilizamos
a expressão aonde.
Alternativa C – Incorreta
14) CESPE/TA/ANATEL/Administrativo/2014
As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a
locuções, expressões idiomáticas, gírias, flexões verbais, declinações e coisas
assim. Isso pode ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas
15) FUNCAB/Adv/EMDAGRO/2014
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Existem pessoas frágeis, mas sexo frágil, esqueça. As mulheres nunca
estiveram tão fortes, decididas, abusadas até. O que é saudável: quem não
busca corajosamente sua independência acaba sobrando e vivendo de queixas.
Uma sociedade de homens e mulheres que prezam sua liberdade e atingem seus
objetivos é um lugar mais saudável para se viver. Realização provoca alegria.
O que não impede que prestemos atenção no que essa metamorfose pode ter
de prejudicial. As mulheres se masculinizaram, é fato. Não por fora, mas por
dentro. As qualidades que lhes são atribuídas hoje, e as decorrentes conquistas
dessa nova maneira de estar no mundo, eram atributos considerados apenas
dos homens. Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum: nem eles
de seu perfil batalhador, nem nós da nossa afetividade. Geração bivolt. Homens
e mulheres funcionando em dupla voltagem, com todos os atributos em comum.
Mas seguimos, sim, precisando uns dos outros – como nunca.
Não são poucas as mulheres potentes que parecem conseguir tocar o barco
sozinhas, sem alguém que as ajude com os remos. Mas é só impressão. Talvez
não precisemos de quem reme conosco, mas há em todas nós uma necessidade
ancestral de confirmar a fêmea que invariavelmente somos. E isso se dá através
da maternidade, do amor e do sexo. Se não for possível ter tudo (ou não quiser),
ao menos alguma dessas práticas é preciso exercer na vida íntima, caso
contrário, viraremos uns tratores. Muito competentes, mas com a identidade
incompleta.
Nossa virilização é interessante em muitos pontos, mas se tornará brutal se
chegarmos ao exagero de declarar guerra aos nossos instintos. O.k., ser mãe
não é obrigatório, ter um grande amor é sorte, e muitas fazem sexo apenas
para disfarçar o desespero da solidão, mas seja qual for o contexto em que nos
encontramos, é importante seguir buscando algo que nos conecte com o que
nos restou de terno, aquela doçura que cada mulher sabe que ainda traz em si
e que deve preservar, porque não se trata de uma fragilidade paralisante, e sim
de uma característica intrínseca ao gênero, a parte de nós que se reconhece
vulnerável e que não precisa se envergonhar disso. Se é igualdade que a gente
quer, extra, extra: homens também são vulneráveis.
Cuida bem de mim”, dizia o refrão de uma antiga música do Dalto, e que Nando
Reis regravou recentemente. Cafona? Ora, se a gente não se desfizer da nossa
buscando algo que nos conecte com o que nos restou de terno, aquela doçura
que cada mulher sabe que ainda traz em si e que deve preservar, porque não
se trata de uma fragilidade paralisante, e sim de uma característica intrínseca
ao gênero, a parte de nós que se reconhece vulnerável e que não precisa se
envergonhar disso.” (§ 4)
A mudança inaceitável por ferir norma da língua padrão ou alterar o sentido do
enunciado está destacada em:
a) seja qual for o contexto EM QUE nos encontramos /QUE
b) que nos conecte COM o que nos restou de terno /A
c) PORQUE NÃO SE TRATA de uma fragilidade paralisante /DADO NÃO SE
TRATAR
d) E SIM de uma característica /SENÃO
e) e QUE não precisa se envergonhar DISSO / e DE QUE não precisa se
envergonhar
Comentários:
Alternativa A - Incorreta – O termo “em que” é um pronome relativo (note
que pode ser substituído por no qual).
Podemos omitir a preposição antes do “que” é quando ele é conjunção
integrante.
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas
(aquelas que podem ser substituídas por “ISSO”). Sempre que podermos
substituir “que” por “o qual”, “a qual” já sabemos que ele é pronome relativo,
portanto a preposição NÃO poderá ser omitida.
Alternativa B - Correta – O verbo CONECTAR admite ambas as preposições –
“com” e “a” sem mudança de sentido.
Alternativa C - Correta – As duas expressões têm valor explicativo e o verbo
TRATAR permanece regido pela preposição “de”.
Alternativa D - Correta – A expressão “e sim” tem valor adversativo ou de
oposição, similar a “senão”, mas, porém, todavia e etc.
Alternativa E - Correta – O verbo ENVERGONHAR-SE exige a preposição “de”
(envergonhar-se de algo). Enquanto a primeira opção traz “envergonhar
onhar -
se).
Gabarito: A
16) CESPE/TEFC/TCU/2004
Gabarito: E
Alternativa C – Incorreta – O verbo almejar é TD, por isso não cabe a crase
antes de “edificação”.
Alternativa D – Incorreta – O verbo proceder no sentido de realizar é TI e
necessita da preposição “a” em seu complemento (procedemos aos trabalhos).
Alternativa E – Incorreta – O verbo buscar é TD, por isso não cabe preposição
em seu complemento, consequentemente não pode haver crase (prep A + art
A = à).
Gabarito: B
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência &
Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 423 (com adaptações).
No que concerne à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do
texto acima, julgue o próximo item.
Na linha 6, a preposição "de", que foi usada antes de um pronome relativo, é
obrigatória, visto que atende à regência do verbo guardar.
Certo
Errado
Comentários:
O verbo guardar é transitivo direto, portanto não exige preposição.
A preposição “de” é exigência do nome “ideia” (ex. ter ideia de alguma coisa).
Ademais, o termo “que” não é pronome relativo (que retoma um termo já
citado no texto para evitar repetição) mas sim uma conjunção integrante que
introduz a oração subordinada substantiva completiva nominal “de que o
exercício da política é coletivo e racional” que complementa o nome “ideia”.
Lembre-se que os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas,
enquanto as conjunções integrantes introduzem as orações substantivas.
Somente estas podem ter a preposição suprimida.
Lembra da controvérsia de que falamos?
Quando a oração, introduzida pela conjunção integrante “que”, complementa
um nome (tem a função de complemento nominal – CN), há autores que
abonam tal omissão e outros que condenam.
De toda maneira a preposição não é exigida pelo verbo GUARDAR e sim pelo
nome “ideia”.
Gabarito: E
Gabarito: C
Na média dos seis resultados, a promoção aleatória foi a melhor para acumular
competência na empresa. Também foi possível, pela lógica de Peter, ter bom
resultado promovendo sempre os piores (já que os melhores continuavam
fazendo o que faziam bem) e intercalando promoções dos melhores e dos piores.
Organizações e equipes de todos os tamanhos deveriam tentar fugir do Princípio
de Peter. Até as empresas já têm algumas ideias novas: testar o funcionário
com desafios do cargo que ele deve assumir, antes de promovêlo; permitir que
o funcionário que já mostrou competência possa ser testado em mais de uma
função; sair da estrutura de pirâmide e tentar jeitos novos de se organizar, com
menos hierarquia e mais flexibilidade; ter caminhos variados para o funcionário
avançar na carreira.
O trabalho recebeu em Harvard um prêmio Ig Nobel, dado a pesquisas
excêntricas “que fazem pessoas rir antes de pensar”, como é definido pela
entidade que o concede, a Improbable Research (“Pesquisa Improvável”).
E você, acha que o mundo consegue escapar do Princípio de Peter?
(Giffon, Carlosi. A empresa em que os piores funcionários ganham as
promoções. In: Época. 2.10.2010)
Entre as alternativas abaixo, a que NÃO apresenta impropriedade gramatical é:
a) A crise a que se assiste na economia mundial cria pesquisas insólitas.
b) A empresa da qual o diretor foi premiado não segue tal teoria.
c) Os temas que trata a pesquisa fazem os economistas pensar.
d) Os funcionários de que nos referimos são os competentes.
e) Os cientistas italianos que falamos são os autores da pesquisa.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O verbo assistir no sentido de presenciar está
corretamente regido pela preposição “a”.
eria
cujo (“a empresa cujo diretor foi premiado não segue tal teoria”). Veja que o
diretor pertence à empresa, por isso há uma relação de posse característica do
pronome “cujo”.
Alternativa C – Incorreta – Quem trata, trata de algo. Portanto a oração
necessita da preposição “de” antes do pronome “que” (“os temas de que trata
a pesquisa fazem os economistas pensar”).
22) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010
Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta na máquina
governamental contemporânea, necessários para a manutenção do poder e da
capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte permanente de
risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado compreenda seu ambiente
e seja capaz de avaliar atuais ou potenciais adversários, podem, por outro,
tornar-se ameaçadores e perigosos para os próprios cidadãos se forem pouco
regulados e controlados.
Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de
inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes. Tais
dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de segredo
governamental e o princípio do acesso público à informação ou, ainda, do fato
de não se poder reduzir a segurança estatal à segurança individual, e viceversa.
Vale lembrar que esses dilemas se manifestam, com intensidades variadas,
também nos países mais ricos e democráticos do mundo.
Marco Cepik e Christiano Ambros. Os serviços de inteligência no Brasil. In:
Ciência Hoje, vol. 45, n.º 265, nov./2009. Internet: <cienciahoje.uol.com.br>
(com adaptações).
Com relação à estrutura coesiva, gramatical e vocabular do texto, julgue o item
seguinte.
A retirada da preposição de em "do fato" - que passaria a o fato - implicaria
prejuízo à estrutura sintática do texto.
Certo
Errado
Comentários:
orre
de...).
Veja o período:
“Tais dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de
segredo governamental e o princípio do acesso público à informação ou, ainda,
do fato...”.
Repare que há um paralelismo entre os dois motivos dos quais “decorrem tais
dilemas” (o verbo se repete implicitamente - “tais dilemas decorrem da
tensão... ou... (decorrem) do fato...”).
Gabarito: C
Comentários:
Vamos analisar o trecho:
“ ...passaram a aceitar a responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus
clientes e a dar recibos escritos das quantias guardadas”
Acima temos duas orações grifadas introduzidas pela preposição “a”. Isso é o
que se chama de paralelismo.
As duas orações complementam o verbo PASSARAM.
Como são introduzidas por preposição, formam objetos indiretos do verbo
PASSAR (orações subordinadas substantivas objetivas indiretas).
A mudança de preposição, proposta no enunciado, não é possível pois, no
sentido em que está escrito (passar/começar a fazer algo), o verbo PASSAR
apenas permite a preposição A.
Gabarito: C
5
Exercer a cidadania é muito mais que um direito, é um dever, uma obrigação.
Você como cidadão é parte legítima para, de acordo com a lei, informar ao
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE/RN) os atos
ilegítimos, ilegais e antieconômicos eventualmente praticados pelos agentes
públicos.
Nos verbos acima podemos também utilizar preposições tal como: sobre, a
respeito de (locução).
Repare que a forma proposta está errada, pois teríamos dois objetos indiretos,
cada qual com uma preposição diferente.
Gabarito: Errado
Certo
Errado
Comentários:
A regência dos nomes “acompanhada” e “precedida” permitem as preposições
DE e POR sem alteração de sentido.
acompanhada da privatização = acompanhada pela privatização
precedida da montagem = precedida pela montagem
precedida de reformas setoriais = precedida por reformas setoriais
oposta
pela banca.
da = (de + a); pela = (por + a)
Gabarito: Certo
PAGAR
PERMITIR •Pagou a dívida ao banco.
CONTAR •Permitiu aos alunos que filmassem a aula.
•Contou a estória ao filho.
PERDOAR
•Perdoou a dívida aos devedores.
RESPONDER •Respondeu a carta aos fãs.
REVELAR •Revelou o segredo ao filho.
TDI (a)
5 - Lista de Exercícios
1) CESPE/AUFC/TCU/Tecnologia da Informação/2010
A relação de poder e status entre grupos está ligada à identidade social, que
permite ao grupo dominante na sociedade, por deter o poder e o status, impor
valores e ideologias, que, por sua vez, servem para legitimar e perpetuar o
status quo. Vale lembrar que os indivíduos nascem já inseridos em uma
estrutura social e, simplesmente em função do sexo ou da classe social, entre
outros itens, são colocados em um ou em outro grupo social. Dessa forma,
adquirem as categorias sociais definitivas dos grupos aos quais pertencem e
que podem ter valores sociais positivos ou negativos. Os membros dos grupos
dominantes e de status superior passam a ter identidade social positiva e maior
grau de autoestima. Da mesma forma, os membros de status inferior ou de
grupos subordinados têm ou adquirem identidade social menos positiva e menor
autoestima. Entretanto, se a mobilidade para uma classe superior parece
impossível e os membros do grupo inferior percebem as fronteiras entre os
grupos como impenetráveis, eles podem vir a adotar estratégias coletivas para
criar uma identidade social mais positiva para o seu grupo. Tais mudanças são
denominadas mudanças sociais.
Astrid N. Sgarbieri. A mulher brasileira: representações na mídia. In: M. I.
Ghilardi Lucena (Org.). Representações do feminino. PUC: Átomo, 2003, p.
1289 (com adaptações).
Com referência à organização dos sentidos e das estruturas linguísticas do texto
acima, julgue o item subsequente.
A preposição a, em "aos quais", estabelece relações sintático-semânticas com o
verbo pertencer; por tal motivo, essa preposição não poderia ser omitida no
período, mesmo se o pronome fosse substituído por a que.
Certo
Errado
2) CESPE/TJ/TJ DFT/2013
Texto para o item
O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a decisão
do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu pedido
do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta sobre
em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão do
mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.
No caso relatado, estava em jogo, na sessão plenária do tribunal do júri, o
direito linguístico das testemunhas indígenas de se expressarem em sua própria
3) CESPE/TJ/STF/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013
O passado jamais pode ser objeto de escolha: ninguém escolhe ter havido o
saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao passado, mas ao
futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido. Agatão está certo
ao escrever: “Pois há uma única coisa de que o próprio Deus está privado: fazer
que o que foi não tenha sido”.
Em outras palavras, a necessidade do passado se contrapõe à possibilidade do
presente, em decorrência da indeterminação do futuro. O possível está,
portanto, articulado ao tempo presente como escolha que determinará o sentido
do futuro, que, em si mesmo, é contingente porque depende de nossa
deliberação, escolha e ação.
Isso significa, todavia, que, uma vez feita a escolha entre duas alternativas
contrárias e realizada a ação, aquilo que era um futuro contingente se
transforma em um passado necessário, de tal maneira que nossa ação
determina o curso do tempo. É essa passagem do contingente ao necessário
por meio do possível que dá à ação humana um peso incalculável.
Marilena Chaui. Contra a servidão voluntária. Belo Horizonte: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2013, vol. 1, p. 114 (com adaptações).
Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item a seguir.
A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição
‘de’ (l.4).
Certo
Errado
4) CESPE/AA/ICMBio/2014
Se a Dinamarca tivesse seguido a corrente rodoviária dominante desde a década
de 60 do século passado, nunca viraria um modelo de planejamento urbano.
Em uma época em que parecia fazer mais sentido priorizar o trânsito de carros,
Copenhague apostou na criação da primeira rua para pedestres do país. Antes
de se tornar o maior calçadão da Europa, com um quilômetro de extensão, a
Stroget era uma rua comercial dominada por automóveis, assim como todo o
centro da cidade. O arquiteto por trás da iniciativa, Jan Gehl, acreditava que os
espaços urbanos deveriam servir para a interação social. Na época, foi criticado
pela imprensa e por comerciantes, que ponderavam que as pessoas não
passariam muito tempo ao ar livre em uma capital gélida. Erraram. As vendas
triplicaram, e a rua de pedestres foi ocupada pelos moradores. A experiência
reforçou as convicções de Gehl, que defende o planejamento das cidades para
o usufruto e o conforto das pessoas.
Camilo Gomide. Cidades prazerosas. In: Planeta, fev./2014 (com adaptações).
Julgue o item, referente às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima.
6) FUNCAB/AA/PRF/2014
Texto 1
Inauguração da Avenida
Já lá se vão cinco dias. E ainda não houve aclamações, ainda não houve delírio.
O choque foi rude demais. Acalma ainda não renasceu.
Mas o que há de mais interessante na vida dessa mó de povo que se está
comprimindo e revoluteando na Avenida, entre a Prainha e o Boqueirão, é o tom
das conversas, que o ouvido de um observador apanha aqui e ali, neste ou
naquele grupo.
Não falo das conversas da gente culta, dos “doutores” que se julgam doutos.
Falo das conversas do povo do povo rude, que contempla e critica a arquitetura
dos prédios: “Não gosto deste... Gosto mais daquele... Este é mais rico... Aquele
tem mais arte... Este é pesado... Aquele é mais elegante...”.
Ainda nesta sexta-feira, à noite, entremeti-me num grupo e fiquei saboreando
uma dessas discussões. Os conversadores, à luz rebrilhante do gás e da
eletricidade, iam apontando os prédios: e cousa consoladora eu, que
acompanhava com os ouvidos e com os olhos a discussão, nem uma só vez
deixei de concordar com a opinião do grupo. Com um instintivo bom gosto
subitamente nascido, como por um desses milagres a que os teólogos dão o
nome de “mistérios da Graça revelada” aquela simples e rude gente, que nunca
vira palácios, que nunca recebera a noção mais rudimentar da arte da
arquitetura, estava ali discernindo entre o bom e o mau, e discernindo com
clarividência e precisão, separando o trigo do joio, e distinguindo do vidro
ordinário o diamante puro.
É que o nosso povo nascido e criado neste fecundo clima de calor e umidade,
que tanto beneficia as plantas como os homens tem uma inteligência nativa,
exuberante e pronta, que é feita de sobressaltos e relâmpagos, e que apanha e
fixa na confusão as ideias, como a placa sensibilizada de uma máquina
fotográfica apanha e fixa, ao clarão instantâneo de uma faísca de luz oxídrica,
todos os objetos mergulhados na penumbra de uma sala...
E, pela Avenida em fora, acotovelando outros grupos, fui pensando na revolução
moral e intelectual que se vai operar na população, em virtude da reforma
material da cidade.
A melhor educação é a que entra pelos olhos. Bastou que, deste solo coberto
de baiucas e taperas, surgissem alguns palácios, para que imediatamente nas
almas mais incultas brotasse de súbito a fina flor do bom gosto: olhos, que só
haviam contemplado até então betesgas, compreenderam logo o que é a
arquitetura. Que não será quando da velha cidade colonial, estupidamente
conservada até agora como um pesadelo do passado, apenas restar a
lembrança?
[...]
E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio, voltei-me, e contemplei mais uma
vez a Avenida, em toda sua gloriosa e luminosa extensão. [...]
Gazeta de Notícias 19 nov.1905. Bilac, Olavo. Vossa Insolência: crônicas. São
Paulo: Companhia de Letras, 1996, p. 264267
Vocabulário:
baiuca: local de última categoria, malfrequentado.
betesga: rua estreita, sem saída,
mó: do latim “mole” , multidão; grande quantidade,
revolutear: agitarse
em várias direções,
tapera: lugar malconservado e de mau aspecto
Texto 2
O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho
e não se perturba levanta voo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto
urbano persegue a morte com o trim-trim da campainha: entrega sem derreter
sorvete a domicílio.
É a sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio
acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido
colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor
derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o
ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto.
Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e uma perna mais curta
foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao para-choque do ônibus. Salta a poça d’água no asfalto.
Num só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o
sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão,
trimtrim.
Trevisan, Dalton. In: Bosi, Alfredo (Org.). O conto brasileiro contemporâneo.
14" Ed. São Paulo: Cultrix, 1997. p. 189.
Em um dos textos, o autor incorreu, de acordo com a norma culta, na construção
da frase, em erro na escolha da preposição. Aponte-a, dentre as alternativas
apresentadas.
a) “Não falo das conversas da gente culta...” (texto 1 §3)
b) “ ...entrega sem derreter sorvete a domicílio.” (texto 2 § 1)
c) “ ...liberta o gênio acorrentado ao pedal.” (texto 2 § 2)
d) “E quando cheguei ao Boqueirão do Passeio...” (texto1 §9)
Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores
vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da
lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou
escondermos a infâmia.
Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de Benjamin Skinner que ficou
gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime
tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à
conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra
época da história humana.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de
mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com
dureza era a velha escravidão clássica − a exploração braçal e brutal de milhares
ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo
jamais feito sobre a escravidão atual. Promovido pela Associação Walk Free, o
Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava, continua a espantar
o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13
milhões e os 14 milhões de escravos. Falamos, na grande maioria, de gente que
continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas
transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas
roças.
Conclusões principais do estudo? Pessoalmente, interessam-me duas. A
primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para
não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".
De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo
contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela.
A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem
negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a
existir.
Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a
escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje,
dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e
até na América Latina? [...]
O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo
algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que
Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos
infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, não
têm final feliz.
8) CESPE/Tec./MPU/Administrativo/2010
A pobreza é um dos fatores mais comumente responsáveis pelo baixo nível de
desenvolvimento humano e pela origem de uma série de mazelas, algumas das
quais proibidas por lei ou consideradas crimes. É o caso do trabalho infantil. A
chaga encontra terreno fértil nas sociedades subdesenvolvidas, mas também
viceja onde o capitalismo, em seu ambiente mais selvagem, obriga crianças e
adolescentes a participarem do processo de produção. Foi assim na Revolução
Industrial de ontem e nas economias ditas avançadas. E ainda é, nos dias de
hoje, nas manufaturas da Ásia ou em diversas regiões do Brasil. Enquanto, entre
as nações ricas, o trabalho infantil foi minimizado, já que nunca se pode dizer
erradicado, ele continua sendo grave problema nos países mais pobres.
Jornal do Brasil, Editorial, 1.º/7/2010 (com adaptações).
Com relação aos sentidos e estruturas linguísticas do texto, julgue o item
subsequente.
O emprego de preposição em "a participarem" é exigido pela regência da forma
verbal "obriga".
Certo
Errado
9) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
em vez de um prazer.
–Um prazer? Aquilo?
– Pra você não sei. Pra mim, é o maior prazer que um homem pode ter. É quando
o homem chega ao paraíso.
– Bom, se você acredita nisso, então pode pensar naquilo como um prazer. Pra
mim é o fim.
– Você precisa de ajuda, rapaz.
– Ajuda religiosa? Perdi a fé há muito tempo.
Da última vez que falei com um padre a respeito, só o que ele me disse foi que
eu devia rezar. Rezar muito, para poder enfrentar aquilo sem medo.
– Mas você foi procurar logo um padre? Precisa de ajuda psiquiátrica. Talvez
clínica, não sei. Ter pavor daquilo não é saudável.
– E eu não sei? Eu queria ser como você. Viver com a perspectiva daquilo
naturalmente, até alegremente. Ir para aquilo assoviando.
– Ah, vou. Assoviando e dando pulinho. Olhe, já sei o que eu vou fazer. Vou
apresentar você a uma amiga minha. Ela vai tirar todo o seu medo.
– Sei.Uma dessas transcendentalistas.
– Não, é daqui mesmo. Codinome Neca. Com ela é tiro e queda. Figurativamente
falando, claro.
– Hein?
–O quê?
– Do que é que nós estamos falando?
– Do que é que você está falando?
– Daquilo. Da morte.
–Ah.
– E você?
– Esquece.
VERISSIMO, Luis Fernando. Aquilo. In: Novas Comédias da Vida Privada.
PortoAlegre: L&PM, 1996. p. 4344.
ados
no fragmento “Vou apresentar VOCÊ A UMA AMIGA MINHA.” (§ 20) é:
a) Vou apresentar-lhe a uma amiga minha.
b) Vou apresentar-lhe a você.
c) Vou apresentá-lo a uma amiga minha.
d) Vou apresentá-la uma amiga minha.
12) CESPE/TA/ANCINE/2012
Texto para o item
Compreende-se que a festa, representando tal paroxismo de vida e rompendo
de um modo tão violento com as pequenas preocupações da existência
cotidiana, surja ao indivíduo como outro mundo, em que ele se sente amparado
e transformado por forças que o ultrapassam. A sua atividade diária, colheita,
caça, pesca, ou criação de gado, limita-se a preencher o seu tempo e a prover
as suas necessidades imediatas. É certo que ele lhe dedica atenção, paciência,
habilidade, mas, mais profundamente, vive na recordação de uma festa e na
expectativa de outra, pois a festa figura para ele, para a sua memória e para o
seu desejo o tempo das emoções intensas e da metamorfose do seu ser.
Roger Caillois. O homem e o sagrado. Lisboa: Edições 70, 1988, p. 967 (com
adaptações).
Com referência a aspectos gramaticais do texto, julgue o item subsequente. As
relações de coerência e a correção gramatical do texto seriam preservadas se a
preposição “a”, logo depois da forma verbal “limita-se”, fosse substituída pela
preposição de.
Certo
Errado
13) FGV/AFRE/SEFAZ-RJ/2009
O leitor já viu onde quero chegar.
Assinale a alternativa cuja estrutura seja equivalente semanticamente à
apresentada acima, mas que dela se diferencie quanto à adequação da
linguagem ao padrão normativo.
a) Já observou o leitor onde quero chegar.
b) O leitor já viu aonde quero chegar.
c) Quero chegar onde o leitor já viu.
d) Em que ponto quero chegar o leitor já viu.
e) O leitor já viu em cujo local quero chegar.
15) FUNCAB/Adv/EMDAGRO/2014
Leia o texto a seguir e responda à questão.
Existem pessoas frágeis, mas sexo frágil, esqueça. As mulheres nunca
estiveram tão fortes, decididas, abusadas até. O que é saudável: quem não
busca corajosamente sua independência acaba sobrando e vivendo de queixas.
Uma sociedade de homens e mulheres que prezam sua liberdade e atingem seus
objetivos é um lugar mais saudável para se viver. Realização provoca alegria.
O que não impede que prestemos atenção no que essa metamorfose pode ter
de prejudicial. As mulheres se masculinizaram, é fato. Não por fora, mas por
dentro. As qualidades que lhes são atribuídas hoje, e as decorrentes conquistas
dessa nova maneira de estar no mundo, eram atributos considerados apenas
dos homens. Agora ninguém mais tem monopólio de atributo algum: nem eles
de seu perfil batalhador, nem nós da nossa afetividade. Geração bivolt. Homens
e mulheres funcionando em dupla voltagem, com todos os atributos em comum.
Mas seguimos, sim, precisando uns dos outros – como nunca.
Não são poucas as mulheres potentes que parecem conseguir tocar o barco
sozinhas, sem alguém que as ajude com os remos. Mas é só impressão. Talvez
não precisemos de quem reme conosco, mas há em todas nós uma necessidade
ancestral de confirmar a fêmea que invariavelmente somos. E isso se dá através
da maternidade, do amor e do sexo. Se não for possível ter tudo (ou não quiser),
ao menos alguma dessas práticas é preciso exercer na vida íntima, caso
contrário, viraremos uns tratores. Muito competentes, mas com a identidade
incompleta.
Nossa virilização é interessante em muitos pontos, mas se tornará brutal se
chegarmos ao exagero de declarar guerra aos nossos instintos. O.k., ser mãe
não é obrigatório, ter um grande amor é sorte, e muitas fazem sexo apenas
para disfarçar o desespero da solidão, mas seja qual for o contexto em que nos
encontramos, é importante seguir buscando algo que nos conecte com o que
nos restou de terno, aquela doçura que cada mulher sabe que ainda traz em si
e que deve preservar, porque não se trata de uma fragilidade paralisante, e sim
de uma característica intrínseca ao gênero, a parte de nós que se reconhece
vulnerável e que não precisa se envergonhar disso. Se é igualdade que a gente
quer, extra, extra: homens também são vulneráveis.
Cuida bem de mim”, dizia o refrão de uma antiga música do Dalto, e que Nando
Reis regravou recentemente. Cafona? Ora, se a gente não se desfizer da nossa
prepotência e não se permitir um tantinho de insegurança e delicadeza, a
construção desta “nova mulher” terá se desviado para uma caricatura. A
intenção não era a gente se transformar no estereótipo de um homem, era?
(MEDEIROS, Martha. O Globo: 04/04/2012)
Releia-se a seguinte passagem do texto a ser reescrita:
"[...] mas seja qual for o contexto em que nos encontramos, é importante seguir
buscando algo que nos conecte com o que nos restou de terno, aquela doçura
que cada mulher sabe que ainda traz em si e que deve preservar, porque não
se trata de uma fragilidade paralisante, e sim de uma característica intrínseca
ao gênero, a parte de nós que se reconhece vulnerável e que não precisa se
envergonhar disso.” (§ 4)
A mudança inaceitável por ferir norma da língua padrão ou alterar o sentido do
16) CESPE/TEFC/TCU/2004
O republicano George W. Bush veio a público dizer que é um "presidente da
guerra" e que todas as decisões que toma na Casa Branca são orientadas pelo
combate global ao terrorismo. Essa "guerra", disse o presidente dos EUA, define
hoje as políticas externa, interna, econômica e fiscal norteamericanas. "Tomo
minhas decisões no Salão Oval com a guerra em mente. Queria que não fosse
assim, mas é a verdade. E o povo norte-americano precisa saber que tem um
presidente que vê o mundo como ele é. Vê os perigos que existem e como é
importante lidar com eles", disse Bush. Ao conceder a rara entrevista, Bush
tenta reagir à queda de sua popularidade e aos ataques que vem sofrendo dos
pré-candidatos democratas.
Folha de S. Paulo, 9/2/2004 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens que se seguem.
Em "aos ataques", o emprego de preposição justifica-se pela regência do verbo
"reagir".
Certo
Errado
22) CESPE/ATI/ABIN/Administração/2010
Os sistemas de inteligência são uma realidade concreta na máquina
governamental contemporânea, necessários para a manutenção do poder e da
capacidade estatal. Entretanto, representam também uma fonte permanente de
risco. Se, por um lado, são úteis para que o Estado compreenda seu ambiente
o,
tornar-se ameaçadores e perigosos para os próprios cidadãos se forem pouco
regulados e controlados.
Assim, os dilemas inerentes à convivência entre democracias e serviços de
inteligência exigem a criação de mecanismos eficientes de vigilância e de
avaliação desse tipo de atividade pelos cidadãos e(ou) seus representantes. Tais
dilemas decorrem, por exemplo, da tensão entre a necessidade de segredo
6 – Gabarito
1 C 7 C 13 B 19 E 25 C
2 E 8 C 14 E 20 C 26 C
3 E 9 E 15 A 21 A 27 E
4 C 10 C 16 C 22 C 28 C
5 C 11 C 17 E 23 C 29 E
6 B 12 E 18 B 24 E 30 D
7 – Referencial Bibliográfico