Materia 3 - Classe 2 - Inventarios e Activos Biologicos PDF

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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Educação e Comunicação


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Classe 2 – Inventários e Activos Biológicos

1. Conceitos Básicos

Consideram – se inventários, todos os bens armazenáveis adquiridos ou produzidos pela empresa


e que se destinam á venda ou a serem incorporadas na produção. Os inventários são activos que
(segundo o PGC):

 São detidos para a venda no decurso ordinário da actividade empresarial;


 Estejam em processo de produção para a venda;
 Se mantenham na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no
processo de produção ou prestação de serviços;

Os activos são classificados em:

 Matérias-primas;
 Matérias subsidiárias;
 Produtos em curso;
 Sub – produtos e resíduos (desperdícios), Ex. Serradura;
 Produtos acabados (bens finais);
 Mercadorias (bens adquiridos para a revenda).

De frisar que esta classificação é em função da natureza da empresa ou da fase de transformação,


porquanto produto acabado para uma empresa, pode constituir uma matéria-prima para outra até
mercadoria, para além de ser um produto Semi – acabado. Ex. Farinha de trigo (é produto
acabado para a moageira e matéria – prima para uma panificadora).

2. Sistema de Inventários
2.1. Classificação: este deve ser efectuado tendo em atenção 2 objectivos:

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 Conhecimento em qualquer momento, da quantidade e valor dos stocks de que a empresa
é proprietária, ou detém;
 Apuramento do custo dos produtos vendidos e consumidos, consequentemente, do
resultado apurado nas vendas ou na produção. Os apuramentos dos tais inventários são
classificados da seguinte maneira:
a) Sistema de Inventários Permanente (SIP): permite a determinação do valor do
stock permanentemente através das contas em armazém e apurar em qualquer
momento os resultados obtidos nas vendas ou na produção. São criadas 2 contas neste
tipo de inventário, nomeadamente:
 Contas que permite conhecer permanentemente o valor dos stocks e;
 Contas de custos dos produtos vendidos ou consumidos.

b) Sistema de Inventários Intermitentes (SII): permite a determinação do valor


através da inventariação directa em armazém, efectuada periodicamente, tendo de se
recorrer a contagens físicas para o conhecimento do mesmo.

3. Regras de Movimentação Contabilística


Esta classe de contas serve para registar consoante a empresa nos seguintes moldes:

a) As compras e os inventários iniciais e finais (Inventario Intermitente);


b) O inventário permanente (Inventario Permanente).

3.1.Regras de Movimentação Contabilística

Neste sistema são movimentadas as seguintes contas:

2.1. Compras – são debitadas pelas entradas e através das compras e credita – se pela saida
das mercadorias em armazém, e deve ser saldada;

2.2. Mercadorias – são debitadas pelas entradas em armazém e creditadas pelas saídas,
sempre a preço de custo (saldo é o valor de stock em armazém);

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6.1/ 6.1.1. Custo dos Inventários Vendidos ou Consumidos (CIVMC) – são debitados
pelo custo de aquisição das mercadorias vendidas ou consumidas em contrapartida da
respectiva conta de Inventários.

Assim o Resultado Bruto das Vendas (RBV), fica:

RBV = VL – CIVMC, Onde:

VL – Saldo da Conta 7.1. Vendas e;

CIVMC – Saldo da Conta 6.1. CIVMC.

Então:

RBV = Saldo da Conta 7.1 – Saldo da Conta 6.1

Pode – se representar da seguinte forma:

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Descrição:

A – compras a credito, pelo Preço de Custo (PC);


B – Transferência da compra para conta de mercadorias pelo PC da compra;
C – Existências anteriores (inicial);
D – Custo Mercadorias Vendidas (CMV) – PC da aquisição das mercadorias em armazém,
vendidas;
E – Vendas a crédito, pelo Preço de Venda (PV);
F – Transferência do CIVMC para apuramento de resultados;
G – Transferência das vendas para apuramento de resultados.

3.2. Movimentação em Sistema de Inventários Intermitentes

Difere do anterior e para se determinar o valor dos inventários e do resultado das vendas, tem
que se proceder á inventariação directa dos bens em stock (Físico) e teremos:

RBV = VL - CIVMC

Assim para se determinar o CIVMC, segue – se a fórmula seguinte:

CIVMC = EI + Compra – EF, em que:

EI = Existência Inicial = Obtêm – se pelo saldo da conta de Inventários (2.2. Mercadorias);


Compras = Saldo da Conta 2.1. Compras;
EF = Existência Final = é feita através da inventariação física.

O CIVMC aparece evidenciado na conta 6.1. pelo que o resultado bruto das vendas é feito das
seguintes maneira:

RBV = Saldo da Conta 7.1 – Saldo da Conta 6.1

Assim contabilisticamente o Inventario Intermitente ficará da seguinte maneira ilustrada:

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Descrição:

A – Compras a credito, pelo PC de compra;

B – Vendas a crédito, pelo PV;

C – Inventários anteriores (SI);

D – Transferência das compras para a conta de inventários, no fim do período quando pretenda
apurar o resultado;

E – Regularizações do saldo da conta de inventários, para que correspondam aos inventários


finais apuradas por inventariação directa, o debito da conta 6.1. CIVMC, relativo ao mesmo
período;

F – Transferência das vendas para o apuramento de resultados;

G – Transferência do CIVMC para o apuramento de resultados.

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4. Critérios de Valorimetria

A valorização dos inventários, como processo de determinação dos preços de custo das entradas
e saídas de armazém, assume um relevo tanto mais especial, quanto maior for o volume de stocks
da empresa.

Nas entradas os inventários devem ser valorizados pelo seu PC como Preço da Factura, Fretes,
Seguros, Impostos Específicos, etc.

Assim:

PC = P. Factura + Despesas de Compra – Descontos Comerciais Obtidos

Apontamentos de Suporte: Paginas 643-652, Borges (2010).

Estudo das Contas e Subcontas

Conta 2.1. Compras

Âmbito e movimentação

Nesta conta é lançada o custo das aquisições de matéria-prima e de bens aprovisionáveis


destinados ao consumo ou a venda. Esta conta debita – se pelas compras efectuadas e despesas e
credita – se pelas deduções e pela transferência do saldo para a respectiva conta de inventários.

Conta 2.2. Mercadorias: são bens adquiridos pela empresa com destino a venda.

Âmbito e movimentação:

Utilizando o SIP, esta conta debita – se pelas entradas e credita – se pelas saídas (ao PC), no
seguinte esquema:

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Assim o saldo representa o valor das existências de mercadorias em armazém.

Usando o SII a conta 2.2 é movimentada no fim do exercício quando se procede a inventariação
física das existências. No lançamento contabilístico fica:

Estudo das sub – contas


2.2.1. Mercadorias em trânsito: corresponde as mercadorias adquiridas pela empresa, mas que
ainda não entraram no seu armazém.

Regras de Movimento

Movimento Após a Compra: quando se confirma a recepção de documentos da compra e de


despesas adicionais (transporte, direitos, seguros, etc).

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E simultaneamente:

Quando se realiza a recepção das mercadorias, teremos o seguinte movimento:

Depois da entrada da mercadoria em nosso armazém, deve – se fazer um lançamento para anular
a conta de mercadorias em trânsito, e esta é usada como uma conta transitória, conforme o acima
explicitado.

2.2.2. Mercadorias em Poder de Terceiros: são mercadorias da empresa que estão com
terceiros, não em poder da empresa.

Ex.

Entrega de mercadoria de um fornecedor para um revendedor, que último ganha a comissão pela
venda do mesmo.

1. Pelo envio da mercadoria ao revendedor (consignatário)

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2. Pela venda por parte do revendedor (deve ser comprovada por documentos justificativos)

Pelo custo das mercadorias vendidas:

No caso de devolução de mercadorias, o lançamento será o inverso.

Conta 2.3. Produtos Acabados e Intermédios

Inclui os bens que provém da actividade produtiva da empresa ou que possam ser objecto de
venda. Assim podem ser registadas nesta classe de contas:

a) Bens produzidos pela empresa que atingiram a fase final de produção, aptos para a venda
(produtos acabados);
b) Bens produzidos ou adquiridos que ainda não atingiram a fase final de fabrico, mas que
possam ser objecto de venda;
c) Bens adquiridos, semelhantes aos por si produzidos, com vista a reforçar o stock.

Regra de Movimentação:

Esta conta será creditada no fim do exercício pelo valor das existências iniciais e debitada pelo
valor das existências finais em contrapartida da conta 8.1. Resultados Operacionais.

O lançamento será efectuado da seguinte forma:

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Conta 2.4. Sub – Produtos, Desperdícios, Resíduos e Refugos: são bens derivados do processo
produtivo que não sejam incluídos na conta anterior.

NB. O seu movimento contabilístico é idêntico ao anterior apresentado.

Conta 2.6. Matérias-primas, Auxiliares e Materiais

São incluídas nesta classe de contas, as sub contas seguintes:

2.6.1. Matérias-primas: bens que se destinam a ser incorporados nos produtos finais
(Farinha – Pão);
2.6.2. Matérias Subsidiários: são bens necessários á produção e que sua incorporação não
é obrigatória nos produtos finais, sendo complementares (ex. colas no fabrico de
mesas de madeira);
2.6.3. Materiais: são bens envolventes das mercadorias ou produtos, indispensáveis ao seu
acondicionamento transacções (vide o PGC as suas respectivas sub – contas).

NB. O movimento contabilístico é idêntico á da conta 2.2. Mercadorias.

Conta 2.7. Activos Biológicos

Um activo biológico é um animal ou planta vivos no âmbito das actividades agrícolas. Estes
activos proporcionaram a transformação biológica necessária a formação de produto agrícola.
Assim um produto agrícola é um produto colhido dos activos biológicos da empresa que poderá
ser vendido em bruto ou transformado após a colheita.

Ex. Activos biológicos: carneiros, arvores em uma plantação, plantas, gado, arbustos, vinhas, etc.

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Produtos agrícolas: lã, troncos, algodão, cana sacarina, leite, folha, uvas, etc.

Produtos resultantes de processamento: Fló de lã, carpetes de madeira, fio de algodão, roupas,
açúcar, queijo, salsicha, chá, tabaco, etc.

As suas sub – contas são:

2.7.1. De produção

2.7.1.1. Animais

2.7.1.2. Plantas

2.7.2. Consumíveis

2.7.2.1. Animais

2.7.2.2. Plantas

Nos activos biológicos de produção temos por exemplo o gado bovino que pode-se obter o leite,
as árvores de fruta e elas permanecem vivas aquando do processo de produção. Nos activos
biológicos consumíveis são os que são colhidos como produtos agrícolas ou vendidos como
activo biológicos.

Ex. Gado caprino abatido para a produção de carne ou venda, as colheitas de milho, trigo,
arvores para o abate e produção de madeira, etc.

Conta 2.8. Regularização dos Inventários

Destina – se a servir de contrapartida ao registo de quebras, sobras, saídas e entradas por ofertas,
entre outros. A tipologia de factos patrimoniais susceptíveis de registo nesta conta é:

1 – Quebras e sobras de existências;

2 – Ofertas de existências;

3 – Transferência entre contas de existências;

4 – Transferência para e de contas de imobilizados;

5 – Beneficiação de mercadorias usadas.

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Assim pode – se contabilisticamente seguir os passos seguintes:

1 - Quebras e sobras de existências

Pode – se distinguir os seguintes movimentos:

a) Quebras (sobras) normais: verificado com alguma regularidade e resultante da


actividade normal.
b) Quebras (sobras) anormais: as que se verificam como imprevisível, resultante dos
factos alheios ao exercício da actividade (acidentes, roubos, incêndios, etc.).

Contabilisticamente teremos:

Alteração da quantidade e do valor global, mantendo – se consequentemente, o custo unitário da


existência em armazém a conta 2.8. elas debitam – se pelas sobras e creditam – se pelas quebras.

Demonstração:

2 – Ofertas de Existências

a) Pela oferta a terceiros (clientes), o movimento é o seguinte:

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b) Pela oferta de terceiros (fornecedores):

 No primeiro caso reconhecemos um gasto pela saída do nosso armazém ou stock das
quantidades entregues como ofertas;
 No segundo caso, estamos perante um proveito pela entrada no nosso armazém ou
stock, das quantidades recebidas como ofertas.

3 – Transferência entre contas de existências (reclassificação).

Em determinadas empresas, pode acontecer que um bem é classificado como existências em


duas contas do primeiro grau como a de mercadorias e matéria – prima e há necessidade de
se proceder a transferência entre essas contas, com vista a salvaguarda da fiabilidade da
informação prestada nas demonstrações financeiras, e é aconselhável que as transferências
entre estas contas de inventário se registem por intermédio da conta 2.8, como se segue:

4 – Transferência para e dos activos fixos:

Surge pela incorporação da gestão em afectar aos activos fixos de bens que até ao momento
estavam como existência e vice – versa.

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Esta surge como forma da regularização dos activos fixos tangíveis que possui – se como
existência ou em stock e é de extrema importância com vista a regularização das mesmas
quando assim o for necessário. O movimento contabilístico será o seguinte:

5 – Beneficiação de mercadorias usadas

Algumas empresas comerciais possuem departamentos técnicos, oficinas, secções de


reparação, etc., onde reparam e beneficiam bens adquiridos em estado de uso (ex. acessórios
de viaturas), que posteriormente são vendidos, como mercadorias dos seus stocks. Com a
explicitar adequadamente o CIVMC (pois ao valor de aquisição, deverão ser acrescidos os
materiais ou peças substituídas, os serviços próprios ou prestados por terceiros, etc.).

Assim debita – se a conta 2.8 em contrapartida da conta 7.3. investimentos realizados pela
própria empresa.

Assim teremos por via disto o seguinte movimento:

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A conta 2.8 é transitória e saldará, após o seu uso em contrapartida da adequada conta de
inventário, nos SIP e SII. Neste âmbito existe um pormenor diferenciador: o momento em que se
opera a transferência do saldo ocorrido.

Assim no SIP as sub – contas 2.8 saldarão, logo a seguir aos momentos no lançamento ilustrado
abaixo:

Neste âmbito o lançamento da transferência de saldos para as respectivas contas dos inventários
será ilustrada abaixo:

Assim tratando – se de uma venda, ou proveito, deve – se calcular com a fórmula CIVMC = Ei
+ Compra – Ef +/- Regularizações; e após o sucedido, faz – se o lançamento apropriado,
tratados no inicio do capítulo.

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