Cultura Do Algodão
Cultura Do Algodão
Cultura Do Algodão
Fagioli - Agro/UnB
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Disciplina Grandes Culturas 1 - Prof. Fagioli - Agro/UnB
- Os estádios vegetativos, denominados de V, V1= duas folhas cotiledonares e uma folha verdadeira; V2=
três folhas verdadeiras; V3= quatro folhas verdadeiras.
- Os estádios reprodutivos, dentro de cada etapa de desenvolvimento são denominados R, sendo R1=
quando aparece o 1o botão floral.
Fenologia ATUAL da planta de algodão: o algodoeiro apresenta quatro fases bem distintas durante o seu
desenvolvimento, estabelecendo uma curva de crescimento até a altura ideal, necessitando de práticas de
manejo específicas para cada fase, de forma a expressar o seu potencial produtivo. Os estádios fenológicos
do algodoeiro podem ser divididos em 4 fases ou momentos, a saber: fase 1 ou fase vegetativa; fase 2 ou
formação dos botões; fase 3 ou abertura de flores; fase 4 ou abertura de botões. Fase 1 - Crescimento
Vegetativo Inicial. Fase que compreende desde a semeadura até o primeiro botão floral (quinto ao oitavo
nó), ou 25 - 35 dias da germinação. Sub-fases: V0 - Emergência até nervura central da primeira folha
verdadeira com 2,5 cm.V1 - Até a segunda folha com 2,5 cm de comprimento.V2 - Até a nervura central da
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terceira folha com 2,5 cm.V3 a Vn - Segue o mesmo critério para V2, sendo o ponto de mudança o
comprimento da folha. Fase 2 - Fase Juvenil ou de Formações dos botões florais. Compreende desde o
primeiro botão floral (6 a 8 nós) até a primeira flor branca (15 nós) ou 60 a 70 dias da germinação. Fase de
maior retenção de botões florais sendo que o algodoeiro necessita de alto volume de nutrição balanceada
disponível. Realiza-se neste período o ajuste da adubação com nitrogênio, potássio e boro. Sub-fases: B1 -
Primeiro botão floral visível do primeiro ramo frutífero. B2 - Primeiro botão floral visível do segundo ramo
frutífero. B3 - Primeiro botão floral visível do terceiro ramo frutífero. B4 a Bn - O mesmo critério para B3,
sendo o ponto de mudança o aparecimento dos botões. Fase 3 - Fase Reprodutiva ou de Floração. Desde o
surgimento da primeira flor aos 15 nós ou 60 dias após a germinação, até a paralisação do crescimento
vegetativo aos 20 a 22 nós (cut-out). O momento do cut-out é determinado quando a última flor branca se
encontra no quinto ramo reprodutivo a partir do topo da planta. Ocorre intensa competição entre as
estruturas vegetativas e reprodutivas e a planta direciona toda a reserva de nutrientes da parte vegetativa
para as maçãs. A planta já definiu seu potencial produtivo, iniciando o enchimento das maçãs pelo acúmulo
de celulose nas fibras das sementes. O alto pegamento de maçãs regula naturalmente a altura da planta
sendo reduzida a necessidade do uso de reguladores de crescimento até o cut-out. Prioriza-se o controle de
pragas que atacam as maçãs, como as lagartas, o bicudo, os percevejos. O controle de pulgões é
importante para evitar dano as fibras por fumagina. A segunda metade desta fase é muito vulnerável a
qualquer stress que interfira na taxa fotossintética, como extremos de temperatura, elevada nebulosidade,
secas, etc, causando aumento na queda de estruturas e levando a maior ocorrência de fibras imaturas.
Sub-fases: F1 - Primeiro botão floral do primeiro ramo torna-se flor. F2 - Primeiro botão floral do segundo
ramo torna-se flor.F3 a Fn - O mesmo critério para F2, sendo o ponto de mudança a abertura das flores.
Fase 4 - Abertura dos Capulhos. Nesta fase prepara-se a colheita com desfolhantes quando as plantas
apresentam 70 a 80% das maçãs abertas, ou com apenas 4 maçãs fechadas acima da última maçã aberta,
uma vez que as maçãs destas posições sempre estarão maduras fisiologicamente. Aos 7 dias após a
aplicação do desfolhante as maçãs ainda fechadas estarão prontas a receber o maturador, que estimulará a
sua abertura. A colheita deverá ser realizada o mais rápido possível para evitar a re-infestação por plantas
daninhas, e para diminuir as perdas em produtividade e qualidade de fibra. Sub-fases: C1 - Abertura da
primeira maçã do primeiro ramo, tornando-se capulho. C2 - Abertura da primeira maçã do segundo ramo,
tornando-se capulho. C3 a Cn - O mesmo critério para C2, sendo o ponto de mudança a abertura das
maçãs.
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forma cordiforme com recortes ou com forma de quiabo, com profundos recortes, chamada okra ou
superokra, que são quase filiformes. Existem 3 nectários nas nervuras da face dorsal das folhas, sendo que
a ausência (nectariless) fator que promove resistência a pragas (pulgões, mosca branca e Heliothis). As
folhas de formato cordiforme (normal) promovem um auto-sombreamento da planta (em função do tipo de
estrutura que é planófila), ao passo que as folhas filiformes sombreiam-se muito pouco. O IAF máximo está
próximo a floração. A luz incidente é capturada pelas folhas (formato normal) superiores do dossel planófilo,
ficando pouca energia disponível para as folhas inferiores da copa e as da parte baixa do dossel das
plantas, essas condições indicam a baixa eficiência na captura e distribuição da luz pelo dossel e a redução
da fotossíntese líquida. Uma aparente melhoria da eficiência fotossintética ocorre com a utilização de
plantas de folhas do tipo okra (quiabo) ou superokra (folha de quiabo super), que por serem recortadas e
filiformes, respectivamente, deixam a luz ser distribuída melhor em todo o dossel. Comparada com as folhas
normais (cordiforme) as plantas com folhas okra apresentam 40% a menos de área foliar e 70% de
penetração da luz no dossel e as folhas superokra 60% a menos de área foliar e 190% a mais de
penetração da luz. Desvantagens no uso de folhas tipo okra/superokra mesmo com mais eficiência na
captura e distribuição da luz no dossel, as folhas okra/superokra têm áreas foliares individuais menores
(metade no caso da superokra) produzindo menores quantidades de fotoassimilados que também são
direcionados em menores quantidades para os frutos, aumentando a taxa de shedding (queda de frutos
jovens), além das áreas apresentarem maior incidência de plantas daninhas. Existe uma grande
dissincronia (fruto (dreno forte) e folha verdadeira velha (fonte))= os frutos em desenvolvimento estão
ligados às folhas mais velhas= provoca o shedding ficando 25% dos frutos. Plantas resistentes a pragas e
doenças: glabras (sem pêlos) menos ramulose e menos mosca branca; pilosas apresentam redução na
postura do bicudo e mais Heliothis.
e) Flor: é hermafrodita com polinização entomófila (abelhas). Ramo frutífero 6 a 8 botões florais com queda
de 20% de flores (shedding). Antes da fecundação a cor da flor é branca ou bege clara, depois fica com cor
violeta ou roxa. As flores apresentam nectários na base das brácteas, que atraem insetos (pulgões e mosca
branca) e flores sem nectários são denominadas nectariless. As flores do algodoeiro apresentam padrão de
o o
surgimento característico, ocorrendo o aparecimento, em espiral, a partir do 1 botão floral do 1 ramo
frutífero. Tempo de abertura de uma flor para outra entre dois ramos= 3 dias; de duas flores no mesmo
ramo= 6 dias.
f) Fruto: é uma cápsula deiscente tipo loculicida. Apresenta de 3 a 5 lóculos com 6 a 8 sementes/lóculo.
Antes de abrir o fruto é chamado de maçã e após abrir de capulho.
g) Semente: apresenta de 14 a 25% de teor de óleo. O tegumento é coberto com línter, que deve ser
retirado (deslintado) para proporcionar uma melhor qualidade, as sementes passam por mesa densimétrica
e peneiras para classificação em espessura e largura.
3.2.2. Florescimento/Frutificação
- Para o bom rendimento do algodoeiro o fundamental é o balanço entre crescimento vegetativo e frutífero -
que pode ser afetado pelas condições do ambiente, umidade e fertilidade do solo.
o
- Altas temperaturas noturnas (25 C) atrasam o florescimento.
o o
- Baixas temperaturas noturnas (20 C) combinada com temperatura diária de 25 C - estimulam o
florescimento
- Ácido giberélico é relatado como o principal fitorregulador que influencia o florescimento.
- Após a abertura das flores e a fertilização dos óvulos - o fruto alcança tamanho completo 21 a 25 dias e a
completa maturação ocorre aos 40 dias.
- Sementes estão maduras antes da abertura do capulho.
- Quantidade de flores > frutos/capulhos= diversos os fatores que influenciam a formação dos capulhos
finais: quantidade de fotoassimilados; condições edafoclimáticas; ataques de pragas e doenças e estresses
altas/baixas umidade e temperatura.
os
- Os capulhos responsáveis pela produção são os resultantes dos 1 dias da floração = 80% das maçãs
os
retidas resulta dos 1 dias da floração= entre 21 e 42 dias.
- Fatores ou problemas de estresses altas/baixas umidade e temperatura= provocam= bloqueio antecipado
do crescimento e desenvolvimento, não haverá botões florais nem ramos frutíferos, ocorrendo redução na
produção e na qualidade da fibra= fenômeno denominado de cut-out (fase em que a planta deixa de emitir
botões florais - menopausa).
Fase de florescimento= esta fase se encerra com o que se chama “cut-out” (corte). É quando a
planta já está com a carga total, quando entrará em senescência, se tiver carga pendente suficiente. Este é
um ponto importante da lavoura, pois dá indicação segura sobre a época de colheita, sobre a aplicação de
maturadores ou interrupção dos tratos fitossanitários. Como reconhecer este momento? O cut-out
considerando-se a produção econômica da planta ocorre quando forem observados 5 nós acima da flor
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branca de primeira posição + alta na planta. Na contagem, devem ser considerados como nós aqueles que
tiverem uma folha, no mínimo, do tamanho de uma moeda de R$ 1,00.
3.2.3. Fotossíntese/Respiração
- O algodoeiro herbáceo é uma planta com fotossistema C3, pouco eficiente na síntese de assimilados, em
razão de apresentar alta taxa de fotorrespiração, alto ponto de compensação de CO2, cerca de 70 ppm.
-1
- Potencialmente o algodão herbáceo poderia produzir aproximadamente 17,5 t ha de algodão em caroço -
produtividade limitada pela própria planta, considerando sua morfologia, fisiologia, bioquímica e os fatores
ambientais.
o o
- Durante a condução da lavoura de algodão= temperatura ideal 22 a 32 C, temperaturas >30 C o ciclo é
o o
reduzido. Temperaturas de dia de 30 passando para 35 C e noturna de 22 passando para 27 C - alta
abscisão de flores e frutos (maçãs). A exigência térmica varia conforme cada cultivar.
- Características intrínsecas da fibra (comprimento, elongação e finura/micronaire) são altamente
influenciadas pela temperatura.
- Baixa luminosidade (sombreamento) - provoca queda nas estruturas reprodutivas. No início do
crescimento dos frutos ocorrer deficiência de luz - baixo no capulhos planta-1.
- Algodoeiro apresenta baixa eficiência no uso da água (646 g de água = 1 g MS).
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- RC: possibilitam o controle do crescimento vegetativo por meio da manipulação da arquitetura das plantas
deixando-as mais compactas.
- A aplicação de RCs altera o balanço entre as partes vegetativas e reprodutivas. As plantas apresentam
uma estrutura central de entrenós curtos (reduzidos/compactos) que viabiliza a colheita mecanizada. Com
produtividade de 3200 kg ha-1 (215 @ ha-1).
- Na aplicação de PIX HC (produto comercial) este não é metabolizado, o produto vai atuar em nível celular
envolvendo os promotores de crescimento da planta, inibindo a síntese de ácido giberélico (GA). O
crescimento da planta de algodão é suprimido por reduzir o comprimento dos entrenós no caule. Estimula o
espessamento do mesófilo (folha) conferindo > resistência ao fluxo de água; < transpiração e <
suscetibilidade ao ácaro (por aumentar a produção de tanino e terpenóides que dão resistência a insetos e
contribuem no MIP).
- O RC promove: fibra + limpa; uniformidade de maturação; antecipação da colheita (uns 15 dias) e
economia de aplicação pela antecipação da colheita.
- Plantas + compactas= alta população e > eficiência da aplicação de fungicidas, inseticidas e > eficiência
na captação de luz. Contribui para abertura + rápida e uniforme dos capulhos.
- Na colheita mecanizada a altura ideal é no máximo 1,30 m. Colheita em SCA 0,70 m de altura.
- Momento ideal de aplicação depende do ciclo da cultivar, quando ainda não iniciou a floração:
a
- Cultivares de porte alto (BRS Cedro, BRS Buriti, BRS Jatobá)= 1 aplicação aos 35 cm de altura;
a
- Cultivares de porte baixo (FiberMax 966, SureGrow 821, DeltaOpal, DeltaPaine, Makina, NuOpal)= 1
aplicação aos 45 cm de altura.
- A aplicação do RC deve ser feita no aparecimento (1a aplicação) no surgimento do 1o botão floral e 1as
flores, essa fase é crítica para regular o crescimento da planta. O uso do RC é imprescindível no cultivo
do algodão no SCA, a planta tem que ser compactada, se deixar ela vegeta e alcança um porte inviável
para a colheita mecanizada. A primeira aplicação deve ser feita no estádio fenológico V4/V6 (20 DAE).
O objetivo final são plantas com altura de 80 cm e 4-5 capulhos/planta, ou seja, o corte fisiológico do
florescimento (cut-out) deverá ser antecipado através do uso de RC para as plantas não crescerem
muito.
- Ideal que as condições climáticas sejam: 32oC diurna e 22oC noturna, chuva até 16 horas depois
recomenda-se reposição da aplicação e chuva de 30 mm após 24 horas também recomenda-se reposição
a a a a
do RC. A dose do RC é dividida em 4 aplicações 1 10%, 2 20%, 3 30% e 4 40%.
Quando a aplicação é feita observando-se os cuidados mencionados, o esquema de parcelamento a ser
adotado pode ser: 10 + 20 + 30 + 40% da dose total. Se por algum motivo a primeira aplicação foi atrasada
sugere-se 20 + 30 +50% ou ainda 25 + 25 + 25 +25% da dose total. O intervalo entre uma aplicação e outra,
se as condições são favoráveis para o crescimento das plantas, não deve ser superior a 14 dias; em média
entre uma aplicação e outra recomenda-se um intervalo entre 7 a 14 dias. É necessário o monitoramento
frequente das plantas. No SCA a dose pode chegar a ser o dobro da recomendação.
*As vistorias no campo devem ser realizadas em intervalos de 7 em 7 dias. Independente do local do Brasil
a planta de algodoeiro cresce 1,5 cm/dia, Definição de novas aplicações= valor da altura da planta ÷ número
o
de nós= a razão entre altura e n de nós não deve ser superior a 4,0 e o ideal é 3,5, então >3,5 tem que
aplicar o RC.
*O RC além de diminuir a altura das plantas diminui também o número de nós. Assim, a altura da planta
deve ser monitorada e não se deve trabalhar com alturas muito diferentes do valor do espaçamento entre
linhas vezes 1,5, por exemplo= espaçamento entre linhas de 0,45 m = altura 67 cm // espaçamento entre
linhas de 0,50 m = altura 75 cm.
**Produtos RC= além do PIX HC (dose acumulada de 1500 mL/ha= 4 doses de 250 mL em V3 e V4, 350
mL/ha em B1, 400 mL/ha e 500 mL em B5), existe o Tuval (ingrediente ativo Cloreto de Clormequat) em
áreas de crescimento vegetativo vigoroso aplicar 250 mL de Tuval/ha (25 g i.a./ha) a cada 20 dias até
aproximadamente os 100 dias, no algodão cultivo entre linha convencional. Tuval também é usado no “cut-
out” corte fisiológico do florescimento da planta, quando a mesma atingir a altura desejada. Os últimos 5
entrenós não poderá passar de 3,5 cm.
5.4.2. Maturadores
- Maturadores são produtos químicos que estimulam a produção de etileno o qual causa a desintegração
das membranas celulares e dessecação das células, especialmente daquelas que unem os carpelos da
cápsula (maçã madura). As maçãs iniciam um processo de evaporação e as fibras internas ao secarem
pressionam a casca da maçã para abrir. Maçãs maduras são definidas com o teste do canivete em que
estas sendo maduras possuem resistência contra o corte e as imaturas são seccionadas sem resistência.
- Vantagens no uso de Desfolhantes/Maturadores= evita alimento/abrigo para pragas, promove a
uniformidade, a qualidade da fibra, reduz a umidade da fibra e produto + limpo.
- Maturador: produtos hormonais para acelerar a maturação e a correspondente abertura dos frutos do
algodoeiro. Exemplos= Finish (Ethephon+Cyclanilida), Dropp (Tidiazuron) e CottonQuik (Etefon)
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5.4.3. Desfolhantes
- Desfolhantes são produtos químicos (dois grupos de ação: herbicida e hormonal) que direta ou
indiretamente promovem a produção de etileno e ácido abscísico no pecíolo das folhas e afetam o
transporte. O desfolhante deve ser aplicado primeiramente para depois se aplicar o maturador dos frutos,
com isso o efeito guarda-chuva das folhas é eliminado, fazendo com que o maturador consiga entrar em
contato com todos os frutos maduros para ocorrer a indução à abertura das maçãs em capulho.
- Benefícios com o uso dos desfolhantes:
- eliminação de fontes de impurezas (restos de folhas secas);
- colheita + rápida, eficiente e com menos problemas;
- previne contra o apodrecimento das maçãs;
- reduz a fonte de alimentação para a diapausa do bicudo;
- abertura + rápida e secagem dos capulhos, permitindo a colheita + rápido.
- Diferença= Desfolhante X Dessecante= desfolhante: provoca a queda das folhas e o dessecante: seca as
folhas sem cair.
- Caso após o maturador as plantas ainda estiver com folhas - recomenda-se o uso de
desfolhantes/dessecantes.
- Desfolhantes: Tidiazurom (Dropp Ultra) ou Ethrel (reduz o AIA e aumenta o Etileno, que forma a camada
de abscisão foliar, ocorrendo de 7 a 15 dias a desfolha intensa. Plantas desfolhadas exigem colheita
imediata.
- Momento da aplicação dos Desfolhantes: quando as quatro 1as maçãs acima do último capulho estiver
madura fisiologicamente e as demais imaturas. Só aplicar quando 90% dos frutos estiverem atingido a
Maturidade Fisiológica (MF) ou 60% dos capulhos abertos. O momento ótimo, e mais indicado como
confiável, para desfolhação é quando cápsulas/maçãs localizadas 4 ramas acima do último capulho aberto
encontram-se maduras. == outro modo: a desfolha pode ser usada quando a última maçã fisiologicamente
madura com interesse de colheita estiver entre 3 a 5 internódios acima do capulho mais alto.
5.4.4. Dessecantes
- Dessecantes são produtos químicos que alteram a integridade das membranas celulares, causando uma
rápida desidratação e a dessecação das folhas. Esse processo não dá tempo para a formação da capa de
abscisão na base do pecíolo e as folhas ficam secas e presas na planta. Isto é uma desvantagem na
colheita mecanizada porque as folhas secas vão contaminar as fibras com resíduos das folhas e brácteas.
- Dessecantes provocam a seca das folhas sem estas caírem. O dessecante aumenta a impureza.
- Dessecantes usados: - Glifosato: 70 a 80% dos capulhos abertos
- Paraquat (Gramoxone): 70% dos capulhos abertos
- Glufosinato de Amônio: quando 50% dos capulhos abertos
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Calagem (correção do solo): Com antecedência hábil ao plantio (90 dias) para aplicação de corretivos de
solo (calcários, outros) e adubos em geral. Caso haja necessidade de uso de calcário aplicar metade da
dose antes da aração e a segunda metade antes da 1ª gradagem. O calcário deve ter PRNT em 80 ou
acima. Calcários dolomíticos e magnesianos fornecem cálcio e magnésio. O V2 requerido no Cerrado é
50%, mas em solos da Bahia recomenda-se trabalhar com V2 de 60% a 70%. Condições de sequeiro V2
-1
50% e em sistema irrigado V2 60%. A quantidade de gesso (QG em kg ha = 50 x % de argila)= <15%
-1 -1 -1 -1
argila: 700 kg ha ; de 15 a 35%: 1200 kg ha ; de 35 a 60%: 2200 kg ha e >60% de argila: 3200 kg ha de
gesso.
-1
Adubação: O algodoeiro exige em adubação necessitando de 69, 26, 73, 36, 27 e 6 kg ha de N, P2O5,
K2O, CaO, MgO e S, respectivamente, para produzir uma tonelada de algodão em pluma.
-1
O nitrogênio (120 a 150 kg ha ) deve ser fornecido ao algodoeiro na ocasião do plantio e parcelado (2-3
vezes) em cobertura até 40 DAE ou abotoamento e no florescimento. Aplicações tardias de nitrogênio (80
DAE) vão direcionar para o crescimento vegetativo, prolongar o ciclo da cultura, aumentar o shedding e os
-1
ataques de pragas e doenças. A planta requer grandemente o fósforo (80 a 140 kg ha ) entre 30 e 50 dias,
-1
o potássio (80 a 170 kg ha ) entre 30 e 50 dias e em torno de 90 dias, o magnésio a partir de 35 dias, o
enxofre em torno de 50 dias e 80 dias após a emergência.
A adubação deve seguir as recomendações da análise de solos; ela é feita no plantio - adubação de base -
e em coberturas - (1/3 dos 25 aos 30 dias e 2/3 aos 45 dias pós-emergência). A adubação de base deve ser
colocada a 5 cm de profundidade e ao lado da semente; a adubação de cobertura é aplicada a uma
distância de 15 cm da planta e incorporada ao solo (cultivador - em preparo convencional). Recomenda-se
para atender micronutrientes: 2,0 kg ha-1 de boro (o algodão é muito exigente em boro e responde muito: 1
-1 -1 -1 -1
a 4 kg ha no sulco ou a lanço), 2,0 kg ha de cobre, 6,0 kg ha manganês, 0,4 kg ha molibdênio, 6,0 kg
-1
ha de zinco, aplicados no sulco de plantio. O SS e SA ou potássio suprem as necessidades de enxofre.
a
Para análise foliar devem-se retirar folhas no início do florescimento, coletar o limbo da 5 folha a partir do
ápice da haste principal; no mínimo 50 limbos por gleba, um por planta.
Mais Nutrição
A planta tem a característica de produzir inúmeras estruturas de produção (botões florais), dos quais podem
ser abortados entre 40 e 50% do total. Porém, se conseguir 10 maçãs uniformes por planta pode-se ter
ótima produtividade; para tanto ela extrai para cada tonelada de algodão em caroço 50 kg de Nitrogênio, 40
kg de Potássio e 30 kg de Fósforo. Quando na fase de enchimento das maçãs a planta mostrar boa carga
de frutos e se não houver nutrientes suficientes para suprir suas necessidades, ela poderá apresentar
senescência ou envelhecimento precoce, mostrando na área cultivada plantas com manchas amareladas,
avermelhadas ou arroxeadas que poderão produzir maçãs imaturas e de baixo peso.
Para que a planta possa expressar todo seu potencial produtivo é importante ter uma boa reserva de
nutrientes no solo, além de obter ajuda do clima que tem uma importância de 80% dos fatores que
influenciam a produção. Para ter uma produtividade acima de 250 @/ha em solos de Cerrado, Recomenda-
se adicionar: Nitrogênio de 110 a 150 kg/ha, Fósforo de 110 a 130 kg/ha, Potássio de 130 a 180 kg/ha,
Enxofre de 30 kg/ha, Boro de 2,0 a 5,0 kg/ha, Zinco de 1,5 a 2,0 kg/ha, além de outros micronutrientes.
Torna-se necessário adicionar Potássio após os 30 dias da germinação quando houver necessidade ou
carência, através de uma adubação em cobertura a lanço ou foliar, caso o valor seja superior a 60 kg/ha
pode-se aplicar em pré-semeadura ou parcelado metade na semeadura e a outra parte em cobertura junto
com o N.
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botões florais, maçãs e hospedeiros alternativos, destruição antecipada e uniforme de restos de cultura, uso
de culturas armadilhas e rotação de culturas. Além disso, utilização de cultivares de ciclo curto.
Controle químico: Deve ser efetuado quando necessário, ou seja, quando a incidência de pragas atingirem
o nível de dano econômico. A aplicação do defensivo está presa a uma série de necessidades que,
satisfeitas, tornarão a prática eficiente mantendo a praga sob controle. Entre elas, características do
agroquímico (efetividade, seletividade, toxicidade, poder residual, carência, método de aplicação,
formulação, preço), características do equipamento aplicador (pontas/bicos, estado geral, tamanho da área
a tratar, calibragem, treinamento do operador). Modernamente adota-se o MIP (Manejo Integrado de
Pragas) que se baseia em amostragens periódicas de pragas na cultura que definirão a estratégia correta a
ser aplicada para controlar uma praga.
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Broca-da-raiz: observar o colo da planta; período crítico entre 10 e 40 DAE. Controle efetuado pelo
tratamento de sementes com inseticidas ou aplicações contra infestações com 20 a 30 dias de vida da
planta.
7.2. Pragas/Controle:
- Considera-se que broca-da-raiz, tripes e pulgões, curuquerê são pragas iniciais e ácaros, bicudo, lagartas,
das maçãs e rosada, percevejos, são pragas tardias.
Broca-da-raiz: Eutinobothrus brasiliensis (Hambledon, 1937), Coleoptera, Curculionidae.
O adulto é besouro de cor preta, com 3 a 5 mm de comprimento, aparelho bucal em forma de tromba; o
jovem é uma lagarta branca ou amarelada (até parda). A fêmea adulta coloca ovos ovais branco-
amarelados no caule; deles saem lagartas que penetram no caule, abrem galerias em todas as direções, na
região entre o caule e a raiz, em geral. Isto provoca murchamento e até morte do algodoeiro.
O controle é feito preventivamente pelo tratamento das sementes com inseticidas à base de Carbofuran
(Diafuran 50, Furadan 50) na dosagem de 30 a 40 g do produto comercial para misturar a cada 100 kg de
sementes. Em caso de infestação aos 20 dias de vida da planta, pulverizar com produtos à base de
Paratiom-metil (Folidol 600) na dose de 0,5 L do produto por hectare (visar caule e colo da planta).
Pulgões:
Pulgão do algodoeiro: Aphis gossypii (Glover, 1876)
Pulgão verde: Myzus persicae (Sulzer, 1776), Homoptera, Aphididae
Insetos pequenos, com corpo mole ovalado com 1,3mm. de comprimento, cor verde - limão (Aphis) e verde
a verde-amarelada até marmoreada (Myzus). Reproduzem-se (parição) nas regiões quentes sem concurso
de machos. Vivem em colônias sugando a seiva das folhas (face inferior) novas e brotos expoliando o
algodoeiro; ataques severos causam encarquilhamento da folha e até "mela" (por substância doce
excretada pela praga que danifica capulhos e atrai formigas pretas). Quando a população excede a
capacidade do órgão da planta em alimentar a colônia, surgem adultos alados que voam para outras folhas
ou plantas para iniciar colônias. O ataque de pulgão pode determinar prejuízos de até 44% à lavoura do
algodoeiro. Alta temperatura e umidade relativa do ar associada à estiagem favorecem o desenvolvimento
dos pulgões. O controle do pulgão pode ser feito, parcialmente, por seus inimigos naturais - joaninhas,
bicho-lixeiro, mosca sirfídeo, entre eles - ou via aplicação de produtos agroquímicos (inseticidas) a partir das
épocas determinadas pela amostragens, com os defensivos químicos abaixo:
-1
Pirimicarb (Pirimor 500) – (500 g ha )
-1
Thiomethon (Ekatim 250 CE) – 0,3 a 0,5 L ha )
-1
Monocrotofos (Azodrin 400S) – 1,5 L ha
Curuquerê: Alabama argillacea (Hubner, 1823), Lepidoptera, Noctuidae.
Também se hospeda no mate. O adulto é mariposa cor marrom-avermelhada, com duas manchas circulares
no centro das asas anteriores. A lagarta é do tipo mede-palmos, com cores variadas (verde ao preto),
podendo atingir 35 a 40 mm de comprimento (madura) e a pupa é de cor castanha e encontrada enrolada
em folha. Com hábitos noturnos a mariposa fêmea põe ovos circulares e achatados verde-azulados
embaixo das folhas. O ataque começa pela parte superior do algodoeiro e as lagartas, vorazes, consomem
a área foliar completamente. Lagartas foram encontradas consumindo as primeiras folhas (cotilédones) logo
após a emergência do algodoeiro. O controle do curuquerê é feito, em parte, por inimigos naturais
(percevejos, aranhas, vespas, outros) e por aplicação de defensivos agroquímicos lagarticidas como:
-1
Bacillus thuringiensis (Dipel 32 PM, ou Thuricide) - 0,5 kg ha
-1
Diflubenzuron (Dimilin 250 PM) - 50 a 60 g ha
Endosulfan (Thiodan 35 CE) - 1,2 a 1,5 L ha-1
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máximo dentro de uma semana), plantio-isca (algumas ruas de algodoeiro, antes do plantio, para atrair o
inseto adulto).
Em parte o bicudo pode ser controlado por inimigos naturais - como a formiga preta grande - e por aplicação
de agroquímicos inseticidas como:
Carbaryl (Sevin 850 PM) – 1,6 Kg/hectare
Endosulfan (Thiodan 35 CE) – 2,0 litros/hectare
Betacyfluthrin (Buldock 125 SC) – 100 ml./hectare
Deltametrina (Decis 50 SC) – 200 ml./hectare
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Ácaros:
Ácaro banco: Polyphagotarsonemus latus (Banks 1904) Tarsonemidae
Ácaro rosado: Tetranychus urticae (Koch, 1836) Tetranychidae
Ácaro vermelho: Tetranychus ludeni (Zacher, 1913) Tetranychidae.
Branco: fêmeas com 0,2 mm comprimento, cor branca a amarelo brilhante, ovos com 0,1 mm diâmetro, cor
pérola. Ciclo de 5 a 7 dias (a 27ºC). Tem preferência pelas folhas do ponteiro onde põe os ovos. Danos
aparecem nas folhas dos ponteiros que mostram face inferior brilhante e margens voltadas para cima e
depois ficam espessas e coriáceas tornando-se quebradiças. Sob ataques intensos os caules tomam forma
de S. Hospeda-se, também, na batatinha, laranjeira, mamoeiro, dália. Alimentam-se sugando a seiva da s
folhas.
Rajado: hospeda-se também no chuchuzeiro, feijoeiro, mamoeiro, roseira. As fêmeas possuem coloração
esverdeada com duas manchas escuras de cada lado do dorso; elas medem 0,5 mm comprimento e tem
corpo ovalado. Vivem em colônias na página inferior da folha tecendo grandes quantidades de teias onde
são colocados ovos esféricos e esbranquiçados. Os danos caracterizam-se pelo aparecimento de pequenas
manchas avermelhadas entre as nervuras que se juntam, tomam toda a folha que seca e cai. Sugam a
seiva das folhas.
Vermelho: as formas ativas apresentam cor vermelha-intensa, fêmeas com 0,43 mm comprimento, corpo
ovalado. Localizam-se na parte inferior da folha onde formam colônias, recobrindo-a com teias onde põem
os ovos arredondados e avermelhados. Sugam a seiva das folhas. Hospedam-se, também, no feijoeiro, no
girassol.
O controle dos ácaros é feito por inimigos naturais – ácaros predadores, percevejos, bicho lixeiro – e por
aplicações de agroquímicos defensivos agrícolas acaricidas ou inseticidas-acaricidas tais como:
Para o branco:
Abamectin (Vertimec 18 CE) – 0,3l./hectare
Propargite (Omite 720 CE) – 1,5l./hectare
Endosulfan (Thiodan 350 CE) – 1,5l./hectare
Para rajado e vermelho:
Abamectin (Vertimec 18 CE) – 0,6l./hectare
Propargite (Omite 720 CE) – 1,5l./hectare
-1
Tetradifon (Tedion 80 CE) – 3,0 L ha
Outras pragas:
Tripes – sugam a seiva das partes novas
Percevejos (rajado e manchador) – danificam botões, brotos e maçãs
Besouro amarelo – depreda a folhagem
Lagarta elasmo – broqueia o caule
Percevejo castanho – suga a seiva das raízes
Formigas saúvas – cortam folhas
Ácaro verde – suga a seiva das folhas
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Ramulária: fungo Ramularia areola, com sintomas de manchas verde-escuras de formato angular em ambas
as faces da folha. Ao evoluírem essas manchas são recobertas por uma massa pulverulenta de coloração
branca, constituída pelos esporos do patógeno.
*O termo Ramulose refere-se a uma doença e ramulária a um patógeno.
Mofo Branco: é uma nova doença que vem afetando o algodoeiro em regiões onde há plantios de feijão sob
pivô central. É causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, fungo altamente destrutivo, que produz
estruturas de resistência denominadas de escleródios. No algodoeiro o mofo branco é de difícil controle,
sobretudo quando afeta plantas com mais de 80 dias de idade. A cobertura vegetal do solo impede que o
patógeno alastre-se mais dentro da lavoura; a cobertura de palhada no solo contribui para diminuir as
aplicações de fungicidas, mas o ideal é um programa de rotação de culturas com o algodão retornando na
área após 3 anos no mínimo. Uso de agentes de controle biológico (Trichoderma) associado a aplicações
de fungicidas específicos como o Fluazinam (Frowncide) são indicados no manejo da doença.
Tratamento das sementes com fungicidas específicos (ex.: Tiofanato Metilico + Fluazinam= Certeza). TS
com Trichoderma (controle de Fusarium spp e Rhizoctonia solani), usar Trichoderma: sempre visando o solo
(atuação é no escleródio)
Tombamento: O tombamento está associado a vários fungos sendo os mais freqüentes Colletotrichum
gossypii, Rhizoctonia solani e Fusarium spp. Ocorre mais em condições de alta umidade no solo nos
primeiros 20 DAE. Baixas temperaturas agravam os efeitos da doença. O principal sintoma é o
escurecimento da haste logo abaixo do colo das plantinhas seguido de tombamento e morte. Esta doença
causa falhas na população de plantas comprometendo o rendimento da cultura.
O controle deve ser preventivo através do conjunto:
Uso de sementes com boa germinação e vigor
Tratamento das sementes com fungicidas específicos Captan, Thiram, Carboxin-Thiram, Fludioxonil (Maxin
Advanced), Carbendazin-Thiram. TS com Trichoderma (controle de Fusarium spp e Rhizoctonia solani).
Antracnose: Doença causada pelo fungo Colletotrichum gossypii Southi worth, ocorre em todas as regiões
produtoras, ataca todas as partes da planta podendo aparecer nos cotilédones e caule das plântulas recém
- emergidas que podem morrer. A doença aparece nos cotilédones sob forma de pequenas lesões que
servem de foco da doença para estádios mais avançados do desenvolvimento do algodoeiro. A lesão é
mancha deprimida avermelhada. Nas maçãs a lesão começa sob forma de pequenas manchas de
coloração escura e arroxeada; elas aumentam de tamanho cobrindo grande parte da maçã. Em condições
favoráveis e temperatura moderada as lesões cobrem-se de massa de esporos (frutificações) úmida,
pastosa e cor rósea. Mesmo com pouca extensão externa da lesão o fungo penetra a maçã, causa
deterioração da parte interna, e fibra e sementes podem ser destruídas. Quando não há destruição total da
fibra a maçã amadurece e abre, mostrando fibra compacta, descolorida e coberta com massa rosa de
esporos.
O fungo é transmitido pelas sementes (interna e externamente) podendo causar tombamento em pré e em
pós emergência.
O método mais importante de controle é o tratamento prévio de sementes com fungicidas dos grupos do
Benzimidazóis (Benlate) e dos Tolyfluanid (Euparen).
Utilização de sementes sadias para o plantio
Rotação de culturas e destruição de restos de culturas
Mosaico comum: Doença causada pelo AbMV (vírus) e pode ser encontrada em todas as regiões
produtoras e sua incidência pode chegar a 50%.
Manchas alternadas de coloração diferente (mosaico) são caracterizadas por manchas amarelas (cor gema-
de-ovo). Com maturação da planta a coloração amarela fica mais clara e os sintomas menos evidentes. Em
alguns aparece coloração avermelhada. Segundo o estado de desenvolvimento a planta pode apresentar
nanismo e torna-se parcial ou totalmente estéril. O vírus é transmitido pela mosca branca (Bemisia tabaci e
B. argentifolii).
Controle:
Eliminar plantas doentes, no desbaste.
Eliminar ao máximo, malváceas nativas em torno do futuro campo do algodoeiro
Usar cultivares resistentes como CNPA Precoce 2, CNPA 7H e IAC 22.
Nematóides: Vermes microscópicos que atacam plantas e se alimentam, principalmente, das raízes.
Espécies dos gêneros Rotylenchulus, Belonolaimus, Pratylenchus, Trichodorus, outras, atacam o
algodoeiro; o mais importante é o nematoide de galhas (Meloidogyne incognita (Kofoid/White) Chitwood.
Causa danos por alimentar-se da planta bem como por abrir caminho para a penetração de fungos
(Fusarium) nas plantas.
Galhas (entumescências) na raiz é o sintoma característico do ataque do nematóide. A doença pode
determinar murcha nas horas quentes do dia e morte em época de seca. As plantas atacadas aparecem em
reboleira.
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O controle mais eficiente é o uso de variedades (cultivares) resistentes; rotação de culturas diminui a
população de nematóides no solo.
Outras doenças do algodoeiro:
Doenças por vírus:
Mosaico das nervuras: amarelecimento ao longo da nervura
Vermelhão: áreas vermelhas ou roxas nas folhas baixeiras
Mosaico tardio: mosaico de áreas verde-claras e normais
Murchamento avermelhado: folhas dobram-se para baixo, com cor bronzeada que evolui para vermelho.
Doenças por fungos:
Murcha de Fusarium: escurecimento de feixes vasculares, clorose nas folhas, necrose nas bordas
Murcha de Verticillium: semelhante a anterior, em reboleiras
Mancha de Alternaria: manchas de até 1 cm, cor marrom nas folhas cobrindo-as.
Mancha de Stemphylium: manchas marrom-escuras à negras nas folhas
Podridão das maçãs: de vários fungos
Doenças por bactérias:
Mancha angular: lesões aquosas com bordas em ângulos nas folhas
Aplicação de defensivos agrícolas no algodoal:
O agroquímico - acaricida, fungicida, herbicida ou inseticida – encontrado no comércio sob diversas
formulações (estado físico), tais como concentrado emulsionável (CE), solução concentrada (SC), pó
molhável (PM ou M) necessita, para chegar ao solo ou a planta, de um veículo que é, de ordinário, a água;
(agroquímico + água constituem a calda defensiva). A quantidade total da calda (volume) aplicada num
hectare deve conter a quantidade do agroquímico (dose, dosagem) preconizado pelo fabricante para
controlar a planta daninha, a praga ou doença.
8. Colheita/Armazenamento
Por exigir atenção constante ao longo do seu desenvolvimento (mão-de-obra e capital) maiores cuidados
com o algodoeiro devem ser alocados à colheita e armazenamento. Como a destinação principal do
algodão é a indústria têxtil a qualidade da fibra é de fundamental importância e também depende da
colheita.
A ocorrência de sujeira - notadamente fios de sisal, ráfia, náilon e plásticos, penas de aves (já no
armazenamento) - contamina o algodão, deprecia sua qualidade e induz mal conceito junto a consumidores.
O algodão deve ser colhido em sacos de algodão; no ato da colheita separar o algodão mais limpo do
produto sujo; nessa ocasião separar casulos, carimãs, frutos verdes, entre outros.
A colheita, iniciada em até 130 dias de ciclo, pode ser manual ou mecânica.
Colheita mecânica: (Colhedeiras do tipo Picker de 2 a 5 fileiras). De alto rendimento é de menor custo que a
manual; em lavouras bem conduzidas tecnicamente e com bom rendimento um equipamento colhedor pode
colher de 3 a 5ha/dia de trabalho (colhendo 2 filas). O algodão colhido (tipo 5) passa a tipo 4. Para a
colheita mecânica a declividade do terreno deve estar abaixo de 8%, não devem existir obstáculos no
terreno, tocos, pedras, buracos, deve haver satisfação às exigências da colheita mecânica (cultivar,
população de plantas, controle de ervas, entre outros), teor de água de 7 a 12% (colher em horas quentes
do dia), operadores capacitados, a cultura deve estar no limpo, desfolhada e uniforme. Perdas admitidas em
até 10%. Velocidade de trabalho em 3,5 km/h.
Rendimentos podem variar de 1.500 kg a 2.500 kg/ha em condições de sequeiro; em trabalhos
experimentais já se conseguiu 4.500 kg/ha (Bahia) em condição de lavouras irrigadas.
Caso haja necessidade de armazenamento antes da comercialização o local deve estar seco, ventilado,
limpo, protegido da umidade e do fogo.
9. Beneficiamento do algodão
Para que as máquinas de beneficiamento operem com maior eficiência e para obter fibra e semente de boa
qualidade é recomendado que o algodão em caroço, ao entrar na usina, apresente as seguintes
características:
- Umidade do algodão em torno de 7% (6,5 a 8%)
- Sem excesso de impurezas (detritos da cultura, brácteas, barbantes, penas de aves, amarrios, arames,
terra)
- Isenção de pragas e doenças
- Grau de maturidade ideal (verificado em laboratório)
- Algodão proveniente de cultivares apropriadas para a colheita mecânica.
Fases do beneficiamento: O beneficiamento é dividido em 3 etapas:
- Preparatória: recepção, qualificação, armazenamento temporário.
- Limpeza e descaroçamento: separação da fibra da semente
- Complementar: prensagem, enfardamento e armazenamento da fibra.
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