Teoria Dos Conjuntos Rodrigo Sanchez Macedo
Teoria Dos Conjuntos Rodrigo Sanchez Macedo
Teoria Dos Conjuntos Rodrigo Sanchez Macedo
PUC/SP
São Paulo
2008
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC/SP
São Paulo
2008
ERRATA
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
Dissertação por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.
À Roberta,
Companheira em todos os momentos e
razão do meu viver.
AGRADECIMENTO
Keywords: Text Books, Theory of Sets, Movement of Modern Mathematics, Osvaldo Sangiorgi,
school culture.
LISTA DE FIGURAS
Esquema 1: Organograma de teorias que fundamentam a pesquisa. ..................... 28
Figura 2: Exemplo de união e intersecção de conjuntos. ......................................... 43
Figura 3: Seqüência de números Racionais proposta por Cantor. ........................... 45
Figura 4: União de conjuntos representada pelos diagramas. ................................. 55
Figura 5: Diferença de conjuntos representada pelos diagramas. ........................... 55
Figura 6: Complementar de conjuntos representado pelos diagramas. ................... 56
Figura 7: Reunião de conjuntos representada por diagramas no livro de Castrucci
(1967). ................................................................................................................ 63
Figura 8: Intersecção de conjuntos representada por diagramas no livro de Castrucci
(1967). ................................................................................................................ 64
Figura 9: Exercícios sobre operações com conjuntos no livro de Castrucci (1967). 65
Figura 10: Exercícios sobre operações com conjuntos no livro de Castrucci (1967).
........................................................................................................................... 65
Figura 11: Diferença de conjuntos representada por diagramas no livro de Castrucci
(1967). ................................................................................................................ 66
Figura 12: Conjunto complementar representado pelos diagramas no livro de
Castrucci (1967). ................................................................................................ 67
Figura 13: Introdução aos conjuntos com utilização de diagramas no livro de
Sangiorgi (1963). ................................................................................................ 76
Figura 14: Diagramas com formato irregular no livro de Castrucci (1967). .............. 76
Figura 15: Números e numerais no livro de Sangiorgi (1963). ................................. 78
Figura 16: Símbolos das relações no livro de Sangiorgi (1968). .............................. 80
Figura 17: Exercícios sobre sistema de numeração no livro de Sangiorgi (1963).... 81
Figura 18: Adição e subtração representadas por conjuntos no livro de Sangiorgi
(1963). ................................................................................................................ 83
Figura 19: Multiplicação e divisão no livro de Sangiorgi (1963)................................ 84
Figura 20: Diagramas representando função na contracapa do livro de Sangiorgi
(1967). ................................................................................................................ 90
Figura 21: Diagramas representando função no início do capítulo 2 do livro de
Sangiorgi (1967). ................................................................................................ 90
Figura 22: Diagramas representando função no capítulo 2 do livro de Sangiorgi
(1967). ................................................................................................................ 91
11
INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 14
INTRODUÇÃO
15
1
O Ensino Secundário na época do Movimento da Matemática Moderna se refere às sete séries escolares de
crianças na faixa etária de 11 a 17 anos, atualmente denominados Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
2
Osvaldo Sangiorgi era autor de livros didáticos de Matemática anteriores ao MMM e lançou, durante o
movimento, uma coleção que trazia os assuntos do ideário do MMM. Também foi o presidente do GEEM
(Grupo de Estudos do Ensino de Matemática) que divulgou o MMM no Brasil.
17
professor de Matemática pode ter contato. Essas teorias poderiam, de uma forma
simplista, ter analisado apenas seu curso cronológico com levantamento de
biografias, porém, acreditamos que assim como no uso didático da História da
Matemática, na História da Educação Matemática “é necessária uma abordagem na
qual o próprio conteúdo seja influenciado.” (BROLEZZI, 2000, p. 47)
Nesse sentido abordaremos o Movimento da Matemática Moderna,
realizando uma construção de fatos históricos, no que diz respeito à forma que se
inseriu um conteúdo nos livros didáticos do Movimento, a Teoria dos Conjuntos.
Essa construção partirá dos traços deixados pelo passado (VALENTE, 2005,
p.4), sem assumirmos uma postura onde julgaremos as ações, dizendo que essas
foram fracassadas ou sucedidas, mas levantaremos as informações e as
analisaremos, procurando construir a História dos acontecimentos e suas
conseqüências.
19
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS
20
a Teoria dos Conjuntos, para que posteriormente o segundo grupo descrito por
Valente (2005), o dos professores, utilizem esses fatos históricos.
Entendemos que os rastros deixados pelo passado ao presente são tomados
como documentos, mas a partir do momento em que o historiador os toma para
análise e construção de questionamentos e hipóteses, deve tê-los como
monumentos, pois os documentos são fabricados com uma “roupagem” que o
historiador deve desmontar. Os materiais que utilizaremos para análise, como os
livros didáticos, são reconhecidos pelo senso comum como documentos à priori,
mas Le Goff (1992) alerta para que os tomemos como monumentos:
[...] O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um
produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí
detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento
permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo
cientificamente [...] (LE GOFF, 1992, p. 536).
3
Os termos “poderosos” e “não-poderosos” são utilizados por Chartier e Hébrard para diferenciar, em um nível
hierárquico, os autores que realizam as práticas culturais.
23
4
O fenômeno da vulgata é um conceito do trabalho de André Chervel (1990), onde o autor o descreve como
uma padronização dos livros didáticos a partir de um “manual inovador” em uma dada época.
24
5
No estudo de Allain Choppin a terminologia utilizada para se referir a livro didático é manual didático, não
havendo assim diferença.
6
André Chervel era pesquisador do Service d’histoire de l’education – Institut National de Recherche
Pédagogique, Paris, França.
25
7
Conteúdos da Matemática desenvolvidos no âmbito da pesquisa e no Ensino Superior.
8
O Ensino Primário na época do Movimento da Matemática Moderna no Brasil se refere às quatro séries
escolares das crianças com idades entre sete e dez anos. Atualmente esse nível de escolaridade é denominado
Ensino Fundamental I.
26
Outro importante teórico que nos dá base para o estudo da história das
práticas escolares é Dominique Juliá9 (2001) em seu artigo “A Cultura Escolar como
Objeto Histórico” 10.
Para Juliá (2001), a cultura escolar é um conjunto de normas, que são regras,
conhecimentos e condutas a ensinar e práticas escolares, que permitem a
incorporação e transmissão dessas normas. As normas e práticas mudam no passar
do tempo e, portanto, a cultura escolar também muda com o tempo. Existem
tentativas de coordenar as normas e práticas, para que as condutas e
conhecimentos que se pretende ensinar ocorram efetivamente. As finalidades
dessas tentativas de coordenação, segundo Juliá (2001), podem ser de ordem
religiosa, sócio-política ou de socialização.
Outro conceito importante a destacar no estudo desse autor é a diferenciação
que ele faz da História das Práticas e da História das Idéias. Na História das
Práticas há uma preocupação com as resistências e tensões, com a prática na sala
de aula e também existe uma limitação quanto às fontes de pesquisa. Já na História
da Idéias, a pesquisa é realizada sobre textos normativos, onde há um poder
absoluto sobre os projetos e a cultura escolar é tida como um isolamento, não
havendo assim, uma preocupação com as resistências e tensões que um conteúdo
pode sofrer para que seja inserido no currículo.
Nossa pesquisa busca se enquadrar, dentro do possível, na História das
Práticas, que apesar de realizarmos um trabalho com livros e livros didáticos (que a
princípio parecem mais normas do que práticas), procuraremos encontrar vestígios
que nos levem a entender como se deu a prática do ensino da Teoria dos Conjuntos
no Ensino Secundário durante o Movimento da Matemática Moderna no Brasil. Os
livros didáticos analisados de maneira comparativa com os livros sobre Teoria dos
Conjuntos nos mostrarão quais foram as resistências e tensões que esse conteúdo
sofreu para ser disciplinarizado no currículo de Matemática durante o MMM.
Segundo Juliá (2001), a principal dificuldade da pesquisa no âmbito da
História das Práticas e, mais precisamente na pesquisa histórica da cultura escolar,
é a obtenção de fontes de pesquisa. As fontes são escassas, muitas vezes por falta
9
Dominique Juliá era diretor de pesquisas do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), e foi
professor do Instituto Universitário Europeu (Florença), e especialista em história religiosa e história da
educação na época moderna.
27
de espaço físico, destruição dos materiais ou mesmo sua ausência, pois o que é
evidente em um dado momento, nem sempre necessita que seja dito ou escrito.
O estudo das práticas não tem base só nas ações visíveis, mas também em
quais concepções estão em oculto, ou seja, se as normas não se aproximam das
práticas, é preciso utilizar a capacidade de relacionar as ligações entre os dados
que foram obtidos com as fontes, mesmo que elas se refiram às normas.
Sem dúvida, não devemos exagerar o silêncio dos arquivos escolares.
O historiador sabe fazer flechas com qualquer madeira: quanto ao
século XIX, por pouco que procure e que se esforce em reuni-los, os
cadernos de notas tomadas pelos alunos (mesmo sendo grande o risco
de se verem conservados apenas os mais bonitos deles) e os cadernos
de preparações dos educadores não são escassos e, na falta destes,
pode-se tentar reconstituir, indiretamente, as práticas escolares a partir
das normas ditadas nos programas oficiais ou nos artigos das revistas
pedagógicas. (JULIA, 2001, p.17, grifo nosso).
10
O texto referido é uma tradução do artigo de Julia: “Lá culture scolaire comme objet historique”, feita por
Gizele de Souza, professora do setor de Educação da Universidade Federal do Paraná e doutoranda no Programa
de Pós-graduação em Educação: História, Política e Sociedade.
28
CAPÍTULO 2
O MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA NO BRASIL
30
Além do SMSG, que produziu diversos textos sobre novos conteúdos para o
ensino elementar e secundário, textos para professores e alunos “mais bem
dotados”, houve outro programa de destaque na Universidade de Stanford, nos
EUA, em 1958, que foi o pioneiro na introdução de Teoria dos Conjuntos no ensino
de matemática para crianças. O programa, coordenado pelo professor Suppes, era
baseado na premissa de que as crianças podiam aprender muito mais Matemática
do que o que se considerava possível até então (BÚRIGO, 1989, p. 70).
Em 1957, aconteceu o II Congresso Nacional de Ensino de Matemática que
se realizou em Porto Alegre, Rio Grande do Sul com a presença de 400
congressistas. Segundo Búrigo, esse Congresso teve seu temário ampliado e surgiu
o tema, em algumas teses, sobre a Matemática Moderna.
A Teoria dos Conjuntos foi um dos conteúdos novos inseridos nos livros
didáticos do Movimento da Matemática Moderna e é nosso objeto de estudo. Para
realizarmos uma análise das condições da inserção desse conteúdo nos livros
faremos um breve panorama das principais intenções dos movimentos renovadores
do ensino de Matemática, que nos propiciará a uma maior compreensão da
motivação para a análise da Teoria dos Conjuntos.
As principais buscas de mudanças no ensino de Matemática giravam em
torno de uma tentativa de aproximar a Matemática do Ensino Secundário à
Matemática do Ensino Superior, ou seja, as mudanças visavam um preparo dos
alunos para dar prosseguimento nos seus estudos.
CAPÍTULO 3
TEORIA DOS CONJUNTOS: UM PANORAMA HISTÓRICO
42
ii. a + (b + c) = (a + b) + c = (a + c) + b
iii. ab = ba
iv. a(bc) = (ab)c = (ac)b
v. a(b + c) = ab + ac
entre outras.
Boole desenvolveu um tipo de raciocínio similar, porém aplicado aos
conjuntos, representados por letras maiúsculas, onde definiu duas formas de
associação, uma que pode ser denominada adição, porém é popularmente mais
conhecida como União (A + B ou A B) e outra forma denominada produto ou
Intersecção (AB ou A B).
Uma forma bastante simples e de fácil compreensão das operações com
Conjuntos são os conhecidos diagramas de Venn, que não foram inventados pelo
matemático inglês John Venn (1834 – 1923), mas foram inventados um século antes
por Leonhard Euler (1707 – 1783). Podemos observar as operações com Conjuntos
ilustradas com os diagramas 1 e 2 da figura 2:
A B A B
Diagrama 1 Diagrama 2
Figura 2: Exemplo de união e intersecção de conjuntos.
A primeira forma de associação, a União, se refere a tomarmos todos os
elementos contidos no primeiro conjunto ou no segundo. Já a Intersecção se refere
a tomarmos apenas os elementos contidos em ambos os conjuntos
simultaneamente.
Utilizando a definição formal temos:
i. x A B x A ou x B
ii. xA BxAexB
A partir dessas definições podemos verificar propriedades análogas àquelas
definidas para a adição e multiplicação de números reais:
44
i. A B = B A (comutativa)
ii. A (B C) = (A B) C = (A C) B (associativa)
iii. A B = B A (comutativa)
iv. A (B C) = (A B) C = (A C) B (associativa)
Porém, muitas propriedades de operações definidas na álgebra não são
análogas aos conjuntos, como:
i. A A=A
ii. A A=A
Sendo que na Álgebra:
i. a + a = 2a
ii. aa = a2
Boole, com essas considerações e percepções, contribuiu de forma
substancial para a Teoria dos Conjuntos, pois outros matemáticos utilizaram seu
raciocínio algébrico dos conjuntos para desenvolvimento de suas teorias.
O matemático que podemos denominar como uma figura maior no
desenvolvimento da Teoria dos Conjuntos foi Georg Cantor (1845 – 1918) nascido
em S. Petersburgo na Rússia, de pais emigrados da Dinamarca, mas passou a
maior parte da sua vida na Alemanha, pois sua família se mudara para Frankfurt
quando tinha onze anos de idade. Cantor se interessou por questões de infinito e
continuidade por influências de teólogos medievais, já que descendia de pais
cristãos, mãe católica de nascimento e pai protestante. Tais influências fizeram com
que Cantor não seguisse na “mundana” carreira de Engenheiro, como sugeria seu
pai, e se concentrasse em Física, Filosofia e Matemática.
Cantor defendeu sua tese de doutoramento em Berlim no ano de 1867, com
apenas 22 anos, onde mostrou uma atração pela análise de Weierstrass, já que sua
tese tinha como tema a Teoria dos Números. As maiores contribuições de Cantor
centram-se nas problemáticas questões de infinito.
Dedekind (1831 – 1916), amigo de Cantor e aluno de Weierstrass definiu que
“um sistema S é infinito quando é semelhante a uma parte própria dele mesmo;
caso contrário S se diz um sistema finito.” (DEDEKIND apud BOYER, 1974, p. 413).
Essa definição nos leva a compreensão da questão do infinito baseado na
correspondência biunívoca, ou seja, um conjunto se diz infinito se os elementos de
um subconjunto próprio podem ser postos em correspondência biunívoca com o
45
conjunto. Como exemplo, podemos citar o conjunto IN* e seu subconjunto A dos
quadrados perfeitos, onde cada elemento de IN* possui um único correspondente
em A:
IN* – A
1 – 1
2 – 4
3 – 9
4 – 16
...
n – n2
...
Cantor, em 1874, publicou um de seus principais artigos onde reconhece a
propriedade dos Conjuntos Infinitos, mas observou que eles não são todos iguais.
Cantor desenvolveu uma hierarquia de conjuntos infinitos onde diz que alguns deles
têm a mesma potência11 e outros têm potência maior.
Relacionado à potência dos conjuntos, pareciam os números Racionais
serem muito mais ”numerosos” que os inteiros, mas Cantor também demonstrou,
por correspondência biunívoca, que o conjunto dos números Racionais também
pode ser posto em cardinalidade, ou seja, pode ter seus elementos postos em
correspondência com os Naturais. Na figura a seguir fica clara a idéia da seqüência
proposta por Cantor:
1 2 3 4 5 ........
1 1 1 1 1
1 2 3 4 .......
2 2 2 2
1 2 3 ........
3 3 3
1 2 ........
4 4
1 ........
5
Figura 3: Seqüência de números Racionais proposta por Cantor.
11
O termo potência refere-se a cardinalidade, ou à “quantidade” de elementos do conjunto.
46
O livro Teoria Ingênua dos Conjuntos de Paul R. Halmos, que tem como
nome original Naive Set Theory, foi traduzido pelo professor Irineu Bicudo, um dos
integrantes do G.E.E.M. e participante do Movimento da Matemática Moderna no
Brasil. Na nota do tradutor, Irineu Bicudo relata que em 1963, ao cursar a cadeira de
Análise Superior, ministrada pelo professor Dr. Edison Farah, na Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da USP, veio a conhecer livros que tratavam sobre
Teoria dos Conjuntos, tema que, acompanhado de Topologia Geral, era ministrado
por Farah.
Dessa maneira, o professor Bicudo tomou conhecimento do livro Naive Set
Theory de Halmos, e iniciou sua tradução em 1964, sendo essa sua primeira
experiência como tradutor. (HALMOS, 1970, Nota do Tradutor).
A denominação “ingênua” para essa obra não se remete ao sentido de
simples ou banal, pois o próprio autor, no Prefácio, deixa claro que se trata de uma
“teoria axiomática dos conjuntos do ponto de vista ingênuo”, ou seja, é axiomática,
pois alguns axiomas são enunciados e usados como base, e é ingênua na
linguagem e notação, que Halmos descreve como uma linguagem da “Matemática
Ordinária Informal”, mas ele mesmo admite, entre parênteses, que seria
formalizável.
No Prefácio do livro fica muito clara a preocupação do autor em prevenir o
leitor de que o livro foi escrito de maneira informal e chegando até o ponto de ser
coloquial. Porém, ele admite que ainda assim os leitores podem ter uma dificuldade
na leitura em função da complexidade do assunto.
No primeiro capítulo do livro, Halmos mostra o quão axiomática é sua obra,
enunciando o Axioma da Extensão. Para chegar ao enunciado do axioma, Halmos
descreve, de maneira pragmática, os conjuntos, como conceito primitivo e
comparando-o com coleções de frutas/animais:
Uma matilha de lôbos, um cacho de uvas ou um bando de pombos são
todos exemplos de conjuntos de coisas. O conceito matemático de
conjunto pode ser usado como fundamento para toda a matemática
conhecida. (HALMOS, 1970, p.1)
e,
ou (no sentido de “_ ou _ ou ambos”),
não,
se _ então _ (ou implica),
se e somente se,
para alguns (ou existe),
para todo. (HALMOS, 1970, p. 6)
12
O conceito de prova no âmbito do ensino e aprendizagem tem uma amplitude maior, levando-se em
consideração provas que vão do mais pragmático ao mais formal, até que se atinja o nível formal de uma
demonstração. Nesse contexto, o conceito de prova utilizado pelo autor deve ser compreendido como
demonstração formal.
50
viii. A (B C) = (A B) C (associatividade)
ix. A A = A (idempotência)
x. A B se e somente se A B = A
No quinto capítulo são apresentados o complemento e a potência de
conjuntos. Complemento, também chamado de diferença, é uma operação que,
assim como reunião e intersecção, foi utilizada no ensino de Matemática no
Ensino Secundário da época do MMM. O Complemento é definido por
A – B = { x A ; x B }.
O Axioma das Potências é enunciado no 5º capítulo e diz: “para cada
conjunto existe uma coleção de conjuntos que contém entre seus elementos todos
os subconjuntos do conjunto dado.” (HALMOS, 1970, p.20). Nesse axioma, o autor
utiliza o termo coleção em substituição à palavra conjunto, pois já havia mencionado
no primeiro capítulo que em determinados momentos ele utilizaria coleção ou classe
51
Como exemplo, temos o conjunto E = {a, b} e (E) = {, {a}, {b}, {a, b}}. Esse
conjunto é também conhecido por outros autores como “conjunto das partes”.
O sexto capítulo, que trata dos pares ordenados, inicia com uma noção
básica sobre arranjo dos elementos de um conjunto em uma determinada ordem. O
autor considera o conceito de ordem como ainda indefinido. Em seguida é dado um
exemplo utilizando um conjunto A = {a, b, c, d} e é considerado um conjunto
C = {{a, b, c, d}, {b, c}, {b, c, d}, {c}} e então Halmos define ordem como um novo
arranjo dos subconjuntos que são elementos de C. Esse novo arranjo é feito do
menor para o maior, ou seja, o subconjunto que está contido em todos os outros é o
{c}, portanto será o primeiro, e assim por diante, formando: C = {{c}, {b, c}, {b, c, d},
{a, b, c, d}}. O autor define como “menor” o conjunto que está contido em todos os
outros, no caso {c}.
Halmos prossegue com as definições de par ordenado e, em seguida, a
definição de produto cartesiano:
O sétimo capítulo, que trata das relações, tem em seu início uma noção geral
de relação, trazendo exemplos cotidianos como casamento entre homens e
mulheres e exemplos na Teoria dos Conjuntos como a pertinência entre elementos
e conjuntos. Em seguida, Halmos define relação como um conjunto de pares
ordenados e, por meio de exemplos, mostra que relação é um subconjunto do
produto cartesiano entre dois conjuntos.
52
O livro Teoria dos Conjuntos escrito pelo professor Edison Farah (1961),
então catedrático da cadeira de Análise Superior da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, é mais um objeto de análise de
como se apresentou a Teoria dos Conjuntos nos livros destinados ao Ensino
Superior e que podem ter influenciado na constituição do ideário do Movimento da
Matemática Moderna no Brasil.
Assim como na obra de Halmos, começamos nossa análise do livro de
Edison Farah, observando suas considerações no Prefácio.
Farah começa o Prefácio com justificativas da produção do livro, afirmando
que atendeu à sugestão de alunos, colegas e amigos e iniciou com Teoria dos
Conjuntos uma série de publicações para interessados no assunto. Ainda no
Prefácio, esse autor diz que não foi sua intenção desenvolver uma Teoria
Axiomática dos Conjuntos. Assim como observamos no livro de Halmos, os autores
se preocupam em alertar o leitor para a “informalidade” de suas obras, apesar de
não serem tão informais em seu desenvolvimento.
O livro de Farah é composto de três capítulos, onde o primeiro trata de uma
“Parte Geral da Teoria dos Conjuntos”, o segundo trata dos “Conjuntos Ordenados”
e o terceiro dos “Números Transfinitos”.
Desses capítulos, ao primeiro será dada uma maior atenção na análise, pois
trata justamente de noções gerais da Teoria dos Conjuntos e, são essas noções que
encontraremos nos livros didáticos que estudaremos. O primeiro capítulo está
dividido em nove partes que o autor classificou como parágrafos e inclusive utiliza o
símbolo § para denotá-los.
O primeiro parágrafo trata das noções primitivas como: objeto (ou elemento),
conjunto (ou classe), pertinência e igualdade. Farah afirma que adotou as
definições, notações e terminologia do livro Théorie des Énsembles de Nicolas
Bourbaki. (FARAH, 1961, p.1)
As noções primitivas são apresentadas de uma forma intuitiva e utilizando
exemplos desde concretos aos mais abstratos. Conjunto é considerado como uma
coleção de objetos e os elementos são os “objetos” que constituem os conjuntos. Os
exemplos dados por Farah para conjuntos são: “o conjunto das páginas de um livro,
54
o conjunto dos pontos de uma reta, o conjunto das funções contínuas num
intervalo.” (FARAH, 1961, p. 2)
Após a definição intuitiva de conjunto e elemento, Farah trata dos conceitos
de pertinência e de igualdade, inclusive estabelecendo que as letras minúsculas são
utilizadas preferencialmente para denotar elementos e as maiúsculas para
conjuntos, pois os conceitos de pertinência e igualdade introduziriam a simbologia.
O símbolo “” é estabelecido como representante da pertinência e o símbolo “=”
como representante da igualdade.
O conceito de igualdade é interpretado por Farah como a expressão de que
por exemplo, se x = y, então x e y designam o mesmo elemento. A esse conceito
são apresentadas três características: a reflexão, a simetria e a transitividade. Assim
como foram apresentados os símbolos “” para pertinência e “=” para igualdade,
também foram apresentados “” para a não pertinência e “” para desigualdade.
A pertinência, igualdade, negação, conjunção e quantificador existencial com
seus símbolos “, =, ~, , ” respectivamente, são utilizados nas “frases” da Teoria
dos Conjuntos. Segundo Farah: “As chamadas frases da Teoria dos Conjuntos (da
teoria a ser desenvolvida aqui) são certas asserções sobre os elementos, feitas
através de símbolos que os representam.” (FARAH, 1961, p. 2, grifo do autor).
Essa primeira parte (ou parágrafo) do primeiro capítulo se destina a definir
alguns conceitos iniciais da Teoria dos Conjuntos e atribuir símbolos a esses
conceitos.
A segunda parte tem como título: “Noções básicas sobre conjuntos” e trata de
conceitos como relação de inclusão, igualdade de conjuntos, conjunto vazio,
conjuntos binários e unitários e conjunto das partes de um conjunto dado.
A exposição desses conceitos acontece de maneira similar à primeira parte,
onde Farah desenvolve o conceito introduzindo sua simbologia. A relação de
inclusão é definida primeiro e, em seguida, é utilizada para que seja definida a
igualdade entre conjuntos.
Nota: Outras maneiras de ler <<p q>> são: <<p é condição suficiente
para q>> e <<q é condição necessária proveniente de p>>. Deste modo
<<p q>> pode ser lido: <<p é condição necessária e suficiente para
q>> ou <<q é condição necessária e suficiente para q>>. (CASTRUCCI,
1967, p. 2).
Só após essa introdução das noções sucintas de lógica é que Castrucci traz o
título da obra e começa o § 1º que é denominado “Primeiros Conceitos”. De uma
forma similar à apresentação de Halmos (1970), Castrucci enuncia os conceitos
primitivos que são: conjunto, elemento e relação de pertinência. Ainda semelhante
ao livro de Halmos, ele define conjunto de forma intuitiva e ressalta que para o
significado de conjunto também são utilizados os termos coleção, classe ou sistema.
Não diferente do § 0 do livro, Castrucci novamente apresenta a simbologia
para esses conceitos, determinando que para conjunto seriam utilizadas letras
maiúsculas do alfabeto latino, para elemento, letras minúsculas do mesmo alfabeto
e a relação de pertinência seria simbolicamente representada por e sua negação
por .
Duas formas de escrita de conjuntos são expostas: conjunto determinado
pela designação de seus elementos e conjunto determinado pela propriedade de
seus elementos. Ambas as maneiras foram seguidas por exemplos desde abstratos
como “{x | x é real e x > 2}” até concretos “{x | x é aluna desta classe e x tem blusa
vermelha}”.
Na apresentação dos conjuntos unitário, vazio e universo podemos observar
a forma intuitiva que Castrucci utilizou em seu livro:
Figura 10: Exercícios sobre operações com conjuntos no livro de Castrucci (1967).
66
Figura 11: Diferença de conjuntos representada por diagramas no livro de Castrucci (1967).
67
Figura 12: Conjunto complementar representado pelos diagramas no livro de Castrucci (1967).
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DOS LIVROS DIDÁTICOS
71
Esses indícios nos levam a crer que a coleção didática de Sangiorgi teve os
“privilégios” do Movimento da Matemática Moderna no que tange à divulgação. Os
cursos e reportagens, que atribuímos o título de divulgadores do Movimento,
ocorreram a partir do ano de 1960, antes até da fundação do GEEM (outubro de
1961). Entre 1960 e 1963 já eram editadas 13 reportagens sobre a Matemática
Moderna (NAKASHIMA, 2007, p.58) e divulgados por 41 vezes os cursos da
Matemática Moderna (NAKASHIMA, 2007, p.48). Os jornais investigados por
Nakashima foram de uma grande diversidade, e em especial a Folha de São Paulo,
jornal com maior incidência de notas sobre a Matemática Moderna.
Os livros que analisaremos na coleção de Osvaldo Sangiorgi são:
“Matemática: Curso Moderno” volume 1 em duas edições: a primeira de 1963 e a
11ª de 1968 onde já ocorreram modificações, principalmente na Teoria dos
73
13
Hoje a Companhia Editora Nacional é denominada IBEP – Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas.
14
As informações sobre o prêmio jabuti do livro de Osvaldo Sangiorgi se encontram no endereço eletrônico:
<http://www.cbl.org.br/modules/jabuti.php?ano=1964>
75
Figura 13: Introdução aos conjuntos com utilização de diagramas no livro de Sangiorgi (1963).
Secundária, mas também observamos que nos livros didáticos, essa Teoria possui
elementos próprios da cultura escolar.
A definição que Sangiorgi traz para o conceito primitivo que é o conjunto é a
seguinte: “Toda coleção de objetos constitui um conjunto.” (SANGIORGI, 1963, p.5).
Em seguida Sangiorgi define sutilmente o conceito de pertinência, apresenta com
ilustrações de estrelas, flores e pássaros os conjuntos unitário, vazio e infinitos.
Esses indícios levam a crer que Sangiorgi tenha se inspirado em alguns
elementos das obras de Halmos (1970), Farah (1961), analisadas anteriormente,
quando define conjunto, elemento, bem como a relação de pertinência, que apesar
do rigor na apresentação da Teoria, utilizam exemplos concretos. Mas Sangiorgi ao
se inspirar nessas obras, realizou uma apropriação, onde a cultura escolar foi
observada, não impondo o conteúdo vindo do Ensino Superior, mas se apropriando
dele e incluindo as características de seu próprio âmbito cultural.
Ainda na primeira parte desse capítulo inicial, Sangiorgi apresenta as
operações com conjuntos iniciando com a explicação dos Diagramas de Euler/Venn
e a partir de então, passa a utilizar círculos em substituição às formas irregulares de
diagramas citadas anteriormente. Essas operações com conjuntos só aparecem na
11ª edição, que possui a primeira parte do capítulo 1 destinada aos conjuntos.
Em ambas as edições analisadas, o autor utiliza a comparação entre
conjuntos, definindo número como uma idéia e preparando o leitor para o título
seguinte: “numeral”, onde distingue os dois conceitos, enfatizando que “número é
uma idéia, numeral é qualquer símbolo ou nome que usamos para exprimir o
número, e portanto, a idéia que ele representa.” (SANGIORGI, 1963, p.15, grifos do
autor).
O rigor começa a surgir em uma nota onde o autor destaca: “Você pode
escrever, apagar, pintar, desenhar ou falar alto somente os numerais e nunca os
números!” (SANGIORGI, 1963, p.16). E para institucionalizar essa advertência, que
inclusive é feita em um quadro destacado do texto, Sangiorgi apresenta
“curiosidades” sobre os numerais onde coloca situações das quais
matematicamente são equívocos, mas artisticamente seriam corretas.
Exemplificando, podemos citar uma delas, onde é pedido que o aluno mostre que a
metade de 8 é 3. Ele segue dizendo que é muito fácil e mostra o desenho do
algarismo indu-arábico 8, que em seguida é dividido com uma linha vertical, fazendo
78
assim com que o símbolo resultante se pareça com o algarismo 3, conforme a figura
15.
Na 11ª edição, o rigor matemático fica muito mais evidente que na 1ª edição,
pois Sangiorgi, ao apresentar o Conjunto dos Números Naturais, realiza uma
introdução utilizando o conceito de função. O título “Correspondência biunívoca,
conjuntos equipotentes” apresenta o conceito de função e volta a utilizar diagramas
irregulares, porém agora com as flechas, sendo este mais um elemento
característico da cultura escolar.
Esses “Diagramas de flechas” aparentam ser utilizados para que o leitor
tenha uma melhor visualização da correspondência biunívoca, idéia esta que
permeia o conceito de função.
Ainda nessa edição, na 2ª parte do capítulo 1, são apresentadas proriedades
estruturais dos conjuntos equipotentes, sendo elas: reflexiva, simétrica e transitiva.
Essas propriedades aproximam o livro didático de Sangiorgi aos livros sobre a
Teoria dos Conjuntos analisados anteriormente, onde notamos que, no processo de
79
quinário (base cinco) e o binário (base dois) enfatizando neste o seu emprego
moderno dos computadores eletrônicos. (SANGIORGI, 1963, p.32).
Essa parte final do capítulo 1 já nos dá uma amostra de que a ênfase
pregada pelo Movimento de Matemática Moderna pelo uso da Teoria dos Conjuntos
como linguagem para todo o Ensino Secundário não acontece fielmente. Os
sistemas de numeração antigos e modernos apresentados por Sangiorgi
mencionam a Teoria dos Conjuntos modestamente nos exercícios de fixação com
poucos problemas envolvendo conjuntos de pontos para que sejam estabelecidas
bases para suas contagens, sem utilizar a Teoria dos Conjuntos como linguagem,
mas como inserção artificial.
O segundo capítulo retorna à utilização enfática da Teoria dos Conjuntos.
Esse capítulo tem como objetivo apresentar as operações aritméticas, desde Adição
até Radiciação. Paralelamente à operação Adição, o autor estabelece a operação
de conjuntos União. Já na multiplicação, Sangiorgi não tenta fazer a mesma
analogia feita com a adição, pois a multiplicação, que poderia ser comparada com a
intersecção, não tem sua analogia estabelecida.
A figura 18 na página 83 apresenta a analogia entre as operações União de
conjuntos e Adição, referidas anteriormente, e a figura 19 na página 84 apresenta a
introdução à multiplicação, onde não aparece analogia com operações entre
conjuntos.
As operações também trazem as estruturas algébricas em sua apresentação,
definindo suas propriedades comutativas, associativas, distributivas, o elemento
neutro e o inverso operacional, características do MMM.
83
Figura 18: Adição e subtração representadas por conjuntos no livro de Sangiorgi (1963).
84
15
Equivalente à atual 8ª série do Ensino Fundamental.
89
Figura 21: Diagramas representando função no início do capítulo 2 do livro de Sangiorgi (1967).
91
estudo das relações métricas nos triângulos, especialmente na parte que trata das
projeções ortogonais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
96
funções. A ênfase dada à Teoria dos Conjuntos é tanta que destoa dos outros dois
capítulos, parecendo que se inicia a leitura de outro livro, diferente daquele que se
estava lendo inicialmente. Ao chegar ao final da leitura do livro, parece que voltamos
a ler o livro anterior, o do primeiro capítulo.
Essas considerações fortalecem a idéia de que a Teoria dos Conjuntos não
foi utilizada como linguagem para o Ensino Secundário, como era proposto, mas foi
utilizada como capítulo isolado nos livros didáticos dessa coleção de Sangiorgi.
A inserção da Teoria dos Conjuntos nos livros didáticos não se deu apenas
com uma absorção que o autor fez da Teoria como era apresentada no Ensino
Superior, a adequando ao Ensino Secundário, mas a própria cultura escolar
influenciou nessa inserção. Essa influência da cultura escolar é observada em
nossa pesquisa em dois tópicos: o uso de diagramas irregulares e diferentes dos
diagramas de Euler/Venn e o uso de uma representação figural para a apresentação
do conceito de função, onde Sangiorgi (1963) utiliza diagramas semelhantes aos de
Euler/Venn, porém, com algumas flechas que servem para representar a função.
A primeira situação foi observada no primeiro volume da coleção didática de
Sangiorgi, onde ele utiliza figuras semelhantes aos diagramas de Euler/Venn, porém
sem assim nomeá-los. Esses diagramas irregulares usados por Sangiorgi (1963)
são elementos que não encontramos nos livros sobre a Teoria dos Conjuntos para o
Ensino Superior. Esse indício nos leva a crer que esses elementos, como os
diagramas irregulares, são “criação” da cultura escolar. Essa “criação” da cultura
escolar até mesmo influenciou autores de livros destinados a professores, como
observamos o livro de Castrucci (1967) que contém esses mesmos diagramas
utilizados por Sangiorgi (1963).
Outros elementos também encontrados na coleção de Sangiorgi (1967), no
quarto volume, foram os diagramas que exemplificavam o conceito de função.
Esses diagramas eram desenhados com flechas que representavam a relação entre
os elementos dos conjuntos, esses, por sua vez, representados por diagramas. Os
diagramas com flechas também não foram encontrados nos livros sobre a Teoria
dos Conjuntos para o Ensino Superior e para a formação dos professores, sendo
este outro indício de que existem elementos que não são provenientes do Ensino
Superior, mas têm sua origem na própria cultura escolar.
Nossa pesquisa tinha como foco uma análise de como foi inserida a Teoria
dos Conjuntos nos livros didáticos de Osvaldo Sangiorgi no Movimento da
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
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ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
ANEXO IV
ANEXO V
ANEXO VI
ANEXO VII
ANEXO VIII
ANEXO IX
ANEXO X