08-CT 79-93 Calculando RPM PDF

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Calculando RPM

O problema

Os conjuntos formados por polias e correias e os formados por


engrenagens são responsáveis pela transmissão da velocidade
do motor para a máquina.

Geralmente, os motores possuem velocidade fixa. No entanto,


esses conjuntos transmissores de velocidade são capazes
também de modificar a velocidade original do motor para atender
às necessidades operacionais da máquina.

Assim, podemos ter um motor que gire a 600 rotações por minuto
(rpm) movimentando uma máquina que necessita de apenas 60
rotações por minuto.

Isso é possível graças aos diversos tipos de combinações de polias


e correias ou de engrenagens, que modificam a relação de trans-
missão de velocidade entre o motor e as outras partes da máquina.

Em situações de manutenção ou reforma de máquinas, o mecâ-


nico às vezes encontra máquinas sem placas que identifiquem
suas rpm. Ele pode também estar diante da necessidade de repor
polias ou engrenagens cujo diâmetro ou número de dentes ele
desconhece, mas que são dados de fundamental importância
para que se obtenha a rpm operacional original da máquina.

Vamos imaginar, então, que você trabalhe como mecânico de


manutenção e precise descobrir a rpm operacional de uma máqui-
na sem a placa de identificação. Pode ser também que você
precise repor uma polia do conjunto de transmissão de velocidade.

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Diante desse problema, quais são os cálculos que você precisa
fazer para realizar sua tarefa? Estude atentamente esta aula e
você será capaz de obter essas respostas.

Rpm

A velocidade dos motores é dada em rpm. Esta sigla quer dizer


rotação por minuto. Como o nome já diz, a rpm é o número de
voltas completas que um eixo, ou uma polia, ou uma engrenagem
dá em um minuto.

Dica
O termo correto para indicar a grandeza medida em rpm é
freqüência. Todavia, como a palavra velocidade é comumente
empregada pelos profissionais da área de Mecânica, essa é a
palavra que empregaremos nesta aula.

A velocidade fornecida por um conjunto transmissor depende da


relação entre os diâmetros das polias. Polias de diâmetros iguais
transmitem para a máquina a mesma velocidade (mesma rpm)
fornecida pelo motor.

Polias de tamanhos diferentes transmitem maior ou menor


velocidade para a máquina. Se a polia motora, isto é, a polia que
fornece o movimento, é maior que a movida, isto é, aquela que
recebe o movimento, a velocidade transmitida para a máquina é
maior (maior rpm).

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Se a polia movida é maior que a motora, a velocidade transmitida
para a máquina é menor (menor rpm).

Existe uma relação matemática que expressa esse fenômeno:

n1 D 2
=
n 2 D1

Em que n1 e n2 são as rpm das polias motora e movida, respecti-


vamente, e D2 e D1 são os diâmetros das polias movida e motora.

Da mesma forma, quando o conjunto transmissor de velocidade é


composto por engrenagens, o que faz alterar a rpm é o número
de dentes. É importante saber que, em engrenagens que traba-
lham juntas, a distância entre os dentes é sempre igual.

Desse modo, en-


grenagens com o
mesmo número de
dentes apresentam
a mesma rpm.

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Engrenagens com números diferentes de dentes apresentam
mais ou menos rpm, dependendo da relação entre o menor ou o
maior número de dentes das engrenagens motora e movida.

Essa relação também pode ser expressa matematicamente:

n1 Z 2
=
n 2 Z1

Nessa relação, n1 e n2 são as rpm das engrenagens motora e


movida, respectivamente. Z2 e Z1 são o número de dentes das
engrenagens movida e motora, respectivamente.

Mas o que essas informações têm a ver com o cálculo de rpm?

Tudo, como você vai ver agora.

Cálculo de rpm de polias

Voltemos ao nosso problema inicial. Você está reformando uma


furadeira de bancada na qual a placa de identificação das rpm da
máquina desapareceu. Um de seus trabalhos é descobrir as
várias velocidades operacionais dessa máquina para refazer a
plaqueta.

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A máquina tem quatro conjuntos de polias semelhantes ao
mostrado na figura a seguir.

Os dados que você tem são: a velocidade do motor e os diâme-


tros das polias motoras e movidas.

Como as polias motoras são de tamanho diferente das polias


movidas, a velocidade das polias movidas será sempre diferente
da velocidade das polias motoras. É isso o que teremos de
calcular.

Vamos então aplicar para a polia movida do conjunto A relação


matemática já vista nesta aula:
n1 D2
=
n2 D1

n1 = 600 rpm
n2 = ?
D2 = 200 rpm
D1 = 60

Substituindo os valores na fórmula:


600 200
=
n2 60
600x60
n2 = 200
36000
n2 = 200
n2 = 180 rpm

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Vamos fazer o cálculo para a polia movida do conjunto B:
n1 D2
=
n2 D1
n1 = 600 rpm
n2 = ?
D2 = 150 rpm
D1 = 100

Substituindo os valores na fórmula, temos:


600 150
=
n2 100
600x100
n2 = 150
60.000
n2 = 150
n2 = 400 rpm

Tente você também

O processo para encontrar o número de rpm é sempre o mesmo.


Faça o exercício a seguir para ver se você entendeu.

Exercício 1
Calcule a rpm dos conjuntos C e D.

Conjunto C:
n1 D2
=
n2 D1
n1 = 600
n2 = ?
D2 = 100
D1 = 140

Substituindo os valores:
600 100
=
n2 140
n2 =
Conjunto D:
n1 = 600
n2 = ?
D2 = 60
D1 =200

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Dica
n1 D2
A fórmula = também pode ser usada para descobrir o
n2 D1

diâmetro de polias que faltam. Por exemplo: se tivéssemos de


descobrir o diâmetro da polia movida do conjunto A, teríamos:
n1 = 600
n2 = 180
D1 = 60
D2 = ?
n1 D2 600 D2
= = =
n2 D1 180 60
600x60 36000
D= = = 200 mm
180 180

Cálculo de rpm em conjuntos redutores de velocidade

Os conjuntos redutores de velocidade agrupam polias de tama-


nhos desiguais de um modo diferente do mostrado com a furadei-
ra. São conjuntos parecidos com os mostrados na ilustração a
seguir.

Apesar de parecer complicado pelo número de polias, o que você


deve observar nesse conjunto é que ele é composto de dois
estágios, ou etapas. Em cada um deles, você tem de descobrir
quais são as polias motoras e quais são as polias movidas. Uma
vez que você descubra isso, basta aplicar, em cada estágio, a
fórmula que já aprendeu nesta aula.

Então, vamos supor que você tenha de calcular a velocidade final


do conjunto redutor da figura acima.

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O que precisamos encontrar é a rpm das polias movidas do
primeiro e do segundo estágio. A fórmula, como já sabemos, é:
n1 D2
=
n2 D1

Primeiro estágio:
n1 = 1000
n2 = ?
D2 = 150
D1 = 60

Calculando:
1000x60
n2 =
150
60000
n2 =
150
n2 = 400

No segundo estágio, a polia motora está acoplada à polia movida


do primeiro estágio. Assim, n2 da polia movida do primeiro estágio
é n1 da polia motora do segundo estágio (à qual ela está acopla-
da), ou seja, n2 = n1. Portanto, o valor de n1 do segundo estágio é
400.
n1 = 400
n2 = ?
D2 = 200
D1 = 50
400x50
n2 =
200
20000
n2 =
200
n2 = 100 rpm
Portanto, a velocidade final do conjunto é 100 rpm.

Tente você também

Chegou a hora de exercitar a aplicação dessa fórmula. Faça com


atenção os exercícios a seguir.

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Exercício 2
Um motor que possui uma polia de 160mm de diâmetro desen-
volve 900 rpm e move um eixo de transmissão cuja polia tem
300mm de diâmetro. Calcule a rotação do eixo.

n1 D2
=
n2 D1

n1 = 900
n2 = ?
D2 = 300
D1 = 160

Exercício 3
Uma polia motora tem 10 cm de diâmetro. Sabendo que a polia
movida tem 30 cm de diâmetro e desenvolve 1200 rpm, calcule o
número de rpm que a polia motora desenvolve.

n1 = ?
n2 = 1200
D2 = 30
D1 = 10
n2 x D2
n1 =
D1

Exercício 4
Se a polia motora gira a 240 rpm e tem 50 cm de diâmetro, que
diâmetro deverá ter a polia movida para desenvolver 600 rpm?

Exercício 5
No sistema de transmissão por quatro polias representado
abaixo, o eixo motor desenvolve 1000 rpm. Os diâmetros das
polias medem: D1 = 150mm, D2 = 300mm, D3 = 80mm e D4 =
400mm. Determine a rpm final do sistema.

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Cálculo de rpm de engrenagem

Como já dissemos, a transmissão de movimentos pode ser feita


por conjuntos de polias e correias ou por engrenagens.

Quando se quer calcular a rpm de engrenagens, a fórmula é muito


semelhante à usada para o cálculo de rpm de polias. Observe:
n1 Z 2
=
n 2 Z1

Em que n1 e n2 são, respectivamente, a rpm da engrenagem


motora e da engrenagem movida e Z2 e Z1 representam, respecti-
vamente, a quantidade de dentes das engrenagens movida e
motora.

Vamos supor que você precise descobrir a velocidade final de


uma máquina, cujo sistema de redução de velocidade tenha duas
engrenagens: a primeira (motora) tem 20 dentes e gira a 200 rpm
e a segunda (movida) tem 40 dentes.
n1 = 200
n2 = ?
Z2 = 40
Z1 = 20
n1 x Z 1
n2 =
Z2
200 x 20
n2 =
40
4000
n2 =
40
n2 = 100 rpm

Se você tiver um conjunto com várias engrenagens, a fórmula a


ser usada será a mesma.

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Como exemplo, vamos
calcular a rpm da engrena-
gem D da figura a seguir.

Primeiro estágio:
n1 = 300
n2 = ?
Z2 = 60
Z1 = 30
300 x 30
n2 =
60
9000
n2 =
60
n2 = 150 rpm

Dica
Assim como é possível calcular o diâmetro da polia usando a
mesma fórmula para o cálculo de rpm, pode-se calcular também
o número de dentes de uma engrenagem:
n1 Z 2
=
n 2 Z1

Vamos calcular o número de dentes da engrenagem B da figura


acima.
n1 = 300
n2 = 150
Z2 = ?
Z1 = 30
300 x 30
Z2 =
150
9000
Z2 =
150
Z2 = 60 dentes

Tente você também

Você não terá nenhuma dificuldade no exercício que vem agora.


Veja como é fácil!

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Exercício 6
Seguindo o modelo do exemplo, faça o cálculo do segundo estágio.

Segundo estágio:
n1 = 150
n2 = ?
Z2 = 90
Z1 = 30
Teste o que você aprendeu

Releia a lição com especial cuidado em relação aos exemplos.


Em seguida, teste seus conhecimentos com os exercícios a
seguir.

Exercício 7
Uma polia motora tem 10 cm de diâmetro. Sabendo-se que a
polia movida tem 30 cm de diâmetro e desenvolve 1200 rpm,
calcule o número de rpm da polia motora.

Exercício 8
Se uma polia motora gira a 240 rpm e tem 50 cm de diâmetro,
qual será o diâmetro da polia movida para que ela apresente uma
velocidade de 600 rpm?

Exercício 9
Uma engrenagem motora tem 20 dentes e a outra, 30. Qual é a
rpm da engrenagem maior, se a menor gira a 150 rpm?

Exercício 10
Qual o número de dentes necessários à engrenagem A (motora)
para que A e B girem respectivamente a 100 e 300 rpm?

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Exercício 11
Na figura abaixo, qual é a rpm da engrenagem B, sabendo que a
engrenagem A gira a 400 rpm? Observe que as engrenagens
intermediárias T1 e T2 têm a função de ligar duas engrenagens
que estão distantes uma da outra e não têm influência no cálculo.

Exercício 12
Calcular a rpm da engrenagem B, sabendo que A é motora e gira
a 260 rpm.

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Gabarito

1. c) 840 rpm
d) 2000 rpm

2. n2 = 480 rpm

3. n1 = 3600 rpm

4. D2 = 20 cm

5. n4 = 100 rpm

6. n2 = 50 rpm

7. n1 = 3600 rpm

8. D2 = 20 cm

9. n2 = 100 rpm

10. Z = 90

11. n2 = 300 rpm

12. n4 = 640 rpm

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