Manual Decisoes Criminais Esmal PDF
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Manual Prático de
Decisões Criminais
4 Manual Prático de Decisões Criminais
Manual Prático de Decisões Criminais 5
Manual Prático de
Decisões Criminais
Presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas:
Des. Washington Luiz Damasceno Freitas
Coordenadores:
PRESIDENTE
Des. Washington Luiz Damasceno Freitas
VICE-PRESIDENTE
Des. João Luiz Azevedo Lessa
CORREGEDOR-GERAL DA JUSTIÇA
Des. Klever Rêgo Loureiro
A316m
Alagoas. Tribunal de Justiça. Escola Superior de
Magistratura de Alagoas. Núcleo de Estudos Criminal.
Manual Prático de Decisões Criminais / Escola Superior de
Magistratura de Alagoas, 2015.
294 p.
Editoração e Diagramação:
Colaboradores:
Nota Introdutória
Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e Diretor - Geral da Escola
Superior da Magistratura do Estado de Alagoas - ESMAL.
10 Manual Prático de Decisões Criminais
SUMÁRIO
3 EXCLUDENTE DE ILICITUDE
Autoria desconhecida
Cuida-se de Inquérito Policial que visa à apuração do crime de __
perpetrado em face de __.
Após o transcurso das investigações, a autoridade policial não logrou êxito em
descobrir a autoria do intento criminoso.
O Ministério Público, às fls. _____, pugnou pelo retorno do Inquérito
Policial à Delegacia de Polícia a fim de cumprir com as diligências arroladas na
respectiva peça.
Com o cumprimento das diligências, os autos voltaram ao parquet.
Em manifestação de fls. ____, o Ministério Público, em face da
impossibilidade de se averiguar o autor do fato criminoso, ficando desprovido de
elementos essenciais para o oferecimento da denúncia, uma vez que não há a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a teor
do art. 41 do Código de Processo Penal, pugnou pelo arquivamento do presente
feito.
É o que se tem a relatar. Passo a decidir.
Com a Constituição Federal de 1988 a ação penal passou a ser ato
privativo do Ministério Público, conforme se infere do art. 129, I.
Ocorre que, para o ajuizamento da ação penal, devem estar satisfeitos os
requisitos estabelecidos no art. 395 do Código de Processo Penal, dentre os quais se
infere a justa causa, configurada pelo lastro probatório mínimo.
Desta forma, em inexistindo base para o oferecimento da denúncia, uma
vez que as diligências policiais se mostraram inócuas, o pleito de arquivamento dos
presentes autos, com fincas no art. 18 do CPP, deve ser acolhido, haja vista que, não
obstante haja a materialidade delitiva, configurada pelo ___________, resta patente
que não existe qualquer indício de autoria, sendo a mesma desconhecida.
Outrossim, o arquivamento por ausência de provas não impede a
continuidade das investigações e, acaso novas provas surjam, o início da ação penal.
Desta forma, arrimado nas disposições insculpidas no artigo 28 do CPP,
acolho o requerimento promanado pelo representante do Parquet neste Juízo e
DETERMINO o arquivamento destes autos de inquérito policial, com as cautelas
legais, sem embargo de desarquivamento, se novas provas surgirem. (art. 18 do
CPP).
Façam-se as comunicações, anotações e registros pertinentes.
Manual Prático de Decisões Criminais 27
5 ARQUIVAMENTO INDIRETO
12 BUSCA E APREENSÃO
A autoridade policial alega que __, motivo pelo qual pugna pela
expedição de mandados de busca e apreensão a serem cumpridos nos seguintes
endereços:
__
Instado a manifestar, o Ministério Público opinou __.
É o relatório. Passo a decidir.
Ab initio, faz-se necessário relembrar que no processo penal vige a busca
pela verdade real. Neste contexto, tratando-se, a medida cautelar de busca e
apreensão domiciliar, de importante ferramenta para obtenção de subsídios que
propiciem o esclarecimento dos fatos apurados em inquérito policial, é presumido o
interesse processual. Eis como a matéria é tratada no art. 156 do Código de Processo
Penal:
Art.156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,
porém, facultado ao juiz de ofício:
I– ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da
medida;
II–determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante.
Conforme se observa, o pleito tem por escopo, além de extirpar da
sociedade apetrechos e instrumentos utilizados no cometimento de crimes violentos,
obter subsídios mínimos aptos a ensejar o processamento dos investigados.
Neste contexto, a Constituição Federal de 1988 elencou uma série de
direitos e garantias individuais a fim de preservar, dentre outros, a vida privada e
intimidade das pessoas. Nesta senda, o art. 5, X, da CF, assim preceitua:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que as garantias elencadas na
Constituição Federal não são direitos absolutos. Neste contexto, quando tais direitos
entrarem em confronto com outros direitos de igual envergadura, há de se fazer uma
ponderação a fim de solucionar o conflito surgido.
No caso dos autos, há dois direitos de envergadura constitucional
colidentes, quais sejam: o direito a intimidade e a vida privada e, do outro lado, a
segurança pública e a paz social.
Manual Prático de Decisões Criminais 35
12.3 Indeferimento
Cuida-se de representação realizada pela Autoridade Policial, na qual
pleiteia a expedição de mandado de busca e apreensão em diversas residências, a fim
de robustecer os elementos de informações constantes em caderno probatório, que
apuram os crimes de __.
Alega que __, motivo pelo qual pugna pela expedição do mandado de
busca e apreensão a ser cumprido nos seguintes endereços:
__.
Instado a manifestar, o Ministério Público, opinou __.
Manual Prático de Decisões Criminais 37
No caso dos autos, a autoridade policial não especifica qual o imóvel seria
objeto da busca e apreensão, pleiteando a expedição de mandados para diversas ruas.
Ora, deferir tal medida seria entregar à autoridade policial verdadeiro cheque em
branco, chancelando a invasão indiscriminada de domicílios.
***
Desse modo, claudicante o embasamento fático do pedido de busca e
apreensão, o mesmo não merece ser deferido. Pensar de forma distinta seria
chancelar a invasão indiscriminada de residências, em violação ao disposto no art.
5º, XI da Constituição Federal.
Em face do exposto, INDEFIRO o pedido de BUSCA E APREENSÃO
formulado na presente representação policial, por entender não estarem presentes às
fundadas razões prescritas no artigo 240, § 1º, do Código de Processo Penal;
facultando a autoridade policial colacionar novos elementos de convicção a
instruírem o pedido, demonstrando as fundadas razões necessárias e suficientes ao
seu deferimento.
Comunique-se imediatamente à autoridade policial.
Dê-se vista ao Ministério Público.
Após, arquive-se.
Local, Data
Juiz de Direito
Ocorre que, por tudo que dos autos transparece, denota-se que a medida
atingiu seu desiderato, exaurindo sua finalidade, motivo pelo qual acolho o pedido
parquet e determino o arquivamento dos presentes autos.
Cientifique-se o parquet, bem como a autoridade policial.
Cumpra-se.
Apense-se o presente incidente, ao competente Inquérito Policial.
Local, Data
Juiz de Direito
13 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
como poderá ser afastado o sigilo das comunicações telefônicas. Cai a lanço a
transcrição do art. 2º, da Lei 9.296/96 que traz os requisitos necessários para o
afastamento do sigilo telefônico:
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações
telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em
infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no
máximo, com pena de detenção.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com
clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a
indicação e qualificação dos investigados, salvo
impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Analisando, a contrario sensu, os incisos I, II e III, do art. 2º, obtemos os
requisitos necessários para o deferimento da medida, quais sejam: indícios razoáveis
da autoria ou da participação em infração penal; a prova não puder ser feita por
outros meios disponíveis e a infração investigada ser punida com pena de reclusão.
Com relação ao inciso I, o mesmo está demonstrado, haja vista (elencar as
razões do convencimento).
Quanto ao inciso II, (elencar as razões do convencimento).
Por fim, quanto ao inciso III, o investigado, em princípio, praticou as
condutas __ que são punidas com pena de reclusão.
Assim, no caso em tela se fazem presentes os requisitos ensejadores da
medida pleiteada, razão pela qual, nos termos do art. 5º, da Lei n.º 9.296/96,
DEFIRO A REPRESENTAÇÃO ofertada pela autoridade policial,
AUTORIZANDO A INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA, pelo prazo de __ dias,
possibilitando a realização da análise dos dados contidos no IMEI __ e, por
conseguinte, o monitoramento das chamadas recebidas, não atendidas e efetuadas,
como também mensagens de voz e de texto.
Determino que o(a) analista judiciário(a) __ fique responsável pela
tramitação do presente feito, bem como pela expedição dos ofícios, nos moldes
descritos pela Resolução 59/2008 do CNJ, às operadoras de telefonia móvel e fixa a
fim de que (determinar as diligências a serem realizadas, dentre as quais, podemos
elencar:
- Envio imediato das ligações, especialmente no que se refere à identificação, em
tempo real, das chamadas originadas e recebidas, não atendidas e identificação das
42 Manual Prático de Decisões Criminais
13.3 Indeferimento
15.3 Indeferimento
16 PRISÃO TEMPORÁRIA
16.1 Despacho
1. Dê-se vista ao Ministério Público para que se manifeste, com a urgência que o
caso requer.
2. Após, conclusos para decisão.
Local, Data
Juiz de Direito
***
Noutro giro, analisando os requisitos previstos no art. 282, do CPP,
denoto que a aplicação de quaisquer das medidas cautelares seria ineficaz ao fim
almejado. Desta forma, realizando o cotejo da necessidade da medida para se ver
assegurada a aplicação da lei penal, investigação ou instrução criminal e ordem
social contra a reiteração delitiva (art. 282, I, CPP); bem como a sua adequação à
gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou
acusado (art. 282, II, CPP); e a impossibilidade da substituição da medida
eventualmente aplicada por outra medida cautelar de menor onerosidade (art. 282,
§6º), observo que nenhuma das medidas seria suficiente para garantir a aplicação da
lei penal, ou garantir a instrução criminal. Vejamos:
(Fundamentar a inaplicabilidade das medidas penais cautelares)
Portanto, nos moldes do art. 282, §6o, que determina que "a prisão
preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por
outra medida cautelar (art. 319)” não vislumbro, ao menos no presente momento
processual, saída distinta da prisão preventiva.
Diante do exposto e por tudo mais que dos autos transparece:
1. Decreto a prisão preventiva de __, com fincas no art. 312 do CPP.
2. Expeça-se o competente mandado de prisão, encaminhando-o para a autoridade
policial e a central de mandados da Polícia Civil.
3. Atualize-se o Banco Nacional de Mandados de Prisão e o histórico de partes.
4. Cientifique-se o Ministério Público da presente decisão.
Local, Data
Juiz de Direito
Juiz de Direito
Tal como se verifica dos autos, a conduta perpetrada ocorreu no dia __.
Contudo, ao invés de imediatamente comunicar o fato a este juízo, a autoridade
policial apenas veio comunicar o fato no dia __.
Assim, está claro que o mesmo não obedeceu ao quanto estabelecido no
art. 306, § 1o, do Código de Processo Penal, o que impede a homologação do
presente flagrante.
OU
Verifica-se do Auto de Prisão em Flagrante que não foi o indigitado preso
no momento em que cometeu a suposta infração penal ou quando acabou de cometê-
la. Da mesma forma, não há elementos para supor que tenha sido perseguido ou
encontrado, logo depois, em circunstâncias que fizessem presumir ser ele o autor do
fato, conforme requer o artigo 302 do Código de Processo Penal.
Denota-se, na verdade, que o flagranteado teria sido preso momentos
depois da suposta prática criminosa, em virtude de investigação preliminar realizada
pela polícia, o que não autoriza a prisão em flagrante.
Ora, este tipo de prisão não pode decorrer de diligências investigativas, na
qual tenha havido hiato temporal, uma vez que tal circunstância descaracteriza o
estado de flagrância, haja vista inexistir relação de imediatidade entre a conduta
criminosa e o momento do acautelamento.
Desta forma, a prisão não ocorreu em quaisquer das espécies de flagrante
previstas pelo Código de Processo Penal. Explico:
Segundo a doutrina, há três espécies de flagrante, quais sejam, o flagrante
próprio (art. 302, I e II, do CPP), impróprio (art. 302, III, do CPP) e o presumido
(art. 302, IV, do CPP).
No caso dos autos, o preso não foi capturado cometendo a infração, ou
tendo acabado de cometê-la. De igual modo, entre o cometimento do crime e o
início das diligências houve um hiato temporal de __ horas, o que desconfigura o
flagrante impróprio, pois a autoridade policial partiu em perseguição do suspeito
muito tempo após o cometimento do fato. Alfim, não tendo sido encontrado com o
suspeito objetos que façam presumir ser o mesmo o autor da infração, não vislumbro
o estado de flagrância, o que enseja o imediato relaxamento da prisão imposta pela
autoridade policial.
Assim, tal como demonstrado acima, o auto de prisão em flagrante não
atendeu em sua integralidade os requisitos legais, motivo pelo qual não está
formalmente hígido, razão pela qual não poderá ser homologado.
Diante do exposto e por tudo mais que dos autos transparece, DEIXO DE
HOMOLOGAR a prisão em flagrante de __ pelo suposto cometimento do crime de
__, razão pela qual RELAXO A SUA PRISÃO, determinando a sua imediata
colocação em liberdade, se por outro al não estiver preso.
Expeça-se o competente alvará de soltura.
Manual Prático de Decisões Criminais 85
1 ARRESTO PRÉVIO
Vistos etc.
O Ministério Público requereu o arresto prévio de bens imóveis de
propriedade do denunciado.
Aduz existir certeza da materialidade e indícios da autoria do delito pelo
denunciado. Afirma ainda que promoverá a especialização da hipoteca legal mas,
como tal medida pressupõe arbitramento, avaliação, oitiva do denunciado e outros
momentos processuais, a demora em sua conclusão pode levar ao perecimento da
medida assecuratória.
Destarte, tendo em vista que se deve garantir a eventual e futura reparação
dos danos decorrentes da infração penal, com fulcro no art. 136 do CPP, DEFIRO o
pedido determinando seja lavrado o auto e anotado no Registro de Imóveis
competente o arresto do imóvel ____________.
Observo que, caso não seja intentado o procedimento que visa
especializar a hipoteca legal, a medida será revogada, independente de qualquer
manifestação.
Publique-se. Intime-se.
Local e data.
Juiz de Direito
2 ARRESTO
Vistos etc.
O Ministério Público requereu o arresto de bens móveis de propriedade
do denunciado.
Aduz existir certeza da materialidade e indícios da autoria do delito pelo
denunciado. Ademais, afirma, juntando para tal, certidões e avaliações, que o
denunciado não possui bens imóveis suficientes para garantir a eventual e futura
reparação dos danos decorrentes da infração penal.
(analisar os requisitos acima)
Ante o exposto, determino a autuação em autos apartados e, com fulcro
no art. 137 do CPP, DEFIRO o pedido determinando o arresto dos bens móveis
90 Manual Prático de Decisões Criminais
Vistos etc.
O Ministério Público requereu o sequestro de bens imóveis de
propriedade do denunciado, aduzindo que os mesmos resultam do crime de ______
praticado pelo denunciado.
(Especificar a suposta ilicitude da origem dos bens)
Assim, de acordo com o apontado pelo membro do Ministério Público, há
indícios veementes da proveniência ilícita dos bens mencionados.
Destarte, autuando-se em apartado, DEFIRO o pleito ministerial e, com
fulcro nos arts. 126 e 128 do CPP, determino o sequestro dos bens, mediante
lavratura do respectivo auto e a consequente inscrição no Registro de Imóveis, por
meio de mandado judicial.
Publique-se. Intime-se.
Local e data.
Juiz de Direito
Manual Prático de Decisões Criminais 91
Vistos etc.
O Ministério Público requereu o sequestro de bens móveis de propriedade
do denunciado, aduzindo que os mesmos resultam do crime de ________ praticado
pelo denunciado.
(Especificar a suposta ilicitude da origem dos bens)
Assim, de acordo com o apontado pelo membro do Ministério Público, há
indícios veementes da proveniência ilícita dos bens mencionados.
Observo ainda não ser aplicável ao caso o disposto nos arts. 240 e
seguintes do CPP, não sendo cabível a busca e apreensão de tais bens.
Destarte, autuando-se em apartado, DEFIRO o pleito ministerial e, com
fulcro nos arts. 126 e 132 do CPP, determino o sequestro dos bens, mediante
lavratura do respectivo auto.
Publique-se. Intime-se.
Local e data.
Juiz de Direito
Vistos etc.
Trata-se de expediente feito por _________ (terceiro adquirente dos bens
ou o próprio investigado/denunciado) para que seja feito o levantamento do
sequestro dos bens referenciados.
Aduz que não mais deve subsistir a constrição uma vez que (a ação penal
não foi intentada no prazo de sessenta dias da medida de sequestro ou oferta caução
que assegura o efeito previsto no art. 74, II, b, segunda parte do Código Penal ou foi
extinta a punibilidade/absolvido por sentença com trânsito em julgado).
Manifestação do Ministério Público concordando com o levantamento.
Com efeito, conforme reza o art. 131 do CPP, o levantamento do
sequestro é medida que se impõe já que (a ação penal não foi intentada no prazo de
sessenta dias da medida de sequestro ou trata-se de terceiro adquirente do bem
ofertando caução que assegura o efeito previsto no art. 92, II, b, segunda parte do
Código Penal ou foi extinta a punibilidade/absolvido por sentença com trânsito em
julgado).
92 Manual Prático de Decisões Criminais
Vistos etc.
____________________, devidamente qualificado nos autos, veio
requerer a este Juízo a especialização da hipoteca legal dos imóveis descritos às fls.
___, bens de propriedade do acusado, tendo em vista a garantia de futura reparação
dos danos decorrentes da infração penal.
Em virtude de futuro pagamento da responsabilidade civil e com base no
art.134, do CPP, presentes os requisitos enunciados do fumus commissi delicti e do
periculum in mora, determino o arbitramento do valor da responsabilidade e a
avaliação do(s) imóvel(is), pelo avaliador judicial (ou por perito nomeado pelo
Juízo, onde não houver avaliador judicial), autuando-se em apartados os autos do
incidente.
Com o arbitramento e avaliação nos autos, cientifique-se o MP e
intimem-se os interessados para que se manifestem em dois dias.
Cumpra-se.
Local e data.
Juiz de Direito
Vistos etc.
_________________, devidamente qualificado nos autos, veio requerer a
este Juízo a especialização da hipoteca legal dos imóveis descritos às fls.___, bens
de propriedade do acusado, tendo em vista a garantia de futura reparação dos danos
decorrentes da infração penal.
Por decisão deste juízo procedeu-se ao arbitramento da indenização e à
avaliação judicial dos bens imóveis, não tendo havido discordância pelas partes
interessadas e MP.
Manual Prático de Decisões Criminais 93
prazo, oficiando-se para tanto, ao Diretor do referido Centro, para que designe
profissional médico para tanto, devendo o mesmo Centro Psiquiátrico oficiar a
este Juízo para, em qualquer caso, informar acerca do sucesso ou não da
diligência determinada, sob pena de responsabilidade.
6 A entrega dos autos aos peritos, a fim de facilitar a realização do exame (art. 150,
§2º, CPP).
Com a chegada do exame, apense-se aos autos principais e dê-se vista às
partes, pelo prazo de 05 (cinco) dias.
Providências necessárias. Intimem-se. Ciência ao MP. Cumpra-se.
Local e data.
Juiz de Direito
Vistos etc.
Foi instaurado incidente de insanidade mental do acusado ________.
Realizada a perícia, foi encaminhado aos autos o laudo de fls. ___.
Ministério e defesa se manifestaram quanto ao laudo.
Em suma, é o relato.
Passo a decidir:
Observe que a conclusão dos peritos é clara quando afirmam que o réu ao
tempo da ação, era, por motivo de doença mental (ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado), inteiramente incapaz de entender o caráter criminoso do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Assim, homologo, por sentença, para que produza seus devidos e
jurídicos efeitos, o laudo conclusivo constante do incidente de insanidade mental às
fls.___, relativo ao acusado _____________________________.
Sem custas.
Publique-se. Registre-se. Intime-se.
Local, data.
Juiz de Direito
Manual Prático de Decisões Criminais 101
1 RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
Vistos etc...
O representante do Ministério Público ofereceu denuncia em desfavor de
_____, imputando-lhe a prática do crime tipificado no artigo 329 do Código Penal.
Narra a peça acusatória que no dia ____, por volta das ____ horas, o
acusado teria desacatado policiais militares no momento em que era abordado e
submetido a revista pessoal, xingando-os, evitando a submissão à ação policial,
tentando agredi-los fisicamente.
É o relatório.
Decido.
Constato, de inicio, que, no caso dos autos, o crime imputado ao acusado
é aquele tipificado no artigo 329 do Código Penal (resistência). Fato é que a
denúncia genérica, vaga e incompleta, que não descreve objetiva e concretamente a
conduta delitiva do acusado, com todas as suas circunstâncias, há de ser tida por
formalmente inepta, vez que não observa o artigo 41 do Código de Processo Penal.
Na hipótese em testilha, a denúncia não se explicita como ocorreu a
resistência, de que modo se concretizou, se por atos, palavras, gestos etc. É cediço
que o denunciado tem que se defender de uma imputação precisa e bem delineada,
que lhe possibilite exercer amplamente sua defesa.
A descrição correta do fato, circunstanciado, é dever do promotor de
justiça. A denúncia há de permitir a identificação bem delineada da conduta, o que
não ocorre no caso. Precedentes no STF:
É inepta a denúncia que não descreve pormenorizadamente o fato criminoso,
dificultando o exercício da ampla defesa (art. 562/427).
Também assim o STJ:
Não contendo a denúncia, ainda que resumidamente,
elementos que tipifiquem a conduta do indiciado, nem
individualizem seu proceder, peca por inépcia, determinando,
assim, o trancamento da ação penal. Precedentes do STF e do
STJ. Recurso conhecido (RSTJ 24/415).
Assim, a inépcia da denúncia decorre de sua já apontada narrativa vaga,
que não descreve o fato típico em sua inteireza. Por essa razão, com fundamento no
artigo 41 do Código de Processo Penal, REJEITO A DENÚNCIA OFERECIDA
CONTRA O ACUSADO _____.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Local e data.
Manual Prático de Decisões Criminais 103
Nos termos do art. 395 do CPP, a denúncia será rejeitada quando for
manifestamente inepta; faltar pressuposto processual ou condição para exercício da
ação penal; ou, ainda, faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Pois bem, no caso em testilha, das hipóteses colacionadas alhures,
percebe-se de maneira clara faltar justa causa para o exercício da ação penal, dada a
inexistência de lastro probatório mínimo que dê sustentação à acusação formulada.
Com efeito, para o regular e tranquilo exercício da ação penal contra o
denunciado, revela-se imprescindível lastreá-la em um mínimo de provas, ou até
mesmo diminutos elementos de informação colhidos durante a investigação do fato.
Este suporte probatório mínimo tem conexão com indícios da autoria, existência
material de uma conduta típica e alguma prova de sua ilicitude e culpabilidade, o
que, prima facie, não consta na inicial acusatória.
Neste sentido, o recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal:
EMENTA Inquérito. Utilização indevida, em proveito próprio
ou alheio, de rendas públicas (art. 1º, II, do Decreto-lei nº
201/67). Imputação a prefeito municipal. Alegação de inépcia
da denúncia e de ilegitimidade passiva. Preliminares
rejeitadas. Falta de justa causa para a ação penal.
Caracterização. Inexistência de suporte probatório
mínimo a amparar a imputação. Prefeito que se limitou a
celebrar convênio com a Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) para a construção de módulos sanitários. Licitação
realizada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, que
firmou o contrato de empreitada, realizou as medições de obra
e todos os pagamentos à contratada. Subordinação hierárquica
da Secretaria Municipal ao Prefeito que não gera, por si só, a
responsabilidade desse último. Impossibilidade, ademais, de
observância do plano original de trabalho do convênio.
Demora, tanto na liberação das verbas, por parte da FUNASA,
como na licitação das obras, o que acabou por gerar o aumento
do custo unitário inicialmente previsto. Licitação e contratação
que observaram a redução de meta. Execução parcial do
convênio justificada. Existência de seis boletins de medição
atestando a execução de 99,35% do objeto do contrato, os
quais não foram infirmados por mera vistoria da Caixa
Econômica Federal, realizada muito tempo após a conclusão
das obras, noticiando a execução de 54,43% do objeto
originário do convênio. Falta de aquiescência formal da
convenente à redução de metas e inércia do Prefeito em
106 Manual Prático de Decisões Criminais
Local e data.
Vistos, etc.
O Ministério Público do Estado de Alagoas denunciou XXXX pela
prática de furto ocorrido em _________________.
Foi apresentada resposta escrita.
É o relatório. Decido.
4.1 Fundamentação
4.2 Dispositivo
Relatório
Fundamentação
Da autoria e materialidade do crime
Da dosimetria da pena
Do réu
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato (CP, art. 49, § 1º).
Considerando a atenuante da confissão espontânea (art. 65, III, 'd', do
CP), reduzo a reprimenda para _____e 130 (cento e trinta) dias-multa sobre 1/30 do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato.
Inexistem agravantes.
Tendo em vista a incidência das causas de aumento de pena previstas no
art. 157, § 2º, incisos I (emprego de arma de fogo), II (concurso de pessoas) e V
(restrição da liberdade das vítimas) - e considerando as circunstâncias como se deu o
crime de roubo, já que foi cometido _______, elevo a sanção, ficando em ______ de
reclusão e ______dias-multa sobre 1/30 do maior salário mínimo mensal vigente ao
tempo do fato.
Incide, ainda, a causa de aumento de pena prevista no art. 70 do CP, pois
restou verificado a existência do concurso formal de crimes, conforme
fundamentação acima. Considerando que as penas dos delitos são idênticas e tendo
em vista que, conforme os réus mesmos admitiram, foram subtraídos bens de
______ vítimas, ou seja, foram cometidos ______ crimes de roubo, elevo a sanção
em 1/2 (um meio), ficando em _______ de reclusão.
As penas pecuniárias devem ser somadas, nos termos do art. 72 do CP, e
não apenas exasperadas. Considerando que foram cometidos _____ delitos de roubo
em concurso formal, a pena de multa definitiva é de _____ sobre 1/30 do maior
salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato.
A pena será cumprida inicialmente em regime fechado (CP, art. 33, § 2º,
'a', do CP). Para o pagamento da multa imposta, deverá ser observado o disposto nos
arts. 49, § 2º, e 50, ambos do CP.
Do réu
Da indenização civil
Dispõe o art. 387, IV, do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008,
que, em caso de condenação do réu, deve o magistrado fixará o valor mínimo para
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos
pelos ofendidos indiretos.
No caso em tela, não existem elementos suficientes para fixar o valor da
indenização, sequer em seu mínimo legal, pois não existem provas dos danos morais
nem dos materiais, vez que não consta nada nos autos sobre o valor dos objetos
subtraídos.
Por essas razões, se torna impossível o arbitramento do valor mínimo da
reparação dos danos, devendo a parte ofendida buscar a liquidação da sentença penal
condenatória no juízo competente, visando apurar o prejuízo efetivamente sofrido,
para poder ser indenizado.
Dispositivo
Providências finais
Relatório
Fundamentação
Imputa-se ao(s) acusado(s) acima especificado(s) a prática do crime de
furto, previsto no art. 155, § 4º, I, do CP. A pretensão punitiva do Estado não merece
prosperar, pois não há provas suficientes para autorizar um édito condenatório.
De fato, o acusado, ao ser interrogado, negou ter cometido o crime. Por
outro lado, nenhuma das testemunhas ouvidas durante a instrução criminal
presenciou o fato, logo, não souberam dizer se o réu praticou realmente o delito. Ou:
De fato, o acusado não foi localizado para ser interrogado. Por outro lado, nenhuma
das testemunhas ouvidas durante a instrução criminal presenciou o fato, logo, não
souberam dizer se o réu cometeu o crime.
Como se percebe, não há provas que demonstrem que o(a) acusado(a)
tenha cometido o crime. Ora, para que o juiz declare a existência da
responsabilidade criminal e imponha sanção penal a uma determinada pessoa,
restringindo a sua liberdade, é necessário que adquira a certeza de que foi cometido
um ilícito penal e que seja ela a autora, ou seja, deve convencer-se de que são
verdadeiros os fatos narrados na peça acusatória. Como se sabe, o ônus da prova é o
encargo que tem a parte de demonstrar no processo a ocorrência de um fato que
alegou em seu interesse, sendo que, no processo penal de um Estado Democrático de
Direito que se propõe a respeitar a dignidade da pessoa humana, cabe ao acusador o
ônus de evidenciar a existência do fato e da respectiva autoria. De fato, a
Constituição Federal estatuiu – como consequência direta do princípio do devido
processo legal (art. 5º, LIV) – o denominado princípio da presunção de inocência,
segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória” (art. 5º, LVII). Tal regra também restou reforçada com
a adesão do Brasil à Convenção Americana Sobre Direitos Humanos (Pacto de São
José da Costa Rica), conforme Decreto nº 678, de 6.11.92. Esta Convenção dispõe,
em seu art. 8º, 2, que “toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma
sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa”. Por óbvio, não
pode o juiz condenar uma pessoa, restringindo a sua liberdade, sem a presença de
prova objetiva e robusta a respeito da autoria e da materialidade do crime.
A mera suspeita, que é uma opinião vaga, uma inferência que abre
caminho à dúvida, não se presta para tanto. Condenar com base em provas tão
frágeis como a dos autos, é o mesmo que ressuscitar o odioso e absurdo princípio da
Manual Prático de Decisões Criminais 121
Dispositivo
Relatório
O (A) representante do Ministério Público, com atribuições nesta Vara,
ofertou denúncia em desfavor de _____________, qualificado(s) nos autos,
atribuindo-lhe(s) a prática do crime de furto, previsto no art. 155 do CP.
Consta na denúncia, em síntese, que no dia _____________, por volta das
17 horas, na orla marítima da Barra de São Miguel, o(a) acusado(a), após destruição
(ou rompimento) de obstáculo, subtraiu o aparelho de telefone celular da vítima
__________________.
122 Manual Prático de Decisões Criminais
Fundamentação
pode aceitar essa interferência quando outros meios menos duros não prometam um
êxito suficiente. Dos princípios acima citados, surge o princípio da insignificância,
que limita a ingerência penal, impondo uma interpretação restritiva da tipicidade do
fato e, por consequência, reduzindo a violência punitiva do Estado.
Com efeito, como já se disse alhures, para justificar a intervenção penal,
além da subsunção formal da conduta à letra da lei (tipicidade formal), torna-se
imprescindível a presença de uma ofensa ao bem jurídico protegido pela norma
penal primária. De fato, o delito não é só desvalor da ação (idoneidade lesiva da
conduta do agente) senão, sobretudo, desvalor do resultado (real afetação do bem
jurídico). A tipicidade, portanto, passa a ser entendida em sentido material, ou seja,
só será crime a conduta típica que ofenda efetivamente o bem jurídico penalmente
tutelado, pois a intervenção do Direito penal do ius libertatis somente se legitima
quando necessário (princípio da intervenção penal mínima). Assim, os princípios da
ofensividade e da intervenção penal mínima, que embasam o princípio da
insignificância, permitem excluir do âmbito do punível as condutas que, mesmo
cumprindo literalmente a descrição típica, mostram-se, em concreto, inofensivas ou
não significativamente ofensivas para o bem jurídico tutelado. Com efeito, não
resultando, de forma expressiva, nenhuma lesão ou efetivo perigo concreto de lesão
a esse bem jurídico, não se pode falar em fato típico. Como já se disse, no caso sob
julgamento, o reconhecimento do princípio da insignificância e a consequente
absolvição do(s) acusado(s) se impõem, pois - embora haja provas suficientes da
autoria e materialidade de uma conduta aparentemente típica -, o resultado advindo
dela foi juridicamente irrelevante, não justificando a aplicação de uma pena em
resposta a um crime de bagatela.
Nesse sentido, já decidiu o STJ:
HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO TENTADO.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE.
MÍNIMO DESVALOR DA AÇÃO. VALOR ÍNFIMO DA
RES FURTIVA. IRRELEVÂNCIA DA CONDUTA NA
ESFERA PENAL. PRECEDENTES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL E DESTA CORTE. ORDEM
CONCEDIDA.
1.A conduta perpetrada pelo Paciente - tentativa de furto de 03
(três) caixas de refil Gillette, 01 (um) frasco de loção
bloqueadora solar Nívea e 01 (um) frasco de loção
bloqueadora solar Red Apple, bens avaliados no total em R$
73,95 (setenta e três reais e noventa e cinco centavos) - insere-
se na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de
bagatela. 2. O fato não lesionou o bem jurídico tutelado pelo
Manual Prático de Decisões Criminais 125
Dispositivo
Relatório
Fundamentação
Com efeito, o laudo pericial de fl. ___ demonstra que a vítima foi
lesionada, e que o ferimento foi provocado por _____. Por outro lado, a autoria é
induvidosa, diante das provas produzidas em juízo.
Realmente, ___, vítima, asseverou que foi o réu o autor da lesão que
sofreu. Vejamos:
XXXX
XXXX
XXXX
No mesmo sentido, ____, em seu depoimento, informou ter ciência de
que o acusado fora o autor do fato, expressando-se da seguinte forma:
XXXX
XXXX
XXXX.
Por fim, em seu interrogatório, o réu confessou ter agredido a vítima,
afirmando ter ____ (fls. 120-121).
Diante do que foi exposto, a conclusão a que se chega é a de que a
conduta levada a efeito pelo acusado se subsume nos preceitos das normas contidas
nos arts. 121, c/c art. 14, II, ambos do CP, tendo ele tendo ele cometido o crime de
tentativa de homicídio, não existindo nenhuma circunstância que exclua a ilicitude
do fato.
Da periculosidade e da inimputabilidade
Dispositivo
Posto isso, e considerando o que mais dos autos consta, com fulcro no art.
26 do CP e no art. 415, IV, do CPP, ABSOLVO o acusado _________, dada a sua
inimputabilidade. Entretanto, com base no art. 96, II, e 97, ambos do CP, submeto-o
a MEDIDA DE SEGURANÇA de INTERNAÇÃO em hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, haja vista
que o fato praticado pelo acusado é punido com reclusão, atentando-se, ainda, ao
grau de periculosidade dele evidenciado no laudo pericial.
A internação será por tempo indeterminado, fixando o prazo mínimo em 1
(um) ano, devendo ser providenciado, em seu término, o exame de cessação de
periculosidade, que, se for o caso, deverá ser repetido anualmente, ou a qualquer
tempo, se o determinar o juiz da execução.
Em virtude da detração, deve ser computado, no prazo mínimo da medida
de segurança, o tempo de prisão provisória (CP, art. 42).
P.R.I. Após o trânsito em julgado:
a) expeça-se guia de internamento para a execução da medida de segurança, nos
termos dos arts. 171 e seguintes da Lei de Execução Penal (Lei nº 7210/84);
b) façam-se as comunicações de estilo; e
c) arquive-se.
Local e data.
MÉRITO - FUNDAMENTAÇÃO
no presente caso, uma vez que o Réu poderia ter procurado imediatamente a polícia
para noticiar a coação, já que esta foi feita em momento diferente do crime, assim
como havia a escolha de não agir criminosamente.
Assim, rejeito a tese da defesa, restando configurada a conduta descrita no
art. 157 do Código Penal, não estando a vontade do Denunciado, portanto, viciada
pela coação moral irresistível.
Ultrapassada a tese da defesa, enfrento a existência de causas de aumento
da pena que, in casu, consistem na ameaça mediante uso de arma de fogo e no
concurso de pessoas, este último devidamente provado pelos depoimentos da vítima,
das testemunhas e da confissão dos acusados. Passando à análise da qualificadora de
emprego de arma de fogo (rectius, causa especial de aumento da pena), é de bom
alvitre destacar que o simples emprego, de modo a intimidar as vítimas, já configura
a tipificação da conduta como crime de roubo, diante da ameaça também elementar
do crime em análise - que tal instrumento confere. Desta forma, tal causa de
aumento incide ainda que não seja apreendida e periciada a arma de fogo utilizada
no delito de roubo, quando tal circunstância for comprovada por outros meios de
prova, em especial a palavra das vítimas e das testemunhas, como in casu, consoante
entendimento já pacificado do STF e do STJ. A propósito, vejamos:
HABEAS CORPUS. ROUBO. CONCURSO DE
ATENUANTES E AGRAVANTES. ARMA NÃO
APREENDIDA E NÃO PERICIADA. PREPONDERÂNCIA
DA REINCIDÊNCIA SOBRE A CONFISSÃO
ESPONTÂNEA. ORDEM DENEGADA.
1. A questão de direito tratada nos autos deste habeas corpus
diz respeito à possível exclusão da causa especial de aumento
de pena decorrente do uso de arma de fogo, que não foi
apreendida nem periciada, e à preponderância da reincidência
sobre a atenuante da confissão espontânea;
2. O reconhecimento da causa de aumento prevista no art. 157,
§ 2º, I, do Código Penal prescinde da apreensão e da
realização de perícia na arma, quando provado o seu uso no
roubo, por outros meios de prova;
3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no
sentido de que não se exclui a causa de aumento prevista no
art. 157, § 2º, I, do Código Penal por falta de apreensão da
arma, quando comprovado o seu uso por outro meio de prova.
Precedentes;
4. Corretas as razões do parecer da Procuradoria-Geral da
República ao concluir que o artigo 67 do Código Penal é claro
134 Manual Prático de Decisões Criminais
Dispositivo
Caso tenha sido decretada a prisão preventiva do(a) acusado(a), fica ela
desde já revogada, devendo ser comunicado à autoridade policial ou expedido alvará
de soltura, na hipótese do acusado se encontrar preso.
P. R. I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.
Local e data.
da vítima, devendo ser exercida no prazo de 06 (seis) meses, por força dos arts. 38
do CPP e 103 do CP.
O referido prazo é decadencial, conta-se na forma preconizada pelo art.
10 do CP e começa a fluir do dia em que a vítima, ou seu representante legal, venha
a saber quem é o autor da infração penal, fato esse que ocorreu em ____, conforme
consta dos autos.
Até esta data a(s) vítima(s) não ofereceram a representação exigida pela
legislação, tendo se quedado inerte(s) por mais de 06 (seis) meses, ocorrendo, assim,
a decadência do direito de representação.
No caso em tela, a matéria é de ordem pública e, uma vez se verificando,
deve o magistrado, até mesmo de ofício, declarar a extinção da punibilidade do(a)
autor(a) do fato, nos precisos termos do art. 107, IV, do CP e do art. 61 do CPP.
Posto isso, considerando que se operou a decadência do direito de queixa
(arts. 38 do CPP e 103 do CP), com fulcro no art. 107, IV, do CP e art. 61 do CPP,
DECLARO EXTINTA A PUNIBILIDADE de _______, já qualificado(a) nos autos.
P.R.I. Após o trânsito em julgado, arquive-se.
Local e data.
Local e data.
Relatório
Fundamentação
Da autoria e da materialidade da infração
Realmente, o réu admitiu que foi preso quando estava portando uma arma
de fogo. Por outro lado, o policial ouvido nesta audiência confirmou que prendeu o
acusado em flagrante por estar em poder de uma arma de fogo.
Cumpre salientar que a ausência de exame pericial na arma apreendida
não desconfigura o crime.
De fato, a materialidade do delito restou cabalmente comprovada através
do auto de apreensão da arma de fogo e do depoimento da(s) testemunha(s).
Ademais, o crime de porte ilegal de arma de fogo é de mera conduta ou de perigo
abstrato, não havendo necessidade de prova da potencialidade lesiva do artefato,
bastando a mera probabilidade de vir a ocorrer algum dano. Tanto é verdade que a
lei não exigiu a potencialidade lesiva, que o Estatuto do Desarmamento, em seu art.
14, tipificou criminalmente a simples conduta de portar munição, a qual,
isoladamente, ou seja, sem a arma, não possui nenhum poder ofensivo. É esse o
entendimento do STF:
Da dosimetria da pena
Da substituição da pena
Dispositivo
Providências finais
Relatório
Fundamentação
Da autoria e materialidade do crime
Da qualificadora
Da dosimetria da pena
Da substituição da pena
Da indenização civil
Dispõe o art. 387, IV, do CPP, com redação dada pela Lei nº
11.719/2008, que, em caso de condenação do réu, deve o magistrado fixar o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelos ofendidos indiretos. No caso em tela, não existem elementos
suficientes para fixar o valor da indenização, sequer em seu mínimo legal, pois não
existem provas do valor dos bens subtraídos. Ademais, não houve pedido expresso
de indenização.
Por essas razões, se torna impossível o arbitramento do valor mínimo da
reparação dos danos, devendo a parte ofendida buscar a liquidação da sentença penal
condenatória no juízo competente, visando apurar o prejuízo efetivamente sofrido,
para poder ser indenizado.
Dispositivo
Relatório
Fundamentação
Da autoria e materialidade do(s) delito(s)
Da dosimetria da pena
Da indenização civil
Dispõe o art. 387, IV, do CPP, com redação dada pela Lei nº
11.719/2008, que, em caso de condenação do réu, deve o magistrado fixará o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelos ofendidos indiretos. No caso em tela, não existem elementos
suficientes para fixar o valor da indenização, sequer em seu mínimo legal, pois não
existem provas de danos materiais ou morais eventualmente ocorridos. Ademais,
não houve pedido de indenização nem defesa do(a) acusado(a) nesse aspecto.
Por essas razões, se torna impossível o arbitramento do valor mínimo da
reparação dos danos, devendo a parte ofendida buscar a liquidação da sentença penal
condenatória no juízo competente, visando apurar o prejuízo efetivamente sofrido,
para poder ser indenizado.
156 Manual Prático de Decisões Criminais
Dispositivo
1 RECEBIMENTO DE DENÚNCIA
Vistos.
A inicial acusatória observou os requisitos do art. 41 do CPP, assegurando
ao Imputado as condições necessárias para o exercício pleno das garantias
constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Dos autos se extrai a existência de indícios suficientes da autoria e da
materialidade delitiva, restando evidenciada a justa causa para a deflagração da ação
penal.
Assim, com apoio nos arts. 41 e 406 do CPP, recebo a denúncia e
determino a citação do Acusado para responder, por escrito, aos termos da
acusação, no prazo de 10 (dez) dias, podendo arguir preliminares e alegar tudo o que
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação,
quando necessário, conforme dispõe o art. 406, §3º do mesmo Codex.
Na hipótese de não apresentação da resposta à acusação, certifique-se e,
imediatamente, sem necessidade de nova conclusão dos autos, dê-se vista dos
autos à Defensoria Pública para fazê-lo, no prazo de 10 (dez) dias.
2 REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
2.1 Inépcia
3 PRONÚNCIA
I. Relatório
O Ministério Público ofereceu denúncia contra __________, devidamente
qualificado na exordial, como incurso nas sanções penais do art. 121, caput, do
Estatuto Repressivo Pátrio.
Narra a denúncia, em síntese, que, no dia __________.
Instrui a denúncia o inquérito policial (fls. _____), contendo o laudos de
exame pericial no local do crime (fls. _____), cadavérico (fls. _____) e na arma de
fogo apreendida (fls. _____).
Denúncia recebida à fl. _____.
Defesa preliminar colacionada à fl. _____.
Folhas de antecedentes criminais à fl. _____.
Durante a instrução foram ouvidas as testemunhas __________ (fl.
_____), bem como foi realizado o interrogatório do Acusado (fls. _____).
Nenhuma diligência complementar foi requerida pelas partes.
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a Pronúncia
do acusado como incurso no art. 121, caput, do CP (fls. _____); ao passo em que a
defesa requereu __________ (fls. _____).
É o relatório. Decido.
II. Fundamentação
Trata-se de ação penal pública incondicionada instaurada com a
finalidade de apurar a responsabilidade penal do acusado pela prática do fato
delituoso narrado na denúncia, configurador do crime homicídio simples (art. 121,
caput, do Código Penal).
Manual Prático de Decisões Criminais 161
III. Dispositivo
Ante as razões explanadas, com fundamento no art. 413, caput, do CPP,
PRONUNCIO O RÉU __________, devidamente qualificado nos presentes autos, a
fim de que seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, pela possível prática
do crime de homicídio simples (art. 121, caput, do Código Penal).
SE O RÉU ESTÁ PRESO: Considerando que o Acusado foi
preventivamente preso com fundamento na __________ e não tendo havido
modificação ou extinção dos motivos que ensejaram a sua decretação, mantenho a
prisão preventiva decretada em seu desfavor, devendo aquele aguardar o julgamento
pelo Plenário do Júri segregado, na forma do art. 413, §3º do CPP.
Publique-se. Intime-se.
162 Manual Prático de Decisões Criminais
I. Relatório
O Representante do Ministério Público com ofício nesta Comarca
ofereceu denúncia contra __________, devidamente qualificado na exordial, como
incurso nas sanções penais do art. 121, §2º, __________, do Estatuto Repressivo
Pátrio.
Narra a denúncia, em síntese, que, no dia __________.
Instrui a denúncia o inquérito policial (fls. _____), contendo o laudos de
exame pericial no local do crime (fls. _____), cadavérico (fls. _____) e na arma de
fogo apreendida (fls. _____).
Denúncia recebida à fl. _____.
Defesa preliminar colacionada à fl. _____.
Folhas de antecedentes criminais à fl. _____.
Durante a instrução foram ouvidas as testemunhas __________ (fl.
_____), bem como foi realizado o interrogatório do Acusado (fls. _____).
Nenhuma diligência complementar foi requerida pelas partes.
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a Pronúncia
dos acusados como incursos nos arts. 121, §2º, __________, do CP (fls. _____); ao
passo em que a defesa requereu __________ (fls. _____).
É o relatório. Decido.
II. Fundamentação
Trata-se de ação penal pública incondicionada instaurada com a
finalidade de apurar a responsabilidade penal do acusado pela prática do fato
delituoso narrado na denúncia, configurador do crime homicídio qualificado pelo
__________ (art. 121, §2º, __________, do Código Penal).
A materialidade delitiva restou comprovada no laudo pericial de fls. ____
e pelo laudo cadavérico de fls. __________, tendo este último atestado que da ação
por instrumento __________ resultou o falecimento da vítima por __________.
Quanto à autoria, em que pese tenha o Réu negado esta qualidade, não
conseguiu provar que __________, não se desincumbindo, portanto, do ônus de
provar o que alega, nos moldes do art. 156, caput, do CPP.
Analisando os depoimentos das testemunhas, verifico que os indícios da
autoria recaem sobre o Acusado, sendo suficientes para levá-lo a julgamento pelo
Conselho de Sentença, não cabendo, in casu, o instituto da impronúncia.
Manual Prático de Decisões Criminais 163
III. Dispositivo
Ante as razões explanadas, com fundamento no art. 413, caput, do CPP,
PRONUNCIO O RÉU __________, devidamente qualificado nos presentes autos, a
fim de que seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, pela possível prática
do crime de homicídio qualificado pelo __________ (art. 121, §2º, ____, do Código
Penal).
Considerando que o Acusado foi preventivamente preso com fundamento
na __________ e não tendo havido modificação ou extinção dos motivos que
ensejaram a sua decretação, mantenho a prisão preventiva decretada em seu
desfavor, devendo aquele aguardar o julgamento pelo Plenário do Júri segregado, na
forma do art. 413, §3º do CPP.
Publique-se. Intime-se.
Manual Prático de Decisões Criminais 165
I. Relatório
II. Fundamentação
III. Dispositivo
4 IMPRONÚNCIA
I. Relatório
O Ministério Público ofereceu denúncia contra __________, devidamente
qualificado na exordial, como incurso nas sanções penais do art. 121, § _____ do
Estatuto Repressivo Pátrio.
Narra a denúncia, em síntese, que:
“__________”
Instrui a denúncia o auto de prisão em flagrante de fls. _____, com
conversão da prisão em preventiva (fls. _____), o inquérito policial (fls. _____),
contendo via original do auto de prisão em flagrante (fls. _____).
Denúncia recebida às fls. _____, tendo, na mesma oportunidade, sido
decretada a prisão preventiva em desfavor do denunciado.
Pedido de revogação de prisão preventiva em favor do Réu __________
às fls. _____, acompanhado dos documentos de fls. _____.
O Ministério Público opôs-se ao pedido de revogação de prisão
preventiva (fls. _____), tendo o MM. Juiz indeferido-o (fls. _____).
Resposta à acusação colacionada às fls. _____.
Laudos de exame cadavérico da vítima à fl. _____.
Durante a instrução foram ouvidas as testemunhas __________ (fl.
_____), bem como foi realizado o interrogatório do Acusado (fls. _____).
Laudo pericial realizado no local da morte da vítima às fls. _____.
Nenhuma diligência complementar foi requerida pelas partes.
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu __________
(fls. _____); a defesa do réu, por sua vez, requereu __________ (fls. _____).
É o relatório. Decido.
II. Fundamentação
1. Dispositivo
5 ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
I. Relatório
O Ministério Público ofereceu denúncia contra __________, devidamente
qualificado na exordial, como incurso nas sanções penais do art. 121, § _____ do
Estatuto Repressivo Pátrio.
Narra a denúncia, em síntese, que:
“__________”
Manual Prático de Decisões Criminais 175
II. Fundamentação
Embora o Tribunal do Júri seja competente para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida (art. 5º, XXXVIII, d, da Constituição Federal), o legislador
ordinário estabeleceu um filtro para as acusações que não se amoldam ao perfil de
crimes dessa natureza.
É de se pontuar, neste sentido, que a lei nº. 11.689/2008 introduziu
importantes alterações no procedimento do Tribunal do Júri, especialmente no que
toca à absolvição sumária, o que, pela natureza processual de seus dispositivos,
devem ser aplicadas a este processo.
Os presentes autos têm por objetivo apurar a responsabilidade criminal do
denunciado pela prática do crime previsto no art. 121, ____, ______, do Código
Penal, ocorrido no dia ____/____/______ , em que fora vítima
________________________.
A prova da materialidade do fato está consubstanciada nos documentos
juntados aos autos, quais sejam, _______ (fls. _____).
Os indícios de autoria também recaem sobre o réu, arrimados pelos
relatos das testemunhas ouvidas em Juízo bem como pelo seu interrogatório,
176 Manual Prático de Decisões Criminais
6 SENTENÇA. DESCLASSIFICAÇÃO.
I. Relatório
O Ministério Público ofereceu denúncia contra _____________,
devidamente qualificado na exordial, como incurso nas sanções penais do art. 121,
caput, do CP.
Narra a denúncia que _________________.
O inquérito policial de fls. _______ acompanha a denúncia, que foi
recebida por este Juízo à fl. ____.
Laudo pericial de lesões corporais do Réu carreado às fls. ____ e laudo
pericial cadavérico (se houver) às fls. ____.
Defesa preliminar apresentada às fls. _____.
Durante a instrução foram ouvidas as testemunhas arroladas pelo
Ministério Público (fls. _____) e pela defesa (fls. _____), bem como foi realizado o
interrogatório do(s) Réu(s) às fls. ______.
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu ___________
(fls. ____); ao passo em que a defesa pleiteou _____________ (fls. _______).
É o relatório. Decido.
Manual Prático de Decisões Criminais 177
II. Fundamentação
III. Dispositivo
7 JUÍZO DE RETRATAÇÃO
Vistos, etc.
Trata-se de RECURSO EM SENTIDO ESTRITO interposto pelo acusado
_______________, devidamente qualificado, inconformado com a decisão de
pronúncia de fls. ____, pleiteando a retratação da decisão impugnada ou, caso não o
seja, a remessa dos presentes autos ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Após historiar os fatos de forma breve, aduz o recorrente que a decisão
que pronunciou o acusado ____________________.
Instado a se manifestar, o representante do Ministério Público apresentou
contrarrazões, pugnando __________________.
Vieram-me os autos conclusos.
É o relatório. Passo a decidir.
Reexaminando a decisão prolatada, concluo que a mesma não deve ser
modificada, cujos fundamentos bem resistem às razões do recurso, de forma que a
mantenho.
A materialidade do delito de homicídio veio demonstrada por meio do
laudo de exame cadavérico e das fotografias do local do fato. Por sua vez, os
indícios de autoria recaem sobre o Acusado, não havendo prova cabal em contrário.
Assim, existindo prova da existência do crime e indícios suficientes de
que seja o recorrente o autor, a denúncia oferecida pelo Ministério Público mostra-se
admissível, devendo a decisão de pronúncia ser mantida.
Nessa trilha, é importante ressaltar que para a decisão de pronúncia
bastam indícios de que o acusado tenha cometido o crime que lhe é imputado, em
Manual Prático de Decisões Criminais 179
Vistos, etc.
Trata-se de RECURSO EM SENTIDO ESTRITO interposto pelo acusado
_______________, devidamente qualificado, inconformado com a decisão de
pronúncia de fls. ____, pleiteando a retratação da decisão impugnada ou, caso não o
seja, a remessa dos presentes autos ao Egrégio Tribunal de Justiça.
Após historiar os fatos de forma breve, aduz o recorrente que a decisão
que pronunciou o acusado ____________________.
180 Manual Prático de Decisões Criminais
9 PEDIDO DE DESAFORAMENTO
Vistos, etc.
O MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL ofereceu denúncia em
desfavor de _______________, devidamente qualificado, dando-o como incurso nas
sanções previstas no art. 121, caput, do Código Penal, pela prática do crime de
homicídio, que teve como vítima a pessoa de _________________.
Narra na inicial acusatória que ________________.
O Ministério Público arrola testemunhas às fls. ___.
Termo de apreensão às fls. ______.
Certidão de antecedentes criminais às fls. ____.
182 Manual Prático de Decisões Criminais
10 SENTENÇAS EM PLENÁRIO
leciona Guilherme de Souza Nucci, “poderá dar a configuração que bem entenda”
(Tribunal do Júri, 2008, p. 345).
A materialidade e a autoria encontram-se devidamente provadas, aquela
pelo auto de exame de lesão corporal de fls. ____, pelo laudo de exame
complementar de fl. ____ e pelos documentos médicos de fls. ____; e esta pelas
declarações da vítima ______________ (fls. _____) e pelos depoimentos das
testemunhas _______________ (fls. ______), _______________ (fls. ______) e
_________________ (fls. _______).
Compulsando detidamente a prova produzida durante a instrução
criminal, constato a inviabilidade de reconhecimento da causa de exclusão da
antijuridicidade da legítima defesa, considerando que o Acusado não repeliu
prontamente à agressão da vítima. Ao contrário, _______________.
Não se encontram presentes, destarte, os elementos para o
reconhecimento da excludente de ilicitude da legítima defesa (arts. 23, II e 25,
ambos do CP).
Assim, deve o Acusado ser responsabilizado pela prática do crime de
lesão corporal grave (ou gravíssima), consoante verificado no exame complementar
de fl. ____.
Ante as razões explanadas, JULGO PROCEDENTE a pretensão
punitiva do Estado e CONDENO o Réu ____________ como incurso nas sanções
penais do art. 129, § ____, ______ do CP.
Atendendo às circunstâncias previstas no art. 59 e levando em
consideração as diretrizes do art. 68, ambos do Código Penal, passo à
DOSIMETRIA DA PENA a ser aplicada ao Condenado:
O acusado __________, quanto à sua culpabilidade – __________;
antecedentes – __________; conduta social – __________; personalidade –
__________; motivos do crime – __________; circunstâncias do fato –
__________; consequências do crime – __________; comportamento da vítima –
__________.
Assim, fixo-lhe a pena base em ____ (______) anos de _________ .
Não há circunstâncias agravantes. Entretanto, diante da atenuante da
________ (art. 65, _______ do CP), atenuo a pena em _________ de reclusão e
________ dias-multa, passando a pena a _________ de ________________.
OU
Não concorrem circunstâncias atenuantes, nem agravantes.
OU
Manual Prático de Decisões Criminais 189
DELIBERAÇÕES FINAIS
I. Relatório
I. Fundamentação
1 - Homicídio qualificado
2 – (Crime conexo)
O acusado __________, quanto à sua culpabilidade – __________;
antecedentes – __________; conduta social – __________; personalidade –
__________; motivos do crime – __________; circunstâncias do fato –
__________; consequências do crime – __________; comportamento da vítima –
__________.
Em assim sendo, e observando as diretrizes do art. 68 do mesmo diploma
legal, fixo-lhe a pena base privativa de liberdade em __________ anos de reclusão.
Ante a existência de da agravante ________, exaspero a pena em ______
anos (ou meses) de reclusão, ficando a pena provisória de ______ anos de reclusão.
Inexistem causas de aumento ou de diminuição da pena, e, assim, torno
definitiva a pena de _____ anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente
________, considerando _______________.
OU NÃO HAVENDO CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E
ATENUANTES E CAUSAS DE AUMENTO OU DE DIMINUIÇÃO DA PENA.
Não sendo reconhecido pelo Conselho de Sentença, em prol do réu,
circunstâncias atenuantes, nem agravantes, fixo a pena em __________ anos de
reclusão, e ante a inexistência de causas de aumento ou de diminuição, torno a pena,
em definitivo e em concreto, em __________ anos de reclusão.
Manual Prático de Decisões Criminais 193
CONCURSO DE CRIMES
DETRAÇÃO
DA PRISÃO PREVENTIVA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Comparecimento
Nome
(sim ou não)
7
196 Manual Prático de Decisões Criminais
Vistos, etc.
Considerando que o jurado abaixo relacionado deixou de comparecer para
a presente sessão sem causa legítima, na forma dos arts. 436, § 2º e 442 ambos do
CPP, aplico-lhe a multa abaixo descriminada, de acordo com a sua condição
econômica.
Certifico e dou fé, eu, Oficial de Justiça abaixo assinado, que exercendo
as funções de Porteiro nesse Tribunal do Júri, tendo anunciado o nº do Processo, o
artigo do Código Penal em que o réu estava incurso, bem como o nome da vítima,
apregoei à porta do Tribunal, em alta voz, o réu _______________, o Promotor de
Manual Prático de Decisões Criminais 197
Nome Assinatura
1
2
3
4
Manual Prático de Decisões Criminais 199
Do que dou fé e, para constar, digitei este termo que vai assinado por mim
____________, Escrivão, pelo Juiz Presidente e pelos senhores jurados.
(Local, data)
Juiz Presidente do Tribunal do Júri
1) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
2) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
3) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
4) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
5) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
Juiz de Direito Presidente
Ministério Público
Advogado de Defesa
Réu
JURADOS
Jurado - 1 ____________________________________________
Jurado - 2 ____________________________________________
Jurado - 3 ____________________________________________
204 Manual Prático de Decisões Criminais
Jurado - 4 ____________________________________________
Jurado - 5 ____________________________________________
Jurado - 6 ____________________________________________
Jurado - 7 ____________________________________________
TERMO DE VOTAÇÃO
Aos ________ dias do mês de ________ de ________, na sala secreta das
deliberações do Júri, a portas fechadas, onde presentes se achavam o MM. Juiz
Presidente do Tribunal do Júri, Dr. _________ e o Conselho de Sentença, composto
dos seguintes jurados: 1 – ___________________; 2 - ___________________; 3 -
_______________________; 4 - ______________________; 5 -
______________________; 6 - ______________________; 7 -
______________________. O Promotor de Justiça, Dr. ______________; o
Defensor do Réu Dr. _________________, comigo Escrivão e os Oficiais de Justiça,
e de acordo com os arts. 485 a 491, do Código de Processo Penal, o MM. Juiz
Presidente procedeu à votação dos quesitos abaixo, relativos ao acusado
__________________, com observância de todas as formalidades legais, depois de
lidos e explicada a significação legal de cada um, tendo sido apurados os seguintes
resultados:
QUESITAÇÃO
1) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
2) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
3) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
4) XXX
( ) Sim
Manual Prático de Decisões Criminais 205
( ) Não
( ) Prejudicados
5) XXX
( ) Sim
( ) Não
( ) Prejudicados
Diante desse resultado, o MM. Juiz Presidente deu por encerrada a
votação, durante a qual estiveram presentes o Dr. Promotor de Justiça e o Defensor
do réu, sem, contudo, na mesma intervirem. E, de tudo, para constar, lavrei este
termo que, lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu,
___________________ Escrivão, o digitei e subscrevi.
Juiz de Direito Presidente
Ministério Público
Advogado de Defesa
Réu
JURADOS
Jurado - 1 ____________________________________________
Jurado - 2 ____________________________________________
Jurado - 3 ____________________________________________
Jurado - 4 ____________________________________________
Jurado - 5 ____________________________________________
Jurado - 6 ____________________________________________
Jurado - 7 ____________________________________________
Oficial de Justiça
Oficial de Justiça
CERTIDÃO
(local, data)
Oficial de Justiça
Oficial de Justiça
JURADOS:
Manual Prático de Decisões Criminais 207
Jurado - 1 ____________________________________________
Jurado - 2 ____________________________________________
Jurado - 3 ____________________________________________
Jurado - 4 ____________________________________________
Jurado - 5 ____________________________________________
Jurado - 6 ____________________________________________
Jurado - 7 ____________________________________________
Aos ___ dias do mês de ___ de 20__, às __:___ na ___ Vara, desta
Comarca de _________, no Fórum, presença de Sua Excelência o MM. Juiz de
Direito _______, comigo ______, o(a) representante do Ministério Público, Dr.
__________. Presente o autor do fato, acompanhado do Dr. ______. Presente a
vítima. Aberta a Audiência, as partes efetuaram a composição civil, nos seguintes
termos: ____________. Ouvido, o MP se manifestou nos seguintes termos:
“__________”. Em seguida o MM. Juiz proferiu a seguinte Sentença: "Dispensado
o relatório, nos termos do art. 81, § 3º, da Lei 9099/95. DECIDO. Designada a
presente audiência preliminar a vítima e o autor do fato realizaram a
composição civil de danos, conforme termos acima em epígrafe, o que resulta
na renúncia tácita ao direito de representação, nos termos do art. 74, § único,
da Lei 9.099/95. O MP pugnou pela homologação da composição civil e pela
extinção da punibilidade. Ante o exposto, HOMOLOGO o acordo celebrado
entre as partes por sentença, a fim de que produza os efeitos previstos no art.
74, caput, da Lei 9099/95 e JULGO EXTINTA a punibilidade do autor do
fato______, nos termos do art. 107, V, do CP, c/c o art. 74 da Lei 9.099/95,
determinando em consequência o arquivamento e a respectiva baixa na
distribuição dos presentes autos, após o trânsito em julgado. Sem custas.
Sentença publicada em audiência e desde já intimados os presentes. Registre-
se". Nada mais sendo dito, mandou o Juiz encerrar o presente termo, que lido,
assinam:
Juiz de Direito
Autor do fato:
Advogado:
Vítima:
Representante do MP:
Aos ___ dias do mês de ___ de 20__, às __:___ na ___ Vara, desta
Comarca de ______, no Fórum, presença de Sua Excelência o MM. Juiz de Direito
___________, comigo ______, o(a) representante do Ministério Público, Dr. _____.
Presente o autor do fato, acompanhado do Dr. _______. Presente a vítima. Aberta a
Audiência, foi dada a palavra a representante do Ministério Público, que assim se
manifestou: "MM. Juiz, após analisar os presentes autos, não vislumbra o MP
214 Manual Prático de Decisões Criminais
Aos ___ dias do mês de ___ de 20__, às __:___ na ___ Vara, desta
Comarca de _________, no Fórum, presença de Sua Excelência o MM. Juiz de
Direito _______, comigo ______, o(a) representante do Ministério Público, Dr.
__________. Presente o autor do fato, acompanhado do Dr. ______. Presente a
vítima. Aberta a Audiência, a vítima renunciou ao direito de representação em
relação ao autor do fato. Dada a palavra ao Ministério Público, o mesmo se
manifestou nos seguintes termos: “Trata-se de TCO instaurado em desfavor de
_____ por prática de suposto crime de ____ previsto no art. ____, do CP, perpetrado
contra _____, fato esse ocorrido em _______. Nesta audiência a vítima renunciou ao
Manual Prático de Decisões Criminais 215
Aos ___ dias do mês de ___ de 20__, às __:___ na ___ Vara, desta
Comarca de _________, presença de Sua Excelência o MM. Juiz de Direito
_______, comigo ______, o(a) representante do Ministério Público, Dr.
__________. Presente o autor do fato, acompanhado do Dr. ______, OAB/AL ___.
Presente a vítima. Aberta a Audiência, não oferecida a proposta de transação penal
em virtude de o autor do fato da ter sido beneficiado com idêntica medida nos
últimos cinco anos, conforme certidão de fls. __. Assim, foi concedida a palavra ao
Ministério Público, que apresentou denúncia nos seguintes termos: "Consta dos
autos o boletim de Ocorrência de fls. ___ que no dia _____ por volta das __:__
horas, o autor do fato ______. Assim, o denunciado praticou o crime previsto no art.
_____. Isto posto, denuncio o autor do fato_____ como incurso nas penas do art.
_____, do ____, o que requer sua intimação, bem como oitiva de testemunhas
arroladas nas fls. ____. Pede deferimento". Em seguida, o MM. Juiz proferiu o
seguinte despacho: “Com base no art. 78, da Lei 9.099/95, determino a entrega
de cópia do presente termo ao acusado aqui presente, o qual desde já fica citado
e intimado para responder aos termos constantes da inicial acusatória,
oralmente, em audiência de instrução e julgamento que ora designo para o dia
____ de ____ de 20__, às __:__ horas (art. 81, da Lei n.º 9.099/95), advertindo-o
que deverá comparecer acompanhado de advogado, sob pena de ser-lhe
nomeado defensor público. Advirta-se, ainda, ao acusado que deverá trazer as
216 Manual Prático de Decisões Criminais
Aos ___ dias do mês de ___ de 20__, às __:___ na ___ Vara, desta
Comarca de _________, no Fórum, presença de Sua Excelência o MM. Juiz de
Direito _______, comigo ______, o (a) representante do Ministério Público, Dr.
__________. Presente o autor do fato, acompanhado do Dr. ______, OAB/AL ___.
Presente a vítima. Aberta a Audiência, foi formulada pelo Ministério Público a
proposta de suspensão condicional do processo pelo prazo de 02 anos, e em
seguida advertiu o (a) autor (a) do fato das conseqüências da prática de nova
infração penal e da transgressão das condições impostas. Indagado (a) o (a)
autor (a) do fato se aceitava e prometia cumprir as obrigações fixadas, tendo
respondido positivamente, foi-lhe outorgada a suspensão condicional do
processo nesta própria audiência.
Condições Impostas:
1ª) Proibição de mudar do endereço informado nos autos, sem prévia comunicação
ao Juízo do novo local onde irá residir;
2ª) Comparecimento pessoal e obrigatório perante o Juízo, durante 02 anos,
trimestralmente, até o último dia útil de cada mês, para informar e justificar suas
atividades.
3ª) Proibição de frequentar bares e estabelecimentos análogos, que sirvam bebida
alcoólica após as 22:00 horas, durante 02 anos.
Em seguida, pelo (a) Meritíssimo (a) Juiz (a) foi proferida a seguinte
decisão: "HOMOLOGO por sentença a proposta formulada pelo Ministério
Manual Prático de Decisões Criminais 217
Público, para que produza os seus jurídicos e legais efeitos e, por conseqüência,
DECLARO SUSPENSO o presente feito, até o cumprimento final das condições
impostas, nos termos do artigo 89, da Lei nº 9.099/95. Lance-se o nome do (a)
autor (a) do fato no livro de beneficiados pela Lei nº 9.099/95 e procedam-se as
demais comunicações de praxe. Dada e publicada em audiência, ficam os
presentes intimados". Nada mais havendo, mandou encerrar o presente que depois
de lido e achado conforme, vai devidamente assinado. Eu,____ o digitei e subscrevi.
Juiz de Direito
Autor do fato:
Advogado:
Vítima:
Representante do MP:
Local, Data
Juiz de Direito
Vistos, etc.
Trata-se de Ação Penal Pública Incondicionada, instaurada através de
denúncia oferecida pelo Ministério Público, com fulcro no Inquérito Policial nº
_____ da Delegacia de Repressão às Drogas - DRN, contra __________, já
devidamente qualificado nos autos, dando-o como incurso nas sanções do art. 33 da
Lei nº 11.343/2006.
A denúncia, em síntese, narra que _________________.
Analisando o Auto de Prisão em Flagrante verifica-se que o mesmo
encontra-se de acordo com os ditames legais e constitucionais, dessa forma, foi
devidamente homologado, pelo plantonista em _________, sendo a prisão em
flagrante convertida em preventiva.
Após o oferecimento da denúncia, que se deu em _________, este Juízo
determinou a notificação de ________.
A defesa prévia foi apresentada às fls.______, sendo a denúncia recebida
por este juízo em todos os seus termos em ___________.
Fora acostado aos autos o Laudo Toxicológico das substâncias
apreendidas (fls. _____).
Aos __________, realizou-se a audiência de instrução, sendo interrogado
o réu e ouvida duas testemunhas de acusação.
As alegações finais foram apresentadas oralmente, tendo o membro do
Parquet Estadual pela condenação, a defesa por sua vez, pugnou pela condenação no
mínimo legal.
É o Relatório.
Fundamento e Decido.
Cuida-se de Ação Pública Incondicionada, objetivando-se apurar a
responsabilidade criminal de __________, pelo delito tipificado na peça vestibular
acusatória.
Em relação à preliminar de ilegalidade do flagrante e consequentemente
das provas, diante da ausência de mandado de busca e apreensão esta não deve
prosperar.
É pacífico o entendimento que não há nulidade se os autos revelam
razões suficientes para a suspeita da prática de crimes, ainda mais em se tratando de
crime de tráfico de entorpecentes, cuja natureza é permanente, tornando
desnecessária, inclusive, a expedição de mandado de busca e apreensão para a
realização da diligência. Assim tem se manifestado o Superior Tribunal de Justiça,
conforme se pode constatar da ementa colacionada abaixo:
Manual Prático de Decisões Criminais 227
agente não pode ser aferida por este Juízo, porquanto inexiste nos autos qualquer
laudo que faça qualquer menção à referida circunstância subjetiva. Motivo do
Crime: “são os fatores psíquicos que levam a pessoa a praticar o crime.” Verifica-se
nos autos que a obtenção de lucro fácil em detrimento da saúde alheia é o principal
motivo do crime, o que já é próprio do tipo, não podendo, portanto, esta
circunstância ser considera desfavorável ao réu. Circunstâncias do delito:
“Entende-se todos os elementos do fato delitivo, acessório ou acidentais não
definido em lei.” Não há nos autos elementos que devam ser valorados.
Consequências do Crime: não constam nos autos fundamentos suficientes para a
valoração dessa circunstância. Comportamento da vítima: no caso em epígrafe não
há que se falar em comportamento da vítima tendo em vista que esta é a
coletividade. Diante das circunstâncias judiciais acima analisadas fixo a pena base
em 05 (cinco) anos de reclusão.
Presente a circunstâncias atenuantes previstas no art.65, inciso I e inciso
II, alínea d (menor de 21 anos e confissão) e não estando presente circunstâncias
agravantes, deixo de reduzir a pena em virtude da súmula 231 do STJ, mantendo a
pena em 05(cinco) anos de reclusão.
Na terceira fase, presente a causa de diminuição do art.33, §4º, reduzo a
pena em 2/3, ausente causas de aumento de pena, fixo a pena definitiva 01(um)
ano e 08(oito) meses de reclusão em regime aberto.
Condeno-o, ainda, ao pagamento de 300 (trezentos) dias multa, fixando
cada dia multa em 1/30 (um trinta avos) do salário mínimo vigente à época do fato,
com a finalidade de prevenção e reprovação do delito.
Ainda, considerando que a Lei n 12.736/2012 prevê que o Juiz deverá
considerar, para fins de regime inicial de cumprimento da pena privativa de
liberdade, a detração do tempo em que o réu estive mantido sob prisão provisória.
Considerando que o réu permaneceu preso por ______ meses e ____ dias, realizo a
detração para abater o período mencionado, fixando como tempo restante para
cumprimento de pena ____ anos, ____ meses e ____ dias, mantendo o regime
prisional acima fixado.
Deste modo, considerando que o réu preenche os requisitos do artigo 44
do Código Penal e, com fundamento neste mesmo artigo, inciso I e § 2º, substituo a
pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos que serão fixadas
em audiência admonitória e determino que o presente processo seja encaminhado
para à Vara de Execução Penal competente. Intime-se o réu, pessoalmente, do
inteiro teor desta sentença.
Concedo ao réu o direito de apelar em liberdade, tendo em vista a fixação
de regime aberto para cumprimento de pena e a substituição por penas restritivas de
Manual Prático de Decisões Criminais 231
direitos. Expeça-se alvará de soltura com a cláusula “salvo se por outro motivo tiver
que permanecer preso”.
Sem custas, na forma da Lei.
Ainda, considerando a juntada do laudo pericial informando que fora
separado material para contraprova, DETERMINO a incineração das drogas
apreendidas no Inquérito Policial competente, mediante prévia comunicação do dia e
hora da incineração para acompanhamento de representante do Ministério Público.
Oportunamente, após o trânsito em julgado desta decisão, tomem-se as
seguintes providências: 1)Proceda-se o recolhimento do valor atribuído a título de
pena pecuniária, em conformidade com o disposto no art. 686, do Código de
Processo Penal; 2)Expeça-se a competente guia definitiva para cumprimento da pena
imposta; 3) Oficie-se ao Tribunal Regional Eleitoral deste Estado, comunicando a
condenação do réu, com sua devida identificação, acompanhada de cópia da presente
decisão, para cumprimento do quanto disposto pelo art. 71, § 2º do Código Eleitoral
c/c art. 15 da CF/88; 4) Faça a Sra. Escrivã as comunicações e anotações de praxe,
inclusive ao Instituto de Identificação do Estado de Alagoas; 5)Por fim, arquive-se,
com as cautelas de praxe.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Local e data
Juiz de Direito
Diante das provas colacionadas aos autos, observa-se que deve prosperar
a pretensão punitiva do estado, alicerçada em sua peça inicial, contra o denunciado
__________________.
As provas colhidas nos autos, mormente os depoimentos testemunhais,
bem como as circunstâncias da prisão em flagrante, conforme se depreende dos
referidos auto de apresentação e apreensão e laudo pericial, não deixam dúvidas de
que a cena do crime retratava a prática de tráfico de entorpecentes.
Segundo os policiais o veículo exalava forte odor da droga, não havendo
dúvida que o mesmo tinha conhecimento da droga que estava transportando.
Deste modo, não é necessário muito esforço para entender a ilicitude da
conduta dos acusados e a infringência ao art. 33 da Lei 11.343/06, que assim dispõe:
“Art. 33 - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir,
fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 5 a
15 anos, e pagamento de 500 a 1.500 dias multa”.
In casu, não há dúvidas de que o acusado incidiu no que dispõe o art. 33
da Lei 11.343/06, pois o tipo penal enfocado tem, como núcleo do tipo, uma série de
comportamentos, que, uma vez realizado qualquer deles, em conjunto ou
isoladamente, ensejam a incidência da norma legal no fato e, como consequência,
fazendo surgir o “fato jurídico” contemplado no dispositivo legal.
Ainda, o acusado não incidiu em erro de proibição ou de tipo. Portanto, é
imputável, e tinha plena consciência do fato delituoso que vinha praticando e era
exigível que se comportasse em conformidade com o direito.
Ademais, o réu incidiu na conduta prevista no art.40, inciso V da Lei
11.343/06, in verbis:
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
aumentadas de um sexto a dois terços, se: V - caracterizado o
tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
A causa de aumento esta caracterizada tendo em vista que conforme
depoimento do réu na delegacia onde afirma que veio de outro Estado da federação,
e que tinha como destino final esta capital. Ademais, nota-se que, como dito
anteriormente, o carro exalava forte odor de droga, sendo impossível que o réu não
tivesse conhecimento acerca da droga.
234 Manual Prático de Decisões Criminais
Vistos, etc.
Trata-se de Ação Penal Pública Incondicionada, instaurada através de
denúncia oferecida pelo Ministério Público, com fulcro no Inquérito Policial nº ___
Delegacia de Repressão às Drogas - DRN, contra ______, já devidamente
qualificada nos autos, dando-a como incurso nas sanções do art. 33 da Lei nº
11.343/2006.
A denúncia, em síntese, narra que _____________________________.
Analisando o Auto de Prisão em Flagrante verifica-se que o mesmo
encontra-se de acordo com os ditames legais e constitucionais, dessa forma, foi
devidamente homologado, por este magistrado, ________, sendo decretada a prisão
preventiva.
Após o oferecimento da denúncia, que se deu em ________, este Juízo
determinou a notificação da ré.
A ré apresentou defesa prévia às fls. _____, em seguida, foi recebida a
denúncia em todos os seus termos (fls. ___).
Foram acostados aos autos o Laudo Pericial Toxicológico das substâncias
apreendidas (fls.____).
Aos _____ foi realizada a primeira audiência de instrução e julgamento,
onde foi interrogada a ré, e ouvida uma testemunha de acusação.
O Ministério Público insistiu na oitiva da outra testemunha de acusação,
sendo designadas audiências para ______, não tendo comparecido a testemunha.
As alegações finais foram apresentadas em Memoriais tanto pelo
membro do Parquet Estadual quanto pela Defesa, respectivamente, às fls. ____ e
____.
O Ministério Público pugnou pela condenação da ré nos termos da
denúncia. Já a defesa pugnou pela absolvição.
É o Relatório. Fundamento e Decido.
238 Manual Prático de Decisões Criminais
Local, data
Juiz de Direito
vítima sofreu lesões corporais de natureza leve, restando caracterizada ainda a sua
tipificação como violência doméstica, tendo em vista que agressor e vítima
conviveram durante alguns anos, possuindo filhos em comum.
Também não pairam dúvidas de que o denunciado tenha sido o autor das
lesões. A vítima, em depoimento prestado em juízo, narrou que: “________.”
Vê-se claramente que estão preenchidos os elementos constitutivos do
tipo penal e, por outro lado, não há quaisquer causas excludentes da ilicitude ou da
culpabilidade, estando sobejamente provadas a existência do crime e sua autoria.
Ante o exposto, julgo TOTALMENTE PROCEDENTE o pedido
formulado na denúncia para condenar ______ como incurso nas penas previstas no
art. 129, § 9º, do Código Penal.
Passo à dosagem das penas em atenção ao disposto no art. 68, caput, do
mesmo código.
Analisando as diretrizes do art. 59 do Código Penal relação ao réu,
verifico que: a culpabilidade foi normal à espécie, posto que ínsita e própria do tipo
penal, devendo tal circunstância ser avaliada como neutra; o réu não possui registros
de antecedentes criminais, pelo que foi apurado, avaliando-se tal circunstância
como favorável; quanto à conduta social do acusado no seio da comunidade em que
reside, também não há referências no sentido de que sejam valoradas negativamente
e, assim, avalio-as de forma neutra; não há elementos para se aferir a personalidade
do réu, razão pela qual valoro tal circunstância como neutra; os possíveis motivos
prática dos crimes em comento são ínsitos à espécie, sendo esta circunstância
tomada como neutra; as circunstâncias dos crimes foram graves, visto que o réu
agrediu sua ex-companheira em frente aos filhos do casal, jogando-lhe objetos de
forma humilhante e desumana, devendo assim serem valoradas negativamente; as
consequências do delito foram normais à espécie; e, por fim, quanto ao
comportamento da vítima, esta em nada contribuiu para as agressões.
Por haver _____ circunstâncias judiciais desfavoráveis ao condenado,
fixo a pena-base em ____ ano/meses de detenção.
Deixo de aplicar qualquer das causas agravantes relativas à prevalência de
relações domésticas, contra descendente ou cônjuge ou contra criança por estas
circunstâncias já integrarem elementares dos tipos penais em apreciação. Não
concorrem atenuantes.
Não concorrem, ainda, causas de aumento ou diminuição de pena, razão
pela qual torno definitiva ao condenado a pena de _____ ano/meses de detenção.
A pena privativa de liberdade deverá ser cumprida, inicialmente, em
regime aberto, a teor do que dispõe o artigo 33, caput e § 2º, alínea "c" do CP. Sendo
os crimes cometidos mediante violência e grave ameaça contra pessoa, bem como
246 Manual Prático de Decisões Criminais
Remição
Progressão de regime
DO EXAME CRIMINOLÓGICO
Nessas condições, com fulcro nos artigos 112 da Lei de Execução Penal
c/c o art. 2, § 2º, da Lei 8072/90, concedo ao reeducando ____________, a
progressão DO REGIME FECHADO PARA O SEMIABERTO.
Ocorre, entretanto, que o estabelecimento até então responsável por
abrigar os reeducandos no presente regime – ______ – mostra-se com carência na
estrutura, sem possibilidade de abrigar os mesmos, ocasionando o ócio, a aquisição
de droga e mesmo a fuga em face da falta de fiscalização.
Como não poderia deixar de ser feito, tendo em vista a presente
situação, o estabelecimento prisional destinado ao regime semiaberto encontra-se
interditado por determinação deste Juízo, através do Incidente à Execução
requerido pelo Representante do MP.
Nesse caso, como o apenado não pode permanecer em regime mais
gravoso pelo simples fato de o sistema prisional estatal não possuir meios para a
manutenção de estabelecimentos prisionais adequados, o mesmo deverá passar a
cumprir a sua pena nas condições impostas ao regime aberto. É esse o
entendimento do STJ, conforme análise do seguinte julgado:
HC 125359 PR 2008/0286998-3 Relator(a): Ministro FELIX
FISCHER Julgamento: 27/04/2009 Órgão Julgador: T5 -
QUINTA TURMA Publicação: DJe 03/08/2009 - Ementa:
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. REGIME
SEMIABERTO. RÉU MANTIDO EM
ESTABELECIMENTO INCOMPATÍVEL. AUSÊNCIA
DE VAGA EM COLÔNIA AGRÍCOLA. REGIME
ABERTO. POSSIBILIDADE. - Constitui constrangimento
ilegal submeter o apenado a regime mais rigoroso do que
aquele para o qual obteve a progressão. Vale dizer, é
flagrante a ilegalidade se o condenado cumpre pena em
condições mais rigorosas que aquelas estabelecidas no
regime para o qual progrediu. Se o caótico sistema prisional
estatal não possui meios para manter os detentos em
estabelecimento apropriado, é de se autorizar,
excepcionalmente, que a pena seja cumprida em regime
mais benéfico, in casu, o aberto. O que é inadmissível é
impor ao apenado, progredido ao regime semiaberto, o
cumprimento da pena em regime fechado, por falta de vagas
em estabelecimento adequado (Precedentes). Habeas corpus
concedido. (grifo nosso)
Com efeito, ser-lhe-ão fixadas condições para o cumprimento do regime
prisional em comento, que deverão ser rigorosamente cumpridas, quais sejam:
Manual Prático de Decisões Criminais 257
DA REMIÇÃO DA PENA
A remição, caracterizada pelo desconto do tempo de pena privativa de
liberdade face ao trabalho exercido pelo apenado, na proporção de três dias
trabalhados por um dia de pena, encontra amparo no art. 126, §1º da LEP e é
concedida aos reeducandos que estejam cumprindo pena nos regimes fechado e
semiaberto que não tenham registro de faltas graves em seus prontuários.
Às fls. __ dos presentes autos, consta certidão exarada pelo Gerente
Geral do __, atestando que o apenado executou o serviço de ___ em um período de
___dias, entre ___________ e __________.
Destarte, com fulcro no art. art. 126, §1º, da LEP, DECLARO
REMIDOS do tempo de execução da pena do reeducando ______ o total de __
dias, referente ao período efetivamente trabalhado entre ________ até ________.
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
O Livramento Condicional consiste na antecipação da liberdade ao
condenado que cumpre pena privativa de liberdade, desde que cumpridas
determinadas condições durante certo tempo. Serve como estímulo à reintegração
266 Manual Prático de Decisões Criminais
lhe foi atribuído, aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto e
prognose favorável.
Assim, para que haja o deferimento do aludido benefício, o reeducando
deverá ter cumprido tanto o requisito objetivo, representado pelo tempo mínimo de
cumprimento da pena (1/2 um meio), já que é reincidente, como o requisito
subjetivo, aspecto relacionado ao mérito do condenado, que indicam provável
adaptação do condenado ao regime mais benéfico.
Analisando o histórico carcerário do apenado, verifica-se que este fora
preso em flagrante no dia ______. Obteve progressão para o regime semiaberto em
___. Cumpriu até hoje, nos dois regimes (fechado e semiaberto) __ anos e __ dias,
mais de 1/2, que corresponde a duas progressões de regime, conforme fls. __.
Assim, o reeducando cumpriu até a presente data __ anos, __ meses e
__ dias, preenchendo dessa maneira, o requisito objetivo para o Livramento
Condicional.
Dessa forma, quanto ao requisito objetivo para a possibilidade de
concessão do benefício pleiteado, tem-se que o apenado cumpre-o de forma
satisfatória, tendo em vista que o mesmo possui tempo muito superior à fração de
1/2 (um meio) exigida pelo citado art. 83, II da LEP, a qual consiste em apenas __.
No que se refere ao requisito subjetivo, observa-se que o reeducando
ostenta ____ comportamento carcerário, nos termos do RVC acostado aos autos
em fls. ___, inexistindo qualquer fato que desabone a sua conduta durante o
período em que permaneceu preso, preenchendo também de forma satisfatória esse
requisito.
Assim sendo, com fulcro nos arts. 83, II do CP, e 131, da LEP,
CONCEDO LIVRAMENTO CONDICIONAL ao reeducando _____ e, atendendo
ao comando dos arts. 85 e 132, respectivamente, dos aludidos diplomas legais,
imponho ao beneficiário o cumprimento das seguintes condições:
1º recolher-se a sua residência, no máximo, até às 22 horas, salvo se for escalado
para trabalho no período noturno;
2º comparecer, trimestralmente, perante o Juízo da ___Vara Criminal da Capital,
para informar suas atividades;
3º não mudar de residência, sem prévia comunicação a este Juízo;
4º não frequentar bares, boates, casas de jogos e locais de reputação duvidosa;
5º proibição de ausentar-se desta cidade, sem prévia autorização deste Juízo; e
6º obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho.
O não cumprimento de qualquer dessas condições, implicará na
REVOGAÇÃO DO BENEFÍCIO, sujeitando o reeducando a reiniciar o
cumprimento do restante de sua pena em regime fechado. Revoga-se também o
268 Manual Prático de Decisões Criminais
DA REGRESSÃO CAUTELAR
O reeducando teve em seu benefício a concessão de progressão ao
regime semiaberto no dia ___, após cumprir ___anos, ___ meses e ___ dias de sua
pena (fls.___), sendo determinada a sua transferência para o estabelecimento
responsável pelo cumprimento da pena em regime semiaberto.
Apesar de ter tomado ciência das condições que lhe foram impostas,
constam nos autos, às fls. __, que o reeducando foragiu do referido
estabelecimento em ___________.
Deflui da análise pausada dos autos que o reeducando, tendo progredido
de regime, não observou as condições inerentes ao cumprimento do regime
semiaberto, encontrando-se, portanto, foragido. Assim prescreve o art. 118, I da
LEP:
“Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará
sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer
dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - Praticar fato definido como crime doloso ou falta
grave;”(grifo nosso).
Repita-se que o reeducando foi transferido para cumprir o regime
semiaberto, no entanto, conforme informação prestada pela Direção do referido
estabelecimento prisional, o reeducando foragiu, o que pela LEP gera a sua
regressão, pois conforme disposição do art. 50, II da referida Lei, a fuga é
considerada como falta grave.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça manifesta-se, conforme
jurisprudência, in verbis:
"HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. FUGA.
FALTA GRAVE. ART. 50, II, DA LEP. REGRESSÃO
CAUTELAR. OITIVA PRÉVIA DO SENTENCIADO.
DESNECESSIDADE. ORDEM DENEGADA. 1. A fuga do
estabelecimento prisional constitui infração disciplinar de
natureza grave, consoante dispõe o art. 50, II, da Lei de
Execução Penal. 2. É assente na jurisprudência deste
Tribunal o entendimento no sentido de que a regressão
cautelar ao regime mais gravoso não exige a oitiva prévia do
segregado, a qual é necessária apenas quando a providência
for tomada em caráter definitivo. 3. Ordem denegada."
"EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. FUGA.
FALTA GRAVE. REGRESSÃO CAUTELAR DE
REGIME. PRÉVIA OITIVA. DESNECESSIDADE.
EXIGÊNCIA QUE SE IMPÕE PARA A REGRESSÃO
270 Manual Prático de Decisões Criminais
Local e data.
Juiz de direito.
DO EXAME CRIMINOLÓGICO
O reeducando foi preso em __, conforme Guia de Recolhimento de fls.
__ , permanecendo encarcerado até os dias atuais. Verifica-se, então, que o
apenado cumpriu, até a presente data, _________.
Dessa forma, quanto ao requisito objetivo para a possibilidade de
concessão do benefício pleiteado, tem-se que o apenado cumpre-o de forma
satisfatória, tendo em vista que o mesmo possui tempo muito superior à fração de
__ exigida pelo art. 112 da LEP.
No que se refere ao requisito subjetivo, observa-se que o reeducando
ostenta adequado comportamento carcerário, nos termos do RVC acostado aos
autos em fls. __, inexistindo qualquer fato que desabone a sua conduta durante o
período em que permaneceu preso, preenchendo, também, de forma satisfatória
esse requisito.
Quanto à realização de Exame Criminológico anteriormente solicitada
pelo douto representante do Ministério Público em seu parecer, deixo de
considerar a sua real necessidade, tendo em vista não vislumbrar a sua
imprescindibilidade para como requisito para o deferimento do pedido de
progressão de regime de pena, considerando as peculiaridades do caso concreto
dos autos.
276 Manual Prático de Decisões Criminais
Nessas condições, com fulcro nos arts. 112 e 114, da LEP, INDEFIRO o
pedido da realização do EXAME CRIMINILÓGICO no reeducando _____.
Cumpra-se.
Local e data.
Juiz de Direito.
“(...)
3. Esses estabelecimentos federais têm o propósito de
resolver difíceis situações que vêm ocorrendo nos
estabelecimentos penais estaduais, atinentes a determinados
presos que demandam tratamento diferenciado, seja em
virtude de seu próprio interesse, seja em virtude do interesse
do Estado, conforme critérios estabelecidos pela legislação
que lidou com a criação de ditos estabelecimentos. Em
síntese: os estabelecimentos penais federais servem aos
presos cujo recolhimento a eles se justifique no interesse da
segurança pública ou do próprio preso, tenham eles sido
processados pela Justiça Especial ou Comum, Estadual ou
Federal.
A mesma Lei, em seu art. 3º, prevê as hipóteses em que serão admitidas
transferências para presídios federais:
Art. 3º Serão recolhidos em estabelecimentos penais federais
de segurança máxima aqueles cuja medida se justifique no
interesse da segurança pública ou do próprio preso,
condenado ou provisório.
O Decreto nº 6.877/09, e em seu art. 3º, estabelece que somente serão
passíveis de serem transferidos para presídios federais os apenados em uma das
hipóteses ali previstas, quais sejam:
Art. 3o Para a inclusão ou transferência, o preso deverá
possuir, ao menos, uma das seguintes características:
I - ter desempenhado função de liderança ou participado de
forma relevante em organização criminosa;
II - ter praticado crime que coloque em risco a sua
integridade física no ambiente prisional de origem;
III - estar submetido ao Regime Disciplinar Diferenciado -
RDD;
IV - ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na
prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça;
V - ser réu colaborador ou delator premiado, desde que essa
condição represente risco à sua integridade física no
ambiente prisional de origem; ou
VI - estar envolvido em incidentes de fuga, de violência ou
de grave indisciplina no sistema prisional de origem.
Manual Prático de Decisões Criminais 285
Vistos etc.
Trata-se de pedido de RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO
DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA, em favor de _________, devidamente
qualificado nos autos, alegando o cumprimento _____ da pena de ______ anos de
reclusão, que lhe foi imposta, pela prática do crime previsto no art. _____ do
Código Penal, sendo-lhe fixado o regime inicialmente ____, conforme Sentença de
fls. ____.
O Promotor de Justiça, em parecer às fls. ___ dos autos, manifestou-se
pelo deferimento do reconhecimento da aludida forma prescricional.
Vieram os autos conclusos.
Decido.
Fundamentação
Ante o exposto, com base no art. 109, inciso III, c/c os arts. 112, II,
ambos do Código Penal, DECLARO PRESCRITA A PRETENSÃO
EXECUTÓRIA do Estado sobre a pena imposta ao reeducando nestes autos e, na
forma do art. 107, inciso IV, do mesmo Digesto Penal, julgo extinta referida pena.
Local, data.
Juiz de Direito
Manual Prático de Decisões Criminais 291
REFERÊNCIAS
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 3. ed. Salvador: Editora
Jus Podivm, 2015.
______. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 8. ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2011.
ROSSETTO, Enio Luiz. Teoria e aplicação da pena. São Paulo: Atlas, 2014.
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Composição Diretiva
COORDENADOR PEDAGÓGICO
Manoel Henrique de Melo Santana
SECRETÁRIO EXECUTIVO
Rafael Ribeiro de Albuquerque
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Equipe Técnica
Serviços Gerais
Departamento de Informática
Anisio Correia
Iris Melo Lima Vasconcelos Kyvia Elane Costa Rodrigues
Raul Alisson Bonifacio Silva Calheiros
Jaciel Ferreira da Silva – Estagiário
Rosilvaldo Ferreira da Silva
Valéria de Cassio Fragoso de Melo Santos
Vanielle da Silva