Comunicado 04.03.18

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4 de Março de 2018

Assunto: Comunicado de Imprensa

Foi com espanto que acompanhei as declarações proferidas na Conferência de


Imprensa da Sonangol à 28 de Fevereiro 2018.

Não posso deixar de demonstrar a minha total indignação com a forma como,
sob o título de “Constatações/Factos” foram feitas acusações e insinuações
graves, algumas das quais caluniosas, contra a minha honra e contra o trabalho
sério, profissional e competente que a equipa do anterior Conselho de
Administração desenvolveu ao longo de 18 meses.

Após apenas 4 slides muito genéricos e superficiais sobre a performance da


empresa e do sector petrolífero em Angola, a conferência de imprensa
rapidamente deixou de se concentrar naquilo que deveria ser o seu propósito:

– analisar a empresa, e detalhar o plano de reestruturação da Sonangol e do


sector, que tanto necessitam, dando continuidade ao processo de
transformação, e reestruturação iniciado pelo anterior CA, e conforme instruído
pelo Executivo.

Em vez disso, lançou-se um ataque directo ao anterior Conselho, e à minha


pessoa em particular, com insinuações e acusações directas de desonestidade.

Gostaria de lhe deixar claro que não deixarei de tomar todas as medidas, e
encetar todas as providências legais, adequadas e necessárias à protecção do
meu bom nome e defesa dos meus direitos.

Sem prejuízo disso, não posso deixar de responder desde já a algumas das
acusações lançadas naquele documento:

1. Programa de Reestruturação da Sonangol:

As acusações e insinuações proferidas, além de falsas, servem para atiçar um


clima de instabilidade e desconfiança, que prejudica a Sonangol, e desvia as
atenções daquilo que certamente é a preocupação fundamental –

-1-
“Qual é o futuro da empresa? E como reforçar a competitividade do sector
petrolífero?”

Porquê Carlos Saturnino fabrica estas mentiras e põem em causa as decisões


tomadas pelo anterior Conselho de Administração e pelo Executivo?

Trata-se nada mais que um circo, uma encenação! Procurar buscar um bode
expiatório, para esconder o passado negro da Sonangol, e escolher fazer
acusações ao anterior Conselho de Administração! Ora, isto não passa de uma
manobra de diversão, para enganar o povo sobre quem realmente afundou a
Sonangol. E seguramente não foi este Conselho de Administração que presidi,
e que durou 18 meses que levou a Sonangol a falência!

Em 2015, após a apresentação pelo Dr. Francisco Lemos, então PCA da


Sonangol, do “Relatório Resgate da Eficiência Empresarial”, o Executivo
angolano tomou conhecimento da gravidade do problema da Sonangol.

A Sonangol, que supostamente deveria ser a segunda maior empresa de Africa,


soube se de repente que estava falida, e incapaz de pagar a sua dívida bancária.
Em consequência deste facto, o Executivo angolano tomou a decisão de criar a
Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos, e de contratar um grupo
de consultores externos.

A Comissão de Reestruturação do Sector dos Petróleos criada por Decreto


Presidencial 86/15 Data 26.10.2015, foi composta por: Ministro dos Petróleos,
Ministro das Finanças, Governador do BNA, PCA da Sonangol, Ministro da Casa
Civil da Presidência da República.

Transcrevo a Acta da Reunião da Comissão do Sector dos Petróleos, realizada


em Luanda, no CDI a 15 de Dezembro de 2015:

Presentes: MinFin, MinPet, BNA, PCA SNG, Ministro Casa Civil,

BCG (AG, JH) PwC (IF, JM, ) VdA (PTC, RA), Wise

Documento de apoio: “151211-Reuniao_Comissao-kick-off_V10”

Apresentação das várias equipas (BCG, VdA e PwC) de consultores;

-2-
Importância do projecto ter um gestor transversal no projecto dada a complexidade e
abrangência do projecto;

Credenciais de cada uma das empresas consultoras;

Apresentação do calendário e etapas do processo –

“prazo exigente; projecto começará com um diagnóstico detalhado, seguido de um desenho


detalhado finalmente um plano de reestruturação detalhado.”.

“....Procuraremos ao longo do processo identificar quick-wins que permitam ir cristalizando


poupanças de custos e de aumento de eficiências.”

E, como deliberado na própria acta:


“Importância do projecto ter um gestor transversal no projecto dada a
complexidade e abrangência do projecto;”

Foi assim, em representação do governo de Angola, assinado pelo Ministério


das Finanças, um contrato de consultoria para Reestruturação do Sector dos
Petróleos em Angola, com empresa Wise Consulting, na qualidade de
coordenador de um alargado grupo de consultores identificados.

Foi solicitado pelo Executivo, que este grupo de consultores identificados


desenhasse a solução, e apoiasse também na implementação da solução,
devendo para tal apoiar e trabalhar com a gestão da Sonangol.

Este contrato foi posteriormente cedido à empresa Matter, por razões de


organização interna do grupo de consultores e a pedido destes. A Matter, foi o
gestor transversal do projecto, foi a entidade coordenadora, e gestora dos
diversos programas de consultoria prestados no âmbito da reestruturação da
Sonangol, nomeadamente pelos consultores: PriceWaterCoppers, Boston
Consulting Group, ODKAS, UCALL, VDA, McKinsey,etc.., e que teve a
responsabilidade de otimizar os custos, prestações e resultados da consultoria.

A cessão da posição contratual, e contratação foi oficial, e com a autorização do


Conselho de Administração da Sonangol, e do seu PCE, Presidente da
Comissão Executiva, conforme a acta numero 7 data 23 de Maio de 2017.

Pôr em causa hoje as decisões tomadas pelo governo angolano em 2015 e 2016,
pôr em causa a presença de consultores, pôr suspeitas sobre o trabalho

-3-
realizado e pagamentos feitos, significa negar o facto que a Sonangol estava
falida.

Pôr em causa a decisão do Governo angolano em querer reestruturar a


Sonangol, e tentar manipular a opinião publica, para que se pense que a
administração anterior trouxe os consultores por falta de competência ou por
interesses privados, significa querer reescrever a historia, e atribuir a outros as
responsabilidades da falência da Sonangol.

Esta manipulação dos factos assemelha se a um autêntico revisionismo, e só


pode ter como objetivo, o regresso em força do que convém chamar como “a
antiga escola” da Sonangol.

2. No que refere a Custos com Consultores

Perante esta insinuação de gastos excedentários e esbanjamento em


consultores, afirmo que o Conselho de Administração que presidi foi o que
menos gastou em consultoria na Sonagol nos últimos 5 anos!

Ao contrário das suas afirmações aqui vão os factos:

Ø em 2014 a Sonangol gastou 254Mio$ com consultoria.


Ø em 2015 a Sonangol gastou 115Mio$ com consultoria.
Ø o custo de consultoria em 2016 foi: 79,7Mio$
Ø o custo de consultoria em 2017 foi: 90,5Mio$

O CA a que presidi reduziu para cerca de metade os custos com consultoria


comparativamente à média anual no período 2013-2015.

Esta redução de custos de consultoria foi conseguida, sem prejuízo da


qualidade e capacidade de aportar valor da equipa de consultores selecionados,
envolvendo 10 empresas, entre as quais lideres internacionais de consultoria
estratégica e gestão, escritório de advocacia de primeira linha e a maior empresa
de auditoria e assessoria financeira do mundo, entre outras.

-4-
Recordo o diagnóstico da situação da empresa realizada pelo Dr. Francisco
Lemos, PCA da Sonangol que me antecedeu, no relatório “Resgate da eficiência
Empresarial” com data de 15 de Maio de 2015. Nas próprias palavras do antigo
PCA Francisco Lemos, ele reconhece as debilidades da Sonangol, cito:

1. “A Sonangol apresenta uma enorme e tal extrema debilidade de assentar-se


e mover-se por si própria. (…)

2. O atual modelo operacional, que adquiriu dimensão diferente e acrescida após


2008, caracteriza-se pela crescente dependência da Sonangol do (…)
outsourcing de serviços do básico ao especializado. (…)”

3.“O modelo operacional da Sonangol fracassou e está falido. Deixamos de


aprender a “saber fazer” e aprendemos a “contratar/subcontratar”.”

4.“Funções críticas são desempenhadas por “terceiros” em virtualmente todas


as subsidiárias da empresa”.

Não podemos esquecer ou esconder esta situação de partida, descrita pelo


Dr. Francisco Lemos em Maio de 2015, e não é possível numa empresa
parar esta dependência de terceiros de um dia para outro!

Capacitação e Promoção de Talento e Quadros Angolanos:

Apesar dessa dependência histórica da Sonangol de consultores externos, o CA


a que presidi fez - contrariamente às administrações anteriores - um esforço
muito evidente de alterar a situação, e reforçar a estrutura de quadros da
Sonangol, internalizando competências vitais, e assim diminuiu para metade
os custos de consultoria comparando com os anos anteriores.

Conseguimos reduzir os custos de consultoria para metade, a comparar com o


ano 2014, graças a diversas iniciativas, nomeadamente:

• Identificamos, recrutamos e promovemos de jovens talentos Angolanos a


novos cargos;
• Criamos pela primeira vez na Sonangol o Programa de formação dos
Futuros Líderes, habilitando-os a exercer funções de chefia de acordo
com as melhores práticas de gestão internacionais;
-5-
• Promoção de dezenas de quadros internos nacionais para lugares de
relevo nas diversas estruturas das varias empresas do grupo.
• Recuperação de quadros de grande valia que se encontravam inativos,
em casa, em regime de “aguarda colocação”, e que passaram a integrar
Comissões Executivas e Direções da Sonangol EP e suas subsidiárias.
• O convite e recrutamento de quadros angolanos de elevado valor que
estavam a trabalhar em empresas internacionais e petrolíferas
estrangeiras.

Perante esta óbvia redução dos custos com consultores, apenas se percebe a
insinuação e informação parcial da Conferência de Imprensa como difamatória.

3. Transferência Bancaria e Pagamento de Faturas no valor de USD38.1Milhões

É falsa a afirmação de que foram efetuadas transferências bancárias de USD


38,18Milhões após a cessação de funções da anterior Administração. O Sr.
Carlos Saturnino tenta deliberadamente confundir a opinião publica fazendo
querer que existiria aqui alguma irregularidade, ou falta de ética.

Ora, a ética profissional é estabelecida pela lei e pelo estatuto de gestor publico.

Realçamos, que o Estatuto do Gestor Público é claro quanto a esta matéria, e é


a lei aplicável aos Administradores da SNL. E.P.,e que consagra no seu artigo
27.º o seguinte:

“No caso de cessação do mandato, o Gestor Empresarial Público nomeado


mantem-se no exercício das respectivas funções, em regime de gestão
corrente, até à tomada de posse do novo titular”

-6-
A nomeação do novo CA aconteceu a 16 de Novembro de 2017, tendo as
reuniões de passagem de pasta começado nesse dia. Não existem instruções
de pagamentos, ou outras instruções com data posterior a 15 de Novembro
de 2017.

Até essa data, ou seja até dia 16 de Novembro, a empresa tem que continuar a
sua atividade e a funcionar normalmente, sendo a obrigação dos
Administradores em funções assegurar o tratamento dos assuntos sociais como
é o normal e corrente, como é o pagamentos de faturas de trabalhos prestados,
e já entregues a empresa. E, relevo que vários pagamentos a varias entidades
foram efetuados, e não apenas este, como é normal numa empresa desta
dimensão com centenas de transações por dia.

O processamento e pagamentos destas faturas no valor de 38,1Mio$ aos


consultores, esta contabilizado como parte do valor de 90.5Mio$, tido como custo
de consultoria para ano de 2017. E como já comprovado, este valor de
consultoria foi mais baixo do que os do Conselho de administração anteriores ao
nosso.

Trata se de pagamentos totalmente legítimos de faturas emitidas, relativas ao


trabalho efetivamente realizado, e prestados por vários consultores
subcontratados no âmbito dos trabalhos do Projeto de Reestruturação da
Sonangol.

Notamos ainda que a afirmação de existir instrução de pagamentos no dia


17 de Novembro é falsa.

4. Remunerações e processamento salarial

Afirmar que cada um dos administradores do CA anterior, recebeu, pelos 17,5


meses que esteve em funções, um total de 145 salários é falso, difamatório
e calunioso.

-7-
Afirmar que se tentou esconder pagamentos indevidos aos órgãos sociais e de
direção é falso!

É uma aberração afirmar que uma transação financeira ou pagamento que esta
registado em SAP esta escondida!

Se a nova administração viu estes registos de pagamentos de salários no SAP,


que é o computador que faz o registo da contabilidade da empresa, quer dizer
de facto que nada estava escondido, e pelo contrario que estavam sim registados
todos pagamentos de salários.

Os processamentos salariais no “mandante 100”, aludidos no ponto 13 do


capítulo 2 da Conferência de Imprensa, resultaram do processo de normalização
e controlo do sistema SAP que era vital implementar.

A gestão do sistema SAP não cumpria as boas praticas internacionais, com


numero excessivo de 60 pessoas a ter acesso total, e poder dar instruções,
a toda informação financeira no sistema.

Foi criado a conta SAP “mandante 100” para processamento de salários, com
acessos restritos às pessoas da Direcção Recursos Humanos e CA.

O Sistema SAP é totalmente transparente, e auditável, e todos os registos e


transações estão refletidas na contabilidade. A referência a existência “caixa 2”
é falaciosa!

Mais grave é a forma enganadora de apresentar os “factos” de “8 Colaboradores


dos Orgãos Sociais terem um processamento de 145 meses de salário, ou seja
uma renumeração 8,9 Milhões USD”.

Cada Administrador recebeu apenas 18 meses de salários referentes aos meses


trabalhados! Os salários foram pagos em Kwanzas, e não em dólares como
afirmado pelo Sr. Carlos Saturnino.

A alegacão, que todos telespectadores ouviram, de como eu teria recebido o


pagamento de 145 meses de salários, é, afirmo, uma mentira indigna de um
gestor publico.

Tomo em testemunho a opinião publica, e a imprensa, e toda sociedade


angolana, e convido o Sr. Carlos Saturnino, que tem todos os acessos ao

-8-
sistema contabilístico SAP, e as fichas de pagamento de salários efetuados na
Sonangol, a produzir a prova documentada sobre o que afirmou. Caso contrario
convido o, em homem de honra, a por o seu cargo a disposição.

Mais ainda, e por clausula de não-concorrência, contratualmente a Sonangol


deve continuar a remunerar durante dois anos os salários dos administradores
após cessarem as funções, e isto não esta a ser cumprido pelo actual CA da
Sonangol, pois decidiram não pagar mais nada aos antigos administradores em
violação do disposto na matéria nos regulamentos da empresa.

5. Conflito de interesses com BFA e EuroBic

É falacioso afirmar que o anterior conselho de administração privilegiou os Banco


BFA e BIC durante o seu mandato. Esta insinuação é falsa.

O anterior conselho de administração fez a abertura de relações comerciais com


vários novos bancos nacionais e estrangeiros, e apenas não com o BFA, BIC e
EuroBic. Foram abertas novas contas no Bank of America Merrill Lynch e o
Millennium BCP. A titulo de exemplo, foi depositado no Banco Merril Lynch of
America acima de um bilhão de dólares. E foi com Merryl Lynch, AfriExem Bank,
ICBC, e Standard Chartered Bank, os bancos internacionais com os quais mais
trabalhamos.

Em Junho de 2016, deparamo-nos com situações chocantes e preocupantes


a Sonangol mantinha 80% dos seus depósitos em AKZ e USD num só banco,
no banco BAI, ou seja depósitos na ordem de 752M USD em dezembro de 2016.

O Banco BAI é, um banco privado aonde a Sonagol é acionista minoritário, com


apenas 8% do capital, e o resto do capital é detido por sócios angolanos.

As boas praticas de gestão, ditam que não é prudente guardar 80% dos
depósitos de uma empresa num único banco, pois é arriscado em caso de
falência, ou incumprimento deste banco. Como medida prudente, e alinhada com
as boas práticas internacionais, abrimos relações comerciais com novos bancos
em Angola e no estrangeiro, diversificando assim o risco, e também diminuindo
os custos financeiros.

-9-
Mais chocantes, eram as comissões exorbitantes cobradas pelos bancos
de relação histórica com Sonangol, como o BAI, que cobrava taxas de
comissão elevadíssimas, e comissões financeiras sobre operações
cambiais de 7%. Comparativamente, obtivemos uma proposta do BFA de uma
taxa de 0,75% nas comissões de operações cambiais

Introduzimos a concorrência, negociamos as comissões dos bancos, e tivemos


efeitos positivos para a empresa.

A abertura de conta no Millennium BCP em Portugal, melhorou a eficiência na


realização de transações bancárias e redução de comissões. A titulo de exemplo,
o Banco B.I.G. (que detém acionistas angolanos no seu capital social) em
Portugal, e aonde a Sonangol tem conta, solicitou o pagamento de 3,5Mio$
como taxa de comissão. Comparativamente, e pela mesma transação financeira,
o Banco Millenium BCP cobrou 0 (zero) de comissão nessa transação.

Chamo ainda a atenção que a relação privilegiada do BAI com a Sonangol,


beneficiava este banco, e não tem suporte nas quotas de mercado do BAI no
sistema bancário nacional, nem nas condições financeiras oferecidas.

Com base no estudo “Banca em Análise” da Deloitte, a quota de mercado em


Angola do BAI em 2016 foi 18%, no entanto este banco detinha 81% dos
depósitos da Sonangol a Dezembro 2016.

Quota de mercado de depósitos a 31 Dezembro 2016

Mercado Sonangol

BCI Outros bancos


BNI 2% nacionais
BCGA 4% 5%
4% BAI
BSOL 18%
Outros bancos
4% nacionais
19%
SBA
5%
BFA
ATL 17%
12%

BAI
BIC BPC 81%
13% 16%

- 10 -
6. Participação na GALP

Relativamente à insinuação de “tentativa de fazer negócio consigo próprio”


Assim, e para que fique claro, a Sonangol entrou no negocio da GALP em 2006
em parceria com a Exem, período muito anterior a minha nomeação ao CA da
Sonangol.

Todos estes documentos foram aprovados pela Sonangol e subscritos pelo


então Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Eng. Manuel
Vicente

• Em 2006 foi formalizada uma joint venture entre a Esperaza (40% Exem
Energy BV e 60% Sonangol) e o empresário português Américo Amorim
para adquirir uma participação na Galp, através da Amorim Energia BV
(55% controlada pelo Senhor Américo Amorim e 45% pela Esperaza)
• No dia 30 de Junho de 2017 a Exem dirigiu uma comunicação à Sonangol
na qual se propunha a antecipar e liquidar, o restante dos pagamento
ao abrigo do acordo, em Kwanzas.
• No dia 31 de Agosto de 2017, a Sonangol enviou uma comunicação à
Exem, subscrita pelo então CEO da Sonangol Eng. Paulino Jerónimo, na
qual dá o seu acordo ao pagamento em AKZ dos referidos montantes,
sujeito a: (i) que o pagamento de dividendos da Esperaza não ocorra
antes de Outubro de 2017 (por questões internas da Sonangol) e (ii) que
o pagamento seja liquidado no prazo máximo de seis meses após o
acordo completo das partes.
• No dia 13 de Outubro de 2017 foi realizado o pagamento a Sonangol da
totalidade dos valores devidos pela Exem, tendo a Sonangol confirmado
a recepção do pagamento do montante em causa, e declarado que nada
mais há a pagar ao abrigo dos acordos.
• No dia 17 de Novembro de 2017 a Esperaza efectuou a distribuição dos
dividendos referentes a GAPL a Sonangol, conforme o acordado.
• No dia 15 de Dezembro de 2017 foram pagos as autoridades Holandesas
os impostos referentes aos dividendos da GALP, recebidos pela
Sonangol,

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7. Estrutura da joint venture Esperaza e dividendos da Galp

• A Esperaza tem sido uma parceria de grande sucesso ente a Exem e a


Sonangol,e a valorização deste investimento ultrapassa os 800%!! Trata
se de um projecto de inegável sucesso financeiro.
• A proposta alteração societária foi feita pela Sonangol, e visava
optimizar a estrutura financeira e fiscal, pois a Sonangol recebe
dividendos, e paga imposto duas vezes, uma vez Angola, e outra por via
de uma empresa Holandesa.
• A Sonangol propôs e a Exem aceitou dissolver a Esperaza, passando
ambos os sócios a deter uma participação direta na Amorim Energia,
respeitando assim os direitos societários da Sonangol e Exem na Amorim
Energia.
• O novo CA da Sonangol incumpriu grosseiramente, entre outros, os
acordos celebrados no ano de 2006, ao eleger sem qualquer consulta
prévia à Exem, dois administradores da sociedade.

CONCLUSÃO

O investimento realizado em consultoria foi o mais baixo até a data, e traduziu-


se em valor acrescentado, e com impacto concreto na rentabilidade da Sonangol,
tendo sido identificadas mais de 400 iniciativas de redução de custos (programa
Sonalight) e mais de 50 iniciativas de aumento de receitas (programa Sonaplus),
as quais conjuntamente permitiram melhorar os resultados da Sonangol em USD
2.2 bi.

Conforme afirmado pelo atual conselho de administração, o resultado da minha


gestão exercida até 15 de Novembro de 2017, resultou num aumentou de
lucros da Sonangol em 177%, e atingiu 224$Mio, e a divida foi reduzida em
50%.

As tentativas de Carlos Saturnino de reescrever a historia são consequência,


no meu entender, de um retorno em força da cultura de irresponsabilidade e
desonestidade que afundaram a Sonagol em primeiro lugar.
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O grau de agressividade e as campanhas difamatórias reproduzidas, e em
perfeita coordenação com os órgãos de imprensa da oposição, e com as
oficinas de manipulação das redes socias, demostram que há um verdadeiro
nervosismo em alguns meios.

Meios estes, com interesses financeiros, que durante anos aproveitaram e


construíram fortunas ilegítimas a custa da Sonangol, e agora tudo fazem para
que o escândalo da minha acusação difamatória, distraia a opinião pública de
ver os verdadeiros responsáveis.

Esta campanha generalizada e politizada contra mim, faz me acreditar que


estão de retorno os interesses das pessoas que enriqueceram de bilhões a
custa da Sonangol. São estes, que hoje fomentam e agitam a opinião publica
de forma a poder retomar os seus velhos hábitos.

O problema da Sonangol não é, e nunca foi Isabel dos Santos, mas sim a
irresponsabilidade da gestão, e das entidades que beneficiarão de contratos
leoninos e ganharam milhões, e hoje esperam poder continuar a gozar e viver
desta prevaricação.

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