O Benzeno

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1.

Introdução – O Estudo do Benzeno

• Durante o século XIX foram isolados uma série de compostos


que receberam a designação de aromáticos, devido ao seu
odor agradável;
• O principal composto desta série é um hidrocarboneto de 6
carbonos, C6H6;
• As propriedades notáveis deste compostos ficaram evidentes
logo nos primeiros experimentos;
• Embora sua fórmula molecular indicasse um alto grau de
insaturação, o composto não apresentava as características
reacionais dos compostos insaturados;
• O benzeno participa de poucas reações, e estas, em geral
são lentas, necessitando de aquecimento e de catalisadores
1. Introdução – O Estudo do Benzeno

• A determinação estrutural do benzeno só foi realiza em 1931.


Entre várias propostas, a estrutura de Kekulé é a que melhor
representou a molécula;
1. Introdução – O Estudo do Benzeno

• Kekulé sugeriu que os átomos de carbono do benzeno estão


em um anel, e que eles estão ligados um aos outros por
ligações simples e duplas alternadas, e que um átomo de
hidrogênio está ligado a cada átomo de carbono;
• Esta estrutura satisfaz os requerimentos da teoria estrutural
que átomos de carbono formam 4 ligações e que todos os
átomos de hidrogênio do benzeno são equivalentes:
1. Introdução – O Estudo do Benzeno

• Contudo, logo surgiu um problema com a estrutura de


Kekulé;
• A estrutura de Kekulé prediz que deveria existir dois 1,2-
bromobenzeno:

• Para resolver esta objeção Kekulé propôs que duas formas


do benzeno (e seus derivados) estão em um estado de
equilíbrio e que este equilíbrio é tão rapidamente estabilizado
que impede o isolamento dos compostos separados.
2. Uma visão sobre a hibridização orbital do Benzeno

• O orbital π de menor energia do benzeno é totalmente


simétrico e pode ser escrito como:
2. Uma visão sobre a hibridização orbital do Benzeno
2. Uma visão sobre a hibridização orbital do Benzeno

• Para que um composto seja considerado aromático tem que


seguir as seguintes regras:
• Regra de Huckel: (4n + 2) elétrons π;
• Ser planar;
2. Uma visão sobre a hibridização orbital do Benzeno

• O fato estrutural que o benzeno é planar, todos os ângulos de


ligação são 120oC, e cada carbono está ligado a três outros
átomos, sugere uma hibridização sp2 para o carbono e o
quadro de ligações σ é mostrado na figura a seguir:

• A deslocalização promovida pela conjugação cíclica no


benzeno proporciona que seus elétrons π sejam mais
fortemente presos do que seriam na ausência de conjugação
cíclica.
3. A estabilidade do benzeno
• A hidrogenação do benzeno é mais difícil que a hidrogenação
de alcenos e alcinos;
• É possível hidrogenar o benzeno na presença de
catalisadores mais ativos como Ródio (Rd) e Platina (Pt) a
temperatura ambiente e pressões modestas;
• Benzeno consome 3 equivalentes molares de H2 para
formar o cicloexano:
3. A estabilidade do benzeno
• O benzeno é mais estável termodinamicamente do que a
estrutura de Kekulé sugere. Para vermos como, nós devemos
considerar os seguintes resultados termodinâmicos:
3. A estabilidade do benzeno
• Na maioria dos casos os sistemas muito estáveis são pouco
reativos.
4. Nomenclatura
• Existe um grande número de compostos derivados do
benzeno;
• Isto acontece toda vez que um dos hidrogênios do núcleo
benzênico é substituído por um grupo, alquila ou não, e
também quando temos anéis fundidos;
• O grupo fenila é frequentemente abreviado como: Φ, Ph,
-C6H5 e Ar:
4. Nomenclatura
CH3 CH3 CH3
• Existem alguns
compostos ou CH3
grupos de
compostos que
são de grande CH3
importância, e o-xileno m-xileno
recebem CH3

denominação p-xileno
OH OH OH
específica:
CH3

CH3
o-metilfenol m-metilfenol
CH3
p-metilfenol
4. Nomenclatura
• Mais derivados do benzeno:
4. Nomenclatura
• Nestes exemplos o nome base dos derivados de benzeno
determina o carbono ao qual a numeração começa;
• A direção da numeração é escolhida para fornecer a próxima
posição substituída o menor número possível,
independentemente do substituinte que ele tem;
• A ordem de aparecimento dos substituintes no nome é
alfabética;
• Quando nenhum outro nome de base simples que não
benzeno é apropriado, posições são numeradas de forma a
dar o menor localizador no primeiro ponto de diferença:
4. Nomenclatura
• Mais derivados do benzeno:
4. Nomenclatura
• Quando o anel do benzeno é nomeado como um substituinte,
a palavra fenil(a) (-C6H5) é usada;
• Similarmente, um areno como substituinte é chamado de um
grupo aril(a). O grupo benzil(a) é C6H5CH2-:

• Bifenil é aceito pela IUPAC para os compostos nos quais dois


anéis de benzeno estão conectados por uma simples ligação:
5. Efeito do grupo
• O grupo ligado ao anel aromático afeta a densidade
eletrônica do mesmo. Dependendo da sua natureza,
aumenta ou diminui a densidade eletrônica;
• No caso do fenol (-OH) e da anilina (-NH2), onde,
respectivamente, o oxigênio e o nitrogênio possuem par de
elétrons não ligantes, teremos um aumento da densidade
eletrônica do anel. O aumento da densidade eletrônica do
anel aumentará a reatividade frente a reagentes eletrofílicos:
OH NH2

fenol anilina
5.1. Efeito de ressonância
• Também temos grupos que diminuem, por efeito de
ressonância, a densidade eletrônica do anel aromático:
5.1. Efeito de ressonância
• O efeito de ressonância de um substituinte G refere-se a
possibilidade que a presença de G pode aumentar ou
diminuir a estabilização por ressonância do íon arênio
intermediário.

• Quando X = F, Cl, Br e I esta ordem pode ser relacionada a


eletronegatividade dos átomos com o par de elétrons não
ligante. Quanto mais eletronegativo é o átomo, menor a
habilidade dele aceitar uma carga positiva:
5.2. Efeito indutivo
• Além do efeito de ressonância, também pode ocorrer a
indução, que pode ser um efeito retirador ou doador de e-
dependendo da natureza do grupo G:
5.2. Efeito indutivo
• Mapa de potencial eletrostático para o íon arênio em uma
adição eletrofílica de bromo;
• (a) Metilbezeno (tolueno);
• (b) Trifluormetilbenzeno.
5.3. Efeito do grupo - Orientadores
• O efeito dos grupos vai determinar as posições do anel (orto,
meta e para) mais favoráveis a uma determinada reação.

• Grupos direcionadores Orto-Para: direcionam o grupo de


entrada predominantemente para uma posição Orto ou Para
em relação a si:
5.3. Efeito do grupo - Orientadores
• Grupos direcionadores Meta: direcionam o grupo de
entrada predominantemente para uma posição Meta em
relação a si:
5.4. Classificação dos grupos substituintes
5.5. Exemplo – Grupo direcionador Meta
5.5. Exemplo – Grupo direcionador Meta
5.5. Exemplo – Grupo direcionador Orto-Para
5.5. Exemplo – Grupo direcionador Orto-Para
5.6. Exercício
• Escreva as estruturas de ressonância contribuintes e o
hibrido para o íon arênio formado quando o benzaldeído sofre
uma nitração na posição meta.
5.7. Reações de compostos aromáticos
• Os tipos de reações mais características dos compostos
aromáticos são as reações de Substituição Eletrofílica
Aromática, e entre essas podemos citar alguns exemplos:
halogenação, nitração, sulfonação, alquilação de Friedel-
Crafts e acilação de Friedel-Crafts.
5.7.1. Reação de halogenação
• O benzeno reage com bromo e cloro na presença de um
ácido Lewis para dar um produto de substituição halogenado
com bom rendimento:
5.7.1. Reação de halogenação
• Mecanismo: Bromação aromática eletrofílica

• Etapa 1:

• Etapa 2:

• Etapa 3:
5.7.2. Reação de nitração
• O benzeno sofre uma reação de nitração com um mixtura de
ácido sulfúrico concentração e ácido nítrico concentrado:

• Ácido sulfúrico concentrado aumenta a velocidade de reação


pelo aumento da concentração do eletrófilo, o íon nitrônio
(NO2+).
5.7.2. Reação de nitração
• Mecanismo:
• Etapa 1:

• Etapa 2:

• Etapa 3:

• Etapa 4:
5.7.3. Reação de sulfonação
• O benzeno reage com ácido sulfúrico fumegante a
temperatura ambiente para produzir o ácido
benzenossulfônico:

• Ácido sulfúrico fumegante é o ácido sulfúrico que contém


trióxido de enxofre em sua composição.
5.7.3. Reação de sulfonação
• Mecanismo:
• Etapa 1:

• Etapa 2:

• Etapa 3:

• Etapa 4:
5.7.4. Reação de alquilação de Friedel-Crafts
• Charles Friedel, um químico Francês, e seu colaborador
americano, James M. Crafts, descobriram novos métodos
para a preparação de alquilbenzenos (Ar-R) e acilbenzenos
(Ar-COR) em 1877.

• A seguinte equação é uma equação geral para a reação de


alquilação de Friedel-Crafts:
5.7.4. Reação de alquilação de Friedel-Crafts
• Mecanismo:

• Etapa 1:

• Etapa 2:
5.7.4. Reação de alquilação de Friedel-Crafts
• Estas possibilidades incluem o uso de uma mixtura de um
alceno e um ácido:

• Uma mistura de um álcool e um ácido pode ser usada:


5.7.5. Reação de alcilação de Friedel-Crafts
• Dois grupos acil(a) comuns são o grupo acetil(a) e o grupo
benzoil(a):

• A reação de acilação de Friedel-Crafts é frequentemente


realizada através do tratamento de um composto aromático
com um haleto de acila (ex.: cloreto de acila):
5.7.5. Reação de alcilação de Friedel-Crafts
• Na maioria das reações de acilação de Friedel-Crafts os
eletrófilos aparecem como sendo íons acilíos formados
através de um haleto de acila da seguinte forma:

• Etapa 1)

• Etapa 2)
5.7.5. Reação de alcilação de Friedel-Crafts
• Etapa 3:

• Etapa 4:

• Etapa 5:

• Etapa 6:

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