O Ambientalismo
O Ambientalismo
O Ambientalismo
“ O bebê é como uma argila” ou “O bebê é como uma folha em papel branco”
Podemos entender que a criança nasce sem características psicológicas predeterminadas. Nesta visão, o
desenvolvimento infantil seria um produto determinado basicamente pelo ambiente. O ambiente é quem irá
modelá-lo da forma que considerar correta. Como na modelagem de uma argila.
A concepção ambientalista também é conhecida como empirista e muitas vezes identificada com o
próprio comportamentalismo. Tende a demonstrar maior objetividade e destacar o fato do ser humano
depender principalmente do meio ambiente.
O termo inglês behavior significa comportamento, por isso, para denominar essa teoria, utiliza- se o
termo Behaviorismo ou Teoria Comportamental.
Apesar de colocar o comportamento em primeiro plano, o behaviorismo foi, no decorrer dos tempos,
modificando de sentido. Hoje, não se entende comportamento apenas como uma ação isolada de um sujeito,
mas como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente no qual está inserido. Assim, essa teoria
tem por objetivo estudar as interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (respostas)
e o ambiente (estimulações).
Seus principais representantes são John Watson (1878-1958), Ivan Pavlov (1849-1936) e Skinner (1904-
1990).
O behaviorismo metodológico de Watson
Reconhecido como o pai do behaviorismo clássico, J.B.Watson foi o principal porta-voz desse
movimento, bem como seu precursor ao escrever em 1913, o artigo “Psychology as the Behaviorist views it“,
que representava uma contraposição à tendência mentalista da psicologia do século XX. O behaviorismo
watson defendia a psicologia como um ramo objetivo e experimental, que deveria largar os estudos dos
processos mentais e a análise psicológica da mente ao menos provisoriamente. Para ele, a psicologia deveria
focar em prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo.
O behaviorismo clássico, partia do princípio de que o comportamento era modelado pelo paradigma
pavloviano de estímulo e resposta. Conceito desenvolvido por Ivan Pavlov, que propôs o modelo de reflexo
condicionado e que inspirou Watson em seus estudos sobre o comportamento. O condicionamento clássico se
referia à troca de energia entre o ambiente e o indivíduo, já que um comportamento é uma resposta à um
estímulo específico. Ele explicava que aprendizagens, quando associadas à um estímulo, gerava reflexos
condicionados, que por sua vez não são controlados pelos sujeitos, nem dependem de sua consciência.
Watson defendia a concepção funcionalista do comportamento, afirmando que este deveria ser
estudado como função de certas variáveis do meio. Para ele o “meio” era um fator de extrema importância
para a construção e desenvolvimento do indivíduo, pois acreditava fielmente que todo comportamento era
consequência do meio que o organismo participava. Dessa forma, o comportamento é entendido como a
interação entre o indivíduo e o ambiente, ou seja, é a unidade básica de descrição e o ponto de partida para a
ciência comportamental, que percebe o organismo como produto e produtor dessas interações.
PARE E PENSE
E em que aspecto esse estudo pode ser importante para a área da educação? Imagine um aluno que
durante quase toda a sua vida, teve experiências ruins com professores de Matemática. Com o passar do
tempo, ele não poderia desenvolver aversão à Matemática? E se de repente, no Ensino Médio, ele se depara
com um ótimo professor dessa matéria, um professor querido e reconhecido pelos alunos em geral, será que
ele teria a mesma facilidade de aceitar o professor que os outros? Pense sobre isso!
A caixa de Skinner
Introduzir estímulos logo após um determinado comportamento, para observar como os animais
aprendiam a associar esses estímulos com o que haviam feito, essa era um dos principais objetivos da Caixa de
Skinner.
Segundo Ries (2001), um ratinho privado de comida é preso em uma caixa. Essa caixa era de tamanho
pequeno, na frente, tinha um vidro transparente, do lado direito uma barra, um compartimento para fornecer
alimento, uma luz e um alto-falante que poderiam ser acionados, sem falar na grade do chão que também
poderia emitir pequenos choques elétricos ao comando do experimentador.
Ao ser colocado pela primeira vez na caixa, tudo que o rato fizesse nos primeiros dez minutos era
anotado para saber o que eles faziam por instinto e eram chamados de Nível Operante.
De início, o ratinho anda a esmo explorando o ambiente da caixa, e por acaso, ele encosta-se a uma
barra e uma bolinha de comida é liberada. Após algumas ocorrências dessa natureza, o animal,
deliberadamente, pressiona o dispositivo em busca de comida. A bolinha do alimento tornou-se um estímulo
reforçador (E-R) para a resposta de pressionar a barra, uma vez que aumentou a incidência do fato (COUTINHO;
MOREIRA, 2001).
Skinner descobriu que poderia “modelar” o comportamento do animal, ou seja, se seu objetivo final era
que o rato pressionasse a barra lateral, ele poderia liberar comida quando o rato, primeiro, olhasse pra barra;
depois, quando se aproximasse da barra, quando a tocasse, e, finalmente, quando ele pressionasse a barra. Em
poucos minutos o comportamento que antes do condicionamento era emitido duas vezes em dez minutos,
passava para oitenta ou mais vezes no mesmo intervalo de tempo.
Reforçadores Secundários – são estímulos condicionados aos primários, originalmente não tinham propriedade
reforçadora, mas adquiriram-na depois de terem sido sucessivamente emparelhados com algum reforçador
primário. Como exemplo, o dinheiro, mesmo não sendo diretamente de importância biológica para o indivíduo,
é um meio de se conseguir alimentos e outras satisfações. No caso da aprovação, ensinamos crianças a falar
corretamente dizendo: “está certo!”, “muito bem!” O afeto é reforçador porque o agente está associado a
vários reforçadores primários.
Extinção
Punição
Um dos temas mais polêmicos em educação é o da punição. Skinner define a punição como
apresentação de um estímulo aversivo frente a um comportamento indesejável. Estímulo aversivo é algo que
provoca dor, ou algum tipo de sofrimento. Por exemplo, bater na mão da criança quando mexe em algo que
não deveria mexer. Ele opôs-se ao uso da punição, afirmando que não controlava eficazmente o
comportamento e que tinha efeitos secundários desfavoráveis (BOCK, et al, 2011).
A punição é muitas vezes confundida com o reforço negativo, pois o elemento punitivo encontra- se
inserido neste. Porém, ao contrário do reforçamento negativo, o objetivo da punição é levar à extinção do
comportamento, ou seja, com o passar do tempo, a probabilidade de ele ocorrer novamente diminui. Já o
reforçamento negativo não é um evento punitivo: é a remoção de um evento punitivo. Ambos utilizam de
estímulos aversivos.
As punições podem ser de dois tipos: por adição (punição positiva), quando experiências aversivas são
adicionadas, ou por subtração (punição negativa), quando facilitadores do comportamento são subtraídos.
Ambas as técnicas levam a aquilo que chamamos de extinção.
Veja o exemplo, para não mais haver confusão: um filho que tirou nota dez em uma prova. Usando o
reforço positivo, o filho seria recompensando a fim de que repita a proeza, assim entenderia que aquilo resulta
em algo bom para ele. O reforço negativo funcionaria como um rapaz que tira nota ruim na prova e é privado
de algum privilégio, como por exemplo, ver TV. Já a punição funcionaria como repreender a criança com
violência física por ter feito algum ruim, como ter tirado zero na prova.
A punição pode acarretar uma série de problemas: esse tipo de estimulação aversiva acarreta respostas
do sistema nervoso, entendidas como ansiedade, depressão, baixa autoestima. Além do mais, o
comportamento punido não é esquecido, ele é suprimido. Pode ser que após a estimulação aversiva ter sido
eliminada, o comportamento volte a ocorrer: a criança pode simplesmente aprender a não dizer palavrões em
casa, mas continuar a usá-los em outros lugares.
Ela também suprime o comportamento indesejado, mas não guia a pessoa para um comportamento
mais desejável. A punição diz o que não fazer, o reforço diz o que fazer. Uma punição combinada com um
reforçamento positivo de comportamentos desejáveis é mais eficiente. Skinner aponta três efeitos da punição,
segundo a ótica do condicionamento operante.
a. A punição inibe apenas temporariamente o comportamento punido. Quando a mãe bate na mão da
criança por mexer onde não devia, a criança deixa de mexer por alguns momentos, mas nada
garante que ela não voltará a fazê-lo.
b. O efeito inibitório da punição tende a se estender a outros
comportamentos que ocorreram próximos ao ato punido ou a ele vinculados. Se uma criança
foi punida por mexer em um determinado objeto, pode sentir-se inibida em mexer em
outros objetos que poderiam ser interessantes para ela. Quando o professor repreende um
aluno que conversa durante a aula, pode estar inibindo o aluno a falar em outras
ocasiões em que esse comportamento poderia ser desejável.
c. A punição exerce um efeito inibitório apenas quando a contingência de punição ou o agente punidor
esteja próximo. Se numa família é o pai que castiga, a criança voltará a desobedecer na ausência do pai. Se na
escola um dos professore é muito punitivo, no momento em que ele está presente os alunos se comportam
adequadamente, mas logo que entra outro professor menos punitivo, a tendência é a turma extravasar.
Esquiva
Processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo
de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a
magnitude do segundo estímulo. Um exemplo típico é quando o garoto que se dirigia para o dentista resolve mudar
de percurso e evita submeter-se ao tratamento por considerá-lo desagradável. Ou um aluno que evita ir para a
escola pelo mesmo motivo.
Discriminação
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008), consiste no caso de um comportamento se manter na presença de
determinado estímulo, porém sem permanecer na presença de outro.
Fuga
O comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. Nesse caso,
por não estar gostando do tratamento ou da aula em andamento, o indivíduo “foge” do local.
Generalização
A generalização se refere à aquisição de controle de um estímulo sobre um comportamento devido ao
reforço que se segue num estímulo similar, mas com certa diferença. De modo geral, as pessoas aprendem a se
comportar em diversas situações sociais conforme o aprendizado generalizado das regras e normas sociais.