Características Do Districto de Mogincual, Moçambique

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República de Moçambique

Ministério da Administração Estatal

PERFIL DO DISTRITO DE MOGINCUAL


PROVÍNCIA DE NAMPULA

Edição 2005
A informação incluída nesta publicação provém de fontes consideradas fiáveis e tem uma
natureza informativa, não constituindo parecer profissional sobre a estratégia de
desenvolvimento local. As suas conclusões não são válidas em todas as circunstâncias. Noutros
casos, deverá ser solicitada opinião específica ao Ministério da Administração Estatal ou à
firma MÉTIER - Consultoria & Desenvolvimento, Lda.

Série: Perfis Distritais


Edição: 2005
Editor: Ministério da Administração Estatal
Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © 2005 Ministério da Administração Estatal.
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em: http://www.metier.co.mz
Índice
________________________________________________________________________________________________

ÍÍnnddiiccee
PPrreeffáácciioo v
SSiiggllaass ee A
Abbrreevviiaattuurraass vii
M
MAAPPA
ADDA
A LLO
OCCA
ALLIIZ
ZAAÇÇÃ
ÃOOG
GEEO
OGGRRÁ
ÁFFIICCA
ADDO
ODDIISSTTRRIITTO
O viii
11 BBrreevvee CCaarraacctteerriizzaaççããoo ddoo D
Diissttrriittoo 2
11..11 LLooccaalliizzaaççããoo,, SSuuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo 2
11..22 maa,, RReelleevvoo ee SSoollooss
CClliim 2
11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass 3
11..44 EEccoonnoom miiaa ee SSeerrvviiççooss 4

22 SSoocciieeddaaddee 7
33 D
Deem
mooggrraaffiiaa 9
33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo 9
33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo 9
33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass 10
33..44 AAnnaallffaabbeettiissmmoo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo 11

44 H
Haabbiittaaççããoo ee CCoonnddiiççõõeess ddee V
Viiddaa 12
55 O
Orrggaanniizzaaççããoo A
Addm
miinniissttrraattiivvaa ee G
Goovveerrnnaaççããoo 14
55..11 GGoovveerrnnoo D Diissttrriittaall 14
55..22 RReeffoorrm a d
ma doo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo 16
55..33 SSíínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss 16
5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural 17
5.3.2 Educação e Saúde 19
5.3.3 Cultura, Juventude e Desporto 19
5.3.4 Mulher e Coordenação da Acção Social 20
5.3.5 Justiça, Ordem e Segurança pública 21
55..44 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass 21
55..55 CCoonnssttrraannggiim meennttooss àà aaccççããoo ddoo G Goovveerrnnoo D Diissttrriittaall 22
55..66 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom muunniittáárriiaa 23
55..77 AAppooiioo eexxtteerrnnoo 23

66 PPoossssee ee U
Ussoo ddaa TTeerrrraa 24
66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa 24
66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa 25
66..33 UUttiilliizzaaççããoo eeccoonnóómmiiccaa ddoo ssoolloo 25
6.3.1 Agricultura 25
6.3.2 Pecuária e Avicultura 26
6.3.3 Produção não agrícola 26

Mogincual

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Índice
________________________________________________________________________________________________

77 E
Edduuccaaççããoo 27
88 SSaaúúddee ee A
Accççããoo SSoocciiaall 30
88..11 CCuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
miiccoo 30
88..22 A c ç ão S
Acção Social o c i al 31

99 G
Géénneerroo 32
99..11 EEdduuccaaççããoo 32
99..22 A miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa
Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm 33
99..33 G o v er
Governação n a ç ão 34

1100 A
Accttiivviiddaaddee E
Eccoonnóóm
miiccaa 35
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom miiccaammeennttee aaccttiivvaa 35
1100..22 OOrrççaam meennttoo ffaam miilliiaarr 36
1100..33 SSeegguurraannççaa aalliim meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa 37
1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee 38
1100..55 AAggrriiccuullttuurraa ee D Deesseennvvoollvviimmeennttoo RRuurraall 39
10.5.1 Produção agrícola e sistemas de cultivo 39
10.5.2 Pecuária 41
10.5.3 Pescas, Florestas e Fauna bravia 41
1100..66 IInnddúússttrriiaa,, CCoom méérrcciioo ee SSeerrvviiççooss 42

A
Anneexxoo:: A
Auuttoorriiddaaddee CCoom
muunniittáárriiaa nnoo D
Diissttrriittoo ddee M
Mooggiinnccuuaall 43
D
Dooccuum
meennttaaççããoo ccoonnssuullttaaddaa 45

L
Liissttaa ddee ttaabbeellaass
TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005 9
TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico 10
TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa 10
TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português 10
TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997 11
TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida 12
TABELA 7: Programas de acção social, 2000-2003 20
TABELA 8: População, por condição de frequência escolar 27
TABELA 9: População, por nível de ensino que frequenta 28
TABELA 10: População, por nível de ensino concluído 28
TABELA 11: Escolas, alunos e professores, 2003 29
TABELA 12: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003 30
TABELA 13: Indicadores de cuidados de saúde, 2003 30
TABELA 14: População, por condição de orfandade, 1997 31
TABELA 15: População deficiente, por idade e residência, 1997 31
TABELA 16: População activa, por ramo de actividade, 2005 36
TABELA 17: Rede de estradas 38
TABELA 18: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003 40

Mogincual

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Índice
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L
Liissttaa ddee ffiigguurraass
FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida....................................................... 12
FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados .................................................... 13
FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água............................ 13
FIGURA 4: Estrutura do orçamento distrital, 2004 ........................................................ 21
FIGURA 5: Estrutura de exploração agrária da terra ...................................................... 25
FIGURA 6: Explorações e área, por culturas principais ................................................. 26
FIGURA 7: População, por nível de ensino que frequenta............................................ 27
FIGURA 8: Indicadores de escolaridade, por sexos........................................................ 32
FIGURA 9: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado........................... 33
FIGURA 10: População activa, por ramo de actividade, 2005........................................ 35
FIGURA 11: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços .............................. 36
FIGURA 12: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal ........................ 37

Mogincual

PÁGINA i v
República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal

P
Prre
effá
ácciio
o
Com 800 mil km2 de superfície e uma população de 19,5
milhões de habitantes, Moçambique inicia o séc. XXI, com
exigências inadiáveis de engajamento de todos os níveis da
sociedade e dos vários intervenientes institucionais e
parceiros de cooperação, num esforço conjugado de combate
à pobreza e desigualdade e de promoção do desenvolvimento económico e social do País.

Efectivamente, alcançar estes propósitos, num contexto de interdependência dos objectivos


de reconstrução e desenvolvimento com os do crescimento, requer o empenho de todos os
sectores, grupos e comunidades da sociedade moçambicana.

Na esfera da governação, esta exigência abrange todos os níveis territoriais e cada uma das
instituições públicas, estando a respectiva política do Governo enunciada nos preceitos
Constitucionais sobre a Descentralização e a Reforma do Sector Público.

A Lei dos Órgãos Locais, n.º 8/2003 de 27 de Março, ao estabelecer os novos princípios e
normas de organização, competências e de funcionamento destes órgãos nos escalões de
província, distrito, posto administrativo e localidade, dotou o processo de um novo quadro
jurídico que reforça e operacionaliza a importância estratégica da governação local.

Neste contexto, o Distrito é um conceito territorial e administrativo essencial à programação


da actividade económica e social e à coordenação das intervenções das instituições nacionais
e internacionais. Avaliar o potencial distrital e o seu grau de sustentabilidade, bem como o
nível de ajustamento do respectivo aparelho administrativo e técnico às necessidades do
desenvolvimento local, é, pois, um passo primordial.

É, neste contexto, que o Ministério da Administração Estatal elaborou e procede à


publicação dos Perfis dos 128 Distritos de Moçambique.

Fá-lo, numa abordagem integrada com o processo de fortalecimento da gestão e planificação


locais, proporcionando – para cada distrito, no período que medeia 2000 a 2004 – uma
avaliação detalhada do grau local de desenvolvimento humano, económico e social.

Estamos certos que este produto, apetrechará as várias Instituições públicas e privadas,
nacionais ou internacionais, com um conhecimento de todo o país, que potencia o
prosseguimento coordenado das acções de combate à pobreza em Moçambique.

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República de Moçambique
Ministério da Administração Estatal
Efectivamente, entendemos os Perfis Distritais como um contributo para um processo de
gestão que integra, por um lado, os aspectos organizacionais e de competências distritais e,
por outro, as questões decorrentes do desenvolvimento e da descentralização nas áreas da
planificação e da afectação e gestão dos recursos públicos.

A presidir à definição do seu conteúdo e estrutura, está subjacente a intenção de fortalecer


um ambiente de governação:
dominado pela visão estratégica local e participação comunitária;
promotor da gradual implementação de modelos de negócio da administração
distrital ajustados às prioridades da região, ao quadro de desconcentração de
competências e ao sistema de afectação de recursos públicos; e
integrado em processos de apropriação local na decisão e responsabilização na
execução.

Para a sua elaboração, foram preciosos os contributos recebidos de várias instituições ao


nível central e local, de que destacamos, todos os Governos Provinciais e Distritais, o
Instituto Nacional de Estatística, o Ministério do Plano e Finanças, o Ministério da
Agricultura e Desenvolvimento Rural, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde.

A todos os intervenientes e, em particular aos Administradores de Distrito, que estas


publicações sejam consideradas como um gesto de agradecimento e devolução. Uma menção
de apreço, ainda, ao grupo MÉTIER, Consultoria e Desenvolvimento, pela assistência
técnica prestada na análise da vasta informação recolhida.

A finalizar, referir que a publicação destes Perfis insere-se num esforço continuado, por
parte do Ministério da Administração Estatal e da sua Direcção Nacional de Administração
Local, de monitoria do desenvolvimento institucional da administração pública local e do seu
gradual ajustamento às exigências do desenvolvimento e crescimento em Moçambique.

Entusiasmamos, pois, todas as contribuições e comentários que possam fazer chegar a essa
Direcção Nacional, no sentido de melhorar e enriquecer o conteúdo futuro dos Perfis.

Maputo, 25 de Setembro de 2005.

Ministro da Administração Estatal

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Siglas e Abreviaturas
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S
Siig
glla
ass e
eAAb
brre
evviia
attu
urra
ass

AD Administração Distrital

DDADR Direcção Distrital de Agricultura e Desenvolvimento Rural

DDMCAS Direcção Distrital da Mulher e Coordenação da Acção Social

DNAL Direcção Nacional da Administração Local

DNPO Direcção Nacional do Plano e Orçamento

EDM Electricidade de Moçambique

EN Estrada Nacional

IAF Inquérito aos agregados familiares, sobre o orçamento familiar

INE Instituto Nacional de Estatística

IRDF Inquérito às receitas e despesas das famílias

MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural

MAE Ministério da Administração Estatal

MPF Ministério do Plano e Finanças

PA Posto Administrativo

PIB Produto Interno Bruto

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PRM Polícia da República de Moçambique

TDM Telecomunicações de Moçambique

PSAA Pequeno Sistema de Abastecimento de Água

Mogincual

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M
MAAP
PAAD
DAAL
LOOC
CAAL
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ÇÃÃO
OGGE
EOOG
GRRÁ
ÁFFIIC
CAAD
DOOD
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1
1 B
Brre
evve
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arra
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erriizza
aççã
ãood
dooD
Diissttrriitto
o

11..11 LLooccaalliizzaaççããoo,, S
Suuppeerrffíícciiee ee PPooppuullaaççããoo

O
distrito de Mogincual está localizado nap arte Este da Província de Nampula,
confinando a Norte com os distritos de Mossuril, Monapo e Meconta, a Sul com o
distrito de Angoche, a Este com o Oceano Índico (canal de Moçambique) e a Oeste
com os distritos de Meconta e Mogovolas.

Com uma superfície1 de 4.442 km2 e uma população recenseada em 1997 de 92.320
habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 110.952 habitantes, este distrito tem uma
densidade populacional de 24.9 hab/km2.

A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1.2, isto é, por cada


10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.

A população é jovem (42%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa
de masculinidade de 49%) e de matriz rural acentuada.

11..22 C
Clliim
maa,, R
Reelleevvoo ee S
Soollooss
A região compreendida pela faixa costeira apresenta um clima do tipo
sub-húmido seco, onde a precipitação média anual varia entre 800 e 1000
mm (Mossuril) e, a temperatura média durante o período de crescimento
das culturas excede os 25ºC (24 a 26ºC). A evapotranspiração potencial é da ordem dos
1400 a 1600 mm.

O norte de Nampula (Memba) apresenta valores médios anuais de precipitação mais baixos,
entre os 600 e 800 mm. A baixa pluviosidade associada à temperatura elevada resulta numa
deficiência de água crítica para a produção agrícola através da ocorrência de secas frequentes
e sub-períodos secos durante o período de crescimento.

Mais para sul e em direcção á região costeira do norte da Zambézia, incluindo os distritos
costeiros de Angoche e Moma na província de Nampula, a precipitação média anual volta
aos valores entre 800 e 1000 mm, embora a evapotranspiração potencial seja superior aos
1500 mm e a temperatura em regra superior a 24ºC.

Mogincual

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As planícies costeiras na região são dissecadas por alguns rios que sobem da costa para o
interior, gradualmente passando para um relevo mais dissecado com encostas mais
declivosas intermédias, da zona subplanáltica de transição para a zona litoral. Esta zona
corresponde à área costeira da província.

O distrito é atravessado pelos rios Mutomote, Metapa, Muirate e Muriose. Possui também a
lagoa de Ligúria. Existem, ainda, 7 represas em Liúpo, Muroro, Nauta, Mula, Riata, Muaria e
Nachera com capacidade média de 1.300m³ de água reservada que permite irrigar 1.300ha.

Caracteriza-se pelos seus solos arenosos, lavados a moderadamente lavados,


predominantemente amarelos a castanho-acinzentados, quer seja os da cobertura arenosa do
interior (Ferralic Arenosols), quer seja os das dunas arenosas costeiras (Haplic Arenosols), e
ainda pelos solos da faixa do grés costeiro, de textura arenosa a franco argilo arenosa de cor
alanrajada (Ferralic Arenosols). Os solos arenosos hidromórficos de depressões e baixas
ocorrem alternados com as partes de terreno mais elevadas (Gleyic Arenosols).

11..33 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass
Mogincual, particularmente Liúpo, sede do distrito, é um corredor principal de transporte
rodoviário de/e para Nampula, Angoche, Monapo e Nacala-Porto, mercê da sua localização
estratégica.

A rede rodoviária que estava paralisada começou a ser reabilitada, sobretudo as estradas
nacionais e regionais. Foram reabilitadas as seguintes estradas de 2ª classe: Estrada Nacional
236 – Monapo/Angoche, numa extensão de 163Km; Estrada Nacional 240 –
Nampula/Mogincual, numa extensão de 152Km. Foi igualmente reabilitada a Estrada
Regional 501- Liúpo/Quinga, numa extensão de 43Km.

Por outro lado, a nível do transporte marítimo, operam no distrito 4 barcos à vela, fazendo
serviços de transporte de passageiros e carga no percurso Namige/Ilha de Moçambique.
Existem, ainda, 169 embarcações do tipo cocha, 180 canoas e 16 embarcações de bode e 12
a motor.

Em 1996, a Empresa Telecomunicações de Moçambique instalou uma dependência em


Liúpo e Namige que funcionam por sistema de cabina. Estão instaladas 2 cabinas

1 Direcção Nacional de Terras CADASTRO NACIONAL DE TERRAS http://www.dinageca.gov.mz/dnt/


Mogincual

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telefónicas, uma no PA de Liupo e outra em Namige, esta instalada em 2002. Os Serviços


de Correios funcionam actualmente nas instalações da Administração do Distrito.

As populações abastecem-se de água a partir de poços, assim como de rios e lagoas. Grande
parte das populações tem que percorrer 1Km até à fonte de água mais próxima. A
manutenção das fontes de água é feita com a colaboração das populações, a quem é cobrada
uma percentagem para garantir a aquisição de peças sobressalentes das bombas manuais.

Existe um grupo gerador da Administração do Distrito em funcionamento e um outro da


Direcção Distrital de Saúde que se encontra avariado, cuja capacidade de iluminação é de
800 e 60 casas, respectivamente. Existem pequenos grupos de geradores caseiros de
privados, num total de 8. Está prevista a montagem do segundo grupo gerador em Namige
e de painéis solares em Quixaxe.

O distrito possui 69 escolas (das quais, 65 do ensino primário nível 1), e está servido por 8
unidades sanitárias, que possibilitam o acesso progressivo da população aos serviços do
Sistema Nacional de Saúde, apesar de a um nível bastante insuficiente como se conclui dos
seguintes índices de cobertura média:

Uma unidade sanitária por cada 15 mil pessoas;


Uma cama por 1.500 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 3.600 residentes no distrito.
Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

11..44 EEccoonnoom
miiaa ee S
Seerrvviiççooss
A agricultura é a actividade dominante e envolve quase todos os agregados familiares. De
um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações familiares
em regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A produção agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre


bem sucedida, uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.

Mogincual

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Existem também pequenas infra-estruturas de rega com capacidade para fazer irrigação de
superfície e represas com potencial para irrigar pequenas áreas agrícolas.

A faixa costeira é dominada pelo sistema de produção baseado na cultura da mandioca,


consociada com leguminosas de grão como o feijão nhemba e o amendoim.

O arroz de sequeiro é a cultura produzida nas planícies aluvionares dos principais rios que
drenam a costa e planícies estuarinas, sendo normalmente produzidos em bacias de
inundação preparadas para o efeito. Há ainda a referir a importância do coqueiro e do
cajueiro no sistema de produção da zona costeira, quer como um produto que garante a
segurança alimentar ou como fonte de rendimento para as famílias rurais.

O sistema agro-silvícola do cajú é o mais representativo chegando mesmo a ser dominante.


A consociação mais importante do caju, compreende culturas como a mandioca e milho,
seguindo o padrão tradicional de rotação e pousio de médio e longo prazo, dependendo
bastante da idade dos cajueiros e sua produtividade. Uma particularidade da zona, é que
praticamente toda a mandioca fica dentro da zona do cajueiro. O coqueiro na província
apresenta um distribuição alargada para o interior.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária,


sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao
seu desenvolvimento.

A produção florestal consiste na exploração de madeira, sobretudo de Jambire, Umbila,


Chanfuta e M’cuco. A principal emprese licenciada é a Empresa Madeira de Maquela que
também contrata cortadores de toros licenciados. De 2001 a 2003 foram explorados 375m³
de madeira diversa.

Mogincual é um dos distritos da Província mais rico em Fauna Bravia, sendo de destacar
espécies como: gazela, impala, pala-pala, macacos, répteis, javalis, tartarugas marinhas, aves
de diversas cores e insectos. Para o efeito, e para a protecção do ecossistema o Governo do
Mogincual

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Distrito tem feito um grande trabalho de sensibilização e mobilização junto das


comunidades para participarem no controlo e conservação do parque.

Quanto à pesca, é um sector que poderá ser desenvolvido pelo projecto do Banco de Sofala,
que promete apoiar em equipamento. A produção é feita em moldes artesanais e abrange a
captura de peixe de 1ª , camarão, lagosta, lula, polvo, caranguejo, holotúria e outros.

O mercado principal do pescado de Mogincual é a cidade de Nampula. Existem 1.712


pescadores. Em Quinga existe uma Associação Juvenil de Pescadores de Pequena Escala,
constituída dentro do Comité de co-gestão.

A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à


actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade. O Distrito possui 6 indústrias de
descasque da castanha de caju; 2 Serrações; 3 moageiras privadas; 3 salinas e 5 olarias. O
distrito tinha uma rede comercial de 88 lojas, das quais só operam 16. Muitos dos seus
proprietários encontram-se, hoje, descapitalizados.

A localização costeira estratégica do distrito de Mogincual, com ligações a outros mercados


da província e para além dela, oferece muitas oportunidades para o desenvolvimento da
actividade comercial. Existem ligações de mercado para a comercialização agrícola e alguns
comerciantes, provenientes de Nampula, a operar no distrito para a compra de excedentes.

Os recursos minerais do distrito requerem um trabalho de prospecção para determinar a


fiabilidade das informações disponíveis que indicam a existência de pedras preciosas,
minérios pesados das areias costeiras e petróleo.

Não obstante as excelentes condições naturais que o distrito apresenta, o turismo é,


praticamente, inexistente. Existem duas autorizações de construção e exploração de
complexos turísticos da “Mar-Quinga”, com capitais estrangeiros e da Tropical Nampula.
Em Namige foi instalado um pequeno complexo turístico denominado “Fim do Mundo”.

Não existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema formal
de crédito em condições acessíveis aos operadores locais.

Mogincual

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2
2 S
Soocciie
edda
adde
e
A liderança tradicional é assegurada pelos seguintes representantes do poder ao nível da
comunidade:
Régulos e Secretários de Bairros;
Chefes de Grupos de Povoações;
Chefe da Povoação;
Chingore;
Outras personalidades na comunidade respeitadas e legitimadas pelo seu papel
social, cultural, económico e religioso.

Na liderança tradicional existe uma espécie de divisão de trabalho e de


funções entre os diferentes líderes das comunidades. Assim, os
Secretários têm hoje como função principal a mobilização da
comunidade para as tarefas sociais e económicas. Os líderes
tradicionais tratam principalmente dos aspectos tradicionais, tais
como, cerimónias, ritos e conflitos sociais.

No âmbito da implementação do Decreto 15/2000 sobre as autoridades comunitárias de 1ª


e 2ª linhas (régulos, chefes de terras e secretários de bairro), de acordo com as entidades
provinciais e distritais, foi levado a cabo um trabalho de divulgação do mesmo em todos os
Postos Administrativos, Localidades, Aldeias e Povoações, tendo sido envolvidas todas as
camadas sociais.

Neste contexto, foram legitimados pelas respectivas comunidades 97 Líderes Comunitários


e reconhecidos pela autoridade competente 34.

A relação entre a Administração do Distrito e as Autoridades Comunitárias é positiva e tem


contribuído para a solução dos vários problemas locais, nomeadamente os surgidos devido
aos conflitos de terras existentes no distrito e outros que caem no âmbito das suas
competências, nomeadamente:

Colaboração na manutenção da Paz e harmonia social;


Articulação com os tribunais comunitários na resolução de conflitos de natureza
civil, tomando em conta os usos e costumes locais;

Mogincual

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Mobilização e organização das populações para construção e manutenção de fontes


de abastecimento de água e aumento da área de produção;
Mobilização das comunidades locais na manutenção das vias de acesso, locais
sagrados e construção de latrinas melhoradas;
Educação cívica das comunidades sobre o uso sustentável e gestão de recursos
naturais, incluindo a prevenção das queimadas descontroladas e caça ilegal;
Mobilização e organização das populações para o pagamento do Imposto de
Reconstrução Nacional;
Mobilização dos pais e encarregados de educação para mandarem os seus filhos à
escola, principalmente as raparigas; e
Divulgação das Leis, deliberação dos Órgãos Locais do estado e outras informações
úteis à comunidade.

Através dos líderes comunitários, as populações têm-se envolvido na busca de soluções para
os problemas existentes, nomeadamente, no combate à criminalidade, em colaboração com
a Polícia Comunitária, através da apreensão e denúncia de delinquentes; no combate ao
cultivo, consumo e comercialização de estupefacientes (suruma); na abertura de vias de
acesso; na confecção de tijolos no âmbito do programa de “comida por trabalho” e na abertura
de poços comunitários usando material convencional ou local.

A religião dominante é a Muçulmana, praticada pela maioria da população do distrito.


Existem outras crenças no distrito, sendo prática corrente que os representantes das
hierarquias religiosa se envolvam, em coordenação com as autoridades distritais, em várias
actividades de índole social.

Mogincual

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3
3 D
Deem
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grra
affiia
a
O distrito tem uma superfície de 4.442 km2 e uma população, à
data de 1/1/2005, de 111 mil habitantes. Com uma densidade
populacional de 25 hab/km2, estima-se que o distrito atinja, em
2010, os 120 mil habitantes.

33..11 EEssttrruuttuurraa eettáárriiaa ee ppoorr sseexxoo


Com uma população jovem (42%, abaixo dos 15 anos) e um índice de masculinidade de
49%, este distrito tem uma matriz rural acentuada.

A estrutura etária da população do distrito reflecte uma relação de dependência económica


de 1:1.2, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.

TABELA 1: População por posto administrativo, idade e sexo, 1/1/2005


Grupos etários
TOTAL 0-4 5 - 14 15 - 44 45 - 64 65 e mais
DISTRITO DE MONGINCUAL 110.952 20.312 26.517 49.549 11.387 3.187
Homens 54.763 10.089 14.028 22.659 6.066 1.922
Mulheres 56.189 10.223 12.489 26.890 5.322 1.266
P.A. de NAMINGE 32.153 5.794 7.979 13.900 3.372 1.108
Homens 15.755 2.874 4.166 6.323 1.713 680
Mulheres 16.399 2.920 3.813 7.577 1.660 428
P.A. de QUINGA 18.566 3.813 4.468 8.100 1.684 500
Homens 9.284 1.942 2.438 3.603 975 326
Mulheres 9.282 1.871 2.030 4.497 709 174
P.A. de CHUNGA 15.525 2.684 3.769 7.140 1.384 548
Homens 7.660 1.346 1.960 3.223 778 353
Mulheres 7.865 1.338 1.809 3.917 607 195
P.A. de QUIXAXE 20.912 3.762 4.614 9.576 2.526 434
Homens 10.354 1.852 2.440 4.435 1.375 252
Mulheres 10.558 1.910 2.174 5.141 1.151 181
P.A. de LIUPO 23.796 4.259 5.687 10.832 2.420 597
Homens 11.711 2.076 3.024 5.075 1.226 310
Mulheres 12.085 2.184 2.663 5.757 1.195 287
Fonte: Estimativa da MÉTIER, na base do INE, Dados do Censo de 1997.

33..22 TTrraaççoo ssoocciioollóóggiiccoo


Das 31.700 famílias do distrito, a maioria é do tipo sociológico alargado (77%), isto é, com
um ou mais parentes para além de filhos e têm, em média, 3 a 5 membros.

Mogincual

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TABELA 2: Agregados, segundo a dimensão e o tipo sociológico


% de agregados, por dimensão Média de pessoas, por agregado
1-2 3-5 6 e mais TOTAL < 15 anos ≥ 15 anos
33,0% 53,5% 13,5% 3,5 1,5 2,0
Tipo Sociológico de Agregado Familiar
Monoparental (1) Nuclear
Unipessoal Alargado (2)
Masculino Feminino Com filhos Sem filhos
7,5% 0,7% 4,3% 7,8% 3,0% 76,9%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
1) Família com um dos pais.
2) Família nuclear ou monoparental com ou sem filhos e um ou mais parentes.

Na sua maioria casados, após os 12 anos de idade, têm forte crença religiosa, dominada pela
religião Muçulmana.

TABELA 3: População, segundo o estado civil e a crença religiosa


Com < 12 Com 12 anos ou mais, por Estado civil
anos Total Solteiro Casado ou união Separado/ Divorciado Viuvo
36,9% 63,1% 13,7% 45,1% 2,6% 1,7%
Com Crença Religiosa
Total Muçulmana Católica T. de Jeová Evangélica Outra
100,0% 43,6% 30,1% 11,5% 0,6% 14,3%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

33..33 LLíínngguuaass ffaallaaddaass


Tendo por língua materna dominante o Emakuwa, 85% da população do distrito com 5 ou
mais anos de idade não sabem português, sendo o seu conhecimento preferencial nos
homens, dada a maior inserção na vida social e escolar e no mercado de trabalho.

TABELA 4: População, consoante o conhecimento de Português


Sabe falar Português Não sabe falar Português
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MONGINCUAL 14,6% 11,6% 3,0% 85,4% 39,0% 46,4%
5 - 9 anos 0,7% 0,4% 0,3% 17,1% 8,6% 8,4%
10 - 14 anos 1,7% 1,2% 0,5% 9,8% 5,2% 4,6%
15 - 19 anos 1,8% 1,3% 0,5% 9,0% 4,8% 4,2%
20 - 44 anos 8,5% 6,9% 1,6% 35,4% 13,3% 22,1%
45 anos e mais 1,8% 1,7% 0,1% 14,2% 7,1% 7,1%
P.A. de NAMINGE 12,3% 9,7% 2,6% 87,7% 39,2% 48,5%
P.A. de QUINGA 7,9% 6,9% 1,0% 92,1% 42,9% 49,3%
P.A. de CHUNGA 11,8% 10,5% 1,3% 88,2% 38,7% 49,5%
P.A. de QUIXAXE 13,6% 11,1% 2,5% 86,4% 38,5% 47,9%
P.A. de LIUPO 25,3% 18,8% 6,5% 74,7% 30,5% 44,1%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mogincual

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33..44 A
Annaallffaabbeettiissm
moo ee EEssccoollaarriizzaaççããoo
Com 89% da população analfabeta, predominantemente mulheres, a taxa de escolarização
no distrito é baixa, constatando-se que somente 24% dos habitantes2 declaram que
frequentam ou já frequentaram a escola.

TABELA 5: População, por condição de alfabetização, 1997


Taxa de analfabetismo
TOTAL Homens Mulheres
DISTRITO DE MONGINCUAL 89,1% 81,3% 96,7%
5-9 98,4% 97,9% 98,8%
10 - 14 88,8% 84,8% 93,9%
15 - 44 85,4% 72,9% 95,9%
45 e mais 91,7% 85,6% 99,0%
P.A. de NAMINGE 90,2% 83,2% 96,9%
P.A. de QUINGA 93,3% 88,0% 98,5%
P.A. de CHUNGA 90,2% 81,9% 98,2%
P.A. de QUIXAXE 90,3% 83,2% 97,3%
P.A. de LIUPO 82,7% 71,8% 93,4%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

2 Com 5 ou mais anos de idade.


Mogincual

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O tipo de habitação modal do distrito é “a palhota, com
pavimento de terra batida, tecto de capim ou colmo
e paredes de caniço ou paus”.

Em relação a outras utilidades, o padrão dominante é o


de famílias “sem rádio e electricidade, dispondo de 3 bicicletas em
cada dez famílias, e vivendo em palhotas sem latrina e água colhida
directamente em poços e furos ou nos rios e lagos”.

FIGURA 1: Famílias, por condições básicas de vida

13%

4%
0% 0%

Com Água Ca nalizada Com retrete ou latrina Com electricidade Com Radio

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 6: Famílias, tipo de casa e condições básicas de vida


TIPO DE HABITAÇÃO
CONDIÇÕES BÁSICAS Moradia ou Casa de Palhota ou
EXISTENTES TOTAL Apartamento madeira e zinco casa precária
Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas Casas Pessoas
Com Água Canalizada 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%
Com retrete ou latrina 4% 5% 15% 16% 22% 27% 4% 5%
Com electricidade 0% 0% 1% 2% 0% 0% 0% 0%
Com Radio 13% 15% 20% 20% 33% 32% 13% 15%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

No que diz respeito às paredes, pavimento e tecto, o material de construção dominante é,


respectivamente o caniço ou paus, a terra batida e o capim ou colmo.
Mogincual

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FIGURA 2: Habitações, por tipo de materiais usados


100% 99%
96%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 4% 0%
0% 0% 1%
10%
0%
Pare de s Pare de s Pare de s Chão de Chão de Te cto de Te cto de Te cto de
de bloco de zinco de m ate rial adobe laje chapa capim
caniço, duráve l ou te rra de zinco ou
paus ou batida colm o
outros

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Em particular, no que concerne às fontes de abastecimento de água, verifica-se que na sua


maioria a população do distrito é abastecida por poços e furos (89%) ou recorre
directamente aos rios ou lagos (8%).

FIGURA 3: Habitações, segundo a fonte de abastecimento de água

89%
90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%
8%
10% 3%
0% 0%
0%
Canalizada, Canalizada, fora Fontanário Poço ou furo Rio ou Lago
dentro de cas a de cas a
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.
Mogincual

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5
5 O
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miin
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naaççã
ãoo

O
distrito tem quatro Postos Administrativos: Naminge, Quinga, Chunga, Quixaxe e
Liupo que, por sua vez, estão subdivididos em 6 Localidades.

NAMINGE
NAMINGE - SEDE
NAMINANE
QUINGA
QUNINGA - SEDE
CHUNGA
NACACANE
QUIXAXE
QUIXAXE - SEDE
LIUPO
LIUPO - SEDE

55..11 G
Goovveerrnnoo D
Diissttrriittaall
O Governo Distrital, dirigido pelo Administrador de Distrito, está
estruturado nos seguintes níveis de direcção e coordenação:
Gabinete do Administrador, Administração e Secretaria;
Direcção Distrital da Agricultura e Desenvolvimento Rural;
Direcção Distrital da Educação;
Direcção Distrital da Saúde;
Direcção Distrital da Cultura, Juventude e Desporto;
Direcção Distrital das Mulher e Coordenação da Acção Social;
Delegação do Registo Civil e Notariado;
Comando Distrital da PRM.

A gestão da vila, desde os serviços de higiene, salubridade e fornecimento de água potável é


igualmente garantida pela Administração do Distrito.

Com um total de 41 funcionários (dos quais, 4 são mulheres), apresenta a seguinte


distribuição por categorias profissionais:
Técnicos Médios 2
Assistentes Técnicos 5

Mogincual

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Operários, Auxiliares Administrativos e Agentes de Serviço 10


Pessoal auxiliar 24

O sistema de governação vigente é baseado no Conselho Executivo. Em resultado da


aprovação das Leis 6/78 e 7/78, este substituiu a Câmara Municipal local que era dirigida
pelo Administrador do Distrito, por acumulação de funções, por força do artigo 491 da
Reforma Administrativa Ultramarina (RAU).

O Conselho Executivo local é um órgão distinto do Aparelho do Estado no escalão


correspondente, com as seguintes funções:

Dirigir as tarefas políticas do Estado, bem como as de carácter económico, social e


cultural.

Dirigir, coordenar e controlar o funcionamento dos órgãos do Aparelho do Estado.

O Conselho Executivo é dirigido por um Presidente, que geralmente por acumulação de


funções é o Administrador do Distrito, o qual é nomeado pelo Ministro da Administração
Estatal.

Ao nível do distrito o Aparelho do Estado é constituído pela Administração do Distrito e


restantes direcções e sectores distritais. O Administrador por sua vez responde perante o
Governo Provincial e Central, pelos vários sectores de actividades do Distrito organizados
em Direcções e Sectores Distritais.

A governação tem por base os Presidentes das Localidades, Autoridades Comunitárias e


Tradicionais. Os Presidentes das Localidades são representantes da Administração e
subordinam-se ao Chefe do Posto Administrativo e, consequentemente, ao Administrador
Distrital, sendo coadjuvados pelos Chefes de Aldeias, Secretários de Bairros, Chefes de
Quarteirões e Chefes de Blocos.

As instituições do distrito operam com base nas normas de funcionamento dos serviços da
Administração Pública, aprovadas pelo Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, do Conselho
de Ministros, publicado no Boletim da república n° 41, I Série, Suplemento.

A actividade do governo distrital segue uma abordagem essencialmente empírica e de


contacto com a comunidade. Importa que esta prática venha a ser sistematizada em sistemas
de planificação e controlo regulares e fiáveis, bem como seja baseada numa visão estratégica
que oriente o planeamento anual e faça convergir de forma eficaz os esforços sectoriais.
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

55..22 R
Reeffoorrm
maa ddoo sseeccttoorr ppúúbblliiccoo
O Decreto 30/2001 de 15 de Outubro, sobre a Reforma do Sector Público, está a ser
implementado no distrito. Com efeito, este instrumento foi objecto de estudo pelos
funcionários do Estado, de modo a garantir a sua correcta implementação pelos sectores.

Neste sentido, foram já emitidos crachás de identificação para os funcionários da


Administração do Distrito e das Direcções do Governo Distrital.

55..33 S
Síínntteessee ddooss rreessuullttaaddooss ddaa aaccttiivviiddaaddee ddooss óórrggããooss ddiissttrriittaaiiss
Nesta secção, sem pretender ser exaustivo e transcrever o rol de funções oficiais dos
Governos Distritais aprovadas e publicadas oficialmente, focam-se as principais actividades
de intervenção pública directa, realizadas no período 2000-2004, que contribuem para o
desenvolvimento do distrito.

No essencial a actividade do Governo Distrital centrou-se nos seguintes objectivos e acções:

Envolver as populações na busca de soluções para os problemas locais através de


diálogo.

Estudar a viabilidade de alocação de equipamento as Administrações Distritais para


a manutenção das vias.

Alargar a rede escolar e sanitária e melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Promover o uso de material local de construção para a edificação de residências do


Chefe de Posto Administrativo e outros funcionários do Estado.

Intensificar acções de fornecimento/capacitação técnico-profissional dos


Funcionários em particular ao nível Distrital e de Posto Administrativo.

Melhorar os serviços prestados pelas Administrações Distritais tendo em conta que


o cidadão constitui a razão da sua existência.

Melhorar o atendimento nas escolas Hospitais, Repartições do Estado, na


tramitação do processo de pedidos de terra ,de Bilhetes de Identidade, etc.

Melhorar o sistema de colecta e registo de receitas nas Administrações Distritais.

Prestigiar a função de Administrador Distrital.

Mogincual

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5.3.1 Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento Rural


Não são reportados conflitos significativos sobre os recursos locais, incluindo a terra, a
água, a lenha e as pastagens. De um modo geral, a agricultura no distrito é praticada em
regime de consociação de culturas com base em variedades locais.

A grande preocupação das autoridades e da população do Distrito em geral, tem estado


focada na problemática de segurança alimentar. Sendo assim, e para fazer face a esses
acidentes naturais o Governo juntamente com os operadores da área do Distrito lançaram
um programa que visa a superar esses obstáculos.

A produção agrícola deste triénio teve dois factores determinantes:

i A fixação das populações nas zonas; e

ii O início da produção de subsistência e de rendimento, por vezes contrariada por


factores climatéricos, nomeadamente a estiagem e depressões ciclónicas.

Este esforço é, contudo, retardado por falta de incentivos agrícolas e fraca cobertura de
extensionistas.

No sector privado, existem 12 agricultores e uma associação de camponeses que ocupam


entre 10 e 250 hectares. O seu desempenho é fraco, justificado por fraca capacidade
financeira. A Direcção Provincial de Agricultura e Desenvolvimento Rural iniciou o
processo de correcção, visando a perda da licença de concessão para o uso e posse de terras.
O único resultado, até aqui, foi a efectivação de 89 hectares dos 82 previstos para a
produção do algodão.

A produção do cajú conheceu um processo de repovoamento. De 2001 a 2003 foram


programados 50.000 pés novos e enxertados. Desta meta, foram realizados 71,5%. O
distrito executou também um vasto programa de limpeza e tratamento de cajueiros. Foram
limpos 750.000 dos 500.000 pés programados. Foram distribuídos 80.000 cajueiros para
reposição dos destruídos pelas queimadas descontroladas.

Na pecuária regista-se um incremento na criação de animais de pequeno porte, estimulado


pela DDADR e INAS. Esta organização beneficiou 500 famílias com 2.500 cabritos, a título
devolutivo. Um técnico pecuário apoiou os camponeses no tratamento e controle de
doenças.

Mogincual

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Existem na sede do distrito, uma associação de gado bovino com 18 membros e cerca de 69
bois. Igualmente, opera um privado com cerca de 62 cabeças de gado bovino e 38 ovino.

De uma forma desordenada existem pequenos criadores de gado bovino, caprino, ovino e
galináceos.

O início do século foi marcado pelo cenário de estiagem e seca caracterizado por chuvas
irregulares e abaixo do normal criaram uma situação de insegurança alimentar, exigindo do
Governo Distrital iniciativas enérgicas de mitigação, de que se destacam:
Repovoamento pecuário/distribuição do gado caprino e bovino;
Melhoramento da qualidade de culturas, através da distribuição de estacas de
mandioca doce em substituição da espécie amarga;
Distribuição de ramas de batata doce de polpa alaranjada feita pela Save The
Children;
Distribuição de material agrícola (enxadas e catanas) no âmbito do programa de
emergência;
Construção de escolas com material local;
Construção de casas para professores com material local;
Reabilitação e/ou abertura de vias vicinais;
Construção da residência do Chefe do Posto Administrativo de Quixaxe;
Construção da Praça dos Heróis na Sede Distrital;
Construção de salas de parto e de APEs com material local;
Construção de pontecas com material não convencional;
Abertura de 1 poço em Namige.

Foram criadas várias associações, destacando-se dentre elas, as seguintes:


Associação de salineiros de Quinga;
Associação de Videoclube de Ratanamaca;
Associação das Mulheres de Liúpo (AMULI);
Associação de Carpinteiros de Ratanamaca;
Associação de Desenvolvimento Local (CDL) em número de 9, com 302 membros
dos quais 46 mulheres e 256 homens.
Associações (salineiros, pescadores) com vista ao combate à pobreza absoluta.

Mogincual

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5.3.2 Educação e Saúde


O investimento no sector tem estado a crescer, elevando para 69 o número de escolas em
2003 (65 do ensino primário nível 1, 4 do nível 2), que são frequentadas por cerca de 12 mil
estudantes ensinados por 177 professores.

O distrito está dotado de 1 Centro de saúde de nível I, 6 do nível II/III e 1 Posto de saúde,
com um total de 80 camas e 33 técnicos e assistentes de saúde.

O crescimento da rede escolar e de saúde desde 2000 e a melhoria do atendimento do


pessoal têm permitido aumentar o acesso da população aos serviços do Sistema Nacional de
Educação e da Saúde que, porém, está ainda a um nível bastante insuficiente.

5.3.3 Cultura, Juventude e Desporto


Na área da cultura existem vários grupos que praticam diverso tipo de danças e cânticos
típicos de toda a região. No concernente à juventude, destaca-se a existência de grupos
activistas e associações juvenis que de dedicam a motivar boas práticas entre os seus
concidadãos.

Durante o período em análise, foram realizadas as seguintes actividades:

Levantamento de grupos culturais, equipas desportivas, monumentos históricos,


locais históricos, artesãos, zelar sobre a criação de círculos de interesse histórico nas
escolas;
O distrito possui 77 grupos culturais; 42 equipas desportivas; 3 monumentos
históricos; 4 locais históricos; 55 artesãos; 4 associações juvenis; e círculos de
interesse.
Em 2002 o distrito participou no II Festival Nacional de Dança Popular, em que
participaram 5 grupos culturais.
Funcionam 13 projectos destinados ao alívio à pobreza absoluta, congregando
Associações de Mulheres, Jovens, Desempregados e Idosos.
Foram fundadas 3 Escolinhas Comunitárias com 180 crianças assistidas por 3
animadores.
Foram identificados 809 idosos para beneficiar do subsídio de alimento. Destes,
473 já beneficiam deste apoio, cujo processo está em curso.

Mogincual

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Foram atendidos 8 doentes de Konzo na reabilitação física e nutricional e


distribuídos 8 pares de moletas e uma cadeira de rodas.
Foram realizadas 14 palestras e 5 peças de teatro, no âmbito de educação pública,
com temas sobre DTS’s, HIV/SIDA, diarreias e casamentos prematuros.

5.3.4 Mulher e Coordenação da Acção Social


Nesta área o Governo Distrital tem promovido a integração e assistência social a pessoas,
famílias e grupos sociais em situação de pobreza absoluta, dando prioridade à criança órfã,
mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e portadores do HIV-SIDA, reclusos,
tóxico-dependentes, regressados e refugiados.

TABELA 7: Programas de acção social, 2000-2003


Tipo de Programa
Crianças atendidas 1.268
Idosos atendidos 290
Deficientes atendidos 73
Mulheres atendidas 97
TOTAL 1.727

Fonte: Direcção Distrital da Mulher e Coordenação da Acção Social

A acção nesta área tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.

Neste âmbito destacam-se as seguintes acções realizadas com o apoio de outros organismos:

Criação de 3 Escolinhas Comunitárias;


Reabilitação psicológica de 80 crianças traumatizadas pela guerra;
Reintegração de 56 crianças em famílias próprias e/ou substitutas;
Identificação de 550 deficientes e atendimento a 362;
Identificação de 603 idosos e atendimento a 108.
Apesar dos esforços desenvolvidos, são ainda bem patentes no distrito os efeitos da
pobreza, calamidades naturais e da guerra que assolou Moçambique nas últimas décadas.

Mogincual

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5.3.5 Justiça, Ordem e Segurança pública


Os serviços de justiça no distrito estão representados por um conservador e uma
conservatória do registo civil e por um assistente técnico.

As preocupações com questões de segurança e ordem pública são mínimas, não existindo,
actualmente, situações de risco de minas conhecidas neste distrito. Os assaltos, roubos e
ofensas corporais são os crimes mais frequentes no distrito.

55..44 FFiinnaannççaass PPúúbblliiccaass


A Administração do Distrito, sem inclusão das instituições subordinadas
e unidades sociais, funcionou nos últimos anos com os seguintes níveis
de receitas e despesas anuais (em contos).

FIGURA 4: Estrutura do orçamento distrital, 2004

Estrutura da Receita Corrente Estrutura da Despesa Corrente

4% 2%
19% 23%

13% 54%

10%
75%

Imposto de Reconstrução Nacional T axas e licenças de Mercados Despesas com pessoal Combustíveis e comunicações
Outras receitas e taxas Subsídio do O.E. Manutenção Outros gastos materiais

Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial do Plano e Finanças

O nível de receita é manifestamente insuficiente ao cabal exercício das funções distritais. A


despesa corrente do orçamento distrital em 2004 foi de 17 contos por habitante.

Do lado da despesa, os gastos com pessoal absorvem metade do orçamento corrente do


distrito e, à excepção das cobranças de mercados e algumas receitas de serviços, turismo e
urbanismo, o esforço fiscal distrital é muito baixo.

Mogincual

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Quanto ao investimento com financiamento de base distrital, o seu montante é pequeno,


sendo quase todas as acções de investimento público planificadas e orçamentadas ao nível
provincial, funcionando os principais sectores sociais com finanças geridas a este nível.

À governação distrital compete essencialmente a gestão corrente, fraccionada pela dispersão


orçamental dos principais sectores sociais e de infra-estruturas, o que condiciona fortemente
a sua actuação num esforço coordenado de desenvolvimento e integração.

55..55 C
Coonnssttrraannggiim
meennttooss àà aaccççããoo ddoo G
Goovveerrnnoo D
Diissttrriittaall
Face à situação financeira descrita, o Governo Distrital tem enfrentado vários
constrangimentos à sua acção, de que se destacam os seguintes:

Aumento de casamentos prematuros, tidos como sendo uma forma dos jovens
poderem continuar a dar sustento aos pais em situação de pobreza;
Elevado número de idosos e de crianças órfãs a necessitar de assistência; e de
mulheres viúvas, divorciadas e solteiras a necessitar de reinserção social;
A manutenção das vias de acesso a ser dificultada pela Falta de quadros qualificados;
Falta de meios circulantes, mobiliário, equipamento, edifícios públicos, residências
para os funcionários com direito;
Atraso na construção ou reabilitação de edifícios públicos por falta de fundos;
Falta de manutenção das vias de acesso pelo facto da Administração não poder gerir
directamente os fundos;
Pedido da população de Namige para o retorno da Sede do Distrito àquele Posto
e/ou a divisão de Mogincual em dois Distritos;
Falta de descentralização de fundos;
Crise de água potável;
Doenças endémicas e epidémicas;
Incapacidade na gestão de energia eléctrica;
Falta de um hospital rural;
Falta de um médico.
As minas constituem ou constituíram, em algumas zonas identificadas, uma ameaça à
segurança da população e ao desenvolvimento económico. A acção de desminagem em

Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

curso no país desde 1992, tem permitido diminuir o seu risco, sendo hoje a situação
existente no país e neste distrito mais controlada e conhecida.

Face às restrições orçamentais existentes, tem sido essencial para a prossecução da


actividade do Governo Distrital e para o progresso do distrito, o envolvimento consciente e
participação comunitária, e o apoio do sector privado e de vários organismos internacionais
que operam neste distrito.

55..66 PPaarrttiicciippaaççããoo ccoom


muunniittáárriiaa

A participação comunitária tem sido essencial para suprir várias necessidades em matéria de
construção, reabilitação e manutenção de infra-estruturas, nomeadamente estradas
interiores, postos de saúde e escolas, bem como residências para professores e enfermeiros.

Para tal, o Governo Distrital tem estabelecido coordenação de acções com as ONG’s,
visando levar a efeito a reconstrução e construção de infra-estruturas com base em recursos
locais e nos programas “comida pelo trabalho” financiados pelo PMA.

55..77 A
Appooiioo eexxtteerrnnoo
Na sua actuação, o Governo Distrital tem tido apoio de vários organismos de cooperação,
que promovem programas sociais de assistência, protecção do ambiente e desenvolvimento
rural, que desempenham um papel activo e importante no apoio à reconstrução e
desenvolvimento locais, sendo de destacar:

Visão Mundial, que desenvolve projectos de ajuda agrícola e fomento de novas


variedades de mandioca no sector familiar;

SNV- Organização Holandesa de Desenvolvimento, no âmbito do apoio


institucional e desenvolvimento comunitário;

SAVE THE CHILDREN, desenvolve e promove a produção de novas variedades


tolerantes à podridão radicular da mandioca, no sector familiar, bem como a
aplicação de novas técnicas de nutrição nas crianças e mães.

Mogincual

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6
6 P
Poosssse
eeeU
Usso
odda
aTTe
errrra
a 333
A informação deste capítulo tem por objectivo analisar os traços
gerais que caracterizam a base agrária do distrito, de forma a
permitir inferir sobre eventuais cenários de intervenção que
reforcem o sector no contexto do processo de desenvolvimento.

Apesar das reservas quanto à representatividade ao nível distrital


dos dados do CAP, este capítulo permite avaliar os principais
factores que fazem deste sector um veículo privilegiado de intervenção no desenvolvimento
económico e social do país.

Referirmo-nos, entre outros, ao facto de:

Ser a actividade dominante em praticamente todo o distrito;


Esta actividade fazer parte dos hábitos e costumes da população;
A actividade ser praticada pela maioria dos agregados familiares do distrito;
Constituir a maior fonte de emprego e de rendimento da população;
As condições naturais permitirem a prática da actividade.

66..11 PPoossssee ddaa tteerrrraa


Não são reportados conflitos significativos sobre os recursos locais, incluindo a terra, a
água, a lenha e as pastagens.

Este distrito possui cerca de 25 mil explorações agrícolas com uma área média é de 0.8
hectares. Com um grau de exploração familiar dominante, 62% das explorações do distrito
têm menos de 1 hectare, ocupando somente 34% da área cultivada.

Este padrão desigual da distribuição das áreas fica evidente se referirmos que 26% da área
cultivada pertence a somente 8% das explorações do distrito.

Na sua maioria os terrenos não estão titulados e, quando explorados em regime familiar,
têm como responsável, em quase 75% dos casos, o homem da família.

3 Baseado em trabalho analítico da MÉTIER, suportado pelos dados do INE do Censo Agro-pecuário de 1999-2000. Apesar de se
tratar de extrapolação s a partir duma amostra cuja representatividade ao nível distrital é baixa, considera-se que – do ponto de vista
da análise da estrutura de uso e exploração da terra - os seus resultados são um bom retrato das características essenciais do distrito.
Aconselha-se, pois, que mais do que os seus valores absolutos, este capítulo seja analisado tendo em vista absorver os principais
aspectos estruturais da actividade agrária.
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

FIGURA 5: Estrutura de exploração agrária da terra

Area (ha) cultivada


45%
Número de Explorações
40%

35%

30%

25%

20%

15%

10%

5%

0%
< 1/2 1/2 ha - 1 ha - 2 2 ha - 3 3 ha - 4 4 ha - 5 5 ha - 10 ha - ³ 100
ha 1 ha ha ha ha ha 10 ha 100 ha ha

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000

No que respeita à posse da terra, quase 95% das 58 mil parcelas em que estão divididas as
explorações são tradicionalmente pertença das famílias da região, sendo transmitidas por
herança aos filhos, ou estão em regime de aluguer ou de concessão do estado a particulares
e empresas privadas. As autoridades tradicionais e oficiais detêm 5% das parcelas agrícolas
do distrito.

66..22 TTrraabbaallhhoo aaggrrííccoollaa


A estrutura de exploração agrícola do distrito reflecte a base alargada da economia familiar,
constatando-se que 84% das explorações são cultivadas por 3 ou mais membros do
agregado familiar.

Estas explorações estão divididas em cerca de 58 mil parcelas, 73% com menos de meio
hectare e exploradas em metade dos casos por mulheres. De reter que, do total de
agricultores, 40% são crianças menores de 10 anos de idade, de ambos os sexos.

66..33 U
Uttiilliizzaaççããoo eeccoonnóóm
miiccaa ddoo ssoolloo

6.3.1 Agricultura
A maioria da terra é explorada em regime de consociação de culturas alimentares,
nomeadamente o milho, mandioca, feijão nhemba, amendoim.
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

FIGURA 6: Explorações e área, por culturas principais


36.998
40.000

35.000

30.000 25.254
25.000

20.000
13.654
12.186
15.000

10.000
4.845
3.670
5.000 146 9.949 0 0
2.505 146 0
2.091 3.913 440
0
11 401 22 1.010 0 23 0 0
Amendoim Batata Feijão Mandioca Milho Mapira Mexoeira Arroz Tabaco Cana-de- Algodão Girassol
Doce açucar

Nº Explorações Área (ha)

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000

Para além das culturas alimentares e de rendimento, o distrito tem um apreciável número de
fruteiras, coqueiros e cajueiros.

6.3.2 Pecuária e Avicultura


No distrito existem cerca de 3 mil criadores de pecuária e mais de 24 mil de avicultura, a
maior parte em regime familiar.
Os dados disponíveis apontam para uma estrutura de produção relativamente
mercantilizada, em que o nível de vendas varia de 12% nos bicos a 19% nos caprinos,
constituindo uma fonte de rendimento familiar importante.

6.3.3 Produção não agrícola

Constitui igualmente uma fonte importante de rendimento familiar. Deriva, essencialmente,


da venda de madeira, lenha, caniço e carvão, bem como da actividade de caça, pesqueira e
artesanal, efectuado por um conjunto de centenas de explorações familiares.

Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

7
7 E
Eddu
ucca
aççã
ãoo
Com 89% da população analfabeta, predominantemente mulheres, a taxa de
escolarização no distrito é baixa, constatando-se que somente 24% dos
habitantes4 frequentam ou já frequentaram a escola primária.

TABELA 8: População5, por condição de frequência escolar


P O P U L A Ç Ã O Q U E:
FREQUENTA FREQUENTOU NUNCA FREQUENTOU
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
DISTRITO DE MONGINCUAL 6,4% 4,4% 1,9% 18,1% 12,2% 5,8% 75,6% 32,6% 43,0%
P.A. de NAMINGE 4,3% 3,0% 1,3% 15,9% 11,0% 4,9% 79,8% 34,8% 45,0%
P.A. de QUINGA 3,6% 2,5% 1,1% 9,3% 7,5% 1,8% 87,1% 39,8% 47,3%
P.A. de CHUNGA 8,2% 5,7% 2,5% 21,5% 14,3% 7,2% 70,3% 29,2% 41,1%
P.A. de QUIXAXE 6,0% 4,2% 1,8% 19,3% 12,8% 6,5% 74,7% 32,6% 42,1%
P.A. de LIUPO 10,2% 7,1% 3,1% 24,3% 15,7% 8,6% 65,5% 26,6% 39,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A maior taxa de escolarização verifica-se no grupo etário dos 10 a 14 anos, onde 26% das
crianças frequenta a escola, seguido do grupo de 5 a 9 anos, o que reflecte a entrada tardia
na escola. Na sua maioria, os estudantes são rapazes a frequentar o ensino primário, dada a
insuficiente / inexistente rede escolar dos restantes níveis de ensino nalgumas localidades.

FIGURA 7: População6, por nível de ensino que frequenta


Primário
100% 6,2%

80%

60%

40%
20%

0%

Nenhum nível Outro nível escolar


0,1%
93,6%

Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

4 Com 5 ou mais anos de idade.


5 Com 5 ou mais anos de idade.
Mogincual

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TABELA 9: População7, por nível de ensino que frequenta


NIVEL DE ENSINO QUE FREQUENTA Nenhum
Total Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior nível
DISTRITO DE MONGINCUAL 6,4% 0,1% 6,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 93,6%
5 - 9 anos 9,7% 0,0% 9,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 90,3%
10 - 14 anos 25,7% 0,0% 25,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 74,3%
15 - 19 anos 12,0% 0,2% 11,7% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 88,0%
20 - 24 anos 1,2% 0,2% 0,9% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 98,8%
25 e + anos 0,5% 0,1% 0,4% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 99,5%
HOMENS 9,0% 0,1% 8,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 91,0%
MULHERES 3,8% 0,1% 3,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 96,2%
P.A. de NAMINGE 4,3% 0,2% 4,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 95,7%
P.A. de QUINGA 3,6% 0,0% 3,6% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 96,4%
P.A. de CHUNGA 8,2% 0,0% 8,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 91,8%
P.A. de QUIXAXE 6,0% 0,0% 6,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 94,0%
P.A. de LIUPO 10,2% 0,0% 10,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 89,8%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Do total de população8, verifica-se que somente 5% concluíram algum nível de ensino.


Destes, 94% completaram somente o ensino primário e 2% o 1º grau do secundário.

TABELA 10: População9, por nível de ensino concluído


NIVEL DE ENSINO CONCLUIDO
TOTAL Alfab. Primário Secund. Técnico C.F.P. Superior Nenhum
DISTRITO DE
MONGINCUAL 4,9% 0,1% 4,6% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 95,1%
5 - 9 anos 0,7% 0,0% 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 99,3%
10 - 14 anos 2,9% 0,0% 2,9% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 97,1%
15 - 19 anos 4,6% 0,1% 4,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 95,4%
20 - 24 anos 6,5% 0,1% 6,1% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 93,5%
25 e + anos 6,6% 0,2% 6,1% 0,2% 0,1% 0,0% 0,0% 93,4%
HOMENS 8,0% 0,2% 7,5% 0,2% 0,1% 0,0% 0,0% 92,0%
MULHERES 1,9% 0,1% 1,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 98,1%
P.A. de NAMINGE 5,1% 0,1% 4,8% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 94,9%
P.A. de QUINGA 2,5% 0,1% 2,3% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 97,5%
P.A. de CHUNGA 3,3% 0,0% 3,2% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 96,7%
P.A. de QUIXAXE 4,0% 0,2% 3,7% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 96,0%
P.A. de LIUPO 8,2% 0,1% 7,8% 0,2% 0,1% 0,0% 0,0% 91,8%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

6 Com 5 ou mais anos de idade.


7 Com 5 ou mais anos de idade.
8 Com 5 ou mais anos de idade.
9 Com 5 ou mais anos de idade.
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

O baixo grau de escolarização reflecte o facto de, apesar da expansão em curso, a rede
escolar e o efectivo de professores serem insuficientes e possuirem uma baixa qualificação
pedagógica. Tais factos são agravados por factores socio-económicos, resultando em baixas
taxas de aproveitamento e altas desistências, em algumas das localidades do distrito.

TABELA 11: Escolas, alunos e professores, 2003


NÍVEIS DE ENSINO N.º de N.º de Alunos N.º de Professores
Escolas M HM M HM
TOTAL DO DISTRITO 69 3,957 11,762 12 177
EP1 65 3,856 11,154 10 148
EP2 4 101 608 2 29
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Educação
EP1 - 1º a 5º anos; EP2 - 6º e 7º anos; ESG I - 8º a 10º Anos.

A maioria dos professores tem uma formação escolar baixa, possuindo, em média,
habilitações entre a 6ª e a 8ª classe e, em alguns casos, um ano de estágio pedagógico, o que
condiciona bastante a qualidade do ensino ministrado.

Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

8
8 S
Saaú
údde
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Accççã
ãooS
Soocciia
all
88..11 C
Cuuiiddaaddooss ddee ssaaúúddee ee qquuaaddrroo eeppiiddéém
miiccoo
A rede de saúde do distrito, apesar de estar a evoluir a bom ritmo, é
insuficiente, evidenciando os seguintes índices de cobertura média:
Uma unidade sanitária por cada 15 mil pessoas;
Uma cama por 1.500 habitantes; e
Um profissional técnico para cada 3.600 residentes no distrito.

TABELA 12: Unidades de saúde, camas e pessoal, 2003

Unidades, Camas e Tipo de Unidades Sanitárias Pessoal existente


Pessoal existente Total de Hospital Centro de Centro de Postos de por sexo
Unidades Rural Saúde I Saúde II/III Saúde HM H M
TOTAL DO DISTRITO
Nº de Unidades 8 0 1 6 1
Nº de Camas 80 0 30 50 0
Pessoal Total 34 0 11 22 1 34 18 16
- Licenciados 0 0 0 0 0 0 0 0
- Nível Médio 1 0 1 0 0 1 1 0
- Nível Básico 13 0 3 10 0 13 7 6
- Nível Elementar 19 0 6 12 1 19 9 10
- Pessoal de apoio 1 0 1 0 0 1 1 0
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde

A Direcção Distrital de Saúde distribui regularmente por cada Centro de Saúde “Kits A e B”
e pelos Postos de Saúde “Kits B”. A tabela seguinte apresenta, para o ano de 2003, a
posição de alguns indicadores que caracterizam o grau de acesso e de cobertura dos serviços
do Sistema Nacional de Saúde.

TABELA 13: Indicadores de cuidados de saúde, 2003


Indicadores
Taxa de ocupação de camas 31.2%
Partos 1,614
Vacinação 48,900
Saúde materno-infantil 50,945
Consultas externas 86,968
Taxa de baixo peso à nascença 5.7%
Taxa de mau crescimento 3.5%
Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial da Saúde

O quadro epidémico do distrito é dominado pela malária, diarreia e DTS e SIDA que, no
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

seu conjunto, representam quase a totalidade dos casos de doenças notificados no distrito.

88..22 A
Accççããoo S
Soocciiaall
A integração e assistência social a pessoas, famílias e grupos sociais em situação de pobreza
absoluta, dá prioridade à criança órfã, mulher viúva, idosos e deficientes, doentes crónicos e
portadores do HIV-SIDA, tóxico-dependentes e regressados.

Neste distrito existem, segundo os dados do Censo de 1997, cerca de 5 mil órfãos (dos quais
40% de pai e mãe) e cerca de 3 mil deficientes (72% com debilidade física, 16% com
doenças mentais e 12% com ambos os tipos de doença).

TABELA 14: População, por condição de orfandade, 1997


DISTRITO DE MONGINCUAL 4.641
Homens 2.240
Mulheres 2.401
5 - 9 anos 1205
10 - 14 anos 1295
15 - 19 anos 2141
P.A. de NAMINGE 1.264
P.A. de QUINGA 767
P.A. de CHUNGA 700
P.A. de QUIXAXE 897
P.A. de LIUPO 1.012
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

TABELA 15: População deficiente, por idade e residência, 1997


Posto administrativo e Idade TOTAL Física Mental Ambas
DISTRITO DE MONGINCUAL 2424 1757 380 287
0 - 14 470 310 80 80
15 - 44 1172 847 210 115
45 e mais 782 600 90 92
P.A. de NAMINGE 688 449 119 120
P.A. de QUINGA 416 305 63 48
P.A. de CHUNGA 430 315 61 54
P.A. de QUIXAXE 329 241 56 32
P.A. de LIUPO 561 447 81 33
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

A acção social no distrito tem sido coordenada com as organizações não governamentais,
associações e sociedade civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e de
direitos entre homem e mulher em todos aspectos de vida social e económica, bem como a
integração no mercado de trabalho, processos de geração de rendimentos e vida escolar.

Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

9
9 G
Géén
neerro
o
O distrito tem uma população de 111 mil habitantes - 56 mil do sexo feminino - sendo 4%
das famílias do tipo monoparental chefiados por mulheres.

99..11 EEdduuccaaççããoo
Tendo por língua materna dominante o Emakuwa, só 6% das mulheres tem conhecimento
da língua portuguesa. A taxa de analfabetismo na população feminina é de 97%, sendo de
81% no caso dos homens.
Das mulheres do distrito com mais de 5 anos, 85% nunca frequentaram a escola e somente
9% concluíram o ensino primário.
A maior taxa de escolarização feminina ocorre no grupo etário dos 10 a 14 anos, em que
15% das raparigas frequentam a escola. Este indicador evidencia o baixo nível escolar e a
entrada tardia na escola da maioria das raparigas, sobretudo nas zonas rurais.

FIGURA 8: Indicadores de escolaridade, por sexos


Taxa de analfabetismo
97%

81%

Cobertura escolar (10 a 14 anos) Conhecimento de português

23%
16% 6%
36% Homens
2%
Mulheres
7%

66%

85%
Ensino primário concluído Sem frequência escolar

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.


Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

99..22 A
Accttiivviiddaaddee eeccoonnóóm
miiccaa ee eexxpplloorraaççããoo ddaa tteerrrraa
De um total de 56 mil mulheres, 33 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).
Excluindo as que procuram emprego pela 1ª vez, a população activa feminina é de 27 mil
pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 20% (18% nos homens).

As 25 mil explorações agrícolas do distrito estão divididas em cerca de 58 mil parcelas, na


maioria com menos de meio hectare e exploradas, em mais de metade dos casos, por
mulheres. De reter, que 39% do total de agricultores são crianças menores de 10 anos de
idade, de ambos os sexos, das quais cerca de metade são raparigas.

FIGURA 9: Quota das mulheres no trabalho agrícola e remunerado

95%
90%

100%

90%

80%
54%
70% 55% 46%
60% Homens
45%
Mulheres
50%

40%

30% 10%
5%
20%

10%

0%
Responsável pelas Trabalhadores % de assalariados % de agricultores
explorações agrícolas com menos de 10
anos de idade
Fonte de dados: Instituto Nacional de Estatística, Censo agro-pecuário, 1999-2000

A distribuição das mulheres activas residentes no distrito, de acordo com a posição no


processo de trabalho e o sector de actividade, é a seguinte:
Cerca de 98.5% são trabalhadoras agrícolas familiares ou por conta própria;
0.8% são empregadas ou vendedoras no sector comercial formal e informal ou
trabalhadoras de outros serviços; e
As restantes são, na maioria, produtoras artesanais ou empregadas em serviços
industriais.
Mogincual

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________________________________________________________________________________________________

99..33 G
Goovveerrnnaaççããoo
Ao nível do distrito tem-se privilegiado a coordenação das acções de
algumas organizações não governamentais, associações e sociedade
civil, promovendo a criação de igualdade de oportunidades e direitos
entre sexos em todos aspectos de vida social e económica, e a
integração da mulher no mercado de trabalho, processos de geração
de rendimentos e vida escolar.

Esta coordenação recorre a mecanismos de troca de informação, diálogo e concertação da


acção, evitando a sobreposição de actividades e racionalizando recursos de forma a
melhorar a eficácia e eficiência das acções governamentais e das iniciativas da comunidade e
do sector privado.

Ao nível do Governo Distrital, dos 41 funcionários existentes só 4 são senhoras, em geral


em posições inferiores da carreira administrativa.

Mogincual

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1
100 A
Accttiiv
viid
daad
deeE
Ecco
onnó
ómmiicca
a
1100..11 PPooppuullaaççããoo eeccoonnoom
miiccaam
meennttee aaccttiivvaa
A estrutura etária da população reflecte uma relação de dependência económica aproximada
de 1:1.2, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa.

De um total de 111 mil habitantes, 64 mil estão em idade de trabalho (15 a 64 anos).
Excluindo os que procuram emprego pela primeira vez, a população economicamente activa
é de 52 mil pessoas, o que reflecte uma taxa implícita de desemprego de 19%.

Da população activa, 97% são trabalhadores familiares ou por conta própria, na maioria,
mulheres. A percentagem de assalariados é somente de 3% da população activa, sendo - de
forma inversa, dominada por homens (as mulheres representam apenas 5% do total de
assalariados).

A distribuição da população activa segundo o ramo de actividade reflecte a dominância do


sector agrário, que ocupa 93% da mão-de-obra do distrito.

Os sectores secundário e terciário ocupam, respectivamente, 4% e 3% dos trabalhadores,


sendo dominados pela actividade de comércio formal e informal, que ocupa cerca de 3% do
total de trabalhadores do distrito.

FIGURA 10: População activa10, por ramo de actividade, 2005

4% 3% 3%
28%

69%
93%

Agricultura, silvicultura e pes ca Indústria, energia e construção


Ass alariados Por conta própria Trabalhadores familiares
Comércio, Transportes e Serviços

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

Mogincual

10 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.

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TABELA 16: População activa11, por ramo de actividade, 2005


POSIÇÃO NO PROCESSO DE TRABALHO
SECTORES DE ACTIVIDADE Assalariados Sector Por Trabalhador Empresário
conta
TOTAL Total Estado Empresas Coop. própria familiar Patrão
DISTRITO DE MONGINCUAL 51.917 3,2% 0,8% 2,4% 0,1% 68,8% 27,9% 0,0%
- Homens 25.116 3,0% 0,7% 2,3% 0,1% 39,0% 6,2% 0,0%
- Mulheres 26.802 0,2% 0,0% 0,1% 0,0% 29,7% 21,7% 0,0%
Agricultura, silvicultura e pesca 48.281 1,4% 0,0% 1,3% 0,1% 64,4% 27,1% 0,0%
Indústria, energia e construção 1.877 0,5% 0,0% 0,5% 0,0% 2,7% 0,4% 0,0%
Comércio, Transportes e Serviços 1.759 1,3% 0,7% 0,6% 0,0% 1,6% 0,4% 0,0%
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Dados do Censo de 1997.

1100..22 O
Orrççaam
meennttoo ffaam
miilliiaarr
O distrito tem um Índice de Incidência da Pobreza 12 estimado em cerca de 60% no ano de
200313. Com um nível médio mensal de receitas familiares de 65% em espécie, derivados do
autoconsumo e da renda imputada pela posse de habitação própria, a população do distrito
apresenta um padrão de consumo concentrado nos produtos alimentares (68%) e nos
serviços de habitação, água, energia e combustíveis (15%).

FIGURA 11: Consumo familiar, por grupo de produtos e serviços

3% 2%
8%
4%

14%

69%

Produtos Alimentares (*)


Habitação, Serviços, Transportes e Comunicações (*)
Material de construção e Mobiliário
Vestuário e Calçado
Lazer, Bebidas Alcoólicas, Restaurantes e Bares
Educação, Saúde e outros serviços

(*) Inclui o autoconsumo da produção agrícola e a imputação da renda por posse de habitação própria
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

11 Com 15 anos ou mais, excluindo os que procuram emprego pela primeira vez.
12 O Índice de Incidência da Pobreza (povery headcount índex) é a proporção da população cujo consumo per capita está abaixo da linha
da pobreza. Mogincual
13 Estimativa da MÉTIER, a partir de dados do Relatório sobre Pobreza e Bem-Estar em Moçambique: 2ª Avaliação Nacional
(2002-03), DNPO, Gabinete de Estudos do MPF.

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________________________________________________________________________________________________

Com variância significativa, a distribuição da receita familiar está concentrada nas classes
baixas, com quase 60% dos agregados de rendimentos mensais inferiores a 1.500 contos.

FIGURA 12: Distribuição das famílias, segundo o rendimento mensal


29,5%

15,9% 15,7%
13,4%

9,1% 9,4%

4,7%
2,2%

Com m enos De 500.000 a De 1.000.000 De 1.500.000 De 2.000.000 De 2.500.000 De 5.000.000 Com m ais de
de 500.000 MT 1.000.000 MT a 1.500.000 a 2.000.000 a 2.500.000 a 5.000.000 a 10.000.000 10.000.000 MT
MT MT MT MT MT

Fonte: Instituto Nacional de Estatística, IAF - 2002/03.

1100..33 S
Seegguurraannççaa aalliim
meennttaarr ee eessttrraattééggiiaass ddee ssoobbrreevviivvêênncciiaa
Este distrito tem sido alvo de calamidades
naturais que afectam a vida social e
económica da comunidade.

Estes desastres, associados à fraca


produtividade agrícola, conduzem . de acordo
com vários levantamentos efectuados por entidades credíveis14 - a níveis de segurança
alimentar de risco, estimando-se em 2,5 meses a média de reservas alimentares por agregado
familiar de cereais e mandioca, o que coloca cerca de 5% da população do distrito,
sobretudo os camponeses de menos posses, idosos e famílias chefiadas por mulheres, numa
situação potencialmente vulnerável.

Efectivamente, dadas as tecnologias primárias utilizadas e, consequentemente, os baixos


rendimentos das culturas, a colheita principal é, em geral, insuficiente para cobrir as
necessidades de alimentos básicos, que só são satisfeitas com a ajuda alimentar, a segunda
colheita, rendimentos não agrícolas ou outros mecanismos de sobrevivência.

Nos períodos de escassez, as famílias recorrem a uma diversidade de estratégias de


sobrevivência que incluem a participação em programas de "comida pelo trabalho", a
recolha de frutos silvestres, a venda de lenha, carvão, estacas, caniço, bebidas e a caça.
Mogincual

14 Nomeadamente, os Médicos sem fronteira.

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________________________________________________________________________________________________

As famílias com homens activos recorrem ao trabalho remunerado nas cidades mais
próximas, já que as oportunidades de emprego no distrito são reduzidas, dado que a
economia ter por base, essencialmente, as relações familiares.

Para atenuar os efeitos desta situação, as autoridades distritais e o MADER lançaram um


plano de acção para redução do impacto da estiagem incluindo sementes e culturas
resistentes e introdução de tecnologias adequadas ao sector familiar.

As principais organizações que apoiam o distrito, sobretudo aquando de calamidades, são o


PMA, o Departamento de Prevenção e Combate às Calamidades Naturais o Programa de
Emergência de Sementes e Utensílios, a Save the Children e a Organização Rural de Ajuda
Mútua, cuja actuação inclui a entrega de alimentos e a distribuição de sementes e de
instrumentos agrícolas, no quadro de programas “comida por trabalho”.

1100..44 IInnffrraa--eessttrruuttuurraass ddee bbaassee


Mogincual, particularmente Liúpo, sede do distrito, é um corredor principal de transporte
rodoviário de/e para Nampula, Angoche, Monapo e Nacala-Porto, mercê da sua localização
estratégica. A rede rodoviária que estava paralisada começou a ser reabilitada, sobretudo as
estradas nacionais e regionais. Foram reabilitadas as seguintes estradas de 2ª classe: Estrada
Nacional 236 – Monapo/Angoche, numa extensão de 163Km; Estrada Nacional 240 –
Nampula/Mogincual, numa extensão de 152Km. Foi igualmente reabilitada a Estrada
Regional 501- Liúpo/Quinga, numa extensão de 43Km.

TABELA 17: Rede de estradas


Localização Dimensão Classificação
(km)
Liúpo - Angoche 76 ER
Liúpo - Corrane 75 ER
Liúpo - Mogincual 50 ER
Liúpo - Quinga 40 ER
Classificação: EN- Estrada Nacional; ER- Estrada Regional secundária, não alcatroada; NC- Não
Classificada, estrada rural terciária.
Fonte: Administração do Distrito

Por outro lado, a nível do transporte marítimo, operam no distrito 4 barcos à vela, fazendo
serviços de transporte de passageiros e carga no percurso Namige/Ilha de Moçambique.
Existem 169 embarcações do tipo cocha, 180 canoas, 16 embarcações de bode e 12 a motor.

Em 1996, a Empresa Telecomunicações de Moçambique instalou uma dependência em


Liúpo e Namige que funcionam por sistema de cabina. Estão instaladas 2 cabinas
telefónicas, uma no PA de Liupo e outra em Namige, esta instalada em 2002. Os Serviços
Mogincual

PÁGINA 3 8
________________________________________________________________________________________________

de Correios funcionam actualmente nas instalações da Administração do Distrito.

O distrito possui actualmente 8 aparelhos de rádio transmissor/receptor, instalados nas


seguintes instituições: Administração do Distrito sede-Liúpo; Posto Administrativo de
Namige; Posto Administrativo de Quinga; Posto Administrativo de Quixaxe; Comando
Distrital da PRM; Direcção Distrital da Saúde (inoperacional); Direcção Distrital da
Agricultura e Desenvolvimento Rural; Comité Distrital do Partido Frelimo (inoperacional).

As populações abastecem-se de água a partir de poços, assim como de rios e lagoas. Grande
parte das populações tem que percorrer 1Km até à fonte de água mais próxima. A
manutenção das fontes de água é feita com a colaboração das populações, a quem é cobrada
uma percentagem para garantir a aquisição de peças sobressalentes das bombas manuais.

Existe um grupo gerador da Administração do Distrito em funcionamento e um outro da


Direcção Distrital de Saúde que se encontra avariado, cuja capacidade de iluminação é de
800 e 60 casas, respectivamente. Existem pequenos grupos de geradores caseiros de
privados, num total de 8.

A gestão é deficitária pelo facto de o número de consumidores ser muito reduzido e as


receitas cobradas não serem suficientes para cobrir os custos de gasóleo, lubrificantes e
filtros. Falta de um agente económico com poderes financeiros para gerir o grupo. Está
prevista a montagem do segundo grupo gerador em Namige e de painéis solares em
Quixaxe.

Apesar dos esforços realizados, importa reter que o estado geral de conservação e
manutenção das infra-estruturas não é suficiente, sendo de realçar a rede de bombas de água
a necessitar de manutenção, bem como a rede de estradas e pontes que, na época das
chuvas, tem problemas de transitibilidade.

1100..55 A
Aggrriiccuullttuurraa ee D
Deesseennvvoollvviim
meennttoo R
Ruurraall

10.5.1 Produção agrícola e sistemas de cultivo


De um modo geral, a agricultura é praticada manualmente em pequenas explorações
familiares em regime de consociação de culturas com base em variedades locais. A produção
agrícola é feita predominantemente em condições de sequeiro, nem sempre bem sucedida,
uma vez que o risco de perda das colheitas é alto, dada a baixa capacidade de
armazenamento de humidade no solo durante o período de crescimento das culturas.
Mogincual
Existem pequenas infra-estruturas de rega com capacidade para fazer

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________________________________________________________________________________________________

irrigação de superfície e represas com potencial para irrigar pequenas áreas agrícolas.

Algumas famílias empregam métodos tradicionais de fertilização dos solos como o pousio
das terras, a incorporação no solo de restolhos de plantas, estrume ou cinzas. Para além das
questões climáticas, os principais constrangimentos à produção são as pragas, a seca, a falta
ou insuficiência de sementes e pesticidas.

A faixa costeira é dominada pelo sistema de produção baseado na cultura da mandioca,


consociada com leguminosas de grão como o feijão nhemba e o amendoim.

O arroz de sequeiro é a cultura produzida nas planícies aluvionares dos principais rios que
drenam a costa e planícies estuarinas, sendo normalmente produzidos em bacias de
inundação preparadas para o efeito. Há ainda a referir a importância do coqueiro e do
cajueiro no sistema de produção da zona costeira, quer como um produto que garante a
segurança alimentar ou como fonte de rendimento para as famílias rurais.

O sistema agro-silvícola do cajú é o mais representativo chegando mesmo a ser dominante.


A consociação mais importante do caju, compreende culturas como a mandioca e milho,
seguindo o padrão tradicional de rotação e pousio de médio e longo prazo, dependendo
bastante da idade dos cajueiros e sua produtividade. O coqueiro na província apresenta um
distribuição alargada para o interior.

Somente em 2003, após o período de seca e estiagem que se seguiu e a reabilitação de


algumas infra-estruturas, se reiniciou timidamente a exploração agrícola do distrito e a
recuperação dos níveis de produção.

TABELA 18: Produção agrícola, por principais culturas: 2000-2003


Campanha 2000/2001 Campanha 2001/2002 Campanha 2002/2003
Principais Área (ha) Produção Área (ha) Produção Área (ha) Produção
Culturas Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas) Semeada (Toneladas)
Milho 2,054 2,054 1,548 1,478 2,050 1,893
Arroz 1,805 1,318 2,963 2,690 2,050 1,886
Mapira 1,110 755 3,581 2,432 2,896 2,201
Amendoim 2,054 1,356 1,578 851 4,950 2,703
Mandioca 13,093 65,465 13,456 70,854 13,849 68,530
Feijões 2,054 924 2,259 1,018 5,570 2,617
Batata Doce 100 200 95 180 97 194
Algodão caroço 650 250 86 39 109 44
Castanha de cajú 3,750 4,329 5,000
Girassol 100 30 100 30 100 30
Gergelim 463 232 125 54 37 17
Mogincual

PÁGINA 4 0
________________________________________________________________________________________________

TOTAL DO DISTRITO 23,483 76,334 25,791 83,955 31,708 85,115


Fonte: Administração do Distrito e Direcção Provincial de Agricultura

10.5.2 Pecuária
O fomento pecuário no distrito tem sido fraco. Porém, dada a tradição na criação de gado e
algumas infra-estruturas existentes, verificou-se algum crescimento do efectivo pecuário.

Dada a existência de áreas de pastagem, há condições para o desenvolvimento da pecuária,


sendo as doenças e a falta de fundos e de serviços de extensão, os principais obstáculos ao
seu desenvolvimento.

Os animais domésticos mais importantes para o consumo familiar são as galinhas, os patos
e os cabritos, enquanto que, para a comercialização, são os bois, os cabritos, os porcos e as
ovelhas.

10.5.3 Pescas, Florestas e Fauna bravia


A produção florestal consiste na exploração de madeira, sobretudo de Jambire, Umbila,
Chanfuta e M’cuco. A principal emprese licenciada é a Empresa Madeira de Maquela que
também contrata cortadores de toros licenciados. De 2001 a 2003 foram explorados 375m³
de madeira diversa.

As casas de Mogincual são normalmente construídas com estacas e matope, e cobertas com
capim ou com folhas de palmeira. Os cercados para os animais são também feitos com
estacas e capim. A lenha é a fonte de energia mais utilizada.

O distrito tem cajueiros, mangueiras, embondeiros, laranjeiras, papaieiras, bananeiras e


limoeiros. Toda a fruta é vendida localmente a comerciantes vindos da capital provincial. Os
maiores obstáculos à produção de frutícolas são a falta de sementes e a insuficiente
qualidade do solo.

Mogincual é um dos distritos da Província mais rico em Fauna Bravia, sendo de destacar
espécies como: gazela, impala, pala-pala, macacos, répteis, javalis, tartarugas marinhas, aves
de diversas cores e insectos. Para o efeito, e para a protecção do ecossistema o Governo do
Distrito tem feito um grande trabalho de sensibilização e mobilização junto das
comunidades para participarem no controlo e conservação do parque.

Quanto à pesca, é um sector que poderá ser desenvolvido pelo projecto do Banco de Sofala,
que promete apoiar em equipamento. A produção é feita em moldes Mogincual

PÁGINA 4 1
________________________________________________________________________________________________

artesanais e abrange a captura de peixe de 1ª , camarão, lagosta, lula, polvo, caranguejo,


holotúria e outros.

O mercado principal do pescado de Mogincual é a cidade de Nampula. Existem 1.712


pescadores. Em Quinga existe uma Associação Juvenil de Pescadores de Pequena Escala,
constituída dentro do Comité de co-gestão.

1100..66 IInnddúússttrriiaa,, C
Coom
méérrcciioo ee S
Seerrvviiççooss
A pequena indústria local (pesca, carpintaria e artesanato) surge como alternativa à
actividade agrícola, ou prolongamento da sua actividade. O Distrito possui 6 indústrias de
descasque da castanha de caju; 2 Serrações; 3 moageiras privadas; 3 salinas e 5 olarias. O
distrito tinha uma rede comercial de 88 lojas, das quais só operam 16. Muitos dos seus
proprietários encontram-se, hoje, descapitalizados.

A localização costeira estratégica do distrito de Mogincual, com ligações a outros mercados


da província e para além dela, oferece muitas oportunidades para o desenvolvimento da
actividade comercial.

Existem ligações de mercado para a comercialização agrícola e alguns comerciantes,


provenientes de Nampula, a operar no distrito para a compra de excedentes.

As transacções comerciais para a maior parte dos produtos (agrícolas, animais domésticos,
sal, peixe ou bens de consumo) são conduzidas na capital de distrito, e a maior parte das
compras de alimentos são efectuadas dentro do distrito ou, sempre que necessário, nos
distritos vizinhos.

Os recursos minerais do distrito requerem um trabalho de prospecção para determinar a


fiabilidade das informações disponíveis que indicam a existência de pedras preciosas,
minérios pesados das areias costeiras e petróleo.

Não obstante as excelentes condições naturais que o distrito apresenta, o turismo é,


praticamente, inexistente. Existem duas autorizações de construção e exploração de
complexos turísticos da “Mar-Quinga”, com capitais estrangeiros e da Tropical Nampula.

Em Namige foi instalado um pequeno complexo turístico denominado “Fim do Mundo”.

Não existe nenhuma instituição bancária a operar no distrito, nem nenhum sistema formal
de crédito em condições acessíveis aos operadores locais.
Mogincual

PÁGINA 4 2
Autoridade tradicional
________________________________________________________________________________________________

A
Anneexxoo:: A
Auuttoorriiddaaddee C
Coom
muun
niittáárriiaa n
noo D
Diissttrriittoo ddee M
Mooggiin
nccu
uaall
(Fonte de dados: Direcção Nacional da Administração Local)

Área de Jurisdição Data de


Designação Local
Nº Nome Completo Sexo Posto Reconheci-
de Aut. Comunitária Localidade Bairro/Regulado
Administrativo mento
1 Adelino Alfredo Laisse Régulo M Nanhupo/Rio Namicoio 08/08/02
2 Rodrigues Maquela Régulo M “ Maquela 08/08/02
3 Salimo Uacate Régulo M “ Maneia 13/08/02
4 Germano Muraranja Régulo M “ Meloge 20/10/03
5 Mecupela Izeria Régulo M Muatua Mecupela 21/10/03
6 Diago Caetano Régulo M “ Iawi 12/03/03
7 Elias Tapia Régulo M “ Metumua 26/06/03
8 Pires Vaheque Régulo M “ Metapa 26/06/03
9 Ali Braimo Régulo M Calipo Iaia 27/08/03
10 Ussene Momade Régulo M “ 27/08/03
11 Alexandre A. Momade Régulo M “ Cha-Selemane 04/11/03
12 Hilário de Castro Abacar Régulo M Iuluti Cha-Momade 11/11/03
13 Cupiha Amade Régulo M “ Metipia 20/03/03
14 Omar Muahula Régulo M “ Muahula 27/06/03
15 Francisco Chale Régulo M “ Muahano 27/06/03
16 Felipe Admugy Régulo M “ Nahipa 20/08/02
17 Muquereia Alige Régulo M “ Namicuta 28/08/02
18 Silvério Abudo Régulo M “ 28/08/02
19 Silvestre Muhitepe Régulo M “ Cululo 05/11/02

Mogincual

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Página 43
Autoridade tradicional
________________________________________________________________________________________________

20 Gregório dos Santos Amisse Régulo M Nametil Meramela 11/06/03


21 Alfredo Balança Régulo M “ Nametuma 30/06/03
22 Momade Nametuma Régulo M “ Guarda 24/03/03
23 Chicra Muaia Régulo M “ Naquira 10/10/03
24 Ambrósio Nhica Régulo M “ Capitão-Mor 14/10/02
25 António José Natoconhe Régulo M “ 14/10/02
26 Assuate Avara Régulo M “ Tutua 10/06/03
27 Ramete Nhica Régulo M Namitil Nhica 10/06/03
28 Pires Potela Secret. de Bairro M Quixaxe 11/10/02
29 Sebastião Aly Secret. de Bairro M Namige 04/11/02
30 Constantino Momade Secret. de Bairro M “ 20/03/03
31 António Manuel Valentim Secret. de Bairro M Liúpo 23/08/02
32 Momade Joaquim Secret. de Bairro M “ 23/08/02
33 Momade Namoro Secret. de Bairro M Quinga 05/11/02
34 Júlio Nahir Secret. de Bairro M Quinga 24/03/03

Mogincual

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Página 44
Documentação consultada
________________________________________________________________________________________________

D
Dooccu
umme
enntta
aççã
ãoo cco
onnssu
ulltta
adda
a
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Mogincual

PÁGINA 4 6
Série: Perfis Distritais
Edição: 2005

Editor: Ministério da Administração Estatal


Coordenação: Direcção Nacional da Administração Local
Copyright © Ministério da Administração Estatal
Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.govnet.gov.mz/

Assistência técnica: MÉTIER – Consultoria & Desenvolvimento, Lda


Um resumo desta publicação está disponível na Internet em http://www.metier.co.mz
Copyright © MÉTIER, Lda
MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL

Série “Perfis Distritais de Moçambique”


Edição 2005

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