Este capítulo descreve como o povo de Israel pecou contra Deus desobedecendo seus mandamentos. Como resultado, Deus enviou grandes calamidades sobre seu povo, incluindo fome e deportação para a Babilônia. Baruc reconhece que eles merecem o castigo, mas pede a Deus misericórdia e perdão para seu povo exilado.
Este capítulo descreve como o povo de Israel pecou contra Deus desobedecendo seus mandamentos. Como resultado, Deus enviou grandes calamidades sobre seu povo, incluindo fome e deportação para a Babilônia. Baruc reconhece que eles merecem o castigo, mas pede a Deus misericórdia e perdão para seu povo exilado.
Este capítulo descreve como o povo de Israel pecou contra Deus desobedecendo seus mandamentos. Como resultado, Deus enviou grandes calamidades sobre seu povo, incluindo fome e deportação para a Babilônia. Baruc reconhece que eles merecem o castigo, mas pede a Deus misericórdia e perdão para seu povo exilado.
Este capítulo descreve como o povo de Israel pecou contra Deus desobedecendo seus mandamentos. Como resultado, Deus enviou grandes calamidades sobre seu povo, incluindo fome e deportação para a Babilônia. Baruc reconhece que eles merecem o castigo, mas pede a Deus misericórdia e perdão para seu povo exilado.
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LIVRO DE BARUC 19 Desde o dia em que o Senhor tirou nossos
pais do Egito até agora, persistimos em nos
mostrar recalcitrantes contra o Senhor, nosso CAPÍTULO 1 Deus, e, em nossa leviandade, recusamos escutar-lhe a voz. 1 Eis o texto do livro escrito por Baruc, filho de 20 Por isso, como agora o vemos, persegue-nos Nérias, filho de Maasias, filho de Sedecias, filho a calamidade assim como a maldição que o de Sedei, filho de Helcias, em Babilônia, Senhor pronunciara pela boca de Moisés, seu 2 no quinto ano, sétimo dia do (quinto) mês. servo, quando este fez com que saíssem do Decorria o tempo em que os caldeus tomaram Egito nossos pais, a fim de nos proporcionar Jerusalém e a haviam incendiado. uma terra que mana leite e mel. 3 Leu Baruc este livro em presença de Jeconias, 21 Contudo, a despeito dos avisos dos profetas filho de Joaquim, rei de Judá, e de todo o povo, que nos enviou, não escutamos a voz do Senhor, que para tal fim se reunira, nosso Deus. 4 dos nobres, príncipes reais, anciãos e de 22 Seguindo cada um de nós as inclinações quantos residiam em Babilônia, às margens do perversas do coração, servimos a deuses rio Sodi, desde os mais simples até os mais estranhos e raticamos o mal ante os olhos do elevados. Senhor, nosso Deus. 5 Ao ouvi-lo, puseram-se todos a chorar e a jejuar, orando ao Senhor. CAPÍTULO 2 6 Fizeram, em seguida, uma coleta de dinheiro, de acordo com as posses de cada um, 1 Assim sendo, pôs o Senhor em execução a 7 e o produto enviaram a Jerusalém, ao ameaça que, contra nós, havia pronunciado, e sacerdote Joaquim, filho de Helcias, filho de contra os nossos chefes que governavam Israel, Salom, assim como aos outros sacerdotes e a os nossos reis e príncipes e todo Israel e Judá; quantos ainda com ele se encontravam na 2 a ameaça de lançar sobre nós calamidades tais cidade. como nunca, sob o céu, ocorreram semelhantes 8 No décimo dia do mês de Sivã, Baruc já havia ao que se passou em Jerusalém. (Foi visto recuperado os utensílios realizar-se) o que na lei de Moisés se encontra: da casa do Senhor - que haviam sido levados 3 chegar cada um de nós a comer a carne do por ocasião da pilhagem -, a fim de devolvê-los filho ou da filha. à terra de Judá. Eram objetos de prata feitos a 4 Entregou-os ao domínio de todos os reinos mandado de Sedecias, filho se Josias, rei de que nos cercavam, e os tornou objeto de Judá, opróbrio e maldição para todos os povos, em 9 depois que Nabucodonosor, rei de Babilônia, cujo meio o Senhor os havia dispersado. deportou de Jerusalém para Babilônia Jeconias, 5 Assim passaram a ser súditos em lugar de juntamente com os príncipes, os artífices, os senhores, porque principais e o povo. cometemos o pecado contra o Senhor, nosso 10 Eis o que escreveram: servi-vos do dinheiro Deus, e lhe desatendemos à voz. que vos enviamos, a fim de comprar vítimas 6 O Senhor, nosso Deus, é justo. Nós é que hoje para os holocaustos, os sacrifícios expiatórios, e devemos corar de pejo, assim como nossos pais. para o incenso. Preparai também oferendas que 7 Aconteceram todas as calamidades de que nos poreis sobre o altar do Senhor, nosso Deus. ameaçara o Senhor. 11 Orai pela saúde de Nabucodonosor, rei da 8 E nós não (tentamos) abrandar a cólera do Babilônia, e pela vida de seu filho Baltasar, a Senhor contra nós, renunciando aos fim de que elas sejam como uma vida celeste na pensamentos perversos de nosso coração. terra. 9 E assim, o Senhor que velava sobre a 12 Que o Senhor nos dê força e ilumine os calamidade, desencadeou-a sobre nós. Todavia, nossos olhos para que vivamos à sombra de o Senhor é justo em todos os acontecimentos Nabucodonosor, rei de Babilônia, e de seu filho que nos impôs. Baltasar, e que a eles sirvamos por longos dias e 10 porque nenhuma atenção prestamos ao seu gozemos de seus favores. aviso que consistia em seguir os mandamentos 13 Rogai também ao Senhor, nosso Deus, por que o Senhor nos havia imposto. nós, porque pecamos contra ele, e a sua cólera 11 E agora, Senhor, Deus de Israel, que fizestes ainda não se desviou de nós. sair o vosso povo do Egito pela força de vossa 14 Tomai conhecimento deste livro que vos mão, com milagres e prodígios por um efeito do enviamos para que dele façais a leitura pública poder de vosso braço, que criastes um nome até no templo, nos dias de festas e de assembléias hoje: religiosas. 12 pecamos, é verdade, e procedemos como 15 Eis o que direis: O Senhor, nosso Deus, é ímpios, Senhor, nosso Deus, praticando o mal justo. Nós, porém, devemos, hoje, corar de contra todos os vossos preceitos. vergonha, nós, homens de Judá e habitantes de 13 Dignai-vos desviar de nós a vossa cólera, Jerusalém, porque não passamos de uns poucos restantes 16 nossos reis e príncipes, sacerdotes, profetas e entre as nações pelas quais nos dispersastes! nossos pais, 14 Atendei, Senhor, à nossa prece suplicante e, 17 porque pecamos contra o Senhor. por vosso amor, salvainos. Fazei-nos encontrar 18 Nós lhe desobedecemos; recusamo-nos a perdão ante os olhos daqueles que nos ouvir a voz do Senhor, nosso Deus, e a seguir os deportaram, andamentos que nos deu. 15 a fim de que o mundo saiba que vós sois o Senhor, nosso Deus. Porventura não é de vosso nome que provém o de Israel e de sua Isaac e Jacó. Dela retomarão posse, e eu lá os linhagem? multiplicarei, e seu número não mais diminuirá. 16 Lançai, Senhor, o vosso olhar sobre nós lá do 35 Com eles estabelecerei eterna aliança; e serei alto de vossa morada santa e atendei à nossa o seu Deus, e eles serão o meu povo. E jamais voz. Inclinai vossos ouvidos, Senhor, a fim de expulsarei Israel, meu povo, da terra que nos ouvir. lhe outorguei. 17 Abri os vossos olhos, e volvei-os sobre nós! Não são os mortos das moradas subterrâneas, cujo sopro se lhes desprendeu das entranhas, CAPÍTULO 3 que rendem glória ao Senhor, (e louvam) sua justiça, 1 Senhor, todo-poderoso, Deus de Israel, é uma 18 e sim a alma (viva), por mais acabrunhada alma angustiada e um coração atormentado que que esteja de tristeza, aquele que caminha clama a vós: curvado e esfalfado, o olhar desfalecido, e a 2 Escutai, Senhor! Tende piedade! Porque alma a penar de fome - estes vos rendem glória pecamos contra vós. e louvam a vossa justiça, ó Senhor. 3 Estais sentado sobre um trono eterno, e nós 19 Não é em nome dos méritos de nossos pais e caminhamos para um definitivo aniquilamento. reis que vos apresentamos nossa súplica, 4 Senhor, todo-poderoso, Deus de Israel, escutai Senhor, nosso Deus. a prece dos mortos de Israel, dos filhos daqueles 20 Pois (é com razão) que desencadeastes sobre que pecaram contra vós, que não atenderam à nós a vossa cólera e furor, como o predissestes voz do Senhor, seu Deus, e por isso foram por intermédio dos profetas, vossos servos. levados à desgraça. 21 Eis o que diz o Senhor: dobrai a cerviz e 5 Não mais tomeis em conta os crimes de servi ao rei de Babilônia; assim ficareis na terra nossos pais; lembrai-vos, apenas, nesta hora, do que dei a vossos pais. poder de vosso nome. 22 Se não atenderdes ao aviso que vos deu o 6 Sois o Senhor nosso Deus, e nós queremos Senhor, vosso Deus, de submeter-vos ao rei de louvar-vos, Senhor. Babilônia, 7 Por esse motivo é que nos inspirastes o temor 23 farei calar nas cidades de Judá e nas ruas de a vós e a necessidade de vos invocar. Agora, em Jerusalém os gritos de alegria e júbilo, o cântico nosso exílio, vos louvamos, já que o nosso do noivo e da noiva, e a terra inteira coração renunciou às iniqüidades de nossos transformar-se-á em deserto inabitável. pais, que contra vós pecaram. 24 Não escutamos, entretanto, vosso apelo para 8 Olhai! Aqui vivemos em um exílio, para onde que nos submetêssemos ao rei de Babilônia. E nos dispersastes, a fim de sermos objeto de executastes a ameaça que havíeis ordenado opróbrio, de insultos e maldições, e para proferissem os profetas, vossos servos, de que carregarmos o peso das culpas de nossos pais, os ossos de nossos reis e pais fossem que haviam abandonado arrebatados de suas sepulturas. o Senhor, nosso Deus. 25 E lá estão eles, expostos ao calor dos dias e 9 Escuta, Israel, os mandamentos de vida; ao frio das noites, após a morte de nossos pais, medita, a fim de que aprendas a prudência. no sofrimento cruel da fome, da espada e da 10 Donde vem, Israel, donde vem, que te peste. encontras em terra inimiga, que definhas em 26 Assim, foi por causa da malícia da casa de solo estranho, passas por imundo, qual cadáver, Israel e de Judá, que reduzistes o povo, que de 11 e és contado entre os ocupantes dos túmulos? vós recebeu o nome, ao estado em que hoje se 12 Negligenciaste a fonte da sabedoria. encontra. 13 Se houvesses caminhado pelas sendas de 27 E ainda, foi pela vossa bondade e Deus, poderias habitar para sempre na paz. misericórdia, Senhor, nosso Deus, que agistes 14 Aprende onde se acha a prudência, a força e conosco, a inteligência, a fim de que saibas, ao mesmo 28 como o declarastes por intermédio de vosso tempo, onde se encontram a vida longa e a servo Moisés, no dia em que o impelistes a felicidade, o fulgor dos olhos e a paz. gravar por escrito a vossa lei na presença dos 15 Quem jamais encontrou sua morada, e israelitas: penetrou em seus domínios? 29 Se não escutardes a minha voz, esta grande e 16 Onde estão os chefes das nações que vasta multidão será reduzida a um punhado de domavam os animais da terra, homens entre as nações, pelas quais os 17 e brincavam com as aves do céu, que dispersarei. entesouravam prata e ouro, 30 Bem sei que não me escutam. É um povo em quem os homens confiavam, e cujos bens recalcitrante. Contudo, na terra do exílio, são inesgotáveis? tomarão a peito esse caso, 18 Onde estão aqueles que trabalham a prata 31 reconhecendo que sou eu o Senhor e Deus. com dificuldade? Nada resta de suas obras. Dar-lhes-ei então um coração apto a 19 Desapareceram, desceram à habitação dos compreender e dóceis ouvidos. mortos, e outros subiram ao lugar deles; 32 E lá na terra do exílio, render-me-ão louvores 20 os mais jovens viram o dia e habitaram a e se hão de recordar de meu nome. terra; não descobriram, porém, o caminho da 33 Ante a lembrança do destino de seus pais que sabedoria, pecaram contra o Senhor, renunciarão às suas 21 nem conheceram a senda que a ela conduz. obstinações e ao seu perverso proceder. Também seus filhos não a alcançaram e longe 34 Trá-los-ei então para a terra que, sob permaneceram de seu caminho. juramento, havia prometido a seus pais, Abraão, 22 Dela não se ouviu falar em Canaã nem foi 12 Que ninguém se regozije com minha viuvez vista em Temã. e meu desamparo! Por causa dos pecados de 23 Mesmo os filhos de Agar, à procura de meus filhos vivo desolada, já que se afastaram prudência terrestre, e os negociantes de Madiã e da Temã, os amigos de provérbios e os desejosos lei de Deus, de prudência, não puderam conhecer o caminho 13 negligenciando seus mandamentos, da sabedoria, nem dela obter informações sobre afastando-se dos caminhos de sua pista. seus preceitos e não seguindo a vereda da 24 Ó Israel!, quão imensa é a casa de Deus; disciplina segundo sua como é vasta a extensão de seus domínios! justiça. 25 Sim, é vasta, imensa, ampla, ilimitada. 14 Vinde, vizinhas de Sião! Pensai na 26 Lá nasceram os famosos gigantes antigos, de deportação de meus filhos e filhas,que o Eterno estatura imensa e alma de guerreiros. lhes infligiu. 27 Não os escolheu Deus, nem lhes mostrou o 15 Lançou contra eles um povo longínquo, povo caminho da sabedoria. insolente, de linguagem bárbara, sem respeito 28 E por falta de sagacidade pereceram, vítimas pelo ancião, sem piedade para com o pequenino. da própria estultícia. 16 Roubou à viúva os bem-amados, deixando- 29 Quem escalou o céu a fim de procurar a me sozinha, sem as minhas filhas. sabedoria, e a trouxe para baixo das nuvens? 17 E que posso eu fazer por vós? 30 Quem atravessou o mar para encontrá-la, e a 18 Somente aquele que vos infligiu estes males adquiriu, ao preço do ouro mais puro? pode salvar-vos das mãos de vossos inimigos. 31 Ninguém conhece o caminho que a ela 19 Ide, filhos meus! Ide! Quanto a mim, conduz, nem sabe a pista que lá o possa levar. permanecerei na solidão. 32 Somente aquele que tudo sabe a conhece, e 20 Tirei minhas vestes dos dias de paz para por efeito de sua prudência a descobre; aquele revestir-me do saco dos suplicantes. Até meu que criou a terra para tempos que não findam; último dia invocarei o Eterno. aquele que de animais a povoou; 21 Coragem, meus filhos! E vós também orai a 33 aquele que lança o relâmpago e o faz brilhar, Deus, a fim de que vos salve da mão poderosa que o chama e ele, bramindo, obedece. de vossos inimigos! 34 Brilham em seus postos as estrelas e se 22 Do Eterno espero a vossa libertação, espero alegram; que do Santo me venha a alegria, pela 35 e as chama, e respondem: Aqui estamos. E misericórdia que breve vos será concedida pelo jubilosas refulgem para o seu criador. Eterno, vosso Salvador. 36 É ele o nosso Deus, com ele nenhum outro se 23 Entre lágrimas e coberta de luto deixei-vos compara. partir... Deus, porém, vos devolverá a mim para 37 Conhece a fundo os caminhos que conduzem uma eterna alegria, à sabedoria, galardoando com ela Jacó, seu 24 porque as vizinhas de Sião, que viram a servo, e Israel, seu favorecido. vossa deportação, verão em breve Deus 38 Foi então que ela apareceu sobre a terra, conceder-vos a libertação, seguida de imensa onde permanece entre os homens. glória e de fulgor emanando do Eterno. CAPÍTULO 4 25 Suportai, filhos meus, com paciência o golpe da cólera divina. Fostes perseguidos por vossos 1 Ela é o livro dos mandamentos divinos e a Lei inimigos; em breve, porém, assistireis à sua que subsiste para todo o sempre. Todos aqueles ruína, e sobre suas cervizes poreis os pés. que a seguem adquirirão a vida, e os que a 26 Meus delicados filhos tiveram de andar por abandonam morrerão. ásperos caminhos, acossados, qual rebanho 2 Volta para ela, Jacó, abraça-a. Caminha ao seu roubado pelo inimigo. encontro, ao esplendor da sua luz. 27 Coragem, porém, meus filhos. Orai a Deus, 3 Não entregues a outros esta glória, nem pois aquele que vos feriu, lembrar-se-á de vós! relegues esta salvação a nação estrangeira. 28 Quisestes apartar-vos de Deus; ponde agora 4 Ditosos somos nós, Israel, porque a nós foi dez vezes mais zelo em procurá-lo. revelado o que agrada a Deus! 29 Porquanto, aquele que sobre vós precipitou a 5 Coragem, povo meu, que trazeis o nome de catástrofe concedervos-á, com a libertação, Israel! eterno regozijo. 6 Fostes, em verdade, vendidos aos pagãos, não, 30 Coragem, Jerusalém! Aquele que te deu o porém, para serdes aniquilados. Por haverdes nome consolar-te-á. desencadeado a cólera divina é que fostes 31 Miseráveis os que te maltrataram, e que se entregues aos inimigos. regozijaram com tua ruína! 7 Havíeis exasperado vosso Criador, ofertando 32 Miseráveis as cidades em que teus filhos sacrifícios aos demônios e não a Deus. conheceram a servidão,miserável aquela que 8 Esquecestes o vosso Criador, o Deus eterno, e conservou teus cativos! contristastes Jerusalém, vossa nutriz. 33 Em verdade, assim como se regozijou com 9 Esta viu precipitar-se sobre vós a ira divina, e tua queda, e triunfou,quando de tua ruína, assim clamou: Escutai, vizinhas de Sião! Fez-me Deus também vai gemer com a própria desolação. suportar cruel tormento. 34 Aniquilarei a altivez de sua numerosa 10 Assisti à deportação de meus filhos e filhas, população, e sua arrogância transformar-se-á em que o Eterno lhes infligiu. luto, 11 Eu os educara com alegria e fui obrigada a 35 porque um fogo constante, vindo do Eterno, deixá-los partir com lágrimas de luto. a atingirá e gênios maus vão persegui-la por muito tempo. 36 Jerusalém, volta o teu olhar para o oriente, vê 7 A língua desses deuses é polida por um artista. a alegria que te vem de Deus. Mas, apesar de dourados e prateados, são falsos 37 Olha! Eis que voltam os filhos que viras e incapazes de falar. partir. Chegam do oriente e do ocidente, à voz 8 Como se fora para uma donzela apaixonada do Altíssimo, repletos da alegria que lhes dá a por enfeites, eles pegam ouro glória 9 e confeccionam coroas para serem colocadas de Deus. nas cabeças de suas divindades. Acontece, até, que os sacerdotes roubam o ouro e a prata para CAPÍTULO 5 utilizá-los em proveito próprio, 10 ou para presentear prostitutas que mantêm 1 Tira, Jerusalém, a veste de luto e de miséria; em suas casas. Eles ataviam com lindas vestes, reveste, para sempre, os adornos da glória como se fossem homens (esses deuses) de prata, divina. de ouro ou madeira, 2 Cobre-te com o manto da justiça que vem de 11 enquanto estes nem mesmo são capazes de Deus, e coloca sobre a cabeça o diadema da defender-se contra a ferrugem e os vermes. glória do Eterno. Vestem-nos de púrpura; 3 Deus vai mostrar à terra, e sob todos os céus, 12 precisam, porém, tirar-lhes do rosto a poeira teu esplendor. que neles se acumula. 4 Eis o nome que te é dado por Deus, para todo 13 Possui o deus um cetro como se fora o sempre: Paz da Justiça e Esplendor do temor a governador de província; mas é incapaz de Deus! condenar à morte aqueles que contra ele se 5 Ergue-te, Jerusalém, galga os cumes e olha rebelam. para o oriente! Olha: ao chamado do Altíssimo, 14 Ostenta na mão o machado e a espada, mas reúnem-se teus filhos, desde o poente ao nem pode garantir-se contra um inimigo ou um levante, felizes por se haver Deus lembrado ladrão. E disto se pode concluir que não são deles. deuses. Não tendes por que temê-los. 6 Quando de ti partiram, caminhavam a pé, 15 Quando a ferramenta de um homem se arrastados pelos inimigos. Deus, porém, tos quebra, perde a utilidade. Assim também devolve, conduzidos com honras, quais acontece com seus deuses. príncipes reais, 16 Se os colocardes num templo, enchem-se 7 porque Deus dispôs que sejam abaixados os seus olhos da poeira erguida pelos pés dos montes e as colinas, e enchidos os vales para visitantes. que se una o solo, para que Israel caminhe com 17 Quando um homem ofende o rei, fecham-se segurança sob a glória divina. atrás dele as portas da prisão, porque vai ser 8 As florestas e as árvores de suave fragrância conduzido à morte. Assim os sacerdotes darão sombra a Israel, por ordem do Senhor. defendem os templos por meio de portas 9 Em verdade, é o próprio Deus quem conduz munidas de fechaduras e ferrolhos, a fim de Israel, pleno de júbilo no esplendor de sua impedir que ladrões venham roubar os deuses. majestade, pela sua justiça, pela sua 18 E acendem mais luzes do que eles mesmos misericórdia! precisam, enquanto que os deuses não podem vê-las, CAPÍTULO 6 19 porque são apenas quais vigas de seu templo, cujo coração está também corroído. E eles nem Cópia de uma carta dirigida por Jeremias aos se apercebem dos vermes que fervilham no solo prisioneiros que deviam ser deportados para e que vêm devorá-los, assim como as suas Babilônia, pelo rei dos babilônios, para dar-lhes vestes. conta da mensagem que Deus o havia 20 Escurece-lhes os rostos a fumaça que se encarregado de transmitir. desprende do templo. 21 Morcegos, andorinhas e outras aves 1 É por causa dos pecados que cometestes esvoaçam em torno de seus corpos, e gatos contra Deus que ides deportados para Babilônia saltam sobre eles. como prisioneiros, por Nabucodonosor, rei dos 22 De tudo isso podeis concluir que não são babilônios. deuses, e que nenhum respeito lhes deveis. 2 Quando chegardes a Babilônia, será para 23 O ouro que os reveste serve, sem dúvida, ficardes lá por muito tempo,durante longos para embelezá-los mas, se não se polir o ouro, anos, até sete gerações. Depois disso, porém, não brilham. E nem sentiram quando foram farei com que volteis em paz. fundidos. 3 Ireis ver em Babilônia deuses de prata, ouro e 24 Foram comprados por preço exorbitante, madeira, deuses que são carregados aos ombros quando neles nem sequer um sopro de vida e que, não obstante, inspiram temor aos pagãos. existe. 4 Quanto a vós, preveni-vos! Não imiteis esses 25 Não possuindo pés, devem ser carregados estrangeiros, deixando que também o temor aos ombros, revelando assim a todos a sua desses deuses se aposse de vós. ignomínia. Bem mais, porém, seus servos 5 Quando virdes a multidão comprimir-se em deveriam torno deles para adorálos, dizei no silêncio de envergonhar-se, vossos corações: É somente a vós, Senhor, que 26 pois se algum deus vier a cair por terra, não devemos adorar. poderá por si mesmo levantar-se; virá alguém 6 Porque meu anjo estará ao vosso lado, e repô-lo de pé, pois que é incapaz de qualquer poderia vingar-se na vossa vida. movimento. E se o colocarem obliquamente, 49 Como acreditar, então, que sejam deuses não poderá erguer-se. São como cadáveres ante aqueles que são incapazes de se salvar da guerra as oferendas que lhes trazem. ou de outra qualquer calamidade? 27 Os sacerdotes, porém, vendem essas ofertas 50 Mais tarde vir-se-á a saber que os ídolos de em proveito próprio, e suas mulheres as madeira dourada ou prateada são apenas preparam, sem nada repartir com os pobres e os engano. E aos olhos de todos os povos e de infelizes. todos os reis tornar-se-á evidente que não são 28 As mulheres em seu estado de impureza e deuses, mas obras de mãos que deram à luz tocam nesses sacrifícios. humanas, já que nada se encontra de divino Portanto, bem podeis reconhecer que não são neles. deuses. 51 Como, pois, poderá deixar de se tornar Não tenhais pois para com eles respeito algum. evidente que não são deuses? 29 Como poderiam eles ser chamados deuses? 52 Eles não podem entronizar um rei num país, Pois há mulheres que tomam parte no culto nem dar chuva aos homens. desses ídolos de prata, de ouro e de madeira! 53 Nem sequer podem ainda julgar suas 30 E nos seus templos, os sacerdotes assentam- contendas, nem protegê-los contra os males (que se com as vestes rasgadas, descoberta a cabeça, lhes advenham), pois de nenhum poder cabelos e barbas raspados! dispõem, 31 Gritam e clamam ante seus ídolos, como se assemelhando-se a gralhas que esvoaçam entre fora no festim de um morto. o céu e a terra. 32 E roubam-lhes as vestimentas e com elas 54 Se o fogo atinge o templo desses ídolos de presenteiam suas mulheres e filhos. madeira dourada ou prateada, seus sacerdotes 33 São incapazes de retribuir, quer se lhes faça procuram salvar-se, pondo-se ao abrigo, um bem ou um mal. Nem mesmo poderiam enquanto seus deuses são consumidos quais aclamar um rei ou destroná-lo. vigas no incêndio. 34 Nem podem dar ricos presentes nem (a mais 55 E não poderiam resistir nem a um rei nem vil) moeda. Se alguém não cumprir os votos que aos inimigos. Como admitir, então, ou mesmo lhes fez, nem podem protestar. supor que possam ser tidos por deuses? 35 Tampouco lhes é dado proteger alguém da 56 Esses deuses de madeira prateada e dourada morte, como arrancar o nem mesmo podem defender-se contra os fraco das mãos do mais forte. ladrões. 36 Não possuem o poder de dar vista ao cego, 57 Mais fortes que eles, arrebatam-lhes o ouro e nem de salvar alguém da miséria. a prata e até as vestes de que foram cobertos, e 37 Não se compadecem da viúva e nenhum bem se retiram sem que os deuses tenham podido fazem ao órfão. defender-se a si mesmos. 38 Quais pedras da montanha, são esses ídolos 58 Assim, melhor que a dos falsos deuses é a de madeira, dourada ou prateada, e seus servos condição de um rei, que pode lançar mão de seu deveriam envergonhar-se deles. poder, ou a de um utensílio doméstico, do qual 39 Como, pois, crer em tais deuses, e assim o dono pode servir-se, ou mesmo a da porta de chamá-los? uma casa, que protege o que dentro dela se 40 Os próprios caldeus os afrontam. Quando se encontra, ou ainda a da coluna de madeira no lhes apresenta um mudo, levam-no a Bel, palácio real. suplicando-lhe que dê voz ao mudo, como se o 59 O sol, a lua e as estrelas, que brilham e se deus pudesse ouvir alguma coisa. destinam à utilidade dos 41 E, embora saibam bem isso, não podem homens, obedecem de boa mente. abster-se de assim agir, tão falhos que são de 60 Assim também o relâmpago, tão belo ao inteligência. faiscar; o vento que sopra sobre a terra 42 Mulheres, cingidas de corda, vão sentar-se à 61 e as nuvens que recebem de Deus a ordem de beira dos caminhos e aí fazem fumaça, percorrer toda a terra executam a missão que queimando sementes. lhes foi imposta. 43 Quando uma delas é levada por um 62 Quando o fogo é enviado do céu para transeunte e com ele dorme, zomba da vizinha consumir as florestas das montanhas, cumpre o por não haver recebido semelhante honra e não que lhe foi ordenado. Nem a beleza, nem o ter sido rompida a sua corda. poder dos ídolos podem igualar-se a essas 44 É apenas mentira tudo quanto se faz perante maravilhas. eles. Como se poderá, então, acreditar e 63 Eis por que não há motivo para crer nem proclamar que sejam deuses? proclamar que sejam deuses, já que não lhes é 45 Foram confeccionados por artífices e dado praticar a justiça junto aos homens nem ourives, e não poderiam ser diferentes do que o lhes outorgar o bem. quiseram seus artífices. 64 Se admitis que não são deuses, não tenhais 46 E se estes não atingem idade avançada, deles receio algum. 47 como poderia ser diferente a obra de suas 65 Eles não têm a faculdade de amaldiçoar os mãos? Assim só deixam a seus descendentes reis nem de abençoá-los. engano e vergonha. 66 Muito menos podem fazer com que no céu 48 Sobrevenham guerras ou calamidades, e eis apareçam sinais aos pagãos; não brilham como os sacerdotes a entrarem em conciliábulos a fim o sol, nem alumiam como a lua. de saber aonde deverão ir ocultar-se com seus 67 Valem mais que eles os animais, pois, ao ídolos. menos pela fuga, têm a faculdade de procurar a segurança num abrigo. 68 De maneira alguma, pois, se nos convence que eles sejam deuses. Por conseguinte, não os temais. 69 Assim como um espantalho em campo de pepinos, esses deuses de madeira dourada ou prateada de nada preservam. 70 Moita de espinhos num jardim, na qual vêm os pássaros pousar; cadáver lançado em lugar tenebroso, eis o que são esses deuses de madeira dourada e prateada. 71 Enfim, pela púrpura e pelo escarlate que sobre eles se desgastam pode-se reconhecer que não são deuses. Acabarão por ser devorados, e se tornarão desonra para sua nação. 72 Melhor é, portanto, a condição de um homem honesto que não tem ídolos, pois assim estará sempre isento de confusão.