Lição Betel Completa - Transformando As Adversidades em Cenários de Milagres e Vitórias

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Revista de

Escola Bíblica Dominical


3º Trimestre de 2020 • Ano 30 • Nº 116
Publicação Trimestral • ISSN 2448-184X

TRANSFORMANDO AS ADVERSIDADES NOSSA CAPA:


Planta crescendo em
EM CENÁRIOS DE MILAGRES E VITÓRIAS terra seca, simboli-
Lições de como os heróis superaram os desafios em tempos de zando esperança em
escassez, guerras e angústias tempo de crise!

SUMÁRIO

LIÇÃO 1 Prosperando em meio às crises ___________________________ 3

LIÇÃO 2 As adversidades geram oportunidades ______________________ 10

LIÇÃO 3 Diante do caos iminente, Deus nos concede o escape __________ 17

LIÇÃO 4 Crise também é oportunidade de recomeço _________________ 24

LIÇÃO 5 Enfrentando gigantes, conquistando vitórias _________________ 31

LIÇÃO 6 Usando a fé diante dos confrontos ________________________ 38

LIÇÃO 7 O Senhor peleja pelo Seu povo! ___________________________ 45

LIÇÃO 8 Confiar no Senhor em todo o tempo _______________________ 52

LIÇÃO 9 A soberania de Deus em meio às crises _____________________ 59

LIÇÃO 10 Atravessando a crise com perseverança ____________________ 66

LIÇÃO 11 Enfrentando as fornalhas da vida _________________________ 73

LIÇÃO 12 O fiel experimenta socorro divino mesmo em tempos de crise _ 80

LIÇÃO 13 Perseguido, mas não derrotado __________________________ 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________________________ 94

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Palavra do Comentarista
CONAMAD A humanidade tem atravessado períodos ad-
MESA DIRETORA
Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira versos recentemente. A crise da pandemia
Presidente
Bispo Samuel Cássio Ferreira
assolou nações, despencou a economia e co-
Bispo Abigail Carlos de Almeida mo uma onda avassaladora afligiu as diver-
Bispo Abner de Cássio Ferreira
Bispo Oídes José do Carmo sas classes sociais. A Palavra de Deus relata
Pr. Amarildo Martins da Silva
Pr. Josué de Campos muitos momentos nos quais o povo de Israel
Pr. Genício Severo dos Santos
Bispo Daniel Fonseca Malafaia
vivenciou grandes adversidades em várias
Pr. Eliel Araújo de Alencar vertentes de sua caminhada. Como o cristão
Pr. Josué Rodrigues de Gouveia
Pr. Gilson Ferreira Campos deve enfrentar as crises sem sucumbir diante
Pr. José Fernandes Correia Noleto
Pr. João Adair Ferreira delas? É sobre este tema que nos debruçare-
Pr. David Cabral
mos neste trimestre a fim de conhecermos
EDITORA BETEL
DIRETORIA/CONSELHO DELIBERATIVO de perto importantes princípios para aquele
Bispo Primaz Mundial Dr. Manoel Ferreira
Bispo Abigail Carlos de Almeida
que deseja ser vitorioso diante de tantos obs-
Bispo Oídes José do Carmo táculos, aproveitar as oportunidades a fim de
Bispo Daniel Fonseca Malafaia
Pr. Josué de Campos prosseguir, tendo um crescimento saudável,
Pr. Genício Severo dos Santos
Pr. Eliel Araújo de Alencar fortificado e enraizado na Palavra de Deus.
Pr. José Fernandes Correia Noleto
Pr. David Cabral
Que o Espírito Santo nos conduza em todo o
Pr. Neuton Pereira de Abreu
Pr. Eduardo Sampaio de Oliveira
tempo para a glória de Deus!
Pr. João da Cruz Gomes Feitosa
Pr. Moisés Pereira Pinto
SOBRE O AUTOR
Pr. Abinair Vargas Vieira
Pr. Dilmo dos Santos
BISPO ABNER FERREIRA
Pr. Desailton Antônio de Souza
Pr. José Pedro Teixeira Presidente da CONEMAD/RJ
Pr. João Nunes dos Santos
(Convenção Estadual dos Mi-
Pr. Antonio Paulo Antunes
Pr. Deiró de Andrade nistros Evangélicos das Assem-
Pr. Abraão Gomes da Silva
bleias de Deus - Ministério de
GERÊNCIA
Bispo Samuel Cássio Ferreira
Madureira no Estado do Rio de
Gerente Executivo Janeiro); Presidente da Catedral
Bispo Abner de Cássio Ferreira
Gerente Geral
Histórica das Assembléias de Deus do Ministério de
Madureira; 3º Vice-presidente da CONAMAD; Ad-
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5 jul / 2020

LIÇÃO

Prosperando em meio às crises


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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças O estudo da vida de Isaque contribui na
ao Egito; habita na terra que eu te disser.” aprendizagem sobre como devemos nos
Gênesis 26.2 comportar em tempos de crise.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Destacar que o Senhor é Apresentar a importância Mostrar que na hora da
conosco, mesmo na crise. da obediência do cristão. crise Deus sempre nos ampara.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 26 que tenho jurado a Abraão, teu pai.
1. E havia fome na terra, além da primeira fome, 4. E multiplicarei a tua semente como as es-
que foi nos dias de Abraão; por isso, foi Isaque a trelas dos céus e darei à tua semente todas
Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar. estas terras. E em tua semente serão benditas
2. E apareceu-lhe o Senhor, e disse: Não desças todas as nações da terra.
ao Egito; habita na terra que eu te disser. 5. Porquanto Abraão obedeceu à minha voz e
3. Peregrina nesta terra, e serei contigo e te guardou o meu mandado, os meus preceitos,
abençoarei; porque a ti e à tua semente darei os meus estatutos e as minhas leis.
todas estas terras e confirmarei o juramento 6. Assim, habitou Isaque em Gerar.

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 3


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Dt 20.4 QUINTA | Pv 21.31
Deus é o que vai conosco Do Senhor vem a vitória
TERÇA | 1Cr 18.6 SEXTA | 1Co 15.57
Deus é quem nos guarda Deus que nos dá a vitória por Jesus Cristo
QUARTA | 1Cr 29.11 SÁBADO | 1Jo 5.4
De Deus é a vitória O que é nascido de Deus vence o mundo

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


93, 305, 372 Introdução
1. A pedagogia de Deus
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. A crise chega para Isaque
Ore para que em tempos de crise a bênção 3. Prosperidade em tempo de crise
do Senhor esteja sobre nós. Conclusão

INTRODUÇÃO
Esta lição nos ensina que, mesmo em meio à escassez de alimentos que a ter-
ra estava atravessando, Isaque prosperou. A crise não pôde dominá-lo, pois a
bênção do Senhor estava sobre ele.

A pedagogia de Deus anos) foram pais de um menino,


Deus prometeu a Abraão que por nome Isaque, que lhes trouxe
sua descendência seria como as grande alegria.
estrelas do céu [Gn 15.5]. Po- 1.1. Deus sempre proverá recursos.
rém, neste momento, O Senhor ordena a Abraão
Abraão já deveria pos- PONTO DE que vá até a terra de Moriá
suir quase 80 anos. É PARTIDA e lhe ofereça em sacrifício o
preciso fé para crer que seu único filho Isaque [Gn
Deus tem
um senhor idoso, com 22.1-2]. Então, Abraão não
compromisso
o agravante da esteri- mede esforços para obede-
com os fiéis.
lidade de sua esposa cer à voz de Deus. Sua sub-
[Gn 11.30], possa gerar missão a Deus fez com que
um filho, quanto mais ser pai de ele levantasse bem cedo, aprontasse o
uma grande nação, mas Deus não seu jumento, tomasse consigo dois de
é homem para que minta [Nm seus moços e seu amado filho Isaque,
23.19]. Então, como resposta di- apanhasse a lenha para o holocausto
vina, Abraão (100 anos) e Sara (90 e seguisse para o local orientado por
4 · LIÇ ÃO 1
Deus, cumprindo sistematicamente costume pagão, adotado no culto
as ordens do Senhor. babilônico. Ainda hoje, em algumas
Gordon Lindsay sobre este mo- regiões da África e da Índia, mães
mento histórico: “No capítulo vinte e pagãs jogam filhos para animais
dois de Gênesis, é narrado a história selvagens ou dentro de rios, em vã
do momento mais notável de Abraão. esperança de que a oferta aplaque a
Contudo, não podemos esquecer que ira de seus deuses. Tais deuses são
também foi a ocasião de maior honra na verdade demônios [1Co 10.20].”.
para Isaque. Abraão não poderia ter
desempenhado aquele supremo ato de 1.3. Isaque conheceu o Deus da provi-
obediência sem a total cooperação do são. A resposta de Abraão neste mo-
filho Isaque. Ambos, pai e filho, en- mento foi uma das maiores provas de
frentaram a maior prova de comple- fé que as Escrituras mencionam [Gn
ta devoção a Deus, sendo aprovados 22.8]. Este Abraão era o mesmo que
com mérito.”. tivera uma experiência com Deus de
maneira especial no passado, quando
1.2. Fé em meio à dor. A fé de Abraão o Senhor lhe escolheu ainda em Ur
nos incita a uma confiança extrema dos Caldeus. Mas era a hora de Isa-
em Deus. Durante a caminhada até que ter a sua experiência com Deus,
o local do sacrifício, Isaque pergunta assim como Abraão, seu pai [Gn
ao pai sobre o cordeiro que será ofe- 22.13]. Diante da ação do Senhor em
recido. Abraão tinha plena certeza de providenciar um cordeiro, Isaque foi
que existia uma esperança em meio impulsionado a ter uma confiança
ao caos que os aguardava. Olhando extrema no Senhor.
mais de perto a vida de Abraão, po- De acordo com Gordon Lindsay:
demos dizer que são nos momentos “Sem dúvida, o patriarca tinha fé que
de crise que a fé faz a diferença nas Deus interviria de alguma maneira.
atitudes tomadas. Com sua atitude, Naquele momento, o fim se anuncia-
Abraão ensina a Isaque que eles ser- va e a única esperança era que Deus
viam a um Deus provedor de todas fizesse um milagre, ressuscitando
as coisas [Sl 34.10]. Isaque [Hb 11.17-19]. Mas, no mo-
Segundo Gordon Lindsay: “Con- mento em que a faca fora levantada,
forme veremos, longe de estar incen- ficando parada no ar por um ins-
tivando Abraão a sacrificar o próprio tante, antes que o golpe irrevogável
filho, o Senhor estava mostrando fosse desferido, o anjo do Senhor
a ele, bem como toda a humanida- bradou [Gn 22.11-12, 15-16]. Sur-
de, que sacrifícios humanos nunca preso, Abraão olhou para cima, no-
seriam necessários e nunca foram tando um carneiro amarrado pelos
ordenados por Deus. Na verdade, chifres em um arbusto. Rapidamen-
o sacrifício humano era um terrível te, soltou Isaque, tomou o carneiro
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 5
e o ofereceu como sacrifício. Assim, momento de fome, o Senhor fala a Isa-
Deus demonstrou que sacrifício hu- que para não partir para o Egito, mas
mano não seria necessário, tendo Ele para ficar em Gerar, pois aquela ter-
mesmo providenciado um substituto. ra seria dele [Gn 26.2-3]. A promes-
Era isso que Deus estava ensinando sa era que, mesmo em meio à crise,
a Abraão e a Isaque.”. ele seria próspero como Abraão, seu
pai. Podemos dizer que a bênção que
EU ENSINEI QUE: estava sobre Abraão agora estaria so-
Abraão não permitiu que sua fé titubeasse bre o seu filho. Sob esta ótica, Isaque,
diante da maior provação de sua vida. Com mesmo diante da fome, iria prosperar
sua atitude, ensinou a Isaque que eles ser- muitíssimo.
viam a um Deus provedor. Segundo Gordon Lindsay: “Com
a morte do pai, Isaque tornou-se o
único responsável por tudo. Chegou
A crise chega para Isaque o tempo em que Deus começaria a
Depois da morte de seu pai, e o tratar Isaque, assim como fizera com
Senhor curar a esterilidade de sua Abraão. Vale observar que, assim co-
esposa Rebeca, a vida de Isaque mo ocorreu com Abraão, que, ao che-
tomou um novo rumo. É sabido gar em Canaã, encontrou a terra asso-
que do relacionamento de Isaque lada pela fome, quando Isaque assume
com Rebeca o Senhor lhe dera o lugar do pai, também experimenta
dois filhos: Esaú e Jacó [Gn 25.19- uma situação de miséria na terra.”.
23]. Vivendo este novo momento
como pai, a terra enfrentou uma 2.2. Tomando decisões em meio às
devastadora fome e Isaque bus- crises. Nossas escolhas têm um gran-
cou refúgio em Gerar, terra dos de peso em nossa vida, no presente
filisteus. e futuro. Precisamos entender que
2.1. Deus te faz prosperar em meio Deus permite que passemos por tes-
às crises. Cedo ou tarde, todos nós tes, para apreciar qual decisão iremos
passaremos por momentos de abun- tomar. Não restam, aliás, exemplos
dância e também por algum tipo de de pessoas que foram testadas no
crise relacionada à escassez. Notemos quesito fé e foram aprovadas: Noé,
que na vida de Isaque há momentos Abraão, Moisés, Rute, Ester, Paulo,
de fartura e de escassez. Vivendo um entre outros. Isaque também pode

FOCO NA
LIÇÃO A promessa era que, mesmo em meio à
crise, ele seria próspero como Abraão, seu pai.

6 · LIÇ ÃO 1
ser incluído nesta galeria. Deus foi divina outorgada a Isaque chamou
bem claro: ele não deveria descer a atenção dos filisteus [Gn 26.16].
ao Egito, pois ali em Gerar ele seria Gozando do favor do Senhor,
abençoado. Com sua escolha em obe- Isaque pôde construir um alto pa-
decer e permanecer em Gerar, Isaque trimônio em Gerar, Diante de tal
nos faz ver que além de conhecermos riqueza, acabou por se tornar impo-
a vontade de Deus, é preciso decidir pular entre seus vizinhos, de modo
obedecer ou não. que Abimeleque, rei dos filisteus,
Levados pelo vento das mudan- pediu que ele se afastasse de suas
ças, devido à grande fome existente terras [Gn 26.16]. Por essa dura in-
na terra, Isaque se vê obrigado a se veja, Isaque ia sendo impelido para
deslocar, a fim de fugir da escassez cada vez mais longe de Gerar. Con-
de alimento como havia feito seu pai tudo o Senhor pela obediência de
[Gn 12.10]. Assim, notamos que sua Isaque tinha por plano continuar
intenção era ir para o Egito. Contudo, lhe abençoando onde quer que ele
Deus lhe disse para ficar em Gerar, estivesse. Afinal era a forma que
pois a bênção chegaria até ele. Isaque Deus tinha para deixar clara a im-
fez a escolha correta, obedeceu a voz portância da bênção que Ele havia
de Deus e o Senhor lhe abençoou de prometido a Abraão a respeito de
tal maneira que seus vizinhos filisteus sua descendência.
tiveram inveja dele.
EU ENSINEI QUE:
2.3. Avaliação do cenário. O cenário Devemos acreditar que a crise é uma porta
que Isaque estava vivendo era deses- de oportunidades para termos experiências
perador. Havia uma grave crise, não com Deus.
era uma pequena anormalidade. Era
tempo de escassez de alimento e is-
so envolvia uma série de questões: Prosperidade em tempo
empobrecimento, doenças e dese- de crise
quilíbrio emocional, entre outros. O fato da bênção do Senhor estar
Podemos dizer que a crise presen- sobre Isaque era a razão de sua
ciada por Isaque é semelhante a que prosperidade mesmo em tempos
passamos recentemente no mundo. de crise [Gn 26.12]. A Bíblia nos
Contudo, mesmo em meio à crise, o revela que aquele que obedece à
Senhor abençoava Isaque em tudo. voz do Senhor, assim como Isa-
Afinal, quem segue as recomenda- que, prospera em meio às adver-
ções das Escrituras não só vai triun- sidades.
far sobre os problemas, mas também 3.1. A prosperidade em tempo de cri-
vai evitar muitos outros! O texto bí- se dependerá de sua atitude. Convém
blico nos mostra que a prosperidade sublinhar que a riqueza de Abraão
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 7
FOCO NA
LIÇÃO Isaque nos ensina que na hora da crise não
devemos cruzar os braços. Deus promete abrir “as janelas
do céu”, todavia devemos fazer a nossa parte.
era muitíssima [Gn 13.2]. Por meio Apesar dos filisteus entulharem os
do relato das Escrituras, Isaque foi o seus poços, Isaque não se abateu e
único herdeiro de toda esta riqueza continuou cavando. Mesmo vivendo
[Gn 25.5]. Diante destas evidências, um período de crise, e diversas tenta-
podemos observar que, mesmo tendo tivas de lhe parar, Isaque perseverou.
bens, Isaque não parou de trabalhar Assim como Isaque, devemos ter a
[Gn 26.12, 14, 19]. Isaque nos ensina certeza de que existe um manancial
que na hora da crise não devemos de Deus fluindo sobre as nossas vidas.
cruzar os braços. Deus promete abrir Segundo Gordon Lindsay: “Isa-
“as janelas do céu”, todavia devemos que partiu para o vale onde Abraão
fazer a nossa parte. peregrinava no passado e descobriu
De acordo com o Bispo Abner Fer- que os poços que seu pai cavara ha-
reira: “Jesus nos alertou que devemos viam sido desativados. Os filisteus
esperar por provações e sofrimentos, os tinham enterrado, após a morte
pois isso faz parte da vida cristã. Ele de Abraão. Isaque mandou que seus
disse: “No mundo tereis aflições...”, e servos os cavassem novamente [Gn
Ele mesmo experimentou sentimen- 26.15]. Esse texto é escolhido pelos
tos angustiantes durante Seu ministé- pregadores para alertar as pessoas que
rio terreno. Mas, assim como Jesus foi têm abandonado os poços espirituais
vitorioso, nós seremos também, pois dos pais, ou que têm permitido que os
a promessa de vitória é uma realida- poços sejam entulhados.”.
de bíblica expressa pelos profetas do
Antigo e Novo Testamento. Por isso, 3.3. Mesmo em meio à crise, todos
diante das provações e sofrimentos reconhecerão que Deus é contigo. A
não devemos esmorecer, nem nos vida de Isaque nos faz ver que a pre-
abater, pois a vitória é certa para todos sença de Deus já está dentro de nós.
os que estão em Cristo Jesus.”. Onde quer que estejamos, esta pre-
ciosa presença conosco estará! Todos
3.2. As promessas de Deus são uma reconhecerem que a presença de Deus
fonte de bênção inesgotável. Quando era com Isaque [Gn 26.28]. Para que
Deus está conosco, as bênçãos dEle todos reconheçam Deus na sua vida,
nos acompanham, não importando gaste tempo em Sua companhia, cul-
onde estejamos. Na vida de Isaque a tive uma íntima amizade com o Se-
bênção do Senhor estava sobre ele. nhor. O próprio Deus se encarregará
8 · LIÇ ÃO 1
de conceder as Suas bênçãos sobre a nós e ti; e façamos concerto contigo”
sua vida, assim como fez com Isaque. [Gn 26.28]. Abimeleque, de maneira to-
De acordo com Gordon Lindsay: talmente hipócrita, lhe falou: “Como te
“Certo dia, Isaque notou, surpreso, fizemos somente bem” [Gn 26.29]. De
Abimeleque se aproximando, com fato, seus homens encheram os poços
dois dos seus oficiais. O que desejam de Isaque, os pastores de Isaque cava-
agora? Deveria ser uma missão de paz, ram outros, os pastores de Abimeleque
pois vinham sozinhos, sem a presença se apossaram deles. Isaque, porém,
de soldados. Será que lhe pediriam al- homem de paz, não discutiu; aceitou a
gum favor? Isaque se deparou com eles proposta de paz feita por eles.”
dizendo: “Por que viestes a mim, pois
que vós me aborreceis e me enviastes de EU ENSINEI QUE:
vós?” [Gn 26.27] Abimeleque respon- Não importa o lugar em que estejamos, se
deu: “Havemos visto, na verdade que o tivermos a presença do Senhor, prosperare-
Senhor é contigo; pelo que dissemos: mos em meio às crises.
Haja, agora, juramento entre nós, entre

CONCLUSÃO
A nossa prosperidade não depende somente de Deus, mas também de
nós mesmos. E para alcançarmos a bênção de Deus, é necessário tomar-
mos a atitude de cavar poços e desobstruir os entulhos, para usufruir as
promessas do Senhor.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 9


12 jul / 2020

LIÇÃO

As adversidades geram
oportunidades
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“E o Senhor estava com José, e foi varão prós- Uma íntima comunhão com Deus faz a
pero; e estava na casa de seu senhor egípcio.” diferença no enfrentamento das crises
Gênesis 39.2 desta vida.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Expor que as crises nos tor- Destacar que a bondade de Mostrar que nada pode nos
nam mais fortes. Deus sempre nos alcança. afastar de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 37 irmãos, tiraram a José a sua túnica, a túnica
19. E disseram uns aos outros: Eis lá vem o de várias cores, que trazia.
sonhador-mor! 24. E tomaram-no e lançaram-no na cova; po-
20. Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lan- rém a cova estava vazia, não havia água nela.
cemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma 28. Passando, pois, os mercadores midianitas,
besta-fera o comeu; e veremos que será dos tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam
seus sonhos. José por vinte moedas de prata aos ismaeli-
23. E aconteceu que, chegando José a seus tas, os quais levaram José ao Egito.

10
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Gn 39.2 QUINTA | Rm 8.35
José na casa de Potifar As crises não separam o cristão de Deus
TERÇA | Êx 14.5-10 SEXTA | 2Tm 1.7
O inimigo irá tentar te parar Deus não nos deu o espírito de temor
QUARTA | Jo 15.18 SÁBADO | Tg 1.2-3
Quem segue a Jesus aborrece ao mundo A tentação vem para todos

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


187, 465, 577 Introdução
1. A inveja dos irmãos de José
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. A traição dos irmãos de José
Ore para que Deus nos ajude na nossa cami- 3. Fé em meio às injustiças
nhada com Ele. Conclusão

INTRODUÇÃO
Mesmo vivenciando tantas aflições, José não abriu mão de sua fé e confiança
em Deus, que estava com ele a todo o momento. Todas as adversidades en-
frentadas contribuiriam para cumprimento do plano divino.

A inveja dos irmãos de José de irmãos dói profundamente. Afinal,


O que dizer da fidelidade e da quem não tem problemas na família?
exímia postura comportamental Na família de Jacó tinha inveja, mentira,
de José. Diante de sua traição, engano, ciúme etc. As
postura, o sentimento PONTO DE maiores brigas familiares e,
de inveja foi gerado nos PARTIDA até mesmo crimes passionais,
corações de seus irmãos, são movidos por sentimentos
É preciso ter
o que culminou em um dessa natureza. Jacó cometeu
comunhão
plano maligno, que o o erro de apreciar um filho
íntima com
distanciou do amor de mais do que os outros e isto
Deus.
seu pai e do aconchego trouxe sérios problemas para
de seu lar. a sua família.
1.1. A crise na família. A postura de José Pastor Levi Virgínio: “Muitas pes-
no seio familiar, a preferência de Jacó e soas gostariam de ter nascido em outro
os sonhos que contava à família, chamou lar, em outro lugar, e até em outro país.
a atenção de seus irmãos. Sofrer nas Alguns dizem: “Sou grato a Deus pe-
mãos de estranhos dói, mas nas mãos los meus pais, mas gostaria de ter sido
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 11
gerado por eles em outra situação”. Por Eles poderiam ser cobiçosos, rebeldes,
outro lado, conhecemos pessoas que trapaceiros e vingativos, mas não eram
nasceram em condições e em lugares que estúpidos. Compreenderam rapida-
julgamos ideais, porém também enfren- mente, pela evidência das indulgências
tam problemas, que são, talvez, maiores para José, que era o favorito da família.
que os outros”. Aprendemos com José a A mãe de dele fora a esposa favorita e
importância de preservarmos nosso re- José, o filho favorito. Eles não estavam
lacionamento com Deus e não sermos dispostos a deixar que esse estado de
dominados pela tendência de acharmos coisas continuasse passivamente. Na
que somos tão somente vítimas da vida hora oportuna extravasariam sua ira.”
e nada podemos fazer. Aquele que está
em Cristo crê que Deus é poderoso pa- 1.3. Seus adversários irão tentar fazer
ra levar adiante Seu propósito (Fp 1.6). você parar. Não é novidade que quando
uma pessoa busca aprofundar seu re-
1.2. A inveja não pode te parar. A inveja lacionamento com Deus e desfruta de
pode aparecer numa família, quando os bênçãos, surge a possibilidade de ser alvo
pais dão preferência a um de seus filhos. de inveja. Muitos tentarão lhe parar só
Jacó provocou este sentimento em sua por causa daquilo que você é ou tem. A
família, demonstrando preferência por inveja dos irmãos de José era tanta que
José. A inveja culminou-se em aversão a eles lhe tiraram a túnica de várias co-
José por parte dos seus irmãos. O inve- res presenteada por seu amado pai [Gn
joso possui um sentimento egocêntrico, 37.3]. Em suas maldades, lançaram José
pois só se sente bem quando é o centro um uma cova [Gn 37.24]. Não satisfeitos,
das atenções. Este sentimento pode se venderam-no como escravo [Gn 37.28].
transformar facilmente em furor [1Sm Diante de tantas afrontas José nos mostra
18.7-8]. A inveja pode causar grandes que, quando estamos firmados em Deus,
problemas familiares, inclusive levar é possível vencer, apesar de atos levianos
o indivíduo a querer a morte do seu contra nós [Sl 27.1-3].
próprio irmão [Gn 4.4-8; 1Jo 3.11-12]. Jacó teve doze filhos e uma filha, mas
Segundo Charles Swindoll: “José nenhum tão amável como José. Ele foi
era o primogênito da esposa favorita de um homem de grande integridade, en-
Jacó, Raquel, a quem muito amava. Era tendimento e sabedoria [Gn 41.39]. Os
o filho da velhice de Jacó. José também irmãos de José desenvolveram um ciúme
não se parecia com seus irmãos, em patológico, e passaram a ver a José como
caráter e atitude. É possível que Jacó uma ameaça pelo amor de seu pai. É im-
favorecesse José por todas estas razões. pressionante como o diabo quer sempre
Ele não só o amava mais que os outros, nos parar. Ele não apenas é furioso, mas,
como também lhe mostrou, impru- também, astuto. Esta rivalidade fraterna
dentemente, grande favorecimento. Os demonstra ser uma questão muito per-
outros filhos de Jacó não eram tolos. turbadora até mesmo nos dias de hoje.
12 · LIÇ ÃO 2
maldade, os irmãos de José venderam-
EU ENSINEI QUE: -no para uma companhia de ismaelitas
A inveja gera crises na família e precisa ser que ia para o Egito. A dor da traição de
evitada. seus irmãos só não era maior que a dor
da saudade que iria sentir de seu ama-
do pai. Contudo a relação harmoniosa
A traição dos irmãos de entre Deus e José fez com que ele não
José esmorecesse diante da dor.
A história do jovem José encanta a Pastor Levi Virgínio: “José foi cas-
muitos por causa de sua entrega to- trado do manto da convivência pater-
tal ao Senhor. Vimos que o relacio- nal quando seus irmãos o venderam.
namento entre José e Jacó, seu pai, Um moço de 17 anos passar por esta
incomodava os seus irmãos. Diante situação é previsível que venha produ-
disso, José recebeu um duro golpe: zir em si um transtorno de personali-
foi tirado do seio familiar, indo pa- dade nos anos seguintes e que se torne
rar em uma terra estrangeira, o que uma pessoa de mau caráter. É sempre
lhe acarretaria crises profundas. bom ter em mente que seu pai o ama-
2.1. Primeira crise: afastado de quem va muito, e esta atitude implicava em
amava. A palavra traição pode ser dizer que o amor dedicado do pai a ele
definida como deslealdade, desapon- era demasiadamente mais do que aos
tamento da expectativa de alguém, seus irmãos e este comportamento era
distanciamento, engano, infidelidade. público. Lógico, isto insultava todos os
Podemos dizer, então, que toda traição seus irmãos, mas também é inegável
envolve mentira. José havia ido buscar que pessoalmente era muito confortável
notícias de seus irmãos, quando é avis- para o menino José. Sem sombra de dú-
tado por eles, que, movidos pelo ódio, vida houve um milagre na vida de José.”
traçaram um plano maligno contra ele
[Gn 37.18]. A primeira intenção era 2.2. Segunda crise: acusado injustamen-
matá-lo. Porém, nada nem ninguém te. Os comerciantes ismaelitas levaram
pode impedir os planos de Deus para José juntamente com outros escravos
nossa vida. Aconselhados por Rúben, para ser vendido aos egípcios. Neste
numa tentativa de livrar José, os demais período José tinha dezessete anos [Gn
irmãos lançaram-no numa cova [Gn 37.2]. José foi comprado por Potifar, a
37.24]. Num ambiente impregnado de fim de que lhe servisse como escravo.

FOCO NA
LIÇÃO Porém, nada nem ninguém pode impedir os
planos de Deus para nossa vida.

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 13


Como é importante termos intimidade pertence é você - sua mulher. Jamais po-
com Deus, pois, mesmo sendo escravo deria trair a confiança dele. A segunda
em terra estranha, a presença do Eterno razão era a sua fidelidade a Deus. José
estava com José. E nós sabemos que a disse: “Como cometeria eu tamanha
presença de Deus incomoda Satanás. maldade, e pecaria contra Deus”.
José não havia sido eliminado por seus
irmãos, então Satanás procurou enver- 2.3. Terceira crise: esquecido por todos.
gonhá-lo através da carne. Para persua- Após interpretar os sonhos de dois pre-
di-lo, o inimigo usou a mulher de Potifar sos e ambos se cumprirem integralmen-
para lhe atrair com palavras impuras. te, José precisou esperar por muito tem-
Contudo, José era íntegro e possuía te- po até que o copeiro-mor se lembrasse
mor a Deus [Gn 39.9; 42.18]. A recusa dele. Cabe enfatizar aqui que José foi
de José não agradou a mulher de Potifar, traído por seus irmãos, caluniado pela
que fez uso da mentira para prejudicá-lo. mulher de Potifar, condenado a prisão e
José foi tentado na sua sexualidade, mas esquecido por todos. Porém, Deus não
a sua fé não lhe permitiu romper sua co- havia se esquecido dele e na hora certa
munhão com Deus. Por sua fidelidade a iria exaltá-lo.
Deus, José foi parar na prisão. Eleonardo Ribas sobre a solidão
Charles Swindoll sobre a tentação de José na prisão: “A cadeia foi o lugar
de José: “O versículo 8 diz que simples- onde Deus falou ao coração de José:
mente “Ele recusou”. Sim, José recusou! “José, fique aqui, porque eu já vi que o
Se você tiver esquecido tudo que escrevi seu coração é meu. Você saiu do meio
até agora, não se esqueça dessas duas onde estava, veio para cá e provou a
belíssimas palavras. Se estiver aí senta- sua fidelidade a mim. Mas falta algo
do, pensando que José era algum tipo (...)”. Precisamos confiar e esperar no
de gigante espiritual, tire isso da cabeça. tempo de Deus. Enquanto esperamos,
Se estiver imaginando que uma nuvem somos aperfeiçoados, como José na pri-
sobrenatural de proteção o envolvia, são. É preciso cuidado para não sermos
esqueça. Olhe apenas para a evidência. dominados pela pressa [Pv 20.21]. O
Eis uma egípcia oferecendo seu corpo momento de Deus é perfeito.
a um jovem servo judeu sendo tentado
pelas investidas dela. E então? “Ele re- EU ENSINEI QUE:
cusou”. Ele disse não! Resistiu às pala- Assim como foi com José na prisão, o Senhor
vras sedutoras dela; fitou-a firmemente, está conosco em todos os lugares.
determinado a não ceder. Como pode
ser isso? As razões são duas. Primeiro,
sua lealdade ao senhor. Ele disse à mu- Fé em meio às injustiças
lher: “Meu senhor confia em mim. Ele José tinha a presença de Deus sobre
me deu responsabilidade sobre tudo o sua vida. Observamos isto nas reve-
que possui. A única coisa que não me lações do Espírito Santo ao longo de
14 · LIÇ ÃO 2
FOCO NA
LIÇÃOAssim como José, se nossa fé estiver no
Senhor, caminharemos em direção à vitória.

sua trajetória, através dos sonhos, lhe permitiu interpretar sonhos intrin-
mostrando o que havia projetado cados [Gn 40; 41.1-32], como também
para José no futuro [Gn 50.19-20]. administrar o país em tempos de crise
O segredo da vitória de José foi seu [Gn 47.13-26]. De acordo com as pa-
relacionamento com Deus. lavras elogiosas do governante egípcio:
3.1. Quando honramos a Deus, somos “Por isso o faraó lhes perguntou: “Será
por Ele honrados. Assim como José, se que vamos achar alguém como este ho-
nossa fé estiver no Senhor, caminha- mem, em quem está o espírito de divi-
remos em direção à vitória. José pas- no? Disse, pois, o faraó a José: ‘Uma vez
sou anos na prisão, sem resposta por que Deus lhe revelou todas essas coisas,
tamanho sofrimento. Nunca é demais não há ninguém tão criterioso e sábio
lembrar que Deus envia dois presos que como você’ [Gn 41.37-39].”
serviam diretamente ao rei, para cum-
prir o plano que tinha na vida de José. 3.2. Deus nunca se esqueceu de José.
O copeiro-mor e padeiro-mor, que esta- A vida de José possui uma narrativa
vam sob sua responsabilidade, tiveram motivadora para todos os cristãos. No
sonhos. Eles contam os sonhos a José, momento em que José estava esquecido
que os interpreta. Após ajuda, José soli- por todos, Deus demonstrou Seu cui-
cita ao copeiro que faça menção dele ao dado por ele [Is 49.15]. Deus sempre
Faraó [Gn 40.14]. Mas o copeiro-mor esteve trabalhando em favor de José [Is
esqueceu-se de José. Como é ruim a in- 64.4]. Tenhamos sempre a certeza de
gratidão! Então, Faraó tem um sonho que, mesmo nas crises, o Senhor não
e ninguém consegue interpretá-lo [Gn se esquece de nós.
41.8]. Deus faz com que o copeiro-mor Dr. Adolfo Roitman sobre a exal-
traga à memória a pessoa de José, e pron- tação de José: “Na terra onde este ho-
tamente diz ao Faraó que conhece um mem foi humilhado, foi exaltado co-
homem que poderia interpretar o sonho mo segundo homem de Faraó. Esta
[Gn 41.9]. Na presença do rei, José inter- história era conhecida por José numa
preta o sonho do Faraó. Maravilhado, ele situação que aconteceu com seu avô
torna José governador do Egito. Isaque, conforme narrativa do livro de
Dr. Adolfo Roitman: “O patriarca Gênesis 26.12-14, pois havia fome em
José é apresentado na narrativa bíblica Gerar, mas Deus orientou Isaque a per-
como sábio dotado de qualidades inte- manecer lá e semeando, enriqueceu–se,
lectuais excepcionais. Sua capacidade ‘porque o Senhor o abençoava’.”
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 15
3.3. O segredo da vitória de José. mo, ele esperou confiantemente no
Tudo contribui para o bem daque- Senhor. Deus achou espaço, o diabo
les que amam a Deus [Rm 8.28]. A não encontrou brechas e o propósito
inveja e traição de seus irmãos, a do Senhor foi estabelecido. José foi
triste experiência de ter sido vendi- instituído por Faraó como autoridade
do como mercadoria, a caluniadora no Egito. Seus irmãos vieram até ele,
acusação da esposa de Potifar, anos mas não o reconheceram e se prostra-
de prisão, esquecimento do copeiro- ram diante dele com medo e temor.
-mor, nada disso fez com que José O sonho de que os veria prostrados
desanimasse. Todas estas aflições diante de si começava a se transfor-
fizeram José chegar ao fim de seus mar em realidade.”
dias sem mágoas e crendo que Deus
continuaria a levar adiante o Seu EU ENSINEI QUE:
plano [Gn 50.24-25]. Precisamos ter em mente de que a hora da
Eleonardo Ribas sobre o cumpri- honra chegará. Deus nos fará subir os degraus
mento de Seu propósito na vida de que nos conduzirão à vitória.
José: “Sem murmuração ou desâni-

CONCLUSÃO
As Santas Escrituras descrevem com todo zelo, que, mesmo José sendo
traído, vendido, injustiçado, aprisionado, ele nunca renunciou sua fé no
Senhor. E, após ser exaltado no Egito, não se esqueceu do plano divino.

ANOTAÇÕES

16 · LIÇ ÃO 2
19 jul / 2020

LIÇÃO

Diante do caos iminente, Deus


nos concede o escape
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, O Senhor Deus é poderoso para levar adiante
teu irmão, falará a Faraó que deixe ir os filhos os propósitos para com o Seu povo.
de Israel da sua terra.” Êxodo 7.2

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o cuidado de Deus Ressaltar que Deus vê o Esclarecer que Deus tem a
na crise. nosso sofrimento. Sua hora de agir.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ÊXODO 14 o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu
22. E os filhos de Israel entraram pelo meio do o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo
mar em seco; e as águas foram-lhes como muro dos egípcios.
à sua direita e à sua esquerda. 26. E disse o Senhor a Moisés: Estende a tua
23. E os egípcios seguiram-nos, e entraram mão sobre o mar, para que as águas tornem
atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre
carros e os seus cavaleiros, até o meio do mar. os seus cavaleiros.
24. E aconteceu que, na vigília daquela manhã,

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 17


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Êx 3.12 QUINTA | Êx 6.5
Deus é a melhor companhia Deus não se esquece de Suas promessas
TERÇA | Êx 4.12 SEXTA | Êx 15.18
Deus é contigo Deus reina eternamente
QUARTA | Êx 4.27 SÁBADO | Êx 15.20-21
Deus não nos deixa só Deus é exaltado

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


33, 126, 235 Introdução
1. O cuidado de Deus na crise
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Deus vê o nosso sofrimento
Ore para que o Senhor continue levantando 3. Hora de Deus agir
homens como Moisés. Conclusão

INTRODUÇÃO
Deus havia feito uma promessa aos filhos de Israel. Com mão forte, tirou o
Seu povo do Egito, cumprindo assim Suas promessas feitas a Abraão, Isaque
e Jacó, de que lhes daria uma terra que manaria leite e mel.

O cuidado de Deus na crise menino, este homem se transformou


Moisés era um hebreu que, pela no maior líder que a nação de Israel
graça divina, foi criado no palácio teve. Um povo sofrido e maltratado
egípcio. Tal fato contribuiu na pre- pelos egípcios irá clamar pelo socorro
paração para o cumpri- de Deus, que enviará um li-
mento da missão dada PONTO DE bertador que intercederá por
por Deus: libertar o po- PARTIDA eles. Esta lição nos fará ver
vo de Israel da escravi- que nos piores momentos o
Deus sempre
dão no Egito e liderá-lo Senhor levanta alguém para
cumpre Seus
até a Terra Prometida. nos socorrer. Afinal, Deus
propósitos.
1.1. Deus sempre levanta não nos abandona na hora
alguém para nos socorrer. das adversidades.
A Bíblia narra com zelo a trajetória de Dr. Adolfo Roitman: “O livro de Êxo-
Moisés. Desde seu nascimento até a sua do começa seu relato contando-nos sobre
morte, ele desfrutou de uma maneira a mudança de circunstâncias experimen-
especial da presença de Deus sobre sua tada por Israel no Egito, passando de uma
vida. Após ser liberto da morte ainda situação de prosperidade para um perío-
18 · LIÇ ÃO 3
do de tirania e escravidão [Êx 1.8-14]. Es- pou a posição. É possível que tenha relu-
sa nova realidade dos hebreus tornou-se tado. Talvez tenha sentido medo, pensar
mais problemática quando o novo faraó, e dúvidas quanto a sua capacidade. No
sem razão explícita, deu uma ordem total- final, porém, ele cedeu e tornou-se o
mente irracional: “Lancem ao Nilo todo instrumento de Deus em sua geração.
menino recém-nascido, mas deixem viver O mesmo acontece nesta geração (...).
as meninas” [Êx 1.22]. (...) A providência Deus continua procurando um homem
fez que a filha de faraó descesse para se ou uma mulher que creia nEle, apesar
banhar, e, nessa oportunidade, ela avistou das fraquezas e dúvidas, e se torne uma
um cesto entre os juncos, salvando então, ferramenta poderosa em sua mão... um
milagrosamente, a criança da morte certa instrumento para o seu propósito.”
[Êx 2.5-6]. Dessa maneira, o futuro herói
de Israel, que salvaria Israel das águas [Êx 1.3. Um fio de esperança. Deus possuía
14.15-30], foi ele mesmo retirado da água, um plano especial para o povo de Isra-
derivando desse episódio seu nome: Moi- el, assim sendo, Ele decidiu demons-
sés [Êx 2.5-10].” trar o Seu afeto libertando os israelitas
da escravidão e conduzindo-os à Ter-
1.2. Chega de sofrimento. Durante ra Prometida [Êx 3.8]. Então, o povo
a escravidão, o povo hebreu perdeu hebreu recebeu um fio de esperança
sua liberdade de adoração ao Deus de quando soube que Deus havia envia-
Abraão, Isaque e Jacó [Êx 3.7]. Há que do um libertador para resgatá-los de
se considerar que no Egito havia uma tamanho jugo [Êx 4.31]. Diante desta
adoração politeísta por parte dos egíp- promessa e do envio de Moisés a Faraó,
cios e do altivo Faraó, sempre cercado tem início o processo de libertação dos
por seus pagãos conselheiros [Êx 7.11]. israelitas escravizados, com manifes-
Apesar de todas as dificuldades que os tações do poder de Deus na terra do
hebreus passavam no Egito, o Senhor Egito e a preservação do povo judeu
Deus não se esqueceu da aliança feita [Êx 6.1, 6; 7.1-5].
com Abraão [Êx 6.2-8]. Diante disso Quando o Senhor entra na guerra,
Deus levantou Moisés para esta tão é para vencer. Nosso Deus faz mura-
nobre missão de libertar Seu povo do lhas irem ao chão, fecha boca de leões
Egito [Êx 3.14]. Irmãos, tenham uma famintos, envia um único anjo para
única certeza: Deus sempre envia o so- matar em uma única noite milhares
corro [Sl 124.8]. de soldados, faz gigante ser humilha-
Segundo Charles Swindoll: “Moisés do por um menino, entra conosco na
tornou-se um homem de Deus numa fornalha de fogo, abre o mar para que
época de transição na história. Quando Seu povo passe com seus pés enxutos,
veio o chamado divino para que assu- faz com que estéreis sejam mães de fi-
misse um papel crucial no destino da lhos, transforma um jovem escravo em
humanidade e das nações, Moisés ocu- governador, faz com que uma escrava
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 19
se torne rainha de um vasto império, para nutrir todo o povo egípcio duran-
envergonha 450 profetas de uma só vez te anos [Gn 41.55]. A par disso, Deus
para demonstrar o Seu poder. irá orientar Moisés com consistentes
promessas de libertação. Diante disso,
EU ENSINEI QUE: Satanás não poderia parar o povo de
Não existe nada impossível para o nosso Deus. Mas não devemos esquecer que
Deus, pois Ele trabalha com propósitos espe- Deus estava observando toda maldade
cíficos em tudo que faz. de Faraó contra Seu povo.
Pastor Belchior da Costa comentou:
“Aos faraós, tudo era possível: o domí-
Deus vê o nosso sofrimento nio sobre as pessoas, a transformação
O povo de Deus era obrigado a de ambientes, a preservação dos ani-
uma aterrorizante e humilhante mais etc. Apenas duas coisas não lhes
rotina de amassar barro e depois eram possíveis de impedir: o envelheci-
pilhar os tijolos que eram produ- mento e a morte. Eles presumiam serem
zidos por eles por meio de horas deuses, mas não tinham a eternidade.
de trabalhos. Vale ressaltar que Eles se autodenominavam filhos de Hó-
para os hebreus não havia pausa, rus, o deus dos céus. Para os egípcios, o
afinal as construções do grande Faraó era objeto de culto e sua pessoa
Faraó não poderiam parar. Diante era sagrada. Ele era intermediário entre
de tamanha exploração da mão de os deuses e os homens e concentrava em
obra escrava, Faraó de modo algum si tanto poderes políticos quanto espi-
abriria mão dos israelitas. rituais. A dureza do coração de Faraó
2.1. Um povo marcado pela dor. Im- tinha uma origem no juízo divino; Deus
pressionante como o povo de Deus é lhe endureceria para ensinar a todos os
perseguido. Satanás sempre levantará povos que o Faraó não era deus, nem
alguém para tentar nos parar. No Egito, filho de deus, e sim, apenas um gover-
ele usou Faraó para tirar a paz do po- nante humano [Êx 7.3-5].”
vo de Deus. Aliás, não restam dúvidas
de que Faraó era um homem terrivel- 2.2. Prepare-se para viver o que o Senhor
mente cruel [Êx 5.7-8]. Este Faraó não quer que você viva. Diante da recusa de
conhecia José, que havia salvado todo o Faraó, era hora de Deus mostrar quem
Egito da morte. Este sábio hebreu arma- de fato governava! Então, Deus envia dez
zenou o cereal, o que foi indispensável pragas sobre o Egito, mostrando quem é

FOCO NA
LIÇÃOA par disso, Deus irá orientar Moisés com
consistentes promessas de libertação. Diante disso,
Satanás não poderia parar o povo de Deus.
20 · LIÇ ÃO 3
o Senhor! Afinal, Faraó tinha questiona- permanência [Êx 12.40], o povo hebreu
do Moisés quando este disse que o Deus (...) partiu apressadamente, na mesma
de Israel havia ordenado: “Deixa ir o noite, de Ramessés a Sucote. Daí em
meu povo” [Êx 5.1-2]. Com o envio das diante, o povo de Israel celebra anual-
pragas, o Senhor Deus executou os Seus mente a ceia pascal e a festa dos Pães
juízos sobre todos os deuses do Egito [Êx sem fermento em memória do extra-
12.12; Nm 33.4]. A saída de Israel do ordinário acontecimento.”
Egito fazia parte do plano de Deus para
o Seu povo [Gn 15.13-16]. Ele conhece EU ENSINEI QUE:
nossos talentos e dons. Ele sabe que so- Os desertos da vida são oportunidades que
mos pessoas únicas com uma identida- nos propiciam momentos de contemplação
de específica, que temos algo particular do sobrenatural de Deus.
para cumprir. Diante disso Ele traça um
plano que dará sentido para tudo em
nossas vidas [Ef 3.20]. Hora de Deus agir
Dr. Adolfo Roitman: “Logo depois Após consentimento do Faraó em
da descrição rica em detalhes das dez libertar o povo de Israel da escravi-
pragas do Egito, nas quais os egípcios dão do Egito, diante da morte dos
foram atingidos continuamente por primogênitos, os próprios egípcios
prodígios terríveis, a história chega apressaram os filhos de Israel para
ao ponto culminante, quando Faraó, que saíssem de sua terra [Êx 12.30-
dominado pelo poder imensurável de 33]. Porém, Faraó voltou atrás com
Deus, decide finalmente libertar o povo sua decisão. Diante do Mar Ver-
de Israel da escuridão [Êx 12.31].” melho, os israelitas se veem en-
curralados. Não havia sequer uma
2.3. Hora de festejar. Em um momento oportunidade de escape. Por todos
de tanto aflição e dor, Deus diz a Seu os lados havia perigo. A morte de
povo para se preparar para realizar uma todos era inevitável!
grande festa. Depois de anos de sofri- 3.1. As dificuldades não apagam as
mento era hora do povo de Deus festejar promessas de Deus. Sobre a passagem
[Êx 5.1]. Se você está diante da pior crise do povo pelo Mar Vermelho, vemos
de sua vida, não veja isso como aban- nitidamente a ação de Deus para com
dono de Deus, azar, praga ou injustiça. Israel. Aqui notamos que o Senhor de-
Sendo assim celebre ao Senhor. Quem seja que aprendamos a confiar nEle.
consegue celebrá-Lo na crise, evidencia É neste cenário que Moisés transmite
sua fé de que Deus está sempre no do- uma palavra de fé e esperança ao povo
mínio de todas as circunstâncias da vida. [Êx 14.14]. Talvez você esteja diante de
Dr. Adolfo Roitman: “Assim, a epo- seu “Mar Vermelho” e cercado por um
peia da libertação milagrosa do Egito “exército”, onde não há aparente saída.
chegou ao fim. Depois de 430 anos de Assim sendo, a palavra para você hoje é:
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 21
Podemos ver a ação de Deus, fazendo
FOCO NA
LIÇÃO

com que os egípcios compensassem os judeus pelo


tempo de trabalho escravo no Egito.
Não temas! O Senhor pelejará por vós. dial, as bênçãos do Senhor possam
Deus fará por você o que Ele certificou, estar sobre cada um de nós.
assim como Ele fez com Seu povo. Bispo Abner Ferreira sobre a verda-
Segundo Charles Swindoll: “A tra- deira prosperidade: “O testemunho do
vessia do mar Vermelho é para o Antigo apóstolo Paulo, registrado em Filipenses
Testamento o que a ressurreição é para 4.12-13, sem dúvida, é um dos trechos
o Novo. Quando os profetas e escritores mais conhecidos e citados da Bíblia.
do Antigo Testamento queriam referir- Contudo, há muito tempo vem sido
-se à mão milagrosa de Deus, eles reto- usado fora de seu contexto por adeptos
mavam mais esse evento do que qual- da “teologia da prosperidade” como se
quer outro. Do mesmo modo, quando fosse uma “frase mágica”, levando mui-
um escritor do Novo Testamento queria tos a acreditar que podem possuir o que
ilustrar o poder de Deus, na maioria quiser, já que “Deus garante isso”. Porém,
das vezes se referia à ressurreição. (...) esse não é o caminho para a “abundân-
Embora as cenas sejam completamente cia” que o apóstolo Paulo cita em sua
diferentes, ambos são milagres estupen- epistola, tampouco o que a Palavra de
dos de redenção pela mão de Deus.” Deus ensina.”

3.2. Prosperidade em tempos de crise. 3.3. Deus tem o controle de tudo em Suas
Deus é justo! Após 430 anos vendo Seu mãos. O povo de Israel saiu do Egito após
povo trabalhando dia e noite debaixo anos de escravidão em direção à Terra
de açoites, humilhados, escravizados, Prometida. Eles estavam muito felizes por
atendeu ao clamor dos filhos de Israel. estarem finalmente livres. Até que surge
Deus não somente os libertaria, como a primeira crise pós-escravidão. O que
também os recompensaria [Êx 3.22]. fazer nessa hora? À frente, o Mar Verme-
Podemos ver a ação de Deus, fazendo lho; atrás, Faraó e seu exército enfurecido.
com que os egípcios compensassem os Realmente, era uma situação bem com-
judeus pelo tempo de trabalho escravo plicada. A Bíblia nos descreve que Faraó
no Egito. O mundo inteiro está mer- reconsiderou sua decisão de libertar o
gulhado em um momento desafiador. povo de Israel. O povo de Israel ficou de-
Contudo, conforme podemos ver, para sesperado diante da destruição iminente.
o povo de Deus, depois da crise, vem Estavam em um beco sem saída, ficaram
a bonança. Que após este ambiente de apavorados. Diante de tamanha crise,
pandemia e colapso financeiro mun- Moisés mostra que de fato havia apren-
22 · LIÇ ÃO 3
dido a confiar em Deus. Ele diz: “Não da solidão e do anonimato. Em um só
temais; estai quietos e vede o livramento momento, Deus escreveu duas histórias:
do Senhor, que hoje vos fará” [Êx 14.13]. a de um povo que passou a ser Sua pro-
Então, Deus foi fiel à Sua Palavra, livran- priedade particular e a de um homem
do o Seu povo, conduzindo-o até a Terra disposto a tudo para atender ao seu cha-
Prometida. Creia que Deus entrará com mado. Porém, tanto Moisés quanto o po-
providência, abrindo o mar para entregar vo de Israel deveriam passar pela porta
a vitória em suas mãos. que Deus abriu no momento em que Ele
Pastor Belchior da Costa: “Sair do a criou para que, juntos, dessem início a
Egito era para os hebreus um sonho história mais marcante da humanidade.”
inimaginável [Êx 12.51]. Eles eram um
povo sem qualquer perspectiva de liber- EU ENSINEI QUE:
dade, sem intimidade com Deus e sem Todo o Universo está no controle de Deus,
esperança. Suas vidas mudaram porque tudo em maior harmonia e nada foge de Sua
Deus lhes enviou um profeta, um ho- atenção.
mem forjado pelo fogo da adversidade,

CONCLUSÃO
A história bíblica nos mostra que mesmo quando a realidade e as pers-
pectivas humanas não conseguem visualizar uma saída diante das tre-
mendas adversidades, o Senhor Deus é poderoso para fazer “além da-
quilo que pedimos ou pensamos” [Ef 3.20], para a glória dEle!

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 23


26 jul / 2020

LIÇÃO

Crise também é oportunidade


de recomeço
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Então levantaram a sua voz e tornaram a A fidelidade, mesmo na hora da crise, nos
chorar; e Orfa beijou a sua sogra, porém Rute conduz às mais sublimes vitórias.
se apegou a ela.” Rute 1.14

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que a fidelidade Apresentar o caráter e a Mostrar que Deus sempre
produz recompensa. beleza da mulher cristã. cumpre as suas promessas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
RUTE 1 te deixe e me afaste de ti. Porque aonde quer
8. Disse Noemi às suas duas noras: Ide, voltai que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares
cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu
convosco de benevolência, como vós usastes povo, o teu Deus é o meu Deus.
com os falecidos e comigo. 22. Assim, Noemi voltou, e, com ela, Rute, a
9. O Senhor vos dê que acheis descanso cada moabita, sua nora, que voltava dos campos de
uma em casa de seu marido. E, beijando-as ela, Moabe; e chegaram a Belém no princípio da
levantaram a sua voz, e choraram. sega das cevadas.
16. Disse, porém, Rute: Não me instes para que
24
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Rt 1.6 QUINTA | Pv 28.20
Deus visita o Seu povo O homem fiel abundará em bênçãos
TERÇA | Sl 33.4 SEXTA | 1Co 4.2
Todas as obras do Senhor são fiéis Devemos ser fiéis
QUARTA | Sl 86.15 SÁBADO | Hb 10.23
Deus é cheio de compaixão Aquele que prometeu é fiel

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


4, 61, 186 Introdução
1. A fé nos leva a lugares inimagináveis
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Superando a crise
Ore para que possamos fazer escolhas 3. Recomeçar é preciso
certas. Conclusão

INTRODUÇÃO
Mesmo vivenciando crises, Rute foi impactada pelo testemunho de Noemi.
Decidiu acompanhá-la e passou a fazer parte da genealogia de Jesus. A fé em
Deus faz a diferença nas escolhas e atitudes, mesmo em tempos de crises.

A fé nos leva a lugares ini- 1.1. A crise não é o seu fim. A fome che-
magináveis ga a Belém, então a família de Noemi
No livro de Rute, vemos a história muda-se para Moabe. Lá, seus filhos
de uma mulher que, após a mor- crescem e se casam. As moabitas Rute
te de seu marido, viaja e Orfa passam a ser noras
para Belém, acompa- de Noemi. Mas, a fatalidade
PONTO DE
nhando sua sogra No- PARTIDA chega à casa desta família,
emi, na esperança de e a morte dizima o esposo
que Deus poderia lhes Devemos fazer e os dois filhos de Noemi.
proporcionar um novo boas escolhas Ouvindo que o Senhor esta-
tempo para suas vidas. sempre. va ajudando o Seu povo [Rt
Por sua atitude de fé, 1.6], Noemi libera suas noras
Rute passou a figurar na história a fim de retornarem aos seus familiares,
do povo de Deus, tornando-se e decide voltar para Belém. Orfa atende
bisavó do rei Davi [Rt 4.18-22], ao pedido de sua sogra, mas Rute decide
presente na genealogia do Senhor acompanhar Noemi. A atitude de Ru-
Jesus [Mt 1.1, 5]. te lhe colocou em patamares elevados.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 25
Pastor Hernandes Dias Lopes: “Rute, Bispo Abner Ferreira sobre o perigo
porém, trata de amizade e amor. No livro da idolatria: “O requisito essencial para
de Juízes, o julgamento de Deus está mos- o povo de Deus é ser santo. É permane-
trando à nação de Israel a loucura do pe- cer separado dos padrões e costumes de
cado; no livro de Rute, o amor e a virtude outros povos para não perder a essência
estão sendo recompensados. Na verdade, de Deus e das benções que Ele reservou
o livro de Rute trata a respeito de Deus. Ele para nós [1Co 1.2]. O povo de Israel era
é a personagem principal desse precioso li- sabedor que o Senhor não aceita fogo
vro. Vale ressaltar que, em uma sociedade estranho no altar. Deus não aceita sacri-
dominada pelos homens, as personagens fícios impuros no altar. Deus não aceita
centrais desse romance são duas mulheres nada menos que o melhor! Seguindo os
que desafiaram a crise e agiram com fé na costumes das religiões de outros povos,
providência divina. A primeira era uma o povo de Israel chegou a sacrificar os
judia idosa, pobre, viúva e sem filhos; a próprios filhos [Jr 7.31; 19.5; 32.35]. O
outra, uma gentia viúva que se apegou à profeta Malaquias denuncia a iniquidade
sua sogra e se converteu ao Deus de Israel.” da seguinte maneira: “Ofereceis sobre o
meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te
1.2. Uma escolha assertiva. Rute deixa havemos profanado? Nisto, que dizeis: A
para trás os deuses pagãos e, sabiamente, mesa do Senhor é desprezível.” [Ml 1.7].”
atenta para os ensinamentos de Noemi,
sua sogra. Diante da escolha assertiva 1.3. Caminhe com alguém que te aproxime
de Rute, seu nome figura entre as mu- de Deus. A fidelidade de Rute em não abrir
lheres citadas na genealogia de Jesus. mão da presença de Noemi se deu pelo
A partir desta escolha, vemos que Rute fato de que, embora perdendo seus filhos
estava determinada a abandonar o deus e marido, ainda assim, Noemi exalava a
dos moabitas [Nm 21.29]. A Palavra de presença de Deus em sua vida. O testemu-
Deus nos instrui acerca da idolatria, que nho de Noemi gerou fé na vida de Rute e
é abominável ao Senhor [Lv 19.4]. Deus lhe trouxe salvação. O ser humano absorve
havia instruído Seu povo que somente a comportamento de seus companheiros.
Ele deviam adorar e prestar culto [Lc 4.8]. Logo, devemos trilhar a nossa caminhada
Rute entendeu, através dos ensinamen- cristã ao lado de justos e ser companheiro
tos de Noemi, que a idolatria precisava daqueles que temem a Deus e guardam os
ser extirpada de sua vida. Muitas vezes Seus mandamentos [Sl 119.63].
passamos por crises e ficamos apegados Pastor Hernandes Dias Lopes sobre
a sentimentos, comportamentos, práticas a amizade de Rute e Noemi: “A amizade
que estão ocupando o lugar de Deus, e de Rute com Noemi é um oásis no meio
que acabam virando objetos de idolatria do deserto. Rute e Noemi desfazem o
em nossa vida [Cl 3.5]. É preciso escolher mito de que o relacionamento entre nora
a quem iremos servir e quem ocupará a e sogra é necessariamente cheio de ten-
primazia em nosso coração [Mt 22.37]. são. Um dos grandes temas do livro é a
26 · LIÇ ÃO 4
amizade. A devoção que Rute tem por A única coisa a se fazer seria se levantar
Noemi e o cuidado de Noemi com Rute das cinzas. Elas não se isolaram diante
percorrem todo o livro.” da crise, do luto, da tristeza, mas levan-
taram-se e tomaram uma decisão: seguir
EU ENSINEI QUE: em frente! Resolvem recomeçar [Rt 1.7].
Devemos valorizar quem nos aproxima de Deus, Pastor David Cabral: “O capítulo 1
pois essa pessoa realmente é um instrumento de Rute é sobre tomar decisões. Um dia,
de bênçãos para nossas vidas. Noemi ouviu: “O Senhor se lembrara do
seu povo, dando-lhe pão”. Então Noemi
poderia ter esperança em Deus no seu
Superando a crise coração. Descobriu o fato de que os resul-
Diante da crise, muitos ficam vulne- tados partindo de Deus para seguir o que
ráveis, sem saber o que fazer. Muitas parecia bem aos seus olhos eram tragédia
pessoas têm medo de fazer escolhas e ira [Pv 16.1-3]. Então, Noemi não tinha
erradas e acabam sofrendo mais tar- mais vontade de permanecer em Moabe
de. Afinal, fazer escolhas não é fácil. e, na companhia de Rute, voltou ao seu
Aprendemos na presente lição que lugar de origem crendo na provisão de
Noemi, mesmo vivenciando uma Deus [Rt 1.2].”
realidade de perdas e aflições, per-
manecia atenta, pois “ouviu que o 2.2. Nas crises, faça escolhas em Deus.
Senhor tinha visitado o seu povo” Escolher é algo muito sério. O próprio
[Rt 1.6]. Assim, Noemi, movida por Deus exortou o Seu povo a escolher bem
esta boa nova (que chegou como um [Dt 30.19]. Precisamos aprender a fazer
bálsamo), parte para Belém, e Rute, nossas escolhas com os olhos do Senhor
mesmo sendo da terra onde esta- para não fazermos escolhas erradas. De
vam, decide acompanhá-la. fato, escolhas geram frutos e em meio
2.1. Movidas por fé, mesmo na crise. Ru- às crises se faz necessário escolher em
te e Noemi estavam diante de uma crise. Deus. Rute havia aprendido com Noemi
Pior do que a perda material, elas haviam muitos ensinamentos sobre o Deus de
perdido pessoas a quem amavam. O luto Israel. Ouvira falar de Seus milagres, de
era inevitável! Mas, diante da dor, Noemi Seu cuidado com o povo de Israel. Para
se levanta, reconhece que tudo está no Rute, esta era a hora de deixar a zona de
controle de Deus e que elas jamais po- conforto. Deixar o seu povo e sua cultura
deriam mudar o que havia acontecido. para viver em outro país uma nova vida,

FOCO NA
LIÇÃOPrecisamos aprender a fazer nossas
escolhas com os olhos do Senhor para não fazermos
escolhas erradas.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 27
mas havia uma diferença: Rute escolheu aliado nesta jornada. Peça-lhe ajuda. Para
servir ao Deus Vivo [Rt 1.16-17]. crescer, é preciso sair da zona de confor-
Pastor David Cabral: “Rute não pode to... Não viva sendo empurrado. Sua vida
deixar sua sogra, especialmente quando é sua responsabilidade”.
esta deu seu passo em direção a Deus
com esperança e expectativa. Quando EU ENSINEI QUE:
Noemi deu seu passo em direção a Deus, Devemos fazer nossas escolhas de modo asser-
somente Rute pôde segui-la. Orfa, que tivo, assim como Rute, que confiou totalmente
esperava na carne, não poderia segui-la. em Deus na hora da crise.
Ela teve que voltar ao seu povo, sem dar,
a si mesma, a oportunidade de conhe-
cer a Deus.” Recomeçar é preciso
A morte chegou sem piedade na fa-
2.3. No mundo tereis aflições. A Pala- mília de Noemi. Então, ela toma a
vra de Deus nos diz que “o choro pode atitude de voltar para Belém [Rt 1.7].
durar uma noite, mas a alegria vem pela Era preciso recomeçar. Aprendemos
manhã” [Sl 30.5]. A crise não pode durar com a história de Noemi e Rute que
a vida inteira. Do mesmo jeito que ela é preciso entender que tragédias são
chega, ela sai. É uma questão de tempo e uma realidade da vida. Contudo,
tudo voltará ao normal [Ec 3.1]. Jesus nos também é importante discernir a
ensinou que no mundo teríamos aflições, necessidade de adaptações e reestru-
mas que tivéssemos bom ânimo. Deve- turação da vida. Como discípulos de
mos permanecer nEle, pois Ele venceu Cristo, temos a Palavra de Deus e o
o mundo [Jo 16.33]. O Senhor está no Espírito Santo que nos guiam nesse
controle de tudo, nada escapa de seus processo de recomeço.
olhos. As crises são passageiras. Portanto, 3.1. Milagres no recomeço. Ao tomar
devemos permanecer confiantes no Se- a decisão de voltar para Belém, Noemi
nhor, mesmo vivenciando adversidades, deixa suas noras livres para retornarem
pois Ele é Poderoso e Soberano para levar aos seus familiares. Orfa se despede e as-
adiante o Seu propósito e nos aperfeiçoar sim procede [Rt 1.14-15], mas Rute opta
em todo o tempo [Rm 8.28]. por ficar com sua sogra, mantendo sua
Pastor Jeremias Pereira escreveu fidelidade [Rt 1.16-19]. Rute, de forma
sobre “quando tudo vai de mal a pior... simples e humilde, chega em Belém e
adapte-se aos novos tempos”: “Amigo, vai recolher espigas nos campos após os
não murmure, não fique agarrado ao segadores [Rt 2.2-3]. Rute abre mão do
passado, principalmente ao passado ne- orgulho humano, toma uma iniciativa e
gativo... Escolha a pessoa que deseja ser vai trabalhar para supri-las. Rute reagiu
e não permita que sua vida seja um mero à humilhação, à pobreza, com determi-
reflexo de sua história familiar. Renove- nação, seguiu em frente, deixando para
-se. Redefina-se. O Espírito Santo é nosso trás as perdas que tivera. Todo recomeço
28 · LIÇ ÃO 4
FOCO NA
LIÇÃO Uma análise sobre o que guardamos em
nosso coração é um relevante passo para a sobrevivência
da alma diante das crises [Pv 4.23].
requer atitude, vontade, foco e determi- e da altivez, reconhecendo a soberania de
nação. Para todo recomeço, é necessário Deus, dando passos importantes, os quais
se vestir de mudanças. Rute reagiu diante fizeram a diferença no desenrolar da his-
das incertezas. Buscou um caminho para tória. O que há em nós que precisamos
a sobrevivência e não ficou esperando a nos desprender? O que precisamos deixar
morte chegar. A sua atitude de amor e para trás para recomeçar? Que ações terei
fidelidade a Noemi chegou ao conheci- que realizar com a graça do Senhor e a
mento de Boaz e tão nobre ato tocou seu direção do Espírito? Uma análise sobre o
coração [Rt 2.6-7]. que guardamos em nosso coração é um
Pastor Hernandes Dias Lopes: “Bo- relevante passo para a sobrevivência da
az afeiçoou-se a Rute desde o primeiro alma diante das crises [Pv 4.23].
dia em que ele a viu. As virtudes de Rute Pastor Hernandes Dias Lopes: “Boaz
saltaram aos seus olhos, e ele fez ques- não permite que Rute volte para a sua sogra
tão de revelar isso a ela e aos demais por de mãos vazias. Ele é um abençoador. Ele
meio da generosidade com que a tratou. tem seu coração cheio de generosidade e
Contudo, quando Rute lhe pediu que suas mãos abertas para ofertar. Você tem
fosse o seu remidor, ele foi honesto com sido generoso na sua casa? Você é generoso
ela, dizendo que havia outro que tinha a com as pessoas? Tive o grande privilégio
preferência na ordem de redimi-la. Boaz de hospedar-me certa feita na casa de um
não fez nenhuma manobra nem lançou presbítero na cidade de Brasília. Ele é um
mão de nenhum artifício para buscar homem próspero e generoso. Ao descer
seus próprios interesses. Boaz era um do quarto para tomar o café da manhã, no
homem de caráter.” domingo antes do culto, ele me deu um
envelope. Pensei que se tratasse de algum
3.2. Toda ação gera uma reação. Rute, im- pedido de oração. Quando abri, era uma
pactada pelo testemunho de vida de sua oferta. Ele, então, me explicou: Deus tem
sogra, ao chegar a Belém, logo se dispôs me dado mais do que preciso. Ele tem si-
a ir ao campo para colher espigas [Rt 2.2], do generoso comigo. Então, resolvi que
demonstrando ser uma mulher de inicia- toda vez que hospedar uma pessoa ou
tiva. A atitude de Rute em sair de Moabe, encontrar um pastor, servo de Deus, da-
terra de idolatria, de luto, de incertezas rei a ele uma oferta de amor. Meu coração
e escolher ir com Noemi para Belém, a ficou comovido com aquele gesto e, mais
casa do pão, trouxe para ambas a vitória uma vez, vi cumprida a Palavra de Deus:
esperada. Rute se desprendeu do orgulho “A alma generosa prosperará”.”
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 29
3.3. Depois da tempestade a bonança. uma conduta de busca e dependência no
Noemi e Rute, em meio a turbulentas Senhor, pois dEle vem a nossa salvação.
tempestades, decidem voltar para Be- James Sidlow Baxter: “Da mesma
lém. Interessante que na presença de forma, é surpreendente observar que
Deus sempre há fartura de alegria [Sl essa jovem moabita, Rute, não só fez
16.11]. Rute reconheceu a Deus como um casamento tão respeitável em Is-
seu refúgio e fortaleza. Semeou bondade, rael como também se tornou a bisavó
altruísmo e fidelidade em meio à crise e de Davi (como mostram os versículos
teve uma farta colheita de sua decisão e finais) e uma das mães na linhagem da
atitude. Boaz, procedendo conforme a qual o Messias viria nascer. Rute é uma
lei, diante de testemunhas, casa-se com das quatro mulheres mencionadas na
Rute. Dessa união nasce Obede [Rt 4.17]. linhagem messiânica. As outras três são:
Então, Rute entra para a genealogia de Tamar, Raabe e Bate-Seba.”
Jesus, pois era bisavó do rei Davi. Jamais
uma moabita poderia entrar na linha- EU ENSINEI QUE:
gem do Messias, mas Deus viu sua fé e As respostas que damos para Deus e para as
a recebeu. Deus sempre faz além do que crises nos mostram o nível de fé que temos.
imaginamos. Diante das crises, tenhamos

CONCLUSÃO
Através da história de Rute, aprendemos a reconhecer a soberania e o cuida-
do de Deus, em meio às adversidades da vida. Que possamos aprender com
esta grande mulher que, em meio às crises, teve atitude e fez uma escolha
que mudou a sua história!

ANOTAÇÕES

30 · LIÇ ÃO 4
2 ago / 2020

LIÇÃO

Enfrentando gigantes,
conquistando vitórias
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Porém todos os homens de Israel, vendo Permanecer em Cristo é a certeza da vitó-
aquele homem, fugiam de diante dele e ria nas lutas de cada dia.
temiam grandemente.” 1Samuel 17.24

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que Deus sempre nos Explicar que nossos inimi- Mostrar que precisamos
socorre na hora da crise. gos não são maiores que Deus. ter atitude diante do inimigo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1SAMUEL 17 mim com espada, e com lança, e com escu-
32. E Davi disse a Saul: Não desfaleça o co- do; porém eu venho a ti em nome do Senhor
ração de ninguém por causa dele; teu servo dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel,
irá e pelejará contra este filisteu. a quem tens afrontado.
37. Disse mais Davi: O Senhor me livrou da 51. Pelo que correu Davi, e pôs-se em pé so-
mão do leão e da do urso; ele me livrará da bre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a
mão deste filisteu. Então disse Saul a Davi: da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela
Vai-te embora, e o Senhor seja contigo. a cabeça. Vendo então os filisteus que o seu
45. Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a campeão era morto, fugiram.

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 31


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Ef 6.10 QUINTA | Ef 6.13
A importância de se fortalecer no Senhor Equipados em Deus
TERÇA | Ef 6.11 SEXTA | Ef 6.14
O valor de se revestir da armadura de Deus Focados e determinados
QUARTA | Ef 6.12 SÁBADO | Ef 6.17
A nossa luta é espiritual Necessidade de tomar o capacete da salvação

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


212, 225, 372 Introdução
1. Crises que surgem como gigantes
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Vencendo o medo paralisante
Ore para que tenhamos coragem para ven- 3. Vencendo gigantes
cermos o medo na hora das crises. Conclusão

INTRODUÇÃO
A análise desenvolvida focará a vitória de Davi sobre o gigante Go-
lias. Caminharemos neste sentido, apontando que Deus espera de nós
atitudes movidas por fé para nos enviar o livramento e o Seu nome
ser glorificado.

Crises que surgem como 1.1. Conheça o Deus que você serve.
gigantes O povo de Israel estava sendo desde-
Por inúmeras vezes as crises se levan- nhado pelos filisteus, cujo trunfo de
tam contra nós como verdadeiros gi- guerra era um experiente guerreiro de
gantes. Passamos recen- quase três metros de altura.
temente por uma pande- PONTO DE Ninguém ousava enfrentar
mia que levou muitos ao PARTIDA tão exímio guerreiro, nem o
desespero e à depressão. experiente rei de Israel. Mas
É preciso
Não faltam exemplos um menino pastor se dispõe
coragem e fé
de pessoas que, diante a guerrear contra Golias [1Sm
para vencer as
do medo, acabaram até 17.45]. Davi levava consigo
crises.
mesmo se esquecendo de apenas um cajado, uma fun-
Deus. No entanto, diante da, um alforje e cinco pedras
do gigante, Davi optou por confiar lisas ao se aproximar daquele filisteu
em Deus. O que devemos ter em [1Sm 17.40]. Podemos constatar que
mente é que Deus usa esses “gigantes” no coração do menino pastor ardia uma
para lapidar o caráter de Seus servos. inabalável confiança no Deus de Israel.
32 · LIÇ ÃO 5
Bispo Abner Ferreira: “Num dia Comentário Bíblico Moody: “Davi
como outro qualquer, sem saber o que tivera muitas experiências penosas,
poderia lhe acontecer, Davi é comis- mas saíra-se vitorioso em preservar
sionado por seu pai para levar uma o rebanho do seu pai da ferocidade
refeição para seus irmãos que estavam das bestas feras. Agora ele assegura a
no vale do carvalho, sendo afrontados Saul que poderia proteger o rebanho
pelos filisteus e seu campeão Golias de Deus da ameaça deste filisteu in-
[1Sm 17.20]. Os olhos temerosos dos circunciso. Fé nos acontecimentos do
israelitas estavam tão fitos no gigante, passado desperta a coragem do crente
que nem se deram conta do momento para confiar no poder de Deus a fim
em que seu pequenino campeão che- de resolver as crises do presente”.
gou. Foi um dia histórico, que mudou
a vida de Davi para sempre. Ao chegar 1.3. Deus não decepciona os que nEle
ao vale de Elá e deparar-se com aquela confiam. Saul, como um exímio soldado,
cena aterrorizante, Davi resolveu dar acostumado com as batalhas, tenta vestir
um passo a mais em sua vida, enfrentar a Davi com sua armadura e seu capacete
Golias em nome do Senhor. Na verdade, de bronze, a fim de lhe proteger. Porém
não temos posicionamento bíblico pa- não obteve sucesso [1Sm 17.39]. A histó-
ra afirmar de onde surgiu tal coragem, ria de Davi nos apresenta o cenário de que
mas uma coisa é certa, a unção nos le- gigantes se levantariam sobre a sua vida,
va a fazer coisas que jamais seriamos mas o Senhor estava com ele. Em diversas
capazes de raciocinar antes de fazê-las. batalhas e nos muitos enfrentamentos, o
Golias tinha tudo que geralmente im- Senhor viu que Davi depositava sua con-
pressiona e intimida, mas Davi revela fiança em Deus. Deus se agrada dos que
que aparência nada significa quando se aproximam dEle com fé e recompen-
vemos Deus como o maior de todos.” sa os que O buscam [Sl 118.6; Hb 11.6].
Bispo Abner Ferreira: “Antes da
1.2. Davi sabia quem era o seu Deus. Davi luta contra Golias, Davi apresenta a
conhecia de perto a fidelidade do Senhor. Saul um currículo obtido na solidão,
Além das frágeis armas que carregava, vitórias que surgem em lugares que
ele tinha experiências passadas, não se ninguém, a não ser o Senhor, poderia
desprendeu da fé e manteve-se na depen- contemplá-las. A Bíblia nos diz que pu-
dência do Senhor. Ele imputa as vitórias seram em Davi as vestes de guerra de
que obteve sobre o leão e urso não em sua Saul. Mas o tamanho e o peso lhe im-
força ou estratégias, mas em Deus [1Sm pediam de caminhar. Davi retira aque-
17.34-35]. Junto com tantos outros, Davi las vestes e lança mão de sua maior ar-
é mencionado como um exemplo de ho- ma, a funda [1Sm 17.38-40]. Estamos
mem que possuía uma fé inabalável em sempre tentando colocar nossa arma-
Deus, a qual o movia no enfrentamento dura em alguém ou vestir alguém com
de tantos desafios [Hb 11.32]. nossa armadura. Infelizmente, ainda
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 33
não descobrimos que não precisamos ele procurou o que o rei daria àquele
copiar ideias de outras pessoas, por- que derrotasse o gigante [1Sm 17.26].
que temos um Deus revelador, capaz O prêmio, além de grandes riquezas,
de nos dar armas poderosas, que, por teria como bônus a mão da princesa e
muitas vezes, são surpreendentes.” sua família ficaria isenta dos impostos
reais [1Sm 17.25]. Como dito anterior-
EU ENSINEI QUE: mente, o desespero nos tira as motiva-
Aquele que tem sua confiança no Senhor en- ções e a esperança. Movido por uma fé
frenta os gigantes e os vence pelo uso exclu- inabalável, Davi não se furtou de lutar
sivo da fé. contra o gigante, pois vivia por fé e não
por vista. Ele tinha convicção de que há
um Deus que cuida de nós.
Vencendo o medo parali- Bispo Abner Ferreira sobre a cora-
sante gem de Davi: “Ao chegar ao local onde
Há fases em nossa vida que parece seus irmãos estavam, Davi observa o
que o mundo desabou sobre as nos- alvoroço, se inteira a respeito do que
sas cabeças. Com a chegada desta está acontecendo e por um momento
pandemia, surgiram outros proble- esquece o que veio fazer e entra na
mas, como: depressão, crises de an- briga. Ele também vê o gigante; mas vê
siedades, dores de cabeça, problemas Deus com nitidez ainda maior. Obser-
emocionais, crises financeiras, entre ve o grito de guerra de Davi: “eu vou
outros. Nunca a indústria farmacêu- contra você em nome do Senhor dos
tica ganhou tanto dinheiro como Exércitos, o Deus dos exércitos de Isra-
neste período. Tomemos como refe- el” [1Sm 17.45]. Observe o substantivo
rencial os soldados de Israel diante de no plural “exércitos” de Israel. Exérci-
Golias. A crise havia chegado e o que tos? Enquanto todos viam Golias e o
eles fizeram? Assim como muitos es- exército filisteu, Davi via Deus e seu
tão fazendo hoje, eles tentavam fugir poderoso exército de aliados.”
da realidade e foram paralisados pelo
medo [1Sm 17.24]. 2.2. O diabo tentará te intimidar diante
2.1. O medo destrói sonhos. Davi ao da crise. Temos assistidos acalorados de-
ver o gigante não se desesperou, nem bates a respeito sobre o que fazer na hora
tão pouco se entregou ao desânimo. da crise? E você, o que faz diante da crise?
Sua confiança em Deus era tanta que Pensou em morrer? Achou que seria con-

FOCO NA
LIÇÃO Movido por uma fé inabalável, Davi não
se furtou de lutar contra o gigante, pois vivia por fé e
não por vista.
34 · LIÇ ÃO 5
taminado por algum vírus? Preparou-se Existem pessoas que, ao se aproxi-
financeiramente para esta hora? Várias marem de nossas vidas, fazem com que
são as interrogações a serem feitas, não nos afastemos de Deus e dos propósitos
acha? Provavelmente alguém deve ter que Ele tem para nós. Há pessoas que
lhe dito: “Não perca a fé!”. Contudo ou- querem nos levar a fazer coisas que já
tros serão usados pelo diabo para fazer havíamos abandonado. Não descansam,
você desistir. Conforme comentado por estimulando a todo tempo a ter uma vida
Broadman, sobre a reação de Eliabe: “Ele espiritual desregrada. É preciso ter cui-
considerou Davi presunçoso ao tentar dado com nosso círculo de amizade, pois
subir acima do lugar que lhe cabia na vi- existem pessoas que querem enfraquecer
da. Davi alegou inocência, perguntando, o nosso relacionamento com Deus. Pes-
por sua parte, que mal havia em falar” – soas assim são ervas daninhas.
[1Sm 17.28-29]. Temos que ter a certeza
de que há um ser indignado por você ter EU ENSINEI QUE:
escolhido a santificação. O inferno estava Existem pessoas que querem enfraquecer o
revoltado por Davi estar pronto para de- nosso relacionamento com Deus.
fender sua nação. Não era qualquer nação,
era a nação de Israel, uma terra amada e
protegida por Deus. Davi ignora a afronta Vencendo gigantes
de seu irmão e faz o que era preciso fazer. Perdemos muitas vezes a batalha por
A história de Davi é celebrada até os dias focarmos os nossos olhares sobre as
de hoje, devido ao fato dele ter atravessado circunstâncias, para os gigantes, as
diferentes dificuldades e, ainda assim, nun- doenças, as pandemias, a saúde, o de-
ca abandonar a sua fé. Ele nunca deixou de semprego, a solidão, o abandono etc.
lutar, ele sempre se agarrava em Deus e nas É nessa hora que nos sentimos sem
promessas que Deus lhe tinha feito. força para lutarmos. Contudo, se na
hora da crise tivermos pessoas corajo-
2.3. Nas batalhas, não perca o foco! Em sas ao nosso lado, estes nos motivarão
momentos de crise e agitação, precisamos a não desistirmos. O exército de Israel
ser cautelosos com conversas, informações estava acovardado diante do gigante.
e sugestões [Sl 1.1]. A postura de Davi lem- No entanto, ao ver a cabeça do gigante
bra a importância de mantermos o foco e na mão do jovem Davi, acreditou que
não nos ocuparmos ou distrairmos com a vitória era possível [1Sm 17.50-52].
debates e discussões que não acrescenta- 3.1. Davi tinha consciência da realida-
rão em momentos difíceis [1Sm 17.29- de. Quando nos referimos a “gigantes”,
20]. Que possamos entender que, muitas estamos usando uma simbologia para
vezes, o nosso sofrimento e enfraqueci- ilustrar as adversidades que atravessa-
mento é por causa das pessoas invejosas, mos em nossas vidas. Como Davi, pre-
que estão ao nosso lado nos desencorajan- cisamos ter consciência da realidade da
do a desistirmos de nossos sonhos. situação. Coragem não significa enfren-
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 35
FOCO NA
LIÇÃO Davi não ficou olhando o tamanho do
gigante, mas olhou para o tamanho de seu Deus
[1Sm 17.48].
tar cegamente os desafios. Fé não é sinô- em nossa vida. Davi não ficou olhando
nimo de ignorância. Consciência, mas o tamanho do gigante, mas olhou para o
com fé e coragem, pois Deus é pelos Seus tamanho de seu Deus [1Sm 17.48]. Da-
[Rm 8.31]. Aliás, Golias é um desenho vi nos faz ver que quando estamos com
de Satanás, que nos afronta todos os dias. a nossa vida alicerçada no Senhor, nada
Assim como Davi, precisamos ter cora- nos faz temer. Todas as crises, pandemias,
gem e fé para encararmos os “gigantes” guerras, serão superadas diante das piores
que surgirem para afrontar o exército situações [Hc 3.17-18]. Sob este prisma
do Deus vivo [1Sm 17.45]. Aprendemos somos levados a termos a certeza de que
com Davi que a fé não dá ouvidos à co- Deus é poderoso sobre qualquer gigan-
vardia, mas ouve a voz de Deus [Jr 1.8]. te. Diante de qualquer “gigante”, tenha a
Bispo Abner Ferreira: “Olhando certeza que existe esperança no caos para
com lentes naturais, em quem você aqueles que confiam no Senhor.
apostaria? Não havia ninguém que Lawrence Richards: “Os anos de
acreditasse em Davi, nem mesmo os formação no silêncio, na solidão das se-
israelitas. Mas Davi não precisava do manas passadas nos vales da Palestina a
apoio de ninguém a não ser Deus. Ele cuidar das ovelhas, aprofundaram a per-
encara o gigante e não se intimida, mas cepção desse jovem em relação à gran-
antes faz uma coisa interessante, vai até deza e ao poder de Deus. O coração de
o ribeiro e escolhe cinco seixos (pe- Davi aprendeu a corresponder ao que era
dras), dos quais usa apenas uma para revelado na criação. Seus olhos contem-
abater o gigante [1Sm 17.40]. Onde Da- plavam o Senhor da glória. Fundamen-
vi encontrou a arma para vencer Golias? tado na visão que tinha do Senhor, cuja
No ribeiro (símbolo do Espírito Santo). voz majestosa falava por meio do trovão,
Em ribeiro, não se mergulha, ajoelha- Davi, ao medir os desafios, conseguia en-
-se ou se curva. Isso significa que para xergar Golias pela perspectiva correta. O
cada batalha de nossa vida, um gesto de gigante é mera criatura. O Senhor é Deus”.
humildade e reverência diante do Espí-
rito Santo nos levará a grandes feitos.” 3.3. Davi venceu porque confiou em Deus.
O exército de Israel estava temeroso diante
3.2. Davi venceu, pois teve atitude. Davi da grave crise que havia se instaurado. Não
é um exemplo notável de como devemos é difícil perceber que os filisteus haviam se-
agir diante dos gigantes que aparecem lecionado Golias para lutar por eles, pois

36 · LIÇ ÃO 5
era um homem extremamente violento, Davi aparece falando sobre Deus. Os
competente no duelo, além da grande soldados nada mencionaram sobre ele,
estatura [1Sm 17.32]. Entretanto, aque- os irmãos nunca falaram seu nome,
la batalha não era de Davi, mas, sim, do mas Davi entra em cena e levanta a
Senhor. Foi isto o que Davi disse quando questão do Deus vivo. Ele faz o mes-
estava indo para a batalha diante de Golias mo com o rei Saul: não joga conversa
[1Sm 17.46]. Laurence E. Porter: “Após se fora falando sobre a batalha ou fazendo
recusar a usar a armadura com que não perguntas sobre as chances de vitória.
estava habituado, ele escolheu cinco pedras Ele traz somente um recado de Deus:
lisas e tinha a sua atiradeira na sua mão; o “O Senhor que me livrou das garras do
rapaz seguro de si lançou-se ao desafio, leão e das garras do urso me livrará,
com sua leveza e rapidez de movimento, das mãos desse filisteu” [1Sm 17.37].”
contra o escárnio e o orgulho do filisteu,
com a seguinte convicção: pois a batalha é EU ENSINEI QUE:
do Senhor, e ele entregará todos vocês em Diante de qualquer “gigante”, é preciso ter
nossas mãos [1Sm 17.39-47]”. a certeza que existe esperança no caos para
Bispo Abner Ferreira: “Enquanto aqueles que confiam no Senhor.
todos viam Golias, Davi via a Deus.

CONCLUSÃO
Dos menos pretensiosos aos mais arrojados estudos a respeito da vida de
Davi, todos concordam que o segredo para ele derrotar os “gigantes” da
vida foi sua confiança exclusiva no Deus de Israel.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 37


9 ago / 2020

LIÇÃO

Usando a fé diante dos confrontos


ASSISTA O VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE

TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o Nos momentos mais difíceis, aprendemos
holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e que a vitória está em crer, obedecer e es-
ainda lambeu a água que estava no rego.” perar no Senhor Deus.
1Reis 18.38

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que o Senhor tem Mostrar que a misericórdia Apresentar que Deus res-
métodos peculiares de agir. divina sempre nos socorre. ponde com fogo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1REIS 18 não lhe meterei fogo.
22. Então disse Elias ao povo: Só eu fiquei por 24. Então invocai o nome do vosso deus, e
profeta do Senhor, e os profetas de Baal são eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser
quatrocentos e cinquenta homens. que o deus que responder por fogo, esse será
23. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles Deus. E todo o povo respondeu, e disse: É boa
escolham para si um dos bezerros, e o divi- esta palavra.
dam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, 39. O que vendo todo o povo, caíram sobre os
porém não lhe metam fogo, e eu prepararei seus rostos, e disseram: Só o Senhor é Deus!
o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e Só o Senhor é Deus!
38
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 1Rs 17.1 QUINTA | 1Rs 17.24
Elias, um homem de palavra Elias, um homem de Deus
TERÇA | 1Rs 17.14 SEXTA | 1Rs 18.17
Elias, um homem de fé Elias, o perturbador dos idólatras
QUARTA | 1Rs 17.6 SÁBADO | 1Rs 18.42
Elias, um homem alimentado por Deus Elias, um adorador por excelência

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


186, 577, 610 Introdução
1. Elias e suas provações
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Deus contava com Elias
Ore para que os homens entendam que a ido- 3. Elias se apresenta e lança um desafio
latria é a causa de muitos males. Conclusão

INTRODUÇÃO
Diante das crises que assolam o mundo, muitos cristãos não têm conseguido
superá-las de forma bíblica e inteligente. Nesta lição, veremos que o profeta
Elias encontrou força em Deus para triunfar sobre os problemas da vida.

Elias e suas provações a rainha Jezabel, que induziram o povo


Elias profetizou em um período de Israel a um contexto turbulento de
muito árduo da história do povo idolatria e paganismo [1Rs 16.30-31].
de Israel do ponto de vista reli- Elias então foi chamado por Deus para
gioso. Lutando o bom ser Seu porta-voz, receben-
combate, Elias enfren- PONTO DE do a responsabilidade de
tou perseguições do rei PARTIDA lembrar aos israelitas que
Acabe e de sua esposa, eram um povo seleto e que
É preciso crer,
Jezabel, que levaram os pertenciam ao Senhor. Lo-
obedecer e
israelitas a se apartar go, as suas práticas de vida
esperar no
do Deus Vivo e adorar deveriam retratar e cumprir
Senhor Deus.
Baal. os princípios determinados
1.1. O método da chamada pelo Altíssimo.
divina. Com a morte do rei Salomão, Bispo Samuel Ferreira sobre a cha-
Israel se dividiu em dois reinos: Nor- mada de Elias: “Deus tem seus elemen-
te e Sul. No século IX a.C., o reino do tos surpresas. Elias é um profeta que
Norte era governado pelo rei Acabe e surge do nada, sem referência, sem
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 39
genealogia, mas com uma palavra ful- Não fosse o cuidado do Senhor em avi-
minante, que tornou inerte o “deus” sar, Elias certamente teria se assustado
da chuva e da fertilidade numa época ao assistir os corvos chegando para lhe
em que ser profeta era passar pelo fio alimentar. Podemos dizer que o Senhor
da espada.” é bom em tempos difíceis, Ele salva o
Seu povo e cuida dos que procuram a
1.2. Quando a chamada de Deus pre- Sua proteção [Na 1.7].
valece. A cada dia a idolatria crescia e Bispo Samuel Ferreira: “Durante
a situação piorava no reino do Norte muitos anos Israel viveu sob a égide da
[1Rs 16.32-33]. A seca castigava Sama- descrença e da impiedade de seus go-
ria e Jezabel mandava matar os pro- vernantes. Como se não bastasse, Aca-
fetas. O caos havia sido estabelecido. be e Jezabel, sua parceira dominadora,
Como um profeta poderia exercer seu eram os piores da turma. Naquele ins-
papel diante de Deus e dos homens, se tante, surge no cenário um profeta sem
a morte lhe rondava a todo momento? referências, que não marca audiência,
Comentário Bíblico Moody ressal- e entra na presença do rei com dedo
ta que o casamento de Acabe com Jeza- em punho dizendo: a partir de hoje
bel foi uma manobra política: “E Acabe não chove mais em Israel [1Rs 17.1].”
talvez pensasse que estava parcialmen-
te justificado nessa união. Entretanto, EU ENSINEI QUE:
a cruel e licenciosa adoração a Baal Elias foi chamado por Deus especialmente para
de tal maneira tinha permeado Tiro tirar o povo da idolatria que os dominava.
e Sidom, que sua infiltração em Israel
através de Jezabel foi inevitável. Jezabel
fazia o papel de principal sacerdotisa Deus contava com Elias
do Baal de Tiro. Um dos motivos la- Elias foi um homem que obedeceu
tentes porque Baal era adorado, era a a Deus em diversas situações. Para
crença de que ele era o senhor da terra. exemplificar, podemos ver as se-
Para induzi-lo a enviar chuva à terra, guintes ordens sendo obedecidas:
realizavam-se os cultos à fertilidade e Deus o manda para o ribeiro de
ofereciam-se sacrifícios.” Querite [1Rs 17.3], para Sarepta
[1Rs 17.9], para Samaria [1Rs 18.1],
1.3. Os métodos peculiares de Deus. para o Monte Horebe [1Rs 19.8],
Após profetizar que nem orvalho e nem para Betel [2Rs 2.2], para Jericó
chuva viria sobre Israel segundo as suas [2Rs 2.4] e para o Jordão [2Rs 2.6].
palavras, para fugir dos ataques do rei 2.1. Deus, um profeta e uma pobre vi-
Acabe, Elias é forçado a uma imigração úva. Por que o Senhor escolheu uma
solitária. Ele se estabelece junto ao ri- pobre viúva estrangeira para auxiliar
beiro de Querite e milagrosamente foi o profeta Elias? Não seria mais viá-
alimentado por corvos [1Rs 17.3-4]. vel que alguém de seu povo lhe acu-
40 · LIÇ ÃO 6
disse? [1Rs 17.9]. A razão da escolha a morte. Ela vivia com o filho e tinha
de Deus é bem simples: Israel estava apenas o suficiente para os dois. De-
mergulhado em um nível assustador pois disso, iriam morrer. Mesmo sen-
de idolatria e a presença de Elias não do viúva e passando necessidade, ela
era bem-vinda nesta nação. Se as pa- não hesitou em socorrer o profeta de
lavras dos profetas eram rejeitadas, os Deus. Porém, por ser ter sido bondo-
israelitas não atenderiam a ordenança sa com Elias, Deus a fez prosperar em
de Deus para socorrer o profeta Elias. tempos de crise [1Rs 17.15]. O Senhor
Veremos mais adiante que Deus de- socorreu seu profeta na hora da crise,
monstrou que estava cuidando tanto primeiro por meio dos corvos, depois
de Elias quanto da pobre viúva. Um por intermédio da viúva de Sarepta.
foi bênção para o outro. Ao chegar a Sarepta o profeta Elias
É preciso acrescentar que aqui sa- viu uma viúva pobre apanhando lenha.
boreamos o encontro de Elias com Deus havia lhe dito que uma mulher viú-
uma mulher viúva, pobre e estrangeira, va iria cuidar dele, mas Ele não havia dito
que tinha alimento suficiente para ela e que era uma pobre mulher [1Rs 17.9]. É
seu filho apenas para mais uma refei- curioso como Deus gosta de contrariar a
ção. É significativo notar que em nossa lógica humana. Elias deve ter feito a se-
caminhada cristã já testemunhamos guinte pergunta a si mesmo: Será que es-
centenas de vezes pastores renomados, sa era a viúva de que Deus tinha falado?
e outros nem tanto se utilizarem desta Após constatar que ela era uma mulher
passagem bíblica para fazerem alusão de fé, Elias faz uma proposta a viúva que
do pouco azeite na botija e da pouca precisaria muita fé para proceder [1Rs
farinha na panela para Deus realizar o 17.13]. Contudo, ela acreditou em Elias
milagre da multiplicação. e fez o que ele pediu. Ela foi uma bên-
ção na vida do profeta mesmo que isto
2.2. Na crise, a viúva de Sarepta foi lhe custasse sua morte e de seu filho [Sl
bênção para Elias. Deus envia o so- 58.11]. Deus recompensou a viúva de
corro no tempo certo, nem antes nem acordo com o que ela fez. Ele é sempre
depois [1Rs 17.12]. Se Deus parece justo, não ignora uma boa ação.
estar demorando, não significa que
não irá nos atender. Ele tem os Seus 2.3. Na crise, Elias foi bênção para a vi-
propósitos. Elias chegou à casa de uma úva de Sarepta. Estamos convencidos
mulher que estava se preparando para de que nos momentos de crise social,

FOCO NA
LIÇÃO Se Deus parece estar demorando, não
significa que não irá nos atender. Ele tem os Seus
propósitos.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 41
como a que temos vivido no mundo
contemporâneo, os cristãos não devem Elias se apresenta e lança
entrar em pânico. Veja o caso da viúva um desafio
de Sarepta. Esta mulher estava à beira Mesmo atravessando uma grande
da morte, todas as palavras lhe eram escassez de água e alimentos, ha-
contrárias, para aonde quer olhasse ela via chegado o grande momento
só enxergava a morte. Contudo, ao so- de Elias mostrar quem de fato era
correr o profeta Elias a provisão chegou o verdadeiro Deus de Israel [1Rs
à sua casa [1Rs 17.16]. É preciso ressal- 18.21]. Desprovido da crença da
tar que a bênção chegou à sua casa por idolatria, Elias perturbou muitos
ser uma mulher abençoadora. Neste por dizer que somente Deus é Se-
tempo de incertezas que atravessamos, nhor [1Rs 18.17].
quero lhe dar uma ótima notícia! Se, 3.1. Confrontando o povo e os profe-
antes da crise, alguém era fiel em seus tas pagãos. O profeta Elias sabia para
quilos, dízimos e ofertas, tenham a cer- o que fora chamado e não retrocedeu.
teza de que a bênção de Deus irá chegar Convocou o povo de Israel para o
até vocês. Disso, não duvidem! Monte Carmelo, juntamente com os
Segundo Charles Swindoll: “Era 450 profetas de Baal e os 400 profetas
necessário ser colocado na linha em de Aserá [1Rs 18.19]. Ali, dois sacri-
Querite para depois passar pelo ca- fícios seriam apresentados: um pelos
dinho do refino em Sarepta. Quando pagãos e outro pelo profeta do Senhor.
chegou lá, encontrou uma viúva com Ninguém poderia queimar os sacrifí-
seu filho a ponto de morrer de fome. cios, pois o fogo deveria surgir de for-
Por direção de Deus, Elias mudou- ma sobrenatural [1Rs 18.24]. O verda-
-se para lá. O profeta disse à mulher: deiro Deus seria aquele que queimasse
“Confiaremos em Deus para nossas o sacrifício. E, assim, munido de fé e
necessidades diárias”. E, com certe- confiança, Elias venceu o confronto.
za, Deus agiu dia após dia (como Ele Deus foi fiel para com o Seu servo e lhe
sempre faz). A panela de farinha nun- honrou perante todos. Assim, acontece
ca esvaziou, e a botija de azeite nunca com os servos de Deus na atualidade,
secou [1Rs 17.16], e Elias usado por onde confrontos do império das trevas
Deus trouxe à vida seu filho que havia chegam a todo o momento.
falecido [1Rs 17.20-24]. Assim Deus De acordo com a pedagoga Ana Oli-
supriu suas necessidades todos os dias veira: “O monte Carmelo é uma mon-
por ter abençoado o profeta.” tanha, não muito alta, com um pouco
mais de 500m acima do nível do mar.
EU ENSINEI QUE: Sua vegetação exuberante permite uma
Na caminhada cristã, se você quer ser abenço- colorida e diversificada primavera, com
ado, então primeiramente abençoe a alguém. mais de 600 espécies de plantas. Com
uma visão privilegiada para Jezreel ao
42 · LIÇ ÃO 6
FOCO NA
LIÇÃO Em meio às adversidades da vida,
devemos confiar em Deus com todas as nossas forças
[1Rs 18.36].
leste, às costas do Mediterrâneo, o Car- holocausto, a lenha, a pedra e o pó, e
melo, que significa “jardim”, foi palco de ainda lambeu toda a água que estava
grandes momentos bíblicos. O evento no rego [1Rs 18.38]. A amplitude mais
que mais marcou foi o confronto en- significativa da ação de Deus no Monte
tre o profeta Elias e os 450 profetas de Carmelo foi que todo o povo caiu sobre
Baal. O profeta Elias propôs um duelo seus rostos, e disseram em uma única
de sacrifícios e o deus que respondesse voz: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor
primeiro com fogo seria a divindade é Deus!” [1Rs 18.39].
superior. Desafio aceito e os profetas Bispo Samuel Ferreira: “Elias cha-
de Baal deram início. Clamaram o dia ma toda a nação para reparar não um
inteiro, contudo nada conseguiram. altar de pedras, mas o altar da própria
Quando Elias iniciou seu momento de vida. O que faltava na vida do povo era
sacrifico, mandou ensopar o holocausto água (palavra), o povo não sabia mais
e ainda no início de seu clamor, o fogo discernir quem era Deus e quem não
desceu do céu, consumindo assim todo era. O altar é o lugar onde sacrificamos
o holocausto [1Rs 18.19-40]. O Senhor o que temos de mais valioso para nos-
Deus de Israel mostrou todo seu poder sas vidas, e o que mais valia nos dias
e superioridade aos seguidores de Baal.” de Elias era a água. De outro modo,
durante três anos houve seca, morte
3.2. A resposta divina em meio à fé. e escassez de alimentos. E foi nesse
Em meio às adversidades da vida, de- altar que se revelou o grande mistério
vemos confiar em Deus com todas as da batalha. A água simbolizava Baal (o
nossas forças [1Rs 18.36]. O profeta deus da chuva), o fogo é um símbolo
Elias nos faz ver que confiar em Deus do próprio Deus. É comum a água
é a atitude mais acertada que um ser apagar o fogo, e nunca o fogo secar a
humano pode fazer [Sl 91.2]. Quan- água. O fogo “lamber” a água significa
do rogamos ao Senhor com toda a que Deus literalmente engoliu a Baal,
nossa devoção, a resposta vem pelos a verdade venceu a mentira, e só o Se-
modos mais diferentes, como no caso nhor é Deus [1Rs 18.38-39].”
da resposta a Elias no monte Carme-
lo frente aos 450 profetas de Baal e os 3.3. Altar restaurado, glória de Deus
400 profetas de Aserá. Após a oração e abundante chuva. Depois de mos-
do profeta Elias, caiu fogo do céu e o trar o Seu grande poder diante de
Senhor consumiu completamente o todos, e Elias acabar com todos os
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 43
profetas idólatras, o Senhor ainda do Senhor derramar uma abundante
tinha mais bênçãos a oferecer: “En- chuva sobre aquela terra, mostrando
tão disse Elias a Acabe: Sobe, come e assim que só existe um Deus.
bebe, porque ruído há de uma abun- Bispo Samuel Ferreira: “Quando a si-
dante chuva.” [1Rs 18.41]. Isso de- tuação da nação era de declínio espiritual
monstra que a idolatria instalada em e o povo estava em cima do muro, Deus
Israel impedia a ação de Deus. Há, encontrou coragem em um homem pa-
portanto, boas razões para termos ra confrontar o que era errado. Todavia,
a certeza de que, quando o Senhor a verdadeira batalha não era no campo
decidiu sobre o retorno de Elias a físico, mas, sim, no espiritual.”
Israel, o triunfo já estava garantido.
Contudo, para a vitória ser comple- EU ENSINEI QUE:
ta, primeiro era necessário haver Diante do embate entre Elias e os profetas de
concerto. No âmago da questão, era Baal e Aserá, todos presenciaram a resposta
imprescindível haver arrependimen- divina com fogo consumidor, pois só o Senhor
to e a expressão da glória de Deus. é Deus!
Cumprido estes requisitos era a hora

CONCLUSÃO
Vencer as provações é uma prerrogativa dos verdadeiros adoradores. A vi-
tória de Elias comprovou que de fato o Senhor é Deus Todo-Poderoso e por
tanto merecedor de toda adoração. Ele luta e vence todas as nossas batalhas.

ANOTAÇÕES

44 · LIÇ ÃO 6
16 ago / 2020

LIÇÃO

O Senhor peleja pelo Seu povo!


ASSISTA O VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE

TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Deus é Espírito, e importa que os que o Adorar a Deus é mostrar dedicação total,
adoram o adorem em espírito e em verda- amor e respeito a Ele.
de.” João 4.24

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar o perigo que acar- Incentivar a busca pela Apresentar o verdadeiro
reta as alianças ilícitas. perfeita adoração. valor da adoração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
2CRÔNICAS 17 nos seus mandamentos, e não segundo as
2. E pôs gente de guerra em todas as cidades obras de Israel.
fortes de Judá e guarnições na terra de Judá, 5. E o Senhor confirmou o reino na sua mão,
como também nas cidades de Efraim que Asa, e todo o Judá deu presentes a Josafá; e teve
seu pai, tinha tomado. riquezas e glória em abundância.
3. E o Senhor foi com Josafá, porque andou 6. E exaltou-se o seu coração nos caminhos
nos primeiros caminhos de Davi, seu pai, e não do Senhor e, ainda mais, tirou os altos e os
buscou aos baalins. bosques de Judá.
4. Antes, buscou ao Deus de seu pai e andou

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 45


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 2Cr 18.1 QUINTA | 2Cr 20.17
O perigo das alianças erradas Não temas! Deus é contigo
TERÇA | 2Cr 20.3 SEXTA | Sl 84.12
Um rei que temia ao Senhor Devemos colocar nossa confiança no Senhor
QUARTA | 2Cr 20.15 SÁBADO | Sl 96.8
Deus luta as nossas guerras Devemos dar glória ao Senhor

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


93, 212, 305 Introdução
1. Josafá, rei de Judá
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Não ande fora da vontade de Deus
Ore para que possa ser difundido no crente 3. Uma batalha épica
o valor da verdadeira adoração. Conclusão

INTRODUÇÃO
Deus nos criou para que O adoremos. Nesta lição, veremos que o rei Josafá
entendia bem este princípio. Por adorar a Deus, ele pôde contemplar a sal-
vação do Senhor, que pelejou a batalha em favor de Seu povo.

Josafá, rei de Judá 1.1. O reinado de Josafá. Josafá signi-


Josafá reinou em Judá aproxi- fica “Jeová tem julgado”. Ele assumiu
madamente entre 872 e 848 a.C. o trono de Judá aos 35 anos e reinou
Neste tempo, o reino de Israel 25 anos em Jerusalém [1Rs 22.42; 2Cr
estava dividido em 17.3-4]. Ao assumir o tro-
dois: Sul (Judá) e Nor- PONTO DE no, o monarca tinha uma
te (Israel). Asa no iní- PARTIDA escolha: fazer o que era reto
cio de seu governo foi diante do Senhor ou prati-
Deus luta
temente a Deus, mas, car o mal. Ao contrário do
as nossas
ao final de sua vida, re- que escolheu o rei Acabe,
batalhas.
belou-se contra Deus, de Israel, Josafá escolheu
sendo punido por Ele. seguir os caminhos do Se-
Mas, Josafá, seu filho, tinha o en- nhor, tirando os postes ídolos [2Cr
tendimento de que o sucesso de 17.6]. E, no terceiro ano de seu gover-
seu reino estava pautado em ca- no, enviou seus príncipes e sacerdotes
minhar conforme a lei de Deus a ensinar o livro da lei do Senhor ao
[2Cr 17.6]. povo de Judá [2Cr 17.7-9].
46 · LIÇ ÃO 7
Pastor Marcos Henrique comen- aliar-se com Acazias, filho de Acabe.
tou: “A idolatria é resultado da carna- Deus utilizou-se do profeta Eliézer
lidade humana e do desvio espiritual para exortá-lo [2Cr 20.37].
do homem ao verdadeiro Deus [Gl
5.20]. Quando o homem, imagem e se- 1.3. Repreendido para correção. Jo-
melhança de Deus, chega a prostrar-se safá foi contemporâneo do rei Acabe,
perante um ídolo e adorá-lo, é porque Acazias e Jeorão de Israel. Os reinos
lhe falta o conhecimento espiritual; por estavam divididos. Josafá tinha boas
isso, é que devemos adorar o Criador intenções e sua bondade e ingenuida-
e não a criatura [Rm 1.25; Ap 22.8-9].” de o fez aliançar-se com um rei idóla-
tra e mesquinho, que o levou a pelejar
1.2. Seja bom, mas não tolo! A atitude uma guerra que não era sua, e isso
de Josafá em querer sempre agradar ao quase lhe custou a vida [2Cr 18.31-
Senhor, andando conforme os preceitos 34]. Devido à associação com Acabe,
do Altíssimo, nos traz uma grande lição: Josafá foi severamente repreendido
é preciso estarmos sempre atentos à von- pelo profeta Jeú, que lhe disse que a
tade de Deus revelada nas Escrituras Sa- ira de Deus viria sobre ele [2Cr 19.1-
gradas para cumpri-la. Afinal, se somos 2]. É preciso estar atento para as alian-
povo de Deus, então valorizamos a Pala- ças realizadas na caminhada, a fim de
vra de Deus [Sl 1; Jo 8.47; 2Tm 3.14-17]. não entrar em guerras desnecessárias.
Josafá tinha um coração puro e reto, mas Buscar a vontade de Deus para todos
não atentava para os oportunistas. A Bí- os quesitos da vida é sempre o melhor!
blia diz para sermos “prudentes como as O ato de repreender significa admo-
serpentes e símplices como as pombas” estar, denunciar uma conduta errada ou
[Mt 10.16]. Josafá não foi prudente e fez chamar à correção. Deus usa a repreen-
aliança com quem não era da vontade de são como recurso para apontar os nossos
Deus [2Cr 18.1; 19.2]. É preciso ter pru- erros [Jó 5.17]. O sábio persiste na im-
dência para fazer alianças. Deve-se pri- portância da repreensão e da disciplina
meiramente consultar a Deus, para não [Pv 10.17]. É preciso entender que Deus
o desagradar, pois o Senhor não vê como nos repreende porque nos ama, uma vez
o homem vê. Ele vê e sonda o coração que, sendo pecadores, nossa condição
[1Sm 16.7]. natural é a de estarmos afastados do ca-
O rei Josafá foi um homem temen- minho do Senhor [Ap 3.19].
te a Deus [2Cr 17.1-19]. Entretanto,
descuidado quando o tema era fazer EU ENSINEI QUE:
alianças. É válido acrescentar que ele Ao assumir o trono de Judá, Josafá buscou
foi advertido duas vezes. A primeira fazer o que era reto aos olhos do Senhor. Con-
se deu por meio do profeta Jeú, após tudo, sua ingenuidade o retirou do centro da
sua insana aliança com o rei Acabe vontade divina.
[2Cr 19.2]. A segunda ocorreu após
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 47
Não ande fora da vontade Deus havia alertado ao profeta
de Deus Jeremias para tomar cuidado com as
O rei Josafá assumiu o reino de falsas amizades [Jr 9.4]. Temos que
Judá com o intuito de levar o povo ter em mente que assim como Deus
aos caminhos do Senhor. Devido a nos presenteia com amigos para nos
sua atitude diante do Senhor, Deus ajudar a trilhar rumo à vida eterna e
era com ele e o fazia prosperar. gozarmos das maravilhas do céu, de
Mas, a ingenuidade de Josafá o le- igual modo, Satanás tenta nos confun-
vou a trilhar caminhos perigosos, dir com falsas amizades, que querem
sem buscar o consentimento de nos desencaminhar da santidade e
Deus, aliançando-se com pessoas da verdade.
que não agradavam ao Senhor.
2.1. O grande erro de Josafá. Josafá 2.2. Amizades erradas nos afastam
tinha boas intenções em estabelecer de Deus. O profeta Micaías havia
a paz entre o reino de Judá e o reino alertado Josafá sobre o fracasso que
de Israel, a fim de que todos os irmãos seria a investida contra Ramote de
voltassem a ter comunhão. Mas, o fato Gileade. Mesmo advertido pelo pro-
é que Acabe era um rei mau, astuto feta, Josafá levou adiante seu sonho
e idólatra, que perseguia e matava os de unir as tribos de Israel procuran-
profetas de Deus. Acabe estava debai- do fazer isso com o famoso jeitinho.
xo da maldição de Deus e aliar-se a ele Em meio a tantos desencontros Jo-
seria terrível para Josafá e todo o seu safá teve que aprender que Satanás
reino. Não havia motivos para uma nos proporciona falsas amizades
aliança, visto que Deus não estava para nos desencaminhar da santi-
nesta parceria. Mesmo diante de pe- dade e da verdade. Essa dedução me
rigos iminentes, Josafá aparentou-se levou a pontuar alguns “amigos” que
com Acabe [2Cr 18.1]. O rei de Judá devemos nos afastar em nossa cami-
permitiu que seu filho Jorão se casasse nhada cristã, se quisermos gozar da
com Atalia, filha do rei Acabe e Jeza- vida eterna: amigos do meretrício,
bel. Essa aliança interessava mais ao amigos do roubo, amigos de intrigas,
reino de Israel, pois Acabe teria paz amigos da ganância e amigos do sexo
com a fronteira ao sul e um forte alia- desenfreado. Lembre-se que a santi-
do, caso precisasse nos embates con- dade é imprescindível para alcançar-
tra a Síria. mos o céu.

FOCO NA
LIÇÃO Josafá teve que aprender que Satanás nos
proporciona falsas amizades para nos desencaminhar da
santidade e da verdade.
48 · LIÇ ÃO 7
Bispo Abner Ferreira: “Através da rei bom e temente a Deus, e Acabe, um
Bíblia observamos que a melhor es- homem ímpio, idólatra e cruel, tinha
colha sempre é feita por Deus, isto tudo para dar errado. Podemos dizer
porque Ele não vê como vê o homem que o maior perigo de Josafá com esta
[1Sm 16.7]. Todas as escolhas huma- aliança era a contaminação moral e
nas são frustradas, isto se dá pela falta espiritual que vinha com esta união.
de visão, fruto de nosso pecado. Por
isso devemos aceitar a escolha divina EU ENSINEI QUE:
como algo precioso para nós e assim Devemos focar em Deus e buscar nEle a Sua
jamais nos precipitaremos em passar vontade para nós, a fim de não cairmos em
diante do Senhor.” ciladas que nos levarão ao caos.

2.3. Escolhas erradas propiciam fra-


cassos. Josafá aliançou-se a Acabe Uma batalha épica
através do casamento de seus filhos Josafá se arrependeu de seus er-
[2Rs 8.16-18]. Uma aliança feita sem ros, buscou ao Senhor e motivou
a direção de Deus gera sofrimento e o povo a fazer um concerto com
dor. Atalia, anos mais tarde, quase ex- o Senhor. Nomeou juízes para
terminou a descendência de Josafá. Na administrarem o país com justiça
ocasião, Acabe persuadiu a Josafá para [2Cr 19.5-11]. Fortaleceu as de-
fosse com ele à batalha contra Ramote fesas da fronteira do Norte [2Cr
de Gileade [1Rs 22.4, 30]. Josafá pron- 17.1-2; 1Rs 22.47], também ci-
tamente se disponibilizou a ir com dades de munições em Judá [2Cr
Acabe. Mesmo ouvindo a advertência 17.12] e as nações lhe pagavam
divina para não ir, Josafá ignorou e foi tributo [2Cr 17.10-11]. Os reinos
para a batalha juntamente com Acabe em torno de Judá passaram a ter
e seus exércitos. Nessa batalha Israel e paz, o que fortaleceu a economia
Judá foram derrotados e Josafá quase da nação [2Cr 17.10]. Mas, ao fi-
morreu [2Cr 18.30-32]. O Senhor ti- nal do reinado de Josafá, três rei-
nha planos grandiosos para Josafá, as- nos uniram forças para invadir
sim como Ele tem para nós [Jr 29.11- Judá [2Cr 20.1-2]. Ouvindo isto,
13]. Mas é necessário atentarmos para Josafá temeu e pôs-se a buscar
quem está andando conosco, pois as ao Senhor, apregoando jejum em
más companhias corrompem os bons todo o Judá [2Cr 20.3].
costumes [1Co 15.33]. 3.1. Oração e jejum: armas poderosas.
Podemos ter amigos que querem Ao saber que os reinos haviam se uni-
nosso bem e outros que querem o do para virem contra Judá, o rei, ape-
nosso mal. A história dos reis de Israel sar do temor produzido com a che-
tem muito a nos ensinar. Não é difícil gada da notícia, não foi dominado e
perceber que a aliança entre Josafá, um paralisado pelo medo. Josafá fez uma
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 49
FOCO NA
LIÇÃO Utilizando as armas da oração e do jejum,
Josafá se fortaleceu, e pôde encontrar em Deus proteção
contra o inimigo que marchava confiante.
escolha assertiva: buscou ao Senhor e Josafá buscou ao Senhor e confiou em
somente nEle confiou. Um jejum foi Deus [2Cr 20.3]. Percebemos ainda
instituído pelo rei e, juntamente com que Josafá não se prostrou, ou teve
todo o povo, buscou auxílio em Deus. uma atitude de autocomiseração, mas
Josafá convocou homens, mulheres ficou de pé e fez um clamor [2Cr 20.6,
e crianças, até as de colo, para juntos 12]. Utilizando as armas da oração e
buscaram ao Senhor em clamor e ora- do jejum, Josafá se fortaleceu, e pôde
ção em frente ao Templo [2Cr 20.6- encontrar em Deus proteção contra o
12]. O Senhor não desprezou a oração inimigo que marchava confiante.
e o quebrantamento de Seu povo e os Pastor Marcos Henrique: “Sempre
ouviu, enviando auxílio. buscando a presença de Deus, Josafá
Pastor Marcos Henrique: “Diante tornou-se um rei vitorioso. Mas o ini-
da ameaça do inimigo, Josafá e todo o migo, que não dá tréguas, veio contra
povo de Judá foram pedir socorro ao ele [2Cr 20.1]. Isto nos ensina que sem-
Senhor [2Cr 20.4]. Na congregação em pre devemos estar alertas e preparados
Jerusalém [2Cr 20.5], Josafá reconhe- contra os ataques do maligno [Ef 6.11].
ceu a grandeza de Deus e Suas obras Assim como a vitória de Josafá acon-
em favor do seu povo [2Cr 20.6-7]. Ali teceu através da oração [2Cr 20.3], a
estava o rei, os homens, as mulheres, nossa vitória do mesmo modo virá [Ef
os filhos e até as crianças, pedindo 6.18], pois o nosso socorro vem do Se-
misericórdia a Deus [2 Cr 20.13]. A nhor [Sl 124.8].”
igreja terá vitória contra seus inimigos
quando todos estiverem na presença 3.3. Em meio às crises, o segredo é
do Senhor [Sl 133.1-3].” adorar! Inúmeros episódios nas Escri-
turas nos mostram a importância de
3.2. Atitudes para se galgar a vitó- adorar ao Senhor por meio do louvor.
ria. Inimigos uniram-se em prol da Há que se destacar também que o Se-
destruição do reino do Sul. Josafá é nhor separou a tribo de Levi, da des-
notificado do avanço do inimigo em cendência de Jacó, para dedicar sua
direção a Judá. O medo é notório. E vida em adoração a Deus. O texto de
agora? O que fazer? Ao ver o nume- 2Crônicas 20.15-22 nos transmite im-
roso exército que vinha contra ele portantes lições em meio às crises: 1)
[2Cr 20.2], antes de tomar uma atitu- Permanecer atento à Palavra de Deus
de para contra-atacar o seu oponente, [2Cr 20.15]; 2) Atentar para a orien-
50 · LIÇ ÃO 7
tação específica para o momento [2Cr santa...” [2Cr 20.21]. Josafá entendeu
20.16-17 – considerando que nem que a vitória era do Senhor, ele tinha
sempre foi determinada tal atitude, ou somente que louvar: “E, ao tempo que
seja: descer contra os oponentes, mas começaram com júbilo e louvor, o Se-
não pelejar e, sim, estar em pé e ver]; nhor pôs emboscadas contra os filhos
3) Observar em todos os momentos: de Amom e de Moabe e os das monta-
Palavra de Deus, fé, oração e louvor nhas de Seir (...) e foram desbaratados”
[2Cr 20.20-22]. Paulo e Silas também [2Cr 20.22]. O segredo da vitória está
oravam e cantavam, mesmo na prisão no louvor [Rm 4.20].”
[At 16.25-26].
Pastor Marcos Henrique comen- EU ENSINEI QUE:
tou: “Diante de um ataque iminente Josafá deveria apenas contemplar a salvação
do inimigo, Josafá pôs-se a louvar ao do Senhor a favor deles, pois Deus é quem iria
Senhor: “...e ordenou cantores para o pelejar suas batalhas.
Senhor, que louvassem a majestade

CONCLUSÃO
Obedecendo a Deus, Josafá colocou os levitas à frente do exército. En-
quanto louvavam, o Senhor preparou emboscada contra os inimigos de
Judá, de modo que se destruíram uns aos outros. Somos o povo do Se-
nhor e Ele guerreia as nossas guerras, enquanto formos fiéis adoradores.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 51


23 ago / 2020

LIÇÃO

Confiar no Senhor em todo o


tempo
ASSISTA O VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE

TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem A maior coragem se revela na crise, quando
presente na angústia.” Salmo 46.1 colocamos a nossa fé focada em Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Destacar a importância de Mostrar que o Senhor sem- Explicar que o inimigo
restaurar o altar. pre envia socorro. sempre se levanta para cair.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ISAÍAS 37 livrar, por amor de mim e por amor do meu
33. Pelo que assim diz o Senhor acerca do rei da servo Davi.
Assíria: Não entrará nesta cidade, nem lançará 36. Então saiu o anjo do Senhor e feriu, no ar-
nela flecha alguma; tampouco virá perante ela raial dos assírios, a cento e oitenta e cinco mil;
com escudo, ou levantará contra ela tranqueira. e, quando se levantaram pela manhã cedo, eis
34. Pelo caminho por onde vier, por esse volta- que tudo eram corpos mortos.
rá; mas nesta cidade não entrará, diz o Senhor. 37. Assim, Senaqueribe, rei da Assíria, se reti-
35. Porque eu ampararei esta cidade, para a rou, e se foi, e voltou, e ficou em Nínive.

52
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | 2Rs 18.3 QUINTA | 2Rs 18.7
Ezequias, um homem obediente Ezequias e a presença de Deus
TERÇA | 2Rs 18.5 SEXTA | 2Rs 19.35
Ezequias, um homem que confiava no Senhor Deus luta as nossas batalhas
QUARTA | 2Rs 18.6 SÁBADO | 2Rs 19.36
Ezequias, homem que guardou a lei de Deus Deus envergonha os nossos inimigos

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


96, 108, 131 Introdução
1. Um jovem rei para Judá
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Reavivados em meio ao caos
Ore para que o verdadeiro culto ao Senhor 3. Um socorro bem presente
seja restabelecido. Conclusão

INTRODUÇÃO
Ezequias foi um notável rei de Judá, pois priorizou fazer o que era reto diante do
Senhor, restaurar o serviço no Templo de acordo com a Palavra de Deus, se esfor-
çou para levar o povo a se converter ao Senhor e confiou em Deus mesmo diante
de perigos e ameaças.

Um jovem rei para Judá 1.1. Ezequias voltou-se para o Se-


O rei Ezequias foi o 13º rei de Ju- nhor. Ao contrário de seu pai, o rei
dá e reinou por 29 anos. Ele foi Acaz, Ezequias assumiu o trono e
um bom rei, um homem admi- fez o que era reto aos olhos do Se-
rado por todos que lhe nhor [2Rs 18.3]. Acaz foi
rodeavam. Podemos PONTO DE um rei perverso e pautou
dizer que Ezequias foi PARTIDA seu reinado com abomi-
soldado, estadista, ar- nações que desagradavam
É preciso
quiteto, estrategista e o Senhor. Sacrificou seu
restaurar o nosso
um homem íntegro. O próprio filho e cultuou
altar.
seu reinado foi marca- a deuses, promovendo a
do por grandes desa- idolatria, andando no ca-
fios, mas, também, por grandes minho dos reis de Israel. Após os
demonstrações de fé e fidelidade dezesseis anos de reinado de seu pai
à aliança do Senhor. Nesta lição, Acaz chegar ao fim, por episódio de
veremos um homem que andou sua morte, Ezequias assume o trono
nos caminhos do Senhor. e decide não seguir o legado deixado
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 53
de idolatria, mas de fazer o que real- os ajuntou na praça oriental, e lhes
mente agradava ao Senhor. Ezequias disse: Ouvi-me, ó levitas; santificai-
começou muito bem sua história, -vos agora, e santificai a casa do Se-
buscando a santificação, reconhecen- nhor, Deus de vossos pais, e tirai do
do a Soberania do Senhor e reparan- santuário a imundícia.” [2Cr 29.3-5].
do o Templo. Assim como Ezequias, Que atitude louvável de Ezequias a
o que precisamos reparar em nossa de reparar a casa do Senhor, puri-
caminhada? Temos agido conforme ficando-a.
os preceitos do Senhor ou temos nos De acordo com James Sidlow Baxter:
deixado levar por legados perversos “Logo depois de subir ao trono, ele
e idólatras deixados por nossos ante- reabriu e reparou a casa do Senhor,
passados? Este é o momento de rever reorganizou o sacerdócio e os servi-
nossas atitudes e transformá-las em ços dos levitas. Chamou seus súditos
adoração para a glória de Deus. de volta à adoração do Deus verda-
De acordo com o professor Sa- deiro, guiando-os através de seu pró-
muel J. Schultz: “Em drástica reação prio exemplo ilustre. Ezequias des-
à deliberada idolatria de seu pai, truiu ídolos, santuários e altares fal-
Ezequias começou a reinar impondo sos em todo o reino. Reuniu o povo
a mais extensa reforma que houve numa grande observância nacional
na história do reino do Sul. Quando da Páscoa, sobre a qual está escrito:
jovem de vinte e cinco anos de ida- “...porque desde os dias de Salomão,
de, foi testemunha da desintegração filho de Davi, rei de Israel, não hou-
gradual do reino do Norte, com a ve cousa semelhante em Jerusalém”
conquista assíria de Samaria, que fi- [2Cr 30.26].”
cava apenas a cerca de 65 km de Je-
rusalém. Percebendo incisivamente 1.3. Um concerto divino em meio à
que o cativeiro de Israel era conse- crise. A crise estava estabelecida so-
quência de um pacto quebrado e da bre Judá [2Cr 29.8-9], porque Acaz
desobediência a Deus [2Rs 18.9-12], que não guardou os mandamentos
Ezequias depositou sua confiança no divinos. Diante disso, Ezequias, além
Deus de Israel. Nos primeiros anos de reparar o templo, convocou os sa-
de seu reinado ele liderou uma refor- cerdotes para fazerem um concerto
ma eficaz, não somente em Judá, mas com o Senhor, a fim de sanar a crise
também em certas regiões de Israel.” avassaladora da ira de Deus.
Bispo Abner Ferreira: “Todo líder
1.2. Era preciso reparar o templo. deve ter visão [Gn 13.14], sem visão,
“Ele, no ano primeiro do seu reina- ninguém chega a lugar algum. Por-
do, no mês primeiro, abriu as portas que a visão nos leva a um destino, e
da Casa do Senhor e as reparou. E líder sem alvo é povo sem destino.
trouxe os sacerdotes e os levitas, e Ser líder é ter essa chama acesa e
54 · LIÇ ÃO 8
contagiar outros através dela. A ale- mandamentos que passou a ser uma
gria do líder são os seus liderados, referência positiva na história do rei-
e o destino dos liderados depende no de Judá [2Rs 18.5-6]. Por causa
da visão do líder [Nm 14.6-8]. Que da humildade de Ezequias diante do
triste seria desperdiçar uma vida in- Senhor, honrando o Altíssimo diante
teira sem o propósito pelo qual fo- do povo, ensinando-os a fazerem o
mos criados.” que agradava ao Senhor, Jerusalém
foi poupada das mãos dos assírios.
EU ENSINEI QUE: Deus ouviu o clamor de Ezequias e
O diferencial do rei Ezequias foi se preocu- se agradou de seu posicionamento
par em renovar sua aliança com o Senhor. [2Rs 18.7; Jr 29.12-13].
Segundo o professor Samuel J.
Schultz: “Imediatamente Ezequias
Reavivados em meio ao reabriu o templo. Levitas foram con-
caos vocados para repararem e limparem
Durante o tempo do reinado de o lugar de adoração. Aquilo que por-
Ezequias, grande parte do reino ventura fora usado para os ídolos foi
do Norte (Israel), devido à ido- removido para o ribeiro do Cedrom,
latria, foi levado cativo pelos ao mesmo tempo que os vasos que
assírios. Tempos de incertezas, haviam sido contaminados por Acaz
insegurança e opressão espiri- foram santificados. Dentro de dezes-
tual habitavam no meio do povo seis dias, o templo estava pronto para
[2Cr 29.6-9]. a adoração pública.”
2.1. Ezequias e suas atitudes asser-
tivas. Diante de tal cenário, a Bíblia 2.2. Avivamento: uma questão urgen-
ressalta atitudes assertivas que Eze- te! Deus havia chamado Israel para
quias teve, em duas vertentes: refor- ser uma nação diferenciada a fim de
mas políticas e morais, conforme o que levassem luz para as nações, e o
livro de 2Reis; e purificação do tem- nome do Senhor fosse glorificado [Is
plo e o restabelecimento dos cultos, 42.6]. Mas, o povo do Senhor havia
incluindo a Páscoa, conforme des- se contaminado com práticas pagãs,
creve o livro de 2Crônicas. De tal afastando-se totalmente do Senhor
maneira confiou no Senhor e buscou e de Seus mandamentos. Longe da
se aproximar de Deus e guardar Seus presença do Senhor só encontramos

FOCO NA
LIÇÃO Por causa da humildade de Ezequias
diante do Senhor... Jerusalém foi poupada das mãos
dos assírios.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 55
tristeza, dores, maldição e morte. achegar a Deus, pois dEle vem a sal-
Ezequias, ao assumir o trono de Ju- vação, a paz, o renovo, a segurança e
dá, buscou a presença do Senhor em a restauração; 3) Buscar a comunhão
arrependimento pelos atos come- divina – A comunhão com nosso
tidos. Ezequias reconhecia o poder Criador é vital para todo cristão,
que tem um reavivamento no meio tanto em dias bons quanto em dias
do povo [Sl 80.3]. Precisamos atentar maus. Devemos sempre buscar in-
que crises geram oportunidades. timidade com o Senhor através da
Em meio ao caos, devemos nos oração e da leitura da Palavra de
levantar e buscar oportunidades Deus; 4) Oração – Em tempos de
de crescimento espiritual e ma- adversidades, buscar a face do Se-
turidade cristã, conscientes de que nhor é preciso. Jesus nos ensinou
a fonte de nosso fortalecimento é o que a todo tempo devemos estar
Senhor [Ef 6.10]. conectados com o Pai em oração,
De acordo com o professor Sa- pois Ele é a fonte de fortalecimento
muel J. Schultz: “Ezequias e os ofi- e reavivamento.
ciais de Jerusalém deram início aos Segundo o professor Samuel J.
sacrifícios no templo. Grupos mu- Schultz: “Em Jerusalém, Ezequias
sicais com suas harpas, címbalos e organizou os sacerdotes e os levi-
liras participaram da inauguração, tas para as funções regulares. Uma
conforme fora o costume na época grande congregação se reuniu em
de Davi. Cânticos litúrgicos acom- assembleia em Jerusalém para par-
panharam a apresentação dos holo- ticipar na reforma executada. Os al-
caustos. Cantores louvavam a Deus tares de toda a capital foram arran-
nas palavras de Davi e Asafe, enquan- cados e lançados no vale do Cedrom
to o povo adorava.” para sua destruição. Conduzido por
sacerdotes e levitas, o povo ofereceu
2.3. Pilares para o avivamento. Eze- sacrifícios, cantando jubilosamente,
quias reconheceu a urgência da ne- alegrando-se ante o Senhor. Em ne-
cessidade que o povo se encontrava nhuma época, desde a dedicação do
e buscou o reavivamento para Judá. Templo, tinha visto Jerusalém tão
Para haver um avivamento, é neces- gozosa celebração. Desde Jerusalém,
sário estar pautado em 4 pilares: 1) a reforma se estendeu por todo Judá,
Arrependimento – Em meio às cri- Benjamim, Efraim e Manassés.”
ses da vida, precisamos reconhecer
os nossos erros diante do Senhor e EU ENSINEI QUE:
confessá-los, a fim de que tenhamos Que a Igreja do Senhor necessita viver um
Seu perdão e misericórdia; 2) Que- novo avivamento, como nos dias de Eze-
rer a presença de Deus – Em meio às quias.
crises, precisamos unicamente nos
56 · LIÇ ÃO 8
FOCO NA
LIÇÃO Diante das afrontas do maligno,
precisamos ter a postura de Ezequias: clamar pelo
socorro divino [Sl 46.1]; não ceder às afrontas...
Um socorro bem presente xílio do Senhor, orando e clamando
Quando tudo parecia estar bem, por Sua intervenção. O rei de Judá
Senaqueribe, rei da Assíria, in- entendeu as estratégias do maligno
vade a Judá com seu impetuoso e não cedeu às afrontas do oponen-
exército, acampando-se contra te. Ezequias foi à Casa do Senhor e
as cidades fortes, pois intentava apresentou ao Deus de Israel, em
separá-las para si [2Cr 32.1]. Mas oração, as mensagens de afrontas e
Deus é socorro bem presente pa- ameaças de Senaqueribe [2Rs 19.14].
ra o Seu povo. Ele humilhou-se perante o Senhor [Is
3.1. Afrontas: uma arma diabólica. 37.1], clamando a Deus por socorro
Diante da invasão, Ezequias fortificou [2Rs 19.15-19]. Senaqueribe utilizou
os muros, garantiu o abastecimento afrontas como armas para desestabi-
de água da cidade e motivou o povo lizar o povo de Judá, mas Ezequias
para que não temesse a Senaqueribe, não caiu na cilada e buscou auxílio
pois Deus estaria com eles naque- no Deus Todo-Poderoso.
la batalha. O rei assírio enviou seus Pastor Marcos Henrique: “Eze-
servos a Jerusalém com mensagens quias, rei de Judá, sofreu nos seus dias
de afrontas ao rei Ezequias e ao povo um violento ataque da Assíria [2Cr
de Judá, intimidando-os. E ainda em 32.1]. O inimigo vinha com aspecto
sua insanidade, Senaqueribe blasfe- arrasador [2Cr 32.2], fazendo amea-
mou contra o Senhor [2Cr 32.11-15]. ças ao povo de Deus [2Cr 32.10] e des-
De acordo com o professor Samuel fazendo do poder do Deus de Israel
J. Schultz: “Embora Ezequias fez o que [2Cr 32.15]. Entretanto, Ezequias foi
estava em seu poder ao preparar-se pa- buscar o socorro do Senhor [Is 37.1].”
ra o ataque assírio, não dependeu por
completo dos recursos humanos. Antes, 3.3. Da humilhação à exaltação.
quando o povo se congregou em assem- Diante das afrontas do maligno, pre-
bleia na praça da cidade, Ezequias o ha- cisamos ter a postura de Ezequias:
via alentado, expressando valentemente clamar pelo socorro divino [Sl 46.1];
sua confiança em Deus [2Cr 32.8].” não ceder às afrontas, pois como
cristãos devemos cultivar o fruto
3.2. Apresentando as cartas ao Se- do Espírito [Gl 5.22-25]; não tomar
nhor. Ao receber o ultimato do rei partido para a vingança, mas aguar-
da Assíria, Ezequias recorreu ao au- dar a justiça que virá do Senhor [Rm
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 57
12.19]. O Senhor ouviu o clamor de 32.21]. Observemos que o Senhor
Ezequias e o exaltou. Em uma única enviou “um anjo” e todo um exército
noite, o Anjo do Senhor entrou no foi destruído, cento e oitenta e cin-
acampamento assírio e matou 185 co mil homens [Is 37.36]. (...) Jesus,
mil soldados inimigos. Então, Se- ao ser preso, confirmou o poder dos
naqueribe, rei da Assíria se retirou anjos, dizendo que bastaria rogar ao
envergonhado pelo mesmo caminho Pai e seria livre de seus inimigos [Mt
que veio [Is 37.36-37]. 26.53]. Ainda hoje, os anjos de Deus
Pastor Marcos Henrique: “Em estão ao nosso dispor para nos livrar
resposta à oração dos seus servos, e guardar [Sl 34.7].”
o Senhor agiu contra Senaqueribe:
“Então o Senhor enviou um anjo que EU ENSINEI QUE:
destruiu todos os varões valentes, e Embora nosso adversário seja mais forte
os príncipes, e os chefes no arraial do que nós, o Senhor Deus luta as nossas
do rei da Assíria; e este tornou com batalhas.
vergonha de rosto à sua terra...” [2Cr

CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição sobre a importância de restauramos a verdadeira
adoração ao Senhor. A história do rei Ezequias nos faz ver que nos piores
momentos de nossas vidas devemos confiar na intervenção divina.

ANOTAÇÕES

58 · LIÇ ÃO 8
30 ago / 2020

LIÇÃO

A soberania de Deus em meio


às crises
ASSISTA O VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE

TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Tu conservarás em paz aquele cuja mente A confiança em Deus nos faz perseverar
está firme em ti; porque ele confia em ti.” nos propósitos de Deus, mesmo na crise.
Isaías 26.3

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ressaltar que a verdadeira Ensinar que em meio às Mostrar segredos para
paz só é possível em Deus. crises o Senhor nos socorre. vencer as crises.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ESTER 3 a obra dez mil talentos de prata, para que
8. E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espa- entrem nos tesouros do rei.
lhado e dividido entre os povos, em todas as 10. Então tirou o rei o anel da sua mão e
províncias do teu reino, um povo cujas leis o deu a Hamã, filho de Hamedata, agagita,
são diferentes das leis de todos os povos e adversário dos judeus.
que não cumpre as leis do rei; pelo que não 11. E disse o rei a Hamã: Essa prata te é dada,
convém ao rei deixá-lo ficar. como também esse povo, para fazeres dele o
9. Se bem parecer ao rei, escreva-se que os que bem parecer aos teus olhos.
matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 59


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Nm 6.26 QUINTA | Jo 16.33
Deus é quem nos dá paz Só teremos paz em Cristo
TERÇA | Sl 4.8 SEXTA | Fp 4.7
Devemos descansar em Deus A paz de Deus nos protege
QUARTA | Sl 122.6 SÁBADO | 1Pe 3.11
Devemos orar pela paz em Jerusalém Devemos buscar a paz

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


3, 178, 180 Introdução
1. Satanás sempre quer roubar a nossa paz
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Se incomoda, é porque você brilha
Ore para que a paz perdure entre o povo de 3. Segredos para vencer as crises
Deus. Conclusão

INTRODUÇÃO
O livro de Ester nos mostra como é importante sermos fiéis ao Senhor. Nesta
lição, aprenderemos sobre agirmos com coragem e fé na tribulação e como
desenvolvermos nossa confiança em Deus.

Satanás sempre quer rou- mã para roubar a paz do povo judeu.


bar a nossa paz 1.1. Família: nosso refúgio, nossa paz.
A palavra paz é apontada como Mardoqueu e Ester eram felizes mes-
um estado de calma ou tranqui- mo Ester não sendo sua filha biológica.
lidade. A paz é um dos Mesmo Ester estando no pa-
grandes propósitos de PONTO DE lácio entre centenas de mo-
vida de qualquer ser PARTIDA ças virgens, esperando a de-
humano. Paz é a au- cisão do rei para saber quem
É preciso ter fé
sência de inquietação e seria a nova rainha, Mardo-
em Deus em
desesperança. O discí- queu estava sempre próximo
meio à crise.
pulo de Cristo desfruta para saber notícias dela [Et
da paz de Deus, como 2.11]. Importante citar que
resultado de sua confiança e seu Mardoqueu cumpriu com louvor sua
relacionamento com Jesus Cris- missão de tutor, levando Ester a expe-
to. Porém, Satanás usará pessoas rimentar o amor de Deus em sua vida.
para tentar roubar a nossa paz. Bispo Abner Ferreira: “Uma fa-
Veremos aqui como ele usou Ha- mília cristã não é apenas uma família
60 · LIÇ ÃO 9
feita de cristãos. É uma família onde Há uma obrigação nos dias de hoje
Cristo é o Senhor e Sua Palavra é a de buscarmos desenvolver dentro de
base do seu código moral. Se Cristo nossas casas a paz que tanto deseja-
é verdadeiramente o Senhor em uma mos. Porque a paz começa dentro do
família, seu relacionamento com Ele nosso lar.”
influenciará todos os relacionamen-
tos entre os membros.” Cumprindo 1.3. Não existe algo mais valioso do
uma diretriz básica e pedagógica, po- que a paz. Vivemos dias que tanto se
demos dizer que se o mundo lá fora fala sobre estresse, fome, pandemia,
estiver ruindo, mas em casa tivermos depressão e síndrome do pânico, há,
paz, nos sentiremos mais seguros en- porém, algo precioso que não deve-
tre os nossos familiares. mos nos esquecer. Nas belas palavras
do profeta Isaías, podemos ver que
1.2. É no lar que se aprende a viver existe uma porta divina para aque-
e construir a paz. Notamos na histó- les cuja mente está abrigada no Se-
ria de Ester que a paz se vive quan- nhor: “Tu conservarás em paz aquele
do existe uma integração mútua de cuja mente está firme em ti; porque
pais com filhos. Já se buscou muito ele confia em ti.” [Is 26.3]. É impor-
enfoque para ilustrar o cuidado de tante observar que pior que medo,
Mardoqueu por sua prima Ester. Po- pandemia, dor, depressão, é ter em
demos ver que tudo que Mardoqueu seu interior um coração perturbado,
fazia estava respaldado pela Palavra longe de Deus.
de Deus, pois era um homem conec- Um homem de fé reconhece as
tado com Deus. A par disso, pode- ameaças e busca evitá-las, contudo
mos afirmar que a firmeza e ousadia não se deixa dominar pelo medo:
de Ester eram resultados da confian- “Se te mostrares frouxo no dia da
ça em Deus sem questionar, transmi- angústia, a tua força será pequena.”
tida por seu primo Mardoqueu. [Pv 24.10]. Em tempos de pandemia,
Bispo Abner Ferreira sobre a res- devemos buscar refúgio na Palavra
ponsabilidade dos pais deixarem um de Deus: “Porque sabemos que toda
legado para que os filhos permane- a criação geme e está juntamente com
çam firmados em Deus: “Pais preci- dores de parto até agora. E não só ela,
sam investir tempo, conquistar seus mas nós mesmos, que temos as pri-
filhos, caminhar junto a eles, e sem- mícias do Espírito, também gememos
pre estar direcionando suas vidas, até em nós mesmos, esperando a adoção,
que possam caminhar por si mesmos. a saber, a redenção do nosso corpo.
Dentro deste panorama, nós precisa- Porque, em esperança, somos salvos.
mos construir uma família séria, em Ora, a esperança que se vê não é espe-
Deus. Não podemos abrir mão de rança; porque o que alguém vê, como
nossas responsabilidades como pais. o esperará?” [Rm 8.22-24]. Paulo diz
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 61
que toda criação de Deus geme e sofre que fizeram esta opção desenvol-
angústias. O apóstolo fala que sofre- veram suas atividades comerciais
mos por causa da dor que o pecado por todo o império e contavam
causa em nós e no mundo. Paulo faz com a proteção do rei, mas nem
referência a uma lamentação de mu- todos se agradaram disso.
lher em trabalho de parto, ou seja, é a 2.1. As crises vêm para roubar o nosso
aflição que a mulher padece sabendo sono. Os servos de Deus sempre in-
que logo depois chegará a uma exul- comodaram os filhos das trevas. Os
tação tão grande, que a fará esquecer sonhos de José incomodavam seus
de toda dor que experimentou. irmãos, a prosperidade de Jacó abor-
recia seu sogro Labão, a unção de Da-
EU ENSINEI QUE: vi importunava sua esposa Mical, as
Satanás sempre vai tentar roubar a nossa profecias de Jeremias eram vistas com
paz. Diante desta verdade, devemos prio- desprezo pela liderança e o povo de
rizar a nossa família e a nossa casa, que é Israel. Não faltam, aliás, exemplos pa-
o nosso refúgio de paz. ra citarmos. No livro de Ester, vemos
um homem por nome Hamã que, por
meio de uma lei, irá determinar que
Se incomoda, é porque todos os judeus deveriam ser mortos e
você brilha seus bens saqueados. Este decreto irá
Os livros de Esdras, Neemias, Isa- tirar o sono do povo de Deus.
ías, Daniel e Ester mencionam a Pastor Antônio Mesquita sobre o
Pérsia e trazem diferentes traços antissemitismo de Hamã: “O antis-
sobre o modo de vida do povo semitismo já estava em moda. Além
judeu neste vasto império, após de eliminar esta gente, o tesouro real
a Babilônia ser conquistada pelas receberia 10.000 talentos de prata,
forças persas. Este conflito se deu tirados do despojo dos judeus. Um
com a permissão de Deus, para talento de prata valia 1.000 dólares,
que os judeus pudessem voltar uma fortuna apreciável para o tesouro
livre à terra de Israel. Contudo, real. O rei deu ordem de extermínio
nem todos os judeus retornaram colocando o seu anel, o carimbo real
a sua terra. Alguns preferiram muito usado pelos reis do Egito, nas
permanecer nas diversas cidades mãos de Hamã, e os 10.000 talentos
do império persa. Estes judeus de prata também seriam seus.”

FOCO NA
LIÇÃO No livro de Ester, vemos um homem por nome
Hamã que, por meio de uma lei, irá determinar que todos os
judeus deveriam ser mortos e seus bens saqueados.
62 · LIÇ ÃO 9
2.2. A crise chega para o povo de te judeu nos ensina quatro verdades
Deus. O amalequita Hamã ficou para seguirmos em nossa caminhada
transtornado pelo simples fato de cristã: 1) Na hora da crise confie em
Mardoqueu recusar-se a se prostrar Deus; 2) Deus é o nosso socorro bem
diante dele. Este posicionamento de presente na hora das adversidades; 3)
Mardoqueu em não se curvar diante Não deixe que o medo te domine; e
deste homem trouxe uma crise sem 4) Descanse em Deus. Agindo assim,
procedentes ao povo judeu. Movido veremos que aquele que se levantar
pelo ódio, Hamã trama agora, não contra você se levantará contra o
apenas a morte de um único judeu, próprio Deus.
mas sim de todos [Et 3.13]. Assim co- Satanás tem feito com que mui-
mo qualquer crise, esta crise chegou tos cristãos, além das crises exis-
trazendo tristeza e lamento a todos tentes, venham apresentar umas
os judeus [Et 4.3]. dezenas de outros sentimentos, tais
Impressiona o caminho tomado como: temor, nervosismo, medo,
por alguns cristãos na hora da crise. pavor, dor, amargura, desesperan-
Em meio às adversidades, muitos ça, depressão, aversão, síndrome do
perdem a força para lutar. Sejamos pânico, transtornos etc. Creio que
justos! Jesus disse que passaríamos o maior desafio na hora da crise
por crises, mas deveríamos perma- é buscarmos socorro em Deus: “O
necer nEle: “Tenho-vos dito isso, nosso socorro está em o nome do
para que em mim tenhais paz; no Senhor, que fez o céu e a terra.” [Sl
mundo tereis aflições, mas tende 124.8]. Conforme podemos ver, o
bom ânimo; eu venci o mundo.” profeta Jeremias descreveu o senti-
[Jo 16.33]. mento de angústia que tomou conta
de Jerusalém: “Olha, Senhor, quanto
2.3. A crise chegou, e agora? Ha- estou angustiada; turbadas estão as
mã estava agindo sob a inspiração minhas entranhas, o meu coração
de Satanás, o autêntico inimigo do está transtornado no meio de mim,
povo de Deus. As Santas Escrituras porque gravemente me rebelei; fo-
nos orientam a não ficarmos impres- ra, me desfilhou a espada, dentro
sionados com essas provações [1Pe de mim está a morte.” [Lm 1.20].
4.12]. Temos que ter em mente que Jeremias reconhece que penetrou
quando os “Hamãs” se levantam é um sentimento de morte!
porque eles têm ciência de que Deus
tem algo maravilhoso reservado pa- EU ENSINEI QUE:
ra o futuro de Seu servo. O objetivo Apesar das crises nestes dias tão cheios de
de Satanás era destruir Mardoqueu incertezas, precisamos manter a serenida-
para que ele não tivesse sucesso em de e confiança em Deus.
libertar seu povo do extermínio. Es-
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 63
FOCO NA
LIÇÃOEster nos ensina como devemos nos
comportar no momento da adversidade: foco,
atitude e determinação.
Segredos para vencer as nem sempre se perde, mas é preciso
crises arriscar, é preciso tomar decisões.
Quando parece que está tudo A função do medo é roubar nossa
perdido, tenha uma certeza, resta coragem, é nos deixar trêmulos e tí-
uma esperança! Deus abomina midos.” É relevante observar que há
o arrogante e exalta o Seu servo. centenas de textos na Bíblia com a
Notamos no livro de Ester que o mensagem “não temas”, em diversas
Senhor abate os arrogantes e am- situações e momentos históricos. É
para com Sua graça aqueles que uma Palavra de Deus também para
têm espírito humilde [1Pe 5.5]. nós hoje: “Não temas”. A chave para
Ester e Mardoqueu nos fazem ver sobrepujarmos as crises é continuar
que para transformamos crises olhando para o alto, sem se desviar
em vitórias devemos enxergar a dos caminhos do Senhor.
graça dEle nos sustentando de
uma maneira especial a cada dia. 3.2. Enxergar o triunfo. Às vezes, as
3.1. Vencer o medo. Todos teremos tempestades da vida podem ser tão
problemas e certamente enfrentare- avassaladoras que achamos que não
mos crises. Ester não foi uma exce- vamos suportar. Mardoqueu, ao sa-
ção. No momento de crise, teve que ber do decreto real, se vestiu de pano
vencer o medo e se apresentar diante de saco e se pôs a chorar amarga-
do rei, mesmo existindo uma lei que mente por toda a cidade. Entretan-
só poderia chegar próximo ao rei, to, Deus sempre cuidou do Seu povo
se ele assim determinasse [Et 4.11]. [Is 43.1-2]. No momento certo Deus
Ester nos ensina como devemos nos honrou Mardoqueu. Ao descobrir a
comportar no momento da adversi- trama de Hamã, o rei Assuero pôs
dade: foco, atitude e determinação. fim à crise que o povo judeu atra-
Ela nos faz ver que quando confia- vessava e honrou Mardoqueu com
mos no Senhor, o medo não nos do- um traje real [Et 8.15]. É assim que
mina e o poder de Deus se manifesta Deus faz no momento de crise: abate
sobre as nossas vidas. o soberbo e exalta o humilde.
Bispo Abner Ferreira apresentou Haverá momentos diante das cri-
a seguinte definição sobre o medo: ses em que a razão lhe dirá que é o
“A vida é um verdadeiro campo de fim, mas o justo viverá da fé e ela lhe
batalhas. Nem sempre se ganha, conduzirá por caminhos excelentes,
64 · LIÇ ÃO 9
sustentando-o até o dia final. Creia Pastor Antônio Mesquita sobre
que, diante da atuação de Deus, nada a exaltação de Mardoqueu: “Se não
poderá prevalecer. houvesse UM que traça outra escrita,
Mardoqueu estaria mesmo perdido.
3.3. Nosso socorro vem do alto. O Mas Deus está no céu e os seus olhos
monarca, sabendo que fora manipu- passam por toda terra [2Cr 16.9]. Es-
lado para um grande genocídio, en- tas e outras escrituras deveriam ser as
furecido manda matar Hamã na forca que davam a Mardoqueu a esperança
que ele havia feito para Mardoqueu da vitória.”
[Et 7.9]. A atitude de Ester salvou os
judeus de um extermínio em massa. EU ENSINEI QUE:
Ela cumpriu o seu propósito debai- Em meio às crises, o Senhor prometeu que
xo de jejum e oração em favor de seu nos ajudará a superar todos os obstáculos
povo. Que cumpramos os propósitos e a derrotar todos os nossos inimigos. A
divinos em nossas vidas cujos obje- soberania de Deus é notória e dEle vem a
tivos são abençoar os que sofrem e nossa salvação.
correm risco da morte eterna.

CONCLUSÃO
A palavra crise se tornou comum em nossos dias. As mídias e as redes so-
ciais não falam de outra coisa a não ser pandemia, doenças etc. Diante da
história de Ester e Mardoqueu, estamos convencidos de que o Senhor utiliza
ocasiões complexas para cumprir Seus propósitos na vida dos Seus filhos.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR


LTVRO: Família. Bispo Abner Ferreira. Editora Betel, 2019.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 65


6 set / 2020

LIÇÃO

10

Atravessando a crise com


perseverança
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Foi-me bom ter sido afligido, para que Diante das crises da vida, o cristão preci-
aprendesse os teus estatutos.” Salmo sa persistir no Senhor, a fim de alcançar
119.71 a vitória.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Expor a sutileza de Sata- Demonstrar a autoridade Apresentar a grandeza da
nás contra os cristãos. de Deus sobre Satanás. misericórdia divina.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
JÓ 1 de suas mãos abençoaste, e o seu gado está
8. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu aumentado na terra.
a meu servo Jó? Porque ninguém há na ter- 11. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em
ra semelhante a ele, homem sincero, e reto, tudo quanto tem, e verás se não blasfema
e temente a Deus, e desviando-se do mal. de ti na tua face!
9. Então respondeu Satanás ao Senhor, e 12. E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo
disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? quanto tem está na tua mão; somente contra
10. Porventura não o cercaste tu de bens a ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu
ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra da presença do Senhor.

66
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jó 1.1 QUINTA | Jó 19.25
A retidão de Jó Devemos vencer pela fé
TERÇA | Jó 1.10 SEXTA | Jó 23.11
Deus é quem nos protege do mal A fidelidade deve ser a marca do cristão
QUARTA | Jó 2.3 SÁBADO | Jó 42.10
Deus testemunha a fidelidade de Jó Deus muda a sorte de Jó

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


33, 88, 196 Introdução
1. A crise pode chegar a todos
MOTIVO DE ORAÇÃO
2. Significativos exemplos de fidelidade
Ore para que, por meio da fé, adoremos a 3. Servir a Deus em meio às dificuldades
Deus, mesmo diante das crises. Conclusão

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que Jó foi provado através de diversos males, mas, ainda
assim, permaneceu fiel ao Senhor. Jó preconiza que em tudo devemos ser fi-
éis, independente das circunstâncias.

A crise pode chegar a todos seremos provados. Por meio da história


Diante deste momento de crise que de Jó, poderemos resgatar valores e prin-
estamos vivendo, Satanás tem cau- cípios bíblicos para serem vivenciados
sado uma inquietação altamente durante as adversidades, os quais nos
negativa no ser humano. nortearão e nos auxiliarão a
Por meio da vida de Jó PONTO DE perseverarmos confiando e
perceberemos que o so- PARTIDA esperando no Senhor.
frimento é inesperado, Dillard & Longmam III:
As adversidades
não pronuncia que está “O sofrimento é o núcleo do
nos fazem mais
chegando, como tam- livro de Jó. Considerando
fortes.
bém é democrático, pode que todos os homens e mu-
chegar a todos. lheres conhecem a experi-
1.1. Existem momentos em que Deus ência do sofrimento, o livro tem um
nos prova. Por que sofre o justo? Como apelo universal. Sua mensagem atra-
suportar o sofrimento? Não poderíamos vessa o tempo e as culturas. Mais es-
deixar de descrever que, assim como Jó, pecificamente, o personagem principal
existem momentos em nossa vida que do livro sofre, mas ao que tudo indica,
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 67
ele não é a causa de seu sofrimento. Às sofrimento humano nas suas variáveis
suas doenças físicas soma-se a angústia formas (física, emocional, familiar,
mental: Por que eu? O que eu fiz para psíquica e espiritual). Diversos auto-
merecer este destino?” res tentam encontrar respostas para o
silêncio de Deus; arriscam encontrar
1.2. Deus nunca nos abandona. Nasce- uma palavra de conforto para aqueles
mos em um mundo onde nos depara- que, por diversos motivos, carregam
mos com frustrações e dores em vários consigo o gosto amargo da dor. Este
momentos. Esta pode ser a causa de tan- homem era justo, se desviava cuidado-
tas pessoas debaterem com seriedade o samente de ações que transgrediam as
sentido do sofrimento humano. Porém leis de Deus. Ele era um homem que
o que mais consome o ser humano são indubitavelmente se desviava do mal.
as dores e a aparente solidão, na qual se Mas, como todos nós, a crise chegou
sente abandonado por Deus. Abandonar para ele. Recentemente, a pandemia que
o Senhor não fazia parte do plano de Jó assolou o mundo trouxe sofrimento a
[Jó 2.10]. Mesmo com as inquietações muitos cristãos. Diante disso, podemos
e as dores tomando conta de sua vida, contatar que as crises não escolhem
Jó não abriu mão do cuidado de Deus. idade, sexo, classe social, ela vem para
Segundo Charles Swindoll: “Jó não todos. Nesta ordem de ideias, o livro
se recuperou de um período de insani- de Jó praticamente sumiu das biblio-
dade, mas suportou um longo episódio tecas dos defensores da “teologia de
de perda e humilhação, sofrimento e prosperidade”. A Bíblia relata dezenas
dor física e emocional. Foi rebaixado de personagens que experimentaram
ao nível de um sem-teto, tendo sido o sofrimento na sua vida. Abel, José,
antes o maior dos homens do Oriente. Elias, Jeremias, Daniel, Ester, Paulo e o
Jó está do outro lado de tudo isso e só próprio Senhor Jesus são apenas alguns
agora começa a compreender (atente exemplos.
nisto) que mesmo sem ter qualquer Dillard & Longmam III: “O pró-
de suas perguntas respondidas, está à logo abre a narrativa apresentando
mercê deste grande Deus, cujo propó- os personagens principais e o cenário
sito não pode ser frustrado. Ele conti- inicia o enredo levantando o proble-
nua sendo Aquele que faz tudo bem. A ma que precisa de uma solução: Jó
submissão de Jó resultou desse discer- está sofrendo apesar de sua aparente
nimento. Embora suas perguntas não inocência. O prólogo também leva o
tivessem sido explicadas, ele sabe que leitor aos bastidores da própria câ-
pode confiar no seu Deus.” mara do conselho de Deus. Ficamos
sabendo o que os personagens não
1.3. Um livro que retrata o sofrimento sabem: somos informados que Jó
humano. O livro de Jó pode ser lido está sofrendo devido a um teste de
como um esclarecimento a respeito do fidelidade a Deus.”
68 · LIÇ ÃO 10
filhos haviam pecado [Jó 1.5]. Esta in-
EU ENSINEI QUE: terrogação a faz propor a Jó que expres-
Os sofrimentos podem ser superados com sa- sasse uma certa “revolta” contra Deus
bedoria, fé e com a ajuda do Senhor. para que abreviasse a chegada da morte.
Diante de tal questionamento, a fé de Jó
permaneceu intacta. Mesmo diante de
Significativos exemplos de tanto sofrimento, nada havia mudado
fidelidade em relação à sua vida com Deus. Jó nos
Afligido com as perdas de seus bens, faz perceber que é por meio de nossa
filhos e acometido de uma chaga confiança em Deus que iremos vencer
maligna, Jó toma um pedaço de todas as frustrações da vida [Pv 23.17-18;
telha, senta-se sobre as cinzas para 24.14]. Que o Senhor nos proporcione a
raspar suas feridas, tentando assim fé e estrutura emocional de Jó, para que
aliviar um pouco de seu sofrimento. na hora da crise não nos desesperemos.
Seguindo uma linha dos ímpios, a A reação de quem crer em Deus é
mulher de Jó o aconselhou a amal- por definição fascinante. Vejamos o
diçoar a Deus e morrer. Em caminho exemplo de Jó. Ao invés de murmu-
contrário ao que propôs sua esposa, rar, lastimar, chorar, praguejar contra
e disposto a esclarecer de uma vez Deus, ou contra a sua própria falta de
por toda sua confiança em Deus, sorte, Jó não murmurou, lastimou,
Jó seguiu trilhando a avenida da fé. chorou e nem praguejou contra Deus.
2.1. O principal alvo de Satanás é a fa- Diz-nos as Escrituras que ele levantou
mília. Quando falamos que Jó perdeu e rasgou seu manto, raspou a cabeça
seus dez filhos de uma única vez, nos es- lançou-se ao chão e adorou o Senhor
quecemos que sua esposa também havia [Jó 1.21]. Esta ação de Jó deve ser
perdido os mesmos filhos [Jó 1.18-19]. exemplo para todos os cristãos de ho-
Pairava uma dúvida na mulher de Jó: o je. Agrada-me profundamente a ideia
que adiantava ter um marido fiel e ínte- que essa deveria ser a reação de cada
gro, que desviava do mal, e ainda assim um de nós em tempos de crise, como
com toda sua retidão não servir de nada a que passamos recentemente. Ele não
para livrar os seus filhos da morte? Esta só foi um herói da fé da Antiguidade,
mesma mãe observou seu esposo diver- mas também um modelo a ser copiado
sas noites saindo para oferecer sacrifícios quando nos deparamos com provações
ao Senhor, sem ao menos saber se seus que venham testar a nossa fé.

FOCO NA
LIÇÃO Jó nos faz perceber que é por meio de
nossa confiança em Deus que iremos vencer todas
as frustrações da vida [Pv 23.17-18; 24.14].
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 69
2.2. Não renuncie a sua integridade. Na Segundo Charles Swindoll: “Não
hora da dor, muitos têm dado as costas temos garantia de que a vida vai conti-
para Deus. Enquanto Paulo se orgulhava nuar para nós como no ano passado. O
em ter em seu corpo as marcas de Cristo que você goza hoje, como resultado de
[Gl 6.17], Jó de igual modo pôs o amor seu bom emprego e boa saúde, talvez
a Deus como bússola para guiar e viver não permaneça nesta época no pró-
uma vida de justiça. Essa linha de con- ximo ano ou daqui a seis meses. Não
duta adotada por Jó, ao ver de Satanás pretendo amedrontá-lo com isto, mas
não era muito convincente [Jó 1.11]. ajudá-lo a preparar-se para um modo
Porém, mesmo após perder seus filhos, de pensar inteiramente novo. Nossos
Jó continuou fiel e temente ao Senhor, o dias estão nas mãos de Deus. Você já
que levou a Satanás a prosseguir com sua meditou neste pensamento, quero di-
denúncia mentirosa a respeito da fideli- zer, creu realmente nele?”
dade de Jó [Jó 2.4-5]. Mas, contrapondo
a acusação de Satanás, por meio de uma EU ENSINEI QUE:
relação harmoniosa com Deus, Jó se saiu A integridade deve fazer parte do caráter dos
vencedor [Jó 2.10]. verdadeiros servos de Deus.
Bispo Abner Ferreira sobre a des-
confiança de Satanás acerca da integri-
dade de Jó: “Desacreditado da fideli- Servir a Deus em meio às
dade de Jó, Satanás desafia ao Senhor, dificuldades
dizendo: “...e verás se não blasfema Muitas pessoas se utilizam de suas
de ti na tua face” [Jó 1.11]. Em outras crises para não obedecerem à voz de
palavras, se um golpe divino derrubas- Deus. Na vida de Jó podemos cons-
se Jó, ele blasfemaria de Deus; assim tatar a fragilidade da nossa carne,
apostava Satanás.” uma vez que o homem se tornou
mortal por causa do pecado [Rm
2.3. Na crise o Senhor continua cuidando 5.12]. Nós podemos ser fracos, mas
dos Seus. Mesmo diante das crises, não Deus não é. Ele nos deixou o Espí-
devemos esquecer que nossas vidas per- rito Santo para nos fortalecer e nos
tencem a Deus. Encontramos na Bíblia ajudar a vivenciarmos momentos de
que os nossos “tempos estão nas mãos” crise com fé e esperança.
do Senhor [Sl 31.15]. Assim, os propó- 3.1. É preciso manter a confiança em
sitos de Deus para os Seus nesta terra se Deus. Quando estamos diante das cri-
cumprirão, bem como os que se referem ses o descontentamento aflora por toda
à eternidade [Rm 8.28; Fp 1.6]. É preciso parte. Ninguém melhor que Jó para nos
permanecermos no esconderijo do Al- ensinar acerca das tristezas e frustrações
tíssimo [Sl 91.1] e na certeza de que Ele desta vida. Ele conheceu a dor, aflição,
cuida de nós, ainda que atravessando um abandono, rejeição, num momento tão
vale de sombra e morte [Sl 23.4]. significativo de sua vida. Ainda assim,
70 · LIÇ ÃO 10
FOCO NA
LIÇÃOEle é um exemplo de uma pessoa que foi
recompensada por crer e procurar conhecer mais o
Senhor [Hb 11.6].
ele manteve sua confiança em Deus [Jó pleta de exemplos de fé. Pessoas que em
1.21]. Por meio da vida de Jó, vemos que meio às tristezas e frustrações da vida
podemos até passar por crises extrema- foram vitoriosas. Podemos colocar nesta
mente difíceis, mas com a ajuda de Deus lista Jó por sua capacidade de tirar força
alcançaremos uma vida plena de vitória em meio às crises [Hb 11.34]. O livro de
sobre os infortúnios da vida. Jó nos en- Jó não fornece todas as respostas sobre o
sina que as adversidades não podem nos sofrimento humano, mas nos traz a cer-
separar do amor de Deus [Rm 8.38-39]. teza de que Deus não está indiferente ao
Bispo Abner Ferreira: “Infelizmente, que se passa com a humanidade. Todavia
muitas pessoas vivem a imaginar que a podemos ter a mesma certeza de Jó em
razão de nossos sofrimentos é apenas meio ao sofrimento [Jó 19.25].
por causa do pecado. Assim pensavam Segundo Charles Swindoll: “Faça
os amigos de Jó. Entretanto, o caso de Jó uma pausa e lembre-se de que Satanás
era diferente, ele estava sendo provado não é um diabinho de corpo vermelho,
na sua fé, naquilo que acreditava. Por carregando um garfo, que senta em seus
isso, não aceitava as insinuações de seus ombros e sussurra tolices repulsivas
“amigos” e revelou a grandeza de sua fé em sua orelha. Essa é uma caricatura
quanto à certeza de uma visão final de medieval em que Satanás gostaria que
Deus e seu triunfo sobre o mal. Assim você acreditasse. Ele é o arcanjo mais
deve ser o crente, sempre pronto a crer atraente, brilhante e poderoso que Deus
que Deus é maior que seus sofrimentos.” já criou. Não perdeu o seu brilho, nem
o seu poder. Nem certamente sua be-
3.2. Aquele que confia no Senhor não leza fascinante. É também insidioso. O
recua. Mesmo não compreendendo a método de trabalho favorito de Satanás
causa de tanto sofrimento, Jó continuou é nos bastidores. O fato de ser invisível
crendo em Deus. Ele é um exemplo de não significa que ele não seja real.”
uma pessoa que foi recompensada por
crer e procurar conhecer mais o Senhor 3.3. É preciso ter experiência com Deus.
[Hb 11.6]. Fora de seu livro, é citado Jó acreditava que conhecia Deus, mas
também como referencial de retidão e seu conhecimento era incapaz de re-
paciência [Ez 14.20; Tg 5.11]. Iremos velar os verdadeiros traços do caráter
privilegiar aqui a referência de Tiago. Ele do Senhor [Jó 42.5]. Jó poderia não
menciona a capacidade de Jó em lidar conhecer a Deus conforme acreditava,
com o sofrimento. Aliás a Bíblia está re- mas Deus conhecia a Jó e por ele dava
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 71
bom testemunho. Vemos que depois da entendimento humano, sem respaldo da
crise o último estado de Jó foi superior fé, o homem não compreende as dimen-
ao primeiro. Deus virou o cativeiro de sões da obra de Deus na esfera espiritual.
Jó, lhe restituindo o que havia perdido Paulo em sua carta, diz: Agora conheço em
[Jó 42.10-17]. Depois de tudo, Jó viveu parte, então, conhecerei como também sou
para ver sua quarta geração, pois Deus conhecido” [1Co 13.12b]. Mas depois das
ainda tinha planos para o Seu servo nesta terríveis experiências pelas quais passou, Jó
terra. Deus sempre nos presenteia com o enxergou o Deus soberano, que a seu tem-
melhor, contudo Ele sempre irá requerer po, resolve abater ou erguer; empobrecer ou
fé e obediência. Esta lição mostrou por enriquecer, tudo como lhe apraz [Jó 42.2].”
meio da vida de Jó que depois das tem-
pestades sempre vem a bonança. EU ENSINEI QUE:
Bispo Abner Ferreira: “Sem conhecer o As crises geram oportunidades de conhecer-
porquê daquelas provações, Jó achava que mos mais a Deus e de experimentarmos de Sua
o Senhor não tinha motivo para permitir companhia e poder.
tantos sofrimentos. O que prova que, pelo

CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que, mesmo num contexto de adversidades, Deus é Po-
deroso para levar adiante o Seu plano na vida dos que nEle confiam e espe-
ram. Enquanto todos em torno de Jó viam a morte, Deus vislumbrava vida.
A história de Jó é um exemplo para todos nós até o dia de hoje.

ANOTAÇÕES

72 · LIÇ ÃO 10
13 set / 2020

LIÇÃO

11

Enfrentando as fornalhas da
vida
ASSISTA O VÍDEO FOCO NA LIÇÃO DESTA AULA ATRAVÉS DO QR CODE

TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesa- Aquele que guarda a Palavra de Deus no co-
que e Abednego, na província de Babilônia.” ração é guardado por Ele.
Daniel 3.30

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que não devemos Ressaltar que Deus nunca Revelar que é no fogo que
nos curvar ao mundo. nos deixa só. somos testados.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
DANIEL 3 15. Agora, pois, se estais prontos, quando
13. Então Nabucodonosor, com ira e fu- ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da
ror, mandou chamar Sadraque, Mesaque guitarra, da harpa, do saltério, da gaita
e Abednego. E trouxeram a estes homens de foles e de toda sorte de música, para
perante o rei. vos prostrardes e adorardes a estátua que
14. Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de fiz, bom é; mas, se a não adorardes, sereis
propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abedne- lançados, na mesma hora, dentro do forno
go, que vós não servis a meus deuses nem de fogo ardente; e quem é o Deus que vos
adorais a estátua de ouro que levantei? poderá livrar das minhas mãos?

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 73


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Dn 1.8 QUINTA | Dn 3.12
Jovens com um mesmo propósito Jovens que não adoram outros deuses
TERÇA | Dn 1.17 SEXTA | Dn 3.17
Jovens capacitados por Deus Jovens tementes a Deus
QUARTA | Dn 2.17-18 SÁBADO | Dn 3.30
Jovens que buscam auxílio em Deus Jovens que prosperam em terra estranha

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


126, 258, 303 Introdução
1. Três jovens amigos de Deus
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Fé em tempos difíceis
Ore para que sejamos forjados por Deus me- 3. Um Deus que confunde o inimigo
diante as crises. Conclusão

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a bondade e fidelidade de Deus ao enviar o Seu anjo para
livrar Seus servos da fornalha de fogo. Veremos que Deus guarda de todo mal
aquele que persevera firme, seguindo aos Seus ensinamentos.

Três jovens amigos de com Daniel, se viram diante de duas al-


Deus ternativas: a primeira era se contaminar
Esta lição terá como ponto de par- com a porção do manjar do rei, e com
tida a fé de Hananias, Misael e Aza- o vinho que ele bebia; a segunda era se
rias, amigos do jovem manter fiel a Deus e não se
Daniel. Estes três jovens, PONTO DE corromper com as coisas que
juntamente com Daniel, PARTIDA lhes foram oferecidas. O texto
foram levados cativos pa- bíblico nos mostra que Daniel
É preciso ser
ra Babilônia e lá tiveram e seus amigos não tiveram
fiel a Deus
seus nomes trocados por dúvidas sobre qual lado ficar
em qualquer
nomes caldeus: Sadraque, [Dn 1.8]. Eles seguiram fir-
circunstância.
Mesaque e Abednego mes ao lado do Senhor. Aqui
[Dn 1.6-7]. Estes jovens cabem duas interrogações:
tiveram seus nomes trocados, mas a quais têm sido as suas escolhas? Em su-
devoção deles a Deus permaneceu. as escolhas Deus tem sido a primazia?
1.1. Nem tudo que reluz é ouro. Sadra- Bispo Primaz Manoel Ferreira: “O
que, Mesaque e Abednego, juntamente processo de aculturação exigia a troca
74 · LIÇ ÃO 11
de nomes dos exilados. Os nomes ju- reino, e um salário digno. Esse tipo de
daicos deveriam ser substituídos por persuasão fazia com que os cativos se
nomes caldaicos [Dn 1.7]. Daniel e esquecessem de sua terra e vivessem
seus amigos deveriam aprender a lite- sob a égide de seu domínio, abando-
ratura, ou seja, assimilar toda a cultura nando suas raízes e se tornando parte
[Dn 1.4]; também deveriam adaptar-se de seu reino.”
ao regime alimentar da corte [Dn 1.5].
Para serem aceitos em funções oficiais, 1.3. Nossas escolhas mostram quem
precisavam também passar por uma sa- somos. Satanás tem mantido milhões
batina executada pelo próprio rei [Dn de pessoas sob sua servidão. Temos
1.20]. E, para culminar, deviam estar que ter muito cuidado, pois, quando
dispostos a assumir publicamente a re- Satanás atormenta o povo de Deus, ele
ligião do Estado, que passava pela ado- tira a utilidade de seus prazeres e usa
ração dos deuses nacionais [Dn 3.12, de artifícios para lhes afastar do Se-
14, 18] e do próprio monarca [Dn 6.7].” nhor. Estes jovens hebreus nos fazem
ver que a vida só tem importância no
1.2. Não deixe que seus olhos te en- momento em que percebemos que o
ganem. Sadraque, Mesaque, Abedne- Senhor está fazendo parte de nossa
go não se deixaram enganar por seus história [Sl 31.3]. Somos sabedores que
olhos [1Sm 16.7]. A comida e o vinho Deus nos atrai para a vida. Satanás nos
do rei ao olhar humano eram atrati- atrai para a morte. A fé de que Deus é
vos, porém, era mais um aspecto no a nossa salvação não é hipótese, é fato.
extenso “programa de assimilação da Bispo Samuel Ferreira: “Não foi
cultura babilônica”, como destacado fácil para Sadraque, Mesaque e Abed-
no Comentário Histórico-Cultural nego permanecerem de pé enquanto
da Bíblia. Diante de uma alimentação todas as outras pessoas “dançavam
abundante e os melhores vinhos babi- conforme a música”. Eles desafiaram
lônicos, estes jovens escolheram fazer o sistema porque eram firmes e ali-
a diferença. Que possamos, diante das cerçados nos ensinos de sua família
investidas de Satanás, fazer escolhas e, embora fosse a Babilônia um lugar
assertivas como a destes jovens. Sata- ostentador, eles jamais trocariam sua
nás enganou Eva por meio do olhar, comunhão com Deus por lisonjas ou
Davi pecou com Bate-Seba por um posições. Um fato curioso que mos-
olhar, Demas foi atraído pelas coisas tra o poder envolvente da Babilônia,
do mundo, mas, na contramão de tu- e que alguns judeus já haviam se ven-
do, estavam os quatro jovens. dido, é a qualidade dos instrumentos
Bispo Samuel Ferreira: “Nabuco- que deveriam tocar para que todos se
donosor era um rei sagaz que oferecia curvassem, entre eles estavam alguns
aos príncipes escravos uma faculdade de ordem semita como: flauta, harpa
gratuita, uma posição de destaque no e saltério [Dn 3.5].”
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 75
EU ENSINEI QUE: adorareis a imagem de ouro que o rei
As boas escolhas dos cristãos provocam resul- Nabucodonosor tem levantado. E qual-
tados inimagináveis de Deus. quer que se não prostrar e não a adorar,
será na mesma hora lançado dentro do
forno de fogo ardente.” [Dn 3.4-6]. Tal
Fé em tempos difíceis ordem acarretaria em uma prova de fé
Nabucodonosor já havia presen- jamais vista na história.
ciado o poder de Deus em sua Bispo Samuel Ferreira: “Na Bíblia,
vida, quando o jovem Daniel in- “Babilônia” é mais que uma cidade ou
terpretou seu sonho [Dn 2.47]. império; ela representa um sistema sa-
Ainda assim, não aprendeu na- tânico. Babilônia se iniciou através da
da sobre Deus, pois ambicionou obra de Ninrode, que, com um audacio-
ser adorado como tal [Dn 3.1-6]. so projeto, desejava conquistar o mun-
Sadraque, Mesaque e Abednego do através do esforço humano, sendo
recusaram se prostrar diante da impedido por Deus, que confundiu as
imagem deste monarca e isso lhes línguas e dispersou seu reino pelo mun-
trouxe consequências. do afora por causa da sua arrogância
2.1. A insanidade de um monarca. O [Gn 10.8-10; 11.1-9]. Nabucodonosor
rei Nabucodonosor mandou reunir os desejava fazer o mesmo, ele possuía um
sátrapas, os prefeitos, os presidentes, os esquema centrado no homem, que ten-
juízes, os tesoureiros, os conselheiros, tava conquistar o coração, a mente e o
os oficiais e todos os governadores das corpo das pessoas, e nesse sistema não
províncias, para assistirem à consagra- havia espaço para Deus. O nome “Ba-
ção de sua estátua, levantada em sua ho- bel” significa “porta de deus” (segundo
menagem [Dn 3.3]. Podemos dizer que interpretação dos acádios). Ela finge ser
este monarca era um narcisista clássico o caminho para o céu. No entanto, é o
[Dn 4.30]. Quando todos os seus súdi- caminho para o inferno.”
tos se reuniram e estavam de pé diante
da estátua, ele ordenou: “Ordena-se a 2.2. Fé em meio à morte. Os músicos to-
vós, ó povos, nações e gente de todas caram e todos se prostraram e adoraram
as línguas: Quando ouvirdes o som da a estátua de Nabucodonosor. Mas três
buzina, do pífaro, da harpa, da sam- jovens, fiéis e tementes a Deus, não se
buca, do saltério, da gaita de foles e de curvaram e não adoraram aquela estátua
toda sorte de música, vos prostrareis e [Dn 3.12]. Diante de tal afronta, alguns

Mas três jovens, fiéis e tementes a Deus,


FOCO NA
LIÇÃO

não se curvaram e não adoraram aquela estátua


[Dn 3.12].
76 · LIÇ ÃO 11
homens correram para denunciá-los ao fornalha [Dn 3.22]. O risco era notó-
rei [Dn 3.8]. Essa informação não agra- rio, a sentença já havia sido dada pelo
dou nada ao rei Nabucodonosor [Dn rei: extermínio para os insurgentes
3.15], que lhes deu mais uma oportu- hebreus. Entretanto, os três jovens
nidade de se retratarem de tamanho hebreus tinham plena certeza de que
agrave. Contudo os três jovens tinham haviam tomado a decisão certa: per-
convicção do seu ato e o que isto pode- manecer fiel a Deus [Dn 3.17].
ria lhe custar. Ainda assim não abriram Bispo Samuel Ferreira: “O rei ficou en-
mão do seu Deus [Dn 3.17]. Aprende- furecido ao saber que seu decreto foi
mos com estes jovens que quem não tem desobedecido. Ele deu outra chance aos
perspectiva eterna pode temer a morte, jovens. Mas eles preferiram antes enfren-
mas, quando sabemos que tem algo tar o fogo a ter que se curvar a seu ídolo.
muito melhor nos aguardando, a morte Assim, eles foram lançados na fornalha
passa a ser lucro [Fp 1.21]. amarrados com as próprias vestes.”
Bispo Primaz Manoel Ferreira: “O
rei mandou novamente tocar a música, EU ENSINEI QUE:
acreditando estar dando aos jovens ou- A fidelidade a Deus na hora da adversidade
tra chance de obedecer à lei [Dn 3.5, 7, revela quem de fato nós somos.
10, 15]. Aprendemos com isto que no
mundo está sempre a “soar” a música
da “tentação” e da “traição”. Poucos são Um Deus que confunde o
os que atualmente enfrentam o pecado inimigo
e a iniquidade, não se dobrando diante Em uma conjuntura onde não te-
do paganismo.” ria outro final, a não ser a morte
de Sadraque, Mesaque e Abedne-
2.3. Quando o morrer é lucro. A Pala- go, uma cena chamou a atenção
vra de Deus nos mostra que nenhuma de Nabucodonosor: “Então o rei
ordem conseguiria convencer os três Nabucodonosor se espantou e se
jovens a dobrarem seus joelhos dian- levantou depressa; falou, e disse
te daquela estátua. Então, os jovens aos seus capitães: Não lançamos
disseram um sonoro “não” ao rei, não nós três homens atados dentro do
lhes importando o que poderia fazer fogo? Responderam, e disseram ao
o monarca. Diante de tal recusa, o rei rei: É verdade, ó rei.” [Dn 3.24].
ficou ainda mais furioso e mandou O rei não estava vendo três, mas
esquentar a fornalha sete vezes mais quatro, e o quarto era semelhante
do que o de costume e ordenou que ao filho dos deuses. Na visão do
os lançassem no forno ardente [Dn rei, Ele era o quarto homem, mas
3.20]. É preciso ressaltar que a fornalha para a Igreja, Ele é o primeiro, pois
estava tão aquecida que o fogo matou já estava lá esperando os três para
os homens que lançaram os jovens na que o fogo não lhes fizesse mal.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 77
Não importa as circunstâncias que
FOCO NA
LIÇÃO

atravessamos, se honrarmos ao Senhor, seremos por Ele


honrados.
3.1. Deus entra conosco na fornalha. trará conosco e nos preservará para Sua
Na visão do Nabucodonosor e do po- glória [Is 43.2]. Os homens que lançaram
vo da Babilônia era só uma fornalha, eles no fogo morreram queimados ins-
porém para Deus era um cenário pro- tantaneamente, eles, porém, além de não
pício para um milagre. Era hora de sofrerem nenhuma lesão, nem cheiro
socorrer os três jovens hebreus que de fogo passou sobre eles [Dn 3.22-27].
demonstraram fé e confiança no Se- Deus sabe preservar os que lhe são fiéis
nhor [Dn 3.18]. A presença de uma [Hb 11.30-34].”
quarta pessoa inquietou o rei. Afinal,
ele tinha mandado lançar três homens 3.2. Em Deus somos mais que vencedo-
na fornalha e não quatro. Então, ele res. Não importa as circunstâncias que
entende que algo sobrenatural estava atravessamos, se honrarmos ao Senhor,
acontecendo dentro daquela fornalha, seremos por Ele honrados. O grande
como nunca antes havia acontecido amor de Deus nos confere a certeza
[Dn 3.25]. Diante de tudo que estava da vitória na hora da dor. Ser mais que
acontecendo, Nabucodonosor chamou vencedor é saber que, quando a crise
Sadraque, Mesaque e Abednego para vem, a vitória está garantida [Jo 16.33].
fora da fornalha e reconheceu diante As Escrituras encerram a história sobre
de todos que o quarto elemento da estes três jovens mostrando que o rei
fornalha se tratava de ninguém menos Nabucodonosor lhes fez prosperar na
do que o anjo do Senhor! [Dn 3.28]. província da Babilônia [Dn 3.30]. Deus
Hoje, o quarto homem está conosco, honra aqueles que lhe são fiéis.
nos livrando das fornalhas que o mun- Pastor Hernandes Dias Lopes:
do tenta nos lançar continuadamente. “Quando você honra a Deus, Ele honra
Bispo Samuel Ferreira: “Fogo que você [Dn 3.26]. O mesmo rei que ficou
Deus se faz presente sempre tira de nós o com o rosto transtornado de ira contra
que nos impede de caminhar. Eles foram eles, agora os chamou reverentemente de
lançados no fogo amarrados, de repente, servos do Deus Altíssimo [Dn 3.26]. O
foram vistos passeando dentro do fogo. mesmo rei que decretou a morte deles,
O que nos prova que somente as cordas agora os faz prosperar [Dn 3.30]. Quan-
se queimaram [Dn 3.25]. (...) Deus nun- do você é fiel a Deus, o nome de Deus
ca abandona os seus quando passam por é exaltado [Dn 3.28-29]. O mesmo rei
provações aterradoras. Ele pode não im- que pensou que nenhum deus poderia
pedir que entremos na fornalha, mas en- livrar os jovens de sua mão, agora está
78 · LIÇ ÃO 11
bendizendo a Deus e reconhecendo que no Senhor. Somente Ele pode nos livrar
não há Deus que possa livrar como Ele. dos nossos inimigos.
Deus é glorificado, e os servos de Deus Bispo Samuel Ferreira: “Deus sem-
promovidos, sempre que a Igreja res- pre está criando oportunidades para
ponde às pressões do mundo com uma que a nossa fé possa ser exercitada.
fidelidade inegociável.” Esses jovens pareciam eminentemente
derrotados enquanto os inimigos ob-
3.3. Deus é o escape das aflições da servavam para vê-los arder naquelas
vida. Depois de ver o Senhor livran- chamas. Ao fim da provação nem um
do Sadraque, Mesaque e Abednego fio de cabelo foi atingido [Dn 3.22-27].
da fornalha ardente, Nabucodonosor Eles sacrificaram seus corpos, demons-
reconheceu que não havia outro deus trando aos seus algozes que sua fé era
que pudesse ser comparado ao Deus coerente e sua fidelidade inegociável.”
dos três jovens hebreus [Dn 3.29]. Deus
quer que sejamos submissos e obedien- EU ENSINEI QUE:
tes à Sua Palavra e não nos prostremos Com persistência, fé e consistência de caráter,
perante as diversas circunstâncias que obtemos sucesso e vitória diante dos inimigos.
nos atormentam. Devemos crer sempre

CONCLUSÃO
Por fidelidade, os jovens escolheram entregar seus corpos ao fogo a deixa-
rem de confiar e adorar ao Senhor Deus. Diante das fornalhas que enfren-
tamos, devemos manter firme nossa fidelidade ao Senhor, que nos honrará
diante de todos.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 79


20 set / 2020

LIÇÃO

12

O fiel experimenta socorro divino


mesmo em tempos de crise
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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Os justos clamam, e o Senhor os ouve O fiel vivencia o cuidado e a presença de
e os livra de todas as suas angústias.” Deus, mesmo no dia mau.
Salmo 34.17

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar que o Senhor fe- Mostrar a importância de Ressaltar que o Senhor sem-
cha as bocas dos leões. termos uma vida de oração. pre nos dá o escape.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
DANIEL 6 conforme a lei dos medos e dos persas, que
4. Então os príncipes e os presidentes se não pode revogar.
procuravam achar ocasião contra Daniel a 21. Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive
respeito do reino; mas não podiam achar para sempre.
ocasião ou culpa alguma, porque ele era 22. O meu Deus enviou o seu anjo e fechou
fiel, e não se achava nele nenhum vício a boca dos leões, para que não me fizessem
nem culpa. dano, porque foi achada em mim inocência
8. Agora, pois, ó rei, confirma o edito e as- diante dele; e também contra ti, ó rei, não
sina a escritura, para que não seja mudada, tenho cometido delito algum.

80
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Dn 1.8 QUINTA | Dn 2.19
Daniel decidiu não se contaminar Daniel louvava o Senhor
TERÇA | Dn 1.9 SEXTA | Dn 6.10
Daniel alcançou graça diante de Deus Daniel tinha uma vida de oração
QUARTA | Dn 2.16 SÁBADO | Dn 6.23
Daniel era ousado Daniel cria em Deus

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


33, 107, 330 Introdução
1. Daniel não abriu mão de sua identidade
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Integridade em tempos de crise
Ore para que o Senhor nos dê sabedoria em 3. O perigo da vaidade
meio às adversidades. Conclusão

INTRODUÇÃO
A importância deste enfoque será atestada por meio da biografia de Daniel,
que nos ensina que devemos permanecer firmes na fé, mesmo diante de situ-
ações que coloquem a nossa vida em risco.

Daniel não abriu mão de co de morte, Daniel decidiu ser fiel a


sua identidade Deus. De acordo com as ordens do rei
Esta lição tem como objetivo pautar Nabucodonosor, os jovens exilados de-
a fidelidade do cristão a Deus em veriam receber uma refeição especial
tempos de crise. Para is- para entrarem na presença
so seremos guiados pela PONTO DE do rei. Daniel e seus amigos
história de Daniel, que, PARTIDA fizeram a escolha de não se
durante toda sua vida, contaminar com as iguarias
Devemos
pautou a sua confiança do rei [Dn 1.8]. Daniel sa-
usufruir do
em Deus, mesmo que is- bia que esta era sua melhor
poder eficaz da
to viesse lhe custar a vida. escolha. Por meio deste ato,
oração.
1.1. Decida não se contami- eles mostraram que possuí-
nar com o mundo. Não é fá- am fé em Deus e que seriam
cil fazer escolhas. Contudo, Daniel nos protegidos de todo mal, mesmo em
faz ver que precisamos ser assertivos terra estranha.
em nossas escolhas. Mesmo habitando Bispo Primaz Manoel Ferreira:
em uma terra distante e correndo ris- “Daniel 1.5 nos mostra que os jovens
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 81
cativos foram provados quanto a não com as iguarias do rei, Daniel alcan-
se contaminar com os manjares do çou graça e misericórdia da parte de
rei. Eles eram obrigados a participar Deus [Dn 1.9]. Daniel foi posto como
da “porção do manjar do rei, do vi- governador da província da Babilônia,
nho que ele bebia...” Mas Daniel, assim como também principal governador
como seus amigos, cheio do Espírito de todos os sábios da Babilônia, por-
Santo, não desejou o manjar daquele que deixou que em sua vida atuasse
que tinha os olhos malignos [Pv 23.3, um espírito excelente. Ele nos mostra
6]”. Joyce G. Baldwin comenta que é que é possível servir a Deus mesmo em
possível que Daniel tenha rejeitado a uma terra estranha e submergida pelo
alimentação, pois a mesma tinha uma caos do pecado.
significação pactual, pelos padrões Bispo Primaz Manoel Ferreira: “Os
orientais. Assim, Daniel demonstrou governantes, assim como a igreja, neces-
que, prioritariamente, suas obrigações sitam de homens que tenham o caráter
eram para com Deus. puro e honesto como Daniel [Dn 6.2].
Era dotado de um “espírito excelente”.
1.2. O espírito excelente de Daniel. Uma das virtudes básicas para o ofício
Cada pessoa tem a sua parcela de de despenseiro é a fidelidade. O cristão
responsabilidade na construção do deve primar pela fidelidade. Os servos
caráter. Daniel possuía um caráter infiéis se empenham mais em servirem
admirado por todos [Dn 6.4]. A Igre- a si mesmos. Daniel era fiel em tudo que
ja de Cristo necessita de homens com fazia tanto ao rei quanto a Deus.”
as características de Daniel. De nada
vale uma admirável aparência, se por EU ENSINEI QUE:
dentro o caráter é desprezível. Ho- Daniel tinha um caráter plausível. Ele era uma
mens que se descuidam da formação pessoa sábia e irrepreensível em toda sua ma-
do caráter, podem agir como Judas, neira de viver.
que se vendeu por trocados. Os maio-
res problemas da humanidade advêm
pelas falhas de caráter [Pv 6.12]. Integridade em tempos
Pastor Hernandes Dias Lopes: “A de crise
vida de Daniel é um farol a ensinar-nos Assim como nos dias de Daniel,
o caminho certo no meio da escuri- hoje o mundo atravessa uma crise
dão do relativismo. Seu testemunho de justiça sem precedentes, uma
rompeu a barreira do tempo e ainda desintegração dos valores éticos
encoraja homens e mulheres em to- e morais. A integridade de Daniel
do o mundo a viver com integridade.” fez com que todos os príncipes do
reino, presidentes, capitães e go-
1.3. Um homem notável. Por causa vernadores tomassem um conse-
da sua escolha de não se contaminar lho para achar alguma coisa que
82 · LIÇ ÃO 12
o condenasse. Mesmo sabendo de 2.2. Decreto de morte. Após o desafio
seus planos, Daniel não abriu mão enfrentado durante a preparação dos
de Deus. jovens para serem apresentados ao rei,
2.1. Separado de seu povo e de sua ter- agora Daniel e seus companheiros en-
ra. Daniel era ainda jovem, quando o frentam o decreto do rei, determinan-
rei Nabucodonosor invadiu Jerusalém do a morte de todos os sábios. O rei
e aprisionou alguns judeus. Ele estava Nabucodonosor havia tido um sonho
entre os que foram levados para o exí- que o deixou perturbado. Então, deter-
lio. Provavelmente, Daniel presenciou mina que seus sábios deveriam contar
sua família sendo dizimada, seu povo o sonho e a sua interpretação. Diante
sendo morto e aprisionado. Ele teve de tal desafio os sábios apresentaram
seus sonhos roubados, pois teve que a dificuldade para cumprir tal ordem.
habitar em uma terra estranha, servir Era ingênuo achar que enganariam o
ao rei da Babilônia e conviver com um grande rei. Diante da recusa do rei em
povo idólatra. Esta vida não fazia parte ceder mais tempo para a interpretação,
dos sonhos do jovem Daniel, mas fa- eles admitiram a impossibilidade de
zia parte dos planos de Deus para ele. interpretá-lo. Diante destas palavras,
Pastor Hernandes Dias Lopes: “Da- o rei muito se aborreceu e ordenou a
niel perdeu sua liberdade. Ele não saiu morte de todos os sábios da Babilônia,
de casa como estudante, mas como es- o que incluiria Daniel e seus amigos.
cravo. Ele não é dono de sua vida nem As Escrituras nos fazem saber que
de sua agenda. Ele está debaixo de um Daniel foi para casa e, junto com seus
jugo. Sua cidade cercada. A fome deses- companheiros, rogou a Deus por mise-
peradora tomou conta de seu povo até ricórdia para que o mistério do sonho
o ponto das mães comerem seus pró- fosse desvendado. Então, Deus revela
prios filhos. Por fim, seu povo foi leva- o sonho a Daniel, o que lhe garantiria
do em bandos para a terra da servidão. a vida e a dos demais sábios. Diante
Daniel perdeu sua religião. Seu país foi disso Nabucodonosor declarou que o
invadido. Seu povo estava debaixo de Deus de Israel era o Deus dos deuses
opróbrio. Daniel estava agora longe de e engrandeceu a Daniel, dando-lhe
casa, em um país estranho, com uma honrarias [Dn 2.46-49].
língua estranha, sem a Palavra de Deus Bispo Primaz Manoel Ferreira:
nas mãos, sem o templo, sem sacerdotes “Fica evidente que o sonho do rei era
e sem os rituais do culto.” de caráter espiritual. Por essa razão,

Esta vida não fazia parte dos sonhos do


FOCO NA
LIÇÃO

jovem Daniel, mas fazia parte dos planos de Deus


para ele.
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 83
seria impossível a sua interpretação suas funções, foi traído; porém, agia
pelos “sábios” do rei [1Co 2.14]. O com muita prudência, demonstrando
mistério estava justamente aí. Eles ter maturidade espiritual.”
falharam mais uma vez, mas o nome
do Senhor foi exaltado através da vida EU ENSINEI QUE:
de Daniel [Dn 2.27-28].” Apesar da inveja e decretos de morte, aqueles
que permanecem fiéis ao Senhor são ampara-
2.3. Inveja. A inveja moveu Caim a dos por Ele.
cometer o primeiro assassinato nas
Escrituras, diante do fato do Senhor
ter atentado para seu irmão e a ofer- O perigo da vaidade
ta que o mesmo oferecia, enquanto O excesso de preocupação com a
que o Senhor não atentou para si [Gn própria imagem pode trazer sé-
4.4-5]. A inveja é identificada como rias consequências para si e para
“obra da carne”, aquela “tendência quem está próximo. Por vaidade,
moral do homem que não é movido o rei Dario proporcionou a Daniel
pelo Espírito” [Gl 5.16, 19-21]. De- a maior crise de sua vida. A pers-
vido à bênção do Senhor estar sobre pectiva de ser tratado como deus
Daniel, logo ele seria alvo de inveja. foi por demais atraente para o rei.
Pessoas próximas ao rei irão tramar 3.1. Fé em meio aos invejosos. A in-
para que ele seja morto e os deixe veja é um sentimento de angústia, ou
livres em seus atos de injustiça [Dn mesmo raiva, perante o que o outro
6.4-9]. Porém, a trama para matar tem. A inveja gera o rancor diante de
Daniel acabou resultando em honra um sonho não realizado de possuir os
para o servo de Deus e a glória de predicados ou atributos de outro ser.
Deus [Dn 6.25-28]. Este sentimento dominava os corações
Bispo Primaz Manoel Ferreira: de todos os príncipes, prefeitos, pre-
“Daniel era conhecido na corte pe- sidentes e governadores da Babilônia
los bons frutos que produzia, na vida em relação ao pensamento do rei em
profissional e pessoal. Seus oponentes, constituir Daniel sobre todo o reino
movidos pela inveja, distorceram os [Dn 6.3]. Sabedores que Daniel era
fatos, na tentativa de desacreditá-lo possuidor de espírito excelente, estes
diante do rei. O filósofo Francis Bacon homens, movidos pela inveja, trama-
disse que: “O ciúme não tira férias.” O ram uma conspiração para prejudicar
ciúme e inveja são sentimentos terrí- Daniel. Eles começaram a observar
veis. O rei Saul foi dominado pela in- cada passo de Daniel na esperança de
veja que acabou por destruí-lo. Judas encontrar algo que desonrasse seu ca-
Iscariotes traiu a Jesus: “buscava opor- ráter. Mesmo sendo invejado, Daniel
tunidade para entregá-lo sem alvoro- seguiu motivado em seus propósitos
ço” [Lc 22.1-6]. Daniel, no exercício de com Deus.
84 · LIÇ ÃO 12
FOCO NA
LIÇÃO Daniel era um homem sincero e leal em
seus princípios, um homem de muita fé, pois cria em
Deus acima de tudo e todos.
Pastor Hernandes Dias Lopes: Daniel, o Senhor está conosco e ire-
“Porque Daniel era fiel a Deus, ele era mos prevalecer diante dos inimigos
fiel ao seu senhor terreno. Porque era do povo de Deus.
diferente dos outros líderes, foi perse- Bispo Primaz Manoel Ferreira:
guido e conspiraram contra ele para “Daniel tinha por costume orar três
matá-lo. Os inimigos de Daniel que- vezes ao dia: “...três vezes ao dia se
riam afastá-lo do caminho deles. Mas punha de joelhos e orava” [Dn 6.10].
como? Nada encontraram para atacar A oração em secreto é aquela que de-
em sua vida moral, assim, conspiraram cide batalhas espirituais, baseada na
contra ele por intermédio de sua reli- obediência [1Rs 8.38, 42, 44, 48]. Nos
gião. A vida de Daniel nos ensina que momentos de crises suplicava a Deus
a mesma pessoa que bajula é aquela se voltando para o lado de Jerusalém,
que também maquina o mal contra os porque é “a cidade que escolhi para pôr
justos [Dn 6.5-9].” o meu nome” [1Rs 11.36].”

3.2. Daniel e sua intimidade com 3.3. Companhia divina na hora da cri-
Deus. Daniel mantinha um relacio- se. Por causa da sua devoção a Deus,
namento diário com Deus [Dn 6.10]. Daniel foi acusado de alta traição ao
Os adversários de Daniel não conse- rei. Mesmo após o decreto real dizen-
guiram encontrar falta alguma nele, do que só poderia fazer petição ao rei
porque ele possuía um caráter irreto- Dario, e caso fosse achado em falta
cável. Daniel era um homem sincero seria lançado na cova dos leões, ainda
e leal em seus princípios, um homem assim, Daniel não abriu mão de orar a
de muita fé, pois cria em Deus acima Deus [Dn 6.10-11]. Ao perceber a in-
de tudo e todos. Só existia uma for- justiça de seu decreto, o rei Dario ficou
ma de acusar Daniel: sua devoção a impossibilitado de ajudar Daniel neste
Deus [Dn 6.5]. Então estes homens momento. Haja vista que no império
propõem ao rei Dario que ele edite medo-persa, quando uma lei era apro-
um decreto, no qual, que durante vada, nem mesmo o rei tinha poderes
trinta dias, ninguém poderia interce- para revogá-la [Dn 6.8]. Então, o rei
der a nenhum deus, senão ao próprio autoriza que Daniel seja lançado na
rei. Ainda nos dias de hoje, muitas cova dos leões. Enquanto os invejosos
leis são decretadas para prejudicar a comemoravam o resultado da sua tra-
Igreja do Senhor. Mas, assim como ma, o rei perde o sono por reconhecer
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 85
a perversidade da lei que o fizeram as- perseguição dos corruptos. Mas Deus
sinar. Pela manhã bem cedo, o rei grita o sustentou em seu quarto de oração
por Daniel, que responde prontamente e fechou a boca dos leões na cova da
que Deus havia achado nele inocên- morte. Mesmo que você morra por
cia e que por isso havia enviado o Seu causa de sua integridade, você ainda
anjo para fechar a boca dos leões [Dn é bem-aventurado porque felizes são
6.22-23]. Esta experiência vivida por aqueles que sofrem por causa da jus-
Daniel tipifica as crises que atraves- tiça! Daniel enfrenta a conspiração de
samos nesta vida, verdadeiras covas a seus inimigos não com armas carnais,
fim de nos parar. Contudo, em Deus mas com oração [Dn 6.10-11].”
aprendemos como sobreviver às crises
da caminhada cristã. EU ENSINEI QUE:
Pastor Hernandes Dias Lopes: Precisamos seguir o exemplo de Daniel, em sua
“Daniel foi denunciado, preso e joga- fidelidade a Deus e, também, vamos testemu-
do na cova dos leões. Sua integridade nhar Sua providência para conosco.
não o livrou da inveja, fúria, astúcia e

CONCLUSÃO
Os homens que tramaram a morte de Daniel acabaram sendo um canal de
bênçãos para promovê-lo. Verdadeiramente, a história de Daniel nos adver-
te que em meio às crises vale a pena ser fiel ao Senhor.

ANOTAÇÕES

86 · LIÇ ÃO 12
27 set / 2020

LIÇÃO

13

Perseguido, mas não derrotado


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TEXTO ÁUREO VERDADE APLICADA


“Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus Uma firme confiança no Senhor e um
pus a minha confiança e não temerei; que viver convicto na verdade do Evangelho
me pode fazer a carne?” Salmo 56.4 são fundamentais para não sucumbirmos
diante das crises.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que Deus sempre Apresentar a grandeza da Explicar que as crises são
nos socorre. chamada de Paulo. passageiras.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
2CORÍNTIOS 11 da minha nação, em perigos dos gentios, em pe-
24. Recebi dos judeus cinco quarentenas de rigos na cidade, em perigos no deserto, em peri-
açoites menos um. gos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
25. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez 27. Em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas
fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes,
noite e um dia passei no abismo; em frio e nudez.
26. Em viagens, muitas vezes; em perigos de 30. Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que
rios, em perigos de salteadores, em perigos dos diz respeito à minha fraqueza.

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 87


LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Dt 31.8 QUINTA | 1Co 7.20
O Senhor é contigo Devemos entender nosso chamado
TERÇA | Is 41.13 SEXTA | 1Co 16.13
O Senhor nos ajuda Devemos permanecer firmes na fé
QUARTA | At 23.11 SÁBADO | Fp 4.13
Devemos nos animar sempre no Senhor O Senhor é quem nos fortalece

HINOS SUGERIDOS ESBOÇO DA LIÇÃO


196, 198, 296 Introdução
1. Um chamado em meio às perseguições
MOTIVO DE ORAÇÃO 2. Socorro em tempo de crise
Ore para que, em meio às crises, o Senhor 3. A provisão de Deus em tempos difíceis
ampare e fortaleça a Sua Igreja. Conclusão

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos como Paulo foi um propagador do Evangelho e como
Cristo lhe deu forças para enfrentar as prisões, açoites e perseguições. Apesar
de tanto sofrimento, Paulo não abriu mão de sua caminhada cristã.

Um chamado em meio às chegou a discorrer sobre seu sofrimento


perseguições pela Noiva de Cristo, das marcas em seu
O apóstolo Paulo nos deixou como corpo por ela e do seu amor e zelo que
legado uma biografia admirada sempre teve pela Igreja [Gl 6.17]. Os
por muitos. Um homem cristãos de hoje, a exemplo
sempre disposto a reali- PONTO DE do apóstolo Paulo, necessi-
zar a obra de Deus com PARTIDA tam refletir na sociedade em
excelência. que vivem o perfeito caráter
Não devemos
1.1. Uma transformação de Cristo.
desistir da nossa
milagrosa. O chamado de Bispo Abner Ferreira:
missão.
Jesus a Paulo no caminho “Não é de se admirar, então,
de Damasco pôs fim a to- como poderiam os judeus
da perseguição praticada por Paulo ao deixar que o homem que havia re-
cristianismo. De maneira repentina centemente sido campeão de sua ca-
Paulo abandona a sua agressividade aos sa, pregasse a fé cuja destruição havia
cristãos para ser um zeloso anunciador propagado. Quando ele fugiu de Jeru-
do Evangelho de Cristo [At 26.28]. Ele salém, fez o seu caminho para Tarso,
88 · LIÇ ÃO 13
sua cidade natal, onde permaneceu na 1.3. A luz brilhou nas trevas. O que
obscuridade durante anos. Sem dúvi- é verdadeiramente surpreendente na
da, seu testemunho de Cristo e sua fa- chamada de Paulo é a sua entrega
mília, e há alguns indícios de que levou incondicional ao Senhor. Devemos
também o Evangelho a sua província ter em mente que Saulo de Tarso foi
da Cicília, mas se o fez, podemos dizer um dos maiores perseguidores dos
que seu trabalho era o de um homem cristãos. Ele colocava suas ideias em
que trabalhava em segredo, porque prática sem poupar energia, tempo
ele não estava na corrente central nem ou dinheiro. Antes, porém é mister
visível do novo movimento religioso.” dizer que Paulo pertencia a famosa
seita dos fariseus. Esta influente seita
1.2. Sua missão era maior do que a sua determinava que a Lei devesse ser se-
dor. O apóstolo Paulo é um exemplo de guida sem questionamentos. Os cris-
obreiro que cumpre sua missão mesmo tãos da Igreja Primitiva pregavam que
num contexto de perseguição e despre- a salvação só era possível mediante ao
zo. Jesus disse por diversas vezes que arrependimento e à entrega de sua vida
nossa caminhada neste mundo não ao Senhor [Mt 3.2]. Esta mensagem ia
seria fácil. A vida de Paulo nos ensi- de encontro a tudo que Paulo acredi-
na que ser cristão não é brincadeira. tava. Afinal, a lei estabelecia que um
O apóstolo Paulo sofreu bastante. No homem pendurado num madeiro era
entanto, não desistiu de sua missão. maldito de Deus [Dt 21.22-23]. Este
De acordo com Charles Swindoll: era o pensamento de Paulo em relação
“A transformação foi assombrosa. Sau- ao Senhor Jesus.
lo, sem dúvida, ainda com as roupas Bispo Abner Ferreira: “Naquela
manchadas de sangue dos cristãos que ocasião em que era movida uma gran-
havia torturado, estava ali agora, com de perseguição, o grupo preeminente
os braços estendidos, anunciando: “Es- no templo de Jerusalém e no Sinédrio
tou aqui para testemunhar que Jesus é era o dos saduceus. Embora os fariseus
o Messias, o Filho de Deus”. E quem fossem os mais populares e de maior
o ouvia fica assombrado. A missão de influência entre os judeus. Esses dois
Paulo não permitia que ele recuasse de grupos se rivalizavam, mas uniram-se
seus propósitos. Para Paulo pôr a mão para matar Jesus e agora para perseguir
no arado, sem olhar para trás, é questão a Igreja. Paulo era seu principal instru-
de consistência, firmeza, comunhão e mento de assolação, que tinha autori-
fidelidade. Paulo nos faz ver que quanto dade para entrar nas casas, prender
mais nos aproximamos de Deus goza- os homens e mulheres, e castigá-los
mos de mais privilégios. A única vonta- com quarentena, uma surra de varas
de de Paulo era fazer a vontade de Deus. menos uma (trinta e nove chicotadas),
O mundo e os seus falsos encantos para obrigando as pessoas a renunciarem o
Paulo perderão a sua atração.” nome de Jesus e blasfemá-lo.”
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 89
de Roma. A história nos mostra que
EU ENSINEI QUE: os cristãos que confessassem sua fé
Qualquer um que olhasse para o jovem Sau- eram torturados, lançados na cova dos
lo de Tarso, veria um jovem disposto a acabar leões e queimados. Assim foi e assim
com o cristianismo. Contudo, Deus viu nele um tem sido. A Igreja nunca está imune
vaso proveitoso para o Seu Reino. às perseguições, contudo continua de
pé e continuará prevalecendo contra o
inferno em nome de Jesus [Mt 16.18].
Socorro em tempo de crise Bispo Abner Ferreira: “A persegui-
No momento de crise e solidão ção pelo fato de pregar o Evangelho
Deus enviou Barnabé para socor- e fortalecer os novos convertidos a
rer Paulo. Quando precisamos de Cristo Jesus se tornou algo constante
ajuda, Deus é o nosso socorro. em sua vida, e Paulo conviveu, des-
Ele não nos abandona na hora da de o início de sua pregação, até a sua
dificuldade. Barnabé se dispôs a morte. Imediatamente à sua mudança
ajudar um homem que estava sen- radical, quando começou a pregar, foi
do desprezado por todos. Assim, perseguido em Damasco, depois em
Barnabé somou de maneira sem Jerusalém e no restante de seu tra-
igual para a expansão do Evan- balho missionário. Como ele deseja
gelho. Que o Espírito que estava ardentemente o crescimento do Evan-
sobre Barnabé também repouse gelho dentro Império Romano, orou a
sobre nós. Deus para que Ele lhe tirasse a vara da
2.1. Crise política. A perseguição tem perseguição de suas costas. Visto que
acompanhado a história da igreja des- concluísse que o Evangelho se desen-
de sua fundação. A Igreja Primitiva volveria muito mais rápido num am-
enfrentou diversas perseguições, que biente tranquilo, pois as pessoas esta-
ocasionaram a morte de muitos cris- vam famintas de Deus. Mas o Senhor
tãos [At 12.1-2]. A recusa de ser leal ao Jesus apenas lhe disse que a Sua graça
imperador como a uma divindade era lhe bastava [2Co 12.9].”
motivo para ser alvo de perseguição. E
o discípulo de Cristo só reconhecia um 2.2. Crise econômica. A crise econômi-
Senhor: Jesus Cristo. No ano 64 d.C., ca é um dos piores males que o ser hu-
o imperador Nero acusou os cristãos mano pode viver. Esta pandemia que
pelo incêndio que devastou a cidade se alastrou pelo planeta, recentemen-

FOCO NA
LIÇÃO Quando precisamos de ajuda, Deus é
o nosso socorro. Ele não nos abandona na hora da
dificuldade.
90 · LIÇ ÃO 13
te, trouxe sérias consequências para praticados pelos cristãos despertaram
o Brasil e para o mundo. Também no desconfiança por parte dos romanos.
período da Igreja Primitiva existiam Por ser tratar de um povo politeísta,
milhares de pobres e necessitados, que eles não conseguiam entender como
eram amparados pelos cristãos [At os cristãos não adoravam a ídolos em
4.34-35]. O amor por seus irmãos em seus cultos e como se colocavam de
Cristo induziu Paulo a organizar uma pé e de olhos fechados, orando sem
coleta a fim de socorrê-los. Ele mesmo nenhum elemento visível. Diante de
administrava um fundo para os cris- tamanha crise espiritual por parte de
tãos pobres na Judéia [1Co 16.1-3]. O muitos, Paulo consolidou a sua fé em
que vemos então? Que a liberalidade Cristo, tendo a certeza de que Ele era
acompanhada do cuidado com os mais seu socorro.
humildes fez com que muitos servis- É significativo notar que os cristãos
sem a Cristo pelo exemplo dos fiéis. do primeiro século tiveram que lidar
Existe uma falta de coerência por com dezenas de pensamentos hereges
parte de alguns cristãos sobre a hora que se levantaram no meio da igreja
certa de socorrer os mais necessitados. [1Jo 4.1]. Após a morte dos primeiros
Carregado de certezas, podemos dizer discípulos e do apóstolo Paulo, as he-
que para ofertarmos precisamos antes resias continuaram a se espalhar entre
de tudo estar com os nossos corações as igrejas. Estes homens desprovidos
abertos para a obra de Deus. Podemos da crença da verdade davam muito
aprender muito sobre contribuições trabalho aos novos pastores, que ti-
voluntárias com a igreja da Macedô- nham a responsabilidade de continu-
nia. Esta igreja, mesmo passando por ar o ensino de Cristo. É curioso notar
um momento de aperto, se propôs a a quantidade de heresias que estavam
socorrer os mais humildes. Que atitu- presentes na igreja do primeiro século.
de fabulosa desta igreja, em ajudar os Este conflito de verdades parece-nos
santos no primeiro século [2Co 8.1- ser uma arma de Satanás para confun-
2]. Esta igreja estava precisando de dir os mais fracos. A maiorias dessas
ajuda e resolveu ajudar. Não espere a heresias acarretava dúvidas quanto à
crise chegar para você ajudar alguém! santidade de Cristo, ora duvidando
Faça hoje. de Seu poder, ora duvidando de Sua
divindade, ora duvidando de Sua en-
2.3. Crise espiritual. As heresias esta- carnação entre os homens.
vam presentes na Igreja, fazendo mal
a muitos [2Pe 2.1]. Paulo quase foi EU ENSINEI QUE:
morto por adoradores da deusa Dia- Nos momentos de crise, não podemos deixar
na. Os ourives estavam mais preocu- de observar que há um Deus nos guardando
pados com o seu ganha-pão do que de todo mal.
com a sua fé [At 19.24]. Alguns rituais
BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 91
FOCO NA
LIÇÃOSe louvarmos a Deus em meio às nossas
crises, assim como fez Paulo, deixaremos de ser
pessoas tristes e amarguradas [Gl 2.20].
A provisão de Deus em 3.2. Nada pode nos separar do amor de
tempos difíceis Cristo. A vida do apóstolo Paulo nos faz
Temos um Deus que supre todas ver seu sofrimento constante por onde
as nossas necessidades. Assim passava: prisões, espancamentos, ape-
como cuidou do povo de Israel drejamentos, naufrágio, emboscadas,
no deserto, Deus cuidou de igual roubos, insônia, fome, perseguição, so-
modo de Paulo. lidão, doença, desidratação, entre outros.
3.1. Devemos confiar no Senhor. De- Ainda assim, Paulo não desistiu de servir
vemos ser dependentes do Senhor em a Deus em toda sua caminhada cristã.
tudo que fazemos [Mt 6.34]. Paulo foi Ele testemunha que era movido continu-
atormentado e preso, juntamente com amente pelo pleno reconhecimento do
Silas, por expulsar de uma jovem um es- imensurável amor de Cristo ao morrer
pírito de adivinhação, que dava grande por todos nós [2Co 5.14]. Se louvarmos
lucro aos seus senhores [At 16.18-20]. a Deus em meio às nossas crises, assim
Contudo em meio à crise, Paulo não como fez Paulo, deixaremos de ser pes-
perdeu o ânimo e, juntamente com Si- soas tristes e amarguradas [Gl 2.20].
las, não abriu mão de louvar ao Senhor. Bispo Abner Ferreira: “Paulo caiu
As circunstâncias não os impediram cego para esse mundo e para suas tolas
de ser uma bênção, mesmo na prisão! convicções. Todavia, sua visão se abriu
Segundo Charles Swindoll: “Paulo para ver o mundo sob uma nova pers-
considerou tudo o que aconteceu com pectiva. Dá para imaginar o tremor e
ele mediante aos olhos da fé. Esse traço temor que sobreveio em seus parceiros?
admirável permite que seja contado en- Atender aquela voz e entrar na cidade
tre os gigantes da fé como Moisés, que, representou a Saulo um sinal incontes-
segundo Hebreus 11: “Pela fé ele abando- tável da sua completa conversão; sig-
nou o Egito, não ficando amedrontado nificou um rompimento com todo seu
com a cólera do rei; permaneceu firme modo de vida; produziu a conversão de
como quem vê aquele que é invisível” um contingente incontável de pessoas
[Hb 11.27]. Como Moisés, Paulo en- em sua época e ao longo dos séculos,
frentou as dificuldades concentrando-se onde seu testemunho foi ouvido. De-
no que é eterno. Ele utilizou suas prova- pois que entrou na cidade, lá permane-
ções como lembretes para centralizar sua ceu em jejum absoluto por três dias até
atenção nas coisas invisíveis. Quando o momento em que Ananias, que de-
seu coração é reto, você pode fazer isso.” pois de alguma resistência à ordem de
92 · LIÇ ÃO 13
Jesus, foi visitá-lo e lhe impôs as mãos, mia o que lhe poderia fazer o homem
e de pronto lhe restaurou a visão. Assim [At 21.13]. Devemos ter em mente que
nasce Paulo, o maior líder que o mundo o medo em demasia impede as bênçãos.
pôde contemplar após a ascensão do Segundo Charles Swindoll: “Aban-
Mestre de Nazaré. Somente um Deus donado, acorrentando, mas destemido,
como o nosso pode ver um Paulo den- Paulo permaneceu forte até o último
tro de um Saulo, um grande apóstolo dia da sua vida. Ele descreveu com o
na pele de assassino em série. Como a mais profundo sentimento, desde a sua
graça de Deus é poderosa!” terna saudação até a sua despedida ca-
racteristicamente graciosa.”
3.3. Não deixe o medo destruir seus so-
nhos. O medo é uma expressão emocio- EU ENSINEI QUE:
nal própria do ser humano. Paulo não O amor de Deus está sempre disponível e não
se deixou levar por motivos infundados há nada que possa nos afastar desse amor!
para realizar a obra de Deus. Ele não te-

CONCLUSÃO
Com vistas a uma melhor compreensão, há que se dizer que os dias de Paulo
não eram melhores do que os dias de hoje. Mas podemos afirmar que Paulo
superou as suas crises buscando refúgio em Deus. Devemos de igual modo
possuir a fé necessária para descansarmos no Senhor.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR


EBOOK: Apóstolo Paulo. Bispo Abner Ferreira. Editora Betel, 2012.

ANOTAÇÕES

BETEL DOMINIC AL Revista do Professor · 93


Referências
Bibliográficas

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