Gestao - de - Florestas Etec
Gestao - de - Florestas Etec
Gestao - de - Florestas Etec
Curitiba-PR
2013
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Prezado estudante,
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma
das ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego. O Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo
principal expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação
Profissional e Tecnológica (EPT) para a população brasileira propiciando
caminho de o acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre
a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias
promotoras de ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de
Educação dos Estados, as Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos
e o Sistema S.
Ministério da Educação
Novembro de 2011
Nosso contato
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e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 4
Indicação de ícones
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil 6
Sumário
Palavra do professor-autor 9
Aula 1 – Introdução aos ecossistemas florestais 11
1.1 Conceitos básicos da ecologia
aplicados à gestão de florestas 11
1.2 Elementos que compõem as florestas
e as relações entre eles 12
e-Tec Brasil
Aula 11 – Corredores ecológicos da mata atlântica 55
11.1 Corredores ecológicos 55
11.2 O corredor central da Mata Atlântica 56
Referências 95
Atividades autointrutivas 101
Currículo do professo-autor 125
Anotações 127
e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor
9 e-Tec Brasil
Aula 1 – Introdução aos ecossistemas
florestais
1.1 C
onceitos básicos da ecologia
aplicados à gestão de florestas
11 e-Tec Brasil
que abrigam outras formas de vida, espalha-se por uma determinada área
ou região, envolvendo outros elementos do ambiente, como cursos d’água,
o solo e até mesmo o ar. Portanto, percebemos que, partindo de um ponto
de vista mais simplista, chegamos à conclusão de que as florestas vão além
de um simples amontoado de árvores e incluem diversos elementos do
ambiente, sejam eles vivos (bióticos), como as plantas e os animais, ou não
vivos (abióticos), como o solo, a água e o ar.
1.2 E
lementos que compõem as florestas e
as relações entre eles
Dentro da ecologia existem conceitos que englobam
todos esses aspectos e que discriminam as relações
entre eles. Por isso, passaremos a nos aprofundar a
partir de agora no estudo dos elementos que com-
põem as florestas e nas relações entre eles, pois, para
podermos gerir, manejar e conservar esses ambien-
tes, precisamos antes conhecer as suas características
e seu funcionamento. Como podemos ver, as flores-
tas envolvem vários aspectos do ambiente, sendo,
portanto, um alvo importante para o trabalho do
profissional técnico em meio ambiente.
Figura 1.2: Elementos que compõem uma floresta
Fonte: http://www.silvicontrol.com.br
Um dos conceitos mais básicos em ecologia é o con-
ceito de indivíduo. De um modo geral, indivíduo é qualquer coisa sobre a
qual podemos atribuir propriedades (METZ, 2012). Nesse contexto, os indi-
víduos são considerados como a menor parte que compõe o todo, ou seja,
a unidade básica sujeita às influências do ambiente, cujo conjunto gera as
estruturas ecológicas mais complexas. Então, retomando o nosso pensamen-
to inicial, o que seriam os indivíduos na nossa floresta? Nesse caso, podemos
considerar como indivíduos todos aqueles organismos vivos ali presentes,
desde as menores bactérias que habitam o solo florestal e que vivem por
poucos dias, até a maior árvore da floresta, com idades que podem ultrapas-
sar os mil anos. Portanto, cada árvore, cada animal e cada organismo vivo
que povoa a floresta é considerado um indivíduo.
Os indivíduos, por sua vez, quando considerados de acordo com suas seme-
lhanças, formam conjuntos maiores, chamados de população. Na ecologia,
uma população é definida como um grupo de indivíduos de uma mesma es-
pécie, capazes de se reproduzirem entre si, e que ocupam um determinado
local ou região (ODUM, 1986).
Atividade de aprendizagem
• Com base no que aprendemos na aula de hoje, estabeleça, com suas
próprias palavras, uma definição para a floresta, empregando os concei-
tos ecológicos estudados.
15 e-Tec Brasil
De um modo geral, as florestas tropicais úmidas atendem a dois critérios
principais: o climático e o relativo à vegetação. O critério climático pode ser
mensurado por elementos como a precipitação e a temperatura, porém,
quanto à vegetação, o critério é qualitativo e variável de ambiente para am-
biente (BURNHAM; JOHNSON, 2004).
A seguir vamos saber mais, no estudo sobre a Floresta Amazônica. Nas aulas
seguintes estudaremos também a Mata Atlântica.
Atividades de aprendizagem
1. Com base no que foi apresentado na aula de hoje, quais são as carac-
terísticas ambientais determinantes à ocorrência das florestas tropicais?
3.1 A
estratificação da floresta e
diversidade de hábitat
As florestas tropicais apresentam diferentes camadas ou estratos, formados
por árvores, arbustos e outras plantas. Essa composição de diferentes espé-
cies com diferentes formas e tamanhos é conhecida como estrutura vertical,
que nas florestas tropicais costu-
ma ser complexa e diversificada. Emergentes
Você já reparou nesse tipo de es-
tratificação? Observe a figura 3.1.
Dossel
19 e-Tec Brasil
c) Sub-bosque: abaixo da copa das árvores que formam o dossel localiza-
-se o sub-bosque. Esse estrato é composto por árvores mais baixas e
arbustos, e por estar sob a copa densa de outras árvores, a quantidade
de luz que chega até esse estrato é menor, limitando o crescimento de
muitas plantas, permitindo o desenvolvimento apenas daquelas adapta-
das a esse tipo de ambiente.
Atividades de aprendizagem
1. Discuta a respeito da importância dos diferentes estratos verticais presen-
tes em florestas tropicais.
23 e-Tec Brasil
b) Floresta ombrófila aberta: é a fitofisionomia de transição entre o bio-
ma amazônico e as áreas externas. Assemelha-se à floresta ombrófila
densa em sua composição, entretanto, apresenta um número maior de
clareiras, dando o aspecto mais aberto à vegetação, do que se origina o
nome para a essa formação. Além dessas características, no domínio da
floresta ombrófila aberta os períodos de estiagem podem superar os 60
dias, exercendo efeitos sobre o desenvolvimento da vegetação.
a) Floresta de igapó: essa tipologia ocorre nas áreas de relevo mais baixo
e mais próximas aos rios, e por isso tende a ficar inundada a maior parte
do ano. Devido a essa condição, as plantas desenvolveram estratégias
Lenticelas fisiológicas e morfológicas para sobreviver nesses ambientes, como raízes
São órgãos de arejamento
encontrados nos caules. aéreas e lenticelas que permitem a troca gasosa pelos troncos e caules
Pequenos pontos de ruptura no das plantas. Em razão dessas restrições, as árvores nesses ambientes são
tecido suberoso, que aparecem
como orifícios na superfície do mais baixas. Esse tipo de floresta ocorre às margens dos rios de “água
caule e fazem contato entre
o meio ambiente e as células preta”, como o rio Negro, em que o solo é geralmente arenoso e pobre
do parênquima. em nutrientes. A figura 4.2 demonstra um igapó durante o período de
inundação.
Resumo
O bioma amazônico é composto por várias fitofisionomias. Dentre as forma-
ções amazônicas, as florestas de terra firme são as mais expressivas em área,
enquanto a floresta ombrófila densa é a mais característica. Ao longo dos
rios, nas planícies alagáveis, ocorrem as florestas inundáveis, representadas
pelos igapós e várzeas. Em conjunto, as diferentes fitofisionomias amazôni-
cas formam a maior e mais complexa floresta tropical e com a maior biodi-
versidade da Terra.
Atividade de aprendizagem
• Conforme o que foi estudado na aula de hoje, assinale (V) para verdadei-
ro ou (F) para falso nas afirmativas a seguir.
( ) As florestas de terra firme ocorrem nas áreas mais altas onde não há
inundações.
( ) As formações vegetais da Amazônia são diferenciadas basicamente en-
tre as terrestres e as aquáticas, que representam grande parte do bio-
ma, visto a grande quantidade de rios existentes na região.
( ) O termo “ombrófila”, utilizado para nomear a floresta ombrófila densa,
refere-se à abundância de chuvas a que essa formação está submetida,
sem período biologicamente seco.
( ) Apesar de compor um único bioma, a Floresta Amazônica é represen-
tada por uma variedade de fitofisionomias, que variam de acordo com
a quantidade de chuvas, temperatura, tipos de solo e susceptibilidade
a inundações.
5.1 U
m breve histórico sobre a exploração
das florestas
A humanidade depende das florestas há milhares de anos. A partir das flo-
restas o homem tirava o seu sustento, coletando frutos e raízes, caçando
animais e utilizava a madeira para diversos fins, como a produção de fer-
ramentas e utensílios e para a construção de abrigos. Há cerca de 10.000
anos, o homem passou a desenvolver o cultivo de alimentos e a criação de
animais, dando origem à agricultura e à pecuária. Com o desenvolvimen-
to dessas atividades e o surgimento das civilizações antigas, a humanidade
precisou de mais locais destinados à produção de alimentos e para o avanço
das cidades, aumentando também a necessidade de madeira destinada a
diversos fins para uma população crescente (LEÃO, 2000).
27 e-Tec Brasil
Com o passar dos séculos e com o aumento da população, a demanda por
áreas para a produção de alimentos e para o crescimento das cidades au-
mentou, além da necessidade de mais madeira para a construção de casas
e para lenha. Junto com esses fatores, a ocorrência das grandes navegações
a partir do século XV levou à exploração de áreas de florestas ainda preser-
vadas na América, África e Oceania, iniciando um processo de colonização e
desmatamento que dura até hoje.
Resumo
Vimos na aula de hoje que as florestas vêm sendo utilizadas pela humanida-
de há muito tempo, com diversas finalidades. Entretanto, com o aumento
da população nos últimos séculos, a pressão sobre as florestas aumentou,
sendo necessária uma quantidade maior de madeiras para diversos fins e de
áreas desmatadas para o cultivo de alimentos e expansão das cidades. Esse
cenário passou a mudar a partir do momento em que houve a consciência
de que os recursos florestais são finitos e, então, medidas que visam à sus-
tentabilidade das florestas passaram a ser discutidas e adotadas. Apesar de
já haver a consciência sobre a necessidade de uso sustentável dos recursos
florestais, muito ainda precisa ser feito visando à proteção e conservação
de nossas florestas, permitindo assim a sua permanência para as futuras
gerações.
Atividade de aprendizagem
• Reflita a respeito do uso das florestas da sua região. Você saberia dizer
em que bioma a sua cidade está inserida e se há iniciativas de manejo
sustentável das florestas ao seu redor?
31 e-Tec Brasil
Portanto, para que possamos manejar a floresta de forma sustentável, é
necessário conhecer as suas características, como as espécies que a compõe,
quais são as árvores que apresentam interesse do ponto de vista econômico,
qual o tamanho dessas árvores, qual o volume de madeira que poderá ser
extraído e também precisamos saber sobre a capacidade da floresta se re-
cuperar e retornar a uma condição semelhante àquela antes da exploração.
Com base nessas informações é que poderemos definir as áreas florestais
nas quais o manejo sustentável é possível e também definir o ciclo de corte
ideal para que a floresta seja capaz de oferecer seus produtos constante-
mente, sem ser degradada. O conhecimento das características da floresta
pode ser obtido a partir de levantamentos florísticos-fitossociológicos e
dos inventários florestais.
01 10 11 20 21 30 31
02 09 12 19 22 29 32
03 08 13 18 23 28 33
04 07 14 17 24 27 34
05 06 15 16 25 26 35
Atividade de aprendizagem
• Defina com suas próprias palavras o que seria uma prática de manejo
florestal sustentável.
Anotações
7.1 A
exploração de impacto reduzido na
Amazônia
A exploração de impacto reduzido (EIR) consiste em um conjunto de técnicas
que visam manter a estrutura e as funções da floresta a uma condição similar
àquela anterior à sua exploração. Do ponto de vista ecológico, a EIR resulta
em menores danos à floresta quando comparada aos cortes convencionais,
exercendo efeitos negativos mínimos sobre outras comunidades de organis- Corte seletivo
Consiste no corte de espécies
mos da floresta, como os animais e outras plantas. Sob o aspecto econô- previamente escolhidas, em
mico, a EIR também pode ser mais rentável quando comparada à extração geral aquelas de maior valor
econômico e de maior porte. No
convencional por meio do corte seletivo (VERÍSSIMO et al., 1992). corte seletivo convencional não
há preocupação com as árvores
remanescentes ou mesmo em
Diante dessas características favoráveis, a exploração de impacto reduzido deixar indivíduos da espécie
para que a população volte a se
tem sido considerada como uma importante ferramenta para a conservação regenerar.
da biodiversidade em áreas de florestas sob manejo e amplamente defendi-
da para a Amazônia brasileira.
37 e-Tec Brasil
7.1.1 P
receitos da exploração de impacto
reduzido
Para que o manejo florestal sustentável seja feito com base na exploração de
impacto reduzido, algumas técnicas e medidas devem ser adotadas antes,
durante e após o corte da madeira. E, geralmente, quais são essas atividades?
Atividades de aprendizagem
• Com base no que temos aprendido a respeito do manejo florestal
sustentável e da exploração de impacto reduzido na Amazônia, você
acredita que esse tipo de atividade pode contribuir para a conservação
da floresta?
Anotações
8.1 O
s produtos florestais não madeireiros:
importância ecológica e social
Produtos florestais não madeireiros (PFNM) consistem em todos aqueles re-
cursos, exceto a madeira, que são possíveis de serem obtidos na floresta,
envolvendo os produtos de origem vegetal, animal e ainda os serviços am-
bientais. Esses produtos podem ser comerciais ou utilizados por comuni-
dades para a sua subsistência e incluem alimentos como frutos, sementes,
folhas e mel, produtos farmacêuticos, aromáticos, bioquímicos, artesanais e
ornamentais, além de forragens, fibras e toxinas (FAO, 1992).
41 e-Tec Brasil
bres que vivem em seu entorno (COUNSELL; RICE, 1992). O uso sustentável
desses produtos é recomendado pelo fato de que apresenta baixo impacto
ambiental em sua extração, e serve como fonte de renda para a população
local, evitando que a terra seja convertida para outros usos, como a agricul-
tura e a pecuária.
8.2 O
manejo dos produtos florestais não
madeireiros
Apesar da importância ecológica e social dos PFNM, a sua utilização como
forma efetiva de fonte de renda e conservação das florestas depende de
fatores importantes, como técnicas adequadas de manejo e garantia da exis-
tência de mercado consumidor. As técnicas de manejo variam de acordo
com o produto de interesse, e devem ser consideradas caso a caso, visando
à extração correta do produto com o mínimo de prejuízos aos demais orga-
nismos da floresta e máxima eficiência em sua obtenção. Outros cuidados
importantes devem ser tomados quanto ao beneficiamento, armazenamen-
to e transporte dos produtos, de modo a evitar o desperdício e agregar valor
ao produto.
8.2.1 O
s produtos florestais não madeireiros da
Amazônia
Castanha-do-brasil: também conhecida como castanha-do-pará, é a semen-
te da castanheira (Bertholletia excelsa), árvore de grande porte da Amazônia.
Esse produto florestal não madeireiro é de grande importância para a econo-
mia extrativista da Amazônia, e é considerada como a única castanha comer-
cializada internacionalmente cuja coleta é efetuada quase que unicamente
por populações naturais em florestas maturas (CLAY, 1997). Apesar de ser co-
nhecida internacionalmente como a castanha-do-brasil (Brazil nut), o comér-
cio internacional desse produto é dominado pela Bolívia, visto que a produção
brasileira tem caído muito devido ao desmatamento. As principais práticas
de manejo visam aumentar a produtividade das árvores e diminuir a variação
da produção entre os anos. Algumas opções indicadas consistem no corte de
lianas para favorecer o desenvolvimento das copas das árvores, planejar a co-
leta de forma a incluir a cada ano novas árvores que atingiram a maturidade e
concentrar a coleta em árvores mais produtivas, que geralmente apresentam
um padrão de distribuição espacial agregada (KAINER et al., 2007).
Aula 8 – Uso sustentável dos produtos florestais não madeireiros da Amazônia 43 e-Tec Brasil
Látex: na Amazônia, a árvore conhecida como seringueira (Hevea brasilien-
sis) produz uma substância de textura pegajosa, denominada de látex. Esse
composto é a matéria-prima básica para a formação da borracha natural,
amplamente utilizada por diversos segmentos da indústria. Muitas espécies
de plantas podem ser utilizadas para a obtenção desse produto, entretanto,
a seringueira é a mais utilizada. Embora essa árvore seja originária da Ama-
zônia, ela foi introduzida no Sudeste da Ásia, onde concentra-se atualmente
93% da produção mundial, sendo que a África responde por 4,5% e a Amé-
rica Latina representa apenas 2,5%. Essa baixa produção de borracha na re-
gião da Amazônia se deve ao mal das folhas da seringueira, doença causada
por fungo que limita a produção no Brasil (RIVANO et al., 2013). A extração
do látex pode ser feita a partir das árvores de seringueiras distribuídas pela
floresta, em plantios conhecidos como seringais, ou ainda em consórcios
com outras espécies e culturas, em sistemas chamados agrossilviculturais. O
látex é obtido através de fissuras na casca das árvores.
Atividades de aprendizagem
• Faça uma reflexão se existe algum produto florestal não madeireiro que
você utiliza no seu dia a dia. Caso utilize ou já tenha utilizado, você sa-
beria se esse produto provém de manejo sustentável ou de fontes certi-
ficadas?
Anotações
Aula 8 – Uso sustentável dos produtos florestais não madeireiros da Amazônia 45 e-Tec Brasil
Aula 9 – Mata Atlântica
Como pode ser visto no mapa Figura 9.1: Distribuição original da Mata Atlânti-
da figura 9.1, a Mata Atlântica ca no território brasileiro e suas fitofisionomias
Fonte: NASA and Miguelrangeljr
ocorre em condições
ambientais bastante diferentes, que envolvem as regiões quentes como o
litoral do Nordeste até as regiões mais frias das serras do Rio Grande do Sul
e de Santa Catarina. Além da grande variação térmica que existe quando
comparamos diferentes regiões sob o domínio da Mata Atlântica, há também
uma grande variação quanto à quantidade e periodicidade das chuvas que
atingem essas regiões. Próximo ao litoral, as chuvas são mais abundantes e
constantes e, à medida que se adentra o continente, as chuvas tendem a
47 e-Tec Brasil
acontecer em menos quantidade ou ocorrem em períodos específicos do
ano, com outro período marcado pela seca. Mas como essas variações
acontecem? Essas variações climáticas são explicadas pela amplitude de
latitudes em que ocorre essa floresta e pelas variações na altitude, que são
baixas no litoral, elevando-se na Serra do Mar e nos planaltos e decrescendo
em direção ao Oeste, no interior do continente.
Figura 9.2: Aspectos gerais da Serra do Mar com Anteriormente à chegada dos coloniza-
importantes remanescentes da Mata Atlântica
Fonte: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti/©Creative Commons.
dores, a Floresta Atlântica, cobria apro-
ximadamente 15% do total do território
brasileiro (Schäffer; Prochnow, 2002). Diferentes comunidades vegetais são
encontradas ao longo de um gradiente altitudinal, de áreas costeiras com o
predomínio de dunas e mangues adentrando o interior, com a existência de
vales e montanhas, onde predomina a floresta com araucária e campos nas
altitudes mais elevadas. Finalmente, nas porções oeste da Floresta Atlântica,
predomina a floresta estacional semidecidual (KLEIN, 1984).
Atividades de aprendizagem
• Assista ao vídeo Mata Atlântica e os ciclos da vida, indicado na seção
Mídias integradas, e relate a sua percepção a respeito da Mata Atlântica
e de sua importância para os ciclos da vida.
51 e-Tec Brasil
Essa fitofisionomia ocupava originalmente uma área de cerca de 200.000
km². Desse total, 40% ocorriam no estado do Paraná, 31% em Santa Cata-
rina, 25% no Rio Grande do Sul, com 3% em manchas isoladas nas partes
mais elevadas do sul de São Paulo e 1% em Minas Gerais e Rio de Janeiro
(CARVALHO, 2003).
Resumo
A Mata Atlântica, em razão das amplas condições ambientais em que ocorre,
apresenta uma variedade de fitofisionomias. Na planície litorânea e encostas
da Serra do Mar, onde o clima é mais quente e úmido, predomina a floresta
Assista ao vídeo intitulado
ombrófila densa. À medida que a altitude aumenta nos planaltos dos esta- O pinheiro do Paraná –
dos do Sul, surge a floresta ombrófila mista, dominada pela araucária, em floresta com araucárias, que
relata a evolução da araucária
uma região com clima frio e chuvoso. Adentrando o continente ainda mais, e a formação da floresta
ombrófila mista. Disponível
onde o clima passa a ser mais quente e com uma estação seca bem definida em: http://www.youtube.com/
surge a floresta estacional decidual e a semidecidual, nas quais boa parte dos watch?v=mh59DAsz9j4.
indivíduos arbóreos perdem suas folhas no período de estiagem.
Anotações
e-Tec Brasil 54
Aula 11 – C
orredores ecológicos da
mata atlântica
55 e-Tec Brasil
minado bioma (JONGMAN; PUNGETTI, 2004). Os corredores ecológicos são
compostos basicamente por duas estruturas: as áreas importantes para a
conservação, como parques, reservas e fragmentos florestais bem conserva-
dos, e faixas de vegetação menores, que ligam essas áreas entre si. Podem
envolver grandes áreas como o corredor central da Mata Atlântica e o corre-
dor da Serra do Mar, ou áreas pequenas ligando fragmentos separados por
atividades humanas.
Anotações
e-Tec Brasil 58
Aula 12 – A
legislação florestal
brasileira
12.1 H
istórico da legislação florestal no
Brasil
Apesar das discussões recentes em torno das reformas do Código Florestal
brasileiro, a legislação que trata sobre os recursos florestais em nosso país já
vem de muito tempo. Desde o período colonial já havia leis que restringiam
o uso das florestas no País, porém, tais leis eram desenvolvidas com o pro-
pósito de garantir a soberania de Portugal na exploração desses recursos,
sem haver uma preocupação direta com a sustentabilidade e a conservação
das florestas (SPAROVEK et al., 2011). Nessa época, os recursos naturais, de
modo geral, eram vistos simplesmente como elementos do processo produ-
tivo, e sua importância dada apenas em função do seu valor econômico, não
sendo considerados como recursos exauríveis. Você sabe como foi o início da
legislação florestal no Brasil?
59 e-Tec Brasil
–– Início de movimentos ambientais, que exerciam pressão sobre o
poder público.
Poder público –– Menção discreta na Constituição de 1934 sobre a responsabilidade
É o conjunto de órgãos e
instituições do governo com de proteção ao meio ambiente por parte do poder público.
poder para realizar os trabalhos Apesar de algumas limitações, o Código Florestal de 1934 foi bastante ino-
do Estado. É composto pelo
poder legislativo, poder vador, pois definiu as bases para a proteção dos principais ecossistemas flo-
executivo e poder judiciário.
restais e outras formas de vegetação natural. Dentre os principais objetivos
do código estava a legitimação dos serviços florestais e a regulamentação da
exploração dos recursos madeireiros, criando critérios para a sua proteção. O
Decreto de 1934 serviu de base para a criação do Código Florestal de 1965,
em fase de reforma atualmente.
12.1.2 O
Código Florestal de 1965 e a sua
reforma
Em 1965 um novo Código Florestal é instituído através da Lei n. 4.771 de 15
de setembro de 1965 (BRASIL, 1965), seguindo basicamente os mesmos
objetivos do código anterior. De modo geral, o Código Florestal de 1965
aplica-se às propriedades privadas, nas quais o proprietário rural deve man-
ter parte de suas terras destinadas à preservação da vegetação nativa.
Anotações
e-Tec Brasil 62
Aula 13 – A
s áreas de preservação
permanente e a reserva legal
63 e-Tec Brasil
I. as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermi-
tente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular [...];
IV. as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer
que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta)
metros; [...] (BRASIL, 2012).
Portanto, podemos ver que todas aquelas áreas consideradas de maior fra-
gilidade do ponto de vista ambiental, e que exercem importantes funções
ecológicas, são contempladas como APPs, devendo ser destinadas exclusiva-
mente à proteção, salvo atividades de utilidade pública, que incluem obras
importantes ou outras intervenções consideradas necessárias para a prote-
ção e/ou desenvolvimento do país. Além dessas atividades, é legalmente
permitido o acesso de pessoas e animais às APPs para a obtenção de água e
desenvolvimento de atividades de baixo impacto ambiental.
A RL é formada por áreas à parte das APPs, ou seja, é um local com vege-
tação natural que deve ser mantido no interior da propriedade além das
APPs. As áreas de Reserva Legal são definidas como uma porcentagem do
tamanho total da propriedade. Essa porcentagem é variável de acordo com
a região do país em que a propriedade rural está inserida, variando em, no
máximo, 80% nas florestas situadas na Amazônia Legal, até 20% nas áreas
fora da Amazônia Legal e 35% no Cerrado. Elas permitem algum uso de
baixo impacto, mas sem remoção completa da cobertura vegetal natural.
Resumo
Nesta aula vimos a respeito dos dois principais estatutos de preservação esta-
belecidos pelo Código Florestal brasileiro, que são obrigatórios em qualquer
propriedade rural. Essas ferramentas de proteção legalmente instituídas são
de grande importância para a preservação de áreas de grande vulnerabili-
dade, como nascentes, margens dos rios e lagos, bem como nos topos de
morros e suas encostas. Portanto, a observância da legislação referente a
esses aspectos não só permite ao proprietário rural estar em acordo com a
legislação vigente, mas também o transforma em um importante ator na
preservação ambiental.
Atividades de aprendizagem
• Você acredita que a legislação florestal brasileira é capaz de proteger ade-
quadamente nossas florestas? Dê sua opinião e justifique a sua resposta.
e-Tec Brasil 66
Aula 14 – A
lei de gestão das florestas
públicas
14.1 P
rincípios e objetivos da lei de gestão
das florestas públicas
Sancionada em 2 de março de 2006, a Lei n. 11.284 (BRASIL, 2006) trata da
gestão de florestas públicas para a produção sustentável. A mesma lei ins-
tituiu o Serviço Florestal Brasileiro, órgão sujeito ao Ministério do Meio Am-
biente e responsável pela administração direta das florestas nacionais. Essa
lei também criou o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, destinado
a fomentar o desenvolvimento de atividades sustentáveis de base florestal
no Brasil e a promover a inovação tecnológica do setor.
67 e-Tec Brasil
IV. a promoção do processamento local e o incentivo ao incremento da
agregação de valor aos produtos e serviços da floresta, bem como à
diversificação industrial, ao desenvolvimento tecnológico, à utilização
e à capacitação de empreendedores locais e da mão de obra regional;
Resumo
A lei de gestão de florestas públicas proporcionou avanços ao incentivar e
conceder florestas sob domínio público ao manejo sustentável de seus recur-
sos, seja pela iniciativa privada seja por associações comunitárias. Seguindo
o Plano Anual de Outorga Florestal, são identificadas áreas onde o manejo
é possível e, em seguida, destinadas à licitação. Dentre os avanços conse-
guidos com essa lei está a possibilidade de compatibilizar a conservação da
natureza, por meio da manutenção da cobertura vegetal sobre a área, com
o desenvolvimento socioeconômico das regiões florestais do Brasil.
Atividades de aprendizagem
• Você acredita que associações de comunidades tradicionais são capazes de
concorrer com grandes empresas, inclusive multinacionais, nos processos
de licitação de florestas públicas? Dê sua opinião e justifique sua resposta.
e-Tec Brasil 70
Aula 15 – S
istema Nacional de
Unidades de Conservação da
Natureza - SNUC
Com base na lei que instituiu o SNUC, os órgãos governamentais são obri-
gados a consultar a sociedade civil, especialmente a população localizada
no entorno das unidades de conservação a respeito de toda a proposta de
criação. Dessa forma, buscou-se afirmar o envolvimento da comunidade,
tendo em vista que essa participação é muito importante para o sucesso
em longo prazo das unidades de conservação. Além desses avanços, a lei
estabelece multas e penalidades no caso de infrações e passa a reconhecer
reservas privadas. Com base na mesma lei, o SNUC passa a ser gerido pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) como órgão consultivo e
deliberativo, pelo Ministério do Meio Ambiente como órgão central, e pelo
Instituto Chico Mendes e Ibama como órgão executor.
71 e-Tec Brasil
15.1.1 Objetivos do SNUC
Diante da necessidade de conservação das paisagens naturais e ecossistemas
ameaçados no Brasil, a Lei n. 9.985 (BRASIL, 2000), que instituiu o SNUC,
estabelece em seu artigo 4º os seguintes objetivos:
Resumo
Diante da necessidade de preservar os ambientes naturais de grande im-
portância no Brasil, foi criado, no ano de 2000, o Sistema Nacional de Uni-
dades de Conservação da Natureza (SNUC), a partir da Lei n. 9.985, sendo
regulamentada em 2002 pelo Decreto n. 4.340. Além do objetivo central de
conservar os ecossistemas brasileiros, o SNUC visa também à proteção de
outros aspectos, sejam naturais, como paisagens de grande beleza cênica,
cavernas, formações geológicas e sítios paleontológicos; ou culturais, como
áreas ocupadas por populações tradicionais, sítios arqueológicos, entre ou-
tros. Dessa forma, o SNUC constitui-se em uma importante ferramenta para
a consolidação da conservação ambiental no Brasil.
Anotações
16.1 C
ategorias de unidades de proteção
integral
O objetivo básico dessas unidades é preservar a natureza, não sendo permiti-
do ao homem habitá-las, admitindo-se apenas o uso indireto dos seus recur-
sos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei n. 9.985, de 18 de julho
de 2000. São cinco as categorias dentro das unidades de proteção integral:
75 e-Tec Brasil
IV. Pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que
aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de
componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no
máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de
um mil e quinhentos hectares.
Resumo
Nesta aula vimos que as unidades de proteção integral são aquelas cujo ob-
jetivo principal é a preservação de ecossistemas de grande importância ou
de ambientes de grande beleza cênica. Essas unidades não podem ser habi-
tadas por humanos. Contudo, podem ser visitadas de acordo com normas
específicas estabelecidas no plano de manejo de cada uma, especialmente
com o objetivo de educação ambiental, e ainda permitem o desenvolvimen-
to de pesquisas científicas, que devem ser previamente autorizadas pelo ór-
gão ambiental responsável por sua administração.
Atividades de aprendizagem
• Pesquise a respeito das unidades de conservação integral próximas à sua
cidade e relacione-as de acordo com sua categoria.
79 e-Tec Brasil
Mata Atlântica e de campos de altitude, além de formações geológicas de
grande beleza cênica. Conforme informações do ICMBio (2012), o Parque
Nacional do Itatiaia abriga cerca de 5 mil espécies de insetos, 350 de aves
e 50 de mamíferos, entre outras inúmeras espécies de répteis e anfíbios,
sendo que muitas dessas espécies são endêmicas da região. A região é
considerada como uma das mais importantes no mundo para a ornitolo-
gia, que é a ciência que estuda as aves. A figura 17.1 apresenta uma visão
do Pico das Agulhas Negras, ponto mais alto do parque.
Figura 17.1: Vista do Pico das Agulhas Negras, ponto mais alto do Parque Nacional do Itatiaia
Fonte: Alexhubner/©Creative
Atividades de aprendizagem
• Você já teve acesso a algum parque nacional? Existe algum em particular
que você acha interessante conhecer? Por quê?
Anotações
18.1 C
ategorias de unidades de uso
sustentável
Essas unidades foram divididas em sete categorias, que veremos a seguir.
83 e-Tec Brasil
restrições de uso da terra. Exemplo desse tipo de unidade de conserva-
ção é a área de relevante interesse ecológico da Ilha Grande, no Rio de
Janeiro.
Resumo
As unidades de uso sustentável são importantes áreas que visam harmonizar
a preservação da natureza, juntamente com o uso sustentável de seus recur-
sos. Foram estabelecidas categorias com diferentes propósitos, visando aten-
der às demandas ambientais e sociais do país. Dentre as unidades, têm-se
aquelas exclusivamente públicas e com uso mais restritivo de seus recursos,
e outras categorias que englobam áreas privadas, todas colaborando com o
objetivo básico de toda unidade de conservação: a proteção dos ecossiste-
mas naturais.
Anotações
As florestas nacionais (Flona) são uma importante categoria dentro das uni-
dades de uso sustentável e permitem conciliar a preservação da natureza
em uma determinada região com a exploração sustentável de parte de seus
recursos.
87 e-Tec Brasil
a) Centro-Oeste: essa região é a que apresenta o menor número de Flo-
nas. Ao todo são três unidades, uma no Distrito Federal e duas em Goiás,
que juntas somam 11.822 hectares de áreas predominantemente do bio-
ma Cerrado. Dentre essas, a Flona de Brasília merece
destaque. Criada em 1999, essa é a maior Flona da
Região Centro-Oeste, ocupando uma área de 9.346
ha. O objetivo inicial do estabelecimento dessa uni-
dade de conservação foi o de criar um cinturão verde
visando à proteção de mananciais e atuando como
zona de amortecimento para o Parque Nacional de
Brasília. É uma área com cobertura florestal de espé-
cies usadas em reflorestamentos comerciais, predo-
Figura 19.1: Aspectos gerais da Floresta Nacio-
nal de Brasília, dominada por savanas do bioma minando eucaliptos e pinus, além de áreas com co-
Cerrado bertura nativa do Cerrado.
Fonte: http://bioteia.com.br
e) Sul: a Região Sul possui dez florestas nacionais, contanto com uma área
total de 15.147 ha. De todas essas unidades da Região Sul, nove ocorrem
no domínio da floresta ombrófila mista, também chamada de floresta com
araucária, que ocorre predominantemente nas serras e planaltos dos três
estados sulinos. A criação de unidades de conservação nessa região se deu
especialmente por razão da intensa exploração que essa floresta sofreu nas
últimas décadas, levando a araucária e outras espécies quase à extinção. A
Flona de Três Barras, localizada em Santa Catarina, é a maior da região, com
cerca de 4.458 ha e remanescentes de floresta com araucária em diferentes
estágios de conservação, bem como áreas de influência humana. Destaca-se
também a Flona de Irati, no Paraná, com 3.495 ha, incluindo remanescentes
florestais bem conservados e plantios de pinus e de araucária. Importantes
pesquisas científicas vêm sendo desenvolvidas nessas áreas, afim de ampliar
os conhecimentos a respeito das características dessas florestas, bem como
estabelecer formas adequadas de manejá-las sustentavelmente.
Atividades de aprendizagem
• Você acredita que é possível conciliar a conservação das florestas junta-
mente com o seu uso sustentável? Dê a sua opinião.
Anotações
20.1 P
rincipais áreas de proteção
ambiental do Brasil
Nessa categoria estão incluídos tanto ecossistemas terrestres quanto mari-
nhos. A seguir veremos as características de algumas das mais importantes
Áreas de Proteção Ambiental do país.
91 e-Tec Brasil
dos ambientes costeiros do estado do Paraná. Na região da APA é desen-
volvido um dos maiores projetos de combate às mudanças climáticas no
país, com ações de conservação dos ecossistemas preservados e ameaça-
dos, em que se desenvolve a recuperação das áreas degradadas.
Resumo
Nesta aula aprendemos que as Áreas de Proteção Ambiental são unidades de
uso sustentável estabelecidas pela Lei do SNUC, e visam conciliar a conser-
vação da natureza com o desenvolvimento de atividades de baixo impacto
ambiental, protegendo ecossistemas de grande importância. São unidades
distribuídas por todo o país, envolvendo ecossistemas terrestres e aquáticos.
Atividades de aprendizagem
• Assista ao vídeo Meio Ambiente por inteiro – áreas de proteção ambien-
tal, indicado na seção Mídias integradas, e discuta a respeito da proble-
mática em relação à ocupação irregular das APAs, dando sua opinião e
justificativa.
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95 e-Tec Brasil
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Referências de Figuras
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Fonte: acervo do autor.
Figura 9.1: Distribuição original da Mata Atlântica no território brasileiro e suas fitofisionomias.
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f2/Atlantic_Forest_WWF.jpg/1017px-
Atlantic_Forest_WWF.jpg>.
Figura 9.2: Aspectos gerais da Serra do Mar com importantes remanescentes da Mata Atlântica.
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b6/Ba%C3%ADa_de_Antonina_vista_
da_Serra_do_Mar.JPG/1280px-Ba%C3%ADa_de_Antonina_vista_da_Serra_do_Mar.JPG>.
Figura 11.1: Exemplo de corredores ecológicos ligando áreas fragmentadas pela agricultura.
Fonte: <http://cap.org.za/oid%5Cimages%5C1%5C83_1_8_59_39_AM_
cor_15_10_2009204511_03_340104%20Low%20Resolution.jpg>.
Figura 12.1: Exemplo de propriedade rural com florestas ao fundo e áreas desmatadas a frente, utilizadas
pela pecuária.
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d3/Fazenda_Resgatinho_%285%29.
jpg/1280px-Fazenda_Resgatinho_%285%29.jpg>.
Figura 13.1: Larguras mínimas exigidas para as APPs ao longo dos rios, nascentes, lagos e reservatórios.
Fonte: <http://www.atlasdasaguas.ufv.br/exemplos_aplicativos/barragens_figura26.jpg>.
Figura 17.1: Vista do Pico das Agulhas Negras, ponto mais alto do Parque Nacional do Itatiaia.
Fonte: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/90/Panoramica_itatiaia.JPG/1000px-
Panoramica_itatiaia.JPG>.
Figura 19.1: Aspectos gerais da Floresta Nacional de Brasília, dominada por savanas do bioma Cerrado.
Fonte: <http://bioteia.com.br/wp-content/uploads/2012/11/Flona-1024x680.jpg>.
a) F, F, V, V
b) V, F, F, F
c) V, F, F, V
d) V, V, F, V
e) F, F, F, V
d) São poucas as áreas tropicais que ainda não sofreram nenhum tipo de
impacto humano e, aliado a isso, as altas taxas de desmatamento e degra-
dação florestal, introdução de espécies invasoras e as mudanças climáticas.
a) o dossel é o estrato mais alto da floresta, onde ficam as copas das árvo-
res.
c) As florestas de terra firme ocorrem nas áreas mais altas onde praticamen-
te não ocorrem inundações.
c) O uso sustentável dos recursos florestais não é possível, visto que desde
há muito tempo as florestas vêm sendo degradadas.
a) 35,5 ha
b) 10.000,1 ha
c) 285,7 ha
d) 275,8 ha
e) 398,4 ha
15. O controle da produção florestal por área é uma das formas mais
práticas de definir um regime de manejo sustentado, com a ob-
tenção anual de recursos, permitindo à floresta se regenerar para
explorações futuras. Sobre esse método de manejo, é CORRETO
afirmar que:
a) no controle da produção por área o ciclo de corte não precisa ser de-
finido, pois o que realmente importa é conhecer a área total que será
explorada.
c) no controle da produção por área, uma vez definida a área a ser explorada
anualmente, todo o volume presente em cada unidade poderá ser extraído.
19. Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso nas afirmativas a se-
guir, em relação aos produtos florestais não madeireiros.
a) V, V, F
b) F, F, V
c) V, V, V
d) V, F, F
e) F, F, F
b) Os PFNM podem ser explorados sem muitos cuidados, pois causam pou-
cos danos à floresta e a principal preocupação em sua exploração deve
ser a renda que eles proporcionam às comunidades nativas da floresta.
c) a floresta ombrófila mista ocorre nos planaltos dos estados do Sul, região
caracterizada pelas baixas temperaturas.
b) é uma floresta ainda bem conservada, onde resta boa parte de sua cober-
tura original, já que é bem protegida pela legislação ambiental.
e) O corredor central da Mata Atlântica ocorre nas áreas centrais dos esta-
dos do Rio de Janeiro e Espírito Santo, sendo criado com base em dois
importantes focos de endemismo da região.
b) F, F, V
c) V, F, F
d) V, V, V
e) F, F, F
b) a sua função é preservar os recursos florestais para que esses possam ser
manejados adequadamente, garantindo a sustentabilidade.
c) são áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a fun-
ção ambiental de preservar os recursos naturais e assegurar o bem-estar
das populações humanas.
d) são áreas onde não é permitido o corte da vegetação nativa, a não ser
que seja para o desenvolvimento de atividades como a agricultura e a
pecuária.
d) o turismo ecológico é uma das opções que podem ser desenvolvidas nos
parques nacionais, desde que observadas as normas estabelecidas no
plano de manejo.
43. Com base nas categorias das unidades de uso sustentável, assina-
le a alternativa INCORRETA.
e) são áreas protegidas, que visam à proteção do meio ambiente e não per-
mitem a entrada de pessoas não autorizadas.
45. De acordo com a definição dada pelo SNUC para as florestas nacio-
nais, é CORRETO afirmar que:
b) as Flonas não fazem parte dos processos de concessão florestal, visto que
são unidades de conservação permanente, em que a prática de explora-
ção não é permitida.
c) As APPs são áreas localizadas em propriedades rurais que devem ser iso-
ladas e com uso restrito. Nas propriedades dentro da Mata Atlântica es-
sas áreas devem somar 20% do total da área.