1 º Teste Formativo 9 º Ano

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P ORTUGUÊS 9.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO N.

O 1

GRUPO I
Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Texto A
Magusto reúne 700 estudantes do mundo inteiro no Porto

A Praça dos Leões acolheu na tarde desta quarta-feira um enorme magusto,


onde estudantes de todo o mundo se juntaram para conhecer uma tradição bem
portuguesa.

Setecentos estudantes, 71 países, 300 quilos de castanhas. São estes os números


5 oficiais do Magusto Internacional do Porto, que numa parceria inédita 1 entre a
Universidade do Porto, o Instituto Politécnico do Porto, o Centro Regional do Porto da
Universidade Católica Portuguesa, a Erasmus Student Network do Porto e a Federação
Académica do Porto, reuniu alunos de vários cursos, entre licenciaturas, mestrados e
doutoramentos, para dar a conhecer mais sobre a tradição da castanha e da jeropiga2 que
10 todos os anos se repete em Portugal no outono.
Às 16h, na praça dos Leões, já se acendia a lenha, com o cheiro convidativo a
espalhar-se pelas ruas do centro do Porto. Os estudantes começaram a chegar, aos
poucos, em grupos. A música que as várias línguas formavam alegrou o espaço, o
convívio começou. Através de uma inscrição online, os alunos de mobilidade tinham
15 oportunidade de participar no evento, que incluía iguarias bem típicas do nosso país,
como o caldo verde e o pão com chouriço. Também a jeropiga, que se associa sempre à
castanha, não faltou.
Brasil, Índia, Palestina, Eslováquia. A cada passo, ouve-se um novo país, um novo
nome, uma nova cultura. Os pequenos grupos que foram chegando vão crescendo, um
20 estudante que conhece outro, que conversa com outro. É assim que se vive o Erasmus e
outros programas de mobilidade no Porto. Motivos como o custo de vida, a beleza ou o
prestígio das instituições levam estudantes de todos os pontos do globo a escolher a
Invicta como ponto de passagem para uma experiência que muitos consideram única na
passagem pelo ensino superior.
25 Palestin, uma estudante palestiniana de Psicologia, destaca “a amabilidade” dos
portuenses. “São todos muito prestáveis”, sintetiza.  Também Mikael Kuba, estudante de
Engenharia Civil, proveniente da Eslováquia, destaca os motivos que o levaram a escolher
o Porto: “é uma cidade com boa cultura, uma boa Universidade no ramo e boas pessoas”.
Carlos Brito, pró-reitor da Universidade do Porto, afirma que “só a Universidade do

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Porto recebe cerca de 3500 alunos de programas de mobilidade, dos quais 1500 são de
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Erasmus, de 120 países diferentes”. Destes, a maioria provém sobretudo do Brasil.
Talissa Nascimento e Murilo Santos são exemplo disso: estão no curso de Engenharia
Civil e consideram que a experiência “está a ser positiva”. “Vim pela facilidade da língua.
Apesar de ser uma cultura diferente, estou a achar a adaptação fácil e a cidade é linda!”,
afirma Talissa. Ambos consideram o evento “uma oportunidade” para conhecerem outras
pessoas e para se integrarem, e admitem que o magusto não é uma tradição que
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conhecessem.
Carlos Brito salienta a importância destas iniciativas: “São estes eventos que
facilitam a integração, mas também que levam a que estes estudantes se tornem
embaixadores da nossa região e do nosso país. Quando regressarem [aos países de
origem] poderão dizer que foram bem recebidos. E isso torna as relações mais próximas.
40
Estamos também a investir no futuro”, resume.

Joana Guimarães, in Público online, 18/11/2015 –


https://www.publico.pt/local/noticia/magusto-reune-700-estudantes-do-mundo-inteiro-no-porto-1714871
(texto com supressões, acedido em outubro de 2017)

VOCABULÁRIO
1
inédita: nunca vista, original; nova; única.
2
jeropiga: bebida alcoólica tradicional em Portugal.

1. Seleciona, em cada item, a alínea que completa cada frase de forma adequada,
de acordo com o sentido do texto.

1.1. O Magusto Internacional do Porto (linha 5) foi uma iniciativa organizada


(A) pela Câmara Municipal do Porto em parceria com a Universidade do Porto.
(B) por várias associações de estudantes da Universidade do Porto.
(C) por diversas instituições e associações académicas do Porto.
(D) por estudantes universitários de cursos e faculdades diferentes.

1.2. A expressão “A música que as várias línguas formavam alegrou o espaço”


(linha 13) contém uma
(A) antítese.
(B) personificação.
(C) comparação.
(D) metáfora.

1.3. Todos os alunos interrogados destacaram


(A) a beleza da cidade do Porto.
2
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(B) a qualidade do ensino superior na Universidade do Porto.
(C) as relações humanas no Porto, que facilitam a integração.
(D) a cultura da cidade do Porto.

1.4. Do testemunho de Talissa Nascimento e Murilo Santos (linha 32) depreende-se que
(A) os estudantes brasileiros não gostavam do magusto da sua terra natal.
(B) o magusto não faz parte das tradições populares brasileiras.
(C) os estudantes já conheciam a tradição do magusto.
(D) no Brasil se festeja o magusto numa data diferente.

2. Seleciona todas as opções que correspondem a informações do texto. Escreve o


número do item e as letras que identificam as opções escolhidas.
(A) Participação de centenas de estudantes no Magusto Internacional do Porto.
(B) Data de celebração do magusto.
(C) Envolvimento de professores universitários nesta iniciativa.
(D) Forma de inscrição no magusto.
(E) Hospitalidade das pessoas do Porto.
(F) Tradições culturais da cidade do Porto.
(G) Parecer do reitor da Universidade do Porto sobre o evento.

Texto B

Lê o texto. Se necessário, consulta o vocabulário.

Castanhas assadas
O velho vendedor desta tarde, ali à esquina da rua, lembrou-me outro, lá longe, no
passado de uma cidade diferente, esse diluído não só em tempo ou em bruma mas
também num fumo aromático que não aquecia, fumo frio, talvez, e que atravessava ossos
porosos que existiam, que estavam ali dentro de mim, um pouco arrepiados também. Eu
5
passava todos os dias pelo homem, que usava boina e samarra 1, talvez fosse espanhol, já
não me lembro, e detinha-me sempre para comprar o eterno cartucho de castanhas, que
logo metia, em partes iguais, nos bolsos já largueirões do casaco, deixando ficar as mãos
naquele leve, apesar disso reconfortante calor. Cá fora havia nevoeiro, ou então um
espesso teto de nuvens baças separava-nos da estrela da vida, que desaparecera do
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nosso convívio há muito tempo. E eu, mesmo sem querer, mesmo pensando que isso era
10 impossível, não a imaginava lá em cima mas muito longe, para o sul, aquecendo e
iluminando a minha terra. Fazia o resto do percurso devagar, ia aproveitando aquela
sensação tão doce. Quando chegava ao hotel tinha as mãos enfarruscadas e as
castanhas estavam quase frias, mas paciência, comia-as mesmo assim.
Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor. Hoje, aqui, não quero sujar
15 as mãos e, de resto, o casaco não tem bolsos. Hoje, aqui, ainda não faz frio e o Sol é
sedentário e amigo, mora lá em cima, nunca anda muito tempo a viajar. Ou brilha ou
brilhou ou vai brilhar um dia destes, talvez amanhã. O fumo também nunca chega a ser
névoa e as castanhas têm outro sabor. Nem melhor nem pior. Um sabor diferente.
Diário de Lisboa 13-11-68
Maria Judite de Carvalho, Este tempo, Lisboa, Editorial Caminho, 1991
VOCABULÁRIO
1
samarra: casaco curto de tecido encorpado, geralmente com gola de pele.

3. A crónica inspira-se num acontecimento do dia a dia.


3.1. Indica o acontecimento que motivou a escrita desta crónica. Justifica a tua resposta.

4. “Cá fora havia nevoeiro, ou então um espesso teto de nuvens baças separava-nos da
estrela da vida, que desaparecera do nosso convívio há muito tempo.” (linhas 8-10)
4.1. Situa o excerto no tempo e no espaço.
4.2. Descreve o quotidiano da cronista no tempo evocado.
4.3. Transcreve, da frase acima apresentada, uma metáfora e comenta o seu valor
expressivo.

5. “E eu, mesmo sem querer, mesmo pensando que isso era impossível, não a imaginava
lá em cima mas muito longe, para o sul”. (linhas 10-11)
5.1. Indica a que se refere o pronome sublinhado na frase.
5.2. Explicita a aparente contradição na frase transcrita.

6. “Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor.” (linha 15)


6.1. Aponta as razões da atitude da cronista.

GRUPO II

1. Reescreve as frases seguintes, substituindo cada expressão sublinhada pelo pronome


pessoal adequado. Faz apenas as alterações necessárias.
(A) “O velho vendedor desta tarde [...] lembrou-me outro”. (linha 1)
(B) O homem “usava boina e samarra”. (linha 5)

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(C) “Detinha-me sempre para comprar o eterno cartucho de castanhas”. (linha 6)
(D) “Hoje, aqui, não comprei castanhas ao velho vendedor.” (linha 15)

2. A cronista recorda o vendedor de castanhas com nostalgia.


2.1. Reescreve a frase anterior na passiva. Faz apenas as alterações necessárias.
2.2. Transcreve o complemento agente da passiva da frase que construíste.

3. A cronista não comprou castanhas nem reconheceu o velho vendedor, mas lembrou-se
de outro.
3.1. Divide e classifica as orações da frase anterior.

GRUPO III

As tradições populares devem ser preservadas.


Escreve um texto de opinião, entre 150 a 200 palavras, que pudesse ser publicado
num jornal escolar, em que defendas a afirmação anterior. Atribui um título ao texto.
Lembra-te de que deves escrever a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.
Apresenta, no mínimo, dois (2) argumentos que sustentem a tua posição.

COTAÇÃO DO TESTE
GRUPO I GRUPO II GRUPO III

1.1. ….......... 4 pontos 1. ....................... 8 pontos  Tema, género e extensão do texto


1.2. ….......... 4 pontos 2.1. .................... 4 pontos  Coerência e pertinência da informação
1.3. ….......... 4 pontos 2.2. .................... 2 pontos  Estrutura e coesão
1.4. ….......... 4 pontos 3.1. .................... 6 pontos  Morfologia e sintaxe
2. …............. 4 pontos  Ortografia
3.1. ….......... 4 pontos  Repertório vocabular
4.1. .............. 4 pontos
4.2. .............. 5 pontos
4.3. ….......... 5 pontos
5.1. .............. 3 pontos
5.2. ….......... 5 pontos
6.1. ….......... 4 pontos
_________ ___________ _____________
50 pontos 20 pontos 30 pontos
TOTAL: 100 pontos

CENÁRIOS DE RESPOSTA DO TESTE

ITENS DE RESPOSTA
Grupo I – Textos A e B COTAÇÕES
5
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1.1. (C)
1.2. (D)
1.3. (C) 4 x 4 = 16
1.4. (B)
…………………………………………………………………………………….................... ……….……
2. (A), (D), (E) 4
…………………………………………………………………………………….................... ……….……
3.1. A cronista viu um “velho vendedor” de castanhas que a fez recordar um outro
que conheceu no passado. 2+2=4
…………………………………………………………………………………….................... ……….……
4.1. A ação situa-se no passado, numa cidade. 2+2=4
…………………………………………………………………………………….................... ……….…..
4.2. Nesse tempo, a cronista comprava diariamente um cartucho de castanhas a um
vendedor de rua e, de seguida, ia para o hotel onde estava hospedada. 3+2=5
…………………………………………………………………………………….................... ……….……
4.3. A metáfora “espesso teto de nuvens baças” salienta a ideia de que o dia estava
escuro e sombrio.
OU 3+2=5
4.3. A metáfora “estrela da vida” salienta a ideia de que o Sol é indispensável à vida.
…………………………………………………………………………………….................... ……….……
5.1. O pronome “a” refere-se à “estrela da vida”. 2+1=3
…………………………………………………………………………………….................... .....................

5.2. Ainda que admitindo ser impossível, a cronista insinua que o Sol (“estrela da 3+2=5
vida”) não estava presente naquela cidade, pois os dias eram sempre sombrios
e frios.
…………………………………………………………………………………….................... .....................
6.1. A cronista não comprou castanhas ao vendedor porque não queria sujar as 3+1=4
mãos, não tinha bolsos no casaco nem estava frio.

Grupo II – Gramática

1. (A) O velho vendedor desta tarde lembrou-mo.


(B) O homem usava-as.
(C) Detinha-me sempre para o comprar. 2x4=8
(D) Hoje, aqui, não lhas comprei.
…………………………………………………………………………………….................... …….....….….
2.1. O vendedor de castanhas é recordado pela cronista com nostalgia. 4
…………………………………………………………………………………….................... …….….….....
2.2. “pela cronista”. 2
…………………………………………………………………………………….................... ….…….….…
3.1. “A cronista não comprou castanhas” – oração coordenada; “nem reconheceu o
velho vendedor” – oração coordenada copulativa; “mas lembrou-se do outro” – 2x3=6
oração coordenada adversativa.

Grupo III – Escrita

6
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Na redação do texto, o aluno deverá:
– escrever um texto de opinião;
– cumprir as instruções fornecidas relativamente ao género textual e à extensão
do texto;
– produzir um discurso coerente do ponto de vista da informação fornecida e da 30
progressão textual;
– usar adequadamente parágrafos, marcadores do discurso e pontuação;
– utilizar vocabulário adequado, pertinente e variado;
– escrever com correção ortográfica e morfossintática.

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