Manual de Gestão Financeira-1 PDF
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MATERIAL DE APOIO
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INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO Á GESTÃO FINANCEIRA
Dai também o interesse que a sociedade em geral deve ter nos resultados das empresas,
pois as empresas economicamente sólidas correspondem a uma expectativa melhor
sustentada de continuidade de estabilidade social.
Todos nós temos necessidades para satisfazer que se caracterizam por estados de
insatisfação e desejo de dispor de um meio capaz de diminuir ou eliminar. As
necessidades satisfazem-se mediante o recurso a um meio – bens e serviços.
A produção de bens e serviços é o resultado da acção conjunta de recursos financeiros,
materiais e humanos, os quais constituem os factores produtivos de um país ou de uma
unidade económica.
As necessidades e a produção de bens e serviços são realizadas e obtidas no nosso
quotidiano. Estamos perante uma actividade económica que é dinamizada por vários
meios e célula social.
A empresa, nos nossos dias, é um dos intervenientes no processo de troca que se
desenvolve no âmbito dos diversos mercados em que ela se insere como fornecedora ou
como cliente, ou seja, como parte integrante da oferta ou da procura agregada que se
encontram nesse mercado específico.
No que diz respeito aos mercados, adoptando a tipologia proposta por Jacobs (1974)
qualquer empresa opera simultaneamente nos seguintes mercados:
• Mercado de matérias – primas e componentes (mercado de inputs);
• Mercado de bens de equipamento para o seu processo produtivos;
• Mercado financeiro;
• Mercado de produto final da empresa ( outputs).
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Numa outra perspectiva, a empresa é um agrupamento humano hierarquizado, que
mobiliza meios humanos, materiais e financeiros para extrair, transformar, transportar e
distribuir produtos ou prestar serviços e que, em resultado de objectivos claramente
definidos por uma direcção (pessoal ou colegial), faz intervir nos diversos escalões
hierárquicos as motivações do lucro e da utilidade social
Na primeira definição apresentada enfatiza-se a existência de mercados organizados,
tendo subjacente a necessidade da empresa adquirir matérias – primas de melhor
qualidade (em sentido lato) por exigência de qualidade superior por parte do cliente final
dos seus outputs.
Na segunda definição é enfatizada a óptica do conjunto de pessoas hierarquizado. O
elemento humano revela-se como agente mobilizador dos diversos meios disponíveis na
empresa: o próprio trabalho humano, os meios materiais e os recursos financeiros.
Em qualquer das definições, o objectivo estrutural da empresa é a combinação óptima de
recurso (inputs) de forma a potenciar a sua capacidade produtiva (output), eficiente e
eficazmente.
As empresas desenvolvem a sua actividade num quadro político, económico e social vasto
complexo e interdependente, que transcende o país onde se localiza e estabelece múltiplas
relações entre os diversos intervenientes ou agentes económicos originando fluxos reais
e fluxos financeiros.
AS FUNÇÕES E OS ÓRGÃOS DA EMPRESA
Uma empresa, como unidade organizada que deve ser, possui na sua estrutura
organizacional os seguintes elementos:
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• Funções – Conjunto de tarefas a empreender numa actividade específica
da empresa. A divisão do trabalho origina a especialização de actividades
e a existência de várias funções da empresa.
Esse conjunto de actividades a realizar numa unidade económica designa-se por função
A empresa se apresenta como um sistema integrado, deste modo, por várias funções que
se interpenetram condicionando-se mutuamente.
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a) Função Administrativa (Direcção). – Esta função está relacionada com a
administração geral da empresa e a qual se subordinam todas as demais funções.
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de qualquer organização. O departamento financeiro que desempenha a função financeira
é uma das áreas autónomas em que se organiza a empresa.
Existem três formas básicas de organização empresarial: Firma Individual; Sociedade por
Quotas e Sociedades Anónimas (por acções)
a) A Firma Individual. É uma empresa que tem apenas um proprietário visando o seu
próprio lucro. O capital normalmente provém de recursos próprios ou de
empréstimos. O proprietário individual tem responsabilidade ilimitada, ou seja, todos
os seus bens podem ser utilizados para satisfazer os credores.
Vantagens:
- O proprietário recebe todo o lucro e arca com todas as despesas.
-O imposto de renda recai apenas sobre os rendimentos do proprietário.
- Sigilo
- Facilidade de dissolução.
Desvantagens:
- O proprietário tem responsabilidade ilimitada;
- Todos os bens podem ser reclamados para saldar dívidas;
- A limitada capacidade de obtenção de fundos tende a inibir seu crescimento;
- O proprietário deve ser capaz de realizar qualquer actividade;
- Dificuldades para oferecer aos empregados oportunidades de carreira a longo
prazo.
- Perda de continuidade quando morre o proprietário.
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Numa Sociedade Geral, todos os sócios concordam em fornecer alguma proporção
de trabalho e capital, bem como compartilhar os lucros e as perdas. Todos os sócios
têm responsabilidade ilimitada.
Vantagens:
- Pode levantar mais fundos que as firmas individuais.
- Maior capacidade de obter empréstimo, devido ao maior número
de proprietários.
- Maior capacidade administrativa.
Desvantagens:
- Os proprietários poderão ter de cobrir dívidas de outros sócios com
menos capacidade financeira.
- Quando morre um sócio, a sociedade se dissolve.
- Dificuldades para liquidar ou transferir a sociedade
- Dificuldade para alcançar operações de grande escala.
c) Sociedades Anónimas (por acções). É uma entidade intangível, criada por lei. É a
mais importante dentro das distintas formas de organização de empresas. Uma
sociedade anónima tem poderes semelhante aos de uma pessoa, no sentido de que
podem accionar e ser accionada judicialmente, estabelecer contratos e ser parte deles,
e adquirir propriedades em seu próprio nome.
A sociedade por acções envolve três conjuntos de interesses distintos: O Accionista
(proprietário) o Conselho de Administração e o Presidente.
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O Presidente ou Executivo Principal. É responsável pela administração do dia-a-dia da
empresa e pela execução das políticas estabelecidas pelo Conselho de Administração.
Reporta-se periodicamente ao Conselho de Administração da empresa.
Vantagens:
- Os proprietários têm responsabilidade limitada, o que lhes garante não perder mais do
que investem.
- Pode alcançar grandes dimensões devido à possibilidade de vendas de acções.
- Os direitos de propriedade são facilmente transferíveis.
- Vida longa da empresa, pois não se dissolve em caso de morte dos proprietários.
- Maior capacidade de expansão, devido ao acesso ao mercado de capitais.
Desvantagens:
- Os impostos são geralmente mais altos, uma vez que os lucros são tributados na
empresa e os dividendos pagos aos proprietários, também.
- Exige maiores gastos organizacionais do que outras formas de empresa.
- Sujeita-se a maior controlo governamental
- Os empregados frequentemente não possuem interesse pessoal na empresa.
- Ausência de sigilo, pois os accionistas devem receber as demonstrações financeiras.
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Década de 1920 – registou-se uma expansão das indústrias e houve o processo de fusões
das empresas para completar as linhas de comercialização. Embora fosse um momento
de apuramento de grandes margens de lucro, os preços estavam flutuando e havia escassez
de recursos, reforçando a importância de estrutura financeira da empresa;
Década de 1950 – Registou uma rápida expansão da economia mundial, apesar do receio
quanto à possibilidade de uma recessão nesse período pós-guerra.
Todos estes factos conduziram a uma mudança no foco do estudo Gestão Financeira, que
passou a caracterizar-se pela predominância das rotinas internas e pela preocupação com
a estrutura organizacional, que ficou conhecida pela abordagem administrativa.
Assim no final da década dos anos 50 e inicio da década de 1960, houve uma redução na
rentabilidade das empresas consolidadas. O elevado preço de mercado das acções de
novas indústrias resultou na escassez de recursos para as empresas tradicionais, o que fez
sentir-se a necessidade do estudo do custo de capital, e dai ganhou relevância uma nova
abordagem financeira, a Teoria Económica nas Finanças das Empresas.
A função financeira e a necessidade de uma gestão eficaz dos problemas financeiros,
embora estivessem implementadas nunca foram verdadeiras sentidas nas empresas até à
década de 60, período em que se verificou uma mudança nas tarefas desta função,
procurando compreender as várias consequências das políticas de investimento,
financiamento e dividendos sobre o comportamento dos fluxos de caixa das empresas,
em seu nível de risco e em seu valor económico.
Pelo que as décadas seguintes e pertencentes a era das Finanças Modernas, tiveram as
seguintes características:
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Década de 1980 – Nessa década o crescimento da economia norte-americana teve como
característica a manutenção de altos deficits orçamentários, importação generalizada de
produtos japoneses e europeus e adopção de uma política monetária restritiva. Esse
cenário fez com que as taxas de juros internacionais aumentassem e determinou que
países em desenvolvimento tivessem dificuldade em honrar os empréstimos na década de
1970.
Nessa década, a excessiva liquidez no sistema financeiro mundial incentivou os bancos
internacionais a concederem crescentes financiamentos aos projectos de investimentos
dos países em desenvolvimento.
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4.2 As Tarefas da Função Financeira
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e, ainda, explicar a situação que originou ou não a criação de valor da empresa de forma
a aferir da sua capacidade competitiva e servir de base a formulação e uma estratégia
futura.
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A GESTÃO FINANCEIRA EMPRESARIAL
A gestão, isto é a forma como gerimos as empresas e os elementos de que nos servimos
para as tomadas de decisão, acabam por ter um papel fundamental na solidez financeira.
Uma decisão tomada muitas vezes com o coração sem ser sustentada na razão, pode
colocar em sério risco a continuidade da vida das empresas, colocando também em crise
a continuidade da sua função não apenas nos objectivos que estatutariamente lhe foram
consignados, mas também nas restantes envolventes que ela desempenha.
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A gestão financeira engloba um conjunto de tarefas que se pode sintetizar no seguinte
esquema:
Figura 2 – Tarefas da gestão financeira
A MÉDIO E
LONGO PRAZOS POLÍTICAS DE:
- Investimento
(estratégias s
financeiras) - Financiament
os
- Distribuição
de resultados
GESTÃO
FINANCEIRA
A CURTO PRAZO
GESTÃO DO:
OU GESTÃO DA
- Activo
TESOURARIA EM
circulante
SENTIDO LATO
- Débitos de
(decisões
curto
operacionais) prazo
Quanto à estratégia financeira, que em certa medida, não é mais do que uma extensão da
concepção tradicional centrada sobre o financiamento, parece útil acrescentar o seguinte:
• Política de investimento assume um papel preponderante e preocupa-se
fundamentalmente com a análise de rendibilidade e do risco potenciais das
decisões que, envolvendo um horizonte temporal alargado, implicam um
dispêndio de fundos no presente em troca de um potencial de entrada de fundos
no futuro.
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retenção em reservas e o pagamento de dividendos aos accionistas, atendendo às
condições e restrições legais e fiscais a que a mesma e os detentores do seu capital
estão sujeitos.
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A gestão financeira é uma actividade orientada por objectivos. As acções do gestor
financeiro relativas à análise e ao planeamento financeiro, às decisões de investimento e
às decisões de financiamento, devem ser tomadas visando-se ao cumprimento dos
objectivos dos proprietários da empresa. Deste modo, a gestão financeira não tem como
objectivo a obtenção do maior lucro dentro do menor prazo possível, mais sim a
maximização da riqueza dos accionistas.
Existe um contraste quanto à maximização do lucro e à maximização da riqueza do
accionista, como critério para a tomada de decisões financeiras na prática.
É um objectivo de curto prazo. Para maximizar o lucro a empresa deve ser eficiente
na utilização dos seus recursos. A curto prazo a empresa poderá aumentar seus lucros,
comprando matérias-primas e maquinaria de baixa qualidade que, com a redução dos
custos trarão um acréscimo dos lucros. Mas a longo prazo poderão declinar porque os
consumidores perceberão a qualidade inferior dos produtos e os custos de manutenção
dos equipamentos aumentarão significativamente.
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5.1.2 – Maximização da riqueza do proprietário
Perspectiva de longo prazo. A empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de
realizar investimentos em tecnologia, novos produtos etc. que poderão sacrificar a
rentabilidade actual em troca de maiores benefícios no futuro.
Considera a incerteza. O gestor deverá escolher entre vários projectos, aquele em que
o retorno é compatível com o risco assumido, desenvolvendo estratégias para
maximizar a riqueza do proprietário, com um nível aceitável de risco.
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5.2 – Áreas de Decisões Financeiras
Decisão financeira é uma escolha da detenção de diferentes tipos de bens, tem como
objectivo a procura de um ganho quer directo quer sob a forma de rendimentos.
O fundamento de qualquer decisão financeira tem como origem o comportamento dos
agentes económicos que só aceitam renunciar ao dinheiro que detêm se, como
contrapartida tiverem uma esperança de ganho. Este só raramente é imediato, sendo
esperado ao longo de um período mais ou menos longo.
A opção, situa-se no tempo, comporta pois uma incerteza. Esta incerteza está ligada a
duração do investimento e também a natureza da operação: risco.
De forma bastante abrangente, pode-se identificar três áreas de decisões financeiras:
Decisões de investimento;
Decisões de financiamento; e
Decisões relativas ao destino a dar ao lucro.
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somas adicionais de recursos e elevação no risco do empreendimento, uma vez que
investimentos em novos tipos de activos fixos têm efeitos prolongados sobre a vida da
empresa, e uma decisão inadequada poderá comprometer irremediavelmente o seu futuro.
A maior parte das vezes o financiamento do investimento só em parte é assegurado pelo
dinheiro previamente acumulado. Implica mais frequentemente face à importância dos
capitais necessários a recolha de novos capitais, por exemplo a entrada de capital pelos
sócios ou por empréstimos.
As decisões financeiras estão interligadas, pois só se decide investir em função da
possibilidade de financiar e em função do custo de financiamento e tomando em atenção
a rentabilidade esperada.
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1- A curto prazo.
Materializáveis em capitais alheios (crédito de fornecedores, adiantamentos de clientes,
empréstimos bancários, conta-corrente caucionada, factoring, crédito documentário,
papel comercial, sociedades financeiras para aquisição de crédito, de entre outros).
Há várias alternativas que podem ser sintetizar em:
Crédito de fornecedores – é uma fonte de financiamento de curto prazo, com
benefícios para a gestão de tesouraria a curto prazo, contudo, é fundamental
relacionar o prazo médio de recebimentos com o prazo médio de pagamento, de
modo, a estabelecer uma situação de tesouraria sem dificuldades imediatas.
Adiantamentos de clientes – os clientes da empresa podem facultar-lhe
adiantamentos por encomendas efectuadas que representam autênticos recursos
normais e gratuitos de exploração; observe-se que os adiantamentos de clientes
são vulgarmente nos sectores de actividade que se caracterizam por um elevada
duração do ciclo de produção (construção naval, fabricação de equipamento, etc.).
Pode-se distinguir duas formas de adiantamento de clientes: (i) normais, aqueles
considerados como recursos financeiros de exploração para o cálculo de maneio
necessário de exploração; (ii) inversamente, os adiantamentos anormais dos
clientes geralmente decorrentes de problemas de tesouraria da empresa
(conjunturais ou estruturais).
Empréstimos bancários – financiamento a curto e médio prazo destinado ao
investimento, com plano de amortização adequado aos fluxos financeiro do
projecto. É normal um período de carência de amortização e poderão ser
solicitadas contra garantias.
Conta-Corrente Caucionada – consiste na atribuição de um limite máximo de
crédito que a empresa pode movimentar, conforme as suas necessidades de
tesouraria, sem qualquer plano de amortização predefinido. È um instrumento que
responde à volatilidade das necessidades de tesouraria da empresa.
Factoring – consiste na transferência das dívida a receber dos seus clientes para
uma instituição financeira, designado por factor (cedência de facturas). Na data
de vencimento da factura, esta será paga pelo devedor ao factor. Para além de
assegurarem a gestão das cobranças das facturas cedidas, e assumirem ou não o
risco de crédito, as sociedades de factoring podem efectuar o adiantamento total
ou parcial dos valor a cobrar.
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Crédito documentário – especialmente vocacionado ao comércio externo, é uma
operação em que o banco sob ordem de uma empresa sua cliente (ordenador) se
responsabiliza por colocar à disposição de um vendedor (beneficiário) uma
determinada quantia, normalmente através de outro banco (correspondente) contra
a entrega de determinados documentos. O interesse desse tipo de operação reside
na garantia de que o vendedor recebe atempadamente o montante referente a
transacção efectuada e o comprador só paga aquele que efectivamente comprou.
Papel comercial - de forma sucinta, é um conjunto de títulos de dívida emitidos
por empresas e instituições não governamentais a prazos curtos, previsto na
legislação. O juro é deixado ao critério do emitente, pode também ser emitido a
desconto (não vence juros explícitos, o preço de emissão é inferior ao valor do
reembolso). É uma alternativa aos tradicionais títulos de renda fixa, em termos de
aplicação de fundos.
Sociedades financeiras para a aquisição de crédito – São intermediários
financeiros que exercem actividade parabancária de financiamento de aquisição a
crédito de bens e serviços. Têm por objecto o financiamento da aquisição a crédito
de bens e serviços, nomeadamente sob a forma de concessão de crédito directo ao
fornecedor, de desconto de título e de prestação de garantia.
2- A médio e longo prazo
As fontes de financiamento à médio e longo prazo distinguem-se em:
a) internas – geradas directamente pela própria dinâmica do funcionamento da
empresa (meios libertos retidos, venda de activos);
b) externas: (i) materializáveis em capitais próprios (aumento de capital em
dinheiro, em espécie ou por transformação de dívidas); (ii) materializáveis
em capitais alheios (empréstimos bancários, leasing, e outros).
As fontes de financiamento internas, traduzem, o autofinanciamento,
considerados como meios financeiros obtidos e retidos na empresa e que podem
ser :
De manutenção – amortizações, ajustamentos e provisões, reserva de
investimento;
De crescimento – ajustamento, reservas livres, amortizações e lucros retidos.
O autofinancimanto reforça a imagem da empresa, aumenta o poder de negociação
face a terceiros, é uma fonte gratuita de fundos, minimiza o recurso a fundos
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externos e permite uma maior flexibilidade na tomada de decisões de
investimento.
Por outro lado, o autofinanciamento pode lesar os legítimos interesses dos sócios,
visto significar uma diminuição de dividendos, o que pode dificultar futuras
operações de aumento de capital social.
A fonte de financiamento materializáveis em capitais próprios, podem ter várias
origens:
- aumento de capital próprio, é uma forma de financiamento que à
primeira vista, poderá parecer a menos onerosa. Pode ser feita, com entradas de
novos sócios, incorporação de reservas e transferências de dívidas em capital.
- taxa de retenção de lucros – a diminuição de distribuição de resultados
lucros reforça a politica de autofinanciamento da empresa.
As fontes de financiamento externo, materializáveis em capitais alheias (leasing e
capital de risco).
Leasing – define-se como um contrato de locação (aluguer, no caso de
coisas e imóveis), em que o locador (empresa de leasing), cede ao locatário
(cliente) o direito à utilização de um bem imóvel, equipamento ou outros activos
fixos durante um determinado prazo, mediante o pagamento de uma quantia
conhecida geralmente na forma de renda. Durante o período de vigência do
contrato a propriedade legal do bem permanece com o locador, embora a sua
utilização seja efectuada pelo locatário.
Capital de risco – O capital de risco é um instrumento financeiro que
consiste, fundamentalmente na participação temporária e minoritária, de uma
SCR, no capital social de uma empresa. A SCR, entidade que disponibiliza os
fundos, torna-se sócia ou accionista da empresa financiada, participando, portanto,
de modo directo nos riscos do negócio.
As SCR têm como objecto principal o apoio e promoção do investimento e da
inovação tecnológica em projectos, ou empresas, através da participação
temporária no respectivo capital social. Como objecto acessório, as SCR podem
prestar assistência na gestão financeira, técnica, administrativa e comercial das
sociedades participadas. Podem, também, realizar estudo técnico–económicos de
viabilidade de empresas ou de novos projectos de investimento, bem como das
condições e modalidades do respectivo financiamento, desde que tais serviços
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sejam prestados as empresas participadas ou empresas com as quais desenvolvem
um projecto tendente à subscrição ou aquisição de correspondentes participações.
Além do capital, as SCR contribuem com o aconselhamento à gestão
traduzido por contribuições nas seguintes áreas:
• Financeira, nomeadamente planeamento financeiro e optimização das
fontes e custos financeiros e preparação da empresa para o acesso ao
mercado de capitais;
• Estratégia empresarial;
• Informação de mercado;
• Sugestões válidas para o desenvolvimento do negócio;
• Outros aspectos como recrutamento, estratégia de marketing,
implementação de sistemas de informação interna e externa;
O CR tem vantagens face ao endividamento de médio e longo prazo. Num
empréstimo, os financiadores têm o direito a juros e reembolso do capital qualquer
que seja a evolução do seu negócio, sucesso ou falhanço, pelo que, na maioria das
vezes garante os montantes disponibilizados tendo como contrapartidas garantias
pessoais ou da empresa (algumas reais, na forma de penhor ou hipoteca). Assim,
se a empresa não cumprir o serviço da dívida, ou seja qual for o motivo, estes
financiadores poderão recorrer à bens da empresa e, por vezes, devido à
responsabilidade solidária, aos bens pessoais de qualquer um dos sócios.
Com a CR há uma entrada de dinheiro como contrapartida da tomada de uma
posição minoritária no capital da empresa, pelo que a rendibilidade dos
investidores depende da rendibilidade e do sucesso do negócio. Com as SCR não
tem quaisquer garantias, assume o risco à semelhança dos restantes sócios. A sua
remuneração está dependente do sucesso da empresa participada e está associada,
em grande parte, às mais-valias a realizar no momento da saída.
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revela que política de distribuição de dividendos está directamente relacionada com as
decisões de financiamento.
Distribuindo apenas uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará menos dependente
das fontes onerosas de recursos e ampliará a participação do capital próprio na estrutura
financeira.
Uma política de dividendos adequada favorece a manutenção dos preços das acções em
níveis elevados, e isto poderá garantir o sucesso de futuros lançamentos de novas acções
no mercado.
No caso em que a empresa pertence a um número reduzido de accionistas essas decisões
são tomadas por consenso ou por imposição do sócio maioritário. A dificuldade surge
quando a empresa com um grande número de accionistas e as acções são negociadas em
Bolsa.
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princípio básico que se aplica em gestão financeira, este princípio sugere que apenas se
deve tomar decisões a adoptar medidas quando as receitas marginais excederem os custos
marginais. Quando se verifica essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou
acção resulte num aumento nos lucros da empresa. (ver exemplo a seguir apresentado).
Exemplo.
A substituição de um equipamento por um novo requer um desembolso a vista de
$160.000, enquanto que o antigo poderá ser vendido por $56.000. Os benefícios totais
gerados pelo novo equipamento seriam $200.000, e os benefícios do equipamento antigo
no mesmo período de tempo, seriam de $70.000. Usando-se a análise marginal para esses
dados obtém-se o seguinte:
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O Ênfase no fluxo de caixa
O gestor financeiro por outro lado, enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de
caixa. Ela mantém a solvência da empresa, analisando e planeando o fluxo de caixa para
satisfazer as obrigações e adquirir os activos necessários ao cumprimento dos objectivos
da empresa. O gestor financeiro adopta o regime de caixa para reconhecer as receitas e
despesas que efectivamente representam entradas e saídas de caixa.
Ex.
Uma empresa no final do último exercício fiscal vendeu um equipamento por $200.000.
Nessa aquisição teve um custo de $160.000. Embora a empresa já tivesse arcado com o
custo total do equipamento ao longo do ano, no encerramento do exercício ainda não
havia recebido os $200.000 do cliente a quem a venda fora realizada.
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Na visão do contabilista a empresa é bastante lucrativa, já na visão do gestor financeiro
(em termos do efeito fluxo de caixa), a empresa é um fracasso. Pois, o exemplo mostra
que a contabilidade, à base do regime de competência não revela integralmente as
circunstâncias da empresa. O gestor financeiro, concentrando-se no fluxo de caixa deverá
ser capaz de evitar a insolvência e atingir os objectivos financeiros da empresa.
A Tomada de decisão
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Figura 3 – Organização Empresarial
Accionistas
elegem o
Conselho
de
Administração
Administradores
Presidente
Tesoureiro
Contabilista
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- na assinatura de grandes contratos de compra, de venda, de
financiamento etc.
O Tesoureiro:
O Contabilista:
O AMBIENTE FINANCEIRO
As instituições financeiras e os mercados são elementos do ambiente financeiro. As
empresas que necessitam de fundos de fontes externas podem obtê-los de três formas:
Instituições Financeiras
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As instituições financeiras são intermediários que canalizam as poupanças de indivíduos,
empresas e governos para empréstimos ou investimentos. Algumas instituições
financeiras captam poupanças e emprestam esses fundos e seus clientes, outras investem
as poupanças de seus clientes em activos rentáveis, tais como bens imóveis ou acções e
títulos de dívida; outras ainda que tanto emprestam fundos quando investem as
poupanças.
As empresas também depositam seus fundos nas instituições financeiras. Tal como os
indivíduos, também tomam empréstimos dessas instituições. Tomam mais dinheiro do
que poupam. São tomadores líquidos.
Mercados Financeiros
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mercado monetário e o mercado de capitais, respectivamente. Nem o mercado monetário
nem o mercado de capitais são localizados num determinado lugar, ambos são redes de
submercados interligados. Alguns desses submercados têm uma localização física, como
a bolsa de valores. Outros são mercados de balcão, que consistem apenas em uma rede
de máquinas de telex, fax e computadores nos escritórios dos participantes do mercado.
Fundos
Fornecedores Colocaçã Tomadores
de o de
Fundos Directa Títulos Fundos
Mercado Monetário
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O mercado monetário origina-se do relacionamento financeiro entre fornecedores e
tomadores de fundos de curto prazo, os quais têm vencimentos de um ano ou menos. O
mercado monetário não é uma organização real instalada em algum ponto central, embora
a maioria das transações realizada nesse mercado ocorra nas grandes cidades. A maioria
das transações do mercado monetário é feita com valores mobiliários negociáveis – que
são instrumentos de divida de curto prazo tais como letras do tesouro, commercial paper
e certificados de depósitos negociáveis emitidos pelo governo, empresas e instituições
financeiras, respectivamente.
Mercado de Capitais
O mercado de capitais é uma relação financeira criada por instituições e condições que
permitem aos fornecedores e aos tomadores de fundos de longo prazo – fundos com
vencimento acima de um ano – realizar transações. Incluídos entre os fundos de longo
prazo estão os títulos emitidos por empresas e governo. Os títulos emitidos são revendidos
nas bolsas de valores, as quais provêem o recinto para as transações de instrumentos de
dívida e participações accionárias.
A maioria dos títulos negociados no mercado de capitais, são títulos de dívida, acções
ordinárias e preferenciais. Os títulos de dívida são instrumentos de longo prazo usados
pelas empresas e governos para levantar grandes montantes de fundos. Estes títulos
pagam juros. Acções ordinárias são unidades de que se constitui a propriedade ou
património de uma sociedade anónima. Os possuidores dessas acções esperam obter
retorno na forma de dividendos – distribuição periódica de lucros – ou mediante ganhos
decorrentes da valorização da acção. Acção preferencial é uma forma especial de
propriedade que tem características duplas, de um título de dívida e de uma acção
ordinária. Para os accionistas preferenciais há a promessa de pagamento periódico de
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dividendos fixos, que poderão ser efectuados antes de se realizar qualquer distribuição de
dividendos aos possuidores de acções ordinárias.
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ANÁLISE DE FLUXOS FINANCEIROS
35
INTRODUÇÃO
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Fluxos e Ciclos Financeiros
Chamamos <<fluxo>> à quantidade de bens ou dinheiro, transferida durante um dado
período (t0) (t1) entre dois agentes económicos1
Distinguem-se assim duas categorias de fluxos:
• fluxos reais (bens e serviços);
• fluxos financeiros (dinheiro ou substitutos).
A medida dos fluxos reais é feita com base na avaliação em termos monetários.
A quantidade de bens ou de moeda, medida num instante (t0) é denominada <<stock>>.
O conjunto dos stocks, possuídos por uma empresa num dado instante, constitui o
capital económico da empresa.
As relações entre os fluxos e os stocks constituem os fundamentos dos mecanismos
financeiros.
Os fluxos induzidos directos podem ser imediatos ou diferidos: são imediatos, quando
os fluxos real e financeiro coincidem no tempo; são diferidos, quando os fluxos real e
financeiro não se revelam coincidentes no tempo, i.e., um dos agentes económicos
intervenientes na transacção concede (ou obtém) crédito.
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Os fluxos financeiros induzidos indirectos são aqueles em que intervêm mais do que
dois agentes económicos, por exemplo o crédito documentário.
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Algumas transacções, tal como a alienação de um elemento do imobilizado, originam
ganhos ou perdas que são incluídos na demonstração dos resultados (em ganhos e
perdas extraordinários). Contudo, os fluxos de caixa relacionados com estas transacções
são classificados como pertencentes a actividade de investimento.
A aquisição de títulos para fins de transacção tem tratamento idêntico àquele que é dado
aos bens adquiridos para venda; por conseguinte, os fluxos de caixa originados por
compras ou vendas destes títulos são classificados como actividades operacionais.
• Fluxos Financeiros de Actividades de Investimento
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g) Pagamentos inerentes a contratos de cobertura de posições classificadas como
sendo decorrentes de actividades de investimento (contratos de “futures”, “forward”,
“options” e “swaps”)
Activos
Reais
Muito
Activos Activos Mais
Dinheiro Dinheiro
Reais Financeiros
(Valor)
Activos
Financeiro
s
Figura 1. Diagrama do Ciclo Financeiro.
40
Esta opção que permite a reconstituição das disponibilidades iniciais é conduzida de tal
forma que os valores finais sejam superiores aos iniciais libertando um “excedente
monetário”.
.
Todos os esforços dos gestores da empresa, para que seja possível a sua sobrevivência e
desenvolvimento, devem permitir que se maximize o excedente monetário (cash flow)
traduzido na seguinte inequação:
Podemos dizer que o conjunto de fluxos financeiros que ocorrem durante um exercício
económico corresponde ao ciclo financeiro daquele. Neste contexto, tendo em conta o
tipo de actividade em que os fluxos ocorrem, podemos classificar o ciclo financeiro em:
A análise económica e financeira é um processo contínuo que tem por finalidade avaliar
a situação patrimonial da empresa no tempo e no espaço, e utiliza um conjunto de técnicas
que se baseiam na actividade extracontabilística (capacidade e espírito profissional dos
dirigentes, situação conjuntural do país, imagem da empresa, nível de ......
....... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ...........
........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ........... ......
... pagar as suas dívidas, se é ou não lucrativa, se está a evoluir ou argredir, se é eficiente
ou ineficiente, se irá falir ou se continuará a operar.
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Metodologia de Análise
abaixo:
Análise
O relatório financeiro
• Situação económico;
• Situação financeira
• Desempenho
• Eficiência na utilização dos recursos
• Pontos fortes e fracos;
• Tendências e persperctivas;
• Quadro evolutivo;
• Adequação das fontes às aplicações financeiras;
• Causas das alterações na situação financeira;
• Causas das alterações na rentabilidade;
• Evidencias de erros da gestão;
• Providências que deveriam ser tomadas e não foram;
• Avaliação de alternativas económico-financeira futuras.
ESTRUTURAS DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
42
• Balanço patrimonial;
• Demonstração de resultados;
• Demonstração de origens e aplicações de fundos;
• Demonstração de fluxos de caixa.
O balanço
CAPITAL PRÓPRIO
ACTIVO
PASSIVO
Na ópitca financeira
1º MEMBRO 2º MEMBRO
43
O total das aplicações de fundo é sempre igual ao total das origens de fundo, o que
possibilita a função fundamental da equação:
Sempre que o activo se apresenta inferior ao capital alheio, sempre que o valor com
capital próprio se apresenta negativo, a empresa encontra-se tecnicamente falida ou
insolvente.
Muitos outros conceitos podiam ser apresentados que podemos resumir nos seguintes:
Segundo a óptica dos economistas, o Balanço é uma síntese das origens e das aplicações
dos fundos postos à disposição da empresa.
A. Imobilizado
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Esta massa patrimonial é ordenada por ordem crescente de liquidez.
B. Circulante
45
liquidem a menos de um ano de vista a data do balanço, deduzidas das respectivas
provisões.
• Títulos negociáveis, são aplicações financeiras de curto prazo, também apelidadas
de aplicações de tesouraria. São aplicações em acções, obrigações ou outros
títulos negociáveis, bem como quaisquer outras aplicações de tesouraria.
• Depósitos bancários e Caixa, são meios líquidos (dinheiro) em poder da empresa
(caixa) ou á ordem de instituições de crédito bem como meio quase líquidos tais
como depósitos com aviso prévio e depósitos a prazo.
C. Acréscimos e Diferimentos
Este membro do balanço aparece organizado pela seguinte ordem de contas homogéneas:
A. Capital Próprio
B. Passivo
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• Provisões para riscos e encargos: integram as responsabilidades derivadas dos
riscos de natureza específica e provável. Em regra, o montante em dívida é incerto
(v.g. pensões de reforma, impostos, garantias a clientes) São, afinal despesas
futuras certas ou incertas de montante incerto. Por serem potenciais dividas, o
principio da prudências contabilística exige que estas sejam classificadas como
passivo.
• Dívidas a terceiro a médio e longo: são as dívidas a terceiros cuja liquidação se
efectuará a mais de uma ano da data de balanço. Incluem os empréstimos por
obrigações convertíveis e não convertíveis, empréstimos por títulos de
participação, empréstimos bancários, adiantamentos por conta de venda,
fornecedores, empresas do grupo, sócios ou accionistas, Estado e qualquer outras
dívidas para com terceiros.
• Dívidas de terceiros a curto prazo: tal como a rubrica anterior, é constituída pelas
dívidas a terceiros, mas cuja liquidação se efectuará a menos de um ano de vista
da data do balanço. A sua decomposição por rubricas é idêntica às dívidas a
terceiros a médio prazo.
C. Acréscimos e Diferimentos
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A cona resultados líquidos do exercício, é, simultaneamente, uma conta de balanço e de
resultados e, corresponde ao resultado algébrico de várias contas de resultados, sendo
movimentada no final do exercício pela transferência das extensões das contas
subsidiarias.
• Natureza dos custos e dos proveitos: demostração dos resultados por natureza;
• Afectação funcional dos custos e proveitos: demonstração dos resultados por
funções.
Os resultados correntes dizem respeito aos lucros e prejuízos obtidos com a actividade da
empresa ou seja, aquela para qual os seus recursos foram vocacionados-
Resultados Correntes = Resultados Operacionais + Resultados Financeiros
Com base na Demonstração dos resultados é possível ter uma imagem do desempenho
económico da empresa recorrendo a vários indicadores como o VAB, o EBF, a
rendibilidade dos investimentos e do capital e da produtividade, a estudar nos próximos
capítulos.
48
No âmbito da Contabilidade analítica, os resultados são apurados com base na origem ou
afectação dos custos e proveitos. O resultado está de acordo com as funções empresariais:
comercial, produção, administrativa e financeira.
1Objectivos
A DFC permite:
49
Na estruturação da demonstração financeiros, é adoptada uma classificação por
actividades com a finalidade de permitir aos utentes avaliar o impacto que têm na
situação financeira da empresa e de conhecer as correspondentes quantias geradas
e utlizadas, bem como a interligação entre actividades.
1
A escassez do crédito a o aumento das taxas de juros dos anos 70 tornou a falta de liquidez das empresas
mais crítica, levando a que os gestores começassem a dar grande importância ao esforço de reduzir o
tempo de recebimento de recursos financeiros gerados pelas actividades operacionais o que tornou o
MOAF um indicador inadequado para aferir sobre a liquidez da empresa.
50
A apresentação do fluxo de caixa das actividades operacionais obedece a dois métodos
de elaboração:
a) Método directo
b) Método indirecto.
O método indirecto é aquele em que o resultado líquido do exercício é ajustado por forma
excluírem-se os efeitos de transacções que não representam fluxos de dinheiro e de
transacções relacionadas com actividades de investimento ou de financiamento.
O método directo por dar mais informações sobre como foi gerado ou utilizado o dinheiro
durante o ciclo operacional é muito mais útil para a Empresa.
A busca por liquidez é por isso um dos objectivos diários da Empresa, e tal ocorre quando
os meios monetários e as aplicações de tesouraria incrementam os seus saldos no fim de
cada período económico.
51
Para demonstrar como foram gerados excedentes monetários num determinado período
partimos dos conceitos da contabilidade e dos seus dois documentos fundamentais,
balanço e demonstração de resultados e entramos em conceitos puramente financeiros
para elaborar o Mapa de Demonstração do Excedente Monetário ou também conhecido
por Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC).
Por outro lado, a demonstração dos resultados, dá uma visão dinâmica da formação do
resultado, numa perspectiva económica, ou seja, permite identificar quais foram os
proveitos -- produtos acabados de fabricar e/ou aptos para venda e serviços prestados --
e os custos da empresa -- todos os valores incorporados e gastos na produção ou
prestação de serviços --, mas não informa sobre os recebimentos -- entradas de valores
monetários para a empresa -- e os pagamentos -- saídas de valores monetários da
empresa -- . Também não constam na demonstração de resultados informações sobre os
fluxos relativos ao investimento e ao financiamento. Além disso, o apuramento do
resultado económico, tal como nos surge na demonstração de resultados apresenta
alguns aspectos subjectivos que podem originar distorções, como por exemplo:
Por tal facto nem sempre existe uma correlação entre os resultados apurados e o fluxo
de caixa. Uma empresa pode apurar lucros mas não dispor de dinheiro para,
designadamente, pagar dividendos, empréstimos, impostos e investir.
O primeiro cash flow statement foi publicado em 1863, mas só nos anos 70 começou a
ser comum a apresentação da DCF, após a crítica ao Mapa de Origem e Aplicação de
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Fundos (MOAF) todas as organizações de normalização contabilística a (principalmente
a International Accounting Standards Committee-IASC) tornaram obrigatória a
apresentação da DFC em substituição do MOAF , com excepção da Alemanha e da
Holanda onde não há obrigatoriedade.
a) Método directo
b) Método indirecto
O método directo por dar mais informações sobre como foi gerado ou utilizado o
dinheiro durante o ciclo operacional é muito mais útil para a Empresa.
▪ Da divergência metodológica;
▪ Da natureza dos documentos contabilísticas
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➢ A Contabilidade regista a actividade empresarial, com base no balanço inicial com
a finalidade de obter o resultado líquido da empresa numa base do custo histórico.
A empresa regista os custos e proveitos. Contudo, não há sincronismo entre os
custos e os pagamentos e os proveitos e os recebimentos, pelo que a Contabilidade
não salienta os fluxos financeiros resultantes das operações inseridas nas
actividades operacionais, financeiras e de investimentos;
- Muitas vendas são realizadas a prazo, pelo que há um diferimento entre o fluxo
real e o fluxo financeiro. Não há entrada imediata de dinheiro.
- Muitas compras são realizadas a prazo, pelo que não geram automaticamente
saídas de dinheiro, havendo um diferimento entre fluxo real e fluxo financeiro.
Por outro lado, muitos custos da empresa (Ex.: amortizações) não originam saídas
de dinheiro. São custos fixos não desembolsáveis.
➢ A analise económica e financeira, permite essas identificações dos fluxos
financeiros, pelo que uma das preocupações iniciais do analista financeiro está
relacionada com a adaptação dos documentos contabilísticos, de acordo com os
objectivos e metodologia a seguir na Análise económica e financeira. A esta
disciplina interessa que os recebimentos e os pagamentos estejam claramente
definidos e que facilmente estejam associados com as origens e aplicações de
fundos.
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f) A Demonstração de resultados líquidos apresenta umas limitações
resultantes da aplicação das regras e das políticas contabilísticas,
nomeadamente no que respeitas às amortizações e provisões, podem
acontecer que duas empresas semelhantes no mesmo sector de actividade
apresentem resultados diferentes.
Importa enquadrar a empresa na actividade que desempenha pois esta irá condicionar a
estrutura financeira e ser condicionada por aquela.
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Localização geográfica
As localizações geográficas quer das unidades produtivas, quer das comerciais, adquirem
uma importância muitas vezes descorada pelo analista. Aspectos como:
São alguns exemplos da importância e valor que podem ser atribuídos à localização
geográfica e que devem ser tomados em linha de conta enquanto da análise de uma
empresa.
História da empresa
Origens e evolução da empresa, momentos altos e baixos de seu passado. Como se tem
desenvolvido as suas actividades. A sua natureza jurídica.
O produto/serviço e a sua comercialização
Este é um factor crucial, embora de difícil avaliação. O bom gestor pode tirar partido
mesmo de situações difíceis. Um bom gestor pode por a melhor empresa numa situação
delicada. A existência da trabalhadores qualificados, o clima laboral e o poder dos
sindicatos, são alguns dos factores a tomar em consideração.
Posicionamento
Estamos peranta uma industria que desenvolve actividade num contexto muito
competitivo, ou pelo contrário a empresa tem uma situação de monopólio? A empresa é
líder de mercado ou tem uma pequena gota? O mercado está em crescimento, estagnado
ou em recepção?
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Dependência de clientes/fornecedores
A empresa utiliza um processo produtivo inovador, moderno, obsoleto? Quais são os seus
planos de investimento.
Posse de Capital
Deve se ter uma ideia clara sobre a solidez financeira dos principais detentores do capital
da empresa são nacionais ou estrangeiros? Deve-se verificar se a empresa está ou não
inserida num grupo económico. Se isso acontecer poderá dar-lhe por um lado mais
credibilidade, mas por outro sujeitá-la-á eventuais transferências de lucro. Deve
considerar-se a possibilidade de haver uma luta pelo controlo da empresa com os
inerentes custos de gestão.
A situação conjuntutal e institucional
Não devemos desligar a empresa da economia onde está inserida, Assim o evoluir da
economia condiciona o presente e o futuro das organizações que a opõem. A que ter em
considerações as repercussões que podem ter os seguintes factores, entre outros:
• Inflação;
• Flutuações cambiais;
• Taxas de juro;
• Alterações fiscais;
• Incentivos ao investimentos;
• Barreiras alfandegárias;
• Clima social e níveis de emprego
57
CAPÍTULO 3 - GESTÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
3.1 INTRODUÇÃO
A gestão financeira a curto prazo ou gestão de Tesouraria (até um ano) abrange a gestão de
capital circulante (gestão de activo circulante) de exploração e extra exploração e a gestão da dívida
a curto prazo (exploração e extra exploração). A expressão gestão de tesouraria também é muitas
vezes utilizada no sentido restrito, ou seja gestão do disponível.
Veremos ao longo deste capitulo como a gestão, do crédito concedido aos clientes das
existências e do crédito obtido pode afectar a rendibilidade de exploração, a rendibilidade total e a
tesouraria total.
58
aumento das vendas pode processar-se pelo incentivo das vendas a prazo, exigindo neste caso maior
volume de investimentos circulantes.
Na realidade todas as decisões financeiras que venham a ser tomadas por uma empresa
requerem cuidadosa atenção a seus elementos circulantes. São eles que em última análise, produzem
capacidade financeira de sustentação e crescimento dos negócios.
No entanto qualquer que seja a definição adoptada o conceito de capital circulante, identifica
os recursos que gira (circula) várias vezes em determinados períodos.
Por exemplo, um capital alocado no disponível poder ser aplicado inicialmente em stocks,
assumindo posteriormente a venda realizada ou forma de realizável (crédito, se a venda for realizada
a prazo) ou novamente de disponível (se a venda for realizada a pronto pagamento). Este processo
e ininterrupto constitui-se em essência no ciclo operacional (produção e venda) de uma empresa.
O capital circulante, também designado por activo circulante ou capital de giro, é formado
basicamente por três importantes activos circulantes, Stocks ou existências, valores a receber e
disponível.
59
3.2 GESTÃO DO DISPONIVEL
Na óptica da gestão financeira, o disponível refere-se ao dinheiro mantido em espécie pela
empresa em cofres próprios, recursos depositados em contas correntes bancárias aplicações
financeiras de liquidez imediata.
O disponível identifica-se portanto com os activos líquidos por excelência dinheiro e com
aqueles que apresentam uma elevada aptidão para rapidamente se converterem em disponibilidades,
além dos elementos que, embora não figurando no balanço, revela as mesmas características, por
exemplo uma conta corrente para apoio a tesouraria já negociada e não utilizada. O disponível é
uma componente do capital circulante conforme visto anteriormente.
Existem, custos e benefícios em manter um saldo elevado de disponível, assim como existem
vantagens e desvantagens em manter um saldo baixo de disponível. O disponível tem entre outros
gastos, um custo de oportunidade. O dinheiro mantido nas diversas contas poderia estar aplicado
em outros activos que prometessem melhor rendimento.
O valor marginal da liquidez (dinheiro) diminui a medida que a quantidade de dinheiro for
aumentando.
A falta de disponível, por seu lado, reduz a capacidade imediata de pagamento da empresa.
Quanto menor o disponível maior é o risco da empresa em não honrar os seus compromissos,
principalmente os desembolsos imprevistos.
O dinheiro em caixa oferece maior liquidez para a empresa porém não remunera o custo de
oportunidade do investimento. Aplicações em títulos rendem juros, porém desviam recursos que
poderiam ser aplicados na actividade produtiva da empresa, muito mais rentável. A gestão do
disponível procura um equilíbrio entre os custos e benefícios na definição do saldo de caixa a ser
mantido.
60
tesouraria de exploração inicia com os pagamentos e também finaliza com os recebimentos
respectivos.
Este ciclo tem uma determinada duração dependendo não apenas da natureza do negócio, mas
também da qualidade da gestão ao nível do aprovisionamento e controlo de stocks e das condições
de venda e controlo e cobranças. Independentemente da sua duração existe a necessidade de
financiar a actividade durante todo o tempo. Como fazê-lo? O mais usual e mais barato será obter
crédito junto dos fornecedores, conquistando a sua confiança e demonstrando capacidade para
solver os compromissos assumidos de uma forma regular. Quanto mais tempo se conseguir por parte
destes menos necessidade se tem em recorrer a capitais alheios onerosos ou de capitais próprios,
soluções sempre penalizadoras da rentabilidade.
Deste modo, e de forma a definir as necessidades de financiamento para este ciclo operacional,
calcula-se o ciclo de caixa cuja fórmula é dada por:
= Ciclo de Caixa
Este ciclo representa, no caso de ser positivo, representa o número de dias de compras que
a empresa necessitará financiar com recurso a capitais alheios com capitais próprios. Isto
acontece porque o crédito de fornecedores não é suficiente para financiar a totalidade da duração do
ciclo de exploração. Como facilmente se depreende, quanto menor for o valor do ciclo de caixa
menores serão as necessidades adicionais de financiamento.
Se se obtiver um valor negativo, tanto melhor, pois significa que os fornecedores financiam
integralmente o ciclo de exploração. Isto é, são pagos com o produto realizado com a venda das
existências a eles adquiridas. Um exemplo clássico desta situação são os super e hipermercados, em
que os ciclos de caixa atingem valores muito negativos, e consequentemente podem operar com
fundos de maneio negativos sem qualquer problema de desequilíbrio financeiro.
61
Prazo médio de pagamento aos fornecedores, o rácio de funcionamento que mede a
celeridade com que a empresa costuma pagar as suas dívidas aos fornecedores:
Quanto mais baixo o seu valor, menor o grau de financiamento que os fornecedores fazem à
exploração. Podem também revelar falta de poder negocial da empresa perante os fornecedores.
Mas será de referir que um valor muito elevado pode identificar dificuldades da empresa em
satisfazer as suas obrigações, será conveniente ser comparado com os rácios das concorrentes.
Prazo Medio das existências = Saldo médio das existências/CMVMC *365 dias.
Um rácio elevado é encarado como indicador de eficiência, mas atenção, porque ao ser muito
baixo pôr em risco a ruptura de existências frequentes.
Prazo médio de recebimento de clientes é o rácio que mede a celeridade com que se
recebe de clientes:
1- Motivo da transacção
62
A motivação transacção pode abranger, no caso especifico da empresa, a obrigatoriedade
contratual da manutenção de determinados saldos médios nas contas de depósitos à ordem aquando
da negociação de empréstimos bancários.
O motivo da transacção (negócio) é explicado pela necessidade que uma empresa apresenta
de manter dinheiro em caixa para efectuar pagamentos oriundos de operações normais. Se existisse
sincronia perfeita entre os recebimentos e os pagamentos, a demanda de caixa para transação seria
desnecessária. Uma empresa que mantenha diariamente recursos em caixa para fazer face à
necessidade de troco também o faria pelo motivo de transação.
2 – Motivo de Precaução
O segundo motivo abordado por Keynes refere-se a precaução. O motivo de transacção previu
a presença certa de dispêndios na actividade normal de uma empresa; a incerteza descrita estava
associada às datas (momentos) e aos valores de seus fluxos de caixa.
3 - Motivo Especulação
O caixa mínimo exigido dependerá de uma série de factores. A lista a seguir apresenta alguns
destes:
63
• Falta de sincronização entre pagamentos e recebimentos de caixa tende a elevar o caixa
necessário. Esta falta de sincronia pode ser resultante de sazonalidades em pagamentos e
recebimentos e das características operacionais de actuação da empresa.
• Grande possibilidade de ocorrência de eventos não previstos no planeamento da
empresa que representem desembolsos de caixa;
• Existência de prazo médio de recebimentos de vendas acima do necessário. Sempre
que possível a empresa deve reduzi-lo, seja através de uma compensação mais rápida, seja pela
redefinição de política da vendas a prazo.
• Existência de prazo médio de pagamentos reduzido. Com o intuito de optimizar a
rentabilidade, a empresa deve aumentar, sempre que for economicamente mais vantajoso, o prazo
de pagamento.
• Possibilidade de furtos ou desfalques, sendo estes fatos que podem ser minimizados
através de controle mais acurado sobre os recebimentos e pagamentos de caixa;
• Nível de taxa de inflação. Por um lado, em ambientes inflacionários a perde decorrente
da manutenção de um caixa mínimo tende a aumentar.
Para uma empresa com um PMP de 30 dias, uma rotação de stocks 90 dias e um PMR de 30
dias, tem um ciclo de tesouraria de exploração (caixa) de 90 dias.
Para o modelo linear admite-se que o ciclo de tesouraria de exploração se mantém constante
e se distribui uniformemente ao longo do ano. Para melhor compreender esta situação, recorremos
a dois conceitos:
64
Para pagamentos anuais de Kz: 100.000, a RST será de Kz: 25.000, montante a considerar
todos os meses como reserva de tesouraria. Os pagamentos anuais são dados pelo orçamento de
tesouraria e a rotação anual do disponível é dada pela duração do ciclo de tesouraria de exploração.
A RST representa o volume de disponibilidades necessárias para se evitarem rupturas de tesouraria.
Segundo este modelo pressupõe-se que as entradas e saídas de caixa são determinísticas e uniformes.
Pode-se dizer que, quanto maior for a rotação anual do disponível (giro de caixa) e,
consequentemente, menor o ciclo financeiro, mais reduzidas se apresentam quantidades exigidas
para o caixa.
Pressupostos:
E iguala-se a zero:
65
-aT/RST2 +i.2/4 = 0 2iRST2 – 4aT= 0 RST = √
2𝑎𝑡
𝑖
√2∗3,00∗100.000
RST =
0,2
• Quanto maior for o volume de pagamentos do período, tanto maior deve ser a RST;
• Quanto maior for o custo de transferência, maior é a RST;
• Quanto maior for a taxa de juro dos títulos, menor é a RST.
Considerando estes e outros modelos de tesouraria, a gestão do disponível exige uma
permanente procura de equilíbrio entre a segurança e a rendibilidade.
✓ Os valores das contas Caixa e Depósitos à Ordem devem ser reduzidos ao mínimo;
✓ Os depósitos a prazo podem proporcionar receitas financeiras (líquidas de impostos)
interessantes, mas que importa comparar com outras aplicações alternativas;
✓ A aquisição de títulos facilmente negociáveis podem proporcionar à empresa a necessária
segurança de tesouraria e a obtenção de receitas financeiras líquidas não desprezíveis;
✓ Finalmente, a atempada negociação de empréstimos bancários sob a forma de conta-
correntes ou descobertos bancários pode proporcionar a necessária segurança e evitar
66
o recurso a outras modalidades de crédito bancário mais onerosas ou à posse de outras
disponibilidades com custos de oportunidades mais elevados.
Este modelo fornece saldos de caixa para transação ao menor custo; supõe fluxos de caixa
incertos e opera em termos de limites fixados de controle superior (LS) e inferior (LI), e de um saldo
desejado de caixa, ou ponto de retorno (Z). A empresa deixa seu saldo de caixa oscilar
aleatoriamente dentro desses limites. Enquanto o saldo de caixa permanecer entre LS e LI, a empresa
não fará transação alguma. Quando o saldo de caixa atingir LS, (o limite superior) então a empresa
comprará LS – Z títulos negociáveis. Esta ação reduzirá o saldo de caixa ao nível Z. De maneira
análoga, quando o saldo de caixa cair a LI, como ocorre no ponto LI (o limite inferior), a empresa
venderá Z – LI títulos e elevará o saldo de caixa a Z. A regra, portanto, é permitir que o saldo de
caixa flutue livremente até atingir um limite superior ou inferior. Sempre que isto acontece, a
empresa compra ou vende títulos para recuperar o saldo desejado, ou seja, em ambas as situações o
saldo de caixa volta ao nível Z. A administração fixa o limite inferior, LI, em função do risco de
falta de caixa que está disposta a tolerar.
Após ajustados, se o saldo de caixa ultrapassa o limite superior (em t = t1), um investimento
é feito de forma a retorná-lo ao ponto ótimo (nível de retorno = Z). Caso contrário, se o saldo atinge
um valor abaixo do limite inferior (em t = t4), um desinvestimento é feito para elevar o saldo do
caixa a este mesmo ponto ótimo.
67
Conforme dito, o estabelecimento do limite inferior (LI) é feito pelos administradores. O
modelo de Miller-Orr propõe o cálculo do nível de retorno (NR ou Z), de acordo com a seguinte
expressão:
3 3×𝑎×𝑉
𝑧=√
4×𝑖
Onde:
Z = Nível de Retorno
a = Custo de transação (para investimentos ou desinvestimentos)
V = Variância do fluxo de caixa diário (igual ao quadrado do desvio padrão)
i = taxa de juros diária de títulos negociáveis
O limite superior (LS) é calculado a partir da variável aqui chamada de “R estatístico (R)”,
representados pelas equações:
Equação 2: 𝑅 = 𝑍 − 𝐿𝐼 ou 𝑍 = 𝑅 + 𝐿𝐼
Equação 3: 𝐿𝑆 = 3 × 𝑅 + 𝐿𝐼
3 3 × 50𝑘𝑧 × 82.000𝑘𝑧
𝑍=√ = 𝐴𝐾𝑍 2.097,35
4 × 0,0003333
68
Os dados de caixa da empresa poderão variar no intervalo entre AKZ 850,00 e AKZ 5.442,05.
Quando o limite superior for alcançado, AKZ 3.344,70 de caixa serão convertidos em títulos
negociáveis que renderão juros. Quando o saldo de caixa cair a 850,00, AKZ 1.247,35 de títulos
negociáveis serão convertidos em caixa.
A variável de risco, neste caso, é a inadimplência, ou seja, o não pagamento por parte dos
clientes dos valores financiados a eles.
A definição das políticas de crédito normalmente é feita pela direção financeira da empresa
ou por uma área específica de crédito, na empresa, mas eles sempre levarão em consideração outros
aspectos envolvidos, tais como: políticas de marketing, planeamento estratégico da empresa, sua
missão, etc.
69
ser uma empresa. Quando não se trata de uma empresa, deve-se recorrer à garantias.
• Honestidade – neste caso, a capacidade da liquidez e solvabilidade não são suficientes,
e mesmo se forem, na grande maioria dos casos a empresa credora exige garantias que podem ser
reais (quando incide por parte do património) ou pessoal (um terceiro assume o compromisso de
reembolso. Caso o devedor não cumpra as suas obrigações).
• Garantias de Crédito - representam o comprometimento de outras pessoas, físicas ou
jurídicas, pela dívida assumida ou a definição de bens, que podem ser móveis ou imóveis, e que
responderão pela dívida caso o devedor não consiga pagá-la.
As garantias estão classificadas em garantias pessoais, e reais.
A garantia pessoal, representada pelo aval, estabelece a obrigação do avalista pelo valor do
título de crédito no qual foi formalizada a garantia, com a assinatura do garantidor denominado
avalista. É aconselhável, embora não obrigatório, que o cônjuge assine juntamente com o avalista
no caso de casamento com comunhão de bens. A garantia pessoal, representada pela fiança, é
estabelecida sob a forma de contrato, no qual o fiador, que pode ser pessoa física ou jurídica, presta
garantia de cumprimento da obrigação assumida pelo comprador, caso ele não o faça.
A garantia real, representada pela hipoteca, é o tipo no qual, por instrumento público, são
utilizados bens imóveis, veículos, aeronaves e embarcações para garantir a dívida contraída pelo
devedor. É preciso considerar que os denominados bens de família não devem ser objetos de
hipoteca porque são protegidos por lei. A garantia real, representada pelo penhor, consiste no
estabelecimento de quantidade suficiente de mercadorias, máquinas, equipamentos, produtos
agrícolas ou títulos de crédito, oferecidos para garantir a dívida. A definição da quantidade
está na
razão direta do valor da dívida contraída.
A implantação de uma política de crédito tem como objetivo principal o incremento das
vendas, ao mesmo tempo em
que busca um equilíbrio entre risco e retorno, bem como a adequação
entre os custos envolvidos e o padrão de crédito adoptado. Sabemos que quanto mais liberal for a
política de crédito, com o aumento do prazo aos clientes, a tendência é que o volume de vendas
70
também aumente.
Quando utilizamos uma política de crédito mais liberal, precisamos mensurar algumas
variáveis que nos ajudarão a analisar se esta política é vantajosa do ponto de vista dos resultados
para empresa.
Esta avaliação pode ser feita através do estudo da análise do resultado marginal, que mede os
ganhos marginais em relação aos custos marginais das alterações das políticas de cobrança. O
resultado deste cálculo nos dará um bom indicativo dos ganhos ou perdas com a alteração das
políticas de concessão de crédito.
Para que possamos elaborar o estudo sobre os impactos de uma política de crédito, quatro
elementos devem ser levados em consideração. São eles: análise dos padrões de crédito; prazo de
concessão de crédito; descontos por pagamentos antecipados
e políticas de cobrança.
• A imagem da empresa;
• A política de Stocks;
• A necessidade de financiamento;
• A relação com a concorrência;
• O Fluxo de caixa;
• Etc.
71
duvidosa para 1,5%.
Suponhamos que foste contratado nas, vestes de Gestor Financeiro, para emitir um parecer
sobre a possibilidade da referida alteração. Qual seria o seu posicionamento.
A minimização dos investimentos nos diversos stocks tem três importantes consequências: a
redução dos custos implícitos e explícitos dos recursos mobilizados para o seu financiamento, a
melhoria da tesouraria de exploração e a diminuição da RST, contudo, não é uma tarefa fácil para o
gestor financeiro conseguir um constante equilíbrio entre os objectivos funcionalmente divergentes
dos gestores do aprovisionamento, da produção e da área comercial.
São várias as razões que levam ao investimento em stocks, dentre as quais citamos as
seguintes:
A análise das vantagens, de possuir stocks deve ser feita simultaneamente com os referidos
custos que os mesmos acarretam, para uma eficiente definição da quantidade e periodicidade das
compras.
72
Assim, de modo a auxiliar o gestor financeiro na administração das existências, apresentam-
se os seguintes modelos de gestão:
A partir de então, tal princípio de análise tem sido estendido a outras áreas e atividades tais
como a industrial e a comercial, sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do
século XX.
A Técnica ABC
Técnica de gestão que classifica os stocks em três categorias, por ordem decrescente de
importância, quanto ao valor dos investimentos feitos em cada um.
• O grupo A, inclui aqueles itens que requerem maior investimento. Numa distribuição
típica, esse grupo consiste de 20% dos itens totais e representa 80% do valor do investimento total
em stocks;
O controlo grupo A, deve ser mais intensivo devido ao elevado investimento envolvido. Seria
recomendável uso de registo permanentes, que permitam a monitorização diária dos níveis destes
itens.
73
O controlo do Grupo C pode ser c por meio de procedimentos rudimentares, tais como linha
de aviso para reposição, feita dentro de recipientes onde estão armazenados.
• Procura Constante;
• Recebimento instantâneo de stocks;
• Não existe desconto;
• Os preços não se alteram;
• Não existe risco;
• Existem apenas dois tipos de custo: custo de stocks e custo de pedido;
• Cada stock é analisado isoladamente.
• custos de armazenagem;
• custos de seguro;
• custos de deterioração e obsolescência;
• custos de oportunidade ou financeiro de se manter imobilizadas valores.
O LEC procura a melhor estratégia para determinar qual será a quantidade que deve ser
mantida em stock e de quanto em quanto tempo deverá fazer novo pedido. Deste modo, o LEC ajuda
a encontrar a quantidade óptima de cada pedido (Q*), de modo que os custos totais, compreendidos
2
O modelo Baumol, é uma aplicação do LEC na gestão do caixa.
74
pelo custo do pedido e de stock, sejam os mais baixos possíveis.
2×𝑉×𝐶𝑝
Fórmula: 𝑄 ∗ = √ 𝐶𝑒
Onde:
O valor obtido a partir da fórmula apresentada, é a quantidade a ser pedida aos fornecedores
em cada ordem de modo que os custos da empresa sejam minimizados. Pela equação, um aumento
no volume das vendas irá aumentar a quantidade pedida, embora isto ocorra numa proporção menor.
O mesmo é valido para o custo de pedido. Por outro lado, um acréscimo no custo de stock diminui,
em proporção menor a quantidade pedida.
Onde ROP = ponto de encomenda; AD= média da demanda do período seguinte; TE = O mais
provável tempo de espera da encomenda e SS= nível de stock de segurança. A figura 1.3 mostra a
representação do ROP com o nível de stock de segurança.
75
3.4.4 Just In Time - JIT
O JIT é uma filosofia de gestão empresarial criada no japão, baseada em dois fundamentos, a
saber: eliminação total dos stocks e produção puxada pela procura. Esta filosofia supõe que a
empresa somente deve produzir aquilo que tiver procura. Com o JIT a produção só começa quando
existir um produto procurado pelo cliente. Por isso afirma-se que na visão tradicional o processo
produtivo inicia-se quando existe matéria-prima, enquanto na visão do JIT o processo depende da
existência de procura.
Por dar início ao processo económico da empresa somente quando existir procura, o
JIT termina por buscar a eliminação de stocks.
Deste modo, a empresa ao aplicar o JIT deve alterar o processo produtivo de tal forma que
reduza ao máximo o número de defeitos, o tempo que não agrega valor, o volume de matéria-
prima adquirida de fornecedores, a movimentação do stocks e a complexidade do processo de
produção. Assim, é fundamental uma forte coordenação entre a empresa e os seus fornecedores e
transportadores, para assegurar que os materiais cheguem no prazo certo. Caso isso não ocorra
haverá paragens na linha de produção.
76
em um sistema computacional que objetiva cumprir os prazos de entrega de uma empresa com a
formação de stocks mínimos, valendo para isso, dos conceitos de procura dependente do mercado e
independente do mercado (dependentes de outros produtos). Este sistema que serve –se dos
conceitos do LEC e da informatização para comparar as necessidades de matérias-primas no
processo de produção com os saldos disponíveis em stock, e determinar quando os pedidos deverão
ser efectuados para cada item da lista de insumos de um produto.
77
Ao passo que o volume menores acarretaria: Atrasos de pagamentos a mão-de-obra,
atrasos de pagamentos aos fornecedores, vendas perdidas pela falta de stocks e uma
política de crédito demasiado restrita.
Falar de equilíbrio financeiro, é falar num número de decisões a tomar pelo gestor sobre a
estrutura financeira – combinação específica de capitais de terceiros de MLP e o capital próprio para
financiar as suas operações.
Uma empresa apresenta equilíbrio financeiro se tiver um fundo de maneio suficiente, isto é, se
a margem de segurança (a que se dá este nome) for suficiente para garantir o ajustamento da cadência
de transformação de activos e meios líquidos à exigências das dividas e, além disso, permitir à
empresa a existência de fundos fora da exigência imediata dos credores (portanto com permanência
assegurada na mesma) para cobertura de risco (risco cuja data de ocorrência ou quantificação nem
sempre é possível determinar com o mínimo de segurança), que possam afectar no futuro a
manutenção desse ajustamento.
Numa perspectiva lata, o equilíbrio financeiro consiste numa correcta harmonização entre as
diferentes massas patrimoniais do Balanço que, no geral, decorre de uma concordância entre
78
diferentes horizontes temporais das origens e das aplicações financeiras e que, no limite, dá às
empresas a capacidade de solver os seus compromissos de curto e médio e longo prazo.
O estudo do equilíbrio financeiro distingue nitidamente o equilíbrio financeiro de longo prazo
e o de curto prazo, isto é do estudo das condições de ajustamento dos fluxos financeiros a curto prazo.
O indicador de equilíbrio a longo prazo mais utilizado é o fundo de maneio, mas são muitas vezes
utilizados rácios a que se referem.
As condições de financiamento são analisadas ao mesmo tempo a partir dos rácios (estrutura
do passivo) e dos fluxos financeiros de um período. Este último método é mais utilizado pela empresa
que dispõe de todas as informações necessárias.
Tais informações nem sempre estão disponíveis para o analista externo que preferirá muitas
vezes orientar a sua análise para o equilíbrio financeiro global e para o estudo do fundo de maneio.
O equilíbrio financeiro pode ser estuda segundo:
Análise patrimonial ou tradicional, que se baseia na análise das massas patrimoniais do balanço
contabilístico, e que tem com indicador o fundo de maneio;
Análise Funcional, assenta na elaboração do balanço funcional, um instrumento de análise
organizado segundo os ciclos financeiros da empresa, e cujos indicadores considerados são o fundo
de maneio funcional, as necessidades de fundo de maneio e a tesouraria líquida.
A Análise Patrimonial ou Tradicional do Equilíbrio Financeiro
A análise patrimonial tem por objectivo:
- avaliar a capacidade que a empresa tem de satisfazer as obrigações de pagamento nas datas
exigíveis que se encontram registadas no balanço.
- Ajuizar se a estrutura financeira está equilibrada visto que a empresa terá que liquidar as
origens de fundos que vão tornando-se exigíveis com aplicações de fundos.
Fundamenta-se no seguinte:
- Os elementos patrimoniais activos podem ser financiados por capital próprio e por
capital alheio.
- Esses elementos patrimoniais são agrupados e ordenados segundo o grau de liquidez e
segundo o grau de exigíveis.
79
Activo Cap. Próprio e Passivo
Imobilizações (I) 65 Capitais Permanentes © 80
Valores circulantes (VC) 35 Dívidas a CP (D) 20
Total Activo 100 100
1. C – I = 80- 65 = 15
2. VC – D = 35 – 20 = 15
A análise dinâmica, considera o fundo de maneio como :
Conjunto dos valores submetidos às transformações cíclicas de período curto (curto prazo) e
cujo destino normal no fim de cada ciclo de exploração (aquando da sua conversão em
disponibilidades) é serem reutilizados no circuito de exploração (dai a ideia de “maneio” ou
rolamento, rodagem, circulação) … (Jean – Marie Audoye)
Esta definição acentua duas condições fundamentais para que os valores pertençam ao fundo
de maneio.
A primeira põe em relevo o facto de os valores constitutivos do fundo de maneio serem os que
são submetidos a transformações cíclicas no quadro do desenvolvimento do processo operacional de
exploração, quer dizer, aqueles que constituem o objecto dos fluxos operacionais permanentes de
compra, de fabricação e de venda, ou seja, principalmente:
✓ Os stocks de matérias – primas e de materiais;
✓ Os produtos em curso de fabricação;
✓ Os stocks de produtos semi acabados;
✓ Os stocks de produtos acabados;
✓ Os créditos concedidos aos clientes;
✓ O caixa;
80
crédito aos clientes, e ainda, quanto à tesouraria, no que diz respeito a amortizações incluídas nas
receitas arrecadadas;
Por outro lado, o lucro incluído no preço de venda dos produtos vendidos;
Dos débitos a curto prazo:
Os dividendos e o imposto sobre lucro a pagar, assim como as dívidas para com fornecedores
pela compra de bens de produção.
Com efeito, tanto as amortizações como o lucro devem ser excluídos, porque as amortizações
destinam-se a financiar a renovação dos investimentos, e o lucro, a ser distribuído, parte aos sócios e
para pagamento de impostos ao Estado.
A análise patrimonial considera que equilíbrio financeiro é atingido sempre que o Activo
Circulante for superior ao Passivo Circulante
Activo Circulante> Passivo Circulante ou Activo Circulante – Passivo
Circulante > 0.
O fundo de maneio com significado diferente do calculado na análise funcional, calcula-se em
duas ópticas:
Óptica de liquidez: FM = Activo Circulante – Passivo Circulante:
Òptica estrutural : FM = Capitais Permanentes – Activo Fixo.
Conclusões:
Não haverá equilíbrio financeiro se a empresa tiver obrigações a curto prazo maiores que os
bens e direitos a receber a curto prazo ou seja, quando :
Passivo – Activo Circulante > 0
Valor ideal para o fundo de maneio seria:
O FM é uma margem de segurança para que empresa possa fazer face aos seus
compromissos a curto prazo. Considera-se situação de equilíbrio quando:
Activo Circulante – Passivo Circulante > 0
E não Activo Circulante – Passivo Circulante = 0
Então quando é que podemos dizer que existe equilíbrio financeiro na estrutura financeira da
empresa?
A resposta pronta e com carácter definitivo encontra-la- emos em bibliografia diversa sob forma
de regra de equilíbrio financeiro mínimo.
Regra de Equilíbrio Financeiro Mínimo
Segundo esta regra:
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“ os capitais utilizados pela empresa para financiar uma imobilização, um stock ou qualquer
ou activo devem ficar a disposição da empresa durante um prazo que corresponda pelo menos à
duração do valor do activo adquirido com esses capitais”.
Por outras palavras
Qualquer elemento patrimonial de uma empresa deve ser financiado por capitais posto à sua
disposição por um período pelo menos igual ao da permanência desse elemento na empresa.
Exemplo:
Pretende adquirir um equipamento com duração prevista de 5 anos, pelo valor de 6.000 USD.
Vai-se financiar com um empréstimo a 5 anos, mesmo sabendo que a empresa terá liquidez suficiente
para o seu pagamento em 3 anos.
Regra
Qualquer elemento patrimonial da empresa deve ser financiado por capitais posto à sua
disposição por um período pelo menos igual ao da permanência desse elemento na empresa.
Ilações imediatas a tirar dessa regra
O equilíbrio financeiro não pode ser estudado de forma tão simples, ou seja, a partir pura e
simplesmente da regra do equilibro financeiro mínimo.
Uma empresa funciona como um todo;
Está em constante mutação;
Não é um conjunto estático de elementos patrimoniais;
A sua estrutura deve ser encarada numa óptica de financiamento global e não elemento a
elemento;
É o conjunto do passivo e da situação líquida que financiam o conjunto do activo e não
determinado elemento do activo.
Tendo em conta os parâmetros relacionados com uma boa gestão do fundo de maneio, este pode
ainda, calcular-se de modo a evidenciar a importância de cada uma das componentes:
FMP= (Activo circulante – Existências) – Passivo Circulante
FMP = Disponibilidades – Passivo Circulante
A regra do equilíbrio financeiro visa fundamentalmente defender os interesses dos credores de
curto prazo. Na óptica dos credores, o ideal seria a empresa ter activos de c/prazo superiores ao
passivo de c/prazo, garantindo assim o reembolso do capital cedido.
82
O fundo de maneio, como medida absoluta, apresenta alguns defeitos, pelo que podemos tirar
conclusões complementares através de rácios de liquidez.
3.6.2 Rácios de Liquidez
Medem a capacidade de empresa solver os seus compromissos a curto prazo. Quanto maior for
o valor que apresentar maior será a probabilidade de reembolsar do crédito obtido dos fornecedores
e de outros credores de curto prazo.
Há considerar 3 rácios de liquidez
Rácio de liquidez geral = Activo circulante/Passivo Circulante
Mede a capacidade da empresa de fazer face aos débitos c/p utilizando os montantes das
disponibilidades, clientes e existências. O nível normal deste indicador situa-se entre 1,5 a 2.
Este nível depende de vários factores:
Do sector onde a empresa exerce a sua actividade
Em empresas cuja actividade exige stocks avultados, por exemplo, o nível médio sobe. É o
contrário para as empresas que vendem com baixos stocks.
Da política de vendas da empresa, que, para aumentar a quota de mercado, aumenta o crédito
a clientes.
Do carácter sazonal da actividade
Um indicador inferior pode originar dificuldades de tesouraria se a rotação das existências for
baixa e se os débitos dos clientes forem de difícil cobrança.
Um indicador inferior pode originar dificuldades de tesouraria se a rotação das existências for
baixa e se os débitos dos clientes forem de difícil cobrança.
Um valor elevado deste rácio justifica-se com valores elevados de existências, clientes e de
disponibilidades..
Rácio de liquidez reduzida = Activo Circulante – Existências/Passivo Circulantes.
Este rácio mede a capacidade de a empresa solver as dívidas a curto prazo com recurso às
disponibilidades e aos créditos concedidos de curto prazo.
O nível aceitável é de 1,1, dependendo igualmente dos factores anteriores
Rácio de liquidez imediata = Disponibilidades/passivo circulante.
Este rácio mede a capacidade de a empresa solver os seus compromissos a curto prazo,
recorrendo somente às disponibilidades. Regra geral, o nível de 0,9 é normal em empresas bem
geridas. Contudo, depende, igualmente, do tipo de actividade da empresa e da rotação das
mercadorias e da cobrança dos montantes dos clientes.
83
3.6.3 Aplicações
Caso 1.
Para ilustrar esta noção, ou melhor, o modo de calcular o Fundo de maneio, tomemos como
base de trabalho este documento contabilístico sintetizado:
(em milhares de Kz)
ACTIVO CAPITAL PRÓPRIO
Imobilizações 27.000 Capital Social 25.000
Crédito a MLP 5.000 Reservas 3.000 28.000
Existências 16.000 PASSIVO
Créditos de CP 9.000 Débitos a MLP 12.000
Disponibilidades 5.000 Débitos a CP 22.000 34.000
Total 62.000 Total Cap. Próprio e Passivo 62.000
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Débitos CP 33.000
Total do Passivo 45.000
Total do Activo 80.000 Total Cap. Prop. Passivo 80.000
Perante estes dados e determinando o correspondente valor do Fundo d Maneio, por intermédio
da expressão, isto é, pela equação:
FM = (21.000 + 13.000 + 8.000) – 33.000 = 9.000
A primeira operação consistiu na compra de matérias no valor de 5.000 milhares de Kwanzas,
com pagamento a curto prazo.
Neste caso, fácil é depreender-se que essa ocorrência se veio reflectir num aumento simultâneo
em Existências e nos Débitos a Curto Prazo. Nestes termos a determinação do Fundo de Maneio, após
esta operação, ditar-nos-à os seguintes dados:
FM = (21.000 + 5.000) + 13.000 + 8.000 – (33.000+ 5.000) = 9.000.A segunda operação
resultou da cobrança de um crédito sobre um cliente,no momento de 2.000.Nestas condições
passamos a ter: FM = 21.000 + (13.000 – 2.000) + (6.000 + 2.000) – 33.000 = 9.000
Logo, em ambos os casos a posição do Fundo de Maneio manteve-se inalterável.
3.6.4 Críticas à metodologia tradicional
O fundo de maneio na abordagem tradicional, é um indicador estático, porque é calculado num
determinado momento, sem levar em conta o dinamismo e o tipo de actividade. Esta abordagem
tradicional do fundo de maneio não considera a natureza e o volume da actividade da empresa, nem
as características dos activos e passivos a curto prazo.
O fundo de maneio é parte do capital necessário para financiar o ciclo de exploração, mas o
respectivo montante não está correctamente calculado na abordagem tradicional. A diferença entre
Activo circulante e o Passivo circulante não representa efectivamente as necessidades de
financiamento do ciclo de exploração, porque não há uma distinção correcta entre os vários ciclos da
empresa (financeiro, investimentos e exploração) e nem uma distribuição de elementos patrimoniais
activos e passivos por esses ciclos, tal como é feita na abordagem funcional, que relaciona o equilíbrio
financeiro com as decisões ligadas aos vários ciclos da empresa, que abordaremos mais adiante.
85
financeiros. A obtenção do balanço funcional implica, por isso, um conjunto de
procedimentos tendentes adequar a informação financeira presente nas demonstrações
financeiras das empresas às necessidades de informação numa perspectiva funcional.
A preparação das demonstrações financeiras a efectuar no âmbito da análise financeira
tem em vista o apuramento do valor intrínseco dos elementos constantes naquelas
demonstrações, numa perspectiva de controlo quando à observância do normativo
contabilístico e a sua adequabilidade a cada um daqueles elementos.
Salientam-se, a este respeito, os aspectos relacionados com métodos e taxas de
amortização e depreciação utilizados, os montantes e adequabilidades das provisões , os
testes de imparidade, a objectividade do justo valor (quando aplicável), a classificação
das, ou a arrumação das rubricas em termos de curto e longo prazo. Também a dificuldade
em determinar o valor exacto de algumas destas rubricas e a existência de eventuais erros
de contabilização justificam a necessidade de se efectuarem ajustamentos financeiros ou
correcções.
Assim o objectivo desta fase de preparação das demonstrações financeiras que servem de
base à análise económico – financeira de uma entidade consiste em certificar, corrigir e
arrumar estas demonstrações, de forma a passar de uma óptica financeira.
No concerne ao balanço, pode esquematizar-se o trabalho de adaptação a efectuar pelo
analista como se segue:
Balanço
Funcional
Adequação ao
Ciclos
Balanço
Financeiro
Ajustamentos
Finnceiros
Balanço
Contabilístico
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A primeira etapa deste processo é a passagem do Balanço Contabilístico (tal como é
divulgado pela entidade no relato anual disponibilizado) para o Balanço Financeiro,
considerando todos os aspectos relevantes identificados pelo analista que tornem a
informação adequada à realidade económico – financeira da entidade.
A principal preocupação que o analista deve ter é a de avaliar se as demonstrações
financeiras espelham, de uma forma verdadeiro e apropriada, a situação da entidade.
O analista, sem ser um auditor, deve optar por procedimentos que permitam confirmar a
veracidade e a fiabilidade da informação disponível e, se necessário, corrigir
subsequentemente as anomalias.
Após a concretização dos ajustamentos que forem tidos por convenientes, o balanço
contabilístico dá lugar ao balanço financeiro para análise numa óptica funcional.
Note-se que, por se tratar de instrumentos que relatam a realidade das empresas sob
ópticas distintas, pode estar-se perante a possibilidade de os balanços contabilístico e
financeiro de uma mesma entidade apresentarem um valor de activo totalmente diferente
A perspectiva contabilística consiste numa análise mais orientada na óptica da liquidez e
em menor grau na óptica patrimonial, permite ao analista determinar numa óptica
funcional as origens e aplicações financeiras, que determinam em função da sua liquidez
o equilíbrio (ou desequilíbrio) financeiro da empresa. Assim o balanço funcional visa
reflectir numa óptica funcional (de ciclos financeiros) o património da empresa.
A figura seguinte esquematiza os conceitos fundamentais associados ao balanço
funcional:
Ciclo Invest. E Financiamento Activos Fixos Capitais Permanentes
Ciclo de exploração Necessidades Cíclicas Recursos Cíclicos
Ciclo de Tesouraria Tesouraria Activa Tesouraria Passiva
87
(-) Activos Fixos Imobilizado corpóreo, incorpóreo financeiro e
activos ML/P
= Fundo de Maneio (FM)
88
Uma forma de visualizar o equilíbrio entre recursos e aplicações é a seguinte:
89
que correspondem efectivamente a investimentos que não se transformem em
liquidez no curto prazo;
b) Nas empresas com IVA a receber em balanços por diversos períodos, nesse caso,
se a empresa não prevê solicitar o reembolso do IVA e que o mesmo possa ser
reembolsado num prazo de até 12 meses da data do balanço então esse valor
deverá ser de médio e longo prazo. Se prevê-se que não será reembolsado, nesse
caso deve retirá-lo do Activo e duduzi-lo a capital próprio.
Activo de Exploração
Em relação as existências
a) Não se devem considerar nesta rubrica os adiantamentos por conta de compras,
pois é irrelevante para classificação se o preço está ou não fixado previamente;
b) Para efeitos de análise é importante decompor –se as existências nos seus
diferentes itens (matérias – primas; subsidiárias e de consumo; produtos e
trabalhos em curso; sub produtos, desperdícios, resíduos e refugos; produtos
acabados e intermédios; mercadorias.
c) Os adiantamentos por compras devem ser incluídos nos adiantamentos a
fornecedores, pois ambos são adiantamentos a fornecedores, independentemente
de o preço ter sido ou não fixado previamente.
d) Estado e Outros Entes Públicos (Activo) – há analistas financeiros que tende a
apurar o saldo desta conta. No entanto, considerando que o grau de exigibilidade
ao Estado é superior ao grau de liquidez, aconselha-se a considerar em separado
a respectiva necessidade cíclica e o recurso de exploração, de referir que o IVA a
considerar nesta categoria deve ser apenas o IVA referente as vendas e aquisições
de exploração. O IVA a receber resultante de investimentos realizados deve ser
considerado; (1) tesouraria activa se o reembolso se prever realizar num prazo de
12 meses; (2) activo fixo se o reembolso se prever realizar a mais de 12 meses da
data do balanço, o mesmo é aplicável aos adiantamentos por conta do imposto
industrial.
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O BALANÇO FINANCEIRO
1. Análise Patrimonial
É uma bordagem tradicional que analisa o Balanço sobretudo segundo a óptica
jurídica.
O Balanço é o mapa que compara o Activo (direitos de propriedade e créditos)
com o Passivo (obrigações e deveres) evidenciando o Capital Próprio.
O Balanço patrimonial serve, essencialmente, para analisar a liquidez da empresa,
pelo que as rubricas do Activo são ordenadas por grau denliquidez e as do passivo
segundo o grau de exigibilidade.
O Balanço é o mapa de origem e aplicação de fundos.
Aplicações de Fundos
Activo Fixo
Activo Circulante
▪ Existências
▪ Dívidas de terceiros a curto prazo
▪ Disponibilidade
▪ Acréscimo e diferimentos.
Origens de Fundos
Capitais Permanentes
Capital próprio e Débitos a m/l Prazo
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Passivo Circulante
Débito a c/prazo, Acréscimos e diferimentos.
2. Análise Funcional
É uma abordagem moderna que tem como principal característica a associação
dos movimentos e origens de fundos aos ciclos financeiros da empresa, pelo que
o Balanço da empresa coloca a ênfase na automização.
o Ciclo de exploração;
o Ciclo de Investimentos
o Ciclo de Oprações financeiras;
o Ciclo de operações de capital;
o Ciclo de aplicações de tesouraria.
Activo Fixo
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▪ Imobilizações corpóreas
▪ Imobilizações Incorpóreas
▪ Investimentos financeiros
▪ Dívidas de terceiros a m/l Prazo resultante de decisões estratégicas
▪ Acréscimos e diferimentos a mais de um ano.
Necessidades Cíclicas
▪ Existências
▪ Adiantamentos a fornecedores
▪ Clientes
▪ Outras dividas
▪ Acréscimos e diferimentos
Tesouraria Activa
▪ Depósitos bancários;
▪ Acréscimos e diferimentos activos e outros devedores não incluídos nas
grandezas acima;
▪ As dívidas a receber a curto prazo alheias à exploração
Recursos próprios
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Inclui o Capital Próprio contabilístico, empréstimos de sócios ou accionistas e
empréstimos por títulos de participação, as obrigações conversíveis a parte das provisões.
O seu montante deve ser corrigido pela redução do capital subscrito, mas ainda não
realizado.
Inclui as dívidas de m/l prazo e as de curto prazo que tenham tendência para se manterem
estáveis. Trata-se de um financiamento de curto prazo renovável. Não se incluem nesta
rubrica as dívidas que resultam do ciclo de exploração e que serão adicionadas aos
recursos cíclicos.
Recursos Cíclicos
Tesouraria Passiva
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