O Ambientalismo

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O Ambientalismo (o Behaviorismo)

A concepção ambientalista de ser humano está fundamentada na filosofia empirista e positivista. O


empirismo pressupõe que o conhecimento ocorre a partir da experiência sensorial e dela deriva. O positivismo
se baseia numa suposta harmonia do social, semelhante à das leis naturais, entendendo que a criança é regida
por leis do tipo natural. A ciência, ao projetar objetividade e verdade, tenta se constituir como neutra, negando
todo o comprometimento ideológico que a perpassa. O cientista pretende, em qualquer campo do
conhecimento, agir com espírito objetivo, neutro, livre de juízo de valor, de ideologia, tentando se omitir das
contradições sociais.
No ambientalismo o ser humano é considerado uma folha em branco, que será moldada pelos estímulos do
ambiente. O ser humano é produto do meio em que vive, do condicionamento que recebe. O homem é
concebido como um ser extremamente plástico, que desenvolve suas características em função das condições
presentes no meio em que se encontra (Davis, 1990, p. 30).
A sociedade é aqui entendida como meio ambiente organizado, que proporciona a experiência enquanto
fonte de conhecimento. As consequências de tal entendimento de ser humano e de sociedade são a
massificação de toda e qualquer diferença, anulando o individual em nome de uma suposta harmonia social.
Para os ambientalistas, a aprendizagem e o desenvolvimento ocorrem simultaneamente e podem ser
tratados como sinônimos. Sob essa ótica, o desenvolvimento é encarado como a acumulação de respostas
aprendidas. As respostas aprendidas, por sua vez, resultam em mudanças de comportamento, desencadeando
a aprendizagem.
Há supervalorização do ensino, enquanto técnica a ser transmitida, pois uma vez que o ser humano é
considerado uma folha em branco, deve receber um número de informações necessárias para desempenhar a
sua futura função social. Utilizando-se de técnicas eficazes, o professor pode estimular a reprodução de um
conhecimento, sem questioná-lo.
Na sala de aula ela [a técnica] acarretou um excessivo diretivismo por parte do adulto. Deixou-se de
valorizar e fazer uso de situações onde a aprendizagem pode-se dar de modo espontâneo, como aquelas onde
as crianças cooperam entre si para alcançar um fim comum (Davis, 1990, p. 34).
Hoje ainda há resquícios de uma abordagem ambientalista na estrutura educacional, seja através da
metodologia que privilegia a memorização, seja na própria organização escolar.

Observemos o significado das seguintes expressões:

“ O bebê é como uma argila” ou “O bebê é como uma folha em papel branco”

Como podemos traduzir estas ideias?

Podemos entender que a criança nasce sem características psicológicas predeterminadas. Nesta visão, o
desenvolvimento infantil seria um produto determinado basicamente pelo ambiente. O ambiente é quem irá
modelá-lo da forma que considerar correta. Como na modelagem de uma argila.
A concepção ambientalista também é conhecida como empirista e muitas vezes identificada com o
próprio comportamentalismo. Tende a demonstrar maior objetividade e destacar o fato do ser humano
depender principalmente do meio ambiente.
O termo inglês behavior significa comportamento, por isso, para denominar essa teoria, utiliza- se o
termo Behaviorismo ou Teoria Comportamental.
Apesar de colocar o comportamento em primeiro plano, o behaviorismo foi, no decorrer dos tempos,
modificando de sentido. Hoje, não se entende comportamento apenas como uma ação isolada de um sujeito,
mas como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente no qual está inserido. Assim, essa teoria
tem por objetivo estudar as interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (respostas)
e o ambiente (estimulações).
Seus principais representantes são John Watson (1878-1958), Ivan Pavlov (1849-1936) e Skinner (1904-
1990).
O behaviorismo metodológico de Watson

Reconhecido como o pai do behaviorismo clássico, J.B.Watson foi o principal porta-voz desse
movimento, bem como seu precursor ao escrever em 1913, o artigo “Psychology as the Behaviorist views it“,
que representava uma contraposição à tendência mentalista da psicologia do século XX. O behaviorismo
watson defendia a psicologia como um ramo objetivo e experimental, que deveria largar os estudos dos
processos mentais e a análise psicológica da mente ao menos provisoriamente. Para ele, a psicologia deveria
focar em prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo.
O behaviorismo clássico, partia do princípio de que o comportamento era modelado pelo paradigma
pavloviano de estímulo e resposta. Conceito desenvolvido por Ivan Pavlov, que propôs o modelo de reflexo
condicionado e que inspirou Watson em seus estudos sobre o comportamento. O condicionamento clássico se
referia à troca de energia entre o ambiente e o indivíduo, já que um comportamento é uma resposta à um
estímulo específico. Ele explicava que aprendizagens, quando associadas à um estímulo, gerava reflexos
condicionados, que por sua vez não são controlados pelos sujeitos, nem dependem de sua consciência.
Watson defendia a concepção funcionalista do comportamento, afirmando que este deveria ser
estudado como função de certas variáveis do meio. Para ele o “meio” era um fator de extrema importância
para a construção e desenvolvimento do indivíduo, pois acreditava fielmente que todo comportamento era
consequência do meio que o organismo participava. Dessa forma, o comportamento é entendido como a
interação entre o indivíduo e o ambiente, ou seja, é a unidade básica de descrição e o ponto de partida para a
ciência comportamental, que percebe o organismo como produto e produtor dessas interações.

Teoria do condicionamento clássico de Ivan Pavlov


Ivan Petrovich Pavlov nasceu em Ryazan, 14 de setembro de 1849, e morreu em Leningrado, 27 de
fevereiro de 1936. Estudou química e fisiologia na Universidade de São Petersburgo. Graduou-se em 1879 pela
Academia de Cirurgia e Medicina, e estagiou na Alemanha com os fisiologistas Karl Ludwig e Rudolf Heidenhain.
De volta a São Petersburgo, em 1890, é nomeado catedrático de farmacologia na Academia Militar de
Medicina. No ano seguinte, criou o Instituto Experimental de Medicina, primeiro departamento de cirurgia a
funcionar dentro de um laboratório de fisiologia.
Em 1903, apresentou a teoria dos reflexos físicos provocados artificialmente, portanto condicionados,
no congresso mundial de medicina realizado em Madri. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de
1904, por suas descobertas sobre os processos digestivos de animais.
Mas ficou mais conhecido por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase que por acaso:
o papel do condicionamento na psicologia do comportamento. Sua teoria ficou conhecida como
condicionamento clássico, também conhecido como condicionamento respondente.
Pavlov, inicialmente, apresentou a um cão faminto dois estímulos: campainha e luz. O cão não
apresentou nenhuma resposta de salivação frente a esses estímulos. Depois, a esse cão foi oferecido o pó de
carne e, logo, ele salivou. Ao mesmo tempo, o cientista fez soar uma campainha. Depois de inúmeras
repetições, o cão, mesmo sem a presença da comida, salivava com o toque da campainha. A mesma experiência
foi repetida com a luz, surtindo o mesmo resultado. Tanto a campainha quanto a luz, que antes não
apresentava nenhum significado para o animal, tornaram- se um
estímulo condicionado que provocava uma resposta desejada, ou seja, a
salivação.
Experiênciacom cães de Ivan Pavlov
A salivação, que apenas ocorria com a comida (fase 1), foi associada diversas vezes ao som de um metrônomo ou a uma luz (fase 2) e,
finalmente, a resposta de salivação ocorria após o som, resposta agora condicionada.
Muitos de nós já estamos condicionados a determinados tipos de comportamentos de fundo emocional,
mesmo que involuntariamente. Eles se instalam em nós mediante associações entre estímulos e respostas.
Reações de medo, fobias, ansiedades podem ser explicadas por essa via. (COUTINHO; MOREIRA, 2001). Por
exemplo: lembrar-se de alguém enquanto uma música é tocada indica que a música, antes um estímulo neutro
ou não condicionado, uma vez que por si só não lembraria pessoa, ficou, por alguma razão, associada àquela
pessoa específica.
O condicionamento clássico é o tipo de aprendizagem que se relaciona ao encadeamento entre
estímulos e respostas, envolvendo a repetição, de tal modo que um estímulo previamente neutro venha a
eliciar uma determinada resposta esperada.

PARE E PENSE
E em que aspecto esse estudo pode ser importante para a área da educação? Imagine um aluno que
durante quase toda a sua vida, teve experiências ruins com professores de Matemática. Com o passar do
tempo, ele não poderia desenvolver aversão à Matemática? E se de repente, no Ensino Médio, ele se depara
com um ótimo professor dessa matéria, um professor querido e reconhecido pelos alunos em geral, será que
ele teria a mesma facilidade de aceitar o professor que os outros? Pense sobre isso!

Teoria do condicionamento operante de Skinner


Burrhus Frederic Skinner é eminente psicólogo contemporâneo nascido nos Estados Unidos, em 1904. Lecionou nas
Universidades de Harvard, Indiana e Minnesota. Entre outros trabalhos, publicou os seguintes livros: Behavior of Organisms (o
comportamento dos organismos), Verbal Behavior (comportamento verbal); Science and Human Behavior(comportamento
científico e humano).
Em 1932, B. F. Skinner, da Universidade de Harvard, relatou uma de suas observações sobre o comportamento de
pombos e ratos brancos. Para seus experimentos, Skinner inventou um aparelho que depois de passar por modificações é hoje
muito conhecido e utilizado nos laboratórios de psicologia, chamado Caixa de Skinner.
Influenciado pelos trabalhos de Pavlov e Watson, Skinner passou a estudar o comportamento operante, desenvolvendo
intensa atividade no estudo da psicologia da aprendizagem. Esses estudos levaram-no a criar os métodos de ensino programado,
que podem ser aplicados sem a intervenção direta do professor, através de livros, apostilas ou mesmo máquinas.
Esse estudioso vê o comportamento humano como resultado das influências do meio, dentro daquilo que pode ser
observável e com a interferência de certas variáveis do meio por meio de estímulos, objetivando alcançar um comportamento
desejável.
A aprendizagem se realiza por influência dos estímulos do meio. O indivíduo emite comportamentos em
nível operante, e estes sofrem a influência das consequências deste comportamento (reforço).
Quando as consequências de um comportamento são desejáveis, ele tende a aumentar de frequência e
tende-se a repetir, o que ocorrerá a formação de um hábito. Isto é o que Skinner chama de reforço e é o
conceito central de sua teoria; a frequência é a medida desse processo.
Dessa maneira, os indivíduos aprendem com as consequências de suas ações. As pessoas tendem a
repetir o comportamento satisfatório e a evitar aqueles que não trazem prazer. Esse é o princípio explicativo do
condicionamento operante. As ações são enfraquecidas ou fortalecidas de modo a aumentar ou diminuir a
probabilidade de sua ocorrência.
O reforço consiste em qualquer estímulo ou evento que aumenta a probabilidade de ocorrência de um
comportamento.

A caixa de Skinner
Introduzir estímulos logo após um determinado comportamento, para observar como os animais
aprendiam a associar esses estímulos com o que haviam feito, essa era um dos principais objetivos da Caixa de
Skinner.
Segundo Ries (2001), um ratinho privado de comida é preso em uma caixa. Essa caixa era de tamanho
pequeno, na frente, tinha um vidro transparente, do lado direito uma barra, um compartimento para fornecer
alimento, uma luz e um alto-falante que poderiam ser acionados, sem falar na grade do chão que também
poderia emitir pequenos choques elétricos ao comando do experimentador.
Ao ser colocado pela primeira vez na caixa, tudo que o rato fizesse nos primeiros dez minutos era
anotado para saber o que eles faziam por instinto e eram chamados de Nível Operante.
De início, o ratinho anda a esmo explorando o ambiente da caixa, e por acaso, ele encosta-se a uma
barra e uma bolinha de comida é liberada. Após algumas ocorrências dessa natureza, o animal,
deliberadamente, pressiona o dispositivo em busca de comida. A bolinha do alimento tornou-se um estímulo
reforçador (E-R) para a resposta de pressionar a barra, uma vez que aumentou a incidência do fato (COUTINHO;
MOREIRA, 2001).
Skinner descobriu que poderia “modelar” o comportamento do animal, ou seja, se seu objetivo final era
que o rato pressionasse a barra lateral, ele poderia liberar comida quando o rato, primeiro, olhasse pra barra;
depois, quando se aproximasse da barra, quando a tocasse, e, finalmente, quando ele pressionasse a barra. Em
poucos minutos o comportamento que antes do condicionamento era emitido duas vezes em dez minutos,
passava para oitenta ou mais vezes no mesmo intervalo de tempo.

Reforço positivo, reforço negativo e punição


O reforço positivo refere-se a todo estímulo que, quando segue a uma resposta, aumenta a força desta,
ou seja, aumenta a probabilidade dele se repetir. Por exemplo: A comida que é apresentada após a pressão à
barra, na caixa de Skinner, funciona como reforço positivo para o comportamento de pressionar a barra,
aumentando a sua frequência.
Se na sala de aula um aluno apresenta o dever de casa e o
professor demonstra satisfação pelo ato (reforço), estará também
condicionando seu aluno a fazer o dever.

Estimulando a aprendizagem por meio do reforço positivo


Fonte: Disponível em http://pt.slideshare.net/CatarinaNeivas/condicionamentooperante20792301.
Acesso em 27 jun.2014.

O reforço negativo é um estímulo que, quando removido, após um determinado comportamento,


aumenta a frequência desse comportamento se repetir. Imagine o seguinte: o rato está em uma situação em
que toda vez que um bip é emitido, ele receberá um choque elétrico, um segundo após o bip. Desesperado
para escapar do choque, ele tenta fugir do local de várias maneiras, até que, num determinado momento, ele
abaixa a barra lateral, logo após ouvir o bip, e o choque não acontece. Nesse caso, pressionar a barra se torna
um reforçador negativo, pois removeu o choque que iria acontecer em seguida (RIES, 2001).
Para não ficar dúvida, analise o quadro a seguir!
Quadro 1: Reforço positivo e negativo

Alguns tipos de reforçadores


Reforçadores Primários – são aqueles estímulos relacionados à questão de sobrevivência, que satisfazem
necessidades primárias, como a fome, a sede, frio etc. São universais, pois podem servir como reforçadores,
desde que o sujeito esteja passando por alguma privação.

Reforçadores Secundários – são estímulos condicionados aos primários, originalmente não tinham propriedade
reforçadora, mas adquiriram-na depois de terem sido sucessivamente emparelhados com algum reforçador
primário. Como exemplo, o dinheiro, mesmo não sendo diretamente de importância biológica para o indivíduo,
é um meio de se conseguir alimentos e outras satisfações. No caso da aprovação, ensinamos crianças a falar
corretamente dizendo: “está certo!”, “muito bem!” O afeto é reforçador porque o agente está associado a
vários reforçadores primários.

Extinção

Já o procedimento dito extinção, pode ser usado quando um determinado comportamento é


absolutamente inadequado e deseja-se eliminá-lo totalmente do repertório de comportamento. O
objetivo é quebrar o elo entre o comportamento indesejável e as consequências do mesmo. O
comportamento humano, segundo alguns teóricos, se modifica em função da observação de como agem
outras pessoas, que se tornam modelos a serem copiados. A tendência é que a resposta diminuirá de
frequência e até mesmo poderá deixar de ser emitida. Um bom exemplo consiste nas provocações de certos
alunos com o objetivo (que o reforça) de irritar o professor. Se o professor ignora e lida de forma amadurecida
e tranquila, o comportamento indesejado do aluno vai se dissipando.

Punição
Um dos temas mais polêmicos em educação é o da punição. Skinner define a punição como
apresentação de um estímulo aversivo frente a um comportamento indesejável. Estímulo aversivo é algo que
provoca dor, ou algum tipo de sofrimento. Por exemplo, bater na mão da criança quando mexe em algo que
não deveria mexer. Ele opôs-se ao uso da punição, afirmando que não controlava eficazmente o
comportamento e que tinha efeitos secundários desfavoráveis (BOCK, et al, 2011).
A punição é muitas vezes confundida com o reforço negativo, pois o elemento punitivo encontra- se
inserido neste. Porém, ao contrário do reforçamento negativo, o objetivo da punição é levar à extinção do
comportamento, ou seja, com o passar do tempo, a probabilidade de ele ocorrer novamente diminui. Já o
reforçamento negativo não é um evento punitivo: é a remoção de um evento punitivo. Ambos utilizam de
estímulos aversivos.
As punições podem ser de dois tipos: por adição (punição positiva), quando experiências aversivas são
adicionadas, ou por subtração (punição negativa), quando facilitadores do comportamento são subtraídos.
Ambas as técnicas levam a aquilo que chamamos de extinção.
Veja o exemplo, para não mais haver confusão: um filho que tirou nota dez em uma prova. Usando o
reforço positivo, o filho seria recompensando a fim de que repita a proeza, assim entenderia que aquilo resulta
em algo bom para ele. O reforço negativo funcionaria como um rapaz que tira nota ruim na prova e é privado
de algum privilégio, como por exemplo, ver TV. Já a punição funcionaria como repreender a criança com
violência física por ter feito algum ruim, como ter tirado zero na prova.
A punição pode acarretar uma série de problemas: esse tipo de estimulação aversiva acarreta respostas
do sistema nervoso, entendidas como ansiedade, depressão, baixa autoestima. Além do mais, o
comportamento punido não é esquecido, ele é suprimido. Pode ser que após a estimulação aversiva ter sido
eliminada, o comportamento volte a ocorrer: a criança pode simplesmente aprender a não dizer palavrões em
casa, mas continuar a usá-los em outros lugares.
Ela também suprime o comportamento indesejado, mas não guia a pessoa para um comportamento
mais desejável. A punição diz o que não fazer, o reforço diz o que fazer. Uma punição combinada com um
reforçamento positivo de comportamentos desejáveis é mais eficiente. Skinner aponta três efeitos da punição,
segundo a ótica do condicionamento operante.

a. A punição inibe apenas temporariamente o comportamento punido. Quando a mãe bate na mão da
criança por mexer onde não devia, a criança deixa de mexer por alguns momentos, mas nada
garante que ela não voltará a fazê-lo.
b. O efeito inibitório da punição tende a se estender a outros
comportamentos que ocorreram próximos ao ato punido ou a ele vinculados. Se uma criança
foi punida por mexer em um determinado objeto, pode sentir-se inibida em mexer em
outros objetos que poderiam ser interessantes para ela. Quando o professor repreende um
aluno que conversa durante a aula, pode estar inibindo o aluno a falar em outras
ocasiões em que esse comportamento poderia ser desejável.
c. A punição exerce um efeito inibitório apenas quando a contingência de punição ou o agente punidor
esteja próximo. Se numa família é o pai que castiga, a criança voltará a desobedecer na ausência do pai. Se na
escola um dos professore é muito punitivo, no momento em que ele está presente os alunos se comportam
adequadamente, mas logo que entra outro professor menos punitivo, a tendência é a turma extravasar.

Esquiva
Processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo
de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a
magnitude do segundo estímulo. Um exemplo típico é quando o garoto que se dirigia para o dentista resolve mudar
de percurso e evita submeter-se ao tratamento por considerá-lo desagradável. Ou um aluno que evita ir para a
escola pelo mesmo motivo.

Discriminação
Segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008), consiste no caso de um comportamento se manter na presença de
determinado estímulo, porém sem permanecer na presença de outro.

Poderíamos refletir, também, sobre o aprendizado social. Por exemplo:


existem normas e regras de conduta para festas – cumprimentar
os presentes, ser gentil, procurar manter diálogo com as pessoas,
agradecer e elogiar a dona da casa etc. No entanto, as festas podem ser
diferentes: informais ou pomposas, dependendo de onde, de como e de
quem as organiza. Somos, então, capazes de discriminar esses diferentes
estímulos e de nos comportarmos de maneira diferente em cada situação.
(BOCK, FURTADO e TEIXEIRA, 2008, p.54)

Fuga
O comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. Nesse caso,
por não estar gostando do tratamento ou da aula em andamento, o indivíduo “foge” do local.

Generalização
A generalização se refere à aquisição de controle de um estímulo sobre um comportamento devido ao
reforço que se segue num estímulo similar, mas com certa diferença. De modo geral, as pessoas aprendem a se
comportar em diversas situações sociais conforme o aprendizado generalizado das regras e normas sociais.

As influências do ambientalismo-comportamentalismo na escola


Todos os procedimentos estudados (reforço, extinção, discriminação, generalização) podem ter muita
importância na obtenção de comportamentos desejados ou na eliminação de atos indesejados no contexto escolar.
Na visão dos comportamentalistas, o desenvolvimento seria resultado de diversas aprendizagens acumuladas ao
longo da vida de uma pessoa. Nesse caso, os dois processos (desenvolvimento e aprendizagem) não se distinguiriam.
Em relação às práticas educativas, o ensino por parte dos educadores consiste em planejar e organizar condições
que tornem mais eficiente a aprendizagem de conteúdos e habilidades, utilizando reforçadores na organização da
aprendizagem por pequenos passos. (FONTANA e CRUZ, 1997)
Dentre os recursos a serem usados no processo pedagógico, destacam-se elogios, notas, pontos positivos e
outras formas de premiações, conforme o desempenho e o rendimento do aluno.
Como críticas os pesquisadores destacam que essa visão coloca os seres humanos como criaturas passivas
frente ao ambiente, pois o adulto, o educador é agente determinante, ele é quem ensina e promove o
desenvolvimento e aprendizado. “Ensina e dá tudo aquilo que a criança não tem, moldando seu comportamento,
seu caráter e seus conhecimento (...) A educação acarretou um excessivo diretivismo pelo adulto” (OLIVEIRA et all,
1999, p. 29).
A concepção Ambientalista da educação valoriza o papel do professor, cuja importância havia sido
minimizada na abordagem inatista. Coloca em suas mãos a responsabilidade de planejar, organizar e
executar – com sucesso – as situações de aprendizagem. Por outro lado, as teorias ambientalistas tiveram
também efeitos nocivos na prática pedagógica. Programar o ensino deixou de ser uma atividade cognitiva de
pesquisar condições de aprendizagem para se tornar uma atividade meramente formal de colocar os projetos
de aula numa fórmula-padrão.

O professor é considerado aquele que sabe tudo e o aluno fica como


espectador de todo o processo de ensino e aprendizagem. O aluno é direcionado
pelo educador, tornando-o extremamente passivo. Constitui-se numa concepção
individualista, um método isolador por faltar benefícios da experiência em
grupo, não considerando que os discentes aprendem coletivamente, haja vista
que a figura do professor é imprescindível para o direcionamento dos
conteúdos. O discente não tem opção de discordar já que ele não possui
habilidades e/ou conhecimentos prévios.
A figura ao lado ilustra esta concepção, na qual o professor busca a homogeneização, moldando os alunos
para serem seguidores de seus próprios pensamentos, levando-os à reprodução, desconsiderando os conhecimentos
prévios que possuem e as diferenças singulares. Neste sentido, temos o ensino tradicional, os discentes repetem,
são passivos ao meio e o tempo todo são direcionados.
Assim, a escola forma pessoas acríticas, sem iniciativa e a exclusão daqueles que não se encaixam no ritmo
solicitado é verificada com frequência, já que todos precisam “funcionar” da mesma forma e ao mesmo tempo.
A principal crítica que se faz ao ambientalismo é quanto a própria visão de homem adotada: a de
seres humanos como criaturas passivas face ao ambiente, que podem ser manipuladas e controladas pela
simples alterações das situações em que se encontram. Nessa concepção, não há lugar para novos
comportamentos. Com isto, deixou-se de valorizar situações onde a aprendizagem possa ocorrer de forma
espontânea.

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