Fisioterapia Na Disfunção Da Articulação Temporomandibular - Projecto
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Setúbal
5 de Outubro de 2015
RESUMO
Por fim, é exposta a operacionalização do projecto propriamente dito tendo por base
toda a explanação teórico-prática anteriormente mencionada. Neste domínio, o
fisioterapeuta Nuno Nunes apresenta também um conjunto de formações que se
propõem a realizar e que lhe permitirão aperfeiçoar as competências teóricas e práticas
já adquiridas no tratamento em fisioterapia da disfunção temporomandibular.
ÍNDICE
I - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 7
2.1. Definição............................................................................................................................. 7
2.2. Epidemiologia ..................................................................................................................... 7
2.3. Etiologia .............................................................................................................................. 9
II - METODOLOGIA ...................................................................................................................... 11
III – ENQUADRAMENTO TEÓRICO .............................................................................................. 12
3.1. A articulação temporomandibular (ATM) ........................................................................ 12
3.2. Músculos da ATM ............................................................................................................. 13
3.3. Biomecânica da ATM ........................................................................................................ 15
3.4. Relação entre ATM, crânio e cervical ............................................................................... 17
3.5. A respiração e a DTM ....................................................................................................... 20
3.5.1. O diafragma: ventilação e postura ............................................................................ 20
3.5.2. O padrão ventilatório na DTM .................................................................................. 22
3.6. O nervo trigémio e a ATM ................................................................................................ 25
IV – AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA ............................................................................................ 28
4.1. Avaliação subjectiva e objectiva....................................................................................... 28
4.2. DC/TMD ............................................................................................................................ 34
V – RACÍOCINIO CLÍNICO EM FISIOTERAPIA ............................................................................. 37
5.1. O modelo cinésiopatológico ............................................................................................. 37
5.2. Periodização do tempo de recuperação .......................................................................... 38
VI – INTERVENÇÃO EM FISIOTERAPIA........................................................................................ 43
6.1. Terapia Manual ................................................................................................................ 43
6.1.1. Controlo Respiratório ................................................................................................ 43
6.1.2. Reeducação Postural Global (RPG) ........................................................................... 45
6.1.3. Mobilização Articular da ATM ................................................................................... 50
6.2. Meios Electrofísicos e Mecânicos..................................................................................... 51
6.2.1. TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation)................................................ 51
6.2.2. Ultra-som .................................................................................................................. 54
6.2.3. LASER (Ligth amplification by stimulated emission of radiation) ............................. 56
6.2.4. ETPS (Electro therapeutic point stimulator) ............................................................. 59
4
6.2.5. GrindCare (Biofeedback electromiográfico) ............................................................. 62
6.3. Terapia pelo exercício ...................................................................................................... 67
6.3.1. Exercícios de reeducação postural ........................................................................... 67
6.3.2. Exercícios de mobilização e estabilização da ATM ................................................... 74
6.4. Ensino ao Utente .............................................................................................................. 74
6.5. Terapêuticas complementares à fisioterapia ................................................................... 80
6.5.1. Terapia Cognitivo-comportamental .......................................................................... 80
6.5.2. Placa de Michigan ..................................................................................................... 80
VII – OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJECTO ................................................................................ 86
7.1. A implementação do projecto .......................................................................................... 86
7.2. Formações e Desenvolvimento Profissional Contínuo..................................................... 87
7.2.1. Pós-graduação em Fisiopatologia do Sistema Músculo-esquelético Crâneo-
mandibular, Crâneo-cervical e Dor Facial ........................................................................... 87
7.2.2. Reeducação Postural Global – RPG© De Philippe Souchard .................................... 89
7.2.3. ATM – Articulação temporomandibular ................................................................... 90
7.2.4. II Congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção temporomandibular .............. 91
VIII – REFERÂNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................ 94
ANEXOS ..................................................................................................................................... 100
ANEXO 1 – Dimensão horizontal da face .............................................................................. 101
ANEXO 2 – Dimensão vertical da face ................................................................................... 102
ANEXO 3 – Símbolos numéricos da dentição ........................................................................ 103
ANEXO 4 – Maloclusão de classe II........................................................................................ 104
ANEXO 5 – Maloclusão de classe III....................................................................................... 105
ANEXO 6 – Desvio lateral da boca com abertura em C ......................................................... 106
ANEXO 7 – Teste dos nervos cranianos ................................................................................. 107
ANEXO 8 – Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD) ..................... 108
ANEXO 9 – Screning questionnaire ....................................................................................... 110
ANEXO 10 – Symptom questionnaire.................................................................................... 111
ANEXO 11 – Algoritmos de diagnóstico do eixo I do DC/TMD .............................................. 113
ANEXO 12 – Instrumentos de medida DC/TMD .................................................................... 117
ANEXO 13 – Alongamento em Rã no ar e no chão................................................................ 118
ANEXO 14 – Técnica de tração longitudinal .......................................................................... 119
ANEXO 15 – Técnica de sobrepressão na abertura ............................................................... 120
ANEXO 16 – Electro therapeutic point stimulator ................................................................ 121
5
ANEXO 17 – Dispositivo de biofeedback electromiográfico GrindCare© ............................. 122
ANEXO 18 – Exercício de extensão axial cervical .................................................................. 123
ANEXO 19 – Exercício de flexão cervical com apoio dorsal .................................................. 124
ANEXO 20 – Exercício de abdução/rotação externa dos ombros com apoio dorsal ............ 125
ANEXO 21 – Exercício de flexão dos ombros com apoio dorsal ............................................ 126
ANEXO 22 – Exercício de flexão dos ombros com apoio dorsal (Progressão) ...................... 127
ANEXO 23 – Exercício de extensão da coluna dorsal em decúbito ventral .......................... 128
ANEXO 24 – Exercício de extensão da coluna dorsal na posição ortostática ....................... 129
ANEXO 25 – Panfleto, exercícios de reeducação postural .................................................... 120
ANEXO 26 – Exercício para controlo da abertura da boca .................................................... 131
ANEXO 27 – Treino da posição de repouso lingual .............................................................. 132
ANEXO 28 – Exercícios de alongamento da ATM .................................................................. 133
ANEXO 29 – Exercício de estabilização rítmica da ATM ...................................................... 134
ANEXO 30 – Panfletos, exercícios de estabilidade e de mobilidade da ATM........................ 135
6
I- INTRODUÇÃO
1.1. Definição
Existem três características primárias associadas à DTM: dor orofacial, ruído articular e
restrição do movimento da mandibula. Tal como a dor, também a restrição do
movimento mandibular está relacionada com a limitação na realização de actividades de
vida diária como comer e falar e, consequentemente, ao aumento de ansiedade. A dor
tem origem em grande parte em hábitos parafuncionais como o bruxismo e o
cerramento dos dentes que poderão estar associados a factores psicogénicos ou de
stress, ansiedade e depressão. As cefaleias, dor auricular, cervical e escapular
constituem alguns dos diversos sintomas reportados por pacientes diagnosticados com
DTM.4.
1.2. Epidemiologia
7
A maioria dos sintomas é observada em indivíduos com idades compreendidas entre os
20 e os 40 anos de idade, sendo que a prevalência desta disfunção varia entre 8% e 15%
no género feminino e 3% a 10% no género masculino6. Segundo Wrigth, Domenech e
Fischer, 2000, aproximadamente 33% da população apresentou pelo menos um sintoma
potencialmente relacionado com a DTM, dos quais 3,6 a 7% procuraram recorrer a
tratamento para a severidade da sua condição7.
Os sinais prevaleceram em cerca de 60% a 70% de uma dada população, sendo que
somente um de cada quatro indivíduos teve consciência dos mesmos ou referiram
quaisquer sintomas, segundo Graber, Rakosi e Petrovic em 2009. Athanasiou, 2003
refere que devido à frequência e severidade de cefaleias e de dor facial, a necessidade de
recorrer a tratamento atingiu 1 a 2% nas crianças, 5% nos adolescentes e 5 a 12% nos
adultos8.
Segundo Rugh e Solberg, em 1985, é no género feminino onde existe a maior procura
para o tratamento de DTM, numa proporção de um homem para cada quatro mulheres 8.
Este é um fenómeno ainda pouco compreendido podendo no entanto estar relacionado
8
com a variação dos níveis hormonais no ciclo menstrual, segundo LeResche, Mancl,
Sherman, Gandara7.
1.3. Etiologia
Os principais factores relacionados com a DTM variam de indivíduo para indivíduo, dos
quais se destacam: a condição da oclusão dentária, cerramento dos dentes, condições
traumáticas, stress emocional, depressão, angústia, dor profunda, hábitos parafuncionais
nocturnos e posturas incorrectas7.
9
ortodontistas, periodontistas e médicos dentistas obtiveram resultados positivos sobre os
sintomas de DTM através de modificações estabelecidas na oclusão dentária8.
10
II- METODOLOGIA
11
III- ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O sistema mastigatório é formado por três grandes estruturas ósseas, duas de suporte
dentário, a maxila e a mandíbula; e a terceira, o osso temporal, parte integrante do
crânio, de suporte à mandibula. A região pela qual a mandibula articula-se com o crânio
define-se por articulação temporomandibular (ATM), uma das articulações mais
complexas do corpo humano10. Esta articulação classifica-se como uma bi-elipsoido-
discartrose conjugada, formada entre as superfícies articulares da mandibula e do
temporal em conjugação com o menisco interarticular11.
Por norma, uma articulação conjugada requere a presença de pelo menos três ossos, no
entanto, a ATM é constituída por apenas dois, o temporal e a mandíbula. Do ponto de
vista funcional, o disco articular considera-se como o terceiro osso, permitindo
movimentos articulares complexos1. Considerando que as superfícies articulares da
mandibula e temporal não se concordam entre si, o disco interarticular permite aumentar
a congruência articular, reduzindo a pressão de contacto dado que, enquanto o côndilo
da mandíbula é fortemente convexo, a superfície articular temporal é simultaneamente
côncava e convexa. Além disso, o disco articular acrescenta estabilidade à articulação,
conduzindo o côndilo da mandibula durante o movimento11,12.
O disco articular, unido à cápsula, divide a cavidade articular em duas porções, podendo
considerar-se duas sinoviais distintas: uma superior ou têmporo-discal, entre o disco e o
temporal; e outra inferior ou mandíbulo-discal, entre o disco e o côndilo da mandíbula.
Assim sendo, a ATM é referida como sendo uma articulação sinovial10,11.
12
Ao contrário de grande parte das articulações sinoviais, o revestimento da superfície
articular da ATM é composto por tecido conjuntivo fibroso em vez de cartilagem
hialina. As suas fibras são vigorosamente comprimidas, capazes de suportar as forças do
movimento, deste modo, considera-se que este tecido apresenta vantagens relativamente
à cartilagem hialina, nomeadamente, pelo facto de ser menos susceptível aos efeitos do
envelhecimento, de ser menos propenso ao desgaste e pela maior capacidade de
reparação tecidular10.
O músculo temporal preenche grande parte da fossa temporal do crânio. A partir da sua
fixação craniana, o músculo forma um amplo tendão que se estreita através de um
espaço formado pelo arco zigomático e a região lateral do crânio, fixando-se
13
distalmente no processo coronóide, margem anterior e face medial do ramo da
mandíbula. O músculo temporal apresenta três porções, a anterior com fibras verticais, a
porção média com fibras a tornarem-se oblíquas e a porção posterior com fibras quase
horizontais10,12.
A contracção bilateral dos músculos temporais eleva a mandibula sendo que as suas
fibras posteriores elevam-na e retraem-na. Na sua contracção unilateral produz uma leve
excursão ipsilateral da mandíbula associada ao movimento de trituração lateral na
mastigação10,12.
O músculo pterigoideu lateral apresenta duas porções, uma inferior e outra superior. O
músculo pterigoideu lateral inferior, consideravelmente maior, origina-se na lâmina
externa do processo pterigoideu dirigindo-se se para trás, para cima e para fora
inserindo-se principalmente no colo do côndilo da mandíbula. A sua contração bilateral
provoca a protusão e depressão da mandíbula. Uma contracção unilateral produz a
excursão contra-lateral da mandíbula. Em acção conjunta com os depressores
mandibulares, a sua activação provoca um deslize ântero-inferior dos côndilos sobre a
eminência articular, levando ao abaixamento da mandibula10,12.
14
A activação do músculo pterigoideu lateral superior exerce uma força ântero-interna
sobre a capsula e disco articular. Esta acção muscular, está muitas vezes envolvida na
patologia mecânica de luxação ântero-medial do disco. Este músculo está
particularmente activo durante os movimentos contra-resistidos que envolvem o
fechamento unilateral da mandibula tais como, mastigação ou cerramento dos
dentes10,12.
Durante a abertura da boca, o músculo pterigoideu lateral inferior contrai, por sua vez, a
porção superior permanece inactiva, iniciando uma actividade mais efectiva no
encerramento da boca, em conjunto com os elevadores da mandibula10.
Aproximadamente 80% das fibras dos pterigoideus laterais são do tipo I, lentas e
resistentes, ou seja, são músculos com relativa resistência à fadiga funcionando como
elemento de suporte e de estabilidade dos côndilos durante longos períodos de tempo10.
Ainda que o movimento da mandibula envolva, por norma, a acção bilateral de ambas
as articulações temporomandibulares, cada uma retém a sua função relativamente
independente. A função anormal numa das articulações implica com a função
contralateral12.
15
lateralidade/didução/excursão em que a mandíbula se desloca alternadamente para a
direita e para a esquerda12.
A estrutura e função da ATM podem ser divididas em dois sistemas distintos. Um dos
sistemas é composto pelos tecidos que envolvem a cavidade sinovial inferior. Tendo em
conta que o disco se encontra firmemente conectado por ligamentos discais externos e
internos, a rotação do côndilo sobre o disco constitui o único movimento fisiológico
produzido entre estas duas superfícies articulares10.
Dado que superfícies articulares da ATM não apresentam fortes meios de união, a
estabilidade articular é mantida graças à constante actividade dos músculos elevadores
da mandibula. Mesmo em repouso, estes músculos apresentam uma ligeira actividade
tónica, aumentando a pressão intra-articular (côndilo-disco/fossa mandibular). Na
ausência desta pressão, a congruência articular diminui significativamente, podendo
causar a luxação da ATM10.
16
disco deslizam essencialmente juntos, no sentido anterior. Tanto a rotação como o
deslize são fundamentais para a abertura e encerramento completo da boca12,13.
17
O osso hióide apresenta um papel importante na determinação da curvatura fisiológica
da coluna cervical. Os grupos musculares supra e infra-hiodeus, que se inserem no osso
hióide, apresentam funções sinergistas, designadamente no acto da abertura da boca.
Estes dependem do osso hióide e da sua relação com a região anterior da coluna cervical
e cintura escapular para uma normal activação muscular14. Assim sendo,
posicionamento da mandíbula em relação ao crânio está indissociavelmente relacionado
com o posicionamento do crânio com a cervical, ademais, o posicionamento do crânio
altera a direcção da acção dos músculos que realizam a abertura da mandíbula7.
A tracção acima descrita, gerada pelo osso hióide sobre os músculos supra-hiódeus,
provoca o seu estiramento de forma que os seus sarcómeros são alongados, a partir do
seu comprimento de repouso, diminuindo deste modo a quantidade de pontes cruzadas
entre os filamentos de actina e miosina. Consequentemente, verifica-se uma diminuição
significativa da quantidade de força activamente produzida pelo músculo, em posição de
alongamento12.
18
Os músculos supra-hiodeus têm um papel relevante no controlo da dinâmica
mandibular, não somente em repouso mas também nas acções musculares de elevadores
e protractores mandibulares. Essa acção só poderá ser realizada eficazmente se os
músculos supra-hiodeus encontrarem um ponto fixo adequado sobre o osso hióide,
estando este estabilizado pelos músculos infra-hiodeus14.
Assim sendo, uma abordagem global é fundamental quando se procede a uma avaliação
e elaboração de um plano de tratamento no utente com DTM em que é aconselhável um
exame postural cuidadoso9.
19
A postura do crânio e cervical podem contribuir significativamente para o mecanismo
cinésiopatológico da DTM pelo que os utentes com sintomatologia dolorosa nesta
região devem realizar uma avaliação postural. As disfunções da articulação
temporomandibular e dos músculos dessa região anatómica poderão estar relacionados
com disfunções na coluna cervical superior (C0-C3). Assim, a avaliação da região
temporomandibular deve ser sempre acompanhada pela avaliação da coluna cervical
superior16.
A musculatura das goteiras vertebrais apresenta também uma função inspiratória aliada
à função mecânica acima descrita, justificada pela tracção inferior (rotação externa) que
os músculos longo dorsal do tórax e iliocostal exercem sobre o braço menor das
costelas17.
20
A contracção inspiratória dos músculos das goteiras vertebrais pode propagar-se até à
primeira vertebra dorsal e primeiro arco costal através da actividade do músculo longo
dorsal do tórax que se insere até D1, e através do músculo iliocostal cujos feixes
inferiores (da massa comum às seis últimas costelas e das seis últimas costelas às seis
primeiras) podem contrair independentemente dos feixes superiores (das seis primeiras
costelas às cinco ultimas vertebras cervicais. Este ponto fixo inspiratório serve de base à
activação excessiva da inspiração escapular17.
21
Quando a liberdade da nuca e cintura escapular forem necessárias, apenas a musculatura
das goteiras vertebrais entra em acção até ao nível D1, graças ao longo dorsal do tórax,
espinhal do tórax e iliocostal lombar e torácico17.
22
Segundo Hrska, 1997, as alterações posturais (craniocervical e cintura escapular), o
padrão costal superior, a respiração bucal e o stress psico-emocional constituem os
principais factores para o sobre uso dos músculos acessórios da inspiração, provocando
modificações significativas na postura da cabeça e posição mandibular18.
23
O diafragma constitui o principal músculo inspiratório cuja função influencia
directamente a mecânica torácica e alinhamento cervical e lombar. Também o sobre uso
da musculatura acessória da inspiração é influenciado pela actividade diafragmática e à
sua zona de aposição. A descida da zona de aposição diafragmática resulta num padrão
ventilatório costal superior (devido à diminuição da capacidade inspiratória),
envolvendo o aumento da actividade e encurtamento compensatórios da musculatura
anterior da coluna cervical (nomeadamente esternocleidomastóideo e escaleno anterior)
à qual também se associa o encurtamento da cadeia fascial cervico-torácico-
abdominopélvica provocando em última instancia uma projecção anterior da cabeça
com rotação posterior do crânio, alinhamento este associado à DTM18.
24
influenciado pela postura cervical, escapular, comprimento muscular de infra-hiódeus e
com a permeabilidade das vias aéreas superiores18.
Rocabado 1979, recomenda a avaliação do alinhamento do osso hióide e calibre das vias
aéreas superiores enquanto factores preponderantes no DTM associados a alterações
posturais. Assim sendo, nos indivíduos com DTM deve-se considerar a relação
biomecânica entre crânio-mandibula, cervical e osso hióide e o calibre das vias aéreas
superiores como um só sistema18.
O ramo maxilar também está associado à função sensitiva, neste caso do palato, maxilar
e gengiva superior, nasofaringe, cavidade nasal, pálpebra inferior e lábio superior20.
O ramo mandibular apresenta funções tanto motoras quanto sensitivas. A sua função
sensitiva abrange o maxilar inferior, dentes, gengiva inferior, dois terços anteriores da
língua, mucosa da bochecha, pavilhão auricular e região temporal. Na sua função
motora, é responsável pela propriocepção e actividade dos músculos da mastigação
(masséter, temporal, e pterigóideos), digástrico e milo-hióideu, tensor do véu do palato
e ouvido médio (tensor do tímpano)20.
Os nervos alveolares (dos alvéolos onde se implantam os dentes) são responsáveis pela
inervação sensitiva dos dentes. Os nervos alveoloares superiores, para os dentes
maxilares, têm origem no ramo maxilar do trigémio e os nervos alveolares inferiores,
para os dentes mandibulares, derivam do ramo mandibular do trigémio20.
26
Uma lesão nas fibras sensitivas do trigémio pode produzir hipoestesia ou anestesia na
área suprida pelo respectivo ramo nervoso, sendo que no ramo mandibular, a
sensibilidade proprioceptiva da ATM pode ser abolida. Na presença de lesão nos feixes
motores do ramo mandibular, pode suceder a paralisia dos músculos mastigatórios
verificando-se o desvio ipsilateral da mandibula devido à actividade contralateral dos
músculos pterigóideos21.
Esta é uma rara condição clinica com uma incidência aproximada de 4.5 casos por cem
mil habitantes21. O pico de incidência difere em relação à DTM sendo mais comum na
população entre os 50 e os 60 anos de idade e afectando ligeiramente mais as mulheres
(3:2) que os homens,21,23.
27
IV- AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Segundo Wright, em 2005 e Okeson, em 2008, a avaliação inicial deve envolver uma
entrevista clínica ao utente contemplando os sintomas, potenciais factores contributivos
e potenciais factores de disfunção que não sejam DTM, sendo esta a forma mais
completa e consistente no que diz respeito à elaboração do historial do utente. Assim
sendo, a entrevista clinica poderá ser um auxiliar fundamental na obtenção de dados
respeitantes à condição do utente de forma a melhor conduzir o exame físico1,10. Por
meio da avaliação física serão confirmadas ou excluídas as estruturas potencialmente
envolvidas na condição clinica do utente assim como comorbilidades que possam estar
associadas1.
28
Subjectivamente, é primordial perceber junto do paciente se existem sinais de bruxismo
que é definida pelo ranger ou cerramento forçado dos dentes, particularmente durante o
sono. Este fenómeno pode conduzir a dor mandibular, facial, dentária ou cefaleias,
associadas a rigidez da musculatura mastigatória. Este fenómeno pode favorecer a
maloclusão dentária, por sua vez relacionada com a dor orofacial13.
A oclusão ocorre aquando do contacto entre os dentes com a boca fechada, sendo a
maloclusão definida como qualquer desvio ou desalinhamento dentário em relação à
oclusão normal. A oclusão de classe I define a normal relação ântero-posterior entre a
dentição maxilar e mandibular. A maloclusão de classe I define uma alteração diminuta
29
na posição dos incisivos podendo condicionar o trespasse horizontal (overjet)
parcialmente superior ao normal13.
30
deve ser escrutinada a posição da cabeça e pescoço antes da iniciação dos movimentos
mandibulares27.
Avaliada a postura da coluna vertebral, cabeça e cintura escapular, o exame físico deve
focar-se na avaliação dos movimentos activos da ATM podendo ser mensurados através
de uma régua13.
31
Geralmente, o arco de movimento de abertura e fecho da boca é harmonioso e
ininterrupto envolvendo um movimento da mandibula uníssono, sem assimetrias entre
ambas as superfícies articulares temporomandibulares13.
32
três falanges distais. As amplitudes de movimento padrão fixam-se entre 35 a 55
milímetros de abertura, sendo funcionalmente necessários apenas 25 a 35
milímetros13,26.
Em caso de suspeita de lesão dos nervos cranianos, devem ser realizados testes
específicos à sua integridade, em particular sobre o nervo trigémio (anexo 7)13.
33
A avaliação do nervo trigémio inicia-se pela observação, não devendo verificar-se
tremor na região mandibular, movimentos mastigatórios involuntários ou trismus
(redução/bloqueio da abertura da boca associado ao espasmo dos músculos
mastigatórios)21.
No que concerne à avaliação das funções motoras do quinto par craniano, o paciente
deverá ser capaz de cerrar os dentes, firme e simetricamente, devendo a mandibula estar
posicionada paralelamente linha média. Na presença de disfunção motora do trigémio,
verifica-se o desvio mandibular para o lado afectado (por fraqueza dos músculos
mastigatórios ispilaterais) em associação com maloclusão dentária21.
A avaliação dos ramos motores e sensitivos do quinto par craniano pode ser realizada
através da estimulação do reflexo mentoniano. O examinador coloca um dedo sobre o
mento do paciente, com a boca entreaberta, percutindo-o levemente com um martelo
neurológico. A hiperactividade dos elevadores mandibulares, à qual se associa o
cerramento da boca, indica uma lesão do primeiro neurónio. De igual modo, a
hiperactividade ao estiramento reflexo de outros grupos musculares mastigatórios
sugere uma lesão do neurónio motor superior21.
Na verificação da função sensorial do nervo trigémio o paciente deve ser capaz de sentir
o toque de um objecto aguçado na mucosa oral, mandibula, bochecha e região frontal. A
avaliação do reflexo corneano implica o toque directamente sobre a córnea, com o
auxílio de uma pequena porção de algodão, devendo verificar-se um piscar de olhos
bilateral21.
4.2. DC/TMD
34
O Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular disorders (RDC/TMD), foi o
critério de diagnóstico padrão mais comummente utilizado para a avaliação de
distúrbios temporomandibulares desde 1992. Esta escala de avaliação foi baseada no
modelo biopsicossocial da dor, incluindo um eixo I que corresponde à avaliação física
propriamente dita, usando para tal métodos de avaliação fidedignos. O eixo II desta
escala realiza uma avaliação psicossocial e da funcionalidade relacionadas com a dor,
importante para a averiguação de estados de ansiedade e depressão, entre outros. O
intuito deste sistema de avaliação era o de simultaneamente estabelecer uma avaliação
física e identificar os factores relevantes no paciente e no seu contexto psicossocial,
influentes no aparecimento da DTM6.
36
V- RACIOCÍNIO CLINICO EM FISIOTERAPIA
Porém, o modelo de raciocínio clinico proposto neste documento escrito defende que o
fisioterapeuta deve considerar as interacções anatómicas, fisiológicas e biomecânicas
dos diferentes segmentos (corporais), contribuindo para a origem e perpetuação do
microtrauma e eventual macrotrauma de um determinado tecido. Demostrado que as
alterações no controlo motor e o défice na actividade muscular (qualitativo e
quantitativo), subjacentes a inúmeros factores biomecânicos, contribuem
significativamente para as disfunções no sistema do movimento; julga-se fundamental
considerar o papel dos movimentos repetidos e posturas mantidas no contexto das
actividades de vida diária, como factor crucial no desenvolvimento de disfunções do
movimento e, consequentemente, na patologia das estruturas neuro-musculo-
esqueléticas29,30.
37
Portanto, o efeito cumulativo dos movimentos repetidos cuja disfunção resulta, do ponto
de vista cinemático, do desvio no trajecto do centro instantâneo de rotação (o ponto em
torno do qual um corpo rígido gira num dado instante de tempo) relativamente ao
padrão cinesiológico, resultará em stress tecidular, justificando assim a denominação de
modelo cinésiopatológico ao estudo dos distúrbios do sistema do movimento29.
A premissa básica da PST é que as mudanças nas cargas impostas aos tecidos causam
adaptações previsíveis na sua resposta, tais como: o decréscimo da tolerância (ex.
38
atrofia), a manutenção, o acréscimo na tolerância (ex. hipertrofia), a lesão (stress
excessivo) e/ou a morte (desvio extremo da manutenção)31.
A PST foca-se na sua influência sobre os tecidos biológicos. Esta foi desenvolvida para
verificar de que forma os diferentes tecidos, órgãos e sistemas se adaptam a variados
níveis de stress. Existem também vários factores que podem modificar estes níveis de
stress, nomeadamente os posturais e os fisiológicos, condicionando, desta forma, a
resposta dos tecidos. Dentro dos factores que constituem a postura e movimento
destacam-se a força/ performance muscular, o controlo motor, a postura e alinhamento e
a actividade física. Existem também factores psicossociais e factores fisiológicos
(medicação, idade, patologia sistémica ou obesidade) que influenciam este processo31.
No que se refere ao plano de intervenção, este deve promover níveis de stress mecânico
de magnitude e repetições suficientes para estimular a hipertrofia dos tecidos, isto é, o
acréscimo da tolerância dos tecidos às demandas biomecânicas impostas31.
Como definido pela teoria do stress físico, o autor deste documento escrito temporizará
os seus objetivos em função da fisiologia da reparação tecidular.
Baseados nos pressupostos apresentados pela PST, Sharmann et al, 2011, propuseram a
criação de um protocolo, este seria dividido em três estadios, podendo ser utilizado pelo
fisioterapeuta como guia durante um processo de reabilitação, independentemente da
39
região afectada. Estes estadios foram criados para guiar o processo de reabilitação em
função do processo de reparação tecidular, demonstrando qual o grau de protecção e de
quantidade de stress mecânico que deve ser dado aos tecidos em função da sua
reparação30.
O estadio 2 descreve o estado de limiar moderado para a lesão. Nesta fase, os pacientes
ainda podem apresentar algumas limitações funcionais causadas pela dor e outros
sintomas, por este motivo, ainda são impostas algumas restrições ao desempenho de
alguns movimentos e actividades específicas. Deste modo, o plano de tratamento deve
focar-se na aplicação gradual de stress físico sobre os tecidos, aumentando a sua
tolerância e orientando a sua função30.
O estadio 3 descreve o estado de elevado limiar para a lesão, com mínima irritabilidade
ou vulnerabilidade dos tecidos. Geralmente, todo o tipo de precauções e restrições são
eliminados, por conseguinte, o objectivo é precisamente a avaliação do desempenho em
actividades de maior impacto (desporto, trabalho e AVD´s). Nesta fase, o tratamento
foca-se na aplicação de stress físico sobre os tecidos, aumentando a sua tolerância e
restaurando a sua função em actividades de vida diária30.
Em função da definição mais elementar descrita por Sharmann, 2011, o autor deste
documento escrito procurou assim temporizar os mencionados estadios, tendo como
base fisiologia de reparação dos tecidos30.
Neste sentido, o estadio 1 foi delimitado até às três semanas (0-3 semanas), nesta
periodização tem-se como facto que a fase de contracção cicatricial atinge o seu
máximo às duas semanas, na qual a estrutura de colagénio apresenta cerca de 20% da
sua força tensiva inicial32,33.
40
O estadio 2 foi balizado até às 6 semanas (3-6 semanas), pois é nesta fase que a
neovascularização é mais evidente, havendo uma substituição significativa do colagénio
tipo 3 em colagénio tipo 1. Às 6 semanas, o tecido cicatricial apresenta cerca de 80% da
sua força tensiva inicial, atingindo uma quantidade estabilizada de fibras de
colagénio32,33.
O estadio 3 foi demarcado até às 6-12 semanas (6-8/12 semanas), sendo que o autor
deste documento escrito teve como pressuposto teórico que após 8 semanas de treino de
resistência muscular se verificam alterações no volume muscular, relacionadas com
adaptações neurais, pela expansão da junção neuromuscular34. Por outro lado, verifica-
se que aos 3 meses existe uma estabilização da força tensiva das fibras de colagénio,
próximo dos 100%32,33.
41
Palpação: Dor aguda Palpação: Dor localizada Palpação não dolorosa
A/PROM dolorosa e A/PROM a 80%. Rigidez
limitada e dor podem ser factores A/PROM Total
significativamente limitantes
Défice de activação e Défice de activação e Activação e força muscular
força muscular força muscular podem não estar adaptadas à
significativos que limitam significativos que limitam execução de actividades de
a performance de a intensidade e duração elevado impacto (trabalho,
actividades de actividades desporto)
Limitação
Limitação significativa na ligeira/moderada na Limitação mínima/ausente na
realização de actividades realização de algumas realização das actividades
de vida diária (possível actividades de vida diária
ajuda de terceiros) (duração, tempo) causada (Sharmann, 2011)
pelos sintomas
42
VI- INTERVENÇÃO EM FISIOTERAPIA
43
nervoso vegetativo, necessárias como mediador de catecolaminas e que estão ausentes
no cérebro. A vasodilatação cerebral é manifestada frequentemente pelas cefaleias e
ainda pela agitação e agressividade, consequência do efeito directo da hipercapnia
moderada sobre o sistema nervoso central39. Estes sinais de ansiedade e agitação,
relacionandos com a alteração do padrão ventilatório, também podem ser encontrados
no utente com DTM4.
44
Com o utente posicionado, o fisioterapeuta deve usar uma das mãos (ou a mão do
próprio utente) na porção abdominal superior. À medida que que o utente inspira deve
sentir-se a elevação da região supramencionada e a sua depressão no momento
expiratório. A inspiração compõe a fase activa deste exercício enquanto que a expiração
deve ser passiva38. Com a mão oposta, colocada ao nível da articulação entre o crânio e
a cervical, o fisioterapeuta deve traccionar ligeiramente a coluna cervical promovendo o
alongamento de paravertebrais, escalenos, esternocleido masteoideo e o sistema
suspensor do diafragma41
45
os músculos cervicais, provavelmente relacionado com um mecanismo de co-
activação44.
Souchard, em 1986 afirmou que uma tensão inicial nas cadeias musculares é
responsável por uma sucessão de tensões associadas. Assim que um dado músculo se
encurta, aproxima suas extremidades e desloca as superfícies ósseas sobre os quais se
insere, deste modo, as articulações bloqueiam e o corpo deforma-se (altera o seu
alinhamento). Em contrapartida, a fisioterapia, por o meio da RPG, apresenta-se como
um recurso efectivo no tratamento de determinadas condições dolorosas e disfuncionais
do sistema mastigatório promovendo a resolução dos desalinhamentos e bloqueios
articulares42.
46
Assim sendo, segundo Sâmia et al, 2010, são solicitadas aos pacientes a realização de
duas posturas, sob o método de RPG, no tratamento da DTM. Cada uma das posturas
deve ser mantida por um período de 15 a 30 minutos, respeitando os princípios
advogados por Souchard na criação do seu método: o tempo de manutenção do
alongamento, a globalidade dos estiramentos, a execução de uma respiração lenta e sem
apneia inspiratória, o controlo das compensações, as contracções de baixa intensidade
dos músculos alongados e a lentidão das progressões angulares dos segmentos44.
47
abertura é específico para a musculatura da grande cadeia anterior, musculatura anterior
do membro superior e músculos inspiratórios45.
Numa fase inicial, devem ser aplicados exercícios posturais sem carga. Assim que os
pacientes demostrarem menos compensações, resistências musculares e alcançando um
melhor alinhamento dos segmentos corporais, devem ser implementadas posturas com
carga43. As posturas de tratamento em decúbito são particularmente indicadas em caso
de patologia articular, em função da fragilidade, da idade ou da intensidade de dor do
paciente. As posturas em carga são mais activas, mas são também mais exigentes41.
A RPG é executada por intermédio de exercícios activos excêntricos, nos quais obtém-
se simultaneamente um aumento de tensão e o movimento de alongamento voluntário
do músculo. Esse tipo de exercício é o que mais rapidamente estimula adição de
sarcómeros em série, produzindo alongamento, hipertrofia muscular e remodelação do
tecido conjuntivo. Tais exercícios constituem uma demanda ao sistema neuro-músculo-
esquelético relativamente à reeducação postural, pois a tendência da nossa musculatura
antigravitacional é de diminuir de comprimento e de perder flexibilidade. Os exercícios
são realizados à luz da noção da globalidade, que se traduz na organização das cadeias
musculares/miofasciais, na qual não é permitida a adopção de compensações durante a
postura de alongamento. A respiração é chave neste processo, sendo trabalhada em
conjunto com a postura de alongamento42.
48
Diversos argumentos na aplicação da RPG convergem para a necessidade de adoptar um
tratamento com lentidão, delicadeza e progressividade. O tempo de tracção aumenta o
alongamento ganho por creep e permite diminuir a força de tensão. O tempo é
acompanhado de uma diminuição da resistência músculofibrosa ao alongamento, ao
contrário dos estiramentos rápidos e repetidos. As propriedades mecânicas dos tendões
em relação à carga diminuem em função da velocidade de aplicação da carga, o tempo
de alongamento permite, portanto, evitar o risco de lesão tendinosa. A lentidão das
tracções permite evitar o desencadeamento do reflexo miotático. Por fim, as inibições
sinápticas são mais significativas quanto mais prolongado for o tempo de tracção41.
49
consequentemente, ocorre um encurtamento muscular e uma limitação na mobilidade
articular. Assim sendo, o alongamento miotensivo produzido pela técnica de RPG irá
promover um aumento considerável da produção de sarcómeros em série, logo, o
acréscimo de força muscular em função do seu estiramento pode ser atribuído a uma
maior interacção entre os filamentos de actina e miosina em virtude do aumento do
comprimento funcional do músculo. O comprimento do sarcómero é definido pela
duração do estiramento a que um músculo é submetido, assim sendo, períodos
prolongados de alongamento muscular levam a adaptações estruturais permanentes do
mesmo, resultando no aumento da força muscular e optimização da sua função46.
São propostas por Walde et al, 1992, duas técnicas de mobilização da ATM: a técnica
de tração longitudinal (anexo 14) e a técnica de sobrepressão na abertura (anexo 15). A
primeira, consiste numa técnica de mobilização articular passiva, na qual o
fisioterapeuta coloca o seu primeiro dedo de uma mão sobre os dentes molares
inferiores, o seu segundo ou terceiro dedo é posicionado inferiormente à região distal do
queixo. A cabeça é estabilizada pela oposição do tórax e da mão contralateral.
Seguidamente, o fisioterapeuta deve, com o seu primeiro dedo, pressionar suavemente
no sentido caudal, estabilizando simultaneamente o queixo. Deste modo, o
fisioterapeuta pode traccionar a mandibula ao longo do eixo longitudinal do côndilo
mandibular. Esta é uma técnica a aplicar brandamente, mantida durante 5 segundos, e
repetida 3 a 5 vezes47.
50
seus agonistas (pterigoideu lateral, supra-hióideus e infra-hiódeus), para uma abertura
voluntária e ampla da boca47.
51
clinicamente, pode resultar em aumento de tensão muscular e, consequentemente, em
perda da funcionalidade49.
Segundo Hansson e Ekblom, 1983, Allgood, 1986 e Black no mesmo ano, a ULF-TENS
pode ser usada para aplicar um breve estímulo eléctrico sobre as fibras motoras
(eferentes) do V e VII pares cranianos a uma frequência de 1Hz, com breves
contracções rítmicas (modo burst) nos músculos mastigatórios e musculatura facial
52
resultando no incremento da circulação e vascularização local e na redução da
actividade mioeléctrica dos músculos acima referidos. Deste modo, a TENS está
associada a efeitos analgésicos não-endorfinérgicos, ou seja, sem que haja
necessariamente um mecanismo de modulação central (do sistema nervoso central) da
dor51.
Os efeitos fisiológicos associados à TENS têm por base teórica a estimulação directa
das fibras motoras provocando contracções rítmicas dos músculos mastigatórios. Este
movimento repetitivo dos músculos esqueléticos aumenta o fluxo sanguíneo local
diminuindo o edema intersticial e todo o conteúdo electrolítico derivado do exsudado
53
metabólico. Desta forma, o contexto químico e sensorial da dor são diminuídos, além
disso, verifica-se um aumento da produção de ATP, uma diminuição da hipoxia
muscular e consequente fadiga dos músculos mastigatórios49.
Outra corrente teórica justifica os efeitos fisiológicos produzidos pela TENS através da
Teoria do Portão da Dor. Esta teoria propõe a existência de um “portão” (neurónio
inibitório) ao nível do corno posterior da medula que regula/bloqueia a entrada de
estímulos nociceptivos provenientes das fibras nervosas de pequeno calibre,
contrabalançada com a estimulação táctil, de pressão ou através da estimulação eléctrica
sobre as fibras nervosas de grande calibre. Este fenómeno, evita a sinapse do estímulo
nociceptivo nos prolongamentos das células P e, consequentemente, sobre as estruturas
espinais e supra espinais (bloqueio porta). Neste sentido, a TENS poderá actuar por
mecanismos neurofisiológicos centrais ou periféricos49.
6.2.2. Ultra-som
55
Ademais, este aumento na permeabilidade membranar melhora as trocas gasosas entre o
meio intra e extra celular, promovendo um aceleramento do processo cicatricial58.
Quanto aos efeitos térmicos, têm por base um aumento da temperatura do tecido alvo
estando dependente de inúmeras variáveis. Por norma, a intensidade do ultra-som é
directamente proporcional ao calor produzido. Pelo contrário, a diminuição dos efeitos
térmicos decorre da aplicação de ultra-som em modo pulsátil em detrimento do modo
contínuo, sendo directamente proporcional ao período impulso on:off57.
Num ensaio clínico duplo-cego realizado por Conti, 1997, constatou-se que terapia de
Laser de baixa intensidade do tipo Gallium arsenide (GaAs) em pacientes com DTM de
origem muscular e articular, aplicada durante três semanas consecutivas com um
comprimento de onda de 830 nm e uma potência energética de 4J está associada à
diminuição da intensidade da dor nos músculos mastigatórios e ao aumento da
amplitude de movimento mandibular60.
56
com DTM de origem muscular e articular, durante três minutos, resulta num
decrescimento significativo da percepção de dor (com diminuição do número de pontos
dolorosos) e no aumento considerável da amplitude de abertura da boca e desvios
laterais61.
Em utentes com DTM, o uso de Laser do tipo GaAs, sob o método por varrimento, a
uma densidade de potência de 800mW, comprimento de onda de 830 nm (vermelho,
espectro de luz visível), a uma densidade energética de 120 J/cm2, aplicado na ATM e
pontos dolorosos da musculatura mastigatória produz uma redução significativa da dor
resultando num aumento da amplitude dos movimentos mandibulares de abertura
máxima da boca e de desvios laterais62.
Numa revisão sistemática da literatura levada a cabo por Maia et al 2011, explorando os
efeitos da terapia de laser de baixa intensidade na redução da dor, em pacientes
diagnosticados com DTM, verificou-se que a terapia de Laser reproduz uma importante
redução da dor e da rigidez muscular sendo os resultados mais convincentes quando: (1)
o comprimento de onda aplicado situa-se no espectro luz de infravermelho (maior
penetração tecidular); (2) ao administrar-se protocolos de irradiação mais intensos (com
maior densidade energética e densidade de potência) e (3) sempre que se optou por
tratamentos em maior número e frequência. É importante considerar que os efeitos
analgésicos e anti-inflamatórios produzidos ocorrem unicamente sobre o tecido alvo,
explicando a importância da identificação criteriosa dos pontos dolorosos tanto na ATM
como na musculatura mastigatória35.
57
A terapia de Laser de baixa intensidade define a transmissão amplificada luz, não
térmica, através da emissão estimulada de radiação que provoca alterações fisiológicas
sobre células, tecidos e órgãos alvo, conduzindo a diferentes efeitos: bioestimulação,
anti-inflamatório e analgésico, sem que haja efeitos térmicos36,63. A bioestimulação
ocorre pela activação de processos metabólicos35,36,62,63 que incluem: (a) o aumento da
estimulação da cadeia respiratória mitocondrial, e activação da bomba sódio-potássio
(regulação dos potências de membrana) através da produção de ATP35,36,63; (b) a maior
formação de fibroblastos resultando numa maior síntese proteica (fibras de colagénio) e
consequente reparação tecidular e cicatricial; e (c) o aumento da vascularização
sanguínea local e angiogenese35,36,62,63.
Uma concepção teórica justifica os efeitos analgésicos, gerados pela terapia de Laser,
através da redução dos níveis de prostaglandina E2 (PGE2), um dos principais
mediadores químicos da inflamação. A redução da PGE2 está provavelmente associada
ao efeito inibitório da radiação de Laser sobre a ciclooxigenase-2 (COX-2), enzima
envolvida na síntese de PGE236,63.
58
6.2.4. ETPS (Eletro therapeutic point stimulator)
A isquémia local sobre os músculos com pontos gatilho miofasciais está associada à
diminuição da produção de ATP, bloqueio da bomba sódio-potássio com consequente
diminuição da permeabilidade das membranas celulares e ao aumento de resíduos
metabólicos, criando um ciclo sustentado que permite a perpetuação de pontos gatilho65.
A ETPS (Eletro therapeutic point stimulator [anexo 16]) designa uma breve aplicação
de microcorrente unidireccional (inferior a 1000 microaperes, µA, de intensidade) em
pontos específicos (de acupunctura ou de gatilho), com o propósito de provocar o
relaxamento muscular, facilitar a cicatrização tecidular e activação do sistema opióide
endógeno. Esta forma de corrente está ajustada ao mesmo nível de intensidade e
frequência de corrente eléctrica naturalmente produzida no organismo. Havendo esta
singular compatibilidade biológica, a ETPS, comparado com as demais formas de
corrente electroterapêuticas, tem a capacidade de penetrar dentro da célula ao invés de a
atravessar. Este dispositivo de microcurrente permite uma detecção precisa de pontos na
59
pele que apresentem menor resistência eléctrica, nos quais a acção terapêutica da ETPS
compreende os sistemas nervoso, muscular e endócrino66.
A terapia por ETPS apresenta uma maior efectividade aplicada enquanto corrente
unidirectional pois a corrente bidireccional não produz uma onda eléctrica cujos efeitos
de polaridade permitam desencadear uma resposta endorfinérgica de igual eficácia.
Além disso, a corrente unidireccional favorece uma repolarização mais sustentada de
um músculo contracturado, fundamental para a libertação da tensão miofascial.
Finalmente, a estimulação por microcorrente unidireccional não reproduz efeitos
adversos ou iatrogénicos, não constituindo uma terapia invasiva como as terapias por
punção seca66,67.
A ETPS fundamenta os seus princípios terapêuticos com base na polaridade dos tecidos
biológicos. A aplicação terapêutica de uma corrente eléctrica de polaridade positiva ou
negativa (terapia vasodilatadora ou vasoconstritora, respectivamente) poderá ser usada
sobre pontos gatilho ou de acunpuntura, dependendo da sua resposta ao frio e ao calor.
As terapias vasoconstritoras (sedação) são geralmente mais indicadas em condições
associadas ao aumento da actividade celular e metabolismo local (por exemplo, no
controlo da dor e redução de edema), por sua vez, as terapias vasodilatadoras
(tonificação) são melhor empregues em condições associadas à diminuição da
actividade celular e metabolismo local66,67. Os efeitos da polaridade da microcorrente
são fundamentais na redução da dor, demonstrando que cerca de 70% dos pacientes
diagnosticados com lombalgia apresentou reduções mais significativas da percepção de
dor através da terapia vasoconstritora67.
60
ETPS sobre o sistema nervoso parassimpático proporciona um efeito sedativo sobre o
organismo, também associado ao alívio prolongado da dor, da ansiedade e da insónia67.
No que se refere aos efeitos da ETPS sobre as estruturas musculares, a sua aplicação
produz uma libertação miofascial sobre um dado músculo em sobretensão,
electricamente despolarizado. A aplicação unidireccional de microcorrente, de
polaridade negativa, resulta no reequilíbrio dos potenciais de membrana (repolarização
eléctrica) conduzindo ao relaxamento muscular67. Os mecanismos fisiológicos da
microcorrente sobre as fibras musculares podem também estar associados à manutenção
de reduzidas concentrações intracelular de iões de cálcio, resultando na diminuição da
actividade contráctil de um dado músculo68.
61
A aplicação de microcurrente a uma frequência de 0.3 Hz e intensidade de 40 μA, duas
vezes por semana durante quatro semanas, sobre os músculos mastigatórios de pacientes
com DTM, traduz-se numa diminuição significativa da dor muscular quando comparada
com o efeito placebo, sendo estatisticamente pouco significativa quando comparada
com a utilização de placa de oclusão68.
Blanco et al, 2005 verificou que a aplicação de técnicas músculo energéticas (inibição
reciproca e autogénica) sobre pontos gatilho latentes de músculo masséter resultou
numa melhoria significativa da amplitude de movimento activa de abertura da
mandibula70.
A aplicação de terapia por microcorrente tem recebido uma atenção limitada por parte
da fisioterapia e odontologia. Efectivamente, existem ainda na literatura poucos estudos
e de baixo grau de evidência atestando a efectividade desta abordagem terapêutica no
tratamento de DTM68.
O bruxismo é definido pelo ranger parafuncional dos dentes ou enquanto hábito oral
involutário consistindo no apertamento e ranger rítmico ou espasmódico dos dentes,
62
exceptuando os movimentos mastigatórios mandibulares, podendo resultar em trauma
oclusal. Esta é uma condição clinica que pode manifestar-se na vigília ou no sono71.
O bruxismo apresenta uma etiologia multifactorial que pode estar associada a factores
periféricos como, por exemplo, interferências dentárias ou outro tipo de maloclusão; a
factores psicossocias como o stress emocional, medo, frustração e ansiedade; ou a
factores centrais (do sistema nervoso central) ou patofisiológicos envolvendo a
disfunção sináptica ou comprometimento dos gânglios da base71,73.
63
Alguns sinais indicadores de bruxismo incluem: o anormal desgaste dentário,
indentação lingual, o aumento da actividade electromiográfica dos músculos
mastigatórios, hipertrofia de masséter, redução do fluxo salivar, mordida labial ou da
bochecha e a limitação funcional da abertura da boca75.
O biofeedback é uma técnica que fornece ao individuo que a utiliza, informação sobre
funções corporais especificamente predefinidas, com o intuito de promover alterações
no comportamento que resultem na melhoria da saúde ou na execução de uma dada
função. As medições fisiologicamente detectadas por meio electrónico são acopladas ao
sinal de feedback provido ao paciente que, mediante dos critérios pré-definidos,
informa-o sobre os níveis de performance, determinando se a mudança desejada no
comportamento estabeleceu-se. Os dispositivos de biofeedback visam a aprendizagem
motora de uma determinada resposta (ou função) que persista ao longo do tempo ainda
que descontinuando a aplicação terapêutica da técnica mencionada75.
64
eléctricos de baixa intensidade (1-7 mA). Estes impulsos eléctricos interrompem a
actividade muscular, promovendo o seu relaxamento, o que impede alguns dos efeitos
prejudiciais e indesejados relacionados com a hiperactividade muscular, sem acordar o
utente71,76.
O Grinddock está padronizado para detectar uma vasta gama de expressões faciais
normais diferenciando-as de uma fase de apertamento, estando assim apto a distinguir a
normal actividade muscular de uma parafunção. Tendo estes parâmetros definidos, o
estimulador (unidade de eléctrodos) é capaz de enviar um impulso eléctrico ao feixe
anterior do temporal, quando detectados eventos de cerramento e ranger dos dentes,
reduzindo assim a actividade parafuncional76.
65
No período matinal, terminado o período de tratamento, os dados colectados durante o
sono são enviados para Grindock, via Bluetooth, onde são armazenados antes de serem
transferidos para a unidade central (Grindcare©)76.
Num estudo de casos múltiplo, levado a cabo por Needham & Davies, 2013, avaliando
os efeitos terapêuticos produzidos pelo dispositivo de biofeedback electromiográfico
Grindcare®, junto de indivíduos com DTM instruídos a utilizar este aparelho todas as
noites durante 5 semanas, está associado a uma diminuição significativa da ocorrência
de cefaleias e à redução da dor nos músculos mastigatórios. O estudo demostra que são
as participantes mais jovens do sexo feminino quem demostra uma melhoria mais
significativa da sintomatologia clínica76.
Num ensaio clínico aleatório controlado, cego simples, em indivíduos com bruxismo,
verificou-se que a utilização durante o sono de Grindcare® por um período de 10
semanas (duas de intervalo), a uma intensidade não dolorosa de 1 a 7 mA, correlaciona-
se com uma redução significativa da actividade electromiográfica do feixe anterior do
temporal, traduzindo-se numa diminuição do número de episódios de bruxismo por hora
de sono73.
Numa revisão sistemática da literatura levada a cabo por Ilovar et al, 2014, constatou-se
que a terapia por biofeedback electromiográfico, em indivíduos com bruxismo, tem a
capacidade de induzir alterações a longo prazo no comportamento que podem incluir a
redução ou eliminação de sintomas. No entanto, não ficou clarificada a efectividade
deste método no tratamento desta condição clínica75.
66
condicionamento comportamental do paciente, traduzindo-se na redução da parafunção
muscular76.
67
Comprovada a influência da actividade da musculatura da cervical sobre a função dos
músculos mastigatórios, os investigadores dedicados à DTM demonstraram que as
demandas adicionais colocadas sobre região cervical posterior, resultantes da postura de
anteriorização da cabeça, alteram a função do sistema mastigatório, produzindo tensão,
dor e espasmo nos referidos músculos3.
Uma grande percentagem dos pacientes diagnosticados com DTM apresenta uma
concomitante postura de anteriorização da cabeça. Esta constatação está amplamente
comprovada na literatura. Friction et al, 1985 verificou, em indivíduos apresentando dor
miofascial mastigatória, que 85% da amostra exibia uma postura de anteriorização da
cabeça e que 82% mostravam protusão dos ombros3.
Deste modo, as disfunções na região cervical parecem ser mais prevalentes entre os
pacientes diagnosticados com DTM que na restante população. Clark, et al, 1987, num
estudo descritivo de tipo inquérito, verificou que os individuos com DTM reportavam
maiores indices de dor cervical quando comparados com os individuos sem DTM,
sendo que 23% da amostra com DTM apresentava uma disfunção cervical cuja
severidade justificou um tratamento específico a esta condição3.
No que se refere à postura, Rocabado, 1979, afirma que a ATM é uma articulação cuja
musculatura mastigatória está intimamente envolvida com a coluna cervical e cintura
escapular e, neste sentido, sempre que se desenvolve algum desequilíbrio nesta região
poderá haver tanto uma intervenção local ou uma reorganização postural global pela
fisioterapia7.
68
Assim sendo, constata-se que os músculos extrínsecos (por exemplo,
esternocleidomastóideo e escalenos) contribuem para uma translação horizontal
excessiva das vertebras cervicais ao invés de uma conjugação da rotação sagital
(produzida pelos músculos cervicais intrínsecos) com a translação horizontal. Os
factores contributivos para perpetuação do síndrome de extensão cervical incluem o
alinhamento da coluna dorsal, lombar e o alinhamento escapular30.
Muitos dos factores contributivos para a DTM não estão plenamente compreendidos.
No entanto, devem ser consideradas para o tratamento da DTM outras disfunções do
sistema do movimento, não apenas localizadas na ATM mas também nas regiões
adjacentes. Deste modo, a abordagem consagrada no modelo cinésiopatológico, no
tratamento da DTM, enfatiza o papel do alinhamento e do movimento articular de todo
o quadrante superior, em particular do alinhamento da coluna cervical e da precisão dos
movimentos mandibulares27.
69
longo prazo destas modificações posturais no sentido de prevenir a adopção de posições
ou actividades que se considerem causar uma sobrecarga excessiva, microtrauma ou
sobreuso das estruturas cervicais e da cabeça3.
O exercício de extensão axial cervical (anexo 18), proposto por Rocabado em 1990, é
especificamente concebido para promover o estiramento progressivo da cadeia posterior
da região cervical. Na execução do exercício, é solicitado ao paciente uma retracção
crâniocervical através da flexão cervical superior conjugada com uma extensão cervical
inferior, devendo ser realizado numa amplitude articular reduzida. O objectivo
terapêutico foca-se em normalizar a postura de protração da cabeça e na harmonização
da relação entre cabeça, pescoço e mandibula47.
No exercício de flexão cervical com apoio dorsal (anexo 19), os membros superiores
são suportados em almofadas para diminuição das forças de compressão sobre a coluna
cervical, causadas pela transferência de peso dos membros superiores para o eixo
central através das inserções musculares cervicoescapulares. Cada utente deverá ser
especificamente avaliado quanto às disfunções do alinhamento dorsal, lombar e
escápulotorácico30.
Ao utente são fornecidas estratégias que lhe permitam, com precisão, corrigir os
desalinhamentos nas regiões supramencionadas antes de prosseguir os movimentos
cervicais. Estas instruções incluem o recrutamento da musculatura abdominal profunda
70
para a manutenção da posição neutra da coluna lombar, e a correcção do alinhamento
escapular de depressão e protração30.
Tal como no exercício anteriormente proposto, também a flexão dos ombros com apoio
dorsal (anexo 21) constitui uma progressão ao exercício de flexão cervical com apoio
dorsal. Como anteriormente descrito, o utente assume um correcto alinhamento lombar,
dorsal, escapular e flexão cervical. Partindo da posição anatómica de referência, o
utente realiza a flexão dos ombros até à amplitude de 90°, com cotovelos flectidos e
posicionando as “palmas das mãos viradas para si”. Progressivamente, é solicitado ao
paciente a restante flexão dos ombros, pedindo-lhe que mantenha a coluna lombar
apoiada sobre a parede e a retracção cervical30.
71
Assim que é aumentada a amplitude de flexão dos ombros ocorre o estiramento do
músculo grande dorsal, podendo ser difícil evitar a extensão lombar caso se verifique
um encurtamento ou rigidez deste músculo superior ao apresentado pela musculatura
abdominal. Similarmente, a manutenção da rotação externa do ombro poderá também
constituir uma dificuldade acrescida, neste sentido, a sugestão verbal de manter “os
cotovelos para dentro” previne a rotação interna. A flexão dos ombros é frequentemente
compensada com extensão cervical devido ao estiramento do angular da omoplata, à
medida que a omoplata roda superiormente. Uma vez mais, o utente deverá ser
encorajado a manter a flexão cervical, evitando a extensão30.
A progressão deste exercício pode ser efectuada adicionando resistência com alteres ou
banda elástica (anexo 22) sendo que o utente é, como sempre, instruído a manter o
alinhamento do tronco, cabeça e membros superiores realizando em seguida o
movimento de flexão dos ombros contra resistência. Ao utente é também solicitada a
manutenção da posição neutra da coluna lombar e a retracção cervical durante o
exercício30.
Geralmente, a extensão da coluna dorsal em decúbito ventral (anexo 23) é prescrita para
o aumento da força muscular de paraespinais, dado que a fraqueza deste grupo muscular
constitui um défice comumente verificado em indivíduos com cifose dorsal. Os
exercícios de reeducação postural em decúbito ventral são também úteis à aprendizagem
motora do controlo dos movimentos fisiológicos de extensão e de rotação dorsal. Num
estadio inicial, o utente pode necessitar de apoio sobre o tórax com duas ou mais
almofadas, garantindo uma ligeira flexão da coluna dorsal. Nesta posição, os
movimentos unilaterais de um membro superior, por exemplo, o levantamento de um
braço ou o seu deslize ao longo da marquesa em direcção à flexão do ombro,
consideram-se exercícios desafiantes e exigentes, portanto, deve ser adoptada uma
monitorização cuidada. Para uma estabilização efectiva do tórax durante os exercícios
em decúbito ventral, deve ser sugerido verbalmente ao utente que mantenha “o seu
tronco firme” pela activação da musculatura abdominal profunda30.
Uma observação cuidada deve ser ajustada determinando a região móvel da coluna
vertebral durante o exercício visto que, na posição de decúbito ventral, é frequentemente
verificada uma extensão lombar ao invés da extensão dorsal, aumentando deste modo as
72
forças compressivas sobre a coluna lombar. Posto isto, uma alternativa ao exercício de
extensão dorsal na posição de decúbito ventral é a realização do mesmo padrão de
movimentos mas na posição ortostática ou sentado (anexo 24), melhorando assim o
alinhamento e diminuindo as cargas compressivas sobre o tronco superior. Os
movimentos dos membros superiores de flexão ou abdução dos ombros podem ser
adicionados para facilitar o recrutamento da musculatura paraespinal30.
Um ensaio clínico aleatório controlado refere que utentes com DTM, aos quais são
prescritos exercícios de reeducação postural e de auto-cuidado da ATM, reduzem, em
média, 42% da sintomatologia da DTM e 38% diminuem a sintomatologia da cervical.
Utentes com anteriorização da cabeça apresentavam uma elevada possibilidade de
melhorar a sintomatologia decorrente da DTM através dos exercícios e instruções7.
Numa revisão sistemática da literatura levada a cabo por McNeely, Olivo & Magee,
2006, foi verificada a efectividade da terapia pelo exercício no tratamento da DTM,
através de três estudos experimentais48.
No primeiro estudo analisado, elaborado por Komiyama et al, 1999, após um mês de
tratamento, constatou-se um aumento significativo da amplitude de abertura da boca nos
pacientes cujo tratamento baseou-se no treino de reeducação postural, quando
comparados com a terapia cognitivo-comportamental48.
Por fim, Carmeli et al, 2001, comprovou em indivíduos com DTM de origem articular,
que a combinação da terapia manual com a prescrição de exercícios de reeducação
postural, quando comparada com a terapia por placa de oclusão, estava associada a uma
diminuição da dor e ao aumento significativo da abertura da boca48.
Numa revisão sistemática da literatura, levada a cabo por Medlicott & Harris, 2006,
verificou-se que a reeducação postural, em indivíduos com DTM, é mais efectiva
73
quando aplicada em conjugação com outros corpos de saber na intervenção em
fisioterapia, por exemplo, o ensino ao utente77.
74
(4) a estabilização rítmica da ATM. Os exercícios devem ser realizados em contexto
clinico e em casa, necessitando de ser reavaliados periodicamente47.
No exercício para controlo da abertura da boca (anexo 26) é pedido ao utente, enquanto
mantém a língua em contacto com o palato duro, a execução de abertura e encerramento
da mandibula, lenta, bilateral e simetricamente, e em igual intensidade. A posição
lingual acima descrita restringe a abertura da boca à rotação condilar evitando a
protração mandibular. Neste exercício é solicitado ao paciente que coloque,
bilateralmente, os seus dedos indicadores no polo lateral do côndilo mandibular,
recebendo assim um feedback táctil que assiste à coordenação do movimento. O
exercício é efectuado em frente a um espelho na presença de uma linha vertical que
encoraja o utente a manter, durante a execução dos movimentos, a linha média do arco
dentário inferior paralela à linha traçada no espelho, limitando os desvios no
movimento47,78.
75
Os desvios da ATM supõem-se ser resultado do desequilíbrio das forças dos músculos
da abertura mandibular, ou espasmo deste grupo muscular contralateral ao lado do
desvio79.
Num ensaio clínico aleatório controlado, elaborado por Youngsook & Yongnam, 2013,
verificou-se que os exercícios de controlo da posição lingual em repouso reproduzem
uma diminuição significativa do desvio temporomandibular concomitante com uma
redução na rigidez da musculatura mastigatória. Esta abordagem terapêutica resultou
também numa melhoria da oclusão dentária79.
Este conjunto de exercícios permitem uma diminuição da tensão muscular, podendo ser
realizados passiva ou activamente consoante o estadio do plano de tratamento. Tendo
por base esta abordagem terapêutica, o alongamento muscular pode ser realizado (1)
pelo uso dos princípios neurofisiológicos da inibição reciproca, na qual a contracção do
músculo antagonista (força contra-resistência) auxilia activamente o movimento de
alongamento e consequente relaxamento do músculo agonista, pela activação do fuso
neuromuscular. O alongamento muscular pode também ser alcançado através da
aplicação (2) dos princípios da inibição autogénica, pela técnica de contrair-relaxar, na
qual um músculo relaxa após um período de contracção muscular, produzido pela
activação dos órgãos tendinosos de Golgi78.
76
A estabilização rítmica da ATM (anexo 29) caracteriza-se pela contracção isométrica,
havendo uma resistência de baixa intensidade na direcção oposta ao movimento
desejado, promovendo a coordenação dos músculos mastigatórios e de modo a melhorar
a sensação de posição articular (propriocepção)47,78.
Num estudo de caso elaborado por Walde et al, 1992, verificou-se que a realização de
um programa de exercícios envolvendo a mobilidade e a estabilidade da ATM, durante
16 semanas, resultou na diminuição significativa da dor orofacial, cefaleias e no
aumento amplitude de abertura da mandibula47.
Tal como nos exercícios de reeducação postural, é proposta a realização em casa dos
exercícios de estabilidade e de mobilidade da ATM (anexo 30), apurando semanalmente
a performance e o comprometimento face ao plano estabelecido.
Deste modo, foram seleccionados três estudos experimentais nos quais o ensino ao
utente foi ministrado em conjugação com outras modalidades terapêuticas que
constituem o tratamento conservador de DTM (terapia manual, terapia pelo exercício e
78
placas de oclusão). Nestes estudos, as estratégias de aconselhamento para a saúde
convergem entre os autores.
Min Ok et al, 2015, verificou que os pacientes diagnosticados com DTM que receberam
tratamento conservador em fisioterapia conjugado à educação e aconselhamento
repetitivos apresentaram uma melhoria mais significativa na diminuição da dor e no
aumento da amplitude de abertura da boca, quando comparados aos utentes que
receberam o mesmo tratamento em fisioterapia mas apenas com aconselhamento
durante a primeira sessão de tratamento (grupo de controlo). Além disso os utentes que
receberam o aconselhamento permanente demostraram maiores índices de
comprometimento e de adesão ao tratamento que no grupo de controlo80.
79
A educação repetida e constante do paciente com DTM favorece uma melhor
compreensão acerca da disfunção permitindo-lhe uma aprendizagem efectiva que
concerne o autocuidado e autocontrolo/averiguação dos comportamentos quotidianos
potencialmente lesivos, culminando com uma participação activa no processo de
tratamento e no maior comprometimento face ao plano estabelecido80.
A placa de Michigan, criada por Ramfjord and Ash nos anos 60, é uma placa de
estabilização do plano de mordida constituindo um dispositivos intrabucal, removível,
produzido geralmente em resina acrílica, apresentando uma superfície de oclusão plana,
80
livre de interferências e guiando os dentes caninos para desoclusão dos dentes
posteriores. Durante os movimentos oclusivos, o conceito de orientação dos dentes
caninos é obtido pela confecção de planos inclinados nas regiões dos incisivos e dos
caninos enquanto são evitadas interferências entre os restantes dentes e os planos
oclusais da ortótese85,86.
De acordo com Clark, 1984 e Okeson, 2000, as placas de oclusão têm a finalidade de
optimizar a posição articular e de melhorar a função das ATM´s; de reorganizar o
sistema neuromuscular e consequente actividade muscular mastigatória; e de proteger os
dentes do atrito e de cargas traumáticas adversas, permitindo uma normal oclusão85,86.
81
recrutamento muscular de masséter e temporal, bilateralmente, estando também
associada à diminuição da actividade electromiográfica dos referidos músculos85.
Num estudo experimental duplo-cego levado a cabo por Fayed, 2004, fazendo uso da
ressonância magnética como meio de diagnóstico, verificou-se que, em indivíduos
diagnosticados com DTM (deslocamento anterior do disco com redução), a aplicação de
placa de Michigan durante 3 meses, permitiu a obtenção da posição cêntrica da ATM,
com reposicionamento do disco em 40% dos casos, também associada a uma
diminuição significativa da percepção de dor orofacial88.
Num estudo de caso clínico levado a cabo por Goyal, 2011, durante 6 meses e meio,
numa paciente diagnosticada com DTM (deslocamento do disco sem redução e
maloclosão do tipo I, com sobremordida vertical), a aplicação de placa de oclusão
resultou num aumento significativo da amplitude de abertura mandibular, também
associado ao alívio da dor na musculatura mastigatória durante o sono89.
82
Dao e Lavigne, 2009, e Srivastava, Jyoti & Devi, 2013, estabeleceram, por meio de
revisões simples da literatura, os prossupostos teóricos que explicam os mecanismos
fisiológicos e cognitivo-comportamentais associados à utilização de placa de oclusão na
DTM.
83
Na sua relação cêntrica, os côndilos mandibulares assentam sobre a porção intermédia
do disco articular, ocorrendo uma contracção excêntrica do feixe posterior do músculo
petrigoideu lateral que controla a posição do disco. Verificando-se uma maloclusão, por
exemplo, uma permaturidade ou interferência dentária, esta porção muscular do
pterigoideu lateral é hiperactivada resultando no estiramento do disco articular no
sentido antero-medial, provocando a sua luxação. A sobrecarga gerada sobre a ATM,
desviada do seu centro instantâneo de rotação, contribui para o desenvolvimento de
DTM. A utilização de placa de oclusão permite uma normalização da oclusão (oclusão
cêntrica) resultando no relaxamento da musculatura elevadora da mandibula o que
permite ao disco articular assumir uma posição ântero-superior relativamente ao côndilo
mandibular (relação cêntrica)83,90.
No que se refere à DTM com deslocamento do disco articular, Dao e Lavigne propõem
que a aplicação de placa de oclusão está associada à descompressão articular
acreditando que a abertura mandibular, induzida pela placa de oclusão, pode ser
acompanhada de uma libertação do espaço articular e consequente diminuição das
forças de compressão sobre a ATM90.
A placa de oclusão pode ser ajustada tendo como referência o aumento da dimensão
vertical de oclusão, no sentido de normalizar o espaço interoclusal fisiológico na
posição de repouso. Este processo permite o alongamento e diminuição da actividade
electromiográfica da musculatura mastigatória, particularmente dos elevadores
mandibulares (optimizando a sua função durante o encerramento da boca e em repouso),
com subsequente diminuição do deslocamento posterior dos côndilos mandibulares
sobre a eminência articular e descompressão do nervo aurículo-temporal (ramo do nervo
mandibular do trigémio), o que resulta em preservação da integridade da ATM83,90.
Por fim, a teoria consciencialização cognitiva afirma que o uso de uma placa de oclusão,
enquanto objecto inabitual na boca, relembra constantemente o paciente no sentido de
alterar o seu comportamento habitual, particularmente no que concerne a posição
mandibular bem como o padrão de recrutamento muscular. O aumento da consciência
cognitiva do paciente em relação ao posicionamento e movimentos da mandíbula, à
mudança de estímulos tácteis orais, à diminuição do volume bucal e subsequente espaço
84
lingual podem influenciar o paciente no sentido de reconhecer o conjunto de posturas ou
movimentos potencialmente nocivos da mandibula, resultando numa adopção de novos
padrões de movimento, no contexto das actividades de vida diária83,90.
85
VII- OPERACIONALIZAÇÃO DO PROJECTO
86
para o plano de intervenção, a evidência cientifica descrita na literatura pela qual o
fisioterapeuta deve pôr em prática os quatro grandes corpos de saber que constituem a
intervenção em fisioterapia: a terapia manual, a terapia pelo exercício, meios
electrofísicos e mecânicos e o aconselhamento ao utente.
87
níveis, seguidos de um exame (opcional). No final do curso, os alunos estarão aptos a
integrar as técnicas leccionadas na sua prática clínica91.
7.2.1.2. Conteúdos programáticos
Esta formação pretende que o fisioterapeuta desenvolva uma análise das problemáticas
que enfrenta durante a sua prática clínica, tendo como base a avaliação e raciocínio
biomecânico. Isto através da integração das competências e principios fundamentais à
abordagem da RPG92. Especificamente considerando a temática deste projecto, destaca-
se na quinta semana a abordagem à articulação temporomandibular sob os princípios da
RPG.
Leccionada por Tomaz Pérez, um dos maiores nomes da fisioterapia na área da ATM
(disfunções craneo-cervico-mandibulares. Para além da sua actividade em centro clínico
próprio, Pérez é coordenador dos torneios ATP Master Series e WTA de Madrid desde
2005, e tem desenvolvido uma sólida carreira académica, sendo docente do
Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da prestigiada Universidade
CEU de Madrid93.
Dia 1
Manhã
Introdução à Patologia cérvico-craneo-mandibular. Evidência científica e justificação.
Complexo craneo-cervical. Estrutura e funções.
Articulação temporo-mandibular (ATM). Estrutura, miologia e fisiologia articular.
Prática: palpação e medições básicas da ATM
Conceitos odontológicos
90
Prática: avaliação oclusiva e outras medições
Tarde
Disfunção somática da ATM- Avaliação funcional e clínica da ATM
Prática: avaliação funcional da ATM
Tratamento manual do sistema estomatogático. Princípios e evidência.
Tratamento preparatório
Técnicas articulares para a ATM
Prática: técnicas manuais como tratamento preparatório. Técnicas articulares.
Dia 2
Manhã
Tratamento manual do sistema estomatognático
Técnicas musculares- Técnicas mistas
Exercício terapêutico autoadministrado
Prática: Técnicas musculares. Técnicas mistas. Exercício terapêutico autoadministrado.
Coluna craneo-cervical (CCC). Estrutura e funções.
Prática: Palpação da CCC.
Disfunção somática da CCC.- Avaliação funcional e clínica da CCC
Prática: Avaliação funcional e clínica da CCC
Tarde
Tratamento manual da CCC. Princípios e evidência.
Tratamento preparatório.
Técnicas articulares
Prática: técnicas manuais como tratamento preparatório. Técnicas articulares.
Técnicas musculares.
Técnicas mistas.
Exercício terapêutico autoadministrado para a CCC.
Prática: Técnicas musculares. Técnicas mistas. Exercício terapêutico autoadministrado
para a CCC.
Neste Congresso pretende-se ser ainda mais abrangente nas diferentes áreas que
intervêm na Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular, com conferencistas de
Medicina Dentária, Estomatologia, Cirurgia Maxilo-Facial, Neurologia, Reumatologia,
Psicologia, Enfermagem, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Farmacologia, Medicina do
91
Sono, Anestesiologia e Acupuntura entre outras, procurando que o evento seja um foro
real de comunicação94.
Serão também organizados workshops dos mais variados temas, além da exposição de
trabalhos individuais de pesquisa/revisão científica e casos-clínicos, sobre a forma de
poster ou de comunicação livre94.
18 DE MARÇO, Sexta-feira
Grande Auditório Pequeno Auditório
Manhã
Professor Doutor Mariano Rocabado Profª. Doutora Maria do Rosário Dias
Fisioterapia em Disfunção Coping Médico-doente / Stress e
temporomandibular Ansiedade / Terapias
Dr. João Rua
Bruxismo / Goteiras
Drª. Beatriz Santiago
Toxina Botulínica
Dr. Filipe Videira
Fisioterapia / Osteopatia
Prof. Doutor João Caramês Drª. Gabriela Videira
Reabilitação do doente bruxómano Goteiras: sim ou não, que futuro?
Prof. Doutor João Paço Mestre Tiago Rocha
Zumbidos: tratamento diferencial DTM e Postura
Tarde
Prof. Doutora Teresa Paiva
Certo e errado na Avaliação do Sono
Prof. Doutor Paulo Cunali
Inter-relação apneia do sono e DTM. Comunicações Orais
Diagnóstico e perspetivas de controlo e
tratamento
Drª. Ana Santa Clara
Psiquiatria
Dr. David Sanz
Cirurgia fechada da ATM
Dr. António Matos da Fonseca Pósteres
Cirurgia aberta da ATM
Dr. Rafael Tardin
Fisioterapia pré e pós-cirúrgica
Encerramento
92
19 de MARÇO, Sábado
Grande Auditório Pequeno Auditório
Manhã
Prof. Doutor Ricardo Dias Drª. Diana Correia
Oclusão Agulhamento e Punção Seca
Prof. Doutor Daniele Manfredini Dr. Pedro Vaz
Oclusão Acupuntura - Evidência Clínica Profª.
Doutora Ananda Fernandes
O papel da Enfermagem no tratamento da
Dor
Prof. Doutor Daniele Manfredini Dr. Maged Zarif Leon
Oclusão Farmacologia em Dor Orofacial
A anunciar brevemente
Profª. Doutora Ana Cardoso Oliveira
Stress e Ansiedade Infantil/adolescente e
Bruxismo
Tarde
93
VIII- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
95
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em-reeducacao-postural-global-rpgr-de-philippe-e
souchard&option=com_eventlist&Itemid= 29
93. Bwizer. Articulação Temporomandibular (NOV 2015) – Porto. c2015 [citada
2015 9 22] Disponível em:
https://www.bwizer.com/pt/formacoes/terapia_da_fala/atm_-
_articulacao_temporomandibular_nov_2015_-_porto_10003_006.html
94. II Congresso da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor
Orofacial. [Página inicial na internet]. c2015 [citada 2015 9 22] Disponível em:
http://www.i-m.mx/joanajt4/SPDOF2016/
99
ANEXOS
100
ANEXO 1 – Dimensão horizontal da face
101
ANEXO 2 - Dimensão vertical da face
102
ANEXO 3 – Símbolos numéricos da dentição
103
ANEXO 4 – Maloclusão de classe II
104
ANEXO 5 – Maloclusão de classe III
105
ANEXO 6 – Desvio lateral da boca com abertura em C
106
ANEXO 7 – Teste nevos cranianos
107
ANEXO 8 - Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders
(DC/TMD)
108
109
ANEXO 9 - Screning questionnaire
110
ANEXO 10 - Symptom questionnaire
111
112
ANEXO 11 – Algoritmos de diagnóstico do eixo I do DC/TMD
113
114
115
116
ANEXO 12 – Instrumentos de Medida DC/TMD
117
ANEXO 13 – Alongamento em Rã no ar e no chão
118
ANEXO 14 - Técnica de tração longitudinal
119
ANEXO 15 - Técnica de sobrepressão na abertura
120
ANEXO 16 - Eletro therapeutic point stimulator
121
ANEXO 17 – Dispositivo de biofeddback electromiográfico
Grindcare©
122
ANEXO 18 - Exercício de extensão axial cervical
123
ANEXO 19 - Exercício de flexão cervical com apoio dorsal
124
ANEXO 20 – Exercício de abdução/rotação externa dos ombros
com apoio dorsal
125
ANEXO 21 – Exercício de flexão dos ombros com apoio dorsal
126
ANEXO 22 - Exercício de flexão dos ombros com apoio dorsal
(Progressão)
127
ANEXO 23 – Exercício de extensão da coluna dorsal em decúbito
ventral
128
ANEXO 24 - Exercício de extensão da coluna dorsal na posição
ortostática
129
ANEXO 25 – Panfleto, exercícios de reeducação postural
130
ANEXO 26 - Exercício para controlo da abertura da boca
131
ANEXO 27- Treino da posição de repouso lingual
132
ANEXO 28 - Exercícios de alongamento da ATM
133
ANEXO 29 – Exercício de estabilização rítmica da ATM
134
ANEXO 30 – Panfletos, exercícios de estabilidade e de mobilidade
da ATM
135
136