A Homenagem Simbólica A Maria Firmina No Dia Do Falecimento
A Homenagem Simbólica A Maria Firmina No Dia Do Falecimento
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Resumo
Tema: a primeira menção conhecida à obra de Maria Firmina dos Reis em contexto
acadêmico, feita exatamente no dia de seu falecimento, sem que os participantes
tivessem essa informação.
Contexto da menção: o estudo Celso de Magalhães, lido pelo escritor Fran Pacheco
em sessão pública na Academia Maranhense, em 11 de novembro de 1917.
Menção breve a Maria Firmina: "[...] Maria Firmina dos Reis, ainda viva,
soterrada nas paragens vimaranenses [isto é, de Guimarães], vergando ao peso de 92
janeiros [...]".
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Apresentação
Em 11 de novembro de 1917 falecia a escritora maranhense Maria Firmina dos Reis,
nascida a 11 de março de 1822. Ninguém mais do que ela deve ter sentido tanta surpresa
pela existência longeva: desde adolescente, Maria Firmina definia-se como
"melancólica", e em textos de prosa e poesia reconheceu ter desejado, muitas vezes, a
paz associada ao suicídio.
Aos 95 anos de idade, Maria Firmina morreu pobre e cega. Não se conhecem
obituários em jornais do Maranhão ou qualquer outra forma de reconhecimento de suas
contribuições à cultura maranhense, após a morte.
Como se deu com tantos escritores brasileiros daquela época, a autora maranhense
morreu sem nenhuma expectativa de que no futuro seria lembrada com carinho e
admiração, e sua obra divulgada entre o público e estudada no meio acadêmico.
Também esse tempo, no caso de Maria Firmina, demorou bastante. Somente onze
anos após o lançamento da segunda edição de Úrsula, em 1975, o romance, até então
inacessível, assim como sua obra, viriam a merecer o primeiro trabalho acadêmico: Um
autorretrato de mulher: a pioneira maranhense Maria Firmina dos Reis, da escritora e
pesquisadora Luiza Lobo.
Se o ano de 1986 marcou a entrada efetiva de Maria Firmina dos Reis na Academia,
o de 1917, o próprio ano do falecimento, marcou a sua entrada simbólica. Isso porque
em 11 de novembro daquele ano o escritor Fran Pacheco leu um estudo intitulado Celso
de Magalhães em sessão pública na Academia Maranhense.
Nesse estudo, pela primeira vez a autora maranhense era mencionada de maneira
elogiosa, sem que nenhum dos acadêmicos ou dos participantes da sessão soubessem do
falecimento da autora, no mesmo dia.
Fran Pacheco e as Figuras Maranhenses, de Joaquim Vieira Luz, página 224, Livros
de Portugal S. A., Edições Dois Mundos, Rio de Janeiro, 1957.
"[...] Maria Firmina dos Reis, ainda viva, soterrada nas paragens vimaranenses [isto
é, de Guimarães], vergando ao peso de 92 janeiros [...]".
Na verdade, a autora faleceu aos 95 anos de idade, naquele dia. "Soterrada" soa
quase como uma premonição.
Fran Pacheco e as Figuras Maranhenses, de Joaquim Vieira Luz, página 237, Livros
de Portugal S. A., Edições Dois Mundos, Rio de Janeiro, 1957.
Simbolicamente, nesse dia Maria Firmina dos Reis saía da vida para entrar na
Academia, meio que a acolheu e no qual, 100 anos depois, é homenageada com mais de
70 estudos que abordam diversos aspectos da vida e da obra da primeira romancista
brasileira.