Markus DaSilva Serie o Sermao Da Montanha Estudo No 67 Resposta As Oracoes Pedi e Dar Se Vos A
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Salvo umas poucas pessoas que aceitaram a Cristo tão cedo na vida que nem se
lembram quando foi — os chamados cristãos de berço — o homem típico deixa a
vida antiga e vem para Jesus porque precisa de algo que ele pode dar. Este algo
pode ser um sentido na vida para aqueles que estão desencantados com este
mundo, como foi o meu caso; pode ser curas para enfermidades, como foi o caso
da maioria das pessoas que procuravam a Jesus quando ele ainda se encontrava
aqui na terra; pode ser solucionar dificuldades financeiras, ou problemas de
relacionamentos… e muitas outras situações que sentimos que Jesus pode
resolver para nós. Não existe nada de errado no fato de que havia um interesse
pessoal quando viemos até a Cristo quando ainda estávamos perdidos nos nossos
pecados. Na realidade, parte do motivo que o Messias foi enviado até a nós foi
exatamente para nos aliviar de todos os problemas que enfrentamos nesta vida.
Foi isso o que Jesus quis dizer com as palavras: “O Espírito do Senhor está sobre
mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres (dificuldades
financeiras); enviou-me para proclamar libertação aos cativos (vícios e mau
hábitos), e restauração da vista aos cegos (enfermidades), para pôr em liberdade
os oprimidos (problemas emocionais)” (Luc 4:18. Ver também: Isa 61:1).
Mas além dos nossos problemas que foi o motivo inicial que procuramos a Jesus,
temos também os problemas que sempre estão surgindo na vida [Acesse
estudo: Os Problemas do Dia a Dia] e que fazem com que nos apeguemos a
Cristo, mesmo depois da nossa conversão. Da mesma forma que não há nada de
errado no fato de que procuramos a Jesus inicialmente porque tínhamos um
interesse pessoal neste encontro, também não há nada de errado nos mantermos
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junto a Cristo porque temos um interesse pessoal no relacionamento: “Vinde a
mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós
o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”
(Mat 11:28-30). Note que Jesus usou o presente do indicativo do verbo ser [Gr.
ἐστιν (estin)]: “o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”, o que indica uma
situação contínua, ocorrendo a todo o tempo. Se andarmos lado a lado com Jesus
no nosso dia a dia ele não permitirá que sejamos sobrecarregados com as
preocupações do mundo, pois trocamos a carga pesada do mundo pela leveza e
suavidade que é o caminhar com o nosso Mestre. Jesus cuida de nós, da mesma
forma que um bom pai cuida dos seus filhinhos. Aliás, conforme veremos neste e
nos próximos dois estudos, o Senhor nos diz que o cuidado que ele tem conosco é
muito superior ao cuidado dos pais com os filhos aqui na terra.
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As Três Fases do Processo da Oração Que Funciona
Jesus descreve três passos a serem dados pelos seus seguidores todas as vezes
que precisarem de algo. Três verbos que expressam comando ou ordem: Pedir
[Gr. αιτέω (etéo)], Buscar [Gr. ζητέω (zitéo)] e Bater [Gr. κρούω (krúo)]. Vemos
então um progresso que vai do passo mais básico que é o pedir por aquilo que
precisamos, seguido do buscar a resposta da oração de acordo com a direção que
nos é dada, e terminando no bater, quando achamos a porta que dá acesso ao que
precisamos. Neste estudo focaremos no primeiro passo que é o pedir, no próximo
estudo lidaremos com o segundo passo que é o seguir na direção de Deus a
procura da porta, e finalmente, no terceiro estudo do bloco abordaremos o que
Jesus quis dizer com o bater para que a porta seja aberta e tenhamos aquilo que
buscamos. A princípio esse processo de três fases pode parecer muito complicado
para alguns, pois imaginam que Deus poderia simplesmente dar aquilo que
pedimos assim que o pedido for feito. Ou seja, por que não simplesmente o “Pedi,
e dar-se-vos-á”? Por que além de pedir temos também que buscar e bater?
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Uma outra possível interpretação é considerar cada um dos verbos como uma
maneira, ou um estilo diferente de oração. Ou seja, algumas pessoas pedem e
recebem; outras buscam e encontram e ainda outras batem e a porta se abre. Este
entendimento, ainda que atrativo para alguns por possuir um tom filosófico e
poético, não justifica a utilização de diferentes termos se o resultado de cada um
deles for o mesmo, que é receber aquilo que pedimos. Além do que ninguém tem
como explicar na prática como é a oração do cristão que pede, do que busca e do
que bate.
Pedir é o primeiro passo e o básico dos básicos quando queremos que Deus nos
dê aquilo que desejamos. É interessante que apesar de ser algo tão óbvio, Jesus
repetidamente teve que mencionar o “pedir” para que os seus discípulos
pudessem receber as bênçãos de Deus: “…e tudo quanto pedirdes em meu nome,
eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa
em meu nome, eu a farei” (João 14:13-14. Ver também: Mat 21:22; Mar 12:24;
João 15:7; João 16:24). A razão que não pedimos com a frequência e com a
persistência que deveríamos é porque nos falta visão espiritual. Enxergamos o
mundo em que vivemos somente através do prisma físico, e como resultado
natural também procuramos as soluções para os nossos problemas naquilo que
os sentidos do corpo conseguem processar. À medida que crescemos em
intimidade com Deus, no entanto, passamos a confiar menos nos olhos e mais na
fé. Quando a fé cresce e amadurece, a situação se inverte, passamos a considerar
os nossos problemas mais do ponto de vista espiritual e menos naquilo que os
sentidos do corpo querem nos transmitir. Podemos ver claramente estas duas
perspectivas opostas durante a tempestade que queria afundar o barco em que se
encontravam Jesus e os seus apóstolos. Os apóstolos não entendiam como Jesus
podia dormir durante um momento tão perigoso: “Mestre, não te importa que
pereçamos?” (Mar 4:38); e Jesus não entendia a razão do pânico: “Por que sois
tão medrosos? Ainda não tendes fé?” (Mar 4:40). Ou seja, segundo Jesus, a fé que
era baseada na perspectiva espiritual do evento natural que estava ocorrendo era
superior à perspectiva física do mesmo evento. E ainda mais, os apóstolos foram
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repreendidos porque se deixaram levar por aquilo que os sentidos do corpo
entendiam do evento. A tempestade era natural e no físico, mas o seu controle
estava no sobrenatural e no espírito.
Algo que devemos ter sempre em mente quando oramos é a autoridade e poder
de Jesus. Quando pedimos algo a alguém a certeza de que seremos atendidos
dependerá em grande parte da capacidade da pessoa em nos dar aquilo que
pedimos. Tempos atrás, trabalhando para uma grande empresa sediada no
estado de Minnesota, nos EUA, me recordo que pedi por uma mudança de
posição e por um aumento salarial e graças as Deus recebi os dois. Quando decidi
fazer o pedido eu sabia exatamente quem na empresa poderia me dar o que
queria, que neste caso foi alguém (a minha supervisora) que tinha comunicação
direta com o chefe de toda a sucursal. Ou seja, o chefe da minha chefe aprovou o
meu pedido e o recursos humanos prontamente mudou o meu salário. Eu não
perdi tempo fazendo o meu pedido a colegas que, por mais que gostassem de
mim, não tinham autoridade para mudar a minha situação na companhia.
Quando pedimos algo em oração em nome de Jesus sabemos que estamos
apresentando o nosso pedido àquele que tem a mais alta autoridade junto ao Pai:
“tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (João
16:23).
Voltando ao meu testemunho acima, além de saber qual era a pessoa que poderia
me dar o aumento salarial que eu queria, eu também só fui adiante com a ideia do
pedido porque eu já sabia que a minha supervisora gostava de mim, me
valorizava como seu funcionário e não queria me perder. De fato, desde o
momento que apresentei a ela o meu pedido de aumento pude observar que ela
estava pessoalmente interessada em conseguir aquilo que eu pedi. Quando
pedimos algo a alguém é muito importante saber que a pessoa tem boa vontade
em nos dar aquilo que pedimos. Este conhecimento nos faz ficar tranquilos e
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confiantes que no que depender da pessoa aquilo que pedimos não nos será
negado. No mundo espiritual não é diferente, e foi por isso que Jesus em vários
lugares e de várias maneiras quis deixar bem claro que se interessa em nos dar
tudo aquilo que lhe pedimos, conforme lemos na continuação do versículo acima:
“Até agora, nada pedistes em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa
felicidade [Gr. χαρά (rrará) s.f. alegria, felicidade] se complete [Gr. πληρόω
(pliró) v. completar, encher, lotar]” (João 16:24). Com estas palavras
confirmamos que a razão que o Pai nos dará tudo aquilo que pedimos é porque
ele deseja que sejamos completamente felizes. Ou seja, esta boa vontade de Jesus
e do Pai em nos dar aquilo que pedimos é exatamente o conhecimento que
precisamos para nos animar a seguir adiante com o nosso pedido.
Jesus e o Pai não querem que sejamos apenas parcialmente felizes, mas sim que a
nossa felicidade seja completa. Quando conectamos o começo deste verso (até
agora, nada pedistes) com o seu fim (a vossa felicidade se complete), podemos
ver que a maneira que o Pai intenciona completar a nossa felicidade aqui na terra
é respondendo positivamente àquilo que lhe pedimos. Esta é uma revelação
incrível porque frequentemente imaginamos que Deus não está muito a par das
coisas que gostaríamos de ter, ou que ele está a par, mas que simplesmente
ignora os nossos desejos e nos dá qualquer coisa que queira. Para ilustrar o que
quero dizer, imaginem que eu tenho um tio bilionário, mas excêntrico e
imaginem que pedi a ele um carro novo de Natal e ele como resposta ao meu
pedido me mandou uma linda lancha com um bilhete dizendo que leu e entendeu
o meu pedido, mas pensou e decidiu que o que realmente preciso é de uma boa
lancha. Agradeço o presente, coloco a lancha em cima de alguns tijolos no quintal
e fico na esperança que um dia chova o suficiente para poder usufruir da resposta
ao meu pedido. O que o meu rico e bondoso tio me deu, não me deixou feliz. Este
é o entendimento errado que muitos tem de Deus e que acaba eliminando ou
diminuindo a sua expectativa de que receberão aquilo que pediu. E o pior, por
causa desta visão distorcida eles não abrem o coração a Deus, oram pouco e com
desânimo porque, já, de antemão, entendem que não receberão o que realmente
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querem. Notem, no entanto, que sempre que Jesus nos ensina sobre a oração ele
faz questão de dizer que receberemos aquilo que pedimos (Mat 18:19; Mat 21:22;
Mar 11:24; João 14:13; João 15:11; João 16:24). Ou seja, se orarmos com
entendimento (explicaremos isso mais abaixo) não existe a possibilidade de que
Deus nos dará algo completamente diferente e que deixa a desejar, como foi o
caso da minha ilustração do tio rico.
Pedi, e Dar-se-vos-á
Queridos, o primeiro passo para obtermos tudo aquilo que desejamos de Deus é
simplesmente pedir com fé. Não se desanimem quando digo que devemos pedir
com fé, pensando que infelizmente vocês não têm muita fé e por isso não
receberão de Deus o que querem. Pedir com fé é o mesmo que pedir com
entendimento. Muitos não recebem o que pedem em oração porque pedem sem
entendimento, sem considerar todos os fatos, sem levar em consideração que
Deus sabe de coisas que não sabemos. Quando pedimos algo a Deus devemos
reconhecer que a nossa visão é muito limitada e assim deixar que Deus nos dê
aquilo que pedimos, mas na maneira que ele achar melhor, cientes de que
quando o nosso pedido for atendido ficaremos completamente felizes com a
maneira que o Senhor respondeu. Ou seja, 1) Deus não nos dará como resposta
algo inferior ao que pedimos. 2) Deus não nos dará exatamente o que pedimos se
ele souber que passado um tempo mudaremos de ideia e não queremos mais o
que ele nos deu. Não, se pedimos com fé (entendimento) no final reconheceremos
que o que pedimos nos foi dado de tal forma que ficamos completamente felizes
com a resposta. Os muitos detalhes que envolve uma perfeita resposta à oração é
algo que só Deus consegue saber e é por isso que temos que pedir com
entendimento.
Buscai e Achareis
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buscar para conseguir aquilo que queremos receber e este será o nosso tema. Por
agora, quero apenas animá-los lembrando que Jesus não disse simplesmente
para buscar, mas sim buscar e achareis. Ou seja, junto com a ordem de buscar
uma resposta ele já disse que acharemos aquilo que buscamos (buscai e achareis).
Em outras palavras, não buscaremos sem saber ao certo se teremos sucesso na
nossa busca, mas sim sabendo de antemão que encontraremos o que procuramos.
Quero também mencionar que Jesus não nos deu a entender que a busca ocorre
às cegas, que uma hora buscamos numa direção e outra hora noutra, como
alguém que não tem a menor ideia onde está aquilo que busca. A nossa busca
segue na direção que o Pai nos dá porque demos o primeiro passo no processo
que foi o pedir: “Pedi e dar-se-vos-á”. Espero te ver no céu.
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