A Terra Um Planeta em Mudança

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A TERRA- UM PLANETA EM MUDANÇA

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO GEOLÓGICO

Carla de Castro e Couto


Biologia-Geologia 10ºano
2015-2016
A Terra tem vindo a alterar-se constantemente através dos
tempos
Até ao séc. XVIII, como se explicava a criação da Terra, a formação das
montanhas, a forma dos continentes e oceanos e a origem dos seres vivos?

…tudo era resultado da intervenção divina.= CRIACIONISMO

Criador e a criação (Lucas Granach, Le Paradis, 1530)


Acreditava-se que o Homem e a Terra teriam uma
história comum e recente que estava escrita na
Bíblia.

Até ao séc. XVIII a geologia não era considerada


uma ciência e, tal como as outras áreas do
conhecimento, era dominada pelo pensamento
religioso e pelos dogmas da altura (crenças).
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO RACIOCÍNIO GEOLÓGICO

EXISTEM 2 LINHAS DE INTERPRETAÇÃO DA EVOLUÇÃO PASSADA DA TERRA: CATASTROFISMO E


UNIFORMITARISMO.
1. CATASTROFISMO

- Princípio mais aceite até meados do século XVIII;


- Principal defensor foi Cuvier (considerado pai da paleontologia)
- Segundo esta teoria:
- As grandes alterações ocorridas à superfície da Terra foram
provocadas por catástrofes (principalmente grandes inundações);
O que explicava a ocorrência de fósseis marinhos em regiões
distantes da costa George Cuvier,
naturalista francês
- As mudanças eram pontuais, não eram cíclicas.

- Cuvier explicava as diferenças entre as espécies


existentes e as formas reveladas pelos fósseis das
espécies encontradas em formações geológicas
antigas, por uma série de extinções devidas a
catástrofes- catastrófes descritas na bíblia (dilúvios)
1. CATASTROFISMO

- AS ESPÉCIES EXTINTAS ERAM SUBSTITUÍDAS POR OUTRAS


PROVENIENTES DE REGIÕES DO GLOBO QUE NÃO FORAM
ATINGIDAS PELAS CATÁSTROFES;
- CUVIER ADMITIU A EXISTÊNCIA DE EXTENSÕES CONTINENTAIS
(PONTES) QUE PERMITIU A PASSAGEM DOS SERES VIVOS DE UNS
LOCAIS PARA OUTROS, E QUE TERIAM, POSTERIORMENTE,
AFUNDADO.
- ESTAS PONTES TAMBÉM EXPLICAVAM A OCORRÊNCIA DE
ESPÉCIES SEMELHANTES EM DIFERENTES CONTINENTES.
George Cuvier,
naturalista francês
1. CATASTROFISMO

-A idéia inicial de Georges Cuvier, sofreu alterações ao longo do tempo, sendo


expandida para catástrofes de ação global, as quais resultavam na extinção de toda
a fauna e flora da Terra.

-Segundo os defensores desta vertente do catastrofismo, após a extinção de toda a


fauna e flora global, novos organismos seriam criados pela ação divina.

- Era a incorporação da teoria catastrofista pelo criacionismo defendido por alguns


naturalistas do século XIX, que também defendiam que a última destas catástrofes
havia sido o Dilúvio Bíblico.
 Princípio do Catastrofismo – as alterações ocorridas à superfície
terrestre são devidas a fenómenos súbitos e violentos (catástrofes).

Alguns fenómenos catastróficos provocam alterações súbitas e globais,


como a queda de um meteorito e as inundações .
2. UNIFORMITARISMO
 James Hutton, geólogo escocês (séc. XVIII), considerado o pai da
Geologia moderna, propôs o princípio do Uniformitarismo .

• A Terra é um planeta muito antigo;

• A Terra sofreu mudanças lentas e continuadas


(ex. ação dos agentes erosivos, sedimentação e
subsidência, orogenia, fusão magmática);

• Os fenómenos geológicos existentes na


atualidade são idênticos aos que ocorreram no
passado – Há uniformidade de processos
(Uniformitarismo).

Mas, segundo os conhecimentos da altura, baseados em estudos bíblicos, a


Terra teria apenas 4004 anos … tempo insuficiente para ocorrerem os
processos referidos por Hutton, pelo que os seus estudos não foram aceites
pela comunidade científica da época.
Dominavam as correntes diluvianas que tentavam conciliar os relatos
bíblicos com os registos geológicos.
2. UNIFORMITARISMO

Foi em Siccar Point, nas costas do mar do Norte da Escócia, que James Hutton
fez as observações que lhe permitiram deduzir as ideias que marcaram o
nascimento da Geologia moderna.
2. UNIFORMITARISMO
VIDEO

http://www.youtube.com/watch?v=lMfPSdrrjZI

Hutton's Uncomformity (BBC Earth Story)

In 1787 James Hutton visited Siccar Point and found a geological feature that
would have taken so long to form that he used it as evidence to show the Earth
was much older than many people believed.

http://www.youtube.com/watch?v=oQzmfcUKSFM
2. UNIFORMITARISMO
• As ideias uniformitaristas só se impuseram no
início do séc. XIX com Charles Lyell, discípulo de
Hutton.

• Lyell iria influenciar Charles Darwin no


estabelecimento da Teoria da Evolução das
Espécies, confirmada pelo estudo de fósseis,
aplicando o princípio do Uniformitarismo à
Biologia.
Este estudo mostrou que as espécies animais se
sucederam de modo tranquilo e gradual através
dos tempos geológicos.
2. UNIFORMITARISMO

O UNIFORMITARISMO PRESSUPÕE 3 PRINCÍPIOS ORIENTADORES ORIGINAIS:

1. AS LEIS NATURAIS SÃO CONSTANTES NO ESPAÇO E NO TEMPO;

2. AS CAUSAS QUE PROVOCAM DETERMINADOS FENÓMENOS NO PASSADO SÃO IDÊNTICAS ÀS QUE


PROVOCAM O MESMO TIPO DE FENÓMENOS NO PRESENTE- PRINCÍPIO DO ACTUALISMO ou
PRINCÍPIO DAS CAUSAS ACTUAIS.
ESTE PRINCÍPIO PODE RESUMIR-SE NA SEGUINTE FRASE: “O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO”.

3. A MAIOR PARTE DAS MUDANÇAS GEOLÓGICAS SÃO LENTAS E GRADUAIS- PRINCÍPIO DO


GRADUALISMO.
Comparando as caneluras (ripples) presentes em certos arenitos com
as marcas de ondulação na areia de uma praia …
3. NEOCATASTROFISMO

- RECONHECE O UNIFORMITARISMO COMO GUIA PRINCIPAL QUE PERMITE ENTENDER OS


PROCESSOS GERAIS TERRESTRES MAS NÃO EXCLUI QUE FENÓMENOS CATASTRÓFICOS
OCASIONAIS ( sismos, vulcanismo, impacto de meteoritos)TENHAM CONTRIBUÍDO PARA
EVENTUAIS ALTERAÇÕES DA SUPERFÍCIE TERRESTRE.

- PROCURA INTERPRETAR OS EFEITOS DE ALGUNS FENÓMENOS CATASTRÓFICOS, COMO


ACONTECE COM OS IMPACTOS METEORÍTICOS, BASEANDO-SE EM DADOS GEOLÓGICOS E NÃO
EM EXPLICAÇÕES BÍBLICAS.

Extinção de dinossauros- hipótese


neocatastrofista (queda de um meteorito)
História de uma extinção

Camada de irídio
A fotografia, obtida por Walter Alvarez, mostra um estrato
nos montes Apeninos, na Itália, em que podemos ver a
camada de irídio. Ela é a faixa de cor escura que está no
centro da imagem. O seu tamanho é bastante estreito,
como pode ser visto a partir da comparação com a moeda
de 1/4 de dólar que foi colocada sobre ela.

- Walter Alvarez, em 1980, descobriu uma anomalia no teor de irídio numa sequência
sedimentar marinha com idade situada na fronteira K-T (Cretácico-Terciário), na
cidade de Gubbio, em Itália.
- Atualmente estão identificados mais de 75 locais com anomalias de irídio,
associadas à camada de argila, na fronteira K-T.
- Este metal nobre, muito comum nos meteoritos, tem uma concentração cerca de
trinta vezes superior à das rochas da superfície terrestre.
Impacto meteorítico

Desta forma, foi formulada a hipótese de que um


corpo de grandes dimensões, oriundo do espaço,
teria colidido com a Terra.
- A raridade destes elementos (irídio, entre outros
como paládio, platina, ásmio, rádio, ruténio, arsénio, etc)
na superfície da Terra relaciona-se com a diferenciação
sofrida pelo planeta no início da sua história e que se
traduz pela individualização do núcleo, do manto e da
crosta.

-Tal como o ferro que se encontrava inicialmente


uniformemente distribuído nos materiais que formaram a
Terra, estão agora concentrados sobretudo no núcleo
líquido do nosso planeta, 3000km abaixo dos nossos pés.

- Assim, a deteção de irídio, e restantes elementos citados,


em quantidades acima do normal nalgum sedimento
terrestre parece ser claro indício da sua origem
extraterrestre.
No México foi encontrada uma estrutura
circular, datada do Terciário, com cerca de
180 Km de diâmetro, e que foi identificada
como uma cratera de impacto meteorítico
– a cratera de Chicxulub.
 Este impacto teria tido consequências
catastróficas: grandes incêndios,
chuvas ácidas, bem como uma
redução da luminosidade, uma vez
que uma densa camada de poeiras
originadas pelo impacto ter-se-á
espalhado na atmosfera impedindo a
penetração da luz solar.
Em consequência, os organismos
fotossintéticos não conseguiam
produzir o seu próprio alimento, o que
afetou todos os que deles se
alimentavam.

Esta é a causa correntemente atribuída à extinção dos dinossáurios, como


defendeu Alvarez.
http://www.triplov.com/galopim/extintos.html
NOVIDADE !!!

Um meteorito e muitos vulcões, combinação mortal para os dinossauros


ANA GERSCHENFELD JORNAL PÚBLICO
02/10/2015 - 08:30
O debate sobre a causa da extinção em massa da vida na Terra, há 66
milhões de anos, dura há décadas. Agora, novos resultados podem
permitir reconciliar as duas explicações rivais.
Hoje em dia, o cenário mais geralmente aceite para explicar o desaparecimento dos
dinossauros, há 66 milhões de anos, é que um asteróide – ou um cometa –,
embateu no nosso planeta, criando a enorme cratera de Chicxulub, no Iucatão
(México) e mergulhando a Terra numa densa nuvem de poeiras – um “inverno”
global que exterminou árvores, plantas, animais.
Porém, há também quem proponha um outro cenário, argumentando que terá sido
a actividade vulcânica intensa, também patente naquele período, a responsável pelo
cataclismo ecológico. Para os defensores desta explicação alternativa, os materiais e
os gases expelidos pelos vulcões terão sido, por si só, suficientes para bloquear a luz
do sol à escala planetária durante muito tempo.
O debate dura há 35 anos, mas agora, uma equipa internacional que inclui
especialistas dos EUA e da Índia apresentou novos dados que sugerem que, na
realidade, foi o conjunto desses dois eventos globais que esteve na origem da
extinção de pelo menos 75% das espécies terrestres e marinhas que existiam na
altura. Os seus resultados foram publicados esta quinta-feira na revista Science.
Os cientistas, liderados por Paul Renne, da Universidade da Califórnia (EUA),
realizaram novas datações das camadas de lava solidificada de uma das maiores
regiões vulcânicas do mundo: o Planalto do Decão, a leste de Bombaim, na Índia.
Já se sabia que esses fluxos de lava se formaram há cerca de 66 milhões de anos,
mas os novos resultados, os mais precisos de sempre segundo os autores,
permitem concluir que essas estruturas se formaram, à escala geológica, quase
logo a seguir ao impacto do bólide que caiu em Chicxulub.
“Com base na nossa datação das lavas, podemos afirmar com bastante certeza
que o vulcanismo [se intensificou] num intervalo de 50.000 anos após o
impacto”, explica Renne em comunicado da sua universidade. “Portanto, torna-se
um pouco artificial separá-los enquanto mecanismos mortíferos: os dois
fenómenos estiveram claramente em acção em simultâneo.” Portanto, para este
especialista, “uma vez que ambos ocorreram ao mesmo tempo, vai ser
essencialmente impossível atribuir os efeitos atmosféricos que se seguiram a um
desses eventos isoladamente.”
Uma das hipóteses que os autores propõem consiste em dizer que o impacto provocou
uma mudança no “sistema de canalização” dos vulcões do Planalto do Decão,
induzindo mudanças radicais no seu padrão eruptivo. Antes do impacto, os “vulcões
andavam alegremente a cuspir em contínuo, com calma e relativa lentidão”, diz
Renne. Mas a seguir, esse regime mudou, passando a haver erupções mais episódicas
mas cuja velocidade de ejecção mais do que duplicou. Para o cientista, isto pode ser
explicado pelo surto de actividade sísmica que o impacto terá gerado em todo o
planeta e que fez aumentar o tamanho das câmaras magmáticas. Daí que elas tenham
passado a demorar mais a encher-se e a explodir, mas que, ao explodirem, tenham
cuspido quantidades de lava muito maiores e a maior velocidade.

Uma outra peça que parece bater certo com as observações, explica ainda Renne, é
que esse “vulcanismo acelerado” durou cerca de 500.000 anos – ou seja,
precisamente o tempo que “a biodiversidade e a química dos oceanos demoraram a
recuperar realmente” da extinção.
“Na altura da extinção [que corresponde a uma camada identificável nos
sedimentos geológicos], vemos mudanças radicais naquele sistema vulcânico,
tanto em termos do ritmo das erupções como da sua dimensão, do volume das
ejecções e em certa medida da composição química do material expelido”, explica
ainda Renne. “Os nossos dados não provam conclusivamente que foi o impacto
[do meteorito] que provocou estas mudanças, mas a ligação entre os dois
fenómenos parece cada vez mais clara.”

O co-autor Mark Richards, da mesma universidade – e o cientista que


inicialmente propôs a ideia de o vulcanismo do Planalto do Decão ter sido
“reacendido” pelo impacto de um asteróide ou cometa –, não tem elementos para
afirmar qual dos dois eventos terá constituído a verdadeira sentença de morte
para grande parte da vida na Terra. Mas “se as nossas datações de alta precisão
continuarem a aproximar cada vez mais os três acontecimentos – o impacto, a
extinção e o grande pico de vulcanismo –, as pessoas vão ter de aceitar a
possibilidade de estarem ligados”, salienta. Seja como for, conclui, “o cenário que
estamos a propor – que o impacto desencadeou o vulcanismo – reconcilia de
facto o que até agora parecia ser uma inimaginável coincidência”.
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A TEORIA DO NESTUM

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