100% acharam este documento útil (4 votos)
2K visualizações40 páginas

Resumo Carta Caçador

Este documento fornece um resumo das principais alterações introduzidas pela legislação venatória em Portugal, incluindo a regulamentação da carta de caçador e conceitos básicos relacionados à caça. Aborda tópicos como obtenção e validade da carta de caçador, definição de recursos cinegéticos e legislação relevante.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
100% acharam este documento útil (4 votos)
2K visualizações40 páginas

Resumo Carta Caçador

Este documento fornece um resumo das principais alterações introduzidas pela legislação venatória em Portugal, incluindo a regulamentação da carta de caçador e conceitos básicos relacionados à caça. Aborda tópicos como obtenção e validade da carta de caçador, definição de recursos cinegéticos e legislação relevante.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 40

CARTA DE CAÇADOR

MANUAL PARA EXAME

Ade nda à 7.ª ed ição, 2003

Capítulos I, II, IV, VI, VII, VIII, X, XI

Principais alterações introduzidas


pelo Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto

Direcção-Geral dos Recursos Florestais


Março 2005
Ficha Técnica

Direcção-Geral dos Recursos Florestais


Av. João Crisóstomo, 28. 1069-040 LISBOA
Telefone: +351 21 3124800 Fax: +351 21 3124981
Email: [email protected]
URL: www.dgrf.min-agricultura.pt

Autoria:
Divisão de Recursos Cinegéticos
– DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE CAÇA E PESCA NAS ÁGUAS INTERIORES

Produção da edição:
Divisão de Documentação, Comunicação e Imagem
– DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ESTRATÉGIA E POLÍTICA FLORESTAL

Impressão:
Soartes – artes gráficas, lda.

Lisboa, Março 2005


9000 exemplares
Distribuição gratuita

2
CAPÍTULO I

LEGISLAÇÃO VENATÓRIA

REGULAMENTAÇÃO GERAL

Lei n.º 173/99, de 21 de Setembro.


Lei de Bases Gerais da Caça.
Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto.
Estabelece o regime jurídico da conservação, fomento e exploração dos
recursos cinegéticos, com vista à sua gestão sustentável, bem como os
princípios reguladores da actividade cinegética.
Portaria n.º 1239/93, de 4 de Dezembro (mantêm-se em vigor os n.os 2.º–3,
4.º, 6.º–3, e 7.º a 11.º, bem como os modelos anexos, até à publicação das
normas que regulamentam a emissão de carta de caçador).
Define os modelos de impressos, os documentos a apresentar e os
procedimentos para a concessão, renovação e 2.ª via da carta de caçador e
bem assim o valor das taxas devidas.
Portaria n.º 1103/2000, de 23 de Novembro.
Define os modelos e as condições de colocação dos sinais e tabuletas na
delimitação nomeadamente dos aparcamentos de gado, áreas de refúgio,
campos de treino de caça, zonas de caça e de áreas sujeitas ao direito à não
caça.
Portaria n.º 123/2001, de 23 de Fevereiro, com a redacção que lhe foi
conferida pela Portaria n.º 229/2002, de 12 de Março.
Define os termos, os conteúdos das provas e o processo de exame para
obtenção de carta de caçador.
Portaria n.º 465/2001, de 8 de Maio.
Estabelece as condições de autorização de instalação dos campos de treino
de caça.
Portaria n.º 466/2001, de 8 de Maio.
Identifica as espécies ou subespécies cinegéticas com que é permitido
efectuar repovoamentos.

3
Portaria n.º 469/2001, de 9 de Maio.
Estabelece os montantes das taxas referentes aos diversos tipos de licenças
de caça, registo de matilhas de cães de caça, de aves de presa e de furões e
ainda à criação de caça em cativeiro.
Portaria n.º 1288/2001 (2.ª série), de 25 de Julho.
Define a sinalética aplicável às zonas interditas à caça (ZIC) nas áreas
classificadas.
Portaria n.º 1391/2002, de 25 de Outubro.
Estabelece os requisitos, prazos e termos de procedimento administrativo a
seguir em processos relativos a zonas de caça municipais, associativas e
turísticas.

REGULAMENTAÇÃO DAS ARMAS E MUNIÇÕES

Decreto-Lei n.º 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949.


Aprova o Regulamento respeitante ao fabrico, importação, comércio,
detenção, manifesto, uso e porte de armas e munições.
Decreto-Lei n.º 207-A/75, de 17 de Abril.
Regulamenta a posse e uso de várias armas e munições.
Decreto-Lei n.º 318/83, de 4 de Julho.
Regula a importação temporária de armas de caça ou de torneios de tiro a
chumbo.
Decreto-Lei n.º 399/93, de 3 de Dezembro.
Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 91/477/CEE, do
Conselho, de 18 de Junho, relativa ao controlo da aquisição e da detenção de
armas.
Portaria n.º 1322/93, de 31 de Dezembro
Fixa os montantes das taxas de aposição de visto prévio e de emissão do
cartão europeu de armas de fogo.
Lei n.º 22/97, de 27 de Junho, rectificada pela Lei n.º 93-A/97, de 22 de
Agosto, e alterada pela Lei n.º 29/98, de 26 de Junho.
Altera o regime de uso e porte de arma.

4
REGULAMENTAÇÃO SOBRE CÃES

Decreto-Lei n.º 312/2003, de 17 de Dezembro.


Estabelece o regime jurídico de detenção de animais perigosos e
potencialmente perigosos como animais de companhia.
Decreto-Lei n.º 313/2003, de 17 de Dezembro.
Aprova o sistema de Identificação e Registo de Caninos e Felinos
(SICAFE).
Decreto-Lei n.º 314/2003, de 17 de Dezembro.
Aprova o Programa Nacional de Luta e Vigilância Epidemiológica da Raiva
Animal e Outras Zoonozes (PNLVERAZ) e estabelece as regras relativas à
posse e detenção, comércio, exposições e entrada em território nacional de
animais susceptíveis à raiva.
Decreto-Lei n.º 315/2003, de 17 de Dezembro.
Altera o Decreto-Lei n.º 276/2001, de 17 de Outubro, que estabelece as
normas legais tendentes a pôr em aplicação em Portugal a Convenção
Europeia para a Protecção dos Animais de Companhia.

5
CAPÍTULO II

CARTA DE CAÇADOR

A carta de caçador destina-se a habilitar o seu titular para o exercício da caça.


A carta de caçador admite quatro especificações:
Com arma de fogo
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, com excepção de
arco ou besta e com aves de presa.
Arqueiro-caçador
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas
de fogo e com aves de presa.
Cetreiro
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas
de fogo e com arco ou besta.
Sem arma de caça nem ave de presa
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas
de caça (constituem armas de caça as armas de fogo legalmente classificadas
como de caça, o arco, a besta e a lança) e com aves de presa.

OBTENÇÃO

A obtenção de carta de caçador fica dependente de exame teórico a realizar pelo


candidato, que frequentou com aproveitamento uma acção de formação
ministrada pelas Organizações do Sector da Caça (OSC), perante a DGRF e
representantes das OSC, válido até 31 de Maio de ano seguinte à sua realização.
Enquanto as referidas acções de formação, a ministrar pelas OSC, não estiverem
devidamente regulamentadas, continuarão em vigor as provas de exame prático
tal como realizadas actualmente.
Os candidatos que, não sendo titulares de carta de caçador pretendam obter mais
de uma especificação (com arma de fogo, arqueiro-caçador ou cetreiro) realizam
uma única prova teórica.
Na prova teórica são abordados, nomeadamente, os seguintes temas: fauna,
ordenamento cinegético, legislação, meios e processos de caça.

6
Para a obtenção de carta de caçador é ainda necessário:
Ter mais de 16 anos.
Não sofrer de anomalia psíquica ou de deficiência orgânica ou fisiológica que
torne perigoso o exercício da caça com os meios permitidos pela especificação
requerida.
Não estar sujeito a proibição de caçar por disposição legal ou decisão judicial
Ter sido aprovado no exame destinado a apurar a aptidão e o conhecimento
necessário ao exercício da caça.
Autorização escrita da pessoa que legalmente o represente, no caso de menor,
não emancipado.

VALIDADE

A carta de caçador tem validade até aos:


60 anos dos seus titulares e seguidamente por períodos de 5 anos.

RENOVAÇÃO

A carta de caçador pode ser renovada nos 12 meses que antecedem o final da
sua validade.
Se a carta de caçador não for renovada neste prazo, pode ainda ser requerida a
sua renovação excepcional durante 5 anos, após a sua data de validade, sob pena
de a mesma caducar.

DISPENSA

Poderão ser dispensados da carta de caçador:


Os membros do corpo diplomático e consular acreditados em Portugal.
Os estrangeiros não residentes em território português, desde que estejam
habilitados a caçar no país da sua nacionalidade ou residência.
Os portugueses não residentes em território português, desde que habilitados a
caçar no país da sua residência.

7
Mais algumas informações importantes sobre a carta de caçador:

A carta de caçador caduca quando o seu titular é condenado


por crime de caça.
Quando a carta se encontre em mau estado de conservação
ou se extravie, deverá o titular requerer a sua substituição
mediante um pedido para emissão de 2.ª via, ficando o
primeiro documento caducado.
A morada que figura na carta de caçador deve corresponder
àquela que consta no Bilhete de Identidade (residência
habitual); caso tal não se verifique, deverá o titular requerer
a sua actualização.

8
CAPÍTULO IV

CONCEITOS BÁSICOS

Não pretendendo fazer um glossário dos termos utilizados, não podemos deixar
de retirar da legislação venatória as definições que mais interessam aos
caçadores para, de uma forma simples, as apresentar com o destaque que
merecem.

RECURSOS CINEGÉTICOS

Consideram-se recursos cinegéticos as aves e os mamíferos terrestres que se


encontrem em estado de liberdade natural, quer os mesmos sejam sedentários no
território nacional quer migrem através deste, ainda que provenientes de
processos de reprodução em meios artificiais ou de cativeiro e que figurem na
lista de espécies publicada com vista à regulamentação da presente lei,
considerando o seu valor cinegético, e em conformidade com as convenções
internacionais e as directivas comunitárias transpostas para a legislação.
As espécies cinegéticas encontram-se identificadas na lista apresentada no fim
do capítulo IV do Manual.

TERRENOS CINEGÉTICOS

Consideram-se terrenos cinegéticos aqueles onde é permitido o exercício da


caça, incluindo as áreas de jurisdição marítima e as águas interiores.

TERRENOS NÃO CINEGÉTICOS

Consideram-se terrenos não cinegéticos aqueles onde é proibido o exercício da caça.


Constituem terrenos não cinegéticos, nomeadamente:
Áreas de protecção
Áreas onde o exercício da caça possa causar perigo para a vida, saúde ou
tranquilidade das pessoas ou constitua risco de danos para os bens.
Áreas de refúgio de caça
Áreas destinadas a assegurar a conservação ou fomento das espécies
cinegéticas e a protecção de espécies não cinegéticas.

9
Campos de treino de caça
Áreas destinadas treinar cães de caça e aves de presa, bem como à realização
de provas e ao exercício de tiro, em qualquer época do ano e com espécies
cinegéticas criadas em cativeiro.
Enclaves cuja área individualmente considerada não exceda 10% da área
total da zona até um máximo de 50 hectares.
Zonas interditas à caça nas áreas classificadas.
Zonas consideradas interditas à caça por despacho do Ministro da
Agricultura a requerimento da entidade gestora.
Áreas de não caça
Terrenos onde for reconhecido o direito à não caça.

EXERCÍCIO DA CAÇA

Considera-se exercício da caça ou acto venatório a procura, a espera e a


perseguição, visando capturar, vivo ou morto, qualquer exemplar de uma espécie
cinegética que se encontre em estado de liberdade natural.

AUXILIARES

Durante o exercício da caça, o caçador pode ser ajudado por auxiliares:


Matilheiros
Têm como função procurar, perseguir e levantar espécies de caça maior com
ajuda de cães. Não podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem
capturar qualquer exemplar de espécie cinegética, excepto rematar um animal
ferido.
Batedores
Têm como função procurar, perseguir e levantar espécies de caça maior sem
ajuda de cães ou espécies de caça menor com ou sem ajuda de cães. Não
podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem capturar qualquer
exemplar de espécie cinegética.
Negaceiros
Têm como função atrair espécies cinegéticas com a utilização de negaças. Não
podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem capturar qualquer
exemplar de espécie cinegética.

10
Secretários ou mochileiros
Têm como função transportar equipamentos, mantimentos, munições, aves de
presa ou caça abatida. Não podem praticar quaisquer actos venatórios ou
exercer as funções de matilheiros ou batedores. Só podem transportar armas
de fogo, arco ou besta desde que acondicionadas em estojo ou bolsa e aves de
presa com piós e avessada.
Em terrenos cinegéticos não ordenados cada caçador só pode ser acompanhado
por um auxiliar.
Os auxiliares não podem fazer parte da linha de caçadores.

ÉPOCA VENATÓRIA e PERÍODO VENATÓRIO

Considera-se:
Época venatória
Período anual que decorre entre o dia 1 de Junho de cada ano e o dia 31 de
Maio do ano seguinte.
Período venatório
Intervalo de tempo em que cada uma das espécies pode ser caçada e que é
estabelecido dentro dos limites máximos legalmente definidos.

CALENDÁRIO VENATÓRIO

O calendário venatório, publicado anualmente por portaria, estabelece em cada


época venatória e dentro dos limites estipulados no Decreto-Lei n.º 202/2004, de
18 de Agosto:
As espécies cinegéticas que se podem caçar;
O período venatório de cada espécie ou grupo de espécies, incluindo a
duração da jornada de caça a algumas espécies;
Os limites diários de abate;
no caso das espécies migradoras, os limites diários de abate são iguais nos
terrenos cinegéticos ordenados e nos não ordenados;
no caso das espécies sedentárias, os limites diários de abate só se aplicam
aos terrenos não ordenados, aplicando-se nos terrenos ordenados os limites
estabelecidos nos planos de ordenamento e exploração cinegética das zonas
de caça.

11
Os processos de caça autorizados e outros condicionamentos venatórios.

O calendário venatório pode variar de uma região cinegética para outra e


consoante se tratem de terrenos cinegéticos ordenados ou não ordenados.

DIAS DE CAÇA

Consideram-se dias de caça aqueles em que pode ser praticado o exercício


venatório.

Nos terrenos cinegéticos ordenados os dias de caça permitidos são:

Para as espécies de caça maior os previstos nos respectivos planos de


ordenamento cinegético ou exploração.

Para as espécies de caça menor sedentária:


As quintas-feiras, domingos, feriados nacionais obrigatórios e um dia à
escolha previsto nos planos de ordenamento e exploração cinegética, nos
casos das zonas de caça associativas e planos anuais de exploração, no caso
das zonas de caça municipais e nacionais;
Os dias previstos nos planos de ordenamento e exploração cinegética, no
caso das zonas de caça turísticas.
Para as espécies de caça menor migradora:
As quintas-feiras, domingos, feriados nacionais obrigatórios e um dia à
escolha previsto nos planos de ordenamento e exploração cinegética, nos
casos das zonas de caça associativas e planos anuais de exploração, no caso
das zonas de caça municipais e nacionais;
Os feriados nacionais obrigatórios e os três dias da semana constantes nos
respectivos planos de ordenamento e exploração cinegética, no caso das
zonas de caça turísticas.

Nos terrenos cinegéticos não ordenados os dias de caça permitidos são as


quintas-feiras, domingos e feriados nacionais obrigatórios, exceptuando-se:
A caça de batida à raposa e saca-rabos e a caça de batida e de montaria ao
javali, nos meses de Janeiro e Fevereiro que podem ser exercidas ao sábado.

12
Nota: a caça a estas espécies pelos processos de batida e montaria só pode ser
exercida nos locais e nas condições estabelecidos por edital da Direcção-Geral
dos Recursos Florestais.
Processos de caça sem arma de fogo
A caça de cetraria, a caça à raposa a corricão, a caça com lança e a caça
com arco ou besta exerce-se às quartas-feiras e sábados não coincidentes
com dias de feriado nacional obrigatório.

JORNADA DE CAÇA

Como regra o exercício da caça só é permitido de dia, ou seja, entre o nascer e o


pôr do Sol.
Verificam-se, contudo, as seguintes excepções:
A caça aos patos pelo processo de espera, quando exercida até 100 metros dos
planos de água, em que é permitido o início do exercício da caça uma hora
antes do nascer do Sol, e o seu fim uma hora depois do pôr do Sol.
A caça a espécies de caça maior pelos processos de aproximação e de espera,
pode ser autorizada fora daquele período, com a restrição de pelo processo de
espera só ser autorizada em período de lua cheia.
Nota: o período de lua cheia compreende as oito noites que antecedem a noite
de lua cheia e a noite seguinte à noite de lua cheia.

Mesmo de dia nem todas as espécies podem ser caçadas desde o nascer ao pôr do
Sol:
A caça aos pombos, tordos e estorninho-malhado, bem como a detenção de
exemplares destas espécies no exercício da caça, só é permitida entre o nascer
do Sol e as 16 horas, exceptuando-se em locais de passagem:
Em terrenos que não esteja sujeito a qualquer tipo de ordenamento
cinegético, em locais devidamente identificados, em edital da Direcção-
Geral dos Recursos Florestais;
Em zonas de caça identificadas em edital da Direcção-Geral dos Recursos
Florestais, nos locais que tenham sido autorizados.

13
PROCESSOS DE CAÇA

Os processos legais de caça são os seguintes:


De salto
Aquele em que um ou mais caçadores se deslocam para procurar, perseguir ou
capturar exemplares de espécies cinegéticas que eles próprios levantam, com
ou sem ajuda de cães.
À espera
Aquele em que o caçador, parado, emboscado ou não, com ou sem negaça ou
chamariz e com ou sem cães de caça para cobro, aguarda as espécies
cinegéticas a capturar.
De batida
Aquele em que o caçador aguarda, para capturar, as espécies cinegéticas que
lhe são levantadas por batedores, com ou sem cães de caça, no caso de caça
menor e sem cães no caso de caça maior.
A corricão
Aquele em que o caçador se desloca a pé ou a cavalo, para capturar espécies
cinegéticas apenas com o auxílio de cães de caça e com ou sem pau.
De cetraria
Aquele em que o caçador, para capturar espécies cinegéticas, utiliza aves de
presa para esse fim adestradas, com ou sem auxílio de cães de caça.
Com lança
Aquele em que o caçador para capturar exemplares de caça maior utiliza
lança, com ou sem auxílio de cavalo e de cães de caça.
De aproximação
Aquele em que o caçador se desloca para capturar determinado exemplar de
caça maior.
De montaria
Aquele em que o caçador aguarda, em local previamente definido, para
capturar exemplares de caça maior levantados por matilhas de cães
conduzidas por matilheiros.
Com furão
Aquele em que o caçador se coloca à espera para capturar coelhos bravos com
auxílio de furão.

14
Nota: A caça ao coelho-bravo com furão só pode ser permitida em zonas de
caça, para efeitos de ordenamento das suas populações e desde que previstos
no plano de ordenamento e exploração cinegética ou no plano de gestão
devidamente aprovado, e com autorização prévia da Direcção-Geral dos
Recursos Florestais.
Os furões devem ser registados anualmente pelas entidades gestoras de zonas
de caça e associações de caçadores nos serviços da Direcção-Geral dos
Recursos Florestais.

MEIOS DE CAÇA

No exercício da caça apenas podem ser utilizados os seguintes meios:

Armas de fogo – espingardas ou carabinas – legalmente classificadas como


de caça
As armas semi-automáticas – espingardas ou carabinas – isto é, aquelas que se
recarregam automaticamente por acção do tiro, apenas podem ser utilizadas
no exercício da caça se estiverem previstas ou transformadas de forma a que
não possam conter mais de três munições.

Arco e besta
No exercício venatório às espécies de caça maior, é obrigatório que a ponta da
flecha ou do virotão esteja munida de duas ou mais lâminas,
convenientemente afiadas, com uma largura mínima de corte de 25
milímetros.

Pau
O uso do pau só é permitido na caça a corricão e de salto.

Lança
As lanças são armas de caça constituídas por uma lâmina curta adaptada a
uma haste suficientemente longa que possibilite ser empunhada com ambas as
mãos afastadas uma da outra, ou o conjunto formado pelo punhal e haste
amovível de adaptação, destinado a prolongar o seu punho com vista à
utilização como lança.
Negaças
O uso de negaças só é permitido na caça aos pombos, aos patos, à pega-
rabuda e à gralha-preta.

15
Em terrenos ordenados a Direcção-Geral dos Recursos Florestais pode ainda
autorizar o uso de negaças em acções de gestão de populações de perdiz-
-vermelha, nos meses de Fevereiro a Abril.

Chamarizes
O uso de chamarizes só é permitido na caça aos patos, à raposa, ao veado e ao corço.
Em terrenos ordenados, a Direcção-Geral dos Recursos Florestais pode ainda
autorizar o uso de chamariz em acções de gestão de populações de perdiz-
-vermelha, nos meses de Fevereiro a Abril.

Barco
A utilização do barco só é permitida na caça aos patos, galeirão e galinha-
-d’água, nas esperas ou para a deslocação entre locais de espera.
É proibida a sua utilização para perseguir a caça.
É proibido atirar com o motor em funcionamento ou com o barco em
movimento.

Aves de presa
Só podem ser soltas duas aves de presa a cada peça de caça.

Cavalo
Na caça com utilização de cavalo é proibido o uso de arma de fogo, arco ou besta.
A utilização de cavalo só é permitida na caça às espécies de caça maior, à
raposa e à lebre e na caça de cetraria.

Cães de caça
Nas montarias e na caça de salto ao javali não é limitado o número de cães a
utilizar, podendo apenas ser utilizadas matilhas de caça maior.
Os cães galgos só podem ser usados na caça à lebre a corricão.
No exercício da caça a espécies de caça menor, cada caçador só pode utilizar
no máximo dois cães, com excepção das seguintes situações:
Caça ao coelho-bravo de batida em que o número de cães não é limitado.
Caça ao coelho-bravo por processo diferente do de batida em que cada
caçador ou grupo de caçadores pode utilizar até dez cães.
Caça à raposa a corricão em que podem ser utilizados no máximo cinquenta cães.
Caça à lebre a corricão em que podem ser utilizados, no máximo, dois cães
de busca e dois cães galgos a cada lebre.

16
CAPÍTULO VI

CONDICIONAMENTOS VENATÓRIOS GERAIS

O exercício da caça, ao ser entendido como a exploração racional de um recurso


natural renovável em harmonia com os limites impostos por condicionamentos
nomeadamente de ordem ecológica, económica e social e no respeito pelas
convenções internacionais e as directivas comunitárias transpostas para a legislação
portuguesa, implica o estabelecimento de regras e limitações a esta actividade.
É pois conveniente apresentar as principais proibições ou restrições
contempladas na actual legislação no que respeita a locais e outros
condicionamentos gerais.

LOCAIS DE CAÇA – PROIBIÇÕES e RESTRIÇÕES

LOCAIS ONDE É SEMPRE PROIBIDO CAÇAR

Nos locais indicados abaixo com é proibido caçar.

Contudo, nos locais assinalados abaixo com (+), a


proibição de caçar só é eficaz se os terrenos estiverem
sinalizados.
Este sinal, nas cores vermelha e branca, com as dimen-
sões de 25 12,5 cm, indica que é proibido caçar.

Tendo em vista a protecção da fauna é proibido caçar nos seguintes locais:

Refúgios de caça (+) – áreas criadas por portaria que estabelece as limitações
às actividades que prejudiquem ou
possam perturbar as espécies cine-
géticas e não cinegéticas, cuja ÁREA DE REFÚGIO DE CAÇA
conservação, fomento ou protecção
se pretende.
Nestes locais o sinal anterior é
utilizado conjuntamente com esta
tabuleta, nas cores vermelha e branca,
(identificação da área)
com as dimensões de 35 25 cm:

17
Zonas interditas à caça integradas em áreas classificadas e outras que venham
a ser consideradas como tal por despacho do Ministério da Agricultura, a re-
querimento da entidade gestora.
Queimadas e áreas percorridas por incêndios, bem como terrenos com elas
confinantes, numa orla de 250 metros, enquanto durar o incêndio e nos 30
dias seguintes.
Terrenos que durante as inundações se mostrarem completamente cercados
de água e nos 250 metros adjacentes à linha mais avançada das inundações,
enquanto estas durarem e nos 30 dias seguintes.
Terrenos cobertos de neve, com excepção da caça maior.
Terrenos que fiquem a menos de 100 metros de linhas e pontos de água e de
locais artificiais de alimentação, na caça à rola e, nos meses de Agosto e
Setembro, na caça aos pombos.
Terrenos cinegéticos não ordenados, áreas onde se realizem montarias ou
batidas durante os 15 dias que antecedem a realização das mesmas e ainda no
próprio dia numa faixa circundante de 500 metros de largura (+).

Para que a vida, saúde e tranquilidade das pessoas sejam salvaguardadas e


para protecção dos bens é proibido caçar nas áreas de protecção
seguidamente mencionadas, bem como numa faixa de protecção de 500
metros:
Povoados, praias de banho e escolas.
Instalações militares ou de forças de segurança, estações radioeléctricas, faróis,
estabelecimentos científicos, prisões e estabelecimentos tutelares de menores.
Estabelecimentos hospitalares, de protecção à infância e à terceira idade.
Instalações turísticas, parques de campismo e desportivos.
Portos marítimos e fluviais.
Aeroportos.
Instalações industriais ou de criação animal.

Com os mesmos objectivos, é também proibido caçar nos locais seguidamente


mencionados, bem como numa faixa de protecção de 100 metros:
Estradas nacionais.
Linhas de caminho de ferro.

18
Constituem ainda áreas de protecção, sendo portanto proibido caçar nos
locais seguintes:
Aeródromos, cemitérios e estradas municipais.
Terrenos ocupados com culturas florícolas e hortícolas, desde a sementeira ou
plantação até ao termo das colheitas, e os terrenos ocupados com viveiros.
Terrenos com culturas frutícolas, com excepção dos olivais, desde o abrolhar
até ao termo das colheitas.
Olivais (+) e pomares e vinhas com instalação de rega gota a gota (+) e por
microaspersão.
Apiários e pombais, bem como quaisquer terrenos que os circundem numa
faixa de protecção de 100 metros(+).
Terrenos ocupados com culturas arvenses e com sementeiras ou plantações de
espécies florestais com uma altura média inferior a 80 cm(+).
Terrenos situados entre o nível de água das albufeiras e o nível de pleno
armazenamento (NPA), com excepção das águas e dos terrenos do domínio
público fluvial e lacustre existentes no interior de uma zona de caça e ainda
os que com ela confinam quando o diploma de criação da zona o preveja.
Terrenos situados em zonas militares ou de forças de segurança, terrenos de
estabelecimentos de ensino, hospitalares, prisionais ou tutelares de menores,
de lares de idosos e os terrenos onde decorram acções de investigação ou
experimentação que possam ser prejudicadas pelo livre exercício da caça e
situados para além dos 500 metros acima referidos(+).
Aparcamentos de gado(+).
Nos aparcamentos de gado o sinal anterior é utilizado conjuntamente com
esta tabuleta, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 35 25 cm.

APARCAMENTO DE GADO

(1) – Identificação do efectivo mínimo autorizado por cada espécie. (1) – (2)
(2) – Identificação da respectiva espécie.

N.º DRA

19
Campos de treino de caça (+).
CAMPO DE TREINO DE CAÇA

Nos campos de treino de caça o sinal


apresentado inicialmente é utilizado
conjuntamente com esta tabuleta, nas N.º DGRF
cores vermelha e branca, com as dimen-
sões de 35 25 cm.

Os proprietários, usufrutuários e arrendatários que não sejam caçadores


podem requerer a proibição da caça
nos seus terrenos. Os terrenos onde
por esta via seja proibida a caça
denominam-se áreas de não caça (+). ÁREA DE NÃO CAÇA

As áreas de não caça são delimitadas


com a tabuleta seguinte, nas cores
branca e verde, com as dimensões de
35 25 cm e utilizada conjuntamente
com o sinal de proibição de caçar. N.º DGRF

LOCAIS ONDE É PROIBIDO CAÇAR


SEM CONSENTIMENTO DE QUEM DE DIREITO

É proibido caçar sem consentimento de quem de direito nos seguintes locais:


Nos quintais, parques ou jardins anexos a casas de habitação, bem como numa
faixa envolvente de 250 metros.
Nos terrenos murados (circundados, em toda a sua extensão, por muros ou
paredes com altura mínima de 1,5 metros).
Nas zonas de caça.

20
Com excepção das zonas de caça em que a
eficácia da proibição de caçar sem consen-
timento de quem de direito depende de
estarem sinalizadas, nos outros locais referi-
dos a proibição de caçar sem consentimento
de quem de direito não carece de sinalização
obrigatória.
Podem, contudo, os interessados utilizar o
sinal do modelo abaixo apresentado, nas cores
vermelha e branca.
Nota: Na delimitação de terrenos em que a
sinalização é obrigatória os sinais acima iden-
tificados não devem distanciar-se entre si mais de 100 metros. Nas situações em
que devem ser utilizadas tabuletas, estas não podem distanciar entre si mais de
1000 metros, devendo ser colocados sinais nos troços intermédios.

PROIBIÇÕES GENÉRICAS

Para além das proibições já referidas anteriormente importa destacar ainda as


seguintes:

RELATIVAS À PROTECÇÃO DA FAUNA

É proibido capturar ou destruir ninhos, covas, luras, ovos e crias de qualquer


espécie, salvo quando autorizado para fins didácticos ou científicos, ou para
garantir um adequado estado sanitário das populações ou ainda para
repovoamentos ou reprodução em cativeiro.
É proibido caçar as espécies que não constem do calendário venatório
publicado anualmente.
É proibido caçar fora do período venatório fixado anualmente para cada uma
das espécies.
É proibido ultrapassar os contingentes e outras limitações estabelecidas no
calendário venatório.

21
RELATIVAS AO ACTO VENATÓRIO

É proibido enxotar, bater ou praticar quaisquer actos que possam conduzir


intencionalmente as espécies cinegéticas de uns terrenos para outros, com
excepção das batidas e montarias devidamente autorizadas.
É proibido, durante a caça, o uso e a detenção de aparelhos que emitam ultra-
sons e os que, funcionando a bateria ou pilhas, tenham por efeito atrair a caça.
É proibido a detenção, o transporte e a utilização de furões, excepto pelas
direcções regionais de agricultura e pelas entidades gestoras de zonas de caça
previamente autorizadas.
É proibido caçar pombos-da-rocha fora dos municípios definidos em portaria.
É proibido, no processo de caça de salto, constituir grupos ou linhas de mais
de cinco caçadores nos terrenos cinegéticos não ordenados. Estas linhas
devem estar afastadas, no mínimo, 150 metros.
É proibido caçar ou transportar armas de caça nos dias em que se realizem
eleições ou referendos nacionais ou nas áreas das autarquias nos dias de
eleições ou referendos locais, na área da respectiva autarquia.
Nota: consideram-se armas de caça, as armas de fogo classificadas de caça, o
arco, a besta e a lança.

RELATIVAS AO USO DE ARCO E BESTA

É proibida a utilização de flechas e virotões envenenados ou portadores de


qualquer produto destinado a acelerar a captura dos animais.
É proibida a utilização de flechas e virotões com pontas explosivas, com
barbelas ou com farpa.
É proibida a utilização de flechas e virotões com menos de duas lâminas na
ponta e com uma largura de corte inferior a 25 mm, na caça às espécies de
caça maior.
Fora do exercício da caça é proibido o transporte de arco ou besta sem
estarem devidamente acondicionados em estojo ou bolsa, exceptuando
deslocações entre locais de espera, desde que a distância entre eles não exceda
os 100 metros.

22
RELATIVAS ÀS ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES

É proibida a utilização de armas semi-automáticas – espingardas ou carabinas –


que possam comportar mais de três munições.
Fora do exercício da caça é proibido o transporte de armas sem estarem
devidamente acondicionadas em estojo ou bolsa, exceptuando deslocações entre
locais de espera, desde que a distância entre eles não exceda os 100 metros.
É proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados com múltiplos
projécteis de diâmetro superior a 4,5 mm, vulgarmente designados por
zagalotes.
Na caça menor, é proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados
com um projéctil único – a bala – excepto na caça à raposa e ao saca-rabos
durante as montarias e batidas de caça maior.
Na caça maior, é proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados
com múltiplos projécteis – os chumbos.

RELATIVAS À DETENÇÃO E COMÉRCIO DE ESPÉCIES

É proibida a reprodução, a criação e a detenção em cativeiro de espécies


cinegéticas e subespécies não identificadas em portaria.
É proibida a reprodução, a criação e a detenção de espécies cinegéticas em
cativeiro sem autorização expressa da Direcção-Geral dos Recursos Florestais
– após parecer favorável da Direcção-Geral de Veterinária sobre os aspectos
sanitários – com excepção do pombo e da reprodução de coelho-bravo de
populações locais em zonas de caça com o fim exclusivo de proceder ao
respectivo repovoamento.
É proibido a detenção, a comercialização, a cedência a título gratuito, o
transporte e a exposição de exemplares vivos de espécies cinegéticas sem
autorização.
É proibido a comercialização, a detenção, o transporte e a exposição ao
público para fins de comercialização de exemplares mortos, bem como de
qualquer parte ou produto obtido a partir dos mesmos, de espécies cinegéticas
não identificadas em portaria do Ministro da Agricultura.
É proibido o transporte, o comércio, a cedência e a exposição para venda de
exemplares mortos de espécies cinegéticas fora dos períodos venatórios
respectivos e dos cinco dias seguintes.

23
INFRACÇÕES

Ainda que se considere importante o conhecimento de todos os factos puníveis


que sejam praticados com violação das normas legais em matéria de caça, é
indispensável, pela sua maior gravidade, identificar aqueles que constituem
crime.

Com o fim de preservar a fauna em geral e as espécies cinegéticas em


particular, constituem crimes:

Capturar ou destruir ninhos, covas e luras, ovos e crias de qualquer espécie,


salvo, no que respeita à captura de ovos e crias, em situações especiais e
quando autorizada pelos serviços competentes.
Caçar espécies não cinegéticas.
Caçar espécies cinegéticas que não constem na portaria do calendário
venatório.
Caçar fora do período de caça definido no calendário venatório e por
processos e meios não autorizados ou indevidamente utilizados.
Caçar em dias em que a caça não seja permitida ou caçar fora da jornada de
caça autorizada.
Ultrapassar limitações estabelecidas, nomeadamente:
Caçar patos à espera, a mais de 100 metros dos planos de água fora do
período compreendido entre uma hora antes do nascer do Sol e uma hora
após o pôr do Sol;
Caçar pombo-da-rocha fora dos municípios identificados em portaria.
Ultrapassar os limites diários de abate autorizados.
Caçar nas queimadas, nas áreas percorridas por incêndios e terrenos com elas
confinantes, numa faixa de 250 metros, enquanto durar o incêndio e nos 30
dias seguintes.
Caçar em terrenos cobertos de neve, com excepção de caça maior.
Caçar nos terrenos que durante inundações fiquem completamente cercados
de água e nos 250 metros confinantes com a linha mais avançada das
inundações, enquanto estas durarem e nos 30 dias seguintes.
Abandonar os animais que auxiliam e acompanham o caçador no exercício da
caça.

24
Constituem ainda crimes de caça:
Caçar sem estar habilitado com carta de caçador.
Caçar em áreas de protecção.
Caçar em campos de treino de caça.
Caçar em refúgios de caça e nas áreas interditas à caça em áreas classificadas.
Caçar em áreas de não caça.
Caçar em zonas de caça às quais não se tenha legalmente acesso.
Caçar em outros terrenos onde seja proibido caçar sem consentimento de
quem de direito.
Caçar com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l.
Caçar não estando em condições de o fazer com segurança, nomeadamente
por estar sob influência do álcool ou por sofrer de deficiência física ou
orgânica, criando deste modo perigo para a vida ou integridade física de
nutrem ou para bens patrimoniais alheios.
Deter, transportar e usar furão sem autorização.
Utilizar auxiliares fora das condições estabelecidas.

Constitui crime de desobediência:


A recusa do caçador em descarregar a arma, colocá-la no chão e afastar-se 10
metros do local onde a mesma fica colocada, quando tal lhe seja ordenado pelos
agentes fiscalizados.
Nota: a ordem para o caçador proceder da forma indicada é transmitida pelo
agente da autoridade levantando o braço estendido na vertical e efectuando, três
vezes seguidas, o levantamento do braço e o seu abaixamento lateral, até juntar
ao corpo num movimento lento e cadenciado.

25
CAPITULO VII

TERRENOS CINEGÉTICOS

Os terrenos cinegéticos, aqueles onde é permitido o exercício da caça, incluindo


as áreas de jurisdição marítima e as águas interiores, compreendem:
Terrenos cinegéticos ordenados.
Terrenos cinegéticos não ordenados.

TERRENOS CINEGÉTICOS ORDENADOS

O exercício da caça deve processar-se de acordo com normas que garantam a


conservação, o fomento e a exploração dos recursos cinegéticos ao longo dos tempos.
Entende-se precisamente por ordenamento cinegético, o conjunto de medidas e acções
nos domínios da conservação, fomento e exploração racional dos recursos cinegéticos,
com vista a obter a produção óptima e sustentada, compatível com as potencialidades
do meio, em harmonia com os limites impostos pelos condicionalismos ecológicos,
económicos, sociais e culturais e no respeito pelas convenções internacionais e as
directivas comunitárias transpostas para a legislação portuguesa.
Para efeitos de ordenamento cinegético do país os terrenos cinegéticos
constituem-se em zonas de caça.
Nas zonas de caça, para além das limitações gerais estabelecidas por lei, o
exercício da caça está sujeito a normas especiais de acordo com os respectivos
planos de gestão, de ordenamento e de exploração.

ZONAS DE CAÇA

A constituição de zonas de caça compete ao Governo.


As zonas de caça são de quatro tipos diferentes, conforme os objectivos que
prosseguem:
Zonas de Caça Nacionais (ZCN).
Zonas de Caça Municipais (ZCM).
Zonas de Caça Associativas (ZCA).
Zonas de Caça Turísticas (ZCT).

26
As zonas de caça são delimitadas pelas tabuletas apresentadas seguidamente, nas
cores vermelha e branca, com as dimensões de 35 25 cm.
Estas tabuletas, tal como já foi referido, são utilizadas conjuntamente com o
sinal de identificação de terrenos onde seja proibido caçar sem consentimento de
quem de direito.

Zonas de Caça Nacionais

Estas zonas de caça (ZCN) são


constituídas em terrenos cinegéticos ZONA DE CAÇA NACIONAL
não ordenados que pelas suas
características físicas e biológicas,
conducentes à formação de núcleos de
potencialidades cinegéticas a preser-
var, ou que, por questões de segu-
PROCESSO N.º DGRF
rança, justifiquem ser o Estado o
responsável pela sua administração.
As ZCN criadas em terrenos em que estejam em causa questões de segurança,
são geridas pelos serviços competentes do ministério envolvido.
As ZCN criadas em terrenos que permitam a formação de núcleos de
potencialidades cinegéticas a preservar, são geridas pelo Estado.
O acesso dos caçadores a estas zonas de caça está sujeito a inscrição prévia e
sorteio público, ou outro sistema que garanta igualdade de oportunidades a todos
os caçadores interessados, obedecendo à ordem de prioridade referida nas ZCM
e a critérios de proporcionalidade estabelecidos para cada zona de caça em edital
da Direcção-Geral dos Recursos Florestais e do Instituto de Conservação da
Natureza quando for o caso.
O referido edital publicita ainda, de acordo com o plano anual de exploração
aprovado, designadamente as espécies a caçar, os quantitativos de abate por
jornada de caça, os processos autorizados, bem como o período de inscrição e
data do sorteio público.
O exercício da caça nestas zonas de caça está sujeito ao pagamento de taxas.
A gestão destas zonas de caça pode, em situações particulares, ser transferida
para associações e federações de caçadores, associações de agricultores, de
produtores florestais, de defesa do ambiente, autarquias locais ou para outras
entidades colectivas integradas por estas.

27
Zonas de Caça Municipais

Estas zonas de caça (ZCM) têm por


objectivo proporcionar o exercício orga-
nizado da caça a um número maximizado ZONA DE CAÇA MUNICIPAL
de caçadores em condições particularmen-
te acessíveis.
Para atingir os objectivos referidos, a
gestão dos recursos cinegéticos em
terrenos cinegéticos não ordenados pode PROCESSO N.º DGRF
ser transferida para associações e
federações de caçadores, associações de
agricultores, de produtores florestais, de defesa do ambiente, autarquias locais ou
para outras entidades colectivas integradas por aquelas, constituindo a área
abrangida uma zona de caça municipal.
O acesso dos caçadores às ZCM é feito pela seguinte ordem de prioridade e de acordo
com critérios de proporcionalidade a fixar na portaria de constituição de cada ZCM:
Os proprietários, ou pessoas singulares ou colectivas que detenham direitos de
uso e fruição nos termos legais sobre os terrenos nelas inseridos, os caçadores
que integrem a direcção da entidade que gere a ZCM, bem como os membros
das associações que participam na sua gestão, desde que não associados em
zonas de caça.
Os caçadores residentes nos municípios onde as mesmas se situam, não
associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética.
Os caçadores não residentes nos municípios onde as mesmas se situam, não
associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética.
Os demais caçadores.
O acesso dos caçadores a estas zonas de caça é feito por inscrição prévia, sendo
os candidatos seleccionados com base num sistema que garanta igualdade de
oportunidade a todos os caçadores interessados.
O exercício da caça nestas zonas de caça está sujeito ao pagamento de taxas.
As entidades gestoras de ZCM promovem anualmente a divulgação das
condições de candidatura e acesso dos caçadores às jornadas de caça nos locais
do costume e, pelo menos, num jornal de expansão nacional.
O plano anual de exploração é aprovado pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais
após parecer do Instituto de Conservação da Natureza nas áreas classificadas.

28
Zonas de Caça Associativas

Estas zonas de caça (ZCA) são


concessionadas tendo por base acordos
estabelecidos com proprietários ou pessoas ZONA DE CAÇA ASSOCIATIVA
individuais ou colectivas que sejam titulares
de direitos de uso e fruição, nos termos
legais, que incluam a gestão cinegética dos
terrenos envolvidos.
Têm por objectivo possibilitar que as PROCESSO N.º DGRF
associações e clubes de caçadores assegu-
rem aos seus associados o exercício da caça
em terrenos cinegéticos ordenados. nnnnnn

O plano de ordenamento e exploração cinegética (POEC) é aprovado pela


Direcção-Geral dos Recursos Florestais, após parecer do Instituto de Conser-
vação da Natureza nas áreas classificadas.
Nas ZCA podem caçar os caçadores associados e os convidados.

Zonas de Caça Turísticas

Estas zonas de caça (ZCT) são conces-


sionadas tendo por base acordos
estabelecidos com proprietários ou
ZONA DE CAÇA TURÍSTICA
pessoas individuais ou colectivas que
sejam titulares de direitos de uso e fruição
nos termos legais, que incluam a gestão
cinegética.
Têm por objectivo a exploração económica
PROCESSO N.º DGRF
dos recursos cinegéticos.
Às ZCT têm acesso todos os caçadores que cumpram as normas privativas de
funcionamento das mesmas.

TERRENOS CINEGÉTICOS NÃO ORDENADOS

Enquanto todo o território nacional não estiver ordenado, o exercício da caça nestes
terrenos é permitido de acordo com as limitações gerais estabelecidas por lei.
29
CAPÍTULO VIII

PERÍODOS, PROCESSOS
E CONDICIONAMENTOS VENATÓRIOS

Por factores de ordem biológica é publicada para cada época venatória uma
portaria que estabelece, dentro de limites fixados por lei, as espécies cinegéticas
que se podem caçar, a data de início e fim dos respectivos períodos venatórios, a
duração da jornada de caça para algumas espécies e os processos de caça
permitidos. A referida portaria estabelece ainda os limites diários de abate de
cada espécie cinegética.
Os períodos, os processos e outros condicionamentos venatórios estipulados para
cada época venatória podem variar consoante as regiões e os terrenos cinegéticos
estarem ou não ordenados.
Nas páginas seguintes apresentam-se de forma sucinta para cada espécie
cinegética e nos termos do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto, os
períodos, os processos e outros condicionamentos venatórios a que está sujeito o
exercício da caça.

Consulte sempre a portaria anual do calendário venatório e, se pretender


caçar em terrenos cinegéticos não ordenados, os respectivos editais.

Fora das condições regulamentares do exercício da caça, as populações de


espécies cinegéticas podem ser objecto de correcção, quando tal seja necessário,
para prevenir ou minimizar a ocorrência de danos na fauna, na flora, nas pescas,
nas florestas, na agricultura e na pecuária ou ainda para a protecção da saúde e
segurança públicas.
Nas áreas classificadas, as acções de correcção de populações de espécies
cinegéticas dependem de parecer prévio do Instituto de Conservação da Natureza.

Nos quadros seguintes são usadas as siglas:

DGRF – Direcção-Geral dos Recursos Florestais


ICN – Instituto de Conservação da Natureza
MA – Ministério da Agricultura
PG – Plano de Gestão
POEC – Plano de Ordenamento e Exploração Cinegética

30
CAÇA MENOR – Mamíferos
Espécie Lebre Coelho-bravo Raposa Saca-rabos
Período
Setembro a Fevereiro Setembro a Dezembro Outubro a Fevereiro Outubro a Fevereiro
venatório
DE SALTO DE SALTO DE SALTO DE SALTO
Só de Setembro a Em terrenos cinegéticos Em terrenos cinegéticos
Dezembro não ordenados só de não ordenados só de
Outubro a Dezembro Outubro a Dezembro

À ESPERA À ESPERA À ESPERA À ESPERA


Só de Setembro a É permitida com ou sem
Dezembro chamariz

DE BATIDA DE BATIDA DE BATIDA DE BATIDA


Processos e outros condicionamentos de caça

Só de Setembro a Só em zonas de caça, Em terrenos cinegéticos Em terrenos cinegéticos


Dezembro desde que previsto no não ordenados, só em não ordenados, só em
POEC ou PG Janeiro e Fevereiro e Janeiro e Fevereiro e
Só em zonas de caça devidamente aprovado nos locais e condições nos locais e condições
definidos em edital da definidos em edital da
DGRF DGRF

A CORRICÃO A CORRICÃO A CORRICÃO


Nos meses de Janeiro e Em terrenos cinegéticos
Fevereiro só se pode não ordenados, só em
caçar por este processo Janeiro e Fevereiro e
e em zonas de caça nos locais e condições
definidos em edital da
DGRF

DE CETRARIA DE CETRARIA
Só de Setembro a
Dezembro

COM FURÃO
Só em zonas de caça,
desde que previsto no
POEC ou PG
devidamente aprovado

É proibido utilizar mais As entidades gestoras É permitida a utilização Em zonas de caça, é


de dois cães de busca das zonas de caça de chamariz na caça a permitida a caça a esta
ou soltar mais de dois podem autorizar a caça esta espécie espécie, com bala,
Observações

galgos a cada lebre ao coelho no mês de durante montarias e


Julho, desde que tal Em zonas de caça, é batidas de caça maior
esteja previsto na permitida a caça a esta
Portaria do Calendário espécie, com bala,
Venatório durante montarias e
batidas de caça maior

31
CAÇA MENOR – Aves sedentárias
Gaio
Perdiz-vermelha
Espécie Pega-rabuda
Faisão
Gralha-preta

Período
Outubro a Janeiro Agosto a Fevereiro
venatório

DE SALTO DE SALTO
Processos e outros
condicionamentos
À ESPERA
de caça DE BATIDA
Só em zonas de caça

DE CETRARIA DE CETRARIA

Em zonas de caça a DGRF pode É permitida a utilização de negaças


autorizar a utilização de chamariz na caça à pega-rabuda e à gralha-
ou negaça, em acções de gestão preta
Observações

de populações de perdiz-vermelha,
nos meses de Fevereiro a Abril Nos terrenos cinegéticos não
ordenados, nos meses de Agosto,
Setembro, Janeiro e Fevereiro, a
caça a estas espécies só é
permitida nos locais e condições
definidos em edital da DGRF

32
CAÇA MENOR – Aves migradoras (continua)
Espécie
ou Patos
Rola-comum Galinha-d’água
grupo de Galeirão
espécies
Período
Agosto e Setembro Agosto a Janeiro Agosto a Fevereiro
venatório
DE SALTO DE SALTO
Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não
ordenados, só de Outubro a ordenados, só de Outubro a
Dezembro Dezembro
Processos e outros condicionamentos de caça

À ESPERA À ESPERA À ESPERA


Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não
ordenados só é permitida a caça ordenados, durante todo o ordenados, durante todo o
nos locais e condições definidos período, mas nos meses de período, mas nos meses de
em edital da DGRF Agosto, Setembro e Janeiro, Agosto, Setembro, Janeiro e
apenas nos locais e condições Fevereiro, apenas nos locais e
definidos em edital da DGRF condições definidos em edital da
DGRF

DE CETRARIA DE CETRARIA
Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não
ordenados, durante todo o ordenados, durante todo o
período, mas nos meses de período, mas nos meses de
Agosto, Setembro e Janeiro Agosto, Setembro, Janeiro e
apenas nos locais e condições Fevereiro, apenas nos locais e
definidos em edital da DGRF condições definidos em edital da
DGRF

É proibido o exercício da caça a É permitida a utilização de


menos de 100 metros de pontos negaças e chamariz na caça aos
de água acessíveis à fauna e de patos
locais artificiais de alimentação.
Observações

O exercício da caça aos patos


durante a hora antes do nascer
do Sol e na hora após o pôr do
Sol, só pode ser exercido pelo
processo de espera e até 100
metros de distância dos planos
de água

33
CAÇA MENOR – Aves migradoras (continuação)
Espécie
ou
Pombos Codorniz Tarambola-dourada
grupo de
espécies
Período
Agosto a Fevereiro Setembro a Dezembro Outubro a Fevereiro
venatório
DE SALTO DE SALTO DE SALTO
Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não
ordenados, só de Outubro a ordenados, só de Outubro a
Dezembro Dezembro
Processos e outros condicionamentos de caça

À ESPERA À ESPERA
Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não
ordenados, durante todo o ordenados, durante todo o
período, mas nos meses de período, mas em Janeiro e
Agosto, Setembro, Janeiro e Fevereiro só nos locais e
Fevereiro apenas nos locais e condições definidos em edital da
condições definidos em edital da DGRF
DGRF

DE CETRARIA DE CETRARIA
Em terrenos cinegéticos não
ordenados, durante todo o
período, mas nos meses de
Agosto, Setembro, Janeiro e
Fevereiro apenas nos locais e
condições definidos em edital da
DGRF

É permitida a utilização de Em terrenos cinegéticos não


negaças ordenados, no mês de Setembro
só é permitido caçar nos locais e
Nos meses de Agosto e condições definidos em edital da
Setembro é proibido o exercício
Observações

DGRF
da caça a menos de 100 metros
de pontos de água acessíveis à
fauna e de locais artificiais de
alimentação
Só se pode caçar pombo-da-
-rocha nos municípios definidos
em portaria do MA

34
CAÇA MENOR – Aves migradoras (conclusão)
Espécie
Tordos
ou
Galinhola Narcejas Melro
grupo de
Estorninho-malhado
espécies
Período
Outubro a Fevereiro Outubro a Fevereiro Outubro a Fevereiro
venatório
DE SALTO DE SALTO DE SALTO
Em terrenos cinegéticos não
ordenados, só de Outubro a
Processos e outros condicionamentos de caça

Dezembro

À ESPERA À ESPERA
Em terrenos cinegéticos não
ordenados, durante todo o
período, mas em Janeiro e
Fevereiro só nos locais e
condições definidos em edital da
DGRF

DE CETRARIA
Em terrenos cinegéticos não
ordenados, durante todo o
período, mas em Janeiro e
Fevereiro só nos locais e
condições definidos em edital da
DGRF

Em terrenos cinegéticos não Em terrenos cinegéticos não


Observações

ordenados, em Janeiro e ordenados, em Janeiro e


Fevereiro, a caça só é permitida Fevereiro, a caça só é permitida
nos locais e condições definidos nos locais e condições definidos
em edital da DGRF em edital da DGRF

35
CAÇA MAIOR
Gamo
Veado
Espécie Javali
Corço
Muflão

Período
Todo o ano Todo o ano
venatório

DE SALTO
Só em zonas de caça e de Outubro a Fevereiro

À ESPERA À ESPERA
Só em zonas de caça
Processos e outros condicionamentos de caça

DE APROXIMAÇÃO DE APROXIMAÇÃO
Só em zonas de caça

DE BATIDA DE BATIDA
Só de Outubro a Fevereiro Só de Outubro a Fevereiro
Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
locais e condições definidos em edital da DGRF

DE MONTARIA DE MONTARIA
Só de Outubro a Fevereiro Só de Outubro a Fevereiro
Em terrenos cinegéticos não ordenados, nos
locais e condições definidos em edital da DGRF

COM LANÇA COM LANÇA


Só em zonas de caça

É permitida a utilização de chamariz na caça ao


veado e ao corço
Observações

Em terrenos cinegéticos não ordenados, não é


permitido o exercício da caça a estas espécies,
excepto nas condições e nos casos autorizados
pelo MA

36
CAPÍTULO X

CAÇA COM ARCO E BESTA

REGRAS BÁSICAS

O caçador não deve atirar sobre animais em movimento, dado não


conseguir garantir a localização do impacto, mesmo “correndo a mão”.
Ao disparar, os animais devem encontrar-se a uma distância máxima de
30 metros, dado acima desta distância ser falível o disparo; com efeito, os
movimentos do animal e mesmo certos factores externos – vento, pequenos
ramos e o ruído do disparo do arco ou besta – poderão contribuir para errar o
alvo ou para afugentar a peça de caça.
O caçador não deve tentar disparos demasiado localizados, como por
exemplo apontar à coluna vertebral, ao pescoço, ao cérebro e veia femoral que
são locais bons apenas para o tiro de carabina.
O caçador deverá apontar para a cavidade torácica por ser o local onde se
encontram o coração e os pulmões, órgãos vitais de qualquer animal. Mesmo
um impacto menos bem localizado poderá atingir o fígado e provocar uma
morte rápida.
Tanto quanto possível, o caçador deverá só fazer disparos garantidos.
Na caça em geral e especialmente na caça maior existe a chamada regra de ouro
que consiste em “rematar” um animal ferido tão rapidamente quanto possível e
com faca ou, em caso de perigo para o caçador, com outra flecha ou virotão. Na
ética do arqueiro-caçador não é correcto que um animal ferido seja rematado
com arma de fogo.

MEIOS DE CAÇA

Na caça com arco ou besta não é permitido o uso de flechas e virotões:


Envenenados ou portadores de qualquer produto destinado a acelerar a
captura dos animais;
Com pontas explosivas, com barbelas ou com farpa.
No exercício venatório às espécies de caça maior com arco ou besta, é
obrigatório que a ponta da flecha ou virotão esteja munida de duas ou mais
lâminas convenientemente afiadas (tipo lâmina de barbear) com uma largura
mínima de corte de 25 mm.

37
Fora do exercício da caça, ou de actividades de carácter venatório apenas é
permitido o transporte de arco ou besta quando devidamente acondicionados
em bolsa ou estojo, com excepção dos casos de deslocações entre locais de
espera, desde que a distância entre eles não exceda 100 metros.
As pontas de caça maior devem ser protegidas por aljava.
No exercício da caça deve-se usar a arma e o projéctil adequado para cada
tipo de caça:
Caça maior – arco ou besta mais potente com os projécteis equipados com
ponta de caça maior;
Caça menor – poderá reduzir a potência do arco ou besta, mas utilizando a
ponta adequada a cada caso, ou seja ponta de impacto para aves, coelho e
lebre e ponta de caça maior para a raposa.
Em qualquer dos casos devem ser sempre utilizados arcos com potência
superior a 35 libras e bestas com potência superior a 125 libras.

NORMAS DE SEGURANÇA

O caçador nunca deve esquecer que uma flecha ou um virotão são tão letais
como uma bala.
Apontar sempre em direcção segura e no caso de existir uma colina ou
outro tipo de obstáculo elevado nunca disparar de forma a ultrapassar o seu
topo.
Nunca disparar na vertical, pois na sua queda a flecha ou o virotão atingem
velocidades que podem ser mortais.
É obrigatório o uso da aljava para proteger as pontas de caça, não devendo
nunca o caçador transportá-las ou saltar obstáculos com flechas ou virotões
fora da aljava só as devendo retirar quando tiver intenção de disparar.
O caçador só deve armar o arco ou a besta próximo do local do disparo.
No caso do caçador utilizar besta, esta só poderá ser usada se possuir patilha
de segurança, que só será desactivada no momento do disparo.
O arqueiro-caçador deve inspeccionar o equipamento com frequência, não
devendo este ser utilizado quando apresentar fissuras ou desgaste
excessivo.

38
CAPÍTULO XI

CAMPOS DE TREINO DE CAÇA

As associações de caçadores, clubes de canicultores, clubes de tiro e as entidades


titulares de zonas de caça podem ser autorizadas a instalar campos de treino de
caça para proporcionar aos caçadores e outros utilizadores a prática de
actividades de carácter venatório, durante todo o ano.
Nos campos de treino pode ser autorizada a prática das actividades de carácter
venatório seguintes:
Exercício de tiro com arma de fogo.
Exercício de tiro com arco.
Exercício de tiro com besta.
Treino de cães de caça.
Treino de aves de presa.
Corricão
Realização de provas de cães, de Santo Huberto ou outras similares
Formação ou avaliação de indivíduos inscritos para exame de carta de
caçador, quando inseridas em curso aprovado pela Direcção-Geral dos
Recursos Florestais.

A utilização destes campos de treino só é permitida aos caçadores que possuam


todos os documentos legalmente exigidos para o exercício da caça, com
excepção da licença de caça.
Os exemplares mortos em campos de treino de caça, para poderem ser
transportados fora do período venatório da respectiva espécie ou, dentro do
período venatório, quando ultrapassem em número os limites diários de abate
estabelecidos para a espécie em terrenos cinegéticos não ordenados, devem ser
devidamente marcados.
Nos campos de treino de caça são permitidas competições desportivas
envolvendo a utilização de animais quando realizadas sob controlo das
competentes confederações, federações ou associações e no estrito cumprimento
dos respectivos regulamentos.
Só é permitido efectuar largadas – libertação de exemplares de espécies
cinegéticas para captura no próprio dia – em campos de treino de caça, excepto
durante os períodos venatórios das espécies utilizadas.

39
Fora do período venatório para as espécies de caça menor, só é permitido o abate
de espécies cinegéticas criadas em cativeiro.
Nas largadas é permitida a utilização de pombos.
Os utilizadores dos campos de treino de caça e as entidades que gerem os
mesmos devem assegurar a recolha dos cartuchos vazios.

40

Você também pode gostar