CONHECIMENTO
Pode ser:
A priori: independente da experiência
Ex: 3+3=6 pois não precisamos de recorrer á observação ou á experiência para estabelecer a
verdade desta afirmação
A posteriori: pendente da experiência
Ex: existem elefantes em Lisboa, caso seja verdadeira, pois a comprovação esta dependente da
observação e da experiência.
TEORIA RACIONALISTA
A ORIGEM DO CONHECIMENTO É A RAZÃO
Chamamos racionalismo às teorias do conhecimento que identificam como fonte do
conhecimento, o pensamento ou razão.
Os racionalistas desprezam o papel dos sentidos e defendem que um conhecimento para
poder merecer de facto esse nome, devem satisfazer dois critérios: necessidade logica e
universalidade. A razão chamada entendimento é a principal fonte de conhecimento.
DESCARTES ( RACIONALISMO )
A RAZÃO POR SI SÓ CONSTROI UM CONHECIMENTO UNIVERSALEMTE VALIDO
Descartes procurou criar um método que conduzisse a razão á verdade.
1. Como procede o espírito para construir um conhecimento verdadeiro?
O espírito, na procura do conhecimento verdadeiro deve proceder de forma metódica, de
modo a dissipar toda e qualquer dúvida que possa existir. Descartes institui a dúvida como
método.
Dúvida:
Metódica- meio utilizado para descobrir o absolutamente certo, é a ferramenta da
razão que permite evitar o erro.
Provisória- objetivo do filosofo é reconstruir o edifício do saber, descobrir certezas,
evidencias que resistem à dúvida e não permanecer na dúvida.
Universal e hiperbólica: o certo será apenas só o indubitável, o que resistir a uma
dúvida que é preciso exercer sistematicamente e sem reserva. O que não resistir à
dúvida por ser falso ou duvidoso, deve ser rejeitado.
COGITO: “penso, logo existo”
Uma verdade absolutamente primeira
Uma verdade estritamente racional
Uma verdade exclusivamente a priori
Uma verdade indubitável
Uma verdade evidente, uma ideia clara e distinta~
2. Qual o critério que permite identificar um conhecimento como verdadeiro?
Todo o conhecimento, para ser considerado, verdadeiro, deve ser claro e distinto, isto é
evidente.
Ideias:
Adventícias: as que nos chegam a partir dos sentidos
Surgem do mundo exterior, através da experiencia ex:. sinto calor
Factícias: as que são provenientes da imaginação
Com origem na imaginação, são ilusórias ou quiméricas ex:. sereia
Inatas: as que possuímos à nascença
Com as quais nascemos e que não são produtos da experiencia ex:.cogito
Claras e distintas, aquelas que são para Descartes as mais importantes
3. Quem garante esse critério?
Deus garante que tudo é claro e distinto é verdadeiro
1º prova da existência de Deus:
Descartes sabe que muitas vezes que se engana e que, por isso, não ser perfeito. Porem a
afirmação da sua imperfeição traz subjacente a ideia de perfeição. De onde surgiu essa ideia?
Não pode ter sido por ele criada porque é um ser imperfeito ( a imperfeição não pode gerar a
perfeição ). Por conseguinte, a ideia de perfeição só pode ter sido colocada nele por ser
perfeito: Deus.
2º prova da existência de Deus:
Acresce que se Deus é perfeito tem de existir, pois a existência decorre necessariamente da
perfeição, segundo Descartes. Um ser perfeito que não existisse não poderia ser considerado
perfeito.
Pilares centrais na teoria do conhecimento de Descartes: Deus e cogito.
CRÍTICAS AO RACIONALISMO CARTESIANO:
É exclusivista:
Se é verdadeiro que o racionalismo destacou o papel da razão no conhecimento humano,
também não é menos verdade do que, ao fazê-lo, se tornou exclusivista, já que a vê como
única fonte de conhecimento a priori.
O projeto racionalista cartesiano é uma visão explicitamente inspirada pela matemática, pois
os aspetos cruciais da sua epistemologia são claramente desenvolvidos por meio do raciocino
a priori. As vias tradicionais para o conhecimento, como as impressões sensíveis e à
experiência, são rejeitados por não serem fidedignas. Poderá uma mente completamente vazia
de conteúdos e experiências ser um ponto de partida para conhecimento significativo?
Descartes afirma que sim e os seus críticos dizem que não.
É dogmático:
Descartes pretende unicamente a partir do primeiro princípio, cogito, que seja possível ao ser
humano construir, dedutivamente, um conhecimento absoluto seguro ou seja encontrar
verdades unicamente validas e logicamente necessárias. As ideias claras e distintas dizem
respeito ao mundo físico (o meu corpo existe, por exemplo) ou à metafisica (Deus existe, por
exemplo)
É circular:
Para saber que as ideias são claras e distintas são verdadeiras, Descartes tem de saber que
Deus existe e é perfeito; para saber se Deus existe e é perfeito tem de saber que as ideias
claras e distintas são verdadeiras. Por este motivo, Descartes é frequentemente acusado de
incorrer numa petição de princípio.
A TEORIA EMPIRISTA
A ORIGEM DO CONHECIMENTO É A EXPERIÊNCIA
Em clara oposição ao racionalismo encontra-se o empirismo, uma teoria segundo a qual todo o
conhecimento se baseia ou deriva da experiência sensível, isto é, da experiência que tem por
base o funcionamento apropriado dos nossos sentidos. O empirismo é contrário ao
racionalismo, nada está na razão que não tenha estado previamente nos sentidos.
TÁBUA RASA:
Reforça o pressuposto empirista de que a mente é, à partida, vazia, isto é, despossuída de
qualquer ideia inata. Deste modo, todos os conhecimentos que um ser humano possui são
exclusivamente fruto da aprendizagem, através da experiência.
DAVID HUME E O EMPIRISMO
1. De onde provem o conhecimento?
TODO O CONHECIMENTO PROVEM DA EXPERIÊNCIA
Os primeiros dados do conhecimento são impressões sensíveis sob forma de perceções ou
representações. As perceções correspondem a qualquer conteúdo da experiência e ocorrem
quando o individuo observa, sente, recorda, imagina. Segundo Hume existem dois tipos de
perceções: as impressões (sensações) e as ideias (imagens ou copias).
As impressões são aquilo que chamamos de sensações e as ideias ao que pensamos quando
recorremos a conceitos.
As ideias necessitam de um critério de sentido. Tem sentido uma ideia se é apoiada em
impressões. As ideias de sangue ou de dor de dentes são ideias com sentido. Outras, como as
ideias de alma e Deus, carecem das impressões, sendo por isso, ideias sem sentido
Hume afirma a existência de ideias simples ou de ideias complexas
2. Como procede o espírito ao racionar e construir o conhecimento?
O NOSSO RACIOCINIO FUNCIONA POR ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS
Segundo Hume, quando pensamos associamos ideias. Existem leis que dirigem essa
combinação de ideias. E que leis ou princípios são esse?
Semelhança
Se dois objetos se assemelham, então a ideia de um conduz o pensamento ao outro.
Ex: a mão pintada no cartaz da WWF leva o nosso pensamento imediato para uma zebra
Contiguidade no espaço e/ou tempo
Se dois objetos são contíguos no espaço e no tempo, a ideia de um leva facilmente à ideia de
outro.
Ex: quando falamos da Torre Eiffel lembramo-nos de Paris e se pensarmos nas pirâmides
pensamos no Egito.
Causa ou efeito
Pensamos os objetos em função da relação de um com o outro. A causa traz-nos ao
pensamento o efeito. O efeito transporta o pensamento para a causa.
Ex: se olharmos para uma cicatriz natural pensamos na dor que a ferida causou. Se virmos um
terreno ressequido é provável que o nosso pensamento seja conduzido a ideia da seca.
3. Que tipo de conhecimento podemos obter?
Podemos obter dois tipos de conhecimento: conhecimento de ideias (sobre relações de ideias)
e o conhecimento de factos (sobre questões de facto)
Conhecimento de ideias:
Afirmações com “doze é o triplo de quatro” são exemplos de relações de ideias
É um conhecimento a priori
A sua verdade pode ser conhecida pela inspeção logica do que afirmam. São verdades
necessárias baseadas exclusivamente no princípio da não contradição
As verdades da logica ou da matemática
São verdades analíticas, que nos dizem o que existe e o que acontece no mundo
Conhecimento de questões de facto:
Afirmações como “a neve é branca e fria”, são verdades que não implicam justificação
pela experiência
O seu valor de verdade está dependente do teste empírico. É um conhecimento a
posteriori
As questões de facto assentam justamente sobre a relação causa-efeito
Críticas ao empirismo:
É cético:
Se todos os conteúdos do conhecimento provem da experiência, o conhecimento humano fica
desde logo encarrado nos limites do mundo empírico.
É reducionista:
Embora assinale a importância perante o desdém do racionalismo, ao fazer dela fica desde
logo encarrado nos limites do mundo empírico cai no oposto, substituindo um extremo por
outro