Filosofia
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1. O que é o conhecimento?
O conhecimento é a relação entre um sujeito- aquele que conhece - e um objeto -aquilo
que é conhecido.
O conhecimento prático (ou saber-fazer) que exige que o sujeito saiba executar uma dada
atividade.
• Sentidos (experiência sensível) – juízos a posteriori – juízos cuja verdade pode ser
conhecida através da experiência sensível;
Não são estritamente universais (não são verdadeiros sempre e em toda a
parte) e são contingentes (são verdadeiros, mas poderia ser falsos, nega-los
não implicaria entrar em contradição)
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➢ O ceticismo
➢ O Fundacionalismo cartesiano de caráter racional
➢ O Fundacionalismo de David Hume de caráter empirista
É uma corrente filosófica que afirma que o conhecimento não é possível, ou seja não é
possível ao sujeito apreender, de um modo efetivo ou rigoroso, o objeto.
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• Ceticismo positivo quando o cético considera que temos boas razões para acreditar
que o conhecimento não é possível, defendo esta ideia com argumentos.
Nota: é importante sermos um pouco céticos, dessa forma não iremos acreditar em tudo o que
que ouvimos e também porque dessa forma procuramos sempre arrecadar o máximo de
conhecimento possível.
• Se as nossas crenças se justificam com base noutras crenças, então caímos numa
cadeia de justificações.
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crenças, pois existem crenças que são de tal modo evidentes que podemos considerar
que se justificam a si mesmas.
Assim rejeitam o ceticismo através da distinção entre duas crenças: as básicas e as
não-básicas:
• As crenças básicas, são de tal modo evidentes que não precisam de ser justificadas
por outras crenças, justificam-se a si mesmas, são evidentes.
Visto que as crenças básicas não carecem de justificação, elas podem justificar as
crenças não básicas sem que seja necessário apresentar razões adicionais que, por sua
vez, as justifiquem. Deste modo embora as crenças não básicas se justifiquem em com
base noutras crenças, dando origem a uma cadeia de justificações, essa cadeia não
está, a partida condenada ao fracasso, pois pode desaguar numa crença básica (ou
fundacional), que, sendo autoevidente põe um ponto final na regressão da
justificação.
É uma corrente filosófica que privilegia o conhecimento a priori, isto é o papel da razão
na construção do conhecimento. A razão é a fonte principal do conhecimento -
conhecimento universal e necessário.
O modelo do conhecimento é nos dado pela matemática, para Descartes, a origem do
conhecimento não residir nos nossos sentidos já que os sentidos não são fonte
credível de conhecimento seguro.
Todo o conhecimento infalivelmente justificado, encontra o seu fundamento no
pensamento ou razão. O racionalismo tem uma posição otimista relativamente à
possibilidade do conhecimento. Recorrendo à dúvida metódica acabamos por
descobrir o cogito e depois por provar que Deus existe. A existência de Deus garante
que pelo bom das nossas faculdades será possível conhecer toda a realidade. As ideias
fundamentais são inatas, descobrem-se por intuição intelectual e o conhecimento
constrói-se de forma dedutiva.
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• O sistema dos ditos conhecimentos do seu tempo era constituído por verdades e
falsidades.
• O sistema dos ditos conhecimentos do seu tempo não tinha bases firmes e estava
desorganizado, a tal ponto que havia falsidades na base do sistema e verdades
noutros pontos desse sistema.
• Temos de encontrar uma verdade indubitável que sirva como base ao sistema dos
conhecimentos e permita organizá-lo firme e seguramente.
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• Hiperbólica – Rejeita como se fosse falso tudo aquilo em que se note o mínimo
suspeita de incerteza.
• Universal e radical – Incide não só sobre o conhecimento geral, como também sobre
os seus fundamentos e as suas raízes.
Descartes considera que devemos duvidar da experiência sensível, pois, por vezes,
acreditamos que estamos a ter uma determinada experiencia, quando na realidade
estamos apenas a sonhar.
Assim Descartes não encontra um critério que nitidamente distinga a realidade do
sono.
• Erros de raciocínio - é o 3º nível de aplicação da dúvida que afirma que há razões para
acreditar que o nosso entendimento confunde o verdadeiro com o falso. Pois existem
tópicos mais complexos acerca dos quais podemos sempre cometer erros de
raciocínio.
Assim Descartes aplicando mais uma vez o princípio hiperbólico da dúvida, decide
rejeitar mesmo as crenças que têm origem nos raciocínios mais elementares.
A hipótese do Deus enganador (depois mudada para génio maligno pois Deus é
sumamente bom e dizer que é enganador seria entrar numa com tradução) vem
mostrar mais uma vez que as verdades obtidas pela razão não estão imunes à dúvida,
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pois pode existir um ser superior que por maldade coloque nas nossas mentes as
ideias que bem entendesse, incluindo ideias erradas.
8. Operações da razão
O que trona o cogito uma crença tão evidente não é mais do que o seu elevado grau
de clareza e distinção, por isso estas duas características serão adotadas como critério
de verdade.
• Distinção - separação de uma ideia relativamente a outras: não lhe estão associados
elementos que não lhe pertençam.
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Se duvido e nada conheço a não ser que existo e sou um ser pensante, então sou
imperfeito. Mas se sou um ser imperfeito como é que posso ter a ideia de perfeito?
Sabemos que pela lei da causalidade a causa deve ter pelo menos tanta realidade
quanto os seus efeitos. Ou seja, um ser imperfeito não poderia causar a ideia de
perfeição.
Assim esta ideia deve ter origem em algo pelo menos tão perfeito quanto ela, ou seja,
Deus.
Nota: é chamado de argumento da marca pois Deus ao criar-nos introduziu-nos na
mente a ideia de perfeição, como uma espécie de marca, assinatura.
14. A importância da existência de Deus como ser perfeito (mostrar que as nossas
crenças são verdadeiras pois Deus não nos enganaria)
• Sabemos que Deus é perfeito por isso criou-nos com livre-arbítrio, assim como
temos a capacidade de fazer escolhas, elas podem ser boas ou más. Assim Descartes
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conclui que os erros não vêm de Deus, mas sim de nós. Assim só devemos acreditar
no que concebemos clara e distintamente.
• Uma vez provado que Deus existe, e não é enganador (pois essa seria uma
imperfeição), a hipótese do Génio Maligno pode ser afastada.
Para além disso Descartes volta a acreditar nos sentidos (não de forma completa,
sabemos que para Descartes a razão é mais credível que a experiencia)
Como vimos quando os sentidos nos enganam é porque nos precipitamos a dar o
nosso assentimento há coisas que não concebemos claro distintamente, mas sim de
modo confuso.
Contudo mesmo que os nossos sentidos estejam sujeitos ao erro, Deus concedeu-nos
a possibilidade de os corrigirmos através de um uso reto das nossas faculdades
racionais. (ou seja, mesmo acreditando novamente nos sentidos a confiança não é
completa)
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• Em segundo lugar, Descartes pressupõe que duvidar é menos perfeito do que saber,
podemos considerar que duvidar é mais perfeito do que possuir a totalidade do
conhecimento?
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Hume escolheu o termo “perceções” para designar o conteúdo das nossas mentes.
Segundo Hume, as nossas perceções podem ser de dois tipos: impressões e ideias
Segundo o Princípio da Cópia, as ideias são cópias das impressões. As cópias são
menos intensas e vívidas do que as impressões que estão na sua origem.
As ideias são cópias de impressões e são por isso causadas por estas. Têm uma origem
empírica. As nossas ideias formam-se todas a partir da experiência.
Se as ideias não fossem cópias das impressões, quem não possuísse a capacidade de
ter a experiência da cor formaria a ideia de cores, o que é absurdo. Uma pessoa cega
de nascença não poderá ter a ideia de branco porque nunca terá a impressão de
branco.
5. Será que Hume tem razão? Não haverá ideias que não correspondem a
nenhuma impressão? Afinal de contas, se esse fosse o caso, como
poderíamos ter as ideias de centauro, sereia, quimera, etc?
A explicação que Hume apresenta para esta aparente inconsistência da sua teoria
baseia-se na distinção entre ideias simples e complexas.
Segundo Hume:
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Hume reduz todo o conhecimento humano a dois tipos: relações de ideias e questões
de facto.
Como considera que existem apenas dois caminhos a seguir, esta divisão ficou
conhecida como A Bifurcação de Hume.
Importante: Hume sustenta que apenas o conhecimento sobre questões de facto nos
pode fornecer informações sobre o mundo, pois as relações de ideias, embora
expressem verdades necessárias, referem-se apenas às relações entre o significado das
ideias envolvidas, mas nada dizem acerca do que existe.
Assim, todo o nosso conhecimento do mundo baseia-se necessariamente em
impressões
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Acontece que o PUN foi ele próprio construído com base nas inferências indutivas.
Porque até hoje a Natureza se comportou de forma regular, admitimos que assim será
sempre. Estamos, pois, perante uma petição de princípios:
O que se obtém por indução não pode ser tomado como absolutamente certo, mesmo
que partamos de premissas verdadeiras.
Isto não significa que vamos abandonar a crença na causalidade, na indução e na
regularidade da Natureza, significa apenas que devemos admitir que estas crenças não
estão racional ou empiricamente justificadas. David Hume é por estas razões um cético
moderado.
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• Aquilo que está presente na nossa mente não são os objetos reais, mas sim
uma imagem ou representações mentais dos mesmos, então não estamos em
contacto direto com o mundo exterior.
• Uma vez que se trata de uma questão que diz respeito à existência, uma
investigação desta natureza deve ser resolvida com recurso à experiência.
• Mas a nossa experiência não pode alguma vez estender-se para além das
nossas impressões, e estas conforme acabámos de constatar, não devem ser
confundidas com os objetos exteriores me si mesmos.
• Assim uma vez que nunca poderemos sair do interior das nossas mentes nunca
seremos capazes de verificar se de facto, existe uma correspondência entre as
nossas perceções e os objetos exteriores, nem tampouco poderemos alguma
vez ter justificação para acreditar na existência dos mesmos.
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