Lei N 2-2008 de 27 de Fevereiro - Sistema Nacional de Pagamentos
Lei N 2-2008 de 27 de Fevereiro - Sistema Nacional de Pagamentos
Lei N 2-2008 de 27 de Fevereiro - Sistema Nacional de Pagamentos
BOLETIM DA REPÚBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
ARTIGO 2
(Definições)
SUMÁRIO
1. Sistema de Pagamentos é o conjunto sistematizado
Assembleia da República: e estruturado de intervenientes, serviços, subsistemas,
instrumentos de pagamentos, tecnologia e procedimentos
Lei n.o 2/2008:
que facilitam a transferência de fundos ou de valores monetários
Estabelece o Sistema Nacional de Pagamentos e cria o Comité para a finalização de pagamentos e a circulação destes na
de Coordenação do Sistema Nacional de Pagamentos. economia.
2. Os demais termos utilizados na presente Lei têm
Convocatória:
o significado que consta do glossário em anexo, o qual faz parte
Convoca a VIII Sessão Ordinária da Assembleia da República, com o integrante da mesma.
início previsto para o dia 10 de Março de 2008.
ARTIGO 3
Conselho de Ministros: (Composição)
Resolução n. 4/2008:
o
1. O sistema de pagamentos é composto pelos seguintes
Reconhece à Fundação Minhembeti a qualidade de sujeito de direito subsistemas:
com personalidade jurídica.
a) liquidação de transferência por grosso em tempo real;
Resolução n. 5/2008:
o b) liquidação de transferência de fundos e outros activos
financeiros;
Designa Zauria Amisse Agy Amisse Abdula elemento com assento c) câmaras de compensação de:
permanente nas sessões plenárias da Comissão Nacional de
Eleições. (i) cheques;
(ii) ordens electrónicas de crédito;
(iii) valores mobiliários;
(iv) outros títulos compensáveis.
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 2. O Banco de Moçambique pode criar outros subsistemas,
sempre que necessário.
ARTIGO 4
Lei n.o 2/2008
de 27 de Fevereiro (Objectivos de interesse público)
Considerando que o aumento das transacções nos mercados 1. Os sistemas de pagamentos devem cumprir objectivos
financeiros nacionais e internacionais, a sofisticação dos de interesse público, nomeadamente:
produtos financeiros e a globalização dos mercados
consubstanciada pelos avanços tecnológicos exigem o a) segurança;
desenvolvimento de sistemas de pagamentos eficazes, seguros e b) fiabilidade;
eficientes, de forma a preservar o funcionamento estável dos c) transparência;
sistemas financeiros e dar um suporte mais adequado às d) eficiência.
actividades produtivas, comerciais, financeiras e de serviço das
economias. 2. Para o cumprimento do objectivo de segurança,
Nestes termos, a Assembleia da República, ao abrigo os subsistemas de pagamentos devem possuir infra-estruturas
do disposto no n.º 1 do artigo 179 da Constituição, determina: apropriadas, consentâneas com os padrões internacionalmente
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aceites para operações afins, ao tipo de operações por elas actividades relacionadas com o controlo e o
processadas, bem assim funcionarem com pessoal competente e acompanhamento de sistemas de pagamentos;
regras adequadas e transparentes com vista a permitir: g) consultar livros, escritas, ficheiros e registos físicos ou
electrónicos dos participantes;
a) o controlo dos riscos de crédito, liquidez, jurídico, h) exigir comprovativos de operações, registos
operacional e sistémico; contabilísticos, contratos, acordos e demais
b) a contenção de riscos para o Banco Central decorrentes documentos correlativos ao subsistema de
das suas responsabilidades como agente de liquidação pagamentos.
financeira; ARTIGO 7
c) a execução imediata, automática e incondicional das
garantias oferecidas. (Dever de informação)
3. Para o cumprimento do objectivo de fiabilidade, os Os intervenientes do sistema de pagamentos são obrigados a
subsistemas devem estar dotados de planos mínimos de facultar ao Banco de Moçambique as informações que este
continuidade de negócios que garantam que as operações se considere necessárias à verificação, nomeadamente:
processem contínua e ininterruptamente dentro dos horários
estabelecidos, assim que estejam dotados de instalações de réplica a) do seu grau de liquidez e solvabilidade;
para efeitos de recuperação em caso de falhas ou desastres. b) dos riscos em que incorrem;
4. O cumprimento do objectivo de transparência impõe que c) dos seus processos de segurança, controlo e réplica no
os subsistemas tenham regulamentos próprios, divulgados aos domínio dos sistemas de comunicação e informática;
participantes em tempo oportuno e que o beneficiário final seja d) dos volumes, valores, instrumentos ou obrigações de
previamente informado sobre os preços e prazos de pagamentos e de liquidação;
disponibilização dos fundos e a cessação da actividade de e) do cumprimento das normas, legais e regulamentares,
prestação de serviços de pagamentos. que disciplinam a sua actividade;
5. Para satisfazer o objectivo de eficiência, os operadores dos f) da tabela de preços e comissões.
subsistemas devem garantir a competitividade e equidade nos
preços dos serviços prestados. ARTIGO 8
(Confidencialidade das informações)
CAPÍTULO II
Intervenientes no Sistema Nacional de Pagamentos Sem prejuízo do necessário dever de divulgação, previsto no
artigo seguinte, as informações obtidas ao abrigo do disposto no
ARTIGO 5 artigo 7 são consideradas de natureza confidencial e a coberto
(Intervenientes)
do dever de segredo, estando a sua violação sujeita à sanção
prevista no artigo 290º do Código Penal.
São intervenientes do sistema de pagamentos:
a) o Estado; ARTIGO 9
b) o Banco de Moçambique; (Dever de divulgação)
c) os Bancos e os agrupamentos de bancos, legalmente
constituídos ou não; No interesse público, o Banco de Moçambique divulga, pelos
d) os operadores de subsistemas de pagamentos; meios que julgar adequados, toda a informação relevante, em
e) as empresas prestadoras de serviços de pagamento; matéria de sistema de pagamentos.
f) as bolsas de valores;
g) outras entidades que o Banco de Moçambique vier a ARTIGO 10
determinar. (Criação e composição)
ARTIGO 6 É criado o Comité de Coordenação do Sistema Nacional de
(Competências) Pagamentos, abreviadamente designado de CCSNP, presidido
1. Compete ao Banco de Moçambique, fiscalizar o disposto pelo Banco de Moçambique e composto por representantes das
seguintes entidades:
na presente Lei, sem prejuízo da competência em matéria de
supervisão das instituições de crédito e sociedades financeiras a) Banco de Moçambique;
que lhe é conferida em diploma legal específico. b) Ministério das Finanças;
c) Instituto Nacional de Comunicações;
2. Compete em especial ao Banco de Moçambique: d) Bolsa de Valores de Moçambique;
a) garantir o cumprimento dos objectivos de interesse e) Associação Moçambicana de Bancos;
público, nos termos previstos na presente Lei, através f) Bancos Comerciais;
do controlo e acompanhamento permanente das g) Empresas de Prestação de Serviços de Pagamentos.
actividades dos subsistemas de pagamentos;
ARTIGO 11
b) coordenar e promover o bom funcionamento do Sistema
(Competências)
de Pagamentos;
c) definir, por aviso, os termos e condições da constituição Compete, nomeadamente ao CCSPN:
e funcionamento dos subsistemas de pagamentos;
a) pronunciar-se, por iniciativa própria ou quando
d) autorizar a constituição de outros subsistemas, nos solicitado, sobre matérias relacionadas com o
termos do n.º 2 do artigo 3 da presente Lei; aperfeiçoamento ou modernização do Sistema
e) sempre que o interesse público o justifique, arbitrar Nacional de Pagamentos;
conflitos entre participantes do sistema de b) submeter ao Banco de Moçambique estudos, sugestões
pagamentos; ou recomendações que contribuam para o contínuo
f) cooperar com outros bancos centrais e com outras desenvolvimento do Sistema Nacional de Paga-
entidades nacionais ou estrangeiras que exerçam mentos;
27 DE FEVEREIRO DE 2008 53
c) constituir subgrupos com carácter técnico para colaborar 2. Uma vez adoptadas as providências referidas nas alíneas a)
na elaboração de estudos e apreciação de matérias e b) do número anterior, havendo saldo positivo, o mesmo é
específicas sobre o Sistema Nacional de Pagamentos; transferido a favor do participante devedor. Na situação inversa,
d) outras que lhe vierem a ser atribuídas.
o mesmo constitui crédito a favor do participante credor.
CAPÍTULO III
ARTIGO16
Liquidação de Operações
(Participantes sob regimes jurídicos especiais)
SECÇÃO I
O regime de falência, insolvência, saneamento financeiro,
Disposições gerais
liquidação extrajudicial ou actos equiparados, a que seja
ARTIGO 12 submetido qualquer participante, não afecta o cumprimento das
(Carácter definitivo da liquidação)
obrigações assumidas no âmbito dos subsistemas de pagamentos,
devendo ser liquidadas nos termos estabelecidos na presente Lei
A liquidação de qualquer operação processada, nos termos da e nos regulamentos aprovados em sua execução.
presente Lei e dos regulamentos aprovados em sua execução,
através dos subsistemas de pagamentos, é sempre havida por ARTIGO 17
definitiva, irrevogável e incondicional, não podendo, por
qualquer forma, ser anulada. (Instrumentos de pagamentos, transacções e arquivos
electrónicos)
ARTIGO 13
(Momento da finalização do pagamento) 1. O processamento das operações previstas na presente Lei e
nos regulamentos aprovados em sua execução pode assumir a
1. O pagamento processado através de subsistemas forma de transacções electrónicas.
de pagamentos considera-se final quando os fundos relativos ao 2. As transacções electrónicas efectuadas nos termos da
pagamento são disponibilizados na conta bancária do respectivo presente Lei e respectivos documentos de suporte e arquivos
beneficiário final, ou seu representante legal, ou quando este electrónicos têm valor jurídico e força probatória plena.
recebe o respectivo pagamento em numerário. 3. As cópias de documentos electrónicos, sobre idêntico ou
2. A finalização do pagamento que não seja liquidado através diferente tipo de suporte são válidas e eficazes e têm a força
de subsistemas de pagamentos ocorre quando o prestador do probatória atribuída às cópias fotográficas nos termos gerais do
serviço de pagamentos efectuar ao beneficiário final ou ao seu direito Civil e Processual Civil.
representante legal, o pagamento ou o depósito na respectiva 4. O Banco de Moçambique emite normas específicas sobre
conta, em numerário. os instrumentos de pagamentos, transacções e arquivos
3. O regulamento de cada subsistema de pagamentos electrónicos utilizados no âmbito do Sistema Nacional de
estabelece o prazo e as consequências da falta de finalização do Pagamentos.
pagamento. SECÇÃO II
ARTIGO14
Liquidação nos Subsistemas de Pagamentos
(Garantias e sua impenhorabilidade)
a) transferências dos valores mobiliários ou de fundos a Liquidação nas Operações com Valores Mobiliários
favor do participante credor; ARTIGO 20
b) transferências de fundos provenientes da execução das
(Princípio da entrega contra pagamento)
garantias nos termos da alínea c), do n.º 2 do artigo 4
da presente Lei, quando inexistentes ou insuficientes 1. Nas operações com valores mobiliários, a liquidação
os valores mobiliários negociados ou os fundos a definitiva processada através da transferência de fundos, realiza-
transferir. -se nos termos previstos no artigo 18 da presente Lei.
54 I SÉRIE — NÚMERO 9
ARTIGO 27 ARTIGO 30
(Sanções acessórias) (Recurso contencioso)
1. Em função da gravidade da infracção pode, conjuntamente 1. Das decisões condenatórias tomadas no âmbito da presente
com a multa, ser aplicada ao infractor a pena acessória de: Lei cabe recurso nos termos gerais, a ser interposto no prazo de
a) suspensão de participação no subsistema de pagamentos; quinze dias após a notificação da decisão condenatória, para o
b) exclusão do subsistema de pagamentos. Tribunal Judicial de Província onde se verificou a infracção.
2. A suspensão da participação em um ou mais subsistemas 2. O recurso tem efeito suspensivo quando o arguido deposite
de pagamentos, referida na alínea a) do número anterior, pode previamente, numa instituição bancária, à ordem do Banco de
ser até um ano a contar da data da notificação da decisão ao Moçambique, a importância da multa aplicada.
participante suspenso.
3. Nos casos a que se refere a alínea b) do n.º 1 deste artigo, a ARTIGO31
entidade participante pode requerer a sua readmissão nos (Decisão judicial por despacho)
subsistemas de pagamentos onde tiver sido excluído, a qualquer
momento, mediante prova da cessação da causa determinativa 1. O juiz do Tribunal Judicial competente pode decidir por
da exclusão. despacho, quando não considere necessária a audiência de
ARTIGO 28 julgamento, o arquivamento do processo em recurso, a absolvição
(Responsabilidade das pessoas colectivas, sociedades do arguido, a manutenção ou alteração da condenação.
e agentes individuais) 2. Em caso de manutenção ou alteração da condenação deve
1. Pela prática das infracções a que se refere a presente Lei o juiz fundamentar a sua decisão.
podem ser responsabilizadas, conjuntamente ou não, pessoas 3. Em caso de absolvição deve o juiz indicar por que não
singulares ou colectivas, estas ainda que irregularmente considera os factos provados.
constituídas, e associações sem personalidade jurídica. 4. O Banco de Moçambique pode sempre recorrer do
2. A responsabilidade do ente colectivo não exime de despacho, caso não se conforme com os fundamentos da
responsabilidade individual, incluindo a criminal, dos membros absolvição.
dos respectivos órgãos que exerçam cargos de gestão ou os que
ARTIGO 32
actuam em sua representação legal ou voluntária.
3. Não obsta à responsabilidade dos agentes individuais que (Participação do Banco de Moçambique na fase contenciosa)
representem outrem o facto de o tipo legal de ilícito requerer
O Banco de Moçambique pode sempre participar, através de
determinados elementos pessoais e estes só se verificarem na
pessoa do representado, ou requerer que o agente pratique o acto um representante, no decurso do processo contencioso.
no seu interesse tendo o representante actuado no interesse do ARTIGO 33
representado.
4. As pessoas singulares ou colectivas, estas ainda que (Cumprimento do dever omitido)
irregularmente constituídas, e associações sem personalidade Sempre que a infracção resulte da omissão de um dever, a
jurídica são responsáveis pelas infracções cometidas pelos aplicação da sanção e o pagamento da multa não dispensam o
membros dos respectivos órgãos e pelos titulares de cargos de
infractor do seu cumprimento se este ainda for possível.
direcção, chefia ou gerência, no exercício das suas funções bem
como pelas infracções cometidas por representantes seus em actos CAPÍTULO VI
praticados em nome e interesse seus, ainda que o instrumento
jurídico de representação se mostre ineficaz. Resolução de Conflitos
5. As pessoas colectivas e sociedades referidas neste artigo
são solidariamente responsáveis pelo pagamento das multas em ARTIGO 34
que forem condenados os seus representantes ou empregados, a (Conciliação e mediação)
menos que se prove que actuaram contra a ordem ou instrução da
representada ou entidade empregadora. 1. A resolução de quaisquer litígios que surjam na execução
da presente Lei e que envolvam dois ou mais participantes do
ARTIGO 29 subsistema de pagamentos podem ser resolvidos amigavelmente
(Instrução e decisão de processos) entre as partes, com ou sem o envolvimento de uma terceira
1. Compete ao Banco de Moçambique a instrução e decisão pessoa na mediação, antes e durante a tramitação do processo e
de processos de contravenções à presente Lei. na falta de solução amigável, nos termos dos artigos subsequentes.
2. Instaurado o processo, é o arguido notificado para, 2. Para efeitos de celeridade do processo, nos termos do
querendo, apresentar a defesa, por escrito, no prazo de dez dias. disposto no número anterior, entende-se por terceiro o Banco de
3. A notificação a que se refere o número anterior faz-se por
Moçambique ou qualquer outro participante do subsistema de
carta registada e com aviso de recepção.
pagamentos.
4. Quando o arguido não seja encontrado ou se recuse a
ARTIGO 35
receber a notificação ou se é desconhecida a sua morada esta, é
(Arbitragem)
feita seguindo as regras de citação por edital.
5. Se o Banco de Moçambique no decurso da instrução Sempre que não seja alcançado consenso nos termos do artigo
constatar a existência de indícios criminais, disso dá anterior, o conflito entre os participantes pode ser resolvido por
conhecimento ao Ministério Público para efeitos de instauração via da arbitragem, quer a pedido de qualquer das partes, quer no
do competente procedimento criminal. interesse público por iniciativa do Banco de Moçambique.
56 I SÉRIE — NÚMERO 9
ARTIGO 36 ARTIGO 42
(Arbitragem por iniciativa das partes) (Prazo para regulamentação)
1. Qualquer participante do subsistema de pagamentos pode, A regulamentação da presente Lei deve ser aprovada no prazo
em caso de litígio que o oponha a qualquer outro participante, de noventa dias a contar da data da sua publicação.
requerer ao Governador do Banco de Moçambique o início da
instância arbitral, nomeadamente para efeitos do disposto no ARTIGO 43
artigo 38 da presente Lei. (Disposição transitória)
2. O requerimento a que se refere o número anterior deve
conter a indicação das partes em conflito, os factos que Os subsistemas de pagamentos já em funcionamento, têm o
fundamentam o pedido, a questão controvertida e o pedido, prazo de noventa dias, a contar da data da publicação da presente
devendo juntar todos os elementos necessários à boa apreciação Lei, para se adequarem às disposições nela contidas.
e decisão do litígio. ARTIGO 44
ARTIGO 37
(Revogação)
(Arbitragem de interesse público)
São revogadas todas as disposições legais que contrariem
1. Sempre que o interesse público o justificar, o Banco de a presente Lei.
Moçambique pode por sua iniciativa, criar uma comissão arbitral Aprovada pela Assembleia da República aos 25 de Outubro
para dar início à instância arbitral em relação a um dado conflito de 2007.— O presidente da Assembleia da República, Eduardo
Joaquim Mulémbwè.
entre participantes do subsistema de pagamentos.
Promulgada em 22 de Fevereiro de 2008. — O Presidente da
2. No caso referido no n.º 1 deste artigo, a instância inicia República, ARMANDO EMÍLIO GUEBUZA.
mediante a notificação pelo Banco de Moçambique a cada uma
das partes em conflito.
Anexo
3. A notificação a que se refere o número anterior contém os
elementos mencionados no n.º 2 do artigo precedente. GLOSSÁRIO
a) Acesso: possibilidade de uma instituição utilizar os
ARTIGO 38 serviços do sistema de Pagamento.
(Processualismo) b) Bancos: instiuições de crédito autorizadas a receber do
público depósitos ou outros fundos reembolsáveis.
1. A arbitragem, seja ela por iniciativa de uma das partes ou c) Câmara de Compensação: local ou mecanismo central
do Banco de Moçambique, é conduzida por uma comissão de processamento através do qual os participantes
arbitral composta por árbitros designados um por cada uma das trocam instruções de pagamento ou outras obrigações
partes e presidida por um elemento designado pelo Governador financeiras.
do Banco de Moçambique. d) Comité de Coordenação do Sistema Nacional de
2. Na arbitragem a pedido de uma das partes, a comissão Pagamento: órgão de consulta do Governador do
Banco de Moçambique.
arbitral notifica a parte demandada para apresentar, por escrito, a
e) Compensação Multilateral de Obrigações: procedi-
sua defesa bem assim juntar todos os elementos necessários à mento destinado ao apuramento da soma dos
boa apreciação da causa. resultados credores e devedores de cada participante
em relação aos demais.
ARTIGO 39
f) Contas de Liquidação: conta de depósito do
(Deliberações da comissão arbitral)
participante mantida no Banco de Moçambique.
1. As decisões da comissão arbitral são tomadas por maioria g) Contra-parte Central ou Contratante: entidade que
de votos dos seus membros, tendo o presidente voto de qualidade. assume em relação a cada participante, a posição da
parte contratante, para efeitos da liquidação das
2. A decisão da comissão arbitral produz entre as partes e seus obrigações contratadas através do mesmo subsistema
sucessores os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos ou câmara de compensação.
do poder judicial e sendo condenatória, constitui título h) Fiscalização: actividade do Banco Central
executivo. vocacionada para promoção da segurança e eficiência
ARTIGO 40 do sistema de pagamentos e em particular para a
(Direito subsidiário) redução do risco sistémico.
i) Finalização do Pagamento: disponibilização
São aplicáveis a este capítulo, quanto ao que não se achar incondicional e irrevogável do pagamento ao
especialmente regulado, as disposições da Lei n.º 11/99, de 12 beneficiário final ou seu representante, através do
de Julho, que rege a arbitragem, conciliação e a mediação como depósito de fundos na respectiva conta bancária ou
meios alternativos de resolução de conflitos. do pagamento em numerário.
CAPÍTULO VII j) Intervenientes: entidades participantes e outras que,
não o sendo, podem exercer actividades no Sistema
Disposições diversas Nacional de Pagamentos nos termos desta Lei e
ARTIGO 41 respectiva regulamentação.
(Poder regulamentar)
k) Instrução de Pagamento: ordem para liquidação
financeira de uma ou mais obrigações ou para extinção
Compete ao Conselho de Ministros regulamentar as matérias de qualquer outra obrigação entre participantes do
contidas na presente Lei, em tudo que não esteja especificamente mesmo subsistema ou câmara de compensação dada
acometido ao Banco de Moçambique. ao Banco Central, ou outra entidade por si delegada.
27 DE FEVEREIRO DE 2008 57
l) Instrução de Liquidação: instrução de pagamento emitidos por quaisquer pessoas ou entidades, públicas
depois de validada no sistema de liquidação operado ou privadas, em conjuntos homogéneos que confiram
pelo Banco de Moçambique para a efectivação da aos seus titulares direitos idênticos, e que sejam
liquidação de obrigações. legalmente susceptíveis de negociação num mercado
m) Instrumento de Pagamento: documento físico ou organizado.
registo electrónico, padronizado que permite ao
utilizador transferir fundos ou pagar a um beneficiário.
n) Liquidação de Valores Mobiliários: processo pelo qual CONVOCATÓRIA
dois ou mais participantes se desobrigam mutuamente
Ao abrigo do disposto na alínea a) do artigo 191 da
na realização da transferência de fundos e valores
Constituição da República, convoco a VIII Sessão Ordinária da
mobiliários, entre si efectuadas.
Assembleia da República, com o início previsto para o dia 10 de
o) Liquidação Definitiva: liquidação que revista, Março do ano em curso, pelas 9 horas, na Sala do Planário, sita
cumulativamente, os requisitos de final, irrevogável na Av. 24 de Julho, n.º 3773, na cidade de Maputo.
e incondicional destinada ao pagamento de
transferências de fundos efectuados através de registos Maputo, aos 22 de Fevereiro de 2008. — O Presidente da
Assembleia da República, Eduardo Joaquim Mulémbuè.
contabilísticos de débitos e créditos nas Contas de
Liquidação dos participantes tituladas no Banco de
Moçambique.
p) Obrigação de Liquidação: dívida de um participante
CONSELHO DE MINISTROS
do subsistema de pagamentos a outro participante do Resolução n.o 4/2008
mesmo subsistema, como resultado da compensação
de pagamentos. de 27 de Fevereiro
q) Operador: entidade que executa as actividades de Havendo necessidade, no quadro da Instituição da Fundação
gestão de infra-estruturas e/ou dos procedimentos Minhembeti, de conceder a esta entidade a qualidade de sujeito
centrais de subsistema de pagamentos. de direito, ao abrigo do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo
r) Participante: instituição autorizada a participar em 204 da Constituição da República e do artigo 158 do Código
subsistemas ou câmara de compensação. Civil, o Conselho de Ministros determina:
s) Prestador de Serviço de Pagamento: instituição
autorizada, nos termos da lei, a prestar serviço de Único. É reconhecida à Fundação Minhembeti a qualidade
pagamento. de sujeito de direito com personalidade jurídica.
t) Serviço de Pagamento: actividade profissional exercida Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 19 de Fevereiro de
por pessoa colectiva especialmente autorizada por 2008.
lei.
u) Subsistema: cada conjunto de regras e procedimentos Publique-se.
que se aplica à liquidação e ao processamento de A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
instrumentos ou instruções de pagamento.
v) Tecnologias de Informação e Comunicação:
plataforma tecnológica específica que suporta as Resolução n.o 5/2008
operações realizadas no âmbito do Sistema Nacional de 27 de Fevereiro
de Pagamentos.
w) Transacções electrónicas: operações do Sistema Havendo necessidade de o Governo designar um elemento
Nacional de Pagamentos executadas com recurso às com assento permanente nas sessões plenárias da Comissão
tecnologias de informação e comunicação. Nacional de Eleições, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 6
x) Truncagem: pagamento e guarda, pelo participante da Lei n.º 8/2007, de 26 de Fevereiro, o Conselho de Ministros
remetente, dos documentos por ele recebidos e determina:
encaminhados para a compensação por meio
electrónico. Único. É designada Zauria Amisse Agy Amisse Abdula
y) Utilizadores: pessoas singulares ou colectivas que se elemento com assento permanente nas sessões plenárias
servem dos serviços oferecidos pelos prestadores dos da Comissão Nacional de Eleições.
serviços de pagamentos para efectuar ou receber Aprovada pelo Conselho de Ministros, aos 19 de Fevereiro de
pagamentos.
z) Valores Mobiliários: acções, obrigações e quaisquer 2008.
outros valores, seja qual for a sua natureza ou forma Publique-se.
de representação, ainda que meramente escriturais, A Primeira-Ministra, Luísa Dias Diogo.
Preço — 5,00MT