DESCOBRINDO A MÚSICA CONTEMPORÂNEA1 Bernadete Zagonel

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE ARTES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA
Disciplina: História e Apreciação da Música Pós-Romântica Séculos XX e XXI
Professor Dr. Daniel Barreiro

FICHAMENTO

DESCOBRINDO A MÚSICA CONTEMPORÂNEA1


Bernadete Zagonel

SILVIA MARIA DA SILVA PIRES

Uberlândia, novembro de 2020


DESCOBRINDO A MÚSICA CONTEMPORÂNEA1
Bernadete Zagonel
RESUMO:

É importante a compreensão da música contemporânea, pois leva-se a pensar


que, as músicas da atualidade são músicas contemporânea. Todavia, para os estudantes,
a música contemporânea é um tipo próprio de criação musical. Assim pode nos levar à
várias interpretações, pela dimensão que o adjetivo abarca.
Percebe-se que em cada época alguns artistas tentaram expandir a sensibilidade
de seu tempo, críticos, teóricos e aqueles que não foram capazes de entender as
transformações ou não queriam abrir mão de seus valores e bem fundamentados, para
ouvir com atenção as realizações de seus contemporâneos.

É relevante que os ouvintes da Música Contemporânea tenha discernimento para


compreender e também assimilar outras tipos formas de entoação musical e deixe seus
exemplos antigos. É certo que, na música contemporânea se pode encontra melodias de
românticas. Mas descobrirá uma música autêncidade dos dias de hoje.

No século XX não se produziu apenas uma


tendência ou estilo, mas diversos: impressionismo,
nacionalismo, politonalidade, atonalidade,
expressionismo, pontilhismo, dodecafonismo,
serialismo integral, neoclassicismo,
microtonalidade, música concreta, música
eletrônica, música eletroacústica, música aleatória,
minimalismo, e ainda se percebem influências do
jazz, do folclore e do oriente. (ZAGONEL, 2007 p.
1)

Ao longo do Século XX a música sofreu transformações em sua progressão.


Houve uma modificação no conceito da melodia, a apreciação do timbre e a inserção
elementos como o ruído se transformou em música, onde o silêncio e do espaço, as
diversas abordagens de métrica e ritmo, a criação de diferentes grafias, os gestos
passaram a ser usados e principalmente a interferência da ciência e tecnologia na
harmonia musical.
Por muitos anos a melodia conduzia a música Mesmo nas obras mais difíceis
era possível a identificação. Com a chegada do século XX houve uma interrupção.

Conclua-se que as alterações dispostas pela música contemporânea em sua forma de


compor as peças musicais, mudaram também os exemplos de escuta desta música.
Portanto, a música contemporânea sustenta de técnicas culturais que adentram novos
timbres e estéticas que abarcam vários ritmos e estilos. Sabe-se que o cromatismo foi
muito usado no final do Século XIX por compositores como Wagner e Mahler onde a
harmonia tonal estava em evidência. Assim gerando uma das características uma música
carente de melodia. No entanto, apreciação das musicais contemporânea é uma das
melhores maneiras para se compreender, como por exemplo: de Arnold
SCHOENBERG,

Pierrot Lunaire e de Pierre BOULEZ, Structures.


Pierrot Lunaire foi mais uma das diversas obras de
Arnold Schoenberg consideradas atonais, ou seja,
que não é baseada em uma tonalidade. É uma peça
para voz e flauta, clarineta, violino, violoncelo e
piano. Tem uma característica bastante interessante
que é o uso do Sprechgesang, tipo de vocalização
em que o cantor não deve nem cantar nem
declamar, mas ficar entre os dois. Assim, a junção
da atonalidade com essa maneira de cantar-falando,
traz como resultado uma melodia que não é
exatamente uma melodia no seu sentido
tradicional, mas que ainda não rompe totalmente
seu conceito original. (ZAGONEL, 2007 p. 3)

Logo, Schoenberg rompe com o sistema tonal criando assim um sistema


composicional que é o dodecafonismo, a qual são as doze notas da escala indefinida,
mudando o conceito de melodia.
Segundo este princípio, as doze notas cromáticas da escala
devem ser organizadas de modo a formar uma série, e a cada
música esta é diferente, com a qual o compositor trabalha. Não
há mais notas de referência para onde as outras convergem, mas
todas as notas da série têm a mesma importância. (ZAGONEL,
2007 p. 3)

Assim sendo, perde-se a sensação da melodia e a percepção final de frases, que


dificulta a memorização.

Timbre
Sabe-se que no início do Século XX, o timbre ganhou um papel importante,
sendo definitivo em algumas peças, com contrastes fortes, sons intrigantes e exóticos.
Sendo assim com essa variedades, torna-se essencial para o resultado musical.

A cerca do ruído, comparado com timbre também está em destaque também é


uma fonte sonora plausível de se tornar em música.

Em 1913 o italiano Luigi Russolo escreve um manifesto,


acompanhando a corrente dos artistas futuristas, dizendo que, se
o mundo moderno ganhou nova sonoridade, com suas máquinas
e motores, assim também deve acontecer com a música.
((ZAGONEL, 2007, p.6)

Anos seguinte um grupo de compositores da Colônia, na Alemanha, liderados


por Stockhausel criou a música Eletrônica. Sendo assim gerada a partir da fabricação de
sons, através de geradores de ondas sonoras. Essas são as duas importantes
características da música contemporânea, a apreciação do timbre e a possível inclusão
do ruído e sua transformação em música.

Percepção do silêncio No século XX o silêncio torna-se percebível não apenas como


uma pausa, mas como uma função importante e também um elemento do próprio som.
Com isso há várias peças onde o silencio é uma outra parte do som. Há diversos
exemplos de peças em que o silêncio é tratado como uma outra parte do som. No
entanto, mais uma vez Jonh Cage dá uma contribuição em que chega ao extremo destas
afirmações, com a música a ser comentada a seguir.

Métrica e ritmo A música contemporânea segue com outras perspectivas. A aplicação


de polirritmias, trás sensação de desestabilização métrica, mas permanente, com
mudança de métrica de um compasso para outro. Com isso os ritmos são diferentes e as
métricas são alternadas. Surgindo assim o interesse de criar uma música em que o
ouvinte tem a sensação de que é uma música sem ritmo e sem métrica.

Percebe-se, que a noção de espaço, é outro elemento percebido como um integrante da


execução musical. Portanto o espaço está em evidência tanto nas músicas instrumental e
vocal,
Nestas últimas, no momento da apresentação em concerto, as diversas caixas
acústicas espalhadas pela sala, controladas pela mesa de som que lança o som desejado
nas diferentes saídas, permitem que a música ande pela sala, dando a sensação de
movimento.
Novos usos do gesto. No século XX o gesto está em evidência na música, tornando
assim uma perfeita combinação, música e gesto. E para existir a o gesto e a música
necessita um do outro para acontecer, também para sua execução que se faz necessário
ser ao mesmo tempo.

Outras mudanças ocorreram como a Criação de novas grafias, criando assim


novas maneiras se acontecer. Aparece uma notação pertinente para cada caso,
descoberta pelos compositores.

Existem elementos da grafia já convencionados e utilizados por


todos como, por exemplo, que os sons agudos são escritos na
parte superior e os graves mais embaixo. Mas, em última
análise, todo tipo de escrita é permitido para decodificar uma
idéia musical. Basta que a maneira de executar cada novo sinal
seja detalhadamente descrita, em uma relação que acompanha
a partitura. (ZAGONEL, 2007 p. 10)

Influência da tecnologia Sabe-se que os sons da música concreta era gerada por gravação de
sons em discos de vinil, e fitas de rolo.
Pela utilização de aparelhos disponíveis na época, os sons sofriam
transformações a partir de diversas técnicas como, por exemplo: de mixagem,
com o auxílio de outros aparelhos de gravação; de filtragem, em que se
tiravam ou diminuíam os sons mais agudos ou mais graves que compunham o
todo, por exemplo; de corte, com o uso de tesouras desmagnetizadas que
simplesmente cortavam o som, no lugar da fita onde se quisesse; e assim por
diante.

Com a inovação da tecnologia, sabe-se que qualquer pessoa pode ter um


estúdio em casa devido a vários software disponíveis.

O aparecimento da informática, e sua conseqüente utilização na


produção de sons, expandiu as possibilidades de criação
musical. Hoje, é possível ter um estúdio de composição musical
em casa, e há inúmeros softwares para a criação de músicas de
diversos tipos e gêneros. (ZAGONEL, 2007 p. 13)

Conclusão
A música contemporânea tem características diferentes, mesmo com as
transformações sofridas, não deixou de ser música. Para os interessados, faz se
necessário o aprendizado e conhecimento de repertórios, descobrindo novas
sonoridades e expressões musicais.

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