Aula 3 e 4 Agrario
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Aula 3, 4,
Nos séculos I a IV, a região começou a ser invadida pelos Bantu, que eram agricultores e já
conheciam a metalurgia do ferro. A base da economia dos Bantu era a agricultura,
principalmente de cereais locais, como a mapira e a mexoeira a olaria, a tecelagem e
metalurgia encontravam-se também desenvolvidas, mas naquela época
a manufactura destinava-se a suprir as necessidades familiares e o comércio era efectuado por
troca directa. Por essa razão, a estrutura social era bastante simples - baseada na família
alargada, à qual era reconhecido um chefe.
Os nomes destas destas famílias nas línguas locais são, em eMakua, o Nlocko,
em ciYao, Liwele, em ciChewa, Pfuko e em chiTsonga, Ndangu.
Apesar da sociedade moçambicana se ter tornado muito mais complexa, muitas das regras
tradicionais de organização ainda se encontram baseadas numa linhagem ou família alargada.
O ferro era tão importante que alguns arqueológicos chegaram a pensar que eram utilizadas
como moeda. Mais tarde, esta moeda foi substituída por outra: tubos de penas de aves cheias
de ouro em pó, os meticais cujo nome deu origem à actual moeda de Moçambique.
Para além da grande fertilidade da região onde este Estado se estabeleceu, o apogeu do
primeiro estado do Zimbabwe deve estar ligado à mineração e metalurgia do ouro, muito
procurado pelos mercadores originários da zona do Golfo Pérsico que já demandavam as
terras de Sofala, pelo menos desde o século XII.
Cerca de 1450, o Grande Zimbabwe foi abandonado, não se conhecendo as razões desse
abandono mas, pela mesma altura, verificou-se uma grande invasão de povos também de
língua chiShona que deu origem ao Império dos Mwenemutapas. Estes invasores submeteram
os povos duma região que se estendeu até ao Oceano Índico, desde o rio Zambeze até a actual
cidade de Inhambane, pelo que não é claro o abandono do Grande Zimbabwe.
No século XVI, o Império dos Mwenemutapas tinha estendido o seu domínio a uma região
limitada pelo rio Zambeze, a norte, o Oceano Índico, a leste, o rio Limpopo a sul e chegando
a sua influência quase ao deserto do Kalahari a sudoeste. Porém, esta última região poderia
estar sobre a alçada de outros estados, como os reinos de Butua e Venda, que terão
estabelecido com os Mwenemutapas relações de boa vizinhança.
Para além de esta ser uma região fértil e não estar afectada pela mosca tsé-tsé, permitindo a
criação de gado, o que contribuiu para a estabilidade e crescimento das populações, as minas
de ouro estavam principalmente localizadas no interior. Por essa razão, o domínio das rotas
comerciais que constituíam o Zambeze, por um lado, e de Sofala, mais a sul, conferiu aos
Mwenemutapas - era a aristocracia que controlava o comércio - uma grande riqueza.
Foi o ouro que determinou a fixação na costa do Oceano Índico, primeiro dos mercadores e
colonos árabes oriundos da região do Golfo Pérsico, ainda no século XII, e depois
dos portugueses, no dealbar do século XVI.
PERIODO COLONIAL
Os Mwenemutapas reinaram até finais do século XVII, altura em que foram substituídos pela
dinastia dos Changamira Dombos, outro grupo Shona que dominava o reino Butua,
contribuindo assim para a extensão territorial do império. As relações dos Changamiras com
os portugueses tiveram altos e baixos mas, em 1693, houve um levantamento armado em que
os soldados portugueses que residiam na capital foram escorraçados, várias igrejas destruídas
e os portugueses impedidos, durante algum tempo, de ter acesso ao ouro e ao comércio com
os reinos indígenas.