Criterios de Resistencia
Criterios de Resistencia
Criterios de Resistencia
CRITÉRIOS DE RESISTÊNCIA
1
Índice
1.Introdução ............................................................................................................................ 3
2.Critérios de Resistência Utilizados ...................................................................................... 5
2.1 Critérios Obsoletos de Resistência ................................................................................... 5
2.1.1 Critério da maior Tensão Normal (Material Frágil) .................................................... 5
2.1.2 Critério de Tresca.......................................................................................................... 6
2.1.3 Critério de Saint Venant ................................................................................................ 8
2.2 Critérios Usuais de Resistência ...................................................................................... 10
2.2.1 Representação Gráfica de Mohr (1835-1918) ou Critério de Mohr ........................... 10
2.2.2 Critério de Coulomb (1736 - 1806) ............................................................................. 11
2.2.2.1 Critério de resistência para material sem coesão ( c = 0) ......................................... 11
2.2.2.2 Critério de resistência para material coesivo ( c 0) ............................................... 12
2.2.3 Critério de Energia de Distorção ................................................................................ 16
2.2.4 Esquema de Comparação entre as Teorias/Outros Critérios ..................................... 22
2.2.5 Critério de Nadai ......................................................................................................... 23
3.Exemplos ........................................................................................................................... 23
4.Bibliografia ........................................................................................................................ 33
2
1. Introdução
De um modo geral, uma estrutura deve ter a sua segurança verificada contra diferentes
estados limites, nos quais ela deixa cumprir suas finalidades existenciais.
De acordo com o CEB (Comité Européen du Béton), os estados limites são
classificados da seguinte maneira: estados limites últimos, que são aqueles correspondentes
ao valor máximo da capacidade de suporte da estrutura, e, estados limites de utilização, que
decorrem de critérios de utilização normal ou de durabilidade.
Exemplos de estado limite último:
Perda de estabilidade de uma parte ou do conjunto da estrutura assimilada a um corpo
rígido;
Ruptura de seções críticas da estrutura;
Transformação de uma estrutura em um mecanismo;
Sensibilidade da estrutura aos efeitos de repetições das ações (fadiga).
Exemplos de estado limite de utilização:
Deformação excessiva para uma utilização normal da estrutura;
Deslocamento excessivo sem perda do equilíbrio;
Vibrações excessivas.
Essa classificação considera de uma maneira ampla os estados limites que podem ser
atingidos pelas estruturas, ou por suas partes, como decorrência das ações que sobre elas
atuam. Ação é definida como qualquer influência ou conjunto de influências capazes de
produzir Estados de Tensão na Estrutura.
Um estado limite último ocorre quando a estrutura esgota a sua capacidade de suporte,
deixando de apresentar as características exigíveis para sua utilização. Nesse caso, surge uma
deficiência estrutural, caracterizada pelo aparecimento de danos estruturais.
Um estado limite de utilização existe quando ficar comprometida a durabilidade da
estrutura ou quando ficar prejudicada a utilização funcional da construção. Não há nesse caso
danos estruturais que de imediato comprometam a integridade da estrutura ou para utilização
normal da construção.
Neste tópico, critérios de resistência, nos interessa o que se estabelece para se
precaver de um estado limite último, ainda mais em termos de ruptura das seções críticas ou
por decorrência de estrutura em si.
Salienta-se agora que eventuais ações conduzem a estrutura à ruptura, para que
adotemos critérios de segurança para as estruturas. Contudo, pergunta-se: que tipos de ações
nos interessa ou é de interesse prático. Ou ainda: que tipo de ações solicitam a estrutura
levando-a a um estado limite último por ruptura do material.
Por exemplo: a segurança contra a ruptura de uma barra tracionada é julgada pela
comparação com ensaios de tração feitos de material da barra. Para uma caldeira sujeita a
tração em duas direções ou eixo de máquina sujeito a flexão e torção, seria incômodo
identificar para cada combinação o respectivo ensaio.
Desta maneira, um critério de resistência pretende interpretar tais casos (solicitações
complexas), partindo apenas de um ensaio simples (tração), ou pelo menos de um número
restrito de parâmetros do material.
3
Cada critério de resistência é uma hipótese de julgamento: primeiro discrimina-
se de maneira arbitrária mais plausível, o fenômeno responsável pela ruptura, depois
tiram-se conclusões à respeito das combinações possíveis de solicitação e finalmente
verifica-se a veracidade do critério pela comparação entre o comportamento real do
material em tais casos de ações combinadas e a hipótese básica.
A variedade dos materiais utilizados na construção não permite adotar um único
critério. Da vasta gama de critérios para interpretar a ruptura, veremos aqui só aqueles mais
usuais e recomendados pelo uso prático.
Certos materiais como o concreto armado (material não homogêneo), a madeira
(material não isótropo), não se enquadram em nenhum dos critérios conhecidos. Julga-se a
resistência de uma peça com base em uma série de valores empíricos estabelecidos por
ensaios e codificados por normas técnicas através de algum método de verificação de
segurança.
Diante deste quadro podemos definir como finalidade dos critérios de resistência a
substituição das normas de cálculo por uma hipótese uniforme de trabalho. O
desenvolvimento moderno parece tomar rumo no sentido oposto, substituindo os critérios por
prescrições detalhadas de cálculo, até nos materiais que foram antigamente interpretados
como homogêneos e isótopos (aço por exemplo).
4
2. Critérios de Resistência Utilizados
2
x+ y x- y 2
max = 1 = + + xy
2 2
Se:
=5,2 kN/cm2
=7,5 kN/cm2
5
max =10,6 kN/cm2
Conclusão: Tem-se que 14/10,6 = 1,32, que é o quanto o material ainda está trabalhando
“folgado” em termos de tensão admissível (segurança). Portanto um critério muito
conservador às vezes é perigoso (lado próximo e menor que ).
Se x = 1 0, y= xy = 0 (caso linear)
1 esc fy
max = cr = ± = =
2 2 2
Este valor significa que, por exemplo, num ensaio de tração se esc é encontrado no
ponto de escoamento, a tensão máxima de cisalhamento é metade daquele valor. (Círculo de
Mohr).
Se:
x = 1 x = 2 e xy =0
a) 1 e 2 >0e 3 =0
6
Figura 2 - Círculo de Mohr para o caso A
b) 1 >0e 2 <0e 3 =0
7
Na figura 5 está indicado os planos de deslizamento
8
por ensaio, de que o valor max é responsável pela ruptura do material. Admitindo-se que a
maior tensão seja:
1>0
Teríamos:
1
max = 1 = 1- ( 2+ 3)
E
= 1- ( 2+ 3) rup
= adm
Resulta:
1- 1+ 2 +4 2
= +
2 2
Observação:
i =12,2 kN/cm2 <14 kN/cm2
i= 1- ( 2+ 3)
3 =0
i= 1- 2
2
1 x+ y x- y 2 +4 2
2 1 1
= ± + xy = ±
2 2 2 2 2 2
1- 1+ 2 +4 2
= +
2 2
Conclusão: além do aspecto não evidenciado por ensaios de laboratório, este critério
erra para o lado perigoso, ou seja, valores próximos e menores que um valor crítico e resulta
quando comparado com critérios mais praticados ser de maior complexidade de cálculo.
Graficamente:
9
Figura 7 - Critério de Resistência segundo Saint Venant
Uma primeira informação a respeito das solicitações que produzem ruptura é obtida
da seguinte maneira:
Vários corpos de prova de um mesmo material são submetidos a vários tipos de
solicitação, crescentes até a ruptura.
As tensões principais encontradas no momento da ruptura são representadas no
sistema de Mohr desenhando-se os respectivos círculos com diâmetro “ 1- 3”, seguindo a
convenção ( 1 2 3), como mostra a figura.
10
1. Tangente 1 vertical ao círculo correspondente à tração simples que indica a ruptura
por separação de partes do material;
2. Parte 2 inclinada, tangente aos círculos de ruptura com escoamento;
3. Parte horizontal tangente aos círculos que representam escoamento plástico sem
ruptura.
Obs.: Nos materiais frágeis, não há o trecho 3.
Algumas observações podem ser feitas sobre o critério de Mohr:
A interpretação gráfica é apenas qualitativa sem pretensão de exatidão.
A ruptura fica confinada ao maior diâmetro dos três círculos, ou seja, 1- 2 e 2-
3 estão no interior de 1- 3. Isto implica que 2 não influi no processo de ruptura,
o que é fisicamente absurdo.
O critério de Mohr é aplicado na teoria de ruptura do concreto, onde 2 não é maior
que as incertezas do estudo da qualidade do material. Este critério é geralmente
utilizado em materiais de característica tal que fc>ft, ou seja, areia, solo coesivo
(mecânica dos solos), ferro fundido, concreto e metais não dúcteis (ferro fundido).
Para materiais dúcteis, teorias mais precisas devem ser utilizadas.
Exemplo: Areia
A ruptura se dá, conforme Coulomb, quando o vetor de tensão de compressão forma
com o plano de ruptura um ângulo maior que o ângulo de atrito interno.
11
1- 3
/2
sen =
1 + 3 /2
3- 1
sen =
3+ 1
Com:
tg = max
Enquanto < não haverá ruptura. Com isto tem-se uma região de segurança formada
pelas retas que fazem um ângulo y com o eixo . Para qualquer estado de tensão em que os
círculos de Mohr recaiam no interior desta região não haverá ruptura.
Formulando-se algebricamente o critério tem-se:
3- 1 1 1-sen
sen =tg2 45°-
3 + 1 3 1+sen 2
Exemplo: Argila
Tem-se agora um material com coesão c 0. O critério expressa que o material
absorvente da tensão cisalhante existe uma parcela igual a c e a ruptura se dá quando o
ângulo do vetor restante com a superfície de ruptura de tensão t for maior que o ângulo ,
conforme mostra a figura:
Na próxima figura, está indicada a envoltória de resistência deste critério, bem como
a relação entre os parâmetros envolvidos.
12
Figura 11 - Envoltória de Resistência e relação entre os Parâmetros
Ou:
Com base nas figuras, podem-se relacionar estes parâmetros.
e c
13
Pode-se então representar um estado plano de tensão por um ponto P ( 1 e 2) num
sistema de coordenadas x = 1 e y = 2. Busca-se a região de segurança destes pontos “P”
conforme o critério de Coulomb.
Obs.: Este caso é utilizado para materiais com coesão c = 0, o que implica na
nulidade das tensões existentes, devido à nulidade de uma das tensões principais, senão
ocorreria ruptura do material.
14
Figura 14 - Nova Representação para o Critério de Coulomb
15
Exemplo de aplicação
b(1-sen )
a=
(1+sen )
Seja uma viga de ferro fundido com: adm,t=4 kN/cm2 e adm,c = -8kN/cm2.
Valores de norma ou de ensaios de laboratório.
Considerando um estado de tensão: 1 = - 7 kN/cm2, 2 = -6 kN/cm2. Pergunta-se: É
admissível este estado de tensão? Ainda num outro ponto, o estado de tensão é: 1 = 3
kN/cm2, 2 = -4 kN/cm2 ( 3 = 0), é impossível também?
Solução:
Construindo-se o diagrama de ( 1 e 2) conforme asegunda representação do critério
de Coulomb tem-se:
Autores: E. Beltrami (1885); Mt. Iluber (1904), R. Von. Mises (1913), H. Hencky
(1925).
Em primeiro lugar, o nome dado a este critério decorre de um fenômeno que podemos
explicar mais tarde quando estudarmos os conceitos da energia de deformação.
Este critério tem grande aceitação para materiais dúcteis e isotrópicos. Exemplo: Aço
doce. Uma particularidade dos materiais dúcteis está nos valores próximos (encontrados em
ensaios de laboratórios) da resistência à compressão e a resistência à tração simples: fc = ft.
Neste método, a energia elástica total é dividida em duas partes: uma associada com
as mudanças volumétricas do material, e outra causando distorções (forma) de
16
cisalhamento. Igualando a energia de distorção (de cisalhamento) no ponto de escoamento
à tração simples, com aquela sob tensão combinada, fica estabelecido o critério de
escoamento para tensão combinada.
Dedução da expressão para a compressão para a condição de escoamento com
tensão combinada:
Primeiramente deve ser empregado o procedimento do estado geral de tensão. Este se
baseia no conceito da superposição de efeitos. Considerando-se um estado da tensão: 1, 2,
3, tensões principais.
Fazendo-se:
11 0 0 11 = 1
ij = 0 22 0 com 22 = 2
0 0 33 33 = 3
11 + 22 + 33 1 + 2 + 3
m= =
3 3
ij = ij d + m ij
Uma associação com tração simples pode ser feita com a esquematização:
17
Figura 18 - Superposição dos Estados de Tensão
Fazendo-se:
1 = 2 = 3 =p
E:
1+ 2+ 3
=p
3
Tem-se:
1 3
Udil = 3p2 - 3p2 = 1-2 p2
2E E 2E
1-2
Udil= ( 1 + 2 + 3 )2
6E
E
Fazendo-se Utotal - Udil = Udist, e sabendo-se que G= (1+ ) tem-se:
2
1
Udist = ( - )2 +( 2 - 3 )2 + 3 - 1 2 -A (A)
12G 1 2
18
Da hipótese: a energia de distorção deve ser igual à máxima energia de distorção na
tração simples. Sabendo-se que esta condição ocorre com a tensão de escoamento e a energia
de distorção, neste caso, vale:
2 2 esc
U*dist = 1 = sec , 2 = 3 =0
(B)
12G
Fazendo-se A = B tem-se:
( 1 - 2 )2 +( 2 - 3 )2 + 3- 1
2
= esc
2
(Equação de um cilindro)
1
esc = i = ( - )2 +( 2 - 3 )2 + 3- 1
2
2 1 2
Para o estado plano de tensão 3 tem-se:
2 2
1 1 2 2
- × + =1
esc esc esc esc
Observações:
É importante observar que a teoria da Energia de Distorção não provoca alteração se
adicionarmos tração ou compressão hidrostática ( 1 = 2 = 3). Isto se deve ao fato de apenas
as diferenças de tensões ( 1 - 2), ( 2 - 3), ( 3 - 1), estão envolvidas nas expressões regentes
deste critério. Pensando num círculo de Mohr tem-se:
19
Figura 20 - Análise Gráfica da Influência de Compressão Hidrostática
20
h: parcela hidrostática
d: afastamento do vetor total
d=t-h
Obs.:
a1 .a2 = a1 . a2 cos
a1 =(x1 ,x2 ,x3 )
a1 = x1 2 +x1 2 +x1 2
Sendo:
d = ij =tensão desviatória
n=cos e1 +cos e2 +cos e3
cos = cos = cos =cos
n = cos e1 +e2 +e3
1 3
n = n.n=cos ( 3)=1 cos = =
3 3
A figura em questão nada mais é que a interpretação deste cilindro com o plano 1-
2. Outro fato importante é que o critério de Tresca está contido na elipse de escoamento do
critério da energia da distorção.
Pode-se também observar que a condição de escoamento deste critério é outro
invariante das tensões. Este critério é denominado Condição de Escoamento de Huber-
Hencky Mises ou simplesmente Von Mises.
Caso prático:
Da condição:
( 1 - 2 )2 +( 2 - 3 )2 + 3 - 1 2 2 esc 2
21
2
1
= + + 2
2 2 4
x= y xy = (viga)
Chamando x esc ou para certos casos i adm , sendo i a tensão ideal que é
comparada com a tensão de ruptura à tração simples ou à tensão admissível, tem-se:
2 +3 2
1=
Para um ensaio padrão de um cilindro de parede fina, solicitado por pressão interna e
tração, composto de ferro fundido, cobre e alumínio, tem-se a representação gráfica dos
critérios apresentada na figura abaixo.
Nota-se que existe uma adequação dos materiais não dúcteis e dúcteis as teorias
vistas.
22
Outros materiais como concreto, fogem ao escopo deste curso, que seguem teoria de
Griffith (1920) (teoria da falha das microfissuras). Argamassa armada e madeira (Teoria de
Weibull) não serão aqui analisadas.
Foi proposto por Nadai (1925) uma extensão do critério da Energia de Distorção para
materiais que tenham ft fc. Introduzindo-se a relação , a tensão ideal i a ser
comparada com a resistência à tração fica:
( 1 - 2 )2 +( 2 - 3 )2 + 3 - 1
2
+2( -1)( 1 + 2 + 3 ) i i
2
Para:
2
t =4kN/cm e c =8kN/cm2 e Q=1/2 ferro fundido
2 2
1 =3kN/cm e 2 =-4kN/cm e 3 =0
Fornece:
1 =4,06 kN/cm2
3. Exemplos
Solução:
Inicialmente o CP recebe 1000 kN sem estar envolvido pelo cilindro rígido de forma
que só atuam tensões axiais (segundo o eixo x).
23
Figura 24 - Corpo de prova: dimensões e carregamento
D2 202
A= = =315cm2
4 4
1000
x =- =-3,2 kN/cm2
315
Como se pretende aumentar essa segurança para =3, após colocação do C.P. no
cilindro, a tensão ideal de ruptura, nessa nova situação deverá ser:
2
i (ruptura) =3×2,3 6,9 kN/cm
Para isto, o C.P., axialmente comprimido e encostado nas paredes internas do cilindro,
deverá deslocar-se de , sofrendo deformações y e z iguais. As tensões, no contato entre o
corpo e o cilindro, por uma vez, serão também iguais. Desta forma:
1
z= y= - ( x+ y) =
E z 20
Com:
24
x =3,2 kN/cm2 , E=2000 kN/cm2 e =0,4
100= z -0,4(-3,2+ z )
100 -1,28
z= =166,7 -2,13
0,6
Portanto:
1 = 2 =166,7 -2,13
1
i =6,9 (0)2 +2×(166,7 -2,13+3,2)
2
Observa-se que para qualquer maior que o valor acima fará a tensão ideal do C.P.
supere a segurança de 300% ultrapassando a tensão ideal de ruptura.
Solução:
Diagramas de cortante e momento fletor:
Figura 26 - Diagramas de V e M
Verificações:
Ponto 1
VS
= =0
bI
M 560
x= y= 12,7=1,40 kN/cm2
I 5080
25
2 +3 2 = 1,402 =1,40 kN/cm2
1=
Ponto 2
S=(11,62+0,54)×(1,08×11,8)=154,96 cm3
14×154,96
= =0,54 kN/cm2
0,79×5080
560
x= 11,62=1,28 kN/cm2
5080
i= 1,282 +3×0,542 =1,54 kN/cm2 > adm
Exemplo 03 - Os parâmetros que definem a região sem ruptura de um material que segue o
critério de Coulomb são:
Coesão: c = 5 kN/cm2
Ângulo de atrito interno: = 20
26
P1
P2
Solução:
O estado de tensão será um estado de tensão com segurança se o círculo de Mohr de
maior diâmetro, correspondente ao mesmo estado de tensão na pior das hipóteses tangenciar
a envoltória de Coulomb. Caso o círculo saia desta região não estará em segurança. Portanto,
deve-se verificar o encontro do círculo com a envoltória, se é tangente ou secante. O maior
círculo de Mohr será de diâmetro. Para o estado de tensão dado tem-se:
27
Equação da reta da envoltória
=a +b
Equação da circunferência
( -c)2 +( - 0 )2 =R2
0 =R+ 1
80-14
R= =33
2
0 =0
C=14+33=47
( +47)2 + 2 =332 (2)
Substituindo-se 1 em 2, tem-se:
1,13 2 +90,4 +1145=0
Verifica-se agora se este polinômio tem raízes reais ou não. Isto se faz pelo valor de
2
=b -4ac.
Se < 0 não tem raízes reais, as curvas não se interceptam e conclui-se que o
estado de tensão é admissível;
Se = 0 tem apenas uma raiz real e implica que as curvas se tangenciam e o
estado de tensão está na eminência de provocar ruptura;
Se > 0 tem duas raízes reais, as curvas se interceptam e o estado de tensão não é
admissível.
Neste caso:
=2980>0
28
Figura 29 - Tubo de Parede Fina com Pressão
Dados:
P = pressão interna
T < < R (1:10)
Solução:
1
i= ( 1 - 2 )2 +( 2 - 3 )2 + 3- 1
2
2
Tensão no Tubo:
dN=pdA
dN=pRld
dA=Rd l
Projeção em y:
dNy =dNsen
dNy = en
π π
Ny = dNy = pRlsen d
0 0
Ny =prl -cos +cos0
Ny =2pRl
29
Ny 2pRl
y tl= =
2 2
pR
y=
t
Nx =pA=p R2
2
1 x+ y x- y 2
= ± + xy
2 2 2
30
Neste caso:
1= y
2= x
1
1= ( - )2 + 2+ 2
2 1 2 1 2
1 2 2
1= 2 1 +2 1 2 +2 2
2
1
i= ( - )2 +( 2 - 3 )2 + 3- 1
2
2 1 2
2 2 2
1 pR pR pR pR
i= - + +p + p+
2 t 2t 2t t
31
2
1 p2 R2 p2 R2 2 3p R
i= + +2p +
2 2t2 t2 t2
1 3 p 2 R2 2
i= +p
2 2 t2
Se:
3.10t
R=10t F=p2 2+ =32p2
t
Portanto:
1 300 2
i= p +32p2 = 91p2 =9,54p
2 2
Estado duplo:
i =8,65p
Conclusão:
i,2 8,65p
= 0,90 ou seja, 10%
i,3 9,54p
32
Figura 34 - Representação Gráfica das Tensões pelo Círculo de Mohr
Então:
i,2 =8,65p2 =1200 p2 =138,8 kgf/cm2 139 atm
i,3 =9,54p3 =1200 p3 =125,8 kgf/cm2 126 atm
4. Bibliografia
POPOV, E. G. - Introdução à Mecânica dos Sólidos. São: Editora Edgar Blumer Ltda, 1978.
534p.
SHIEL, F. - Introdução à Resistência dos Materiais. São Paulo: Harpetc & Row do Brasil,
1984. 395p.
ZAGOTTIS, D. de - Pontes e Grandes Estruturas: IV - Introdução da Segurança no Projeto
Estrutural. São Paulo, Escola Politécnica - USP, 1978. 102p.
UGURAL, A. C. e Fenster, S.K. - Advanced Strength and Applied Elasticity. New York:
Ensevier Science Publishing Co., 1987. 471p.
33