Impactos Socioambientais e o Acidente Da Log

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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E O ACIDENTE DA LOG-IN

Camila de Vasconcelos Feros; Emanuelle Beatriz Innocente Morato da Conceição;


Fábio Rafael de Araújo; Igor Caetano Marques; Larissa Tomaz Giugliodori; Rafael da
Fonseca; e Vivian Reis Alvares*

*Discentes do Curso Superior de Tecnologia em Comércio Exterior na Universidade


Metropolitana de Santos

Resumo: O estudo deste trabalho tem como função buscar todas as informações a
respeito de impactos socioambientais: relação porto-meio ambiente, onde a estrutura
portuária deve seguir um padrão da navegação; os recursos ambientais, que devem ser
utilizados conforme uma valoração da população regional; e alguns mecanismos de gestão
ambiental, que devem ser seguidos pelos gestores organizacionais e pelos órgãos
governamentais responsáveis). Estudou-se também os impactos que foram gerados pela
queda dos contêineres do navio da Log–in no litoral sul de São Paulo. E, para realização do
conteúdo, o grupo utilizou-se de uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa e
uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, escolhendo, como opção
metodológica, o processo indutivo.

Palavras-chave: Impactos Socioambientais; Log-In; Navegação; Gestão Ambiental;


Estrutura Portuária

Abstract: The purpose of this study is to find all the information about socio-
environmental impacts: port-environment relationship, where the port structure must follow a
navigation pattern; the environmental resources, which should be used according to a
regional population assessment; and some environmental management mechanisms, which
must be followed by organizational managers and responsible government bodies). It was
also studied the impacts that were generated by the fall of the containers of the Log-in ship
in the south coast of São Paulo. In order to perform the content, the group used an
exploratory research with a qualitative approach and a descriptive research with a
quantitative approach, choosing, as a methodological option, the inductive process.

Keywords: Socioenvironmental Impacts; Log-In; Navigation; Environmental


management; Port Structure
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INTRODUÇÃO

O estudo deste trabalho tem como função buscar todas as informações a


respeito de impactos socioambientais, inclusive os que foram gerados pela queda
dos contêineres do navio da Log–in no litoral sul de São Paulo.

O trabalho começa com uma síntese a respeito da relação porto-meio


ambiente, pois como existe um padrão na navegação atual, a atividade portuária tem
que se adequar a isso, muitas vezes não encontrando essa “harmonia com o meio
ambiente”.

A seguir há uma explicação sobre os recursos naturais envolvidos, porque,


além da valorização ambiental, existe a valoração dos recursos imposta pelas
pessoas que partilham a região. Devido a isso, os planejadores e executores não
conseguem agradar a todos, precisando exercer suas atividades de modo a
produzirem o menor impacto possível.

Então, abordamos os mecanismos de gestão ambiental, pois todas as


empresas precisam ter responsabilidade ambiental, realizando antes e depois da
implantação de estruturas portuárias Avaliações Ambientais Estratégicas (AAE),
Avaliações dos Impactos Ambientais (AIA) e Estudos de Impactos Ambientais (EIA).

Com esse embasamento teórico, posicionamos o acidente pesquisado, citando


as responsabilidades da empresa perante o ocorrido, a negligência por parte da
tripulação e os prejuízos ao ambiente das cidades litorâneas, sendo que no mar
foram encontrados bicicletas, mochilas, enfeites de natal, produtos hospitalares,
cilindros de oxigênio, dentre outros produtos que prejudicam a vida marinha.

A Log-in comunicou devidamente os órgãos competentes para execução de


todas as ações necessárias com o intuito de minimizar todos os danos causados,
tendo cumprido as medidas e planos de ações que foram definidos ao longo do
procedimento.

No entanto, a atividade pesqueira da cidade já é prejudicada pela dragagem do


porto de Santos e, com esse tipo de acidente, a situação das pessoas que vivem
disso se agrava ainda mais, recebendo mais lixo do que peixes.
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O acontecimento ainda gerou impasse na entrada e saída de navios no Porto


de Santos, causando tráfego nas operações de navegação, que ficaram paradas por
horas até ser feita a retirada de todos os contêineres e mercadorias que estavam
boiando no Canal de Santos.

Nesse ínterim, algumas pessoas até tentaram furtar as mercadorias que


estavam na água, levando as autoridades a apreendê-las e a paralisar ainda mais as
operações de navegação no Porto de Santos.

1. Relação Porto – Meio Ambiente

Atualmente, o grande desafio da atividade portuária é promover seu


desenvolvimento em harmonia com o meio ambiente em que se insere. Dessa
forma, as lógicas de planejamento e implantação das estruturas devem conter
parâmetros de ajustes aos aspectos naturais locais, através da proteção e gestão
ambiental.

Infelizmente, para que esse tipo de atividade ocorra, é preciso adequar o


ambiente ao padrão ou perfil da navegação atual (em função da economia de
escala, ou seja, grandes unidades de transporte carregando grandes quantidades de
carga de uma vez só) para o acesso das embarcações e disposição das cargas em
trânsito portuário.

Sendo assim, a questão ambiental se desenvolve em dois universos: o da


navegação e o das instalações portuárias. O impacto gerado pelas embarcações é
pequeno se comparado ao das instalações, salvo quando algo ocorrer com o
veículo. Por isso, a grande poluição é originária dos acidentes com perda de carga,
principalmente quando há derramamento de óleo no meio aquático.

1.1. Recursos Naturais

A relação porto – meio ambiente diz respeito também à utilização dos recursos
naturais disponíveis, pois, além da valorização do ambiente, o paradigma está em
lidar com o valor desses recursos. Ou seja, é preciso elencar o que se pode fazer, o
que se faz e o que se deve deixar de fazer nesse ambiente. Lembrando que,
dependendo da relação das pessoas com esse mesmo espaço, o valor das
atividades para alguns na zona costeira não vale o mesmo para outros.
4

Até pouco tempo atrás, a apropriação de recursos naturais até tinha um valor
apenas de comercialização, mas hoje, é valorada sob muitos mais aspectos, como o
cálculo do benefício que isso vai trazer para a sociedade em geral. Por exemplo, ao
ancorar uma embarcação numa baía, o gestor portuário tem a consciência de que as
atividades decorrentes desse processo proporcionam a um grupo de pessoas
benefícios enquanto para outras, geram incômodos.

Não é possível agradar a todos, por isso, os planejadores e executores da


atividade portuária têm que considerar a natureza incluindo o ser humano e suas
manifestações (respectivamente os recursos naturais e o ambiente existente). Nesse
contexto, essas intervenções no ambiente natural devem ser realizadas e
controladas com o intuito de produzirem o menor impacto possível.

1.2. Mecanismos de Gestão Ambiental

Por todos os fatores citados anteriormente, a questão ambiental deve ser


internalizada com tratamento sistematizado nas empresas atuantes na área do porto
e nos órgãos públicos responsáveis pela gestão ambiental. Essa questão considera
que as atividades portuárias são relevantes na destinação dos espaços costeiros,
abrangendo uma parte do meio aquático e uma parte do continente.

Cada parcela possui instrumentos adequados para a tomada de decisão no


momento de lidar com os impactos negativos das atividades produtivas. Dentre eles,
podemos citar: a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), para definição de caminhos
dos fluxos de cargas; seguida da Avaliação do Impacto Ambiental (AIA),
conhecendo-se assim as potencialidades e possibilidades dos impactos ambientais,
tanto para maximização dos positivos como para minimização dos negativos.

Segundo Porto (2007, p. 186) AAE é um

procedimento sistemático e contínuo de avaliação da qualidade do meio


ambiente e das consequências ambientais decorrentes de visões e
intenções alternativas de desenvolvimento, incorporadas [...] o mais cedo
possível aos processos públicos de planejamento e tomada de decisão.

E, em relação à AIA, o autor diz tratar-se de um

instrumento de execução de política ambiental, constituído por um conjunto


de procedimentos técnicos e administrativos, visando à realização da
análise sistemática dos impactos ambientais da instalação ou ampliação de
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uma atividade, [...] com a finalidade de embasar as decisões quanto ao seu


licenciamento.

Além desses mecanismos, é importante monitorar o meio ambiente antes e


após a implantação de uma estrutura portuária, para determinar se os resultados
esperados estão na prática acontecendo. Com esse propósito, realiza-se o Estudo
de Impactos Ambientais (EIA), que fornece as condições atuais para efetivação do
licenciamento ambiental.

Porto (2007, p. 187) também cita o EIA, afirmando ser um

conjunto de atividades técnicas e científicas destinadas a identificar


previamente a magnitude e valorar os impactos de um projeto, [...] realizado
e apresentado em forma de relatório, [...] atendendo aos demais Termos de
Referência para empreendimentos e atividades considerados efetiva ou
potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente.

Infelizmente, esses relatórios não condizem muito com a realidade devido ao


desconhecimento dos impactos que se deseja controlar. Portanto, é primordial para
a atividade portuária avançar nesse estudo, pois isso contribuiria na minimização
dos impactos negativos e dos custos de implantação desses projetos ambientais.

2. O acidente da Log-In

Para exemplificar os conceitos acima e esclarecer a questão ambiental no


porto, pesquisamos um acidente na qual o navio Log-In Pantanal (da Logística
Intermodal – Log-In), durante a madrugada do dia 11 de agosto de 2017, derrubou
ao mar 46 contêineres enquanto aguardava no Porto de Santos (Litoral Sul de São
Paulo).

Em relação ao acidente, o mau tempo foi apontado diversas vezes durante os


inquéritos, já que chegou a ser registrado ondas maiores que 4 metros de altura.
Porém isso não eximiu a empresa, pois também foi apontado como causa do
acidente a má peação (ou seja, os contêineres não estarem presos de forma correta
no porão do navio).

No entanto, a armadora ainda alegou que se tratou somente de um fenômeno


imprevisível da natureza. Com isso, surgiu um impasse entre as partes envolvidas,
pois as seguradoras afirmavam a responsabilidade objetiva da transportadora
marítima. Além disso, um inquérito da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP)
6

ainda afirmou que houve negligência por parte da tripulação, levando a Conclusão
da Marinha do Brasil a culpar o comandante da navegação e mais três oficiais.

O trabalho de busca pelos contêineres durou meses e, mesmo assim, apenas


aproximadamente metade deles conseguiu ser resgatada. Grande parte do que a
armadora conseguiu reaver estava próximo ao local do acidente, mas também foram
encontrados contêineres em São Vicente. Isso nos mostra que o impacto não atingiu
somente a localidade do Porto de Santos.

Devido a pequena quantidade recuperada, o Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) propôs monitoramento
“vitalício” da região afetada, pois sabe-se que a recuperação total dos contêineres
não seria possível. Como aplicação dessa penalidade, a companhia precisará
apresentar relatórios trimestrais de monitoramento das cargas nos próximos cinco
anos do acidente.

Além disso, foi cobrada uma multa de quase R$ 50 milhões: um auto de


infração de R$ 35.055.000 pelos impactos ambientais e problemas ocasionados
diretamente pelo acidente; R$ 540 mil por todos os contêineres localizados e
recuperados; e R$ 14.355.000 por todos os contêineres que ficaram perdidos no mar
e não foram localizados ao final dos trabalhos de busca.

E, infelizmente, por falta de ação imediata, a poluição causada pelo acidente se


estendeu para todo o litoral norte de São Paulo, sendo registrados quilos de lixo. O
canal de São Sebastião ficou cheio de bolinhas de natal embaladas em plástico,
havendo informações em redes sociais de que o lixo também atingiu Ilhabela. A
empresa Log-In realizou o trabalho de limpeza das praias afetadas pelo acidente
com as ONGs locais.

Além dessas regiões, tiveram dois contêineres encalhados na praia Saco do


Major, em Guarujá, com a administração municipal aplicando uma multa de R$ 150
mil e exigindo limpeza da orla em até 7 dias. As equipes da Prefeitura de São
Vicente também encontraram produtos hospitalares na Praia dos Milionários,
recolhidos pela equipe do Pelotão Ambiental. E, ainda, a armadora foi multada em
R$ 10 mil pelos impactos sobre a fauna protegida do Refúgio dos Alcatrazes.
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A Ilha de Alcatrazes é um dos maiores refúgios de proteção ambiental com


ninhal de aves marinhas do Sudeste. Essas aves e até peixes, tartarugas marinhas,
golfinhos, e baleias que frequentam a região podem confundir isopor, bolinhas
natalinas e plástico com seus alimentos naturais, ocasionando em óbitos.

METODOLOGIA

1. Como fiz?

Neste trabalho, realizou-se uma pesquisa exploratória com abordagem


qualitativa, pois utilizou-se de bibliografias e meios eletrônicos para levantamento de
todos os dados possíveis sobre o tema de uma forma mais subjetiva (sendo que há
fatos citados no desenvolvimento deste conteúdo que ocorreram recentemente,
precisando de referências não-científicas, como os sites de notícia).

Realizou-se também uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, que


se apresentou em forma de pesquisa de campo realizada através da plataforma
“SurveyMonkey”. Entre os 100 respondentes encontra-se maior participação de
mulheres em sua maioria jovens (de 18 a 28 anos), sendo a maior parte as que
estão cursando ou que já completaram o ensino superior e informaram trabalhar no
setor privado.

Em relação ao conteúdo, a grande maioria afirmou ter conhecimento sobre o


que seria um impacto socioambiental, porém, quando questionados se souberam ou
perceberam algum dano causado pela queda dos contêineres ao mar, as opiniões
dividiram-se: 55% que afirmaram a ciência do acidente e 45% que disseram não ter
conhecimento do ocorrido.

Então, solicitamos que informassem sobre quem cairia a responsabilidade por


este impacto e a maior parte dos participantes respondeu que a própria empresa foi
a responsável pelo acidente. Por fim, indagamos se os esmos acreditam em uma
saída sustentável para tal situação e a grande maioria acredita nesta possibilidade.

Além dessas classificações da pesquisa, escolhemos como opção


metodológica o processo indutivo, pois partimos de conceitos gerais sobre a gestão
ambiental para entender a importância dela em um exemplo específico como o da
Log-In.
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2. Onde fiz?
2.1. A cidade

Com o último prefeito sendo Paulo Alexandre Pereira Barbosa (eleito em 2016),
a cidade de Santos (gentílico santista) possui uma área territorial, segundo dados de
2018 provenientes do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de
281,033 km2 com população estimada em 432.957 pessoas. O censo deste instituto
de 2010 já apontava a densidade demográfica da cidade como 1.494,26 hab/km 2, no
entanto, houve um aumento na população desde aquele ano.

Em relação à parte financeira, o IBGE aponta que, em 2017, o total das


receitas realizadas era de R$2.639.959,07834 (x1000) e o das despesas
empenhadas, R$2.489.780,313 (x1000). Diante à população, os dados de 2016
apontam o PIB per capita como R$50.544,73.

2.2. O porto

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP) é a principal


responsável pelas ações no Porto de Santos que, em seu último senso registrado
pela autoridade (período entre abril de 2018 e março de 2019), consta com um
volume de movimentação de cargas de 30.448.341 toneladas.

Então, a finalidade da CODESP é administrar o processo de planejamento dos


gestores portuários e acompanhar os operadores nas cadeias logísticas. Para
atender as normas de fiscalização desses procedimentos, ela deve estar atenta a
entrada e saída de embarcações e ao tráfego de mercadorias na área portuária.

2.3. A empresa

A Log-In, Logística Intermodal S.A., planeja, gerencia e opera as melhores


soluções para a movimentação de cargas por meio da Cabotagem, que é
complementada pela ponta rodoviária. Possuindo uma rede integrada que facilita a
movimentação portuária e o transporte porta a porta, tem extensa malha intermodal,
o que permite abrangência geográfica por todo o Brasil e Mercosul.

Oferece ainda a armazenagem de carga em terminais próprios e de terceiros


(localizados em Guarujá-SP, Itajaí-SC e Vila Velha-ES), possuindo mais de 1500
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clientes no Mercosul, mais de 2,5 milhões de coletas e entregas, além do


crescimento de mais de 20% em volume nos últimos 6 anos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O questionário a seguir tem como objetivo analisar o engajamento social sobre


assuntos referentes ao Porto de Santos e seu impacto ambiental. O tema da
pesquisa refere-se ao acidente que envolveu a armadora Log-In (Logística
Intermodal), onde cerca de 45 contêineres que estavam a bordo do navio Log-In
Pantanal caíram ao mar.

Veja os resultados abaixo:

Figura 1 - Idade dos entrevistados

Fonte: Autores da pesquisa

Grande parte dos entrevistados são jovens entre 18 e 28 anos. O que se


assemelha aos fatos, pois, de acordo com os dados do IBGE, a população de
Santos é constituída, em sua maioria, por jovens de 25 a 29 anos.

Figura 2 - Gênero dos entrevistados


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Fonte: Autores da pesquisa

Temos um total de 80% de mulheres que responderam o questionário proposto


e, baseado nos dados coletados, Santos é uma cidade onde a proporção de
mulheres é superior ao dos homens.

Figura 3 - Escolaridade dos entrevistados

Fonte: Autores da pesquisa

Com o total de 43%, em sua maioria, os entrevistados estão cursando ou já


completaram o Ensino Superior. Além disso, há uma grande parcela (34%) que
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ainda está cursando ou completou o Ensino Médio. Podemos ver esse resultado
seguindo o restante do questionário, pois este, traduz o nível de conhecimento
desse público.

Figura 4 - Ocupação dos entrevistados

Fonte: Autores da pesquisa

De acordo com os dados coletados do IBGE, 47,5% da população santista se


mantém em um emprego. Nesse gráfico de ocupação dos entrevistados, temos um
número aproximado a este, na qual 53% das pessoas encontram-se ocupados no
setor privado.
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Figura 5 - Você sabe o que é um impacto socioambiental?

Fonte: Autores da pesquisa

Grande parte dos entrevistados (82%) informaram ter conhecimento sobre o


que é um impacto socioambiental. Isso quer dizer que a maioria dos jovens que
responderam ao questionário, estando no Ensino Médio ou Superior, foram
instruídos quanto aos problemas ambientais que afligem à população.

Figura 6: Você percebeu/soube de algum impacto causado pela queda dos containers no mar
de Santos?

Fonte: Autores da pesquisa

Neste gráfico, observamos que as opiniões estão divididas, sendo 55% os que
sabem/perceberam algum impacto causado pela queda dos contêineres no mar e
45%, os que não têm esse conhecimento. Esses dados são justificados pela falta de
informações quanto aos acidentes ambientais, pois as empresas costumam não
disponibilizar esse tipo de dado para a população. Além disso, é provável que esses
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55% que responderam sim tenham afirmado perceber os impactos (e não saber
sobre eles), pois o acidente deixou rastros por uma boa parte da zona litorânea do
estado de São Paulo.

Figura 7 - De quem é a responsabilidade por este impacto?

F
onte: Autores da pesquisa

Mostra-se claro que, entre os entrevistados, a maioria de 87% acredita que a


própria empresa seja responsável por este impacto. Isso se deve, principalmente, ao
fato de o acidente ter ocorrido durante a navegação, na responsabilidade da
armadora, não envolvendo qualquer processo governamental ou relacionado com os
habitantes da região e sim, com os processos operacionais.
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Figura 8 - Você acredita em uma saída sustentável para esta situação?

Fonte: Autores da pesquisa

Com o total de 84%, os entrevistados, em sua maioria, acreditam que há uma


saída sustentável para esta situação. A partir disso, temos que a maioria dos jovens
que responderam ao questionário, estando no Ensino Médio ou Superior, se
encontram em sintonia com as autoridades portuárias, já que desde a Lei de
Modernização dos Portos (1993) os gestores e executores dos processos produtivos
procuram ter essa responsabilidade ambiental como valor organizacional.

CONCLUSÃO

A relação porto-meio ambiente é uma questão complicada, pois a implantação


de qualquer terminal (durante sua construção) ou a salvaguarda dos navios
(abastecimento com combustível, manutenção da água de lastro, gerenciamento
operacional em relação aos contêineres etc.) sempre vai gerar alguma interferência
no ambiente em que o porto está inserido, principalmente quando ocorrem acidentes
(grandes geradores de impactos ambientais).

Além disso, há a questão social, que diz respeito à utilização dos recursos
naturais disponíveis, ou seja, à valoração das atividades na zona costeira pelas
pessoas que compartilham o mesmo espaço. Isso ocorre porque, justamente as
atividades que auxiliam na manutenção do mercado consumidor (em relação à
disponibilidade de produtos diferenciados), são as que podem causar problemas de
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saúde aos moradores da região portuária, ou até mesmo da região litorânea (devido
aos acúmulos de resíduos nas águas do mar).

Então, a preocupação dos gestores e executores é de realizar suas atividades


de maneira a causar o menor impacto socioambiental possível. Por isso, possuem
instrumentos adequados para a tomada de decisão: as AAE’s, que servem para
manutenção da qualidade ambiental (em relação à gestão das estruturas portuárias);
as AIA’s, que são utilizadas pelos órgãos responsáveis por exercer a política
ambiental no momento de decidir dar o aval ou não para o licenciamento de um
projeto; e os EIA’s, que são as avaliações internas da empresa quanto aos impactos
de um projeto através de estudos técnicos e científicos, entregues em forma de
relatório, para o aval do licenciamento ambiental.

Exemplificando os temas citados acima, a Log-In foi considerada culpada pelo


acidente já comentado no trabalho, tendo a responsabilidade caído sobre os
tripulantes que, por falta de planejamento e controle das operações, alegaram que
as condições climáticas no momento não eram favoráveis à navegação.
Percebemos, também, que o acidente causou muitos impactos na área litorânea de
São Paulo, sendo que boa parte da população desconhece a totalidade desses
impactos, mesmo tendo ciência do ocorrido no acidente.

Por último, indagamos se, com tamanho impacto negativo, será que as multas
são suficientes para minimizar o prejuízo? Estamos questionamos se o pagamento
dessas multas altas, como nesse caso, pode ajudar a evitar mais prejuízo ao meio
ambiente e novos acidentes desta natureza.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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instrumentos. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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érica, 2014.

PORTO, Marcos Maia. Portos e o Desenvolvimento. São Paulo: Aduaneiras, 2007.


16

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2.1. Artigos Científicos Online

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estratégia empresarial: um estudo em uma empresa de cosméticos no Brasil.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v21n1/a12v21n1.pdf>. Acesso em: 19
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<https://portogente.com.br/images/Documentos/artigo--acidente-login-06-10.pdf>.
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IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Informações


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LOG-IN - LOGÍSTICA INTERMODAL S.A.. Quem Somos, Terminal portuário e


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BRAGANÇA, Daniele. Contêineres caem no mar e lixo se espalha pela costa de


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