Humanidades, Ciências Sociais e Cidadan - UNI 1

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 27

Humanidades, Ciências

Sociais e Cidadania
HUMANIDADES, CIÊNCIAS
SOCIAIS E CIDADANIA
Autoria

Rosângela Araújo de Castro


EXPEDIENTE
REITOR: FICHA TÉCNICA
PROF. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS AUTORIA:
ROSÂNGELA ARAÚJO DE CASTRO
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO:
PROF. RAFAEL RABELO BASTOS SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO NEAD:
FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMETNO ALVES
PRÓ-REITOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS:
DESIGN INSTRUCIONAL:
PROF. CLÁUDIO RABELO BASTOS ANTONIO CARLOS VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO: PROJETO GRÁFICO E CAPA:
PROF. VALDIR ALVES DE GODOY FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: DIAGRAMAÇÃO E TRATAMENTO DE IMAGENS:
PROFA. MARIA ALICE DUARTE G. SOARES FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMETNO ALVES
COORDENAÇÃO NEAD: REVISÃO TEXTUAL:
PROFA. LUCIANA R. RAMOS DUARTE EMANOELA DE ARAÚJO

FICHA CATALOGRÁFICA
CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
BIBLIOTECA FACULDADE ATENEU

CASTRO, Rosângela Araújo de. Humanidades, ciências sociais


e cidadania. / Rosângela Araújo de Castro. - Fortaleza: Faculdade
Ateneu, 2018.
92 p.
ISBN:
1. Engenharia Civil. 2. Ciências Sociais. 3. Lesgislação e Ética 4. Cidadania
I. Faculdade Ateneu.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou
parcialmente, por quaisquer métodos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia
fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos
para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo,
deverão ser dirigidos à Direção.
Rosângela Araújo de Castro

Seja bem-vindo!
Caro estudante, é com grande satisfação que apresento
o material didático da disciplina Humanidades, Ciências Sociais e
Cidadania.

Este livro está dividido em quatro capítulos conforme a ementa


da disciplina. Sendo Sistemas Políticos, Cultura das Instituições,
Interfaces entre o Homem e a Tecnologia e Legislação e Ética.
Nestes capítulos, o conteúdo será abordado de forma clara e didá-
tica com intuito de você, estudante, obter uma melhor compreen-
são da matéria.

Contudo, o conteúdo abordado será feito de forma um pouco


mais resumida, conforme as suas necessidades diante do curso.
Isto foi realizado em decorrência da disciplina abordar um leque de
ciências como Sociologia, Antropologia, História e algumas legisla-
ções que passam pelo Direito Civil, Direito Administrativo e Ética
Profissional.

Desse modo, não se tem a pretensão de esgotar todo o


assunto, ao contrário, você deverá procurar outras fontes além
deste livro para aprimorar seus conhecimentos. Portanto, o livro
servirá como um norteador de seus estudos.

Bons estudos!
SISTEMAS POLÍTICOS

SUMÁRIO
1. Definição de sistema político ........................................ 10
2. Organização e estrutura do estado ...........................12
3. Características da Federação no Brasil ...................21

CULTURA DAS INSTITUIÇÕES


1. Um breve resgate histórico sobre
a Antropologia .................................................................... 30
2. Definição de cultura ..........................................................32
3. Importância da cultura na construção
da sociedade .........................................................................36
4. Os elementos presentes na cultura ..........................39
4.1. Religião ............................................................................39
4.2. Raça e etnia ..................................................................42
4.3. Identidade ................................................................... 44
4.4. Gênero ........................................................................... 46
4.5. Família ............................................................................ 48
INTERFACES ENTRE O HOMEM E A TECNOLOGIA
1. Tecnologia e sociedade: o papel da
tecnologia na vida moderna .........................................56
2. Os reflexos do desenvolvimento
SUMÁRIO
tecnológico na cultura de um povo ...........................61
Referências................................................................................ 66

LEGISLAÇÃO E ÉTICA
1. Definição de Ética e moral ............................................ 70
2. O papel social do
engenheiro e do arquiteto .............................................72
3. Ética profissional do
engenheiro - Lei nº 5.194/1966 .....................................74
4. Ética profissional do arquiteto e urbanista – Lei nº
12.378/2010 ............................................................................78
5. Código civil - Lei nº 10.406/2002.............................. 80
6. Lei de licitações - Lei nº 8.666/1993 ........................ 86
Referências..................................................................................91
CAPÍTULO 01
SISTEMAS POLÍTICOS

Apresentação
Caro estudante, este capítulo visa inicialmente explicar o
que é sistema político na visão sociológica e jurídica. Entretanto,
sua principal ênfase consiste em mostrar a organização e estrutu-
ra do Estado com suas diferentes características decorrentes de
cada nação e de suas próprias estruturas sociais.

A compreensão do significado de sistema político e suas


particularidades é importante para os estudantes de todas as áreas,
pois, possibilita que estes tenham uma visão crítica da sociedade
e isto pode ser considerado um exercício de cidadania, uma vez
que a universidade ou faculdade não é apenas um local de apren-
dizado técnico-científico, mas sim um ambiente de construção de
conhecimento e de nascimento para debates que podem culminar
futuramente em novas teses ou teorias.
• Conhecer os sistemas políticos à luz de diferentes
perspectivas;
• Entender como os sistemas políticos norteiam o
Objetivos de
desenvolvimento político e econômico de uma
Aprendizagem
sociedade;
• Estudar conceitos como sistema de governo, forma
de governo e forma de Estado e suas diferenças.

1. DEFINIÇÃO DE SISTEMA POLÍTICO


Contemporaneamente na Ciência Política, os conceitos de
estado, poder e regime têm sido substituídos pelo termo sistema
político, que é mais abrangente e compreende diversos níveis de
organização política, como a institucionalização de determinadas
ideologias.

Sistema político pode ser definido como um conjunto de ins-


tituições legais e formais que regem um governo ou estado, pode
compreender as formas estabelecidas de comportamento político
com suas manifestações e incluiria a organização legal do estado,
como também o real funcionamento da vida política.

O sistema político é basicamente dinâmico e aberto. Ele


transforma-se em decorrência das adaptações geradas por fatores
internos e por suas relações de intercâmbio com fatores externos,
como o econômico e o sociocultural.

É definido, por alguns autores, como uma forma de governo


predominante num Estado constituído e conjunto de instituições
políticas. O sistema político permite a organização do poder sobre
a sociedade.

O responsável pelo exercício do poder e de representação


dos direitos e deveres da sociedade é reconhecido como uma au-
toridade diante a sociedade administrada. O sistema político difere
da forma de estado, que pode ser unitário ou federal e também de
forma de governo.
10 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
Codato (2012) menciona que o sistema político pode designar
sistema de governo e seus principais modelos, que são: parlamen-
tarismo e presidencialismo. Os cientistas políticos normalmente
utilizam para nomear tipos de regimes políticos como: democra-
cia, autoritarismo, totalitarismo e suas variantes, que são as oligar-
quias, tirania, teocracia e aristocracia.

O sistema político é o conjunto de instituições governamen-


tais, valores políticos e suas relações de interdependência. É a for-
ma como se conectam a autoridade política, o poder e o processo
de tomada de decisões numa nação.

Avelar e Octávio afirmam que os indivíduos devem saber


como funciona um sistema político, uma vez que isto é um pré-re-
quisito para a participação nos processos políticos.

Um estudo do sistema político não deve abordar apenas te-


máticas relacionadas às instituições políticas, mas faz-se necessário
apresentar os contextos que influenciam e impõe as decisões que
norteiam o desenvolvimento político de uma sociedade.

Os mesmos autores supracitados caracterizam o sistema po-


lítico desta forma:

O sistema político deve ser compreendido como


um subsistema da sociedade no qual o indivíduo
pode desempenhar diferentes papéis, tais como
cidadão, eleitor, integrante de um partido político
ou de uma associação profissional, como parla-
mentar nos diversos níveis de representação ou
manifestante, etc. (p. 13).

Por conseguinte, a compreensão do sistema político pode ser


aprendido por meio do papel social que cada indivíduo tem na so-
ciedade. E o desempenho do papel social de cada pessoa poderá
trazer-lhe visões de mundo diferenciadas dos sistemas políticos.
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 11
A maioria dos autores como sociólogos e historiado-
res usam os termos forma de governo e forma de estado
como sinônimos de sistema político. Entretanto, doutrina-
Curiosidade dores constitucionalistas fazem sua distinção.

Na Ciência Política contemporânea, as instituições permitem


às pessoas participarem e regularem, de maneira confiável, em em-
preendimentos necessários à vida em sociedade. As instituições
estimulam e também desestimulam certos comportamentos dos
eleitores e dos partidos políticos.

Cada país optante por um regime de governo democrático


possui uma singular organização política, pois foi moldada a partir
de desafios enfrentados ao longo de sua história.

2. ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO ESTADO


Em uma nação um mesmo sistema político pode apresentar
características diferentes em virtude de estruturas de poder e so-
ciais específicas. Alguns autores fazem a divisão dos sistemas po-
líticos basicamente em: monarquia, república e anarquia. Elencam
como práticas governamentais ou regime de governo o absolutis-
mo, a democracia, o parlamentarismo, a aristocracia, o presidencia-
lismo e o totalitarismo.

Lenza (2009), renomado doutrinador constitucionalista, afir-


ma que a organização e a estrutura do Estado devem ser entendi-
das sob três aspectos: forma de governo, sistema de governo e
forma de estado. A forma de governo seria república ou monar-
quia, o sistema de governo seria presidencialismo ou parlamenta-
rismo e a forma de estado como estado unitário ou federação.
12 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
O estado unitário tem três espécies distintas: estado unitário
puro; estado unitário descentralizado administrativamente; e esta-
do unitário descentralizado administrativa e politicamente. O esta-
do unitário puro se caracteriza por uma absoluta centralização do
exercício do poder, não há exemplo histórico. O estado unitário
descentralizado administrativamente concentra a tomada de de-
cisões políticas nas mãos do governo nacional, mas busca se des-
centralizar, na medida em que delega a outras pessoas a execução
e a administração das decisões políticas tomadas. Já o estado uni-
tário descentralizado administrativa e politicamente é a forma de
estado mais comum encontrada na atualidade, especialmente nos
países europeus. Portanto, há uma descentralização administrativa
e também política. As pessoas têm uma certa autonomia política
para decidir no caso concreto a melhor atitude a ser utilizada na
execução das decisões já tomadas pelo governo central.

Paulo e Alexandrino (2009), outros doutrinadores constitu-


cionalistas, trabalham com a mesma organização e estrutura do es-
tado em forma de governo, sistema de governo e forma de estado.

Para estes, a forma de governo está relacionada com o modo


que se dá a instituição do poder na sociedade, e como ocorre a
relação entre governantes e governados. Tem-se como forma de
governo a república e a monarquia. Onde a república possui a ins-
tituição do poder por meio de eleições, por um período certo de
tempo, e o governante possui a função de representar o povo; as-
sim como também tem o dever de prestar contas de seus atos.

Conforme Silva (apud Paulo e Alexandrino 2009):


O princípio republicano impõe, no caso do Brasil,
a necessidade de legitimidade popular do Presi-
dente da República, governadores de estado e
prefeitos municipais, a existência de assembleias
e câmaras populares nas três órbitas de gover-
no da Federação, eleições periódicas por tempo
limitado – que se traduz na temporalidade dos
mandatos eletivos e, consequentemente, não-vi-
taliciedade dos cargos políticos – e prestação de
contas da Administração Pública (p. 256).
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 13
Portanto, a república possui as seguintes características: ele-
tividade, seja direta ou indireta; temporalidade no exercício do
poder; representatividade popular; e responsabilidade do gover-
nante que tem o dever de prestar contas.

Já a monarquia é uma forma de governo marcada pela here-


ditariedade, vitaliciedade e ausência de representação popular. A
instituição do poder não se dá por eleições, o mandato é vitalício
e o monarca não representa o povo, mas sim a linhagem de sua
família e também não tem o dever de prestar contas pelos seus
atos de governo perante o povo. Deste modo, a monarquia possui
as seguintes características: hereditariedade; vitaliciedade; inexis-
tência de representação popular; e irresponsabilidade do gover-
nante diante prestação de contas de seus atos perante a nação.

Paulo e Alexandrino (2009) afirmam que o sistema de governo


está ligado ao modo como se relacionam os poderes legislativo e
executivo no exercício das funções governamentais. Tem-se como
sistema de governo o presidencialismo e o parlamentarismo.
Sendo que o presidencialismo possui uma maior independência en-
tre os poderes. Mas se houver uma maior colaboração e interação
de responsabilidades entre os poderes na condução das funções
governamentais, tem-se o parlamentarismo.

O presidencialismo é um sistema de governo dotado das se-


guintes características: 1. O Presidente da República exerce o Po-
der Executivo em toda a sua magnitude, acumulando as funções
de Chefe de Estado, Chefe de Governo e Chefe da Administração
Pública; 2. O Presidente da República cumpre mandato autônomo,
pois não depende do Poder Legislativo; 3. O órgão do Poder Legis-
lativo com o Congresso, Assembleia e Câmara têm seus membros
eleitos por período fixo de mandato; 4. O Legislativo não está sujeito
a dissolução, uma vez que seus membros possuem um mandato
determinado por um período certo de tempo; 5. As relações entre
os poderes são mais rígidas, em que prevalece o princípio da sepa-
ração de poderes, que devem ser independentes e harmônicos en-
tre si; 6. A responsabilidade pela execução dos planos de governo
cabe essencialmente ao Executivo, mesmo quando aprovados por
lei; 7. É um sistema típico das repúblicas.
14 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
Por conseguinte, no presidencialismo o presidente tem seu
mandato prefixado, assim como os parlamentares. Ele não pode
ser retirado pelo voto parlamentar, exceto em caso de impeach-
ment. O Legislativo não pode ser dissolvido pelo presidente. No
presidencialismo, os deputados e senadores (parlamento) não
respondem pela implementação de políticas públicas e nem pelo
exercício das ações governamentais. O Legislativo desempenha a
função de legislar, ou seja, votar as leis; entretanto, não é responsá-
vel pela sua implementação.

O Presidente da República desempenha a função


de Chefe de Estado quando representa o Estado frente a
outros Estados soberanos. Desempenha a função de Che-
fe de Governo quando cuida da política interna e possui a
função de Chefe da Administração Pública quando exerce Curiosidade
a chefia superior da Administração Pública.

Entretanto, no sistema de governo parlamentarista os po-


deres executivo e legislativo não são independentes. Eles atuam
em colaboração para que ocorra o exercício do poder, ou seja, a
manutenção do poder depende da vontade de ambos. O Chefe do
Executivo exerce a chefia de Estado e escolhe o Primeiro Ministro,
para que este exerça a chefia de governo. O Primeiro Ministro ela-
bora um plano de governo e o submete a aprovação do parlamen-
to. Com isso, o Primeiro Ministro ficará no poder se seu plano de
governo tiver a aprovação do parlamento. No entanto, o governo
poderá, em determinadas circunstâncias, dissolver o parlamento e
convocar novas eleições.

O parlamentarismo busca uma integração entre o parlamen-


to e o executivo. Mas o governo se mantém em decorrência da
assembleia. Nele um só partido ou uma coligação de partidos é
corresponsável pela política governamental.
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 15
Portanto, o sistema de governo parlamentarista possui as se-
guintes características: 1. O Poder Executivo se divide em chefia
de estado, exercida pelo Monarca ou Presidente da República, e
chefia de governo, exercida pelo Primeiro Ministro; 2. O Primeiro
Ministro é indicado pelo Presidente da República (neste momen-
to o Primeiro Ministro elabora o plano de governo e o submete à
apreciação do parlamento); 3. O Legislativo (parlamento) terá uma
função político-governamental por ter a figura do Primeiro Ministro
que será o Governo; 4. O Governo (Primeiro Ministro) é responsável
perante o parlamento e depende de seu apoio para se manter; 5. O
parlamento é responsável perante o povo; 6. É um sistema típico
das monarquias, mas atualmente está sendo adotado nas repúbli-
cas da Europa.

Desse modo, ver-se que existe uma responsabilidade política


do Governo perante o parlamento eleito pelo povo. E este parla-
mento deve responsabilidade por seus atos diante a população.

Paulo e Alexandrino (2009) mencionam que a forma de esta-


do está relacionada como o modo de exercício do poder político
em função de um determinado Estado. Existe a divisão regional de
poderes autônomos e esta é sua característica basilar. O Estado
poderá ser federado ou unitário.

O Estado será considerado federado quando o poder político


estiver repartido entre diversas entidades governamentais autôno-
mas, mas que coexistam em um mesmo território. Tem como carac-
terística uma descentralização política, já que possui uma repartição
constitucional de competências entre as entidades federadas autôno-
mas que integram o Estado. Portanto, o poder político não fica apenas
concentrado na entidade central, mas é dividido entre as diferentes
entidades federadas que são dotadas de autonomia.

O Estado federado nasceu nos Estados Unidos em 1789, com


a promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América.
Ele possui diversas entidades políticas autônomas e que possuem
um vínculo indissolúvel. Contudo, não existe uma subordinação
hierárquica entre as entidades políticas que compõem um Estado
federado. Todas as entidades possuem o exercício autônomo das
competências que são atribuídas a estes por meio da Constituição
Federal. No entanto, não existe a possibilidade de dissolver a uni-
dade, pois esta é necessária para a sustentação do Estado soberano.
16 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
No Estado unitário somente existe um único centro de poder
político no território. Portanto, caracteriza-se pela centralização
política em uma só unidade de poder. Tem-se como exemplo o
Uruguai, onde só existe um centro de poder político nacional, que
se estende por todo o território e toda a população. O Estado uni-
tário pode ser classificado em três espécies: Estado unitário puro;
Estado unitário descentralizado administrativamente; Estado unitá-
rio descentralizado administrativamente e politicamente.

O Estado unitário puro é definido por Mota e Spitzcovsky


(2009) (apud Lenza) da seguinte forma: “se caracteriza por uma
absoluta centralização do exercício do poder, tendo em conta o
território do Estado”. No entanto, esta forma de Estado unitário não
possui exemplo, uma vez que não permite que o poder seja exerci-
do de maneira eficiente.

O Estado unitário descentralizado administrativamente


concentra as decisões políticas no governo nacional. Já a execução
das decisões políticas tomadas é feita de forma descentralizada,
outras pessoas em nome do governo executaram as decisões.

O Estado unitário descentralizado administrativa e politi-


camente é a forma de Estado mais comum na atualidade. Outras
pessoas executarão as decisões tomadas pelo governo nacional,
mas também terão uma certa autonomia política para decidir qual
a melhor maneira de executar as decisões tomadas.

A Federação é a união de estados que estabelecem uma estru-


tura executiva central para definir políticas e realizar atividades con-
juntas. As federações podem ter objetivos políticos e econômicos.

A Federação tem como características comuns: a descentra-


lização política; a constituição rígida como base jurídica (estabilida-
de constitucional, a constituição não é facilmente modificada); ine-
xistência do direito de sucessão (princípio da indissolubilidade do
vínculo federativo, ou seja, uma vez criado o pacto federativo este
não pode ser desfeito); soberania do Estado federal (os estados
pertencentes à Federação perdem soberania, mas são autônomos);
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 17
auto-organização dos Estados-membros (existência de constitui-
ções estaduais); órgão representativo dos estados-membros (no
Brasil a representação ocorre por meio do Senado Federal); guar-
dião da Constituição (no Brasil é o STF).

Também se tem outra forma de Estado conhecida como Con-


federação, que consiste na união dissolúvel dos Estados soberanos
e que se vinculam mediante a celebração de um tratado regido
pelas regras do Direito Internacional. Neste tratado fica estabeleci-
do obrigações recíprocas e também pode existir a criação de um
órgão central que executa as decisões tomadas.

De acordo com Celso Bastos a Confederação é vista da


seguinte forma:
Os Estados que compõem não perdem sua indivi-
dualidade do ponto de vista do Direito Internacio-
nal. Todos eles continuam plenamente detentores
da soberania, podendo, livremente, desligar-se a
qualquer momento da Confederação. Além do
mais, esta não tem poderes de imiscuir-se nos as-
suntos internos de cada um dos Estados que a
formam. Quer dizer, as decisões tomadas no nível
da Confederação dependerão sempre de leis in-
ternas de cada um dos Estados, para que se tor-
nem efetivas. (p. 255)

Resumindo, tem-se que na forma de governo monarquia o


poder do governo é concentrado em uma única pessoa e é trans-
mitido hereditariamente, e as propriedades inerentes à soberania
são concebidas diante dos poderes especiais. Na forma de governo
república, os representantes do povo são eleitos pelo mesmo, de
forma direta ou indireta. Caracteriza-se por procurar proporcionar
a justiça e o bem-estar de todos. No sistema de governo presiden-
cialismo, o chefe de governo e o chefe de Estado concentram-se
em uma mesma pessoa, que seria o Presidente. Seus governantes
devem ser escolhidos diretamente pelo povo. Já no parlamenta-
rismo, os parlamentares também são escolhidos pelo povo, mas
ocorre uma desconcentração entre o chefe de governo e o chefe
18 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
de Estado. O chefe de governo tem como função administrar o
país e o chefe de Estado cuida das relações externas e das forças
armadas, sendo que estes por sua vez são escolhidos pelos parla-
mentares e não diretamente pelo povo.

Atualmente, o Brasil adotou, através da Constituição


Federal de 1988, o sistema de governo presidencialista. En-
tretanto, na história do nosso país existiram dois períodos
de experiência sob o sistema de governo parlamentarista,
Curiosidade
sendo uma na época do Império e a outra um pouco antes
do golpe militar de 1964 (1961-1963).

A organização e a estrutura do Estado devem ser


distribuídas, basicamente, da seguinte maneira:
• Forma de governo: República ou Monarquia;
Sistema de governo: presidencialismo ou parla- Fique
Atento
-mentarismo;
• Forma de Estado: Estado Unitário ou Federação.

Fischer (2012) afirma que as práticas governamentais seriam


as seguintes: o absolutismo, a democracia, o parlamentarismo, a
aristocracia, o presidencialismo e o totalitarismo. Já Lenza (2009)
caracteriza a democracia como sendo uma característica, uma pe-
culiaridade do Estado. Para Paulo e Alexandrino (2009), os regi-
mes de governo podem ser o democrático ou o autocrático.

A democracia é um regime de governo onde o poder emana


do povo, proporciona voz a população através da elaboração de
leis, fiscalização destas, que é feita por meio dos remédios cons-
titucionais, e a escolha dos representantes é de forma direita ou
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 19
indireta. Já o regime de governo autocrático é autoritário, onde o
poder é absoluto. A gestão do país é exercida através do soberano
ou de delegações arbitrárias.

A democracia é considerada uma forma de Constituição,


como também uma ordem constitucional, eleitoral e administrati-
va, onde há o equilíbrio dos poderes e órgãos do Estado. Os funda-
mentos dos seus princípios de organização política buscam, dentro
de uma ordem social, proporcionar a liberdade de opinião, a igual-
dade dos direitos políticos para a população e para os partidos po-
líticos, como também a liberdade dos indivíduos diante do Estado
soberano.

Para Paulo e Alexandrino (2009), na autocracia a população


que, será destinatária das normas políticas, não participa da sua
elaboração. Ocorre a imposição da vontade do governante perante
o povo. Já na democracia se tem a participação do povo nas nor-
mas de políticas públicas por meio da escolha de gestores públicos.
O povo também participa do ordenamento jurídico e no controle
das ações governamentais. Deste modo, a democracia é caracteri-
zada pela liberdade do voto popular, pela divisão de poderes e o
controle popular das ações governamentais. Existem três espécies
de democracia que são: a democracia direta, a democracia indireta
ou representativa e democracia semidireta ou participativa.

Na democracia direta o próprio povo exerce os poderes


governamentais elaborando de forma direta as suas leis, como tam-
bém administrando e julgando as questões do Estado. Na demo-
cracia indireta ou representativa o povo é a fonte primaz do po-
der, mas em decorrência da complexidade dos problemas sociais
delega as funções de governo, que seriam elaborar leis, administrar
e julgar as questões pertinentes ao Estado, aos seus representantes
eleitos por ele de maneira periódica. Já na democracia semidireta
ou participativa existe a junção da democracia representativa com
a participação direta do povo nas funções de governo, como o re-
ferendo e o plebiscito. A forma de democracia participativa foi ado-
tada pelo Brasil por meio Constituição Federal de 1988, conforme o
seu artigo 1º, parágrafo único combinado com o artigo 14.
20 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
3. CARACTERÍSTICAS DA
FEDERAÇÃO NO BRASIL
O Brasil possui a forma de governo republicano presidencia-
lista e a forma de estado federativa, na qual seus Estados possuem
autonomia política. E o Estado é dividido em órgãos que seguem
a teoria dos três poderes de Montesquieu: Executivo, Legislativo
e Judiciário, conforme o artigo 1º da Constituição Federal de 1988.
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-
crático de Direito [...].
Art. 2º. São poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e
o Judiciário.

Inicialmente, o Brasil adotou a forma unitária de Estado, sen-


do que a Constituição de 1891 substituiu a forma de Estado unitá-
rio para a federação. Portanto, o Brasil deixou de ser um Estado
com centralização política para ter uma descentralização regional
de poderes políticos. Deste modo, conforme preceitua o artigo 1º
da Constituição Federal de 1988, o Brasil é uma República Fede-
rativa formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e
Distrito Federal. Ainda deve ser acrescentado os preceitos sobre a
organização político-administrativa do Brasil, elencados no artigo
18 da Constituição Federal de 1988, onde afirma que o nosso país é
formado pela União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
e todos são autônomos.

Conforme Paulo e Alexandrino (2009), a federação brasilei-


ra possui uma característica singular, uma vez que nas federações
usuais existe um poder político central e os centros regionais de
poder. No entanto, a federação brasileira possui quatro espécies de
entes federados dotados de autonomia que são: União e estados -
considerados como entes federados típicos - e o Distrito Federal e
os municípios – considerados como entes federados atípicos.
HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 21
Existem dois modelos de federalismo que seria o dual e o
cooperativo. O federalismo dual é caracterizado por ter uma rígida
separação de competências entre a União e os demais entes fede-
rados. Tem-se como exemplo os Estados Unidos da América. Já o
federalismo cooperativo tem como característica uma separação
menos rígida de competências entre a União e os entes federados.
Tem-se como exemplo o Brasil. Mas não importa o modelo de fede-
ralismo, pois em ambos somente o Estado é soberano, e seus entes
federados não o são, estes possuem apenas autonomia.

Diante do exposto, pode-se concluir que a República Federa-


tiva do Brasil é um Estado federado dotado de pessoa jurídica re-
conhecida em âmbito de Direito Internacional, e também é o único
titular de soberania. Os demais entes federados que são a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios devem ser considerados pes-
soas jurídicas de direito público interno que possuem autonomia.

Os fundamentos da República Federativa do Brasil estão


elencados no artigo 1º da Constituição Federal de 1988 e são: a so-
berania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores so-
ciais do trabalho e da livre iniciativa; e o pluralismo político.

Já os objetivos fundamentais da República Federativa do


Brasil estão relacionados no artigo 3º da Constituição Federal de
1988 e são os seguintes: construir uma sociedade livre, justa e so-
lidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e
a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Sendo que
os fundamentos dizem respeito a estrutura do Estado e são ineren-
tes a ele. Já os objetivos são elementos que são desejados, almeja-
dos e que serão perseguidos.

A soberania está relacionada à República Federativa do Bra-


sil e não apenas à União, portanto, engloba o conjunto da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
22 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
O termo soberania surgiu primeiro na França e se caracteriza
por ser absoluta, una, indivisível, inalienável, imprescritível, irrevo-
gável e perpétua. Bodin escreveu, no século XVI, que a soberania é
um poder supremo, incontrastável e que não se submete a nenhum
outro poder. Para ele não há Estado sem soberania. Para Hobbes,
no século XVII, a soberania é um poder soberano que procura le-
gitimar a supremacia do monarca sobre os seus súditos. Já para
Rosseau, no século XVIII, a soberania é o poder supremo do povo,
que seria a soberania popular.

A soberania popular pertence a cada indivíduo que participa


ativamente na escolha de seus representantes. É a doutrina que
fundou a democracia na igualdade política dos cidadãos e resultou
no poder de voto universal.

Já na concepção de soberania nacional, a nação se apresen-


ta como único e exclusivo elemento da autoridade soberana de-
tentora de uma vontade superior à dos indivíduos, sendo que os
indivíduos e a nação formam uma só entidade. O conhecimento do
termo soberania é importante para se compreender a formação do
Estado.

O autor Paulo Bonavides (2000) distingue a soberania do Es-


tado e a soberania no Estado. A primeira, soberania do Estado,
está relacionada ao destaque do Estado como grupo político so-
bre os demais grupos sociais internos e externos, ou seja, ressalta o
Estado dentro da sociedade e perante a comunidade internacional.
A segunda, soberania no Estado, diz respeito à autoridade supre-
ma do poder do representante conferida ao titular do poder su-
premo. Portanto, atualmente a soberania é vista como a vontade
do povo representada pela supremacia do poder estatal e garanti-
do por uma constituição.

A cidadania tem origem no latim civitatem que significa ci-


dade. Pode ser definida como o pertencimento de um indivíduo a
uma comunidade política, ou seja, um país que lhe atribui direitos e
deveres oriundos de uma constituição. O termo cidadania hoje não
está ligado apenas ao direito de votar e ser votado, também tem
relação a conquista dos direitos humanos.

HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 23


Na Grécia antiga, o termo cidadania se confundia com o pró-
prio conceito de naturalidade, pois só seriam considerados cida-
dãos os nascidos em território grego e apenas estes poderiam usu-
fruir dos direitos políticos. O mesmo acontecia em Roma, onde se
exclui os romanos não nobres e os estrangeiros. A cidadania nestes
locais era vista como um direito pertencente a poucos.

Na Idade Média, com o surgimento do Feudalismo, a socie-


dade ficou organizada em nobreza, clero e camponeses, onde a
ideia de cidadania não foi difundida.

Com o Iluminismo surgiu um período de transformações po-


líticas, econômicas, artísticas que contribuíram para o ideal de li-
berdade. Neste contexto, o filósofo Rosseau defendeu o caráter
universal dos direitos.

Já a Revolução Francesa e a Revolução Americana inseriram


no mundo um novo tipo de Estado que trazia as ideias de liberdade
e igualdade. Surgem várias lutas sociais neste período. Diante deste
cenário, a cidadania passa a se vincular à sociedade política e seus
membros.

Após as Grandes Guerras Mundiais houve uma mudança de


ideologia sobre a cidadania. Os órgãos internacionais e a socieda-
de passaram a compreender cidadania como algo intrinsicamente
relacionado aos direitos humanos. Portanto, o conceito de cida-
dania passou a ser relacionado não apenas à participação política,
mas também ao dever do Estado em dar condições mínimas para
o exercício do direito à cidadania que passou a incluir a proteção
do direito à vida, à educação, à informação, e à participação nas
decisões políticas.
24 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
PRATIQUE
Pratique
1. Faça um resumo do seu entendimento sobre sistema polí-
tico não esquecendo de incluir os conceitos de sistema de
governo, forma de governo e forma de Estado.

2. Fale sobre a importância dos sistemas políticos para os in-


divíduos e o papel que devemos ter diante estes.

3. Assista ao filme “A onda” e faça um breve comentário so-


bre os sistemas políticos encontrados no filme.

HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 25


Doutrinadores constitucionalistas afirmam que a or-
ganização e a estrutura do Estado devem ser entendidas
sob três aspectos: forma de governo, sistema de governo
e forma de Estado. A forma de governo seria República
Relembre ou Monarquia, o sistema de governo seria presidencialis-
mo ou parlamentarismo e a forma de Estado como Estado
unitário ou Federação.

Tem-se na forma de governo Monarquia o poder do


governo que fica concentrado em uma única pessoa e é
transmitido hereditariamente, e as propriedades inerentes
à soberania são concebidas diante dos poderes especiais.
Na forma de governo República, os representantes do
povo são eleitos pelo mesmo, de forma direta ou indire-
ta. Caracteriza-se por procurar proporcionar a justiça e o
bem-estar de todos. No sistema de governo presidencia-
lismo, o chefe de governo e o chefe de Estado concen-
tram-se em uma mesma pessoa que seria o Presidente.
Seus governantes devem ser escolhidos diretamente pelo
povo. Já no parlamentarismo, os parlamentares também
são escolhidos pelo povo, mas ocorre uma desconcentra-
ção entre o chefe de governo e o chefe de Estado. O chefe
de governo tem como função administrar o país e o chefe
de Estado cuida das relações externas e das forças arma-
das, sendo que estes por sua vez são escolhidos pelos par-
lamentares e não diretamente pelo povo.

REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo
Descomplicado. São Paulo: Impetus, 2007.

AVELAR, Lúcia; OCTÁVIO, Antônio. Sistema Político Brasileiro:


uma introdução. 2. ed. revisada e ampliada. Editora UNESP, 2012.

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10 ed. revisada e atualizada.


São Paulo: Editora Malheiros, 2000.

CODATO, Adriano. O Sistema Político. In: NOGUEIRA, Marco Auré-


lio; DI GIOVANI, Geraldo (orgs). São Paulo: FUNCAP, 2012.
26 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
FISCHER, Rôney. Sistemas Políticos. Disponível em: <https://
roneyfischer.jusbrasil.com.br/artigos/333518560/for-
mas-de-estado-sistema-forma-e-regime-de-governo?ref=topic_
feed>. Acesso em: 08 fev. 2018.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 13 ed. revis-


ta, atualizada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2009.

Anotações

HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA 27


28 HUMANIDADES, CIÊNCIAS SOCIAIS E CIDADANIA
www.UniATENEU.edu.br

Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621


Messejana, Fortaleza – CE
CEP: 60871-170, Brasil
Telefone (85) 3033.5199

Você também pode gostar