Grossi PDF
Grossi PDF
Grossi PDF
Resumo
Este trabalho trata de uma reflexão sobre a formação continuada de professores no ensino
fundamental para alfabetizar 100% a partir do programa de Correção de Fluxo Escolar proposto
pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Grupo de Estudos sobre Educação,
Metodologia de Pesquisa e Ação (GEEMPA)3. O MEC oferece aos sistemas de ensino brasileiro
ferramentas que colaborem na realização de um trabalho com vistas a corrigir a defasagem
idade-série dos alunos. O GEEMPA propõe uma formação continuada dos professores e o
acompanhamento do seu processo ensino-aprendizagem dentro da sala de aula, centrado na
constatação revolucionária de que “todos podem aprender”, um dos princípios da proposta de
ensino pós-construtivista. Essa formação visa romper com a profecia de fracasso dos alunos
que estão em defasagem idade-série, instaurando uma nova prática pedagógica por meio da
organização da sala de aula e de uma didática diferenciadas. Este trabalho objetiva analisar a
formação de seis professoras que participaram do Programa de Correção de Fluxo Escolar na
Alfabetização MEC/GEEMPA, de 2010 a 2012, tendo alfabetizado 100% dos seus alunos em
2012. A análise quantitativa e qualitativa será baseada nos resultados de alfabetização dessas
professoras e dos instrumentos de avaliação dos conhecimentos pós-construtivistas e da
reflexão sobre o seu processo de formação. Os resultados revelam que a aprendizagem da
proposta de ensino pós-construtivista se concretiza ao longo de vários anos de formação, graças
a um acompanhamento e a um estudo regular entre pares, a fim de resolver os problemas
práticos da sala de aula e atingir os 100% de alfabetização dos alunos.
1
Doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Mestre em Psicologia (UCB).
Professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF). Colaboradora efetiva do GEEMPA. E-mail:
[email protected]
2
Doutora em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Angers (França) e Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (Natal). Realiza pós-doutorado junto ao Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e
Ação (GEEMPA) sobre a formação dos professores alfabetizadores. E-mail: [email protected].
3
O GEEMPA é uma Organização Não Governamental que, desde 1970, estuda, pesquisa e atua na área da
educação, inicialmente com a matemática, na sequência com foco na alfabetização e na formação de
alfabetizadores, o que levou a elaboração da atual proposta de ensino pós-construtivista (ROCHA, 2000).
ISSN 2176-1396
18488
Introdução
4
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?id=11772&option=com_content&task=view. Acesso em 20
jun 2015.
18489
contra turno da sua turma regular, com no mínimo 12 alunos e no máximo 25 alunos, o que se
deu no período de aproximadamente três meses, três vezes por semana, durante três horas cada
vez, sendo que o professor teria dois dias da semana para planejamento e estudos com seus
pares a partir do contexto das turmas. O GEEMPA ofereceu uma formação continuada do
professor e um material didático destinado aos alunos e aos professores, cientificamente
pensado para ir ao encontro dessas afirmações (ANDRÉ, C. 2009).
O pós-construtivismo, com ênfase na partícula pós, corresponde a uma perspectiva do
sujeito que ultrapassa o construtivismo, considerando outras dimensões como a social e a
subjetiva para compreender como se aprende e como se ensina. Freitag (2011, p. 30, 31)
constata que no universo dos estudos piagetianos, na maior parte dos casos, ainda não há a
preocupação “de tirar consequências práticas das elucubrações teóricas” como nessa proposta.
O GEEMPA então, concretiza na prática o construtivismo de Piaget, sendo o primeiro grupo a
dar um sentido didático para as elaborações teóricas de Ferreiro e Teberosky (1988).
A proposta de ensino pós-construtivista articula assim as contribuições de Piaget (1983),
com as ideias de outros teóricos como Wallon (1995, p. 59) afirmando que “somos seres
geneticamente sociais”, de Vygotsky (1994) ao estudar a aprendizagem que se dá por meio das
relações interpessoais e intrapessoais, de Ferreiro (1988) ao afirmar que o sujeito constrói
conhecimentos, elaborando hipóteses, de Vergnaud (2001) ao pensar que o sujeito constrói
conceitos a partir das situações por meio das representações simbólicas, de Pain (1999) ao
sustentar que o professor deve levar em conta tanto a questão da lógica das aprendizagens como
a questão da dramática das aprendizagens. Ao considerar o sujeito aprendente na sua
integralidade com as suas diferentes dimensões, a proposta de ensino pós-construtivista tem por
finalidade romper com uma série de pré-conceitos arraigados no meio escolar que batem de
frente com uma das constatações mais revolucionárias da atualidade: a de que todos podem
aprender.
Na área da educação, muitos estudos realizados sobre as percepções, as atribuições e as
atitudes de professores acerca de alunos com fracasso escolar revelam que “os professores
tendem a atribuir o fracasso escolar a condições sociopsicológicas do aluno e de sua família,
eximindo-se de responsabilidade sobre esse fracasso” e que eles “tendem a interagir
diferentemente com esses alunos sobre os quais formaram baixas expectativas” (ALVES-
MAZZOTTI, 1994, p.60-61). A fim de romper com essa cultura de fracasso de alunos de
camadas populares que sofrem na instituição escolar de uma defasagem idade-série, a proposta
pós-construtivista ensina ao professor alfabetizador uma nova prática pedagógica que milita em
18490
direção à democratização das aprendizagens dos alunos e a um novo olhar sobre esses alunos
(GROSSI, 2012).
A pesquisa de Ferreiro e Teberosky (1988) busca explicar como a criança pensa a leitura
e escrita. Por meio de uma investigação científica intensa e profunda, os autores definem os
níveis psicogenéticos da leitura e escrita e abrem caminhos para se pensar a o processo de ensino
a partir do que se pensa sobre o universo a ser aprendido. Nessa lógica o erro passa a ser visto
com outro foco, ou seja, como uma hipótese a ser trabalhada rumo a outro pensamento. A partir
da ideia de que “todos os conhecimentos supõem uma gênese” (FERREIRO E TEBEROSKY,
1988) e do conceito de zona proximal de desenvolvimento de Vygotsky (1994), Grossi (2010),
por meio da trilogia “Didática da Alfabetização”, segue na perspectiva de que a trajetória para
18491
ler e escrever perpassa pela leitura e escrita de letras, palavras e textos, na busca por uma
compreensão mais ampla do processo de aprendizagem do aluno rumo a alfabetização.
Nessa perspectiva essa trajetória passa por quatro níveis. No primeiro nível, Pré-silábico
1 (PS1), a escrita e/ou leitura é concebida a partir de um desenho, da figura daquilo que se
deseja representar. O segundo nível, Pré-silábico 2 (PS2), é o momento em que o aluno percebe
que o desenho não dá conta e insere sinais gráficos quaisquer, passando a fazer uma relação da
escrita com o tamanho do objeto. O terceiro nível, Silábico (S), refere-se ao momento em que
o aluno começa a fazer correspondência entre a sílaba oral e outro sinal gráfico, podendo
colocar a letra com relação sonora ou não. No quarto nível, Alfabético (A), o aluno alcança a
compreensão de que para cada sílaba oral usam-se dois sinais gráficos, podendo ser letra com
relação sonora ou não. Finalmente, o aluno termina esse processo ao se alfabetizar, ou seja,
quando alcança a leitura e a escrita de um texto simples (GROSSI, 2010).
A trilogia “Didática da Alfabetização” instaura um diálogo entre a teoria e o cotidiano
da sala de aula, na busca por uma ação com ferramentas que oportunize aprender a ler e escrever
inteligentemente, permitindo que o professor faça essa articulação (GROSSI, 2010). Essa ação
se concretiza na realização da aula-entrevista (GEEMPA, 2013) que corresponde a uma aula
individual sustentada em um diálogo entre professor e aluno com o objetivo de compreender
quais são as hipóteses do aluno quanto às questões de leitura e escrita de letras, palavras e textos.
A aula-entrevista permite também compreender o mundo cultural e social do aluno,
estabelecendo o devido vínculo entre professor e aluno, e assim ressignificando o fazer didático
e pedagógico (GEEMPA, 2013).
5
Os grupos áulicos correspondem a uma nova organização da sala de aula, por meio de grupos constituídos
democraticamente e pautados no desejo de aprender com os diferentes saberes. Para além de constituir uma nova
configuração da sala de aula, a constituição dos grupos áulicos concretiza a ideia de que a aprendizagem é um
fenômeno social (TUBOITI, 2012).
18492
6
O “Sim, Não, Por quê?” é um instrumento constituído por dezesseis questões, sendo que cada uma vale três
pontos no máximo, um ponto para cada sim ou não correto e dois pontos no máximo para cada por quê que se
aproxima dos conceitos envolvidos como a concepção da aprendizagem, o conceito de cultura, a desnutrição.
18494
escritas de alunos de quatro palavras e uma frase7 onde o professor tem de determinar qual é o
nível psicogenético dessas escritas. O curso articula assim aulas teóricas e práticas, para o
professor poder se apropriar de um novo fazer pedagógico, de forma articulada e pensada, na
perspectiva de uma prática pautada na teoria e de uma teoria que se alimenta na prática.
Após o curso inicial, ao longo do ano, o professor em formação contínua estuda junto
com os seus pares, por meios do grupo de estudo semanal, ou seja, um pequeno grupo de
professores, coordenado por um deles, que se reúne semanalmente para discutir, estudar e trocar
sobre a prática da sala de aula de cada um, com foco na sua aprendizagem e na dos seus alunos.
O grupo de estudos semanal permite ressignificar a prática didática e pedagógica com a
finalidade de que ao dialogar com o outro se perceba enquanto profissional responsável e ético
no compromisso de romper com a profecia de fracasso imputada aos alunos (NÓVOA, 2009).
Durante o ano letivo, a proposta do GEEMPA oferece aos professores assessorias de
dois dias para aprofundar a análise da psicogênese e da didática da alfabetização a partir da
prática, exercitando os recursos pedagógicos como a aula-entrevista e a constituição dos grupos
áulicos. A assessoria constitui também um momento de aprofundamento teórico acerca dos
conceitos da proposta de ensino pós-construtivista. Nesse sentido, essa proposta prova uma
revisão profunda do que está posto pelo senso comum no âmbito da educação, provocando a
mudança profissional ao oferecer caminhos didáticos com um aporte teórico bem articulado,
para que identifique o problema de aprendizagem e encontre soluções com a devida autonomia,
pois diante do impossível nos resta a invenção criativa.
Metodologia da pesquisa
Esse estudo se focou no desempenho dos professores no ano de 2012 tendo em vista a
maior ocorrência de turmas com 100% de alfabetização, comparando com os anos de 2010 e
2011. Dentro dos 1.213 professores que participaram do programa MEC/GEEMPA em 2012,
foram selecionadas 6 professoras oriundas do Nordeste do Brasil8, que alfabetizaram 100% dos
seus alunos e que participaram efetivamente das formações do GEEMPA ao longo do ano. As
seis professoras são: Cristina do Estado de Alagoas, Maria e Ana da Bahia, Sandra do Maranhão
7
Essa tarefa das quatro palavras e uma frase permite compreender a hipótese do aluno sobre a escrita segundo a
teoria da psicogênese (FERREIRO E TEBEROSKY, 1988). Assim, quando o professor avalia qual é o nível
psicogenético (PS1, PS2, S ou A) correspondente a essas escritas, a resposta revela qual é a sua compreensão sobre
a psicogênese.
8
Para este trabalho, selecionamos professores do Nordeste do Brasil, por ser considerada a região com a maior
taxa de analfabetismo do país,
18495
e Joana e Fátima do Rio Grande do Norte9.Nesse sentido, esse trabalho se constitui como um
micro estudo, pois trata de uma situação bem específica, com poucos sujeitos e focada em
alguns dados (ANDRÉ, M., 2009).
A análise documental “pode se constituir uma técnica valiosa de abordagem dos dados
qualitativos, seja complementando as informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando
aspectos novos de um tema ou problema” (LÜDKE E ANDRÉ, 1986, p. 38). Nesse sentido, a
pesquisa terá duas abordagens: uma primeira análise quantitativa a partir dos resultados de
alfabetização dos professores e dos resultados a dois instrumentos de avaliação dos saberes dos
professores: um sobre a psicogênese10 (avaliação do nível de psicogênese do aluno a partir da
escrita dele) e outro instrumento, o “Sim, Não, Por quê?” sobre os princípios teóricos do pós-
construtivismo11; a análise quantitativa será completada por um estudo qualitativo das respostas
do “por quê” dos professores e a partir de uma escrita deles12, constituindo uma reflexão acerca
de sua formação, com vista a compreensão do que é significado pela professora na lógica
interpretativa de Geertz (1978).
A análise quantitativa se baseou em arquivos do GEEMPA, levando em conta os anos
de 2010 a 2012, constituindo, portanto dados objetivos, passíveis de generalização e estatística.
A análise qualitativa foi focada nos documentos do ano de 2012 em relação ao instrumento de
avaliação dos conhecimentos dos professores sobre os princípios pós-construtivistas e a escrita
da “lição” pelos professores, constituindo uma reflexão da sua formação, permitindo uma
abrangência subjetiva coerente com a ideia de percepção e compreensão dos fatos.
Dentro das pesquisas na educação sobre o desenvolvimento profissional dos
professores, André, M. (1999) sugere dar atenção às representações, crenças, preconceitos dos
docentes porque vão afetar sua aprendizagem da docência e possibilitar ou dificultar as
mudanças, é nesse sentido que nos apoiamos sobre as escritas dos professores que possam
revelar as suas representações acerca da profissão e de sua formação. Ao relacionar essas
opiniões e sentimentos (representações) aos seus processos de aprendizagem da docência e seus
efeitos na sala de aula (saberes e práticas do professor) realizamos uma pesquisa que estabelece
9
Os nomes das seis professoras apresentados aqui são fictícios.
10
A partir dos estudos de Ferreiro e Teberosky (1988, p. 260), psicogênese é a origem do conhecimento, nesse
sentido a questão central colocada pelas pesquisadoras é “conhecer como as crianças chegam a ser ‘leitores’ antes
de sê-lo”, ou seja, qual o caminho, quais são as hipóteses de pensamento, que a criança percorre para se tornar
leitor e escritor.
11
O “Sim, não, por quê?” é um instrumento que permite identificar a proximidade ou não com os conhecimentos
pós-construtivistas. A resposta do porque é uma avaliação mais subjetiva.
12
A “lição” é um instrumento de reflexão, baseado no texto de Madalena Freire (2001) que trata da reflexão acerca
da sua própria aprendizagem, o que é solicitado ao final do curso e/ou assessorias.
18496
A taxa de alfabetização
82 75
80
Média 56% 57,5% 92%
Bahia Maria 75 76 100
50 55 55
Média 62% 65,5% 77,5%
Bahia Ana 40 52 100
29 66
71
Média 34% 63% 100%
Maranhão Sandra 83 26 59
78 100
Média 80% 26% 79,5%
Rio Grande Fátima 38 93 100
do Norte 64 70
Média 38% 78,5% 85%
Rio Grande Joana 50 53 100
do Norte Média 50% 53% 100%
MÉDIA GERAL POR
53% 60,5% 87%
ANO
Fonte: Dados organizados pelos autores, com base nos arquivos do GEEMPA.
De forma geral, os resultados revelam um aumento da taxa de alfabetização das seis
professoras estudadas ao longo dos três anos, na exceção de Sandra/MA. O crescimento geral
da taxa de alfabetização demonstra um aperfeiçoamento da prática pedagógica das professoras,
com uma forma de ensino adequada para atingir o objetivo de 100% de alfabetização ao final
de três anos de formação.
se forem estimulados”, enquanto que no pós-curso, a resposta dela foi: “quem impõe o ritmo é
o professor, o que precisamos é aguçar seu ego, sua alta estima”.
Dessa forma, observa-se uma mudança de postura direcionada para o profissionalismo,
ou seja, os professores começam a se responsabilizar em relação à aprendizagem dos seus
alunos, buscando com mais foco as respostas para os seus conflitos diante das não
aprendizagens.
Com base nos estudos de Garcia (1999) que considera a formação como algo que
oportuniza desenvolvimento e uma vez que a aprendizagem precede o desenvolvimento
(VYGOTSKY, 1994), as escritas da “lição” constituem uma reflexão das professoras acerca do
seu processo de aprendizagem em relação à proposta de ensino pós-construtivista e à
repercussão qualitativa na prática. Por exemplo, a professora Joana/RN qualifica os momentos
de formação como “valioso(s)”, “riquíssimos de aprendizagens” e acrescenta que “te(m) certeza
que te(m) mais capacidade para aprimorar (sua) prática pedagógica através da teoria pós-
construtivista”. Nesse sentido Sandra/MA afirma que foi “a conquista de um curso brilhante” e
Cristina/AL pontua que os momentos de formação trazem “esclarecimentos das dúvidas,
impeditivos para crescer profissionalmente. Saio com mais aprendizagens, mas sabendo que
preciso mais, tanto a psicogênese, quanto eu entender como o pós-construtivismo está presente
na minha vida [...] a cada estudo aprendo mais”.
Outro aspecto importante a ser considerado é a mudança da postura como profissional
decorrente da ação intencional do professor (ANDRÉ, M., 2010). Nesse sentido, as professoras
revelam na lição uma tomada de consciência enquanto profissional da educação que precisa
está em contínuo processo de formação para aprender e qualificar a prática pedagógica, e que
para avançar precisa passar por mudanças. A professora Maria/BA permite ilustrar essa questão
ao afirmar: “percebe-se que estamos sempre em construção de conhecimentos por isso é
necessário desconstruir para construir”. Além disso, Fatima/AL fala do seu processo de
mudança ao afirmar: “Estes dias serviram para refletirmos sobre o nosso papel enquanto
professor alfabetizador e ainda por cima “Pós Construtivista”.
Mais algumas reflexões das professoras revelam mudança de postura, ao pensar tanto
no processo de aprendizagem dos alunos, como na prática pedagógica dentro da sala de aula.
Joana/RN afirma que a formação é um espaço para “esclarecer dúvidas quanto ao processo de
aprendizagem dos alunos”. Fátima/AL considera que os encontros são “dias de reflexão com
18501
Considerações Finais
principais conceitos e técnicas como nos grupos de estudo semanais, o que ressalta a
aprendizagem como um fenômeno social.
Pensar a formação nessa lógica favorece uma continuidade necessária para ir ao
encontro do processo de aprendizagem dos alunos, o que demanda tempo para romper com
paradigmas tão arraigados à prática pedagógica. Afinal, em educação é preciso uma formação
que oportunize aprendizagens efetivas para o exercício da profissão de forma qualificada
(GARCIA, 1999) e que ressignifique a escola como espaço democrático no sentido de ensinar
a todos. Segundo Pardal e Martins (2005, p.111), “é impensável uma formação contínua do
professor dissociada do processo ensino-aprendizagem e designadamente do aperfeiçoamento
das metodologias de ensino”. Para responder a heterogeneidade sociocultural dos alunos, essas
metodologias de ensino necessitam inovar nos aspectos didáticos, como o GEEMPA propõe
através da formação continuada dos professores.
REFERÊNCIAS
_____. O estado da arte da formação de professores no Brasil. Educação & Sociedade, ano
XX, nº 68, Dezembro/99. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/es/v20n68/a15v2068.pdf>. Acesso em: 20 jun 2015.
DIENES, 1967 apud GROSSI, Esther. Uma arqueologia dos saberes do Geempa. GROSSI,
Esther. (Org.). Todos podem aprender: qual é a chave? Porto Alegre: GEEMPA, 2005. nº
10, p. 11-40.
18503
FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. 10ª ed. Madrid:
Artes Médicas, 1988.
GEERTZ, Cliford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1978.
GROSSI, Esther. Didática da alfabetização. 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
Volumes 1, 2, e 3.
______. Uma arqueologia dos saberes do GEEMPA. In: GROSSI, Esther. (Org.). Todos
podem aprender: qual é a chave? Porto Alegre: Gráfica ImpressulGEEMPA, 2005.
KOHAN, Walter. Qual é a chave? Todos podem aprender. In: GROSSI, Esther. (Org.). Qual
é a chave? Todos podem aprender. Porto Alegre: GEEMPA, 2005, p. 15-28.
PICARD, 1970 apud GROSSI, Esther. Uma arqueologia dos saberes do Geempa. GROSSI,
Esther. (Org.). Todos podem aprender: qual é a chave? Porto Alegre: GEEMPA, 2005.
Rev nº 10, p. 11-40.
18504
ZEICHNER, Kenneth. Uma agenda de pesquisa para a formação docente. Formação Docente
– Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação Docente, v. 1, n. 1, p. 13-40, ago./dez.
2009. Disponível em <http://formacaodocente.autenticaeditora.