Guimarães - Carvalho - 2020 - Saneamento Basico Goiano Uma - 57954

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doi: 10.13037/gr.vol36n108.

5391

SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA


O AUMENTO DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO
BASIC SANITATION GOIANO: A REGULATORY INTERVENTION PROPOSAL FOR INCREASING
THE EFFICIENCY AND EFFECTIVENESS OF SERVICES OFFERED TO THE POPULATION

Patrick Souto Guimarães1


ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0739-1377

Claudia Regina Rosal Carvalho2


ORCD: https://orcid.org/0000-0003-0913-9562

(Universidade Federal de Goiás – UFG)1, 2

RESUMO
Apesar de suma importância, a universalização do acesso a serviços de água e esgoto ainda é uma realidade distante no estado de
Goiás. Assim, este trabalho teve como objetivo apontar se há espaço regulatório para a promoção de incentivos de cunho tarifário
para que os serviços de água e esgoto no estado de Goiás sejam mais eficientes e eficazes. Especificamente avaliou a eficiência
utilizando a modelagem DEA, a partir dos dados do SNIS 2016, além da análise da eficácia pelos índices de atendimento de água
e esgoto. Os resultados apontaram que há possibilidade de aumento da eficiência via melhor utilização de insumos produtivos e
possibilidade de aumento do índice de atendimento de água em 3,71% e o de esgoto em 1,21%. Como resultado do estudo foi
observado que as regiões com melhores índices também são as que receberam a maior parte dos investimentos, com destaque
para o centro-goiano, onde se localiza a capital do estado. Concluindo foi proposta a utilização de novas metodologias de revisões
e reajustes tarifários, baseados em metas de universalização dos serviços de água e esgoto, além da utilização de um Fator X para o
aumento da eficiência.

Palavras-chave: Política Pública. Saneamento Básico - Goiás. Eficiência. Eficácia. Regulação.

ABSTRACT

Despite its importance, the universalization of access to water and sewage services is still a distant reality in the state of Goiás. The
objective of this study was to indicate if there is a regulatory space for the promotion of tariff incentives for water and sanitation
services. in the state of Goiás are more efficient and effective. Specifically, it evaluated the efficiency using the DEA model, based on
data from the SNIS 2016, as well as the analysis of the effectiveness of the water and sewage service indices. The results indicated that
there is a possibility of increasing efficiency through better use of productive inputs and the possibility of increasing the water supply
index by 3.71% and that of sewage by 1.21%. As a result of the study, it was observed that the regions with the best indexes are
also the ones that received most of the investments, especially in the center of Goiás, where the state capital is located. In conclusion,
it was proposed to use new methodologies for tariff revisions and adjustments, based on targets for the universalization of sewage
services, in addition to using an X Factor to increase efficiency.

Keywords: Public Policy. Basic Sanitation – Goiás. Efficiency. Effectiveness. Regulation.

50 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108- mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

1 INTRODUÇÃO realização dos investimentos, objetivando o


cumprimento das metas e objetivos do serviço;

A busca da sociedade por condições de V - recuperação dos custos incorridos na

vida melhores está intimamente relacionada, prestação do serviço, em regime de eficiência;

dentre outros fatores, à prestação de serviços de VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas

saneamento básico eficientes e de qualidade, haja e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos

vista esses serviços impactarem diretamente nas de qualidade, continuidade e segurança na

relações de produtividade e nas condições de saúde prestação dos serviços;

pública da população (TUROLLA, 2002; MACEDO, VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos

2008). serviços.

No caso brasileiro destaca-se o fato dos serviços


de saneamento ainda não serem universalizados, Logo conforme o exposto, o problema de
sendo em 2016 o índice de domicílios atendidos pesquisa deste trabalho consiste no seguinte
com água de 83,30% e atendidos com esgotamento questionamento: a partir da análise da legislação
sanitário de 51,92%. Essa mesma realidade existente, há espaço regulatório para a promoção
pode ser observada na prestação dos serviços de de incentivos de cunho tarifário para que os serviços
saneamento no estado de Goiás, uma vez que de água e esgoto no estado de Goiás sejam mais
87,99% dos domicílios são atendidos com água e eficientes e eficazes a fim de atender o objetivo da
apenas 49,96% com esgoto (BRASIL, 2016). universalização?
A Lei Federal nº 11.445/2007 (Lei de Diretrizes Com o intuito de responder a esse
Nacionais para o Saneamento Básico) estabeleceu questionamento este trabalho tem por objetivo
as diretrizes nacionais para o saneamento geral apresentar uma metodologia tarifária que
básico, constando como importantes princípios promova a melhoria da prestação de serviços de
a universalização e a integralidade dos diversos água e esgoto, em termos de eficiência e eficácia
serviços de saneamento, o que deve ser também no Estado de Goiás, a partir da análise da Lei Federal
garantido pelo sistema de tarifas, preços públicos e 11.445/2007.
taxas, conforme Art. 29, § 1o: Em termos de objetivos específicos, estes são
descritos a seguir:

Art. 29.   Os serviços públicos de saneamento


básico terão a sustentabilidade econômico- • levantar e avaliar como a legislação atual

financeira assegurada por meio de remuneração estabelece e trabalha, em seus artigos, os

pela cobrança dos serviços [...]: princípios da eficiência e eficácia nos serviços

§ 1o  [...] a instituição das tarifas, preços públicos de saneamento básico;

e taxas para os serviços de saneamento básico • estimar, para cada uma das regiões goianas,

observará as seguintes diretrizes: um índice de eficiência e analisar a eficácia

III - geração dos recursos necessários para dos serviços de saneamento via avaliação

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Patrick Souto Guimarâes & Cláudia Regina Rosal Carvalho

dos índices de atendimento dos serviços de público fazer o que é expresso no ordenamento
água e esgoto; jurídico e na lei. Na prática, a boa atuação da
• apontar modificações nas metodologias de administração pública, via políticas públicas, deve
revisões e reajustes tarifários aplicados em pautar-se no Princípio da Eficiência, explícito na
Goiás sobre os serviços de água e esgoto a Constituição Federal de 1988, Art. 37.
fim de aumentar sua eficiência e expandir Segundo Megginson et al. (1998), a eficiência
seu nível de atendimento; dentro das organizações públicas e privadas pode
ser definida como a capacidade de “fazer as coisas
Esse trabalho se justifica pela importância que direito”, sendo um conceito bastante matemático
os serviços de saneamento básico, em especial os por relacionar a entrada de insumos (inputs) à
relativos à água e esgoto, têm na qualidade de saída de produtos (outputs). Para os autores, uma
vida dos cidadãos, no desenvolvimento econômico organização eficiente seria aquela que consegue
de uma nação e na preocupação estatal que está produtos mais elaborados (resultados, produtividade
consubstanciada desde a Carta Magna de 1988 até e desempenho) em relação aos insumos (mão de
a legislação Goiana, que versa sobre a regulação obra, materiais, recursos financeiros, equipamentos,
sobre o setor de saneamento básico. máquinas, tempo, outros), ou seja, a organização
Nesse escopo, buscando atender os objetivos seria dita eficiente quando se minimiza os custos
propostos, este trabalho foi divido em 7 partes, para atingir determinado fim. Já a eficácia,
sendo a primeira esta introdução, a segunda o segundo Torres (2004), seria a preocupação com
referencial teórico; na terceira será apresentada a o atendimento de objetivos desejados pela ação
metodologia aplicada neste trabalho, baseada em estatal, pouco se importando com os meios e os
Análise Envoltória de Dados (DEA); na quarta parte mecanismos utilizados para atingir esses objetivos.
a análise de eficiência do saneamento goiano; na Esses dois critérios, segundo Stoner e Freeman
quinta parte será analisada a eficácia dos serviços (1995) devem caminhar juntos, sendo a eficácia
de saneamento via índice de atendimento; na sexta o mais importante deles, pois nenhum patamar
serão apresentadas as propostas metodológicas de eficiência, por melhor que seja, compensará a
de revisões e reajustes tarifários; e finalmente na escolha de objetivos ruins.
sétima parte a conclusão.

2.2 O SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL


2 REFERENCIAL TEÓRICO
A primeira atuação pública no setor de
2.1 EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NA ATUAÇÃO saneamento se deu apenas no século XIX, com
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA a vinda da família real para a colônia do Brasil. A
política de abertura aos portos às nações amigas e
A atuação da Administração Pública deve ser a chegada da Corte portuguesa ao país acabaram
pautada em princípios, cabendo ao administrador por exigir investimentos em saneamento básico

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ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

para atender os portos e as cidades da época, e acompanhar a prestação dos serviços pelos
principalmente a cidade do Rio de Janeiro. municípios.
Contudo a grande melhoria no saneamento básico Em 1968, foi idealizado o Plano Nacional de
brasileiro iniciou-se na república oligárquica, sendo Saneamento (PLANASA), que incorporava os
continuado no período da Era Vargas - entre 1930 avanços no setor de saneamento das décadas
a 1945 - e durante a República Populista - 1946 a anteriores e racionalizava, em âmbito nacional, a
1950 (REZENDE; HELLER, 2002). prestação dos serviços de saneamento através da
Em 1942, via acordo entre o governo brasileiro autonomia, da sustentação econômico-financeira,
e o governo norte-americano, foi criado o Serviço da sustentação dos serviços via tarifa, do
Especial de Saúde Pública (SESP), com as funções financiamento com recursos governamentais e da
de prover assistência médica, treinamento consolidação da prestação do saneamento básico
de profissionais de saúde e especialmente o nas mãos de companhias estaduais. (SALLES, 2008).
treinamento de engenheiros sanitários. Inicialmente Apesar das melhorias trazidas pelo PLANASA, a
esse programa buscava melhorar as condições nova política acabou por relegar ao segundo plano
do saneamento básico das regiões produtoras os serviços de esgotamento sanitário, de drenagem
de borracha da região amazônica e produtoras urbana e de manejo de resíduos sólidos que
de minério de ferro e mica do Vale do Rio Doce, continuaram contando com baixos investimentos.
contudo, no período do pós-guerra, esse programa Ainda, o PLANASA acabou por afastar os governos
se expandiu para outros estados brasileiros municipais da gestão e dos investimentos no setor
(CAMPOS, 2008; RENOVATO, BAGNATO, 2010). de saneamento (SALLES, 2008).
Em 1961, foi formulada, entre os países da Com o início da década de 1980 os
América, La Carta de Punta del Este, também serviços de abastecimento de água atendiam
nomeada de “Alianza para el Progresso”, sendo um aproximadamente 80% da população urbana do
documento que unia esses países e trazia uma série país, o que demonstrava crédito positivo para parte
de propostas para o desenvolvimento do continente. das metas do PLANASA. Contudo, aquela década
Em seu primeiro capítulo, especificamente no foi marcada por reformas políticas e estruturais no
oitavo objetivo, foi proposta, para os 10 anos Estado Brasileiro, o que culminou na grande ciranda
subsequentes, uma meta de atendimento de água inflacionária da década de 80 e 90, na escassez das
potável de 70% da população urbana e 50% da fontes de recursos para investimentos no setor e
população rural (CARTA, 1961). no abandono do saneamento brasileiro por quase
No período militar, a partir de 1964, foi criado uma década. (TUROLLA, 2002).
o Banco Nacional de Habitação (BNH), responsável Posteriormente ao colapso do PLANASA o país
por fazer a gestão dos recursos do também recém- ficou relegado a algumas poucas e desarticuladas
criado Fundo de Garantia por Tempo de Serviço iniciativas governamentais de política de
(FGTS). No âmbito estadual foram criados fundos saneamento. (TUROLLA, 2002). Apenas com a
de saneamento estaduais, com vistas a financiar Constituição Federal de 1988 (CF) foi retomada

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uma política de saneamento básico nacional. desses serviços, a obrigação de estabelecer ente
(BRASIL, 1988). responsável pela regulação e fiscalização desses
Em 1991, foi criada a Fundação Nacional de serviços, além de intervir e retomar a operação do
Saúde (FUNASA) por decreto presidencial. Surgindo saneamento por indicação da entidade reguladora
da fusão de outros órgãos ligados ao serviço na forma da lei. Na intenção de promover a eficiência
de saúde, a FUNASA se tornou responsável em e a eficácia, a Lei definiu que esses dois conceitos
promover o fomento a soluções de saneamento para deveriam ser aplicados, como, por exemplo, o
prevenção e controle de doenças, desenvolvimento art. 19, ao exigir que os planos de saneamento
socioeconômico e ambiental, buscando a melhoria básico contenham procedimentos para avaliação
das condições da saúde pública e sua proteção da eficiência e eficácia; o art. 48, ao estabelecer
(BRASIL, 2018). que as aplicações de recursos financeiros, por parte
A criação da CF 1988 trouxe importante marco da União nos sistemas de saneamento, devam
legal para o saneamento, criando uma série de promover o desenvolvimento sustentável; além dos
regulamentações ao setor. Com a publicação artigos 22 e 23, ao estabelecerem a modicidade
da Lei Federal de Diretrizes para o Saneamento tarifária pautada em mecanismos que induzam
Básico, Lei Federal 11.445/2007 e publicação do a eficiência e eficácia, bem como a necessidade
Decreto Federal 7.217/2010, regulamentador do ente regulador em avaliar constantemente o
do saneamento no país, novos arcabouços saneamento oferecido à população, à luz de metas
institucionais foram criados para o saneamento para o saneamento. Em âmbito nacional essas
básico. A titularidade do saneamento básico voltou a metas estão consubstanciadas no Plano Nacional
ser dos municípios, devolvendo assim a importância de Saneamento Básico – PNSB.
desses na gestão do saneamento local. A citada O Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB
Lei Federal, ainda, elencou as principais diretrizes surge como um esforço conjunto do Ministério das
para o desenvolvimento do saneamento nacional, Cidades, do Congresso Nacional e da sociedade civil
estabelecendo os princípios da universalização do organizada, via consultas públicas, em que foram
atendimento, da adoção de métodos, técnicas e oferecidas 448 contribuições ao plano (BRASIL,
processos que considerem as peculiaridades locais 2013).
e regionais, da eficiência, da sustentabilidade Em sua estrutura, o PNSB estabelece metas de
econômica dos serviços de saneamento, da curto, médio e longo prazos, para a universalização
modicidade tarifária, da gestão e fiscalização dos dos serviços de saneamento básico no país. Em seu
serviços por meio da ação regulatória. texto, atualizado em 2014, o plano estabeleceu as
A Lei de Diretrizes para o Saneamento Básico seguintes metas para a região Centro-Oeste:
estabeleceu uma série de obrigações ao titular
dos serviços, como a elaboração dos planos de
saneamento básico, a obrigação de prestar os
serviços de saneamento ou autorizar a delegação

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ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

Quadro 2 - Metas para o saneamento - Índice de Atendimento de Água e Esgotamento Sanitário - PNSB

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados de (BRASIL, 2014, p. 145-152).

Além da necessidade de criação de um plano de exigir investimentos iniciais elevados para novas
nacional para o saneamento, outra importante firmas, apresentando, portanto, uma barreira à
exigência legal trazida pela Lei Federal 11.445/2007, entrada de concorrentes. Já a inelasticidade da
especificamente nos artigos 8, 11 e 12, foi a demanda se verificaria pelo fato do produto água
necessidade de gestão, controle e fiscalização do ser de extrema essencialidade às ações humanas,
saneamento, via ação regulatória, buscando trazer o que implicaria em uma situação que mesmo que
maior eficiência e eficácia aos serviços oferecidos. os preços aumentassem, a quantidade consumida
A atuação regulatória decorre principalmente de água diminuiria em menor proporção. Assim, as
da essencialidade do produto “água” para as empresas de saneamento teriam como incentivo
atividades humanas, além da característica desse sempre aumentar seus lucros, via aumento de
setor em se apresentar como um monopólio preços, em detrimento de aumentar a qualidade
natural, em virtude de experimentar a existência de dos produtos/serviços oferecidos à sociedade
economias de escala, altos custos para entrada de (CASTRO JUNIOR; PAGANINI, 2009).
novos concorrentes e inelasticidade da demanda de
seus serviços (CASTRO JUNIOR; PAGANINI, 2009).
2.3 LITERATURA SOBRE AVALIAÇÃO DA
As economias de escala decorreriam de ganhos EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NO SANEAMENTO
de produção associados ao tamanho e porte dos BRASILEIRO
sistemas produtores, em que sistemas maiores
experimentariam custos incrementais (marginais) Em Sampaio e Sampaio (2007) foram analisadas
decrescentes com aumento de sua produção, ou 36 empresas de saneamento brasileiras, entre o
seja, quanto maiores os sistemas produtivos, mais período de 1998 a 2003, utilizando o método DEA
barato seria produzir quantidades adicionais de (‘Data Envelopment Analysis’ - Análise Envoltória
produtos. A existência de elevado custo de instalação de Dados) para determinar scores de eficiência.
de novos sistemas produtivos, independente da Posteriormente, foi estimada uma regressão linear
quantidade produzida desses serviços, levaria ao múltipla para analisar a influência de variáveis
afastamento de novos ofertantes pelo simples fato operacionais, geográficas e políticas sobre a

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eficiência das empresas. Os resultados encontrados saneamento básico dos diferentes estados, tendo
demonstraram que a região sul do país apresenta a região sudeste ficado com os maiores índices de
maior eficiência produtiva. O estabelecimento de eficiência. Ainda, a situação de universalização dos
um marco regulatório adequado, por sua vez, pode serviços de água e esgoto continua a passos lentos
trazer como consequência uma ampliação do ciclo no país.
de eficiência.
Em Scaratti, Michelon, Scaratti (2013) foi
2.4 TRAJETÓRIA DO SANEAMENTO
analisado, com método DEA, o saneamento básico BÁSICO GOIANO E SUA REGULAÇÃO
de 53 municípios com população residente entre
53 mil e 100 mil habitantes, utilizando-se de A trajetória do saneamento goiano segue a
dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações trajetória do saneamento brasileiro. Segundo o sítio
de Saneamento). Os resultados encontrados eletrônico da companhia Saneamento de Goiás S.A
apontaram que a grande maioria dos municípios (SANEAGO, 2017), a primeira ação planejada do
apresentou ineficiências econômico-financeiras, governo estadual em prol do saneamento goiano
principalmente associadas à falta de investimentos se deu durante a década de 60. Por exigência do
no setor, o qual os autores associaram a ineficiências plano federal PLANASA e do BNH foi instituída, no
político-governamentais. ano de 1967, a Lei Estadual nº 6680/1967 (GOIÁS,
Em Hora et al. (2015) foi analisada a situação de 1967), responsável pela criação da atual empresa
eficiência do saneamento básico dos municípios do de saneamento goiana, a Saneamento de Goiás S.A
estado do Rio de Janeiro utilizando-se do método (SANEAGO), companhia cuja implantação ocorreu
DEA. Os autores apontam que dos 89 municípios em 1969.
com dados disponíveis e analisados pela pesquisa, A SANEAGO, como executora dos serviços de
apenas 15 poderiam ser considerados plenamente abastecimento de água e afastamento e tratamento
eficientes. O trabalho também apontou que de esgoto, contou com relativa estabilidade da
no geral municípios pequenos não conseguem prestação de serviços no estado, durante toda
ser eficientes, tendo a pesquisa atribuído esse a década de 80 e 90, uma vez que a titularidade
resultado à negligência dos gestores públicos em e poder de conceder a execução dos serviços de
não fornecer serviços de esgotamento sanitário saneamento cabiam ao Governo do Estado de
à população, mesmo quando o município está Goiás, situação que apenas se modificou com a Lei
próximo de grandes centros urbanos, como a Federal 11.445/2007 (SANEAGO, 2017).
capital do estado. No ano de 2004, o governo do estado sancionou a
Em Bittelbrunn et al. (2016) foram analisados Lei Estadual 14.939/2004 (GOIÁS, 2004), conhecida
26 estados brasileiros e o Distrito Federal, no como Marco Regulatório do Saneamento Goiano,
período de 2012 a 2014, utilizando dados do SNIS, configurada como o instrumento básico norteador
com método DEA. Os resultados demonstraram das atividades da Agência Goiana de Regulação,
que existem diferenças de eficiência entre o Controle e Fiscalização de Serviços Públicos - AGR,

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ABSTRACT
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EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

sendo, inclusive, o primeiro marco regulatório de A primeira revisão tarifária realizada pela
saneamento do país, prescindindo até mesmo a agência utilizou o método do Fluxo de Caixa
Lei Federal 11.445/2007 – Lei de Diretrizes para Descontado, sendo largamente utilizado por
o Saneamento Básico Nacional (CASTRO JUNIOR; concessionárias e reguladores de serviços públicos.
PAGANINI, 2009). O método parte do cálculo do Valor Presente
De forma específica, a capital do estado, Líquido - VPL, conforme equação abaixo (AGR,
Goiânia, foi quem editou, em 2016, a Lei 2015):
Municipal 9.753/2016, que dispõe sobre a criação
da Agência de Regulação, Controle e Fiscalização
de Serviços Públicos de Goiânia - ARG (GOIÂNIA,
2016). A regulação em Goiânia, porém, encontra- Onde:
se atualmente dividida entre o agente estadual – VPL = Valor presente líquido;
AGR - e o agente municipal - ARG, devido à nova FCt = fluxo (benefício) de caixa de cada período;
agência municipal ter sido criada recentemente e, K = taxa de desconto do projeto, representada
portanto, não atuando de forma plena na regulação pela rentabilidade mínima requerida;
do saneamento básico na capital. I0 = investimento processado no momento zero;
Com relação às ações regulatórias exercidas pela It = valor do investimento previsto em cada
AGR encontram-se as atribuições descritas no art. período subsequente;
18 da Lei Estadual 14.939/2004 (marco regulatório t = período.
estadual), que sintetizam sua atuação em fiscalizar,
normatizar, acompanhar os planos municipais de A partir desse VLP o regulador definiria uma
saneamento e executar a regulação econômica do tarifa média, em que os fluxos de caixa seriam
saneamento. (GOIÁS, 2004). equivalentes aos investimentos realizados, de forma
No âmbito da regulação econômica são aplicados a obter um VPL de valor zero no longo prazo.
basicamente dois ferramentais no estado de Goiás, Para os reajustes tarifários, segundo AGR
sendo os mecanismos de revisões e reajustes (2018), o método utilizado tem como base de
tarifários. A Revisão Tarifária, prevista no art. 38 da cálculo as informações financeiras do prestador de
Lei Federal 11.445/2007, é um processo que envolve serviços, bem como os principais índices de preços
planejamento, em que, periodicamente, a tarifa é que exercem maior impacto sobre a estrutura de
revisada objetivando a distribuição de ganhos de custos da companhia de saneamento básico, sendo
produtividade com os usuários e a reavaliação expresso da seguinte forma:
das condições de mercado, buscando o equilíbrio
IRT = Material (Varejo) x IPCA + Energia x ANEEL
econômico-financeiro da prestação dos serviços. O
+ [Material (Atacado) + Gerais] x IGPM + Telefonia
Reajuste Tarifário, previsto no art. 37, visa recompor
x ANATEL + [Pessoal + Serviços de Terceiros] x INPC
a perda decorrente do efeito inflacionário que
+ Investimentos x IMRI
incidiu sobre os custos da prestação dos serviços,
sendo aplicado anualmente.

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Onde: tenham suas despesas subsidiadas pelos municípios


superavitários (AGR, 2018).
IRT: Índice de reajuste tarifário;
Material (Varejo): Despesa financeira com
materiais no varejo;
3 METODOLOGIA
Material (Atacado): Despesa financeira com Em sua tipologia este trabalho terá abordagem
materiais no atacado; quali-quantitativa, natureza aplicada, pois se aplica
Energia: Despesa financeira com energia; à realidade do saneamento goiano, terá objetivo
Gerais: Despesa financeira com materiais exploratório e descritivo, quanto aos procedimentos
gerais; técnicos serão realizados pesquisa documental e
Telefonia: Despesa financeira com telefonia; pesquisa ex-post-facto.
Pessoal: Despesa financeira com pessoal;
Serviços de terceiros: Despesa financeira
3.1 INFORMAÇÕES SOBRE A AMOSTRA
com serviços de terceiros;
UTILIZADA
Investimentos: Empenho financeiro com
investimentos;
A operacionalização do trabalho utilizará como
IPCA: Índice de Preço ao Consumidor Amplo
fonte de dados a base do Sistema Nacional de
calculado pelo IBGE;
Informações de Saneamento (SNIS) do Ministério
ANEEL: Índice de reajuste tarifário executado
das Cidades (BRASIL, 2018), que oferece, por
pela Agência Nacional de Energia Elétrica;
município, informações financeiras e operacionais
IGPM: Índice Geral de Preços de Mercado,
da situação do saneamento básico no Brasil. Ainda,
calculado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV;
serão utilizados dados dos municípios goianos,
INPC: Índice Nacional de Preços ao
do período 2016, sendo estes os últimos dados
Consumidor, calculado pelo IBGE;
disponíveis na plataforma SNIS.
IMRI: Índice médio de remuneração dos
Os dados serão tabulados por mesorregiões
investimentos.
estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia

Vale observar que ambas as sistemáticas já se e Estatística (IBGE) através da Resolução (PR) nº

encontram definidas pelo agente regulador goiano, 51 de 31/07/1989. (IBGE, 1990). As mesorregiões

sendo aplicadas, em todo o estado, de forma foram definidas pelo IBGE seguindo as seguintes

a determinar uma tarifa única para os serviços dimensões: o processo social como determinante,

de saneamento. Nesse escopo viabiliza-se uma o quadro natural como condicionante e a rede

sistemática de subsídios cruzados¹ entre os sistemas de comunicação e de lugares como elemento

de saneamento municipais, em que a prática de uma da articulação espacial. O estado de Goiás ficou

tarifa única garante que os municípios deficitários dividido em cinco mesorregiões: Centro Goiano,

1
Segundo AGR (2018) a sistemática de subsídios cruzados no saneamento básico consiste na prática de uma tarifa única para os serviços de saneamento
em que se garante que os municípios deficitários tenham suas despesas subsidiadas pelos municípios superavitários.

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ABSTRACT
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EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

Leste Goiano, Noroeste Goiano, Norte Goiano, Sul Segundo Sampaio e Sampaio (2007) o modelo
Goiano. contido em Charnes, Cooper e Rhodes (1978), com
O SNIS trabalha com dois tipos de levantamentos retornos constantes de escala, pode ser resumido
junto aos municípios, sendo o levantamento considerando um número N de DMU’s, utilizando
completo e o levantamento simplificado. Do total uma quantidade I de insumos para produzir P
de 246 municípios do estado de Goiás, no ano de produtos. A letra i indica a i-ésima DMU, cujos vetores
2016, apenas 225 preencheram o levantamento xi e yi demonstram as respectivas quantidades de
completo do SNIS, sendo assim apenas esses detêm insumos (inputs) e produtos (outputs) da DMUi.
amostra suficiente para a análise de eficiência Assim o DEA traçará uma fronteira de eficiência
que será aqui desenvolvida. O presente trabalho, não paramétrica, que engloba os dados de cada
portanto, analisará a eficiência e eficácia do uma das DMU de forma que todas as unidades
saneamento goiano pela perspectiva auferida na estejam sobre ou abaixo dessa fronteira.
análise desses municípios, sendo todos operados Para cada uma das DMU o problema consiste na
pela Saneamento de Goiás – Saneago S.A. maximização da razão entre a soma ponderada dos
produtos (outputs), dividido pela soma ponderada
dos insumos (inputs). A estimação de um modelo
3.2 MEDIÇÃO DA EFICIÊNCIA - MÉTODO
ESTATÍSTICO DE ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DEA para retornos constantes de escala, quando
DADOS (DEA) nem todas as DMU operam na escala ótima, acaba
levando a problemas nas medições de eficiência
O método de Análise Envoltória de Dados (Data (SAMPAIO; SAMPAIO, 2007). Nesses casos utiliza-
Envelopment Analysis - DEA) está inserido no grupo se a abordagem do modelo DEA para retornos
de modelos não paramétricos, baseado no trabalho variáveis à escala.
de Farrell (1957) e popularizado por Charnes, A extensão do modelo de retornos constante
Cooper e Rhodes (1978), emprega programação para retornos variáveis foi feita por Banker, Charnes
estatística matemática para determinar fronteiras e Coope (1984), chegando ao seguinte problema
de produção e scores de eficiência (SAMPAIO; matemático:
SAMPAIO, 2007).
O método DEA avalia a produtividade dos Min θ, λθ
fatores, ou eficiência produtiva, de Unidades sujeito à Yλ- yi≥ 0,
Produtivas ou Unidades Tomadoras de Decisão
θxi - Xλ ≥ 0,
(DMU’s - Decision Making Units), baseando-se
ztλ= 1,
nos melhores coeficientes de eficiência. Nesse
λ≥0
modelo a otimização é feita a partir de cada uma
das observações individuais com o objetivo de se onde z: vetor unitário N x 1.
calcular uma fronteira eficiente de utilização de
insumos (inputs) e obtenção de produtos (outputs)
(HORA ET.AL, 2015).

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 59


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Os modelos DEA ainda podem ter duas O método DEA com retornos variáveis à escala
orientações de otimização, sendo o modelo traçará uma fronteira de eficiência produtiva através
orientado para insumos, em que as DMU tenderiam dos dados analisados, determinando “unidades
a maior eficiência via otimização da quantidade de alvos” em eficiência e, a partir dessa fronteira
insumos, ou o modelo orientado para os produtos, eficiente, determinará qual poderia ser o ganho em
em que seria buscada a maximização dos produtos. aumento de produtos (HORA ET.AL, 2015, p. 67-
Neste trabalho o modelo desenvolvido seguiu a 69).
orientação da literatura sendo orientado a produtos, As variáveis inputs e outputs utilizadas no
conforme ocorrido em Sampaio e Sampaio (2007), modelo DEA serão as descritas no quadro abaixo:
Sato (2011), Hora et al. (2015), Bittelbrunn et al.
(2016).
Quadro 3 - Variáveis inputs e outputs – modelo DEA

Fonte: Elaborado pelo autor com dados da pesquisa (2018).

O número de DMU utilizadas no DEA deve ser A universalização dos serviços de saneamento
de, no mínimo, três vezes o número de variáveis é um dos importantes princípios da Lei Federal nº
utilizadas no modelo. Neste trabalho a razão 11.445/2007, assim uma das formas de avaliar a
entre DMU e variáveis do modelo é de 12 vezes eficácia do saneamento básico, ou seja, avaliar
para o modelo com municípios apenas com o atendimento do objetivo de universalização,
abastecimento de água, e de 5,3 vezes para o consiste em analisar os índices de atendimento
modelo com municípios que contam com água e percentuais de água e esgoto, métrica essa
esgoto (SAMPAIO; SAMPAIO, 2007). utilizada em Sampaio e Sampaio (2007), Scaratti et.
al (2013), Hora et. al (2015). Assim a eficácia neste
trabalho será avaliada pelo índice a seguir:
3.3 MEDIÇÃO DA EFICÁCIA - ÍNDICE DE
ATENDIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO

60 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

4 ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DOS serviços de água (156 localidades), e o segundo o


SERVIÇOS DE ÁGUA E DE ESGOTO de municípios que contavam, no mesmo ano, com
EM GOIÁS serviços de água e esgoto (69 localidades).
Adentrando nas análises trazidas pelo DEA, o

A análise de eficiência descrita neste trabalho foi quadro 4, abaixo, busca apresentar a dispersão

separada em dois blocos, sendo o primeiro o de das variáveis do DEA para os 156 municípios que

municípios que contavam, em 2016, apenas com apresentavam formalmente apenas os serviços de
abastecimento de água.
Quadro 4 - Variáveis DEA - Análise Descritiva - Municípios atendidos apenas com serviço de abastecimento de água –
156 municípios

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Observa-se que a relação entre a média e o entre os municípios, pois maiores populações
desvio-padrão excede a 1,5 vezes para a grande demandam maior infraestrutura de saneamento.
maioria das variáveis analisadas, demonstrando que No quadro 5 são apresentadas as estatísticas-
há uma grande diferença entre os sistemas de água, resumo para os 69 municípios que apresentavam
o que está relacionado à diferença populacional formalmente os serviços de abastecimento de água
e de esgotamento sanitário:

Quadro 5 - Variáveis DEA - Análise Descritiva - Municípios atendidos com serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário – 69 municípios

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 61


Patrick Souto Guimarâes & Cláudia Regina Rosal Carvalho

Vale notar que a mesma relação encontrada para Partindo para a análise da eficiência medida
os municípios que contavam apenas com serviços pelo DEA, para uma melhor estruturação e
de água, Quadro 4, pode ser observada para os apresentação, os resultados ficaram divididos em
municípios que contam com serviços de água e dois blocos, sendo o primeiro para os municípios
esgoto, ou seja, observa-se grande dispersão no apenas com serviços de abastecimento de água,
tamanho dos sistemas produtivos. Comparando e o segundo para os municípios com serviços de
municípios atendidos apenas com água com os água e esgoto.
municípios atendidos com água e esgoto, na média, A eficiência média global do modelo DEA
estes apresentam sistemas produtivos maiores, pois estimado para a amostra de municípios que
em geral atendem a nichos populacionais maiores, contavam apenas com serviços de abastecimento
o que pode ser observado na extensão de rede de de água foi de 0,9921, para um intervalo de 0, para
água e na quantidade de habitantes atendidos com os municípios menos eficientes, até 1, para os mais
serviços de água. eficientes, o que demonstra que os 156 municípios
analisados têm de forma global um bom patamar
de eficiência produtiva.

Quadro 6 – População Total e Score de Eficiência DEA por mesorregião – 156 municípios atendidos apenas com água

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Adentrando nas informações oferecidas pelo Assim, o modelo estimado oferece as seguintes
DEA, há possibilidade de readequação dos insumos possibilidades de variação, por mesorregião goiana,
visando um maior quantitativo de produtos, haja para os municípios que têm apenas serviços de
vista o método utilizado ser orientado a produtos. água:

62 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

Quadro 7 - Variação nos insumos e produtos proposta pelo DEA - Agrupados por mesorregião – Apenas municípios
com serviços de abastecimento de água

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Observa-se que, em todas as mesorregiões, Vale salientar que, apesar do método DEA ter
há a possibilidade de aumento da eficiência via indicado uma eficiência média global elevada para
redução de insumos e aumento de produtos. Entre os 156 municípios que tinham apenas serviços de
os principais resultados para os insumos há no abastecimento, ainda assim, esses municípios não
total a possibilidade de redução das despesas de contam formalmente com serviços de esgotamento
exploração em aproximadamente 19,1 milhões de sanitário, o que a princípio já torna essas localidades
reais. A mesma possibilidade existe para as despesas ineficientes, por não oferecerem os serviços de
totais de serviços com uma redução possível de saneamento em sua integralidade e de forma
15,5 milhões de reais. universal.
Para os produtos, a quantidade de ligações ativas Partindo para a análise dos municípios que
de água poderia aumentar em 5,6 mil ligações, contavam com serviços de água e esgoto, um
expandindo, portanto, a quantidade de residências total de 69 municípios, estando nesse grupo as
atendidas com o serviço de abastecimento de água localidades mais populosas do estado, a eficiência
potável. Com relação à população total atendida média global do modelo DEA estimado ficou
com água, variável de especial interesse para esse em 0,9921, demonstrando que, na média, os
trabalho, uma vez que ela é determinante do índice municípios apresentaram também scores de
de atendimento de água, observa-se que há um eficiência elevados.
considerável espaço para a expansão do índice de
atendimento do sistema de abastecimento de água
goiano.

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 63


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Quadro 8 – População Total e Score de Eficiência DEA por mesorregião – 69 municípios atendidos com água e esgoto

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Adentrando nas informações oferecidas pelo também há a possibilidade de readequação de


DEA, para as 69 localidades com água e esgoto, insumos e produtos.

Quadro 9 - Variação nos insumos e produtos proposta pelo DEA - Agrupados por mesorregião – Municípios com
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Em todas as messoregiões, há a possibilidade de Considerando os produtos, o modelo demonstra


aumento de eficiência. Para os insumos o modelo capacidade de incremento de população atendida
propõe para as despesas de exploração uma com serviços de abastecimento de água na ordem
redução de 24,4 milhões para todo o estado e para de 106 mil novos habitantes e para o esgoto 75,5
as despesas totais de serviços uma redução de 31,5 mil habitantes,
milhões.

64 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

Pelos resultados trazidos pelo modelo DEA que, Na totalidade dos 225 municípios da amostra a
tanto nas 156 localidades atendidas apenas com população atendida com água, no ano de 2016,
água, como nas 69 localidades atendidas com água foi de 5,4 milhões de habitantes de um total
e esgoto, há espaço de apropriação de eficiência populacional de 6,2 milhões, o que representou
produtiva com uma melhor alocação de recursos no um índice de atendimento de água de 87,63%.
saneamento estadual. Assim, cabe uma análise da Avaliando a situação do esgotamento sanitário
situação de eficácia dos serviços, utilizando-se para havia 3,1 milhões de habitantes atendidos com esse
isso dos índices de atendimento de água e esgoto serviço, tendo o índice de atendimento de esgoto
conforme será apresentado no próximo item. ficado em 49,84% em todo o estado. A diferença
entre os dois índices pode ser explicada pelo fato
de as primeiras políticas de saneamento básico - em
5 ANÁLISE DA EFICÁCIA DOS
especial o PLANASA - terem focado seus esforços
SERVIÇOS DE ÁGUA E DE ESGOTO
mais no saneamento básico associado à água do
EM GOIÁS
que no esgoto.
Abaixo, segue no Quadro 10, resumo da
A eficácia dos serviços foi analisada pelos índices
população atendida com ambos os serviços por
de atendimento de água e esgoto, visando atender
mesorregião:
ao princípio da integralidade e da universalização.

Quadro 10 - População atendida e índice de atendimento de água e esgoto - Agregado por mesorregião

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Avaliando os índices de atendimento de as mesorregiões ficaram áquem das metas


água, para o ano de 2016, em conformidade estabelecidas. Para os índices de atendimento de
com o disposto pelas metas estabelecidas pela esgoto, com metas de 100% para a Lei Federal
Lei Federal 11.445/2007 e pelo PNSB (100% e e 52% para o PNSB, observa-se que algumas
94%, respectivamente), observou-se que todas mesorregiões atenderam a meta do PNSB, porém,

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 65


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quanto à universalização, nenhuma mesorregião 231 mil novas pessoas sendo atendidas com água e
atingiu esse objetivo. 75 mil novas pessoas sendo atendidas com esgoto,
Pelos resultados do modelo DEA, apresentados o que levaria ao seguinte reflexo nos índices de
no ítem anterior, seria possível um incremento de atendimento para o ano de 2016:

Gráfico 3 - Novo índice de atendimento de água proposto pelo DEA, por mesorregião e metas de atendimento do PNSB
e da LEI 11.445/2007

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Gráfico 4 - Novo índice de atendimento de esgoto proposto pelo DEA, por mesorregião e metas de atendimento do
PNSB e da LEI 11.445/2007

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

66 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

Tanto no sistema de água como no sistema Analisando os dados do SNIS sobre investimento
de esgoto, a análise aqui proposta avaliou a realizados no saneamento básico goiano, variável
possibilidade de expansão do atendimento dado determinante por representar expansão dos sistemas
às infraestruturas produtivas disponíveis na data de produtores e incremento de novas ligações, entre
2016, o que não exclui a possibilidade de auferir os anos de 2000 a 2016, foram investidos quase
maiores índices de atendimento via investimentos 4,3 bilhões de reais, conforme quadro abaixo:
para expansão dos sistemas.
Quadro 11 - Investimentos em saneamento básico - água e esgoto de 2000 a 2016

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados da pesquisa (2018).

Avaliando os dados de investimento por As revisões tarifárias poderiam continuar a


mesorregiãos observa-se que as regiões com ser conduzidas pelo método do fluxo de caixa
melhores índices de atendimento de água descontado, porém, caberia um fluxo de caixa
também são as regiões que receberam a maior para cada mesorregião do estado, de forma que
parte do volume de recursos para investimento, o subsídio tarifário ficasse restrito a mesma região,
o que demonstra a concentração de recursos de garantindo tarifas personalizadas. A fórmula
investimentos em determinadas localidades no funcional poderia ser assim definida:
estado.

6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Onde:
Conforme apresentado no capítulo que discorreu VPLz = Valor presente líquido;0
sobre a regulação em Goiás, os serviços de água e FCtz = fluxo (benefício) de caixa de cada período;
esgoto operam com uma sistemática de revisões Kz = taxa de desconto do projeto, representada
e reajustes tatifários únicos em todo o estado, o pela rentabilidade mínima requerida;
que coloca os sistemas de saneamento municipais In0z = investimento processado no momento
em subsídio cruzado sem considerar as diferenças zero;
mesorregionais. Intz = valor do investimento previsto em cada
período subsequente.

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 67


Patrick Souto Guimarâes & Cláudia Regina Rosal Carvalho

t = período em t;
z = mesorregião.
Onde:
P = Reajuste tarifário anual concedido;
A partir da fórmula acima, caberia ao regulador
IP = Índice de preços selecionado pelo agente
definir uma tarifa média para os serviços de
regulador, podendo ser o IPCA, INPC ou outro;
saneamento, em cada uma das mesorregiões, em
FATOR X = Fator de eficiência calculado no
que os fluxos de caixa se equalizariam com os
último processo de revisão tarifária;
investimentos realizados e o VPLz da mesorregião
z = mesorregião.
seria zerado no longo prazo.
Um sistema de tarifação regionalizada
Nessa sistemática, durante os processos de
também contribuiria para que o investimento em
revisão tarifária, o regulador elegeria indicadores
saneamento nas regiões fosse mais diversificado,
com vistas a medir a eficiência e eficácia
pois fortaleceria o subsídio cruzado dentro de
da prestação de serviços da companhia de
uma mesma região, o que colaboraria para que
saneamento regulada. Esses indicadores, por sua
os investimentos fossem realizados de forma mais
vez, se traduziriam em uma medida de eficiência
equalizada.
e eficácia global medida pelo FATOR X. Assim, esse
Para os reajustes tarifários caberia a metodologia
Fator X poderia ser calculado a partir do incentivo
baseada em incentivos ou metodologia do Fator X,
na redução de insumos e aumento de produtos,
aplicada pela Agência Reguladora de Saneamento
conforme apontado pelo DEA neste trabalho, além
e Energia do Estado de São Paulo - ARSESP,
de agregar uma parcela de incentivo a investimentos
estruturada na seguinte fórmula:
e aumento do índice de atendimento de água e
esgoto, seguindo a seguinte fórmula:

Em que: Meta In = meta estabelecida pelo regulador


sobre o insumo n;
Meta Pk = meta estabelecida pelo regulador
Onde: sobre o produto k;
z = mesorregião; Meta IAw = meta estabelecida pelo regulador
n = tipo de insumo; para o índice de atendimento w;
k= tipo de produto; In = insumo tipo n;
w= índice de atendimento - água ou esgoto; Pk = produto tipo k;
p = peso da variável; IAw = índice de atendimento w;

68 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

FATOR Xz = Fator de eficiência; insumos e aumento dos produtos e serviços


z = mesorregião. oferecidos à população.
Com relação à eficácia, a qual foi mensurada
O grande diferencial das sistemáticas de pelos índices de atendimento de água e esgoto, o
reajustes e revisões propostas acima consiste em estado de Goiás ainda tem muito para avançar. A
oferecer possibilidade ao agente regulador de, via modelagem DEA aponta que uma melhor alocação
mecanismo tarifário, nortear a atuação do prestador dos insumos produtivos poderia expandir os índices
de serviços de saneamento em perseguir os planos de atendimento em todo o estado em 3,71%
de investimentos, controle de despesas, oferta de para água e 1,22% para o esgoto. Nenhuma das
serviços e atendimento à população, de maneira mesorregiões apresentou, para o ano de 2016,
estruturada. Assim, garante-se que o atendimento índices de universalização de atendimento de
das metas pré-estabelecidas seja repassado à água e esgoto. Especificamente para a situação
sociedade como ganhos sociais na forma de tarifas do esgotamento sanitário, dos 225 municipios,
módicas e de universalização dos serviços de água 156 ou 69,33% da amostra não tinham serviço de
e esgoto, além de auxiliar diretamente as receitas esgotamento sanitário formal.
do prestador de serviços, quando esse segue os Ainda no tocante aos investimentos, entre
planos do regulador, ou penalizá-lo quando não as os anos de 2000 a 2016, aproximandamente
está seguindo. 56% dos investimentos em saneamento ficaram
concentrados na mesorregião do centro-goiano,
onde se encontra a capital de Goiás, Goiânia, o que
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
demonstra a falta de equidade na distribuição dos
investimentos no estado.
O presente trabalho cumpriu com o objetivo
Entre os mecanismos de regulação econômica,
geral de apresentar uma metodologia tarifária que
a AGR poderia estabelecer uma sistemática de
promovesse a melhoria da prestação de serviços de
revisões tarifárias para cada mesorregião, a fim de
água e esgoto em termos de eficiência e eficácia no
considerar as diferenças regionais, estabelecendo
Estado de Goiás. Assim, de forma mais específica, o
uma tarifa personalizada de forma a incentivar
resultado do trabalho foi estruturado na análise da
os investimentos necessários à universalização.
legislação atual referente ao saneamento básico,
Para os reajustes tarifários, o agente regulador
na estimação de um modelo baseado em DEA
poderia estabelecer uma sistemática por incentivos,
que traçou os perfis de eficiência do saneamento
consubstanciada na metodologia do Fator X, em
goiano, na análise da eficácia dos serviços de
que os serviços menos eficientes e eficazes são
água e, finalmente, apresentou recomendação
penalizados por reajustes menores, conforme
de intervenção baseada na proposta de novas
metas estabelecidas pelo próprio agente regulador.
metodologias de reajustes e revisões tarifárias.
Ambos os mecanismos garantiriam ganhos sociais
A modelagem DEA mostrou a possibilidade
na forma de tarifas módicas e de universalização
de aumento de eficiência em todas as regiões
dos serviços de água e esgoto.
analisadas, havendo espaço para redução de

Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020 69


Patrick Souto Guimarâes & Cláudia Regina Rosal Carvalho

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70 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT
SANEAMENTO BÁSICO GOIANO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO REGULATÓRIA PARA O AUMENTO DA
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA DOS SERVIÇOS OFERECIDOS À POPULAÇÃO

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TUROLLA, Frederico A. Política de saneamento


básico: avanços recentes e opções futuras de
políticas públicas. Brasília: IPEA, 2002.

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Patrick Souto Guimarães1


Mestre pelo Mestrado Profissional em Administração
Pública - PROFIAP. Faculdade de Administração, Contabilidade e
Economia - FACE-UFG. Universidade Federal de Goiás – UFG –
Brasil. E-mail: [email protected]

Claudia Regina Rosal Carvalho2


Professora Doutora da Universidade Federal de Goiás - UFG.
Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia - FACE-
UFG – Brasil. E-mail: [email protected]

Data de submissão:14/06/2018
Data de Aceite: 24/09/2019

72 Gestão & Regionalidade - Vol. 36 - Nº108 - mai-ago/2020

ABSTRACT

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