Lei Orgânica Bujaru

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LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BUJARU

SUMÁRIO

PREÂMBULO

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Município (Art. 1º a 6º)
CAPÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais (Art. 7º a 11)
CAPÍTULO III
Da Soberania Popular (Art. 12 a 15)
CAPÍTULO IV
Da Competência do Município (Art. 16 a 19)

TÍTULO II
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
Do Poder Legislativo
SEÇÃO I
Da Câmara Municipal (Art. 20 e 21)
SEÇÃO II
Das Atribuições da Câmara Municipal (Art. 22 a 26)
SEÇÃO III
Da Mesa da Câmara (Art. 27 a 33)
SEÇÃO IV
Dos Vereadores (Art. 34 a 39)
SEÇÃO V
Das Reuniões (Art. 40 a 44)
SEÇÃO VI
Das Comissões (Art. 45 a 48)
SEÇÃO VII
Do Processo Legislativo e Emenda à Lei Orgânica (Art. 49 a 50)
SEÇÃO VIII
Das Leis (Art. 51 a 60)
SEÇÃO IX
Do Plenário e Votação (Art. 61 a 63)
CAPÍTULO II
Do Poder Executivo
SEÇÃO I
Do Prefeito (Art. 64 a 73)
SEÇÃO II
Das Atribuições do Prefeito (Art. 74 e 75)
SEÇÃO III
Da Responsabilidade do Prefeito (Art. 76 a 78)
SEÇÃO IV
Do Vice-Prefeito (Art. 79 a 82)

TÍTULO III
Da Administração Municipal
CAPÍTULO I
Disposições Gerais (Art. 83 a 84)
CAPÍTULO II
Dos Secretários Municipais e Diretores de Autarquias do Município
(Art. 85 a 88)
CAPÍTULO III
Dos Conselhos Municipais (Art. 89 a 94)
CAPÍTULO IV
Dos Distritos (Art. 95 a 100)
CAPÍTULO V
Dos Servidores Públicos Municipais (Art. 101 a 123)
CAPÍTULO VI
Da Guarda Municipal (Art.124)
CAPÍTULO VII
Da Estrutura Administrativa (Art. 125)
CAPÍTULO VIII
Dos Atos Municipais (Art. 126)
SEÇÃO I
Da Publicidade dos Atos Municipais (Art. 126)
SEÇÃO II
Dos Livros (Art.127)
SECÇÃO III
Dos Atos Administrativos (Art. 128)
SEÇÃO IV
Das Proibições (Art. 129 e 130)
CAPÍTULO IX
Dos Bens Municipais (Art. 131 a 137)
CAPÍTULO X
Das Obras e Serviços Municipais (Art. 138 a 141)

TÍTULO IV
Do Planejamento, das Finanças e Orçamento
CAPÍTULO I
Do Planejamento Municipal (Art.142)
CAPÍTULO II
Do Plano Diretor (Art.143)
CAPÍTULO III
Da Administração Tributária e Financeira
SEÇÃO I
Dos Tributos Municipais (Art. 144 a 147)
SEÇÃO II
Da Receita e da Despesa (Art. 148 a 149)
CAPÍTULO IV
Do Orçamento (Art. 150 a 157)
SEÇÃO I
Das Leis do Orçamento (Art. 158 a 160)
SEÇÃO II
Da Fiscalização Orçamentária e Financeira (Art. 161 e 162)

TÍTULO V
Da Ordem Econômica
CAPÍTULO I
Dos Princípios Gerais do Desenvolvimento Econômico (Art. 163 a
165)
CAPÍTULO II
Da Política Urbana (Art. 166 a 175)
CAPÍTULO III
Da Política Agrícola e Fundiária (Art. 176 a 183)
CAPÍTULO IV
Do Meio Ambiente (Art. 184 a 198)
CAPÍTULO V
Dos Transportes (Art. 199 a 208)

TÍTULO VI
Da Ordem Social
CAPÍTULO I
Disposições Gerais (Art. 209 a 210)
CAPÍTULO II
Da Saúde (Art. 211 a 219)
CAPÍTULO III
Da Educação (Arts.220 a 244)
CAPÍTULO IV
Da Cultura (Art. 245 a 253)
CAPÍTULO V
Da Assistência Social (Art. 254 a 257)
SEÇÃO I
Da Família (Art. 258 a 259)
SEÇÃO II
Da Criança, e do Adolescente (Art. 260ª 266)
SEÇÃO III
Do Idoso (Art. 267 a 276)
SEÇÃO IV
Da Pessoa com Deficiência (Art. 277)
CAPÍTULO VI
Da Mulher (Art. 278 a 282)
CAPÍTULO VII
Dos Esportes e Recreação (Art. 283 a 286)
TÍTULO VII
Das Disposições Transitórias (Art. lº a 13)

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BUJARU

PREÂMBULO

O POVO DE BUJARU, por seus representantes, reunidos em


Assembleia Municipal Constituinte, inspirado nos princípios
constitucional da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E
DO ESTADO DO PARÁ, rejeitando todas as formas de opressão,
almejando construir uma sociedade justa e pluralista; buscando
igualdade econômica, política, cultural e social entre todos;
reafirmando as garantias fundamentais e as liberdades inalienáveis
de homens e mulheres sem distinção de qualquer espécie;
confiantes em que o valor supremo é a liberdade do ser humano e
que devem ser reconhecidos e respeitados os seus direitos,
especialmente o direito ao trabalho, à livre iniciativa, à saúde, à
educação, à alimentação, à segurança, à dignidade, à vida; invoca a
proteção de DEUS e promulga a seguinte LEI ORGÂNICA DO
MUNICÍPIO DE BUJARU.

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO MUNICÍPIO

Art. 1º - O Município de Bujaru é uma unidade da República


Federativa do Brasil, integrante do território do Estado do Pará, com
personalidade jurídica de direito público interno e autonomia, nos
termos assegurados pelas Constituições Federal e Estadual.

Art. 2º - Constituem, em cooperação com a União e o Estado,


objetivos fundamentais do Município, contribuir para:
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento municipal, estadual e nacional;
III – erradicar a pobreza, o analfabetismo e a marginalização, bem
como reduzir as desigualdades sociais;
IV – promover o bem comum, sem preconceito de origem, raça,
sexo, cor, idade, credo, ideologia e quaisquer outras formas de
discriminação;
V – garantir a efetivação dos direitos humanos, individuais e
sociais.

Art. 3º - São poderes do Município, independentes e harmônicos


entre si, o Legislativo e o Executivo.
§ 1º - É vedada a delegação de atribuições entre os poderes.
§ 2º - O cidadão investido na função de um destes, não pode exercer
a de outro.

Art. 4º - São símbolos do Município, o Brasão de Armas, a


Bandeira, o Hino e outros, estabelecidos em lei municipal.

Art. 5º - No dia trinta de dezembro, comemora-se a data de fundação


do Município, ficando instituído feriado Municipal.

Art. 6º - A autonomia do Município é assegurada:


I – pela eleição direta de Vereadores, que compõem o Poder
Legislativo Municipal;
II – pela eleição direta de Prefeito e Vice-Prefeito, que compõem o
Poder Executivo Municipal;
III – pela administração própria, no que respeite o seu peculiar
interesse.
CAPÍTULO II
DOS DISREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Art. 7º - É assegurado a todo habitante do Município, nos termos


das Constituições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica, o direito
à previdência social, à proteção à maternidade e à infância, à
assistência dos desempregados, ao transporte à habitação e ao meio
ambiente equilibrado.

Art. 8º - Todo poder é naturalmente privado do povo, que o exerce


direta ou indiretamente, por seus representantes eleitos.

Art. 9º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de quaisquer


naturezas, observadas as disposições do Título II, Capítulo I da
Constituição Federal.
§ 1º - Nenhuma pessoa será discriminada ou, de qualquer forma,
prejudicada pelo fato de litigiar com o Município, no âmbito
administrativo ou judicial.
§ 2º - Ninguém poderá ser penalizado, especialmente com a perda
do cargo, função ou emprego, quando se recusar a trabalhar em
ambiente que ofereça iminente risco de vida, caracterizado pela
respectiva representação sindical, não se aplicando o aqui disposto,
aos casos a que esse risco seja inerente à atividade exercida, salvo
se não for dada a devida proteção.

Art. 10 – A Prefeitura e a Câmara Municipal são obrigadas a


fornecer, a qualquer interessado, no prazo máximo de trinta dias,
certidões de atos, contratos e decisões, sob pena de
responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a
sua expedição.
PARÁGRAFO ÚNICO- No mesmo prazo deverão atender as
requisições judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz.

Art. 11 – O Município usará de todos os meios e recursos para


tornar imediata e plenamente efetivos, em seu território, os direitos
e deveres individuais e coletivos, os direitos sociais, de
nacionalidade e políticos, abrigados no Título II da Constituição
Federal.
§ lº - Será punido, na forma da Lei, o agente público,
independentemente da função que exerça, que violar os direitos
constitucionais.
§ 2º - Índice na penalidade de destituição de mandato administrativo
ou de cargo ou função de direção, em órgão da administração direta
ou indireta, o agente público que, dentro de noventa dias do
requerimento do interessado, deixar, injustificadamente, de sanar
omissão inviabilizadora do exercício de direito constitucional e
desta Lei.

CAPITULO III
DA SOBERANIA POPULAR

Art. 12- A soberania popular se manifesta quando a todos são


asseguradas condições dignas de existências, e será exercida.
I- Pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos;
II- Pelo plebiscito;
III- Pelo referendo;
IV- Pelo veto;
V- Pela iniciativa popular no processo legislativo;
VI- Pela participação das organizações representativas no
planejamento municipal;
VII- Pela ação fiscalizadora sobre a administração pública.

Art. 13- Através de plebiscito, o eleitorado se manifesta


especificamente sobre o fato, medida, decisão política, programa ou
obra pública e, pelo referendo, sobre emenda à Lei Orgânica do
Município, Lei e Projeto de Lei, no todo ou em parte.
§ 1º- Podem requerer plebiscito ou referendo:
I- Um por cento do eleitorado;
II- Prefeito Municipal;
III- Um quinto, pelo menos, dos membros da Câmara
Municipal.
§ 2º- A realização de plebiscito ou referendo fica condicionada
à autorização da Câmara Municipal, ficando o Poder Executivo na
obrigação de arcar com os custos da sua realização.
§ 3º- A decisão do eleitorado, através do plebiscito ou
referendo, considerar-se-á tomada quando obtiver a maioria dos
votos, desde que tenham votado, pelo menos mais da metade dos
votos, não computados os brancos e nulos.
§ 4º- É permitido circunscrever plebiscito à área ou população
diretamente interessada na decisão a ser tomada, o que deve constar
do ato de convocação, cabendo o recurso a instância competente, se
algum cidadão, bairro ou distrito, considerar-se excluído da decisão
que possa lhe trazer consequências, devendo ser estabelecida pela
Lei, a competência para requerer e convocar plebiscito, neste caso,
bem como os demais aspectos de sua realização.

Art. 14- Entre os casos de referendo popular, se inclui a proposta de


cassação do mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores,
tomando obrigatório o procedimento legislativo, pela Câmara
Municipal, bem como a relação à designação ou demissão do
Agente Distrital.
PARÁGRAFO ÚNICO- Para requerer o referendo com relação à
designação ou demissão de Agente Distrital, o quórum é de cinco
por cento do eleitorado correspondente à respectiva área ou
jurisdição administrativa.

Art. 15- Fica criada, na Câmara Municipal de Bujaru, a Tribuna


Popular, onde poderá falar qualquer munícipe durante as sessões
ordinárias, extraordinárias e especiais, desde que credenciado por
uma entidade da sociedade civil, previamente inscrito em livro
próprio pelo prazo máximo de vinte minutos, pela ordem de
inscrição, sendo esse tempo distribuído entre as entidades.
PARÁGRAFO ÚNICO- Serão fixadas no Regimento Interno da
Câmara, as normas referentes à Tribuna Popular.
CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Art. 16- Compete ao Município prover tudo quanto respeite ao seu


interesse local, tendo como objetivo o pleno desenvolvimento de
suas funções sociais e garantir o bem estar de seus habitantes.

Art. 17- Compete privativamente ao Município, no exercício de sua


autonomia:
I- Organizar-se juridicamente ao Município, no exercício de
sua autonomia;
II- Elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a
despesa, com base em planejamento adequado;
III- Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, e
cobrar preços, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo
da obrigatoriedade de prestar contas publicar balancetes
nos prazos fixados em lei;
IV- Organizar e prestar, prioritariamente por administração
direta ou sob regime de concessão ou permissão os
serviços públicos de interesse local, inclusive o de
transporte coletivo que tem caráter essencial;
V- Organizar o quadro funcional e estabelecer o Regime
Jurídico de seus servidores;
VI- Dispor sobre administração, a utilização e a alienação de
seus bens;
VII- Adquirir bens, inclusive mediante desapropriação por
necessidade de utilidade pública, ou por interesse social;
VIII- Elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento integrado;
IX- Criar, organizar e suprimir Distritos, observada a
legislação estadual;
X- Estabelecer normas de edificação, de loteamento, de
arruamento e de zoneamento urbano, bem como a
limitações urbanísticas convenientes à ordenação de seu
território;
XI- Promover ordenamento territorial, mediante planejamento
e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo
urbano;
XII- Participar de entidades que congreguem outros Municípios
integrados à mesmo micro região na forma estabelecida em
lei;
XIII- Integrar consórcios com outros municípios para solução
de problemas comuns;
XIV- Regulamentar a utilização de logradouros públicos e,
especialmente:
a) Conceder e permitir, os serviços de transporte coletivo,
táxis e outros, fixando suas tarifas, itinerários, pontos de
estacionamento e paradas;
b) Fixar e sinalizar as faixas de rolamentos, os limites nas
zonas de silêncio, de trânsito e tráfego em condições
especiais;
c) Disciplinar os serviços de carga e descarga, bem como a
tonelagem máxima permitida aos veículos que circulem
em vias públicas municipais;
XV- Estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e
regulamentos;
XVI- Sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem
como regulamentar e fiscalizar a utilização;
XVII- Ordenar sobre a limpeza das vias logradouros públicos,
remoção e destino do lixo domiciliar e outros resíduos de
qualquer natureza;
XVIII- Ordenar as atividades urbanas, fixando condições e
horários para funcionamento de estabelecimentos
industrial, comercial e similar observado as normas
federais, estaduais e municipais pertinentes;
XIX- Legislar e dispor sobre serviços funerários e de
cemitérios, encarregando-se da administração daqueles
que forem públicos e fiscalizando os pertencentes às
entidades privadas;
XX- Regulamentar e fiscalizar a fixação de cartazes e anúncios,
bem como a utilização de quaisquer outros meios de
publicidades e propaganda nos locais sujeitos ao poder de
policia municipal;
XXI- Dispor sobre registro, vacinação é captura de animais;
XXII- Licenciar para funcionamento, estabelecimentos
industriais, comerciais e outros, bem como cassar os
alvarás de licença aos que se tornarem danosos à saúde, à
higiene ao meio ambiente e ao bem estar público;
XXIII- Interditar edificações em ruínas ou em condições de
insalubridade, bem como demolir construções que
ameacem ruir;
XXIV- Regulamentar e fiscalizar os jogos esportivos, os
espetáculos e os divertimentos públicos;
XXV- Legislar sobre a apreensão de semoventes,
mercadorias e móveis em geral, em caso de transgressão às
leis e demais atos municipais pertinentes, bem como sobre
a forma de depósito e venda dos bens apreendidos;
XXVI- Prestar assistência nas emergências médico
hospitalar de pronto socorro, por seus próprios serviços, ou
mediante convênios com instituições especializadas;
XXVII- Legislar sobre os serviços públicos municipais e
regulamentares os processos de instalação, distribuição e
consumo de água, gás, energia elétrica e de tosos os demais
serviços de caráter e uso coletivo;
XXVIII- Suplementar as legislações federal e estadual, no
que couber e naquilo que disser respeito ao seu peculiar
interesse;
XXIX- Outorgar através de lei aprovada pela maioria
absoluta dos membros da Câmara de Vereadores título de
“CIDADÃO HONORÁRIO”, à pessoa que, a par de
notória idoneidade, tenha se destacado BA prestação de
serviços à comunidade ou, por seu trabalho social, cultural
e artístico, seja merecedora de gratidão e reconhecimento
da sociedade;
XXX- Denominar os logradouros, obras e serviços públicos
de qualquer natureza, com nomes de pessoas falecidas e
pelo menos um ano, condicionada a referendo popular.

Art. 18- É da competência administrativa comum ao Município,


com a União de Estado, observada a lei complementar federal, o
exercício das seguintes medidas;
I- Zelar pela guarda das Constituições Federal, Estadual e
desta Lei Orgânica, das leis e das instituições
democráticas, bem como conservar o patrimônio publico;
II- Proteger a juventude contra toda exploração, bem como
contra os fatores que possam conduzi-la ao abandono
social e intelectual;
III- Cuidar da saúde, higiene e assistência pública, bem como
dar proteção e garantir às pessoas portadoras de
deficiências;
IV- Proteger os documentos, as obras e outros bens de valores
históricos, artísticos e culturais, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
V- Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
ciência e manter colaboração técnica e financeira com a
União e com o Estado, programas de educação pré-escolar
e de ensino fundamental;
VI- Promover a proteção do meio ambiente local e combater a
poluição, observada a legislação social fiscalizadora
federal, estadual e municipal;
VII- Combater as casas da pobreza e os fatores da
marginalização, promovendo a integração social dos
setores desassistidos;
VIII- Promover e executar diretamente, em convenio ou em
colaboração com a União, Estado e outras instituições,
programas e construção de moradias populares e garantir,
nível compatível com a dignidade da pessoa humana,
condições habitacionais saneamento básico e acesso ao
transporte;
IX- Organizar e manter os serviços de fiscalização
necessários ao exercício de seu poder de polícia
administrativa;
X- Cooperar na fiscalização da produção, conservação,
comércio e transporte de gêneros alimentícios, destinados
ao abastecimento publico;
XI- Fiscalizar nos locais de venda, preços, pesos, medidas e
condições sanitárias dos gêneros alimentícios de acordo
com a lei;
XII- Fazer cessar, no exercício do poder de policia
administrativa, as atividades que violarem as normas de
saúde, sossego, higiene, segurança, funcionalidade e
outras de interesse da coletividade;
XIII- Conceder licença, autorização ou permissão, assim como
a respectiva renovação ou prorrogação das mesmas para
exploração de pontos de areia, mediante a apresentação
dos laudos ou pareceres técnicos dos órgãos competentes;
XIV- Estabelecer e garantir política de educação para a
segurança do transito;
XV- Estimular a prática desportiva;
XVI- Abrir e conservar estradas e caminhos públicos
municipais e determinar a execução de serviços públicos;
XVII- Garantir assistência à maternidade, à infância e
desvalidos, bem como a proteção dos menores
abandonados;
XVIII- Tomar as medidas necessárias para restringir a
mortalidade e morbidez infantil, bem como medidas de
higiene social que impeçam a propagação de doenças
transmissíveis;

Art. 19- Ao Município é vedado:


I- Estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-las,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter, com eles ou
seus representantes, relações de dependências ou aliança,
ressalvada a colaboração de interesse público, na forma da
lei;
II- Recusar fé a documentos públicos;
III- Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;
IV- Subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recursos
pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa,
rádio, televisão, serviços de alto-falantes ou qualquer
outro meio de comunicação, propaganda político-
partidária ou fins estranhos a administração;
V- Manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços
e campanhas de órgãos públicos que não tenham caráter
educativo, informativo ou de orientação social, assim
como a publicidade da qual constem nomes, símbolos ou
imagens que caracterizam promoção de autoridades ou
serviços públicos;
VI- Outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão
de duvidas, sem interesse público justificado, sob pena de
nulidade do ato;
VII- Estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino;
VIII- Cobrar tributos:
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do inicio da
vigência da Lei, que os houver instituído ou aumentado;
b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a Lei
que o instituiu ou aumentou.
IX- Utilizar tributos com efeitos de confisco;
X- Estabelecer limitações ao trafego de pessoas ou bens, por
meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização
de vias construídas e conservadas pelo Poder Publico Municipal;
IX- Instituir imposto sobre:
a)- patrimônio, renda ou serviço da União, Estado e de outros
municípios;
b)- templo de qualquer cultos;
c)- patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, fundações,
entidades sindicais, associações e outras entidades representativas
sem fins lucrativos;
d)- livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.

TITULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPITULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DA CÃMARA MUNICIPAL

Art. 20- O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal,


composta de Vereadores representantes do povo bujaruense, eleitos
no Município em pleito direto, pelo sistema proporcional, para um
mandato de quatro anos, gozando esta de autonomia financeira e
administrativa.

Art. 21- As deliberações da Câmara e de suas Comissões serão


tomadas por maioria de votos, presentes a maioria de seus
membros, salvo disposição encontrada nas Constituições Federal,
Estadual e nesta Lei Orgânica, que exijam quórum superior
qualificado.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL

Art. 22- Cabe a Câmara Municipal se pronunciar sobre qualquer


assunto de interesse público, em defesa do bem comum, sobre
assuntos de interesse local, observadas as determinações e a
hierarquia constitucional, suplementar as legislações federal e
estadual, bem como fiscalizar, mediante controle interno e externo
a administração direta e indireta e as empresas em que o Município
detenha a maioria do capital social, com direito a voto.
PARAGRAFO ÚNICO- O processo legislativo, exceto casos
especiais dispostos nesta Lei Orgânica, só se completa com a sansão
do Prefeito Municipal.

Art. 23- Compete a Câmara Municipal, com sansão do Prefeito,


dispor sobre todas as matérias atribuídas explicita ou
implicitamente ao Município pelas Constituições da Republica e do
Estado e, especialmente:
I- Legislar sobre os tributos de competência municipal, bem
como o cancelamento da divida ativa do Município, sobre
isenção e moratória tributária, sobre extinção de crédito
tributário do Município, por compensação, transação e
remissão, com o disposto na legislação federal e estadual
pertinente;
II- Votar o orçamento anual e plurianual de investimentos, a
Lei de diretrizes orçamentárias, bem como autorizar a
abertura de créditos suplementares e especiais;
III- Deliberar sobre a aprovação do plano diretor de
desenvolvimento integrado do Município, bem como o
planejamento e controle do parcelamento, uso e ocupação
do solo;
IV- Legislar sobre o zoneamento urbano;
V- Deliberar sobre arrendamento, aforamento, alienação e
aquisição de bens imóveis ao Município, salvo quando se
tratar de doação ao Município, sem encargo;
VI- Legislar sobre as normas de concessão de serviços públicos
locais e sobre o uso de bens ao Município, por terceiros;
VII- Autorizar subvenções aos terceiros;
VIII- Legislar sobre a criação, transformação e extinção de
cargos, empregos ou funções públicas e fixação da
remuneração dos servidores, inclusive da administração
indireta, observando os parâmetros da lei de diretrizes
orçamentárias;
IX- Aprovar as leis complementares à Lei Orgânica;
X- Legislar sobre a criação reforma denominação e extinção de
órgãos e serviços públicos municipais da administração
direta e indireta;
XI- Autorizar a transferência, temporária ou definitivamente, da
sede do Município quando o interesse público o exigir,
mediante consulta plebiscitária;
XII- Dispor sobre a criação, organização e supressão de distritos,
observadas as legislações federal e estadual pertinentes;
XIII- Autorizar consórcios com outros Municípios.

Art. 24- Compete privativamente à Câmara Municipal, dentre


outras, exercer as seguintes atribuições;
I- Dar posse ao Prefeito e Vice-Prefeito conhecer a sua
renúncia ou afastá-lo definitivamente do cargo ou dos
limites da delegação legislativa;
II- Conceder licença ao Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores
para afastamento do cargo;
III- Autorizar o Prefeito e o Vice-Prefeito a se ausentarem do
Município;
IV- Zelar pela preservação da sua competência administrativa,
sustando os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem o poder regulamentador ou os limites da
delegação legislativa;
V- Aprovar iniciativa do Poder Executivo que repercute à bem
do meio ambiente;
VI- Exercer a fiscalização da administração financeira e
orçamentária do Município, deliberando sobre o parecer do
Tribunal de Contas dos Municípios, no prazo máximo de
noventa dias do seu recebimento;
VII- Representar, mediante requerimento de um quinto de seus
membros, independente de aprovação plenária, para efeito
de intervenção do Município, fundamentado no caso de não
cumprimento das Constituições Federal, Estadual e desta
Lei Orgânica;
VIII- Autorizar convênios e contratos de interesse municipal;
IX- Fixar a remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito e dos
Vereadores, estabelecendo-as em proporção aos servidores
públicos municipais;
X- Fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI- Autorizar referendo e convocar plebiscito;
XII- Solicitar informações do Prefeito, sobre assuntos referentes
à administração municipal;
XIII- Convocar o Prefeito, Secretário Municipal, Diretor de
autarquia ou servidor diretamente subordinado ao Prefeito,
para prestar informações sobre a matéria de sua
competência, aprazando dia e hora para o comparecimento;
XIV- Criar comissões de inquérito, julgar o Prefeito, Vice-
Prefeito e Vereadores, nos casos previstos em lei;
XV- Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
criação e transformação de cargos ou empregos de seus
servidores, bem como a fixação da respectiva remuneração,
observando os parâmetros legais, especialmente a lei de
diretrizes orçamentárias;
XVI- Elaborar o seu Regimento Interno;
XVII- Eleger sua mesa diretora, bem como destituí-la;
XVIII- Deliberar sobre assuntos de sua economia interna
privativa;
XIX- Suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer
ato, resolução ou regulamento Municipal, que haja sido
declarado pelo Poder Judiciário, infringente às
Constituições, à Lei Orgânica ou às leis;
XX- Propor ao Prefeito qualquer obra ou medida que interesse à
coletividade ou ao serviço público;
XXI- Decidir pelo voto de dois terços de seus membros, por
iniciativa de um terço, ou cinco por cento do eleitorado do
Município, sobre censura aos Secretários e Diretores de
autarquias do Município;
XXII- Ouvir em audiência, em sessão da Câmara ou das
comissões, as representações das entidades civis;
XXIII- Propor plebiscito ou referendo e dar encaminhamento, na
forma da lei, às iniciativas populares de lei;
XXIV- Decidir sobre a perda de mandato do prefeito e Vice-
Prefeito Municipal que assumir outro cargo ou função na
administração pública direta e indireta ressalvada a posse
em virtude de concurso público, com atendimento aos
preceitos do Art. 38 da Constituição Federal;
XXV- Decidir por maioria absoluta, sobre, pedido de
intervenção, observada as normas constitucionais.
PARÁGRAFO ÚNICO- O não comparecimento sem justificativa
comprovada, a que se refere o inciso XIII deste artigo, será
considerado crime de responsabilidade, e se o Secretário for
Vereador licenciado, o não comparecimento caracterizará
procedimento incompatível com a dignidade da Câmara ficando
sujeito às penalidades estabelecidas em lei;

Art. 25- O Secretário Municipal, Diretor ou equivalente, a seu


pedido, poderá comparecer perante o plenário ou a qualquer
comissão da Câmara, para expor assunto e discutir projeto de lei,
ou qualquer outro ato normativo, relacionado com seu serviço
administrativo.

Art. 26- A Mesa da Câmara poderá encaminhar pedidos de


informações aos Servidores Municipais, Diretores ou equivalentes,
importando em crime de responsabilidade a recusa ou o não
atendimento, no prazo de trinta dias improrrogáveis, bem como a
prestação de informações falsas.

SECÃO III
DA MESA DA CÂMARA

Art. 27- A Câmara Municipal de Bujaru será dirigida por uma Mesa
Diretora, composta por três Vereadores que assumirão,
respectivamente, o exercício das seguintes funções;
I- Presidente;
II- 1º Secretário;
III- 2º Secretário.

Art. 28- Os cargos da Mesa Diretora serão exercidos por membros


eleitos, em votação secreta, para um mandato de (01) um ano,
havendo recondução uma vez só, para o mesmo cargo, na eleição
imediatamente subsequente.
§ 1º- Imediatamente após a posse os Vereadores reunir-se-ão
sob a presidência do mais votado dentre os presentes e, havendo
maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os
componentes da mesa, que serão automaticamente empossados, nos
termos estabelecidos em seu Regime Interno.
§ 2º- Não havendo número legal, o Vereador mais votado
permanecerá na Presidência e convocará sessões diárias, até que
seja eleita a Mesa.
§ 3º- A eleição para renovação dos membros da Mesa realizar-
se-á na última sessão do ano, considerando-se automaticamente
empossados os eleitos, a partir do dia 1º de janeiro do ano
subsequente.

Art. 29- Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo


voto da maioria absoluta dos membros da Câmara, quando faltoso,
omisso, descumprir as deliberações do Plenário, comportando-se de
modo incompatível com o cargo ou cometer atos de improbidade
administrativa, assegurada ampla defesa, na forma do Regimento
Interno.

Art. 30- À Mesa Diretora da Câmara Municipal, dentre outras


atribuições, compete.
I- Propor projetos que criem, transformem ou extingam cargos
dos servidores da Câmara e fixem os respectivos
vencimentos;
II- Elaborar e expedir, mediante ato, as discriminações
analíticas das dotações orçamentárias da Câmara, bem como
alterá-las, quando necessário;
III- Devolver à tesouraria da Prefeitura, o saldo existente na
Câmara, ao final do exercício financeiro;
IV- Nomear, contratar, promover, comissionar, conceder
gratificações e licenças, por em disponibilidade, exonerar,
demitir, aposentar e punir servidores da Câmara Municipal
nos termos da Lei;
V- Declarar perda de mandato do Vereador, por ofício ou por
provocação de qualquer de seus membros, ou ainda, de
partido político representado na Câmara, nas hipóteses
previstas no Art. 37 desta Lei Orgânica, após deliberação do
Plenário, na forma da Lei;
VI- Propor ação direta da inconstitucionalidade, prevista no Art.
162 da Constituição Estadual;
VII- Promulgar as Resoluções e os Decretos Legislativos;
VIII- Tomar providências necessárias para manutenção da
ordem interna e para o regular funcionamento do Poder
Legislativo, podendo requisitar força policial, para esse,
fim.
§ 1º- Os membros da Mesa diretora reunir-se-ão, tantas vezes
quantas se fizerem necessárias, por convocação de qualquer de seus
membros, a fim de deliberar, por maioria de voto, sobre os assuntos
de sua competência.
§ 2º- a Mesa Diretora terá a incumbência de dirigir os trabalhos
da Câmara Municipal e de desempenhar as funções inerentes ao
serviço administrativo.

Art. 31- O Presidente da Câmara é o representante do Poder


Legislativo Municipal, com as seguintes atribuições, além de outras
previstas no Regimento Interno.
I- Representar a Câmara, em juízo e fora dele;
II- Dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos;
III- Promulgar as Resoluções e Decretos Legislativos,
juntamente com os demais membros da Mesa, bem como as
leis com sansão tácitas ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo
Plenário;
IV- Interpretar, cumprir e fazer cumprir o Regimento Interno;
V- Fazer publicar os atos da Mesa, bem como as Resoluções,
os Decretos Legislativos e as Leis promulgadas pela Mesa;
VI- Requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e
executá-las, em tudo acompanhado pelos demais membros
da Mesa Diretora;
VII- Apresentar ao Plenário, até o dia vinte de cada mês o
balancete relativo aos recursos recebidos e às despesas do
mês anterior, sem prejuízo da obrigação contida no Art. 73
da Constituição Estadual;
VIII- Representar ao Procurador Geral d Justiça do Estado,
sobre a inconstitucionalidade de Lei ou Ato Municipal;
IX- Solicitar, juntamente com os demais membros da Mesa, a
intervenção do Município, nos casos admitidos pela
Constituição do Estado, por decisão da maioria absoluta dos
membros da Câmara;
X- Exercer o voto ordinário em Plenário, bem como o voto de
qualidade, em caso de empate.
§ 1º- É vedado ao Presidente, debater assuntos com o Plenário,
devendo, se desejar discutir a matéria, ser substituído
hierarquicamente.
§ 2º- O Presidente, ao afastar-se da presidência dos trabalhos
para tomar parte em qualquer discussão, só poderá reassumir após
a conclusão dos debates da matéria a que se propôs discutir.
§ 3º- Nas faltas e impedimentos, o Presidente será substituído
hierarquicamente pelos demais membros da Mesa Diretora.

Art. 32- Nos casos de ausência dos membros da Mesa Diretora, os


trabalhos serão dirigidos pelo Vereador mais idoso.

Art. 33- O Regimento Interno disporá sobre os casos omissos nesta


Lei, no que diz respeito à Mesa Diretora.

SEÇÃO IV
DOS VEREADORES
Art. 34- Os Vereadores são invioláveis, por suas opiniões palavras
e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do Estado.
§ 1º- São condições de elegibilidade para o mandato de
Vereador conforme o estabelecido na Constituição Federal.
§ 2º- O numero de Vereadores será proporcional à população
do Município, observado o que dispõe a Constituição Estadual.
§ 3º- Os Vereadores prestarão compromisso, tomarão posse e
deverão fazer declaração de seus bens, que devera constar em livro
próprio, no dia 1º de janeiro primeiro ano de cada legislatura, sendo
renovada no inicio de cada período legislativo.
§ 4º- Os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do
mandato, nem sobre as provas que lhes forem confiadas.

Art. 35- É vedado do Vereador:


I- Desde a expedição do diploma;
a) Celebrar contrato com a administração pública, salvo quando
o contrato obedecer as cláusulas uniformes;
b) Aceitar ou exercer cargo em comissão ou emprego do
Município ou de entidade autarquia, sociedade de economia
mista, empresa pública ou concessionária.
II- Desde a posse:
a) Ser diretor proprietário ou sócio de empresa beneficiada com
privilégios, isenção ou favor, em virtude de contrato com a
administração pública municipal.

Art. 36- Perderá o mandato o Vereador:


I- Que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
artigo anterior;
II- Cujo procedimento for declarado incompatível com o
decoro parlamentar;
III- Que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
terça parte das sessões ordinárias, salvo licença ou missão
autorizada pela Câmara;
IV- Que perder ou tiver suspenso os direitos políticos;
V- Quando decretar a justiça eleitoral;
VI- Que sofrer condenação criminal em sentença transitada em
julgado;
VII- Que utilizar-se do mandato para prática de atos de corrupção
ou de improbidade administrativa;
VIII- Que fixar residência fora do Município.

Art. 37- Não perderá o mandato o Vereador:


I- Investido no cargo de Secretário ou equivalente quando
poderá optar pela remuneração;
II- Licenciado por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração de interesse particular, desde que não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa;
§ 1º- O suplente será convocado no caso de vaga, de investidura
em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e
vinte dias;
§ 2º- Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição
para preenchê-la, se faltarem mais de quinze meses para o termino
do mandato.

Art. 38- O Vereador poderá licenciar-se somente:


I- Pro moléstia devidamente comprovada ou por licença
gestante;
II- Para desempenhar missões temporárias de caráter cultural
ou de interesse do Município, quando autorizado para esse
fim;
III- Para tratar de interesse particular, sem remuneração, por
prazo nunca superior a cento e vinte dias por sessão
legislativa, não podendo reassumir o exercício no mandato
antes do término da licença;
IV- Para atender o disposto no inciso I do artigo anterior.
PARÁGRAFO ÚNCO – Para fins de remuneração, considerar-se-
á, como em exercício o Vereador licenciado, nos termos dos incisos
I e II.
Art. 39- Os Vereadores farão jus à diárias e ajuda de custo, cujos
valores serão fixados em Resolução da Câmara Municipal.

SEÇÃO V
DAS REUNIÕES

Art. 40- A Câmara Municipal reunir-se-á ordinariamente, em sessão


legislativa anual, de quinze de fevereiro a trinta de junho e de
primeiro de agosto a quinze de dezembro, independente de
convocação.
PARÁGRAFO ÚNICO- As reuniões marcadas para estas datas
serão transferidas para o 1º dia útil subsequente, quando recaírem
em sábados, domingos e feriados.

Art. 41- A Câmara se reunirá em sessão extraordinária, ordinária ou


solene, como dispuser seu Regimento Interno, e as remunerará
observado o disposto no Art. 37, inciso XI da Constituição Federal.
§ 1º - A convocação da sessão extraordinária da Câmara
Municipal far-se-á:
I- Pelo prefeito, quando este entender necessário;
II- Pelo Presidente da Câmara ou a requerimento de um terço
de seus membros, em caso de urgência ou interesse publico
relevante.
§ 2º- Na sessão legislativa extraordinária, somente se deliberará
sobre a matéria para a qual foi convocada.

Art. 42- As sessões da Câmara serão públicas.

Art. 43- O Regimento Interno assegurará a participação, durante as


sessões plenárias e das Comissões, dos representantes da sociedade
civil, para apresentação de sugestões ou na discussão projetos de
seu interesse.

Art. 44- A Câmara reunir-se-á em sessão legislativa a 1º de janeiro


do ano subsequente às eleições municipais, às dês horas, para a
solenidade de posse de seus membros, do Prefeito, do Vice-Prefeito
e eleições da Mesa Diretora.

SECÃO VI
DAS COMISSÕES

Art. 45- A Câmara terá Comissões Permanentes e Especiais,


conforme dispuser seu Regimento Interno.
§ 1º- Na constituição da Mesa e das Comissões, é assegurada a
representação dos partidos, exceto se o número de Vereadores de
algum partido ou desinteresse não viabilizar tal composição.
§ 2º- Cabe às Comissões Permanentes, dentro da matéria de sua
competência;
I- Dar parecer em Projeto de Lei, de Resolução, de Decreto
Legislativo, ou em outros expedientes;
II- Realizar audiências públicas com entidades da sociedade
civil;
III- Receber petições, reclamações, representações ou queixas
de qualquer pessoa, contra atos ou omissões das entidades
públicas ou autoridades;
IV- Convocar Secretários Municipais, Diretores ou qualquer
servidor, para prestar informações sobre assuntos inerentes
às suas atribuições;
V- Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI- Apreciar, programas de obras, planos de desenvolvimento
e, sobre eles, emitir parecer.
§ 3º- As Comissões Especiais, criadas por deliberação do plenário,
serão destinadas ao estudo de assuntos específicos, bem como à
representação da Câmara em Congresso, solenidade ou outros atos
públicos.

Art. 46- Durante o recesso, previsto nesta Lei Orgânica, salvo


convocação extraordinária da Câmara, haverá um Comissão
Representativa do Poder Legislativo, cuja composição reproduzirá
tanto quanto possível a proporcionalidade da representação
partidária, eleita pelo Plenário, na última sessão ordinária, anual do
Poder Legislativo, com atribuições previstas no Regimento Interno.

Art. 47- A Comissão Parlamentar de Inquérito, criada de acordo


com o Artigo 67 da Constituição Estadual, terá poderes de
investigação, própria das autoridades judiciais, para apuração de
fato determinado e por prazo certo.
§ 1º- Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito, a que se
refere este artigo, poderão, em conjunto ou isoladamente:
I- Proceder às vitórias e levantamentos nas repartições
públicas municipais e entidades descentralizadas, onde
terão livre ingresso e permanência;
II- Requisitar de seus responsáveis, a exibição de documentos
e a prestação dos esclarecimentos necessários;
III- Transporta-se aos lugares onde se fizer necessária a sua
presença, ali realizando os atos que lhe competirem.
§ 2º- É fixado em trinta dias, improrrogáveis, o prazo para que os
responsáveis pelos órgãos da administração direta ou indireta
prestem as informações e encaminhem os documentos requisitados
pela Comissão Parlamentar de Inquérito.
§ 3º- No exercício de suas atribuições, poderão ainda as Comissões
Parlamentares de Inquérito, através de seu Presidente:
I- Determinar as diligências que se fizerem necessárias:
II- Requerer a convocação do Secretário Municipal ou
assemelhado;
III- Tomar depoimento de qualquer autoridade, intimar
testemunhas e inquiri-las sob compromisso;
IV- Proceder a verificação contábil dos livros, papéis e
documentos dos órgãos da administração direta e indireta.
§ 4º- O não cumprimento às determinações contidas no parágrafo
anterior, no prazo estipulado, faculta ao Presidente da Comissão,
solicitar, na conformidade da legislação federal a intervenção do
Poder Judiciário para fazer cumprir a legislação.

Art. 48- As representações partidárias terão Líder e Vice-Líder.


§ 1º- A indicação dos líderes será feitas em documentos subscrito
pelos membros das representações majoritárias, blocos
parlamentares ou partidos políticos, a Mesa, nas vinte e quatro horas
que se seguirem a instalação do período legislativo anual.
§ 2º- Os líderes indicarão os respectivos vice-líderes, dando
conhecimento a Mesa da Câmara, dessa designação.

SEÇÃO VII
DO PROCESSO LEGISLATIVO E EMENDAS À LEI
ORGÂNICA

Art. 49- O processo legislativo municipal compreende a elaboração


de:
I- Emendas à Lei Orgânica do Município;
II- Leis complementares;
III- Leis delegadas;
IV- Lei ordinária;
V- Resoluções;
VI- Decretos legislativos.

Art. 50- A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante propostas:


I- De um terço, no mínimo, de vereadores;
II- Da população, subscrita por cinco por cento do leitorado do
Município;
III- Do Prefeito Municipal.
§ 1º - A proposta será discutida e votada em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, dois terços dos
votos dos membros da Câmara.
§ 2º - A emenda será promulgada pela mesa da Câmara, na sessão
seguinte aquela em que se dar a aprovação, com respectivo número
de ordem.
§ 3º - No caso de inciso II, a subscrição deverá ser acompanhada
dos dados identificadores do título eleitoral.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir
no que couber, o disposto no artigo 60, § 4º da Constituição Federal,
e as formas de exercícios da democracia direta.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
havida por prejudicada só será objeto de nova proposta na mesma
sessão, se subscrita por dois terços dos Vereadores ou por cinco por
cento do eleitorado do Município.

SEÇÃO VIII
DAS LEIS

Art. 51- A iniciativa de Leis cabe a qualquer Vereador, às


Comissões da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos.
§ 1º - A iniciativa popular de projetos de leis será exercida mediante
a subscrição por, no mínimo cinco por cento do eleitorado do
Município, da cidade, do bairro ou comunidade rural conforme o
interesse ou abrangência da proposta, e serão inscritos
prioritariamente na ordem do dia da Câmara.
§ 2º - Os projetos serão discutidos e votados no prazo máximo de
noventa dias, garantida a defesa em Plenário, por um dos cinco
primeiros signatários.
§ 3º - Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o projeto irá
automaticamente para a votação, independente de pareceres.
§ 4º - Não tendo sido votado até o encerramento da sessão
legislativa, o projeto estará inscrito para votação na sessão seguinte
da mesma legislatura ou na primeira sessão da legislatura
subsequente.

Art. 52- O referendo à emenda da Lei Orgânica ou à Lei, aprovada


pela Câmara, é obrigatório, caso haja solicitação, dentro de noventa
dias, subscrita por cinco por cento do eleitorado do Município, da
idade, do bairro ou comunidade rural, conforme o interesse ou
abrangência da matéria.
Art. 53- As leis complementares somente serão aprovadas se
obtiverem maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal,
observados os demais termos de votação das leis ordinárias.
PARÁGRAFO UNICO – São leis complementares, dentre outras
previstas nesta Lei Orgânica:
I- Código Tributário do Município;
II- Código de Obras ou Edificações;
III- Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado;
IV- Código de Posturas;
V- Lei regulamentadora da Guarda Municipal;
VI- Estatuto dos Servidores Municipais;
VII- Estatuto do Magistério.

Art. 54- São de iniciativa exclusiva do Prefeito, as Leis que


disponham sobre:
I- Criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou
empregos públicos da administração direta ou autárquica,
bem como o aumento de sua remuneração;
II- Regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria de servidores públicos;
III- Criação, estruturação e atribuições das secretarias,
departamentos ou equivalentes e órgãos da administração
pública indireta;
IV- Matéria orçamentária, e as que autorizem abertura de
crédito ou concedam auxílios, prêmios e subvenções.

Art. 55- É de competência exclusiva da Mesa da Câmara, a


iniciativa de Leis que disponham sobre:
I- Autorização para abertura de créditos suplementares ou
especiais, através de aproveitamento total ou parcial das
consignações orçamentárias da Câmara;
II- Organização dos serviços administrativos da Câmara,
criação, transformação ou extinção de cargos, empregos ou
funções, bem como a fixação da respectiva remuneração.
PARÁGRAFO ÚNICO – Nos projetos de competência exclusiva
da Câmara, não serão admitidas emendas que aumentarem a
despesa prevista, ressalvado o disposto na parte final do inciso II
deste artigo, se assinada pela metade dos Vereadores.

Art. 56- O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de


projetos de sua iniciativa.
§ 1º - Solicitada a urgência a Câmara deverá se manifestar em até
trinta dias, sobre a proposição contada da data em que for feita a
solicitação.
§ 2º - Esgotado, o prazo previsto no parágrafo anterior, sem
deliberação pela Câmara, será a proposição incluída na ordem do
dia, sobestando-se as demais proposições para que ultime a sua
votação.
§ 3º - O prazo que trata o parágrafo primeiro não corre no período
de recesso da Câmara, nem se aplica aos projetos de lei de
codificações.

Art. 57- Aprovado o projeto de lei na forma regimental, será ele


imediatamente enviado ao Prefeito que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º- Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional, ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á, total
ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente da Câmara, o motivo do veto.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
parágrafo inciso ou alínea.
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito
importará em sansão pelo Presidente da Câmara.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão única, em votação pública,
só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
vereadores.
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado ao Prefeito,
para promulgação.
§ 6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estipulado no parágrafo
quarto, o veto será colocado na ordem do dia da sessão
imediatamente posterior, sobre todas as demais proposições, até sua
votação.
§ 7º - Se a Lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas,
pelo Prefeito, nos casos dos inciso terceiro e quinto o Presidente da
Câmara a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá
aos demais membros da Mesa Diretora, fazê-lo.
§ 8º – Caso o Projeto de Lei seja vetado durante o recesso da
Câmara, o Prefeito comunicará o veto à Comissão Representativa a
que se refere o artigo quarenta e sete desta Lei e, dependendo da
urgência e relevância da matéria, poderá convocar
extraordinariamente a Câmara para sobre ele se manifestar.

Art. 58- A matéria constante do Projeto de Lei rejeitado, somente


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da
Câmara, ou mediante subscrição de cinco por dento do eleitorado
do Município, cidade, bairro ou comunidade rural conforme o
interesse ou abrangência da proposta.
PARÁGRAFO ÚNICO – O disposto neste artigo não se aplica aos
projetos de lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo, de vez
que este serão sempre submetido à deliberação da Câmara
Municipal.

Art. 59- As Resoluções e Decretos Legislativos far-se-ão na forma


do Regimento Interno da Câmara.

Art. 60- É vedada a delegação legislativa.

SEÇÃO IX
DO PLENÁRIO E VOTAÇÃO

Art. 61- Em decorrência da soberania do Plenário, todos os atos da


Mesa da Presidência e das Comissões estão sujeitos ao seu império,
salvo disposição em contrário, previstas nas Constituição Federal,
Estadual e desta Lei Orgânica.
PARÁGRADO ÚNICO – O Plenário pode avocar, pelo voto da
maioria absoluta de seus membros, qualquer matéria ou ato
submetido à Mesa, à Presidência ou Comissões, para sobre eles
deliberar.

Art. 62- Salvo exceções previstas em lei, a Câmara deliberará pela


maioria de votos, presentes a maioria absoluta dos Vereadores.
PARÁGRAFO ÚNICO – A votação pública, pelo processo nominal
é a regra geral, exceto por dispositivo legal ou por decisão do
plenário.

Art. 63- Em primeira discussão votar-se-á sempre artigo por artigo


e as emendas, individualizada mente.

CAPITULO II
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PREFEITO

Art. 64- O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito,


auxiliado pelos Secretários Municipais, Diretores ou equivalentes.
PARÁGRAFO ÚNICO- Assegurada a participação popular nas
decisões do Poder Executivo, na forma da Lei.

Art. 65- A eleição do Prefeito realizar-se-á nos termos do artigo 29,


incisos I e II da Constituição Federal.
PARÁGRAFO ÚNICO – Aplicar-se-á a elegibilidade para Prefeito,
o disposto no artigo l4 da Constituição Federal.

Art. 66- O Prefeito tomará posse no dia primeiro de janeiro do ano


subsequente à eleição, em sessão da Câmara Municipal, prestando
compromisso de manter, defender e cumprir a Lei Orgânica,
observar as Leis da União, do Estado e do Município, promover o
bem geral e exercer o cargo sob a inspiração da democracia, da
legitimidade e da legalidade, para um mandato de quatro anos.
PARÁGRAGO ÚNICO – Decorridos dez dias da data fixada para
a posse, se o Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver
assumido o cargo, este será declarado vago.

Art. 67- Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito,


ou vacância do cargo, assumirá a administração municipal, o
Presidente da Câmara.
PARÁGRAFO ÚNICO – O Presidente da Câmara Municipal
recusando-se, por qualquer motivo, a assumir o cargo de Prefeito,
renunciará, incontinente à sua função de dirigente do legislativo,
ensejando, assim a eleição de outro membro para ocupar, como
Presidente da Câmara, o cargo de Prefeito e, inexistindo Vice-
Prefeito, observar-se-á o seguinte:
I- Ocorrendo vacância nos três primeiros anos de mandato,
dar-se-á eleição noventa dias após a sua abertura, cabendo
aos eleitos, complementar o período dos antecessores.
II- Ocorrendo a vacância no último ano de mandato, assumirá
o Presidente da Câmara, que completará o período.

Art. 68- O Prefeito, quando no exercício do cargo, não poderá, sem


autorização da Câmara Municipal, ausentar-se para fora do
Município por tempo superior a quinze dias consecutivos e para
fora do País por qualquer tempo, sob pena de perda do mandato.

Art. 69- O Prefeito poderá licenciar-se quando, impossibilitado de


exercer o cargo, por motivo de doença devidamente comprovada,
fazendo jus a sua remuneração integral.

Art. 70- O Prefeito e Vice-Prefeito gozarão de férias anuais de trinta


dias, em períodos distintos, sem prejuízo da remuneração, ficando
a critério a época para usufruir do descanso.
Art. 71- A remuneração do Prefeito será fixada pela Câmara
Municipal, em cada legislatura para subsequente, ate trinta dias
antes das eleições municipais, observando o que dispõe o artigo 29,
inciso V da Constituição Federal e artigo 69 da Constituição
Estadual.
§ 1º - Não tendo sido fixada as remunerações na legislatura anterior
ficam mantidos os valores vigentes em dezembro do seu último
exercício, apenas admitida a atualização dos valores.
§ 2º - O Prefeito receberá a titulo de remuneração, valor nunca
superior a dez vezes o menor salário pago aos servidores públicos
Municipal.

Art. 72- O Prefeito não pode exercer outra função pública, nem
participar de empresa privada que mantenha transação ou contrato
com o Município.

Art. 73- Na ocasião da posse e no término do mandato, o Prefeito e


o Vice-Prefeito farão declaração de seus bens, as quais ficarão
arquivadas na Câmara, constando das respectivas atas, o seu
resumo.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO

Art. 74- Ao Prefeito, como chefe da administração, compete dar


cumprimento às deliberações da Câmara, dirigir, fiscalizar e
defender os interesses do Município, bem como adotar, de acordo
com a lei, todas as medidas administrativas de utilidade pública,
sem exercer as verbas orçamentárias.

Art. 75- Compete ao Prefeito, dentre outras atribuições:


I- Representar o Município nas suas relações jurídicas,
políticas e administrativas;
II- Nomear e exonerar os Secretários, Diretores ou
equivalentes, do Município;
III- Exercer, com auxilio do Vice-Prefeito, Secretários,
Diretores ou equivalentes, a administração do Município,
segundo os princípios desta Lei Orgânica;
IV- Sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela
Câmara, bem como expedir decretos e regulamentos para
sua execução;
V- Iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
nesta lei;
VI- Vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados pela
Câmara, de acordo com o disposto nesta Lei Orgânica;
VII- Dispor sobre estruturação, organização e funcionamento da
administração municipal, na forma da Lei;
VIII- Prover cargos, funções ou empregos municipais, praticar
atos administrativos referentes aos serviços municipais,
salvo os de competência da Câmara;
IX- Administrar os bens e rendas municipais, prover
lançamento, fiscalização e arrecadação de tributos;
X- Enviar as propostas à Câmara de Vereadores, juntamente
com projetos de obras e serviços a serem executados;
XI- Prestar à Câmara, dentro de trinta dias, as informações por
ela solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo
determinado, em face de complexidade da matéria, ou da
dificuldade de obtenção nas respectivas fontes, dos dados
pleiteados;
XII- Contrair empréstimos para o Município, mediante prévia
autorização da Câmara;
XIII- Decretar a desapropriação, por necessidade, utilidade
publica ou interesse social;
XIV- Propor arrendamento, aforamento ou alienação de
próprios municipais, bem como a aquisição de autos,
mediante prévia autorização da Câmara;
XV- Realizar parcerias publica privada;
XVI- Propor convênio, ajustes e contratos de interesse
municipal;
XVII- Colocar a disposição da Câmara, os recursos
correspondentes às suas dotações orçamentárias,
compreendendo os créditos suplementares e especiais, que
devem ser despendidos de uma só vez, até o dia vinte de
cada mês;
XVIII- Aplicar as multas previstas em leis e contratos, bem como
revê-las, quando impostas irregularmente;
XIX- Organizar, nos termos da lei, os serviços relativos às
terras do Município;
XX- Desenvolver o sistema viário do Município;
XXI- Promover o desenvolvimento do ensino;
XXII- Solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para
ausentar-se do Município, nos termos estabelecidos nesta
Lei Orgânica;
XXIII- Remeter mensagem e plano de governo à Câmara
Municipal, por ocasião da abertura da sessão legislativa,
expondo a situação do Município e solicitando as
providências que julgar necessárias.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO

Art. 76 - O Prefeito e o Vice-Prefeito serão processados e julgados:


I - pelo Tribunal de Justiça do Estado nos crimes comuns e nos de
responsabilidade, nos termos da legislação federal aplicável;
II - pela Câmara Municipal nas infrações político administrativas
nos termos da lei, assegurados, dentre outros requisitos de validade,
o contraditório, a publicidade, ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes, e a decisão motivada que se limitará a
decretar a cassação do mandato do Prefeito.
§ 1º - Admitir-se-á a denúncia por Vereador, por partido político e
por qualquer munícipe eleitor.
§ 2º - A denúncia será lida em sessão até 5 (cinco) dias após o seu
recebimento, aprovado pela maioria e despachada para avaliação a
uma Comissão especial eleita, composta de 3 (três) membros,
observadas, tanto quanto possível, a proporcionalidade da
representação partidária.
§ 3º - A Comissão a que alude o inciso anterior deverá emitir
parecer no prazo de 10 (dez) dias, indicando se a denúncia deve ser
transformada em acusação ou não.
§ 4º - Admitida a acusação, por maioria dos membros da Câmara
Municipal, será constituída Comissão Processante, composta por 3
(três) Vereadores.
§ 5º - A perda do mandato do Prefeito será decidida por, pelo
menos, 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara Municipal.
§ 6º - Não participará do processo, nem do julgamento o Vereador
denunciante.
§ 7º - Se decorridos 90 (noventa) dias da acusação e o julgamento
não estiver concluído, o processo será arquivado.
§ 8º - O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.
§ 9º - A lei definirá os procedimentos a serem observados desde o
acolhimento da denúncia.

Art. 77- O Prefeito perderá o mandato, por cassação, nos termos do


inciso II e dos parágrafos do artigo anterior, quando:
I - infringir qualquer das proibições estabelecidas no art. 76;
II - infringir o disposto no art. 77;
III - residir fora do Município;
IV - atentar contra:
a) a autonomia do Município;
b) o livre exercício da Câmara Municipal;
c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
d) a probidade na administração;
e) a lei orçamentária;
f) o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Art. 78- O Prefeito perderá o mandato, por extinção, declarada pela


Mesa da Câmara Municipal quando:
I - sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado,
nos termos da legislação federal;
II - perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
III - o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na
Constituição da República;
IV - renunciar por escrito, considerada também como tal o não
comparecimento para a posse no prazo previsto nesta Lei Orgânica.

SEÇÃO IV
DO VICE-PREFEITO

Art. 79- Substituirá o Prefeito no caso de impedimento e suceder-


lhe-á na vaga, o Vice-Prefeito.
PARÁGRAFO ÚNICO – O Vice-Prefeito não poderá se recusar a
substituir o Prefeito sem justificativa legal, sob pena de extinção do
mandato.

Art. 80- O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe são


conferidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele for
convocado para missões especiais.

Art. 81- O Vice-Prefeito perceberá, a título de remuneração, valor


nunca superior a seis vezes o menor salário pago aos servidores
públicos municipal.
Parágrafo Único - O reajuste da remuneração de que trata o caput
deste artigo, será procedido através de lei especifica, de iniciativa
da Câmara Municipal, na mesma data do reajuste concedido ao
funcionalismo público municipal, em percentual igual a este.

Art. 82- Aplica-se ao Vice-Prefeito o disposto na Seção I, II e III,


do presente Capítulo, desta Lei Orgânica.

TÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 83- A administração pública direta e indireta do Município,


obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade,
publicidade, eficiência, razoabilidade, transparência e participação
popular.

Art. 84- A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas da administração pública direta e indireta, fundações e
órgãos controlados pelo Poder Público ainda que custeados por
entidades privadas, deverá ter caráter educativo e de orientação
social e será realizada de forma a não abusar da confiança do
cidadão, não explorar sua falta de experiência ou de conhecimento
e não beneficiar de sua credibilidade.
§ 1º - É vedada a utilização de nomes, símbolos, sons e imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.
§ 2º - A publicidade a que se refere este artigo, somente poderá ser
realizada após aprovação pela Câmara Municipal de plano anual de
publicidade, que conterá previsão dos custos e objetivos, na forma
da lei.
§ 3º - A veiculação da publicidade a que se refere este artigo é
restrita ao território do Município exceto aquelas inseridas em
órgãos de comunicação de circulação nacional.
§ 4º - O Poder Executivo publicará e enviará ao Poder Legislativo,
no máximo trinta dias após o encerramento de cada trimestre,
relatório completo sobre os gastos publicitários da administração
direta, indireta, fundações e órgãos controlados, pelo Poder Público,
na forma da Lei.
§ 5º - As empresas estatais que sofrem concorrência de mercado
deverão restringir sua publicidade ao seu objetivo social, não
estando sujeitas ao que é determinado nos parágrafos segundo e
terceiro deste artigo.
§ 6º - Verificada a violação ao disposto neste artigo, implicará em
crime de responsabilidade, sem prejuízo da suspensão e da
instauração imediata de procedimento administrativo, para sua
apuração.

CAPITULO II
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS E DIRETORES
DE AUTARQUIAS DO MUNICÍPIO

Art. 85- Os Secretários Municipais, Diretores de Autarquias ou


equivalentes do Município, de livre nomeação e exoneração pelo
Prefeito, são escolhidos dentre os brasileiros no gozo de seus
direitos políticos e civis, observada a proporção de que cinquenta
por cento dos cargos sejam ocupados por servidores de carreira
técnica ou profissional do Município.

Art. 86- Além das atribuições fixadas em lei ordinária, compete aos
Secretários do Município ou equivalentes:
I- Orientar, coordenar ou superintender as atividades dos
órgãos e entidades da administração municipal, na área de
sua competência;
II- Expedir instruções para a execução de leis, decretos e
regulamentos, relativos aos assuntos de sua Secretaria;
III- Apresentar anualmente ao Prefeito e a Câmara Municipal,
programas de trabalho, bem como prestar contas, através de
relatórios trimestrais, dos serviços executados;
IV- Comparecer à Câmara Municipal, quando por esta for
convocada, sob justificativa especifica;
V- Praticar os atos pertinentes as atribuições que lhes forem
delegadas pelo Prefeito.
PARÁGRAFO ÚNICO- O não cumprimento do que dispõe no
inciso IV do presente artigo importará em crime de
responsabilidade.

Art. 87- Os decretos, regulamentos e atos referentes aos serviços


autônomos, serão subscritos pelo Secretário de Administração.
Art. 88- Os Secretários, Diretores ou equivalentes são
solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que
assinarem, ordenarem e praticarem.

CAPITULO III
DOS CONSELHOS MUNICIPAIS

Art. 89- Os Conselhos Municipais são órgãos de cooperação


governamental que têm por finalidade auxiliar a administração na
orientação, planejamento, fiscalização e julgamento da matéria de
sua competência.

Art. 90- A Lei especificará as atribuições de cada Conselho, sua


organização, composição, funcionamento, forma de nomeação dos
titulares e suplentes, assim como o período de duração do mandato.

Art. 91- Os Conselhos são composto por um número impar de


membros, observando, quando for o caso, a representatividade da
administração pública, das entidades públicas, associativistas e
classistas, sendo que as entidades privadas indicarão seus
representantes.

Art. 92- Aos Conselhos Municipais, será franqueado o acesso a toda


documentação e informação sobre qualquer ato, fato, ou projeto da
administração.

Art. 93- Aos Conselhos Municipais cabe a coordenação do sistema


de informações da Prefeitura, tendo poder deliberativo, sem
prejuízo de outras atribuições previstas nesta Lei, para:
I- Convocar, “ex-ofício” Audiências públicas;
II- Determinar a realização de consultas populares;
III- Autorizar a instalação de placas informativas em obras e
prédios públicos determinando que informações devam
conter;
IV- Outros atos envolvendo a informação popular.
Art. 94- O descumprimento das normas previstas no presente
capítulo, implica em crime de responsabilidade.

CAPÍTULO IV
DOS DISTRITOS

Art. 95- Poderão ser criados Distritos, observados os critérios


disposto na legislação estadual.

Art. 96- Os Distritos têm função de descentralizar a administração


pública, bem como o controle por parte da população.

Art. 97- Os Agentes Distritais serão nomeados pelo Prefeito,


através de lista tríplice, apresentada pelos eleitores do Distrito, após
eleição direta e secreta.

Art. 98- A competência de o Agente Distrital limitar-se ao distrito


para a qual foi nomeado.

Art. 99- Aos Agentes Distritais, compete:


I- Cumprir e fazer cumprir, de acordo com as instruções
recebidas do Prefeito, as Leis, Resoluções, regulamentos e
demais atos do Prefeito e da Câmara.
II- Fiscalizar os serviços distritais;
III- Atender as reclamações das partes encaminhá-las ao
Prefeito, quando se tratar de matéria estranha às suas
atribuições;
IV- Indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Distrito;
V- Prestar contas do Prefeito mensalmente ou quando lhes
forem solicitadas.

Art. 100- Os auxiliares diretos do Prefeito farão declarações de bens


no ato da posse e no final de cada ano.

CAPÍTULO V
DOS SERVIDORES PUBLICOS MUNICIPAIS

Art. 101- São servidores do Município, todos quantos percebam


pelos cofres públicos, reservando-se a denominação de
funcionários, para os que integram o sistema classificado de cargos.

Art. 102- A Lei complementar estabelecerá regime Jurídico dos


Servidores Públicos Municipal, de conformidade com os princípios
da Constituição Federal e desta Lei Orgânica.

Art. 103- Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos


brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em Lei.
§ 1º - A investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas a
titulo, ressalvadas as nomeações para o cargo em comissão,
declarado em lei, de livre nomeação e exoneração.
§ 2º - O prazo de validade do concurso público será de até dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período.
§ 3º - Durante prazo improrrogável, previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público será convocado
com prioridade sobre os novos concursados, para assumir cargos ou
empregos na carreira.

Art. 104- É garantido aos servidores públicos civil o direito à livre


associação sindical.
PARÁGRAFO ÚNICO – Fica assegurado o direito de reunião, em
local de trabalho aos servidores públicos e suas entidades.

Art. 105- O direito de greve será exercido, nos termos e limites


definidos em lei complementar.

Art. 106- A Lei reservará percentual de cargos e empregos públicos


para as pessoas portadoras de deficiências, bem como definirá os
critérios de sua admissão.
Art. 107- A Lei estabelecerá os casos de contratação, por tempo
determinado, para atender a deficiência temporária de excepcional
interesse pública condicionada à nomeação, à prova de habilitação.
§ 1º - O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença
judicial transitada em julgado, ou mediante processo
administrativo, em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§ 2º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
estável ficará em indisponibilidade remunerada, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.

Art. 108- O Município instituirá plano de carreira para os servidores


da administração direta e indireta, mediante lei, conforme o artigo
trinta e nove da Constituição Federal.

Art. 109- A administração pública estabelecerá uma política geral


de treinamento e desenvolvimento dos recursos humanos, que
assegure aos servidores públicos a oportunidade de integração,
formação e aperfeiçoamento operacional, técnico e gerencial
vinculando essas ações aos planos de cargos e salários e sistema de
carreira.
PARÁGRAFO ÚNICO- O disposto neste artigo terá caráter
permanente para tanto, o Município poderá manter convênios com
instituições especializadas.

Art. 110- Na revisão gerais da remuneração dos servidores públicos


civis, além de outros haverá distinção de índices entre cargos,
empregos ou funções.

Art. 111- O Município assegurará aos servidores públicos civis,


além de outros que visem a melhoria de sua condição social, os
seguintes direitos:
I- Vencimentos nunca inferiores ao salário mínimo fixado em
lei, nacionalmente unificado;
II- Irredutibilidade do salário, com base na remuneração
integral;
III- Décimo terceiro salário, com base na maior remuneração
recebida;
IV- Remuneração do trabalho noturno, superior ao diurno, de
acordo com Lei Federal;
V- Adicional de interiorização na forma da lei;
VI- Salário família para os seus dependentes;
VII- Duração de jornada de trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução de jornada mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho;
VIII- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
domingos;
IX- Remuneração dos serviços extraordinários, no mínimo em
cinquenta por cento aos dos normais;
X- Gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos um
terço a mais do que o salário normal;
XI- Licença à gestante ou à mãe adotiva de criança até oito
meses de idade, sem prejuízo da remuneração e vantagens,
com duração de cento e vinte dias;
XII- Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
XIII- Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos nos termos da lei;
XIV- Redução de riscos inerentes ao trabalho, por meios de
normas de saúde, higiene e segurança;
XV- Licença em caráter extraordinário, na forma da lei para pai,
mãe, inclusive adotivos, ou responsáveis de excepcional em
tratamento, ou ainda de qualquer pessoa da família que
esteja enfermo;
XVI- Proibição de diferença de salários, de exercício de
funções e de critérios de admissão, por motivo de sexo,
idade, cor, estado civil, convicção política ou religiosa;
XVII- Gratificação de cinquenta por cento do vencimento para
os servidores em atividade na área de educação especial.
Art. 112- Nenhum servidor público, de qualquer dos Poderes,
poderá receber, a qualquer título, mais do que dez vezes o valor da
menor remuneração para ao servidor público municipal.

Art. 113- É obrigatória a fixação do quadro de lotação numérica de


cargos, empregos ou funções, sem o que não será permitido a
nomeação ou contratação de servidores.

Art. 114- A Lei assegurará aos servidores da administração direta e


indireta, isonomia de vencimentos para cargos, empregos e
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder ou entre os
Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de
caráter individual e, as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
PARÁGRAFO ÚNICO- As vantagens de qualquer natureza só
poderão ser concedidas por lei e quando atendam efetivamente ao
interesse público e às exigências do serviço.

Art. 115- Ao servidor público municipal é assegurado o


percebimento de adicional por tempo de serviço, sempre concedido
por quinquênio, bem como a sexta parte dos vencimentos integrais,
concedida após vinte e cinco anos de efetivo exercício, que
incorporar-se-ão aos vencimentos, para todos os efeitos, de forma
automática.

Art. 116- Nenhum servidor, cônjuge ou parente consanguíneo, até


o segundo grau, poderá ser diretor, ou integrar Conselho de empresa
fornecedora, que realize qualquer modalidade de contrato com
Município, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 117- A Lei fixará os vencimentos dos servidores públicos,


sendo vedada a concessão de gratificação, adicional ou qualquer
vantagem pecuniária, por decreto ou por qualquer outro ato
administrativo.
PARÁGRAFO ÚNICO- É vedada a participação dos servidores
públicos municipais no produto da arrecadação, multas inclusive os
da dívida ativa, a qualquer título.

Art. 118- Ao servidor público, com exercício de mandato eletivo,


aplicam-se as seguintes disposições:
I- Tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função; sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
II- Investido no mandato de Vereador, havendo
incompatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
III- Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
de mandato eletivo, seu tempo será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
IV- Para efeito de beneficio previdenciário, no caso de
afastamento os valores serão determinados como se no
exercício estivesse.

Art. 119- É vedada a acumulação remunerada de cargos e funções


públicas, exceto:
I- A de juiz com cargo de professor;
II- A de dois cargos de professor;
III- A de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
IV- A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais da
saúde, com profissões regulamentadas;
§ 1º - Em qualquer dos casos, a acumulação somente é permitida
quando há correlação de matéria e compatibilidade de horários.
§ 2º- A proibição de acumular entende-se a cargos, funções ou
empregos de autarquias, empresas públicas e sociedade de
economia mista.
§ 3º - A vedação prevista neste artigo não se aplica aos aposentados
no que se refere ao exercício de mandato eletivo, de um cargo ou
comissão, ou a contrato para prestação de serviços técnicos ou
especializados.
Art. 120- O servidor será aposentado:
I- Por invalidez permanente, com proventos integrais, quando
decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional
ou doença grave, contagiosa ou incurável especificadas em
lei e proporcionais no demais casos;
II- Compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
proventos proporcionais ao tempo de serviço;
III- Voluntariamente;
a) Aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se
mulher, com proventos integrais;
b) Aos trinta anos de efetivo exercício em função de magistério,
se professor, e vinte e cinco se professor, com proventos
integrais;
c) Aos trinta anos de serviço, se homem e aos vinte e cinco se
mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) Aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

Art. 121- O exercício em cargo que sujeite o servidor à atividade


em zonas ou locais insalubres e a execução de trabalhos com risco
de vida e saúde, é considerado como fator de valorização do
respectivo nível de vencimento.

Art. 122- O Município garantirá aos seus servidores, na forma da


lei, a conclusão de curso em que estejam inscritos ou em que
venham a se inscrever, desde que possa haver compensação, por
parte do beneficiado, com prestação de serviço público.

Art. 123- Os servidores municipais devem ser inscritos na


previdência social, incumbindo ao Município completar, na forma
da lei, através de órgão de classe, a assistência médica, hospitalar,
farmacêutica, odontológica e social.
§ 1º - Incumbe também ao Município, sem prejuízo do disposto
neste artigo assegurar aos seus servidores e dependente de
assistência médica, cirúrgica, hospitalar, odontológica e social, nos
termos da lei.
§ 2º - Os benefícios deste artigo são extensivos ao Prefeito, Vice-
Prefeito, Secretários, Diretores e Vereadores, quando do exercício
de suas funções.
§ 3º - Falecido o servidor, seus dependentes não perdem a
assistência e tratamento previstos neste artigo e, farão jus também
aos estabelecido no inciso sexto do Artigo 33 da Constituição
Estadual.

CAPITULO VI
DA GUARDA MUNICIPAL

Art. 124- O município poderá constituir guarda municipal a força


auxiliar destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações,
nos termos da lei.

CAPÍTULO VII
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

Art. 125- A administração municipal é constituída de órgão


integrada na estrutura administrativa da Prefeitura e de entidades
dotadas de personalidade jurídica própria.
§ 1º - Os órgãos da administração direta, que compõem a estrutura
administrativa da Prefeitura, se organizam e se coordenam,
atendendo a princípios técnicos recomendáveis ao bom
desempenho de suas atribuições.
§ 2º - As entidades dotadas de personalidade jurídica própria que
compõe a administração indireta do município se classificam em:
I- Autarquia - o serviço autônomo, criada por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, para
executar atividades típicas da administração pública que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada;
II- Empresa Pública – entidade dotada de personalidade
jurídica de direito privado, com patrimônio e capital do
Município, criado por lei, para exploração de atividades
econômicas que o Município seja levado a exercer por força
de contingência ou convivência administrativa, podendo
reverti-se de qualquer das formas admitidas em direito;
III- Sociedade de Economia Mista – entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para
exploração de atividades econômicas, sob a forma de
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto
pertençam em sua maioria ao Município.

CAPÍTULO VII
DOS ATOS MUNICIPAIS
SEÇÃO I
DA PUBLICIDADE DOS ATOS MUNICIPAIS

Art. 126- A publicidade dos atos municipais e das leis far-se-á e,


órgão da imprensa local ou fixação na sede da Prefeitura e da
Câmara Municipal.

SEÇÃO II
DOS LIVROS

Art. 127- O Município terá os livros que forem necessários aos seus
serviços e, obrigatoriamente, de:
I- Termo de compromisso e posse;
II- Declaração de bens;
III- Atas das Sessões e das Comissões da Câmara Municipal;
IV- Registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos,
instruções e portarias;
V- Cópia de correspondência oficial;
VI- Protocolo, índice e papéis e livros arquivados;
VII- Licitações e contratos para obras e serviços;
VIII- Contratos de servidores;
IX- Contratos em geral;
X- Contabilidade e finanças.
§ 1º - Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito
e pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por servidor,
designado para tal fim.
§ 2º - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por
fichas ou mídias em geral, convenientemente autenticadas.
§ 3º - Os livros, fichas ou outro sistema, estarão aberto à consulta
de qualquer cidadão, bastando para tanto, apresentar requerimento.

SEÇÃO III
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 128- Os atos administrativos de competência do Prefeito


devem ser expedidos, com obediência às seguintes normas:
I- Decreto numerado em ordem cronológica, para
regulamentação e execução de lei;
II- Portaria, nos seguintes casos:
a) Provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de
efeitos individuais, relativos aos servidores públicos;
b) Lotação e re-lotação dos quadros de pessoa;
c) Abertura de sindicância e processo administrativo, aplicação
de penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
d) Outros casos determinados em lei ou decreto.
III- Contrato, nos seguintes casos;
a) Admissão de servidores em caráter temporário;
b) Execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei.

SEÇÃO IV
DAS PROIBIÇÕES

Art. 129- O Prefeito, e o Vice-Prefeito, os Vereadores e os


servidores municipais, bem como as pessoas ligadas a qualquer
deles por matrimonio afim ou consanguíneo até o segundo grau ou
por adoção, não poderão contratar com o Município, subsistindo a
proibição até seis meses após finda as respectivas funções.

Art. 130- A pessoa jurídica em debito com o sistema de seguridade


social, como o estabelecido em Lei Federal, não poderá contratar
com o Poder Público municipal, nem dele receber benefícios,
incentivos fiscais ou creditícios.

CAPITULO IX
DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 131- Constituem bens municipais, todos os móveis e imóveis,


direitos de ações que a qualquer titulo, pertençam do Município.

Art. 132- Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, com a


identificação respectiva, os quais ficarão sob a responsabilidade do
chefe da Secretaria, Diretoria ou equivalentes a que forem
distribuídos.
PARÁGRAFO ÚNICO- Deverá ser feita anualmente na
conferência da escrituração patrimonial dos bens existentes e, na
prestação de contas de cada exercício, será incluído no inventário
de todos os bens municipais.

Art. 133- A alienação ou aquisição, por compra ou permuta de bens


municipais, subordinados à existência do interesse público
devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação,
obedecendo ao artigo vinte e três desta Lei Orgânica.

Art. 134- A utilização e administração dos bens públicos de uso


especial, incluindo mercados, matadouros, estações, recintos de
espetáculos e campos de esporte, dentre outros serão feitas através
de regulamentos específicos, na forma da lei.

Art. 135- A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta,


dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
Art. 136- O Município concederá direito real de uso sobre bens
imóveis, alienados ou arcados mediante concorrência.

Art. 137- O uso de bens municipais, por terceiros, poderá ser feito
mediante concessão, permissão ou autorização, quando houver
interesse público, devidamente justificado.

CAPITULO X
DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS

Art. 138- Nenhum empreendimento de obras e serviços do


Município poderá ter início sem prévia elaboração do plano
respectivo, no qual obrigatoriamente conste:
I- A viabilidade do empreendimento, sua conveniência e
oportunidade, para o interesse comum;
II- Os pormenores para sua execução;
III- Os recursos para atendimento das respectivas despesas;
IV- O prazo para seu início e conclusão, acompanhado da
respectiva justificativa.
PARÁGRAFO ÚNICO – As obras públicas poderão ser executadas
pela Prefeitura, por suas autarquias e demais entidades da
administração indireta e, por terceiros, mediante licitação.

Art. 139- A permissão de serviço público, a título precário, será


outorgada por decreto do Prefeito, após edital de chamamento de
interessados, para escolha do melhor pretendente, sendo que
concessão só poderá ser feita com autorização legislativa, mediante
contrato, precedido de concorrência pública.
§ 1º - Serão nulas de pleno direito as permissões, as concessões,
bem como quaisquer outros ajustes, feitos em desacordo com o
estabelecido neste artigo.
§ 2º - O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços
permitidos ou concedidos, desde que executados em
desconformidade com ato ou contrato, bem como aqueles que se
revelarem insuficientes para o atendimento dos usuários.
Art. 140- As tarifas dos serviços públicos deverão ser instituídas
pelo Executivo com prévia autorização legislativa.

Art. 141- O Município poderá realizar obras e serviços de interesse


comum, mediante convênio com o Estado, a União, ou entidades
particulares, bem como através de consórcios com outros
Municípios.

TITULO IV
DO PLANEJAMENTO; DAS FINANÇAS E ORÇAMENTO
CAPITULO I
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Art. 142- O Município deverá organizar a sua administração e


exercer suas atividades, dentro de um processo de planejamento
permanente, atendendo às peculiaridades locais e os princípios
técnicos, convenientes ao desenvolvimento integrado da
comunidade.
PARÁGRAFO ÚNICO- Para o planejamento Municipal é
garantido a participação popular nas diversas esferas de discussão e
deliberação.

CAPÍTULO II
DO PLANO DIRETOR

Art. 143- O Município elaborará seu Plano Diretor, nos limites de


sua competência municipal, das funções da vida coletiva,
abrangendo habitação, trabalho e recreação, considerando em
conjunto, seus aspectos físicos, econômicos, social e
administrativo.

CAPÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA
SEÇÃO I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
Art. 144- São tributos municipais os impostos, as taxas e
contribuições de melhoria, decorrentes de obras públicas instituídos
por lei municipal, atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição Federal e nas normas gerais do direito tributário.

Art. 145- São de Competência do Município, os impostos sobre:


I- Propriedade predial e territorial e urbana;
II- Transmissão entrevi-vos a qualquer título, por ato oneroso,
de bens imóveis, por natureza ou sessão física e, de direitos
reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como sessão
de direito à aquisição;
III- Venda a varejo de combustível liquido e gasoso, exceto óleo
diesel;
IV- Serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
competência do Estado definidos na lei complementar,
prevista no artigo 146 da Constituição Federal.
§ 1º - O imposto previsto no inciso primeiro, será progressivo nos
termos da Lei, de formar e assegurar o cumprimento da função
social.
§ 2º - A lei determinará medidas para que os contribuintes sejam
esclarecidos acerca dos impostos previstos neste artigo.

Art. 146- A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos


proprietários de imóveis valorizados por obras públicas, tendo
como limite total a despesa realizada e, como limite individual, o
acréscimo do valor que a obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

Art. 147- O Município poderá instituir contribuição, cobrada de


seus servidores, para custeio em benefícios destes, de sistema de
previdência de assistência social.

SEÇÃO II
DA RECEITA E DA DESPESA
Art. 148- A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos
tributos municipais, da participação de tributos de União, do
Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação dos
Municípios e da utilização dos bens, serviços, atividades e de outros
ingressos.

Art. 149- Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de


qualquer tributo, lançado pela Prefeitura, sem prévia notificação.
PARÁGRAFO ÚNICO- Do lançamento do tributo, cabe recurso ao
Prefeito no prazo de quinze dias, contados da data da notificação.

CAPÍTULO IV
DO ORÇAMENTO

Art. 150- A lei de iniciativa do Executivo estabelecerá o plano


plurianual das diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei de diretrizes orçamentárias incluirá metas e prioridades
administrativas, despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, bem como orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, dispondo sobre as alterações tributárias e estabelecendo
política de aplicação.
§ 2º - Os planos e programas serão elaborados, em consonância com
o plano plurianual e apreciados pela Câmara de Vereadores.

Art. 151- A Lei Orçamentária anual compreenderá:


I- O orçamento fiscal referente aos poderes de Município, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público Municipal;
II- O orçamento da seguridade social, abrangendo os fundos e
funções instituídas ou mantidas pelo Município.
Art. 152- A Lei orçamentária anual deverá ser apresentada, em
valores mensais, para todas as despesas e receitas, a nível global
para permitir o seu acompanhamento.

Art. 153- O projeto de lei orçamentária demonstrará o efeito entre


receita e despesa em casos de isenções, anistias, remissões,
benefícios financeiros, tributários ou creditícios.

Art. 154- A lei orçamentária anual conterá dispositivos estranho à


previsão da receita e a fixação da despesa, permitindo os créditos
suplementares, na forma da lei.

Art. 155- O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o


encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária bem como o apresentará ao Poder Legislativo e aos
Conselhos Municipais, devendo constar de demonstrativo.

Art. 156- Será constituído o Conselho Orçamentário, que


juntamente com a administração municipal, acolherá sugestões e
proposta para as diretrizes orçamentárias.

Art. 157- Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias


compreendidas os créditos complementares e especiais, destinados
à Câmara Municipal, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada
mês.

SEÇÃO I
DAS LEIS DO ORÇAMENTO

Art. 158- É de competência do Poder Executivo, a iniciativa das leis


orçamentárias que abram créditos, fixem vencimentos e vantagens
dos servidores públicos, concedam subvenção ou auxilio ou, de
qualquer modo autorizem, criem ou aumentem despesas públicas.
Art. 159- Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes
orçamentárias e do orçamento anual, serão enviados pelo Prefeito à
Câmara Municipal, obedecidos os critérios e prazos das
Constituições Federal e Estadual.

Art. 160- As entidades autarquias terão os orçamentos aprovados


por decreto do Executivo, salvo se disposição legal determinar
aprovação através de Lei e serão publicados como complemento do
Município.

SEÇÃO II
DA FISCALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA

Art. 161- A fiscalização contábil, financeira e orçamentária do


Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle
externo e sobre os sistemas de controle interno do executivo.
§ 1º - O controle externo da Câmara será exercido com auxilio do
Tribunal de Contas dos Municípios e compreenderá a apreciação
das contas do Prefeito e da Mesa da Câmara, o acompanhamento
das atividades financeiras e orçamentárias do Município, o
desempenho das funções e auditorias, bem como julgamento das
contas dos administradores e demais responsáveis por bens e
valores públicos.
§ 2º - A prestação de contas do Prefeito; referente à gestão
financeira e do ano anterior, será apreciada pela Câmara, até
noventa dias após o recebimento de o respectivo parecer, emitido
pelo Tribunal de contas dos Municípios, o qual somente poderá
deixar de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, o Prefeito deverá remeter à
Câmara e ao Tribunal de Contas dos Municípios, até trinta e um de
março.
§ 4º - Se o Executivo não prestar contas até trinta e um de março, a
Câmara elegerá uma comissão, com acesso e poderes para examinar
a escrituração e os comprovantes da receita e da despesa do
Município.
§ 5º - Anualmente, dentro de noventa dias do início do período
legislativo, a Câmara receberá, em sessão especial, o Prefeito, que
deverá, obrigatoriamente, informar através de relatório, a situação
em que se encontram os assuntos municipais.

Art. 162- As contas do Município ficarão durante sessenta dias,


anualmente, a disposição de qualquer contribuinte, para exame e
apreciação, o qual poderá questionar-lhe a legitimidade, nos termos
da lei.

TÍTULO V
DA ORDEM ECONÔMICA
CAPITULO I
DOS PRINCIPIOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO

Art. 163- O Município, no exercício da sua economia e na


promoção do desenvolvimento e da justiça social, adotará os
princípios estabelecidos pela Constituição Federal e Estadual e
zelará pela:
I- Promoção do bem estar do homem, com essencial da
Produção e do desenvolvimento econômico;
II- Valorização econômica e social do trabalho e do
trabalhador, associado a uma política e de expansão da
oportunidade de emprego e de humanização do processo
social de produção, com a defesa dos interesses do povo;
III- Democratização do acesso à propriedade dos meios de
produção;
IV- Proteção da natureza e ordenação territorial;
V- Planificação do desenvolvimento, como fator determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado;
VI- Integração e descentralização das ações públicas setoriais;
VII- Condenação dos atos, exploração do homem pelo homem e
da exploração predatória da natureza, considerando
juridicamente ilícito e indefensável qualquer ganho
individual e social aferidos com eles;
VIII- Resguardo às áreas de usufruto perpétuo dos índios e das
que lhes pertençam, a qualquer título;
IX- Integração das ações do Município e do Estado, no sentido
de garantir a segurança social, destinados a tomar efetivo o
direito ao trabalho, à educação, ao desporto, ao lazer, à
saúde, à habitação e à assistência social;
X- Estímulo à participação da comunidade, através de suas
organizações representativas;
XI- Preferências de cunho comunitário, nos financiamentos
públicos e nos incentivos fiscais.

Art. 164- A intervenção do Município no domínio econômico, terá


por objetivo estimular e orientar a produção, corrigir distorções da
atividade econômica, prevenir abuso do poder econômico, defender
os interesses do povo, promover justiça e solidariedade social.
§ 1º - O trabalho é obrigação social, garantido a todos o direito ao
emprego, à justa remuneração, que proporcione a existência digna,
na família e na sociedade.
§ 2º - O Poder Público garantirá a livre iniciativa, desde que não
contrarie o interesse público, intervindo contra o abuso do poder
econômico, na promoção da justiça social.
§ 3º - No caso de ameaça ou efetiva paralisação dos serviços ou
atividades essenciais, por decisão patronal, pode o Município
intervir, tendo em vista o direito da população a esses serviços ou
atividades, respeitada as legislações federal e estadual.
§ 4º - O Poder Público garantirá a participação das entidades
representativas de trabalhadores, de associativistas e empresariais
na elaboração, execução e acompanhamento de planos anuais e
plurianuais de desenvolvimento econômico.
Art. 165- O Município dispensará tratamento diferenciado para o
cooperativismo e outras formas de associativismo econômico, na
forma da lei, a qual caberá:
I- Definir e implantar, nas zonas rurais e urbanas, políticas e
programas que apoiem a organização de atividades
produtivas e outras formas de associativismo, considerando
a valorização da cultura local e programação econômico-
social dos agentes econômicos e suas famílias;
II- Garantir a infraestrutura para armazenagem, transporte e
ponto de vendas diretas ao consumidor, de produtos de
pequenos produtores rurais e urbanos, assegurando às
entidades associativistas desses produtos, participação
direta na gestão dos deferidos empreendimentos;
III- Assegurar ampla liberdade e autonomia para organização de
cooperativas, bem como para o ato cooperativista;
IV- Estabelecer o ensino de cooperativismo nas escolas públicas
de ensino fundamental e médio;
V- Fixar participação das entidades representativas, na
elaboração de políticas governamentais voltadas para esses
seguimentos, para colegiados de natureza pública, que
tratem especialmente de ordem econômica;
§ 1º – O Município organizará sistemas e programas de prevenção
e socorro, nos casos da calamidade pública, em que a população
tenha ameaçado os seus recursos, meios de abastecimento e
sobrevivência.
§ 2º - Os planos de desenvolvimento econômico do Município terão
o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida da
população, a distribuição equitativa da riqueza produzida, o
estimulo à permanência do homem no campo e do desenvolvimento
social econômico e sustentável.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 166- A política urbana, a ser formulada e executada pelo Poder
Público, terá como objetivo o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade, compreendidos como direito de acesso, de todo
cidadão à moradia, transporte público, saneamento, energia elétrica,
comunicação, educação, saúde, lazer e segurança, bem como a
preservação do patrimônio ambiental e cultural.
§ 1º – O exercício da propriedade atenderá a sua função social,
condicionada às funções sociais da cidade.
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o Poder Público Municipal
exigirá do proprietário, a doação de medidas que visem direcionar
a propriedade para o uso produtivo, de forma a assegurar:
a) Acesso a propriedade e a moradia de todos;
b) Justa distribuição de benefícios e ônus, decorrentes do
processo de urbanização;
c) Prevenção das distorções decorrentes da valorização da
propriedade;
d) Regularização fundiária e urbanização especifica para área
ocupadas por população de baixa renda;
e) Adequação do direito de construir, observadas as normas
urbanísticas;
f) Meio ambiente ecologicamente equilibrado, como um bem de
uso comum do povo e essenciais e promovendo o manejo
ecológico das espécies e ecossistemas, controlando a
produção, a comercialização e empregos de técnicas, métodos
e substancia que comportem riscos para a vida, para a
qualidade de vida e meio ambiente.
§ 3º - O direito de propriedade territorial urbana não pressupõe o
direito de construir cujo exercício deverá ser autorizado pelo Poder
Público, segundo critérios que forem estabelecidos em lei
municipal.

Art. 167- Para assegurar as funções sociais da cidade e da


propriedade, o Poder Público municipal usará principalmente, os
seguintes instrumentos:
I- Parcelamento e edificação compulsória;
II- Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, no
tempo;
III- Desapropriação, por interesse social ou utilidade pública,
mediante pagamento com títulos da divida de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais iguais e
sucessivas, assegurando o valor real da indenização e os
juros reais;
IV- Inventários, registros, vigilância e tombamento de imóveis;
V- Contribuição de melhoria.

Art. 168- As terras públicas utilizadas ou subutilizadas serão


prioritariamente destinadas a assentamento a famílias de baixa
renda.

Art. 169- O Plano Diretor assegurará a urbanização, regularização


e a titulação das áreas onde há assentamento a famílias de baixa
renda.
PARÁGRAFO ÚNICO- Salvo em áreas de risco, a população
situada em área de urbanização, não será removidas sem prévia e
obrigatória consulta à mesma.

Art. 170- Fica assegurado o estabelecimento de diretrizes e normas


relativas ao desenvolvimento urbano, devendo assegurar também:
I- A prevenção, a proteção e a recuperação do meio ambiente
natural e cultural;
II- A criação de especial interesse urbanístico, social,
ambiental, turístico e, de utilização pública;
III- A participação das entidades comunitárias no estudo, no
encaminhamento na solução dos problemas, planos
programas e projetos;
IV- Às pessoas com deficiências o livre acesso a edifícios
públicos e particulares de frequências ao público, a
logradouros públicos e ao transporte coletivo;
V- A regularização de loteamento.
Art. 171- Incumbe à administração municipal, a promoção e a
execução de programas de construção de moradias populares, pelos
próprios interessados, por cooperativas habitacionais e pelas
demais modalidades alternativas, garantindo, em nível comparativo
com a dignidade da pessoa humana, condições habitacionais,
saneamento básico e acesso aos transportes, utilizando recursos
orçamentários próprios e oriundos de financiamentos.
PARÁGRAFO ÚNICO- O atendimento à demanda social por
moradias populares, poderá se realizar tanto através de
transferência do direito de propriedade, quanto através de sessão do
direito de uso da moradia construída.

Art. 172- Na desapropriação de imóveis pelo município, se tomará


como justo preço o valor de base para incidência tributária.

Art. 173- Nos loteamentos realizados nas terras públicas do


município o titulo do domínio concessão de uso, conferidos ao
homem ou mulher, ou a ambos independentemente do estado civil.

Art. 174- A Lei Municipal, a cujo processo de elaboração, as


entidades organizadas participarão, disporá sobre zoneamento,
parcelamento do solo, seu uso e sua ocupação, construções e
edificações, proteção ao meio ambiente, licenciamento,
fiscalização, bem como os parâmetros básicos, objetos do Plano
Diretor.

Art. 175- A execução da política habitacional será realizada por um


órgão responsável do Município, com a participação de
representantes das entidades e movimentos sociais, conforme
dispuser a Lei, devendo:
I- Elaborar um programa de construção de moradias populares
e saneamento básico de acordo com o plano municipal de
habitação;
II- Avaliar o desenvolvimento de soluções tecnológicas de
formas alternadas para os problemas habitacionais.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRICOLA E FUNDIÁRIA

Art. 176- O Município prestará assistência aos trabalhadores, aos


pequenos agricultores e às suas organizações, com recursos
provenientes de dotações orçamentárias próprias, e de cooperação
financeira da União e do Estado e de outras fontes.
PARÁGRAFO ÚNICO- O Município prestará assistência ao
desenvolvimento agrícola, privativamente às unidades familiares,
cooperativas e outras formas associativistas, obedecendo aos
seguintes critérios:
I- Unidades familiares que sejam proprietárias de imóvel com
área de terra de até cinquenta hectares, com área produzida
correspondente até vinte por cento, do seu total;
II- Cooperativas e outras formas associativistas que sejam
proprietários de imóvel, com área de terra até cento e
cinquenta hectares, com área produzida correspondente até
vinte por cento do seu total.

Art. 177- O Município terá sua Lei Agrícola, a qual será planejada
e executada com a efetiva participação das classes produtoras,
trabalhadores rurais e profissionais do setor, devendo estar em
consonância com as Leis Agrícola Federal e Estadual, cabendo ao
Município garantir:
I- A instituição de um sistema de educação agrícola integrado,
visando o desenvolvimento rural;
II- O investimento em benefícios sociais, inclusive
eletrificação para pequenos produtores e comunidades
rurais;
III- Aquisição e manutenção de patrulhas mecanizadas para
atendimento aos pequenos produtores, as quais devem ser
gerenciadas com a participação dos beneficiários;
IV- A construção de estradas vicinais do Município,
obedecendo plano de conservação do solo e objetivando o
escoamento da produção;
V- Incentivo à produção agropecuária, através da aquisição de
insumos básicos;
VI- O estabelecimento de mecanismo de apoio, entre outros:
a) Orientação, assistência técnica a extensão rural oficial,
prioritárias aos pequenos produtores;
b) Fiscal e financeiro aos programas destinados aos pequenos
produtores;
c) À pesquisa e tecnologia que levem em conta a realidade
econômica e social dos pequenos agricultores e aos aspectos
ambientais visando a melhoria da produção, através da criação
de um centro agrícola, sempre com a participação das
entidades ligadas ao setor, possibilitando aos pequenos
produtores, acesso às sementes e matrizes de animais;
d) Ao sistema de seguro agrícola que forneça total garantia e
meios de produção aos pequenos agricultores;
e) À complementação dos serviços voltados para a
comercialização agrícola, armazenagem, transporte,
abastecimento local e melhoria dos preços aos pequenos
produtores;
f) À organização dos produtores em seus sindicatos,
cooperativas, associações de classe e demais formas
associativas, recebendo atenção preferencial em sua
constituição e consolidação, garantindo-se autonomia de ação;
g) À implantação no Município de agroindústrias comunitárias
para a industrialização de produtos agrícolas, criando
condições e apoiando, financeiramente;
h) À irrigação e drenagem, com a criação de um serviço
municipal para escavação de poços artesianos, onde houver
necessidade;
i) Ao estabelecimento dos custos de produção dos principais
produtos agrícolas do Município, objetivando o
estabelecimento de preços mínimos, condizentes de acordo
com a realidade municipal;
j) À comercialização direta, pelos pequenos produtores, aos
consumidores do meio urbano, isentando-os de impostos e
taxas facilitando o transporte dos produtos, organizando, entre
outros, feiras livres e mercadões;
l) Aos programas de produção de alimentos para autoconsumo e
comercialização, no próprio Município ou região dos
pequenos produtores, facilitando a integração com programas
de distribuição de custos baixos;
m) Ao armazenamento de produtos básicos oriundos dos
pequenos produtores, garantindo o abastecimento local e
melhoria nos preços;
n) À programação de habitação no meio rural, objetivando a
fixação de pequeno produtor na terra, em condições especiais
de financiamento, adaptadas à realidade do produtor, em
prazos e formas de pagamentos, de acordo com a cultura e
equivalência do produto produzido;
o) À garantia dos serviços públicos de educação, saúde e
telefonia das comunidades rurais, através da construção de
escolas, UBS (Unidade Básica de Saúde) e postos telefônicos,
conservação periódica dos prédios e equipamentos,
capacitação e reciclagem de pessoal, dando-lhes condições
adequadas de trabalho.

Art. 178- Para viabilizar a execução da política de desenvolvimento


rural, o Município alocará recursos financeiros anuais de, no
mínimo 28% (vinte e oito por cento) de seu orçamento geral.

Art. 179- O Município implementará projeto de cinturão-verde para


produção de alimentos, bem como estimulará as formas alternativas
de venda de produto agrícola, diretamente aos bairros de periferia.
PARÁGRAFO ÚNICO- Para implementar projetos de cinturão
verde e cooperar para a reforma agrária, com assentamento de
agricultores sem terra, o Município poderá desapropriar sítios de
lazer com área superior a um hectare, considerando como imóvel
urbano que não tiver destinação econômica, como também
destinará tal finalidade às terras públicas, nos limites urbanos, não
utilizados mediante a concessão de uso à trabalhadores rurais.

Art. 180- Fica criado o Conselho Municipal de Política Agrícola e


Fundiária, para defesa do pequeno e médio produtor.

Art. 181- O Conselho Municipal de Política Agrícola e fundiária


será constituído por representante do Poder público e,
majoritariamente, por representantes da sociedade civil, através de
entidades ligadas às questões agrárias, sindicais, profissionais e
econômicas, na forma da lei.

Art. 182- É competência do Conselho Municipal agrícola fundiária,


entre outras atribuições, aprovar planos e programas agrícolas,
opinar sobre concessões de terras públicas, julgar relevância ou não
para o Município, de implantação de projetos agroindustriais,
fiscalizar e avaliar a efetividade dos planos municipais de
agricultura.

Art. 183- O Município planejará e executará seu plano de


desenvolvimento agrícola, através da criação de distritos agrícolas,
os quais serão constituídos observados as características
geoeconômicas existentes:
I- Teor tecnológico;
II- Armazenamento;
III- Transporte;
a) Terrestre;
b) Fluvial;
IV- Comercialização e abastecimento interno.

CAPÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE
Art. 184- Todos têm direito ao meio ambiente saudável e
ecologicamente equilibrado, bem de uso do povo e essencial à
adequada qualidade de vida, impondo-se a todos e, em especial ao
Poder Público Municipal, o dever de defender e preservá-lo para o
beneficio das gerações atuais e futuras.
PARÁGRAFO ÚNICO- O direito ao meio ambiente saudável
estende-se ao local de trabalho, ficando o Município obrigado a
garantir e proteger o trabalhador contra toda e qualquer condição
nociva à sua saúde física e mental.

Art. 185- É dever do Poder Público, elaborar e implantar, através


de Lei, um plano municipal de meio ambiente e recursos naturais
que completará a necessidade do conhecimento das características
e recursos dos meios físicos e ecológicos, de diagnósticos de sua
utilização e definição de diretrizes para o seu melhor
aproveitamento no processo de desenvolvimento econômico e
social.

Art. 186- Cabe ao Poder Público, através de seus órgãos de


administração direta:
I- Preservar e restaurar processos ecológicos das espécies e
ecossistema;
II- Preservar e restaurar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético, biológico e paisagístico, no âmbito
Municipal fiscalizando as entidades de pesquisa e
manipulação genética;
III- Definir e implantar áreas em seus componentes
representativos, de todos os ecossistemas originais do
espaço territorial do Município a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração ou supressão, inclusive dos já
existentes, permitida somente através de lei, sendo vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
IV- Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou entidades
potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que
se dará publicidade, garantias audiências públicas;
V- Garantir a educação ambiental, em todos os níveis de
ensino, bem como conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VI- Proteger a fauna e flora, vedadas as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoque extinção de
espécie ou submetam os animais à crueldade, fiscalizando a
extração, captura, produção, transporte, comercialização e,
consumo de seus espécimes e subprodutos;
VII- Proteger o meio ambiente e combater a poluição, em
qualquer de suas formas;
VIII- Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
direito de pesquisa e exploração de recursos hídricos e
minerais, em seu território;
IX- Definir o uso e a ocupação do solo, subsolo e águas através
de planejamento que englobem diagnosticam, analise,
analise técnica, definição de diretrizes e gestão de espaços
com participação popular e socialmente negociável,
respeitando a conservação de qualidade ambiental;
X- Estimular e prover o reflorestamento ecológico em áreas
degradadas objetivando, especialmente, a proteção em
encostas dos resumos hídricos, bem como, a consecução de
índices mínimos de cobertura vegetal;
XI- Controlar e fiscalizar a produção, armazenamento,
transporte e comercialização de resíduos químicos e
elementares de alta radioatividade, incluído matérias
geneticamente alteradas, pela ação humana em instalações,
com técnicas e metidos que comportem o risco, efetivo ou
potencial, à saudável qualidade de vida e ao meio ambiente;
XII- Requisitar a realização periódica de auditoria, nos sistemas
de controle de poluição e preservação de riscos de acidentes
das instalações de atividades de significativo potencial
poluidor, incluindo a avaliação detalhada dos efeitos de sua
operação sobre a qualidade física, química e biológica dos
recursos ambientais, bem como sobre a saúde dos
trabalhadores e da população afetada;
XIII- Estabelecer, controlar e fiscalizar os padrões de qualidade
ambiental, considerando os efeitos sinérgicos e cumulativos
da exposição às fontes de poluição, incluída a absorção de
substâncias químicas, através da alimentação;
XIV- Garantir o amplo acesso dos interessados as informações
sobre as fontes e causas da poluição e da degradação
ambiental e, em particular, os resultados das monitoragens
e das auditorias, a que se refere o inciso XII, deste artigo;
XV- Informar sistemática e amplamente à população, sobre os
níveis de poluição à qualidade do meio ambiente, as
situações de riscos de acidentes, a presença de substâncias
potencialmente danosas à saúde, na água potável e nos seus
alimentos;
XVI- Promover medidas judiciais e administrativas de
responsabilidade dos causadores de poluição ou de
degradação ambiental;
XVII- Incentivar a integração das universidades, instituições de
pesquisas e associações civis, nos esforços para garantir e
aprimorar o controle da poluição, inclusive no ambiente de
trabalho;
XVIII- Estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de
fontes de energia alternativas, não poluentes, bem como de
tecnológicas poupadoras de energia;
XIX- É vedada, a concessão de recursos públicos, ou incentivos
fiscais as atividades que desrespeitem as normas e padrões
de poluição ao meio ambiente natural e do trabalho;
XX- Recuperar a vegetação em áreas urbanas, segundo critérios
definidos em lei;
XXI- Discriminar, por lei, após reverendo popular:
a) As áreas e as atividades de significativa potencialidade de
degradação ambientação;
b) Os critérios para o estudo e relatório de impacto ambiental;
c) O licenciamento de obras causadoras de impacto ambiental,
obedecendo licença prévia, para instalação e funcionamento;
d) As penalidades para empreendimentos, já iniciados sem
licenciamento, e a recuperação da área de degradação, segundo
os critérios e métodos definidos pelos órgãos competentes;
e) Os critérios que nortearão a exigência de recuperação ou
reabilitação das áreas sujeitas a atividades de mineração.
XXII- Exigir o inventario das condições ambientais das áreas
sob ameaça de degradação ou já degradadas.

Art. 187- Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a


recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução
técnica exigida pelo órgão publico competente, na forma da lei.

Art. 188- É obrigatória, a recuperação da vegetação nativa nas áreas


protegidas por lei, e todo proprietário que não respeitar as restrições
ao desmatamento, deverá recuperá-lo.

Art. 189- É proibida a instalação de reatores nucleares com


exceções daqueles destinados às pesquisas cientificas e ao uso
terapêutico, cuja localização e especificação será definida em lei
complementar.

Art. 190- O Poder Público Municipal manterá, obrigatoriamente o


Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão colegiado,
autônomo e deliberativo, composto paritariamente por
representantes do Poder Publico, entidades ambientalistas,
representantes da sociedade civil que, entre outras atribuições
definidas em lei, deverá:
I- Analisar, aprovar ou vetar qualquer projeto público ou
privado que implique em impacto ambiental;
II- Solicitar, por um terço de seus membros, plebiscito ou
referendo.
III- PARÁGRAFO ÚNICO – Para o julgamento do projeto a
que se refere o inciso I, deste artigo, o Conselho Municipal
do Meio Ambiente, realizará audiências publicas
obrigatórias, em que se ouvirão as entidades interessadas,
especialmente os representantes da população atingida.

Art. 191- As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,


sujeitarão os infratores à sansões administrativas, com aplicação de
multas diárias e progressivas, nos casos de continuidade de infração
incluída a redução do nível de atividade e interdição,
independentemente da obrigação dos infratores de restaurar os
danos causados.

Art. 192- Nos serviços públicos prestados pelo Município e na sua


concessão permissão ou renovação, deverá ser avaliado o índice de
impacto ambiental.
PARÁGRAFO ÚNICO- As empresas concessionárias ou
permissionárias de serviços públicos deverão atender
rigorosamente aos dispositivos de proteção ambiental, não sendo
permitida a renovação da permissão ou concessão, no caso de
reincidência da infração.

Art. 193- Aquele que utilizar recursos ambientais fica obrigado na


forma da lei, a realizar programas de monitoragens a serem
estabelecidos pelos órgãos competentes.

Art. 194- Os recursos de multas administrativas e condenações


judiciais, por atos lesivos ao meio ambiente e das taxas de
incidentes sobre a utilização dos recursos ambientais, serão
destinados a um fundo gerido pelo Conselho Municipal do Meio
Ambiente, na forma da lei.

Art. 195- São áreas de proteção permanente:


I- As áreas de proteção das nascentes de rios e igarapés;
II- As áreas que abrangem exemplares raros da fauna e da
flora, bem como aquelas que sirvam como local de
pouso ou reprodução de espécies migratórias;
III- As margens dos rios e igarapés;
IV- Os açaizais.

Art. 196- O Poder Público Municipal deverá dar adequado


tratamento e destino final aos resíduos sólidos e aos esgotos de
origem domestica, exigindo o mesmo procedimento aos
responsáveis pela produção de resíduos sólidos e fluentes
industriais.

Art. 197- Qualquer projeto industrial ou comercial, e cuja matéria


prima implique em atentado a flora e a fauna do Município, só se
fará realizar mediante a competente autorização do Poder
Legislativo Municipal.

Art. 198- O açaizeiro será considerado patrimônio ecológico e fonte


de alimento natural, sendo vedado seu abate, para qualquer fim, sem
comprovado o replantio da matriz abatida.
PARÁGRAO ÚNICO- A não observância do que trata os artigos
197 e 198 desta Lei Orgânica, implicará em crime ecológico, cuja
punição irá desde a aplicação de multas previstas em lei federal, até
o confisco dos equipamentos pertencentes à pessoa do infrator.

CAPÍTULO V
DOS TRANSPORTES

Art. 199- O transporte é um direito fundamental do cidadão, sendo


de responsabilidade do Poder Público Municipal o planejamento, o
gerenciamento e a operação dos vários modos de transportes.

Art. 200- É dever do Poder Público Municipal, fornecer transporte


com tarifa condizente com o poder aquisitivo da população, bem
como assegurar a qualidade dos serviços.

Art. 201- O Poder Público Municipal deverá efetuar o planejamento


e a operação do sistema de transporte local.
§ 1º - O Executivo Municipal definirá, segundo o critério do Plano
Diretor, o percurso, a frequência e a tarifa do transporte coletivo.
§ 2º - A operação e a execução do sistema de transporte, será feita
de forma direta, ou por concessão ou permissão, nos termos da Lei
Municipal.

Art. 202- O Poder Público Municipal só permitirá a entrada em


circulação, de transportes Municipais, desde que estejam adaptados
ao livre acesso e circulação das pessoas com deficiência física e
motora.

Art. 203- O Município terá como prioridade, a instalação de


infraestrutura adequada para embarque e desembarque de
passageiros e de produtos de primeira necessidade, transportados
por vias terrestres e aquaviárias.

Art. 204- O Município exercerá poder de polícia sobre o tráfego em


suas vias urbanas e rodovias.

Art. 205- As concessionárias de serviços de ônibus devem observar


a legislação sobre saúde e meio ambiente, sob forma da lei.
§ 1º - A fiscalização municipal terá livre ingresso nas empresas.
§ 2º - A não observância da legislação citada, implica na aplicação
de multas equivalentes a cinquenta vezes o valor da menor tarifa
exercida na Empresa, na data da infração.
§ 3º - Em caso de reincidência, haverá intervenção municipal nas
Empresas, com a finalidade especifica de adequá-las à legislação
referida, pelo prazo de quarenta e cinco dias.
§ 4º - Em caso de nova reincidência, haverá cassação das
concessões.
§ 5º - É assegurada ampla defesa as concessionárias, bem como a
participação comunitária nos procedimentos administrativos que
visam aplicação do presente artigo.
Art. 206- As concessionárias são obrigadas a fixar, pelo menos em
cada lateral interna dos veículos, cartaz com resumo das obrigações,
a qual está sujeita a cumprir as decorrências, da concessão bem
como, quais penalidades, em caso de inobservância.
PARÁGRAFO ÚNICO- A Repartição Municipal compete
determinar as dimensões do modelo deste cartaz, do qual constará
em destaque, endereço e telefone para encaminhamentos de
reclamações pelos usuários.

Art. 207- Fica assegurada a participação da população através do


Conselho Municipal de Transporte, formado por associações da
sociedade civil, inclusive sindicais, profissionais, no planejamento
fiscalização e operação dos transportes, priorizando o sistema de
transporte local.

Art. 208- É dever do Executivo Municipal, garantir um sistema


municipal de transporte que atenda as exigências geográficas, de
escoamento da produção e de poder aquisitivo da população.

TITULO VI
DA ORDEM SOCIAL
CAPITULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 209- A ordem social tem como prioridade o trabalho e, como


objetivo, a justiça social.

Art. 210- As ações do Poder Público estarão prioritariamente


voltadas para as necessidades sociais básicas.

CAPITULO II
DA SAÚDE

Art. 211- A saúde é direito de todos e dever do Estado, assegurado


mediante políticas econômicas e ambientais, que visem prevenção
e/ou eliminação do risco de doenças e outros agravos, bem como,
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, para a sua
promoção.

Art. 212- As ações e serviços de saúde são de natureza pública,


cabendo ao Município dispor, nos termos da lei, sobre a
regulamentação, fiscalização e controle.

Art. 213- As ações e serviços de saúde são prestadas através do SUS


(Sistema Único de Saúde), respeitadas as seguintes diretrizes:
I- Descentralizada e com direção do Município,
II- Integração das ações e serviços de saúde, adequada as
diversas realidades epidemiológicas;
III- Universalização da assistência de igual qualidade, com
instalação e acesso a todos os níveis dos serviços de saúde à
população;
IV- Participação paritária em nível de decisão, de entidades,
representativas de usuários, trabalhadores de saúde e
prestadores de serviços, na formulação, gestão e controle
das políticas e ações de saúde, em nível Municipal;
V- Participação direta do usuário, ao nível das unidades
prestadoras de serviços à saúde, no controle de suas ações e
serviços;
§ 1º - As instituições privadas poderão participar, em caráter
complementar, do sistema de saúde do Município, segundo as
diretrizes deste, mediante contrato de direito público, com
preferência as entidades filantrópicas, de acordo com a politica
nacional de saúde.
§ 2º - O Poder Público poderá investir ou desapropriar os serviços
de natureza privada, necessários ao alcance dos objetivos do
sistema, em conformidade com a lei.

Art. 214- É de responsabilidade do Sistema Único de Saúde, no


Município garantir o cumprimento das normas legais que
dispuserem sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção
de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplantes,
pesquisa ou tratamento bem como a coleta, o processamento e
transfusão de sangue e seus derivados vedados todos os tipo de
comercialização.
Parágrafo único – Fica sujeito à penalidade, na forma da lei, o
responsável pelo não cumprimento da legislação relativa à
renovação e sangue e seus derivados, dos órgãos, tecidos e
substâncias humanas.

Art. 215- Ao Sistema Único de Saúde, compete além, de outras


atribuições, nos termos da lei:
I- Gestão, planejamento, controle e avaliação de política
municipal de saúde, estabelecida em consonância como o
inciso IV, Art. 200 da Constituição Federal;
II- Garantir aos usuários, o acesso ao conjunto das informações
referente às atividades desenvolvidas pelo sistema, assim
como, sobre os agravos individuais e coletivos,
identificados;
III- Desenvolver políticas de recursos humanos, garantindo os
direitos do servidor público e necessariamente peculiares ao
sistema de saúde;
IV- Participar da formação da política e na execução das ações
de saneamento básico e proteção ao meio ambiente;
V- Estabelecer normas, fiscalizar e controlar edificações,
instalações, estabelecimentos, atividades, procedimentos,
produtos, substancias e equipamentos, que interfiram,
individual ou coletivamente, incluindo os referentes à saúde
do trabalhador;
VI- Propor atualização periódica do Código Sanitário
Municipal;
VII- A prestação de serviços de saúde, de vigilância sanitária e
epidemiológica incluída os relativos à saúde do trabalhador,
além de outros de responsabilidade do sistema, de modo
complementar, coordenados com os sistemas municipais;
VIII- Desenvolver, formular e implantar medidas que atendam
os programas da política nacional de saúde pública.

Art. 216- O Conselho Municipal de Saúde, contará com efetiva


participação de representantes do poder público, de segmentos
sociais organizados, em especial a classe trabalhadora e suas
organizações, devendo ter caráter deliberativo no planejamento,
execução e controle das ações de saúde a ser desenvolvidas no
Município.

Art. 217- Garantir atendimento a população de acordo com a


política nacional de saúde, conforme normativas legais.

Art. 218-A gestão municipal de saúde manterá um processo de


formação dos agentes de saúde (parteiras, enfermeiras, agentes
sanitários, etc), que orientarão sobre alimentação, higiene,
planejamento familiar e medicina preventiva e curativa.

Art. 219- Fica criado e garantido o fundo de ação à saúde, de


dezoito por cento do orçamento geral do município.

CAPITULO III
DA EDUCAÇÃO

Art. 220- A educação, enquanto direito de todos e dever do


Estado e da família, deve ser baseado nos princípios da
democracia, da liberdade de expressão, da solidariedade e do
respeito aos direitos humanos, visando constituir-se em
instrumento de desenvolvimento da capacidade de elaboração e
reflexão critica da realidade.
PARÁGRAFO ÚNICO- O Poder Público Municipal estimulará
e apoiará o desenvolvimento da proposta educativa diferenciada,
com base nas novas experiências pedagógicas, através de
programas especiais destinados a adultos, crianças, adolescentes
e trabalhadores, bem como a capacitação de recursos humanos
para educação pré-escolar e de adultos.

Art. 221- O ensino será ministrado com base na lei de diretrizes


da educação nacional e nos seguintes princípios:
I- Igualdade de condições para o acesso e a permanência na
escola, para qualquer pessoa, vedadas as distinções
baseadas na origem, raça, sexo, idade, religião, preferência
política ou classe social;
II- Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
pensamento, a arte e o saber;
III- Pluralismo de ideias e concepções;
IV- Gratuidade, do ensino público em estabelecimento oficial
vedado a cobrança de taxas ou contribuições a qualquer
titulo com qualquer finalidade, ainda que facultativa;
V- Valorização dos profissionais do ensino, garantindo, na
forma da lei, ou plano de carreira para o magistério, com
piso salarial profissional e ingresso no magistério público
exclusivamente por concurso público de provas e de provas
a títulos, bem como regime jurídico único para todas as
instituições mantidas pelo Município;
VI- Gestão democrática do ensino, garantida a participação de
representantes da comunidade;
VII- Garantia de padrão de qualidade;
VIII- Direito de organização autônoma dos diversos segmentos
da comunidade escolar;
IX- Livre acesso por parte dos membros da comunidade escolar,
as informações sobre leis existentes nas instituições a que
estiverem vinculados;

Art. 222- O ensino fundamental é obrigatório e gratuito, inclusive


para aqueles que a ele não tiveram acesso na idade própria.
§ 1º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público
ou sua oferta irregular, importa em responsabilidade da autoridade
competente.
§ 2º - Compete ao Poder Público recensear os educando no ensino
fundamental, promovendo anualmente o levantamento da
população em idade escolar, fazer-lhe a chamada e zelar, junto aos
pais e responsáveis, pela frequência à escola.

Art. 223- O ensino Público será organizado na rede municipal,


obedecendo aos princípios da Constituição Federal, Constituição
Estadual e visando:
I- A responsabilidade do município no atendimento em
creches, pré-escolas e ensino fundamental;
II- Ao atendimento prioritário à idade escolar obrigatória;
III- Ao desenvolvimento de programas suplementares de
material didático escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde, financiados com recursos provenientes
de contribuições sociais e outros previstos nos orçamentos;
IV- A medida destinada ao estabelecimento de modelos de
ensino rural que considerem a realidade municipal
especifica;

Art. 224- O Poder Executivo garantirá, obrigatoriamente, a


concessão de bolsas de estudos aos estudantes de cursos superiores
que precisam se deslocar a outros municípios, que residam no
município, destinado, para tanto, dez por cento dos recursos
inerentes à educação.
Parágrafo Único- O município deverá usar o recurso referente ao
fundo municipal para pagar as bolsas.
§ 1º - O presente artigo só contemplará os estudantes que
comprovarem a efetivação de matricula, relativo ao semestre do
curso.
§ 2º - Os estudantes universitários beneficiados com o que dispõe o
caput deste artigo deverão firmar compromisso em cartório de, após
a conclusão do curso, prestar serviços na área municipal, pelo
período de 06 meses, no mínimo, como forma de ressarcimento ao
erário público, salvo nos casos em que os seus serviços não sejam
requisitados.
Art. 225- É assegurada a eleição direta de Diretor e Vice-Diretor
das Escolas Municipais, pela escola, em processo dirigido pelo
Conselho Escolar, ficando o poder Executivo obrigado a nomear os
eleitos.

Art. 226- São órgãos normativos e fiscalizadores do sistema


municipal de Educação, nos termos da lei:
I- O Conselho municipal de Educação;
II- Os Conselhos Escolares.

Art. 227- A direção da Escola Pública Municipal será exercida por


pessoas comprovadamente habilitadas (especialistas em
magistério), devidamente eleitas por voto secreto e direto da
comunidade escolar (professores, corpo administrativo, pessoal de
apoio, pais e alunos acima de doze anos).

Art. 228- Compete ao Poder Público apresentar Plano de Carreira


especifico para o Magistério, instituindo, além dos dispositivos
normais, proposta de percentual para a hora atividade e adicionais,
previstos em lei.

Art. 229- Cabe ao Poder Público o dever de instituir alternativas


especiais para o aproveitamento escolar das crianças excepcionais,
porventura existentes no Município.

Art. 230- As Escolas Públicas e Privadas terão incluídas nos


programas de disciplinas curriculares, noções de estudo
constitucionais, de defesa do meio ambiente, da história do
Município e do uso indevido de drogas.

Art. 231- O Poder Público promoverá esforços para a atualização,


capacitação e qualificação docente.
Art. 232- O Município aplicará, na educação, um percentual
superior ao mínimo previsto na Constituição Federal, da receita
resultante de impostos, incluindo transferências.
PARÁGRAFO ÚNICO- A necessidade a que se refere este artigo
será estabelecida em parceria com o Conselho Municipal de
Educação, determinando o necessário para a manutenção e
desenvolvimento do Ensino Público Municipal.

Art. 233- O material didático produzido pelo Poder Público


Municipal será eminentemente voltado para a realidade
socioeconômica do Município, respeitando-se ainda, o disposto no
artigo quinto da Constituição Federal.

Art. 234- Os planos e projetos necessários à obtenção de auxilio


financeiro, estadual ou federal, aos programas de educação do
Município, serão elaborados pela administração do ensino
Municipal com a participação do Conselho Municipal de Educação,
constatando com assistência técnica de órgãos competentes da
administração pública.
§ 1º - Igualdade de condições para o acesso e a permanência na
escola, para qualquer.
§ 2º - Os estudantes universitários beneficiados com o que dispõe o
caput deste artigo.

Art. 235- É assegurada aos estudantes de qualquer nível de tarifas


reduzidas a metade, nos transporte urbano e rural, terrestre ou
aquaviárias, mediante apresentação de carteira escolar, expedida
pela entidade estudantil que os represente a nível municipal.

Art. 236- O Município publicará, relatório da execução financeira


da despesa em educação e o remeterá a Câmara Municipal e ao
Conselho Municipal de Educação, até trinta dias após o
encerramento de cada semestre, discriminando os gastos mensais e,
os da reforma, manutenção e conservação das escolas, bem como
as respectivas fontes.
Art. 237- Compete ao órgão especializado do Poder Executivo,
elaborar o Plano Municipal anual de Educação, o qual será
submetido à apreciação do Poder Legislativo.

Art. 238- Ao Conselho Municipal de Educação, constituído por


representantes do Poder Público e, majoritariamente por membros
eleitos da sociedade civil, entidades profissionais, sindicais e
econômicas da educação e estudantes competindo-lhes, dentre
outras, as seguintes atribuições:
I- Definir proposta de política educacional;
II- Analisar e aprovar em primeira instância o plano Municipal
de educação, elaborado pelo Poder Executivo;
III- Aprovar convênios celebrados com as escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas.

Art. 239- Ficam criados os Conselhos Escolares, órgãos de


aconselhamento, controle, fiscalização e avaliação do sistema de
ensino, em nível de cada estabelecimento escolar público ou
naqueles que o Poder Público Municipal, recebam auxílios
financeiros.
PARÁGRAFO ÚNICO- Constitui-se crime de responsabilidade,
os atos que importem embaraçam ou cause impedimento a esses
colegiados.

Art. 240- A composição, funcionamento e atribuições do


Conselho Municipal de Educação e Conselhos Escolares, serão
definidos em lei, após consulta e referendo popular.

Art. 241- As educações sexuais, ambientais e para o combate ao


consumo de drogas, constarão como conteúdo obrigatório das
disciplinas escolares do ensino fundamental e EJA.

Art. 242- O Município garantirá a inclusão, no ensino


fundamental e EJA, de conteúdo sobre as lutas das mulheres,
índios e negros, resgatando a história das minorias sociais, na
sociedade.

Art. 243- O Município implantará sistema de educação rural,


visando o desenvolvimento da economia primaria, obedecendo
aos seguintes princípios:
I- Motivar e estimular o indivíduo para agir em sua própria
comunidade;
II- Propiciar as oportunidades de capacitação, treinamento e
ação, como fatores de que necessita para realizar sua própria
transformação;
III- Associar os temas tratados, quanto aos níveis
socioeconômico-culturais da clientela:
a) Instalação de escolas rurais;
b) Instalação de cooperativas educativas e sustentadores parciais
das necessidades alimentícias, dos educandos e seus
familiares.

Art. 244- O Município criará creches para crianças de zero a seis


anos, filhos de mulheres trabalhadoras, na zona rural e urbana.

CAPITULO IV
DA CULTURA

Art. 245- A cultura, entendida como todo sistema independente o


ordenador de atividades humanas na sua dinâmica, terá do
município o estimulo, bem como a produção cultural de sua
população.

Art. 246- O Poder Público garantirá o reconhecimento, a


preservação e o desenvolvimento dos diferentes aspectos, fatores e
atividades que compõem a identidade cultural do município, através
de:
I- Levantamento da realidade e perfil cultural do Município,
em todos os seus aspectos, visando recuperar a história da
comunidade e inventariar os seus bens culturais;
II- Implantação de um sistema de captação, guarda, fluxo e uso
de informações relativas à cultura, de modo a organizar uma
memória consistente sobre os mais diferenciados aspectos
da realidade cultural;
III- Ampla circulação de todas as informações referentes à sua
realidade cultural;
IV- Criação de aspectos para o pleno e adequado exercício da
atividade cultural;
V- Fortalecimento de entidades culturais privadas, de utilidade
pública, através do apoio técnico-financeiro para incentivo
à produção local, sem fins lucrativos.
PARÁGRAFO ÚNICO- O Município garantira a manutenção e
ampliação permanente da memória, de que trata o inciso II deste
artigo, através de pesquisa, preservação, restauração e divulgação
do patrimônio documental fonográfico, audiovisual, plástico,
bibliográfico, museológico, histórico, artístico e arquivístico.

Art. 247- Constituem produção e patrimônio cultural do Município


bens de natureza material e imaterial, individualmente ou em
conjunto, portadores de referencias à identidade, à ação e à memória
de diferentes grupos formadores da sociedade local, nos que se
incluem:
I- Às informações de expressão;
II- Os modos de criar, fazer e viver;
III- Às criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV- As obras, objetos, documentos, educações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
V- As cidades, os edifícios, os conjuntos urbanos e sítios de
valor arquitetônico, histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, científicos e inerentes às relevantes narrativas
da história cultural local;
VI- A cultura indígena, tomada isoladamente em seu conjunto.
Art. 248- O Município deverá apresentar dotação orçamentária
própria a questão cultural, bem como plano anual de atividades
culturais.

Art. 249- O Poder Público Municipal atuará na área cultural, através


de planos específicos a serem desenvolvidos por unidade
administrativa especifica, para esse fim criado, com as seguintes
características especificas:
I- A unidade administrativa será uma secretaria, com
autonomia necessária para gerir atividade cultural, podendo
ser composta por autarquias, como: fundação,
departamentos culturais, divisão ou casa da cultura;
II- A unidade administrativa terá infraestrutura própria de
recursos humanos, materiais e financeiros, condizentes com
a necessidade da produção e do patrimônio cultural;
III- A biblioteca, museu, arquivo ou outros organismos e
espaços culturais que o Município venha criar ficarão
vinculadas a unidade administrativa;
IV- O Município investirá na formação e aperfeiçoamento de
pessoal de modo a dispor de recursos humanos aptos à
prática de suas funções, através de realizações de cursos,
treinamentos, oficinas, bem como de intercambio com
outras instituições para participação em eventos afins;
V- O plano Municipal de cultura será garantido mediante
recursos financeiros específicos, tanto em nível de
orçamento próprio, como de fontes alternativas de
financiamentos.
PARAGRAFO ÚNICO- Fica criado o Sistema Municipal de
Politica Cultural, sendo de responsabilidade da Unidade
Administrativa a gestão.

Art. 250- Ao fundo Municipal de Cultura, com recursos


provenientes de percentual sobre a taxa de cinco por cento,
incidente sobre imposto de renda, devido das Empresas instaladas
na região, de forma a assegurar o incremento da atividade cultural
dentro do que preceitua o item VII do Art. 192, da Constituição
Federal.
PARÁGRAFO ÚNICO- O fundo de que trata este artigo será
gerenciado pelo Poder Público Municipal, através da unidade
administrativa que gerencia a atividade cultural, com participação
de entidades representativas dos diversos segmentos da área
cultural.

Art. 251- O Poder Público Municipal apoiará e encaminhará


projetos voltados ao tombamento de bens populares, de modo a
contribuir para a preservação do patrimônio histórico, artístico e
cultural da região.
PARÁGRAFO ÚNICO- O Município tomará a iniciativa de
solicitar, junto aos órgãos competentes, o tombamento de bens de
interesses histórico, artístico e cultural, relevantes para a incidência
cultural da região.

Art. 252- Ao Conselho Municipal de Política Cultural, composto


com a participação de representantes do Poder Público e,
majoritariamente, por representantes da sociedade civil, eleitos
pelas entidades ligadas à cultura, especialmente para esse fim
utilizando-se em órgão competente para controle e avaliação das
políticas e ações de cultura, competindo-lhe além de outras que a
lei dispuser as seguintes atribuições:
I- Propor políticas, programas e projetos de culturas, em
atendimento às necessidades da população, sempre que
preciso de forma articulada com outras áreas de atividades;
II- Acompanhar, analisar e avaliar a formulação e
implementação de políticas, programas e projetos na área
cultural;
III- Analisar, acompanhar e exercer o controle de uso e
aplicação adequada dos destinos às ações culturais
opinando, previamente, sobre a proposta orçamentária anual
do setor;
IV- Realizar encontros periódicos com diversos segmentos da
sociedade civil, visando analisar e avaliar as ações culturais
do Município, subsidiando novos planos e programas.

Art. 253- O Poder Público Municipal apoiará e acompanhará


projetos relacionados à cultura em áreas de interesse ecológico, de
forma a contribuir para a preservação do patrimônio.

CAPITULO V
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 254- Assistência Social direito do cidadão e dever do Estado, é


Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de
ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
atendimento às necessidades básicas da população, tendo como
fundamento prioritário:
a) desenvolver e articular ações da Política da Assistência Social,
consolidando os programas, projetos e serviços de atendimento aos
segmentos da população excluída dos mínimos sociais,
viabilizando o acesso às políticas sociais básicas, como forma de
garantir o seu Pleno desenvolvimento e a inclusão no processo de
cidadania;
b) garantir a continuidade da política de atendimento a crianças e
adolescentes, idoso, deficientes e mulher, com a finalidade de
garantir a qualidade desta e de sua família, minimizando os
problemas decorrentes da realidade social, assegurados pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei Orgânica de Assistência
Social;
c) desenvolver e assegurar programas e projetos de atendimento à
família, à criança e ao adolescente, ao idoso e à pessoa portadora de
deficiência;
d) desenvolver e apoiar ações de capacitação e organização de
grupos e associações, visando elevar o nível de consciência social,
à valorização, participação e auto sustentação;
e) desenvolver atividades de capacitação profissional, visando à
geração de renda.

Art. 255- Compete ao Município, na área de Assistência Social:


I – suplementar a legislação federal e estadual, dispondo sobre a
proteção à infância, à juventude e aos portadores de deficiência,
lhes garantindo o acesso a logradouros, edifícios públicos e veículos
de transporte coletivos;
II – formular políticas municipais de Assistência Social em
articulação com a política federal e estadual;
III - legislar e estabelecer normas sobre matéria de natureza
financeira, política e programática na área assistencial, respeitadas
as diretrizes e princípios federais e estaduais;
IV - planejar, coordenar, executar, controlar, fiscalizar e avaliar a
prestação de serviços assistenciais a nível municipal em articulação
com as demais esferas do governo;
V - registrar e autorizar a instalação e funcionamento de entidades
assistenciais não governamentais.

Art. 256- É vedada a distribuição de recursos públicos, na área de


assistência social, diretamente ou por indicação e sugestão ao órgão
competente, por ocupantes de cargos eletivos.

Art. 257- Os recursos financeiros do serviço de promoção social


estarão vinculados ao órgão competente, e o planejamento e
controle de sua aplicação serão acompanhados pelo Conselho do
Município.

SEÇÃO I
DA FAMILIA

Art. 258-A família receberá proteção do Município, numa ação


conjunta com a União e o Estado do Pará.
§ 1º. Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do
casal, cabendo ao Município propiciar recursos educacionais,
científicos e assistenciais para o exercício desse direito, vedada
qualquer forma coercitiva por parte das instituições públicas
municipais.
§ 2º. O Município definirá, juntamente com o Estado do Pará, uma
política de combate à violência nas relações familiares.
Art. 259- O Município promoverá programas de assistência à
família, instituindo tratamento médico e assistencial diferenciado e
preferencial às crianças nas fases iniciais da vida, aos idosos e a
pessoa portadora de deficiência.

SEÇÃO II
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Art. 260- À criança e ao adolescente é garantida a prioridade de


receber proteção e socorro, em qualquer circunstancia e preferência
no atendimento por órgão público municipal, de qualquer poder.

Art. 261- O Município promoverá e apoiará a divulgação dos


direitos da criança, do adolescente e do idoso, consagrada na ordem
Constitucional vigente.

Art. 262- Ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do


Adolescente, composto por representantes do Poder Público e da
sociedade civil indicados através das entidades ligadas à defesa a
criança e do adolescente, que dentre outras estabelecidas em Lei, as
seguintes atribuições:
I- Criar e elaborar diretrizes de funcionamento para o
Conselho Tutelar;
II- Acompanhar, fiscalizar, supervisionar avaliar o
desenvolvimento das ações executadas no Município;
III- Participar da definição de percentual orçamentário, a ser
destinado à execução da política de atendimento à criança e
ao adolescente;
IV- Opinar na elaboração de leis que beneficiem à criança e ao
adolescente;
V- Cientificar ao Ministério Público, ação competente, nos
casos de infringência dos direitos da criança e do
adolescente;
VI- Desenvolver um programa educativo junto às famílias, para
conscientização dos direitos das crianças e adolescentes.

Art. 263- Todo material escolar, elaborado pelo Município, deverá


trazer a declaração universal dos direitos da criança, visando
conscientização da população.

Art. 264- O Município, através do Conselho Municipal de Direitos


da criança e do adolescente, desenvolverá programas de lazer,
especialmente no dia 12 de outubro, consagrado como dia da
criança.

Art. 265- O Município criará as condições necessárias para todas as


crianças e adolescentes tenham acesso as escolas.

Art. 266- Através do Conselho Municipal de Direitos da Criança e


do Adolescente, o Poder Público desenvolverá campanhas de
combate às drogas, procurando ainda, estimular os jovens para
convício na sociedade.

SEÇÃO III
DO IDOSO

Art. 267- O Poder Público assegurará aos idosos acima de sessenta


e cinco anos ingressos gratuitos em cinemas, casas de diversões,
estádios e demais locais públicos, bem como gratuidade dos
transportes, coletivos, mediante simples apresentação de carteira de
identidade ou documento similar.
Parágrafo único – O descumprimento deste artigo implicará em
sansões administrativas e outras condenações legais.

Art. 268- O Município garantirá especialmente aos maiores de


cinquenta e cinco anos, a construção e/ou melhoria de suas
moradias, de modo, a aumentar o seu conforto e segurança.
PARÁGRAFO ÚNICO – É vedada ao Poder Público instituição e
construção de asilos.

Art. 269- O Município criará e implementarão nas escolas públicas


e/ou espaços comunitários, cursos de formação e reciclagem
profissional para pessoas idosas.

Art. 270- O Município incluirá nos programas de ensino público


fundamental e Educação de Jovens e Adultos, o entendimento do
processo de envelhecimento, a nível bio-psíco-social e ideológico.

Art. 271- O Município valorizará a mão-de-obra idosa, garantindo


oportunidade para reingressar no mercado formal de trabalho.

Art. 272- O município implantará nas suas escolas, cursos cujas


metodologias, diferenciada a nível informal, garantam a
participação dos idosos.

Art. 273- Ao Conselho Municipal de Direitos da Pessoa Idosa, de


caráter permanente, consultivo e deliberativo, com a finalidade de
supervisionar a política municipal de atendimento do idoso, sendo
composto majoritariamente por membros da sociedade civil,
cabendo-lhe:
I- Formular política municipal de defesa do idoso;
II- Definir prioridades e decidir sobre a aplicação de recursos
públicos, destinados à área de assistência social aos idosos;
III- Fiscalizar, acompanhar e avaliar a efetividade social dos
programas de assistência ao idoso;
IV- Levar ao conhecimento do Ministério Público e sociedade
em geral, o não cumprimento de leis inerentes ao direito do
idoso.

Art. 274- Implantação de programa de assistência integral a pessoa


idosa nas unidades básicas de saúde, integrado com a política
educacional, de assistência social, cultura, esporte e lazer do
município.

Art. 275- O Município poderá criar sistema previdenciário próprio


garantindo:
I- Pagamentos a aposentados e pensionistas, com data nunca
excedente ao último dia útil de cada mês;
II- Que a aposentadoria municipal corresponda a valores iguais
ou superiores ao salário mínimo nacionalmente unificado;
III- Que sejam estabelecidos programas de pré-aposentadoria.

Art. 276- O Município garantira aos seus munícipes, beneficiários


de aposentadorias, pensões e benefícios de qualquer sistema
previdenciário, o pagamento descentralizado e, na própria sede ou
Distrito Municipal.

SEÇÃO IV
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Art. 277- O Município assegurará condições de prevenção das


deficiências física, sensorial e mental, com prioridade para a
assistência pré-natal e à infância, e para a integração social da
pessoa com deficiência, em especial do adolescente, e a facilitação
do acesso a bens e serviços coletivos, com eliminação de
preconceitos e remoção de obstáculos arquitetônicos.
§ 1º - Para assegurar a implementação das medidas indicadas no
presente artigo, incumbe ao Poder Público:
I - estabelecer normas de construção e adaptação de logradouros e
edifícios de uso público e de adaptação de veículos de transporte
coletivo;
II - celebrar convênios com entidades especializadas sem fins
lucrativos, com vistas ao treinamento, habilitação e reabilitação
profissional da pessoa com deficiência e do acidentado no trabalho,
e assegurar a integração entre saúde, trabalho e educação;
III - estimular a empresa, mediante adoção de mecanismos,
inclusive incentivos fiscais, a absorver a mão-de-obra de pessoas
com deficiência;
IV - criar programas de assistência integral para excepcional não
reabilitável;
V - destinar, na forma da lei, recursos às entidades de amparo e
assistência a pessoa com deficiência.

§ 2º - Ao servidor público que passe à condição de deficiente no


exercício de cargo ou função pública, o Município assegurará
assistência médica e hospitalar, medicamentos, aparelhos e
equipamentos necessários ao tratamento e à sua adaptação às novas
condições de vida.

CAPITULO VI
DA MULHER

Art. 278- É dever de o Município garantir, perante a sociedade, a


imagem social da mulher como trabalhadora, mãe e cidadã, em
plena igualdade de direitos e obrigações com o homem.

Art. 279- O Município não permitirá a discriminação em relação ao


papel social da mulher e garantirá educação não diferenciada,
através; da preservação de seus agentes educacionais, seja no
comportamento pedagógico ou no conteúdo do material didático.
Art. 280- Ao Conselho Municipal da Condição Feminina, composto
por representantes do Poder Público e da sociedade civil, indicados
através de entidades ligadas à defesa da mulher, que terá dentre
outras estabelecidas em Lei, as seguintes atribuições:
I- Promover orientação à mulher, na defesa de seus direitos;
II- Acompanhar, fiscalizar e avaliar o desenvolvimento das
ações executadas no Município;
III- Desenvolver campanha, no Município, sobre os direitos, da
mulher, visando acabar com a discriminação existente;
IV- Estimular, a criação e organização de grupos de mulheres,
por local de trabalho, ou moradia, visando debater e
defender os direitos da mulher;
V- Opinar na elaboração de Leis que beneficiem a mulher;
VI- Participar na definição de percentual orçamentário a ser
destinado à execução de política de atendimento à mulher;

Art. 281- O Município auxiliará o Estado e a União, na criação e


manutenção das delegadas especializadas no atendimento à mulher,
criará e manterá albergues para mulheres em situação de risco a
integridade física e moral.

Art. 282- O Município promoverá atividades educativas e culturais


no dia 08 de março, em homenagem ao dia Internacional da Mulher.
Parágrafo Único: O Município garantirá políticas de geração de
emprego e renda à mulher.

CAPITULO VII
DOS ESPORTES E RECREAÇÃO

Art. 283- Cabe ao Município apoiar e incrementar as práticas


desportivas nas comunidades.
PARAGRAFO ÚNICO: O município destinará recursos públicos
para a promoção prioritária de desporto e, em casos específicos,
para-a do desporto de alto rendimento.
Art. 284- O Município proporcionará meios de recreação sadia e
construtiva à comunidade, mediante:
I- Reservas de espaços verdes ou livres, em forma de parques,
bosques, jardins, praias e assemelhados; com a base física
de recreação urbana;
II- Construção e equipamento de parques infantis, centro de
juventude e edifício de convivência comunal;
III- Construção e manutenção de complexos esportivos
multiuso na área urbana e rural do município;
IV- Aproveitamento a adaptação de rios, vales, colinas,
igarapés, matas e outros recursos naturais, como locais de
passeio e distração.

Art. 285- Os serviços municipais de esporte e recreação articular-


se-ão entre si e com as atividades culturais do Município, visando a
implantação e o desenvolvimento do turismo.

Art. 286- É dever do Município, fomentar práticas desportivas e não


formais, com o direito de cada um, incentivando lazer, como forma
de promoção social.

TITULO VII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1º - Todas as Leis Complementares ou Ordinárias, decorrentes


da promulgação desta Lei Orgânica, deverão estar em plena
vigência até 05 de abril de 199l.
PARÁGRAFO ÚNICO – O Município, até o dia trinta e um de
dezembro de 1990, efetuará revisão em todas as Leis de codificação
e outras, já existentes.

Art. 2º - O atual Prefeito deverá apresentar o Plano Diretor, até o


dia trinta e um de dezembro de l990.
Art. 3º - No prazo máximo de doze meses, a contar da data da
promulgação desta Lei Orgânica, o Poder que detiver a iniciativa
das leis respectivas, deverá encaminhar os projetos de lei de sua
iniciativa e competência, exceto o Plano Diretor.

Art. 4º - O Poder Legislativo poderá apresentar os projetos de lei,


inclusive complementares, previstos nesta Lei Orgânica que não
sendo sua iniciativa, não lhes forem encaminhados no prazo fixado
no artigo anterior.

Art. 5º - O Poder Executivo submeterá à aprovação da Câmara


Municipal no prazo máximo de trezentos e sessenta dias, contados
da vigência desta lei, projetos de lei estruturando o Sistema
Municipal de Ensino, que constará, obrigatoriamente, a organização
administrativa e técnico-pedagógico do órgão municipal de
educação, bem como projetos de leis complementares que
instituam:
I- Estatuto do Magistério Municipal;
II- O plano de carreira do magistério municipal;
III- A organização da gestão democrática do ensino público
municipal;
IV- O Conselho Municipal de Educação;
V- O Plano Municipal Plurianual de Educação.

Art. 6º - As escolas da rede privada poderão optar pelo sistema


estadual, até que esteja plenamente implantado o sistema municipal
de ensino, quando então, obrigatoriamente, deverão participar do
sistema municipal.

Art. 7º - Deverá ser realizada uma completa avaliação de todos os


pagamentos de aposentados e pensionistas do Município,
adequando-os às novas normas constitucionais.

Art. 8º - Os servidores estáveis nos termos do artigo 19 do Ato das


Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal,
não aprovados em concurso público, passarão a integrar o quadro
suplementar, com a automática extinção dos cargos, na medida da
vacância.

Art. 9º - Fica o Município obrigado a fomentar a viabilização de


criação de estabelecimento para tratamento de doentes mentais,
obedecidos aos critérios da Organização Mundial de Saúde,
podendo fazê-lo em convenio com a Estado e a União.

Art. 10º - As normas disciplinares do serviço de transporte deverão


ser aprovadas no prazo máximo de seis meses.

Art. 11º - O Município fica obrigado a promover a divulgação do


texto integral da Lei Orgânica do Município, através dos meios de
comunicação de que dispuser.

Art. 12º - O Executivo Municipal deverá apresentar estudos sobre


os limites jurisdicionais, conforme o disposto no artigo 12, § 2º, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
Federal.

Art. 13º - Esta Lei Orgânica, elaborada e aprovada em 04/04/1990


pelos Vereadores da Câmara Municipal de Bujaru reunidos em
“Assembleia Municipal Constituinte”, com a participação de
entidades representativas do Município e Assessores Especiais,
com sua Revisão e Reforma aprovada de 27/12/2016, entrará em
vigor na data de sua promulgação.

CÂMARA MUNICIPAL DE BUJARU, EM 27 DE DEZEMBRO DE 2016.

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