1 Alfredo Panzo Et Al - Capacitacao de Professores para A Insercao
1 Alfredo Panzo Et Al - Capacitacao de Professores para A Insercao
1 Alfredo Panzo Et Al - Capacitacao de Professores para A Insercao
1. Introdução
Com o objectivo de capacitar professores para a inserção da educação ambiental na prática
docente no ensino de biologia na 10ª classe do ensino secundário, foi estabelecido o presente
estudo de caso, na Escola Nambambi, na cidade do Lubango, na província da Huíla – Angola.
Para o efeito foi identificado o conhecimento prévio dos alunos e a metodologia de ensino
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usada pelos professores, cujos resultados permitiram propor estratégias para abordagem dos
conteúdos de biologia com ênfase na Educação Ambiental.
Assim, entender do que trata a Educação Ambiental (EA) é de fundamental importância para
que se possa compreender melhor tanto as inter-relações entre o homem e o ambiente como
também suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas.
De acordo com Carvalho (1998), conhecer o que pensam os professores sobre o meio
ambiente e educação ambiental tem sido apontado pela literatura como uma estratégia de
fundamental importância para se direccionarem acções e propostas a um programa de
educação ambiental.
Nesse contexto, a educação ambiental pode ser uma ferramenta na mudança de mentalidades
e de atitudes na relação homem-ambiente. O enfoque é voltado para o desenvolvimento dos
conteúdos de Educação Ambiental para os professores, porque eles fazem parte deste
processo.
O trabalho aborda o debate sobre alguns conteúdos de Educação Ambiental que possam,
contribuir para a incorporação de Educação Ambiental no Ensino. Nesse sentido, a escola é
um agente social na promoção de novos valores éticos, de transformação de utopias em
acções alternativas concretas e viáveis.
Segundo a Lei de bases do ambiente, Lei nº 5/98, de 19 de Junho, nos Artigos 4º e 5º, esta
tarefa já é a manutenção do conteúdo aprovado. Ele consagra os princípios e objectivos.
Importa destacar o facto de ser consagrado os aspectos da formação e Educação Ambiental
estabelecendo de que, todos os cidadãos têm o direito e o dever de receberem Educação
Ambiental de forma a melhor compreenderem os fenómenos do equilíbrio ambiental, base
essencial para uma actuação consciente na defesa da Política Ambiental Nacional.
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O trabalho estrutura-se para além da introdução da seguinte forma: a fundamentação teórica, a
metodologia de investigação, o tópico da inserção da educação ambiental na prática docente, e
a conclusão.
2. Fundamentação Teórica
As definições são muitas, mas existem entre elas vários pontos em comum, pois consideram
que a Educação Ambiental possui, necessariamente uma visão holística e uma abordagem
integradora.
A Educação Ambiental, segundo Loureiro (2004, p.21) “deve ser percebida dentro da
Educação, como um processo dialógico, diálogo este, que envolve a todos em busca da
transformação”.
Concorda-se com Dias (2006) de que a perspectiva interdisciplinar entende-se aqui como o
diálogo de saberes, contribuindo para a compreensão complexa do ambiente em suas
diferentes dimensões, estimulando os sujeitos para a participação consciente, activa e
responsável na busca da sustentabilidade.
Para Buff, o termo ambiente foi criado pelo dinamarquês, Jens Baggesen em 1800 (Buza,
2009). Segundo Joelcey apud Bezerra & Costa e por sua vez referenciados por Buza (2009), a
definição apesar da diversidade de conceitos, o meio ambiente é o campo de acção das
ciências ecológicas, é um anel ao redor de cada indivíduo, que consiste em objectos, locais,
influências e condições que os modelam.
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Outubro no Brasil na Conferência Nacional de Educação Ambiental e em Dezembro de 1997,
na Conferência de Thessaloniki, realizada na Grécia.
Na realidade, todos devem participar nesta batalha tão importante que visa garantir a
conservação da humanidade, dos seres vivos e dos seus ecossistemas. Este trabalho é um
exercício dentro do marco da abrangência da educação ambiental aos grupos sociais,
concretamente os alunos do Ensino Secundário.
À entrada do Século XXI, Angola encontra-se numa posição singular exibindo ainda
problemas sociais comuns aos países em desenvolvimento, mas enfrentando os mesmos
desafios ambientais que os países desenvolvidos.
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Programa de Educação e Consciencialização Ambiental (PECA) com definições para
princípios, finalidades, objectivos e a implementação do programa na educação ambiental
formal e não formal. Esse programa produziu um primeiro projecto, dirigido a coordenadores
de disciplinas dos Institutos Médios de Educação.
Posteriormente, sob a égide do então Ministério das Pescas e Ambiente, foram aprovadas as
bases que visam à elaboração de um Programa de Educação e Consciencialização Ambiental,
para um período de cinco anos.
Este processo vai dar sustentação para o exercício de experiências em Educação Ambiental no
país através de diversas actividades em parceria entre o poder público e a sociedade, com
acções desenvolvidas principalmente por ONG ambientalistas como o Juventude Ecológica
Angolana (JEA), e a Rede Mayombe, formada por significativo número de ONG
ambientalistas actuante na maioria das províncias de Angola.
Para a criança é muito relevante a utilização de situações da vida real, que acontecem num
Ambiente próximo, visto que as novas aprendizagens consolidam-se a partir das vivências
experimentadas. Deste modo, pode-se afirmar que a observação e o contacto directo com o
Ambiente favorecem o estreitamento das relações entre o aluno e o Ambiente segundo
Máximo & Esteves, citados por Tamazello & Ferreira (2001).
Por fim, e no que concerne à educação para o Ambiente, segundo Tomazello & Ferreira
(2001), pretende-se suscitar a aquisição de valores, atitudes e comportamentos que
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influenciam a acção colectiva em defesa e protecção do Ambiente e seus problemas. Aspira-
se que o aluno adquira atitudes, que tome decisões e que actue de forma consciente e
empenhada, pois esta fase do processo educativo, considerado como mais inovador, não se
confina só à fase cognitiva, à aquisição de conhecimentos, mas sim ao desenvolvimento de
capacidades.
3. Metodologia de Investigação
3.1. Caracterização da área de estudo
O trabalho possui um universo populacional dividido entre alunos e professores, tendo sido
determinada a amostra para cada um deles. Optou-se por definir, como população, os
estudantes da 10ª classe do Curso de Ciências Físicas e Biológicas, correspondentes a 785
alunos e 4 professores de Biologia da 10ª Classe. Deste universo, escolheu-se como amostra
de 80 alunos e 3 professores. A amostra de 80 estudantes é constituída por 33 femininos e 47
masculinos cuja idade varia de 17 à 43 anos.
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idades, variam de 27 aos 51 anos, com média de idade de 43 anos e o tempo de serviço
calculado em 20 anos variando de 7 aos 26 anos de serviço.
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Quanto ao conhecimento dos alunos sobre a relação conservação do ambiente e produtividade
aliada ao desenvolvimento do país, entendem que não existe conflitos de ambos os lados e
que, os defensores do meio ambiente só perturbam quem realmente produz e deseja
desenvolver o país. Esta posição é reforçada por aqueles que preferem ter menos poluição ou
seja, um desenvolvimento sustentado.
Os alunos são bem conscientes a responsabilidade de cada um para com as questões
ambientais. Não concordam que a pior poluição é a pobreza. Não estão com a ideia de que
não adianta defender o ambiente e não produzir o desenvolvimento. Também não concordam
que para haver progresso é normal que algo seja destruído ou poluído.
Comparando com outros dados percebe-se que os alunos entendem que a preocupação pelo
ambiente não é um sentimento efémero, não substituem o progresso pela destruição da
Natureza, não avalizam a destruição da natureza em benefício do progresso. Com estes dados,
pode-se afirmar que os alunos são portadores de conhecimento sobre a preservação da
Natureza.
Importa destacar que os alunos sabem analisar o que é feito em prol da Educação ambiental.
Apontam as campanhas de educação ambiental promovidas pela televisão, escolas, etc, pouco
contribuem para desenvolver a consciência ecológica nas pessoas. Aqui nota-se a fraqueza
dos órgãos da informação massiva e os programas escolares em contribuírem para a educação
ambiental. Por isso, é importante um trabalho conjunto e também individual.
Depois de toda análise, constatou-se que a escola pode servir de canal para a distribuição de
informações úteis à preservação e conservação do meio ambiente, além de servir como base
para fins educativos e ecológicos. A escola é o local mais apropriado para este tipo de
educação, pois ela pode encorajar acções, através de planos, projectos e programas de
Educação Ambiental, além de facilitar a comunicação e a troca de experiências entre os
alunos e os educadores ambientais.
A escola tem condições de estimular o hábito de participação e a adopção de comportamentos
sustentáveis no quotidiano, ao nível pessoal, familiar e comunitário, fornecendo
fundamentalmente uma metodologia, formação, enquadramento e apoio nas actividades que
se desenvolvem. Os projectos de meio ambiente, na escola, sempre terão por finalidade
auxiliar na formação e qualificação dos alunos e professores, com base nos princípios e na
metodologia que envolve a comunidade.
Este auxílio na qualificação visa também, promover um maior conhecimento sobre novos
processos de preservação e conservação, adequação às formas de regulamentação, bem como
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criar condições que facilitem a difusão da informação científica sobre a Educação ambiental
dentro da interdisciplinaridade.
Pode-se verificar que a maioria dos alunos, acha importante a discussão dos temas ambientais,
demonstrando um interesse e consciência ambiental. A partir desta constatação, torna-se fácil
ao professor trabalhar com temáticas ambientais que demonstram interesse ao aluno.
Nesta perspectiva, o Educador ambiental deve desenvolver actividades de Educação
Ambiental, como um processo permanente e não de forma isolada. Assim como, os problemas
a serem discutidos devem ser abordados interagindo o homem com o meio ambiente. Pois,
sendo o homem parte do ambiente, é também responsável pelos problemas ambientais.
Reigota (1991) considera a Educação Ambiental acima de tudo como uma educação política,
que prepara o cidadão para a autogestão e para a revindicação de justiça social e da ética nas
relações humanas e com a natureza.
Segundo a análise dos questionários e do curriculum, constatou-se que a Educação Ambiental
não está inserida nele, também, os alunos são receptivos a metodologias diferentes das
convencionais como: aula de campo, jogos, etc estando abertos a discutir assuntos da
actualidade em relação à Educação Ambiental.
A educação para o ambiente numa visão holística proporciona uma conectividade centrada na
consciência ambiental e a escola terá que encontrar formas de trabalhar conteúdos e
metodologias adequadas a este propósito. Nas aulas de Biologia a Educação Ambiental pode
ser inserida e desenvolvida por meio de módulos temáticos.
Uma análise das respostas dos professores ao questionário leva perceber que os
conhecimentos que os alunos possuem de Educação ambiental não provêm da Escola.
Afirmam que a educação ambiental não está presente nas escolas.
A prova desta constatação reside, provavelmente pelo facto do currículo do II ciclo do Ensino
geral e o programa de Biologia da 10ª classe não apresentarem objectivos que vinculam o
ensino com a educação ambiental de forma específica. Os professores concordam que o livro
didáctico apresenta conteúdos relacionados com à educação ambiental e que foram
identificados que os mesmos articulam a Educação ambiental na sua prática docente.
Pela sua própria natureza, a Educação ambiental deveria ter enfoque em todas unidades de
Biologia de maneira que não seja segmentada sob pena de se tornarem mal-entendidas e
pouco abrangentes. Uma visão da educação para o meio ambiente mais ampla deve envolver
as pessoas da comunidade, os currículos escolares e a preparação dos professores em geral,
não apenas aqueles que estão ligados às áreas das ciências biológicas.
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A proposta de transversalidade coloca um novo desafio para os professores, dando espaço
para a criatividade e a inovação, possibilitando a busca de novos caminhos para o fazer
pedagógico. Não só pretende tratar de forma integrada temas de relevância social, como
também exige a implementação participativa e activa dos professores e alunos. Reconhece
como ponto de partida do Processo de Ensino Aprendizagem os conhecimentos prévios dos
alunos, seus interesses e motivações e o estágio do desenvolvimento cognitivo -afectivo em
que se encontram, bem como a exigência permanente da contextualização das situações
educativas e a imprescindível busca da relação entre teoria e a prática.
A Educação Ambiental é vista por Leff, referenciado por Da Silva et al (2012, p. 711), como
ferramenta teórico-metodológica de uma nova racionalidade, centrada numa perspectiva de
sustentabilidade, pois “a educação ambiental adquire um sentido estratégico na condução do
processo de transição para uma sociedade sustentável”.
Em função do exposto, entende-se que a Educação ambiental deve ser abordada de forma
interdisciplinar, razão pela qual se propõe uma estratégia metodológica com enfoque na
Unidade de divisão celular por se detectar um grande índice de absentismo na sua articulação
com a Educação ambiental.
5. Conclusões
Os resultados permitiram propor estratégias para abordagem dos conteúdos de biologia com
ênfase na Educação Ambiental.
Constatou-se que os alunos reconhecem a importância da Educação ambiental e são unânimes
na sua inclusão no programa de Biologia da 10ª classe tendo estes demostrado que têm noção
das consequências da poluição.
Os professores reconhecem haver pouca articulação da Educação Ambiental com as unidades
de Biologia nessa classe apesar de abordar a questão da educação ambiental em algumas
unidades, mas não identificaram as metodologias que estes aplicam. Os professores
reconhecem que a escola não possui um projecto pedagógico sobre a Educação Ambiental.
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Diante do exposto foi apresentado através de uma proposta metodológica os conteúdos que
contemplam a Educação ambiental na sua interdisciplinaridade com Biologia Celular, e foram
elaboradas as sequências didácticas como estratégia teórica de ensino-aprendizagem.
6. Referências Bibliográficas
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