Direito Ambiental / Aula 2 - Princípios Norteadores Do Direito Ambiental

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Direito Ambiental / Aula 2 - Princípios Norteadores do Direito Ambiental

Princípios Norteadores do Direito Ambiental


Você conhece a origem do termo princípio?
Ele vem do latim principium e significa a ideia de começo, início, origem, ponto de
partida, ou, ainda, a ideia de verdade primeira, que serve de fundamento ou de base para algo.
Etimologicamente, princípio origina-se de principal, primeiro, demonstrando origem de algo,
de uma ação ou de um conhecimento.
No Direito, os princípios são vetores, considerados os mandamentos, o alicerce de
determinado sistema jurídico, influenciando todas as normas que o compõem, criando um
sentido lógico, harmônico, racional e coerente. Deles se extraem as diretrizes básicas que
permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
Na conceituação de Celso Antônio Bandeira de Melo: “é o mandamento nuclear de
um sistema, verdadeiro alicerce dele”. Constituem, as proposições primárias do direito, estão
vinculados àqueles valores fundamentais de uma sociedade.
Para Luis Cláudio Martins de Araújo: “princípios são normas jurídicas impositivas que
traduzem os valores ou os conceitos básicos materiais da sociedade, superada a concepção
que via nos Princípios simples diretivas teóricas”.

Princípios do Direito Ambiental


Por ser uma ciência autônoma, o Direito Ambiental é fundamentado por princípios
próprios que regulam seus objetivos e diretrizes e que auxiliam no entendimento e na
identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem
o sistema legislativo ambiental.
Pelos princípios, se extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a
maneira pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade.
Marcelo Abelha Rodrigues esclarece que os princípios encontram-se enraizados na
Constituição Federal, e deles decorrem outros que lhe são derivados, mas não são expressos
pelo legislador, por isso, a enumeração dos princípios do Direito Ambiental não é uniforme na
doutrina.
Principais princípios do Direito Ambiental
- Princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa
humana;
- Princípio do Desenvolvimento sustentável;
- Princípio da Ubiquidade ou Princípio da Cooperação;
- Princípio da Participação ou Democrático;
- Princípio da Educação Ambiental;
- Princípio do Poluidor–Pagador;
- Princípio da Prevenção;
- Princípio da Precaução;
- Princípio da Precaução;
- Princípio do Usuário–Pagador;
- Princípio da Responsabilidade ou da Responsabilização;
- Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio Ambiente;
- Princípio do Equilíbrio Resultado global;
- Princípio do Limite;
- Princípio da função socioambiental da propriedade.
Princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa
humana
Esse princípio é considerado uma extensão do direito à vida, portanto um direito
humano.
A Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB) de 1988 estabelece, em seu
art. 1º, que entre os fundamentos do Estado Democrático de Direito, está o da dignidade da
pessoa humana, art. 1º, inciso III, o fundamento precípuo de todo o sistema constitucional.
O princípio Fundamental do Direito Humano está vinculado ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, como direito fundamental à sadia qualidade de vida, que deve ser
protegido para as gerações presentes e futuras, conforme dispõe o artigo 225, caput da CRFB.
Esse princípio também está previsto na Declaração de Estocolmo como princípio
comum para inspirar e guiar os povos do mundo na preservação e na melhoria do meio
ambiente.
Dentro da Declaração de Estocolmo esse princípio encontra-se consagrado nos
princípios n. 1 e 8.

Princípio do Desenvolvimento Sustentável


É um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, sabe por quê? Ele procura
coadunar a proteção ao meio ambiente com o desenvolvimento socioeconômico com o
objetivo de gerar melhoria na qualidade de vida do homem.
A Constituição Federal de 1988, expressa esse princípio ao referenciar o dever de
defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, no caput do
artigo 225 ao afirmar que, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”.
Ainda na Constituição, no capítulo da Ordem Econômica, também se faz menção à
defesa do meio ambiente ao afirmar que a ordem econômica que é fundada na valorização do
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme
os ditames da justiça social, observado, dentre outros princípios, a proteção ambiental, art.
170, VI da CRFB.

Princípio da Ubiquidade ou Princípio da Cooperação


Qual o objetivo desse princípio? Ele vem evidenciar que o objeto de proteção do meio
ambiente, deve ser levado em consideração sempre que uma política, atuação, legislação
sobre qualquer tema, atividade ou obra tiver que ser criada e desenvolvida.
Isso ocorre porque o Direito Ambiental tutela a vida e a qualidade de vida, assim, tudo
que se pretende fazer, criar ou desenvolver, deve antes passar por uma consulta ambiental
para saber se há ou não possibilidade de degradação ambiental.
É indispensável cooperar para controlar, evitar, reduzir e eliminar eficazmente os
efeitos prejudiciais que determinadas atividades venham a produzir no meio ambiente.
Está presente na Conferência de Estocolmo:
Princípio 22: Os Estados devem cooperar para continuar desenvolvendo o direito
internacional, no que se refere à responsabilidade e à indenização das vítimas da poluição e
outros danos ambientais, que as atividades realizadas dentro da jurisdição ou sob controle de
tais Estados, causem às zonas situadas fora de sua jurisdição.
Princípio 24: Todos os países, grandes e pequenos, devem ocupar-se com espírito e
cooperação e em pé de igualdade das questões internacionais relativas à proteção e
melhoramento do meio ambiente.

Princípio da Participação ou Democrático


Esse princípio assegura a todos os cidadãos o direito pleno de participar na elaboração
de políticas públicas ambientais.
São mecanismos de participação popular na elaboração de políticas públicas
ambientais:
- A participação de iniciativa popular nos procedimentos legislativos, a realização de
referendos sobre leis e a atuação de representantes da sociedade civil em órgãos colegiados
dotados de poderes normativos.
- A sociedade também pode atuar diretamente na defesa do meio ambiente, participando na
formulação e na execução de políticas ambientais, por intermédio da atuação de
representantes da sociedade civil em órgãos colegiados responsáveis pela formulação de
diretrizes e pelo acompanhamento da execução de políticas públicas.
- A utilização de instrumentos processuais que permitem a obtenção da prestação jurisdicional
na área ambiental e que estão à disposição do cidadão e da coletividade brasileira na tutela do
meio ambiente, como a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de Segurança Coletivo.

A participação popular e o acesso à informação são elementos básicos para garantir a


proteção do meio ambiente e um permanente envolvimento nas questões ambientais.
Este princípio está previsto no Princípio n. 10 da Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, estabelecida na Rio-92.

Princípio da Educação Ambiental


Educação ambiental está outorgada como um direito do cidadão desde 1988, através
da Lei nº 9.795/99 que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental.
A Lei 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de
Educação Ambiental, em seu artigo 1° conceitua a educação ambiental como sendo: “os
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade”.
A norma continua em seu artigo 2° esclarecendo que: “a educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não
formal”.
Você sabe qual é o objetivo fundamental da educação ambiental? O objetivo
fundamental da educação ambiental é fazer com que os indivíduos e a coletividade
compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente criado pelo
homem, resultante da interação de seus aspectos biológicos, sociais, econômicos e culturais.
O princípio da educação ambiental está expressamente previsto no art. 225, § 1º,
inciso VI da Constituição Federal de 1988 e na Política Nacional do Meio Ambiente, Lei
6.938/81, em seu art. 2º, inciso X. Esse princípio está ainda previsto na Declaração de
Estocolmo, princípio n. 19.
Princípio do Poluidor-Pagador
Impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de evitar a ocorrência de danos
ambientais (caráter preventivo) e, ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser
responsável por sua reparação (caráter repressivo).
Objetiva evitar o dano e ser responsabilizado quando o dano houver sido causado.
Como escreve Romeu Thomé, o princípio é “considerado como fundamental na
política ambiental, pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do
poluidor, uma vez identificado, suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos
danos ambientais. Para sua aplicação, os custos sociais externos que acompanham o processo
de produção (v.g. valor econômico decorrentes de danos ambientais) devem ser
internalizados, ou seja, o custo resultante da poluição deve ser assumido pelos
empreendedores de atividades potencialmente poluidoras, nos custos da produção. Assim, o
causador da poluição arcará com os custos necessários à diminuição, eliminação ou
neutralização do dano ambiental.”
Tem como fundamento legal o artigo 14, § 1º da PNMA, Lei 6.938/81 e o artigo
art.225,§ 3º da CRFB.
O princípio do Poluidor-Pagador tem como fundamento o princípio n. 16 da Declaração
da Rio-92.
Sobre o tema também escreveu o Ministro Relator Herman Benjamin, no Recurso
Especial nº 1.165.284 - MG (2009/0217030-6) de 12/04/2012. “[...] Com efeito, vigora em
nosso sistema jurídico o princípio da reparação integral do dano ambiental, do qual é corolário
o princípio do poluidor-pagador, a impor a responsabilização por todos os efeitos decorrentes
da conduta lesiva, incluindo o prejuízo suportado pela sociedade, até que haja a fundamental e
absoluta recuperação in natura do bem lesado. Se a recuperação é imediata e plena, não há,
como regra, falar em indenização. Contudo, casos existem em que ela é lenta, podendo haver
um remanescente de prejuízo coletivo (e também individual) até o completo retorno ao status
quo ante ecológico [...]”.

Princípio da Prevenção
A prevenção refere-se ao dano conhecido.
É possível que você esteja se perguntando... Quando ele ocorre? Ocorre quando o
perigo é certo e se tem elementos seguros para afirmar que uma atividade específica é
efetivamente perigosa.
Neste caso, existe o conhecimento dos efeitos de determinadas atividades e das
medidas que se impõem ações no sentido de evitá-las ou, pelo menos, minimizá-las.
Este princípio tem o objetivo de impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente,
adotando-se medidas acautelatórias prévias à instalação, obra ou implantação de determinado
empreendimento ou atividade consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
O princípio da prevenção, está previsto no caput do artigo 225 da Constituição Federal
de 1988, ao narrar que é dever do Poder Público e à coletividade defender e preservar o meio
ambiente para as presentes e futuras gerações.
Um exemplo de aplicação do princípio da prevenção é o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA) para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente.
Romeu Thomé disciplina que este princípio é: “orientador no Direito Ambiental,
enfatizando a prioridade que deve ser dada às medidas que previnam (e não simplesmente
reparem) a degradação ambiental. A finalidade ou o objetivo principal do princípio da
prevenção é evitar que o dano possa chegar a produzir-se. Para tanto, necessário se faz adotar
medidas preventivas”.

Princípio da Precaução
Por este princípio, não existe prova definitiva de que o dano ao meio ambiente
ocorrerá, trata-se de mera possibilidade, ameaça de que o dano ambiental se materializará.
Como escreve Romeu Thomé, “o princípio da precaução é considerado uma garantia
contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem
ser ainda identificados.”
Explica Édis Milaré que “a invocação do princípio da precaução é uma decisão a ser
tomada quando a informação científica é insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações
de que os possíveis efeitos sobre o meio ambiente, a saúde das pessoas ou dos animais ou a
proteção vegetal possam ser potencialmente perigosos e incompatíveis com o nível de
proteção escolhido”.

IMPORTANTE: Este princípio não deve ser confundido com o princípio da prevenção, muito
embora possa ser entendido, para alguns autores, como um desdobramento deste. O princípio
da prevenção pressupõe uma razoável previsibilidade dos danos que poderão ocorrer a partir
de um determinado impacto, já o princípio da precaução pressupõe, ao contrário, uma
razoável imprevisibilidade dos danos que poderão ocorrer, dada a incerteza científica dos
processos ecológicos envolvidos.

O Princípio da Precaução decorre do princípio n. 15 da Declaração do Rio-92.

Princípio do Usuário Pagador


Consiste na cobrança de um valor econômico pela utilização de um bem ambiental.
Este princípio estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos. Este
valor não se deve constituir em uma taxa abusiva ou um enriquecimento sem causa.
Não tem a natureza reparatória e punitiva prevista no princípio do poluidor pagador,
pois não está associado à infração ou ilicitude.
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), Lei 6.938/81, em seu art. 4º, inciso VII,
dispõe que a Política Nacional do Meio Ambiente visará “à imposição, ao poluidor e ao
predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.

Princípio da Responsabilidade ou da Responsabilização


Engloba a responsabilidade Civil, Penal e Administrativa da Pessoa Física e da Pessoa
Jurídica que causa dano ao meio ambiente. Tem sua origem na responsabilidade objetiva e
está previsto no art. 14, § 1º da Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), e no §
3º do art. 225 da Constituição Federal de 1988.
Por este princípio, o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou
omissões que causaram dano ao meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou
administrativas.
Parte do relatório proferido pelo Ministro relator Herman Benjamin, no Recurso
Especial nº 1.328.753 - MG (2012/0122623-1). 03.02.2015. “[...] Álvaro Luiz Valery Mirra,
magistrado em São Paulo, leciona que o princípio da reparação integral "deve conduzir o meio
ambiente e a sociedade a uma situação na medida do possível equivalente à de que seriam
beneficiários se o dano não tivesse sido causado" (Ação Civil Pública e a Reparação do Dano
Ambiental , 2ª ed., São Paulo, Editora Juarez de Oliveira, 2004, fl. 314). Prossegue o autor (p.
315, grifos no original):
Nesse sentido, a reparação integral do dano ao meio ambiente deve compreender não
apenas o prejuízo causado ao bem ou recurso ambiental atingido, como também, na lição de
Helita Barreira Custódio, toda a extensão dos danos produzidos em consequência do fato
danoso, o que inclui os efeitos ecológicos e ambientais da agressão inicial a um bem ambiental
corpóreo que estiverem no mesmo encadeamento causal, como, por exemplo, a destruição de
espécimes, habitats, e ecossistemas inter-relacionados com o meio afetado; os denominados
danos interinos, vale dizer, as perdas de qualidade ambiental havidas no interregno entre a
ocorrência do prejuízo e a efetiva recomposição do meio degradado; os danos futuros que se
apresentarem como certos, os danos irreversíveis à qualidade ambiental e os danos morais
coletivos resultantes da agressão a determinado bem ambiental.”

Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio Ambiente


Dispõe o artigo 225, caput da Constituição Federal que cabe ao poder público o dever
de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e
futuras gerações, nesse sentido este princípio decorre da natureza indisponível do direito ao
meio ambiente saudável.
Esse princípio tem por base a atuação obrigatória do Estado na proteção ambiental em
decorrência da natureza indisponível do meio ambiente, “cuja a proteção é reconhecida hoje
como indispensável à dignidade e à vida de toda pessoa – núcleo essencial dos direitos
fundamentais” (Thomé, 2016).
Está disciplinado no artigo 174, da Constituição Federal de 1988, ao consagrar que
“como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da
lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado”.
Também consta no item 17 da Declaração de Estocolmo de 1972 (Conferência da ONU
sobre meio ambiente).
Dispõe a declaração que: “Deve ser confiada, às instituições nacionais competentes, a
tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados,
com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente”.

Princípio do Equilíbrio Resultado global


É o princípio pelo qual devem ser pesadas todas as implicações de uma intervenção no
meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente
positivo. Esse princípio é voltado para a Administração Pública, a qual deve sopesar todas as
implicações que podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente,
devendo adotar a solução que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. Ele possui
como característica básica a ponderação de valores.

Princípio do Limite
É o princípio pelo qual a administração pública tem o dever de fixar parâmetros para as
emissões de partículas, de ruídos e de presença a corpos estranhos no meio ambiente, levando
em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente. Está diretamente ligado ao exercício
do Poder de Polícia do Estado, pois cabe a este fiscalizar e orientar a sociedade quanto aos
limites em usar e aproveitar o bem ambiental.
Édis Milaré escreve que este princípio: “resulta de intervenções necessárias à
manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais com vista á sua utilização
racional e disponibilidade permanente.”

Princípio da função socioambiental da propriedade


Este princípio consagra a sobreposição do interesse público ao interesse privado. O
poder estatal, que é em tese ilimitado, será limitado todas as vezes que atingir direitos e
garantias individuais, contudo, o interesse na proteção do meio ambiente, por ser de natureza
pública, deve prevalecer sempre sobre os interesses individuais privados, ainda que legítimos.
A Constituição Federal de 1988, ao mesmo tempo em que garante o Direito de
Propriedade em seu art. 5º, inciso XXII, deixa claro que este tem uma função social a cumprir,
prevista no:

ARTIGO 5º, INCISO XXIII


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:  XXIII - a propriedade
atenderá a sua função social;

ARTIGO 170, INCISO III


Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios: III - função social da propriedade;

ARTIGO 182, §2º(FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA)


Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. § 2º A propriedade
urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor.

ARTIGO186, INCISO II (FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL)


Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: II -
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

Aluno: BRUNA CRISTINA PINTO SILVA Matrícula: 201307052444


Disciplina: CCJ0012 - DIREITO AMBIENTAL  Período Acad.: 2017.1 (G) / EX

Prezado (a) Aluno(a),

Você fará agora seu EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO! Lembre-se que este exercício é opcional, mas não valerá
ponto para sua avaliação. O mesmo será composto de questões de múltipla escolha (3).

Após a finalização do exercício, você terá acesso ao gabarito. Aproveite para se familiarizar com este modelo
de questões que será usado na sua AV e AVS.

1. Por este princípio busca-se consagrar a ideia de que aquele que poluir terá
de arcar com os custos da reparação do dano causado. A frase refere-se ao
princípio:

Prevenção

Precução

Limite

Participação

  Poluidor Pagador

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2. A Constituição Federal de 1988 eleva o direito ao meio ambiente a categoria


de:

Direito socioeconômico.

  Direito humano fundamental.

Direito político essencial à vida.

Direito individual fundamental.

Direito internacional mundial.

3. (OAB/CESPE 02/2009) Assinale a opção correta com relação aos princípios


do direito ambiental.

não deve ocorrer ressarcimento quando houver dano ambiental.


Em conformidade com o princípio do desenvolvimento sustentável, o direito ao
desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas as
  necessidades do tempo presente sem comprometer as necessidades das gerações
futuras
O princípio do poluidor-pagador estabelece que a pessoa, física ou jurídica, antes de
desenvolver atividade considerada causadora de degradação ambiental, terá de pagar
para evitar a contaminação.
Conforme o princípio do limite, o particular que pretenda desenvolver atividade ou
empreendimento que cause significativa degradação ambiental tem o dever de fixar
parâmetros que levem em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente
o ressarcimento do dano ambiental deve ocorrer, preferencialmente, mediante
indenização em dinheiro, e, secundariamente, pela reparação natural do ambiente
degradado.

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4. Qual princípio do Direito Ambiental conceitua-se por ser o princípio pelo qual
a Administração tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de
partículas, de ruídos e de presença a corpos estranhos no meio ambiente,
levando em conta a proteção da vida e do próprio meio ambiente.

Princípio do Equilíbrio.

  Princípio do Limite.

Princípio dos parâmetros.

Princípio da Responsabilidade.

Princípio da Cooperação.

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5. Qual princípio está inscrito no item 17 da Declaração de Estocolmo de 1972


e conceitua-se por: "Deve ser confiada, às instituições nacionais
competentes, a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos
recursos ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do
meio ambiente".

Princípio do Limite.

Princípio Democrático ou da Participação e da Informação.

Princípio das Instituições Nacionais.

Princípio do Equilíbrio.

  Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal na Defesa do Meio Ambiente.

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6. Qual dos princípios ambientais, abaixo, é voltado para a Administração


Pública e por ele entende-se que devem ser pesadas todas as implicações
de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que
melhor concilie um resultado globalmente positivo.

Princípio do Usuário-Pagador.

  Princípio do Desenvolvimento Sustentável.

Princípio do Limite.

  Princípio do Equilíbrio.

Princípio socioambiental da propriedade privada.

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7. Os princípios exercem papéis importantes, pois além de serem alicerces


fundamentais dos mais variados ramos, assumem diferentes funções, como
por exemplo, a função interpretativa e a função integrativa. Dentro do
direito ambiental há um princípio que se destaca, por garantir a observância
de uma responsabilidade intergeracional, ou seja, possibilitar a utilização de
recursos naturais finitos pelas presentes e futuras gerações, bem como o
contínuo crescimento econômico do país. Qual o nome que se dá ao
princípio mencionado?

Princípio da Prevenção

Princípio da Precaução
  Princípio do Desenvolvimento Sustentável

Princípio da Responsabilidade Intergeracional

Princípio do Poluidor Pagador

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8. Questão n. 35 X Exame de Ordem Unificado:

 Na perspectiva da tutela do direito difuso ao meio ambiente, o


ordenamento constitucional exigiu o estudo de impacto ambiental para
instalação e desenvolvimento de certas atividades. Nessa perspectiva, o
estudo prévio de impacto ambiental está concretizado no princípio:

  da precaução.

da não-prevenção

  da prevenção.

do poluidor-pagador.

da vedação ao retrocesso.

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