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Teologia

Sistemática:

Antropologia

Pr. Kenneth Eagleton

(A apostila segue a exposição feita pelo livro Introdução à Teologia Sistemática


de Millard Erickson, Edições Vida Nova, com algumas modificações).

Escola Teológica Batista Livre


(ETBL)
Campinas, SP

2010
1

O Homem (Antropologia)

Anthropos, em grego, significa homem ou pessoa. A antropologia


estuda o homem ou a humanidade. Dependendo do seu enfoque e A antropologia
interesse, cada área do conhecimento humano que estuda a estuda o que a
antropologia (sociologia, psicologia, teologia, etc.) o fará sobre um Bíblia diz a
prisma um pouco diferente. Na teologia a antropologia é o estudo do respeito da
que a Bíblia diz a respeito do sêr humano: quem ele é, como é humanidade.
constituído e sua capacidade de se relacionar com Deus, com outros
seres humanos e com a natureza.

A) Imagens da humanidade: existem muitas imagens seculares a respeito da humanidade.


Três das mais difundidas são:

1. Homens como máquinas – nesta perspectiva, o ser humano é definido “de acordo
como o que tem capacidade para fazer”1. O seu valor é proporcional a sua utilidade à
sociedade, a uma atividade econômica ou à sua família. “A preocupação principal
dos que têm essa concepção será satisfazer aquelas necessidades que manterão o
ser humano (a máquina) funcionando de modo efetivo. A saúde do trabalhador
interessa, não porque a doença pode significar sofrimento pessoal, mas porque pode
resultar em perda de eficiência no trabalho. Elas têm valor enquanto são úteis”2.
Quando perdem a utilidade (ou nunca a tiveram por deficiência física ou mental),
existe a facilidade de encostá-las, abandoná-las e mesmo praticar a eutanásia.

2. Homens como animais – “outra corrente vê os homens primeiramente como


membros do reino animal e como descendentes de algumas de suas formas
superiores. Eles surgiram por meio do mesmo tipo de processo pelo qual passaram
todos os outros animais e terão um fim semelhante. Não há diferença qualitativa
entre os seres humanos e os outros animais. A única diferença é de grau”3. Esta é a
conclusão lógica dos que crêem na evolução natural como explicação para a
existência da humanidade.

3. Homens como peões do universo – “entre alguns existencialistas” e outros


“encontramos a idéia de que os homens estão à mercê das forças do mundo que
lhes controlam o destino, mas não têm verdadeiro interresse por eles. Essas são
consideradas forças cegas, forças do acaso em grande parte. Às vezes são forças
pessoais, mas, mesmo então, são forças sobre as quais os homens não têm controle,
e sobre as quais não exercem nenhuma influência, como os superpoderes políticos.
Trata-se de uma concepção basicamente pessimista que retrata os homens sendo
esmagados por um mundo hostil ou, pelo menos, indiferente a seu bem-estar e
necessidades. A conseqüência é um sentimento de desamparo, de futilidade”4 e de
resignação.

1
ERICKSON, Millard J., Introdução à Teologia Sistemática, (São Paulo: Edições Vida Nova), 1997, p. 205.
2
ERICKSON, p. 205.
3
ERICKSON, p. 206.
4
ERICKSON, p. 207.

Teologia Sistemática 4 Prof.: Pr. Kenneth Eagleton


2

4. A perspectiva cristã da humanidade – “Em contraste, a


perspectiva cristã da humanidade é que somos criaturas de A perspectiva
Deus, feitos à imagem de Deus. Isso significa, em primeiro cristã da
lugar, que deve-se entender que a humanidade não se originou humanidade é
de um processo evolutivo aleatório, mas de um ato consciente, que somos
proposital de Deus. Portanto, a existência humana tem um criaturas de
motivo, uma razão que repousa na intenção do Ser Supremo. Deus, feitos à
Em segundo lugar, a imagem de Deus é intrínseca à
imagem de
humanidade. Não seríamos humanos sem ela. De toda a
criação, somente nós somos capazes de ter um relacionamento Deus.
pessoal consciente com o Criador e de reagir a ele”5.

“Os homens também possuem uma dimensão eterna. Eles tiveram um ponto inicial
no tempo, mas foram criados por um Deus eterno e têm um futuro eterno”6.

“Por serem criação de Deus, os homens não conseguem descobrir seu verdadeiro
significado quando consideram que eles mesmos e a felicidade pessoal são os mais
elevados dos valores, nem conseguem encontrar felicidade, plenitude ou satisfação
quando vão em busca desses valores. O valor deles lhes foi conferido por uma fonte
superior, e só são satisfeitos no amor e no serviço a esse ser superior”7.

Só a perspectiva cristã da humanidade responde aos anseios da cultura


contemporânea. Ela também resgata o valor do ser humano como uma pessoa
conhecida pelo Pai.

O propósito da criação da humanidade e a sua existência neste lugar é para amar a


Deus e servi-lo e para desfrutar de um relacionamento com ele.

O significado teológico da criação humana:


1. Como o ser humano foi criado, “significa que ele não tem existência independente”8.
Isto significa que há um motivo para a nossa existência. “Nosso valor é derivado e a
nós conferido por um valor superior”9.

2. “A humanidade faz parte da criação. [...] Isto significa que deveria haver harmonia
entre nós e o restante das criaturas e da natureza”10.

3. “A humanidade... ocupa um lugar singular na criação”11. Foi o único ser criado à


imagem de Deus. Foi colocado acima do restante da criação.

4. “Há um vínculo comum entre todos os seres humanos”12. Isto fez com que o pecado
dos nossos primeiros pais se transmitisse a toda a humanidade.

5
ERICKSON, p. 207.
6
ERICKSON, p. 208.
7
ERICKSON, p. 208.
8
ERICKSON, p. 211.
9
ERICKSON, p. 211.
10
ERICKSON, p. 211.
11
ERICKSON, p. 212.

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3

5. Há limitações inerentes ao fato de sermos humanos finitos. Nosso conhecimento


sempre será incompleto e sujeito a erros. Temos que enfrentar a morte física (Hb
9:27), além de muitas outras limitações físicas, emocionais e mentais 13.

B) A imagem de Deus no homem


Passagens bíblicas importantes sobre a imagem de Deus no
homem: Gn 1:26-27 (“imagem e semelhança”); 5:1; Gn 9:6 Sermos criados à
(reparar que mesmo após a queda, o homem ainda tem a imagem de Deus
imagem de Deus); 1 Co 11:7; Tg 3:9.
significa que, como
ele, somos seres
O que significa ser criado na imagem de Deus14:
 Semelhança racional. Cl 3:10 – a imagem do Criador no racionais e morais
homem está relacionado com a racionalidade com emoções e uma
(conhecimento). Uma pessoa só pode ser ensinada vontade própria.
(educada) por ser racional. A imagem de Deus no homem
precisa ser informada, independentemente dela estar consciente disso.

 Semelhança moral. Ef 4:24 – a imagem de Deus no homem o torna um ser moral:


conceito abrangente de santidade, amor, sabedoria e ideais. A necessidade de viver
de acordo com o padrão moral de Deus e de apreciar a beleza e a excelência faz
parte da maneira em que cada um de nós foi projetado. Não podemos decidir se
vamos viver de acordo com o padrão moral de Deus. Ele já o decidiu quando nos
criou. Podemos decidir se vamos viver de acordo com os ensinos morais de Deus,
mas não podemos decidir se precisamos fazê-lo, pois Deus já o decidiu. O ser
humano não pode contrariar a lei moral de Deus sem sofrer as conseqüências.

 A palavra que resume as idéias de racionalidade e moralidade é a palavra “pessoa”.


Deus é uma pessoa e o sêr humano é uma pessoa. Uma pessoa é aquela que tem a
capacidade de pensar, sentir e agir.
o Mente – pensamos com a mente. As palavra “pensamento”, “razão” e
“entendimento” são usadas com muita freqüência no Novo Testamento.
Pensamos, temos idéias, raciocinamos, julgamos e tiramos conclusões com a
nossa mente.

o Coração (figurativo) – sentimos com o nosso coração. O coração


(figurativamente) é o centro das emoções. Com o coração sentimos a
realidade da verdade que entendemos com a nossa mente. O coração
registra o valor que colocamos nas coisas. É com o coração que temos
sentimentos de valor negativo de tristeza e angústia. Sentimentos com valor
positivo são: alegria, felicidade, satisfação, paz e contentamento. O
envolvimento do coração representa o envolvimento da parte mais interno
do nosso ser.

12
ERICKSON, p. 212.
13
ERICKSON, p. 212.
14
Forlines, Leroy. The Quest for Truth – Answering Life’s Inescapable Questions. Pg. 136-142

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o Vontade – o Novo Testamento grego não usa o substantivo desta palavra,


somente a forma verbal (querer), Mt 16:24; 21:29; 23:37; Mc 8:34; Jo 7:17;
Ap 22:17. Quando falamos em vontade falamos na possibilidade de fazer
escolhas. A capacidade de escolher faz parte de sermos uma pessoa. Em
escolhendo, a pessoa age.

 O ser humano como criatura pessoal, racional e moral é a semelhança constitucional


de Deus no homem. Mas a imagem de Deus no homem na criação incluía mais do
que uma semelhança constitucional. Incluía também uma semelhança funcional. Isso
significa que o homem, como foi criado (antes da queda), pensava, sentia e agia de
uma maneira que agradava a Deus. Podemos distinguir a semelhança constitucional
e funcional se dividirmos a abrangência de ser uma pessoa em: “pessoalidade” e
“personalidade”, sendo pessoalidade a semelhança constitucional e personalidade a
semelhança funcional.

 Dois níveis de personalidade: o consciente e o subconsciente. Até a queda do


homem, estes dois níveis funcionavam à semelhança de Deus.
o O subconsciente é programado com idéias, atitudes e respostas (reações).
Através do estudo, do raciocínio, da meditação e da observação,
armazenamos informações (tanto boas como más) no subconsciente,
semelhantemente ao armazenamento de dados em um computador. Nossa
mente pode trazer a tona estas informações com graus diferentes de
velocidade.

o No processo de meditação, idéias com que concordamos produzem uma


atitude apropriada no coração. Somos programados a pensar e a sentir de
uma certa maneira sob certas circunstâncias. A programação da mente de
Adão e Eva antes da queda era constituída de idéias e atitudes que tinham a
semelhança de Deus. Obviamente esta situação mudou após a queda.

 Inerente na semelhança constitucional do homem com O sêr humano foi


Deus e demonstrado na semelhança funcional está o fato criado para ter
de que o ser humano é feito (programado ou desenhado) relacionamentos
para ter relacionamentos. É uma necessidade do ser com Deus, com
humano para a sua identidade e para o seu funcionamento outras pessoas,
sadio. Estes relacionamentos são: 1) com Deus; 2) com
com a criação e
outras pessoas; 3) com a criação e 4) consigo mesmo.
consigo mesmo.
1. Seres humanos foram criados para terem um relacionamento com Deus. Em
Gn 3:8 inferimos que quando Deus veio andar no jardim e perguntou por
Adão e Eva, era um costume que ele tinha. Era uma comunhão que eles
tinham antes da queda. Seres humanos têm uma necessidade de buscar a
Deus.

2. Seres humanos criados seres sociais, com a necessidade de relacionamentos


com outras pessoas. Gn 2:18. Não é bom que uma pessoa esteja só. O
relacionamento social primário e mais importante é o casamento. A primeira

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menção de relacionamento social mencionado na Bíblia está ligado ao


casamento. Isto foi confirmado por Jesus em Mt 19:5-6. Deus criou seres
humanos macho e fêmea justamente para este relacionamento primário. É
obvio que existe outros relacionamentos sociais como entre pais e filhos,
entre irmãos, entre amigos, etc.

Os hábitos sociais e costumes de um povo se tornam sua cultura. A cultura é


a maneira de um povo pensar, interagir, se expressar (através da linguagem
ou das artes) e fazer as coisas. É tudo que dá uma identidade a este grupo.

3. Seres humanos foram criados para terem um relacionamento com a criação


(Gn 1:26, 28-30; Sl 8:6-8). O homem foi feito para poder governar a terra, as
plantas e os animais. Isto significa que ele tem responsabilidades de gerência
sobre a criação. Nosso relacionamento com a criação é mais do que
simplesmente um meio de sobrevivência. É uma oportunidade para
colocarmos a nossa criatividade para funcionar. Quando o fazemos para a
glória de Deus, tudo o que fazemos é um serviço divino. O trabalho era parte
do plano original de Deus para o mundo. Não incluía alguns dos aspectos
negativos que existem hoje, mas era parte do plano divino. A nossa
mordomia em relação a criação inclui uma preocupação com a ecologia.

4. Seres humanos foram criados para terem um relacionamento consigo


mesmo. Este relacionamento começa pela auto-avaliação. Nesta avaliação, o
resultado negativo é o auto-julgamento (com surgimento do sentimento de
culpa) enquanto que o resultado positivo é a auto-aceitação (com boa auto-
imagem). O ser humano tem sonhos e objetivos. Alcançar estes sonhos e
objetivos tráz as suas recompensas e satisfação enquanto que o fracasso tráz
perdas.

C) A Natureza Constitucional do Homem


A rigor, o sêr humano não pode ser divido em partes distintas e independentes. Pode-se
considerar que existem diferentes esferas na constituição do sêr humano, mas estas esferas
se sobrepoem e se complementam a tal ponto que é difícil distinguir onde termina uma
esfera e começa a outra. Por essa razão existe pontos de vista divergentes sobre a
constituição do sêr humano.

Concepções básicas da constituição humana:


 Tricotomismo (tricotomia) – o sêr humano é constituído de
três elementos: No tricotomismo,
o Corpo físico – “algo que temos em comum com os considera-se que
animais e as plantas. A diferença é”15 uma questão o sêr humano é
de complexidade. constituído por
corpo físico,
o Alma – parte imaterial. Plantas não têm alma. alma e espírito.
Animais teriam uma alma rudimentar. A alma seria

15
ERICKSON, p. 228.

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6

a sede do pensamento (ou razão), das emoções, da vontade e dos


relacionamentos sociais. É o centro dos traços da personalidade. “A posse de
uma alma é o que distingue os homens e os animais das plantas” 16.

o Espírito – também imaterial. A presença do espírito distinguiria os homens


dos animais. É “esse elemento religioso que permite aos homens perceber
questões espirituais e reagir aos estímulos espirituais. Trata-se do centro das
qualidades espirituais do indivíduo”17. Estas duas últimas partes sobrevivem
à morte física.

o Suporte bíblico: 1 Ts 5:23; Hb 4:12; Fp 1:27

 Dicotomismo (dicotomia) – o sêr humano é constituído de


No dicotomismo,
dois elementos:
o Parte material – o corpo físico, sujeito à morte considera-se que
física. o sêr humano é
constituído por
o Parte imaterial, invisível – as palavras alma e uma parte
espírito seriam sinônimas, sendo usadas de forma material (corpo)
intercambiável na Bíblia. Esta parte sobrevive à
e uma imaterial
morte física.
(alma, espírito).
o Supporte bíblico: “espírito” e “alma” são também empregados em relação
ao restante da criação (exemplo: Eclesiates 3:21 refere-se ao espírito dos
animais). Lc 1:46-47: “espírito” e “alma” são usados como equivalentes. “Às
vezes, a palavra alma é usada de tal forma que parece equivaler à própria
pessoa ou à sua vida”18 (Mt 16:26).

“Os pontos em comum entre a concepção tricotomista e a dicotomista excedem suas


diferenças. Ambas concordam em que os seres humanos são complexos ou
compostos, que eles são formados de partes que podem ser separadas” 19.

 Monismo – “o monismo insiste no fato de que não se pode, de maneira nenhuma,


pensar no sêr humano como composto de partes ou de entidades distintas, mas,
antes, como uma unidade radical”20. A Bíblia vê o ser humano simplesmente como
pessoa. “Os termos às vezes usados para distinguir partes da natureza humana
(corpo, alma e espírito) devem ser compreendidos como sinônimos. [...] Ser homem
é ser ou possuir um corpo. A idéia de que, de alguma forma, o homem pode existir à
parte do corpo é impensável. Por conseguinte, não há possibilidade de existência
desencarnada após a morte”21. A imortalidade da alma é completamente
inaceitável. Portanto, não existe vida após a morte à parte da ressurreição.

16
ERICKSON, p. 228.
17
ERICKSON, p. 228.
18
ERICKSON, p. 229.
19
ERICKSON, p. 230.
20
ERICKSON, p. 230.
21
ERICKSON, p. 230.

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7

o Esta posição é inaceitável, pois existem passagens que identificam


claramente uma distinção entre corpo e alma – Mt 10:28.

o Também existe boa evidência de um estado intermediário entre a morte e a


ressurreição, “um estado em que o indivíduo vive uma existência pessoal
consciente”22 e desencarnada: Lc 23:43; 16:19-31 (parábola do rico e
Lázaro); 2 Co 5:8.

o O monismo deve ser rejeitado por não estar de acordo com as Escrituras.

 Considerações gerais:
o “Cada homem deve ser tratado como uma unidade. A condição espiritual da
pessoa não pode ser tratada independentemente de sua condição física ou
psicológica e vice-versa”23.

o Qualquer desequilibro em uma das partes afeta o todo. A doença física pode
afetar a parte mental/emocional assim como a espiritual. O distúrbio
mental/emocional afeta a saúde física e a condição espiritual. O transtorno
espiritual também afeta a saúde física bem como o equilíbrio
mental/emocional.

o O homem é um ser complexo. “Sua natureza não pode ser reduzida a um


único princípio”24.

o O pecado afetou, deturpou e infectou todos os aspectos da constituição do


homem. Todos devem ser resgatados. A santificação deve afetar todos esses
aspectos.

o “O evangelho é um apelo à pessoa inteira”25. Devemos ter equilíbrio na


apresentação do evangelho e lembrar que os diferentes aspectos da
natureza humana devem ser atendidos e respeitados.

o “A natureza humana não é incompatível com o ensino bíblico de uma


existência pessoal consciente entre a morte e a ressurreição”26.

22
ERICKSON, p. 231.
23
ERICKSON, p. 233.
24
ERICKSON, p. 233.
25
ERICKSON, p. 233.
26
ERICKSON, p. 233.

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