Cad. 06 - Frente - B - Ótica - A Reflexão Da Luz
Cad. 06 - Frente - B - Ótica - A Reflexão Da Luz
Cad. 06 - Frente - B - Ótica - A Reflexão Da Luz
Antônio Máximo
Beatriz Alvarenga
Carla Guimarães
2122817 (PR)
www.sesieducacao.com.br
CAPÍTULO
1 Reflexão da luz
Objetivos:
INTRODUÇÃO
c Utilizar as leis da Neste módulo iniciaremos o estudo da Ótica, isto é, o estudo da luz e dos fenômenos luminosos
propagação e da em geral. Dos nossos sentidos, a visão é o que mais colabora para conhecermos o mundo que nos
reflexão da luz para rodeia e, provavelmente por isso, a Ótica é uma ciência muito antiga.
interpretar processos Filósofos gregos, como Platão e Aristóteles, já se preocupavam em responder a perguntas como:
tecnológicos no âmbito por que vemos um objeto, o que é a luz, etc. Platão, por exemplo, supunha que nossos olhos emitiam
da ótica geométrica. pequenas partículas que, ao atingirem os objetos, os tornavam visíveis. Aristóteles considerava a luz
c Reconhecer um fluido imaterial que se propagava entre o olho e o objeto visto.
propriedades físicas Além de Platão e Aristóteles, outros físicos notáveis como Newton, Huygens, Young e Maxwell,
dos espelhos e tentaram explicar a natureza da luz. Inicialmente, vamos procurar estudar alguns fenômenos óticos,
relacioná-las às as leis e os experimentos que descrevem o comportamento da luz nesses fenômenos e algumas de
finalidades a que suas aplicações.
se destinam.
Propagação retilínea da luz
Observando os corpos que nos rodeiam, verificamos que alguns deles emitem luz, isto é, são
fontes de luz, tais como o Sol, uma lâmpada acesa, a chama de uma vela, etc. Outros não emitem luz,
mas podem ser vistos porque são iluminados pela luz proveniente de alguma fonte.
Um dos fatos que podemos observar facilmente sobre o comportamento da luz é que, quando
ALBUM/AKG/NORTH WIND PICTURE ARCHIVES/LATINSTOCK
ela se propaga em um meio homogêneo, a sua propagação é retilínea. Isso pode ser constatado quan-
do a luz do Sol passa através da fresta de uma janela, penetrando em um quarto escurecido (fig. 1).
Sabendo que a luz se propaga em linha reta, podemos determinar o tamanho e a posição da
sombra de um objeto sobre um anteparo.
Na figura 2, por exemplo, o Sol emite luz que se propaga em linha reta em todas as direções. Um
objeto opaco, colocado entre a fonte e um anteparo, interrompe a passagem de parte dessa luz, origi-
nando a sombra. O contorno desta é definido pelas retas que saem da fonte e tangenciam o objeto.
PURINO/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
LEIA O LIVRO
Ótica, de Isaac Newton. São Pau-
lo: Edusp, 2002.
Fig. 2 – Formação de sombra de uma criança ao ser iluminada por raios solares.
MORPHART CREATION/SHUTTERSTOCK/
GLOW IMAGES
Eclipse do Sol e da Lua
Quando a Lua passa entre o Sol e a Terra, sua sombra é projetada sobre uma região do nosso planeta, que deixa então de receber a
luz solar. Como o Sol é uma fonte extensa, a sombra da Lua não é bem definida, apresentando uma região totalmente escura, envolvida
por uma penumbra, como vemos na figura (A). Para uma pessoa situada na região totalmente escura, temos um eclipse total do Sol
(o disco solar é totalmente coberto pela Lua). A visão que essa pessoa tem do fenômeno é mostrada na figura (B).
Outra pessoa, situada na região de penumbra, veria apenas parte do Sol eclipsada pela Lua (eclipse parcial do Sol), como vemos na
figura (C). A figura (D) está mostrando o que ocorre quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua: nesse caso a Lua não recebe diretamen-
te a luz solar (está situada na sombra da Terra), isto é, temos um eclipse da Lua. No entanto, a Lua ainda pode ser vista por um observador
na Terra devido aos raios solares que, ao tangenciarem a borda da Terra, são desviados pela atmosfera terrestre e atingem a superfície lunar.
Sombra
Terra
REV. RONALD ROYER/SPL/
STOCK PHOTOS
C D
FRENTE B
KAZUHIRO NOGI/AGÊNCIA
FRANCE-PRESSE
FÍSICA
Na figura 4-A está representada uma parte dos raios de luz que são emitidos por uma fonte. Esse
conjunto de raios constitui um feixe luminoso divergente. Esse feixe divergente, depois de passar
por alguns processos (que veremos oportunamente), pode se transformar em um feixe convergente,
como aquele mostrado na figura 4-B, ou em um feixe de raios paralelos (fig. 4-C).
A B C
Fonte Fonte
O feixe de luz que é emitido por um ponto luminoso é sempre divergente. No entanto, em holo-
fotes e faróis de veículos, por exemplo, o feixe que sai da lâmpada sofre modificações, transformando-
-se em um feixe de raios praticamente paralelos (fig. 5). O feixe que nos atinge, se proveniente de uma
fonte de luz muito afastada, é também constituído de raios praticamente paralelos (por exemplo, a
luz do Sol que chega à Terra – fig. 6).
Luz solar
Feixe Farol
paralelo
Fig. 5 – Em um farol, um feixe luminoso Fig. 6 – Um feixe de luz solar que atinge a Terra é
divergente se transforma em um feixe de constituído de raios luminosos praticamente paralelos.
raios paralelos.
Uma importante propriedade da luz é a independência que se observa na propagação dos raios
ou feixes luminosos. Após dois feixes se cruzarem, seguem as mesmas trajetórias que seguiriam se não
tivessem se cruzado, isto é, um feixe não perturba a propagação do outro (fig. 7). Por esse motivo,
vários observadores em uma sala enxergam nitidamente os objetos existentes nela, apesar de os raios
luminosos que levam as imagens a seus olhos estarem se cruzando.
DA EDITORA
Orifício feito
ponto do objeto, como o ponto A, emite luz em todas as direções. Um com alfinete
estreito feixe que parte de A passa através do orifício e incide na parede Papel vegetal
oposta, dando origem a uma pequena mancha luminosa A'.
De modo semelhante, o feixe que sai do ponto B e passa pelo orifício Fig. I – Uma câmara escura de orifício pode ser
dará origem à mancha B'. Qualquer outro ponto do objeto corresponderá a facilmente construída.
uma pequena mancha luminosa sobre a parede semitransparente. Assim, o
objeto é reproduzido ponto por ponto, dando origem a uma imagem A'B'
semelhante a ele sobre aquela parede. Observe, na figura II, que a imagem
é invertida em relação ao objeto e que uma pessoa poderá observá-la, uma
vez que a parede é semitransparente. FRENTE B
Usando uma caixa de papelão e orientando-se pela figura I, você po- A B'
derá construir facilmente uma câmara escura. Se usar como objeto a chama
de uma vela e realizar a experiência em um quarto escurecido, a imagem
FÍSICA
PARA CONSTRUIR
1 A figura deste exercício mostra um objeto AB, colocado em 2 No exercício anterior, suponha que o objeto permanecesse
frente a uma pequena lâmpada acesa (que atua como fonte na posição mostrada, mas a fonte fosse deslocada, para a es-
pontual de luz). Atrás do objeto existe um anteparo opaco, querda, até uma posição muito afastada do objeto. Nessas
situado paralelamente a AB. condições:
a) Como foi feito na figura II, bastará traçar os raios
luminosos que partem da fonte de luz e tangenciam a) Como seria o feixe de raios luminosos, provenientes da
o objeto, definindo sobre o anteparo a sombra A'B'. fonte, que alcançam o objeto?
b) É evidente que toda a região AA' B'B não recebe luz.
Estando a fonte muito afastada do objeto, o feixe de luz que
A
Anteparo
A'
A
B'
B
B'
O
D
C'
D'
4 A luz do Sol demora cerca de 8 minutos para chegar à Terra. atravessam a vidraça;
Imaginando que o espaço entre o Sol e a Terra fosse total- 2a) raios provenientes de objetos no interior da casa, que são
mente cheio de água, o tempo que a luz solar gastaria para refletidos pela vidraça.
chegar até nós seria maior, menor ou igual a 8 minutos? Durante o dia, os primeiros são muito mais intensos, predominando
Dissemos que a velocidade da luz em qualquer meio material é sobre os demais e fazendo com que apenas objetos do exterior sejam
menor do que seu valor no vácuo. Portanto, se o vácuo entre o Sol vistos pela pessoa. À noite, os últimos são mais intensos do que os FRENTE B
e a Terra fosse preenchido com água, o tempo que a luz do Sol primeiros e, assim, a pessoa perceberá as imagens dos objetos do
gastaria para chegar até nós seria, evidentemente, maior do interior, refletidas na vidraça.
FÍSICA
que 8 minutos.
Terra
Lua H h 5 10 cm
As figuras a seguir mostram como um observador, da Terra, pode 10D 5 15(D 2 15) ⇒ 10D 5 15D 2 225 ⇒
ver a Lua. Numa noite de Lua cheia, ele vê como na figura I. ⇒ 5D 5 225 ⇒ D 5 45 m
Quando o feixe incidente encontra uma superfície lisa, o feixe refletido é bem definido, como na
figura 9. Quando isso ocorre, dizemos que a reflexão é especular, porque esse fenômeno é observado Fig. 9 – Reflexão especular dos Cuernos del
quando a luz é refletida em um espelho. Paine nas águas paradas do lago Pehoé, na
patagônia chilena.
YONGYUT KUMSRI/SHUTTERSTOCK/GLOW IMAGES
FRENTE B
FÍSICA
Difusão da luz
Suponha que um feixe de luz incida em uma superfície irregular (fig. 10). Nesse caso, cada pequena
porção da superfície reflete a luz numa determinada direção e, consequentemente, o feixe refletido
não é bem definido, observando-se o espalhamento da luz em todas as direções. Dizemos, então, que
ocorreu uma reflexão difusa ou, em outras palavras, houve difusão da luz pela superfície (fig. 11).
Fig. 11 – Reflexão difusa nas águas de um lago no Jardim Botânico de Curitiba, Paraná. Devido à rugosidade da
superfície do lago, a luz é refletida em várias direções.
A maioria dos corpos reflete difusamente a luz que incide sobre eles. Assim, essa folha de
papel, uma parede, um móvel de uma sala, etc. são objetos que difundem a luz que recebem,
espalhando-a em todas as direções. Quando essa luz penetra nos olhos, enxergamos o objeto. Se
ele não difundisse a luz, não seria possível vê-lo. Como, na difusão, a luz se espalha em todas as
Fig. 12 – A uva difunde a luz que recebe, direções, várias pessoas podem enxergar um objeto, apesar de situadas em posições diferentes
podendo, então, ser vista de várias em torno dele (fig. 12).
posições diferentes.
Um fato semelhante ocorre com a luz solar, que é difundida pelas partículas da atmosfera
terrestre. O céu apresenta-se totalmente claro, durante o dia, em virtude desse espalhamento. Se a
Terra não possuísse atmosfera, o céu seria totalmente negro, exceto nas posições ocupadas pelo Sol
e pelas estrelas. Como a Lua não possui atmosfera, é esse o aspecto do “céu lunar” observado por
um astronauta situado na superfície de nosso satélite.
NASA
As leis da reflexão
Na figura 15 mostramos um estreito feixe de luz que incide no ponto P de uma superfície refle-
FÍSICA
tora. Traçando a normal a essa superfície no ponto P, vemos que ela e o raio incidente determinam
um plano. Na figura 15, esse plano é o da folha de papel. A experiência nos mostra que a reflexão
ocorre de tal maneira que o raio refletido está sempre contido nesse mesmo plano. Portanto, na
figura 15, o raio refletido, o raio incidente e a normal NP estarão todos situados no plano da folha de
papel. Essa observação experimental é conhecida como a primeira lei da reflexão.
Raio
incidente
Raio
refletido
^
i ^r
Fig. 15 – Quando um raio de luz se
reflete, o ângulo de incidência é
igual ao ângulo de reflexão. P
^ ^
A conclusão de que, na reflexão da luz, tem-se i 5 r é conhecida como a segunda lei da reflexão.
Temos, então, em resumo:
Leis da reflexão
O raio incidente, a normal à superfície refletora no ponto de incidência e o raio refletido estão
situados em um mesmo plano.
^ ^
O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão ( i 5 r).
EXERCÍCIO RESOLVIDO
1 Uma pessoa faz com que um estreito feixe luminoso incida perpendicularmente à superfície de um espelho (veja a figura abaixo).
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/ARQUIVO DA EDITORA
Espelho
RESOLUÇÃO:
^
a) Como o ângulo de incidência é formado pelo raio incidente e a normal, nesse caso temos i 5 0°, pois o feixe está incidindo ao
longo da normal.
^ ^ ^
b) Como na reflexão da luz temos sempre i 5 r, teremos, nesse caso, r 5 0°. Isso significa que o feixe refletido voltará dirigido
também ao longo da normal.
9 Nas figuras apresentadas anteriormente no texto, identifique a) Trace na figura a normal à superfície no ponto de incidência.
aquelas nas quais: b) Qual é o valor do ângulo de incidência?
^
Temos i 5 0.
a) um feixe de luz sofre reflexão especular.
Na reflexão especular, um feixe incidente definido dá origem a
um feixe refletido também bem definido, como ocorre na figura 8.
^ ^ m N
c) Se i 5 32°, qual é o valor de r? Ene-5 Raio refletido
C 7
^
H-1
^ ^
Como i 5 r, temos r 5 32°.
50°
50°
A
40° P
E
Uma superfície lisa e plana, que reflete especularmente a luz, é denominada espelho pla-
no. Consideremos um pequeno objeto luminoso (ou um objeto que esteja difundindo luz),
representado por O na figura 16, colocado em frente a um espelho plano EE'. A luz que sai do
objeto e incide no espelho é refletida. Tracemos, a partir de O, alguns raios luminosos incidentes
no espelho.
I O
Usando as leis da reflexão, podemos desenhar os raios refletidos correspondentes, como foi
feito na figura 16, e verificamos que esses raios refletidos formam um feixe divergente. Entretanto,
traçando os prolongamentos desses raios, veremos que todos passarão pelo mesmo ponto I.
Assim, a luz, após ser refletida pelo espelho plano, diverge, como se estivesse sendo emitida do
E'
ponto I, situado atrás do espelho.
A luz emitida por um objeto e refletida em um espelho plano chega aos olhos de um
observador como se estivesse vindo do ponto de encontro dos prolongamentos dos raios
refletidos. Nesse ponto, o observador vê uma imagem virtual do objeto (fig. 16).
Para determinarmos experimentalmente algumas características da imagem fornecida por um espelho plano, vamos fazer a
experiência mostrada na figura abaixo. Uma vela acesa é colocada em frente a uma placa de vidro semitransparente (ou semiescu-
recida), que funciona como um espelho plano, dando origem a uma imagem dessa vela (situada atrás da placa).
EDUARDO SANTALIESTRA/ESTÚDIO PAULISTA
Peça a um colega para deslocar outra vela, apagada, igual à primeira, na região atrás da placa. Você verá, então, a imagem da
vela acesa e também a vela apagada nas mãos de seu colega. Orientando-o, faça com que ele consiga colocar a vela apagada
coincidindo com a imagem da vela acesa (nessa posição, você terá a impressão de que a vela apagada está acesa). Realizando essa
experiência, você poderá chegar às seguintes conclusões sobre a imagem de um objeto fornecida por um espelho plano:
a vela apagada coincide exatamente com a imagem da vela acesa. Logo, o tamanho da imagem é igual ao tamanho do
objeto;
um ponto qualquer da vela acesa (do objeto) e sua respectiva imagem estão situados sobre uma mesma reta perpendicular FRENTE B
ao espelho;
a distância do objeto (vela acesa) ao espelho é igual à distância de sua imagem (onde está a vela apagada) ao espelho. Então, na
figura acima, se a vela acesa estiver, por exemplo, a 50 cm da placa (espelho), sua imagem estará situada a 50 cm atrás do espelho.
FÍSICA
Observação: as imagens formadas pelos espelhos planos são enantiomorfas (simetria de dois objetos que não podem ser sobre-
postos); pois há inversão lateral da imagem formada. É por isso que na frente da ambulância está escrito AICNÂLUBMA, para que o
carro da frente, ao observá-lo pelo retrovisor, veja escrito AMBULÂNCIA.
RESOLUÇÃO:
A Q
M
Para que um observador possa ver a imagem de um objeto, deverá receber um feixe de
luz proveniente do objeto, depois de refletido pelo espelho. Traçando-se o raio OP, que
atinge a extremidade do espelho, e usando as leis da reflexão, obteremos um raio refletido R
PM, que não atinge os olhos do observador A. Qualquer outro raio que incide no espelho,
como OQ, OR, etc., reflete-se abaixo de PM e também não atinge os olhos de A. N
B
Logo, esse observador não poderá ver a imagem do objeto O. Como o observador B está
situado abaixo do raio limite PM, é evidente, pela figura, que haverá um feixe de luz refleti-
do que atinge o olho dele. Assim, B verá a imagem de O, localizada no ponto de encontro
dos prolongamentos dos raios refletidos pelo espelho.
PARA CONSTRUIR
1,2 m
A
O
4,4 m L 45º
A'
Fora de
1,2 m escala
B'
2,8 m
x 5 1,2
2,8 4,4 1 1,2
2,8 m 0,6 m x 5 0,6 m
A
E E'
A' B'
B'
C'
D' Seguindo a orientação ilustrada pela figura 18, os alunos não terão di-
A' ficuldade em traçar as imagens mostradas nas figuras deste exercício. FRENTE B
Como sabemos, a imagem de um pequeno objeto em um espelho 17 Explique, sucintamente, por que o observador A da figura do
plano está situada sobre a perpendicular traçada do objeto ao exercício resolvido 2 não enxerga a imagem I do objeto O.
FÍSICA
espelho, tal que Do = Di. Pela figura deste exercício, vemos que os Porque nenhum dos raios luminosos provenientes de O, após
pares de pontos que satisfazem essas condições são AA' e CC'. se refletirem no espelho, atinge o olho do observador A.
A B
R R
V V
C C
Fig. 20 – O vértice, V, o centro de
curvatura, C, e o raio, R, de um espelho
côncavo (A) e de um espelho convexo (B).
Imagem real
Suponha que um pequeno objeto O seja colocado sobre o eixo do espelho côncavo, como
mostra a figura 21. Parte da luz que é emitida por O incide no espelho e será refletida por ele de
acordo com as leis da reflexão.
Tracemos um raio de luz incidindo no espelho no ponto A (segmento OA da figura 21). A normal ao
espelho, nesse ponto, é CA, pois sabemos que o raio de uma esfera é sempre perpendicular a sua superfície.
^
Assim, determinamos o ângulo de incidência i e podemos traçar o raio refletido AI, bastando
^ ^
lembrar que i 5 r. Repetindo esse procedimento com o raio de luz incidente OB, verificamos que o
raio refletido correspondente, BI, também passará pelo ponto I, e isso ocorrerá com qualquer outro
raio que seja emitido por O e se reflita no espelho.
Se um observador se colocar em frente ao espelho, na posição mostrada na figura 21, os raios
refletidos, após passarem todos por I, divergem e alcançam seus olhos. Tudo se passa, então, como
se em I existisse um objeto enviando luz para os olhos do observador.
Por esse motivo, ele verá em I uma imagem do objeto O, fornecida pelo espelho côncavo.
Lembre-se de que a imagem virtual é vista no ponto de encontro dos prolongamentos dos raios
refletidos, enquanto a imagem I da figura 21 é vista, pelo observador, em um ponto onde realmente
passam os raios refletidos. Essa imagem é denominada imagem real. Assim, podemos destacar:
Quando um feixe de luz emitido por um objeto se reflete em um espelho côncavo, de modo
a convergir para um ponto, teremos, neste, a formação de uma imagem real do objeto (fig. 21).
C I V
Foco de um espelho
A figura 22-A mostra um feixe de raios luminosos incidindo em um espelho côncavo paralela-
mente a seu eixo. Usando as leis da reflexão, podemos traçar os raios refletidos, verificando, então,
que eles convergem em um ponto F, denominado foco do espelho. Por esse motivo, é costume dizer
que o espelho côncavo é um espelho convergente.
Por outro lado, fazendo um feixe de raios incidir paralelamente ao eixo de um espelho
convexo, observamos que eles divergem após a reflexão (fig. 22-B). Entretanto, os prolongamen-
tos dos raios refletidos passam pelo ponto F, que é o foco do espelho convexo. Assim, tudo se
passa como se o feixe divergente fosse emitido de F. O espelho convexo costuma, então, ser
denominado espelho divergente.
A B
F F
V
V
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA
FRENTE B
Fig. 22 – Foco de um espelho
côncavo (A) e de um espelho
convexo (B).
FÍSICA
Devemos notar que, no espelho côncavo, raios paralelos ao eixo, após se refletirem, passam
realmente por F e, por isso, o foco do espelho côncavo é um foco real (pode ser recebido em um
anteparo). Já no espelho convexo, o foco é virtual, pois está situado no ponto de encontro dos
prolongamentos dos raios refletidos.
Fig. 23 – Em colheres de metal, a parte interna (A) é um espelho côncavo em que a imagem refletida é real, menor e
invertida em relação ao objeto. O lado externo da colher (B) é um espelho convexo em que a imagem produzida é
virtual, maior e não invertidas.
Em resumo:
O telescópio
Os espelhos côncavos são utilizados nos telescópios, permitindo-nos observar (ou fotografar)
estrelas e galáxias, mesmo aquelas que não podem ser vistas a olho nu. Como os corpos celestes se
encontram muito afastados da Terra, a luz que chega até nós, emitida por eles, é constituída de raios pra-
ticamente paralelos. Essa luz, sendo recebida pelo espelho côncavo de um telescópio, converge para o
IMAGINECHINA/AGÊNCIA FRANCE-PRESSE seu foco, formando-se aí uma imagem real
do astro que está sendo observado. Em-
bora seja muito pequena a intensidade da
luz que chega à Terra proveniente de uma
estrela, por exemplo, a concentração de
luz provocada pelo espelho côncavo torna
possível observar ou fotografar sua imagem.
Quanto mais fraca for a luz que rece-
bemos de um corpo celeste, maior deverá
ser o tamanho do espelho, a fim de co-
letar luz suficiente para que ele possa ser
observado.
FRENTE B
FÍSICA
Distância focal
Nas figuras 22-A e 22-B, mostramos os focos de um espelho côncavo e de um espelho convexo.
A distância FV, entre o foco e o vértice, é denominada distância focal, f, do espelho.
Vamos procurar obter uma relação entre a distância focal, f, e o raio, R, do espelho. Para isso,
consideremos um raio luminoso, paralelo ao eixo de um espelho côncavo, incidindo nesse espelho
no ponto M (fig. 28).
Sendo C o centro de curvatura, sabemos que CM é a normal ao espelho em M. Assim, podemos
^ ^
traçar o raio refletido, formando com a normal um angulo r igual ao ângulo de incidência i. Como
sabemos, o ponto em que esse raio corta o eixo CV é o foco, F, do espelho. O triângulo CFM da figura
^ ^
28 é isósceles, porque r 5 FBCM (temos FBCM 5 i porque são alternos internos). Logo, CF 5 FM.
M
^
i
^
a r V
C F
A partir desse instante, vamos supor que os raios luminosos sempre incidam no espelho pró-
ximos ao seu vértice. Nessas condições, podemos considerar que FM 5 FV. Então CF 5 FV, ou seja,
FV 5 CV . Mas CV é o raio, R, do espelho e FV é a sua distância focal, f. Logo, temos f 5 R . Esse
2 2
resultado é válido também para um espelho convexo. Então, podemos destacar:
3 O espelho côncavo do farol de um automóvel tem um raio de raios luminosos paralelos. Então, a distância da lâmpada de
de curvatura R 5 20 cm. Qual deve ser a distância entre o um farol ao vértice do espelho deve ser igual à distância focal, f,
filamento da lâmpada e o vértice desse espelho para que saia desse espelho. Mas, como vimos, f 5 R e, em nosso caso:
do farol um feixe de raios luminosos paralelos? 2
R
f5 5 20 cm 5 10 cm
RESOLUÇÃO: 2 2
Sabemos que a lâmpada de um farol (holofote) deve estar situa- Assim, o filamento da lâmpada deve estar a 10 cm do vértice
da no foco do espelho côncavo para que saia do farol um feixe do espelho.
PARA CONSTRUIR
18 A figura deste exercício mostra um espelho côncavo, de raio 19 Responda às questões do exercício anterior para o espelho
m R 5 6,0 cm. m convexo, de raio R 5 6,0 cm, mostrado na figura abaixo.
Ene-5 Ene-5
C 7 C 7
H-1 H-1
m m
Ene-3 Ene-3
C 3 C 3
H-1 H-1
C F V F C
V
a) Marque na figura a posição do vértice V do espelho. 20 Suponha que o espelho esférico côncavo de um telescópio
O vértice V está situado no centro da calota esférica, que constitui m tenha um raio de curvatura R 5 5,0 m e que esteja sendo
Ene-3
C 0
H-1 usado para fotografar uma estrela.
o espelho, como mostra a figura apresentada acima, à esquerda.
a) Como é o feixe de raios luminosos, proveniente da estrela,
que chega ao telescópio?
Como a estrela está muito afastada de nós, o feixe de raios
b) Desenhe o eixo do espelho.
luminosos proveniente dela é constituído praticamente de
O eixo é uma reta perpendicular ao espelho, passando por V.
raios paralelos.
O foco F está no meio do segmento CV, isto é, FV 5 3,0 cm. c) Essa imagem é real ou virtual?
Como sabemos, o foco de um espelho côncavo é real (veja a
figura 22-A), logo, a imagem da estrela é real.
b) Esse foco é real ou virtual? c) Como os raios incidentes são paralelos ao eixo, os alunos
Como o espelho é côncavo, sabemos que o foco F é real. deverão traçar os raios refletidos, de tal modo que seus
prolongamentos passem pelo foco F.
d) Os alunos verão, na figura traçada por eles, que os raios divergem
c) Trace na figura a trajetória dos raios após serem refletidos após serem refletidos pelo espelho, isto é, o espelho é divergente.
pelo espelho.
d) O espelho é convergente ou divergente?
Os alunos verão, na figura traçada por eles, que os raios, após
refletidos, convergem no foco, isto é, o espelho é convergente.
C F
F C
2o) Um raio luminoso que incide em um espelho côncavo, passando por seu foco, reflete-se
paralelamente ao eixo do espelho (fig. 31-A).
Um raio luminoso que incide em um espelho convexo, de tal maneira que sua direção passe
pelo foco, reflete-se paralelamente ao eixo do espelho (fig. 31-B).
A
A
C F
B
FRENTE B
A
FÍSICA
F C
C F
F C
Fig. 32 – Reflexão de um raio luminoso que incide em um espelho côncavo (A) e em um espelho
convexo (B), de tal modo que a direção do foco incidente passe pelo centro de curvatura desses espelhos.
Atividade
Experimental A partir de agora, sempre que quisermos localizar a posição da imagem de um ponto
(situado fora do eixo do espelho), usaremos apenas dois raios principais que são emitidos pelo
Acesse o Material Comple-
mentar disponível no Portal e
ponto. Nos exemplos seguintes, mostraremos o uso desse método para localizar a imagem de
aprofunde-se no assunto. um ponto da extremidade de um objeto extenso. Como estudamos, a localização da imagem
desse ponto nos permitirá visualizar a imagem de todo o objeto.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
4 O objeto AB da figura a seguir encontra-se em frente de um espelho côncavo a uma distância deste maior do que o seu raio. Lo-
calize a imagem desse objeto.
RESOLUÇÃO:
Como as posições do centro C e do foco F foram fornecidas na figura, podemos localizar a posição da imagem do ponto A
usando dois dos raios principais. Observe que na figura traçamos, a partir de A, um raio paralelo ao eixo do espelho, o qual se
reflete passando pelo foco, e o outro passando pelo foco, que se reflete paralelamente ao eixo do espelho. Os raios refletidos
se cruzam em A' e nesse ponto, portanto, está localizada a imagem (real) de A. Como o objeto AB é perpendicular ao eixo
do espelho, sua imagem também o será, de modo que a imagem de B estará em B' (sobre o eixo) e, assim, fica determinada
a imagem A'B', como mostra a figura. Observe que, nesse caso, a imagem do objeto AB, fornecida pelo espelho côncavo, é
real, menor do que o objeto e invertida em relação a ele.
ARQUIVO DA EDITORA
B C F
A'
Imagem real e invertida de
uma vela, colocada em frente
a um espelho côncavo.
5 Suponha que o objeto AB do exemplo anterior fosse colocado entre o foco e o vértice do mesmo espelho, como mostra a figura
a seguir. Localize a imagem do objeto.
RESOLUÇÃO:
Para localizarmos a imagem do ponto A, usaremos os mesmos raios principais usados no exemplo anterior. O raio que parte de A
paralelamente ao eixo reflete-se passando pelo foco. O segundo raio parte de A e incide no espelho com sua direção passando
pelo foco, como mostra a figura. Tudo se passa, então, como se ele tivesse sido emitido do foco e, portanto, será refletido parale-
lamente ao eixo do espelho.
Observamos, agora, que os raios refletidos não se cruzam (a imagem de A não será real). Entretanto, os prolongamentos desses raios re-
fletidos se cruzam em A' que será, pois, a imagem virtual de A. Tirando uma perpendicular de A' sobre o eixo, determinamos a imagem B'
do ponto B e, assim, teremos localizado a imagem A'B' do objeto AB. Pela figura vemos que, nesse caso, o espelho côncavo fornece uma
imagem virtual, maior do que o objeto e direita, isto é, não invertida em relação ao objeto.
A'
EDUARDO SANTALIESTRA/ESTÚDIO
A
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA
C F B V B'
Imagem virtual de uma
vela situada entre o foco
PAULISTA
e o vértice do espelho
côncavo.
6 Consideremos um objeto AB diante de um espelho convexo, como mostra a figura a seguir. Como será sua imagem?
RESOLUÇÃO:
Tiremos do ponto A dois raios principais: um paralelo ao eixo, que se reflete de tal modo que seu prolongamento passa pelo foco;
o outro, que incide no espelho de tal maneira que sua direção passa pelo foco e que se reflete paralelamente ao eixo. Vemos, pela
figura, que, também nesse caso, os raios refletidos não se cruzam, mas os seus prolongamentos se encontram em A'. Em A'B', temos
a imagem do objeto AB. Essa imagem é virtual, menor do que o objeto e direita.
EDUARDO SANTALIESTRA/ESTÚDIO PAULISTA
FRENTE B
A
A'
AVITS ESTÚDIO GRÁFICO/
ARQUIVO DA EDITORA
FÍSICA
23 (UPF-RS) Na madrugada do dia 15 de abril de 2014, os olha- 25 Considere os espelhos esféricos mostrados nas figuras deste
m res dos latino-americanos voltaram-se para o céu, no qual era m exercício. F e V indicam, respectivamente, o foco e o vértice
Ene-5 Ene-5
C 8 C 7
H-1 possível observar o alinhamento entre Sol, Terra e Lua, for- H-1 de cada espelho. Trace, nas figuras, os raios refletidos corres-
mando o eclipse lunar conhecido por “Lua Vermelha”. Astrô- pondentes a cada um dos raios incidentes mostrados.
nomos e observadores amadores direcionaram telescópios A
para visualizar o fenômeno. Considerando a utilização de um
telescópio do tipo refletor, é correto afirmar que a imagem
final do objeto estelar que se apresenta aos olhos do obser-
F V
vador tem as seguintes características: a
a) real e invertida. Quando um feixe de luz emitido por
b) real e direita. um objeto se reflete em um espelho
côncavo que são utilizados nos teles-
c) virtual e invertida. cópios, a imagem é formada no foco
d) virtual e direita. e é real e invertida.
e) virtual e maior. B
24 As figuras a seguir mostram dois espelhos, um côncavo e o
m outro convexo. O centro de curvatura de cada espelho está
Ene-5
C 7
H-1 em C, e V é o vértice de cada um.
V F
C V
C F V
B
V C
A'
Agora, responda:
d) é sempre invertida em relação ao objeto?
a) A imagem obtida é real ou virtual?
Permanece invertida em relação ao objeto.
A imagem é virtual.
imagem (costuma-se dizer que a imagem se forma no infinito). Como dissemos, o diagrama corresponde ao da figura do
exercício resolvido 5.
B F C C F B V B'
a)
A'
A
B V B' F C
B
B' C F V
A'
e) A A'
b)
A
B F B' C
B' C B F V
tamanho da imagem
aumento linear 5 5 A'B'
tamanho do objeto AB
Logo, um aumento menor que 1 indica que a imagem é menor do que o objeto. Para obter uma
maneira de calcular esse aumento, vamos analisar a figura 33. Nela, a imagem, A'B', do objeto AB foi
A'B' 5 B'V
AB BV
Mas B'V é a distância da imagem ao espelho, que designaremos por Di, e BV é a distância do
objeto ao espelho, que vamos designar por Do. Logo:
A'B' D
5 i 5 aumento linear
AB Do
Assim, o aumento produzido por um espelho pode ser obtido dividindo-se a distância da
imagem ao espelho pela distância do objeto ao espelho. Esse processo pode ser usado para calcular
o aumento tanto no espelho côncavo quanto no convexo.
A
^
B' F i V
B C
^
A' r
Fig. 33 – Nesta figura, o triângulo ABV é
semelhante ao triângulo A'B'V e o triângulo
ABC é semelhante ao triângulo A'B'C.
A'B' 5 B'C
AB BC
Di 2f 2 Di
5 ⇒ DD i o 2 2fDi 5 2fD o 2 DD
i o
Do Do 2 2f
∴ 2DDi o 5 2fDi 1 2fD o
15 1 1 1
f Do Di
FÍSICA
Essa relação é denominada equação dos espelhos esféricos. Ela nos permite calcular a que
distância do espelho se formará a imagem, quando conhecemos a distância focal do espelho e a
distância do objeto a ele.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
RESOLUÇÃO:
1 1 1
a) A equação 5 1 permitirá calcular o valor de Di, pois conhecemos os valores de Do e f. Como sabemos, Do é sempre
f Do Di
positivo, isto é, Do 5 10 cm e, como se trata de um espelho côncavo, f também é positivo, ou seja, f 5 20 cm. Então, temos:
1 5 1 1 1 ⇒ 1 5 1 2 1 ⇒
20 10 Di Di 20 10
⇒ 1 1
5 2 ∴ Di 5 2220 cm
Di 20
Como encontramos, para Di, um valor negativo, concluímos que a imagem é virtual e, portanto, não é invertida, estando situada
a 20 cm atrás do espelho.
b) A situação descrita no enunciado corresponde ao diagrama da figura do exercício resolvido 5. Observe que o diagrama con-
firma os resultados que encontramos algebricamente: a imagem é virtual, direita e está situada atrás do espelho. Em problemas
como este, o traçado do diagrama de formação da imagem nos ajuda a visualizar a solução algébrica e, por isso, recomenda-
mos que ele sempre seja feito. É também aconselhável acompanhar a solução de problemas com a observação da imagem
produzida em situação experimental.
c) Como vimos, o aumento é dado por:
A'B' 5 Di , llogo
ogoo A'B' 5 20 ⇒ A'B' 5 2
log
AB Do AB 10 AB
Esse resultado significa que a imagem é duas vezes maior do que o objeto. (Observe que, no cálculo do aumento, não é necessário
considerar o sinal de Di.)
31 (UFTM-MG) Sobre o comportamento dos espelhos esféricos, 33 Em frente a um espelho côncavo, de distância focal f, é colo-
m assinale a alternativa correta. e m cado um objeto, exatamente sobre seu centro de curvatura,
Ene-5 Ene-3
C 8 C 2
H-1 a) Se um objeto real estiver no centro de curvatura de um H-1 C (isto é, Do 5 2f ).
espelho esférico, sua imagem será real, direita e de mes- m
Ene-4
a) Usando a equação dos espelhos esféricos, determine o
C 6
mo tamanho que a do objeto. H1
- valor de Di em função de f.
b) Os raios de luz que incidem, fora do eixo principal, sobre o Como Do 5 2f, temos:
1 1 1 1 1 1 1 1 1
vértice de um espelho esférico refletem-se passando pelo 5 1 ⇒ 5 1 ⇒ 5 2 ⇒
f Do Di f 2f Di Di f 2f
foco desse espelho. 1 221 1
⇒ 5 5 ∴ Di 5 2f
c) Os espelhos esféricos côncavos só formam imagens vir- Di 2f 2f
tuais, sendo utilizados, por exemplo, em portas de gara-
gens para aumentar o campo visual. b) Então, em que posição está localizada a imagem?
d) Os espelhos convexos, por produzirem imagens amplia- Como Di 5 2f, a imagem estará exatamente no centro C do
das e reais, são bastante utilizados por dentistas em seu espelho, ou seja, à mesma distância em que se encontra o objeto.
trabalho de inspeção dental.
e) Os espelhos utilizados em telescópios são côncavos e as
imagens por eles formadas são reais e se localizam, apro- c) A imagem é real ou virtual?
ximadamente, no foco desses espelhos. Como Di é positivo, a imagem é real.
A'
Raios solares
N
Para que possamos presenciar um eclipse solar, é preciso que
estejamos numa época em que a Lua esteja na fase:
a) nova ou cheia. d) nova, apenas. P Terra M
E'
m
MN, que impede que a luz de A incida diretamente em B. O 1,2 m
Ene-3
C 3
H-1
Mostre na figura
a trajetória do N E
Fora de
raio que parte B escala
de A e atinge B FRENTE B
A
e determine o
ângulo com que
esse raio incide 3m Olhando para o espelho, a pessoa pode ver a imagem de um
FÍSICA
DIVULGAÇÃO/BBC
m
Ene-5
C 7
“É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias janelas planas,
H-1 que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem em um ponto” diz
m
Ene-5
Chris Shepherd, do Instituto de Física de Londres. O edifício de 37 andares, ain-
C 8
H1
- da em construção, é de fato um prédio curvilíneo e o carro, um Jaguar, estava
estacionado em uma rua próxima ao prédio, exatamente no ponto atingido por
luzes refletidas e não foi o único que sofreu estrago. O fenômeno é consequên-
cia da posição do Sol em um determinado período do ano e permanece nessa
posição por duas horas por dia. Assim, seus raios incidem de maneira oblíqua
às janelas do edifício.
Considerando o fato descrito e a figura da pessoa observando o reflexo do Sol
no edifício, na mesma posição em que estava o carro quando do incidente,
podemos afirmar corretamente que o prédio se assemelha a um espelho:
a) plano e o carro posicionou-se em seu foco infinito. d) côncavo e o carro posicionou-se em seu foco principal.
b) convexo e o carro posicionou-se em seu foco principal. e) côncavo e o carro posicionou-se em um foco secundário.
c) convexo e o carro posicionou-se em um foco secundário.
21 As figuras deste problema apresentam fotos de um objeto e sua imagem fornecida por um espelho esférico. Em cada foto, identi-
fique o tipo do espelho, a natureza da imagem e a posição do objeto em relação ao foco do espelho.
FOTOS: EDUARDO SANTALIESTRA/ESTÚDIO PAULISTA
23 (UEMG) Muitos profissionais precisam de espelhos em seu trabalho. Porteiros, por exemplo, necessitam de espelhos que lhes permi-
m tam ter um campo visual maior, ao passo que dentistas utilizam espelhos que lhes fornecem imagens com maior riqueza de detalhes.
Ene-5
C 8
H-1 Os espelhos mais adequados para esses profissionais são, respectivamente, espelhos:
a) planos e côncavos. b) planos e convexos. c) côncavos e convexos. d) convexos e côncavos.
25 (Cesgranrio-RJ) Um espelho esférico côncavo tem distância fo- 28 (PUC-RS) A figura a seguir mostra um espelho côncavo e di-
versas posições sobre o seu eixo principal. Um objeto e sua
m cal (f) igual a 20 cm. Um objeto de 5 cm de altura é colocado de m
Ene-5
Ene-4 C 7 imagem, produzida por esse espelho, são representados pe-
C 6 H-1
H-1 frente para a superfície refletora desse espelho, sobre o eixo prin-
las flechas na posição 4.
cipal, formando uma imagem real invertida e com 4 cm de altura. m
Ene-3
C 3
A distância, em centímetros, entre o objeto e a imagem é de: H-1
FF
F 1m 10 m
F
C
C
C
C IIII Fora de escala
c) O
O
O
O
E
CC
C FF
F
C F
IIII 16 m 1m
Fora de escala
60 cm
33 O espelho usado por um dentista para observar com detalhes
os dentes de uma pessoa tem distância focal igual a 2,5 cm.
A
a) Esse espelho deve ser plano, côncavo ou convexo? Explique. 80 cm
m
uma praça pública, de piso plano e horizontal, para medir a al- a) Sob esse ponto de vista, qual seria o valor do raio de cur-
Ene-3
C 3 tura de uma árvore. Resolve, então, usar dois procedimentos: vatura e da distância focal de um espelho plano?
H-1
a) Posiciona horizontalmente o espelho E no chão, com a b) Usando a equação dos espelhos esféricos e considerando
FÍSICA
face refletora voltada para cima, de modo que a reflexão a resposta da questão anterior, determine a relação entre
dos raios de luz provenientes do topo da árvore ocorra a Di e Do para um espelho plano.
uma distância de 10 m da sua base e a 1 m de distância c) O resultado que você encontrou em b confirma o estudo
dos pés do menino, conforme mostra a figura. dos espelhos planos feito neste módulo?
H
d)
1,20 m 9,0 m
a) 10,50 m.
b) 11,40 m.
c) 12,00 m.
d) 13,50 m.
e) 15,00 m.
3 (PUCC-SP) Uma pessoa se coloca na frente de uma câma-
2 (AFA-SP) Um objeto luminoso é colocado em frente ao ori- m ra escura, a 2 m do orifício dessa câmara, e a sua imagem
Ene-5
C 7
fício de uma câmara escura, como mostra a figura abaixo. H1
- que se forma no fundo dela tem 6 cm de altura. Para que
nem
E -5
C 7
H-1 m
ela tenha 4 cm de altura, essa pessoa, em relação à câme-
Ene-4
C 6 ra, deve:
H-1
a) afastar-se 1 m.
b) afastar-se 2 m.
c) afastar-se 3 m.
d) aproximar-se 1 m.
e) aproximar-se 2 m.
A Espelho
Do lado oposto ao orifício é colocado um espelho plano 4 (Mack-SP) Um estudante interessado em comparar a
com sua face espelhada voltada para o anteparo trans- m distância da Terra à Lua com a distância da Terra ao
Ene-5
C 7
lúcido da câmara e paralela a este, de forma que um ob- H1
- Sol, comumente chamada unidade astronômica (uA),
servador em A possa visualizar a imagem do objeto esta- m
implementou uma experiência da qual pôde tirar al-
Ene-4
belecida no anteparo pelo espelho. Nessas condições, a C 6 gumas conclusões. Durante o dia, ele verificou que, em
H-1
configuração que melhor representa a imagem vista pelo uma das paredes de sua sala de estudos, havia um pe-
observador através do espelho é: queno orifício, pelo qual passava a luz do Sol, propor-
a) cionando na parede oposta a imagem do astro. Numa
noite de Lua cheia, observou que, pelo mesmo orifício,
passava a luz da Lua, e a imagem do satélite da Ter-
ra tinha praticamente o mesmo diâmetro da imagem
do Sol. Como, por intermédio de outra experiência, ele
havia concluído que o diâmetro do Sol é cerca de 400
vezes o diâmetro da Lua, a distância da Terra à Lua é de
b) aproximadamente:
a) 1,5 ? 1023 uA.
b) 2,5 ? 103 uA.
c) 0,25 uA.
d) 2,5 uA.
e) 400 uA.
com a altura dos olhos do motorista. Os pontos da figura 8 (Fuvest-SP) Um espelho plano, em posição inclinada, for-
m ma um ângulo de 45° com o chão. Uma pessoa observa-
pertencem a um plano horizontal que passa pelo centro Ene-5
C 8
do espelho. Nesse caso, os pontos que podem ser vistos H-1 -se no espelho, conforme a figura.
pelo motorista são: A flecha que melhor representa a direção para a qual essa
pessoa deve dirigir seu olhar, a fim de ver os sapatos que
está calçando, é:
Espelho
retrovisor
B
Olhos do
6 motorista
9 C
3
5 E
8
1 7
45°
FRENTE B
a) 1, 4, 5 e 9. c) 1, 2, 5 e 9.
b) 4, 7, 8 e 9. d) 2, 5, 6 e 9.
m
Ene-2
C 8 D
H-
fix elho
p
m
o
Ene-4
a b
Es
C 6
H-1
Espelho
giratório
Laser Detector
Sabendo-se que a 5 45°, o valor do ângulo b para que o feixe de laser chegue ao detector é:
a) 15°. c) 45°. e) 75°.
b) 30°. d) 60°.
10 (UEM-PR) Na noite de réveillon de 2013, Lucas estava usando uma camisa com o ano estampado nela. Ao visualizá-la através
m da imagem refletida em um espelho plano, o número do ano em questão observado por Lucas se apresentava da seguinte
Ene-5
C 8
H-1 forma:
a) 3102 c) 2013
b) 3102 d) 3102
11 (UFRGS-RS) Nos diagramas abaixo, O representa um pequeno objeto luminoso que está colocado diante de um espelho
m plano P, perpendicular à página, ambos imersos no ar; I representa a imagem do objeto formada pelo espelho, e o olho
Ene-5
C 7
H 1 representa a posição de quem observa a imagem.
-
Qual dos diagramas abaixo representa corretamente a posição da imagem e o traçado dos raios que chegam ao observador?
a) P c) P e) P
O O I O I
b) P d) P
O I O I
m seus focos f. Estão também representados, em tracejado, os raios A1 e A2, que definem verticalmente a região iluminada antes
Ene-3
C 3
H-1 da introdução da lente.
g
H A1
P
A2
Muro
Vista de frente
Lente convergente
A1
A1
P
f f
A2
A2
Muro
13 (Fuvest-SP) Um holofote é constituído por dois espelhos côncavos E1 e E2 de modo que a quase totalidade da luz emitida por
m uma lâmpada L seja projetada pelo espelho maior E1, formando um feixe de raios quase paralelos.
Ene
C-5 7
H-1
E1
L E2
Nesse arranjo, os espelhos devem ser posicionados de forma que a lâmpada esteja aproximadamente:
a) nos focos dos espelhos E1 e E2. d) nos centros de curvatura de E1 e E2.
FRENTE B
b) no centro de curvatura de E2 e no vértice de E1. e) no foco de E1 e no centro de curvatura de E2.
c) no foco de E2 e no centro de curvatura de E1.
14 (EEAR-SP) O satélite artificial Hubble possui um telescópio que usa um espelho para ampliar as
FÍSICA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2000.
GRUPO de reelaboração do ensino de física (Gref). Física. São Paulo: Edusp, 1990. v. 2.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2001.
MOTOYAMA, S. História da ciência: perspectiva científica. São Paulo: Gráfica Cairu, 1974.
POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp, 1974.
PRICE, D. de S. O homem e a ciência: a ciência desde a Babilônia. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.
SPEYER, E. Seis caminhos a partir de Newton. Rio de Janeiro: Campus, 1995.
TIPLER, P. A. Física. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1978.
Os Pireneus são uma cordilheira formada durante o período 1 Assinale a alternativa que melhor explica os caminhos óticos
terciário, situada entre a França e a Espanha, que se estende por mais dos feixes de luz solar quando estes incidem nos heliostatos e
de 400 km de comprimento desde o Golfo da Biscaia, no oceano são refletidos no conjunto refletor – coletor do forno solar de
Atlântico, até o mar Mediterrâneo. Palco de inúmeras batalhas, so- Odeillo. e
mente em 1659 a cordilheira passou a ser fronteira natural entre o a) Quando um feixe de luz paralelo proveniente dos heliostatos
reino espanhol e o francês, quando foi assinado o Tratado dos Pi- incide sobre os espelhos planos do refletor cuja configuração
reneus. Os Pireneus são divididos em: Pireneus Atlânticos, Pireneus torna-o um gigante espelho esférico, os raios refletidos pelo
Centrais e Pireneus Orientais. Os Pireneus Atlânticos são formados refletor convergem para o centro de curvatura do espelho
pelas encostas da cadeia de montanhas que vão perdendo altitude, esférico, onde está posicionada a torre do coletor.
com suas florestas verdes e inúmeros rios, até atingir o oceano Atlân- b) Quando um feixe de luz paralelo proveniente dos heliostatos
tico, região onde predomina a pesca. Devido ao clima oceânico com incide sobre os espelhos esféricos do refletor cuja configura-
chuvas abundantes, a região se destaca pelo cultivo de uva e milho. ção torna-o um gigante espelho esférico, os raios de luz que
Com largura de 130 km, os Pireneus Centrais constituem a região de incidem paralelamente e próximos ao eixo principal são re-
maior altitude, e nela estão localizados os maciços graníticos acima fletidos passando por uma região sobre o eixo denominada
de 2 000 m que estão constantemente cobertos de neve, como o foco, onde está posicionada a torre do coletor.
Pico Aneto (3 404 m) e o Pico Poseto (3 371 m). A base da economia c) Quando um feixe de luz paralelo proveniente dos heliostatos
dos Pireneus Centrais é a pecuária de ovinos, entretanto, o relevo incide sobre os espelhos planos do refletor cuja configura-
acidentado permitiu a construção de hidrelétricas e a instalação de ção torna-o um gigante espelho convexo, os raios refletidos
tecelagens, indústrias químicas e até metalúrgicas na região. Os Pire- pelo refletor são desviados, afastando-se do eixo principal,
neus Orientais são formados por maciços elevados, como o Pico Car- de modo que a posição de seu foco é obtida pelo prolonga-
litte (2 921 m), intercalados por planícies de baixas altitudes. Devido mento desses raios, onde está posicionada a torre do coletor.
ao clima mediterrânico, na encosta leste há predomínio da agricul- d) Quando um feixe de luz paralelo proveniente dos heliostatos
tura e a pequena atividade industrial se concentra em Barcelona. incide sobre os espelhos côncavos do refletor cuja configu-
Em Perpignan, nos Pireneus Orientais, está o forno solar de Odeillo ração torna-o um gigante espelho parabólico, os raios refle-
(figura 1) com potência térmica de 1 000 W/m2. Inaugurado em 1969, tidos pelo refletor convergem para o centro de curvatura do
ele possui 63 espelhos planos (heliostatos) que acompanham automa- espelho parabólico, onde está posicionada a torre do coletor.
ticamente a inclinação dos raios solares, concentrando a luz em um e) Quando um feixe de luz paralelo proveniente dos heliostatos
refletor. O refletor é formado por 9 500 espelhos planos individuais dis- incide sobre os espelhos planos do refletor cuja configuração
tribuídos em um edifício de oito andares, e sua função é focalizar os torna-o um gigante espelho parabólico, os raios refletidos
raios solares no coletor que está localizado na torre em frente ao refletor, pelo refletor convergem para o foco do espelho parabólico,
fazendo-o alcançar temperatura da ordem de 4 000 °C. onde está posicionada a torre do coletor.
47
QUADRO DE IDEIAS
Luz
CEO: Mário Ghio Júnior
Direção: Carlos Roberto Piatto
Propagação, raios Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Propriedades Espelhos Conselho editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves,
e feixes Carlos Roberto Piatto, Daniel Augusto Ferraz Leite,
Eduardo dos Santos, Eliane Vilela, Helena Serebrinic,
Lidiane Vivaldini Olo, Luís Ricardo Arruda de Andrade,
Marcelo Mirabelli, Marcus Bruno Moura Fahel,
Raios divergentes, Marisa Sodero, Ricardo Leite, Ricardo de Gan Braga,
Reflexão Tania Fontolan
convergentes ou ^ ^ Planos Esféricos
i5r Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
paralelos Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Edição: Tatiana Leite Nunes (coord.), Pietro Ferrari
Telescópio e Assistência editorial: Carolina Domeniche Romagna,
Eclipse do holofote Rodolfo Correia Marinho
Difusão Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.),
Sol e da Lua Danielle Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni,
Marília Lima, Tatiane Godoy, Tayra Alfonso,
Côncavo ou Vanessa Lucena; Colaboração: Janaína Silva
convexo Coordenação de produção:
Câmara escura de Fabiana Manna da Silva (coord.);
orifício Independência Colaboração: Adjane Oliveira, Dandara Bessa
15-03157 CDD-530.07
2015
ISBN 978 85 08 17421-8 (AL)
ISBN 978 85 08 17425-6 (PR)
1ª edição
1ª impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação