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VADE MECUM

DO SERVIÇO SOCIAL

A MAIS COMPLETA COLETÂNEA


DE LEIS E RESOLUÇÕES
Atualizado 2019
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

BPC
Conteúdo
APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 7

CAPÍTULO I: LEGISLAÇÕES E RESOLUÇÕES DO SERVIÇO SOCIAL ........ 9


CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL ................................................ 10
LEI No 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993 – Lei de Regulamentação da
profissão. ...................................................................................................... 19
RESOLUÇÃO CFESS Nº 383/99 de 29 de março de 1999 - Caracteriza o
assistente social como profissional da saúde ............................................... 23
RESOLUÇÃO CFESS N° 489/2006 de 03 de junho de 2006 - Estabelece
normas vedando condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação
e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, no exercício profissional do
assistente social ........................................................................................... 24
RESOLUÇÃO CFESS nº 493/2006 de 21 de agosto de 2006 - Dispõe sobre
as condições éticas e técnicas do exercício profissional do assistente social
...................................................................................................................... 26
RESOLUÇÃO CFESS Nº. 512/2007 de 29 de setembro de 2007 - Reformula
as normas gerais para o exercício da Fiscalização Profissional ................... 29
RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de setembro de 2008 - Regulamenta a
SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO no Serviço Social ............................. 36
RESOLUÇÃO CFESS Nº 554/2009 de 15 de setembro de 2009 - Dispõe sobre
o não reconhecimento da inquirição das vítimas crianças e adolescentes no
processo judicial, sob a Metodologia do Depoimento Sem Dano/DSD ........ 41
RESOLUÇÃO CFESS Nº 556/2009 de 15 de setembro de 2009 -
Procedimentos para efeito da Lacração do Material Técnico e Material
Técnico-Sigiloso do Serviço Social ............................................................... 45
RESOLUÇÃO CFESS Nº 557/2009 de 15 de setembro de 2009 - Dispõe sobre
a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos entre o
assistente social e outros profissionais ......................................................... 47
RESOLUÇÃO CFESS N° 559, de 16 de setembro de 2009 - Dispõe sobre a
atuação do Assistente Social, inclusive na qualidade de perito judicial ou
assistente técnico ......................................................................................... 49
RESOLUÇÃO CFESS Nº 569, de 25 de março de 2010 - Dispõe sobre a
VEDAÇÃO da realização de terapias associadas ao título e/ou ao exercício
profissional do assistente social. .................................................................. 52

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 594, de 21 de janeiro de 2011 - Altera o Código de
Ética do Assistente Social, introduzindo aperfeiçoamentos formais,
gramaticais e conceituais em seu texto e garantindo a linguagem de gênero.
...................................................................................................................... 55
RESOLUÇÃO CFESS N° 615, de 8 de setembro de 2011 - Dispõe sobre a
inclusão e uso do nome social da assistente social travesti e do(a) assistente
social transexual nos documentos de identidade profissional. ..................... 57
RESOLUÇÃO CFESS Nº 627, de 9 de abril de 2012 - Dispõe sobre a vedação
de utilização de símbolos, imagens e escritos religiosos .............................. 59
RESOLUÇÃO CFESS nº 785, de 22 de dezembro de 2016 - Dispõe sobre a
inclusão e uso do nome social da assistente social travesti e da/do assistente
social transexual no Documento de Identidade Profissional. ........................ 61
RESOLUÇÃO CFESS Nº 845, de 26 de fevereiro de 2018 - Dispõe sobre
atuação profissional do/a assistente social em relação ao processo
transexualizador ........................................................................................... 64
RESOLUÇÃO CFESS Nº 861, 11 de junho de 2018 - Dispõe sobre a
publicidade da execução das penalidades de advertência pública, suspensão
e cassação do exercício profissional do/a assistente social ......................... 66

CAPÍTULO II: LEGISLAÇÃO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ............................. 68


CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ........... 69
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993 – Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS) ............................................................................................... 70
POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS) ........................ 82
Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004 ............................................... 82
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL -NOB/SUAS .................................................................................. 112
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS ......... 146
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS –
NOBRH/SUAS. ........................................................................................... 188
LEI Nº 12.101, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2009 - Dispõe sobre a certificação
das entidades beneficentes de assistência social ...................................... 223
DECRETO Nº 8.242, DE 23 DE MAIO DE 2014 - dispõe sobre o processo de
certificação das entidades beneficentes de assistência social e sobre
procedimentos de isenção das contribuições para a seguridade social ..... 239
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007 - Regulamenta o
benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com
deficiência e ao idoso ................................................................................. 258
DECRETO Nº 6.135, DE 26 DE JUNHO DE 2007 - Dispõe sobre o Cadastro
Único para Programas Sociais do Governo Federal ................................... 274
DECRETO Nº 6.307, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2007 - Dispõe sobre os
benefícios eventuais ................................................................................... 277

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.836, DE 9 DE JANEIRO DE 2004 - Cria o Programa Bolsa Família
.................................................................................................................... 280
DECRETO Nº 5.209 DE 17 DE SETEMBRO DE 2004 – Regulamenta o
Programa Bolsa Família ............................................................................. 287

CAPÍTULO III: LEGISLAÇÃO DA SAÚDE .................................................... 306


CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA SAÚDE ................................... 307
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 – Lei Orgânica da Saúde . 309
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 – Regulamenta o Sistema
Único de Saúde .......................................................................................... 326
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 - Dispõe sobre a participação
da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde
.................................................................................................................... 334
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 - Aprova as diretrizes para
instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de
Saúde ......................................................................................................... 336
LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos
das pessoas portadoras de transtornos mentais ........................................ 342
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 - Institui o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad ................................................... 344
DECRETO Nº 9.761, DE 11 DE ABRIL DE 2019 - Aprova a Política Nacional
sobre Drogas. ............................................................................................. 370
DECRETO Nº 7.602, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2011 - Dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho ............................................ 386
PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 - Institui a Política Nacional
de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. ............................................ 390

CAPÍTULO IV: LEGISLAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL E PREVIDÊNCIA


SOCIAL .......................................................................................................... 409
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA SEGURIDADE SOCIAL ......... 410
LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 – Lei Orgânica da Seguridade Social
.................................................................................................................... 412
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ......... 454
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 - Dispõe sobre os Planos de
Benefícios da Previdência Social ................................................................ 457
DECRETO No 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999 – Regulamento da Previdência
Social .......................................................................................................... 500
LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013 – Regulamenta a
aposentadoria da pessoa com deficiência .................................................. 620
PORTARIA Nº 9, DE 15 DE JANEIRO DE 2019 – valores 2019. ............... 622

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO V: LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO ............................................ 625
A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – 1988 ............................. 626
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional ...................................................................... 629
LEI No 6.202, DE 17 DE ABRIL DE 1975. Atribui à estudante em estado de
gestação o regime de exercícios domiciliares ............................................ 658
LEI Nº 10.845, DE 5 DE MARÇO DE 2004. Institui o Programa de
Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas
Portadoras de Deficiência ........................................................................... 659
DECRETO Nº 7.234, DE 19 DE JULHO DE 2010. Dispõe sobre o Programa
Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. ............................................. 661
PORTARIA No - 389, DE 9 DE MAIO DE 2013 - Cria o Programa de Bolsa
Permanência............................................................................................... 663

CAPÍTULO VI: DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA ...................... 671


DEECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009 - Promulga a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência .................... 672
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 – Estatuto da Pessoa com
Deficiência .................................................................................................. 696
LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005 - Dispõe sobre o direito do portador
de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo
acompanhado de cão-guia ......................................................................... 730
DECRETO Nº 5.904, DE 21 DE SETEMBRO DE 2006 - Regulamenta a Lei no
11.126, de 27 de junho de 2005 ................................................................. 730
LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 - Estabelece normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida ................................................ 734
LEI Nº 13.835, DE 4 DE JUNHO DE 2019 - assegura às pessoas com
deficiência visual o direito de receber cartões de crédito e de movimentação
de contas bancárias com as informações vertidas em caracteres de
identificação tátil em braile.......................................................................... 740
DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 - estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida .............................. 741
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989 - Dispõe sobre o apoio às
pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
- Corde ........................................................................................................ 760
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999 – Regulamenta a
Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência .. 765
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE 1994 - Concede passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de transporte coletivo interestadual . 780

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 3.691, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 - Regulamenta a Lei
no 8.899, de 29 de junho de 1994 ............................................................... 780

CAPÍTULO VII: DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............... 781


LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente - ECA ..................................................................................... 782
LEI Nº 13.715, DE 24 DE SETEMBRO DE 2018. Dispõe sobre hipóteses de
perda do poder familiar pelo autor de determinados crimes ....................... 849
DECRETO Nº 9.579, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2018 - dispõem sobre a
temática do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo
Nacional para a Criança e o Adolescente ................................................... 851
LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012 - Institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (Sinase) ........................................................ 881
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017 - Estabelece o sistema de garantia
de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência
.................................................................................................................... 903
DECRETO Nº 9.603, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2018 - Regulamenta a Lei nº
13.431, de 4 de abril de 2017 ..................................................................... 910
DECRETO No 99.710, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1990 - Promulga a
Convenção sobre os Direitos da Criança.................................................... 917
REGRAS DE BEIJING - Regras Mínimas das Nações Unidas para a
Administração da Justiça da Infância e da Juventude ................................ 932
DIRETRIZES DE RIAD - Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da
Delinquência Juvenil ................................................................................... 940
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de
Liberdade .................................................................................................... 948

CAPÍTULO VIII: DIREITOS DO IDOSO ......................................................... 961


LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Estatuto do Idoso ............ 962
LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994. Política Nacional do Idoso ..... 981
DECRETO Nº 9.921, DE 18 DE JULHO DE 2019 – Temática da Pessoa Idosa
.................................................................................................................... 985

CAPÍTULO IX: DIREITO DE FAMÍLIA .......................................................... 997


A FAMÍLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – 1988 ................................... 998
DO DIREITO DE FAMÍLIA – CÓDIGO CIVIL.............................................. 999
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA
.............................................................................................................. 1020
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. Lei da Alienação Parental 1027

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO X: DIREITOS HUMANOS E DIREITOS DA MULHER ............. 1029


Direitos Humanos na Constituição do Brasil – 1988 ................................. 1030
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Lei Maria da Penha .......... 1040
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973. Estatuto do Índio ........... 1051
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009. Programa Nacional de
Direitos Humanos - PNDH-3 ..................................................................... 1060
DECRETO Nº 6.044, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2007. Política Nacional de
Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos - PNPDDH ................... 1063
LEI No 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000. Prioridade de atendimento
.................................................................................................................. 1064
LEI Nº 12.933, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013. Dispõe sobre o benefício do
pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência
e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos
artístico-culturais e esportivos .................................................................. 1065
DECRETO Nº 8.537, DE 5 DE OUTUBRO DE 2015 - dispõe sobre o benefício
da meia-entrada para acesso a eventos artístico-culturais e esportivos e para
estabelecer os procedimentos e os critérios para a reserva de vagas a jovens
de baixa renda nos veículos do sistema de transporte coletivo interestadual.
.................................................................................................................. 1067
DECRETO Nº 4.886, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003. Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial - PNPIR ................................................... 1073

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
APRESENTAÇÃO

Parabéns! Você acaba de adquirir a mais completa coletânea de

Leis e Resoluções aplicadas à prática profissional do Assistente

Social, bem como as legislações mais solicitadas em provas de

concursos de Serviço Social.

O Vade Mecum de Serviço Social está totalmente atualizado,

incluindo as mais recentes modificações realizadas nas

normativas em 2019.

O conteúdo é composto por dez Capítulos, abrangendo as

legislações serapadas por assunto, inclundo as Resoluções do

CFESS mais cobradas em concurso, Legislação da Assistência

Social, Legislação da Seguridade Social e Previdência,

Legislação da Saúde e Educação. Aborda também os direitos da

pessoa com deficência, direitos da criança e do adolescente e

dos idosos, diretos de família, direitos humanos e direitos da

mulher.

Bons estudos!

Nilza Ciciliati

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Nilza Ciciliati é servidora pública federal, Assistente


Social, Analista do Seguro Social no Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS. Graduada em Serviço Social pelo
Centro Universitário da grande Dourados/MS – UNGRAN,
Especialista em Direito Previdenciário pela Faculdade
Internacional Signorelli/RJ e Pós-graduada em Políticas
Públicas e Desenvolvimento Social pela PUCPR.

Copyright © 2019 de Nilza Ciciliati

Todos os direitos reservados. Este ebook ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido
ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, do autor, exceto pelo uso
de citações breves em uma resenha do ebook.

Primeira edição, 2019.

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO I:
LEGISLAÇÕES E
RESOLUÇÕES DO
SERVIÇO SOCIAL

9
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIÇO SOCIAL

Art. 2º O Conselho Federal de Serviço Social -


CFESS, deverá incluir nas Carteiras de
RESOLUÇÃO CFESS Nº 273/93
Identidade Profissional o inteiro teor do Código
Institui o Código de Ética Profissional do/a de Ética.
Assistente Social e dá outras providências.
Art. 3º Determinar que o Conselho Federal e os
Conselhos Regionais de Serviço Social
A Presidente do Conselho Federal de Serviço procedam imediata e ampla divulgação do
Social - CFESS, no uso de suas atribuições Código de Ética.
legais e regimentais, e de acordo com a Art. 4º A presente Resolução entrará em vigor
deliberação do Conselho Pleno, em reunião na data de sua publicação no Diário Oficial da
ordinária, realizada em Brasília, em 13 de União, revogadas as disposições em contrário,
março de 1993, em especial, a Resolução CFESS nº 195/86, de
Considerando a avaliação da categoria e das 09.05.86.
entidades do Serviço Social de que o Código
homologado em 1986 apresenta insuficiências;
Brasília, 13 de março de 1993. MARLISE
Considerando as exigências de normatização VINAGRE SILVA A.S. CRESS Nº 3578 7ª
específicas de um Código de Ética Profissional Região/RJ Presidente do CFESS
e sua real operacionalização;
Considerando o compromisso da gestão 90/93
Introdução
do CFESS quanto à necessidade de revisão do
Código de Ética; A história recente da sociedade brasileira,
polarizada pela luta dos setores democráticos
Considerando a posição amplamente assumida
contra a ditadura e, em seguida, pela
pela categoria de que as conquistas políticas
consolidação das liberdades políticas,
expressas no Código de 1986 devem ser
propiciou uma rica experiência para todos os
preservadas;
sujeitos sociais. Valores e práticas até então
Considerando os avanços nos últimos anos secundarizados (a defesa dos direitos civis, o
ocorridos nos debates e produções sobre a reconhecimento positivo das peculiaridades
questão ética, bem como o acúmulo de individuais e sociais, o respeito à diversidade,
reflexões existentes sobre a matéria; etc.) adquiriram novos estatutos, adensando o
Considerando a necessidade de criação de elenco de reivindicações da cidadania.
novos valores éticos, fundamentados na Particularmente para as categorias
definição mais abrangente, de compromisso profissionais, esta experiência ressituou as
com os usuários, com base na liberdade, questões do seu compromisso ético-político e
democracia, cidadania, justiça e igualdade da avaliação da qualidade dos seus serviços.
social; Nestas décadas, o Serviço Social experimentou,
Considerando que o XXI Encontro Nacional no Brasil, um profundo processo de renovação.
CFESS/CRESS referendou a proposta de Na intercorrência de mudanças ocorridas na
reformulação apresentada pelo Conselho sociedade brasileira com o próprio acúmulo
Federal de Serviço Social; profissional, o Serviço Social se desenvolveu
teórica e praticamente, laicizou-se, diferenciou-
RESOLVE: se e, na entrada dos anos noventa, apresenta-se
Art. 1º Instituir o Código de Ética Profissional como profissão reconhecida academicamente e
do assistente social em anexo. legitimada socialmente.

10
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A dinâmica deste processo que conduziu à A revisão do texto de 1986 processou-se em
consolidação profissional do Serviço Social dois níveis. Reafirmando os seus valores
materializou-se em conquistas teóricas e fundantes - a liberdade e a justiça social -,
ganhos práticos que se revelaram diversamente articulou-os a partir da exigência democrática:
no universo profissional. No plano da reflexão a democracia é tomada como valor éticopolítico
e da normatização ética, o Código de Ética central, na medida em que é o único padrão de
Profissional de 1986 foi uma expressão organização político-social capaz de assegurar
daquelas conquistas e ganhos, através de dois a explicitação dos valores essenciais da
procedimentos: negação da base filosófica liberdade e da equidade. É ela, ademais, que
tradicional, nitidamente conservadora, que favorece a ultrapassagem das limitações reais
norteava a “ética da neutralidade”, e afirmação que a ordem burguesa impõe ao
de um novo perfil do/a técnico/a, não mais um/a desenvolvimento pleno da cidadania, dos
agente subalterno/a e apenas executivo/a, mas direitos e garantias individuais e sociais e das
um/a profissional competente teórica, técnica e tendências à autonomia e à autogestão social.
politicamente. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a
normatização do exercício profissional de
De fato, construía-se um projeto profissional
modo a permitir que aqueles valores sejam
que, vinculado a um projeto social radicalmente
retraduzidos no relacionamento entre
democrático, redimensionava a inserção do
assistentes sociais, instituições/organizações e
Serviço Social na vida brasileira,
população, preservandose os direitos e deveres
compromissando-o com os interesses históricos
profissionais, a qualidade dos serviços e a
da massa da população trabalhadora. O
responsabilidade diante do/a usuário/a.
amadurecimento deste projeto profissional,
mais as alterações ocorrentes na sociedade A revisão a que se procedeu, compatível com o
brasileira (com destaque para a ordenação espírito do texto de 1986, partiu da
jurídica consagrada na Constituição de 1988), compreensão de que a ética deve ter como
passou a exigir uma melhor explicitação do suporte uma ontologia do ser social: os valores
sentido imanente do Código de 1986. Tratava- são determinações da prática social, resultantes
se de objetivar com mais rigor as implicações da atividade criadora tipificada no processo de
dos princípios conquistados e plasmados trabalho. É mediante o processo de trabalho que
naquele documento, tanto para fundar mais o ser social se constitui, se instaura como
adequadamente os seus parâmetros éticos distinto do ser natural, dispondo de capacidade
quanto para permitir uma melhor teleológica, projetiva, consciente; é por esta
instrumentalização deles na prática cotidiana do socialização que ele se põe como ser capaz de
exercício profissional. liberdade. Esta concepção já contém, em si
mesma, uma projeção de sociedade - aquela em
A necessidade da revisão do Código de 1986
que se propicie aos/às trabalhadores/as um
vinha sendo sentida nos organismos
pleno desenvolvimento para a invenção e
profissionais desde fins dos anos oitenta. Foi
vivência de novos valores, o que,
agendada na plataforma programática da gestão
evidentemente, supõe a erradicação de todos os
1990/1993 do CFESS. Entrou na ordem do dia
processos de exploração, opressão e alienação.
com o I Seminário Nacional de Ética (agosto de
É ao projeto social aí implicado que se conecta
1991) perpassou o VII CBAS (maio de 1992) e
o projeto profissional do Serviço Social - e cabe
culminou no II Seminário Nacional de Ética
pensar a ética como pressuposto teórico-
(novembro de 1992), envolvendo, além do
político que remete ao enfrentamento das
conjunto CFESS/CRESS, a ABESS, a ANAS e
contradições postas à profissão, a partir de uma
a SESSUNE. O grau de ativa participação de
visão crítica, e fundamentada teoricamente, das
assistentes sociais de todo o país assegura que
derivações ético-políticas do agir profissional.
este novo Código, produzido no marco do mais
abrangente debate da categoria, expressa as
aspirações coletivas dos/as profissionais
brasileiros/as.

11
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Princípios Fundamentais
IX. Articulação com os movimentos de outras
categorias profissionais que partilhem dos
I. Reconhecimento da liberdade como valor princípios deste Código e com a luta geral
ético central e das demandas políticas a ela dos/as trabalhadores/as;
inerentes - autonomia, emancipação e plena
expansão dos indivíduos sociais;
X. Compromisso com a qualidade dos serviços
prestados à população e com o aprimoramento
II. Defesa intransigente dos direitos humanos e intelectual, na perspectiva da competência
recusa do arbítrio e do autoritarismo; profissional;

III. Ampliação e consolidação da cidadania, XI. Exercício do Serviço Social sem ser
considerada tarefa primordial de toda discriminado/a, nem discriminar, por questões
sociedade, com vistas à garantia dos direitos de inserção de classe social, gênero, etnia,
civis sociais e políticos das classes religião, nacionalidade, orientação sexual,
trabalhadoras; identidade de gênero, idade e condição física.

IV. Defesa do aprofundamento da democracia, TÍTULO I


enquanto socialização da participação política e
da riqueza socialmente produzida; DISPOSIÇÕES GERAIS

V. Posicionamento em favor da equidade e Art.1º Compete ao Conselho Federal de


justiça social, que assegure universalidade de Serviço Social:
acesso aos bens e serviços relativos aos a- zelar pela observância dos princípios e
programas e políticas sociais, bem como sua diretrizes deste Código, fiscalizando as ações
gestão democrática; dos Conselhos Regionais e a prática exercida
pelos profissionais, instituições e organizações
na área do Serviço Social;
VI. Empenho na eliminação de todas as formas
de preconceito, incentivando o respeito à b- introduzir alteração neste Código, através de
diversidade, à participação de grupos uma ampla participação da categoria, num
socialmente discriminados e à discussão das processo desenvolvido em ação conjunta com
diferenças; os Conselhos Regionais;
c- como Tribunal Superior de Ética
Profissional, firmar jurisprudência na
VII. Garantia do pluralismo, através do respeito observância deste Código e nos casos omissos.
às correntes profissionais democráticas
existentes e suas expressões teóricas, e Parágrafo único Compete aos Conselhos
compromisso com o constante aprimoramento Regionais, nas áreas de suas respectivas
intelectual; jurisdições, zelar pela observância dos
princípios e diretrizes deste Código, e funcionar
como órgão julgador de primeira instância.
VIII. Opção por um projeto profissional
vinculado ao processo de construção de uma
nova ordem societária, sem dominação,
exploração de classe, etnia e gênero;

12
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
TÍTULO II comportamentos, denunciando sua ocorrência
aos órgãos competentes;
DOS DIREITOS E DAS
RESPONSABILIDADES GERAIS DO/A d- participar de programas de socorro à
ASSISTENTE SOCIAL população em situação de calamidade pública,
no atendimento e defesa de seus interesses e
necessidades.
Art. 2º Constituem direitos do/a assistente
Art. 4º É vedado ao/à assistente social:
social:
a- transgredir qualquer preceito deste Código,
a- garantia e defesa de suas atribuições e
bem como da Lei de Regulamentação da
prerrogativas, estabelecidas na Lei de
Profissão;
Regulamentação da Profissão e dos princípios
firmados neste Código; b- praticar e ser conivente com condutas
antiéticas, crimes ou contravenções penais na
b- livre exercício das atividades inerentes à
prestação de serviços profissionais, com base
Profissão;
nos princípios deste Código, mesmo que estes
c- participação na elaboração e gerenciamento sejam praticados por outros/as profissionais;
das políticas sociais, e na formulação e
c- acatar determinação institucional que fira os
implementação de programas sociais;
princípios e diretrizes deste Código;
d- inviolabilidade do local de trabalho e
d- compactuar com o exercício ilegal da
respectivos arquivos e documentação,
Profissão, inclusive nos casos de estagiários/as
garantindo o sigilo profissional;
que exerçam atribuições específicas, em
e- desagravo público por ofensa que atinja a sua substituição aos/às profissionais;
honra profissional;
e- permitir ou exercer a supervisão de aluno/a
f- aprimoramento profissional de forma de Serviço Social em Instituições Públicas ou
contínua, colocando-o a serviço dos princípios Privadas que não tenham em seu quadro
deste Código; assistente social que realize acompanhamento
g- pronunciamento em matéria de sua direto ao/à aluno/a estagiário/a;
especialidade, sobretudo quando se tratar de f- assumir responsabilidade por atividade para
assuntos de interesse da população; as quais não esteja capacitado/a pessoal e
h- ampla autonomia no exercício da Profissão, tecnicamente;
não sendo obrigado a prestar serviços g- substituir profissional que tenha sido
profissionais incompatíveis com as suas exonerado/a por defender os princípios da ética
atribuições, cargos ou funções; profissional, enquanto perdurar o motivo da
i- liberdade na realização de seus estudos e exoneração, demissão ou transferência;
pesquisas, resguardados os direitos de h- pleitear para si ou para outrem emprego,
participação de indivíduos ou grupos cargo ou função que estejam sendo exercidos
envolvidos em seus trabalhos. por colega;
Art. 3º São deveres do/a assistente social: i- adulterar resultados e fazer declarações
a- desempenhar suas atividades profissionais, falaciosas sobre situações ou estudos de que
com eficiência e responsabilidade, observando tome conhecimento;
a legislação em vigor; j- assinar ou publicar em seu nome ou de
b- utilizar seu número de registro no Conselho outrem trabalhos de terceiros, mesmo que
Regional no exercício da Profissão; executados sob sua orientação.
c- abster-se, no exercício da Profissão, de
práticas que caracterizem a censura, o
cerceamento da liberdade, o policiamento dos

13
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
TÍTULO III a- exercer sua autoridade de maneira a limitar
ou cercear o direito do/a usuário/a de participar
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS
e decidir livremente sobre seus interesses;
b- aproveitar-se de situações decorrentes da
CAPÍTULO I relação assistente social-usuário/a, para obter
Das Relações com os/as Usuários/as vantagens pessoais ou para terceiros;
c- bloquear o acesso dos/as usuários/as aos
serviços oferecidos pelas instituições, através
Art. 5º São deveres do/a assistente social nas de atitudes que venham coagir e/ou desrespeitar
suas relações com os/as usuários/as: aqueles que buscam o atendimento de seus
a- contribuir para a viabilização da participação direitos.
efetiva da população usuária nas decisões CAPÍTULO II
institucionais;
Das Relações com as Instituições
b- garantir a plena informação e discussão sobre Empregadoras e outras
as possibilidades e consequências das situações
apresentadas, respeitando democraticamente as
decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam Art. 7º Constituem direitos do/a assistente
contrárias aos valores e às crenças individuais social:
dos/as profissionais, resguardados os princípios
a- dispor de condições de trabalho condignas,
deste Código;
seja em entidade pública ou privada, de forma
c- democratizar as informações e o acesso aos a garantir a qualidade do exercício profissional;
programas disponíveis no espaço institucional,
b- ter livre acesso à população usuária;
como um dos mecanismos indispensáveis à
participação dos/as usuários/as; c- ter acesso a informações institucionais que se
relacionem aos programas e políticas sociais e
d- devolver as informações colhidas nos
sejam necessárias ao pleno exercício das
estudos e pesquisas aos/às usuários/as, no
atribuições profissionais;
sentido de que estes possam usá-los para o
fortalecimento dos seus interesses; d- integrar comissões interdisciplinares de ética
nos locais de trabalho do/a profissional, tanto
e- informar à população usuária sobre a
no que se refere à avaliação da conduta
utilização de materiais de registro audiovisual e
profissional, como em relação às decisões
pesquisas a elas referentes e a forma de
quanto às políticas institucionais.
sistematização dos dados obtidos;
Art. 8º São deveres do/a assistente social:
f- fornecer à população usuária, quando
solicitado, informações concernentes ao a- programar, administrar, executar e repassar
trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as os serviços sociais assegurados
suas conclusões, resguardado o sigilo institucionalmente;
profissional; b- denunciar falhas nos regulamentos, normas e
g- contribuir para a criação de mecanismos que programas da instituição em que trabalha,
venham desburocratizar a relação com os/as quando os mesmos estiverem ferindo os
usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os princípios e diretrizes deste Código,
serviços prestados; mobilizando, inclusive, o Conselho Regional,
caso se faça necessário;
h- esclarecer aos/às usuários/as, ao iniciar o
trabalho, sobre os objetivos e a amplitude de c- contribuir para a alteração da correlação de
sua atuação profissional. forças institucionais, apoiando as legítimas
demandas de interesse da população usuária;

Art. 6º É vedado ao/à assistente social:

14
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
d- empenhar-se na viabilização dos direitos objetiva, construtiva e comprovável, assumindo
sociais dos/as usuários/as, através dos sua inteira responsabilidade.
programas e políticas sociais; Art. 11 É vedado ao/à assistente social:
e- empregar com transparência as verbas sob a a- intervir na prestação de serviços que estejam
sua responsabilidade, de acordo com os sendo efetuados por outro/a profissional, salvo
interesses e necessidades coletivas dos/as a pedido desse/a profissional; em caso de
usuários/as. urgência, seguido da imediata comunicação
Art. 9º É vedado ao/à assistente social: ao/à profissional; ou quando se tratar de
trabalho multiprofissional e a intervenção fizer
a- emprestar seu nome e registro profissional a
parte da metodologia adotada;
firmas, organizações ou empresas para
simulação do exercício efetivo do Serviço b- prevalecer-se de cargo de chefia para atos
Social; discriminatórios e de abuso de autoridade;
b- usar ou permitir o tráfico de influência para c- ser conivente com falhas éticas de acordo
obtenção de emprego, desrespeitando concurso com os princípios deste Código e com erros
ou processos seletivos; técnicos praticados por assistente social e
qualquer outro/a profissional;
c- utilizar recursos institucionais (pessoal e/ou
financeiro) para fins partidários, eleitorais e d- prejudicar deliberadamente o trabalho e a
clientelistas. reputação de outro/a profissional.

CAPÍTULO III CAPÍTULO IV


Das Relações com Assistentes Sociais e Das Relações com Entidades da Categoria e
outros/as Profissionais demais organizações da Sociedade Civil

Art. 10 São deveres do/a assistente social: Art.12 Constituem direitos do/a assistente
social:
a- ser solidário/a com outros/as profissionais,
sem, todavia, eximir-se de denunciar atos que a- participar em sociedades científicas e em
contrariem os postulados éticos contidos neste entidades representativas e de organização da
Código; categoria que tenham por finalidade,
respectivamente, a produção de conhecimento,
b- repassar ao seu substituto as informações
a defesa e a fiscalização do exercício
necessárias à continuidade do trabalho;
profissional;
c- mobilizar sua autoridade funcional, ao
b- apoiar e/ou participar dos movimentos
ocupar uma chefia, para a liberação de carga
sociais e organizações populares vinculados à
horária de subordinado/a, para fim de estudos e
luta pela consolidação e ampliação da
pesquisas que visem o aprimoramento
democracia e dos direitos de cidadania.
profissional, bem como de representação ou
delegação de entidade de organização da Art. 13 São deveres do/a assistente social:
categoria e outras, dando igual oportunidade a a- denunciar ao Conselho Regional as
todos/as; instituições públicas ou privadas, onde as
d- incentivar, sempre que possível, a prática condições de trabalho não sejam dignas ou
profissional interdisciplinar; possam prejudicar os/as usuários/as ou
profissionais;
e- respeitar as normas e princípios éticos das
outras profissões; b- denunciar, no exercício da Profissão, às
entidades de organização da categoria, às
f- ao realizar crítica pública a colega e outros/
autoridades e aos órgãos competentes, casos de
as profissionais, fazê-lo sempre de maneira
violação da Lei e dos Direitos Humanos, quanto

15
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a: corrupção, maus tratos, torturas, ausência de CAPÍTULO VI
condições mínimas de sobrevivência, Das Relações do/a Assistente Social com a
discriminação, preconceito, abuso de Justiça
autoridade individual e institucional, qualquer
forma de agressão ou falta de respeito à
integridade física, social e mental do/a Art. 19 São deveres do/a assistente social:
cidadão/cidadã; c- respeitar a autonomia dos
movimentos populares e das organizações das a- apresentar à justiça, quando convocado na
classes trabalhadoras. qualidade de perito ou testemunha, as
conclusões do seu laudo ou depoimento, sem
Art. 14 É vedado ao/à assistente social valer-se extrapolar o âmbito da competência
de posição ocupada na direção de entidade da profissional e violar os princípios éticos
categoria para obter vantagens pessoais, contidos neste Código;
diretamente ou através de terceiros/as.
b- comparecer perante a autoridade
competente, quando intimado/a a prestar
CAPÍTULO V depoimento, para declarar que está obrigado/a a
guardar sigilo profissional nos termos deste
Do Sigilo Profissional
Código e da Legislação em vigor.
Art. 20 É vedado ao/à assistente social:
Art. 15 Constitui direito do/a assistente social a- depor como testemunha sobre situação
manter o sigilo profissional. sigilosa do/a usuário/a de que tenha
Art. 16 O sigilo protegerá o/a usuário/a em conhecimento no exercício profissional,
tudo aquilo de que o/a assistente social tome mesmo quando autorizado;
conhecimento, como decorrência do exercício b- aceitar nomeação como perito e/ou atuar em
da atividade profissional.
perícia quando a situação não se caracterizar
Parágrafo único Em trabalho multidisciplinar como área de sua competência ou de sua
só poderão ser prestadas informações dentro atribuição profissional, ou quando infringir os
dos limites do estritamente necessário. dispositivos legais relacionados a
impedimentos ou suspeição.
Art. 17 É vedado ao/à assistente social revelar
sigilo profissional.
Art. 18 A quebra do sigilo só é admissível TÍTULO IV
quando se tratarem de situações cuja gravidade Da Observância, Penalidades, Aplicação e
possa, envolvendo ou não fato delituoso, trazer Cumprimento Deste Código
prejuízo aos interesses do/a usuário/a, de
terceiros/as e da coletividade.
Parágrafo único A revelação será feita dentro Art. 21 São deveres do/a assistente social:
do estritamente necessário, quer em relação ao a- cumprir e fazer cumprir este Código;
assunto revelado, quer ao grau e número de
pessoas que dele devam tomar conhecimento. b- denunciar ao Conselho Regional de Serviço
Social, através de comunicação fundamentada,
qualquer forma de exercício irregular da
Profissão, infrações a princípios e diretrizes
deste Código e da legislação profissional;
c- informar, esclarecer e orientar os/as
estudantes, na docência ou supervisão, quanto
aos princípios e normas contidas neste Código.

16
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 22 Constituem infrações disciplinares: inscrição profissional após decorridos três anos
da suspensão.
a- exercer a Profissão quando impedido/a de
fazêlo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu Art. 26 Serão considerados na aplicação das
exercício ao/às não inscritos/as ou penas os antecedentes profissionais do/a
impedidos/as; infrator/a e as circunstâncias em que ocorreu a
infração.
b- não cumprir, no prazo estabelecido,
determinação emanada do órgão ou autoridade Art. 27 Salvo nos casos de gravidade
dos Conselhos, em matéria destes, depois de manifesta, que exigem aplicação de
regularmente notificado/a; penalidades mais rigorosas, a imposição das
penas obedecerá à gradação estabelecida pelo
c- deixar de pagar, regularmente, as anuidades
artigo 24.
e contribuições devidas ao Conselho Regional
de Serviço Social a que esteja obrigado/a; Art. 28 Para efeito da fixação da pena serão
considerados especialmente graves as violações
d- participar de instituição que, tendo por objeto
que digam respeito às seguintes disposições:
o Serviço Social, não esteja inscrita no
Conselho Regional; • artigo 3º - alínea c;
e- fazer ou apresentar declaração, documento • artigo 4º - alínea a, b, c, g, i, j;
falso ou adulterado, perante o Conselho • artigo 5º - alínea b, f;
Regional ou Federal. • artigo 6º - alínea a, b, c;
• artigo 8º - alínea b;
• artigo 9º - alínea a, b, c;
Das Penalidades • artigo11 - alínea b, c, d;
• artigo 13 - alínea b;
• artigo 14;
Art. 23 As infrações a este Código acarretarão
• artigo 16;
penalidades, desde a multa à cassação do
• artigo 17;
exercício profissional, na forma dos
dispositivos legais e/ ou regimentais. • Parágrafo único do artigo 18;
• artigo 19 - alínea b;
Art. 24 As penalidades aplicáveis são as • artigo 20 - alínea a, b
seguintes:
Parágrafo único As demais violações não
a- multa; previstas no “caput”, uma vez consideradas
b- advertência reservada; graves, autorizarão aplicação de penalidades
mais severas, em conformidade com o artigo
c- advertência pública; 26.
d- suspensão do exercício profissional; Art. 29 A advertência reservada, ressalvada a
e- cassação do registro profissional. hipótese prevista no artigo 33 será confidencial,
sendo que a advertência pública, suspensão e a
Parágrafo único Serão eliminados/as dos
cassação do exercício profissional serão
quadros dos CRESS aqueles/as que fizerem
efetivadas através de publicação em Diário
falsa prova dos requisitos exigidos nos
Oficial e em outro órgão da imprensa, e afixado
Conselhos.
na sede do Conselho Regional onde estiver
Art. 25 A pena de suspensão acarreta ao/à inserido/a o/a denunciado/a e na Delegacia
assistente social a interdição do exercício Seccional do CRESS da jurisdição de seu
profissional em todo o território nacional, pelo domicílio.
prazo de 30 (trinta) dias a 2 (dois) anos.
Art. 30 Cumpre ao Conselho Regional a
Parágrafo único A suspensão por falta de execução das decisões proferidas nos processos
pagamento de anuidades e taxas só cessará com disciplinares.
a satisfação do débito, podendo ser cassada a

17
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 31 Da imposição de qualquer penalidade Anotações:
caberá recurso com efeito suspensivo ao
CFESS.
Art. 32 A punibilidade do assistente social, por
falta sujeita a processo ético e disciplinar,
prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data
da verificação do fato respectivo.
Art. 33 Na execução da pena de advertência
reservada, não sendo encontrado o/a
penalizado/a ou se este/a, após duas
convocações, não comparecer no prazo fixado
para receber a penalidade, será ela tornada
pública.
§1º A pena de multa, ainda que o/a
penalizado/a compareça para tomar
conhecimento da decisão, será publicada nos
termos do artigo 29 deste Código, se não for
devidamente quitada no prazo de 30 (trinta)
dias, sem prejuízo da cobrança judicial.
§ 2º Em caso de cassação do exercício
profissional, além dos editais e das
comunicações feitas às autoridades
competentes interessadas no assunto, proceder-
se-á a apreensão da Carteira e Cédula de
Identidade Profissional do/a infrator/a .
Art. 34 A pena de multa variará entre o mínimo
correspondente ao valor de uma anuidade e o
máximo do seu décuplo.
Art. 35 As dúvidas na observância deste
Código e os casos omissos serão resolvidos
pelos Conselhos Regionais de Serviço Social
“ad referendum” do Conselho Federal de
Serviço Social, a quem cabe firmar
jurisprudência.
Art. 36 O presente Código entrará em vigor na
data de sua publicação no Diário Oficial da
União, revogando-se as disposições em
contrário.

Brasília, 13 de março de 1993


MARLISE VINAGRE SILVA Presidente do
CFESS

18
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 8.662, DE 7 DE JUNHO DE 1993 – Lei de Regulamentação da profissão.
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar
planos, programas e projetos que sejam do
Dispõe sobre a profissão de Assistente Social
âmbito de atuação do Serviço Social com
e dá outras providências
participação da sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA orientação social a indivíduos, grupos e à
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e população;
eu sanciono a seguinte lei:
IV - (Vetado);
Art. 1º É livre o exercício da profissão de
V - orientar indivíduos e grupos de
Assistente Social em todo o território nacional,
diferentes segmentos sociais no sentido de
observadas as condições estabelecidas nesta lei.
identificar recursos e de fazer uso dos mesmos
Art. 2º Somente poderão exercer a no atendimento e na defesa de seus direitos;
profissão de Assistente Social:
VI - planejar, organizar e administrar
I - Os possuidores de diploma em curso de benefícios e Serviços Sociais;
graduação em Serviço Social, oficialmente
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas
reconhecido, expedido por estabelecimento de
que possam contribuir para a análise da
ensino superior existente no País, devidamente
realidade social e para subsidiar ações
registrado no órgão competente;
profissionais;
II - os possuidores de diploma de curso
VIII - prestar assessoria e consultoria a
superior em Serviço Social, em nível de
órgãos da administração pública direta e
graduação ou equivalente, expedido por
indireta, empresas privadas e outras entidades,
estabelecimento de ensino sediado em países
com relação às matérias relacionadas no inciso
estrangeiros, conveniado ou não com o governo
II deste artigo;
brasileiro, desde que devidamente revalidado e
registrado em órgão competente no Brasil; IX - prestar assessoria e apoio aos
movimentos sociais em matéria relacionada às
III - os agentes sociais, qualquer que seja
políticas sociais, no exercício e na defesa dos
sua denominação com funções nos vários
direitos civis, políticos e sociais da
órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14
coletividade;
e seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de
junho de 1953. X - planejamento, organização e
administração de Serviços Sociais e de Unidade
Parágrafo único. O exercício da profissão
de Serviço Social;
de Assistente Social requer prévio registro nos
Conselhos Regionais que tenham jurisdição XI - realizar estudos sócio-econômicos
sobre a área de atuação do interessado nos com os usuários para fins de benefícios e
termos desta lei. serviços sociais junto a órgãos da administração
pública direta e indireta, empresas privadas e
Art. 3º A designação profissional de
outras entidades.
Assistente Social é privativa dos habilitados na
forma da legislação vigente. Art. 5º Constituem atribuições privativas
do Assistente Social:
Art. 4º Constituem competências do
Assistente Social: I - coordenar, elaborar, executar,
supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,
I - elaborar, implementar, executar e
planos, programas e projetos na área de Serviço
avaliar políticas sociais junto a órgãos da
Social;
administração pública, direta ou indireta,
empresas, entidades e organizações populares; II - planejar, organizar e administrar
programas e projetos em Unidade de Serviço
Social;

19
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - assessoria e consultoria e órgãos da Social (CFESS) e Conselhos Regionais de
Administração Pública direta e indireta, Serviço Social (CRESS).
empresas privadas e outras entidades, em Art. 7º O Conselho Federal de Serviço
matéria de Serviço Social; Social (CFESS) e os Conselhos Regionais de
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, Serviço Social (CRESS) constituem, em seu
laudos periciais, informações e pareceres sobre conjunto, uma entidade com personalidade
a matéria de Serviço Social; jurídica e forma federativa, com o objetivo
básico de disciplinar e defender o exercício da
V - assumir, no magistério de Serviço
profissão de Assistente Social em todo o
Social tanto a nível de graduação como pós-
território nacional.
graduação, disciplinas e funções que exijam
conhecimentos próprios e adquiridos em curso 1º Os Conselhos Regionais de Serviço
de formação regular; Social (CRESS) são dotados de autonomia
administrativa e financeira, sem prejuízo de sua
VI - treinamento, avaliação e supervisão
vinculação ao Conselho Federal, nos termos da
direta de estagiários de Serviço Social;
legislação em vigor.
VII - dirigir e coordenar Unidades de
2º Cabe ao Conselho Federal de Serviço
Ensino e Cursos de Serviço Social, de
Social (CFESS) e aos Conselhos Regionais de
graduação e pós-graduação;
Serviço Social (CRESS), representar, em juízo
VIII - dirigir e coordenar associações, e fora dele, os interesses gerais e individuais
núcleos, centros de estudo e de pesquisa em dos Assistentes Sociais, no cumprimento desta
Serviço Social; lei.
IX - elaborar provas, presidir e compor Art. 8º Compete ao Conselho Federal de
bancas de exames e comissões julgadoras de Serviço Social (CFESS), na qualidade de órgão
concursos ou outras formas de seleção para normativo de grau superior, o exercício das
Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos seguintes atribuições:
conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
I - orientar, disciplinar, normatizar,
X - coordenar seminários, encontros, fiscalizar e defender o exercício da profissão de
congressos e eventos assemelhados sobre Assistente Social, em conjunto com o CRESS;
assuntos de Serviço Social;
II - assessorar os CRESS sempre que se
XI - fiscalizar o exercício profissional fizer necessário;
através dos Conselhos Federal e Regionais;
III - aprovar os Regimentos Internos dos
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço CRESS no fórum máximo de deliberação do
Social em entidades públicas ou privadas; conjunto CFESS/CRESS;
XIII - ocupar cargos e funções de direção IV - aprovar o Código de Ética
e fiscalização da gestão financeira em órgãos e Profissional dos Assistentes Sociais juntamente
entidades representativas da categoria com os CRESS, no fórum máximo de
profissional. deliberação do conjunto CFESS/CRESS;
Art. 5o-A. A duração do trabalho do V - funcionar como Tribunal Superior de
Assistente Social é de 30 (trinta) horas Ética Profissional;
semanais. (Incluído pela Lei nº 12.317, de
VI - julgar, em última instância, os
2010).
recursos contra as sanções impostas pelos
Art. 6º São alteradas as denominações do CRESS;
atual Conselho Federal de Assistentes Sociais
(CFAS) e dos Conselhos Regionais de VII - estabelecer os sistemas de registro
dos profissionais habilitados;
Assistentes Sociais (CRAS), para,
respectivamente, Conselho Federal de Serviço

20
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VIII - prestar assessoria técnico-consultiva Regional, deverá ser constituída uma delegacia
aos organismos públicos ou privados, em subordinada ao Conselho Regional que
matéria de Serviço Social; oferecer melhores condições de comunicação,
fiscalização e orientação, ouvido o órgão
IX - (Vetado)
regional e com homologação do Conselho
Art. 9º O fórum máximo de deliberação da Federal.
profissão para os fins desta lei dar-se-á nas
2º Os Conselhos Regionais poderão
reuniões conjuntas dos Conselhos Federal e
constituir, dentro de sua própria área de
Regionais, que inclusive fixarão os limites de
jurisdição, delegacias seccionais para
sua competência e sua forma de convocação.
desempenho de suas atribuições executivas e de
Art. 10. Compete aos CRESS, em suas primeira instância nas regiões em que forem
respectivas áreas de jurisdição, na qualidade de instalados, desde que a arrecadação proveniente
órgão executivo e de primeira instância, o dos profissionais nelas atuantes seja suficiente
exercício das seguintes atribuições: para sua própria manutenção.
I - organizar e manter o registro Art. 13. A inscrição nos Conselhos
profissional dos Assistentes Sociais e o Regionais sujeita os Assistentes Sociais ao
cadastro das instituições e obras sociais pagamento das contribuições compulsórias
públicas e privadas, ou de fins filantrópicos; (anuidades), taxas e demais emolumentos que
II - fiscalizar e disciplinar o exercício da forem estabelecidos em regulamentação
profissão de Assistente Social na respectiva baixada pelo Conselho Federal, em deliberação
região; conjunta com os Conselhos Regionais.

III - expedir carteiras profissionais de Art. 14. Cabe às Unidades de Ensino


Assistentes Sociais, fixando a respectiva taxa; credenciar e comunicar aos Conselhos
Regionais de sua jurisdição os campos de
IV - zelar pela observância do Código de estágio de seus alunos e designar os Assistentes
Ética Profissional, funcionando como Sociais responsáveis por sua supervisão.
Tribunais Regionais de Ética Profissional;
Parágrafo único. Somente os estudantes de
V - aplicar as sanções previstas no Código Serviço Social, sob supervisão direta de
de Ética Profissional; Assistente Social em pleno gozo de seus
VI - fixar, em assembléia da categoria, as direitos profissionais, poderão realizar estágio
anuidades que devem ser pagas pelos de Serviço Social.
Assistentes Sociais; Art. 15. É vedado o uso da expressão
VII - elaborar o respectivo Regimento Serviço Social por quaisquer pessoas de direito
Interno e submetê-lo a exame e aprovação do público ou privado que não desenvolvam
fórum máximo de deliberação do conjunto atividades previstas nos arts. 4º e 5º desta lei.
CFESS/CRESS. Parágrafo único. As pessoas de direito
Art. 11. O Conselho Federal de Serviço público ou privado que se encontrem na
Social (CFESS) terá sede e foro no Distrito situação mencionada neste artigo terão o prazo
Federal. de noventa dias, a contar da data da vigência
desta lei, para processarem as modificações que
Art. 12. Em cada capital de Estado, de se fizerem necessárias a seu integral
Território e no Distrito Federal, haverá um cumprimento, sob pena das medidas judiciais
Conselho Regional de Serviço Social (CRESS) cabíveis.
denominado segundo a sua jurisdição, a qual
alcançará, respectivamente, a do Estado, a do Art. 16. Os CRESS aplicarão as seguintes
Território e a do Distrito Federal. penalidades aos infratores dos dispositivos
desta Lei:
1º Nos Estados ou Territórios em que os
profissionais que neles atuam não tenham I - multa no valor de uma a cinco vezes a
possibilidade de instalar um Conselho anuidade vigente;

21
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - suspensão de um a dois anos de Eleitoral aprovado pelo fórum instituído pelo
exercício da profissão ao Assistente Social que, art. 9º desta lei.
no âmbito de sua atuação, deixar de cumprir Parágrafo único. As delegacias seccionais
disposições do Código de Ética, tendo em vista contarão com três membros efetivos: um
a gravidade da falta; Delegado, um Secretário e um Tesoureiro, e
III - cancelamento definitivo do registro, três suplentes, eleitos dentre os Assistentes
nos casos de extrema gravidade ou de Sociais da área de sua jurisdição, nas condições
reincidência contumaz. previstas neste artigo.
1º Provada a participação ativa ou Art. 21. (Vetado).
conivência de empresas, entidades, instituições Art. 22. O Conselho Federal e os
ou firmas individuais nas infrações a Conselhos Regionais terão legitimidade para
dispositivos desta lei pelos profissionais delas
agir contra qualquer pessoa que infringir as
dependentes, serão estas também passíveis das disposições que digam respeito às
multas aqui estabelecidas, na proporção de sua prerrogativas, à dignidade e ao prestígio da
responsabilidade, sob pena das medidas profissão de Assistente Social.
judiciais cabíveis.
Art. 23. Esta lei entra em vigor na data de
2º No caso de reincidência na mesma sua publicação.
infração no prazo de dois anos, a multa cabível
será elevada ao dobro. Art. 24. Revogam-se as disposições em
contrário e, em especial, a Lei nº 3.252, de 27
Art. 17. A Carteira de Identificação de agosto de 1957.
Profissional expedida pelos Conselhos
Regionais de Serviço Social (CRESS), servirá
de prova para fins de exercício profissional e de Brasília, 7 de junho de 1993; 172º da
Carteira de Identidade Pessoal, e terá fé pública Independência e 105º da República.
em todo o território nacional.
ITAMAR FRANCO
Art. 18. As organizações que se
registrarem nos CRESS receberão um Walter Barelli
certificado que as habilitará a atuar na área de Este texto não substitui o publicado no D.O.U.
Serviço Social. de 8.7.1993
Art. 19. O Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS) será mantido:
I - por contribuições, taxas e emolumentos
arrecadados pelos CRESS, em percentual a ser Anotações:
definido pelo fórum máximo instituído pelo art.
9º desta lei;
II - por doações e legados;
III - por outras rendas.
Art. 20. O Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS) e os Conselhos Regionais de
Serviço Social (CRESS) contarão cada um com
nove membros efetivos: Presidente, Vice-
Presidente, dois Secretários, dois Tesoureiros e
três membros do Conselho Fiscal, e nove
suplentes, eleitos dentre os Assistentes Sociais,
por via direta, para um mandato de três anos, de
acordo com as normas estabelecidas em Código

22
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
condições gerais de vida e da dinâmica das
relações sociais, econômicas e políticas do País;
RESOLUÇÃO CFESS Nº 383/99 de 29
Considerando que, para a consolidação dos
de março de 1999 - Caracteriza o
princípios e objetivos do Sistema Único de
assistente social como profissional da Saúde, é imprescindível a efetivação do
saúde Controle Social e o Assistente Social, com base
no seu compromisso éticopolítico, tem
focalizado suas atividades para uma ação
EMENTA: Caracteriza o assistente social técnicopolítica que contribua para viabilizar a
como profissional da saúde. participação popular, a democratização das
instituições, o fortalecimento dos Conselhos de
Saúde e a ampliação dos direitos sociais;
O Conselho Federal de Serviço Social, no uso
de suas atribuições legais e regimentais; Considerando que o Conselho Nacional de
Saúde, através da Resolução de nº 218 de 06 de
Considerando que a Constituição Federal
março de 1997, reafirmou o Assistente Social,
vigente estabelece a saúde como um direito de
entre outras categorias de nível superior, como
todos e dever do Estado, devendo ser garantido
profissional de saúde;
mediante políticas sociais e econômicas que
visem a redução do risco de doenças e de outros Considerando, ainda, que a antedita Resolução,
agravos e ao acesso universal e igualitário às em seu ítem II, delega aos Conselhos de Classe
ações e serviços para a promoção, proteção e a caracterização como profissional de saúde,
recuperação da saúde; dentre outros, do assistente social;
Considerando que, a partir da 8ª Conferência Considerando que o Serviço Social não é
Nacional de Saúde, um novo conceito de saúde exclusivo da saúde, mas qualifica o profissional
foi construído, ampliando a compreensão da a atuar com competência nas diferentes
relação saúde-doença, como decorrência das dimensões da questão social no âmbito das
condições de vida e de trabalho; políticas sociais, inclusive a saúde;
Considerando que a 10ª Conferência Nacional Considerando a aprovação da presente
de Saúde reafirmou a necessidade de consolidar Resolução pelo Plenário do Conselho Federal
o Sistema Único de Saúde, com todos os seus de Serviço Social, em reunião ordinária
princípios e objetivos; realizada em 27 e 28 de março de 1999;
Considerando que as ações de saúde devem se Resolve:
dar na perspectiva interdisciplinar a fim de Art. 1º - Caracterizar o assistente social como
garantir a atenção a todas as necessidades da profissional de saúde.
população usuária na mediação entre seus
interesses e a prestação de serviços; Art. 2º - O assistente social atua no âmbito das
políticas sociais e, nesta medida, não é um
Considerando que atribui-se ao assistente profissional exclusivamente da área da saúde,
social, enquanto profissional de saúde, a podendo estar inserido em outras áreas,
intervenção junto aos fenômenos sócio- dependendo do local onde atua e da natureza de
culturais e econômicos que reduzam a eficácia suas funções.
dos programas de prestação de serviços nos
níveis de promoção, proteção e/ou recuperação Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data
da saúde; de sua publicação.
Considerando que o Assistente Social, em sua VALDETE DE BARROS MARTINS
prática profissional contribui para o PRESIDENTE DO CFESS
atendimento das demandas imediatas da
população, além de facilitar o seu acesso às
informações e ações educativas para que a
saúde possa ser percebida como produto das

23
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS N° 489/2006 de crítica dos direitos humanos, diferenciando-
03 de junho de 2006 - Estabelece a da abordagem liberal – burguesa;
normas vedando condutas
discriminatórias ou preconceituosas, Considerando a materialização de diferentes
por orientação e expressão sexual por modalidades de preconceito e discriminação
pessoas do mesmo sexo, no exercício que se expressam nas relações sociais e
profissional do assistente social profissionais, e, conseqüentemente, na
naturalização da invisibilidade das práticas
afetivos - sexuais entre pessoas do mesmo
Ementa: Estabelece normas vedando sexo;
condutas discriminatórias ou
preconceituosas, por orientação e expressão
sexual por pessoas do mesmo sexo, no Considerando a necessidade de contribuir
exercício profissional do assistente social, para a reflexão e o debate ético sobre o
regulamentando princípio inscrito no sentido da liberdade e a necessidade
Código de Ética Profissional. histórica que têm os indivíduos de decidir
sobre a sua afetividade e sexualidade ;
O Conselho Federal de Serviço Social, no
uso de suas atribuições legais e regimentais, Considerando ser premente a necessidade de
que lhe são conferidas pela lei 8662/93; regulamentar a vedação de práticas e
condutas discriminatórias ou
preconceituosas, que se refiram a livre
Considerando a “Declaração Universal dos orientação ou expressão sexual;
Direitos Humanos” que prevê que todas as
pessoas nascem livres e iguais em dignidade
humana, e a “Declaração de Durban” Considerando ser atribuição do CFESS,
adotada em setembro de 2001 que reafirma dentre outras orientar, disciplinar e
o princípio da igualdade e da não normatizar o exercício profissional do
discriminação; assistente social em todo território Nacional,
em conformidade com o inciso I do artigo
8º da Lei 8662/93;
Considerando a instituição, pelo CFESS, da
Campanha Nacional pela Liberdade de
Orientação e Expressão Sexual; Considerando ser dever do Conselho Federal
de Serviço Social zelar pela observância dos
princípios e diretrizes do Código de Ética
Considerando a aprovação da Campanha Profissional do Serviço Social, baixando
pelo XXXIV Encontro Nacional normas para melhor especificar as
CFESS/CRESS; disposições do Código de Ética do
Assistente Social;
Considerando que tal Campanha está em
sintonia com os princípios e normas do Considerando a aprovação da presente
Código de Ética Profissional do Assistente Resolução pelo Conselho Pleno do CFESS ,
Social, regulamentado pela Resolução em reunião realizada em 03 de junho de
CFESS nº 273/93 de 13 de março de 1993; 2006;

Considerando a dimensão do projeto ético RESOLVE:


político do Serviço Social que sinaliza para
a importância de disseminar uma cultura

24
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1º - O assistente social no exercício e práticas de discriminação ou preconceito
de sua atividade profissional deverá abster-se a orientação sexual de
de práticas e condutas que caracterizem o pessoas do mesmo sexo, determinando,
policiamento de comportamentos, que sejam imediatamente, os encaminhamentos cabíveis
discriminatórias ou preconceituosas por às autoridades competentes e oferecendo
questões, dentre outras, de orientação sexual; representação, quando cabível, ao Ministério
Público.
Art 2º - O assistente social, deverá
contribuir, inclusive, no âmbito de seu Art. 7º - Os Conselhos Regionais de Serviço
espaço de trabalho, para a reflexão ética Social, deverão aplicar as penalidades
sobre o sentido da liberdade e da previstas pelos artigos 23 e 24 do Código
necessidade do respeito dos indivíduos
de Ética Profissional, ao assistente social,
decidirem sobre a sua sexualidade e que descumprir as normas previstas na
afetividade; presente Resolução, desde que comprovada
a prática de atos discriminatórios ou
preconceituosos que atentem contra a livre
Art. 3º - O assistente social deverá contribuir
orientação e expressão sexual, após o devido
para eliminar, no seu espaço de trabalho,
processo legal e apuração pelos meios
práticas discriminatórias e preconceituosas,
competentes, garantindo-se o direito a defesa
toda vez que presenciar um ato de tal
e ao contraditório.
natureza ou tiver conhecimento comprovado
de violação do princípio inscrito na
Constituição Federal, no seu Código de Art. 8º - A presente Resolução entra em
Ética, quanto a atos de discriminação por vigor na data de sua publicação no Diário
orientação sexual entre pessoas do mesmo
Oficial da União, e complementando as
sexo. disposições do Código de Ética Profissional
do Assistente Social, regulamentado pela
Resolução CFESS nº 273 de 13 de março
Art 4º - É vedado ao assistente social a
de 1993.
utilização de instrumentos e técnicas para
criar, manter ou reforçar preconceitos,
estigmas ou estereótipos de discriminação Brasília, 03 junho de 2006.
em relação a livre orientação sexual
Elisabete Borgianni Presidente do CFESS

Art. 5º- É dever do assistente social


denunciar ao Conselho Regional de Serviço Anotações:
Social, de sua área de ação, as pessoas
jurídicas privadas ou públicas ou pessoas
físicas, sejam assistentes sociais ou não, que
sejam coniventes ou praticarem atos, ou que
manifestarem qualquer conduta relativa a
preconceito e discriminação por orientação
sexual entre pessoas do mesmo sexo.

Art. 6º - Os Conselhos Regionais de Serviço


Social, deverão receber as denuncias contra
pessoas jurídicas ou contra indivíduos que
não sejam assistentes sociais, relativas a atos

25
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS nº 493/2006 de
21 de agosto de 2006 - Dispõe sobre as Considerando o Parecer Jurídico 15/03,
condições éticas e técnicas do exercício prolatado pela assessoria do CFESS, “que
profissional do assistente social considera ser competência a regulamentação da
matéria pelo CFESS de forma a possibilitar
uma melhor intervenção dos CRESS nas
EMENTA: Dispõe sobre as condições éticas condições de atendimento ao usuário do
e técnicas do exercício profissional do Serviço Social”;
assistente social.

Considerando a aprovação da presente


O CONSELHO FEDERAL DO SERVIÇO Resolução em Reunião Ordinária do Conselho
SOCIAL - CFESS, por sua Presidente no uso de Pleno do CFESS, realizada em 20 de agosto de
suas atribuições legais e regimentais, 2006;

Considerando o que dispõe o artigo 8º da Lei n° RESOLVE:


8.662, de 07 de junho de 1993, que regulamenta
o exercício profissional do assistente social e dá Art. 1º - É condição essencial, portanto
outras providências; obrigatória, para a realização e execução de
qualquer atendimento ao usuário do Serviço
Social a existência de espaço físico, nas
Considerando que na qualidade de órgão condições que esta Resolução estabelecer.
normativo de grau superior, compete ao
Conselho Federal de Serviço Social orientar,
disciplinar fiscalizar e defender o exercício da Art. 2º - O local de atendimento destinado ao
profissão do assistente social, em conjunto com assistente social deve ser dotado de espaço
os CRESS; suficiente, para abordagens individuais ou
coletivas, conforme as características dos
serviços prestados, e deve possuir e garantir as
Considerando a necessidade de instituir seguintes características físicas:
condições e parâmetros normativos, claros e
objetivos, garantindo que o exercício
profissional do assistente social possa ser a- iluminação adequada ao trabalho diurno e
executado de forma qualificada ética e noturno, conforme a organização institucional;
tecnicamente; b- recursos que garantam a privacidade do
usuário naquilo que for revelado durante o
processo de intervenção profissional; c-
Considerando que a ausência de norma que ventilação adequada a atendimentos breves ou
estabeleça parâmetros, principalmente das demorados e com portas fechadas d- espaço
condições técnicas e físicas do exercício adequado para colocação de arquivos para a
profissional do assistente social, tem suscitado adequada guarda de material técnico de caráter
diversas dúvidas, inclusive, para a reservado.
compreensão do assistente social na execução
de seu fazer profissional.
Art. 3º - O atendimento efetuado pelo assistente
social deve ser feito com portas fechadas, de
Considerando a necessidade do cumprimento forma a garantir o sigilo.
rigoroso dos preceitos contidos no Código de
Ética do Assistente Social, em especial nos
artigos 2º, inciso “d”, 7 inciso “a”e 15; Art. 4º - O material técnico utilizado e
produzido no atendimento é de caráter

26
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos Art. 8º - Realizada visita de fiscalização pelo
assistentes sociais. CRESS competente, através de agente fiscal ou
Conselheiro, e verificado o descumprimento do
disposto na presente Resolução a Comissão de
Art. 5º - O arquivo do material técnico, Orientação e Fiscalização do Conselho
utilizado pelo assistente social, poderá estar em Regional, a vista das informações contidas no
outro espaço físico, desde que respeitadas as Termo de Fiscalização ou no documento
condições estabelecidas pelo artigo 4º da encaminhado pelo próprio assistente social,
presente Resolução. notificará o
representante legal ou responsável pela pessoa
Art. 6º- É de atribuição dos Conselhos jurídica, para que em prazo determinado
Regionais de Serviço Social, através de seus regularize a situação.
Conselheiros e/ou agentes fiscais, orientar e
fiscalizar as condições éticas e técnicas
Parágrafo único - O assistente social ou
estabelecidas nesta Resolução, bem como em
responsável pela pessoa jurídica deverá
outros instrumentos normativos expedidos pelo
encaminhar ao CRESS, no prazo assinalado na
CFESS, em relação aos assistentes sociais e
notificação, documento escrito informando as
pessoas jurídicas que prestam serviços ociais.
providências que foram adotadas para
adequação da situação notificada.
Art. 7º - O assistente social deve informar por
escrito à entidade, instituição ou órgão que
Art. 9º- Persistindo a situação inadequada,
trabalha ou presta serviços, sob qualquer
constatada através de visita de fiscalização, será
modalidade, acerca das inadequações
registrada no instrumento próprio a situação
constatadas por este, quanto as condições
verificada.
éticas, físicas e técnicas do exercício
profissional, sugerindo alternativas para
melhoria dos serviços prestados. Art 10 - O relato da fiscalização, lavrado em
termo próprio, conforme art. 9º, constatando
inadequação ou irregularidade, será submetido
Parágrafo Primeiro - Esgotados os recursos
ao Conselho Pleno do CRESS, que decidirá
especificados no “caput” do presente artigo e
sobre a adoção de medidas cabíveis
deixando a entidade, instituição ou órgão de
administrativas ou judiciais, objetivando a
tomar qualquer providência ou as medidas
adequação das condições éticas, técnicas e
necessárias para sanar as inadequações, o
físicas, para que o exercício da profissão do
assistente social deverá informar ao CRESS do
assistente social se realize de forma qualificada,
âmbito de sua jurisdição, por escrito, para
em respeito aos usuários e aos princípios éticos
intervir na situação.
que norteiam a profissão.

Parágrafo Segundo - Caso o assistente social


Art. 11- Os casos omissos e aqueles
não cumpra as exigências previstas pelo
concernentes a interpretação abstrata geral da
“caput” e/ou pelo parágrafo primeiro do
norma, serão resolvidos e dirimidos pelo
presente artigo, se omitindo ou sendo conivente
Conselho Pleno do CFESS.
com as inadequações existentes no âmbito da
pessoa jurídica, será notificado a tomar as
medidas cabíveis, sob pena de apuração de sua Art. 12- O CFESS e os CRESS deverão se
responsabilidade tica. incumbir de dar plena e total publicidade a
presente norma, por todos os meios disponíveis,
de forma que ela seja conhecida pelos
assistentes sociais bem como pelas instituições,

27
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
órgãos ou entidades que prestam serviços
sociais.

Art. 13- A presente Resolução entra em vigor,


passando a surtir seus regulares efeitos de
direito após a sua publicação no Diário Oficial
da União.
Brasília, 21 de agosto de 2006
Elisabete Borgianni Presidente do CFESS

Anotações:

28
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº. 512/2007 de democraticamente, deliberadas na Plenária
29 de setembro de 2007 - Reformula Ampliada CFESS/CRESS realizada em abril de
as normas gerais para o exercício da 2007, em Brasília/DF;
Fiscalização Profissional
Considerando que foram incorporadas e
EMENTA: Reformula as normas gerais convalidadas, nesta Resolução, as disposições
para o exercício da Fiscalização Profissional que constavam da Resolução CFESS Nº.
e atualiza a Política Nacional de Fiscalização 382/99, com os aperfeiçoamentos, inclusões e
alterações deliberadas pela Plenária Ampliada;

A Presidente do Conselho Federal de Serviço


Social, no uso de suas atribuições legais e Considerando que a presente Resolução foi
regimentais e cumprindo decisões da Plenária devidamente aprovada em reunião do Conselho
Ampliada, realizada em abril de 2007, em Pleno do CFESS, realizada em 29 de setembro
Brasília/DF; 2007;

Considerando a deliberação do conjunto dos RESOLVE:


assistentes sociais presentes, em setembro de
2006, na ocasião da realização, em Vitória/ES,
Art. 1º - O serviço de orientação e fiscalização
do XXXV Encontro Nacional CFESS/CRESS,
do exercício profissional do Assistente Social
sobre a necessidade e conveniência de revisão e
será desenvolvido seguindo as normas
atualização da Resolução CFESS Nº.382/99,
estabelecidas pela presente Resolução.
que dispõe sobre normas gerais para o exercício
da Fiscalização Profissional e instituí a Política
Nacional de Fiscalização, aprovada no XXVI Art. 2º - Fica instituída a Política Nacional de
Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado Fiscalização conforme documento aprovado
na cidade de Belém - 28/09 a 01/10/97; pela Plenária Ampliada realizada em abril de
2007, em Brasília/DF, em anexo, que passa a
integrar a presente Resolução.
Considerando que o XXXV Encontro Nacional
CFESS/CRESS/2006, delegou à Plenária
Ampliada, realizada em abril de 2007 em Art. 3º - Fica excluído, da presente Resolução,
Brasília/DF, a atribuição de discutir, debater e o Capítulo referente a “Lacração do Material
deliberar sobre as alterações, inclusões e Técnico” que será objeto de uma nova
modificações da Resolução que trata das Resolução específica.
Normas Gerais sobre a Fiscalização do
Exercício Profissional do Assistente Social e
Política Nacional de Fiscalização; Art. 4º - A presente Resolução será publicada
integralmente no Diário Oficial da União, para
que passe a surtir seus regulares efeitos de
Considerando o debate realizado e as direito.
deliberações tomadas no âmbito da Plenária
Ampliada realizada em Brasília/DF, em abril de
2007, em torno da revisão e aperfeiçoamento Da Prevenção, Orientação e Fiscalização do
dos artigos das normas gerais para o exercício Exercício Profissional
de fiscalização;

Art. 5º - Compete aos CRESS fiscalizar o


Considerando que todas as alterações e exercício da profissão do Assistente Social, em
inclusões, tratadas nesta nova Resolução foram, seu âmbito de jurisdição, assegurando a defesa

29
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do espaço profissional e a melhoria da Art. 9º - Para execução e concretização da
qualidade de atendimento aos usuários do atuação técnico-política da COFI, os CRESS
Serviço Social. deverão priorizar ações que viabilizem meios e
recursos financeiros para estruturação de um
serviço de orientação e fiscalização, integrado
Parágrafo Primeiro – A ação fiscalizadora dos por agente fiscal e funcionários administrativos
CRESS deve ser definida em conformidade que responderão pelas demandas rotineiras do
com a Política Nacional de Fiscalização do setor, em cumprimento ao plano de ação
Conjunto CFESS/CRESS, articulando-se as definido pela COFI e de sua organização
dimensões: afirmativa de princípios e administrativa, sempre sob a direção dessa
compromissos conquistados; político- Comissão.
pedagógica; normativo e disciplinadora.

Art. 10 - As atividades exercidas pelos


Parágrafo Segundo – A execução da integrantes da Comissão de Orientação e
fiscalização se faz em relação ao exercício Fiscalização terão caráter voluntário e não
profissional dos assistentes sociais e às pessoas serão remuneradas, exceto quanto aos agentes
jurídicas que prestam serviços específicos do fiscais.
Serviço Social a terceiros.

Art. 11 – Compete à COFI:


Art. 6º - Para realização da função precípua
estabelecida pelo art. 5º, os CRESS deverão
manter, em caráter permanente, uma Comissão I- Executar a Política Nacional de Fiscalização
de Orientação e Fiscalização – COFI, formada, assegurando seus objetivos e diretrizes;
no mínimo, por três membros, assim II- Realizar, quando possível, em conjunto com
constituída: outras comissões, núcleos temáticos, núcleos
regionais ou grupos de trabalhos do CRESS,
discussões, seminários, reuniões e debates
I. Um Conselheiro, a quem caberá a
sobre temas específicos do Serviço Social, de
coordenação; II. Agentes fiscais concursados;
forma a subsidiar a atuação dos profissionais e
III. Assistentes Sociais inscritos no CRESS, em
identificar questões e implicações ético-
pleno gozo de seus direitos, a convite da direção
políticas no exercício profissional;
do CRESS.
III- Atuar em situações que indiquem a violação
da legislação profissional, com adoção de
Art. 7º - As ações referentes à fiscalização serão procedimentos administrativos necessários;
executadas por Conselheiros, membros das
IV- Fortalecer a articulação programática com
Seccionais e/ou agentes fiscais.
a ABEPSS, ENESSO, Comissão Permanente
de Ética, supervisores e professores das
Parágrafo Único – Os Conselheiros e Unidades de Ensino para o aprofundamento de
coordenadores seccionais são fiscais natos. debates sobre estágio supervisionado e a ética
profissional, visando garantir a qualidade na
formação profissional;
Art. 8º - Para atuação da COFI, os CRESS V- Orientar, informar e esclarecer a população
deverão garantir uma estrutura adequada aos quanto às atividades do assistente social, suas
requisitos técnicos e operacionais necessários à competências a atribuições profissionais, bem
viabilização da PNF. como os direitos dos usuários em relação ao
Serviço Social, utilizando-se dos instrumentos
de publicização da profissão, produzidos pelo
conjunto CFESS/CRESS;

30
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI- Orientar a categoria e a sociedade em geral a) Instituições que tenham por objeto a
sobre questões referentes à fiscalização prestação de serviços em assessoria,
profissional e exercício ilegal em casos de consultoria, planejamento, capacitação e outros
denúncia e outras atividades político- da mesma natureza em Serviço Social, a
pedagógica, inclusive por meio de elaboração procederem ao registro de pessoa jurídica
de Parecer. perante o CRESS, sob pena da ação judicial
competente;
VII- Dar encaminhamento às denúncias e
queixas que não sejam de natureza ética, às b) Instituições que tenham por objeto os
declarações pessoais tomadas a termo, matérias serviços em assessoria, consultoria,
veiculadas na mídia e proceder as devidas planejamento, capacitação e outros da mesma
averiguações, determinando as providências natureza em Serviço Social a regularizarem
cabíveis; situações de inadequação física, técnica ou
ética, constatadas pela visita da fiscalização, ou
VIII- Determinar e orientar a realização de
por outro meio, ou a fornecerem documentos
visitas de fiscalização, sejam de rotina, de
atinentes ao Serviço Social;
identificação, de prevenção, de orientação e/ou
de constatação de práticas de exercício ilegal ou c) O assistente social que recusar-se, sem justa
com indícios de violação da legislação da causa, a prestar informações ou se negar a
profissão do assistente social; prestar colaboração no âmbito profissional aos
Conselheiros e agentes fiscais, ou que deixar de
IX- Discutir e avaliar os relatórios de visita de
mencionar o respectivo número de inscrição no
fiscalização, com vistas a adoção de
CRESS, juntamente com sua assinatura ou
providências cabíveis;
rubrica aposta em qualquer documento que diga
X- Convocar assistentes sociais para respeito às atividades do assistente social;
comparecerem à sede do CRESS, a fim de
d) O órgão ou estabelecimento público,
prestarem esclarecimentos e/ou serem
autárquico, de economia mista ou particular que
orientados sobre fatos de que tenham
realize atos ou preste serviços específicos ou
conhecimento ou que estejam envolvidos,
relativos ao Serviço Social, ou tenha a
tomando suas declarações por termo;
denominação de Serviço Social e que não
XI- Convidar profissionais de outras áreas ou disponha de Assistente Social para o
qualquer pessoa a comparecer na sede do desempenho de suas atribuições e competências
CRESS, para prestar esclarecimentos sobre previstas no artigo 4º. e 5º. da Lei 8662-93.
fatos de que tenham conhecimento e que
XV- Sugerir ao Conselho Pleno do CRESS,
envolvam o exercício da profissão do assistente
através de despacho fundamentado:
social;
a) A propositura de ações judiciais, que
XII- Propor ao Conselho Pleno do CRESS
objetivem o registro no CRESS de instituições
representar, perante a autoridade policial ou
que prestem os serviços especificados na alínea
judiciária, a ocorrência de exercício ilegal da
“a” do inciso XIV do presente artigo, ou a
profissão, desde que sejam suficientes os
sustação de tais serviços, exibição de
elementos de prova fornecidos ou colhidos,
documentos, etc;
necessários à configuração, evidência e
comprovação da prática contravencional; b) A aplicação de penalidades previstas às
instituições que, devidamente registradas no
XIII- Acionar todos os meios que visem
CRESS, deixarem de cumprir as determinações
averiguar a procedência de qualquer
emanadas, após notificação.
comunicado ou notícia que comprometa a
imagem da profissão, que cheguem ao seu XVI- Oferecer denúncia “ex-officio” à
conhecimento; Comissão Permanente de Ética do CRESS,
relatando fatos que possam ser caracterizados,
XIV- Oferecer elementos sobre o exercício
em tese, como violadores do Código de Ética
profissional para o encaminhamento de
Profissional do Assistente Social, de que teve
notificação extrajudicial para:

31
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
conhecimento por meio de visitas de esclarecendo e orientando o Assistente Social,
fiscalização, da imprensa, de declarações e instituições, usuários e outros, sobre
outros. procedimentos e dúvidas suscitadas;
Parágrafo Único – A COFI deverá realizar V- Realizar visitas rotineiras de fiscalização em
anualmente o planejamento de atividades, entidades públicas e privadas prestadoras de
orçando os recursos necessários ao pagamento serviços específicos relativos ao Serviço Social
de suas despesas, compatível com o orçamento ou que possuam setores denominados “Serviço
geral do CRESS, garantindo a sua execução Social”;
enquanto ação precípua. VI- Realizar visitas de averiguação de
irregularidades em entidades públicas e
privadas prestadoras de serviços específicos
Art. 12 – Os agentes fiscais serão contratados
relativos ao Serviço Social ou naquelas que
mediante concurso público pelos CRESS
possuam em seus quadros funcionais pessoas
através de processo seletivo, devendo ser
exercendo ilegalmente atribuições de
necessariamente Assistentes Sociais, em pleno
Assistente Social;
gozo de seus direitos, sendo vedada a
contratação daquele que esteja respondendo a VII- Preencher o termo de fiscalização no final
processo disciplinar e/ou ético. da visita, apresentando-o ao entrevistado para
leitura e aposição de sua assinatura, deixando
cópia na instituição;
Parágrafo primeiro – O agente fiscal é um
VIII- Caso haja impedimento da ação
profissional cuja função compreende
fiscalizadora, solicitar a identificação da pessoa
atribuições políticas, técnicas, operacionais
responsável pela obstrução e, ainda no caso
com vistas à consolidação do projeto ético-
desta se negar, descrever suas características
politico do Assistente Social.
físicas e solicitar a presença de testemunhas que
também serão identificadas no termo;
Parágrafo segundo – Os agentes fiscais portarão IX- Verificar, nas visitas de fiscalização, se as
identificação fornecida pelo CRESS atribuições relativas ao Serviço Social estão
competente, que será obrigatoriamente exibida sendo executadas por Assistente Social
no ato da fiscalização ou qualquer outra ação. regularmente inscrito no CRESS, e, em caso
contrário, tomar as medidas cabíveis.
X- Verificar as condições físicas, técnicas e
éticas no exercício profissional do Assistente
Art. 13 – Compete aos Agentes Fiscais: Social, tendo como referência a Lei 8662-93, a
Resolução CFESS 493-06 e outros
instrumentos normativos expedidos pelo
I- Participar como membros integrantes, de CFESS;
todas as reuniões e atividades que forem
pertinentes à COFI; XI- Realizar visitas de fiscalização mesmo no
caso de ausência do Assistente Social por
II- Propor e realizar atividades preventivas de motivo de demissão, exoneração ou
orientação e discussão junto aos profissionais e afastamento, podendo solicitar permissão para
instituições, em consonância com as diretrizes adentrar a instituição, entrevistar pessoas,
da PNF e plano de ação da COFI; inspecionar as instalações, verificar o material
III- Organizar, juntamente com funcionários técnico utilizado e solicitar cópias de
administrativos, prontuários, documentos e documentos que tenham relação direta ou
qualquer expediente ou material pertinente ao indireta com o exercício profissional do
exercício da fiscalização; Assistente Social. No caso de mera ausência do
Assistente Social no ato da visita, o agente
IV- Dar encaminhamentos às rotinas da
fiscal deverá emitir um comunicado a este,
comissão, propondo providências,

32
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
solicitando sua presença na instituição em dia e respeito aos embaraços e obstruções colocadas
hora marcados a fim de proceder à fiscalização. na sua ação fiscalizadora.
Caso o Assistente Social esteja ausente no dia e XIX- Assessorar a Diretoria sobre questões
hora marcados, o agente fiscal poderá tomar referentes ao exercício profissional do
todas as providências aqui citadas sem sua Assistente Social;
presença;
XX- Supervisionar estagiário de Serviço
XII- Realizar a lacração de material sigiloso Social;
caso inexista profissional habilitado para
substituir o Assistente Social demitido,
exonerado ou afastado por qualquer motivo, Art. 14 – Os CRESS deverão prever,
mediante solicitação do Assistente Social que anualmente em seu orçamento, os recursos
está se desvinculando da instituição, da própria necessários ao pagamento das despesas com a
instituição ou por constatação da necessidade Comissão de Orientação e Fiscalização.
de lacração observada na visita de fiscalização.
XIII- Descrever no Termo De Visita De
Fiscalização E Orientação todo fato constatado, Parágrafo Único – Quando as despesas
relatando qualquer irregularidade que excederem o orçamento, o CRESS garantirá a
comprometa a qualidade dos serviços prioridade da fiscalização do exercício
profissionais prestados, anotando nome, profissional no conjunto das suas ações.
endereço e número de RG das pessoas
envolvidas e testemunhas se houver; (Redação
dada pela Resolução CFESS nº 828, de 15 de Art. 15 – Os membros do serviço de
setembro de 2017) Descrever no relatório de fiscalização (agentes fiscais, funcionários
visita de fiscalização todo fato constatado, administrativos, etc), serão contratados na
relatando qualquer irregularidade que forma da legislação vigente, estando impedidos
comprometa a qualidade dos serviços de integrá-lo:
profissionais prestados, anotando nome,
endereço e número de RG das pessoas
a) Conselheiros do CRESS e CFESS, e
envolvidas e testemunhas se houver;
membros de Seccionais, efetivos ou suplentes;
XIV- Remeter todos os relatórios de
b) Profissionais que estejam respondendo a
fiscalização com constatação de irregularidades
processo ético ou disciplinar.
à apreciação da COFI, para as providências
cabíveis;
XV- Elaborar e remeter à COFI relatórios Art. 16 – Os CRESS poderão baixar normas
mensais de atividades de visitas rotineiras de complementares, que tornem a prevenção,
fiscalização para apreciação, discussão e orientação e fiscalização mais eficazes, desde
encaminhamentos; que não colidam com as normas da presente
resolução.
XVI- Propor, em reuniões da COFI, medidas
cabíveis e notificação a profissionais, pessoas e
instituições, após análise da situação constatada Dos Instrumentais da Fiscalização
nas visitas; Profissional
XVII- Cumprir suas funções dentro dos limites
estritamente legais, sem exorbitar o poder de
fiscalização do qual está investido; Art. 17 – Ficam instituídos os instrumentais
básicos a serem utilizados no exercício da ação
XVIII- Abster-se de receber, no exercício de fiscalizadora do Conjunto CFESS/CRESS, a
sua função ou em decorrência dela, favores, saber (Redação dada pela Resolução CFESS nº
presentes, seja em espécie ou numerário, e 828, de 15 de setembro de 2017):
evitando condutas emotivas, mesmo no que diz

33
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I Relatório de Visita de Orientação e Das Atribuições da Comissão Ampliada de
Fiscalização; Ética
II Termo de Visita de Fiscalização e
Orientação – a ser preenchido em 3 (três) vias, Art. 18 – A Comissão Ampliada de Ética é
sendo uma via do CRESS, e as outras duas integrada pelos membros da Comissão
entregues ao/à entrevistado/a e à instituição, Permanente de Ética – prevista pelo Código
cientificando-os do trabalho realizado, Processual de Ética, instituído pela Resolução
identificando irregularidades e orientações, se CFESS, n.º428-02 por membros da COFI e por
houver, e assinadas pelo/a agente fiscal e pelo/a outros Assistentes Sociais, constituindo um
entrevistado/a. grupo capaz de intensificar o trabalho educativo
e político em torno do Código de Ética e da Lei
de Regulamentação da Profissão.
Parágrafo Primeiro – Os dois novos
instrumentais deverão ser utilizados e aplicados
em sua totalidade, pelos/as agentes de Art. 19 – São atribuições da Comissão
fiscalização e, excepcionalmente, pelos/as Ampliada de Ética:
conselheiros/as do CRESS, na oportunidade da
realização das visitas de fiscalização;
I- Organização de debates e mecanismos de
divulgação do Código de Ética e da Lei de
Parágrafo Segundo - Os instrumentais da Regulamentação da Profissão (Lei 8662-93),
fiscalização profissional poderão ser revistos junto aos profissionais, aos estudantes de
ou acrescidos quando necessário desde que Serviço Social e à sociedade civil;
aprovados pelo Conjunto CFESS-CRESS.
II- Capacitação de profissionais para
operacionalização do Código de Ética
Art. 17 – Ficam instituídos os instrumentais Profissional e do Código Processual de Ética,
básicos a serem utilizados no exercício da ação através de grupos de estudo, treinamentos,
fiscalizadora que constarão como anexo da cursos, palestras, etc;
Política Nacional de Fiscalização, a saber: III- Instrumentalização dos conselheiros do
I- Relatório de Visita de Fiscalização – a ser CRESS e membros das Seccionais para
utilizado pelo agente fiscal ou representante do atuarem como agentes multiplicadores dos
CRESS/ Seccional, nas situações de visitas, preceitos éticos da profissão;
sejam de caráter preventivo ou rotineiro; IV- Articulação com as Unidades de Ensino,
II- Relatório de Averiguação de Irregularidades sobretudo através da disciplina de Ética
– instrumental utilizado pelo Agente Fiscal para Profissional e do setor de estágio
registro de ocorrências que infrinjam a Lei supervisionado;
8662/93 e o Código de Ética;
V- Constituição de um projeto de interiorização
III- Termo de Visita – a ser preenchido e do trabalho político e educativo da Comissão de
entregue à instituição, cientificando-a do Ética, em articulação com as Seccionais;
trabalho realizado, identificando VI- Orientação e esclarecimentos aos
irregularidades, se houver. Assistentes Sociais, usuários e demais
interessados sobre questões de natureza ética;
Parágrafo Único – Os instrumentais da VII- Análise e avaliação do Código de Ética
fiscalização profissional poderão ser revistos Profissional, com base em observação da sua
ou acrescidos quando necessário desde que experimentação prática, na perspectiva de
aprovados pelo Conjunto CFESS-CRESS. garantir a sua eficácia e aperfeiçoar o seu
conteúdo ético-político e normativo.

34
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 20 – Esta Resolução entra em vigor na data
de sua publicação, revogando-se as disposições
em contrário da Resolução CFESS Nº. 382/99.

Art. 21 – Os casos omissos serão resolvidos


pelo Conselho Pleno do CFESS.

Brasília, 29 de setembro de 2007.


ELISABETE BORGIANNI
Presidente do CFESS

Anotações:

35
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 533, de 29 de enviadas pelos Conselhos Regionais de Serviço
setembro de 2008 - Regulamenta a Social, que indicaram as principais dificuldades
SUPERVISÃO DIRETA DE ESTÁGIO no encontradas na fiscalização profissional, bem
Serviço Social como sugestões para a regulamentação da
supervisão direta de estágio;

Ementa: Regulamenta a SUPERVISÃO


DIRETA DE ESTÁGIO no Serviço Social CONSIDERANDO a necessidade de
normatizar a relação direta, sistemática e
contínua entre as Instituições de Ensino
O CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO Superior, as instituições campos de estágio e os
SOCIAL, por sua Presidente, no uso de suas Conselhos Regionais de Serviço Social, na
atribuições legais e regimentais; busca da indissociabilidade entre formação e
exercício profissional;

CONSIDERANDO o processo de debate já


acumulado, que teve seu início no XXXII CONSIDERANDO a importância de se
Encontro Nacional CFESS/CRESS realizado garantir a qualidade do exercício profissional
em Salvador, em 2003, com representantes do do assistente social que, para tanto, deve ter
CFESS, da ABEPSS e da ENESSO, que assegurada uma aprendizagem de qualidade,
discutiram a relação do estágio supervisionado por meio da supervisão direta, além de outros
com a Política Nacional de Fiscalização; requisitos necessários à formação profissional;

CONSIDERANDO a necessidade de CONSIDERANDO que “O Estágio


regulamentar a supervisão direta de estágio, no Supervisionado é uma atividade curricular
âmbito do Serviço Social, eis que tal atribuição obrigatória que se configura a partir da inserção
é de competência exclusiva do CFESS, em do aluno no espaço sócioinstitucional,
conformidade com o inciso I do artigo 8º da Lei objetivando capacitá-lo para o exercício
8662/93 e tendo em vista que o exercício de tal profissional, o que pressupõe supervisão
atividade profissional é privativa dos sistemática. Esta supervisão será feita
assistentes sociais, regularmente inscritos nos conjuntamente por professor supervisor e por
Conselhos Regionais de Serviço Social, de sua profissional do campo, com base em planos de
área de ação, nos termos do inciso VI do artigo estágio elaborados em conjunto pelas unidades
5º da lei antedita; de ensino e organizações que oferecem
estágio”, em conformidade com o disposto no
parecer CNE/CES nº 492/2001, homologado
CONSIDERANDO que a norma pelo Ministro de Estado da Educação em 09 de
regulamentadora, acerca da supervisão direta julho de 2001 e consubstanciado na Resolução
de estágio em Serviço Social, deve estar em CNE/CES 15/2002, publicada no Diário Oficial
consonância com os princípios do Código de da União em 09 de abril de 2002, que veio
Ética dos Assistentes Sociais, com as bases aprovar as diretrizes curriculares para o curso
legais da Lei de Regulamentação da Profissão e de Serviço Social;
com as exigências teórico-metodológicas das
Diretrizes Curriculares do Curso de Serviço
Social aprovadas pela ABEPSS, bem como o CONSIDERANDO, ainda, os termos do artigo
disposto na Resolução CNE/CES 15/2002 e na 14 e seu parágrafo único, da Lei 8662/93, que
lei 11.788, de 25 de setembro de 2008; estabelecem: “Cabe às Unidades de Ensino
credenciar e comunicar aos Conselhos
Regionais de sua
CONSIDERANDO o amplo debate em torno
da matéria, que resultou nas contribuições

36
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
jurisdição os campos de estágio de seus alunos CONSIDERANDO a aprovação das normas
e designar os assistentes sociais responsáveis consubstanciadas pela presente Resolução no
por sua supervisão e que somente os estudantes XXXVII Encontro Nacional CFESS/CRESS,
de Serviço Social, sob supervisão direta do realizado em Brasília/DF, no período de 25 a 28
assistente social em pleno gozo de seus direitos de setembro de 2008;
profissionais, poderão realizar estágio em
Serviço Social”.
CONSIDERANDO ademais, a aprovação da
presente Resolução pelo colegiado do CFESS,
CONSIDERANDO as disposições do Código reunido em seu Conselho Pleno, em 29 de
de Ética Profissional do Assistente Social, que setembro de 2008;
veda a prática de estágio sem a supervisão
direta, conforme as alíneas “d” e “e” do artigo
4º do Código de Ética do Assistente Social; RESOLVE:

CONSIDERANDO que a atividade de Art. 1º. As Unidades de Ensino, por meio dos
supervisão direta do estágio em Serviço Social coordenadores de curso, coordenadores de
constitui momento ímpar no processo ensino- estágio e/ou outro profissional de serviço social
aprendizagem, pois se configura como responsável nas respectivas instituições pela
elemento síntese na relação teoriaprática, na abertura de campo de estágio, obrigatório e não
articulação entre pesquisa e intervenção obrigatório, em conformidade com a exigência
profissional e que se consubstancia como determinada pelo artigo 14 da Lei 8662/1993,
exercício teórico-prático, mediante a inserção terão prazo de 30 (trinta) dias, a partir do início
do aluno nos diferentes espaços ocupacionais de cada semestre letivo, para encaminhar aos
das esferas públicas e privadas, com vistas à Conselhos Regionais de Serviço Social de sua
formação profissional, conhecimento da jurisdição, comunicação formal e escrita,
realidade institucional, problematização indicando:
teórico-metodológica; I- Campos credenciados, bem como seus
respectivos endereços e contatos;
CONSIDERANDO que a presente Resolução
representará mais um avanço na criação de II- Nome e número de registro no CRESS dos
condições normativas para fiscalização profissionais responsáveis pela supervisão
exercida pelos CRESS e CFESS e, sobretudo, acadêmica e de campo;
em relação à supervisão direta de estágio em
Serviço Social e para a sociedade que será a
beneficiada com a melhoria da qualidade dos III- Nome do estagiário e semestre em que está
serviços profissionais prestados no âmbito do matriculado.
Serviço Social;

Parágrafo 1º. Para efeito desta Resolução,


CONSIDERANDO os termos do Parecer considera-se estágio curricular obrigatório o
Jurídico nº 12/98, de 17 de março de 1998, de estabelecido nas diretrizes curriculares da
autoria da assessora jurídica do CFESS Sylvia ABEPSS e no Parecer CNE/CES 15/2002, que
Helena Terra, que discorre sobre a deverá constar no projeto pedagógico e na
caracterização da supervisão direta no Serviço política de estágio da instituição de ensino
Social, que subsidiará os termos da presente superior, de forma a garantir maior qualidade à
norma; formação profissional.

37
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo 2º. O estágio não obrigatório, Parágrafo único. Para sua realização, a
definido na lei 11.788, de 25 de setembro de instituição campo de estágio deve assegurar os
2008, deverá ocorrer nas condições definidas na seguintes requisitos básicos: espaço físico
referida lei e na presente Resolução. adequado, sigilo profissional, equipamentos
necessários, disponibilidade do supervisor de
campo para acompanhamento presencial da
Parágrafo 3º. A abertura de campos/vagas ao atividade de aprendizagem, dentre outros
longo do semestre/ano letivo deverá ser requisitos, nos termos da Resolução CFESS nº
comunicada ao CRESS até 15 (quinze) dias 493/2006, que dispõe sobre as “condições
após sua abertura. éticas e técnicas do exercício profissional do
assistente social”.

Parágrafo 4º. O não cumprimento do prazo e


das exigências previstas no presente artigo Art. 3º. O desempenho de atividade profissional
ensejará aplicação da penalidade de multa à de supervisão direta de estágio, suas condições,
Unidade de Ensino, no valor de 1 a 5 vezes a bem como a capacidade de estudantes a serem
anuidade de pessoa física vigente, nos termos supervisionados, nos termos dos parâmetros
do parágrafo primeiro do artigo 16 da Lei técnicos e éticos do Serviço Social, é
8662/1993, desde que garantido o direito de prerrogativa do profissional assistente social,
defesa e do contraditório. na hipótese de não haver qualquer convenção
ou acordo escrito que estabeleça tal obrigação
em sua relação de trabalho.
Parágrafo 5º. Cabe ao profissional citado no
caput e ao supervisor de campo averiguar se o
campo de estágio está dentro da área do Serviço Parágrafo único. A definição do número de
Social, se garante as condições necessárias para estagiários a serem supervisionados deve levar
que o posterior exercício profissional seja em conta a carga horária do supervisor de
desempenhado com qualidade e competência campo, as peculiaridades do campo de estágio
técnica e ética e se as atividades desenvolvidas e a complexidade das atividades profissionais,
no campo de estágio correspondem às sendo que o limite máximo não deverá exceder
atribuições e competências específicas 1 (um) estagiário para cada 10 (dez) horas
previstas nos artigos 4 º e 5 º da Lei 8662/1993. semanais de trabalho.

Parágrafo 6º. Compete aos Conselhos Art. 4º. A supervisão direta de estágio em
Regionais de Serviço Social a fiscalização do Serviço Social estabelece-se na relação entre
exercício profissional do assistente social unidade acadêmica e instituição pública ou
supervisor nos referidos campos de estágio. privada que recebe o estudante, sendo que
caberá:

Art. 2º. A supervisão direta de estágio em


Serviço Social é atividade privativa do I) ao supervisor de campo apresentar projeto de
assistente social, em pleno gozo dos seus trabalho à unidade de ensino incluindo sua
direitos profissionais, devidamente inscrito no proposta de supervisão, no momento de
CRESS de sua área de ação, sendo denominado abertura do campo de estágio; II) aos
supervisor de campo o assistente social da supervisores acadêmico e de campo e pelo
instituição campo de estágio e supervisor estagiário construir plano de estágio onde
acadêmico o assistente social professor da constem os papéis, funções, atribuições e
instituição de ensino. dinâmica processual da supervisão, no início de
cada semestre/ano letivo.

38
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo 1º. A conjugação entre a atividade de avaliação do estudante no campo de estágio em
aprendizado desenvolvida pelo aluno no campo conformidade com o plano de estágio.
de estágio, sob o acompanhamento direto do
supervisor de campo e a orientação e avaliação
a serem efetivadas pelo supervisor vinculado a Art. 7º. Ao supervisor acadêmico cumpre o
instituição de ensino, resulta na supervisão papel de orientar o estagiário e avaliar seu
direta. aprendizado, visando a qualificação do aluno
durante o processo de formação e
aprendizagem das dimensões
Parágrafo 2º. Compete ao supervisor de campo técnicooperativas, teórico-metodológicas e
manter cópia do plano de estágio, devidamente ético-política da profissão.
subscrito pelos supervisores e estagiários, no
local de realização do mesmo.
Art. 8º. A responsabilidade ética e técnica da
supervisão direta é tanto do supervisor de
Art. 5º. A supervisão direta de estágio de campo, quanto do supervisor acadêmico,
Serviço Social deve ser realizada por assistente cabendo a ambos o dever de:
social funcionário do quadro de pessoal da
instituição em que se ocorre o estágio, em
conformidade com o disposto no inciso III do I. Avaliar conjuntamente a pertinência de
artigo 9º da lei 11.788, de 25 de setembro de abertura e encerramento do campo de estágio;
2008, na mesma instituição e no mesmo local II. Acordar conjuntamente o início do estágio,
onde o estagiário executa suas atividades de a inserção do estudante no campo de estágio,
aprendizado, assegurando seu bem como o número de estagiários por
acompanhamento sistemático, contínuo e supervisor de campo, limitado ao número
permanente, de forma a orientá-lo máximo estabelecido no parágrafo único do
adequadamente. artigo 3º;
III. Planejar conjuntamente as atividades
Parágrafo 1º. Sem as condições previstas no inerentes ao estágio, estabelecer o cronograma
caput a supervisão direta poderá ser de supervisão sistemática e presencial, que
considerada irregular, sujeitando os envolvidos deverá constar no plano de estágio;
à apuração de sua responsabilidade ética, IV. Verificar se o estudante estagiário está
através dos procedimentos processuais devidamente matriculado no semestre
previstos pelo Código Processual de Ética, correspondente ao estágio curricular
garantindo-se o direito de defesa e do obrigatório;
contraditório.
V. Realizar reuniões de orientação, bem como
discutir e formular estratégias para resolver
Parágrafo 2º. A atividade do estagiário sem o problemas e questões atinentes ao estágio;
cumprimento do requisito previsto no caput VI. Atestar/reconhecer as horas de estágio
poderá se caracterizar em exercício ilegal de realizadas pelo estagiário, bem como emitir
profissão regulamentada, conforme previsto no avaliação e nota.
artigo 47, da Lei de Contravenções Penais, que
será apurada pela autoridade policial
competente, mediante representação a esta ou Art. 9º. Os casos omissos e aqueles
ao Ministério Público. concernentes a interpretação geral e abstrata
sobre esta norma serão resolvidos e dirimidos
pelo Conselho Pleno do CFESS.
Art. 6º. Ao supervisor de campo cabe a
inserção, acompanhamento, orientação e

39
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 10. Os CRESS/Seccionais e CFESS
deverão se incumbir de dar plena e ampla
publicidade a presente norma, por todos os
meios disponíveis, de forma que ela seja
conhecida pelas instituições de ensino,
instituições empregadoras, assistentes sociais,
docentes, estudantes e sociedade.

Art. 11. A presente Resolução entra em vigor


na data da sua publicação no Diário Oficial da
União, passando a surtir seus regulares efeitos
de direito.

Ivanete Salete Boschetti


Presidente do CFESS

Anotações:

40
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 554/2009 de 15 reconhecida pelos Conselhos de Fiscalização
de setembro de 2009 - Dispõe sobre o Profissional do Serviço Social;
não reconhecimento da inquirição das
vítimas crianças e adolescentes no Considerando que o profissional assistente
processo judicial, sob a Metodologia do social, devidamente inscrito no Conselho
Depoimento Sem Dano/DSD Regional de Serviço Social de sua área de
(efeitos suspensos por decisão judicial)* atuação, está devidamente habilitado para
exercer as atividades que lhes são privativas e
as de sua competência, nos termos previstos
EMENTA: Dispõe sobre o não pela lei 8662/93, em qualquer campo ou em
reconhecimento da inquirição das vítimas qualquer área;
crianças e adolescentes no processo judicial, Considerando que a presente norma está em
sob a Metodologia do Depoimento Sem conformidade com os princípios do Direito
Dano/DSD, como sendo atribuição ou Administrativo e em conformidade com o
competência do profissional assistente social. interesse público que exige que os serviços
prestados pelo assistente social, ao usuário
sejam efetivados com absoluta qualidade e
A Presidente do Conselho Federal de Serviço
competência ética e técnica e nos limites de sua
Social, no uso de suas atribuições legais e
atribuição profissional;
regimentais, que lhe são conferidas pela lei
8662/93; Considerando que a presente resolução foi
aprovada na Reunião do Conselho Pleno do
CFESS, ocorrida no dia 09 de setembro de
Considerando que a utilização do “Projeto 2009;
Depoimento Sem Dano” ou Inquirição Especial
Considerando que a presente resolução foi
de Crianças e Adolescentes, no âmbito do
democraticamente discutida e aprovada no 38°
Poder Judiciário, constitui função própria da
Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado
magistratura;
nos dias 06 a 09 de setembro de 2009, em
Considerando que a Metodologia do “Projeto Campo Grande/MS.
Depoimento Sem Dano” não possui nenhuma
RESOLVE:
relação com a formação ou conhecimento
profissional do assistente social, obtido em Art. 1º. A atuação de assistentes sociais em
cursos de Serviço Social, ministrados pelas metodologia de inquirição especial de crianças
faculdades e Universidades reconhecidas e não e adolescentes como vítimas e/ou testemunhas
são compatíveis com as qualificações do em processo judicial sob a procedimentalidade
profissional respectivo, nos termos do artigo 4º do “Projeto Depoimento Sem Dano” não é
e 5º da lei 8662/93; reconhecida como atribuição e nem
competência de assistentes sociais.
Considerando que o Conselho Federal de
Serviço Social, usando das atribuições que lhe
confere o artigo 8º. da lei 8662/93 e a partir dos Art. 2º. Fica vedado vincular ou associar ao
pressupostos dos artigos 4º. e 5º é o órgão exercício de Serviço Social e/ou ao título de
competente para expedir norma para assistente social a participação em metodologia
regulamentar o exercício profissional do de inquirição especial sob a procedimentalidade
assistente social; do Projeto de Depoimento Sem Dano, uma vez
Considerando que a metodologia do “Projeto que não é de sua competência e atribuição
Depoimento Sem Dano” não encontra respaldo profissional, em conformidade com os artigos
nas atribuições definidas pela Lei 8662/93, 4º e 5º da Lei 8662/93.
desta forma, não pode ser acolhida ou

41
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 3º. O não cumprimento dos termos da PRES. nº 228/229, comunicando a edição da
presente Resolução implicará, conforme o caso, Resolução CFESS nº 554/2009, de 15 de
na apuração das responsabilidades disciplinares setembro de 2009, a qual dispõe "sobre o não
e/ou éticas do assistente social, nos termos do reconhecimento da inquirição das vítimas
Código de Ética do Assistente Social, crianças e adolescentes no processo judicial,
regulamentado pela Resolução CFESS nº sob a Metodologia do Depoimento Sem
273/93 de 13 de março de 1993. Dano/DSD, como sendo atribuição ou
competência do profissional assistente social".
Não há como negar que a vigência da
Art. 4º. O CFESS e os CRESS deverão se vergastada Resolução produz efeito a modo
incumbir de dar plena e total publicidade a direto sobre as atividades desempenhadas pelo
presente norma, por todos os meios disponíveis, Poder Judiciário do Estado do Rio Grande do
de forma que ela seja conhecida pelos Sul porquanto a metodologia do DSD é prática
assistentes sociais, bem como pelas arraigada no âmbito do sistema da Infância e
instituições, órgãos ou entidades que Juventude, com a efetiva participação de
mantenham em seus quadros profissionais de assistentes sociais e psicólogos– integrantes de
serviço social. equipe multidisciplinar– à oitiva de crianças e
adolescentes. Assim, considerando que o Poder
Judiciário não possui personalidade jurídica e
Art. 5º. Os profissionais que se encontrem na os seus interesses são representados
situação mencionada nesta Resolução, terão o judicialmente pelo ente político ao qual integra;
prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de considerando que a oitiva de crianças e
sua publicação, para processarem as adolescentes no âmbito do sistema da Infância
modificações e adequações que se fizerem e Juventude do Estado do Rio Grande do Sul é
necessárias ao seu integral cumprimento. realizada com a participação de profissionais da
Parágrafo único – A publicação da presente área do serviço social, servidores públicos
Resolução surtirá os efeitos legais da contratados aos fins; considerando que a
NOTIFICAÇÃO, prevista pela alínea “b” do aplicação irrestrita da Resolução CFESS nº
artigo 22 do Código de Ética do Assistente 554/2009 produziria a paralisação momentânea
Social. das audiências do Poder Judiciário Estadual no
âmbito do sistema da Infância e Juventude haja
vista a utilização arraigada da metodologia
Art. 6º. Os casos omissos serão resolvidos pelo DSD; à vista de todos esses fundamentos,
Conselho Pleno do CFESS. verifica-se que o Estado do Rio Grande do Sul,
no presente mandado de segurança, está a
defender direito próprio, consistente na "não
Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data paralisação" de parte das atividades
de sua publicação, revogando integralmente as desenvolvidas pelo seu Poder Judiciário – no
disposições em contrário. âmbito do sistema da Infância e Juventude–,
Ivanete Salete Boschetti por ato que reputa ilegal. Rigorosamente, o
mandado de segurança visa ao combate dos
Presidente do CFESS efeitos concretos do ato normativo vergastado
em face do Estado do Rio Grande do Sul. Em
tal conformação, pois, o reconhecimento da
* (TRF4, APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº legitimidade ativa do Estado do Rio Grande do
5044769-16.2011.404.7100, 3A. TURMA, DES.
FEDERAL CARLOS EDUARDO THOMPSON Sul ao mandamus é medida que se impõe.
FLORES LENZ, POR UNANIMIDADE, PUBLICADO 2. O Presidente do Conselho Regional de
EM 01.03.2012)
Assistentes Sociais da 10 Região "é parte
1. Em data de 24.09.2009, o Conselho Regional legítima na demanda que visa a condenação em
de Serviço Social encaminhou ao 2º Juizado da abster-se de executar, na sua área de atuação, as
Infância e Juventude de Porto Alegre/RS o Of. diretrizes fixadas pelo Conselho Federal"

42
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
(TRF4, AC 97.04.44244-0, 4ª Turma, Relator leitura prévia do processo, e só após o juiz
João Pedro Gebran Neto, DJ de 06.03.2002). complementar suas questões, estendendo
Além disso, o ato do Presidente do Conselho também essa possibilidade ao representante do
Regional de Assistentes Sociais também é Ministério Público e ao defensor.
coator quando "pratica ou ordena, em concreto, c) Retorno – ao final do depoimento, e já com
a execução das instruções fornecidas pelo os equipamentos desligados, é possibilitada à
Conselho Federal, por intermédio de criança ou ao adolescente falar sobre a
Resoluções genéricas, abstratas e, sobretudo, audiência; é verificado com a família ou
ilegais" (TRF4, AC 2000.71.00.023477-5, 3ª acompanhante da criança algum aspecto
Turma, Relatora Marga Inge Barth Tessler, DJ relevante do depoimento que possa interferir no
de 23.10.2002). seu bem-estar futuro e como estão sendo
3. Presente o fato de que o Presidente do vivenciadas as decorrências do fato que
Conselho Regional do Serviço Social é a originou o processo. Caso seja considerado
autoridade que responde pelos atos concretos necessário, são realizados encaminhamentos
decorrentes da Resolução nº 554/2009, que para acompanhamento na rede de saúde.
atingiram o direito líquido e certo do Estado do 5. À normatização dessa metodologia em
Rio Grande do Sul, então, por decorrência âmbito nacional– criada com supedâneo na
lógica, é ele a autoridade indicada coatora. A disciplina conjugada de regras e de princípios
sede, portanto, da referida autoridade é regional atinentes ao sistema protetivo pátrio à criança e
o que atrai a competência do Juízo Federal da ao adolescente –, tramita perante o Senado
Subseção Judiciária do Rio Grande do Sul para Federal o P.L. n° 35/2007, cuja ementa
processo e julgamento do writ of mandamus. literaliza – Acrescenta a Seção VIII ao Capítulo
4. O projeto Depoimento sem Dano na forma III – Dos Procedimentos – do Título VI– Do
como atualmente é desenvolvido, prevê as Acesso à Justiça – da Parte Especial da Lei nº
seguintes etapas: 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da
Criança e do Adolescente, dispondo sobre a
a) Acolhimento– quando da intimação da
forma de inquirição de testemunhas e produção
criança é solicitada sua presença 30 minutos
antecipada de prova quando se tratar de delitos
antes do inicio da audiência, para evitar o
tipificados no Capítulo I do Título VI do
encontro com o réu e para que inicie o contato
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
com a profissional. Nesse momento, junto com
1940– Código Penal, com vítima ou testemunha
o adulto que a acompanha, é realizado o
criança ou adolescente e acrescenta o art. 469-
esclarecimento do objetivo dessa convocação e
A ao Decreto-Lei nº 3.689 de 3 de outubro de
lhe são explicados o funcionamento dos
1941 – Código de Processo Penal. No âmbito
equipamentos eletrônicos, os procedimentos e
do Estado do Rio Grande do Sul, o uso da
quem fará parte da audiência; como o réu
metodologia DSD funda-se nos artigos 150 e
poderá estar presente é-lhe explicado que
151, ambos do Estatuto da Criança e do
poderá, no início da oitiva, solicitar que o
Adolescente, regulamentados pela Lei Estadual
mesmo não permaneça na sala.
n° 9.896/1993.
b) Depoimento propriamente dito – é dado
6. À análise percuciente da competência
início ao depoimento já com o equipamento
atribuída ao Assistente Social, forçoso é o
eletrônico ligado, quando a assistente social ou
reconhecimento de que a Lei n° 8.662/93
psicólogo solicita que a criança/adolescente se
caracteriza-se por uma baixa densidade
manifeste sobre a permanência do réu na sala
normativa– consubstancia típico standard– a
de audiências. No princípio do depoimento são
ensejar elasticidade em sua interpretação.
realizadas pela profissional perguntas gerais e
Rigorosamente, ao meu sentir, a atividade
abertas sobre a situação da criança, sendo
desempenhada pelo profissional do serviço
solicitado seu relato sobre o fato ocorrido.
social na metodologia DSD insere-se na
Nesse momento pode haver a interferência do
disciplina dos artigos 4º, incisos I, III, V, VII e
juiz, mas o mais usual tem sido o profissional
VIII, e 5º, incisos I e III, da Lei n° 8.662/93. E
esgotar suas perguntas, que estão baseadas na

43
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
assim o é à vista das três fases que compõem a
metodologia DSD:
a) acolhimento;
b) depoimento propriamente dito;
c) retorno.
A metodologia DSD é bem mais ampla do que
a mera oitiva da criança e do adolescente; as
fases do acolhimento e do retorno – bem Anotações:
descritas no parecer da Dra. Maria Palma Wolf
(AS Cress 2070) antes transcrito –,
rigorosamente, refogem ao conhecimento
técnico-jurídico, por mais humanizado que se
possa pretender o órgão julgador. O
depoimento, propriamente dito, não se
controverte que seja atividade típica do órgão
julgador. Não se pode olvidar, contudo, que, no
exercício desse mister, o juiz pode valer-se de
técnicos que atuem a modo de intérpretes em
situações especiais. E, em tais situações
especiais, não se cogita que a oitiva realizada
por meio de intérprete importe em delegação de
competência própria do órgão julgador. Assim,
considerando as peculiaridades que envolvem o
universo infanto-juvenil, penso que a oitiva da
pessoa humana em processo de
desenvolvimento com a efetiva observância a
essas peculiaridades– sem lhes exigir a
adaptação a uma estrutura pré-formatada para o
adulto– realiza a sua dignidade e o seu direito à
opinião e à expressão, notadamente à defesa de
seus direitos. E a atividade desempenhada pelo
assistente social nesse processo, rigorosamente,
não desborda da sua competência
deprofissional. Destarte, a Resolução CFESS
n° 554/2009, de 15 de setembro de 2009, está
a impor restrição indevida ao exercício da
atividade profissional do assistente social,
ausente supedâneo na Lei n° 8.662/93 a lhe
emprestar higidez. De rigor, o ato normativo
viola o princípio da legalidade, razão pela
qual a concessão do writ pela v. sentença
recorrida afigura-se incensurável.

Boletim Jurídico nº 122, p. 18-20


Escola da Magistratura do TRF da 4ª Região–
EMAGIS

44
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 556/2009 de disposições que constavam da Resolução
15 de setembro de 2009 - CFESS nº 382/99, quanto ao Capítulo “Da
Procedimentos para efeito da Lacração Lacração do Material Técnico”, atendendo a
do Material Técnico e Material Técnico- deliberação da Plenária Ampliada do Conjunto
CFESS/CRESS, realizada em abril de 2007;
Sigiloso do Serviço Social
Considerando que foram incorporadas
integralmente nesta Resolução, as disposições
EMENTA: Procedimentos para efeito da contidas na Resolução CFESS nº 513/2007, e
Lacração do Material Técnico e Material que sua revisão foi aprovada em reunião do
Técnico-Sigiloso do Serviço Social Conselho Pleno do CFESS em 05 de setembro
de 2009;

A Presidente do Conselho Federal de Serviço


Social, no uso de suas atribuições legais e RESOLVE:
regimentais e cumprindo decisão da Plenária
Art. 1º - A lacração do material técnico, bem
Ampliada, realizada em abril de 2007, em
como o de caráter sigiloso do Serviço Social
Brasília/DF;
será efetivada por meio das normas e
Considerando a deliberação do conjunto dos procedimentos estabelecidos pela presente
assistentes sociais presentes, em setembro de Resolução.
2006, por ocasião do XXXV Encontro Nacional
Art. 2º – Entende-se por material técnico
CFESS/CRESS, realizado em Vitória/ES, sobre
sigiloso toda documentação produzida, que
a necessidade e conveniência de revisão e
pela natureza de seu conteúdo, deva ser de
atualização da Resolução CFESS nº 382/99,
conhecimento restrito e, portanto, requeiram
que dispõe sobre normas gerais para o exercício
medidas especiais de salvaguarda para sua
da Fiscalização Profissional e institui a Política
custódia e divulgação.
Nacional de Fiscalização, aprovada no XXVI
Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado Parágrafo Único - O material técnico sigiloso
na cidade de Belém de 28 de setembro a 01 de caracteriza-se por conter informações sigilosas,
outubro de 1997; cuja divulgação comprometa a imagem, a
dignidade, a segurança, a proteção de interesses
Considerando que o XXXV Encontro Nacional
econômicos, sociais, de saúde, de trabalho, de
CFESS/CRESS de 2006, delegou à Plenária
intimidade e outros, das pessoas envolvidas,
Ampliada, realizada em abril de 2007, em
cujas informações respectivas estejam contidas
Brasília/DF, a atribuição de discutir, debater e
em relatórios de atendimentos, entrevistas,
deliberar sobre as alterações, inclusões e
estudos sociais e pareceres que possam,
modificações da Resolução que trata das
também, colocar os usuários em situação de
normas gerais sobre a Fiscalização do Exercício
risco ou provocar outros danos.
Profissional do Assistente Social e Política
Nacional respectiva; Art. 3º – O assistente social garantirá o caráter
confidencial das informações que vier a receber
Considerando que foi deliberado pela Plenária
em razão de seu trabalho, indicando nos
Ampliada CFESS/CRESS, realizada em abril
documentos sigilosos respectivos a menção:
de 2007 em Brasília/DF, a exclusão do Capítulo
“sigiloso”.
referente à Lacração do Material Técnico, da
Resolução que regulamenta as normas gerais Art. 4º – Entende-se por material técnico o
para o exercício da Fiscalização Profissional e conjunto de instrumentos produzidos para o
a Política Nacional de Fiscalização, remetendo exercício profissional nos espaços sócio-
tal matéria para ser disciplinada por uma ocupacionais, de caráter não sigiloso, que
Resolução específica; viabiliza a continuidade do Serviço Social e a
defesa dos interesses dos usuários, como:
Considerando que foram incorporadas
relatórios de gestão, relatórios técnicos,
integralmente na Resolução 513/2007, as
pesquisas, projetos, planos, programas sociais,

45
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fichas cadastrais, roteiros de entrevistas, Art. 9º – O ato de deslacração do material
estudos sociais e outros procedimentos técnico, pelo CRESS, será efetuado conforme
operativos. os mesmos procedimentos estabelecidos no
artigo 7º e parágrafo único da presente
Parágrafo Único – Em caso de demissão ou
Resolução, em três vias, sendo que a primeira
exoneração, o assistente social deverá repassar
ficará em poder do agente fiscal ou
todo o material técnico, sigiloso ou não, ao
representante para ser anexada ao prontuário do
assistente social que vier a substituí-lo.
CRESS ou em arquivo próprio, a segunda será
Art. 5º – Na impossibilidade de fazê-lo, o dirigida à instituição e a terceira ao assistente
material deverá ser lacrado na presença de um social responsável.
representante ou fiscal do CRESS, para
Art. 10 – A presente Resolução será publicada
somente vir a ser utilizado pelo assistente social
integralmente no Diário Oficial da União, para
substituto, quando será rompido o lacre,
que passe a surtir seus regulares efeitos de
também na presença de um representante do
Direito.
CRESS.
Art. 11. Os casos omissos serão resolvidos pelo
Parágrafo Único – No caso da impossibilidade
Conselho Pleno do CFESS.
do comparecimento de um fiscal ou
representante do CRESS, o material será
deslacrado pelo assistente social que vier a Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data
assumir o setor de Serviço Social, que remeterá, de sua publicação, revogando integralmente a
logo em seguida, relatório circunstanciado do Resolução CFESS n0 513, de 10 de dezembro
ato do rompimento do lacre, declarando que de 2007.
passará a se responsabilizar pela guarda e sigilo
do material.
Art. 6º – Em caso de extinção do Serviço Social Ivanete Salete Boschetti
da instituição, o material técnico-sigiloso Presidente do CFESS
poderá ser incinerado pelo profissional
responsável por este serviço, até aquela data,
que também procederá a imediata
comunicação, por escrito, ao CRESS.
Anotações:
Art. 7º – O ato de lacração do material técnico
será anotado em “Termo” próprio, constante de
três vias, que deverão ser assinadas pelo
assistente social, agente fiscal ou representante
do CRESS, obrigatoriamente, e testemunhas, se
houver.
Parágrafo Único – A primeira via ficará em
poder do representante ou agente fiscal, para ser
anexada ao prontuário do CRESS, ou em
arquivo próprio. A segunda via será colocada
no pacote lacrado. A terceira via será entregue
à instituição.
Art. 8º – O material técnico deverá ser
embrulhado com papel resistente e lacrado com
fita crepe ou fita gomada, sobre a qual deverão
assinar todos os presentes mencionados nos
Artigos 5o e 7o da presente Resolução, de
forma a garantir a sua inviolabilidade.

46
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 557/2009 de 15 Considerando que o assistente social é o
de setembro de 2009 - Dispõe sobre a profissional graduado em Serviço Social, com a
emissão de pareceres, laudos, opiniões habilitação para o exercício da profissão
técnicas conjuntos entre o assistente mediante inscrição junto ao Conselho Regional
de Serviço Social, tendo suas competências e
social e outros profissionais
atribuições privativas previstas na Lei 8662/93,
sendo vedado que outro profissional subscreva
Ementa: Dispõe sobre a emissão de seu entendimento técnico em matéria de
pareceres, laudos, opiniões técnicas Serviço Social, mesmo considerando a atuação
conjuntos entre o assistente social e outros destes em equipe multiprofissional;
profissionais. Considerando, a necessidade de regulamentar a
matéria em âmbito nacional, para orientar a
prática profissional do assistente social, na sua
A Presidente do Conselho Federal de Serviço atuação em equipes multiprofissionais;
Social, no uso de suas atribuições legais e
regimentais; Considerando as normas previstas no Código
de Ética do Assistente Social, regulamentado
Considerando que o profissional assistente pela Resolução CFESS nº 273/93 de 13 de
social vem trabalhando em equipe março de 1993;
multiprofissional, onde desenvolve sua
atuação, conjuntamente com outros Considerando que é função privativa do
profissionais, buscando compreender o assistente social a realização de vistorias,
indivíduo na sua dimensão de totalidade e, perícias técnicas, laudos periciais, informações,
assim, contribuindo para o enfrentamento das pareceres, ou seja, qualquer manifestação
diferentes expressões da questão social, técnica, sobre matéria de Serviço Social, em
abrangendo os direitos humanos em sua conformidade com o inciso IV do artigo 5º da
integralidade, não só a partir da ótica Lei 8662 de 07 de junho de 1993;
meramente orgânica, mas a partir de todas as Considerando ser de competência exclusiva do
necessidades que estão relacionadas à sua CFESS a regulamentação da presente matéria,
qualidade de vida; conforme previsão do “caput” e de seu inciso I
Considerando a crescente inserção do assistente do artigo 8º da Lei 8662/93;
social em espaços sócio-ocupacionais que exige
a atuação com profissionais de outras áreas,
Considerando a aprovação da presente
requerendo uma intervenção multidisciplinar
Resolução pelo Conselho Pleno do CFESS, em
com competência técnica, teórico-
reunião realizada em 09 de setembro de 2009.
metodológica e ético-política;
Considerando que as leis que prevêem a
atuação multidisciplinar não especificam os Resolve:
limites de cada área profissional no
desenvolvimento e na elaboração dos trabalhos
técnicos conjuntos, cabendo, no caso das Art. 1°. A elaboração, emissão e/ ou subscrição
profissões regulamentadas, serem disciplinados de opinião técnica sobre matéria de SERVIÇO
por seus Conselhos Profissionais respectivos; SOCIAL por meio de pareceres, laudos,
perícias e manifestações é atribuição privativa
Considerando ser inadmissível, juridicamente, do assistente social, devidamente inscrito no
que em uma mesma manifestação técnica, tenha Conselho Regional de Serviço Social de sua
consignado o entendimento conjunto de duas área de atuação, nos termos do parágrafo único
áreas profissionais regulamentadas, sem que se do artigo 1º da Lei 8662/93 e pressupõem a
delimite o objeto de cada uma, tendo em vista, devida e necessária competência técnica,
inclusive, as atribuições privativas de cada teórico-metodológica, autonomia e
profissão; compromisso ético.

47
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art 2°. O assistente social, ao emitir laudos, na apuração das responsabilidades éticas do
pareceres, perícias e qualquer manifestação assistente social por violação do Código de
técnica sobre matéria de Serviço Social, deve Ética do Assistente Social.
atuar com ampla autonomia respeitadas as Art. 6°. O CFESS e os CRESS deverão se
normas legais, técnicas e éticas de sua incumbir de dar plena e total publicidade a
profissão, não sendo obrigado a prestar serviços presente norma, por todos os meios disponíveis,
incompatíveis com suas competências e de forma que ela seja conhecida pelos
atribuições previstas pela Lei 8662/93. assistentes sociais, bem como pelas
Art. 3º. O assistente social deve, sempre que instituições, órgãos ou entidades que mantêm
possível, integrar equipes multiprofissionais, em seus quadros profissionais de Serviço
bem como incentivar e estimular o trabalho Social.
interdisciplinar. Art. 7º. Os casos omissos serão resolvidos pelo
Parágrafo único – Ao atuar em equipes Conselho Pleno do CFESS.
multiprofissionais, o assistente social deverá
respeitar as normas e limites legais, técnicos e
normativos das outras profissões, em Art. 8º. Esta Resolução entra em vigor na data
conformidade com o que estabelece o Código de sua publicação, revogando integralmente as
de Ética do Assistente Social, regulamentado disposições em contrário.
pela Resolução CFESS nº 273, de 13 de março
de 1993.
Ivanete Salete Boschetti
Art. 4°. Ao atuar em equipes
multiprofissionais, o assistente social deverá Presidente do CFESS
garantir a especificidade de sua área de atuação.
Parágrafo primeiro - O entendimento ou
opinião técnica do assistente social sobre o
objeto da intervenção conjunta com outra Anotações:
categoria profissional e/ ou equipe
multiprofissional, deve destacar a sua área de
conhecimento separadamente, delimitar o
âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos
utilizados, análise social e outros componentes
que devem estar contemplados na opinião
técnica.
Parágrafo segundo - O assistente social deverá
emitir sua opinião técnica somente sobre o que
é de sua área de atuação e de sua atribuição
legal, para qual está habilitado e autorizado a
exercer, assinando e identificando seu número
de inscrição no Conselho Regional de Serviço
Social.
Parágrafo terceiro - No atendimento
multiprofissional a avaliação e discussão da
situação poderá ser multiprofissional,
respeitando a conclusão manifestada por escrito
pelo assistente social, que tem seu âmbito de
intervenção nas suas atribuições privativas.
Art. 5º. O não cumprimento dos termos da
presente Resolução implicará, conforme o caso,

48
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS N° 559, de 16 de profissional competente, diligente, responsável
setembro de 2009 - Dispõe sobre a e ética, comprometida com valores
atuação do Assistente Social, inclusive na democráticos, de justiça, de equidade e
qualidade de perito judicial ou assistente liberdade, não raras vezes, tem sido de absoluta
valia para as decisões judiciais prolatadas por
técnico
nossos juízos de 1ª. Instância e Tribunais;
(efeitos suspensos por decisão judicial)* Considerando que o perito funciona como
auxiliar do juízo, devendo cumprir seu ofício no
prazo estabelecido, empregando seus
EMENTA: Dispõe sobre a atuação do conhecimentos técnicos e toda sua diligência,
Assistente Social, inclusive na qualidade de para subsidiar a decisão sobre a matéria em
perito judicial ou assistente técnico, quando questão;
convocado a prestar depoimento como
testemunha, pela autoridade competente.
Considerando o artigo 433 do Código de
Processo Civil/ CPC, que prevê que somente os
A Presidente do Conselho Federal de Serviço peritos apresentam o laudo perante o cartório
Social, no uso de suas atribuições legais e competente, sendo que os assistentes técnicos
regimentais; apresentam seus pareceres no prazo comum de
dez dias, após intimadas as partes da
apresentação do laudo;
Considerando a importância e a inquestionável
relevância do trabalho que vem sendo
desenvolvido pelos assistentes sociais, no Considerando que a prova pericial e a prova
âmbito do Poder Judiciário; testemunhal não se confundem, possuindo,
cada uma delas, seus pressupostos jurídicos
próprios, bem como finalidade específica;
Considerando as alterações no Código de
Processo Civil introduzidas pela Lei de
8.455/1992, que veio a recolocar e melhor Considerando que a testemunha só depõe sobre
situar a função do assistente técnico, em relação fatos e, nesta medida, qualquer avaliação
às perícias judiciais; técnica não pode ser feita através da oitiva de
testemunha e sim através de prova pericial, que
deve ser requerida e determinada pelo Juízo
Considerando que o assistente técnico, por ser competente;
um profissional que pode ser indicado pelas
partes e conseqüentemente, da confiança
destas, não está mais sujeito a prestar o Considerando que o Conselho Federal de
compromisso ou ser inquinado de suspeição ou Serviço Social, usando das atribuições que lhe
impedimento; Considerando a alteração confere o artigo 8º. da Lei 8.662/93 e a partir
introduzida pela Lei 8.455/92, passando a dos pressupostos dos artigos 4º. e 5º é o órgão
traduzir a concepção correta em relação ao competente para expedir norma para
assistente técnico, na medida em que este não regulamentar o exercício profissional do
deve e não pode se sujeitar as mesmas assistente social;
imposições previstas ao perito, em razão da
forma de inserção deste no processo, que
implica em um vínculo, ainda que contratual, Considerando que o profissional assistente
com a parte que venha a indicá-lo; social, devidamente inscrito no Conselho
Regional de Serviço Social de sua área de
atuação, está devidamente habilitado para
Considerando a atuação técnica de tais exercer as atividades que lhes são privativas e
profissionais, quando pautada em postura as de sua competência, nos termos previstos

49
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pela Lei 8.662/93, em qualquer campo, ou em
qualquer área; Art. 3º. Quando a perícia consistir apenas na
inquirição, pelo juiz, do perito e do assistente
técnico, por ocasião da audiência de instrução e
Considerando que a presente Resolução traduz
julgamento, o assistente social deverá se
os pressupostos do direito administrativo, que
restringir a emitir sua opinião técnica a respeito
dizem respeito aos interesses públicos e
do que houver avaliado.
coletivos, tendo como objetivo tutelar os
interesses da sociedade, constituída por sujeitos
de direito; Art. 4º. O assistente técnico mesmo sendo
contratado por uma das partes, mesmo não
estando sujeito a prestar compromisso ou a ser
Considerando que a presente norma está em
inquinado de suspeição e impedimento e
conformidade com as normas e princípios do
funcionando como assessor da parte que o
Direito Administrativo e com o interesse
indicou, está obrigado a cumprir todas as
público, que exige que os serviços prestados
normas do Código de Ética do Assistente
pelo assistente social, ao usuário sejam
Social, emitindo seu parecer de forma
efetivados com absoluta qualidade e
fundamentada, sendo vedado fazer declarações
competência ética e técnica e nos limites de sua
falaciosas ou infundadas.
atribuição profissional;

Art. 5º. Quando intimado perante a autoridade


Considerando a aprovação da presente
competente a prestar depoimento como
Resolução pelo Conselho Pleno do CFESS,
testemunha, qualquer profissional assistente
reunido em Campo Grande/MS, em 05 e 06 de
social deverá comparecer e declarar que está
setembro de 2009;
obrigado a guardar sigilo profissional, sendo
VEDADO depor na condição de testemunha.
RESOLVE:
Art. 6º. O CFESS e os CRESS deverão se
Art. 1º. O Assistente Social, na qualidade de incumbir de dar plena e total publicidade a
perito judicial ou assistente técnico, sempre que presente norma, por todos os meios disponíveis,
for convocado a comparecer a audiência, por de forma que ela seja conhecida pelos
determinação ou solicitação do Juiz, Curador, assistentes sociais bem como pelas instituições,
Promotor de Justiça ou das partes se restringirá Poder Judiciário, órgãos ou entidades que
a prestar esclarecimentos, formular sua prestam serviços sociais.
avaliação, emitir suas conclusões sempre de
natureza técnica, sendo vedado, nestas
Art. 7º. A publicação da presente Resolução
circunstâncias, prestar informações sobre fatos,
surtirá os efeitos legais da Notificação, prevista
principalmente em relação aqueles
pela alínea “b” do artigo 22 do Código de Ética
presenciados ou que tomou conhecimento em
do Assistente Social.
decorrência de seu exercício profissional.

Art. 8º. O não cumprimento dos termos da


Art. 2º. O objeto da perícia deverá ser o mesmo
presente Resolução implicará, conforme o caso,
para perito e assistente técnico, que deverão
na apuração das responsabilidades disciplinares
possuir a mesma habilitação profissional, na
hipótese de se manifestarem sobre matéria de e/ou éticas do assistente social por violação ao
Código de Ética do Assistente Social.
Serviço Social, atribuição privativa do
profissional habilitado nos termos das
disposições do artigo 5º. da Lei 8.662/93.

50
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 9º. Os casos omissos serão resolvidos pelo
Conselho Pleno do CFESS.

Art. 10º. Esta Resolução entra em vigor na data


de sua publicação, revogando integralmente as
disposições em contrário.
Ivanete Salete Boschetti
Presidente do CFESS

*Em abril de 2014, a Justiça Federal do Rio


Grande do Sul, em ação civil pública do Estado
do RS, declarou a nulidade da referida
normativa do CFESS.

Anotações:

51
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 569, de 25 de A formação profissional deve viabilizar uma
março de 2010 - Dispõe sobre a capacitação teórico-metodológica e
VEDAÇÃO da realização de terapias éticopolítica, como requisito fundamental para
associadas ao título e/ou ao exercício o exercício de atividades técnico-operativas,
com vistas à:
profissional do assistente social.
• compreensão do significado social da
profissão e de seu desenvolvimento
Ementa: Dispõe sobre a VEDAÇÃO da sóciohistórico, nos cenários internacional e
realização de terapias associadas ao título nacional, desvelando as possibilidades de ação
e/ou ao exercício profissional do assistente contidas na realidade;
social.
• identificação das demandas presentes na
sociedade, visando a formular respostas
O Conselho Federal de Serviço Social - CFESS, profissionais para o enfrentamento da questão
no uso de suas atribuições legais e regimentais social;
que lhe são conferidas pela lei 8.662/93 artigo • utilização dos recursos da informática.
8º, é o órgão competente para regulamentar o
exercício profissional do assistente social;
B) ESPECÍFICAS
A formação profissional deverá desenvolver a
Considerando os artigos 4º e 5º da Lei 8.662/93,
capacidade de:
que definem as competências e as atribuições
privativas do assistente social; • elaborar, executar e avaliar planos, programas
e projetos na área social;
• contribuir para viabilizar a participação dos
Considerando ser competência de cada
usuários nas decisões institucionais;
profissão regulamentada, respeitar os limites de
sua atuação técnica, previstos na respectiva • planejar, organizar e administrar benefícios e
legislação, assegurado o princípio da serviços sociais;
interdisciplinaridade; • realizar pesquisas que subsidiem formulação
de políticas e ações profissionais;
Considerando que a realização de terapias não • prestar assessoria e consultoria a órgãos da
possui relação com a formação profissional administração pública, empresas privadas e
estabelecida nas diretrizes curriculares do curso movimentos sociais em matéria relacionada às
de graduação em Serviço Social, aprovadas políticas sociais e à garantia dos direitos civis,
pela Resolução CNE/CES/MEC nº 15, de 13 de políticos e sociais da coletividade;
março de 2002, sendo incompatíveis com as • orientar a população na identificação de
competências e atribuições estabelecidas na Lei recursos para atendimento e defesa de seus
8.662/93; direitos;
• realizar visitas, perícias técnicas, laudos,
Considerando que a realização de terapias não informações e pareceres sobre matéria de
constitui matéria, conteúdo, ou objeto do curso Serviço Social”.
de graduação em Serviço Social, conforme
estabelece a Resolução CNE/CES/MEC nº 15,
de 13 de março de 2002, citada a seguir, ao Considerando que a realização de terapias não
definir as competências e habilidades do/a está sendo restringida, discriminada, limitada,
assistente social: cerceada pela presente Resolução, pois,
qualquer cidadão poderá exercê-las desde que
“A) GERAL tenha formação para tal, conforme inciso XIII
do artigo 5º da Constituição Federal, eis que

52
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
não são privativas de profissão regulamentada social e/ou ao exercício profissional as
por lei; atividades definidas no artigo 2º desta
Resolução;

Considerando que o profissional assistente


social, para exercer as atividades que lhes são Parágrafo primeiro – O Assistente Social, em
privativas e as de sua competência, nos termos seu trabalho profissional com indivíduos,
previstos pela Lei 8662/93, em qualquer campo grupos e/ou famílias, inclusive em equipe
ou área, está devidamente habilitado a partir de multidisciplinar ou interdisciplinar, deverá
sua inscrição no Conselho Regional de Serviço ater-se às suas habilidades, competências e
Social; atribuições privativas previstas na Lei 8662/93,
que regulamenta a profissão de assistente
social.
Considerando que a presente Resolução está em
conformidade com as normas e princípios do
Direito Administrativo e com o interesse Parágrafo segundo – A presente Resolução
público, os quais exigem que os serviços assegura a atuação profissional com indivíduos,
prestados pelo assistente social ao usuário grupos, famílias e/ou comunidade,
sejam efetivados com absoluta qualidade e fundamentada nas competências e atribuições
competência teórico-metodológica, ético- estabelecidas na Lei 8662/93, nos princípios do
política e técnico-operativa, nos limites de sua Código de Ética do Assistente Social e nos
atribuição profissional; fundamentos históricos, teóricos e
metodológicos do Serviço Social previstos na
Resolução CNE/CES/MEC nº 15, de 13 de
Considerando a discussão e deliberação do março de 2002, garantindo o pluralismo no
XXXVII Encontro Nacional CFESS/CRESS, exercício profissional.
realizada nos dias 25 a 28 de setembro de 2008,
em Brasília/DF, ratificada pelo XXXVIII
Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado Art. 4º. O não cumprimento dos termos da
nos dias 06 a 09 de setembro de 2009, em presente Resolução implicará, conforme o caso,
Campo Grande/MS; na apuração das responsabilidades disciplinares
e/ou éticas, nos termos do Código de Ética do
Assistente Social, regulamentado pela
RESOLVE: Resolução CFESS nº 273/93, de 13 de março de
Art. 1º. A realização de terapias não constitui 1993.
atribuição e competência do assistente social.
Parágrafo único – A apuração da
Art. 2º. Para fins dessa Resolução consideram- responsabilidade disciplinar e/ou ética, de que
se como terapias individuais, grupais e/ou trata o “caput” do presente artigo, dar-se-á por
comunitárias: meio dos procedimentos previstos pelo Código
Processual de Ética, regulamentado pela
a. Intervenção profissional que visa a tratar Resolução CFESS nº 428/2002.
problemas somáticos, psíquicos ou
psicossomáticos, suas causas e seus sintomas;
b. Atividades profissionais e/ou clínicas com Art. 5º. O Conselho Federal de Serviço Social e
fins medicinais, curativos, psicológicos e/ou os Conselhos Regionais de Serviço Social
psicanalíticos que atuem sobre a psique. deverão se incumbir de dar plena e total
publicidade a presente norma, por todos os
meios disponíveis, de forma que ela seja
Art. 3º. Fica vedado ao Assistente Social conhecida pelos assistentes sociais bem como
vincular ou associar ao título de assistente

53
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pelas instituições, órgãos ou entidades no
âmbito do Serviço Social;

Art. 6º. Os profissionais que se encontrem na


situação mencionada nesta Resolução, terão o
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da
data de sua publicação, para processarem as
modificações e adequações que se fizerem
necessárias ao seu integral cumprimento, sob
pena de aplicação das medidas cabíveis.

Parágrafo único – A publicação da presente


Resolução surtirá os efeitos legais da
NOTIFICAÇÃO, previstos pela alínea “b” do
artigo 22 do Código de Ética do Assistente
Social.

Art. 7º. Os casos omissos serão resolvidos pelo


Conselho Pleno do Conselho Federal de
Serviço Social.

Art. 8º. Esta Resolução entra em vigor na data


de sua publicação, revogando integralmente as
disposições em contrário.

Ivanete Salete Boschetti


Presidente do CFESS

Anotações:

54
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 594, de 21 de atitude de desconstrução do machismo na
janeiro de 2011 - Altera o Código de linguagem gramatical;
Ética do Assistente Social, introduzindo
aperfeiçoamentos formais, gramaticais e Considerando, ainda, a supremacia da categoria
conceituais em seu texto e garantindo a dos assistentes sociais representada,
linguagem de gênero. nacionalmente por mais de 95% de mulheres;

EMENTA: Altera o Código de Ética do Considerando a aprovação das alterações pelo


Assistente Social, introduzindo Conselho Pleno do CFESS, reunido nos dias 4
aperfeiçoamentos formais, gramaticais e a 7 de novembro de 2010;
conceituais em seu texto e garantindo a
linguagem de gênero.
RESOLVE:

A Presidente do Conselho Federal de Serviço Art. 1º. Numerar em ordem seqüencial, em


Social, no uso de suas atribuições legais e algarismos romanos, os princípios contidos no
regimentais; Código de Ética do Assistente Social, instituído
pela Resolução CFESS nº 273, de 13 de março
de 1993, publicada no Diário Oficial da União
Considerando a necessidade de alterar o Código nº 60, de 30 de março de 1993, Seção 1, páginas
de Ética do Assistente Social, em vigor, 4004 a 4007.
regulamentado pela Resolução CFESS nº 273,
de 13 de março de 1993, com as alterações
introduzidas pelas Resoluções CFESS nº 290, Art.2º. Adotar as correções gramaticais e
de 6 de fevereiro de 1994; nº 293, de 4 de maio ortográficas no Código de Ética do Assistente
de 1994 e nº 333, de 14 de dezembro de 1996; Social de modo a aperfeiçoá-lo e adequá-lo as
novas regras da língua portuguesa.

Considerando a necessidade de
aperfeiçoamentos jurídicos formais, bem como Art. 3º. Substituir a designação “opção sexual”
correções sobre orientação sexual e identidade por “orientação sexual” e no princípio XI
de gênero, no texto do Código de Ética do substituir gênero por “identidade de gênero”
Assistente Social, conforme alterações
apresentadas pela Comissão Nacional de Ética
Art. 4º. Introduzir em todo o texto do Código de
e Direitos Humanos do CFESS;
Ética do Assistente Social, de que trata a
Resolução CFESS nº 273/93, a linguagem de
Considerando a aprovação no 39º Encontro gênero, adotando forma feminina e masculina:
Nacional CFESS CRESS, realizado nos dias 9 “o/a; os/as; trabalhadores/as, etc.”.
a 12 de setembro de 2010, que deliberou pelas
alterações consignadas nesta Resolução;
Art. 5º. A presente Resolução entra em vigor
na data da sua publicação e suas alterações
Considerando, ademais, a necessidade de deverão ser incorporadas ao texto da Resolução
garantir a linguagem de gênero, incluindo nos CFESS nº 273, de 13 de março de 1993, com a
textos do Código de Ética a menção de “ambos seguinte menção: “Resolução atualizada com as
os gêneros”, conforme procedimento que vem alterações introduzidas pelas Resoluções
sendo adotado em todos os textos e publicações CFESS: nº 290, de 06 de fevereiro de 1994; nº
do CFESS, de forma a contribuir com uma 293, de 04 de maio de 1994; nº 333, de 14 de
dezembro de 1996; nº 594, de 21 de janeiro de
2011.”

55
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Ivanete Salete Boschetti
Presidente do CFESS

Anotações:

56
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS N° 615, de 8 de Considerando que toda pessoa tem direito ao
setembro de 2011 - Dispõe sobre a tratamento correspondente a sua identidade de
inclusão e uso do nome social da gênero;
assistente social travesti e do(a)
assistente social transexual nos Considerando que se define identidade de
documentos de identidade gênero como a “experiência interna e individual
profissional. do gênero de cada pessoa, que pode ou não
corresponder ao sexo atribuído no nascimento,
incluindo o senso pessoal do corpo (que pode
EMENTA: Dispõe sobre a inclusão e uso do envolver, por livre escolha, modificação da
nome social da assistente social travesti e aparência ou função corporal por meios
do(a) assistente social transexual nos médicos, cirúrgicos ou outros) e outras
documentos de identidade profissional. expressões de gênero, inclusive vestimenta,
modo de falar e maneirismos” (Princípios de
Yogyakarta, 2006).
O Conselho Federal de Serviço Social no uso
de suas atribuições legais e regimentais, que lhe
são conferidas pela lei 8662/1993; Considerando que a presente Resolução traduz
os pressupostos do Projeto Ético e Político do
Serviço Social que contem a projeção de uma
Considerando o disposto no art. 5°, caput da outra sociabilidade – “aquela em que se
Constituição da República Federativa do Brasil, propicie aos trabalhadores um pleno
que dispõe que todos são iguais perante a lei, desenvolvimento para a invenção e vivência de
sem distinção de qualquer natureza, onde novos valores, o que, evidentemente, supõe a
assegura os direitos fundamentais à igualdade, erradicação de todos os processos de
à liberdade, ao respeito e à dignidade da pessoa exploração, opressão e alienação.” (CFESS,
humana; Código de Ética do(a) Assistente Social, 2011);

Considerando que é objetivo do CFESS a Considerando que a presente norma está em


construção de uma sociedade radicalmente conformidade com os princípios do Direito
justa e democrática sem preconceitos de Administrativo e em conformidade com o
origem, raça, etnia, sexo, orientação sexual, interesse público;
identidade de gênero, cor, idade ou quaisquer
outras formas de discriminação, em
consonância com o Código de Ética do(a) Considerando a aprovação da presente
Assistente Social; Resolução pelo Conselho Pleno do CFESS, em
reunião realizada em 21 de agosto de 2011;
Considerando que os direitos à livre orientação
sexual e à livre identidade de gênero constituem RESOLVE:
direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais (LGBT), e que a sua
proteção requer ações efetivas das entidades do Art. 1º. Fica assegurado às pessoas travestis e
Serviço Social no sentido de assegurar o pleno transexuais, nos termos desta resolução, o
exercício da cidadania da população LGBT direito à escolha de tratamento nominal a ser
(lésbicas, gays, bissexuais, travestis e inserido na Cédula e na Carteira de Identidade
transexuais); Profissional, bem como nos atos e
procedimentos promovidos no âmbito do
CFESS e dos CRESS;

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo 1º. As Carteiras e Cédulas de Art. 5º. Os (As) profissionais que se encontrem
Identidade profissional, a partir da nova na situação mencionada nesta Resolução,
expedição pelo CFESS, serão confeccionadas poderão solicitar a substituição de seus
contendo um campo adequado para inserção do documentos profissionais a contar da data de
nome social do(a) assistente social, que assim sua publicação, para processarem as
requererem. modificações e adequações que se fizerem
necessárias;

Parágrafo 2º. Até serem expedidos os novos


documentos profissionais o nome social será Art. 6º. Os casos omissos serão resolvidos pelo
inserido somente na Carteira de Identidade Conselho Pleno do CFESS.
Profissional no campo “Nome”, sendo o nome
civil grafado na linha seguinte.
Art. 7º. Esta Resolução entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 2º. A pessoa interessada solicitará, por
escrito e indicará, no momento da sua inscrição
no Conselho Regional de Serviço Social - Samya Rodrigues Ramos
CRESS, o prenome que corresponda à forma Presidente do CFESS
pela qual se reconheça, é identificada,
reconhecida e denominada por sua comunidade
e em sua inserção social; Anotações:

Parágrafo único – Os(As) Conselheiros(as),


funcionários(as), assessores(as) dos CRESS e
do CFESS deverão tratar a pessoa pelo prenome
indicado, que constará dos atos escritos, de
competência dos mesmos.

Art. 3º. Fica permitida a utilização do nome


social nas assinaturas decorrentes do trabalho
desenvolvido pelo(a) assistente social,
juntamente com o número do registro
profissional.

Parágrafo único – Para efeito de tratamento


profissional do(a) assistente social, a exemplo
de crachás, dentre outros, deverá ser utilizado
somente o nome social e o número de registro.

Art. 4º. O CFESS e os CRESS deverão se


incumbir de dar plena e total publicidade a
presente norma, por todos os meios disponíveis,
de forma que ela seja conhecida pelos/pelas
assistentes sociais bem como pelas instituições,
órgãos ou entidades que prestam serviços
sociais;

58
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 627, de 9 de
abril de 2012 - Dispõe sobre a vedação Considerando que a liberdade de crença ou da
de utilização de símbolos, imagens e ausência de crença de quem não se vê
escritos religiosos representada por qualquer símbolo religioso,
deve ser igualmente respeitada;

Ementa: Dispõe sobre a VEDAÇÃO de


utilização de SÍMBOLOS, IMAGENS E Considerando as normas e princípios do Código
ESCRITOS RELIGIOSOS nas de Ética do Assistente Social, regulamentado
dependências do Conselho Federal; dos pela Resolução CFESS nº 273, de 13 de março
Conselhos Regionais e das Seccionais de de 1993, que adota como seus “valores
Serviço Social. fundantes a liberdade e a justiça social,
articulados a partir da exigência democrática
tomada como valor ético central e o único
O Conselho Federal de Serviço Social no uso padrão de organização politico social capaz de
de suas atribuições legais e regimentais, que lhe assegurar a explicitação dos valores essenciais
são conferidas pela Lei 8662/93; da liberdade e da equidade”; (Introdução ao
Código de Ética do Assistente Social, que faz
parte integrante da Resolução CFESS nº
Considerando o que preceitua a Constituição 273/1993);
Federal em seu art. 5º, que estabelece que
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza, garantindo-se aos Considerando ser de competência, exclusiva,
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País do Conselho Federal de Serviço Social –
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, CFESS a regulamentação da presente matéria,
à igualdade, à segurança (...): (...) VI – é conforme previsão do “caput” e de seu inciso I
inviolável a liberdade de consciência e de do artigo 8º da Lei 8662/93;
crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e suas liturgias”; Considerando que a regulamentação da
presenta matéria foi aprovada pelo 40º
Encontro Nacional CFESS/CRESS, realizado
Considerando que o Brasil é um Estado Laico, em setembro de 2011 em Brasília/DF e a
que significa: Estado não confessional, sem presente Resolução pelo Conselho Pleno do
religião oficial ou obrigatória. A palavra “laico” CFESS, em reunião realizada em 31 de março
significa, assim, uma atitude crítica e de 2012;
separadora da interferência da religião
organizada na vida pública das sociedades
contemporâneas; RESOLVE:

Considerando que as entidades de fiscalização Art. 1º. Fica vedado ao Conselho Federal de
profissional são entidades públicas defendendo, Serviço Social – CFESS, aos Conselhos
portanto, os interesses da sociedade; ou seja, Regionais de Serviço Social - CRESS e às
pertencente, em última análise, a todos os Seccionais o uso de qualquer símbolo, imagem
cidadãos; e escritos religiosos em suas dependências.

Considerando que o Estado não tem sentimento Art. 2º. A remoção dos símbolos, imagens e
religioso e, laico como é, não deve estabelecer escritos religiosos que, eventualmente, se
preferências ou se manifestar por meio de seus encontrarem nas sedes das entidades
órgãos ou entidades; especificadas, deverá ser feita, no prazo de 30

59
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
(trinta) dias a contar da vigência da presente
Resolução. Anotações:

Art. 3º. O não cumprimento dos termos da


presente Resolução implicará, conforme o caso,
na apuração das responsabilidades dos (as)
dirigentes das entidades, sujeitos (as) à conduta
prevista nesta Resolução, conforme disposições
previstas no Estatuto do Conjunto
CFESS/CRESS e princípios do Código de Ética
do Assistente Social.

Art. 4º. O CFESS e os CRESS e as Seccionais


deverão se incumbir de dar plena e total
publicidade a presente norma, por todos os
meios disponíveis, de forma que ela seja
conhecida por todos(as) os(as)
Conselheiros(as), funcionários(as),
assessores(as) e outros.

Art. 5º. Os casos omissos serão resolvidos pelo


Conselho Pleno do CFESS.

Art. 6º. Esta Resolução entra em vigor na data


de sua publicação, revogando integralmente as
disposições em contrário.

Sâmya Rodrigues Ramos


Presidente do CFESS

60
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS nº 785, de 22 de da União nº 60, de 30 de março de 1993, Seção
dezembro de 2016 - Dispõe sobre a I, que Institui o Código de Ética Profissional
inclusão e uso do nome social da dos Assistentes Sociais;
assistente social travesti e da/do
assistente social transexual no Considerando a Consolidação das Resoluções
Documento de Identidade Profissional. do CFESS, instituída pela Resolução CFESS
nº 582, de 01 de julho de 2010, publicada no
Diário Oficial da União nº 125, de 2 de julho de
EMENTA: Dispõe sobre a inclusão e uso do 2010, Seção 1;
nome social da assistente social travesti e
da/do assistente social transexual no
Documento de Identidade Profissional. Considerando a Resolução CFESS n° 615, de 8
de setembro de 2011, publicada no Diário
Oficial da União nº 174, de 9 de setembro de
O Presidente do Conselho Federal de Serviço 2011, Seção 1, que Dispõe sobre a inclusão e
Social, no uso de suas atribuições legais e uso do nome social da assistente social travesti
regimentais; e do(a) assistente social transexual nos
documentos de identidade profissional;
Considerando o disposto no art. 5°, caput, da
Constituição da República Federativa do Brasil, Considerando a Resolução CFESS nº 696, de
que dispõe que todos são iguais perante a lei, 15 de dezembro de 2014, publicada no Diário
sem distinção de qualquer natureza, onde Oficial da União nº 244, de 17 de dezembro de
assegura os direitos fundamentais à igualdade, 2014, Seção 1, que normatiza o
à liberdade, ao respeito e à dignidade da pessoa recadastramento nacional dos/as assistentes
humana; sociais, a substituição das atuais carteiras e
cédulas de identidade profissional e pesquisa
sobre o perfil do/da assistente social e realidade
Considerando que o artigo 8º da Lei nº 8.662,
do exercício profissional no país.
de 07 de junho de 1993, publicada no Diário
Oficial da União nº 107, de 8 de junho de 1993,
Seção 1, estabelece que compete ao Conselho Considerando a Manifestação Jurídica nº
Federal de Serviço Social, na qualidade de 136/2016-V, de lavra do assessor jurídico Vitor
órgão normativo de grau superior, o exercício, Silva Alencar, acatado pelo colegiado do
dentre outras, da atribuição de orientar, CFESS reunido em 20 de novembro de 2016;
disciplinar e normatizar o exercício da
profissão do assistente social;
Considerando a aprovação da presente
Resolução pelo Conselho Pleno do CFESS de
Considerando a disposição do artigo 17 da Lei 17 de dezembro de 2016;
nº 8.662, de 07 de junho de 1993, que
estabelece, expressamente, que a Carteira de
Identificação Profissional expedida pelos RESOLVE:
Conselhos Regionais de Serviço Social
(CRESS) servirá de prova para fins de exercício
profissional e de Carteira de Identidade Pessoal, Art. 1º Fica assegurado aos profissionais
e terá fé pública em todo o território nacional; travestis e transexuais, nos termos desta
resolução, o direito à escolha de tratamento
nominal a ser inserido no Documento de
Considerando a Resolução CFESS nº 273, de Identidade Profissional da/do Assistente Social,
13 de março 1993, publicada no Diário Oficial bem como nos atos e procedimentos

61
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
promovidos no âmbito do CFESS e dos outros, deverá ser utilizado somente o nome
CRESS. social e o número de registro.

Parágrafo único O direito à inserção do nome Art. 5º As/os profissionais travestis e


social no Documento de Identidade transexuais que fazem jus à inclusão do nome
Profissional da/do Assistente Social previsto na social no Documento de Identidade
presente resolução limita-se tão somente aos Profissional da/do Assistente Social estão
profissionais travestis e transexuais, sendo sujeitos aos procedimentos previstos na
vedada a sua utilização por qualquer outra Resolução CFESS nº 696, de 15 de dezembro
pessoa. de 2014, publicada no Diário Oficial da União
nº 244, de 17 de dezembro de 2014, Seção 1.

Art. 2º As/os profissionais travestis e


transexuais fazem jus à inclusão do nome social § 1o As/os profissionais travestis e transexuais
junto à sua fotografia no anverso do Documento que solicitarem a substituição das atuais
de Identidade Profissional, deslocando-se o Carteiras e Cédulas pelo novo Documento de
nome civil para o verso, respeitadas as demais Identidade Profissional receberão o documento
características previstas no artigo 69 da descrito no artigo 2o tão logo seja concluído o
Resolução CFESS nº 582 de 1 de julho de processo de formulação de layout específico
2010, publicada no Diário Oficial da União nº pela empresa responsável pela emissão dos
125, de 2 de julho de 2010, Seção 1. documentos.

Art. 3º A pessoa interessada solicitará por § 2o As inscrições solicitadas por profissionais


escrito a utilização do nome social no travestis e transexuais, que gerarão
Documento de Identidade Profissional e obrigatoriamente a emissão do novo
indicará, no momento da sua inscrição no Documento de Identidade Profissional,
CRESS, o prenome que corresponda à forma sujeitam-se à regra estabelecida no parágrafo
pela qual se reconheça, é identificada, anterior.
reconhecida e denominada por sua comunidade
e em sua inserção social.
§ 3o Enquanto não tiver sido concluído o
processo descrito no § 1o, as/os profissionais
Parágrafo único As/Os Conselheiras/os, travestis e transexuais que solicitarem a
funcionárias/os e assessoras/es dos CRESS e do inscrição receberão, após a homologação,
CFESS deverão tratar a pessoa pelo prenome declaração do CRESS onde conste o número de
indicado, que constará dos atos escritos de inscrição com validade de 90 dias, prorrogáveis
competência dos mesmos. por igual período quando necessário.

Art. 4º Fica permitida a utilização do nome § 4o Os requerimentos de inscrição ou os


social nas assinaturas decorrentes do trabalho pedidos de substituição das atuais Carteiras e
desenvolvido pelas/os profissionais travestis e Cédulas pelo novo Documento de Identidade
transexuais, juntamente com o número do Profissional realizados por profissionais
registro profissional. travestis e transexuais, no período de 12 de
dezembro de 2016 a 31 de dezembro de 2017,
custarão o valor estabelecido na Resolução
Parágrafo único Para efeito de tratamento CFESS nº 724/2015, ou seja, R$ 79,12
profissional das/dos assistentes sociais travestis (inscrição) e 59,32 (substituição).
e transexuais, a exemplo de crachás, dentre

62
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 6º O CFESS e os CRESS deverão se
incumbir de dar plena e total publicidade à
presente norma, por todos os meios disponíveis,
de forma que ela seja conhecida pelas/os
assistentes sociais e pelas instituições, órgãos
ou entidades que prestam serviços sociais.

Art. 7o Fica revogada a Resolução CFESS n°


615, de 8 de setembro de 2011.

Art. 8º A presente Resolução entra em vigor na


data da sua publicação no Diário Oficial da
União, retroagindo seus efeitos a 12 de
dezembro de 2016.

MAURÍLIO CASTRO DE MATOS


Presidente do CFESS

Anotações:

63
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 845, de 26 de individual do gênero de cada pessoa, que pode
fevereiro de 2018 - Dispõe sobre ou não corresponder ao sexo atribuído no
atuação profissional do/a assistente nascimento, incluindo o senso pessoal do corpo
social em relação ao processo (que pode envolver, por livre escolha,
modificação da aparência ou função corporal
transexualizador
por meios médicos, cirúrgicos ou outros) e
outras expressões de gênero, inclusive
EMENTA: Dispõe sobre atuação vestimenta, modo de falar e maneirismos”;
profissional do/a assistente social em relação Considerando as ações promovidas pelo
ao processo transexualizador. Conjunto CFESS/CRESS, dentre outras:
o“Seminário Nacional Serviço Social e
Diversidade Trans: exercício profissional,
O Conselho Federal de Serviço Social orientação sexual e identidade de gênero em
(CFESS), no uso de suas atribuições legais e debate”, realizado em 2015 e a campanha do
regimentais, que lhe são conferidas pela lei CFESS em 2013: “Nem rótulos, nem
8662/93, publicada no Diário Oficial da União preconceito. Quero respeito”;
nº 107, de 8 de junho de 1993, Seção 1;
Considerando a histórica participação de
Considerando o disposto no art. 5°, caput da assistentes sociais na composição de equipe
Constituição da República Federativa do Brasil, multiprofissional, ratificada no denominado
que dispõe que todos são iguais perante a lei, “processo transexualizador” regulado pela
sem distinção de qualquer natureza, onde Portaria do Ministério da Saúde nº 2803/2013;
assegura os direitos fundamentais à igualdade,
à liberdade, à tolerância e à dignidade da pessoa Considerando a mobilização internacional pela
humana; despatologização da transexualidade, os
debates no âmbito da OMS e de profissões da
Considerando que a construção de uma área de saúde, nessa perspectiva;
sociedade radicalmente justa e democrática sem
preconceitos de origem, raça, sexo, orientação Considerando o Decreto Presidencial nº 8727,
sexual, identidade de gênero, cor, idade ou de 28 de abril de 2016, que dispõe sobre o uso
quaisquer outras formas de discriminação é do nome social e o reconhecimento da
princípio inscrito no Código de Ética do(a) identidade de gênero de pessoas travestis e
Assistente Social; transexuais no âmbito da administração pública
federal direta autárquica e fundacional;
Considerando que os direitos da livre
orientação sexual e livre identidade de gênero Considerando a aprovação da presente
constituem direitos humanos de lésbicas, gays, resolução pelo Conselho Pleno do CFESS em
bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), no reunião realizada no dia 24 de Fevereiro de
sentido de assegurar o pleno exercício da 2018;
cidadania e a saúde integral da população
LGBT;
RESOLVE:

Considerando que reconhecer a liberdade como


Art. 1º As(Os) assistentes sociais deverão
um valor ético central implica a defesa de
contribuir, no âmbito de seu espaço de trabalho,
autonomia dos indivíduos sociais sobre seus
para a promoção de uma cultura de respeito à
próprios corpos;
diversidade de expressão e identidade de
Considerando os Princípios de Yogyakarta de gênero, a partir de reflexões críticas acerca dos
2007, referentes à aplicação da legislação padrões de gênero estabelecidos socialmente.
internacional de direitos humanos, que Art. 2º É competência da/o assistente social
compreende a identidade de gênero como: “a prestar acompanhamento a sujeitos que buscam
profundamente sentida experiência interna e

64
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
as transformações corporais em consonância Art. 9° É vedado à(ao) assistente social a
com suas expressões e identidade de gênero. utilização de instrumentos e técnicas que criem,
mantenham ou reforcem preconceitos à
população trans.
Art. 3º As(Os) assistentes sociais, ao realizarem
o atendimento, deverão utilizar de seus
referenciais teórico-metodológicos e ético- Art. 10 O não cumprimento dos termos da
políticos, com base no Código de Ética da/o presente resolução implicará, conforme o caso,
Assistente Social, rejeitando qualquer na apuração das responsabilidades éticas da(o)
avaliação ou modelo patologizado ou corretivo assistente social, nos termos do Código de Ética
da diversidade de expressão e identidade de do(a) assistente social, regulamentado pela
gênero. Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de
1993.

Art. 4º A atuação da(o) assistente social deve se


pautar pela integralidade da atenção à saúde e Art. 11 Os casos omissos serão resolvidos pelo
considerar as diversas necessidades das(os) Conselho Pleno do CFESS.
usuárias(os) e o atendimento a seus direitos
tendo em vista que esse acompanhamento não
deve ser focalizado nos procedimentos Art. 12 Esta Resolução entra em vigor na data
hormonais ou cirúrgicos. de sua publicação no Diário Oficial da União,
complementando as disposições do Código de
Ética Profissional do(a) Assistente Social,
Art. 5º Quando pertinente, cabe à(ao) assistente regulamentado pela Resolução CFESS nº 273,
social emitir opinião técnica a respeito de de 13 de março de 1993.
procedimentos relacionados às transformações
corporais.
Art. 13 O CFESS e os CRESS deverão dar
ampla publicidade à presente norma, por todos
Art. 6º A(O) assistente social deverá respeitar o os meios disponíveis de forma que ela seja
direito à autodesignação das/os usuários do conhecida pelas(os) assistentes sociais, pelas
serviço como pessoas trans, travestis, instituições, órgãos e entidades onde haja
transexuais, transgêneros. atuação da(o) assistente social, bem como para
a sociedade.

Art. 7º É dever da(o) assistente social defender


a utilização do nome social das(os) JOSIANE SOARES SANTOS
usuárias(os), na perspectiva do Presidente do CFESS
aprofundamento dos direitos humanos.

Anotações:
Art. 8º Cabe à(ao) assistente social atender e
acompanhar crianças e adolescentes que
manifestem expressões de identidades de
gênero trans, considerando as inúmeras
dificuldades que enfrentam no contexto
familiar, escolar e demais relações sociais nesta
fase peculiar de desenvolvimento na
perspectiva do Código de Ética Profissional
da(o) Assistente Social.

65
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO CFESS Nº 861, 11 de junho Considerando que a publicidade é um
de 2018 - Dispõe sobre a publicidade da pressuposto fundamental na aplicação das
execução das penalidades de advertência penas de Advertência Pública; Suspensão e
pública, suspensão e cassação do Cassação do Exercício Profissional, uma vez
que estas são aplicadas objetivando, também, a
exercício profissional do/a assistente
sua divulgação, na perspectiva de que a
social sociedade tenha ciência do ocorrido e da
punição, no caso concreto.;
EMENTA: Dispõe sobre a publicidade da
execução das penalidades de advertência Considerando que o cumprimento rigoroso dos
pública, suspensão e cassação do exercício parâmetros previstos pelo Código de Ética do/a
profissional do/a assistente social, definindo Assistente Social é pressuposto fundamental
a dimensão jurídica de “ORGÃO DE para que o CRESS e o CFESS não extrapolem
IMPRENSA”, regulamentando o artigo 29 a concepção expressa nesses instrumentos
do Código de ética do/a Assistente Social. normativos, quanto a publicidade de seus atos
(quando de natureza pública) para que a
sociedade tenha conhecimento do mesmo;
O Conselho Federal de Serviço Social, no uso
Considerando a Lei nº 12.527/2011, Lei de
de suas atribuições legais e regimentais, que lhe
Acesso à Informação - LAI, que regulamenta o
são conferidas pela lei 8662/93;
direito de qualquer pessoa solicitar e receber
dos órgãos e entidades públicas, informações
Considerando a necessidade de precisar o públicas por eles/as produzidas ou custodiadas,
significado jurídico e a dimensão da acepção o que corrobora o entendimento de que os
“órgão de imprensa”, para unificar os “sítios” (sites) das entidades públicas são
procedimentos, quanto às formas de execução considerados espaço oficial a prestar, dentre
das penalidades de “Advertência Pública”, outros, informações à sociedade;
“Suspensão” e “Cassação do Exercício
Profissional”, previstas pelo artigo 24 do
Considerando a necessidade de limitar os meios
Código de Ética do/a Assistente Social;
institucionais ou redes sociais que podem ser
Considerando a necessidade de conferir
divulgadas as penalidades de natureza pública,
visibilidade e transparência aos atos
na forma prevista na norma ética;
administrativos praticados pelos conselhos
profissionais de Serviço Social, excetos aqueles
considerados sigilosos; Considerando que os sítios dos CRESS e do
CFESS são caracterizados, também, como
“órgãos oficiais de imprensa” e,
Considerando que o ordenamento normativo do
consequentemente, autorizados a publicar a
conjunto CFESS/CRESS e, especialmente,
penalidade de natureza pública, aplicada a/ao
todo o regramento do Código de Ética do/a
assistente social, depois de transitada em
Assistente Social, inclusive a previsão das
julgado a decisão. Considerando a aprovação
penalidades e sua dosimetria, apontam para a
da presente Resolução pelo Conselho Pleno do
perspectiva democrática, tomada como valor
CFESS, em reunião realizada em 09 de junho
ético central, ou seja, a aplicação dessa
de 2018;
concepção tem que ser garantida pelos
Conselhos Regionais/CRESS e Conselho RESOLVE:
Federal de Serviço Social/CFESS, na execução
das penas;
Art. 1º. A penalidade de Advertência Pública;
de Suspensão do Exercício Profissional e de
Cassação do Registro Profissional, previstas

66
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pelo artigo 24, alíneas “c”, “d” e “e” do Código postagens de penalidades públicas aplicadas
de Ética Profissional do/a Assistente Social, pelos CRESS, na rede social Facebook ou em
para a sua devida execução, após a certificação outras mídias sociais.
do trânsito em julgado da decisão punitiva do
Conselho Regional de Serviço Social/CRESS,
deverá cumprir os requisitos previstos pelo Art. 5º. Os casos omissos serão resolvidos pelo
artigo 29 do Código de Ética: CFESS. Art. 6º. Esta Resolução entra em vigor
na data de sua publicação, revogando
integralmente as disposições em contrário,
I. Publicação em Diário Oficial do Estado, da devendo ser amplamente divulgada perante os
jurisdição do penalizado; Conselhos Regionais de Serviço Social e
Seccionais.
II Publicação em órgão de imprensa e,
(Jornal, periódico, site do CRESS)
III. Afixação na sede do Conselho Regional Josiane Soares Santos
onde estiver inserido/a o/a denunciado/a e na Presidente do CFESS
Seccional do CRESS da jurisdição de seu
domicílio.
Anotações:
Parágrafo único. A publicação no Diário
Oficial/DO não exclui a publicação no órgão de
imprensa.

Art. 2º. Para efeito da aplicação das penalidades


de Advertência Pública, Suspensão do
Exercício Profissional e Cassação do Registro
Profissional, previstas pelas alíneas “c”, “d” e
“e” do artigo 24 do Código de Ética do
Assistente Social, sem prejuízo dos demais
requisitos previstos pelo artigo 29 do mesmo
instrumento normativo, o sítio (site) dos
Conselhos Regionais de Serviço Social –
CRESS é, também, considerado, para todos os
efeitos de direito, “órgão de imprensa”, ou seja,
espaço oficial para publicação das penalidades
públicas pelo prazo de vinte quatro horas
consecutivas, excluindo-se qualquer rede social
que, por ventura, o CRESS alimente ou
mantenha sob sua responsabilidade.

Art. 3º. Para operacionalização do


procedimento previsto no artigo 2º da presente
Resolução, a publicação efetivada perante o
Diário Oficial do Estado poderá ser “replicada”,
no sítio institucional do CRESS.

Art. 4º. Fica vedado aos Conselhos Regionais


de Serviço Social – CRESS e as Seccionais as

67
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO II:
LEGISLAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL

68
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda
Art. 203. A assistência social será prestada a Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por III - qualquer outra despesa corrente não
objetivos: vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
I - a proteção à família, à maternidade, à 42, de 19.12.2003)
infância, à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes


carentes;
Anotações:
III - a promoção da integração ao mercado de
trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas


portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de


benefício mensal à pessoa portadora de deficiência
e ao idoso que comprovem não possuir meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la provida por
sua família, conforme dispuser a lei.

Art. 204. As ações governamentais na área


da assistência social serão realizadas com recursos
do orçamento da seguridade social, previstos no
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com
base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa,
cabendo a coordenação e as normas gerais à
esfera federal e a coordenação e a execução dos
respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de
assistência social;

II - participação da população, por meio de


organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os
níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e


ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
inclusão e promoção social até cinco décimos por
cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais;


(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

69
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993 – Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS)

Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.

socioassistenciais. (Redação dada


pela Lei nº 12.435, de 2011)
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Parágrafo único. Para o enfrentamento da
pobreza, a assistência social realiza-se de forma
integrada às políticas setoriais, garantindo mínimos
CAPÍTULO I
sociais e provimento de condições para atender
Das Definições e dos Objetivos contingências sociais e promovendo a
universalização dos direitos
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão sociais. (Redação dada pela Lei nº
e dever do Estado, é Política de Seguridade Social 12.435, de 2011)
não contributiva, que provê os mínimos sociais,
realizada através de um conjunto integrado de Art. 3o Consideram-se entidades e organizações
ações de iniciativa pública e da sociedade, para de assistência social aquelas sem fins lucrativos
garantir o atendimento às necessidades básicas. que, isolada ou cumulativamente, prestam
atendimento e assessoramento aos beneficiários
Art. 2o A assistência social tem por abrangidos por esta Lei, bem como as que atuam
objetivos: (Redação dada pela Lei nº na defesa e garantia de
12.435, de 2011) direitos. (Redação dada pela Lei nº
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à 12.435, de 2011)
redução de danos e à prevenção da incidência de § 1o São de atendimento aquelas entidades que,
riscos, especialmente: (Redação dada de forma continuada, permanente e planejada,
pela Lei nº 12.435, de 2011) prestam serviços, executam programas ou projetos
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à e concedem benefícios de prestação social básica
adolescência e à velhice; (Incluído pela ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em
Lei nº 12.435, de 2011) situações de vulnerabilidade ou risco social e
pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas as
b) o amparo às crianças e aos adolescentes deliberações do Conselho Nacional de Assistência
carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art.
2011) 18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
c) a promoção da integração ao mercado de 2011)
trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, § 2o São de assessoramento aquelas que, de
de 2011) forma continuada, permanente e planejada,
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com prestam serviços e executam programas ou
deficiência e a promoção de sua integração à vida projetos voltados prioritariamente para o
comunitária; e (Incluído pela Lei nº fortalecimento dos movimentos sociais e das
12.435, de 2011) organizações de usuários, formação e capacitação
de lideranças, dirigidos ao público da política de
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício assistência social, nos termos desta Lei, e
mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que respeitadas as deliberações do CNAS, de que
comprovem não possuir meios de prover a própria tratam os incisos I e II do art. 18. (Incluído
manutenção ou de tê-la provida por sua pela Lei nº 12.435, de 2011)
família; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) § 3o São de defesa e garantia de direitos aquelas
que, de forma continuada, permanente e planejada,
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar prestam serviços e executam programas e projetos
territorialmente a capacidade protetiva das famílias voltados prioritariamente para a defesa e efetivação
e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de dos direitos socioassistenciais, construção de
ameaças, de vitimizações e novos direitos, promoção da cidadania,
danos; (Redação dada pela Lei nº enfrentamento das desigualdades sociais,
12.435, de 2011) articulação com órgãos públicos de defesa de
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno direitos, dirigidos ao público da política de
acesso aos direitos no conjunto das provisões assistência social, nos termos desta Lei, e
respeitadas as deliberações do CNAS, de que

70
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tratam os incisos I e II do art.
18. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
Art. 6o A gestão das ações na área de assistência
2011)
social fica organizada sob a forma de sistema
descentralizado e participativo, denominado
Sistema Único de Assistência Social (Suas), com
CAPÍTULO II
os seguintes objetivos: (Redação dada
Dos Princípios e das Diretrizes pela Lei nº 12.435, de 2011)
I - consolidar a gestão compartilhada, o
cofinanciamento e a cooperação técnica entre os
SEÇÃO I
entes federativos que, de modo articulado, operam
Dos Princípios a proteção social não
contributiva; (Incluído pela Lei nº 12.435,
de 2011)
Art. 4º A assistência social rege-se pelos II - integrar a rede pública e privada de serviços,
seguintes princípios: programas, projetos e benefícios de assistência
I - supremacia do atendimento às social, na forma do art. 6o-C; (Incluído
necessidades sociais sobre as exigências de pela Lei nº 12.435, de 2011)
rentabilidade econômica; III - estabelecer as responsabilidades dos entes
II - universalização dos direitos sociais, a fim federativos na organização, regulação,
de tornar o destinatário da ação assistencial manutenção e expansão das ações de assistência
alcançável pelas demais políticas públicas; social;
III - respeito à dignidade do cidadão, à sua IV - definir os níveis de gestão, respeitadas as
autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços diversidades regionais e
de qualidade, bem como à convivência familiar e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.435,
comunitária, vedando-se qualquer comprovação de 2011)
vexatória de necessidade; V - implementar a gestão do trabalho e a educação
IV - igualdade de direitos no acesso ao permanente na assistência
atendimento, sem discriminação de qualquer social; (Incluído pela Lei nº 12.435, de
natureza, garantindo-se equivalência às 2011)
populações urbanas e rurais; VI - estabelecer a gestão integrada de serviços e
V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, benefícios; e (Incluído pela Lei nº
programas e projetos assistenciais, bem como dos 12.435, de 2011)
recursos oferecidos pelo Poder Público e dos VII - afiançar a vigilância socioassistencial e a
critérios para sua concessão. garantia de direitos. (Incluído pela Lei nº
SEÇÃO II 12.435, de 2011)
Das Diretrizes § 1o As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por
objetivo a proteção à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice e, como base
Art. 5º A organização da assistência social tem de organização, o território. (Incluído pela
como base as seguintes diretrizes: Lei nº 12.435, de 2011)
I - descentralização político-administrativa § 2o O Suas é integrado pelos entes federativos,
para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, pelos respectivos conselhos de assistência social e
e comando único das ações em cada esfera de pelas entidades e organizações de assistência
governo; social abrangidas por esta Lei. (Incluído
pela Lei nº 12.435, de 2011)
II - participação da população, por meio de
organizações representativas, na formulação das § 3o A instância coordenadora da Política Nacional
políticas e no controle das ações em todos os de Assistência Social é o Ministério do
níveis; Desenvolvimento Social e Combate à
Fome. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
III - primazia da responsabilidade do Estado na
condução da política de assistência social em cada § 4º Cabe à instância coordenadora da Política
esfera de governo. Nacional de Assistência Social normatizar e
padronizar o emprego e a divulgação da identidade
visual do Suas. (Incluído pela Lei nº 13.714,
CAPÍTULO III de 2018)

Da Organização e da Gestão

71
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevalecer § 3o As entidades e organizações de assistência
na identificação de unidades públicas estatais, social vinculadas ao Suas celebrarão convênios,
entidades e organizações de assistência social, contratos, acordos ou ajustes com o poder público
serviços, programas, projetos e benefícios para a execução, garantido financiamento integral,
vinculados ao Suas. (Incluído pela Lei nº pelo Estado, de serviços, programas, projetos e
13.714, de 2018) ações de assistência social, nos limites da
capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos
Art. 6o-A. A assistência social organiza-se pelos
por esta Lei, observando-se as disponibilidades
seguintes tipos de proteção: (Incluído pela
orçamentárias. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.435, de 2011)
12.435, de 2011)
I - proteção social básica: conjunto de serviços,
§ 4o O cumprimento do disposto no § 3o será
programas, projetos e benefícios da assistência
informado ao Ministério do Desenvolvimento Social
social que visa a prevenir situações de
e Combate à Fome pelo órgão gestor local da
vulnerabilidade e risco social por meio do
assistência social. (Incluído pela Lei nº
desenvolvimento de potencialidades e aquisições e
12.435, de 2011)
do fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários; (Incluído pela Lei nº 12.435, Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial,
de 2011) serão ofertadas precipuamente no Centro de
Referência de Assistência Social (Cras) e no Centro
II - proteção social especial: conjunto de serviços,
de Referência Especializado de Assistência Social
programas e projetos que tem por objetivo
(Creas), respectivamente, e pelas entidades sem
contribuir para a reconstrução de vínculos
fins lucrativos de assistência social de que trata o
familiares e comunitários, a defesa de direito, o
art. 3o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
fortalecimento das potencialidades e aquisições e a
12.435, de 2011)
proteção de famílias e indivíduos para o
enfrentamento das situações de violação de § 1o O Cras é a unidade pública municipal, de base
direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de territorial, localizada em áreas com maiores índices
2011) de vulnerabilidade e risco social, destinada à
articulação dos serviços socioassistenciais no seu
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é
território de abrangência e à prestação de serviços,
um dos instrumentos das proteções da assistência
programas e projetos socioassistenciais de
social que identifica e previne as situações de risco
proteção social básica às
e vulnerabilidade social e seus agravos no
famílias. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
território. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011)
2011)
§ 2o O Creas é a unidade pública de abrangência
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e especial
e gestão municipal, estadual ou regional, destinada
serão ofertadas pela rede socioassistencial, de
à prestação de serviços a indivíduos e famílias que
forma integrada, diretamente pelos entes públicos
se encontram em situação de risco pessoal ou
e/ou pelas entidades e organizações de assistência
social, por violação de direitos ou contingência, que
social vinculadas ao Suas, respeitadas as
demandam intervenções especializadas da
especificidades de cada ação. (Incluído
proteção social especial. (Incluído pela
pela Lei nº 12.435, de 2011)
Lei nº 12.435, de 2011)
§ 1o A vinculação ao Suas é o reconhecimento pelo
§ 3o Os Cras e os Creas são unidades públicas
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
estatais instituídas no âmbito do Suas, que
Fome de que a entidade de assistência social
possuem interface com as demais políticas públicas
integra a rede socioassistencial. (Incluído
e articulam, coordenam e ofertam os serviços,
pela Lei nº 12.435, de 2011)
programas, projetos e benefícios da assistência
§ 2o Para o reconhecimento referido no § 1o, a social. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
entidade deverá cumprir os seguintes
Art. 6o-D. As instalações dos Cras e dos Creas
requisitos: (Incluído pela Lei nº 12.435, de
devem ser compatíveis com os serviços neles
2011)
ofertados, com espaços para trabalhos em grupo e
I - constituir-se em conformidade com o disposto no ambientes específicos para recepção e
art. 3o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) atendimento reservado das famílias e indivíduos,
assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e
II - inscrever-se em Conselho Municipal ou do com deficiência. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal, na forma do art.
12.435, de 2011)
9o; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
Art. 6o-E. Os recursos do cofinanciamento do
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de
Suas, destinados à execução das ações
que trata o inciso XI do art. 19. (Incluído
continuadas de assistência social, poderão ser
pela Lei nº 12.435, de 2011) aplicados no pagamento dos profissionais que

72
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
integrarem as equipes de referência, responsáveis Art. 12. Compete à União:
pela organização e oferta daquelas ações,
I - responder pela concessão e manutenção
conforme percentual apresentado pelo Ministério
dos benefícios de prestação continuada definidos
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e
no art. 203 da Constituição Federal;
aprovado pelo CNAS. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) II - cofinanciar, por meio de transferência
automática, o aprimoramento da gestão, os
Parágrafo único. A formação das equipes de
serviços, os programas e os projetos de assistência
referência deverá considerar o número de famílias
social em âmbito nacional; (Redação
e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades
dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
de atendimento e as aquisições que devem ser
garantidas aos usuários, conforme deliberações do III - atender, em conjunto com os Estados, o
CNAS. (Incluído pela Lei nº 12.435, de Distrito Federal e os Municípios, às ações
2011) assistenciais de caráter de emergência.
Art. 7º As ações de assistência social, no IV - realizar o monitoramento e a avaliação da
âmbito das entidades e organizações de política de assistência social e assessorar Estados,
assistência social, observarão as normas Distrito Federal e Municípios para seu
expedidas pelo Conselho Nacional de Assistência desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº
Social (CNAS), de que trata o art. 17 desta lei. 12.435, de 2011)
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o
e os Municípios, observados os princípios e aprimoramento à gestão descentralizada dos
diretrizes estabelecidos nesta lei, fixarão suas serviços, programas, projetos e benefícios de
respectivas Políticas de Assistência Social. assistência social, por meio do Índice de Gestão
Descentralizada (IGD) do Sistema Único de
Art. 9º O funcionamento das entidades e
Assistência Social (Suas), para a utilização no
organizações de assistência social depende de
âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito
prévia inscrição no respectivo Conselho Municipal
Federal, destinado, sem prejuízo de outras ações a
de Assistência Social, ou no Conselho de
serem definidas em regulamento,
Assistência Social do Distrito Federal, conforme o
a: (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011)
caso.
I - medir os resultados da gestão descentralizada
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os
do Suas, com base na atuação do gestor estadual,
critérios de inscrição e funcionamento das
municipal e do Distrito Federal na implementação,
entidades com atuação em mais de um município
execução e monitoramento dos serviços,
no mesmo Estado, ou em mais de um Estado ou
programas, projetos e benefícios de assistência
Distrito Federal.
social, bem como na articulação
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de intersetorial; (Incluído pela Lei nº 12.435,
Assistência Social e ao Conselho de Assistência de 2011)
Social do Distrito Federal a fiscalização das
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos
entidades referidas no caput na forma prevista em
na gestão estadual, municipal e do Distrito Federal
lei ou regulamento.
do Suas; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, 2011)
de 2009)
III - calcular o montante de recursos a serem
§ 4º As entidades e organizações de repassados aos entes federados a título de apoio
assistência social podem, para defesa de seus financeiro à gestão do Suas. (Incluído pela
direitos referentes à inscrição e ao funcionamento, Lei nº 12.435, de 2011)
recorrer aos Conselhos Nacional, Estaduais,
§ 1o Os resultados alcançados pelo ente federado
Municipais e do Distrito Federal.
na gestão do Suas, aferidos na forma de
Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e regulamento, serão considerados como prestação
o Distrito Federal podem celebrar convênios com de contas dos recursos a serem transferidos a título
entidades e organizações de assistência social, em de apoio financeiro. (Incluído pela Lei nº
conformidade com os Planos aprovados pelos 12.435, de 2011)
respectivos Conselhos.
§ 2o As transferências para apoio à gestão
Art. 11. As ações das três esferas de governo descentralizada do Suas adotarão a sistemática do
na área de assistência social realizam-se de forma Índice de Gestão Descentralizada do Programa
articulada, cabendo a coordenação e as normas Bolsa Família, previsto no art. 8o da Lei no 10.836,
gerais à esfera federal e a coordenação e execução de 9 de janeiro de 2004, e serão efetivadas por
dos programas, em suas respectivas esferas, aos meio de procedimento integrado àquele
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

73
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
índice. (Incluído pela Lei nº 12.435, de III - executar os projetos de enfrentamento da
2011) pobreza, incluindo a parceria com organizações da
sociedade civil;
§ 3o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011) IV - atender às ações assistenciais de caráter
de emergência;
§ 4o Para fins de fortalecimento dos Conselhos de
Assistência Social dos Estados, Municípios e V - prestar os serviços assistenciais de que
Distrito Federal, percentual dos recursos trata o art. 23 desta lei.
transferidos deverá ser gasto com atividades de
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
apoio técnico e operacional àqueles colegiados, na
serviços, os programas e os projetos de assistência
forma fixada pelo Ministério do Desenvolvimento
social em âmbito local; (Incluído pela Lei
Social e Combate à Fome, sendo vedada a
nº 12.435, de 2011)
utilização dos recursos para pagamento de pessoal
efetivo e de gratificações de qualquer natureza a VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
servidor público estadual, municipal ou do Distrito política de assistência social em seu
Federal. (Incluído pela Lei nº 12.435, de âmbito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) 2011)
Art. 13. Compete aos Estados: Art. 15. Compete aos Municípios:
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a I - destinar recursos financeiros para custeio do
título de participação no custeio do pagamento dos pagamento dos benefícios eventuais de que trata o
benefícios eventuais de que trata o art. 22, art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos
mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Conselhos Municipais de Assistência
Estaduais de Assistência Social; (Redação dada pela Lei nº
Social; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011)
12.435, de 2011)
II - efetuar o pagamento dos auxílios
II - cofinanciar, por meio de transferência natalidade e funeral;
automática, o aprimoramento da gestão, os
III - executar os projetos de enfrentamento da
serviços, os programas e os projetos de assistência
pobreza, incluindo a parceria com organizações da
social em âmbito regional ou
local; (Redação dada pela Lei nº 12.435, sociedade civil;
de 2011) IV - atender às ações assistenciais de caráter
de emergência;
III - atender, em conjunto com os Municípios,
às ações assistenciais de caráter de emergência; V - prestar os serviços assistenciais de que
trata o art. 23 desta lei.
IV - estimular e apoiar técnica e
financeiramente as associações e consórcios VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
municipais na prestação de serviços de assistência serviços, os programas e os projetos de assistência
social; social em âmbito local; (Incluído pela Lei
nº 12.435, de 2011)
V - prestar os serviços assistenciais cujos
custos ou ausência de demanda municipal VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
justifiquem uma rede regional de serviços, política de assistência social em seu
desconcentrada, no âmbito do respectivo Estado. âmbito. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
VI - realizar o monitoramento e a avaliação da 2011)
política de assistência social e assessorar os Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de
Municípios para seu caráter permanente e composição paritária entre
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº governo e sociedade civil,
12.435, de 2011) são: (Redação dada pela Lei nº 12.435,
Art. 14. Compete ao Distrito Federal: de 2011)

I - destinar recursos financeiros para custeio do I - o Conselho Nacional de Assistência Social;


pagamento dos benefícios eventuais de que trata o II - os Conselhos Estaduais de Assistência
art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Social;
Conselhos de Assistência Social do Distrito
Federal; (Redação dada pela Lei nº III - o Conselho de Assistência Social do
12.435, de 2011) Distrito Federal;

II - efetuar o pagamento dos auxílios IV - os Conselhos Municipais de Assistência


natalidade e funeral; Social.

74
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência I - aprovar a Política Nacional de Assistência
Social estão vinculados ao órgão gestor de Social;
assistência social, que deve prover a infraestrutura
II - normatizar as ações e regular a prestação
necessária ao seu funcionamento, garantindo
de serviços de natureza pública e privada no campo
recursos materiais, humanos e financeiros,
da assistência social;
inclusive com despesas referentes a passagens e
diárias de conselheiros representantes do governo III - acompanhar e fiscalizar o processo de
ou da sociedade civil, quando estiverem no certificação das entidades e organizações de
exercício de suas atribuições. (Incluído assistência social no Ministério do
pela Lei nº 12.435, de 2011) Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; (Redação dada pela Lei nº
Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de
12.101, de 2009)
Assistência Social (CNAS), órgão superior de
deliberação colegiada, vinculado à estrutura do IV - apreciar relatório anual que conterá a
órgão da Administração Pública Federal relação de entidades e organizações de assistência
responsável pela coordenação da Política Nacional social certificadas como beneficentes e encaminhá-
de Assistência Social, cujos membros, nomeados lo para conhecimento dos Conselhos de
pelo Presidente da República, têm mandato de 2 Assistência Social dos Estados, Municípios e do
(dois) anos, permitida uma única recondução por Distrito Federal; (Redação dada pela
igual período. Lei nº 12.101, de 2009)
§ 1º O Conselho Nacional de Assistência V - zelar pela efetivação do sistema
Social (CNAS) é composto por 18 (dezoito) descentralizado e participativo de assistência
membros e respectivos suplentes, cujos nomes são social;
indicados ao órgão da Administração Pública
Federal responsável pela coordenação da Política VI - a partir da realização da II Conferência
Nacional de Assistência Social, de acordo com os Nacional de Assistência Social em 1997, convocar
ordinariamente a cada quatro anos a Conferência
critérios seguintes:
Nacional de Assistência Social, que terá a
I - 9 (nove) representantes governamentais, atribuição de avaliar a situação da assistência
incluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do
(um) dos Municípios; sistema; (Redação dada pela Lei nº
9.720, de 26.4.1991)
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil,
dentre representantes dos usuários ou de VII - (Vetado.)
organizações de usuários, das entidades e
VIII - apreciar e aprovar a proposta
organizações de assistência social e dos
orçamentária da Assistência Social a ser
trabalhadores do setor, escolhidos em foro próprio
sob fiscalização do Ministério Público Federal. encaminhada pelo órgão da Administração Pública
Federal responsável pela coordenação da Política
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Nacional de Assistência Social;
Social (CNAS) é presidido por um de seus
IX - aprovar critérios de transferência de
integrantes, eleito dentre seus membros, para
recursos para os Estados, Municípios e Distrito
mandato de 1 (um) ano, permitida uma única
Federal, considerando, para tanto, indicadores que
recondução por igual período.
informem sua regionalização mais eqüitativa, tais
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência como: população, renda per capita, mortalidade
Social (CNAS) contará com uma Secretaria infantil e concentração de renda, além de disciplinar
Executiva, a qual terá sua estrutura disciplinada em os procedimentos de repasse de recursos para as
ato do Poder Executivo. entidades e organizações de assistência social,
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes
§ 4o Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e
Orçamentárias;
IV do art. 16, com competência para acompanhar a
execução da política de assistência social, apreciar X - acompanhar e avaliar a gestão dos
e aprovar a proposta orçamentária, em recursos, bem como os ganhos sociais e o
consonância com as diretrizes das conferências desempenho dos programas e projetos aprovados;
nacionais, estaduais, distrital e municipais, de
XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar
acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser
instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo os programas anuais e plurianuais do Fundo
Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei Nacional de Assistência Social (FNAS);
específica. (Redação dada pela Lei XII - indicar o representante do Conselho
nº 12.435, de 2011) Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao
Conselho Nacional da Seguridade Social;
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de
Assistência Social: XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;

75
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas pelo Conselho Nacional de Assistência Social
as suas decisões, bem como as contas do Fundo (CNAS);
Nacional de Assistência Social (FNAS) e os
XIV - elaborar e submeter ao Conselho
respectivos pareceres emitidos.
Nacional de Assistência Social (CNAS) os
Parágrafo único. (Revogado pela programas anuais e plurianuais de aplicação dos
Lei nº 12.101, de 2009) recursos do Fundo Nacional de Assistência Social
(FNAS).
Art. 19. Compete ao órgão da Administração
Pública Federal responsável pela coordenação da Parágrafo único. A atenção integral à saúde,
Política Nacional de Assistência Social: inclusive a dispensação de medicamentos e
produtos de interesse para a saúde, às famílias e
I - coordenar e articular as ações no campo da
indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco
assistência social;
social e pessoal, nos termos desta Lei, dar-se-á
II - propor ao Conselho Nacional de independentemente da apresentação de
Assistência Social (CNAS) a Política Nacional de documentos que comprovem domicílio ou inscrição
Assistência Social, suas normas gerais, bem como no cadastro no Sistema Único de Saúde (SUS), em
os critérios de prioridade e de elegibilidade, além de consonância com a diretriz de articulação das
padrões de qualidade na prestação de benefícios, ações de assistência social e de saúde a que se
serviços, programas e projetos; refere o inciso XII deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.714, de 2018)
III - prover recursos para o pagamento dos
benefícios de prestação continuada definidos nesta
lei;
IV - elaborar e encaminhar a proposta
CAPÍTULO IV
orçamentária da assistência social, em conjunto
com as demais da Seguridade Social; Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas
e dos Projetos de Assistência Social
V - propor os critérios de transferência dos
recursos de que trata esta lei;
VI - proceder à transferência dos recursos SEÇÃO I
destinados à assistência social, na forma prevista
Do Benefício de Prestação Continuada
nesta lei;
VII - encaminhar à apreciação do Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS) relatórios Art. 20. O benefício de prestação continuada é a
trimestrais e anuais de atividades e de realização garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa
financeira dos recursos; com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir
VIII - prestar assessoramento técnico aos
meios de prover a própria manutenção nem de tê-
Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às
la provida por sua família. (Redação dada
entidades e organizações de assistência social;
pela Lei nº 12.435, de 2011) (Vide Medida
IX - formular política para a qualificação Provisória nº 871, de 2019) (Vigência)
sistemática e continuada de recursos humanos no
§ 1o Para os efeitos do disposto no caput, a família
campo da assistência social;
é composta pelo requerente, o cônjuge ou
X - desenvolver estudos e pesquisas para companheiro, os pais e, na ausência de um deles,
fundamentar as análises de necessidades e a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os
formulação de proposições para a área; filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo
XI - coordenar e manter atualizado o sistema
teto. (Redação dada pela Lei nº 12.435,
de cadastro de entidades e organizações de
de 2011)
assistência social, em articulação com os Estados,
os Municípios e o Distrito Federal; § 2o Para efeito de concessão do benefício de
prestação continuada, considera-se pessoa com
XII - articular-se com os órgãos responsáveis
deficiência aquela que tem impedimento de longo
pelas políticas de saúde e previdência social, bem
prazo de natureza física, mental, intelectual ou
como com os demais responsáveis pelas políticas
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
sócio-econômicas setoriais, visando à elevação do
barreiras, pode obstruir sua participação plena e
patamar mínimo de atendimento às necessidades
efetiva na sociedade em igualdade de condições
básicas;
com as demais pessoas. (Redação dada
XIII - expedir os atos normativos necessários pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
à gestão do Fundo Nacional de Assistência Social
(FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas

76
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Considera-se incapaz de prover a manutenção Governo Federal - Cadastro Único, conforme
da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja previsto em regulamento. (Incluído pela
renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um Medida Provisória nº 871, de 2019)
quarto) do salário-mínimo. (Redação dada
§ 13. O requerimento, a concessão e a revisão do
pela Lei nº 12.435, de 2011)
benefício ficam condicionados à autorização do
§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode requerente para acesso aos seus dados bancários,
ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro nos termos do disposto no inciso V do § 3º do art.
no âmbito da seguridade social ou de outro regime, 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de
salvo os da assistência médica e da pensão 2001 (Redação dada pela Medida
especial de natureza Provisória nº 871, de 2019) (Vigência)
indenizatória. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011)
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de
ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
longa permanência não prejudica o direito do idoso
continuidade das condições que lhe deram
ou da pessoa com deficiência ao benefício de
origem. (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998)
prestação continuada. (Redação dada
pela Lei nº 12.435, de 2011) § 1º O pagamento do benefício cessa no
momento em que forem superadas as condições
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
referidas no caput, ou em caso de morte do
avaliação da deficiência e do grau de impedimento
beneficiário.
de que trata o § 2o, composta por avaliação médica
e avaliação social realizadas por médicos peritos e § 2º O benefício será cancelado quando se
por assistentes sociais do Instituto Nacional de constatar irregularidade na sua concessão ou
Seguro Social - INSS. (Redação dada pela utilização.
Lei nº 12.470, de 2011)
§ 3o O desenvolvimento das capacidades
§ 7o Na hipótese de não existirem serviços no cognitivas, motoras ou educacionais e a realização
município de residência do beneficiário, fica de atividades não remuneradas de habilitação e
assegurado, na forma prevista em regulamento, o reabilitação, entre outras, não constituem motivo de
seu encaminhamento ao município mais próximo suspensão ou cessação do benefício da pessoa
que contar com tal estrutura. (Incluído com deficiência. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998) 12.435, de 2011)
§ 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 4º A cessação do benefício de prestação
§ 3o deverá ser declarada pelo requerente ou seu continuada concedido à pessoa com deficiência
representante legal, sujeitando-se aos demais não impede nova concessão do benefício, desde
procedimentos previstos no regulamento para o que atendidos os requisitos definidos em
deferimento do pedido. (Incluído pela Lei regulamento. (Redação dada pela Lei nº
nº 9.720, de 30.11.1998) 12.470, de 2011)
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio Art. 21-A. O benefício de prestação continuada
supervisionado e de aprendizagem não serão será suspenso pelo órgão concedente quando a
computados para os fins de cálculo da renda pessoa com deficiência exercer atividade
familiar per capita a que se refere o § 3o deste remunerada, inclusive na condição de
artigo. (Redação dada pela Lei nº microempreendedor
13.146, de 2015) (Vigência) individual. (Incluído pela Lei nº 12.470,
de 2011)
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo,
para os fins do § 2o deste artigo, aquele que § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade
produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) empreendedora de que trata o caput deste artigo e,
anos. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) quando for o caso, encerrado o prazo de
pagamento do seguro-desemprego e não tendo o
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o
beneficiário adquirido direito a qualquer benefício
caput deste artigo, poderão ser utilizados outros
previdenciário, poderá ser requerida a continuidade
elementos probatórios da condição de
do pagamento do benefício suspenso, sem
miserabilidade do grupo familiar e da situação de
necessidade de realização de perícia médica ou
vulnerabilidade, conforme
reavaliação da deficiência e do grau de
regulamento. (Incluído pela Lei nº
incapacidade para esse fim, respeitado o período
13.146, de 2015) (Vigência)
de revisão previsto no caput do art.
§ 12. São requisitos para a concessão, a 21. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
manutenção e a revisão do benefício as inscrições
§ 2o A contratação de pessoa com deficiência
no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF e no
como aprendiz não acarreta a suspensão do
Cadastro Único para Programas Sociais do

77
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
benefício de prestação continuada, limitado a 2 § 2o Na organização dos serviços da assistência
(dois) anos o recebimento concomitante da social serão criados programas de amparo, entre
remuneração e do benefício. (Incluído pela Lei nº outros: (Incluído pela Lei nº 12.435, de
12.470, de 2011) 2011)
I - às crianças e adolescentes em situação de risco
pessoal e social, em cumprimento ao disposto no
SEÇÃO II
art. 227 da Constituição Federal e na Lei no 8.069,
Dos Benefícios Eventuais de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente); (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011)
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as
II - às pessoas que vivem em situação de
provisões suplementares e provisórias que rua. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
integram organicamente as garantias do Suas e 2011)
são prestadas aos cidadãos e às famílias em
virtude de nascimento, morte, situações de
vulnerabilidade temporária e de calamidade
SEÇÃO IV
pública. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011) Dos Programas de Assistência Social
§ 1o A concessão e o valor dos benefícios de que
trata este artigo serão definidos pelos Estados,
Art. 24. Os programas de assistência social
Distrito Federal e Municípios e previstos nas
compreendem ações integradas e complementares
respectivas leis orçamentárias anuais, com base
com objetivos, tempo e área de abrangência
em critérios e prazos definidos pelos respectivos
definidos para qualificar, incentivar e melhorar os
Conselhos de Assistência
benefícios e os serviços assistenciais.
Social. (Redação dada pela Lei nº
12.435, de 2011) § 1º Os programas de que trata este artigo
serão definidos pelos respectivos Conselhos de
§ 2o O CNAS, ouvidas as respectivas
Assistência Social, obedecidos os objetivos e
representações de Estados e Municípios dele
princípios que regem esta lei, com prioridade para
participantes, poderá propor, na medida das
a inserção profissional e social.
disponibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas
de governo, a instituição de benefícios subsidiários § 2o Os programas voltados para o idoso e a
no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do integração da pessoa com deficiência serão
salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) devidamente articulados com o benefício de
anos de idade. (Redação dada pela Lei prestação continuada estabelecido no art. 20 desta
nº 12.435, de 2011) Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de
2011)
§ 3o Os benefícios eventuais subsidiários não
poderão ser cumulados com aqueles instituídos Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e
pelas Leis no 10.954, de 29 de setembro de 2004, e Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a
no 10.458, de 14 de maio de proteção social básica e consiste na oferta de
2002. (Redação dada pela Lei nº 12.435, ações e serviços socioassistenciais de prestação
de 2011) continuada, nos Cras, por meio do trabalho social
com famílias em situação de vulnerabilidade social,
com o objetivo de prevenir o rompimento dos
SEÇÃO III vínculos familiares e a violência no âmbito de suas
relações, garantindo o direito à convivência familiar
Dos Serviços
e comunitária. (Incluído pela Lei nº
12.435, de 2011)
Art. 23. Entendem-se por serviços Parágrafo único. Regulamento definirá as
socioassistenciais as atividades continuadas que diretrizes e os procedimentos do
visem à melhoria de vida da população e cujas Paif. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
ações, voltadas para as necessidades básicas, 2011)
observem os objetivos, princípios e diretrizes
Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e
estabelecidos nesta Lei. (Redação dada
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos
pela Lei nº 12.435, de 2011)
(Paefi), que integra a proteção social especial e
§ 1o O regulamento instituirá os serviços consiste no apoio, orientação e acompanhamento a
socioassistenciais. (Incluído pela Lei nº famílias e indivíduos em situação de ameaça ou
12.435, de 2011) violação de direitos, articulando os serviços
socioassistenciais com as diversas políticas

78
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
públicas e com órgãos do sistema de garantia de Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação
direitos. (Incluído pela Lei nº 12.435, de Comunitária (Funac), instituído pelo Decreto nº
2011) 91.970, de 22 de novembro de 1985, ratificado pelo
Decreto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de
Parágrafo único. Regulamento definirá as
1990, transformado no Fundo Nacional de
diretrizes e os procedimentos do
Assistência Social (FNAS).
Paefi. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) Art. 28. O financiamento dos benefícios,
serviços, programas e projetos estabelecidos nesta
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de
lei far-se-á com os recursos da União, dos Estados,
Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), de caráter
do Distrito Federal e dos Municípios, das demais
intersetorial, integrante da Política Nacional de
contribuições sociais previstas no art. 195 da
Assistência Social, que, no âmbito do Suas,
Constituição Federal, além daqueles que compõem
compreende transferências de renda, trabalho
o Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
social com famílias e oferta de serviços
socioeducativos para crianças e adolescentes que § 1o Cabe ao órgão da Administração Pública
se encontrem em situação de responsável pela coordenação da Política de
trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.435, de Assistência Social nas 3 (três) esferas de governo
2011) gerir o Fundo de Assistência Social, sob orientação
e controle dos respectivos Conselhos de
§ 1o O Peti tem abrangência nacional e será
Assistência Social. (Redação dada
desenvolvido de forma articulada pelos entes
pela Lei nº 12.435, de 2011)
federados, com a participação da sociedade civil, e
tem como objetivo contribuir para a retirada de § 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de
crianças e adolescentes com idade inferior a 16 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de
(dezesseis) anos em situação de trabalho, publicação desta lei, sobre o regulamento e
ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 funcionamento do Fundo Nacional de Assistência
(quatorze) anos. (Incluído pela Lei nº Social (FNAS).
12.435, de 2011)
§ 3o O financiamento da assistência social no Suas
§ 2o As crianças e os adolescentes em situação de deve ser efetuado mediante cofinanciamento dos 3
trabalho deverão ser identificados e ter os seus (três) entes federados, devendo os recursos
dados inseridos no Cadastro Único para Programas alocados nos fundos de assistência social ser
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a voltados à operacionalização, prestação,
devida identificação das situações de trabalho aprimoramento e viabilização dos serviços,
infantil. (Incluído pela Lei nº 12.435, programas, projetos e benefícios desta
de 2011) política. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011)
Art. 28-A (Revogado pela
SEÇÃO V
Lei nº 13.813, de 2019)
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da
União destinados à assistência social serão
automaticamente repassados ao Fundo Nacional
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da
de Assistência Social (FNAS), à medida que se
pobreza compreendem a instituição de forem realizando as receitas.
investimento econômico-social nos grupos
populares, buscando subsidiar, financeira e Parágrafo único. Os recursos de
tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, responsabilidade da União destinados ao
capacidade produtiva e de gestão para melhoria financiamento dos benefícios de prestação
das condições gerais de subsistência, elevação do continuada, previstos no art. 20, poderão ser
padrão da qualidade de vida, a preservação do repassados pelo Ministério da Previdência e
meio-ambiente e sua organização social. Assistência Social diretamente ao INSS, órgão
responsável pela sua execução e
Art. 26. O incentivo a projetos de
manutenção. (Incluído pela Lei nº 9.720,
enfrentamento da pobreza assentar-se-á em
de 30.11.1998)
mecanismos de articulação e de participação de
diferentes áreas governamentais e em sistema de Art. 30. É condição para os repasses, aos
cooperação entre organismos governamentais, não Municípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos
governamentais e da sociedade civil. recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e
funcionamento de:
CAPÍTULO V
I - Conselho de Assistência Social, de
Do Financiamento da Assistência Social
composição paritária entre governo e sociedade
civil;

79
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - Fundo de Assistência Social, com Das Disposições Gerais e Transitórias
orientação e controle dos respectivos Conselhos de
Assistência Social;
Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo
III - Plano de Assistência Social.
efetivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
Parágrafo único. É, ainda, condição para
Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60
transferência de recursos do FNAS aos Estados, ao
(sessenta) dias, a partir da publicação desta lei,
Distrito Federal e aos Municípios a comprovação
obedecidas as normas por ela instituídas, para
orçamentária dos recursos próprios destinados à
elaborar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre
Assistência Social, alocados em seus respectivos
a extinção e reordenamento dos órgãos de
Fundos de Assistência Social, a partir do exercício
assistência social do Ministério do Bem-Estar
de 1999. (Incluído pela Lei nº 9.720, de
Social.
30.11.1998)
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços,
formas de transferências de benefícios, serviços,
programas, projetos e benefícios eventuais, no que
programas, projetos, pessoal, bens móveis e
couber, e o aprimoramento da gestão da política de
imóveis para a esfera municipal.
assistência social no Suas se efetuam por meio de
transferências automáticas entre os fundos de § 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social
assistência social e mediante alocação de recursos indicará Comissão encarregada de elaborar o
próprios nesses fundos nas 3 (três) esferas de projeto de lei de que trata este artigo, que contará
governo. (Incluído pela Lei nº 12.435, de com a participação das organizações dos usuários,
2011) de trabalhadores do setor e de entidades e
organizações de assistência social.
Parágrafo único. As transferências automáticas de
recursos entre os fundos de assistência social Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e
efetuadas à conta do orçamento da seguridade vinte) dias da promulgação desta lei, fica extinto o
social, conforme o art. 204 da Constituição Federal, Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS),
caracterizam-se como despesa pública com a revogando-se, em conseqüência, os Decretos-Lei
seguridade social, na forma do art. 24 da Lei nºs 525, de 1º de julho de 1938, e 657, de 22 de
Complementar no 101, de 4 de maio de julho de 1943.
2000. (Incluído pela Lei nº 12.435, de
2011) § 1º O Poder Executivo tomará as
providências necessárias para a instalação do
Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e
pela utilização dos recursos do respectivo Fundo de a transferência das atividades que passarão à sua
Assistência Social o controle e o acompanhamento competência dentro do prazo estabelecido no
dos serviços, programas, projetos e benefícios, por caput, de forma a assegurar não haja solução de
meio dos respectivos órgãos de controle, continuidade.
independentemente de ações do órgão repassador
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput
dos recursos. (Incluído pela Lei nº
será transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias,
12.435, de 2011)
para o Conselho Nacional de Assistência Social
Art. 30-C. A utilização dos recursos federais (CNAS), que promoverá, mediante critérios e
descentralizados para os fundos de assistência prazos a serem fixados, a revisão dos processos de
social dos Estados, dos Municípios e do Distrito registro e certificado de entidade de fins
Federal será declarada pelos entes recebedores ao filantrópicos das entidades e organização de
ente transferidor, anualmente, mediante relatório assistência social, observado o disposto no art. 3º
de gestão submetido à apreciação do respectivo desta lei.
Conselho de Assistência Social, que comprove a
execução das ações na forma de Art. 34. A União continuará exercendo papel
regulamento. (Incluído pela Lei nº supletivo nas ações de assistência social, por ela
atualmente executadas diretamente no âmbito dos
12.435, de 2011)
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
Parágrafo único. Os entes transferidores poderão visando à implementação do disposto nesta lei, por
requisitar informações referentes à aplicação dos prazo máximo de 12 (doze) meses, contados a
recursos oriundos do seu fundo de assistência partir da data da publicação desta lei.
social, para fins de análise e acompanhamento de
sua boa e regular utilização. (Incluído Art. 35. Cabe ao órgão da Administração
Pública Federal responsável pela coordenação da
pela Lei nº 12.435, de 2011)
Política Nacional de Assistência Social operar os
benefícios de prestação continuada de que trata
esta lei, podendo, para tanto, contar com o
CAPÍTULO VI

80
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
concurso de outros órgãos do Governo Federal, na § 2º É assegurado ao maior de setenta anos
forma a ser estabelecida em regulamento. e ao inválido o direito de requerer a renda mensal
vitalícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995,
Parágrafo único. O regulamento de que trata o
desde que atenda, alternativamente, aos requisitos
caput definirá as formas de comprovação do direito
estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do art.
ao benefício, as condições de sua suspensão, os
139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de
procedimentos em casos de curatela e tutela e o
1991. (Redação dada pela Lei nº 9.711,
órgão de credenciamento, de pagamento e de
de 20.11.1998
fiscalização, dentre outros aspectos.
Art. 40-A. Os benefícios monetários
Art. 36. As entidades e organizações de
decorrentes do disposto nos arts. 22, 24-C e 25
assistência social que incorrerem em
desta Lei serão pagos preferencialmente à mulher
irregularidades na aplicação dos recursos que lhes
responsável pela unidade familiar, quando
foram repassados pelos poderes públicos terão a
cabível. (Incluído pela Lei nº 13.014, de
sua vinculação ao Suas cancelada, sem prejuízo de
2014)
responsabilidade civil e
penal. (Redação dada pela Lei nº Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua
12.435, de 2011) publicação.
Art. 37. O benefício de prestação continuada Art. 42. Revogam-se as disposições em
será devido após o cumprimento, pelo requerente, contrário.
de todos os requisitos legais e regulamentares
exigidos para a sua concessão, inclusive
apresentação da documentação necessária, Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da
devendo o seu pagamento ser efetuado em até Independência e 105º da República.
quarenta e cinco dias após cumpridas as
exigências de que trata este ITAMAR FRANCO
artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.720, Jutahy Magalhães Júnior
de 30.11.1998) (Vide Lei nº 9.720, de
30.11.1998)
Parágrafo único. No caso de o primeiro
pagamento ser feito após o prazo previsto no
caput, aplicar-se-á na sua atualização o mesmo
critério adotado pelo INSS na atualização do Anotações:
primeiro pagamento de benefício previdenciário em
atraso. (Incluído pela Lei nº 9.720, de
30.11.1998)
Art. 38. (Revogado pela Lei nº
12.435, de 2011)
Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência
Social (CNAS), por decisão da maioria absoluta de
seus membros, respeitados o orçamento da
seguridade social e a disponibilidade do Fundo
Nacional de Assistência Social (FNAS), poderá
propor ao Poder Executivo a alteração dos limites
de renda mensal per capita definidos no § 3º do art.
20 e caput do art. 22.
Art. 40. Com a implantação dos benefícios
previstos nos arts. 20 e 22 desta lei, extinguem-se
a renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o
auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdência
Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991.
§ 1º A transferência dos benefíciários do
sistema previdenciário para a assistência social
deve ser estabelecida de forma que o atendimento
à população não sofra solução de
continuidade. (Redação dada pela Lei nº
9.711, de 20.11.1998

81
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (PNAS)

Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004


dezembro de 2003, e denota o compromisso do
O Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, MDS/SNAS e do CNAS em materializar as
considerando a apresentação de proposta da diretrizes da Lei Orgânica da Assistência Social -
Política Nacional de Assistência Social - PNAS pelo LOAS.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a
Fome - MDS em 23 de junho, considerando a A versão preliminar foi apresentada ao CNAS, em
realização de Reuniões Descentralizadas e 23 de junho de 2004, pelo MDS/SNAS tendo sido
Ampliadas do Conselho para discussão e amplamente divulgada e discutida em todos os
construção coletiva do texto final da PNAS Estados brasileiros nos diversos encontros,
ocorridas respectivamente em 21 e 22 de julho de seminários, reuniões, oficinas e palestras que
2004 na cidade de Aracaju e em 21 e 22 de garantiram o caráter democrático e descentralizado
setembro de 2004, no Distrito Federal e, do debate envolvendo um grande contingente de
considerando o disposto no artigo 18, incisos I, II, pessoas em cada Estado deste país. Este processo
IV da Lei 8.742 de 7 de dezembro de 1993, culminou com um amplo debate na Reunião
RESOLVE: Descentralizada e Participativa do CNAS realizada
entre os dias 20 e 22 de setembro de 2004, onde
Art. 1º - Aprovar, em reunião do Colegiado de 22 de foi aprovada, por unanimidade, por aquele
setembro de 2004 , por unanimidade dos colegiado.
Conselheiros a Política Nacional de Assistência Ressalta-se a riqueza desse processo, com
Social. inúmeras contribuições recebidas dos Conselhos
de Assistência Social, do Fórum Nacional de
Art. 2º - Aprovar, na reunião do Colegiado de 14 de Secretários de Assistência Social – FONSEAS, do
outubro de 2004, por unanimidade dos Colegiado de Gestores Nacional, Estaduais e
Conselheiros o texto final discutido e elaborado Municipais de Assistência Social, Associações de
pelo grupo de trabalho – GT/PNAS constituído pela Municípios, Fóruns Estaduais, Regionais,
Resolução N.º 78, de 22 de junho de 2004, Governamentais e Não-governamentais,
publicada no D.O.U., de 02 de julho de 2004. Secretarias Estaduais, do Distrito Federal e
Municipais de Assistência Social, Universidades e
Art. 3º - O texto da Política Nacional aprovado Núcleos de Estudos, entidades de assistência
constituirá o Anexo I da presente Resolução. social, estudantes de Escolas de Serviço Social,
Escola de gestores da Assistência Social, além de
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário. pesquisadores, estudiosos da área e demais
sujeitos anônimos.
Art. 5º - Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação. Tal conquista, em tão breve tempo, leva a uma
rápida constatação: a disponibilidade e o anseio
MARCIA MARIA BIONDI PINHEIRO Presidente do dos atores sociais em efetivá-la como política
CNAS pública de Estado, definida em Lei. Muitos, às
vezes e ainda, confundem a assistência social com
clientelismo, assistencialismo, caridade ou ações
APRESENTAÇÃO pontuais, que nada têm a ver com políticas públicas
e com o compromisso do Estado com a sociedade.
A decisão do Ministério do Desenvolvimento Social O MDS/SNAS e o CNAS estão muito empenhados
e Combate à Fome - MDS, por intermédio da em estabelecer políticas permanentes e agora com
Secretaria Nacional de Assistência Social – SNAS a perspectiva prioritária de implantar o SUAS, para
e do Conselho Nacional de Assistência Social – integrar o governo federal com os Estados, Distrito
CNAS, de elaborar, aprovar e tornar pública a Federal e Municípios em uma ação conjunta. Com
presente Política Nacional de Assistência Social – isso, busca-se impedir políticas de protecionismo,
PNAS, demonstra a intenção de construir garantindo aquelas estabelecidas por meio de
coletivamente o redesenho desta política, na normas jurídicas universais. Este é o compromisso
perspectiva de implementação do Sistema Único do MDS, que integra três frentes de atuação na
de Assistência Social – SUAS. Esta iniciativa, defesa do direito à renda, à segurança alimentar e
decididamente, traduz o cumprimento das à assistência social, compromisso também do
deliberações da IV Conferência Nacional de CNAS.
Assistência Social, realizada em Brasília, em

82
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A Política Nacional de Assistência Social ora
aprovada expressa exatamente a materialidade do A IV Conferência Nacional de Assistência Social,
conteúdo da Assistência Social como um pilar do realizada em dezembro/2003, em Brasília/DF,
Sistema de Proteção Social Brasileiro no âmbito da apontou como principal deliberação a construção e
Seguridade Social. implementação do Sistema Único da Assistência
Social – SUAS, requisito essencial da LOAS para
Este é um momento histórico e assim devemos dar efetividade à assistência social como política
concebê-lo, ensejando todos os esforços na pública.
operacionalização desta política. Trata-se,
portanto, de transformar em ações diretas os Desencadear a discussão e o processo de
pressupostos da Constituição Federal de 1988 e da reestruturação orgânica da política pública de
LOAS, por meio de definições, de princípios e de assistência social na direção do SUAS, ampliando
diretrizes que nortearão sua implementação, e resignificando o atual sistema descentralizado e
cumprindo uma urgente, necessária e nova agenda participativo, é retrato, portanto, do compromisso
para a cidadania no Brasil. conjunto do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome e demais gestores da política de
PATRUS ANANIAS DE SOUSA assistência social, à frente das secretarias
Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à estaduais, do Distrito Federal e municipais, da
Fome potencialização de todos os esforços políticos e
MÁRCIA HELENA CARVALHO LOPES Secretária administrativos necessários ao enfrentamento das
Nacional de Assistência Social grandes e crescentes demandas sociais, e dos
inéditos compromissos políticos assumidos pelo
MARCIA MARIA BIONDI PINHEIRO Presidente do novo governo federal. Nessa direção, a presente
Conselho Nacional de Assistência Social Política Nacional de Assistência Social – PNAS
busca incorporar as demandas presentes na
sociedade brasileira no que tange à
INTRODUÇÃO responsabilidade política, objetivando tornar claras
suas diretrizes na efetivação da assistência social
Ao se considerar as condições políticas e como direito de cidadania e responsabilidade do
institucionais, reunidas nestes quase onze anos de Estado. A gestão proposta por esta Política pauta-
LOAS, cabe relembrar os avanços conquistados se no pacto federativo, no qual devem ser
pela sociedade brasileira na construção da política detalhadas as atribuições e competências dos três
de assistência social, decorrência de seu níveis de governo na provisão das ações
reconhecimento como direito do cidadão e de socioassistenciais, em conformidade com o
responsabilidade do Estado. preconizado na LOAS e NOB1, a partir das
indicações e deliberações das Conferências, dos
A última década significou a ampliação do Conselhos e das Comissões de Gestão
reconhecimento pelo Estado, no esteio da luta da Compartilhada (Comissões Intergestoras Tripartite
sociedade brasileira, dos direitos de crianças, e Bipartites – CIT e CIB’s), as quais se constituem
adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. em espaços de discussão, negociação e pactuação
Hoje, o Beneficio de Prestação Continuada – BPC, dos instrumentos de gestão e formas de
caminha para a sua universalização, com impactos operacionalização da Política de Assistência
relevantes na redução da pobreza no País. Social. Frente ao desafio de enfrentar a questão
Observa-se um crescimento progressivo dos social, a descentralização permitiu o
gastos públicos, nas três esferas de governo, no desenvolvimento de formas inovadoras e criativas
campo da assistência social. A alta capilaridade na sua implementação, gestão,
institucional descentralizada, alcançada com a 1 A NOB em vigência é a editada no ano de 1999,
implementação de secretarias próprias na grande com base na então Política Nacional. A partir da
maioria dos municípios do país (mais de 4.500), e aprovação desta nova proposta de Política, far-se-
em todos os Estados da federação e no Distrito á imprescindível sua revisão, para que atenda às
Federal, reflete uma expressiva capacidade de previsões instituídas. 8
construção e assimilação progressiva de monitoramento, avaliação e informação. No
procedimentos técnicos e operacionais, entanto, a compreensão de que a gestão
homogêneos e simétricos para a prestação dos democrática vai muito além de inovação gerencial
serviços socioassistenciais, para o financiamento e ou de novas tecnologias é bastante limitada neste
para a gestão da política de assistência social em país. A centralização ainda é uma marca a ser
seus diferentes níveis governamentais: União, superada. Junto ao processo de descentralização,
Estados, Distrito Federal e Municípios. a Política Nacional de Assistência Social traz sua
marca no reconhecimento de que para além das
Contudo, a consolidação da assistência social demandas setoriais e segmentadas, o chão onde
como política pública e direito social, ainda exige o se encontram e se movimentam setores e
enfrentamento de importantes desafios. segmentos, faz diferença no manejo da própria

83
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
política, significando considerar as desigualdades resultados, visando o aprimoramento e a sintonia
socioterritoriais na sua configuração. Faz-se da política com o direito social. Trata-se de pensar
relevante nesse processo, a constituição da rede de políticas de monitoramento e avaliação como
serviços que cabe à assistência social prover, com táticas de ampliação e de fortificação do campo
vistas a conferir maior eficiência, eficácia e assistencial.
efetividade em sua atuação específica e na atuação
intersetorial, uma vez que somente assim se torna
possível estabelecer o que deve ser de iniciativa 1 ANÁLISE SITUACIONAL
desta política pública e em que deve se colocar
como parceira na execução. Para tanto, propõe-se A Assistência Social como política de proteção
a regulamentação dos artigos 2º e 3º, da LOAS, social configura-se como uma nova situação para o
para que se identifiquem as ações de Brasil. Ela significa garantir a todos que dela
responsabilidade direta da assistência social e as necessitam, e sem contribuição prévia a provisão
em que atua em co-responsabilidade. dessa proteção. Essa perspectiva significaria
aportar quem, quantos, quais e onde estão os
A forma de gestão no sistema descentralizado e brasileiros demandatários de serviços e atenções
participativo proposto pela LOAS, em seu capítulo de assistência social. Numa nova situação, não
III, artigo 6º, implica na participação popular, na dispõe de imediato e pronto a análise de sua
autonomia da gestão municipal, potencializando a incidência. A opção que se construiu para exame
divisão de responsabilidades e no co-financiamento da política de assistência social na realidade
entre as esferas de governo e a sociedade civil. brasileira parte então da defesa de um certo modo
Como conseqüência da concepção de Estado de olhar e quantificar a realidade, a partir de:
mínimo e de política pública restritiva de direitos,
deu-se a precarização do trabalho e a falta de ƒ Uma visão social inovadora, dando continuidade
renovação de quadros técnicos, criando enorme ao inaugurado pela Constituição Federal de 1988 e
defasagem de profissionais qualificados; com um pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993,
enorme contingente de pessoal na condição de pautada na dimensão ética de incluir “os invisíveis”,
prestadores de serviços, sem estabilidade de os transformados em casos individuais, enquanto
emprego, sem direitos trabalhistas e sem de fato são parte de uma situação social coletiva;
possibilidade de continuidade das atividades. as diferenças e os diferentes, as disparidades e as
desigualdades.
Essa é uma realidade geral, encontrada tanto em
nível nacional, estadual e municipal. Por fim, a ƒ Uma visão social de proteção, o que supõe
Política Nacional de Assistência Social na conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais a
perspectiva do Sistema Único de Assistência Social que estão sujeitos, bem como os recursos com que
ressalta o campo da informação, monitoramento e conta para enfrentar tais situações com menor dano
avaliação, salientando que as novas tecnologias da pessoal e social possível. Isto supõe conhecer os
informação e a ampliação das possibilidades de riscos e as possibilidades de enfrentá-los.
comunicação contemporânea têm um significado,
um sentido técnico e político, podendo e devendo ƒ Uma visão social capaz de captar as diferenças
ser consideradas como veios estratégicos para sociais, entendendo que as circunstâncias e os
uma melhor atuação no tocante às políticas sociais requisitos sociais circundantes do indivíduo e dele
e a nova concepção do uso da informação, do em sua família são determinantes para sua
monitoramento e da avaliação no campo da política proteção e autonomia. Isto exige confrontar a leitura
de assistência social. macro social com a leitura micro social.

Tal empreendimento deve sobrelevar a prática do ƒ Uma visão social capaz de entender que a
controle social, o que, nessa área em particular, população tem necessidades, mas também
adquire uma relevância crucial, já que o atributo possibilidades ou capacidades que devem e podem
torpe de campo de favores políticos e caridade, ser desenvolvidas. Assim, uma análise de situação
agregado historicamente a esta área, deve ser não pode ser só das ausências, mas também das
minado pelo estabelecimento de um novo estágio, presenças até mesmo como desejos em superar a
feito de estratégias e determinações que suplantem situação atual.
política e tecnicamente o passado. Esta nova
qualidade precisa favorecer um nível maior de ƒ Uma visão social capaz de identificar forças e não
precisão, tanto no que tange ao conhecimento dos fragilidades que as diversas situações de vida
componentes que a geram, e que precisam ser possua.
conhecidos abundantemente, como aos dados e as
conseqüências que a política produz. Isto vai incidir Tudo isso significa que a situação atual para a
em outras condições para a sua ação, no construção da política pública de assistência social
estabelecimento de escopos ampliados, e precisa levar em conta três vertentes de proteção
contribuir para uma outra mensagem de seus

84
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
social: as pessoas, as suas circunstâncias e dentre informações da Pesquisa Nacional por Amostra de
elas seu núcleo de apoio primeiro, isto é, a família. Domicílios PNAD de 2002, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE, bem como o Atlas
A proteção social exige a capacidade de maior de Desenvolvimento Humano 2002, e tendo a
aproximação possível do cotidiano da vida das Política de Assistência Social assumido a
pessoas, pois é nele que riscos, vulnerabilidades se centralidade sócio-familiar no âmbito de suas
constituem. ações, cabe reconhecer a dinâmica demográfica e
Sob esse princípio é necessário relacionar as sócio-econômica associadas aos processos de
pessoas e seus territórios, no caso os municípios exclusão/inclusão social, vulnerabilidade aos riscos
que, do ponto de vista federal, são a menor escala pessoais e sociais em curso no Brasil, em seus
administrativa governamental. O município, por sua diferentes territórios. Tendo em vista que
vez, poderá ter territorialização intra-urbanas, já na normalmente essas informações permitem no
condição de outra totalidade que não é a nação. A máximo o reconhecimento por estado brasileiro, e
unidade sócio familiar por sua vez, permite o exame considerando o fato de que o modelo de
da realidade a partir das necessidades, mas desigualdade socioterritorial do país se reproduz na
também dos recursos de cada núcleo/domicílio. dinâmica das cidades, também se faz necessário
um panorama desses territórios, espaços
O conhecimento existente sobre as demandas por privilegiados de intervenção da política de
proteção social é genérico, pode medir e classificar assistência social.
as situações do ponto de vista nacional, mas não
explicá-las. Este objetivo deverá ser parte do Dessa forma, a presente análise situacional
alcance da política nacional em articulação com buscará também compreender algumas
estudos e pesquisas. características desse universo de mais de 5.500
cidades brasileiras. Os dados gerais do país
A nova concepção de assistência social como permitem uma análise situacional global e
direito à proteção social, direito à seguridade social, sugerem, ao mesmo tempo, a necessidade de
tem duplo efeito: o de suprir sob dado padrão pré- confrontá-los com a realidade que se passa no
definido um recebimento e o de desenvolver âmbito dos municípios brasileiros, considerando
capacidades para maior autonomia. Neste sentido pelo menos seus grandes grupos:
ela é aliada ao desenvolvimento humano e social e
não tuteladora ou assistencialista, ou ainda, tão só ƒ municípios pequenos 1 : com população até
provedora de necessidades ou vulnerabilidades 20.000 habitantes
sociais. O desenvolvimento depende também de
capacidade de acesso, vale dizer da redistribuição, ƒ municípios pequenos 2 : com população entre
ou melhor, distribuição dos acessos a bens e 20.001 a 50.000 habitantes
recursos; isto implica em um incremento das
capacidades de famílias e indivíduos. ƒ municípios médios: com população entre 50.001
a 100.000 habitantes
A Política Nacional de Assistência Social se
configura necessariamente na perspectiva ƒ municípios grandes: com população entre
socioterritorial, tendo os mais de 5.500 municípios 100.001 a 900.000 habitantes
brasileiros como suas referências privilegiadas de
análise, pois se trata de uma política pública, cujas ƒ metrópoles: com população superior a 900.000
intervenções se dão essencialmente nas habitantes
capilaridades dos territórios. Essa característica
peculiar da política tem exigido cada vez mais um Aspectos Demográficos
reconhecimento da dinâmica que se processa no
cotidiano das populações. A dinâmica populacional é um importante indicador
para a política de assistência social, pois ela está
Por sua vez, ao agir nas capilaridades dos intimamente relacionada com o processo
territórios e se confrontar com a dinâmica do real, econômico estrutural de valorização do solo em
no campo das informações, essa política inaugura todo território nacional, destacando-se a alta taxa
uma outra perspectiva de análise ao tornar visíveis de urbanização, especialmente nos municípios de
aqueles setores da sociedade brasileira médio e grande porte e nas metrópoles. Estes
tradicionalmente tidos como invisíveis ou excluídos últimos espaços urbanos passaram a ser
das estatísticas – população em situação de rua, produtores e reprodutores de um intenso processo
adolescentes em conflito com a lei, indígenas, de precarização das condições de vida e de viver,
quilombolas, idosos, pessoas com deficiência. da presença crescente do desemprego e da
informalidade, de violência, da fragilização dos
Nessa direção, tendo como base informações do vínculos sociais e familiares, ou seja, da produção
Censo Demográfico de 2000 e da Síntese de e reprodução da exclusão social, expondo famílias
Indicadores Sociais - 2003, elaborados a partir das e indivíduos a situações de risco e vulnerabilidade.

85
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
período fértil (número médio de filhos que uma
A Política Nacional de Assistência Social prevê na mulher teria ao final do seu período fértil).
caracterização dos municípios brasileiros a
presença das metrópoles, identificadas como as A queda da fecundidade e natalidade tem
cidades com mais de 900 mil habitantes, que provocado importantes transformações na
embora, numericamente, sejam contadas em composição etária da população brasileira, como
apenas 15 cidades, sua população total estreitamento da base da pirâmide etária, com a
corresponde a 20% de toda população brasileira. redução do contingente de crianças e adolescentes
até 14 anos e o alargamento do topo, com o
Aponta-se também em 20% o percentual dos que aumento da população idosa.
vivem no conjunto dos 4.020 municípios
considerados pequenos (com até O Brasil apresenta um dos maiores índices de
20.000habitantes). Juntos, portanto, esses dois desigualdade do mundo, quaisquer que sejam as
extremos representam 40% de toda população medidas utilizadas. Segundo Instituto de Pesquisas
brasileira. Significa dizer, em outras palavras, que Aplicadas - IPEA, em 2002, os 50% mais pobres
40% da população encontram-se vivendo em dois detinham 14,4% do rendimento e o 1% mais ricos,
contextos totalmente diversos do ponto de vista da 13,5% do rendimento.
concentração populacional, mas seus contextos
apresentam situações de vulnerabilidades e riscos A questão central a ser considerada é que esse
sociais igualmente alarmantes, justamente por modelo de desigualdade do país ganha expressão
apresentarem territórios marcados pela quase total concreta no cotidiano das cidades, cujos territórios
ausência ou precária presença do Estado. internos (bairros, distritos, áreas censitárias ou de
planejamento) tendem a apresentar condições de
Os pequenos municípios expressam uma vida também desiguais.
característica dispersiva no território nacional e
ainda com boa parte de sua população vivendo em Porém, ainda considerando as medidas de pobreza
áreas rurais (45% da população). E as metrópoles (renda per capita inferior a ½ salário mínimo) e
pela complexidade e alta desigualdade interna, indigência (renda per capita inferior a ¼ do salário
privilegiando alguns poucos territórios em mínimo) pelo conjunto dos municípios brasileiros, já
detrimento daqueles especialmente de áreas de é possível observar as diferenças de concentração
fronteira e proteção de mananciais. da renda entre os municípios, o que supõe a
necessidade de conjugar os indicadores de renda a
Seguindo a análise demográfica por município, vale outros relativos às condições de vida de cada
notar que embora a tendência de urbanização se localidade.
verifique na média das regiões brasileiras, a sua
distribuição entre os municípios apresenta um Nota-se que, em termos percentuais, os municípios
comportamento diferenciado, considerando o porte pequenos concentram mais população em
populacional. condição de pobreza e indigência do que os
municípios médios, grandes ou metrópoles.
Além do fato dos municípios de porte pequeno 1
(até 20.000 habitantes) apresentarem ainda 45% Do ponto de vista da concentração absoluta as
de sua população vivendo em áreas rurais, vale diferenças diminuem, mas os pequenos municípios
lembrar também que esses municípios na sua totalidade terminam também concentrando
representam 73% dos municípios brasileiros, ou mais essa população. Porém, considerando que
seja a grande maioria das cidades brasileiras essa população se distribui nos mais de 4.000
caracteriza-se como de pequeno porte. municípios, termina ocorrendo uma dispersão da
concentração, invertendo o grau de concentração
Em contraponto, apenas 3% da população das da população em pobreza e indigência, recaindo
metrópoles encontram-se em áreas consideradas sobre os grandes municípios e as metrópoles.
rurais, ficando 97% dos seus moradores na zona
urbana. Essas nuances demográficas apontam a A Família e Indivíduos
necessidade dos Centros de Referência de
Assistência Social considerarem as dinâmicas A família brasileira vem passando por
internas que cada tipo de município, face à transformações ao longo do tempo. Uma delas
natureza de sua concentração populacional aliada refere-se à pessoa de referência da família. Da
às condições socioeconômicas. década passada até 2002 houve um crescimento
de 30% da participação da mulher como pessoa de
O crescimento relativo da população brasileira vem referência da família.
diminuindo desde a década de 70. A taxa de
natalidade declinou de 1992 a 2002 de 22,8% para Em 1992, elas eram referência para
21%, bem como a taxa de fecundidade total, que aproximadamente 22% das famílias brasileiras, e
declinou de 2,7 para 2,4 filhos por mulher em em 2002, passaram a ser referência para próximo

86
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de 29% das famílias. Esta tendência de remuneradas representavam o contigente maior,
crescimento ocorreu de forma diferente entre as 56,5% e 47,5% respectivamente.
regiões do País e foi mais acentuada nas regiões
metropolitanas. Em Salvador, 42,2% das famílias As crianças e adolescentes empregados
tinham na mulher sua referência. Em Belém eram representavam o maior contigente no Sudeste,
39,8% e em Recife 37,1%. Entre as Grandes Centro-Oeste e Norte, 54,6%, 50,9 e 38,6%
Regiões, o Norte apresentava a maior proporção de respectivamente. O trabalho doméstico entre as
famílias com este perfil, 33,4% e, o Sul, a menor, crianças e adolescente de 5 a 17 anos de idade era
25,5%. Entre as Unidades Federadas, em um dos mais freqüente na região Norte, Centro-Oeste e
extremos estava o Amapá com 41,1% e, no outro, Sudeste, com taxas acima da média nacional,
o Mato Grosso com 21,9% das famílias cuja pessoa 18,6%, 12,6% e 9,7% respectivamente. No Estado
de referência é a mulher. de Roraima, em 2002, 25,1% das crianças e
adolescente ocupados eram trabalhadores
domésticos. No Amapá eram 23,5% e no Pará
Proteção Integral 19,6%. Entre as Regiões Metropolitanas, a de
Belém se destaca com 22,6% de crianças e
adolescentes trabalhadores domésticos.
• Crianças, adolescentes e jovens

Entre as famílias brasileiras com crianças, 36,3%


tinham rendimento per capita familiar de até 1/2
salário mínimo e 62,6% até 1 salário mínimo. Entre • Gravidez na Adolescência
as crianças de 7 a 14 anos de idade, faixa etária
correspondente ao ensino fundamental, a O comportamento reprodutivo das mulheres
desigualdade era menor entre ricos e pobres. brasileiras vem mudando nos últimos anos, com
aumento da participação das mulheres mais jovens
Entre as crianças de famílias mais pobres, a taxa no padrão de fecundidade do país. Chama a
de escolarização era de 93,2% e, entre as mais atenção o aumento da proporção de mães com
ricas, de 99,7%. Por outro ângulo de análise, morar idades abaixo dos 20 anos. Este aumento é
em municípios com até 100.000 habitantes se tem verificado tanto na faixa de 15 a 19 anos de idade
mais chance de ter crianças de 7 a 14 anos fora da como na de 10 a 14 anos de idade da mãe. A
escola (entre 7 e 8%) do que morar nos grandes gravidez na adolescência é considerada de alto
municípios ou metrópoles, onde o percentual varia risco, com taxas elevadas de mortalidade materna
entre 2 a 4%. e infantil.

Uma variável considerada importante e que Do ponto de vista percentual a distância entre os
influenciaria a defasagem escolar seria o tamanhos dos municípios aparenta não ser
rendimento familiar per capita. Entre a população significativa quanto à concentração de
com 25 anos ou mais, a média de anos de estudo adolescentes mães entre 15 a 17 anos no Brasil,
dos mais pobres era, em 2002, de 3,4 anos e, entre variando entre 7 a 9% do total dessa faixa etária.
os mais ricos de 10,3 anos de estudo. Porém, em concentração absoluta distribuída pelo
total de municípios classificados pelo grupo
Por outro lado, tomando o tamanho dos municípios, populacional, o quadro é bem diferente, ficando 200
a defasagem escolar também varia segundo o vezes maior a presença de adolescentes mães nas
mesmo indicador, sendo maior nos municípios metrópoles do que nos municípios pequenos. Já o
pequenos, onde a média de anos de estudos fica segundo grupo de municípios pequenos (entre
em 4 anos e nos de grande porte ou metrópoles 20.000 a 50.000 habitantes) apresenta 4 vezes
essa média sobe para 6 a quase 8 anos de estudos. mais adolescentes mães do que o primeiro grupo
Ou seja, para além da renda, o tamanho dos de municípios pequenos (até 20.000 habitantes).
municípios também pode interferir no indicador de
defasagem escolar.
Eqüidade
• Trabalho de crianças e adolescentes

Dos 5,4 milhões de crianças e adolescentes • Idosos


ocupados, em 2002, 41,8% estavam em atividades
não remuneradas, 36,1% estavam empregados, Segundo a PNAD - 2002, a população idosa
9% eram trabalhadores domésticos, 6,7% (pessoas com 60 ou mais anos de idade) era
trabalham por conta própria e, apenas 0,1% era aproximadamente de 16 milhões de pessoas,
empregadores. No Nordeste e no Sul as crianças e correspondendo a 9,3% da população brasileira.
adolescentes ocupados em atividades não

87
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Considerando o aumento da expectativa de vida, as enquanto as incapacidades, as doenças mentais,
projeções apontam para uma população de idosos, paraplegias e as mutilações estão mais
em 2020, de 25 milhões de pessoas, representando relacionadas aos problemas de nascença,
11,4% da população total brasileira. acidentes e violência urbana, mais prevalente entre
homens jovens.
Esse aumento considerável da participação da
população idosa, produzirá importantes impactos e Segundo o Censo Demográfico de 2000, 32,02%
transformações nas políticas públicas, da população estava abaixo da linha de pobreza,
principalmente saúde, previdência e assistência ou seja, tinham rendimento familiar per capita
social. A distribuição da população com mais de 65 inferior a 1/2 salário mínimo. Entre as PPDs,
anos nos municípios brasileiros, apresenta uma 29,05% estavam abaixo da linha da pobreza.
média percentual equilibrada em torno de 6%, não Preocupante era a situação das PPIs, com 41,62%
havendo discrepância sob esse ponto de vista entre em situação de pobreza. Entre as PPDs a taxa de
os tamanhos dos municípios. pobreza é inferior à da população total. Este
resultado pode estar associado à atuação do
Em termos absolutos, embora também fiquem na Estado, pela transferência de renda oriundas da
totalidade em torno de 2 milhões de pessoas nos assistência social e da previdência social. Ainda na
grupos dos municípios, quando se distribui essa perspectiva da equidade, a política de assistência
concentração por unidade municipal, a maior social atua com outros segmentos sujeitos a
variação fica entre uma média de 545 idosos nos maiores graus de riscos sociais, como a população
municípios pequenos até 149.000 idosos nas em situação de rua, indígenas, quilombolas,
metrópoles. adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda
não fazem parte de uma visão de totalidade da
Em 2002, a maioria dos idosos brasileiros era de sociedade brasileira. Tal ocultamento dificulta a
aposentados ou pensionistas, 77,7%. Muitos ainda construção de uma real perspectiva de sua
trabalham, 30,4%, desempenhando um papel presença no território brasileiro, no sentido de
importante para a manutenção da família. subsidiar o direcionamento de metas das políticas
No Brasil, das pessoas com idade de 60 ou mais públicas.
anos, 64,6% eram referências para as famílias.
Destes, 61,5% eram homens e 38,5% mulheres. • Investimento da assistência social na esfera
Um dado preocupante refere-se ao tipo de família pública
dos idosos. No Brasil, 12,1% dos idosos faziam
parte de famílias unipessoais, ou seja, moravam Com base nas informações disponibilizadas pelo
sozinhos. Tesouro Nacional, considerando somente o
financiamento público nas ações de Assistência
• Pessoas com deficiência Social no Brasil, seguem os números agregados
por entes federativos.
Os dados aqui apresentados são baseados na
publicação Retratos da Deficiência no Brasil, Em 2002, foram investidos R$ 9,9 bilhões de
elaborado em 2003 pelo Centro de Políticas Sociais recursos públicos classificados na função
do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação orçamentária de código 08 - “Assistência Social”4.
Getúlio Vargas, com base nas informações do Destes, os Municípios participaram com R$ 3,1
Censo Demográfico de 2000. Segundo este censo, bilhões, incluídos aqui R$ 1 bilhão que o Fundo
o Brasil possuía, em 2000, aproximadamente 24,6 Nacional de Assistência Social - FNAS transferiu
milhões de pessoas com alguma deficiência, para os Municípios. Os Estados e o Distrito Federal
correspondendo a 14,48% do total da população. A declararam gastos da ordem de R$ 2 bilhões,
região nordeste possuía a maior porcentagem de sendo que, destes, R$ 611 milhões foram recursos
deficientes, 16,8%. O Sudeste, a menor, 13,06% recebidos do FNAS.
(Tabela 8).
O Governo Federal realizou uma execução
Diferentemente dos censos realizados orçamentária de R$ 6,5 bilhões com Assistência
anteriormente, o Censo Demográfico de 2000, Social. Mas como repassou R$ 1,6 bilhões aos
elaborou um levantamento mais detalhado dos Estados, ao Distrito Federal e Municípios, a União
universos das pessoas com deficiência, gastou diretamente R$ 4,9 bilhões na função 08.
introduzindo graus diversos de severidade das Em 2003, foram investidos R$ 12,3 bilhões de
deficiências, incluindo na análise pessoas com recursos públicos classificados na mesma função
alguma dificuldade, grande dificuldade e orçamentária. Destes, os Municípios participaram
incapacidade de ouvir, enxergar e andar, bem como com R$ 3,6 bilhões, incluídos aqui R$ 1 bilhão
as pessoas com limitações mentais e físicas. repassado pelo FNAS.

Considerando as deficiências em geral, sua Os Estados e o Distrito Federal declararam ter


incidência está mais associada aos ciclos de vida, gasto R$ 2,2 bilhões, sendo que, destes, R$ 800

88
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
milhões foram recursos recebidos do FNAS. O para todas as Unidades da Federação. Esta
Governo Federal executou R$ 8,4 bilhões, dos discrepância também acontece quando se analisa
quais gastou diretamente R$ 6,6 bilhões na função o balanço dos Municípios.
08, tendo repassado R$ 1,8 bilhões a Estados,
Distrito Federal e Municípios. Portanto, em termos Em 2002, de 4.825 Municípios que apresentaram
nominais, os Estados (incluindo o Distrito Federal - as contas ao Tesouro Nacional, apenas 1.952
DF) ampliaram em 10% as despesas com apontaram receitas dessa natureza, enquanto o
Assistência Social. Os Municípios, por sua vez, FNAS transferiu recursos para 4.913 Municípios
elevaram em 16% seus gastos; e a União, (88% dos Municípios brasileiros). Em 2003, esse
desconsiderando as transferências, despendeu número foi de 4.856
35% a mais em 2003, comparando-se com 2002. (87% de todos os Municípios), mas somente 2.499
Municípios (dos 4.769 declarantes) registraram ter
Quanto às transferências do FNAS, houve um recebido recursos do FNAS.
crescimento de 11% de um ano para o outro. A
participação relativa dos entes federados nos Se compararmos os gastos públicos com a função
gastos com Assistência Social em 2002 e 2003 Assistência Social em relação ao Produto Interno
variou da seguinte forma: a União ampliou sua Bruto (PIB) medido a preços de mercado pelo
participação de 49,3% para 53,6%; as Unidades da IBGE, notaremos uma ampliação significativa da
Federação reduziram de 19,7% para 17,5%; e os participação.
Municípios de 31% em 2002 para 28,9% em 2003.
A tabela e as representações gráficas a seguir se Em 2002, o PIB medido foi de R$ 1.346.028
referem a essas informações: milhões, dos quais 0,74% refere-se a essa área.
Em 2003, o PIB alcançou R$ 1.514.924 milhões,
Participação dos Entes nos Gastos com Assistência sendo 0,81% relativo aos gastos dos governos com
Social 2002-2003 a política de Assistência Social.

União 49% Quando se compara as despesas com Assistência


Estados 20% Social em relação ao total gasto com a Seguridade
Municípios 31% Social, em cada esfera de governo, que inclui os
totais de despesas com Saúde, Previdência e
Assistência Social, efetuada em cada âmbito,
Participação dos Entes nos Gastos com Assistência observa-se que nos Estados e Distrito Federal, a
Social 2003 média foi de 5,50% em 2002 e 5,38% em 2003.
Entretanto variou entre os Estados o Distrito
União 53% Federal de 1,2% a 25,3%, em 2002, e de 0,75% a
Estados 18% 34,9%, em 2003. Nos Municípios, agregados por
Municípios 29% Estados Distrito Federal, a média foi de 10,86% em
2002 e 10,81% em 2003.
Com relação ao co-financiamento das despesas
com assistência social, observa-se que a Já no âmbito da União, a participação das
participação da União (transferências do FNAS) despesas com Assistência Social na execução6
nas despesas municipais foi de 33,1% em 2002 e orçamentária da Seguridade Social, aumentou de
de 28,4% em 2003, em média. Nota-se que a 3,7% para 4,1%, de 2002 para 2003. Em 2004,
participação dos recursos federais é maior nos esse percentual deverá atingir o valor de 5%, que
Municípios do Nordeste e menor nos Municípios foi recomendado pelas últimas Conferências
dos Estados da Região Sudeste. Nacionais da Assistência Social, cabendo ressaltar
que, para o Orçamento 2005, o Governo Federal
Já a participação da União no financiamento das propôs despesas que ultrapassam um percentual
despesas estaduais (incluindo-se o Distrito de 6% do total da Seguridade Social.
Federal) com Assistência Social foi, em média, de
31,2% em 2002 e de 37,1% em 2003. O Benefício de Prestação Continuada e a Renda
Mensal Vitalícia (benefício configurado como direito
Deve-se ressaltar uma constatação, fruto da adquirido a ser mantido pela assistência social até
análise dos balanços orçamentários dos entes o momento de sua extinção7) tem participação
federados enviados à Secretaria do Tesouro expressiva no total desses orçamentos,
Nacional (STN), referente à discriminação das representando cerca de 88% em 20048 e 87% em
receitas orçamentárias: os entes federados devem 2005.
declarar uma receita denominada “Transferências
de Recursos do Fundo Nacional de Assistência Vale ressaltar que tais benefícios têm seu custeio
Social”, entretanto, apenas cinco Estados praticamente mantido com receitas advindas da
registraram receitas dessa natureza em 2002 e Contribuição para Financiamento da Seguridade
2003, apesar de a União ter repassado recursos Social – COFINS (que representa cerca de 90,28%

89
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do total do orçamento do Fundo Nacional de Quanto ao financiamento indireto, segundo dados
Assistência Social no exercício de 2004). da Receita Federal e Previdência Social, dos R$2,4
bilhões correspondentes às isenções anuais
Outras fontes de financiamento compõem o concedidas pelo INSS - Instituto Nacional do
orçamento desse fundo, a saber: Seguro Social relativas ao pagamento da cota
• Recursos Ordinários – 2,40%; patronal dos encargos sociais devidos a esse órgão
• Contribuições sobre Concursos de e oportunizadas em razão da certificação com o
Prognósticos – 0,03%; CEAS - Certificado de Entidade Beneficente de
• Alienação de bens Apreendidos – 0,22%; Assistência Social, 51% são de instituições de
• Recursos próprios – Receita de Aluguéis – educação. Interessante notar que as instituições de
0,69%; assistência social são em maior número que as de
• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido educação e saúde.
das Pessoas Jurídicas – 0,01%;
• Outras Contribuições Sociais – 0,05% e
• Fundo de Combate e Erradicação da
Pobreza – 6,33%.
2 POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Com relação às despesas municipais com
assistência social, em comparação com o total de De acordo com o artigo primeiro da LOAS, “a
seu orçamento, verifica-se que a grande parte dos assistência social, direito do cidadão e dever do
municípios dos Estados do Sul e Sudeste gastam Estado, é Política de Seguridade Social não
percentuais abaixo da média nacional, que foi de contributiva, que provê os mínimos sociais,
3,04% em 2002 e 3,12% em 2003. Destacam-se realizada através de um conjunto integrado de
municípios de alguns Estados com despesas da iniciativa pública e da sociedade, para garantir o
ordem entre 5% a 7% de seus orçamentos nos dois atendimento às necessidades básicas”.
anos pesquisados.
A Constituição Federal de 1988 traz uma nova
Ressaltam-se negativamente outros com despesas concepção para a Assistência Social brasileira.
de 1,70% em 2002 e 1,72% em 2003. A pesquisa Incluída no âmbito da Seguridade Social e
Loas+10 também revela que os Estados e os regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência
Municípios majoritariamente alocam recursos Social – LOAS – em dezembro de 1993, como
próprios nas ações dessa política, em política social pública, a assistência social inicia seu
conformidade com as informações acima trânsito para um campo novo: o campo dos direitos,
disponibilizadas pelo Tesouro Nacional. da universalização dos acessos e da
responsabilidade estatal.
Os resultados dessa pesquisa apontam que a
maioria dos Estados, Distrito Federal e Municípios A LOAS cria uma nova matriz para a política de
tem recursos oriundos do orçamento próprio e do assistência social, inserindo-a no sistema do bem-
Fundo Nacional de Assistência Social, apesar de estar social brasileiro concebido como campo de
não ser freqüente o repasse dos recursos de seus Seguridade Social, configurando o triângulo
orçamentos próprios para os respectivos fundos. juntamente com a saúde e a previdência social.

Entretanto, ainda que haja a alocação de recursos A inserção na Seguridade Social aponta, também,
das três esferas de governo, constata-se para seu caráter de política de Proteção Social
descaracterização da concepção relativa ao co- articulada a outras políticas do campo social
financiamento, à medida que muitos Fundos voltadas à garantia de direitos e de condições
Municipais não recebem recursos das três esferas dignas de vida.
de governo.
Segundo Di Giovanni (1998:10), entende-se por
A esfera estadual é a esfera governamental que Proteção Social as formas "institucionalizadas que
menos repassa recursos e, até o momento, todos as sociedades constituem para proteger parte ou o
os recursos da esfera federal são repassados para conjunto de seus membros. Tais sistemas
ações definidas nacionalmente. decorrem de certas vicissitudes da vida natural ou
social, tais como a velhice, a doença, o infortúnio,
Destaca-se também o fato da maior parte dos as privações. (...) Neste conceito, também, tanto as
Estados, Distrito Federal e Municípios assegurar formas seletivas de distribuição e redistribuição de
em legislação e nas leis orçamentárias locais as bens materiais (como a comida e o dinheiro),
fontes de financiamento, embora poucos quanto os bens culturais (como os saberes), que
estabelecem um percentual do orçamento a ser permitirão a sobrevivência e a integração, sob
aplicado na assistência social. várias formas na vida social. Ainda, os princípios
reguladores e as normas que, com intuito de
proteção, fazem parte da vida das coletividades”.

90
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
construções culturais, políticas e, sobretudo, os
Desse modo, a assistência social configura-se processos civilizatórios.
como possibilidade de reconhecimento público da
legitimidade das demandas de seus usuários e As barreiras relacionais criadas por questões
espaço de ampliação de seu protagonismo. individuais, grupais, sociais por discriminação ou
múltiplas inaceitações ou intolerâncias estão no
A proteção social deve garantir as seguintes campo do convívio humano.
seguranças:
• segurança de sobrevivência (de A dimensão multicultural, intergeracional,
rendimento e de autonomia); interterritoriais, intersubjetivas, entre outras, devem
• de acolhida; ser ressaltadas na perspectiva do direito ao
• convívio ou vivência familiar. convívio.

A segurança de rendimentos não é uma Nesse sentido a Política Pública de Assistência


compensação do valor do salário-mínimo Social marca sua especificidade no campo das
inadequado, mas a garantia de que todos tenham políticas sociais, pois configura responsabilidades
uma forma monetária de garantir sua de Estado próprias a serem asseguradas aos
sobrevivência, independentemente de suas cidadãos brasileiros.
limitações para o trabalho ou do desemprego. É o
caso de pessoas com deficiência, idosos, Marcada pelo caráter civilizatório presente na
desempregados, famílias numerosas, famílias consagração de direitos sociais, a LOAS exige que
desprovidas das condições básicas para sua as provisões assistenciais sejam prioritariamente
reprodução social em padrão digno e cidadã. pensadas no âmbito das garantias de cidadania sob
vigilância do Estado, cabendo a este a
Por segurança da acolhida, entende-se como uma universalização da cobertura e a garantia de
das seguranças primordiais da política de direitos e acesso para serviços, programas e
assistência social. Ela opera com a provisão de projetos sob sua responsabilidade.
necessidades humanas que começa com os
direitos à alimentação, ao vestuário, e ao abrigo, 2.1. Princípios
próprios à vida humana em sociedade.
Em consonância com o disposto na LOAS, capítulo
A conquista da autonomia na provisão dessas II, seção I, artigo 4º, a Política Nacional de
necessidades básicas é a orientação desta Assistência Social rege-se pelos seguintes
segurança da assistência social. É possível, princípios democráticos:
todavia, que alguns indivíduos não conquistem por
toda a sua vida, ou por um período dela, a I – Supremacia do atendimento às necessidades
autonomia destas provisões básicas, por exemplo, sociais sobre as exigências de rentabilidade
pela idade – uma criança ou um idoso –, por alguma econômica;
deficiência ou por uma restrição momentânea ou
contínua da saúde física ou mental. Outra situação II - Universalização dos direitos sociais, a fim de
que pode demandar acolhida, nos tempos atuais, é tornar o destinatário da ação assistencial
a necessidade de separação da família ou da alcançável pelas demais políticas públicas;
parentela por múltiplas situações, como violência
familiar ou social, drogadição, alcoolismo, III - Respeito à dignidade do cidadão, à sua
desemprego prolongado e criminalidade. Podem autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
ocorrer também situações de desastre ou acidentes de qualidade, bem como à convivência familiar e
naturais, além da profunda destituição e abandono comunitária, vedando-se qualquer comprovação
que demandam tal provisão. vexatória de necessidade;

A segurança da vivência familiar ou a segurança do IV - Igualdade de direitos no acesso ao


convívio é uma das necessidades a ser preenchida atendimento, sem discriminação de qualquer
pela política de assistência social. Isto supõe a não natureza, garantindo-se equivalência às
aceitação de situações de reclusão, de situações populações urbanas e rurais;
de perda das relações.
V – Divulgação ampla dos benefícios, serviços,
É próprio da natureza humana o comportamento programas e projetos assistenciais, bem como dos
gregário. É na relação que o ser cria sua identidade recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
e reconhece a sua subjetividade. critérios para sua concessão.

A dimensão societária da vida desenvolve 2.2. Diretrizes


potencialidades, subjetividades coletivas,

91
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A organização da Assistência Social tem as • identidades estigmatizadas em termos
seguintes diretrizes, baseadas na Constituição étnico, cultural e sexual;
Federal de 1988 e na LOAS:
• desvantagem pessoal resultante de
I - Descentralização político-administrativa, deficiências;
cabendo a coordenação e as normas gerais à • exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às
esfera federal e a coordenação e execução dos demais políticas públicas;
respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de • uso de substâncias psicoativas;
assistência social, garantindo o comando único das • diferentes formas de violência advinda do
ações em cada esfera de governo, respeitando-se núcleo familiar, grupos e indivíduos;
as diferenças e as características socioterritoriais
locais; • inserção precária ou não inserção no
mercado de trabalho formal e informal;
II - Participação da população, por meio de
• estratégias e alternativas diferenciadas de
organizações representativas, na formulação das
sobrevivência que podem representar risco
políticas e no controle das ações em todos os
pessoal e social.
níveis;

III - Primazia da responsabilidade do Estado na


condução da política de assistência social em cada
esfera de governo; 2.5. Assistência Social e as proteções
IV - Centralidade na família para concepção e afiançadas
implementação dos benefícios, serviços,
programas e projetos.
2.5.1. Proteção Social Básica
2.3. Objetivos
A proteção social básica tem como objetivos
A Política Pública de Assistência Social realiza-se prevenir situações de risco por meio do
de forma integrada às políticas setoriais, desenvolvimento de potencialidades e aquisições,
considerando as desigualdades socioterritoriais, e o fortalecimento de vínculos familiares e
visando seu enfrentamento, à garantia dos mínimos comunitários.
sociais, ao provimento de condições para atender
contingências sociais e à universalização dos Destina-se à população que vive em situação de
direitos sociais. Sob essa perspectiva, objetiva: vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação (ausência de renda, precário ou nulo
ƒ Prover serviços, programas, projetos e benefícios acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou,
de proteção social básica e, ou, especial para fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de
famílias, indivíduos e grupos que deles pertencimento social (discriminações etárias,
necessitarem; étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre
outras).
ƒ Contribuir com a inclusão e a eqüidade dos
usuários e grupos específicos, ampliando o acesso Prevê o desenvolvimento de serviços, programas e
aos bens e serviços socioassistenciais básicos e projetos locais de acolhimento, convivência e
especiais, em áreas urbana e rural; socialização de famílias e de indivíduos, conforme
identificação da situação de vulnerabilidade
ƒ Assegurar que as ações no âmbito da assistência apresentada.
social tenham centralidade na família, e que
garantam a convivência familiar e comunitária; Deverão incluir as pessoas com deficiência e ser
organizados em rede, de modo a inseri-las nas
2.4. Usuários diversas ações ofertadas.

Constitui o público usuário da política de Os benefícios, tanto de prestação continuada como


Assistência Social, cidadãos e grupos que se os eventuais, compõem a proteção social básica,
encontram em situações de vulnerabilidade e dada a natureza de sua realização.
riscos, tais como:
Os programas e projetos são executados pelas três
instâncias de governo e devem ser articulados
• famílias e indivíduos com perda ou
dentro do SUAS.
fragilidade de vínculos de afetividade,
pertencimento e sociabilidade;
Vale destacar o Programa de Atenção Integral à
• ciclos de vida; Família – PAIF – que, pactuado e assumido pelas

92
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
diferentes esferas de governo, surtiu efeitos vulnerabilidades temporárias, em geral
concretos na sociedade brasileira. relacionadas ao ciclo de vida, a situações de
desvantagem pessoal ou a ocorrências de
O BPC constitui uma garantia de renda básica, no incertezas que representam perdas e danos.
valor de um salário mínimo, tendo sido um direito
estabelecido diretamente na Constituição Federal e Hoje os benefícios eventuais são ofertados em
posteriormente regulamentado a partir da LOAS, todos municípios, em geral com recursos próprios
dirigido às pessoas com deficiência e aos idosos a ou da esfera estadual e do Distrito Federal, sendo
partir de 65 anos de idade, observado, para acesso, necessária sua regulamentação mediante definição
o critério de renda previsto na Lei. Tal direito à de critérios e prazos em âmbito nacional.
renda se constituiu como efetiva provisão que
traduziu o princípio da certeza na assistência social, Os serviços, programas, projetos e benefícios de
como política não contributiva de responsabilidade proteção social básica deverão se articular com as
do Estado. Trata-se de prestação direta de demais políticas públicas locais, de forma a garantir
competência do governo federal, presente em a sustentabilidade das ações desenvolvidas e o
todos os municípios. protagonismo das famílias e indivíduos atendidos,
de forma a superar as condições de vulnerabilidade
O aperfeiçoamento da Política Nacional de e a prevenir as situações que indicam risco
Assistência Social compreenderá alterações já potencial. Deverão, ainda, se articular aos serviços
iniciadas no BPC que objetivam aprimorar as de proteção especial, garantindo a efetivação dos
questões de acesso à concessão, visando uma encaminhamentos necessários.
melhor e mais adequada regulação que reduza ou
elimine o grau de arbitrariedade hoje existente e Os serviços de proteção social básica serão
que garanta a sua universalização. Tais alterações executados de forma direta nos Centros de
passam a assumir o real comando de sua gestão Referência da Assistência Social - CRAS e em
pela assistência social. outras unidades básicas e públicas de assistência
social, bem como de forma indireta nas entidades e
Outro desafio é pautar a questão da autonomia do organizações de assistência social da área de
usuário no usufruto do benefício, visando enfrentar abrangência dos CRAS.
problemas como a questão de sua apropriação
pelas entidades privadas de abrigo, em se tratando Centro de Referência da Assistência Social e os
de uma política não contributiva. serviços de proteção básica

Tais problemas somente serão enfrentados com O Centro de Referência da Assistência Social –
um sistema de controle e avaliação que inclua CRAS é uma unidade pública estatal de base
necessariamente Estados, Distrito Federal, territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade
Municípios, conselhos de assistência social e o social, que abrange a um total de até 1.000
Ministério Público. Nestes termos, o BPC não deve famílias/ano.
ser tratado como o responsável pelo grande volume
de gasto ou como o dificultador da ampliação do Executa serviços de proteção social básica,
financiamento da assistência social. Deve ser organiza e coordena a rede de serviços sócio-
assumido de fato pela assistência social, sendo assistenciais locais da política de assistência
conhecido e tratado pela sua significativa social.
cobertura, 2,5 milhões de pessoas, pela magnitude
do investimento social, cerca de R$8 bilhões, pelo O CRAS atua com famílias e indivíduos em seu
seu impacto econômico e social e por retirar as contexto comunitário, visando a orientação e o
pessoas do patamar da indigência. convívio sócio-familiar e comunitário.
Neste sentido é responsável pela oferta do
O BPC é processador de inclusão dentro de um Programa de Atenção Integral às Famílias.
patamar civilizatório que dá ao Brasil um lugar
significativo em relação aos demais países que Na proteção básica, o trabalho com famílias deve
possuem programas de renda básica, considerar novas referências para a compreensão
principalmente na América Latina. Trata-se de uma dos diferentes arranjos familiares, superando o
garantia de renda que dá materialidade ao princípio reconhecimento de um modelo único baseado na
da certeza e do direito à assistência social. família nuclear, e partindo do suposto de que são
funções básicas das famílias: prover a proteção e a
Os benefícios eventuais foram tratados no artigo 22 socialização dos seus membros; constituir-se como
da LOAS. Podemos traduzí-los como provisões referências morais, de vínculos afetivos e sociais;
gratuitas implementadas em espécie ou em de identidade grupal, além de ser mediadora das
pecúnia que visam cobrir determinadas relações dos seus membros com outras instituições
necessidades temporárias em razão de sociais e com o Estado.
contingências, relativas a situações de

93
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
O grupo familiar pode ou não se mostrar capaz de ƒ Centros de Convivência para Idosos;
desempenhar suas funções básicas. O importante
é notar que esta capacidade resulta não de uma ƒ Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem
forma ideal e sim de sua relação com a sociedade, o fortalecimento dos vínculos familiares, o direito de
sua organização interna, seu universo de valores, brincar, ações de socialização e de sensibilização
entre outros fatores, enfim, do estatuto mesmo da para a defesa dos direitos das crianças;
família como grupo cidadão. Em conseqüência,
qualquer forma de atenção e, ou, de intervenção no ƒ Serviços sócio-educativos para crianças,
grupo familiar precisa levar em conta sua adolescentes e jovens na faixa etária de 6 a 24
singularidade, sua vulnerabilidade no contexto anos, visando sua proteção, socialização e o
social, além de seus recursos simbólicos e afetivos, fortalecimento dos vínculos familiares e
bem como sua disponibilidade para se transformar comunitários;
e dar conta de suas atribuições.
ƒ Programas de incentivo ao protagonismo juvenil
Além de ser responsável pelo desenvolvimento do e de fortalecimento dos vínculos familiares e
Programa de Atenção Integral às Famílias - com comunitários;
referência territorializada, que valorize as
heterogeneidades, as particularidades de cada ƒ Centros de informação e de educação para o
grupo familiar, a diversidade de culturas e que trabalho, voltados para jovens e adultos.
promova o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários – a equipe do CRAS deve prestar 2.5.2. Proteção Social Especial
informação e orientação para a população de sua
área de abrangência, bem como se articular com a Além de privações e diferenciais de acesso a bens
rede de proteção social local no que se refere aos e serviços, a pobreza associada à desigualdade
direitos de cidadania, mantendo ativo um serviço de social e a perversa concentração de renda, revela-
vigilância da exclusão social na produção, se numa dimensão mais complexa: a exclusão
sistematização e divulgação de indicadores da área social.
de abrangência do CRAS, em conexão com outros
territórios. O termo exclusão social confunde-se, comumente,
com desigualdade, miséria, indigência, pobreza
Realiza, ainda, sob orientação do gestor municipal (relativa ou absoluta), apartação social, dentre
de Assistência Social, o mapeamento e a outras.
organização da rede socioassistencial de proteção
básica e promove a inserção das famílias nos Naturalmente existem diferenças e semelhanças
serviços de assistência social local. entre alguns desses conceitos, embora não exista
consenso entre os diversos autores que se dedicam
Promove também o encaminhamento da população ao tema.
local para as demais políticas públicas e sociais,
possibilitando o desenvolvimento de ações Entretanto, diferentemente de pobreza, miséria,
intersetoriais que visem a sustentabilidade, de desigualdade e indigência que são situações, a
forma a romper com o ciclo de reprodução exclusão social é um processo que pode levar ao
intergeracional do processo de exclusão social, e acirramento da desigualdade e da pobreza e,
evitar que estas famílias e indivíduos tenham seus enquanto tal, apresenta-se heterogênea no tempo
direitos violados, recaindo em situações de e no espaço.
vulnerabilidades e riscos.
A realidade brasileira nos mostra que existem
São considerados serviços de proteção básica de famílias com as mais diversas situações sócio-
assistência social aqueles que potencializam a econômicas que induzem à violação dos direitos de
família como unidade de referência, fortalecendo seus membros, em especial, de suas crianças,
seus vínculos internos e externos de solidariedade, adolescentes, jovens, idosos e pessoas com
através do protagonismo de seus membros e da deficiência, além da geração de outros fenômenos
oferta de um conjunto de serviços locais que visam como, por exemplo, pessoas em situação de rua,
a convivência, a socialização e o acolhimento em migrantes, idosos abandonados que estão nesta
famílias cujos vínculos familiar e comunitário não condição não pela ausência de renda, mas por
foram rompidos, bem como a promoção da outras variáveis da exclusão social. Percebe-se
integração ao mercado de trabalho, tais como: que estas situações se agravam justamente nas
parcelas da população onde há maiores índices de
ƒ Programa de Atenção Integral às Famílias; desemprego e de baixa renda dos adultos.

ƒ Programa de inclusão produtiva e projetos de As dificuldades em cumprir com funções de


enfrentamento da pobreza; proteção básica, socialização e mediação,
fragilizam, também, a identidade do grupo familiar,

94
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tornando mais vulneráveis seus vínculos simbólicos criar condições para adquirirem referências na
e afetivos. A vida dessas famílias não é regida sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direito.
apenas pela pressão dos fatores sócio-econômicos
e necessidade de sobrevivência. Elas precisam ser A proteção social especial é a modalidade de
compreendidas em seu contexto cultural, inclusive atendimento assistencial destinada a famílias e
ao se tratar da análise das origens e dos resultados indivíduos que se encontram em situação de risco
de sua situação de risco e de suas dificuldades de pessoal e social, por ocorrência de abandono,
auto-organização e de participação social. maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual,
uso de substâncias psicoativas, cumprimento de
Assim, as linhas de atuação com as famílias em medidas sócio-educativas, situação de rua,
situação de risco devem abranger, desde o situação de trabalho infantil, entre outras.
provimento de seu acesso a serviços de apoio e
sobrevivência, até sua inclusão em redes sociais de São serviços que requerem acompanhamento
atendimento e de solidariedade. individual, e maior flexibilidade nas soluções
protetivas.
As situações de risco demandarão intervenções em
problemas específicos e, ou, abrangentes. Nesse Da mesma forma, comportam encaminhamentos
sentido, é preciso desencadear estratégias de monitorados, apoios e processos que assegurem
atenção sócio-familiar que visem a reestruturação qualidade na atenção protetiva e efetividade na
do grupo familiar e a elaboração de novas reinserção almejada.
referências morais e afetivas, no sentido de
fortalecê-lo para o exercício de suas funções de Os serviços de proteção especial têm estreita
proteção básica ao lado de sua auto-organização e interface com o sistema de garantia de direito
conquista de autonomia. exigindo, muitas vezes, uma gestão mais complexa
e compartilhada com o Poder Judiciário, Ministério
Longe de significar um retorno à visão tradicional, e Público e outros órgãos e ações do Executivo. Vale
considerando a família como uma instituição em destacar programas que, pactuados e assumidos
transformação, a ética da atenção da proteção pelos três entes federados, surtiram efeitos
especial pressupõe o respeito à cidadania, o concretos na sociedade brasileira, como o
reconhecimento do grupo familiar como referência Programa de Erradicação do Trabalho Infantil –
afetiva e moral e a reestruturação das redes de PETI e o Programa de Combate à Exploração
reciprocidade social. Sexual de Crianças e Adolescentes.

A ênfase da proteção social especial deve priorizar Proteção Social Especial de média
a reestruturação dos serviços de abrigamento dos complexidade
indivíduos que, por uma série de fatores, não
contam mais com a proteção e o cuidado de suas São considerados serviços de média complexidade
famílias, para as novas modalidades de aqueles que oferecem atendimentos às famílias e
atendimento. indivíduos com seus direitos violados, mas cujos
vínculos familiar e comunitário não foram rompidos.
A história dos abrigos e asilos é antiga no Brasil. A Neste sentido, requerem maior estruturação
colocação de crianças, adolescentes, pessoas com técnicooperacional e atenção especializada e mais
deficiências e idosos em instituições para protegê- individualizada, e, ou, acompanhamento
los ou afastá-los do convívio social e familiar foi, sistemático e monitorado, tais como:
durante muito tempo, materializada em grandes
instituições de longa permanência, ou seja, ƒ Serviço de orientação e apoio sócio-familiar;
espaços que atendiam a um grande número de
pessoas, que lá permaneciam por longo período – ƒ Plantão Social;
às vezes a vida toda. São os chamados,
popularmente, como orfanatos, internatos, ƒ Abordagem de Rua;
educandários, asilos, entre outros.
ƒ Cuidado no Domicílio;
São destinados, por exemplo, às crianças, aos
adolescentes, aos jovens, aos idosos, às pessoas ƒ Serviço de Habilitação e Reabilitação na
com deficiência e às pessoas em situação de rua comunidade das pessoas com deficiência;
que tiverem seus direitos violados e, ou,
ameaçados e cuja convivência com a família de ƒ Medidas sócio-educativas em meio-aberto (PSC
origem seja considerada prejudicial a sua proteção – Prestação de Serviços à Comunidade e LA –
e ao seu desenvolvimento. No caso da proteção Liberdade Assistida).
social especial, à população em situação de rua
serão priorizados os serviços que possibilitem a A proteção especial de média complexidade
organização de um novo projeto de vida, visando envolve também o Centro de Referência

95
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Especializado da Assistência Social, visando a técnico-políticas da União, Estados, Distrito Federal
orientação e o convívio sócio-familiar e comunitário. e Municípios, com a participação e mobilização da
sociedade civil e estes têm o papel efetivo na sua
Difere-se da proteção básica por se tratar de um implantação e implementação.
atendimento dirigido às situações de violação de
direitos. O SUAS materializa o conteúdo da LOAS,
cumprindo no tempo histórico dessa política as
Proteção Social Especial de alta complexidade exigências para a realização dos objetivos e
resultados esperados que devem consagrar
Os serviços de proteção social especial de alta direitos de cidadania e inclusão social.
complexidade são aqueles que garantem proteção
integral – moradia, alimentação, higienização e “Trata das condições para a extensão e
trabalho protegido para famílias e indivíduos que se universalização da proteção social aos brasileiros
encontram sem referência e, ou, em situação de através da política de assistência social e para a
ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo organização, responsabilidade e funcionamento de
familiar e, ou, comunitário, tais como: seus serviços e benefícios nas três instâncias de
gestão governamental”.
ƒ Atendimento Integral Institucional; O SUAS define e organiza os elementos essenciais
e imprescindíveis à execução da política de
ƒ Casa Lar; assistência social possibilitando a normatização
dos padrões nos serviços, qualidade no
ƒ República; atendimento, indicadores de avaliação e resultado,
nomenclatura dos serviços e da rede
ƒ Casa de Passagem; socioassistencial e, ainda, os eixos estruturantes
e de subsistemas conforme aqui descritos:
ƒ Albergue;
ƒ Matricialidade Sócio-Familiar;
ƒ Família Substituta;
ƒ Descentralização político-administrativa e
ƒ Família Acolhedora; Territorialização;

ƒ Medidas sócio-educativas restritivas e privativas ƒ Novas bases para a relação entre Estado e
de liberdade (Semi-liberdade, Internação provisória Sociedade Civil;
e sentenciada);
ƒ Financiamento;
ƒ Trabalho protegido.
ƒ Controle Social;

3 GESTÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE ƒ O desafio da participação popular/cidadão


ASSISTÊNCIA SOCIAL NA usuário;
PERSPECTIVA DO SISTEMA ÚNICO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS ƒ A Política de Recursos Humanos;

3.1 Conceito e base de organização do Sistema ƒ A Informação, o Monitoramento e a Avaliação.


Único de Assistência Social - SUAS
Os serviços socioassistenciais no SUAS são
O SUAS, cujo modelo de gestão é descentralizado organizados segundo as seguintes referências:
e participativo, constitui-se na regulação e
organização em todo o território nacional das ações • vigilância social,
socioassistenciais. • proteção social e
• defesa social e institucional.
Os serviços, programas, projetos e benefícios têm
como foco prioritário a atenção às famílias, seus Vigilância Social: refere-se à produção,
membros e indivíduos e o território como base de sistematização de informações, indicadores e
organização, que passam a ser definidos pelas índices territorializados das situações de
funções que desempenham, pelo número de vulnerabilidade e risco pessoal e social que incidem
pessoas que deles necessitam e pela sua sobre:
complexidade. • famílias/pessoas nos diferentes ciclos da
vida (crianças, adolescentes, jovens,
Pressupõe, ainda, gestão compartilhada, adultos e idosos);
cofinanciamento da política pelas três esferas de
governo e definição clara das competências

96
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
• pessoas com redução da capacidade
pessoal, com deficiência ou em abandono; • Direito ao atendimento digno, atencioso e
• crianças e adultos, vítimas de formas de respeitoso, ausente de procedimentos vexatórios e
exploração, de violência e de ameaças; coercitivos;
• vítimas de preconceito por etnia, gênero e
opção pessoal; • Direito ao tempo, de modo a acessar a rede de
• vítimas de apartação social que lhes serviço com reduzida espera e de acordo com a
impossibilite sua autonomia e integridade, necessidade;
fragilizando sua existência;
• vigilância sobre os padrões de serviços de • Direito à informação, enquanto direito primário do
assistência social em especial aqueles que cidadão, sobretudo àqueles com vivência de
operam na forma de albergues, abrigos, barreiras culturais, de leitura, de limitações físicas;
residências, semi-residências, moradias
provisórias para os diversos segmentos • Direito do usuário ao protagonismo e
etários. manifestação de seus interesses;

Os indicadores a serem construídos devem • Direito do usuário à oferta qualificada de serviço;


mensurar no território as situações de riscos sociais
e violação de direitos. • Direito de convivência familiar e comunitária.

Proteção Social: O processo de gestão do SUAS prevê as seguintes


bases organizacionais:
• segurança de sobrevivência ou de rendimento
e de autonomia: através de benefícios 3.1.1. Matricialidade Sócio-Familiar
continuados e eventuais que assegurem: proteção
social básica a idosos e pessoas com deficiência As reconfigurações dos espaços públicos, em
sem fonte de renda e sustento; pessoas e famílias termos dos direitos sociais assegurados pelo
vítimas de calamidades Estado democrático de um lado e, por outro, dos
e emergências; situações de forte fragilidade constrangimentos provenientes da crise econômica
pessoal e familiar, em especial às mulheres chefes e do mundo do trabalho, determinaram
de família e seus filhos; transformações fundamentais na esfera privada,
resignificando as formas de composição e o papel
• segurança de convívio ou vivência familiar: das famílias. Por reconhecer as fortes pressões que
através de ações, cuidados e serviços que os processos de exclusão sócio-cultural geram
restabeleçam vínculos pessoais, familiares, de sobre as famílias brasileiras, acentuando suas
vizinhança, de segmento social, mediante a oferta fragilidades e contradições, faz-se primordial sua
de experiências sócio-educativas, lúdicas, sócio- centralidade no âmbito das ações da política de
culturais, desenvolvidas em rede de núcleos sócio- assistência social, como espaço privilegiado e
educativos e de convivência para os diversos ciclos insubstituível de proteção e socialização primárias,
de vida, suas características e necessidades; provedora de cuidados aos seus membros, mas
que precisa também ser cuidada e protegida. Essa
• segurança de acolhida: através de ações, correta percepção é condizente com a tradução da
cuidados, serviços e projetos operados em rede família na condição de sujeito de direitos, conforme
com unidade de porta de entrada destinada a estabelece a Constituição Federal de 1988, o
proteger e recuperar as situações de abandono e Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei
isolamento de crianças, adolescentes, jovens, Orgânica de Assistência Social e o Estatuto do
adultos e idosos, restaurando sua autonomia, Idoso.
capacidade de convívio e protagonismo mediante a
oferta de condições materiais de abrigo, repouso, A família, independentemente dos formatos ou
alimentação, higienização, vestuário e aquisições modelos que assume é mediadora das relações
pessoais desenvolvidas através de acesso às entre os sujeitos e a coletividade, delimitando,
ações sócio-educativas; continuamente os deslocamentos entre o público e
o privado, bem como geradora de modalidades
Defesa Social e Institucional: a proteção básica e comunitárias de vida.
especial devem ser organizadas de forma a garantir
aos seus usuários o acesso ao conhecimento dos Todavia, não se pode desconsiderar que ela se
direitos socioassistenciais e sua defesa. caracteriza como um espaço contraditório, cuja
dinâmica cotidiana de convivência é marcada por
São direitos socioassistenciais a serem conflitos e geralmente, também, por desigualdades,
assegurados na operação do SUAS a seus além de que nas sociedades capitalistas a família é
usuários: fundamental no âmbito da proteção social.

97
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Em segundo lugar, é preponderante retomar que as postulação se orienta pelo reconhecimento da
novas feições da família estão intrínseca e realidade que temos hoje através de estudos e
dialeticamente condicionadas às transformações análises das mais diferentes áreas e tendências.
societárias contemporâneas, ou seja, às
transformações econômicas e sociais, de hábitos e Pesquisas sobre população e condições de vida
costumes e ao avanço da ciência e da tecnologia. nos informam que as transformações ocorridas na
sociedade contemporânea, relacionadas à ordem
O novo cenário tem remetido à discussão do que econômica, à organização do trabalho, à revolução
seja a família, uma vez que as três dimensões na área da reprodução humana, à mudança de
clássicas de sua definição (sexualidade, procriação valores e à liberalização dos hábitos e dos
e convivência) já não têm o mesmo grau de costumes, bem como ao fortalecimento da lógica
imbricamento que se acreditava outrora. individualista em termos societários, redundaram
em mudanças radicais na organização das famílias.
Nesta perspectiva, podemos dizer que estamos Dentre essas mudanças pode-se observar um
diante de uma família quando encontramos um enxugamento dos grupos familiares (famílias
conjunto de pessoas que se acham unidas por menores), uma variedade de arranjos familiares
laços consangüíneos, afetivos e, ou, de (monoparentais, reconstituídas), além dos
solidariedade. processos de empobrecimento acelerado e da
desterritorialização das famílias gerada pelos
Como resultado das modificações acima movimentos migratórios.
mencionadas, superou-se a referência de tempo e
de lugar para a compreensão do conceito de Essas transformações, que envolvem aspectos
família. positivos e negativos, desencadearam um
processo de fragilização dos vínculos familiares e
O reconhecimento da importância da família no comunitários e tornaram as famílias mais
contexto da vida social está explícito no artigo 226, vulneráveis.
da Constituição Federal do Brasil, quando declara
que a “família, base da sociedade, tem especial A vulnerabilidade à pobreza está relacionada não
proteção do Estado”, endossando, assim, o artigo apenas aos fatores da conjuntura econômica e das
16, da Declaração dos Direitos Humanos, que qualificações específicas dos indivíduos, mas
traduz a família como sendo o núcleo natural e também às tipologias ou arranjos familiares e aos
fundamental da sociedade, e com direito à proteção ciclos de vida das famílias. Portanto, as condições
da sociedade e do Estado. de vida de cada indivíduo dependem menos de sua
situação específica que daquela que caracteriza
No Brasil, tal reconhecimento se reafirma nas sua família.
legislações específicas da Assistência Social –
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, No entanto, percebe-se que na sociedade
Estatuto do Idoso e na própria Lei Orgânica da brasileira, dada as desigualdades características
Assistência Social – LOAS, entre outras. de sua estrutura social, o grau de vulnerabilidade
vem aumentando e com isso aumenta a exigência
Embora haja o reconhecimento explícito sobre a das famílias desenvolverem complexas estratégias
importância da família na vida social e, portanto, de relações entre seus membros para
merecedora da proteção do Estado, tal proteção sobreviverem.
tem sido cada vez mais discutida, na medida em
que a realidade tem dado sinais cada vez mais Assim, essa perspectiva de análise, reforça a
evidentes de processos de penalização e importância da política de Assistência Social no
desproteção das famílias brasileiras. conjunto protetivo da Seguridade Social, como
direito de cidadania, articulada à lógica da
Nesse contexto, a matricialidade sócio-familiar universalidade. Além disso, há que considerar a
passa a ter papel de destaque no âmbito da Política diversidade sócio-cultural das famílias, na medida
Nacional de Assistência Social – PNAS. Esta em que estas são, muitas vezes, movidas por
ênfase está ancorada na premissa de que a hierarquias consolidadas e por uma solidariedade
centralidade da família e a superação da coativa que redundam em desigualdades e
focalização, no âmbito da política de Assistência opressões.
Social, repousam no pressuposto de que para a
família prevenir, proteger, promover e incluir seus Sendo assim, a política de Assistência Social
membros é necessário, em primeiro lugar, garantir possui papel fundamental no processo de
condições de sustentabilidade para tal. emancipação destas, enquanto sujeito coletivo.
Postula-se, inclusive, uma interpretação mais
Nesse sentido, a formulação da política de ampla do estabelecido na legislação, no sentido de
Assistência Social é pautada nas necessidades das reconhecer que a concessão de benefícios está
famílias, seus membros e dos indivíduos. Essa condicionada à impossibilidade não só do

98
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
beneficiário em prover sua manutenção, mas meios, esforços e recursos, e por um conjunto de
também de sua família. instâncias deliberativas, compostas pelos diversos
setores envolvidos na área. O artigo 8º estabelece
Dentro do princípio da universalidade, portanto, que a União, os Estados, o Distrito Federal e os
objetiva-se a manutenção e a extensão de direitos, Municípios, observados os princípios e diretrizes
em sintonia com as demandas e necessidades estabelecidas nesta Lei, fixarão suas respectivas
particulares expressas pelas famílias. Políticas de Assistência Social.

Nessa ótica, a centralidade da família com vistas à A política de assistência social tem sua expressão
superação da focalização, tanto relacionada a em cada nível da Federação na condição de
situações de risco como a de segmentos, sustenta- comando único, na efetiva implantação e
se a partir da perspectiva postulada. funcionamento de um Conselho de composição
paritária entre sociedade civil e governo, do Fundo,
Ou seja, a centralidade da família é garantida à que centraliza os recursos na área, controlado pelo
medida que na Assistência Social, com base em órgão gestor e fiscalizado pelo conselho, do Plano
indicadores das necessidades familiares, se de Assistência Social que expressa a Política e
desenvolva uma política de cunho universalista, suas inter-relações com as demais políticas
que em conjunto com as transferências de renda setoriais e ainda com a rede socioassistencial.
em patamares aceitáveis se desenvolva,
prioritariamente, em redes socioassistenciais que Portanto, Conselho, Plano e Fundo são os
suportem as tarefas cotidianas de cuidado e que elementos fundamentais de gestão da Política
valorizem a convivência familiar e comunitária. Pública de Assistência Social.

Além disso, a Assistência Social, enquanto política O artigo 11o da LOAS coloca, ainda, que as ações
pública que compõe o tripé da Seguridade Social, e das três esferas de governo na área da assistência
considerando as características da população social realizam-se de forma articulada, cabendo a
atendida por ela, deve fundamentalmente inserir-se coordenação e as normas gerais à esfera federal e
na articulação intersetorial com outras políticas a coordenação e execução dos programas, em
sociais, particularmente, as públicas de Saúde, suas respectivas esferas, aos Estados, ao Distrito
Educação, Cultura, Esporte, Emprego, Habitação, Federal e aos Municípios.
entre outras, para que as ações não sejam
fragmentadas e se mantenha o acesso e a Dessa forma, cabe a cada esfera de governo, em
qualidade dos serviços para todas as famílias e seu âmbito de atuação, respeitando os princípios e
indivíduos. diretrizes estabelecidas na Política Nacional de
Assistência Social, coordenar, formular e co-
A efetivação da política de Assistência Social, financiar além de monitorar, avaliar, capacitar e
caracterizada pela complexidade e sistematizar as informações. Considerando a alta
contraditoriedade que cerca as relações densidade populacional do país e, ao mesmo
intrafamiliares e as relações da família com outras tempo, seu alto grau de heterogeneidade e
esferas da sociedade, especialmente o Estado, desigualdade socioterritorial presentes entre os
colocam desafios tanto em relação a sua seus 5.561 municípios, a vertente territorial faz-se
proposição e formulação quanto a sua execução. urgente e necessária na Política Nacional de
Assistência Social. Ou seja, o princípio da
Os serviços de proteção social, básica e especial, homogeneidade por segmentos na definição de
voltados para a atenção às famílias deverão ser prioridades de serviços, programas e projetos
prestados, preferencialmente, em unidades torna-se insuficiente frente às demandas de uma
próprias dos municípios, através dos Centros de realidade marcada pela alta desigualdade social.
Referência da Assistência Social básico e Exige-se agregar ao conhecimento da realidade a
especializado. Os serviços, programas, projetos de dinâmica demográfica associada à dinâmica
atenção às famílias e indivíduos poderão ser socioterritorial em curso.
executados em parceria com as entidades não-
governamentais de assistência social, integrando a Também, considerando que muitos dos resultados
rede socioassistencial. das ações da política de assistência social
impactam em outras políticas sociais e vice-versa,
3.1.2. Descentralização político-administrativa e é imperioso construir ações territorialmente
Territorialização definidas, juntamente com essas políticas.
Importantes conceitos no campo da
No campo da assistência social, o artigo 6º, da descentralização foram incorporados a partir da
LOAS, dispõe que as ações na área são leitura territorial como expressão do conjunto de
organizadas em sistema descentralizado e relações, condições e acessos inaugurados pelas
participativo, constituído pelas entidades e análises de Milton Santos, que interpreta a cidade
organizações de assistência social, articulando

99
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
com significado vivo a partir dos “atores que dela se Para Menicucci (2002), “a proposta de
utilizam”. planejamento e intervenções intersetoriais envolve
mudanças nas instituições sociais e suas práticas”.
Dirce Koga afirma que “os direcionamentos das
políticas públicas estão intrinsecamente vinculados Significa alterar a forma de articulação das ações
à própria qualidade de vida dos cidadãos. É no em segmentos, privilegiando a universalização da
embate relacional da política pública entre governo proteção social em prejuízo da setorialização e da
e sociedade que se dará a ratificação ou o combate autonomização nos processos de trabalho. Implica,
ao processo de exclusão social em curso. também, em mudanças na cultura e nos valores da
rede socioassistencial, das organizações gestoras
Pensar na política pública a partir do território exige das políticas sociais e das instâncias de
também um exercício de revista à história, ao participação.
cotidiano, ao universo cultural da população que Torna-se necessário, constituir uma forma
vive neste território (...). organizacional mais dinâmica, articulando as
diversas instituições envolvidas.
A perspectiva de totalidade, de integração entre os
setores para uma efetiva ação pública... vontade É essa a perspectiva que esta Política Nacional
política de fazer valer a diversidade e a inter- quer implementar. A concepção da assistência
relação das políticas locais” (2003:25). social como política pública tem como principais
pressupostos a territorialização, a descentralização
Nessa vertente, o objeto da ação pública, buscando e a intersetorialidade aqui expressos.
garantir a qualidade de vida da população,
extravasa os recortes setoriais em que Assim, a operacionalização da política de
tradicionalmente se fragmentaram as políticas assistência social em rede, com base no território,
sociais e em especial a política de assistência constitui um dos caminhos para superar a
social. Menicucci (2002) afirma que “o novo fragmentação na prática dessa política.
paradigma para a gestão pública articula
descentralização e intersetorialidade, uma vez que Trabalhar em rede, nessa concepção territorial
o objetivo visado é promover a inclusão social ou significa ir além da simples adesão, pois há
melhorar a qualidade de vida, resolvendo os necessidade de se romper com velhos paradigmas,
problemas concretos que incidem sobre uma em que as práticas se construíram historicamente
população em determinado território”. Ou seja, ao pautadas na segmentação, na fragmentação e na
invés de metas setoriais a partir de demandas ou focalização, e olhar para a realidade, considerando
necessidades genéricas, trata-se de identificar os os novos desafios colocados pela dimensão do
problemas concretos, as potencialidades e as cotidiano, que se apresenta sob múltiplas
soluções, a partir de recortes territoriais que formatações, exigindo enfrentamento de forma
identifiquem conjuntos populacionais em situações integrada e articulada.
similares, e intervir através das políticas públicas,
com o objetivo de alcançar resultados integrados e Isso expressa a necessidade de se repensar o atual
promover impacto positivo nas condições de vida. desenho da atuação da rede socioassistencial,
O que Aldaíza Sposati tem chamado de atender a redirecionando-a na perspectiva de sua
necessidade e não o necessitado. diversidade, complexidade, cobertura,
financiamento e do número potencial de usuários
Dessa forma, uma maior descentralização, que que dela possam necessitar. A partir daí, a Política
recorte regiões homogêneas, costuma ser pré- Nacional de Assistência Social caracterizará os
requisito para ações integradas na perspectiva da municípios brasileiros de acordo com seu porte
intersetorialidade. demográfico associado aos indicadores
socioterritoriais disponíveis a partir dos dados
Descentralização efetiva com transferência de censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e
poder de decisão, de competências e de recursos, Estatística – IBGE, com maior grau de
e com autonomia das administrações dos desagregação territorial quanto maior a taxa de
microespaços na elaboração de diagnósticos densidade populacional, isto é, quanto maior
sociais, diretrizes, metodologias, formulação, concentração populacional, maior será a
implementação, execução, monitoramento, necessidade de considerar as diferenças e
avaliação e sistema de informação das ações desigualdades existentes entre os vários territórios
definidas, com garantias de canais de participação de um município ou região.
local. Pois, esse processo ganha consistência
quando a população assume papel ativo na A construção de indicadores a partir dessas
reestruturação. parcelas territoriais termina configurando uma
“medida de desigualdade intraurbana”. Esta
medida, portanto, sofrerá variações de abrangência
de acordo com as características de cada cidade,

100
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exigindo ação articulada entre as três esferas no possuem mais autonomia na estruturação de sua
apoio e subsídio de informações, tendo como base economia, sediam algumas indústrias de
o Sistema Nacional de Informações de Assistência transformação, além de contarem com maior oferta
Social e os censos do IBGE, compondo com os de comércio e serviços. A oferta de empregos
Campos de Vigilância Social, locais e estaduais, as formais, portanto, aumenta tanto no setor
referências necessárias para sua construção. secundário como no de serviços. Esses municípios
necessitam de uma rede mais ampla de serviços de
Porém, faz-se necessária a definição de uma assistência social, particularmente na rede de
metodologia unificada de construção de proteção social básica. Quanto à proteção especial,
alguns índices (exclusão/inclusão social, a realidade de tais municípios se assemelha à dos
vulnerabilidade social) para efeitos de comparação municípios de pequeno porte, no entanto, a
e definição de prioridades da Política Nacional de probabilidade de ocorrerem demandas nessa área
Assistência Social. é maior, o que leva a se considerar a possibilidade
Como forma de caracterização dos grupos de sediarem serviços próprios dessa natureza ou
territoriais da Política Nacional de Assistência de referência regional, agregando municípios de
Social será utilizada como referência a definição de pequeno porte no seu entorno.
municípios como de pequeno, médio e grande porte
utilizada pelo IBGE agregando-se outras • Municípios de grande porte – entende-se por
referências de análise realizadas pelo Centro de municípios de grande porte aqueles cuja população
Estudos das Desigualdades Socioterritoriais, bem é de 101.000 habitantes até 900.000 habitantes
como pelo Centro de Estudos da Metrópole sobre (cerca de 25.000 a 250.000 famílias). São os mais
desigualdades intraurbanas e o contexto específico complexos na sua estruturação econômica, pólos
das metrópoles: de regiões e sedes de serviços mais
especializados. Concentram mais
• Municípios de pequeno porte 1 – entende-se por oportunidades de emprego e oferecem maior
município de pequeno porte 1 aquele cuja número de serviços públicos, contendo também
população chega a 20.000 habitantes (até 5.000 mais infra-estrutura. No entanto, são os municípios
famílias em média. Possuem forte presença de que por congregarem o grande número de
população em zona rural, correspondendo a 45% habitantes e, pelas suas características em
da população total. Na maioria das vezes, possuem atraírem grande parte da população que migra das
como referência municípios de maior porte, regiões onde as oportunidades são consideradas
pertencentes à mesma região em que estão mais escassas, apresentam grande demanda por
localizados. Necessitam de uma rede simplificada e serviços das várias áreas de políticas públicas. Em
reduzida de serviços de proteção social básica, pois razão dessas características, a rede
os níveis de coesão social, as demandas potenciais socioassistencial deve ser mais complexa e
e redes socioassistenciais não justificam serviços diversificada, envolvendo serviços de proteção
de natureza complexa. Em geral, esses municípios social básica, bem como uma ampla rede de
não apresentam demanda significativa de proteção proteção especial (nos níveis de média e alta
social especial, o que aponta para a necessidade complexidade).
de contarem com a referência de serviços dessa
natureza na região, mediante prestação direta pela • Metrópoles – entende-se por metrópole os
esfera estadual, organização de consórcios municípios com mais de 900.000 habitantes
intermunicipais, ou prestação por municípios de (atingindo uma média superior a 250.000 famílias
maior porte, com cofinanciamento das esferas cada). Para além das características dos grandes
estaduais e Federal. municípios, as metrópoles apresentam o agravante
dos chamados territórios de fronteira, que
• Municípios de pequeno porte 2 – entende-se por significam zonas de limites que configuram a região
município de pequeno porte aquele cuja população metropolitana e normalmente com forte ausência
varia de 20.001 a 50.000 habitantes (cerca de 5.000 de serviços do Estado.
a 10.000 famílias em média). Diferenciam-se dos
pequeno porte especialmente no que se refere à A referida classificação tem o propósito de instituir
concentração da população rural que corresponde o Sistema Único de Assistência Social,
a 30% da população total. Quanto às suas identificando as ações de proteção básica de
características relacionais mantém-se as mesmas atendimento que devem ser prestadas na
dos municípios pequenos. totalidade dos municípios brasileiros e as ações de
proteção social especial, de média e alta
• Municípios de médio porte – entende-se por complexidade, que devem ser estruturadas pelos
municípios de médio porte aqueles cuja população municípios de médio, grande porte e metrópoles,
está entre 50.001 a 100.000 habitantes (cerca de bem como pela esfera estadual, por prestação
10.000 a 25.000 famílias). Mesmo ainda precisando direta como referência regional ou pelo
contar com a referência de municípios de grande assessoramento técnico e financeiro na
porte para questões de maior complexidade, já constituição de consórcios intermunicipais.

101
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
entidades e órgãos, além da dispersão de recursos
Levar-se-á em conta, para tanto, a realidade local, humanos, materiais e financeiros.
regional, o porte, a capacidade gerencial e de
arrecadação dos municípios, e o aprimoramento A gravidade dos problemas sociais brasileiros exige
dos instrumentos de gestão, introduzindo o que o Estado estimule a sinergia e gere espaços de
geoprocessamento como ferramenta da Política de colaboração, mobilizando recursos potencialmente
Assistência Social. existentes na sociedade, tornando imprescindível
contar com a sua participação em ações
3.1.3. Novas bases para a relação entre o Estado integradas, de modo a multiplicar seus efeitos e
e a Sociedade Civil chances de sucesso.

O legislador constituinte de 1988 foi claro no art. Desconhecer a crescente importância da atuação
204, ao destacar a participação da sociedade civil das organizações da sociedade nas políticas
tanto na execução dos programas através das sociais é reproduzir a lógica ineficaz e irracional da
entidades beneficentes e de assistência social, fragmentação, descoordenação, superposição e
bem como na participação, na formulação e no isolamento das ações.
controle das ações em todos os níveis.
Na proposta do SUAS, é condição fundamental a
A Lei Orgânica de Assistência Social propõe um reciprocidade das ações da rede de proteção social
conjunto integrado de ações e iniciativas do básica e especial, com centralidade na família,
governo e da sociedade civil para garantir proteção sendo consensado o estabelecimento de fluxo,
social para quem dela necessitar. referência e retaguarda entre as modalidades e as
complexidades de atendimento, bem como a
A gravidade dos problemas sociais brasileiros exige definição de portas de entrada para o sistema.
que o Estado assuma a primazia da
responsabilidade em cada esfera de governo na Assim, a nova relação público e privado deve ser
condução da política. Por outro lado, a sociedade regulada, tendo em vista a definição dos serviços
civil participa como parceira, de forma de proteção básica e especial, a qualidade e o
complementar na oferta de serviços, programas, custo dos serviços, além de padrões e critérios de
projetos e benefícios de Assistência Social. Possui, edificação.
ainda, o papel de exercer o controle social sobre a
mesma. Vale ressaltar a importância dos fóruns de Neste contexto, as entidades prestadoras de
participação popular, específicos e, ou, de assistência social integram o Sistema Único de
articulação da política em todos os níveis de Assistência Social, não só como prestadoras
governo, bem como a união dos conselhos e, ou, complementares de serviços sócio-assistenciais,
congêneres no fortalecimento da sociedade civil mas, como co-gestoras através dos conselhos de
organizada na consolidação da Política Nacional de assistência social e co-responsáveis na luta pela
Assistência Social. garantia dos direitos sociais em garantir direitos dos
usuários da assistência social. Esse
No entanto, somente o Estado dispõe de reconhecimento impõe a necessidade de articular e
mecanismos fortemente estruturados para integrar ações e recursos, tanto na relação intra
coordenar ações capazes de catalisar atores em como interinstitucional, bem como com os demais
torno de propostas abrangentes, que não percam conselhos setoriais e de direitos.
de vista a universalização das políticas, combinada
com a garantia de eqüidade. Esta prerrogativa está Ao invés de substituir a ação do Estado, a rede
assegurada no art. 5º, inciso III, da LOAS. deve ser alavancada a partir de decisões políticas
tomadas pelo poder público em consonância com a
Para tanto, a administração pública deverá sociedade. É condição necessária para o trabalho
desenvolver habilidades específicas, com destaque em rede que o Estado seja o coordenador do
para a formação de redes. A noção de rede tem se processo de articulação e integração entre as
incorporado ao discurso sobre política social. Nos Organizações Não-Governamentais – ONG’s,
anos recentes, novas formas de organização e de Organizações Governamentais – OG’s e os
relacionamento interorganizacional, entre agências segmentos empresariais, em torno de uma situação
estatais e, sobretudo, entre o Estado e a sociedade ou de determinado território, discutindo questões
civil, têm sido propostas pelos atores sociais. O que dizem respeito à vida da população em todos
imperativo de formar redes se faz presente por os seus aspectos.
duas razões fundamentais.
Trata-se, enfim, de uma estratégia de articulação
Primeiramente, conforme já mencionado, porque a política que resulta na integralidade do
história das políticas sociais no Brasil, sobretudo, a atendimento. No caso da assistência social, a
de assistência social, é marcada pela diversidade, constituição de rede pressupõe a presença do
superposição e, ou, paralelismo das ações, Estado como referência global para sua

102
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
consolidação como política pública. Isso supõe que • Do trabalhador e dos demais segurados da
o poder público seja capaz de fazer com que todos previdência social;
os agentes desta política, OG’s e, ou, ONG’s,
transitem do campo da ajuda, filantropia, • Sobre a receita de concursos de prognósticos;
benemerência para o da cidadania e dos direitos. E
aqui está um grande desafio a ser enfrentado pelo • Do importador de bens ou serviços do exterior ou
Plano Nacional, que será construído ao longo do de quem a lei a ele equiparar.
processo de implantação do SUAS. Cabe ao poder
público conferir unidade aos esforços sociais a fim No Sistema Descentralizado e Participativo da
de compor uma rede socioassistencial, rompendo Assistência Social, que toma corpo através da
com a prática das ajudas parciais e fragmentadas, proposta de um Sistema Único, a instância de
caminhando para direitos a serem assegurados de financiamento é representada pelos Fundos de
forma integral, com padrões de qualidade passíveis Assistência Social nas três esferas de governo. No
de avaliação. Essa mudança deverá estar contida âmbito federal, o Fundo Nacional, criado pela LOAS
nas diretrizes da política de supervisão da rede e regulamentado pelo Decreto nº 1605/95, tem o
conveniada que definirá normas e procedimentos seguinte objetivo: “proporcionar recursos e meios
para a oferta de serviços. para financiar o benefício de prestação continuada
e apoiar serviços, programas e projetos de
assistência social” (art. 1º, do Decreto nº 1605/95).
3.1.4. Financiamento
Com base nessa definição, o financiamento dos
A Constituição Federal de 1988, marcada pela benefícios se dá de forma direta aos seus
intensa participação da sociedade no processo destinatários, e o financiamento da rede
constituinte, optou pela articulação entre a socioassistencial se dá mediante aporte próprio e
necessidade de um novo modelo de repasse de recursos fundo a fundo, bem como de
desenvolvimento econômico e um regime de repasses de recursos para projetos e programas
proteção social. que venham a ser considerados relevantes para o
desenvolvimento da política de assistência social
Como resultado desse processo, a Seguridade em cada esfera de governo, de acordo com os
Social foi incluída no texto constitucional, no critérios de partilha e elegibilidade de municípios,
Capítulo II, do Título “Da Ordem Social”. O regiões e, ou, estados e o Distrito Federal,
financiamento da Seguridade Social está previsto pactuados nas comissões intergestoras e
no art. 195, da Constituição Federal de 1988, deliberados nos conselhos de assistência social.
instituindo que, através de Orçamento próprio, as Assim, o propósito é o de respeitar as instâncias de
fontes de custeio das políticas que compõem o tripé gestão compartilhada e de deliberação da política
devem ser financiadas por toda a sociedade, nas definições afetas ao financiamento dos
mediante recursos provenientes dos orçamentos serviços, programas, projetos e benefícios
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos componentes do Sistema Único de Assistência
Municípios e das contribuições sociais. Social.

Tendo sido a assistência social inserida De acordo com a diretriz da descentralização e, em


constitucionalmente no tripé da Seguridade Social, consonância com o pressuposto do co-
é o financiamento desta a base para o financiamento, essa rede deve contar com a
financiamento da política de assistência social, uma previsão de recursos das três esferas de governo,
vez que este se dá com: em razão da co-responsabilidade que perpassa a
provisão da proteção social brasileira. O
• A participação de toda a sociedade; financiamento deve ter como base os diagnósticos
socioterritoriais apontados pelo Sistema Nacional
• De forma direta e indireta; de Informações de Assistência Social14 que
considerem as demandas e prioridades que se
• Nos orçamentos da União, dos Estados, do apresentam de forma específica, de acordo com as
Distrito Federal e dos Municípios; diversidades e parte de cada região ou território, a
capacidade de gestão e de atendimento e de
• Mediante contribuições sociais: arrecadação de cada município/região, bem como
os diferentes níveis de complexidade dos serviços,
• Do empregador, da empresa e da entidade a ela através de pactuações e deliberações
equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a estabelecidas com os entes federados e os
folha de salários e demais rendimentos do trabalho respectivos conselhos. No entanto,
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa tradicionalmente, o financiamento da política de
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo assistência social brasileira tem sido marcado por
empregatício; a receita ou o faturamento; o lucro. práticas centralizadas, genéricas e segmentadas,
que se configuram numa série histórica engessada

103
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e perpetuada com o passar dos anos. Tal processo
se caracteriza pelo formato de atendimentos Com base nessas reivindicações e, respeitando as
pontuais e, em alguns casos, até paralelos, deliberações da IV Conferência Nacional de
direcionados a programas que, muitas vezes, não Assistência Social, realizada em dezembro de
correspondem às necessidades estaduais, 2003, nova sistemática de financiamento deve ser
regionais e municipais. Tal desenho não fomenta a instituída, ultrapassando o modelo convenial e
capacidade criativa destas esferas e nem permite estabelecendo o repasse automático fundo a fundo
que sejam propostas ações complementares para no caso do financiamento dos serviços, programas
a aplicação dos recursos públicos repassados. e projetos de assistência social. Essa nova
Ainda deve ser ressaltado no modelo de sistemática deverá constar na Norma Operacional
financiamento em vigor, a fixação de valores per Básica que será elaborada com base nos
capita, que atribuem recursos com base no número pressupostos elencados na nova política. Esse
total de atendimentos e não pela conformação do movimento deve extrapolar a tradicional fixação de
serviço às necessidades da população, com valores per capita, passando-se à definição de um
determinada capacidade instalada. Essa modelo de financiamento que atenda ao desenho
orientação, muitas vezes, leva a práticas ora proposto para a Política Nacional, primando
equivocadas, em especial no que tange aos pelo co-financiamento construído a partir do pacto
serviços de longa permanência, que acabam por federativo, baseado em pisos de atenção.
voltar-se para a manutenção irreversível dos
usuários desagregados de vínculos familiares e Tais pisos devem assim ser identificados em função
comunitários. Outro elemento importante nessa dos níveis de complexidade, atentando para a
análise da forma tradicional de financiamento da particularidade dos serviços de média e alta
política de assistência social, são as emendas complexidade, os quais devem ser substituídos
parlamentares que financiam ações definidas em progressivamente pela identificação do
âmbito federal, de forma desarticulada do conjunto atendimento das necessidades das famílias e
das instâncias do sistema descentralizado e indivíduos, frente aos direitos afirmados pela
participativo. Isso se dá, muitas vezes, pela não assistência social.
articulação entre os poderes Legislativo e
Executivo no debate acerca da Política Nacional de Concomitante a esse processo tem-se operado a
Assistência Social, o que se pretende alterar com a revisão dos atuais instrumentos de planejamento
atual proposta. público, em especial o Plano Plurianual, que se
constitui em um guia programático para as ações
Ao longo dos 10 anos de promulgação da LOAS, do Poder Público, e traduz a síntese dos esforços
algumas bandeiras têm sido levantadas em prol do de planejamento de toda a administração para
financiamento da assistência social, construído contemplar os princípios e concepções do SUAS.
sobre bases mais sólidas e em maior consonância
com a realidade brasileira. Essa revisão deve dar conta de duas realidades
que atualmente convivem, ou seja, a construção do
Juntamente com a busca de vinculação novo processo e a preocupação com a não ruptura
constitucional de percentual de recursos para o radical com o que vige atualmente, para que não se
financiamento desta política nas três esferas de caracterize descontinuidade nos atendimentos
governo, figuram reivindicações que, no debate da prestados aos usuários da assistência social.
construção do SUAS, têm protagonizado as
decisões do órgão gestor federal. São elas: Portanto, essa é uma proposta de transição que
vislumbra projeções para a universalização dos
• o financiamento com base no território, serviços de proteção básica, com revisão também
considerando os portes dos municípios e a de suas regulações, ampliação da cobertura da
complexidade dos serviços, pensados de rede de proteção especial, também com base em
maneira hierarquizada e complementar; novas normatizações, bem como a definição de
• a não exigibilidade da Certidão Negativa de diretrizes para a gestão dos benefícios
Débitos junto ao INSS como condição para preconizados pela LOAS.
os repasses desta política;
• a não descontinuidade do financiamento a Ainda compõe o rol das propostas da Política
cada início de exercício financeiro; Nacional de Assistência Social a negociação e a
• o repasse automático de recursos do assinatura de protocolos intersetoriais com as
Fundo Nacional para os Estaduais, do políticas de saúde e de educação, para que seja
Distrito Federal e Municipais para o co- viabilizada a transição do financiamento dos
financiamento das ações afetas a esta serviços afetos a essas áreas, que ainda são
política; assumidos pela política de assistência social, bem
• o estabelecimento de pisos de atenção, como a definição das responsabilidades e papéis
entre outros. das entidades sociais declaradas de utilidade
pública federal, estadual e, ou, municipal e inscritas

104
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nos respectivos conselhos de assistência social, no fundamentais e dos princípios democráticos
que tange à prestação de serviços inerentes a esta balizados nos preceitos constitucionais.
política, incluindo-se as organizações que contam
com financiamento indireto mediante isenções Na conformação do Sistema Único de Assistência
oportunizadas pelo Certificado de Entidades Social, os espaços privilegiados onde se efetivará
Beneficentes de Assistência Social - CEAS. essa participação são os conselhos e as
conferências, não sendo, no entanto, os únicos, já
A proposta orçamentária do Ministério do que outras instância somam força a esse processo.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome para o
exercício de 2005, em discussão no Congresso As conferências têm o papel de avaliar a situação
Nacional, aponta para um volume de recursos de da assistência social, definir diretrizes para a
6,02% do orçamento da Seguridade Social para a política, verificar os avanços ocorridos num espaço
Assistência Social. de tempo determinado (artigo 18, inciso VI, da
LOAS).
A história demonstra que, nas quatro edições da
Conferência Nacional de Assistência Social, nos Os conselhos têm como principais atribuições a
dez anos desde a promulgação da Lei nº 8.742/93 deliberação e a fiscalização da execução da política
– LOAS –, a proposta pela vinculação constitucional e de seu financiamento, em consonância com as
de, no mínimo, 5% do orçamento da Seguridade diretrizes propostas pela conferência; a aprovação
Social para esta política em âmbito federal e de, do plano; a apreciação e aprovação da proposta
minimamente, 5% dos orçamentos totais de orçamentária para a área e do plano de aplicação
estados, Distrito Federal e municípios, tem sido do fundo, com a definição dos critérios de partilha
recorrente. dos recursos, exercidas em cada instância em que
estão estabelecidos.
Na quarta edição dessa Conferência, realizada em
dezembro de 2003, foi inserido um novo elemento Os conselhos, ainda, normatizam, disciplinam,
às propostas anteriormente apresentadas, ou seja, acompanham, avaliam e fiscalizam os serviços de
que os 5% de vinculação no âmbito federal em assistência social, prestados pela rede
relação ao orçamento da Seguridade Social, seja socioassistencial, definindo os padrões de
calculado para além do BPC. qualidade de atendimento, e estabelecendo os
critérios para o repasse de recursos financeiros
Isso posto, até que se avance na discussão da (artigo 18, da LOAS).
viabilidade e possibilidade de tal vinculação,
recomenda-se que Estados, Distrito Federal e As alianças da sociedade civil com a representação
Municípios invistam, no mínimo, 5% do total da governamental são um elemento fundamental para
arrecadação de seus orçamentos para a área, por o estabelecimento de consensos, o que aponta
considerar a extrema relevância de, efetivamente, para a necessidade de definição de estratégias
se instituir o co-financiamento, em razão da grande políticas a serem adotadas no processo de
demanda e exigência de recursos para esta correlação de forças.
política.
Os conselhos paritários, no campo da assistência
social, têm como representação da sociedade civil,
3.1.5. Controle Social os usuários ou organizações de usuários,
entidades e organizações de assistência social
A participação popular foi efetivada na LOAS (artigo (instituições de defesa de direitos e prestadoras de
5º, inciso II), ao lado de duas outras diretrizes, a serviços), trabalhadores do setor (artigo 17 - ll).
descentralização político-administrativa para
Estados, Distrito Federal e Municípios, o comando É importante assinalar que, cada conselheiro eleito
único em cada esfera de governo (artigo 5º, inciso em foro próprio para representar um segmento,
I), e a primazia da responsabilidade do Estado na estará não só representando sua categoria, mas a
condução da política de assistência social em cada política como um todo em sua instância de governo.
esfera de governo (artigo 5º, inciso III). E o acompanhamento das posições assumidas
deverá ser objeto de ação dos fóruns, se
O controle social tem sua concepção advinda da constituindo estes, também, em espaços de
Constituição Federal de 1988, enquanto controle social.
instrumento de efetivação da participação popular
no processo de gestão políticoadministrativa- A organização dos gestores, em nível municipal e
financeira e técnico-operativa, com caráter estadual, com a discussão dos temas relevantes
democrático e descentralizado. para a política se constitui em espaços de
ampliação do debate.
Dentro dessa lógica, o controle do Estado é
exercido pela sociedade na garantia dos direitos

105
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
As comissões intergestoras Tri e Bipartite são
espaços de pactuação da gestão compartilhada e Assim, é fundamental a promoção de eventos
democratizam o Estado, seguindo as deliberações temáticos que possam trazer usuários para as
dos conselhos de assistência social. discussões da política fomentando o protagonismo
desses atores.
Vale ressaltar que a mobilização nacional Outra linha de proposição é a criação de ouvidorias
conquistada por todos atores sociais desta política por meio das quais o direito possa, em primeira
se efetivou nesses quase onze anos de LOAS. Para instância, se tornar reclamável para os cidadãos
o avanço pretendido, a política aponta para a brasileiros.
construção de uma nova agenda para os conselhos
de assistência social. Uma primeira vertente é a No interior dos conselhos, a descentralização das
articulação do CNAS com ações em instâncias regionais consultivas pode
os conselhos nacionais das políticas sociais torná-los mais próximo da população. Também a
integrando um novo movimento neste país. realização de reuniões itinerantes, nos três níveis
de governo pode garantir maior nível de
Outra é a construção de uma agenda comum dos participação.
conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal e
municipais de assistência social. Esta última tem Outra perspectiva é a organização do conjunto dos
como objetivo organizar pontos comuns e ações conselhos no nível regional, propiciando articulação
convergentes, resguardando as peculiaridades e integração de suas ações, fortalecendo a política
regionais. Para isso, serão necessárias novas de assistência social, já que a troca de experiência
ações ao nível da legislação, do funcionamento e capacita para o exercício do controle social.
da capacitação de conselheiros e dos secretários
executivos. Por fim, é importante ressaltar nesse eixo a
necessidade de informação aos usuários da
O desafio da participação dos usuários nos assistência social para o exercício do controle
conselhos de assistência social social por intermédio do Ministério Público e dos
órgãos de controle do Estado para que efetivem
Para a análise dessa participação são necessárias esta política como direito constitucional.
algumas reflexões. A primeira delas, sobre a
natureza da assistência social, que só em l988 foi
elevada à categoria de política pública.
3.1.6. A Política de Recursos Humanos
A concepção de doação, caridade, favor, bondade
e ajuda que, tradicionalmente, caracterizou essa É sabido que a produtividade e a qualidade dos
ação, reproduz usuários como pessoas serviços oferecidos à sociedade no campo das
dependentes, frágeis, vitimizadas, tuteladas por políticas públicas estão relacionados com a forma e
entidades e organizações que lhes “assistiam” e se as condições como são tratados os recursos
pronunciavam em seu nome. humanos.

Como resultado, esse segmento tem demonstrado O tema recursos humanos não tem sido matéria
baixo nível de atuação propositiva na sociedade e prioritária de debate e formulações, a despeito das
pouco participou das conquistas da Constituição transformações ocorridas no mundo do trabalho e
enquanto sujeitos de direitos. do encolhimento da esfera pública do Estado,
implicando precarização das condições de trabalho
A segunda reflexão a ressaltar é a necessidade de e do atendimento à população.
um amplo processo de formação, capacitação,
investimentos físicos, financeiros, operacionais e A inexistência de debate sobre os recursos
políticos, que envolva esses atores da política de humanos tem dificultado também a compreensão
assistência social. Assim, há que se produzir uma acerca do perfil do servidor da assistência social,
metodologia que se constitua ao mesmo tempo em da constituição e composição de equipes, dos
resgate de participação de indivíduos dispersos e atributos e qualificação necessários às ações de
desorganizados, e habilitação para que a política de planejamento, formulação, execução,
assistência social seja assumida na perspectiva de assessoramento, monitoramento e avaliação de
direitos publicizados e controlados pelos seus serviços, programas, projetos e benefícios, do
usuários. sistema de informação e do atendimento ao usuário
desta política. Além da pouca definição relativa às
Um dos grandes desafios da construção dessa atividades de gestão da política, outro aspecto
política é a criação de mecanismos que venham relevante é o referente ao surgimento permanente
garantir a participação dos usuários nos conselhos de novas “ocupações/funções”. O dinamismo, a
e fóruns enquanto sujeitos não mais sub- diversidade e a complexidade da realidade social
representados. pautam questões sociais que se apresentam sob

106
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
formas diversas de demandas para a política de A participação e o controle social sobre as ações
assistência social, e que exigem a criação de uma do Estado, estabelecidos na Constituição Federal
gama diversificada de serviços que atendam às de 1988, também requer dos trabalhadores um
especificidades da expressão da exclusão social arcabouço teóricotécnico-operativo de nova
apresentada para esta política. natureza, no propósito de fortalecimento de
práticas e espaços de debate, propositura e
Nesse sentido várias funções/ocupações vão se controle da política na direção da autonomia e
constituindo: monitores e/ou educadores de protagonismo dos usuários, reconstrução de seus
crianças e adolescentes em atividades sócio- projetos de vida e de suas organizações.
educativas, de jovens com medidas sócio-
educativas, para abordagem de rua, cuidadores de Após dez anos de implantação e implementação da
idosos, auxiliares, agentes, assistentes, entre LOAS, avalia-se a necessidade premente de
outros. Tais funções/ocupações necessitam ser requalificar a política de assistência social e
definidas e estruturadas na perspectiva de aperfeiçoar o sistema descentralizado e
qualificar a intervenção social dos trabalhadores. participativo da mesma. Esta gestão apresenta o
SUAS como concepção política, teórica,
Considerando que a assistência social é uma institucional e prática da política na perspectiva de
política que tem seu campo próprio de atuação e ampliar a cobertura e a universalização de direitos,
que se realiza em estreita relação com outras aperfeiçoando a sua gestão, qualificando e
políticas, uma política de recursos humanos deve fortalecendo a participação e o controle social.
pautar-se por reconhecer a natureza e
especificidade do trabalhador, mas, também, o O SUAS propõe o estabelecimento de novas
conteúdo intersetorial de sua atuação. relações entre gestores e técnicos nas três esferas
de governo, destes com dirigentes e técnicos de
Outro aspecto importante no debate sobre recursos entidades prestadoras de serviços, com os
humanos refere-se a um conjunto de leis que conselheiros dos conselhos nacional, estaduais, do
passaram a vigorar com a Constituição Federal de Distrito Federal e municipais, bem como com
1988, sendo ela própria um marco regulatório sem usuários e trabalhadores.
precedentes no Brasil para a assistência social, ao
reconhecê-la como política pública, direito do Portanto, as novas relações a serem estabelecidas
cidadão, dever do Estado, a ser gerida de forma exigirão, além do compromisso com a assistência
descentralizada, participativa e com controle social. social como política pública, qualificação dos
recursos humanos e maior capacidade de gestão
A nova forma de conceber e gerir esta política dos operadores da política. Deve integrar a política
estabelecida, pela Constituição Federal de 1988 e de recursos humanos, uma política de capacitação
pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, dos trabalhadores, gestores e conselheiros da
exige alterações no processo de trabalho dos área, de forma sistemática e continuada. É grande
trabalhadores de modo que a prática profissional o desafio de trabalhar recursos humanos em um
esteja em consonância com os avanços da contexto no qual o Estado foi reformado na
legislação que regula a assistência social assim perspectiva de seu encolhimento, de sua
como as demais políticas sociais (Couto, 1999). desresponsabilização social.
A concepção da assistência social como direito
impõe aos trabalhadores da política que estes O enxugamento realizado na máquina estatal
superem a atuação na vertente de viabilizadores de precarizou seus recursos humanos, financeiros,
programas para a de viabilizadores de direitos. Isso físicos e materiais, fragilizando a política. Assim
muda substancialmente seu processo de trabalho como ocorre em outros setores, a incapacidade de
(idem). Exige também dos trabalhadores o gerar carreira de Estado tem gerado desestímulo
conhecimento profundo da legislação implantada a nos trabalhadores que atuam na área.
partir da Constituição Federal de 1988. “É
impossível trabalhar na ótica dos direitos sem A criação de um plano de carreira é uma questão
conhecê-los e impossível pensar na sua prioritária a ser considerada. O plano de carreira,
implantação se não estiver atento às dificuldades ao contrário de promover atraso gerencial e
de sua implantação” (Couto, 1999:207). inoperância administrativa, como alguns apregoam,
“se bem estruturado e corretamente executado é
A descentralização da gestão da política implica uma garantia de que o trabalhador terá de
novas atribuições para os gestores e trabalhadores vislumbrar uma vida profissional ativa, na qual a
das três esferas de governo e de dirigentes e qualidade técnica e a produtividade seriam
trabalhadores das entidades de assistência social, variáveis chaves para a construção de um sistema
exigindo-lhes novas e capacitadas competências exeqüível” (Plano Nacional de Saúde,
que a autonomia política-administrativa impõe. 2004:172/173).

107
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A elaboração de uma política de recursos humanos • a mensuração da eficiência e da eficácia
urge inequivocamente. A construção de uma das ações previstas nos Planos de
política nacional de capacitação que promova a Assistência Social;
qualificação de forma sistemática, continuada, • a transparência;
sustentável, participativa, nacionalizada e • o acompanhamento;
descentralizada para os trabalhadores públicos e • a avaliação do sistema e a realização de
privados e conselheiros, configura-se ademais estudos, pesquisas e diagnósticos a fim de
como importante instrumento de uma política de contribuir para a formulação da política
recursos humanos, estando em curso sua pelas três esferas de governo.
formulação. Agregado a isto, a Conferência ainda aponta para
a necessidade de utilização de um sistema de
Também compõe a agenda dessa gestão, a criação informação em orçamento público também para as
de espaços de debate e formulação de propostas três esferas de governo.
de realização de seminários e conferências de
recursos humanos. Valorizar o serviço público e O que se pretende claramente com tal deliberação
seus trabalhadores, priorizando o concurso público, é a implantação de políticas articuladas de
combatendo a precarização do trabalho na direção informação, monitoramento e avaliação que
da universalização da proteção social, ampliando o realmente promovam novos patamares de
acesso aos bens e serviços sociais, ofertando desenvolvimento da política de assistência social
serviços de qualidade com transparência e no Brasil, das ações realizadas e da utilização de
participação na perspectiva da requalifição do recursos, favorecendo a participação, o controle
Estado e do espaço púbico, esta deve ser a social e uma gestão otimizada da política.
perspectiva de uma política de recursos humanos
na assistência social, com ampla participação nas Desenhados de forma a fortalecer a
mesas de negociações. democratização da informação, na amplitude de
circunstâncias que perfazem a política de
Nesta perspectiva, esta política nacional aponta assistência social, estas políticas e as ações
para a necessidade de uma NOB – Norma resultantes deverão pautar-se principalmente na
Operacional Básica para a área de Recursos criação de sistemas de informação, que serão base
Humanos, amplamente discutida com os estruturante e produto do Sistema Único de
trabalhadores, gestores, dirigentes das entidades Assistência Social, e na integração das bases de
prestadoras de serviços, conselheiros, entre outros, dados de interesse para o campo socioassistencial,
definindo composição da equipe (formação, perfil, com a definição de indicadores específicos de tal
atributos, qualificação, etc.). política pública.

A necessidade de implantação de sistemáticas de


monitoramento e avaliação e sistemas de
informações para a área também remontam aos
3.1.7. A Informação, o Monitoramento e a instrumentos de planejamento institucional, onde
Avaliação aparecem como componente estrutural do sistema
descentralizado e participativo, no que diz respeito
A formulação e a implantação de um sistema de aos recursos e sua alocação, aos serviços
monitoramento e avaliação e um sistema de prestados e seus usuários. Desta forma, esta
informação em assistência social são providências requisição começa a ser reconhecida nos
urgentes e ferramentas essenciais a serem documentos normativos básicos da área que
desencadeadas para a consolidação da Política estabelecem os fundamentos do processo
Nacional de Assistência Social e para a políticoadministrativo da Assistência Social, no
implementação do Sistema Único de Assistência âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e
Social - SUAS. dos Municípios.

Trata-se, pois, de construção prioritária e A Política Nacional de Assistência Social de 1999


fundamental que deve ser coletiva e envolver reconheceu, ao realizar a avaliação sobre as
esforços dos três entes da federação. Confirmando situações circunstanciais e conjunturais deste
as deliberações sucessivas desde a I Conferência campo, a dificuldade de identificação de
Nacional de Assistência Social de 1995, a IV informações precisas sobre os segmentos usuários
Conferência Nacional, realizada em 2003, define- da política de Assistência Social, e atribuiu a este
se claramente pela elaboração e implementação de fato, a abordagem preliminar sobre algumas destas
planos de monitoramento e avaliação e pela criação situações, a serem atendidas por essa Política
de um sistema oficial de informação que Pública.
possibilitem:

108
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A seriedade desta afirmação, inaugurando a Nesse sentido a questão da informação e as
Política Nacional, pode ser uma medida de práticas de monitoramento e avaliação, aportes do
avaliação crucial sobre o significado da informação, novo sistema, devem ser apreendidas como
ou de sua ausência, neste campo. exercícios permanentes e, acima de tudo,
comprometidas com as repercussões da política de
Daí, ressalta-se que a composição de um Sistema assistência social ao longo de sua realização, em
Nacional de Informação da Assistência Social todo o território nacional.
esteja definido como uma das competências dos
órgãos gestores, envolvendo os três níveis de Para além do compromisso com a modernização
governo. administrativa, o desenvolvimento tecnológico,
sobretudo da tecnologia da informação, associado
No que diz respeito a este aspecto, as estratégias à ação dos atores que perfazem a política de
para a nova sistemática, passam, segundo o Assistência Social, deve permitir uma ainda inédita
documento, entre outras providências, pela: construção de ferramentas informacionais para a
construção de um sistema de informações com realização da política pública de Assistência Social
vistas à ampla divulgação dos benefícios, serviços, no Brasil. Tal produção deve ser pautada
programas e projetos da área, contribuindo para o afiançando:
exercício dos direitos da cidadania; utilização de
indicadores para construção do Sistema de 1) A preocupação determinante com o processo de
Avaliação de Impacto e Resultados da Política democratização da política e com a prática radical
Nacional de Assistência Social; e implementação do controle social da administração pública, que,
do sistema de acompanhamento da rede acredita-se, é componente básico do Estado
socioassistencial. Assim, na agenda básica da Democrático de Direito;
Política Nacional de Assistência Social, estas
questões encontraram-se vinculadas ao nível 2) Novos parâmetros de produção, tratamento e
estratégico, definidas pelo escopo de construir um disseminação da informação pública que a
sistema de informação que permita o transforme em informação social válida e útil, que
monitoramento e avaliação de impacto dos efetivamente incida em níveis de visibilidade social,
benefícios, serviços, programas e projetos de de eficácia e que resulte na otimização político-
enfrentamento da pobreza. operacional necessária para a política pública;

Chega-se, deste modo, a 2004, sem a estruturação 3) A construção de um sistema de informações de


de um Sistema Nacional e integrado de informação grande magnitude, integrado com ações de
ou de políticas de monitoramento e avaliação que capacitação e de aporte de metodologias modernas
garantam visibilidade à política e que forneçam de gestão e tomada de decisão, dando o suporte
elementos seguros para o desenvolvimento desta necessário tanto à gestão quanto à operação das
em todo território nacional. políticas assistenciais, seja no âmbito
governamental, em todas as suas esferas, seja no
Os componentes atuais são, efetivamente, ínfimos âmbito da sociedade civil, englobando entidades,
diante da responsabilidade de atender aos instâncias de decisão colegiada e de pactuação;
dispositivos da legislação e favorecer a ação de
gestores, trabalhadores, prestadores de serviços e 4) A maximização da eficiência, eficácia e
a central atuação do controle social. efetividade das ações de assistência social;

Torna-se imperativo para a realização dos 5) O desenvolvimento de sistemáticas específicas


objetivos, princípios e diretrizes definidos nesta de avaliação e monitoramento para o incremento da
Política Nacional, avançar estrategicamente tanto resolutividade das ações, da qualidade dos
no que tange à construção de um Sistema Nacional serviços e dos processos de trabalho na área da
de informação da área como na direção da assistência social, da gestão e do controle social.
integração entre as bases de dados já existentes e
disseminados hoje nas três esferas de governo. É 6) A construção de indicadores de impacto,
também premente neste sentido, uma substancial e implicações e resultados da ação da política e das
decisiva alteração em torno da realização de condições de vida de seus usuários.
políticas estratégicas de monitoramento e
avaliação, a serem desenhados como meio de Desta forma, gerar uma nova, criativa e
aferir e aperfeiçoar os projetos existentes, transformadora utilização da tecnologia da
aprimorar o conhecimento sobre os componentes informação para aperfeiçoar a política de
que perfazem a política e sua execução e contribuir assistência social no país, que resulte em uma
para seu planejamento futuro, tendo como pano de produção de informações e conhecimento para os
fundo sua contribuição aos escopos institucionais. gestores, conselheiros, usuários, trabalhadores e
entidades, que garanta novos espaços e patamares
para a realização do controle social, níveis de

109
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
eficiência e qualidade mensuráveis, através de ƒ Elaboração, apresentação e aprovação do Plano
indicadores, e que incida em um real avanço da Nacional de Assistência Social na perspectiva da
política de assistência social para a população transição do modelo atual para o SUAS;
usuária é o produto esperado com o novo ideário a
ƒ Reelaboração, apresentação e aprovação da
ser inaugurado neste campo específico.
Norma Operacional Básica da Assistência Social,
que disciplina a descentralização político-
É preciso reconhecer, contudo, que a urgência da
administrativa, o financiamento e a relação entre as
temática e a implantação da agenda para esse
três esferas de governo;
setor são vantagens inequívocas na construção e
na condução do Sistema Único de Assistência ƒ Elaboração, apresentação e aprovação da
Social. Ademais a vinculação das políticas do Política Nacional de Regulação da Assistência
campo da Seguridade Social às definições da Social (Proteção Social Básica e Especial)
tecnologia da informação acompanha uma pactuada com as comissões intergestoras Bi e
tendência atual que atinge organizações de todos Tripartite;
os tipos, patrocinadas por diferentes escopos.
ƒ Elaboração e apresentação ao CNAS uma
Política Nacional de Recursos Humanos da
Existe e desenvolve-se hoje no campo da
Seguridade Social uma evolução de base Assistência Social;
tecnológica, disseminada pelas tecnologias da ƒ Elaboração e apresentação ao CNAS da Norma
informação, e seus derivativos, que ocorre com a Operacional Básica de Recursos Humanos da
sua incorporação a todas as dimensões das Assistência Social;
organizações vinculadas à esfera desta política.
A convergência tecnológica na área da informação ƒ Conclusão da Regulamentação da LOAS,
aponta para uma utilização potencialmente priorizando os artigos 2o e 3o;
positiva, com resultados que, entre outros, ƒ Elaboração de uma metodologia de construção
assinalam diminuição de custos, associada ao de índices territorializados de vulnerabilidade ou
aumento significativo das capacidades ofertadas e exclusão/inclusão social de todos os municípios
de um fantástico potencial de programas e brasileiros, que comporá o Sistema Nacional de
sistemas, sobretudo os que dizem respeito a Assistência;
processos específicos de trabalho, visando,
sobretudo, situações estratégicas e gerenciais. ƒ Realização, em 2005, da V Conferência Nacional
de Assistência Social;
Para alcançarmos este propósito é preciso que a ƒ Realização de reuniões conjuntas do CNAS e
informação, a avaliação e o monitoramento no setor conselhos setoriais e de direitos;
de assistência social sejam doravante tratados
como setores estratégicos de gestão, cessando
com uma utilização tradicionalmente circunstancial Tendo em vista que a política de Assistência Social
e tão somente instrumental deste campo, o que é sempre foi espaço privilegiado para operar
central para o ininterrupto aprimoramento da benefícios, serviços, programas e projetos de
política de assistência social no país. enfrentamento à pobreza, considera-se a
erradicação da fome componente fundamental
nesse propósito. A experiência acumulada da área
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS mostra que é preciso articular distribuição de renda
com trabalho social e projetos de geração de renda
A aprovação desta Política pelo CNAS, enseja a com as famílias. É nessa perspectiva que se efetiva
adoção de um conjunto de medidas mediante a interface entre o SUAS, novo modelo de gestão
planejamento estratégico do processo de da política de assistência social, com a política de
implementação da mesma. Portanto, faz-se segurança alimentar e a política de transferência de
necessário uma agenda de prioridades entre a renda, constituindo-se, então, uma Política de
Secretaria Nacional de Assistência Social e o Proteção Social no Brasil de forma integrada a
Conselho Nacional de Assistência Social, partir do território, garantindo sustentabilidade e
contemplando medidas de ordem regulatória, bem compromisso com um novo pacto de democracia e
como medidas de ordem operacional, as quais civilidade.
deverão ser articuladas e objetivadas em um
conjunto de iniciativas, sendo:

ƒ Planejamento de transição da implantação do


SUAS, como estratégias que respeitam as
diferenças regionais e as particularidades da
realidade brasileira;

110
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

111
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
-NOB/SUAS

RESOLUÇÃO Nº 33, DE 12 DE DEZEMBRO DE Art. 4º Revoga-se a Resolução CNAS nº 130, de 15


2012 de julho de 2005, publicada no Diário Oficial da
União de 25 de julho de 2005, que aprova a
Aprova a Norma Operacional Básica do Sistema NOB/SUAS 2005.
Único de Assistência Social -NOB/SUAS.
Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de
O CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA sua publicação.
SOCIAL - CNAS, em reunião ordinária realizada
nos dias 10, 11, 12 e 13 de dezembro de 2012, no LUZIELE MARIA DE SOUZA TAPAJÓS Presidenta
uso da competência que lhe conferem os incisos I, do Conselho
II, V, IX e XIV do artigo 18 da Lei n.º 8.742, de 7 de
dezembro de 1993 - Lei Orgânica da Assistência ANEXO
Social - LOAS,
RESOLUÇÃO Nº 33, DE 12 DE DEZEMBRO DE
RESOLVE: 2012

Art. 1º Aprovar a Norma Operacional Básica da CAPÍTULO I


Assistência Social - NOB/SUAS, anexa,
apresentada pela Comissão Intergestores Tripartite SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
- CIT, apreciada e deliberada pelo Conselho
Nacional de Assistência Social - CNAS. Art. 1º A política de assistência social, que tem por
funções a proteção social, a vigilância
Art. 2º O CNAS divulgará a NOB/SUAS socioassistencial e a defesa de direitos, organiza-
amplamente nos diversos meios de comunicação e se sob a forma de sistema público não contributivo,
a enviará à Presidência da República, ao descentralizado e participativo, denominado
Congresso Nacional e demais entes federados Sistema Único de Assistência Social - SUAS.
para conhecimento, observância e providências
cabíveis. Parágrafo único. A assistência social ocupa-se de
prover proteção à vida, reduzir danos, prevenir a
Art. 3º O CNAS recomenda as seguintes ações incidência de riscos sociais, independente de
referentes à NOB/SUAS. contribuição prévia, e deve ser financiada com
recursos previstos no orçamento da Seguridade
I - ao Ministério do Desenvolvimento Social e Social.
Combate à Fome:

a) divulgá-la amplamente nos diversos meios de Art. 2º São objetivos do SUAS:


comunicação;
b) incluí-la como conteúdo do Plano Nacional de I - consolidar a gestão compartilhada, o
Capacitação; cofinanciamento e a cooperação técnica entre a
c) publicá-la em meio impresso e distribuí-la, União, os Estados, o Distrito Federal e os
inclusive em braile e em meio digital acessível; d) Municípios que, de modo articulado, operam a
regulamentar os blocos de financiamento em tempo proteção social não contributiva e garantem os
hábil para que os municípios possam elaborar os direitos dos usuários;
seus Planos Plurianuais - PPA.
e) regulamentar os processos e procedimentos de II - estabelecer as responsabilidades da União, dos
acompanhamento disposto no art. 36 e da Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na
aplicação das medidas administrativas definidas no organização, regulação, manutenção e expansão
art. 42. das ações de assistência social;

II - aos órgãos gestores da Política de Assistência III - definir os níveis de gestão, de acordo com
Social e aos conselhos de assistência social: estágios de organização da gestão e ofertas de
serviços pactuados nacionalmente;
a) divulgá-la e publicizá-la amplamente nos
diversos meios de comunicação; IV - orientar-se pelo princípio da unidade e regular,
b) incluí-la como conteúdo dos Planos de em todo o território nacional, a hierarquia, os
Capacitação. vínculos e as responsabilidades quanto à oferta dos

112
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
serviços, benefícios, programas e projetos de
assistência social; a)condições de recepção;

V - respeitar as diversidades culturais, étnicas, b)escuta profissional qualificada;


religiosas, socioeconômicas, políticas e territoriais;
c)informação;
VI - reconhecer as especificidades, iniquidades e
desigualdades regionais e municipais no d)referência;
planejamento e execução das ações;
e)concessão de benefícios;
VII - assegurar a oferta dos serviços, programas,
projetos e benefícios da assistência social; f)aquisições materiais e sociais;

VIII - integrar a rede pública e privada, com vínculo g)abordagem em territórios de incidência de
ao SUAS, de serviços, programas, projetos e situações de risco;
benefícios de assistência social;
h) oferta de uma rede de serviços e de locais de
IX - implementar a gestão do trabalho e a educação permanência de indivíduos e famílias sob curta,
permanente na assistência social; média e longa permanência.

X - estabelecer a gestão integrada de serviços e II - renda: operada por meio da concessão de


benefícios; auxílios financeiros e da concessão de benefícios
continuados, nos termos da lei, para cidadãos não
XI - afiançar a vigilância socioassistencial e a incluídos no sistema contributivo de proteção
garantia de direitos como funções da política de social, que apresentem vulnerabilidades
assistência social. decorrentes do ciclo de vida e/ou incapacidade para
a vida independente e para o trabalho;

Art. 3º São princípios organizativos do SUAS: III - convívio ou vivência familiar, comunitária e
social: exige a oferta pública de rede continuada
I - universalidade: todos têm direito à proteção de serviços que garantam oportunidades e ação
socioassistencial, prestada a quem dela necessitar, profissional para:
com respeito à dignidade e à autonomia do
cidadão, sem discriminação de qualquer espécie ou a)a construção, restauração e o fortalecimento de
comprovação vexatória da sua condição; laços de pertencimento, de natureza geracional,
intergeracional, familiar, de vizinhança e interesses
II - gratuidade: a assistência social deve ser comuns e societários;
prestada sem exigência de contribuição ou
contrapartida, observado o que dispõe o art. 35, da b)o exercício capacitador e qualificador de vínculos
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto sociais e de projetos pessoais e sociais de vida em
do Idoso; sociedade.

III - integralidade da proteção social: oferta das IV - desenvolvimento de autonomia: exige ações
provisões em sua completude, por meio de profissionais e sociais para:
conjunto articulado de serviços, programas,
projetos e benefícios socioassistenciais; a) o desenvolvimento de capacidades e habilidades
para o exercício do protagonismo, da cidadania;
IV – intersetorialidade: integração e articulação da
rede socioassistencial com as demais políticas e b) a conquista de melhores graus de liberdade,
órgãos setoriais; respeito à dignidade humana, protagonismo e
certeza de proteção social para o cidadão e a
V – equidade: respeito às diversidades regionais, cidadã, a família e a sociedade;
culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais,
priorizando aqueles que estiverem em situação de c) conquista de maior grau de independência
vulnerabilidade e risco pessoal e social. pessoal e qualidade, nos laços sociais, para os
cidadãos e as cidadãs sob contingências e
Art. 4º São seguranças afiançadas pelo SUAS: vicissitudes.

I - acolhida: provida por meio da oferta pública de V - apoio e auxílio: quando sob riscos
espaços e serviços para a realização da proteção circunstanciais, exige a oferta de auxílios em bens
social básica e especial, devendo as instalações materiais e em pecúnia, em caráter transitório,
físicas e a ação profissional conter:

113
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
denominados de benefícios eventuais para as VIII - proteção à privacidade dos usuários,
famílias, seus membros e indivíduos. observando o sigilo profissional, preservando sua
intimidade e opção e resgatando sua história de
Art. 5º São diretrizes estruturantes da gestão do vida;
SUAS:
IX - garantia de atenção profissional direcionada
para a construção de projetos pessoais e sociais
I - primazia da responsabilidade do Estado na
para autonomia e sustentabilidade do usuário;
condução da política de assistência social;
X - reconhecimento do direito dos usuários de ter
II - descentralização político-administrativa e acesso a benefícios e à renda;
comando único das ações em cada esfera de
governo; XI – garantia incondicional do exercício do direito à
participação democrática dos usuários, com
incentivo e apoio à organização de fóruns,
III - financiamento partilhado entre a União, os
conselhos, movimentos sociais e cooperativas
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
populares, potencializando práticas participativas;
IV - matricialidade sociofamiliar; XII - acesso à assistência social a quem dela
necessitar, sem discriminação social de qualquer
V - territorialização; natureza, resguardando os critérios de elegibilidade
dos diferentes benefícios e as especificidades dos
VI - fortalecimento da relação democrática entre serviços, programas e projetos;
Estado e sociedade civil;
XIII - garantia aos profissionais das condições
VII – controle social e participação popular. necessárias para a oferta de serviços em local
adequado e acessível aos usuários, com a
Art. 6º São princípios éticos para a oferta da preservação do sigilo sobre as informações
proteção socioassistencial no SUAS: prestadas no atendimento socioassistencial, de
forma a assegurar o compromisso ético e
I - defesa incondicional da liberdade, da dignidade profissional estabelecidos na Norma Operacional
da pessoa humana, da privacidade, da cidadania, Básica de Recurso Humanos do SUAS - NOB-
da integridade física, moral e psicológica e dos RH/SUAS;
direitos socioassistenciais; XIV - disseminação do conhecimento produzido no
âmbito do SUAS, por meio da publicização e
II – defesa do protagonismo e da autonomia dos divulgação das informações colhidas nos estudos e
usuários e a recusa de práticas de caráter pesquisas aos usuários e trabalhadores, no sentido
clientelista, vexatório ou com intuito de benesse ou de que estes possam usá-las na defesa da
ajuda; assistência social, de seus direitos e na melhoria
das qualidade dos serviços, programas, projetos e
III - oferta de serviços, programas, projetos e benefícios;
benefícios públicos gratuitos com qualidade e XV – simplificação dos processos e procedimentos
continuidade, que garantam a oportunidade de na relação com os usuários no acesso aos serviços,
convívio para o fortalecimento de laços familiares e programas, projetos e benefícios, agilizando e
sociais; melhorando sua oferta;
IV - garantia da laicidade na relação entre o cidadão XVI – garantia de acolhida digna, atenciosa,
e o Estado na prestação e divulgação das ações do equitativa, com qualidade, agilidade e continuidade;
SUAS;
XVII – prevalência, no âmbito do SUAS, de ações
V - respeito à pluralidade e diversidade cultural, articuladas e integradas, para garantir a
socioeconômica, política e religiosa; integralidade da proteção socioassistencial aos
VI - combate às discriminações etárias, étnicas, de usuários dos serviços, programas, projetos e
classe social, de gênero, por orientação sexual ou benefícios;
por deficiência, dentre outras; XVIII – garantia aos usuários do direito às
VII – garantia do direito a receber dos órgãos informações do respectivo histórico de
públicos e prestadores de serviços o acesso às atendimentos, devidamente registrados nos
informações e documentos da assistência social, prontuários do SUAS.
de interesse particular, ou coletivo, ou geral - que
serão prestadas dentro do prazo da Lei nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011 - Lei de Acesso à Art. 7º A garantia de proteção socioassistencial
Informação - LAI, e a identificação daqueles que o compreende:
atender;

114
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - precedência da proteção social básica, com o
objetivo de prevenir situações de risco social e
Art. 9º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
pessoal;
Municípios, conforme suas competências, previstas
II - não submissão do usuário a situações de na Constituição Federal e na LOAS, assumem
subalternização; responsabilidades na gestão do sistema e na
garantia de sua organização, qualidade e
III - desenvolvimento de ofertas de serviços e
resultados na prestação dos serviços, programas,
benefícios que favoreçam aos usuários do SUAS a
projetos e benefícios socioassistenciais que serão
autonomia, resiliência, sustentabilidade,
ofertados pela rede socioassistencial.
protagonismo, acesso a oportunidades, condições
de convívio e socialização, de acordo com sua Parágrafo único. Considera-se rede
capacidade, dignidade e projeto pessoal e social; socioassistencial o conjunto integrado da oferta de
serviços, programas, projetos e benefícios de
IV – dimensão proativa que compreende a
assistência social mediante articulação entre todas
intervenção planejada e sistemática para o alcance
as unidades de provisão do SUAS.
dos objetivos do SUAS com absoluta primazia da
responsabilidade estatal na condução da política de
assistência social em cada esfera de governo;
Art. 10. Os Municípios que não aderiram ao SUAS
V – reafirmação da assistência social como política na forma da NOB SUAS, aprovada pela Resolução
de seguridade social e a importância da nº 130, de 15 de julho de 2005, do Conselho
intersetorialidade com as demais políticas públicas Nacional de Assistência Social – CNAS, farão a
para a efetivação da proteção social. adesão por meio da apresentação à Comissão
Intergestores Bipartite - CIB de seu Estado dos
documentos comprobatórios da instituição e
CAPÍTULO II funcionamento do conselho, plano e fundo de
assistência social, bem como da alocação de
GESTÃO DO SISTEMA ÚNICO DE recursos próprios no fundo.
ASSISTÊNCIA SOCIAL

§1º A criação e o funcionamento do conselho de


Art. 8º O SUAS se fundamenta na cooperação entre
assistência social deverão ser demonstrados por:
a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios e estabelece as respectivas I - cópia da lei de sua criação;
competências e responsabilidades comuns e
II - cópia das atas das suas 3 (três) últimas reuniões
específicas.
ordinárias;
III - cópia da publicação da sua atual composição;
§1º As responsabilidades se pautam pela e
ampliação da proteção socioassistencial em todos
IV - cópia da ata que aprova o envio destes
os seus níveis, contribuindo para a erradicação do
documentos à CIB.
trabalho infantil, o enfrentamento da pobreza, da
extrema pobreza e das desigualdades sociais, e
para a garantia dos direitos, conforme disposto na
§2º A criação e existência do fundo de assistência
Constituição Federal e na legislação relativa à
social, assim como a alocação de recursos
assistência social.
próprios, deverão ser demonstradas por:
I - cópia da lei de criação do fundo e de sua
§2º O SUAS comporta quatro tipos de Gestão: regulamentação;
I - da União II - cópia da Lei Orçamentária Anual - LOA;
II - dos Estados; III - balancete do último trimestre do fundo; e
III - do Distrito Federal; IV - cópia da resolução do conselho de assistência
social de aprovação da prestação de contas do ano
IV - dos Municípios.
anterior.

§3º O SUAS é integrado pelos entes federativos,


Art. 11. Serão pactuados pela Comissão
pelos respectivos conselhos de assistência social e
Intergestores Tripartite - CIT parâmetros para a
pelas entidades e organizações de assistência
consolidação da rede de serviços, de
social abrangidas pela Lei nº 8.742, de 7 de
equipamentos, da gestão do SUAS e do
Dezembro de 1993, Lei Orgânica da Assistência
Social – LOAS.

115
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
funcionamento adequado dos conselhos de IX - estimular a mobilização e organização dos
assistência social. usuários e trabalhadores do SUAS para a
participação nas instâncias de controle social da
política de assistência social;
SEÇÃO I
X - promover a participação da sociedade,
RESPONSABILIDADES DOS ENTES especialmente dos usuários, na elaboração da
política de assistência social;
XI - instituir o planejamento contínuo e participativo
Art. 12. Constituem responsabilidades comuns à
no âmbito da política de assistência social;
União, Estados, Distrito Federal e Municípios:
XII - assegurar recursos orçamentários e
I - organizar e coordenar o SUAS em seu âmbito,
financeiros próprios para o financiamento dos
observando as deliberações e pactuações de suas serviços tipificados e benefícios assistenciais de
respectivas instâncias; sua competência, alocando-os no fundo de
II - estabelecer prioridades e metas visando à assistência social;
prevenção e ao enfrentamento da pobreza, da
XIII - garantir que a elaboração da peça
desigualdade, das vulnerabilidades e dos riscos
orçamentária esteja de acordo com os Planos de
sociais;
Assistência Social e compromissos assumidos no
III - normatizar e regular a política de assistência Pacto de Aprimoramento do SUAS;
social em cada esfera de governo, em consonância XIV – dar publicidade ao dispêndio dos recursos
com as normas gerais da União; públicos destinados à assistência social;
IV - elaborar o Pacto de Aprimoramento do SUAS,
XV - formular diretrizes e participar das definições
contendo:
sobre o financiamento e o orçamento da assistência
a) ações de estruturação e aperfeiçoamento do social;
SUAS em seu âmbito; XVI - garantir a integralidade da proteção
b)planejamento e acompanhamento da gestão, socioassistencial à população, primando pela
organização e execução dos serviços, programas, qualificação dos serviços do SUAS, exercendo
projetos e benefícios socioassistenciais; essa responsabilidade de forma compartilhada
entre a União, Estados, Distrito Federal e
V - garantir o comando único das ações do SUAS Municípios;
pelo órgão gestor da política de assistência social,
conforme preconiza a LOAS; XVII - garantir e organizar a oferta dos serviços
socioassistenciais conforme Tipificação Nacional
VI - atender aos requisitos previstos no art. 30 e seu de Serviços Socioassistenciais;
parágrafo único, da LOAS, com a efetiva instituição
e funcionamento do: XVIII – definir os serviços socioassistenciais de alto
custo e as responsabilidades dos entes de
a) conselho de assistência social, de composição financiamento e execução;
paritária entre governo e sociedade civil;
XIX- estruturar, implantar e implementar a
b) fundo de assistência social constituído como Vigilância Socioassistencial;
unidade orçamentária e gestora, vinculado ao
órgão gestor da assistência social, que também XX - definir os fluxos de referência e
deverá ser o responsável pela sua ordenação de contrarreferência do atendimento nos serviços
despesas, e com alocação de recursos financeiros socioassistenciais, com respeito às diversidades
próprios; em todas as suas formas de modo a garantir a
atenção igualitária.
c) Plano de Assistência Social;
XXI – aprimorar a gestão do Programa Bolsa
Família e do Cadastro Único para Programas
VII - prover a infraestrutura necessária ao Sociais do Governo Federal - Cadastro Único;
funcionamento do conselho de assistência social, XXII – gerir, de forma integrada, os serviços,
garantindo recursos materiais, humanos e benefícios e programas de transferência de renda
financeiros, inclusive para as despesas referentes de sua competência;
a passagens e diárias de conselheiros
representantes do governo ou da sociedade civil, XXIII - regulamentar os benefícios eventuais em
no exercício de suas atribuições; consonância com as deliberações do CNAS;
VIII - realizar, em conjunto com os conselhos de XXIV - implementar os protocolos pactuados na
assistência social, as conferências de assistência CIT;
social;

116
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XXV - promover a articulação intersetorial do SUAS para prevenir e reverter situações de
com as demais políticas públicas e o sistema de vulnerabilidade social e riscos;
garantia de direitos;
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da
XXVI - desenvolver, participar e apoiar a realização política de assistência social e assessorar os
de estudos, pesquisas e diagnósticos relacionados Estados, o Distrito Federal e os Municípios para seu
à política de assistência social, em especial para desenvolvimento;
fundamentar a análise de situações de
V - garantir condições financeiras, materiais e
vulnerabilidade e risco dos territórios e o
estruturais para o efetivo funcionamento da CIT e
equacionamento da oferta de serviços em
do CNAS;
conformidade com a tipificação nacional;
VI - regular o acesso às seguranças de proteção
XXVII - implantar sistema de informação,
social, conforme estabelecem a Política Nacional
acompanhamento, monitoramento e avaliação para
de Assistência Social – PNAS e esta NOB SUAS;
promover o aprimoramento, qualificação e
integração contínuos dos serviços da rede VII - definir as condições e o modo de acesso aos
socioassistencial, conforme Pacto de direitos socioassistenciais, visando à sua
Aprimoramento do SUAS e Plano de Assistência universalização;
Social;
VIII - propor diretrizes para a prestação dos
XXVIII - manter atualizado o conjunto de aplicativos serviços socioassistenciais, pactuá-las com os
do Sistema de Informação do Sistema Único de Estados, o Distrito Federal e os Municípios e
Assistência Social – Rede SUAS; submetê-las à aprovação do CNAS;
XXIX - definir, em seu nível de competência, os IX – orientar, acompanhar e monitorar a
indicadores necessários ao processo de implementação dos serviços socioassistenciais
acompanhamento, monitoramento e avaliação; tipificados nacionalmente, objetivando a sua
qualidade;
XXX - elaborar, implantar e executar a política de
recursos humanos, de acordo com a NOB/RH - X - apoiar técnica e financeiramente os Estados, o
SUAS; Distrito Federal e os Municípios na implementação
dos serviços, programas, projetos e benefícios de
XXXI - implementar a gestão do trabalho e a
proteção social básica e especial, dos projetos de
educação permanente;
enfrentamento da pobreza e das ações
XXXII - instituir e garantir capacitação para socioassistenciais de caráter emergencial;
gestores, trabalhadores, dirigentes de entidades e
XI - coordenar e gerir a Rede SUAS;
organizações, usuários e conselheiros de
assistência social; XII – coordenar em nível nacional o Cadastro Único
e o Programa Bolsa Família;
XXXIII - criar ouvidoria do SUAS, preferencialmente
com profissionais do quadro efetivo; XIII - apoiar técnica e financeiramente os Estados,
e o Distrito Federal e Municípios na implantação da
XXXIV - atender às ações socioassistenciais de
vigilância socioassistencial;
caráter de emergência;
XIV - elaborar plano de apoio aos Estados e Distrito
XXXV – assessorar e apoiar as entidades e
Federal com pendências e irregularidades junto ao
organizações visando à adequação dos seus
SUAS, para cumprimento do plano de providências;
serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social às normas do SUAS. XV – coordenar e manter atualizado cadastro de
entidades de assistência social, de que trata o
inciso XI, do art. 19, da LOAS, em articulação com
Art. 13. São responsabilidades da União: os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
I - responder pela concessão e manutenção do XVI – decidir sobre a concessão e renovação da
Benefício de Prestação Continuada - BPC definido certificação de entidade beneficente de assistência
no art. 203 da Constituição Federal; social no âmbito da assistência social;
II - coordenar a gestão do BPC, promovendo XVII – reconhecer as entidades e organizações
estratégias de articulação com os serviços, integrantes da rede socioassistencial, por meio do
programas e projetos socioassistenciais e demais vínculo SUAS;
políticas setoriais;
XVIII – apoiar técnica e financeiramente as
III – regulamentar e cofinanciar, em âmbito entidades de representação nacional dos
nacional, por meio de transferência regular e secretários estaduais e municipais de assistência
automática, na modalidade fundo a fundo, o social;
aprimoramento da gestão, dos serviços, programas
XIX - normatizar o §3º do art. 6º- B da LOAS.
e projetos de proteção social básica e especial,

117
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XI - coordenar o processo de definição dos fluxos
de referência e contrarreferência dos serviços
Art. 14. A União apoiará financeiramente o
regionalizados, acordado com os Municípios e
aprimoramento à gestão descentralizada do
pactuado na CIB;
Programa Bolsa Família e dos serviços, programas,
projetos e benefícios de assistência social, XII - organizar, coordenar, articular, acompanhar e
respectivamente, por meio do Índice de Gestão monitorar a rede socioassistencial nos âmbitos
Descentralizada do Programa Bolsa Família – IGD estadual e regional;
PBF e do Índice de Gestão Descentralizada do
XIII - instituir ações preventivas e proativas de
Sistema Único de Assistência Social - IGDSUAS,
acompanhamento aos Municípios no cumprimento
para a utilização no âmbito dos Estados, do Distrito
das normativas do SUAS, para o aprimoramento da
Federal e dos Municípios, conforme definido no §2º,
gestão, dos serviços, programas, projetos e
art. 8º da Lei 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e no
benefícios socioassistenciais pactuados
art. 12-A da Lei nº 8.742, de 1993.
nacionalmente;
XIV - participar dos mecanismos formais de
Art. 15. São responsabilidades dos Estados: cooperação intergovernamental que viabilizem
técnica e financeiramente os serviços de referência
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a
regional, definindo as competências na gestão e no
título de participação no custeio do pagamento dos
cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB;
benefícios eventuais de que trata o art. 22, da
LOAS, mediante critérios estabelecidos pelo XV - elaborar plano de apoio aos Municípios com
Conselho Estadual de Assistência Social – CEAS; pendências e irregularidades junto ao SUAS, para
cumprimento do plano de providências acordado
II - cofinanciar, por meio de transferência regular e
nas respectivas instâncias de pactuação e
automática, na modalidade fundo a fundo os
deliberação;
serviços, programas, projetos e benefícios
eventuais e o aprimoramento da gestão, em âmbito XVI - elaborar e cumprir o plano de providências, no
regional e local; caso de pendências e irregularidades do Estado
junto ao SUAS, aprovado no CEAS e pactuado na
III - estimular e apoiar técnica e financeiramente as
CIT;
associações e consórcios municipais na prestação
de serviços de assistência social; XVII - prestar as informações necessárias para a
União no acompanhamento da gestão estadual;
IV - organizar, coordenar e prestar serviços
regionalizados da proteção social especial de XVIII – zelar pela boa e regular execução dos
média e alta complexidade, de acordo com o recursos da União transferidos aos Estados,
diagnóstico socioterritorial e os critérios pactuados executados direta ou indiretamente por este,
na CIB e deliberados pelo CEAS; inclusive no que tange à prestação de contas;
V - realizar o monitoramento e a avaliação da XIX - aprimorar os equipamentos e serviços
política de assistência social em sua esfera de socioassistenciais, observando os indicadores de
abrangência e assessorar os Municípios para seu monitoramento e avaliação pactuados;
desenvolvimento;
XX – alimentar o Censo do Sistema Único de
VI - garantir condições financeiras, materiais e Assistência Social – Censo SUAS;
estruturais para o funcionamento efetivo da CIB e
XXI - instituir plano estadual de capacitação e
do CEAS;
educação permanente;
VII - apoiar técnica e financeiramente os Municípios
XXII - acompanhar o sistema de cadastro de
na implantação e na organização dos serviços,
entidades e organizações de assistência social, de
programas, projetos e benefícios
que trata o inciso XI, do art. 19, da LOAS, em
socioassistenciais;
articulação com os Municípios de sua área de
VIII - apoiar técnica e financeiramente os abrangência;
Municípios para a implantação e gestão do SUAS,
XXIII - apoiar técnica e financeiramente entidade de
Cadastro Único e Programa Bolsa Família;
representação estadual dos secretários municipais
IX - apoiar técnica e financeiramente os Municípios de assistência social.
na implantação da vigilância socioassistencial;
XXIV – normatizar, em seu âmbito, o financiamento
X - municipalizar os serviços de proteção social integral dos serviços, programas, projetos e
básica executados diretamente pelos Estados, benefícios de assistência social ofertados pelas
assegurando seu cofinanciamento, com exceção entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do
dos serviços socioassistenciais prestados no art. 6º- B da LOAS e sua regulamentação em
distrito estadual de Pernambuco, Fernando de âmbito federal.
Noronha, até que este seja emancipado;

118
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XVII - instituir plano de capacitação e educação
permanente do Distrito Federal;
Art. 16. São responsabilidades do Distrito Federal:
XVIII – zelar pela boa e regular execução, direta ou
I - destinar recursos financeiros para custeio dos
indireta, dos recursos da União transferidos ao
benefícios eventuais de que trata o art. 22, da
Distrito Federal, inclusive no que tange à prestação
LOAS, mediante critérios e prazos estabelecidos
de contas;
pelo Conselho de Assistência Social do Distrito
Federal - CASDF; XIX - proceder o preenchimento do sistema de
cadastro de entidades e organizações de
II - efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o
assistência social de que trata o inciso XI do art. 19
auxílio-funeral;
da LOAS;
III - executar os projetos de enfrentamento da
pobreza, incluindo a parceria com organizações da
sociedade civil;
IV - atender às ações socioassistenciais de caráter Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) -
de emergência; 10/41
V - prestar os serviços socioassistenciais de que XX - viabilizar estratégias e mecanismos de
trata o art. 23, da LOAS; organização, reconhecendo o pertencimento das
entidades de assistência social como integrantes
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, dos
da rede socioassistencial em âmbito local.
serviços, programas e projetos de assistência
social em âmbito local; XXI – normatizar, em seu âmbito, o financiamento
integral dos serviços, programas, projetos e
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
benefícios de assistência social ofertados pelas
política de assistência social em seu âmbito;
entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do
VIII - aprimorar os equipamentos e serviços art. 6-B da LOAS e sua regulamentação em âmbito
socioassistenciais, observando os indicadores de federal.
monitoramento e avaliação pactuados;
IX - organizar a oferta de serviços de forma
Art. 17. São responsabilidades dos Municípios:
territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade
e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial, I - destinar recursos financeiros para custeio dos
construindo arranjo institucional que permita benefícios eventuais de que trata o art. 22, da
envolver os Municípios da Região Integrada de LOAS, mediante critérios estabelecidos pelos
Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno - Conselhos Municipais de Assistência Social -
RIDE; CMAS;
X - organizar, coordenar, articular, acompanhar e II - efetuar o pagamento do auxílio-natalidade e o
monitorar a rede de serviços da proteção social auxílio-funeral;
básica e especial;
III - executar os projetos de enfrentamento da
XI - participar dos mecanismos formais de pobreza, incluindo a parceria com organizações da
cooperação intergovernamental que viabilizem sociedade civil;
técnica e financeiramente os serviços de referência
IV - atender às ações socioassistenciais de caráter
regional, definindo as competências na gestão e no
de emergência;
cofinanciamento, a serem pactuadas na CIT;
V - prestar os serviços socioassistenciais de que
XII - realizar a gestão local do BPC, garantindo aos
trata o art. 23, da LOAS;
seus beneficiários e famílias o acesso aos serviços,
programas e projetos da rede socioassistencial; VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão e dos
serviços, programas e projetos de assistência
XIII – alimentar o Censo SUAS;
social, em âmbito local;
XIV - gerir, no âmbito do Distrito Federal, o
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
Cadastro Único e o Programa Bolsa Família, nos
política de assistência social em seu âmbito;
termos do §1º do art. 8° da Lei nº 10.836, de 2004;
VIII - aprimorar os equipamentos e serviços
XV - elaborar e cumprir o plano de providências, no
socioassistenciais, observando os indicadores de
caso de pendências e irregularidades junto ao
monitoramento e avaliação pactuados;
SUAS, aprovado pelo CASDF e pactuado na CIT;
IX - organizar a oferta de serviços de forma
XVI - prestar as informações necessárias para a
territorializada, em áreas de maior vulnerabilidade
União no acompanhamento da gestão do Distrito
e risco, de acordo com o diagnóstico socioterritorial;
Federal;

119
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
X - organizar, coordenar, articular, acompanhar e norteia a execução da PNAS na perspectiva do
monitorar a rede de serviços da proteção social SUAS.
básica e especial;
XI – alimentar o Censo SUAS;
§1º A elaboração do Plano de Assistência Social é
XII - assumir as atribuições, no que lhe couber, no de responsabilidade do órgão gestor da política que
processo de municipalização dos serviços de o submete à aprovação do conselho de assistência
proteção social básica; social.
XIII - participar dos mecanismos formais de
cooperação intergovernamental que viabilizem
§2º A estrutura do plano é composta por, dentre
técnica e financeiramente os serviços de referência
outros:
regional, definindo as competências na gestão e no
cofinanciamento, a serem pactuadas na CIB; I - diagnóstico socioterritorial;
XIV - realizar a gestão local do BPC, garantindo aos II - objetivos gerais e específicos;
seus beneficiários e famílias o acesso aos serviços,
III - diretrizes e prioridades deliberadas;
programas e projetos da rede socioassistencial;
IV - ações e estratégias correspondentes para sua
XV - gerir, no âmbito municipal, o Cadastro Único e
implementação;
o Programa Bolsa Família, nos termos do §1º do
art. 8° da Lei nº 10.836 de 2004; V - metas estabelecidas;
XVI - elaborar e cumprir o plano de providências, no VI - resultados e impactos esperados;
caso de pendências e irregularidades do Município
junto ao SUAS, aprovado pelo CMAS e pactuado VII - recursos materiais, humanos e financeiros
na CIB; disponíveis e necessários;

XVII - prestar informações que subsidiem o VIII - mecanismos e fontes de financiamento;


acompanhamento estadual e federal da gestão IX - cobertura da rede prestadora de serviços;
municipal;
X - indicadores de monitoramento e avaliação;
XVIII – zelar pela execução direta ou indireta dos
recursos transferidos pela União e pelos Estados XI - espaço temporal de execução;
aos Municípios, inclusive no que tange a prestação
de contas;
Art. 19. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
XIX - proceder o preenchimento do sistema de Municípios deverão elaborar os respectivos Planos
cadastro de entidades e organizações de de Assistência Social a cada 4 (quatro) anos, de
assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 acordo com os períodos de elaboração do Plano
da LOAS; Plurianual - PPA.
XX - viabilizar estratégias e mecanismos de
organização para aferir o pertencimento à rede
socioassistencial, em âmbito local, de serviços, Art. 20. A realização de diagnóstico socioterritorial,
programas, projetos e benefícios socioassistenciais a cada quadriênio, compõe a elaboração dos
ofertados pelas entidades e organizações de Planos de Assistência Social em cada esfera de
acordo com as normativas federais. governo.

XXI – normatizar, em âmbito local, o financiamento Parágrafo único. O diagnóstico tem por base o
integral dos serviços, programas, projetos e conhecimento da realidade a partir da leitura dos
benefícios de assistência social ofertados pelas territórios, microterritórios ou outros recortes
entidades vinculadas ao SUAS, conforme §3º do socioterritoriais que possibilitem identificar as
art. 6º B da LOAS e sua regulamentação em âmbito dinâmicas sociais, econômicas, políticas e culturais
federal. que os caracterizam, reconhecendo as suas
demandas e potencialidades.

Art. 21. A realização de diagnóstico socioterritorial


CAPÍTULO III requer:
PLANOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL I - processo contínuo de investigação das situações
de risco e vulnerabilidade social presentes nos
territórios, acompanhado da interpretação e análise
Art. 18. O Plano de Assistência Social, de que trata da realidade socioterritorial e das demandas sociais
o art. 30 da LOAS, é um instrumento de que estão em constante mutação, estabelecendo
planejamento estratégico que organiza, regula e

120
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
relações e avaliações de resultados e de impacto se materializam as metas e as prioridades
das ações planejadas; nacionais no âmbito do SUAS, e se constitui em
mecanismo de indução do aprimoramento da
II - identificação da rede socioassistencial
gestão, dos serviços, programas, projetos e
disponível no território, bem como de outras
benefícios socioassistenciais.
políticas públicas, com a finalidade de planejar a
articulação das ações em resposta às demandas
identificadas e a implantação de serviços e
§1º A periodicidade de elaboração do Pacto será
equipamentos necessários;
quadrienal, com o acompanhamento e a revisão
III – reconhecimento da oferta e da demanda por anual das prioridades e metas estabelecidas.
serviços socioassistenciais e definição de territórios
prioritários para a atuação da política de assistência
social. §2º A pactuação das prioridades e metas se dará
no último ano de vigência do PPA de cada ente
IV – utilização de dados territorializados disponíveis
federativo.
nos sistemas oficiais de informações. Parágrafo
único. Consideram-se sistemas oficiais de
informações aqueles utilizados no âmbito do SUAS,
§3º A União deverá pactuar na CIT, no último ano
ainda que oriundos de outros órgãos da
de vigência do PPA de cada ente federativo, a cada
administração pública.
4 (quatro anos), as prioridades e metas nacionais
para Estados, Distrito Federal e Municípios.
Art. 22. Os Planos de Assistência Social, além do
que estabelece o §2º do art. 18 desta Norma,
§4º Os Estados deverão pactuar nas CIBs, no
devem observar:
último ano de vigência do PPA dos Municípios, a
I - deliberações das conferências de assistência cada 4 (quatro) anos, as prioridades e metas
social para a União, os Estados, o Distrito Federal regionais e estaduais para os municípios, que
e os Municípios; devem guardar consonância com as prioridades e
metas nacionais.
II – metas nacionais pactuadas, que expressam o
compromisso para o aprimoramento do SUAS para
a União, os Estados, o Distrito Federal e os
§5º A revisão das prioridades e metas ocorrerá
Municípios;
anualmente, sob proposição do Ministério do
III – metas estaduais pactuadas que expressam o Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS,
compromisso para o aprimoramento do SUAS para pactuadas na CIT, a partir de alterações de
Estados e Municípios; indicadores identificados nos sistemas nacionais de
estatística, Censo SUAS, Rede SUAS e outros
IV – ações articuladas e intersetoriais;
sistemas do MDS.
V- ações de apoio técnico e financeiro à gestão
descentralizada do SUAS.
§6º O Pacto e o Plano de Assistência Social devem
Parágrafo único. O apoio técnico e financeiro
guardar correlação entre si.
compreende, entre outras ações:
I - capacitação;
§7º A União e os Estados acompanharão a
II - elaboração de normas e instrumentos;
realização das prioridades e das metas contidas no
III - publicação de materiais informativos e de Pacto.
orientações técnicas;
IV – assessoramento e acompanhamento;
§8º A primeira pactuação das prioridades e metas
V - incentivos financeiros. se dará para:
I – Os Estados e o Distrito Federal no exercício de
2015, com vigência para o quadriênio de
CAPÍTULO IV
2016/2019.
PACTO DE APRIMORAMENTO DO SISTEMA
II - Os Municípios no exercício de 2013, com
ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
vigência para o quadriênio de 2014/2017.

Art. 23. O Pacto de Aprimoramento do SUAS


Art. 24. O Pacto de Aprimoramento do SUAS
firmado entre a União, os Estados, o Distrito
compreende:
Federal e os Municípios é o instrumento pelo qual

121
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - definição de indicadores; organização do SUAS em âmbito local, estadual e
distrital.
II – definição de níveis de gestão;
Parágrafo único. O ID SUAS será composto por um
III - fixação de prioridades e metas de
conjunto de indicadores de gestão, serviços,
aprimoramento da gestão, dos serviços,
programas, projetos e benefícios socioassistenciais
programas, projetos e benefícios socioassistenciais
apurados a partir do Censo SUAS, sistemas da
do SUAS;
Rede SUAS e outros sistemas do MDS.
IV – planejamento para o alcance de metas de
aprimoramento da gestão, dos serviços,
programas, projetos e benefícios socioassistenciais Art. 29. Os níveis de gestão correspondem à escala
do SUAS; de aprimoramento, na qual a base representa os
níveis iniciais de implantação do SUAS e o ápice
V - apoio entre a União, os Estados, o Distrito
corresponde aos seus níveis mais avançados, de
Federal e os Municípios, para o alcance das metas
acordo com as normativas em vigor.
pactuadas; e
VI – adoção de mecanismos de acompanhamento
e avaliação. Art. 30. Os níveis de gestão são dinâmicos e as
mudanças ocorrerão automaticamente na medida
em que o ente federativo, quando da apuração
Art. 25. A realização do Pacto de Aprimoramento do anual do ID SUAS, demonstrar o alcance de estágio
SUAS se dará a partir da definição das prioridades mais avançado ou o retrocesso a estágio anterior
e metas nacionais para cada quadriênio e do de organização do SUAS.
preenchimento do instrumento que materializa o
planejamento para o alcance das metas.
SEÇÃO III
PRIORIDADES E METAS DE
Art. 26. As prioridades e metas nacionais referentes
APRIMORAMENTO DO SUAS
a públicos, vulnerabilidade e riscos específicos
poderão ser objeto de pactuação própria.
Art. 31. As prioridades e metas nacionais serão
pactuadas a cada 4 (quatro) anos na CIT, conforme
prevê o §1º do art.23, com base nos indicadores
SEÇÃO I apurados anualmente, a partir das informações
prestadas nos sistemas de informações oficiais do
INDICADORES MDS e sistemas nacionais de estatística, que
nortearão a elaboração dos Pactos de
Aprimoramento do SUAS.
Art. 27. Os indicadores que orientam o processo de
planejamento para o alcance de metas de
aprimoramento do SUAS serão apurados
SEÇÃO IV
anualmente, a partir das informações prestadas
nos sistemas oficiais de informações e sistemas ALCANCE DAS METAS DE APRIMORAMENTO
nacionais de estatística. DO SUAS

§1º Os indicadores nacionais serão instituídos pelo Art. 32. O planejamento para alcance das metas de
MDS. §2º Serão incorporados progressivamente aprimoramento do SUAS será realizado por meio
novos indicadores e dimensões, na medida em que de ferramenta informatizada, a ser disponibilizada
ocorrerem novas pactuações. pela União.

SEÇÃO II §1º Os conselhos de assistência social deliberarão


acerca do planejamento para o alcance das metas.
NÍVEIS DE GESTÃO
§2º A resolução do respectivo conselho de
assistência social referente à aprovação ou revisão
Art. 28. Os Estados, o Distrito Federal e os do planejamento para alcance de metas deverá ser
Municípios serão agrupados em níveis de gestão, a publicada em diário oficial ou jornal de grande
partir da apuração do Índice de Desenvolvimento circulação.
do SUAS - ID SUAS, consoante ao estágio de

122
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SEÇÃO V §1º O processo de acompanhamento se dará pela
União aos Estados e Distrito Federal e pelos
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO
Estados aos respectivos Municípios.
ALCANCE DAS METAS DE APRIMORAMENTO
DO SUAS
§2º O processo de acompanhamento de que trata
o caput se dará por meio do:
Art. 33. O acompanhamento e a avaliação do Pacto
de Aprimoramento do SUAS tem por objetivo I - monitoramento do SUAS;
observar o cumprimento do seu conteúdo e a
II - visitas técnicas;
efetivação dos compromissos assumidos entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os III - análise de dados do Censo SUAS, da Rede
Municípios para a melhoria contínua da gestão, dos SUAS e de outros sistemas do MDS ou dos
serviços, programas, projetos e benefícios Estados;
socioassistenciais, visando à sua adequação
gradativa aos padrões estabelecidos pelo SUAS. IV - apuração de denúncias;
V - fiscalizações e auditorias;
VI - outros que vierem a ser instituídos.
Art. 34. O acompanhamento e a avaliação
possibilitam o acesso às informações sobre a
execução das ações planejadas, as dificuldades
encontradas e os resultados alcançados, §3º A União realizará o monitoramento e a
favorecendo a revisão e a tomada de decisões pelo avaliação da política de assistência social e
gestor. assessorará os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios para seu desenvolvimento.

Art. 35. As informações referentes ao


acompanhamento e à avaliação serão atualizadas Art. 37. Os processos de acompanhamento
anualmente pela União, pelos Estados, pelo Distrito desencadearão ações que objetivam a resolução
Federal e pelos Municípios, para aferição da de dificuldades encontradas, o aprimoramento e a
execução do planejamento que visa o alcance das qualificação da gestão, dos serviços, programas,
respectivas metas. projetos e benefícios socioassistenciais do SUAS,
quais sejam:
Parágrafo único. O acompanhamento dos Pactos
de Aprimoramento do SUAS, que estará a cargo da I - proativas e preventivas;
União e dos Estados, deverá orientar o apoio II - de superação das dificuldades encontradas;
técnico e financeiro à gestão descentralizada para
o alcance das metas de aprimoramento da gestão, III – de avaliação da execução do plano de
dos serviços, programas, projetos e benefícios providências e medidas adotadas. Parágrafo único.
socioassistenciais do SUAS. As ações de que trata o caput destinam-se à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e
à rede socioassistencial.
CAPÍTULO V
PROCESSO DE ACOMPANHAMENTO NO Art. 38. As ações de acompanhamento proativas e
SUAS preventivas consistem em procedimentos adotados
na prestação de apoio técnico para o
aprimoramento da gestão, dos serviços,
Art. 36. O processo de acompanhamento da programas, projetos e benefícios
gestão, dos serviços, programas, projetos e socioassistenciais, conforme previsto nas
benefícios socioassistenciais do SUAS, realizado normativas do SUAS e nas pactuações nacionais e
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e estaduais, prevenindo a ocorrência de situações
pelos Municípios objetiva a verificação: inadequadas.
I – do alcance das metas de pactuação nacional e
estadual e dos indicadores do SUAS, visando ao
reordenamento e à qualificação da gestão, dos §1º Os procedimentos adotados no
serviços, programas, projetos e benefícios acompanhamento proativo e preventivo poderão
socioassistenciais; desencadear:

II – da observância das normativas do SUAS. I - o contato periódico, presencial ou não, da União


com o Distrito Federal e os Estados e destes com
os respectivos Municípios;

123
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o monitoramento presencial sistemático da rede II - aprovados pelos CEAS e pactuados na CIT no
socioassistencial dos Municípios e do Distrito âmbito dos Estados;
Federal;
III - aprovado pelo CASDF e pactuado na CIT no
III - a verificação anual do alcance de metas e de âmbito do Distrito Federal.
indicadores do SUAS e da observância das
normativas vigentes;
§2º A execução dos Planos de Providências será
IV – outros procedimentos.
acompanhada:
I - pelos respectivos conselhos de assistência social
§2º Os órgãos gestores da política de assistência e pelo Estado quanto aos seus Municípios;
social deverão, como parte do processo proativo e
II - pelos respectivos conselhos de assistência
preventivo, elaborar instrumentos informativos e
social e pela União quanto aos Estados e Distrito
publicizá-los amplamente, para subsidiar o
Federal;
aprimoramento do SUAS.

§3º O prazo de vigência do Plano de Providências


Art. 39. As ações para a superação das dificuldades
será estabelecido de acordo com cada caso, sendo
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
considerado concluído após a realização de todas
na execução do previsto nas normativas vigentes,
as ações previstas.
no alcance das metas de pactuação nacional e na
melhoria dos indicadores do SUAS objetivam
solucionar as falhas identificadas e completar o
§4º A União acompanhará a execução do Plano de
ciclo do processo de acompanhamento.
Providências dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios por meio de aplicativos informatizados.
§1º O processo de acompanhamento adotará como
instrumentos de assessoramento os planos de
providências e de apoio. Art. 41. O Plano de Apoio decorre do Plano de
Providências dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e consiste no instrumento de
planejamento do assessoramento técnico e,
§2º As ações para a superação de dificuldades dos
quando for o caso, financeiro, para a superação das
entes federativos consistem no planejamento que
dificuldades dos entes federados na gestão e
envolva o gestor local, o Estado e a União na
execução dos serviços, programas, projetos e
resolução definitiva dos problemas.
benefícios socioassistenciais.

Art. 40. O Plano de Providências constitui-se em


§1º O Plano de Apoio contém as ações de
instrumento de planejamento das ações para a
acompanhamento, assessoramento técnico e
superação de dificuldades dos entes federados na
financeiro prestadas de acordo com as metas
gestão e execução dos serviços, programas,
estabelecidas no Plano de Providências e deve ser:
projetos e benefícios socioassistenciais, a ser
elaborado pelos Estados, Distrito Federal e I - elaborado:
Municípios, com atribuições, dentre outras, de:
a) pelo Estado quanto aos seus Municípios;
I - identificar as dificuldades apontadas nos
b) pela União quanto aos Estados e ao Distrito
relatórios de auditorias, nas denúncias, no Censo
Federal.
SUAS, entre outros;
II - definir ações para superação das dificuldades II - encaminhado para pactuação na CIB ou CIT, de
acordo com o envolvimento e a responsabilidade de
encontradas;
cada ente federativo.
III - indicar os responsáveis por cada ação e
estabelecer prazos para seu cumprimento.
Art. 42. O descumprimento do Plano de
Providências e de Apoio pelos Estados, Distrito
§1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Federal e Municípios será comunicado aos
elaborarão seus Planos de Providências, que respectivos conselhos de assistência social e
serão: acarretará a aplicação de medidas administrativas
pela União na forma a ser definida em norma
I - aprovados pelos CMAS e pactuados nas CIBs no
específica.
âmbito dos Municípios;

124
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§1º Constituem medidas administrativas: Parágrafo único. A elaboração da peça
orçamentária requer:
I - comunicação ao Ministério Público para tomada
de providências cabíveis; I – a definição de diretrizes, objetivos e metas;
II - exclusão das expansões de cofinanciamento II – a previsão da organização das ações;
dos serviços socioassistenciais e equipamentos
III – a provisão de recursos;
públicos;
IV – a definição da forma de acompanhamento das
III – bloqueio ou suspensão dos recursos do
ações; e
cofinanciamento;
V – a revisão crítica das propostas, dos processos
IV - descredenciamento do equipamento da rede
e dos resultados.
socioassistencial.

Art. 47. Constituem princípios do orçamento


§2º O gestor federal comunicará ao gestor
público:
estadual, do Distrito Federal ou municipal as
medidas administrativas adotadas pelo não I - anualidade: o orçamento público deve ser
cumprimento das metas e ações do Plano de elaborado pelo período de um ano, coincidente com
Providências. o ano civil;
II - clareza: o orçamento público deve ser
apresentado em linguagem clara e compreensível
§3º O Fundo Nacional de Assistência Social - FNAS
a todos;
comunicará as Câmaras de Vereadores e às
Assembleias Legislativas os casos de suspensão III - especialidade: as receitas e as despesas
de recursos financeiros. devem constar de maneira discriminada,
pormenorizando a origem dos recursos e a sua
aplicação;
Art. 43. A CIT pactuará as normas complementares
IV - exclusividade: o orçamento público não deve
necessárias para a execução do processo de
conter matéria estranha à previsão da receita e à
acompanhamento pela União, pelos Estados, pelo
fixação da despesa, ressalvadas as exceções
Distrito Federal e pelos Municípios.
legais;
V - legalidade: a arrecadação de receitas e a
CAPÍTULO VI execução de despesas pelo setor público devem
ser precedidas de expressa autorização legislativa;
GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA DO
SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL VI - publicidade: deve ser permitido o amplo acesso
da sociedade a todas as informações relativas ao
orçamento público;
Art. 44. São instrumentos da gestão financeira e
VII - unidade: o orçamento público deve ser
orçamentária do SUAS o orçamento da assistência
elaborado com base numa mesma política
social e os fundos de assistência social.
orçamentária, estruturado de modo uniforme,
sendo vedada toda forma de orçamentos paralelos;
Art. 45. A gestão financeira e orçamentária da VIII - universalidade: todas as receitas e despesas
assistência social implica na observância dos devem ser incluídas na lei orçamentária;
princípios da administração pública, em especial: a
IX - equilíbrio: o orçamento público deve possuir
legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a
equilíbrio financeiro entre receita e despesa;
publicidade e a eficiência.
X - exatidão: as estimativas orçamentárias devem
ser tão exatas quanto possível, a fim de se dotar o
SEÇÃO I orçamento da consistência necessária, para que
possa ser empregado como instrumento de
ORÇAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
gerência, programação e controle;
XI - flexibilidade: possibilidade de ajuste na
Art. 46. O orçamento é instrumento da execução do orçamento público às contingências
administração pública indispensável para a gestão operacionais e à disponibilidade efetiva de
da política de assistência social e expressa o recursos;
planejamento financeiro das funções de gestão e
XII - programação: o orçamento público deve
da prestação de serviços, programas, projetos e
expressar o programa de trabalho detalhado
benefícios socioassistenciais à população usuária.

125
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
concernente à atuação do setor público durante a devem atender às exigências legais concernentes
execução orçamentária; ao processamento, empenho, liquidação e
efetivação do pagamento, mantendo-se a
XIII - regionalização: o orçamento público deve ser
respectiva documentação administrativa e fiscal
elaborado sobre a base territorial com o maior nível
pelo período legalmente exigido.
de especificação possível, de forma a reduzir as
desigualdades inter-regionais, segundo critério
populacional.
Parágrafo único. Os documentos comprobatórios
das despesas de que trata o caput, tais como notas
fiscais, recibos, faturas, dentre outros legalmente
SEÇÃO II
aceitos, deverão ser arquivados preferencialmente
FUNDOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL na sede da unidade pagadora do Estado, Distrito
Federal ou Município, em boa conservação,
identificados e à disposição do órgão repassador e
Art. 48. Os fundos de assistência social são dos órgãos de controle interno e externo.
instrumentos de gestão orçamentária e financeira
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, nos quais devem ser alocadas as SEÇÃO III
receitas e executadas as despesas relativas ao
COFINANCIAMENTO NO SISTEMA ÚNICO DE
conjunto de ações, serviços, programas, projetos e
ASSISTÊNCIA SOCIAL
benefícios de assistência social.

Art. 50. O modelo de gestão preconizado pelo


§1º Cabe ao órgão da administração pública
SUAS prevê o financiamento compartilhado entre a
responsável pela coordenação da Política de
União, os Estados, o Distrito Federal e os
Assistência Social na União, nos Estados, no
Municípios e é viabilizado por meio de
Distrito Federal e nos Municípios gerir o Fundo de
transferências regulares e automáticas entre os
Assistência Social, sob orientação e controle dos
fundos de assistência social, observando-se a
respectivos Conselhos de Assistência Social.
obrigatoriedade da destinação e alocação de
recursos próprios pelos respectivos entes.
§2º Caracterizam-se como fundos especiais e se
constituem em unidades orçamentárias e gestoras,
Art. 51. O cofinanciamento na gestão
na forma da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964,
compartilhada do SUAS tem por pressupostos:
cabendo o seu gerenciamento aos órgãos
responsáveis pela coordenação da política de I - a definição e o cumprimento das competências e
assistência social. responsabilidades dos entes federativos;
II - a participação orçamentária e financeira de
todos os entes federativos;
§3º Devem ser inscritos no Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica – CNPJ, na condição de Matriz, na III - a implantação e a implementação das
forma das Instruções Normativas da Receita transferências de recursos por meio de repasses na
Federal do Brasil em vigor, com o intuito de modalidade fundo a fundo, de forma regular e
assegurar maior transparência na identificação e no automática;
controle das contas a eles vinculadas, sem, com
IV - o financiamento contínuo de benefícios e de
isso, caracterizar autonomia administrativa e de
serviços socioassistenciais tipificados
gestão.
nacionalmente;
V - o estabelecimento de pisos para os serviços
§4º Os recursos previstos no orçamento para a socioassistenciais e de incentivos para a gestão;
política de assistência social devem ser alocados e
VI - a adoção de critérios transparentes de partilha
executados nos respectivos fundos. §5º Todo o
de recursos, pactuados nas Comissões
recurso repassado aos Fundos seja pela União ou
Intergestores e deliberados pelos respectivos
pelos Estados e os recursos provenientes dos
Conselhos de Assistência Social;
tesouros estaduais, municipais ou do Distrito
Federal deverão ter a sua execução orçamentária VII - o financiamento de programas e projetos.
e financeira realizada pelos respectivos fundos.

Art. 52. São requisitos mínimos para que os


Art. 49. As despesas realizadas com recursos Estados, o Distrito Federal e os Municípios
financeiros recebidos na modalidade fundo a fundo recebam os recursos referentes ao

126
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cofinanciamento federal, de acordo com o art. 30,
da LOAS:
Art. 55. A União tem por responsabilidade:
I - conselho de assistência social instituído e em
I - o financiamento do Benefício de Prestação
funcionamento;
Continuada – BPC;
II - plano de assistência social elaborado e
II - o financiamento do Programa Bolsa Família –
aprovado pelo conselho de assistência social;
PBF;
III - fundo de assistência social criado em lei e
III - o apoio técnico para os Estados, o Distrito
implantado; e
Federal e os Municípios;
IV - alocação de recursos próprios no fundo de
IV - o cofinanciamento dos serviços, programas e
assistência social.
projetos socioassistenciais, inclusive em casos
emergenciais e de calamidade pública. Parágrafo
único. O cofinanciamento federal poderá se dar
Art. 53. Os Municípios e o Distrito Federal devem
sem a realização de convênios, ajustes ou
destinar recursos próprios para o cumprimento de
congêneres, desde que seja cumprido o art.30, da
suas responsabilidades, em especial:
LOAS.
I - custeio dos benefícios eventuais;
II - cofinanciamento dos serviços, programas e
Art. 56. O cofinanciamento federal de serviços,
projetos socioassistenciais sob sua gestão;
programas e projetos de assistência social e de sua
III - atendimento às situações emergenciais; gestão, no âmbito do SUAS, poderá ser realizado
por meio de Blocos de Financiamento. Parágrafo
IV - execução dos projetos de enfrentamento da
único. Consideram-se Blocos de Financiamento o
pobreza;
conjunto de recursos destinados aos serviços,
V - provimento de infraestrutura necessária ao programas e projetos, devidamente tipificados e
funcionamento do Conselho de Assistência Social agrupados, e à sua gestão, na forma definida em
Municipal ou do Distrito Federal. ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome.
Parágrafo único. Os Municípios e o Distrito Federal,
quando instituírem programas de transferência de
renda, poderão fazê-lo, preferencialmente,
Art. 57. Os Blocos de Financiamento se destinam a
integrados ao Programa Bolsa Família.
cofinanciar:
I - as Proteções Sociais Básica e Especial, em seu
Art. 54. Os Estados devem destinar recursos conjunto de serviços socioassistenciais tipificados
próprios para o cumprimento de suas nacionalmente;
responsabilidades, em especial para:
II - a gestão do SUAS;
I – a participação no custeio do pagamento de
III - a gestão do Programa Bolsa Família e do
benefícios eventuais referentes aos respectivos
Cadastro Único; e
municípios;
IV – outros, conforme regulamentação específica.
II – o apoio técnico e financeiro para a prestação de
serviços, programas e projetos em âmbito local e
regional;
§1º Os recursos referentes a cada Bloco de
III – o atendimento às situações emergenciais; Financiamento somente devem ser aplicados nas
ações e nos serviços a eles relacionados, incluindo
IV – a prestação de serviços regionalizados de as despesas de custeio e de investimento em
proteção social especial de média e alta equipamentos públicos, observados os planos de
complexidade, quando os custos e a demanda local
assistência social e a normatização vigente.
não justificarem a implantação de serviços
municipais;
V – o provimento da infraestrutura necessária ao §2º Os repasses fundo a fundo serão efetuados
funcionamento do Conselho Estadual de para cada Bloco de Financiamento, considerando a
Assistência Social; especificidade de seus componentes, com exceção
dos recursos destinados a acordos específicos de
cooperação interfederativa e a programas
Parágrafo único. Os Estados, quando instituírem específicos que contenham regulação própria.
programas de transferência de renda, poderão
fazê-lo, preferencialmente, integrados ao Programa
Bolsa Família.

127
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§3º Os Blocos de Financiamento poderão ser §1º Os Blocos de Financiamento de que trata o
desdobrados para facilitar a identificação dos caput serão compostos pelo conjunto de pisos
serviços socioassistenciais para os quais se relativos a cada proteção, de acordo com a
destinavam originariamente. Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais.

Art. 58. O detalhamento da forma de aplicação dos


repasses do cofinanciamento, dos critérios de §2º Os recursos transferidos pelos Blocos de
partilha, da prestação de contas do Financiamento de que trata o caput, permitem a
cofinanciamento dos serviços socioassistenciais organização da rede de serviços local e regional,
regionalizados de média e alta complexidade e de com base no planejamento realizado.
outras questões afetas à operacionalização do
cofinanciamento será objeto de ato normativo
específico. §3º Não compõem a forma de repasse por Blocos
de Financiamento de que trata o caput os recursos
destinados ao cofinanciamento por acordos de
Art. 59. Os recursos dos Blocos de Financiamento cooperação interfederativa ou equivalente, para os
dos serviços socioassistenciais tipificados quais serão aplicadas regras específicas de
nacionalmente devem ser aplicados no mesmo transferência, a serem pactuadas e deliberadas nas
nível de proteção social, básica ou especial, desde instâncias competentes.
que componham a rede socioassistencial e que a
matéria seja deliberada pelo respectivo conselho
de assistência social. Art. 62. O cofinanciamento dos serviços
socioassistenciais de proteção social básica e
especial deverá considerar fatores que elevam o
§1º A prestação dos serviços que der origem à custo dos serviços na Região Amazônica, além de
transferência dos recursos deve estar assegurada outras situações e especificidades regionais e
dentro dos padrões e condições normatizados e locais pactuadas na CIT e deliberados pelo CNAS.
aferida por meio dos indicadores definidos pelo
SUAS.
Art. 63. O cofinanciamento da Proteção Social
Básica tem por componentes o Piso Básico Fixo e
§2º Os recursos que formam cada Bloco e seus o Piso Básico Variável.
respectivos componentes, respeitadas as
especificidades, devem ser expressos em forma de
memória de cálculo para registro histórico e Art. 64. O Piso Básico Fixo destina-se ao
monitoramento. acompanhamento e atendimento à família e seus
membros, no desenvolvimento do Serviço de
Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF,
Art. 60. O controle e o acompanhamento das ações necessariamente ofertado pelo Centro de
e serviços subsidiados pelos Blocos de Referência da Assistência Social – CRAS.
Financiamento devem ser efetuados por meio dos
instrumentos específicos adotados pelo MDS no
âmbito do SUAS, cabendo aos Estados, ao Distrito §1º O repasse do Piso de que trata o caput deve se
Federal e aos Municípios a prestação das basear no número de famílias referenciadas ao
informações de forma regular e sistemática. CRAS.

SUBSEÇÃO I §2º A capacidade de referenciamento de um CRAS


está relacionada:
COFINANCIAMENTO DOS SERVIÇOS
SOCIOASSISTENCIAIS I - ao número de famílias do território;
II - à estrutura física da unidade; e
Art. 61. O cofinanciamento dos serviços III - à quantidade de profissionais que atuam na
socioassistenciais se dará por meio do Bloco de unidade, conforme referência da NOB RH.
Financiamento da Proteção Social Básica e do
Bloco de Financiamento da Proteção Social
Especial. §3º Os CRAS serão organizados conforme o
número de famílias a ele referenciadas,
observando-se a seguinte divisão:

128
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - até 2.500 famílias; e o apoio técnico e financeiro para a execução
desses serviços.
II - de 2.501 a 3.500 famílias;
III - de 3.501 até 5.000 famílias;
§6º Os valores do Piso de que trata o caput,
destinados à manutenção de embarcações, de
§4º Outras classificações poderão ser outros meios de transporte e das equipes que
estabelecidos, pactuadas na CIT e deliberadas pelo prestam serviços volantes, serão objeto de
CNAS. normatização pela União.

Art. 65. O Piso Básico Variável destina-se: Art. 66. O cofinanciamento da Proteção Social
Especial tem por componentes:
I - ao cofinanciamento dos serviços
complementares e inerentes ao PAIF;
II - ao atendimento de demandas específicas do I - Média Complexidade:
território;
a) o Piso Fixo de Média Complexidade;
III - ao cofinanciamento de outros serviços
b) o Piso Variável de Média Complexidade; e
complementares que se tornem mais onerosos em
razão da extensão territorial e das condições de c) o Piso de Transição de Média Complexidade;
acesso da população;
IV - ao cofinanciamento de serviços executados por
II - Alta Complexidade:
equipes volantes, vinculadas ao CRAS;
a) o Piso Fixo de Alta Complexidade; e
V - a outras prioridades ou metas pactuadas
nacionalmente. b) o Piso Variável de Alta Complexidade.

§1º O Piso Básico Variável poderá ser desdobrado Parágrafo único. Os recursos que compõem o
para permitir o atendimento de situações ou cofinanciamento de que trata o caput devem ser
particularidades, a partir da análise de aplicados segundo a perspectiva socioterritorial,
necessidade, prioridade ou ainda em razão de assegurando-se a provisão de deslocamentos
dispositivos legais específicos. quando necessário.

§2º Os valores para repasse do Piso de que trata o Art. 67. O Piso Fixo de Média Complexidade
caput serão definidos com base em informações destina-se ao cofinanciamento dos serviços
constantes no Cadastro Único, utilizando-se como tipificados nacionalmente que são prestados
referência o número de famílias com presença de exclusivamente no Centro de Referência
idosos, crianças, adolescentes, jovens, incluindo as Especializado para População em Situação de Rua
pessoas com deficiência, para atenção aos ciclos - CENTRO POP e no Centro de Referência
de vida em serviços que complementam a proteção Especializado de Assistência Social – CREAS,
à família no território. como o Serviço de Proteção e Atendimento
Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI.

§3º Durante o período de migração dos


beneficiários do BPC para o Cadastro Único, os Art. 68. O Piso Variável de Média Complexidade
dados dos sistemas de informação próprios do BPC destina-se ao cofinanciamento dos serviços
também serão considerados. tipificados nacionalmente, tais como:
I - Serviço Especializado em Abordagem Social;
§4º Outras fontes de informação e parâmetros de II - Serviço de Proteção Social Especial para
cálculo poderão ser utilizados, inclusive para novos Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;
serviços tipificados nacionalmente, desde que
III - Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
previamente pactuados e deliberados.
Cumprimento de Medidas Socioeducativas de
Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à
Comunidade; e
§5º Cabe à União e aos Estados, em atenção aos
princípios da corresponsabilidade e cooperação IV - outros que venham a ser instituídos, conforme
que regem o SUAS, a regulação, o monitoramento as prioridades ou metas pactuadas nacionalmente
e deliberadas pelo CNAS.

129
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
valores e do período de vigência em instrumento
legal próprio.
§1º O Piso de que trata o caput poderá incluir outras
ações ou ser desdobrado para permitir o
atendimento de situações ou particularidades, a
SUBSEÇÃO II
partir da análise de necessidade, prioridade ou
dispositivos legais específicos. INCENTIVOS FINANCEIROS À GESTÃO

§2º Os critérios para definição de valores Art. 72. O apoio à gestão descentralizada do SUAS
diferenciados de cofinanciamento de serviços que e do Programa Bolsa Família se dará por meio do
atendam às especificidades regionais deverão ser Bloco de Financiamento da Gestão do SUAS, do
objeto de pactuação na CIT e deliberação no Programa Bolsa Família e do Cadastro Único.
CNAS.

Art. 73. O incentivo à gestão do SUAS tem como


§3º Os valores de referência a serem adotados componentes o Índice de Gestão Descentralizada
para o cofinanciamento dos diferentes tipos de Estadual do Sistema Único de Assistência Social –
agravos de média complexidade e das situações IGDSUAS-E e o Índice de Gestão Descentralizada
que envolvam a prestação de serviços para Municipal do Sistema Único de Assistência Social –
públicos determinados serão submetidos à IGDSUAS-M;
pactuação na CIT e deliberação no CNAS.

Art. 74. O incentivo à gestão do Programa Bolsa


Art. 69. O Piso de Transição de Média Família tem como componente o Índice de Gestão
Complexidade será objeto de regulação específica. Descentralizada Estadual do Programa Bolsa
Família – IGD PBF-E e o Índice de Gestão
Descentralizada Municipal do Programa Bolsa
Art. 70. O Piso Fixo de Alta Complexidade destina- Família – IGD PBF-M, instituído pelo art. 8º da Lei
se ao cofinanciamento dos serviços tipificados nº 10.836 de 2004.
nacionalmente, voltados ao atendimento
especializado a indivíduos e famílias que, por
diversas situações, necessitem de acolhimento fora Art. 75. Os incentivos à gestão descentralizada
de seu núcleo familiar ou comunitário de origem. visam oferecer o aporte financeiro necessário ao
incremento dos processos de:
I - gestão e prestação de serviços, programas,
projetos e benefícios socioassistenciais em âmbito
Art. 71. O Piso Variável de Alta Complexidade local e regional, tendo por fundamento os
destina-se ao cofinanciamento dos serviços resultados alcançados e os investimentos
tipificados nacionalmente a usuários que, devido ao realizados pelos entes federativos, no caso do
nível de agravamento ou complexidade das IGDSUAS; e
situações vivenciadas, necessitem de atenção
II - gestão do Programa Bolsa Família e do
diferenciada e atendimentos complementares.
Cadastro Único, em âmbito municipal, estadual e
distrital, tendo por fundamento os resultados
alcançados pelos respectivos entes federativos no
Parágrafo único. O Piso de trata o caput poderá ser
caso do IGD PBF, conforme previsto na Lei nº
utilizado para o:
10.836 de 2004, e sua regulamentação.
I - atendimento a especificidades regionais,
prioridades nacionais, incentivos à implementação
de novas modalidades de serviços de acolhimento Art. 76. Os incentivos financeiros com base nos
e equipes responsáveis pelo acompanhamento dos resultados serão calculados por meio dos Índices
serviços de acolhimento e de gestão de vagas, de de Gestão Descentralizada do SUAS – IGDSUAS e
acordo com critérios nacionalmente definidos, com do Programa Bolsa Família - IGDPBF instituídos,
base em legislação própria ou em necessidades respectivamente, na Lei nº 8.742, de 7 de
peculiares. dezembro de 1993, e na Lei nº 10.836, de 9 de
janeiro de 2004.
II - cofinanciamento de serviços de atendimento a
situações emergenciais, desastres ou calamidades,
observadas as provisões e os objetivos
SUBSEÇÃO III
nacionalmente tipificados, podendo ser
especificadas as condições de repasse, dos

130
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
COFINANCIAMENTO DE PROGRAMAS E Estaduais de Assistência Social, à luz da
PROJETOS SOCIOASSISTENCIAIS normatização nacional, e no caso das prioridades
de âmbito municipal e do Distrito Federal, debatidas
e deliberadas em seus respectivos Conselhos de
Art. 77. Os critérios para repasses do Assistência Social.
cofinanciamento de programas e projetos
socioassistenciais constituem objeto de
normatização específica. Parágrafo único. As §4º Para a equalização e universalização da
metas dos programas e projetos serão pactuadas cobertura de que trata o inciso IV, levar-se-ão em
na CIT e deliberadas no CNAS. conta os diagnósticos e os planejamentos
intraurbanos e regionais, devendo ser objeto de
pactuação nas respectivas Comissões
SUBSEÇÃO IV Intergestores quando se tratar de definições em
âmbito nacional e estadual e de deliberação nos
CRITÉRIOS DE PARTILHA PARA O
Conselhos de Assistência Social de cada esfera de
COFINANCIAMENTO
governo.

Art. 78. O cofinanciamento dos serviços


Art. 79. Na Proteção Social Básica, os critérios de
socioassistenciais, observada a disponibilidade partilha de cofinanciamento de serviços
orçamentária e financeira de cada ente federativo, socioassistenciais basear-se-ão:
efetivar-se-á a partir da adoção dos seguintes
objetivos e pressupostos: I - no número de famílias existentes no Município
ou Distrito Federal, de acordo com os dados de
I - implantação e oferta qualificada de serviços
população levantados pelo IBGE;
socioassistenciais nacionalmente tipificados;
II - no número de famílias constantes do Cadastro
II - implantação e oferta qualificada de serviços em Único, tomando como referência os cadastros
territórios de vulnerabilidade e risco social, de válidos de cada Município e do Distrito Federal;
acordo com o diagnóstico das necessidades e
especificidades locais e regionais, considerando os III - na extensão territorial;
parâmetros do teto máximo estabelecido para
IV - nas especificidades locais ou regionais;
cofinanciamento da rede de serviços e do patamar
existente; V - na cobertura de vulnerabilidades por ciclo de
vida; e
III – atendimento das prioridades nacionais e
estaduais pactuadas; VI - em outros indicadores que vierem a ser
pactuados na CIT.
IV - equalização e universalização da cobertura dos
serviços socioassistenciais.
Art. 80. Na proteção social especial, os critérios de
partilha para o cofinanciamento de serviços
§1º Para a aferição do disposto no inciso I serão
socioassistenciais terão como base as situações de
utilizadas as informações constantes no Censo
risco pessoal e social, por violação de direitos, que
SUAS e nos demais sistemas informatizados do
subsidiam a elaboração de parâmetros e o
MDS.
estabelecimento de teto para o repasse de recursos
do cofinanciamento federal, considerando a
estruturação de unidades ou equipes de referência
§2º Para implantação de que trata o inciso II serão para operacionalizar os serviços necessários em
considerados os dados do diagnóstico determinada realidade e território.
socioterritorial e da Vigilância Socioassistencial, por
meio do cruzamento de indicadores, com o objetivo
de estabelecer prioridades progressivas até o
Parágrafo único. As unidades de oferta de serviços
alcance do teto a ser destinado a cada ente
de proteção social especial poderão ter distintas
federativo, por nível de proteção.
capacidades de atendimento e de composição, em
função das dinâmicas territoriais e da relação entre
estas unidades e as situações de risco pessoal e
§3º O atendimento das prioridades de que trata o
social, as quais deverão estar previstas nos planos
inciso III levará em consideração informações e
de assistência social.
cruzamento de indicadores, a partir da análise
global das situações que demandem esforço
concentrado de financiamento, sendo que as
Art. 81. O cofinanciamento da gestão adotará como
prioridades estaduais e regionais devem ser objeto
referência os resultados apurados a partir da
de pactuação na CIB e deliberação nos Conselhos

131
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mensuração de indicadores, das pactuações nas Art. 84. Os Conselhos de Assistência Social, em
Comissões Intergestores e das deliberação nos seu caráter deliberativo, têm papel estratégico no
Conselhos de Assistência Social. SUAS de agentes participantes da formulação,
avaliação, controle e fiscalização da política, desde
o seu planejamento até o efetivo monitoramento
Art.82. Os critérios de partilha para das ofertas e dos recursos destinados às ações a
cofinanciamento federal destinado a construção de serem desenvolvidas.
equipamentos públicos utilizará como referência os
dados do Censo SUAS e as orientações sobre os
espaços de cada equipamento para a oferta do Parágrafo único. É responsabilidade dos
serviço. Conselhos de Assistência Social a discussão de
metas e prioridades orçamentárias, no âmbito do
Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes
Parágrafo único: Tendo em vista o efeito indutor da Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual,
estruturação da rede de serviços, o critério de podendo para isso realizar audiências públicas.
partilha priorizará, sempre que possível, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios que
estiverem com a execução de serviços em Art. 85. Incumbe aos Conselhos de Assistência
conformidade com as normativas e orientações do Social exercer o controle e a fiscalização dos
SUAS. Fundos de Assistência Social, mediante:
I - aprovação da proposta orçamentária;
SEÇÃO V II - acompanhamento da execução orçamentária e
financeira, de acordo com a periodicidade prevista
PENALIDADES
na Lei de instituição do Fundo ou em seu Decreto
de regulamentação, observando o calendário
elaborado pelos respectivos conselhos;
Art. 83. Serão aplicadas medidas administrativas e
o processo de acompanhamento de que trata o III - análise e deliberação acerca da respectiva
Capítulo V desta Norma quando: prestação de contas.
I - não forem alcançadas as metas de pactuação Art. 86. No controle do financiamento, os
nacional e os indicadores de gestão, serviços, Conselhos de Assistência Social devem observar:
programas, projetos e benefícios
I - o montante e as fontes de financiamento dos
socioassistenciais;
recursos destinados à assistência social e sua
II - não forem observadas as normativas do SUAS. correspondência às demandas;
II - os valores de cofinanciamento da política de
assistência social em nível local;
§1º Cabem as seguintes medidas administrativas
para as transferências relativas ao cofinanciamento III - a compatibilidade entre a aplicação dos
federal dos serviços, incentivos, programas e recursos e o Plano de Assistência Social;
projetos socioassistenciais:
IV - os critérios de partilha e de transferência dos
I - bloqueio temporário, que permitirá o pagamento recursos;
retroativo após regularização dos motivos que
V - a estrutura e a organização do orçamento da
deram causa; ou
assistência social e do fundo de assistência social,
II – suspensão. sendo este na forma de unidade orçamentária, e a
ordenação de despesas deste fundo em âmbito
local;
§2º A aplicação das medidas administrativas e do
VI - a definição e aferição de padrões e indicadores
processo de acompanhamento se dará na forma
de qualidade na prestação dos serviços,
definida em norma específica.
programas, projetos e benefícios socioassistenciais
e os investimentos em gestão que favoreçam seu
incremento;
SEÇÃO VI
VII - a correspondência entre as funções de gestão
FISCALIZAÇÃO DOS FUNDOS DE de cada ente federativo e a destinação
ASSISTÊNCIA SOCIAL PELOS CONSELHOS orçamentária;
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
VIII - a avaliação de saldos financeiros e sua
implicação na oferta dos serviços e em sua
qualidade;

132
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX – a apreciação dos instrumentos, documentos e e subsidiam o processo de planejamento das
sistemas de informações para a prestação de ações.
contas relativas aos recursos destinados à
assistência social;
§2º A Vigilância Socioassistencial deverá cumprir
X - a aplicação dos recursos transferidos como
seus objetivos, fornecendo informações
incentivos de gestão do SUAS e do Programa Bolsa
estruturadas que:
Família e a sua integração aos serviços;
I - contribuam para que as equipes dos serviços
XI - a avaliação da qualidade dos serviços e das
socioassistenciais avaliem sua própria atuação;
necessidades de investimento nessa área;
II - ampliem o conhecimento das equipes dos
XII - a aprovação do plano de aplicação dos
serviços socioassistenciais sobre as características
recursos destinados às ações finalísticas da
da população e do território de forma a melhor
assistência social e o resultado dessa aplicação;
atender às necessidades e demandas existentes;
XIII - o acompanhamento da execução dos
III - proporcionem o planejamento e a execução das
recursos pela rede prestadora de serviços
ações de busca ativa que assegurem a oferta de
socioassistenciais, no âmbito governamental e não
serviços e benefícios às famílias e indivíduos mais
governamental, com vistas ao alcance dos padrões
vulneráveis, superando a atuação pautada
de qualidade estabelecidos em diretrizes, pactos e
exclusivamente pela demanda espontânea.
deliberações das Conferências e demais instâncias
do SUAS.
Art. 89. A Vigilância Socioassistencial deve analisar
as informações relativas às demandas quanto às:
CAPÍTULO VII
I - incidências de riscos e vulnerabilidades e às
VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL
necessidades de proteção da população, no que
concerne à assistência social; e
Art. 87. A Vigilância Socioassistencial é II - características e distribuição da oferta da rede
caracterizada como uma das funções da política de socioassistencial instalada vistas na perspectiva do
assistência social e deve ser realizada por território, considerando a integração entre a
intermédio da produção, sistematização, análise e demanda e a oferta.
disseminação de informações territorializadas, e
trata:
Art. 90. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
I – das situações de vulnerabilidade e risco que
Municípios devem instituir a área da Vigilância
incidem sobre famílias e indivíduos e dos eventos
Socioassistencial diretamente vinculada aos
de violação de direitos em determinados territórios;
órgãos gestores da política de assistência social,
II – do tipo, volume e padrões de qualidade dos dispondo de recursos de incentivo à gestão para
serviços ofertados pela rede socioassistencial. sua estruturação e manutenção.

Parágrafo único. A Vigilância Socioassistencial


constitui como uma área essencialmente dedicada
SEÇÃO I
à gestão da informação, comprometida com:
OPERACIONALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA
I - o apoio efetivo às atividades de planejamento,
SOCIOASSISTENCIAL
gestão, monitoramento, avaliação e execução dos
serviços socioassistenciais, imprimindo caráter
técnico à tomada de decisão; e
Art. 88. A Vigilância Socioassistencial deve manter
estreita relação com as áreas diretamente II - a produção e disseminação de informações,
responsáveis pela oferta de serviços possibilitando conhecimentos que contribuam para
socioassistenciais à população nas Proteções a efetivação do caráter preventivo e proativo da
Sociais Básica e Especial. política de assistência social, assim como para a
redução dos agravos, fortalecendo a função de
proteção social do SUAS.
§1º As unidades que prestam serviços de Proteção
Social Básica ou Especial e Benefícios
socioassistenciais são provedoras de dados e Art. 91. Constituem responsabilidades comuns à
utilizam as informações produzidas e processadas União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
pela Vigilância Socioassistencial sempre que estas Municípios acerca da área de Vigilância
são registradas e armazenadas de forma adequada Socioassistencial:

133
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - elaborar e atualizar periodicamente diagnósticos X - responsabilizar-se pela gestão e alimentação de
socioterritoriais que devem ser compatíveis com os outros sistemas de informação que provêm dados
limites territoriais dos respectivos entes federados sobre a rede socioassistencial e sobre os
e devem conter as informações espaciais atendimentos por ela realizados, quando estes não
referentes: forem específicos de um programa, serviço ou
benefício;
a) às vulnerabilidades e aos riscos dos territórios e
da consequente demanda por serviços XI - analisar periodicamente os dados dos sistemas
socioassistenciais de Proteção Social Básica e de informação do SUAS, utilizando-os como base
Proteção Social Especial e de benefícios; para a produção de estudos e indicadores;
b)ao tipo, ao volume e à qualidade das ofertas XII - coordenar o processo de realização anual do
disponíveis e efetivas à população. Censo SUAS, zelando pela qualidade das
informações coletadas;
II - contribuir com as áreas de gestão e de proteção
social básica e especial na elaboração de XIII - estabelecer, com base nas normativas
diagnósticos, planos e outros. existentes e no diálogo com as demais áreas
técnicas, padrões de referência para avaliação da
III - utilizar a base de dados do Cadastro Único
qualidade dos serviços ofertados pela rede
como ferramenta para construção de mapas de
socioassistencial e monitorá-los por meio de
vulnerabilidade social dos territórios, para traçar o
indicadores;
perfil de populações vulneráveis e estimar a
demanda potencial dos serviços de Proteção Social XIV – coordenar, de forma articulada com as áreas
Básica e Especial e sua distribuição no território; de Proteção Social Básica e de Proteção Social
Especial, as atividades de monitoramento da rede
IV - utilizar a base de dados do Cadastro Único
socioassistencial, de forma a avaliar
como instrumento permanente de identificação das
periodicamente a observância dos padrões de
famílias que apresentam características de
referência relativos à qualidade dos serviços
potenciais demandantes dos distintos serviços
ofertados;
socioassistenciais e, com base em tais
informações, planejar, orientar e coordenar ações XV - estabelecer articulações intersetoriais de
de busca ativa a serem executas pelas equipes dos forma a ampliar o conhecimento sobre os riscos e
CRAS e CREAS; as vulnerabilidades que afetam as famílias e os
indivíduos em um dado território, colaborando para
V – implementar o sistema de notificação
o aprimoramento das intervenções realizadas.
compulsória contemplando o registro e a
notificação ao Sistema de Garantia de Direitos
sobre as situações de violência intrafamiliar, abuso
Art. 92. Constituem responsabilidades específicas
ou exploração sexual de crianças e adolescentes e
da União acerca da área da Vigilância
trabalho infantil, além de outras que venham a ser
Socioassistencial:
pactuadas e deliberadas;
I - apoiar tecnicamente a estruturação da Vigilância
VI – utilizar os dados provenientes do Sistema de
Socioassistencial nos estados, DF e municípios;
Notificação das Violações de Direitos para
monitorar a incidência e o atendimento das II - organizar, normatizar e gerir nacionalmente, no
situações de risco pessoal e social pertinentes à âmbito da Política de Assistência Social, o sistema
assistência social; de notificações para eventos de violência e violação
de direitos, estabelecendo instrumentos e fluxos
VII - orientar quanto aos procedimentos de registro
necessários à sua implementação e ao seu
das informações referentes aos atendimentos
funcionamento;
realizados pelas unidades da rede
socioassistencial, zelando pela padronização e III - planejar e coordenar, em âmbito nacional, o
qualidade dos mesmos; processo de realização anual do Censo SUAS,
zelando pela qualidade das informações coletadas;
VIII - coordenar e acompanhar a alimentação dos
sistemas de informação que provêm dados sobre a IV - propor parâmetros nacionais para os registros
rede socioassistencial e sobre os atendimentos por de informações no âmbito do SUAS;
ela realizados, mantendo diálogo permanente com
V - propor indicadores nacionais para o
as áreas de Proteção Social Básica e de Proteção
monitoramento no âmbito do SUAS.
Social Especial, que são diretamente responsáveis
pela provisão dos dados necessários à alimentação
dos sistemas específicos ao seu âmbito de
atuação; Art. 93. Constituem responsabilidades específicas
dos Estados acerca da área da Vigilância
IX - realizar a gestão do cadastro de unidades da Socioassistencial:
rede socioassistencial pública no CadSUAS;

134
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - desenvolver estudos para subsidiar a INFORMAÇÃO
regionalização dos serviços de proteção social
especial no âmbito do estado;
Art. 95. A gestão da informação, por meio da
II - apoiar tecnicamente a estruturação da Vigilância
integração entre ferramentas tecnológicas, torna-se
Socioassistencial nos municípios do estado;
um componente estratégico para:
III - coordenar, em âmbito estadual, o processo de
I – a definição do conteúdo da política e seu
realização anual do Censo SUAS, apoiando
planejamento;
tecnicamente os municípios para o preenchimento
dos questionários e zelando pela qualidade das II – o monitoramento e a avaliação da oferta e da
informações coletadas. demanda de serviços socioassistenciais.

Art. 94. Constituem responsabilidades específicas Parágrafo único. Na União, nos Estados, no Distrito
dos Municípios e do Distrito Federal acerca da área Federal e nos Municípios, a gestão da informação
da Vigilância Socioassistencial: e a organização de sistemas de informação devem
ser priorizadas no âmbito da gestão, com
I - elaborar e atualizar, em conjunto com as áreas
destinação de recursos financeiros e técnicos para
de proteção social básica e especial, os
a sua consolidação.
diagnósticos circunscritos aos territórios de
abrangência dos CRAS e CREAS;
II – colaborar com o planejamento das atividades Art. 96. Constituem-se diretrizes para a concepção
pertinentes ao cadastramento e à atualização dos sistemas de informação no SUAS:
cadastral do Cadastro Único em âmbito municipal;
I - compartilhamento da informação na esfera
III - fornecer sistematicamente às unidades da rede federal, estadual, do Distrito Federal e municipal e
socioassistencial, especialmente aos CRAS e entre todos os atores do SUAS - trabalhadores,
CREAS, informações e indicadores conselheiros, usuários e entidades;
territorializados, extraídos do Cadastro Único, que
II - compreensão de que a informação no SUAS não
possam auxiliar as ações de busca ativa e subsidiar
se resume à informatização ou instalação de
as atividades de planejamento e avaliação dos
aplicativos e ferramentas, mas afirma-se também
próprios serviços;
como uma cultura a ser disseminada na gestão e
IV - fornecer sistematicamente aos CRAS e CREAS no controle social;
listagens territorializadas das famílias em
III - disponibilização da informação de maneira
descumprimento de condicionalidades do
compreensível à população;
Programa Bolsa Família, com bloqueio ou
suspensão do benefício, e monitorar a realização IV - transparência e acessibilidade;
da busca ativa destas famílias pelas referidas
unidades e o registro do acompanhamento que V - construção de aplicativos e subsistemas
possibilita a interrupção dos efeitos do flexíveis que respeitem as diversidades e
descumprimento sobre o benefício das famílias; particularidades regionais;

V - fornecer sistematicamente aos CRAS e CREAS VI - interconectividade entre os sistemas.


listagens territorializadas das famílias beneficiárias
do BPC e dos benefícios eventuais e monitorar a
realização da busca ativa destas famílias pelas Art. 97. A Rede SUAS operacionaliza a gestão da
referidas unidades para inserção nos respectivos informação do SUAS por meio de um conjunto de
serviços; aplicativos de suporte à gestão, ao monitoramento,
à avaliação e ao controle social de serviços,
VI - realizar a gestão do cadastro de unidades da programas, projetos e benefícios da assistência
rede socioassistencial privada no CadSUAS, social e ao seu respectivo funcionamento.
quando não houver na estrutura do órgão gestor
área administrativa específica responsável pela
relação com a rede socioassistencial privada; Parágrafo único. São consideradas ferramentas de
VII - coordenar, em âmbito municipal ou do Distrito gestão, que orientam o processo de organização do
Federal, o processo de preenchimento dos SUAS, além dos aplicativos da Rede SUAS:
questionários do Censo SUAS, zelando pela I - o Cadastro Único para Programas Sociais do
qualidade das informações coletadas. Governo Federal;
II - os sistemas e base de dados relacionados à
SEÇÃO II operacionalização do Programa Bolsa Família e do
Benefício de Prestação Continuada, observadas as

135
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
normas sobre sigilo de dados dos respectivos IV - propor a padronização e os protocolos
Cadastros; estaduais de registro e trânsito da informação no
âmbito do SUAS;
III - os sistemas de monitoramento;
V - alimentar e responsabilizar-se pela
IV - o Censo SUAS;
fidedignidade das informações inseridas no sistema
V - outras que vierem a ser instituídas. nacional de informação;
VI - produzir informações, estudos e pesquisas que
subsidiem o monitoramento e avaliação da rede
Art. 98. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
socioassistencial e da qualidade dos serviços e
Municípios possuem responsabilidades específicas
benefícios prestados aos usuários;
na gestão da informação do SUAS.
VII - disseminar o conhecimento produzido pelo
órgão gestor estadual para os Municípios, usuários,
§1º Constituem responsabilidades relativas à trabalhadores, conselheiros e entidades de
gestão da informação do SUAS no âmbito da assistência social;
União:
VIII - criar e manter canais estaduais de
I - coletar, armazenar, processar, analisar e divulgar comunicação entre gestores, técnicos,
dados e informações nacionais relativas ao SUAS; conselheiros, usuários e entidades de assistência
social;
II - organizar e manter a Rede SUAS;
IX - prestar apoio técnico e financeiro aos
III - desenvolver, manter e aperfeiçoar ferramentas Municípios na estruturação dos sistemas de
e aplicativos nacionais para a gestão do SUAS e informações locais;
para os serviços socioassistenciais;
X - disponibilizar os bancos de dados ao órgão
IV - propor a padronização e os protocolos gestor dos Municípios.
nacionais de registro e trânsito das informações no
âmbito do SUAS;
V - produzir informações, estudos e pesquisas que §3º Constituem responsabilidades relativas à
subsidiem o monitoramento e avaliação da rede gestão da informação do SUAS no âmbito dos
socioassistencial e da qualidade dos serviços e Municípios e do Distrito Federal:
benefícios prestados aos usuários;
I - coletar, armazenar, processar, analisar e divulgar
VI - disseminar o conhecimento produzido pelo dados e informações municipais ou do Distrito
órgão gestor federal para os demais entes da Federal relativas ao SUAS;
federação; II - desenvolver, implantar e manter sistemas locais
VII - elaborar o plano nacional de capacitação para de informação;
a área;
III - compatibilizar, em parceria com Estados e/ou
VIII - disponibilizar bancos de dados do órgão União, os sistemas locais de informação com a
gestor federal do SUAS para os Estados, o Distrito Rede SUAS;
Federal e os Municípios; IV - alimentar e responsabilizar-se pela
IX - criar e manter canais nacionais de fidedignidade das informações inseridas nos
comunicação entre gestores, trabalhadores, sistemas estaduais e nacional de informações;
conselheiros e usuários da assistência social.
V - propor a padronização e os protocolos locais de
registro e trânsito da informação no âmbito do
SUAS;
§2º Constituem responsabilidades relativas à
gestão da informação do SUAS no âmbito dos VI - disseminar o conhecimento produzido pelo
Estados: órgão gestor municipal e do Distrito Federal para os
usuários, trabalhadores, conselheiros e entidades
I - coletar, armazenar, processar, analisar e divulgar de assistência social;
dados e informações estaduais relativas ao SUAS;
VII - produzir informações que subsidiem o
II - organizar e manter o sistema estadual de monitoramento e a avaliação da rede
informações do SUAS; socioassistencial e da qualidade dos serviços e
III - compatibilizar, em parceria com a União, os benefícios prestados aos usuários.
sistemas estaduais de informação com a Rede
SUAS;
SEÇÃO III
MONITORAMENTO

136
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 103. Em âmbito estadual, o monitoramento do
SUAS deve conjugar a captura e verificação de
Art. 99. O monitoramento do SUAS constitui função
informações in loco junto aos Municípios e a
inerente à gestão e ao controle social, e consiste no
utilização de dados secundários, fornecidos pelos
acompanhamento contínuo e sistemático do
indicadores do sistema nacional de monitoramento
desenvolvimento dos serviços, programas, projetos
do SUAS ou provenientes dos próprios sistemas de
e benefícios socioassistenciais em relação ao
informação estaduais.
cumprimento de seus objetivos e metas.
Parágrafo único. Realiza-se por meio da produção
regular de indicadores e captura de informações: Art. 104. Em âmbito municipal e do Distrito Federal,
o monitoramento do SUAS deve capturar e verificar
I - in loco;
informações in loco, junto aos serviços prestados
II - em dados provenientes dos sistemas de pela rede socioassistencial, sem prejuízo da
informação; utilização de fontes de dados secundárias
utilizadas pelo monitoramento em nível nacional e
III - em sistemas que coletam informações
estadual.
específicas para os objetivos do monitoramento.

SEÇÃO IV
Art. 100. Os indicadores de monitoramento visam
mensurar as seguintes dimensões: AVALIAÇÃO
I - estrutura ou insumos;
II - processos ou atividades; Art. 105. Caberá à União as seguintes ações de
avaliação da política, sem prejuízo de outras que
III - produtos ou resultados.
venham a ser desenvolvidas:
I - promover continuamente avaliações externas de
Art. 101. O modelo de monitoramento do SUAS âmbito nacional, abordando a gestão, os serviços,
deve conter um conjunto mínimo de indicadores os programas, os projetos e os benefícios
pactuados entre os gestores federal, estaduais, do socioassistenciais;
Distrito Federal e municipais, que permitam
II - estabelecer parcerias com órgãos e instituições
acompanhar:
federais de pesquisa visando à produção de
I - a qualidade e o volume de oferta dos serviços, conhecimentos sobre a política e o Sistema Único
programas, projetos e benefícios de proteção social de Assistência Social;
básica e proteção social especial; III - realizar, em intervalos bianuais, pesquisa
II - o cumprimento do Protocolo de Gestão amostral de abrangência nacional com usuários do
Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência SUAS para avaliar aspectos objetivos e subjetivos
de Renda; referentes à qualidade dos serviços prestados.
III - o desempenho da gestão de cada ente
federativo; Art. 106. Os Estados poderão realizar avaliações
IV - o monitoramento do funcionamento dos periódicas da gestão, dos serviços e dos benefícios
Conselhos de Assistência Social e das Comissões socioassistenciais em seu território, visando
Intergestores. subsidiar a elaboração e o acompanhamento dos
planos estaduais de assistência social.

Art. 102. Para o monitoramento do SUAS em


âmbito nacional, as principais fontes de informação Art. 107. O Distrito Federal e os Municípios
são: poderão, sem prejuízo de outras ações de
avaliação que venham a ser desenvolvidas, instituir
I - censo SUAS; práticas participativas de avaliação da gestão e dos
II - sistemas de registro de atendimentos; serviços da rede socioassistencial, envolvendo
trabalhadores, usuários e instâncias de controle
III - cadastros e sistemas gerenciais que integram o social.
SUAS;
IV – outros que vierem a ser instituídos e pactuados
nacionalmente. Art. 108. Para a realização das avaliações a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
poderão utilizar a contratação de serviços de
órgãos e instituições de pesquisa, visando à

137
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
produção de conhecimentos sobre a política e o
sistema de assistência social.
Art. 111. Cabe a cada ente federativo instituir ou
designar, em sua estrutura administrativa, setor ou
equipe responsável pela gestão do trabalho no
CAPÍTULO VIII
âmbito do SUAS.
GESTÃO DO TRABALHO NO SISTEMA ÚNICO
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 112. As despesas que envolvem a gestão do
trabalho devem estar expressas no orçamento e no
financiamento da política de assistência social.
Art. 109. A gestão do trabalho no SUAS
compreende o planejamento, a organização e a
Parágrafo único. Os entes federativos deverão
execução das ações relativas à valorização do
assegurar recursos financeiros específicos para o
trabalhador e à estruturação do processo de
cumprimento das responsabilidades
trabalho institucional, no âmbito da União, dos
compartilhadas.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

CAPÍTULO IX
§1º Compreende-se por ações relativas à
valorização do trabalhador, na perspectiva da CONTROLE SOCIAL DO SISTEMA ÚNICO DE
desprecarização da relação e das condições de ASSISTÊNCIA SOCIAL
trabalho, dentre outras:
I - a realização de concurso público;
Art. 113. São instâncias de deliberação do SUAS:
II - a instituição de avaliação de desempenho;
I - o Conselho Nacional de Assistência Social;
III - a instituição e implementação de Plano de
II - os Conselhos Estaduais de Assistência Social;
Capacitação e Educação Permanente com
certificação; III - o Conselho de Assistência Social do Distrito
Federal;
IV - a adequação dos perfis profissionais às
necessidades do SUAS; IV - os Conselhos Municipais de Assistência Social.
V – a instituição das Mesas de Negociação;
VI - a instituição de planos de cargos, carreira e Parágrafo único. As Conferências de Assistência
salários (PCCS); Social deliberam as diretrizes para o
aperfeiçoamento da Política de Assistência Social.
VII - a garantia de ambiente de trabalho saudável e
seguro, em consonância às normativas de
segurança e saúde dos trabalhadores;
VIII - a instituição de observatórios de práticas
Art. 114. A participação social deve constituir-se em
profissionais.
estratégia presente na gestão do SUAS, por meio
da adoção de práticas e mecanismos que
favoreçam o processo de planejamento e a
§2º Compreende-se por ações relativas à
execução da política de assistência social de modo
estruturação do processo de trabalho institucional a
democrático e participativo.
instituição de, dentre outras:
I - desenhos organizacionais;
Art. 115. São estratégias para o fortalecimento dos
II - processos de negociação do trabalho;
conselhos e das conferências de assistência social
III - sistemas de informação; e a promoção da participação dos usuários:
IV - supervisão técnica. I - fixação das responsabilidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos municípios para
com o controle social;
Art. 110. As ações de gestão do trabalho na União,
II - planejamento das ações do conselho de
nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios
assistência social;
devem observar os eixos previstos na Norma
Operacional Básica de Recursos Humanos do III - participação dos conselhos e dos usuários no
SUAS - NOB-RH/SUAS, nas resoluções do CNAS planejamento local, municipal, estadual, distrital,
e nas regulamentações específicas. regional e nacional;

138
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - convocação periódica das conferências de §1º A participação dos delegados governamentais
assistência social; e não governamentais nas conferências estaduais
e nacional deve ser assegurada de forma
V - ampliação da participação popular;
equânime, incluindo o deslocamento, a estadia e a
VI - valorização da participação dos trabalhadores alimentação.
do SUAS;
VII - valorização da participação das entidades e
§2º Podem ser realizadas etapas preparatórias às
organizações de assistência social.
conferências, mediante a convocação de
préconferências, reuniões ampliadas do conselho
ou audiências públicas, entre outras estratégias de
SEÇÃO I
ampliação da participação popular.
CONFERÊNCIAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 116. As conferências de assistência social são


SEÇÃO II
instâncias que têm por atribuições a avaliação da
política de assistência social e a definição de CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
diretrizes para o aprimoramento do SUAS,
ocorrendo no âmbito da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. Art. 119. Os conselhos de assistência social são
instâncias deliberativas colegiadas do SUAS,
vinculadas à estrutura do órgão gestor de
Art. 117. A convocação das conferências de assistência social da União, dos Estados, do
assistência social pelos conselhos de assistência Distrito Federal e dos Municípios, com caráter
social se dará ordinariamente a cada 4 (quatro) permanente e composição paritária entre governo e
anos. sociedade civil.

§1º Poderão ser convocadas Conferências de §1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Assistência Social extraordinárias a cada 02 (dois) Municípios deverão instituir os conselhos por meio
anos, conforme deliberação da maioria dos de edição de lei específica, conforme a LOAS.
membros dos respectivos conselhos.

§2º A lei de criação dos conselhos deve garantir a


§2º Ao convocar a conferência, caberá ao conselho escolha democrática da representação da
de assistência social: sociedade civil, permitindo uma única recondução
por igual período.
I - elaborar as normas de seu funcionamento;
II - constituir comissão organizadora;
§3º No exercício de suas atribuições, os conselhos
III - encaminhar as deliberações da conferência aos normatizam, disciplinam, acompanham, avaliam e
órgãos competentes após sua realização; fiscalizam a gestão e a execução dos serviços,
IV - desenvolver metodologia de acompanhamento programas, projetos e benefícios de assistência
e monitoramento das deliberações das social prestados pela rede socioassistencial.
conferências de assistência social;
V - adotar estratégias e mecanismos que
SUBSEÇÃO I
favoreçam a mais ampla inserção dos usuários, por
meio de linguagem acessível e do uso de PLANEJAMENTO DAS RESPONSABILIDADES
metodologias e dinâmicas que permitam a sua DOS CONSELHOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
participação e manifestação.

Art. 120. Os conselhos devem planejar suas ações


Art. 118. Para a realização das conferências, os de forma a garantir a consecução das suas
órgãos gestores de assistência social da União, dos atribuições e o exercício do controle social,
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios primando pela efetividade e transparência das suas
deverão prever dotação orçamentária e realizar a atividades.
execução financeira, garantindo os recursos e a
infraestrutura necessários.
§1º O planejamento das ações do conselho deve
orientar a construção do orçamento da gestão da

139
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
assistência social para o apoio financeiro e técnico XII - deliberar sobre as prioridades e metas de
às funções do Conselho. desenvolvimento do SUAS em seu âmbito de
competência;
XIII - deliberar sobre planos de providência e planos
§2º O gestor federal deverá disponibilizar
de apoio à gestão descentralizada;
ferramenta informatizada para o planejamento das
atividades dos conselhos, contendo as atividades, XIV - normatizar as ações e regular a prestação de
metas, cronograma de execução e prazos. serviços públicos estatais e não estatais no campo
da assistência social, em consonância com as
normas nacionais;
Art. 121. No planejamento das ações dos conselhos
XV – inscrever e fiscalizar as entidades e
de assistência social devem ser observadas as
organizações de assistência social, bem como os
seguintes atribuições precípuas:
serviços, programas, projetos e benefícios
I - aprovar a política de assistência social, socioassistenciais, conforme parâmetros e
elaborada em consonância com as diretrizes procedimentos nacionalmente estabelecidos.
estabelecidas pelas conferências;
XVI - estabelecer mecanismos de articulação
II - convocar as conferências de assistência social permanente com os demais conselhos de políticas
em sua esfera de governo e acompanhar a públicas e de defesa e garantia de direitos;
execução de suas deliberações;
XVII - estimular e acompanhar a criação de
III - aprovar o plano de assistência social elaborado espaços de participação popular no SUAS;
pelo órgão gestor da política de assistência social;
XVIII - elaborar, aprovar e divulgar seu regimento
IV - aprovar o plano de capacitação, elaborado pelo interno, tendo como conteúdo mínimo:
órgão gestor;
a) competências do Conselho;
V - acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão do
b) atribuições da Secretaria Executiva, Presidência,
Programa Bolsa Família (PBF);
Vice-Presidência e Mesa Diretora;
VI - fiscalizar a gestão e execução dos recursos do
c) criação, composição e funcionamento de
Índice de Gestão Descentralizada do Programa
comissões temáticas e de grupos de trabalho
Bolsa Família – IGD PBF e do Índice de Gestão
permanentes ou temporários;
Descentralizada do Sistema Único de Assistência
Social – IGDSUAS; d) processo eletivo para escolha do conselheiro-
presidente e vice-presidente;
VII - planejar e deliberar sobre os gastos de no
mínimo 3% (três por cento) dos recursos do IGD e) processo de eleição dos conselheiros
PBF e do IGDSUAS destinados ao representantes da sociedade civil, conforme
desenvolvimento das atividades do conselho; prevista na legislação;
VIII – participar da elaboração e aprovar as f) definição de quórum para deliberações e sua
propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias, aplicabilidade;
Plano Plurianual e da Lei Orçamentária Anual no
g) direitos e deveres dos conselheiros;
que se refere à assistência social, bem como o
planejamento e a aplicação dos recursos h) trâmites e hipóteses para substituição de
destinados às ações de assistência social, nas suas conselheiros e perda de mandatos;
respectivas esferas de governo, tanto os recursos
i) periodicidade das reuniões ordinárias do plenário
próprios quanto os oriundos de outros entes
federativos, alocados nos respectivos fundos de e das comissões e os casos de admissão de
assistência social; convocação extraordinária;
j) casos de substituição por impedimento ou
IX - acompanhar, avaliar e fiscalizar a gestão dos
vacância do conselheiro titular;
recursos, bem como os ganhos sociais e o
desempenho dos serviços, programas, projetos e k) procedimento adotado para acompanhar,
benefícios socioassistenciais do SUAS; registrar e publicar as decisões das plenárias.
X - aprovar critérios de partilha de recursos em seu
âmbito de competência, respeitados os parâmetros
adotados na LOAS; Art. 122. O Conselho Nacional de Assistência
Social deve zelar pela aplicação de suas normas e
XI - aprovar o aceite da expansão dos serviços, resoluções junto aos Conselhos Estaduais do
programas e projetos socioassistenciais, objetos de Distrito Federal e dos Municipais.
cofinanciamento;

140
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§1º O Conselho Nacional de Assistência Social §3º Os órgãos gestores devem promover e
deve prestar assessoramento aos Conselhos de incentivar a capacitação continuada dos
Assistência Social dos Estados e do Distrito conselheiros, conforme planos de capacitação do
Federal. SUAS.

§2º O Conselho Nacional de Assistência Social, em Art. 124. Aos conselheiros devem ser
conformidade com o princípio da descentralização, encaminhados, com a antecedência necessária
deverá, sempre que solicitado, prestar para a devida apreciação, os seguintes
assessoramento aos conselhos municipais, em documentos e informações do órgão gestor da
parceria com os conselhos estaduais de política de assistência social:
Assistência Social.
I - plano de assistência social;
II - propostas da Lei de Diretrizes Orçamentárias,
§3º Os Conselhos Estaduais deverão prestar Lei Orçamentária Anual e do Plano Plurianual,
assessoramento aos conselhos municipais. referentes à assistência social;
III - relatórios trimestrais e anuais de atividades e
de realização financeira dos recursos;
SUBSEÇÃO II
IV - balancetes, balanços e prestação de contas ao
RESPONSABILIDADES DOS ENTES
final de cada exercício;
FEDERATIVOS COM O CONTROLE SOCIAL
V - relatório anual de gestão;
VI - plano de capacitação;
Art. 123. Cabe aos órgãos gestores da política de
assistência social, em cada esfera de governo, VII - plano de providências e plano de apoio à
fornecer apoio técnico e financeiro aos conselhos e gestão descentralizada;
às conferências de assistência social e à
VIII - pactuações das comissões intergestores.
participação social dos usuários no SUAS.

§1º Os órgãos gestores da assistência social


devem: SEÇÃO III
I - prover aos conselhos infraestrutura, recursos PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS NO SISTEMA
materiais, humanos e financeiros, arcando com as ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
despesas inerentes ao seu funcionamento, bem
como arcar com despesas de passagens,
traslados, alimentação e hospedagem dos Art. 125. O estímulo à participação e ao
conselheiros governamentais e não protagonismo dos usuários nas instâncias de
governamentais, de forma equânime, no exercício deliberação da política de assistência social, como
de suas atribuições, tanto nas atividades realizadas as conferências e os conselhos, é condição
no seu âmbito de atuação geográfica ou fora dele; fundamental para viabilizar o exercício do controle
II - destinar aos conselhos de assistência social social e garantir os direitos socioassistenciais.
percentual dos recursos oriundos do Índice de
Gestão Descentralizada do SUAS – IGDSUAS e do
Índice de Gestão Descentralizada do Programa Art. 126. Para ampliar o processo participativo dos
Bolsa Família – IGD PBF, na forma da Lei. usuários, além do reforço na articulação com
movimentos sociais e populares, diversos espaços
III - subsidiar os conselhos com informações para o podem ser organizados, tais como:
cumprimento de suas atribuições e para a
deliberação sobre o cofinanciamento dos serviços, I - coletivo de usuários junto aos serviços,
programas, projetos e benefícios programas e projetos socioassistenciais;
socioassistenciais; II - comissão de bairro;
III - fórum;
§2º Os conselhos serão dotados de secretaria IV - entre outros.
executiva, com profissional responsável de nível
superior, e apoio técnico e administrativo para Parágrafo único. Os espaços de que trata o caput
exercer as funções pertinentes ao seu devem desencadear o debate permanente sobre os
funcionamento. problemas enfrentados, o acompanhamento das
ações desenvolvidas e a discussão das estratégias
mais adequadas para o atendimento das

141
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
demandas sociais, com vistas a assegurar o I – União, representada pelo Órgão Gestor Federal
constante aprimoramento das ofertas e prestações da política de assistência social;
do SUAS.
II - Estados e Distrito Federal, representados pelo
Fórum Nacional de Secretários(as) de Estado de
Assistência Social – FONSEAS;
Art. 127. Constituem-se estratégias para o estímulo
à participação dos usuários no SUAS: III – Municípios, representados pelo Colegiado
Nacional de Gestores Municipais de Assistência
I - a previsão no planejamento do conselho ou do
Social – CONGEMAS.
órgão gestor da política de assistência social;
II - a ampla divulgação do cronograma e pautas de
reuniões dos conselhos, das audiências públicas, Art. 130. A CIB é integrada pelos seguintes entes
das conferências e demais atividades, nas federativos:
unidades prestadoras de serviços e nos meios de
I – Estado, representado pelo Órgão Gestor
comunicação local;
Estadual da política de assistência social;
III - a garantia de maior representatividade dos
II – Municípios, representados pelo Colegiado
usuários no processo de eleição dos conselheiros
Estadual de Gestores Municipais de Assistência
não governamentais, de escolha da delegação para
Social – COEGEMAS.
as conferências, e de realização das capacitações;
IV - a constituição de espaços de diálogos entre
gestores, trabalhadores e usuários, garantindo o Art. 131. O FONSEAS e o CONGEMAS são
seu empoderamento. reconhecidos como entidades sem fins lucrativos
que representam, respectivamente, os secretários
estaduais e do Distrito Federal, e os secretários
CAPÍTULO X municipais de assistência social, responsáveis pela
indicação dos seus representantes na CIT.
INSTÂNCIAS DE NEGOCIAÇÃO E PACTUAÇÃO
DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 132. Os COEGEMAS são reconhecidos como
as entidades sem fins lucrativos que representam
Art. 128. As instâncias de negociação e pactuação
os secretários municipais de assistência social no
entre gestores quanto aos aspectos operacionais
âmbito do Estado, responsáveis pela indicação das
do SUAS são:
suas representações nas CIBs.
I – Comissão Intergestores Tripartite – CIT, no
âmbito nacional;
Parágrafo único. Os COEGEMAS devem estar
II – Comissão Intergestores Bipartite – CIB, no
vinculados institucionalmente ao CONGEMAS, na
âmbito estadual;
forma que dispuser seus estatutos.

§1º Os órgãos gestores federal e estaduais devem


Art. 133. Entende-se por pactuações na gestão da
prover às respectivas comissões intergestores:
política de assistência social as negociações e
infraestrutura e recursos materiais, humanos e
acordos estabelecidos entre os entes federativos
financeiros para viabilizar o seu efetivo
envolvidos por meio de consensos para a
funcionamento, inclusive arcando com as despesas
operacionalização e o aprimoramento do SUAS.
de passagens, traslados, alimentação e
hospedagem de seus membros quando da
realização de reuniões, câmaras técnicas ou
§1º As pactuações de que trata o caput devem ser
comissões e de sua representação em eventos.
formalizadas por meio da publicação do respectivo
ato administrativo, cabendo aos gestores ampla
divulgação das mesmas, em especial na rede
§2º As comissões intergestores devem ser dotadas
articulada de informações para a gestão da
de secretaria executiva, com a atribuição de
assistência social.
exercer as funções administrativas pertinentes ao
seu funcionamento, contando com quadro técnico e
administrativo do órgão gestor correspondente.
§2º As cópias das publicações de que trata o §1º
devem ser encaminhadas às secretarias executivas
da CIT e CIB e por estas arquivadas, incondicional
Art. 129. A CIT é integrada pelos seguintes entes
e regularmente.
federativos:

142
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§3º As pactuações da CIT e das CIBs devem ser
encaminhadas aos respectivos Conselhos de
Art. 135. Compete à CIT:
Assistência Social para conhecimento e
deliberação dos assuntos de sua competência. I - pactuar estratégias para a implantação, a
operacionalização e o aprimoramento do SUAS;
II - estabelecer acordos acerca de questões
SEÇÃO I
operacionais relativas à implantação e qualificação
COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE – dos serviços, programas, projetos e benefícios
CIT socioassistenciais que compõem o SUAS;
III - pactuar instrumentos, parâmetros e
mecanismos de implementação e regulamentação
Art. 134. A CIT é um espaço de articulação e
do SUAS;
interlocução entre os gestores federal, estaduais,
do Distrito Federal e municipais, para viabilizar a IV - pactuar critérios de partilha e procedimentos de
política de assistência social, caracterizando-se transferência de recursos para o cofinanciamento
como instância de negociação e pactuação quanto de serviços, programas, projetos e benefícios da
aos aspectos operacionais da gestão do SUAS, assistência social para os Estados, o Distrito
com a seguinte composição: Federal e os Municípios;
I - 5 (cinco) membros titulares e seus respectivos V - pactuar planos de providência e planos de apoio
suplentes, representando a União, indicados pelo aos Estados e ao Distrito Federal;
Órgão Gestor Federal da política de assistência
VI - pactuar prioridades e metas nacionais de
social;
aprimoramento do SUAS, de prevenção e
II - 5 (cinco) membros titulares e seus respectivos enfrentamento da pobreza, da desigualdade, das
suplentes, representando os Estados e o Distrito vulnerabilidades sociais e dos riscos sociais;
Federal, indicados pelo FONSEAS;
VII - pactuar estratégias e procedimentos de
III - 5 (cinco) membros titulares e seus respectivos contato permanente e assessoramento técnico às
suplentes, representando os Municípios, indicados CIBs e gestores de assistência social;
pelo CONGEMAS.
VIII - pactuar seu regimento interno e as estratégias
para sua divulgação;
§1º Os membros titulares e suplentes IX - publicar e publicizar suas pactuações;
representantes dos:
X - informar ao CNAS sobre suas pactuações;
I – Estados e Distrito Federal deverão contemplar
XI - encaminhar ao CNAS os assuntos que forem
as cinco regiões do país;
de sua competência para deliberação;
II – Municípios deverão contemplar as cinco regiões
XII - pactuar as orientações para estruturação e
do país e os portes dos municípios.
funcionamento das CIBs;
XIII – pactuar os serviços socioassistenciais de alto
§2º Quando da substituição das representações custo e as responsabilidades de financiamento e
dos entes federativos na CIT, deverá ser observada execução.
a rotatividade:
I – entre os Estados da respectiva região do país;
SEÇÃO II
II – entre os Municípios da respectiva região do país
COMISSÃO INTERGESTORES BIPARTITE - CIB
e dos portes de município.

Art. 136. A CIB constitui-se como espaço de


§3º A representação dos Estados, Distrito Federal
articulação e interlocução dos gestores municipais
e Municípios na CIT poderá ser excepcionalizada
e estaduais da política de assistência social,
quando não for possível contemplar na composição
caracterizando-se como instância de negociação e
a integralidade das regiões e dos portes de
pactuação quanto aos aspectos operacionais da
municípios.
gestão do SUAS,

§4º Os membros titulares e suplentes da CIT serão


§1º É requisito para sua constituição a
nomeados por ato normativo do Ministro de Estado
representatividade do Estado e dos municípios,
responsável pela gestão da Política de Assistência
levando em conta o porte dos municípios e sua
em âmbito nacional.
distribuição regional, com a seguinte composição:

143
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - 06 (seis) representantes do Estado e seus especial no âmbito do SUAS na sua esfera de
respectivos suplentes, indicados pelo gestor governo;
estadual da política de assistência social;
II - estabelecer acordos acerca de questões
II - 06 (seis) representantes dos Municípios e seus operacionais relativas à implantação e ao
respectivos suplentes, indicados pelo COEGEMAS, aprimoramento dos serviços, programas, projetos e
observando a representação regional e o porte dos benefícios que compõem o SUAS;
municípios, de acordo com o estabelecido na
III - pactuar instrumentos, parâmetros e
Política Nacional de Assistência Social – PNAS,
mecanismos de implementação e regulamentação
sendo:
complementar à legislação vigente, nos aspectos
a) 02 (dois) representantes de municípios de comuns às duas esferas de governo;
pequeno porte I;
IV - pactuar medidas para o aperfeiçoamento da
b) 01 (um) representante de municípios de pequeno organização e do funcionamento do SUAS no
porte II; âmbito regional;
c) 01 (um) representante de municípios de médio V - pactuar a estruturação e a organização da oferta
porte; de serviços de caráter regional;
d) 01 (um) representante de municípios de grande VI - pactuar critérios, estratégias e procedimentos
porte; e de repasse de recursos estaduais para o
cofinanciamento de serviços, programas, projetos e
e) 01 (um) representante da capital do Estado.
benefícios socioassistenciais aos municípios;
VII - pactuar o plano estadual de capacitação;
§2º Os representantes titulares e suplentes deverão
VIII - estabelecer acordos relacionados aos
ser de regiões diferentes, de forma a contemplar as
serviços, programas, projetos e benefícios a serem
diversas regiões do Estado, e observar a
implantados pelo Estado e pelos Municípios
rotatividade, quando da substituição das
enquanto rede de proteção social integrante do
representações dos municípios.
SUAS no Estado;
IX - pactuar planos de providência e planos de
§3º A composição da CIB poderá ser alterada de apoio aos municípios;
acordo com as especificidades estaduais, podendo
X - pactuar prioridades e metas estaduais de
ser ampliada, contemplando uma maior
aprimoramento do SUAS;
representação estadual e municipal, e modificada,
nos casos em que não seja possível contemplar a XI - pactuar estratégias e procedimentos de
proporção de porte de municípios descrita no inciso interlocução permanente com a CIT e as demais
II do §1º. CIBs para aperfeiçoamento do processo de
descentralização, implantação e implementação do
SUAS;
§4º É vedada a redução do número de
XII - observar em suas pactuações as orientações
representantes de cada ente federativo definido
emanadas pela CIT;
nos incisos I e II do §1º.
XIII - pactuar seu regimento interno e as estratégias
para sua divulgação;
§5º Os membros titulares e suplentes da CIB serão
XIV - publicar as pactuações no Diário Oficial
nomeados por ato normativo do Secretário de
estadual;
Estado responsável pela gestão da Política de
Assistência Social. XV - enviar cópia das publicações das pactuações
à Secretaria Técnica da CIT;
§6º Cada CIB definirá em regimento interno o
quórum mínimo qualificado que assegure a XVI - publicar e publicizar as suas pactuações;
paridade entre os entes federativos para a
XVII - informar ao Conselho Estadual de
realização de suas reuniões.
Assistência Social - CEAS sobre suas pactuações;
XVIII - encaminhar ao Conselho Estadual de
Art. 137. Compete à CIB: Assistência Social os assuntos de sua competência
para deliberação.
I - pactuar a organização do Sistema Estadual de
Assistência Social proposto pelo órgão gestor
estadual, definindo estratégias para implementar e
CAPÍTULO XI
operacionalizar a oferta da proteção social básica e
REGRAS DE TRANSIÇÃO

144
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
NOB SUAS/2005, aprovada pela Resolução nº 130
de 2005, passarão automaticamente a respeitar as
Art. 138. A aplicação das Subseções I e II da Seção
regras estabelecidas nesta Norma.
III do Capítulo VI desta NOB SUAS fica
condicionada à edição de ato normativo
complementar referente aos Blocos de
Art. 141. O Plano Nacional de Assistência Social
Financiamento.
referente ao período que compreende a publicação
desta Norma até o ano 2015 consistirá na revisão
do Plano Decenal, em consonância com o PPA e
Parágrafo único. Os repasses de recursos
as prioridades e metas nacionais do Pacto de
continuarão a ser efetuados com base na
Aprimoramento do SUAS.
sistemática implementada pela NOB SUAS de
2005 e portarias posteriores até a regulamentação
dos blocos de financiamento.
Anotações:

Art. 139. A aplicação do Capítulo IV se dará a partir


da implantação efetiva do sistema de informação
que permita o planejamento dos entes federativos
para o alcance das prioridades e metas do Pacto
Aprimoramento do SUAS e o respectivo
acompanhamento.

§1º No período de implantação efetiva do sistema


de que trata o caput, aplicar-se-á:
I – aos municípios: o capítulo II da NOB
SUAS/2005, aprovada pela Resolução nº 130 de
2005 do CNAS, que trata dos Tipos e Níveis de
Gestão do Sistema Único de Assistência Social –
SUAS, que instituiu o modelo de habilitação ao
SUAS e os níveis de gestão inicial, básica e plena;
II - aos Estados e ao Distrito Federal: o Pacto de
Aprimoramento da Gestão dos Estados e do Distrito
Federal, de que trata a resolução n.º 17 de 2010 da
CIT, com as prioridades instituídas para o
quadriênio 2011 – 2014;

§2º O Pacto a que se refere o inciso II do §1º será


revisto em 2013, conforme pactuação na CIT de
prioridades e metas nacionais para os Estados e o
Distrito Federal, permanecendo em vigor até o
exercício de 2015.

§3º Quando da disponibilização do sistema de


informação de que trata o caput, os Estados e o
Distrito Federal deverão inserir o planejamento
para alcance das prioridades e metas de que trata
o inciso II do §1º. §4º No interstício entre a
publicação desta Norma e a primeira pactuação dos
municípios na forma do inciso II do §5º do art. 18,
poderão ser pactuadas as prioridades e metas
específicas.

Art. 140. Os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios que aderiram ao SUAS na forma da

145
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
TIPIFICAÇÃO NACIONAL DE SERVIÇOS SOCIOASSISTENCIAIS

a) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à


Família (PAIF);
RESOLUÇÃO Nº 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE
2009 b) Serviço de Convivência e Fortalecimento de
Vínculos;
c) Serviço de Proteção Social Básica no domicílio
Aprova a Tipificação Nacional de Serviços para pessoas com deficiência e idosas.
Socioassistenciais.
O Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS), em reunião ordinária realizada nos dias 11 II - Serviços de Proteção Social Especial de
e 12 de novembro de 2009, no uso da competência Média Complexidade:
que lhe conferem os incisos II, V, IX e XIV do artigo a) Serviço de Proteção e Atendimento
18 da Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI);
Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS);
b) Serviço Especializado em Abordagem Social;
Considerando a Resolução CNAS n.º 145, de 15 de
outubro de 2004, que aprova a Política Nacional de c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em
Assistência Social (PNAS); Cumprimento de Medida Socioeducativa de
Liberdade Assistida (LA), e de Prestação de
Considerando a Resolução CNAS n.º 130, de 15 de Serviços à Comunidade (PSC);
julho de 2005, que aprova a Norma Operacional
Básica do Sistema Único de Assistência Social d) Serviço de Proteção Social Especial para
(NOB/SUAS); Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;
Considerando a Resolução CNAS n.º 269, de 13 de e) Serviço Especializado para Pessoas em
dezembro de 2006, que aprova a Norma Situação de Rua.
Operacional Básica de Recursos Humanos do
Sistema Único de Assistência Social
(NOBRH/SUAS); III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta
Complexidade:
Considerando a deliberação da VI Conferência
Nacional de Assistência Social de “Tipificar e a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas
consolidar a classificação nacional dos serviços seguintes modalidades:
socioassistenciais”; - abrigo institucional;
Considerando a meta prevista no Plano Decenal de - Casa-Lar;
Assistência Social, de estabelecer bases de
padronização nacional dos serviços e - Casa de Passagem;
equipamentos físicos do SUAS;
- Residência Inclusiva.
Considerando o processo de Consulta Pública
b) Serviço de Acolhimento em República;
realizado no período de julho a setembro de 2009,
coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
Social e Combate à Fome (MDS);
d) Serviço de Proteção em Situações de
Considerando o processo de discussão e Calamidades Públicas e de Emergências.
pactuação na Comissão Intergestores Tripartite
Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de
(CIT) e discussão no âmbito do CNAS da
sua publicação.
Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais; MÁRCIA MARIA BIONDI PINHEIRO Presidente do
Conselho
RESOLVE:
Art. 1º. Aprovar a Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, conforme anexos, organizados RESOLUÇÃO CNAS Nº 13, DE 13 DE MAIO DE
por níveis de complexidade do SUAS: Proteção 2014
Social Básica e Proteção Social Especial de Média
e Alta Complexidade, de acordo com a disposição
abaixo: Inclui na Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, aprovada por meio da
Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, do
I - Serviços de Proteção Social Básica: Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS,

146
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a faixa etária de 18 a 59 anos no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos.

Anotações:
O CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL - CNAS, em reunião ordinária realizada no
dia 6 de maio de 2014, no uso da competência
conferida pelo art. 18 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993 – Lei Orgânica da Assistência
Social – LOAS,
Considerando a Resolução CNAS nº 33, que defi
ne a Promoção da Integração ao Mercado de
Trabalho no campo da assistência social e
estabelece seus requisitos;
Considerando a Resolução CNAS nº 34, que defi
ne a Habilitação e Reabilitação da pessoa com defi
ciência e a promoção de sua integração à vida
comunitária no campo da assistência social e
estabelece seus requisitos; e
Considerando a Resolução CNAS nº 35, que
recomenda a elaboração das adequações relati vas
à regulamentação das alíneas c e d do inciso I, do
arti go 2º da LOAS,

RESOLVE:
Art. 1º Incluir na Tipificação Nacional de Serviços
Socioassistenciais, aprovada por meio da
Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, do
Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS,
a faixa etária de 18 a 59 anos no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos, na
forma do anexo.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de
sua publicação.
LUZIELE MARIA DE SOUZA TAPAJÓS
Presidenta do Conselho Nacional de Assistência
Social

147
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1. MATRIZ PADRONIZADA PARA FICHAS DE SERVIÇOS
SOCIOASSISTENCIAIS

NOME DO SERVIÇO Termos utilizados para denominar o serviço de modo a evidenciar sua principal função e os
seus usuários.

DESCRIÇÃO Conteúdo da oferta substantiva do serviço.

USUÁRIOS Relação e detalhamento dos destinatários a quem se destinam as atenções. As situações


identificadas em cada serviço constam de uma lista de vulnerabilidades e riscos contida nesse
documento.

OBJETIVOS Propósitos do serviço e os resultados que dele se esperam.

PROVISÕES As ofertas do trabalho institucional, organizadas em quatro dimensões: ambiente físico,


recursos materiais, recursos humanos e trabalho social essencial ao serviço. Organizados
conforme cada serviço as provisões garantem determinadas aquisições aos cidadãos.

AQUISIÇÕES DOS Trata dos compromissos a serem cumpridos pelos gestores em todos os níveis, para que os
USUÁRIOS serviços prestados no âmbito do SUAS produzam seguranças sociais aos seus usuários,
conforme suas necessidades e a situação de vulnerabilidade e risco em que se encontram.
Podem resultar em medidas da resolutividade e efetividade dos serviços, a serem aferidas
pelos níveis de participação e satisfação dos usuários e pelas mudanças efetivas e duradouras
em sua condição de vida, na perspectiva do fortalecimento de sua autonomia e cidadania. As
aquisições específicas de cada serviço estão organizadas segundo as seguranças sociais que
devem garantir.

CONDIÇÕES E Procedência dos usuários e formas de encaminhamento.


FORMAS DE ACESSO

UNIDADE Equipamento recomendado para a realização do serviço socioassistencial.

PERÍODO DE Horários e dias da semana abertos ao funcionamento para o público.


FUNCIONAMENTO

ABRANGÊNCIA Referência territorializada da procedência dos usuários e do alcance do serviço.

ARTICULAÇÃO EM Sinaliza a completude da atenção hierarquizada em serviços de vigilância social, defesa de


REDE direitos e proteção básica e especial de assistência social e dos serviços de outras políticas
públicas e de organizações privadas. Indica a conexão de cada serviço com outros serviços,
programas, projetos e organizações dos Poderes Executivo e Judiciário e organizações não
governamentais.

IMPACTO SOCIAL Trata dos resultados e dos impactos esperados de cada serviço e do conjunto dos serviços
ESPERADO conectados em rede socioassistencial. Projeta expectativas que vão além das aquisições dos
sujeitos que utilizam os serviços e avançam na direção de mudanças positivas em relação a
indicadores de vulnerabilidades e de riscos sociais.

REGULAMENTAÇÕES Remissão a leis, decretos, normas técnicas e planos nacionais que regulam benefícios e
serviços socioassistenciais e atenções a segmentos específicos que demandam a proteção
social de assistência social.

148
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

2. QUADRO SÍNTESE

1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à


Família (PAIF);
PROTEÇÃO SOCIAL
2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de
BÁSICA
Vínculos;
3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio
para Pessoas com Deficiência e Idosas.

1. Serviço de Proteção e Atendimento


Especializado a Famílias Indivíduos (PAEFI);
2. Serviço Especializado em Abordagem Social;
3. Serviço de proteção social a adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa de
Média Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de
Complexidade Serviços à Comunidade (PSC);
4. Serviço de Proteção Social Especial para
Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias;
5. Serviço Especializado para Pessoas em
Situação de Rua.
PROTEÇÃO
6. Serviço de Acolhimento Institucional;
SOCIAL ESPECIAL
7. Serviço de Acolhimento em República;
Alta 8. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;
Complexidade
9. Serviço de proteção em situações de
calamidades públicas e de emergências.

149
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇOS DA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO INTEGRAL À FAMÍLIA - PAIF.


equipes volantes ou mediante a implantação
de unidades de CRAS itinerantes.
DESCRIÇÃO: O Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família - PAIF Todos os serviços da proteção social básica,
consiste no trabalho social com famílias, de desenvolvidos no território de abrangência
caráter continuado, com a finalidade de do CRAS, em especial os Serviços de
fortalecer a função protetiva das famílias, Convivência e Fortalecimento de Vínculos,
prevenir a ruptura dos seus vínculos, bem como o Serviço de Proteção Social
promover seu acesso e usufruto de direitos Básica no Domicílio para Pessoas com
e contribuir na melhoria de sua qualidade de Deficiência e Idosas, devem ser a ele
vida. referenciados e manter articulação com o
PAIF. É a partir do trabalho com famílias no
Prevê o desenvolvimento de
serviço PAIF que se organizam os serviços
potencialidades e aquisições das famílias e
referenciados ao CRAS. O referenciamento
o fortalecimento de vínculos familiares e
dos serviços socioassistenciais da proteção
comunitários, por meio de ações de caráter
social básica ao CRAS possibilita a
preventivo, protetivo e proativo.
organização e hierarquização da rede
O trabalho social do PAIF deve utilizar-se socioassistencial no território, cumprindo a
também de ações nas áreas culturais para o diretriz de descentralização da política de
cumprimento de seus objetivos, de modo a assistência social.
ampliar universo informacional e
A articulação dos serviços
proporcionar novas vivências às famílias
socioassistenciais do território com o PAIF
usuárias do serviço. As ações do PAIF não
garante o desenvolvimento do trabalho
devem possuir caráter terapêutico.
social com as famílias dos usuários desses
É serviço baseado no respeito à serviços, permitindo identificar suas
heterogeneidade dos arranjos familiares, necessidades e potencialidades dentro da
aos valores, crenças e identidades das perspectiva familiar, rompendo com o
famílias. Fundamenta-se no fortalecimento atendimento segmentado e
da cultura do diálogo, no combate a todas as descontextualizado das situações de
formas de violência, de preconceito, de vulnerabilidade social vivenciadas.
discriminação e de estigmatização nas
O trabalho social com famílias, assim,
relações familiares.
apreende as origens, significados atribuídos
Realiza ações com famílias que possuem e as possibilidades de enfrentamento das
pessoas que precisam de cuidado, com foco situações de vulnerabilidade vivenciadas
na troca de informações sobre questões por toda a família, contribuindo para sua
relativas à primeira infância, a adolescência, proteção de forma integral, materializando a
à juventude, o envelhecimento e matricialidade sociofamiliar no âmbito do
deficiências a fim de promover espaços para SUAS.
troca de experiências, expressão de
USUÁRIOS: Famílias em situação de
dificuldades e reconhecimento de
vulnerabilidade social decorrente da
possibilidades. Tem por princípios
pobreza, do precário ou nulo acesso aos
norteadores a universalidade e gratuidade
serviços públicos, da fragilização de
de atendimento, cabendo exclusivamente à
vínculos de pertencimento e sociabilidade
esfera estatal sua implementação. Serviço
e/ou qualquer outra situação de
ofertado necessariamente no Centro de
vulnerabilidade e risco social residentes nos
Referência de Assistência Social (CRAS).
territórios de abrangência dos CRAS, em
O atendimento às famílias residentes em especial:
territórios de baixa densidade demográfica,
- Famílias beneficiárias de programas de
com espalhamento ou dispersão
transferência de renda e benefícios
populacional (áreas rurais, comunidades
assistenciais;
indígenas, quilombolas, calhas de rios,
assentamentos, dentre outros) pode ser - Famílias que atendem os critérios de
realizado por meio do estabelecimento de elegibilidade a tais programas ou benefícios,
mas que ainda não foram contempladas;

150
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Famílias em situação de vulnerabilidade serviços socioassistenciais; Banco de
em decorrência de dificuldades vivenciadas Dados dos serviços socioassistenciais;
por algum de seus membros; Cadastro Único dos Programas Sociais;
Cadastro de Beneficiários do BPC.
- Pessoas com deficiência e/ou pessoas
idosas que vivenciam situações de RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
vulnerabilidade e risco social. NOB-RH/SUAS.
OBJETIVOS:
- Fortalecer a função protetiva da família, TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
contribuindo na melhoria da sua qualidade SERVIÇO: Acolhida; estudo social; visita
de vida; domiciliar; orientação e encaminhamentos;
grupos de famílias; acompanhamento
- Prevenir a ruptura dos vínculos familiares
familiar; atividades
e comunitários, possibilitando a superação
comunitárias;campanhas socioeducativas;
de situações de fragilidade social
informação, comunicação e defesa de
vivenciadas;
direitos; promoção ao acesso à
- Promover aquisições sociais e materiais às documentação pessoal; mobilização e
famílias, potencializando o protagonismo e a fortalecimento de redes sociais de apoio;
autonomia das famílias e comunidades; desenvolvimento do convívio familiar e
comunitário; mobilização para a cidadania;
- Promover acessos a benefícios,
conhecimento do território; cadastramento
programas de transferência de renda e socioeconômico; elaboração de relatórios
serviços socioassistenciais, contribuindo e/ou prontuários; notificação da ocorrência
para a inserção das famílias na rede de
de situações de vulnerabilidade e risco
proteção social de assistência social;
social; busca ativa.
- Promover acesso aos demais serviços
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
setoriais, contribuindo para o usufruto de
direitos; SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
- Apoiar famílias que possuem, dentre seus - Ter acolhida suas demandas, interesses,
membros, indivíduos que necessitam de necessidades e possibilidades;
cuidados, por meio da promoção de
- Receber orientações e encaminhamentos,
espaços coletivos de escuta e troca de
com o objetivo de aumentar o acesso a
vivências familiares.
benefícios socioassistenciais e programas
PROVISÕES: de transferência de renda, bem como aos
demais direitos sociais, civis e políticos;
AMBIENTE FÍSICO: Espaços destinados
para recepção, sala(s) de atendimento - Ter acesso a ambiência acolhedora; - Ter
individualizado, sala(s) de atividades assegurada sua privacidade.
coletivas e comunitárias, sala para
SEGURANÇA DE CONVÍVIO FAMILIAR E
atividades administrativas, instalações
COMUNITÁRIO:
sanitárias, com adequada iluminação,
ventilação, conservação, privacidade, - Vivenciar experiências que contribuam
salubridade, limpeza e acessibilidade em para o estabelecimento e fortalecimento de
todos seus ambientes, de acordo com as vínculos familiares e comunitários;
normas da ABNT. O ambiente deve possuir
- Vivenciar experiências de ampliação da
outras características de acordo com a
capacidade protetiva e de superação de
regulação específica do serviço e do Centro
fragilidades sociais;
de Referência de Assistência Social
(CRAS). - Ter acesso a serviços de qualidade,
conforme demandas e necessidades.
RECURSOS MATERIAIS: Materiais
permanentes e materiais de consumo SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
necessários ao desenvolvimento do serviço, DA AUTONOMIA:
tais como: mobiliário, computadores, entre
- Vivenciar experiências pautadas pelo
outros.
respeito a si próprio e aos outros,
MATERIAIS SOCIOEDUCATIVOS: Artigos fundamentadas em princípios ético-políticos
pedagógicos, culturais e esportivos; Banco de defesa da cidadania e justiça social;
de Dados de usuários de benefícios e

151
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Vivenciar experiências potencializadoras diurno podendo eventualmente executar
da participação cidadã, tais como espaços atividades complementares a noite, com
de livre expressão de opiniões, de possibilidade de funcionar em feriados e
reivindicação e avaliação das ações finais de semana.
ofertadas, bem como de espaços de
ABRANGÊNCIA: Municipal; e em
estímulo para a participação em fóruns,
metrópoles e municípios de médio e grande
conselhos, movimentos sociais,
porte a abrangência corresponderá ao
organizações comunitárias e outros
território de abrangência do CRAS, de
espaços de organização social;
acordo com a incidência da demanda.
- Vivenciar experiências que contribuam
ARTICULAÇÃO EM REDE:
para a construção de projetos individuais e
coletivos, desenvolvimento da autoestima, - Serviços socioassistenciais de proteção
autonomia e sustentabilidade; social básica e proteção social especial;
- Vivenciar experiências que possibilitem o - Serviços públicos locais de educação,
desenvolvimento de potencialidades e saúde, trabalho, cultura, esporte, segurança
ampliação do universo informacional e pública e outros conforme necessidades;
cultural;
- Conselhos de políticas públicas e de
- Ter reduzido o descumprimento de defesa de direitos de segmentos
condicionalidades do Programa Bolsa específicos;
Família (PBF);
- Instituições de ensino e pesquisa;
- Ter acesso a documentação civil;
- Serviços de enfrentamento à pobreza;
- Ter acesso a experiências de
- Programas e projetos de preparação para
fortalecimento e extensão da cidadania;
o trabalho e de inclusão produtiva; e
- Ter acesso a informações e
- Redes sociais locais: associações de
encaminhamentos a políticas de emprego e
moradores, ONG’s, entre outros.
renda e a programas de associativismo e
cooperativismo. IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO: CONTRIBUIR PARA:
CONDIÇÕES: Famílias territorialmente - Redução da ocorrência de situações de
referenciadas aos CRAS, em especial: vulnerabilidade social no território de
famílias em processo de reconstrução de abrangência do CRAS;
autonomia; famílias em processo de
reconstrução de vínculos; famílias com - Prevenção da ocorrência de riscos sociais,
crianças, adolescentes, jovens e idosos seu agravamento ou reincidência no
inseridos em serviços socioassistenciais, território de abrangência do CRAS;
territorialmente referenciadas ao CRAS; - Aumento de acessos a serviços
famílias com beneficiários do Benefício de socioassistenciais e setoriais;
Prestação Continuada; famílias inseridas
em programas de transferência de renda. - Melhoria da qualidade de vida das famílias
residentes no território de abrangência do
FORMAS DE ACESSO: CRAS.
- Por procura espontânea;
- Por busca ativa;
- Por encaminhamento da rede Anotações:
socioassistencial;
- Por encaminhamento das demais políticas
públicas.
UNIDADE: Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS).
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Período
mínimo de 5 dias por semana, 8 horas
diárias, sendo que a unidade deverá
necessariamente funcionar no período

152
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS.

DESCRIÇÃO GERAL: Serviço realizado em uma forma privilegiada de expressão,


grupos, organizado a partir de percursos, de interação e proteção social.
modo a garantir aquisições progressivas
Desenvolve atividades com crianças,
aos seus usuários, de acordo com o seu
inclusive com crianças com deficiência,
ciclo de vida, a fim de complementar o
seus grupos familiares, gestantes e nutrizes.
trabalho social com famílias e prevenir a
ocorrência de situações de risco social. Com as crianças, busca desenvolver
Forma de intervenção social planejada que atividades de convivência, estabelecimento
cria situações desafiadoras, estimula e e fortalecimento de vínculos e socialização
orienta os usuários na construção e centradas na brincadeira, com foco na
reconstrução de suas histórias e vivências garantia das seguranças de acolhida e
individuais e coletivas, na família e no convívio familiar e comunitário, por meio de
território. experiências lúdicas, acesso a brinquedos
favorecedores do desenvolvimento e da
Organiza-se de modo a ampliar trocas
sociabilidade e momentos de brincadeiras
culturais e de vivências, desenvolver o
fortalecedoras do convívio com familiares.
sentimento de pertença e de identidade,
fortalecer vínculos familiares e incentivar a Com as famílias, o serviço busca
socialização e a convivência comunitária. estabelecer discussões reflexivas,
atividades direcionadas ao fortalecimento
Possui caráter preventivo e proativo,
de vínculos e orientação sobre o cuidado
pautado na defesa e afirmação dos direitos
com a criança pequena.
e no desenvolvimento de capacidades e
potencialidades, com vistas ao alcance de Com famílias de crianças com deficiência
alternativas emancipatórias para o inclui ações que envolvem grupos e
enfrentamento da vulnerabilidade social. organizações comunitárias para troca de
informações acerca de direitos da pessoa
Deve prever o desenvolvimento de ações
com deficiência, potenciais das crianças,
intergeracionais e a heterogeneidade na
importância e possibilidades de ações
composição dos grupos por sexo, presença
inclusivas.
de pessoas com deficiência, etnia, raça,
entre outros. Deve possibilitar meios para que as famílias
expressem dificuldades, soluções
Possui articulação com o Serviço de
encontradas e demandas, de modo a
Proteção e Atendimento Integral à Família
construir conjuntamente soluções e
(PAIF), de modo a promover o atendimento
alternativas para as necessidades e os
das famílias dos usuários destes serviços,
problemas enfrentados.
garantindo a matricialidade sociofamiliar da
política de assistência social. DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO
PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO
6 A 15 ANOS: Tem por foco a constituição
PARA CRIANÇAS ATÉ 6 ANOS: Tem por
de espaço de convivência, formação para a
foco o desenvolvimento de atividades com
participação e cidadania, desenvolvimento
crianças, familiares e comunidade, para
do protagonismo e da autonomia das
fortalecer vínculos e prevenir ocorrência de
crianças e adolescentes, a partir dos
situações de exclusão social e de risco, em
interesses, demandas e potencialidades
especial a violência doméstica e o trabalho
dessa faixa etária.
infantil, sendo um serviço complementar e
diretamente articulado ao PAIF. As intervenções devem ser pautadas em
experiências lúdicas, culturais e esportivas
Pauta-se no reconhecimento da condição
como formas de expressão, interação,
peculiar de dependência, de
aprendizagem, sociabilidade e proteção
desenvolvimento desse ciclo de vida e pelo
social. Inclui crianças e adolescentes com
cumprimento dos direitos das crianças,
deficiência, retirados do trabalho infantil ou
numa concepção que faz do brincar, da
submetidos a outras violações, cujas
experiência lúdica e da vivência artística
atividades contribuem para re-significar
vivências de isolamento e de violação de

153
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
direitos, bem como propiciar experiências necessidades, motivações, habilidades e
favorecedoras do desenvolvimento de talentos.
sociabilidades e na prevenção de situações
As atividades devem possibilitar o
de risco social.
reconhecimento do trabalho e da formação
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO profissional como direito de cidadania e
PARA ADOLESCENTES E JOVENS DE 15 desenvolver conhecimentos sobre o mundo
A 17 ANOS: Tem por foco o fortalecimento do trabalho e competências específicas
da convivência familiar e comunitária e básicas e contribuir para a inserção,
contribui para o retorno ou permanência dos reinserção e permanência dos jovens no
adolescentes e jovens na escola, por meio sistema educacional e no mundo do
do desenvolvimento de atividades que trabalho, assim como no sistema de saúde
estimulem a convivência social, a básica e complementar, quando for o caso,
participação cidadã e uma formação geral além de propiciar vivências que valorizam as
para o mundo do trabalho. experiências que estimulem e potencializem
a condição de escolher e decidir,
As atividades devem abordar as questões
contribuindo para o desenvolvimento da
relevantes sobre a juventude, contribuindo
autonomia e protagonismo social dos
para a construção de novos conhecimentos
jovens, estimulando a participação na vida
e formação de atitudes e valores que
pública no território, ampliando seu espaço
reflitam no desenvolvimento integral do
de atuação para além do território além de
jovem.
desenvolver competências para a
As atividades também devem desenvolver compreensão crítica da realidade social e do
habilidades gerais, tais como a capacidade mundo contemporâneo.
comunicativa e a inclusão digital de modo a
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO
orientar o jovem para a escolha profissional,
PARA ADULTOS DE 30 A 59 ANOS: Tem
bem como realizar ações com foco na
por foco o fortalecimento de vínculos
convivência social por meio da arte-cultura e
familiares e comunitários, desenvolvendo
esporte-lazer.
ações complementares assegurando
As intervenções devem valorizar a espaços de referência para o convívio
pluralidade e a singularidade da condição grupal, comunitário e social e o
juvenil e suas formas particulares de desenvolvimento de relações de afetividade,
sociabilidade; sensibilizar para os desafios solidariedade e encontros intergeracionais
da realidade social, cultural, ambiental e de modo a desenvolver a sua convivência
política de seu meio social; criar familiar e comunitária.
oportunidades de acesso a direitos;
Contribuir para a ampliação do universo
estimular práticas associativas e as
informacional, artístico e cultural, bem como
diferentes formas de expressão dos
estimular o desenvolvimento de
interesses, posicionamentos e visões de
potencialidades para novos projetos de vida,
mundo de jovens no espaço público.
propiciar sua formação cidadã e detectar
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO necessidades e motivações, habilidades e
PARA JOVENS DE 18 A 29 ANOS: Tem talentos, propiciando vivências para o
por foco o fortalecimento de vínculos alcance de autonomia e protagonismo
familiares e comunitários, na proteção social, estimulando a participação na vida
social, assegurando espaços de referência pública no território, além de desenvolver
para o convívio grupal, comunitário e social competências para a compreensão crítica
e o desenvolvimento de relações de da realidade social e do mundo
afetividade, solidariedade e respeito mútuo, contemporâneo.
de modo a desenvolver a sua convivência
As atividades devem possibilitar o
familiar e comunitária.
reconhecimento do trabalho e da formação
Contribuir para a ampliação do universo profissional como direito de cidadania e
informacional, artístico e cultural dos jovens, desenvolver conhecimentos sobre o mundo
bem como estimular o desenvolvimento de do trabalho e competências específicas
potencialidades para novos projetos de vida, básicas e contribuir para a inserção,
propiciar sua formação cidadã e vivências reinserção e permanência dos adultos no
para o alcance de autonomia e sistema educacional, no mundo do trabalho
protagonismo social, detectar e no sistema de saúde básica e
complementar, quando for o caso, além de

154
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
propiciar vivências que valorizam as reconduzidas ao convívio familiar após
experiências que estimulem e potencializem medida protetiva de acolhimento; e outros;
a condição de escolher e decidir,
- Crianças e adolescentes com deficiência,
contribuindo para o desenvolvimento da
com prioridade para as beneficiárias do
autonomia e protagonismo social,
BPC;
ampliando seu espaço de atuação para
além do território. - Crianças e adolescentes cujas famílias são
beneficiárias de programas de transferência
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA DO SERVIÇO
de renda;
PARA IDOSOS: Tem por foco o
desenvolvimento de atividades que - Crianças e adolescentes de famílias com
contribuam no processo de envelhecimento precário acesso a renda e a serviços
saudável, no desenvolvimento da públicos e com dificuldades para manter.
autonomia e de sociabilidades, no
ADOLESCENTES E JOVENS DE 15 A 17
fortalecimento dos vínculos familiares e do
convívio comunitário e na prevenção de ANOS, EM ESPECIAL:
situações de risco social. A intervenção - Adolescentes e Jovens pertencentes às
social deve estar pautada nas famílias beneficiárias de programas de
características, interesses e demandas transferência de renda;
dessa faixa etária e considerar que a
vivência em grupo, as experimentações - Adolescentes e Jovens egressos de
artísticas, culturais, esportivas e de lazer e a medida socioeducativa de internação ou em
valorização das experiências vividas cumprimento de outras medidas
constituem formas privilegiadas de socioeducativas em meio aberto, conforme
expressão, interação e proteção social. disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
Devem incluir vivências que valorizam suas 1990
experiências e que estimulem e potencialize - Estatuto da Criança e do Adolescente;
a condição de escolher e decidir.
- Adolescentes e Jovens em cumprimento
USUÁRIOS: ou egressos de medida de proteção,
CRIANÇAS DE ATÉ 6 ANOS, EM conforme disposto na Lei nº 8.069, de 13 de
ESPECIAL: julho de 1990

- Crianças com deficiência, com prioridade - Estatuto da Criança e do Adolescentes


para as beneficiárias do BPC; (ECA);

- Crianças cujas famílias são beneficiárias - Adolescentes e Jovens do Programa de


de programas de transferência de renda; Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) ou
Adolescentes e Jovens egressos ou
- Crianças encaminhadas pelos serviços da vinculados a programas de combate à
proteção social especial: Programa de violência e ao abuso e à exploração sexual;
Erradicação do Trabalho Infantil (PETI);
Serviço de Proteção e Atendimento - Adolescentes e Jovens de famílias com
Especializado a Famílias e Indivíduos; perfil de renda de programas de
reconduzidas ao convívio familiar após transferência de renda;
medida protetiva de acolhimento; e outros; - Jovens com deficiência, em especial
- Crianças residentes em territórios com beneficiários do BPC; - Jovens fora da
ausência ou precariedade na oferta de escola.
serviços e oportunidades de convívio JOVENS DE 18 A 29 ANOS:
familiar e comunitário;
- Jovens pertencentes a famílias
- Crianças que vivenciam situações de beneficiárias de programas de
fragilização de vínculos. transferências de Renda;
CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 6 A 15 - Jovens em situação de isolamento social;
ANOS, EM ESPECIAL:
- Jovens com vivência de violência e, ou
- Crianças encaminhadas pelos serviços da negligência;
proteção social especial: Programa de
Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); - Jovens fora da escola ou com defasagem
Serviço de Proteção e Atendimento escolar superior a 2 (dois) anos;
Especializado a Famílias e Indivíduos; - Jovens em situação de acolhimento;

155
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Jovens egressos de cumprimento de com deficiência, assegurando o direito à
medida socioeducativa em meio aberto; convivência familiar e comunitária;
- Jovens egressos ou vinculados a - Promover acessos a benefícios e serviços
programas de combate à violência, abuso e, socioassistenciais, fortalecendo a rede de
ou exploração sexual; proteção social de assistência social nos
territórios;
- Jovens egressos de medidas de proteção
do Estatuto da Criança e do Adolescente - - Promover acessos a serviços setoriais, em
ECA; especial das políticas de educação, saúde,
cultura, esporte e lazer existentes no
- Jovens em situação de rua;
território, contribuindo para o usufruto dos
- Jovens em situação de vulnerabilidade em usuários aos demais direitos;
consequência de deficiências.
- Oportunizar o acesso às informações
ADULTOS DE 30 A 59 ANOS: sobre direitos e sobre participação cidadã,
estimulando o desenvolvimento do
- Adultos pertencentes a famílias
protagonismo dos usuários;
beneficiárias de programas de
transferências de Renda; - Possibilitar acessos a experiências e
manifestações artísticas, culturais,
- Adultos em situação de isolamento social;
esportivas e de lazer, com vistas ao
- Adultos com vivência de violência e, ou desenvolvimento de novas sociabilidades;
negligência;
- Favorecer o desenvolvimento de
- Adultos com defasagem escolar; atividades intergeracionais, propiciando
trocas de experiências e vivências,
- Adultos em situação de acolhimento; fortalecendo o respeito, a solidariedade e os
- Adultos vítimas e, ou vinculados a vínculos familiares e comunitários.
programas de combate à violência e OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA
exploração sexual; CRIANÇAS DE ATÉ 6 ANOS:
- Adultos em situação de rua; - Complementar as ações de proteção e
- Adultos em situação de vulnerabilidade em desenvolvimento das crianças e o
consequência de deficiências. fortalecimento dos vínculos familiares e
sociais;
IDOSOS(AS) COM IDADE IGUAL OU
SUPERIOR A 60 ANOS, EM SITUAÇÃO - Assegurar espaços de convívio familiar e
DE VULNERABILIDADE SOCIAL, EM comunitário e o desenvolvimento de
ESPECIAL: relações de afetividade e sociabilidade;
- Idosos beneficiários do Benefício de - Fortalecer a interação entre crianças do
Prestação Continuada; mesmo ciclo etário;
- Idosos de famílias beneficiárias de - Valorizar a cultura de famílias e
programas de transferência de renda; comunidades locais, pelo resgate de seus
brinquedos e brincadeiras e a promoção de
- Idosos com vivências de isolamento social vivências lúdicas;
por ausência de acesso a serviços e
oportunidades de convívio familiar e - Desenvolver estratégias para estimular e
comunitário e cujas necessidades, potencializar recursos de crianças com
interesses e disponibilidade indiquem a deficiência e o papel das famílias e
inclusão no serviço. comunidade no processo de proteção
social;
OBJETIVOS GERAIS:
- Criar espaços de reflexão sobre o papel
- Complementar o trabalho social com das famílias na proteção das crianças e no
família, prevenindo a ocorrência de processo de desenvolvimento infantil.
situações de risco social e fortalecendo a
convivência familiar e comunitária; OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE 6 A 15
- Prevenir a institucionalização e a ANOS:
segregação de crianças, adolescentes,
jovens e idosos, em especial, das pessoas - Complementar as ações da família e
comunidade na proteção e desenvolvimento

156
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de crianças e adolescentes e no - Complementar as ações da família e
fortalecimento dos vínculos familiares e comunidade na proteção e desenvolvimento
sociais; dos jovens e no fortalecimento dos vínculos
familiares e sociais;
- Assegurar espaços de referência para o
convívio grupal, comunitário e social e o - Assegurar espaços de referência para o
desenvolvimento de relações de afetividade, convívio grupal, comunitário e social e o
solidariedade e respeito mútuo; desenvolvimento de relações de afetividade,
solidariedade e respeito mútuo, de modo a
- Possibilitar a ampliação do universo
desenvolver a sua convivência familiar e
informacional, artístico e cultural das
comunitária;
crianças e adolescentes, bem como
estimular o desenvolvimento de - Possibilitar a ampliação do universo
potencialidades, habilidades, talentos e informacional, artístico e cultural dos jovens,
propiciar sua formação cidadã; bem como estimular o desenvolvimento de
potencialidades para novos projetos de vida,
- Estimular a participação na vida pública do
propiciar sua formação cidadã e vivências
território e desenvolver competências para a
para o alcance de autonomia e
compreensão crítica da realidade social e do
protagonismo social, detectar
mundo contemporâneo;
necessidades, motivações, habilidades e
- Contribuir para a inserção, reinserção e talentos;
permanência do jovem no sistema
- Possibilitar o reconhecimento do trabalho
educacional.
e da formação profissional como direito de
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA cidadania e desenvolver conhecimentos
ADOLESCENTES E JOVENS DE 15 A 17 sobre o mundo do trabalho e competências
ANOS: específicas básicas;
- Complementar as ações da família, e - Contribuir para a inserção, reinserção e
comunidade na proteção e desenvolvimento permanência dos jovens no sistema
de crianças e adolescentes e no educacional e no mundo do trabalho, assim
fortalecimento dos vínculos familiares e como no sistema de saúde básica e
sociais; complementar, quando for o caso;
- Assegurar espaços de referência para o - Propiciar vivências que valorizam as
convívio grupal, comunitário e social e o experiências que estimulem e potencializem
desenvolvimento de relações de afetividade, a condição de escolher e decidir,
solidariedade e respeito mútuo; contribuindo para o desenvolvimento da
autonomia e protagonismo social dos
- Possibilitar a ampliação do universo
jovens, estimulando a participação na vida
informacional, artístico e cultural dos jovens,
pública no território, ampliando seu espaço
bem como estimular o desenvolvimento de
de atuação para além do território além de
potencialidades, habilidades, talentos e desenvolver competências para a
propiciar sua formação cidadã; compreensão crítica da realidade social e do
- Propiciar vivências para o alcance de mundo contemporâneo.
autonomia e protagonismo social;
- Estimular a participação na vida pública do
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA
território e desenvolver competências para a
ADULTOS DE 30 A 59 ANOS:
compreensão crítica da realidade social e do
mundo contemporâneo; - Complementar as ações da família e
comunidade na proteção e no fortalecimento
- Possibilitar o reconhecimento do trabalho e
dos vínculos familiares e sociais;
da educação como direito de cidadania e
desenvolver conhecimentos sobre o mundo - Assegurar espaços de referência para o
do trabalho e competências específicas convívio grupal, comunitário e social e o
básicas; desenvolvimento de relações de afetividade,
solidariedade e encontros intergeracionais
- Contribuir para a inserção, reinserção e de modo a desenvolver a sua convivência
permanência do jovem no sistema
familiar e comunitária;
educacional.
- Possibilitar a ampliação do universo
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA
informacional, artístico e cultural, bem como
JOVENS DE 18 A 29 ANOS:

157
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estimular o desenvolvimento de iluminação, ventilação, conservação,
potencialidades para novos projetos de vida, privacidade, salubridade, limpeza e
propiciar sua formação cidadã e detectar acessibilidade em todos seus ambientes de
necessidades e motivações, habilidades e acordo com as normas da ABNT. O
talentos; ambiente físico ainda poderá possuir outras
características de acordo com a regulação
- Propiciar vivências para o alcance de
específica do serviço.
autonomia e protagonismo social,
estimulando a participação na vida pública RECURSOS MATERIAIS: Materiais
no território, além de desenvolver permanentes e de consumo necessários ao
competências para a compreensão crítica desenvolvimento do serviço, tais como:
da realidade social e do mundo mobiliário, computadores, entre outros.
contemporâneo;
MATERIAIS SOCIOEDUCATIVOS: artigos
- Possibilitar o reconhecimento do trabalho pedagógicos, culturais e esportivos; banco
e da formação profissional como direito de de dados de usuários(as) de benefícios e
cidadania e desenvolver conhecimentos serviços socioassistenciais; banco de dados
sobre o mundo do trabalho e competências dos serviços socioassistenciais; Cadastro
específicas básicas; Único dos Programas Sociais; Cadastro de
Beneficiários do BPC.
- Contribuir para a inserção, reinserção e
permanência dos adultos no sistema RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
educacional, no mundo do trabalho e no NOB-RH/SUAS.
sistema de saúde básica e complementar,
quando for o caso;
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
- Propiciar vivências que valorizam as
SERVIÇO: Acolhida; orientação e
experiências que estimulem e potencializem
encaminhamentos; grupos de convívio e
a condição de escolher e decidir,
fortalecimento de vínculos; informação,
contribuindo para o desenvolvimento da
comunicação e defesa de direitos;
autonomia e protagonismo social,
fortalecimento da função protetiva da
ampliando seu espaço de atuação para
família; mobilização e fortalecimento de
além do território.
redes sociais de apoio; informação; banco
de dados de usuários e organizações;
elaboração de relatórios e/ou prontuários;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA
desenvolvimento do convívio familiar e
IDOSOS:
comunitário; mobilização para a cidadania.
- Contribuir para um processo de
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
envelhecimento ativo, saudável e
autônomo; SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
- Assegurar espaço de encontro para os - Ter acolhida suas demandas interesses,
idosos e encontros intergeracionais de necessidades e possibilidades;
modo a promover a sua convivência familiar
- Receber orientações e encaminhamentos
e comunitária;
com o objetivo de aumentar o acesso a
- Detectar necessidades e motivações e benefícios socioassistenciais e programas
desenvolver potencialidades e capacidades de transferência de renda, bem como aos
para novos projetos de vida; demais direitos sociais, civis e políticos;
- Propiciar vivências que valorizam as - Ter acesso a ambiência acolhedora.
experiências e que estimulem e
SEGURANÇA DE CONVÍVIO FAMILIAR E
potencializem a condição de escolher e
COMUNITÁRIO:
decidir, contribuindo para o
desenvolvimento da autonomia e - Vivenciar experiências que contribuam
protagonismo social dos usuários. para o fortalecimento de vínculos familiares
e comunitários;
PROVISÕES:
- Vivenciar experiências que possibilitem
AMBIENTE FÍSICO: Sala(s) de
meios e oportunidades de conhecer o
atendimento individualizado, sala(s) de
território e (re) significá-lo, de acordo com
atividades coletivas e comunitárias e
seus recursos e potencialidades;
instalações sanitárias, com adequada

158
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Ter acesso a serviços, conforme - Ter acesso a informações sobre direitos
demandas e necessidades. sociais, civis e políticos e condições sobre o
seu usufruto;
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
DA AUTONOMIA: - Ter acesso a atividades de lazer, esporte e
manifestações artísticas e culturais do
- Vivenciar experiências pautadas pelo
território e da cidade;
respeito a si próprio e aos outros,
fundamentadas em princípios éticos de - Ter acesso benefícios socioassistenciais e
justiça e cidadania; programas de transferência de renda;
- Vivenciar experiências que possibilitem o - Ter oportunidades de escolha e tomada de
desenvolvimento de potencialidades e decisão;
ampliação do universo informacional e
- Poder avaliar as atenções recebidas,
cultural;
expressar opiniões e reivindicações;
- Vivenciar experiências potencializadoras
- Apresentar níveis de satisfação positivos
da participação social, tais como espaços de
em relação ao serviço;
livre expressão de opiniões, de
reivindicação e avaliação das ações - Ter acesso a experimentações no
ofertadas, bem como de espaços de processo de formação e intercâmbios com
estímulo para a participação em fóruns, grupos de outras localidades e faixa etária
conselhos, movimentos sociais, semelhante.
organizações comunitárias e outros
ESPECÍFICOS:
espaços de organização social;
- Vivenciar experiências que possibilitem o PARA ADOLESCENTES E JOVENS DE 15
A 17 ANOS: adquirir conhecimento e
desenvolvimento de potencialidades e
desenvolver capacidade para a vida
ampliação do universo informacional e
profissional e o acesso ao trabalho.
cultural;
IDOSOS: Vivenciar experiências para o
- Vivenciar experiências que contribuam
para a construção de projetos individuais e autoconhecimento e autocuidado.
coletivos, desenvolvimento da autoestima, CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
autonomia e sustentabilidade;
CONDIÇÕES: Usuários territorialmente
- Vivenciar experiências de fortalecimento e referenciados aos CRAS.
extensão da cidadania;
FORMAS DE ACESSO:
- Vivenciar experiências para relacionar-se e
conviver em grupo; - Por procura espontânea; - Por busca ativa;
- Por encaminhamento da rede
- Vivenciar experiências para relacionar-se e socioassistencial; - Por encaminhamento
conviver em grupo, administrar conflitos por das demais políticas públicas.
meio do diálogo, compartilhando outros
modos de pensar, agir, atuar; UNIDADE:

- Vivenciar experiências que possibilitem - Centro de Referência de Assistência Social


lidar de forma construtiva com (CRAS); - Centros da criança, adolescente,
potencialidades e limites; juventude e idosos, referenciados ao CRAS.

- Vivenciar experiências de PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:


desenvolvimento de projetos sociais e PARA CRIANÇAS DE ATÉ 6 ANOS:
culturais no território e a oportunidades de Atividades em dias úteis, feriados ou finais
fomento a produções artísticas; de semana, com frequência sequenciada ou
- Ter reduzido o descumprimento das intercalada, de acordo com planejamento
condicionalidades do PBF; - Contribuir para prévio, em turnos de até 1,5 diárias.
o acesso a documentação civil; PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE
- Ter acesso a ampliação da capacidade 06 A 15 ANOS: Atividades em dias úteis,
protetiva da família e a superação de suas feriados ou finais de semana, em turnos
dificuldades de convívio; diários de até quatro horas.
PARA ADOLESCENTES E JOVENS DE 15
A 17 ANOS: Atividades em dias úteis,

159
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
feriados ou finais de semana, em turnos de - Aumento no número de jovens que
até 3 (três) horas, conforme regulamentação conheçam as instâncias de denúncia e
de serviços específicos. recurso em casos de violação de seus
direitos;
PARA IDOSOS: Atividades em dias úteis,
feriados ou finais de semana, em horários - Aumento no número de jovens autônomos
programados, conforme demanda. e participantes na vida familiar e
comunitária, com plena informação sobre
ABRANGÊNCIA: Municipal (corresponderá
seus direitos e deveres;
ao território de abrangência do CRAS, de
acordo com a incidência da demanda). - Reduzir, junto a outras políticas públicas,
índices de: violência entre os jovens;
ARTICULAÇÃO EM REDE: Serviços
uso/abuso de drogas; doenças sexualmente
socioassistenciais da proteção social básica
transmissíveis e gravidez precoce.
e proteção social especial; Serviços
públicos locais de educação, saúde (em - Melhoria da condição de sociabilidade de
especial, programas e serviços de idosos;
reabilitação), cultura, esporte e, meio-
- Redução e Prevenção de situações de
ambiente e outros conforme necessidades;
isolamento social e de institucionalização.
Conselhos de políticas públicas e de defesa
de direitos de segmentos específicos;
Redes sociais; Instituições de ensino e
pesquisa; Conselho Tutelar; Programas e
projetos de desenvolvimento de talentos e
capacidades.
Anotações:
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Redução das ocorrências de situações
de vulnerabilidade social;
- Prevenção da ocorrência de riscos
sociais, seu agravamento ou reincidência;
- Aumento de acessos a serviços
socioassistenciais e setoriais;
- Ampliação do acesso aos direitos
socioassistenciais;
- Melhoria da qualidade de vida dos
usuários e suas famílias.

160
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO DOMICÍLIO PARA PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA E IDOSAS.

DESCRIÇÃO: O serviço tem por finalidade inserção, habilitação social e comunitária,


a prevenção de agravos que possam em especial:
provocar o rompimento de vínculos
- Beneficiários do Benefício de Prestação
familiares e sociais dos usuários. Visa a
Continuada;
garantia de direitos, o desenvolvimento de
mecanismos para a inclusão social, a - Membros de famílias beneficiárias de
equiparação de oportunidades e a programas de transferência de renda.
participação e o desenvolvimento da
autonomia das pessoas com deficiência e OBJETIVOS:
pessoas idosas, a partir de suas - Prevenir agravos que possam
necessidades e potencialidades individuais desencadear rompimento de vínculos
e sociais, prevenindo situações de risco, a familiares e sociais;
exclusão e o isolamento.
- Prevenir confinamento de idosos e/ou
O serviço deve contribuir com a promoção pessoas com deficiência;
do acesso de pessoas com deficiência e
pessoas idosas aos serviços de convivência - Identificar situações de dependência;
e fortalecimento de vínculos e a toda a rede - Colaborar com redes inclusivas no
socioassistencial, aos serviços de outras território;
políticas públicas, entre elas educação,
trabalho, saúde, transporte especial e - Prevenir o abrigamento institucional de
programas de desenvolvimento de pessoas com deficiência e/ou pessoas
acessibilidade, serviços setoriais e de idosas com vistas a promover a sua inclusão
defesa de direitos e programas social;
especializados de habilitação e reabilitação. - Sensibilizar grupos comunitários sobre
Desenvolve ações extensivas aos direitos e necessidades de inclusão de
familiares, de apoio, informação, orientação pessoas com deficiência e pessoas idosas
e encaminhamento, com foco na qualidade buscando a desconstrução de mitos e
de vida, exercício da cidadania e inclusão na preconceitos;
vida social, sempre ressaltando o caráter
preventivo do serviço. - Desenvolver estratégias para estimular e
potencializar recursos das pessoas com
O planejamento das ações deverá ser deficiência e pessoas idosas, de suas
realizado pelos municípios e pelo Distrito famílias e da comunidade no processo de
Federal, de acordo com a territorialização e habilitação, reabilitação e inclusão social;
a identificação da demanda pelo serviço.
Onde houver CRAS, o serviço será a ele - Oferecer possibilidades de
referenciado. Naqueles locais onde não desenvolvimento de habilidades e
houver CRAS, o serviço será referenciado à potencialidades, a defesa de direitos e o
equipe técnica da Proteção Social Básica, estímulo a participação cidadã;
coordenada pelo órgão gestor. - Incluir usuários e familiares no sistema de
O trabalho realizado será sistematizado e proteção social e serviços públicos,
planejado por meio da elaboração de um conforme necessidades, inclusive pela
Plano de Desenvolvimento do Usuário - indicação de acesso a benefícios e
PDU: instrumento de observação, programas de transferência de renda;
planejamento e acompanhamento das - Contribuir para resgatar e preservar a
ações realizadas. No PDU serão integridade e a melhoria de qualidade de
identificados os objetivos a serem vida dos usuários;
alcançados, as vulnerabilidades e as
potencialidades do usuário. - Contribuir para a construção de contextos
inclusivos.
USUÁRIOS: Pessoas com deficiência e/ou
pessoas idosas que vivenciam situação de PROVISÕES:
vulnerabilidade social pela fragilização de AMBIENTE FÍSICO: Não se aplica.
vínculos familiares e sociais e/ou pela
ausência de acesso a possibilidades de

161
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RECURSOS MATERIAIS: Materiais família e pelos demais serviços para
permanentes e de consumo necessários ao potencializar a autonomia e possibilitar o
desenvolvimento do serviço; Materiais desenvolvimento de estratégias que
pedagógicos, culturais e esportivos. Banco diminuam a dependência e promovam a
de dados de usuários de benefícios e inserção familiar e social;
serviços socioassistenciais; banco de dados
- Ter vivências de ações pautadas pelo
dos serviços socioassistenciais; Cadastro
respeito a si próprio e aos outros,
Único dos Programas Sociais; Cadastro de
fundamentadas em princípios éticos de
Beneficiários do BPC.
justiça e cidadania;
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
- Dispor de atendimento interprofissional
SERVIÇO: Proteção social proativa;
para:
Acolhida; Visita familiar; Escuta;
Encaminhamento para cadastramento - Ser ouvido para expressar necessidades,
socioeconômico; Orientação e interesses e possibilidades;
encaminhamentos; Orientação
sociofamiliar; Desenvolvimento do convívio - Poder avaliar as atenções recebidas,
expressar opiniões, reivindicações e fazer
familiar, grupal e social; Inserção na rede de
suas próprias escolhas;
serviços socioassistenciais e demais
políticas; Informação, comunicação e - Apresentar níveis de satisfação com
defesa de direitos; Fortalecimento da função relação ao serviço;
protetiva da família; Elaboração de
instrumento técnico de acompanhamento e - Construir projetos pessoais e desenvolver
desenvolvimento do usuário; Mobilização autoestima;
para a cidadania; Documentação pessoal. - Ter acesso a serviços e ter indicação de
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: acesso a benefícios sociais e programas de
transferência de renda;
SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
- Acessar documentação civil;
- Ter sua identidade, integridade e história
preservadas; - Alcançar autonomia, independência e
condições de bem estar;
- Ter acolhidas suas demandas, interesses,
necessidades e possibilidades; - Ser informado sobre acessos e direitos;

- Receber orientações e encaminhamentos, - Ter oportunidades de participar de ações


com o objetivo de aumentar o acesso a de defesa de direitos e da construção de
benefícios socioassistenciais e programas políticas inclusivas.
de transferência de renda; CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
- Garantir formas de acesso aos direitos CONDIÇÕES: Pessoas com deficiência
sociais. e/ou pessoas idosas.
SEGURANÇA DE CONVÍVIO FAMILIAR E FORMA DE ACESSO: Encaminhamentos
COMUNITÁRIO: realizados pelos CRAS ou pela equipe
- Vivenciar experiências que contribuam técnica de referência da Proteção Social
para o fortalecimento de vínculos familiares Básica do município ou DF.
e comunitários; UNIDADE: Domicílio do Usuário.
- Vivenciar experiências de ampliação da PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Em dias
capacidade protetiva e de superação de úteis e quando a demanda for identificada
fragilidades familiares e sociais; no PDU.
- Ter acesso a serviços, conforme ABRANGÊNCIA: Municipal.
necessidades e a experiências e ações de
fortalecimento de vínculos familiares e ARTICULAÇÃO EM REDE:
comunitários. - Serviços socioassistenciais de proteção
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO social básica e especial;
DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR - Serviços públicos de saúde, cultura,
E SOCIAL: esporte, meio-ambiente, trabalho, habitação
- Vivenciar experiências que utilizem de e outros, conforme necessidade;
recursos disponíveis pela comunidade, pela

162
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Conselhos de políticas públicas e de
defesa de direitos de segmentos
específicos;
Anotações:
- Instituições de ensino e pesquisa;
- Organizações e serviços especializados de
saúde, habilitação e reabilitação;
- Programas de educação especial;
- Centros e grupos de convivência.
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Prevenção da ocorrência de situações de
risco social tais como o isolamento,
situações de violência e violações de
direitos, e demais riscos identificados pelo
trabalho de caráter preventivo junto aos
usuários;
- Redução e prevenção de situações de
isolamento social e de abrigamento
institucional;
- Redução da ocorrência de riscos sociais,
seu agravamento ou reincidência;
- Famílias protegidas e orientadas;
- Pessoas com deficiência e pessoas idosas
inseridas em serviços e oportunidades;
- Aumento de acessos a serviços
socioassistenciais e setoriais;
- Ampliação do acesso aos direitos
socioassistenciais.

163
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇOS DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - MÉDIA COMPLEXIDADE

SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS


(PAEFI).

a sua condição de vida e os impedem de


usufruir autonomia e bem estar;
DESCRIÇÃO: Serviço de apoio, orientação
e acompanhamento a famílias com um ou - Descumprimento de condicionalidades do
mais de seus membros em situação de PBF e do PETI em decorrência de violação
ameaça ou violação de direitos. de direitos.
Compreende atenções e orientações
OBJETIVOS:
direcionadas para a promoção de direitos, a
preservação e o fortalecimento de vínculos - Contribuir para o fortalecimento da família
familiares, comunitários e sociais e para o no desempenho de sua função protetiva;
fortalecimento da função protetiva das
famílias diante do conjunto de condições - Processar a inclusão das famílias no
sistema de proteção social e nos serviços
que as vulnerabilizam e/ou as submetem a
públicos, conforme necessidades;
situações de risco pessoal e social.
- Contribuir para restaurar e preservar a
O atendimento fundamenta-se no respeito à
integridade e as condições de autonomia
heterogeneidade, potencialidades, valores,
crenças e identidades das famílias. O dos usuários;
serviço articula-se com as atividades e - Contribuir para romper com padrões
atenções prestadas às famílias nos demais violadores de direitos no interior da família;
serviços socioassistenciais, nas diversas
políticas públicas e com os demais órgãos - Contribuir para a reparação de danos e da
do Sistema de Garantia de Direitos. Deve incidência de violação de direitos;
garantir atendimento imediato e - Prevenir a reincidência de violações de
providências necessárias para a inclusão da direitos.
família e seus membros em serviços
socioassistenciais e/ou em programas de PROVISÕES:
transferência de renda, de forma a qualificar AMBIENTE FÍSICO: Espaços destinados à
a intervenção e restaurar o direito. recepção, atendimento individualizado com
USUÁRIOS: Famílias e indivíduos que privacidade, atividades coletivas e
vivenciam violações de direitos por comunitárias, atividades administrativas e
ocorrência de: espaço de convivência. Acessibilidade de
acordo com as normas da ABNT.
- Violência física, psicológica e negligência;
RECURSOS MATERIAIS: Materiais
- Violência sexual: abuso e/ou exploração permanentes e de consumo para o
sexual; desenvolvimento do serviço, tais como:
- Afastamento do convívio familiar devido à mobiliário, computadores, linha telefônica,
aplicação de medida socioeducativa ou dentre outros.
medida de proteção; MATERIAIS SOCIOEDUCATIVOS: artigos
- Tráfico de pessoas; pedagógicos, culturais e esportivos. Banco
de Dados de usuários de benefícios e
- Situação de rua e mendicância; serviços socioassistenciais; Banco de
Dados dos serviços socioassistenciais;
- Abandono;
Cadastro Único dos Programas Sociais;
- Vivência de trabalho infantil; Cadastro de Beneficiários do BPC.
- Discriminação em decorrência da RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
orientação sexual e/ou raça/etnia; NOB/RH-SUAS.
- Outras formas de violação de direitos TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
decorrentes de discriminações/ submissões SERVIÇO: Acolhida; escuta; estudo social;
a situações que provocam danos e agravos diagnóstico socioeconômico;
monitoramento e avaliação do serviço;

164
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
orientação e encaminhamentos para a rede - Ter acesso à documentação civil;
de serviços locais; construção de plano
- Ser ouvido para expressar necessidades e
individual e/ou familiar de atendimento;
interesses;
orientação sociofamiliar; atendimento
psicossocial; orientação jurídico-social; - Poder avaliar as atenções recebidas,
referência e contrarreferência; informação, expressar opiniões e reivindicações;
comunicação e defesa de direitos; apoio à
- Ter acesso a serviços do sistema de
família na sua função protetiva; acesso à
proteção social e indicação de acesso a
documentação pessoal; mobilização,
identificação da família extensa ou benefícios sociais e programas de
ampliada; articulação da rede de serviços transferência de renda;
socioassistenciais; articulação com os - Alcançar autonomia, independência e
serviços de outras políticas públicas condições de bem estar;
setoriais; articulação interinstitucional com
os demais órgãos do Sistema de Garantia - Ser informado sobre seus direitos e como
de Direitos; mobilização para o exercício da acessá-los;
cidadania; trabalho interdisciplinar; - Ter ampliada a capacidade protetiva da
elaboração de relatórios e/ou prontuários; família e a superação das situações de
estímulo ao convívio familiar, grupal e social; violação de direitos;
mobilização e fortalecimento do convívio e
de redes sociais de apoio. - Vivenciar experiências que oportunize
relacionar-se e conviver em grupo,
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: administrar conflitos por meio do diálogo,
SEGURANÇA DE ACOLHIDA: compartilhando modos não violentos de
pensar, agir e atuar;
- Ser acolhido em condições de dignidade
em ambiente favorecedor da expressão e do - Ter acesso a experiências que possibilitem
diálogo; lidar de forma construtiva com
potencialidades e limites.
- Ser estimulado a expressar necessidades
e interesses; CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:

- Ter reparados ou minimizados os danos CONDIÇÕES: Famílias e indivíduos que


por vivências de violações e riscos sociais; vivenciam violação de direitos.

- Ter sua identidade, integridade e história FORMAS DE ACESSO:


de vida preservadas; - Por identificação e encaminhamento dos
- Ser orientado e ter garantida efetividade serviços de proteção e vigilância social;
nos encaminhamentos. - Por encaminhamento de outros serviços
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU socioassistenciais, das demais políticas
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E públicas setoriais, dos demais órgãos do
SOCIAL: Sistema de Garantia de Direitos e do
Sistema de Segurança Pública;
- Ter assegurado o convívio familiar,
comunitário e social; - Demanda espontânea.

- Ter acesso a serviços de outras políticas UNIDADE: Centro de Referência


públicas setoriais, conforme necessidades. Especializado de Assistência Social
(CREAS).
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Período
E SOCIAL: mínimo de 5 (cinco) dias por semana, 8
(oito) horas diárias, com possibilidade de
- Ter vivência de ações pautadas pelo operar em feriados e finais de semana.
respeito a si próprio e aos outros,
fundamentadas em princípios éticos de
justiça e cidadania; ABRANGÊNCIA: Municipal e/ou Regional.
- Ter oportunidades de superar padrões
violadores de relacionamento;
ARTICULAÇÃO EM REDE:
- Poder construir projetos pessoais e sociais
e desenvolver a autoestima;

165
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Serviços socioassistenciais de Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial;
- Serviços das políticas públicas setoriais;
- Sociedade civil organizada;
- Demais órgãos do Sistema de Garantia de
Anotações:
Direitos;
- Sistema de Segurança Pública;
- Instituições de Ensino e Pesquisa;
- Serviços, programas e projetos de
instituições não governamentais e
comunitárias.
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Redução das violações dos direitos
socioassistenciais, seus agravamentos ou
reincidência;
- Orientação e proteção social a Famílias e
indivíduos;
- Acesso a serviços socioassistenciais e das
políticas públicas setoriais;
- Identificação de situações de violação de
direitos socioassistenciais;
- Melhoria da qualidade de vida das famílias.

166
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO ESPECIALIZADO EM ABORDAGEM SOCIAL.

DESCRIÇÃO: Serviço ofertado, de forma TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO


continuada e programada, com a finalidade SERVIÇO: Proteção social proativa;
de assegurar trabalho social de abordagem conhecimento do território; informação,
e busca ativa que identifique, nos territórios, comunicação e defesa de direitos; escuta;
a incidência de trabalho infantil, exploração orientação e encaminhamentos sobre/para
sexual de crianças e adolescentes, situação a rede de serviços locais com resolutividade;
de rua, dentre outras. Deverão ser articulação da rede de serviços
consideradas praças, entroncamento de socioassistenciais; articulação com os
estradas, fronteiras, espaços públicos onde serviços de políticas públicas setoriais;
se realizam atividades laborais, locais de articulação interinstitucional com os demais
intensa circulação de pessoas e existência órgãos do Sistema de Garantia de Direitos;
de comércio, terminais de ônibus, trens, geoprocessamento e georeferenciamento
metrô e outros. O Serviço deve buscar a de informações; elaboração de relatórios.
resolução de necessidades imediatas e
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
promover a inserção na rede de serviços
socioassistenciais e das demais políticas SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
públicas na perspectiva da garantia dos
- Ser acolhido nos serviços em condições de
direitos.
dignidade;
USUÁRIOS: Crianças, adolescentes,
jovens, adultos, idosos e famílias que - Ter reparados ou minimizados os danos
utilizam espaços públicos como forma de por vivências de violência e abusos;
moradia e/ou sobrevivência. - Ter sua identidade, integridade e história
de vida preservadas.
OBJETIVOS:
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
- Construir o processo de saída das ruas e
possibilitar condições de acesso à rede de VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
serviços e a benefícios assistenciais; SOCIAL:
- Ter assegurado o convívio familiar,
- Identificar famílias e indivíduos com
comunitário e/ou social;
direitos violados, a natureza das violações,
as condições em que vivem, estratégias de - Ter acesso a serviços socioassistenciais e
sobrevivência, procedências, aspirações, das demais políticas públicas setoriais,
desejos e relações estabelecidas com as conforme necessidades.
instituições;
- Promover ações de sensibilização para
divulgação do trabalho realizado, direitos e CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
necessidades de inclusão social e CONDIÇÕES: Famílias e/ou indivíduos que
estabelecimento de parcerias; utilizam os espaços públicos como forma de
- Promover ações para a reinserção familiar moradia e/ ou sobrevivência.
e comunitária. FORMAS DE ACESSO: Por identificação
PROVISÕES: da equipe do serviço.

AMBIENTE FÍSICO: Espaço institucional UNIDADE: Centro de Referência


destinado a atividades administrativas, de Especializado de Assistência Social
planejamento e reuniões de equipe. (CREAS) ou Unidade Específica
Referenciada ao CREAS.
RECURSOS MATERIAIS: Materiais
permanentes e de consumo necessários PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:
para a realização do serviço, tais como: Ininterrupto e/ou de acordo com a
telefone móvel e transporte para uso pela especificidade dos territórios.
equipe e pelos usuários. Materiais ABRANGÊNCIA: Municipal e/ou Regional.
pedagógicos para desenvolvimento de
atividades lúdicas e educativas. ARTICULAÇÃO EM REDE:

RECURSOS HUMANOS: De acordo com a - Serviços socioassistenciais de Proteção


NOB-RH/SUAS. Social Básica e Proteção Social Especial;

167
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Serviços de políticas públicas setoriais;
- Sociedade civil organizada;
- Demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos;
- Instituições de Ensino e Pesquisa;
- Serviços, programas e projetos de
instituições não governamentais e
comunitárias.
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Redução das violações dos direitos
socioassistenciais, seus agravamentos ou
reincidência;
- Proteção social a famílias e indivíduos;
- Identificação de situações de violação de
direitos;
- Redução do número de pessoas em
situação de rua.

Anotações:

168
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL A ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA DE LIBERDADE ASSISTIDA (LA) E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
COMUNIDADE (PSC).

DESCRIÇÃO: O serviço tem por finalidade Justiça da Infância e da Juventude ou, na


prover atenção socioassistencial e ausência desta, pela Vara Civil
acompanhamento a adolescentes e jovens correspondente e suas famílias.
em cumprimento de medidas
OBJETIVOS:
socioeducativas em meio aberto,
determinadas judicialmente. Deve contribuir - Realizar acompanhamento social a
para o acesso a direitos e para a adolescentes durante o cumprimento de
resignificação de valores na vida pessoal e medida socioeducativa de Liberdade
social dos adolescentes e jovens. Para a Assistida e de Prestação de Serviços à
oferta do serviço faz-se necessário a Comunidade e sua inserção em outros
observância da responsabilização face ao serviços e programas socioassistenciais e
ato infracional praticado, cujos direitos e de políticas públicas setoriais;
obrigações devem ser assegurados de
- Criar condições para a
acordo com as legislações e normativas
construção/reconstrução de projetos de vida
específicas para o cumprimento da medida.
que visem à ruptura com a prática de ato
Na sua operacionalização é necessário a infracional;
elaboração do Plano Individual de
Atendimento (PlA) com a participação do - Estabelecer contratos com o adolescente a
partir das possibilidades e limites do
adolescente e da família, devendo conter os
trabalho a ser desenvolvido e normas que
objetivos e metas a serem alcançados
regulem o período de cumprimento da
durante o cumprimento da medida,
medida socioeducativa;
perspectivas de vida futura, dentre outros
aspectos a serem acrescidos, de acordo - Contribuir para o estabelecimento da
com as necessidades e interesses do autoconfiança e a capacidade de reflexão
adolescente. sobre as possibilidades de construção de
autonomias;
O acompanhamento social ao adolescente
deve ser realizado de forma sistemática, - Possibilitar acessos e oportunidades para
com frequência mínima semanal que a ampliação do universo informacional e
garanta o acompanhamento contínuo e cultural e o desenvolvimento de habilidades
possibilite o desenvolvimento do PIA. e competências;
No acompanhamento da medida de - Fortalecer a convivência familiar e
Prestação de Serviços à Comunidade o comunitária.
serviço deverá identificar no município os
locais para a prestação de serviços, a PROVISÕES:
exemplo de: entidades sociais, programas AMBIENTE FÍSICO: Espaços destinados à
comunitários, hospitais, escolas e outros recepção, sala de atendimento
serviços governamentais. A prestação dos individualizado com privacidade, para o
serviços deverá se configurar em tarefas desenvolvimento de atividades coletivas e
gratuitas e de interesse geral, com jornada comunitárias, atividades de convivência e
máxima de oito horas semanais, sem atividades administrativas, com
prejuízo da escola ou do trabalho, no caso acessibilidade em todos seus ambientes, de
de adolescentes maiores de 16 anos ou na acordo com as normas da ABNT.
condição de aprendiz a partir dos 14 anos.
A inserção do adolescente em qualquer RECURSOS MATERIAIS: Materiais
dessas alternativas deve ser compatível permanentes e de consumo para o
com suas aptidões e favorecedora de seu desenvolvimento do serviço, tais como:
desenvolvimento pessoal e social. mobiliário, computadores, linha telefônica,
dentre outros.
USUÁRIOS: Adolescentes de 12 a 18 anos
incompletos, ou jovens de 18 a 21 anos, em MATERIAIS SOCIOEDUCATIVOS:
cumprimento de medida socioeducativa de pedagógicos, culturais e esportivos. Banco
Liberdade Assistida e de Prestação de de Dados de usuários de benefícios e
Serviços à Comunidade, aplicada pela serviços socioassistenciais; Banco de
Dados dos serviços socioassistenciais;

169
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Cadastro Único dos Programas Sociais; - Oportunidades de convívio e de
Cadastro de Beneficiários do BPC. desenvolvimento de potencialidades;
RECURSOS HUMANOS: De acordo com a - Informações sobre direitos sociais, civis e
NOB-RH/SUAS. políticos e condições sobre o seu usufruto;
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO - Oportunidades de escolha e tomada de
SERVIÇO: Acolhida; escuta; estudo social; decisão;
diagnóstico socioeconômico; referência e
- Experiências para relacionar-se e conviver
contrarreferência; trabalho interdisciplinar;
em grupo, administrar conflitos por meio do
articulação interinstitucional com os demais
diálogo, compartilhando modos de pensar,
órgãos do sistema de garantia de direitos;
agir e atuar coletivamente;
produção de orientações técnicas e
materiais informativos; monitoramento e - Experiências que possibilitem lidar de
avaliação do serviço; proteção social forma construtiva com potencialidades e
proativa; orientação e encaminhamentos limites;
para a rede de serviços locais; construção
de plano individual e familiar de - Possibilidade de avaliar as atenções
recebidas, expressar opiniões e participar
atendimento, considerando as
na construção de regras e definição de
especificidades da adolescência; orientação
responsabilidades.
sociofamiliar; acesso a documentação
pessoal; informação, comunicação e defesa CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
de direitos; articulação da rede de serviços
socioassistenciais; articulação com os CONDIÇÕES: Adolescentes e jovens que
serviços de políticas públicas setoriais; estão em cumprimento de medidas
estímulo ao convívio familiar, grupal e social; socioeducativas de Liberdade Assistida e de
mobilização para o exercício da cidadania; Prestação de Serviços à Comunidade.
desenvolvimento de projetos sociais; FORMAS DE ACESSO: Encaminhamento
elaboração de relatórios e/ou prontuários. da Vara da Infância e da Juventude ou, na
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: ausência desta, pela Vara Civil
correspondente.
SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
UNIDADE: Centro de Referência
- Ser acolhido em condições de dignidade Especializado de Assistência Social
em ambiente favorecedor da expressão e do (CREAS).
diálogo;
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Dias
- Ser estimulado a expressar necessidades úteis, com possibilidade de operar em
e interesses. feriados e finais de semana. Período mínimo
de 5 (cinco) dias por semana, 8 (oito) horas
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
diárias.
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
SOCIAL: ABRANGÊNCIA: Municipal e/ou Regional.
- Ter acesso a serviços socioassistenciais e ARTICULAÇÃO EM REDE:
das políticas públicas setoriais, conforme
necessidades; - Serviços socioassistenciais de Proteção
Social Básica e Proteção Social Especial;
- Ter assegurado o convívio familiar,
comunitário e social. - Serviços das políticas públicas setoriais; -
Sociedade civil organizada;
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR - Programas e projetos de preparação para
E SOCIAL: o trabalho e de inclusão produtiva;

- Ter assegurado vivências pautadas pelo - Demais órgãos do Sistema de Garantia de


respeito a si próprio e aos outros, Direitos;
fundamentadas em princípios éticos de - Serviços, programas e projetos de
justiça e cidadania. instituições não governamentais e
- Ter acesso a: comunitárias.

- Oportunidades que estimulem e ou


fortaleçam a construção/reconstrução de
seus projetos de vida;

170
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Vínculos familiares e comunitários
fortalecidos;
- Redução da reincidência da prática do ato
infracional;
- Redução do ciclo da violência e da prática
do ato infracional.

Anotações:

171
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO DE PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA,
IDOSAS E SUAS FAMÍLIAS.

DESCRIÇÃO: Serviço para a oferta de de dependência da pessoa com deficiência


atendimento especializado a famílias com ou pessoa idosa.
pessoas com deficiência e idosos com
USUÁRIOS: Pessoas com deficiência e
algum grau de dependência, que tiveram
idosas com dependência, seus cuidadores e
suas limitações agravadas por violações de
familiares.
direitos, tais como: exploração da imagem,
isolamento, confinamento, atitudes OBJETIVOS:
discriminatórias e preconceituosas no seio
- Promover a autonomia e a melhoria da
da família, falta de cuidados adequados por
qualidade de vida de pessoas com
parte do cuidador, alto grau de estresse do
deficiência e idosas com dependência, seus
cuidador, desvalorização da
potencialidade/capacidade da pessoa, cuidadores e suas famílias;
dentre outras que agravam a dependência e - Desenvolver ações especializadas para a
comprometem o desenvolvimento da superação das situações violadoras de
autonomia. direitos que contribuem para a
intensificação da dependência;
O serviço tem a finalidade de promover a
autonomia, a inclusão social e a melhoria da - Prevenir o abrigamento e a segregação
qualidade de vida das pessoas dos usuários do serviço, assegurando o
participantes. Deve contar com equipe direito à convivência familiar e comunitária;
específica e habilitada para a prestação de
serviços especializados a pessoas em - Promover acessos a benefícios,
situação de dependência que requeiram programas de transferência de renda e
cuidados permanentes ou temporários. A outros serviços socioassistenciais, das
ação da equipe será sempre pautada no demais políticas públicas setoriais e do
reconhecimento do potencial da família e do Sistema de Garantia de Direitos;
cuidador, na aceitação e valorização da - Promover apoio às famílias na tarefa de
diversidade e na redução da sobrecarga do cuidar, diminuindo a sua sobrecarga de
cuidador, decorrente da prestação de trabalho e utilizando meios de comunicar e
cuidados diários prolongados. cuidar que visem à autonomia dos
As ações devem possibilitar a ampliação da envolvidos e não somente cuidados de
rede de pessoas com quem a família do manutenção;
dependente convive e compartilha cultura, - Acompanhar o deslocamento, viabilizar o
troca vivências e experiências. A partir da desenvolvimento do usuário e o acesso a
identificação das necessidades, deverá ser serviços básicos, tais como: bancos,
viabilizado o acesso a benefícios, mercados, farmácias, etc., conforme
programas de transferência de renda, necessidades;
serviços de políticas públicas setoriais,
atividades culturais e de lazer, sempre - Prevenir situações de sobrecarga e
priorizando o incentivo à autonomia da dupla desgaste de vínculos provenientes da
“cuidador e dependente”. Soma-se a isso o relação de prestação/ demanda de cuidados
fato de que os profissionais da equipe permanentes/prolongados.
poderão identificar demandas do PROVISÕES:
dependente e/ou do cuidador e situações de
violência e/ou violação de direitos e acionar AMBIENTE FÍSICO: Espaço institucional
os mecanismos necessários para resposta a destinado a atividades administrativas, de
tais condições. A intervenção será sempre planejamento e reuniões de equipe.
voltada a diminuir a exclusão social tanto do RECURSOS MATERIAIS: Transporte e
dependente quanto do cuidador, a materiais socioeducativos: pedagógicos,
sobrecarga decorrente da situação de lúdicos, culturais e esportivos.
dependência/prestação de cuidados
prolongados, bem como a interrupção e RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
superação das violações de direitos que NOB-RH/SUAS.
fragilizam a autonomia e intensificam o grau TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
SERVIÇO: Acolhida; escuta; informação,

172
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
comunicação e defesa de direitos; dependência e promovam a inserção
articulação com os serviços de políticas familiar e social.
públicas setoriais; articulação da rede de
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
serviços socioassistenciais; articulação
interinstitucional com o Sistema de Garantia CONDIÇÕES: Pessoas com deficiência e
de Direitos; atividades de convívio e de idosas com dependência, seus cuidadores e
organização da vida cotidiana; orientação e familiares com vivência de violação de
encaminhamento para a rede de serviços direitos que comprometam sua autonomia.
locais; referência e contrarreferência;
construção de plano individual e/ou familiar FORMAS DE ACESSO:
de atendimento; orientação sociofamiliar; - Demanda espontânea de membros da
estudo social; diagnóstico socioeconômico; família e/ou da comunidade;
cuidados pessoais; desenvolvimento do
convívio familiar, grupal e social; acesso à - Busca ativa; - Por encaminhamento dos
documentação pessoal; apoio à família na demais serviços socioassistenciais e das
sua função protetiva; mobilização de família demais políticas públicas setoriais;
extensa ou ampliada; mobilização e - Por encaminhamento dos demais órgãos
fortalecimento do convívio e de redes do Sistema de Garantia de Direitos.
sociais de apoio; mobilização para o
exercício da cidadania; elaboração de UNIDADE: Domicílio do usuário, centro-dia,
relatórios e/ou prontuários. Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS) ou Unidade
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: Referenciada.
SEGURANÇA DE ACOLHIDA: PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:
- Ter acolhida suas demandas, interesses, Funcionamento conforme necessidade e/ou
necessidades e possibilidades; orientações técnicas planejadas em
conjunto com as pessoas com deficiência e
- Garantir formas de acesso aos direitos idosas com dependência atendidas, seus
sociais. cuidadores e seus familiares.
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU ABRANGÊNCIA: Municipal.
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
SOCIAL: ARTICULAÇÃO EM REDE:

- Vivenciar experiências que contribuam - Serviços socioassistenciais da proteção


para o fortalecimento de vínculos familiares; social básica e proteção social especial;

- Vivenciar experiências de ampliação da - Serviços de políticas públicas setoriais; -


capacidade protetiva e de superação de Demais órgãos do Sistema de Garantia de
fragilidades e riscos na tarefa do cuidar; Direitos;

- Ter acesso a serviços socioassistenciais e - Conselhos de políticas públicas e de


das políticas públicas setoriais, conforme defesa de direitos de segmentos
necessidades. específicos;

SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO - Serviços, programas e projetos de


DA AUTONOMIA: instituições não governamentais e
comunitárias.
- Vivenciar experiências que contribuam
para a construção de projetos individuais e IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
coletivos, desenvolvimento da autoestima, CONTRIBUIR PARA:
autonomia, inserção e sustentabilidade;
- Acessos aos direitos socioassistenciais; -
- Vivenciar experiências que possibilitem o Redução e prevenção de situações de
desenvolvimento de potencialidades e isolamento social e de abrigamento
ampliação do universo informacional e institucional;
cultural;
- Diminuição da sobrecarga dos cuidadores
- Vivenciar experiências que utilizem de advinda da prestação continuada de
recursos disponíveis pela comunidade, cuidados a pessoas com dependência;
família e recursos lúdicos para potencializar
a autonomia e a criação de estratégias que - Fortalecimento da convivência familiar e
diminuam os agravos decorrentes da comunitária;

173
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Melhoria da qualidade de vida familiar; -
Redução dos agravos decorrentes de
situações violadoras de direitos;
- Proteção social e cuidados individuais e
familiares voltados ao desenvolvimento de
autonomias.

Anotações:

174
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO ESPECIALIZADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA.

DESCRIÇÃO: Serviço ofertado para acessibilidade em todos seus ambientes, de


pessoas que utilizam as ruas como espaço acordo com as normas da ABNT.
de moradia e/ou sobrevivência. Tem a
RECURSOS MATERIAIS: Materiais
finalidade de assegurar atendimento e
permanentes e materiais de consumo
atividades direcionadas para o
necessários para o desenvolvimento do
desenvolvimento de sociabilidades, na
serviço, tais como: mobiliário,
perspectiva de fortalecimento de vínculos
computadores, linha telefônica, armários
interpessoais e/ou familiares que
para guardar pertences, alimentação,
oportunizem a construção de novos projetos
artigos de higiene. Materiais pedagógicos,
de vida.
culturais e esportivos. Banco de Dados de
Oferece trabalho técnico para a análise das usuários(as) de benefícios e serviços
demandas dos usuários, orientação socioassistenciais; Banco de Dados dos
individual e grupal e encaminhamentos a serviços socioassistenciais; Cadastro Único
outros serviços socioassistenciais e das dos Programas Sociais; Cadastro de
demais políticas públicas que possam Beneficiários do BPC.
contribuir na construção da autonomia, da
RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
inserção social e da proteção às situações
NOB-RH/SUAS.
de violência.
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
Deve promover o acesso a espaços de
SERVIÇO: Acolhida; escuta; estudo social;
guarda de pertences, de higiene pessoal, de
diagnóstico socioeconômico; Informação,
alimentação e provisão de documentação
comunicação e defesa de direitos;
civil. Proporciona endereço institucional
referência e contrarreferência; orientação e
para utilização, como referência, do usuário.
suporte para acesso à documentação
Nesse serviço deve-se realizar a pessoal; orientação e encaminhamentos
alimentação de sistema de registro dos para a rede de serviços locais; articulação
dados de pessoas em situação de rua, da rede de serviços socioassistenciais;
permitindo a localização da/pela família, articulação com outros serviços de políticas
parentes e pessoas de referência, assim públicas setoriais; articulação
como um melhor acompanhamento do interinstitucional com os demais órgãos do
trabalho social. Sistema de Garantia de Direitos;
mobilização de família extensa ou ampliada;
USUÁRIOS: Jovens, adultos, idosos e
mobilização e fortalecimento do convívio e
famílias que utilizam as ruas como espaço
de redes sociais de apoio; mobilização para
de moradia e/ou sobrevivência.
o exercício da cidadania; articulação com
OBJETIVOS: órgãos de capacitação e preparação para o
trabalho; estímulo ao convívio familiar,
- Possibilitar condições de acolhida na rede grupal e social; elaboração de relatórios
socioassistencial; e/ou prontuários.
- Contribuir para a construção de novos
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
projetos de vida, respeitando as escolhas
dos usuários e as especificidades do SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
atendimento;
- Ser acolhido nos serviços em condições de
- Contribuir para restaurar e preservar a dignidade;
integridade e a autonomia da população em
- Ter reparados ou minimizados os danos
situação de rua;
por vivências de violências e abusos;
- Promover ações para a reinserção familiar
- Ter sua identidade, integridade e história
e/ou comunitária.
de vida preservadas;
PROVISÕES:
- Ter acesso à alimentação em padrões
AMBIENTE FÍSICO: Espaço para a nutricionais adequados.
realização de atividades coletivas e/ou
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
comunitárias, higiene pessoal, alimentação
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
e espaço para guarda de pertences,
SOCIAL:
conforme a realidade local, com

175
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Ter assegurado o convívio familiar e/ou feriados, finais de semana e período
comunitário. noturno. Período mínimo de 5 dias por
semana, 8 horas diárias.
- Ter acesso a serviços socioassistenciais e
das demais políticas públicas setoriais, ABRANGÊNCIA: Municipal.
conforme necessidades.
ARTICULAÇÃO EM REDE:
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
- Serviços socioassistenciais de Proteção
DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR
Social Básica e Proteção Social Especial;
E SOCIAL:
- Serviços de políticas públicas setoriais; -
- Ter vivência pautada pelo respeito a si
Redes sociais locais;
próprio e aos outros, fundamentadas em
princípios éticos de justiça e cidadania; - Demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos;
- Construir projetos pessoais e sociais e
desenvolver a autoestima; - Sistema de Segurança Pública;
- Ter acesso à documentação civil; - Instituições de Ensino e Pesquisa;
- Alcançar autonomia e condições de bem - Serviços, programas e projetos de
estar; instituições não governamentais e
comunitárias.
- Ser ouvido para expressar necessidades,
interesses e possibilidades; IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
- Ter acesso a serviços do sistema de CONTRIBUIR PARA:
proteção social e indicação de acesso a
benefícios sociais e programas de - Redução das violações dos direitos
transferência de renda; socioassistenciais, seus agravamentos ou
reincidência;
- Ser informado sobre direitos e como
- Proteção social às famílias e indivíduos;
acessá-los;
- Redução de danos provocados por
- Ter acesso a políticas públicas setoriais;
situações violadoras de direitos;
- Fortalecer o convívio social e comunitário.
- Construção de novos projetos de vida.
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
CONDIÇÕES: Famílias e indivíduos que
utilizam as ruas como espaço de moradia
e/ou sobrevivência. Anotações:
FORMAS DE ACESSO:
- Encaminhamentos do Serviço
Especializado em Abordagem Social, de
outros serviços socioassistenciais, das
demais políticas públicas setoriais e dos
demais órgãos do Sistema de Garantia de
Direitos;
- Demanda espontânea.
UNIDADE: Centro de Referência
Especializado para População em Situação
de Rua.
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Dias
úteis, com possibilidade de funcionar em

176
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇOS DA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL - ALTA COMPLEXIDADE

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.

DESCRIÇÃO GERAL: Acolhimento em unidade. O acolhimento será feito até que


diferentes tipos de equipamentos, destinado seja possível o retorno à família de origem
a famílias e/ou indivíduos com vínculos (nuclear ou extensa) ou colocação em
familiares rompidos ou fragilizados, a fim de família substituta.
garantir proteção integral. A organização do
O serviço deverá ser organizado em
serviço deverá garantir privacidade, o
consonância com os princípios, diretrizes e
respeito aos costumes, às tradições e à
orientações do Estatuto da Criança e do
diversidade de: ciclos de vida, arranjos
Adolescente e das “Orientações Técnicas:
familiares, raça/etnia, religião, gênero e
Serviços de Acolhimento para Crianças e
orientação sexual.
Adolescentes”.
O atendimento prestado deve ser
O serviço de acolhimento institucional para
personalizado e em pequenos grupos e
crianças e adolescentes pode ser
favorecer o convívio familiar e comunitário,
desenvolvido nas seguintes modalidades:
bem como a utilização dos equipamentos e
serviços disponíveis na comunidade local. 1. Atendimento em unidade residencial onde
As regras de gestão e de convivência uma pessoa ou casal trabalha como
deverão ser construídas de forma educador/cuidador residente, prestando
participativa e coletiva, a fim de assegurar a cuidados a um grupo de até 10 crianças e/ou
autonomia dos usuários, conforme perfis. adolescentes;
Deve funcionar em unidade inserida na 2. Atendimento em unidade institucional
comunidade com características semelhante a uma residência, destinada ao
residenciais, ambiente acolhedor e estrutura atendimento de grupos de até 20 crianças
física adequada, visando o desenvolvimento e/ou adolescentes. Nessa unidade é
de relações mais próximas do ambiente indicado que os educadores/ cuidadores
familiar. As edificações devem ser trabalhem em turnos fixos diários, a fim de
organizadas de forma a atender aos garantir estabilidade das tarefas de rotina
requisitos previstos nos regulamentos diárias, referência e previsibilidade no
existentes e às necessidades dos usuários, contato com as crianças e adolescentes.
oferecendo condições de habitabilidade, Poderá contar com espaço específico para
higiene, salubridade, segurança, acolhimento imediato e emergencial, com
acessibilidade e privacidade. profissionais preparados para receber a
criança/adolescente, em qualquer horário
DESCRIÇÃO ESPECÍFICA:
do dia ou da noite, enquanto se realiza um
PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: estudo diagnóstico detalhado de cada
situação para os encaminhamentos
Acolhimento provisório e excepcional para
necessários.
crianças e adolescentes de ambos os sexos,
inclusive crianças e adolescentes com PARA ADULTOS E FAMÍLIAS:
deficiência, sob medida de proteção (Art. 98
Acolhimento provisório com estrutura para
do Estatuto da Criança e do Adolescente) e
acolher com privacidade pessoas do mesmo
em situação de risco pessoal e social, cujas
sexo ou grupo familiar. É previsto para
famílias ou responsáveis encontrem-se
pessoas em situação de rua e desabrigo por
temporariamente impossibilitados de
abandono, migração e ausência de
cumprir sua função de cuidado e proteção.
residência ou pessoas em trânsito e sem
As unidades não devem distanciar-se
condições de autossustento.
excessivamente, do ponto de vista
geográfico e socioeconômico, da Deve estar distribuído no espaço urbano de
comunidade de origem das crianças e forma democrática, respeitando o direito de
adolescentes atendidos. permanência e usufruto da cidade com
segurança, igualdade de condições e
Grupos de crianças e adolescentes com
acesso aos serviços públicos.
vínculos de parentesco – irmãos, primos,
etc., devem ser atendidos na mesma

177
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
O atendimento a indivíduos refugiados ou inclusão social e comunitária e do
em situação de tráfico de pessoas (sem desenvolvimento de capacidades
ameaça de morte) poderá ser desenvolvido adaptativas para a vida diária.
em local específico, a depender da
PARA IDOSOS:
incidência da demanda.
Acolhimento para idosos com 60 anos ou
O serviço de acolhimento institucional para
mais, de ambos os sexos, independentes
adultos e famílias pode ser desenvolvido
e/ou com diversos graus de dependência. A
nas seguintes modalidades:
natureza do acolhimento deverá ser
1. Atendimento em unidade institucional provisória e, excepcionalmente, de longa
semelhante a uma residência com o limite permanência quando esgotadas todas as
máximo de 50 pessoas por unidade e de possibilidades de autossustento e convívio
quatro pessoas por quarto; com os familiares. É previsto para idosos
que não dispõem de condições para
2. Atendimento em unidade institucional de
permanecer com a família, com vivência de
passagem para a oferta de acolhimento
situações de violência e negligência, em
imediato e emergencial, com profissionais
situação de rua e de abandono, com
preparados para receber os usuários em
vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
qualquer horário do dia ou da noite,
enquanto se realiza um estudo diagnóstico Idosos com vínculo de parentesco ou
detalhado de cada situação para os afinidade – casais, irmãos, amigos, etc.,
encaminhamentos necessários. devem ser atendidos na mesma unidade.
Preferencialmente, deve ser ofertado aos
PARA MULHERES EM SITUAçãO DE
casais de idosos o compartilhamento do
VIOLÊNCIA:
mesmo quarto. Idosos com deficiência
Acolhimento provisório para mulheres, devem ser incluídos nesse serviço, de modo
acompanhadas ou não de seus filhos, em a prevenir práticas segregacionistas e o
situação de risco de morte ou ameaças em isolamento desse segmento.
razão da violência doméstica e familiar,
O serviço de acolhimento institucional para
causadora de lesão, sofrimento físico,
idosos pode ser desenvolvido nas seguintes
sexual, psicológico ou dano moral.
modalidades:
Deve ser desenvolvido em local sigiloso,
1. Atendimento em unidade residencial onde
com funcionamento em regime de co-
grupos de até 10 idosos são acolhidos. Deve
gestão, que assegure a obrigatoriedade de
contar com pessoal habilitado, treinado e
manter o sigilo quanto à identidade das
supervisionado por equipe técnica
usuárias. Em articulação com rede de
capacitada para auxiliar nas atividades da
serviços socioassistenciais, das demais
vida diária;
políticas públicas e do Sistema de Justiça,
deve ser ofertado atendimento jurídico e 2. Atendimento em unidade institucional
psicológico para a usuárias e seu filhos e/ou com característica domiciliar que acolhe
dependente quando estiver sob sua idosos com diferentes necessidades e graus
responsabilidade. de dependência. Deve assegurar a
convivência com familiares, amigos e
PARA JOVENS E ADULTOS COM
pessoas de referência de forma contínua,
DEFICIÊNCIA:
bem como o acesso às atividades culturais,
Acolhimento destinado a jovens e adultos educativas, lúdicas e de lazer na
com deficiência, cujos vínculos familiares comunidade. A capacidade de atendimento
estejam rompidos ou fragilizados. É previsto das unidades deve seguir as normas da
para jovens e adultos com deficiência que Vigilância Sanitária, devendo ser
não dispõem de condições de assegurado o atendimento de qualidade,
autosustentabilidade, de retaguarda familiar personalizado, com até quatro idosos por
temporária ou permanente ou que estejam quarto.
em processo de desligamento de
USUÁRIOS: Crianças, adolescentes,
instituições de longa permanência.
jovens, adultos, pessoas com deficiência,
Deve ser desenvolvido em Residências idosos e famílias.
Inclusivas inseridas na comunidade,
OBJETIVOS GERAIS:
funcionar em locais com estrutura física
adequada e ter a finalidade de favorecer a - Acolher e garantir proteção integral;
construção progressiva da autonomia, da

178
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Contribuir para a prevenção do - Promover o acesso à rede de qualificação
agravamento de situações de negligência, e requalificação profissional com vistas à
violência e ruptura de vínculos; inclusão produtiva.
- Restabelecer vínculos familiares e/ou PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA:
sociais;
- Desenvolver capacidades adaptativas para
- Possibilitar a convivência comunitária; a vida diária;
- Promover acesso à rede - Promover a convivência mista entre os
socioassistencial, aos demais órgãos do residentes de diversos graus de
Sistema de Garantia de Direitos e às demais dependência;
políticas públicas setoriais;
- Promover o acesso à rede de qualificação
- Favorecer o surgimento e o e requalificação profissional com vistas à
desenvolvimento de aptidões, capacidades inclusão produtiva.
e oportunidades para que os indivíduos
PARA IDOSOS:
façam escolhas com autonomia;
- Incentivar o desenvolvimento do
- Promover o acesso a programações
protagonismo e de capacidades para a
culturais, de lazer, de esporte e
realização de atividades da vida diária;
ocupacionais internas e externas,
relacionando-as a interesses, vivências, - Desenvolver condições para a
desejos e possibilidades do público. independência e o auto-cuidado;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Promover o acesso a renda;
PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: - Promover a convivência mista entre os
residentes de diversos graus de
- Preservar vínculos com a família de
dependência.
origem, salvo determinação judicial em
contrário; PROVISÕES:
- Desenvolver com os adolescentes AMBIENTE FÍSICO: Espaço para moradia,
condições para a independência e o auto- endereço de referência, condições de
cuidado. repouso, espaço de estar e convívio, guarda
de pertences, lavagem e secagem de
PARA ADULTOS E FAMÍLIAS:
roupas, banho e higiene pessoal, vestuário
- Desenvolver condições para a e pertences. Acessibilidade de acordo com
independência e o auto-cuidado; as normas da ABNT.
- Promover o acesso à rede de qualificação ESPECÍFICOS:
e requalificação profissional com vistas à
PARA ADULTOS E FAMÍLIAS: Conforme a
inclusão produtiva.
realidade local.
PARA MULHERES EM SITUAçãO DE
RECURSOS MATERIAIS: Material
VIOLÊNCIA:
permanente e material de consumo
- Proteger mulheres e prevenir a necessário para o desenvolvimento do
continuidade de situações de violência; serviço, tais como: mobiliário, computador,
impressora, telefone, camas, colchões,
- Propiciar condições de segurança física e
roupa de cama e banho, utensílios para
emocional e o fortalecimento da autoestima;
cozinha, alimentos, material de limpeza e
- Identificar situações de violência e suas higiene, vestuário, brinquedos, entre outros.
causas e produzir dados para o sistema de Materiais pedagógicos, culturais e
vigilância socioassistencial; esportivos. Banco de Dados de usuários de
benefícios e serviços socioassistenciais;
- Possibilitar a construção de projetos Banco de Dados dos serviços
pessoais visando à superação da situação
socioassistenciais; Cadastro Único dos
de violência e o desenvolvimento de
Programas Sociais; Cadastro de
capacidades e oportunidades para o
Beneficiários do BPC.
desenvolvimento de autonomia pessoal e
social; RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
NOB-RH/SUAS.
ESPECÍFICOS:

179
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: De privacidade do usuário e guarda de
acordo com a NOB-RH/SUAS e o pertences pessoais.
documento das “Orientações Técnicas:
ESPECÍFICAS:
Serviços de Acolhimento para Crianças e
Adolescentes”. Para crianças e adolescentes: Ter ambiente
e condições favoráveis ao processo de
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
desenvolvimento peculiar da criança e do
SERVIÇO: Acolhida/Recepção; escuta;
adolescente.
desenvolvimento do convívio familiar, grupal
e social; estudo Social; apoio à família na Para mulheres em situação de violência: Ter
sua função protetiva; cuidados pessoais; o sigilo de sua identidade e localização
orientação e encaminhamentos sobre/para preservados.
a rede de serviços locais com resolutividade;
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
construção de plano individual e/ou familiar
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
de atendimento; orientação sociofamiliar;
protocolos; acompanhamento e SOCIAL:
monitoramento dos encaminhamentos - Ter acesso a benefícios, programas, outros
realizados; referência e contrarreferência; serviços socioassistenciais e demais
elaboração de relatórios e/ou prontuários; serviços públicos;
trabalho interdisciplinar; diagnóstico
socioeconômico; Informação, comunicação - Ter assegurado o convívio familiar,
e defesa de direitos; orientação para acesso comunitário e/ou social.
a documentação pessoal; atividades de SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
convívio e de organização da vida cotidiana; DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR
inserção em projetos/programas de E SOCIAL:
capacitação e preparação para o trabalho;
estímulo ao convívio familiar, grupal e social; - Ter endereço institucional para utilização
mobilização, identificação da família como referência;
extensa ou ampliada; mobilização para o - Ter vivências pautadas pelo respeito a si
exercício da cidadania; articulação da rede próprio e aos outros, fundamentadas em
de serviços socioassistenciais; articulação princípios éticos de justiça e cidadania;
com os serviços de outras políticas públicas
setoriais e de defesa de direitos; articulação - Ter acesso a atividades, segundo suas
interinstitucional com os demais órgãos do necessidades, interesses e possibilidades;
Sistema de Garantia de Direitos; - Ter acompanhamento que possibilite o
monitoramento e avaliação do serviço; desenvolvimento de habilidades de
organização de banco de dados e autogestão, autossustentação e
informações sobre o serviço, sobre independência;
organizações governamentais e não
governamentais e sobre o Sistema de - Ter respeitados os seus direitos de opinião
Garantia de Direitos. e decisão; - Ter acesso a espaços próprios
e personalizados;
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
49
SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
- Ter acesso a documentação civil;
- Ser acolhido em condições de dignidade;
- Obter orientações e informações sobre o
- Ter sua identidade, integridade e história serviço, direitos e como acessá-los;
de vida preservadas;
- Ser ouvido e expressar necessidades,
- Ter acesso a espaço com padrões de interesses e possibilidades;
qualidade quanto a: higiene, acessibilidade,
habitabilidade, salubridade, segurança e - Desenvolver capacidades para
conforto; autocuidados, construir projetos de vida e
alcançar a autonomia;
- Ter acesso a alimentação em padrões
nutricionais adequados e adaptados a - Ter ampliada a capacidade protetiva da
necessidades específicas; família e a superação de suas dificuldades;

- Ter acesso a ambiência acolhedora e - Ser preparado para o desligamento do


espaços reservados a manutenção da serviço;
- Avaliar o serviço.

180
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ESPECÍFICAS: ABRANGÊNCIA:
Para crianças e adolescentes: Garantir - Municipal; - Regional: Os serviços de
colocação em família substituta, sempre que acolhimento poderão ter abrangência
houver a impossibilidade do correspondente a um pequeno grupo de
reestabelecimento e/ou a preservação de municípios com proximidade geográfica,
vínculos com a família de origem. quando a incidência da demanda e porte do
município não justificarem a disponibilização
do serviço no seu âmbito. Nas unidades
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO: para o atendimento a crianças e
adolescentes, idosos e mulheres em
Crianças e Adolescentes: situação de violência, o serviço também
- Por determinação do Poder Judiciário; - poderá ter abrangência regional por
Por requisição do Conselho Tutelar. Nesse indicação técnica ou determinação judicial.
caso, a autoridade competente deverá ser No caso de acolhimento regional, fora do
comunicada, conforme previsto no Artigo 93 município de origem, para crianças,
do Estatuto da Criança e do Adolescente. adolescentes e idosos, deverá ser
viabilizado o transporte de familiares para
Adultos e famílias: visitas ou a locomoção do público atendido
- Por encaminhamento de agentes ao ambiente familiar, de modo que sejam
institucionais de Serviço Especializado em preservados seus vínculos familiares.
Abordagem Social; ARTICULAÇÃO EM REDE:
- Por encaminhamentos do CREAS ou - Demais serviços socioassistenciais e
demais serviços socioassistenciais, de serviços de políticas públicas setoriais;
outras políticas públicas setoriais e de
defesa de direitos; - Programas e projetos de formação para o
trabalho, de profissionalização e de inclusão
- Demanda espontânea. Idosos, mulheres produtiva;
em situação de violência e pessoas com
deficiência: - Serviços, programas e projetos de
instituições não governamentais e
- Por requisição de serviços de políticas comunitárias;
públicas setoriais, CREAS, demais serviços
socioassistenciais, Ministério Público ou - Demais órgãos do Sistema de Garantia de
Poder Judiciário. Direitos.
UNIDADE: IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
Para crianças e adolescentes: CONTRIBUIR PARA:
- Casa-Lar; - Abrigo Institucional. - Redução das violações dos direitos
socioassistenciais, seus agravamentos ou
Para adultos e famílias: reincidência;
- Abrigo institucional; - Casa de Passagem. - Redução da presença de pessoas em
Para mulheres em situação de violência: situação de rua e de abandono;
- Abrigo institucional. - Indivíduos e famílias protegidas;
Para jovens e adultos com deficiência: - Construção da autonomia;
- Residências inclusivas. - Indivíduos e famílias incluídas em serviços
e com acesso a oportunidades;
Para idosos:
- Rompimento do ciclo da violência
- Casa-Lar; doméstica e familiar.
- Abrigo Institucional (Instituição de Longa
Permanência para Idosos - ILPI).

PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:
Ininterrupto (24 horas).

181
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO EM REPÚBLICAS.

DESCRIÇÃO: Serviço que oferece As repúblicas para jovens devem ser


proteção, apoio e moradia subsidiada a organizadas em unidades femininas e
grupos de pessoas maiores de 18 anos em unidades masculinas, garantindo-se, na
estado de abandono, situação de rede, o atendimento a ambos os sexos,
vulnerabilidade e risco pessoal e social, com conforme demanda local, devendo ser dada
vínculos familiares rompidos ou a devida atenção à perspectiva de gênero
extremamente fragilizados e sem condições no planejamento político-pedagógico do
de moradia e autossustentação. O serviço.
atendimento deve apoiar a construção e o
O serviço deverá ser organizado em
fortalecimento de vínculos comunitários, a
consonância com os princípios, diretrizes e
integração e participação social e o
orientações constantes no documento
desenvolvimento da autonomia das pessoas
“Orientações Técnicas: Serviços de
atendidas. O serviço deve ser desenvolvido
Acolhimento para Crianças e Adolescentes”.
em sistema de autogestão ou cogestão,
possibilitando gradual autonomia e PARA ADULTOS EM PROCESSO DE
independência de seus moradores. Deve SAÍDA DAS RUAS: destinada a pessoas
contar com equipe técnica de referência adultas com vivência de rua em fase de
para contribuir com a gestão coletiva da reinserção social, que estejam em processo
moradia (administração financeira e de restabelecimento dos vínculos sociais e
funcionamento) e para acompanhamento construção de autonomia. Possui tempo de
psicossocial dos usuários e permanência limitado, podendo ser
encaminhamento para outros serviços, reavaliado e prorrogado em função do
programas e benefícios da rede projeto individual formulado em conjunto
socioassistencial e das demais políticas com o profissional de referência. As
públicas. repúblicas devem ser organizadas em
unidades femininas e unidades masculinas.
Sempre que possível, a definição dos
O atendimento deve apoiar a qualificação e
moradores da república ocorrerá de forma
inserção profissional e a construção de
participativa entre estes e a equipe técnica,
projeto de vida.
de modo que, na composição dos grupos,
sejam respeitados afinidades e vínculos PARA IDOSOS: destinada a idosos que
previamente construídos. Assim como nos tenham capacidade de gestão coletiva da
demais equipamentos da rede moradia e condições de desenvolver, de
socioassistencial, as edificações utilizadas forma independente, as atividades da vida
no serviço de república deverão respeitar as diária, mesmo que requeiram o uso de
normas de acessibilidade, de maneira a equipamentos de autoajuda.
possibilitar a inclusão de pessoas com
deficiência. USUÁRIOS: Jovens entre 18 e 21 anos,
adultos em processo de saída das ruas e
De acordo com a demanda local, devem ser idosos.
desenvolvidos serviços de acolhimento em
OBJETIVOS:
república para diferentes segmentos, os
quais devem ser adaptados às demandas e - Proteger os usuários, preservando suas
necessidades específicas do público a que condições de autonomia e independência;
se destina.
- Preparar os usuários para o alcance da
PARA JOVENS: destinada, autossustentação;
prioritariamente, a jovens entre 18 e 21 anos
após desligamento de serviços de - Promover o restabelecimento de vínculos
acolhimento para crianças e adolescentes comunitários, familiares e/ou sociais;
ou em outra situação que demande este - Promover o acesso à rede de políticas
serviço. Possui tempo de permanência públicas.
limitado, podendo ser reavaliado e
prorrogado em função do projeto individual PROVISÕES:
formulado em conjunto com o profissional de AMBIENTE FÍSICO: Moradia subsidiada;
referência. O atendimento deve apoiar a endereço de referência; condições de
qualificação e inserção profissional e a repouso; espaço de estar e convívio; guarda
construção de projeto de vida. de pertences; lavagem e secagem de

182
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
roupas; banho e higiene pessoal; vestuário SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
e pertences, com acessibilidade em todos VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
seus ambientes, de acordo com as normas SOCIAL:
da ABNT.
- Ter assegurado o acesso a serviços
RECURSOS MATERIAIS: Material socioassistenciais e das demais políticas
permanente e material de consumo públicas setoriais;
necessário para o desenvolvimento do
- Ter assegurado o convívio comunitário e
serviço, tais como: mobiliário, computador,
social.
impressora, telefone, camas, colchões,
roupa de cama e banho, utensílios para SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO
cozinha, alimentos, material de limpeza e DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR
higiene, vestuário, brinquedos, entre outros. E SOCIAL:
RECURSOS HUMANOS: De acordo com a - Ter acesso a documentação civil;
NOB-RH/SUAS.
- Poder construir projetos de vida e alcançar
ESPECÍFICOS PARA JOVENS: De acordo autonomia;
com a NOB-RH/SUAS e com o documento
- Ser informado sobre direitos, serviços,
“Orientações Técnicas: Serviços de
acessos e responsabilidades;
Acolhimento para Crianças e Adolescentes”.
- Fortalecer vínculos comunitários e de
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
pertencimento;
SERVIÇO: Acolhida/Recepção; escuta;
construção de plano individual e/ou familiar - Ter condições para desenvolver
de atendimento; desenvolvimento do capacidades e fazer escolhas com
convívio familiar, grupal e social; estímulo ao independência e autonomia;
convívio grupal e social; estudo Social;
orientação e encaminhamentos para a rede - Obter orientações e informações sobre
de serviços locais; protocolos; acessos e direitos.
acompanhamento e monitoramento dos CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
encaminhamentos realizados; referência e
contrarreferência; elaboração de relatórios CONDIÇÕES: Jovens entre 18 e 21 anos,
e/ou prontuários; trabalho interdisciplinar; adultos em processo de saída das ruas e
diagnóstico socioeconômico; Informação, idosos com condições de desenvolver, de
comunicação e defesa de direitos; forma independente, as atividades da vida
orientação para acesso a documentação diária.
pessoal; atividades de convívio e de FORMAS DE ACESSO:
organização da vida cotidiana; inserção em
projetos/programas de capacitação e - Por encaminhamento de agentes
preparação para o trabalho; mobilização institucionais do Serviço Especializado em
para o exercício da cidadania; articulação da Abordagem Social;
rede de serviços socioassistenciais; - Por encaminhamentos do CREAS, demais
articulação com os serviços de políticas serviços socioassistenciais e/ou de outras
públicas setoriais; articulação políticas públicas; - Demanda espontânea.
interinstitucional com os demais órgãos do
Sistema de Garantia de Direitos. UNIDADE: República.

AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS: PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:


Ininterrupto (24 horas)
SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
ABRANGÊNCIA: Municipal ou regional.
- Ser acolhido em condições de dignidade;
ARTICULAÇÃO EM REDE:
- Ter sua identidade, integridade e história
de vida preservadas; - Demais serviços socioassistenciais e
serviços de políticas públicas setoriais;
- Ter acesso a espaço com padrões de
qualidade quanto a: higiene, habitabilidade, - Programas e projetos de formação para o
salubridade, segurança e conforto para trabalho, de profissionalização e de inclusão
cuidados pessoais e repouso. produtiva;

183
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Serviços, programas e projetos de temporariamente impossibilitados de
instituições não governamentais e cumprir sua função de cuidado e proteção.
comunitárias;
OBJETIVOS:
- Demais órgãos do Sistema de Garantia de
- Promover o acolhimento familiar de
Direitos.
crianças e adolescentes afastadas
IMPACTO SOCIAL ESPERADO: temporariamente de sua família de origem;
CONTRIBUIR PARA: - Acolher e dispensar cuidados
individualizados em ambiente familiar;
- Redução da presença de jovens, adultos e
idosos em situação de abandono, de - Preservar vínculos com a família de
vulnerabilidade, risco pessoal e social e sem origem, salvo determinação judicial em
condições de moradia; contrário;
- Construção da autonomia. - Possibilitar a convivência comunitária e o
acesso à rede de políticas públicas;
NOME DO SERVIÇO: SERVIÇO DE
ACOLHIMENTO EM FAMÍLIA - Apoiar o retorno da criança e do
ACOLHEDORA. adolescente à família de origem.
DESCRIÇÃO: Serviço que organiza o PROVISÕES:
acolhimento de crianças e adolescentes,
AMBIENTE FÍSICO:
afastados da família por medida de
proteção, em residência de famílias - Relativo à gestão do serviço: espaços
acolhedoras cadastradas. É previsto até que físicos condizentes com as atividades da
seja possível o retorno à família de origem equipe técnica;
ou, na sua impossibilidade, o
- Relativo à residência da família
encaminhamento para adoção. O serviço é
acolhedora: espaço residencial com
o responsável por selecionar, capacitar,
condições de habitabilidade.
cadastrar e acompanhar as famílias
acolhedoras, bem como realizar o RECURSOS MATERIAIS: Veículo, material
acompanhamento da criança e/ou permanente e de consumo apropriado para
adolescente acolhido e sua família de o desenvolvimento do serviço.
origem.
RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
O Serviço deverá ser organizado segundo NOB-RH/SUAS e com o documento
os princípios, diretrizes e orientações do “Orientações Técnicas: Serviços de
Estatuto da Criança e do Adolescente e do Acolhimento para Crianças e Adolescentes”.
documento “Orientações Técnicas: Serviços
de Acolhimento para Crianças e TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
Adolescentes”, sobretudo no que se refere à SERVIÇO: Seleção, preparação,
preservação e à reconstrução do vínculo cadastramento e acompanhamento das
com a família de origem, assim como à famílias acolhedoras; orientação e
manutenção de crianças e adolescentes encaminhamentos para a rede de serviços
com vínculos de parentesco (irmãos, locais; construção do plano individual e
primos, etc.) numa mesma família. O familiar de atendimento; orientação
atendimento também deve envolver o sociofamiliar; informação, comunicação e
acompanhamento às famílias de origem, defesa de direitos; apoio à família na sua
com vistas à reintegração familiar. função protetiva; providência de
documentação pessoal da
O serviço é particularmente adequado ao criança/adolescente e família de origem;
atendimento de crianças e adolescentes articulação da rede de serviços
cuja avaliação da equipe técnica indique socioassistenciais; articulação com os
possibilidade de retorno à família de origem, serviços de políticas públicas setoriais e de
nuclear ou extensa. defesa de direitos; mobilização,
identificação da família extensa ou
USUÁRIOS: Crianças e adolescentes,
inclusive aqueles com deficiência, aos quais ampliada; mobilização e fortalecimento do
foi aplicada medida de proteção, por motivo convívio e de redes sociais de apoio;
articulação interinstitucional com demais
de abandono ou violação de direitos, cujas
órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
famílias ou responsáveis encontrem-se
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:

184
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SEGURANÇA DE ACOLHIDA: UNIDADE: Unidade de referência da
Proteção Social Especial e residência da
- Ser acolhido de forma singularizada;
Família Acolhedora.
- Ter reparadas vivências de separação,
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO:
rupturas e violação de direitos;
Ininterrupto (24 horas).
- Ter sua identidade, integridade e história
ABRANGÊNCIA:
de vida preservadas;
- Municipal;
- Ter acesso a ambiente acolhedor e
saudável; - Regional: No caso de municípios de
pequeno porte que apresentem dificuldades
- Ter acesso a espaço com padrões de
para implantar e manter serviços de
qualidade quanto a: higiene, habitabilidade,
acolhimento para crianças e adolescentes –
salubridade, segurança e conforto para
em virtude da pequena demanda e das
cuidados pessoais, repouso e alimentação
condições de gestão – pode-se recorrer à
adequada;
implantação de um Serviço com
- Ter acesso a ambiente e condições Compartilhamento de Equipe (coordenação
favoráveis ao processo de desenvolvimento e equipe técnica). Nesse caso, o serviço
da criança e do adolescente. deve ter famílias cadastradas em cada
município atendido, de modo a viabilizar o
SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
acolhimento da criança ou adolescente no
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
seu próprio município de origem. A
SOCIAL: estratégia de compartilhamento de equipe
- Ter assegurado o convívio familiar, exigirá a previsão de veículos e combustível
comunitário e social; suficientes, de modo a permitir o
deslocamento da equipe técnica do
- Ter acesso a serviços de políticas públicas município-sede para os demais municípios
setoriais, conforme necessidades. atendidos, possibilitando: o
SEGURANÇA DE DESENVOLVIMENTO desenvolvimento de suas ações no que diz
DE AUTONOMIA INDIVIDUAL, FAMILIAR respeito ao apoio, capacitação e
E SOCIAL: acompanhamento das famílias acolhedoras;
acompanhamento psicossocial das crianças
- Ter vivência de ações pautadas pelo e adolescentes atendidos e de suas famílias
respeito a si próprio e aos outros, de origem; articulação com a rede se
fundamentadas em princípios éticos de serviços e o Sistema de Garantia de
justiça e cidadania; Direitos; e o exercício das demais
- Obter documentação civil; - Construir atribuições que lhe sejam próprias.
projetos de vida e alcançar autonomia; ARTICULAÇÃO EM REDE:
- Ter os vínculos familiares estabelecidos - Órgãos do Sistema de Defesa de Direitos
e/ou preservados, na impossibilidade, ser da Criança e do Adolescente;
integrado em família substituta;
- Demais órgãos do Sistema de Garantia de
- Ser informado sobre direitos e Direitos;
responsabilidades; - Manifestar suas
opiniões e necessidades; - Serviços socioassistenciais e serviços de
políticas públicas setoriais;
- Ampliar a capacidade protetiva de sua
família e a superação de suas dificuldades; - Programas e projetos de formação para o
trabalho e de profissionalização e inclusão
- Ser preparado para o desligamento do produtiva;
serviço.
- Serviços, programas e projetos de
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO: instituições não governamentais e
CONDIÇÕES: Crianças e adolescentes comunitárias.
residentes no município onde se localizam a IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
residência das famílias acolhedoras.
CONTRIBUIR PARA:
FORMAS DE ACESSO: Por determinação
do Poder Judiciário. - Crianças e adolescentes protegidos por
suas famílias e com seus direitos
garantidos;

185
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Redução das violações dos direitos - Desinstitucionalização de crianças e
socioassistenciais, seus agravamentos ou adolescentes.
reincidência;

SERVIÇO DE PROTEÇÃO EM SITUAÇÕES DE CALAMIDADES PÚBLICAS E DE


EMERGÊNCIAS.

DESCRIÇÃO: O serviço promove apoio e sanitárias para banho e higiene pessoal,


proteção à população atingida por situações com privacidade individual e/ou familiar;
de emergência e calamidade pública, com a espaço para realização de refeições;
oferta de alojamentos provisórios, atenções espaço para estar e convívio, com
e provisões materiais, conforme as acessibilidade em todos seus ambientes, de
necessidades detectadas. acordo com as normas da ABNT.
Assegura a realização de articulações e a RECURSOS MATERIAIS: Materiais de
participação em ações conjuntas de caráter consumo para o desenvolvimento do
intersetorial para a minimização dos danos serviço: alimentos, artigos de higiene,
ocasionados e o provimento das cobertores, dentre outros. Estrutura para
necessidades verificadas. guarda de pertences e de documentos.
USUÁRIOS: RECURSOS HUMANOS: De acordo com a
NOB-RH/SUAS.
Famílias e Indivíduos:
TRABALHO SOCIAL ESSENCIAL AO
- Atingidos por situações de emergência e
SERVIÇO: Proteção social proativa; escuta;
calamidade pública (incêndios,
orientação e encaminhamentos para a rede
desabamentos, deslizamentos,
de serviços locais; orientação sociofamiliar;
alagamentos, dentre outras) que tiveram
referência e contrarreferência; informação,
perdas parciais ou totais de moradia, objetos
comunicação e defesa de direitos; acesso à
ou utensílios pessoais, e se encontram
documentação pessoal; articulação da rede
temporária ou definitivamente
de serviços socioassistenciais; articulação
desabrigados;
com os serviços de políticas públicas
- Removidos de áreas consideradas de setoriais e de defesa de direitos;
risco, por prevenção ou determinação do mobilização de família extensa ou ampliada;
Poder Judiciário. mobilização para o exercício da cidadania;
atividades de convívio e de organização da
OBJETIVOS:
vida cotidiana; diagnóstico socioeconômico;
- Assegurar acolhimento imediato em provisão de benefícios eventuais.
condições dignas e de segurança;
AQUISIÇÕES DOS USUÁRIOS:
- Manter alojamentos provisórios, quando SEGURANÇA DE SOBREVIVÊNCIA A
necessário; RISCOS CIRCUNSTANCIAIS:
- Identificar perdas e danos ocorridos e
- Ser socorrido em situações de emergência
cadastrar a população atingida;
e de calamidade pública.
- Articular a rede de políticas públicas e
SEGURANÇA DE ACOLHIDA:
redes sociais de apoio para prover as
necessidades detectadas; - Ter acesso a provisões para necessidades
básicas;
- Promover a inserção na rede
socioassistencial e o acesso a benefícios - Ter acesso a espaço provisório de acolhida
eventuais. para cuidados pessoais, repouso e
alimentação ou dispor de condições para
PROVISÕES:
acessar outras alternativas de acolhimento.
AMBIENTE FÍSICO: Alojamento provisório SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU
para repouso e restabelecimento pessoal,
VIVÊNCIA FAMILIAR, COMUNITÁRIA E
com condições de salubridade, instalações
SOCIAL:

186
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Ter acesso a serviços e ações
intersetoriais para a solução da situação
enfrentada, em relação a abrigo,
alimentação, saúde e moradia, dentre
outras necessidades.
Anotações:
CONDIÇÕES E FORMAS DE ACESSO:
CONDIÇÕES: Famílias e indivíduos
atingidos por situações de emergência e
calamidade pública.
FORMAS DE ACESSO: Por notificação de
órgãos da administração pública municipal,
da Defesa Civil e pela identificação da
presença nas ruas.
UNIDADE: Unidades referenciadas ao
órgão gestor da Assistência Social.
PERÍODO DE FUNCIONAMENTO: Na
ocorrência das situações de emergência e
de calamidades públicas, mediante a
mobilização de equipe de prontidão
escalonada pelo regime de plantão, a ser
acionada em qualquer horário e dia da
semana.
ABRANGÊNCIA: Municipal.
ARTICULAÇÃO EM REDE:
- Órgão da Defesa Civil;
- Órgãos e serviços públicos municipais,
distrital, estaduais e federal;
- Organizações não governamentais e redes
sociais de apoio.
IMPACTO SOCIAL ESPERADO:
CONTRIBUIR PARA:
- Minimização de danos;
- Proteção social a indivíduos e famílias; -
Reconstrução das condições de vida
familiar e comunitária.

187
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
NORMA OPERACIONAL BÁSICA DE RECURSOS HUMANOS – NOBRH/SUAS.

RESOLUÇÃO Nº 01, DE 25 DE JANEIRO DE 2007.

Publica o texto da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos – NOBRH/SUAS.

O CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CNAS, em reunião ordinária realizada


nos dias 12, 13, e 14 de dezembro de 2006, no uso da competência que lhe conferem os incisos
II,V, IX e XIV do artigo 18 da Lei n. º 8.742, de 7 de dezembro de 1993 – Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS e,
Considerando o artigo 2º da Resolução CNAS nº 269, de 13 de dezembro de 2006, publicada no
Diário Oficial da União em 26 de dezembro de 2006,

RESOLVE:

Art. 1º - Publicar o texto da NOB-RH/SUAS, anexo.

Art. 2º - A Presidência e a Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Assistência Social –


CNAS deverão encaminhar o texto da NOB-RH/SUAS ao Senhor Ministro de Estado do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ao CONGEMAS, ao FONSEAS, aos Conselhos de
Assistência Social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Art. 3º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Sílvio Iung
Presidente do Conselho Nacional de Assistência Social

APRESENTAÇÃO

A implantação da Política Nacional de Assistência Social – PNAS/2004 e do Sistema Único de


Assistência Social – SUAS sob o paradigma da constituição do direito socioassistencial incide
em questões fundamentais e substantivas para a área de gestão do trabalho. A assimilação por
todos os atores envolvidos com a Política Pública de Assistência Social (gestores, servidores
públicos, trabalhadores das entidades e organizações sem fins lucrativos, conselheiros, entre
outros) é ainda um desafio a enfrentar.

Para a implementação do SUAS, aspectos importantes da gestão têm sido apontados como
fundamentais: a descentralização, o financiamento, o controle social e a gestão do trabalho. O
SUAS vem se consolidando, e a gestão do trabalho na Assistência Social carece de uma atenção
maior devido a sua importância para a consolidação do Sistema.

Atende-se, neste momento, à reivindicação para a construção de uma Norma Operacional


Básica de Recursos Humanos para o SUAS (NOB-RH/SUAS), conforme apontada na
PNAS/2004.

É importante lembrar que esta Norma surge num contexto de reestruturação e requalificação do
setor público no Brasil, com um decisivo investimento na máquina administrativa estatal e nos
servidores públicos federais. Somente no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS), em 2006, foram admitidos mais de 200 (duzentos) novos servidores ingressantes
por concurso público. Tal providência reconfigura, no âmbito federal, a área da gestão do trabalho
nesse campo no setor público, com a compreensão da necessidade de propostas para a
estruturação de carreiras próprias, essenciais para a consolidação das políticas sociais do MDS.

A Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) apresenta as primeiras diretrizes para a


política de gestão do trabalho do SUAS. Trata-se de um primeiro esforço nesta área objetivando
delinear os principais pontos da gestão pública do trabalho e propor mecanismos reguladores da

188
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
relação entre gestores e trabalhadores e os prestadores de serviços socioassistenciais, o que
não esgota as possibilidades de aprimoramento desta Norma.

As diretrizes para a gestão do trabalho pressupõem, entre outras dimensões:

• conhecer os profissionais que atuam na Assistência Social, caracterizando suas


expectativas de formação e capacitação para a construção do SUAS; vislumbrar o
desafio proposto, para esses profissionais, a partir dos compromissos dos entes
federativos com os princípios e diretrizes da universalidade, eqüidade,
descentralização político-administrativa, intersetorialidade e participação da
população;

• propor estímulos e valorização desses trabalhadores;

• identificar os pactos necessários entre gestores, servidores, trabalhadores da rede


socioassistencial, com base no compromisso da prestação de serviços permanentes
ao cidadão e da prestação de contas de sua qualidade e resultados;

• uma política de gestão do trabalho que privilegie a qualificação técnico-política


desses agentes.

Esta Norma é um instrumento de gestão que só terá eficácia se o seu conteúdo for amplamente
pactuado e assumido entre os gestores da Assistência Social e se houver adesão às suas
diretrizes. Estas devem auxiliar os Conselhos de Assistência Social em relação às suas tarefas
de controle social da gestão do trabalho no SUAS, e devem ser também uma referência para os
trabalhadores.

A presente Norma visa, desse modo, à consolidação da Assistência Social como uma política
pública e à garantia da ampla participação da sociedade civil nessa consolidação.

PATRUS ANANIAS DE SOUSA


Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
ANA LÍGIA GOMES
Secretária Nacional de Assistência Social
SILVIO IUNG Presidente do CNAS

I – INTRODUÇÃO

1. Com o advento da Constituição Federal de 1988 e o conseqüente fortalecimento da


Assistência Social como política de Seguridade Social e, portanto, como um direito do cidadão,
e a promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, a discussão sobre a formulação
e implementação de um sistema público descentralizado culminou na atual Política Nacional de
Assistência Social, com a previsão da sua gestão por meio do SUAS, sistema que já conta com
a sua própria Norma Operacional Básica – NOB/SUAS, aprovada pela Resolução do Conselho
Nacional de Assistência Social - CNAS, nº130, de 15 de julho de 2005.

2. Conforme consta na própria PNAS/2004, a Política de Recursos Humanos constitui eixo


estruturante do SUAS, ao lado da descentralização, do financiamento e do controle social. No
entanto, é grande o desafio de estruturar este eixo do SUAS nessa política. A precarização do
trabalho e dos recursos financeiros, físicos e materiais no setor público sabidamente fragilizou a
área da política de Assistência Social.

3. No material intitulado Fotografia da Assistência Social no Brasil na perspectiva do SUAS,


produzido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e apresentado na V
Conferência Nacional de Assistência Social, a Foto 3 trata exatamente da questão referente à
gestão dos trabalhadores na área da assistência social.

4. De acordo com a pesquisa, há cerca de 10.000 profissionais envolvidos com a operação da


política de Assistência Social, no âmbito estadual, em todo o País. Porém, esses números não

189
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
significam que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tenham uma força de
trabalho uniforme, em vista da grande discrepância existente entre eles, o que explica o fato de
a Assistência Social nem sempre estar representada em uma pasta políticoadministrativa
própria, estando muitas vezes vinculada a outras áreas de atuação.

5. A partir do diagnóstico realizado na pesquisa, no item Gestão de Pessoas na área da


Assistência Social em todo o Brasil, a V Conferência deliberou algumas metas que embasam
esta NOB-RH/SUAS.

6. Surge assim, a Norma Operacional Básica - NOB/RH-SUAS, após um amplo processo de


discussão, aprimoramento e contribuições.

7. Tal proposta consolida os principais eixos a serem considerados para a gestão do trabalho
na área da assistência social:

• Princípios e Diretrizes Nacionais para a gestão do trabalho no âmbito do SUAS.


• Princípios Éticos para os Trabalhadores da Assistência Social.
• Equipes de Referência.
• Diretrizes para a Política Nacional de Capacitação.
• Diretrizes Nacionais Para os Planos de Carreira, Cargos e Salários.
• Diretrizes para Entidades e Organizações de Assistência Social.
• Diretrizes para o co-financiamento da Gestão do trabalho.
• Responsabilidades e Atribuições do Gestor Federal, dos Gestores Estaduais, do Gestor do
Distrito Federal dos Gestores Municipais para a Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS.
• Organização do Cadastro Nacional de Trabalhadores do SUAS – Módulo CADSUAS. • Controle
Social da Gestão do Trabalho no âmbito do SUAS.
• Regras de Transição.

8. Tais eixos definem o conteúdo disposto nesta Norma, considerando a realidade atual do SUAS
no Brasil.

9. Temos, então, que a essência da Assistência Social, inscrita tanto na Constituição Federal de
1988 quanto na LOAS, na PNAS/2004 e na NOB/SUAS, está baseada na noção de direito em
sua concepção mais direta, tendo, pois, caráter de universalidade. A área da gestão do trabalho
adquire uma nuance especial, pois implica diretamente na qualidade dos serviços
socioassistenciais. Assim, está justificada a aprovação de uma Norma Operacional Básica de
Recursos Humanos no âmbito do SUAS.

10. Vale pontuar, assim, com relação ao eixo do financiamento, a dificuldade que ainda existe
para que o orçamento da Assistência Social atenda às suas reais necessidades e expectativas
legais, já que, no que tange à questão da gestão do trabalho, o mesmo deve ser arbitrado com
os seguintes critérios: quantidade, qualidade, custo unitário/anual, despesas com capacitação e
com os meios para a sua operacionalização.

11. Integra a NOB-RH/SUAS uma Política de Capacitação dos trabalhadores públicos e da rede
prestadora de serviços, gestores e conselheiros da área, de forma sistemática, continuada,
sustentável, participativa, nacionalizada e descentralizada, respeitadas as diversidades regionais
e locais, e fundamentada na concepção da educação permanente.

12. A criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários - PCCS é uma questão prioritária a ser
considerada. Ele, ao contrário de promover atraso gerencial e inoperância administrativa, como
alguns apregoam, “se bem estruturado e corretamente executado é uma garantia de que o
trabalhador terá de vislumbrar uma vida profissional ativa, na qual a qualidade técnica e a

190
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
produtividade seriam variáveis chaves para a construção de um sistema exeqüível” (Plano
Nacional de Saúde, 2004:172/173 e PNAS/2004).

13. Quando falamos sobre a responsabilidade dos entes públicos envolvidos, é certo que uma
das principais funções desse instrumento é determinar e, portanto, tornar exeqüíveis as ações e
procedimentos que cabem a cada um dos entes das três esferas de governo. Essa
responsabilização depende, no entanto, da adesão dos gestores a esta Norma, da incorporação
de suas diretrizes na sua legislação e organização administrativa próprias.

14. Neste panorama, a contextualização e o papel da rede socioassistencial privada também se


apresentam como de suma importância, já que grande parte dos trabalhadores da área encontra-
se nas entidades e organizações de Assistência Social.

15. O eixo que trata da definição e critérios das equipes de referência responsáveis pelos
serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais é aquele responsável por
efetivamente dimensionar tanto a carreira dos profissionais que devem integrar os quadros para
atendimento na rede socioassistencial, quanto a proporção de equipes em relação ao número
de potenciais usuários.

16. Sabe-se que o investimento na gestão do trabalho irá influenciar decisivamente na melhoria
dos serviços socioassistenciais prestados à população. Assegurar que trabalhadores dessa área
estejam incluídos com o seu processo de trabalho e com o resultado do mesmo é um caminho
prático e certo para o avanço na implementação do Sistema.

17. Os princípios e diretrizes contidos na presente NOB/RH-SUAS têm por finalidade primordial
estabelecer parâmetros gerais para a gestão do trabalho a ser implementada na área da
Assistência Social, englobando todos os trabalhadores do SUAS, órgãos gestores e executores
de ações, serviços, programas, projetos e benefícios da Assistência Social, inclusive quando se
tratar de consórcios públicos e entidades e organizações da assistência social.

II – PRINCÍPIOS E DIRETRIZES NACIONAIS PARA A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO


DO SUAS.

1. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica da Assistência Social –


LOAS, de 1993, e conseqüentemente a formulação da PNAS/2004 e a construção e regulação
do Sistema Único da Assistência Social – SUAS e da sua Norma Operacional Básica –
NOB/SUAS tornam necessária a reflexão da política de gestão do trabalho no âmbito da
Assistência Social, visto que a mesma surge como eixo delimitador e imprescindível à qualidade
da prestação de serviços da rede socioassistencial.

2. Para a implementação do SUAS e para se alcançar os objetivos previstos na PNAS/20004, é


necessário tratar a gestão do trabalho como uma questão estratégica. A qualidade dos serviços
socioassistenciais disponibilizados à sociedade depende da estruturação do trabalho, da
qualificação e valorização dos trabalhadores atuantes no SUAS.

3. Para tanto, é imperioso que a gestão do trabalho no SUAS possua como princípios e diretrizes
disposições consoantes às encontradas na legislação acima citada.

4. Neste aspecto, é importante ressaltar o caráter público da prestação dos serviços


socioassistenciais, fazendo-se necessária a existência de servidores públicos responsáveis por
sua execução.

5. Nos serviços públicos, o preenchimento de cargos, que devem ser criados por lei, para suprir
as necessidades dos serviços deve ocorrer por meio de nomeação dos aprovados em concursos
públicos, conforme as atribuições e competências de cada esfera de governo, compatibilizadas
com seus respectivos Planos de Assistência Social (Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e
Municipais), a partir de parâmetros que garantam a qualidade da execução dos serviços.

191
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
6. De acordo com as atribuições dos diferentes níveis de gestão do SUAS, definidas na
NOB/SUAS, compete a cada uma delas contratar e manter o quadro de pessoal qualificado
academicamente e por profissões regulamentadas por Lei, por meio de concurso público e na
quantidade necessária à execução da gestão e dos serviços socioassistenciais, conforme a
necessidade da população e as condições de gestão de cada ente.

7. Assim, para atender aos princípios e diretrizes estabelecidos para a política de Assistência
Social, a gestão do trabalho no SUAS deve ocorrer com a preocupação de estabelecer uma
Política Nacional de Capacitação, fundada nos princípios da educação permanente, que
promova a qualificação de trabalhadores, gestores e conselheiros da área, de forma sistemática,
continuada, sustentável, participativa, nacionalizada e descentralizada, com a possibilidade de
supervisão integrada, visando o aperfeiçoamento da prestação dos serviços socioassistenciais.

8. A gestão do trabalho no âmbito do SUAS deve também:

• garantir a “desprecarização” dos vínculos dos trabalhadores do SUAS e o fim da tercerização,


• garantir a educação permanente dos trabalhadores,
• realizar planejamento estratégico,
• garantir a gestão participativa com controle social,
• integrar e alimentar o sistema de informação.

III – PRINCÍPIOS ÉTICOS PARA OS TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

1. A Assistência Social deve ofertar seus serviços com o conhecimento e compromisso ético e
político de profissionais que operam técnicas e procedimentos impulsionadores das
potencialidades e da emancipação de seus usuários;

2. Os princípios éticos das respectivas profissões deverão ser considerados ao se elaborar,


implantar e implementar padrões, rotinas e protocolos específicos, para normatizar e
regulamentar a atuação profissional por tipo de serviço socioassistencial.

3. São princípios éticos que orientam a intervenção dos profissionais da área de


assistência social:

a) Defesa intransigente dos direitos socioassistenciais;

b) Compromisso em ofertar serviços, programas, projetos e benefícios de qualidade que


garantam a oportunidade de convívio para o fortalecimento de laços familiares e sociais;

c) Promoção aos usuários do acesso a informação, garantindo conhecer o nome e a credencial


de quem os atende;

d) Proteção à privacidade dos usuários, observado o sigilo profissional, preservando sua


privacidade e opção e resgatando sua historia de vida;

e) Compromisso em garantir atenção profissional direcionada para construção de projetos


pessoais e sociais para autonomia e sustentabilidade;

f) Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a benefícios e renda e a programas de


oportunidades para inserção profissional e social;

192
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g) Incentivo aos usuários para que estes exerçam seu direito de participar de fóruns, conselhos,
movimentos sociais e cooperativas populares de produção;

h) Garantia do acesso da população a política de assistência social sem discriminação de


qualquer natureza (gênero, raça/etnia, credo, orientação sexual, classe social, ou outras),
resguardados os critérios de elegibilidade dos diferentes programas, projetos, serviços e
benefícios;

i) Devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no sentido de que
estes possam usá-las para o fortalecimento de seus interesses;

j) Contribuição para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os


usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados.

IV – EQUIPES DE REFERÊNCIA

Equipes de referência são aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela
organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e
especial, levando-se em consideração o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de
atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários.

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA

Composição da equipe de referência dos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS


para a prestação de serviços e execução das ações no âmbito da Proteção Social Básica nos
municípios:
CRAS
Pequeno Porte I Pequeno Porte II Médio,Grande, Metrópole e DF

Até 2.500 famílias Até 3.500 famílias A cada 5.000 famílias


referenciadas referenciadas referenciadas

2 técnicos de nível superior, 3 técnicos de nível superior, 4 técnicos de nível superior,


sendo um profissional sendo dois profissionais sendo dois profissionais
assistente social e outro assistentes sociais e assistentes sociais, um
preferencialmente preferencialmente um psicólogo e um profissional que
psicólogo. psicólogo. compõe o SUAS.

2 técnicos de nível médio 3 técnicos nível médio 4 técnicos de nível médio

As equipes de referência para os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS devem


contar sempre com um coordenador, devendo o mesmo, independentemente do porte do
município, ter o seguinte perfil profissional: ser um técnico de nível superior, concursado, com
experiência em trabalhos comunitários e gestão de programas, projetos, serviços e benefícios
socioassistenciais.

193
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL

Equipe de referência para a prestação de serviços e execução das ações no âmbito da Proteção
Social Especial de Média e Alta Complexidade.

Média Complexidade:

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS é uma unidade pública


que se constitui como pólo de referência, coordenador e articulador da proteção social especial
de média complexidade.

CREAS

Municípios em Gestão Inicial e Básica Municípios em Gestão Plena e Estados


com Serviços Regionais
Capacidade de atendimento de 50 Capacidade de atendimento de 50
pessoas/indivíduos pessoas/indivíduos

1 coordenador 1 coordenador
1 assistente social 2 assistentes sociais

1 psicólogo 2 psicólogos

1 advogado 1 advogado

2 profissionais de nível superior ou médio 4 profissionais de nível superior ou médio


(abordagem dos usuários) (abordagem dos usuários)
1 auxiliar administrativo 2 auxiliares administrativos

Alta Complexidade

1) Atendimento em Pequenos Grupos (abrigo institucional, casa-lar e casa de passagem)

Equipe de referência para atendimento direto:

Profissional/ Escolaridade Quantidade


função
Coordenador nível superior 1 profissional referenciado para até 20 usuários acolhidos
ou médio em, no máximo, 2 equipamentos

194
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nível médio e
Cuidador 1 profissional para até 10 usuários, por turno.
qualificação
específica A quantidade de cuidador por usuário deverá ser aumentada
quando houver usuários que demandem atenção específica
(com deficiência, com necessidades específicas de saúde,
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa
com Grau de Dependência II ou III, dentre outros). Para tanto,
deverá ser adotada a seguinte relação:
a) 1 cuidador para cada 8 usuários, quando houver 1 usuário
com demandas específicas;
b) 1 cuidador para cada 6 usuários, quando houver 2 ou mais
usuários com demandas específicas.

Auxiliar de nível 1 profissional para até 10 usuários, por turno.


cuidador fundamental
A quantidade de cuidador por usuário deverá ser aumentada
e qualificação
quando houver usuários que demandem atenção específica
específica
(com deficiência, com necessidades específicas de saúde,
pessoas soropositivas, idade inferior a um ano, pessoa idosa
com Grau de Dependência II ou III, dentre outros). Para tanto,
deverá ser adotada a seguinte relação:
a) 1 auxiliar de cuidador para cada 8 usuários, quando houver
1 usuário com demandas específicas;
b) 1 auxiliar de cuidador para cada 6 usuários, quando houver
2 ou mais usuários com demandas específicas.

Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor:

Profissional/ Escolaridade Quantidade


função

Assistente social Nível superior 1 profissional para atendimento a, no máximo, 20


usuários acolhidos em até dois equipamentos da alta
complexidade para pequenos grupos.
1 profissional para atendimento a, no máximo, 20
Psicólogo Nível superior
usuários acolhidos em até dois equipamentos da alta
complexidade para pequenos grupos.

2) Família Acolhedora

Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor:

Profissional/ Escolaridade Quantidade


função

Coordenador Nível superior 1 profissional referenciado para até 45 usuários


acolhidos.

195
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Assistente social Nível superior 1 profissional para acompanhamento de até 15 famílias


acolhedoras e atendimento a até 15 famílias de origem
dos usuários atendidos nesta modalidade.

Psicólogo Nível superior 1 profissional para acompanhamento de até 15 famílias


acolhedoras e atendimento a até 15 famílias de origem
dos usuários atendidos nesta modalidade.

3) República

Equipe de Referência para atendimento psicossocial, vinculada ao órgão gestor:

Profissional/ Escolaridade Quantidade


função

Coordenador Nível superior 1 profissional referenciado para até 20 usuários.

Assistente social Nível superior 1 profissional para atendimento a, no máximo, 20


usuários em até dois equipamentos.
1 profissional para atendimento a, no máximo, 20
Psicólogo Nível superior
usuários em até dois equipamentos.

4) Instituições de Longa Permanência para Idosos – ILPI’s.

Equipe de Referência para Atendimento Direto:

Profissional/função Escolaridade

1 Coordenador Nível superior ou médio

1 Assistente social Nível superior

1 Psicólogo Nível superior

1 Profissional para desenvolvimento de atividades socioculturais. Nível superior

Cuidadores Nível médio

Profissional de limpeza Nível fundamental

Profissional de alimentação Nível fundamental

Profissional de lavanderia Nível fundamental

196
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
FUNÇÕES ESSENCIAIS PARA A GESTÃO DO SUAS

Para a adequada gestão do Sistema Único de Assistência Social - SUAS em cada esfera de
governo, é fundamental a garantia de um quadro de referência de profissionais designados
para o exercício das funções essenciais de gestão.

Quadro de Referência das Funções Essenciais da Gestão:

Funções essenciais

Gestão do Sistema Municipal de Assistência Social

Coordenação da Proteção Social Básica

Coordenação da Proteção Social Especial

Gestão Municipal Planejamento e Orçamento

Gerenciamento do Fundo Municipal de Assistência Social

Gerenciamento dos Sistemas de Informação

Monitoramento e Controle da Execução dos Serviços, Programas,


Projetos e Benefícios

Monitoramento e Controle da Rede Socioassistencial

Gestão do Trabalho

Apoio às Instâncias de Deliberação

Funções essenciais

Gestão do Sistema Estadual de Assistência Social

Coordenação da Proteção Social Básica

Coordenação da Proteção Social Especial

Gestão Estadual Planejamento e Orçamento

Gerenciamento do Fundo Estadual de Assistência Social

Gerenciamento dos Sistemas de Informação

Monitoramento e Controle da Execução dos Serviços, Programas,


Projetos e Benefícios

197
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Cooperação Técnica / Assessoria aos Municípios

Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Assistência


Social (Capacitação)

Apoio às Instâncias de Pactuação e Deliberação

Funções essenciais

Gestão do Sistema de Assistência Social do DF

Coordenação da Proteção Social Básica

Coordenação da Proteção Social Especial

Gestão do DF Planejamento e Orçamento

Gerenciamento do Fundo de Assistência Social do DF

Gerenciamento dos Sistemas de Informação

Monitoramento e Controle da Execução dos Serviços, Programas,


Projetos e Benefícios

Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Assistência


Social (Capacitação)

Apoio às Instâncias de Pactuação e Deliberação

Funções essenciais

Gestão do Sistema Único de Assistência Social

Coordenação da Proteção Social Básica

Coordenação da Proteção Social Especial

Gestão Federal Coordenação de Gestão de Rendas e Benefícios

Planejamento e Orçamento

Gerenciamento do Fundo Nacional de Assistência Social

Gestão dos Sistemas de Informação

Monitoramento e Controle da Execução dos Serviços, Programas,


Projetos e Benefícios

198
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Apoio (cooperação/assessoria) à Gestão Descentralizada do SUAS

Gestão do Trabalho e Educação Permanente em Assistência


Social (Capacitação)

Apoio às Instâncias de Pactuação e Deliberação

A composição das equipes de referência dos Estados para apoio a Municípios com presença de
povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, seringueiros, etc.) deve contar com
profissionais com curso superior, em nível de graduação concluído em ciências sociais com
habilitação em antropologia ou graduação concluída em qualquer formação, acompanhada de
especialização, mestrado e/ou doutorado em antropologia.

V – DIRETRIZES PARA A POLÍTICA NACIONAL DE CAPACITAÇÃO

1. A Coordenação e o Financiamento da Política Nacional de Capacitação são de competência


dos Governos Federal, Estadual e do Distrito federal.

2. Os Gestores Municipais deverão liberar os técnicos para participarem da capacitação sem


prejuízo dos recebimentos e com as despesas correspondentes de participação de acordo com
o Plano de Capacitação.

3. Os gestores federal, estaduais e do Distrito Federal devem publicar o conteúdo da capacitação


e os atores que devem ser capacitados, para atender ao disposto na Resolução do CNAS que
dispõe sobre o Programa Universidade para Todos - PROUNI.

4. A capacitação dos trabalhadores da área da Assistência Social deve ser promovida com a
finalidade de produzir e difundir conhecimentos que devem ser direcionados ao desenvolvimento
de habilidades e capacidades técnicas e gerenciais, ao efetivo exercício do controle social e ao
empoderamento dos usuários para o aprimoramento da política pública.

5. A capacitação dos trabalhadores da Assistência Social tem por fundamento a educação


permanente e deve ser feita de forma:

a) sistemática e continuada: por meio da elaboração e implementação de planos anuais de


capacitação;

b) sustentável: com a provisão de recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais


adequados;

c) participativa: com o envolvimento de diversos atores no planejamento, execução,


monitoramento e avaliação dos planos de capacitação, aprovados por seus respectivos
conselhos;

d) nacionalizada: com a definição de conteúdos mínimos, respeitando as diversidades e


especificidades;

e) descentralizada: executada de forma regionalizada, considerando as características


geográficas dessas regiões, Estados e municípios.

199
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
f) avaliada e monitorada: com suporte de um sistema informatizado e com garantia do controle
social.

6. A União, os Estados e o Distrito Federal devem elaborar Planos Anuais de Capacitação,


pactuados nas Comissões Intergestores e deliberados nos respectivos Conselhos de Assistência
Social, tendo por referências:

a) a elaboração de diagnóstico de necessidades comuns de capacitação às diversas áreas de


atuação;

b) o conhecimento do perfil dos trabalhadores e suas competências requeridas, considerando o


padrão da prestação dos serviços desejado, considerando as informações obtidas no CADSUAS;

c) a definição de públicos, conteúdos programáticos, metodologia, carga horária e custos;

d) a inclusão de conteúdos relativos aos serviços, programas, projetos, benefícios e gestão da


assistência social, bem como relativos a financiamento, planos, planejamento estratégico,
monitoramento, avaliação, construção de indicadores e administração pública;

e) a especificidade dos trabalhos desenvolvidos com comunidades remanescentes de


quilombos, povos indígenas e outras;

f) a definição de formas de monitoramento e avaliação dos próprios planos.

7. A capacitação no âmbito do SUAS deve destinar-se a todos os atores da área da Assistência


Social – gestores, trabalhadores, técnicos e administrativos, dos setores governamentais e
nãogovernamentais integrantes da rede socioassistencial, e conselheiros.

8. A capacitação no âmbito do SUAS deve primar pelo investimento em múltiplas formas de


execução, adotando instrumentos criativos e inovadores, metodologias que favoreçam a troca
de experiências e tecnologias diversificadas (exemplo: ensino a distância, vídeos e
teleconferências, elaboração de material didático, cartilhas, entre outros).

9. A capacitação no âmbito do SUAS deve respeitar as diversidades e especificidades regionais


e locais na elaboração dos planos de capacitação, observando, entretanto, uma uniformidade
em termos de conteúdo e da carga horária.

10. A capacitação no âmbito do SUAS deve adequar-se aos diferentes públicos (gestores,
técnicos e conselheiros).

11. A capacitação no âmbito do SUAS deve garantir acessibilidade das pessoas com deficiência
aos projetos de capacitação por meio da adoção de recursos técnicos adequados.

12. A capacitação no âmbito do SUAS deve estimular a criação de escolas de governo e


parcerias com instituições de ensino, organismos governamentais e não-governamentais.

13. A capacitação no âmbito do SUAS deve estabelecer mecanismos de parcerias entre as


instituições de ensino e a gestão do Sistema.

14. A capacitação no âmbito do SUAS deve procurar ampliar a discussão com os Fóruns dos
diferentes segmentos das Instituições de Ensino Superior - IES, favorecendo a articulação para
a construção e consolidação da Política Nacional de Capacitação.

15. A capacitação no âmbito do SUAS deve incentivar a produção e publicação de pesquisas


acerca dos resultados das capacitações realizadas, visando a criar uma fonte de consultas e dar
visibilidade às capacitações.

200
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
16. A capacitação no âmbito do SUAS deve incentivar a produção e publicação pelos
trabalhadores da Assistência Social de artigos e monografias sobre a Política de Assistência
Social.

VI – DIRETRIZES NACIONAIS PARA OS PLANOS DE CARREIRA, CARGOS E SALÁRIOS -


PCCS

Os Planos de Carreira, Cargos e Salários - PCCS deverão ser instituídos em cada esfera de
governo para os trabalhadores do SUAS, da administração direta e indireta, baseados nos
seguintes princípios definidos nacionalmente.

PRINCÍPIOS

1. Universalidade dos PCCS: Os Planos de Carreira, Cargos e Salários abrangem todos os


trabalhadores que participam dos processos de trabalho do SUAS, desenvolvidos pelos órgãos
gestores e executores dos serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais da
Administração Pública Direta e Indireta, das três esferas de governo na área da Assistência
Social.

2. Equivalência dos cargos ou empregos: Para efeito da elaboração dos PCCS, na área da
Assistência Social, as categorias profissionais devem ser consideradas, para classificação, em
grupos de cargos ou carreira única (multiprofissional), na observância da formação, da
qualificação profissional e da complexidade exigidas para o desenvolvimento das atividades que,
por sua vez, desdobram-se em classes, com equiparação salarial proporcional à carga horária e
ao nível de escolaridade, considerando-se a rotina e a complexidade das tarefas, o nível de
conhecimento e experiências exigidos, a responsabilidade pela tomada de decisões e suas
conseqüências e o grau de supervisão prestada ou recebida.

3. Concurso público como forma de acesso à carreira: O acesso à carreira estará


condicionado à aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.

4. Mobilidade do Trabalhador: Deve ser assegurada a mobilidade dos trabalhadores do SUAS


na carreira, entendida como garantia de trânsito do trabalhador do SUAS pelas diversas esferas
de governo, sem perda de direitos ou da possibilidade de desenvolvimento e ascensão funcional
na carreira.

5. Adequação Funcional: Os PCCS adequar-se-ão periodicamente às necessidades, à


dinâmica e ao funcionamento do SUAS.

6. Gestão partilhada das carreiras: entendida como garantia da participação dos


trabalhadores, através de mecanismos legitimamente constituídos, na formulação e gestão dos
seus respectivos plano de carreiras.

7. PCCS como instrumento de gestão: entendendo-se por isto que os PCCS deverão
constituirse num instrumento gerencial de política de pessoal integrado ao planejamento e ao
desenvolvimento organizacional.

8. Educação Permanente: significa o atendimento às necessidades de formação e qualificação


sistemática e continuada dos trabalhadores do SUAS.

201
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
9. Compromisso solidário: compreendendo isto que os PCCS são acordos entre gestores e
representantes dos trabalhadores em prol da qualidade dos serviços, do profissionalismo e da
garantia pelos empregadores das condições necessárias à realização dos serviços, programas,
projetos e benefícios da assistência social.

DIRETRIZES

1. Os Planos de Carreira, Cargos e Salários abrangem todos os trabalhadores que participam


dos processos de trabalho do SUAS, desenvolvidos pelos órgãos gestores e executores dos
serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais da Administração Pública Direta e
Indireta, das três esferas de governo na área da Assistência Social.

2. Os PCCS devem ser únicos, com isonomia em cada uma das esferas de governo, garantindo
mecanismos regionais e locais negociados, visando à fixação de profissionais em função da
garantia de acesso e eqüidade na oferta de serviços à população.

3. Deverão ser criadas as Programações Pactuadas Integradas - PPI sobre a gestão do trabalho
(incluindo os trabalhadores da gestão e da execução dos serviços socioassistenciais),
especialmente quanto à pactuação entre os gestores de pisos salariais regionais e fatores de
diferenciação inter-regionais.

4. Quando da elaboração dos PCCS, a evolução do servidor na carreira deverá ser definida
considerando-se a formação profissional, a capacitação, a titulação e a avaliação de
desempenho, com indicadores e critérios objetivos (quantitativos e qualitativos), negociados
entre os trabalhadores e os gestores da Assistência Social.

5. Deve ser estimulada e incentivada a aplicação destes princípios e diretrizes aos trabalhadores
da Assistência Social contratados pelas entidades e organizações de Assistência Social,
conveniados pelo SUAS, de modo a garantir a isonomia entre os trabalhadores públicos e
privados do SUAS.

6. Os PCCS devem estimular o constante aperfeiçoamento, a qualificação e a formação


profissional, no sentido de melhorar a qualidade dos serviços socioassistenciais e permitir a
evolução ininterrupta dos trabalhadores do SUAS na carreira. Devem ser definidos parâmetros
e/ou períodos para que os trabalhadores tenham direitos e deveres quanto às possibilidades de
afastamento temporário do trabalho para realizarem a qualificação profissional dentro ou fora do
País.

7. Os PCCS incluirão mecanismos legítimos de estímulo, propiciando vantagens financeiras,


entre outras, aos trabalhadores com dedicação em tempo integral ou dedicação exclusiva para
a realização do seu trabalho, na área de abrangência do plano.

8. Para o exercício das funções de direção, chefia e assessoramento, os cargos de livre


provimento devem ser previstos e preenchidos considerando-se as atribuições do cargo e o perfil
do profissional.

9. Os cargos e funções responsáveis pelos serviços, programas, projetos e benefícios


socioassistenciais, bem como responsáveis pelas unidades públicas prestadoras dos serviços
socioassistenciais, devem ser preenchidos por trabalhadores de carreira do SUAS, independente
da esfera de governo (nacional, estadual, do Distrito Federal e municipal) a que estejam
vinculados.

202
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

VII – DIRETRIZES PARA AS ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

1. valorizar seus trabalhadores de modo a ofertar serviços com caráter público e de qualidade
conforme realidade do município;

2. elaborar e executar plano de capacitação em consonância com as diretrizes da Política


Nacional de Capacitação;

3. viabilizar a participação de seus trabalhadores em atividades e eventos de capacitação e


formação no âmbito municipal, estadual, distrital e federal na área de assistência social;

4. buscar, em parceria com o poder público, o tratamento salarial isonômico entre os


trabalhadores da rede pública e da rede prestadora de serviços socioassistenciais;

5. manter atualizadas as informações sobre seus trabalhadores, disponibilizando-as aos


gestores para a alimentação do Cadastro Nacional de Trabalhadores do SUAS.

VIII - DIRETRIZES PARA O CO-FINANCIAMENTO DA GESTÃO DO TRABALHO

1. A Assistência Social oferta seus serviços, programas, projetos e benefícios com o


conhecimento e compromisso ético e político de profissionais que operam técnicas e
procedimentos, com vistas a mediar o acesso dos usuários aos direitos e à mobilização social.

2. Universalizar uma política cujos serviços socioassistenciais devem ser operados por
trabalhadores da assistência social que exigem investimentos para seu desenvolvimento requer
estratégias específicas para as três esferas de governo.

3. Garantir, por meio de instrumentos legais, que os recursos transferidos pelo governo federal
para os municípios para o co-financiamento dos serviços, programas, projetos e gestão dos
benefícios permitam o pagamento da remuneração dos trabalhadores e/ou servidores públicos
concursados da Assistência Social, definidos como equipe de referência nesta NOB. O estudo
de custo dos serviços prestados pelas equipes de referência deve incluir a definição do
percentual a ser gasto com pessoal concursado, sendo deliberado pelos conselhos.

4. O valor transferido pela União para pagamento de pessoal deverá ser referência para
determinar um percentual a ser assumido por Estados e Municípios em forma de
cofinanciamento.

5. Revisão das diretrizes e legislação do fundo de assistência social para que possa financiar o
pagamento de pessoal, conforme proposta de Projeto de Emenda Constitucional - PEC.

6. Prever recursos financeiros para a realização de estudos e pesquisas que demonstrem


objetivamente a realidade dos territórios que serão abrangidos com a política institucional de
assistência social.

7. Prever, em cada esfera de governo, recursos próprios nos orçamentos, especialmente para a
realização de concursos públicos e para o desenvolvimento, qualificação e capacitação dos
trabalhadores.

8. Assegurar uma rubrica específica na Lei Orçamentária, com a designação de Gestão do


Trabalho, com recursos destinados especificamente para a garantia das condições de trabalho

203
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e para a remuneração apenas de trabalhadores concursados nos âmbitos federal, estadual,
distrital e municipal.

IX – RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO GESTOR FEDERAL, DOS GESTORES


ESTADUAIS, DO GESTOR DO DISTRITO FEDERAL E DOS GESTORES MUNICIPAIS PARA
A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO DO SUAS

IX. 1. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO GESTOR FEDERAL

1. Dotar a gestão de uma institucionalidade responsável, do ponto de vista operacional,


administrativo e técnico-político, criando os meios para efetivar a política de assistência social.
Destinar recursos financeiros para a área, compor os quadros do trabalho específicos e
qualificados por meio da realização de concursos públicos.

2. Criar diretriz relativa ao acompanhamento, em nível nacional, da implantação da


NOBRH/SUAS.

3. Designar, em sua estrutura administrativa, setor responsável pela gestão do trabalho no


SUAS.

4. Elaborar um diagnóstico da situação de gestão do trabalho existente em sua área de atuação,


incluindo os seguintes aspectos:

a) quantidade de trabalhadores, por cargo, da administração direta e indireta, os cedidos de


outras esferas de gestão e os terceirizados;

b) local de lotação;

c) distribuição por serviços, por base territorial, comparando-os com o tamanho da população
usuária, por nível de proteção social (básica e especial de média e alta complexidade);

d) categorias profissionais e especialidades;

e) vencimentos ou salários pagos por categoria profissional ou por grupos ocupacionais,


vantagens e benefícios;

f) qualificação/formação;

g) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva do CNAS;

h) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva da CIT;

i) número de profissionais que compõem equipe de monitoramento e avaliação;

j) número de profissionais que compõem a gestão do FNAS;

k) número de profissionais que compõem a equipe responsável pela capacitação;

l) número de profissionais que compõem a equipe de assessoramento aos Estados;

m) número de profissionais que compõem a equipe de monitoramento e avaliação do BPC;

n) número de profissionais que compõem a equipe dos sistemas de informação e


monitoramento;

204
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
o) outros aspectos de interesse.

5. Organizar e disponiblizar aos municípios, Estados e Distrito Federal um sistema informatizado


sobre os trabalhadores do SUAS, configurando o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do
SUAS, de modo a viabilizar o diagnóstico da situação do trabalho e sua gestão existente na
assistência social, com atualização periódica, como um módulo do sistema de informação
cadastral – CADSUAS, aplicativo da REDESUAS.

6. Elaborar quadro de necessidades de trabalhadores para a manutenção dos serviços,


programas, projetos e benefícios do SUAS.

7. Estabelecer plano de ingresso de trabalhadores e a substituição dos profissionais


terceirizados.

8. Planejar o ingresso de pessoal, com a previsão de quantitativos anuais de vagas a serem


preenchidas por meio de concurso público.

9. Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e


permanente.

10. Implementar normas e protocolos específicos, para garantir a qualidade de vida e segurança
aos trabalhadores do SUAS na prestação dos serviços socioassistenciais.

11. Fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras, estimulando a


manutenção dos servidores no serviço público e valorizando a progressão nas carreiras.

12. Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e


progressão na carreira do trabalhador no PCCS.

13. Fortalecer, por meio de criação ou reorganização, as atuais carreiras, direcionando-as para
a formulação, controle, monitoramento e avaliação da Política Pública de Assistência Social.

14. Nomear comissão paritária entre governo e representantes dos trabalhadores para a
discussão e elaboração do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários, no seu âmbito de
governo.

15. Instituir uma Mesa de Negociações com composição paritária entre gestores, prestadores de
serviço, trabalhadores da área da assistência do setor público e do setor privado.

16. Encaminhar projeto de lei de criação do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários ao
Poder Legislativo.

17. Regulamentar, em articulação com o Ministério da Educação e com outros órgãos, sob a
interveniência do CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social, o que é “assistência social
em programas não decorrentes de obrigações curriculares”, conforme estabelecido nos artigos
10 e 11 da Lei Federal nº 11.096/05, que institui o Programa Universidade para Todos - PROUNI,
possibilitando que as instituições de ensino superior e beneficentes de assistência social possam
promover ações de formação do trabalho do SUAS, incluindo estas para fins de mensuração do
percentual de 20% de gratuidade exigido nas normas legais e suas atualizações.

18. Formular, coordenar, co-financiar e executar, em conjunto com a esfera estadual e distrital,
a Política Nacional de Capacitação com objetivo de contribuir para a melhoria da eficiência,
eficácia e efetividade dos serviços, programas, projetos e benefícios, observando as

205
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
peculiaridades locais, os perfis profissionais, a territorialidade e o nível de escolaridade dos
trabalhadores, com base nos princípios desta NOB-RH/SUAS.

19. Destinar a capacitação a todos os atores da área da Assistência Social – gestores,


trabalhadores, técnicos e administrativos, dos setores governamentais e não-governamentais
integrantes da rede socioassistencial, e conselheiros.

20. Implementar a capacitação, com base nos fundamentos da educação permanente para os
trabalhadores de todos os níveis de escolaridade.

21. Definir normas, padrões e rotinas para a liberação do trabalhador para participar de eventos
de capacitação e aperfeiçoamento profissional.

22. Definir, em parceria com as IES, órgãos de formação profissional e entidades estudantis, a
Política de Estágio Curricular obrigatório no SUAS e sua supervisão.

23. Buscar cooperação técnica e financeira junto às instituições e organismos nacionais e


internacionais, visando à captação de recursos que viabilizem a implementação de processos de
formação dos trabalhadores dos serviços públicos da Assistência Social.

24. Promover a articulação entre as instituições de ensino e as de fiscalização do exercício


profissional dos trabalhadores da Assistência Social.

25. Garantir, em seu âmbito, o co-financiamento para a implementação da gestão do trabalho


para o SUAS, sob a responsabilidade das três esferas de governo, especialmente para a
implementação de PCCS e para a capacitação dos trabalhadores, necessários à implementação
da Política de Assistência Social.

26. Estabelecer critérios de repasse de recursos fundo-a-fundo, como forma de incentivo aos
Estados, Distrito Federal e municípios que cumprirem esta NOB-RH/SUAS em seus diversos
aspectos.

27. Estabelecer de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite - CIT, requisitos,


responsabilidades e incentivos referentes ao cumprimento da NOB-RH/SUAS por parte dos
gestores.

IX.2. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DOS GESTORES ESTADUAIS:

1. Dotar a gestão de uma institucionalidade responsável, do ponto de vista operacional,


administrativo e técnico-político, criando os meios para efetivar a política de assistência social.
Destinar recursos financeiros para a área, compor os quadros do trabalho específicos e
qualificados por meio da realização de concursos públicos.

2. Criar diretriz relativa ao acompanhamento, em nível estadual, da implantação da


NOBRH/SUAS.

3. Prestar apoio técnico e assessoramento aos municípios não habilitados para que estes se
habilitem no nível de gestão do SUAS para cumprimento da NOB/SUAS e da NOBRH/SUAS.

4. Instituir, em sua estrutura administrativa, setor responsável pela gestão do trabalho no SUAS.

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
5. Elaborar um diagnóstico da situação de gestão do trabalho existente em sua área de atuação,
incluindo os seguintes aspectos:

a) quantidade de trabalhadores, por cargo, da administração direta e indireta, os cedidos de


outras esferas de gestão e os terceirizados;

b) local de lotação;

c) distribuição por serviços, por base territorial, comparando-os com o tamanho da população
usuária, por nível de proteção social (básica e especial de média e alta complexidade);

d) categorias profissionais e especialidades;

e) vencimentos ou salários pagos por categoria profissional ou por grupos ocupacionais,


vantagens e benefícios;

f) qualificação/formação;

g) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva do CEAS;

h) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva da CIB;

i) número de profissionais que compõem equipe de monitoramento e avaliação;

j) número de profissionais que compõem a gestão do FEAS;

k) número de profissionais que compõem a equipe responsável pela capacitação;

l) número de profissionais que compõem a equipe de assessoramento aos municípios;

m) número de profissionais que compõem a equipe de monitoramento e avaliação do BPC;

n) número de profissionais que compõem a equipe do sistema de informação e monitoramento;

o) outros aspectos de interesse.

6. Contribuir com a esfera federal na definição e organização do Cadastro Nacional dos


Trabalhadores do SUAS.

7. Manter e alimentar o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do SUAS, de modo a viabilizar o


diagnóstico, planejamento e avaliação das condições da área de gestão do trabalho para a
realização dos serviços socioassistenciais, bem como seu controle social.

8. Elaborar quadro de necessidades de trabalhadores para serviços, programas, projetos e


benefícios do SUAS.

9. Estabelecer plano de ingresso de trabalhadores e a substituição dos profissionais


terceirizados.

10. Planejar o ingresso de pessoal, com a previsão de quantitativos anuais de vagas a serem
preenchidas por meio de concurso público.

207
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
11. Realizar concurso público para contratar e manter o quadro de pessoal necessário à
execução da gestão dos serviços socioassistenciais, observadas as normas legais vigentes.

12. Contratar e manter o quadro de pessoal necessário à execução da gestão e dos serviços
sócio-assistenciais de média e alta complexidade definidos na NOB/SUAS.

13. Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e
permanente.

14. Implementar normas e protocolos específicos, para garantir a qualidade de vida e segurança
aos trabalhadores do SUAS na prestação dos serviços socioassistenciais.

15. Fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras, estimulando a


manutenção de servidores no serviço público e valorizando a progressão nas carreiras;

16. Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e


progressão na carreira do trabalhador, no PCCS.

17. Fortalecer, por meio da criação ou reorganização, as atuais carreiras, direcionando-as, em


seu âmbito, para a formulação, controle, monitoramento e avaliação da política pública de
assistência social na: a) execução dos serviços de referência regional; b) execução dos serviços
socioassistenciais nos municípios não habilitados; c) assessoramento descentralizado aos
municípios, de seu âmbito, na estruturação do Sistema Municipal de Assistência Social.

18. Garantir nos Estados que possuem Secretarias Regionais o provimento de cargos com
profissionais da área da Assistência Social.

19. Nomear comissão paritária entre governo e representantes dos trabalhadores para a
discussão e elaboração do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários, no seu âmbito de
governo.

20. Instituir em seu âmbito uma Mesa de Negociações com composição paritária entre gestores,
prestadores de serviço, trabalhadores da área da assistência do setor público e do setor privado.

21. Manter um sistema permanente de comunicação e negociação com os municípios para tratar
das questões referentes a trabalhadores.

22. Encaminhar projeto de lei de criação do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários ao
Poder Legislativo;

23. Formular, coordenar, co-financiar e executar, em conjunto com a esfera federal, a Política
Nacional de Capacitação, com objetivo de contribuir para a melhoria da eficiência, eficácia e
efetividade dos serviços, programas, projetos e benefícios, observando as peculiaridades locais,
os perfis profissionais, a territorialidade e o nível de escolaridade dos trabalhadores, com base
nos princípios desta NOB-RH/SUAS.

24. Elaborar e implementar junto com os Municípios a Política Estadual de Capacitação para os
trabalhadores, gestores e conselheiros da Assistência Social, com base nos princípios da
educação permanente e diretrizes desta NOB, considerando aspectos das peculiaridades locais,
perfis profissionais e nível de escolaridade;

25. Propiciar e viabilizar a participação das instituições de ensino superior em seu âmbito,
mediante a realização de atividades conjuntas de capacitação, pesquisa e extensão, bem como
de avaliação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, especialmente
nos municípios habilitados em gestão plena do SUAS.

208
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
26. Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização regionalizados nas unidades
de assistência social, que devem ser considerados como núcleos de discussão técnica e de
fomento à qualificação dos trabalhadores do SUAS.

27. Garantir o co-financiamento das ações de capacitação, juntamente com a esfera federal.

28. Acompanhar e participar, em seu âmbito, das atividades de formação e capacitação


promovidas pelo Gestor Federal.

29. Definir e implantar normas, padrões e rotinas para liberação do trabalhador para participar
de eventos de capacitação e aperfeiçoamento profissional em consonância com a Política
Nacional de Capacitação.

30. Instituir, em seu âmbito e em consonância com as diretrizes nacionais das diferentes
formações profissionais e com as leis que regulamentam as profissões, política de estágio
curricular obrigatório no SUAS, com supervisão, em parceria com as instituições de ensino
superior e entidades de representação estudantil, podendo esse estágio contemplar os
municípios em que não haja IES.

31. Garantir, em seu âmbito, o co-financiamento para a implementação da gestão do trabalho


para o SUAS, especialmente para a implementação de PCCS e para a capacitação dos
trabalhadores, necessários à implementação da Política de Assistência Social.

32. Participar da definição dos critérios de repasse de recursos fundo-a-fundo, como forma de
incentivo aos municípios que cumprirem esta NOB-RH/SUAS em seus diversos aspectos.

33. Estabelecer, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Bipartite - CIB, requisitos,


responsabilidades e incentivos referentes ao cumprimento da NOB-RH/SUAS, por parte dos
gestores.

IX.2.1. INCENTIVOS PARA A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO ESTADUAL DO SUAS

Receber recursos para implantação do Programa de Incentivo à Gestão do Trabalho no SUAS


a ser regulado pelo MDS, considerando a diretriz de eqüidade e os indicadores constantes no
item 6 das Regras de Transição.

IX.2.2. REQUISITOS PARA A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO ESTADUAL DO SUAS

a) preencher o CADSUAS;

b) celebrar pacto de aprimoramento da gestão, com previsão de instrumentos próprios de


comprovação de seu cumprimento.

IX.3. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DO GESTOR DO DISTRITO FEDERAL

1. Dotar a gestão de uma institucionalidade responsável, do ponto de vista operacional,


administrativo e técnico-político, criando os meios para efetivar a política de assistência social.

209
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Destinar recursos financeiros para a área, compor os quadros do trabalho específicos e
qualificados por meio da realização de concursos públicos.

2. Criar diretriz relativa ao acompanhamento, em nível distrital, da implantação da


NOBRH/SUAS.

3. Instituir, em sua estrutura administrativa, setor responsável pela gestão do trabalho no SUAS.

4. Elaborar um diagnóstico da situação de gestão do trabalho existente em sua área de atuação,


incluindo os seguintes aspectos:

a) quantidade de trabalhadores, por cargo, da administração direta e indireta, os cedidos de


outras esferas de gestão e os terceirizados;

b) local de lotação;

c) distribuição por serviços, por base territorial, comparando-os com o tamanho da população
usuária, por nível de proteção social (básica e especial de média e alta complexidade);

d) categorias profissionais e especialidades;

e) vencimentos ou salários pagos por categoria profissional ou por grupos ocupacionais,


vantagens e benefícios;

f) qualificação/formação;

g) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva do Conselho de Assistência


Social do Distrito Federal - CAS/DF;

h) número de profissionais que compõem equipe de monitoramento e avaliação;

i) número de profissionais que compõem a gestão do Fundo de Assistência Social do Distrito


Federal - FAS/DF;

j) número de profissionais que compõem a equipe responsável pela capacitação;

k) número de profissionais que compõem a equipe de monitoramento e avaliação do BPC;

l) número de profissionais que compõem a equipe do sistema de informação e monitoramento;

m) outros aspectos de interesse.

5. Contribuir com a esfera federal na definição e organização do Cadastro Nacional dos


Trabalhadores do SUAS.

6. Manter e alimentar o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do SUAS, de modo a viabilizar o


diagnóstico, planejamento e avaliação das condições da área de gestão do trabalho para a
realização dos serviços socioassistenciais, bem como seu controle social.

7. Elaborar quadro de necessidades de trabalhadores para serviços, programas, projetos e


benefícios do SUAS.

8. Estabelecer plano de ingresso de trabalhadores e a substituição dos profissionais


terceirizados.

210
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
9. Planejar o ingresso de pessoal, com a previsão de quantitativos anuais de vagas a serem
preenchidas por meio de concurso público.

10. Realizar concurso público para contratar e manter o quadro de pessoal necessário à
execução da gestão dos serviços socioassistenciais, observadas as normas legais vigentes.

11. Contratar e manter o quadro de pessoal necessário à execução da gestão e dos serviços
sócio-assistenciais de média e alta complexidade definidos na NOB/SUAS.

12. Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e
permanente.

13. Implementar normas e protocolos específicos, para garantir a qualidade de vida e segurança
aos trabalhadores do SUAS na prestação dos serviços socioassistenciais.

14. Fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras, estimulando a


manutenção de servidores no serviço público e valorizando a progressão nas carreiras.

15. Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e


progressão na carreira do trabalhador, no PCCS.

16. Fortalecer, por meio da criação ou reorganização, as atuais carreiras, direcionando-as, em


seu âmbito, para a formulação, controle, monitoramento e avaliação da política pública de
assistência social.

17. Nomear comissão paritária entre governo e representantes dos trabalhadores para a
discussão e elaboração do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários, no seu âmbito de
governo.

18. Instituir em seu âmbito uma Mesa de Negociações com composição paritária entre gestores,
prestadores de serviço, trabalhadores da área da assistência do setor público e do setor privado.

19. Encaminhar projeto de lei de criação do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários ao
Poder Legislativo;

20. Formular, coordenar, co-financiar e executar, em conjunto com a esfera federal, a Política
Nacional de Capacitação, com objetivo de contribuir para a melhoria da eficiência, eficácia e
efetividade dos serviços, programas, projetos e benefícios, observando as peculiaridades locais,
os perfis profissionais, a territorialidade e o nível de escolaridade dos trabalhadores, com base
nos princípios desta NOB-RH/SUAS.

21. Elaborar e implementar a Política de Capacitação do Distrito Federal para os trabalhadores,


gestores e conselheiros da Assistência Social, com base nos princípios da educação permanente
e diretrizes desta NOB, considerando aspectos das peculiaridades locais, perfis profissionais e
nível de escolaridade;

22. Propiciar e viabilizar a participação das instituições de ensino superior em seu âmbito,
mediante a realização de atividades conjuntas de capacitação, pesquisa e extensão, bem como
de avaliação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, especialmente
nos municípios habilitados em gestão plena do SUAS.

211
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
23. Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização nas unidades de assistência
social, que devem ser considerados como núcleos de discussão técnica e de fomento à
qualificação dos trabalhadores do SUAS.

24. Garantir o co-financiamento das ações de capacitação, juntamente com a esfera federal.

25. Acompanhar e participar, em seu âmbito, das atividades de formação e capacitação


promovidas pelo Gestor Federal.

26. Definir e implantar normas, padrões e rotinas para liberação do trabalhador para participar
de eventos de capacitação e aperfeiçoamento profissional em consonância com a Política
Nacional de Capacitação.

27. Instituir, em seu âmbito e em consonância com as diretrizes nacionais das diferentes
formações profissionais e com as leis que regulamentam as profissões, política de estágio
curricular obrigatório no SUAS, com supervisão, em parceria com as instituições de ensino
superior e entidades de representação estudantil, podendo esse estágio contemplar os
municípios em que não haja IES.

28. Garantir, em seu âmbito, o co-financiamento para a implementação da gestão do trabalho


para o SUAS, especialmente para a implementação de PCCS e para a capacitação dos
trabalhadores, necessários à implementação da Política de Assistência Social.

29. Participar da definição dos critérios de repasse de recursos fundo-a-fundo e da definição dos
requisitos, responsabilidades e incentivos referentes ao cumprimento da NOB-RH/SUAS.

IX.3.1. INCENTIVOS PARA A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL


DO SUAS

Receber recursos para implantação do Programa de Incentivo à Gestão do Trabalho no SUAS a


ser regulado pelo MDS, considerando a diretriz de eqüidade e os indicadores constantes no item
6 das Regras de Transição.

IX.3.2. REQUISITOS PARA A GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO DO DISTRITO


FEDERAL DO SUAS

a) preencher o CADSUAS;

b) celebrar pacto de aprimoramento da gestão, com previsão de instrumentos próprios de


comprovação de seu cumprimento.

IX.4. RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES DOS GESTORES MUNICIPAIS

1. Dotar a gestão de uma institucionalidade responsável, do ponto de vista operacional,


administrativo e técnico-político, criando os meios para efetivar a política de assistência social.
Destinar recursos financeiros para a área, compor os quadros do trabalho específicos e
qualificados por meio da realização de concursos públicos.

212
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2. Criar diretriz relativa ao acompanhamento, em nível municipal, da implantação da
NOBRH/SUAS.

3. Contratar e manter o quadro de pessoal necessário à execução da gestão e dos serviços


socioassistenciais.

4. Instituir e designar, em sua estrutura administrativa, setor e equipe responsável pela gestão
do trabalho no SUAS.

5. Elaborar um diagnóstico da situação de gestão do trabalho existente em sua área de atuação,


incluindo os seguintes aspectos:

a) quantidade de trabalhadores, por cargo, da administração direta e indireta, os cedidos de


outras esferas de gestão e os terceirizados;

b) local de lotação;

c) distribuição por serviços, por base territorial, comparando-os com o tamanho da população
usuária, por nível de proteção social (básica e especial de média e alta complexidade);

d) categorias profissionais e especialidades;

e) vencimentos ou salários pagos por categoria profissional ou por grupos ocupacionais,


vantagens e benefícios;

f) qualificação/formação;

g) número de profissionais que compõem a Secretaria Executiva do CMAS;

h) número de profissionais que compõem equipe de monitoramento e avaliação;

i) número de profissionais que compõem a gestão do FMAS;

j) número de profissionais que compõem a equipe responsável pela capacitação;

k) número de profissionais que compõem a equipe de monitoramento e assessoramento à rede


conveniada.

l) número de profissionais que compõem a equipe de monitoramento e avaliação do BPC;

m) número de profissionais que compõem a equipe do sistema de informação e monitoramento;

n) outros aspectos de interesse.

6. Contribuir com a esfera federal, Estados e demais municípios na definição e organização do


Cadastro Nacional dos Trabalhadores do SUAS.

7. Manter e alimentar o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do SUAS, de modo a viabilizar o


diagnóstico, planejamento e avaliação das condições da área de gestão do trabalho para a
realização dos serviços socioassistenciais, bem como seu controle social.

8. Aplicar o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do SUAS, em sua base territorial,


considerando também entidades/organizações de assistência social e os serviços, programas,
projetos e benefícios existentes.

213
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
9. Elaborar quadro de necessidades de trabalhadores para a implementação do respectivo Plano
Municipal de Assistência Social para a manutenção da estrutura gestora do SUAS.

10. Estabelecer plano de ingresso de trabalhadores e a substituição dos profissionais


terceirizados.

11. Realizar concurso público para contratar e manter o quadro de pessoal necessário à
execução da gestão dos serviços socioassistenciais, observadas as normas legais vigentes.

12. Oferecer condições adequadas de trabalho quanto ao espaço físico, material de consumo e
permanente.

13. Implementar normas e protocolos específicos, para garantir a qualidade de vida e segurança
aos trabalhadores do SUAS na prestação dos serviços socioassistenciais.

14. Nomear comissão paritária entre governo e representantes dos trabalhadores para a
discussão e elaboração do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários, no seu âmbito de
governo.

15. Encaminhar projeto de lei de criação do respectivo Plano de Carreira, Cargos e Salários ao
Poder Legislativo.

16. Participar na formulação e execução da Política Nacional de Capacitação preconizada na


competência da União, dos Estados e do Distrito Federal, com objetivo de contribuir para a
melhoria da eficiência, eficácia e efetividade dos serviços, programas, projetos e benefícios,
observando as peculiaridades locais, os perfis profissionais, a territorialidade e o nível de
escolaridade dos trabalhadores, com base nos princípios desta NOB-RH/SUAS.

17. Elaborar e implementar, junto aos dirigentes de órgãos da estrutura gestora municipal do
SUAS e coordenadores dos serviços socioassistenciais, um Plano Municipal de Capacitação
para os trabalhadores, os coordenadores de serviços, os conselheiros municipais, regionais e/ou
locais de assistência social, com base nos fundamentos da educação permanente e nos
princípios e diretrizes constantes nesta Norma, sendo deliberados pelos respectivos conselhos.

18. Acompanhar e participar das atividades de formação e capacitação de gestores,


profissionais, conselheiros e da rede prestadora de serviços promovidas pelos gestores federal
e estaduais.

19. Definir e implantar normas, padrões e rotinas para liberação do trabalhador para participar
de eventos de capacitação e aperfeiçoamento profissional em consonância com a Política
Nacional de Capacitação.

20. Instituir, em seu âmbito e em consonância com as diretrizes nacionais das diferentes
formações profissionais e com as leis que regulamentam as profissões, política de estágio
curricular obrigatório no SUAS, com supervisão, em parceria com as instituições de ensino
superior e entidades de representação estudantil, buscando fundamentalmente o apoio e
cooperação de seu Estado.

21. Garantir, em seu âmbito, o co-financiamento para a implementação da gestão do trabalho


para o SUAS, especialmente para a implementação de PCCS e para a capacitação dos
trabalhadores, necessários à implementação da Política de Assistência Social.

214
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX.4.1. PARA OS MUNICÍPIOS EM GESTÃO BÁSICA.

Além das responsabilidades e atribuições comuns à gestão municipal citadas no item anterior,
os municípios em gestão básica deverão:

1. Planejar o ingresso de pessoal com a previsão de quantitativos anuais de vagas a serem


preenchidas por meio de concurso público.

2. Instituir em seu âmbito uma Mesa de Negociações com composição paritária entre gestores,
prestadores de serviços, trabalhadores da área da assistência do setor público e do setor privado.

3. Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e


progressão na carreira do trabalhador, no PCCS.

4. Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização regionalizados nas unidades


de assistência social, que devem ser considerados como núcleos de discussão técnica e de
fomento a qualificação dos trabalhadores no SUAS.

5. Participar da definição dos critérios de repasse de recursos fundo-a-fundo e da definição dos


requisitos, responsabilidades e incentivos referentes ao cumprimento da NOB-RH/SUAS.

IX.4.2. PARA OS MUNICÍPIOS EM GESTÃO PLENA.

Além das responsabilidades e atribuições comuns à gestão municipal citadas no item anterior,
os municípios em gestão plena deverão:

1. Fortalecer mecanismos de desenvolvimento profissional nas carreiras, estimulando a


manutenção de servidores no serviço público e valorizando a progressão nas carreiras.

2. Planejar o ingresso de pessoal com a previsão de quantitativos anuais de vagas a serem


preenchidas por meio de concurso público.

3. Instituir em seu âmbito uma Mesa de Negociações com composição paritária entre gestores,
prestadores de serviços, trabalhadores da área da assistência do setor público e do setor privado.

4. Estabelecer mecanismos para realizar o reenquadramento, reorganização de cargos e


progressão na carreira do trabalhador, no PCCS.

5. Fortalecer, por meio da criação ou reorganização, as atuais carreiras, direcionando-as, em


seu âmbito, para a formulação, controle, monitoramento e avaliação da política pública de
assistência social.

6. Propiciar e viabilizar a participação das instituições de ensino superior, em seu âmbito,


mediante a realização de atividades conjuntas de capacitação, pesquisa e extensão, bem como
de avaliação de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais.

7. Organizar centros de estudos ou outras formas de mobilização regionalizados nas unidades


de assistência social, que devem ser considerados como núcleos de discussão técnica e de
fomento à qualificação dos trabalhadores no SUAS.

8. Participar da definição dos critérios de repasse de recursos fundo-a-fundo e da definição dos


requisitos, responsabilidades e incentivos referentes ao cumprimento da NOB-RH/SUAS.

215
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

IX.4.3. INCENTIVOS PARA MUNICÍPIOS EM GESTÃO BÁSICA E PLENA

Receber recursos para implantação do Programa de Incentivo à Gestão do Trabalho no SUAS,


a ser regulado pelo MDS, considerando a diretriz de eqüidade e os indicadores constantes no
item 6 das Regras de Transição.

IX.4.4. REQUISITOS PARA MUNICÍPIOS EM GESTÃO BÁSICA E PLENA

a) Preencher o CADSUAS;

b) Apresentar Plano para Qualificação (enfrentamento dos principais problemas identificados na


área de gestão do trabalho) e Estruturação (programa/ações como aquisição de bens visando à
melhoria das condições de trabalho), aprovado pelo CMAS e pactuado na CIB.

X - ORGANIZAÇÃO DE CADASTRO NACIONAL DE TRABALHADORES DO SUAS –


MÓDULO CADSUAS

1. Instituir e regular o Cadastro Nacional que configurará a base de dados sobre os trabalhadores
do SUAS como módulo do sistema de informação cadastral do SUAS – CADSUAS, aplicativo da
REDE SUAS.

2. O Cadastro Nacional deverá ser composto pelas informações da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, visando à identificação e qualificação dos profissionais de todos os níveis
de escolaridade que atuam nos serviços, benefícios e gestão da Assistência Social.

3. Esse banco de dados deverá ser atualizado sistematicamente e regido por fluxo determinado
em regulação específica e será utilizado para subsidiar o planejamento, a gerência, a
administração e a avaliação do Sistema, bem como as ações ligadas ao desenvolvimento
profissional dos trabalhadores, a gestão dos trabalhadores e ao controle social.

XI - CONTROLE SOCIAL DA GESTÃO DO TRABALHO NO ÂMBITO DO SUAS

Uma das diretrizes da organização da Assistência Social é a participação da população, por meio
de organizações representativas, na formulação e no controle dos serviços socioassistenciais
em todos os níveis de governo. A participação popular pelo controle social é um das
características do Estado Democrático de Direito, no qual a população, mesmo após a escolha
de seus representantes pelo voto, possui o objetivo de acompanhar, contribuir e fiscalizar a ação
do agente público, visando à maior efetividade dos direitos fundamentais.

1. A implementação das discussões e deliberações das instâncias de controle social do SUAS,


sobre a Gestão do Trabalho, objetivam impactar na qualidade dos serviços socioassistenciais e
do acesso do usuário a esses.

2. A fiscalização do exercício profissional e a regulamentação das condições técnicas e éticas


do trabalho das profissões regulamentadas cabem aos Conselhos Federais e Regionais
respectivos. Essa fiscalização, diferentemente da realizada pelos sindicatos, não se detém nos

216
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
direitos trabalhistas, mas no cumprimento das competências e atribuições privativas dos
profissionais, bem como na garantia das condições necessárias ao exercício profissional pelos
empregadores, sejam eles públicos ou privados.

3. A ampliação do debate com a população sobre Controle Social, garantindo a participação de


todas as entidades representativas.

4. Deverão ser constituídas, no âmbito dos Conselhos de Assistência Social, estaduais, do


Distrito Federal e municipais, comissões paritárias entre governo e sociedade civil para tratar da
gestão do trabalho, visando a acompanhar a implementação das deliberações dos Conselhos
acerca dos trabalhadores no SUAS, na respectiva instância de governo.

5. As representações de trabalhadores e de entidades ou organizações de Assistência Social


conveniadas podem propor uma agenda de discussão e ações ao Plenário dos respectivos
Conselhos de Assistência Social.

6. Deverão ser criados espaços de debate e formulação de propostas, bem como organizados
Seminários Nacionais, Estaduais, Regionais e locais do trabalho para aprofundamento e revisão
da NOB-RH/SUAS, em especial nas Conferências Municipais, Estaduais e Nacional de
Assistência Social.

7. Implementar a gestão colegiada e participativa no SUAS, como forma de democratizar as


relações de trabalho e incorporar o conhecimento obtido pelos trabalhadores, no exercício da
sua profissão e no cotidiano dos serviços.

8. Os Conselhos de Assistência Social deverão acolher, deliberar e encaminhar resultados de


apuração de denúncias dos usuários do SUAS, quanto à baixa resolutividade de serviços, maus-
tratos aos usuários e negligência gerada por atos próprios dos trabalhadores, gestores e
prestadores de serviços socioassistenciais, estimulando a criação de Ouvidorias.

XII – REGRAS DE TRANSIÇÃO

A aprovação desta NOB/RH-SUAS pelo CNAS enseja a adoção de um conjunto de medidas


mediante planejamento estratégico do processo de implementação da mesma. Portanto, faz-se
necessária uma agenda de prioridades entre a Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS
e Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS e a Comissão Intergestores Tripartite - CIT,
contemplando medidas de ordem regulatória, bem como medidas de ordem operacional, as
quais deverão ser articuladas e objetivadas em um conjunto de iniciativas, no âmbito do SUAS,
sendo:

1. Criação de comissão técnica para elaboração de proposta legislativa, no período de 180 dias,
que autorize o pagamento dos trabalhadores do SUAS referido no Eixo VIII, item 3, das
“Diretrizes para o Co-Financiamento da Gestão do Trabalho”.

2. O Governo Federal, em parceria com instituições de ensino, escolas de governo ou similares


e organizações não governamentais elaborará a Política Nacional de Capacitação que dará
diretrizes para o Plano Nacional de Capacitação.

3. Constituição de comissão de elaboração da proposta para instituição dos PCCS do SUAS,


pelo gestor federal, composta de forma paritária, por representantes dos gestores das três
esferas de governo, entidades de trabalhadores, conselhos de categorias profissionais e
representantes da rede socioassistencial complementar, com as seguintes atribuições:

217
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a) Elaboração de diretrizes nacionais, conceitos gerais e fundamentais que nortearão os PCCS
e seu processo de implantação e implementação;

b) Identificação dos profissionais e das carreiras que compõem o SUAS, definindo formação,
perfil e aquisições a serem garantidas aos usuários;

c) Relação e detalhamento dos itens que comporão os PCCS das três esferas de governo, e, no
caso dos municípios, considerar porte e capacidade de gestão dos mesmos;

d) Proposição de regras e prazos para implantação dos PCCS;

e) Proposição e critérios de remuneração, evolução salarial, progressão e promoção funcional;.

f) Elaboração de propostas que viabilizem o financiamento compartilhado entre as três esferas


de governo para implementação dos PCCS, incluindo o estudo do percentual a ser gasto com
pagamento de pessoal a partir da referência do valor transferido pela União, conforme Eixo VIII,
item 3, “Diretrizes para o Co-Financiamento da Gestão do Trabalho”, desta NOB.

4. Instalação de grupo de trabalho com a participação de universidades, órgãos de formação


profissional e de entidades de representação estudantil para redação de proposta de Plano de
Estágio Curricular obrigatório no âmbito do SUAS, no período de 12 meses.

5. Constituição de grupo de trabalho no âmbito da CIT, num período de 180 dias, para realizar
estudos referentes à regulamentação dos serviços por eixo de proteção, aos custos de
serviços/ações e à definição dos elementos de despesa respectivos, a serem adotados como
parâmetros para o estabelecimento do co-financiamento.

6. Os critérios para distribuição de recursos na implantação desta NOB devem ser equânimes,
considerando para maior volume de recursos: menor capacidade fiscal, concentração econômica
menor, mercado de trabalho menos dinâmico, rede instalada e complexidade das ações e
serviços instalados, indicadores de vulnerabilidade e/ou risco social mais elevados e aspectos
relacionados à gestão, como: concurso público, servidores públicos contratados, implantação de
PCCS, progressividade salarial e investimentos em qualificação dos trabalhadores e
procedimentos de desprecarização do trabalho.

XIII – CONCEITOS BÁSICOS

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: é a apuração do desempenho efetivo do trabalhador, levando


em consideração o desempenho individual e da equipe, a análise institucional, as condições de
trabalho que são oferecidas, sua adaptação ao cargo, a oferta de possibilidades de
desenvolvimento e de ascensão na carreira e os vencimentos ou salários que aufere.

EDUCAÇÃO PERMANENTE: constitui-se no processo de permanente aquisição de informações


pelo trabalhador, de todo e qualquer conhecimento, por meio de escolarização formal ou não
formal, de vivências, de experiências laborais e emocionais, no âmbito institucional ou fora dele.
Compreende a formação profissional, a qualificação, a requalificação, a especialização, o
aperfeiçoamento e a atualização. Tem o objetivo de melhorar e ampliar a capacidade laboral do
trabalhador, em função de suas necessidades individuais, da equipe de trabalho e da instituição
em que trabalha, das necessidades dos usuários e da demanda social.

218
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CONTROLE SOCIAL: é a participação efetiva da sociedade organizada (Conferências de


Assistência Social, Conselhos de Assistência Social e Fóruns) na definição, planejamento,
implementação e avaliação da Política Pública. No âmbito do SUAS, o controle social é
fundamental para a sua implementação, devendo ser extensivo à gestão do trabalho.

DESCENTRALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: é a transferência da


gerência, da execução de ações e da prestação de serviços para instâncias de gestão e decisão
mais próximas dos usuários e beneficiários. Segundo o artigo 11 da LOAS, a descentralização
indica que as ações das três esferas de governo devem ser realizadas de forma articulada,
cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e execução dos
programas às esferas estaduais e municipais.

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHADOR PARA O SUAS: para efeitos desta NOB,


entendem-se como “desenvolvimento do trabalhador” as atitudes, circunstâncias, ações e
eventos que assegurem ao trabalhador o crescimento profissional e laboral que possibilite o
pleno desenvolvimento humano, a sua satisfação com o trabalho, o reconhecimento, a
responsabilização com compromissos pelos direitos de cidadania da população e a prestação
de serviços com acolhimento e qualidade à população usuária do Sistema.

EMPREGADORES DO SUAS: são os gestores públicos dos serviços de assistência social e as


entidades e organizações de assistência social que atuam no SUAS.

ENTIDADES E ORGANIZAÇÕES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: são aquelas que prestam, sem


fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei Federal nº
8.742, de 7 de dezembro de 1993, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos,
de acordo com a Resolução CNAS nº 191, de 10 de novembro de 2005.

FAMÍLIA REFERENCIADA: é aquela que vive em áreas caracterizadas como de


vulnerabilidade, definidas a partir de indicadores estabelecidos por órgão federal, pactuados e
deliberados. A unidade de medida “família referenciada” é adotada para atender situações
isoladas e eventuais relativas a famílias que não estejam em agregados territoriais atendidos em
caráter permanente, mas que demandam do ente público proteção social.

FNAS: Fundo Nacional de Assistência Social – é a instância, no âmbito da União Federal, na


qual são alocados os recursos destinados ao financiamento da política de assistência social,
destacados na LOAS como benefícios, serviços, programas e projetos, conforme o artigo 28 da
LOAS, regulado pelo Decreto nº 1.605, de 25 de agosto de 1995.

219
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
GESTÃO DO TRABALHO NO SUAS: para efeitos desta NOB, considera-se Gestão do Trabalho
no SUAS a gestão do processo de trabalho necessário ao funcionamento da organização do
sistema, que abarca novos desenhos organizacionais, educação permanente, desprecarização
do trabalho, avaliação de desempenho, adequação dos perfis profissionais às necessidades do
SUAS, processos de negociação do trabalho, sistemas de informação e planos de carreira, entre
outros aspectos.

LOAS: Lei Orgânica de Assistência Social - Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993.

MUNICÍPIOS EM NÍVEL DE GESTÃO INICIAL: são aqueles que não se habilitaram aos outros
dois níveis de gestão previstos – a básica e plena – e, portanto, devem receber recursos da
União conforme série histórica, transformados em Piso Básico de Transição e Piso de Transição
de Média Complexidade e Piso de Alta Complexidade I, conforme critérios definidos na
NOB/SUAS. Os municípios que se habilitam em gestão inicial configuram-se como aqueles que
cumprem os requisitos anteriores a NOB- SUAS, ou seja, comprovam a criação de conselho,
fundo municipal e a elaboração de plano de assistência social. As responsabilidades nesse nível
de gestão referem-se a quatro atividades: municiar com dados a rede SUAS; inserir as famílias
mais vulneráveis no cadastro único (Lei 10.836/04); preencher o plano de ação no SUASWeb e
apresentar p relatório de gestão. Como se pode perceber, a gestão inicial parte do patamar
estabelecido na Loas, ou seja, das condições mínimas para entrar no sistema descentralizado e
participativo.

MUNICÍPIOS EM NÍVEL DE GESTÃO BÁSICA: são aqueles que assumem a gestão da proteção
básica na Assistência Social, devendo a gestão prevenir situações de risco por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, responsabilizando-se pela oferta de
benefícios, programas, projetos e serviços sócio-assistenciais que fortaleçam vínculos familiares
e comunitários que promovam os beneficiários do Beneficio de Prestação Continuada – BPC e
transferência de renda e que vigiem direitos violados no território. A gestão básica implica
importante avanço no desenho do sistema. Entre as exigências destacam-se a existência de
CRAS (em número e capacidade de acordo com o porte do município), a realização de
diagnóstico de áreas de risco e maior vulnerabilidade social e a manutenção de secretaria
executiva no conselho de assistência social. Essas três condições revelam a importância para o
SUAS de que haja equipamento próprio de referência nos territórios de vulnerabilidade e risco
social, ao mesmo tempo em que se exige da instância de controle social, especificamente do
conselho, suporte técnico mínimo para possibilitar sua atuação.

MUNICÍPIOS EM NÍVEL DE GESTÃO PLENA: são aqueles que possuem a gestão total das
ações da Assistência Social, sejam elas financiadas pelo FNAS, mediante repasse fundo a fundo,
ou que cheguem diretamente aos usuários, ou, ainda, as que sejam provenientes de isenção de
tributos, em razão do Certificado de Entidade Beneficente da Assistência Social. Na gestão plena
ampliam-se os pré-requisitos da gestão inicial e básica, são extremamente importantes a
presença de um sistema municipal de monitoramento e avaliação, a capacidade de atuar na
proteção social especial de alta complexidade, contar com gestor do fundo lotado no órgão
responsável pela assistência social e ter uma política de recursos humanos com carreira para
servidores públicos.

220
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

NOB: é o instrumento normativo que definirá o modo de operacionalizar os preceitos da


legislação que rege o Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

NOB/RH-SUAS: instrumento normativo responsável pela definição de diretrizes e


responsabilidades no âmbito da política do trabalho na área da assistência social. O mesmo está
previsto como Meta 2 na Deliberação da V Conferência Nacional da Assistência Social, a seguir
descrita: “Construir e implementar a política de gestão de pessoas, mediante a elaboração e
aprovação de Norma Operacional Básica específica e criação de plano de carreira, cargos e
salários, com a participação dos trabalhadores sociais e suas entidades de classes
representativas”.

ORGANIZAÇÕES DE TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: são todas as formas de


organização de trabalhadores do setor como: associações de trabalhadores, sindicatos,
federações, confederações, centrais sindicais, conselhos federais de profissões regulamentadas
que organizam, defendem e representam os interesses dos trabalhadores que atuam
institucionalmente na política de assistência social, conforme preconizado na Lei Orgânica de
Assistência Social, na Política Nacional de Assistência Social e no Sistema Único da Assistência
Social. (Resolução CNAS nº 23, de 16 de fevereiro de 2006).

PNAS: Política Nacional de Assistência Social - Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004.

TRABALHADORES: é a expressão utilizada, normalmente, para designar e especificar os


trabalhadores, em relação a outros recursos necessários ao desenvolvimento de uma ação, uma
operação, um projeto, um serviço, etc., tais como os recursos físicos, recursos materiais,
recursos financeiros, dentre outros.

SUAS: Sistema Único de Assistência Social - é um sistema público com comando único,
descentralizado, não-contributivo que organiza e normatiza a Política Nacional de Assistência
Social na perspectiva da universalização dos direitos, regulando em todo o território nacional as
ações sócio-assistenciais.

TRABALHADORES DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: são todos aqueles que atuam


institucionalmente na política de assistência social, conforme preconizado na LOAS, na PNAS e
no SUAS, inclusive quando se tratar de consórcios intermunicipais e entidades e organizações
da assistência social.

VÍNCULO DE TRABALHO DO SERVIDOR PÚBLICO: é aquele baseado na forma estatutária


prevista no artigo 37 da Constituição Federal, com ingresso por concurso público.

221
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Anotações:

222
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 12.101, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2009 - Dispõe sobre a certificação
das entidades beneficentes de assistência social

Dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; regula os


procedimentos de isenção de contribuições para a seguridade social; altera a Lei no 8.742, de 7
de dezembro de 1993; revoga dispositivos das Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429, de
26 de dezembro de 1996, 9.732, de 11 de dezembro de 1998, 10.684, de 30 de maio de 2003,
e da Medida Provisória no 2.187-13, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA cumulativamente, os seguintes


Faço saber que o Congresso Nacional requisitos: (Vide Lei nº 13.650, de 2018)
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
I - seja constituída como pessoa
CAPÍTULO I jurídica nos termos do caput do art. 1o; e

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES II - preveja, em seus atos


constitutivos, em caso de dissolução ou
Art. 1o A certificação das entidades extinção, a destinação do eventual
beneficentes de assistência social e a patrimônio remanescente a entidade sem
isenção de contribuições para a seguridade fins lucrativos congêneres ou a entidades
social serão concedidas às pessoas públicas.
jurídicas de direito privado, sem fins
lucrativos, reconhecidas como entidades Parágrafo único. O período mínimo
beneficentes de assistência social com a de cumprimento dos requisitos de que trata
finalidade de prestação de serviços nas este artigo poderá ser reduzido se a
áreas de assistência social, saúde ou entidade for prestadora de serviços por meio
educação, e que atendam ao disposto nesta de contrato, convênio ou instrumento
Lei. congênere com o Sistema Único de Saúde
(SUS) ou com o Sistema Único de
Parágrafo único. (VETADO) Assistência Social (Suas), em caso de
necessidade local atestada pelo gestor do
Art. 2o As entidades de que trata o art. respectivo sistema. (Redação dada pela
1o deverão obedecer ao princípio da Lei nº 12.868, de 2013)
universalidade do atendimento, sendo
Seção I
vedado dirigir suas atividades
exclusivamente a seus associados ou a
categoria profissional. Da Saúde

CAPÍTULO II Art. 4o Para ser considerada


beneficente e fazer jus à certificação, a
entidade de saúde deverá, nos termos do
DA CERTIFICAÇÃO
regulamento:
Art. 3o A certificação ou sua
I - celebrar contrato, convênio ou
renovação será concedida à entidade
instrumento congênere com o gestor do
beneficente que demonstre, no exercício
SUS; (Redação dada pela Lei nº 12.868, de
fiscal anterior ao do requerimento,
2013) (Vide Lei nº 13.650, de 2018)
observado o período mínimo de 12 (doze)
meses de constituição da entidade, o
II - ofertar a prestação de seus
cumprimento do disposto nas Seções I, II, III
serviços ao SUS no percentual mínimo de
e IV deste Capítulo, de acordo com as
60% (sessenta por cento);
respectivas áreas de atuação, e cumpra,

223
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - comprovar, anualmente, da forma III - as alterações referentes aos
regulamentada pelo Ministério da Saúde, a registros no Cadastro Nacional de
prestação dos serviços de que trata o inciso Estabelecimentos de Saúde - CNES.
II, com base nas internações e nos
atendimentos ambulatoriais Parágrafo único. A entidade deverá
realizados. (Redação dada pela Lei nº manter o Cadastro Nacional de
12.453, de 2011) Estabelecimentos de Saúde - CNES
atualizado, de acordo com a forma e o prazo
§ 1o O atendimento do percentual determinado pelo Ministério da
mínimo de que trata o caput pode ser Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.453, de
individualizado por estabelecimento ou pelo 2011)
conjunto de estabelecimentos de saúde da
pessoa jurídica, desde que não abranja Art. 6o A entidade de saúde que
outra entidade com personalidade jurídica presta serviços exclusivamente na área
própria que seja por ela mantida. ambulatorial deverá observar o disposto nos
incisos I e II do art. 4o, comprovando,
§ 2o Para fins do disposto no § 1o, no anualmente, a prestação dos serviços no
conjunto de estabelecimentos de saúde da percentual mínimo de 60% (sessenta por
pessoa jurídica, poderá ser incorporado cento). (Redação dada pela Lei nº 12.453,
aquele vinculado por força de contrato de de 2011)
gestão, na forma do regulamento.
Art. 6o-A. Para os requerimentos de
§3o Para fins do disposto no inciso III renovação de certificado, caso a entidade de
do caput, a entidade de saúde que aderir a saúde não cumpra o disposto no inciso III do
programas e estratégias prioritárias caput do art. 4o no exercício fiscal anterior
definidas pelo Ministério da Saúde fará jus a ao exercício do requerimento, o Ministério
índice percentual que será adicionado ao da Saúde avaliará o cumprimento do
total de prestação de seus serviços requisito com base na média do total de
ofertados ao SUS, observado o limite prestação de serviços ao SUS de que trata
máximo de 10% (dez por cento), conforme o inciso III do caput do art. 4o pela entidade
estabelecido em ato do Ministro de Estado durante todo o período de certificação em
da Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.868, curso, que deverá ser de, no mínimo, 60%
de 2013) (sessenta por cento). (Incluído pela Lei
nº 12.868, de 2013)
§ 4º Na hipótese de comprovada
prestação de serviços pela entidade de § 1o Para fins do disposto no caput,
saúde, sem a observância do disposto no apenas será admitida a avaliação pelo
inciso I do caput deste artigo, que dê causa Ministério da Saúde caso a entidade tenha
ao indeferimento ou cancelamento da cumprido, no mínimo, 50% (cinquenta por
certificação, o Ministério da Saúde deverá cento) da prestação de seus serviços ao
informar aos órgãos de controle os indícios SUS de que trata o inciso III do caput do art.
da irregularidade praticada pelo gestor do 4o em cada um dos anos do período de
SUS. (Incluído pela Lei nº 13.650, de certificação. (Incluído pela Lei nº 12.868,
2018) de 2013)

Art. 5o A entidade de saúde deverá § 2o A comprovação da prestação


ainda informar, obrigatoriamente, ao dos serviços, conforme regulamento do
Ministério da Saúde, na forma por ele Ministério da Saúde, será feita com base
estabelecida: nas internações, nos atendimentos
ambulatoriais e nas ações prioritárias
I - a totalidade das internações e realizadas. (Incluído pela Lei nº 12.868,
atendimentos ambulatoriais realizados para de 2013)
os pacientes não usuários do SUS;
Art. 7o Quando a disponibilidade de
cobertura assistencial da população pela
II - a totalidade das internações e
rede pública de determinada área for
atendimentos ambulatoriais realizados para
insuficiente, os gestores do SUS deverão
os pacientes usuários do SUS; e
observar, para a contratação de serviços
privados, a preferência de participação das

224
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
entidades beneficentes de saúde e das sem II - 10% (dez por cento), se o
fins lucrativos. percentual de prestação de serviços ao SUS
for igual ou superior a 30% (trinta por cento)
Art. 7o-A. As instituições e inferior a 50% (cinquenta por cento);
reconhecidas nos termos da legislação ou (Redação dada pela Lei nº 12.868, de 2013)
como serviços de atenção em regime
residencial e transitório, incluídas as III - 5% (cinco por cento), se o
comunidades terapêuticas que prestem ao percentual de prestação de serviços ao SUS
SUS serviços de atendimento e for igual ou superior a 50% (cinquenta por
acolhimento, a pessoas com transtornos cento). (Redação dada pela Lei nº 12.868, de
decorrentes do uso, abuso ou dependência 2013)
de substância psicoativa poderão ser
certificadas, desde que: (Incluído pela Parágrafo único. (VETADO)
Lei nº 12.868, de 2013)
§ 2o A receita prevista no caput será
I - sejam qualificadas como entidades a efetivamente recebida da prestação de
de saúde; e (Incluído pela Lei nº 12.868, serviços de saúde. (Incluído pela Lei nº
de 2013) 12.453, de 2011)

II - comprovem a prestação de
Art. 8o-A. Excepcionalmente, será
serviços de que trata o caput. (Incluído
admitida a certificação de entidades que
pela Lei nº 12.868, de 2013)
atuem exclusivamente na promoção da
saúde sem exigência de contraprestação do
§ 1o O cumprimento dos requisitos
usuário pelas ações e serviços de saúde
estabelecidos nos incisos I e II do caput
realizados, nos termos do
deverá observar os critérios definidos pelo
regulamento. (Incluído pela Lei nº
Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº
12.868, de 2013)
12.868, de 2013)
§ 1o A oferta da totalidade de ações
§ 2o A prestação dos serviços
e serviços sem contraprestação do usuário
prevista no caput será pactuada com o
dispensa a observância das exigências
gestor local do SUS por meio de contrato,
previstas no art. 4o. (Incluído pela Lei nº
convênio ou instrumento
12.868, de 2013)
congênere. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
2013)
§ 2o A execução de ações e serviços
de gratuidade em promoção da saúde será
§ 3o O atendimento dos requisitos
previamente pactuada por meio de contrato,
previstos neste artigo dispensa a
convênio ou instrumento congênere com o
observância das exigências previstas no art.
gestor local do SUS. (Incluído pela Lei
4o. (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013)
nº 12.868, de 2013)
Art. 8o Não havendo interesse do
§ 3o Para efeito do disposto no
gestor local do SUS na contratação dos
caput, são consideradas ações e serviços
serviços de saúde ofertados pela entidade
de promoção da saúde as atividades
de saúde ou de contratação abaixo do
voltadas para redução de risco à saúde,
percentual mínimo a que se refere o inciso II
desenvolvidas em áreas
do art. 4o, a entidade deverá comprovar a
como: (Incluído pela Lei nº 12.868, de
aplicação de percentual da sua receita em
2013)
gratuidade na área da saúde, da seguinte
forma: (Redação dada pela Lei nº 12.868,
I - nutrição e alimentação
de 2013)
saudável; (Incluído pela Lei nº 12.868, de
2013)
I - 20% (vinte por cento), quando não
houver interesse de contratação pelo gestor
II - prática corporal ou atividade
local do SUS ou se o percentual de
física; (Incluído pela Lei nº 12.868, de
prestação de serviços ao SUS for inferior a
2013)
30% (trinta por cento); (Redação dada pela Lei
nº 12.868, de 2013)

225
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - prevenção e controle do Art. 9o (VETADO)
tabagismo; (Incluído pela Lei nº 12.868, de
2013) Art. 10. Em hipótese alguma será
admitida como aplicação em gratuidade a
IV - prevenção ao câncer, ao vírus da eventual diferença entre os valores pagos
imunodeficiência humana (HIV), às pelo SUS e os preços praticados pela
hepatites virais, à tuberculose, à entidade ou pelo mercado.
hanseníase, à malária e à
dengue; (Incluído pela Lei nº 12.868, de
Art. 11. A entidade de saúde de
2013)
reconhecida excelência poderá,
alternativamente, para dar cumprimento ao
V - redução da morbimortalidade em
requisito previsto no art. 4o, realizar projetos
decorrência do uso abusivo de álcool e
de apoio ao desenvolvimento institucional
outras drogas; (Incluído pela Lei nº
do SUS, celebrando ajuste com a União, por
12.868, de 2013)
intermédio do Ministério da Saúde, nas
seguintes áreas de atuação:
VI - redução da morbimortalidade por
acidentes de trânsito; (Incluído pela Lei
nº 12.868, de 2013) I - estudos de avaliação e
incorporação de tecnologias;
VII - prevenção da violência;
e (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) II - capacitação de recursos humanos;

VIII - redução da morbimortalidade III - pesquisas de interesse público em


nos diversos ciclos de vida. (Incluído saúde; ou
pela Lei nº 12.868, de 2013)
IV - desenvolvimento de técnicas e
Art. 8o-B. Excepcionalmente, será operação de gestão em serviços de saúde.
admitida a certificação de entidades que
prestam serviços de atenção em regime
residencial e transitório, incluídas as § 1o O Ministério da Saúde definirá os
comunidades terapêuticas, que executem requisitos técnicos essenciais para o
exclusivamente ações de promoção da reconhecimento de excelência referente a
saúde voltadas para pessoas com cada uma das áreas de atuação previstas
transtornos decorrentes do uso, abuso ou neste artigo.
dependência de drogas, desde que
comprovem a aplicação de, no mínimo, 20% § 2o O recurso despendido pela
(vinte por cento) de sua receita bruta em entidade de saúde no projeto de apoio não
ações de gratuidade. (Incluído pela Lei poderá ser inferior ao valor da isenção das
nº 12.868, de 2013) contribuições sociais usufruída.

§ 1o Para fins do cálculo de que trata § 3o O projeto de apoio será aprovado


o caput, as receitas provenientes de pelo Ministério da Saúde, ouvidas as
subvenção pública e as despesas instâncias do SUS, segundo procedimento
decorrentes não devem incorporar a receita definido em ato do Ministro de Estado.
bruta e o percentual aplicado em ações de
gratuidade. (Incluído pela Lei nº 12.868, § 4o As entidades de saúde que
de 2013) venham a se beneficiar da condição prevista
neste artigo poderão complementar as
§ 2o A execução das ações de atividades relativas aos projetos de apoio
gratuidade em promoção da saúde será com a prestação de serviços ambulatoriais e
previamente pactuada com o gestor local do hospitalares ao SUS não remunerados,
SUS, por meio de contrato, convênio ou mediante pacto com o gestor local do SUS,
instrumento congênere. (Incluído pela observadas as seguintes condições:
Lei nº 12.868, de 2013)
I - a complementação não poderá
§ 3o O atendimento dos requisitos
ultrapassar 30% (trinta por cento) do valor
previstos neste artigo dispensa a
usufruído com a isenção das contribuições
observância das exigências previstas no art.
sociais;
4o. (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013)

226
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - a entidade de saúde deverá Educação. (Incluído pela Lei nº 13.530, de
apresentar ao gestor local do SUS plano de 2017)
trabalho com previsão de atendimento e
detalhamento de custos, os quais não Art. 13. Para fins de concessão ou
poderão exceder o valor por ela renovação da certificação, a entidade de
efetivamente despendido; educação que atua nas diferentes etapas e
modalidades da educação básica, regular e
III - a comprovação dos custos a que presencial, deverá: (Redação dada pela Lei nº
se refere o inciso II poderá ser exigida a 12.868, de 2013)
qualquer tempo, mediante apresentação
dos documentos necessários; e I - demonstrar sua adequação às
diretrizes e metas estabelecidas no Plano
Nacional de Educação (PNE), na forma do
IV - as entidades conveniadas
art. 214 da Constituição Federal; (Incluído pela
deverão informar a produção na forma
Lei nº 12.868, de 2013)
estabelecida pelo Ministério da Saúde, com
observação de não geração de créditos.
II - atender a padrões mínimos de
qualidade, aferidos pelos processos de
§ 5o A participação das entidades de avaliação conduzidos pelo Ministério da
saúde ou de educação em projetos de apoio Educação; e (Incluído pela Lei nº 12.868, de
previstos neste artigo não poderá ocorrer 2013)
em prejuízo das atividades beneficentes
prestadas ao SUS. III - conceder anualmente bolsas de
estudo na proporção de 1 (uma) bolsa de
§ 6o O conteúdo e o valor das estudo integral para cada 5 (cinco) alunos
atividades desenvolvidas em cada projeto pagantes. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
de apoio ao desenvolvimento institucional e 2013)
de prestação de serviços ao SUS deverão
ser objeto de relatórios anuais, § 1o Para o cumprimento da
encaminhados ao Ministério da Saúde para proporção descrita no inciso III do caput, a
acompanhamento e fiscalização, sem entidade poderá oferecer bolsas de estudo
prejuízo das atribuições dos órgãos de parciais, observadas as seguintes
fiscalização tributária. condições: (Redação dada pela Lei nº
12.868, de 2013)
Seção II
I - no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo
Da Educação integral para cada 9 (nove) alunos pagantes;
e (Redação dada pela Lei nº 12.868, de
2013)
Art. 12. A certificação ou sua
renovação será concedida à entidade de II - bolsas de estudo parciais de 50%
educação que atenda ao disposto nesta (cinquenta por cento), quando necessário
Seção e na legislação aplicável. para o alcance do número mínimo exigido,
conforme definido em
Parágrafo único. As entidades de regulamento; (Redação dada pela Lei nº
educação certificadas na forma desta Lei 12.868, de 2013)
deverão prestar informações ao Censo da
Educação Básica e ao Censo da Educação III - (revogado); (Redação dada
Superior, conforme definido pelo Ministério pela Lei nº 12.868, de 2013)
da Educação. (Incluído pela Lei nº 12.868,
de 2013) a) (revogada); (Redação dada pela
Lei nº 12.868, de 2013)
Art. 12-A. As bolsas de estudo
concedidas no âmbito do processo de b) (revogada).
certificação de entidades beneficentes de
assistência social de que trata esta Lei § 2o Será facultado à entidade
constituem-se em instrumentos de substituir até 25% (vinte e cinco por cento)
promoção da política pública de acesso à da quantidade das bolsas de estudo
educação do Ministério da definidas no inciso III do caput e no § 1o por
benefícios concedidos a beneficiários cuja

227
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
renda familiar mensal per capita não exceda § 7o As entidades de educação que
o valor de um salário mínimo e meio, tais prestam serviços integralmente gratuitos
como transporte, uniforme, material deverão garantir a observância da
didático, moradia, alimentação e outros proporção de, no mínimo, 1 (um) aluno cuja
benefícios, ações e serviços definidos em renda familiar mensal per capita não
ato do Ministro de Estado da exceda o valor de um salário-mínimo e meio
Educação. (Redação dada pela Lei nº para cada 5 (cinco) alunos
13.043, de 2014) matriculados. (Incluído pela Lei nº
12.868, de 2013)
§ 3o Admite-se o cumprimento do
percentual disposto no § 2o com projetos e Art. 13-A. Para fins de concessão e
atividades para a garantia da educação em de renovação da certificação, as entidades
tempo integral para alunos matriculados na que atuam na educação superior e que
educação básica em escolas públicas, aderiram ao Programa
desde que em articulação com as Universidade para Todos (Prouni), na
respectivas instituições públicas de ensino, forma do caput do art. 11 da Lei no 11.096, de
na forma definida pelo Ministério da 13 de janeiro de 2005, deverão atender às
Educação. (Redação dada pela Lei nº condições previstas nos incisos do caput e
12.868, de 2013) nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 13 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013)
§ 4o Para fins do cumprimento da
proporção de que trata o inciso III do § 1o As entidades que atuam
caput: (Redação dada pela Lei nº 12.868, concomitantemente no nível de educação
de 2013) superior e que tenham aderido ao Prouni e
no de educação básica estão obrigadas a
I - cada bolsa de estudo integral cumprir os requisitos exigidos no art. 13,
concedida a aluno com deficiência, assim para cada nível de educação, inclusive
declarado ao Censo da Educação Básica, quanto à complementação eventual da
equivalerá a 1,2 (um inteiro e dois décimos) gratuidade por meio da concessão de bolsas
do valor da bolsa de estudo integral; de estudo parciais de 50% (cinquenta por
e (Redação dada pela Lei nº 12.868, de cento) e de benefícios, conforme previsto
2013) nos §§ 1o e 2o do art. 13. (Redação dada
pela Lei nº 13.043, de 2014)
II - cada bolsa de estudo integral
concedida a aluno matriculado na educação § 2o Somente serão aceitas no
básica em tempo integral equivalerá a 1,4 âmbito da educação superior bolsas de
(um inteiro e quatro décimos) do valor da estudo vinculadas ao Prouni, salvo as
bolsa de estudo integral; (Redação dada bolsas integrais ou parciais de 50%
pela Lei nº 12.868, de 2013) (cinquenta por cento) para pós-graduação
stricto sensu. (Incluído pela Lei nº
III - (revogado). (Redação dada 12.868, de 2013)
pela Lei nº 12.868, de 2013)
§ 3o Excepcionalmente, serão
§ 5o As equivalências previstas nos aceitas como gratuidade, no âmbito da
incisos I e II do § 4o não poderão ser educação superior, as bolsas de estudo
cumulativas. (Redação dada pela Lei nº integrais ou parciais de 50% (cinquenta por
12.868, de 2013) cento) oferecidas fora do Prouni aos alunos
enquadrados nos arts. 14 e 15, desde que a
§ 6o Considera-se, para fins do entidade tenha cumprido a proporção de
disposto nos §§ 3o e 4o, educação básica em uma bolsa de estudo integral para cada 9
tempo integral a jornada escolar com (nove) alunos pagantes no Prouni e que
duração igual ou superior a 7 (sete) horas tenha ofertado bolsas no âmbito do Prouni
diárias, durante todo o período letivo, e que não tenham sido
compreende tanto o tempo em que o aluno preenchidas. (Incluído pela Lei nº 12.868,
permanece na escola como aquele em que de 2013)
exerce atividades escolares em outros
espaços educacionais, conforme definido § 4o Para os fins do disposto neste
pelo Ministério da Educação. (Redação artigo, somente serão computadas as
dada pela Lei nº 12.868, de 2013) bolsas concedidas em cursos de graduação

228
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ou sequencial de formação específica § 4o A entidade deverá ofertar bolsa
regulares, além das bolsas para pós- integral em todos os cursos de todas as
graduação stricto sensu previstas no § instituições de ensino superior por ela
2o. (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) mantidos. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
2013)
Art. 13-B. Para os fins da concessão
da certificação, as entidades que atuam na § 5o As entidades que atuam
educação superior e que não tenham concomitantemente na educação superior e
aderido ao Prouni na forma do art. 10 da Lei na educação básica são obrigadas a cumprir
nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, os requisitos exigidos no art. 13 e neste
deverão: (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) artigo de maneira segregada, por nível de
educação, inclusive quanto à eventual
I - atender ao disposto nos incisos I e complementação da gratuidade por meio da
II do caput do art. 13; e (Incluído pela Lei nº concessão de bolsas de estudo parciais de
12.868, de 2013) 50% (cinquenta por cento) e de
benefícios. (Redação dada pela Lei nº
II - conceder anualmente bolsas de 13.043, de 2014)
estudo na proporção de 1 (uma) bolsa de
estudo integral para cada 4 (quatro) alunos § 6o Para os fins do disposto neste
pagantes. (Incluído pela Lei nº 12.868, artigo, somente serão computadas as
de 2013) bolsas concedidas em cursos de graduação
ou sequencial de formação específica
§ 1o Para o cumprimento da regulares. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
proporção descrita no inciso II do caput, a 2013)
entidade poderá oferecer bolsas de estudo
parciais, desde que conceda: (Incluído Art. 13-C. Consideram-se alunos
pela Lei nº 12.868, de 2013) pagantes, para fins de aplicação das
proporções previstas nos arts. 13, 13-A e
I - no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo 13-B, o total de alunos que não possuem
integral para cada 9 (nove) alunos pagantes; bolsas de estudo integrais. (Incluído
e (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) pela Lei nº 12.868, de 2013)

II - bolsas de estudo parciais de 50% § 1o Na aplicação das proporções


(cinquenta por cento), quando necessário previstas nos arts. 13-A e 13-B, serão
para o alcance do número mínimo exigido, considerados os alunos pagantes
conforme definido em matriculados em cursos de graduação ou
regulamento. (Incluído pela Lei nº sequencial de formação específica
12.868, de 2013) regulares. (Incluído pela Lei nº 12.868,
de 2013)
§ 2o Será facultado à entidade
substituir até 25% (vinte e cinco por cento) § 2o Não se consideram alunos
da quantidade das bolsas de estudo pagantes os inadimplentes por período
definidas no inciso II do caput e no § 1 o por superior a 90 (noventa) dias, cujas
benefícios concedidos a beneficiários cuja matrículas tenham sido recusadas no
renda familiar mensal per capita não exceda período letivo imediatamente subsequente
o valor de um salário mínimo e meio, tais ao inadimplemento, conforme definido em
como transporte, uniforme, material regulamento. (Incluído pela Lei nº
didático, moradia, alimentação e outros 12.868, de 2013)
benefícios, ações e serviços definidos em
ato do Ministro de Estado da Art. 14. Para os efeitos desta Lei, a
Educação. (Redação dada pela Lei nº bolsa de estudo refere-se às
13.043, de 2014) semestralidades ou anuidades escolares
fixadas na forma da lei, vedada a cobrança
§ 3o Sem prejuízo da proporção de taxa de matrícula e de custeio de material
definida no inciso II do caput, a entidade de didático.
educação deverá ofertar, em cada uma de
suas instituições de ensino superior, no § 1o A bolsa de estudo integral será
mínimo, 1 (uma) bolsa integral para cada 25 concedida a aluno cuja renda familiar
(vinte e cinco) alunos pagantes.

229
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mensal per capita não exceda o valor de 1 Art. 16. É vedado qualquer
1/2 (um e meio) salário mínimo. discriminação ou diferença de tratamento
entre alunos bolsistas e pagantes.
§ 2o A bolsa de estudo parcial será
concedida a aluno cuja renda familiar Art. 17. No ato de concessão ou de
mensal per capita não exceda o valor de 3 renovação da certificação, as entidades de
(três) salários mínimos. educação que não tenham concedido o
número mínimo de bolsas previsto nos arts.
Art. 15. Para fins da certificação a que 13, 13-A e 13-B poderão compensar o
se refere esta Lei, o aluno a ser beneficiado número de bolsas devido nos 3 (três)
será pré-selecionado pelo perfil exercícios subsequentes com acréscimo de
socioeconômico e, cumulativamente, por 20% (vinte por cento) sobre o percentual
outros critérios definidos pelo Ministério da não atingido ou o número de bolsas não
Educação. concedido, mediante a assinatura de Termo
de Ajuste de Gratuidade, nas condições
estabelecidas pelo Ministério da
§ 1o Os alunos beneficiários das
Educação. (Redação dada pela Lei nº
bolsas de estudo de que trata esta Lei, ou
seus pais ou responsáveis, quando for o 12.868, de 2013)
caso, respondem legalmente pela
§ 1o Após a publicação da decisão
veracidade e autenticidade das informações
relativa ao julgamento do requerimento de
por eles prestadas. (Redação dada pela Lei nº
concessão ou de renovação da certificação
13.530, de 2017)
na primeira instância administrativa, as
entidades de educação a que se refere o
§ 2o Compete à entidade de caput disporão do prazo improrrogável de
educação confirmar o atendimento, pelo 30 (trinta) dias para requerer a assinatura do
candidato, ao perfil socioeconômico e aos Termo de Ajuste de Gratuidade. (Redação
demais critérios estabelecidos pelo dada pela Lei nº 12.868, de 2013)
Ministério da Educação. (Redação dada pela
Lei nº 13.530, de 2017) § 2o Na hipótese de descumprimento
do Termo de Ajuste de Gratuidade, a
§ 3o As bolsas de estudo poderão ser certificação da entidade será cancelada
canceladas a qualquer tempo, em caso de relativamente a todo o seu período de
constatação de falsidade da informação validade. (Redação dada pela Lei nº
prestada pelo bolsista ou seu responsável, 12.868, de 2013)
ou de inidoneidade de documento
apresentado, sem prejuízo das demais § 3o O Termo de Ajuste de
sanções cíveis e penais cabíveis. Gratuidade poderá ser celebrado somente
uma vez com a mesma entidade a cada
§ 4o Os estudantes a serem período de 10 (dez) anos, a contar da data
beneficiados pelas bolsas de estudo para os da assinatura do último termo e desde que
cursos de graduação poderão ser pré- este tenha sido devidamente
selecionados pelos resultados do Exame cumprido. (Redação dada pela Lei nº
Nacional do Ensino Médio (Enem). (Incluído 13.043, de 2014)
pela Lei nº 13.530, de 2017)
§ 4o As bolsas de pós-graduação
§ 5o É vedado ao estudante acumular stricto sensu poderão integrar o percentual
bolsas de estudo em entidades de educação de acréscimo de compensação de 20%
certificadas na forma desta Lei. (Incluído (vinte por cento), desde que se refiram a
pela Lei nº 13.530, de 2017) áreas de formação definidas pelo Ministério
da Educação. (Incluído pela Lei nº
12.868, de 2013)
§ 6o O Ministério da Educação
disporá sobre os procedimentos para Seção III
seleção de bolsistas, especialmente quanto
à sua operacionalização por meio de
sistema específico. (Incluído pela Lei nº Da Assistência Social
13.530, de 2017)
Art. 18. A certificação ou sua
renovação será concedida à entidade de

230
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
assistência social que presta serviços ou § 3o Desde que observado o disposto
realiza ações socioassistenciais, de forma no caput e no § 1o deste artigo e no art. 19,
gratuita, continuada e planejada, para os exceto a exigência de gratuidade, as
usuários e para quem deles necessitar, sem entidades referidas no art. 35 da Lei no 10.741,
discriminação, observada a Lei nº 8.742, de 7 de 1o de outubro de 2003, poderão ser
de dezembro de 1993. (Redação dada certificadas, com a condição de que
pela Lei nº 12.868, de 2013) eventual cobrança de participação do idoso
no custeio da entidade se dê nos termos e
§ 1o Consideram-se entidades de limites do § 2o do art. 35 da Lei no 10.741, de 1o
assistência social aquelas que prestam, de outubro de 2003. (Redação dada pela
sem fins lucrativos, atendimento e Lei nº 12.868, de 2013)
assessoramento aos beneficiários
abrangidos pela Lei nº 8.742, de 7 de dezembro § 4o As entidades certificadas como
de 1993, e as que atuam na defesa e garantia de assistência social terão prioridade na
de seus direitos. (Redação dada pela Lei celebração de convênios, contratos ou
nº 12.868, de 2013) instrumentos congêneres com o poder
público para a execução de programas,
§ 2o Observado o disposto no caput projetos e ações de assistência
e no § 1o, também são consideradas social. (Redação dada pela Lei nº 12.868,
entidades de assistência de 2013)
social: (Redação dada pela Lei nº 12.868,
de 2013) Art. 19. Constituem ainda requisitos
para a certificação de uma entidade de
I - as que prestam serviços ou ações assistência social:
socioassistenciais, sem qualquer exigência
de contraprestação dos usuários, com o I - estar inscrita no respectivo
objetivo de habilitação e reabilitação da Conselho Municipal de Assistência Social
pessoa com deficiência e de promoção da ou no Conselho de Assistência Social do
sua inclusão à vida comunitária, no Distrito Federal, conforme o caso, nos
enfrentamento dos limites existentes para termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 7 de
as pessoas com deficiência, de forma dezembro de 1993; e
articulada ou não com ações educacionais
ou de saúde; (Incluído pela Lei nº
II - integrar o cadastro nacional de
12.868, de 2013)
entidades e organizações de assistência
social de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei
II - as de que trata o inciso II do art.
nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
430 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de
1o de maio de 1943, desde que os programas § 1o Quando a entidade de
de aprendizagem de adolescentes, de assistência social atuar em mais de um
jovens ou de pessoas com deficiência sejam Município ou Estado ou em quaisquer
prestados com a finalidade de promover a destes e no Distrito Federal, deverá
integração ao mercado de trabalho, nos inscrever suas atividades no Conselho de
termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de Assistência Social do respectivo Município
1993, observadas as ações protetivas de atuação ou do Distrito Federal, mediante
previstas na Lei no 8.069, de 13 de julho de a apresentação de seu plano ou relatório de
1990; e (Incluído pela Lei nº 12.868, de atividades e do comprovante de inscrição no
2013) Conselho de sua sede ou de onde
desenvolva suas principais atividades.
III - as que realizam serviço de
acolhimento institucional provisório de § 2o Quando não houver Conselho de
pessoas e de seus acompanhantes, que Assistência Social no Município, as
estejam em trânsito e sem condições de entidades de assistência social dever-se-ão
autossustento, durante o tratamento de inscrever nos respectivos Conselhos
doenças graves fora da localidade de Estaduais.
residência, observada a Lei no 8.742, de 7 de
dezembro de 1993. (Incluído pela Lei nº Art. 20. A comprovação do vínculo da
12.868, de 2013) entidade de assistência social à rede
socioassistencial privada no âmbito do

231
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
SUAS é condição suficiente para a § 5o O processo administrativo de
concessão da certificação, no prazo e na certificação deverá, em cada Ministério
forma a serem definidos em regulamento. envolvido, contar com plena publicidade de
sua tramitação, devendo permitir à
Seção IV sociedade o acompanhamento pela internet
de todo o processo.
Da Concessão e do Cancelamento
§ 6o Os Ministérios responsáveis pela
certificação deverão manter, nos
Art. 21. A análise e decisão dos
respectivos sítios na internet, lista
requerimentos de concessão ou de
atualizada com os dados relativos aos
renovação dos certificados das entidades
certificados emitidos, seu período de
beneficentes de assistência social serão
apreciadas no âmbito dos seguintes vigência e sobre as entidades certificadas,
Ministérios: incluindo os serviços prestados por essas
dentro do âmbito certificado e recursos
financeiros a elas destinados.
I - da Saúde, quanto às entidades da
área de saúde;
Art. 22. A entidade que atue em mais
de uma das áreas especificadas no art. 1o
II - da Educação, quanto às entidades deverá requerer a certificação e sua
educacionais; e renovação no Ministério responsável pela
área de atuação preponderante da entidade.
III - do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, quanto às entidades de Parágrafo único. Considera-se área
assistência social. de atuação preponderante aquela definida
como atividade econômica principal no
§ 1o A entidade interessada na Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do
certificação deverá apresentar, juntamente Ministério da Fazenda.
com o requerimento, todos os documentos
necessários à comprovação dos requisitos Art. 23. (VETADO)
de que trata esta Lei, na forma do
regulamento.
Art. 23-A. As entidades de que trata o
inciso I do § 2o do art. 18 serão certificadas
§ 2o A tramitação e a apreciação do exclusivamente pelo Ministério do
requerimento deverão obedecer à ordem Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
cronológica de sua apresentação, salvo em ainda que exerçam suas atividades em
caso de diligência pendente, devidamente articulação com ações educacionais ou de
justificada, ou no caso de entidade ou saúde, dispensadas a manifestação do
instituição sem fins lucrativos e organização Ministério da Saúde e do Ministério da
da sociedade civil que celebrem parceria Educação e a análise do critério da atividade
para executar projeto, atividade ou serviço preponderante previsto no art.
em conformidade com acordo de 22. (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013)
cooperação internacional do qual a
República Federativa do Brasil seja parte. Parágrafo único. Para a certificação
(Redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015) das entidades de que trata o inciso I do § 2o
do art. 18, cabe ao Ministério do
§ 3o O requerimento será apreciado Desenvolvimento Social e Combate à Fome
no prazo a ser estabelecido em verificar, além dos requisitos do art. 19, o
regulamento, observadas as peculiaridades atendimento ao disposto:
do Ministério responsável pela área de
atuação da entidade. I - no parágrafo único do art. 5o, pelas
entidades que exerçam suas atividades em
§ 4o O prazo de validade da articulação com ações de saúde;
certificação será de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013)
conforme critérios definidos em
regulamento. (Redação dada pela Lei nº II - no parágrafo único do art. 12, pelas
12.868, de 2013) entidades que exerçam suas atividades em
articulação com ações

232
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
educacionais. (Incluído pela Lei nº correspondente. (Incluído pela Lei nº
12.868, de 2013) 12.868, de 2013)

Art. 24. Os Ministérios referidos no § 2o Se o lançamento de ofício a que


art. 21 deverão zelar pelo cumprimento das se refere o § 1o for impugnado no tocante
condições que ensejaram a certificação da aos requisitos de certificação, a autoridade
entidade como beneficente de assistência julgadora da impugnação aguardará o
social, cabendo-lhes confirmar que tais julgamento da decisão que julgar o recurso
exigências estão sendo atendidas por de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº
ocasião da apreciação do pedido de 12.868, de 2013)
renovação da certificação.
§ 3o O sobrestamento do julgamento
de que trata o § 2o não impede o trâmite
§ 1o Será considerado tempestivo o
processual de eventual processo
requerimento de renovação da certificação
administrativo fiscal relativo ao mesmo ou
protocolado no decorrer dos 360 (trezentos
outro lançamento de ofício, efetuado por
e sessenta) dias que antecedem o termo
descumprimento aos requisitos de que trata
final de validade do
o art. 29. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
certificado. (Redação dada pela Lei nº
2013)
12.868, de 2013)
§ 4o Se a decisão final for pela
§ 2o A certificação da entidade procedência do recurso, o lançamento
permanecerá válida até a data da decisão fundado nos requisitos de certificação,
sobre o requerimento de renovação efetuado nos termos do § 1o, será objeto de
tempestivamente apresentado. comunicação, pelo ministério certificador, à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, que
§ 3o Os requerimentos protocolados o cancelará de ofício. (Incluído pela Lei
antes de 360 (trezentos e sessenta) dias do nº 12.868, de 2013)
termo final de validade do certificado não
serão conhecidos. (Incluído pela Lei nº Art. 27. Verificado prática de
12.868, de 2013) irregularidade na entidade certificada, são
competentes para representar,
Art. 25. Constatada, a qualquer motivadamente, ao Ministério responsável
tempo, a inobservância de exigência pela sua área de atuação, sem prejuízo das
estabelecida neste Capítulo, será cancelada atribuições do Ministério Público:
a certificação, nos termos de regulamento,
assegurado o contraditório e a ampla I - o gestor municipal ou estadual do
defesa. SUS ou do SUAS, de acordo com a sua
condição de gestão, bem como o gestor da
CAPÍTULO III educação municipal, distrital ou estadual;

DOS RECURSOS E DA II - a Secretaria da Receita Federal do


REPRESENTAÇÃO Brasil;

Art. 26. Da decisão que indeferir o III - os conselhos de


requerimento para concessão ou renovação acompanhamento e controle social
de certificação e da decisão que cancelar a previstos na Lei no 11.494, de 20 de junho de
certificação caberá recurso por parte da 2007, e os Conselhos de Assistência Social
entidade interessada, assegurados o e de Saúde; e
contraditório, a ampla defesa e a
participação da sociedade civil, na forma IV - o Tribunal de Contas da União.
definida em regulamento, no prazo de 30
(trinta) dias, contado da publicação da
Parágrafo único. A representação
decisão.
será dirigida ao Ministério que concedeu a
certificação e conterá a qualificação do
§ 1o O disposto no caput não impede representante, a descrição dos fatos a
o lançamento de ofício do crédito tributário serem apurados e, sempre que possível, a
documentação pertinente e demais

233
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
informações relevantes para o correspondente à sua área de atuação,
esclarecimento do seu objeto. devendo seu valor ser fixado pelo órgão de
deliberação superior da entidade, registrado
Art. 28. Caberá ao Ministério em ata, com comunicação ao Ministério
competente: Público, no caso das
fundações; (Redação dada pela Lei nº
13.151, de 2015)
I - dar ciência da representação à
entidade, que terá o prazo de 30 (trinta) dias
para apresentação de defesa; e II - aplique suas rendas, seus recursos
e eventual superávit integralmente no
território nacional, na manutenção e
II - decidir sobre a representação, no
desenvolvimento de seus objetivos
prazo de 30 (trinta) dias a contar da
institucionais;
apresentação da defesa.

§ 1o Se improcedente a III - apresente certidão negativa ou


certidão positiva com efeito de negativa de
representação de que trata o inciso II, o
débitos relativos aos tributos administrados
processo será arquivado.
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil
e certificado de regularidade do Fundo de
§ 2o Se procedente a representação Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
de que trata o inciso II, após decisão final ou
transcorrido o prazo para interposição de
recurso, a autoridade responsável deverá IV - mantenha escrituração contábil
cancelar a certificação e dar ciência do fato regular que registre as receitas e despesas,
à Secretaria da Receita Federal do Brasil. bem como a aplicação em gratuidade de
forma segregada, em consonância com as
normas emanadas do Conselho Federal de
§ 3o O representante será cientificado Contabilidade;
das decisões de que tratam os §§ 1o e 2o.
V - não distribua resultados,
CAPÍTULO IV dividendos, bonificações, participações ou
parcelas do seu patrimônio, sob qualquer
DA ISENÇÃO forma ou pretexto;

Seção I VI - conserve em boa ordem, pelo


prazo de 10 (dez) anos, contado da data da
Dos Requisitos emissão, os documentos que comprovem a
origem e a aplicação de seus recursos e os
Art. 29. A entidade beneficente relativos a atos ou operações realizados que
certificada na forma do Capítulo II fará jus à impliquem modificação da situação
isenção do pagamento das contribuições de patrimonial;
que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de
24 de julho de 1991, desde que atenda, VII - cumpra as obrigações acessórias
cumulativamente, aos seguintes requisitos: estabelecidas na legislação tributária;

I – não percebam seus diretores, VIII - apresente as demonstrações


conselheiros, sócios, instituidores ou contábeis e financeiras devidamente
benfeitores remuneração, vantagens ou auditadas por auditor independente
benefícios, direta ou indiretamente, por legalmente habilitado nos Conselhos
qualquer forma ou título, em razão das Regionais de Contabilidade quando a
competências, funções ou atividades que receita bruta anual auferida for superior ao
lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos limite fixado pela Lei Complementar no 123, de
constitutivos, exceto no caso de 14 de dezembro de 2006.
associações assistenciais ou fundações,
sem fins lucrativos, cujos dirigentes poderão § 1o A exigência a que se refere o
ser remunerados, desde que atuem inciso I do caput não impede: (Incluído
efetivamente na gestão executiva, pela Lei nº 12.868, de 2013)
respeitados como limites máximos os
valores praticados pelo mercado na região

234
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - a remuneração aos diretores não pela entidade a contar da data da publicação
estatutários que tenham vínculo da concessão de sua certificação, desde
empregatício; (Incluído pela Lei nº que atendido o disposto na Seção I deste
12.868, de 2013) Capítulo.

II - a remuneração aos dirigentes Art. 32. Constatado o


estatutários, desde que recebam descumprimento pela entidade dos
remuneração inferior, em seu valor bruto, a requisitos indicados na Seção I deste
70% (setenta por cento) do limite Capítulo, a fiscalização da Secretaria da
estabelecido para a remuneração de Receita Federal do Brasil lavrará o auto de
servidores do Poder Executivo infração relativo ao período correspondente
federal. (Incluído pela Lei nº 12.868, de e relatará os fatos que demonstram o não
2013) atendimento de tais requisitos para o gozo
da isenção.
§ 2o A remuneração dos dirigentes
estatutários referidos no inciso II do § 1o
§ 1o Considerar-se-á
deverá obedecer às seguintes
automaticamente suspenso o direito à
condições: (Incluído pela Lei nº 12.868,
isenção das contribuições referidas no art.
de 2013)
31 durante o período em que se constatar o
descumprimento de requisito na forma deste
I - nenhum dirigente remunerado
artigo, devendo o lançamento
poderá ser cônjuge ou parente até 3o
correspondente ter como termo inicial a data
(terceiro) grau, inclusive afim, de
da ocorrência da infração que lhe deu
instituidores, sócios, diretores, conselheiros,
causa.
benfeitores ou equivalentes da instituição de
que trata o caput deste artigo;
e (Incluído pela Lei nº 12.868, de 2013) § 2o O disposto neste artigo
obedecerá ao rito do processo
II - o total pago a título de administrativo fiscal vigente.
remuneração para dirigentes, pelo exercício
das atribuições estatutárias, deve ser CAPÍTULO V
inferior a 5 (cinco) vezes o valor
correspondente ao limite individual DISPOSIÇÕES GERAIS E
estabelecido neste TRANSITÓRIAS
parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.868,
de 2013) Art. 33. A entidade que atue em mais
de uma das áreas a que se refere o art. 1o
§ 3o O disposto nos §§ 1o e 2o não deverá, na forma de regulamento, manter
impede a remuneração da pessoa do escrituração contábil segregada por área,
dirigente estatutário ou diretor que, de modo a evidenciar o patrimônio, as
cumulativamente, tenha vínculo estatutário receitas, os custos e as despesas de cada
e empregatício, exceto se houver atividade desempenhada.
incompatibilidade de jornadas de
trabalho. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
2013) Art. 34. Os pedidos de concessão
originária de Certificado de Entidade
Beneficente de Assistência Social que não
Art. 30. A isenção de que trata esta tenham sido objeto de julgamento até a data
Lei não se estende a entidade com de publicação desta Lei serão remetidos, de
personalidade jurídica própria constituída e acordo com a área de atuação da entidade,
mantida pela entidade à qual a isenção foi ao Ministério responsável, que os julgará
concedida. nos termos da legislação em vigor à época
da protocolização do requerimento.
Seção II
§ 1o Caso a entidade requerente atue
Do Reconhecimento e da Suspensão do em mais de uma das áreas abrangidas por
Direito à Isenção esta Lei, o pedido será remetido ao
Ministério responsável pela área de atuação
Art. 31. O direito à isenção das preponderante da entidade.
contribuições sociais poderá ser exercido

235
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Das decisões proferidas nos e 31 de dezembro de 2011 terão prazo de
termos do caput que sejam favoráveis às validade de 5 (cinco) anos. (Incluído
entidades não caberá recurso. pela Lei nº 12.868, de 2013)

§ 3o Das decisões de indeferimento Parágrafo único. As certificações


proferidas com base no caput caberá concedidas ou que vierem a ser concedidas
recurso no prazo de 30 (trinta) dias, dirigido para requerimentos de renovação
ao Ministro de Estado responsável pela área protocolados entre 10 de novembro de 2008
de atuação da entidade. e 31 de dezembro de 2011 terão prazo de
validade de 5 (cinco) anos, no caso de
entidades que atuam exclusivamente na
§ 4o É a entidade obrigada a oferecer
área de assistência social ou se enquadrem
todas as informações necessárias à análise
nos incisos I ou II do § 2o do art. 18 desta Lei
do pedido, nos termos do art. 60 da Lei no
e que, a partir da publicação desta Lei,
9.784, de 29 de janeiro de 1999.
sejam certificadas pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à
Art. 35. Os pedidos de renovação de Fome. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
Certificado de Entidade Beneficente de 2013)
Assistência Social protocolados e ainda não
julgados até a data de publicação desta Lei Art. 38-B. As entidades de educação
serão julgados pelo Ministério da área no previstas no art. 13 que tenham protocolado
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias requerimentos de concessão ou de
a contar da referida data. (Vide Lei nº renovação no período compreendido entre
12.868, de 2013) 30 de novembro de 2009 e 31 de dezembro
de 2010 poderão ser certificadas sem a
§ 1o As representações em curso no exigência de uma bolsa de estudo integral
CNAS, em face da renovação do certificado para cada 9 (nove) alunos pagantes, desde
referida no caput, serão julgadas no prazo que cumpridos os demais requisitos
máximo de 180 (cento e oitenta) dias após a legais. (Incluído pela Lei nº 12.868, de
publicação desta Lei. 2013)

§ 2o Das decisões de indeferimento CAPÍTULO VI


proferidas com base no caput caberá
recurso no prazo de 30 (trinta) dias, com DISPOSIÇÕES FINAIS
efeito suspensivo, dirigido ao Ministro de
Estado responsável pela área de atuação da Art. 39. (VETADO)
entidade.
Art. 40. Os Ministérios da Saúde, da
Art. 36. Constatada a qualquer tempo Educação e do Desenvolvimento Social e
alguma irregularidade, considerar-se-á Combate à Fome informarão à Secretaria da
cancelada a certificação da entidade desde Receita Federal do Brasil, na forma e prazo
a data de lavratura da ocorrência da por esta determinados, os pedidos de
infração, sem prejuízo da exigibilidade do certificação originária e de renovação
crédito tributário e das demais sanções deferidos, bem como os definitivamente
previstas em lei. indeferidos, nos termos da Seção IV do
Capítulo II.
Art. 37. (VETADO)
Parágrafo único. Os Ministérios da
Art. 38. As entidades certificadas até Saúde, da Educação e do Desenvolvimento
o dia imediatamente anterior ao da Social e Combate à Fome procederão ao
publicação desta Lei poderão requerer a recadastramento de todas as entidades sem
renovação do certificado até a data de sua fins lucrativos, beneficentes ou não,
validade. atuantes em suas respectivas áreas em até
180 (cento e oitenta) dias após a data de
Art. 38-A. As certificações concedidas publicação desta Lei, e tornarão os
ou que vierem a ser concedidas com base respectivos cadastros disponíveis para
nesta Lei para requerimentos de renovação consulta pública.
protocolados entre 30 de novembro de 2009

236
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 41. As entidades isentas na forma IV - o art. 1o da Lei no 9.732, de 11 de
desta Lei deverão manter, em local visível dezembro de 1998, na parte que altera o art.
ao público, placa indicativa contendo 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;
informações sobre a sua condição de
beneficente e sobre sua área de atuação, V - o art. 21 da Lei no 10.684, de 30 de
conforme o disposto no art. 1o. maio de 2003;

Parágrafo único. As entidades VI - o art. 3o da Medida Provisória no


referidas no caput deverão dar publicidade 2.187-13, de 24 de agosto de 2001, na parte que
e manter de fácil acesso ao público todos os altera o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
demonstrativos contábeis e financeiros e o 1991; e
relatório de atividades. (Incluído pela
Lei nº 12.868, de 2013)
VII - o art. 5º da Medida Provisória nº
2.187-13, de 24 de agosto de 2001, na parte que
Art. 42. Os incisos III e IV do art. 18
altera os arts. 9º e 18 da Lei nº 8.742, de 7 de
da Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993,
dezembro de 1993.
passam a vigorar com a seguinte redação:
VIII - os §§ 1o e 2o do art. 10 da Lei no
“Art. 18. ................................................
11.096, de 13 de janeiro de 2005; e (Incluído
pela Lei nº 12.868, de 2013)
......................................................................
................. IX - os incisos I e II do caput do art. 11 da
Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. (Incluído
III - acompanhar e fiscalizar o processo de pela Lei nº 12.868, de 2013)
certificação das entidades e organizações
de assistência social no Ministério do Art. 45. Esta Lei entra em vigor na
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; data de sua publicação.

IV - apreciar relatório anual que conterá a Brasília, 27 de novembro 2009;


relação de entidades e organizações de 188o da Independência e 121o da República.
assistência social certificadas como
beneficentes e encaminhá-lo para
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
conhecimento dos Conselhos de
Guido Mantega
Assistência Social dos Estados, Municípios
Fernando Haddad
e do Distrito Federal;
José Gomes Temporão
Patrus Ananias
......................................................................
..........” (NR)
Este texto não substitui o publicado no DOU
de 30.11.2009
Art. 43. Serão objeto de auditoria
operacional os atos dos gestores públicos
previstos no parágrafo único do art. 3o, no
art. 8o e no § 4o do art. 11.

Art. 44. Revogam-se:

I - o art. 55 da Lei no 8.212, de 24 de julho


de 1991;

II - o § 3o do art. 9o e o parágrafo único do


art. 18 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993;

III - o art. 5o da Lei no 9.429, de 26 de


dezembro de 1996, na parte que altera o art.
55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991;

237
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

238
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 8.242, DE 23 DE MAIO DE 2014 - dispõe sobre o
processo de certificação das entidades beneficentes de assistência social e sobre
procedimentos de isenção das contribuições para a seguridade social

Regulamenta a Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, para dispor sobre o processo de


certificação das entidades beneficentes de assistência social e sobre procedimentos de isenção
das contribuições para a seguridade social.

cumulativamente, conforme sua área de


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, atuação, e que apresente os seguintes
no uso das atribuições que lhe confere o art. documentos:
84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na I - comprovante de inscrição no
Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica -
e na Lei no 12.868, de 15 de outubro de CNPJ;
2013,
II - cópia da ata de eleição dos
DECRETA: dirigentes e do instrumento comprobatório
de representação legal, quando for o caso;
Art. 1o A certificação das entidades
beneficentes de assistência social será III - cópia do ato constitutivo
concedida às pessoas jurídicas de direito registrado, que demonstre o cumprimento
privado, sem fins lucrativos, reconhecidas dos requisitos previstos no art. 3º da Lei nº
como entidades beneficentes de assistência 12.101, de 2009;
social com a finalidade de prestação de
serviços nas áreas de assistência social,
IV - relatório de atividades
saúde ou educação e que atendam ao
desempenhadas no exercício fiscal anterior
disposto na Lei no 12.101, de 27 de
ao requerimento, destacando informações
novembro de 2009, e neste Decreto.
sobre o público atendido e os recursos
envolvidos;
Art. 2o Para obter a certificação, as
entidades deverão obedecer ao princípio da
V - balanço patrimonial;
universalidade do atendimento e às
exigências da Lei nº 12.101, de 2009, e
deste Decreto, vedado o direcionamento de VI - demonstração das mutações do
suas atividades exclusivamente a seus patrimônio líquido;
associados ou a categoria profissional.
VII - demonstração dos fluxos de
TÍTULO I caixa; e

DA CERTIFICAÇÃO VIII - demonstração do resultado do


exercício e notas explicativas, com receitas
CAPÍTULO I e despesas segregadas por área de atuação
da entidade, se for o caso.
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1o Será certificada, na forma deste
Decreto, a entidade legalmente constituída e
Seção I em funcionamento regular há, pelo menos,
doze meses, imediatamente anteriores à data
Da Certificação e da Renovação de apresentação do requerimento.

Art. 3o A certificação ou sua § 2o Em caso de necessidade local


renovação será concedida à entidade que atestada pelo gestor do Sistema Único de
demonstre, no exercício fiscal anterior ao do Saúde - SUS ou do Sistema Único de
requerimento, o cumprimento do disposto Assistência Social - SUAS, o período de
nos Capítulos I a IV deste Título, isolada ou cumprimento dos requisitos de que trata este

239
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
artigo poderá ser reduzido se a entidade for necessidade de diligência devidamente
prestadora de serviços por meio de contrato, justificada, na forma do § 2o.
convênio ou instrumento congênere celebrado
com o gestor do sistema. § 2o Para fins de complementação de
documentação, será permitida uma única
§ 3o A entidade certificada deverá diligência por cada Ministério, considerando
atender às exigências previstas nos a área de atuação da entidade, a ser por ela
Capítulos I a IV deste Título, conforme sua atendida no prazo de trinta dias, contado da
área de atuação, durante todo o período de data da notificação e prorrogável uma vez,
validade da certificação, sob pena de por igual período.
cancelamento da certificação a qualquer
tempo. § 3o O não atendimento pela
entidade à diligência para complementação
§ 4o As demonstrações contábeis a da documentação implicará o indeferimento
que se referem os incisos V a VIII do caput do requerimento pelo Ministério certificador.
serão relativas ao exercício fiscal anterior ao
do requerimento da certificação e § 4o Os Ministérios a que se refere o
elaboradas por profissional legalmente caput poderão solicitar esclarecimentos e
habilitado, atendidas as normas do informações aos órgãos públicos e à
Conselho Federal de Contabilidade. entidade interessada, sem prejuízo da
diligência de que trata o § 2o, desde que
§ 5o As entidades de que trata o art. relevantes para a tomada de decisão sobre
1o cuja receita bruta anual for superior ao o requerimento.
limite máximo estabelecido no inciso II do
caput do art. 3o da Lei Complementar no § 5o A decisão sobre o requerimento
123, de 14 de dezembro de 2006, deverão de concessão da certificação ou de sua
submeter sua escrituração a auditoria renovação deverá ser publicada no Diário
independente realizada por instituição Oficial da União e na página do Ministério
credenciada junto ao Conselho Regional de certificador, na internet, sem prejuízo de
Contabilidade. comunicação às entidades, por escrito ou
em meio eletrônico.
§ 6o Na apuração da receita bruta
anual, para fins do § 5o, também serão § 6o Os requerimentos de concessão
computadas as doações e as subvenções da certificação ou de sua renovação
recebidas ao longo do exercício fiscal, em deverão ser apresentados em formulário
todas as atividades realizadas. próprio a ser definido em ato específico de
cada um dos Ministérios referidos no caput.
§ 7o As entidades que prestam
serviços exclusivamente na área de § 7o Os requerimentos de que trata
assistência social e as indicadas no inciso I este artigo serão considerados recebidos a
do § 2º do art. 38 ficam dispensadas da partir da data de seu protocolo, em sistema
apresentação dos documentos referidos nos informatizado próprio com acesso pela
incisos V a VII do caput. internet.

Art. 4o Os requerimentos de § 8o Os Ministérios a que se refere o


concessão da certificação e de sua caput deverão adotar sistemas
renovação deverão ser protocolados junto padronizados de protocolo, contendo, no
aos Ministérios da Saúde, da Educação ou mínimo, os dados sobre o nome da
do Desenvolvimento Social e Combate à entidade, seu número de inscrição no CNPJ,
Fome, conforme a área de atuação os documentos obrigatórios previstos no art.
preponderante da entidade, acompanhados 3o e a especificação dos seus efeitos
dos documentos necessários à sua quando se tratar de requerimento de
instrução, nos termos deste Decreto. renovação, de acordo com o disposto no art.
8o.
§ 1o Os requerimentos deverão ser
analisados, de acordo com a ordem Art. 5o As certificações concedidas a
cronológica de seu protocolo, no prazo de partir da publicação da Lei no 12.868, de 15
até seis meses, salvo em caso de de outubro de 2013, terão prazo de três

240
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
anos, contado da data da publicação da § 1o O disposto no caput aplica-se
decisão de deferimento. aos requerimentos de renovação da
certificação redistribuídos nos termos do art.
§ 1o As certificações que forem 35 da Lei no 12.101, de 2009, assegurado às
renovadas a partir da publicação da Lei nº entidades interessadas o fornecimento de
12.868, de 2013, terão prazo de cinco anos, cópias dos protocolos.
contado da data da publicação da decisão
de deferimento, para as entidades que § 2o O disposto no caput não se
tenham receita bruta anual igual ou inferior aplica aos requerimentos de renovação da
a um milhão de reais. certificação protocolados fora do prazo legal
ou com certificação anterior tornada sem
§ 2o Na apuração da receita bruta efeito por qualquer motivo.
anual:
§ 3o A validade e a tempestividade do
I - serão computadas as doações e as protocolo serão confirmadas pelo
subvenções recebidas ao longo do interessado mediante consulta da
exercício, em todas as atividades tramitação processual do requerimento na
realizadas; e página do Ministério certificador na internet
ou, na impossibilidade, por certidão
expedida pelo Ministério certificador.
II - será considerada a documentação
relativa ao ano-calendário anterior ao do
requerimento da certificação. Art. 9o As informações sobre a
tramitação dos processos administrativos
que envolvam a concessão de certificação,
Art. 6o Para os requerimentos de
sua renovação ou seu cancelamento
renovação da certificação protocolados no
deverão ser disponibilizadas na página do
prazo previsto no § 1o do art. 24 da Lei no
Ministério certificador na internet.
12.101, de 2009, o efeito da decisão
contará:
Seção II
I - do término da validade da
certificação anterior, se a decisão for Da Entidade com Atuação em mais de
favorável; ou uma Área

II - da data de publicação da decisão Art. 10. A entidade que atuar em mais


de indeferimento. de uma das áreas a que se refere o art. 1o
deverá requerer a concessão da certificação
Art. 7o Os requerimentos de ou sua renovação junto ao Ministério
renovação protocolados após o prazo certificador da sua área de atuação
preponderante, sem prejuízo da
previsto no § 1º do art. 24 da Lei nº 12.101,
comprovação dos requisitos exigidos para
de 2009, serão considerados como
as demais áreas.
requerimentos para concessão da
certificação.
§ 1o A atividade econômica principal
Parágrafo único. A entidade não será constante do CNPJ deverá corresponder ao
beneficiada pela isenção do pagamento das principal objeto de atuação da entidade,
contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 verificado nos documentos apresentados
da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, no nos termos do art. 3o, sendo preponderante
período compreendido entre o término da a área na qual a entidade realiza a maior
validade da certificação anterior e a data de parte de suas despesas.
publicação da decisão, favorável ou
desfavorável. § 2o A área de atuação
preponderante da entidade será
Art. 8o O protocolo do requerimento verificada pelo Ministério certificador que
de renovação da certificação será receber o requerimento, na forma indicada
considerado prova da certificação até o no § 1o, antes da análise dos requisitos
julgamento do seu processo pelo Ministério exigidos para sua concessão ou sua
certificador. renovação.

241
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Na hipótese de recebimento de renovação, o Ministério certificador
requerimento por Ministério sem competente na área de atuação
competência pela certificação na área de preponderante da entidade consultará os
atuação preponderante da entidade, este demais Ministérios interessados, que se
será encaminhado ao Ministério certificador manifestarão no prazo de trinta dias,
competente, considerada a data do prorrogável por igual período, sobre o
protocolo inicial para fins de comprovação cumprimento dos requisitos nas suas
de sua tempestividade. respectivas áreas.

§ 4o Os requerimentos das entidades § 3o O requerimento deverá ser


de que trata o inciso I do § 2o do art. 18 da analisado pelos Ministérios certificadores
Lei no 12.101, de 2009, serão analisados interessados e somente será deferido se
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e constatado o cumprimento dos requisitos
Combate à Fome, observados os requisitos previstos na Lei no 12.101, de 2009, e neste
exigidos na referida Lei e neste Decreto, Decreto, para cada uma de suas áreas de
salvo quando atuarem exclusivamente nas atuação.
áreas de saúde ou de educação.
§ 4o As entidades com atuação
Art. 11. O requerimento de preponderante nas áreas de educação ou
concessão da certificação ou de sua de saúde deverão, para fins de
renovação protocolado em mais de um comprovação dos requisitos no âmbito da
Ministério pela mesma entidade será assistência social, demonstrar:
analisado de acordo com a ordem
cronológica do Ministério certificador I - a inscrição das ações assistenciais
competente na área de atuação junto aos Conselhos municipal ou distrital de
preponderante da entidade. assistência social onde desenvolvam suas
ações;
Art. 12. As entidades de que trata
esta Seção deverão manter escrituração II - que as ações e serviços
contábil com registros segregados de modo socioassistenciais atendem aos requisitos
a evidenciar o seu patrimônio, as suas previstos no art. 18 da Lei no 12.101, de
receitas, os custos e despesas de cada área 2009, e neste Decreto; e
de atuação, conforme normas do Conselho
Federal de Contabilidade.
III - que suas ações
socioassistenciais integram o sistema de
Parágrafo único. Os registros de atos cadastro nacional de entidades e
e fatos devem ser segregados por área de organizações de assistência social de que
atuação da entidade e obedecer aos trata o inciso XI do caput do art. 19 da Lei
critérios específicos de cada área, a fim de no 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
possibilitar a comprovação dos requisitos
para sua certificação como entidade
beneficente de assistência social. Seção III

Art. 13. A concessão da certificação Do Recurso contra a Decisão de


ou renovação de entidade com atuação em Indeferimento da Certificação
mais de uma das áreas referidas no art. 1o
dependerá da manifestação dos demais Art. 14. Da decisão que indeferir o
Ministérios certificadores competentes nas requerimento de concessão ou renovação
respectivas áreas de atuação. ou que cancelar a certificação caberá
recurso no prazo de trinta dias, contado da
§ 1o O requerimento de concessão data de sua publicação.
da certificação ou de sua renovação deverá
ser instruído com os documentos previstos § 1o O recurso será dirigido à
neste Decreto para certificação em cada autoridade certificadora que, se não
uma das áreas de atuação da entidade. reconsiderar a decisão no prazo de dez dias,
encaminhará ao Ministro de Estado para
§ 2o Recebido o requerimento de julgamento, no prazo de sessenta dias.
concessão da certificação ou de sua

242
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Na hipótese de interposição de I - será extinto, se o julgamento do
recurso pelas entidades referidas no art. 10, recurso de que trata o caput for favorável à
a autoridade certificadora, sempre que entidade; ou
necessário, consultará os demais
Ministérios competentes pela certificação II - será exigido na forma do Processo
nas áreas de atuação não preponderantes, Administrativo Fiscal, disciplinado pelo
que se manifestarão no prazo de quinze Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972,
dias, interrompendo o prazo de dez dias se o julgamento for desfavorável à entidade.
previsto no § 1o.
Seção IV
§ 3o O recurso poderá abranger
questões de legalidade e mérito. Da Supervisão e do Cancelamento da
Certificação
§ 4o Após o recebimento do recurso
pelo Ministro de Estado, será aberto prazo Art. 15. Compete aos Ministérios da
de quinze dias, que suspenderá o prazo de Saúde, da Educação e do Desenvolvimento
sessenta dias previsto no § 1o, para Social e Combate à Fome supervisionar as
manifestação, por meio eletrônico, da entidades certificadas e zelar pela
sociedade civil, não sendo admitidas manutenção do cumprimento dos requisitos
manifestações encaminhadas sem a necessários à certificação, podendo, a
identificação do autor. qualquer tempo, determinar a apresentação
de documentos, a realização de auditorias
§ 5o O recurso protocolado fora do ou o cumprimento de diligências.
prazo previsto no caput não será admitido.
§ 1o Cada Ministério certificador
§ 6o O disposto no caput não impede regulamentará os procedimentos e os
o lançamento do crédito tributário prazos para a realização da supervisão às
correspondente. entidades.

§ 7o Se o lançamento a que se refere § 2o Sem prejuízo das


o § 6o for impugnado em razão de representações a que se refere o art. 17, o
questionamentos sobre os requisitos de Ministério certificador competente poderá,
certificação, a autoridade julgadora da de ofício, determinar a apuração de indícios
impugnação aguardará o julgamento do de irregularidades no cumprimento da Lei no
recurso de que trata o caput, e o crédito 12.101, de 2009, ou deste Decreto.
tributário permanecerá suspenso nesse
período. Art. 16. A autoridade competente
para a certificação determinará o seu
§ 8o O sobrestamento de que trata o cancelamento, a qualquer tempo, caso
§ 7o não impede o trâmite do respectivo constate o descumprimento dos requisitos
processo administrativo fiscal ou de outro necessários à sua obtenção.
relativo a lançamento efetuado por
descumprimento de requisito de que trata o § 1o A certificação será cancelada a
art. 46. partir da ocorrência do fato que ensejou o
descumprimento dos requisitos necessários
§ 9o O Ministério certificador à sua concessão ou manutenção, após
comunicará o resultado do julgamento do processo iniciado de ofício pela autoridade a
recurso de que trata o caput à Secretaria da que se refere o caput ou por meio de
Receita Federal do Brasil até o quinto dia útil representação, aplicado, em ambas as
do mês subsequente à decisão. hipóteses, o procedimento previsto no art.
17.
§ 10. Na hipótese do § 7o, caso o
lançamento esteja fundamentado em § 2o O Ministério competente pela
descumprimento de requisitos de certificação na área de atuação não
certificação, o crédito tributário por ele preponderante deverá supervisionar as
constituído: entidades em sua área, devendo notificar a
autoridade certificadora sobre o

243
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
descumprimento dos requisitos necessários III - notificar a entidade certificada
à manutenção da certificação, para que para que, no prazo de trinta dias, apresente
promova seu cancelamento, nos termos defesa;
deste artigo.
IV - solicitar, caso a representação
§ 3o A autoridade de que trata o aponte indícios de irregularidades
caput deverá comunicar o cancelamento à referentes às áreas de atuação não
Secretaria da Receita Federal do Brasil, até preponderantes da entidade certificada, que
o quinto dia útil do mês subsequente ao os Ministérios competentes pela certificação
cancelamento da certificação. nessas áreas se manifestem, no prazo de
trinta dias; e
Seção V
V - analisar e decidir sobre a
Da Representação representação, no prazo de trinta dias,
contado:
Art. 17. Verificada a prática de
irregularidade pela entidade certificada, são a) da apresentação de defesa; ou
competentes para representar,
motivadamente, ao Ministério certificador, b) do termo final do prazo de que trata
sem prejuízo das atribuições do Ministério o inciso II sem apresentação de
Público: complementação das informações
solicitadas.
I - o gestor municipal, distrital ou
estadual do SUS ou do SUAS e o gestor da § 3o O Ministério certificador poderá
educação municipal, distrital ou estadual; arquivar a representação no caso de
insuficiência ou de não apresentação das
II - a Secretaria da Receita Federal do informações solicitadas na forma do inciso II
Brasil; do § 2o .

III - os conselhos de § 4o Os processos de requerimento


acompanhamento e controle social de renovação da certificação e de
previstos na Lei no 11.494, de 20 de junho representação, que estejam em tramitação
de 2007, e os Conselhos de Assistência concomitante, deverão ser julgados
Social e de Saúde; e simultaneamente.

IV - o Tribunal de Contas da União. § 5o Da decisão que julgar


procedente a representação, cabe recurso
por parte da entidade certificada ao Ministro
§ 1o A representação será realizada
de Estado do Ministério certificador, no
por meio eletrônico ou físico e deverá conter
prazo de trinta dias, contado de sua
a qualificação do seu autor, a descrição dos
notificação, na forma do art. 14.
fatos a serem apurados e, sempre que
possível, a documentação e as informações
para o esclarecimento do pedido. § 6o Indeferido o recurso ou
decorrido o prazo para sua apresentação
pela entidade certificada, o Ministério
§ 2o Caberá ao Ministério certificador:
certificador cancelará a certificação e dará
ciência do fato à Secretaria da Receita
I - comunicar a formalização de Federal do Brasil, até o quinto dia útil do mês
representação à Secretaria da Receita subsequente à publicação da sua decisão.
Federal do Brasil até o quinto dia útil do mês
subsequente, salvo se esta figurar como § 7o Julgada improcedente a
parte na representação; representação, será dada ciência à
Secretaria da Receita Federal do Brasil, e o
II - solicitar ao autor da processo correspondente será arquivado.
representaçãoque complemente as
informações apresentadas, no prazo de dez § 8o A decisão final sobre o recurso
dias, quando necessário; de que trata o § 5o deverá ser prolatada em

244
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
até noventa dias, contados da data do seu II - declaração fornecida pelo gestor
recebimento pelo Ministro de Estado. do SUS que ateste a ausência de interesse;
e
§ 9o A entidade e o autor da
representação serão comunicados sobre o III - demonstrativo contábil que
resultado do julgamento da representação, comprove a aplicação de percentual em
por ofício da autoridade julgadora, gratuidade, na forma do disposto no art. 8º
acompanhado de cópia da decisão. da Lei nº 12.101, de 2009.

CAPÍTULO II § 2o A entidade de saúde de


reconhecida excelência que optar por
DA CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE realizar projetos de apoio ao
SAÚDE desenvolvimento institucional do SUS, nos
termos do art. 11 da Lei nº 12.101, de 2009,
deverá apresentar os documentos previstos
Art. 18. Compete ao Ministério da
no inciso I do caput, além dos seguintes:
Saúde conceder ou renovar a certificação
das entidades beneficentes de assistência
social da área de saúde que preencherem I - portaria de reconhecimento de
os requisitos previstos na Lei no 12.101, de excelência para apresentação de projetos
2009, e neste Decreto. de apoio ao desenvolvimento institucional
do SUS, editada pelo Ministério da Saúde;
Parágrafo único. Consideram-se
entidades beneficentes de assistência social II - cópia do ajuste ou convênio
na área de saúde aquelas que atuem celebrado com o Ministério da Saúde e dos
diretamente na atenção à saúde. termos aditivos, se houver;

Art. 19. O requerimento de III - demonstrações contábeis e


concessão ou renovação da certificação de financeiras submetidas a parecer conclusivo
entidade que atue na área da saúde deverá de auditor independente, legalmente
ser protocolado junto ao Ministério da habilitado junto ao Conselho Regional de
Saúde, em sistema próprio, acompanhado Contabilidade;
dos seguintes documentos:
IV - resumo da Guia de Recolhimento
I - aqueles previstos no art. 3o; do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
- FGTS e Informações à Previdência Social;
II - cópia da proposta de oferta da
prestação de serviços ao SUS no percentual V - declaração fornecida pelo gestor
mínimo de sessenta por cento, efetuada do SUS atestando os resultados obtidos
pelo responsável legal da entidade ao gestor com a complementação prevista no § 4º do
local do SUS, protocolada junto à Secretaria art. 11 da Lei nº 12.101, de 2009, para as
de Saúde respectiva; e entidades referidas no art. 24; e

III - cópia do contrato, convênio ou VI - certidão, expedida por órgão


instrumento congênere firmado com o competente do Ministério da Saúde, de
gestor do SUS. aprovação dos relatórios finais referentes à
execução dos projetos constantes do termo
§ 1o Caso não haja interesse do de ajuste ou convênio, e seus termos
aditivos, relativos ao exercício fiscal anterior
gestor do SUS na contratação dos serviços
ao do requerimento, conforme regulamento
de saúde ofertados pela entidade ou
vigente do Ministério da Saúde.
havendo contratação abaixo do percentual
mínimo a que se refere o inciso II do caput
do art. 4º da Lei nº 12.101, de 2009, a § 3o O Ministério da Saúde poderá
entidade de saúde instruirá seu exigir a apresentação de outros
requerimento com: documentos.

I - os documentos previstos nos Art. 20. A prestação anual de


incisos I a III do caput, se for o caso; serviços ao SUS no percentual mínimo de

245
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sessenta por cento será comprovada por requerimento, o Ministério da Saúde
meio dos registros das internações avaliará o cumprimento da exigência com
hospitalares e atendimentos ambulatoriais base na média do total de prestação de
verificados nos sistemas de informações do serviços ao SUS pela entidade durante todo
Ministério da Saúde. o período de certificação em curso, que
deverá ser de, no mínimo, sessenta por
§ 1o Os atendimentos ambulatoriais e cento.
as internações hospitalares realizados pela
entidade de saúde serão apurados de § 1o Para fins do disposto no caput,
acordo com os seguintes critérios: apenas será admitida a avaliação da
entidade de saúde pelo Ministério da Saúde
I - produção de internações caso haja o cumprimento, no mínimo, de
hospitalares medida pela razão paciente- cinquenta por cento da prestação de
dia; e serviços de que trata o art. 20 em cada um
dos anos do período de sua certificação.
II - produção de atendimentos
ambulatoriais medida por quantidade de § 2o A comprovação da prestação
atendimentos. dos serviços ao SUS, conforme
regulamento do Ministério da Saúde, será
feita com base nas internações hospitalares,
§ 2o A produção da entidade de
nos atendimentos ambulatoriais e nas ações
saúde que presta serviços exclusivamente
prioritárias realizadas.
na área ambulatorial será verificada apenas
pelo critério estabelecido no inciso II do § 1o.
Art. 24. As entidades de saúde
realizadoras de projetos de apoio ao
Art. 21. A entidade de saúde que
desenvolvimento institucional do SUS que
aderir a programas e estratégias prioritárias
complementarem as atividades relativas aos
definidas pelo Ministério da Saúde fará jus a
índice percentual que será adicionado ao projetos com a prestação de serviços
total da prestação de serviços ofertados ao gratuitos ambulatoriais e hospitalares
deverão comprová-los mediante
SUS, observado o limite máximo de dez por
preenchimento dos sistemas de
cento, conforme estabelecido em ato do
informações do Ministério da Saúde, com
Ministro de Estado da Saúde, para fins de
observação de não geração de créditos.
comprovação da prestação anual de
serviços ao SUS, de acordo com o disposto
no art. 20. Art. 25. O valor dos recursos
despendidos e o conteúdo das atividades
desenvolvidas no âmbito dos projetos de
Art. 22. O atendimento do percentual
apoio ao desenvolvimento institucional do
mínimo de sessenta por cento de prestação
de serviços ao SUS pode ser individualizado SUS ou da prestação de serviços previstos
no art. 24 deverão ser objeto de relatórios
por estabelecimento ou pelo conjunto de
anuais encaminhados ao Ministério da
estabelecimentos de saúde da pessoa
Saúde para acompanhamento e
jurídica, desde que não abranja outra
fiscalização, sem prejuízo das atribuições
entidade com personalidade jurídica própria
dos órgãos de fiscalização tributária.
que seja por ela mantida.

§ 1o Os relatórios previstos no caput


Parágrafo único. Para fins de
deverão ser acompanhados de
cumprimento do percentual previsto no
demonstrações contábeis e financeiras
caput, a entidade de saúde requerente
poderá incorporar, no limite de dez por cento submetidas a parecer conclusivo de
dos seus serviços, aqueles prestados ao auditoria independente, realizada por
instituição credenciada perante o Conselho
SUS em estabelecimento a ela vinculado na
Regional de Contabilidade.
forma do disposto no § 2º do art. 4º da Lei nº
12.101, de 2009.
§ 2o O cálculo do valor da isenção
Art. 23. Para os requerimentos de prevista no § 2º do art. 11 da Lei nº 12.101,
de 2009, será realizado anualmente com
renovação de certificação, caso a entidade
base no exercício fiscal anterior.
de saúde não cumpra a exigência constante
do art. 20 no exercício fiscal anterior ao do

246
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Tratando-se de requerimento de exigência de contraprestação do usuário
concessão, o recurso despendido pela pelas ações e serviços de saúde realizados.
entidade de saúde no projeto de apoio não
poderá ser inferior ao valor das § 1o A oferta da totalidade de ações
contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 e serviços sem contraprestação do usuário
da Lei no 8.212, de 1991, referente ao dispensa a observância das exigências
exercício fiscal anterior ao do requerimento. previstas nos arts. 19 e 20.

§ 4o Caso os recursos despendidos § 2o Para os fins do disposto no


nos projetos de apoio institucional não caput, a execução de ações e serviços de
alcancem o valor da isenção usufruída, na gratuidade em promoção da saúde será
forma do § 2o, a entidade deverá previamente pactuada por meio de contrato,
complementar a diferença até o término do convênio ou instrumento congênere com o
prazo de validade de sua certificação. gestor do SUS.

§ 5o O disposto no § 4o alcança § 3o Para efeito do disposto no


somente as entidades que tenham aplicado, caput, são consideradas ações e serviços
no mínimo, setenta por cento do valor de promoção da saúde as atividades
usufruído anualmente com a isenção nos voltadas para redução de risco à saúde,
projetos de apoio ao desenvolvimento desenvolvidas em áreas como:
institucional do SUS.
I - nutrição e alimentação saudável;
Art. 26. As instituições reconhecidas
nos termos da legislação como prestadoras
II - prática corporal ou atividade física;
de serviços de atenção em regime
residencial e transitório, incluídas as
comunidades terapêuticas que prestem III - prevenção e controle do
serviços ao SUS de atendimento e tabagismo;
acolhimento a pessoas com transtornos
decorrentes do uso, abuso ou dependência IV - prevenção ao câncer, ao vírus da
de substância psicoativa, poderão ser imunodeficiência humana - HIV, às
certificadas desde que: hepatites virais, à tuberculose, à
hanseníase, à malária e à dengue;
I - sejam qualificadas como entidades
de saúde; e V - redução da morbimortalidade em
decorrência do uso abusivo de álcool e
II - comprovem a prestação de outras drogas;
serviços de que trata o caput.
VI - redução da morbimortalidade por
§ 1o O cumprimento dos requisitos acidentes de trânsito;
estabelecidos nos incisos I e II do caput
deverá observar os critérios definidos pelo VII - prevenção da violência; e
Ministério da Saúde.
VIII - redução da morbimortalidade
§ 2o A prestação dos serviços nos diversos ciclos de vida.
previstos no caput será pactuada com o
gestor do SUS por meio de contrato, § 4o A entidade interessada
convênio ou instrumento congênere. encaminhará o requerimento de certificação
e anexará os demonstrativos contábeis de
§ 3o O atendimento dos requisitos que trata o art. 3o, os documentos e outras
previstos neste artigo dispensa a informações estabelecidas em ato do
observância das exigências previstas nos Ministério da Saúde.
arts. 19 e 20.
Art. 28. Excepcionalmente será
Art. 27. Excepcionalmente, será admitida a certificação de entidades que
admitida a certificação de entidade que atue prestem serviços de atenção em regime
exclusivamente na promoção da saúde sem residencial e transitório, incluídas as
comunidades terapêuticas, que executem

247
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exclusivamente ações de promoção da para a garantia da educação básica em
saúde voltadas para pessoas com tempo integral, submetido à aprovação do
transtornos decorrentes do uso, abuso ou Ministério da Educação.
dependência de drogas, desde que
comprovem a aplicação de, no mínimo, vinte § 2o O plano de atendimento referido
por cento de sua receita bruta em ações de no § 1o constitui-se na descrição da
gratuidade. concessão de bolsas, eventuais benefícios
complementares e projetos e atividades
§ 1o Para fins do cálculo de que trata para a garantia da educação básica em
o caput, as receitas provenientes de tempo integral desenvolvidos pela entidade
subvenção pública e as despesas para cumprimento do previsto nos arts.13,
decorrentes não devem incorporar a receita 13-A e 13-B da Lei nº 12.101, de 2009, e no
bruta e o percentual aplicado em ações de planejamento destas ações para todo o
gratuidade. período de vigência da certificação a ser
concedida ou renovada.
§ 2o A execução das ações de
gratuidade em promoção da saúde será § 3o O Ministério da Educação
previamente pactuada com o gestor do analisará o plano de atendimento visando ao
SUS, por meio de contrato, convênio ou cumprimento das metas do PNE, de acordo
instrumento congênere. com as diretrizes estabelecidas na Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, e
§ 3o O atendimento dos requisitos segundo critérios de qualidade e prioridade
previstos neste artigo dispensa a por ele definidos, reservando-se o direito de
observância das exigências previstas nos determinar adequações, propondo medidas
arts. 19 e 20. a serem implementadas pela entidade em
prazo a ser fixado, sob pena de
indeferimento do requerimento ou
§ 4o A entidade interessada
cancelamento da certificação.
encaminhará o requerimento de certificação
e anexará os demonstrativos contábeis de
que trata o art. 3o, os documentos e outras § 4o Todas as bolsas de estudos a
informações estabelecidas em ato do serem computadas como aplicação em
Ministério da Saúde. gratuidade pela entidade deverão ser
informadas ao Censo da Educação Básica e
CAPÍTULO III ao Censo da Educação Superior, conforme
definido pelo Ministério da Educação.
DA CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE
§ 5o O número total de bolsas de
EDUCAÇÃO
estudo, eventuais benefícios
complementares e projetos e atividades
Art. 29. Compete ao Ministério da para a garantia da educação básica em
Educação conceder ou renovar a tempo integral deverão estar previstos no
certificação das entidades beneficentes de plano de atendimento, de forma
assistência social da área de educação que discriminada.
preencherem os requisitos previstos na Lei
no 12.101, de 2009, e neste Decreto.
§ 6o Para fins de cumprimento do
disposto nos arts. 13, 13-A e 13-B da Lei nº
Art. 30. Para os fins de concessão da 12.101, de 2009, serão computadas as
certificação ou de sua renovação, a entidade matrículas da educação profissional
de educação deverá observar o disposto oferecidas em consonância com a Lei nº
nos arts. 13, 13-A e 13-B da Lei nº 12.101, 9.394, de 1996, com a Lei no 12.513, de 26
de 2009. de outubro de 2011, e com o Decreto no
5.154, de 23 de julho de 2004, na forma
§ 1o A adequação às diretrizes e definida pelo Ministério da Educação.
metas estabelecidas no Plano Nacional de
Educação - PNE será demonstrada por meio § 7o Para fins de cumprimento do
de plano de atendimento que comprove a disposto no art. 13 da Lei nº 12.101, de
concessão de bolsas, eventuais benefícios 2009, serão computadas as matrículas da
complementares e projetos e atividades

248
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
educação de jovens e adultos oferecidas em entidade previsto no § 1o do art. 30, quando
consonância com a Lei nº 9.394, de 1996. julgados incompatíveis com as finalidades
da Lei no 12.101, de 2009, sob pena de
Art. 31. O Ministério da Educação indeferimento do requerimento de
estabelecerá as definições necessárias ao certificação ou de sua renovação.
cumprimento das proporções de bolsas de
estudo, benefícios complementares e Art. 34. No ato de concessão da
projetos e atividades para a garantia da certificação ou de sua renovação, as
educação básica em tempo integral, entidades de educação que não tenham
previstas nos arts. 13, 13-A e 13-B da Lei nº concedido o número mínimo de bolsas
12.101, de 2009. previsto nos arts. 13, 13-A e 13-B da Lei nº
12.101, de 2009, poderão compensar o
Art. 32. As entidades de educação número de bolsas devido nos três exercícios
que prestem serviços integralmente subsequentes com acréscimo de vinte por
gratuitos deverão: cento sobre o percentual não atingido ou o
número de bolsas não concedido, mediante
a assinatura de Termo de Ajuste de
I - garantir a observância da
proporção de, no mínimo, um aluno cuja Gratuidade, nas condições estabelecidas
renda familiar mensal per capita não pelo Ministério da Educação.
exceda o valor de um salário-mínimo e meio
para cada cinco alunos matriculados; e § 1o Após a publicação da decisão
relativa ao julgamento do requerimento de
concessão da certificação ou de sua
II - adotar e observar, no que couber,
renovação na primeira instância
os critérios de seleção e as proporções
administrativa, as entidades de educação a
previstas na Seção II do Capítulo II da Lei nº
que se refere o caput poderão requerer a
12.101, de 2009, considerado o número total
assinatura do Termo de Ajuste de
de alunos matriculados.
Gratuidade no prazo improrrogável de trinta
dias.
Art. 33. As entidades de educação
deverão selecionar os alunos a serem
§ 2o O descumprimento do Termo de
beneficiados pelas bolsas previstas nos
Ajuste de Gratuidade implicará o
arts. 13, 13-A e 13-B da Lei nº 12.101, de
cancelamento da certificação da entidade
2009, a partir do perfil socioeconômico e dos
em relação a todo o seu período de
seguintes critérios:
validade.
I - proximidade da residência;
§ 3o O Termo de Ajuste de
Gratuidade poderá ser celebrado uma única
II - sorteio; e vez.

III - outros critérios contidos no plano de § 4o As bolsas de pós-graduação


atendimento da entidade, a que se refere o § stricto sensu poderão integrar o percentual
1o do art. 30. de acréscimo de compensação de vinte por
cento, desde que se refiram a áreas de
§ 1o Na hipótese de adoção dos formação definidas pelo Ministério da
critérios previstos no inciso III do caput, as Educação.
entidades de educação deverão oferecer
igualdade de condições para acesso e Art. 35. Os requerimentos de
permanência aos alunos beneficiados pelas concessão ou de renovação de certificação
bolsas de estudo, eventuais benefícios de entidades de educação ou com atuação
complementares e projetos e atividades preponderante na área de educação
para a garantia da educação básica em deverão ser instruídos com os seguintes
tempo integral. documentos:

§ 2o O Ministério da Educação I - da mantenedora: aqueles previstos


poderá determinar a reformulação dos no art. 3o; e
critérios de seleção de alunos beneficiados
constantes do plano de atendimento da
II - da instituição de educação:

249
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a) ato de credenciamento Art. 38. Poderão ser certificadas as
regularmente expedido pelo órgão entidades de assistência social que prestam
normativo do sistema de ensino; serviços ou executam programas ou
projetos socioassistenciais, de forma
b) relação de bolsas de estudo, gratuita, continuada e planejada, e sem
eventuais benefícios complementares e discriminação de seus usuários.
projetos e atividades para a garantia da
educação básica em tempo integral, com § 1o Consideram-se entidades de
identificação precisa de cada um dos assistência social aquelas sem fins
beneficiários; lucrativos que, isolada ou cumulativamente,
prestam atendimento ou assessoramento
c) plano de atendimento, na forma aos beneficiários abrangidos pela Lei no
definida pelo art. 30, durante o período 8.742, de 1993, ou atuam na defesa e
pretendido de vigência da certificação; garantia de seus direitos, nos termos do art.
3o da referida lei.
d) regimento ou estatuto; e
§ 2o Observado o disposto no caput
e) identificação dos integrantes do e no § 1o, também são consideradas
corpo dirigente, com descrição de suas entidades de assistência social:
experiências acadêmicas e administrativas.
I - as que prestam serviços ou ações
§1o O requerimento será analisado socioassistenciais, sem qualquer exigência
em relação ao cumprimento do número de contraprestação dos usuários, com o
objetivo de habilitação e reabilitação da
mínimo de bolsas de estudo a serem
pessoa com deficiência e de promoção da
concedidas e,quanto ao conteúdo do plano
sua inclusão à vida comunitária, no
de atendimento, será verificado o
enfrentamento dos limites existentes para
cumprimento das metas do PNE, de acordo
com as diretrizes e os critérios de prioridade as pessoas com deficiência, de forma
definidos pelo Ministério da Educação. articulada ou não com ações educacionais
ou de saúde, observado o disposto no § 4o
do art. 10;
§ 2o O requerimento de renovação de
certificação deverá ser acompanhado de
relatório de atendimento às metas definidas II - as de que trata o inciso II do caput
no plano de atendimento precedente. do art. 430 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de
maio de 1943, Consolidação das Leis do
Trabalho, desde que os programas de
Art. 36. Sem prejuízo do prazo de aprendizagem de adolescentes, jovens ou
validade da certificação, a entidade deverá pessoas com deficiência sejam prestados
apresentar relatórios anuais, contendo com a finalidade de promover a integração
informações sobre o preenchimento das ao mercado de trabalho, nos termos da Lei
bolsas de estudo e do atendimento às metas nº 8.742, de 1993, observadas as ações
previstas no plano de atendimento vigente, protetivas previstas na Lei no 8.069, de 13
no prazo e forma definidos pelo Ministério da de julho de 1990; e
Educação.
III - as que realizam serviço de
CAPÍTULO IV acolhimento institucional provisório de
pessoas e de seus acompanhantes, que
DA CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE estejam em trânsito e sem condições de
ASSISTÊNCIA SOCIAL autossustento, durante o tratamento de
doenças graves fora da localidade de
Art. 37. Compete ao Ministério do residência.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
conceder ou renovar a certificação das § 3o Observado o disposto no caput
entidades beneficentes de assistência social e no § 1o deste artigo e no art. 39, exceto a
da área de assistência social que exigência de gratuidade, as entidades
preencherem os requisitos previstos na Lei referidas no art. 35 da Lei no 10.741, de 1o
no 12.101, de 2009, e neste Decreto. de outubro de 2003, poderão ser
certificadas, com a condição de que

250
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
eventual cobrança de participação do idoso das entidades sem fins lucrativos,
no custeio da entidade se dê nos termos e beneficentes ou não, atuantes em suas
limites do § 2º do art. 35 da Lei nº 10.741, de áreas e tornar suas informações disponíveis
2003. para consulta pública em suas páginas na
internet.
Art. 39. Para obter a concessão da
certificação ou sua renovação, além da § 1o O cadastro das entidades
documentação prevista no art. 3o, a entidade beneficentes de assistência social deverá
de assistência social deverá demonstrar: ser atualizado periodicamente e servirá
como referencial básico para os processos
I - natureza, objetivos e público-alvo de certificação ou de sua renovação.
compatíveis com a Lei nº 8.742, de 1993, e
o Decreto no 6.308, de 14 de dezembro de § 2o As entidades beneficentes de
2007; assistência social com atuação em mais de
uma área deverão figurar nos cadastros dos
II - inscrição no Conselho de Ministérios competentes pela certificação
Assistência Social Municipal ou do Distrito nas suas áreas de atuação.
Federal, de acordo com a localização de sua
sede ou do Município em que concentre suas § 3o Os Ministérios a que se refere o
atividades, nos termos do art. 9º da Lei caput deverão divulgar:
nº 8.742, de 1993; e
I - lista atualizada comos dados
III - inclusão no cadastro nacional de relativos às certificações concedidas, seu
entidades e organizações de assistência período de vigência e entidades certificadas;
social de que trata o inciso XI do caput do
art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993, na forma II - informações sobre oferta de
definida pelo Ministério do Desenvolvimento atendimento, bolsas concedidas ou serviços
Social e Combate à Fome. prestados de cada entidade certificada; e

Art. 40. A comprovação do vínculo III - recursos financeiros destinados


da entidade de assistência social ao SUAS, às entidades a que se refere o caput.
conforme o §1º do art. 6º-B da Lei nº 8.742,
de 1993, é condição suficiente para a Art. 42. Os Ministérios da Saúde, da
obtenção da certificação. Educação e do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome deverão disponibilizar as
§ 1o A verificação do vínculo da informações sobre a tramitação dos
entidade de assistência social ocorrerá no requerimentos de certificação ou de sua
sistema de cadastro nacional de entidades e renovação na internet.
organizações de assistência social de que
trata o inciso XI do caput do art. 19 da Lei nº
Art. 43. Os Ministérios da Saúde, da
8.742, de 1993, na forma definida pelo
Educação e do Desenvolvimento Social e
Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome deverão informar à
Combate à Fome. Secretaria da Receita Federal do Brasil, na
forma e no prazo por ela definidos, e aos
§ 2o A certificação de entidade de respectivos conselhos setoriais os
assistência social vinculada ao SUAS não é requerimentos de concessão de certificação
automática e depende da formalização de ou de sua renovação deferidos ou
prévio requerimento, inclusive para sua definitivamente indeferidos.
renovação, na forma do art. 4o.
CAPÍTULO VI
CAPÍTULO V
CÂMARA INTERSETORIAL DE
DA TRANSPARÊNCIA COORDENAÇÃO ADMINISTRATIVA DA
CERTIFICAÇÃO
Art. 41. Os Ministérios da Saúde, da
Educação e do Desenvolvimento Social e Art. 44. Fica instituída a Câmara
Combate à Fome deverão manter cadastro Intersetorial de Coordenação Administrativa

251
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
da Certificação, instância de deliberação II - aplique suas rendas, seus
administrativa, integrada por representantes recursos e eventual superávit integralmente
dos Ministérios da Saúde, da Educação e do no território nacional, na manutenção e no
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, desenvolvimento de seus objetivos
indicados pelos seus titulares e designados institucionais;
em ato ministerial conjunto.
III - apresente certidão negativa ou
Parágrafo único. A Câmara positiva com efeitos de negativa de débitos
Intersetorial de Coordenação Administrativa relativos aos tributos administrados pela
da Certificação aprovará seu regimento Secretaria da Receita Federal do Brasil e
interno no prazo de sessenta dias, contado certificado de regularidade do FGTS;
da publicação do ato ministerial conjunto de
que trata o caput. IV - mantenha escrituração contábil
regular, que registre receitas, despesas e
Art. 45. Compete à Câmara aplicação de recursos em gratuidade de
Intersetorial de Coordenação Administrativa forma segregada por área de atuação, em
da Certificação deliberar sobre: consonância com as normas emanadas do
Conselho Federal de Contabilidade;
I - entendimentos técnicos e
encaminhamentos administrativos; V - não distribua resultados,
dividendos, bonificações, participações ou
II - forma de divulgação de parcelas do seu patrimônio, sob qualquer
informações sobre a certificação; e forma ou pretexto;

III - padronização de procedimento VI - mantenha em boa ordem e à


sem processos de competência comum. disposição da Secretaria da Receita Federal
do Brasil, pelo prazo de dez anos, contado
Parágrafo único. As questões da data de emissão, os documentos que
comprovem a origem e a aplicação de seus
submetidas à Câmara Intersetorial de
recursos e os relativos a atos ou operações
Coordenação Administrativa da Certificação
que impliquem modificação da situação
serão decididas por maioria dos seus
patrimonial;
membros.

VII - cumpra as obrigações


TÍTULO II
acessórias estabelecidas pela legislação
tributária; e
DA ISENÇÃO
VIII - mantenha em boa ordem e à
CAPÍTULO I disposição da Secretaria da Receita Federal
do Brasil as demonstrações contábeis e
DOS REQUISITOS financeiras devidamente auditadas por
auditor independente legalmente habilitado
Art. 46. A entidade beneficente nos Conselhos Regionais de Contabilidade,
certificada na forma do Título I fará jus à quando a receita bruta anual auferida for
isenção do pagamento das contribuições de superior ao limite máximo estabelecido pelo
que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, inciso II do caput do art. 3o da Lei
de 1991, desde que atenda, Complementar no 123, de 2006.
cumulativamente, aos seguintes requisitos:
§ 1o A isenção de que trata o caput
I - não percebam seus dirigentes não se estende à entidade com
estatutários, conselheiros, sócios, personalidade jurídica própria constituída e
instituidores ou benfeitores remuneração, mantida por entidade a quem o direito à
vantagens ou benefícios, direta ou isenção tenha sido reconhecido.
indiretamente, por qualquer forma ou título,
em razão das competências, funções ou § 2º A exigência a que se refere o
atividades que lhes sejam atribuídas pelos inciso I do caput não impede:
respectivos atos constitutivos;

252
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - a remuneração aos diretores não § 1o Durante o período a que se
estatutários que tenham vínculo refere o caput, a entidade não terá direito à
empregatício; e isenção e o lançamento correspondente terá
como termo inicial a data de ocorrência da
II - a remuneração aos dirigentes infração que lhe deu causa.
estatutários, desde que recebam
remuneração inferior, em seu valor bruto, a § 2o A entidade poderá impugnar o
setenta por cento do limite estabelecido para auto de infração no prazo de trinta dias,
a remuneração de servidores do Poder contado de sua intimação.
Executivo federal.
§ 3o O julgamento do auto de infração
§ 3º A remuneração dos dirigentes e a cobrança do crédito tributário seguirão o
estatutários referidos no inciso II do § 2o rito estabelecido pelo Decreto no 70.235, de
deverá obedecer às seguintes condições: 1972.

I - nenhum dirigente remunerado CAPÍTULO III


poderá ser cônjuge ou parente até terceiro
grau, inclusive por afinidade, de DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
instituidores, sócios, diretores, conselheiros,
benfeitores ou equivalentes da instituição de
Art. 49. Os pedidos de reconhecimento
que trata o caput deste artigo; e
de isenção formalizados até 30 de novembro
de 2009 e não definitivamente julgados, em
II - o total pago a título de curso no âmbito do Ministério da Fazenda,
remuneração para dirigentes, pelo exercício serão analisados com base na legislação em
das atribuições estatutárias, deve ser vigor no momento do fato gerador que ensejou
inferior a cinco vezes o valor correspondente a isenção.
ao limite individual estabelecido no inciso II
do § 2o. Parágrafo único. Verificado o direito à
isenção, será certificado o direito à restituição
§ 4º O disposto nos §§ 2º e 3º não do valor recolhido desde o protocolo do pedido
impede a remuneração de dirigente de isenção até a data de publicação da Lei nº
estatutário ou diretor que, cumulativamente, 12.101, de 2009.
tenha vínculo estatutário e empregatício,
exceto se houver incompatibilidade de
Art. 50. Os processos para
jornadas de trabalho.
cancelamento de isenção não
definitivamente julgados em curso no âmbito
CAPÍTULO II do Ministério da Fazenda serão
encaminhados a sua unidade competente
DA FISCALIZAÇÃO para verificação do cumprimento dos
requisitos da isenção, na forma do rito
Art. 47. O direito à isenção das estabelecido no art. 32 da Lei nº 12.101, de
contribuições sociais somente poderá ser 2009, aplicada a legislação vigente à época
exercido pela entidade a partirda data da do fato gerador.
publicação da concessão de sua
certificação no Diário Oficial da União, Art. 51. Das decisões de
desde que atendidos cumulativamente os indeferimento dos requerimentos de
requisitos previstos na Lei no 12.101, de renovação previstos no art. 35 da Lei nº
2009, e neste Decreto. 12.101, de 2009, caberá recurso com efeito
suspensivo, no prazo de trinta dias, dirigido
Art. 48. Constatado o ao Ministro de Estado responsável pela área
descumprimento de requisito estabelecido de atuação da entidade.
pelo art. 46, a fiscalização da Secretaria da
Receita Federal do Brasil lavrará auto de Art. 52. Os processos de que trata o
infração relativo ao período correspondente, art. 35 da Lei nº 12.101, de 2009, que
com orelatodos fatos que demonstram o não possuam recursos pendentes de julgamento
atendimento de tais requisitos para o gozo até a data de publicação da Lei no 12.868,
da isenção. de 2013, poderão ser analisados com base

253
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nos critérios estabelecidos nos arts. 38 a 40, protocolados intempestivamente, os débitos
desde que as entidades comprovem, tributários serão restritos ao período de
cumulativamente, que: cento e oitenta dias anteriores à decisão,
afastada a multa de mora.
I - atuem exclusivamente na área de
assistência social ou se enquadrem nos Art. 55. O critério de definição da
incisos I ou II do § 2o do art. 38; preponderância previsto no § 1o do art. 10
aplica-se aos processos de concessão e
II - sejam certificadas pelo Ministério renovação de certificação remetidos aos
do Desenvolvimento Social e Combate à Ministérios por força dos arts. 34 e 35 da Lei
Fome, a partir da publicação da Lei nº nº 12.101, de 2009.
12.868, de 2013; e
Art. 56. As certificações concedidas
III - o requerimento de renovação de ou que vierem a ser concedidas com base
certificação tenha sido indeferido na Lei nº 12.101, de 2009, para
exclusivamente: requerimentos de renovação protocolados
entre 30 de novembro de 2009 e 31 de
a) por falta de instrução documental dezembro de 2011, terão prazo de validade
relativa à demonstração contábil e de cinco anos.
financeira exigida em regulamento; ou
Parágrafo único. As certificações
b) pelo não atingimento do percentual concedidas ou que vierem a ser concedidas
de gratuidade, nos casos das entidades para requerimentos de renovação
protocolados entre 10 de novembro de 2008
previstas no inciso II do § 2o do art. 38.
e 31 de dezembro de 2011 terão prazo de
validade de cinco anos, no caso de
Parágrafo único. A documentação entidades que atuam exclusivamente na
utilizada como base para o indeferimento do área de assistência social ou que se
requerimento de renovação a que se refere enquadrem nos incisos I ou II do § 2º do art.
o inciso III do caput corresponde 18 da Lei nº 12.101, de 2009, e que, a partir
exclusivamente a: da publicação da referida Lei, sejam
certificadas pelo Ministério do
I - balanço patrimonial; Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Art. 57. Os requerimentos de
II - demonstração de mutação do certificação protocolados por entidades com
patrimônio; atuação, preponderante ou não, na área de
assistência social, a partir de 1o de janeiro
III - demonstração da origem e de 2011 até a publicação deste Decreto, não
aplicação de recursos; e instruídos com a declaração do gestor local
de que a entidade realiza suas ações de
IV - parecer de auditoria forma gratuita, poderão ter esse requisito
independente. analisado por meio da documentação
contábil prevista no inciso VIII do caput do
Art. 53. Caso haja decisão final art. 3o.
desfavorável à entidade, publicada após a
data de publicação da Lei nº 12.868, de Art. 58. Aplica-se o disposto no art.
2013, em processos de renovação de que 23 aos requerimentos de renovação de
trata o caput do art. 35 da Lei nº 12.101, de certificação relativos às entidades da área
2009, cujos requerimentos tenham sido de saúde, pendentes de decisão na
protocolados tempestivamente, os débitos publicação da Lei nº 12.868, de 2013.
tributários serão restritos ao período de
cento e oitenta dias anteriores à decisão Art. 59. A renovação das
final, afastada a multa de mora. certificações que tiveram seu prazo de
validade estendido, na forma do art. 38-A da
Art. 54. Caso haja decisão favorável Lei nº 12.101, de 2009, deverá ser requerida
à entidade, em processos de renovação de no decorrer dos trezentos e sessenta dias
que trata o caput do art. 35 da Lei nº 12.101, que antecedem o termo final de validade do
de 2009, cujos requerimentos tenham sido certificado.

254
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o Caso a renovação de que trata o contado da data de notificação e prorrogável
caput tenha sido requerida antes dos uma vez, por igual período, documentos e
trezentos e sessenta dias que antecedem o informações que entender necessários para
termo final de validade da certificação, as a aferição de que trata o caput.
entidades serão comunicadas pelos
respectivos Ministérios certificadores para § 2o Os requerimentos das entidades
apresentação de novo requerimento de saúde para concessão de certificação e
instruído com documentos atualizados, de sua renovação protocolados no ano de
garantido o prazo mínimo de sessenta dias 2009 que foram indeferidos serão
anteriores ao termo final da validade da reavaliados pelo Ministério da Saúde,
certificação para apresentação do novo observado o disposto no caput.
requerimento.
Art. 62. Para efeito da comprovação
§ 2o Se a renovação de que trata o § do atendimento aos critérios estabelecidos
1o for referente a certificação expirada ou nos incisos II e III do caput do art. 4º da Lei
com vigência restante menor que sessenta nº 12.101, de 2009, relativa aos exercícios
dias, contados da data da edição deste fiscais de 2009 e anteriores, serão
Decreto, a entidade terá o prazo de até considerados os percentuais
sessenta dias após o recebimento da correspondentes às internações
comunicação do Ministério certificador para hospitalares, medidos pela razão
o cumprimento do previsto no § 1o. paciente/dia, demonstrados por meio dos
relatórios de atividades e sistemas de
§ 3o As entidades que não cumprirem informações, na forma definida pelo
o disposto nos §§ 1o e 2o terão seu processo Ministério da Saúde.
arquivado e serão comunicadas pelos
respectivos Ministérios certificadores. Art. 63. Os Ministérios certificadores
deverão implementar sistema informatizado
Art. 60. Os requerimentos de próprio, de acordo com o § 7o do art. 4o, para
renovação da certificação de que trata a Lei protocolo de requerimentos de concessão e
nº 12.101, de 2009, protocolados entre 30 renovação da certificação, no prazo de
de novembro de 2009 e a publicação da Lei cento e oitenta dias, contado da publicação
nº 12.868, de 2013, serão considerados deste Decreto.
tempestivos caso tenham sido
apresentados antes do termo final de Parágrafo único. Até que seja
validade da certificação. implantado o sistema de que trata o caput,
serão admitidos os requerimentos
Parágrafo único. Os requerimentos encaminhados pela via postal,
de renovação da certificação protocolados considerando-se a data da postagem como
entre 30 de novembro de 2009 e 31 de a de seu protocolo.
dezembro de 2010, no período de até
trezentos e sessenta dias após o termo final CAPÍTULO IV
de validade da certificação, serão,
excepcionalmente, considerados DISPOSIÇÕES FINAIS
tempestivos.
Art. 64. Os Ministérios da Saúde, da
Art. 61. Para os requerimentos de
Educação e do Desenvolvimento Social e
concessão da certificação e de renovação
Combate à Fome disciplinarão os
de que trata a Lei nº 12.101, de 2009,
procedimentos necessários à
protocolados no ano de 2009 pelas operacionalização do processo de certificação
entidades de saúde e pendentes de decisão no âmbito de sua competência, especialmente
na publicação da Lei nº 12.868, de 2013,
quanto ao processamento dos requerimentos
será avaliado todo o exercício fiscal de 2009
de concessão da certificação ou de sua
para aferição do cumprimento dos requisitos
renovação em sistema eletrônico e ao
de certificação.
procedimento previsto no § 1o do art. 13.

§ 1o O Ministério da Saúde poderá


§ 1o Para efeitos de cumprimento do
solicitar da entidade, em diligência única,
caput, os Ministérios poderão utilizar sistema
com prazo de atendimento de trinta dias,
eletrônico unificado.

255
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Os Ministérios a que se refere o Gratuidade, nas condições estabelecidas
caput disponibilizarão sistema de consulta pelo Ministério da Educação.
da tramitação dos requerimentos de
certificação ou de sua renovação na Art. 68. Para cálculo da aplicação em
internet. gratuidade relativa às turmas iniciadas antes
de 30 de novembro de 2009, podem ser
Art. 65. A certificação da entidade contabilizados os descontos de caráter
beneficente de assistência social na área de assistencial concedidos aos alunos para o
saúde, educação ou assistência social não atendimento do percentual mínimo de
impede a celebração de contratos, gratuidade previsto no Decreto no 2.536, de
convênios ou instrumentos congêneres com 6 de abril de 1998.
órgãos de outra área que não aquela da
certificação, desde que atendida a Parágrafo único. Os descontos
legislação pertinente. concedidos na forma do caput podem ser
mantidos até a conclusão da etapa da
Art. 66. Conforme disposto no art. 16 educação básica presencial em que os
da Lei nº 12.868, de 2013, os requerimentos beneficiários estavam matriculados na data
de concessão de certificação das entidades da publicação do Decretono 7.237, de 20 de
da área de educação, protocolados até 31 de julho de 2010, nos termos definidos pelo
dezembro de 2015, serão analisados com Ministério da Educação.
base nos critérios vigentes até a publicação da
Lei nº 12.868, de 2013. Art. 69. O Decreto no 6.253, de 13 de
novembro de 2007, passa a vigorar com as
Parágrafo único. Serão aplicados os seguintes alterações:
critérios vigentes após a publicação da Lei
nº 12.868, de 2013, caso sejam mais “Art.
vantajosos à entidade de educação 15. ..........................................................
requerente. ..............

Art. 67. O disposto no art. 17 da Lei .................................................................


nº 12.101, de 2009, aplica-se também aos .............................
requerimentos de concessão ou de
renovação da certificação pendentes de
julgamento definitivo no âmbito do Ministério V - ter certificação como entidade
da Educação na publicação da Lei no beneficente de assistência social, na
12.868, de 2013. forma da Lei no 12.101, de 27 de
novembro de 2009, observado o disposto
no § 3o;
§ 1o Se o requerimento de concessão
da certificação ou de renovação já tiver sido
julgado em primeira instância administrativa, .................................................................
estando pendente de julgamento o recurso .............................
de que trata o art. 26 da Lei nº 12.101, de
2009, o prazo de trinta dias a que se refere § 3º Na ausência da certificação de
o § 1o do art. 34 para requerer a assinatura que trata o inciso V do caput, será
do Termo de Ajuste de Gratuidade conta-se considerado, para os fins do inciso V, in
a partir da publicação da Lei nº 12.868, de fine, do § 2o do art. 8o da Lei no 11.494,
2013. de 2007, o ato de credenciamento
regularmente expedido pelo órgão
§ 2o As entidades de educação que normativo do sistema de ensino, com
não tenham aplicado em gratuidade o base na aprovação de projeto
percentual mínimo previsto na legislação pedagógico, na forma do parágrafo único
vigente à época do seu requerimento de e do inciso IV do caput do art. 10 ou do
concessão ou de renovação da certificação inciso IV do caput do art. 11 da Lei no
deverão compensar o percentual devido nos 9.394, de 1996, conforme o caso.” (NR)
três exercícios subsequentes com
acréscimo de vinte por cento sobre o Art. 70. Fica revogado o Decreto no
percentual a ser compensado, mediante a 7.237, de 20 de julho de 2010.
assinatura de Termo de Ajuste de

256
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 71. Este Decreto entra em vigor
na data de sua publicação.

Brasília, 23 de maio de 2014; 193o da


Independência e 126o da República.

DILMA ROUSSEFF
Guido Mantega
José Henrique Paim Fernandes
Arthur Chioro
Tereza Campello

Este texto não substitui o publicado no DOU


de 26.5.2014

Anotações:

257
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007 - Regulamenta o
benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com deficiência
e ao idoso

Regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social devido à pessoa com


deficiência e ao idoso de que trata a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei nº
10.741, de 1º de outubro de 2003, acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto no 3.048, de 6 de
maio de 1999, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no REGULAMENTO DO BENEFÍCIO DE


uso da atribuição que lhe confere o art. 84, PRESTAÇÃO CONTINUADA
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista
o disposto no art. 20 da Lei no 8.742, de 7 de CAPÍTULO I
dezembro de 1993, e no art. 34 da Lei no
10.741, de 1o de outubro de 2003,
DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO
CONTINUADA E DO BENEFICIÁRIO
DECRETA:
Art. 1o O Benefício de Prestação
Art. 1o Fica aprovado, na forma do Continuada previsto no art. 20 da Lei nº
Anexo deste Decreto, o Regulamento do 8.742, de 7 de dezembro de 1993, é a
Benefício de Prestação Continuada garantia de um salário mínimo mensal à
instituído pelo art. 20 da Lei no 8.742, de 7 pessoa com deficiência e ao idoso, com
de dezembro de 1993. idade de sessenta e cinco anos ou mais, que
comprovem não possuir meios para prover
Art. 2o O art. 162 do Regulamento da a própria manutenção e nem de tê-la provida
Previdência Social, aprovado pelo Decreto no por sua família.
3.048, de 6 de maio de 1999, passa a vigorar
acrescido do seguinte parágrafo: § 1º O Benefício de Prestação
Continuada integra a proteção social básica
“Parágrafo único. O período a que se refere no âmbito do Sistema Único de Assistência
o caput poderá ser prorrogado por iguais Social - SUAS, instituído pelo Ministério do
períodos, desde que comprovado o Desenvolvimento Social e Agrário, em
consonância com o estabelecido pela
andamento regular do processo legal de
Política Nacional de Assistência Social -
tutela ou curatela.” (NR) PNAS. (Redação dada pelo Decreto nº
8.805, de 2016) (Vigência)
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na
data de sua publicação. § 2o O Benefício de Prestação
Continuada é constitutivo da PNAS e
Art. 4o Ficam revogados os Decretos integrado às demais políticas setoriais, e
nos1.744, de 8 de dezembro de 1995, e visa ao enfrentamento da pobreza, à
4.712, de 29 de maio de 2003. garantia da proteção social, ao provimento
de condições para atender contingências
Brasília, 26 de setembro de 2007; sociais e à universalização dos direitos
186o da Independência e 189o da sociais, nos moldes definidos no parágrafo
República. único do art. 2º da Lei nº 8.742, de 1993.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA § 3o A plena atenção à pessoa com


Luiz Marinho deficiência e ao idoso beneficiário do
Patrus Ananias Benefício de Prestação Continuada exige
que os gestores da assistência social
Este texto não substitui o publicado no mantenham ação integrada às demais
DOU de 28.9.2007 ações das políticas setoriais nacional,
estaduais, municipais e do Distrito Federal,
ANEXO

258
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
principalmente no campo da saúde, companheira, os pais e, na ausência de um
segurança alimentar, habitação e educação. deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
solteiros, os filhos e enteados solteiros e os
Art. 2º Compete ao Ministério do menores tutelados, desde que vivam sob o
Desenvolvimento Social e Agrário a mesmo teto; e (Redação dada pelo
implementação, a coordenação-geral, a Decreto nº 7.617, de 2011)
regulação, o financiamento, o
monitoramento e a avaliação da prestação VI - renda mensal bruta familiar: a
do beneficio, sem prejuízo das iniciativas soma dos rendimentos brutos auferidos
compartilhadas com Estados, Distrito mensalmente pelos membros da família
Federal e Municípios, em consonância com composta por salários, proventos, pensões,
as diretrizes do SUAS e da descentralização pensões alimentícias, benefícios de
político-administrativa, prevista no inciso I previdência pública ou privada, seguro-
do caput do art. 204 da Constituição e no desemprego, comissões, pro-labore, outros
inciso I do caput do art. 5º da Lei nº 8.742, rendimentos do trabalho não assalariado,
de 1993. (Redação dada pelo Decreto rendimentos do mercado informal ou
nº 8.805, de 2016) (Vigência) autônomo, rendimentos auferidos do
patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e
Art. 3o O Instituto Nacional do Seguro Benefício de Prestação Continuada,
Social - INSS é o responsável pela ressalvado o disposto no parágrafo único do
operacionalização do Benefício de Prestação art. 19. (Redação dada pelo Decreto nº
Continuada, nos termos deste Regulamento. 7.617, de 2011)

Art. 4o Para os fins do reconhecimento § 1o Para fins de reconhecimento do


do direito ao benefício, considera-se: direito ao Benefício de Prestação
Continuada às crianças e adolescentes
menores de dezesseis anos de idade, deve
I - idoso: aquele com idade de
ser avaliada a existência da deficiência e o
sessenta e cinco anos ou mais;
seu impacto na limitação do desempenho de
atividade e restrição da participação social,
II - pessoa com deficiência: aquela que compatível com a idade. (Redação dada
tem impedimentos de longo prazo de natureza pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
física, mental, intelectual ou sensorial, os
quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e § 2o Para fins do disposto no inciso
efetiva na sociedade em igualdade de VI do caput, não serão computados como
condições com as demais renda mensal bruta familiar: (Redação
pessoas; (Redação dada pelo Decreto dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
nº 7.617, de 2011)
I - benefícios e auxílios assistenciais
III - incapacidade: fenômeno de natureza eventual e
multidimensional que abrange limitação do temporária; (Incluído pelo Decreto nº
desempenho de atividade e restrição da 7.617, de 2011)
participação, com redução efetiva e
acentuada da capacidade de inclusão II - valores oriundos de programas
social, em correspondência à interação sociais de transferência de
entre a pessoa com deficiência e seu renda; (Incluído pelo Decreto nº 7.617,
ambiente físico e social; de 2011)

IV - família incapaz de prover a III- bolsas de estágio


manutenção da pessoa com deficiência ou supervisionado; (Redação dada pelo
do idoso: aquela cuja renda mensal bruta Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
familiar dividida pelo número de seus
integrantes seja inferior a um quarto do IV - pensão especial de natureza
salário mínimo; indenizatória e benefícios de assistência
médica, conforme disposto no art.
V - família para cálculo da renda per 5o; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de
capita: conjunto de pessoas composto pelo 2011)
requerente, o cônjuge, o companheiro, a

259
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - rendas de natureza eventual ou DA HABILITAÇÃO, DA CONCESSÃO, DA
sazonal, a serem regulamentadas em ato MANUTENÇÃO, DA
conjunto do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e do INSS; REPRESENTAÇÃO E DO
e (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de INDEFERIMENTO
2011)
Seção I
VI - rendimentos decorrentes de
contrato de aprendizagem. (Redação Da Habilitação e da Concessão
dada pelo Decreto nº 8.805, de
2016) (Vigência)
Art. 8o Para fazer jus ao Benefício de
Prestação Continuada, o idoso deverá
§ 3o Considera-se impedimento de comprovar:
longo prazo aquele que produza efeitos pelo
prazo mínimo de dois anos. (Redação
I - contar com sessenta e cinco anos
dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
de idade ou mais;
Art. 5º O beneficiário não pode
II - renda mensal bruta familiar, dividida
acumular o Benefício de Prestação
pelo número de seus integrantes, inferior a
Continuada com outro benefício no âmbito
um quarto do salário mínimo; e
da Seguridade Social ou de outro regime,
inclusive o seguro-desemprego,
ressalvados o de assistência médica e a III - não possuir outro benefício no
pensão especial de natureza âmbito da Seguridade Social ou de outro
indenizatória. (Redação dada pelo regime, inclusive o seguro-desemprego,
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) salvo o de assistência médica e a pensão
especial de natureza indenizatória,
observado o disposto no inciso VI do caput
Parágrafo único. A acumulação do
e no § 2o do art. 4o. (Redação dada
benefício com a remuneração advinda do
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
contrato de aprendizagem pela pessoa com
deficiência é limitada ao prazo máximo de
dois anos. (Redação dada pelo Decreto Parágrafo único. A comprovação da
nº 8.805, de 2016) (Vigência) condição prevista no inciso III poderá ser
feita mediante declaração do idoso ou, no
caso de sua incapacidade para os atos da
Art. 6o A condição de acolhimento em vida civil, do seu curador.
instituições de longa permanência, como
abrigo, hospital ou instituição congênere
não prejudica o direito do idoso ou da Art. 9o Para fazer jus ao Benefício de
pessoa com deficiência ao Benefício de Prestação Continuada, a pessoa com
Prestação Continuada. (Redação deficiência deverá comprovar:
dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
I - a existência de impedimentos de
longo prazo de natureza física, mental,
Art. 7º O Benefício de Prestação
intelectual ou sensorial, os quais, em
Continuada é devido ao brasileiro, nato ou
interação com diversas barreiras, obstruam
naturalizado, e às pessoas de nacionalidade
sua participação plena e efetiva na
portuguesa, em consonância com o
sociedade em igualdade de condições com
disposto no Decreto nº 7.999, de 8 de maio
as demais pessoas, na forma prevista neste
de 2013, desde que comprovem, em
Regulamento; (Redação dada pelo
qualquer dos casos, residência no Brasil e
Decreto nº 7.617, de 2011)
atendam a todos os demais critérios
estabelecidos neste
Regulamento. (Redação dada pelo II - renda mensal bruta familiar do
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) requerente, dividida pelo número de seus
integrantes, inferior a um quarto do salário
mínimo; e
CAPÍTULO II
III - por meio de declaração, que não
recebe outro benefício no âmbito da

260
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seguridade Social ou de outro regime, § 2º O benefício será concedido ou
inclusive o seguro-desemprego, exceto o de mantido apenas quando o CadÚnico estiver
assistência médica e a pensão especial de atualizado e válido, de acordo com o
natureza indenizatória. (Redação dada disposto no Decreto nº 6.135, de 26 de
pelo Decreto nº 8.805, de junho de 2007. (Redação dada pelo
2016) (Vigência) Decreto nº 9.462, de 2018)

Parágrafo único. A comprovação da Art. 13. As informações para o cálculo


condição prevista no inciso III poderá ser da renda familiar mensal per capita serão
feita mediante declaração da pessoa com declaradas no momento da inscrição da
deficiência ou, no caso de sua família do requerente no CadÚnico, ficando
incapacidade para os atos da vida civil, do o declarante sujeito às penas previstas em
seu curador ou tutor. lei no caso de omissão de informação ou de
declaração falsa. (Redação dada pelo
Art. 10. A pessoa com deficiência e o Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
idoso deverão informar o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - § 1º As informações de que trata o
CPF e apresentar documento com foto caput serão declaradas em conformidade
reconhecido por lei como prova de com o disposto no Decreto nº 6.135, de 26
identidade do requerente. (Redação dada de junho de 2007. (Redação dada pelo
pelo Decreto nº 9.462, de 2018) Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)

Parágrafo único. As crianças e os § 2º Por ocasião do requerimento do


adolescentes menores de dezesseis anos benefício, conforme disposto no § 1º do art.
poderão apresentar apenas a certidão de 15, o requerente ratificará as informações
nascimento para fins da identificação de que declaradas no CadÚnico, ficando sujeito às
trata o caput. (Incluído pelo Decreto nº penas previstas em lei no caso de omissão
9.462, de 2018) de informação ou de declaração
falsa. (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 11. Para fins de identificação da 8.805, de 2016) (Vigência)
pessoa com deficiência e do idoso e de
comprovação da idade do idoso, no caso de § 3º Na análise do requerimento do
brasileiro naturalizado, deverão ser benefício, o INSS confrontará as
apresentados os seguintes documentos: informações do CadÚnico, referentes à
renda, com outros cadastros ou bases de
I - título declaratório de nacionalidade dados de órgãos da administração pública
brasileira; e disponíveis, prevalecendo as informações
que indiquem maior renda se comparadas
àquelas declaradas no
II - carteira de identidade ou carteira de
CadÚnico. (Redação dada pelo Decreto
trabalho e previdência social.
nº 8.805, de 2016) (Vigência)

Art. 12. São requisitos para a


§ 4o Compete ao INSS e aos órgãos
concessão, a manutenção e a revisão do
autorizados pelo Ministério do
benefício as inscrições no Cadastro de
Desenvolvimento Social e Agrário, quando
Pessoas Físicas - CPF e no Cadastro Único
necessário, verificar junto a outras
para Programas Sociais do Governo
instituições, inclusive de previdência, a
Federal - CadÚnico. (Redação dada
existência de benefício ou de renda em
pelo Decreto nº 8.805, de
nome do requerente ou beneficiário e dos
2016) (Vigência)
integrantes da família. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.805, de
§ 1º O beneficiário que não realizar a 2016) (Vigência)
inscrição ou atualização no CadÚnico terá
seu benefício suspenso após encerrado o § 5º Na hipótese de as informações do
prazo estabelecido na CadÚnico serem insuficientes para a análise
legislação. (Redação dada pelo Decreto nº conclusiva do benefício, o
9.462, de 2018) INSS: (Redação dada pelo Decreto nº
8.805, de 2016) (Vigência)

261
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - comunicará o interessado, o qual II - do INSS; ou (Incluído pelo
deverá atualizar seu cadastro junto ao órgão Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
local responsável pelo CadÚnico no prazo
de trinta dias; (Incluído pelo Decreto nº III - dos órgãos autorizados pelo
8.805, de 2016) (Vigência) Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário ou pelo INSS. (Incluído pelo
II - concluirá a análise após decorrido Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
o prazo de que trata o inciso I;
e (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de § 2º Os formulários a que se refere o
2016) (Vigência) § 1º deverão ser disponibilizados de forma
acessível, nos termos estabelecidos pelo
III - no caso de o cadastro não ser Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de
atualizado no prazo de que trata o inciso I, 2004. (Incluído pelo Decreto nº 8.805,
indeferirá a solicitação para receber o de 2016) (Vigência)
benefício. (Incluído pelo Decreto nº
8.805, de 2016) (Vigência) Art. 15. A concessão do benefício
dependerá da prévia inscrição do
§ 6o Quando o requerente for pessoa interessado no CPF e no CadÚnico, este
em situação de rua deve ser adotado, como último atualizado e válido, de acordo com os
referência, o endereço do serviço da rede prazos estabelecidos no Decreto nº 6.135,
sócioassistencial pelo qual esteja sendo de 2007. (Redação dada pelo Decreto nº
acompanhado, ou, na falta deste, de 9.462, de 2018)
pessoas com as quais mantém relação de
proximidade. § 1º O requerimento do benefício
deverá ser realizado por meio dos canais de
7o Será considerado família do atendimento da Previdência Social ou de
requerente em situação de rua as pessoas outros canais definidos em ato do Ministro
elencadas no inciso V do art. 4o, desde que de Estado do Desenvolvimento
convivam com o requerente na mesma Social. (Redação dada pelo Decreto nº
situação, devendo, neste caso, 9.462, de 2018)
ser relacionadas na Declaração da
Composição e Renda Familiar. § 2o Na hipótese de não ser o
requerente alfabetizado ou de estar
§ 8o Entende-se por relação de impossibilitado para assinar o pedido, será
proximidade, para fins do disposto no § 6o, admitida a aposição da impressão digital na
aquela que se estabelece entre o requerente presença de funcionário do órgão recebedor
em situação de rua e as pessoas indicadas do requerimento.
pelo próprio requerente como pertencentes
ao seu ciclo de convívio que podem § 3o A existência de formulário próprio
facilmente localizá-lo. (Incluído pelo não impedirá que seja aceito qualquer
Decreto nº 6.564, de 2008) requerimento pleiteando o beneficio, desde
que nele constem os dados imprescindíveis
Art. 14. O Benefício de Prestação ao seu processamento.
Continuada poderá ser requerido por meio
dos canais de atendimento do INSS ou nos § 4o A apresentação de
órgãos autorizados para este documentação incompleta não constitui
fim. (Redação dada pelo Decreto nº 9.462, motivo de recusa liminar do requerimento do
de 2018) benefício.

§ 1º Os formulários utilizados para o § 5º Na hipótese de ser verificado que


requerimento do benefício serão a renda familiar mensal per capita não
disponibilizados, por meio dos sítios atende aos requisitos de concessão do
eletrônicos: (Incluído pelo Decreto nº benefício, o pedido deverá ser indeferido
8.805, de 2016) (Vigência) pelo INSS, sendo desnecessária a
avaliação da deficiência. (Incluído pelo
I - do Ministério do Desenvolvimento Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
Social e Agrário; (Incluído pelo Decreto
nº 8.805, de 2016) (Vigência)

262
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 16. A concessão do benefício à e (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de
pessoa com deficiência ficará sujeita à 2011)
avaliação da deficiência e do grau de
impedimento, com base nos princípios da II - aferir o grau de restrição para a
Classificação Internacional de participação plena e efetiva da pessoa com
Funcionalidades, Incapacidade e deficiência na sociedade, decorrente da
Saúde - CIF, estabelecida pela Resolução da interação dos impedimentos a que se refere
Organização Mundial da Saúde no 54.21, o inciso I com barreiras
aprovada pela 54a Assembleia Mundial da diversas. (Incluído pelo Decreto nº
Saúde, em 22 de maio de 7.617, de 2011)
2001. (Redação dada pelo Decreto nº
7.617, de 2011)
§ 6º Na hipótese de não ser possível
prever a duração dos impedimentos a que
§ 1o A avaliação da deficiência e do se refere o inciso I do § 5º, mas existir a
grau de impedimento será realizada por possibilidade de que se estendam por longo
meio de avaliação social e avaliação prazo, o benefício poderá ser concedido,
médica. (Redação dada pelo Decreto conforme o disposto em ato do Ministro de
nº 7.617, de 2011) Estado do Desenvolvimento
Social. (Redação dada pelo Decreto nº
§ 2o A avaliação social considerará 9.462, de 2018)
os fatores ambientais, sociais e pessoais, a
avaliação médica considerará as § 7º Na hipótese do benefício
deficiências nas funções e nas estruturas do concedido nos termos do disposto no § 6º,
corpo, e ambas considerarão a limitação do os beneficiários deverão ser prioritariamente
desempenho de atividades e a restrição da submetidos a novas avaliações da
participação social, segundo suas deficiência, observado o intervalo máximo
especificidades. (Redação dada pelo de dois anos. (Redação dada pelo Decreto
Decreto nº 7.617, de 2011) nº 9.462, de 2018)

§ 3º As avaliações de que trata o § 1º § 8º A avaliação da deficiência e do


serão realizadas, respectivamente, pelo grau de impedimento observará os
serviço social e pela perícia médica do instrumentos de que trata o § 2º do art. 2º da
INSS, por meio de instrumentos Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, a partir
desenvolvidos especificamente para este de sua criação, permitindo inclusive que
fim, instituídos por ato conjunto do Ministro outras políticas para pessoas com
de Estado do Desenvolvimento Social e deficiência se beneficiem das
Agrário e do Presidente do informações. (Incluído pelo Decreto nº
INSS. (Redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
8.805, de 2016) (Vigência)
§ 9º Sem prejuízo do
§ 4º O Ministério do compartilhamento das informações de que
Desenvolvimento Social e Agrário e o INSS trata o § 8º, o acesso à avaliação da
garantirão as condições necessárias para a deficiência e do grau de impedimento, com
realização da avaliação social e da a finalidade de permitir que outras políticas
avaliação médica necessárias ao Benefício para pessoas com deficiência dela se
de Prestação Continuada. (Redação beneficiem, dependerá de prévio
dada pelo Decreto nº 8.805, de consentimento do titular da
2016) (Vigência) informação. (Incluído pelo Decreto nº
8.805, de 2016) (Vigência)
§ 5o A avaliação da deficiência e do
grau de impedimento tem por § 10. O consentimento de acesso à
objetivo: (Incluído pelo Decreto nº 7.617, avaliação poderá ser manifestado no
de 2011) momento da prestação das referidas
informações ou quando do requerimento de
I - comprovar a existência de acesso à política pública. (Incluído
impedimentos de longo prazo de natureza pelo Decreto nº 8.805, de
física, mental, intelectual ou sensorial; 2016) (Vigência)

263
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 11. Ato do Ministro de Estado do Benefício de Prestação Continuada a outro
Desenvolvimento Social estabelecerá idoso da mesma família.
diretrizes para o escalonamento, a
priorização e os casos que serão Art. 20. O Benefício de Prestação
dispensados das reavaliações em razão da Continuada será devido com o cumprimento
deficiência constatada. (Incluído pelo de todos os requisitos legais e
Decreto nº 9.462, de 2018) regulamentares exigidos para a sua
concessão, devendo o seu pagamento ser
Art. 17. Na hipótese de não existirem efetuado em até quarenta e cinco dias após
serviços pertinentes para avaliação da cumpridas as exigências.
deficiência e do grau de impedimento no
município de residência do requerente ou Parágrafo único. Para fins de
beneficiário, fica assegurado o seu atualização dos valores pagos em atraso,
encaminhamento ao município mais serão aplicados os mesmos critérios
próximo que contar com tal estrutura, adotados pela legislação
devendo o INSS realizar o pagamento das previdenciária. (Redação dada pelo
despesas de transporte e diárias com Decreto nº 7.617, de 2011)
recursos oriundos do Fundo Nacional de
Assistência Social. (Redação dada Art. 21. Fica o INSS obrigado a emitir
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
e enviar ao requerente o aviso de
concessão ou de indeferimento do
§ 1o Caso o requerente ou beneficiário benefício, e, neste caso, com indicação do
necessite de acompanhante, a viagem motivo.
deste deverá ser autorizada pelo INSS,
aplicando-se o disposto no caput. Seção II

§ 2o O valor da diária paga ao Da manutenção e da representação


requerente ou beneficiário e seu
acompanhante será igual ao valor da diária
concedida aos beneficiários do Regime Art. 22. O Benefício de Prestação
Geral de Previdência Social. Continuada não está sujeito a desconto de
qualquer contribuição e não gera direito ao
pagamento de abono anual.
§ 3o Caso o requerente ou beneficiário
esteja impossibilitado de se apresentar no
local de realização da avaliação da Art. 23. O Benefício de Prestação
deficiência e do grau de impedimento a que Continuada é intransferível, não gerando
se refere o caput, os profissionais deverão direito à pensão por morte aos herdeiros ou
deslocar-se até o sucessores.
interessado. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.617, de 2011) Parágrafo único. O valor do resíduo
não recebido em vida pelo beneficiário será
Art. 18. A concessão do Benefício de pago aos seus herdeiros ou sucessores, na
Prestação Continuada independe da forma da lei civil.
interdição judicial do idoso ou da pessoa
com deficiência. Art. 24. O desenvolvimento das
capacidades cognitivas, motoras ou
Art. 19. O Benefício de Prestação educacionais e a realização de atividades
Continuada será devido a mais de um não remuneradas de habilitação e
membro da mesma família enquanto reabilitação, dentre outras, não constituem
atendidos os requisitos exigidos neste motivo de suspensão ou cessação do
Regulamento. benefício da pessoa com deficiência.

Parágrafo único. O valor do Benefício Art. 25. A cessação do Benefício de


de Prestação Continuada concedido a idoso Prestação Continuada concedido à pessoa
não será computado no cálculo da renda com deficiência, inclusive em razão do seu
mensal bruta familiar a que se refere o inciso ingresso no mercado de trabalho, não
VI do art. 4o, para fins de concessão do impede nova concessão do benefício desde

264
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
que atendidos os requisitos exigidos neste de primeiro grau e nos casos de
Decreto. beneficiários representados por dirigentes
de instituições nas quais se encontrem
Art. 26. O benefício será pago pela acolhidos, sendo admitido também, neste
rede bancária autorizada e, nas localidades último caso, o instrumento de procuração
onde não houver estabelecimento bancário, coletiva. (Redação dada pelo Decreto
o pagamento será efetuado por órgãos nº 7.617, de 2011)
autorizados pelo INSS.
Art. 31. Não poderão ser
Art. 27. O pagamento do Benefício de procuradores:
Prestação Continuada poderá ser
antecipado excepcionalmente, na hipótese I - o servidor público civil e o militar em
prevista no § 1o do art. 169 do Decreto no atividade, salvo se parentes do beneficiário
3.048, de 6 de maio de 1999. (Redação dada até o segundo grau; e
pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
II - o incapaz para os atos da vida civil,
Art. 28. O benefício será pago ressalvado o disposto no art. 666 do Código
diretamente ao beneficiário ou ao Civil.
procurador, tutor ou curador.
Parágrafo único. Nas demais
§ 1o O instrumento de procuração disposições relativas à procuração
poderá ser outorgado em formulário próprio observar-se-á, subsidiariamente, o Código
do INSS, mediante comprovação do motivo Civil.
da ausência do beneficiário, e sua validade
deverá ser renovada a cada doze meses. Art. 32. No caso de transferência do
beneficiário de uma localidade para outra, o
§ 2º O procurador, o tutor ou o curador procurador fica obrigado a apresentar novo
do beneficiário deverá firmar, perante o instrumento de mandato na localidade de
INSS ou outros órgãos autorizados pelo destino.
Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário, termo de responsabilidade Art. 33. A procuração perderá a
mediante o qual se comprometa a validade ou eficácia nos seguintes casos:
comunicar qualquer evento que possa
anular a procuração, a tutela ou a curatela,
I - quando o outorgante passar a
principalmente o óbito do outorgante, sob
receber pessoalmente o benefício,
pena de incorrer nas sanções criminais e
declarando, por escrito que cancela a
civis cabíveis. (Redação dada pelo
procuração existente;
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
II - quando for constituído novo
Art. 29. Na hipótese de haver indícios
procurador;
de inidoneidade acerca do instrumento de
procuração apresentado para o recebimento
do Benefício de Prestação Continuada ou do III - pela expiração do prazo fixado ou
procurador, tanto o INSS quanto qualquer pelo cumprimento ou extinção da finalidade
um dos órgãos autorizados pelo Ministério outorgada;
do Desenvolvimento Social e Agrário
poderão recusá-los, sem prejuízo das IV - por morte do outorgante ou do
providências que se fizerem necessárias procurador;
para a apuração da responsabilidade e para
a aplicação das sanções criminais e civis V - por interdição de uma das partes;
cabíveis. (Redação dada pelo Decreto ou
nº 8.805, de 2016) (Vigência)
VI - por renúncia do procurador, desde
Art. 30. Para fins de recebimento do que por escrito.
Benefício de Prestação Continuada, é aceita
a constituição de procurador com mais de Art. 34. Não podem outorgar
um instrumento de procuração, nos casos procuração o menor de dezoito anos,
de beneficiários representados por parentes exceto se assistido ou emancipado após os

265
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dezesseis anos, e o incapaz para os atos § 1o Do indeferimento do benefício
da vida civil que deverá ser representado caberá recurso à Junta de Recursos do
por seu representante legal, tutor ou Conselho de Recursos da Previdência
curador. Social, no prazo de trinta dias, a contar do
recebimento da comunicação.
Art. 35. O beneficio devido ao
beneficiário incapaz será pago ao cônjuge, § 2o A situação prevista no art. 24
pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se, na também não constitui motivo para o
sua falta, e por período não superior a seis indeferimento do benefício.
meses, o pagamento a herdeiro necessário,
mediante termo de compromisso firmado no CAPÍTULO III
ato do recebimento.
DA GESTÃO
§ 1o O período a que se refere o caput
poderá ser prorrogado por iguais períodos,
Art. 37. Constituem garantias do
desde que comprovado o andamento do
SUAS o acompanhamento do beneficiário e
processo legal de tutela ou curatela.
de sua família, e a inserção destes à rede de
serviços socioassistenciais e de outras
§ 2o O tutor ou curador poderá políticas setoriais.
outorgar procuração a terceiro com poderes
para receber o benefício e, nesta hipótese,
§ 1o O acompanhamento do
obrigatoriamente, a procuração será beneficiário e de sua família visa a
outorgada mediante instrumento público. favorecer-lhes a obtenção de aquisições
materiais, sociais, socieducativas,
§ 3o A procuração não isenta o tutor ou socioculturais para suprir as necessidades
curador da condição original de mandatário de subsistência, desenvolver capacidades e
titular da tutela ou curatela. talentos para a convivência familiar e
comunitária, o protagonismo e a autonomia.
Art. 35-A. O beneficiário, ou seu
representante legal, deve informar ao INSS § 2o Para fins de cumprimento do
alterações dos dados cadastrais disposto no caput, o acompanhamento
correspondentes à mudança de nome, deverá abranger as pessoas que vivem sob
endereço e estado civil, a fruição de qualquer o mesmo teto com o beneficiário e que com
benefício no âmbito da Seguridade Social ou este mantém vínculo parental, conjugal,
de outro regime, a sua admissão em emprego genético ou de afinidade.
ou a percepção de renda de qualquer
natureza elencada no inciso VI do caput do
§ 3º Para o cumprimento do disposto
art. 4o. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, no caput e para subsidiar os processos de
de 2011) concessão e de revisão bienal do benefício,
os beneficiários e suas famílias deverão ser
Parágrafo único. O INSS deverá ser cadastrados no CadÚnico, observada a
informado pelo representante legal ou pelo legislação aplicável. (Redação dada
procurador sobre a propositura de ação pelo Decreto nº 8.805, de
judicial relativa à ausência ou à morte 2016) (Vigência)
presumida do beneficiário. (Incluído pelo
Decreto nº 9.462, de 2018)
Art. 38. Compete ao Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário, sem
Seção III prejuízo do previsto no art.
2º: (Redação dada pelo Decreto nº
Do Indeferimento 8.805, de 2016) (Vigência)

Art. 36. O não atendimento das I - acompanhar os beneficiários do


exigências contidas neste Regulamento Benefício de Prestação Continuada no
pelo requerente ensejará o indeferimento âmbito do SUAS, em articulação com o
do benefício. Distrito Federal, Municípios e, no que
couber, com os Estados, visando a inseri-
los nos programas e serviços da assistência

266
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
social e demais políticas, em conformidade dada pelo Decreto nº 8.805, de
com o art. 11 da Lei nº 8.742, de 1993; 2016) (Vigência)

II - considerar a participação dos IX - garantir as condições necessárias


órgãos gestores de assistência social nas para inclusão e atualização dos dados do
ações de monitoramento e avaliação do requerente e do beneficiário no
Benefício de Prestação Continuada, bem CadÚnico. (Incluído pelo Decreto nº
como de acompanhamento de seus 8.805, de 2016) (Vigência)
beneficiários, como critério de habilitação
dos municípios e Distrito Federal a um nível Art. 39. Compete ao INSS, na
de gestão mais elevado no âmbito do SUAS; operacionalização do Benefício de
Prestação Continuada:
III - manter e coordenar o Programa
Nacional de Monitoramento e Avaliação do I - receber os requerimentos,
Benefício de Prestação Continuada, conceder, manter, revisar, suspender ou
instituído na forma do art. 41, com produção fazer cessar o benefício, atuar nas
de dados e análise de resultados do impacto contestações, desenvolver ações
do Benefício de Prestação Continuada na necessárias ao ressarcimento do benefício
vida dos beneficiários, em conformidade e participar de seu monitoramento e
com o disposto no art. 24 da Lei nº 8.742, de avaliação;
1993;
II - realizar, periodicamente,
IV - destinar recursos do Fundo cruzamentos de informações, utilizando o
Nacional de Assistência Social para registro de informações do CadÚnico e de
pagamento, operacionalização, gestão, outros cadastros, de benefícios
informatização, pesquisa, monitoramento e previdenciários e de emprego e renda em
avaliação do Benefício de Prestação nome do requerente ou beneficiário e dos
Continuada; integrantes do grupo familiar; (Redação
dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
V - descentralizar recursos do
orçamento do Fundo Nacional de III - realizar a avaliação médica e social
Assistência Social ao INSS para as da pessoa com deficiência, de acordo com
despesas de pagamento, as normas a serem disciplinadas em atos
operacionalização, sistemas de informação, específicos;
monitoramento e avaliação do Benefício de
Prestação Continuada;
IV - realizar o pagamento de transporte
e diária do requerente ou beneficiários e seu
VI - fornecer subsídios para a acompanhante, com recursos oriundos do
formação de profissionais envolvidos nos FNAS, nos casos previstos no art. 17.
processos de concessão, manutenção e
revisão dos benefícios, e no
V - enviar comunicações aos
acompanhamento de seus beneficiários,
beneficiários, aos seus representantes
visando à facilidade de acesso e bem-estar legais ou aos seus
dos usuários desses serviços. procuradores; (Redação dada pelo
Decreto nº 9.462, de 2018)
VII - articular políticas intersetoriais,
intergovernamentais e interinstitucionais
VI - analisar defesas, receber recursos
que afiancem a completude de atenção às pelo indeferimento e suspensão do
pessoas com deficiência e aos idosos, benefício, instruir e encaminhar os
atendendo ao disposto no § 2º do art. 24 da
processos à Junta de Recursos;
Lei nº 8.742, de 1993; (Redação dada
pelo Decreto nº 8.805, de
2016) (Vigência) VII - efetuar o repasse de recursos
para pagamento do benefício junto à rede
bancária autorizada ou entidade
VIII - atuar junto a outros órgãos, nas
conveniada;
três esferas de governo, com vistas ao
aperfeiçoamento da gestão do Benefício de
Prestação Continuada; e (Redação

267
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VIII- participar, em conjunto com o CAPÍTULO IV
Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário, da instituição de sistema de DO MONITORAMENTO E DA
informação e de alimentação de bancos de AVALIAÇÃO
dados sobre a concessão, o indeferimento,
a manutenção, a suspensão, a cessação, o
Art. 41. Fica instituído o Programa
ressarcimento e a revisão do Benefício de
Nacional de Monitoramento e Avaliação do
Prestação Continuada, além de gerar Benefício de Prestação Continuada da
relatórios gerenciais e subsidiar a atuação Assistência Social, que será mantido e
dos demais órgãos no acompanhamento do
coordenado pelo Ministério do
beneficiário e na defesa de seus
Desenvolvimento Social e Agrário, em
direitos; (Redação dada pelo Decreto
parceria com o INSS, os Estados, o Distrito
nº 8.805, de 2016) (Vigência)
Federal e os Municípios, como parte da
dinâmica do SUAS. (Redação dada
IX - submeter à apreciação prévia do pelo Decreto nº 8.805, de
Ministério do Desenvolvimento Social e 2016) (Vigência)
Agrário atos que disponham sobre matéria
de regulação e de procedimentos técnicos e § 1o O Programa Nacional de
administrativos que repercutam no Monitoramento e Avaliação do Benefício de
reconhecimento do direito ao acesso, à
Prestação Continuada, baseado em um
manutenção e ao pagamento do Benefício
conjunto de indicadores e de seus
de Prestação Continuada; (Redação
respectivos índices, compreende:
dada pelo Decreto nº 8.805, de
2016) (Vigência)
I - o monitoramento da incidência dos
beneficiários e dos requerentes por
X - instituir, em conjunto com o
município brasileiro e no Distrito Federal;
Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário, formulários e documentos
necessários à operacionalização do II - o tratamento do conjunto dos
Benefício de Prestação Continuada; beneficiários como uma população com
e (Redação dada pelo Decreto nº graus de risco e vulnerabilidade social
8.805, de 2016) (Vigência) variados, estratificada a partir das
características do ciclo de vida do
requerente, sua família e da região onde
XI - apresentar ao Ministério do
vive;
Desenvolvimento Social e Agrário relatórios
periódicos das atividades desenvolvidas na
operacionalização do Benefício de III - o desenvolvimento de estudos
Prestação Continuada e na execução intersetoriais que caracterizem
orçamentária e financeira dos recursos comportamentos da população beneficiária
descentralizados. (Redação dada pelo por análises geo-demográficas, índices de
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) mortalidade, morbidade, entre outros, nos
quais se inclui a tipologia das famílias dos
beneficiários e das instituições em que
Parágrafo único. A análise das
eventualmente viva ou conviva;
defesas a que se refere o inciso VI do caput
deve observar o disposto no Capítulo XI da
Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de IV - a instituição e manutenção de
1999. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de banco de dados sobre os processos
2018) desenvolvidos pelos gestores dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios para
inclusão do beneficiário ao SUAS e demais
Art. 40. Compete aos órgãos gestores políticas setoriais;
da assistência social dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, de acordo
com o disposto no § 2º do art. 24 da Lei nº V - a promoção de estudos e pesquisas
8.742, de 1993, promover ações que sobre os critérios de acesso, implementação
assegurem a articulação do Benefício de do Benefício de Prestação Continuada e
Prestação Continuada com os programas impacto do benefício na redução da pobreza e
voltados ao idoso e à inclusão da pessoa das desigualdades sociais;
com deficiência.

268
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI - a organização e manutenção de observará: (Redação pelo Decreto nº
um sistema de informações sobre o 9.462, de 2018)
Benefício de Prestação Continuada, com
vistas ao planejamento, desenvolvimento e I - o cadastramento ou a atualização
avaliação das ações; e cadastral no CadÚnico, conforme o disposto
no Decreto nº 6.135, de 2007; (Redação
VII - a realização de estudos pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
longitudinais dos beneficiários do Benefício
de Prestação Continuada. II - a confrontação de informações de
cadastros de benefícios, emprego e renda
§ 2º As despesas decorrentes da ou outras bases de dados de órgãos da
implementação do Programa a que se refere administração pública disponíveis,
o caput correrão com as dotações referentes à renda do titular e de sua
orçamentárias consignadas ao Ministério do família; (Redação pelo Decreto nº 9.462,
Desenvolvimento Social e de 2018)
Agrário. (Redação dada pelo Decreto
nº 8.805, de 2016) (Vigência) III - o cruzamento de dados para fins
de verificação de acúmulo do benefício com
§ 3º O Ministério do Desenvolvimento outra renda no âmbito da Seguridade Social
Social e Agrário e o INSS deverão integrar ou de outro regime, conforme vedação a que
suas bases de dados quanto às informações se refere o § 4º do art. 20 da Lei nº 8.742, de
que compõem a base de dados do 1993; e (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de
CadÚnico e compartilhá-las com o 2016) (Vigência)
Cadastro-Inclusão, instituído pelo art. 92 da
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, quando IV - as reavaliações da deficiência
se tratar de informação referente a pessoa constatada anteriormente, quando o
com deficiência. (Incluído pelo Decreto beneficiário não tenha superado os
nº 8.805, de 2016) (Vigência) requisitos de renda familiar mensal per
capita. (Redação pelo Decreto nº 9.462, de
4º Até que esteja concluída a 2018)
integração das bases de dados de que trata
o § 3º, o Ministério do Desenvolvimento § 2º Identificada a superação de
Social e Agrário deverá fornecer ao INSS, condição para manutenção do benefício,
mensalmente, as informações do CadÚnico após a atualização das informações junto ao
necessárias à concessão e à manutenção CadÚnico, o INSS deverá suspender ou
do Benefício de Prestação Continuada, em cessar o benefício, conforme o caso,
especial aquelas relativas à composição do observado o disposto no art.
grupo familiar, à renda de todos os 47. (Incluído pelo Decreto nº 8.805, de
integrantes. (Incluído pelo Decreto nº 2016) (Vigência)
8.805, de 2016) (Vigência)
§ 3º A revisão de que trata o caput
Art. 42. O Benefício de Prestação poderá ser realizada para os benefícios
Continuada deverá ser revisto a cada dois concedidos ou reativados judicialmente,
anos, para avaliação da continuidade das observados os critérios definidos na decisão
condições que lhe deram origem, conforme judicial. (Redação pelo Decreto nº 9.462,
dispõe o art. 21 da Lei nº 8.742, de 1993, de 2018)
passando o processo de reavaliação a
integrar o Programa Nacional de
Monitoramento e Avaliação do Benefício de § 4º O Ministério do Desenvolvimento
Prestação Continuada. Social e o Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão compartilharão
as bases de dados nos termos do Decreto
§ 1º A revisão de que trata o caput nº 8.789, de 29 de junho de 2016. (Incluído
será realizada pelo INSS por meio da pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
utilização de cruzamento de informações do
beneficiário e de seus familiares existentes
em registros e bases de dados oficiais, na § 5º Os benefícios concedidos
forma estabelecida em ato do Ministro de administrativamente que utilizem critérios
Estado do Desenvolvimento Social, e definidos em ações civis públicas poderão

269
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ser revisados de acordo com os mesmos Art. 45. Qualquer cidadão que
critérios de sua concessão. (Incluído pelo observar irregularidade ou falha na
Decreto nº 9.462, de 2018) prestação de serviço referente ao Benefício
de Prestação Continuada poderá comunicá-
§ 6º A reavaliação médica e social da la às Ouvidorias do Ministério do
deficiência fica condicionada à conclusão da Desenvolvimento Social e Agrário,
análise relativa à renda, decorrente do observadas as atribuições de cada órgão e
procedimento disposto no inciso II do § em conformidade com as disposições
1º. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de específicas de cada Pasta. (Redação
2018) dada pelo Decreto nº 8.805, de
2016) (Vigência)
§ 7º A reavaliação médica e social da
deficiência poderá ser priorizada ou Art. 45-A. As informações referentes
dispensada por ato do Ministro de Estado do às despesas com Benefício de Prestação
Desenvolvimento Social, considerados o Continuado deverão ser incluídas, de forma
tipo e a gravidade do impedimento, a idade individualizada, no Portal da Transparência
do beneficiário e a duração do do Poder Executivo Federal, de que trata o
benefício. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, Decreto nº 5.482, de 30 de junho de 2005,
de 2018) observado o disposto no art. 31 da Lei nº
12.527, de 18 de novembro de
2011. (Incluído pelo Decreto nº 8.805,
§ 8º O Ministro de Estado do de 2016) (Vigência)
Desenvolvimento Social editará ato
complementar ao disposto neste
Art. 46. Constatada a prática de
artigo. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de
infração penal decorrente da concessão ou
2018)
da manutenção do Benefício de Prestação
Continuada, o INSS aplicará os
CAPÍTULO V procedimentos cabíveis,
independentemente de outras penalidades
DA DEFESA DOS DIREITOS E DO legais.
CONTROLE SOCIAL
CAPÍTULO VI
Art. 43. O Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário deverá
DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO
articular-se com os Conselhos de
Assistência Social, do Idoso, da Pessoa com
Deficiência, da Criança e do Adolescente e Art. 47. O Benefício de Prestação
da Saúde para desenvolver ações de Continuada será suspenso nas seguintes
controle e defesa dos direitos dos hipóteses:
beneficiários do Benefício de Prestação
Continuada. (Redação dada pelo I - superação das condições que
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência) deram origem ao benefício, previstas nos
art. 8º e art. 9º; (Redação dada pelo
Art. 44. Qualquer pessoa física ou Decreto nº 9.462, de 2018)
jurídica de direito público ou privado,
especialmente os Conselhos de Direitos, os II - identificação de irregularidade na
Conselhos de Assistência Social e as concessão ou manutenção do
organizações representativas de pessoas benefício; (Incluído pelo Decreto nº 9.462,
com deficiência e de idosos, é parte legítima de 2018)
para provocar a iniciativa das autoridades do
Ministério do Desenvolvimento Social e
III - não inscrição no CadÚnico após o
Agrário, do INSS, do Ministério Público e
fim do prazo estabelecido em ato do Ministro
dos órgãos de controle social, e para lhes
de Estado do Desenvolvimento
fornecer informações sobre irregularidades
Social; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de
na aplicação deste Regulamento, quando
2018)
for o caso. (Redação dada pelo
Decreto nº 8.805, de 2016) (Vigência)
IV - não agendamento da reavaliação
da deficiência até a data limite estabelecida

270
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
em convocação; (Incluído pelo Decreto nº irregularidade e sobre a concessão do prazo
9.462, de 2018) para apresentação de defesa, devendo o
interessado confirmar ciência. (Incluído
V - identificação de inconsistências ou pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
insuficiências cadastrais que afetem a
avaliação da elegibilidade do beneficiário § 4º Após a notificação e o
para fins de manutenção do benefício, desbloqueio, o beneficiário, o seu
conforme o disposto em ato do Ministro de representante legal ou o seu procurador terá
Estado do Desenvolvimento Social; o prazo de dez dias para apresentar a
ou (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de defesa junto aos canais de atendimento do
2018) INSS ou a outros canais autorizados para
esse fim. (Redação dada pelo Decreto nº
VI - identificação de outras 9.462, de 2018)
irregularidades. (Incluído pelo Decreto nº
9.462, de 2018) § 5º O INSS terá o prazo de trinta
dias, prorrogável por igual período, para
§ 1º A suspensão do benefício deve analisar a defesa interposta. (Redação
ser precedida de notificação do beneficiário, dada pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
de seu representante legal ou de seu
procurador, preferencialmente pela rede § 6º O benefício será mantido caso a
bancária, sobre a irregularidade identificada defesa apresentada seja acatada. (Incluído
e da concessão do prazo de dez dias para a pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
apresentação de defesa. (Redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 2018) § 7º A suspensão do pagamento do
benefício consiste na interrupção do envio
§ 2º Se não for possível realizar a do pagamento à rede bancária e observará
notificação de que trata o § 1º pela rede as seguintes regras: (Incluído pelo Decreto
bancária ou pelo correio, o valor do nº 9.462, de 2018)
benefício será bloqueado. (Redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 2018) I - o benefício será
suspenso: (Incluído pelo Decreto nº 9.462,
§ 3º O bloqueio do valor do benefício de 2018)
consiste no comando bancário que
impossibilita temporariamente a a) quando o beneficiário, o seu
movimentação do valor referente ao representante legal ou o procurador for
benefício, observadas as seguintes notificado e não apresentar defesa no prazo
regras: (Redação dada pelo Decreto nº de dez dias; (Incluído pelo Decreto nº
9.462, de 2018) 9.462, de 2018)

I - o bloqueio terá duração máxima de b) quando os elementos


um mês; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de apresentados na defesa forem
2018) insuficientes; (Incluído pelo Decreto nº
9.462, de 2018)
II - o valor do benefício será
desbloqueado após contato do beneficiário, c) quando o beneficiário não entrar
do seu representante legal ou do seu em contato com os canais de atendimento
procurador, por meio dos canais de do INSS ou outros canais autorizados para
atendimento do INSS, presenciais ou esse fim no prazo de trinta dias, contado do
remotos, ou de outros canais definidos para bloqueio de que trata o § 3º; ou (Incluído
esse fim; e (Incluído pelo Decreto nº 9.462, pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
de 2018)
d) quando informada a ausência do
III - no momento da solicitação do beneficiário pelo representante legal ou pelo
desbloqueio, o INSS ou outros canais procurador, na forma da lei; (Incluído pelo
definidos para esse fim deverão notificar o Decreto nº 9.462, de 2018)
beneficiário, o seu representante legal ou o
seu procurador sobre a situação de

271
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o beneficiário, o seu representante recolhida como contribuinte individual ou do
legal ou o seu procurador deverá ser encerramento do prazo de pagamento do
comunicado sobre os motivos da suspensão seguro desemprego; ou (Redação dada
do benefício e sobre o prazo de trinta dias pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
para a interposição de recurso junto aos
canais de atendimento do INSS ou a outros II - a partir da data do protocolo do
canais autorizados para esse fim; requerimento, quando requerido após
e (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018) noventa dias, conforme o caso, da cessação
do contrato de trabalho, da última
III - o recurso interposto será competência de contribuição previdenciária
analisado pelo Conselho de Recursos do recolhida como contribuinte individual ou do
Seguro Social - CRSS. (Incluído pelo encerramento do prazo de pagamento do
Decreto nº 9.462, de 2018) seguro-desemprego. (Incluído pelo
Decreto nº 7.617, de 2011)
§ 8º A interposição de recurso não
gera efeito suspensivo. (Incluído pelo § 3o Na hipótese prevista no caput, o
Decreto nº 9.462, de 2018) prazo para a reavaliação bienal do benefício
prevista no art. 42 será suspenso, voltando
§ 9º O benefício será restabelecido a correr, se for o caso, a partir do
caso o recurso interposto ao CRSS seja restabelecimento do pagamento do
provido, sendo devidos os valores desde a benefício. (Incluído pelo Decreto nº
suspensão do benefício, respeitado o teor 7.617, de 2011)
da decisão. (Incluído pelo Decreto nº
9.462, de 2018) § 4o O restabelecimento do
pagamento do benefício prescinde de nova
Art. 47-A. O Benefício de Prestação avaliação da deficiência e do grau de
Continuada será suspenso em caráter impedimento, respeitado o prazo para a
especial quando a pessoa com deficiência reavaliação bienal. (Incluído pelo
exercer atividade remunerada, inclusive na Decreto nº 7.617, de 2011)
condição de microempreendedor individual,
mediante comprovação da relação § 5o A pessoa com deficiência
trabalhista ou da atividade contratada na condição de aprendiz terá seu
empreendedora. (Incluído pelo Decreto benefício suspenso somente após o período
nº 7.617, de 2011) de dois anos de recebimento concomitante
da remuneração e do benefício, nos termos
§ 1o O pagamento do benefício do § 2º do art. 21-A da Lei nº 8.742, de 7 de
suspenso na forma do caput será dezembro de 1993. (Incluído pelo
restabelecido mediante requerimento do Decreto nº 7.617, de 2011)
interessado que comprove a extinção da
relação trabalhista ou da atividade Art. 48. O benefício será
empreendedora, e, quando for o caso, o cessado: (Redação dada pelo Decreto nº
encerramento do prazo de pagamento do 9.462, de 2018)
seguro-desemprego, sem que tenha o
beneficiário adquirido direito a qualquer I - nas hipóteses de óbito, de morte
benefício no âmbito da Previdência presumida ou de ausência do beneficiário,
Social. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, na forma da lei; (Redação dada pelo
de 2011) Decreto nº 9.462, de 2018)

§ 2o O benefício será II - quando o beneficiário, o seu


restabelecido: (Incluído pelo Decreto nº representante legal ou o seu procurador não
7.617, de 2011) interpuser recurso ao CRSS no prazo de
trinta dias, contado da suspensão do
I - a partir do dia imediatamente benefício; ou (Redação dada pelo Decreto
posterior, conforme o caso, da cessação do nº 9.462, de 2018)
contrato de trabalho, do encerramento da
atividade empresarial, da última
competência de contribuição previdenciária

272
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - quando o recurso ao CRSS não forma parcelada, atualizado nos moldes do
for provido. (Redação dada pelo Decreto nº § 1o, em tantas parcelas quantas forem
9.462, de 2018) necessárias à liquidação do débito de valor
equivalente a trinta por cento do valor do
§ 1º O representante legal ou o benefício em manutenção.
procurador são obrigados a informar ao
INSS a ocorrência das situações a que se § 3o A restituição do valor devido
refere o inciso I do caput. (Incluído pelo deverá ser feita em única parcela, no prazo
Decreto nº 9.462, de 2018) de sessenta dias contados da data da
notificação, ou mediante acordo de
§ 2º O INSS comunicará o parcelamento, em até sessenta meses, na
beneficiário, seu representante legal ou o forma do art. 244 do Regulamento da
seu procurador, por meio dos canais de Previdência Social, aprovado pelo Decreto
atendimento do INSS ou de outros canais nº 3.048, de 1999, ressalvado o pagamento
autorizados para esse fim, sobre os motivos em consignação previsto no §
que levaram à cessação do 2o. (Redação dada pelo Decreto nº
benefício. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, 7.617, de 2011)
de 2018)
§ 4o (Revogado pelo Decreto nº
9.462, de 2018)
Art. 48-A. Ato conjunto do Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome e do INSS disporá sobre a § 5o O valor ressarcido será repassado
operacionalização da suspensão e pelo INSS ao Fundo Nacional de Assistência
cessação do Benefício de Prestação Social.
Continuada. (Incluído pelo Decreto nº
7.617, de 2011) § 6o Em nenhuma hipótese serão
consignados débitos originários de
Art. 48-B. Fica vedada a reativação benefícios previdenciários em Benefícios de
de benefício cessado quando esgotadas Prestação Continuada. (Incluído pelo
todas as instâncias administrativas de Decreto nº 7.617, de 2011)
recurso. (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de
2018) CAPÍTULOVII

Art. 49. Cabe ao INSS, sem prejuízo DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E


da aplicação de outras medidas legais, TRANSITÓRIAS
adotar as providências necessárias à
restituição do valor do benefício pago Art. 50. O Ministério do
indevidamente, ressalvados os casos de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
recebimento de boa-fé. (Redação dada e o INSS terão prazo até 31 de maio de 2009
pelo Decreto nº 9.462, de 2018) para implementar a avaliação da deficiência
e do grau de incapacidade prevista no art.
§ 1o O montante indevidamente pago 16. (Redação dada pelo Decreto nº
será corrigido pelo mesmo índice utilizado 6.564, de 2008)
para a atualização mensal dos salários de
contribuição utilizados para apuração dos Parágrafo único. A avaliação da
benefícios do Regime Geral de Previdência deficiência e da incapacidade, até que se
Social, e deverá ser restituído, sob pena de cumpra o disposto no § 4o do art. 16, ficará
inscrição em Dívida Ativa e cobrança restrita ao exame médico pericial e laudo
judicial. (Redação dada pelo Decreto nº realizados pelos serviços de perícia médica
7.617, de 2011) do INS (Redação dada pelo Decreto
nº 6.564, de 2008)
§ 2o Na hipótese de o beneficiário
permanecer com direito ao recebimento do ----
Benefício de Prestação Continuada ou estar
em usufruto de outro benefício
previdenciário regularmente concedido pelo
INSS, poderá devolver o valor indevido de

273
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

DECRETO Nº 6.135, DE 26 DE JUNHO DE 2007 - Dispõe sobre o


Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal

Dispõe sobre o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no II - a integração, por meio do cadastro,


uso da atribuição que lhe confere o art. 84, dos programas e políticas públicas que o
inciso VI, alínea “a”, da Constituição, utilizam; e

DECRETA: III - a racionalização do processo de


cadastramento pelos diversos órgãos.
Art. 1o O Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal Parágrafo único. A fim de que se
reger-se-á pelas disposições deste Decreto. atinjam os objetivos do caput, será atribuído
a cada indivíduo cadastrado um número de
Art. 2o O Cadastro Único para identificação social, nos termos
Programas Sociais - CadÚnico é estabelecidos pelo órgão gestor nacional do
instrumento de identificação e CadÚnico.
caracterização sócio-econômica das
famílias brasileiras de baixa renda, a ser Art. 4o Para fins deste Decreto,
obrigatoriamente utilizado para seleção de adotam-se as seguintes definições:
beneficiários e integração de programas
sociais do Governo Federal voltados ao I - família: a unidade nuclear composta
atendimento desse público. por um ou mais indivíduos, eventualmente
ampliada por outros indivíduos que
§ 1o A obrigatoriedade de utilização contribuam para o rendimento ou tenham
do CadÚnico não se aplica aos programas suas despesas atendidas por aquela
administrados pelo Instituto Nacional do unidade familiar, todos moradores em um
Seguro Social - INSS. mesmo domicílio.

§ 2o Na operacionalização do II - família de baixa renda: sem prejuízo


Benefício de Prestação Continuada da do disposto no inciso I:
Assistência Social, definido pelo art. 20 da
Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, a) aquela com renda familiar mensal
é facultada a utilização do CadÚnico, na per capita de até meio salário mínimo; ou
forma estabelecida pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à b) a que possua renda familiar mensal
Fome. (Revogado pelo de até três salários mínimos;
Decreto nº 9.462, de 2018)
III - domicílio: o local que serve de
§ 3o O CadÚnico é constituído por sua moradia à família;
base de dados, instrumentos,
procedimentos e sistemas eletrônicos. IV - renda familiar mensal: a soma dos
rendimentos brutos auferidos por todos os
Art. 3o Os dados e as informações membros da família, não sendo incluídos no
coletados serão processados na base cálculo aqueles percebidos dos seguintes
nacional do CadÚnico, de forma a garantir: programas:

I - a unicidade das informações a) Programa de Erradicação do


cadastrais; Trabalho Infantil;

274
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) Programa Agente Jovem de III - o cadastramento de cada família
Desenvolvimento Social e Humano; será vinculado a seu domicílio e a um
responsável pela unidade familiar, maior de
c) Programa Bolsa Família e os dezesseis anos, preferencialmente mulher;
programas remanescentes nele unificados;
IV - as informações declaradas pela
d) Programa Nacional de Inclusão do família serão registradas no ato de
Jovem - Pró-Jovem; cadastramento, por meio do formulário a
que se refere o inciso I, devendo conter
informações relativas aos seguintes
e) Auxílio Emergencial Financeiro e
aspectos, sem prejuízo de outros julgados
outros programas de transferência de renda
necessários:
destinados à população atingida por
desastres, residente em Municípios em
estado de calamidade pública ou situação a) identificação e caracterização do
de emergência; e domicílio;

f) demais programas de transferência b) identificação e documentação civil


condicionada de renda implementados por de cada membro da família;
Estados, Distrito Federal ou Municípios;
c) escolaridade, participação no
V - renda familiar per capita: razão mercado de trabalho e rendimento.
entre a renda familiar mensal e o total de
indivíduos na família. § 1o Famílias com renda superior a
que se refere o art. 4o, inciso II, poderão ser
Art. 5o Compete ao Ministério do incluídas no CadÚnico, desde que sua
Desenvolvimento Social e Combate à Fome: inclusão esteja vinculada à seleção ou ao
acompanhamento de programas sociais
implementados por quaisquer dos três entes
I - gerir, em âmbito nacional, o
da Federação.
CadÚnico;

II - expedir normas para a gestão do § 2o O Ministério do Desenvolvimento


CadÚnico; Social e Combate à Fome expedirá normas
para o cadastramento de famílias que
estejam ao abrigo de instituições ou que não
III - coordenar, acompanhar e possuam domicílio fixo.
supervisionar a implantação e a execução
do CadÚnico; e
Art. 7o As informações constantes do
CadÚnico terão validade de dois anos,
IV - fomentar o uso do CadÚnico por contados a partir da data da última
outros órgãos do Governo Federal, pelos atualização, sendo necessária, após este
Estados, Distrito Federal e Municípios, nas período, a sua atualização ou revalidação,
situações em que seu uso não for na forma disciplinada pelo Ministério do
obrigatório. Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Art. 6o O cadastramento das famílias Art. 8o Os dados de identificação das


será realizado pelos Municípios que tenham famílias do CadÚnico são sigilosos e
aderido ao CadÚnico, nos termos somente poderão ser utilizados para as
estabelecidos pelo Ministério do seguintes finalidades:
Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
observando-se os seguintes critérios:
I - formulação e gestão de políticas
públicas; e
I - preenchimento de modelo de
formulário estabelecido pelo Ministério do
II - realização de estudos e pesquisas.
Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

II - cada pessoa deve ser cadastrada § 1o São vedadas a cessão e a


em somente uma família; utilização dos dados do CadÚnico com o
objetivo de contatar as famílias para

275
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
qualquer outro fim que não aqueles que trata o caput serão alocados ao
indicados neste artigo. orçamento anual do Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
§ 2o A União, os Estados, os
Municípios e o Distrito Federal poderão Art. 13. Este Decreto entra em vigor na
utilizar suas respectivas bases para data de sua publicação.
formulação e gestão de políticas públicas no
âmbito de sua jurisdição. Decreto
Art. 14. Ficam revogados o
no 3.877, de 24 de julho de 2001, e o
§ 3o O Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome poderá ceder a
Decreto de 24 de outubro de 2001, que
base de dados nacional do CadÚnico para cria Grupo de Trabalho para os fins que
sua utilização, por órgãos do Poder especifica e dispõe sobre o Cadastramento
Executivo Federal, em políticas públicas que Único para Programas Sociais do Governo
não tenham o CadÚnico como instrumento Federal.
de seleção de beneficiários.
Brasília, 26 de junho de 2007; 186o da
§ 4o Os dados a que se refere este Independência e 119o da República.
artigo somente poderão ser cedidos a
terceiros, para as finalidades mencionadas LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
no caput, pelos órgãos gestores do Patrus Ananias
CadÚnico no âmbito da União, do Distrito
Federal e dos Municípios. Este texto não substitui o publicado no
DOU de 27.6.2007
§ 5o A utilização dos dados a que se
refere o caput será pautada pelo respeito à *
dignidade do cidadão e à sua privacidade.

§ 6o A utilização indevida dos dados


disponibilizados acarretará a aplicação de
sanção civil e penal na forma da lei.

Art. 9o O Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
adotará medidas periódicas para a
verificação permanente da consistência das
informações cadastrais.

Art. 10. O registro de informações


inverídicas no CadÚnico invalidará o
cadastro da família.

Art. 11. Com o objetivo de orientar os


Municípios sobre o quantitativo de famílias a
serem cadastradas, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
tornará disponível a estimativa do número
de famílias com os perfis de renda mensal
indicados no art. 4o, inciso II, por Município,
que será atualizada anualmente.

Art. 12. Os recursos orçamentários


para fazer face às despesas operacionais
comuns decorrentes do processamento de

276
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 6.307, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2007 - Dispõe sobre
os benefícios eventuais

Dispõe sobre os benefícios eventuais de que trata o art. 22 da Lei n o 8.742, de 7 de dezembro
de 1993.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no
uso da atribuição que lhe confere o art. 84, V - garantia de qualidade e prontidão
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o de respostas aos usuários, bem como de
disposto no art. 22 da Lei no 8.742, de 7 de espaços para manifestação e defesa de
dezembro de 1993, seus direitos;

DECRETA: VI - garantia de igualdade de condições


no acesso às informações e à fruição do
benefício eventual;
Art. 1o Benefícios eventuais são
provisões suplementares e provisórias,
prestadas aos cidadãos e às famílias em VII - afirmação dos benefícios
virtude de nascimento, morte, situações de eventuais como direito relativo à cidadania;
vulnerabilidade temporária e de calamidade
pública. VIII - ampla divulgação dos critérios
para a sua concessão; e
§ 1o Os benefícios eventuais integram
organicamente as garantias do Sistema IX - desvinculação de comprovações
Único de Assistência Social - SUAS. complexas e vexatórias de pobreza, que
estigmatizam os benefícios, os beneficiários
§ 2o A concessão e o valor dos auxílios e a política de assistência social.
por natalidade e por morte serão regulados
pelos Conselhos de Assistência Social dos Art. 3o O auxílio por natalidade
Estados, do Distrito Federal e dos atenderá, preferencialmente, aos seguintes
Municípios, mediante critérios e prazos aspectos:
definidos pelo Conselho Nacional de
Assistência Social - CNAS. I - necessidades do nascituro;

Art. 2o O benefício eventual deve II - apoio à mãe nos casos de natimorto


atender, no âmbito do SUAS, aos seguintes e morte do recém-nascido; e
princípios:
III - apoio à família no caso de morte da
I - integração à rede de serviços mãe.
socioassistenciais, com vistas ao
atendimento das necessidades humanas Art. 4o O auxílio por morte atenderá,
básicas; prioritariamente:

II - constituição de provisão certa para I - a despesas de urna funerária, velório


enfrentar com agilidade e presteza eventos e sepultamento;
incertos;
II - a necessidades urgentes da família
III - proibição de subordinação a para enfrentar riscos e vulnerabilidades
contribuições prévias e de vinculação a advindas da morte de um de seus
contrapartidas; provedores ou membros; e

IV - adoção de critérios de elegibilidade III - a ressarcimento, no caso da


em consonância com a Política Nacional de ausência do benefício eventual no momento
Assistência Social - PNAS; em que este se fez necessário.

277
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 5o Cabe ao Distrito Federal e aos IV - de desastres e de calamidade
Municípios, de acordo com o disposto nos pública; e
arts. 14 e 15 da Lei nº 8.742, de 7 de
dezembro de 1993, destinar recursos para o V - de outras situações sociais que
custeio do pagamento dos auxílios comprometam a sobrevivência.
natalidade e funeral, mediante critérios
estabelecidos pelo Conselho de Assistência
Art. 8o Para atendimento de vítimas de
Social do Distrito Federal e pelos Conselhos calamidade pública, poderá ser criado
Municipais de Assistência Social, benefício eventual de modo a assegurar-
respectivamente. lhes a sobrevivência e a reconstrução de
sua autonomia, nos termos do § 2º do art. 22
Art. 6o Cabe aos Estados destinar da Lei nº 8.742, de 1993.
recursos financeiros aos Municípios, a título
de participação no custeio do pagamento dos Parágrafo único. Para os fins deste
auxílios natalidade e funeral, mediante
Decreto, entende-se por estado de
critérios estabelecidos pelos Conselhos
calamidade pública o reconhecimento pelo
Estaduais de Assistência Social, de acordo
poder público de situação anormal, advinda
com o disposto no art. 13 da Lei nº 8.742, de de baixas ou altas temperaturas,
1993. tempestades, enchentes, inversão térmica,
desabamentos, incêndios, epidemias,
Art. 7o A situação de vulnerabilidade causando sérios danos à comunidade
temporária caracteriza-se pelo advento de afetada, inclusive à incolumidade ou à vida
riscos, perdas e danos à integridade pessoal de seus integrantes.
e familiar, assim entendidos:
Art. 9o As provisões relativas a
I - riscos: ameaça de sérios programas, projetos, serviços e benefícios
padecimentos; diretamente vinculados ao campo da saúde,
educação, integração nacional e das demais
II - perdas: privação de bens e de políticas setoriais não se incluem na
segurança material; e modalidade de benefícios eventuais da
assistência social.
III - danos: agravos sociais e ofensa.
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na
Parágrafo único. Os riscos, as perdas data de sua publicação.
e os danos podem decorrer:
Brasília, 14 de dezembro de 2007;
I - da falta de: 186o da Independência e 119o da República.

a) acesso a condições e meios para LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


suprir a reprodução social cotidiana do Patrus Aninas
solicitante e de sua família, principalmente a
de alimentação; Este texto não substitui o publicado no DOU
de 17.12.2007
b) documentação; e

c) domicílio;

II - da situação de abandono ou da
impossibilidade de garantir abrigo aos filhos;

III - da perda circunstancial decorrente


da ruptura de vínculos familiares, da
presença de violência física ou psicológica
na família ou de situações de ameaça à
vida;

278
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Anotações:

279
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.836, DE 9 DE JANEIRO DE 2004 - Cria o Programa Bolsa Família
Cria o Programa Bolsa Família e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, III - o benefício variável, vinculado ao


Faço saber que o Congresso Nacional adolescente, destinado a unidades
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: familiares que se encontrem em situação de
pobreza ou extrema pobreza e que tenham
Art. 1o Fica criado, no âmbito da em sua composição adolescentes com
Presidência da República, o Programa idade entre 16 (dezesseis) e 17 (dezessete)
Bolsa Família, destinado às ações de anos, sendo pago até o limite de 2 (dois)
transferência de renda com benefícios por
condicionalidades. família. (Redação dada pela
Lei nº 11.692, de 2008)
Parágrafo único. O Programa de que
trata o caput tem por finalidade a unificação IV - o benefício para superação da
dos procedimentos de gestão e execução extrema pobreza, no limite de um por
das ações de transferência de renda do família, destinado às unidades familiares
Governo Federal, especialmente as do beneficiárias do Programa Bolsa Família e
Programa Nacional de Renda Mínima que, cumulativamente: (Redação
vinculado à Educação - Bolsa Escola, dada pela Lei nº 12.817, de 2013)
instituído pela Lei nº 10.219, de 11 de abril
de 2001, do Programa Nacional de Acesso a) tenham em sua composição
à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n o crianças e adolescentes de 0 (zero) a 15
10.689, de 13 de junho de 2003, do (quinze) anos de idade;
Programa Nacional de Renda Mínima e (Redação dada pela Lei
vinculada à Saúde - Bolsa Alimentação, nº 12.817, de 2013)
instituído pela Medida Provisória n o 2.206-
1, de 6 de setembro de 2001, do Programa b) apresentem soma da renda familiar
Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto nº mensal e dos benefícios financeiros
4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do previstos nos incisos I a III igual ou inferior a
Cadastramento Único do Governo Federal, R$ 70,00 (setenta reais) per
instituído pelo Decreto nº 3.877, de 24 de capita. (Incluído pela Lei nº
julho de 2001. 12.722, de 2012)

Art. 2o Constituem benefícios § 1o Para fins do disposto nesta Lei,


financeiros do Programa, observado o considera-se:
disposto em regulamento:
I - família, a unidade nuclear,
I - o benefício básico, destinado a eventualmente ampliada por outros
unidades familiares que se encontrem em indivíduos que com ela possuam laços de
situação de extrema pobreza; parentesco ou de afinidade, que forme um
grupo doméstico, vivendo sob o mesmo teto
II - o benefício variável, destinado a e que se mantém pela contribuição de seus
unidades familiares que se encontrem em membros;
situação de pobreza e extrema pobreza e
que tenham em sua composição gestantes, II - (Revogado pela
nutrizes, crianças entre 0 (zero) e 12 (doze) Medida Provisória nº 411, de 2007).
anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos,
sendo pago até o limite de 5 (cinco) III - renda familiar mensal, a soma dos
benefícios por rendimentos brutos auferidos mensalmente
família; (Redação dada pela pela totalidade dos membros da família,
Lei nº 12.512, de 2011) excluindo-se os rendimentos concedidos
por programas oficiais de transferência de
renda, nos termos do regulamento.

280
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o O valor do benefício básico será § 8o Considera-se benefício variável de
de R$ 58,00 (cinqüenta e oito reais) por caráter extraordinário a parcela do valor dos
mês, concedido a famílias com renda benefícios em manutenção das famílias
familiar mensal per capita de até R$ 60,00 beneficiárias dos Programas Bolsa Escola,
(sessenta reais). (Redação Bolsa Alimentação, PNAA e Auxílio-Gás
dada pela Lei nº 11.692, de 2008) que, na data de ingresso dessas famílias no
Programa Bolsa Família, exceda o limite
§ 3o Serão concedidos a famílias com máximo fixado neste artigo.
renda familiar mensal per capita de até R$
120,00 (cento e vinte reais), dependendo de § 9o O benefício a que se refere o § 8o
sua será mantido até a cessação das condições
composição: (Redação de elegibilidade de cada um dos
dada pela Lei nº 11.692, de 2008) beneficiários que lhe deram origem.

I - o benefício variável no valor de R$ § 10. O Conselho Gestor


18,00 (dezoito reais); Interministerial do Programa Bolsa Família
e (Redação dada pela Lei poderá excepcionalizar o cumprimento dos
nº 11.692, de 2008) critérios de que trata o § 2o , nos casos de
calamidade pública ou de situação de
II - o benefício variável, vinculado ao emergência reconhecidos pelo Governo
adolescente, no valor de R$ 30,00 (trinta Federal, para fins de concessão do
reais). (Redação dada benefício básico em caráter temporário,
pela Lei nº 11.692, de 2008) respeitados os limites orçamentários e
financeiros.
§ 4o Os benefícios financeiros
previstos nos incisos I, II, III e IV do caput § 11. Os benefícios financeiros
poderão ser pagos cumulativamente às previstos nos incisos I, II, III e IV do caput
famílias beneficiárias, observados os limites serão pagos, mensalmente, por meio de
fixados nos citados incisos II, III e cartão magnético bancário fornecido pela
IV. (Incluído pela Lei nº Caixa Econômica Federal com a
12.722, de 2012) identificação do responsável, mediante o
Número de Identificação Social - NIS, de
§ 5o A família cuja renda familiar uso do Governo
mensal per capita esteja compreendida Federal. (Redação dada
entre os valores estabelecidos no § 2o e no pela Lei nº 12.722, de 2012)
§ 3o deste artigo receberá exclusivamente
os benefícios a que se referem os incisos II § 12. Os benefícios poderão ser
e III do caput deste artigo, respeitados os pagos por meio das seguintes modalidades
limites fixados nesses de contas, nos termos de resoluções
incisos. (Redação dada adotadas pelo Banco Central do
pela Lei nº 11.692, de 2008)
Brasil: (Redação dada pela
Lei nº 11.692, de 2008)
§ 6o Os valores dos benefícios e os
valores referenciais para caracterização de
I – contas-correntes de depósito à
situação de pobreza ou extrema pobreza de
que tratam os §§ 2o e 3o poderão ser vista; (Incluído pela Lei nº
majorados pelo Poder Executivo, em razão 11.692, de 2008)
da dinâmica socioeconômica do País e de
estudos técnicos sobre o tema, atendido o II - contas especiais de depósito à
disposto no parágrafo único do art. 6º. vista; (Incluído pela Lei nº
11.692, de 2008)
§ 7o Os atuais beneficiários dos
programas a que se refere o parágrafo único III - contas contábeis;
do art. 1º , à medida que passarem a receber e (Incluído pela Lei nº
os benefícios do Programa Bolsa Família, 11.692, de 2008)
deixarão de receber os benefícios daqueles
programas. IV - outras espécies de contas que
venham a ser

281
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
criadas. (Incluído pela Lei nº Art. 3o A concessão dos benefícios
11.692, de 2008) dependerá do cumprimento, no que couber,
de condicionalidades relativas ao exame
§ 13. No caso de créditos de pré-natal, ao acompanhamento nutricional,
benefícios disponibilizados indevidamente ao acompanhamento de saúde, à
ou com prescrição do prazo de freqüência escolar de 85% (oitenta e cinco
movimentação definido em regulamento, os por cento) em estabelecimento de ensino
créditos reverterão automaticamente ao regular, sem prejuízo de outras previstas em
Programa Bolsa Família. regulamento.

§ 14. O pagamento dos benefícios Parágrafo único. O acompanhamento


previstos nesta Lei será feito da freqüência escolar relacionada ao
preferencialmente à mulher, na forma do benefício previsto no inciso III do caput do
regulamento. art. 2o desta Lei considerará 75% (setenta e
cinco por cento) de freqüência, em
conformidade com o previsto no inciso VI do
§ 15. O benefício para superação da
caput do art. 24 da Lei no 9.394, de 20 de
extrema pobreza corresponderá ao valor
dezembro de
necessário para que a soma da renda
1996. (Incluído pela Lei nº
familiar mensal e dos benefícios financeiros
11.692, de 2008)
supere o valor de R$ 70,00 (setenta reais)
per capita. (Redação dada pela Lei nº
12.817, de 2013) Art. 4o Fica criado, como órgão de
assessoramento imediato do Presidente da
República, o Conselho Gestor
§ 16. Caberá ao Poder Executivo
Interministerial do Programa Bolsa Família,
ajustar, de acordo com critério a ser
com a finalidade de formular e integrar
estabelecido em ato específico, o valor
políticas públicas, definir diretrizes, normas
definido para a renda familiar per capita,
e procedimentos sobre o desenvolvimento e
para fins do pagamento do benefício para
implementação do Programa Bolsa Família,
superação da extrema
bem como apoiar iniciativas para instituição
pobreza. (Redação dada
de políticas públicas sociais visando
pela Lei nº 12.817, de 2013)
promover a emancipação das famílias
beneficiadas pelo Programa nas esferas
I -
federal, estadual, do Distrito Federal e
(revogado); (Incluído pela
municipal, tendo as competências,
Lei nº 12.817, de 2013)
composição e funcionamento estabelecidos
em ato do Poder Executivo.
II - (revogado). (Incluído
pela Lei nº 12.817, de 2013)
Art. 5o O Conselho Gestor
§ 17. Os beneficiários com idade a Interministerial do Programa Bolsa Família
partir de 14 (quatorze) anos e os contará com uma Secretaria-Executiva, com
mencionados no inciso III do caput deste a finalidade de coordenar, supervisionar,
artigo poderão ter acesso a programas e controlar e avaliar a operacionalização do
cursos de educação e qualificação Programa, compreendendo o
profissionais.(Incluído pela Lei nº 12.817, de cadastramento único, a supervisão do
2013) cumprimento das condicionalidades, o
estabelecimento de sistema de
monitoramento, avaliação, gestão
Art. 2o-A. A partir de 1o de março de
orçamentária e financeira, a definição das
2013, o benefício previsto no inciso IV do
formas de participação e controle social e a
caput do art. 2o será estendido,
interlocução com as respectivas instâncias,
independentemente do disposto na alínea a
bem como a articulação entre o Programa e
desse inciso, às famílias beneficiárias que
as políticas públicas sociais de iniciativa dos
apresentem soma da renda familiar mensal
governos federal, estadual, do Distrito
e dos benefícios financeiros previstos nos
Federal e municipal.
incisos I a III do caput do art. 2o, igual ou
inferior a R$ 70,00 (setenta reais) per
capita. (Incluído pela Lei nº Art. 6o As despesas do Programa Bolsa
12.817, de 2013) Família correrão à conta das dotações
alocadas nos programas federais de

282
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
transferência de renda e no Cadastramento Art. 8o A execução e a gestão do
Único a que se refere o parágrafo único do Programa Bolsa Família são públicas e
art. 1º , bem como de outras dotações do governamentais e dar-se-ão de forma
Orçamento da Seguridade Social da União descentralizada, por meio da conjugação de
que vierem a ser consignadas ao Programa. esforços entre os entes federados,
observada a intersetorialidade, a
Parágrafo único. O Poder Executivo participação comunitária e o controle social.
deverá compatibilizar a quantidade de
beneficiários e de benefícios financeiros § 1o A execução e a gestão
específicos do Programa Bolsa Família com descentralizadas referidas no caput serão
as dotações Orçamentárias implementadas mediante adesão voluntária
existentes. (Redação dada dos Estados, do Distrito Federal e dos
pela Lei nº 12.817, de 2013) Municípios ao Programa Bolsa
Família. (Incluído pela Lei
Art. 7o Compete à Secretaria-Executiva nº 12.058, de 2009)
do Programa Bolsa Família promover os
atos administrativos e de gestão § 2o Fica instituído o Índice de
necessários à execução orçamentária e Gestão Descentralizada do Programa Bolsa
financeira dos recursos originalmente Família - IGD, para utilização em âmbito
destinados aos programas federais de estadual, distrital e municipal, cujos
transferência de renda e ao Cadastramento parâmetros serão regulamentados pelo
Único mencionados no parágrafo único do Poder Executivo, e destinado
art. 1º . a: (Incluído pela Lei nº
12.058, de 2009)
§ 1o Excepcionalmente, no exercício de
2003, os atos administrativos e de gestão I - medir os resultados da gestão
necessários à execução orçamentária e descentralizada, com base na atuação do
financeira, em caráter obrigatório, para gestor estadual, distrital ou municipal na
pagamento dos benefícios e dos serviços execução dos procedimentos de
prestados pelo agente operador e, em cadastramento, na gestão de benefícios e
caráter facultativo, para o gerenciamento do de condicionalidades, na articulação
Programa Bolsa Família, serão realizados intersetorial, na implementação das ações
pelos Ministérios da Educação, da Saúde, de desenvolvimento das famílias
de Minas e Energia e pelo Gabinete do beneficiárias e no acompanhamento e
Ministro Extraordinário de Segurança execução de procedimentos de
Alimentar e Combate à Fome, observada controle; (Incluído pela
orientação emanada da Secretaria- Lei nº 12.058, de 2009)
Executiva do Programa Bolsa Família
quanto aos beneficiários e respectivos II - incentivar a obtenção de
benefícios. resultados qualitativos na gestão estadual,
distrital e municipal do Programa;
§ 2o No exercício de 2003, as despesas e (Incluído pela Lei nº
relacionadas à execução dos Programas 12.058, de 2009)
Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PNAA e
Auxílio-Gás continuarão a ser executadas III - calcular o montante de recursos a
orçamentária e financeiramente pelos ser transferido aos entes federados a título
respectivos Ministérios e órgãos de apoio
responsáveis. financeiro. (Incluído
pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 3o No exercício de 2004, as dotações
relativas aos programas federais de § 3o A União transferirá,
transferência de renda e ao Cadastramento obrigatoriamente, aos entes federados que
Único, referidos no parágrafo único do art. aderirem ao Programa Bolsa Família
1º , serão descentralizadas para o órgão recursos para apoio financeiro às ações de
responsável pela execução do Programa gestão e execução descentralizada do
Bolsa Família. Programa, desde que alcancem índices
mínimos no IGD. (Incluído
pela Lei nº 12.058, de 2009)

283
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4o Para a execução do previsto Art. 9o O controle e a participação
neste artigo, o Poder Executivo Federal social do Programa Bolsa Família serão
regulamentará: (Incluído realizados, em âmbito local, por um
pela Lei nº 12.058, de 2009) conselho ou por um comitê instalado pelo
Poder Público municipal, na forma do
I - os procedimentos e as condições regulamento.
necessárias para adesão ao Programa
Bolsa Família, incluindo as obrigações dos Parágrafo único. A função dos
entes membros do comitê ou do conselho a que se
respectivos; (Incluído pela refere o caput é considerada serviço público
Lei nº 12.058, de 2009) relevante e não será de nenhuma forma
remunerada.
II - os instrumentos, parâmetros e
procedimentos de avaliação de resultados e Art. 10. O art. 5º da Lei nº 10.689, de
da qualidade de gestão em âmbito estadual, 13 de junho de 2003, passa a vigorar com a
distrital e municipal; seguinte alteração:
e (Incluído pela Lei nº
12.058, de 2009) "Art. 5º As despesas com o Programa
Nacional de Acesso à Alimentação correrão
III - os procedimentos e instrumentos à conta das dotações orçamentárias
de controle e acompanhamento da consignadas na Lei Orçamentária Anual,
execução do Programa Bolsa Família pelos inclusive oriundas do Fundo de Combate e
entes Erradicação da Pobreza, instituído pelo art.
federados. (Incluído pela 79 do Ato das Disposições Constitucionais
Lei nº 12.058, de 2009) Transitórias." (NR)

§ 5o Os resultados alcançados pelo Art. 11. Ficam vedadas as concessões


ente federado na gestão do Programa Bolsa de novos benefícios no âmbito de cada um
Família, aferidos na forma do inciso I do § 2o dos programas a que se refere o parágrafo
serão considerados como prestação de único do art. 1º .
contas dos recursos
transferidos. (Incluído pela Parágrafo único. A validade dos
Lei nº 12.058, de 2009) benefícios concedidos no âmbito do
Programa Nacional de Acesso à
§ 6o Os Estados, o Distrito Federal e Alimentação - PNAA - "Cartão Alimentação"
os Municípios submeterão suas prestações encerra-se em 31 de dezembro de
de contas às respectivas instâncias de 2011. (Incluído pela Lei nº
controle social, previstas no art. 9o, e, em 12.512, de 2011)
caso de não aprovação, os recursos
financeiros transferidos na forma do § 3o Art. 12. Fica atribuída à Caixa
deverão ser restituídos pelo ente federado Econômica Federal a função de Agente
ao respectivo Fundo de Assistência Social, Operador do Programa Bolsa Família,
na forma regulamentada pelo Poder mediante remuneração e condições a serem
Executivo pactuadas com o Governo Federal,
Federal. (Incluído pela obedecidas as formalidades legais.
Lei nº 12.058, de 2009)
Art. 13. Será de acesso público a
§ 7o O montante total dos recursos de relação dos beneficiários e dos respectivos
que trata o § 3o não poderá exceder a 3% benefícios do Programa a que se refere o
(três por cento) da previsão orçamentária caput do art. 1º .
total relativa ao pagamento de benefícios do
Programa Bolsa Família, devendo o Poder
Parágrafo único. A relação a que se
Executivo fixar os limites e os parâmetros
refere o caput terá divulgação em meios
mínimos para a transferência de recursos eletrônicos de acesso público e em outros
para cada ente meios previstos em regulamento.
federado. (Incluído pela
Lei nº 12.058, de 2009)

284
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 14. Sem prejuízo das tendo sido pago pelo beneficiário, ao débito
responsabilidades civil, penal e serão aplicados os procedimentos de
administrativa, o servidor público ou o cobrança dos créditos da União, na forma da
agente da entidade conveniada ou legislação de
contratada responsável pela organização e regência. (Incluído pela Lei
manutenção do cadastro de que trata o art. nº 12.512, de 2011)
1º será responsabilizado quando,
dolosamente: (Redação Art. 15. Fica criado no Conselho Gestor
dada pela Lei nº 12.512, de 2011) Interministerial do Programa Bolsa Família
um cargo, código DAS 101.6, de Secretário-
I - inserir ou fizer inserir dados ou Executivo do Programa Bolsa Família.
informações falsas ou diversas das que
deveriam ser inscritas no Cadastro Único Art. 16. Na gestão do Programa Bolsa
para Programas Sociais do Governo Família, aplicarse-á, no que couber, a
Federal - Cadúnico; legislação mencionada no parágrafo único
ou (Incluído pela Lei nº do art. 1º, observadas as diretrizes do
12.512, de 2011) Programa.

II - contribuir para que pessoa diversa Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data
do beneficiário final receba o de sua publicação.
benefício. (Incluído pela Lei
nº 12.512, de 2011)
Brasília, 9 de janeiro de 2004; 183º da
Independência e 116º da República.
§ 1º
(Revogado). (Redação dada
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
pela Lei nº 12.512, de 2011)
José Dirceu de Oliveira e Silva

§ 2º O servidor público ou agente da Este texto não substitui o publicado no DOU.


entidade contratada que cometer qualquer
de 12.1.2004
das infrações de que trata o caput fica
obrigado a ressarcir integralmente o dano,
aplicando-se-lhe multa nunca inferior ao *
dobro e superior ao quádruplo da quantia
paga
indevidamente. (Redação
dada pela Lei nº 12.512, de 2011)

Art. 14-A. Sem prejuízo da sanção


penal, será obrigado a efetuar o
ressarcimento da importância recebida o
beneficiário que dolosamente tenha
prestado informações falsas ou utilizado
qualquer outro meio ilícito, a fim de
indevidamente ingressar ou se manter como
beneficiário do Programa Bolsa
Família. (Incluído pela Lei nº
12.512, de 2011)

§ 1º O valor apurado para o


ressarcimento previsto no caput será
atualizado pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo - IPCA, divulgado
pela Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. (Incluído pela
Lei nº 12.512, de 2011)

§ 2º Apurado o valor a ser ressarcido,


mediante processo administrativo, e não

285
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

286
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 5.209 DE 17 DE SETEMBRO DE 2004 – Regulamenta o
Programa Bolsa Família

Regulamenta a Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, que cria o Programa Bolsa Família, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no V - coordenar, gerir e operacionalizar


uso da atribuição que lhe confere o art. 84, o Cadastro Único para Programas Sociais
incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e do Governo Federal. (Incluído
tendo em vista o disposto na Lei no 10.836, pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
de 9 de janeiro de 2004,
CAPÍTULO I
DECRETA:
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o O Programa Bolsa Família,
criado pela Lei no 10.836, de 9 de janeiro de Seção I
2004, será regido por este Decreto e pelas
disposições complementares que venham a
Da Finalidade do Programa Bolsa
ser estabelecidas pelo Ministério do
Família
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Art. 3o O Programa Bolsa Família tem


Art. 2o Cabe ao Ministério do por finalidade a unificação dos
Desenvolvimento Social e Combate à Fome procedimentos de gestão e execução das
coordenar, gerir e operacionalizar o
ações de transferência de renda do Governo
Programa Bolsa Família e, em especial,
Federal e do Cadastramento Único do
executar as seguintes
Governo Federal, instituído pelo Decreto no
atividades: (Redação dada
3.877, de 24 de julho de 2001.
pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
§ 1o Os programas de transferência
I - realizar a gestão dos benefícios do de renda cujos procedimentos de gestão e
Programa Bolsa execução foram unificados pelo Programa
Família; (Incluído pelo Decreto Bolsa Família, doravante intitulados
nº 7.332, de 2010) Programas Remanescentes, nos termos da
Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004, são:
II - supervisionar o cumprimento das
condicionalidades e promover a oferta dos I - Programa Nacional de Renda
programas complementares, em articulação Mínima vinculada à educação – "Bolsa
com os Ministérios setoriais e demais entes Escola", instituído pela Lei no 10.219, de 11
federados; (Incluído pelo de abril de 2001;
Decreto nº 7.332, de 2010)
II - Programa Nacional de Acesso à
III - acompanhar e fiscalizar a Alimentação – PNAA – "Cartão
execução do Programa Bolsa Família, Alimentação", criado pela Lei no 10.689, de
podendo utilizar-se, para tanto, de 13 de junho de 2003;
mecanismos
intersetoriais; (Incluído pelo III - Programa Nacional de Renda
Decreto nº 7.332, de 2010) Mínima vinculado à saúde – "Bolsa
Alimentação", instituído pela Medida
IV - disciplinar, coordenar e Provisória no 2.206-1, de 6 de setembro de
implementar as ações de apoio financeiro à 2001; e
qualidade da gestão e da execução
descentralizada do Programa Bolsa Família; IV - (Revogado pelo
e (Incluído pelo Decreto nº Decreto nº 6.392, de 2008)
7.332, de 2010)

287
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Aplicam-se aos Programas I - Ministério do Desenvolvimento
Remanescentes as atribuições referidas no Social e Combate à Fome, que o presidirá;
art. 2o deste Decreto, cabendo ao Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à II - Ministério da Educação;
Fome disciplinar os procedimentos
necessários à gestão unificada desses
III - Ministério da Saúde;
programas.
IV - Ministério do Planejamento,
Art. 4o Os objetivos básicos do
Orçamento e Gestão;
Programa Bolsa Família, em relação aos
seus beneficiários, sem prejuízo de outros
que venham a ser fixados pelo Ministério do V - Ministério da Fazenda;
Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
são: VI - Casa Civil da Presidência da
República; e
I - promover o acesso à rede de
serviços públicos, em especial, de saúde, VII - Caixa Econômica Federal.
educação e assistência social;
Parágrafo único. O Ministro de
II - combater a fome e promover a Estado do Desenvolvimento Social e
segurança alimentar e nutricional; Combate à Fome poderá convidar a
participar das reuniões representantes de
III - estimular a emancipação órgãos das administrações federal,
sustentada das famílias que vivem em estadual, do Distrito Federal e municipal, de
situação de pobreza e extrema pobreza; entidades privadas, inclusive organizações
não-governamentais, de acordo com a
pauta da reunião.
IV - combater a pobreza; e
Art. 7o Fica criado o Comitê Executivo
V - promover a intersetorialidade, a
do CGPBF, integrado por representante do
complementaridade e a sinergia das ações
Ministério do Desenvolvimento Social e
sociais do Poder Público. Combate à Fome, que o coordenará, e por
representantes dos demais órgãos e
Seção II entidade a que se refere o art. 6o, com a
finalidade de implementar e acompanhar as
Do Conselho Gestor do Programa Bolsa decisões do CGPBF.
Família
Parágrafo único. Os representantes
Art. 5o O Conselho Gestor do referidos no caput e seus respectivos
Programa Bolsa Família - CGPBF, órgão suplentes serão indicados pelos titulares
colegiado de caráter deliberativo, vinculado dos respectivos órgãos e entidade
ao Ministério do Desenvolvimento Social e representados e designados pelo Ministro
Combate à Fome, previsto pelo art. 4o da Lei de Estado do Desenvolvimento Social e
no 10.836, de 2004, e na Lei no 10.869, de Combate à Fome.
13 de maio de 2004, tem por finalidade
formular e integrar políticas públicas, definir Art. 8o O CGPBF poderá instituir
diretrizes, normas e procedimentos sobre o grupos de trabalho, em caráter temporário,
desenvolvimento e implementação do para analisar matérias sob sua apreciação e
Programa Bolsa Família, bem como apoiar propor medidas específicas necessárias à
iniciativas para instituição de políticas implementação de suas decisões.
públicas sociais visando promover a
emancipação das famílias beneficiadas pelo Art. 9o Ao Ministério do
Programa nas esferas federal, estadual, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Distrito Federal e municipal. caberá prover apoio técnico-administrativo e
os meios necessários à execução dos
Art. 6o O CGPBF será composto trabalhos do CGPBF e seus grupos de
pelos titulares dos seguintes órgãos e trabalhos.
entidade:

288
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art.10. A participação no CGPBF Combate à Fome: (Incluído pelo
será considerada prestação de serviço Decreto nº 7.332, de 2010)
relevante e não remunerada.
I - existência formal e o pleno
Parágrafo único. Não será funcionamento de instância de controle
remunerada a participação no Comitê social na respectiva esfera federativa, na
Executivo e nos grupos de trabalho referidos forma definida no art. 29;
no art. 7o e 8o, respectivamente. e (Incluído pelo Decreto nº
7.332, de 2010)
Seção III
II - indicação de gestor municipal do
Das Competências e das Programa Bolsa Família e, no caso dos
Responsabilidades dos Estados, Distrito Estados e do Distrito Federal, do
Federal e Municípios coordenador do
na Execução do Programa Bolsa Família Programa. (Incluído pelo
Decreto nº 7.332, de 2010)
Art.11. A execução e gestão do
Programa Bolsa Família dar-se-á de forma § 4o O Ministério do
descentralizada, por meio da conjugação de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
esforços entre os entes federados, fixará os demais procedimentos a serem
observada a intersetorialidade, a observados pelos Estados, Municípios e
participação comunitária e o controle social. Distrito Federal para aderir ao Programa
Bolsa Família. (Incluído pelo
§ 1o Os entes federados poderão Decreto nº 7.332, de 2010)
aderir ao Programa Bolsa Família,
observados os critérios, condições e Art. 11-A. O Ministério do
procedimentos estabelecidos pelo Ministério Desenvolvimento Social e Combate à Fome
do Desenvolvimento Social e Combate à disciplinará os mecanismos de
Fome, por meio de termo específico, com os funcionamento do Índice de Gestão
seguintes efeitos: (Redação Descentralizada do Programa Bolsa
dada pelo Decreto nº 7.332, de 2010) Família - IGD, previsto no § 2o do art. 8o da
Lei no 10.836, de 2004, como instrumento de
I - fixação de suas competências e promoção e fortalecimento da gestão
responsabilidades na gestão e na execução intersetorial do Programa Bolsa Família, nas
do Programa Bolsa Família; seguintes
e (Incluído pelo Decreto nº 7.332, modalidades: (Incluído pelo
de 2010) Decreto nº 7.332, de 2010)

II - possibilidade de recebimento de I - Índice de Gestão Descentralizada


recursos do Ministério do Desenvolvimento dos Municípios - IGD-M, a ser aplicado aos
Social e Combate à Fome para apoiar a Municípios e ao Distrito Federal;
gestão do Programa Bolsa e (Incluído pelo Decreto nº
Família. (Incluído pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
7.332, de 2010)
II - Índice de Gestão
§ 2o As adesões e os convênios Descentralizada Estadual - IGD-E, a ser
firmados entre os entes federados e a União aplicado aos
no âmbito dos programas remanescentes, Estados. (Incluído pelo
que se encontrarem em vigor na data de Decreto nº 7.332, de 2010)
publicação deste Decreto, terão validade até
31 de dezembro de 2005. § 1o O valor do índice obtido pelo
ente federado, na periodicidade e
§ 3o São condições para a adesão sistemática fixadas pelo Ministério do
ao Programa Bolsa Família, sem prejuízo de Desenvolvimento Social e Combate à
outras que venham a ser fixadas pelo Fome: (Incluído pelo Decreto nº
Ministério do Desenvolvimento Social e 7.332, de 2010)

289
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - indicará os resultados alcançados § 6o Para fins de fortalecimento das
na gestão do Programa Bolsa Família em instâncias de controle social dos entes
sua esfera; e (Incluído pelo federados, pelo menos três por cento dos
Decreto nº 7.332, de 2010) recursos transferidos para apoio financeiro
às ações de gestão e execução
II - determinará o montante de descentralizada do Programa Bolsa Família
recursos a ser regularmente transferido serão destinados a atividades de apoio
pelo Governo Federal ao ente federado técnico e operacional ao respectivo
que tenha aderido ao Programa Bolsa colegiado, na forma fixada pelo Ministério do
Família, para apoio financeiro às ações Desenvolvimento Social e Combate à
de gestão e execução descentralizada, Fome.
atendidas as referências mínimas
fixadas pelo Ministério do Art. 11-B. O IGD medirá a qualidade
Desenvolvimento Social e Combate à da gestão descentralizada do Programa
Fome. (Incluído pelo Decreto nº 7.332, Bolsa Família, em conformidade com o
de 2010) disposto no inciso I do § 2o do art. 8o da Lei
no 10.836, de 2004, considerando as
§ 2o Os resultados alcançados pelo seguintes variáveis, entre outras fixadas
ente federado na gestão do Programa Bolsa pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
Família, aferidos na forma do inciso I do § 2o Combate à Fome: (Incluído pelo Decreto nº
do art. 8o da Lei no 10.836, de 2004, serão 7.332, de 2010)
considerados como prestação de contas
dos recursos I - integridade e atualização das
transferidos. (Incluído pelo informações do Cadastro Único para
Decreto nº 7.332, de 2010) Programas Sociais do Governo Federal;
e (Incluído pelo Decreto nº 7.332,
§ 3o O montante total dos recursos de 2010)
não poderá exceder a previsão de recursos
para apoio à gestão divulgada anualmente II - envio das informações sobre o
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e acompanhamento do cumprimento das
Combate à Fome para os entes federados, condicionalidades nas áreas de saúde e
observados os limites fixados de acordo educação pelos beneficiários do Programa
com o § 7o do art. 8o da Lei no 10.836, de Bolsa Família. (Incluído pelo
2004. (Incluído pelo Decreto nº Decreto nº 7.332, de 2010)
7.332, de 2010)
Art. 11-C. Os recursos de que trata o
§ 4o Para fins de cálculo do IGD-E, § 3º do art. 8º da Lei nº 10.836, de 2004,
poderão ser considerados dados relativos à deverão ser aplicados nas ações de gestão
gestão descentralizada dos respectivos e execução descentralizada do Programa
Municípios, sem prejuízo de outros critérios, Bolsa Família, em especial nas seguintes
na forma definida em ato do Ministério do atividades: (Redação dada pelo
Desenvolvimento Social e Combate à Decreto nº 7.852, de 2012)
Fome. (Incluído pelo Decreto nº
7.332, de 2010) I - gestão de condicionalidades,
realizada de forma intersetorial,
§ 5o Os repasses dos recursos para compreendendo as atividades necessárias
apoio financeiro às ações de gestão e para o registro, sistematização e análise das
execução descentralizada do Programa informações relacionadas à frequência
Bolsa Família previstos no § 3o do art. 8o da escolar, à agenda de saúde e a outras ações
Lei no 10.836, de 2004, serão realizados que venham a ser fixadas como
diretamente do Fundo Nacional de condicionalidades do Programa Bolsa
Assistência Social aos Fundos de Família; (Incluído pelo
Assistência Social dos Estados, dos Decreto nº 7.332, de 2010)
Municípios e do Distrito
Federal. (Incluído pelo Decreto II - gestão de
nº 7.332, de 2010) benefícios; (Incluído pelo Decreto
nº 7.332, de 2010)

290
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - acompanhamento das famílias respectivas esferas de governo, na forma
beneficiárias, em especial daquelas em prevista pelo Ministério do Desenvolvimento
situação de maior vulnerabilidade social, Social e Combate à
realizada de forma articulada entre as áreas Fome. (Incluído pelo Decreto nº
de assistência social, saúde e 7.332, de 2010)
educação; (Incluído pelo Decreto
nº 7.332, de 2010) Parágrafo único. O planejamento de
que trata o caput deverá considerar a
IV - identificação e cadastramento de intersetorialidade das áreas de assistência
novas famílias, atualização e revisão dos social, saúde e educação, entre outras, além
dados do Cadastro Único para Programas de integrar os Planos de Assistência Social
Sociais do Governo Federal referentes aos de que trata o inciso III do art. 30 da Lei
cidadãos residentes no território do ente 8.742, de 1993, na forma a ser definida em
federado; (Incluído pelo ato do Ministério do Desenvolvimento Social
Decreto nº 7.332, de 2010) e Combate à Fome. (Incluído
pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
V - articulação intersetorial para o
planejamento, implementação e avaliação Art. 11-E. A aplicação dos recursos
de ações voltadas à ampliação do acesso para apoio financeiro às ações de gestão e
das famílias beneficiárias do Programa execução descentralizada do Programa
Bolsa Família aos serviços públicos, em Bolsa Família transferidos aos entes
especial os de saúde, educação e federados deverá integrar as prestações de
acompanhamento familiar realizado pela contas anuais dos Fundos de Assistência
assistência social; (Redação dada pelo Social dos Estados, Municípios e Distrito
Decreto nº 7.852, de 2012 Federal, em item
específico. (Incluído
VI - atividades relacionadas ao pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
acompanhamento e à fiscalização do
Programa Bolsa Família, inclusive aquelas Art. 11-F. A prestação das contas da
requisitadas pelo Ministério do aplicação dos recursos para apoio
Desenvolvimento Social e Combate à financeiro às ações de gestão e execução
Fome; (Redação dada pelo descentralizada do Programa Bolsa Família,
Decreto nº 7.852, de 2012 nos termos do § 6o do art. 8o da Lei no
10.836, de 2004, será submetida pelo ente
VII - gestão articulada e integrada federado ao respectivo Conselho de
com os benefícios e serviços Assistência Social, que
socioassistenciais previstos na Lei no 8.742, deverá: (Incluído pelo
de 1993; (Incluído pelo Decreto Decreto nº 7.332, de 2010)
nº 7.332, de 2010)
I - receber, analisar e manifestar-se
VIII - apoio técnico e operacional às sobre a aprovação, integral ou parcial, ou
instâncias de controle social dos entes rejeição da prestação de contas anual da
federados, conforme § 6o do art. 11-A; aplicação dos recursos; (Incluído
e (Incluído pelo Decreto nº pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
7.332, de 2010)
II - informar ao órgão executor e ao
IX - outras atividades a serem Ministério do Desenvolvimento Social e
estabelecidas pelo Ministério do Combate à Fome, em prazo a ser definido
Desenvolvimento Social e Combate à por este, da ocorrência de eventuais
Fome. (Incluído pelo Decreto nº irregularidades na utilização dos recursos;
7.332, de 2010) e (Incluído pelo Decreto nº
7.332, de 2010)
Art. 11-D. O planejamento da
aplicação de recursos para apoio financeiro III - promover a divulgação das
às ações de gestão e execução atividades executadas, de forma
descentralizada do Programa Bolsa Família transparente e articulada, com os órgãos de
será realizado pelo seu gestor, nas controle interno e externo da União e dos

291
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Estados. (Incluído pelo reparação do dano, sem prejuízo das
Decreto nº 7.332, de 2010) demais medidas legais aplicáveis aos
responsáveis. (Incluído
Art. 11-G. A avaliação da prestação pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
de contas de que trata o art. 11-F será
efetuada em sistema informatizado, a ser Art. 11-I. As prestações de contas da
disponibilizado pelo Ministério do aplicação dos recursos para apoio às ações
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, de gestão e execução descentralizada do
com base em ato normativo que disciplinará: Programa Bolsa Família, de que tratam os
(Incluído pelo Decreto nº 7.332, de 2010) arts. 11-E, 11-F e 11-G, assim como a
documentação comprobatória da utilização
I - os dos recursos, deverão ser arquivadas pelos
procedimentos; (Incluído pelo respectivos entes federados pelo período de
Decreto nº 7.332, de 2010) cinco anos, contados do julgamento das
contas pelo Conselho previsto no art. 11-
F. (Incluído pelo Decreto nº
II - o formato e o conteúdo do 7.332, de 2010)
relatório de
avaliação; (Incluído pelo
Decreto nº 7.332, de 2010) Parágrafo único. A documentação
comprobatória das despesas realizadas em
apoio à gestão do Programa Bolsa Família
III - a documentação nos entes federados deverá identificar os
necessária; (Incluído pelo recursos financeiros dele
Decreto nº 7.332, de 2010) originários. (Incluído pelo
Decreto nº 7.332, de 2010)
IV - os prazos para o envio das
prestações de contas ao Conselho previsto Art. 11-J. O saldo dos recursos
no art. 11-F, assim como para manifestação financeiros repassados pelo Fundo Nacional
desses colegiados; e (Incluído de Assistência Social aos Fundos de
pelo Decreto nº 7.332, de 2010) Assistência Social dos Municípios, Estados
e Distrito Federal, decorrente de
V - os procedimentos específicos transferências para apoio financeiro à
para a apreciação da prestação de contas gestão do Programa Bolsa Família,
da aplicação dos recursos para apoio existente em 31 de dezembro de cada ano,
financeiro às ações de gestão e execução poderá ser reprogramado no exercício
descentralizada do Programa Bolsa Família seguinte, desde que não esteja
repassados em 2009. (Incluído comprometido, nos termos do art. 73 da Lei
pelo Decreto nº 7.332, de 2010) no 4.320, de 17 de março de
1964. (Incluído pelo Decreto
Art. 11-H. Os repasses financeiros nº 7.332, de 2010)
para apoio às ações de gestão e execução
descentralizada do Programa Bolsa Família Art. 12. Sem prejuízo do disposto no
serão suspensos, sem prejuízo de outras § 1o do art. 11, e com vistas a garantir a
sanções administrativas, civis e penais efetiva conjugação de esforços entre os
previstas na legislação em vigor, quando entes federados, poderão ser celebrados
comprovada manipulação indevida das acordos de cooperação entre a União,
informações relativas aos elementos que Estados, Distrito Federal e Municípios,
constituem o IGD, a fim de alcançar os tendo como objeto programas e políticas
índices mínimos de que trata o § 3o do art. sociais orientadas ao público beneficiário do
8o da Lei no 10.836, de Programa Bolsa Família, observada, no que
2004. (Incluído pelo Decreto nº couber, a legislação específica relativa a
7.332, de 2010) cada um dos programas de que trata o art.
3o. (Redação dada pelo
Parágrafo único. Além da Decreto nº 7.332, de 2010)
suspensão de recursos de que trata o
caput, haverá a instauração de tomada de § 1o Os acordos de cooperação de
contas especial e a adoção de providências que trata o caput deverão contribuir para
para regularização das informações e quaisquer das seguintes

292
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
finalidades: (Redação dada VII - estimular os Municípios para o
pelo Decreto nº 7.332, de 2010) estabelecimento de parcerias com órgãos e
instituições municipais, estaduais e federais,
I - promoção da emancipação governamentais e não-governamentais,
sustentada das famílias para oferta dos programas sociais
beneficiárias; (Incluído pelo complementares; e
Decreto nº 7.332, de 2010)
VIII - promover, em articulação com a
II - garantia de acesso aos serviços União e os Municípios, o acompanhamento
públicos que assegurem o exercício da do cumprimento das condicionalidades.
cidadania; ou (Incluído pelo
Decreto nº 7.332, de 2010) Art. 14. Cabe aos Municípios:

III - complementação financeira do I - designar área responsável pelas


valor dos benefícios do Programa Bolsa ações de gestão e execução do Programa
Família. (Incluído pelo Decreto Bolsa Família e pela articulação intersetorial
nº 7.332, de 2010) das áreas, entre outras, de saúde,
educação, assistência social e segurança
alimentar, quando
§ 2o Na hipótese do inciso III do § 1o,
existentes; (Redação dada pelo
o acordo de cooperação poderá ser firmado
Decreto nº 7.852, de 2012
entre o ente federado interessado e o
agente operador do Programa Bolsa
Família, observado modelo aprovado em II - proceder à inscrição das famílias
ato do Ministro de Estado do pobres do Município no Cadastramento
Desenvolvimento Social e Combate à Único do Governo Federal;
Fome. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.332, de 2010) III - promover ações que viabilizem a
gestão intersetorial, na esfera municipal;
§ 3o (Revogado pelo
Decreto nº 7.332, de 2010) IV - disponibilizar serviços e
estruturas institucionais, da área da
Art. 13. Cabe aos Estados: assistência social, da educação e de saúde,
na esfera municipal;
I - constituir coordenação composta
V - garantir apoio técnico-institucional
por representantes das suas áreas de
saúde, educação, assistência social e para a gestão local do programa;
segurança alimentar, quando existentes,
responsável pelas ações do Programa VI - constituir órgão de controle social
Bolsa Família, no âmbito estadual; nos termos do art. 29;

II - promover ações que viabilizem a VII - estabelecer parcerias com


gestão intersetorial, na esfera estadual; órgãos e instituições municipais, estaduais e
federais, governamentais e não-
governamentais, para oferta de programas
III - promover ações de sensibilização
sociais complementares; e
e articulação com os gestores municipais;

VIII - promover, em articulação com a


IV - disponibilizar apoio técnico-
União e os Estados, o acompanhamento do
institucional aos Municípios;
cumprimento das condicionalidades.
V - disponibilizar serviços e estruturas
institucionais, da área da assistência social, Art. 15. Cabe ao Distrito Federal:
da educação e da saúde, na esfera
estadual; I - constituir coordenação composta
por representantes das suas áreas de
VI - apoiar e estimular o saúde, educação, assistência social e
segurança alimentar, quando existentes,
cadastramento pelos Municípios;

293
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
responsável pelas ações do Programa III - organização e operação da
Bolsa Família, no âmbito do Distrito Federal; logística de pagamento dos benefícios;

II - proceder à inscrição das famílias IV - elaboração de relatórios e


pobres no Cadastramento Único do fornecimento de bases de dados
Governo Federal; necessários ao acompanhamento, ao
controle, à avaliação e à fiscalização da
III - promover ações que viabilizem a execução do Programa Bolsa Família por
gestão intersetorial; parte dos órgãos do Governo Federal
designados para tal fim.
IV - disponibilizar serviços e
estruturas institucionais, da área da § 2o As despesas decorrentes dos
assistência social, da educação e da saúde; procedimentos necessários ao cumprimento
das atribuições de que trata o § 1o, serão
custeadas à conta das dotações
V - garantir apoio técnico-institucional
orçamentárias consignadas ao Programa
para a gestão local do programa;
Bolsa Família.
VI - constituir órgão de controle social
§ 3o A Caixa Econômica Federal,
nos termos do art. 29;
com base no § 2o do art. 12 e com a
anuência do Ministério do Desenvolvimento
VII - estabelecer parcerias com Social e Combate à Fome, poderá
órgãos e instituições do Distrito Federal e subcontratar instituição financeira para a
federais, governamentais e não- realização do pagamento dos benefícios.
governamentais, para oferta de programas
sociais complementares; e
CAPÍTULO II
VIII - promover, em articulação com a
DAS NORMAS DE ORGANIZAÇÃO E
União, o acompanhamento do cumprimento
FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA BOLSA
das condicionalidades.
FAMÍLIA
Seção IV
Seção I
Do Agente Operador
Da Gestão de Benefícios e do
Ingresso de Famílias no Programa Bolsa
Art. 16. Cabe à Caixa Econômica Família
Federal a função de Agente Operador do (Redação dada pelo Decreto nº 7.013, de
Programa Bolsa Família, mediante 2009)
remuneração e condições pactuadas com o
Ministério do Desenvolvimento Social e
Art. 17. A gestão dos benefícios do
Combate à Fome, obedecidas as exigências
Programa Bolsa Família compreende as
legais.
etapas necessárias à transferência
continuada dos valores referentes aos
§ 1o Sem prejuízo de outras benefícios financeiros previstos na Lei no
atividades, a Caixa Econômica Federal 10.836, de 2004, desde o ingresso das
poderá, desde que pactuados em contrato famílias até seu desligamento, englobando,
específico, realizar, dentre outros, os principalmente, os seguintes
seguintes serviços: procedimentos: (Redação dada
pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
I - fornecimento da infra-estrutura
necessária à organização e à manutenção I - habilitação e seleção de famílias
do Cadastramento Único do Governo cadastradas no Cadastro Único para
Federal; Programas Sociais do Governo Federal e
concessão dos benefícios financeiros do
II - desenvolvimento dos sistemas de Programa Bolsa Família; (Incluído
processamento de dados; pelo Decreto nº 7.013, de 2009)

294
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - administração dos benefícios para dada pelo Decreto nº 9.396, de
implantação, continuidade dos pagamentos 2018) (Vigência)
e controle da situação e composição dos
benefícios financeiros; (Incluído pelo § 1o As famílias elegíveis ao Programa
Decreto nº 7.013, de 2009) Bolsa Família, identificadas no
Cadastramento Único do Governo Federal,
III - monitoramento da emissão e poderão ser selecionadas a partir de um
entrega da notificação sobre a concessão de conjunto de indicadores sociais capazes de
benefício ao seu titular; (Incluído estabelecer com maior acuidade as
pelo Decreto nº 7.013, de 2009) situações de vulnerabilidade social e
econômica, que obrigatoriamente deverá
IV - acompanhamento dos processos ser divulgado pelo Ministério do
de emissão, expedição, entrega e ativação Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
dos cartões magnéticos da conta contábil de
que trata o inciso III do § 12 do art. 2o da Lei § 2o O conjunto de indicadores de
no 10.836, de 2004; e (Incluído pelo que trata o § 1o será definido com base nos
Decreto nº 7.013, de 2009) dados relativos aos integrantes das famílias,
a partir das informações constantes no
V - acompanhamento da rede de Cadastramento Único do Governo Federal,
canais de pagamento posta à disposição bem como em estudos sócio-econômicos.
das famílias beneficiárias durante o período
de pagamento, das formas de saque § 3o As famílias beneficiadas pelos
utilizadas e da qualidade dos serviços Programas Remanescentes serão
prestados. (Incluído pelo incorporadas, gradualmente, ao Programa
Decreto nº 7.013, de 2009) Bolsa Família, desde que atendam aos
critérios de elegibilidade do Programa Bolsa
VI - promoção e acompanhamento de Família, observada a disponibilidade
acordos de cooperação entre a União, os orçamentária e financeira.
Estados, Distrito Federal e Municípios de
que trata o inciso III do § 1o do art. § 4o As famílias beneficiadas pelos
12. (Incluído pelo Decreto nº 7.332, Programas Remanescentes, enquanto não
de 2010) forem transferidas para o Programa Bolsa
Família nos termos do § 3o, permanecerão
Parágrafo único. O Ministério do recebendo os benefícios no valor fixado na
Desenvolvimento Social e Combate à Fome legislação daqueles Programas, desde que
disciplinará as demais regras necessárias à mantenham as condições de elegibilidade
gestão dos benefícios do Programa Bolsa que lhes assegurem direito à percepção do
Família. (Incluído pelo Decreto nº benefício.
7.013, de 2009)
§ 5o A validade dos benefícios
Art. 17-A. O ingresso das famílias no concedidos no âmbito do Programa Auxílio-
Programa Bolsa Família ocorrerá na forma Gás encerra-se em 31 de dezembro de
estabelecida pelo Ministério do 2008. (Incluído pelo Decreto nº
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 6.392, de 2008)
após o registro de seus integrantes no
Cadastro Único para Programas Sociais do Seção II
Governo Federal. (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009) Dos Benefícios Concedidos

Art. 18. O Programa Bolsa Família Art. 19. Constituem benefícios


atenderá às famílias em situação de financeiros do Programa Bolsa Família:
pobreza e de extrema pobreza,
caracterizadas pela renda familiar mensal
I - benefício básico, no valor mensal
per capita de até R$ 178,00 (cento e
de R$ 89,00 (oitenta e nove reais),
setenta e oito reais) e R$ 89,00 (oitenta e
destinado às unidades familiares que se
nove reais),
encontrem em situação de extrema
respectivamente. (Redação

295
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pobreza; (Redação dada pelo por família, destinado às unidades familiares
Decreto nº 9.396, de 2018) (Vigência) beneficiárias do Programa Bolsa Família
cuja soma da renda familiar mensal e dos
II - benefício variável, no valor benefícios financeiros previstos no inciso I
mensal de R$ 41,00 (quarenta e um ao inciso III igual ou inferior a R$ 89,00
reais) por beneficiário, até o limite de R$ (oitenta e nove reais) per
205,00 (duzentos e cinco reais) por capita. (Redação dada pelo
família, destinado às unidades familiares Decreto nº 9.396, de
que se encontrem em situação de 2018) (Vigência)
pobreza ou de extrema pobreza e que
tenham em sua a) (Revogado pelo Decreto nº
composição: (Redação dada 8.232, de 2014) (Efeitos financeiros)
pelo Decreto nº 9.396, de
2018) (Vigência) b) (Revogado pelo Decreto nº
8.232, de 2014) (Efeitos financeiros)
a) gestantes; (Redação dada
pelo Decreto nº 7.494, de 2011) § 1º O Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome regulamentará a
b) nutrizes; (Redação dada concessão e a manutenção de benefícios
pelo Decreto nº 7.494, de 2011) variáveis à gestante e à nutriz e do benefício
para superação da extrema pobreza, para
c) crianças entre zero e doze anos; disciplinar sua operacionalização
ou (Redação dada pelo Decreto nº continuada. (Redação dada
7.494, de 2011) pelo Decreto nº 7.852, de 2012

§ 2o O benefício variável de caráter


d) adolescentes até quinze
extraordinário de que trata o inciso IV terá
anos; (Redação dada pelo Decreto nº
seu montante arrendondado para o valor
7.494, de 2011)
inteiro imediatamente superior, sempre que
necessário. (Redação dada pelo
III - benefício variável vinculado ao Decreto nº 6.917, de 2009)
adolescente, no valor de R$ 48,00 (quarenta
e oito reais) por beneficiário, até o limite de § 3º O valor do benefício para
R$ 96,00 (noventa e seis reais) por família,
superação da extrema pobreza será o
destinado às unidades familiares que se
resultado da diferença entre R$ 89,01
encontrem em situação de pobreza ou de
(oitenta e nove reais e um centavo) e a soma
extrema pobreza e que tenham em sua
per capita referida no inciso V do caput,
composição adolescentes com idade de multiplicado pela quantidade de membros
dezesseis a dezessete anos matriculados da família, arredondado ao múltiplo de R$
em estabelecimentos de
2,00 (dois reais) imediatamente
ensino; (Redação dada pelo
superior. (Redação dada pelo
Decreto nº 9.396, de
Decreto nº 9.396, de
2018) (Vigência)
2018) (Vigência)

IV - benefício variável de caráter


Art. 20. Os benefícios financeiros do
extraordinário: constitui-se de parcela do
Programa Bolsa Família poderão ser
valor dos benefícios das famílias
complementados pelos Estados, Distrito
remanescentes dos Programas Bolsa Federal e Municípios, observado o
Escola, Bolsa Alimentação, Cartão constante no art. 12.
Alimentação e Auxílio Gás que, na data da
sua incorporação ao Programa Bolsa
Família, exceda o limite máximo fixado para Art. 21. A concessão dos benefícios
o Programa Bolsa Família. (Incluído do Programa Bolsa Família tem caráter
pelo Decreto nº 6.917, de 2009) temporário e não gera direito adquirido,
devendo a elegibilidade das famílias, para
recebimento de tais benefícios, ser
V - benefício para superação da obrigatoriamente revista a cada período de
extrema pobreza, cujo valor será calculado dois anos. (Redação dada pelo
na forma prevista no § 3º, no limite de um Decreto nº 6.392, de 2008)

296
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o Sem prejuízo do disposto nas Programa Bolsa Família, contemplando:
normas de gestão de benefícios e de (Redação dada pelo Decreto nº 7.013, de
condicionalidades do Programa Bolsa 2009)
Família, a renda familiar mensal per capita
fixada no art. 18, no período de que trata o I - a divulgação do calendário de
caput, poderá sofrer variações sem que o pagamento; (Redação dada pelo
fato implique o imediato desligamento da Decreto nº 7.013, de 2009)
família beneficiária do
Programa. (Redação dada pelo II - as atividades e os procedimentos
Decreto nº 7.013, de 2009) relativos à utilização dos cartões
magnéticos da conta contábil prevista no
§ 2o Caberá ao Ministro de Estado inciso III do § 12 do art. 2o da Lei no 10.836,
de 2004; e (Redação dada pelo
do Desenvolvimento Social e Combate à Decreto nº 7.013, de 2009)

Fome expedir ato


III - as formas de pagamento nos
canais autorizados a atender as famílias
fixando: (Incluído pelo Decreto nº beneficiárias. (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009)
6.392, de 2008)
Art. 23. A inclusão da família no
Programa Bolsa Família produzirá os
I - as diretrizes e procedimentos para
seguintes efeitos, no que se refere ao
a operacionalização da revisão de pagamento dos benefícios
elegibilidade das famílias para recebimento
financeiros: (Redação dada pelo
de benefícios; (Incluído pelo Decreto
Decreto nº 7.013, de 2009)
nº 6.392, de 2008)
I - registro dos benefícios financeiros
II - os critérios e mecanismos para em sistema eletrônico com base nas
contagem dos prazos de atualização de
informações constantes do Cadastro Único
cadastros de beneficiários; e (Incluído
para Programas Sociais do Governo
pelo Decreto nº 6.392, de 2008)
Federal; (Incluído pelo Decreto nº
7.013, de 2009)
III - os prazos e procedimentos
II - emissão e entrega da notificação
para atualização de informações
da concessão do benefício financeiro à
família por meio do envio de
cadastrais para as famílias beneficiárias
correspondência ao endereço registrado no
Cadastro Único para Programas Sociais do
do Programa Bolsa Família que estejam Governo Federal, ou por outra sistemática
fixada pelo Ministério do Desenvolvimento
com dados desatualizados no Cadastro
Social e Combate à Fome; (Incluído
pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
Único. (Incluído pelo Decreto nº

6.392, de 2008) III - emissão e expedição dos cartões


magnéticos da conta contábil prevista no
inciso III do § 12 do art. 2º da Lei nº 10.836,
de 2004, para saque dos benefícios
Seção III financeiros. (Incluído pelo Decreto nº
7.013, de 2009)
Do Pagamento dos Benefícios
(Redação dada pelo Decreto nº 7.013, de
Art. 23-A. O titular do benefício do
2009)
Programa Bolsa Família será
preferencialmente a mulher, devendo,
Art. 22. O Ministério do quando possível, ser ela previamente
Desenvolvimento Social e Combate à Fome indicada como responsável pela unidade
disciplinará a operacionalização do familiar no ato do
pagamento de benefícios financeiros do

297
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cadastramento. (Incluído pelo Decreto II - bloqueio dos benefícios financeiros
nº 7.013, de 2009) inicialmente depositados na conta contábil
nas hipóteses previstas neste Decreto e nos
§ 1o Os cartões magnéticos da conta demais atos que disciplinam a gestão de
contábil prevista no inciso III do § 12 do art. benefícios do Programa Bolsa
2º da Lei nº 10.836, de 2004, e as senhas Família. (Incluído pelo Decreto nº
eletrônicas de uso pessoal e intransferível 7.013, de 2009)
dos titulares do benefício, deverão ser
entregues em prazo e condições § 3o O crédito dos benefícios
previamente fixadas pelo Ministério do financeiros do Programa Bolsa Família na
Desenvolvimento Social e Combate à conta corrente de depósito à vista, prevista
Fome. (Incluído pelo Decreto nº no inciso I do § 12 do art. 2º da Lei nº 10.836,
7.013, de 2009) de 2004, poderá ser efetuado após o
estabelecimento dos procedimentos
§ 2o Na hipótese de impedimento do necessários pelo Ministério do
titular, será permitido o pagamento do Desenvolvimento Social e Combate à
benefício financeiro do Programa Bolsa Fome. (Incluído pelo Decreto nº
Família ao portador de declaração da 7.013, de 2009)
prefeitura envolvida ou do Governo do
Distrito Federal, que lhe confira poderes Art. 24. Os benefícios financeiros
específicos para o seu mantidos à disposição do titular na conta
recebimento. (Incluído pelo Decreto contábil prevista no inciso III do § 12 do art.
nº 7.013, de 2009) 2º da Lei nº 10.836, de 2004, que não forem
sacados no prazo de três meses, serão
Art. 23-B. Os benefícios financeiros restituídos ao Programa Bolsa Família de
do Programa Bolsa Família serão pagos por acordo com o procedimento estabelecido
meio da conta contábil prevista no inciso III pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
do § 12 do art. 2o da Lei no 10.836, de Combate à Fome. (Incluído pelo
2004. (Incluído pelo Decreto nº Decreto nº 7.013, de 2009)
7.013, de 2009)
§ 1o O prazo para a efetivação do
§ 1o Na hipótese de o titular do saque previsto no caput poderá ser
benefício possuir a conta especial de ampliado pelo Ministério do
depósito à vista, prevista no inciso II do § 12 Desenvolvimento Social e Combate à Fome
do art. 2º da Lei nº 10.836, de 2004, os para os beneficiários que residam em
benefícios financeiros serão destacados da Municípios com acesso precário à rede
conta prevista no caput e nela bancária ou com declaração de situação de
creditados. (Incluído pelo Decreto nº emergência ou de calamidade
7.013, de 2009) pública. (Incluído pelo Decreto nº
7.013, de 2009)
§ 2o O crédito dos benefícios
financeiros do Programa Bolsa Família na § 2o A restituição de que trata o caput
conta especial de depósito à vista, prevista não se aplica aos benefícios financeiros
no inciso II do § 12 do art. 2º da Lei nº disponibilizados nas contas bancárias de
10.836, de 2004, não será realizado na que tratam os incisos I e II do § 12 do art. 2o
ocorrência de impedimentos técnicos, da Lei no 10.836, de 2004. (Incluído
operacionais ou normativos, tais pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
como: (Incluído pelo Decreto nº 7.013,
de 2009) Seção IV

I - bloqueio, suspensão, inativação ou Da Administração dos Benefícios


encerramento da conta especial de depósito (Incluído pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
à vista nos casos previstos em
regulamentação bancária; Art. 25. As famílias atendidas pelo
ou (Incluído pelo Decreto nº 7.013, Programa Bolsa Família permanecerão com
de 2009) os benefícios liberados mensalmente para
pagamento, salvo na ocorrência das
seguintes situações:

298
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - comprovação de trabalho infantil na das três esferas de
família, nos termos da legislação aplicável; Governo. (Incluído pelo Decreto nº
7.013, de 2009)
II - descumprimento de
condicionalidade que acarrete suspensão IX - recebimento do benefício do
ou cancelamento dos benefícios seguro-desemprego na forma do art. 1º da
concedidos, na forma do § 4o do art. Lei nº 10.779, de 25 de novembro de 2003,
28; (Redação dada pelo Decreto nº e de seu regulamento, hipótese em que os
6.392, de 2008) benefícios financeiros do Programa Bolsa
Família, recebidos por sua família, serão
III - omissão de informações ou suspensos. (Incluído pelo Decreto nº
prestação de informações falsas para o 8.424, de 2015)
cadastramento que habilitem indevidamente
o declarante e sua família ao recebimento § 1o O Ministério do Desenvolvimento
dos benefícios financeiros do Programa Social e Combate à Fome definirá, quando
Bolsa Família ou dos Programas for o caso, os procedimentos a serem
Remanescentes; (Redação dada adotados para cada uma das hipóteses
pelo Decreto nº 7.013, de 2009) previstas no caput. (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009)
IV - desligamento por ato voluntário
do beneficiário ou por determinação judicial; § 2o Comprovada a existência de
trabalho infantil, o caso deverá ser
V - alteração cadastral na família, encaminhado aos órgãos
competentes. (Incluído pelo Decreto
cuja modificação implique a nº 7.013, de 2009)

inelegibilidade ao Programa, observado o Seção V

disposto no art. 21; (Redação dada Da Inserção Financeira das Famílias do


Cadastro Único para Programas
pelo Decreto nº 6.392, de 2008) Sociais do Governo Federal
e da Inclusão Bancária dos Titulares
dos Benefícios do Programa Bolsa
VI - ausência de saque dos benefícios Família
financeiros por período superior ao (Incluído pelo Decreto nº 7.013, de
estabelecido pelo Ministério do 2009)
Desenvolvimento Social e Combate à
Fome; (Redação dada pelo Decreto nº Art. 26. O Ministério do
7.013, de 2009) Desenvolvimento Social e Combate Fome
incentivará a inserção financeira das
VII - esgotamento do famílias registradas no Cadastro Único para
prazo: (Incluído pelo Decreto nº Programas Sociais do Governo Federal pelo
6.392, de 2008) acesso a serviços financeiros oferecidos
pela Caixa Econômica Federal ou outras
a) para ativação dos cartões instituições financeiras, em condições
magnéticos da conta contábil indicada no adequadas ao seu
inciso III do § 12 do art. 2o da Lei no 10.836, perfil. (Redação dada pelo
de 2004; (Redação dada pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
Decreto nº 7.013, de 2009)
Parágrafo único. A inserção
b) para revisão de benefícios, na financeira de que trata o caput e sua
forma do art. 21. (Incluído pelo operacionalização serão objeto de acordo
Decreto nº 6.392, de 2008) entre o Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e a Caixa
Econômica Federal ou outra instituição
VIII - desligamento em razão de posse
financeira, que deverá
do beneficiário do Programa Bolsa Família
contemplar: (Incluído pelo
em cargo eletivo remunerado, de qualquer
Decreto nº 7.013, de 2009)

299
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - oferta de instrumentos financeiros Programa Bolsa Família, preferencialmente,
capazes de contribuir para a promoção da por meio da conta especial de depósito à
emancipação econômico-financeira das vista de que trata o inciso II do § 12 do art.
famílias de que trata o caput, respeitando- 2o da Lei no 10.836, de
se a capacidade de comprometimento 2004. (Incluído pelo Decreto nº
financeiro dos 7.013, de 2009)
cadastrados; (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009) § 1o O Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, observada a
II - garantia de amplo e fácil acesso a regulamentação do Conselho Monetário
informações adequadas e claras acerca dos Nacional, poderá firmar acordo com a Caixa
serviços financeiros, especialmente no que se Econômica Federal ou outra instituição
refere a taxas de juros, prazos, custos ou financeira estabelecendo as condições para
riscos referentes aos abertura da conta especial de que trata o
serviços; (Incluído pelo Decreto nº caput, desde que preveja, no mínimo, a
7.013, de 2009) gratuidade para: (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009)
III - proteção das famílias de que trata
o caput contra venda casada, I - abertura e manutenção da conta
constrangimento e outros abusos na especial de depósito à
comercialização de serviços financeiros, vista; (Incluído pelo Decreto nº
principalmente os que decorram da sua 7.013, de 2009)
vulnerabilidade sócio-econômica, por meio
de ações preventivas e punitivas II - fornecimento de cartão bancário
pertinentes; (Incluído pelo com leiaute do Programa Bolsa
Decreto nº 7.013, de 2009) Família; (Incluído pelo Decreto
nº 7.013, de 2009)
IV - previsão de instrumentos que
possam garantir o atendimento e a resposta III - solicitação ou impressão de
às reclamações, denúncias ou sugestões consultas de saldo e de extratos bancários;
das famílias, em prazos equiparados aos e (Incluído pelo Decreto nº
dos demais clientes, respeitadas as 7.013, de 2009)
exigências legais e normativas dos órgãos
de regulação do IV - realização de depósitos e
mercado; (Incluído pelo saques. (Incluído pelo
Decreto nº 7.013, de 2009) Decreto nº 7.013, de 2009)

V - promoção de ações de educação


§ 2o O acordo de que trata o § 1o
financeira das famílias de que trata o caput delimitará, conforme o caso, a quantidade
e divulgação de informações sobre a
ou periodicidade, adicional ao estabelecido
utilização adequada dos serviços
em regulamentação do Conselho Monetário
financeiros ofertados; e (Incluído
Nacional, para uso dos serviços abrangidos
pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
pela gratuidade prevista no referido
dispositivo. (Incluído pelo
VI - fornecimento periódico ao Decreto nº 7.013, de 2009)
Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome de dados e informações
Art. 26-B. O titular do benefício do
que possibilitem a realização de pesquisas
Programa Bolsa Família que possuir ou
sobre o impacto, a eficiência, a efetividade e efetuar a abertura da conta especial de
as potencialidades da inserção financeira depósito à vista, prevista no inciso II do § 12
promovida no âmbito do Programa Bolsa
do art. 2o da Lei no 10.836, de 2004, passará
Família. (Incluído pelo Decreto
automaticamente a receber seus benefícios
nº 7.013, de 2009)
financeiros por meio desta conta,
ressalvado o disposto no § 2o do art. 23-
Art. 26-A. A inserção financeira B. (Incluído pelo Decreto nº
prevista no art. 26, sempre que possível, 7.013, de 2009)
contemplará a inclusão bancária dos
titulares de benefícios financeiros do

300
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Os titulares dos Parágrafo único. Caberá às diversas
benefícios do Programa Bolsa Família esferas de governo garantir o acesso pleno
poderão optar, a qualquer tempo, pelo aos serviços públicos de saúde, educação e
crédito continuado do benefício financeiro assistência social, por meio da oferta desses
na conta contábil prevista no inciso III do § serviços, de forma a viabilizar o
12 do art. 2o da Lei no 10.836, de 2004, cumprimento das contrapartidas por parte
observado o procedimento estabelecido das famílias beneficiárias do Programa
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Bolsa Família. (Redação dada
Combate à Fome. (Incluído pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
pelo Decreto nº 7.013, de 2009)
Art. 28. São responsáveis pelo
Art. 26-C. O Ministério do acompanhamento e fiscalização do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome cumprimento das condicionalidades
fará a articulação com instituições públicas vinculadas ao Programa Bolsa Família,
e da sociedade civil para promover ações previstas no art. 3o da Lei no 10.836, de
coordenadas e continuadas de promoção da 2004:
inserção e educação financeiras destinadas
aos beneficiários do Programa Bolsa I - o Ministério da Saúde, no que diz
Família. (Incluído pelo Decreto respeito ao acompanhamento do
nº 7.013, de 2009) crescimento e desenvolvimento infantil, da
assistência ao pré-natal e ao puerpério, da
CAPÍTULO III vacinação, bem como da vigilância
alimentar e nutricional de crianças menores
DAS NORMAS DE ACOMPANHAMENTO, de sete anos; e
CONTROLE SOCIAL E FISCALIZAÇÃO
DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA II - o Ministério da Educação, no que
diz respeito à freqüência mínima de oitenta
Seção I e cinco por cento da carga horária escolar
mensal, em estabelecimentos de ensino
Do Acompanhamento das regular, de crianças e adolescentes de seis
Condicionalidades a quinze anos, e à de setenta e cinco por
cento da carga horária escolar mensal de
jovens com idade de dezesseis a dezessete
Art. 27. As condicionalidades do anos. (Redação dada pelo
Programa Bolsa Família previstas no art. 3o Decreto nº 6.917, de 2009)
da Lei no 10.836, de 2004, representam as
contrapartidas que devem ser cumpridas
§ 1o Compete ao Ministério do
pelas famílias para a manutenção dos
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
benefícios e se destinam
o apoio, a articulação intersetorial e a
a: (Redação dada pelo Decreto nº
supervisão das ações governamentais para
7.332, de 2010)
o cumprimento das condicionalidades do
Programa Bolsa Família, bem assim a
I - estimular as famílias disponibilização da base atualizada do
beneficiárias a exercer seu direito de Cadastramento Único do Governo Federal
acesso às políticas públicas de saúde, aos Ministérios da Educação e da Saúde.
educação e assistência social,
promovendo a melhoria das condições
§ 2o As diretrizes e normas para o
de vida da população;
acompanhamento das condicionalidades
e (Incluído pelo Decreto nº
dos Programas Bolsa Família e
7.332, de 2010)
Remanescentes serão disciplinadas em
atos administrativos conjuntos do Ministério
II - identificar as vulnerabilidades do Desenvolvimento Social e Combate à
sociais que afetam ou impedem o acesso Fome e o Ministério da Saúde, nos termos
das famílias beneficiárias aos serviços do inciso I, e o Ministério do
públicos a que têm direito, por meio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
monitoramento de seu e o Ministério da Educação, nos termos do
cumprimento. (Incluído pelo inciso II.
Decreto nº 7.332, de 2010)

301
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Os Estados, Distrito Federal e § 3o Os Municípios poderão associar-
Municípios que reunirem as condições se para exercer o controle social do
técnicas e operacionais para a gestão do Programa Bolsa Família, desde que se
acompanhamento das condicionalidades do estabeleça formalmente, por meio de termo
Programa Bolsa Família poderão exercer de cooperação intermunicipal, a distribuição
essa atribuição na forma disciplinada pelo de todas as competências e atribuições
Ministério do Desenvolvimento Social e necessárias ao perfeito acompanhamento
Combate à Fome e o Ministério da Saúde, dos Programas Bolsa Família e
nos termos do inciso I, e o Ministério da Remanescentes colocados sob sua
Educação, nos termos do inciso II. jurisdição.

§ 4o Ato do Ministro de Estado do Art. 30. O controle social do


Desenvolvimento Social e Combate à Fome Programa Bolsa Família no nível estadual
disciplinará a gestão das condicionalidades poderá ser exercido por conselho, instituído
do Programa Bolsa Família, especialmente formalmente, nos moldes do art. 29.
no que diz respeito às consequencias do
seu cumprimento e descumprimento pelas Art. 31. Cabe aos conselhos de
famílias beneficiárias e às hipóteses de controle social do Programa Bolsa Família:
interrupção temporária dos efeitos
decorrentes do seu
I - acompanhar, avaliar e subsidiar a
descumprimento. (Redação
fiscalização da execução do Programa
dada pelo Decreto nº 7.332, de 2010)
Bolsa Família, no âmbito municipal ou
jurisdicional;
§ 5o Não serão penalizadas com a
suspensão ou cancelamento do benefício as
II - acompanhar e estimular a
famílias que não cumprirem as
integração e a oferta de outras políticas
condicionalidades previstas, quando não
públicas sociais para as famílias
houver a oferta do respectivo serviço ou por
beneficiárias do Programa Bolsa Família;
força maior ou caso fortuito.
III - acompanhar a oferta por parte dos
Seção II
governos locais dos serviços necessários
para a realização das condicionalidades;
Do Controle Social
IV - estimular a participação
Art. 29. O controle e participação comunitária no controle da execução do
social do Programa Bolsa Família deverão Programa Bolsa Família, no âmbito
ser realizados, em âmbito local, por municipal ou jurisdicional;
instância de controle social formalmente
constituída pelo Município ou pelo Distrito V - elaborar, aprovar e modificar seu
Federal, respeitada a paridade entre
regimento interno; e
governo e sociedade, sem prejuízo de
outras competências que lhes sejam
atribuídas pela VI - exercer outras atribuições
legislação. (Redação dada estabelecidas em normas complementares
pelo Decreto nº 7.332, de 2010) do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome.
§ 1o (Revogado pelo
Decreto nº 7.332, de 2010) Art. 32. Para o pleno exercício, no
âmbito do respectivo Município ou, quando
for o caso, do Estado ou do Distrito Federal,
§ 2o Por decisão do Poder Público
das competências previstas no art. 31, ao
municipal ou do Distrito Federal, o controle
conselho de controle social será franqueado
social do Programa Bolsa Família poderá
acesso aos formulários do Cadastramento
ser realizado por conselho ou instância Único do Governo Federal e aos dados e
anteriormente existente, garantidas a informações constantes em sistema
paridade prevista no caput e a
informatizado desenvolvido para gestão,
intersetorialidade prevista no § 1o.
controle e acompanhamento do Programa
Bolsa Família e dos Programas

302
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Remanescentes, bem como as informações I - no valor dos recursos repassados
relacionadas às condicionalidades, além de a título de apoio à gestão descentralizada do
outros que venham a ser definidos pelo Programa; e (Incluído pelo
Ministério do Desenvolvimento Social e Decreto nº 7.852, de 2012
Combate à Fome.
II - na adoção de medidas definidas
§ 1o A relação de beneficiários do quando da adesão dos entes federados ao
Programa Bolsa Família deverá ser Programa, de que trata o § 1º do art. 8º da
amplamente divulgada pelo Poder Público Lei nº 10.836, de 2004. (Incluído
municipal e do Distrito Federal. pelo Decreto nº 7.852, de 2012

§ 2o A utilização indevida dos dados Art. 34. Sem prejuízo da sanção


disponibilizados acarretará a aplicação de penal aplicável, o beneficiário que
sanção civil e penal na forma da lei. dolosamente prestar informações falsas ou
utilizar qualquer outro meio ilícito para
Seção III indevidamente ingressar ou se manter como
beneficiário do Programa Bolsa Família será
Da Fiscalização obrigado a ressarcir o valor recebido de
forma indevida, mediante processo
administrativo, conforme disposto no art. 14-
Art. 33. A apuração das denúncias
A da Lei nº 10.836, de
relacionadas ao recebimento indevido de
2004. (Redação dada pelo
benefícios dos Programas Bolsa Família e
Decreto nº 7.852, de 2012
Remanescentes, nos termos dos artigos 14
e 14-A da Lei nº 10.836, de 2004, será
realizada pela Secretaria Nacional de § 1º A Secretaria Nacional de Renda
Renda de Cidadania do Ministério do de Cidadania do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Fome. (Redação dada pelo poderá, diretamente ou por meio de
Decreto nº 7.852, de 2012 articulação com a gestão municipal ou do
Distrito Federal, convocar beneficiários do
§ 1o Os documentos que contêm os Programa Bolsa Família ou remanescentes,
registros realizados no Cadastramento que deverão comparecer perante a área
Único do Governo Federal deverão ser responsável pela gestão local do Programa
mantidos pelos Municípios e Distrito Federal e apresentar as informações
pelo prazo mínimo de cinco anos, contados requeridas. (Incluído pelo
da data de encerramento do exercício em Decreto nº 7.852, de 2012
que ocorrer a inclusão ou atualização dos
dados relativos às famílias cadastradas. § 2º No caso de não atendimento à
convocação prevista no § 1º, nos prazos
§ 2º A Secretaria Nacional de Renda definidos em ato do Ministro de Estado do
de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
Desenvolvimento Social e Combate à Fome a Secretaria Nacional de Renda de
solicitará à gestão municipal ou à Cidadania do Ministério do
coordenação estadual do Programa Desenvolvimento Social e Combate à Fome
informações, pareceres e outros poderá promover a exclusão do beneficiário
documentos necessários à instrução dos do Programa Bolsa Família. (Incluído pelo
procedimentos de fiscalização e Decreto nº 7.852, de 2012
acompanhamento do Programa Bolsa
Família. (Redação dada pelo § 3º A pessoa excluída do Programa
Decreto nº 7.852, de 2012 na forma prevista no § 2º somente poderá
retornar à condição de beneficiário após
§ 3º O não atendimento às decorrido prazo previsto definido em ato do
solicitações previstas no § 2º, nos prazos Ministro de Estado do Desenvolvimento
definidos pelo Ministério do Social e Combate à
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Fome. (Incluído pelo Decreto nº
poderá repercutir: (Incluído 7.852, de 2012
pelo Decreto nº 7.852, de 2012

303
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º Verificadas a inexistência de dolo de que trata o caput, desde
por parte de beneficiário que tenha recebido que: (Incluído pelo Decreto nº
indevidamente o benefício ou a 7.852, de 2012
impossibilidade de sua comprovação, o
benefício será cancelado e o respectivo I - anteceda o recebimento de
processo será denúncia ou identificação de indícios de
arquivado. (Incluído pelo recebimento indevido em qualquer processo
Decreto nº 7.852, de 2012 de fiscalização; e (Incluído pelo
Decreto nº 7.852, de 2012
§ 5º Verificada a existência de
indícios de dolo por parte do beneficiário que II - corresponda ao valor
tenha prestado informações falsas ou integralmente recebido no período em que o
utilizado qualquer outro meio ilícito, a fim de beneficiário não se enquadrava nos critérios
indevidamente ingressar ou se manter no para recebimento de benefícios do
Programa Bolsa Família, este será Programa Bolsa
notificado a apresentar defesa no prazo Família. (Incluído pelo
máximo de trinta dias, contado da data de Decreto nº 7.852, de 2012
recebimento da
notificação. (Incluído pelo
Decreto nº 7.852, de 2012 Art. 35. Constatada a ocorrência de
irregularidade na execução local do
Programa Bolsa Família, conforme
§ 6º Quando não for apresentada estabelecido no art. 14 da Lei nº 10.836, de
defesa ou quando esta for julgada 2004, que ocasione pagamento indevido de
improcedente, o processo será concluído e benefícios do Programa Bolsa Família, sem
o beneficiário será notificado a realizar o prejuízo de outras sanções administrativas,
ressarcimento do valor recebido cíveis e penais, caberá à Secretaria
indevidamente, a ser pago no prazo de Nacional de Renda de Cidadania do
sessenta dias, contado do recebimento da Ministério do Desenvolvimento Social e
notificação. (Incluído pelo Combate à Fome: (Redação
Decreto nº 7.852, de 2012 dada pelo Decreto nº 7.852, de 2012)

§ 7º Da decisão de que trata o § 5º I - promover o cancelamento dos


caberá recurso ao Ministro de Estado do benefícios resultantes do ato irregular
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, praticado; (Redação dada pelo
no prazo de trinta dias, contado da data de Decreto nº 7.852, de 2012)
recebimento da notificação oficial da
decisão do processo que apurou o dolo do
beneficiário. (Incluído pelo Decreto nº 7.852, II - recomendar ao Poder Executivo
de 2012 Municipal ou do Distrito Federal a
instauração de sindicância ou de processo
administrativo disciplinar relativo ao servidor
§ 8º O recurso de que trata o § 7º terá público ou ao agente da entidade
efeito suspensivo. (Incluído conveniada ou contratada
pelo Decreto nº 7.852, de 2012 responsável; (Redação dada
pelo Decreto nº 7.852, de 2012)
§ 9º Permanecendo, em qualquer
caso, a decisão pelo ressarcimento dos III - propor à autoridade competente a
recursos recebidos indevidamente, o instauração de tomada de contas especial,
beneficiário ficará impedido de reingressar com o objetivo de submeter ao exame
no programa pelo período de um ano preliminar do Sistema de Controle Interno e
contado da quitação do ao julgamento do Tribunal de Contas da
ressarcimento. (Incluído pelo União os casos e situações identificados nos
Decreto nº 7.852, de 2012 procedimentos de fiscalização que
configurem a prática de ato ilegal, ilegítimo
§ 10. A devolução voluntária dos ou antieconômico de que resulte dano ao
recursos recebidos de forma indevida pelo Erário, na forma do art. 8º da Lei nº 8.443,
beneficiário, independentemente de de 16 de julho de 1992;
atualização monetária, não ensejará a e (Redação dada pelo Decreto
instauração de procedimento administrativo nº 7.852, de 2012)

304
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - aplicar a sanção prevista no § 2º § 4o O recurso interposto nos termos
do art. 14 da Lei nº 10.836, de 2004, caso o do § 3o terá efeito suspensivo.
servidor público ou o agente da entidade
conveniada ou contratada seja § 5o A decisão final do julgamento de
responsabilizado, administrativa ou recurso regularmente interposto deverá ser
judicialmente, pela prática dolosa prevista pronunciada dentro de sessenta dias a
nos incisos I ou II do caput do referido contar da data de recebimento das
artigo. (Redação dada pelo alegações e documentos do contraditório,
Decreto nº 7.852, de 2012) endereçados à Secretaria Nacional de
Renda de Cidadania, em Brasília – DF.
§ 1º Os créditos à União decorrentes
da aplicação do disposto no inciso IV do CAPÍTULO IV
caput, serão constituídos tendo em vista os
seguintes casos e situações relativos à DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E
operacionalização do Programa Bolsa FINAIS
Família: (Redação dada pelo
Decreto nº 7.852, de 2012)
Art. 36. As informações e os
procedimentos exigidos nos termos deste
I - apropriação indevida de cartões Decreto, bem assim os decorrentes da
que resulte em saques irregulares de prática dos atos delegados na forma do art.
benefícios; 8o da Lei no 10.836, de 2004, poderão ser
encaminhados por meio eletrônico,
II - prestação de declaração falsa que mediante a utilização de aplicativos
produza efeito financeiro; padronizados de utilização obrigatória e
exclusiva.
III - inserção de dados inverídicos no
Cadastramento Único do Governo Federal Parágrafo único. Os aplicativos
de Programas Sociais do Governo Federal padronizados serão acessados mediante a
que resulte na incorporação indevida de utilização de senha individual, e será
beneficiários no programa; mantido registro que permita identificar o
responsável pela transação efetuada.
IV - cobrança de valor indevido às
famílias beneficiárias por unidades Art. 37. A partir da data de publicação
pagadoras dos Programas Bolsa Família e deste Decreto, o recebimento do benefício
Remanescentes; ou do Programa Bolsa Família implicará
aceitação tácita de cumprimento das
V - cobrança, pelo Poder Público, de condicionalidades a que se referem os arts.
valor associado à realização de 27 e 28.
cadastramento de famílias.
Art. 38. Até a data de publicação
§ 2o Os casos não previstos no § 1o deste Decreto, ficam convalidados os
serão objeto de análise e deliberação do quantitativos de benefícios concedidos a
Ministério do Desenvolvimento Social e partir da vigência da Medida Provisória no
Combate à Fome, por meio da Secretaria 132, de 20 de outubro de 2003, e os
Nacional de Renda de Cidadania. recursos restituídos nos termos do art. 24.

§ 3º Do ato de constituição dos Art. 39. Este Decreto entra em vigor


créditos caberá recurso quanto à gradação na data de sua publicação.
da multa, que deverá ser apresentado ao
Ministro de Estado do Desenvolvimento Brasília, 17 de setembro de 2004;
Social e Combate à Fome, no prazo de trinta 183o da Independência e 116o da República.
dias, contado da data de recebimento da
notificação de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
cobrança. (Redação dada pelo Patrus Ananias
Decreto nº 7.852, de 2012
Este texto não substitui o publicado no DOU
de 20.9.2004

305
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
*

CAPÍTULO III:
LEGISLAÇÃO DA SAÚDE

306
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e cento); (Redação dada pela Emenda
dever do Estado, garantido mediante Constitucional nº 86, de 2015)
políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros II – no caso dos Estados e do Distrito
agravos e ao acesso universal e igualitário Federal, o produto da arrecadação dos
às ações e serviços para sua promoção, impostos a que se refere o art. 155 e dos
proteção e recuperação. recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as
Art. 197. São de relevância pública as parcelas que forem transferidas aos
ações e serviços de saúde, cabendo ao respectivos Municípios; (Incluído pela
Poder Público dispor, nos termos da lei, Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
sobre sua regulamentação, fiscalização e
controle, devendo sua execução ser feita III – no caso dos Municípios e do
diretamente ou através de terceiros e, Distrito Federal, o produto da arrecadação
também, por pessoa física ou jurídica de dos impostos a que se refere o art. 156 e dos
direito privado. recursos de que tratam os arts. 158 e 159,
inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela
Art. 198. As ações e serviços públicos Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
de saúde integram uma rede regionalizada
e hierarquizada e constituem um sistema § 3º Lei complementar, que será
único, organizado de acordo com as reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
seguintes diretrizes: estabelecerá:(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
I - descentralização, com direção
única em cada esfera de governo; I - os percentuais de que tratam os
incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela
II - atendimento integral, com Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
prioridade para as atividades preventivas,
sem prejuízo dos serviços assistenciais; II – os critérios de rateio dos recursos
da União vinculados à saúde destinados aos
III - participação da comunidade. Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, e dos Estados destinados a
§ 1º O sistema único de saúde será seus respectivos Municípios, objetivando a
financiado, nos termos do art. 195, com progressiva redução das disparidades
recursos do orçamento da seguridade regionais; (Incluído pela Emenda
social, da União, dos Estados, do Distrito Constitucional nº 29, de 2000)
Federal e dos Municípios, além de outras
fontes. (Parágrafo único renumerado para § III – as normas de fiscalização,
1º pela Emenda Constitucional nº 29, de avaliação e controle das despesas com
2000) saúde nas esferas federal, estadual, distrital
e municipal; (Incluído pela Emenda
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Constitucional nº 29, de 2000)
Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos IV - (revogado). (Redação dada pela
de saúde recursos mínimos derivados da Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
aplicação de percentuais calculados sobre:
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, § 4º Os gestores locais do sistema
de 2000) único de saúde poderão admitir agentes
comunitários de saúde e agentes de
I - no caso da União, a receita corrente combate às endemias por meio de processo
líquida do respectivo exercício financeiro, seletivo público, de acordo com a natureza
não podendo ser inferior a 15% (quinze por e complexidade de suas atribuições e
requisitos específicos para sua atuação.

307
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, Art. 200. Ao sistema único de saúde
de 2006) compete, além de outras atribuições, nos
termos da lei:
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime
jurídico, o piso salarial profissional nacional, I - controlar e fiscalizar procedimentos,
as diretrizes para os Planos de Carreira e a produtos e substâncias de interesse para a
regulamentação das atividades de agente saúde e participar da produção de
comunitário de saúde e agente de combate medicamentos, equipamentos,
às endemias, competindo à União, nos imunobiológicos, hemoderivados e outros
termos da lei, prestar assistência financeira insumos;
complementar aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, para o II - executar as ações de vigilância
cumprimento do referido piso salarial. sanitária e epidemiológica, bem como as de
(Redação dada pela Emenda Constitucional saúde do trabalhador;
nº 63, de 2010) Regulamento
III - ordenar a formação de recursos
§ 6º Além das hipóteses previstas no humanos na área de saúde;
§ 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da
Constituição Federal, o servidor que exerça
IV - participar da formulação da
funções equivalentes às de agente
política e da execução das ações de
comunitário de saúde ou de agente de
saneamento básico;
combate às endemias poderá perder o
cargo em caso de descumprimento dos
requisitos específicos, fixados em lei, para o V - incrementar, em sua área de
seu exercício. (Incluído pela Emenda atuação, o desenvolvimento científico e
Constitucional nº 51, de 2006) tecnológico e a inovação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 199. A assistência à saúde é livre
à iniciativa privada. VI - fiscalizar e inspecionar alimentos,
compreendido o controle de seu teor
nutricional, bem como bebidas e águas para
§ 1º As instituições privadas poderão
consumo humano;
participar de forma complementar do
sistema único de saúde, segundo diretrizes
deste, mediante contrato de direito público VII - participar do controle e
ou convênio, tendo preferência as entidades fiscalização da produção, transporte, guarda
filantrópicas e as sem fins lucrativos. e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;
§ 2º É vedada a destinação de
recursos públicos para auxílios ou VIII - colaborar na proteção do meio
subvenções às instituições privadas com ambiente, nele compreendido o do trabalho.
fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta


ou indireta de empresas ou capitais
estrangeiros na assistência à saúde no País,
salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições


e os requisitos que facilitem a remoção de
órgãos, tecidos e substâncias humanas
para fins de transplante, pesquisa e
tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e
seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

308
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 – Lei Orgânica da Saúde

Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização


e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, garantir às pessoas e à coletividade


faço saber que o Congresso Nacional condições de bem-estar físico, mental e
decreta e eu sanciono a seguinte lei: social.

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR TÍTULO II

Art. 1º Esta lei regula, em todo o DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


território nacional, as ações e serviços de
saúde, executados isolada ou DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas Art. 4º O conjunto de ações e serviços
de direito Público ou privado. de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e
TÍTULO I municipais, da Administração direta e
indireta e das fundações mantidas pelo
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Poder Público, constitui o Sistema Único de
Saúde (SUS).
Art. 2º A saúde é um direito
fundamental do ser humano, devendo o § 1º Estão incluídas no disposto neste
Estado prover as condições indispensáveis artigo as instituições públicas federais,
ao seu pleno exercício. estaduais e municipais de controle de
qualidade, pesquisa e produção de
§ 1º O dever do Estado de garantir a insumos, medicamentos, inclusive de
saúde consiste na formulação e execução sangue e hemoderivados, e de
de políticas econômicas e sociais que visem equipamentos para saúde.
à redução de riscos de doenças e de outros
agravos e no estabelecimento de condições § 2º A iniciativa privada poderá
que assegurem acesso universal e participar do Sistema Único de Saúde
igualitário às ações e aos serviços para a (SUS), em caráter complementar.
sua promoção, proteção e recuperação.
CAPÍTULO I
§ 2º O dever do Estado não exclui o
das pessoas, da família, das empresas e da Dos Objetivos e Atribuições
sociedade.
Art. 5º São objetivos do Sistema Único
Art. 3o Os níveis de saúde expressam de Saúde SUS:
a organização social e econômica do País,
tendo a saúde como determinantes e
I - a identificação e divulgação dos
condicionantes, entre outros, a alimentação,
fatores condicionantes e determinantes da
a moradia, o saneamento básico, o meio
saúde;
ambiente, o trabalho, a renda, a educação,
a atividade física, o transporte, o lazer e o
acesso aos bens e serviços II - a formulação de política de saúde
essenciais. (Redação dada pela Lei nº destinada a promover, nos campos
12.864, de 2013) econômico e social, a observância do
disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
Parágrafo único. Dizem respeito
também à saúde as ações que, por força do III - a assistência às pessoas por
disposto no artigo anterior, se destinam a intermédio de ações de promoção, proteção
e recuperação da saúde, com a realização

309
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
integrada das ações assistenciais e das § 1º Entende-se por vigilância
atividades preventivas. sanitária um conjunto de ações capaz de
eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo e de intervir nos problemas sanitários
de atuação do Sistema Único de Saúde decorrentes do meio ambiente, da produção
(SUS): e circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse da saúde,
abrangendo:
I - a execução de ações:

I - o controle de bens de consumo que,


a) de vigilância sanitária;
direta ou indiretamente, se relacionem com
a saúde, compreendidas todas as etapas e
b) de vigilância epidemiológica; processos, da produção ao consumo; e

c) de saúde do trabalhador; e II - o controle da prestação de serviços


que se relacionam direta ou indiretamente
d) de assistência terapêutica integral, com a saúde.
inclusive farmacêutica;
§ 2º Entende-se por vigilância
II - a participação na formulação da epidemiológica um conjunto de ações que
política e na execução de ações de proporcionam o conhecimento, a detecção
saneamento básico; ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de
III - a ordenação da formação de saúde individual ou coletiva, com a
recursos humanos na área de saúde; finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das
IV - a vigilância nutricional e a doenças ou agravos.
orientação alimentar;
§ 3º Entende-se por saúde do
V - a colaboração na proteção do meio trabalhador, para fins desta lei, um conjunto
ambiente, nele compreendido o do trabalho; de atividades que se destina, através das
ações de vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, à promoção e proteção
VI - a formulação da política de
da saúde dos trabalhadores, assim como
medicamentos, equipamentos,
visa à recuperação e reabilitação da saúde
imunobiológicos e outros insumos de
dos trabalhadores submetidos aos riscos e
interesse para a saúde e a participação na
agravos advindos das condições de
sua produção;
trabalho, abrangendo:

VII - o controle e a fiscalização de


I - assistência ao trabalhador vítima de
serviços, produtos e substâncias de
acidentes de trabalho ou portador de doença
interesse para a saúde;
profissional e do trabalho;

VIII - a fiscalização e a inspeção de


II - participação, no âmbito de
alimentos, água e bebidas para consumo
competência do Sistema Único de Saúde
humano;
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e
controle dos riscos e agravos potenciais à
IX - a participação no controle e na saúde existentes no processo de trabalho;
fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos
III - participação, no âmbito de
psicoativos, tóxicos e radioativos;
competência do Sistema Único de Saúde
(SUS), da normatização, fiscalização e
X - o incremento, em sua área de controle das condições de produção,
atuação, do desenvolvimento científico e extração, armazenamento, transporte,
tecnológico; distribuição e manuseio de substâncias, de
produtos, de máquinas e de equipamentos
XI - a formulação e execução da que apresentam riscos à saúde do
política de sangue e seus derivados. trabalhador;

310
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - avaliação do impacto que as IV - igualdade da assistência à saúde,
tecnologias provocam à saúde; sem preconceitos ou privilégios de qualquer
espécie;
V - informação ao trabalhador e à sua
respectiva entidade sindical e às empresas V - direito à informação, às pessoas
sobre os riscos de acidentes de trabalho, assistidas, sobre sua saúde;
doença profissional e do trabalho, bem
como os resultados de fiscalizações, VI - divulgação de informações quanto
avaliações ambientais e exames de saúde, ao potencial dos serviços de saúde e a sua
de admissão, periódicos e de demissão, utilização pelo usuário;
respeitados os preceitos da ética
profissional;
VII - utilização da epidemiologia para
o estabelecimento de prioridades, a
VI - participação na normatização, alocação de recursos e a orientação
fiscalização e controle dos serviços de programática;
saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;
VIII - participação da comunidade;

VII - revisão periódica da listagem


IX - descentralização político-
oficial de doenças originadas no processo
administrativa, com direção única em cada
de trabalho, tendo na sua elaboração a
esfera de governo:
colaboração das entidades sindicais; e
a) ênfase na descentralização dos
VIII - a garantia ao sindicato dos
serviços para os municípios;
trabalhadores de requerer ao órgão
competente a interdição de máquina, de
setor de serviço ou de todo ambiente de b) regionalização e hierarquização da
trabalho, quando houver exposição a risco rede de serviços de saúde;
iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores. X - integração em nível executivo das
ações de saúde, meio ambiente e
CAPÍTULO II saneamento básico;

Dos Princípios e Diretrizes XI - conjugação dos recursos


financeiros, tecnológicos, materiais e
humanos da União, dos Estados, do Distrito
Art. 7º As ações e serviços públicos de Federal e dos Municípios na prestação de
saúde e os serviços privados contratados ou serviços de assistência à saúde da
conveniados que integram o Sistema Único
população;
de Saúde (SUS), são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no art.
198 da Constituição Federal, obedecendo XII - capacidade de resolução dos
ainda aos seguintes princípios: serviços em todos os níveis de assistência;
e
I - universalidade de acesso aos
serviços de saúde em todos os níveis de XIII - organização dos serviços
assistência; públicos de modo a evitar duplicidade de
meios para fins idênticos.
II - integralidade de assistência,
entendida como conjunto articulado e XIV – organização de atendimento
contínuo das ações e serviços preventivos e público específico e especializado para
curativos, individuais e coletivos, exigidos mulheres e vítimas de violência doméstica
para cada caso em todos os níveis de em geral, que garanta, entre outros,
complexidade do sistema; atendimento, acompanhamento psicológico
e cirurgias plásticas reparadoras, em
conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
III - preservação da autonomia das
agosto de 2013. (Redação dada pela
pessoas na defesa de sua integridade física
Lei nº 13.427, de 2017)
e moral;

311
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO III políticas e programas de interesse para a
saúde, cuja execução envolva áreas não
Da Organização, da Direção e da Gestão compreendidas no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS).
Art. 8º As ações e serviços de saúde,
executados pelo Sistema Único de Saúde Art. 13. A articulação das políticas e
(SUS), seja diretamente ou mediante programas, a cargo das comissões
participação complementar da iniciativa intersetoriais, abrangerá, em especial, as
privada, serão organizados de forma seguintes atividades:
regionalizada e hierarquizada em níveis de
complexidade crescente. I - alimentação e nutrição;

Art. 9º A direção do Sistema Único de II - saneamento e meio ambiente;


Saúde (SUS) é única, de acordo com o
inciso I do art. 198 da Constituição Federal, III - vigilância sanitária e
sendo exercida em cada esfera de governo farmacoepidemiologia;
pelos seguintes órgãos:
IV - recursos humanos;
I - no âmbito da União, pelo Ministério
da Saúde;
V - ciência e tecnologia; e

II - no âmbito dos Estados e do Distrito


VI - saúde do trabalhador.
Federal, pela respectiva Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente; e
Art. 14. Deverão ser criadas
Comissões Permanentes de integração
III - no âmbito dos Municípios, pela entre os serviços de saúde e as instituições
respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
de ensino profissional e superior.
equivalente.
Parágrafo único. Cada uma dessas
Art. 10. Os municípios poderão comissões terá por finalidade propor
constituir consórcios para desenvolver em prioridades, métodos e estratégias para a
conjunto as ações e os serviços de saúde
formação e educação continuada dos
que lhes correspondam.
recursos humanos do Sistema Único de
Saúde (SUS), na esfera correspondente,
§ 1º Aplica-se aos consórcios assim como em relação à pesquisa e à
administrativos intermunicipais o princípio cooperação técnica entre essas instituições.
da direção única, e os respectivos atos
constitutivos disporão sobre sua
Art. 14-A. As Comissões
observância.
Intergestores Bipartite e Tripartite são
reconhecidas como foros de negociação e
§ 2º No nível municipal, o Sistema pactuação entre gestores, quanto aos
Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se aspectos operacionais do Sistema Único de
em distritos de forma a integrar e articular Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº
recursos, técnicas e práticas voltadas para a 12.466, de 2011).
cobertura total das ações de saúde.
Parágrafo único. A atuação das
Art. 11. (Vetado). Comissões Intergestores Bipartite e
Tripartite terá por objetivo: (Incluído
Art. 12. Serão criadas comissões pela Lei nº 12.466, de 2011).
intersetoriais de âmbito nacional,
subordinadas ao Conselho Nacional de I - decidir sobre os aspectos
Saúde, integradas pelos Ministérios e operacionais, financeiros e administrativos
órgãos competentes e por entidades da gestão compartilhada do SUS, em
representativas da sociedade civil. conformidade com a definição da política
consubstanciada em planos de saúde,
Parágrafo único. As comissões aprovados pelos conselhos de
intersetoriais terão a finalidade de articular

312
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, Das Atribuições Comuns
de 2011).
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito
II - definir diretrizes, de âmbito Federal e os Municípios exercerão, em seu
nacional, regional e intermunicipal, a âmbito administrativo, as seguintes
respeito da organização das redes de atribuições:
ações e serviços de saúde, principalmente
no tocante à sua governança institucional e I - definição das instâncias e
à integração das ações e serviços dos mecanismos de controle, avaliação e de
entes federados; (Incluído pela Lei nº fiscalização das ações e serviços de saúde;
12.466, de 2011).
II - administração dos recursos
III - fixar diretrizes sobre as regiões orçamentários e financeiros destinados, em
de saúde, distrito sanitário, integração de cada ano, à saúde;
territórios, referência e contrarreferência e
demais aspectos vinculados à integração
III - acompanhamento, avaliação e
das ações e serviços de saúde entre os
divulgação do nível de saúde da população
entes federados. (Incluído pela Lei nº
e das condições ambientais;
12.466, de 2011).
IV - organização e coordenação do
Art. 14-B. O Conselho Nacional de
sistema de informação de saúde;
Secretários de Saúde (Conass) e o
Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde (Conasems) são V - elaboração de normas técnicas e
reconhecidos como entidades estabelecimento de padrões de qualidade e
representativas dos entes estaduais e parâmetros de custos que caracterizam a
municipais para tratar de matérias assistência à saúde;
referentes à saúde e declarados de
utilidade pública e de relevante função VI - elaboração de normas técnicas e
social, na forma do estabelecimento de padrões de qualidade
regulamento. (Incluído pela Lei nº para promoção da saúde do trabalhador;
12.466, de 2011).
VII - participação de formulação da
§ 1o O Conass e o Conasems política e da execução das ações de
receberão recursos do orçamento geral da saneamento básico e colaboração na
União por meio do Fundo Nacional de proteção e recuperação do meio ambiente;
Saúde, para auxiliar no custeio de suas
despesas institucionais, podendo ainda VIII - elaboração e atualização
celebrar convênios com a periódica do plano de saúde;
União. (Incluído pela Lei nº 12.466,
de 2011). IX - participação na formulação e na
execução da política de formação e
§ 2o Os Conselhos de Secretarias desenvolvimento de recursos humanos para
Municipais de Saúde (Cosems) são a saúde;
reconhecidos como entidades que
representam os entes municipais, no X - elaboração da proposta
âmbito estadual, para tratar de matérias orçamentária do Sistema Único de Saúde
referentes à saúde, desde que vinculados (SUS), de conformidade com o plano de
institucionalmente ao Conasems, na forma saúde;
que dispuserem seus
estatutos. (Incluído pela Lei nº
XI - elaboração de normas para
12.466, de 2011).
regular as atividades de serviços privados
de saúde, tendo em vista a sua relevância
CAPÍTULO IV pública;

Da Competência e das Atribuições XII - realização de operações externas


de natureza financeira de interesse da
Seção I saúde, autorizadas pelo Senado Federal;

313
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XIII - para atendimento de a) de controle das agressões ao meio
necessidades coletivas, urgentes e ambiente;
transitórias, decorrentes de situações de
perigo iminente, de calamidade pública ou b) de saneamento básico; e
de irrupção de epidemias, a autoridade
competente da esfera administrativa
c) relativas às condições e aos
correspondente poderá requisitar bens e
ambientes de trabalho;
serviços, tanto de pessoas naturais como de
jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
indenização; III - definir e coordenar os sistemas:

XIV - implementar o Sistema Nacional a) de redes integradas de assistência


de Sangue, Componentes e Derivados; de alta complexidade;

XV - propor a celebração de b) de rede de laboratórios de saúde


convênios, acordos e protocolos pública;
internacionais relativos à saúde,
saneamento e meio ambiente; c) de vigilância epidemiológica; e

XVI - elaborar normas técnico- d) vigilância sanitária;


científicas de promoção, proteção e
recuperação da saúde; IV - participar da definição de normas
e mecanismos de controle, com órgão afins,
XVII - promover articulação com os de agravo sobre o meio ambiente ou dele
órgãos de fiscalização do exercício decorrentes, que tenham repercussão na
profissional e outras entidades saúde humana;
representativas da sociedade civil para a
definição e controle dos padrões éticos para V - participar da definição de normas,
pesquisa, ações e serviços de saúde; critérios e padrões para o controle das
condições e dos ambientes de trabalho e
XVIII - promover a articulação da coordenar a política de saúde do
política e dos planos de saúde; trabalhador;

XIX - realizar pesquisas e estudos na VI - coordenar e participar na


área de saúde; execução das ações de vigilância
epidemiológica;
XX - definir as instâncias e
mecanismos de controle e fiscalização VII - estabelecer normas e executar a
inerentes ao poder de polícia sanitária; vigilância sanitária de portos, aeroportos e
fronteiras, podendo a execução ser
XXI - fomentar, coordenar e executar complementada pelos Estados, Distrito
programas e projetos estratégicos e de Federal e Municípios;
atendimento emergencial.
VIII - estabelecer critérios, parâmetros
Seção II e métodos para o controle da qualidade
sanitária de produtos, substâncias e
serviços de consumo e uso humano;
Da Competência
IX - promover articulação com os
Art. 16. A direção nacional do Sistema órgãos educacionais e de fiscalização do
Único da Saúde (SUS) compete: exercício profissional, bem como com
entidades representativas de formação de
I - formular, avaliar e apoiar políticas recursos humanos na área de saúde;
de alimentação e nutrição;
X - formular, avaliar, elaborar normas
II - participar na formulação e na e participar na execução da política nacional
implementação das políticas: e produção de insumos e equipamentos

314
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
para a saúde, em articulação com os demais Saúde (SUS) ou que representem risco de
órgãos governamentais; disseminação nacional.

XI - identificar os serviços estaduais e Art. 17. À direção estadual do Sistema


municipais de referência nacional para o Único de Saúde (SUS) compete:
estabelecimento de padrões técnicos de
assistência à saúde; I - promover a descentralização para
os Municípios dos serviços e das ações de
XII - controlar e fiscalizar saúde;
procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde; II - acompanhar, controlar e avaliar as
redes hierarquizadas do Sistema Único de
XIII - prestar cooperação técnica e Saúde (SUS);
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios para o aperfeiçoamento da III - prestar apoio técnico e financeiro
sua atuação institucional; aos Municípios e executar supletivamente
ações e serviços de saúde;
XIV - elaborar normas para regular as
relações entre o Sistema Único de Saúde IV - coordenar e, em caráter
(SUS) e os serviços privados contratados de complementar, executar ações e serviços:
assistência à saúde;
a) de vigilância epidemiológica;
XV - promover a descentralização
para as Unidades Federadas e para os
b) de vigilância sanitária;
Municípios, dos serviços e ações de saúde,
respectivamente, de abrangência estadual e
municipal; c) de alimentação e nutrição; e

XVI - normatizar e coordenar d) de saúde do trabalhador;


nacionalmente o Sistema Nacional de
Sangue, Componentes e Derivados; V - participar, junto com os órgãos
afins, do controle dos agravos do meio
XVII - acompanhar, controlar e avaliar ambiente que tenham repercussão na
as ações e os serviços de saúde, saúde humana;
respeitadas as competências estaduais e
municipais; VI - participar da formulação da
política e da execução de ações de
XVIII - elaborar o Planejamento saneamento básico;
Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em
cooperação técnica com os Estados, VII - participar das ações de controle e
Municípios e Distrito Federal; avaliação das condições e dos ambientes de
trabalho;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional
de Auditoria e coordenar a avaliação técnica VIII - em caráter suplementar,
e financeira do SUS em todo o Território formular, executar, acompanhar e avaliar a
Nacional em cooperação técnica com os política de insumos e equipamentos para a
Estados, Municípios e Distrito saúde;
Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de
1995) IX - identificar estabelecimentos
hospitalares de referência e gerir sistemas
Parágrafo único. A União poderá públicos de alta complexidade, de referência
executar ações de vigilância epidemiológica estadual e regional;
e sanitária em circunstâncias especiais,
como na ocorrência de agravos inusitados à X - coordenar a rede estadual de
saúde, que possam escapar do controle da laboratórios de saúde pública e
direção estadual do Sistema Único de hemocentros, e gerir as unidades que

315
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
permaneçam em sua organização VI - colaborar na fiscalização das
administrativa; agressões ao meio ambiente que tenham
repercussão sobre a saúde humana e atuar,
XI - estabelecer normas, em caráter junto aos órgãos municipais, estaduais e
suplementar, para o controle e avaliação federais competentes, para controlá-las;
das ações e serviços de saúde;
VII - formar consórcios administrativos
XII - formular normas e estabelecer intermunicipais;
padrões, em caráter suplementar, de
procedimentos de controle de qualidade VIII - gerir laboratórios públicos de
para produtos e substâncias de consumo saúde e hemocentros;
humano;
IX - colaborar com a União e os
XIII - colaborar com a União na Estados na execução da vigilância sanitária
execução da vigilância sanitária de portos, de portos, aeroportos e fronteiras;
aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26
XIV - o acompanhamento, a avaliação desta Lei, celebrar contratos e convênios
e divulgação dos indicadores de morbidade com entidades prestadoras de serviços
e mortalidade no âmbito da unidade privados de saúde, bem como controlar e
federada. avaliar sua execução;

Art. 18. À direção municipal do XI - controlar e fiscalizar os


Sistema de Saúde (SUS) compete: procedimentos dos serviços privados de
saúde;
I - planejar, organizar, controlar e
avaliar as ações e os serviços de saúde e XII - normatizar complementarmente
gerir e executar os serviços públicos de as ações e serviços públicos de saúde no
saúde; seu âmbito de atuação.

II - participar do planejamento, Art. 19. Ao Distrito Federal competem


programação e organização da rede as atribuições reservadas aos Estados e aos
regionalizada e hierarquizada do Sistema Municípios.
Único de Saúde (SUS), em articulação com
sua direção estadual; CAPÍTULO V

III - participar da execução, controle e Do Subsistema de Atenção à Saúde


avaliação das ações referentes às Indígena
condições e aos ambientes de trabalho; (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

IV - executar serviços: Art. 19-A. As ações e serviços de


saúde voltados para o atendimento das
a) de vigilância epidemiológica; populações indígenas, em todo o território
nacional, coletiva ou individualmente,
b) vigilância sanitária; obedecerão ao disposto nesta
Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
c) de alimentação e nutrição;
Art. 19-B. É instituído um Subsistema
de Atenção à Saúde Indígena, componente
d) de saneamento básico; e
do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e
definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de
e) de saúde do trabalhador; 28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita
V - dar execução, no âmbito integração. (Incluído pela Lei nº 9.836,
municipal, à política de insumos e de 1999)
equipamentos para a saúde;

316
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 19-C. Caberá à União, com seus de acordo com suas necessidades,
recursos próprios, financiar o Subsistema de compreendendo a atenção primária,
Atenção à Saúde Indígena. (Incluído secundária e terciária à saúde. (Incluído
pela Lei nº 9.836, de 1999) pela Lei nº 9.836, de 1999)

Art. 19-D. O SUS promoverá a Art. 19-H. As populações indígenas


articulação do Subsistema instituído por terão direito a participar dos organismos
esta Lei com os órgãos responsáveis pela colegiados de formulação,
Política Indígena do País. (Incluído pela acompanhamento e avaliação das políticas
Lei nº 9.836, de 1999) de saúde, tais como o Conselho Nacional de
Saúde e os Conselhos Estaduais e
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, Municipais de Saúde, quando for o
outras instituições governamentais e não- caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de
governamentais poderão atuar 1999)
complementarmente no custeio e execução
das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, CAPÍTULO VI
de 1999)
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E
Art. 19-F. Dever-se-á INTERNAÇÃO DOMICILIAR
obrigatoriamente levar em consideração a (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
realidade local e as especificidades da
cultura dos povos indígenas e o modelo a Art. 19-I. São estabelecidos, no
ser adotado para a atenção à saúde âmbito do Sistema Único de Saúde, o
indígena, que se deve pautar por uma atendimento domiciliar e a internação
abordagem diferenciada e global, domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424,
contemplando os aspectos de assistência à de 2002)
saúde, saneamento básico, nutrição,
habitação, meio ambiente, demarcação de § 1o Na modalidade de assistência de
terras, educação sanitária e integração atendimento e internação domiciliares
institucional. (Incluído pela Lei nº 9.836,
incluem-se, principalmente, os
de 1999)
procedimentos médicos, de enfermagem,
fisioterapêuticos, psicológicos e de
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à assistência social, entre outros necessários
Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, ao cuidado integral dos pacientes em seu
descentralizado, hierarquizado e domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424,
regionalizado. (Incluído pela Lei nº de 2002)
9.836, de 1999)
§ 2o O atendimento e a internação
§ 1o O Subsistema de que trata o domiciliares serão realizados por equipes
caput deste artigo terá como base os multidisciplinares que atuarão nos níveis da
Distritos Sanitários Especiais medicina preventiva, terapêutica e
Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, reabilitadora. (Incluído pela Lei nº
de 1999) 10.424, de 2002)

§ 2o O SUS servirá de retaguarda e § 3o O atendimento e a internação


referência ao Subsistema de Atenção à domiciliares só poderão ser realizados por
Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer indicação médica, com expressa
adaptações na estrutura e organização do concordância do paciente e de sua
SUS nas regiões onde residem as família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de
populações indígenas, para propiciar essa 2002)
integração e o atendimento necessário em
todos os níveis, sem
CAPÍTULO VII
discriminações. (Incluído pela Lei nº
9.836, de 1999)
DO SUBSISTEMA DE
ACOMPANHAMENTO DURANTE O
§ 3o As populações indígenas devem
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-
ter acesso garantido ao SUS, em âmbito
local, regional e de centros especializados,

317
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PARTO IMEDIATO II - oferta de procedimentos
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005) terapêuticos, em regime domiciliar,
ambulatorial e hospitalar, constantes de
Art. 19-J. Os serviços de saúde do tabelas elaboradas pelo gestor federal do
Sistema Único de Saúde - SUS, da rede Sistema Único de Saúde - SUS, realizados
própria ou conveniada, ficam obrigados a no território nacional por serviço próprio,
permitir a presença, junto à parturiente, de 1 conveniado ou contratado.
(um) acompanhante durante todo o período
de trabalho de parto, parto e pós-parto Art. 19-N. Para os efeitos do disposto
imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, no art. 19-M, são adotadas as seguintes
de 2005) definições:

§ 1o O acompanhante de que trata o I - produtos de interesse para a


caput deste artigo será indicado pela saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e
parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, equipamentos médicos;
de 2005)
II - protocolo clínico e diretriz
§ 2o As ações destinadas a viabilizar terapêutica: documento que estabelece
o pleno exercício dos direitos de que trata critérios para o diagnóstico da doença ou do
este artigo constarão do regulamento da lei, agravo à saúde; o tratamento preconizado,
a ser elaborado pelo órgão competente do com os medicamentos e demais produtos
Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº apropriados, quando couber; as posologias
11.108, de 2005) recomendadas; os mecanismos de controle
clínico; e o acompanhamento e a verificação
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País dos resultados terapêuticos, a serem
obrigados a manter, em local visível de suas seguidos pelos gestores do
dependências, aviso informando sobre o SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
direito estabelecido no caput deste 2011)
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.895, de
2013) Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as
diretrizes terapêuticas deverão estabelecer
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído os medicamentos ou produtos necessários
pela Lei nº 11.108, de 2005) nas diferentes fases evolutivas da doença
ou do agravo à saúde de que tratam, bem
como aqueles indicados em casos de perda
CAPÍTULO VIII
de eficácia e de surgimento de intolerância
ou reação adversa relevante, provocadas
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) pelo medicamento, produto ou
procedimento de primeira
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401,
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM de 2011)
SAÚDE”
Parágrafo único. Em qualquer caso,
Art. 19-M. A assistência terapêutica os medicamentos ou produtos de que trata
integral a que se refere a alínea d do inciso o caput deste artigo serão aqueles avaliados
I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei quanto à sua eficácia, segurança,
nº 12.401, de 2011) efetividade e custo-efetividade para as
diferentes fases evolutivas da doença ou do
I - dispensação de medicamentos e agravo à saúde de que trata o
produtos de interesse para a saúde, cuja protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401,
prescrição esteja em conformidade com as de 2011)
diretrizes terapêuticas definidas em
protocolo clínico para a doença ou o agravo Art. 19-P. Na falta de protocolo
à saúde a ser tratado ou, na falta do clínico ou de diretriz terapêutica, a
protocolo, em conformidade com o disposto dispensação será realizada: (Incluído
no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.401, de 2011)
12.401, de 2011)

318
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - com base nas relações de pelo órgão competente para o registro ou a
medicamentos instituídas pelo gestor autorização de uso; (Incluído pela Lei nº
federal do SUS, observadas as 12.401, de 2011)
competências estabelecidas nesta Lei, e a
responsabilidade pelo fornecimento será II - a avaliação econômica
pactuada na Comissão Intergestores comparativa dos benefícios e dos custos em
Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, relação às tecnologias já incorporadas,
de 2011) inclusive no que se refere aos atendimentos
domiciliar, ambulatorial ou hospitalar,
II - no âmbito de cada Estado e do quando cabível. (Incluído pela Lei nº
Distrito Federal, de forma suplementar, com 12.401, de 2011)
base nas relações de medicamentos
instituídas pelos gestores estaduais do Art. 19-R. A incorporação, a exclusão
SUS, e a responsabilidade pelo e a alteração a que se refere o art. 19-Q
fornecimento será pactuada na Comissão serão efetuadas mediante a instauração de
Intergestores Bipartite; (Incluído pela processo administrativo, a ser concluído em
Lei nº 12.401, de 2011) prazo não superior a 180 (cento e oitenta)
dias, contado da data em que foi
III - no âmbito de cada Município, de protocolado o pedido, admitida a sua
forma suplementar, com base nas relações prorrogação por 90 (noventa) dias corridos,
de medicamentos instituídas pelos gestores quando as circunstâncias
municipais do SUS, e a responsabilidade exigirem. (Incluído pela Lei nº 12.401,
pelo fornecimento será pactuada no de 2011)
Conselho Municipal de Saúde. (Incluído
pela Lei nº 12.401, de 2011) § 1o O processo de que trata o caput
deste artigo observará, no que couber, o
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de
ou a alteração pelo SUS de novos 1999, e as seguintes determinações
medicamentos, produtos e procedimentos, especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401,
bem como a constituição ou a alteração de de 2011)
protocolo clínico ou de diretriz terapêutica,
são atribuições do Ministério da Saúde, I - apresentação pelo interessado dos
assessorado pela Comissão Nacional de documentos e, se cabível, das amostras de
Incorporação de Tecnologias no produtos, na forma do regulamento, com
SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de informações necessárias para o
2011) atendimento do disposto no § 2o do art. 19-
Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja II - (VETADO); (Incluído pela Lei
composição e regimento são definidos em nº 12.401, de 2011)
regulamento, contará com a participação de
1 (um) representante indicado pelo
III - realização de consulta pública que
Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um)
inclua a divulgação do parecer emitido pela
representante, especialista na área, Comissão Nacional de Incorporação de
indicado pelo Conselho Federal de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei
Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401,
nº 12.401, de 2011)
de 2011)
IV - realização de audiência pública,
§ 2o O relatório da Comissão antes da tomada de decisão, se a relevância
Nacional de Incorporação de Tecnologias da matéria justificar o evento. (Incluído
no SUS levará em consideração,
pela Lei nº 12.401, de 2011)
necessariamente: (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a
eficácia, a acurácia, a efetividade e a
segurança do medicamento, produto ou Art. 19-S. (VETADO). (Incluído
procedimento objeto do processo, acatadas pela Lei nº 12.401, de 2011)

319
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 19-T. São vedados, em todas as das Nações Unidas, de entidades de
esferas de gestão do SUS: (Incluído cooperação técnica e de financiamento e
pela Lei nº 12.401, de 2011) empréstimos.
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a
I - o pagamento, o ressarcimento ou o autorização do órgão de direção nacional do
reembolso de medicamento, produto e Sistema Único de Saúde (SUS),
procedimento clínico ou cirúrgico submetendo-se a seu controle as atividades
experimental, ou de uso não autorizado pela que forem desenvolvidas e os instrumentos
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - que forem firmados.
ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, § 2° Excetuam-se do disposto neste
de 2011) artigo os serviços de saúde mantidos, sem
finalidade lucrativa, por empresas, para
atendimento de seus empregados e
II - a dispensação, o pagamento, o
ressarcimento ou o reembolso de dependentes, sem qualquer ônus para a
seguridade social.
medicamento e produto, nacional ou
importado, sem registro na Anvisa.”
Art. 23. É permitida a participação
Art. 19-U. A responsabilidade direta ou indireta, inclusive controle, de
financeira pelo fornecimento de empresas ou de capital estrangeiro na
medicamentos, produtos de interesse para a assistência à saúde nos seguintes
saúde ou procedimentos de que trata este casos: (Redação dada pela Lei nº
Capítulo será pactuada na Comissão 13.097, de 2015)
Intergestores Tripartite. (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011) I - doações de organismos
internacionais vinculados à Organização
TÍTULO III das Nações Unidas, de entidades de
cooperação técnica e de financiamento e
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE empréstimos; (Incluído pela Lei nº
ASSISTÊNCIA À SAÙDE 13.097, de 2015)

CAPÍTULO I II - pessoas jurídicas destinadas a


instalar, operacionalizar ou
Do Funcionamento explorar: (Incluído pela Lei nº 13.097,
de 2015)
Art. 20. Os serviços privados de
assistência à saúde caracterizam-se pela a) hospital geral, inclusive filantrópico,
atuação, por iniciativa própria, de hospital especializado, policlínica, clínica
profissionais liberais, legalmente geral e clínica especializada; e (Incluído
habilitados, e de pessoas jurídicas de direito pela Lei nº 13.097, de 2015)
privado na promoção, proteção e
recuperação da saúde. b) ações e pesquisas de planejamento
familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de
Art. 21. A assistência à saúde é livre à 2015)
iniciativa privada.
III - serviços de saúde mantidos, sem
Art. 22. Na prestação de serviços finalidade lucrativa, por empresas, para
privados de assistência à saúde, serão atendimento de seus empregados e
observados os princípios éticos e as normas dependentes, sem qualquer ônus para a
expedidas pelo órgão de direção do Sistema seguridade social; e (Incluído pela Lei
Único de Saúde (SUS) quanto às condições nº 13.097, de 2015)
para seu funcionamento.
IV - demais casos previstos em
Art. 23. É vedada a participação direta
legislação específica. (Incluído pela
ou indireta de empresas ou de capitais
Lei nº 13.097, de 2015)
estrangeiros na assistência à saúde, salvo
através de doações de organismos
internacionais vinculados à Organização CAPÍTULO II

320
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Da Participação Complementar Art. 27. A política de recursos
humanos na área da saúde será formalizada
Art. 24. Quando as suas e executada, articuladamente, pelas
disponibilidades forem insuficientes para diferentes esferas de governo, em
garantir a cobertura assistencial à cumprimento dos seguintes objetivos:
população de uma determinada área, o
Sistema Único de Saúde (SUS) poderá I - organização de um sistema de
recorrer aos serviços ofertados pela formação de recursos humanos em todos os
iniciativa privada. níveis de ensino, inclusive de pós-
graduação, além da elaboração de
Parágrafo único. A participação programas de permanente aperfeiçoamento
complementar dos serviços privados será de pessoal;
formalizada mediante contrato ou convênio,
observadas, a respeito, as normas de direito II - (Vetado)
público.
III - (Vetado)
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior,
as entidades filantrópicas e as sem fins IV - valorização da dedicação
lucrativos terão preferência para participar exclusiva aos serviços do Sistema Único de
do Sistema Único de Saúde (SUS). Saúde (SUS).

Art. 26. Os critérios e valores para a Parágrafo único. Os serviços públicos


remuneração de serviços e os parâmetros que integram o Sistema Único de Saúde
de cobertura assistencial serão (SUS) constituem campo de prática para
estabelecidos pela direção nacional do ensino e pesquisa, mediante normas
Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados específicas, elaboradas conjuntamente com
no Conselho Nacional de Saúde. o sistema educacional.

§ 1° Na fixação dos critérios, valores, Art. 28. Os cargos e funções de chefia,


formas de reajuste e de pagamento da direção e assessoramento, no âmbito do
remuneração aludida neste artigo, a direção Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão
nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) ser exercidas em regime de tempo integral.
deverá fundamentar seu ato em
demonstrativo econômico-financeiro que
§ 1° Os servidores que legalmente
garanta a efetiva qualidade de execução dos
acumulam dois cargos ou empregos
serviços contratados.
poderão exercer suas atividades em mais de
um estabelecimento do Sistema Único de
§ 2° Os serviços contratados Saúde (SUS).
submeter-se-ão às normas técnicas e
administrativas e aos princípios e diretrizes
§ 2° O disposto no parágrafo anterior
do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido
aplica-se também aos servidores em regime
o equilíbrio econômico e financeiro do
de tempo integral, com exceção dos
contrato. ocupantes de cargos ou função de chefia,
direção ou assessoramento.
§ 3° (Vetado).
Art. 29. (Vetado).
§ 4° Aos proprietários,
administradores e dirigentes de entidades
Art. 30. As especializações na forma
ou serviços contratados é vedado exercer
de treinamento em serviço sob supervisão
cargo de chefia ou função de confiança no
serão regulamentadas por Comissão
Sistema Único de Saúde (SUS).
Nacional, instituída de acordo com o art. 12
desta Lei, garantida a participação das
TÍTULO IV entidades profissionais correspondentes.

DOS RECURSOS HUMANOS TÍTULO V

DO FINANCIAMENTO

321
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO I § 4º (Vetado).

Dos Recursos § 5º As atividades de pesquisa e


desenvolvimento científico e tecnológico em
Art. 31. O orçamento da seguridade saúde serão co-financiadas pelo Sistema
social destinará ao Sistema Único de Saúde Único de Saúde (SUS), pelas universidades
(SUS) de acordo com a receita estimada, os e pelo orçamento fiscal, além de recursos de
recursos necessários à realização de suas instituições de fomento e financiamento ou
finalidades, previstos em proposta de origem externa e receita própria das
elaborada pela sua direção nacional, com a instituições executoras.
participação dos órgãos da Previdência
Social e da Assistência Social, tendo em § 6º (Vetado).
vista as metas e prioridades estabelecidas
na Lei de Diretrizes Orçamentárias. CAPÍTULO II

Art. 32. São considerados de outras Da Gestão Financeira


fontes os recursos provenientes de:
Art. 33. Os recursos financeiros do
I - (Vetado) Sistema Único de Saúde (SUS) serão
depositados em conta especial, em cada
II - Serviços que possam ser esfera de sua atuação, e movimentados sob
prestados sem prejuízo da assistência à fiscalização dos respectivos Conselhos de
saúde; Saúde.

III - ajuda, contribuições, doações e § 1º Na esfera federal, os recursos


donativos; financeiros, originários do Orçamento da
Seguridade Social, de outros Orçamentos
IV - alienações patrimoniais e da União, além de outras fontes, serão
rendimentos de capital; administrados pelo Ministério da Saúde,
através do Fundo Nacional de Saúde.
V - taxas, multas, emolumentos e
preços públicos arrecadados no âmbito do § 2º (Vetado).
Sistema Único de Saúde (SUS); e
§ 3º (Vetado).
VI - rendas eventuais, inclusive
comerciais e industriais. § 4º O Ministério da Saúde
acompanhará, através de seu sistema de
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde auditoria, a conformidade à programação
(SUS) caberá metade da receita de que trata aprovada da aplicação dos recursos
o inciso I deste artigo, apurada repassados a Estados e Municípios.
mensalmente, a qual será destinada à Constatada a malversação, desvio ou não
recuperação de viciados. aplicação dos recursos, caberá ao Ministério
da Saúde aplicar as medidas previstas em
lei.
§ 2° As receitas geradas no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS) serão
creditadas diretamente em contas Art. 34. As autoridades responsáveis
especiais, movimentadas pela sua direção, pela distribuição da receita efetivamente
na esfera de poder onde forem arrecadadas. arrecadada transferirão automaticamente
ao Fundo Nacional de Saúde (FNS),
§ 3º As ações de saneamento que observado o critério do parágrafo único
venham a ser executadas supletivamente deste artigo, os recursos financeiros
correspondentes às dotações consignadas
pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão
no Orçamento da Seguridade Social, a
financiadas por recursos tarifários
projetos e atividades a serem executados no
específicos e outros da União, Estados,
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Distrito Federal, Municípios e, em particular,
do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

322
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Na distribuição dos § 6º O disposto no parágrafo anterior
recursos financeiros da Seguridade Social não prejudica a atuação dos órgãos de
será observada a mesma proporção da controle interno e externo e nem a aplicação
despesa prevista de cada área, no de penalidades previstas em lei, em caso de
Orçamento da Seguridade Social. irregularidades verificadas na gestão dos
recursos transferidos.
Art. 35. Para o estabelecimento de
valores a serem transferidos a Estados, CAPÍTULO III
Distrito Federal e Municípios, será utilizada
a combinação dos seguintes critérios, Do Planejamento e do Orçamento
segundo análise técnica de programas e
projetos:
Art. 36. O processo de planejamento e
orçamento do Sistema Único de Saúde
I - perfil demográfico da região; (SUS) será ascendente, do nível local até o
federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
II - perfil epidemiológico da população compatibilizando-se as necessidades da
a ser coberta; política de saúde com a disponibilidade de
recursos em planos de saúde dos
III - características quantitativas e Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
qualitativas da rede de saúde na área; e da União.

IV - desempenho técnico, econômico § 1º Os planos de saúde serão a base


e financeiro no período anterior; das atividades e programações de cada
nível de direção do Sistema Único de Saúde
(SUS), e seu financiamento será previsto na
V - níveis de participação do setor
respectiva proposta orçamentária.
saúde nos orçamentos estaduais e
municipais;
§ 2º É vedada a transferência de
recursos para o financiamento de ações não
VI - previsão do plano qüinqüenal de
previstas nos planos de saúde, exceto em
investimentos da rede;
situações emergenciais ou de calamidade
pública, na área de saúde.
VII - ressarcimento do atendimento a
serviços prestados para outras esferas de
Art. 37. O Conselho Nacional de
governo.
Saúde estabelecerá as diretrizes a serem
observadas na elaboração dos planos de
§ 1º Metade dos recursos destinados saúde, em função das características
a Estados e Municípios será distribuída epidemiológicas e da organização dos
segundo o quociente de sua divisão pelo serviços em cada jurisdição administrativa.
número de habitantes, independentemente
de qualquer procedimento
Art. 38. Não será permitida a
prévio. (Revogado pela Lei
Complementar nº 141, de 2012) (Vide destinação de subvenções e auxílios a
instituições prestadoras de serviços de
Lei nº 8.142, de 1990)
saúde com finalidade lucrativa.
§ 2º Nos casos de Estados e
Municípios sujeitos a notório processo de DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
migração, os critérios demográficos TRANSITÓRIAS
mencionados nesta lei serão ponderados
por outros indicadores de crescimento Art. 39. (Vetado).
populacional, em especial o número de
eleitores registrados. § 1º (Vetado).

§ 3º (Vetado). § 2º (Vetado).

§ 4º (Vetado). § 3º (Vetado).

§ 5º (Vetado). § 4º (Vetado).

323
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de ao patrimônio, aos recursos humanos e
propriedade do Inamps para órgãos financeiros, ensino, pesquisa e extensão
integrantes do Sistema Único de Saúde nos limites conferidos pelas instituições a
(SUS) será feita de modo a preservá-los que estejam vinculados.
como patrimônio da Seguridade Social.
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas
§ 6º Os imóveis de que trata o estaduais e municipais de previdência social
parágrafo anterior serão inventariados com deverão integrar-se à direção
todos os seus acessórios, equipamentos e correspondente do Sistema Único de Saúde
outros bens móveis e ficarão disponíveis (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
para utilização pelo órgão de direção bem como quaisquer outros órgãos e
municipal do Sistema Único de Saúde - SUS serviços de saúde.
ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja
circunscrição administrativa se encontrem, § 2º Em tempo de paz e havendo
mediante simples termo de recebimento. interesse recíproco, os serviços de saúde
das Forças Armadas poderão integrar-se ao
§ 7º (Vetado). Sistema Único de Saúde (SUS), conforme
se dispuser em convênio que, para esse fim,
§ 8º O acesso aos serviços de for firmado.
informática e bases de dados, mantidos pelo
Ministério da Saúde e pelo Ministério do Art. 46. o Sistema Único de Saúde
Trabalho e da Previdência Social, será (SUS), estabelecerá mecanismos de
assegurado às Secretarias Estaduais e incentivos à participação do setor privado no
Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, investimento em ciência e tecnologia e
como suporte ao processo de gestão, de estimulará a transferência de tecnologia das
forma a permitir a gerencia informatizada universidades e institutos de pesquisa aos
das contas e a disseminação de estatísticas serviços de saúde nos Estados, Distrito
sanitárias e epidemiológicas médico- Federal e Municípios, e às empresas
hospitalares. nacionais.

Art. 40. (Vetado) Art. 47. O Ministério da Saúde, em


articulação com os níveis estaduais e
Art. 41. As ações desenvolvidas pela municipais do Sistema Único de Saúde
Fundação das Pioneiras Sociais e pelo (SUS), organizará, no prazo de dois anos,
Instituto Nacional do Câncer, um sistema nacional de informações em
supervisionadas pela direção nacional do saúde, integrado em todo o território
Sistema Único de Saúde (SUS), nacional, abrangendo questões
permanecerão como referencial de epidemiológicas e de prestação de serviços.
prestação de serviços, formação de
recursos humanos e para transferência de Art. 48. (Vetado).
tecnologia.
Art. 49. (Vetado).
Art. 42. (Vetado).
Art. 50. Os convênios entre a União,
Art. 43. A gratuidade das ações e os Estados e os Municípios, celebrados para
serviços de saúde fica preservada nos implantação dos Sistemas Unificados e
serviços públicos contratados, ressalvando- Descentralizados de Saúde, ficarão
se as cláusulas dos contratos ou convênios rescindidos à proporção que seu objeto for
estabelecidos com as entidades privadas. sendo absorvido pelo Sistema Único de
Saúde (SUS).
Art. 44. (Vetado).
Art. 51. (Vetado).
Art. 45. Os serviços de saúde dos
hospitais universitários e de ensino Art. 52. Sem prejuízo de outras
integram-se ao Sistema Único de Saúde sanções cabíveis, constitui crime de
(SUS), mediante convênio, preservada a emprego irregular de verbas ou rendas
sua autonomia administrativa, em relação públicas (Código Penal, art. 315) a utilização

324
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de recursos financeiros do Sistema Único de Anotações:
Saúde (SUS) em finalidades diversas das
previstas nesta lei.

Art. 53. (Vetado).

Art. 53-A. Na qualidade de ações e


serviços de saúde, as atividades de apoio à
assistência à saúde são aquelas
desenvolvidas pelos laboratórios de
genética humana, produção e fornecimento
de medicamentos e produtos para saúde,
laboratórios de analises clínicas, anatomia
patológica e de diagnóstico por imagem e
são livres à participação direta ou indireta de
empresas ou de capitais
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)

Art. 54. Esta lei entra em vigor na data


de sua publicação.

Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312,


de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229,
de 17 de julho de 1975, e demais
disposições em contrário.

Brasília, 19 de setembro de 1990;


169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra

Este texto não substitui o publicado no DOU


de 20.9.1990

325
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011 – Regulamenta o Sistema
Único de Saúde

Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do


Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a
articulação interfederativa, e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , III - Portas de Entrada - serviços de


no uso da atribuição que lhe confere o art. atendimento inicial à saúde do usuário no
84, inciso IV, da Constituição, e tendo em SUS;
vista o disposto na Lei nº 8.080, 19 de
setembro de 1990, IV - Comissões Intergestores -
instâncias de pactuação consensual
DECRETA: entre os entes federativos para definição
das regras da gestão compartilhada do
CAPÍTULO I SUS;

DAS DISPOSIÇÕES V - Mapa da Saúde - descrição


PRELIMINARES geográfica da distribuição de recursos
humanos e de ações e serviços de saúde
ofertados pelo SUS e pela iniciativa
Art. 1º Este Decreto regulamenta a privada, considerando-se a capacidade
Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, instalada existente, os investimentos e o
para dispor sobre a organização do Sistema desempenho aferido a partir dos
Único de Saúde - SUS, o planejamento da indicadores de saúde do sistema;
saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa.
VI - Rede de Atenção à Saúde -
conjunto de ações e serviços de saúde
Art. 2º Para efeito deste Decreto, articulados em níveis de complexidade
considera-se: crescente, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência à saúde;
I - Região de Saúde - espaço
geográfico contínuo constituído por VII - Serviços Especiais de Acesso
agrupamentos de Municípios limítrofes, Aberto - serviços de saúde específicos para o
delimitado a partir de identidades culturais, atendimento da pessoa que, em razão de
econômicas e sociais e de redes de agravo ou de situação laboral, necessita de
comunicação e infraestrutura de transportes atendimento especial; e
compartilhados, com a finalidade de integrar
a organização, o planejamento e a execução
de ações e serviços de saúde; VIII - Protocolo Clínico e Diretriz
Terapêutica - documento que estabelece:
critérios para o diagnóstico da doença ou do
II - Contrato Organizativo da Ação agravo à saúde; o tratamento preconizado,
Pública da Saúde - acordo de colaboração com os medicamentos e demais produtos
firmado entre entes federativos com a apropriados, quando couber; as posologias
finalidade de organizar e integrar as ações recomendadas; os mecanismos de controle
e serviços de saúde na rede regionalizada clínico; e o acompanhamento e a verificação
e hierarquizada, com definição de dos resultados terapêuticos, a serem
responsabilidades, indicadores e metas de seguidos pelos gestores do SUS.
saúde, critérios de avaliação de
desempenho, recursos financeiros que
serão disponibilizados, forma de controle e CAPÍTULO II
fiscalização de sua execução e demais
elementos necessários à implementação DA ORGANIZAÇÃO DO SUS
integrada das ações e serviços de saúde;

326
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 3º O SUS é constituído pela Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde
conjugação das ações e serviços de estarão compreendidas no âmbito de uma
promoção, proteção e recuperação da Região de Saúde, ou de várias delas, em
saúde executados pelos entes federativos, consonância com diretrizes pactuadas nas
de forma direta ou indireta, mediante a Comissões Intergestores .
participação complementar da iniciativa
privada, sendo organizado de forma Parágrafo único. Os entes federativos
regionalizada e hierarquizada. definirão os seguintes elementos em relação
às Regiões de Saúde:
Seção I
I - seus limites geográficos;
Das Regiões de Saúde
II - população usuária das ações e
Art. 4º As Regiões de Saúde serão serviços;
instituídas pelo Estado, em articulação com
os Municípios, respeitadas as diretrizes III - rol de ações e serviços que serão
gerais pactuadas na Comissão ofertados; e
Intergestores Tripartite - CIT a que se refere
o inciso I do art. 30.
IV - respectivas responsabilidades,
critérios de acessibilidade e escala para
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões conformação dos serviços.
de Saúde interestaduais, compostas por
Municípios limítrofes, por ato conjunto dos
respectivos Estados em articulação com os Seção II
Municípios.
Da Hierarquização
§ 2º A instituição de Regiões de
Saúde situadas em áreas de fronteira com Art. 8º O acesso universal, igualitário
outros países deverá respeitar as normas e ordenado às ações e serviços de saúde se
que regem as relações internacionais. inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se
completa na rede regionalizada e
Art. 5º Para ser instituída, a Região de hierarquizada, de acordo com a
Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços complexidade do serviço.
de:
Art. 9º São Portas de Entrada às ações
I - atenção primária; e aos serviços de saúde nas Redes de
Atenção à Saúde os serviços:
II - urgência e emergência;
I - de atenção primária;
III - atenção psicossocial;
II - de atenção de urgência e
emergência;
IV - atenção ambulatorial especializada e
hospitalar; e
III - de atenção psicossocial; e
V - vigilância em saúde.
IV - especiais de acesso aberto.
Parágrafo único. A instituição das
Regiões de Saúde observará cronograma Parágrafo único. Mediante
pactuado nas Comissões Intergestores. justificativa técnica e de acordo com o
pactuado nas Comissões Intergestores, os
entes federativos poderão criar novas
Art. 6º As Regiões de Saúde serão Portas de Entrada às ações e serviços de
referência para as transferências de saúde, considerando as características da
recursos entre os entes federativos. Região de Saúde.

327
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 10. Os serviços de atenção Art. 14. O Ministério da Saúde disporá
hospitalar e os ambulatoriais especializados, sobre critérios, diretrizes, procedimentos e
entre outros de maior complexidade e demais medidas que auxiliem os entes
densidade tecnológica, serão referenciados federativos no cumprimento das atribuições
pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9º previstas no art. 13.
.

Art. 11. O acesso universal e


igualitário às ações e aos serviços de saúde CAPÍTULO III
será ordenado pela atenção primária e deve
ser fundado na avaliação da gravidade do
risco individual e coletivo e no critério DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
cronológico, observadas as especificidades
previstas para pessoas com proteção Art. 15. O processo de
especial, conforme legislação vigente. planejamento da saúde será ascendente
e integrado, do nível local até o federal,
Parágrafo único. A população ouvidos os respectivos Conselhos de
indígena contará com regramentos Saúde, compatibilizando-se as
diferenciados de acesso, compatíveis com necessidades das políticas de saúde
suas especificidades e com a necessidade com a disponibilidade de recursos
de assistência integral à sua saúde, de financeiros.
acordo com disposições do Ministério da
Saúde. § 1º O planejamento da saúde é
obrigatório para os entes públicos e será
Art. 12. Ao usuário será assegurada indutor de políticas para a iniciativa privada.
a continuidade do cuidado em saúde, em
todas as suas modalidades, nos serviços, § 2º A compatibilização de que trata o
hospitais e em outras unidades integrantes caput será efetuada no âmbito dos planos
da rede de atenção da respectiva região. de saúde, os quais serão resultado do
planejamento integrado dos entes
Parágrafo único. As Comissões federativos, e deverão conter metas de
Intergestores pactuarão as regras de saúde.
continuidade do acesso às ações e aos
serviços de saúde na respectiva área de § 3º O Conselho Nacional de Saúde
atuação. estabelecerá as diretrizes a serem
observadas na elaboração dos planos de
Art. 13. Para assegurar ao usuário saúde, de acordo com as características
o acesso universal, igualitário e epidemiológicas e da organização de
ordenado às ações e serviços de saúde serviços nos entes federativos e nas
do SUS, caberá aos entes federativos, Regiões de Saúde.
além de outras atribuições que venham a
ser pactuadas pelas Comissões Art. 16. No planejamento devem ser
Intergestores: considerados os serviços e as ações
prestados pela iniciativa privada, de forma
I - garantir a transparência, a complementar ou não ao SUS, os quais
integralidade e a equidade no acesso às deverão compor os Mapas da Saúde
ações e aos serviços de saúde; regional, estadual e nacional.

II - orientar e ordenar os fluxos das Art. 17. O Mapa da Saúde será


ações e dos serviços de saúde; utilizado na identificação das necessidades
de saúde e orientará o planejamento
integrado dos entes federativos,
III - monitorar o acesso às ações e contribuindo para o estabelecimento de
aos serviços de saúde; e metas de saúde.

IV - ofertar regionalmente as Art. 18. O planejamento da saúde


ações e os serviços de saúde. em âmbito estadual deve ser realizado de

328
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
maneira regionalizada, a partir das financiamento, de acordo com o pactuado
necessidades dos Municípios, nas Comissões Intergestores.
considerando o estabelecimento de metas
de saúde. Seção II

Art. 19. Compete à Comissão Da Relação Nacional de


Intergestores Bipartite - CIB de que trata o Medicamentos Essenciais - RENAME
inciso II do art. 30 pactuar as etapas do
processo e os prazos do planejamento
municipal em consonância com os Art. 25. A Relação Nacional de
planejamentos estadual e nacional. Medicamentos Essenciais - RENAME
compreende a seleção e a padronização
de medicamentos indicados para
CAPÍTULO IV atendimento de doenças ou de agravos
no âmbito do SUS.
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Parágrafo único. A RENAME será
Art. 20. A integralidade da assistência acompanhada do Formulário
à saúde se inicia e se completa na Rede de Terapêutico Nacional - FTN que
Atenção à Saúde, mediante subsidiará a prescrição, a dispensação e
referenciamento do usuário na rede regional o uso dos seus medicamentos.
e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores. Art. 26. O Ministério da Saúde é o
órgão competente para dispor sobre a
Seção I RENAME e os Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas em âmbito
Da Relação Nacional de Ações e nacional, observadas as diretrizes
Serviços de Saúde - RENASES pactuadas pela CIT.

Art. 21. A Relação Nacional de Parágrafo único. A cada dois anos, o


Ações e Serviços de Saúde - RENASES Ministério da Saúde consolidará e publicará
compreende todas as ações e serviços as atualizações da RENAME, do respectivo
que o SUS oferece ao usuário para FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes
atendimento da integralidade da Terapêuticas.
assistência à saúde.
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e
Art. 22. O Ministério da Saúde o Município poderão adotar relações
disporá sobre a RENASES em âmbito específicas e complementares de
nacional, observadas as diretrizes medicamentos, em consonância com a
pactuadas pela CIT. RENAME, respeitadas as responsabilidades
dos entes pelo financiamento de
medicamentos, de acordo com o pactuado
Parágrafo único. A cada dois anos, o nas Comissões Intergestores.
Ministério da Saúde consolidará e publicará
as atualizações da RENASES.
Art. 28. O acesso universal e
igualitário à assistência farmacêutica
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito pressupõe, cumulativamente:
Federal e os Municípios pactuarão nas
respectivas Comissões Intergestores as
suas responsabilidades em relação ao rol de I - estar o usuário assistido por ações
ações e serviços constantes da RENASES. e serviços de saúde do SUS;

Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal II - ter o medicamento sido prescrito


e os Municípios poderão adotar relações por profissional de saúde, no exercício
específicas e complementares de ações e regular de suas funções no SUS;
serviços de saúde, em consonância com a
RENASES, respeitadas as III - estar a prescrição em
responsabilidades dos entes pelo seu conformidade com a RENAME e os

329
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Protocolos Clínicos e Diretrizes Art. 31. Nas Comissões
Terapêuticas ou com a relação específica Intergestores, os gestores públicos de
complementar estadual, distrital ou saúde poderão ser representados pelo
municipal de medicamentos; e Conselho Nacional de Secretários de
Saúde - CONASS, pelo Conselho
IV - ter a dispensação ocorrido em Nacional de Secretarias Municipais de
unidades indicadas pela direção do SUS. Saúde - CONASEMS e pelo Conselho
Estadual de Secretarias Municipais de
Saúde - COSEMS.
§ 1º Os entes federativos poderão
ampliar o acesso do usuário à assistência
farmacêutica, desde que questões de saúde Art. 32. As Comissões Intergestores
pública o justifiquem. pactuarão:

§ 2º O Ministério da Saúde poderá I - aspectos operacionais,


estabelecer regras diferenciadas de acesso financeiros e administrativos da gestão
a medicamentos de caráter especializado. compartilhada do SUS, de acordo com a
definição da política de saúde dos entes
federativos, consubstanciada nos seus
Art. 29. A RENAME e a relação planos de saúde, aprovados pelos
específica complementar estadual, distrital respectivos conselhos de saúde;
ou municipal de medicamentos somente
poderão conter produtos com registro na
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - II - diretrizes gerais sobre Regiões de
ANVISA. Saúde, integração de limites geográficos,
referência e contrarreferência e demais
aspectos vinculados à integração das ações
CAPÍTULO V e serviços de saúde entre os entes
federativos;
DA ARTICULAÇÃO
INTERFEDERATIVA III - diretrizes de âmbito nacional,
estadual, regional e interestadual, a respeito
Seção I da organização das redes de atenção à
saúde, principalmente no tocante à gestão
Das Comissões Intergestores institucional e à integração das ações e
serviços dos entes federativos;
Art. 30. As Comissões
Intergestores pactuarão a organização e IV - responsabilidades dos entes
o funcionamento das ações e serviços de federativos na Rede de Atenção à Saúde,
saúde integrados em redes de atenção à de acordo com o seu porte demográfico e
saúde, sendo: seu desenvolvimento econômico-
financeiro, estabelecendo as
responsabilidades individuais e as
I - a CIT, no âmbito da União,
solidárias; e
vinculada ao Ministério da Saúde para
efeitos administrativos e operacionais;
V - referências das regiões
intraestaduais e interestaduais de atenção à
II - a CIB, no âmbito do Estado,
saúde para o atendimento da integralidade da
vinculada à Secretaria Estadual de Saúde
assistência.
para efeitos administrativos e operacionais;
e
Parágrafo único. Serão de
competência exclusiva da CIT a pactuação:
III - a Comissão Intergestores
Regional - CIR, no âmbito regional,
vinculada à Secretaria Estadual de Saúde I - das diretrizes gerais para a
para efeitos administrativos e operacionais, composição da RENASES;
devendo observar as diretrizes da CIB.
II - dos critérios para o planejamento
integrado das ações e serviços de saúde da

330
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Região de Saúde, em razão do § 2º O desempenho aferido a partir
compartilhamento da gestão; e dos indicadores nacionais de garantia de
acesso servirá como parâmetro para
III - das diretrizes nacionais, do avaliação do desempenho da prestação das
financiamento e das questões operacionais ações e dos serviços definidos no Contrato
das Regiões de Saúde situadas em Organizativo de Ação Pública de Saúde em
fronteiras com outros países, respeitadas, todas as Regiões de Saúde, considerando-
em todos os casos, as normas que regem as se as especificidades municipais, regionais
relações internacionais. e estaduais.

Art. 36. O Contrato Organizativo da


Ação Pública de Saúde conterá as seguintes
disposições essenciais:
Seção II
I - identificação das necessidades de
Do Contrato Organizativo da Ação saúde locais e regionais;
Pública da Saúde
II - oferta de ações e serviços de
Art. 33. O acordo de colaboração vigilância em saúde, promoção, proteção
entre os entes federativos para a e recuperação da saúde em âmbito
organização da rede interfederativa de regional e inter-regional;
atenção à saúde será firmado por meio de
Contrato Organizativo da Ação Pública da
Saúde. III - responsabilidades assumidas
pelos entes federativos perante a
população no processo de regionalização,
Art. 34. O objeto do Contrato as quais serão estabelecidas de forma
Organizativo de Ação Pública da Saúde é a individualizada, de acordo com o perfil, a
organização e a integração das ações e dos organização e a capacidade de prestação
serviços de saúde, sob a responsabilidade das ações e dos serviços de cada ente
dos entes federativos em uma Região de federativo da Região de Saúde;
Saúde, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência aos usuários.
IV - indicadores e metas de saúde;
Parágrafo único. O Contrato
Organizativo de Ação Pública da Saúde V - estratégias para a melhoria das
resultará da integração dos planos de saúde ações e serviços de saúde;
dos entes federativos na Rede de Atenção à
Saúde, tendo como fundamento as VI - critérios de avaliação dos
pactuações estabelecidas pela CIT. resultados e forma de monitoramento
permanente;
Art. 35. O Contrato Organizativo de
Ação Pública da Saúde definirá as VII - adequação das ações e dos
responsabilidades individuais e solidárias serviços dos entes federativos em relação
dos entes federativos com relação às ações às atualizações realizadas na RENASES;
e serviços de saúde, os indicadores e as
metas de saúde, os critérios de avaliação de VIII - investimentos na rede de
desempenho, os recursos financeiros que serviços e as respectivas
serão disponibilizados, a forma de controle responsabilidades; e
e fiscalização da sua execução e demais
elementos necessários à implementação
integrada das ações e serviços de saúde. IX - recursos financeiros que serão
disponibilizados por cada um dos partícipes
para sua execução.
§ 1º O Ministério da Saúde definirá
indicadores nacionais de garantia de acesso
às ações e aos serviços de saúde no âmbito Parágrafo único. O Ministério da
do SUS, a partir de diretrizes estabelecidas Saúde poderá instituir formas de incentivo
pelo Plano Nacional de Saúde. ao cumprimento das metas de saúde e à
melhoria das ações e serviços de saúde.

331
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 37. O Contrato Organizativo de Parágrafo único. Os partícipes
Ação Pública de Saúde observará as incluirão dados sobre o Contrato
seguintes diretrizes básicas para fins de Organizativo de Ação Pública de Saúde no
garantia da gestão participativa: sistema de informações em saúde
organizado pelo Ministério da Saúde e os
I - estabelecimento de estratégias encaminhará ao respectivo Conselho de
que incorporem a avaliação do usuário Saúde para monitoramento.
das ações e dos serviços, como
ferramenta de sua melhoria; CAPÍTULO VI

II - apuração permanente das DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


necessidades e interesses do usuário; e
Art. 42. Sem prejuízo das outras
III - publicidade dos direitos e providências legais, o Ministério da Saúde
deveres do usuário na saúde em todas informará aos órgãos de controle interno e
as unidades de saúde do SUS, inclusive externo:
nas unidades privadas que dele
participem de forma complementar. I - o descumprimento injustificado
de responsabilidades na prestação de
Art. 38. A humanização do ações e serviços de saúde e de outras
atendimento do usuário será fator obrigações previstas neste Decreto;
determinante para o estabelecimento das
metas de saúde previstas no Contrato II - a não apresentação do Relatório
Organizativo de Ação Pública de Saúde. de Gestão a que se refere o inciso IV do art.
4º da Lei no 8.142, de 1990 ;
Art. 39. As normas de elaboração
e fluxos do Contrato Organizativo de III - a não aplicação, malversação ou
Ação Pública de Saúde serão pactuados desvio de recursos financeiros; e
pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde
Estadual coordenar a sua
implementação. IV - outros atos de natureza ilícita de
que tiver conhecimento.
Art. 40. O Sistema Nacional de
Auditoria e Avaliação do SUS, por meio de Art. 43. A primeira RENASES é a
serviço especializado, fará o controle e a somatória de todas as ações e serviços
fiscalização do Contrato Organizativo de de saúde que na data da publicação
Ação Pública da Saúde. deste Decreto são ofertados pelo SUS à
população, por meio dos entes
federados, de forma direta ou indireta.
§ 1º O Relatório de Gestão a que se
refere o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142,
de 28 de dezembro de 1990, conterá seção Art. 44. O Conselho Nacional de
específica relativa aos compromissos Saúde estabelecerá as diretrizes de que
assumidos no âmbito do Contrato trata o § 3º do art. 15 no prazo de cento e
Organizativo de Ação Pública de Saúde. oitenta dias a partir da publicação deste
Decreto.
§ 2º O disposto neste artigo será
implementado em conformidade com as Art. 45. Este Decreto entra em vigor
demais formas de controle e fiscalização na data de sua publicação.
previstas em Lei.
Brasília, 28 de junho de 2011; 190º da
Art. 41. Aos partícipes caberá Independência e 123º da República.
monitorar e avaliar a execução do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde, em DILMA ROUSSEFF
relação ao cumprimento das metas Alexandre Rocha Santos Padilha
estabelecidas, ao seu desempenho e à
aplicação dos recursos disponibilizados.

332
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

333
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 - Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde

Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e


sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, paritária em relação ao conjunto dos demais


faço saber que o Congresso Nacional segmentos.
decreta e eu sanciono a seguinte lei:
§ 5° As Conferências de Saúde e os
Art. 1° O Sistema Único de Saúde Conselhos de Saúde terão sua organização
(SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de e normas de funcionamento definidas em
setembro de 1990, contará, em cada esfera regimento próprio, aprovadas pelo
de governo, sem prejuízo das funções do respectivo conselho.
Poder Legislativo, com as seguintes
instâncias colegiadas: Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional
de Saúde (FNS) serão alocados como:
I - a Conferência de Saúde; e
I - despesas de custeio e de capital do
II - o Conselho de Saúde. Ministério da Saúde, seus órgãos e
entidades, da administração direta e
§ 1° A Conferência de Saúde reunir- indireta;
se-á a cada quatro anos com a
representação dos vários segmentos II - investimentos previstos em lei
sociais, para avaliar a situação de saúde e orçamentária, de iniciativa do Poder
propor as diretrizes para a formulação da Legislativo e aprovados pelo Congresso
política de saúde nos níveis Nacional;
correspondentes, convocada pelo Poder
Executivo ou, extraordinariamente, por esta III - investimentos previstos no Plano
ou pelo Conselho de Saúde. Qüinqüenal do Ministério da Saúde;

§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter IV - cobertura das ações e serviços de


permanente e deliberativo, órgão colegiado saúde a serem implementados pelos
composto por representantes do governo, Municípios, Estados e Distrito Federal.
prestadores de serviço, profissionais de
saúde e usuários, atua na formulação de
Parágrafo único. Os recursos
estratégias e no controle da execução da
referidos no inciso IV deste artigo destinar-
política de saúde na instância
se-ão a investimentos na rede de serviços,
correspondente, inclusive nos aspectos
à cobertura assistencial ambulatorial e
econômicos e financeiros, cujas decisões
hospitalar e às demais ações de saúde.
serão homologadas pelo chefe do poder
legalmente constituído em cada esfera do
governo. Art. 3° Os recursos referidos no inciso
IV do art. 2° desta lei serão repassados de
forma regular e automática para os
§ 3° O Conselho Nacional de Municípios, Estados e Distrito Federal, de
Secretários de Saúde (Conass) e o
acordo com os critérios previstos no art. 35
Conselho Nacional de Secretários
da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
Municipais de Saúde (Conasems) terão
representação no Conselho Nacional de
Saúde. § 1° Enquanto não for regulamentada
a aplicação dos critérios previstos no art. 35
da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990,
§ 4° A representação dos usuários nos
será utilizado, para o repasse de recursos,
Conselhos de Saúde e Conferências será

334
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exclusivamente o critério estabelecido no § Art. 6° Esta lei entra em vigor na data
1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de de sua publicação.
1990)
Art. 7° Revogam-se as disposições
§ 2° Os recursos referidos neste artigo em contrário.
serão destinados, pelo menos setenta por
cento, aos Municípios, afetando-se o Brasília, 28 de dezembro de 1990;
restante aos Estados. 169° da Independência e 102° da República.

§ 3° Os Municípios poderão FERNANDO COLLOR


estabelecer consórcio para execução de Alceni Guerra
ações e serviços de saúde, remanejando,
entre si, parcelas de recursos previstos no Este texto não substitui o publicado no
inciso IV do art. 2° desta lei. DOU de 31.12.1990

Art. 4° Para receberem os recursos,


de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios,
os Estados e o Distrito Federal deverão
contar com: Anotações:
I - Fundo de Saúde;

II - Conselho de Saúde, com


composição paritária de acordo com o
Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;

III - plano de saúde;

IV - relatórios de gestão que permitam


o controle de que trata o § 4° do art. 33 da
Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;

V - contrapartida de recursos para a


saúde no respectivo orçamento;

VI - Comissão de elaboração do Plano


de Carreira, Cargos e Salários (PCCS),
previsto o prazo de dois anos para sua
implantação.

Parágrafo único. O não atendimento


pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo
Distrito Federal, dos requisitos
estabelecidos neste artigo, implicará em que
os recursos concernentes sejam
administrados, respectivamente, pelos
Estados ou pela União.

Art. 5° É o Ministério da Saúde,


mediante portaria do Ministro de Estado,
autorizado a estabelecer condições para
aplicação desta lei.

335
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 2012 - Aprova as diretrizes para
instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos
Conselhos de Saúde

Aprova as diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos


Conselhos de Saúde

O Plenário do Conselho Nacional de cidadãos para o Controle Social nas esferas


Saúde, em sua Ducentésima Trigésima da ação do Estado; e
Terceira Reunião Ordinária, realizada nos
dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas Considerando o que disciplina a Lei
competências regimentais e atribuições Complementar no 141, de 13 de janeiro de
conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho
setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica
28 de dezembro de 1990, e pelo Decreto no da Saúde, resolve:
5.839, de 11 de julho de 2006, e
Aprovar as seguintes diretrizes para
Considerando os debates ocorridos instituição, reformulação, reestruturação e
nos Conselhos de Saúde, nas três esferas funcionamento dos Conselhos de Saúde:
de Governo, na X Plenária Nacional de
Conselhos de Saúde, nas Plenárias
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE
Regionais e Estaduais de Conselhos de
SAÚDE
Saúde, nas 9a, 10a e 11a Conferências
Nacionais de Saúde, e nas Conferências
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais Primeira Diretriz:
de Saúde;
o Conselho de Saúde é uma instância
Considerando a experiência colegiada, deliberativa e permanente do
acumulada do Controle Social da Saúde à Sistema Único de Saúde (SUS) em cada
necessidade de aprimoramento do Controle esfera de Governo, integrante da estrutura
Social da Saúde no âmbito nacional e as organizacional do Ministério da Saúde, da
reiteradas demandas dos Conselhos Secretaria de Saúde dos Estados, do
Estaduais e Municipais referentes às Distrito Federal e dos Municípios, com
propostas de composição, organização e composição, organização e competência
funcionamento, conforme o § 5o inciso II art. fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-
1o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de sucedido de descentralização da saúde
1990; promoveu o surgimento de Conselhos
Regionais, Conselhos Locais, Conselhos
Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos
Considerando a ampla discussão da
dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas,
Resolução do CNS no 333/92 realizada nos sob a coordenação dos Conselhos de
espaços de Controle Social, entre os quais Saúde da esfera correspondente. Assim, os
se destacam as Plenárias de Conselhos de
Conselhos de Saúde são espaços
Saúde;
instituídos de participação da comunidade
nas políticas públicas e na administração da
Considerando os objetivos de saúde.
consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o
processo de Controle Social do SUS, por
Parágrafo único. Como Subsistema
intermédio dos Conselhos Nacional,
da Seguridade Social, o Conselho de Saúde
Estaduais, Municipais, das Conferências de
atua na formulação e proposição de
Saúde e Plenárias de Conselhos de Saúde; estratégias e no controle da execução das
Políticas de Saúde, inclusive nos seus
Considerando que os Conselhos de aspectos econômicos e financeiros.
Saúde, consagrados pela efetiva
participação da sociedade civil organizada,
representam polos de qualificação de

336
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DA INSTITUIÇÃO E a)50% de entidades e movimentos
REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE representativos de usuários;
SAÚDE
b)25% de entidades representativas
Segunda Diretriz: a instituição dos dos trabalhadores da área de saúde;
Conselhos de Saúde é estabelecida por lei
federal, estadual, do Distrito Federal e c)25% de representação de governo
municipal, obedecida a Lei no 8.142/90. e prestadores de serviços privados
conveniados, ou sem fins lucrativos.
Parágrafo único. Na instituição e
reformulação dos Conselhos de Saúde o III - A participação de órgãos,
Poder Executivo, respeitando os princípios entidades e movimentos sociais terá como
da democracia, deverá acolher as critério a representatividade, a abrangência
demandas da população aprovadas nas e a complementaridade do conjunto da
Conferências de Saúde, e em consonância sociedade, no âmbito de atuação do
com a legislação. Conselho de Saúde. De acordo com as
especificidades locais, aplicando o princípio
A ORGANIZAÇÃO DOS da paridade, serão contempladas, dentre
CONSELHOS DE SAÚDE outras, as seguintes representações:

Terceira Diretriz: a participação da a)associações de pessoas com


sociedade organizada, garantida na patologias;
legislação, torna os Conselhos de Saúde
uma instância privilegiada na proposição, b)associações de pessoas com
discussão, acompanhamento, deliberação, deficiências;
avaliação e fiscalização da implementação
da Política de Saúde, inclusive nos seus
c)entidades indígenas;
aspectos econômicos e financeiros. A
legislação estabelece, ainda, a composição
paritária de usuários em relação ao conjunto d)movimentos sociais e populares,
dos demais segmentos representados. O organizados (movimento negro, LGBT...);
Conselho de Saúde será composto por
representantes de entidades, instituições e e)movimentos organizados de
movimentos representativos de usuários, de mulheres, em saúde;
entidades representativas de trabalhadores
da área da saúde, do governo e de f)entidades de aposentados e
entidades representativas de prestadores pensionistas;
de serviços de saúde, sendo o seu
presidente eleito entre os membros do g)entidades congregadas de
Conselho, em reunião plenária. Nos sindicatos, centrais sindicais,
Municípios onde não existem entidades, confederações e federações de
instituições e movimentos organizados em trabalhadores urbanos e rurais;
número suficiente para compor o Conselho,
a eleição da representação será realizada
h)entidades de defesa do
em plenária no Município, promovida pelo
consumidor;
Conselho Municipal de maneira ampla e
democrática.
i)organizações de moradores;
I - O número de conselheiros será
definido pelos Conselhos de Saúde e j)entidades ambientalistas;
constituído em lei.
k)organizações religiosas;
II - Mantendo o que propôs as
Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e l)trabalhadores da área de saúde:
consoante com as Recomendações da 10a associações, confederações, conselhos de
e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as profissões regulamentadas, federações e
vagas deverão ser distribuídas da seguinte sindicatos, obedecendo as instâncias
forma: federativas;

337
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
m)comunidade científica; Conferência Municipal de Saúde, que terá
como um de seus objetivos a estruturação e
n)entidades públicas, de hospitais composição do Conselho Municipal. O
universitários e hospitais campo de estágio, mesmo será atribuído ao Conselho Nacional
de pesquisa e desenvolvimento; de Saúde, quando não houver Conselho
Estadual de Saúde constituído ou em
funcionamento.
o)entidades patronais;

X - As funções, como membro do


p)entidades dos prestadores de
Conselho de Saúde, não serão
serviço de saúde; e
remuneradas, considerando-se o seu
exercício de relevância pública e, portanto,
q)governo. garante a dispensa do trabalho sem prejuízo
para o conselheiro. Para fins de justificativa
IV - As entidades, movimentos e junto aos órgãos, entidades competentes e
instituições eleitas no Conselho de Saúde instituições, o Conselho de Saúde emitirá
terão os conselheiros indicados, por escrito, declaração de participação de seus
conforme processos estabelecidos pelas membros durante o período das reuniões,
respectivas entidades, movimentos e representações, capacitações e outras
instituições e de acordo com a sua atividades específicas.
organização, com a recomendação de que
ocorra renovação de seus representantes. XI - O conselheiro, no exercício de
sua função, responde pelos seus atos
V - Recomenda-se que, a cada conforme legislação vigente.
eleição, os segmentos de representações
de usuários, trabalhadores e prestadores de ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO
serviços, ao seu critério, promovam a DOS CONSELHOS DE SAÚDE
renovação de, no mínimo, 30% de suas
entidades representativas.
Quarta Diretriz: as três esferas de
Governo garantirão autonomia
VI - A representação nos segmentos administrativa para o pleno funcionamento
deve ser distinta e autônoma em relação aos do Conselho de Saúde, dotação
demais segmentos que compõem o orçamentária, autonomia financeira e
Conselho, por isso, um profissional com organização da secretaria-executiva com a
cargo de direção ou de confiança na gestão necessária infraestrutura e apoio técnico:
do SUS, ou como prestador de serviços de
saúde não pode ser representante dos(as)
I - cabe ao Conselho de Saúde
Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
deliberar em relação à sua estrutura
administrativa e o quadro de pessoal;
VII - A ocupação de funções na área
da saúde que interfiram na autonomia
II - o Conselho de Saúde contará com
representativa do Conselheiro(a) deve ser
uma secretaria-executiva coordenada por
avaliada como possível impedimento da
representação de Usuário(a) e Trabalhador( pessoa preparada para a função, para o
suporte técnico e administrativo,
a), e, a juízo da entidade, indicativo de
subordinada ao Plenário do Conselho de
substituição do Conselheiro( a).
Saúde, que definirá sua estrutura e
dimensão;
VIII - A participação dos membros
eleitos do Poder Legislativo, representação
III - o Conselho de Saúde decide
do Poder Judiciário e do Ministério Público,
sobre o seu orçamento;
como conselheiros, não é permitida nos
Conselhos de Saúde.
IV - o Plenário do Conselho de Saúde
IX - Quando não houver Conselho de se reunirá, no mínimo, a cada mês e,
extraordinariamente, quando necessário, e
Saúde constituído ou em atividade no
terá como base o seu Regimento Interno. A
Município, caberá ao Conselho Estadual de
pauta e o material de apoio às reuniões
Saúde assumir, junto ao executivo
devem ser encaminhados aos conselheiros
municipal, a convocação e realização da
com antecedência mínima de 10 (dez) dias;

338
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - as reuniões plenárias dos bem como a produção e a oferta de serviços
Conselhos de Saúde são abertas ao público na rede assistencial própria, contratada ou
e deverão acontecer em espaços e horários conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei
que possibilitem a participação da no 8.689/93 e com a Lei Complementar no
sociedade; 141/2012;

VI - o Conselho de Saúde exerce suas XI - os Conselhos de Saúde, com a


atribuições mediante o funcionamento do devida justificativa, buscarão auditorias
Plenário, que, além das comissões externas e independentes sobre as contas e
intersetoriais, estabelecidas na Lei no atividades do Gestor do SUS; e
8.080/90, instalará outras comissões
intersetoriais e grupos de trabalho de XII - o Pleno do Conselho de Saúde
conselheiros para ações transitórias.As deverá manifestar-se por meio de
comissões poderão contar com integrantes resoluções, recomendações, moções e
não conselheiros; outros atos deliberativos.

VII - o Conselho de Saúde constituirá As resoluções serão obrigatoriamente


uma Mesa Diretora eleita em Plenário, homologadas pelo chefe do poder
respeitando a paridade expressa nesta constituído em cada esfera de governo, em
Resolução; um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes
publicidade oficial. Decorrido o prazo
VIII - as decisões do Conselho de mencionado e não sendo homologada a
Saúde serão adotadas mediante quórum resolução e nem enviada justificativa pelo
mínimo (metade mais um) dos seus gestor ao Conselho de Saúde com proposta
integrantes, ressalvados os casos de alteração ou rejeição a ser apreciada na
regimentais nos quais se exija quórum reunião seguinte, as entidades que integram
especial, ou maioria qualificada de votos; o Conselho de Saúde podem buscar a
validação das resoluções, recorrendo à
a) entende-se por maioria simples o justiça e ao Ministério Público, quando
número inteiro imediatamente superior à necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos
metade dos membros presentes; de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e
do Distrito Federal, que têm competências
definidas nas leis federais, bem como em
b) entende-se por maioria absoluta o
número inteiro imediatamente superior à indicações advindas das Conferências de
metade de membros do Conselho; Saúde, compete:

I - fortalecer a participação e o
c) entende-se por maioria qualificada
Controle Social no SUS, mobilizar e articular
2/3 (dois terços) do total de membros do
a sociedade de forma permanente na defesa
Conselho;
dos princípios constitucionais que
fundamentam o SUS;
IX - qualquer alteração na
organização dos Conselhos de Saúde
preservará o que está garantido em lei e II - elaborar o Regimento Interno do
deve ser proposta pelo próprio Conselho e Conselho e outras normas de
votada em reunião plenária, com quórum funcionamento;
qualificado, para depois ser alterada em seu
Regimento Interno e homologada pelo III - discutir, elaborar e aprovar
gestor da esfera correspondente; propostas de operacionalização das
diretrizes aprovadas pelas Conferências de
X - a cada três meses, deverá constar Saúde;
dos itens da pauta o pronunciamento do
gestor, das respectivas esferas de governo, IV - atuar na formulação e no controle
para que faça a prestação de contas, em da execução da política de saúde, incluindo
relatório detalhado, sobre andamento do os seus aspectos econômicos e financeiros,
plano de saúde, agenda da saúde pactuada, e propor estratégias para a sua aplicação
relatório de gestão, dados sobre o montante aos setores público e privado;
e a forma de aplicação dos recursos, as
auditorias iniciadas e concluídas no período,

339
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - definir diretrizes para elaboração XIV - aprovar a proposta
dos planos de saúde e deliberar sobre o seu orçamentária anual da saúde, tendo em
conteúdo, conforme as diversas situações vista as metas e prioridades estabelecidas
epidemiológicas e a capacidade na Lei de Diretrizes Orçamentárias,
organizacional dos serviços; observado o princípio do processo de
planejamento e orçamento ascendentes,
VI - anualmente deliberar sobre a conforme legislação vigente;
aprovação ou não do relatório de gestão;
XV - propor critérios para
VII - estabelecer estratégias e programação e execução financeira e
procedimentos de acompanhamento da orçamentária dos Fundos de Saúde e
gestão do SUS, articulando-se com os acompanhar a movimentação e destino dos
demais colegiados, a exemplo dos de recursos;
seguridade social, meio ambiente, justiça,
educação, trabalho, agricultura, idosos, XVI - fiscalizar e controlar gastos e
criança e adolescente e outros; deliberar sobre critérios de movimentação
de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de
VIII - proceder à revisão periódica dos Saúde e os recursos transferidos e próprios
planos de saúde; do Município, Estado, Distrito Federal e da
União, com base no que a lei disciplina;
IX - deliberar sobre os programas de
saúde e aprovar projetos a serem XVII - analisar, discutir e aprovar o
encaminhados ao Poder Legislativo, propor relatório de gestão, com a prestação de
a adoção de critérios definidores de contas e informações financeiras,
qualidade e resolutividade, atualizando-os repassadas em tempo hábil aos
face ao processo de incorporação dos conselheiros, e garantia do devido
avanços científicos e tecnológicos na área assessoramento;
da Saúde;
XVIII - fiscalizar e acompanhar o
X - a cada quadrimestre deverá desenvolvimento das ações e dos serviços
constar dos itens da pauta o de saúde e encaminhar denúncias aos
pronunciamento do gestor, das respectivas respectivos órgãos de controle interno e
esferas de governo, para que faça a externo, conforme legislação vigente;
prestação de contas, em relatório detalhado,
sobre andamento do plano de saúde, XIX - examinar propostas e denúncias
agenda da saúde pactuada, relatório de de indícios de irregularidades, responder no
gestão, dados sobre o montante e a forma seu âmbito a consultas sobre assuntos
de aplicação dos recursos, as auditorias pertinentes às ações e aos serviços de
iniciadas e concluídas no período, bem saúde, bem como apreciar recursos a
como a produção e a oferta de serviços na respeito de deliberações do Conselho nas
rede assistencial própria, contratada ou suas respectivas instâncias;
conveniada, de acordo com a Lei
Complementar no 141/2012. XX - estabelecer a periodicidade de
convocação e organizar as Conferências de
XI - avaliar, explicitando os critérios Saúde, propor sua convocação ordinária ou
utilizados, a organização e o funcionamento extraordinária e estruturar a comissão
do Sistema Único de Saúde do SUS; organizadora, submeter o respectivo
regimento e programa ao Pleno do
XII - avaliar e deliberar sobre Conselho de Saúde correspondente,
contratos, consórcios e convênios, convocar a sociedade para a participação
conforme as diretrizes dos Planos de Saúde nas pré-conferências e conferências de
Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e saúde;
Municipais;
XXI - estimular articulação e
XIII - acompanhar e controlar a intercâmbio entre os Conselhos de Saúde,
atuação do setor privado credenciado entidades, movimentos populares,
mediante contrato ou convênio na área de instituições públicas e privadas para a
saúde; promoção da Saúde;

340
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XXII - estimular, apoiar e promover XXVIII - deliberar, encaminhar e
estudos e pesquisas sobre assuntos e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e
temas na área de saúde pertinente ao Educação para a Saúde no SUS;
desenvolvimento do Sistema Único de
Saúde (SUS); XXIX - acompanhar a implementação
das propostas constantes do relatório das
XXIII - acompanhar o processo de plenárias dos Conselhos de Saúde; e
desenvolvimento e incorporação científica e
tecnológica, observados os padrões éticos XXX - atualizar periodicamente as
compatíveis com o desenvolvimento informações sobre o Conselho de Saúde no
sociocultural do País; Sistema de Acompanhamento dos
Conselhos de
XXIV - estabelecer ações de Saúde (SIACS).
informação, educação e comunicação em
saúde, divulgar as funções e competências Fica revogada a Resolução do CNS
do Conselho de Saúde, seus trabalhos e no 333, de 4 de novembro de 2003.
decisões nos meios de comunicação,
incluindo informações sobre as agendas,
ALEXANDRE ROCHA SANTOS
datas e local das reuniões e dos eventos;
PADILHA
XXV - deliberar, elaborar, apoiar e
Presidente do Conselho Homologo a
promover a educação permanente para o
Resolução CNS no 453, de 10 de maio de
controle social, de acordo com as Diretrizes
2012, nos termos do Decreto nº 5.839, de 11
e a Política Nacional de Educação
de julho de 2006.
Permanente para o Controle Social do SUS;

XXVI - incrementar e aperfeiçoar o ALEXANDRE ROCHA SANTOS


relacionamento sistemático com os poderes PADILHA
constituídos, Ministério Público, Judiciário e Ministro de Estado da Saúde
Legislativo, meios de comunicação, bem
como setores relevantes não representados
nos conselhos;
Anotações:
XXVII - acompanhar a aplicação das
normas sobre ética em pesquisas
aprovadas pelo CNS;

341
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das
pessoas portadoras de transtornos mentais

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e


redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA VII - receber o maior número de


Faço saber que o Congresso Nacional informações a respeito de sua doença e de
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: seu tratamento;

Art. 1o Os direitos e a proteção das VIII - ser tratada em ambiente


pessoas acometidas de transtorno mental, terapêutico pelos meios menos invasivos
de que trata esta Lei, são assegurados sem possíveis;
qualquer forma de discriminação quanto à
raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, IX - ser tratada, preferencialmente, em
opção política, nacionalidade, idade, família, serviços comunitários de saúde mental.
recursos econômicos e ao grau de
gravidade ou tempo de evolução de seu
Art. 3o É responsabilidade do Estado o
transtorno, ou qualquer outra.
desenvolvimento da política de saúde
mental, a assistência e a promoção de
Art. 2o Nos atendimentos em saúde ações de saúde aos portadores de
mental, de qualquer natureza, a pessoa e transtornos mentais, com a devida
seus familiares ou responsáveis serão participação da sociedade e da família, a
formalmente cientificados dos direitos qual será prestada em estabelecimento de
enumerados no parágrafo único deste saúde mental, assim entendidas as
artigo. instituições ou unidades que ofereçam
assistência em saúde aos portadores de
Parágrafo único. São direitos da transtornos mentais.
pessoa portadora de transtorno mental:
Art. 4o A internação, em qualquer de
I - ter acesso ao melhor tratamento do suas modalidades, só será indicada quando
sistema de saúde, consentâneo às suas os recursos extra-hospitalares se
necessidades; mostrarem insuficientes.

II - ser tratada com humanidade e § 1o O tratamento visará, como


respeito e no interesse exclusivo de finalidade permanente, a reinserção social
beneficiar sua saúde, visando alcançar sua do paciente em seu meio.
recuperação pela inserção na família, no
trabalho e na comunidade; § 2o O tratamento em regime de
internação será estruturado de forma a
III - ser protegida contra qualquer forma oferecer assistência integral à pessoa
de abuso e exploração; portadora de transtornos mentais, incluindo
serviços médicos, de assistência social,
IV - ter garantia de sigilo nas psicológicos, ocupacionais, de lazer, e
informações prestadas; outros.

V - ter direito à presença médica, em § 3o É vedada a internação de


qualquer tempo, para esclarecer a pacientes portadores de transtornos
necessidade ou não de sua hospitalização mentais em instituições com características
involuntária; asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos
recursos mencionados no § 2o e que não
VI - ter livre acesso aos meios de assegurem aos pacientes os direitos
comunicação disponíveis; enumerados no parágrafo único do art. 2o.

342
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 5o O paciente há longo tempo § 2o O término da internação
hospitalizado ou para o qual se caracterize involuntária dar-se-á por solicitação escrita
situação de grave dependência institucional, do familiar, ou responsável legal, ou quando
decorrente de seu quadro clínico ou de estabelecido pelo especialista responsável
ausência de suporte social, será objeto de pelo tratamento.
política específica de alta planejada e
reabilitação psicossocial assistida, sob Art. 9o A internação compulsória é
responsabilidade da autoridade sanitária determinada, de acordo com a legislação
competente e supervisão de instância a ser vigente, pelo juiz competente, que levará em
definida pelo Poder Executivo, assegurada conta as condições de segurança do
a continuidade do tratamento, quando estabelecimento, quanto à salvaguarda do
necessário. paciente, dos demais internados e
funcionários.
Art. 6o A internação psiquiátrica
somente será realizada mediante laudo Art. 10. Evasão, transferência,
médico circunstanciado que caracterize os acidente, intercorrência clínica grave e
seus motivos. falecimento serão comunicados pela
direção do estabelecimento de saúde
Parágrafo único. São considerados os mental aos familiares, ou ao representante
seguintes tipos de internação psiquiátrica: legal do paciente, bem como à autoridade
sanitária responsável, no prazo máximo de
I - internação voluntária: aquela que se vinte e quatro horas da data da ocorrência.
dá com o consentimento do usuário;
Art. 11. Pesquisas científicas para fins
II - internação involuntária: aquela que diagnósticos ou terapêuticos não poderão
se dá sem o consentimento do usuário e a ser realizadas sem o consentimento
pedido de terceiro; e expresso do paciente, ou de seu
representante legal, e sem a devida
III - internação compulsória: aquela comunicação aos conselhos profissionais
competentes e ao Conselho Nacional de
determinada pela Justiça.
Saúde.
Art. 7o A pessoa que solicita
voluntariamente sua internação, ou que a Art. 12. O Conselho Nacional de
consente, deve assinar, no momento da Saúde, no âmbito de sua atuação, criará
comissão nacional para acompanhar a
admissão, uma declaração de que optou por
implementação desta Lei.
esse regime de tratamento.

Parágrafo único. O término da Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data
internação voluntária dar-se-á por de sua publicação.
solicitação escrita do paciente ou por
determinação do médico assistente. Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da
Independência e 113o da República.
Art. 8o A internação voluntária ou
involuntária somente será autorizada por FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
médico devidamente registrado no Jose Gregori
Conselho Regional de Medicina - CRM do José Serra
Estado onde se localize o estabelecimento. Roberto Brant

§ 1o A internação psiquiátrica Este texto não substitui o publicado no


involuntária deverá, no prazo de setenta e D.O.U. de 9.4.2001
duas horas, ser comunicada ao Ministério
Público Estadual pelo responsável técnico
do estabelecimento no qual tenha ocorrido,
devendo esse mesmo procedimento ser
adotado quando da respectiva alta.

343
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006 - Institui o Sistema Nacional de
Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas
para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de
drogas; define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DO SISTEMA NACIONAL DE


Faço saber que o Congresso Nacional POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DROGAS
TÍTULO I Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES articular, integrar, organizar e coordenar as
atividades relacionadas com:
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema
Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas I - a prevenção do uso indevido, a
- Sisnad; prescreve medidas para atenção e a reinserção social de usuários e
prevenção do uso indevido, atenção e dependentes de drogas;
reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas II - a repressão da produção não
para repressão à produção não autorizada e autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
§ 1º Entende-se por Sisnad o
Parágrafo único. Para fins desta Lei,
conjunto ordenado de princípios, regras,
consideram-se como drogas as substâncias
critérios e recursos materiais e humanos
ou os produtos capazes de causar
que envolvem as políticas, planos,
dependência, assim especificados em lei ou
programas, ações e projetos sobre drogas,
relacionados em listas atualizadas
incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas
periodicamente pelo Poder Executivo da
de Políticas Públicas sobre Drogas dos
União.
Estados, Distrito Federal e
Municípios. (Incluído pela Lei nº
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o 13.840, de 2019)
território nacional, as drogas, bem como o
plantio, a cultura, a colheita e a exploração
de vegetais e substratos dos quais possam § 2º O Sisnad atuará em articulação
ser extraídas ou produzidas drogas, com o Sistema Único de Saúde - SUS, e
ressalvada a hipótese de autorização legal com o Sistema Único de Assistência Social
ou regulamentar, bem como o que - SUAS. (Incluído pela Lei nº
estabelece a Convenção de Viena, das 13.840, de 2019)
Nações Unidas, sobre Substâncias
Psicotrópicas, de 1971, a respeito de CAPÍTULO I
plantas de uso estritamente ritualístico- DOS PRINCÍPIOS E DOS
religioso.
OBJETIVOS DO SISTEMA
NACIONAL DE POLÍTICAS
Parágrafo único. Pode a União
autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos PÚBLICAS SOBRE DROGAS
vegetais referidos no caput deste artigo,
exclusivamente para fins medicinais ou Art. 4º São princípios do Sisnad:
científicos, em local e prazo
predeterminados, mediante fiscalização, I - o respeito aos direitos
respeitadas as ressalvas fundamentais da pessoa humana,
supramencionadas. especialmente quanto à sua autonomia e à
sua liberdade;
TÍTULO II

344
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o respeito à diversidade e às Art. 5º O Sisnad tem os seguintes
especificidades populacionais existentes; objetivos:

III - a promoção dos valores éticos, I - contribuir para a inclusão social do


culturais e de cidadania do povo brasileiro, cidadão, visando a torná-lo menos
reconhecendo-os como fatores de proteção vulnerável a assumir comportamentos de
para o uso indevido de drogas e outros risco para o uso indevido de drogas, seu
comportamentos correlacionados; tráfico ilícito e outros comportamentos
correlacionados;
IV - a promoção de consensos
nacionais, de ampla participação social, II - promover a construção e a
para o estabelecimento dos fundamentos e socialização do conhecimento sobre drogas
estratégias do Sisnad; no país;

V - a promoção da responsabilidade III - promover a integração entre as


compartilhada entre Estado e Sociedade, políticas de prevenção do uso indevido,
reconhecendo a importância da participação atenção e reinserção social de usuários e
social nas atividades do Sisnad; dependentes de drogas e de repressão à
sua produção não autorizada e ao tráfico
VI - o reconhecimento da ilícito e as políticas públicas setoriais dos
intersetorialidade dos fatores órgãos do Poder Executivo da União,
correlacionados com o uso indevido de Distrito Federal, Estados e Municípios;
drogas, com a sua produção não autorizada
e o seu tráfico ilícito; IV - assegurar as condições para a
coordenação, a integração e a articulação
VII - a integração das estratégias das atividades de que trata o art. 3º desta
nacionais e internacionais de prevenção do Lei.
uso indevido, atenção e reinserção social de
usuários e dependentes de drogas e de CAPÍTULO II
repressão à sua produção não autorizada e (Redação dada pela Lei nº 13.840, de
ao seu tráfico ilícito; 2019)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
VIII - a articulação com os órgãos do PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Ministério Público e dos Poderes Legislativo
e Judiciário visando à cooperação mútua Seção I
nas atividades do Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Composição do Sistema Nacional de
IX - a adoção de abordagem Políticas Públicas sobre Drogas
multidisciplinar que reconheça a
interdependência e a natureza Art. 6º (VETADO)
complementar das atividades de prevenção
do uso indevido, atenção e reinserção social
Art. 7º A organização do Sisnad
de usuários e dependentes de drogas,
assegura a orientação central e a execução
repressão da produção não autorizada e do
descentralizada das atividades realizadas
tráfico ilícito de drogas;
em seu âmbito, nas esferas federal, distrital,
estadual e municipal e se constitui matéria
X - a observância do equilíbrio entre definida no regulamento desta Lei.
as atividades de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e
Art. 7º-
dependentes de drogas e de repressão à
A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
sua produção não autorizada e ao seu
13.840, de 2019)
tráfico ilícito, visando a garantir a
estabilidade e o bem-estar social;
Art. 8º (VETADO)
XI - a observância às orientações e
normas emanadas do Conselho Nacional Seção II
Antidrogas - Conad. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)

345
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Das Competências sobre drogas; (Incluído pela Lei
nº 13.840, de 2019)
Art. 8º-A. Compete à
União: (Incluído pela Lei nº XI - garantir publicidade de dados e
13.840, de 2019) informações sobre repasses de recursos
para financiamento das políticas sobre
I - formular e coordenar a execução drogas; (Incluído pela Lei nº
da Política Nacional sobre 13.840, de 2019)
Drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) XII - sistematizar e divulgar os dados
estatísticos nacionais de prevenção,
II - elaborar o Plano Nacional de tratamento, acolhimento, reinserção social e
Políticas sobre Drogas, em parceria com econômica e repressão ao tráfico ilícito de
Estados, Distrito Federal, Municípios e a drogas; (Incluído pela Lei nº
sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
XIII - adotar medidas de enfretamento
III - coordenar o aos crimes transfronteiriços;
Sisnad; (Incluído pela Lei nº e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
13.840, de 2019) 2019)

IV - estabelecer diretrizes sobre a XIV - estabelecer uma política


organização e funcionamento do Sisnad e nacional de controle de fronteiras, visando a
suas normas de coibir o ingresso de drogas no
referência; (Incluído pela Lei nº País. (Incluído pela Lei nº 13.840,
13.840, de 2019) de 2019)

V - elaborar objetivos, ações Art. 8º-


estratégicas, metas, prioridades, B. (VETADO). (Incluído pela Lei
indicadores e definir formas de nº 13.840, de 2019)
financiamento e gestão das políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº Art. 8º-
13.840, de 2019) C. (VETADO). (Incluído pela Lei
nº 13.840, de 2019)
VI – (VETADO); (Incluído
pela Lei nº 13.840, de 2019) CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
VII – (VETADO); (Incluído DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS
pela Lei nº 13.840, de 2019) SOBRE DROGAS

VIII - promover a integração das Seção I


políticas sobre drogas com os Estados, o (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Distrito Federal e os Do Plano Nacional de Políticas sobre
Municípios; (Incluído pela Lei nº Drogas
13.840, de 2019)
Art. 8º-D. São objetivos do Plano
IX - financiar, com Estados, Distrito Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre
Federal e Municípios, a execução das outros: (Incluído pela Lei nº
políticas sobre drogas, observadas as 13.840, de 2019)
obrigações dos integrantes do
Sisnad; (Incluído pela Lei nº I - promover a interdisciplinaridade e
13.840, de 2019) integração dos programas, ações,
atividades e projetos dos órgãos e entidades
X - estabelecer formas de públicas e privadas nas áreas de saúde,
colaboração com Estados, Distrito Federal e educação, trabalho, assistência social,
Municípios para a execução das políticas previdência social, habitação, cultura,

346
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
desporto e lazer, visando à prevenção do como forma de promover autonomia ao
uso de drogas, atenção e reinserção social usuário ou dependente de drogas egresso
dos usuários ou dependentes de de tratamento ou acolhimento, observando-
drogas; (Incluído pela Lei nº se as especificidades
13.840, de 2019) regionais; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
II - viabilizar a ampla participação
social na formulação, implementação e X - propor a formulação de políticas
avaliação das políticas sobre públicas que conduzam à efetivação das
drogas; (Incluído pela Lei nº diretrizes e princípios previstos no art.
13.840, de 2019) 22; (Incluído pela Lei nº 13.840,
de 2019)
III - priorizar programas, ações,
atividades e projetos articulados com os XI - articular as instâncias de saúde,
estabelecimentos de ensino, com a assistência social e de justiça no
sociedade e com a família para a prevenção enfrentamento ao abuso de drogas;
do uso de drogas; (Incluído pela e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
Lei nº 13.840, de 2019) 2019)

IV - ampliar as alternativas de XII - promover estudos e avaliação


inserção social e econômica do usuário ou dos resultados das políticas sobre
dependente de drogas, promovendo drogas. (Incluído pela Lei nº
programas que priorizem a melhoria de sua 13.840, de 2019)
escolarização e a qualificação
profissional; (Incluído pela Lei nº § 1º O plano de que trata o caput terá
13.840, de 2019) duração de 5 (cinco) anos a contar de sua
aprovação.
V - promover o acesso do usuário ou
dependente de drogas a todos os serviços § 2º O poder público deverá dar a
públicos; (Incluído pela Lei nº mais ampla divulgação ao conteúdo do
13.840, de 2019) Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.

VI - estabelecer diretrizes para Seção II


garantir a efetividade dos programas, ações (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
e projetos das políticas sobre Dos Conselhos de Políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº Drogas
13.840, de 2019)
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas
VII - fomentar a criação de serviço de sobre drogas, constituídos por Estados,
atendimento telefônico com orientações e Distrito Federal e Municípios, terão os
informações para apoio aos usuários ou seguintes objetivos: (Incluído
dependentes de pela Lei nº 13.840, de 2019)
drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
I - auxiliar na elaboração de políticas
sobre drogas; (Incluído pela Lei
VIII - articular programas, ações e nº 13.840, de 2019)
projetos de incentivo ao emprego, renda e
capacitação para o trabalho, com objetivo de
promover a inserção profissional da pessoa II - colaborar com os órgãos
que haja cumprido o plano individual de governamentais no planejamento e na
atendimento nas fases de tratamento ou execução das políticas sobre drogas,
acolhimento; (Incluído pela Lei nº visando à efetividade das políticas sobre
13.840, de 2019) drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
IX - promover formas coletivas de
organização para o trabalho, redes de III - propor a celebração de
economia solidária e o cooperativismo, instrumentos de cooperação, visando à

347
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
elaboração de programas, ações, atividades AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE
e projetos voltados à prevenção, tratamento, DROGAS
acolhimento, reinserção social e econômica
e repressão ao tráfico ilícito de Art. 15. (VETADO)
drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
Art. 16. As instituições com atuação
nas áreas da atenção à saúde e da
IV - promover a realização de assistência social que atendam usuários ou
estudos, com o objetivo de subsidiar o dependentes de drogas devem comunicar
planejamento das políticas sobre ao órgão competente do respectivo sistema
drogas; (Incluído pela Lei nº municipal de saúde os casos atendidos e os
13.840, de 2019) óbitos ocorridos, preservando a identidade
das pessoas, conforme orientações
V - propor políticas públicas que emanadas da União.
permitam a integração e a participação do
usuário ou dependente de drogas no Art. 17. Os dados estatísticos
processo social, econômico, político e nacionais de repressão ao tráfico ilícito de
cultural no respectivo ente federado; drogas integrarão sistema de informações
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de do Poder Executivo.
2019)
TÍTULO III
VI - desenvolver outras atividades DAS ATIVIDADES DE
relacionadas às políticas sobre drogas em
consonância com o Sisnad e com os
PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
respectivos planos. (Incluído ATENÇÃO E REINSERÇÃO
pela Lei nº 13.840, de 2019) SOCIAL DE USUÁRIOS E
DEPENDENTES DE DROGAS
Seção III
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) CAPÍTULO I
Dos Membros dos Conselhos de DA PREVENÇÃO
Políticas sobre Drogas

Seção I
Art. 8º-
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
F. (VETADO). (Incluído pela Lei
Das Diretrizes
nº 13.840, de 2019)

Art. 18. Constituem atividades de


CAPÍTULO III prevenção do uso indevido de drogas, para
(VETADO) efeito desta Lei, aquelas direcionadas para
a redução dos fatores de vulnerabilidade e
Art. 9º (VETADO) risco e para a promoção e o fortalecimento
dos fatores de proteção.
Art. 10. (VETADO)
Art. 19. As atividades de prevenção
Art. 11. (VETADO) do uso indevido de drogas devem observar
os seguintes princípios e diretrizes:
Art. 12. (VETADO)
I - o reconhecimento do uso indevido
Art. 13. (VETADO) de drogas como fator de interferência na
qualidade de vida do indivíduo e na sua
relação com a comunidade à qual pertence;
Art. 14. (VETADO)
II - a adoção de conceitos objetivos e
CAPÍTULO IV de fundamentação científica como forma de
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de orientar as ações dos serviços públicos
2019) comunitários e privados e de evitar
DO ACOMPANHAMENTO E DA

348
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
preconceitos e estigmatização das pessoas XII - a observância das orientações e
e dos serviços que as atendam; normas emanadas do Conad;

III - o fortalecimento da autonomia e XIII - o alinhamento às diretrizes dos


da responsabilidade individual em relação órgãos de controle social de políticas
ao uso indevido de drogas; setoriais específicas.

IV - o compartilhamento de Parágrafo único. As atividades de


responsabilidades e a colaboração mútua prevenção do uso indevido de drogas
com as instituições do setor privado e com dirigidas à criança e ao adolescente deverão
os diversos segmentos sociais, incluindo estar em consonância com as diretrizes
usuários e dependentes de drogas e emanadas pelo Conselho Nacional dos
respectivos familiares, por meio do Direitos da Criança e do Adolescente -
estabelecimento de parcerias; Conanda.

V - a adoção de estratégias Seção II


preventivas diferenciadas e adequadas às (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
especificidades socioculturais das diversas Da Semana Nacional de Políticas Sobre
populações, bem como das diferentes Drogas
drogas utilizadas;
Art. 19-A. Fica instituída a Semana
VI - o reconhecimento do “não-uso”, Nacional de Políticas sobre Drogas,
do “retardamento do uso” e da redução de comemorada anualmente, na quarta
riscos como resultados desejáveis das semana de junho. (Incluído pela
atividades de natureza preventiva, quando Lei nº 13.840, de 2019)
da definição dos objetivos a serem
alcançados;
§ 1º No período de que trata o caput,
serão intensificadas as ações
VII - o tratamento especial dirigido às de: (Incluído pela Lei nº 13.840,
parcelas mais vulneráveis da população, de 2019)
levando em consideração as suas
necessidades específicas;
I - difusão de informações sobre os
problemas decorrentes do uso de
VIII - a articulação entre os serviços e drogas; (Incluído pela Lei nº
organizações que atuam em atividades de 13.840, de 2019)
prevenção do uso indevido de drogas e a
rede de atenção a usuários e dependentes
de drogas e respectivos familiares; II - promoção de eventos para o
debate público sobre as políticas sobre
drogas; (Incluído pela Lei nº
IX - o investimento em alternativas
13.840, de 2019)
esportivas, culturais, artísticas,
profissionais, entre outras, como forma de
inclusão social e de melhoria da qualidade III - difusão de boas práticas de
de vida; prevenção, tratamento, acolhimento e
reinserção social e econômica de usuários
de drogas; (Incluído pela Lei nº
X - o estabelecimento de políticas de
13.840, de 2019)
formação continuada na área da prevenção
do uso indevido de drogas para profissionais
de educação nos 3 (três) níveis de ensino; IV - divulgação de iniciativas, ações e
campanhas de prevenção do uso indevido
XI - a implantação de projetos de drogas; (Incluído pela Lei nº
pedagógicos de prevenção do uso indevido 13.840, de 2019)
de drogas, nas instituições de ensino público
e privado, alinhados às Diretrizes V - mobilização da comunidade para
Curriculares Nacionais e aos a participação nas ações de prevenção e
conhecimentos relacionados a drogas; enfrentamento às
drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)

349
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI - mobilização dos sistemas de II - a adoção de estratégias
ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de diferenciadas de atenção e reinserção social
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e do usuário e do dependente de drogas e
Bases da Educação Nacional, na realização respectivos familiares que considerem as
de atividades de prevenção ao uso de suas peculiaridades socioculturais;
drogas. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) III - definição de projeto terapêutico
individualizado, orientado para a inclusão
CAPÍTULO II social e para a redução de riscos e de danos
sociais e à saúde;
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E
DE REINSERÇÃO SOCIAL DE
IV - atenção ao usuário ou
USUÁRIOS O U DEPENDENTES DE dependente de drogas e aos respectivos
DROGAS familiares, sempre que possível, de forma
multidisciplinar e por equipes
CAPÍTULO II multiprofissionais;
(Redação dada pela Lei nº 13.840, de
2019) V - observância das orientações e
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, normas emanadas do Conad;
TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE
REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA VI - o alinhamento às diretrizes dos
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE órgãos de controle social de políticas
DROGAS setoriais específicas.

Seção I VII - estímulo à capacitação técnica e


(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) profissional; (Incluído pela Lei nº
Disposições Gerais 13.840, de 2019)

Art. 20. Constituem atividades de VIII - efetivação de políticas de


atenção ao usuário e dependente de drogas reinserção social voltadas à educação
e respectivos familiares, para efeito desta continuada e ao trabalho; (Incluído
Lei, aquelas que visem à melhoria da pela Lei nº 13.840, de 2019)
qualidade de vida e à redução dos riscos e
dos danos associados ao uso de drogas.
IX - observância do plano individual
de atendimento na forma do art. 23-B desta
Art. 21. Constituem atividades de Lei; (Incluído pela Lei nº 13.840, de
reinserção social do usuário ou do 2019)
dependente de drogas e respectivos
familiares, para efeito desta Lei, aquelas
direcionadas para sua integração ou X - orientação adequada ao usuário
reintegração em redes sociais. ou dependente de drogas quanto às
consequências lesivas do uso de drogas,
ainda que ocasional. (Incluído pela
Art. 22. As atividades de atenção e as
Lei nº 13.840, de 2019)
de reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos
familiares devem observar os seguintes Seção II
princípios e diretrizes: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Da Educação na Reinserção Social e
Econômica
I - respeito ao usuário e ao
dependente de drogas, independentemente
de quaisquer condições, observados os Art. 22-A. As pessoas atendidas por
direitos fundamentais da pessoa humana, órgãos integrantes do Sisnad terão
os princípios e diretrizes do Sistema Único atendimento nos programas de educação
de Saúde e da Política Nacional de profissional e tecnológica, educação de
Assistência Social; jovens e adultos e
alfabetização. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)

350
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção III IV - acompanhar os resultados pelo
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) SUS, Suas e Sisnad, de forma
Do Trabalho na Reinserção Social e articulada. (Incluído pela Lei nº
Econômica 13.840, de 2019)

Art. 22-B. (VETADO). § 1º Caberá à União dispor sobre os


protocolos técnicos de tratamento, em
Seção IV âmbito nacional. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) nº 13.840, de 2019)
Do Tratamento do Usuário ou
Dependente de Drogas § 2º A internação de dependentes de
drogas somente será realizada em unidades
Art. 23. As redes dos serviços de de saúde ou hospitais gerais, dotados de
saúde da União, dos Estados, do Distrito equipes multidisciplinares e deverá ser
Federal, dos Municípios desenvolverão obrigatoriamente autorizada por médico
programas de atenção ao usuário e ao devidamente registrado no Conselho
dependente de drogas, respeitadas as Regional de Medicina - CRM do Estado
diretrizes do Ministério da Saúde e os onde se localize o estabelecimento no qual
princípios explicitados no art. 22 desta Lei, se dará a internação. (Incluído pela
obrigatória a previsão orçamentária Lei nº 13.840, de 2019)
adequada.
§ 3º São considerados 2 (dois) tipos
Art. 23-A. O tratamento do usuário ou de internação: (Incluído pela Lei nº
dependente de drogas deverá ser ordenado 13.840, de 2019)
em uma rede de atenção à saúde, com
prioridade para as modalidades de I - internação voluntária: aquela que
tratamento ambulatorial, incluindo se dá com o consentimento do dependente
excepcionalmente formas de internação em de drogas; (Incluído pela Lei nº
unidades de saúde e hospitais gerais nos 13.840, de 2019)
termos de normas dispostas pela União e
articuladas com os serviços de assistência II - internação involuntária: aquela
social e em etapas que que se dá, sem o consentimento do
permitam: (Incluído pela Lei nº dependente, a pedido de familiar ou do
13.840, de 2019) responsável legal ou, na absoluta falta
deste, de servidor público da área de saúde,
I - articular a atenção com ações da assistência social ou dos órgãos públicos
preventivas que atinjam toda a integrantes do Sisnad, com exceção de
população; (Incluído pela Lei nº servidores da área de segurança pública,
13.840, de 2019) que constate a existência de motivos que
justifiquem a medida. (Incluído pela
II - orientar-se por protocolos técnicos Lei nº 13.840, de 2019)
predefinidos, baseados em evidências
científicas, oferecendo atendimento § 4º A internação
individualizado ao usuário ou dependente voluntária: (Incluído pela Lei nº
de drogas com abordagem preventiva e, 13.840, de 2019)
sempre que indicado,
ambulatorial; (Incluído pela Lei nº I - deverá ser precedida de
13.840, de 2019) declaração escrita da pessoa solicitante de
que optou por este regime de
III - preparar para a reinserção social tratamento; (Incluído pela Lei nº
e econômica, respeitando as habilidades e 13.840, de 2019)
projetos individuais por meio de programas
que articulem educação, capacitação para o II - seu término dar-se-á por
trabalho, esporte, cultura e determinação do médico responsável ou por
acompanhamento individualizado; solicitação escrita da pessoa que deseja
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de interromper o tratamento. (Incluído
2019) pela Lei nº 13.840, de 2019)

351
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º A internação acolhedoras. (Incluído pela Lei nº
involuntária: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
§ 10. O planejamento e a execução
I - deve ser realizada após a do projeto terapêutico individual deverão
formalização da decisão por médico observar, no que couber, o previsto na Lei
responsável; (Incluído pela Lei nº nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe
13.840, de 2019) sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e
II - será indicada depois da avaliação redireciona o modelo assistencial em saúde
sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de mental. (Incluído pela Lei nº 13.840,
uso e na hipótese comprovada da de 2019)
impossibilidade de utilização de outras
alternativas terapêuticas previstas na rede Seção V
de atenção à saúde; (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019) Do Plano Individual de Atendimento

III - perdurará apenas pelo tempo Art. 23-B. O atendimento ao usuário


necessário à desintoxicação, no prazo ou dependente de drogas na rede de
máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu atenção à saúde dependerá
término determinado pelo médico de: (Incluído pela Lei nº 13.840, de
responsável; (Incluído pela Lei nº 2019)
13.840, de 2019)
I - avaliação prévia por equipe técnica
IV - a família ou o representante legal multidisciplinar e multissetorial;
poderá, a qualquer tempo, requerer ao e (Incluído pela Lei nº 13.840, de
médico a interrupção do 2019)
tratamento. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) II - elaboração de um Plano Individual
de Atendimento - PIA. (Incluído
§ 6º A internação, em qualquer de pela Lei nº 13.840, de 2019)
suas modalidades, só será indicada quando
os recursos extra-hospitalares se § 1º A avaliação prévia da equipe
mostrarem insuficientes. (Incluído técnica subsidiará a elaboração e execução
pela Lei nº 13.840, de 2019) do projeto terapêutico individual a ser
adotado, levantando no
§ 7º Todas as internações e altas de mínimo: (Incluído pela Lei nº
que trata esta Lei deverão ser informadas, 13.840, de 2019)
em, no máximo, de 72 (setenta e duas)
horas, ao Ministério Público, à Defensoria I - o tipo de droga e o padrão de seu
Pública e a outros órgãos de fiscalização, uso; e (Incluído pela Lei nº 13.840,
por meio de sistema informatizado único, na de 2019)
forma do regulamento desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019) II - o risco à saúde física e mental do
usuário ou dependente de drogas ou das
pessoas com as quais
§ 8º É garantido o sigilo das convive. (Incluído pela Lei nº
informações disponíveis no sistema referido 13.840, de 2019)
no § 7º e o acesso será permitido apenas às
pessoas autorizadas a conhecê-las, sob
pena de responsabilidade. (Incluído § 2º (VETADO). (Incluído
pela Lei nº 13.840, de 2019) pela Lei nº 13.840, de 2019)

§ 9º É vedada a realização de § 3º O PIA deverá contemplar a


qualquer modalidade de internação nas participação dos familiares ou responsáveis,
comunidades terapêuticas os quais têm o dever de contribuir com o
processo, sendo esses, no caso de crianças

352
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e adolescentes, passíveis de § 7º As informações produzidas na
responsabilização civil, administrativa e avaliação e as registradas no plano
criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 individual de atendimento são consideradas
de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do sigilosas. (Incluído pela Lei nº
Adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito
§ 4º O PIA será inicialmente Federal e os Municípios poderão conceder
elaborado sob a responsabilidade da equipe benefícios às instituições privadas que
técnica do primeiro projeto terapêutico que desenvolverem programas de reinserção no
atender o usuário ou dependente de drogas mercado de trabalho, do usuário e do
e será atualizado ao longo das diversas dependente de drogas encaminhados por
fases do atendimento. (Incluído órgão oficial.
pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 25. As instituições da sociedade
§ 5º Constarão do plano individual, civil, sem fins lucrativos, com atuação nas
no mínimo: (Incluído pela Lei nº áreas da atenção à saúde e da assistência
13.840, de 2019) social, que atendam usuários ou
dependentes de drogas poderão receber
I - os resultados da avaliação recursos do Funad, condicionados à sua
multidisciplinar; (Incluído pela Lei disponibilidade orçamentária e financeira.
nº 13.840, de 2019)
Art. 26. O usuário e o dependente de
drogas que, em razão da prática de infração
II - os objetivos declarados pelo
penal, estiverem cumprindo pena privativa
atendido; (Incluído pela Lei nº
de liberdade ou submetidos a medida de
13.840, de 2019)
segurança, têm garantidos os serviços de
atenção à sua saúde, definidos pelo
III - a previsão de suas atividades de respectivo sistema penitenciário.
integração social ou capacitação
profissional; (Incluído pela Lei nº
Seção VI
13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Do Acolhimento em Comunidade
IV - atividades de integração e apoio Terapêutica Acolhedora
à família; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
Art. 26-A. O acolhimento do usuário
ou dependente de drogas na comunidade
V - formas de participação da família terapêutica acolhedora caracteriza-se
para efetivo cumprimento do plano por: (Incluído pela Lei nº
individual; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
13.840, de 2019)
I - oferta de projetos terapêuticos ao
VI - designação do projeto terapêutico usuário ou dependente de drogas que visam
mais adequado para o cumprimento do à abstinência; (Incluído pela
previsto no plano; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019)
II - adesão e permanência voluntária,
VII - as medidas específicas de formalizadas por escrito, entendida como
atenção à saúde do uma etapa transitória para a reinserção
atendido. (Incluído pela Lei nº social e econômica do usuário ou
13.840, de 2019) dependente de
drogas; (Incluído pela Lei nº
§ 6º O PIA será elaborado no prazo 13.840, de 2019)
de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no
atendimento. (Incluído pela Lei nº III - ambiente residencial, propício à
13.840, de 2019) formação de vínculos, com a convivência
entre os pares, atividades práticas de valor

353
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
educativo e a promoção do Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver
desenvolvimento pessoal, vocacionada para em depósito, transportar ou trouxer consigo,
acolhimento ao usuário ou dependente de para consumo pessoal, drogas sem
drogas em vulnerabilidade autorização ou em desacordo com
social; (Incluído pela Lei nº determinação legal ou regulamentar será
13.840, de 2019) submetido às seguintes penas:

IV - avaliação médica I - advertência sobre os efeitos das


prévia; (Incluído pela Lei nº drogas;
13.840, de 2019)
II - prestação de serviços à
V - elaboração de plano individual de comunidade;
atendimento na forma do art. 23-B desta Lei;
e (Incluído pela Lei nº 13.840, III - medida educativa de
de 2019) comparecimento a programa ou curso
educativo.
VI - vedação de isolamento físico do
usuário ou dependente de § 1º Às mesmas medidas submete-se
drogas. (Incluído pela Lei nº quem, para seu consumo pessoal, semeia,
13.840, de 2019) cultiva ou colhe plantas destinadas à
preparação de pequena quantidade de
§ 1º Não são elegíveis para o substância ou produto capaz de causar
acolhimento as pessoas com dependência física ou psíquica.
comprometimentos biológicos e
psicológicos de natureza grave que § 2º Para determinar se a droga
mereçam atenção médico-hospitalar destinava-se a consumo pessoal, o juiz
contínua ou de emergência, caso em que atenderá à natureza e à quantidade da
deverão ser encaminhadas à rede de substância apreendida, ao local e às
saúde. (Incluído pela Lei nº condições em que se desenvolveu a ação,
13.840, de 2019) às circunstâncias sociais e pessoais, bem
como à conduta e aos antecedentes do
§ agente.
2º (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019) § 3º As penas previstas nos incisos II
e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§
3º (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019) § 4º Em caso de reincidência, as
penas previstas nos incisos II e III do caput
deste artigo serão aplicadas pelo prazo
§ máximo de 10 (dez) meses.
4º (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019)
§ 5º A prestação de serviços à
comunidade será cumprida em programas
§ comunitários, entidades educacionais ou
5º (VETADO). (Incluído pela assistenciais, hospitais, estabelecimentos
Lei nº 13.840, de 2019) congêneres, públicos ou privados sem fins
lucrativos, que se ocupem,
CAPÍTULO III preferencialmente, da prevenção do
DOS CRIMES E DAS PENAS consumo ou da recuperação de usuários e
dependentes de drogas.
Art. 27. As penas previstas neste
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou § 6º Para garantia do cumprimento
cumulativamente, bem como substituídas a das medidas educativas a que se refere o
qualquer tempo, ouvidos o Ministério caput, nos incisos I, II e III, a que
Público e o defensor. injustificadamente se recuse o agente,
poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

354
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - admoestação verbal; condições encontradas, com a delimitação
do local, asseguradas as medidas
II - multa. necessárias para a preservação da
prova. (Redação dada pela Lei
nº 12.961, de 2014)
§ 7º O juiz determinará ao Poder
Público que coloque à disposição do infrator,
§ 1º
gratuitamente, estabelecimento de saúde,
(Revogado). (Redação dada
preferencialmente ambulatorial, para
pela Lei nº 12.961, de 2014)
tratamento especializado.
§ 2º
Art. 29. Na imposição da medida (Revogado). (Redação dada
educativa a que se refere o inciso II do § 6º pela Lei nº 12.961, de 2014)
do art. 28, o juiz, atendendo à
reprovabilidade da conduta, fixará o número § 3º Em caso de ser utilizada a
de dias-multa, em quantidade nunca inferior queimada para destruir a plantação,
a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), observar-se-á, além das cautelas
atribuindo depois a cada um, segundo a necessárias à proteção ao meio ambiente, o
capacidade econômica do agente, o valor de disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de julho
um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do de 1998, no que couber, dispensada a
maior salário mínimo. autorização prévia do órgão próprio do
Sistema Nacional do Meio Ambiente -
Parágrafo único. Os valores Sisnama.
decorrentes da imposição da multa a que se
refere o § 6º do art. 28 serão creditados à § 4º As glebas cultivadas com
conta do Fundo Nacional Antidrogas. plantações ilícitas serão expropriadas,
conforme o disposto no art. 243 da
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos Constituição Federal, de acordo com a
a imposição e a execução das penas, legislação em vigor.
observado, no tocante à interrupção do
prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes
do Código Penal.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES
TÍTULO IV
Art. 33. Importar, exportar, remeter,
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
NÃO AUTORIZADA E AO expor à venda, oferecer, ter em depósito,
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo
CAPÍTULO I ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em
DISPOSIÇÕES GERAIS desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Art. 31. É indispensável a licença
prévia da autoridade competente para Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15
produzir, extrair, fabricar, transformar, (quinze) anos e pagamento de 500
preparar, possuir, manter em depósito, (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-
importar, exportar, reexportar, remeter, multa.
transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para
qualquer fim, drogas ou matéria-prima § 1º Nas mesmas penas incorre
destinada à sua preparação, observadas as quem:
demais exigências legais.
I - importa, exporta, remete, produz,
Art. 32. As plantações ilícitas serão fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
imediatamente destruídas pelo delegado de oferece, fornece, tem em depósito,
polícia na forma do art. 50-A, que recolherá transporta, traz consigo ou guarda, ainda
quantidade suficiente para exame pericial, que gratuitamente, sem autorização ou em
de tudo lavrando auto de levantamento das desacordo com determinação legal ou
regulamentar, matéria-prima, insumo ou

355
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
produto químico destinado à preparação de Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez)
drogas; anos, e pagamento de 1.200 (mil e
duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.
II - semeia, cultiva ou faz a colheita,
sem autorização ou em desacordo com Art. 35. Associarem-se duas ou mais
determinação legal ou regulamentar, de pessoas para o fim de praticar,
plantas que se constituam em matéria-prima reiteradamente ou não, qualquer dos crimes
para a preparação de drogas; previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
desta Lei:
III - utiliza local ou bem de qualquer
natureza de que tem a propriedade, posse, Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez)
administração, guarda ou vigilância, ou anos, e pagamento de 700 (setecentos) a
consente que outrem dele se utilize, ainda 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou Parágrafo único. Nas mesmas penas
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime
§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar definido no art. 36 desta Lei.
alguém ao uso indevido de
droga: (Vide ADI nº 4.274) Art. 36. Financiar ou custear a prática
de qualquer dos crimes previstos nos arts.
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos)
dias-multa. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20
(vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.
sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem: Art. 37. Colaborar, como informante,
com grupo, organização ou associação
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a destinados à prática de qualquer dos crimes
1 (um) ano, e pagamento de 700 previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias- desta Lei:
multa, sem prejuízo das penas previstas no
art. 28. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700
§ 4º Nos delitos definidos no caput e (setecentos) dias-multa.
no § 1º deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, vedada Art. 38. Prescrever ou ministrar,
a conversão em penas restritivas de direitos culposamente, drogas, sem que delas
, desde que o agente seja primário, de bons necessite o paciente, ou fazê-lo em doses
antecedentes, não se dedique às atividades excessivas ou em desacordo com
criminosas nem integre organização determinação legal ou regulamentar:
criminosa. (Vide Resolução nº 5,
de 2012)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a
2 (dois) anos, e pagamento de 50
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa.
transportar, oferecer, vender, distribuir,
entregar a qualquer título, possuir, guardar
Parágrafo único. O juiz comunicará a
ou fornecer, ainda que gratuitamente,
condenação ao Conselho Federal da
maquinário, aparelho, instrumento ou
categoria profissional a que pertença o
qualquer objeto destinado à fabricação,
agente.
preparação, produção ou transformação de
drogas, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar: Art. 39. Conduzir embarcação ou
aeronave após o consumo de drogas,
expondo a dano potencial a incolumidade de
outrem:

356
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a VII - o agente financiar ou custear a
3 (três) anos, além da apreensão do veículo, prática do crime.
cassação da habilitação respectiva ou
proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da Art. 41. O indiciado ou acusado que
pena privativa de liberdade aplicada, e colaborar voluntariamente com a
pagamento de 200 (duzentos) a 400 investigação policial e o processo criminal
(quatrocentos) dias-multa. na identificação dos demais co-autores ou
partícipes do crime e na recuperação total
Parágrafo único. As penas de prisão ou parcial do produto do crime, no caso de
e multa, aplicadas cumulativamente com as condenação, terá pena reduzida de um terço
demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos a dois terços.
e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos)
dias-multa, se o veículo referido no caput Art. 42. O juiz, na fixação das penas,
deste artigo for de transporte coletivo de considerará, com preponderância sobre o
passageiros. previsto no art. 59 do Código Penal, a
natureza e a quantidade da substância ou
Art. 40. As penas previstas nos arts. do produto, a personalidade e a conduta
33 a 37 desta Lei são aumentadas de um social do agente.
sexto a dois terços, se:
Art. 43. Na fixação da multa a que se
I - a natureza, a procedência da referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz,
substância ou do produto apreendido e as atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei,
circunstâncias do fato evidenciarem a determinará o número de dias-multa,
transnacionalidade do delito; atribuindo a cada um, segundo as condições
econômicas dos acusados, valor não inferior
II - o agente praticar o crime a um trinta avos nem superior a 5 (cinco)
prevalecendo-se de função pública ou no vezes o maior salário-mínimo.
desempenho de missão de educação, poder
familiar, guarda ou vigilância; Parágrafo único. As multas, que em
caso de concurso de crimes serão impostas
III - a infração tiver sido cometida nas sempre cumulativamente, podem ser
dependências ou imediações de aumentadas até o décuplo se, em virtude da
estabelecimentos prisionais, de ensino ou situação econômica do acusado, considerá-
hospitalares, de sedes de entidades las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no
estudantis, sociais, culturais, recreativas, máximo.
esportivas, ou beneficentes, de locais de
trabalho coletivo, de recintos onde se Art. 44. Os crimes previstos nos arts.
realizem espetáculos ou diversões de 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são
qualquer natureza, de serviços de inafiançáveis e insuscetíveis de sursis,
tratamento de dependentes de drogas ou de graça, indulto, anistia e liberdade provisória,
reinserção social, de unidades militares ou vedada a conversão de suas penas em
policiais ou em transportes públicos; restritivas de direitos.

IV - o crime tiver sido praticado com Parágrafo único. Nos crimes previstos
violência, grave ameaça, emprego de arma no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
de fogo, ou qualquer processo de condicional após o cumprimento de dois
intimidação difusa ou coletiva; terços da pena, vedada sua concessão ao
reincidente específico.
V - caracterizado o tráfico entre
Estados da Federação ou entre estes e o Art. 45. É isento de pena o agente
Distrito Federal; que, em razão da dependência, ou sob o
efeito, proveniente de caso fortuito ou força
VI - sua prática envolver ou visar a maior, de droga, era, ao tempo da ação ou
atingir criança ou adolescente ou a quem da omissão, qualquer que tenha sido a
tenha, por qualquer motivo, diminuída ou infração penal praticada, inteiramente
suprimida a capacidade de entendimento e incapaz de entender o caráter ilícito do fato
determinação; ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

357
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Quando absolver o artigo serão tomadas de imediato pela
agente, reconhecendo, por força pericial, autoridade policial, no local em que se
que este apresentava, à época do fato encontrar, vedada a detenção do agente.
previsto neste artigo, as condições referidas
no caput deste artigo, poderá determinar o § 4º Concluídos os procedimentos de
juiz, na sentença, o seu encaminhamento que trata o § 2º deste artigo, o agente será
para tratamento médico adequado. submetido a exame de corpo de delito, se o
requerer ou se a autoridade de polícia
Art. 46. As penas podem ser judiciária entender conveniente, e em
reduzidas de um terço a dois terços se, por seguida liberado.
força das circunstâncias previstas no art. 45
desta Lei, o agente não possuía, ao tempo § 5º Para os fins do disposto no art.
da ação ou da omissão, a plena capacidade 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe
de entender o caráter ilícito do fato ou de sobre os Juizados Especiais Criminais, o
determinar-se de acordo com esse Ministério Público poderá propor a aplicação
entendimento. imediata de pena prevista no art. 28 desta
Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 47. Na sentença condenatória, o
juiz, com base em avaliação que ateste a Art. 49. Tratando-se de condutas
necessidade de encaminhamento do agente tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a
para tratamento, realizada por profissional 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
de saúde com competência específica na circunstâncias o recomendem, empregará
forma da lei, determinará que a tal se os instrumentos protetivos de colaboradores
proceda, observado o disposto no art. 26 e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de
desta Lei. 13 de julho de 1999.

CAPÍTULO III Seção I


DO PROCEDIMENTO PENAL Da Investigação
Art. 48. O procedimento relativo aos Art. 50. Ocorrendo prisão em
processos por crimes definidos neste Título flagrante, a autoridade de polícia judiciária
rege-se pelo disposto neste Capítulo, fará, imediatamente, comunicação ao juiz
aplicando-se, subsidiariamente, as competente, remetendo-lhe cópia do auto
disposições do Código de Processo Penal e lavrado, do qual será dada vista ao órgão do
da Lei de Execução Penal. Ministério Público, em 24 (vinte e quatro)
horas.
§ 1º O agente de qualquer das
condutas previstas no art. 28 desta Lei, § 1º Para efeito da lavratura do auto
salvo se houver concurso com os crimes de prisão em flagrante e estabelecimento da
previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será materialidade do delito, é suficiente o laudo
processado e julgado na forma dos arts. 60 de constatação da natureza e quantidade da
e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de droga, firmado por perito oficial ou, na falta
setembro de 1995, que dispõe sobre os deste, por pessoa idônea.
Juizados Especiais Criminais.
§ 2º O perito que subscrever o laudo
§ 2º Tratando-se da conduta prevista a que se refere o § 1º deste artigo não ficará
no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão impedido de participar da elaboração do
em flagrante, devendo o autor do fato ser laudo definitivo.
imediatamente encaminhado ao juízo
competente ou, na falta deste, assumir o § 3º Recebida cópia do auto de
compromisso de a ele comparecer, prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10
lavrando-se termo circunstanciado e
(dez) dias, certificará a regularidade formal
providenciando-se as requisições dos
do laudo de constatação e determinará a
exames e perícias necessários.
destruição das drogas apreendidas,
guardando-se amostra necessária à
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, realização do laudo
as providências previstas no § 2º deste

358
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
definitivo. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. A remessa dos
12.961, de 2014) autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
§ 4º A destruição das drogas será
executada pelo delegado de polícia I - necessárias ou úteis à plena
competente no prazo de 15 (quinze) dias elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
na presença do Ministério Público e da encaminhado ao juízo competente até 3
autoridade sanitária. (Incluído (três) dias antes da audiência de instrução e
pela Lei nº 12.961, de 2014) julgamento;
§ 5º O local será vistoriado antes e
depois de efetivada a destruição das II - necessárias ou úteis à indicação
drogas referida no § 3º , sendo lavrado auto dos bens, direitos e valores de que seja
circunstanciado pelo delegado de polícia, titular o agente, ou que figurem em seu
certificando-se neste a destruição total nome, cujo resultado deverá ser
delas. (Incluído pela Lei nº encaminhado ao juízo competente até 3
12.961, de 2014) (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento.
Art. 50-A. A destruição das drogas
apreendidas sem a ocorrência de prisão Art. 53. Em qualquer fase da
em flagrante será feita por incineração, no persecução criminal relativa aos crimes
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados previstos nesta Lei, são permitidos, além
da data da apreensão, guardando-se dos previstos em lei, mediante autorização
amostra necessária à realização do laudo judicial e ouvido o Ministério Público, os
definitivo. (Redação dada pela seguintes procedimentos investigatórios:
Lei nº 13.840, de 2019)
I - a infiltração por agentes de polícia,
Art. 51. O inquérito policial será em tarefas de investigação, constituída
concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o pelos órgãos especializados pertinentes;
indiciado estiver preso, e de 90 (noventa)
dias, quando solto. II - a não-atuação policial sobre os
portadores de drogas, seus precursores
Parágrafo único. Os prazos a que se químicos ou outros produtos utilizados em
refere este artigo podem ser duplicados pelo sua produção, que se encontrem no
juiz, ouvido o Ministério Público, mediante território brasileiro, com a finalidade de
pedido justificado da autoridade de polícia identificar e responsabilizar maior número
judiciária. de integrantes de operações de tráfico e
distribuição, sem prejuízo da ação penal
Art. 52. Findos os prazos a que se cabível.
refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de
polícia judiciária, remetendo os autos do Parágrafo único. Na hipótese do
inquérito ao juízo: inciso II deste artigo, a autorização será
concedida desde que sejam conhecidos o
I - relatará sumariamente as itinerário provável e a identificação dos
circunstâncias do fato, justificando as agentes do delito ou de colaboradores.
razões que a levaram à classificação do
delito, indicando a quantidade e natureza da Seção II
substância ou do produto apreendido, o Da Instrução Criminal
local e as condições em que se desenvolveu
a ação criminosa, as circunstâncias da
Art. 54. Recebidos em juízo os autos
prisão, a conduta, a qualificação e os
do inquérito policial, de Comissão
antecedentes do agente; ou
Parlamentar de Inquérito ou peças de
informação, dar-se-á vista ao Ministério
II - requererá sua devolução para a Público para, no prazo de 10 (dez) dias,
realização de diligências necessárias. adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

359
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - requisitar as diligências que 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da
entender necessárias; denúncia, salvo se determinada a realização
de avaliação para atestar dependência de
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 drogas, quando se realizará em 90
(cinco) testemunhas e requerer as demais (noventa) dias.
provas que entender pertinentes.
Art. 57. Na audiência de instrução e
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz julgamento, após o interrogatório do
ordenará a notificação do acusado para acusado e a inquirição das testemunhas,
oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo será dada a palavra, sucessivamente, ao
de 10 (dez) dias. representante do Ministério Público e ao
defensor do acusado, para sustentação oral,
§ 1º Na resposta, consistente em pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada
defesa preliminar e exceções, o acusado um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério
poderá argüir preliminares e invocar todas do juiz.
as razões de defesa, oferecer documentos e
justificações, especificar as provas que Parágrafo único. Após proceder ao
pretende produzir e, até o número de 5 interrogatório, o juiz indagará das partes se
(cinco), arrolar testemunhas. restou algum fato para ser esclarecido,
formulando as perguntas correspondentes
se o entender pertinente e relevante.
§ 2º As exceções serão processadas
em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113
do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de Art. 58. Encerrados os debates,
1941 - Código de Processo Penal. proferirá o juiz sentença de imediato, ou o
fará em 10 (dez) dias, ordenando que os
autos para isso lhe sejam conclusos.
§ 3º Se a resposta não for
apresentada no prazo, o juiz nomeará
defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, Art. 59. Nos crimes previstos nos arts.
concedendo-lhe vista dos autos no ato de 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu
nomeação. não poderá apelar sem recolher-se à prisão,
salvo se for primário e de bons
antecedentes, assim reconhecido na
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz
sentença condenatória.
decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o CAPÍTULO IV


juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, DA APREENSÃO,
determinará a apresentação do preso, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO
realização de diligências, exames e DE BENS DO ACUSADO
perícias. Art. 60. O juiz, de ofício, a
requerimento do Ministério Público ou
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz mediante representação da autoridade de
designará dia e hora para a audiência de polícia judiciária, ouvido o Ministério
instrução e julgamento, ordenará a citação Público, havendo indícios suficientes,
pessoal do acusado, a intimação do poderá decretar, no curso do inquérito ou da
Ministério Público, do assistente, se for o ação penal, a apreensão e outras medidas
caso, e requisitará os laudos periciais. assecuratórias relacionadas aos bens
móveis e imóveis ou valores consistentes
§ 1º Tratando-se de condutas em produtos dos crimes previstos nesta Lei,
tipificadas como infração do disposto nos ou que constituam proveito auferido com
arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o sua prática, procedendo-se na forma dos
juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar arts. 125 a 144 do Decreto-Lei nº 3.689, de
o afastamento cautelar do denunciado de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo
suas atividades, se for funcionário público, Penal.
comunicando ao órgão respectivo. § 1º Decretadas quaisquer das
medidas previstas neste artigo, o juiz
§ 2º A audiência a que se refere o facultará ao acusado que, no prazo de 5
caput deste artigo será realizada dentro dos (cinco) dias, apresente ou requeira a

360
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
produção de provas acerca da origem lícita Art. 60-A. Quando as medidas
do produto, bem ou valor objeto da decisão. assecuratórias de que trata o art. 60
§ 2º Provada a origem lícita do recaírem sobre moeda estrangeira, títulos,
produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela valores mobiliários ou cheques emitidos
sua liberação. como ordem de pagamento, será
§ 3º Nenhum pedido de restituição determinada, imediatamente, a conversão
será conhecido sem o comparecimento em moeda nacional. (Incluído
pessoal do acusado, podendo o juiz pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
determinar a prática de atos necessários à
conservação de bens, direitos ou valores. § 1º A moeda estrangeira apreendida
§ 4º A ordem de apreensão ou em espécie será encaminhada a instituição
seqüestro de bens, direitos ou valores financeira ou equiparada para alienação na
poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o forma prevista pelo Conselho Monetário
Ministério Público, quando a sua execução Nacional. (Incluído pela Medida
imediata possa comprometer as Provisória nº 885, de 2019)
investigações.
§ 2º Em caso de impossibilidade da
Art. 60. O juiz, a requerimento do alienação a que se refere o § 1º, a moeda
Ministério Público ou do assistente de estrangeira será custodiada pela instituição
acusação, ou mediante representação da financeira até decisão sobre o seu
autoridade de polícia judiciária, poderá destino. (Incluído pela Medida
decretar, no curso do inquérito ou da ação Provisória nº 885, de 2019)
penal, a apreensão e outras medidas
assecuratórias nos casos em que haja
suspeita de que os bens, direitos ou valores § 3º Após a decisão sobre o destino
sejam produto do crime ou constituam da moeda estrangeira, caso seja verificada
proveito dos crimes previstos nesta Lei, a inexistência de valor de mercado, a moeda
procedendo-se na forma dos arts. 125 e poderá ser doada à representação
seguintes do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de diplomática do seu país de origem ou
outubro de 1941 - Código de Processo destruída. (Incluído pela Medida
Penal. (Redação dada pela Lei Provisória nº 885, de 2019)
nº 13.840, de 2019)
§ 4º Os valores relativos às
§ 1º apreensões feitas antes da data de entrada
(Revogado). (Redação dada em vigor da Medida Provisória nº 885, de 17
pela Lei nº 13.840, de 2019) de junho de 2019, e que estejam
custodiados nas dependências do Banco
Central do Brasil serão transferidos, no
§ 2º prazo de trezentos e sessenta dias, à Caixa
(Revogado). (Redação dada Econômica Federal para que se proceda à
pela Lei nº 13.840, de 2019) alienação ou custódia, de acordo com o
previsto nesta Lei. (Incluído pela
§ 3º Na hipótese do art. 366 do Medida Provisória nº 885, de 2019)
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941 - Código de Processo Penal, o juiz Art. 61. Não havendo prejuízo para a
poderá determinar a prática de atos produção da prova dos fatos e comprovado
necessários à conservação dos bens, o interesse público ou social, ressalvado o
direitos ou valores. (Redação disposto no art. 62 desta Lei, mediante
dada pela Lei nº 13.840, de 2019) autorização do juízo competente, ouvido o
Ministério Público e cientificada a Senad, os
§ 4º A ordem de apreensão ou bens apreendidos poderão ser utilizados
sequestro de bens, direitos ou valores pelos órgãos ou pelas entidades que atuam
poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o na prevenção do uso indevido, na atenção e
Ministério Público, quando a sua execução reinserção social de usuários e
imediata puder comprometer as dependentes de drogas e na repressão à
investigações. (Redação dada produção não autorizada e ao tráfico ilícito
pela Lei nº 13.840, de 2019) de drogas, exclusivamente no interesse
dessas atividades.

361
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Recaindo a bens. (Incluído pela Lei nº
autorização sobre veículos, embarcações 13.840, de 2019)
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade
de trânsito ou ao equivalente órgão de § 5º (VETADO). (Incluído
registro e controle a expedição de certificado pela Lei nº 13.840, de 2019)
provisório de registro e licenciamento, em
favor da instituição à qual tenha deferido o
uso, ficando esta livre do pagamento de § 6º Os valores arrecadados,
multas, encargos e tributos anteriores, até o descontadas as despesas do leilão, serão
trânsito em julgado da decisão que decretar depositados em conta judicial remunerada
o seu perdimento em favor da União. e, após sentença condenatória transitada
em julgado, serão revertidos ao
Funad. (Incluído pela Lei nº
Art. 61. A apreensão de veículos, 13.840, de 2019) (Revogado
embarcações, aeronaves e quaisquer pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
outros meios de transporte e dos § 7º No caso da alienação de
maquinários, utensílios, instrumentos e veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
objetos de qualquer natureza utilizados para ordenará à autoridade ou ao órgão de
a prática dos crimes definidos nesta Lei será registro e controle a expedição de certificado
imediatamente comunicada pela autoridade de registro e licenciamento em favor do
de polícia judiciária responsável pela arrematante, ficando este livre do
investigação ao juízo pagamento de multas, encargos e tributos
competente. (Redação dada anteriores, sem prejuízo da cobrança de
pela Lei nº 13.840, de 2019) débitos fiscais, os quais permanecem sob
responsabilidade do antigo
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) proprietário. (Incluído pela Lei nº
dias contado da comunicação de que trata o 13.840, de 2019) (Revogado pela Medida
caput, determinará a alienação dos bens Provisória nº 885, de 2019)
apreendidos, excetuadas as armas, que § 8º Nos casos em que a apreensão
serão recolhidas na forma da legislação tiver recaído sobre dinheiro, inclusive
específica. (Incluído pela Lei nº moeda estrangeira, ou cheques emitidos
13.840, de 2019) como ordem de pagamento para fins ilícitos,
o juiz determinará sua conversão em moeda
§ 2º A alienação será realizada em nacional corrente, que será depositada em
autos apartados, dos quais constará a conta judicial remunerada, e, após sentença
exposição sucinta do nexo de condenatória com trânsito em julgado, será
instrumentalidade entre o delito e os bens revertida ao Funad. (Incluído
apreendidos, a descrição e especificação pela Lei nº 13.840, de
dos objetos, as informações sobre quem os 2019) (Revogado pela Medida
tiver sob custódia e o local em que se Provisória nº 885, de 2019)
encontrem. (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019) Art. 62. Os veículos, embarcações,
aeronaves e quaisquer outros meios de
§ 3º O juiz determinará a avaliação transporte, os maquinários, utensílios,
dos bens apreendidos, que será realizada instrumentos e objetos de qualquer
por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) natureza, utilizados para a prática dos
dias a contar da autuação, ou, caso sejam crimes definidos nesta Lei, após a sua
necessários conhecimentos especializados, regular apreensão, ficarão sob custódia da
por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo autoridade de polícia judiciária, excetuadas
não superior a 10 (dez) as armas, que serão recolhidas na forma de
dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, legislação específica.
de 2019)
Art. 62. Comprovado o interesse
público na utilização de quaisquer dos bens
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará
de que trata o art. 61, os órgãos de polícia
o órgão gestor do Funad, o Ministério
judiciária, militar e rodoviária poderão deles
Público e o interessado para se
fazer uso, sob sua responsabilidade e com
manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e,
o objetivo de sua conservação, mediante
dirimidas eventuais divergências,
autorização judicial, ouvido o Ministério
homologará o valor atribuído aos

362
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Público e garantida a prévia avaliação dos drogas e operações de repressão à
respectivos bens. (Redação produção não autorizada e ao tráfico ilícito
dada pela Lei nº 13.840, de 2019) de drogas, exclusivamente no interesse
dessas atividades.
§ 1º Comprovado o interesse público
na utilização de qualquer dos bens § 4º Quando a autorização judicial
mencionados neste artigo, a autoridade de recair sobre veículos, embarcações ou
polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou
sua responsabilidade e com o objetivo de ao órgão de registro e controle a expedição
sua conservação, mediante autorização de certificado provisório de registro e
judicial, ouvido o Ministério licenciamento em favor do órgão ao qual
Público. (Revogado pela Medida tenha deferido o uso ou custódia, ficando
Provisória nº 885, de 2019) este livre do pagamento de multas,
§ 2º Feita a apreensão a que se refere encargos e tributos anteriores à decisão de
o caput deste artigo, e tendo recaído sobre utilização do bem até o trânsito em julgado
dinheiro ou cheques emitidos como ordem da decisão que decretar o seu perdimento
de pagamento, a autoridade de polícia em favor da União. (Redação
judiciária que presidir o inquérito deverá, de dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
imediato, requerer ao juízo competente a
intimação do Ministério Público. § 5º Excluídos os bens que se houver
indicado para os fins previstos no § 4º deste
§ 2º A autorização judicial de uso de artigo, o requerimento de alienação deverá
bens deverá conter a descrição do bem e a conter a relação de todos os demais bens
respectiva avaliação e indicar o órgão apreendidos, com a descrição e a
responsável por sua especificação de cada um deles, e
utilização. (Redação dada pela informações sobre quem os tem sob
Lei nº 13.840, de 2019) custódia e o local onde se encontram.

§ 3º Intimado, o Ministério Público § 5º Na hipótese de levantamento, se


deverá requerer ao juízo, em caráter houver indicação de que os bens utilizados
cautelar, a conversão do numerário na forma deste artigo sofreram depreciação
apreendido em moeda nacional, se for o superior àquela esperada em razão do
caso, a compensação dos cheques emitidos transcurso do tempo e do uso, poderá o
após a instrução do inquérito, com cópias interessado requerer nova avaliação
autênticas dos respectivos títulos, e o judicial. (Redação dada pela Lei nº
depósito das correspondentes quantias em 13.840, de 2019)
conta judicial, juntando-se aos autos o
recibo. § 6º Requerida a alienação dos bens,
a respectiva petição será autuada em
§ 3º O órgão responsável pela apartado, cujos autos terão tramitação
utilização do bem deverá enviar ao juiz autônoma em relação aos da ação penal
periodicamente, ou a qualquer momento principal.
quando por este solicitado, informações
sobre seu estado de § 6º Constatada a depreciação de
conservação. (Redação dada que trata o § 5º, o ente federado ou a
pela Lei nº 13.840, de 2019) entidade que utilizou o bem indenizará o
detentor ou proprietário dos
§ 4º Após a instauração da bens. (Redação dada pela Lei nº
competente ação penal, o Ministério 13.840, de 2019)
Público, mediante petição autônoma,
requererá ao juízo competente que, em § 7º Autuado o requerimento de
caráter cautelar, proceda à alienação dos alienação, os autos serão conclusos ao juiz,
bens apreendidos, excetuados aqueles que que, verificada a presença de nexo de
a União, por intermédio da Senad, indicar instrumentalidade entre o delito e os objetos
para serem colocados sob uso e custódia da utilizados para a sua prática e risco de perda
autoridade de polícia judiciária, de órgãos de de valor econômico pelo decurso do tempo,
inteligência ou militares, envolvidos nas determinará a avaliação dos bens
ações de prevenção ao uso indevido de relacionados, cientificará a Senad e intimará

363
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a União, o Ministério Público e o bens no prazo de trinta dias, de modo que o
interessado, este, se for o caso, por edital arrematante ficará livre do pagamento de
com prazo de 5 (cinco) dias. multas, encargos e tributos anteriores, sem
prejuízo de execução fiscal em relação ao
§ 7º antigo proprietário. (Incluído pela
(Revogado). (Redação dada pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019)
§ 13. Na hipótese de que trata o § 12,
§ 8º Feita a avaliação e dirimidas a autoridade de trânsito ou o órgão de
eventuais divergências sobre o respectivo registro equivalente poderá emitir novos
laudo, o juiz, por sentença, homologará o identificadores dos
valor atribuído aos bens e determinará bens. (Incluído pela Medida
sejam alienados em leilão. Provisória nº 885, de 2019)

§ 8º (Revogado). (Redação Art. 62-A. O depósito, em dinheiro,


dada pela Lei nº 13.840, de 2019) de valores referentes ao produto da
alienação ou relacionados a numerários
§ 9º Realizado o leilão, permanecerá apreendidos ou que tenham sido
depositada em conta judicial a quantia convertidos, serão efetuados na Caixa
apurada, até o final da ação penal Econômica Federal, por meio de documento
respectiva, quando será transferida ao de arrecadação destinado a essa
Funad, juntamente com os valores de que finalidade. (Incluído pela Medida
trata o § 3º deste artigo. Provisória nº 885, de 2019)

§ 9º § 1º Os depósitos a que se refere o


(Revogado). (Redação dada pela caput serão repassados pela Caixa
Lei nº 13.840, de 2019) Econômica Federal para a Conta Única do
Tesouro Nacional, independentemente de
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo qualquer formalidade, no prazo de vinte e
os recursos interpostos contra as decisões quatro horas, contado do momento da
proferidas no curso do procedimento realização do depósito. (Incluído
previsto neste artigo. pela Medida Provisória nº 885, de 2019)

§ 10. (Revogado). (Redação § 2º Na hipótese de absolvição do


dada pela Lei nº 13.840, de 2019) acusado em decisão judicial, o valor do
depósito será devolvido ao acusado pela
Caixa Econômica Federal no prazo de até
§ 11. Quanto aos bens indicados na
três dias úteis, acrescido de juros, na forma
forma do § 4º deste artigo, recaindo a
estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº
autorização sobre veículos, embarcações
9.250, de 26 de dezembro de
ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade
1995. (Incluído pela Medida
de trânsito ou ao equivalente órgão de
Provisória nº 885, de 2019)
registro e controle a expedição de certificado
provisório de registro e licenciamento, em
favor da autoridade de polícia judiciária ou § 3º Na hipótese de decretação do
órgão aos quais tenha deferido o uso, seu perdimento em favor da União, o valor
ficando estes livres do pagamento de do depósito será transformado em
multas, encargos e tributos anteriores, até o pagamento definitivo, respeitados os
trânsito em julgado da decisão que decretar direitos de eventuais lesados e de terceiros
o seu perdimento em favor da União. de boa-fé. (Incluído pela Medida
Provisória nº 885, de 2019)
§ 11. (Revogado). (Redação
dada pela Lei nº 13.840, de 2019) § 4º Os valores devolvidos pela
Caixa Econômica Federal, por decisão
judicial, serão efetuados como anulação de
§ 12. Na alienação de veículos,
receita do Fundo Nacional Antidrogas no
embarcações ou aeronaves, a autoridade
exercício em que ocorrer a
de trânsito ou o órgão de registro
devolução. (Incluído pela Medida
equivalente procederá à regularização dos
Provisória nº 885, de 2019)

364
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º A Caixa Econômica Federal § 3º A Senad poderá firmar convênios
manterá o controle dos valores depositados de cooperação, a fim de dar imediato
ou devolvidos. (Incluído pela cumprimento ao estabelecido no § 2º deste
Medida Provisória nº 885, de 2019) artigo. (Revogado pela Medida
Provisória nº 885, de 2019)
Art. 63. Ao proferir a sentença de
mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do § 4º Transitada em julgado a
produto, bem ou valor apreendido, sentença condenatória, o juiz do processo,
seqüestrado ou declarado indisponível. de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, remeterá à Senad relação dos
Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz bens, direitos e valores declarados perdidos
decidirá sobre: (Redação dada em favor da União, indicando, quanto aos
pela Lei nº 13.840, de 2019) bens, o local em que se encontram e a
entidade ou o órgão em cujo poder estejam,
para os fins de sua destinação nos termos
I - o perdimento do produto, bem, da legislação vigente.
direito ou valor apreendido ou objeto de
medidas assecuratórias;
e (Incluído pela Lei nº 13.840, de § 5º (VETADO). (Incluído
2019) pela Lei nº 13.840, de 2019)

II - o levantamento dos valores § 6º Na hipótese do inciso II do


depositados em conta remunerada e a caput, decorridos 360 (trezentos e
liberação dos bens utilizados nos termos do sessenta) dias do trânsito em julgado e do
art. 62. (Incluído pela Lei nº conhecimento da sentença pelo
13.840, de 2019) interessado, os bens apreendidos, os que
tenham sido objeto de medidas
assecuratórias ou os valores depositados
§ 1º Os valores apreendidos em que não forem reclamados serão revertidos
decorrência dos crimes tipificados nesta Lei ao Funad. (Incluído pela Lei nº
e que não forem objeto de tutela cautelar, 13.840, de 2019)
após decretado o seu perdimento em favor
da União, serão revertidos diretamente ao
Funad. Art. 63-A. Nenhum pedido de
restituição será conhecido sem o
comparecimento pessoal do acusado,
§ 1º Os bens, direitos ou valores podendo o juiz determinar a prática de atos
apreendidos em decorrência dos crimes necessários à conservação de bens, direitos
tipificados nesta Lei ou objeto de medidas ou valores. (Incluído pela Lei nº
assecuratórias, após decretado seu 13.840, de 2019)
perdimento em favor da União, serão
revertidos diretamente ao
Funad. (Redação dada pela Lei Art. 63-B. O juiz determinará a
nº 13.840, de 2019) liberação total ou parcial dos bens, direitos e
objeto de medidas assecuratórias quando
comprovada a licitude de sua origem,
§ 2º Compete à Senad a alienação
mantendo-se a constrição dos bens, direitos
dos bens apreendidos e não leiloados em
e valores necessários e suficientes à
caráter cautelar, cujo perdimento já tenha
reparação dos danos e ao pagamento de
sido decretado em favor da União.
prestações pecuniárias, multas e custas
decorrentes da infração
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor penal. (Incluído pela Lei nº
do Funad relação dos bens, direitos e 13.840, de 2019)
valores declarados perdidos, indicando o
local em que se encontram e a entidade ou
o órgão em cujo poder estejam, para os fins Art. 63-C. Compete à Secretaria
de sua destinação nos termos da legislação Nacional de Políticas sobre Drogas do
Ministério da Justiça e Segurança Pública
vigente. (Redação dada pela Lei
proceder à destinação dos bens
nº 13.840, de 2019)
apreendidos e não leiloados em caráter
cautelar, cujo perdimento seja decretado em
favor da União, por meio das seguintes

365
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
modalidades: (Incluído pela pública, a publicidade dada pelo sistema
Medida Provisória nº 885, de 2019) substituirá a publicação em diário oficial e
em jornais de grande
I - alienação, circulação. (Incluído pela Medida
mediante: (Incluído pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
Provisória nº 885, de 2019)
§ 4º Na alienação de veículos,
a) licitação; (Incluído pela embarcações ou aeronaves, a autoridade
Medida Provisória nº 885, de 2019) de trânsito ou o órgão de registro
equivalente procederá à regularização dos
bens no prazo de trinta dias, de modo que o
b) doação com encargo a entidades arrematante ficará livre do pagamento de
ou órgãos públicos que contribuam para o multas, encargos e tributos anteriores, sem
alcance das finalidades do Fundo Nacional prejuízo de execução fiscal em relação ao
Antidrogas; ou (Incluído pela antigo proprietário. (Incluído pela
Medida Provisória nº 885, de 2019) Medida Provisória nº 885, de 2019)

c) venda direta, observado o disposto § 5º Na hipótese do § 4º, a autoridade


no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº de trânsito ou o órgão de registro
8.666, de 21 de junho de equivalente poderá emitir novos
1993; (Incluído pela Medida identificadores dos
Provisória nº 885, de 2019) bens. (Incluído pela Medida
Provisória nº 885, de 2019)
II - incorporação ao patrimônio de
órgão da administração pública, observadas § 6º A Secretaria Nacional de
as finalidades do Fundo Nacional Políticas sobre Drogas do Ministério da
Antidrogas; (Incluído pela Justiça e Segurança Pública poderá
Medida Provisória nº 885, de 2019) celebrar convênios ou instrumentos
congêneres com órgãos e entidades da
III - destruição; União, dos Estados, do Distrito Federal ou
ou (Incluído pela Medida dos Municípios, a fim de dar imediato
Provisória nº 885, de 2019) cumprimento ao estabelecido neste
artigo. (Incluído pela Medida
IV - inutilização. (Incluído Provisória nº 885, de 2019)
pela Medida Provisória nº 885, de 2019)
§ 7º Observados os procedimentos
§ 1º A alienação por meio de licitação licitatórios previstos em lei, fica autorizada a
será na modalidade leilão, para bens móveis contratação da iniciativa privada para a
e imóveis, independentemente do valor de execução das ações de avaliação,
avaliação, isolado ou global, de bem ou de administração e alienação dos bens a que
lotes, assegurada a venda pelo maior lance, se refere esta Lei. (Incluído pela
por preço que não seja inferior a cinquenta Medida Provisória nº 885, de 2019)
por cento do valor da
avaliação. (Incluído pela Medida Art. 63-D. Compete ao Ministério da
Provisória nº 885, de 2019) Justiça e Segurança Pública regulamentar
os procedimentos relativos à administração,
§ 2º O edital do leilão a que se refere à preservação e à destinação dos recursos
o § 1º será amplamente divulgado em provenientes de delitos e atos ilícitos e
jornais de grande circulação e em sítios estabelecer os valores abaixo dos quais se
eletrônicos oficiais, principalmente no deve proceder à sua destruição ou
Município em que será realizado, inutilização. (Incluído pela
dispensada a publicação em diário Medida Provisória nº 885, de 2019)
oficial. (Incluído pela Medida
Provisória nº 885, de 2019) Art. 64. A União, por intermédio da
Senad, poderá firmar convênio com os
§ 3º Nas alienações realizadas por Estados, com o Distrito Federal e com
meio de sistema eletrônico da administração organismos orientados para a prevenção do
uso indevido de drogas, a atenção e a

366
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
reinserção social de usuários ou DISPOSIÇÕES FINAIS E
dependentes e a atuação na repressão à TRANSITÓRIAS
produção não autorizada e ao tráfico ilícito
de drogas, com vistas na liberação de
equipamentos e de recursos por ela Art. 66. Para fins do disposto no
arrecadados, para a implantação e parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que
execução de programas relacionados à seja atualizada a terminologia da lista
questão das drogas. mencionada no preceito, denominam-se
drogas substâncias entorpecentes,
psicotrópicas, precursoras e outras sob
TÍTULO V controle especial, da Portaria SVS/MS nº
DA COOPERAÇÃO 344, de 12 de maio de 1998.
INTERNACIONAL
Art. 67. A liberação dos recursos
Art. 65. De conformidade com os previstos na Lei nº 7.560, de 19 de
princípios da não-intervenção em assuntos dezembro de 1986, em favor de Estados e
internos, da igualdade jurídica e do respeito do Distrito Federal, dependerá de sua
à integridade territorial dos Estados e às leis adesão e respeito às diretrizes básicas
e aos regulamentos nacionais em vigor, e contidas nos convênios firmados e do
observado o espírito das Convenções das fornecimento de dados necessários à
Nações Unidas e outros instrumentos atualização do sistema previsto no art. 17
jurídicos internacionais relacionados à desta Lei, pelas respectivas polícias
questão das drogas, de que o Brasil é parte, judiciárias.
o governo brasileiro prestará, quando
solicitado, cooperação a outros países e Art. 67-A. Os gestores e entidades
organismos internacionais e, quando que recebam recursos públicos para
necessário, deles solicitará a colaboração, execução das políticas sobre drogas
nas áreas de: deverão garantir o acesso às suas
instalações, à documentação e a todos os
I - intercâmbio de informações sobre elementos necessários à efetiva fiscalização
legislações, experiências, projetos e pelos órgãos
programas voltados para atividades de competentes. (Incluído pela
prevenção do uso indevido, de atenção e de Lei nº 13.840, de 2019)
reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; Art. 68. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão criar
II - intercâmbio de inteligência policial estímulos fiscais e outros, destinados às
sobre produção e tráfico de drogas e delitos pessoas físicas e jurídicas que colaborem
conexos, em especial o tráfico de armas, a na prevenção do uso indevido de drogas,
lavagem de dinheiro e o desvio de atenção e reinserção social de usuários e
precursores químicos; dependentes e na repressão da produção
não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
III - intercâmbio de informações
policiais e judiciais sobre produtores e Art. 69. No caso de falência ou
traficantes de drogas e seus precursores liquidação extrajudicial de empresas ou
químicos. estabelecimentos hospitalares, de pesquisa,
de ensino, ou congêneres, assim como nos
serviços de saúde que produzirem,
TÍTULO V-A
venderem, adquirirem, consumirem,
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
prescreverem ou fornecerem drogas ou de
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS
qualquer outro em que existam essas
SOBRE DROGAS
substâncias ou produtos, incumbe ao juízo
perante o qual tramite o feito:
Art. 65-A. (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 13.840, de 2019) I - determinar, imediatamente à
ciência da falência ou liquidação, sejam
TÍTULO VI lacradas suas instalações;

367
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - ordenar à autoridade sanitária certificando isso nos
competente a urgente adoção das medidas autos. (Redação dada pela Lei
necessárias ao recebimento e guarda, em nº 12.961, de 2014)
depósito, das drogas arrecadadas;
Art. 72. Encerrado o processo
III - dar ciência ao órgão do Ministério criminal ou arquivado o inquérito policial, o
Público, para acompanhar o feito. juiz, de ofício, mediante representação da
autoridade de polícia judiciária, ou a
§ 1º Da licitação para alienação de requerimento do Ministério Público,
substâncias ou produtos não proscritos determinará a destruição das amostras
referidos no inciso II do caput deste artigo, guardadas para contraprova, certificando
só podem participar pessoas jurídicas nos autos. (Redação dada pela
regularmente habilitadas na área de saúde Lei nº 13.840, de 2019)
ou de pesquisa científica que comprovem a
destinação lícita a ser dada ao produto a ser Art. 73. A União poderá celebrar
arrematado. convênios com os Estados visando à
prevenção e repressão do tráfico ilícito e do
§ 2º Ressalvada a hipótese de que uso indevido de drogas.
trata o § 3º deste artigo, o produto não
arrematado será, ato contínuo à hasta Art. 73. A União poderá estabelecer
pública, destruído pela autoridade sanitária, convênios com os Estados e o com o Distrito
na presença dos Conselhos Estaduais Federal, visando à prevenção e repressão
sobre Drogas e do Ministério Público. do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas,
e com os Municípios, com o objetivo de
§ 3º Figurando entre o praceado e prevenir o uso indevido delas e de
não arrematadas especialidades possibilitar a atenção e reinserção social de
farmacêuticas em condições de emprego usuários e dependentes de
terapêutico, ficarão elas depositadas sob a drogas. (Redação dada
guarda do Ministério da Saúde, que as pela Lei nº 12.219, de 2010)
destinará à rede pública de saúde.
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45
Art. 70. O processo e o julgamento (quarenta e cinco) dias após a sua
dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta publicação.
Lei, se caracterizado ilícito transnacional,
são da competência da Justiça Federal. Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368,
de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409,
Parágrafo único. Os crimes de 11 de janeiro de 2002.
praticados nos Municípios que não sejam
sede de vara federal serão processados e Brasília, 23 de agosto de 2006; 185º
julgados na vara federal da circunscrição da Independência e 118º da República.
respectiva.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 71. (VETADO) Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Art. 72. Sempre que conveniente ou Jorge Armando Felix
necessário, o juiz, de ofício, mediante
representação da autoridade de polícia Este texto não substitui o publicado no
judiciária, ou a requerimento do Ministério DOU de 24.8.2006
Público, determinará que se proceda, nos
limites de sua jurisdição e na forma prevista *
no § 1º do art. 32 desta Lei, à destruição de
drogas em processos já encerrados.
Art. 72. Encerrado o processo penal
ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de
ofício, mediante representação do delegado
de polícia ou a requerimento do Ministério
Público, determinará a destruição das
amostras guardadas para contraprova,

368
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

369
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 9.761, DE 11 DE ABRIL DE 2019 - Aprova a Política Nacional
sobre Drogas.

Aprova a Política Nacional sobre Drogas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , Política Nacional sobre Drogas


no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, caput , inciso VI, alínea “a”, da 1. INTRODUÇÃO
Constituição, e tendo em vista o disposto na
Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, O uso de drogas na atualidade é uma
preocupação mundial. Entre 2000 e 2015,
DECRETA : houve um crescimento de 60% no número
de mortes causadas diretamente pelo uso
Art. 1º Fica aprovada a Política de drogas [1] , sendo este dado o recorte de
Nacional sobre Drogas - Pnad, na forma do apenas uma das consequências do
Anexo , consolidada a partir das conclusões problema. Tal condição extrapola as
do Grupo Técnico Interministerial instituído questões individuais e se constitui como um
pelo Conselho Nacional de Políticas sobre grave problema de saúde pública, com
Drogas, na Resolução nº 1, de 9 de março reflexos nos diversos segmentos da
de 2018. sociedade. Os serviços de segurança
pública, educação, saúde, sistema de
Art. 2º Os órgãos e as entidades da justiça, assistência social, dentre outros, e
administração pública federal considerarão, os espaços familiares e sociais são
em seus planejamentos e em suas ações, repetidamente afetados, direta ou
os pressupostos, as definições gerais e as indiretamente, pelos reflexos e pelas
diretrizes fixadas no Anexo . consequências do uso das drogas.

Art. 3º A Secretaria Nacional de Independentemente das questões de


Cuidados e Prevenção às Drogas do gênero, idade, espaço geográfico ou classe
Ministério da Cidadania e a Secretaria social, ainda que essas especificidades
Nacional de Políticas sobre Drogas do tenham implicações distintas, o uso de
Ministério da Justiça e Segurança Pública drogas se expandiu consideravelmente nos
articularão e coordenarão a implementação últimos anos e exige reiteradas ações
da Pnad, no âmbito de suas competências. concretas do Poder Público, por meio da
elaboração de estratégias efetivas para dar
Art. 4º Fica revogado o Decreto nº respostas neste contexto. Tais ações
necessitam ser realizadas de forma
4.345, de 26 de agosto de 2002.
articulada e cooperada, envolvendo o
governo e a sociedade civil, alcançando as
Art. 5º Este Decreto entra em vigor esferas de prevenção, tratamento,
na data da sua publicação. acolhimento, recuperação, apoio e mútua
ajuda, reinserção social, ações de combate
Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da ao tráfico e ao crime organizado, e
Independência e 131º da República. ampliação da segurança pública.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Sérgio Moro A proposta de atenção a tal
Luiz Henrique Madetta problemática requer, necessariamente, o
Osmar Terra reconhecimento do contexto de que nos
Damares Regina Alves últimos anos, em nível nacional e
internacional, é possível identificar o
Este texto não substitui o publicado no DOU aumento dos mercados de drogas ilícitas [2]
de 11.4.2019 - Edição extra e é necessário considerar todas as suas
implicações quanto ao monitoramento de
fronteiras, à segurança pública e à
ANEXO repressão ao tráfico de drogas.

370
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Dentre as drogas ilícitas, a maconha, veiculações de ações publicitárias.
em nível mundial, é a droga de maior Entretanto, a experimentação e o uso
consumo. No Brasil, a maconha é a regular iniciam-se ainda na adolescência, o
substância ilícita de maior consumo entre a que indica maior necessidade de ações
população. Em pesquisa nacional de voltadas para esse público, bem como
levantamento domiciliar, realizada no ano ampliação no controle sobre a
de 2012, 6,8% da população adulta e 4,3% comercialização do tabaco entre
da população adolescente declararam já ter adolescentes. Ao mesmo tempo que se
feito uso dessa substância, ao menos, uma registra uma diminuição no uso de cigarro,
vez na vida. Já o uso de maconha, nos observa-se o uso crescente de seus
últimos 12 meses, é de 2,5% na população similares, como o narguilé, especialmente
adulta e 3,4% entre adolescentes, sendo entre adolescentes e jovens. Entidades
que, 62% deste público indica a atuantes na área da prevenção do uso de
experimentação antes dos 18 anos. drogas relatam o crescente uso dos
Ademais, o uso de maconha, especialmente derivados do tabaco entre os adolescentes
no público adolescente, gera preocupação e jovens, fato que ainda carece de
em decorrência das consequências nocivas estatísticas oficiais em nível nacional, bem
do seu uso crônico, tais como maiores como ampliação de estudos científicos.
dificuldades de concentração, Ações de marketing , que promovem
aprendizagem e memória, sintomas de produtos como narguilé, e induzem a
depressão e ansiedade, diminuição da conceitos errôneos acerca deste produto,
motivação, sintomas psicóticos, podem vir a induzir o aumento do uso
esquizofrenia, entre outros prejuízos. dessas substâncias vendidas sem qualquer
descrição dos seus efeitos maléficos à
Com relação à cocaína foi identificado saúde [3][4] , visto que ações de regulação de
o uso, ao menos uma vez na vida, por 3,8% sua comercialização ainda são incipientes.
entre adultos e 2,3% entre adolescentes, e Neste sentido, dados os prejuízos à saúde,
no que tange aos últimos 12 meses, 1,7% sociais e econômicos, decorrentes do
da população adulta e 1,6% da população tabaco e de seus derivados, estes produtos
[5] , em sua comercialização, devem ter as
adolescente referem ter feito uso. Destaca-
se que a experimentação da cocaína, em mesmas diretrizes de advertência que o
62% das situações, ocorreu antes dos 18 cigarro já tem.
anos. O uso de crack, na vida, foi apontado
por 1,3% dos adultos e 0,8% dos Com relação a outra droga lícita, a
adolescentes. O uso nos últimos 12 meses experimentação do álcool, tem iniciado cada
foi verificado em 0,7% da população adulta vez mais cedo. No ano de 2006, 13% dos
e 0,1% dos adolescentes. É necessário entrevistados tinham experimentado
compreender a limitação de tal pesquisa, bebidas alcoólicas com idade inferior a 15
por ser uma amostra domiciliar, que não anos. Esse percentual subiu para 22% em
considera a população em situação de rua, 2012. Esses dados são ainda mais
sendo que tal grupo possui suas preocupantes no público feminino, visto o
especificidades, com uma tendência de aumento do uso de maneira mais precoce
maior de consumo de tais substâncias. entre as mulheres [6] . Desenvolver
estratégias voltadas para o público mais
No que tange ao uso de drogas lícitas, jovem é de fundamental relevância,
em nível mundial, o uso de tabaco é considerando que os efeitos negativos do
considerado um dos fatores mais uso sobre este grupo etário são maiores
determinantes na carga global de doenças. quando comparados a grupos mais velhos,
Com seu uso muito vinculado às questões sendo a adolescência um período crítico e
culturais, além dos prejuízos ao usuário, o de risco para o início do uso [7] . De forma
tabaco acarreta complicações àqueles associada a esse quadro é necessário
expostos à sua fumaça, denominados também refletir sobre o fato de que há
fumantes passivos. No Brasil, do ano de comorbidades associadas como, por
2006 para 2012, houve uma redução de exemplo, a depressão, que se apresenta
3,9% na prevalência de fumantes. A com maior prevalência entre abusadores de
diminuição do uso do tabaco nos últimos álcool. Identificou-se que 5% da população
anos é representativa e pode se vincular à brasileira já realizou alguma tentativa de
implementação de ações direcionadas à suicídio, destas 24% associadas ao
prevenção, tais como as limitações nas consumo de álcool, o que remete à

371
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
necessidade de atuar diretamente sobre tal 2.3. Reconhecer as diferenças entre o
realidade [8] . usuário, o dependente e o traficante de
drogas e tratá-los de forma diferenciada,
Entretanto, ainda se faz necessário o considerada a natureza, a quantidade da
olhar atento para outros grupos etários. As substância apreendida, o local e as
mortes causadas em decorrência direta do condições em que se desenvolveu a ação
uso de drogas entre a população com mais de apreensão, as circunstâncias sociais e
de 50 anos, nos anos 2000, representava pessoais e a conduta e os antecedentes do
27% e aumentou para 39% [9] em 2015, o agente, considerados obrigatoriamente em
que indica a necessidade do olhar e de conjunto pelos agentes públicos incumbidos
ações estratégias para os distintos grupos. dessa tarefa, de acordo com a legislação.

Segundo relatório da Organização 2.4. O plantio, o cultivo, a importação


Mundial da Saúde (2018) [10] , o álcool foi o e a exportação, não autorizados pela União,
7º fator de risco no mundo para anos de vida de plantas de drogas ilícitas, tais como a
perdidos e o 1º para o indicador chamado cannabis , não serão admitidos no território
DALY ( Disability-Adjusted Life Year ), que nacional.
seria a soma dos anos potenciais de vida
perdidos, devido à mortalidade prematura e 2.5. Tratar sem discriminação as
os anos de vida produtiva perdidos devido à pessoas usuárias ou dependentes de
deficiência. drogas lícitas ou ilícitas.

Dar respostas efetivas e concretas a 2.6. Conscientizar o usuário e a


estes contextos é de fundamental relevância sociedade de que o uso de drogas ilícitas
visto que a população brasileira, em quase financia atividades e organizações
sua totalidade, posiciona-se favorável à criminosas, cuja principal fonte de recursos
oferta de propostas de tratamentos gratuitos financeiros é o narcotráfico.
para o uso de álcool e outras drogas, além
da ampliação das já existentes, bem como 2.7. Garantir o direito à assistência
ao aumento da fiscalização sobre o intersetorial, interdisciplinar e transversal, a
comércio, tanto de drogas lícitas como partir da visão holística do ser humano, com
ilícitas [11] . tratamento, acolhimento, acompanhamento
e outros serviços, às pessoas com
É evidente com as informações problemas decorrentes do uso, do uso
trazidas em relação ao consumo de drogas, indevido ou da dependência do álcool e de
lícitas e ilícitas e seu contexto social, que há outras drogas.
necessidade de atualizar a legislação da
política pública sobre drogas, considerada a 2.8. As ações, os programas, os
dinamicidade deste problema de ordem projetos, as atividades de atenção, o
social, econômica e principalmente de cuidado, a assistência, a prevenção, o
saúde pública. tratamento, o acolhimento, o apoio, a mútua
ajuda, a reinserção social, os estudos, a
2. PRESSUPOSTOS DA POLÍTICA pesquisa, a avaliação, as formações e as
NACIONAL SOBRE DROGAS capacitações objetivarão que as pessoas
mantenham-se abstinentes em relação ao
2.1. Buscar incessantemente atingir o uso de drogas.
ideal de construção de uma sociedade
protegida do uso de drogas lícitas e ilícitas e 2.9. Buscar o equilíbrio entre as
da dependência de tais drogas. diversas diretrizes, que compõem de forma
intersistêmica a Política Nacional sobre
2.2. A orientação central da Política Drogas e a Política Nacional sobre o Álcool,
Nacional sobre Drogas considera aspectos nas diversas esferas da federação,
legais, culturais e científicos, especialmente, classificadas, de forma não exaustiva, em:
a posição majoritariamente contrária da
população brasileira quanto às iniciativas de a) ações de redução da demanda,
legalização de drogas. incluídas as ações de prevenção, promoção
à saúde, cuidado, tratamento, acolhimento,
apoio, mútua ajuda e reinserção social;

372
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) ações de gestão da política, álcool e de outras drogas, observada a
incluídas as ações de estudo, pesquisa, laicidade do Estado.
avaliação, formação e capacitação; e
2.16. Reconhecer a necessidade de
c) ações de redução da oferta, desenvolvimento de habilidades para a vida,
incluídas as ações de segurança pública, como forma de proteção ao uso, ao uso
defesa, inteligência, regulação de indevido e à dependência do álcool e outras
substâncias precursoras, de substâncias drogas.
controladas e de drogas lícitas, repressão
da produção não autorizada, de combate ao 2.17. Reconhecer a necessidade de
tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e conscientização do indivíduo e da
crimes conexos, inclusive por meio da sociedade em relação aos fatores de risco,
recuperação de ativos que financiem ou com ações efetivas de mitigação desses
sejam resultados dessas atividades riscos, em nível individual e coletivo.
criminosas.
2.18. Reconhecer que a assistência,
2.10. Buscar, de forma ampla, a a prevenção, o cuidado, o tratamento, o
cooperação nacional e internacional, pública acolhimento, o apoio, a mútua ajuda, a
e privada, por meio da participação de reinserção social e outros serviços e ações
fóruns sobre o tabaco e seus derivados, na área do uso, do uso indevido e da
álcool e outras drogas e do estreitamento dependência de drogas lícitas e ilícitas
das relações de colaboração técnica, precisam alcançar a população brasileira,
científica, tecnológica e financeira especialmente sua parcela mais vulnerável.
multilateral, respeitada a soberania
nacional. 2.19. Reconhecer que é necessário
tratar as causas e os fatores do uso, do uso
2.11. Reconhecer a corrupção, a indevido e da dependência do álcool e de
lavagem de dinheiro e o crime organizado outras drogas, além de promover
vinculado ao narcotráfico como as principais assistência aos afetados pelos problemas
vulnerabilidades a serem alvo das ações de deles decorrentes.
redução da oferta de drogas.
2.20. Reconhecer a necessidade de
2.12. Reconhecer a necessidade de tratar o tabagismo, o uso de álcool e de
elaboração de planos que permitam a outras drogas também como um problema
realização de ações coordenadas dos concernente à infância, à adolescência e à
órgãos vinculados à redução da oferta de juventude, de modo a evitar o início do uso,
drogas ilícitas, a fim de impedir a utilização além da assistência àqueles em uso dessas
do território nacional para o cultivo, a substâncias.
produção, a armazenagem, o trânsito e o
tráfico de tais drogas. 2.21. Reconhecer a necessidade de
novas formas de abordagem e cuidados e
2.13. Reconhecer a necessidade de do uso de tecnologias, ferramentas,
elaboração de planos que permitam a serviços e ações digitais inovadoras.
realização de ações coordenadas dos
órgãos públicos e das organizações da
2.22. Reconhecer a necessidade de
sociedade civil vinculados à redução da
alcançar o indivíduo e a sociedade, inclusive
demanda por drogas.
em formas e locais hoje inalcançados e
buscar novos meios de lhes proporcionar
2.14. Reconhecer a necessidade de informação, cuidado e assistência.
promoção e fomento dos fatores de
proteção ao uso, ao uso indevido e à 2.23. Reconhecer a importância do
dependência do álcool e de outras drogas.
desenvolvimento, do fomento e do apoio a
serviços e ações à distância, de modo a
2.15. Reconhecer o vínculo familiar, a tornar a política sobre drogas lícitas e ilícitas
espiritualidade, os esportes, entre outros, alcançável a todos, inclusive com
como fatores de proteção ao uso, ao uso possibilidade de menor custo para o Poder
indevido e à dependência do tabaco, do Público.

373
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2.24. Reconhecer a necessidade de resultado das ações, no sentido de obter
se fazer cumprir as leis e as normas sobre redução da oferta e do consumo de drogas,
drogas lícitas e ilícitas, desenvolver novas do custo social a eles relacionados e das
ações e regulamentações, especialmente consequências adversas do uso e do tráfico
aquelas relacionadas à proteção da vida, da de drogas ilícitas e do uso de drogas lícitas.
saúde, da criança, do adolescente e do
jovem, inclusive quanto à publicidade de 2.32. Buscar constantemente o
drogas lícitas e à fiscalização da sua venda, aperfeiçoamento, a eficiência, a eficácia, a
publicidade e consumo. efetividade e a transparência para os
programas, os projetos, as ações e as
2.25. Reconhecer a necessidade de iniciativas da Política Nacional sobre
políticas tributárias que disciplinem o Drogas, em especial pela mensuração
consumo, o contrabando e o descaminho de científica e administrativa de seus
drogas lícitas. processos, resultados e impactos na
sociedade.
2.26. Reconhecer a necessidade de
impor restrições de disponibilidade de 2.33. Incentivar, orientar e propor o
drogas lícitas e ilícitas. aperfeiçoamento da legislação para garantir
a implementação e a fiscalização das ações
2.27. Reconhecer a necessidade de decorrentes desta política.
capacitação e formação da rede relacionada
à Política Nacional sobre Drogas e da 2.34. Reconhecer o uso das drogas
Política Nacional sobre o Álcool, nos lícitas como fator importante na indução da
âmbitos público e privado. dependência, e que por esse motivo, deve
ser objeto de um adequado controle social,
2.28. Reconhecer a necessidade de especialmente nos aspectos relacionados à
estudos, pesquisas e avaliações das ações, propaganda, à comercialização e à
dos serviços, dos programas e das acessibilidade de populações vulneráveis,
atividades no âmbito da Política Nacional tais como crianças, adolescentes e jovens.
sobre Drogas e da Política Nacional sobre o
Álcool, nos âmbitos público e privado. 2.35. Assegurar, por meio de medidas
administrativas, legislativas e jurídicas, o
2.29. Reconhecer a necessidade de cumprimento do disposto nos
manter programas de monitoramento para art. 3º , art. 6º , art. 79 , art. 81 e art. 243 da
detecção e avaliação de novas drogas, Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -
sintéticas ou não, sua composição, efeitos, Estatuto da Criança e do Adolescente e na
danos e populações-alvo, a fim de delinear Convenção sobre os Direitos da Criança, da
ações de prevenção, tratamento e Assembleia Geral das Nações Unidas,
repressão da oferta. promulgada pelo Decreto nº 99.710, de 21
de novembro de 1990 , especialmente no
2.30. Buscar garantir, por meio do art. 17, quanto ao direito de proteção da
Conselho Nacional de Políticas sobre criança e do adolescente, inclusive nos
Drogas do Ministério da Justiça e Segurança meios de comunicação, zelando para que a
Pública, o desenvolvimento de estratégias criança, o adolescente e o jovem tenham
de planejamento e avaliação das políticas acesso a informações e materiais que visem
de educação, assistência social, saúde, promover seu bem-estar social, espiritual e
trabalho, esportes, habitação, cultura, moral e sua saúde física e mental,
trânsito e segurança pública nos campos promovendo a elaboração de diretrizes
relacionados ao tabaco e seus derivados, apropriadas a fim de proteger a criança, o
álcool e outras drogas, com uso de estudos adolescente e o jovem contra informação e
técnicos e outros conhecimentos produzidos material prejudiciais ao seu bem-estar,
pela comunidade científica. especialmente sobre drogas lícitas ou
ilícitas.
2.31. Fundamentar, no princípio da
responsabilidade compartilhada, a 2.36. Buscar assegurar à Pnad o
coordenação de esforços entre os diversos caráter de Política de Estado e garantir de
segmentos do governo e da sociedade e forma contínua, recursos orçamentários,
buscar a efetividade e a sinergia no humanos, administrativos, científicos e de

374
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
governança para o desenvolvimento de frentes de redução de oferta e redução de
suas ações. demanda).

2.37. Buscar a atuação conjunta e 3.4.1. Cabe ao Poder Público


integrada entre órgãos federais, estaduais, incentivar e fomentar estudos, pesquisas e
municipais e distritais. avaliações das políticas públicas e a
formação de profissionais que atuam na
3. OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL área.
SOBRE DROGAS
3.5. Considerar nas políticas públicas
3.1. Conscientizar e proteger a em geral as causas e os fatores
sociedade brasileira dos prejuízos sociais, relacionados ao uso, ao uso indevido e à
econômicos e de saúde pública dependência do tabaco e seus derivados, do
representados pelo uso, pelo uso indevido e álcool e de outras drogas e garantir que as
pela dependência de drogas lícitas e ilícitas. pessoas afetadas pelos problemas
decorrentes de seu uso sejam tratadas de
3.2. Conscientizar o usuário e a forma integrada e em rede, com o objetivo
sociedade de que o uso, o uso indevido e a de que se mantenham abstinentes em
dependência de drogas ilícitas financia as relação ao uso de drogas.
organizações criminosas e suas atividades,
que têm o narcotráfico como principal fonte 3.6. Promover e apoiar novas formas
de recursos financeiros. de abordagens e cuidados e o uso de
tecnologias, ferramentas, serviços e ações
digitais e inovadoras, que inclusive
3.3. Garantir o direito à assistência
proporcionem redução de custos para o
intersetorial, interdisciplinar e transversal, a
Poder Público.
partir da visão holística do ser humano, pela
implementação e pela manutenção da rede
de assistência integrada, pública e privada, 3.7. Cumprir e fazer cumprir as leis e
com tratamento, acolhimento em as normas sobre drogas lícitas e ilícitas,
comunidade terapêutica, acompanhamento, implementar as ações delas decorrentes e
apoio, mútua ajuda e reinserção social, à desenvolver ações e regulamentações,
pessoa com problemas decorrentes do uso, especialmente aquelas relacionadas à
do uso indevido ou da dependência do proteção da vida, da saúde, da criança, do
álcool e de outras drogas e a prevenção das adolescente e do jovem, inclusive quanto à
mesmas a toda a população, principalmente publicidade de drogas lícitas, à fiscalização
àquelas em maior vulnerabilidade. da venda, da publicidade, do consumo e de
restrições a sua disponibilidade.
3.4. Buscar equilíbrio entre as
diversas frentes que compõem de forma 3.8. Impor e fazer cumprir restrições
intersistêmica a Pnad, nas esferas da de disponibilidade de drogas lícitas e ilícitas.
federação, classificadas, de forma não
exaustiva, em políticas públicas de redução 3.9. Propor, manter, alterar e fazer
da demanda (prevenção, promoção e cumprir políticas tributárias a fim de inibir o
manutenção da abstinência, promoção à consumo, o tráfico e o descaminho de
saúde, cuidado, tratamento, acolhimento, drogas lícitas.
apoio, mútua ajuda, suporte social e
redução dos riscos e danos sociais e à 3.10. Promover, criar estímulos e
saúde, reinserção social) e redução de condições, e apoiar iniciativas de
oferta (ações de segurança pública, de capacitação e formação da rede da Pnad e
defesa, de inteligência, de regulação de da Política Nacional sobre o Álcool, nos
substâncias precursoras, de substâncias âmbitos público e privado.
controladas e de drogas lícitas, além de
repressão da produção não autorizada, de 3.11. Promover, criar estímulos e
combate ao tráfico de drogas, à lavagem de condições, e apoiar iniciativas de estudos,
dinheiro e crimes conexos, inclusive por pesquisas e avaliações das ações, dos
meio da recuperação de ativos que
serviços, dos programas e das atividades no
financiem atividades do Poder Público nas
âmbito da Pnad e da Política Nacional sobre
o Álcool, nos âmbitos público e privado.

375
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
3.12. Assegurar, por meio de medidas o cuidado de pessoas com uso indevido de
administrativas, legislativas e jurídicas, o álcool e outras drogas lícitas e ilícitas e com
cumprimento disposto nos dependência química, a partir de uma visão
holística do ser humano, observadas a
art. 3º , art. 6º , art. 79 , art. 81 e art. 243 da
intersetorialidade e a transversalidade das
Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança
ações.
e do Adolescente e na Convenção sobre os
Direitos da Criança, da Assembleia Geral
das Nações Unidas, promulgada pelo 3.16.1. Nesse processo, será
Decreto nº 99.710, de 1990 , especialmente considerada a multifatorialidade das causas
no art. 17, quanto ao direito de proteção da do uso, do uso indevido e da dependência
criança e do adolescente, inclusive nos das drogas lícitas e ilícitas.
meios de comunicação, zelando para que a
criança, o adolescente e o jovem tenham 3.17. Reduzir as consequências
acesso a informações e materiais que visem negativas sociais, econômicas e de saúde,
promover seu bem-estar social, espiritual e individuais e coletivas, decorrentes do uso,
moral e sua saúde física e mental, do uso indevido e da dependência de drogas
promovendo a elaboração de diretrizes lícitas e ilícitas.
apropriadas a fim de proteger a criança, o
adolescente e o jovem contra informação e 3.18. Promover a estratégia de busca
material prejudiciais ao seu bem-estar, de abstinência de drogas lícitas e ilícitas
especialmente das drogas lícitas ou ilícitas. como um dos fatores de redução dos
problemas sociais, econômicos e de saúde
3.13. Assegurar políticas públicas decorrentes do uso, do uso indevido e da
para redução da oferta de drogas, por meio dependência das drogas lícitas e ilícitas.
de atuação coordenada, cooperativa e
colaborativa dos integrantes do Sistema 3.19. Difundir o conhecimento sobre
Único de Segurança Pública - Susp e de os crimes, os delitos e as infrações
outros órgãos responsáveis pela relacionados às drogas ilícitas e lícitas, a fim
persecução criminal nos entes federativos, de prevenir e coibir sua prática, por meio da
incluída a realização de ações repressivas e implementação e da efetivação de políticas
processos criminais contra os responsáveis públicas voltadas para a melhoria da
pela produção e pelo tráfico de substâncias qualidade de vida do cidadão.
proscritas, de acordo com o previsto na
legislação. 3.20. Combater o tráfico de drogas e
os crimes conexos, no território nacional,
3.14. Educar, informar, capacitar e com ênfase às áreas de fronteiras terrestres,
formar pessoas, em todos os segmentos aéreas e marítimas e ao crime organizado
sociais, para a ação efetiva e eficaz nas vinculado ao narcotráfico.
reduções de oferta e demanda, com base
em conhecimentos científicos validados e 3.21. Assegurar, de forma contínua e
experiências bem-sucedidas, adequadas à permanente, o combate à corrupção e à
realidade nacional, apoiando e fomentando lavagem de dinheiro, como forma de
serviços e instituições, públicas ou privadas estrangular o fluxo lucrativo da atividade
atuantes na área da capacitação e ilegal que diz respeito ao tráfico de drogas.
educação continuada relacionadas ao uso,
ao uso indevido e à dependência do tabaco
3.22. Manter e atualizar
e seus derivados, do álcool e de outras
continuamente o Observatório Brasileiro de
drogas.
Informações sobre Drogas - OBID para
fundamentar o desenvolvimento de
3.15. Conhecer, sistematizar, divulgar programas e de intervenções dirigidas à
e apoiar iniciativas, ações e campanhas de redução de demanda (prevenção,
prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas tratamento, acolhimento, apoio, mútua
em uma rede operativa, com a finalidade de ajuda e reinserção social), redução de oferta
ampliar sua abrangência e eficácia. de drogas, resguardados o sigilo, a
confidencialidade e observados os
3.16. Regulamentar, avaliar e procedimentos éticos de pesquisa e
acompanhar o tratamento, o acolhimento armazenamento de dados.
em comunidade terapêutica, a assistência e

376
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
3.23. Garantir eficiência, eficácia, para outros órgãos componentes do Sisnad,
cientificidade e rigor metodológico às para implementação da Pnad, com
atividades de redução de demanda e de utilização dos recursos decorrentes de
oferta, por meio da promoção, de forma apreensão e do perdimento, em favor da
sistemática, de levantamentos, pesquisas e União, de bens, de direitos e de valores
avaliações a serem realizados objetos de tráfico ilícito de drogas e outros
preferencialmente por órgãos de referência recursos destinados ao Funad.
na comunidade científica e de órgãos que
sejam formalmente reconhecidos como 3.29. Atuar de forma conjunta e
centros de excelência ou de referência nas integrada entre órgãos federais, estaduais,
áreas de tratamento, acolhimento, municipais e distritais.
recuperação, apoio e mútua ajuda,
reinserção social, prevenção, capacitação e 3.30. Propor e manter normas
formação, público ou de organizações da severas para os causadores de acidentes de
sociedade civil sem fins lucrativos. trânsito ou do trabalho decorrentes do uso
de drogas lícitas ou ilícitas.
3.24. Garantir a realização de estudos
e pesquisas com vistas à inovação de
4. PREVENÇÃO
métodos e programas de redução de
demanda e de oferta.
4.1. Orientação geral
3.25. Garantir a harmonia da Pnad
com outras políticas públicas vinculadas ao 4.1.1. A efetiva prevenção ao uso de
tema, tais como, a Política Nacional de tabaco e seus derivados, de álcool e de
Controle do Tabaco, a Política Nacional de outras drogas é fruto do comprometimento,
Álcool, a Política Nacional de Saúde Mental da cooperação e da parceria entre os
e a Política Nacional de Segurança Pública diferentes segmentos da sociedade
e Defesa Social. brasileira e dos órgãos da administração
pública federal, estadual, distrital e
municipal, fundamentada na filosofia da
3.26. Quanto à Política Nacional de
responsabilidade compartilhada, com a
Controle do Tabaco, deverão ser tomadas
construção de redes que visem à melhoria
as medidas administrativas, jurídicas e
das condições de vida e promoção geral da
legislativas necessárias para que as
saúde da população, da promoção de
restrições hoje existentes para os produtos habilidades sociais e para a vida, o
do tabaco em geral, inclusive quanto às fortalecimento de vínculos interpessoais, a
advertências e imagens de impacto dos
promoção dos fatores de proteção ao uso do
malefícios causados pelo tabaco e seus
tabaco e de seus derivados, do álcool e de
derivados sejam aplicadas e cumpridas em
outras drogas e da conscientização e
relação a seus derivados, incluído o
proteção dos fatores de risco.
narguilé, com rigorosa fiscalização para
aplicação das leis e das normas
estabelecidas, especialmente quanto à 4.1.2. A execução da Pnad, no campo
proteção da criança, do adolescente e do da prevenção, deve ser realizada nos níveis
jovem contra a informação e o material federal, estadual, distrital e municipal, com o
prejudicial ao seu bem-estar e à sua saúde. apoio dos conselhos nacional, estaduais,
distrital e municipais de políticas públicas
sobre drogas e da sociedade civil
3.27. Garantir o caráter
organizada, adequada às peculiaridades
intersistêmico, intersetorial, interdisciplinar e
locais e com a priorização das comunidades
transversal do Sistema Nacional de Políticas
mais vulneráveis, identificadas por
sobre Drogas - Sisnad, por meio de sua diagnósticos que considerem estudos
articulação com outros sistemas de políticas técnicos, indicadores sociais e literatura
públicas, tais como o Sistema Único de
científica.
Saúde - SUS, o Sistema Único de
Assistência Social - SUAS, o Sistema Único
de Segurança Pública - Susp, entre outros. 4.1.2.1. Os Municípios, os Estados e
o Distrito Federal devem ser incentivados
pelo Governo federal a instituir, fortalecer e
3.28. Garantir recursos orçamentários
divulgar os seus conselhos sobre drogas.
para o Fundo Nacional Antidrogas - Funad e

377
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
4.1.3. As ações preventivas devem 1990 , especialmente no art. 17, quanto ao
ser pautadas em princípios éticos e de direito de proteção da criança e do
pluralidade cultural, orientadas para a adolescente, inclusive nos meios de
promoção de valores voltados à saúde comunicação, zelar para que a criança, o
física, mental e social, individual e coletiva, adolescente e o jovem tenham acesso a
ao bem-estar, à integração socioeconômica, informações e materiais que visem
à formação e fortalecimento de vínculos promover seu bem-estar social, espiritual e
familiares, sociais e interpessoais, à moral e sua saúde física e mental e
promoção de habilidades sociais e para a promover a elaboração de diretrizes
vida, da espiritualidade, à valorização das apropriadas a fim de proteger crianças,
relações familiares e à promoção dos adolescentes e jovens contra informação e
fatores de proteção ao uso do tabaco e seus material prejudiciais ao seu bem-estar,
derivados, do álcool e de outras drogas, especialmente sobre drogas lícitas e
considerados os diferentes modelos, em ilícitas.
uma visão holística do ser humano, com
vistas à promoção e à manutenção da 4.1.8. O tabagismo, o uso de álcool e
abstinência. de outras drogas devem ser tratados como
um problema concernente à infância, à
4.1.4. As ações preventivas devem adolescência e à juventude, de modo a
ser planejadas e direcionadas ao evitar o início do uso, além de garantir o
desenvolvimento humano, ao incentivo da tratamento, a assistência e o cuidado
educação para a vida saudável e à àqueles já em uso dessas substâncias.
qualidade de vida, ao fortalecimento dos
mecanismos de proteção do indivíduo, ao 4.2. Diretrizes
acesso aos bens culturais, à prática de
esportes, ao lazer, ao desenvolvimento da
4.2.1. Garantir aos pais ou
espiritualidade, à promoção e manutenção
responsáveis, representantes de entidades
da abstinência, ao acesso ao conhecimento
governamentais e não-governamentais,
sobre drogas com embasamento científico,
iniciativa privada sem fins lucrativos,
considerada a participação da família, da educadores, religiosos, líderes estudantis e
escola e da sociedade na multiplicação das comunitários, conselheiros federais,
ações. estaduais, distritais e municipais e outros
atores sociais, capacitação continuada
4.1.5. As mensagens utilizadas em direta, ou por meio de instituições públicas
campanhas e programas educacionais e ou privadas sem fins lucrativos, sobre
preventivos devem ser claras, atualizadas e prevenção do uso de drogas lícitas e ilícitas,
baseadas em evidências científicas, com vistas ao engajamento no apoio às
consideradas as especificidades do público- atividades preventivas com base na filosofia
alvo, as diversidades culturais, a da responsabilidade compartilhada,
vulnerabilidade de determinados grupos inclusive com a utilização de plataformas
sociais, incluído o uso de tecnologias e online, à distância e a formalização de
ferramentas digitais inovadoras. parcerias no âmbito do Poder Público e com
as organizações da sociedade civil sem fins
4.1.6. As políticas e as ações de lucrativos.
prevenção devem estimular a regulação do
horário e de locais de venda de drogas 4.2.2. Dirigir ações de educação
lícitas e a tributação de preços como fatores preventiva, inclusive em parcerias públicas
inibidores de consumo, além da restrição da ou com entidades privadas sem fins
publicidade de tais drogas. lucrativos, de forma continuada, com foco no
indivíduo e em seu contexto sociocultural, a
4.1.7. Deve ser assegurado, por meio partir da visão holística do ser humano e
de medidas administrativas, legislativas e buscar de forma responsável e em
jurídicas, o cumprimento do disposto nos conformidade com as especificidades de
cada público-alvo:
art. 3º , art. 6º , art. 79 , art. 81 e art. 243 do
Estatuto da Criança e do Adolescente e na
Convenção sobre os Direitos da Criança, a) desestimular seu uso inicial;
da Assembleia Geral das Nações Unidas,
promulgada pelo Decreto nº 99.710, de b) promover a abstinência; e

378
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
c) conscientizar e incentivar a adolescente tenham acesso a informações
diminuição dos riscos associados ao uso, ao e materiais que visem promover seu bem-
uso indevido e à dependência de drogas estar social, espiritual e moral e sua saúde
lícitas e ilícitas. física e mental e promover a elaboração de
diretrizes apropriadas a fim de proteger a
4.2.3. Dirigir esforço especial para criança, o adolescente e o jovem contra
crianças, adolescentes e jovens, com vistas informação e material prejudiciais ao seu
à garantia dos direitos destas a uma vida bem-estar, especialmente sobre drogas
saudável e à prevenção ao consumo de lícitas e ilícitas.
drogas, em faixas etárias sabidamente de
maior risco, inclusive com apoio a iniciativas 4.2.9. Fazer cumprir as leis e as
e serviços de instituições públicas e normas sobre drogas lícitas e ilícitas,
privadas sem fins lucrativos. implementar ações decorrentes e
desenvolver novas ações e
4.2.4. Promover e apoiar ações de regulamentações, especialmente aquelas
prevenção que visem à melhoria das relacionadas à proteção da vida, da saúde,
condições de vida e promoção geral da principalmente da criança, do adolescente e
saúde e à promoção de habilidades sociais do jovem, inclusive quanto à publicidade de
e para a vida, o fortalecimento de vínculos drogas lícitas, à fiscalização da venda, da
interpessoais, a promoção dos fatores de publicidade e do consumo, à redução do
proteção ao uso do tabaco e seus derivados, horário e de locais de disponibilidade de
do álcool e de outras drogas e a drogas lícitas, à sua tributação de preços
conscientização e proteção contra os como fatores inibidores de consumo.
fatores de risco.
4.2.10. Promover e apoiar ações
4.2.5. Promover e apoiar ações que específicas para a população em situação
promovam o vínculo familiar, o de rua, indígenas e gestantes, que visem à
desenvolvimento da espiritualidade e a prevenção e à proteção da vida e à
prática de esportes, entre outras, como promoção da saúde, por meio de ações e da
fatores de proteção ao uso de tabaco e seus constituição de serviços em instituições
derivados, de álcool e de outras drogas. públicas e privadas sem fins lucrativos.

4.2.6. Considerar as causas e os 4.2.11. Promover, estimular e apoiar


fatores relacionados ao uso, ao uso indevido a capacitação continuada, inclusive pela
e à dependência do tabaco e seus formação de parcerias com o Poder Público
derivados, de álcool e de outras drogas na e as organizações da sociedade civil sem
formulação de ações, atividades e fins lucrativos, o trabalho interdisciplinar e
programas preventivos. multiprofissional, com a participação dos
atores sociais envolvidos no processo,
4.2.7. Tratar as ações preventivas possibilitando que se tornem
multiplicadores, com o objetivo de ampliar,
relativas ao tabagismo e ao uso de álcool e
articular e fortalecer as redes sociais, com
de outras drogas também como um
vistas ao desenvolvimento integrado de
problema concernente à infância, à
programas de promoção geral à saúde e de
adolescência e à juventude, de modo a
prevenção ao uso de tabaco e seus
evitar o início do uso de tais substâncias.
derivados, álcool e outras drogas.
4.2.8. Assegurar, por meio de
4.2.12. Manter, atualizar e divulgar de
medidas administrativas, legislativas e
forma sistematizada e contínua informações
jurídicas, o cumprimento do disposto nos
de prevenção sobre o uso de drogas lícitas
art. 3º , art. 6º , art. 79 , art. 81 e art. 243 do e ilícitas, integrado ao OBID, acessível à
Estatuto da Criança e do Adolescente e na sociedade, de forma a favorecer a
Convenção sobre os Direitos da Criança, formulação e a implementação de ações de
da Assembleia Geral das Nações Unidas, prevenção, incluído o mapeamento e a
promulgada pelo Decreto nº 99.710, de divulgação de boas práticas existentes no
1990 , especialmente no art. 17, quanto ao Brasil e em outros países, avaliadas em
direito de proteção da criança e do termos de eficácia e efetividade.
adolescente, inclusive nos meios de
comunicação, zelar para que a criança e o

379
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
4.2.13. Incluir processo de avaliação outra ordem, para que empresas e
permanente dos programas, projetos, ações instituições desenvolvam ações de caráter
e iniciativas de prevenção realizadas pelos preventivo sobre o uso de drogas lícitas e
Governos federal, estaduais, distrital e ilícitas, inclusive para pessoas jurídicas que
municipais, observadas as especificidades admitam em seus quadros profissionais
regionais e locais. egressos de sistema de tratamento,
acolhimento, recuperação, apoio e
4.2.14. Fundamentar campanhas e reinserção de dependentes do álcool e
programas de prevenção ao uso de tabaco outras drogas.
e seus derivados, álcool e outras drogas em
pesquisas e levantamentos sobre o uso de 5. TRATAMENTO, ACOLHIMENTO,
drogas lícitas e ilícitas e suas RECUPERAÇÃO, APOIO, MÚTUA AJUDA
consequências, de acordo com a E REINSERÇÃO SOCIAL
população-alvo, respeitadas as
características regionais e as peculiaridades 5.1. Orientação Geral
dos diversos segmentos populacionais.
5.1.1. O Estado deve estimular,
4.2.15. Buscar, de forma ampla, a garantir e promover ações para que a
cooperação nacional e internacional, pública sociedade, incluídos os usuários, os
e privada sem fins lucrativos, participar de dependentes, os familiares e as populações
fóruns sobre o tabaco e seus derivados, o específicas, possa assumir com
álcool e outras drogas e estreitar as relações responsabilidade ética o tratamento, o
de colaboração técnica, científica, acolhimento, a recuperação, o apoio, a
tecnológica e financeira multilateral, mútua ajuda e a reinserção social, apoiada
respeitando a soberania nacional. técnica e financeiramente pelos órgãos da
administração pública na abordagem do uso
4.2.16. Promover e apoiar novas indevido e da dependência do tabaco e seus
formas de abordagem e cuidados, o uso de derivados, do álcool e de outras drogas.
tecnologias, ferramentas, serviços e ações
digitais inovadoras. 5.1.1.1. Tais ações podem ser
executadas diretamente pelo Poder Público,
4.2.17. Propor a inclusão, na nos níveis federal, estadual, distrital e
educação básica, média e superior, de municipal, e pelas organizações não-
conteúdos relativos à prevenção do uso de governamentais sem fins lucrativos.
drogas lícitas e ilícitas, com ênfase na
promoção da vida, da saúde, na promoção 5.1.2. As ações de tratamento,
de habilidades sociais e para a vida, acolhimento, recuperação, apoio, mútua
formação e fortalecimento de vínculos, ajuda e reinserção social serão vinculadas a
promoção dos fatores de proteção às pesquisas científicas, deverão avaliar,
drogas, conscientização e proteção contra incentivar e multiplicar as políticas que
os fatores de risco. tenham obtido resultados efetivos, com
garantia de alocação de recursos técnicos e
4.2.18. Priorizar ações financeiros, para a realização dessas
interdisciplinares e contínuas, de caráter práticas e pesquisas na área, e promoverão
preventivo e educativo na elaboração de o aperfeiçoamento do adequado cuidado
programas de saúde para o trabalhador e das pessoas com uso abusivo e
seus familiares, e oportunizar a prevenção dependência de drogas lícitas e ilícitas, em
do uso de tabaco e seus derivados, de uma visão holística do ser humano, com
álcool e de outras drogas, no ambiente de vistas à promoção e à manutenção da
trabalho ou fora dele, em todos os turnos, abstinência.
com vistas à melhoria da qualidade de vida
e à segurança nas empresas e fora delas, 5.1.3. No Orçamento Geral da União
baseadas no processo da responsabilidade devem ser previstas dotações
compartilhada, tanto do empregado como orçamentárias, em todos os ministérios
do empregador. responsáveis pelas ações da Pnad e da
Política Nacional sobre o Álcool, que serão
4.2.19. Recomendar a criação de distribuídas com base em avaliação das
mecanismos de incentivos, fiscais ou de necessidades específicas para a área de

380
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tratamento, acolhimento, recuperação, recuperação e à reinserção social, em
apoio, mútua ajuda e reinserção social, para quaisquer modelos ou formas de atuação,
estimular a responsabilidade compartilhada monitorar e fiscalizar o cumprimento dessas
entre o governo e a sociedade. normas, respeitado o âmbito de atuação de
cada instituição, a partir de uma visão
5.1.4. Promover e garantir a holística do ser humano, observadas a
articulação e a integração das intervenções intersetorialidade e a transversalidade das
para tratamento, recuperação, reinserção ações.
social, por meio das Unidades Básicas de
Saúde, Ambulatórios, Centros de Atenção 5.2.2.1. Nesse processo, será
Psicossocial, Unidades de Acolhimento, considerada a multifatorialidade das causas
Comunidades Terapêuticas, Hospitais do uso, do uso indevido e da dependência
Gerais, Hospitais Psiquiátricos, Hospitais- das drogas lícitas e ilícitas e com vistas à
Dia, Serviços de Emergências, Corpo de promoção e à manutenção da abstinência.
Bombeiros, Clínicas Especializadas, Casas
de Apoio e Convivência, Moradias 5.2.3. Estabelecer procedimentos de
Assistidas, Grupos de Apoio e Mútua Ajuda, avaliação para as intervenções terapêuticas
com o Sisnad, o SUS, o SUAS, o Susp e e de recuperação, com base em parâmetros
outros sistemas relacionados para o usuário comuns, de forma a permitir a comparação
e seus familiares, por meio de distribuição de resultados entre as diversas formas de
de recursos técnicos e financeiros por parte intervenção, as suas ações e os serviços
do Estado, nas esferas federal, estadual, ofertados.
distrital e municipal.
5.2.4. Desenvolver, adaptar e
5.1.5. A capacitação continuada, implementar diversas modalidades de
avaliada e atualizada dos setores tratamento, acolhimento, recuperação,
governamentais e não-governamentais apoio, mútua ajuda e reinserção social dos
envolvidos com tratamento, acolhimento, dependentes do tabaco e seus derivados,
recuperação, apoio, mútua ajuda e do álcool e de outras drogas, inclusive seus
reinserção social dos usuários, familiares, às características específicas
dependentes químicos e seus familiares dos diferentes grupos, incluídos crianças e
deve ser garantida, com uso de recursos adolescentes, adolescentes em medida
financeiros da União, dos Estados, dos socioeducativa, mulheres, homens,
Municípios e do Distrito Federal, com o população LGBTI, gestantes, idosos,
objetivo de multiplicar os conhecimentos na moradores de rua, pessoas em situação de
área. risco social, portadores de comorbidades,
população carcerária e egressos,
5.2. Diretrizes trabalhadores do sexo e populações
indígenas, por meio de recursos técnicos e
5.2.1. Desenvolver e disponibilizar financeiros.
banco de dados, com informações
científicas atualizadas, para subsidiar o 5.2.5. Estimular e apoiar, inclusive
planejamento e a avaliação das práticas de financeiramente, o trabalho de comunidades
prevenção, tratamento, recuperação, terapêuticas, de adesão e permanência
acolhimento, apoio, mútua ajuda e voluntárias pelo acolhido, de caráter
reinserção social sob a responsabilidade de residencial e transitório, inclusive entidades
órgãos públicos, privados ou de que as congreguem ou as representem.
organizações não-governamentais sem fins
lucrativos, e as informações serão de 5.2.6. Estimular e apoiar, inclusive
abrangência regional, estadual, municipal e financeiramente, o aprimoramento, o
distrital ou, se necessário, serão desenvolvimento e a estruturação física e
georreferenciadas, com ampla divulgação, funcional das Comunidades Terapêuticas e
fácil acesso e resguardado o sigilo das de outras entidades de tratamento,
informações. acolhimento, recuperação, apoio e mútua
ajuda, reinserção social, de prevenção e de
5.2.2. Definir normas mínimas que capacitação continuada.
regulem o funcionamento de instituições
dedicadas ao tratamento, ao acolhimento, à

381
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
5.2.7. Estimular o trabalho de 5.2.14. Desenvolver novos modelos
instituições residenciais de apoio provisório, de assistência e cuidado, por meio de
criadas como etapa intermediária na credenciamento de entidades públicas ou
recuperação, dedicadas à reinserção social privadas sem fins lucrativos, de modo a
e ocupacional após período de intervenção permitir que esse serviço possa atingir a
terapêutica aguda. população nos diferentes pontos do território
nacional, incluídas propostas para
5.2.8. Propor, por meio de atendimentos de públicos-alvo
dispositivos legais, incluídos incentivos diferenciados, com apoio financeiro.
fiscais, o estabelecimento de parcerias e de
convênios que envolvam os governos 5.2.15. Estimular e apoiar o
federal, estaduais, municipais e distrital e desenvolvimento de novas formas de
que possibilitem a atuação de instituições e grupos de apoio e mútua ajuda, inclusive
organizações públicas, não-governamentais virtuais, de modo a atingir o público-alvo no
ou privadas sem fins lucrativos, que seu próprio território, com foco na autonomia
contribuam no tratamento, no acolhimento, do usuário, quando possível, para escolha
na recuperação, no apoio e na mútua ajuda, da melhor forma de receber assistência à
na reinserção social, na prevenção e na sua demanda, mediante plataformas e
capacitação continuada. formas próprias.

5.2.9. Estimular e apoiar ações e 6. REDUÇÃO DA OFERTA


serviços destinados a pessoas reclusas, ex-
apenados ou sujeitos a penas 6.1. Orientação Geral
administrativas.
6.1.1. A redução substancial dos
5.2.10. Garantir a destinação parcial crimes relacionados ao tráfico de drogas
dos recursos provenientes das ilícitas, ao uso de tais substâncias e ao uso
arrecadações do Funad, composto por de drogas lícitas, responsáveis pelo alto
recursos advindos da apropriação de bens e índice de violência no País, deve
valores apreendidos em decorrência do proporcionar melhoria nas condições de
crime do narcotráfico, para tratamento, segurança das pessoas.
acolhimento, recuperação, apoio e mútua
ajuda, reinserção social, prevenção, 6.1.2. Ações contínuas de combate à
educação continuada. corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime
organizado e de gestão de ativos criminais
5.2.11. Propor que a Agência vinculados ao narcotráfico serão
Nacional de Saúde Suplementar regule o consideradas as principais questões a
atendimento assistencial em saúde para os serem alvo das ações de redução da oferta.
transtornos mentais ou por abuso de
substâncias psicotrópicas, de modo a
6.1.3. Meios adequados serão
garantir tratamento tecnicamente adequado
assegurados à promoção da saúde e à
previsto na Política Nacional de Saúde
preservação das condições de trabalho e da
Mental e na Pnad.
saúde física e mental dos profissionais de
segurança pública, incluída a assistência
5.2.12. Estimular e apoiar, inclusive jurídica, em especial pelo Sistema Integrado
financeiramente, a Rede Nacional de de Educação e Valorização Profissional -
Mobilização Comunitária e Apoio a Sievap.
Familiares de Dependentes de Drogas, em
articulação com grupos e entidades da 6.1.4. As ações contínuas de
sociedade civil de reconhecida atuação repressão serão promovidas para redução
nesta área. da oferta das drogas ilegais e seu uso, para
erradicação e apreensão permanentes de
5.2.13. Estimular e apoiar, inclusive tais substâncias produzidas no território
financeiramente, entidades dedicadas à nacional ou estrangeiro, para bloqueio do
formação, à capacitação e ao suporte a ingresso das drogas oriundas do exterior,
grupos de apoio e mútua ajuda e seus destinadas ao consumo interno ou ao
facilitadores ou moderadores. mercado internacional, para identificação e
desmantelamento das organizações

382
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
criminosas e para gestão de ativos criminais promover o planejamento integrado e
apreendidos por meio das ações de redução coordenado das ações repressivas dos
da oferta. diferentes órgãos, disponibilizar tais
informações aos entes federativos e atender
6.1.5. A coordenação, a promoção e às solicitações de organismos nacionais e
a integração das ações dos setores internacionais com os quais o País mantém
governamentais, responsáveis pelas acordos.
atividades de prevenção e repressão ao
tráfico de drogas ilícitas, nos níveis de 6.2.3. Estimular operações
governo, orientarão a todos que possam repressivas e assegurar condições técnicas
apoiar, aprimorar e facilitar este trabalho. e financeiras, para ações integradas entre
os órgãos federais, estaduais, municipais e
6.1.6. A execução da Pnad deve distritais, responsáveis pela redução da
estimular e promover a participação e o oferta, coordenadas de acordo com os
engajamento de organizações não- princípios do Susp, sem relação de
governamentais e dos setores organizados subordinação, com o objetivo de prevenir e
da sociedade, de forma harmônica com as combater os crimes relacionados às drogas,
diretrizes governamentais. inclusive do combate à corrupção, à
lavagem de dinheiro e ao crime organizado
vinculado ao narcotráfico, como alvo das
6.1.7. As ações dos integrantes do
ações de redução da oferta.
Susp, do Conselho de Controle de
Atividades Financeiras do Ministério da
Justiça e Segurança Pública, do 6.2.4. Incrementar a cooperação
Departamento de Recuperação de Ativos e internacional, estabelecer e reativar
Cooperação Jurídica Internacional da protocolos e ações coordenadas e fomentar
Secretaria Nacional de Justiça do Ministério a harmonização de suas legislações,
da Justiça e Segurança Pública, da especialmente com os países vizinhos, em
Secretaria Especial da Receita Federal do consonância com os pressupostos, as
Ministério da Economia, da Agência orientações gerais e as diretrizes fixados na
Nacional de Vigilância Sanitária e dos Pnad relativo à redução da oferta,
demais setores governamentais com observada a soberania nacional.
responsabilidade na redução da oferta
devem receber irrestrito apoio na execução 6.2.5. Apoiar a realização de ações
de suas atividades. dos órgãos responsáveis pela investigação,
fiscalização e controle nas esferas federal,
6.1.8. É necessária a interação estadual e municipal e distrital, para impedir
permanente entre os órgãos do Sisnad, o que bens e recursos provenientes do tráfico
Poder Judiciário e o Ministério Público, por de drogas sejam legitimados no Brasil e no
meio dos órgãos competentes, com vistas a exterior.
agilizar a implementação da tutela cautelar,
com o objetivo de evitar a deterioração dos 6.2.6. Planejar e adotar medidas para
bens apreendidos. tornar a repressão eficaz e cuidar para que
as ações de fiscalização e investigação
6.2. Diretrizes sejam harmonizadas, mediante a
concentração dessas atividades dentro da
jurisdição penal em que o Poder Judiciário e
6.2.1. Conscientizar e estimular a
a Polícia repressiva disponham de recursos
colaboração espontânea e segura das
técnicos, financeiros e humanos adequados
pessoas e das instituições cujos órgãos
para promover e sustentar a ação contínua
sejam encarregados da prevenção e da
repressão ao tráfico de drogas, garantido o de desmonte das organizações criminosas e
anonimato. de apreensão, destinação e destruição do
estoque de suas drogas, ativos e
mercadorias correlatas.
6.2.2. Centralizar, por meio do
Sistema Nacional de Informações de
6.2.7. Manter fluxo de informações
Segurança Pública, Prisionais, de
Rastreabilidade de Armas e Munições, de entre a Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas do Ministério da Justiça e
Material Genético, de Digitais e de Drogas -
Segurança Pública e os integrantes do Susp
Sinesp, informações que permitam

383
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sobre os bens móveis, imóveis e financeiros membros do Poder Judiciário e do Ministério
apreendidos de narcotraficantes, a fim de Público, com funções nas áreas de
agilizar sua utilização ou alienação, por via prevenção e repressão ao tráfico de drogas
da tutela cautelar ou de sentença com ilícitas em todos os níveis de governo e
trânsito em julgado. estimular a criação de departamentos
especializados nas atividades de combate
6.2.8. Priorizar as ações de combate às drogas no território nacional.
às drogas ilícitas vinculadas ao crime
organizado, em especial nas regiões com 6.2.16. Estruturar, no âmbito do
maiores indicadores de homicídios. Sisnad, sistema de alerta rápido para novas
drogas, e estimular as universidades e
6.2.9. Controlar e fiscalizar, por meio outras instituições de pesquisa, públicas ou
dos órgãos competentes dos Ministérios da privadas, a pesquisar novas drogas, em
Justiça e Segurança Pública, da Saúde e da relação à sua composição, potencial de
Economia e das Secretarias de Fazenda ação, potencial tóxico, agravos à saúde e
estaduais, municipais e distrital, o comércio dependência química, entre outros.
e o transporte de insumos que possam ser
utilizados para produzir drogas, sintéticas ou 7. ESTUDOS, PESQUISAS E
não. AVALIAÇÕES

6.2.10. Coibir o plantio e cultivo, não 7.1. Orientações gerais


autorizado pela União, de plantas de drogas
ilícitas, tais como as do gênero cannabis . 7.1.1. Meios necessários serão
garantidos para estimular, fomentar, realizar
6.2.11. Estimular e assegurar a e assegurar, com a participação das
coordenação e a integração entre os instâncias federal, estadual, municipal e
membros do Susp vinculados ao Sisnad, distrital e de entidades não-governamentais
para o aperfeiçoamento das políticas, das sem fins lucrativos, o desenvolvimento
estratégias e das ações comuns de combate permanente de estudos, pesquisas e
ao narcotráfico e aos crimes conexos. avaliações, que permitam aprofundar o
conhecimento sobre drogas lícitas e ilícitas,
6.2.12. Promover e incentivar as a extensão do consumo e sua evolução, a
ações de desenvolvimento sustentável de prevenção do uso, da repressão, do
forma a diminuir o peso da vulnerabilidade tratamento, do acolhimento, da
econômica e social como fator de risco para recuperação, do apoio e mútua ajuda,
o envolvimento no narcotráfico. reinserção social, capacitação e formação,
observados os preceitos éticos envolvidos.
6.2.13. Estabelecer, de forma
harmônica, planos, objetivos e metas 7.1.2. Meios necessários serão
comuns para os componentes do Sisnad e garantidos à realização de estudos, análises
do Susp responsáveis por ações de redução e avaliações sobre as práticas das
da demanda, que considerem o conjunto da intervenções públicas e privadas, nas áreas
Pnad e da Política Nacional de Segurança de prevenção do uso, do uso indevido e da
Pública e Defesa Social, em especial dados dependência de drogas, repressão,
criminais, epidemiológicos e de inteligência. tratamento, acolhimento, recuperação,
apoio e mútua ajuda, reinserção social,
6.2.14. Assegurar, por meio de capacitação e formação e redução da oferta
e os resultados orientarão a continuidade ou
avaliação de resultados, recursos
orçamentários no âmbito da União, dos a reformulação dessas práticas.
Estados e do Distrito Federal para o
aparelhamento das polícias especializadas 7.2. Diretrizes
na repressão às drogas e estimular
mecanismos de integração e coordenação 7.2.1. Promover e realizar, periódica e
dos órgãos que possam prestar apoio regularmente, levantamentos abrangentes e
adequado às suas ações. sistemáticos sobre o consumo de drogas
lícitas e ilícitas, incentivar e fomentar a
6.2.15. Intensificar a capacitação dos realização de pesquisas dirigidas à
profissionais de Segurança Pública, dos sociedade, considerada a extensão

384
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
territorial do País e as características [4] INCA Instituto Nacional de Câncer José
regionais, culturais e sociais, além daquelas Alencar Gomes da Silva. Quanto Custa
voltadas para populações específicas, por Receber Doações da Industria do Tabaco?
meio de instituições públicas ou privadas Edição: Setor de Edição e Informação
sem fins lucrativos. Técnico-Científica / INCA. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.loc
7.2.2. Incentivar e fomentar a al/files//media/document//quanto-custa-
realização de pesquisas básicas, receber-doacoes-da-industria-do-
epidemiológicas, qualitativas e de inovações tabaco.pdf
tecnológicas, desenvolvidas por
organizações governamentais e não- [5] INCA Instituto Nacional de Câncer José
governamentais sem fins lucrativos, sobre Alencar Gomes da Silva. Uso de narguilé:
os determinantes e condicionantes de riscos efeitos sobre a saúde, necessidades de
e agravos das drogas, o conhecimento pesquisa e ações recomendadas para
sobre as drogas lícitas e ilícitas, a extensão legisladores. MINISTÉRIO DA SÁUDE. 2ª
do consumo e sua evolução, a prevenção do edição. Rio de Janeiro, 2017.
uso, a repressão, o tratamento, o
acolhimento, a recuperação, o apoio, a [6] II Levantamento Nacional de Álcool e
mútua ajuda e a reinserção social. Drogas – LENAD. Disponível em:
https://inpad.org.br/wp-
7.2.3. Assegurar, por meio de content/uploads/2014/03/Lenad-II-
pesquisas, a identificação de princípios Relat%C3%B3rio.pdf
norteadores de programas preventivos e
terapêuticos. [7] Relatório Mundial sobre Drogas 2018 –
UNODC. Disponível em:
7.2.4. Garantir que sejam divulgados http://www.unodc.org/wdr2018/index.html
por meio do OBID e por meio de
comunicação impresso, as pesquisas, os [8] II Levantamento Nacional de Álcool e
levantamentos e as avaliações referentes Drogas – LENAD. Disponível em:
ao uso do tabaco e seus derivados, do https://inpad.org.br/wp-
álcool e de outras drogas, contratados pelo content/uploads/2014/03/Lenad-II-
governo federal, e outros trabalhos Relat%C3%B3rio.pdf
nacionais e internacionais de relevantes,
que permitam aperfeiçoar uma rede de [9] Relatório Mundial sobre Drogas 2018 –
informações confiáveis para subsidiar o UNODC. Disponível em:
intercâmbio com instituições regionais,
http://www.unodc.org/wdr2018/index.html
nacionais e estrangeiras, além de
organizações multinacionais similares.
[10] Relatório Mundial sobre Drogas 2018 –
UNODC. Disponível em:
[1] Relatório Mundial sobre Drogas 2018 –
http://www.unodc.org/wdr2018/index.html
UNODC. Disponível em:
http://www.unodc.org/wdr2018/index.html
[11] II Levantamento Nacional de Álcool e
Drogas – LENAD. Disponível em:
[2] Relatório Mundial sobre Drogas 2018 –
https://inpad.org.br/wp-
UNODC. Disponível em:
content/uploads/2014/03/Lenad-II-
http://www.unodc.org/wdr2018/index.html
Relat%C3%B3rio.pdf

[3] INCA Instituto Nacional de Câncer José


Alencar Gomes da Silva. Uso de narguilé: *
efeitos sobre a saúde, necessidades de
pesquisa e ações recomendadas para
legisladores. MINISTÉRIO DA SÁUDE. 2ª
edição. Rio de Janeiro, 2017.

385
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 7.602, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2011 - Dispõe sobre a Política
Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho

Dispõe sobre a Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho - PNSST.

c)precedência das ações de


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA ,
promoção, proteção e prevenção sobre as
no uso das atribuições que lhe confere o art.
de assistência, reabilitação e reparação;
84, incisos IV e VI, alínea “a”, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no
artigo 4 da Convenção nº 155, da d)diálogo social; e
Organização Internacional do Trabalho,
promulgada pelo Decreto nº 1.254, de 29 de e)integralidade;
setembro de 1994,
III -Para o alcance de seu objetivo a
DECRETA: PNSST deverá ser implementada por meio
da articulação continuada das ações de
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a governo no campo das relações de trabalho,
Política Nacional de Segurança e Saúde no produção, consumo, ambiente e saúde, com
Trabalho - PNSST, na forma do Anexo. a participação voluntária das organizações
representativas de trabalhadores e
empregadores;
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na
data da sua publicação.
DIRETRIZES
Brasília, 7 de novembro de 2011; 190º
da Independência e 123º da República. IV -As ações no âmbito da PNSST
devem constar do Plano Nacional de
Segurança e Saúde no Trabalho e
DILMA ROUSSEFF
desenvolver-se de acordo com as seguintes
Carlos Lupi
diretrizes:
Alexandre Rocha Santos Padilha
Garibaldi Alves Filho
a)inclusão de todos trabalhadores
brasileiros no sistema nacional de promoção
Este texto não substitui o publicado no DOU
e proteção da saúde;
de 8.11.2011
b)harmonização da legislação e a
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA
articulação das ações de promoção,
E SAÚDE NO TRABALHO
proteção, prevenção, assistência,
reabilitação e reparação da saúde do
OBJETIVO E PRINCÍPIOS trabalhador;

I - A Política Nacional de Segurança e c)adoção de medidas especiais para


Saúde no Trabalho - PNSST tem por atividades laborais de alto risco;
objetivos a promoção da saúde e a melhoria
da qualidade de vida do trabalhador e a
d)estruturação de rede integrada de
prevenção de acidentes e de danos à saúde
informações em saúde do trabalhador;
advindos, relacionados ao trabalho ou que
ocorram no curso dele, por meio da
eliminação ou redução dos riscos nos e)promoção da implantação de
ambientes de trabalho; sistemas e programas de gestão da
segurança e saúde nos locais de trabalho;
II -A PNSST tem por princípios:
f)reestruturação da formação em
saúde do trabalhador e em segurança no
a)universalidade;
trabalho e o estímulo à capacitação e à
educação continuada de trabalhadores; e
b)prevenção;

386
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g)promoção de agenda integrada de 1.elaborar estudos e pesquisas
estudos e pesquisas em segurança e saúde pertinentes aos problemas que afetam a
no trabalho; segurança e saúde do trabalhador;

RESPONSABILIDADES NO ÂMBITO DA 2.produzir análises, avaliações e


PNSST testes de medidas e métodos que visem à
eliminação ou redução de riscos no trabalho,
V -São responsáveis pela incluindo equipamentos de proteção coletiva
implementação e execução da PNSST os e individual;
Ministérios do Trabalho e Emprego, da
Saúde e da Previdência Social, sem prejuízo 3.desenvolver e executar ações
da participação de outros órgãos e educativas sobre temas relacionados com a
instituições que atuem na área; melhoria das condições de trabalho nos
aspectos de saúde, segurança e meio
VI -Cabe ao Ministério do Trabalho e ambiente do trabalho;
Emprego:
4.difundir informações que
a )formular e propor as diretrizes da contribuam para a proteção e promoção da
inspeção do trabalho, bem como saúde do trabalhador;
supervisionar e coordenar a execução das
atividades relacionadas com a inspeção dos 5.contribuir com órgãos públicos e
ambientes de trabalho e respectivas entidades civis para a proteção e promoção
condições de trabalho; da saúde do trabalhador, incluindo a revisão
e formulação de regulamentos, o
b)elaborar e revisar, em modelo planejamento e desenvolvimento de ações
tripartite, as Normas Regulamentadoras de interinstitucionais; a realização de
Segurança e Saúde no Trabalho; levantamentos para a identificação das
causas de acidentes e doenças nos
c)participar da elaboração de ambientes de trabalho; e
programas especiais de proteção ao
trabalho, assim como da formulação de 6.estabelecer parcerias e
novos procedimentos reguladores das intercâmbios técnicos com organismos e
relações capital-trabalho ; instituições afins, nacionais e internacionais,
para fortalecer a atuação institucional,
capacitar os colaboradores e contribuir com
d)promover estudos da legislação
a implementação de ações globais de
trabalhista e correlata, no âmbito de sua
organismos internacionais;
competência, propondo o seu
aperfeiçoamento;
VII -Compete ao Ministério da Saúde:
e)acompanhar o cumprimento, em
âmbito nacional, dos acordos e convenções a)fomentar a estruturação da atenção
ratificados pelo Governo brasileiro junto a integral à saúde dos trabalhadores,
organismos internacionais, em especial à envolvendo a promoção de ambientes e
Organização Internacional do Trabalho - processos de trabalho saudáveis, o
OIT, nos assuntos de sua área de fortalecimento da vigilância de ambientes,
competência; processos e agravos relacionados ao
trabalho, a assistência integral à saúde dos
f)planejar, coordenar e orientar a trabalhadores, reabilitação física e
psicossocial e a adequação e ampliação da
execução do Programa de Alimentação do
capacidade institucional;
Trabalhador; e

g)por intermédio da Fundação Jorge b)definir, em conjunto com as


Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina secretarias de saúde de Estados e
Municípios, normas, parâmetros e
do Trabalho - FUNDACENTRO:
indicadores para o acompanhamento das
ações de saúde do trabalhador a serem
desenvolvidas no Sistema Único de Saúde,

387
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
segundo os respectivos níveis de 1.realizar ações de reabilitação
complexidade destas ações; profissional; e

c)promover a revisão periódica da 2.avaliar a incapacidade laborativa


listagem oficial de doenças relacionadas ao para fins de concessão de benefícios
trabalho; previdenciários.

d)contribuir para a estruturação e GESTÃO


operacionalização da rede integrada de
informações em saúde do trabalhador; IX -A gestão participativa da PNSST
cabe à Comissão Tripartite de Saúde e
e)apoiar o desenvolvimento de Segurança no Trabalho – CTSST que é
estudos e pesquisas em saúde do constituída paritariamente por
trabalhador; representantes do governo, trabalhadores e
empregadores, conforme ato conjunto dos
f)estimular o desenvolvimento de Ministros de Estado do Trabalho e Emprego,
processos de capacitação de recursos da Saúde e da Previdência Social.
humanos em saúde do trabalhador; e
X -Compete à CTSST:
g)promover a participação da
comunidade na gestão das ações em saúde a)acompanhar a implementação e
do trabalhador; propor a revisão periódica da PNSST, em
processo de melhoria contínua ;
VIII - Compete ao Ministério da
Previdência Social: b)estabelecer os mecanismos de
validação e de controle social da PNSST;
a)subsidiar a formulação e a
proposição de diretrizes e normas relativas c)elaborar, acompanhar e rever
à interseção entre as ações de segurança e periodicamente o Plano Nacional de
saúde no trabalho e as ações de fiscalização Segurança e Saúde no Trabalho;
e reconhecimento dos benefícios
previdenciários decorrentes dos riscos d)definir e implantar formas de
ambientais do trabalho; divulgação da PNSST e do Plano Nacional
de Segurança e Saúde no Trabalho, dando
b)coordenar, acompanhar, avaliar e publicidade aos avanços e resultados
supervisionar as ações do Regime Geral de obtidos; e
Previdência Social, bem como a política
direcionada aos Regimes Próprios de e)articular a rede de informações
Previdência Social, nas áreas que guardem sobre SST.
inter-relação com a segurança e saúde dos
trabalhadores; XI -A gestão executiva da Política
será conduzida por Comitê Executivo
c)coordenar, acompanhar e constituído pelos Ministérios do Trabalho e
supervisionar a atualização e a revisão dos Emprego, da Saúde e da Previdência Social;
Planos de Custeio e de Benefícios, e
relativamente a temas de sua área de
competência; XII -Compete ao Comitê Executivo:

d )realizar estudos, pesquisas e


a) coordenar e supervisionar a
propor ações formativas visando ao execução da PNSST e do Plano Nacional de
aprimoramento da legislação e das ações do Segurança e Saúde no Trabalho;
Regime Geral de Previdência Social e dos
Regimes Próprios de Previdência Social, no
âmbito de sua competência; e b ) atuar junto ao Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão para
que as propostas orçamentárias de saúde e
e)por intermédio do Instituto Nacional segurança no trabalho sejam concebidas de
do Seguro Social - INSS: forma integrada e articulada a partir de cada

388
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
programa e respectivas ações, de modo a Anotações:
garantir a implementação da Política;

c)elaborar relatório anual das


atividades desenvolvidas no âmbito da
PNSST encaminhando-o à CTSST e à
Presidência da República;

d)disponibilizar periodicamente
informações sobre as ações de saúde e
segurança no trabalho para conhecimento
da sociedade; e

e)propor campanhas sobre Saúde e


Segurança no Trabalho.

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389
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PORTARIA Nº 1.823, DE 23 DE AGOSTO DE 2012 - Institui a Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.

Institui a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora.

do Sistema Único de Saúde (SUS), para


O MINISTRO DO ESTADO DA o desenvolvimento da atenção integral à
SAÚDE, no uso da atribuição que lhe saúde do trabalhador, com ênfase na
confere o inciso II do parágrafo único art. vigilância, visando a promoção e a
87 da Constituição, e proteção da saúde dos trabalhadores e a
redução da morbimortalidade decorrente
Considerando que compete ao Sistema dos modelos de desenvolvimento e dos
Único de Saúde (SUS) a execução das processos produtivos.
ações de saúde do trabalhador, conforme
determina a Constituição Federal; Art. 3º Todos os trabalhadores, homens e
mulheres, independentemente de sua
Considerando o papel do Ministério da localização, urbana ou rural, de sua
Saúde de coordenar nacionalmente a forma de inserção no mercado de
política de saúde do trabalhador, trabalho, formal ou informal, de seu
conforme o disposto no inciso V do art. vínculo empregatício, público ou
16 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de privado, assalariado, autônomo, avulso,
1990; temporário, cooperativados, aprendiz,
estagiário, doméstico, aposentado ou
Considerando o alinhamento entre a desempregado são sujeitos desta
política de saúde do trabalhador e a Política.
Política Nacional de Segurança e Saúde
no Trabalho (PNSST), instituída por Parágrafo único. A Política Nacional de
meio do Decreto nº 7.602, de 7 de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
novembro de 2011; alinha-se com o conjunto de políticas de
saúde no âmbito do SUS, considerando a
Considerando a necessidade de transversalidade das ações de saúde do
implementação de ações de saúde do trabalhador e o trabalho como um dos
trabalhador em todos os níveis de determinantes do processo saúde-
atenção do SUS; e doença.

Considerando a necessidade da definição Art.4º Além do disposto nesta Portaria, a


dos princípios, das diretrizes e das Política Nacional de Saúde do
estratégias a serem observados nas três Trabalhador e da Trabalhadora reger-se-
esferas de gestão do SUS no que se refere á, de forma complementar, pelos
à saúde do trabalhador, resolve: elementos informativos constantes do
Anexo I a esta Portaria.
Art. 1º Fica instituída a Política Nacional
de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora.
CAPÍTULO I
Art. 2º A Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora tem DOS PRINCÍPIOS E DAS
como finalidade definir os princípios, as DIRETRIZES
diretrizes e as estratégias a serem
observados pelas três esferas de gestão

390
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 5º A Política Nacional de Saúde do Art. 7º A Política Nacional de Saúde do
Trabalhador e da Trabalhadora observará Trabalhador e da Trabalhadora deverá
os seguintes princípios e diretrizes: contemplar todos os trabalhadores
priorizando, entretanto, pessoas e grupos
I - universalidade; em situação de maior vulnerabilidade,
como aqueles inseridos em atividades ou
II - integralidade; em relações informais e precárias de
trabalho, em atividades de maior risco
III - participação da comunidade, dos para a saúde, submetidos a formas
trabalhadores e do controle social; nocivas de discriminação, ou ao trabalho
infantil, na perspectiva de superar
IV - descentralização; desigualdades sociais e de saúde e de
buscar a equidade na atenção.
V - hierarquização;
Parágrafo único. As pessoas e os grupos
VI - equidade; e vulneráveis de que trata o "caput" devem
ser identificados e definidos a partir da
VII - precaução. análise da situação de saúde local e
regional e da discussão com a
Art. 6º Para fins de implementação da comunidade, trabalhadores e outros
Política Nacional de Saúde do atores sociais de interesse à saúde dos
Trabalhador e da Trabalhadora, dever- trabalhadores, considerando-se suas
se-á considerar a articulação entre: especificidades e singularidades
culturais e sociais.
I - as ações individuais, de assistência e
de recuperação dos agravos, com ações CAPÍTULO II
coletivas, de promoção, de prevenção, de
vigilância dos ambientes, processos e DOS OBJETIVOS
atividades de trabalho, e de intervenção
sobre os fatores determinantes da saúde Art. 8º São objetivos da Política
dos trabalhadores; Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora:
II - as ações de planejamento e avaliação
com as práticas de saúde; e I - fortalecer a Vigilância em Saúde do
Trabalhador (VISAT) e a integração com
III - o conhecimento técnico e os saberes, os demais componentes da Vigilância
experiências e subjetividade dos em Saúde, o que pressupõe:
trabalhadores e destes com as respectivas
práticas institucionais. a) identificação das atividades
produtivas da população trabalhadora e
Parágrafo único. A realização da das situações de risco à saúde dos
articulação tratada neste artigo requer trabalhadores no território;
mudanças substanciais nos processos de
trabalho em saúde, na organização da b) identificação das necessidades,
rede de atenção e na atuação demandas e problemas de saúde dos
multiprofissional e interdisciplinar, que trabalhadores no território;
contemplem a complexidade das
relações trabalho-saúde. c) realização da análise da situação de
saúde dos trabalhadores;

391
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
d) intervenção nos processos e ambientes e) inclusão de parâmetros de proteção à
de trabalho; saúde dos trabalhadores e de manutenção
de ambientes de trabalho saudáveis nos
e) produção de tecnologias de processos de concessão de incentivos ao
intervenção, de avaliação e de desenvolvimento, nos mecanismos de
monitoramento das ações de VISAT; fomento e outros incentivos específicos;

f) controle e avaliação da qualidade dos f) contribuição na identificação e


serviços e programas de saúde do erradicação de situações análogas ao
trabalhador, nas instituições e empresas trabalho escravo;
públicas e privadas;
g) contribuição na identificação e
g) produção de protocolos, de normas erradicação de trabalho infantil e na
técnicas e regulamentares; e proteção do trabalho do adolescente; e

h) participação dos trabalhadores e suas h) desenvolvimento de estratégias e


organizações; ações de comunicação de risco e de
educação ambiental e em saúde do
II - promover a saúde e ambientes e trabalhador;
processos de trabalhos saudáveis, o que
pressupõe: III - garantir a integralidade na atenção à
saúde do trabalhador, que pressupõe a
a) estabelecimento e adoção de inserção de ações de saúde do
parâmetros protetores da saúde dos trabalhador em todas as instâncias e
trabalhadores nos ambientes e processos pontos da Rede de Atenção à Saúde do
de trabalho; SUS, mediante articulação e construção
conjunta de protocolos, linhas de
b) fortalecimento e articulação das ações cuidado e matriciamento da saúde do
de vigilância em saúde, identificando os trabalhador na assistência e nas
fatores de risco ambiental, com estratégias e dispositivos de organização
intervenções tanto nos ambientes e e fluxos da rede, considerando os
processos de trabalho, como no entorno, seguintes componentes:
tendo em vista a qualidade de vida dos
trabalhadores e da população a) atenção primária em saúde;
circunvizinha;
b) atenção especializada, incluindo
c) representação do setor saúde/saúde do serviços de reabilitação;
trabalhador nos fóruns e instâncias de
formulação de políticas setoriais e c) atenção pré-hospitalar, de urgência e
intersetoriais e às relativas ao emergência, e hospitalar;
desenvolvimento econômico e social;
d) rede de laboratórios e de serviços de
d) inserção, acompanhamento e apoio diagnóstico;
avaliação de indicadores de saúde dos
trabalhadores e das populações e) assistência farmacêutica;
circunvizinhas nos processos de
licenciamento e nos estudos de impacto f) sistemas de informações em saúde;
ambiental;
g) sistema de regulação do acesso;

392
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
h) sistema de planejamento, a) planejamento conjunto entre as
monitoramento e avaliação das ações; vigilâncias, com eleição de prioridades
comuns para atuação integrada, com
i) sistema de auditoria; e base na análise da situação de saúde dos
trabalhadores e da população em geral, e
j) promoção e vigilância à saúde, no mapeamento das atividades
incluindo a vigilância à saúde do produtivas e com potencial impacto
trabalhador; ambiental no território;

IV - ampliar o entendimento de que de b) produção conjunta de protocolos,


que a saúde do trabalhador deve ser normas técnicas e atos normativos, com
concebida como uma ação transversal, harmonização de parâmetros e
devendo a relação saúde-trabalho ser indicadores, para orientação aos Estados
identificada em todos os pontos e e Municípios no desenvolvimento das
instâncias da rede de atenção; ações de vigilância, e especialmente
como referência para os processos de
V - incorporar a categoria trabalho como pactuação entre as três esferas de gestão
determinante do processo saúde-doença do SUS;
dos indivíduos e da coletividade,
incluindo-a nas análises de situação de c) harmonização e, sempre que possível,
saúde e nas ações de promoção em unificação dos instrumentos de registro e
saúde; notificação de agravos e eventos de
interesse comum aos componentes da
VI - assegurar que a identificação da vigilância;
situação do trabalho dos usuários seja
considerada nas ações e serviços de d) incorporação dos agravos
saúde do SUS e que a atividade de relacionados ao trabalho, definidos como
trabalho realizada pelas pessoas, com as prioritários para fins de vigilância, nas
suas possíveis conseqüências para a listagens de agravos de notificação
saúde, seja considerada no momento de compulsória, nos âmbitos nacional,
cada intervenção em saúde; e estaduais e municipais, seguindo a
mesma lógica e fluxos dos demais;
VII - assegurar a qualidade da atenção à
saúde do trabalhador usuário do SUS. e) proposição e produção de indicadores
conjuntos para monitoramento e
CAPÍTULO III avaliação da situação de saúde;

DAS ESTRATÉGIAS f) formação e manutenção de grupos de


trabalho integrados para investigação de
Art. 9º São estratégias da Política surtos e eventos inusitados e de
Nacional de Saúde do Trabalhador e da investigação de situações de saúde
Trabalhadora: decorrentes de potenciais impactos
ambientais de processos e atividades
I - integração da Vigilância em Saúde do produtivas nos territórios, envolvendo as
Trabalhador com os demais vigilâncias epidemiológica, sanitária, em
componentes da Vigilância em Saúde e saúde ambiental, saúde do trabalhador e
com a Atenção Primária em Saúde, o que rede de laboratórios de saúde pública;
pressupõe:

393
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g) produção conjunta de metodologias de de autoridade sanitária às equipes de
ação, de investigação, de tecnologias de vigilância em saúde do trabalhador, nos
intervenção, de avaliação e de Estados e Municípios;
monitoramento das ações de vigilância
nos ambientes e situações II - análise do perfil produtivo e da
epidemiológicas; situação de saúde dos trabalhadores, o
que pressupõe:
h) incorporação, pelas equipes de
vigilância sanitária dos Estados e a) identificação das atividades
Municípios, de práticas de avaliação, produtivas e do perfil da população
controle e vigilância dos riscos trabalhadora no território em conjunto
ocupacionais nas empresas e com a atenção primária em saúde e os
estabelecimentos, observando as setores da Vigilância em Saúde;
atividades produtivas presentes no
território; b) implementação da rede de
informações em saúde do trabalhador;
i) investimentos na qualificação e
capacitação integradas das equipes dos c) definição de elenco de indicadores
diversos componentes da vigilância em prioritários para análise e
saúde, com incorporação de conteúdos monitoramento;
específicos, comuns e afins, nos
processos formativos e nas estratégias de d) definição do elenco de agravos
educação permanente de todos os relacionados ao trabalho de notificação
componentes da Vigilância em Saúde; compulsória e de investigação
obrigatória e inclusão no elenco de
j) investimentos na ampliação da prioridades, nas três esferas de gestão do
capacidade técnica e nas mudanças das SUS;
práticas das equipes das vigilâncias,
especialmente para atuação no apoio e) revisão periódica da lista de doenças
matricial às equipes de referência dos relacionadas ao trabalho;
municípios;
f) realização de estudos e análises que
k) participação conjunta nas estratégias, identifiquem e possibilitem a
fóruns e instâncias de produção, compreensão dos problemas de saúde
divulgação, difusão e comunicação de dos trabalhadores e o comportamento
informações em saúde; dos principais indicadores de saúde;

l) estímulo à participação dos g) estruturação das estratégias e


trabalhadores e suas organizações, processos de difusão e comunicação das
sempre que pertinente, no informações;
acompanhamento das ações de
vigilância epidemiológica, sanitária e em h) garantia, na identificação do
saúde ambiental, além das ações trabalhador, do registro de sua ocupação,
específicas de VISAT; e ramo de atividade econômica e tipo de
vínculo nos seguintes sistemas e fontes
m) atualização e ou revisão dos códigos de informação em saúde, aproveitando
de saúde, com inserção de disposições todos os contatos do/a trabalhador/a com
sobre a vigilância em saúde do o sistema de saúde:
trabalhador e atribuição da competência

394
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1. Sistema de Informação sobre segurança pública, do trânsito, da
Mortalidade (SIM); indústria, comércio e mineração, das
empresas, dos sindicatos de
2. Sistema de Informações Hospitalares trabalhadores, entre outras;
do SUS (SIHSUS);
j) gestão junto a essas instituições para
3. Sistema de Informação de Agravos de acesso às bases de dados de forma
Notificação (Sinan); desagregada, conforme necessidades da
produção da análise da situação de saúde
4. Sistema de Informações nos diversos níveis territoriais;
Ambulatoriais do SUS (SIASUS);
k) produção e divulgação, periódicas,
5. Sistema de Informação de Atenção com acesso ao público em geral, de
Básica (SIAB); análises de situação de saúde,
considerando diversos níveis territoriais
6. Registros de Câncer de Base (local, municipal, microrregional,
Populacional (RCBP); e macrorregional, estadual, grandes
regiões, nacional);
7. Registros de Câncer de Base
Hospitalar (RCBH); l) estabelecimento da notificação
compulsória e investigação obrigatória
i) articulação e sistematização das em todo território nacional dos acidentes
informações das demais bases de dados de trabalho graves e com óbito e das
de interesse à saúde do trabalhador, intoxicações por agrotóxicos,
como: considerando critérios de magnitude e
gravidade;
1. Cadastro Nacional de Informações
Sociais (CNIS); m) viabilização da compatibilização e/ou
unificação dos instrumentos de coleta de
2. Sistema Único de Benefícios (SUB); dados e dos fluxos de informações, em
articulação com as demais equipes
3. Relação Anual de Informações Sociais técnicas e das vigilâncias;
(RAIS);
n) gestão junto à Previdência Social para
4. Cadastro Geral de Empregados e que a notificação dos acidentes e doenças
Desempregados (CAGED); relacionadas ao trabalho feito pelo SUS
(Sinan) seja reconhecida, nos casos de
5. Sistema Federal de Inspeção do trabalhadores segurados pelo Seguro
Trabalho (SFIT); Acidente de Trabalho;

6. Troca de Informação em Saúde o) criação de sistemas e bancos de dados


Suplementar (TISS); e para registro das informações contidas
nos relatórios de inspeções e
7. Instituto Brasileiro de Geografia e mapeamento dos ambientes de trabalho
Estatística (IBGE); realizados pelas equipes de Vigilância
em Saúde;
8. outros sistemas de informações dos
órgãos e setores de planejamento, da p) definição de elenco básico de
agricultura, do meio ambiente, da indicadores de morbimortalidade e de

395
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
situações de risco para a composição da a) ações de Saúde do Trabalhador junto
análise de situação de saúde dos à atenção primária em saúde:
trabalhadores, considerando o conjunto
dos trabalhadores brasileiros, incluindo 1. reconhecimento e mapeamento das
as parcelas inseridas em atividades atividades produtivas no território;
informais, ou seja, o total da População
Economicamente Ativa Ocupada; 2. reconhecimento e identificação da
população trabalhadora e seu perfil sócio
q) articulação intra e intersetorial para a ocupacional no território;
implantação ou implementação de
observatórios de saúde do trabalhador, 3. reconhecimento e identificação dos
em especial, articulando-se com o potenciais riscos e impactos (perfil de
observatório de violências e outros; morbi-mortalidade) à saúde dos
trabalhadores, das comunidades e ao
r) articulação, apoio e gestão junto à meio ambiente, advindos das atividades
Rede Interagencial de Informações para produtivas no território;
a Saúde (RIPSA) para fins de ampliação
dos atuais indicadores de saúde do 4. identificação da rede de apoio social
trabalhador constantes das publicações aos trabalhadores no território;
dos Indicadores Básicos de Saúde (IDB);
5. inclusão, dentre as prioridades de
s) garantia da inclusão de indicadores de maior vulnerabilidade em saúde do
saúde do trabalhador nas RIPSA trabalhador, das seguintes situações:
estaduais, conforme necessidades e chefe da família desempregado ou
especificidades de cada Estado; subempregado, crianças e adolescentes
trabalhando, gestantes ou nutrizes
t) produção de protocolos e manuais de trabalhando, algum membro da família
orientação para os profissionais de saúde portador de algum agravo à saúde
para a utilização da Classificação relacionado com o trabalho (acidente ou
Brasileira de Ocupação e da doença) e presença de atividades
Classificação Nacional de Atividades produtivas no domicílio;
Econômicas;
6. identificação e registro da situação de
u) avaliação e produção de relatórios trabalho, da ocupação e do ramo de
periódicos sobre a qualidade dos dados e atividade econômica dos usuários das
informações constantes nos sistemas de unidades e serviços de atenção primária
informação de interesse à saúde do em saúde;
trabalhador; e
7. suspeita e ou identificação da relação
v) disponibilização e divulgação das entre o trabalho e o problema de saúde
informações em meios eletrônicos, apresentado pelo usuário, para fins de
boletins, cartilhas, impressos, vídeos, diagnóstico e notificação dos agravos
rádio e demais instrumentos de relacionados ao trabalho;
comunicação e difusão;
8. notificação dos agravos relacionados
III - estruturação da Rede Nacional de ao trabalho no Sinan e no SIAB e,
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador emissão de relatórios e atestados
(RENAST) no contexto da Rede de médicos, incluindo o laudo de exame
Atenção à Saúde, o que pressupõe:

396
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
médico da Comunicação de Acidente do 3. preenchimento do laudo de exame
Trabalho (CAT), nos casos pertinentes; médico da CAT nos casos pertinentes;

9. subsídio à definição da rede de 4. acompanhamento desses casos pelas


referência e contra referência e equipes dos Núcleos de Vigilância
estabelecimento dos fluxos e Epidemiológica Hospitalar, onde
instrumentos para os encaminhamentos houver;
necessários;
5. encaminhamento para a rede de
10. articulação com as equipes técnicas e referência e contra referência, para fins
os Centros de Referência em Saúde do de continuidade do tratamento,
Trabalhador (CEREST) sempre que acompanhamento e reabilitação,
necessário, para a prestação de seguindo os fluxos e instrumentos
retaguarda técnica especializada, definidos para tal;
considerando seu papel no apoio
matricial a toda rede SUS; 6. articulação com as equipes técnicas e
os CEREST sempre que necessário para
11. definição e implantação de condutas a prestação de retaguarda técnica
e manejo assistenciais, de promoção e de especializada, considerando seu papel no
vigilância em saúde do trabalhador, apoio matricial a toda rede SUS;
mediante a aplicação de protocolos, de
linhas de cuidado e de projetos 7. harmonização dos conceitos dos
terapêuticos para os agravos, e de linhas eventos/agravos e unificação das fichas
guias para a vigilância de situações de de notificação dos casos de acidentes de
riscos relacionados ao trabalho; e trabalho, outros acidentes e violências;

12. incorporação de conteúdos de saúde 8. incorporação de conteúdos de saúde


do trabalhador nas estratégias de do trabalhador nas estratégias de
capacitação e de educação permanente capacitação e de educação permanente
para as equipes da atenção primária em para as equipes dos pontos de atenção às
saúde; urgências e emergências; e

b) ações de saúde do trabalhador junto à 9. estabelecimento de parcerias


urgência e emergência: intersetoriais e referência e contra
referencia com as unidades de
1. identificação e registro da situação de atendimento e serviços das Secretarias
trabalho, da ocupação e do ramo de de Segurança Pública, Institutos Médico
atividade econômica dos usuários dos Legais, e setores/departamentos de
pontos de atenção às urgências e trânsito e transporte;
emergências, nas redes Estaduais e
Municipais; c) ações de saúde do trabalhador junto à
atenção especializada (ambulatorial e
2. identificação da relação entre o hospitalar):
trabalho e o acidente, violência ou
intoxicação exógena sofridos pelo 1. identificação e registro da situação de
usuário, com decorrente notificação do trabalho, da ocupação e do ramo de
agravo no Sinan e adequado registro no atividade econômica dos usuários dos
SIH-SUS para os casos que requererem pontos de atenção especializada, nas
hospitalização; redes estaduais e municipais;

397
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2. suspeita ou identificação da relação c) compartilhamento e publicização das
entre o trabalho e o agravo à saúde do informações produzidas por cada órgão e
usuário, com decorrente notificação do instituição, inclusive por meio da
agravo no Sinan; constituição de observatórios, de modo a
viabilizar a adequada análise de situação,
3. preenchimento do laudo de exame estabelecimento de prioridades, tomada
médico da CAT nos casos pertinentes; de decisão e monitoramento das ações;

4. encaminhamento para a rede de V - estímulo à participação da


referência e contra referência, para fins comunidade, dos trabalhadores e do
de continuidade do tratamento, controle social, o que pressupõe:
acompanhamento e reabilitação,
seguindo os fluxos e instrumentos a) acolhimento e resposta às demandas
definidos para tal; dos representantes da comunidade e do
controle social;
5. articulação com as equipes técnicas e
os CEREST sempre que necessário para b) buscar articulação com entidades,
a prestação de retaguarda técnica instituições, organizações não
especializada, considerando seu papel no governamentais, associações,
apoio matricial a toda rede SUS; e cooperativas e demais representações de
categorias de trabalhadores, presentes no
6. incorporação de conteúdos de saúde território, inclusive as inseridas em
do trabalhador nas estratégias de atividades informais de trabalho e
capacitação e de educação permanente populações em situação de
para as equipes dos pontos de atenção vulnerabilidade;
especializada;
c) estímulo à participação de
IV - fortalecimento e ampliação da representação dos trabalhadores nas
articulação intersetorial, o que instâncias oficiais de representação
pressupõe: social do SUS, a exemplo dos conselhos
e comissões intersetoriais, nas três
a) aplicação de indicadores de avaliação esferas de gestão do SUS;
de impactos à saúde dos trabalhadores e
das comunidades nos processos de d) apoiar o funcionamento das
licenciamento ambiental, de concessão Comissões Intersetoriais de Saúde do
de incentivos ao desenvolvimento, Trabalhador (CIST) dos Conselhos de
mecanismos de fomento e incentivos Saúde, nas três esferas de gestão do SUS;
específicos;
e) inclusão da comunidade e do controle
b) fiscalização conjunta onde houver social nos programas de capacitação e
trabalho em condições insalubres, educação permanente em saúde do
perigosas e degradantes, como nas trabalhador, sempre que possível, e
carvoarias, madeireiras, canaviais, inclusão de conteúdos de saúde do
construção civil, agricultura em geral, trabalhador nos processos de capacitação
calcareiras, mineração, entre outros, permanente voltados para a comunidade
envolvendo os Ministérios do Trabalho e e o controle social, incluindo grupos de
Emprego, da Previdência Social e do trabalhadores em situação de
Meio Ambiente, o SUS e o Ministério vulnerabilidade, com vistas às ações de
Público; e promoção em saúde do trabalhador;

398
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
f) transparência e facilitação do acesso às f) estabelecimento de referências e
informações aos representantes da conteúdos curriculares para a formação
comunidade, dos trabalhadores e do de profissionais em saúde do
controle social; trabalhador, de nível técnico e superior;

VI - desenvolvimento e capacitação de g) produção de tecnologias mistas de


recursos humanos, o que pressupõe: educação presencial e a distância e
publicização de tecnologias já existentes,
a) adoção de estratégias para a com estabelecimento de processos e
progressiva desprecarização dos métodos de acompanhamento, avaliação
vínculos de trabalho das equipes de e atualização dessas tecnologias;
saúde, incluindo os técnicos dos centros
de referência e das vigilâncias, nas três h) articulação intersetorial com
esferas de gestão do SUS, mediante Ministérios e Secretarias de Governo,
concurso público; especialmente com o Ministério da
Educação, para fins de inclusão de
b) inserção de especificação da conteúdos temáticos de saúde do
atribuição de inspetor de vigilância aos trabalhador nos currículos do ensino
técnicos em saúde do trabalhador nos fundamental e médio, da rede pública e
planos de carreira, cargos e vencimentos, privada, em
nas esferas estadual e municipal; cursos de graduação e de programas
específicos de pós-graduação em sentido
c) inserção de conteúdos de saúde do amplo e restrito, possibilitando a
trabalhador nos diversos processos articulação ensino / pesquisa / extensão,
formativos e estratégias de educação bem como nos cursos voltados à
permanente, cursos e capacitações, para qualificação profissional e empresarial;
profissionais de nível superior e nível
médio, com destaque àqueles destinados i) investimento na qualificação de todos
às equipes de Vigilância em Saúde, à os técnicos dos CEREST, no mínimo, em
Saúde da Família e aos gestores; nível de especialização;

d) capacitação para aplicação de j) integração com órgãos de fomento de


protocolos, linhas guias e linhas de pesquisa, nacionais e internacionais e
cuidado em saúde do trabalhador, com com instituições responsáveis pelo
ênfase à identificação da relação saúde- processo educativo como universidades,
trabalho, ao diagnóstico e manejo dos centros de pesquisa, organizações
acidentes e das doenças relacionadas ao sindicais, ONG, entre outras; e
trabalho, incluindo a reabilitação, à
vigilância de agravos, de ambientes e de k) apoio à capacitação voltada para os
processos de trabalho e à produção de interesses do movimento social,
análise da situação de saúde; movimento sindical e controle social, em
consonância com as ações e diretrizes
e) capacitação voltada à aplicação de estratégicas do SUS e com a legislação
medidas básicas de promoção, de regência;
prevenção e educação em saúde e às
orientações quanto aos direitos dos VII - apoio ao desenvolvimento de
trabalhadores; estudos e pesquisas, o que pressupõe:

399
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a) articulação estreita entre os serviços e f) estabelecimento de rede de centros de
instituições de pesquisa e universidades, pesquisa colaboradores na construção de
com envolvimento de toda a rede de saberes, normas, protocolos, tecnologias
serviços do SUS na construção de e ferramentas, voltadas à produção de
saberes, normas, protocolos, tecnologias respostas aos problemas e necessidades
e ferramentas, voltadas à produção de identificadas pelos serviços, comunidade
respostas aos problemas e necessidades e controle social;
identificadas pelos serviços, comunidade
e controle social; g) estabelecimento de mecanismos que
garantam a participação da comunidade
b) adoção de critérios epidemiológicos e e das representações dos trabalhadores
de relevância social para a identificação no desenvolvimento dos estudos e
e definição das linhas de investigação, pesquisas, incluindo a divulgação e
estudos e pesquisas, de modo a fornecer aplicação dos seus resultados; e
respostas e subsídios técnico-científicos
para o enfrentamento de problemas h) garantia, pelos gestores, da
prioritários no contexto da saúde do observância dos preceitos éticos no
trabalhador; desenvolvimento de estudos e pesquisas
realizados no âmbito da rede de serviços
c) desenvolvimento de projetos de do SUS, mediante a participação dos
pesquisa-intervenção que possam ser Comitês de Ética em Pesquisa nesses
estruturantes para a saúde do trabalhador processos.
no SUS, que articulem as ações de
promoção, vigilância, assistência, § 1º A análise da situação de saúde dos
reabilitação e produção e comunicação trabalhadores, de que trata o inciso II do
de informações, e resultem em produção "caput", compreende o monitoramento
de tecnologias de intervenção em contínuo de indicadores e das situações
problemas prioritários em cada de risco, com vistas a subsidiar o
território; planejamento das ações e das
intervenções em saúde do trabalhador, de
d) definição de linhas prioritárias de forma mais abrangente, no território
pesquisa para a produção de nacional, no Estado, região, Município e
conhecimento e de respostas às questões nas áreas de abrangência das equipes de
teórico conceituais do campo da saúde atenção à saúde.
do trabalhador, de modo a preencher
lacunas e produzir modelos teóricos que § 2º No que se refere à análise da
contribuam para a melhoria da situação de saúde dos trabalhadores, de
promoção, da vigilância e da atenção à que trata o inciso II do "caput", dever-se-
saúde dos trabalhadores; á promover a articulação das redes de
informações, que se baseará nos
e) incentivo à pesquisa e aplicação de seguintes pressupostos:
tecnologias limpas e/ou com reduzido
impacto à saúde dos trabalhadores e ao I - concepção de que as informações em
meio ambiente, bem como voltadas à saúde do trabalhador, presentes em
produção de alternativas e substituição diversas bases e fontes de dados, devem
de produtos e processos já reconhecidos estar em consonância com os princípios
como danosos à saúde, e formas de e diretrizes da Política Nacional de
organização de trabalho saudáveis; Informações e Informática do SUS;

400
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - necessidade de estabelecimento de vigilância sanitária e em saúde
processos participativos nas definições e ambiental, entre outros;
na produção de informações de interesse
à saúde do trabalhador; III - considerar, sempre que possível,
com graus de prioridade distintos, as
III - empreendimento sistemático e necessidades de outras instituições
permanente de ações, com vistas ao públicas e privadas - sindicatos de
aprimoramento e melhoria da qualidade trabalhadores e patronais, organizações
das informações; nãogovernamentais (ONG) e empresas
que atuam na área de modo interativo
IV - compartilhamento de informações com o SUS, em consonância com a
de interesse para a saúde do trabalhador, legislação de regência; e
mediante colaboração intra e
intersetorial, entre as esferas de governo, IV - contemplar estratégias de
e entre instituições, públicas e privadas, articulação e de inserção de conteúdos de
nacionais e internacionais; saúde do trabalhador nos diversos cursos
de graduação das áreas de saúde,
V - necessidade de estabelecimento de engenharias, ciências sociais, entre
mecanismos de publicação e garantia de outros além de outros que apresentem
acesso pelos diversos públicos correlação com a área da saúde, de modo
interessados; e a viabilizar a preparação dos
profissionais desde a graduação,
VI - zelo pela privacidade e incluindo a oferta de vagas para estágios
confidencialidade de dados individuais curriculares e extra-curriculares.
identificados, garantindo o acesso
necessário às autoridades sanitárias no CAPÍTULO IV
exercício das ações de vigilância.
DAS RESPONSABILIDADES
§ 3º O processo de capacitação em saúde
do trabalhador, de que trata o inciso VI Seção I
do caput, deverá:
Das Atribuições dos Gestores do SUS
I - contemplar as diversidades e
especificidades loco-regionais, Art. 10. São responsabilidades da União,
incorporar os princípios do trabalho dos Estados, do Distrito Federal e dos
cooperativo, interdisciplinar e em equipe Município, em seu âmbito
multiprofissional e as experiências administrativo, além de outras que
acumuladas pelos Estados e Municípios venham a ser pactuadas pelas Comissões
nessa área; Intergestores:

II - abranger todos os profissionais I - garantir a transparência, a


vinculados ao SUS, independente da integralidade e a equidade no acesso às
especialidade e nível de atuação - ações e aos serviços de saúde do
atenção básica ou especializada, os trabalhador;
inseridos em programas e estratégias
específicos, como, por exemplo, agentes II - orientar e ordenar os fluxos das ações
comunitários de saúde, saúde da família, e dos serviços de saúde do trabalhador;
saúde da mulher, saúde do homem, saúde
mental, vigilância epidemiológica,

401
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - monitorar o acesso às ações e aos de Saúde do Trabalhador (CIST) do
serviços de saúde do trabalhador; CNS;

IV - assegurar a oferta regional das ações V - apoiar tecnicamente as Secretarias de


e dos serviços de saúde do trabalhador; Saúde dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, na implementação e
V - estabelecer e garantir a articulação execução da Política Nacional de Saúde
sistemática entre os diversos setores do Trabalhador e da Trabalhadora;
responsáveis pelas políticas públicas,
para analisar os diversos problemas que VI - promover a incorporação de ações e
afetam a saúde dos trabalhadores e procedimentos de vigilância e de
pactuar uma agenda prioritária de ações assistência à saúde do trabalhador junto
intersetoriais; e à Rede de Atenção à Saúde,
considerando os diferentes níveis de
VI - desenvolver estratégias para complexidade, tendo como centro
identificar situações que resultem em ordenador a Atenção Primária em Saúde;
risco ou produção de agravos à saúde,
adotando e ou fazendo adotar medidas de VII - monitorar, em conjunto com as
controle quando necessário. Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde, os indicadores pactuados para
Art. 11. À direção nacional do SUS avaliação das ações e serviços de saúde
compete: dos trabalhadores;

I - coordenar, em âmbito nacional, a VIII - estabelecer rotinas de


implementação da Política Nacional de sistematização, processamento, análise e
Saúde do Trabalhador e da divulgação dos dados gerados nos
Trabalhadora; Municípios e nos Estados a partir dos
sistemas de informação em saúde, de
II - conduzir as negociações nas acordo com os interesses e necessidades
instâncias do SUS, visando inserir ações, do planejamento estratégico da Política
metas e indicadores de saúde do Nacional de Saúde do Trabalhador e da
trabalhador no Plano Nacional de Saúde Trabalhadora;
e na Programação Anual de Saúde, a
partir de planejamento estratégico que IX - elaborar perfil produtivo e
considere a Política Nacional de Saúde epidemiológico, a partir de fontes de
do Trabalhador e da Trabalhadora; informação existentes e de estudos
específicos, com vistas a subsidiar a
III - alocar recursos orçamentários e programação e avaliação das ações de
financeiros para a implementação desta atenção à saúde do trabalhador;
Política, aprovados no Conselho
Nacional de Saúde X - promover a articulação intersetorial
(CNS); com vistas à promoção de ambientes e
processos de trabalho saudáveis e ao
IV - desenvolver estratégias visando o acesso às informações e bases de dados
fortalecimento da participação da de interesse à saúde dos trabalhadores;
comunidade, dos trabalhadores e do
controle social, incluindo o apoio e XI - participar da elaboração de
fortalecimento da Comissão Intersetorial propostas normativas e elaborar normas
pertinentes à sua área de atuação, com a

402
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
participação de outros atores sociais de Saúde e na Programação Anual de
como entidades representativas dos Saúde, a partir de planejamento
trabalhadores, universidades e estratégico que considere a Política
organizações não-governamentais; Nacional de Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora;
XII - promover a formação e a
capacitação em saúde do trabalhador dos III - pactuar e alocar recursos
profissionais de saúde do SUS, junto à orçamentários e financeiros, para a
Política Nacional implementação da Política Nacional de
de Educação Permanente em Saúde, bem Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora,
como estimular a parceria entre os pactuados nas instâncias de gestão e
órgãos e instituições pertinentes para aprovados no Conselho Estadual de
formação e capacitação da comunidade, Saúde (CES);
dos trabalhadores e do controle social,
em consonância com a legislação de IV - desenvolver estratégias visando o
regência; fortalecimento da participação da
comunidade, dos trabalhadores e do
XIII - desenvolver estratégias de controle social, incluindo o apoio e
comunicação e elaborar materiais de fortalecimento da CIST do CES;
divulgação visando disponibilizar
informações do perfil produtivo e V - apoiar tecnicamente e atuar de forma
epidemiológico relativos à saúde dos integrada com as Secretarias Municipais
trabalhadores; de Saúde na implementação das ações de
saúde do trabalhador;
XIV - conduzir a revisão periódica da
listagem oficial de doenças relacionadas VI - organizar as ações de promoção,
ao trabalho no território nacional e a vigilância e assistência à saúde do
inclusão do elenco prioritário de agravos trabalhador nas regiões de saúde,
relacionados ao trabalho na listagem considerando os diferentes níveis de
nacional de agravos de notificação complexidade, tendo como centro
compulsória; e ordenador a Atenção Primária em Saúde,
definindo, em conjunto com os
XV - regular, monitorar, avaliar e auditar municípios, os mecanismos e os fluxos
as ações e serviços de saúde do de referência, contra-referência e de
trabalhador, no âmbito de sua apoio matricial, além de outras medidas,
competência. para assegurar o desenvolvimento de
ações de promoção, vigilância e
Art. 12. À direção estadual do SUS assistência em saúde do trabalhador;
compete:
VII - realizar a pactuação regional e
I - coordenar, em âmbito estadual, a estadual das ações e dos indicadores de
implementação da Política Nacional de promoção, vigilância e assistência à
Saúde do Trabalhador e da saúde do trabalhador;
Trabalhadora;
VIII - monitorar, em conjunto com as
II - conduzir as negociações nas Secretarias Municipais de Saúde, os
instâncias estaduais do SUS, visando indicadores pactuados para avaliação das
inserir ações, metas e indicadores de ações e serviços de saúde dos
saúde do trabalhador no Plano Estadual trabalhadores;

403
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX - regular, monitorar, avaliar e auditar XIV - desenvolver estratégias de
as ações e a prestação de serviços em comunicação e elaborar materiais de
saúde do trabalhador, no âmbito de sua divulgação visando disponibilizar
competência; informações do perfil produtivo e
epidemiológico relativos à saúde dos
X - garantir a implementação, nos trabalhadores;
serviços públicos e privados, da
notificação compulsória dos agravos à XV - definir e executar projetos especiais
saúde relacionados ao trabalho, assim em questões de interesse loco-regional,
como do registro dos dados pertinentes à em conjunto com as equipes municipais,
saúde do trabalhador no conjunto dos quando e onde couber; e
sistemas de informação em saúde,
alimentando regularmente os sistemas de XVI - promover, no âmbito estadual, a
informações em seu âmbito de atuação, articulação intersetorial com vistas à
estabelecendo rotinas de sistematização, promoção de ambientes e processos de
processamento e análise dos dados trabalho saudáveis e ao acesso às
gerados nos municípios, de acordo com informações e bases de dados de
os interesses e necessidades do interesse à saúde dos trabalhadores.
planejamento desta Política;
Art. 13. Compete aos gestores
XI - elaborar, em seu âmbito de municipais de saúde:
competência, perfil produtivo e
epidemiológico, a partir de fontes de I - executar as ações e serviços de saúde
informação existentes e de estudos do trabalhador;
específicos, com vistas a subsidiar a
programação e avaliação das ações de II - coordenar, em âmbito municipal, a
atenção à saúde do trabalhador; implementação da Política Nacional de
Saúde do Trabalhador e da
XII - participar da elaboração de Trabalhadora;
propostas normativas e elaborar normas
técnicas pertinentes à sua esfera de III - conduzir as negociações nas
competência, com outros atores sociais instâncias municipais do SUS, visando
como entidades representativas dos inserir ações, metas e indicadores de
trabalhadores, universidades e saúde do trabalhador no Plano Municipal
organizações não governamentais; de Saúde e na Programação Anual de
Saúde, a partir de planejamento
XIII - promover a formação e estratégico que considere a Política
capacitação em saúde do trabalhador Nacional de Saúde do Trabalhador e da
para os profissionais de saúde do SUS, Trabalhadora;
inclusive na forma de educação
continuada, respeitadas as diretrizes da IV - pactuar e alocar recursos
Política Nacional de Educação orçamentários e financeiros para a
Permanente em Saúde, bem como implementação da Política Nacional de
estimular a parceria entre os órgãos e Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora,
instituições pertinentes para formação e pactuados nas instâncias de gestão e
capacitação da comunidade, dos aprovados no Conselho Municipal de
trabalhadores e do controle social, em Saúde (CMS);
consonância com a legislação de
regência;

404
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - desenvolver estratégias visando o XI - instituir e manter cadastro
fortalecimento da participação da atualizado de empresas classificadas nas
comunidade, dos trabalhadores e do diversas atividades econômicas
controle social, incluindo o apoio e desenvolvidas no Município, com
fortalecimento da CIST do CMS; indicação dos fatores de risco que
possam ser gerados para os trabalhadores
VI - constituir referências técnicas em e para o contingente populacional direta
saúde do trabalhador e/ou grupos ou indiretamente a eles expostos, em
matriciais responsáveis pela articulação com a vigilância em saúde
implementação da Política Nacional de ambiental;
Saúde do Trabalhador e da
Trabalhadora; XII - elaborar, em seu âmbito de
competência, perfil produtivo e
VII - participar, em conjunto com o epidemiológico, a partir de fontes de
Estado, da definição dos mecanismos e informação existentes e de estudos
dos fluxos de referência, contra- específicos, com vistas a subsidiar a
referência e de apoio matricial, além de programação e avaliação das ações de
outras medidas, para assegurar o atenção à saúde do trabalhador;
desenvolvimento de ações de promoção,
vigilância e assistência em saúde do XIII - capacitar, em parceria com as
trabalhador; Secretarias Estaduais de Saúde e com os
CEREST, os profissionais e as equipes
VIII - articular-se regionalmente para de saúde do SUS, para identificar e atuar
integrar a organização, o planejamento e nas situações de riscos à saúde
a execução de ações e serviços de saúde relacionados ao trabalho, assim como
quando da identificação de problemas e para o diagnóstico dos agravos à saúde
prioridades comuns; relacionados com o trabalho, em
consonância com as diretrizes para
IX - regular, monitorar, avaliar e auditar implementação da Política Nacional de
as ações e a prestação de serviços em Educação Permanente em Saúde, bem
saúde do trabalhador, no âmbito de sua como estimular a parceria entre os
competência; órgãos e instituições pertinentes para
formação e capacitação da comunidade,
X - implementar, na Rede de Atenção à dos trabalhadores e do controle social,
Saúde do SUS, e na rede privada, a em consonância com a legislação de
notificação compulsória dos agravos à regência; e
saúde relacionados com o trabalho,
assim como o registro dos dados XIV - promover, no âmbito municipal,
pertinentes à saúde do trabalhador no articulação intersetorial com vistas à
conjunto dos sistemas de informação em promoção de ambientes e processos de
saúde, alimentando regularmente os trabalho saudáveis e ao acesso às
sistemas de informações em seu âmbito informações e bases de dados de
de atuação, estabelecendo rotinas de interesse à saúde dos trabalhadores.
sistematização, processamento e análise
dos dados gerados no Município, de Seção II
acordo com os interesses e necessidades
do planejamento da Política Nacional de Das Atribuições dos CEREST e das
Saúde do Trabalhador e da Equipes Técnicas
Trabalhadora;

405
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 14. Cabe aos CEREST, no âmbito da multiprofissionais e
RENAST: do desenvolvimento de práticas
interdisciplinares, com estabelecimento
I - desempenhar as funções de suporte de relações de trabalho entre a equipe de
técnico, de educação permanente, de matriciamento e as equipes técnicas de
coordenação de projetos de promoção, referência, na perspectiva da prática da
vigilância e clínica ampliada, da promoção e da
assistência à saúde dos trabalhadores, no vigilância em saúde do trabalhador.
âmbito da sua área de abrangência;
Art. 15. As equipes técnicas de saúde do
II - dar apoio matricial para o trabalhador, nas três esferas de gestão,
desenvolvimento das ações de saúde do com o apoio dos CEREST, devem
trabalhador na atenção primária em garantir sua capacidade de prover o
saúde, nos serviços especializados e de apoio institucional e o apoio matricial
urgência e emergência, bem como na para o desenvolvimento e incorporação
promoção e vigilância nos diversos das ações de saúde do trabalhador no
pontos de atenção da Rede de Atenção à SUS.
Saúde; e
Parágrafo único. A execução do disposto
III - atuar como centro articulador e no caput deste artigo pressupõe, no
organizador das ações intra e mínimo:
intersetoriais de saúde do trabalhador,
assumindo a retaguarda técnica I - a construção, em toda a Rede de
especializada para o conjunto de ações e Atenção à Saúde, de capacidade para a
serviços da rede SUS e se tornando pólo identificação das atividades produtivas e
irradiador de ações e experiências de do perfil epidemiológico dos
vigilância em saúde, de caráter sanitário trabalhadores nas regiões de saúde
e de base epidemiológica. definidas pelo Plano Diretor de
Regionalização e Investimentos (PDRI);
§ 1º As ações a serem desenvolvidas e
pelos CEREST serão planejadas de
forma integrada pelas equipes de saúde II - a capacitação dos profissionais de
do trabalhador no âmbito das Secretarias saúde para a identificação e
Estaduais de Saúde (SES) e das monitoramento dos casos atendidos que
Secretarias Municipais de Saúde (SMS), possam ter relação com as ocupações e
sob a coordenação dos gestores. os processos produtivos em que estão
inseridos os usuários.
§ 2º Para as situações em que o
Município não tenha condições técnicas CAPÍTULO V
e operacionais, ou para aquelas definidas
como de maior complexidade, caberá às DA AVALIAÇÃO E DO
SES a execução direta de ações de MONITORAMENTO
vigilância e assistência, podendo fazê-lo,
em caráter complementar ou Art. 16. As metas e os indicadores para
suplementar, através dos CEREST. avaliação e monitoramento da Política
Nacional de Saúde do Trabalhador e da
§ 3º O apoio matricial, de que trata o Trabalhadora devem estar contidos nos
inciso II do caput, será equacionado a instrumentos de gestão definidos pelo
partir da constituição de equipes sistema de planejamento do SUS:

406
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - Planos de Saúde; como eixos prioritários para a aplicação
dos recursos de saúde do trabalhador;
II - Programações Anuais de Saúde; e
IV - a definição de interlocutor para o
III - Relatórios Anuais de Gestão. tema saúde do trabalhador nas três
esferas de gestão do SUS;
§ 1º O planejamento estratégico deve
contemplar ações, metas e indicadores de V - a inclusão na Relação Nacional de
promoção, vigilância e atenção em saúde Ações e Serviços de Saúde (RENASES)
do trabalhador, nos moldes de uma de ações e serviços de saúde do
atuação permanentemente articulada e trabalhador;
sistêmica.
VI - a produção de protocolos, de linhas
§ 2º As necessidades de saúde do guias e linhas de cuidado em saúde do
trabalhador devem ser incorporadas no trabalhador, de acordo com os níveis de
processo geral do planejamento das organização da vigilância e atenção à
ações de saúde, mediante a utilização dos saúde;
instrumentos de pactuação do SUS, o
qual é um processo dinâmico, contínuo e VII - a capacitação dos profissionais de
sistemático de pactuação de prioridades saúde, visando à implementação dos
e estratégias de saúde do trabalhador nos protocolos, das linhas guias e das linhas
âmbitos municipal, regional, estadual e de cuidado em saúde do trabalhador;
federal, considerando os diversos
sujeitos envolvidos neste processo. VIII - a definição dos fluxos de
referência, contra-referência e de apoio
Art. 17. A avaliação e o monitoramento matricial, de acordo com as diretrizes
da Política Nacional de Saúde do clínicas, as linhas de cuidado pactuadas
Trabalhador e da Trabalhadora, pelas na Comissão Intergestores Regional
três esferas de gestão do SUS, devem ser (CIR) e na Comissão Intergestores
conduzidos considerando-se: Bipartite (CIB), garantindo a notificação
compulsória dos agravos relacionados ao
I a inserção de ações de saúde do trabalho; e
trabalhador, considerando objetivos,
diretrizes, metas e indicadores, no Plano IX - o monitoramento e avaliação dos
de Saúde, na Programação Anual de indicadores de saúde do trabalhador
Saúde e no Relatório Anual de Gestão, pactuados, bem como o
em cada esfera de gestão do SUS; acompanhamento da evolução histórica
e tendências dos indicadores de
II - a definição de que as ações de saúde morbimortalidade, nas esferas
do trabalhador, em cada esfera de gestão, municipal, micro e macrorregionais,
devem expressar com clareza e estadual e nacional.
transparência, os mecanismos e as fontes
de financiamento; CAPÍTULO VI

III - o estabelecimento de investimentos DO FINANCIAMENTO


nas ações de vigilância, no
desenvolvimento de ações na Atenção Art. 18. Além dos recursos dos fundos
Primária em Saúde e na regionalização nacionais, estaduais e municipais de
saúde, fica facultado aos gestores de

407
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
saúde utilizar
outras fontes de financiamento, como:

I - ressarcimento ao SUS, pelos planos de


saúde privados, dos valores gastos nos
serviços prestados aos seus segurados,
em decorrência de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho;

II - repasse de recursos advindos de


contribuições para a seguridade social;

III - criação de fundos especiais; e

IV - parcerias com organismos nacionais


e internacionais para financiamento de
projetos especiais, de desenvolvimento
de tecnologias, máquinas e
equipamentos com maior proteção à
saúde dos trabalhadores, especialmente
aqueles voltados a cooperativas, da
economia solidária e pequenos
empreendimentos.

Parágrafo único. Além das fontes de


financiamento previstas neste artigo,
poderão ser pactuados, nas instâncias
intergestores, incentivos específicos para
as ações de promoção e vigilância em
saúde do trabalhador, a serem inseridos
nos pisos variáveis dos componentes de
vigilância e promoção da saúde e da
vigilância sanitária.

Art. 19. Esta Portaria entra em vigor na


data de sua publicação.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS


PADILHA

Anotações:

408
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO IV:
LEGISLAÇÃO DA
SEGURIDADE
SOCIAL E
PREVIDÊNCIA
SOCIAL

409
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA SEGURIDADE SOCIAL

CAPÍTULO II I - do empregador, da empresa e da


DA SEGURIDADE SOCIAL entidade a ela equiparada na forma da lei,
Seção I incidentes sobre: (Redação dada pela
DISPOSIÇÕES GERAIS Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 194. A seguridade social a) a folha de salários e demais


compreende um conjunto integrado de rendimentos do trabalho pagos ou
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e creditados, a qualquer título, à pessoa física
da sociedade, destinadas a assegurar os que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
direitos relativos à saúde, à previdência e à empregatício; (Incluído pela Emenda
assistência social. Constitucional nº 20, de 1998)

Parágrafo único. Compete ao Poder b) a receita ou o faturamento; (Incluído


Público, nos termos da lei, organizar a pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
seguridade social, com base nos seguintes
objetivos: c) o lucro; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
I - universalidade da cobertura e do
atendimento; II - do trabalhador e dos demais
segurados da previdência social, não
II - uniformidade e equivalência dos incidindo contribuição sobre aposentadoria
benefícios e serviços às populações e pensão concedidas pelo regime geral de
urbanas e rurais; previdência social de que trata o art. 201;
(Redação dada pela Emenda Constitucional
III - seletividade e distributividade na nº 20, de 1998)
prestação dos benefícios e serviços;
III - sobre a receita de concursos de
IV - irredutibilidade do valor dos prognósticos.
benefícios;
IV - do importador de bens ou serviços
V - eqüidade na forma de participação do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
no custeio; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)
VI - diversidade da base de
financiamento; § 1º - As receitas dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios destinadas
à seguridade social constarão dos
VII - caráter democrático e
respectivos orçamentos, não integrando o
descentralizado da administração, mediante
orçamento da União.
gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos § 2º A proposta de orçamento da
colegiados. (Redação dada pela Emenda seguridade social será elaborada de forma
Constitucional nº 20, de 1998) integrada pelos órgãos responsáveis pela
saúde, previdência social e assistência
social, tendo em vista as metas e
Art. 195. A seguridade social será
financiada por toda a sociedade, de forma prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
direta e indireta, nos termos da lei, mediante orçamentárias, assegurada a cada área
recursos provenientes dos orçamentos da a gestão de seus recursos.
União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, e das seguintes § 3º A pessoa jurídica em débito com
contribuições sociais: o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar
com o Poder Público nem dele receber

410
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
benefícios ou incentivos fiscais ou em razão da atividade econômica, da
creditícios. utilização intensiva de mão-de-obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes do mercado de trabalho. (Redação dada
destinadas a garantir a manutenção ou pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
expansão da seguridade social, obedecido o
disposto no art. 154, I. § 10. A lei definirá os critérios de
transferência de recursos para o sistema
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da único de saúde e ações de assistência
seguridade social poderá ser criado, social da União para os Estados, o Distrito
majorado ou estendido sem a Federal e os Municípios, e dos Estados para
correspondente fonte de custeio total. os Municípios, observada a respectiva
contrapartida de recursos. (Incluído pela
§ 6º As contribuições sociais de que Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da § 11. É vedada a concessão de
publicação da lei que as houver instituído ou remissão ou anistia das contribuições
modificado, não se lhes aplicando o disposto sociais de que tratam os incisos I, a, e II
no art. 150, III, "b". deste artigo, para débitos em montante
superior ao fixado em lei complementar.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
§ 7º São isentas de contribuição para
de 1998)
a seguridade social as entidades
beneficentes de assistência social que
atendam às exigências estabelecidas em § 12. A lei definirá os setores de
lei. atividade econômica para os quais as
contribuições incidentes na forma dos
incisos I, b; e IV do caput, serão não-
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e
o arrendatário rurais e o pescador artesanal, cumulativas. (Incluído pela Emenda
bem como os respectivos cônjuges, que Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, sem empregados § 13. Aplica-se o disposto no § 12
permanentes, contribuirão para a inclusive na hipótese de substituição
seguridade social mediante a aplicação de gradual, total ou parcial, da contribuição
uma alíquota sobre o resultado da incidente na forma do inciso I, a, pela
comercialização da produção e farão jus aos incidente sobre a receita ou o faturamento.
benefícios nos termos da lei. (Redação dada (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) de 19.12.2003)

§ 9º As contribuições sociais previstas


no inciso I do caput deste artigo poderão ter
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas,

411
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991 – Lei Orgânica da
Seguridade Social
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional TÍTULO II
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
DA SAÚDE
LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE
SOCIAL Art. 2º A Saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante
TÍTULO I políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros
CONCEITUAÇÃO E PRINCÍPIOS agravos e ao acesso universal e igualitário
CONSTITUCIONAIS às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.
Art. 1º A Seguridade Social
compreende um conjunto integrado de Parágrafo único. As atividades de
ações de iniciativa dos poderes públicos e saúde são de relevância pública e sua
da sociedade, destinado a assegurar o organização obedecerá aos seguintes
direito relativo à saúde, à previdência e à princípios e diretrizes:
assistência social.
a) acesso universal e igualitário;
Parágrafo único. A Seguridade Social
obedecerá aos seguintes princípios e b) provimento das ações e serviços
diretrizes: através de rede regionalizada e
hierarquizada, integrados em sistema único;
a) universalidade da cobertura e do
atendimento; c) descentralização, com direção única
em cada esfera de governo;
b) uniformidade e equivalência dos
benefícios e serviços às populações d) atendimento integral, com prioridade
urbanas e rurais; para as atividades preventivas;

c) seletividade e distributividade na e) participação da comunidade na


prestação dos benefícios e serviços; gestão, fiscalização e acompanhamento das
ações e serviços de saúde;
d) irredutibilidade do valor dos
benefícios; f) participação da iniciativa privada na
assistência à saúde, obedecidos os
e) eqüidade na forma de participação preceitos constitucionais.
no custeio;
TÍTULO III
f) diversidade da base de
financiamento; DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

g) caráter democrático e Art. 3º A Previdência Social tem por fim


descentralizado da gestão administrativa assegurar aos seus beneficiários meios
com a participação da comunidade, em indispensáveis de manutenção, por motivo
especial de trabalhadores, empresários e de incapacidade, idade avançada, tempo de
aposentados. serviço, desemprego involuntário, encargos

412
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de família e reclusão ou morte daqueles de Art. 5º As ações nas áreas de Saúde,
quem dependiam economicamente. Previdência Social e Assistência Social,
conforme o disposto no Capítulo II do Título
Parágrafo único. A organização da VIII da Constituição Federal, serão
Previdência Social obedecerá aos seguintes organizadas em Sistema Nacional de
princípios e diretrizes: Seguridade Social, na forma desta Lei.

a) universalidade de participação nos Art. 6º (Revogado pela Medida


planos previdenciários, mediante Provisória nº 2.216-37, de 2001).
contribuição;
Art. 7º (Revogado pela Medida
b) valor da renda mensal dos Provisória nº 2.216-37, de 2001).
benefícios, substitutos do salário-de-
contribuição ou do rendimento do trabalho Art. 8º As propostas orçamentárias
do segurado, não inferior ao do salário anuais ou plurianuais da Seguridade Social
mínimo; serão elaboradas por Comissão integrada
por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da
c) cálculo dos benefícios área da saúde, 1 (um) da área da
considerando-se os salários-de- previdência social e 1 (um) da área de
contribuição, corrigidos monetariamente; assistência social.

d) preservação do valor real dos Art. 9º As áreas de Saúde, Previdência


benefícios; Social e Assistência Social são objeto de leis
específicas, que regulamentarão sua
organização e funcionamento.
e) previdência complementar
facultativa, custeada por contribuição
adicional. TÍTULO VI

TÍTULO IV DO FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE


SOCIAL
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
INTRODUÇÃO
Art. 4º A Assistência Social é a política
social que provê o atendimento das Art. 10. A Seguridade Social será
necessidades básicas, traduzidas em financiada por toda sociedade, de forma
proteção à família, à maternidade, à direta e indireta, nos termos do art. 195 da
infância, à adolescência, à velhice e à Constituição Federal e desta Lei, mediante
pessoa portadora de deficiência, recursos provenientes da União, dos
independentemente de contribuição à Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
Seguridade Social. e de contribuições sociais.

Parágrafo único. A organização da Art. 11. No âmbito federal, o


Assistência Social obedecerá às seguintes orçamento da Seguridade Social é
diretrizes: composto das seguintes receitas:

a) descentralização político- I - receitas da União;


administrativa;
II - receitas das contribuições sociais;
b) participação da população na
formulação e controle das ações em todos III - receitas de outras fontes.
os níveis.
Parágrafo único. Constituem
TÍTULO V contribuições sociais:

DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE a) as das empresas, incidentes sobre a


SOCIAL remuneração paga ou creditada aos

413
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
segurados a seu serviço; (Vide art. legislação previdenciária do país da
104 da lei nº 11.196, de 2005) respectiva missão diplomática ou repartição
consular;
b) as dos empregadores domésticos;
e) o brasileiro civil que trabalha para a
c) as dos trabalhadores, incidentes União, no exterior, em organismos oficiais
sobre o seu salário-de- brasileiros ou internacionais dos quais o
contribuição; (Vide art. 104 da lei nº Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
11.196, de 2005) domiciliado e contratado, salvo se segurado
na forma da legislação vigente do país do
domicílio;
d) as das empresas, incidentes sobre
faturamento e lucro;
f) o brasileiro ou estrangeiro
domiciliado e contratado no Brasil para
e) as incidentes sobre a receita de
trabalhar como empregado em empresa
concursos de prognósticos.
domiciliada no exterior, cuja maioria do
capital votante pertença a empresa
CAPÍTULO I brasileira de capital nacional;

DOS CONTRIBUINTES g) o servidor público ocupante de cargo


em comissão, sem vínculo efetivo com a
Seção I União, Autarquias, inclusive em regime
especial, e Fundações Públicas
Dos Segurados Federais; (Alínea acrescentada pela
Lei n° 8.647, de 13.4.93)
Art. 12. São segurados obrigatórios da
Previdência Social as seguintes pessoas h) (Execução suspensa pela
físicas: Resolução do Senado Federal nº 26, de
2005)
I - como empregado:
i) o empregado de organismo oficial
a) aquele que presta serviço de internacional ou estrangeiro em
natureza urbana ou rural à empresa, em funcionamento no Brasil, salvo quando
caráter não eventual, sob sua subordinação coberto por regime próprio de previdência
e mediante remuneração, inclusive como social; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
diretor empregado; 1999).

b) aquele que, contratado por empresa j) o exercente de mandato eletivo


de trabalho temporário, definida em federal, estadual ou municipal, desde que
legislação específica, presta serviço para não vinculado a regime próprio de
atender a necessidade transitória de previdência social; (Incluído pela Lei nº
substituição de pessoal regular e 10.887, de 2004).
permanente ou a acréscimo extraordinário
de serviços de outras empresas; II - como empregado doméstico:
aquele que presta serviço de natureza
c) o brasileiro ou estrangeiro contínua a pessoa ou família, no âmbito
domiciliado e contratado no Brasil para residencial desta, em atividades sem fins
trabalhar como empregado em sucursal ou lucrativos;
agência de empresa nacional no exterior;
III - (Revogado pela Lei nº 9.876,
d) aquele que presta serviço no Brasil de 1999).
a missão diplomática ou a repartição
consular de carreira estrangeira e a órgãos IV - (Revogado pela Lei nº 9.876,
a ela subordinados, ou a membros dessas de 1999).
missões e repartições, excluídos o não-
brasileiro sem residência permanente no
Brasil e o brasileiro amparado pela

414
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - como contribuinte g) quem presta serviço de natureza
individual: (Redação dada pela Lei nº urbana ou rural, em caráter eventual, a uma
9.876, de 1999). ou mais empresas, sem relação de
emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876,
a) a pessoa física, proprietária ou não, de 1999).
que explora atividade agropecuária, a
qualquer título, em caráter permanente ou h) a pessoa física que exerce, por
temporário, em área superior a 4 (quatro) conta própria, atividade econômica de
módulos fiscais; ou, quando em área igual natureza urbana, com fins lucrativos ou
ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
atividade pesqueira, com auxílio de 1999).
empregados ou por intermédio de
prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 10 VI - como trabalhador avulso: quem
e 11 deste artigo; (Redação dada pela presta, a diversas empresas, sem vínculo
Lei nº 11.718, de 2008). empregatício, serviços de natureza urbana
ou rural definidos no regulamento;
b) a pessoa física, proprietária ou não,
que explora atividade de extração mineral - VII – como segurado especial: a
garimpo, em caráter permanente ou pessoa física residente no imóvel rural ou
temporário, diretamente ou por intermédio em aglomerado urbano ou rural próximo a
de prepostos, com ou sem o auxílio de ele que, individualmente ou em regime de
empregados, utilizados a qualquer título, economia familiar, ainda que com o auxílio
ainda que de forma não eventual de terceiros a título de mútua
contínua; (Redação dada pela Lei nº colaboração, na condição
9.876, de 1999). de: (Redação dada pela Lei nº
11.718, de 2008).
c) o ministro de confissão religiosa e o
membro de instituto de vida consagrada, de a) produtor, seja proprietário,
congregação ou de ordem usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro
religiosa; (Redação dada pela Lei nº ou meeiro outorgados, comodatário ou
10.403, de 2002). arrendatário rurais, que explore
atividade: (Incluído pela Lei nº 11.718,
d) revogada; (Redação dada pela de 2008).
Lei nº 9.876, de 1999).
1. agropecuária em área de até 4
e) o brasileiro civil que trabalha no (quatro) módulos fiscais; ou (Incluído
exterior para organismo oficial internacional pela Lei nº 11.718, de 2008).
do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que
lá domiciliado e contratado, salvo quando 2. de seringueiro ou extrativista vegetal
coberto por regime próprio de previdência que exerça suas atividades nos termos do
social; (Redação dada pela Lei nº inciso XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985,
9.876, de 1999). de 18 de julho de 2000, e faça dessas
atividades o principal meio de
f) o titular de firma individual urbana ou vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
rural, o diretor não empregado e o membro 2008).
de conselho de administração de sociedade
anônima, o sócio solidário, o sócio de b) pescador artesanal ou a este
indústria, o sócio gerente e o sócio cotista assemelhado, que faça da pesca profissão
que recebam remuneração decorrente de habitual ou principal meio de vida;
seu trabalho em empresa urbana ou rural, e e (Incluído pela Lei nº 11.718, de
o associado eleito para cargo de direção em 2008).
cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como
c) cônjuge ou companheiro, bem como
o síndico ou administrador eleito para filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade
exercer atividade de direção condominial, ou a este equiparado, do segurado de que
desde que recebam
tratam as alíneas a e b deste inciso, que,
remuneração; (Incluído pela Lei nº
comprovadamente, trabalhem com o grupo
9.876, de 1999).

415
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
familiar respectivo. (Incluído pela Lei § 7o Para serem considerados
nº 11.718, de 2008). segurados especiais, o cônjuge ou
companheiro e os filhos maiores de 16
§ 1o Entende-se como regime de (dezesseis) anos ou os a estes equiparados
economia familiar a atividade em que o deverão ter participação ativa nas atividades
trabalho dos membros da família é rurais do grupo familiar. (Incluído pela Lei nº
indispensável à própria subsistência e ao 11.718, de 2008).
desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua § 8o O grupo familiar poderá utilizar-se
dependência e colaboração, sem a de empregados contratados por prazo
utilização de empregados determinado ou trabalhador de que trata a
permanentes. (Redação dada pela alínea g do inciso V do caput deste artigo, à
Lei nº 11.718, de 2008). razão de no máximo 120 (cento e vinte)
pessoas por dia no ano civil, em períodos
§ 2º Todo aquele que exercer, corridos ou intercalados ou, ainda, por
concomitantemente, mais de uma atividade tempo equivalente em horas de trabalho,
remunerada sujeita ao Regime Geral de não sendo computado nesse prazo o
Previdência Social é obrigatoriamente filiado período de afastamento em decorrência da
em relação a cada uma delas. percepção de auxílio-
doença. (Redação dada pela Lei nº
12.873, de 2013)
§ 3o (Revogado): (Redação dada
pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 9o Não descaracteriza a condição de
I – (revogado); (Redação dada segurado especial: (Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.718, de 2008). nº 11.718, de 2008).

I – a outorga, por meio de contrato


II – (revogado). (Redação dada
escrito de parceria, meação ou comodato,
pela Lei nº 11.718, de 2008).
de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel
rural cuja área total não seja superior a 4
§ 4º O aposentado pelo Regime Geral (quatro) módulos fiscais, desde que
de Previdência Social-RGPS que estiver outorgante e outorgado continuem a exercer
exercendo ou que voltar a exercer atividade a respectiva atividade, individualmente ou
abrangida por este Regime é segurado em regime de economia
obrigatório em relação a essa atividade, familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718,
ficando sujeito às contribuições de que trata de 2008).
esta Lei, para fins de custeio da Seguridade
Social. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº
II – a exploração da atividade turística
9.032, de 28.4.95).
da propriedade rural, inclusive com
hospedagem, por não mais de 120 (cento e
§ 5º O dirigente sindical mantém, vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº
durante o exercício do mandato eletivo, o 11.718, de 2008).
mesmo enquadramento no Regime Geral de
Previdência Social-RGPS de antes da
investidura. (Parágrafo acrescentado III – a participação em plano de
previdência complementar instituído por
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
entidade classista a que seja associado, em
razão da condição de trabalhador rural ou de
§ 6o Aplica-se o disposto na alínea g do produtor rural em regime de economia
inciso I do caput ao ocupante de cargo de familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
Ministro de Estado, de Secretário Estadual, 2008).
Distrital ou Municipal, sem vínculo efetivo
com a União, Estados, Distrito Federal e
IV – ser beneficiário ou fazer parte de
Municípios, suas autarquias, ainda que em
grupo familiar que tem algum componente
regime especial, e
fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, que seja beneficiário de programa
de 1999). assistencial oficial de
governo; (Incluído pela Lei nº 11.718,
de 2008).

416
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V – a utilização pelo próprio grupo VI – parceria ou meação outorgada na
familiar, na exploração da atividade, de forma e condições estabelecidas no inciso I
processo de beneficiamento ou do § 9o deste artigo; (Incluído pela Lei
industrialização artesanal, na forma do § 11 nº 11.718, de 2008).
do art. 25 desta Lei; e (Incluído pela Lei
nº 11.718, de 2008). VII – atividade artesanal desenvolvida
com matéria-prima produzida pelo
VI - a associação em cooperativa respectivo grupo familiar, podendo ser
agropecuária ou de crédito rural; utilizada matéria-prima de outra origem,
e (Redação dada pela Lei nº 13.183, de desde que a renda mensal obtida na
2015) atividade não exceda ao menor benefício de
prestação continuada da Previdência Social;
VII - a incidência do Imposto Sobre e (Incluído pela Lei nº 11.718, de
Produtos Industrializados - IPI sobre o 2008).
produto das atividades desenvolvidas nos
termos do § 14 deste artigo. (Incluído VIII – atividade artística, desde que em
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Produção valor mensal inferior ao menor benefício de
de efeito) prestação continuada da Previdência
Social. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
§ 10. Não é segurado especial o 2008).
membro de grupo familiar que possuir outra
fonte de rendimento, exceto se decorrente § 11. O segurado especial fica
de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de excluído dessa categoria: (Incluído pela
2008). Lei nº 11.718, de 2008).

I – benefício de pensão por morte, I – a contar do primeiro dia do mês em


auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo que: (Incluído pela Lei nº 11.718, de
valor não supere o do menor benefício de 2008).
prestação continuada da Previdência
Social; (Incluído pela Lei nº 11.718, de a) deixar de satisfazer as condições
2008). estabelecidas no inciso VII do caput deste
artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15
II – benefício previdenciário pela da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, ou
participação em plano de previdência exceder qualquer dos limites estabelecidos
complementar instituído nos termos do no inciso I do § 9o deste artigo; (Incluído pela
inciso IV do § 9o deste artigo; (Incluído Lei nº 11.718, de 2008).
pela Lei nº 11.718, de 2008).
b) enquadrar-se em qualquer outra
III - exercício de atividade remunerada categoria de segurado obrigatório do
em período não superior a 120 (cento e Regime Geral de Previdência Social,
vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII
civil, observado o disposto no § 13 deste e VIII do § 10 e no § 14 deste artigo, sem
artigo; (Redação dada pela Lei nº prejuízo do disposto no art. 15 da Lei no
12.873, de 2013) 8.213, de 24 de julho de
1991; (Redação dada pela Lei nº
IV – exercício de mandato eletivo de 12.873, de 2013)
dirigente sindical de organização da
categoria de trabalhadores c) tornar-se segurado obrigatório de
rurais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de outro regime previdenciário;
2008). e (Redação dada pela Lei nº 12.873,
de 2013)
V – exercício de mandato de vereador
do município onde desenvolve a atividade d) participar de sociedade empresária,
rural, ou de dirigente de cooperativa rural de sociedade simples, como empresário
constituída exclusivamente por segurados individual ou como titular de empresa
especiais, observado o disposto no § 13 individual de responsabilidade limitada em
deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de desacordo com as limitações impostas pelo
2008).

417
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 14 deste artigo; (Incluído pela Lei nº Art. 13. O servidor civil ocupante de
12.873, de 2013) (Produção de efeito) cargo efetivo ou o militar da União, dos
Estados, do Distrito Federal ou dos
II – a contar do primeiro dia do mês Municípios, bem como o das respectivas
subseqüente ao da ocorrência, quando o autarquias e fundações, são excluídos do
grupo familiar a que pertence exceder o Regime Geral de Previdência Social
limite de: (Incluído pela Lei nº 11.718, consubstanciado nesta Lei, desde que
de 2008). amparados por regime próprio de
previdência social. (Redação dada
a) utilização de trabalhadores nos pela Lei nº 9.876, de 1999).
termos do § 8o deste artigo; (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008). § 1o Caso o servidor ou o militar
venham a exercer, concomitantemente,
b) dias em atividade remunerada uma ou mais atividades abrangidas pelo
Regime Geral de Previdência Social, tornar-
estabelecidos no inciso III do § 10 deste
se-ão segurados obrigatórios em relação a
artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718,
essas atividades. (Incluído pela Lei nº 9.876,
de 2008).
de 1999).
c) dias de hospedagem a que se refere
§ 2o Caso o servidor ou o militar,
o inciso II do § 9o deste artigo. (Incluído
amparados por regime próprio de
pela Lei nº 11.718, de 2008).
previdência social, sejam requisitados para
outro órgão ou entidade cujo regime
§ 12. Aplica-se o disposto na alínea a previdenciário não permita a filiação nessa
do inciso V do caput deste artigo ao cônjuge condição, permanecerão vinculados ao
ou companheiro do produtor que participe regime de origem, obedecidas as regras que
da atividade rural por este cada ente estabeleça acerca de sua
explorada. (Incluído pela Lei nº 11.718, contribuição. (Incluído pela Lei nº
de 2008). 9.876, de 1999).

§ 13. O disposto nos incisos III e V do Art. 14. É segurado facultativo o maior
§ 10 e no § 14 deste artigo não dispensa o de 14 (quatorze) anos de idade que se filiar
recolhimento da contribuição devida em ao Regime Geral de Previdência Social,
relação ao exercício das atividades de que mediante contribuição, na forma do art. 21,
tratam os referidos desde que não incluído nas disposições do
dispositivos. (Redação dada pela Lei art. 12.
nº 12.873, de 2013)
Seção II
§ 14. A participação do segurado
especial em sociedade empresária, em
Da Empresa e do Empregador
sociedade simples, como empresário
Doméstico
individual ou como titular de empresa
individual de responsabilidade limitada de
objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou Art. 15. Considera-se:
agroturístico, considerada microempresa
nos termos da Lei Complementar no 123, de I - empresa - a firma individual ou
14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal sociedade que assume o risco de atividade
categoria previdenciária, desde que, econômica urbana ou rural, com fins
mantido o exercício da sua atividade rural na lucrativos ou não, bem como os órgãos e
forma do inciso VII do caput e do § 1o, a entidades da administração pública direta,
pessoa jurídica componha-se apenas de indireta e fundacional;
segurados de igual natureza e sedie-se no
mesmo Município ou em Município limítrofe II - empregador doméstico - a pessoa
àquele em que eles desenvolvam suas ou família que admite a seu serviço, sem
atividades. (Incluído pela Lei nº finalidade lucrativa, empregado doméstico.
12.873, de 2013) (Produção de efeito)
Parágrafo único. Equiparam-se a
§ 15. (VETADO). (Incluído pela Lei empresa, para os efeitos desta Lei, o
nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito)

418
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
contribuinte individual e a pessoa física na Seguridade Social. (Redação dada
condição de proprietário ou dono de obra de pela Lei nº 9.711, de 1998).
construção civil, em relação a segurado que
lhe presta serviço, bem como a cooperativa, § 1º Decorridos os prazos referidos no
a associação ou a entidade de qualquer caput deste artigo, as dotações a serem
natureza ou finalidade, a missão diplomática repassadas sujeitar-se-ão a atualização
e a repartição consular de carreira monetária segundo os mesmos índices
estrangeiras. (Redação dada pela Lei nº utilizados para efeito de correção dos
13.202, de 2015) tributos da União.

§ 2º Os recursos oriundos da
CAPÍTULO II majoração das contribuições previstas nesta
Lei ou da criação de novas contribuições
DA CONTRIBUIÇÃO DA UNIÃO destinadas à Seguridade Social somente
poderão ser utilizados para atender as
Art. 16. A contribuição da União é ações nas áreas de saúde, previdência e
constituída de recursos adicionais do assistência social.
Orçamento Fiscal, fixados obrigatoriamente
na lei orçamentária anual. CAPÍTULO III

Parágrafo único. A União é DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO


responsável pela cobertura de eventuais
insuficiências financeiras da Seguridade Seção I
Social, quando decorrentes do pagamento
de benefícios de prestação continuada da Da Contribuição dos Segurados
Previdência Social, na forma da Lei
Empregado, Empregado Doméstico e
Orçamentária Anual.
Trabalhador Avulso

Art. 17. Para pagamento dos


Art. 20. A contribuição do empregado,
encargos previdenciários da União, poderão
inclusive o doméstico, e a do trabalhador
contribuir os recursos da Seguridade Social
avulso é calculada mediante a aplicação da
referidos na alínea "d" do parágrafo único do correspondente alíquota sobre o seu
art. 11 desta Lei, na forma da Lei salário-de-contribuição mensal, de forma
Orçamentária anual, assegurada a
não cumulativa, observado o disposto no art.
destinação de recursos para as ações desta
28, de acordo com a seguinte
Lei de Saúde e Assistência
tabela: (Redação dada pela Lei n°
Social. (Redação dada pela Lei nº
9.032, de 28.4.95) (Vide Lei
9.711, de 1998).
Complementar nº 150, de 2015)

Art. 18. Os recursos da Seguridade


Salário-de-contribuição Alíquota em %
Social referidos nas alíneas "a", "b", "c" e "d"
do parágrafo único do art. 11 desta Lei até 249,80 8,00
poderão contribuir, a partir do exercício de de 249,81 até 416,33 9,00
1992, para o financiamento das despesas de 416,34 até 832,66 11,00
com pessoal e administração geral apenas (Valores e alíquotas dados pela Lei nº
do Instituto Nacional do Seguro Social- 9.129, de 20.11.95) 4
INSS, do Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social-INAMPS, da
§ 1º Os valores do salário-de-
Fundação Legião Brasileira de Assistência-
contribuição serão reajustados, a partir da
LBA e da Fundação Centro Brasileira para
data de entrada em vigor desta Lei, na
Infância e Adolescência.
mesma época e com os mesmos índices
que os do reajustamento dos benefícios de
Art. 19. O Tesouro Nacional repassará prestação continuada da Previdência
mensalmente recursos referentes às Social.(Redação dada pela Lei n° 8.620, de
contribuições mencionadas nas alíneas "d" 5.1.93)
e "e" do parágrafo único do art. 11 desta Lei,
destinados à execução do Orçamento da

419
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se de 2006; e (Incluído pela Lei nº 12.470, de
também aos segurados empregados e 2011) (Produção de efeito)
trabalhadores avulsos que prestem serviços
a microempresas. (Parágrafo acrescentado b) do segurado facultativo sem renda
pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) própria que se dedique exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua
Seção II residência, desde que pertencente a família
de baixa renda. (Incluído pela Lei nº
Da Contribuição dos Segurados 12.470, de 2011)
Contribuinte Individual e Facultativo.
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 3o O segurado que tenha
contribuído na forma do § 2o deste artigo e
Art. 21. A alíquota de contribuição dos pretenda contar o tempo de contribuição
segurados contribuinte individual e correspondente para fins de obtenção da
facultativo será de vinte por cento sobre o aposentadoria por tempo de contribuição ou
respectivo salário-de-contribuição. da contagem recíproca do tempo de
(Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). contribuição a que se refere o art. 94 da Lei
no 8.213, de 24 de julho de 1991, deverá
I - revogado; (Redação dada pela Lei complementar a contribuição mensal
nº 9.876, de 1999). mediante recolhimento, sobre o valor
correspondente ao limite mínimo mensal do
salário-de-contribuição em vigor na
II - revogado. (Redação dada pela Lei
competência a ser complementada, da
nº 9.876, de 1999).
diferença entre o percentual pago e o de
20% (vinte por cento), acrescido dos juros
§ 1º Os valores do salário-de- moratórios de que trata o § 3o do art. 5o da
contribuição serão reajustados, a partir da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de
data de entrada em vigor desta Lei , na 1996. (Redação dada pela Lei nº 12.470,
mesma época e com os mesmos índices de 2011) (Produção de efeito)
que os do reajustamento dos benefícios de
prestação continuada da Previdência Social.
(Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). § 4o Considera-se de baixa renda,
(Renumerado pela Lei Complementar nº para os fins do disposto na alínea b do inciso
123, de 2006). II do § 2o deste artigo, a família inscrita no
Cadastro Único para Programas Sociais do
Governo Federal - CadÚnico cuja renda
§ 2o No caso de opção pela exclusão mensal seja de até 2 (dois) salários
do direito ao benefício de aposentadoria por mínimos. (Redação dada pela Lei nº
tempo de contribuição, a alíquota de 12.470, de 2011)
contribuição incidente sobre o limite mínimo
mensal do salário de contribuição será
de: (Redação dada pela Lei nº 12.470, de § 5o A contribuição complementar a
2011) que se refere o § 3o deste artigo será exigida
a qualquer tempo, sob pena de
indeferimento do benefício. (Incluído pela
I - 11% (onze por cento), no caso do Lei nº 12.507, de 2011)
segurado contribuinte individual, ressalvado
o disposto no inciso II, que trabalhe por
conta própria, sem relação de trabalho com CAPÍTULO IV
empresa ou equiparado e do segurado
facultativo, observado o disposto na alínea b DA CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
do inciso II deste parágrafo; (Incluído pela
Lei nº 12.470, de 2011) Art. 22. A contribuição a cargo da
empresa, destinada à Seguridade Social,
II - 5% (cinco por cento): (Incluído além do disposto no art. 23, é de: 6
pela Lei nº 12.470, de 2011)
I - vinte por cento sobre o total das
a) no caso do microempreendedor remunerações pagas, devidas ou creditadas
individual, de que trata o art. 18-A da Lei a qualquer título, durante o mês, aos
Complementar no 123, de 14 de dezembro segurados empregados e trabalhadores

420
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
avulsos que lhe prestem serviços, empresas de seguros privados e de
destinadas a retribuir o trabalho, qualquer capitalização, agentes autônomos de
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, seguros privados e de crédito e entidades de
os ganhos habituais sob a forma de previdência privada abertas e fechadas,
utilidades e os adiantamentos decorrentes além das contribuições referidas neste
de reajuste salarial, quer pelos serviços artigo e no art. 23, é devida a contribuição
efetivamente prestados, quer pelo tempo à adicional de dois vírgula cinco por cento
disposição do empregador ou tomador de sobre a base de cálculo definida nos incisos
serviços, nos termos da lei ou do contrato I e III deste artigo. (Redação dada pela Lei
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo nº 9.876, de 1999). (Vide Medida Provisória
de trabalho ou sentença nº 2.158-35, de 2001).
normativa. (Redação dada pela
Lei nº 9.876, de 1999). § 2º Não integram a remuneração as
parcelas de que trata o § 9º do art. 28.
II - para o financiamento do benefício
previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de § 3º O Ministério do Trabalho e da
24 de julho de 1991, e daqueles concedidos Previdência Social poderá alterar, com base
em razão do grau de incidência de nas estatísticas de acidentes do trabalho,
incapacidade laborativa decorrente dos apuradas em inspeção, o enquadramento
riscos ambientais do trabalho, sobre o total de empresas para efeito da contribuição a
das remunerações pagas ou creditadas, no que se refere o inciso II deste artigo, a fim
decorrer do mês, aos segurados de estimular investimentos em prevenção
empregados e trabalhadores de acidentes.
avulsos: (Redação dada pela
Lei nº 9.732, de 1998). § 4º O Poder Executivo estabelecerá,
na forma da lei, ouvido o Conselho Nacional
a) 1% (um por cento) para as empresas da Seguridade Social, mecanismos de
em cuja atividade preponderante o risco de estímulo às empresas que se utilizem de
acidentes do trabalho seja considerado leve; empregados portadores de deficiências
física, sensorial e/ou mental com desvio do
b) 2% (dois por cento) para as padrão médio.
empresas em cuja atividade preponderante
esse risco seja considerado médio; § 5º (Revogado pela Lei nº
10.256, de 2001).
c) 3% (três por cento) para as
empresas em cuja atividade preponderante § 6º A contribuição empresarial da
esse risco seja considerado grave. associação desportiva que mantém equipe
de futebol profissional destinada à
III - vinte por cento sobre o total das Seguridade Social, em substituição à
remunerações pagas ou creditadas a prevista nos incisos I e II deste artigo,
qualquer título, no decorrer do mês, aos corresponde a cinco por cento da receita
segurados contribuintes individuais que lhe bruta, decorrente dos espetáculos
prestem serviços; (Incluído pela desportivos de que participem em todo
Lei nº 9.876, de 1999). território nacional em qualquer modalidade
desportiva, inclusive jogos internacionais, e
IV (Execução suspensa de qualquer forma de patrocínio,
pela Resolução do Senado Federal nº 10, de licenciamento de uso de marcas e símbolos,
2016) publicidade, propaganda e de transmissão
de espetáculos
§ 1o No caso de bancos comerciais, desportivos. (Parágrafo
acrescentado pela Lei nº 9.528, de
bancos de investimentos, bancos de
10.12.97).
desenvolvimento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito § 7º Caberá à entidade promotora do
imobiliário, sociedades corretoras, espetáculo a responsabilidade de efetuar o
distribuidoras de títulos e valores desconto de cinco por cento da receita bruta
mobiliários, empresas de arrendamento decorrente dos espetáculos desportivos e o
mercantil, cooperativas de crédito, respectivo recolhimento ao Instituto

421
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Nacional do Seguro Social, no prazo de até § 12. (VETADO) (Incluído
dois dias úteis após a realização do pela Lei nº 10.170, de 2000).
evento. (Parágrafo acrescentado
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 13. Não se considera como
remuneração direta ou indireta, para os
§ 8º Caberá à associação desportiva efeitos desta Lei, os valores despendidos
que mantém equipe de futebol profissional pelas entidades religiosas e instituições de
informar à entidade promotora do ensino vocacional com ministro de confissão
espetáculo desportivo todas as receitas religiosa, membros de instituto de vida
auferidas no evento, discriminando-as consagrada, de congregação ou de ordem
detalhadamente. (Parágrafo religiosa em face do seu mister religioso ou
acrescentado pela Lei nº 9.528, de para sua subsistência desde que fornecidos
10.12.97). em condições que independam da natureza
e da quantidade do trabalho
§ 9º No caso de a associação executado. (Incluído pela Lei nº
desportiva que mantém equipe de futebol 10.170, de 2000).
profissional receber recursos de empresa ou
entidade, a título de patrocínio, § 14. Para efeito de interpretação do
licenciamento de uso de marcas e símbolos, § 13 deste artigo: (Incluído pela Lei
publicidade, propaganda e transmissão de nº 13.137, de 2015)
espetáculos, esta última ficará com a
responsabilidade de reter e recolher o I - os critérios informadores dos
percentual de cinco por cento da receita valores despendidos pelas entidades
bruta decorrente do evento, inadmitida religiosas e instituições de ensino
qualquer dedução, no prazo estabelecido na vocacional aos ministros de confissão
alínea "b", inciso I, do art. 30 desta religiosa, membros de vida consagrada, de
Lei. (Parágrafo acrescentado pela congregação ou de ordem religiosa não são
Lei nº 9.528, de 10.12.97). taxativos e sim
exemplificativos; (Incluído pela Lei
§ 10. Não se aplica o disposto nos §§ nº 13.137, de 2015)
6º ao 9º às demais associações desportivas,
que devem contribuir na forma dos incisos I II - os valores despendidos, ainda que
e II deste artigo e do art. 23 desta pagos de forma e montante diferenciados,
Lei. (Parágrafo acrescentado em pecúnia ou a título de ajuda de custo de
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). moradia, transporte, formação educacional,
vinculados exclusivamente à atividade
§ 11. O disposto nos §§ 6º ao 9º deste religiosa não configuram remuneração
artigo aplica-se à associação desportiva que direta ou indireta. (Incluído pela
mantenha equipe de futebol profissional e Lei nº 13.137, de 2015)
atividade econômica organizada para a
produção e circulação de bens e serviços e § 15. Na contratação de serviços de
que se organize regularmente, segundo um transporte rodoviário de carga ou de
dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 passageiro, de serviços prestados com a
da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - utilização de trator, máquina de
Código Civil. (Redação dada pela terraplenagem, colheitadeira e
Lei nº 11.345, de 2006). assemelhados, a base de cálculo da
contribuição da empresa corresponde a
§ 11-A. O disposto no § 11 deste artigo 20% (vinte por cento) do valor da nota fiscal,
aplica-se apenas às atividades diretamente fatura ou recibo, quando esses serviços
relacionadas com a manutenção e forem prestados por condutor autônomo de
administração de equipe profissional de veículo rodoviário, auxiliar de condutor
futebol, não se estendendo às outras autônomo de veículo rodoviário, bem como
atividades econômicas exercidas pelas por operador de
referidas sociedades empresariais máquinas. (Incluído pela Lei nº
beneficiárias. (Incluído pela Lei nº 13.202, de 2015)
11.505, de 2007).
Art. 22A. A contribuição devida pela
agroindústria, definida, para os efeitos desta

422
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Lei, como sendo o produtor rural pessoa (SENAR). (Incluído pela Lei nº
jurídica cuja atividade econômica seja a 10.256, de 2001).
industrialização de produção própria ou de
produção própria e adquirida de terceiros, § 6o Não se aplica o regime substitutivo
incidente sobre o valor da receita bruta de que trata este artigo à pessoa jurídica
proveniente da comercialização da que, relativamente à atividade rural, se
produção, em substituição às previstas nos dedique apenas ao florestamento e
incisos I e II do art. 22 desta Lei, é reflorestamento como fonte de matéria-
de: (Incluído pela Lei nº 10.256, de prima para industrialização própria mediante
2001). a utilização de processo industrial que
modifique a natureza química da madeira ou
I - dois vírgula cinco por cento a transforme em pasta
destinados à Seguridade celulósica. (Incluído pela Lei nº
Social; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 2003).
10.256, de 2001).
§ 7o Aplica-se o disposto no § 6o ainda
II - zero vírgula um por cento para o que a pessoa jurídica comercialize resíduos
financiamento do benefício previsto nos vegetais ou sobras ou partes da produção,
arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho desde que a receita bruta decorrente dessa
de 1991, e daqueles concedidos em razão comercialização represente menos de um
do grau de incidência de incapacidade para por cento de sua receita bruta proveniente
o trabalho decorrente dos riscos ambientais da comercialização da
da atividade. (Incluído pela Lei nº produção. (Incluído pela Lei nº
10.256, de 2001). 10.684, de 2003).

§ 1o (VETADO) (Incluído Art. 22B. As contribuições de que


pela Lei nº 10.256, de 2001). tratam os incisos I e II do art. 22 desta Lei
são substituídas, em relação à remuneração
§ 2o O disposto neste artigo não se paga, devida ou creditada ao trabalhador
aplica às operações relativas à prestação de rural contratado pelo consórcio simplificado
serviços a terceiros, cujas contribuições de produtores rurais de que trata o art. 25A,
previdenciárias continuam sendo devidas na pela contribuição dos respectivos
forma do art. 22 desta produtores rurais, calculada na forma do art.
Lei. (Incluído pela Lei nº 10.256, 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
de 2001). 10.256, de 2001).

§ 3o Na hipótese do § 2o, a receita bruta Art. 23. As contribuições a cargo da


correspondente aos serviços prestados a empresa provenientes do faturamento e do
terceiros será excluída da base de cálculo lucro, destinadas à Seguridade Social, além
da contribuição de que trata o do disposto no art. 22, são calculadas
caput. (Incluído pela Lei nº 10.256, mediante a aplicação das seguintes
de 2001). alíquotas:

§ 4o O disposto neste artigo não se I - 2% (dois por cento) sobre sua receita
aplica às sociedades cooperativas e às bruta, estabelecida segundo o disposto no §
agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, 1º do art. 1º do Decreto-lei nº 1.940, de 25
suinocultura e de maio de 1982, com a redação dada pelo
avicultura. (Incluído pela Lei nº art. 22, do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de
10.256, de 2001). dezembro de 1987, e alterações
posteriores; 9
§ 5o O disposto no inciso I do art. 3o da
Lei no 8.315, de 23 de dezembro de 1991, II - 10% (dez por cento) sobre o lucro
não se aplica ao empregador de que trata líquido do período-base, antes da provisão
este artigo, que contribuirá com o adicional para o Imposto de Renda, ajustado na forma
de zero vírgula vinte e cinco por cento da do art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de
receita bruta proveniente da 1990. 10
comercialização da produção, destinado ao
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

423
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º No caso das instituições citadas no I - 1,2% (um inteiro e dois décimos por
§ 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota da cento) da receita bruta proveniente da
contribuição prevista no inciso II é de 15% comercialização da sua
(quinze por cento). 11 produção; (Redação dada pela Lei
nº 13.606, de 2018) (Produção de
§ 2º O disposto neste artigo não se efeito)
aplica às pessoas de que trata o art. 25.
II - 0,1% da receita bruta proveniente
CAPÍTULO V da comercialização da sua produção para
financiamento das prestações por acidente
DA CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR do trabalho. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 10.12.97). (Vide decisão-STF
DOMÉSTICO
Petição nº 8.140 - DF)
Art. 24. A contribuição do
§ 1º O segurado especial de que trata
empregador doméstico incidente sobre o
este artigo, além da contribuição obrigatória
salário de contribuição do empregado
referida no caput, poderá contribuir,
doméstico a seu serviço é
de: (Redação dada pela Lei nº facultativamente, na forma do art. 21 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº
13.202, de 2015)
8.540, de 22.12.92)
I - 8% (oito por cento);
e (Incluído pela Lei nº 13.202, de § 2º A pessoa física de que trata a
2015) alínea "a" do inciso V do art. 12 contribui,
também, obrigatoriamente, na forma do art.
II - 0,8% (oito décimos por cento) para 21 desta Lei. (Redação dada pela
o financiamento do seguro contra acidentes Lei nº 8.540, de 22.12.92)
de trabalho. (Incluído pela Lei nº
13.202, de 2015) § 3º Integram a produção, para os
efeitos deste artigo, os produtos de origem
Parágrafo único. Presentes os animal ou vegetal, em estado natural ou
elementos da relação de emprego submetidos a processos de beneficiamento
doméstico, o empregador doméstico não ou industrialização rudimentar, assim
poderá contratar microempreendedor compreendidos, entre outros, os processos
individual de que trata o art. 18-A da Lei de lavagem, limpeza, descaroçamento,
Complementar nº 123, de 14 de dezembro pilagem, descascamento, lenhamento,
de 2006, sob pena de ficar sujeito a todas as pasteurização, resfriamento, secagem,
obrigações dela decorrentes, inclusive fermentação, embalagem, cristalização,
trabalhistas, tributárias e fundição, carvoejamento, cozimento,
previdenciárias. (Incluído pela Lei destilação, moagem, torrefação, bem como
nº 12.470, de 2011) os subprodutos e os resíduos obtidos
através desses
CAPÍTULO VI processos. (Incluído pela Lei n º
8.540, de 22.12.92)
DA CONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR
RURAL E DO PESCADOR § 4o (Revogado). (Redação
(Alterado pela Lei nº 8.398, de 7.1.92) dada pela Lei nº 11.718, de 2008).

Art. 25. A contribuição do empregador § 5º (VETADO) (Incluído pela Lei n º


rural pessoa física, em substituição à 8.540, de 22.12.92)
contribuição de que tratam os incisos I e II
do art. 22, e a do segurado especial, § 6º (Revogado pela Lei nº
referidos, respectivamente, na alínea a do 10.256, de 2001).
inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei,
destinada à Seguridade Social, é § 7º (Revogado pela Lei nº
de: (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001).
10.256, de 2001).

424
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 8º (Revogado pela Lei nº § 12. Não integra a base de cálculo
10.256, de 2001). da contribuição de que trata o caput deste
artigo a produção rural destinada ao plantio
§ 9o (VETADO) (Incluído ou reflorestamento, nem o produto animal
pela Lei nº 10.256, de 2001). destinado à reprodução ou criação pecuária
ou granjeira e à utilização como cobaia para
fins de pesquisas científicas, quando
§ 10. Integra a receita bruta de que
trata este artigo, além dos valores vendido pelo próprio produtor e por quem a
decorrentes da comercialização da utilize diretamente com essas finalidades e,
no caso de produto vegetal, por pessoa ou
produção relativa aos produtos a que se
entidade registrada no Ministério da
refere o § 3o deste artigo, a receita
Agricultura, Pecuária e Abastecimento que
proveniente: (Incluído pela Lei nº
se dedique ao comércio de sementes e
11.718, de 2008).
mudas no País. (Incluído pela Lei
nº 13.606, de 2018) (Produção de
I – da comercialização da produção efeito)
obtida em razão de contrato de parceria ou
meação de parte do imóvel
rural; (Incluído pela Lei nº 11.718, § 13. O produtor rural pessoa física
de 2008). poderá optar por contribuir na forma prevista
no caput deste artigo ou na forma dos
incisos I e II do caput do art. 22 desta Lei,
II – da comercialização de artigos de manifestando sua opção mediante o
artesanato de que trata o inciso VII do § 10 pagamento da contribuição incidente sobre
do art. 12 desta Lei; (Incluído pela a folha de salários relativa a janeiro de cada
Lei nº 11.718, de 2008). ano, ou à primeira competência
subsequente ao início da atividade rural, e
III – de serviços prestados, de será irretratável para todo o ano-
equipamentos utilizados e de produtos calendário. (Incluído pela Lei nº
comercializados no imóvel rural, desde que 13.606, de 2018) (Produção de efeito)
em atividades turística e de entretenimento
desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive Art. 25A. Equipara-se ao empregador
hospedagem, alimentação, recepção, rural pessoa física o consórcio simplificado
recreação e atividades pedagógicas, bem de produtores rurais, formado pela união de
como taxa de visitação e serviços produtores rurais pessoas físicas, que
especiais; (Incluído pela Lei nº outorgar a um deles poderes para contratar,
11.718, de 2008). gerir e demitir trabalhadores para prestação
de serviços, exclusivamente, aos seus
IV – do valor de mercado da produção integrantes, mediante documento registrado
rural dada em pagamento ou que tiver sido em cartório de títulos e
trocada por outra, qualquer que seja o documentos. (Incluído pela Lei nº
motivo ou finalidade; e (Incluído 10.256, de 2001).
pela Lei nº 11.718, de 2008).
§ 1o O documento de que trata o caput
V – de atividade artística de que trata o deverá conter a identificação de cada
inciso VIII do § 10 do art. 12 desta produtor, seu endereço pessoal e o de sua
Lei. (Incluído pela Lei nº 11.718, propriedade rural, bem como o respectivo
de 2008). registro no Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou
§ 11. Considera-se processo de informações relativas a parceria,
beneficiamento ou arrendamento ou equivalente e a matrícula
industrialização artesanal aquele realizado no Instituto Nacional do Seguro Social –
diretamente pelo próprio produtor rural INSS de cada um dos produtores
pessoa física, desde que não esteja sujeito rurais. (Incluído pela Lei nº
à incidência do Imposto Sobre Produtos 10.256, de 2001).
Industrializados – IPI. (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008). § 2o O consórcio deverá ser
matriculado no INSS em nome do
empregador a quem hajam sido outorgados
os poderes, na forma do

425
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
regulamento. (Incluído pela Lei DAS OUTRAS RECEITAS
nº 10.256, de 2001).
Art. 27. Constituem outras receitas da
§ 3o Os produtores rurais integrantes Seguridade Social:
do consórcio de que trata o caput serão
responsáveis solidários em relação às I - as multas, a atualização monetária e
obrigações os juros moratórios;
previdenciárias. (Incluído pela
Lei nº 10.256, de 2001). II - a remuneração recebida por
serviços de arrecadação, fiscalização e
§ 4o (VETADO) (Incluído cobrança prestados a terceiros;
pela Lei nº 10.256, de 2001).
III - as receitas provenientes de
CAPÍTULO VII prestação de outros serviços e de
fornecimento ou arrendamento de bens;
DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA
DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS IV - as demais receitas patrimoniais,
industriais e financeiras;
Art. 26. Constitui receita da
Seguridade Social a contribuição social V - as doações, legados, subvenções e
sobre a receita de concursos de outras receitas eventuais;
prognósticos a que se refere o inciso III do
caput do art. 195 da Constituição VI - 50% (cinqüenta por cento) dos
Federal. (Redação dada pela Lei nº valores obtidos e aplicados na forma do
13.756, de 2018) parágrafo único do art. 243 da Constituição
Federal;
§ 1o (Revogado). (Redação dada
pela Lei nº 13.756, de 2018) VII - 40% (quarenta por cento) do
resultado dos leilões dos bens apreendidos
§ 2o (Revogado). (Redação dada pelo Departamento da Receita Federal;
pela Lei nº 13.756, de 2018)
VIII - outras receitas previstas em
§ 3o (Revogado). (Redação dada legislação específica.
pela Lei nº 13.756, de 2018)
Parágrafo único. As companhias
§ 4o O produto da arrecadação da seguradoras que mantêm o seguro
contribuição será destinado ao obrigatório de danos pessoais causados por
financiamento da Seguridade veículos automotores de vias terrestres, de
Social. (Incluído pela Lei nº 13.756, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de
2018) 1974, deverão repassar à Seguridade Social
50% (cinqüenta por cento) do valor total do
prêmio recolhido e destinado ao Sistema
§ 5o A base de cálculo da contribuição
Único de Saúde-SUS, para custeio da
equivale à receita auferida nos concursos de
assistência médico-hospitalar dos
prognósticos, sorteios e
segurados vitimados em acidentes de
loterias. (Incluído dada pela Lei nº
trânsito.
13.756, de 2018)
CAPÍTULO IX
§ 6o A alíquota da contribuição
corresponde ao percentual vinculado à
Seguridade Social em cada modalidade DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO
lotérica, conforme previsto em
lei. (Incluído pela Lei nº 13.756, de Art. 28. Entende-se por salário-de-
2018) contribuição:

CAPÍTULO VIII I - para o empregado e trabalhador


avulso: a remuneração auferida em uma ou

426
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mais empresas, assim entendida a corresponde à sua remuneração mínima
totalidade dos rendimentos pagos, devidos definida em lei.
ou creditados a qualquer título, durante o
mês, destinados a retribuir o trabalho, § 5º O limite máximo do salário-de-
qualquer que seja a sua forma, inclusive as contribuição é de Cr$ 170.000,00 (cento e
gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de setenta mil cruzeiros), reajustado a partir da
utilidades e os adiantamentos decorrentes data da entrada em vigor desta Lei, na
de reajuste salarial, quer pelos serviços mesma época e com os mesmos índices
efetivamente prestados, quer pelo tempo à que os do reajustamento dos benefícios de
disposição do empregador ou tomador de prestação continuada da Previdência Social.
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, 12
ainda, de convenção ou acordo coletivo de
trabalho ou sentença
§ 6º No prazo de 180 (cento e oitenta)
normativa; (Redação dada pela dias, a contar da data de publicação desta
Lei nº 9.528, de 10.12.97) Lei, o Poder Executivo encaminhará ao
Congresso Nacional projeto de lei
II - para o empregado doméstico: a estabelecendo a previdência complementar,
remuneração registrada na Carteira de pública e privada, em especial para os que
Trabalho e Previdência Social, observadas possam contribuir acima do limite máximo
as normas a serem estabelecidas em estipulado no parágrafo anterior deste
regulamento para comprovação do vínculo artigo.
empregatício e do valor da remuneração;
§ 7º O décimo-terceiro salário
III - para o contribuinte individual: a (gratificação natalina) integra o salário-de-
remuneração auferida em uma ou mais contribuição, exceto para o cálculo de
empresas ou pelo exercício de sua atividade benefício, na forma estabelecida em
por conta própria, durante o mês, observado regulamento. (Redação dada pela
o limite máximo a que se refere o § Lei n° 8.870, de 15.4.94)
5o; (Redação dada pela Lei nº
9.876, de 1999). § 8o (Revogado). (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - para o segurado facultativo: o valor
por ele declarado, observado o limite
a) (revogada); (Redação
máximo a que se refere o §
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
5o. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
1999).
b) (VETADO) (Incluída pela
Lei nº 9.528, de 10.12.97)
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o
afastamento ou a falta do empregado
ocorrer no curso do mês, o salário-de- c) (Revogado pela Lei nº
contribuição será proporcional ao número 9.711, de 1998).
de dias de trabalho efetivo, na forma
estabelecida em regulamento. § 9º Não integram o salário-de-
contribuição para os fins desta Lei,
§ 2º O salário-maternidade é exclusivamente: (Redação dada
considerado salário-de-contribuição. pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)

§ 3º O limite mínimo do salário-de- a) os benefícios da previdência social,


contribuição corresponde ao piso salarial, nos termos e limites legais, salvo o salário-
legal ou normativo, da categoria ou, maternidade; (Redação dada
inexistindo este, ao salário mínimo, tomado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
no seu valor mensal, diário ou horário,
conforme o ajustado e o tempo de trabalho b) as ajudas de custo e o adicional
efetivo durante o mês. (Redação mensal recebidos pelo aeronauta nos
dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de
1973;
§ 4º O limite mínimo do salário-de-
contribuição do menor aprendiz

427
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
c) a parcela "in natura" recebida de 9. recebidas a título da indenização de
acordo com os programas de alimentação que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de
aprovados pelo Ministério do Trabalho e da outubro de 1984; (Redação dada
Previdência Social, nos termos da Lei nº pela Lei nº 9.711, de 1998).
6.321, de 14 de abril de 1976;
f) a parcela recebida a título de vale-
d) as importâncias recebidas a título de transporte, na forma da legislação própria;
férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, inclusive o valor g) a ajuda de custo, em parcela única,
correspondente à dobra da remuneração de recebida exclusivamente em decorrência de
férias de que trata o art. 137 da mudança de local de trabalho do
Consolidação das Leis do Trabalho- empregado, na forma do art. 470 da
CLT; (Redação dada pela Lei nº CLT; (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 10.12.97). 9.528, de 10.12.97).

e) as importâncias: (Redação h) as diárias para viagens; (Redação


dada pela Lei nº 9.528, de 1997) dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato i) a importância recebida a título de


das Disposições Constitucionais bolsa de complementação educacional de
Transitórias; (Incluído pela Lei nº 9.528, de estagiário, quando paga nos termos da Lei
1997) nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977;

2. relativas à indenização por tempo de j) a participação nos lucros ou


serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do resultados da empresa, quando paga ou
empregado não optante pelo Fundo de creditada de acordo com lei específica;
Garantia do Tempo de Serviço-
FGTS; (Incluído pela Lei nº 9.528, de l) o abono do Programa de Integração
1997) Social-PIS e do Programa de Assistência ao
Servidor Público-PASEP; (Incluída
3. recebidas a título da indenização de pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
que trata o art. 479 da CLT; (Incluído pela
Lei nº 9.528, de 1997) m) os valores correspondentes a
transporte, alimentação e habitação
4. recebidas a título da indenização de fornecidos pela empresa ao empregado
que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de contratado para trabalhar em localidade
junho de 1973; (Incluído pela Lei nº 9.528, distante da de sua residência, em canteiro
de 1997) de obras ou local que, por força da atividade,
exija deslocamento e estada, observadas as
5. recebidas a título de incentivo à normas de proteção estabelecidas pelo
demissão; (Incluído pela Lei nº 9.528, de Ministério do Trabalho; (Incluída
1997) pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)

6. recebidas a título de abono de férias n) a importância paga ao empregado a


na forma dos arts. 143 e 144 da título de complementação ao valor do
CLT; (Redação dada pela Lei nº auxílio-doença, desde que este direito seja
9.711, de 1998). extensivo à totalidade dos empregados da
empresa; (Incluída pela Lei nº 9.528, de
7. recebidas a título de ganhos 10.12.97)
eventuais e os abonos expressamente
desvinculados do o) as parcelas destinadas à assistência
salário; (Redação dada pela Lei nº ao trabalhador da agroindústria canavieira,
9.711, de 1998). de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º
de dezembro de 1965; (Incluída
8. recebidas a título de licença-prêmio pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)
indenizada; (Redação dada pela
Lei nº 9.711, de 1998).

428
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
p) o valor das contribuições o valor do limite mínimo mensal do salário-
efetivamente pago pela pessoa jurídica de-contribuição, o que for
relativo a programa de previdência maior; (Incluído pela Lei nº
complementar, aberto ou fechado, desde 12.513, de 2011)
que disponível à totalidade de seus
empregados e dirigentes, observados, no u) a importância recebida a título de
que couber, os arts. 9º e 468 da bolsa de aprendizagem garantida ao
CLT; (Incluída pela Lei nº 9.528, adolescente até quatorze anos de idade, de
de 10.12.97) acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº
8.069, de 13 de julho de
q) o valor relativo à assistência 1990; (Incluída pela Lei nº 9.528,
prestada por serviço médico ou de 10.12.97)
odontológico, próprio da empresa ou por ela
conveniado, inclusive o reembolso de v) os valores recebidos em decorrência
despesas com medicamentos, óculos, da cessão de direitos
aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, autorais; (Incluída pela Lei
despesas médico-hospitalares e outras nº 9.528, de 10.12.97)
similares; (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017) x) o valor da multa prevista no § 8º do
art. 477 da CLT. (Incluída pela
r) o valor correspondente a vestuários, Lei nº 9.528, de 10.12.97)
equipamentos e outros acessórios
fornecidos ao empregado e utilizados no y) o valor correspondente ao vale-
local do trabalho para prestação dos cultura. (Incluído pela Lei nº
respectivos
12.761, de 2012)
serviços; (Incluída pela Lei nº
9.528, de 10.12.97)
z) os prêmios e os abonos. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
s) o ressarcimento de despesas pelo
uso de veículo do empregado e o reembolso
creche pago em conformidade com a aa) os valores recebidos a título de
legislação trabalhista, observado o limite bolsa-atleta, em conformidade com a Lei no
máximo de seis anos de idade, quando 10.891, de 9 de julho de
devidamente comprovadas as despesas 2004. (Incluído pela Lei nº 13.756,
realizadas; (Incluída pela Lei nº de 2018)
9.528, de 10.12.97)
§ 10. Considera-se salário-de-
t) o valor relativo a plano educacional, contribuição, para o segurado empregado e
ou bolsa de estudo, que vise à educação trabalhador avulso, na condição prevista no
básica de empregados e seus dependentes § 5º do art. 12, a remuneração efetivamente
e, desde que vinculada às atividades auferida na entidade sindical ou empresa de
desenvolvidas pela empresa, à educação origem. (Parágrafo
profissional e tecnológica de empregados, acrescentado pela Lei nº 9.528, de
nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de 10.12.97)
dezembro de 1996,
e: (Redação dada pela Lei nº § 11. Considera-se remuneração do
12.513, de 2011) contribuinte individual que trabalha como
condutor autônomo de veículo rodoviário,
1. não seja utilizado em substituição como auxiliar de condutor autônomo de
de parcela salarial; e (Incluído veículo rodoviário, em automóvel cedido em
pela Lei nº 12.513, de 2011) regime de colaboração, nos termos da Lei nº
6.094, de 30 de agosto de 1974, como
operador de trator, máquina de
2. o valor mensal do plano
terraplenagem, colheitadeira e
educacional ou bolsa de estudo, assemelhados, o montante correspondente
considerado individualmente, não a 20% (vinte por cento) do valor bruto do
ultrapasse 5% (cinco por cento) da
frete, carreto, transporte de passageiros ou
remuneração do segurado a que se destina
do serviço prestado, observado o limite
ou o valor correspondente a uma vez e meia
máximo a que se refere o §

429
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
5o. (Incluído pela Lei nº 13.202, de produção, independentemente de essas
2015) operações terem sido realizadas
diretamente com o produtor ou com
Art. 29. (Revogado pela Lei nº intermediário pessoa física, na forma
9.876, de 1999). estabelecida em
regulamento; (Redação dada pela
Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de
CAPÍTULO X
efeitos).
DA ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO
IV - a empresa adquirente,
DAS CONTRIBUIÇÕES
consumidora ou consignatária ou a
cooperativa ficam sub-rogadas nas
Art. 30. A arrecadação e o obrigações da pessoa física de que trata a
recolhimento das contribuições ou de outras alínea "a" do inciso V do art. 12 e do
importâncias devidas à Seguridade Social segurado especial pelo cumprimento das
obedecem às seguintes obrigações do art. 25 desta Lei,
normas: (Redação dada pela Lei n° independentemente de as operações de
8.620, de 5.1.93) venda ou consignação terem sido realizadas
diretamente com o produtor ou com
I - a empresa é obrigada a: intermediário pessoa física, exceto no caso
do inciso X deste artigo, na forma
a) arrecadar as contribuições dos estabelecida em regulamento; (Redação
segurados empregados e trabalhadores dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) (Vide
avulsos a seu serviço, descontando-as da decisão-STF Petição nº 8.140 - DF)
respectiva remuneração;
V - o empregador doméstico é obrigado
b) recolher os valores arrecadados na a arrecadar e a recolher a contribuição do
forma da alínea a deste inciso, a segurado empregado a seu serviço, assim
contribuição a que se refere o inciso IV do como a parcela a seu cargo, até o dia 7 do
art. 22 desta Lei, assim como as mês seguinte ao da
contribuições a seu cargo incidentes sobre competência; (Redação dada pela
as remunerações pagas, devidas ou Lei Complementar nº 150, de 2015)
creditadas, a qualquer título, aos segurados
empregados, trabalhadores avulsos e VI - o proprietário, o incorporador
contribuintes individuais a seu serviço até o definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro
dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da de 1964, o dono da obra ou condômino da
competência; (Redação dada pela unidade imobiliária, qualquer que seja a
Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de forma de contratação da construção,
efeitos). reforma ou acréscimo, são solidários com o
construtor, e estes com a subempreiteira,
c) recolher as contribuições de que pelo cumprimento das obrigações para com
tratam os incisos I e II do art. 23, na forma e a Seguridade Social, ressalvado o seu
prazos definidos pela legislação tributária direito regressivo contra o executor ou
federal vigente; contratante da obra e admitida a retenção de
importância a este devida para garantia do
II - os segurados contribuinte individual cumprimento dessas obrigações, não se
e facultativo estão obrigados a recolher sua aplicando, em qualquer hipótese, o
contribuição por iniciativa própria, até o dia benefício de ordem; (Redação
quinze do mês seguinte ao da dada pela Lei 9.528, de 10.12.97)
competência; (Redação dada pela
Lei nº 9.876, de 1999) VII - exclui-se da responsabilidade
solidária perante a Seguridade Social o
III - a empresa adquirente, adquirente de prédio ou unidade imobiliária
consumidora ou consignatária ou a que realizar a operação com empresa de
cooperativa são obrigadas a recolher a comercialização ou incorporador de
contribuição de que trata o art. 25 até o dia imóveis, ficando estes solidariamente
20 (vinte) do mês subsequente ao da responsáveis com o construtor;
operação de venda ou consignação da

430
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VIII - nenhuma contribuição à b) de comercialização de artesanato ou
Seguridade Social é devida se a construção do exercício de atividade artística,
residencial unifamiliar, destinada ao uso observado o disposto nos incisos VII e VIII
próprio, de tipo econômico, for executada do § 10 do art. 12 desta Lei;
sem mão-de-obra assalariada, observadas e (Incluído pela Lei nº 11.718, de
as exigências do regulamento; 2008).

IX - as empresas que integram grupo c) de serviços prestados, de


econômico de qualquer natureza equipamentos utilizados e de produtos
respondem entre si, solidariamente, pelas comercializados no imóvel rural, desde que
obrigações decorrentes desta Lei; em atividades turística e de entretenimento
desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive
X - a pessoa física de que trata a alínea hospedagem, alimentação, recepção,
"a" do inciso V do art. 12 e o segurado recreação e atividades pedagógicas, bem
especial são obrigados a recolher a como taxa de visitação e serviços
contribuição de que trata o art. 25 desta Lei especiais; (Incluído pela Lei nº
no prazo estabelecido no inciso III deste 11.718, de 2008).
artigo, caso comercializem a sua
produção: (Redação dada pela Lei XIII – o segurado especial é obrigado a
9.528, de 10.12.97) arrecadar a contribuição de trabalhadores a
seu serviço e a recolhê-la no prazo referido
a) no exterior; (Incluído pela na alínea b do inciso I do caput deste
Lei 9.528, de 10.12.97) artigo. (Incluído pela Lei nº 11.718,
de 2008).
b) diretamente, no varejo, ao
consumidor pessoa § 1º Revogado pela Lei nº 9.032, de
física; (Incluído pela Lei 9.528, de 28.4.95.
10.12.97)
§ 2o Se não houver expediente
c) à pessoa física de que trata a alínea
"a" do inciso V do art. 12; (Incluído bancário nas datas
pela Lei 9.528, de 10.12.97)
indicadas: (Redação dada pela Lei
d) ao segurado
especial; (Incluído pela Lei nº 11.933, de 2009). (Produção de
9.528, de 10.12.97)
efeitos).
XI - aplica-se o disposto nos incisos III
e IV deste artigo à pessoa física não I - no inciso II do caput, o
produtor rural que adquire produção para recolhimento deverá ser efetuado até o dia
venda no varejo a consumidor pessoa útil imediatamente posterior;
física. (Incluído pela Lei 9.528, de e (Redação dada pela Lei nº 13.202,
10.12.97) de 2015)

XII – sem prejuízo do disposto no inciso II - na alínea b do inciso I e nos incisos


X do caput deste artigo, o produtor rural III, V, X e XIII do caput, até o dia útil
pessoa física e o segurado especial são imediatamente anterior. (Redação
obrigados a recolher, diretamente, a dada pela Lei nº 13.202, de 2015)
contribuição incidente sobre a receita bruta
proveniente: (Incluído pela Lei nº § 3º Aplica-se à entidade sindical e à
11.718, de 2008). empresa de origem o disposto nas alíneas
"a" e "b" do inciso I, relativamente à
a) da comercialização de artigos de remuneração do segurado referido no § 5º
artesanato elaborados com matéria-prima do art. 12. (Parágrafo acrescentado
produzida pelo respectivo grupo pela Lei nº 9.528, de 10.12.97).
familiar; (Incluído pela Lei nº 11.718,
de 2008).

431
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4o Na hipótese de o contribuinte expediente bancário naquele dia, observado
individual prestar serviço a uma ou mais o disposto no § 5o do art. 33 desta Lei.
empresas, poderá deduzir, da sua (Redação dada pela Lei nº 11.933, de 2009).
contribuição mensal, quarenta e cinco por (Produção de efeitos).
cento da contribuição da empresa,
efetivamente recolhida ou declarada, § 1o O valor retido de que trata o caput
incidente sobre a remuneração que esta lhe deste artigo, que deverá ser destacado na
tenha pago ou creditado, limitada a dedução nota fiscal ou fatura de prestação de
a nove por cento do respectivo salário-de- serviços, poderá ser compensado por
contribuição. (Incluído pela Lei nº qualquer estabelecimento da empresa
9.876, de 1999). cedente da mão de obra, por ocasião do
recolhimento das contribuições destinadas à
§ 5o Aplica-se o disposto no § 4o ao Seguridade Social devidas sobre a folha de
cooperado que prestar serviço a empresa pagamento dos seus segurados. (Redação
por intermédio de cooperativa de dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876,
de 1999). § 2o Na impossibilidade de haver
compensação integral na forma do
§ 6o (Revogado). (Redação dada parágrafo anterior, o saldo remanescente
pela Lei nº 13.202, de 2015) será objeto de restituição. (Redação dada
pela Lei nº 9.711, de 1998).
§ 7o A empresa ou cooperativa
adquirente, consumidora ou consignatária § 3o Para os fins desta Lei, entende-se
da produção fica obrigada a fornecer ao como cessão de mão-de-obra a colocação à
segurado especial cópia do documento disposição do contratante, em suas
fiscal de entrada da mercadoria, para fins de dependências ou nas de terceiros, de
comprovação da operação e da respectiva segurados que realizem serviços contínuos,
contribuição previdenciária. (Incluído pela relacionados ou não com a atividade-fim da
Lei nº 11.718, de 2008). empresa, quaisquer que sejam a natureza e
a forma de contratação. (Redação dada pela
§ 8o Quando o grupo familiar a que o Lei nº 9.711, de 1998).
segurado especial estiver vinculado não
tiver obtido, no ano, por qualquer motivo, § 4o Enquadram-se na situação
receita proveniente de comercialização de prevista no parágrafo anterior, além de
produção deverá comunicar a ocorrência à outros estabelecidos em regulamento, os
Previdência Social, na forma do seguintes serviços: (Redação dada pela Lei
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.718, nº 9.711, de 1998).
de 2008).
I - limpeza, conservação e zeladoria;
§ 9o Quando o segurado especial tiver (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
comercializado sua produção do ano
anterior exclusivamente com empresa II - vigilância e segurança; (Incluído
adquirente, consignatária ou cooperativa, tal pela Lei nº 9.711, de 1998).
fato deverá ser comunicado à Previdência
Social pelo respectivo grupo familiar.
III - empreitada de mão-de-obra;
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008).
(Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).

Art. 31. A empresa contratante de IV - contratação de trabalho temporário


serviços executados mediante cessão de na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de
mão de obra, inclusive em regime de
1974. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 1998).
trabalho temporário, deverá reter 11% (onze
por cento) do valor bruto da nota fiscal ou
fatura de prestação de serviços e recolher, § 5o O cedente da mão-de-obra
em nome da empresa cedente da mão de deverá elaborar folhas de pagamento
obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) distintas para cada contratante. (Incluído
do mês subsequente ao da emissão da pela Lei nº 9.711, de 1998).
respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia
útil imediatamente anterior se não houver

432
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6o Em se tratando de retenção e § 1o (Revogado). (Redação dada
recolhimento realizados na forma do caput pela Lei nº 11.941, de 2009)
deste artigo, em nome de consórcio, de que
tratam os arts. 278 e 279 da Lei no 6.404, de § 2o A declaração de que trata o
15 de dezembro de 1976, aplica-se o inciso IV do caput deste artigo constitui
disposto em todo este artigo, observada a instrumento hábil e suficiente para a
participação de cada uma das empresas exigência do crédito tributário, e suas
consorciadas, na forma do respectivo ato informações comporão a base de dados
constitutivo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de para fins de cálculo e concessão dos
2009) benefícios previdenciários. (Redação
dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 32. A empresa é também obrigada
a: § 3o (Revogado). (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
I - preparar folhas-de-pagamento das
remunerações pagas ou creditadas a todos § 4o (Revogado). (Redação dada
os segurados a seu serviço, de acordo com pela Lei nº 11.941, de 2009)
os padrões e normas estabelecidos pelo
órgão competente da Seguridade Social; § 5o (Revogado). (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
II - lançar mensalmente em títulos
próprios de sua contabilidade, de forma § 6o (Revogado). (Redação dada
discriminada, os fatos geradores de todas as pela Lei nº 11.941, de 2009)
contribuições, o montante das quantias
descontadas, as contribuições da empresa
e os totais recolhidos; § 7o (Revogado). (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)
III – prestar à Secretaria da Receita
Federal do Brasil todas as informações § 8o (Revogado). (Redação dada
cadastrais, financeiras e contábeis de seu pela Lei nº 11.941, de 2009)
interesse, na forma por ela estabelecida,
bem como os esclarecimentos necessários § 9o A empresa deverá apresentar o
à fiscalização; (Redação dada pela Lei nº documento a que se refere o inciso IV do
11.941, de 2009) caput deste artigo ainda que não
ocorram fatos geradores de contribuição
IV – declarar à Secretaria da previdenciária, aplicando-se, quando
Receita Federal do Brasil e ao Conselho couber, a penalidade prevista no art. 32-
Curador do Fundo de Garantia do Tempo A desta Lei.
de Serviço – FGTS, na forma, prazo e
condições estabelecidos por esses § 10. O descumprimento do disposto
órgãos, dados relacionados a fatos no inciso IV do caput deste artigo impede
geradores, base de cálculo e valores a expedição da certidão de prova de
devidos da contribuição previdenciária e regularidade fiscal perante a Fazenda
outras informações de interesse do INSS Nacional. (Redação dada pela Lei nº
ou do Conselho Curador do 11.941, de 2009)
FGTS; (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009) § 11. Em relação aos créditos
tributários, os documentos
comprobatórios do cumprimento das
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº
obrigações de que trata este artigo
10.403, de 2002).
devem ficar arquivados na empresa até
que ocorra a prescrição relativa aos
VI – comunicar, mensalmente, aos créditos decorrentes das operações a
empregados, por intermédio de documento que se refiram. (Redação dada pela Lei
a ser definido em regulamento, os valores nº 11.941, de 2009)
recolhidos sobre o total de sua remuneração
ao INSS. (Incluído pela Lei nº 12.692, de
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
2012)
12.692, de 2012)

433
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 32-A. O contribuinte que deixar de contribuição previdenciária; e (Incluído pela
apresentar a declaração de que trata o Lei nº 11.941, de 2009).
inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no
prazo fixado ou que a apresentar com II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos
incorreções ou omissões será intimado a demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941,
apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e de 2009).
sujeitar-se-á às seguintes multas: (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009).
Art. 32-B. Os órgãos da
I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada administração direta, as autarquias, as
grupo de 10 (dez) informações incorretas ou fundações e as empresas públicas da
omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009). União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, cujas Normas Gerais de
II – de 2% (dois por cento) ao mês-
calendário ou fração, incidentes sobre o Direito Financeiro para elaboração e
montante das contribuições informadas, controle dos orçamentos estão definidas
ainda que integralmente pagas, no caso de
falta de entrega da declaração ou entrega pela Lei no 4.320, de 17 de março de 1964,
após o prazo, limitada a 20% (vinte por e pela Lei Complementar no 101, de 4 de
cento), observado o disposto no § 3o deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de maio de 2000, ficam obrigados, na forma
2009). estabelecida pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil do Ministério da Fazenda,
§ 1o Para efeito de aplicação da multa
prevista no inciso II do caput deste artigo, a apresentar: (Incluído pela Lei nº 12.810,
será considerado como termo inicial o dia de 2013)
seguinte ao término do prazo fixado para
entrega da declaração e como termo final a
data da efetiva entrega ou, no caso de não- I - a contabilidade entregue ao
apresentação, a data da lavratura do auto de
infração ou da notificação de Tribunal de Controle Externo; e (Incluído
lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de pela Lei nº 12.810, de 2013)
2009).

§ 2o Observado o disposto no § 3o II - a folha de pagamento. (Incluído


deste artigo, as multas serão pela Lei nº 12.810, de 2013)
reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009).
Parágrafo único. As informações de
I – à metade, quando a declaração for que trata o caput deverão ser apresentadas
apresentada após o prazo, mas antes de
qualquer procedimento de ofício; até o dia 30 de abril do ano seguinte ao
ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). encerramento do exercício. (Incluído pela

II – a 75% (setenta e cinco por cento), Lei nº 12.810, de 2013)


se houver apresentação da declaração no
prazo fixado em intimação. (Incluído pela
Art. 32-C. O segurado especial
Lei nº 11.941, de 2009).
responsável pelo grupo familiar que
§ 3o A multa mínima a ser aplicada contratar na forma do § 8o do art. 12
será de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009). apresentará as informações relacionadas ao
registro de trabalhadores, aos fatos
I – R$ 200,00 (duzentos reais),
geradores, à base de cálculo e aos valores
tratando-se de omissão de declaração sem
ocorrência de fatos geradores de das contribuições devidas à Previdência

434
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de recolhimento deverá ser antecipado para o
dia útil imediatamente anterior. (Incluído
Serviço - FGTS e outras informações de
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
interesse da Secretaria da Receita Federal
do Brasil, do Ministério da Previdência § 6o Os valores não pagos até a data
do vencimento sujeitar-se-ão à incidência de
Social, do Ministério do Trabalho e Emprego acréscimos e encargos legais na forma
e do Conselho Curador do FGTS, por meio prevista na legislação do Imposto sobre a
Renda e Proventos de Qualquer Natureza
de sistema eletrônico com entrada única de para as contribuições de caráter tributário, e
dados, e efetuará os recolhimentos por meio conforme o art. 22 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990, para os depósitos do FGTS,
de documento único de inclusive no que se refere às multas por
arrecadação. (Incluído pela Lei nº 12.873, atraso. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
2013) (Vigência)
de 2013) (Vigência)
§ 7o O recolhimento do valor do FGTS
§ 1o Os Ministros de Estado da na forma deste artigo será creditado
Fazenda, da Previdência Social e do diretamente em conta vinculada do
Trabalho e Emprego disporão, em ato trabalhador, assegurada a transferência dos
conjunto, sobre a prestação das elementos identificadores do recolhimento
informações, a apuração, o recolhimento e a ao agente operador do fundo. (Incluído pela
distribuição dos recursos recolhidos e sobre Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
as informações geradas por meio do
sistema eletrônico e da guia de recolhimento § 8o O ato de que trata o § 1o regulará
de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº a compensação e a restituição dos valores
12.873, de 2013) (Vigência) dos tributos e dos encargos trabalhistas
recolhidos, no documento único de
§ 2o As informações prestadas no arrecadação, indevidamente ou em
sistema eletrônico de que trata o caput têm montante superior ao devido. (Incluído pela
caráter declaratório, constituem instrumento Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
hábil e suficiente para a exigência dos
tributos e encargos apurados e substituirão, § 9o A devolução de valores do FGTS,
na forma regulamentada pelo ato conjunto depositados na conta vinculada do
que prevê o § 1o, a obrigatoriedade de trabalhador, será objeto de norma
entrega de todas as informações, regulamentar do Conselho Curador e do
formulários e declarações a que está sujeito Agente Operador do Fundo de Garantia do
o grupo familiar, inclusive as relativas ao Tempo de Serviço. (Incluído pela Lei nº
recolhimento do FGTS. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
12.873, de 2013) (Vigência)
§ 10. O produto da arrecadação de
§ 3o O segurado especial de que trata que trata o § 3o será centralizado na Caixa
o caput está obrigado a arrecadar as Econômica Federal. (Incluído pela Lei nº
contribuições previstas nos incisos X, XII e 12.873, de 2013) (Vigência)
XIII do caput do art. 30, os valores referentes
ao FGTS e os encargos trabalhistas sob sua § 11. A Caixa Econômica Federal,
responsabilidade, até o dia 7 (sete) do mês com base nos elementos identificadores do
seguinte ao da competência. (Incluído pela recolhimento, disponíveis no sistema de que
Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) trata o caput deste artigo, transferirá para a
Conta Única do Tesouro Nacional os valores
§ 4o Os recolhimentos devidos, nos arrecadados dos tributos e das
termos do § 3o, deverão ser pagos por meio contribuições previstas nos incisos X, XII e
de documento único de XIII do caput do art. 30. (Incluído pela Lei nº
arrecadação. (Incluído pela Lei nº 12.873, 12.873, de 2013) (Vigência)
de 2013) (Vigência)
§ 12. A impossibilidade de utilização
§ 5o Se não houver expediente do sistema eletrônico referido no caput será
bancário na data indicada no § 3o, o objeto de regulamento, a ser editado pelo

435
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Ministério da Fazenda e pelo Agente Justiça, o síndico ou seu representante, o
Operador do FGTS. (Incluído pela Lei nº comissário e o liquidante de empresa em
12.873, de 2013) (Vigência) liquidação judicial ou extrajudicial são
obrigados a exibir todos os documentos e
§ 13. A sistemática de entrega das livros relacionados com as contribuições
informações e recolhimentos de que trata o previstas nesta Lei. (Redação dada pela Lei
caput poderá ser estendida pelas nº 11.941, de 2009).
autoridades previstas no § 1o para o
produtor rural pessoa física de que trata a § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação
alínea a do inciso V do caput do art. de qualquer documento ou informação, ou
12. (Incluído pela Lei nº 12.873, de sua apresentação deficiente, a Secretaria
2013) (Vigência) da Receita Federal do Brasil pode, sem
prejuízo da penalidade cabível, lançar de
§ 14. Aplica-se às informações ofício a importância devida. (Redação dada
entregues na forma deste artigo o disposto pela Lei nº 11.941, de 2009).
no §2o do art. 32 e no art. 32-A. (Incluído
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) § 4o Na falta de prova regular e
formalizada pelo sujeito passivo, o montante
Art. 33. À Secretaria da Receita dos salários pagos pela execução de obra
de construção civil pode ser obtido mediante
Federal do Brasil compete planejar, cálculo da mão de obra empregada,
proporcional à área construída, de acordo
executar, acompanhar e avaliar as com critérios estabelecidos pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil, cabendo ao
atividades relativas à tributação, à proprietário, dono da obra, condômino da
unidade imobiliária ou empresa
fiscalização, à arrecadação, à cobrança corresponsável o ônus da prova em
contrário. (Redação dada pela Lei nº 11.941,
e ao recolhimento das contribuições de 2009).

sociais previstas no parágrafo único do § 5º O desconto de contribuição e de


consignação legalmente autorizadas
art. 11 desta Lei, das contribuições sempre se presume feito oportuna e
regularmente pela empresa a isso obrigada,
incidentes a título de substituição e das não lhe sendo lícito alegar omissão para se
eximir do recolhimento, ficando diretamente
devidas a outras entidades e responsável pela importância que deixou de
receber ou arrecadou em desacordo com o
fundos. (Redação dada pela Lei nº disposto nesta Lei.

11.941, de 2009). § 6º Se, no exame da escrituração


contábil e de qualquer outro documento da
empresa, a fiscalização constatar que a
§ 1o É prerrogativa da Secretaria da contabilidade não registra o movimento real
Receita Federal do Brasil, por intermédio de remuneração dos segurados a seu
dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do serviço, do faturamento e do lucro, serão
Brasil, o exame da contabilidade das apuradas, por aferição indireta, as
empresas, ficando obrigados a prestar todos contribuições efetivamente devidas,
os esclarecimentos e informações cabendo à empresa o ônus da prova em
solicitados o segurado e os terceiros contrário.
responsáveis pelo recolhimento das
contribuições previdenciárias e das § 7o O crédito da seguridade social é
contribuições devidas a outras entidades e constituído por meio de notificação de
fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, lançamento, de auto de infração e de
de 2009). confissão de valores devidos e não
recolhidos pelo contribuinte. (Redação dada
§ 2o A empresa, o segurado da pela Lei nº 11.941, de 2009).
Previdência Social, o serventuário da

436
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 8o Aplicam-se às contribuições a) (revogada); (Redação dada pela Lei
sociais mencionadas neste artigo as nº 11.941, de 2009).
presunções legais de omissão de receita
previstas nos §§ 2o e 3o do art. 12 do b) (revogada); (Redação dada pela Lei
Decreto-Lei no 1.598, de 26 de dezembro de nº 11.941, de 2009).
1977, e nos arts. 40, 41 e 42 da Lei no 9.430,
de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela
c) (revogada); (Redação dada pela Lei
Lei nº 11.941, de 2009).
nº 11.941, de 2009).

Art. 34. (Revogado pela Lei nº 11.941,


d) (revogada). (Redação dada pela Lei
de 2009)
nº 11.941, de 2009).

Art. 35. Os débitos com a União § 1o (Revogado). (Redação dada pela


decorrentes das contribuições sociais
Lei nº 11.941, de 2009).
previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo
único do art. 11 desta Lei, das contribuições
instituídas a título de substituição e das § 2o (Revogado). (Redação dada pela
contribuições devidas a terceiros, assim Lei nº 11.941, de 2009).
entendidas outras entidades e fundos, não
pagos nos prazos previstos em legislação, § 3o (Revogado). (Redação dada pela
serão acrescidos de multa de mora e juros Lei nº 11.941, de 2009).
de mora, nos termos do art. 61 da Lei no
9.430, de 27 de dezembro de § 4o (Revogado). (Redação dada pela
1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de Lei nº 11.941, de 2009).
2009).
Art. 35-A. Nos casos de lançamento de
I – (revogado): (Redação dada pela Lei ofício relativos às contribuições referidas no
nº 11.941, de 2009). art. 35 desta Lei, aplica-se o disposto no art.
44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de
a) (revogada); (Redação dada pela Lei 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
nº 11.941, de 2009).
Art. 36. (Revogado pela Lei n° 8.218,
b) (revogada); (Redação dada pela Lei de 29.8.91).
nº 11.941, de 2009).
Art. 37. Constatado o não-
c) (revogada); (Redação dada pela Lei recolhimento total ou parcial das
nº 11.941, de 2009). contribuições tratadas nesta Lei, não
declaradas na forma do art. 32 desta Lei, a
II – (revogado): (Redação dada pela Lei falta de pagamento de benefício
nº 11.941, de 2009). reembolsado ou o descumprimento de
obrigação acessória, será lavrado auto de
infração ou notificação de
a) (revogada); (Redação dada pela Lei lançamento. (Redação dada pela Lei nº
nº 11.941, de 2009). 11.941, de 2009).

b) (revogada); (Redação dada pela Lei


§ 1o (Revogado). (Redação dada pela
nº 11.941, de 2009).
Lei nº 11.941, de 2009).

c) (revogada); (Redação dada pela Lei


§ 2o (Revogado) (Redação dada pela
nº 11.941, de 2009).
Lei nº 11.941, de 2009).

d) (revogada); (Redação dada pela Lei


Art. 38. (Revogado pela Lei nº 11.941,
nº 11.941, de 2009).
de 2009)

III – (revogado): (Redação dada pela Art. 39. O débito original e seus
Lei nº 11.941, de 2009). acréscimos legais, bem como outras multas
previstas em lei, constituem dívida ativa da

437
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
União, promovendo-se a inscrição em livro estas incidirão sobre o valor total apurado
próprio daquela resultante das contribuições em liquidação de sentença ou sobre o valor
de que tratam as alíneas a, b e c do do acordo homologado. (Incluído pela Lei nº
parágrafo único do art. 11 desta Lei. 11.941, de 2009).
(Redação dada pela Lei nº 11.457, de
2007). (Vigência) § 2o Considera-se ocorrido o fato
gerador das contribuições sociais na data da
§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.501, de prestação do serviço. (Incluído pela Lei nº
2007). 11.941, de 2009).

§ 2º É facultado aos órgãos § 3o As contribuições sociais serão


competentes, antes de ajuizar a cobrança apuradas mês a mês, com referência ao
da dívida ativa de que trata o caput deste período da prestação de serviços, mediante
artigo, promover o protesto de título dado a aplicação de alíquotas, limites máximos do
em garantia, que será recebido pro salário-de-contribuição e acréscimos legais
solvendo. (Redação dada pela Lei nº moratórios vigentes relativamente a cada
11.457, de 2007). (Vigência) uma das competências abrangidas,
devendo o recolhimento ser efetuado no
§ 3o Serão inscritas como dívida ativa mesmo prazo em que devam ser pagos os
da União as contribuições que não tenham créditos encontrados em liquidação de
sido recolhidas ou parceladas resultantes sentença ou em acordo homologado, sendo
das informações prestadas no documento a que nesse último caso o recolhimento será
que se refere o inciso IV do art. 32 desta Lei. feito em tantas parcelas quantas as
(Redação dada pela Lei nº 11.457, de previstas no acordo, nas mesmas datas em
2007). (Vigência) que sejam exigíveis e proporcionalmente a
cada uma delas. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009).
Art. 40. (VETADO).

Art. 41. (Revogado pela Lei nº 11.941, § 4o No caso de reconhecimento


judicial da prestação de serviços em
de 2009)
condições que permitam a aposentadoria
especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
Art. 42. Os administradores de (vinte e cinco) anos de contribuição, serão
autarquias e fundações públicas, criadas e devidos os acréscimos de contribuição de
mantidas pelo Poder Público, de empresas que trata o § 6o do art. 57 da Lei no 8.213, de
públicas e de sociedades de economia mista 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº
sujeitas ao controle da União, dos Estados, 11.941, de 2009).
do Distrito Federal ou dos Municípios, que
se encontrarem em mora, por mais de 30
(trinta) dias, no recolhimento das § 5o Na hipótese de acordo celebrado
após ter sido proferida decisão de mérito, a
contribuições previstas nesta Lei, tornam-se
contribuição será calculada com base no
solidariamente responsáveis pelo respectivo
valor do acordo. (Incluído pela Lei nº 11.941,
pagamento, ficando ainda sujeitos às
de 2009).
proibições do art. 1º e às sanções dos arts.
4º e 7º do Decreto-lei nº 368, de 19 de
dezembro de 1968. § 6o Aplica-se o disposto neste artigo
aos valores devidos ou pagos nas
Comissões de Conciliação Prévia de que
Art. 43. Nas ações trabalhistas de que
trata a Lei no 9.958, de 12 de janeiro de
resultar o pagamento de direitos sujeitos à
incidência de contribuição previdenciária, o 2000. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
juiz, sob pena de responsabilidade,
determinará o imediato recolhimento das Art. 44. (Revogado pela Lei nº 11.501,
importâncias devidas à Seguridade Social. de 2007).
(Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93)
Art. 45. (Revogado pela Lei
§ 1o Nas sentenças judiciais ou nos Complementar nº 128, de 2008)
acordos homologados em que não
figurarem, discriminadamente, as parcelas Art. 45-A. O contribuinte individual
legais relativas às contribuições sociais, que pretenda contar como tempo de

438
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
contribuição, para fins de obtenção de DA PROVA DE INEXISTÊNCIA DE
benefício no Regime Geral de Previdência DÉBITO
Social ou de contagem recíproca do tempo
de contribuição, período de atividade Art. 47. É exigida Certidão Negativa de
remunerada alcançada pela decadência Débito-CND, fornecida pelo órgão
deverá indenizar o INSS. (Incluído pela Lei competente, nos seguintes casos: (Redação
Complementar nº 128, de 2008) dada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95).

§ 1o O valor da indenização a que se I - da empresa:


refere o caput deste artigo e o § 1o do art. 55
da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991,
a) na contratação com o Poder Público
corresponderá a 20% (vinte por
e no recebimento de benefícios ou incentivo
cento): (Incluído pela Lei Complementar nº
fiscal ou creditício concedido por ele;
128, de 2008)
b) na alienação ou oneração, a
I – da média aritmética simples dos
qualquer título, de bem imóvel ou direito a
maiores salários-de-contribuição,
ele relativo;
reajustados, correspondentes a 80%
(oitenta por cento) de todo o período
contributivo decorrido desde a competência c) na alienação ou oneração, a
julho de 1994; ou (Incluído pela Lei qualquer título, de bem móvel de valor
Complementar nº 128, de 2008) superior a Cr$ 2.500.000,00 (dois milhões e
quinhentos mil cruzeiros) incorporado ao
ativo permanente da empresa; 19
II – da remuneração sobre a qual
incidem as contribuições para o regime
próprio de previdência social a que estiver d) no registro ou arquivamento, no
filiado o interessado, no caso de órgão próprio, de ato relativo a baixa ou
indenização para fins da contagem redução de capital de firma individual,
recíproca de que tratam os arts. 94 a 99 da redução de capital social, cisão total ou
Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, parcial, transformação ou extinção de
observados o limite máximo previsto no art. entidade ou sociedade comercial ou civil e
28 e o disposto em regulamento. (Incluído transferência de controle de cotas de
pela Lei Complementar nº 128, de 2008) sociedades de responsabilidade limitada;
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de
10.12.97).
§ 2o Sobre os valores apurados na
forma do § 1o deste artigo incidirão juros
moratórios de 0,5% (cinco décimos por II - do proprietário, pessoa física ou
cento) ao mês, capitalizados anualmente, jurídica, de obra de construção civil, quando
limitados ao percentual máximo de 50% de sua averbação no registro de imóveis,
(cinqüenta por cento), e multa de 10% (dez salvo no caso do inciso VIII do art. 30.
por cento). (Incluído pela Lei Complementar
nº 128, de 2008) § 1º A prova de inexistência de débito
deve ser exigida da empresa em relação a
§ 3o O disposto no § 1o deste todas as suas dependências,
artigo não se aplica aos casos de estabelecimentos e obras de construção
contribuições em atraso não alcançadas civil, independentemente do local onde se
pela decadência do direito de a Previdência encontrem, ressalvado aos órgãos
constituir o respectivo crédito, obedecendo- competentes o direito de cobrança de
se, em relação a elas, as disposições qualquer débito apurado posteriormente.
aplicadas às empresas em geral. (Incluído
pela Lei Complementar nº 128, de 2008) § 2º A prova de inexistência de débito,
quando exigível ao incorporador, independe
Art. 46. (Revogado pela Lei da apresentada no registro de imóveis por
Complementar nº 128, de 2008) ocasião da inscrição do memorial de
incorporação.
CAPÍTULO XI
§ 3º Fica dispensada a transcrição, em
instrumento público ou particular, do inteiro

439
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
teor do documento comprobatório de 4.591, de 16 de dezembro de 1964, poderá
inexistência de débito, bastando a obter documento comprobatório de
referência ao seu número de série e data da inexistência de débito, desde que comprove
emissão, bem como a guarda do documento o pagamento das contribuições relativas à
comprobatório à disposição dos órgãos sua unidade, conforme dispuser o
competentes. regulamento.

§ 4º O documento comprobatório de § 8º (Revogado pela Lei nº 11.941, de


inexistência de débito poderá ser 2009)
apresentado por cópia autenticada,
dispensada a indicação de sua finalidade, Art. 48. A prática de ato com
exceto no caso do inciso II deste artigo. inobservância do disposto no artigo anterior,
ou o seu registro, acarretará a
§ 5o O prazo de validade da Certidão responsabilidade solidária dos contratantes
Negativa de Débito - CND é de sessenta e do oficial que lavrar ou registrar o
dias, contados da sua emissão, podendo ser instrumento, sendo o ato nulo para todos os
ampliado por regulamento para até cento e efeitos.
oitenta dias. (Redação dada pela Lei nº
9.711, de 1998). § 1º Os órgãos competentes podem
intervir em instrumento que depender de
§ 6º Independe de prova de prova de inexistência de débito, a fim de
inexistência de débito: autorizar sua lavratura, desde que o débito
seja pago no ato ou o seu pagamento fique
a) a lavratura ou assinatura de assegurado mediante confissão de dívida
instrumento, ato ou contrato que constitua fiscal com o oferecimento de garantias reais
retificação, ratificação ou efetivação de suficientes, na forma estabelecida em
outro anterior para o qual já foi feita a prova; regulamento.

b) a constituição de garantia para § 2º Em se tratando de alienação de


concessão de crédito rural, em qualquer de bens do ativo de empresa em regime de
suas modalidades, por instituição de crédito liquidação extrajudicial, visando à obtenção
pública ou privada, desde que o contribuinte de recursos necessários ao pagamento dos
referido no art. 25, não seja responsável credores, independentemente do
direto pelo recolhimento de contribuições pagamento ou da confissão de dívida fiscal,
sobre a sua produção para a Seguridade o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS
Social; poderá autorizar a lavratura do respectivo
instrumento, desde que o valor do crédito
previdenciário conste, regularmente, do
c) a averbação prevista no inciso II
deste artigo, relativa a imóvel cuja quadro geral de credores, observada a
ordem de preferência legal. (Parágrafo
construção tenha sido concluída antes de 22
acrescentado pela Lei nº 9.639, de 25.5.98).
de novembro de 1966.

d) o recebimento pelos Municípios de § 3º O servidor, o serventuário da


transferência de recursos destinados a Justiça, o titular de serventia extrajudicial e
a autoridade ou órgão que infringirem o
ações de assistência social, educação,
disposto no artigo anterior incorrerão em
saúde e em caso de calamidade pública.
multa aplicada na forma estabelecida no art.
(Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009)
92, sem prejuízo da responsabilidade
administrativa e penal cabível. (Parágrafo
e) a verbação da construção civil renumerado e alterado pela Lei nº 9.639, de
localizada em área objeto de regularização 25.5.98).
fundiária de interesse social, na forma da Lei
no 11.977, de 7 de julho de 2009. (Incluído
TÍTULO VII
pela Lei nº 12.424, de 2011)

§ 7º O condômino adquirente de DAS DISPOSIÇÕES GERAIS


unidades imobiliárias de obra de construção
civil não incorporada na forma da Lei nº Art. 49. A matrícula da empresa será
efetuada nos termos e condições

440
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estabelecidos pela Secretaria da Receita processos de beneficiamento ou
Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei industrialização artesanal, com as
nº 11.941, de 2009). instituições financeiras, para fins de
contratação de operações de crédito, e com
I – (revogado); (Redação dada pela Lei os adquirentes de sua produção ou
nº 11.941, de 2009). fornecedores de sementes, insumos,
ferramentas e demais implementos
II – (revogado). (Redação dada pela Lei agrícolas. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
nº 11.941, de 2009). 2008).

§ 6o O disposto no § 5o deste artigo


§ 1o No caso de obra de construção
não se aplica ao licenciamento sanitário de
civil, a matrícula deverá ser efetuada
mediante comunicação obrigatória do produtos sujeitos à incidência de Imposto
responsável por sua execução, no prazo de sobre Produtos Industrializados ou ao
contribuinte cuja inscrição no Cadastro
30 (trinta) dias, contado do início de suas
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ seja
atividades, quando obterá número cadastral
obrigatória. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
básico, de caráter permanente. (Redação
2008).
dada pela Lei nº 11.941, de 2009).

Art. 50. Para fins de fiscalização do


a) (revogada); (Redação dada pela Lei
INSS, o Município, por intermédio do órgão
nº 11.941, de 2009).
competente, fornecerá relação de alvarás
para construção civil e documentos de
b) (revogada). (Redação dada pela Lei "habite-se" concedidos. (Redação dada pela
nº 11.941, de 2009). Lei nº 9.476, de 1997)

§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Art. 51. O crédito relativo a


Lei nº 11.941, de 2009). contribuições, cotas e respectivos adicionais
ou acréscimos de qualquer natureza
§ 3o O não cumprimento do disposto arrecadados pelos órgãos competentes,
no § 1o deste artigo sujeita o responsável a bem como a atualização monetária e os
multa na forma estabelecida no art. 92 desta juros de mora, estão sujeitos, nos processos
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de de falência, concordata ou concurso de
2009). credores, às disposições atinentes aos
créditos da União, aos quais são
§ 4º O Departamento Nacional de equiparados.
Registro do Comércio (DNRC), por
intermédio das Juntas Comerciais, e os Parágrafo único. O Instituto Nacional
Cartórios de Registro Civil de Pessoas do Seguro Social-INSS reivindicará os
Jurídicas prestarão, obrigatoriamente, ao valores descontados pela empresa de seus
Ministério da Economia, ao INSS e à empregados e ainda não recolhidos.
Secretaria da Receita Federal do Brasil
todas as informações referentes aos atos Art. 52. Às empresas, enquanto
constitutivos e alterações posteriores estiverem em débito não garantido com a
relativos a empresas e entidades neles União, aplica-se o disposto no art. 32 da Lei
registradas. (Redação dada pela Lei nº no 4.357, de 16 de julho de 1964. (Redação
13.846, de 2019) dada pela Lei nº 11.941, de 2009).

§ 5o A matrícula atribuída pela I – (revogado); (Redação dada pela Lei


Secretaria da Receita Federal do Brasil ao nº 11.941, de 2009).
produtor rural pessoa física ou segurado
especial é o documento de inscrição do II – (revogado). (Redação dada pela Lei
contribuinte, em substituição à inscrição no nº 11.941, de 2009).
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica –
CNPJ, a ser apresentado em suas relações
com o Poder Público, inclusive para Parágrafo único. (Revogado).
licenciamento sanitário de produtos de (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).
origem animal ou vegetal submetidos a

441
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 53. Na execução judicial da dívida § 2o Os recursos do FPE e do FPM
ativa da União, suas autarquias e fundações
não transferidos em decorrência da
públicas, será facultado ao exeqüente
indicar bens à penhora, a qual será aplicação do caput deste artigo poderão ser
efetivada concomitantemente com a citação
utilizados para quitação, total ou parcial, dos
inicial do devedor.
débitos relativos às contribuições de que
§ 1º Os bens penhorados nos termos tratam as alíneas a e c do parágrafo único
deste artigo ficam desde logo indisponíveis.
do art. 11 desta Lei, a pedido do
§ 2º Efetuado o pagamento integral da representante legal do Estado, Distrito
dívida executada, com seus acréscimos
Federal ou Município. (Incluído pela Lei nº
legais, no prazo de 2 (dois) dias úteis
contados da citação, independentemente da 12.810, de 2013)
juntada aos autos do respectivo mandado,
poderá ser liberada a penhora, desde que
não haja outra execução pendente. Art. 57. Os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios serão, igualmente,
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se obrigados a apresentar, a partir de 1º de
também às execuções já processadas. junho de 1992, para os fins do disposto no
artigo anterior, comprovação de pagamento
da parcela mensal referente aos débitos
§ 4º Não sendo opostos embargos, no com o Instituto Nacional do Seguro Social-
caso legal, ou sendo eles julgados
INSS, existentes até 1º de setembro de
improcedentes, os autos serão conclusos ao
1991, renegociados nos termos desta Lei.
juiz do feito, para determinar o
prosseguimento da execução.
Art. 58. Os débitos dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios para com
Art. 54. Os órgãos competentes
o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS,
estabelecerão critério para a dispensa de
existentes até 1º de setembro de 1991,
constituição ou exigência de crédito de valor
poderão ser liquidados em até 240
inferior ao custo dessa medida.
(duzentos e quarenta) parcelas mensais.

Art. 55. (Revogado pela Lei nº 12.101,


§ 1º Para apuração dos débitos será
de 2009)
considerado o valor original atualizado pelo
índice oficial utilizado pela Seguridade
Art. 56. A inexistência de débitos em Social para correção de seus créditos.
relação às contribuições devidas ao Instituto (Renumerado pela Lei nº 8.444, de 20.7.92)
Nacional do Seguro Social-INSS, a partir da
publicação desta Lei, é condição necessária
§ 2º As contribuições descontadas até
para que os Estados, o Distrito Federal e os
30 de junho de 1992 dos segurados que
Municípios possam receber as tenham prestado serviços aos Estados, ao
transferências dos recursos do Fundo de Distrito Federal e aos Municípios poderão
Participação dos Estados e do Distrito
ser objeto de acordo para parcelamento em
Federal-FPE e do Fundo de Participação
até doze meses, não se lhes aplicando o
dos Municípios-FPM, celebrar acordos,
disposto no § 1º do artigo 38 desta Lei.
contratos, convênios ou ajustes, bem como
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.444,
receber empréstimos, financiamentos, avais
de 20.7.92).
e subvenções em geral de órgãos ou
entidades da administração direta e indireta
da União. Art. 59. O Instituto Nacional do Seguro
Social-INSS implantará, no prazo de 90
(noventa) dias a contar da data da
§ 1o (Revogado pela Medida publicação desta Lei, sistema próprio e
Provisória no 2187-13, de informatizado de cadastro dos pagamentos
e débitos dos Governos Estaduais, do
2001). (Renumerado do parágrafo único e Distrito Federal e das Prefeituras
Incluído pela Lei nº 12.810, de 2013) Municipais, que viabilize o permanente
acompanhamento e fiscalização do disposto

442
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nos arts. 56, 57 e 58 e permita a divulgação CAPÍTULO I
periódica dos devedores da Previdência
Social. DA MODERNIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL
Art. 60. O pagamento dos benefícios
da Seguridade Social será realizado por Art. 63. (Revogado pela Medida
intermédio da rede bancária ou por outras Provisória nº 2.216-37, de 2001).
formas definidas pelo Ministério da
Previdência Social. (Redação dada pela Lei
Art. 64. (Revogado pela Medida
nº 11.941, de 2009).
Provisória nº 2.216-37, de 2001).

Parágrafo único. (Revogado pela Art. 65. (Revogado pela Medida


Medida Provisória nº 2.170-36, de 2001). Provisória nº 2.216-37, de 2001).

Art. 61. As receitas provenientes da


Art. 66. (Revogado pela Medida
cobrança de débitos dos Estados e
Provisória nº 2.216-37, de 2001).
Municípios e da alienação, arrendamento ou
locação de bens móveis ou imóveis
pertencentes ao patrimônio do Instituto Art. 67. Até que seja implantado o
Nacional do Seguro Social-INSS, deverão Cadastro Nacional do Trabalhador-CNT, as
constituir reserva técnica, de longo prazo, instituições e órgãos federais, estaduais, do
que garantirá o seguro social estabelecido Distrito Federal e municipais, detentores de
no Plano de Benefícios da Previdência cadastros de empresas e de contribuintes
Social. em geral, deverão colocar à disposição do
Instituto Nacional do Seguro Social-INSS,
mediante a realização de convênios, todos
Parágrafo único. É vedada a utilização
os dados necessários à permanente
dos recursos de que trata este artigo, para atualização dos cadastros da Previdência
cobrir despesas de custeio em geral, Social.
inclusive as decorrentes de criação,
majoração ou extensão dos benefícios ou
serviços da Previdência Social, admitindo- Art. 68. O Titular do Cartório de
se sua utilização, excepcionalmente, em Registro Civil de Pessoas Naturais remeterá
despesas de capital, na forma da lei de ao INSS, em até 1 (um) dia útil, pelo Sistema
orçamento. Nacional de Informações de Registro Civil
(Sirc) ou por outro meio que venha a
substituí-lo, a relação dos nascimentos, dos
Art. 62. A contribuição estabelecida na
natimortos, dos casamentos, dos óbitos, das
Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966, em
averbações, das anotações e das
favor da Fundação Jorge Duprat Figueiredo
retificações registradas na
de Segurança e Medicina do Trabalho-
serventia. (Redação dada pela Lei nº
FUNDACENTRO, será de 2% (dois por
13.846, de 2019)
cento) da receita proveniente da
contribuição a cargo da empresa, a título de
financiamento da complementação das § 1º Para os Municípios que não
prestações por acidente do trabalho, dispõem de provedor de conexão à internet
estabelecida no inciso II do art. 22. ou de qualquer meio de acesso à internet,
fica autorizada a remessa da relação em até
Parágrafo único. Os recursos referidos 5 (cinco) dias úteis. (Redação dada pela Lei
neste artigo poderão contribuir para o nº 13.846, de 2019)
financiamento das despesas com pessoal e
administração geral da Fundação Jorge § 2º Para os registros de nascimento
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina e de natimorto, constarão das informações,
do Trabalho-Fundacentro. (Parágrafo obrigatoriamente, a inscrição no Cadastro
acrescentado pela Lei nº 9.639, de 25.5.98) de Pessoas Físicas (CPF), o sexo, a data e
o local de nascimento do registrado, bem
TÍTULO VIII como o nome completo, o sexo, a data e o
local de nascimento e a inscrição no CPF da
filiação. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E
de 2019)
TRANSITÓRIAS

443
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3º Para os registros de casamento e sofridos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
de óbito, constarão das informações, 2019)
obrigatoriamente, a inscrição no CPF, o
sexo, a data e o local de nascimento do Art. 69. O INSS manterá programa
registrado, bem como, acaso disponíveis, os permanente de revisão da concessão e da
seguintes dados: (Redação dada pela Lei manutenção dos benefícios por ele
nº 13.846, de 2019) administrados, a fim de apurar
irregularidades ou erros
I - número do cadastro perante o materiais. (Redação dada pela Lei nº
Programa de Integração Social (PIS) ou o 13.846, de 2019)
Programa de Formação do Patrimônio do
Servidor Público (Pasep); (Incluído pela Lei § 1º Na hipótese de haver indícios de
nº 13.846, de 2019) irregularidade ou erros materiais na
concessão, na manutenção ou na revisão do
II - Número de Identificação do benefício, o INSS notificará o beneficiário, o
Trabalhador (NIT); (Incluído pela Lei nº seu representante legal ou o seu procurador
13.846, de 2019) para apresentar defesa, provas ou
documentos dos quais dispuser, no prazo
III - número de benefício de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
previdenciário ou assistencial, se a pessoa 2019)
falecida for titular de qualquer benefício
pago pelo INSS; (Incluído pela Lei nº I - 30 (trinta) dias, no caso de
13.846, de 2019) trabalhador urbano; (Incluído pela Lei nº
13.846, de 2019)
IV - número de registro da Carteira de
Identidade e respectivo órgão II - 60 (sessenta) dias, no caso de
emissor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de trabalhador rural individual e avulso,
2019) agricultor familiar ou segurado
especial. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
V - número do título de 2019)
eleitor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de
2019) § 2º A notificação a que se refere o §
1º deste artigo será feita: (Redação dada
VI - número e série da Carteira de pela Lei nº 13.846, de 2019)
Trabalho e Previdência Social
(CTPS). (Incluído pela Lei nº 13.846, de I - preferencialmente por rede
2019) bancária ou por meio eletrônico, conforme
previsto em regulamento; (Incluído pela Lei
§ 4º No caso de não haver sido nº 13.846, de 2019)
registrado nenhum nascimento, natimorto,
casamento, óbito ou averbações, anotações II - por via postal, por carta simples,
e retificações no mês, deverá o Titular do considerado o endereço constante do
Cartório de Registro Civil de Pessoas cadastro do benefício, hipótese em que o
Naturais comunicar este fato ao INSS até o aviso de recebimento será considerado
5º (quinto) dia útil do mês prova suficiente da notificação; (Incluído
subsequente. (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 13.846, de 2019)
13.846, de 2019)
III - pessoalmente, quando entregue
§ 5º O descumprimento de qualquer ao interessado em mãos; ou (Incluído pela
obrigação imposta neste artigo e o Lei nº 13.846, de 2019)
fornecimento de informação inexata
sujeitarão o Titular do Cartório de Registro IV - por edital, nos casos de retorno
Civil de Pessoas Naturais, além de outras com a não localização do segurado,
penalidades previstas, à penalidade prevista referente à comunicação indicada no inciso
no art. 92 desta Lei e à ação regressiva II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
proposta pelo INSS, em razão dos danos 13.846, de 2019)

444
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3º A defesa poderá ser apresentada I - a prova de vida e a renovação de
pelo canal de atendimento eletrônico do senha serão efetuadas por aquele que
INSS ou na Agência da Previdência Social receber o benefício, mediante identificação
do domicílio do beneficiário, na forma do por funcionário da instituição, quando
regulamento. (Redação dada pela Lei nº realizada nas instituições
13.846, de 2019) financeiras; (Incluído pela Lei nº 13.846, de
2019)
§ 4º O benefício será suspenso nas
seguintes hipóteses: (Redação dada pela II - o representante legal ou o
Lei nº 13.846, de 2019) procurador do beneficiário, legalmente
cadastrado no INSS, poderá realizar a prova
I - não apresentação da defesa no de vida no INSS ou na instituição financeira
prazo estabelecido no § 1º deste responsável pelo pagamento; (Incluído
artigo; (Incluído pela Lei nº 13.846, de pela Lei nº 13.846, de 2019)
2019)
III - a prova de vida de segurados com
II - defesa considerada insuficiente ou idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos
improcedente pelo INSS. (Incluído pela Lei será disciplinada em ato do Presidente do
nº 13.846, de 2019) INSS; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

§ 5º O INSS deverá notificar o IV - o INSS disporá de meios, incluída


beneficiário quanto à suspensão do a realização de pesquisa externa, que
benefício de que trata o § 4º deste artigo e garantam a identificação e o processo de
conceder-lhe prazo de 30 (trinta) dias para prova de vida para pessoas com
interposição de recurso. (Incluído pela Lei dificuldades de locomoção e idosos acima
nº 13.846, de 2019) de 80 (oitenta) anos que recebam
benefícios; e (Incluído pela Lei nº 13.846,
de 2019)
§ 6º Decorrido o prazo de 30 (trinta)
dias após a suspensão a que se refere o §
4º deste artigo, sem que o beneficiário, o seu V - o INSS poderá bloquear o
representante legal ou o seu procurador pagamento do benefício encaminhado às
apresente recurso administrativo aos canais instituições financeiras até que o
de atendimento do INSS ou a outros canais beneficiário atenda à convocação, permitida
autorizados, o benefício será a liberação do pagamento automaticamente
cessado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de pela instituição financeira. (Incluído pela
2019) Lei nº 13.846, de 2019)

§ 7º Para fins do disposto no caput § 9º O recurso de que trata o § 5º


deste artigo, o INSS poderá realizar deste artigo não terá efeito
recenseamento para atualização do suspensivo. (Incluído pela Lei nº 13.846,
cadastro dos beneficiários, abrangidos os de 2019)
benefícios administrados pelo INSS,
observado o disposto nos incisos III, IV e V § 10. Apurada irregularidade
do § 8º deste artigo. (Incluído pela Lei nº recorrente ou fragilidade nos
13.846, de 2019) procedimentos, reconhecida na forma
prevista no caput deste artigo ou pelos
§ 8º Aqueles que receberem órgãos de controle, os procedimentos de
benefícios realizarão anualmente a análise e concessão de benefícios serão
comprovação de vida nas instituições revistos, de modo a reduzir o risco de fraude
financeiras, por meio de atendimento e concessão irregular. (Incluído pela Lei nº
eletrônico com uso de biometria ou por 13.846, de 2019)
qualquer meio definido pelo INSS que
assegure a identificação do beneficiário, § 11. Para fins do disposto no § 8º
observadas as seguintes deste artigo, preservados a integridade dos
disposições: (Incluído pela Lei nº 13.846, dados e o sigilo eventualmente existente, o
de 2019) INSS: (Incluído pela Lei nº 13.846, de
2019)

445
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - terá acesso a todos os dados realizadas pelos órgãos locais de
biométricos mantidos e administrados pelos atendimento.
órgãos públicos federais; e (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019) Art. 74. Os postos de benefícios
deverão adotar como prática o cruzamento
II - poderá ter, por meio de convênio, das informações declaradas pelos
acesso aos dados biométricos: (Incluído segurados com os dados de cadastros de
pela Lei nº 13.846, de 2019) empresas e de contribuintes em geral
quando da concessão de benefícios.
a) da Justiça Eleitoral; e (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019) Art. 75. (Revogado pela Lei nº 9.711,
de 1998).
b) de outros entes
federativos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de Art. 76. O Instituto Nacional do Seguro
2019) Social-INSS deverá proceder ao
recadastramento de todos aqueles que, por
intermédio de procuração, recebem
Art. 70. Os beneficiários da Previdência
benefícios da Previdência Social.
Social, aposentados por invalidez, ficam
obrigados, sob pena de sustação do
pagamento do benefício, a submeterem-se Parágrafo único. O documento de
a exames médico-periciais, estabelecidos procuração deverá, a cada semestre, ser
na forma do regulamento, que definirá sua revalidado pelos órgãos de atendimento
periodicidade e os mecanismos de locais.
fiscalização e auditoria.
Art. 77. (Revogado pela Medida
Art. 71. O Instituto Nacional do Seguro Provisória nº 2.216-37, de 2001).
Social-INSS deverá rever os benefícios,
inclusive os concedidos por acidente do Art. 78. O Instituto Nacional do Seguro
trabalho, ainda que concedidos Social-INSS, na forma da legislação
judicialmente, para avaliar a persistência, específica, fica autorizado a contratar
atenuação ou agravamento da incapacidade auditorias externas, periodicamente, para
para o trabalho alegada como causa para a analisar e emitir parecer sobre
sua concessão. demonstrativos econômico-financeiros e
contábeis, arrecadação, cobrança e
Parágrafo único. Será cabível a fiscalização das contribuições, bem como
concessão de liminar nas ações rescisórias pagamento dos benefícios, submetendo os
e revisional, para suspender a execução do resultados obtidos à apreciação do
julgado rescindendo ou revisando, em caso Conselho Nacional da Seguridade Social.
de fraude ou erro material comprovado.
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, Art. 79. (Revogado pela Lei nº 9.711,
de 28 4.95). de 1998).

Art. 72. O Instituto Nacional do Seguro Art. 80. Fica o Instituto Nacional do
Social-INSS promoverá, no prazo de 180 Seguro Social-INSS obrigado a:
(cento e oitenta) dias a contar da publicação
desta Lei, a revisão das indenizações I – enviar às empresas e aos seus
associadas a benefícios por acidentes do segurados, quando solicitado, extrato
trabalho, cujos valores excedam a Cr$ relativo ao recolhimento das suas
1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil contribuições; (Redação pela Lei nº
cruzeiros). 12.692, de 2012)

Art. 73. O setor encarregado pela área II - (Revogado pela Lei nº 11.941, de
de benefícios no âmbito do Instituto 2009)
Nacional do Seguro Social-INSS deverá
estabelecer indicadores qualitativos e III - emitir e enviar aos beneficiários o
quantitativos para acompanhamento e Aviso de Concessão de Benefício, além da
avaliação das concessões de benefícios

446
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
memória de cálculo do valor dos benefícios DAS DEMAIS DISPOSIÇÕES
concedidos;
Art. 85. O Conselho Nacional da
IV - reeditar versão atualizada, nos Seguridade Social será instalado no prazo
termos do Plano de Benefícios, da Carta dos de 30 (trinta) dias após a promulgação desta
Direitos dos Segurados; Lei.

V - divulgar, com a devida Art. 85-A. Os tratados, convenções e


antecedência, através dos meios de outros acordos internacionais de que Estado
comunicação, alterações porventura estrangeiro ou organismo internacional e o
realizadas na forma de contribuição das Brasil sejam partes, e que versem sobre
empresas e segurados em geral; matéria previdenciária, serão interpretados
como lei especial. (Incluído pela Lei nº
VI - descentralizar, progressivamente, 9.876, de 1999).
o processamento eletrônico das
informações, mediante extensão dos Art. 86. (Revogado pela Medida
programas de informatização de postos de Provisória nº 2.216-37, de 2001).
atendimento e de Regiões Fiscais.
Art. 87. Os orçamentos das pessoas
VII - disponibilizará ao público, jurídicas de direito público e das entidades
inclusive por meio de rede pública de da administração pública indireta devem
transmissão de dados, informações consignar as dotações necessárias ao
atualizadas sobre as receitas e despesas do pagamento das contribuições da
regime geral de previdência social, bem Seguridade Social, de modo a assegurar a
como os critérios e parâmetros adotados sua regular liquidação dentro do exercício.
para garantir o equilíbrio financeiro e atuarial
do regime. (Incluído pela Lei nº 10.887, de Art. 88. Os prazos de prescrição de que
2004). goza a União aplicam-se à Seguridade
Social, ressalvado o disposto no art. 46.
Art. 81. (Revogado pela Lei nº 11.941,
de 2009) Art. 89. As contribuições sociais
previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo
Art. 82. A Auditoria e a Procuradoria do único do art. 11 desta Lei, as contribuições
Instituto Nacional do Seguro Social-INSS instituídas a título de substituição e as
deverão, a cada trimestre, elaborar relação contribuições devidas a terceiros somente
das auditorias realizadas e dos trabalhos poderão ser restituídas ou compensadas
executados, bem como dos resultados nas hipóteses de pagamento ou
obtidos, enviando-a a apreciação do recolhimento indevido ou maior que o
Conselho Nacional da Seguridade Social. devido, nos termos e condições
estabelecidos pela Secretaria da Receita
Art. 83. O Instituto Nacional do Seguro Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei
Social-INSS deverá implantar um programa nº 11.941, de 2009).
de qualificação e treinamento sistemático de
pessoal, bem como promover a reciclagem § 1o (Revogado). (Redação dada pela
e redistribuição de funcionários conforme as Lei nº 11.941, de 2009).
demandas dos órgãos regionais e locais,
visando a melhoria da qualidade do § 2o (Revogado). (Redação dada pela
atendimento e o controle e a eficiência dos Lei nº 11.941, de 2009).
sistemas de arrecadação e fiscalização de
contribuições, bem como de pagamento de
§ 3o (Revogado). (Redação dada pela
benefícios.
Lei nº 11.941, de 2009).

Art. 84. (Revogado pela Medida § 4o O valor a ser restituído ou


Provisória nº 2.216-37, de 2001). compensado será acrescido de juros
obtidos pela aplicação da taxa referencial do
CAPÍTULO II Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia – SELIC para títulos federais,

447
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
acumulada mensalmente, a partir do mês oitenta) dias da sua instalação, adotará as
subsequente ao do pagamento indevido ou providências necessárias ao levantamento
a maior que o devido até o mês anterior ao das dívidas da União para com a
da compensação ou restituição e de 1% (um Seguridade Social.
por cento) relativamente ao mês em que
estiver sendo efetuada. (Redação dada pela Art. 91. Mediante requisição da
Lei nº 11.941, de 2009). Seguridade Social, a empresa é obrigada a
descontar, da remuneração paga aos
§ 5o (Revogado). (Redação dada pela segurados a seu serviço, a importância
Lei nº 11.941, de 2009). proveniente de dívida ou responsabilidade
por eles contraída junto à Seguridade
§ 6o (Revogado). (Redação dada pela Social, relativa a benefícios pagos
Lei nº 11.941, de 2009). indevidamente.

§ 7o (Revogado). (Redação dada pela Art. 92. A infração de qualquer


Lei nº 11.941, de 2009). dispositivo desta Lei para a qual não haja
penalidade expressamente cominada
§ 8o Verificada a existência de débito sujeita o responsável, conforme a gravidade
da infração, a multa variável de Cr$
em nome do sujeito passivo, o valor da
100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$
restituição será utilizado para extingui-lo,
10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros),
total ou parcialmente, mediante
conforme dispuser o regulamento. 24
compensação. (Incluído pela Lei nº 11.196,
de 2005).
Art. 93. (Revogado o caput pela Lei nº
9.639, de 25.5.98.)
§ 9o Os valores compensados
indevidamente serão exigidos com os
acréscimos moratórios de que trata o art. 35 Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 11.941, de 2009)
2009).
Art. 94. (Revogado pela Lei nº 11.501,
§ 10. Na hipótese de compensação de 2007).
indevida, quando se comprove falsidade da
declaração apresentada pelo sujeito Art. 95. Caput. Revogado. (Redação
passivo, o contribuinte estará sujeito à multa dada pela Lei nº 9.983, de 2000).
isolada aplicada no percentual previsto no
inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, a) revogada; (Redação dada pela Lei
de 27 de dezembro de 1996, aplicado em nº 9.983, de 2000).
dobro, e terá como base de cálculo o valor
total do débito indevidamente
b) revogada; (Redação dada pela Lei
compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941,
nº 9.983, de 2000).
de 2009).
c) revogada; (Redação dada pela Lei nº
§ 11. Aplica-se aos processos de
9.983, de 2000).
restituição das contribuições de que trata
este artigo e de reembolso de salário-família
e salário-maternidade o rito previsto no d) revogada; (Redação dada pela Lei
Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. nº 9.983, de 2000).
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
e) revogada; (Redação dada pela Lei
§ 12. O disposto no § 10 deste artigo nº 9.983, de 2000).
não se aplica à compensação efetuada nos
termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de f) revogada; (Redação dada pela Lei nº
dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
13.670, de 2018)
g) revogada; (Redação dada pela Lei
Art. 90. O Conselho Nacional da nº 9.983, de 2000).
Seguridade Social, dentro de 180 (cento e

448
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
h) revogada; (Redação dada pela Lei alternativas quanto às variáveis
nº 9.983, de 2000). demográficas, econômicas e institucionais
relevantes.
i) revogada; (Redação dada pela Lei nº
9.983, de 2000). Art. 97. Fica o Instituto Nacional do
Seguro Social-INSS autorizado a proceder a
j) revogada. (Redação dada pela Lei nº alienação ou permuta, por ato da autoridade
9.983, de 2000). competente, de bens imóveis de sua
propriedade considerados desnecessários
ou não vinculados às suas atividades
§ 1o Revogado. (Redação dada pela
operacionais. (Redação dada pela Lei nº
Lei nº 9.983, de 2000).
9.528, de 10.12.97).
§ 2º A empresa que transgredir as
§ 1º Na alienação a que se refere este
normas desta Lei, além das outras sanções
artigo será observado o disposto no art. 18
previstas, sujeitar-se-á, nas condições em
e nos incisos I, II e III do art. 19, da Lei nº
que dispuser o regulamento:
8.666, de 21 de junho de 1993, alterada
pelas Leis nºs 8.883, de 8 de junho de 1994,
a) à suspensão de empréstimos e e 9.032, de 28 de abril de 1995. (Parágrafo
financiamentos, por instituições financeiras acrescentado pela Lei nº 9.528, de
oficiais; 10.12.97).

b) à revisão de incentivos fiscais de § 2º (VETADO na Lei nº 9.528, de


tratamento tributário especial; 10.12.97).

c) à inabilitação para licitar e contratar Art. 98. Nas execuções fiscais da


com qualquer órgão ou entidade da dívida ativa do INSS, o leilão judicial dos
administração pública direta ou indireta bens penhorados realizar-se-á por leiloeiro
federal, estadual, do Distrito Federal ou oficial, indicado pelo credor, que procederá
municipal; à hasta pública:(Redação dada pela Lei nº
9.528, de 10.12.1997).
d) à interdição para o exercício do
comércio, se for sociedade mercantil ou I - no primeiro leilão, pelo valor do
comerciante individual; maior lance, que não poderá ser inferior ao
da avaliação; (Incluído pela Lei nº 9.528, de
e) à desqualificação para impetrar 10.12.1997).
concordata;
II - no segundo leilão, por qualquer
f) à cassação de autorização para valor, excetuado o vil. (Incluído pela Lei nº
funcionar no país, quando for o caso. 9.528, de 10.12.1997).

§ 3o Revogado. (Redação dada pela § 1º Poderá o juiz, a requerimento do


Lei nº 9.983, de 2000). credor, autorizar seja parcelado o
pagamento do valor da arrematação, na
§ 4o Revogado. (Redação dada pela forma prevista para os parcelamentos
Lei nº 9.983, de 2000). administrativos de débitos previdenciários.
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
§ 5o Revogado. (Redação dada pela
Lei nº 9.983, de 2000). § 2º Todas as condições do
parcelamento deverão constar do edital de
Art. 96. O Poder Executivo enviará ao leilão. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
Congresso Nacional, anualmente, 10.12.1997).
acompanhando a Proposta Orçamentária da
Seguridade Social, projeções atuariais § 3º O débito do executado será
relativas à Seguridade Social, abrangendo quitado na proporção do valor de
um horizonte temporal de, no mínimo, 20 arrematação. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
(vinte) anos, considerando hipóteses 10.12.1997).

449
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º O arrematante deverá depositar, sucessivas repetições da hasta pública.
no ato, o valor da primeira parcela. (Incluído (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
§ 10. O leiloeiro oficial, a pedido do
§ 5º Realizado o depósito, será credor, poderá ficar como fiel depositário
expedida carta de arrematação, contendo dos bens penhorados e realizar a respectiva
as seguintes disposições: (Incluído pela Lei remoção. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
nº 9.528, de 10.12.1997). 10.12.1997).

a) valor da arrematação, valor e § 11. O disposto neste artigo aplica-se


número de parcelas mensais em que será às execuções fiscais da Dívida Ativa da
pago; (Incluído pela Lei nº 9.528, de União. (Incluído pela Lei nº 10.522, de
10.12.1997). 2002).

b) constituição de hipoteca do bem Art. 99. O Instituto Nacional do Seguro


adquirido, ou de penhor, em favor do credor, Social-INSS poderá contratar leiloeiros
servindo a carta de título hábil para registro oficiais para promover a venda
da garantia; (Incluído pela Lei nº 9.528, de administrativa dos bens, adjudicados
10.12.1997). judicialmente ou que receber em dação de
pagamento. (Redação dada pela Lei nº
c) indicação do arrematante como fiel 9.528, de 10.12.97).
depositário do bem móvel, quando
constituído penhor; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O INSS, no prazo de
9.528, de 10.12.1997). sessenta dias, providenciará alienação do
bem por intermédio do leiloeiro oficial.
d) especificação dos critérios de (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
reajustamento do saldo e das parcelas, que
será sempre o mesmo vigente para os Art. 100. (Revogado pela Lei nº 9.528,
parcelamentos de débitos de 10.12.97)
previdenciários. (Incluído pela Lei nº 9.528,
de 10.12.1997). Art. 101. (Revogado pela Medida
Provisória nº 2.187-13, de 2001).
§ 6º Se o arrematante não pagar, no
vencimento, qualquer das parcelas Art. 102. Os valores expressos em
mensais, o saldo devedor remanescente moeda corrente nesta Lei serão reajustados
vencerá antecipadamente, que será nas mesmas épocas e com os mesmos
acrescido em cinqüenta por cento de seu índices utilizados para o reajustamento dos
valor a título de multa, e, imediatamente benefícios de prestação continuada da
inscrito em dívida ativa e executado. Previdência Social. (Redação dada pela
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997). Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001).

§ 7º Se no primeiro ou no segundo § 1o O disposto neste artigo não se


leilões a que se refere o caput não houver aplica às penalidades previstas no art. 32-A
licitante, o INSS poderá adjudicar o bem por desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de
cinqüenta por cento do valor da avaliação. 2009).
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
§ 2o O reajuste dos valores dos
§ 8º Se o bem adjudicado não puder salários-de-contribuição em decorrência da
ser utilizado pelo INSS, e for de difícil venda, alteração do salário-mínimo será
poderá ser negociado ou doado a outro descontado por ocasião da aplicação dos
órgão ou entidade pública que demonstre índices a que se refere o caput deste artigo.
interesse na sua utilização. (Incluído pela (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
Lei nº 9.528, de 10.12.1997).
Art. 103. O Poder Executivo
§ 9º Não havendo interesse na regulamentará esta Lei no prazo de 60
adjudicação, poderá o juiz do feito, de ofício (sessenta) dias a partir da data de sua
ou a requerimento do credor, determinar publicação.

450
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 104. Esta Lei entrará em vigor na Salário-de-contribuição Alíquota em %
data de sua publicação. até R$ 324,45 8,00
de R$ 324,46 até R$ 540,75 9,00
Art. 105. Revogam-se as disposições
de R$ 540,76 até R$
em contrário. 11,00
1.081,50
Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º 5
da Independência e 103º da República. Artigo e parágrafo alterados pela
Medida Provisória nº 1.663-12, de 27.7.98,
em curso, como segue:
FERNANDO COLLOR
Antonio Magri
Art. 21. A alíquota de contribuição dos
segurados empresários, facultativo,
Este texto não substitui o publicado no DOU trabalhador autônomo e equiparados é de
de 25.7.1991 vinte por cento, incidente sobre o respectivo
salário-de-contribuição mensal, observado o
1 Alínea alterada pela Medida disposto no inciso III do art. 28.
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.98, em
curso, como segue: Parágrafo único. Os valores do salário-
de-contribuição serão reajustados a partir
d) 3(três) representantes membros dos da data de entrada em vigor desta Lei, na
conselhos setoriais, sendo um de cada área mesma época e com os mesmos índices
da seguridade social, conforme disposto no que os do reajustamento dos benefícios de
Regimento do Conselho Nacional de prestação continuada da Previdência Social.
Seguridade social .
6 A Lei nº 9.317, de 5.12.96, dispôs
2 Artigo alterado pela Medida sobre o tratamento diferenciado às
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.98, em microempresas e empresas de pequeno
curso, como segue: porte-SIMPLES

Art. 17. Para pagamento dos encargos 7 A contribuição de empresa em


previdenciários da União, poderão contribuir relação às remunerações e retribuições
os recursos da Seguridade Social, referidos pagas ou creditadas pelos serviços de
na alínea "d" do parágrafo único do art. 11 segurados empresários, trabalhadores
desta lei, na forma da Lei Orçamentária autônomos, avulsos e demais pessoas
Anual, assegurada a destinação de recursos físicas, sem vínculo empregatício, está
para as ações de Saúde e Assistência disciplinada pela Lei Complementar nº 84,
Social. de 18.1.96.

3 Artigo alterado pela Medida 8Parágrafo acrescentado pela Medida


Provisória nº 1.663-12, de 27.7.98, em Provisória nº 1.663-12, de 27.7.98, em curso
curso, como segue: como segue:

Art. 19. O Tesouro Nacional repassará § 11. O disposto nos §§ 6º a 9º aplica-


mensalmente recursos referentes às se à associação desportiva que mantém
contribuições mencionadas nas alíneas "d" equipe de futebol profissional e que se
e "e" do parágrafo único do art. 11 desta Lei, organize na forma da Lei nº 9.615, de 24 de
destinados à execução do Orçamento da março de 1998.
Seguridade Social
9 Esta alíquota, a partir de 01 de abril
de 1992, por força da lei Complementar nº
70, de 30 de dezembro de 1991, passou a
incidir sobre o faturamento mensal.

4 10 A Lei nº 9.249, de 26 de dezembro


Valores atualizados a partir de 1º de
junho de 1998 pela Portaria MPAS nº 4.479, de 1995, alterou a contribuição sobre o lucro
de 4.6.98, como segue: líquido, passando a alíquota a ser de 8%.

451
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
11 Alíquota elevada em mais 8% pela
ESCALA DE SALÁRIOS BASE
Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro CLASSE SALÁRIO - NÚMERO MÍNIMO DE
de 1991 e posteriormente reduzida para BASE MESES DE
18% por força da Lei nº 9.249, de 26 de PERMANÊNCIA EM
dezembro de 1995. CADA CLASSE
(INTERSTÍCIOS)
12 Valor atualizado a partir de 1º de
1 R$ 130,00 12
junho de 1998 para R$ 1.081,50 (um mil,
2 R$ 216,30 12
oitenta e um reais e cinqüenta centavos
3 R$ 324,45 24
13 Alínea revogada pela Medida 4 R$ 432,59 24
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998 5 R$ 540,75 36
6 R$ 648,90 48
14Itens de 6 a 9 acrescentados pela 7 R$ 757,04 48
Medida Provisória nº 1.663-12, de 8 R$ 865,21 60
27.7.1998, em curso, como se segue: 9 R$ 973,35 60
10 R$ 1.081,50 -
6. recebidas a título de abono de férias
na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
17 Por
força do disposto na Lei nº 9.063,
de 14.6.95, esta disposição aplica-se
7. recebidas a título de ganhos
somente ao contido no inciso II do art. 30.
eventuais e os abonos expressamente
desvinculados do salário;
18 Parágrafoúnico renumerado para 1º
e § 2º acrescentado pela Medida Provisória
8. recebidas a título de licença prêmio
nº 1.663-12, de 27.7.98, como segue:
indenizada;

§ 1º Recebida a notificação do débito a


9. recebidas a título de indenização de
empresa ou segurado terá o prazo de 15
que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de
(quinze) dias para apresentar defesa,
outubro de 1984.
observado o disposto em regulamento.
15 Alínea alterada pela Medida
§ 2º Por ocasião da notificação de
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998, em
débito ou, quando for o caso, da inscrição na
curso, como segue:
Dívida Ativa do Instituto Nacional do Seguro
Social INSS, a fiscalização poderá proceder
t) o valor relativo a plano educacional ao arrolamento de bens e direitos do sujeito
que vise à educação básica, nos termos do passivo, conforme dispuser aquela
art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro autarquia previdenciária, observado, no que
de 1996, e a cursos de capacitação e couber, o disposto nos §§ 1º a 6º, 8º e 9º do
qualificação profissionais vinculados às art. 64 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro
atividades desenvolvidas pela empresa, de 1997.
desde que não seja utilizado em substituição
de parcela salarial e que todos os 19 Valores atualizados a partir de 1º de
empregados e dirigentes tenham acesso ao
junho de 1998, para R$ 15.904,18 (quinze
mesmo;
mil, novecentos e quatro reais e dezoito
16
centavos)
Valores atualizados a partir de 1º de
junho de 1998, pela Portaria MPAS nº 4.479, 20 Inciso alterado pela Medida
de 4.6.98, como segue:
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998, em
curso, como segue:

I - simultaneamente com a inscrição no


Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica -
CNPJ

452
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
21 Inciso alterado pela Medida *
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998, em
curso, como segue:

II - perante o Instituto Nacional do


Seguro Social INSS no prazo de 30 (trinta)
dias contados do início de suas atividades,
quando não sujeita a inscrição no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ.
Anotações:
22 Artigo revogado pela Medida
Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998

23 Artigo revogado pela Medida


Provisória nº 1.663-12, de 27.7.1998

24 Valores atualizados pela Portaria


MPAS nº 4.479, de 4.6.98, a partir de 1º de
junho de 1998, para, respectivamente, R$
636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e
dezessete centavos) e R$ 63.617,35
(sessenta e três mil, seiscentos e dezessete
reais e trinta e cinco centavos)

25 Sem efeito para o auxílio-natalidade

a partir de 1.1.96, por força do disposto na


Lei nº 8.742, de 7.12.93.

453
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 - DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
§ 3º Todos os salários de contribuição
Seção III considerados para o cálculo de benefício
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL serão devidamente atualizados, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda
Art. 201. A previdência social será Constitucional nº 20, de 1998)
organizada sob a forma de regime geral, de
caráter contributivo e de filiação obrigatória, § 4º É assegurado o reajustamento
observados critérios que preservem o dos benefícios para preservar-lhes, em
equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, caráter permanente, o valor real, conforme
nos termos da lei, a: (Redação dada pela critérios definidos em lei. (Redação dada
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, § 5º É vedada a filiação ao regime


invalidez, morte e idade avançada; geral de previdência social, na qualidade de
(Redação dada pela Emenda Constitucional segurado facultativo, de pessoa participante
nº 20, de 1998) de regime próprio de previdência. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
II - proteção à maternidade, 1998)
especialmente à gestante; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º A gratificação natalina dos
aposentados e pensionistas terá por base o
III - proteção ao trabalhador em valor dos proventos do mês de dezembro de
situação de desemprego involuntário; cada ano. (Redação dada pela Emenda
(Redação dada pela Emenda Constitucional Constitucional nº 20, de 1998)
nº 20, de 1998)
§ 7º É assegurada aposentadoria no
IV - salário-família e auxílio-reclusão regime geral de previdência social, nos
para os dependentes dos segurados de termos da lei, obedecidas as seguintes
baixa renda; (Redação dada pela Emenda condições: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998) Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, I - trinta e cinco anos de contribuição,


homem ou mulher, ao cônjuge ou se homem, e trinta anos de contribuição, se
companheiro e dependentes, observado o mulher; (Incluído dada pela Emenda
disposto no § 2º. (Redação dada pela Constitucional nº 20, de 1998)
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - sessenta e cinco anos de idade, se
§ 1º É vedada a adoção de requisitos homem, e sessenta anos de idade, se
e critérios diferenciados para a concessão mulher, reduzido em cinco anos o limite para
de aposentadoria aos beneficiários do os trabalhadores rurais de ambos os sexos
regime geral de previdência social, e para os que exerçam suas atividades em
ressalvados os casos de atividades regime de economia familiar, nestes
exercidas sob condições especiais que incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
prejudiquem a saúde ou a integridade física pescador artesanal. (Incluído dada pela
e quando se tratar de segurados portadores Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
de deficiência, nos termos definidos em lei
complementar. (Redação dada pela § 8º Os requisitos a que se refere o
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) inciso I do parágrafo anterior serão
reduzidos em cinco anos, para o professor
§ 2º Nenhum benefício que substitua que comprove exclusivamente tempo de
o salário de contribuição ou o rendimento do efetivo exercício das funções de magistério
trabalho do segurado terá valor mensal na educação infantil e no ensino
inferior ao salário mínimo. (Redação dada fundamental e médio. (Redação dada pela
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

454
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é informações relativas à gestão de seus
assegurada a contagem recíproca do tempo respectivos planos. (Redação dada pela
de contribuição na administração pública e Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
na atividade privada, rural e urbana,
hipótese em que os diversos regimes de § 2° As contribuições do empregador,
previdência social se compensarão os benefícios e as condições contratuais
financeiramente, segundo critérios previstas nos estatutos, regulamentos e
estabelecidos em lei. (Incluído dada pela planos de benefícios das entidades de
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) previdência privada não integram o contrato
de trabalho dos participantes, assim como,
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do à exceção dos benefícios concedidos, não
risco de acidente do trabalho, a ser atendida integram a remuneração dos participantes,
concorrentemente pelo regime geral de nos termos da lei. (Redação dada pela
previdência social e pelo setor privado. Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(Incluído dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998) § 3º É vedado o aporte de recursos a
entidade de previdência privada pela União,
§ 11. Os ganhos habituais do Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
empregado, a qualquer título, serão autarquias, fundações, empresas públicas,
incorporados ao salário para efeito de sociedades de economia mista e outras
contribuição previdenciária e conseqüente entidades públicas, salvo na qualidade de
repercussão em benefícios, nos casos e na patrocinador, situação na qual, em hipótese
forma da lei. (Incluído dada pela Emenda alguma, sua contribuição normal poderá
Constitucional nº 20, de 1998) exceder a do segurado. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. Lei disporá sobre sistema
especial de inclusão previdenciária para § 4º Lei complementar disciplinará a
atender a trabalhadores de baixa renda e relação entre a União, Estados, Distrito
àqueles sem renda própria que se dediquem Federal ou Municípios, inclusive suas
exclusivamente ao trabalho doméstico no autarquias, fundações, sociedades de
âmbito de sua residência, desde que economia mista e empresas controladas
pertencentes a famílias de baixa renda, direta ou indiretamente, enquanto
garantindo-lhes acesso a benefícios de patrocinadoras de entidades fechadas de
valor igual a um salário-mínimo. (Redação previdência privada, e suas respectivas
dada pela Emenda Constitucional nº 47, de entidades fechadas de previdência privada.
2005) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20,
de 1998)
§ 13. O sistema especial de inclusão
previdenciária de que trata o § 12 deste § 5º A lei complementar de que trata o
artigo terá alíquotas e carências inferiores parágrafo anterior aplicar-se-á, no que
às vigentes para os demais segurados do couber, às empresas privadas
regime geral de previdência social. (Incluído permissionárias ou concessionárias de
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005 prestação de serviços públicos, quando
patrocinadoras de entidades fechadas de
Art. 202. O regime de previdência previdência privada. (Incluído pela Emenda
privada, de caráter complementar e Constitucional nº 20, de 1998)
organizado de forma autônoma em relação
ao regime geral de previdência social, será
facultativo, baseado na constituição de
reservas que garantam o benefício
contratado, e regulado por lei
complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1° A lei complementar de que trata


este artigo assegurará ao participante de
planos de benefícios de entidades de
previdência privada o pleno acesso às

455
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6º A lei complementar a que se Anotações:
refere o § 4° deste artigo estabelecerá os
requisitos para a designação dos membros
das diretorias das entidades fechadas de
previdência privada e disciplinará a inserção
dos participantes nos colegiados e
instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e
deliberação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

456
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 - Dispõe sobre os Planos de Benefícios
da Previdência Social

Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço Parágrafo único. A participação referida no


saber que o Congresso Nacional decreta e eu inciso VIII deste artigo será efetivada a nível
sanciono a seguinte Lei: federal, estadual e municipal.

TÍTULO I Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de


DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS Previdência Social–CNPS, órgão superior de
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL deliberação colegiada, que terá como membros:

Art. 1º A Previdência Social, mediante I - seis representantes do Governo


contribuição, tem por fim assegurar aos seus Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.619, de
beneficiários meios indispensáveis de 1993)
manutenção, por motivo de incapacidade,
desemprego involuntário, idade avançada, tempo II - nove representantes da sociedade civil,
de serviço, encargos familiares e prisão ou morte sendo: (Redação dada pela Lei nº 8.619, de
daqueles de quem dependiam economicamente. 1993)

Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos a) três representantes dos aposentados e


seguintes princípios e objetivos: pensionistas; (Redação dada pela Lei nº
8.619, de 1993)
I - universalidade de participação nos planos
previdenciários; b) três representantes dos trabalhadores em
atividade; (Redação dada pela Lei nº 8.619, de
II - uniformidade e equivalência dos 1993)
benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais; c) três representantes dos
empregadores. (Redação dada pela Lei nº
III - seletividade e distributividade na 8.619, de 1993)
prestação dos benefícios;
§ 1º Os membros do CNPS e seus
IV - cálculo dos benefícios considerando-se respectivos suplentes serão nomeados pelo
os salários-de-contribuição corrigidos Presidente da República, tendo os representantes
monetariamente; titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois)
anos, podendo ser reconduzidos, de imediato,
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de uma única vez.
forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em
VI - valor da renda mensal dos benefícios atividade, dos aposentados, dos empregadores e
substitutos do salário-de-contribuição ou do seus respectivos suplentes serão indicados pelas
rendimento do trabalho do segurado não inferior centrais sindicais e confederações nacionais.
ao do salário mínimo;
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente,
VII - previdência complementar facultativa, uma vez por mês, por convocação de seu
custeada por contribuição adicional; Presidente, não podendo ser adiada a reunião por
mais de 15 (quinze) dias se houver requerimento
VIII - caráter democrático e descentralizado nesse sentido da maioria dos conselheiros.
da gestão administrativa, com a participação do
governo e da comunidade, em especial de § 4º Poderá ser convocada reunião
trabalhadores em atividade, empregadores e extraordinária por seu Presidente ou a
aposentados.

457
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
requerimento de um terço de seus membros, VI - acompanhar a aplicação da legislação
conforme dispuser o regimento interno do CNPS. pertinente à Previdência Social;

§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de VII - apreciar a prestação de contas anual a


1997) ser remetida ao Tribunal de Contas da União,
podendo, se for necessário, contratar auditoria
§ 6º As ausências ao trabalho dos externa;
representantes dos trabalhadores em atividade,
decorrentes das atividades do Conselho, serão VIII - estabelecer os valores mínimos em
abonadas, computando-se como jornada litígio, acima dos quais será exigida a anuência
efetivamente trabalhada para todos os fins e prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do
efeitos legais. INSS para formalização de desistência ou
transigência judiciais, conforme o disposto no art.
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto 132;
representantes dos trabalhadores em atividade,
titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade IX - elaborar e aprovar seu regimento interno.
no emprego, da nomeação até um ano após o
término do mandato de representação, somente Parágrafo único. As decisões proferidas pelo
podendo ser demitidos por motivo de falta grave, CNPS deverão ser publicadas no Diário Oficial da
regularmente comprovada através de processo União.
judicial.
Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da
Previdência Social proporcionar ao CNPS os
I - prestar toda e qualquer informação
meios necessários ao exercício de suas
necessária ao adequado cumprimento das
competências, para o que contará com uma
competências do CNPS, fornecendo inclusive
Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de
estudos técnicos;
Previdência Social.
II - encaminhar ao CNPS, com antecedência
§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de
mínima de 2 (dois) meses do seu envio ao
30 (trinta) dias a contar da publicação desta Lei.
Congresso Nacional, a proposta orçamentária da
Previdência Social, devidamente detalhada.
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de
Previdência Social–CNPS:
Art. 6º Haverá, no âmbito da Previdência
Social, uma Ouvidoria-Geral, cujas atribuições
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as serão definidas em regulamento. (Redação
decisões de políticas aplicáveis à Previdência dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
Social;
Art. 7º (Revogado pela Medida
II - participar, acompanhar e avaliar Provisória nº 2.216-37, de 31.8.01)
sistematicamente a gestão previdenciária;
Art. 8º (Revogado pela Medida
III - apreciar e aprovar os planos e programas Provisória nº 2.216-37, de 31.8.01)
da Previdência Social;
TÍTULO II
IV - apreciar e aprovar as propostas DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA
orçamentárias da Previdência Social, antes de sua SOCIAL
consolidação na proposta orçamentária da
Seguridade Social;
Capítulo Único
DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
V - acompanhar e apreciar, através de
relatórios gerenciais por ele definidos, a execução
Art. 9º A Previdência Social compreende:
dos planos, programas e orçamentos no âmbito da
Previdência Social;
I - o Regime Geral de Previdência Social;

458
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o Regime Facultativo Complementar de d) aquele que presta serviço no Brasil a
Previdência Social. missão diplomática ou a repartição consular de
carreira estrangeira e a órgãos a elas
§ 1o O Regime Geral de Previdência Social - subordinados, ou a membros dessas missões e
RGPS garante a cobertura de todas as situações repartições, excluídos o não-brasileiro sem
expressas no art. 1o desta Lei, exceto as de residência permanente no Brasil e o brasileiro
desemprego involuntário, objeto de lei específica, amparado pela legislação previdenciária do país
e de aposentadoria por tempo de contribuição para da respectiva missão diplomática ou repartição
o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21 da Lei consular;
no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006) e) o brasileiro civil que trabalha para a União,
no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou
§ 2º O Regime Facultativo Complementar de internacionais dos quais o Brasil seja membro
Previdência Social será objeto de lei especifica. efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,
salvo se segurado na forma da legislação vigente
do país do domicílio;
TÍTULO III
DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA
SOCIAL f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e
contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em empresa domiciliada no exterior,
Capítulo I
cuja maioria do capital votante pertença a empresa
DOS BENEFICIÁRIOS
brasileira de capital nacional;
Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de
Previdência Social classificam-se como segurados g) o servidor público ocupante de cargo em
comissão, sem vínculo efetivo com a União,
e dependentes, nos termos das Seções I e II deste
Autarquias, inclusive em regime especial, e
capítulo.
Fundações Públicas Federais. (Incluída pela
Lei nº 8.647, de 1993)
Seção I
Dos Segurados
h) o exercente de mandato eletivo federal,
estadual ou municipal, desde que não vinculado a
Art. 11. São segurados obrigatórios da regime próprio de previdência social ; (Incluída
Previdência Social as seguintes pessoas pela Lei nº 9.506, de 1997)
físicas: (Redação dada pela Lei nº 8.647, de
1993)
i) o empregado de organismo oficial
internacional ou estrangeiro em funcionamento no
I - como empregado: (Redação dada pela Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de
Lei nº 8.647, de 1993) previdência social; (Incluída pela Lei nº 9.876,
de 26.11.99)
a) aquele que presta serviço de natureza
urbana ou rural à empresa, em caráter não j) o exercente de mandato eletivo federal,
eventual, sob sua subordinação e mediante estadual ou municipal, desde que não vinculado a
remuneração, inclusive como diretor empregado; regime próprio de previdência social; (Incluído
pela Lei nº 10.887, de 2004)
b) aquele que, contratado por empresa de
trabalho temporário, definida em legislação II - como empregado doméstico: aquele que
específica, presta serviço para atender a presta serviço de natureza contínua a pessoa ou
necessidade transitória de substituição de pessoal família, no âmbito residencial desta, em atividades
regular e permanente ou a acréscimo sem fins lucrativos;
extraordinário de serviços de outras empresas;
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e 26.11.1999)
contratado no Brasil para trabalhar como IV - (Revogado pela Lei nº 9.876, de
empregado em sucursal ou agência de empresa 26.11.1999)
nacional no exterior; a) ; (Revogado pela Lei nº 9.876, de

459
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
26.11.1999) recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº
b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 9.876, de 26.11.99)
26.11.1999)
g) quem presta serviço de natureza urbana ou
V - como contribuinte rural, em caráter eventual, a uma ou mais
individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, empresas, sem relação de emprego; (Incluído
de 26.11.99) pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)

a) a pessoa física, proprietária ou não, que h) a pessoa física que exerce, por conta
explora atividade agropecuária, a qualquer título, própria, atividade econômica de natureza urbana,
em caráter permanente ou temporário, em área com fins lucrativos ou não; (Incluído pela Lei
superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando nº 9.876, de 26.11.99)
em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos
fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de VI - como trabalhador avulso: quem presta, a
empregados ou por intermédio de prepostos; ou diversas empresas, sem vínculo empregatício,
ainda nas hipóteses dos §§ 9o e 10 deste serviço de natureza urbana ou rural definidos no
artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de Regulamento;
2008)
VII – como segurado especial: a pessoa física
b) a pessoa física, proprietária ou não, que residente no imóvel rural ou em aglomerado
explora atividade de extração mineral - garimpo, urbano ou rural próximo a ele que, individualmente
em caráter permanente ou temporário, ou em regime de economia familiar, ainda que com
diretamente ou por intermédio de prepostos, com o auxílio eventual de terceiros, na condição
ou sem o auxílio de empregados, utilizados a de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
qualquer título, ainda que de forma não 2008)
contínua; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário,
possuidor, assentado, parceiro ou meeiro
c) o ministro de confissão religiosa e o outorgados, comodatário ou arrendatário rurais,
membro de instituto de vida consagrada, de que explore atividade: (Incluído pela Lei nº
congregação ou de ordem religiosa; (Redação 11.718, de 2008)
dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
1. agropecuária em área de até 4 (quatro)
d) (Revogado pela Lei nº 9.876, de módulos fiscais; (Incluído pela Lei nº 11.718,
26.11.1999) de 2008)

e) o brasileiro civil que trabalha no exterior 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que


para organismo oficial internacional do qual o exerça suas atividades nos termos do inciso XII do
Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de
e contratado, salvo quando coberto por regime 2000, e faça dessas atividades o principal meio de
próprio de previdência social; (Redação dada vida; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
b) pescador artesanal ou a este assemelhado
f) o titular de firma individual urbana ou rural, que faça da pesca profissão habitual ou principal
o diretor não empregado e o membro de conselho meio de vida; e (Incluído pela Lei nº 11.718,
de administração de sociedade anônima, o sócio de 2008)
solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o
sócio cotista que recebam remuneração c) cônjuge ou companheiro, bem como filho
decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este
rural, e o associado eleito para cargo de direção
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas
em cooperativa, associação ou entidade de
a e b deste inciso, que, comprovadamente,
qualquer natureza ou finalidade, bem como o
trabalhem com o grupo familiar
síndico ou administrador eleito para exercer
respectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de
atividade de direção condominial, desde que
2008)

460
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o Entende-se como regime de economia computado nesse prazo o período de afastamento
familiar a atividade em que o trabalho dos em decorrência da percepção de auxílio-
membros da família é indispensável à própria doença. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de
subsistência e ao desenvolvimento 2013)
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em
condições de mútua dependência e colaboração, § 8o Não descaracteriza a condição de
sem a utilização de empregados segurado especial: (Incluído pela Lei nº
permanentes. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
11.718, de 2008)
I – a outorga, por meio de contrato escrito de
§ 2º Todo aquele que exercer, parceria, meação ou comodato, de até 50%
concomitantemente, mais de uma atividade (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total
remunerada sujeita ao Regime Geral de não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais,
Previdência Social é obrigatoriamente filiado em desde que outorgante e outorgado continuem a
relação a cada uma delas. exercer a respectiva atividade, individualmente ou
em regime de economia familiar; (Incluído pela
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Lei nº 11.718, de 2008)
Previdência Social–RGPS que estiver exercendo
ou que voltar a exercer atividade abrangida por II – a exploração da atividade turística da
este Regime é segurado obrigatório em relação a propriedade rural, inclusive com hospedagem, por
essa atividade, ficando sujeito às contribuições de não mais de 120 (cento e vinte) dias ao
que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
para fins de custeio da Seguridade
Social. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) III – a participação em plano de previdência
complementar instituído por entidade classista a
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o que seja associado em razão da condição de
exercício do mandato eletivo, o mesmo trabalhador rural ou de produtor rural em regime de
enquadramento no Regime Geral de Previdência economia familiar; e (Incluído pela Lei nº
Social-RGPS de antes da 11.718, de 2008)
investidura. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
1997)
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo
familiar que tem algum componente que seja
§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso beneficiário de programa assistencial oficial de
I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de governo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou 2008)
Municipal, sem vínculo efetivo com a União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, suas
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na
autarquias, ainda que em regime especial, e
exploração da atividade, de processo de
fundações. (Incluído pela Lei nº 9.876, de beneficiamento ou industrialização artesanal, na
26.11.99) forma do § 11 do art. 25 da Lei n o 8.212, de 24 de
julho de 1991; e (Incluído pela Lei nº 11.718,
§ 6o Para serem considerados segurados de 2008)
especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos
maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes VI - a associação em cooperativa
equiparados deverão ter participação ativa nas agropecuária ou de crédito rural; e (Redação
atividades rurais do grupo familiar. (Incluído
dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
pela Lei nº 11.718, de 2008)
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de Industrializados - IPI sobre o produto das
empregados contratados por prazo determinado atividades desenvolvidas nos termos do §
ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso
12. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
V do caput, à razão de no máximo 120 (cento e
2013) (Produção de efeito)
vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
equivalente em horas de trabalho, não sendo § 9o Não é segurado especial o membro de
grupo familiar que possuir outra fonte de

461
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
rendimento, exceto se decorrente de: (Incluído I – a contar do primeiro dia do mês em
pela Lei nº 11.718, de 2008) que: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

I – benefício de pensão por morte, auxílio- a) deixar de satisfazer as condições


acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo,
o do menor benefício de prestação continuada da sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou
Previdência Social; (Incluído pela Lei nº exceder qualquer dos limites estabelecidos no
11.718, de 2008) inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei
nº 11.718, de 2008)
II – benefício previdenciário pela participação
em plano de previdência complementar instituído b) enquadrar-se em qualquer outra categoria
nos termos do inciso IV do § 8o deste de segurado obrigatório do Regime Geral de
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Previdência Social, ressalvado o disposto nos
incisos III, V, VII e VIII do § 9o e no § 12, sem
III - exercício de atividade remunerada em prejuízo do disposto no art. 15; (Redação
período não superior a 120 (cento e vinte) dias, dada pela Lei nº 12.873, de 2013)
corridos ou intercalados, no ano civil, observado o
disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 c) tornar-se segurado obrigatório de outro
de julho de 1991; (Redação dada pela Lei nº regime previdenciário; e (Redação dada pela
12.873, de 2013) Lei nº 12.873, de 2013)

IV – exercício de mandato eletivo de dirigente d) participar de sociedade empresária, de


sindical de organização da categoria de sociedade simples, como empresário individual ou
trabalhadores rurais; (Incluído pela Lei nº como titular de empresa individual de
11.718, de 2008) responsabilidade limitada em desacordo com as
limitações impostas pelo § 12; (Incluído pela
V – exercício de mandato de vereador do Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito)
Município em que desenvolve a atividade rural ou
de dirigente de cooperativa rural constituída, II – a contar do primeiro dia do mês
exclusivamente, por segurados especiais, subseqüente ao da ocorrência, quando o grupo
observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no familiar a que pertence exceder o limite
8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela de: (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
Lei nº 11.718, de 2008)
a) utilização de terceiros na exploração da
VI – parceria ou meação outorgada na forma atividade a que se refere o § 7o deste
e condições estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
b) dias em atividade remunerada
VII – atividade artesanal desenvolvida com estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo;
matéria-prima produzida pelo respectivo grupo e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de
outra origem, desde que a renda mensal obtida na c) dias de hospedagem a que se refere o
atividade não exceda ao menor benefício de inciso II do § 8o deste artigo. (Incluído pela Lei
prestação continuada da Previdência Social; nº 11.718, de 2008)
e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a do
VIII – atividade artística, desde que em valor inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou
mensal inferior ao menor benefício de prestação companheiro do produtor que participe da
continuada da Previdência Social. (Incluído atividade rural por este explorada. (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008) pela Lei nº 11.718, de 2008)

§ 10. O segurado especial fica excluído § 12. A participação do segurado especial


dessa categoria: (Incluído pela Lei nº 11.718, em sociedade empresária, em sociedade simples,
de 2008) como empresário individual ou como titular de
empresa individual de responsabilidade limitada

462
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou como os órgãos e entidades da administração
agroturístico, considerada microempresa nos pública direta, indireta ou fundacional;
termos da Lei Complementar no 123, de 14 de
dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria II - empregador doméstico - a pessoa ou
previdenciária, desde que, mantido o exercício da família que admite a seu serviço, sem finalidade
sua atividade rural na forma do inciso VII do caput lucrativa, empregado doméstico.
e do § 1o, a pessoa jurídica componha-se apenas
de segurados de igual natureza e sedie-se no Parágrafo único. Equiparam-se a empresa,
mesmo Município ou em Município limítrofe àquele para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual
em que eles desenvolvam suas
e a pessoa física na condição de proprietário ou
atividades. (Incluído pela Lei nº 12.873, de
dono de obra de construção civil, em relação a
2013) (Produção de efeito)
segurado que lhe presta serviço, bem como a
cooperativa, a associação ou entidade de qualquer
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº natureza ou finalidade, a missão diplomática e a
12.873, de 2013) (Produção de efeito) repartição consular de carreira
estrangeiras. (Redação dada pela Lei nº 13.202,
Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo de 2015)
efetivo ou o militar da União, dos Estados, do
Distrito Federal ou dos Municípios, bem como o Art. 15. Mantém a qualidade de segurado,
das respectivas autarquias e fundações, são independentemente de contribuições:
excluídos do Regime Geral de Previdência Social
consubstanciado nesta Lei, desde que amparados
I - sem limite de prazo, quem está em gozo
por regime próprio de previdência
de benefício, exceto do auxílio-
social. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de
acidente; (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
26.11.99)
2019)
§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a
exercer, concomitantemente, uma ou mais II - até 12 (doze) meses após a cessação das
atividades abrangidas pelo Regime Geral de contribuições, o segurado que deixar de exercer
Previdência Social, tornar-se-ão segurados atividade remunerada abrangida pela Previdência
obrigatórios em relação a essas Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
atividades. (Incluído pela Lei nº 9.876, de remuneração;
26.11.99)
III - até 12 (doze) meses após cessar a
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados segregação, o segurado acometido de doença de
por regime próprio de previdência social, sejam segregação compulsória;
requisitados para outro órgão ou entidade cujo
regime previdenciário não permita a filiação, nessa IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o
condição, permanecerão vinculados ao regime de segurado retido ou recluso;
origem, obedecidas as regras que cada ente
estabeleça acerca de sua V - até 3 (três) meses após o licenciamento,
contribuição. (Incluído pela Lei nº 9.876, de o segurado incorporado às Forças Armadas para
26.11.99) prestar serviço militar;

Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 VI - até 6 (seis) meses após a cessação das
(quatorze) anos que se filiar ao Regime Geral de contribuições, o segurado facultativo.
Previdência Social, mediante contribuição, desde
que não incluído nas disposições do art. 11. § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para
até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver
Art. 14. Consideram-se: pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições
mensais sem interrupção que acarrete a perda da
I - empresa - a firma individual ou sociedade qualidade de segurado.
que assume o risco de atividade econômica
urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão
acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado

463
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
desempregado, desde que comprovada essa segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da
situação pelo registro no órgão próprio do Constituição Federal.
Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
§ 4º A dependência econômica das pessoas
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o indicadas no inciso I é presumida e a das demais
segurado conserva todos os seus direitos perante deve ser comprovada.
a Previdência Social.
§ 5º As provas de união estável e de
§ 4º A perda da qualidade de segurado dependência econômica exigem início de prova
ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo material contemporânea dos fatos, produzido em
fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social período não superior a 24 (vinte e quatro) meses
para recolhimento da contribuição referente ao anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão
mês imediatamente posterior ao do final dos do segurado, não admitida a prova exclusivamente
prazos fixados neste artigo e seus parágrafos. testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de
força maior ou caso fortuito, conforme disposto no
Seção II regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
Dos Dependentes 2019)

Art. 16. São beneficiários do Regime Geral § 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do


de Previdência Social, na condição de § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do §
dependentes do segurado: 5º deste artigo, deverá ser apresentado, ainda,
início de prova material que comprove união
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do
e o filho não emancipado, de qualquer condição, óbito do segurado. (Incluído pela Lei nº 13.846,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que de 2019)
tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave; (Redação dada pela Lei § 7º Será excluído definitivamente da
nº 13.146, de 2015) (Vigência) condição de dependente quem tiver sido
condenado criminalmente por sentença com
II - os pais; trânsito em julgado, como autor, coautor ou
partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa
III - o irmão não emancipado, de qualquer desse crime, cometido contra a pessoa do
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou segurado, ressalvados os absolutamente
inválido ou que tenha deficiência intelectual ou incapazes e os inimputáveis. (Incluído pela Lei nº
mental ou deficiência grave; (Redação dada 13.846, de 2019)
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Seção III
IV - (Revogada pela Lei nº 9.032, de Das Inscrições
1995)
Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma
§ 1º A existência de dependente de qualquer de inscrição do segurado e dos dependentes.
das classes deste artigo exclui do direito às
prestações os das classes seguintes. § 1o Incumbe ao dependente promover a sua
inscrição quando do requerimento do benefício a
§ 2º .O enteado e o menor tutelado que estiver habilitado. (Redação dada pela Lei
equiparam-se a filho mediante declaração do nº 10.403, de 8.1.2002)
segurado e desde que comprovada a dependência
econômica na forma estabelecida no § 2º (Revogado pela Medida Provisória nº
Regulamento. (Redação dada pela Lei nº 664, de 2014) (Revogado pela Lei nº 13.135,
9.528, de 1997) de 2015)

§ 3º Considera-se companheira ou § 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de


companheiro a pessoa que, sem ser casada, 2008)
mantém união estável com o segurado ou com a

464
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4o A inscrição do segurado especial será g) salário-maternidade;
feita de forma a vinculá-lo ao respectivo grupo
familiar e conterá, além das informações pessoais, h) auxílio-acidente;
a identificação da propriedade em que desenvolve
a atividade e a que título, se nela reside ou o
i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de
Município onde reside e, quando for o caso, a
1994)
identificação e inscrição da pessoa responsável
pelo grupo familiar. (Redação dada pela Lei nº
12.873, de 2013) II - quanto ao dependente:

§ 5o O segurado especial integrante de grupo a) pensão por morte;


familiar que não seja proprietário ou dono do
imóvel rural em que desenvolve sua atividade b) auxílio-reclusão;
deverá informar, no ato da inscrição, conforme o
caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, III - quanto ao segurado e dependente:
arrendador, comodante ou
assemelhado. (Incluído Lei nº 11.718, de 2008) a) (Revogada pela Lei nº 9.032, de
1995)
§ 6o (Revogado pela Lei nº 12.873, de
2013) (Produção de efeito) b) serviço social;

§ 7º Não será admitida a inscrição post c) reabilitação profissional.


mortem de segurado contribuinte individual e de
segurado facultativo. (Incluído pela Lei nº 13.846,
§ 1o Somente poderão beneficiar-se do
de 2019)) auxílio-acidente os segurados incluídos nos
incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta
Capítulo II Lei. (Redação dada pela Lei Complementar
DAS PRESTAÇÕES EM GERAL nº 150, de 2015)

Seção I § 2º O aposentado pelo Regime Geral de


Das Espécies de Prestações Previdência Social–RGPS que permanecer em
atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar,
Art. 18. O Regime Geral de Previdência não fará jus a prestação alguma da Previdência
Social compreende as seguintes prestações, Social em decorrência do exercício dessa
devidas inclusive em razão de eventos atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação
decorrentes de acidente do trabalho, expressas profissional, quando empregado. (Redação
em benefícios e serviços: dada pela Lei nº 9.528, de 1997)

I - quanto ao segurado: § 3o O segurado contribuinte individual, que


trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho
a) aposentadoria por invalidez; com empresa ou equiparado, e o segurado
facultativo que contribuam na forma do § 2o do art.
21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, não
b) aposentadoria por idade;
farão jus à aposentadoria por tempo de
contribuição. (Incluído pela Lei
c) aposentadoria por tempo de Complementar nº 123, de 2006)
contribuição; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 123, de 2006)
§ 4º Os benefícios referidos no caput deste
artigo poderão ser solicitados, pelos interessados,
d) aposentadoria especial; aos Oficiais de Registro Civil das Pessoas
Naturais, que encaminharão, eletronicamente,
e) auxílio-doença; requerimento e respectiva documentação
comprobatória de seu direito para deliberação e
f) salário-família; análise do Instituto Nacional
do Seguro Social (INSS), nos termos do

465
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de c) a que não produza incapacidade laborativa;
2019)
d) a doença endêmica adquirida por segurado
Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre habitante de região em que ela se desenvolva,
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou salvo comprovação de que é resultante de
de empregador doméstico ou pelo exercício do exposição ou contato direto determinado pela
trabalho dos segurados referidos no inciso VII do natureza do trabalho.
art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a § 2º Em caso excepcional, constatando-se
perda ou redução, permanente ou temporária, da que a doença não incluída na relação prevista nos
capacidade para o trabalho. (Redação dada incisos I e II deste artigo resultou das condições
pela Lei Complementar nº 150, de 2015) especiais em que o trabalho é executado e com ele
se relaciona diretamente, a Previdência Social
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e deve considerá-la acidente do trabalho.
uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do
trabalho, para efeitos desta Lei:
§ 2º Constitui contravenção penal, punível
com multa, deixar a empresa de cumprir as normas I - o acidente ligado ao trabalho que, embora
de segurança e higiene do trabalho. não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para
§ 3º É dever da empresa prestar informações redução ou perda da sua capacidade para o
pormenorizadas sobre os riscos da operação a trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
executar e do produto a manipular. médica para a sua recuperação;

§ 4º O Ministério do Trabalho e da II - o acidente sofrido pelo segurado no local


Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e e no horário do trabalho, em conseqüência de:
entidades representativas de classe
acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo
parágrafos anteriores, conforme dispuser o praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
Regulamento.
b) ofensa física intencional, inclusive de
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, terceiro, por motivo de disputa relacionada ao
nos termos do artigo anterior, as seguintes trabalho;
entidades mórbidas:
c) ato de imprudência, de negligência ou de
I - doença profissional, assim entendida a imperícia de terceiro ou de companheiro de
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho;
trabalho peculiar a determinada atividade e
constante da respectiva relação elaborada pelo d) ato de pessoa privada do uso da razão;
Ministério do Trabalho e da Previdência Social;
e) desabamento, inundação, incêndio e
II - doença do trabalho, assim entendida a outros casos fortuitos ou decorrentes de força
adquirida ou desencadeada em função de maior;
condições especiais em que o trabalho é realizado
e com ele se relacione diretamente, constante da
III - a doença proveniente de contaminação
relação mencionada no inciso I.
acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
§ 1º Não são consideradas como doença do
trabalho:
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda
que fora do local e horário de trabalho:
a) a doença degenerativa;
a) na execução de ordem ou na realização de
b) a inerente a grupo etário; serviço sob a autoridade da empresa;

466
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) na prestação espontânea de qualquer Art. 22. A empresa ou o empregador
serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou doméstico deverão comunicar o acidente do
proporcionar proveito; trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil
seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive imediato, à autoridade competente, sob pena de
para estudo quando financiada por esta dentro de multa variável entre o limite mínimo e o limite
seus planos para melhor capacitação da mão-de- máximo do salário de contribuição,
obra, independentemente do meio de locomoção sucessivamente aumentada nas reincidências,
utilizado, inclusive veículo de propriedade do aplicada e cobrada pela Previdência
segurado; Social. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
d) no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja § 1º Da comunicação a que se refere este
o meio de locomoção, inclusive veículo de artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
propriedade do segurado. dependentes, bem como o sindicato a que
corresponda a sua categoria.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou
descanso, ou por ocasião da satisfação de outras § 2º Na falta de comunicação por parte da
necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,
durante este, o empregado é considerado no seus dependentes, a entidade sindical
exercício do trabalho. competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecendo nestes
casos o prazo previsto neste artigo.
§ 2º Não é considerada agravação ou
complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não
ou se superponha às conseqüências do anterior. exime a empresa de responsabilidade pela falta do
cumprimento do disposto neste artigo.
Art. 21-A. A perícia médica do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) considerará § 4º Os sindicatos e entidades
caracterizada a natureza acidentária da representativas de classe poderão acompanhar a
incapacidade quando constatar ocorrência de cobrança, pela Previdência Social, das multas
nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o previstas neste artigo.
agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa ou do empregado doméstico e a entidade § 5o A multa de que trata este artigo não se
mórbida motivadora da incapacidade elencada na aplica na hipótese do caput do art. 21-
Classificação Internacional de Doenças (CID), em A. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
conformidade com o que dispuser o
regulamento. (Redação dada pela Lei Art. 23. Considera-se como dia do acidente,
Complementar nº 150, de 2015) no caso de doença profissional ou do trabalho, a
data do início da incapacidade laborativa para o
§ 1o A perícia médica do INSS deixará de exercício da atividade habitual, ou o dia da
aplicar o disposto neste artigo quando segregação compulsória, ou o dia em que for
demonstrada a inexistência do nexo de que trata o realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº que ocorrer primeiro.
11.430, de 2006)
Seção II
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico Dos Períodos de Carência
poderão requerer a não aplicação do nexo técnico
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, Art. 24. Período de carência é o número
com efeito suspensivo, da empresa, do mínimo de contribuições mensais indispensáveis
empregador doméstico ou do segurado ao para que o beneficiário faça jus ao benefício,
Conselho de Recursos da Previdência consideradas a partir do transcurso do primeiro dia
Social. (Redação dada pela Lei dos meses de suas competências.
Complementar nº 150, de 2015)

467
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. (Revogado pela lei nº particularizado; (Redação dada pela Lei nº
13.457, de 2017) 13.135, de 2015)

Art. 25. A concessão das prestações III - os benefícios concedidos na forma do


pecuniárias do Regime Geral de Previdência inciso I do art. 39, aos segurados especiais
Social depende dos seguintes períodos de referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei;
carência, ressalvado o disposto no art. 26:
IV - serviço social;
I - auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez: 12 (doze) contribuições mensais; V - reabilitação profissional.

II - aposentadoria por idade, aposentadoria VI – salário-maternidade para as seguradas


por tempo de serviço e aposentadoria especial: empregada, trabalhadora avulsa e empregada
180 contribuições mensais. (Redação dada doméstica. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
pela Lei nº 8.870, de 1994) 26.11.99)

III - salário-maternidade para as seguradas Art. 27. Para cômputo do período de


de que tratam os incisos V e VII do caput do art. carência, serão consideradas as
11 e o art. 13 desta Lei: 10 (dez) contribuições contribuições: (Redação dada pela Lei
mensais, respeitado o disposto no parágrafo único Complementar nº 150, de 2015)
do art. 39 desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019) I - referentes ao período a partir da data de
filiação ao Regime Geral de Previdência Social
IV - auxílio-reclusão: 24 (vinte e quatro) (RGPS), no caso dos segurados empregados,
contribuições mensais. (Incluído pela Lei nº inclusive os domésticos, e dos trabalhadores
13.846, de 2019) avulsos; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
Parágrafo único. Em caso de parto
antecipado, o período de carência a que se refere II - realizadas a contar da data de efetivo
o inciso III será reduzido em número de pagamento da primeira contribuição sem atraso,
contribuições equivalente ao número de meses em não sendo consideradas para este fim as
que o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei contribuições recolhidas com atraso referentes a
nº 9.876, de 26.11.99) competências anteriores, no caso dos segurados
contribuinte individual, especial e facultativo,
Art. 26. Independe de carência a concessão referidos, respectivamente, nos incisos V e VII do
das seguintes prestações: art. 11 e no art. 13. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)
I - pensão por morte, salário-família e
auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº Art. 27-A Na hipótese de perda da
13.846, de 2019) qualidade de segurado, para fins da concessão
dos benefícios de auxílio-doença, de
aposentadoria por invalidez, de salário-
II - auxílio-doença e aposentadoria por
maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado
invalidez nos casos de acidente de qualquer
deverá contar, a partir da data da nova filiação à
natureza ou causa e de doença profissional ou do Previdência Social, com metade
trabalho, bem como nos casos de segurado que, dos períodos previstos nos incisos I, III e IV do
após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma
caput do art. 25 desta Lei. (Redação dada pela
das doenças e afecções especificadas em lista
Lei nº 13.846, de 2019)
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
Previdência Social, atualizada a cada 3 (três)
anos, de acordo com os critérios de estigma, Seção III
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator Do Cálculo do Valor dos Benefícios
que lhe confira especificidade e gravidade que
mereçam tratamento Subseção I
Do Salário-de- Benefício

468
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 28. O valor do benefício de prestação normas gerais da empresa, admitida pela
continuada, inclusive o regido por norma especial legislação do trabalho, de sentença normativa ou
e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o de reajustamento salarial obtido pela categoria
salário-família e o salário-maternidade, será respectiva.
calculado com base no salário-de-benefício.
(Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 5º Se, no período básico de cálculo, o
segurado tiver recebido benefícios por
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) incapacidade, sua duração será contada,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) considerando-se como salário-de-contribuição, no
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) período, o salário-de-benefício que serviu de base
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e bases dos benefícios em geral,
Art. 29. O salário-de-benefício não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário
consiste: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de mínimo.
26.11.99)
§ 6o O salário-de-benefício do segurado
I - para os benefícios de que tratam as alíneas especial consiste no valor equivalente ao salário-
b e c do inciso I do art. 18, na média aritmética mínimo, ressalvado o disposto no inciso II do art.
simples dos maiores salários-de-contribuição 39 e nos §§ 3o e 4o do art. 48 desta
correspondentes a oitenta por cento de todo o Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
período contributivo, multiplicada pelo fator 2008)
previdenciário; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.99) I- (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008)

II - para os benefícios de que tratam as II - (Revogado pela Lei nº 11.718, de


alíneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média 2008)
aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento § 7o O fator previdenciário será calculado
de todo o período contributivo. (Incluído pela considerando-se a idade, a expectativa de
Lei nº 9.876, de 26.11.99) sobrevida e o tempo de contribuição do segurado
ao se aposentar, segundo a fórmula constante do
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.876, de Anexo desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
26.11.1999) 26.11.99) (Vide Decreto nº 3.266, de 1.999)

§ 2º O valor do salário-de-benefício não será § 8o Para efeito do disposto no § 7o, a


inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao expectativa de sobrevida do segurado na idade da
do limite máximo do salário-de-contribuição na aposentadoria será obtida a partir da tábua
data de início do benefício. completa de mortalidade construída pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
§ 3º Serão considerados para cálculo do Estatística - IBGE, considerando-se a média
salário-de-benefício os ganhos habituais do nacional única para ambos os sexos. (Incluído
segurado empregado, a qualquer título, sob forma pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais
tenha incidido contribuições previdenciárias, § 9o Para efeito da aplicação do fator
exceto o décimo-terceiro salário (gratificação previdenciário, ao tempo de contribuição do
natalina). (Redação dada pela Lei nº 8.870, de segurado serão adicionados: (Incluído pela Lei
1994) nº 9.876, de 26.11.99)

§ 4º Não será considerado, para o cálculo do I - cinco anos, quando se tratar de


salário-de-benefício, o aumento dos salários-de- mulher; (Incluído pela Lei nº 9.876, de
contribuição que exceder o limite legal, inclusive o 26.11.99)
voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis)
meses imediatamente anteriores ao início do II - cinco anos, quando se tratar de professor
benefício, salvo se homologado pela Justiça do que comprove exclusivamente tempo de efetivo
Trabalho, resultante de promoção regulada por exercício das funções de magistério na educação

469
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
infantil e no ensino fundamental e extemporaneamente no CNIS, inclusive
médio; (Incluído pela Lei nº 9.876, de retificações de informações anteriormente
26.11.99) inseridas, fica condicionada à comprovação dos
dados ou das divergências apontadas, conforme
III - dez anos, quando se tratar de professora critérios definidos em regulamento. (Incluído
que comprove exclusivamente tempo de efetivo pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
exercício das funções de magistério na educação
infantil e no ensino fundamental e § 4o Considera-se extemporânea a
médio. (Incluído pela Lei nº 9.876, de inserção de dados decorrentes de documento
26.11.99) inicial ou de retificação de dados anteriormente
informados, quando o documento ou a retificação,
§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder ou a informação retificadora, forem apresentados
a média aritmética simples dos últimos 12 (doze) após os prazos estabelecidos em
salários-de-contribuição, inclusive em caso de regulamento. (Incluído pela Lei
remuneração variável, ou, se não alcançado o Complementar nº 128, de 2008)
número de 12 (doze), a média aritmética simples
dos salários-de-contribuição § 5o Havendo dúvida sobre a regularidade
existentes. (Incluído pela Lei nº 13.135, de do vínculo incluído no CNIS e inexistência de
2015) informações sobre remunerações e contribuições,
o INSS exigirá a apresentação dos documentos
§ 11. (VETADO). (Incluído pela Lei nº que serviram de base à anotação, sob pena de
13.135, de 2015) exclusão do período. (Incluído pela Lei
Complementar nº 128, de 2008)
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
Art. 29-B. Os salários-de-contribuição
13.135, de 2015)
considerados no cálculo do valor do benefício
serão corrigidos mês a mês de acordo com a
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº variação integral do Índice Nacional de Preços ao
13.135, de 2015) Consumidor - INPC, calculado pela Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações IBGE. (Incluído pela Lei nº 10.877, de 2004)
constantes no Cadastro Nacional de Informações
Sociais – CNIS sobre os vínculos e as Art. 29-C. O segurado que preencher o
remunerações dos segurados, para fins de cálculo requisito para a aposentadoria por tempo de
do salário-de-benefício, comprovação de filiação contribuição poderá optar pela não incidência do
ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de fator previdenciário no cálculo de sua
contribuição e relação de emprego. (Redação aposentadoria, quando o total resultante da soma
dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008) de sua idade e de seu tempo de contribuição,
incluídas as frações, na data de requerimento da
§ 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) aposentadoria, for: (Incluído pela Lei nº
dias, contados a partir da solicitação do pedido, 13.183, de 2015)
para fornecer ao segurado as informações
previstas no caput deste artigo. (Incluído pela I - igual ou superior a noventa e cinco
Lei nº 10.403, de 8.1.2002) pontos, se homem, observando o tempo mínimo
de contribuição de trinta e cinco anos;
§ 2o O segurado poderá solicitar, a ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
qualquer momento, a inclusão, exclusão ou
retificação de informações constantes do CNIS, II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos,
com a apresentação de documentos se mulher, observado o tempo mínimo de
comprobatórios dos dados divergentes, conforme contribuição de trinta anos. (Incluído pela Lei
critérios definidos pelo INSS. (Redação dada nº 13.183, de 2015)
pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
§ 1º Para os fins do disposto no caput, serão
§ 3o A aceitação de informações relativas a
somadas as frações em meses completos de
vínculos e remunerações inseridas

470
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tempo de contribuição e idade. (Incluído pela (Restabelecido com nova redação pela Lei nº
Lei nº 13.183, de 2015) 9.528, de 1997)

§ 2º As somas de idade e de tempo de Art. 32. O salário de benefício do segurado


contribuição previstas no caput serão majoradas que contribuir em razão de atividades
em um ponto em: (Incluído pela Lei nº 13.183, concomitantes será calculado com base na soma
de 2015) dos salários de contribuição das atividades
exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou
I - 31 de dezembro de 2018; (Incluído no período básico de cálculo, observado o
pela Lei nº 13.183, de 2015) disposto no art. 29 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 13.846, de 2019)
II - 31 de dezembro de 2020; (Incluído
pela Lei nº 13.183, de 2015) I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
III - 31 de dezembro de 2022; (Incluído
pela Lei nº 13.183, de 2015) II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
IV - 31 de dezembro de 2024;
e (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
V - 31 de dezembro de 2026. (Incluído
pela Lei nº 13.183, de 2015) b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
§ 3º Para efeito de aplicação do disposto no
caput e no § 2º, o tempo mínimo de contribuição III - (revogado). (Redação dada pela Lei nº
do professor e da professora que comprovarem 13.846, de 2019)
exclusivamente tempo de efetivo exercício de
magistério na educação infantil e no ensino § 1º O disposto neste artigo não se aplica ao
fundamental e médio será de, respectivamente, segurado que, em obediência ao limite máximo do
trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco salário de contribuição, contribuiu apenas por uma
pontos à soma da idade com o tempo de das atividades concomitantes. (Redação dada
contribuição. (Incluído pela Lei nº 13.183, de pela Lei nº 13.846, de 2019)
2015)
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito segurado que tenha sofrido redução do salário de
necessário ao exercício da opção de que trata o contribuição das atividades concomitantes em
caput e deixar de requerer aposentadoria será respeito ao limite máximo desse
assegurado o direito à opção com a aplicação da salário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
pontuação exigida na data do cumprimento do 2019)
requisito nos termos deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 13.183, de 2015) Subseção II
Da Renda Mensal do Benefício
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
13.183, de 2015) (Vigência) Art. 33. A renda mensal do benefício de
prestação continuada que substituir o salário-de-
Art. 30. (Revogado pela Lei nº 9.032, de contribuição ou o rendimento do trabalho do
1995) segurado não terá valor inferior ao do salário-
mínimo, nem superior ao do limite máximo do
Art. 31. O valor mensal do auxílio-acidente salário-de-contribuição, ressalvado o disposto no
integra o salário-de-contribuição, para fins de art. 45 desta Lei.
cálculo do salário-de-benefício de qualquer
aposentadoria, observado, no que couber, o Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal
disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. do benefício, inclusive o decorrente de acidente do

471
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
trabalho, serão computados: (Redação dada Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35,
pela Lei Complementar nº 150, de 2015) cabe à Previdência Social manter cadastro dos
segurados com todos os informes necessários
I - para o segurado empregado, inclusive o para o cálculo da renda mensal dos
doméstico, e o trabalhador avulso, os salários de benefícios. (Redação dada pela Lei
contribuição referentes aos meses de Complementar nº 150, de 2015)
contribuições devidas, ainda que não recolhidas
pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem Art. 38-A O Ministério da Economia
prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação manterá sistema de cadastro dos segurados
das penalidades cabíveis, observado o disposto no especiais no Cadastro Nacional de Informações
§ 5o do art. 29-A; (Redação dada pela Lei Sociais (CNIS), observado o disposto nos §§ 4º e
Complementar nº 150, de 2015) 5º do art. 17 desta Lei, e poderá firmar acordo de
cooperação com o Ministério da Agricultura,
II - para o segurado empregado, inclusive o Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da
doméstico, o trabalhador avulso e o segurado administração pública federal, estadual, distrital e
especial, o valor mensal do auxílio-acidente, municipal para a manutenção e a gestão do
considerado como salário de contribuição para fins sistema de cadastro. (Redação dada pela Lei nº
de concessão de qualquer aposentadoria, nos 13.846, de 2019)
termos do art. 31; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015) § 1º O sistema de que trata o caput deste
artigo preverá a manutenção e a atualização anual
III - para os demais segurados, os salários- do cadastro e conterá as informações necessárias
de-contribuição referentes aos meses de à caracterização da condição de segurado
contribuições efetivamente especial, nos termos do disposto no
recolhidas. (Incluído pela Lei nº 9.528, de regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
1997) de 2019)

Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o § 2º Da aplicação do disposto neste artigo


doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham não poderá resultar nenhum ônus para os
cumprido todas as condições para a concessão do segurados, sem prejuízo do disposto no § 4º deste
benefício pleiteado, mas não possam comprovar o artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
valor de seus salários de contribuição no período 2019)
básico de cálculo, será concedido o benefício de
valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada § 3o O INSS, no ato de habilitação ou de
quando da apresentação de prova dos salários de concessão de benefício, deverá verificar a
contribuição. (Redação dada pela Lei condição de segurado especial e, se for o caso, o
Complementar nº 150, de 2015) pagamento da contribuição previdenciária, nos
termos da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991,
Art. 36. Para o segurado empregado considerando, dentre outros, o que consta do
doméstico que, tendo satisfeito as condições Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS)
exigidas para a concessão do benefício requerido, de que trata o art. 29-A desta
não comprovar o efetivo recolhimento das Lei. (Incluído pela Lei nº 13.134, de
contribuições devidas, será concedido o benefício 2015)
de valor mínimo, devendo sua renda ser
recalculada quando da apresentação da prova do § 4º A atualização anual de que trata o § 1º
recolhimento das contribuições. deste artigo será feita até 30 de junho do ano
subsequente. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada 2019)
de acordo com o disposto no art. 35, deve ser
reajustada como a dos benefícios
§ 5º É vedada a atualização de que trata o §
correspondentes com igual data de início e
1º deste artigo após o prazo de 5 (cinco) anos,
substituirá, a partir da data do requerimento de
contado da data estabelecida no § 4º deste
revisão do valor do benefício, a renda mensal que
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
prevalecia até então. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015)

472
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de Art. 39. Para os segurados especiais,
que trata o § 5º deste artigo, o segurado especial referidos no inciso VII do caput do art. 11 desta
só poderá computar o período de trabalho rural se Lei, fica garantida a concessão: (Redação dada
efetuados em época própria a comercialização da pela Lei nº 13.846, de 2019)
produção e o recolhimento da contribuição prevista
no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de I - de aposentadoria por idade ou por
1991. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão
ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo,
Art. 38-B. O INSS utilizará as informações e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86
constantes do cadastro de que trata o art. 38-A desta Lei, desde que comprovem o exercício de
para fins de comprovação do exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua,
atividade e da condição do segurado especial e do no período imediatamente anterior ao
respectivo grupo familiar. (Incluído pela requerimento do benefício, igual ao número de
Lei nº 13.134, de 2015) meses correspondentes à carência do benefício
requerido, observado o disposto nos arts. 38-A e
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2023, a 38-B desta Lei; ou (Redação dada pela Lei nº
comprovação da condição e do exercício da 13.846, de 2019)
atividade rural do segurado especial ocorrerá,
exclusivamente, pelas informações constantes do II - dos benefícios especificados nesta Lei,
cadastro a que se refere o art. 38-A desta observados os critérios e a forma de cálculo
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) estabelecidos, desde que contribuam
facultativamente para a Previdência Social, na
§ 2º Para o período anterior a 1º de janeiro forma estipulada no Plano de Custeio da
de 2023, o segurado especial comprovará o tempo Seguridade Social.
de exercício da atividade rural por meio de
autodeclaração ratificada por entidades públicas Parágrafo único. Para a segurada especial
credenciadas, nos termos do art. 13 da Lei nº fica garantida a concessão do salário-maternidade
12.188, de 11 de janeiro de 2010, e por outros no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que
órgãos públicos, na forma prevista no comprove o exercício de atividade rural, ainda que
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de de forma descontínua, nos 12 (doze) meses
2019) imediatamente anteriores ao do início do
benefício. (Incluído pela Lei nº 8.861,
§ 3º Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de de 1994)
que trata o art. 38-A poderá ser realizado,
atualizado e corrigido, sem prejuízo do prazo de Art. 40. É devido abono anual ao segurado e
que trata o § 1º deste artigo e da regra permanente ao dependente da Previdência Social que, durante
prevista nos §§ 4º e 5º do art. 38-A desta o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-
reclusão. (Vide Decreto nº 6.525, de
2008) (Vide Decreto nº 6.927, de 2009) (Vide
§ 4º Na hipótese de divergência de
Decreto nº 7.782, de 2012) (Vide Decreto nº
informações entre o cadastro e outras bases de
8.064, de 2013) (Vide Decreto nº 9.447, de
dados, para fins de reconhecimento do direito ao
2018)
benefício, o INSS poderá exigir a apresentação
dos documentos referidos no art. 106 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Parágrafo único. O abono anual será
calculado, no que couber, da mesma forma que a
Gratificação de Natal dos trabalhadores, tendo por
§ 5º O cadastro e os prazos de que tratam
base o valor da renda mensal do benefício do mês
este artigo e o art. 38-A desta Lei deverão ser
de dezembro de cada ano.
amplamente divulgados por todos os meios de
comunicação cabíveis para que todos os cidadãos
tenham acesso à informação sobre a existência do Seção IV
referido cadastro e a obrigatoriedade de Do Reajustamento do Valor dos Benefícios
registro. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 41. (Revogado pela lei nº 11.430,
de 2006)

473
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 41-A. O valor dos benefícios em Seção V
manutenção será reajustado, anualmente, na Dos Benefícios
mesma data do reajuste do salário mínimo, pro
rata, de acordo com suas respectivas datas de Subseção I
início ou do último reajustamento, com base no Da Aposentadoria por Invalidez
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC,
apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma
Geografia e Estatística - IBGE. (Incluído pela vez cumprida, quando for o caso, a carência
Lei nº 11.430, de 2006) exigida, será devida ao segurado que, estando ou
não em gozo de auxílio-doença, for considerado
§ 1o Nenhum benefício reajustado poderá incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exceder o limite máximo do salário-de-benefício na exercício de atividade que lhe garanta a
data do reajustamento, respeitados os direitos subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto
adquiridos. (Incluído pela Lei nº 11.430, de permanecer nesta condição.
2006)
§ 1º A concessão de aposentadoria por
§ 2o Os benefícios com renda mensal invalidez dependerá da verificação da condição de
superior a um salário mínimo serão pagos do incapacidade mediante exame médico-pericial a
primeiro ao quinto dia útil do mês subseqüente ao cargo da Previdência Social, podendo o segurado,
de sua competência, observada a distribuição às suas expensas, fazer-se acompanhar de
proporcional do número de beneficiários por dia de médico de sua confiança.
pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de
2008).
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já
era portador ao filiar-se ao Regime Geral de
§ 3o Os benefícios com renda mensal no Previdência Social não lhe conferirá direito à
valor de até um salário mínimo serão pagos no aposentadoria por invalidez, salvo quando a
período compreendido entre o quinto dia útil que incapacidade sobrevier por motivo de progressão
anteceder o final do mês de sua competência e o ou agravamento dessa doença ou lesão.
quinto dia útil do mês subseqüente, observada a
distribuição proporcional dos beneficiários por dia
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será
de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº
devida a partir do dia imediato ao da cessação do
11.665, de 2008).
auxílio-doença, ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º
e 3º deste artigo.
§ 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste
artigo, considera-se dia útil aquele de expediente
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela
bancário com horário normal de
existência de incapacidade total e definitiva para o
atendimento. (Redação dada pelo Lei nº
trabalho, a aposentadoria por invalidez será
11.665, de 2008).
devida: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
1995)
§ 5o O primeiro pagamento do benefício será
efetuado até quarenta e cinco dias após a data da
a) ao segurado empregado, a contar do
apresentação, pelo segurado, da documentação
décimo sexto dia do afastamento da atividade ou a
necessária a sua concessão. (Incluído pelo
partir da entrada do requerimento, se entre o
Lei nº 11.665, de 2008). afastamento e a entrada do requerimento
decorrerem mais de trinta dias; (Redação
§ 6o Para os benefícios que tenham sido Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
majorados devido à elevação do salário mínimo, o
referido aumento deverá ser compensado no
b) ao segurado empregado doméstico,
momento da aplicação do disposto no caput deste trabalhador avulso, contribuinte individual,
artigo, de acordo com normas a serem baixadas especial e facultativo, a contar da data do início da
pelo Ministério da Previdência
incapacidade ou da data da entrada do
Social. (Incluído pelo Lei nº 11.665, de
requerimento, se entre essas datas decorrerem
2008).
mais de trinta dias. (Redação Dada pela Lei
nº 9.876, de 26.11.99)

474
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de c) cessará com a morte do aposentado, não
afastamento da atividade por motivo de invalidez, sendo incorporável ao valor da pensão.
caberá à empresa pagar ao segurado empregado
o salário. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de Art. 46. O aposentado por invalidez que
26.11.99) retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de partir da data do retorno.
1995)
Art. 47. Verificada a recuperação da
§ 4º § 4o O segurado aposentado por capacidade de trabalho do aposentado por
invalidez poderá ser convocado a qualquer invalidez, será observado o seguinte
momento para avaliação das condições que procedimento:
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria,
concedida judicial ou administrativamente, I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5
observado o disposto no art. 101 desta (cinco) anos, contados da data do início da
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença
que a antecedeu sem interrupção, o benefício
§ 5º A pessoa com HIV/aids é dispensada da cessará:
avaliação referida no § 4º deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.847, a) de imediato, para o segurado empregado
de 2019) que tiver direito a retornar à função que
desempenhava na empresa quando se aposentou,
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, na forma da legislação trabalhista, valendo como
inclusive a decorrente de acidente do trabalho, documento, para tal fim, o certificado de
consistirá numa renda mensal correspondente a capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
100% (cem por cento) do salário-de-benefício,
observado o disposto na Seção III, especialmente b) após tantos meses quantos forem os anos
no art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria
nº 9.032, de 1995) por invalidez, para os demais segurados;

§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de II - quando a recuperação for parcial, ou


1997) ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando
o segurado for declarado apto para o exercício de
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a
em gozo de auxílio-doença, o valor da aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta
aposentadoria por invalidez será igual ao do à atividade:
auxílio-doença se este, por força de
reajustamento, for superior ao previsto neste a) no seu valor integral, durante 6 (seis)
artigo. meses contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade;
Art. 45. O valor da aposentadoria por
invalidez do segurado que necessitar da b) com redução de 50% (cinqüenta por cento),
assistência permanente de outra pessoa será no período seguinte de 6 (seis) meses;
acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
c) com redução de 75% (setenta e cinco por
Parágrafo único. O acréscimo de que trata cento), também por igual período de 6 (seis)
este artigo: meses, ao término do qual cessará
definitivamente.
a) será devido ainda que o valor da
aposentadoria atinja o limite máximo legal; Subseção II
Da Aposentadoria por Idade
b) será recalculado quando o benefício que
lhe deu origem for reajustado; Art. 48. A aposentadoria por idade será
devida ao segurado que, cumprida a carência

475
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) b) da data do requerimento, quando não
anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se houver desligamento do emprego ou quando for
mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032, requerida após o prazo previsto na alínea "a";
de 1995)
II - para os demais segurados, da data da
§ 1o Os limites fixados no caput são reduzidos entrada do requerimento.
para sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de
trabalhadores rurais, respectivamente homens e Art. 50. A aposentadoria por idade,
mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na observado o disposto na Seção III deste Capítulo,
alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. especialmente no art. 33, consistirá numa renda
11. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de mensal de 70% (setenta por cento) do salário-de-
26.11.99) benefício, mais 1% (um por cento) deste, por grupo
de 12 (doze) contribuições, não podendo
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste ultrapassar 100% (cem por cento) do salário-de-
artigo, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo benefício.
exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, no período imediatamente anterior Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser
ao requerimento do benefício, por tempo igual ao requerida pela empresa, desde que o segurado
número de meses de contribuição correspondente empregado tenha cumprido o período de carência
à carência do benefício pretendido, computado o e completado 70 (setenta) anos de idade, se do
período a que se referem os incisos III a VIII do § sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se
9o do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela do sexo feminino, sendo compulsória, caso em
Lei nº 11,718, de 2008) que será garantida ao empregado a indenização
prevista na legislação trabalhista, considerada
§ 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § como data da rescisão do contrato de trabalho a
1o deste artigo que não atendam ao disposto no § imediatamente anterior à do início da
2o deste artigo, mas que satisfaçam essa aposentadoria.
condição, se forem considerados períodos de
contribuição sob outras categorias do segurado, Subseção III
farão jus ao benefício ao completarem 65 Da Aposentadoria por Tempo de Serviço
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60
(sessenta) anos, se mulher. (Incluído pela
Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço
Lei nº 11,718, de 2008)
será devida, cumprida a carência exigida nesta
Lei, ao segurado que completar 25 (vinte e cinco)
§ 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo anos de serviço, se do sexo feminino, ou 30 (trinta)
da renda mensal do benefício será apurado de anos, se do sexo masculino.
acordo com o disposto no inciso II do caput do art.
29 desta Lei, considerando-se como salário-de-
Art. 53. A aposentadoria por tempo de
contribuição mensal do período como segurado serviço, observado o disposto na Seção III deste
especial o limite mínimo de salário-de-contribuição Capítulo, especialmente no art. 33, consistirá
da Previdência Social. (Incluído pela Lei nº
numa renda mensal de:
11,718, de 2008)
I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do
Art. 49. A aposentadoria por idade será salário-de-benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de
devida: serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada
novo ano completo de atividade, até o máximo de
I - ao segurado empregado, inclusive o 100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos
doméstico, a partir: 30 (trinta) anos de serviço;

a) da data do desligamento do emprego, II - para o homem: 70% (setenta por cento) do


quando requerida até essa data ou até 90 salário-de-benefício aos 30 (trinta) anos de
(noventa) dias depois dela; ou serviço, mais 6% (seis por cento) deste, para cada
novo ano completo de atividade, até o máximo de
100% (cem por cento) do salário-de-benefício aos
35 (trinta e cinco) anos de serviço.

476
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 54. A data do início da aposentadoria por § 2º O tempo de serviço do segurado
tempo de serviço será fixada da mesma forma que trabalhador rural, anterior à data de início de
a da aposentadoria por idade, conforme o disposto vigência desta Lei, será computado
no art. 49. independentemente do recolhimento das
contribuições a ele correspondentes, exceto para
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado efeito de carência, conforme dispuser o
na forma estabelecida no Regulamento, Regulamento.
compreendendo, além do correspondente às
atividades de qualquer das categorias de § 3º A comprovação do tempo de serviço
segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo para os fins desta Lei, inclusive mediante
que anterior à perda da qualidade de segurado: justificativa administrativa ou judicial, observado o
disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito
I - o tempo de serviço militar, inclusive o quando for baseada em início de prova material
voluntário, e o previsto no § 1º do art. 143 da contemporânea dos fatos, não admitida a prova
Constituição Federal, ainda que anterior à filiação exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência
ao Regime Geral de Previdência Social, desde que de motivo de força maior ou caso fortuito, na forma
não tenha sido contado para inatividade prevista no regulamento. (Redação dada pela Lei
remunerada nas Forças Armadas ou nº 13.846, de 2019)
aposentadoria no serviço público;
§ 4º Não será computado como tempo de
II - o tempo intercalado em que esteve em contribuição, para efeito de concessão do
gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por benefício de que trata esta subseção, o período em
invalidez; que o segurado contribuinte individual ou
facultativo tiver contribuído na forma do § 2º do art.
III - o tempo de contribuição efetuada como 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo
segurado facultativo; (Redação dada pela se tiver complementado as contribuições na forma
Lei nº 9.032, de 1995) do § 3o do mesmo artigo. (Incluído pela Lei
Complementar nº 123, de 2006)
IV - o tempo de serviço referente ao exercício
de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e
desde que não tenha sido contado para efeito de a professora, após 25 (vinte e cinco) anos de
aposentadoria por outro regime de previdência efetivo exercício em funções de magistério
social; (Redação dada pela Lei nº 9.506, poderão aposentar-se por tempo de serviço, com
de 1997) renda mensal correspondente a 100% (cem por
cento) do salário-de-benefício, observado o
disposto na Seção III deste Capítulo.
V - o tempo de contribuição efetuado por
segurado depois de ter deixado de exercer
atividade remunerada que o enquadrava no art. 11 Subseção IV
desta Lei; Da Aposentadoria Especial

VI - o tempo de contribuição efetuado com Art. 57. A aposentadoria especial será


base nos artigos 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta
janeiro de 1991, pelo segurado definido no artigo Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a
11, inciso I, alínea "g", desta Lei, sendo tais condições especiais que prejudiquem a saúde ou
contribuições computadas para efeito de a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte)
carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a
lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
1995)
§ 1º A averbação de tempo de serviço durante
o qual o exercício da atividade não determinava
filiação obrigatória ao anterior Regime de § 1º A aposentadoria especial, observado o
Previdência Social Urbana só será admitida disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa
mediante o recolhimento das contribuições renda mensal equivalente a 100% (cem por cento)
correspondentes, conforme dispuser o do salário-de-benefício. (Redação dada pela
Regulamento, observado o disposto no § Lei nº 9.032, de 1995)
2º. (Vide Lei nº 8.212, de 1991)

477
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º A data de início do benefício será fixada que o sujeite aos agentes nocivos constantes da
da mesma forma que a da aposentadoria por relação referida no art. 58 desta
idade, conforme o disposto no art. 49. Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)

§ 3º A concessão da aposentadoria especial Art. 58. A relação dos agentes nocivos


dependerá de comprovação pelo segurado, químicos, físicos e biológicos ou associação de
perante o Instituto Nacional do Seguro Social– agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física
INSS, do tempo de trabalho permanente, não considerados para fins de concessão da
ocasional nem intermitente, em condições aposentadoria especial de que trata o artigo
especiais que prejudiquem a saúde ou a anterior será definida pelo Poder
integridade física, durante o período mínimo Executivo. (Redação dada pela Lei nº 9.528,
fixado. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de de 1997)
1995)
§ 1º A comprovação da efetiva exposição do
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos formulário, na forma estabelecida pelo Instituto
químicos, físicos, biológicos ou associação de Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade empresa ou seu preposto, com base em laudo
física, pelo período equivalente ao exigido para a técnico de condições ambientais do trabalho
concessão do benefício. (Redação dada pela Lei expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
nº 9.032, de 1995) segurança do trabalho nos termos da legislação
trabalhista. (Redação dada pela Lei nº
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob 9.732, de 11.12.98)
condições especiais que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade § 2º Do laudo técnico referido no parágrafo
física será somado, após a respectiva conversão anterior deverão constar informação sobre a
ao tempo de trabalho exercido em atividade existência de tecnologia de proteção coletiva ou
comum, segundo critérios estabelecidos pelo individual que diminua a intensidade do agente
Ministério da Previdência e Assistência Social, agressivo a limites de tolerância e recomendação
para efeito de concessão de qualquer sobre a sua adoção pelo estabelecimento
benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de respectivo. (Redação dada pela Lei nº
1995) 9.732, de 11.12.98)

§ 6º O benefício previsto neste artigo será § 3º A empresa que não mantiver laudo
financiado com os recursos provenientes da técnico atualizado com referência aos agentes
contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da nocivos existentes no ambiente de trabalho de
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas seus trabalhadores ou que emitir documento de
alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis comprovação de efetiva exposição em desacordo
pontos percentuais, conforme a atividade exercida com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade
pelo segurado a serviço da empresa permita a prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela
concessão de aposentadoria especial após Lei nº 9.528, de 1997)
quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição,
respectivamente. (Redação dada pela Lei § 4º A empresa deverá elaborar e manter
nº 9.732, de 11.12.98) (Vide Lei nº 9.732, de atualizado perfil profissiográfico abrangendo as
11.12.98) atividades desenvolvidas pelo trabalhador e
fornecer a este, quando da rescisão do contrato de
§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo trabalho, cópia autêntica desse
anterior incide exclusivamente sobre a documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
remuneração do segurado sujeito às condições 1997)
especiais referidas no caput. (Incluído pela
Lei nº 9.732, de 11.12.98) Subseção V
Do Auxílio-Doença
§ 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao
segurado aposentado nos termos deste artigo que Art. 59. O auxílio-doença será devido ao
continuar no exercício de atividade ou operação segurado que, havendo cumprido, quando for o

478
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacidade e enquanto ele permanecer
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua incapaz. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias 26.11.99)
consecutivos.
§ 1º Quando requerido por segurado afastado
§ 1º Não será devido o auxílio-doença ao da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-
segurado que se filiar ao Regime Geral de doença será devido a contar da data da entrada do
Previdência Social já portador da doença ou da requerimento.
lesão invocada como causa para o benefício,
exceto quando a incapacidade sobrevier por § 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de
motivo de progressão ou agravamento da doença 1995)
ou da lesão. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
de 2019) § 3o Durante os primeiros quinze dias
consecutivos ao do afastamento da atividade por
§ 2º Não será devido o auxílio-doença para motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
o segurado recluso em regime fechado. (Incluído segurado empregado o seu salário
pela Lei nº 13.846, de 2019) integral. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de
26.11.99)
§ 3º O segurado em gozo de auxílio-doença
na data do recolhimento à prisão terá o benefício § 4º A empresa que dispuser de serviço
suspenso. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo
o exame médico e o abono das faltas
§ 4º A suspensão prevista no § 3º deste correpondentes ao período referido no § 3º,
artigo será de até 60 (sessenta) dias, contados da somente devendo encaminhar o segurado à
data do recolhimento à prisão, cessado o benefício perícia médica da Previdência Social quando a
após o referido prazo. (Incluído pela Lei nº incapacidade ultrapassar 15 (quinze) dias.
13.846, de 2019)
§ 5o (Revogado pela Lei nº 13.846, de
§ 5º Na hipótese de o segurado ser colocado 2019)
em liberdade antes do prazo previsto no § 4º deste
artigo, o benefício será restabelecido a partir da § 6o O segurado que durante o gozo do
data da soltura. (Incluído pela Lei nº 13.846, de auxílio-doença vier a exercer atividade que lhe
2019) garanta subsistência poderá ter o benefício
cancelado a partir do retorno à
§ 6º Em caso de prisão declarada ilegal, o atividade. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
segurado terá direito à percepção do benefício por 2015)
todo o período devido. (Incluído pela Lei nº
13.846, de 2019) § 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado,
durante o gozo do auxílio-doença, venha a exercer
§ 7º O disposto nos §§ 2º, 3º, 4º, 5º e 6º atividade diversa daquela que gerou o benefício,
deste artigo aplica-se somente aos benefícios dos deverá ser verificada a incapacidade para cada
segurados que forem recolhidos à prisão a partir uma das atividades exercidas. (Incluído pela
da data de publicação desta Lei. (Incluído pela Lei Lei nº 13.135, de 2015)
nº 13.846, de 2019)
§ 8o Sempre que possível, o ato de
§ 8º O segurado recluso em cumprimento de concessão ou de reativação de auxílio-doença,
pena em regime aberto ou semiaberto terá direito judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo
ao auxílio-doença. (Incluído pela Lei nº 13.846, estimado para a duração do benefício. (Incluído
de 2019) pela Lei nº 13.457, de 2017)

§ 9o Na ausência de fixação do prazo de que


Art. 60. O auxílio-doença será devido ao
trata o § 8o deste artigo, o benefício cessará após
segurado empregado a contar do décimo sexto dia
o prazo de cento e vinte dias, contado da data de
do afastamento da atividade, e, no caso dos
demais segurados, a contar da data do início da concessão ou de reativação do auxílio-doença,

479
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exceto se o segurado requerer a sua prorrogação doméstico como licenciado. (Redação dada
perante o INSS, na forma do regulamento, pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
observado o disposto no art. 62 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) Parágrafo único. A empresa que garantir ao
segurado licença remunerada ficará obrigada a
§ 10. O segurado em gozo de auxílio- pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a
doença, concedido judicial ou eventual diferença entre o valor deste e a
administrativamente, poderá ser convocado a importância garantida pela licença.
qualquer momento para avaliação das condições
que ensejaram sua concessão ou manutenção, Art. 64. (Revogado pela Lei nº 9.032, de
observado o disposto no art. 101 desta 1995)
Lei. (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017)
Subseção VI
§ 11. Sempre que possível, o ato de Do Salário-Família
concessão ou de reativação de auxílio-doença,
judicial ou administrativo, deverá fixar o prazo
Art. 65. O salário-família será devido,
estimado para a duração do benefício. (Incluído
mensalmente, ao segurado empregado, inclusive
pela Medida Provisória nº 767, de 2017) o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na
proporção do respectivo número de filhos ou
Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o equiparados nos termos do § 2o do art. 16 desta
decorrente de acidente do trabalho, consistirá Lei, observado o disposto no art.
numa renda mensal correspondente a 91% 66. (Redação dada pela Lei Complementar
(noventa e um por cento) do salário-de-benefício, nº 150, de 2015)
observado o disposto na Seção III, especialmente
no art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei
Parágrafo único. O aposentado por invalidez
nº 9.032, de 1995)
ou por idade e os demais aposentados com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio- sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se
doença, insuscetível de recuperação para sua do feminino, terão direito ao salário-família, pago
atividade habitual, deverá submeter-se a juntamente com a aposentadoria.
processo de reabilitação profissional para o
exercício de outra atividade. (Redação dada
Art. 66. O valor da cota do salário-família por
pela Lei nº 13.457, de 2017) filho ou equiparado de qualquer condição, até 14
(quatorze) anos de idade ou inválido de qualquer
§ 1º. O benefício a que se refere o caput idade é de:
deste artigo será mantido até que o segurado
seja considerado reabilitado para o
I - Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta
desempenho de atividade que lhe garanta a cruzeiros) , para o segurado com remuneração
subsistência ou, quando considerado não mensal não superior a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e
recuperável, seja aposentado por
um mil cruzeiros); Atualizações decorrentes de
invalidez. (Redação dada pela Lei nº 13.846,
normas de hierarquia inferior
de 2019)
II - Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros),
§ 2º A alteração das atribuições e para o segurado com remuneração mensal
responsabilidades do segurado compatíveis com a superior a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil
limitação que tenha sofrido em sua capacidade cruzeiros). Atualizações decorrentes de normas
física ou mental não configura desvio de cargo ou de hierarquia inferior
função do segurado reabilitado ou que estiver em
processo de reabilitação profissional a cargo do
Art. 67. O pagamento do salário-família é
INSS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
condicionado à apresentação da certidão de
nascimento do filho ou da documentação relativa
Art. 63. O segurado empregado, inclusive o ao equiparado ou ao inválido, e à apresentação
doméstico, em gozo de auxílio-doença será anual de atestado de vacinação obrigatória e de
considerado pela empresa e pelo empregador comprovação de freqüência à escola do filho ou
equiparado, nos termos do

480
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
regulamento. (Redação Dada pela Lei nº Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da
9.876, de 26.11.99) Previdência Social que adotar ou obtiver guarda
judicial para fins de adoção de criança é devido
Parágrafo único. O empregado doméstico salário-maternidade pelo período de 120 (cento e
deve apresentar apenas a certidão de nascimento vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº
referida no caput. (Incluído pela Lei 12.873, de 2013)
Complementar nº 150, de 2015)
§ 1o O salário-maternidade de que trata este
Art. 68. As cotas do salário-família serão artigo será pago diretamente pela Previdência
pagas pela empresa ou pelo empregador Social. (Redação dada pela Lei nº 12.873,
doméstico, mensalmente, junto com o salário, de 2013)
efetivando-se a compensação quando do
recolhimento das contribuições, conforme dispuser § 2o Ressalvado o pagamento do salário-
o Regulamento. (Redação dada pela Lei maternidade à mãe biológica e o disposto no art.
Complementar nº 150, de 2015) 71-B, não poderá ser concedido o benefício a mais
de um segurado, decorrente do mesmo processo
§ 1o A empresa ou o empregador doméstico de adoção ou guarda, ainda que os cônjuges ou
conservarão durante 10 (dez) anos os companheiros estejam submetidos a Regime
comprovantes de pagamento e as cópias das Próprio de Previdência Social. (Incluído
certidões correspondentes, para fiscalização da pela Lei nº 12.873, de 2013)
Previdência Social. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 150, de 2015) Art. 71-B. No caso de falecimento da
segurada ou segurado que fizer jus ao
§ 2º Quando o pagamento do salário não for recebimento do salário-maternidade, o benefício
mensal, o salário-família será pago juntamente será pago, por todo o período ou pelo tempo
com o último pagamento relativo ao mês. restante a que teria direito, ao cônjuge ou
companheiro sobrevivente que tenha a qualidade
de segurado, exceto no caso do falecimento do
Art. 69. O salário-família devido ao
trabalhador avulso poderá ser recebido pelo filho ou de seu abandono, observadas as normas
aplicáveis ao salário-maternidade. (Incluído
sindicato de classe respectivo, que se incumbirá
pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
de elaborar as folhas correspondentes e de
distribuí-lo.
§ 1o O pagamento do benefício de que trata
Art. 70. A cota do salário-família não será o caput deverá ser requerido até o último dia do
prazo previsto para o término do salário-
incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao
maternidade originário. (Incluído pela Lei nº
benefício.
12.873, de 2013) (Vigência)

§ 2o O benefício de que trata o caput será


pago diretamente pela Previdência Social durante
Subseção VII o período entre a data do óbito e o último dia do
término do salário-maternidade originário e será
Do Salário-Maternidade calculado sobre: (Incluído pela Lei nº
12.873, de 2013) (Vigência)
Art. 71. O salário-maternidade é devido à
segurada da Previdência Social, durante 120 I - a remuneração integral, para o
(cento e vinte) dias, com início no período entre 28 empregado e trabalhador
(vinte e oito) dias antes do parto e a data de avulso; (Incluído pela Lei nº 12.873, de
ocorrência deste, observadas as situações e 2013) (Vigência)
condições previstas na legislação no que concerne
à proteção à maternidade. (Redação dada II - o último salário-de-contribuição, para o
pala Lei nº 10.710, de 2003) empregado doméstico; (Incluído pela Lei nº
12.873, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
9.528, de 1997)

481
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 § 3o O salário-maternidade devido à
(doze) últimos salários de contribuição, apurados trabalhadora avulsa e à empregada do
em um período não superior a 15 (quinze) meses, microempreendedor individual de que trata o art.
para o contribuinte individual, facultativo e 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de
desempregado; e (Incluído pela Lei nº dezembro de 2006, será pago diretamente pela
12.873, de 2013) (Vigência) Previdência Social. (Redação dada pela Lei
nº 12.470, de 2011)
IV - o valor do salário mínimo, para o
segurado especial. (Incluído pela Lei nº Art. 73. Assegurado o valor de um salário-
12.873, de 2013) (Vigência) mínimo, o salário-maternidade para as demais
seguradas, pago diretamente pela Previdência
§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao Social, consistirá: (Redação dada pela Lei nº
segurado que adotar ou obtiver guarda judicial 10.710, de 2003)
para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº
12.873, de 2013) (Vigência) I - em um valor correspondente ao do seu
último salário-de-contribuição, para a segurada
Art. 71-C. A percepção do salário- empregada doméstica; (Incluído pela lei nº
maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está 9.876, de 26.11.99)
condicionada ao afastamento do segurado do
trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena II - em um doze avos do valor sobre o qual
de suspensão do benefício (Incluído pela incidiu sua última contribuição anual, para a
Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) segurada especial; (Incluído pela lei nº
9.876, de 26.11.99)
Art. 71-D. O direito ao salário-maternidade
decairá se não for requerido em até cento e oitenta III - em um doze avos da soma dos doze
dias da ocorrência do parto ou da adoção, exceto últimos salários-de-contribuição, apurados em um
na ocorrência de motivo de força maior e ou caso período não superior a quinze meses, para as
fortuito, conforme disposto no demais seguradas. (Incluído pela lei nº
Regulamento. (Incluído pela Medida 9.876, de 26.11.99)
Provisória nº 871, de 2019)
Parágrafo único. Aplica-se à segurada
Art. 72. O salário-maternidade para a desempregada, desde que mantida a qualidade de
segurada empregada ou trabalhadora avulsa segurada, na forma prevista no art. 15 desta Lei, o
consistirá numa renda mensal igual a sua disposto no inciso III do caput deste
remuneração integral. (Redação Dada pela artigo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019))
Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Subseção VIII
§ 1o Cabe à empresa pagar o salário- Da Pensão por Morte
maternidade devido à respectiva empregada
gestante, efetivando-se a compensação, Art. 74. A pensão por morte será devida ao
observado o disposto no art. 248 da Constituição conjunto dos dependentes do segurado que
Federal, quando do recolhimento das falecer, aposentado ou não, a contar da
contribuições incidentes sobre a folha de salários data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de
e demais rendimentos pagos ou creditados, a 1997)
qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço. (Incluído pela Lei nº 10.710,
de.2003) I - do óbito, quando requerida em até 180
(cento e oitenta) dias após o óbito, para os filhos
menores de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90
§ 2o A empresa deverá conservar durante 10
(noventa) dias após o óbito, para os demais
(dez) anos os comprovantes dos pagamentos e os
dependentes; (Redação dada pela Lei nº 13.846,
atestados correspondentes para exame pela
de 2019)
fiscalização da Previdência Social. (Incluído
pela Lei nº 10.710, de 2003)
II - do requerimento, quando requerida após
o prazo previsto no inciso

482
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
anterior; (Incluído pela Lei nº 9.528, de § 6º Em qualquer caso, fica assegurada ao
1997) INSS a cobrança dos valores indevidamente
pagos em função de nova habilitação. (Incluído
III - da decisão judicial, no caso de morte pela Lei nº 13.846, de 2019)
presumida. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
1997) Art. 75. O valor mensal da pensão por morte
será de cem por cento do valor da aposentadoria
§ 1º Perde o direito à pensão por morte o que o segurado recebia ou daquela a que teria
condenado criminalmente por sentença com direito se estivesse aposentado por invalidez na
trânsito em julgado, como autor, coautor ou data de seu falecimento, observado o disposto no
partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa art. 33 desta lei. (Redação dada pela Lei nº
desse crime, cometido contra a pessoa do 9.528, de 1997)
segurado, ressalvados os absolutamente
incapazes e os inimputáveis. (Redação dada pela Art. 76. A concessão da pensão por morte
Lei nº 13.846, de 2019) não será protelada pela falta de habilitação de
outro possível dependente, e qualquer inscrição ou
§ 2o Perde o direito à pensão por morte o habilitação posterior que importe em exclusão ou
cônjuge, o companheiro ou a companheira se inclusão de dependente só produzirá efeito a
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou contar da data da inscrição ou habilitação.
fraude no casamento ou na união estável, ou a
formalização desses com o fim exclusivo de § 1º O cônjuge ausente não exclui do direito
constituir benefício previdenciário, apuradas em à pensão por morte o companheiro ou a
processo judicial no qual será assegurado o direito companheira, que somente fará jus ao benefício a
ao contraditório e à ampla defesa. (Incluído partir da data de sua habilitação e mediante prova
pela Lei nº 13.135, de 2015) de dependência econômica.

§ 3º Ajuizada a ação judicial para § 2º O cônjuge divorciado ou separado


reconhecimento da condição de dependente, este judicialmente ou de fato que recebia pensão de
poderá requerer a sua habilitação provisória ao alimentos concorrerá em igualdade de condições
benefício de pensão por morte, exclusivamente com os dependentes referidos no inciso I do art. 16
para fins de rateio dos valores com outros desta Lei.
dependentes, vedado o pagamento da respectiva
cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, § 3º Na hipótese de o segurado falecido
ressalvada a existência de decisão judicial em estar, na data de seu falecimento, obrigado por
contrário. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de determinação judicial a pagar alimentos
2019) temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-
companheira, a pensão por morte será devida pelo
§ 4º Nas ações em que o INSS for parte, prazo remanescente na data do óbito, caso não
este poderá proceder de ofício à habilitação incida outra hipótese de cancelamento anterior do
excepcional da referida pensão, apenas para benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
efeitos de rateio, descontando-se os valores
referentes a esta habilitação das demais cotas, Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de
vedado o pagamento da respectiva cota até o um pensionista, será rateada entre todos em parte
trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada iguais. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
a existência de decisão judicial em 1995)
contrário. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 1º Reverterá em favor dos demais a parte
§ 5º Julgada improcedente a ação prevista daquele cujo direito à pensão
no § 3º ou § 4º deste artigo, o valor retido será cessar. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de
corrigido pelos índices legais de reajustamento e 1995)
será pago de forma proporcional aos demais
dependentes, de acordo com as suas cotas e o § 2º O direito à percepção da cota individual
tempo de duração de seus benefícios. (Incluído cessará: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
pela Lei nº 13.846, de 2019) 2019)

483
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - pela morte do pensionista; (Incluído 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26
pela Lei nº 9.032, de 1995) (vinte e seis) anos de idade; (Incluído pela
Lei nº 13.135, de 2015)
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou
o irmão, de ambos os sexos, ao completar vinte e 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29
um anos de idade, salvo se for inválido ou tiver (vinte e nove) anos de idade; (Incluído pela
deficiência intelectual ou mental ou deficiência Lei nº 13.135, de 2015)
grave; (Redação dada pela Lei nº 13.183, de
2015) (Vigência) 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40
(quarenta) anos de idade; (Incluído pela Lei
III - para filho ou irmão inválido, pela nº 13.135, de 2015)
cessação da invalidez; (Redação dada pela
Lei nº 13.135, de 2015)
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um)
e 43 (quarenta e três) anos de
IV - pelo decurso do prazo de recebimento idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
de pensão pelo cônjuge, companheiro ou
companheira, nos termos do § 5º. (Incluído
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou
pela Medida Provisória nº 664, de
2014) (Vigência) (Vide Lei nº 13.135, de mais anos de idade. (Incluído pela Lei nº
2015) 13.135, de 2015)

VI - pela perda do direito, na forma do § 1º


V - para cônjuge ou
do art. 74 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.846,
companheiro: (Incluído pela Lei nº 13.135,
de 2019)
de 2015)

§ 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso,


a) se inválido ou com deficiência, pela
cessação da invalidez ou pelo afastamento da a regra contida na alínea “a” ou os prazos previstos
deficiência, respeitados os períodos mínimos na alínea “c”, ambas do inciso V do § 2o, se o óbito
do segurado decorrer de acidente de qualquer
decorrentes da aplicação das alíneas “b” e
natureza ou de doença profissional ou do trabalho,
“c”; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
independentemente do recolhimento de 18
(dezoito) contribuições mensais ou da
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de
sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) união estável. (Incluído pela Lei nº 13.135,
contribuições mensais ou se o casamento ou a de 2015)
união estável tiverem sido iniciados em menos de
2 (dois) anos antes do óbito do
§ 2o-B. Após o transcurso de pelo menos 3
segurado; (Incluído pela Lei nº 13.135, de
(três) anos e desde que nesse período se verifique
2015)
o incremento mínimo de um ano inteiro na média
nacional única, para ambos os sexos,
c) transcorridos os seguintes períodos, correspondente à expectativa de sobrevida da
estabelecidos de acordo com a idade do população brasileira ao nascer, poderão ser
beneficiário na data de óbito do segurado, se o fixadas, em números inteiros, novas idades para
óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) os fins previstos na alínea “c” do inciso V do § 2o,
contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos em ato do Ministro de Estado da Previdência
após o início do casamento ou da união Social, limitado o acréscimo na comparação com
estável: (Incluído pela Lei nº 13.135, de as idades anteriores ao referido
2015) incremento. (Incluído pela Lei nº 13.135, de
2015)
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e
um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº § 3º Com a extinção da parte do último
13.135, de 2015) pensionista a pensão extinguir-se-á. (Incluído
pela Lei nº 9.032, de 1995)

484
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Subseção IX
Lei nº 13.135, de 2015) Do Auxílio-Reclusão

§ 5o O tempo de contribuição a Regime


Próprio de Previdência Social (RPPS) será
considerado na contagem das 18 (dezoito) Art. 80. O auxílio-reclusão, cumprida a
contribuições mensais de que tratam as alíneas “b” carência prevista no inciso IV do caput do art. 25
e “c” do inciso V do § 2o. (Incluído pela Lei nº desta Lei, será devido, nas condições da pensão
13.135, de 2015) por morte, aos dependentes do segurado de baixa
renda recolhido à prisão em regime fechado que
§ 6º O exercício de atividade remunerada, não receber remuneração da empresa nem estiver
inclusive na condição de microempreendedor em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte,
individual, não impede a concessão ou de salário-maternidade, de aposentadoria ou de
manutenção da parte individual da pensão do abono de permanência em serviço. (Redação
dependente com deficiência intelectual ou mental dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
ou com deficiência grave. (Incluído pela Lei nº
13.183, de 2015) § 1º O requerimento do auxílio-reclusão
será instruído com certidão judicial que ateste o
§ 7º Se houver fundados indícios de autoria, recolhimento efetivo à prisão, e será obrigatória a
coautoria ou participação de dependente, apresentação de prova de permanência na
ressalvados os absolutamente incapazes e os condição de presidiário para a manutenção do
inimputáveis, em homicídio, ou em tentativa desse benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
crime, cometido contra a pessoa do segurado,
será possível a suspensão provisória de sua parte § 2º O INSS celebrará convênios com os
no benefício de pensão por morte, mediante órgãos públicos responsáveis pelo cadastro dos
processo administrativo próprio, respeitados a presos para obter informações sobre o
ampla defesa e o contraditório, e serão devidas, recolhimento à prisão. (Incluído pela Lei nº
em caso de absolvição, todas as parcelas 13.846, de 2019)
corrigidas desde a data da suspensão, bem como
a reativação imediata do benefício. (Incluído pela
Lei nº 13.846, de 2019) § 3º Para fins do disposto nesta Lei,
considera-se segurado de baixa renda aquele que,
no mês de competência de recolhimento à prisão,
Art. 78. Por morte presumida do segurado, tenha renda, apurada nos termos do disposto no §
declarada pela autoridade judicial competente, 4º deste artigo, de valor igual ou inferior àquela
depois de 6 (seis) meses de ausência, será prevista no art. 13 da Emenda Constitucional nº 20,
concedida pensão provisória, na forma desta de 15 de dezembro de 1998, corrigido pelos
Subseção. índices de reajuste aplicados aos benefícios do
RGPS. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 1º Mediante prova do desaparecimento do
segurado em conseqüência de acidente, desastre
§ 4º A aferição da renda mensal bruta para
ou catástrofe, seus dependentes farão jus à
enquadramento do segurado como de baixa renda
pensão provisória independentemente da
ocorrerá pela média dos salários de contribuição
declaração e do prazo deste artigo.
apurados no período de 12 (doze) meses
anteriores ao mês do recolhimento à
§ 2º Verificado o reaparecimento do prisão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
segurado, o pagamento da pensão cessará
imediatamente, desobrigados os dependentes da
§ 5º A certidão judicial e a prova de
reposição dos valores recebidos, salvo má-fé.
permanência na condição de presidiário poderão
ser substituídas pelo acesso à base de dados, por
Art. 79. (Revogado pela Lei nº 13.846, de meio eletrônico, a ser disponibilizada pelo
2019) Conselho Nacional de Justiça, com dados
cadastrais que assegurem a identificação plena do
segurado e da sua condição de
presidiário. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)

485
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6º Se o segurado tiver recebido benefícios que habitualmente exercia. (Redação dada
por incapacidade no período previsto no § 4º deste pela Lei nº 9.528, de 1997)
artigo, sua duração será contada considerando-se
como salário de contribuição no período o salário § 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá
de benefício que serviu de base para o cálculo da a cinqüenta por cento do salário-de-benefício e
renda mensal, reajustado na mesma época e com será devido, observado o disposto no § 5º, até a
a mesma base dos benefícios em geral, não véspera do início de qualquer aposentadoria ou
podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário até a data do óbito do segurado. (Redação
mínimo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) dada pela Lei nº 9.528, de 1997)

§ 7º O exercício de atividade remunerada do § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do


segurado recluso, em cumprimento de pena em dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
regime fechado, não acarreta a perda do direito ao independentemente de qualquer remuneração ou
recebimento do auxílio-reclusão para seus rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua
dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.846, de acumulação com qualquer
2019) aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 1997)
§ 8º Em caso de morte de segurado recluso
que tenha contribuído para a previdência social § 3º O recebimento de salário ou concessão
durante o período de reclusão, o valor da pensão de outro benefício, exceto de aposentadoria,
por morte será calculado levando-se em observado o disposto no § 5º, não prejudicará a
consideração o tempo de contribuição adicional e continuidade do recebimento do auxílio-
os correspondentes salários de contribuição, acidente. (Redação dada pela Lei nº
facultada a opção pelo valor do auxílio- 9.528, de 1997)
reclusão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 4º A perda da audição, em qualquer grau,
Subseção X somente proporcionará a concessão do auxílio-
Dos Pecúlios acidente, quando, além do reconhecimento de
causalidade entre o trabalho e a doença, resultar,
Art. 81. (Revogado dada pela Lei nº comprovadamente, na redução ou perda da
9.129, de 1995) capacidade para o trabalho que habitualmente
I- (Revogado dada pela Lei nº 9.129, exercia. (Restabelecido com nova redação
de 1995) pela Lei nº 9.528, de 1997)
II - (Revogado pela Lei nº 8.870, de
1994) § 5º . (Revogado pela Lei nº 9.032, de
III - (Revogado dada pela Lei nº 9.129, 1995)
de 1995)
Art. 82 (Revogado pela Lei nº 9.032, de Subseção XII
1995) Do Abono de Permanência em Serviço
Art. 83. (Revogado pela Lei nº 9.032, de
1995) Art. 87. (Revogado pela Lei nº 8.870, de
Art. 84. (Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994)
1994) Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
Art. 85. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 8.870, de 1994)
1995)
Seção VI
Subseção XI Dos Serviços
Do Auxílio-Acidente
Subseção I
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, Do Serviço Social
como indenização, ao segurado quando, após
consolidação das lesões decorrentes de acidente
de qualquer natureza, resultarem seqüelas que Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer
impliquem redução da capacidade para o trabalho junto aos beneficiários seus direitos sociais e os
meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente
com eles o processo de solução dos problemas

486
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
que emergirem da sua relação com a Previdência c) o transporte do acidentado do trabalho,
Social, tanto no âmbito interno da instituição como quando necessário.
na dinâmica da sociedade.
Art. 90. A prestação de que trata o artigo
§ 1º Será dada prioridade aos segurados em anterior é devida em caráter obrigatório aos
benefício por incapacidade temporária e atenção segurados, inclusive aposentados e, na medida
especial aos aposentados e pensionistas. das possibilidades do órgão da Previdência Social,
aos seus dependentes.
§ 2º Para assegurar o efetivo atendimento
dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, Art. 91. Será concedido, no caso de
assistência de natureza jurídica, ajuda material, habilitação e reabilitação profissional, auxílio para
recursos sociais, intercâmbio com empresas e tratamento ou exame fora do domicílio do
pesquisa social, inclusive mediante celebração de beneficiário, conforme dispuser o Regulamento.
convênios, acordos ou contratos.
Art. 92. Concluído o processo de habilitação
§ 3º O Serviço Social terá como diretriz a ou reabilitação social e profissional, a Previdência
participação do beneficiário na implementação e Social emitirá certificado individual, indicando as
no fortalecimento da política previdenciária, em atividades que poderão ser exercidas pelo
articulação com as associações e entidades de beneficiário, nada impedindo que este exerça
classe. outra atividade para a qual se capacitar.

§ 4º O Serviço Social, considerando a Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais
universalização da Previdência Social, prestará empregados está obrigada a preencher de 2%
assessoramento técnico aos Estados e Municípios (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus
na elaboração e implantação de suas propostas de cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas
trabalho. portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte
proporção:
Subseção II
Da Habilitação e da Reabilitação Profissional I - até 200
empregados............................................................
Art. 89. A habilitação e a reabilitação ...............................2%;
profissional e social deverão proporcionar ao
beneficiário incapacitado parcial ou totalmente II - de 201 a
para o trabalho, e às pessoas portadoras de 500..........................................................................
deficiência, os meios para a (re)educação e de ............................3%;
(re)adaptação profissional e social indicados para
participar do mercado de trabalho e do contexto III - de 501 a
em que vive. 1.000.......................................................................
...........................4%;
Parágrafo único. A reabilitação profissional
compreende: IV - de 1.001 em diante.
................................................................................
a) o fornecimento de aparelho de prótese, .........5%.
órtese e instrumentos de auxílio para locomoção
quando a perda ou redução da capacidade V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146,
funcional puder ser atenuada por seu uso e dos de 2015)
equipamentos necessários à habilitação e
reabilitação social e profissional; § 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou
de beneficiário reabilitado da Previdência Social ao
b) a reparação ou a substituição dos final de contrato por prazo determinado de mais de
aparelhos mencionados no inciso anterior, 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
desgastados pelo uso normal ou por ocorrência contrato por prazo indeterminado somente
estranha à vontade do beneficiário; poderão ocorrer após a contratação de outro
trabalhador com deficiência ou beneficiário

487
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
reabilitado da Previdência Social. (Redação forma do § 3o do mesmo artigo. (Incluído pela
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Lei Complementar nº 123, de 2006)

§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego Art. 95. (Revogado pela Medida


incumbe estabelecer a sistemática de fiscalização, Provisória nº 2.187-13, de 2001)
bem como gerar dados e estatísticas sobre o total
de empregados e as vagas preenchidas por Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço
pessoas com deficiência e por beneficiários de que trata esta Seção será contado de acordo
reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, com a legislação pertinente, observadas as
quando solicitados, aos sindicatos, às entidades normas seguintes:
representativas dos empregados ou aos cidadãos
interessados. (Redação dada pela Lei nº
I - não será admitida a contagem em dobro ou
13.146, de 2015)
em outras condições especiais;

§ 3o Para a reserva de cargos será


II - é vedada a contagem de tempo de serviço
considerada somente a contratação direta de
público com o de atividade privada, quando
pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
concomitantes;
deficiência de que trata a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no
5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluído pela III - não será contado por um sistema o tempo
Lei nº 13.146, de 2015) de serviço utilizado para concessão de
aposentadoria pelo outro;
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à
obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só
será contado mediante indenização da
Seção VII
contribuição correspondente ao período
Da Contagem Recíproca de Tempo de Serviço
respectivo, com acréscimo de juros moratórios de
zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos anualmente, e multa de dez por
no Regime Geral de Previdência Social ou no cento. (Redação dada pela Medida Provisória
serviço público é assegurada a contagem nº 2.187-13, de 2001) Vide Medida Provisória
recíproca do tempo de contribuição na atividade nº 316, de 2006)
privada, rural e urbana, e do tempo de contribuição
ou de serviço na administração pública, hipótese
V - é vedada a emissão de Certidão de
em que os diferentes sistemas de previdência
Tempo de Contribuição (CTC) com o registro
social se compensarão
exclusivo de tempo de serviço, sem a
financeiramente. (Redação dada pela Lei
comprovação de contribuição efetiva, exceto para
nº 9.711, de 20.11.98)
o segurado empregado, empregado doméstico,
trabalhador avulso e, a partir de 1º de abril de
§ 1o A compensação financeira será feita ao 2003, para o contribuinte individual que presta
sistema a que o interessado estiver vinculado ao serviço a empresa obrigada a arrecadar a
requerer o benefício pelos demais sistemas, em contribuição a seu cargo, observado o disposto no
relação aos respectivos tempos de contribuição ou § 5º do art. 4º da Lei nº 10.666, de 8 de maio de
de serviço, conforme dispuser o 2003; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Regulamento. (Renumerado pela Lei
Complementar nº 123, de 2006)
VI - a CTC somente poderá ser emitida por
regime próprio de previdência social para ex-
§ 2o Não será computado como tempo de servidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
contribuição, para efeito dos benefícios previstos
em regimes próprios de previdência social, o
período em que o segurado contribuinte individual VII - é vedada a contagem recíproca de
ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2o do tempo de contribuição do RGPS por regime
art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, próprio de previdência social sem a emissão da
salvo se complementadas as contribuições na CTC correspondente, ainda que o tempo de
contribuição referente ao RGPS tenha sido

488
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
prestado pelo servidor público ao próprio ente Art. 100. (VETADO)
instituidor; (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-
VIII - é vedada a desaverbação de tempo doença, aposentadoria por invalidez e o
em regime próprio de previdência social quando o pensionista inválido estão obrigados, sob pena de
tempo averbado tiver gerado a concessão de suspensão do benefício, a submeter-se a exame
vantagens remuneratórias ao servidor público em médico a cargo da Previdência Social, processo de
atividade; e (Incluído pela Lei nº 13.846, de reabilitação profissional por ela prescrito e
2019) custeado, e tratamento dispensado gratuitamente,
exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que
IX - para fins de elegibilidade às são facultativos. (Redação dada pela Lei nº
aposentadorias especiais referidas no § 4º do art. 9.032, de 1995)
40 e no § 1º do art. 201 da Constituição Federal,
os períodos reconhecidos pelo regime § 1o O aposentado por invalidez e o
previdenciário de origem como de tempo especial, pensionista inválido que não tenham retornado à
sem conversão em tempo comum, deverão estar atividade estarão isentos do exame de que trata o
incluídos nos períodos de contribuição caput deste artigo: (Redação dada pela lei nº
compreendidos na CTC e discriminados de data a 13.457, de 2017)
data. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - após completarem cinquenta e cinco anos
Parágrafo único. O disposto no inciso V do ou mais de idade e quando decorridos quinze anos
caput deste artigo não se aplica ao tempo de da data da concessão da aposentadoria por
serviço anterior à edição da Emenda invalidez ou do auxílio-doença que a precedeu;
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998, ou (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) (Vide
que tenha sido equiparado por lei a tempo de Medida Provisória nº 871, de 2019)
contribuição. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - após completarem sessenta anos de
Art. 97. A aposentadoria por tempo de idade. (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017)
serviço, com contagem de tempo na forma desta
Seção, será concedida ao segurado do sexo § 2o A isenção de que trata o § 1o não se
feminino a partir de 25 (vinte e cinco) anos aplica quando o exame tem as seguintes
completos de serviço, e, ao segurado do sexo finalidades: (Incluído pela Lei nº 13.063, de
masculino, a partir de 30 (trinta) anos completos de 2014)
serviço, ressalvadas as hipóteses de redução
previstas em lei. I - verificar a necessidade de assistência
permanente de outra pessoa para a concessão do
Art. 98. Quando a soma dos tempos de acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre
serviço ultrapassar 30 (trinta) anos, se do sexo o valor do benefício, conforme dispõe o art.
feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do sexo 45; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014)
masculino, o excesso não será considerado para
qualquer efeito. II - verificar a recuperação da capacidade
de trabalho, mediante solicitação do aposentado
Art. 99. O benefício resultante de contagem ou pensionista que se julgar apto; (Incluído
de tempo de serviço na forma desta Seção será pela Lei nº 13.063, de 2014)
concedido e pago pelo sistema a que o interessado
estiver vinculado ao requerê-lo, e calculado na III - subsidiar autoridade judiciária na
forma da respectiva legislação. concessão de curatela, conforme dispõe o art.
110. (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014)

§ 3o (VETADO). (Incluído pela lei nº


Seção VIII 13.457, de 2017)
Das Disposições Diversas Relativas às
Prestações § 4o A perícia de que trata este artigo terá
acesso aos prontuários médicos do periciado no
Sistema Único de Saúde (SUS), desde que haja a

489
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
prévia anuência do periciado e seja garantido o Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a
sigilo sobre os dados dele. (Incluído pela lei nº contar da data em que deveriam ter sido pagas,
13.457, de 2017) toda e qualquer ação para haver prestações
vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças
§ 5o É assegurado o atendimento domiciliar devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos
e hospitalar pela perícia médica e social do INSS menores, incapazes e ausentes, na forma do
ao segurado com dificuldades de locomoção, Código Civil. (Incluído pela Lei nº 9.528, de
quando seu deslocamento, em razão de sua 1997)
limitação funcional e de condições de
acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional Art. 103-A. O direito da Previdência Social de
e indevido, nos termos do regulamento. (Incluído anular os atos administrativos de que decorram
pela lei nº 13.457, de 2017) efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai
em dez anos, contados da data em que foram
Art. 102. A perda da qualidade de segurado praticados, salvo comprovada má-
importa em caducidade dos direitos inerentes a fé. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
essa qualidade. (Redação dada pela Lei nº
9.528, de 1997) § 1o No caso de efeitos patrimoniais
contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da
§ 1º A perda da qualidade de segurado não percepção do primeiro pagamento. (Incluído
prejudica o direito à aposentadoria para cuja pela Lei nº 10.839, de 2004)
concessão tenham sido preenchidos todos os
requisitos, segundo a legislação em vigor à época § 2o Considera-se exercício do direito de
em que estes requisitos foram anular qualquer medida de autoridade
atendidos. (Incluído pela Lei nº 9.528, de administrativa que importe impugnação à validade
1997) do ato. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)

§ 2º Não será concedida pensão por morte Art. 104. As ações referentes à prestação por
aos dependentes do segurado que falecer após a acidente do trabalho prescrevem em 5 (cinco)
perda desta qualidade, nos termos do art. 15 desta anos, observado o disposto no art. 103 desta Lei,
Lei, salvo se preenchidos os requisitos para contados da data:
obtenção da aposentadoria na forma do parágrafo
anterior. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) I - do acidente, quando dele resultar a morte
ou a incapacidade temporária, verificada esta em
Art. 103. O prazo de decadência do direito perícia médica a cargo da Previdência Social; ou
ou da ação do segurado ou beneficiário para a
revisão do ato de concessão, indeferimento, II - em que for reconhecida pela Previdência
cancelamento ou cessação de benefício e do ato Social, a incapacidade permanente ou o
de deferimento, indeferimento ou não concessão agravamento das seqüelas do acidente.
de revisão de benefício é de 10 (dez) anos,
contado: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de Art. 105. A apresentação de documentação
2019) incompleta não constitui motivo para recusa do
requerimento de benefício.
I - do dia primeiro do mês subsequente ao
do recebimento da primeira prestação ou da data Art. 106. A comprovação do exercício de
em que a prestação deveria ter sido paga com o atividade rural será feita, complementarmente à
valor revisto; ou (Incluído pela Lei nº 13.846, de autodeclaração de que trata o § 2º e ao cadastro
2019) de que trata o § 1º, ambos do art. 38-B desta Lei,
por meio de, entre outros: (Redação dada pela
II - do dia em que o segurado tomar Lei nº 13.846, de 2019)
conhecimento da decisão de indeferimento,
cancelamento ou cessação do seu pedido de I – contrato individual de trabalho ou Carteira
benefício ou da decisão de deferimento ou de Trabalho e Previdência Social; (Redação
indeferimento de revisão de benefício, no âmbito dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
administrativo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
2019)

490
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II – contrato de arrendamento, parceria ou documento ou provado ato do interesse de
comodato rural; (Redação dada pela Lei nº beneficiário ou empresa, salvo no que se refere a
11.718, de 2008) registro público.

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº Art. 109. O benefício será pago diretamente
13.846, de 2019) ao beneficiário, salvo em caso de ausência,
moléstia contagiosa ou impossibilidade de
IV - Declaração de Aptidão ao Programa locomoção, quando será pago a procurador, cujo
Nacional de Fortalecimento da Agricultura mandato não terá prazo superior a doze meses,
Familiar, de que trata o inciso II do caput do art. 2º podendo ser renovado. (Redação dada pela
da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por Lei nº 8.870, de 1994)
documento que a substitua; (Redação dada pela
Lei nº 13.846, de 2019) Parágrafo único. A impressão digital do
beneficiário incapaz de assinar, aposta na
presença de servidor da Previdência Social, vale
V – bloco de notas do produtor
como assinatura para quitação de pagamento de
rural; (Redação dada pela Lei nº 11.718, de
benefício.
2008)
Art. 110. O benefício devido ao segurado ou
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias,
dependente civilmente incapaz será feito ao
de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24
cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se,
de julho de 1991, emitidas pela empresa
na sua falta e por período não superior a 6 (seis)
adquirente da produção, com indicação do nome
meses, o pagamento a herdeiro necessário,
do segurado como vendedor; (Incluído pela
mediante termo de compromisso firmado no ato do
Lei nº 11.718, de 2008)
recebimento.
VII – documentos fiscais relativos a entrega
§ 1º. Para efeito de curatela, no caso de
de produção rural à cooperativa agrícola,
interdição do beneficiário, a autoridade judiciária
entreposto de pescado ou outros, com indicação
pode louvar-se no laudo médico-pericial da
do segurado como vendedor ou
Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº
consignante; (Incluído pela Lei nº 11.718, de
13.846, de 2019)
2008)

VIII – comprovantes de recolhimento de § 2º O dependente excluído, na forma do §


contribuição à Previdência Social decorrentes da 7º do art. 16 desta Lei, ou que tenha a parte
comercialização da produção; (Incluído pela provisoriamente suspensa, na forma do § 7º do art.
Lei nº 11.718, de 2008) 77 desta Lei, não poderá representar outro
dependente para fins de recebimento e percepção
do benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
IX – cópia da declaração de imposto de renda, 2019)
com indicação de renda proveniente da
comercialização de produção rural;
ou (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) § 3º O dependente que perde o direito à
pensão por morte, na forma do § 1º do art. 74 desta
Lei, não poderá representar outro dependente
X – licença de ocupação ou permissão
para fins de recebimento e percepção do
outorgada pelo Incra. (Incluído pela Lei nº
benefício. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
11.718, de 2008)

Art. 110-A. No ato de requerimento de


Art. 107. O tempo de serviço de que trata o
art. 55 desta Lei será considerado para cálculo do benefícios operacionalizados pelo INSS, não será
valor da renda mensal de qualquer benefício. exigida apresentação de termo de curatela de
titular ou de beneficiário com deficiência,
observados os procedimentos a serem
Art. 108. Mediante justificação processada estabelecidos em regulamento. (Incluído
perante a Previdência Social, observado o pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
disposto no § 3º do art. 55 e na forma estabelecida
no Regulamento, poderá ser suprida a falta de

491
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 111. O segurado menor poderá, VI - pagamento de empréstimos,
conforme dispuser o Regulamento, firmar recibo financiamentos, cartões de crédito e operações de
de benefício, independentemente da presença dos arrendamento mercantil concedidos por
pais ou do tutor. instituições financeiras e sociedades de
arrendamento mercantil, ou por entidades
Art. 112. O valor não recebido em vida pelo fechadas ou abertas de previdência
segurado só será pago aos seus dependentes complementar, públicas e privadas, quando
habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, expressamente autorizado pelo beneficiário, até o
aos seus sucessores na forma da lei civil, limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do
independentemente de inventário ou arrolamento. benefício, sendo 5% (cinco por cento) destinados
exclusivamente para: (Redação dada pela Lei
nº 13.183, de 2015)
Art. 113. O benefício poderá ser pago
mediante depósito em conta corrente ou por
autorização de pagamento, conforme se dispuser a) amortização de despesas contraídas por
em regulamento. meio de cartão de crédito; ou (Redação dada
pela Lei nº 13.183, de 2015)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº
9.876, de 26.11.1999) b) utilização com a finalidade de saque por
meio do cartão de crédito. (Redação dada
Art. 114. Salvo quanto a valor devido à pela Lei nº 13.183, de 2015)
Previdência Social e a desconto autorizado por
esta Lei, ou derivado da obrigação de prestar § 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será
alimentos reconhecida em sentença judicial, o feito em parcelas, conforme dispuser o
benefício não pode ser objeto de penhora, arresto regulamento, salvo má-fé. (Incluído pela Lei
ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a sua nº 10.820, de 17.12.2003)
venda ou cessão, ou a constituição de qualquer
ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes § 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá
irrevogáveis ou em causa própria para o seu prevalência do desconto do inciso
recebimento. II. (Incluído pela Lei nº 10.820, de
17.12.2003)
Art. 115. Podem ser descontados dos
benefícios: § 3º Serão inscritos em dívida ativa pela
Procuradoria-Geral Federal os créditos
I - contribuições devidas pelo segurado à constituídos pelo INSS em decorrência de
Previdência Social; benefício previdenciário ou assistencial pago
indevidamente ou além do devido, inclusive na
II - pagamento administrativo ou judicial de hipótese de cessação do benefício pela revogação
benefício previdenciário ou assistencial indevido, de decisão judicial, nos termos da Lei nº 6.830, de
ou além do devido, inclusive na hipótese de 22 de setembro de 1980, para a execução
cessação do benefício pela revogação de decisão judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.846, de
judicial, em valor que não exceda 30% (trinta por 2019)
cento) da sua importância, nos termos do
regulamento; (Redação dada pela Lei nº 13.846, § 4º Será objeto de inscrição em dívida
de 2019) ativa, para os fins do disposto no § 3º deste artigo,
em conjunto ou separadamente, o terceiro
III - Imposto de Renda retido na fonte; beneficiado que sabia ou deveria saber da origem
do benefício pago indevidamente em razão de
IV - pensão de alimentos decretada em fraude, de dolo ou de coação, desde que
sentença judicial; devidamente identificado em procedimento
administrativo de responsabilização. (Redação
dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
V - mensalidades de associações e demais
entidades de aposentados legalmente
reconhecidas, desde que autorizadas por seus § 5º O procedimento de que trata o § 4º
filiados. deste artigo será disciplinado em regulamento, nos
termos da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999,

492
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e no art. 27 do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de Parágrafo único. (Revogado pela Lei
setembro de 1942. (Redação dada pela Lei nº nº 9.032, de 1995)
13.846, de 2019)
Art. 119. Por intermédio dos
§ 6º Na hipótese prevista no inciso V do estabelecimentos de ensino, sindicatos,
caput deste artigo, a autorização do desconto associações de classe, Fundação Jorge Duprat
deverá ser revalidada a cada 3 (três) anos, a partir Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho-
de 31 de dezembro de 2021, nos termos do FUNDACENTRO, órgãos públicos e outros meios,
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 13.846, serão promovidas regularmente instrução e
de 2019) formação com vistas a incrementar costumes e
atitudes prevencionistas em matéria de acidente,
Art. 116. Será fornecido ao beneficiário especialmente do trabalho.
demonstrativo minucioso das importâncias pagas,
discriminando-se o valor da mensalidade, as Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação
diferenças eventualmente pagas com o período a regressiva contra os responsáveis nos casos
que se referem e os descontos efetuados. de: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)

Art. 117. A empresa, o sindicato ou a I - negligência quanto às normas padrão de


entidade de aposentados devidamente legalizada segurança e higiene do trabalho indicadas para a
poderá, mediante convênio com a Previdência proteção individual e coletiva; (Incluído pela Lei nº
Social, encarregar-se, relativamente a seu 13.846, de 2019)
empregado ou associado e respectivos
dependentes, de: II - violência doméstica e familiar contra a
mulher, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 de
I - processar requerimento de benefício, agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
preparando-o e instruindo-o de maneira a ser 2019)
despachado pela Previdência Social;
Art. 121. O pagamento de prestações pela
II - submeter o requerente a exame médico, Previdência Social em decorrência dos casos
inclusive complementar, encaminhando à previstos nos incisos I e II do caput do art. 120
Previdência Social o respectivo laudo, para efeito desta Lei não exclui a responsabilidade civil da
de homologação e posterior concessão de empresa, no caso do inciso I, ou
benefício que depender de avaliação de do responsável pela violência doméstica e
incapacidade; familiar, no caso do inciso II. (Redação dada
pela Lei nº 13.846, de 2019)
III - pagar benefício.
Art. 122. (Revogado pela Lei nº 9.032,
Parágrafo único. O convênio poderá dispor de 1995)
sobre o reembolso das despesas da empresa, do Parágrafo único. (Revogado pela Lei
sindicato ou da entidade de aposentados nº 9.032, de 1995)
devidamente legalizada, correspondente aos
serviços previstos nos incisos II e III, ajustado por Art. 122. Se mais vantajoso, fica assegurado
valor global conforme o número de empregados ou o direito à aposentadoria, nas condições
de associados, mediante dedução do valor das legalmente previstas na data do cumprimento de
contribuições previdenciárias a serem recolhidas todos os requisitos necessários à obtenção do
pela empresa. benefício, ao segurado que, tendo completado 35
anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do mulher, optou por permanecer em
trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze atividade. (Restabelecido com nova redação
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho pela Lei nº 9.528, de 1997)
na empresa, após a cessação do auxílio-doença
acidentário, independentemente de percepção de Art. 123. (Revogado pela Lei nº 9.032,
auxílio-acidente. de 1995)

493
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, presenciais. (Incluído pela Lei nº 13.846, de
não é permitido o recebimento conjunto dos 2019)
seguintes benefícios da Previdência Social:
§ 3º A implementação de serviços
I - aposentadoria e auxílio-doença; eletrônicos preverá mecanismos de controle
preventivos de fraude e de identificação segura do
II - mais de uma cidadão. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
aposentadoria; (Redação dada pela Lei nº
9.032, de 1995) Art. 124-B O INSS, para o exercício de suas
competências, observado o disposto nos incisos XI
III - aposentadoria e abono de permanência e XII do art. 5º da Constituição Federal e na Lei nº
em serviço; 13.709, de 14 de agosto de 2018, terá acesso aos
dados necessários para a análise, a concessão, a
IV - salário-maternidade e auxílio- revisão e a manutenção de benefícios por ele
doença; (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de administrados, em especial aos dados: (Incluído
1995) pela Lei nº 13.846, de 2019)

V - mais de um auxílio- I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.846,


acidente; (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 2019)
de 1995)
II - dos registros e dos prontuários
VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge eletrônicos do Sistema Único de Saúde (SUS),
ou companheiro, ressalvado o direito de opção administrados pelo Ministério da Saúde; (Incluído
pela mais vantajosa. (Incluído dada pela Lei pela Lei nº 13.846, de 2019)
nº 9.032, de 1995)
III - dos documentos médicos mantidos por
Parágrafo único. É vedado o recebimento entidades públicas e privadas, sendo necessária,
conjunto do seguro-desemprego com qualquer no caso destas últimas, a celebração de convênio
benefício de prestação continuada da Previdência para garantir o acesso; e (Incluído pela Lei nº
Social, exceto pensão por morte ou auxílio- 13.846, de 2019)
acidente. (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de
1995) IV - de movimentação das contas do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
Art. 124-A O INSS implementará e manterá instituído pela Lei nº 5.107, de 13 de setembro de
processo administrativo eletrônico para 1966, mantidas pela Caixa Econômica
requerimento de benefícios e serviços e Federal. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
disponibilizará canais eletrônicos de
atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.846, de § 1º Para fins do cumprimento do disposto
2019) no caput deste artigo, serão preservados a
integridade e o sigilo dos dados acessados pelo
§ 1º O INSS facilitará o atendimento, o INSS, eventualmente existentes, e o acesso aos
requerimento, a concessão, a manutenção e a dados dos prontuários eletrônicos do Sistema
revisão de benefícios por meio eletrônico e Único de Saúde (SUS) e dos documentos médicos
implementará procedimentos automatizados, de mantidos por entidades públicas e privadas será
atendimento e prestação de serviços por meio de exclusivamente franqueado aos peritos médicos
atendimento telefônico ou de canais federais designados pelo INSS. (Incluído pela Lei
remotos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) nº 13.846, de 2019)

§ 2º Poderão ser celebrados acordos de § 2º O Ministério da Economia terá acesso


cooperação, na modalidade de adesão, com às bases de dados geridas ou administradas pelo
órgãos e entidades da União, dos Estados, do INSS, incluída a folha de pagamento de benefícios
Distrito Federal e dos Municípios, para a recepção com o detalhamento dos pagamentos. (Incluído
de documentos e o apoio administrativo às pela Lei nº 13.846, de 2019)
atividades do INSS que demandem serviços

494
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3º As bases de dados e as informações de Art. 124-E (VETADO). (Incluído pela Lei nº
que tratam o caput e o § 1º deste artigo poderão 13.846, de 2019)
ser compartilhadas com os regimes próprios de
previdência social, para estrita utilização em suas Art. 124-F (VETADO). (Incluído pela Lei nº
atribuições relacionadas à recepção, à análise, à 13.846, de 2019)
concessão, à revisão e à manutenção de
benefícios por eles administrados, preservados a
integridade dos dados e o sigilo eventualmente TÍTULO IV
existente, na forma disciplinada conjuntamente DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
pela Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia e pelo gestor Art. 125 .Nenhum benefício ou serviço da
dos dados. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) Previdência Social poderá ser criado, majorado ou
estendido, sem a correspondente fonte de custeio
total.
§ 4º Fica dispensada a celebração de
convênio, de acordo de cooperação técnica ou de
instrumentos congêneres para a efetivação do Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do
acesso aos dados de que trata o caput deste Seguro Social – INSS realizar, por meio dos seus
artigo, quando se tratar de dados hospedados por próprios agentes, quando designados, todos os
órgãos da administração pública federal, e caberá atos e procedimentos necessários à verificação do
ao INSS a responsabilidade de arcar com os atendimento das obrigações não tributárias
custos envolvidos, quando houver, no acesso ou impostas pela legislação previdenciária e à
na extração dos dados, exceto quando imposição da multa por seu eventual
estabelecido de forma diversa entre os órgãos descumprimento. (Incluído pela Lei nº
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) 11.941, de 2009)

§ 5º As solicitações de acesso a dados § 1o A empresa disponibilizará a servidor


hospedados por entidades privadas possuem designado por dirigente do INSS os documentos
característica de requisição, dispensados a necessários à comprovação de vínculo
celebração de convênio, acordo de cooperação empregatício, de prestação de serviços e de
técnica ou instrumentos congêneres para a remuneração relativos a trabalhador previamente
efetivação do acesso aos dados de que trata o identificado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de
caput deste artigo e o ressarcimento de eventuais 2009)
custos, vedado o compartilhamento dos dados
com demais entidades de direito § 2o Aplica-se ao disposto neste artigo, no
privado. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019) que couber, o art. 126 desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 124-C O servidor responsável pela
análise dos pedidos dos benefícios previstos nesta § 3o O disposto neste artigo não abrange as
Lei motivará suas decisões ou opiniões técnicas e competências atribuídas em caráter privativo aos
responderá pessoalmente apenas na hipótese de ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita
dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº Federal do Brasil previstas no inciso I do caput do
13.846, de 2019) art. 6o da Lei no 10.593, de 6 de dezembro de
2002. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Art. 124-D A administração pública federal
desenvolverá ações de segurança da informação Art. 126. Compete ao Conselho de
e comunicações, incluídas as de segurança Recursos da Previdência Social julgar: (Redação
cibernética, de segurança das infraestruturas, de dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
qualidade dos dados e de segurança de
interoperabilidade de bases governamentais, e I - recursos das decisões do INSS nos
efetuará a sua integração, inclusive com as bases processos de interesse dos
de dados e informações dos Estados, dos beneficiários; (Incluído pela Lei nº 13.846, de
Municípios e do Distrito Federal, com o objetivo de 2019)
atenuar riscos e inconformidades em pagamentos
de benefícios sociais. (Incluído pela Lei nº II - contestações e recursos relativos à
13.846, de 2019) atribuição, pelo Ministério da Economia, do Fator

495
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Acidentário de Prevenção aos estabelecimentos sempre por meio de precatório. (Incluído
das empresas; (Incluído pela Lei nº 13.846, de pela Lei nº 10.099, de 2000)
2019)
§ 4o É facultada à parte exeqüente a renúncia
III - recursos das decisões do INSS ao crédito, no que exceder ao valor estabelecido
relacionados à comprovação de atividade rural de no caput, para que possa optar pelo pagamento do
segurado especial de que tratam os arts. 38-A e saldo sem o precatório, na forma ali
38-B, ou demais informações relacionadas ao prevista. (Incluído pela Lei nº 10.099, de
CNIS de que trata o art. 29-A desta Lei. (Incluído 2000)
pela Lei nº 13.846, de 2019)
§ 5o A opção exercida pela parte para receber
§ 1o (Revogado pela Lei nº 11.727, de os seus créditos na forma prevista no caput implica
2008) a renúncia do restante dos créditos porventura
existentes e que sejam oriundos do mesmo
§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.727, processo. (Incluído pela Lei nº 10.099, de
de 2008) 2000)

§ 6o O pagamento sem precatório, na forma


§ 3º A propositura de ação que tenha por
prevista neste artigo, implica quitação total do
objeto idêntico pedido sobre o qual versa o
pedido constante da petição inicial e determina a
processo administrativo importa renúncia ao direito
extinção do processo. (Incluído pela Lei nº
de recorrer na esfera administrativa e desistência
10.099, de 2000)
do recurso interposto. (Redação dada pela Lei nº
13.846, de 2019)
§ 7o O disposto neste artigo não obsta a
interposição de embargos à execução por parte do
Art. 127. (Revogado pela Lei nº 9.711, de
INSS. (Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000)
20.11.98)
Art. 129. Os litígios e medidas cautelares
Art. 128. As demandas judiciais que tiverem
relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:
por objeto o reajuste ou a concessão de benefícios
regulados nesta Lei cujos valores de execução não
forem superiores a R$ 5.180,25 (cinco mil, cento e I - na esfera administrativa, pelos órgãos da
oitenta reais e vinte e cinco centavos) por autor Previdência Social, segundo as regras e prazos
poderão, por opção de cada um dos exeqüentes, aplicáveis às demais prestações, com prioridade
ser quitadas no prazo de até sessenta dias após a para conclusão; e
intimação do trânsito em julgado da decisão, sem
necessidade da expedição de II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e
precatório. (Redação dada pela Lei nº do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo,
10.099, de 2000) inclusive durante as férias forenses, mediante
petição instruída pela prova de efetiva notificação
§ 1o É vedado o fracionamento, repartição ou do evento à Previdência Social, através de
quebra do valor da execução, de modo que o Comunicação de Acidente do Trabalho–CAT.
pagamento se faça, em parte, na forma
estabelecida no caput e, em parte, mediante Parágrafo único. O procedimento judicial de
expedição do precatório. (Incluído pela Lei que trata o inciso II deste artigo é isento do
nº 10.099, de 2000) pagamento de quaisquer custas e de verbas
relativas à sucumbência.
§ 2o É vedada a expedição de precatório
complementar ou suplementar do valor pago na Art. 130. Na execução contra o Instituto
forma do caput. (Incluído pela Lei nº 10.099, Nacional do Seguro Social-INSS, o prazo a que se
de 2000) refere o art. 730 do Código de Processo Civil é de
trinta dias. (Redação dada pela Lei nº
§ 3o Se o valor da execução ultrapassar o 9.528, de 1997)
estabelecido no caput, o pagamento far-se-á
Art. 131.O Ministro da Previdência e
Assistência Social poderá autorizar o INSS a

496
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
formalizar a desistência ou abster-se de propor Art. 133. A infração a qualquer dispositivo
ações e recursos em processos judiciais sempre desta Lei, para a qual não haja penalidade
que a ação versar matéria sobre a qual haja expressamente cominada, sujeita o responsável,
declaração de inconstitucionalidade proferida pelo conforme a gravidade da infração, à multa variável
Supremo Tribunal Federal - STF, súmula ou de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$
jurisprudência consolidada do STF ou dos 10.000.000,00 (dez milhões de
tribunais superiores. (Redação dada pela cruzeiros). Atualizações decorrentes de
Lei nº 9.528, de 10.12.97) normas de hierarquia inferior

Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº


Assistência Social disciplinará as hipóteses em 11.941, de 2009)
que a administração previdenciária federal,
relativamente aos créditos previdenciários Art. 134. Os valores expressos em moeda
baseados em dispositivo declarado corrente nesta Lei serão reajustados nas mesmas
insconstitucional por decisão definitiva do épocas e com os mesmos índices utilizados para
Supremo Tribunal Federal, possa: (Incluído o reajustamento dos valores dos
pela Lei nº 9.528, de 1997) benefícios. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.187-13, de 2001) (Vide Medida
a) abster-se de constituí-los; (Incluído Provisória nº 316, de 2006)
pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 135. Os salários-de-contribuição
b) retificar o seu valor ou declará-los extintos, utilizados no cálculo do valor de benefício serão
de ofício, quando houverem sido constituídos considerados respeitando-se os limites mínimo e
anteriormente, ainda que inscritos em dívida máximo vigentes nos meses a que se referirem.
ativa; (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 136. Ficam eliminados o menor e o maior
c) formular desistência de ações de execução valor-teto para cálculo do salário-de-benefício.
fiscal já ajuizadas, bem como deixar de interpor
recursos de decisões judiciais. (Incluído pela Art. 137. Fica extinto o Programa de
Lei nº 9.528, de 1997) Previdência Social aos Estudantes, instituído pela
Lei nº 7.004, de 24 de junho de 1982, mantendo-
Art. 132. A formalização de desistência ou se o pagamento dos benefícios de prestação
transigência judiciais, por parte de procurador da continuada com data de início até a entrada em
Previdência Social, será sempre precedida da vigor desta Lei.
anuência, por escrito, do Procurador-Geral do
Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou do Art. 138. Ficam extintos os regimes de
presidente desse órgão, quando os valores em Previdência Social instituídos pela Lei
litígio ultrapassarem os limites definidos pelo Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971, e
Conselho Nacional de Previdência Social – CNPS. pela Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975,
sendo mantidos, com valor não inferior ao do
§ 1º Os valores, a partir dos quais se exigirá salário mínimo, os benefícios concedidos até a
a anuência do Procurador-Geral ou do presidente vigência desta Lei.
do INSS, serão definidos periodicamente pelo
CNPS, através de resolução própria. Parágrafo único. Para os que vinham
contribuindo regularmente para os regimes a que
§ 2º Até que o CNPS defina os valores se refere este artigo, será contado o tempo de
mencionados neste artigo, deverão ser contribuição para fins do Regime Geral de
submetidos à anuência prévia do Procurador- Previdência Social, conforme disposto no
Geral ou do presidente do INSS a formalização de Regulamento.
desistência ou transigência judiciais, quando os
valores, referentes a cada segurado considerado Art. 139. (Revogado pela Lei nº 9.528,
separadamente, superarem, respectivamente, 10 de 1997)
(dez) ou 30 (trinta) vezes o teto do salário-de- 1º. (Revogado pela Lei nº 9.528, de
benefício. 1997)
I - (Revogado pela Lei nº 9.528, de

497
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1997) 1998 102 meses
II - (Revogado pela Lei nº 9.528, de
1997) 1999 108 meses
III - (Revogado pela Lei nº 9.528, de
2000 114 meses
1997)
2º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 2001 120 meses
1997)
2002 126 meses
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de
1997) 2003 132 meses
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de
2004 138 meses
1997)
Art. 140. (Revogado pela Lei nº 9.528, 2005 144 meses
de 1997)
2006 150 meses
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de
1997) 2007 156 meses
2º (Revogado pela Lei nº 9.528, de
1997) 2008 162 meses
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 2009 168 meses
1997)
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 2010 174 meses
1997) 2011 180 meses
5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de
1997)
6º (Revogado pela Lei nº 9.528, de Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado
1997) como segurado obrigatório no Regime Geral de
Art. 141. (Revogado pela Lei nº 9.528, Previdência Social, na forma da alínea "a" do
de 1997) inciso I, ou do inciso IV ou VII do art. 11 desta Lei,
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de pode requerer aposentadoria por idade, no valor
1997) de um salário mínimo, durante quinze anos,
2º (Revogado pela Lei nº 9.528, de contados a partir da data de vigência desta Lei,
1997) desde que comprove o exercício de atividade rural,
ainda que descontínua, no período imediatamente
Art. 142. Para o segurado inscrito na anterior ao requerimento do benefício, em número
Previdência Social Urbana até 24 de julho de 1991, de meses idêntico à carência do referido
bem como para o trabalhador e o empregador rural benefício. (Redação dada pela Lei nº. 9.063,
cobertos pela Previdência Social Rural, a carência de 1995) (Vide Lei nº 11.368, de
das aposentadorias por idade, por tempo de 2006) (Vide Medida Provisória nº 410, de
serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, 2007). (Vide Lei nº 11.718, de 2008)
levando-se em conta o ano em que o segurado
implementou todas as condições necessárias à Art. 144. a Art. 147. (Revogado pela
obtenção do benefício: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)
Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 148. (Revogado pela Lei nº 9.528, de
Ano de implementação Meses de contribuição 1997)
das condições exigidos
Art. 149. As prestações, e o seu
1991 60 meses financiamento, referentes aos benefícios de ex-
1992 60 meses combatente e de ferroviário servidor público ou
autárquico federal ou em regime especial que não
1993 66 meses optou pelo regime da Consolidação das Leis do
1994 72 meses Trabalho, na forma da Lei nº 6.184, de 11 de
dezembro de 1974, bem como seus dependentes,
1995 78 meses serão objeto de legislação específica.
1996 90 meses
Art. 150. (Revogado pela Lei nº 10.559,
1997 96 meses
de 13.11.2002)

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº FERNANDO COLLOR
10.559, de 13.11.2002) Antonio Magri

Art. 151. Até que seja elaborada a lista de


doenças mencionada no inciso II do art. 26,
independe de carência a concessão de auxílio- Anotações:
doença e de aposentadoria por invalidez ao
segurado que, após filiar-se ao RGPS, for
acometido das seguintes doenças: tuberculose
ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose
múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna,
cegueira, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson,
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estado avançado da doença de Paget (osteíte
deformante), síndrome da deficiência imunológica
adquirida (aids) ou contaminação por radiação,
com base em conclusão da medicina
especializada. (Redação dada pela Lei nº
13.135, de 2015)

Art. 152 (Revogado pela Lei nº 9.528, de


1997)

Art. 153. O Regime Facultativo


Complementar de Previdência Social será objeto
de lei especial, a ser submetida à apreciação do
Congresso Nacional dentro do prazo de 180 (cento
e oitenta) dias.

Art. 154. O Poder Executivo regulamentará


esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da
data da sua publicação.

Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de


sua publicação.

Art. 156. Revogam-se as disposições em


contrário.

Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º da


Independência e 103º da República.

499
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO No 3.048, DE 6 DE MAIO DE 1999 – Regulamento da Previdência Social

Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências .

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição Federal, e de acordo com a Emenda Constitucional n o 20, de 1998, as Leis Complementares
nos 70, de 30 de dezembro de 1991, e 84, de 18 de janeiro de 1996, e as Leis nos 8.138, de 28 de dezembro
de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.218, de 29 de agosto de 1991, 8.383,
de 30 de dezembro de 1991, 8.398, de 7 de janeiro de 1992, 8.436, de 25 de junho de 1992, 8.444, de 20 de
julho de 1992, 8.540, de 22 de dezembro de 1992, 8.542, de 23 de dezembro de 1992, 8.619, de 5 de janeiro
de 1993, 8.620, de 5 de janeiro de 1993, 8.630 de 25 de fevereiro de 1993, 8.647, de 13 de abril de 1993,
8.742, de 7 de dezembro de 1993, 8.745, de 9 de dezembro de 1993, 8.861, de 25 de março de 1994, 8.864,
de 28 de março de 1994, 8.870, de 15 de abril de 1994, 8.880, de 27 de maio de 1994, 8.935, de 18 de
novembro de 1994, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 9.032, de 28 de abril de 1995, 9.063, de 14 de junho de
1995, 9.065, de 20 de junho de 1995, 9.069, de 29 de junho de 1995, 9.129, de 20 de novembro de 1995,
9.249, de 26 de dezembro de 1995, 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 9.317, de 5 de dezembro de 1996,
9.429, de 26 de dezembro de 1996, 9.476, de 23 de julho de 1997, 9.506, de 30 de outubro de 1997, 9.528,
de 10 de dezembro de 1997, 9.601, de 21 de janeiro de 1998, 9.615, de 24 de março de 1998, 9.639, de 25
de maio de 1998, 9.649, de 27 de maio de 1998, 9.676, de 30 de junho de 1998, 9.703, de 17 de novembro
de 1998, 9.711, de 21 de novembro de 1998, 9.717, de 27 de novembro de 1998, 9.718, de 27 de novembro
de 1998, 9.719, de 27 de novembro de 1998, 9.720, de 30 de novembro de 1998, e 9.732, de 11 de dezembro
de 1998.
DECRETA:

Art. 1o O Regulamento da Previdência Social passa a vigorar na forma do texto apenso ao presente
Decreto, com seus anexos.

Art. 2o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 3o Ficam revogados os Decretos nos 33.335, de 20 de julho de 1953, 36.911, de 15 de fevereiro de 1955, 65.106, de 5 de setembro de 1969,
69.382, de 19 de outubro de 1971, 72.771, de 6 de setembro de 1973, 73.617, de 12 de fevereiro de 1974,73.833, de 13 de março de 1974, 74.661, de 7 de
outubro de 1974, 75.478, de 14 de março de 1975, 75.706, de 8 de maio de 1975, 75.884, de 19 de junho de 1975, 76.326, de 23 de setembro de 1975,
77.210, de 20 de fevereiro de 1976, 79.037, de 24 de dezembro de 1976, 79.575, de 26 de abril de 1977, 79.789, de 7 de junho de 1977, 83.080, de 24 de
janeiro de 1979, 83.081, de 24 de janeiro de 1979, 85.745, de 23 de fevereiro de 1981, 85.850, de 30 de março 1981, 86.512, de 29 de outubro de 1981,
87.374, de 8 de julho de 1982, 87.430, de 28 de julho de 1982, 88.353, de 6 de junho de 1983, 88.367, de 7 de junho de 1983, 88.443, de 29 de junho de
1983, 89.167, de 9 de dezembro de 1983, 89.312, de 23 de janeiro de 1984, 90.038, de 9 de agosto de 1984, 90.195, de 12 de setembro de 1984, 90.817,
de 17 de janeiro de 1985, 91.406, de 5 de julho de 1985, 92.588, de 25 de abril de 1986, 92.700, de 21 de maio de 1986, 92.702, de 21 de maio de 1986,
92.769, de 10 de junho de 1986, 92.770, de 10 de junho de 1986, 92.976, de 22 de julho de 1986, 94.512, de 24 de junho de 1987, 96.543, de 22 de agosto
de 1988, 96.595, de 25 de agosto de 1988, 98.376, de 7 de novembro de 1989, 99.301, de 15 de junho de 1990, 99.351, de 27 de junho 1990, 1.197, de 14
de julho de 1994, 1.514, de 5 de junho de 1995, 1.826, de 29 de fevereiro de 1996, 1.843, de 25 de março de 1996, 2.172, de 5 de março de 1997, 2.173,
de 5 de março de 1997, 2.342, de 9 de outubro de 1997, 2.664, de 10 de julho de 1998, 2.782, de 14 de setembro de 1998, 2.803, de 20 de outubro de 1998,
2.924, de 5 de janeiro de 1999, e 3.039, de 28 de abril de 1999.

Brasília, 6 de maio de 1999; 178o da Independência e 111o da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Waldeck Ornélas

Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.5.1999, republicado em 12.5.1999; retificado em 18.6.1999 e 21.6.1999

500
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
LIVRO I
III - descentralização, com direção única em
DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS cada esfera de governo;
BÁSICOS
TÍTULO I IV - atendimento integral, com prioridade
DA SEGURIDADE SOCIAL para as atividades preventivas;
Art. 1º A seguridade social compreende um V - participação da comunidade na gestão,
conjunto integrado de ações de iniciativa dos fiscalização e acompanhamento das ações e
poderes públicos e da sociedade, destinado a serviços de saúde; e
assegurar o direito relativo à saúde, à previdência
e à assistência social. VI - participação da iniciativa privada na
assistência à saúde, em obediência aos preceitos
Parágrafo único. A seguridade social constitucionais.
obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
TÍTULO III

I - universalidade da cobertura e do DA ASSISTÊNCIA SOCIAL


atendimento; Art. 3º A assistência social é a política social
que provê o atendimento das necessidades
II - uniformidade e equivalência dos
básicas, traduzidas em proteção à família, à
benefícios e serviços às populações urbanas e
maternidade, à infância, à adolescência, à velhice
rurais;
e à pessoa portadora de deficiência,
III - seletividade e distributividade na independentemente de contribuição à seguridade
prestação dos benefícios e serviços; social.

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios, Parágrafo único. A organização da


de forma a preservar-lhe o poder aquisitivo; assistência social obedecerá às seguintes
diretrizes:
V - eqüidade na forma de participação no
custeio; I - descentralização político-administrativa; e

VI - diversidade da base de financiamento; e II - participação da população na formulação


e controle das ações em todos os níveis.
VII - caráter democrático e descentralizado TÍTULO IV
da administração, mediante gestão quadripartite,
com participação dos trabalhadores, dos
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
empregadores, dos aposentados e do governo nos Art. 4º A previdência social rege-se pelos
órgãos colegiados. seguintes princípios e objetivos:

TÍTULO II I - universalidade de participação nos planos


previdenciários;
DA SAÚDE
Art. 2º A saúde é direito de todos e dever do II - uniformidade e equivalência dos
Estado, garantido mediante políticas sociais e benefícios e serviços às populações urbanas e
econômicas que visem à redução do risco de rurais;
doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua III - seletividade e distributividade na
promoção, proteção e recuperação. prestação dos benefícios;

Parágrafo único. As atividades de saúde são IV - cálculo dos benefícios considerando-se


de relevância pública, e sua organização os salários-de-contribuição corrigidos
obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes: monetariamente;

I - acesso universal e igualitário; V - irredutibilidade do valor dos benefícios, de


forma a preservar-lhe o poder aquisitivo;
II - provimento das ações e serviços
mediante rede regionalizada e hierarquizada, VI - valor da renda mensal dos benefícios
integrados em sistema único; substitutos do salário-de-contribuição ou do
rendimento do trabalho do segurado não inferior

501
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ao do salário mínimo; e CAPÍTULO I
DOS BENEFICIÁRIOS
VII - caráter democrático e descentralizado
Art. 8º São beneficiários do Regime Geral de
da administração, mediante gestão quadripartite,
Previdência Social as pessoas físicas classificadas
com participação dos trabalhadores, dos
como segurados e dependentes, nos termos das
empregadores, dos aposentados e do governo nos
Seções I e II deste Capítulo.
órgãos colegiados.
Art. 5º A previdência social será organizada
sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados Seção I
critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá a:
Dos Segurados
Art. 9º São segurados obrigatórios da
I - cobertura de eventos de doença, invalidez, previdência social as seguintes pessoas físicas:
morte e idade avançada;
I - como empregado:
II - proteção à maternidade, especialmente à
gestante; a) aquele que presta serviço de natureza
urbana ou rural a empresa, em caráter não
III - proteção ao trabalhador em situação de eventual, sob sua subordinação e mediante
desemprego involuntário; remuneração, inclusive como diretor empregado;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os b) aquele que, contratado por empresa de
dependentes dos segurados de baixa renda; e trabalho temporário, por prazo não superior a três
meses, prorrogável, presta serviço para atender a
V - pensão por morte do segurado, homem necessidade transitória de substituição de pessoal
ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e regular e permanente ou a acréscimo
dependentes. extraordinário de serviço de outras empresas, na
LIVRO II forma da legislação própria;
DOS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e
SOCIAL contratado no Brasil para trabalhar como
TÍTULO I
empregado no exterior, em sucursal ou agência de
DOS REGIMES DA PREVIDÊNCIA empresa constituída sob as leis brasileiras e que
SOCIAL tenha sede e administração no País;
Art. 6º A previdência social compreende: d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e
I - o Regime Geral de Previdência Social; e contratado no Brasil para trabalhar como
empregado em empresa domiciliada no exterior
II - os regimes próprios de previdêcia social com maioria do capital votante pertencente a
dos servidores públicos e dos militares. empresa constituída sob as leis brasileiras, que
tenha sede e administração no País e cujo controle
Parágrafo único. O Regime Geral de efetivo esteja em caráter permanente sob a
Previdência Social garante a cobertura de todas as titularidade direta ou indireta de pessoas físicas
situações expressas no art. 5o, exceto a de domiciliadas e residentes no País ou de entidade
desemprego involuntário, observado o disposto no de direito público interno;
art. 199-A quanto ao direito à aposentadoria por
e) aquele que presta serviço no Brasil a
tempo de contribuição. (Redação dada pelo
missão diplomática ou a repartição consular de
Decreto nº 6.042, de 2007). carreira estrangeira e a órgãos a elas
subordinados, ou a membros dessas missões e
Art. 7º A administração do Regime Geral de
repartições, excluídos o não-brasileiro sem
Previdência Social é atribuída ao Ministério da
residência permanente no Brasil e o brasileiro
Previdência e Assistência Social, sendo exercida
amparado pela legislação previdenciária do país
pelos órgãos e entidades a ele vinculados.
da respectiva missão diplomática ou repartição
TÍTULO II consular;
DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA
f) o brasileiro civil que trabalha para a União
SOCIAL

502
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
no exterior, em organismos oficiais internacionais internacional ou estrangeiro em funcionamento no
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de
lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por previdência social; (Incluída pelo Decreto nº 3.265,
regime próprio de previdência social; de 1999)
g) o brasileiro civil que presta serviços à r) o trabalhador rural contratado por produtor
União no exterior, em repartições governamentais rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no
brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de
auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei atividades de natureza temporária por prazo não
no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde superior a dois meses dentro do período de um
que, em razão de proibição legal, não possa filiar- ano; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
se ao sistema previdenciário local; (Redação dada
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). II - como empregado doméstico - aquele que
presta serviço de natureza contínua, mediante
h) o bolsista e o estagiário que prestam remuneração, a pessoa ou família, no âmbito
serviços a empresa, em desacordo com a Lei no residencial desta, em atividade sem fins lucrativos;
11.788, de 25 de setembro de 2008; (Redação III e IV - (Revogados pelo Decreto nº 3.265,
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). de 1999)
i) o servidor da União, Estado, Distrito V - como contribuinte individual: (Redação
Federal ou Município, incluídas suas autarquias e dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999))
fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação a) a pessoa física, proprietária ou não, que
e exoneração; explora atividade agropecuária, a qualquer título,
em caráter permanente ou temporário, em área,
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou
contínua ou descontínua, superior a quatro
Município, bem como o das respectivas autarquias módulos fiscais; ou, quando em área igual ou
e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde inferior a quatro módulos fiscais ou atividade
que, nessa qualidade, não esteja amparado por pesqueira ou extrativista, com auxílio de
regime próprio de previdência social; empregados ou por intermédio de prepostos; ou
l) o servidor contratado pela União, Estado, ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo;
Distrito Federal ou Município, bem como pelas (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
respectivas autarquias e fundações, por tempo
b) a pessoa física, proprietária ou não, que
determinado, para atender a necessidade
explora atividade de extração mineral - garimpo -,
temporária de excepcional interesse público, nos
em caráter permanente ou temporário,
termos do inciso IX do art. 37 da Constituição
diretamente ou por intermédio de prepostos, com
Federal;
ou sem o auxílio de empregados, utilizados a
m) o servidor da União, Estado, Distrito qualquer título, ainda que de forma não contínua;
Federal ou Município, incluídas suas autarquias e (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
fundações, ocupante de emprego público; c) o ministro de confissão religiosa e o
n) (Revogada pelo Decreto nº 3.265, de membro de instituto de vida consagrada, de
1999) congregação ou de ordem religiosa; (Redação
dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
o) o escrevente e o auxiliar contratados por
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior
titular de serviços notariais e de registro a partir de para organismo oficial internacional do qual o
21 de novembro de 1994, bem como aquele que Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado
optou pelo Regime Geral de Previdência Social, e contratado, salvo quando coberto por regime
em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de próprio de previdência social; (Redação dada pelo
novembro de 1994; e Decreto nº 3.265, de 1999)
p) o exercente de mandato eletivo federal, e) o titular de firma individual urbana ou rural;
estadual ou municipal, desde que não vinculado a (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
regime próprio de previdência social; (Redação
dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) f) o diretor não empregado e o membro de
conselho de administração na sociedade anônima;
q) o empregado de organismo oficial (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

503
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g) todos os sócios, nas sociedades em nome 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato
coletivo e de capital e indústria; (Incluída pelo da categoria, assim considerados:
Decreto nº 3.265, de 1999)
a) o trabalhador que exerce atividade
h) o sócio gerente e o sócio cotista que portuária de capatazia, estiva, conferência e
recebam remuneração decorrente de seu trabalho conserto de carga, vigilância de embarcação e
e o administrador não empregado na sociedade bloco;
por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou
rural; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de b) o trabalhador de estiva de mercadorias de
2003) qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
i) o associado eleito para cargo de direção em c) o trabalhador em alvarenga (embarcação
cooperativa, associação ou entidade de qualquer para carga e descarga de navios);
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrador eleito para exercer atividade de d) o amarrador de embarcação;
direção condominial, desde que recebam
e) o ensacador de café, cacau, sal e
remuneração; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de
similares;
1999)
j) quem presta serviço de natureza urbana ou f) o trabalhador na indústria de extração de
rural, em caráter eventual, a uma ou mais sal;
empresas, sem relação de emprego; (Incluída pelo
g) o carregador de bagagem em porto;
Decreto nº 3.265, de 1999)
l) a pessoa física que exerce, por conta h) o prático de barra em porto;
própria, atividade econômica de natureza urbana, i) o guindasteiro; e
com fins lucrativos ou não; (Incluída pelo Decreto
nº 3.265, de 1999) j) o classificador, o movimentador e o
m) o aposentado de qualquer regime empacotador de mercadorias em portos; e
previdenciário nomeado magistrado classista VII - como segurado especial: a pessoa física
temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos residente no imóvel rural ou em aglomerado
incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do urbano ou rural próximo que, individualmente ou
parágrafo único do art. 116 da Constituição em regime de economia familiar, ainda que com o
Federal, ou nomeado magistrado da Justiça auxílio eventual de terceiros, na condição de:
Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
do § 1º do art. 120 da Constituição Federal;
(Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999) a) produtor, seja ele proprietário,
usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou
n) o cooperado de cooperativa de produção
meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário
que, nesta condição, presta serviço à sociedade
rurais, que explore atividade: (Incluído pelo
cooperativa mediante remuneração ajustada ao
Decreto nº 6.722, de 2008).
trabalho executado; e (Incluída pelo Decreto nº
4.032, de 2001) 1. agropecuária em área contínua ou não de
o) (Revogado pelo Decreto nº 7.054, de 2009) até quatro módulos fiscais; ou (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de
que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei 2. de seringueiro ou extrativista vegetal na
coleta e extração, de modo sustentável, de
Complementar no 123, de 14 de dezembro de recursos naturais renováveis, e faça dessas
2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e atividades o principal meio de vida; (Incluído pelo
contribuições abrangidos pelo Simples Nacional Decreto nº 6.722, de 2008).
em valores fixos mensais; (Incluído pelo Decreto
nº 6.722, de 2008). b) pescador artesanal ou a este
assemelhado, que faça da pesca profissão
VI - como trabalhador avulso - aquele que,
habitual ou principal meio de vida; e (Incluído pelo
sindicalizado ou não, presta serviço de natureza Decreto nº 6.722, de 2008).
urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo
empregatício, com a intermediação obrigatória do c) cônjuge ou companheiro, bem como filho
órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº maior de dezesseis anos de idade ou a este

504
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
equiparado, do segurado de que tratam as alíneas mercadorias nos conveses ou nos porões das
“a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, embarcações principais ou auxiliares, incluindo
tenham participação ativa nas atividades rurais ou transbordo, arrumação, peação e despeação, bem
pesqueiras artesanais, respectivamente, do grupo como o carregamento e a descarga das mesmas,
familiar. (Redação dada pelo Decreto nº 8.499, quando realizados com equipamentos de bordo;
de 2015)
III - conferência de carga - a contagem de
§ 1º O aposentado pelo Regime Geral de volumes, anotação de suas características,
Previdência Social que voltar a exercer atividade procedência ou destino, verificação do estado das
abrangida por este regime é segurado obrigatório mercadorias, assistência à pesagem, conferência
em relação a essa atividade, ficando sujeito às do manifesto e demais serviços correlatos, nas
contribuições de que trata este Regulamento. operações de carregamento e descarga de
embarcações;
§ 2º Considera-se diretor empregado aquele
que, participando ou não do risco econômico do IV - conserto de carga - o reparo e a
empreendimento, seja contratado ou promovido restauração das embalagens de mercadoria, nas
para cargo de direção das sociedades anônimas, operações de carregamento e descarga de
mantendo as características inerentes à relação de embarcações, reembalagem, marcação,
emprego. remarcação, carimbagem, etiquetagem, abertura
de volumes para vistoria e posterior recomposição;
§ 3º Considera-se diretor não empregado
aquele que, participando ou não do risco V - vigilância de embarcações - a atividade
econômico do empreendimento, seja eleito, por de fiscalização da entrada e saída de pessoas a
assembléia geral dos acionistas, para cargo de bordo das embarcações atracadas ou fundeadas
direção das sociedades anônimas, não mantendo ao largo, bem como da movimentação de
as características inerentes à relação de emprego. mercadorias nos portalós, rampas, porões,
conveses, plataformas e em outros locais da
§ 4º Entende-se por serviço prestado em embarcação; e
caráter não eventual aquele relacionado direta ou
indiretamente com as atividades normais da VI - bloco - a atividade de limpeza e
empresa. conservação de embarcações mercantes e de
seus tanques, incluindo batimento de ferrugem,
§ 5o Entende-se como regime de economia pintura, reparo de pequena monta e serviços
familiar a atividade em que o trabalho dos correlatos.
membros da família é indispensável à própria
subsistência e ao desenvolvimento § 8o Não é segurado especial o membro de
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em grupo familiar que possuir outra fonte de
condições de mútua dependência e colaboração, rendimento, exceto se decorrente de: (Redação
sem a utilização de empregados permanentes. dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
I - benefício de pensão por morte, auxílio-
§ 6º Entende-se como auxílio eventual de acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere
terceiros o que é exercido ocasionalmente, em o do menor benefício de prestação continuada da
condições de mútua colaboração, não existindo previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº
subordinação nem remuneração. 6.722, de 2008).
§ 7º Para efeito do disposto na alínea "a" do II - benefício previdenciário pela participação
inciso VI do caput, entende-se por: em plano de previdência complementar instituído
nos termos do inciso III do § 18 deste artigo;
I - capatazia - a atividade de movimentação (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
de mercadorias nas instalações de uso público,
compreendendo o recebimento, conferência, III - exercício de atividade remunerada em
transporte interno, abertura de volumes para período de entressafra ou do defeso, não superior
conferência aduaneira, manipulação, arrumação e a cento e vinte dias, corridos ou intercalados, no
entrega, bem como o carregamento e descarga de ano civil, observado o disposto no § 22 deste
embarcações, quando efetuados por artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
aparelhamento portuário;
IV - exercício de mandato eletivo de dirigente
II - estiva - a atividade de movimentação de sindical de organização da categoria de

505
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
trabalhadores rurais; (Incluído pelo Decreto nº tabela de transitoriedade de que trata o § 2º do art.
6.722, de 2008). 278-A e, para os segurados inscritos a partir
daquela data, o disposto no inciso III do caput do
V - exercício de mandato de vereador do art. 214. (Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de
município onde desenvolve a atividade rural, ou de 2000)
dirigente de cooperativa rural constituída
exclusivamente por segurados especiais, § 14. Considera-se pescador artesanal
observado o disposto no § 22 deste artigo; aquele que, individualmente ou em regime de
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). economia familiar, faz da pesca sua profissão
habitual ou meio principal de vida, desde que:
VI - parceria ou meação outorgada na forma (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
e condições estabelecidas no inciso I do § 18 deste
artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). I - não utilize embarcação; ou (Redação
VII - atividade artesanal desenvolvida com dada pelo Decreto nº 8.424, de 2015)
matéria-prima produzida pelo respectivo grupo
familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de II - utilize embarcação de pequeno porte,
outra origem, desde que, nesse caso, a renda nos termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de
mensal obtida na atividade não exceda ao menor 2009. (Redação dada pelo Decreto nº 8.424, de
benefício de prestação continuada da previdência 2015)
social; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
III - (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de
VIII - atividade artística, desde que em valor
mensal inferior ao menor benefício de prestação 2015)
continuada da previdência social. (Incluído pelo § 14-A. Considera-se assemelhado ao
Decreto nº 6.722, de 2008). pescador artesanal aquele que realiza atividade de
§ 9º Para os fins previstos nas alíneas "a" e apoio à pesca artesanal, exercendo trabalhos de
"b" do inciso V do caput, entende-se que a pessoa confecção e de reparos de artes e petrechos de
física, proprietária ou não, explora atividade pesca e de reparos em embarcações de pequeno
através de prepostos quando, na condição de porte ou atuando no processamento do produto da
parceiro outorgante, desenvolve atividade pesca artesanal. (Incluído dada pelo Decreto nº
agropecuária, pesqueira ou de extração de 8.499, de 2015)
minerais por intermédio de parceiros ou meeiros. § 15. Enquadram-se nas situações previstas
§ 10. O dirigente sindical mantém, durante o nas alíneas "j" e "l" do inciso V do caput, entre
exercício do mandato, o mesmo enquadramento outros: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
no Regime Geral de Previdência Social de antes 1999)
da investidura no cargo. I - o condutor autônomo de veículo
§ 11. O magistrado da Justiça Eleitoral, rodoviário, assim considerado aquele que exerce
nomeado na forma do inciso II do art. 119 ou III do atividade profissional sem vínculo empregatício,
§ 1º do art. 120 da Constituição Federal, mantém quando proprietário, co-proprietário ou promitente
o mesmo enquadramento no Regime Geral de comprador de um só veículo;
Previdência Social de antes da investidura no II - aquele que exerce atividade de auxiliar de
cargo. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de condutor autônomo de veículo rodoviário, em
2003) automóvel cedido em regime de colaboração, nos
§ 12. O exercício de atividade remunerada termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;
sujeita a filiação obrigatória ao Regime Geral de III - aquele que, pessoalmente, por conta
Previdência Social. própria e a seu risco, exerce pequena atividade
§ 13. Aquele que exerce, comercial em via pública ou de porta em porta,
concomitantemente, mais de uma atividade como comerciante ambulante, nos termos da Lei
remunerada sujeita ao Regime Geral de nº 6.586, de 6 de novembro de 1978;
Previdência Social - RGPS é obrigatoriamente IV - o trabalhador associado a cooperativa
filiado em relação a cada uma dessas atividades, que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros;
observada, para os segurados inscritos até 29 de
novembro de 1999 e sujeitos a salário-base, a V - o membro de conselho fiscal de

506
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sociedade por ações; 1999)
VI - aquele que presta serviço de natureza § 17. (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de
não contínua, por conta própria, a pessoa ou 2015)
família, no âmbito residencial desta, sem fins
lucrativos; § 18. Não descaracteriza a condição de
segurado especial: (Redação dada pelo Decreto nº
VII - o notário ou tabelião e o oficial de 6.722, de 2008).
registros ou registrador, titular de cartório, que
detêm a delegação do exercício da atividade I - a outorga, por meio de contrato escrito de
notarial e de registro, não remunerados pelos parceria, meação ou comodato, de até cinqüenta
cofres públicos, admitidos a partir de 21 de por cento de imóvel rural cuja área total, contínua
novembro de 1994; ou descontínua, não seja superior a quatro
módulos fiscais, desde que outorgante e
VIII - aquele que, na condição de pequeno outorgado continuem a exercer a respectiva
feirante, compra para revenda produtos atividade, individualmente ou em regime de
hortifrutigranjeiros ou assemelhados; economia familiar; (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
de 2008).
IX - a pessoa física que edifica obra de
construção civil; II - a exploração da atividade turística da
propriedade rural, inclusive com hospedagem, por
X - o médico residente de que trata a Lei nº não mais de cento e vinte dias ao ano; (Incluído
6.932, de 7 de julho de 1981. (Redação dada pelo pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Decreto nº 4.729, de 2003)
III - a participação em plano de previdência
XI - o pescador que trabalha em regime de complementar instituído por entidade classista a
parceria, meação ou arrendamento, em que seja associado, em razão da condição de
embarcação de médio ou grande porte, nos termos trabalhador rural ou de produtor rural em regime de
da Lei nº 11.959, de 2009; (Redação dada pelo economia familiar; (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
Decreto nº 8.424, de 2015) de 2008).

XII - o incorporador de que trata o art. 29 da IV - a participação como beneficiário ou


Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964. integrante de grupo familiar que tem algum
componente que seja beneficiário de programa
XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do assistencial oficial de governo; (Incluído pelo
Exército contratado em conformidade com a Lei nº Decreto nº 6.722, de 2008).
6.855, de 18 de novembro de 1980; e (Incluído
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) V - a utilização pelo próprio grupo familiar de
processo de beneficiamento ou industrialização
XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em artesanal, na exploração da atividade, de acordo
conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março com o disposto no § 25; e (Incluído pelo Decreto nº
de 1998.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 6.722, de 2008).
XV - o membro de conselho tutelar de que VI - a associação a cooperativa
trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de agropecuária. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
1990, quando remunerado; (Incluído pelo Decreto 2008).
nº 4.032, de 2001)
§ 19. Os segurados de que trata o art. 199-A
XVI - o interventor, o liquidante, o terão identificação específica nos registros da
administrador especial e o diretor fiscal de
Previdência Social. (Incluído pelo Decreto nº
instituição financeira de que trata o § 6º do art. 201.
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) 6.042, de 2007).
§ 16. Aplica-se o disposto na alínea "i" do § 20. Para os fins deste artigo, considera-se
inciso I do caput ao ocupante de cargo de Ministro que o segurado especial reside em aglomerado
de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou urbano ou rural próximo ao imóvel rural onde
Municipal, sem vínculo efetivo com a União, desenvolve a atividade quando resida no mesmo
Estados, Distrito Federal e Municípios, suas município de situação do imóvel onde desenvolve
autarquias, ainda que em regime especial, e a atividade rural, ou em município contíguo ao em
fundações. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de que desenvolve a atividade rural. (Incluído pelo

507
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Decreto nº 6.722, de 2008). nº 6.722, de 2008).
§ 21. O grupo familiar poderá utilizar-se de § 24. Aplica-se o disposto na alínea “a” do
empregado, inclusive daquele referido na alínea “r” inciso V do caput deste artigo ao cônjuge ou
do inciso I do caput deste artigo, ou de trabalhador companheiro do produtor que participe da
de que trata a alínea “j” do inciso V, em épocas de atividade rural por este explorada. (Incluído pelo
safra, à razão de no máximo cento e vinte Decreto nº 6.722, de 2008).
pessoas/dia dentro do ano civil, em períodos
corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo § 25. Considera-se processo de
equivalente em horas de trabalho, à razão de oito beneficiamento ou industrialização artesanal
horas/dia e quarenta e quatro horas/semana. aquele realizado diretamente pelo próprio produtor
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). rural pessoa física, observado o disposto no § 5 o
do art. 200, desde que não esteja sujeito à
§ 22. O disposto nos incisos III e V do § 8o incidência do Imposto Sobre Produtos
deste artigo não dispensa o recolhimento da Industrializados - IPI.§ 26. É considerado MEI o
contribuição devida em relação ao exercício das empresário individual a que se refere o art. 966 da
atividades de que tratam os referidos incisos.
Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-
§ 23. O segurado especial fica excluído calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e
dessa categoria: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e
de 2008). que não esteja impedido de optar pela sistemática
de recolhimento mencionada na alínea “p” do
I - a contar do primeiro dia do mês em que: inciso V do caput. (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). de 2008).
a) deixar de satisfazer as condições Art. 10. O servidor civil ocupante de cargo
estabelecidas no inciso VII do caput deste artigo, efetivo ou o militar da União, Estado, Distrito
sem prejuízo do disposto no art. 13, ou exceder Federal ou Município, bem como o das respectivas
qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § autarquias e fundações, são excluídos do Regime
18 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de Geral de Previdência Social consubstanciado
2008). neste Regulamento, desde que amparados por
regime próprio de previdência social. (Redação
b) se enquadrar em qualquer outra categoria dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
de segurado obrigatório do Regime Geral de
Previdência Social, ressalvado o disposto nos § 1º Caso o servidor ou o militar, amparados
por regime próprio de previdência social, sejam
incisos III, V, VII e VIII do § 8o deste artigo, sem
requisitados para outro órgão ou entidade cujo
prejuízo do disposto no art. 13; e (Incluído pelo
regime previdenciário não permita a filiação nessa
Decreto nº 6.722, de 2008).
condição, permanecerão vinculados ao regime de
c) se tornar segurado obrigatório de outro origem, obedecidas às regras que cada ente
regime previdenciário; (Incluído pelo Decreto nº estabeleça acerca de sua contribuição. (Redação
6.722, de 2008). dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)

II - a contar do primeiro dia do mês § 2º Caso o servidor ou o militar venham a


subseqüente ao da ocorrência, quando o grupo exercer, concomitantemente, uma ou mais
familiar a que pertence exceder o limite de: atividades abrangidas pelo Regime Geral de
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Previdência Social, tornar-se-ão segurados
obrigatórios em relação a essas atividades.
a) utilização de trabalhadores nos termos do (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 21 deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
§ 3º Entende-se por regime próprio de
de 2008).
previdência social o que assegura pelo menos as
b) dias em atividade remunerada aposentadorias e pensão por morte previstas no
o
estabelecidos no inciso III do § 8 deste artigo; e art. 40 da Constituição Federal. (Redação dada
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). pelo Decreto nº 3.452, de 2000))

c) dias de hospedagem a que se refere o Art. 11. É segurado facultativo o maior de


dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime
inciso II do § 18 deste artigo. (Incluído pelo Decreto

508
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Geral de Previdência Social, mediante próprio de previdência social, salvo na hipótese de
contribuição, na forma do art. 199, desde que não afastamento sem vencimento e desde que não
esteja exercendo atividade remunerada que o permitida, nesta condição, contribuição ao
enquadre como segurado obrigatório da respectivo regime próprio.
previdência social.
§ 3º A filiação na qualidade de segurado
§ 1º Podem filiar-se facultativamente, entre facultativo representa ato volitivo, gerando efeito
outros: somente a partir da inscrição e do primeiro
recolhimento, não podendo retroagir e não
I - a dona-de-casa; permitindo o pagamento de contribuições relativas
II - o síndico de condomínio, quando não a competências anteriores à data da inscrição,
ressalvado o § 3º do art. 28.
remunerado;
§ 4º Após a inscrição, o segurado facultativo
III - o estudante;
somente poderá recolher contribuições em atraso
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que quando não tiver ocorrido perda da qualidade de
presta serviço no exterior; segurado, conforme o disposto no inciso VI do art.
13.
V - aquele que deixou de ser segurado
obrigatório da previdência social; Art. 12. Consideram-se:

VI - o membro de conselho tutelar de que I - empresa - a firma individual ou a


trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de sociedade que assume o risco de atividade
1990, quando não esteja vinculado a qualquer econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou
regime de previdência social; não, bem como os órgãos e as entidades da
administração pública direta, indireta e
VII - o bolsista e o estagiário que prestam fundacional; e
serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494,
de 1977; II - empregador doméstico - aquele que
admite a seu serviço, mediante remuneração, sem
VIII - o bolsista que se dedique em tempo finalidade lucrativa, empregado doméstico.
integral a pesquisa, curso de especialização, pós-
graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou Parágrafo único. Equiparam-se a empresa,
no exterior, desde que não esteja vinculado a para os efeitos deste Regulamento: (Redação
qualquer regime de previdência social; dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
IX - o presidiário que não exerce atividade I - o contribuinte individual, em relação a
remunerada nem esteja vinculado a qualquer segurado que lhe presta serviço; (Redação dada
regime de previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
pelo Decreto nº 7.054, de 2009) II - a cooperativa, a associação ou a entidade
X - o brasileiro residente ou domiciliado no de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a
exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de missão diplomática e a repartição consular de
país com o qual o Brasil mantenha acordo carreiras estrangeiras;
internacional; e (Redação dada pelo Decreto nº III - o operador portuário e o órgão gestor de
7.054, de 2009) mão-de-obra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993;
e
XI - o segurado recolhido à prisão sob
regime fechado ou semi-aberto, que, nesta IV - o proprietário ou dono de obra de
condição, preste serviço, dentro ou fora da construção civil, quando pessoa física, em relação
unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou a segurado que lhe presta serviço.
sem intermediação da organização carcerária ou
Subseção Única
entidade afim, ou que exerce atividade artesanal
por conta própria. (Incluído pelo Decreto nº
Da Manutenção e da Perda da
7.054, de 2009) Qualidade de Segurado
Art. 13. Mantém a qualidade de segurado,
§ 2º É vedada a filiação ao Regime Geral de independentemente de contribuições:
Previdência Social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime I - sem limite de prazo, quem está em gozo

509
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de benefício; individual relativa ao mês imediatamente posterior
ao término daqueles prazos. (Redação dada pelo
II - até doze meses após a cessação de Decreto nº 4.032, de 2001)
benefício por incapacidade ou após a cessação
das contribuições, o segurado que deixar de Art. 15. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de
exercer atividade remunerada abrangida pela 2001)
previdência social ou estiver suspenso ou Seção II
licenciado sem remuneração;
Dos Dependentes
III - até doze meses após cessar a Art. 16. São beneficiários do Regime Geral
segregação, o segurado acometido de doença de de Previdência Social, na condição de
segregação compulsória; dependentes do segurado:
IV - até doze meses após o livramento, o I - o cônjuge, a companheira, o companheiro
segurado detido ou recluso; e o filho não emancipado de qualquer condição,
menor de vinte e um anos ou inválido;
V - até três meses após o licenciamento, o
segurado incorporado às Forças Armadas para II - os pais; ou
prestar serviço militar; e
III - o irmão não emancipado, de qualquer
VI - até seis meses após a cessação das condição, menor de vinte e um anos ou inválido.
contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º Os dependentes de uma mesma classe
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado concorrem em igualdade de condições.
para até vinte e quatro meses, se o segurado já
tiver pago mais de cento e vinte contribuições § 2º A existência de dependente de qualquer
mensais sem interrupção que acarrete a perda da das classes deste artigo exclui do direito às
qualidade de segurado. prestações os das classes seguintes.

§ 2º O prazo do inciso II ou do § 1º será § 3º Equiparam-se aos filhos, nas condições


acrescido de doze meses para o segurado do inciso I, mediante declaração escrita do
desempregado, desde que comprovada essa segurado, comprovada a dependência econômica
situação por registro no órgão próprio do Ministério na forma estabelecida no § 3º do art. 22, o enteado
do Trabalho e Emprego. e o menor que esteja sob sua tutela e desde que
não possua bens suficientes para o próprio
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o sustento e educação. (Redação dada pelo Decreto
segurado conserva todos os seus direitos perante nº 4.032, de 2001)
a previdência social.
§ 4º O menor sob tutela somente poderá ser
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do equiparado aos filhos do segurado mediante
caput e no § 1º ao segurado que se desvincular de apresentação de termo de tutela.
regime próprio de previdência social. (Incluído pelo
Decreto nº 3.265, de 1999) § 5º Considera-se companheira ou
companheiro a pessoa que mantenha união
§ 5º A perda da qualidade de segurado não estável com o segurado ou segurada.
será considerada para a concessão das
aposentadorias por tempo de contribuição e § 6o Considera-se união estável aquela
especial. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) configurada na convivência pública, contínua e
duradoura entre o homem e a mulher, estabelecida
§ 6º Aplica-se o disposto no § 5º à com intenção de constituição de família,
aposentadoria por idade, desde que o segurado
observado o § 1o do art. 1.723 do Código Civil,
conte com, no mínimo, o número de contribuições
mensais exigido para efeito de carência na data do instituído pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
requerimento do benefício. (Incluído pelo Decreto 2002. (Redação dada pelo Decreto nº 6.384, de
nº 4.729, de 2003) 2008).
Art. 14. O reconhecimento da perda da § 7º A dependência econômica das pessoas
qualidade de segurado no termo final dos prazos de que trata o inciso I é presumida e a das demais
fixados no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do deve ser comprovada.
vencimento da contribuição do contribuinte

510
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Subseção I
Art. 17. A perda da qualidade de dependente
ocorre: Do Segurado
Art. 18. Considera-se inscrição de segurado
I - para o cônjuge, pela separação judicial ou para os efeitos da previdência social o ato pelo
divórcio, enquanto não lhe for assegurada a qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de
prestação de alimentos, pela anulação do Previdência Social, mediante comprovação dos
casamento, pelo óbito ou por sentença judicial dados pessoais e de outros elementos
transitada em julgado; necessários e úteis a sua caracterização,
II - para a companheira ou companheiro, pela observado o disposto no art. 330 e seu parágrafo
cessação da união estável com o segurado ou único, na seguinte forma: (Redação dada pelo
segurada, enquanto não lhe for garantida a Decreto nº 3.265, de 1999)
prestação de alimentos; I - o empregado e trabalhador avulso - pelo
III - para o filho e o irmão, de qualquer preenchimento dos documentos que os habilitem
condição, ao completarem vinte e um anos de ao exercício da atividade, formalizado pelo
idade, salvo se inválidos, desde que a invalidez contrato de trabalho, no caso de empregado,
tenha ocorrido antes: (Redação dada pelo observado o disposto no § 2o do art. 20, e pelo
cadastramento e registro no sindicato ou órgão
Decreto nº 6.939, de 2009)
gestor de mão-de-obra, no caso de trabalhador
avulso; (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de
a) de completarem vinte e um anos de idade; 2008).
(Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009) II - empregado doméstico - pela
apresentação de documento que comprove a
b) do casamento; (Incluído pelo Decreto nº existência de contrato de trabalho;
6.939, de 2009) III - contribuinte individual - pela
apresentação de documento que caracterize a sua
c) do início do exercício de emprego público condição ou o exercício de atividade profissional,
efetivo; (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de liberal ou não;(Redação dada pelo Decreto nº
2009) 3.265, de 1999)
IV - segurado especial - pela apresentação
d) da constituição de estabelecimento civil de documento que comprove o exercício de
ou comercial ou da existência de relação de atividade rural; e (Redação dada pelo Decreto nº
emprego, desde que, em função deles, o menor 3.265, de 1999)
com dezesseis anos completos tenha economia V - facultativo - pela apresentação de
própria; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de documento de identidade e declaração expressa
2009) de que não exerce atividade que o enquadre na
categoria de segurado obrigatório. (Redação dada
pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
e) da concessão de emancipação, pelos pais,
ou de um deles na falta do outro, mediante § 1º A inscrição do segurado de que trata o
instrumento público, independentemente de inciso I será efetuada diretamente na empresa,
homologação judicial, ou por sentença do juiz, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra e a dos
ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos demais no Instituto Nacional do Seguro Social.
completos; e (Incluído pelo Decreto nº 6.939, (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
de 2009) § 2º A inscrição do segurado em qualquer
categoria mencionada neste artigo exige a idade
IV - para os dependentes em geral: mínima de dezesseis anos.
a) pela cessação da invalidez; ou § 3º Todo aquele que exercer,
concomitantemente, mais de uma atividade
b) pelo falecimento.
remunerada sujeita ao Regime Geral de
Seção III Previdência Social será obrigatoriamente inscrito
Das Inscrições em relação a cada uma delas.

511
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de somente serão aceitas se corroboradas por
2008). documentos que comprovem a sua regularidade.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 5º Presentes os pressupostos da filiação,
admite-se a inscrição post mortem do segurado § 3o Respeitadas as definições vigentes
especial.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) sobre a procedência e origem das informações,
§ 6o A comprovação dos dados pessoais e considera-se extemporânea a inserção de dados:
de outros elementos necessários e úteis à (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
caracterização do segurado poderá ser exigida I - relativos à data de início de vínculo,
quando da concessão do benefício. (Incluído pelo sempre que decorrentes de documento
Decreto nº 3.265, de 1999) apresentado após o transcurso de até cento e vinte
dias do prazo estabelecido pela legislação,
§ 7o A inscrição do segurado especial será
cabendo ao INSS dispor sobre a redução desse
feita de forma a vinculá-lo ao seu respectivo grupo
familiar e conterá, além das informações pessoais, prazo; (Redação dada pelo Decreto nº 7.223, de
a identificação da forma do exercício da atividade, 2010)
se individual ou em regime de economia familiar;
II - relativos a remunerações, sempre que
da condição no grupo familiar, se titular ou
componente; do tipo de ocupação do titular de decorrentes de documento apresentado: (Incluído
acordo com tabela do Código Brasileiro de pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Ocupações; da forma de ocupação do titular a) após o último dia do quinto mês
vinculando-o à propriedade ou embarcação em subseqüente ao mês da data de prestação de
que trabalha, da propriedade em que desenvolve serviço pelo segurado, quando se tratar de dados
a atividade, se nela reside ou o município onde informados por meio da Guia de Recolhimento do
reside e, quando for o caso, a identificação e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
inscrição da pessoa responsável pelo grupo Informações à Previdência Social - GFIP; e
familiar. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 8o O segurado especial integrante de b) após o último dia do exercício seguinte ao
grupo familiar que não seja proprietário do imóvel a que se referem as informações, quando se tratar
rural ou da embarcação em que desenvolve sua de dados informados por meio da Relação Anual
atividade deve informar, no ato da inscrição, de Informações Sociais - RAIS; (Incluído pelo
conforme o caso, o nome e o CPF do parceiro ou Decreto nº 6.722, de 2008).
meeiro outorgante, arrendador, comodante ou
assemelhado. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de III - relativos a contribuições, sempre que o
2008). recolhimento tiver sido feito sem observância do
estabelecido em lei. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 19. Os dados constantes do Cadastro 6.722, de 2008).
Nacional de Informações Sociais - CNIS relativos
a vínculos, remunerações e contribuições valem § 4o A extemporaneidade de que trata o
como prova de filiação à previdência social, tempo inciso I do § 3o será relevada após um ano da data
de contribuição e salários-de-contribuição. do documento que tiver gerado a informação,
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). desde que, cumulativamente: (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 1o O segurado poderá solicitar, a qualquer
momento, a inclusão, exclusão ou retificação das I - o atraso na apresentação do documento
informações constantes do CNIS, com a não tenha excedido o prazo de que trata a alínea
apresentação de documentos comprobatórios dos
“a” do inciso II do § 3o; (Incluído pelo Decreto nº
dados divergentes, conforme critérios definidos
6.722, de 2008).
pelo INSS, independentemente de requerimento
de benefício, exceto na hipótese do art. 142. II - (Revogado pelo Decreto nº 7.223, de
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). 2010)
§ 2o Informações inseridas III - o segurado não tenha se valido da
extemporaneamente no CNIS, alteração para obter benefício cuja carência
independentemente de serem inéditas ou mínima seja de até doze contribuições mensais.
retificadoras de dados anteriormente informados, (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).

512
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5o Não constando do CNIS informações remunerada para os segurados obrigatórios,
sobre contribuições ou remunerações, ou havendo observado o disposto no § 2o, e da inscrição
dúvida sobre a regularidade do vínculo, motivada formalizada com o pagamento da primeira
por divergências ou insuficiências de dados contribuição para o segurado facultativo. (Incluído
relativos ao empregador, ao segurado, à natureza pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
do vínculo, ou a procedência da informação, esse
período respectivo somente será confirmado § 2o A filiação do trabalhador rural
mediante a apresentação pelo segurado da contratado por produtor rural pessoa física por
documentação comprobatória solicitada pelo prazo de até dois meses dentro do período de um
INSS. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). ano, para o exercício de atividades de natureza
temporária, decorre automaticamente de sua
§ 6o O INSS poderá definir critérios para inclusão na GFIP, mediante identificação
apuração das informações constantes da GFIP específica. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
que ainda não tiver sido processada, bem como 2008).
para aceitação de informações relativas a
situações cuja regularidade depende de Art. 21. Para fins do disposto nesta Seção, a
atendimento de critério estabelecido em lei. anotação de dado pessoal deve ser feita na
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Carteira Profissional e/ou na Carteira de Trabalho
e Previdência Social à vista do documento
§ 7o Para os fins de que trata os §§ 2o a 6o, comprobatório do fato.
o INSS e a DATAPREV adotarão as providências Subseção II
necessárias para que as informações constantes Do Dependente
do CNIS sujeitas à comprovação sejam
Art. 22. A inscrição do dependente do
identificadas e destacadas dos demais registros.
segurado será promovida quando do requerimento
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
do benefício a que tiver direito, mediante a
§ 8o Constarão no CNIS as informações do apresentação dos seguintes documentos:
segurado relativas aos períodos com deficiência (Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
leve, moderada e grave, fixadas em decorrência I - para os dependentes preferenciais:
da avaliação médica e funcional. (Incluído pelo
Decreto nº 8.145, de 2013). a) cônjuge e filhos - certidões de casamento
e de nascimento;
Art. 19-A. Para fins de benefícios de que
trata este Regulamento, os períodos de vínculos b) companheira ou
que corresponderem a serviços prestados na companheiro - documento de identidade e certidão
condição de servidor estatutário somente serão de casamento com averbação da separação
considerados mediante apresentação de Certidão judicial ou divórcio, quando um dos companheiros
de Tempo de Contribuição fornecida pelo órgão ou ambos já tiverem sido casados, ou de óbito, se
público competente, salvo se o órgão de for o caso; e
vinculação do servidor não tiver instituído regime
próprio de previdência social. (Incluído pelo c) equiparado a filho - certidão judicial de
Decreto nº 6.722, de 2008). tutela e, em se tratando de enteado, certidão de
casamento do segurado e de nascimento do
Art. 19-B. A comprovação de vínculos e dependente, observado o disposto no § 3º do art.
remunerações de que trata o art. 62 poderá ser 16;
utilizada para suprir omissão do empregador, para
corroborar informação inserida ou retificada II - pais - certidão de nascimento do
extemporaneamente ou para subsidiar a avaliação segurado e documentos de identidade dos
dos dados do CNIS. (Incluído pelo Decreto nº mesmos; e
6.722, de 2008).
III - irmão - certidão de nascimento.
Art. 20. Filiação é o vínculo que se
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de
estabelece entre pessoas que contribuem para a
previdência social e esta, do qual decorrem 2002)
direitos e obrigações. § 2º (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de
2002)
§ 1o A filiação à previdência social decorre
automaticamente do exercício de atividade § 3º Para comprovação do vínculo e da

513
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dependência econômica, conforme o caso, devem § 5º (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de
ser apresentados no mínimo três dos seguintes 2002)
documentos: (Redação dada pelo Decreto nº
3.668, de 2000) § 6º Somente será exigida a certidão judicial
de adoção quando esta for anterior a 14 de outubro
I - certidão de nascimento de filho havido em de 1990, data da vigência da Lei nº 8.069, de 1990.
comum;
§§ 7º e 8º (Revogados pelo Decreto nº 3.668,
II - certidão de casamento religioso; de 2000)
III - declaração do imposto de renda do § 9º No caso de dependente inválido, para
segurado, em que conste o interessado como seu fins de inscrição e concessão de benefício, a
dependente; invalidez será comprovada mediante exame
médico-pericial a cargo do Instituto Nacional do
IV - disposições testamentárias;
Seguro Social.
V - (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de
§ 10. No ato de inscrição, o dependente
2006)
menor de vinte e um anos deverá apresentar
VI - declaração especial feita perante declaração de não emancipação.(Redação dada
tabelião; pelo Decreto nº 4.079, de 2002)

VII - prova de mesmo domicílio; § 11. (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de


2002)
VIII - prova de encargos domésticos
evidentes e existência de sociedade ou comunhão § 12. Os dependentes excluídos de tal
nos atos da vida civil; condição em razão de lei têm suas inscrições
tornadas nulas de pleno direito.
IX - procuração ou fiança reciprocamente
outorgada; § 13. No caso de equiparado a filho, a
inscrição será feita mediante a comprovação da
X - conta bancária conjunta; equiparação por documento escrito do segurado
falecido manifestando essa intenção, da
XI - registro em associação de qualquer dependência econômica e da declaração de que
natureza, onde conste o interessado como não tenha sido emancipado. (Incluído pelo Decreto
dependente do segurado; nº 4.079, de 2002)
XII - anotação constante de ficha ou livro de Art. 23. (Revogado pelo Decreto nº 4.079, de
registro de empregados; 2002)
XIII - apólice de seguro da qual conste o Art. 24. Os pais ou irmãos deverão, para fins
segurado como instituidor do seguro e a pessoa de concessão de benefícios, comprovar a
interessada como sua beneficiária; inexistência de dependentes preferenciais,
XIV - ficha de tratamento em instituição de mediante declaração firmada perante o Instituto
assistência médica, da qual conste o segurado Nacional do Seguro Social.
como responsável; CAPÍTULO II
DAS PRESTAÇÕES EM GERAL
XV - escritura de compra e venda de imóvel Seção I
pelo segurado em nome de dependente; Das Espécies de Prestação
XVI - declaração de não emancipação do Art. 25. O Regime Geral de Previdência
dependente menor de vinte e um anos; ou Social compreende as seguintes prestações,
expressas em benefícios e serviços:
XVII - quaisquer outros que possam levar à
convicção do fato a comprovar. I - quanto ao segurado:

§ 4º O fato superveniente que importe em a) aposentadoria por invalidez;


exclusão ou inclusão de dependente deve ser
comunicado ao Instituto Nacional do Seguro b) aposentadoria por idade;
Social, com as provas cabíveis. c) aposentadoria por tempo de contribuição;

514
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
d) aposentadoria especial; Art. 27. (Revogado pelo Decreto nº 5.399,
de 2005)
e) auxílio-doença;
Art. 27-A. Havendo perda da qualidade de
f) salário-família; segurado, as contribuições anteriores a essa
g) salário-maternidade; e perda somente serão computadas para efeito de
carência depois que o segurado contar, a partir da
h) auxílio-acidente; nova filiação ao Regime Geral de Previdência
Social, com, no mínimo, um terço do número de
II - quanto ao dependente: contribuições exigidas para o cumprimento da
carência definida no art. 29. (Incluído pelo Decreto
a) pensão por morte; e
nº 5.545, de 2005)
b) auxílio-reclusão; e Parágrafo único. Aplica-se o disposto no
III - quanto ao segurado e dependente: caput ao segurado oriundo de regime próprio de
reabilitação profissional. previdência social que se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social após os prazos a que se refere
Seção II
o inciso II do caput e o § 1º do art. 13. (Incluído
Da Carência pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 26. Período de carência é o tempo
correspondente ao número mínimo de Art. 28. O período de carência é contado:
contribuições mensais indispensáveis para que o I - para o segurado empregado e trabalhador
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a avulso, da data de filiação ao Regime Geral de
partir do transcurso do primeiro dia dos meses de Previdência Social; e
suas competências.
II - para o segurado empregado doméstico,
§ 1º Para o segurado especial, considera-se contribuinte individual, observado o disposto no §
período de carência o tempo mínimo de efetivo
exercício de atividade rural, ainda que de forma 4o do art. 26, e facultativo, inclusive o segurado
descontínua, igual ao número de meses especial que contribui na forma do § 2o do art. 200,
necessário à concessão do benefício requerido. da data do efetivo recolhimento da primeira
contribuição sem atraso, não sendo consideradas
§ 2º Será considerado, para efeito de para esse fim as contribuições recolhidas com
carência, o tempo de contribuição para o Plano de atraso referentes a competências anteriores,
Seguridade Social do Servidor Público anterior à observado, quanto ao segurado facultativo, o
Lei nº 8.647, de 13 de abril de 1993, efetuado pelo
disposto nos §§ 3o e 4o do art. 11. (Redação dada
servidor público ocupante de cargo em comissão
sem vínculo efetivo com a União, autarquias, ainda pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
que em regime especial, e fundações públicas
federais. § 1o Para o segurado especial que não
contribui na forma do § 2o do art. 200, o período
§ 3º Não é computado para efeito de carência
de carência de que trata o § 1o do art. 26 é contado
o tempo de atividade do trabalhador rural anterior
a partir do efetivo exercício da atividade rural,
à competência novembro de 1991.
mediante comprovação, na forma do disposto no
§ 4º Para efeito de carência, considera-se art. 62. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042,
presumido o recolhimento das contribuições do de 2007).
segurado empregado, do trabalhador avulso e,
relativamente ao contribuinte individual, a partir da § 2º O período a que se refere o inciso XVIII
competência abril de 2003, as contribuições dele do art. 60 será computado para fins de carência.
descontadas pela empresa na forma do art. 216.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 3º Para os segurados a que se refere o
inciso II, optantes pelo recolhimento trimestral na
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 13, forma prevista nos §§ 15 e 16 do art. 216, o
as contribuições vertidas para regime próprio de período de carência é contado a partir do mês de
previdência social serão consideradas para todos inscrição do segurado, desde que efetuado o
os efeitos, inclusive para os de carência.(Incluído recolhimento da primeira contribuição no prazo
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) estipulado no referido § 15.

515
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 29. A concessão das prestações V - reabilitação profissional.
pecuniárias do Regime Geral de Previdência
Social, ressalvado o disposto no art. 30, depende Parágrafo único. Entende-se como acidente
dos seguintes períodos de carência: de qualquer natureza ou causa aquele de origem
traumática e por exposição a agentes exógenos
I - doze contribuições mensais, nos casos de (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez; e corporal ou perturbação funcional que cause a
morte, a perda, ou a redução permanente ou
II - cento e oitenta contribuições mensais, temporária da capacidade laborativa.
nos casos de aposentadoria por idade, tempo de
Seção III
contribuição e especial.
Do Salário-de-benefício
III - dez contribuições mensais, no caso de Art. 31. Salário-de-benefício é o valor básico
salário-maternidade, para as seguradas utilizado para cálculo da renda mensal dos
contribuinte individual, especial e facultativa, benefícios de prestação continuada, inclusive os
respeitado o disposto no § 2º do art. 93 e no inciso regidos por normas especiais, exceto o salário-
II do art. 101. (Redação dada pelo Decreto nº família, a pensão por morte, o salário-maternidade
3.452, de 2000) e os demais benefícios de legislação especial.
Parágrafo único. Em caso de parto
Parágrafo único. O INSS terá até cento e
antecipado, o período de carência a que se refere
oitenta dias, contados da data do pedido, para
o inciso III será reduzido em número de
fornecer ao segurado as informações constantes
contribuições equivalente ao número de meses em
do CNIS sobre contribuições e remunerações
que o parto foi antecipado. (Incluído pelo Decreto
utilizadas no cálculo do salário-de-
nº 3.265, de 1999)
benefício.(Incluído pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
Art. 30. Independe de carência a concessão
Art. 32. O salário-de-benefício consiste:
das seguintes prestações:
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
I - pensão por morte, auxílio-reclusão,
I - para as aposentadorias por idade e por
salário-família e auxílio-acidente de qualquer
tempo de contribuição, na média aritmética
natureza;
simples dos maiores salários-de-contribuição
II - salário-maternidade, para as seguradas correspondentes a oitenta por cento de todo o
empregada, empregada doméstica e trabalhadora período contributivo, multiplicada pelo fator
avulsa; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de previdenciário; (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
1999) 1999)

III - auxílio-doença e aposentadoria por II - para as aposentadorias por invalidez e


invalidez nos casos de acidente de qualquer especial, auxílio-doença e auxílio-acidente na
natureza ou causa, bem como nos casos de média aritmética simples dos maiores salários-de-
segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de contribuição correspondentes a oitenta por cento
Previdência Social, for acometido de alguma das de todo o período contributivo; (Redação dada
doenças ou afecções especificadas em lista pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
III - (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de
Previdência e Assistência Social a cada três anos,
2005)
de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência ou outro fator § 1º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de
que lhe confira especificidade e gravidade que 1999)
mereçam tratamento particularizado;
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de
IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, 2005)
auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por
morte aos segurados especiais, desde que § 3º O valor do salário-de-benefício não será
comprovem o exercício de atividade rural no inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao
período imediatamente anterior ao requerimento limite máximo do salário-de-contribuição na data
do benefício, ainda que de forma descontínua, de início do benefício.
igual ao número de meses correspondente à
carência do benefício requerido; e § 4º Serão considerados para cálculo do
salário-de-benefício os ganhos habituais do

516
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
segurado empregado, a qualquer título, sob forma desde que efetivamente recolhidos. (Redação
de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
tenha incidido contribuição previdenciária.
§ 11. O fator previdenciário será calculado
§ 5º Não será considerado, no cálculo do considerando-se a idade, a expectativa de
salário-de-benefício, o aumento dos salários-de- sobrevida e o tempo de contribuição do segurado
contribuição que exceder o limite legal, inclusive o ao se aposentar, mediante a fórmula: (Incluído
voluntariamente concedido nos trinta e seis meses pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
imediatamente anteriores ao início do benefício,
salvo se homologado pela Justiça do Trabalho,
resultante de promoção regulada por normas onde:
gerais da empresa, admitida pela legislação do
trabalho, de sentença normativa ou de
f = fator previdenciário;
reajustamento salarial obtido pela categoria
respectiva.
Es = expectativa de sobrevida
§ 6º Se, no período básico de cálculo, o no momento da aposentadoria;
segurado tiver recebido benefício por
incapacidade, considerar-se-á como salário-de-
contribuição, no período, o salário-de-benefício Tc = tempo de contribuição até o
que serviu de base para o cálculo da renda momento da aposentadoria;
mensal, reajustado nas mesmas épocas e nas
mesmas bases dos benefícios em geral, não Id = idade no momento da
podendo ser inferior ao salário mínimo nem aposentadoria; e
superior ao limite máximo do salário-de-
contribuição. a = alíquota de contribuição
§ 7º Exceto para o salário-família e o auxílio- correspondente a 0,31.
acidente, será pago o valor mínimo de benefício
para as prestações referidas no art. 30, quando § 12. Para efeito do disposto no parágrafo
não houver salário-de-contribuição no período anterior, a expectativa de sobrevida do segurado
básico de cálculo. na idade da aposentadoria será obtida a partir da
tábua completa de mortalidade construída pela
§ 8º Para fins de apuração do salário-de- Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
benefício de qualquer aposentadoria precedida de Estatística, para toda a população brasileira,
auxílio-acidente, o valor mensal deste será considerando-se a média nacional única para
somado ao salário-de-contribuição antes da ambos os sexos.(Incluído pelo Decreto nº 3.265,
aplicação da correção a que se refere o art. 33, não de 1999)
podendo o total apurado ser superior ao limite
máximo do salário-de-contribuição. § 13. Publicada a tábua de mortalidade, os
benefícios previdenciários requeridos a partir
§ 9º No caso dos §§ 3º e 4º do art. 56, o valor dessa data considerarão a nova expectativa de
inicial do benefício será calculado considerando-se sobrevida. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
como período básico de cálculo os meses de 1999)
contribuição imediatamente anteriores ao mês em
que o segurado completou o tempo de § 14. Para efeito da aplicação do fator
contribuição, trinta anos para a mulher e trinta e previdenciário ao tempo de contribuição do
cinco anos para o homem, observado o disposto segurado serão adicionados: (Incluído pelo
no § 2º do art. 35 e a legislação de Decreto nº 3.265, de 1999)
regência. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, I - cinco anos, quando se tratar de mulher; ou
de 1999) (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 10. Para os segurados contribuinte II - cinco ou dez anos, quando se tratar,
individual e facultativo optantes pelo recolhimento respectivamente, de professor ou professora, que
trimestral na forma prevista no § 15 do art. 216, comprovem exclusivamente tempo de efetivo
que tenham solicitado qualquer benefício exercício das funções de magistério na educação
previdenciário, o salário-de-benefício consistirá na infantil e no ensino fundamental e médio. (Incluído
média aritmética simples de todos os salários-de- pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
contribuição integrantes da contribuição trimestral,

517
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 15. No cálculo do salário-de-benefício tempo de contribuição a ser considerado na
serão considerados os salário-de-contribuição aplicação da fórmula do fator previdenciário é o
vertidos para regime próprio de previdência social somatório do tempo de contribuição para a
de segurado oriundo desse regime, após a sua previdência social brasileira e o tempo de
filiação ao Regime Geral de Previdência Social, de contribuição para a previdência social do país
acordo com o disposto no art. 214. (Incluído pelo acordante. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
Decreto nº 3.265, de 1999) 2003)
§ 16. Na hipótese do § 23 do art. 216, § 20. (Revogado pelo Decreto nº 6.939, de
enquanto as contribuições não forem 2009)
complementadas, o salário-de-contribuição será
computado, para efeito de benefício, § 21. O salário-de-benefício do segurado
proporcionalmente à contribuição efetivamente especial consiste no valor equivalente ao salário-
recolhida. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de mínimo, ressalvado o disposto no inciso II do § 2 o
1999) do art. 39 deste Regulamento. (Incluído pelo
§ 17. No caso do parágrafo anterior, não Decreto nº 6.722, de 2008).
serão considerados como tempo de contribuição,
para o fim de concessão de benefício § 22. Considera-se período contributivo:
previdenciário, enquanto as contribuições não (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009)
forem complementadas, o período correspondente
às competências em que se verificar recolhimento
de contribuição sobre salário-de-contribuição I - para o empregado, empregado doméstico
menor que um salário mínimo. (Incluído pelo e trabalhador avulso: o conjunto de meses em
Decreto nº 3.265, de 1999) que houve ou deveria ter havido contribuição em
razão do exercício de atividade remunerada
§ 18. O salário-de-benefício, para fins de sujeita a filiação obrigatória ao regime de que
cálculo da prestação teórica dos benefícios por
trata este Regulamento; ou (Incluído pelo
totalização, no âmbito dos acordos internacionais,
do segurado com contribuição para a previdência Decreto nº 6.939, de 2009)
social brasileira, será apurado: (Incluído pelo
Decreto nº 4.729, de 2003) II - para os demais segurados, inclusive o
I - quando houver contribuído, no Brasil, em facultativo: o conjunto de meses de efetiva
número igual ou superior a sessenta por cento do contribuição ao regime de que trata este
número de meses decorridos desde a Regulamento. (Incluído pelo Decreto nº 6.939,
competência julho de 1994, mediante a aplicação de 2009)
do disposto no art. 188-A e seus §§ 1º e 2º;
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 23. É garantida a aplicação do fator
II - quando houver contribuído, no Brasil, em previdenciário no cálculo das aposentadorias por
tempo de contribuição e por idade devidas ao
número inferior ao indicado no inciso I, com base
segurado com deficiência, se resultar em renda
no valor da média aritmética simples de todos os
mensal de valor mais elevado, devendo o INSS,
salários-de-contribuição correspondentes a todo o
quando da concessão do benefício, proceder ao
período contributivo contado desde julho de 1994,
cálculo da renda mensal inicial com e sem a
multiplicado pelo fator previdenciário, observados
o § 2º do art. 188-A, o § 19 e, quando for o caso, o aplicação do fator previdenciário. (Incluído
§ 14, ambos deste artigo; e (Incluído pelo Decreto pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
nº 4.729, de 2003)
III - sem contribuição, no Brasil, a partir da § 24. Para efeitos do disposto no § 23, na
aplicação do fator previdenciário, será considerado
competência julho de 1994, com base na média
o tempo de contribuição computado para fins de
aritmética simples de todo o período contributivo,
multiplicado pelo fator previdenciário, observados cálculo do salário-de-benefício. (Incluído
o disposto no § 2º do art. 188-A e, quando for o pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
caso, no § 14 deste artigo. (Incluído pelo Decreto
nº 4.729, de 2003) Art. 33. Todos os salários-de-contribuição
§ 19. Para a hipótese de que trata o § 18, o utilizados no cálculo do salário-de-benefício serão
corrigidos, mês a mês, de acordo com a variação

518
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
integral do Índice Nacional de Preço ao respectivo salário-de-contribuição será
Consumidor - INPC, referente ao período computado, observadas, conforme o caso, as
decorrido a partir da primeira competência do normas deste artigo.
salário-de-contribuição que compõe o período
básico de cálculo até o mês anterior ao do início do § 4º O percentual a que se referem a alínea
benefício, de modo a preservar o seu valor real. "b" do inciso II e o inciso III do caput não pode ser
(Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) superior a cem por cento do limite máximo do
salário-de-contribuição.
Art. 34. O salário-de-benefício do segurado
que contribui em razão de atividades § 5º No caso do § 3º do art. 73, o salário-de-
concomitantes será calculado com base na soma benefício da aposentadoria por invalidez deve
dos salários-de-contribuição das atividades corresponder à soma das parcelas seguintes:
exercidas até a data do requerimento ou do óbito I - o valor do salário-de-benefício do auxílio-
ou no período básico de cálculo, observado o
doença a ser transformado em aposentadoria por
disposto no art. 32 e nas normas seguintes:
invalidez, reajustado na forma do § 6º do art. 32; e
I - quando o segurado satisfizer, em relação
II - o valor correspondente ao percentual da
a cada atividade, as condições para obtenção do
média dos salários-de-contribuição de cada uma
benefício requerido, o salário-de-benefício será
das demais atividades não consideradas no
calculado com base na soma dos respectivos
cálculo do auxílio-doença a ser transformado,
salários-de-contribuição;
percentual este equivalente à relação entre os
II - quando não se verificar a hipótese do meses completos de contribuição, até o máximo
inciso anterior, o salário-de-benefício de doze, e os estipulados como período de
corresponderá à soma das seguintes parcelas: carência para a aposentadoria por invalidez.

a) o salário-de-benefício calculado com base § 6º Não se aplica o disposto neste artigo ao


nos salários-de-contribuição das atividades em segurado que tenha sofrido redução dos salários-
relação às quais são atendidas as condições do de-contribuição das atividades concomitantes em
benefício requerido; e respeito ao limite desse salário.

b) um percentual da média do salário-de-


contribuição de cada uma das demais atividades, Seção IV
equivalente à relação entre o número de meses Da Renda Mensal do Benefício
completos de contribuição e os do período da Art. 35. A renda mensal do benefício de
carência do benefício requerido; e
prestação continuada que substituir o salário-de-
III - quando se tratar de benefício por tempo contribuição ou o rendimento do trabalho do
de contribuição, o percentual de que trata a alínea segurado não terá valor inferior ao do salário
"b" do inciso anterior será o resultante da relação mínimo nem superior ao limite máximo do salário-
entre os anos completos de atividade e o número de-contribuição, exceto no caso previsto no art. 45.
de anos de contribuição considerado para a § 1º A renda mensal dos benefícios por
concessão do benefício.
totalização, concedidos com base em acordos
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao internacionais de previdência social, pode ter valor
segurado que, em obediência ao limite máximo do inferior ao do salário mínimo.
salário-de-contribuição, contribuiu apenas por uma § 2º A renda mensal inicial, apurada na forma
das atividades concomitantes.
do § 9º do art. 32, será reajustada pelos índices de
§ 2º Quando o exercício de uma das reajustamento aplicados aos benefícios, até a data
atividades concomitantes se desdobrar por da entrada do requerimento, não sendo devido
atividades sucessivas, o tempo a ser considerado qualquer pagamento relativamente a período
para os efeitos deste artigo será a soma dos anterior a esta data.
períodos de contribuição correspondentes. § 3º Na hipótese de a média apurada na
§ 3º Se o segurado se afastar de uma das forma do art. 32 resultar superior ao limite máximo
atividades antes da data do requerimento ou do do salário-de-contribuição vigente no mês de início
óbito, porém em data abrangida pelo período do benefício, a diferença percentual entre esta
básico de cálculo do salário-de-benefício, o média e o referido limite será incorporada ao valor

519
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do benefício juntamente com o primeiro reajuste § 6º Para o segurado especial que não
do mesmo após a concessão, observado que contribui facultativamente, o disposto no inciso II
nenhum benefício assim reajustado poderá será aplicado somando-se ao valor da
superar o limite máximo do salário-de-contribuição aposentadoria a renda mensal do auxílio-acidente
vigente na competência em que ocorrer o reajuste. vigente na data de início da referida
aposentadoria, não sendo, neste caso, aplicada a
Art. 36. No cálculo do valor da renda mensal
limitação contida no inciso I do § 2º do art. 39 e do
do benefício serão computados:
art. 183.
I - para o segurado empregado e o
§ 7º A renda mensal inicial da aposentadoria
trabalhador avulso, os salários-de-contribuição
por invalidez concedida por transformação de
referentes aos meses de contribuições devidas,
auxílio-doença será de cem por cento do salário-
ainda que não recolhidas pela empresa, sem
de-benefício que serviu de base para o cálculo da
prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação
renda mensal inicial do auxílio doença, reajustado
das penalidades cabíveis; e
pelos mesmos índices de correção dos benefícios
II - para o segurado empregado, o em geral.
trabalhador avulso e o segurado especial, o valor
Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de
do auxílio-acidente, considerado como salário-de-
acordo com o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 36,
contribuição para fins de concessão de qualquer
deve ser reajustada como a dos benefícios
aposentadoria, nos termos do § 8º do art. 32.
correspondentes com igual data de início e
§ 1º Para os demais segurados somente substituirá, a partir da data do requerimento de
serão computados os salários-de-contribuição revisão do valor do benefício, a renda mensal que
referentes aos meses de contribuição prevalecia até então.
efetivamente recolhida.
Parágrafo único. Para fins da substituição de
§ 2º No caso de segurado empregado ou de que trata o caput, o requerimento de revisão deve
trabalhador avulso que tenham cumprido todas as ser aceito pelo Instituto Nacional do Seguro Social
condições para a concessão do benefício a partir da concessão do benefício em valor
pleiteado, mas não possam comprovar o valor dos provisório e processado quando da apresentação
seus salários-de-contribuição no período básico de de prova dos salários-de-contribuição ou de
cálculo, considerar-se-á para o cálculo do recolhimento das contribuições.
benefício, no período sem comprovação do valor
Art. 38. Para o cálculo da renda mensal do
do salário-de-contribuição, o valor do salário
benefício referido no inciso III do caput do art. 39,
mínimo, devendo esta renda ser recalculada
deverá ser considerado o tempo de contribuição
quando da apresentação de prova dos salários-de-
de que trata o art. 60.
contribuição. (Redação dada pelo Decreto nº
3.265, de 1999) Art. 39. A renda mensal do benefício de
prestação continuada será calculada aplicando-se
§ 3º Para o segurado empregado doméstico
sobre o salário-de-benefício os seguintes
que, mesmo tendo satisfeito as condições exigidas
percentuais:
para a concessão do benefício requerido, não
possa comprovar o efetivo recolhimento das I - auxílio-doença - noventa e um por cento
contribuições devidas, será concedido o benefício do salário-de-benefício;
de valor mínimo, devendo sua renda ser
recalculada quando da apresentação da prova do II - aposentadoria por invalidez - cem por
recolhimento das contribuições. cento do salário-de-benefício;

§ 4º Nos casos dos §§ 2º e 3º, após a III - aposentadoria por idade - setenta por
concessão do benefício, o órgão concessor deverá cento do salário-de-benefício, mais um por cento
notificar o setor de arrecadação do Instituto deste por grupo de doze contribuições mensais,
Nacional do Seguro Social, para adoção das até o máximo de trinta por cento;
providências previstas nos arts. 238 a 246.
IV - aposentadoria por tempo de
§ 5º Sem prejuízo do disposto nos §§ 2º e 3º, contribuição:
cabe à previdência social manter cadastro dos
segurados com todos os informes necessários a) para a mulher - cem por cento do salário-
para o cálculo da renda mensal. de-benefício aos trinta anos de contribuição;

520
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) para o homem - cem por cento do salário- conforme o disposto no parágrafo anterior, não
de-benefício aos trinta e cinco anos de incorporando o valor do auxílio-acidente.
contribuição; e
§ 5º Após a cessação do auxílio-doença
c) cem por cento do salário-de-benefício, decorrente de acidente de qualquer natureza ou
para o professor aos trinta anos, e para a causa, tendo o segurado retornado ou não ao
professora aos vinte e cinco anos de contribuição trabalho, se houver agravamento ou seqüela que
e de efetivo exercício em função de magistério na resulte na reabertura do benefício, a renda mensal
educação infantil, no ensino fundamental ou no será igual a noventa e um por cento do salário-de-
ensino médio; benefício do auxílio-doença cessado, corrigido até
o mês anterior ao da reabertura do benefício, pelos
d) cem por cento do salário-de-benefício, mesmos índices de correção dos benefícios em
para o segurado que comprovar, na condição de geral.
pessoa com deficiência, o tempo de contribuição Seção V
disposto no art. 70-B; (Incluído pelo Decreto Do Reajustamento do Valor do
nº 8.145, de 2013) Benefício
V - aposentadoria especial - cem por cento Art. 40. É assegurado o reajustamento dos
do salário-de-benefício; e benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real da data de sua
VI - auxílio-acidente - cinqüenta por cento do concessão.
salário-de-benefício.
§ 1o Os valores dos benefícios em
§ 1º Para efeito do percentual de acréscimo
manutenção serão reajustados, anualmente, na
de que trata o inciso III do caput, assim
mesma data do reajuste do salário mínimo, pro
considerado o relativo a cada grupo de doze
rata, de acordo com suas respectivas datas de
contribuições mensais, presumir-se-á efetivado o
início ou do último reajustamento, com base no
recolhimento correspondente, quando se tratar de
Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC,
segurado empregado ou trabalhador avulso.
apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de
§ 2o Para os segurados especiais, inclusive Geografia e Estatística - IBGE. (Redação dada
os com deficiência, é garantida a concessão, pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
alternativamente: (Redação dada pelo
§ 2o Os benefícios com renda mensal
Decreto nº 8.145, de 2013) superior a um salário mínimo serão pagos do
I - de aposentadoria por idade ou por primeiro ao quinto dia útil do mês subseqüente ao
invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão de sua competência, observada a distribuição
ou de pensão por morte, no valor de um salário proporcional do número de beneficiários por dia de
mínimo, observado o disposto no inciso III do art. pagamento. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722,
30; ou de 2008).

II - dos benefícios especificados neste § 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.042, de


Regulamento, observados os critérios e a forma de 2007).
cálculo estabelecidos, desde que contribuam,
§ 4o Os benefícios com renda mensal no
facultativamente, de acordo com o disposto no § 2º
do art. 200. valor de até um salário mínimo serão pagos no
período compreendido entre o quinto dia útil que
§ 3º O valor mensal da pensão por morte ou anteceder o final do mês de sua competência e o
do auxílio-reclusão será de cem por cento do valor quinto dia útil do mês subseqüente, observada a
da aposentadoria que o segurado recebia ou distribuição proporcional dos beneficiários por dia
daquela a que teria direito se estivesse de pagamento. (Redação dada pelo Decreto nº
aposentado por invalidez na data de seu 6.722, de 2008).
falecimento, observado o disposto no § 8º do art.
32. § 5o Para os efeitos dos §§ 2o e 4o,
considera-se dia útil aquele de expediente
§ 4º Se na data do óbito o segurado estiver bancário com horário normal de atendimento.
recebendo aposentadoria e auxílio-acidente, o (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
valor mensal da pensão por morte será calculado

521
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6o Para os benefícios que tenham sido do inciso II do caput do art. 39 e será devida a
majorados devido à elevação do salário mínimo, o contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-
referido aumento deverá ser compensado no doença, ressalvado o disposto no § 1º.
momento da aplicação do disposto no § 1o, de § 1º Concluindo a perícia médica inicial pela
acordo com normas a serem baixadas pelo existência de incapacidade total e definitiva para o
Ministério da Previdência Social. (Incluído pelo trabalho, a aposentadoria por invalidez será
Decreto nº 6.722, de 2008). devida:
Art. 41. O valor mensal do abono de I - ao segurado empregado a contar do
permanência em serviço, do auxílio-suplementar e décimo sexto dia do afastamento da atividade ou a
do auxílio-acidente será reajustado na forma do partir da data da entrada do requerimento, se entre
disposto no art. 40 e não varia de acordo com o o afastamento e a entrada do requerimento
salário-de-contribuição do segurado. decorrerem mais de trinta dias; e (Redação dada
pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Art. 42. Nenhum benefício reajustado
poderá exceder o limite máximo do salário-de- II - ao segurado empregado doméstico,
benefício na data do reajustamento, respeitados contribuinte individual, trabalhador avulso,
os direitos adquiridos, nem inferior ao valor de um especial ou facultativo, a contar da data do início
salário mínimo. (Redação dada pelo Decreto nº da incapacidade ou da data da entrada do
6.722, de 2008). requerimento, se entre essas datas decorrerem
mais de trinta dias. (Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. O auxílio-acidente, o abono 3.265, de 1999)
de permanência em serviço, o auxílio-suplementar,
o salário-família e a parcela a cargo do Regime § 2º Durante os primeiros quinze dias de
Geral de Previdência Social dos benefícios por afastamento consecutivos da atividade por motivo
totalização, concedidos com base em acordos de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado
internacionais de previdência social, poderão ter empregado o salário. (Redação dada pelo Decreto
valor inferior ao do salário mínimo. nº 3.265, de 1999)
Seção VI § 3º A concessão de aposentadoria por
Dos Benefícios invalidez, inclusive mediante transformação de
Subseção I auxílio-doença concedido na forma do art. 73, está
Da Aposentadoria por Invalidez condicionada ao afastamento de todas as
Art. 43. A aposentadoria por invalidez, uma atividades.
vez cumprida a carência exigida, quando for o Art. 45. O valor da aposentadoria por
caso, será devida ao segurado que, estando ou invalidez do segurado que necessitar da
não em gozo de auxílio-doença, for considerado assistência permanente de outra pessoa será
incapaz para o trabalho e insuscetível de acrescido de vinte e cinco por cento, observada a
reabilitação para o exercício de atividade que lhe relação constante do Anexo I, e:
garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto
permanecer nessa condição. I - devido ainda que o valor da aposentadoria
atinja o limite máximo legal; e
§ 1º A concessão de aposentadoria por
invalidez dependerá da verificação da condição de II - recalculado quando o benefício que lhe
incapacidade, mediante exame médico-pericial a deu origem for reajustado.
cargo da previdência social, podendo o segurado,
às suas expensas, fazer-se acompanhar de Parágrafo único. O acréscimo de que trata o
médico de sua confiança. caput cessará com a morte do aposentado, não
sendo incorporado ao valor da pensão por morte.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já
era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Art. 46. O segurado aposentado por invalidez
Previdência Social não lhe conferirá direito à está obrigado, a qualquer tempo, sem prejuízo do
aposentadoria por invalidez, salvo quando a disposto no parágrafo único e independentemente
incapacidade sobrevier por motivo de progressão de sua idade e sob pena de suspensão do
ou agravamento dessa doença ou lesão. benefício, a submeter-se a exame médico a cargo
da previdência social, processo de reabilitação
Art. 44. A aposentadoria por invalidez profissional por ela prescrito e custeado e
consiste numa renda mensal calculada na forma tratamento dispensado gratuitamente, exceto o

522
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cirúrgico e a transfusão de sangue, que são c) com redução de setenta e cinco por cento,
facultativos. também por igual período de seis meses, ao
término do qual cessará definitivamente.
Parágrafo único. Observado o disposto no
caput, o aposentado por invalidez fica obrigado, Art. 50. O segurado que retornar à atividade
sob pena de sustação do pagamento do benefício, poderá requerer, a qualquer tempo, novo
a submeter-se a exames médico-periciais, a benefício, tendo este processamento normal.
realizarem-se bienalmente.
Parágrafo único. Se o segurado requerer
Art. 47. O aposentado por invalidez que se qualquer benefício durante o período citado no
julgar apto a retornar à atividade deverá solicitar a artigo anterior, a aposentadoria por invalidez
realização de nova avaliação médico-pericial. somente será cessada, para a concessão do novo
benefício, após o cumprimento do período de que
Parágrafo único. Se a perícia médica do
tratam as alíneas "b" do inciso I e "a" do inciso II
Instituto Nacional do Seguro Social concluir pela
do art. 49.
recuperação da capacidade laborativa, a
aposentadoria será cancelada, observado o Subseção II

disposto no art. 49. Da Aposentadoria por Idade


Art. 51. A aposentadoria por idade, uma vez
Art. 48. O aposentado por invalidez que
cumprida a carência exigida, será devida ao
retornar voluntariamente à atividade terá sua
segurado que completar sessenta e cinco anos de
aposentadoria automaticamente cessada, a partir
idade, se homem, ou sessenta, se mulher,
da data do retorno.
reduzidos esses limites para sessenta e cinqüenta
Art. 49. Verificada a recuperação da e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais,
capacidade de trabalho do aposentado por respectivamente homens e mulheres, referidos na
invalidez, excetuando-se a situação prevista no alínea "a" do inciso I, na alínea "j" do inciso V e nos
art. 48, serão observadas as normas seguintes: incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem como para
os segurados garimpeiros que trabalhem,
I - quando a recuperação for total e ocorrer comprovadamente, em regime de economia
dentro de cinco anos contados da data do início da familiar, conforme definido no § 5º do art. 9º.
aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
que a antecedeu sem interrupção, o beneficio
cessará: § 1o Para os efeitos do disposto no caput, o
trabalhador rural deve comprovar o efetivo
a) de imediato, para o segurado empregado exercício de atividade rural, ainda que de forma
que tiver direito a retornar à função que descontínua, no período imediatamente anterior
desempenhava na empresa ao se aposentar, na ao requerimento do benefício ou, conforme o caso,
forma da legislação trabalhista, valendo como ao mês em que cumpriu o requisito etário, por
documento, para tal fim, o certificado de tempo igual ao número de meses de contribuição
capacidade fornecido pela previdência social; ou correspondente à carência do benefício
pretendido, computado o período a que se referem
b) após tantos meses quantos forem os anos
de duração do auxílio-doença e da aposentadoria os incisos III a VIII do § 8o do art. 9o. (Incluído pelo
por invalidez, para os demais segurados; e Decreto nº 6.722, de 2008).

II - quando a recuperação for parcial ou § 2o Os trabalhadores rurais de que trata o


ocorrer após o período previsto no inciso I, ou caput que não atendam ao disposto no § 1o, mas
ainda quando o segurado for declarado apto para que satisfaçam essa condição, se forem
o exercício de trabalho diverso do qual considerados períodos de contribuição sob outras
habitualmente exercia, a aposentadoria será categorias do segurado, farão jus ao benefício ao
mantida, sem prejuízo da volta à atividade: completarem sessenta e cinco anos de idade, se
homem, e sessenta anos, se mulher. (Incluído pelo
a) pelo seu valor integral, durante seis meses
Decreto nº 6.722, de 2008).
contados da data em que for verificada a
recuperação da capacidade; § 3o Para efeito do § 2o, o cálculo da renda
b) com redução de cinqüenta por cento, no mensal do benefício será apurado na forma do
período seguinte de seis meses; e disposto no inciso II do caput do art. 32,
considerando-se como salário-de-contribuição

523
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mensal do período como segurado especial o função de magistério na educação infantil, no
limite mínimo do salário-de-contribuição da ensino fundamental ou no ensino médio, será
previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, devida ao professor aos trinta anos de
de 2008). contribuição e à professora aos vinte e cinco anos
de contribuição. (Redação dada pelo Decreto nº
§ 4o Aplica-se o disposto nos §§ 2o e 3o 6.722, de 2008).
ainda que na oportunidade do requerimento da
aposentadoria o segurado não se enquadre como § 2o Para os fins do disposto no § 1o,
trabalhador rural. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, considera-se função de magistério a exercida por
de 2008). professor, quando exercida em estabelecimento
de educação básica em seus diversos níveis e
Art. 52. A aposentadoria por idade será modalidades, incluídas, além do exercício da
devida: docência, as funções de direção de unidade
I - ao segurado empregado, inclusive o escolar e as de coordenação e assessoramento
pedagógico. (Redação dada pelo Decreto nº
doméstico:
6.722, de 2008).
a) a partir da data do desligamento do
§ 3º Se mais vantajoso, fica assegurado o
emprego, quando requerida até noventa dias
direito à aposentadoria, nas condições legalmente
depois dela; ou
previstas na data do cumprimento de todos os
b) a partir da data do requerimento, quando requisitos previstos no caput, ao segurado que
não houver desligamento do emprego ou quando optou por permanecer em atividade.
for requerida após o prazo da alínea "a"; e
§ 4º Para efeito do disposto no parágrafo
II - para os demais segurados, a partir da anterior, o valor inicial da aposentadoria, apurado
data da entrada do requerimento. conforme o § 9º do art. 32, será comparado com o
valor da aposentadoria calculada na forma da
Art. 53. A aposentadoria por idade consiste regra geral deste Regulamento, mantendo-se o
numa renda mensal calculada na forma do inciso mais vantajoso, considerando-se como data de
III do caput do art. 39. inicio do benefício a data da entrada do
requerimento.
Art. 54. A aposentadoria por idade pode ser
requerida pela empresa, desde que o segurado § 5º O segurado oriundo de regime próprio
tenha cumprido a carência, quando este completar de previdência social que se filiar ao Regime Geral
setenta anos de idade, se do sexo masculino, ou de Previdência Social a partir de 16 de dezembro
sessenta e cinco, se do sexo feminino, sendo de 1998 fará jus à aposentadoria por tempo de
compulsória, caso em que será garantida ao contribuição nos termos desta Subseção, não se
empregado a indenização prevista na legislação lhe aplicando o disposto no art. 188.(Incluído pelo
trabalhista, considerada como data da rescisão do Decreto nº 3.265, de 1999)
contrato de trabalho a imediatamente anterior à do
início da aposentadoria. Art. 57. A aposentadoria por tempo de
contribuição consiste numa renda mensal
Art. 55. (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de calculada na forma do inciso IV do caput do art.
2008). 39.
Subseção III
Art. 58. A data do início da aposentadoria por
Da Aposentadoria por Tempo de tempo de contribuição será fixada conforme o
Contribuição disposto nos incisos I e II do art. 52.
Art. 56. A aposentadoria por tempo de
Art. 59. Considera-se tempo de contribuição
contribuição será devida ao segurado após trinta e
o tempo, contado de data a data, desde o início até
cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta
a data do requerimento ou do desligamento de
anos, se mulher, observado o disposto no art. 199-
atividade abrangida pela previdência social,
A. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de descontados os períodos legalmente
2007). estabelecidos como de suspensão de contrato de
trabalho, de interrupção de exercício e de
§ 1o A aposentadoria por tempo de desligamento da atividade.
contribuição do professor que comprove,
exclusivamente, tempo de efetivo exercício em § 1º Cabe ao contribuinte individual

524
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
comprovar a interrupção ou o encerramento da do segurado anistiado que, em virtude de
atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena motivação exclusivamente política, foi atingido por
de ser considerado em débito no período sem atos de exceção, institucional ou complementar, ou
contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de
2003) dezembro de 1961, pelo Decreto-Lei nº 864, de 12
de setembro de 1969, ou que, em virtude de
§ 2º A comprovação da interrupção ou pressões ostensivas ou expedientes oficiais
encerramento da atividade do contribuinte sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao
individual será feita, no caso dos segurados afastamento de atividade remunerada no período
enquadrados nas alíneas "j" e "l" do inciso V do art. de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de
9º, mediante declaração, ainda que 1988;
extemporânea, e, para os demais, com base em
distrato social, alteração contratual ou documento VIII - o tempo de serviço público federal,
equivalente emitido por junta comercial, secretaria estadual, do Distrito Federal ou municipal,
federal, estadual, distrital ou municipal ou por inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de
outros órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo economia mista ou fundação instituída pelo Poder
INSS.(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Público, regularmente certificado na forma da Lei
nº 3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que
Art. 60. Até que lei específica discipline a a respectiva certidão tenha sido requerida na
matéria, são contados como tempo de entidade para a qual o serviço foi prestado até 30
contribuição, entre outros: de setembro de 1975, véspera do início da
I - o período de exercício de atividade vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975;
remunerada abrangida pela previdência social IX - o período em que o segurado esteve
urbana e rural, ainda que anterior à sua instituição, recebendo benefício por incapacidade por
respeitado o disposto no inciso XVII; acidente do trabalho, intercalado ou não;
II - o período de contribuição efetuada por X - o tempo de serviço do segurado
segurado depois de ter deixado de exercer trabalhador rural anterior à competência novembro
atividade remunerada que o enquadrava como de 1991;
segurado obrigatório da previdência social;
XI - o tempo de exercício de mandato
III - o período em que o segurado esteve classista junto a órgão de deliberação coletiva em
recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por que, nessa qualidade, tenha havido contribuição
invalidez, entre períodos de atividade; para a previdência social;
IV - o tempo de serviço militar, salvo se já XII - o tempo de serviço público prestado à
contado para inatividade remunerada nas Forças administração federal direta e autarquias federais,
Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no bem como às estaduais, do Distrito Federal e
serviço público federal, estadual, do Distrito municipais, quando aplicada a legislação que
Federal ou municipal, ainda que anterior à filiação autorizou a contagem recíproca de tempo de
ao Regime Geral de Previdência Social, nas contribuição;
seguintes condições:
XIII - o período de licença remunerada,
a) obrigatório ou voluntário; e desde que tenha havido desconto de
b) alternativo, assim considerado o atribuído contribuições;
pelas Forças Armadas àqueles que, após XIV - o período em que o segurado tenha
alistamento, alegarem imperativo de consciência, sido colocado pela empresa em disponibilidade
entendendo-se como tal o decorrente de crença remunerada, desde que tenha havido desconto de
religiosa e de convicção filosófica ou política, para contribuições;
se eximirem de atividades de caráter militar;
XV - o tempo de serviço prestado à Justiça
V - o período em que a segurada esteve dos Estados, às serventias extrajudiciais e às
recebendo salário-maternidade; escrivanias judiciais, desde que não tenha havido
VI - o período de contribuição efetuada como remuneração pelos cofres públicos e que a
atividade não estivesse à época vinculada a
segurado facultativo;
regime próprio de previdência social;
VII - o período de afastamento da atividade

525
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XVI - o tempo de atividade patronal ou § 4º O segurado especial que contribui na
autônoma, exercida anteriormente à vigência da forma do § 2º do art. 200 somente fará jus à
Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que aposentadoria por idade, tempo de contribuição e
indenizado conforme o disposto no art. 122; especial após o cumprimento da carência exigida
para estes benefícios, não sendo considerado
XVII - o período de atividade na condição de como período de carência o tempo de atividade
empregador rural, desde que comprovado o rural não contributivo.
recolhimento de contribuições na forma da Lei nº
6.260, de 6 de novembro de 1975, com § 5º Não se aplica o disposto no inciso VII ao
indenização do período anterior, conforme o segurado demitido ou exonerado em razão de
disposto no art. 122; processos administrativos ou de aplicação de
política de pessoal do governo, da empresa ou da
XVIII - o período de atividade dos auxiliares entidade a que estavam vinculados, assim como
locais de nacionalidade brasileira no exterior, ao segurado ex-dirigente ou ex-representante
amparados pela Lei nº 8.745, de 1993, sindical que não comprove prévia existência do
anteriormente a 1º de janeiro de 1994, desde que vínculo empregatício mantido com a empresa ou
sua situação previdenciária esteja regularizada sindicato e o conseqüente afastamento da
junto ao Instituto Nacional do Seguro Social; atividade remunerada em razão dos atos
XIX - o tempo de exercício de mandato mencionados no referido inciso.
eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, § 6º Caberá a cada interessado alcançado
desde que tenha havido contribuição em época pelas disposições do inciso VII comprovar a
própria e não tenha sido contado para efeito de condição de segurado obrigatório da previdência
aposentadoria por outro regime de previdência social, mediante apresentação dos documentos
social; contemporâneos dos fatos ensejadores da
XX - o tempo de trabalho em que o segurado demissão ou afastamento da atividade
remunerada, assim como apresentar o ato
esteve exposto a agentes nocivos químicos,
declaratório da anistia, expedido pela autoridade
físicos, biológicos ou associação de agentes
competente, e a conseqüente comprovação da
prejudiciais à saúde ou à integridade física,
sua publicação oficial.
observado o disposto nos arts. 64 a 70; e
§ 7º Para o cômputo do período a que se
XXI - o tempo de contribuição efetuado pelo
refere o inciso VII, o Instituto Nacional do Seguro
servidor público de que tratam as alíneas "i", "j" e
Social deverá observar se no ato declaratório da
"l" do inciso I do caput do art. 9º e o § 2º do art. 26,
anistia consta o fundamento legal no qual se
com base nos arts. 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de
fundou e o nome do órgão, da empresa ou da
janeiro de 1991, e no art. 2º da Lei nº 8.688, de 21
entidade a que estava vinculado o segurado à
de julho de 1993.
época dos atos que ensejaram a demissão ou o
XXII - o tempo exercido na condição de afastamento da atividade remunerada.
aluno-aprendiz referente ao período de
§ 8º É indispensável para o cômputo do
aprendizado profissional realizado em escola
período a que se refere o inciso VII a prova da
técnica, desde que comprovada a remuneração,
relação de causa entre a demissão ou afastamento
mesmo que indireta, à conta do orçamento público
da atividade remunerada e a motivação referida no
e o vínculo empregatício. (Incluído pelo Decreto nº
citado inciso.
6.722, de 2008).
Art. 61. Observado o disposto no art. 19, são
§ 1º Não será computado como tempo de
contados como tempo de contribuição, para efeito
contribuição o já considerado para concessão de
do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 56: (Redação
qualquer aposentadoria prevista neste
dada pelo Decreto nº 4.079, de 2002)
Regulamento ou por outro regime de previdência
social. I - o de serviço público federal, estadual, do
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de Distrito Federal ou municipal;
1999) II - o de recebimento de benefício por
§ 3º O tempo de contribuição de que trata incapacidade, entre períodos de atividade; e
este artigo será considerado para cálculo do valor III - o de benefício por incapacidade
da renda mensal de qualquer benefício. decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou

526
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
não. caderneta de matrícula e a caderneta de
contribuições dos extintos institutos de
§ 1º A comprovação da condição de aposentadoria e pensões, a caderneta de inscrição
professor far-se-á mediante a apresentação: pessoal visada pela Capitania dos Portos, pela
I - do respectivo diploma registrado nos Superintendência do Desenvolvimento da Pesca,
pelo Departamento Nacional de Obras Contra as
órgãos competentes federais e estaduais, ou de
Secas e declarações da Secretaria da Receita
qualquer outro documento que comprove a
Federal do Brasil; (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
habilitação para o exercício do magistério, na
de 2008).
forma de lei específica; e
b) certidão de inscrição em órgão de
II - dos registros em Carteira Profissional
fiscalização profissional, acompanhada do
e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social
documento que prove o exercício da atividade;
complementados, quando for o caso, por
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
declaração do estabelecimento de ensino onde foi
exercida a atividade, sempre que necessária essa c) contrato social e respectivo distrato,
informação, para efeito e caracterização do efetivo quando for o caso, ata de assembléia geral e
exercício da função de magistério, nos termos do registro de empresário; ou (Incluído pelo Decreto
§ 2º do art. 56. nº 6.722, de 2008).
§ 2º É vedada a conversão de tempo de d) certificado de sindicato ou órgão gestor de
serviço de magistério, exercido em qualquer mão-de-obra que agrupa trabalhadores avulsos;
época, em tempo de serviço comum. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Art. 62. A prova de tempo de serviço, II - de exercício de atividade rural,
considerado tempo de contribuição na forma do alternativamente: (Redação dada pelo Decreto nº
art. 60, observado o disposto no art. 19 e, no que 6.722, de 2008).
couber, as peculiaridades do segurado de que
tratam as alíneas "j" e "l" do inciso V do caput do a) contrato individual de trabalho ou Carteira
art. 9º e do art. 11, é feita mediante documentos de Trabalho e Previdência Social; (Incluído pelo
que comprovem o exercício de atividade nos Decreto nº 6.722, de 2008).
períodos a serem contados, devendo esses
documentos ser contemporâneos dos fatos a b) contrato de arrendamento, parceria ou
comprovar e mencionar as datas de início e comodato rural; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
término e, quando se tratar de trabalhador avulso, 2008).
a duração do trabalho e a condição em que foi c) declaração fundamentada de sindicato que
prestado.(Redação dada pelo Decreto nº 4.079, de
represente o trabalhador rural ou, quando for o
2002)
caso, de sindicato ou colônia de pescadores,
§ 1º As anotações em Carteira Profissional desde que homologada pelo INSS; (Incluído pelo
e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social Decreto nº 6.722, de 2008).
relativas a férias, alterações de salários e outras d) comprovante de cadastro do Instituto
que demonstrem a seqüência do exercício da
Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
atividade podem suprir possível falha de registro
INCRA; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
de admissão ou dispensa. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.729, de 2003) e) bloco de notas do produtor rural; (Incluído
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 2o Subsidiariamente ao disposto no art.
19, servem para a prova do tempo de contribuição f) notas fiscais de entrada de mercadorias, de
que trata o caput: (Redação dada pelo Decreto nº que trata o § 24 do art. 225, emitidas pela empresa
6.722, de 2008). adquirente da produção, com indicação do nome
do segurado como vendedor; (Incluído pelo
I - para os trabalhadores em geral, os Decreto nº 6.722, de 2008).
documentos seguintes: (Redação dada pelo
Decreto nº 6.722, de 2008). g) documentos fiscais relativos a entrega de
produção rural à cooperativa agrícola, entreposto
a) o contrato individual de trabalho, a Carteira de pescado ou outros, com indicação do segurado
Profissional, a Carteira de Trabalho e Previdência como vendedor ou consignante; (Incluído pelo
Social, a carteira de férias, a carteira sanitária, a Decreto nº 6.722, de 2008).

527
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
h) comprovantes de recolhimento de § 7o A empresa colocará à disposição de
contribuição à Previdência Social decorrentes da servidor designado por dirigente do Instituto
comercialização da produção; (Incluído pelo Nacional do Seguro Social as informações ou
Decreto nº 6.722, de 2008). registros de que dispuser, relativamente a
segurado a seu serviço e previamente identificado,
i) cópia da declaração de imposto de renda,
para fins de instrução ou revisão de processo de
com indicação de renda proveniente da reconhecimento de direitos e outorga de
comercialização de produção rural; (Incluído pelo benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Decreto nº 6.722, de 2008).
(Incluído pelo Decreto nº 6496, de 2008)
j) licença de ocupação ou permissão
outorgada pelo INCRA; ou (Incluído pelo Decreto § 8o A declaração mencionada na alínea “c”
nº 6.722, de 2008). do inciso II do § 2o, além da identificação da
entidade e do emitente da declaração, com
l) certidão fornecida pela Fundação Nacional indicação do respectivo mandato: (Incluído pelo
do Índio - FUNAI, certificando a condição do índio Decreto nº 6.722, de 2008).
como trabalhador rural, desde que homologada
pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de I - deverá ser fornecida em duas vias, em
2008). papel timbrado da entidade, com numeração
III - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008). seqüencial controlada e ininterrupta; (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
IV - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
II - deverá conter a identificação, a
V - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
qualificação pessoal do beneficiário e a categoria
VI - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008). de produtor a que pertença; (Incluído pelo Decreto
VII - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008). nº 6.722, de 2008).

VIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de 2008). III - deverá consignar os documentos e
informações que serviram de base para a sua
§ 3º Na falta de documento contemporâneo emissão, bem como, se for o caso, a origem dos
podem ser aceitos declaração do empregador ou dados extraídos de registros existentes na própria
seu preposto, atestado de empresa ainda entidade declarante ou em outro órgão, entidade
existente, certificado ou certidão de entidade oficial ou empresa, desde que idôneos e acessíveis à
dos quais constem os dados previstos no caput previdência social; (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
deste artigo, desde que extraídos de registros de 2008).
efetivamente existentes e acessíveis à fiscalização
do Instituto Nacional do Seguro Social. (Redação IV - não poderá conter informação referente
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) a período anterior ao início da atividade da
entidade declarante, salvo se baseada em
§ 4º Se o documento apresentado pelo documento que constitua prova material do
segurado não atender ao estabelecido neste exercício da atividade; e (Incluído pelo Decreto nº
artigo, a prova exigida pode ser complementada 6.722, de 2008).
por outros documentos que levem à convicção do
fato a comprovar, inclusive mediante justificação V - deverá consignar dados relativos ao
administrativa, na forma do Capítulo VI deste período e forma de exercício da atividade rural na
Título. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de forma estabelecida pelo INSS. (Incluído pelo
2003) Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 5º A comprovação realizada mediante § 9o Sempre que a categoria de produtor
justificação administrativa ou judicial só produz informada na declaração de que trata a alínea “c”
efeito perante a previdência social quando do inciso II do § 2o for de parceiro, meeiro,
baseada em início de prova material. (Redação arrendatário, comodatário, ou outra modalidade de
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) outorgado, o documento deverá identificar e
§ 6º A prova material somente terá validade qualificar o outorgante. (Incluído pelo Decreto nº
para a pessoa referida no documento, não sendo 6.722, de 2008).
permitida sua utilização por outras pessoas. § 10. A segunda via da declaração prevista
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
na alínea “c” do inciso II do § 2o deverá ser

528
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mantida na própria entidade, com numeração vinte ou vinte e cinco anos, conforme o caso,
seqüencial em ordem crescente, à disposição do sujeito a condições especiais que prejudiquem a
INSS e demais órgãos de fiscalização e controle. saúde ou a integridade física. (Redação dada pelo
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 11. Na hipótese de inexistência de
§ 1o A concessão da aposentadoria
sindicato que represente o trabalhador rural, a
especial prevista neste artigo dependerá da
declaração mencionada na alínea “c” do inciso II
comprovação, durante o período mínimo fixado no
do § 2o poderá ser suprida pela apresentação de caput: (Redação dada pelo Decreto nº 8.123,
duas declarações firmadas por autoridades
administrativas ou judiciárias locais, desde que de 2013)
exerçam cargos ou funções de juízes federais ou
estaduais ou do Distrito Federal, promotores de I - do tempo de trabalho permanente, não
justiça, delegados de polícia, comandantes de ocasional nem intermitente; e (Incluído pelo
unidades militares do Exército, Marinha, Decreto nº 8.123, de 2013)
Aeronáutica ou de forças auxiliares, titulares de
representação local do Ministério do Trabalho e II - da exposição do segurado aos agentes
Emprego e de diretores titulares de nocivos químicos, físicos, biológicos ou a
estabelecimentos públicos de ensino fundamental associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
e médio. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). integridade física. (Incluído pelo Decreto nº
§ 12. As autoridades mencionadas no § 11 8.123, de 2013)
somente poderão fornecer declaração relativa a
período anterior à data do início das suas funções § 2o Consideram-se condições especiais
na localidade se puderem fundamentá-la com que prejudiquem a saúde e a integridade física
documentos contemporâneos do fato declarado, aquelas nas quais a exposição ao agente nocivo
que evidenciem plena convicção de sua ou associação de agentes presentes no ambiente
veracidade. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de de trabalho esteja acima dos limites de tolerância
2008). estabelecidos segundo critérios quantitativos ou
esteja caracterizada segundo os critérios da
§ 13. A declaração de que trata o § 11, avaliação qualitativa dispostos no § 2º do art.
sujeita à homologação pelo INSS, e a certidão a 68. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123, de
que se refere a alínea “l” do inciso II do § 2o 2013)
deverão obedecer, no que couber, ao disposto no
§ 8o. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Art. 65. Considera-se tempo de trabalho
permanente aquele que é exercido de forma não
Art. 63. Não será admitida prova ocasional nem intermitente, no qual a exposição
exclusivamente testemunhal para efeito de do empregado, do trabalhador avulso ou do
comprovação de tempo de serviço ou de cooperado ao agente nocivo seja indissociável da
contribuição, salvo na ocorrência de motivo de produção do bem ou da prestação do
força maior ou caso fortuito, observado o disposto
serviço. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123,
no § 2º do art. 143.
de 2013)
§ 14. A homologação a que se refere a
alínea “l” do inciso II do § 2o se restringe às Parágrafo único. Aplica-se o disposto no
informações relativas à atividade rural, em caput aos períodos de descanso determinados
especial o atendimento dos incisos II, III e V do § pela legislação trabalhista, inclusive férias, aos de
afastamento decorrentes de gozo de benefícios de
8o. (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de 2009) auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez
Subseção IV acidentários, bem como aos de percepção de
Da Aposentadoria Especial salário-maternidade, desde que, à data do
Art. 64. A aposentadoria especial, uma vez afastamento, o segurado estivesse exposto aos
cumprida a carência exigida, será devida ao fatores de risco de que trata o art. 68. (Redação
segurado empregado, trabalhador avulso e dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
contribuinte individual, este somente quando
cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de Art. 66. Para o segurado que houver
produção, que tenha trabalhado durante quinze, exercido duas ou mais atividades sujeitas a

529
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
condições especiais prejudiciais à saúde ou à feita segundo a tabela abaixo:(Redação dada
integridade física, sem completar em qualquer pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria
especial, os respectivos períodos de exercício
serão somados após conversão, devendo ser
considerada a atividade preponderante para efeito
de enquadramento. (Redação dada pelo Decreto
nº 8.123, de 2013)

§ 1o Para fins do disposto no caput, não


serão considerados os períodos em que a
atividade exercida não estava sujeita a condições
especiais, observado, nesse caso, o disposto no
art. 70. (Redação dada pelo Decreto nº 8.123,
de 2013)

§ 2o A conversão de que trata o caput será

Multiplicadores
Tempo a
Converter
Para 15 Para 20 Para 25

De 15 anos - 1,33 1,67

De 20 anos 0,75 - 1,25

De 25 anos 0,60 0,80

Art. 67. A aposentadoria especial consiste


§ 2o A avaliação qualitativa de riscos e
numa renda mensal calculada na forma do inciso
agentes nocivos será comprovada mediante
V do caput do art. 39.
descrição: (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 68. A relação dos agentes nocivos 8.123, de 2013)
químicos, físicos, biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade I - das circunstâncias de exposição
física, considerados para fins de concessão de ocupacional a determinado agente nocivo ou
aposentadoria especial, consta do Anexo IV. associação de agentes nocivos presentes no
ambiente de trabalho durante toda a
§ 1º As dúvidas sobre o enquadramento dos
agentes de que trata o caput, para efeito do jornada; (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de
disposto nesta Subseção, serão resolvidas pelo 2013)
Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério
da Previdência e Assistência Social. II - de todas as fontes e possibilidades de

530
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
liberação dos agentes mencionados no inciso I; contemplando as atividades desenvolvidas
e (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de 2013) durante o período laboral, documento que a ele
deverá ser fornecido, por cópia autêntica, no prazo
III - dos meios de contato ou exposição dos de trinta dias da rescisão do seu contrato de
trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade trabalho, sob pena de sujeição às sanções
da exposição, a frequência e a duração do previstas na legislação aplicável. (Redação dada
contato. (Incluído pelo Decreto nº 8.123, de pelo Decreto nº 8.123, de 2013)
2013)
§ 9o Considera-se perfil profissiográfico,
§ 3o A comprovação da efetiva exposição para os efeitos do § 8o, o documento com o
do segurado aos agentes nocivos será feita históricolaboral do trabalhador, segundo modelo
mediante formulário emitido pela empresa ou seu instituído pelo INSS, que, entre outras
preposto, com base em laudo técnico de informações, deve conter o resultado das
condições ambientais do trabalho expedido por avaliações ambientais, o nome dos responsáveis
médico do trabalho ou engenheiro de segurança pela monitoração biológica e das avaliações
do trabalho. (Redação dada pelo Decreto nº ambientais, os resultados de monitoração
8.123, de 2013) biológica e os dados administrativos
correspondentes. (Redação dada pelo Decreto
§ 4o A presença no ambiente de trabalho, nº 8.123, de 2013)
com possibilidade de exposição a ser apurada na
§ 10. O trabalhador ou seu preposto terá
forma dos §§ 2o e 3o, de agentes nocivos
acesso às informações prestadas pela empresa
reconhecidamente cancerígenos em humanos,
sobre o seu perfil profissiográfico, podendo
listados pelo Ministério do Trabalho e Emprego,
inclusive solicitar a retificação de informações
será suficiente para a comprovação de efetiva
quando em desacordo com a realidade do
exposição do trabalhador. (Redação dada pelo
ambiente de trabalho, conforme orientação
Decreto nº 8.123, de 2013)
estabelecida em ato do Ministro de Estado da
Previdência Social. (Redação dada pelo Decreto
§ 5o No laudo técnico referido no § 3o,
deverão constar informações sobre a existência de nº 8.123, de 2013)
tecnologia de proteção coletiva ou individual, e de
sua eficácia, e deverá ser elaborado com § 11. A cooperativa de trabalho e a
observância das normas editadas pelo Ministério empresa contratada para prestar serviços
do Trabalho e Emprego e dos procedimentos mediante cessão ou empreitada de mão de obra
estabelecidos pelo INSS. (Redação dada pelo atenderão ao disposto nos §§ 3o, 4o e 5o com
base nos laudos técnicos de condições ambientais
Decreto nº 8.123, de 2013)
de trabalho emitidos pela empresa contratante,
quando o serviço for prestado em estabelecimento
§ 6o A empresa que não mantiver laudo da contratante. (Redação dada pelo Decreto nº
técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de 8.123, de 2013)
seus trabalhadores ou que emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo § 12. Nas avaliações ambientais deverão
com o respectivo laudo estará sujeita às ser considerados, além do disposto no Anexo IV, a
metodologia e os procedimentos de avaliação
penalidades previstas na legislação. (Redação
estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat
dada pelo Decreto nº 8.123, de 2013) Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho - FUNDACENTRO. (Incluído pelo
§ 7o O INSS estabelecerá os Decreto nº 8.123, de 2013)
procedimentos para fins de concessão de
aposentadoria especial, podendo, se necessário, § 13. Na hipótese de não terem sido
confirmar as informações contidas nos estabelecidos pela FUNDACENTRO a
o
documentos mencionados nos § 2 e 3 . o metodologia e procedimentos de avaliação, cabe
ao Ministério do Trabalho e Emprego definir outras
§ 8o A empresa deverá elaborar e manter instituições que os estabeleçam. (Incluído pelo
atualizado o perfil profissiográfico do trabalhador,

531
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Decreto nº 8.123, de 2013) § 1o A caracterização e a comprovação do
tempo de atividade sob condições especiais
Art. 69. A data de início da aposentadoria obedecerá ao disposto na legislação em vigor na
especial será fixada: (Redação dada pelo época da prestação do serviço. (Incluído pelo
Decreto nº 8.123, de 2013) Decreto nº 4.827, de 2003)

§ 2o As regras de conversão de tempo de


I - para o segurado empregado: (Incluído atividade sob condições especiais em tempo de
pelo Decreto nº 8.123, de 2013) atividade comum constantes deste artigo aplicam-
se ao trabalho prestado em qualquer período.
a) a partir da data do desligamento do (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)
emprego, quando requerida a aposentadoria
especial, até noventa dias após essa data; Subseção IV-A
ou (Incluída pelo Decreto nº 8.123, de 2013) (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
b) a partir da data do requerimento, quando
não houver desligamento do emprego ou quando Das Aposentadorias por Tempo de
a aposentadoria for requerida após o prazo Contribuição e por Idade
estabelecido na alínea “a”; e (Incluída pelo do Segurado com Deficiência
Decreto nº 8.123, de 2013)
Art. 70-A. A concessão da aposentadoria
II - para os demais segurados, a partir da por tempo de contribuição ou por idade ao
data da entrada do requerimento. (Incluído pelo segurado que tenha reconhecido, em avaliação
Decreto nº 8.123, de 2013) médica e funcional realizada por perícia própria do
INSS, grau de deficiência leve, moderada ou
Parágrafo único. O segurado que retornar grave, está condicionada à comprovação da
ao exercício de atividade ou operação que o sujeite condição de pessoa com deficiência na data da
aos riscos e agentes nocivos constantes do Anexo entrada do requerimento ou na data da
IV, ou nele permanecer, na mesma ou em outra implementação dos requisitos para o
empresa, qualquer que seja a forma de prestação benefício. (Incluído pelo Decreto nº 8.145,
do serviço ou categoria de segurado, será de 2013)
imediatamente notificado da cessação do
pagamento de sua aposentadoria especial, no
Art. 70-B. A aposentadoria por tempo de
prazo de sessenta dias contado da data de
contribuição do segurado com deficiência,
emissão da notificação, salvo comprovação, nesse
cumprida a carência, é devida ao segurado
prazo, de que o exercício dessa atividade ou
empregado, inclusive o doméstico, trabalhador
operação foi encerrado.
avulso, contribuinte individual e facultativo,
observado o disposto no art. 199-A e os seguintes
Art. 70. A conversão de tempo de atividade
sob condições especiais em tempo de atividade
requisitos: (Incluído pelo Decreto nº 8.145,
comum dar-se-á de acordo com a seguinte de 2013)
tabela: (Redação dada pelo Decreto nº 4.827, de
2003) I - aos vinte e cinco anos de tempo de
contribuição na condição de pessoa com
MULTIPLICADORES deficiência, se homem, e vinte anos, se mulher, no
TEMPO A
CONVERTER
caso de segurado com deficiência
MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35) grave; (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de
2013)
DE 15 ANOS 2,00 2,33
II - aos vinte e nove anos de tempo de
DE 20 ANOS 1,50 1,75 contribuição na condição de pessoa com
deficiência, se homem, e vinte e quatro anos, se
DE 25 ANOS 1,20 1,40
mulher, no caso de segurado com deficiência
moderada; e (Incluído pelo Decreto nº

532
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
8.145, de 2013) I - avaliar o segurado e fixar a data provável
do início da deficiência e o seu grau;
III - aos trinta e três anos de tempo de e (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
contribuição na condição de pessoa com
deficiência, se homem, e vinte e oito anos, se II - identificar a ocorrência de variação no
mulher, no caso de segurado com deficiência grau de deficiência e indicar os respectivos
leve. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de períodos em cada grau. (Incluído pelo
2013) Decreto nº 8.145, de 2013)

Parágrafo único. A aposentadoria de que § 1o A comprovação da deficiência anterior


trata o caput é devida aos segurados especiais
que contribuam facultativamente, de acordo com o à data da vigência da Lei Complementar no 142,
de 8 de maio de 2013, será instruída por
disposto no art. 199 e no § 2o do art. documentos que subsidiem a avaliação médica e
200. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de funcional, vedada a prova exclusivamente
2013) testemunhal. (Incluído pelo Decreto nº
8.145, de 2013)
Art. 70-C. A aposentadoria por idade da
pessoa com deficiência, cumprida a carência, é
devida ao segurado aos sessenta anos de idade, § 2o A avaliação da pessoa com deficiência
se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se será realizada para fazer prova dessa condição
exclusivamente para fins
mulher. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de
previdenciários. (Incluído pelo Decreto nº
2013)
8.145, de 2013)
§ 1o Para efeitos de concessão da
aposentadoria de que trata o caput, o segurado § 3o Considera-se pessoa com deficiência
deve contar com no mínimo quinze anos de tempo aquela que tem impedimentos de longo prazo de
de contribuição, cumpridos na condição de pessoa natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os
com deficiência, independentemente do grau, quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na
observado o disposto no art. 70-D. (Incluído sociedade em igualdade de condições com as
pelo Decreto nº 8.145, de 2013) demais pessoas. (Incluído pelo Decreto nº
8.145, de 2013)
§ 2o Aplica-se ao segurado especial com
deficiência o disposto nos §§ 1o a 4o do art. 51, e § 4o Ato conjunto do Ministro de Estado
na hipótese do § 2o será considerada a idade Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da
prevista no caput deste artigo, desde que o tempo Presidência da República, dos Ministros de Estado
exigido para a carência da aposentadoria por da Previdência Social, da Fazenda, do
idade seja cumprido na condição de pessoa com Planejamento, Orçamento e Gestão e do
deficiência. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, Advogado-Geral da União definirá impedimento de
de 2013) longo prazo para os efeitos deste
Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 8.145,
Art. 70-D. Para efeito de concessão da de 2013)
aposentadoria da pessoa com deficiência,
compete à perícia própria do INSS, nos termos de Art. 70-E. Para o segurado que, após a
ato conjunto do Ministro de Estado Chefe da filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da deficiência, ou tiver seu grau alterado, os
República, dos Ministros de Estado da Previdência parâmetros mencionados nos incisos I, II e III do
Social, da Fazenda, do Planejamento, Orçamento caput do art. 70-B serão proporcionalmente
e Gestão e do Advogado-Geral da ajustados e os respectivos períodos serão
União: (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de somados após conversão, conforme as tabelas
2013) abaixo, considerando o grau de deficiência
preponderante, observado o disposto no art. 70-

533
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A: (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de 2013)

MULHER

MULTIPLICADORES

TEMPO A
CONVERTER Para 20 Para 24 Para 28 Para 30

De 20 anos 1,00 1,20 1,40 1,50

De 24 anos 0,83 1,00 1,17 1,25

De 28 anos 0,71 0,86 1,00 1,07

De 30 anos 0,67 0,80 0,93 1,00

HOMEM

MULTIPLICADORES
TEMPO A
CONVERTER
Para 25 Para 29 Para 33 Para 35

De 25 anos 1,00 1,16 1,32 1,40

De 29 anos 0,86 1,00 1,14 1,21

De 33 anos 0,76 0,88 1,00 1,06

534
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

De 35 anos 0,71 0,83 0,94 1,00

§ 1o O grau de deficiência preponderante contribuição da pessoa com deficiência não


será aquele em que o segurado cumpriu maior poderá ser acumulada, no mesmo período
tempo de contribuição, antes da conversão, e contributivo, com a redução aplicada aos períodos
servirá como parâmetro para definir o tempo de contribuição relativos a atividades exercidas
mínimo necessário para a aposentadoria por sob condições especiais que prejudiquem a saúde
tempo de contribuição da pessoa com deficiência ou a integridade física. (Incluído pelo
e para a conversão. (Incluído pelo Decreto Decreto nº 8.145, de 2013)
nº 8.145, de 2013)
§ 1o É garantida a conversão do tempo de
§ 2o Quando o segurado contribuiu contribuição cumprido em condições especiais que
alternadamente na condição de pessoa sem prejudiquem a saúde ou a integridade física do
deficiência e com deficiência, os respectivos segurado, inclusive da pessoa com deficiência,
períodos poderão ser somados, após aplicação da para fins da aposentadoria de que trata o art. 70-
B, se resultar mais favorável ao segurado,
conversão de que trata o caput. (Incluído
pelo Decreto nº 8.145, de 2013) conforme tabela abaixo: (Incluído pelo
Decreto nº 8.145, de 2013)
Art. 70-F. A redução do tempo de

MULHER

MULTIPLICADORES

TEMPO A
CONVERTER Para 15 Para 20 Para 24 Para 25 Para 28

De 15 anos 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87

De 20 anos 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40

De 24 anos 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17

De 25 anos 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12

535
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

De 28 anos 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00

HOMEM

MULTIPLICADORES
TEMPO A
CONVERTER
Para 15 Para 20 Para 25 Para 29 Para 33

De 15 anos 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20

De 20 anos 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65

De 25 anos 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32

De 29 anos 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14

De 33 anos 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00

§ 2o É vedada a conversão do tempo de renda mensal, vedado o cômputo do tempo


contribuição da pessoa com deficiência para fins convertido para fins de carência. (Incluído
de concessão da aposentadoria especial de que pelo Decreto nº 8.145, de 2013)
trata a Subseção IV da Seção VI do Capítulo
II. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de Art.70-G. É facultado ao segurado com
2013) deficiência optar pela percepção de qualquer outra
espécie de aposentadoria do RGPS que lhe seja
§ 3o Para fins da aposentadoria por idade
mais vantajosa. (Incluído pelo Decreto nº
da pessoa com deficiência é assegurada a 8.145, de 2013)
conversão do período de exercício de atividade
sujeita a condições especiais que prejudiquem a Art. 70-H. A critério do INSS, o segurado
saúde ou a integridade física, cumprido na com deficiência deverá, a qualquer tempo,
condição de pessoa com deficiência, submeter-se a perícia própria para avaliação ou
exclusivamente para efeito de cálculo do valor da

536
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
reavaliação do grau de deficiência. (Incluído do afastamento.
pelo Decreto nº 8.145, de 2013) § 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.668,
de 2000)
Parágrafo único. Após a concessão das
aposentadorias na forma dos arts. 70-B e 70-C, § 3º O auxílio-doença será devido durante o
será observado o disposto nos arts. 347 e 347- curso de reclamação trabalhista relacionada com
A. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de a rescisão do contrato de trabalho, ou após a
decisão final, desde que implementadas as
2013) condições mínimas para a concessão do
benefício, observado o disposto nos §§ 2º e 3º do
Art. 70-I. Aplicam-se à pessoa com art. 36.
deficiência as demais normas relativas aos
Art. 73. O auxílio-doença do segurado que
benefícios do RGPS. (Incluído pelo Decreto
exercer mais de uma atividade abrangida pela
nº 8.145, de 2013) previdência social será devido mesmo no caso de
incapacidade apenas para o exercício de uma
Subseção V delas, devendo a perícia médica ser conhecedora
Do Auxílio-doença de todas as atividades que o mesmo estiver
Art. 71. O auxílio-doença será devido ao exercendo.
segurado que, após cumprida, quando for o caso,
§ 1º Na hipótese deste artigo, o auxílio-
a carência exigida, ficar incapacitado para o seu
doença será concedido em relação à atividade
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais
para a qual o segurado estiver incapacitado,
de quinze dias consecutivos.
considerando-se para efeito de carência somente
§ 1º Não será devido auxílio-doença ao as contribuições relativas a essa atividade.
segurado que se filiar ao Regime Geral de
§ 2º Se nas várias atividades o segurado
Previdência Social já portador de doença ou lesão
exercer a mesma profissão, será exigido de
invocada como causa para a concessão do
imediato o afastamento de todas.
benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier
por motivo de progressão ou agravamento dessa § 3º Constatada, durante o recebimento do
doença ou lesão. auxílio-doença concedido nos termos deste artigo,
§ 2º Será devido auxílio-doença, a incapacidade do segurado para cada uma das
demais atividades, o valor do benefício deverá ser
independentemente de carência, aos segurados
revisto com base nos respectivos salários-de-
obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente
contribuição, observado o disposto nos incisos I a
de qualquer natureza.
III do art. 72.
Art. 72. O auxílio-doença consiste numa
§ 4º Ocorrendo a hipótese do § 1º, o valor do
renda mensal calculada na forma do inciso I do
auxílio-doença poderá ser inferior ao salário
caput do art. 39 e será devido:
mínimo desde que somado às demais
I - a contar do décimo sexto dia do remunerações recebidas resultar valor superior a
afastamento da atividade para o segurado este. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
empregado, exceto o doméstico; (Redação 2003)
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Art. 74. Quando o segurado que exercer mais
II - a contar da data do início da de uma atividade se incapacitar definitivamente
incapacidade, para os demais segurados; ou para uma delas, deverá o auxílio-doença ser
mantido indefinidamente, não cabendo sua
III - a contar da data de entrada do transformação em aposentadoria por invalidez,
requerimento, quando requerido após o trigésimo enquanto essa incapacidade não se estender às
dia do afastamento da atividade, para todos os demais atividades.
segurados.
Parágrafo único. Na situação prevista no
§ 1º Quando o acidentado não se afastar do caput, o segurado somente poderá transferir-se
trabalho no dia do acidente, os quinze dias de das demais atividades que exerce após o
responsabilidade da empresa pela sua conhecimento da reavaliação médico-pericial.
remuneração integral são contados a partir da data

537
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 75. Durante os primeiros quinze dias Art. 75-A. O reconhecimento da
consecutivos de afastamento da atividade por incapacidade para concessão ou prorrogação do
motivo de doença, incumbe à empresa pagar ao auxílio-doença decorre da realização de avaliação
segurado empregado o seu pericial ou da recepção da documentação médica
salário. (Redação dada pelo Decreto nº do segurado, hipótese em que o benefício será
3.265, de 1999) concedido com base no período de recuperação
indicado pelo médico assistente. (Incluído
§ 1º Cabe à empresa que dispuser de serviço
pelo Decreto nº 8.691, de 2016)
médico próprio ou em convênio o exame médico e
o abono das faltas correspondentes aos primeiros
quinze dias de afastamento. § 1º O reconhecimento da incapacidade
pela recepção da documentação médica do
§ 2º Quando a incapacidade ultrapassar segurado poderá ser admitido, conforme disposto
quinze dias consecutivos, o segurado será em ato do INSS: (Incluído pelo Decreto nº
encaminhado à perícia médica do INSS, que o 8.691, de 2016)
submeterá à avaliação pericial por profissional
médico integrante de seus quadros ou, na hipótese
do art. 75-B, de órgãos e entidades públicos que I - nos pedidos de prorrogação do benefício
integrem o Sistema Único de Saúde - SUS, do segurado empregado; ou (Incluído pelo
ressalvados os casos em que for admitido o Decreto nº 8.691, de 2016)
reconhecimento da incapacidade pela recepção da
documentação médica do segurado, conforme
II - nas hipóteses de concessão inicial do
previsto no art. 75-A. (Redação dada pelo benefício quando o segurado, independentemente
Decreto nº 8.691, de 2016) de ser obrigatório ou facultativo, estiver internado
§ 3º Se concedido novo benefício decorrente
em unidade de saúde. (Incluído pelo
da mesma doença dentro de sessenta dias Decreto nº 8.691, de 2016)
contados da cessação do benefício anterior, a
empresa fica desobrigada do pagamento relativo § 2º Observado o disposto no § 1º, o INSS
aos quinze primeiros dias de afastamento, definirá: (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de
prorrogando-se o benefício anterior e 2016)
descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.

§ 4o Se o segurado empregado, por motivo I - o procedimento pelo qual irá receber,


de doença, afastar-se do trabalho durante quinze registrar e reconhecer a documentação médica do
dias, retornando à atividade no décimo sexto dia, segurado, por meio físico ou eletrônico, para fins
e se dela voltar a se afastar dentro de sessenta de reconhecimento da incapacidade laboral;
dias desse retorno, em decorrência da mesma e (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de 2016)
doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data
do novo afastamento. (Redação dada pelo Decreto II - as condições para o reconhecimento do
nº 5.545, de 2005) período de recuperação indicado pelo médico
assistente, com base em critérios estabelecidos
§ 5º Na hipótese do § 4º, se o retorno à
pela área técnica do INSS. (Incluído pelo
atividade tiver ocorrido antes de quinze dias do
Decreto nº 8.691, de 2016)
afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-
doença a partir do dia seguinte ao que completar
aquele período. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de § 3º Para monitoramento e controle do
2003) registro e do processamento da documentação
médica recebida do segurado, o INSS deverá
§ 6º A impossibilidade de atendimento pela aplicar critérios internos de segurança operacional
Previdência Social ao segurado antes do término sobre os parâmetros utilizados na concessão
do período de recuperação indicado pelo médico inicial e na prorrogação dos
assistente na documentação autoriza o retorno do benefícios. (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de
empregado ao trabalho no dia seguinte à data 2016)
indicada pelo médico assistente. (Incluído
pelo Decreto nº 8.691, de 2016) § 4º O disposto neste artigo não afasta a
possibilidade de o INSS convocar o segurado, em

538
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
qualquer hipótese e a qualquer tempo, para idade e sob pena de suspensão do benefício, a
avaliação pericial. (Incluído pelo Decreto nº submeter-se a exame médico a cargo da
8.691, de 2016) previdência social, processo de reabilitação
profissional por ela prescrito e custeado e
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o
Art. 75-B. Nas hipóteses de que trata o § 5º cirúrgico e a transfusão de sangue, que são
do art. 60 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, facultativos.
o INSS poderá celebrar, mediante sua
coordenação e supervisão, convênios, termos de Art. 78. O auxílio-doença cessa pela
execução descentralizada, termos de fomento ou recuperação da capacidade para o trabalho, pela
de colaboração, contratos não onerosos ou transformação em aposentadoria por invalidez ou
acordos de cooperação técnica para a auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso
colaboração no processo de avaliação pericial por se resultar seqüela que implique redução da
profissional médico de órgãos e entidades públicos capacidade para o trabalho que habitualmente
que integrem o Sistema Único de Saúde - exercia.
SUS. (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de
§ 1º O INSS poderá estabelecer, mediante
2016) avaliação pericial ou com base na documentação
médica do segurado, nos termos do art. 75-A, o
Parágrafo único. A execução do disposto prazo que entender suficiente para a recuperação
neste artigo fica condicionada à edição da capacidade para o trabalho do
de: (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de segurado. (Redação dada pelo Decreto nº
2016) 8.691, de 2016)
§ 2º Caso o prazo concedido para a
I - ato do INSS para normatizar as hipóteses
de que trata o § 5º do art. 60 da Lei nº 8.213, de recuperação se revele insuficiente, o segurado
poderá solicitar a sua prorrogação, na forma
1991; e (Incluído pelo Decreto nº 8.691, de
2016) estabelecida pelo INSS. (Redação dada pelo
Decreto nº 8.691, de 2016)
II - ato conjunto dos Ministérios do Trabalho § 3º A comunicação da concessão do
e Previdência Social e da Saúde para dispor sobre auxílio-doença conterá as informações
a cooperação entre o INSS e os órgãos e as necessárias para o requerimento de sua
entidades que integram o SUS, observado o prorrogação. (Redação dada pelo Decreto
disposto no art. 14-A da Lei nº 8.080, de 19 de nº 8.691, de 2016)
setembro de 1990. (Incluído pelo Decreto nº
8.691, de 2016) § 4º A recepção de novo atestado
fornecido por médico assistente com declaração
de alta médica do segurado, antes do prazo
Art. 76. A previdência social deve processar estipulado na concessão ou na prorrogação do
de ofício o benefício, quando tiver ciência da auxílio-doença, culminará na cessação do
incapacidade do segurado sem que este tenha benefício na nova data indicada. (Incluído
requerido auxílio-doença.
pelo Decreto nº 8.691, de 2016)
Art. 76-A. É facultado à empresa protocolar
Art. 79. O segurado em gozo de auxílio-
requerimento de auxílio-doença ou documento
doença, insuscetível de recuperação para sua
dele originário de seu empregado ou de
atividade habitual, deverá submeter-se a processo
contribuinte individual a ela vinculado ou a seu
de reabilitação profissional para exercício de outra
serviço, na forma estabelecida pelo INSS.
atividade, não cessando o benefício até que seja
(Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
dado como habilitado para o desempenho de nova
Parágrafo único. A empresa que adotar o atividade que lhe garanta a subsistência ou,
procedimento previsto no caput terá acesso às quando considerado não recuperável, seja
decisões administrativas a ele relativas. (Incluído aposentado por invalidez.
pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
Art. 80. O segurado empregado em gozo de
Art. 77. O segurado em gozo de auxílio- auxílio-doença é considerado pela empresa como
doença está obrigado, independentemente de sua licenciado.

539
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. A empresa que garantir ao recolhimento das contribuições sobre a folha de
segurado licença remunerada ficará obrigada a salário.
pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a
eventual diferença entre o valor deste e a Art. 83. A partir de 1o de maio de 2004, o
importância garantida pela licença. valor da cota do salário-família por filho ou
equiparado de qualquer condição, até quatorze
Subseção VI
anos de idade ou inválido, é de: (Redação dada
Do Salário-família pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 81. O salário-família será devido,
mensalmente, ao segurado empregado, exceto o I - R$ 20,00 (vinte reais), para o segurado
doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham com remuneração mensal não superior a
salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 390,00 (trezentos e noventa reais); e (Incluído
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), na pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
proporção do respectivo número de filhos ou II - R$ 14,09 (quatorze reais e nove
equiparados, nos termos do art. 16, observado o centavos), para o segurado com remuneração
disposto no art. 83. (Vide Lei nº 8.213, de mensal superior a R$ 390,00 (trezentos e noventa
1991) reais) e igual ou inferior a R$ 586,19 (quinhentos e
Art. 82. O salário-família será pago oitenta e seis reais e dezenove centavos).
mensalmente: (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

I - ao empregado, pela empresa, com o Art. 84. O pagamento do salário-família será


respectivo salário, e ao trabalhador avulso, pelo devido a partir da data da apresentação da
sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, certidão de nascimento do filho ou da
mediante convênio; documentação relativa ao equiparado, estando
condicionado à apresentação anual de atestado de
II - ao empregado e trabalhador avulso vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e de
aposentados por invalidez ou em gozo de auxílio- comprovação semestral de freqüência à escola do
doença, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, filho ou equiparado, a partir dos sete anos de
juntamente com o benefício; idade. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
III - ao trabalhador rural aposentado por
idade aos sessenta anos, se do sexo masculino, § 1º A empresa deverá conservar, durante
ou cinqüenta e cinco anos, se do sexo feminino, dez anos, os comprovantes dos pagamentos e as
pelo Instituto Nacional do Seguro Social, cópias das certidões correspondentes, para
juntamente com a aposentadoria; e exame pela fiscalização do Instituto Nacional do
Seguro Social, conforme o disposto no § 7º do art.
IV - aos demais empregados e trabalhadores 225. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos
§ 2º Se o segurado não apresentar o
de idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos,
atestado de vacinação obrigatória e a
se do sexo feminino, pelo Instituto Nacional do
comprovação de freqüência escolar do filho ou
Seguro Social, juntamente com a aposentadoria.
equiparado, nas datas definidas pelo Instituto
§ 1º No caso do inciso I, quando o salário do Nacional do Seguro Social, o benefício do salário-
empregado não for mensal, o salário-família será família será suspenso, até que a documentação
pago juntamente com o último pagamento relativo seja apresentada.(Incluído pelo Decreto nº 3.265,
ao mês. de 1999)

§ 2º O salário-família do trabalhador avulso § 3º Não é devido salário-família no período


independe do número de dias trabalhados no mês, entre a suspensão do benefício motivada pela falta
devendo o seu pagamento corresponder ao valor de comprovação da freqüência escolar e o seu
integral da cota. reativamento, salvo se provada a freqüência
escolar regular no período.(Incluído pelo Decreto
§ 3º Quando o pai e a mãe são segurados nº 3.265, de 1999)
empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm § 4º A comprovação de freqüência escolar
direito ao salário-família. será feita mediante apresentação de documento
§ 4º As cotas do salário-família, pagas pela emitido pela escola, na forma de legislação
empresa, deverão ser deduzidas quando do própria, em nome do aluno, onde consta o registro
de freqüência regular ou de atestado do

540
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estabelecimento de ensino, comprovando a benefício, o valor das cotas indevidamente
regularidade da matrícula e freqüência escolar do recebidas, sem prejuízo das sanções penais
aluno.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) cabíveis, observado o disposto no § 2º do art. 154.
Art. 85. A invalidez do filho ou equiparado Art. 91. O empregado deve dar quitação à
maior de quatorze anos de idade deve ser empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-
verificada em exame médico-pericial a cargo da obra de cada recebimento mensal do salário-
previdência social. família, na própria folha de pagamento ou por outra
forma admitida, de modo que a quitação fique
Art. 86. O salário-família correspondente ao plena e claramente caracterizada.
mês de afastamento do trabalho será pago
integralmente pela empresa, pelo sindicato ou Art. 92. As cotas do salário-família não serão
órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, e incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou
o do mês da cessação de benefício pelo Instituto ao benefício.
Nacional do Seguro Social. Subseção VII

Art. 87. Tendo havido divórcio, separação Do Salário-maternidade


judicial ou de fato dos pais, ou em caso de Art. 93. O salário-maternidade é devido à
abandono legalmente caracterizado ou perda do segurada da previdência social, durante cento e
pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago vinte dias, com início vinte e oito dias antes e
diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do término noventa e um dias depois do parto,
menor, ou a outra pessoa, se houver determinação podendo ser prorrogado na forma prevista no § 3o.
judicial nesse sentido. (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
Art. 88. O direito ao salário-família cessa § 1º Para a segurada empregada, inclusive a
automaticamente: doméstica, observar-se-á, no que couber, as
I - por morte do filho ou equiparado, a contar situações e condições previstas na legislação
do mês seguinte ao do óbito; trabalhista relativas à proteção à maternidade.

II - quando o filho ou equiparado completar § 2o Será devido o salário-maternidade à


quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar segurada especial, desde que comprove o
do mês seguinte ao da data do aniversário; exercício de atividade rural nos últimos dez meses
imediatamente anteriores à data do parto ou do
III - pela recuperação da capacidade do filho requerimento do benefício, quando requerido
ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte antes do parto, mesmo que de forma descontínua,
ao da cessação da incapacidade; ou aplicando-se, quando for o caso, o disposto no
parágrafo único do art. 29. (Redação dada pelo
IV - pelo desemprego do segurado. Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 89. Para efeito de concessão e § 3º Em casos excepcionais, os períodos de
manutenção do salário-família, o segurado deve repouso anterior e posterior ao parto podem ser
firmar termo de responsabilidade, no qual se aumentados de mais duas semanas, mediante
comprometa a comunicar à empresa ou ao atestado médico específico. (Redação dada pelo
Instituto Nacional do Seguro Social qualquer fato Decreto nº 3.668, de 2000)
ou circunstância que determine a perda do direito
ao benefício, ficando sujeito, em caso do não § 4º Em caso de parto antecipado ou não, a
cumprimento, às sanções penais e trabalhistas. segurada tem direito aos cento e vinte dias
previstos neste artigo.
Art. 90. A falta de comunicação oportuna de
fato que implique cessação do salário-família, bem § 5º Em caso de aborto não criminoso,
como a prática, pelo empregado, de fraude de comprovado mediante atestado médico, a
qualquer natureza para o seu recebimento, segurada terá direito ao salário-maternidade
autoriza a empresa, o Instituto Nacional do Seguro correspondente a duas semanas. (Redação dada
Social, o sindicato ou órgão gestor de mão-de- pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
obra, conforme o caso, a descontar dos
pagamentos de cotas devidas com relação a § 6º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de
outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário 2001)
do empregado ou da renda mensal do seu
Art. 93-A. O salário-maternidade é devido à

541
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
segurada da Previdência Social que adotar ou rendimentos pagos ou creditados, a qualquer
obtiver guarda judicial para fins de adoção de título, à pessoa física que lhe preste serviço,
criança com idade: (Incluído pelo Decreto nº 4.729, devendo aplicar-se à renda mensal do benefício o
de 2003) disposto no art. 198. (Redação dada pelo Decreto
nº 4.862, de 2003)
I - até um ano completo, por cento e vinte
dias; (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) §§ 1º e 2º. (Revogados pelo Decreto nº
3.265, de 1999)
II - a partir de um ano até quatro anos
completos, por sessenta dias; ou(Incluído pelo § 3o A empregada deve dar quitação à
Decreto nº 4.729, de 2003) empresa dos recolhimentos mensais do salário-
maternidade na própria folha de pagamento ou
III - a partir de quatro anos até completar oito
por outra forma admitida, de modo que a quitação
anos, por trinta dias. (Incluído pelo Decreto nº fique plena e claramente caracterizada.(Incluído
4.729, de 2003) pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
§ 1º O salário-maternidade é devido à
§ 4o A empresa deve conservar, durante
segurada independentemente de a mãe biológica
ter recebido o mesmo benefício quando do dez anos, os comprovantes dos pagamentos e os
nascimento da criança. (Incluído pelo Decreto nº atestados ou certidões correspondentes para
4.729, de 2003) exame pela fiscalização do INSS, conforme o
disposto no § 7o do art. 225. (Incluído pelo
§ 2º O salário-maternidade não é devido Decreto nº 4.862, de 2003)
quando o termo de guarda não contiver a
observação de que é para fins de adoção ou só Art. 95. Compete à interessada instruir o
contiver o nome do cônjuge ou companheiro. requerimento do salário-maternidade com os
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) atestados médicos necessários. (Redação dada
pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
§ 3º Para a concessão do salário-
maternidade é indispensável que conste da nova Parágrafo único. Quando o benefício for
certidão de nascimento da criança, ou do termo de requerido após o parto, o documento
guarda, o nome da segurada adotante ou guardiã, comprobatório é a Certidão de Nascimento,
bem como, deste último, tratar-se de guarda para podendo, no caso de dúvida, a segurada ser
fins de adoção. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de submetida à avaliação pericial junto ao Instituto
2003) Nacional do Seguro Social. (Redação dada pelo
Decreto nº 3.668, de 2000)
§ 4º Quando houver adoção ou guarda
judicial para adoção de mais de uma criança, é Art. 96. O início do afastamento do trabalho
devido um único salário-maternidade relativo à da segurada empregada será determinado com
criança de menor idade, observado o disposto no base em atestado médico ou certidão de
art. 98. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) nascimento do filho. (Redação dada pelo Decreto
nº 4.862, de 2003)
§ 5º A renda mensal do salário-maternidade
é calculada na forma do disposto nos arts. 94, 100 §§ 1º e 2º. (Revogado pelo Decreto nº 4.729,
ou 101, de acordo com a forma de contribuição da de 2003)
segurada à Previdência Social. (Incluído pelo Art. 97. O salário-maternidade da segurada
Decreto nº 4.729, de 2003) empregada será devido pela previdência social
enquanto existir relação de emprego, observadas
§ 6o O salário-maternidade de que trata este
as regras quanto ao pagamento desse benefício
artigo é pago diretamente pela previdência
pela empresa. (Redação dada pelo Decreto nº
social. (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
6.122, de 2007)
Art. 94. O salário-maternidade para a
Parágrafo único. Durante o período de graça
segurada empregada consiste numa renda mensal
a que se refere o art. 13, a segurada
igual à sua remuneração integral e será pago pela
desempregada fará jus ao recebimento do salário-
empresa, efetivando-se a compensação,
maternidade nos casos de demissão antes da
observado o disposto no art. 248 da Constituição,
gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de
quando do recolhimento das contribuições
dispensa por justa causa ou a pedido, situações
incidentes sobre a folha de salários e demais
em que o benefício será pago diretamente pela

542
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
previdência social. (Incluído pelo Decreto nº 6.122, incapacidade em concomitância com o período de
de 2007) pagamento do salário-maternidade, o benefício
por incapacidade, conforme o caso, deverá ser
Art. 98. No caso de empregos concomitantes, suspenso enquanto perdurar o referido
a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo pagamento, ou terá sua data de início adiada para
a cada emprego. o primeiro dia seguinte ao término do período de
Art. 99. Nos meses de início e término do cento e vinte dias.
salário-maternidade da segurada empregada, o Art. 103. A segurada aposentada que retornar
salário-maternidade será proporcional aos dias de à atividade fará jus ao pagamento do salário-
afastamento do trabalho. maternidade, de acordo com o disposto no art. 93.
Art. 100. O salário-maternidade da segurada
trabalhadora avulsa, pago diretamente pela
Subseção VIII
previdência social, consiste numa renda mensal
igual à sua remuneração integral equivalente a um Do Auxílio-acidente
mês de trabalho, devendo aplicar-se à renda Art. 104. O auxílio-acidente será concedido,
mensal do benefício o disposto no art. 198. como indenização, ao segurado empregado,
(Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003) exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao
segurado especial quando, após a consolidação
Art. 101. O salário-maternidade, observado das lesões decorrentes de acidente de qualquer
o disposto nos arts. 35, 198, 199 ou 199-A, pago natureza, resultar seqüela definitiva, conforme as
diretamente pela previdência social, consistirá: situações discriminadas no anexo III, que implique:
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
I - em valor correspondente ao do seu último
I - redução da capacidade para o trabalho
salário-de-contribuição, para a segurada
que habitualmente exerciam; (Redação dada pelo
empregada doméstica; (Incluído pelo Decreto nº
Decreto nº 4.729, de 2003)
3.265, de 1999)
II - em um salário mínimo, para a segurada II - redução da capacidade para o trabalho
especial; (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999) que habitualmente exerciam e exija maior esforço
para o desempenho da mesma atividade que
III - em um doze avos da soma dos doze exerciam à época do acidente; ou
últimos salários-de-contribuição, apurados em
período não superior a quinze meses, para as III - impossibilidade de desempenho da
seguradas contribuinte individual, facultativa e atividade que exerciam à época do acidente,
para as que mantenham a qualidade de segurada porém permita o desempenho de outra, após
na forma do art. 13. (Redação dada pelo Decreto processo de reabilitação profissional, nos casos
nº 6.122, de 2007) indicados pela perícia médica do Instituto Nacional
do Seguro Social.
§§ 1º e 2º. (Revogados pelo Decreto nº
3.265, de 1999) § 1º O auxílio-acidente mensal
corresponderá a cinqüenta por cento do salário-
§ 3o O documento comprobatório para de-benefício que deu origem ao auxílio-doença do
requerimento do salário-maternidade da segurada segurado, corrigido até o mês anterior ao do início
que mantenha esta qualidade é a certidão de do auxílio-acidente e será devido até a véspera de
nascimento do filho, exceto nos casos de aborto início de qualquer aposentadoria ou até a data do
espontâneo, quando deverá ser apresentado óbito do segurado.
atestado médico, e no de adoção ou guarda para
§ 2º O auxílio-acidente será devido a contar
fins de adoção, casos em que serão observadas
do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença,
as regras do art. 93-A, devendo o evento gerador
independentemente de qualquer remuneração ou
do benefício ocorrer, em qualquer hipótese, dentro
rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua
do período previsto no art. 13. (Incluído pelo
acumulação com qualquer aposentadoria.
Decreto nº 6.122, de 2007)
§ 3º O recebimento de salário ou concessão
Art. 102. O salário-maternidade não pode ser
de outro benefício, exceto de aposentadoria, não
acumulado com benefício por incapacidade.
prejudicará a continuidade do recebimento do
Parágrafo único. Quando ocorrer auxílio-acidente.

543
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º Não dará ensejo ao benefício a que se data de entrada do requerimento.
refere este artigo o caso:
§ 1o No caso do disposto no inciso II, a data
I - que apresente danos funcionais ou de início do benefício será a data do óbito,
redução da capacidade funcional sem repercussão aplicados os devidos reajustamentos até a data de
na capacidade laborativa; e início do pagamento, não sendo devida qualquer
importância relativa ao período anterior à data de
II - de mudança de função, mediante entrada do requerimento. (Redação dada pelo
readaptação profissional promovida pela empresa, Decreto nº 5.545, de 2005)
como medida preventiva, em decorrência de
inadequação do local de trabalho. § 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de
2005)
§ 5o A perda da audição, em qualquer grau,
somente proporcionará a concessão do auxílio- Art. 106. A pensão por morte consiste numa
acidente quando, além do reconhecimento do renda mensal calculada na forma do § 3º do art.
nexo entre o trabalho e o agravo, resultar, 39.
comprovadamente, na redução ou perda da
capacidade para o trabalho que o segurado Parágrafo único. O valor da pensão por
morte devida aos dependentes do segurado
habitualmente exercia. (Redação dada pelo
recluso que, nessa condição, exercia atividade
Decreto nº 6.939, de 2009) remunerada será obtido mediante a realização de
§ 6º No caso de reabertura de auxílio-doença cálculo com base no novo tempo de contribuição e
por acidente de qualquer natureza que tenha dado salários-de-contribuição correspondentes, neles
origem a auxílio-acidente, este será suspenso até incluídas as contribuições recolhidas enquanto
a cessação do auxílio-doença reaberto, quando recluso, facultada a opção pela pensão com valor
será reativado. correspondente ao do auxílio-reclusão, na forma
do disposto no § 3º do art. 39. (Incluído pelo
§ 7o Cabe a concessão de auxílio-acidente Decreto nº 4.729, de 2003)
oriundo de acidente de qualquer natureza ocorrido Art. 107. A concessão da pensão por morte
durante o período de manutenção da qualidade de
não será protelada pela falta de habilitação de
segurado, desde que atendidas às condições
outro possível dependente, e qualquer habilitação
inerentes à espécie. (Redação dada pelo Decreto
posterior que importe em exclusão ou inclusão de
nº 6.722, de 2008).
dependente somente produzirá efeito a contar da
§ 8º Para fins do disposto no caput data da habilitação.
considerar-se-á a atividade exercida na data do Art. 108. A pensão por morte somente será
acidente.(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
devida ao filho e ao irmão cuja invalidez tenha
Subseção IX ocorrido antes da emancipação ou de completar a
Da Pensão por Morte idade de vinte e um anos, desde que reconhecida
Art. 105. A pensão por morte será devida ao ou comprovada, pela perícia médica do INSS, a
conjunto dos dependentes do segurado que continuidade da invalidez até a data do óbito do
falecer, aposentado ou não, a contar da data: segurado. (Redação dada pelo Decreto nº
6.939, de 2009)
I - do óbito, quando requerido até trinta dias
depois deste; (Redação dada pelo Decreto nº Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº
5.545, de 2005) 6.722, de 2008).
II - do requerimento, quando requerida após Art. 109. O pensionista inválido está
o prazo previsto no inciso I; ou obrigado, independentemente de sua idade e sob
pena de suspensão do benefício, a submeter-se a
III - da decisão judicial, no caso de morte exame médico a cargo da previdência social,
presumida. processo de reabilitação profissional por ela
Parágrafo único. No caso do disposto no prescrito e custeado e tratamento dispensado
inciso II, a data de início do benefício será a data gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de
do óbito, aplicados os devidos reajustamentos até sangue, que são facultativos.
a data de início do pagamento, não sendo devida Art. 110. O cônjuge ausente somente fará jus
qualquer importância relativa a período anterior à

544
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ao benefício a partir da data de sua habilitação e (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
mediante prova de dependência econômica, não
excluindo do direito a companheira ou o § 2o Não se aplica o disposto no inciso IV do
companheiro. caput quando o cônjuge ou companheiro adota o
filho do outro. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de
Art. 111. O cônjuge divorciado ou separado 2005)
judicialmente ou de fato, que recebia pensão de
alimentos, receberá a pensão em igualdade de Art. 115. O dependente menor de idade que
condições com os demais dependentes referidos se invalidar antes de completar vinte e um anos
no inciso I do art. 16. deverá ser submetido a exame médico-pericial,
não se extinguindo a respectiva cota se
Art. 112. A pensão poderá ser concedida, em confirmada a invalidez.
caráter provisório, por morte presumida: Subseção X

I - mediante sentença declaratória de Do Auxílio-reclusão


ausência, expedida por autoridade judiciária, a Art. 116. O auxílio-reclusão será devido, nas
contar da data de sua emissão; ou mesmas condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado recolhido à prisão que
II - em caso de desaparecimento do
não receber remuneração da empresa nem estiver
segurado por motivo de catástrofe, acidente ou
em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou
desastre, a contar da data da ocorrência, mediante
abono de permanência em serviço, desde que o
prova hábil.
seu último salário-de-contribuição seja inferior ou
Parágrafo único. Verificado o igual a R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais).
reaparecimento do segurado, o pagamento da § 1º É devido auxílio-reclusão aos
pensão cessa imediatamente, ficando os
dependentes do segurado quando não houver
dependentes desobrigados da reposição dos
salário-de-contribuição na data do seu efetivo
valores recebidos, salvo má-fé.
recolhimento à prisão, desde que mantida a
Art. 113. A pensão por morte, havendo mais qualidade de segurado.
de um pensionista, será rateada entre todos, em § 2º O pedido de auxílio-reclusão deve ser
partes iguais.
instruído com certidão do efetivo recolhimento do
Parágrafo único. Reverterá em favor dos segurado à prisão, firmada pela autoridade
demais dependentes a parte daquele cujo direito à competente.
pensão cessar. § 3º Aplicam-se ao auxílio-reclusão as
Art. 114. O pagamento da cota individual da normas referentes à pensão por morte, sendo
pensão por morte cessa: necessária, no caso de qualificação de
dependentes após a reclusão ou detenção do
I - pela morte do pensionista; segurado, a preexistência da dependência
econômica.
II - para o pensionista menor de idade, ao
completar vinte e um anos, salvo se for inválido, ou § 4º A data de início do benefício será fixada
pela emancipação, ainda que inválido, exceto, na data do efetivo recolhimento do segurado à
neste caso, se a emancipação for decorrente de prisão, se requerido até trinta dias depois desta, ou
colação de grau científico em curso de ensino na data do requerimento, se posterior, observado,
superior; ou (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, no que couber, o disposto no inciso I do art. 105.
de 1999) (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
III - para o pensionista inválido, pela § 5º O auxílio-reclusão é devido, apenas,
cessação da invalidez, verificada em exame durante o período em que o segurado estiver
médico-pericial a cargo da previdência social. recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-
aberto. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
IV - pela adoção, para o filho adotado que
receba pensão por morte dos pais biológicos. § 6º O exercício de atividade remunerada
(Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005) pelo segurado recluso em cumprimento de pena
em regime fechado ou semi-aberto que contribuir
§ 1o Com a extinção da cota do último na condição de segurado de que trata a alínea "o"
pensionista, a pensão por morte será encerrada. do inciso V do art. 9º ou do inciso IX do § 1º do art.

545
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
11 não acarreta perda do direito ao recebimento do pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
auxílio-reclusão pelos seus dependentes. (Incluído CAPÍTULO III
pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
DO RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO
Seção Única
Art. 117. O auxílio-reclusão será mantido
enquanto o segurado permanecer detento ou Do Reconhecimento do Tempo de
recluso. Filiação
§ 1º O beneficiário deverá apresentar Art. 121. Reconhecimento de filiação é o
trimestralmente atestado de que o segurado direito do segurado de ter reconhecido, em
continua detido ou recluso, firmado pela qualquer época, o tempo de exercício de atividade
autoridade competente. anteriormene abrangida pela previdência social.
Subseção I
§ 2º No caso de fuga, o benefício será
Da Indenização
suspenso e, se houver recaptura do segurado,
será restabelecido a contar da data em que esta Art. 122. O reconhecimento de filiação no
ocorrer, desde que esteja ainda mantida a período em que o exercício de atividade
qualidade de segurado. remunerada não exigia filiação obrigatória à
previdência social somente será feito mediante
§ 3º Se houver exercício de atividade dentro indenização das contribuições relativas ao
do período de fuga, o mesmo será considerado respectivo período, conforme o disposto nos §§ 7º
para a verificação da perda ou não da qualidade a 14 do art. 216 e § 8º do art. 239.
de segurado.
§ 1º O valor a ser indenizado poderá ser
Art. 118. Falecendo o segurado detido ou objeto de parcelamento mediante solicitação do
recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago segurado, de acordo com o disposto no art. 244,
será automaticamente convertido em pensão por observado o § 1º do art. 128.
morte.
§ 2º Para fins de concessão de benefício
Parágrafo único. Não havendo concessão constante das alíneas "a" a "e" e "h" do inciso I do
de auxílio-reclusão, em razão de salário-de- art. 25, não se admite o parcelamento de débito.
contribuição superior a R$ 360,00 (trezentos e
sessenta reais), será devida pensão por morte aos Art. 123. Para fins de concessão dos
dependentes se o óbito do segurado tiver ocorrido benefícios deste Regulamento, o tempo de serviço
dentro do prazo previsto no inciso IV do art. 13. prestado pelo trabalhador rural anteriormente à
competência novembro de 1991 será reconhecido,
Art. 119. É vedada a concessão do auxílio- desde que devidamente comprovado.
reclusão após a soltura do segurado.
Parágrafo único. Para fins de contagem
Subseção XI
recíproca, o tempo de serviço a que se refere o
Do Abono Anual caput somente será reconhecido mediante a
Art. 120. Será devido abono anual ao indenização de que trata o § 13 do art. 216,
segurado e ao dependente que, durante o ano, observado o disposto no § 8º do 239.
recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, Subseção II
aposentadoria, salário-maternidade, pensão por Da Retroação da Data do Início das
morte ou auxílio-reclusão.(Redação dada pelo
Decreto nº 4.032, de 2001) Contribuições
Art. 124. Caso o segurado contribuinte
§ 1º O abono anual será calculado, no que individual manifeste interesse em recolher
couber, da mesma forma que a gratificação contribuições relativas a período anterior à sua
natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor inscrição, a retroação da data do início das
da renda mensal do benefício do mês de dezembro contribuições será autorizada, desde que
de cada ano. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de comprovado o exercício de atividade remunerada
2001) no respectivo período, observado o disposto nos
§ 2º O valor do abono anual correspondente §§ 7º a 14 do art. 216 e no § 8º do art. 239.
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
ao período de duração do salário-maternidade
será pago, em cada exercício, juntamente com a Parágrafo único. O valor do débito poderá
última parcela do benefício nele devida.(Incluído ser objeto de parcelamento mediante solicitação

546
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do segurado junto ao setor de arrecadação e tratados, convenções ou acordos internacionais de
fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social, previdência social. (Redação dada pelo
observado o disposto no § 2º do art. 122, no § 1º Decreto nº 6.042, de 2007).
do art. 128 e no art. 244.
CAPÍTULO IV § 3º É permitida a emissão de certidão de
DA CONTAGEM RECÍPROCA DE tempo de contribuição para períodos de
contribuição posteriores à data da aposentadoria
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO no Regime Geral de Previdência Social. (Incluído
Art. 125. Para efeito de contagem recíproca, pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
hipótese em que os diferentes sistemas de
previdência social compensar-se-ão § 4o Para efeito de contagem recíproca, o
financeiramente, é assegurado: período em que o segurado contribuinte individual
e o facultativo tiverem contribuído na forma do art.
I - o cômputo do tempo de contribuição na 199-A só será computado se forem
administração pública, para fins de concessão de complementadas as contribuições na forma do §
benefícios previstos no Regime Geral de
1o do citado artigo. (Incluído pelo Decreto nº
Previdência Social, inclusive de aposentadoria em
decorrência de tratado, convenção ou acordo 6.042, de 2007).
internacional; e (Redação dada pelo Decreto § 5o A certidão referente ao tempo de
nº 6.042, de 2007). contribuição com deficiência deverá identificar os
períodos com deficiência e seus
II - para fins de emissão de certidão de tempo
de contribuição, pelo INSS, para utilização no graus. (Incluído pelo Decreto nº 8.145, de
serviço público, o cômputo do tempo de 2013)
contribuição na atividade privada, rural e urbana,
Art. 126. O segurado terá direito de
observado o disposto no § 4o deste artigo e no computar, para fins de concessão dos benefícios
parágrafo único do art. 123, § 13 do art. 216 e § 8o do Regime Geral de Previdência Social, o tempo
do art. 239. (Redação dada pelo Decreto nº de contribuição na administração pública federal
6.042, de 2007). direta, autárquica e fundacional". (Redação dada
pelo Decreto nº 3.112, de 6.7.99)

§ 1o Para os fins deste artigo, é Parágrafo único. Poderá ser contado o


tempo de contribuição na administração pública
vedada: (Redação dada pelo Decreto nº
direta, autárquica e fundacional dos Estados, do
8.145, de 2013) Distrito Federal e dos Municípios, desde que estes
assegurem aos seus servidores, mediante
I - conversão do tempo de contribuição legislação própria, a contagem de tempo de
exercido em atividade sujeita à condições contribuição em atividade vinculada ao Regime
especiais, nos termos dos arts. 66 e Geral de Previdência Social.
70; (Redação dada pelo Decreto nº 8.145,
Art. 127. O tempo de contribuição de que
de 2013) trata este Capítulo será contado de acordo com a
legislação pertinente, observadas as seguintes
II - conversão do tempo cumprido pelo normas:
segurado com deficiência, reconhecida na forma
do art. 70-D, em tempo de contribuição comum; I - não será admitida a contagem em dobro
e (Redação dada pelo Decreto nº 8.145, de ou em outras condições especiais;
2013) II - é vedada a contagem de tempo de
contribuição no serviço público com o de
III - a contagem de qualquer tempo de contribuição na atividade privada, quando
serviço fictício. (Redação dada pelo Decreto concomitantes;
nº 8.145, de 2013) III - não será contado por um regime o tempo
de contribuição utilizado para concessão de
aposentadoria por outro regime;
§ 2o Admite-se a aplicação da contagem
recíproca de tempo de contribuição no âmbito dos IV - o tempo de contribuição anterior ou

547
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
posterior à obrigatoriedade de filiação à II - pelo setor competente do Instituto
previdência social somente será contado mediante Nacional do Seguro Social, relativamente ao
observância, quanto ao período respectivo, do tempo de contribuição para o Regime Geral de
disposto nos arts. 122 e 124; e Previdência Social. (Redação dada pelo Decreto
nº 3.668, de 2000)
V - o tempo de contribuição do segurado
trabalhador rural anterior à competência novembro § 1º O setor competente do Instituto Nacional
de 1991 será computado, desde que observado o do Seguro Social deverá promover o levantamento
disposto no parágrafo único do art. 123, no § 13 do do tempo de filiação ao Regime Geral de
art. 216 e no § 8º do art. 239. Previdência Social à vista dos assentamentos
internos ou das anotações na Carteira do Trabalho
Art. 128. A certidão de tempo de contribuição
ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
anterior ou posterior à filiação obrigatória à
ou de outros meios de prova admitidos em direito.
previdência social somente será expedida
(Redação dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
mediante a observância do disposto nos arts. 122
e 124. § 2º O setor competente do órgão federal,
estadual, do Distrito Federal ou municipal deverá
§ 1º A certidão de tempo de contribuição,
promover o levantamento do tempo de
para fins de averbação do tempo em outros
contribuição para o respectivo regime próprio de
regimes de previdência, somente será expedida
previdência social à vista dos assentamentos
pelo Instituto Nacional do Seguro Social após a
funcionais.
comprovação da quitação de todos os valores
devidos, inclusive de eventuais parcelamentos de § 3º Após as providências de que tratam os
débito. §§ 1º e 2º, e observado, quando for o caso, o
disposto no § 9º, os setores competentes deverão
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de
emitir certidão de tempo de contribuição, sem
1999)
rasuras, constando, obrigatoriamente: (Redação
§ 3º Observado o disposto no § 6º do art. 62, dada pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
a certidão de tempo de contribuição referente a I - órgão expedidor;
período de atividade rural anterior à competência
novembro de 1991 somente será emitida mediante II - nome do servidor, seu número de
comprovação do recolhimento das contribuições matrícula, RG, CPF, sexo, data de nascimento,
correspondentes ou indenização nos termos dos filiação, número do PIS ou PASEP, e, quando for o
§§ 13 e 14 do art. 216, observado o disposto no caso, cargo efetivo, lotação, data de admissão e
§ 8º do art. 239. data de exoneração ou demissão; (Redação dada
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Art. 129. O segurado em gozo de auxílio-
acidente, auxílio-suplementar ou abono de III - período de contribuição, de data a data,
permanência em serviço terá o benefício compreendido na certidão;
encerrado na data da emissão da certidão de
tempo de contribuição. (Redação dada pelo IV - fonte de informação;
Decreto nº 4.729, de 2003)
V - discriminação da freqüência durante o
Art. 130. O tempo de contribuição para período abrangido pela certidão, indicadas as
regime próprio de previdência social ou para várias alterações, tais como faltas, licenças,
Regime Geral de Previdência Social deve ser suspensões e outras ocorrências;
provado com certidão fornecida: (Redação dada
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). VI - soma do tempo líquido;

I - pela unidade gestora do regime próprio de VII - declaração expressa do servidor


previdência social ou pelo setor competente da responsável pela certidão, indicando o tempo
administração federal, estadual, do Distrito Federal líquido de efetiva contribuição em dias, ou anos,
e municipal, suas autarquias e fundações, desde meses e dias;
que devidamente homologada pela unidade VIII - assinatura do responsável pela certidão
gestora do regime próprio, relativamente ao tempo e do dirigente do órgão expedidor e, no caso de
de contribuição para o respectivo regime próprio ser emitida por outro órgão da administração do
de previdência social; ou (Redação dada pelo ente federativo, homologação da unidade gestora
Decreto nº 6.722, de 2008). do regime próprio de previdência social; (Redação

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). casos de acumulação de cargos ou empregos
públicos admitidos pela Constituição. (Redação
IX - indicação da lei que assegure, aos dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
servidores do Estado, do Distrito Federal ou do
Município, aposentadorias por invalidez, idade, § 13. Em hipótese alguma será expedida
tempo de contribuição e compulsória, e pensão por certidão de tempo de contribuição para período
morte, com aproveitamento de tempo de que já tiver sido utilizado para a concessão de
contribuição prestado em atividade vinculada ao aposentadoria, em qualquer regime de previdência
Regime Geral de Previdência Social. social. (Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000)

§ 4º A certidão de tempo de contribuição § 14. A certidão de que trata o § 3o deverá


deverá ser expedida em duas vias, das quais a vir acompanhada de relação dos valores das
primeira será fornecida ao interessado, mediante remunerações, por competência, que serão
recibo passado na segunda via, implicando sua utilizados para fins de cálculo dos proventos da
concordância quanto ao tempo certificado. aposentadoria. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
§ 5º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
§ 15. O tempo de serviço considerado para
2008).
efeito de aposentadoria e cumprido até 15 de
§ 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de dezembro de 1998 será contado como tempo de
2008). contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
§ 7º Quando solicitado pelo segurado que
exerce cargos constitucionalmente acumuláveis, é § 16. Caberá revisão da certidão de tempo
permitida a emissão de certidão única com de contribuição, inclusive de ofício, quando
destinação do tempo de contribuição para, no constatado erro material, vedada à destinação da
máximo, dois órgãos distintos. certidão a órgão diverso daquele a que se
destinava originariamente. (Incluído pelo Decreto
§ 8º Na situação do parágrafo anterior, a nº 6.722, de 2008).
certidão de tempo de contribuição deverá ser
expedida em três vias, das quais a primeira e a Art. 131. Concedido o benefício, caberá:
segunda serão fornecidas ao interessado,
I - ao Instituto Nacional do Seguro Social
mediante recibo passado na terceira via,
implicando sua concordância quanto ao tempo comunicar o fato ao órgão público emitente da
certificado. certidão, para as anotações nos registros
funcionais e/ou na segunda via da certidão de
§ 9º A certidão só poderá ser fornecida para tempo de contribuição; e
os períodos de efetiva contribuição para o Regime
II - ao órgão público comunicar o fato ao
Geral de Previdência Social, devendo ser
excluídos aqueles para os quais não tenha havido Instituto Nacional do Seguro Social, para efetuar
contribuição, salvo se recolhida na forma dos §§ 7º os registros cabíveis.
a 14 do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº 3.668, Art. 132. O tempo de contribuição na
de 2000) administração pública federal, estadual, do Distrito
§ 10. Poderá ser emitida, por solicitação do Federal ou municipal de que trata este Capítulo
segurado, certidão de tempo de contribuição para será considerado para efeito do percentual de
período fracionado. (Incluído pelo Decreto nº acréscimo previsto no inciso III do art. 39.
3.668, de 2000)
Art. 133. O tempo de contribuição certificado
§ 11. Na hipótese do parágrafo anterior, a na forma deste Capítulo produz, no Instituto
certidão conterá informação de todo o tempo de Nacional do Seguro Social e nos órgãos ou
contribuição ao Regime Geral de Previdência autarquias federais, estaduais, do Distrito Federal
Social e a indicação dos períodos a serem ou municipais, todos os efeitos previstos na
aproveitados no regime próprio de previdência respectiva legislação pertinente.
social.(Incluído pelo Decreto nº 3.668, de 2000)
Art. 134. As aposentadorias e demais
§ 12. É vedada a contagem de tempo de benefícios resultantes da contagem de tempo de
contribuição de atividade privada com a do serviço contribuição na forma deste Capítulo serão
público ou de mais de uma atividade no serviço concedidos e pagos pelo regime a que o
público, quando concomitantes, ressalvados os interessado pertencer ao requerê-los e o seu valor

549
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
será calculado na forma da legislação pertinente. domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações
excepcionais em que este terá direito à
Art. 135. (Revogado pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
reabilitação profissional fora dela.
CAPÍTULO V
§ 2º Quando indispensáveis ao
DA HABILITAÇÃO E DA desenvolvimento do processo de reabilitação
REABILITAÇÃO PROFISSIONAL profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social
Art. 136. A assistência (re)educativa e de fornecerá aos segurados, inclusive aposentados,
(re)adaptação profissional, instituída sob a em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu
denominação genérica de habilitação e reparo ou substituição, instrumentos de auxílio
reabilitação profissional, visa proporcionar aos para locomoção, bem como equipamentos
beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente necessários à habilitação e à reabilitação
para o trabalho, em caráter obrigatório, profissional, transporte urbano e alimentação e, na
independentemente de carência, e às pessoas medida das possibilidades do Instituto, aos seus
portadoras de deficiência, os meios indicados para dependentes.
proporcionar o reingresso no mercado de trabalho
e no contexto em que vivem. § 3º No caso das pessoas portadoras de
deficiência, a concessão dos recursos materiais
§ 1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro referidos no parágrafo anterior ficará condicionada
Social promover a prestação de que trata este à celebração de convênio de cooperação técnico-
artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de financeira.
acordo com as possibilidades administrativas,
técnicas, financeiras e as condições locais do § 4º O Instituto Nacional do Seguro Social
órgão, aos seus dependentes, preferencialmente não reembolsará as despesas realizadas com a
mediante a contratação de serviços aquisição de órtese ou prótese e outros recursos
especializados. materiais não prescritos ou não autorizados por
suas unidades de reabilitação profissional.
§ 2º As pessoas portadoras de deficiência
serão atendidas mediante celebração de convênio Art. 138. Cabe à unidade de reabilitação
de cooperação técnico-financeira. profissional comunicar à perícia médica a
ocorrência de que trata o § 2º do art. 337.
Art. 137. O processo de habilitação e de
reabilitação profissional do beneficiário será Art. 139. A programação profissional será
desenvolvido por meio das funções básicas de: desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos,
na comunidade, por meio de contratos, acordos e
I - avaliação do potencial convênios com instituições e empresas públicas
laborativo; (Redação dada pelo Decreto nº 3.668, ou privadas, na forma do art. 317.
de 2000)
§ 1º O treinamento do reabilitando, quando
II - orientação e acompanhamento da realizado em empresa, não estabelece qualquer
programação profissional; vínculo empregatício ou funcional entre o
reabilitando e a empresa, bem como entre estes e
III - articulação com a comunidade, inclusive o Instituto Nacional do Seguro Social.
mediante a celebração de convênio para
reabilitação física restrita a segurados que § 2º Compete ao reabilitando, além de acatar
cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao e cumprir as normas estabelecidas nos contratos,
programa de reabilitação profissional, com vistas acordos ou convênios, pautar-se no regulamento
ao reingresso no mercado de trabalho; e (Redação daquelas organizações.
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 140. Concluído o processo de
IV - acompanhamento e pesquisa da fixação reabilitação profissional, o Instituto Nacional do
no mercado de trabalho. Seguro Social emitirá certificado individual
indicando a função para a qual o reabilitando foi
§ 1º A execução das funções de que trata o capacitado profissionalmente, sem prejuízo do
caput dar-se-á, preferencialmente, mediante o exercício de outra para a qual se julgue
trabalho de equipe multiprofissional especializada capacitado.
em medicina, serviço social, psicologia, sociologia,
fisioterapia, terapia ocupacional e outras afins ao § 1º Não constitui obrigação da previdência
processo, sempre que possível na localidade do social a manutenção do segurado no mesmo

550
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
emprego ou a sua colocação em outro para o qual é parte de processo antecedente, vedada sua
foi reabilitado, cessando o processo de tramitação na condição de processo autônomo.
reabilitação profissional com a emissão do
certificado a que se refere o caput. Art. 143. A justificação administrativa ou
judicial, no caso de prova exigida pelo art. 62,
§ 2º Cabe à previdência social a articulação dependência econômica, identidade e de relação
com a comunidade, com vistas ao levantamento de parentesco, somente produzirá efeito quando
da oferta do mercado de trabalho, ao baseada em início de prova material, não sendo
direcionamento da programação profissional e à admitida prova exclusivamente testemunhal.
possibilidade de reingresso do reabilitando no
mercado formal. § 1º No caso de prova exigida pelo art. 62 é
dispensado o início de prova material quando
§ 3º O acompanhamento e a pesquisa de que houver ocorrência de motivo de força maior ou
trata o inciso IV do art. 137 é obrigatório e tem caso fortuito.
como finalidade a comprovação da efetividade do
processo de reabilitação profissional. § 2º Caracteriza motivo de força maior ou
caso fortuito a verificação de ocorrência notória,
Art. 141. A empresa com cem ou mais tais como incêndio, inundação ou
empregados está obrigada a preencher de dois por desmoronamento, que tenha atingido a empresa
cento a cinco por cento de seus cargos com na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo
beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras ser comprovada mediante registro da ocorrência
de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: policial feito em época própria ou apresentação de
documentos contemporâneos dos fatos, e
I - até duzentos empregados, dois por cento; verificada a correlação entre a atividade da
II - de duzentos e um a quinhentos empresa e a profissão do segurado.
empregados, três por cento; § 3º Se a empresa não estiver mais em
III - de quinhentos e um a mil empregados, atividade, deverá o interessado juntar prova oficial
de sua existência no período que pretende
quatro por cento; ou
comprovar.
IV - mais de mil empregados, cinco por cento.
§ 4º No caso dos segurados empregado
§ 1º A dispensa de empregado na condição doméstico e contribuinte individual, após a
estabelecida neste artigo, quando se tratar de homologação do processo, este deverá ser
contrato por tempo superior a noventa dias e a encaminhado ao setor competente de arrecadação
imotivada, no contrato por prazo indeterminado, para levantamento e cobrança do crédito.
somente poderá ocorrer após a contratação de (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
substituto em condições semelhantes.
Art. 144. A homologação da justificação
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.298, de judicial processada com base em prova
1999) exclusivamente testemunhal dispensa a
justificação administrativa, se complementada com
início razoável de prova material.
CAPÍTULO VI
Art. 145. Para o processamento de
DA JUSTIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA justificação administrativa, o interessado deverá
Art. 142. A justificação administrativa constitui apresentar requerimento expondo, clara e
recurso utilizado para suprir a falta ou insuficiência minuciosamente, os pontos que pretende justificar,
de documento ou produzir prova de fato ou indicando testemunhas idôneas, em número não
circunstância de interesse dos beneficiários, inferior a três nem superior a seis, cujos
perante a previdência social. depoimentos possam levar à convicção da
veracidade do que se pretende comprovar.
§ 1º Não será admitida a justificação
administrativa quando o fato a comprovar exigir Parágrafo único. As testemunhas, no dia e
registro público de casamento, de idade ou de hora marcados, serão inquiridas a respeito dos
óbito, ou de qualquer ato jurídico para o qual a lei pontos que forem objeto da justificação, indo o
prescreva forma especial. processo concluso, a seguir, à autoridade que
houver designado o processante, a quem
§ 2º O processo de justificação administrativa competirá homologar ou não a justificação

551
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
realizada. poderes irrevogáveis ou em causa própria para
seu recebimento, ressalvado o disposto no art.
Art. 146. Não podem ser testemunhas: 154.
I - os loucos de todo o gênero; Art. 154. O Instituto Nacional do Seguro
II - os cegos e surdos, quando a ciência do Social pode descontar da renda mensal do
benefício:
fato, que se quer provar, dependa dos sentidos,
que lhes faltam; I - contribuições devidas pelo segurado à
III - os menores de dezesseis anos; e previdência social;
II - pagamentos de benefícios além do
IV - o ascendente, descendente ou colateral,
devido, observado o disposto nos §§ 2º ao 5º;
até o terceiro grau, por consangüinidade ou
afinidade. III - imposto de renda na fonte;
Art. 147. Não caberá recurso da decisão da IV - alimentos decorrentes de sentença
autoridade competente do Instituto Nacional do judicial; e
Seguro Social que considerar eficaz ou ineficaz a
justificação administrativa. V - mensalidades de associações e demais
entidades de aposentados legalmente
Art. 148. A justificação administrativa será reconhecidas, desde que autorizadas por seus
avaliada globalmente quanto à forma e ao mérito, filiados, observado o disposto no § 1º.
valendo perante o Instituto Nacional do Seguro
Social para os fins especificamente visados, caso VI - pagamento de empréstimos,
considerada eficaz. financiamentos e operações de arrendamento
mercantil concedidos por instituições financeiras e
Art. 149. A justificação administrativa será sociedades de arrendamento mercantil, públicas
processada sem ônus para o interessado e nos ou privadas, quando expressamente autorizado
termos das instruções do Instituto Nacional do pelo beneficiário, até o limite de trinta por cento do
Seguro Social. valor do benefício. (Incluído pelo Decreto nº 4.862,
Art. 150. Aos autores de declarações falsas, de 2003)
prestadas em justificações processadas perante a § 1º O desconto a que se refere o inciso V do
previdência social, serão aplicadas as penas caput ficará na dependência da conveniência
previstas no art. 299 do Código Penal. administrativa do setor de benefícios do Instituto
Art. 151. Somente será admitido o Nacional do Seguro Social.
processamento de justificação administrativa na § 2º A restituição de importância recebida
hipótese de ficar evidenciada a inexistência de indevidamente por beneficiário da previdência
outro meio capaz de configurar a verdade do fato social, nos casos comprovados de dolo, fraude ou
alegado, e o início de prova material apresentado má-fé, deverá ser atualizada nos moldes do art.
levar à convicção do que se pretende comprovar. 175, e feita de uma só vez ou mediante acordo de
CAPÍTULO VII parcelamento na forma do art. 244,
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS independentemente de outras penalidades legais.
(Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DO
REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA § 3º Caso o débito seja originário de erro da
previdência social, o segurado, usufruindo de
SOCIAL benefício regularmente concedido, poderá
Art. 152. Nenhum benefício ou serviço da devolver o valor de forma parcelada, atualizado
previdência social poderá ser criado, majorado ou nos moldes do art. 175, devendo cada parcela
estendido, sem a correspondente fonte de custeio corresponder, no máximo, a trinta por cento do
total. valor do benefício em manutenção, e ser
Art. 153. O benefício concedido a segurado descontado em número de meses necessários à
liquidação do débito.
ou dependente não pode ser objeto de penhora,
arresto ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a § 4º Se o débito for originário de erro da
sua venda ou cessão, ou a constituição de previdência social e o segurado não usufruir de
qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de benefício, o valor deverá ser devolvido, com a

552
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
correção de que trata o parágrafo anterior, da 2003)
seguinte forma:
VI - o próprio titular do benefício deverá
I - no caso de empregado, com a observância firmar autorização expressa para o desconto;
do disposto no art. 365; e (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
II - no caso dos demais beneficiários, será VII - o valor do desconto não poderá exceder
observado: a trinta por cento do valor disponível do benefício,
assim entendido o valor do benefício após a
a) se superior a cinco vezes o valor do dedução das consignações de que tratam os
benefício suspenso ou cessado, no prazo de incisos I a V do caput, correspondente a última
sessenta dias, contados da notificação para fazê- competência paga, excluída a que contenha o
lo, sob pena de inscrição em Dívida Ativa; e décimo terceiro salário, estabelecido no momento
b) se inferior a cinco vezes o valor do da contratação;(Incluído pelo Decreto nº 4.862, de
2003)
benefício suspenso ou cessado, no prazo de trinta
dias, contados da notificação para fazê-lo, sob VIII - o empréstimo poderá ser concedido por
pena de inscrição em Dívida Ativa. qualquer instituição consignatária,
§ 5º No caso de revisão de benefícios em que independentemente de ser ou não responsável
pelo pagamento de benefício; (Redação dada pelo
resultar valor superior ao que vinha sendo pago,
Decreto nº 5.180, de 2004)
em razão de erro da previdência social, o valor
resultante da diferença verificada entre o pago e o IX - os beneficiários somente poderão
devido será objeto de atualização nos mesmos realizar as operações previstas no inciso VI do
moldes do art. 175. caput se receberem o benefício no Brasil;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.180, de 2004)
§ 6o O INSS disciplinará, em ato próprio, o
desconto de valores de benefícios com X - a retenção recairá somente sobre as
fundamento no inciso VI do caput, observadas as parcelas mensais fixas integrais, vedada a
seguintes condições: (Incluído pelo Decreto nº administração de eventual saldo devedor; (Incluído
4.862, de 2003) pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
I-a habilitação das instituições XI - o titular de benefício poderá autorizar
consignatárias deverá ser definida de maneira mais de um desconto em favor da mesma
objetiva e transparente; (Incluído pelo Decreto nº instituição consignatária, respeitados o limite
4.862, de 2003) consignável e a prevalência de retenção em favor
dos contratos mais antigos; (Incluído pelo Decreto
II - o desconto somente poderá incidir sobre
nº 4.862, de 2003)
os benefícios de aposentadoria, qualquer que seja
sua espécie, ou de pensão por morte, recebidos XII - a eventual modificação no valor do
pelos seus respectivos titulares; (Incluído pelo benefício ou das consignações de que tratam os
Decreto nº 4.862, de 2003) incisos I a V do caput que resulte margem
consignável inferior ao valor da parcela pactuada,
III - a prestação de informações aos titulares
poderá ensejar a reprogramação da retenção,
de benefícios em manutenção e às instituições alterando-se o valor e o prazo do desconto, desde
consignatárias necessária à realização do que solicitado pela instituição consignatária e sem
desconto deve constar de rotinas próprias; acréscimo de custos operacionais; e (Incluído pelo
(Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003) Decreto nº 4.862, de 2003)
IV - os prazos para o início dos descontos XIII - outras que se fizerem
autorizados e para o repasse das prestações às necessárias.(Incluído pelo Decreto nº 4.862, de
instituições consignatárias devem ser definidos de 2003)
forma justa e eficiente; (Incluído pelo Decreto nº
4.862, de 2003) § 7o Na hipótese de coexistência de
V - o valor dos encargos a serem cobrados descontos relacionados nos incisos II e VI do
caput, prevalecerá o desconto do inciso II.
pelo INSS deverá corresponder, apenas, ao
(Incluído pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
ressarcimento dos custos operacionais, que serão
absorvidos integralmente pelas instituições § 8o É facultado ao titular do benefício
consignatárias; (Incluído pelo Decreto nº 4.862, de

553
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
solicitar a substituição da instituição financeira Art. 156. O benefício será pago diretamente
pagadora do benefício por outra, para pagamento ao beneficiário, salvo em caso de ausência,
de benefício mediante crédito em conta corrente, moléstia contagiosa ou impossibilidade de
exceto se já tiver realizado operação com a locomoção, quando será pago a procurador, cujo
instituição pagadora na forma do § 9o e enquanto mandato não terá prazo superior a doze meses,
houver saldo devedor em amortização. (Redação podendo ser renovado ou revalidado pelos setores
dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006) de benefícios do Instituto Nacional do Seguro
Social.
§ 9o O titular de benefício de aposentadoria,
qualquer que seja a sua espécie, ou de pensão por Parágrafo único. O procurador do
morte do regime deste Regulamento, poderá beneficiário deverá firmar, perante o Instituto
autorizar, de forma irrevogável e irretratável, que a Nacional do Seguro Social, termo de
instituição financeira na qual receba seu benefício responsabilidade mediante o qual se comprometa
retenha valores referentes ao pagamento mensal a comunicar ao Instituto qualquer evento que
de empréstimos, financiamentos e operações de possa anular a procuração, principalmente o óbito
arrendamento mercantil por ela concedidos, para do outorgante, sob pena de incorrer nas sanções
fins de amortização. (Redação dada pelo Decreto criminais cabíveis.
nº 5.699, de 2006) Art. 157. O Instituto Nacional do Seguro
§ 10. O INSS não responde, em nenhuma Social apenas poderá negar-se a aceitar
hipótese, pelos débitos contratados pelos procuração quando se manifestar indício de
segurados, restringindo-se sua responsabilidade: inidoneidade do documento ou do mandatário,
(Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006) sem prejuízo, no entanto, das providências que se
fizerem necessárias.
I - à retenção dos valores autorizados pelo
beneficiário e seu repasse à instituição Art. 158. Na constituição de procuradores,
consignatária, em relação às operações observar-se-á subsidiariamente o disposto no
contratadas na forma do inciso VI do caput; e Código Civil.
(Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006) Art. 159. Somente será aceita a constituição
II - à manutenção dos pagamentos na de procurador com mais de uma procuração, ou
mesma instituição financeira enquanto houver procurações coletivas, nos casos de
saldo devedor, desde que seja por ela representantes credenciados de leprosários,
comunicado, na forma estabelecida pelo INSS, e sanatórios, asilos e outros estabelecimentos
enquanto não houver retenção superior ao limite congêneres, nos casos de parentes de primeiro
de trinta por cento do valor do benefício, em grau, ou, em outros casos, a critério do Instituto
relação às operações contratadas na forma do § Nacional do Seguro Social.
9o. (Incluído pelo Decreto nº 5.699, de 2006) Art. 160. Não poderão ser procuradores:
Art. 154-A. O INSS poderá arredondar, para I - os servidores públicos civis ativos e os
a unidade de real imediatamente superior, os militares ativos, salvo se parentes até o segundo
valores em centavos dos benefícios de prestação grau; e
continuada pagos mensalmente a seus
beneficiários. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de II - os incapazes para os atos da vida civil,
2001) ressalvado o disposto no art. 666 do Código
Civil. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
Parágrafo único. Os valores recebidos a 2003)
maior pelo beneficiário serão descontados no
pagamento do abono anual ou do último valor do Parágrafo único. Podem outorgar
pagamento do benefício, na hipótese de sua procuração as pessoas maiores ou emancipadas,
cessação.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de no gozo dos direitos civis.
2001)
Art. 161. O serviço social constitui atividade
Art. 155. Será fornecido ao beneficiário auxiliar do seguro social e visa prestar ao
demonstrativo minucioso das importâncias pagas, beneficiário orientação e apoio no que concerne à
discriminando-se o valor da mensalidade, as solução dos problemas pessoais e familiares e à
diferenças eventualmente pagas, com o período a melhoria da sua inter-relação com a previdência
que se referem, e os descontos efetuados. social, para a solução de questões referentes a

554
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
benefícios, bem como, quando necessário, à pais ou do tutor.(Redação dada pelo Decreto nº
obtenção de outros recursos sociais da 4.079, de 2002)
comunidade.
Art. 164. A impressão digital do beneficiário
§ 1o Será dada prioridade de atendimento a incapaz de assinar, aposta na presença de
segurados em benefício por incapacidade servidor da previdência social ou representante
temporária e atenção especial a aposentados e desta, vale como assinatura para quitação de
pensionistas. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de pagamento de benefício.
2008).
Art. 165. O valor não recebido em vida pelo
§ 2o Para assegurar o efetivo atendimento segurado somente será pago aos seus
aos beneficiários, poderão ser utilizados dependentes habilitados à pensão por morte ou,
mecanismos de intervenção técnica, ajuda na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei
material, recursos sociais, intercâmbio com civil, independentemente de inventário ou
empresas, inclusive mediante celebração de arrolamento.
convênios, acordos ou contratos, ou pesquisa Art. 166. Os benefícios poderão ser pagos
social. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). mediante depósito em conta corrente bancária em
§ 3o O serviço social terá como diretriz a nome do beneficiário. (Redação dada pelo Decreto
nº 4.729, de 2003)
participação do beneficiário na implementação e
fortalecimento da política previdenciária, em § 1º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de
articulação com associações e entidades de 1999)
classes. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de
§ 4o O serviço social prestará 2003)
assessoramento técnico aos estados, Distrito
Federal e municípios na elaboração de suas § 3º Na hipótese da falta de movimentação
respectivas propostas de trabalho relacionadas relativo a saque em conta corrente cujos depósitos
com a previdência social. (Incluído pelo Decreto nº sejam decorrentes exclusivamente de pagamento
6.722, de 2008). de benefícios, por prazo superior a sessenta dias,
os valores dos benefícios remanescentes serão
§ 5o O Ministro de Estado da Previdência estornados e creditados à Conta Única do Tesouro
Social editará atos complementares para a Nacional, com a identificação de sua origem.
aplicação do disposto neste artigo. (Incluído pelo (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
Decreto nº 6.722, de 2008).
Art. 167. Salvo no caso de direito adquirido,
Art. 162. O benefício devido ao segurado ou não é permitido o recebimento conjunto dos
dependente civilmente incapaz será pago ao seguintes benefícios da previdência social,
cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se, inclusive quando decorrentes de acidente do
na sua falta e por período não superior a seis trabalho:
meses, o pagamento a herdeiro necessário,
mediante termo de compromisso firmado no ato do I - aposentadoria com auxílio-doença;
recebimento. II - mais de uma aposentadoria;
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de III - aposentadoria com abono de
2006)v permanência em serviço;
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de
IV - salário-maternidade com auxílio-doença;
2006)
V - mais de um auxílio-acidente;
Parágrafo único. O período a que se refere o
caput poderá ser prorrogado por iguais períodos, VI - mais de uma pensão deixada por
desde que comprovado o andamento regular do cônjuge;
processo legal de tutela ou curatela. (Incluído pelo
Decreto nº 6.214, de 2007) VII - mais de uma pensão deixada por
companheiro ou companheira;
Art. 163. O segurado e o dependente, após
dezesseis anos de idade, poderão firmar recibo de VIII - mais de uma pensão deixada por
benefício, independentemente da presença dos cônjuge e companheiro ou companheira; e

555
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX - auxílio-acidente com qualquer II - o valor correspondente a uma renda
aposentadoria. mensal do benefício devido, excetuados os
temporários, mediante opção dos
§ 1º No caso dos incisos VI, VII e VIII é
beneficiários. (Incluído pelo Decreto nº 7.223,
facultado ao dependente optar pela pensão mais
vantajosa. de 2010)
§ 2º É vedado o recebimento conjunto do § 2o O valor antecipado de que trata o inciso
seguro-desemprego com qualquer benefício de II do § 1o será ressarcido de forma parcelada,
prestação continuada da previdência social, mediante desconto da renda do benefício, para
exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio- esse fim equiparado ao crédito de que trata o
acidente, auxílio-suplementar ou abono de inciso II do caput do art. 154, nos termos do ato a
permanência em serviço. que se refere o § 1o. (Incluído pelo Decreto nº
§ 3º É permitida a acumulação dos benefícios 7.223, de 2010)
previstos neste Regulamento com o benefício de
que trata a Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de Art. 170. Compete privativamente aos
1982, que não poderá ser reduzido em razão de servidores de que trata o art. 2o da Lei no 10.876,
eventual aquisição de capacidade laborativa ou de de 2 de junho de 2004, a realização de exames
redução de incapacidade para o trabalho ocorrida médico-periciais para concessão e manutenção de
após a sua concessão. benefícios e outras atividades médico-periciais
inerentes ao regime de que trata este
§ 4º O segurado recluso, ainda que Regulamento, sem prejuízo do disposto no
contribua na forma do § 6º do art. 116, não faz jus mencionado artigo. (Redação dada pelo Decreto
aos benefícios de auxílio-doença e de
aposentadoria durante a percepção, pelos nº 6.939, de 2009)
dependentes, do auxílio-reclusão, permitida a Parágrafo único. Os servidores de que trata
opção, desde que manifestada, também, pelos o caput poderão solicitar ao médico assistente do
dependentes, pelo benefício mais vantajoso. beneficiário que forneça informações sobre
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) antecedentes médicos a este relativas, na forma a
Art. 168. Salvo nos casos de aposentadoria ser disciplinada pelo INSS, para fins do disposto
por invalidez ou especial, observado quanto a esta nos § 2o do art. 43 e § 1o do art. 71 ou para
o disposto no parágrafo único do art. 69, o retorno subsidiar emissão de laudo médico pericial
do aposentado à atividade não prejudica o conclusivo. (Incluído pelo Decreto nº 6.939, de
recebimento de sua aposentadoria, que será 2009)
mantida no seu valor integral. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.729, de 2003) Art. 171. Quando o segurado ou dependente
deslocar-se por determinação do Instituto Nacional
Art. 169. Os pagamentos dos benefícios de do Seguro Social para submeter-se a exame
prestação continuada não poderão ser médico-pericial ou a processo de reabilitação
antecipados. profissional em localidade diversa da de sua
§ 1º Excepcionalmente, nas hipóteses de residência, deverá a instituição custear o seu
estado de calamidade pública, reconhecidas por transporte e pagar-lhe diária no valor de R$ 24,57
ato do Poder Executivo federal, o INSS poderá, (vinte e quatro reais e cinqüenta e sete centavos),
nos termos estabelecidos em ato do Secretário ou promover sua hospedagem mediante
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério contratação de serviços de hotéis, pensões ou
da Economia, antecipar aos beneficiários similares.
domiciliados nos respectivos § 1º Caso o beneficiário, a critério do Instituto
Municípios: (Redação da pelo Decreto Nacional do Seguro Social, necessite de
nº 9.700, de 2019) acompanhante, a viagem deste poderá ser
I - o cronograma de pagamento dos autorizada, aplicando-se o disposto neste artigo.
benefícios de prestação continuada previdenciária § 2º Quando o beneficiário ficar hospedado
e assistencial, enquanto perdurar o estado de em hotéis, pensões ou similares contratados ou
calamidade; e (Incluído pelo Decreto nº 7.223, conveniados pelo Instituto Nacional do Seguro
de 2010) Social, não caberá pagamento de diária.

556
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 172. Fica o Instituto Nacional do Seguro manutenção de benefícios, serão supervisionados
Social obrigado a emitir e a enviar aos pelas Agências da Previdência Social e Divisões
beneficiários aviso de concessão de benefício, ou Serviços de Benefícios, sob critérios pré-
além da memória de cálculo do valor dos estabelecidos pela Direção Central. (Redação
benefícios concedidos. dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)

Art. 173. O segurado em gozo de Art. 179. O Ministério da Previdência e


aposentadoria por tempo de contribuição, especial Assistência Social e o Instituto Nacional do Seguro
ou por idade, que voltar a exercer atividade Social manterão programa permanente de revisão
abrangida pelo Regime Geral de Previdência da concessão e da manutenção dos benefícios da
Social, somente terá direito ao salário-família e à previdência social, a fim de apurar irregularidades
reabilitação profissional, quando empregado ou e falhas existentes.
trabalhador avulso, observado o disposto no art.
168 e, nos casos de aposentadoria especial, a § 1o Havendo indício de irregularidade na
proibição de que trata o parágrafo único do art. 69. concessão ou na manutenção do benefício ou,
ainda, ocorrendo a hipótese prevista no § 4º, a
Art. 174. O primeiro pagamento do benefício previdência social notificará o beneficiário para
será efetuado até quarenta e cinco dias após a apresentar defesa, provas ou documentos de que
data da apresentação, pelo segurado, da dispuser, no prazo de dez dias. (Redação dada
documentação necessária à sua concessão. pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 2º A notificação a que se refere o § 1º far-
Parágrafo único. O prazo fixado no caput se-á por via postal com aviso de recebimento e,
fica prejudicado nos casos de justificação não comparecendo o beneficiário nem
administrativa ou outras providências a cargo do apresentando defesa, será suspenso o benefício,
segurado, que demandem a sua dilatação, com notificação ao beneficiário. (Redação dada
iniciando-se essa contagem a partir da data da pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
conclusão das mesmas.
§ 3º Decorrido o prazo concedido pela
Art. 175. O pagamento de parcelas relativas notificação postal, sem que tenha havido resposta,
a benefícios efetuado com atraso, ou caso seja considerada pela previdência social
independentemente de ocorrência de mora e de como insuficiente ou improcedente a defesa
quem lhe deu causa, deve ser corrigido apresentada, o benefício será cancelado, dando-
monetariamente desde o momento em que restou se conhecimento da decisão ao beneficiário.
devido, pelo mesmo índice utilizado para os (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
reajustamentos dos benefícios do RGPS, apurado
no período compreendido entre o mês que deveria § 4o O recenseamento previdenciário
ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. relativo ao pagamento dos benefícios do Regime
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Geral de Previdência Social de que tratam o § 4o
Art. 176. A apresentação de documentação do art. 69 e o caput do art. 60 da Lei no 8.212, de
incompleta não constitui motivo para recusa do 1991, deverá ser realizado pelo menos uma vez a
requerimento de benefício. (Redação dada pelo cada quatro anos. (Incluído pelo Decreto nº 5.545,
Decreto nº 3.668, de 2000) de 2005)

Art. 177. (Revogado pelo Decreto nº 3.668, § 5o A coleta e transmissão de dados


de 2000) cadastrais de titulares de benefícios, com o
objetivo de cumprir o disposto no § 4º, serão
Art. 178. O pagamento mensal de benefícios realizados por meio da rede bancária contratada
de valor superior a vinte vezes o limite máximo de para os fins do art. 60 da Lei no 8.212, de 1991.
salário-de-contribuição deverá ser autorizado (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
expressamente pelo Gerente-Executivo do
Instituto Nacional do Seguro Social, observada a § 6o Na impossibilidade de notificação do
análise da Divisão ou Serviço de Benefícios. beneficiário ou na falta de atendimento à
(Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005) convocação por edital, o pagamento será
Parágrafo único. Os benefícios de valor suspenso até o comparecimento do beneficiário e
inferior ao limite estipulado no caput, quando do regularização dos dados cadastrais ou será
reconhecimento do direito da concessão, revisão e adotado procedimento previsto no § 1o. (Incluído

557
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pelo Decreto nº 5.699, de 2006) I - recebimento do primeiro pagamento do
benefício; ou (Incluído pelo Decreto nº 6.208, de
Art. 180. Ressalvado o disposto nos §§ 5º e
2007)
6º do art. 13, a perda da qualidade de segurado
importa em caducidade dos direitos inerentes a II - saque do respectivo Fundo de Garantia
essa qualidade. (Redação dada pelo Decreto nº do Tempo de Serviço ou do Programa de
4.729, de 2003) Integração Social. (Incluído pelo Decreto nº
6.208, de 2007)
§ 1º A perda da qualidade de segurado não
prejudica o direito à aposentadoria para cuja Art. 181-C. Na hipótese de o inventariante
concessão tenham sido preenchidos todos os não tomar a iniciativa do pagamento das
requisitos, segundo a legislação em vigor à época contribuições devidas pelo segurado falecido o
em que estes requisitos foram atendidos. Instituto Nacional do Seguro Social deverá
requerer, no inventário ou arrolamento de bens por
§ 2º Não será concedida pensão por morte
ele deixado, o pagamento da dívida. (Incluído pelo
aos dependentes do segurado que falecer após a
Decreto nº 4.729, de 2003)
perda desta qualidade, nos termos dos arts. 13 a
15, salvo se preenchidos os requisitos para Parágrafo único. Na hipótese de ter sido
obtenção de aposentadoria na forma do parágrafo feita a partilha da herança sem a liquidação das
anterior, observado o disposto no art. 105. contribuições devidas pelo segurado falecido,
respondem os herdeiros, cada qual em proporção
§ 3º No cálculo da aposentadoria de que trata
da parte que na herança lhe coube, aplicando-se,
o § 1º, será observado o disposto no § 9º do art.
em relação aos herdeiros dependentes, o disposto
32 e no art. 52.
no art. 154, inciso I, combinado com o § 3º do
Art. 181. Todo e qualquer benefício mesmo artigo. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
concedido pelo Instituto Nacional do Seguro 2003)
Social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, CAPÍTULO VIII
submete-se ao limite a que se refere o § 5º do art. DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
214.
RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DO
Parágrafo único. Aos beneficiários de que REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA
trata o art. 150 da Lei nº 8.213, de 1991, aplicam-
se as disposições previstas neste Regulamento,
SOCIAL
vedada a adoção de critérios diferenciados para a Art. 182. A carência das aposentadorias por
concessão de benefícios. idade, tempo de contribuição e especial para os
segurados inscritos na previdência social urbana
Art. 181-A. Fica garantido ao segurado com até 24 de julho de 1991, bem como para os
direito à aposentadoria por idade a opção pela não trabalhadores e empregadores rurais amparados
aplicação do fator previdenciário, devendo o pela previdência social rural, obedecerá à seguinte
Instituto Nacional do Seguro Social, quando da tabela, levando-se em conta o ano em que o
concessão do benefício, proceder ao cálculo da segurado implementou todas as condições
renda mensal inicial com e sem o fator necessárias à obtenção do benefício:
previdenciário. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
1999) ANO DE MESES DE CONTRIBUIÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO DAS EXIGIDOS
Art. 181-B. As aposentadorias por idade, CONDIÇÕES
tempo de contribuição e especial concedidas pela
previdência social, na forma deste Regulamento,
são irreversíveis e irrenunciáveis.(Incluído pelo 1998 102 meses
Decreto nº 3.265, de 1999) 1999 108 meses
Parágrafo único. O segurado pode desistir 2000 114 meses
do seu pedido de aposentadoria desde que 2001 120 meses
manifeste esta intenção e requeira o arquivamento
2002 126 meses
definitivo do pedido antes da ocorrência do
primeiro de um dos seguintes atos: (Redação dada 2003 132 meses
pelo Decreto nº 6.208, de 2007) 2004 138 meses

558
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2005 144 meses de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou
mais empresas, sem relação de emprego.
2006 150 meses
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
2007 156 meses
2008 162 meses Art. 184. O segurado que recebe
aposentadoria por idade, tempo de contribuição ou
2009 168 meses especial do Regime Geral de Previdência Social
2010 174 meses que permaneceu ou retornou à atividade e que
2011 180 meses vinha contribuindo até 14 de abril de 1994, véspera
da vigência da Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994,
Parágrafo único. Não se aplica a tabela de receberá o pecúlio, em pagamento único, quando
que trata o caput para os benefícios de do desligamento da atividade que vinha
aposentadoria por tempo de contribuição e por exercendo.
idade garantida aos segurados com deficiência, de
§ 1º O pecúlio de que trata este artigo
que tratam os arts. 70-B e 70-C. (Incluído
consistirá em pagamento único de valor
pelo Decreto nº 8.145, de 2013) correspondente à soma das importâncias relativas
Art. 183. O trabalhador rural enquadrado às contribuições do segurado, remuneradas de
como segurado obrigatório do RGPS, na forma da acordo com o índice de remuneração básica dos
alínea “a” do inciso I ou da alínea “j” do inciso V do depósitos de poupança com data de aniversário no
dia primeiro.
caput do art. 9o, pode requerer a aposentadoria
por idade, no valor de um salário mínimo, até 31 § 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-
de dezembro de 2010, desde que comprove o se a contar de 25 de julho de 1991, data da
exercício de atividade rural, ainda que de forma vigência da Lei nº 8.213, de 1991, observada, com
descontínua, no período imediatamente anterior relação às contribuições anteriores, a legislação
ao requerimento do benefício ou, conforme o caso, vigente à época do seu recolhimento.
ao mês em que cumpriu o requisito etário, em
número de meses idêntico à carência do referido Art. 185. Serão mantidos, de acordo com a
benefício. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, respectiva legislação específica, as prestações e o
de 2008). seu financiamento, referentes aos benefícios de
ferroviário servidor público ou autárquico federal
Art. 183-A. Na concessão de aposentadoria ou em regime especial que não optou pelo regime
por idade do empregado rural, em valor da Consolidação das Leis do Trabalho, na forma
equivalente ao salário mínimo, serão contados da Lei nº 6.184, de 11 de dezembro de 1974, bem
para efeito de carência: (Incluído pelo Decreto nº como de seus dependentes.
6.722, de 2008).
Art. 186. (Revogado pelo Decreto nº 4.079,
I - até 31 de dezembro de 2010, o período de de 2002)
atividade comprovado na forma do inciso II, letra
Art. 187. É assegurada a concessão de
“a”, do § 2o do art. 62, observado o disposto no art. aposentadoria, a qualquer tempo, nas condições
183; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). previstas na legislação anterior à Emenda
II - de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, Constitucional nº 20, de 1998, ao segurado do
cada mês comprovado de emprego, multiplicado Regime Geral de Previdência Social que, até 16 de
por três, limitado a doze meses dentro do dezembro de 1998, tenha cumprido os requisitos
respectivo ano civil; e (Incluído pelo Decreto nº para obtê-la.
6.722, de 2008). Parágrafo único. Quando da concessão de
III - de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, aposentadoria nos termos do caput, o tempo de
cada mês comprovado de emprego, multiplicado serviço será considerado até 16 de dezembro de
por dois, limitado a doze meses dentro do 1998, e a renda mensal inicial será calculada com
respectivo ano civil. (Incluído pelo Decreto nº base nos trinta e seis últimos salários-de-
6.722, de 2008). contribuição anteriores àquela data, reajustada
pelos mesmos índices aplicados aos benefícios,
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no até a data da entrada do requerimento, não sendo
caput e respectivo inciso I ao trabalhador rural devido qualquer pagamento relativamente a
enquadrado na categoria de segurado contribuinte período anterior a esta data, observado, quando
individual que comprovar a prestação de serviço couber, o disposto no § 9º do art. 32 e nos §§ 3º e

559
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
4º do art. 56. (Redação dada pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 188. O segurado filiado ao Regime Geral Art. 188-A. Para o segurado filiado à
de Previdência Social até 16 de dezembro de previdência social até 28 de novembro de 1999,
1998, cumprida a carência exigida, terá direito a inclusive o oriundo de regime próprio de
aposentadoria, com valores proporcionais ao previdência social, que vier a cumprir as condições
tempo de contribuição, quando, cumulativamente: exigidas para a concessão dos benefícios do
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Regime Geral de Previdência Social, no cálculo do
salário-de-benefício será considerada a média
I - contar cinqüenta e três anos ou mais de aritmética simples dos maiores salários-de-
idade, se homem, e quarenta e oito anos ou mais contribuição, correspondentes a, no mínimo,
de idade, se mulher; e oitenta por cento de todo o período contributivo
II - contar tempo de contribuição igual, no decorrido desde a competência julho de 1994,
observado o disposto nos incisos I e II do caput e
mínimo, à soma de:
§ 14 do art. 32. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
a) trinta anos, se homem, e vinte e cinco 1999)
anos, se mulher; e (Redação dada pelo Decreto nº § 1º No caso das aposentadorias por idade,
4.729, de 2003) tempo de contribuição e especial, o divisor
b) um período adicional de contribuição considerado no cálculo da média a que se refere o
equivalente a, no mínimo, quarenta por cento do caput não poderá ser inferior a sessenta por cento
tempo que, em 16 de dezembro de 1998, faltava do período decorrido da competência julho de
para atingir o limite de tempo constante da alínea 1994 até a data de início do benefício, limitado a
"a". (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de cem por cento de todo o período
2003) contributivo.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de
§ 2º Para a obtenção do salário-de-benefício,
2003)
o fator previdenciário de que trata o art. 32 será
§ 2º O valor da renda mensal da aplicado de forma progressiva, incidindo sobre um
aposentadoria proporcional será equivalente a sessenta avos da média aritmética de que trata o
setenta por cento do valor da aposentadoria a que caput, por competência que se seguir a 28 de
se referem as alíneas "a" e "b" do inciso IV do art. novembro de 1999, cumulativa e sucessivamente,
39, acrescido de cinco por cento por ano de até completar sessenta sessenta avos da referida
contribuição que supere a soma a que se refere o média, na competência novembro de 2004.
inciso II até o limite de cem por cento. (Redação (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 3º (Revogado pelo Decreto nº 5.399, de
2005)
§ 3º O segurado que, até 16 de dezembro de
1998, tenha cumprido os requisitos para obter a § 4o Nos casos de auxílio-doença e de
aposentadoria proporcional somente fará jus ao aposentadoria por invalidez, o salário-de-benefício
acréscimo de cinco por cento a que se refere o § consiste na média aritmética simples dos maiores
2º se cumprir o requisito previsto no inciso I, salários-de-contribuição correspondentes a oitenta
observado o disposto no art. 187 ou a opção por por cento do período contributivo decorrido desde
aposentar-se na forma dos arts. 56 a 63. (Redação a competência julho de 1994 até a data do início
dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) do benefício. (Redação dada pelo Decreto nº
6.939, de 2009)
§ 4o O professor que, até 16 de dezembro
de 1998, tenha exercido atividade de magistério, Art. 188-B. Fica garantido ao segurado que,
em qualquer nível, e que opte por se aposentar na até o dia 28 de novembro de 1999, tenha cumprido
forma do disposto nas alíneas "a" e "b" do inciso IV os requisitos para a concessão de benefício, o
do art. 39, terá o tempo de serviço exercido até cálculo do valor inicial segundo as regras até então
aquela data contado com o acréscimo de vigentes, considerando-se como período básico de
dezessete por cento, se homem, e de vinte por cálculo os trinta e seis meses imediatamente
cento, se mulher, desde que se aposente, anteriores àquela data, observado o § 2º do art. 35,
exclusivamente, com tempo de efetivo exercício de e assegurada a opção pelo cálculo na forma do art.
atividade de magistério, sem prejuízo do direito à 188-A, se mais vantajoso.(Incluído pelo Decreto nº
aposentadoria na forma do § 1º do art. 56. 3.265, de 1999)

560
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Arts. 188-C e 188-D. (Revogado pelo Decreto aposentadorias; e
nº 4.729, de 2003)
II - as aposentadorias por tempo de serviço e
Art. 188-E. O cálculo das aposentadorias especial e as certidões de tempo de serviço com
concedidas mediante a utilização do critério cômputo de tempo de serviço rural concedidas ou
estabelecido nos §§ 5º e 6º do art. 13 obedecerá emitidas a partir de 24 de julho de 1991 até a data
ao disposto no art. 188-A e, quando inexistirem da publicação deste Regulamento.
salários-de-contribuição a partir de julho de 1994, LIVRO III
serão concedidas no valor mínimo do salário-de-
benefício. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL
TÍTULO I
2003)
DO FINANCIAMENTO DA
Art. 188-F. Aplica-se o disposto no § 2o do SEGURIDADE SOCIAL
art. 56 aos pedidos de benefícios requeridos a CAPÍTULO I

partir de 11 de maio de 2006, levando-se em INTRODUÇÃO


consideração todo o período de exercício nas Art. 194. A seguridade social é financiada por
atividades citadas. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, toda a sociedade, de forma direta e indireta,
de 2008). mediante recursos provenientes dos orçamentos
Art. 189. Os benefícios de legislação especial da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e de contribuições sociais.
pagos pela previdência social à conta do Tesouro
Nacional e de ex-combatentes, iniciados até 16 de Art. 195. No âmbito federal, o orçamento da
dezembro de 1998, serão reajustados com base seguridade social é composto de receitas
nos mesmos índices aplicáveis aos benefícios de provenientes:
prestação continuada da previdência social.
I - da União;
Art. 190. A partir de 14 de outubro de 1996,
não serão mais devidos os benefícios de II - das contribuições sociais; e
legislação específica do jornalista profissional, do
jogador profissional de futebol e do telefonista. III - de outras fontes.

Parágrafo único. A aposentadoria especial Parágrafo único. Constituem contribuições


do aeronauta nos moldes do Decreto-lei nº 158, de sociais:
10 de fevereiro de 1967, está extinta a partir de 16 I - as das empresas, incidentes sobre a
de dezembro de 1998, passando a ser devida ao remuneração paga, devida ou creditada aos
aeronauta os benefícios deste Regulamento. segurados e demais pessoas físicas a seu serviço,
Art. 191. É vedada a inclusão em regime mesmo sem vínculo empregatício;
próprio de previdência social do servidor de que II - as dos empregadores domésticos,
tratam as alíneas "i", "l" e "m" do inciso I do caput incidentes sobre o salário-de-contribuição dos
do art. 9º, sendo automática sua filiação ao empregados domésticos a seu serviço;
Regime Geral de Previdência Social a partir de 16
de dezembro de 1998. III - as dos trabalhadores, incidentes sobre
seu salário-de-contribuição;
Art. 192. Aos menores de dezesseis anos
filiados ao Regime Geral de Previdência Social até IV - as das associações desportivas que
16 de dezembro de 1998 são assegurados todos mantêm equipe de futebol profissional, incidentes
os direitos previdenciários. sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos
desportivos de que participem em todo território
Art. 193. O Instituto Nacional do Seguro
nacional em qualquer modalidade desportiva,
Social deverá rever: inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma
I - as aposentadorias concedidas no período de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
de 29 de abril de 1995 até a data da publicação símbolos, publicidade, propaganda e transmissão
deste Regulamento, com conversão de tempo de de espetáculos desportivos;
atividade sob condições especiais em tempo de V - as incidentes sobre a receita bruta
atividade comum, considerando-se a legislação proveniente da comercialização da produção rural;
vigente quando do cumprimento dos requisitos
necessários à concessão das referidas VI - as das empresas, incidentes sobre a

561
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
receita ou o faturamento e o lucro; e trabalhador rural a que se refere à alínea “r” do
VII - as incidentes sobre a receita de inciso I do art. 9o é de oito por cento sobre o
concursos de prognósticos. respectivo salário-de-contribuição definido no
inciso I do art. 214. (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
CAPÍTULO II
de 2008).
DA CONTRIBUIÇÃO DA UNIÃO Seção II
Art. 196. A contribuição da União é Da Contribuição dos Segurados
constituída de recursos adicionais do Orçamento
Fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Contribuinte Individual e Facultativo
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Orçamentária anual.
Art. 199. A alíquota de contribuição dos segurados contribuinte
individual e facultativo é de vinte por cento aplicada sobre o respectivo
Parágrafo único. A União é responsável pela salário-de-contribuição, observado os limites a que se referem os §§ 3º
cobertura de eventuais insuficiências financeiras e 5º do art. 214.(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
da seguridade social, quando decorrentes do
pagamento de benefícios de prestação continuada Art. 199-A. A partir da competência em que
da previdência social, na forma da Lei o segurado fizer a opção pela exclusão do direito
Orçamentária anual. ao benefício de aposentadoria por tempo de
contribuição, é de onze por cento, sobre o valor
Art. 197. Para pagamento dos encargos correspondente ao limite mínimo mensal do
previdenciários da União poderão contribuir os salário-de-contribuição, a alíquota de contribuição:
recursos da seguridade social referidos no inciso (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
VI do parágrafo único do art. 195, na forma da Lei
Orçamentária anual, assegurada a destinação de I - do segurado contribuinte individual, que
recursos para as ações de saúde e assistência trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho
social. com empresa ou equiparado; (Incluído pelo
CAPÍTULO III Decreto nº 6.042, de 2007).
DA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO II - do segurado facultativo; e (Incluído pelo
Seção I
Da Contribuição do Segurado Decreto nº 6.042, de 2007).
Empregado, Empregado Doméstico e III - do MEI de que trata a alínea “p” do inciso
Trabalhador Avulso V do art. 9o, cuja contribuição deverá ser recolhida
Art. 198. A contribuição do segurado na forma regulamentada pelo Comitê Gestor do
empregado, inclusive o doméstico, e do Simples Nacional. (Redação dada pelo Decreto nº
trabalhador avulso é calculada mediante a 6.722, de 2008).
aplicação da correspondente alíquota, de forma
não cumulativa, sobre o seu salário-de- § 1o O segurado, inclusive aquele com
contribuição mensal, observado o disposto no art. deficiência, que tenha contribuído na forma do
214, de acordo com a seguinte tabela: caput e pretenda contar o tempo de contribuição
correspondente, para fins de obtenção da
aposentadoria por tempo de contribuição ou de
contagem recíproca do tempo de contribuição,
SALÁRIOS-DE- deverá complementar a contribuição
ALÍQUOTAS
CONTRIBUIÇÃO mensal. (Redação dada pelo Decreto nº
até R$ 360,00 8,0 % 8.145, de 2013)
de R$ 360,01 até
9,0 % § 2o A complementação de que trata o § 1o
R$ 600,00
dar-se-á mediante o recolhimento sobre o valor
de R$ 600,01 até correspondente ao limite mínimo mensal do
11,0 %
R$ 1.200,00 salário-de-contribuição em vigor na competência a
ser complementada da diferença entre o
percentual pago e o de vinte por cento, acrescido
dos juros moratórios de que trata o § 3o do art. 5o
da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de
1996. (Redação dada pelo Decreto nº
Parágrafo único. A contribuição do segurado

562
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
8.145, de 2013) III - de serviços prestados, de equipamentos
utilizados e de produtos comercializados no imóvel
rural, desde que em atividades turística e de
§ 3o A contribuição complementar a que se entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel,
refere os §§ 1o e 2o será exigida a qualquer inclusive hospedagem, alimentação, recepção,
tempo, sob pena do indeferimento ou recreação e atividades pedagógicas, bem como
cancelamento do benefício. (Incluído pelo taxa de visitação e serviços especiais; (Incluído
Decreto nº 8.145, de 2013) pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
IV - do valor de mercado da produção rural
Seção III
dada em pagamento ou que tiver sido trocada por
Da Contribuição do Produtor Rural outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade; e
Pessoa Física e do Segurado Especial (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Art. 200. A contribuição do empregador V - de atividade artística de que trata o inciso
rural pessoa física, em substituição à contribuição
de que tratam o inciso I do art. 201 e o art.202, e VIII do § 8o do art. 9o. (Incluído pelo Decreto nº
a do segurado especial, incidente sobre a receita 6.722, de 2008).
bruta da comercialização da produção rural, é de: § 5o Integram a produção, para os efeitos
(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
dos incisos I e II do caput, observado o disposto
I - dois por cento para a seguridade social; e no § 25 do art. 9o, os produtos de origem animal
ou vegetal, em estado natural ou submetidos a
II - zero vírgula um por cento para o processos de beneficiamento ou industrialização
financiamento dos benefícios concedidos em rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os
razão do grau de incidência de incapacidade processos de lavagem, limpeza, descaroçamento,
laborativa decorrente dos riscos ambientais do pilagem, descascamento, lenhamento,
trabalho. pasteurização, resfriamento, secagem, socagem,
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de fermentação, embalagem, cristalização, fundição,
2001) carvoejamento, cozimento, destilação, moagem e
torrefação, bem como os subprodutos e os
§ 2o O segurado especial referido neste resíduos obtidos por meio desses processos.
artigo, além da contribuição obrigatória de que (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
tratam os incisos I e II do caput, poderá contribuir, § 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
facultativamente, na forma do art. 199.(Redação 2008).
dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
I - o produto vegetal destinado ao plantio e
§ 3º O produtor rural pessoa física de que reflorestamento;
trata a alínea "a" do inciso V do caput do art. 9º
contribui, também, obrigatoriamente, na forma do II - o produto vegetal vendido por pessoa ou
art. 199, observando ainda o disposto nas alíneas entidade que, registrada no Ministério da
"a" e "b" do inciso I do art. 216. Agricultura e do Abastecimento, se dedique ao
comércio de sementes e mudas no País;
§ 4o Integra a receita bruta de que trata este
artigo, além dos valores decorrentes da III - o produto animal destinado à reprodução
comercialização da produção relativa aos produtos ou criação pecuária ou granjeira; e
a que se refere o § 5o, a receita proveniente: IV - o produto animal utilizado como cobaia
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). para fins de pesquisas científicas no País.
I - da comercialização da produção obtida em § 7º A contribuição de que trata este artigo
razão de contrato de parceria ou meação de parte será recolhida:
do imóvel rural; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008). I - pela empresa adquirente, consumidora ou
consignatária ou a cooperativa, que ficam sub-
II - da comercialização de artigos de rogadas no cumprimento das obrigações do
artesanato de que trata o inciso VII do § 8o do art. produtor rural pessoa física de que trata a alínea
"a" do inciso V do caput do art. 9º e do segurado
9o; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). especial, independentemente de as operações de

563
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
venda ou consignação terem sido realizadas Art. 200-A. Equipara-se ao empregador rural
diretamente com estes ou com intermediário pessoa física o consórcio simplificado de
pessoa física, exceto nos casos do inciso III; produtores rurais, formado pela união de
produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a
II - pela pessoa física não produtor rural, que
um deles poderes para contratar, gerir e demitir
fica sub-rogada no cumprimento das obrigações
trabalhadores rurais, na condição de empregados,
do produtor rural pessoa física de que trata a
para prestação de serviços, exclusivamente, aos
alínea "a" do inciso V do caput do art. 9º e do
seus integrantes, mediante documento registrado
segurado especial, quando adquire produção para
em cartório de títulos e documentos. (Incluído pelo
venda, no varejo, a consumidor pessoa física; ou
Decreto nº 4.032, de 2001)
III - pela pessoa física de que trata alínea "a"
§ 1º O documento de que trata o caput
do inciso V do caput do art. 9º e pelo segurado
deverá conter a identificação de cada produtor, seu
especial, caso comercializem sua produção com
endereço pessoal e o de sua propriedade rural,
adquirente domiciliado no exterior, diretamente, no
bem como o respectivo registro no Instituto
varejo, a consumidor pessoa física, a outro
Nacional de Colonização e Reforma Agrária ou
produtor rural pessoa física ou a outro segurado
informações relativas à parceria, arrendamento ou
especial.
equivalente e à matrícula no INSS de cada um dos
§ 8º O produtor rural pessoa física continua produtores rurais. (Incluído pelo Decreto nº 4.032,
obrigado a arrecadar e recolher ao Instituto de 2001)
Nacional do Seguro Social a contribuição do
§ 2º O consórcio deverá ser matriculado no
segurado empregado e do trabalhador avulso a
INSS, na forma por este estabelecida, em nome do
seu serviço, descontando-a da respectiva
empregador a quem hajam sido outorgados os
remuneração, nos mesmos prazos e segundo as
mencionados poderes.(Incluído pelo Decreto nº
mesmas normas aplicadas às empresas em geral.
4.032, de 2001)
§ 9o Sem prejuízo do disposto no inciso III Art. 200-B. As contribuições de que tratam o
do § 7o, o produtor rural pessoa física e o segurado inciso I do art. 201 e o art. 202, bem como a devida
especial são obrigados a recolher, diretamente, a ao Serviço Nacional Rural, são substituídas, em
contribuição incidente sobre a receita bruta relação à remuneração paga, devida ou creditada
proveniente: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de ao trabalhador rural contratado pelo consórcio
2008). simplificado de produtores rurais de que trata o art.
200-A, pela contribuição dos respectivos
I - da comercialização de artigos de produtores rurais.(Incluído pelo Decreto nº 4.032,
artesanato elaborados com matéria-prima de 2001)
produzida pelo respectivo grupo familiar; (Incluído
CAPÍTULO IV
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
DAS CONTRIBUIÇÕES DA EMPRESA E
II - de comercialização de artesanato ou do
DO EMPREGADOR DOMÉSTICO
exercício de atividade artística, observado o Seção I
disposto nos incisos VII e VIII do § 8o do art. 9o; e Das Contribuições da Empresa

(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Art. 201. A contribuição a cargo da empresa,
III - de serviços prestados, de equipamentos destinada à seguridade social, é de:
utilizados e de produtos comercializados no imóvel I - vinte por cento sobre o total das
rural, desde que em atividades turística e de remunerações pagas, devidas ou creditadas, a
entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel, qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
inclusive hospedagem, alimentação, recepção, empregado e trabalhador avulso, além das
recreação e atividades pedagógicas, bem como contribuições previstas nos arts. 202 e 204;
taxa de visitação e serviços especiais. (Incluído (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
II - vinte por cento sobre o total das
§ 10. O segurado especial é obrigado a
remunerações ou retribuições pagas ou
arrecadar a contribuição de trabalhadores a seu
serviço e a recolhê-la no prazo referido na alínea creditadas no decorrer do mês ao segurado
“b” do inciso I do art. 216. (Incluído pelo Decreto nº contribuinte individual; (Redação dada pelo
6.722, de 2008). Decreto nº 3.265, de 1999)

564
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - quinze por cento sobre o valor bruto pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
da nota fiscal ou fatura de prestação de § 4º A remuneração paga ou creditada a
serviços, relativamente a serviços que lhes são condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao
prestados por cooperados por intermédio de auxiliar de condutor autônomo de veículo
cooperativas de trabalho, observado, no que rodoviário, em automóvel cedido em regime de
couber, as disposições dos §§ 7º e 8º do art. colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de
agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte
219; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
de passageiros, realizado por conta própria,
1999) corresponde a vinte por cento do rendimento
IV - dois vírgula cinco por cento sobre o total bruto.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de
da receita bruta proveniente da comercialização da 2001)
produção rural, em substituição às contribuições § 5º No caso de sociedade civil de prestação
previstas no inciso I do caput e no art. 202, quando de serviços profissionais relativos ao exercício de
se tratar de pessoa jurídica que tenha como fim profissões legalmente regulamentadas, a
apenas a atividade de produção rural.(Redação contribuição da empresa referente aos segurados
dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) a que se referem as alíneas "g" a "i" do inciso V do
§ 1º São consideradas remuneração as art. 9º, observado o disposto no art. 225 e
importâncias auferidas em uma ou mais empresas, legislação específica, será de vinte por cento
assim entendida a totalidade dos rendimentos sobre: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, 1999)
durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, I - a remuneração paga ou creditada aos
qualquer que seja a sua forma, inclusive os ganhos sócios em decorrência de seu trabalho, de acordo
habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o com a escrituração contábil da empresa; ou
disposto no § 9º do art. 214 e excetuado o lucro
distribuído ao segurado empresário, observados II - os valores totais pagos ou creditados aos
os termos do inciso II do § 5º. sócios, ainda que a título de antecipação de lucro
da pessoa jurídica, quando não houver
§ 2º Integra a remuneração para os fins do discriminação entre a remuneração decorrente do
disposto nos incisos II e III do caput, a bolsa de trabalho e a proveniente do capital social ou tratar-
estudos paga ou creditada ao médico-residente se de adiantamento de resultado ainda não
participante do programa de residência médica de apurado por meio de demonstração de resultado
que trata o art. 4º da Lei nº 6.932, de 7 de julho de do exercício. (Redação dada pelo Decreto nº
1981, na redação dada pela Lei nº 10.405, de 9 de 4.729, de 2003)
janeiro de 2002. (Redação dada pelo Decreto nº
4.729, de 2003) § 6º No caso de banco comercial, banco de
investimento, banco de desenvolvimento, caixa
§ 3º Não havendo comprovação dos valores econômica, sociedade de crédito, financiamento e
pagos ou creditados aos segurados de que tratam investimento, sociedade de crédito imobiliário,
as alíneas "e" a "i" do inciso V do art. 9o, em face inclusive associação de poupança e empréstimo,
de recusa ou sonegação de qualquer documento sociedade corretora, distribuidora de títulos e
ou informação, ou sua apresentação deficiente, a valores mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias
contribuição da empresa referente a esses e de valores, empresa de arrendamento mercantil,
segurados será de vinte por cento sobre: cooperativa de crédito, empresa de seguros
(Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000) privados e de capitalização, agente autônomo de
seguros privados e de crédito e entidade de
I - o salário-de-contribuição do segurado previdência privada, aberta e fechada, além das
nessa condição; (Incluído pelo Decreto nº contribuições referidas nos incisos I e II do caput
3.452, de 2000) e nos arts. 202 e 204, é devida a contribuição
adicional de dois vírgula cinco por cento sobre a
II - a maior remuneração paga a base de cálculo definida nos incisos I e II do caput.
empregados da empresa; ou (Incluído pelo (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Decreto nº 3.452, de 2000) § 7º A pessoa jurídica enquadrada na
III - o salário mínimo, caso não ocorra condição de microempresa ou de empresa de
nenhuma das hipóteses anteriores. (Incluído pequeno porte, na forma do art. 2º da Lei nº 9.317,

565
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de 5 de dezembro de 1996, que optar pela carga ou passageiro, é de quinze por cento sobre
inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de a parcela correspondente ao valor dos serviços
Impostos e Contribuições das Microempresas e prestados pelos cooperados, que não será inferior
Empresas de Pequeno Porte, contribuirá na forma a vinte por cento do valor da nota fiscal ou
estabelecida no art. 23 da referida Lei, em fatura.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
substituição às contribuições de que tratam os
incisos I a IV do caput e os arts. 201-A, 202 e 204. § 21. O disposto no inciso IV do caput não
(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) se aplica às operações relativas à prestação de
serviços a terceiros, cujas contribuições
§ 8º A contribuição será sempre calculada previdenciárias continuam sendo devidas na forma
na forma do inciso II do caput quando a deste artigo e do art. 202.(Incluído pelo Decreto nº
remuneração ou retribuição for paga ou creditada 4.032, de 2001)
a pessoa física, quando ausentes os requisitos que
caracterizem o segurado como empregado, § 22. A pessoa jurídica, exceto a
mesmo que não esteja inscrita no Regime Geral de agroindústria, que, além da atividade rural,
Previdência Social. (Redação dada pelo Decreto explorar também outra atividade econômica
nº 3.265, de 1999) autônoma, quer seja comercial, industrial ou de
serviços, no mesmo ou em estabelecimento
§§ 9º a 14. (Revogados pelo Decreto nº distinto, independentemente de qual seja a
3.265, de 1999) atividade preponderante, contribuirá de acordo
com os incisos I, II e III do art. 201 e art.
§ 15. Para os efeitos do inciso IV do caput e 202.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
do § 8º do art. 202, considera-se receita bruta o
valor recebido ou creditado pela comercialização Art. 201-A. A contribuição devida pela
da produção, assim entendida a operação de agroindústria, definida como sendo o produtor
venda ou consignação, observadas as disposições rural pessoa jurídica cuja atividade econômica
do § 5º do art. 200. seja a industrialização de produção própria ou de
produção própria e adquirida de terceiros,
§ 16. A partir de 14 de outubro de 1996, as incidente sobre o valor da receita bruta
contribuições de que tratam o inciso IV do caput e proveniente da comercialização da produção, em
o § 8º do art. 202 são de responsabilidade do substituição às previstas no inciso I do art. 201 e
produtor rural pessoa jurídica, não sendo admitida art. 202, é de: (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de
a sub-rogação ao adquirente, consignatário ou 2001)
cooperativa.
I - dois vírgula cinco por cento destinados à
§ 17. O produtor rural pessoa jurídica Seguridade Social; e (Incluído pelo Decreto nº
continua obrigado a arrecadar e recolher ao 4.032, de 2001)
Instituto Nacional do Seguro Social a contribuição
do segurado empregado e do trabalhador avulso a II - zero vírgula um por cento para o
seu serviço, descontando-a da respectiva financiamento do benefício previsto nos arts. 64 a
remuneração, nos mesmos prazos e segundo as 70, e daqueles concedidos em razão do grau de
mesmas normas aplicadas às empresas em geral. incidência de incapacidade para o trabalho
decorrente dos riscos ambientais da atividade.
§ 18. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
2001)
§ 1º Para os fins deste artigo, entende-se
§ 19. A cooperativa de trabalho não está por receita bruta o valor total da receita
sujeita à contribuição de que trata o inciso II do proveniente da comercialização da produção
caput, em relação às importâncias por ela pagas, própria e da adquirida de terceiros, industrializada
distribuídas ou creditadas aos respectivos ou não. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
cooperados, a título de remuneração ou retribuição
pelos serviços que, por seu intermédio, tenham § 2o O disposto neste artigo não se aplica
prestado a empresas. (Redação dada pelo às operações relativas à prestação de serviços a
Decreto nº 3.452, de 2000)) terceiros, cujas contribuições previdenciárias
continuam sendo devidas na forma do art. 201 e
§ 20. A contribuição da empresa,
202, obrigando-se a empresa a elaborar folha de
relativamente aos serviços que lhe são prestados salários e registros contábeis distintos. (Incluído
por cooperados por intermédio de cooperativas de pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
trabalho na atividade de transporte rodoviário de

566
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Na hipótese do § 2o, a receita bruta separadamente dos relativos aos seus
correspondente aos serviços prestados a empregados regulares, discriminadamente por
terceiros não integram a base de cálculo da cooperado, na forma definida pelo INSS.(Incluído
contribuição de que trata o caput. (Incluído pelo pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
Decreto nº 4.032, de 2001) § 2° A cooperativa é diretamente
responsável pela arrecadação e recolhimento da
§ 4o O disposto neste artigo não se aplica:
contribuição previdenciária dos segurados
(Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
contratados na forma deste artigo.(Incluído pelo
I - às sociedades cooperativas e às Decreto nº 4.032, de 2001)
agroindústrias de piscicultura, carcinicultura,
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se à
suinocultura e avicultura; e(Incluído pelo Decreto
contribuição devida ao Serviço Nacional
nº 4.862, de 2003)
Rural.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
II - à pessoa jurídica que, relativamente à Art. 201-D. As alíquotas de que tratam os
atividade rural, se dedique apenas ao incisos I e II do art. 201, em relação às empresas
florestamento e reflorestamento como fonte de que prestam serviços de tecnologia da
matéria-prima para industrialização própria informação - TI e de tecnologia da informação e
mediante a utilização de processo industrial que comunicação - TIC, ficam reduzidas de acordo
modifique a natureza química da madeira ou a com a aplicação sucessiva das seguintes
transforme em pasta celulósica. (Incluído pelo
operações: (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
Decreto nº 4.862, de 2003)
2009) (Produção de efeito)
§ 5o Aplica-se o disposto no inciso II do § 4o I - subtrair do valor da receita bruta total de
ainda que a pessoa jurídica comercialize resíduos venda de bens e serviços relativa aos doze meses
vegetais ou sobras ou partes da produção, desde imediatamente anteriores ao trimestre-calendário
que a receita bruta decorrente dessa o valor correspondente aos impostos e às
comercialização represente menos de um por
contribuições incidentes sobre venda; (Incluído
cento de sua receita bruta proveniente da
comercialização da produção. (Incluído pelo pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de
Decreto nº 4.862, de 2003) efeito)

Art. 201-B. Aplica-se o disposto no artigo II - identificar, no valor da receita bruta total
resultante da operação prevista no inciso I, a parte
anterior, ainda que a agroindústria explore,
também, outra atividade econômica autônoma, no relativa aos serviços mencionados nos §§ 3o e 4o
mesmo ou em estabelecimento distinto, hipótese que foram exportados; (Incluído pelo Decreto nº
em que a contribuição incidirá sobre o valor da 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
receita bruta dela decorrente. (Incluído pelo
Decreto nº 4.032, de 2001) III - dividir a receita bruta de exportação
resultante do inciso II pela receita bruta total
Art. 201-C. Quando a cooperativa de resultante do inciso I; (Incluído pelo Decreto nº
produção rural contratar empregados para 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
realizarem, exclusivamente, a colheita da
produção de seus cooperados, as contribuições de IV - multiplicar a razão decorrente do inciso
que tratam o art. 201, I, e o art. 202, relativas à III por um décimo; (Incluído pelo Decreto nº
folha de salário destes segurados, serão 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
substituídas pela contribuição devida pelos
cooperados, cujas colheitas sejam por eles V - multiplicar o valor encontrado de acordo
realizadas, incidentes sobre a receita bruta da com a operação do inciso IV por cem, para que se
comercialização da produção rural, na forma chegue ao percentual de redução; (Incluído pelo
prevista no art. 200, se pessoa física, no inciso IV Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
do caput do art. 201 e no § 8º do art. 202, se
pessoa jurídica. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de VI - subtrair de vinte por cento o percentual
2001) resultante do inciso V, de forma que se obtenha a
nova alíquota percentual a ser aplicada sobre a
§ 1° A cooperativa deverá elaborar folha de base de cálculo da contribuição
salários distinta e apurar os encargos decorrentes previdenciária. (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
da contratação de que trata o caput

567
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de 2009) (Produção de efeito) § 4o O disposto neste artigo aplica-se
também a empresas que prestam serviços de call
§ 1o A alíquota apurada na forma do inciso
center. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
VI do caput será aplicada uniformemente nos
meses que compõem o trimestre- 2009) (Produção de efeito)
calendário. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de § 5o No caso das empresas que prestam
2009) (Produção de efeito) serviços referidos nos §§ 3o e 4o, os valores das
§ 2o No caso de empresa em início de contribuições devidas a terceiros, denominados
atividades ou sem receita de exportação até a data outras entidades ou fundos, com exceção do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da
de publicação da Lei no 11.774, de 17 de setembro Educação - FNDE, ficam reduzidos no percentual
de 2008, a apuração de que trata o caput poderá resultante das operações referidas no caput e de
ser realizada com base em período inferior a doze acordo com a aplicação sucessiva das seguintes
meses, observado o mínimo de três meses
operações: (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
anteriores. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
2009) (Produção de efeito)
2009) (Produção de efeito)
I - calcular a contribuição devida no mês a
§ 3o Para efeito do caput, consideram-se cada entidade ou fundo, levando em consideração
serviços de TI e TIC: (Incluído pelo Decreto nº as regras aplicadas às empresas em geral;
6.945, de 2009) (Produção de efeito) (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
2009) (Produção de efeito)
I - análise e desenvolvimento de sistemas;
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de II - aplicar o percentual de redução,
2009) (Produção de efeito) resultante do inciso V do caput, sobre o valor
resultante do inciso I; (Incluído pelo Decreto nº
II - programação; (Incluído pelo Decreto 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
III - subtrair, do valor apurado na forma do
III - processamento de dados e congêneres; inciso I, o valor obtido no inciso II, o que resultará
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de no valor a ser recolhido a cada entidade ou fundo
2009) (Produção de efeito) no mês. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
IV - elaboração de programas de
2009) (Produção de efeito)
computadores, inclusive de jogos eletrônicos; § 6o As reduções de que tratam o caput e o
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de § 5o pressupõem o atendimento ao seguinte:
2009) (Produção de efeito) (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de
V - licenciamento ou cessão de direito de 2009) (Produção de efeito)
uso de programas de computação; (Incluído pelo
I - até 31 de dezembro de 2009, a empresa
Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito) deverá implementar o Programa de Prevenção de
VI - assessoria e consultoria em informática; Riscos Ambientais e de Doenças Ocupacionais
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de previsto em lei, caracterizado pela plena execução
do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
2009) (Produção de efeito) - PPRA e do Programa de Controle Médico de
VII - suporte técnico em informática, Saúde Ocupacional - PCMSO, conforme
inclusive instalação, configuração e manutenção disciplinado nas normas regulamentadoras do
de programas de computação e bancos de dados; Ministério do Trabalho e Emprego, devendo ainda
e (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de estabelecer metas de melhoria das condições e do
ambiente de trabalho que reduzam a ocorrência de
2009) (Produção de efeito) benefícios por incapacidade decorrentes de
VIII - planejamento, confecção, manutenção acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais
e atualização de páginas eletrônicas. (Incluído em pelo menos cinco por cento em relação ao ano
pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de anterior; (Redação dada pelo Decreto nº 7.331,
efeito) de 2010)
II - até 31 de dezembro de 2010, a empresa

568
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
que comprovar estar executando o programa de IV - realizadas no apoio a projetos de
prevenção de riscos ambientais e de doenças desenvolvimento científico ou tecnológico, por
ocupacionais implantado nos prazo e forma instituições de pesquisa e desenvolvimento,
estabelecidos no inciso I, terá presumido o conforme definidos nos arts. 27 e 28 do Decreto n o
atendimento à exigência fixada no inciso I do § 9o 5.906, de 2006, devidamente credenciadas pelo
do art. 14 da Lei no 11.774, de 2008; (Incluído Comitê da Área de Tecnologia da Informação -
CATI ou pelo Comitê das Atividades de Pesquisa e
pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de Desenvolvimento da
efeito) (Vide Decreto nº 6.945, de 2009) Amazônia - CAPDA. (Incluído pelo Decreto nº
III - a partir de 1o de janeiro de 2011, a 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
empresa deverá comprovar a eficácia do
respectivo programa de prevenção de riscos § 8o O valor do benefício e a especificação
ambientais e de doenças ocupacionais, por meio das contrapartidas referidos no § 7o deverão ser
de relatórios que atestem o atendimento da meta declarados formalmente pelas empresas
de redução de sinistralidade nele estabelecida; beneficiárias, a cada exercício, ao Ministério da
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de Ciência e Tecnologia, na forma a ser definida em
2009) (Produção de efeito) (Vide Decreto nº ato daquele Ministério. (Incluído pelo Decreto nº
6.945, de 2009) 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 7.331, de § 9o Para fins do § 8o, as empresas
2010) beneficiadas pela Lei no 8.248, de 23 de outubro
de 1991, poderão deduzir do montante previsto no
§ 7o Sem prejuízo do disposto no § 6o, as
empresas dos setores de TI e de TIC só farão jus § 7o as despesas efetivamente realizadas, no
atendimento às exigências da referida Lei,
às reduções de que tratam o caput e o § 5o se
observado o disposto no § 10. (Incluído pelo
aplicarem montante igual ou superior a dez por
cento do benefício auferido, alternativa ou Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
cumulativamente em despesas: (Incluído pelo § 10. O disposto no § 9o aplica-se
Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito) exclusivamente às despesas de mesma natureza
I - para capacitação de pessoal, relacionada das previstas no § 7o. (Incluído pelo Decreto nº
a aspectos técnicos associados aos serviços de TI 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
e TIC, referidos no § 3o, bem como a serviços de § 11. A União compensará, mensalmente, o
call centers, aí incluída a capacitação em temas Fundo do Regime Geral de Previdência Social, de
diretamente relacionados com qualidade de
produtos, processos ou sistemas, bem como a que trata o art. 68 da Lei Complementar no 101, de
4 de maio de 2000, no valor correspondente à
proficiência em línguas estrangeiras; (Incluído
renúncia previdenciária decorrente da
pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de desoneração de que trata este artigo, de forma a
efeito) não afetar a apuração do resultado financeiro do
II - relacionadas ao desenvolvimento de Regime Geral de Previdência Social. (Incluído
atividades de avaliação de conformidade, incluindo pelo Decreto nº 6.945, de 2009) (Produção de
certificação de produtos, serviços e sistemas, efeito)
realizadas com entidades ou especialistas do País
§ 12. A renúncia de que trata o § 11
ou do exterior; (Incluído pelo Decreto nº 6.945,
consistirá na diferença entre o valor da
de 2009) (Produção de efeito) contribuição que seria devido, como se não
III - realizadas com desenvolvimento houvesse incentivo, e o valor da contribuição
tecnológico de produtos, processos e serviços, efetivamente recolhido. (Incluído pelo Decreto
sendo consideradas atividades de pesquisa e nº 6.945, de 2009) (Produção de efeito)
desenvolvimento em TI aquelas dispostas nos
§ 13. O valor estimado da renúncia será
arts. 24 e 25 do Decreto no 5.906, de 26 de incluído na Lei Orçamentária Anual, sem prejuízo
setembro de 2006; ou (Incluído pelo Decreto nº do repasse enquanto não constar na mencionada
6.945, de 2009) (Produção de efeito) Lei. (Incluído pelo Decreto nº 6.945, de

569
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2009) (Produção de efeito) realizar o enquadramento na atividade
preponderante, cabendo à Secretaria da Receita
§ 14. O não-cumprimento das exigências de Previdenciária do Ministério da Previdência Social
que tratam os §§ 6o e 7o implica a perda do direito revê-lo a qualquer tempo. (Redação dada pelo
das reduções de que tratam o caput e o § 5o, Decreto nº 6.042, de 2007).
ensejando o recolhimento da diferença de
contribuições com os acréscimos legais cabíveis. § 6o Verificado erro no auto-
(Incluído pelo Decreto nº 6.945, de enquadramento, a Secretaria da Receita
2009) (Produção de efeito) Previdenciária adotará as medidas necessárias à
sua correção, orientará o responsável pela
Art. 202. A contribuição da empresa, empresa em caso de recolhimento indevido e
destinada ao financiamento da aposentadoria procederá à notificação dos valores devidos.
especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de
benefícios concedidos em razão do grau de 2007).
incidência de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientais do trabalho corresponde à § 7º O disposto neste artigo não se aplica à
aplicação dos seguintes percentuais, incidentes pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V
sobre o total da remuneração paga, devida ou do caput do art. 9º.
creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao
segurado empregado e trabalhador avulso: § 8º Quando se tratar de produtor rural
pessoa jurídica que se dedique à produção rural e
I - um por cento para a empresa em cuja contribua nos moldes do inciso IV do caput do art.
atividade preponderante o risco de acidente do 201, a contribuição referida neste artigo
trabalho seja considerado leve; corresponde a zero vírgula um por cento incidente
sobre a receita bruta proveniente da
II - dois por cento para a empresa em cuja comercialização de sua produção.
atividade preponderante o risco de acidente do
trabalho seja considerado médio; ou § 9º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
III - três por cento para a empresa em cuja
atividade preponderante o risco de acidente do § 10. Será devida contribuição adicional de
trabalho seja considerado grave. doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo da
cooperativa de produção, incidente sobre a
§ 1º As alíquotas constantes do caput serão remuneração paga, devida ou creditada ao
acrescidas de doze, nove ou seis pontos cooperado filiado, na hipótese de exercício de
percentuais, respectivamente, se a atividade atividade que autorize a concessão de
exercida pelo segurado a serviço da empresa aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte
ensejar a concessão de aposentadoria especial e cinco anos de contribuição, respectivamente.
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
contribuição.
§ 11. Será devida contribuição adicional de
§ 2º O acréscimo de que trata o parágrafo nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo da
anterior incide exclusivamente sobre a empresa tomadora de serviços de cooperado
remuneração do segurado sujeito às condições filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o
especiais que prejudiquem a saúde ou a valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
integridade física. serviços, conforme a atividade exercida pelo
cooperado permita a concessão de aposentadoria
§ 3º Considera-se preponderante a atividade
especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos
que ocupa, na empresa, o maior número de
de contribuição, respectivamente. (Incluído pelo
segurados empregados e trabalhadores avulsos.
Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 4º A atividade econômica preponderante da
§ 12. Para os fins do § 11, será emitida nota
empresa e os respectivos riscos de acidentes do
fiscal ou fatura de prestação de serviços específica
trabalho compõem a Relação de Atividades
para a atividade exercida pelo cooperado que
Preponderantes e correspondentes Graus de
permita a concessão de aposentadoria especial.
Risco, prevista no Anexo V.
(Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 5o É de responsabilidade da empresa § 13. A empresa informará mensalmente,

570
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de casos de auxílio-doença, auxílio-acidente,
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à aposentadoria por invalidez e pensão por morte,
Previdência Social - GFIP, a alíquota todos de natureza acidentária, aos quais são
correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atribuídos pesos diferentes em razão da gravidade
atividade preponderante e a atividade do da ocorrência, como segue: (Redação dada pelo
estabelecimento, apuradas de acordo com o Decreto nº 6.957, de 2009)
disposto nos §§ 3o e 5o. (Incluído pelo Decreto
nº 6.042, de 2007). a) pensão por morte: peso de cinquenta por
Art. 202-A. As alíquotas constantes nos cento; (Incluído pelo Decreto nº 6.957, de
incisos I a III do art. 202 serão reduzidas em até 2009)
cinqüenta por cento ou aumentadas em até cem b) aposentadoria por invalidez: peso de trinta
por cento, em razão do desempenho da empresa
por cento; e (Incluído pelo Decreto nº 6.957, de
em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo
Fator Acidentário de Prevenção - FAP. (Incluído
2009)
pelo Decreto nº 6.042, de 2007). c) auxílio-doença e auxílio-acidente: peso de
dez por cento para cada um; e (Incluído pelo
§ 1o O FAP consiste num multiplicador Decreto nº 6.957, de 2009)
variável num intervalo contínuo de cinco décimos
(0,5000) a dois inteiros (2,0000), aplicado com III - para o índice de custo, os valores dos
quatro casas decimais, considerado o critério de benefícios de natureza acidentária pagos ou
arredondamento na quarta casa decimal, a ser devidos pela Previdência Social, apurados da
aplicado à respectiva alíquota. (Redação dada seguinte forma: (Redação dada pelo Decreto nº
pelo Decreto nº 6.957, de 2009) 6.957, de 2009)
§ 2o Para fins da redução ou majoração a a) nos casos de auxílio-doença, com base
que se refere o caput, proceder-se-á à no tempo de afastamento do trabalhador, em
discriminação do desempenho da empresa, dentro meses e fração de mês; e (Incluído pelo Decreto
da respectiva atividade econômica, a partir da nº 6.957, de 2009)
criação de um índice composto pelos índices de
b) nos casos de morte ou de invalidez,
gravidade, de frequência e de custo que pondera
parcial ou total, mediante projeção da expectativa
os respectivos percentis com pesos de cinquenta
de sobrevida do segurado, na data de início do
por cento, de trinta cinco por cento e de quinze por
benefício, a partir da tábua de mortalidade
cento, respectivamente. (Redação dada pelo construída pela Fundação Instituto Brasileiro de
Decreto nº 6.957, de 2009) Geografia e Estatística - IBGE para toda a
população brasileira, considerando-se a média
§ 3o (Revogado pelo Decreto nº 6.957, de nacional única para ambos os sexos. (Incluído
2009) pelo Decreto nº 6.957, de 2009)
§ 4o Os índices de freqüência, gravidade e § 5o O Ministério da Previdência Social
custo serão calculados segundo metodologia publicará anualmente, sempre no mesmo mês, no
aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Diário Oficial da União, os róis dos percentis de
Social, levando-se em conta: (Incluído pelo frequência, gravidade e custo por Subclasse da
Decreto nº 6.042, de 2007). Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE e divulgará na rede mundial
I - para o índice de freqüência, os registros de computadores o FAP de cada empresa, com as
de acidentes e doenças do trabalho informados ao respectivas ordens de freqüência, gravidade, custo
INSS por meio de Comunicação de Acidente do e demais elementos que possibilitem a esta
Trabalho - CAT e de benefícios acidentários verificar o respectivo desempenho dentro da sua
estabelecidos por nexos técnicos pela perícia CNAE-Subclasse. (Redação dada pelo Decreto
médica do INSS, ainda que sem CAT a eles
nº 6.957, de 2009)
vinculados; (Redação dada pelo Decreto nº
6.957, de 2009) § 6o O FAP produzirá efeitos tributários a
partir do primeiro dia do quarto mês subseqüente
II - para o índice de gravidade, todos os ao de sua divulgação. (Incluído pelo Decreto nº

571
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
6.042, de 2007). este artigo tem efeito suspensivo. (Incluído
pelo Decreto nº 7.126, de 2010)
§ 7o Para o cálculo anual do FAP, serão
utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada Art. 203. A fim de estimular investimentos
ano, até completar o período de dois anos, a partir destinados a diminuir os riscos ambientais no
do qual os dados do ano inicial serão substituídos trabalho, o Ministério da Previdência e Assistência
pelos novos dados anuais Social poderá alterar o enquadramento de
incorporados. (Redação dada pelo Decreto nº empresa que demonstre a melhoria das condições
6.957, de 2009) do trabalho, com redução dos agravos à saúde do
trabalhador, obtida através de investimentos em
§ 8o Para a empresa constituída após prevenção e em sistemas gerenciais de risco.
janeiro de 2007, o FAP será calculado a partir de
§ 1º A alteração do enquadramento estará
1o de janeiro do ano ano seguinte ao que condicionada à inexistência de débitos em relação
completar dois anos de constituição.(Redação às contribuições devidas ao Instituto Nacional do
dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009) Seguro Social e aos demais requisitos
estabelecidos pelo Ministério da Previdência e
§ 9o Excepcionalmente, no primeiro Assistência Social.
processamento do FAP serão utilizados os dados
§ 2º O Instituto Nacional do Seguro Social,
de abril de 2007 a dezembro de 2008. (Redação
com base principalmente na comunicação prevista
dada pelo Decreto nº 6.957, de 2009) no art. 336, implementará sistema de controle e
§ 10. A metodologia aprovada pelo acompanhamento de acidentes do trabalho.
Conselho Nacional de Previdência Social indicará
§ 3º Verificado o descumprimento por parte
a sistemática de cálculo e a forma de aplicação de
da empresa dos requisitos fixados pelo Ministério
índices e critérios acessórios à composição do
da Previdência e Assistência Social, para fins de
índice composto do FAP. (Incluído pelo Decreto enquadramento de que trata o artigo anterior, o
nº 6.957, de 2009) Instituto Nacional do Seguro Social procederá à
Art. 202-B. O FAP atribuído às empresas notificação dos valores devidos.
pelo Ministério da Previdência Social poderá Art. 204. As contribuições a cargo da
ser contestado perante o Departamento de empresa, provenientes do faturamento e do lucro,
Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional destinadas à seguridade social, são arrecadadas,
da Secretaria Políticas de Previdência Social normatizadas, fiscalizadas e cobradas pela
do Ministério da Previdência Social, no prazo Secretaria da Receita Federal. (Redação dada
de trinta dias da sua divulgação pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
oficial. (Incluído pelo Decreto nº 7.126, de
2010) I - até 31 de março de 1992, dois por cento
sobre sua receita bruta, estabelecida segundo o
§ 1o A contestação de que trata o caput disposto no § 1º do art. 1º do Decreto-lei nº 1.940,
deverá versar, exclusivamente, sobre razões de 25 de maio de 1982, com a redação dada pelo
relativas a divergências quanto aos elementos art. 22 do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de dezembro
previdenciários que compõem o cálculo do de 1987, e alterações posteriores; a partir de 1º de
FAP. (Incluído pelo Decreto nº 7.126, de abril de 1992 até 31 de janeiro de 1999, dois por
cento sobre o faturamento mensal, assim
2010) considerado a receita bruta das vendas de
§ 2o Da decisão proferida pelo mercadorias, de mercadorias e serviços e de
Departamento de Políticas de Saúde e serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei
Segurança Ocupacional, caberá recurso, no Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991;
prazo de trinta dias da intimação da decisão, a partir de 1º de fevereiro de 1999, três por cento
para a Secretaria de Políticas de Previdência sobre o faturamento, nos termos da Lei nº 9.718,
Social, que examinará a matéria em caráter de 27 de novembro de 1998; e
terminativo. (Incluído pelo Decreto nº 7.126, II - até 31 de dezembro de 1995, dez por
de 2010) cento sobre o lucro líquido do período-base, antes
da provisão para o Imposto de Renda, ajustado na
§ 3o O processo administrativo de que trata forma do art. 2º da Lei nº 8.034, de 12 de abril de

572
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1990; a partir de 1º de janeiro de 1996, oito por § 6º O não-desconto ou a não-retenção das
cento sobre o lucro líquido, nos termos da Lei nº contribuições a que se referem os §§ 1º e 3º
9.249, de 26 de dezembro de 1995. sujeitará a entidade promotora do espetáculo, a
empresa ou a entidade às penalidades previstas
§§ 1º a 3º. (Revogado pelo Decreto nº 4.729,
no art. 283.
de 2003)
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica às
Art. 205. A contribuição empresarial da
demais entidades desportivas, que continuam a
associação desportiva que mantém equipe de
contribuir na forma dos arts. 201, 202 e 204, a
futebol profissional, destinada à seguridade social,
partir da competência novembro de 1991.
em substituição às previstas no inciso I do caput
do art. 201 e no art. 202, corresponde a cinco por § 8º O disposto no caput e §§ 1º a 6º aplica-
cento da receita bruta decorrente dos espetáculos se à associação desportiva que mantém equipe de
desportivos de que participe em todo território futebol profissional e que se organize na forma da
nacional, em qualquer modalidade desportiva, Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998.
inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma
Seção II
de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão Da Isenção de Contribuições
de espetáculos desportivos. Art. 206. (Revogado pelo Decreto nº 7.237,
de 2010).
§ 1º Cabe à entidade promotora do
espetáculo a responsabilidade de efetuar o Art. 207. (Revogado pelo Decreto nº 7.237,
desconto de cinco por cento da receita bruta de 2010).
decorrente dos espetáculos desportivos e o
respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Art. 208. (Revogado pelo Decreto nº 7.237, de
Seguro Social, no prazo de até dois dias úteis após 2010).
a realização do evento. Art. 209. (Revogado pelo Decreto nº 7.237,
§ 2º Cabe à associação desportiva que de 2010).
mantém equipe de futebol profissional informar à Art. 210. (Revogado pelo Decreto nº 7.237,
entidade promotora do espetáculo desportivo de 2010).
todas as receitas auferidas no evento,
discriminando-as detalhadamente.
§ 3º Cabe à empresa ou entidade que
repassar recursos a associação desportiva que Seção III
mantém equipe de futebol profissional, a título de Da Contribuição do Empregador
patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão Doméstico
de espetáculos, a responsabilidade de reter e Art. 211. A contribuição do empregador
recolher, no prazo estabelecido na alínea "b" do doméstico é de doze por cento do salário-de-
inciso I do art. 216, o percentual de cinco por cento contribuição do empregado doméstico a seu
da receita bruta, inadmitida qualquer dedução. serviço.
CAPÍTULO V
§ 4º O Conselho Deliberativo do Instituto
Nacional de Desenvolvimento do Desporto DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A
informará ao Instituto Nacional do Seguro Social, RECEITA DE CONCURSOS DE
com a antecedência necessária, a realização de PROGNÓSTICOS
todo espetáculo esportivo de que a associação
desportiva referida no caput participe no território Art. 212. Constitui receita da seguridade
nacional. social a renda líquida dos concursos de
prognósticos, excetuando-se os valores
§ 5º O não-recolhimento das contribuições a destinados ao Programa de Crédito Educativo.
que se referem os §§ 1º e 3º nos prazos
estabelecidos no § 1º deste artigo e na alínea "b" § 1º Consideram-se concurso de
do inciso I do art. 216, respectivamente, sujeitará prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio
os responsáveis ao pagamento de atualização de números ou quaisquer outros símbolos, loterias
monetária, quando couber, juros moratórios e e apostas de qualquer natureza no âmbito federal,
multas, na forma do art. 239. estadual, do Distrito Federal ou municipal,

573
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
promovidos por órgãos do Poder Público ou por VI - cinqüenta por cento da receita obtida na
sociedades comerciais ou civis. forma do parágrafo único do art. 243 da
Constituição Federal, repassados pelo Instituto
§ 2º A contribuição de que trata este artigo
Nacional do Seguro Social aos órgãos
constitui-se de:
responsáveis pelas ações de proteção à saúde e a
I - renda líquida dos concursos de ser aplicada no tratamento e recuperação de
prognósticos realizados pelos órgãos do Poder viciados em entorpecentes e drogas afins;
Público destinada à seguridade social de sua
VII - quarenta por cento do resultado dos
esfera de governo;
leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da
II - cinco por cento sobre o movimento global Receita Federal; e
de apostas em prado de corridas; e
VIII - outras receitas previstas em legislação
III - cinco por cento sobre o movimento global específica.
de sorteio de números ou de quaisquer
Parágrafo único. As companhias
modalidades de símbolos.
seguradoras que mantém seguro obrigatório de
§ 3º Para o efeito do disposto no parágrafo danos pessoais causados por veículos
anterior, entende-se como: automotores de vias terrestres, de que trata a Lei
nº 6.194, de 19 de dezembro de 1974, deverão
I - renda líquida - o total da arrecadação, repassar à seguridade social cinqüenta por cento
deduzidos os valores destinados ao pagamento de do valor total do prêmio recolhido, destinados ao
prêmios, de impostos e de despesas com Sistema Único de Saúde, para custeio da
administração; assistência médico-hospitalar dos segurados
vitimados em acidentes de trânsito.(Redação dada
II - movimento global das apostas - total das pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
importâncias relativas às várias modalidades de
CAPÍTULO VII
jogos, inclusive o de acumulada, apregoadas para
o público no prado de corrida, subsede ou outra DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO
dependência da entidade; e Art. 214. Entende-se por salário-de-
contribuição:
III - movimento global de sorteio de
números - o total da receita bruta, apurada com a I - para o empregado e o trabalhador avulso:
venda de cartelas, cartões ou quaisquer outras a remuneração auferida em uma ou mais
modalidades, para sorteio realizado em qualquer empresas, assim entendida a totalidade dos
condição. rendimentos pagos, devidos ou creditados a
CAPÍTULO VI qualquer título, durante o mês, destinados a
DAS OUTRAS RECEITAS DA retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,
inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a
SEGURIDADE SOCIAL forma de utilidades e os adiantamentos
Art. 213. Constituem outras receitas da decorrentes de reajuste salarial, quer pelos
seguridade social: serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de
I - as multas, a atualização monetária e os serviços, nos termos da lei ou do contrato ou,
juros moratórios; ainda, de convenção ou acordo coletivo de
II - a remuneração recebida pela prestação trabalho ou sentença normativa;
de serviços de arrecadação, fiscalização e II - para o empregado doméstico: a
cobrança prestados a terceiros; remuneração registrada na Carteira Profissional
III - as receitas provenientes de prestação de e/ou na Carteira de Trabalho e Previdência Social,
observados os limites mínimo e máximo previstos
outros serviços e de fornecimento ou
nos §§ 3º e 5º;
arrendamento de bens;
III - para o contribuinte individual: a
IV - as demais receitas patrimoniais,
remuneração auferida em uma ou mais empresas
industriais e financeiras;
ou pelo exercício de sua atividade por conta
V- as doações, legados, subvenções e outras própria, durante o mês, observados os limites a
receitas eventuais; que se referem os §§ 3º e 5º; (Redação dada pelo

574
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Decreto nº 3.265, de 1999) sobre o valor bruto da gratificação, sem
compensação dos adiantamentos pagos,
IV - para o dirigente sindical na qualidade de mediante aplicação, em separado, da tabela de
empregado: a remuneração paga, devida ou que trata o art. 198 e observadas as normas
creditada pela entidade sindical, pela empresa ou estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro
por ambas; e Social.
V - para o dirigente sindical na qualidade de § 8º O valor das diárias para viagens, quando
trabalhador avulso: a remuneração paga, devida excedente a cinqüenta por cento da remuneração
ou creditada pela entidade sindical. mensal do empregado, integra o salário-de-
VI - para o segurado facultativo: o valor por contribuição pelo seu valor total.
ele declarado, observados os limites a que se § 9º Não integram o salário-de-contribuição,
referem os §§ 3º e 5º; (Incluído pelo Decreto nº exclusivamente:
3.265, de 1999)
I - os benefícios da previdência social, nos
§ 1º Quando a admissão, a dispensa, o termos e limites legais, ressalvado o disposto no
afastamento ou a falta do empregado, inclusive o § 2º;
doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário-de-
contribuição será proporcional ao número de dias II - a ajuda de custo e o adicional mensal
efetivamente trabalhados, observadas as normas recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei nº
estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro 5.929, de 30 de outubro de 1973;
Social.
III - a parcela in natura recebida de acordo
§ 2º O salário-maternidade é considerado com programa de alimentação aprovado pelo
salário-de-contribuição. Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da
Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976;
§ 3º O limite mínimo do salário-de-
contribuição corresponde:(Redação dada pelo IV - as importâncias recebidas a título de
Decreto nº 3.265, de 1999) férias indenizadas e respectivo adicional
constitucional, inclusive o valor correspondente à
I - para os segurados contribuinte individual e
dobra da remuneração de férias de que trata o art.
facultativo, ao salário mínimo; e (Incluído pelo
137 da Consolidação das Leis do Trabalho;
Decreto nº 3.265, de 1999)
II - para os segurados empregado, inclusive o V - as importâncias recebidas a título de:
doméstico, e trabalhador avulso, ao piso salarial a) indenização compensatória de quarenta
legal ou normativo da categoria ou, inexistindo por cento do montante depositado no Fundo de
este, ao salário mínimo, tomado no seu valor Garantia do Tempo de Serviço, como proteção à
mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o relação de emprego contra despedida arbitrária ou
tempo de trabalho efetivo durante o mês. (Incluído sem justa causa, conforme disposto no inciso I do
pelo Decreto nº 3.265, de 1999) art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
§ 4º A remuneração adicional de férias de que Transitórias;
trata o inciso XVII do art. 7º da Constituição
b) indenização por tempo de serviço, anterior
Federal integra o salário-de-contribuição.
a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante
§ 5º O valor do limite máximo do salário-de- pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;
contribuição será publicado mediante portaria do
c) indenização por despedida sem justa
Ministério da Previdência e Assistência Social,
sempre que ocorrer alteração do valor dos causa do empregado nos contratos por prazo
benefícios. determinado, conforme estabelecido no art. 479 da
Consolidação das Leis do Trabalho;
§ 6º A gratificação natalina - décimo terceiro
d) indenização do tempo de serviço do
salário - integra o salário-de-contribuição, exceto
para o cálculo do salário-de-benefício, sendo safrista, quando da expiração normal do contrato,
devida a contribuição quando do pagamento ou conforme disposto no art. 14 da Lei n° 5.889, de 8
crédito da última parcela ou na rescisão do de junho de 1973;
contrato de trabalho. e) incentivo à demissão;
§ 7º A contribuição de que trata o § 6º incidirá

575
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
f) (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009) XIV - as parcelas destinadas à assistência ao
trabalhador da agroindústria canavieira de que
g) indenização por dispensa sem justa causa trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro
no período de trinta dias que antecede a correção de 1965;
salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238, de
29 de outubro de 1984; XV - o valor das contribuições efetivamente
pago pela pessoa jurídica relativo a programa de
h) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 previdência complementar privada, aberta ou
da Consolidação das Leis do Trabalho; fechada, desde que disponível à totalidade de
i) abono de férias na forma dos arts. 143 e seus empregados e dirigentes, observados, no
que couber, os arts. 9º e 468 da Consolidação das
144 da Consolidação das Leis do Trabalho;
Leis do Trabalho;
j) ganhos eventuais e abonos expressamente
XVI - o valor relativo à assistência prestada
desvinculados do salário por força de lei; (Redação
por serviço médico ou odontológico, próprio da
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
empresa ou com ela conveniado, inclusive o
l) licença-prêmio indenizada; e reembolso de despesas com medicamentos,
óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-
m) outras indenizações, desde que hospitalares e outras similares, desde que a
expressamente previstas em lei; cobertura abranja a totalidade dos empregados e
dirigentes da empresa;
VI - a parcela recebida a título de vale-
transporte, na forma da legislação própria; XVII - o valor correspondente a vestuários,
equipamentos e outros acessórios fornecidos ao
VII - a ajuda de custo, em parcela única, empregado e utilizados no local do trabalho para
recebida exclusivamente em decorrência de prestação dos respectivos serviços;
mudança de local de trabalho do empregado, na
forma do art. 470 da Consolidação das Leis do XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso
Trabalho; de veículo do empregado, quando devidamente
comprovadas; (Redação dada pelo Decreto nº
VIII - as diárias para viagens, desde que não 3.265, de 1999)
excedam a cinqüenta por cento da remuneração
mensal do empregado; XIX - o valor relativo a plano educacional que
vise à educação básica, nos termos do art. 21 da
IX - a importância recebida a título de bolsa
Lei nº 9.394, de 1996, e a cursos de capacitação e
de complementação educacional de estagiário, qualificação profissionais vinculados às atividades
quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 1977; desenvolvidas pela empresa, desde que não seja
X - a participação do empregado nos lucros utilizado em substituição de parcela salarial e que
ou resultados da empresa, quando paga ou todos os empregados e dirigentes tenham acesso
creditada de acordo com lei específica; ao mesmo;

XI - o abono do Programa de Integração XX - (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de


Social/Programa de Assistência ao Servidor 1999)
Público; XXI - os valores recebidos em decorrência da
XII - os valores correspondentes a cessão de direitos autorais; e
transporte, alimentação e habitação fornecidos XXII - o valor da multa paga ao empregado
pela empresa ao empregado contratado para em decorrência da mora no pagamento das
trabalhar em localidade distante da de sua parcelas constantes do instrumento de rescisão do
residência, em canteiro de obras ou local que, por contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do
força da atividade, exija deslocamento e estada, art. 477 da Consolidação das Leis do Trabalho.
observadas as normas de proteção estabelecidas
pelo Ministério do Trabalho e Emprego; XXIII - o reembolso creche pago em
conformidade com a legislação trabalhista,
XIII - a importância paga ao empregado a
observado o limite máximo de seis anos de idade
título de complementação ao valor do auxílio- da criança, quando devidamente comprovadas as
doença desde que este direito seja extensivo à despesas; (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
totalidade dos empregados da empresa; 1999)

576
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XXIV - o reembolso babá, limitado ao menor trabalhista.
salário-de-contribuição mensal e condicionado à
comprovação do registro na Carteira de Trabalho § 15. O valor mensal do auxílio-acidente
e Previdência Social da empregada, do integra o salário-de-contribuição, para fins de
pagamento da remuneração e do recolhimento da cálculo do salário-de-benefício de qualquer
contribuição previdenciária, pago em aposentadoria, observado, no que couber, o
conformidade com a legislação trabalhista, disposto no art. 32.
observado o limite máximo de seis anos de idade § 16. Não se considera remuneração direta
da criança; e (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
ou indireta os valores despendidos pelas
1999)
entidades religiosas e instituições de ensino
XXV - o valor das contribuições efetivamente vocacional com ministro de confissão religiosa,
pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de membros de instituto de vida consagrada, de
seguro de vida em grupo, desde que previsto em congregação ou de ordem religiosa em face do seu
acordo ou convenção coletiva de trabalho e mister religioso ou para sua subsistência, desde
disponível à totalidade de seus empregados e que fornecidos em condições que independam da
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9o natureza e da quantidade do trabalho executado.
e 468 da Consolidação das Leis do (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
Trabalho. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
1999) Art. 215. (Revogado pelo Decreto nº 3.265,
de 1999)
§ 10. As parcelas referidas no parágrafo CAPÍTULO VIII
anterior, quando pagas ou creditadas em DA ARRECADAÇÃO E
desacordo com a legislação pertinente, integram o
salário-de-contribuição para todos os fins e efeitos, RECOLHIMENTO DAS
sem prejuízo da aplicação das cominações legais CONTRIBUIÇÕES
cabíveis. Seção I
Das Normas Gerais de Arrecadação
§ 11. Para a identificação dos ganhos
habituais recebidos sob a forma de utilidades, Art. 216. A arrecadação e o recolhimento das
deverão ser observados: contribuições e de outras importâncias devidas à
seguridade social, observado o que a respeito
I - os valores reais das utilidades recebidas; dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social
ou e a Secretaria da Receita Federal, obedecem às
seguintes normas gerais:
II - os valores resultantes da aplicação dos
percentuais estabelecidos em lei em função do I - a empresa é obrigada a:
salário mínimo, aplicados sobre a remuneração
paga caso não haja determinação dos valores de a) arrecadar a contribuição do segurado
que trata o inciso I. empregado, do trabalhador avulso e do
contribuinte individual a seu serviço, descontando-
§ 12. O valor pago à empregada gestante, a da respectiva remuneração; (Redação dada pelo
inclusive à doméstica, em função do disposto na Decreto nº 4.729, de 2003)
alínea "b" do inciso II do art. 10 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da b) recolher o produto arrecadado na forma da
Constituição Federal, integra o salário-de- alínea “a” e as contribuições a seu cargo incidentes
contribuição, excluídos os casos de conversão em sobre as remunerações pagas, devidas ou
indenização previstos nos arts. 496 e 497 da creditadas, a qualquer título, inclusive
Consolidação das Leis do Trabalho. adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
acordo ou convenção coletiva, aos segurados
§ 13. Para efeito de verificação do limite de empregado, contribuinte individual e trabalhador
que tratam o § 8º e o inciso VIII do § 9º, não será avulso a seu serviço, e sobre o valor bruto da nota
computado, no cálculo da remuneração, o valor fiscal ou fatura de serviço, relativo a serviços que
das diárias. lhe tenham sido prestados por cooperados, por
intermédio de cooperativas de trabalho, até o dia
§ 14. A incidência da contribuição sobre a vinte do mês seguinte àquele a que se referirem as
remuneração das férias ocorrerá no mês a que remunerações, bem como as importâncias retidas
elas se referirem, mesmo quando pagas na forma do art. 219, até o dia vinte do mês
antecipadamente na forma da legislação seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou

577
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fatura, antecipando-se o vencimento para o dia útil obrigado a recolher a contribuição de que trata o
imediatamente anterior quando não houver inciso IV do caput do art. 201 e o § 8º do art. 202
expediente bancário no dia vinte; (Redação dada no prazo referido na alínea "b" do inciso I, no mês
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). subseqüente ao da operação de venda; (Redação
dada pelo Decreto nº 3.452, de 2000))
c) recolher as contribuições de que trata o art.
204, na forma e prazos definidos pela legislação VIII - o empregador doméstico é obrigado a
tributária federal; (Redação dada pelo Decreto nº arrecadar a contribuição do segurado empregado
4.729, de 2003) doméstico a seu serviço e recolhê-la, assim como
a parcela a seu cargo, no prazo referido no inciso
II - os segurados contribuinte individual, II, cabendo-lhe durante o período da licença-
quando exercer atividade econômica por conta maternidade da empregada doméstica apenas o
própria ou prestar serviço a pessoa física ou a recolhimento da contribuição a seu cargo,
outro contribuinte individual, produtor rural pessoa facultada a opção prevista no § 16;
física, missão diplomática ou repartição consular
de carreira estrangeiras, ou quando tratar-se de IX - a empresa que remunera empregado
brasileiro civil que trabalha no exterior para licenciado para exercer mandato de dirigente
organismo oficial internacional do qual o Brasil seja sindical é obrigada a recolher a contribuição deste,
membro efetivo, ou ainda, na hipótese do § 28, e o bem como as parcelas a seu cargo, na forma deste
facultativo estão obrigados a recolher sua artigo;
contribuição, por iniciativa própria, até o dia quinze
do mês seguinte àquele a que as contribuições se X - a entidade sindical que remunera
referirem, prorrogando-se o vencimento para o dia dirigente que mantém a qualidade de segurado
útil subseqüente quando não houver expediente empregado, licenciado da empresa, ou trabalhador
bancário no dia quinze, facultada a opção prevista avulso é obrigada a recolher a contribuição destes,
no § 15; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de bem como as parcelas a seu cargo, na forma deste
2003) artigo; e

III - a empresa adquirente, consumidora ou XI - a entidade sindical que remunera


consignatária ou a cooperativa são obrigadas a dirigente que mantém a qualidade de segurado
recolher a contribuição de que trata o art. 200 no contribuinte individual é obrigada a recolher a
prazo referido na alínea "b" do inciso I, no mês contribuição prevista no inciso II do caput do art.
subseqüente ao da operação de venda ou 201 na forma deste artigo, observado o disposto
consignação da produção rural, no § 26; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
independentemente de estas operações terem 2003)
sido realizadas diretamente com o produtor ou XII - a empresa que remunera contribuinte
com o intermediário pessoa física;
individual é obrigada a fornecer a este
IV - o produtor rural pessoa física e o comprovante do pagamento do serviço prestado
segurado especial são obrigados a recolher a consignando, além dos valores da remuneração e
contribuição de que trata o art. 200 no prazo do desconto feito, o número da inscrição do
referido na alínea "b" do inciso I, no mês segurado no Instituto Nacional do Seguro Social;
subseqüente ao da operação de venda, caso (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
comercializem a sua produção com adquirente XIII - cabe ao empregador, durante o período
domiciliado no exterior, diretamente, no varejo, a
de licença-maternidade da empregada, recolher
consumidor pessoa física, a outro produtor rural
apenas a parcela da contribuição a seu cargo.
pessoa física ou a outro segurado especial;
(Incluído pelo Decreto nº 3.452, de 2000)
V - (Revogado pelo Decreto nº 3.452, de
§ 1º O desconto da contribuição do
2000)
segurado incidente sobre o valor bruto da
VI - a pessoa física não produtor rural que gratificação natalina - décimo terceiro salário - é
adquire produção para venda, no varejo, a devido quando do pagamento ou crédito da última
consumidor pessoa física é obrigada a recolher a parcela e deverá ser calculado em separado,
contribuição de que trata o art. 200 no prazo observado o § 7º do art. 214, e recolhida,
referido na alínea "b" do inciso I, no mês juntamente com a contribuição a cargo da
subseqüente ao da operação de venda; empresa, até o dia vinte do mês de dezembro,
antecipando-se o vencimento para o dia útil
VII - o produtor rural pessoa jurídica é imediatamente anterior se não houver expediente

578
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
bancário no dia vinte. (Redação dada pelo Decreto a oitenta por cento de todo o período contributivo
nº 4.729, de 2003) decorrido desde a competência julho de 1994,
ainda que não recolhidas as contribuições
§ 1o-A. O empregador doméstico pode correspondentes, corrigidos mês a mês pelos
recolher a contribuição do segurado empregado a mesmos índices utilizados para a obtenção do
seu serviço e a parcela a seu cargo relativas à salário-de-benefício na forma deste Regulamento,
competência novembro até o dia 20 de dezembro,
observado o limite máximo a que se refere o § 5o
juntamente com a contribuição referente à
gratificação natalina - décimo terceiro salário - do art. 214.(Redação dada pelo Decreto nº
utilizando-se de um único documento de 6.042, de 2007).
arrecadação. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
§ 8º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
2008).
§ 2º Se for o caso, a contribuição de que trata
o § 1º será atualizada monetariamente a partir da § 9o No caso de o segurado manifestar
data prevista para o seu recolhimento, utilizando- interesse em indenizar contribuições relativas a
se o mesmo indexador definido para as demais período em que o exercício de atividade
contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional remunerada não exigia filiação obrigatória à
do Seguro Social. previdência social, aplica-se, desde que a
atividade tenha se tornado de filiação obrigatória,
§ 3º No caso de rescisão de contrato de o disposto no § 7o. (Redação dada pelo Decreto nº
trabalho, as contribuições devidas serão 6.722, de 2008).
recolhidas no mesmo prazo referido na alínea "b"
do inciso I, do mês subseqüente à rescisão, § 10. O disposto no § 7o não se aplica aos
computando-se em separado a parcela referente à casos de contribuições em atraso de segurado
gratificação natalina - décimo terceiro salário. contribuinte individual não alcançadas pela
decadência do direito de a previdência social
§ 4º A pessoa jurídica de direito privado
constituir o respectivo crédito, obedecendo-se, em
beneficiada pela isenção de que tratam os arts.
206 ou 207 é obrigada a arrecadar a contribuição relação a elas, às disposições do caput e §§ 2o a
do segurado empregado e do trabalhador avulso a 6o do art. 239. (Redação dada pelo Decreto nº
seu serviço, descontando-a da respectiva 6.722, de 2008).
remuneração, e recolhê-la no prazo referido na
alínea "b" do inciso I. § 11. Para o segurado recolher contribuições
relativas a período anterior à sua inscrição, aplica-
§ 5º O desconto da contribuição e da se o disposto nos §§ 7º a 10.
consignação legalmente determinado sempre se
presumirá feito, oportuna e regularmente, pela § 12. Somente será feito o reconhecimento
empresa, pelo empregador doméstico, pelo da filiação nas situações referidas nos §§ 7º, 9º e
adquirente, consignatário e cooperativa a isso 11 após o efetivo recolhimento das contribuições
obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer relativas ao período em que for comprovado o
omissão para se eximirem do recolhimento, exercício da atividade remunerada. (Redação
ficando os mesmos diretamente responsáveis dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
pelas importâncias que deixarem de descontar ou § 13. No caso de indenização relativa ao
tiverem descontado em desacordo com este exercício de atividade remunerada para fins de
Regulamento. contagem recíproca correspondente a período de
§ 6º Sobre os valores das contribuições filiação obrigatória ou não, na forma do inciso IV do
art. 127, a base de incidência será a remuneração
arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social e não recolhidas até a data de seu da data do requerimento sobre a qual incidem as
contribuições para o regime próprio de previdência
vencimento serão aplicadas na data do pagamento
social a que estiver filiado o interessado,
as disposições dos arts. 238 e 239.
observados os limites a que se referem os §§ 3º e
§ 7o Para apuração e constituição dos 5º do art. 214. (Redação dada pelo Decreto nº
3.265, de 1999)
créditos a que se refere o § 1 o do art. 348, a
seguridade social utilizará como base de § 14. Sobre os salários-de-contribuição
incidência o valor da média aritmética simples dos apurados na forma dos §§ 7º a 11 e 13 será
maiores salários-de-contribuição correspondentes aplicada a alíquota de vinte por cento, e o

579
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
resultado multiplicado pelo número de meses do (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
período a ser indenizado, observado o disposto no
§ 21. Para efeito de dedução, considera-se
§ 8º do art. 239.
contribuição declarada a informação prestada na
§ 15. É facultado aos segurados contribuinte Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
individual e facultativo, cujos salários-de- Tempo de Serviço e Informações à Previdência
contribuição sejam iguais ao valor de um salário Social ou declaração fornecida pela empresa ao
mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das segurado, onde conste, além de sua identificação
contribuições previdenciárias, com vencimento no completa, inclusive com o número no Cadastro
dia quinze do mês seguinte ao de cada trimestre Nacional de Pessoas Jurídicas, o nome e o
civil, prorrogando-se o vencimento para o dia útil número da inscrição do contribuinte individual, o
subseqüente quando não houver expediente valor da retribuição paga e o compromisso de que
bancário no dia quinze. (Redação dada pelo esse valor será incluído na citada Guia de
Decreto nº 3.265, de 1999) Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social e
§ 16. Aplica-se o disposto no parágrafo efetuado o recolhimento da correspondente
anterior ao empregador doméstico relativamente contribuição. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
aos empregados a seu serviço, cujos salários-de- 1999)
contribuição sejam iguais ao valor de um salário
mínimo, ou inferiores nos casos de admissão, § 22. (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de
dispensa ou fração do salário em razão de gozo de 2003)
benefício. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265,
de 1999) § 23. O contribuinte individual que não
comprovar a regularidade da dedução de que
§ 17. A inscrição do segurado no segundo ou tratam os §§ 20 e 21 terá glosado o valor
terceiro mês do trimestre civil não altera a data de indevidamente deduzido, devendo complementar
vencimento prevista no § 15, no caso de opção as contribuições com os acréscimos legais
pelo recolhimento trimestral. devidos. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
2003)
§ 18. Não é permitida a opção prevista no
§ 16 relativamente à contribuição correspondente § 24. (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
à gratificação natalina - décimo terceiro 2008).
salário - do empregado doméstico, observado o
disposto no § 1º e as demais disposições que § 25. Relativamente aos que recebem
regem a matéria. salário variável, o recolhimento da
contribuição decorrente de eventual diferença
§ 19. Fica autorizada, nos termos deste
Regulamento, a compensação de contribuições
da gratificação natalina (13º salário) deverá ser
devidas ao Instituto Nacional do Seguro Social, efetuado juntamente com a competência
pelos hospitais contratados ou conveniados com o dezembro do mesmo ano.(Incluído pelo
Sistema Único de Saúde com parcela dos créditos Decreto nº 3.265, de 1999)
correspondentes a faturas emitidas para
recebimento de internações hospitalares, cujo § 26. A alíquota de contribuição a ser
valor correspondente será retido pelo órgão descontada pela empresa da remuneração paga,
pagador do Sistema Único de Saúde para devida ou creditada ao contribuinte individual a seu
amortização de parcela do débito, nos termos da serviço, observado o limite máximo do salário-de-
Lei nº 8.870, de 1994. contribuição, é de onze por cento no caso das
empresas em geral e de vinte por cento quando se
§ 20. Na hipótese de o contribuinte individual tratar de entidade beneficente de assistência
prestar serviço a outro contribuinte individual social isenta das contribuições sociais patronais.
equiparado a empresa ou a produtor rural pessoa (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
física ou a missão diplomática e repartição
consular de carreira estrangeiras, poderá deduzir, § 27. O contribuinte individual contratado por
da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por pessoa jurídica obrigada a proceder à arrecadação
cento da contribuição patronal do contratante, e ao recolhimento da contribuição por ele devida,
efetivamente recolhida ou declarada, incidente cuja remuneração recebida ou creditada no mês,
sobre a remuneração que este lhe tenha pago ou por serviços prestados a ela, for inferior ao limite
creditado, no respectivo mês, limitada a nove por mínimo do salário-de-contribuição, é obrigado a
cento do respectivo salário-de-contribuição. complementar sua contribuição mensal,

580
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
diretamente, mediante a aplicação da alíquota e o contribuinte individual. (Incluído pelo Decreto
estabelecida no art. 199 sobre o valor resultante da nº 4.729, de 2003)
subtração do valor das remunerações recebidas
das pessoas jurídicas do valor mínimo do salário- § 33. Na hipótese prevista no § 32, cabe ao
de-contribuição mensal. (Incluído pelo Decreto nº contribuinte individual recolher a própria
4.729, de 2003) contribuição, sendo a alíquota, neste caso, de
vinte por cento, observado o disposto nos §§ 20,
§ 28. Cabe ao próprio contribuinte individual 21 e 23. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de
que prestar serviços, no mesmo mês, a mais de 2008).
uma empresa, cuja soma das remunerações
superar o limite mensal do salário-de-contribuição, § 34. O recolhimento da contribuição do
comprovar às que sucederem à primeira o valor ou produtor rural pessoa física ou produtor rural
valores sobre os quais já tenha incidido o desconto pessoa jurídica, quando houver, será efetuado
da contribuição, de forma a se observar o limite pela Companhia Nacional de Abastecimento -
máximo do salário-de-contribuição. (Incluído pelo CONAB, à conta do Programa de Aquisição de
Decreto nº 4.729, de 2003) Alimentos, instituído pelo art. 19 da Lei no 10.696,
de 2 de julho de 2003, na aquisição de produtos
§ 29. Na hipótese do § 28, o Instituto agropecuários no âmbito do referido Programa.
Nacional do Seguro Social poderá facultar ao (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
contribuinte individual que prestar, regularmente,
serviços a uma ou mais empresas, cuja soma das Art. 216-A. Os órgãos da administração
remunerações seja igual ou superior ao limite pública direta, indireta e fundações públicas da
mensal do salário-de-contribuição, indicar qual ou União, bem como as demais entidades integrantes
quais empresas e sobre qual valor deverá do Sistema Integrado de Administração Financeira
proceder o desconto da contribuição, de forma a do Governo Federal ao contratarem pessoa física
respeitar o limite máximo, e dispensar as demais para prestação de serviços eventuais, sem vínculo
dessa providência, bem como atribuir ao próprio empregatício, inclusive como integrante de grupo-
contribuinte individual a responsabilidade de tarefa, deverão obter dela a respectiva inscrição no
complementar a respectiva contribuição até o Instituto Nacional do Seguro Social, como
limite máximo, na hipótese de, por qualquer razão, contribuinte individual, ou providenciá-la em nome
deixar de receber remuneração ou receber dela, caso não seja inscrita, e proceder ao
remuneração inferior às indicadas para o desconto e recolhimento da respectiva
desconto. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de contribuição, na forma do art. 216. (Redação dada
2003) pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 30. Aplica-se o disposto neste artigo, no § 1º Aplica-se o disposto neste artigo
que couber e observado o § 31, à cooperativa de mesmo que o contratado exerça
trabalho em relação à contribuição devida pelo seu concomitantemente uma ou mais atividades
cooperado. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de abrangidas pelo Regime Geral de Previdência
2003) Social ou por qualquer outro regime de previdência
social ou seja aposentado por qualquer regime
§ 31. A cooperativa de trabalho é obrigada a previdenciário.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de
descontar onze por cento do valor da quota 2001)
distribuída ao cooperado por serviços por ele
prestados, por seu intermédio, a empresas e vinte § 2º O contratado que já estiver contribuindo
por cento em relação aos serviços prestados a para o Regime Geral de Previdência Social na
pessoas físicas e recolher o produto dessa condição de empregado ou trabalhador avulso
arrecadação no dia vinte do mês seguinte ao da sobre o limite máximo do salário-de-contribuição
competência a que se referir, antecipando-se o deverá comprovar esse fato e, se a sua
vencimento para o dia útil imediatamente anterior contribuição nessa condição for inferior ao limite
quando não houver expediente bancário no dia máximo, a contribuição como contribuinte
vinte. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de individual deverá ser complementar, respeitando,
2008). no conjunto, aquele limite, procedendo-se, no
caso, de conformidade com o disposto no § 28 do
§ 32. São excluídos da obrigação de art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
arrecadar a contribuição do contribuinte individual 2003)
que lhe preste serviço o produtor rural pessoa
física, a missão diplomática, a repartição consular § 3º (Revogado pelo Decreto nº 4.729, de

581
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2003) Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo às § 3º (Revogado pelo Decreto nº 4.032, de
contratações feitas por organismos internacionais, 2001)
em programas de cooperação e operações de
mútua conveniência entre estes e o governo § 4º O prazo previsto no § 1o pode ser
brasileiro.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) alterado mediante convenção coletiva firmada
entre entidades sindicais representativas dos
Art. 217. Na requisição de mão-de-obra de trabalhadores e operadores portuários, observado
trabalhador avulso efetuada em conformidade com o prazo legal para recolhimento dos encargos
as Leis nºs 8.630, de 1993, e 9.719, de 27 de previdenciários.(Redação dada pelo Decreto nº
novembro de 1998, o responsável pelas 4.032, de 2001)
obrigações previstas neste Regulamento, em
relação aos segurados que lhe prestem serviços, § 5º A contribuição do trabalhador avulso,
é o operador portuário, o tomador de mão-de-obra, relativamente à gratificação natalina, será
inclusive o titular de instalação portuária de uso calculada com base na alíquota correspondente ao
privativo, observadas as normas fixadas pelo seu salário-de-contribuição mensal.(Redação
Instituto Nacional do Seguro Social. dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)

§ 1º O operador portuário ou titular de § 6º O salário-família devido ao trabalhador


instalação de uso privativo repassará ao órgão portuário avulso será pago pelo órgão gestor de
gestor de mão-de-obra, até vinte e quatro horas mão-de-obra, mediante convênio, que se
após a realização dos serviços:(Redação dada incumbirá de demonstrá-lo na folha de pagamento
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) correspondente.

I - o valor da remuneração devida aos Art. 218. A empresa tomadora ou requisitante


trabalhadores portuários avulsos, inclusive a dos serviços de trabalhador avulso, cuja
referente às férias e à gratificação natalina; e contratação de pessoal não for abrangida pelas
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Leis nºs 8.630, de 1993, e 9.719, de 1998, é
responsável pelo cumprimento de todas as
II - o valor da contribuição patronal obrigações previstas neste Regulamento, bem
previdenciária correspondente e o valor daquela como pelo preenchimento e entrega da Guia de
devida a terceiros conforme o art. 274.(Incluído Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Serviço e Informações à Previdência Social em
relação aos segurados que lhe prestem serviços,
§ 2º O órgão gestor de mão-de-obra é
observadas as normas fixadas pelo Instituto
responsável:(Redação dada pelo Decreto nº Nacional do Seguro Social.
4.032, de 2001)
§ 1º O salário-família devido ao trabalhador
I - pelo pagamento da remuneração ao
avulso mencionado no caput será pago pelo
trabalhador portuário avulso;(Incluído pelo Decreto sindicato de classe respectivo, mediante convênio,
nº 4.032, de 2001) que se incumbirá de elaborar as folhas
II - pela elaboração da folha de correspondentes.
pagamento;(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de § 2º O tomador de serviços é responsável
2001) pelo recolhimento das contribuições de que tratam
III - pelo preenchimento e entrega da Guia de o art. 198, o inciso I do caput do art. 201 e os arts.
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de 202 e 274, incidentes sobre a remuneração paga,
Serviço e Informações à Previdência Social; e devida ou creditada ao trabalhador avulso,
(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 2001) inclusive sobre férias e gratificação natalina, no
prazo previsto na alínea "b" do inciso I do art.
IV - pelo recolhimento das contribuições de 216.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de
que tratam o art. 198, o inciso I do caput do art. 2001)
201 e os arts. 202 e 274, incidentes sobre a Seção II
remuneração paga, devida ou creditada aos
trabalhadores portuários avulsos, inclusive sobre
Da Retenção e da Responsabilidade
férias e gratificação natalina, no prazo previsto na Solidária
alínea "b" do inciso I do art. 216.(Incluído pelo Art. 219. A empresa contratante de serviços

582
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
executados mediante cessão ou empreitada de XVIII - operação de pedágio e de terminais
mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho de transporte;
temporário, deverá reter onze por cento do valor
bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação XIX - operação de transporte de passageiros,
de serviços e recolher a importância retida em inclusive nos casos de concessão ou sub-
nome da empresa contratada, observado o concessão; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729,
disposto no § 5º do art. 216. (Redação dada pelo de 2003)
Decreto nº 4.729, de 2003)
XX - portaria, recepção e ascensorista;
§ 1º Exclusivamente para os fins deste
Regulamento, entende-se como cessão de mão- XXI - recepção, triagem e movimentação de
de-obra a colocação à disposição do contratante, materiais;
em suas dependências ou nas de terceiros, de XXII - promoção de vendas e eventos;
segurados que realizem serviços contínuos,
relacionados ou não com a atividade fim da XXIII - secretaria e expediente;
empresa, independentemente da natureza e da
forma de contratação, inclusive por meio de XXIV - saúde; e
trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 3
XXV - telefonia, inclusive telemarketing.
de janeiro de 1974, entre outros.
§ 3º Os serviços relacionados nos incisos I a
§ 2º Enquadram-se na situação prevista no
V também estão sujeitos à retenção de que trata o
caput os seguintes serviços realizados mediante
caput quando contratados mediante empreitada de
cessão de mão-de-obra:
mão-de-obra.
I - limpeza, conservação e zeladoria;
§ 4º O valor retido de que trata este artigo
II - vigilância e segurança; deverá ser destacado na nota fiscal, fatura ou
recibo de prestação de serviços, sendo
III - construção civil; compensado pelo respectivo estabelecimento da
empresa contratada quando do recolhimento das
IV - serviços rurais; contribuições destinadas à seguridade social
V - digitação e preparação de dados para devidas sobre a folha de pagamento dos
processamento; segurados.

VI - acabamento, embalagem e § 5º O contratado deverá elaborar folha de


acondicionamento de produtos; pagamento e Guia de Recolhimento do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
VII - cobrança; Previdência Social distintas para cada
estabelecimento ou obra de construção civil da
VIII - coleta e reciclagem de lixo e resíduos; empresa contratante do serviço.
IX - copa e hotelaria; § 6º A empresa contratante do serviço deverá
manter em boa guarda, em ordem cronológica e
X - corte e ligação de serviços públicos;
por contratada, as correspondentes notas fiscais,
XI - distribuição; faturas ou recibos de prestação de serviços, Guias
da Previdência Social e Guias de Recolhimento do
XII - treinamento e ensino; Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social com
XIII - entrega de contas e documentos; comprovante de entrega.
XIV - ligação e leitura de medidores; § 7º Na contratação de serviços em que a
XV - manutenção de instalações, de contratada se obriga a fornecer material ou dispor
máquinas e de equipamentos; de equipamentos, fica facultada ao contratado a
discriminação, na nota fiscal, fatura ou recibo, do
XVI - montagem; valor correspondente ao material ou
equipamentos, que será excluído da retenção,
XVII - operação de máquinas, equipamentos desde que contratualmente previsto e
e veículos; devidamente comprovado.

583
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 8º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro distintamente para cada estabelecimento ou obra
Social normatizar a forma de apuração e o limite de construção civil da empresa contratante, folha
mínimo do valor do serviço contido no total da nota de pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de
fiscal, fatura ou recibo, quando, na hipótese do Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
parágrafo anterior, não houver previsão contratual Previdência Social e Guia da Previdência Social,
dos valores correspondentes a material ou a cujas cópias deverão ser exigidas pela empresa
equipamentos. contratante quando da quitação da nota fiscal ou
fatura, juntamente com o comprovante de entrega
§ 9º Na impossibilidade de haver daquela Guia.
compensação integral na própria competência, o
saldo remanescente poderá ser compensado nas § 3º A responsabilidade solidária de que trata
competências subseqüentes, inclusive na relativa o caput será elidida:
à gratificação natalina, ou ser objeto de restituição,
I - pela comprovação, na forma do parágrafo
não sujeitas ao disposto no § 3º do art. 247.
anterior, do recolhimento das contribuições
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
incidentes sobre a remuneração dos segurados,
§ 10. Para fins de recolhimento e de incluída em nota fiscal ou fatura correspondente
compensação da importância retida, será aos serviços executados, quando corroborada por
considerada como competência aquela a que escrituração contábil; e
corresponder à data da emissão da nota fiscal,
II - pela comprovação do recolhimento das
fatura ou recibo.
contribuições incidentes sobre a remuneração dos
§ 11. As importâncias retidas não podem ser segurados, aferidas indiretamente nos termos,
compensadas com contribuições arrecadadas pelo forma e percentuais previstos pelo Instituto
Instituto Nacional do Seguro Social para outras Nacional do Seguro Social.
entidades.
III - pela comprovação do recolhimento da
§ 12º O percentual previsto no caput será retenção permitida no caput deste artigo,
acrescido de quatro, três ou dois pontos efetivada nos termos do art. 219.(Incluído pelo
percentuais, relativamente aos serviços prestados Decreto nº 4.032, de 2001)
pelos segurados empregado, cuja atividade
§ 4º Considera-se construtor, para os efeitos
permita a concessão de aposentadoria especial,
deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica que
após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou
contribuição, respectivamente. (Incluído pelo
em parte.
Decreto nº 4.729, de 2003)
Art. 221. Exclui-se da responsabilidade
Art. 220. O proprietário, o incorporador
solidária perante a seguridade social o adquirente
definido na Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra
de prédio ou unidade imobiliária que realize a
ou condômino da unidade imobiliária cuja
operação com empresa de comercialização ou
contratação da construção, reforma ou acréscimo
com incorporador de imóveis definido na Lei nº
não envolva cessão de mão-de-obra, são
4.591, de 1964, ficando estes solidariamente
solidários com o construtor, e este e aqueles com
responsáveis com o construtor, na forma prevista
a subempreiteira, pelo cumprimento das
no art. 220.
obrigações para com a seguridade social,
ressalvado o seu direito regressivo contra o Art. 222. As empresas que integram grupo
executor ou contratante da obra e admitida a econômico de qualquer natureza, bem como os
retenção de importância a este devida para produtores rurais integrantes do consórcio
garantia do cumprimento dessas obrigações, não simplificado de que trata o art. 200-A, respondem
se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de entre si, solidariamente, pelas obrigações
ordem. decorrentes do disposto neste
Regulamento.(Redação dada pelo Decreto nº
§ 1º Não se considera cessão de mão-de-
4.032, de 2001)
obra, para os fins deste artigo, a contratação de
construção civil em que a empresa construtora Art. 223. O operador portuário e o órgão
assuma a responsabilidade direta e total pela obra gestor de mão-de-obra são solidariamente
ou repasse o contrato integralmente. responsáveis pelo pagamento das contribuições
previdenciárias e demais obrigações, inclusive
§ 2º O executor da obra deverá elaborar,
acessórias, devidas à seguridade social,

584
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro à competência anterior; e
Social, relativamente à requisição de mão-de-obra
de trabalhador avulso, vedada a invocação do VI - afixar cópia da Guia da Previdência
benefício de ordem. Social, relativamente à competência anterior,
durante o período de um mês, no quadro de
Art. 224. Os administradores de autarquias e horário de que trata o art. 74 da Consolidação das
fundações públicas, criadas ou mantidas pelo Leis do Trabalho.
Poder Público, de empresas públicas e de
sociedades de economia mista sujeitas ao controle VII - informar, anualmente, à Secretaria da
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Receita Federal do Brasil, na forma por ela
Municípios, que se encontrarem em mora por mais estabelecida, o nome, o número de inscrição na
de trinta dias, no recolhimento das contribuições previdência social e o endereço completo dos
previstas neste Regulamento, tornam-se segurados de que trata o inciso III do § 15 do art.
solidariamente responsáveis pelo respectivo 9o, por ela utilizados no período, a qualquer título,
pagamento, ficando ainda sujeitos às proibições para distribuição ou comercialização de seus
do art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto- produtos, sejam eles de fabricação própria ou de
lei nº 368, de 19 de dezembro de 1968. terceiros, sempre que se tratar de empresa que
realize vendas diretas. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 224-A. O disposto nesta Seção não se 6.722, de 2008).
aplica à contratação de serviços por intermédio de
cooperativa de trabalho. (Incluído pelo Decreto nº § 1º As informações prestadas na Guia de
3.265, de 1999) Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Seção III Serviço e Informações à Previdência Social
servirão como base de cálculo das contribuições
Das Obrigações Acessórias arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro
Art. 225. A empresa é também obrigada a: Social, comporão a base de dados para fins de
I - preparar folha de pagamento da cálculo e concessão dos benefícios
previdenciários, bem como constituir-se-ão em
remuneração paga, devida ou creditada a todos os
termo de confissão de dívida, na hipótese do não-
segurados a seu serviço, devendo manter, em
recolhimento.
cada estabelecimento, uma via da respectiva folha
e recibos de pagamentos; § 2º A entrega da Guia de Recolhimento do
II - lançar mensalmente em títulos próprios Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social deverá ser
de sua contabilidade, de forma discriminada, os
efetuada na rede bancária, conforme estabelecido
fatos geradores de todas as contribuições, o
pelo Ministério da Previdência e Assistência
montante das quantias descontadas, as
Social, até o dia sete do mês seguinte àquele a que
contribuições da empresa e os totais recolhidos;
se referirem as informações. (Redação dada pelo
III - prestar ao Instituto Nacional do Seguro Decreto nº 3.265, de 1999)
Social e à Secretaria da Receita Federal todas as
§ 3º A Guia de Recolhimento do Fundo de
informações cadastrais, financeiras e contábeis de
Garantia do Tempo de Serviço e Informações à
interesse dos mesmos, na forma por eles
Previdência Social é exigida relativamente a fatos
estabelecida, bem como os esclarecimentos
geradores ocorridos a partir de janeiro de 1999.
necessários à fiscalização;
§ 4º O preenchimento, as informações
IV - informar mensalmente ao Instituto
prestadas e a entrega da Guia de Recolhimento do
Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo
Informações à Previdência Social são de inteira
de Serviço e Informações à Previdência Social, na
responsabilidade da empresa.
forma por ele estabelecida, dados cadastrais,
todos os fatos geradores de contribuição § 5º A empresa deverá manter à disposição
previdenciária e outras informações de interesse da fiscalização, durante dez anos, os documentos
daquele Instituto; comprobatórios do cumprimento das obrigações
V - encaminhar ao sindicato representativo referidas neste artigo, observados o disposto no §
22 e as normas estabelecidas pelos órgãos
da categoria profissional mais numerosa entre
competentes. (Redação dada pelo Decreto nº
seus empregados, até o dia dez de cada mês,
4.729, de 2003)
cópia da Guia da Previdência Social relativamente

585
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6º O Instituto Nacional do Seguro Social e creditadas a cada um dos trabalhadores e a
a Caixa Econômica Federal estabelecerão normas correspondente totalização.
para disciplinar a entrega da Guia de
§ 11. No que se refere ao parágrafo anterior,
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
o órgão gestor de mão-de-obra consolidará as
Serviço e Informações à Previdência Social, nos
folhas de pagamento relativas às operações
casos de rescisão contratual.
concluídas no mês anterior por operador portuário
§ 7º A comprovação dos pagamentos de e por trabalhador portuário avulso, indicando, com
benefícios reembolsados à empresa também deve relação a estes, os respectivos números de
ser mantida à disposição da fiscalização durante registro ou cadastro, as datas dos turnos
dez anos. trabalhados, as importâncias pagas e os valores
das contribuições previdenciárias retidas.
§ 8º O disposto neste artigo aplica-se, no que
couber, aos demais contribuintes e ao adquirente, § 12. Para efeito de observância do limite
consignatário ou cooperativa, sub-rogados na máximo da contribuição do segurado trabalhador
forma deste Regulamento. avulso, de que trata o art. 198, o órgão gestor de
mão-de-obra manterá resumo mensal e
§ 9º A folha de pagamento de que trata o acumulado, por trabalhador portuário avulso, dos
inciso I do caput, elaborada mensalmente, de valores totais das férias, do décimo terceiro salário
forma coletiva por estabelecimento da empresa, e das contribuições previdenciárias retidas.
por obra de construção civil e por tomador de
serviços, com a correspondente totalização, § 13. Os lançamentos de que trata o inciso II
deverá: do caput, devidamente escriturados nos livros
Diário e Razão, serão exigidos pela fiscalização
I - discriminar o nome dos segurados, após noventa dias contados da ocorrência dos
indicando cargo, função ou serviço prestado; fatos geradores das contribuições, devendo,
obrigatoriamente:
II - agrupar os segurados por categoria,
assim entendido: segurado empregado, I - atender ao princípio contábil do regime de
trabalhador avulso, contribuinte individual; competência; e
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
II - registrar, em contas individualizadas,
III - destacar o nome das seguradas em gozo todos os fatos geradores de contribuições
de salário-maternidade; previdenciárias de forma a identificar, clara e
precisamente, as rubricas integrantes e não
IV - destacar as parcelas integrantes e não integrantes do salário-de-contribuição, bem como
integrantes da remuneração e os descontos legais; as contribuições descontadas do segurado, as da
e empresa e os totais recolhidos, por
V - indicar o número de quotas de salário- estabelecimento da empresa, por obra de
família atribuídas a cada segurado empregado ou construção civil e por tomador de serviços.
trabalhador avulso. § 14. A empresa deverá manter à disposição
§ 10. No que se refere ao trabalhador da fiscalização os códigos ou abreviaturas que
portuário avulso, o órgão gestor de mão-de-obra identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na
elaborará a folha de pagamento por navio, elaboração da folha de pagamento, bem como os
mantendo-a disponível para uso da fiscalização do utilizados na escrituração contábil.
Instituto Nacional do Seguro Social, indicando o § 15. A exigência prevista no inciso II do
operador portuário e os trabalhadores que caput não desobriga a empresa do cumprimento
participaram da operação, detalhando, com das demais normas legais e regulamentares
relação aos últimos: referentes à escrituração contábil.
I - os correspondentes números de registro § 16. São desobrigadas de apresentação
ou cadastro no órgão gestor de mão-de-obra; de escrituração contábil: (Redação dada pelo
II - o cargo, função ou serviço prestado; Decreto nº 3.265, de 1999)

III - os turnos em que trabalharam; e I - o pequeno comerciante, nas condições


estabelecidas pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de
IV - as remunerações pagas, devidas ou março de 1969, e seu Regulamento;

586
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - a pessoa jurídica tributada com base no disposto nos incisos V e VI do caput o contribuinte
lucro presumido, de acordo com a legislação individual, em relação a segurado que lhe presta
tributária federal, desde que mantenha a serviço. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro de 1999)
Inventário; e
§ 22 A empresa que utiliza sistema de
III - a pessoa jurídica que optar pela inscrição processamento eletrônico de dados para o registro
no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos de negócios e atividades econômicas, escrituração
e Contribuições das Microempresas e Empresas de livros ou produção de documentos de natureza
de Pequeno Porte, desde que mantenha contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é
escrituração do Livro Caixa e Livro de Registro de obrigada a arquivar e conservar, devidamente
Inventário. certificados, os respectivos sistemas e arquivos,
em meio digital ou assemelhado, durante dez
§ 17. A empresa, agência ou sucursal anos, à disposição da fiscalização. (Incluído pelo
estabelecida no exterior deverá apresentar os Decreto nº 4.729, de 2003)
documentos comprobatórios do cumprimento das
obrigações referidas neste artigo à sua congênere § 23. A cooperativa de trabalho e a pessoa
no Brasil, observada a solidariedade de que trata jurídica são obrigadas a efetuar a inscrição no
o art. 222. Instituto Nacional do Seguro Social dos seus
cooperados e contratados, respectivamente, como
§ 18. Para o cumprimento do disposto no contribuintes individuais, se ainda não inscritos.
inciso V do caput serão observadas as seguintes (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
situações:
§ 24. A empresa ou cooperativa adquirente,
I - caso a empresa possua mais de um consumidora ou consignatária da produção fica
estabelecimento localizado em base geográfica obrigada a fornecer ao segurado especial cópia do
diversa, a cópia da Guia da Previdência Social documento fiscal de entrada da mercadoria, onde
será encaminhada ao sindicato representativo da conste, além do registro da operação realizada, o
categoria profissional mais numerosa entre os valor da respectiva contribuição previdenciária.
empregados de cada estabelecimento; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
II - a empresa que recolher suas Art. 226. O Município, por intermédio do
contribuições em mais de uma Guia da órgão competente, fornecerá ao Instituto Nacional
Previdência Social encaminhará cópia de todas as do Seguro Social, para fins de fiscalização,
guias; mensalmente, relação de todos os alvarás para
construção civil e documentos de "habite-se"
III - a remessa poderá ser efetuada por concedidos, de acordo com critérios estabelecidos
qualquer meio que garanta a reprodução integral pelo referido Instituto.
do documento, cabendo à empresa manter, em
seus arquivos, prova do recebimento pelo § 1º A relação a que se refere o caput será
sindicato; e encaminhada ao INSS até o dia dez do mês
seguinte àquele a que se referirem os
IV - cabe à empresa a comprovação, perante documentos.(Redação dada pelo Decreto nº
a fiscalização do Instituto Nacional do Seguro 4.032, de 2001)
Social, do cumprimento de sua obrigação frente ao
sindicato. § 2º O encaminhamento da relação fora do
prazo ou a sua falta e a apresentação com
§ 19. O órgão gestor de mão-de-obra deverá, incorreções ou omissões sujeitará o dirigente do
quando exigido pela fiscalização do Instituto órgão municipal à penalidade prevista na alínea "f"
Nacional do Seguro Social, exibir as listas de do inciso I do art. 283.
escalação diária dos trabalhadores portuários
avulsos, por operador portuário e por navio. Art. 227. (Revogado pelo Decreto nº 8.302,
de 2014)
§ 20. Caberá exclusivamente ao órgão gestor
de mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão Art. 228. O titular de cartório de registro civil
dos dados lançados nas listas diárias referidas no e de pessoas naturais fica obrigado a comunicar,
parágrafo anterior. até o dia dez de cada mês, na forma estabelecida
pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o registro
§ 21. Fica dispensado do cumprimento do dos óbitos ocorridos no mês imediatamente

587
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
anterior, devendo da comunicação constar o credenciados pelo órgão próprio, sem prejuízo das
nome, a filiação, a data e o local de nascimento da atribuições e vantagens a que fazem jus, conforme
pessoa falecida. disposto no Decreto nº 1.317, de 29 de novembro
de 1994.
Parágrafo único. No caso de não haver sido
registrado nenhum óbito, deverá o titular do § 4º A fiscalização dos regimes próprios de
cartório comunicar esse fato ao Instituto Nacional previdência social dos servidores públicos e dos
do Seguro Social, no prazo estipulado no caput. militares da União, dos Estados, do Distrito
Seção IV Federal e dos Municípios, nos termos da Lei nº
9.717, de 27 de novembro de 1998, será exercida
Da Competência para Arrecadar, pelos Fiscais de Contribuições Previdenciárias do
Fiscalizar e Cobrar Instituto Nacional do Seguro Social, devidamente
Art. 229. O Instituto Nacional do Seguro credenciados pelo órgão próprio, sem prejuízo das
Social é o órgão competente para: atribuições e vantagens a que fazem jus, conforme
orientação expedida pelo Ministério da Previdência
I - arrecadar e fiscalizar o recolhimento das e Assistência Social.
contribuições sociais previstas nos incisos I, II, III,
IV e V do parágrafo único do art. 195, bem como § 5º Aplica-se à fiscalização de que tratam os
as contribuições incidentes a título de §§ 3º e 4º o disposto na Lei nº 8.212, de 1991,
substituição;(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, neste Regulamento e demais dispositivos da
de 2001) legislação previdenciária, no que couber e não
colidir com os preceitos das Leis nºs 6.435, de
II - constituir seus créditos por meio dos 1977, e 9.717, de 1998.
correspondentes lançamentos e promover a
respectiva cobrança; Art. 230. A Secretaria da Receita Federal é o
órgão competente para:
III - aplicar sanções; e
I - arrecadar e fiscalizar o recolhimento das
IV - normatizar procedimentos relativos à contribuições sociais previstas nos incisos VI e VII
arrecadação, fiscalização e cobrança das do parágrafo único do art. 195;
contribuições referidas no inciso I.
II - constituir seus créditos por meio dos
§ 1º Os Auditores Fiscais da Previdência correspondentes lançamentos e promover a
Social terão livre acesso a todas as dependências respectiva cobrança;
ou estabelecimentos da empresa, com vistas à
verificação física dos segurados em serviço, para III - aplicar sanções; e
confronto com os registros e documentos da
empresa, podendo requisitar e apreender livros, IV - normatizar procedimentos relativos à
notas técnicas e demais documentos necessários arrecadação, fiscalização e cobrança das
ao perfeito desempenho de suas funções, contribuições de que trata o inciso I.
caracterizando-se como embaraço à fiscalização Seção V
qualquer dificuldade oposta à consecução do Do Exame da Contabilidade
objetivo. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de Art. 231. É prerrogativa do Ministério da
1999) Previdência e Assistência Social, do Instituto
§ 2º Se o Auditor Fiscal da Previdência Social Nacional do Seguro Social e da Secretaria da
constatar que o segurado contratado como Receita Federal o exame da contabilidade da
contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob empresa, não prevalecendo para esse efeito o
qualquer outra denominação, preenche as disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial,
condições referidas no inciso I do caput do art. 9º, ficando obrigados a empresa e o segurado a
deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar prestarem todos os esclarecimentos e informações
o enquadramento como segurado empregado. solicitados.
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
Art. 232. A empresa, o servidor de órgão
§ 3º A fiscalização das entidades fechadas de público da administração direta e indireta, o
previdência privada, estabelecida na Lei nº 6.435, segurado da previdência social, o serventuário da
de 15 de julho de 1977, será exercida pelos Fiscais Justiça, o síndico ou seu representante legal, o
de Contribuições Previdenciárias do Instituto comissário e o liquidante de empresa em
Nacional do Seguro Social, devidamente liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a

588
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exibir todos os documentos e livros relacionados Importâncias não Recolhidas até o
com as contribuições previstas neste
Regulamento. Vencimento
Art. 238. Os créditos de qualquer natureza da
Art. 233. Ocorrendo recusa ou sonegação de seguridade social, constituídos ou não, vencidos
qualquer documento ou informação, ou sua até 31 de dezembro de 1991 e não pagos até 2 de
apresentação deficiente, o Instituto Nacional do janeiro de 1992, serão atualizados
Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal monetariamente com base na legislação aplicável
podem, sem prejuízo da penalidade cabível nas e convertidos, nessa data, em quantidade de
esferas de sua competência, lançar de ofício Unidade Fiscal de Referência diária.
importância que reputarem devida, cabendo à
empresa, ao empregador doméstico ou ao § 1º Os juros de mora calculados até 2 de
segurado o ônus da prova em contrário. janeiro de 1992 serão, também, convertidos em
Unidade Fiscal de Referência, na mesma data.
Parágrafo único. Considera-se deficiente o
documento ou informação apresentada que não § 2º Sobre a parcela correspondente à
preencha as formalidades legais, bem como contribuição, convertida em quantidade de
aquele que contenha informação diversa da Unidade Fiscal de Referência, incidirão juros
realidade, ou, ainda, que omita informação moratórios à razão de um por cento, ao mês-
verdadeira. calendário ou fração, a partir de fevereiro de 1992,
inclusive, além da multa variável pertinente.
Art. 234. Na falta de prova regular e
formalizada, o montante dos salários pagos pela § 3º Os créditos calculados e expressos em
execução de obra de construção civil pode ser quantidade de Unidade Fiscal de Referência
obtido mediante cálculo da mão-de-obra conforme o disposto neste artigo serão
empregada, proporcional à área construída e ao reconvertidos para moeda corrente, com base no
padrão de execução da obra, de acordo com valor da Unidade Fiscal de Referência na data do
critérios estabelecidos pelo Instituto Nacional do pagamento.
Seguro Social, cabendo ao proprietário, dono da
Art. 239. As contribuições sociais e outras
obra, incorporador, condômino da unidade
imobiliária ou empresa co-responsável o ônus da importâncias arrecadadas pelo Instituto Nacional
prova em contrário. do Seguro Social, incluídas ou não em notificação
fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou
Art. 235. Se, no exame da escrituração não de parcelamento, ficam sujeitas a:
contábil e de qualquer outro documento da
I - atualização monetária, quando exigida
empresa, a fiscalização constatar que a
contabilidade não registra o movimento real da pela legislação de regência;
remuneração dos segurados a seu serviço, da II - juros de mora, de caráter irrelevável,
receita ou do faturamento e do lucro, esta será incidentes sobre o valor atualizado, equivalentes a:
desconsiderada, sendo apuradas e lançadas de
ofício as contribuições devidas, cabendo à a) um por cento no mês do vencimento;
empresa o ônus da prova em contrário.
b) taxa referencial do Sistema Especial de
Art. 236. Deverá ser dado tratamento Liquidação e de Custódia nos meses
especial ao exame da documentação que envolva intermediários; e
operações ou assuntos de caráter sigiloso, ficando
o fiscal responsável obrigado à guarda da c) um por cento no mês do pagamento; e
informação e à sua utilização exclusivamente nos III - multa variável, de caráter irrelevável, nos
documentos elaborados em decorrência do
seguintes percentuais, para fatos geradores
exercício de suas atividades.
ocorridos a partir de 28 de novembro de 1999:
Art. 237. A autoridade policial prestará à (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
fiscalização, mediante solicitação, o auxílio a) para pagamento após o vencimento de
necessário ao regular desempenho dessa
obrigação não incluída em notificação fiscal de
atividade.
lançamento:
Seção VI
1. oito por cento, dentro do mês de
Das Contribuições e Outras vencimento da obrigação; (Redação dada pelo

589
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Decreto nº 3.265, de 1999) § 3º Se houver pagamento antecipado à
2. quatorze por cento, no mês seguinte; ou vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) acréscimo previsto no parágrafo anterior não
incidirá sobre a multa correspondente à parte do
3. vinte por cento, a partir do segundo mês pagamento que se efetuar.
seguinte ao do vencimento da obrigação;
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) § 4º O valor do pagamento parcial,
antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou
b) para pagamento de obrigação incluída em do reparcelamento somente poderá ser utilizado
notificação fiscal de lançamento: para quitação de parcelas na ordem inversa do
1. vinte e quatro por cento, até quinze dias do vencimento, sem prejuízo da que for devida no
recebimento da notificação; (Redação dada pelo mês de competência em curso e sobre a qual
Decreto nº 3.265, de 1999) incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 2º.

2. trinta por cento, após o décimo quinto dia § 5º É facultada a realização de depósito à
do recebimento da notificação;(Redação dada pelo disposição da seguridade social, sujeito ao mesmo
Decreto nº 3.265, de 1999) percentual do item 1 da alínea "b" do inciso III,
desde que dentro do prazo legal para
3. quarenta por cento, após apresentação de apresentação de defesa.
recurso desde que antecedido de defesa, sendo
ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da § 6º À correção monetária e aos acréscimos
decisão do Conselho de Recursos da Previdência legais de que trata este artigo aplicar-se-á a
Social; ou (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, legislação vigente em cada competência a que se
de 1999) referirem.
4. cinqüenta por cento, após o décimo quinto § 7º Às contribuições de que trata o art. 204,
dia da ciência da decisão do Conselho de devidas e não recolhidas até as datas dos
Recursos da Previdência Social, enquanto não respectivos vencimentos, aplicam-se multas e
inscrita em Dívida Ativa; e (Redação dada pelo juros moratórios na forma da legislação pertinente.
Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 8o Sobre as contribuições devidas e
c) para pagamento do crédito inscrito em
Dívida Ativa: apuradas com base no § 1o do art. 348 incidirão
juros moratórios de cinco décimos por cento ao
1. sessenta por cento, quando não tenha sido mês, capitalizados anualmente, limitados ao
objeto de parcelamento; (Redação dada pelo percentual máximo de cinqüenta por cento, e multa
Decreto nº 3.265, de 1999)
de dez por cento. (Redação dada pelo Decreto
2. setenta por cento, se houve parcelamento; nº 6.042, de 2007).
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 9o Não se aplicam as multas impostas e
3. oitenta por cento, após o ajuizamento da
execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não calculadas como percentual do crédito por motivo
tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de de recolhimento fora do prazo das contribuições,
parcelamento; ou (Redação dada pelo Decreto nº nem quaisquer outras penas pecuniárias, às
3.265, de 1999) massas falidas de que trata o art. 192 da Lei no
11.101, de 9 de fevereiro de 2005, e às missões
4. cem por cento, após o ajuizamento da diplomáticas estrangeiras no Brasil e aos membros
execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não dessas missões quando assegurada a isenção em
tenha sido citado, se o crédito foi objeto de tratado, convenção ou outro acordo internacional
parcelamento. (Redação dada pelo Decreto nº de que o Estado estrangeiro ou organismo
3.265, de 1999)
internacional e o Brasil sejam partes. (Redação
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 6.224, de dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
2007).
§ 10. O disposto no § 8º não se aplica aos
§ 2º Nas hipóteses de parcelamento ou de casos de contribuições em atraso a partir da
reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por competência abril de 1995, obedecendo-se, a
cento sobre a multa de mora a que se refere o partir de então, às disposições aplicadas às
inciso III. empresas em geral. (Incluído pelo Decreto nº
3.265, de 1999)

590
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 11. Na hipótese de as contribuições terem inscritos na Dívida Ativa do Instituto Nacional do
sido declaradas no documento a que se refere o Seguro Social, dispensando-se o processo
inciso IV do art. 225, ou quando se tratar de administrativo de natureza contenciosa.
empregador doméstico ou de empresa ou
segurado dispensados de apresentar o citado § 2º Os juros e a multa serão calculados com
documento, a multa de mora a que se refere o base no valor da contribuição.
caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta Art. 243. Constatada a falta de recolhimento
por cento. (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de
de qualquer contribuição ou outra importância
1999)
devida nos termos deste Regulamento, a
Art. 240. Os créditos de qualquer natureza da fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal
seguridade social, constituídos ou não, que forem de lançamento com discriminação clara e precisa
objeto de parcelamento serão consolidados na dos fatos geradores, das contribuições devidas e
data da concessão e expressos em moeda dos períodos a que se referem, de acordo com as
corrente. normas estabelecidas pelos órgãos competentes.

§ 1º Os valores referentes a competências § 1º Aplica-se o disposto neste artigo em


anteriores a 1º de janeiro de 1995 e expressos em caso de falta de pagamento de benefício
Unidade Fiscal de Referência serão reconvertidos reembolsado ou em caso de pagamento desse
para moeda corrente, com base no valor da benefício sem observância das normas pertinentes
Unidade Fiscal de Referência na data do estabelecidas pelo Instituto Nacional do Seguro
pagamento. Social.

§ 2º O valor do crédito consolidado será § 2o Recebida a notificação, o empregador


dividido pela quantidade de parcelas mensais doméstico, a empresa ou o segurado terão o prazo
concedidas na forma da legislação pertinente. de trinta dias para efetuar o pagamento ou
apresentar impugnação. (Redação dada pelo
§ 3º O valor de cada parcela mensal, por Decreto nº 6.103, de 2007)
ocasião do pagamento, será acrescido de juros na
forma da legislação pertinente. § 3º (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
§ 4º A parcela mensal com valores relativos a
competências anteriores a janeiro de 1995 será § 4º Após o prazo referido no parágrafo
determinada de acordo com as disposições do anterior, o crédito será inscrito em Dívida Ativa.
§ 1º, acrescida de juros conforme a legislação
pertinente. § 5º Apresentada a defesa, o processo
formado a partir da notificação fiscal de
Art. 241. No caso de parcelamento concedido lançamento será submetido à autoridade
administrativamente até o dia 31 de dezembro de competente, que decidirá sobre a procedência ou
1991, cujo saldo devedor foi expresso em não do lançamento, cabendo recurso na forma da
quantidade de Unidade Fiscal de Referência diária Subseção II da Seção II do Capítulo Único do
a partir de 1º de janeiro de 1992, mediante a Título I do Livro V.
divisão do débito, atualizado monetariamente, pelo
valor da Unidade Fiscal de Referência diária no dia § 6º Ao lançamento considerado procedente
1º de janeiro de 1992, terá o valor do débito ou da aplicar-se-á o disposto no § 1º do art. 245, salvo se
parcela expresso em Unidade Fiscal de Referência houver recurso tempestivo na forma da Subseção
reconvertido para moeda corrente, multiplicando- II da Seção II do Capítulo Único do Título I do Livro
se a quantidade de Unidade Fiscal de Referência V.
pelo valor desta na data do pagamento.
§ 7º A liquidação de crédito incluído em
Art. 242. Os valores das contribuições notificação deve ser feita em moeda corrente,
incluídos em notificação fiscal de lançamento e os mediante documento próprio emitido
acréscimos legais, observada a legislação de exclusivamente pelo Instituto Nacional do Seguro
regência, serão expressos em moeda corrente. Social.

§ 1º Os valores das contribuições incluídos Art. 244. As contribuições e demais


na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do importâncias devidas à seguridade social e não
Tempo de Serviço e Informações à Previdência recolhidas até seu vencimento, incluídas ou não
Social, não recolhidos ou não parcelados, serão em notificação fiscal de lançamento, após

591
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
verificadas e confessadas, poderão ser objeto de imediatamente rescindido, aplicando-se o disposto
acordo, para pagamento parcelado em moeda no § 1º do art. 245, salvo se a dívida já tiver sido
corrente, em até sessenta meses sucessivos, inscrita, procedendo-se a sua cobrança judicial,
observado o número de até quatro parcelas caso ocorra uma das seguintes situações:
mensais para cada competência a serem incluídas
no parcelamento. I - falta de pagamento de qualquer parcela
nos termos acordados;
§ 1º Não poderão ser objeto de
parcelamento as contribuições descontadas dos II - perecimento, deterioração ou depreciação
segurados empregado, inclusive o doméstico, da garantia oferecida para obtenção da Certidão
trabalhador avulso e contribuinte individual, as Negativa de Débito, se o devedor, avisado, não a
decorrentes da sub-rogação de que tratam os substituir ou reforçar, conforme o caso, no prazo
incisos I e II do § 7º do art. 200 e as importâncias de trinta dias contados do recebimento do aviso;
retidas na forma do art. 219. (Redação dada pelo ou
Decreto nº 4.729, de 2003) III - descumprimento de qualquer outra
§ 2º A empresa ou segurado que tenha sido cláusula do acordo de parcelamento.
condenado criminalmente por sentença transitada § 9º Será admitido o reparcelamento por uma
em julgado, por obter vantagem ilícita em prejuízo
única vez.
da seguridade social ou de suas entidades, não
poderá obter parcelamento de seus débitos, nos § 10. As dívidas inscritas, ajuizadas ou não,
cinco anos seguintes ao trânsito em julgado da poderão ser objeto de parcelamento, no qual se
sentença. incluirão, no caso das ajuizadas, honorários
advocatícios, desde que previamente quitadas as
§ 3º As contribuições de que tratam os incisos
custas judiciais.
I e II do caput do art. 204 poderão ser objeto de
parcelamento, de acordo com a legislação § 11. A amortização da dívida parcelada deve
específica vigente. ser contínua e uniforme em relação ao número
total das parcelas.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se às
contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional § 12. O acordo celebrado com o Estado, o
do Seguro Social para outras entidades e fundos, Distrito Federal ou o Município conterá cláusula
na forma prevista no art. 274, bem como às em que estes autorizem a retenção do Fundo de
relativas às cotas de previdência devidas na forma Participação dos Estados ou do Fundo de
da legislação anterior à Lei nº 8.212, de 1991. Participação dos Municípios e o repasse ao
Instituto Nacional do Seguro Social do valor
§ 5º Sobre o valor de cada prestação mensal
correspondente a cada prestação mensal, por
decorrente de parcelamento serão acrescidos, por
ocasião do vencimento desta.
ocasião do pagamento, juros equivalentes à taxa
referencial do Sistema Especial de Liquidação e § 13. O acordo celebrado com o Estado, o
Custódia, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, Distrito Federal ou o Município conterá, ainda,
de 20 de junho de 1995, para títulos federais, cláusula em que estes autorizem, quando houver
acumulada mensalmente, calculados a partir do o atraso superior a sessenta dias no cumprimento
primeiro dia do mês da concessão do das obrigações previdenciárias correntes, a
parcelamento até o mês anterior ao do pagamento retenção do Fundo de Participação dos Estados ou
e de um por cento relativamente ao mês do do Fundo de Participação dos Municípios e o
pagamento. repasse ao Instituto Nacional do Seguro Social do
valor correspondente à mora, por ocasião da
§ 6º O deferimento do parcelamento pelo
primeira transferência que ocorrer após a
Instituto Nacional do Seguro Social fica
comunicação da autarquia previdenciária ao
condicionado ao pagamento da primeira parcela.
Ministério da Fazenda.
§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, não
§ 14. Não é permitido o parcelamento de
sendo paga a primeira parcela, proceder-se-á à
dívidas de empresa com falência decretada.
inscrição da dívida confessada, salvo se já tiver
sido inscrita, na Dívida Ativa do Instituto Nacional Art. 245. O crédito da seguridade social é
do Seguro Social e à sua cobrança judicial. constituído por meio de notificação fiscal de
lançamento, auto-de-infração, confissão ou
§ 8º O acordo de parcelamento será

592
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
documento declaratório de valores devidos compensada contribuição para a seguridade
apresentado pelo contribuinte ou outro instrumento social, arrecadada pelo Instituto Nacional do
previsto em legislação própria. Seguro Social, na hipótese de pagamento ou
recolhimento indevido.
§ 1º As contribuições, a atualização
monetária, os juros de mora, as multas, bem como § 1º Na hipótese de pagamento ou
outras importâncias devidas e não recolhidas até o recolhimento indevido, a contribuição será
seu vencimento devem ser lançados em livro atualizada monetariamente, nos períodos em que
próprio destinado à inscrição em Dívida Ativa do a legislação assim determinar, a contar da data do
Instituto Nacional do Seguro Social e da Fazenda pagamento ou recolhimento até a da efetiva
Nacional, após a constituição do respectivo restituição ou compensação, utilizando-se os
crédito. mesmos critérios aplicáveis à cobrança da própria
contribuição em atraso, na forma da legislação de
§ 2º A certidão textual do livro de que trata regência.
este artigo serve de título para que o órgão
competente, por intermédio de seu procurador ou § 2º A partir de 1º de janeiro de 1996, a
representante legal, promova em juízo a cobrança compensação ou restituição é acrescida de juros
da Dívida Ativa, segundo o mesmo processo e com equivalentes à taxa referencial do Sistema
as mesmas prerrogativas e privilégios da Fazenda Especial de Liquidação e de Custódia, acumulada
Nacional, nos termos da Lei nº 6.830, de 22 de mensalmente, calculados a partir da data do
setembro de 1980. pagamento indevido ou a maior até o mês anterior
ao da compensação ou restituição e de um por
§ 3º Os órgãos competentes podem, antes de cento relativamente ao mês em que estiver sendo
ajuizar a cobrança da Dívida Ativa, promover o efetuada.
protesto de título dado em garantia de sua
liquidação, ficando, entretanto, ressalvado que o § 3º Somente será admitida a restituição ou
título será sempre recebido pró solvendo. a compensação de contribuição a cargo da
empresa, recolhida ao Instituto Nacional do
§ 4º Considera-se Dívida Ativa o crédito Seguro Social, que, por sua natureza, não tenha
proveniente de fato jurídico gerador das sido transferida ao preço de bem ou serviço
obrigações legais ou contratuais, desde que oferecido à sociedade.
inscrito no livro próprio, de conformidade com os
dispositivos da Lei nº 6.830, de 1980. Art. 248. A restituição de contribuição ou de
outra importância recolhida indevidamente, que
§ 5º As contribuições arrecadadas pelo comporte, por sua natureza, a transferência de
Instituto Nacional do Seguro Social poderão, sem encargo financeiro, somente será feita àquele que
prejuízo da respectiva liquidez e certeza, ser provar ter assumido esse encargo ou, no caso de
inscritas em Dívida Ativa. tê-lo transferido a terceiro, estar por este
Art. 246. O crédito relativo a contribuições, expressamente autorizado a recebê-la.
atualização monetária, juros de mora, multas, bem Art. 249. Somente poderá ser restituído ou
como a outras importâncias, está sujeito, nos compensado, nas contribuições arrecadadas pelo
processos de falência, concordata ou concurso de Instituto Nacional do Seguro Social, valor
credores, às disposições atinentes aos créditos da decorrente das parcelas referidas nos incisos I, II,
União, aos quais é equiparado. III, IV e V do parágrafo único do art. 195.
Parágrafo único. O Instituto Nacional do Parágrafo único. A restituição de
Seguro Social reivindicará os valores descontados contribuição indevidamente descontada do
pela empresa do segurado empregado e segurado somente poderá ser feita ao próprio
trabalhador avulso, as decorrentes da sub-rogação segurado, ou ao seu procurador, salvo se
de que tratam os incisos I e II do § 7º do art. 200 e comprovado que o responsável pelo recolhimento
as importâncias retidas na forma do art. 219 e não já lhe fez a devolução.
recolhidos, sendo que esses valores não estão
sujeitos ao concurso de credores. Art. 250. O pedido de restituição ou de
Seção VII compensação de contribuição ou de outra
importância recolhida à seguridade social e
Da Restituição e da Compensação de recebida pelo Instituto Nacional do Seguro Social
Contribuições e Outras Importâncias será encaminhado ao próprio Instituto.
Art. 247. Somente poderá ser restituída ou

593
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º No caso de restituição de contribuições a este o direito de fiscalizar posteriormente a
para terceiros, vinculada à restituição de regularidade das importâncias restituídas.
contribuições previdenciárias, será o pedido
Art. 253. O direito de pleitear restituição ou
recebido e decidido pelo Instituto Nacional do
de realizar compensação de contribuições ou de
Seguro Social, que providenciará a restituição,
outras importâncias extingue-se em cinco anos,
descontando-a obrigatoriamente do valor do
contados da data:
repasse financeiro seguinte ao da restituição,
comunicando o fato à respectiva entidade. I - do pagamento ou recolhimento indevido;
ou
§ 2º O pedido de restituição de contribuições
que envolver somente importâncias relativas a II - em que se tornar definitiva a decisão
terceiros será formulado diretamente à entidade administrativa ou passar em julgado a sentença
respectiva e por esta decidido, cabendo ao judicial que tenha reformado, anulado ou revogado
Instituto Nacional do Seguro Social prestar as a decisão condenatória.
informações e realizar as diligências solicitadas.
Art. 254. Da decisão sobre pedido de
Art. 251. A partir de 1º de janeiro de 1992, nos restituição de contribuições ou de outras
casos de pagamento indevido ou a maior de importâncias, cabe recurso na forma da Subseção
contribuições, mesmo quando resultante de II da Seção II do Capítulo Único do Título I do Livro
reforma, anulação, revogação ou rescisão de V.
decisão condenatória, o contribuinte pode efetuar
Seção VIII
a compensação desse valor no recolhimento de
importâncias correspondentes a períodos Do Reembolso de Pagamento
subseqüentes. Art. 255. A empresa será reembolsada pelo
pagamento do valor bruto do salário-maternidade,
§ 1º A compensação, independentemente da observado o disposto no art. 248 da Constituição,
data do recolhimento, não pode ser superior a incluída a gratificação natalina proporcional ao
trinta por cento do valor a ser recolhido em cada período da correspondente licença e das cotas do
competência, devendo o saldo remanescente em salário-família pago aos segurados a seu serviço,
favor do contribuinte ser compensado nas de acordo com este Regulamento, mediante
competências subseqüentes, aplicando-se as dedução do respectivo valor, no ato do
normas previstas nos §§ 1º e 2º do art. 247. recolhimento das contribuições devidas, na forma
§ 2º A compensação somente poderá ser estabelecida pelo INSS. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.862, de 2003)
efetuada com parcelas de contribuição da mesma
espécie. § 1º Se da dedução prevista no caput
§ 3º É facultado ao contribuinte optar pelo resultar saldo favorável, a empresa receberá, no
ato da quitação, a importância correspondente.
pedido de restituição.
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 4º Em caso de compensação de valores
nas situações a que se referem os arts. 248 e 249, § 3º O reembolso de pagamento obedecerá
os documentos comprobatórios da aos mesmos critérios aplicáveis à restituição
responsabilidade assumida pelo encargo prevista no art. 247.
financeiro, a autorização expressa de terceiro para
recebimento em seu nome, a procuração ou o CAPÍTULO IX
recibo de devolução de contribuição descontada
DA MATRÍCULA DA EMPRESA, DO
indevidamente de segurado, conforme o caso,
devem ser mantidos à disposição da fiscalização, PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA E
sob pena de glosa dos valores compensados. DO SEGURADO ESPECIAL
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 5º Os órgãos competentes expedirão as Art. 256. A matrícula da empresa será feita:
instruções necessárias ao cumprimento do
disposto neste artigo. I - simultaneamente com a inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; ou
Art. 252. No caso de recolhimento a maior,
originário de evidente erro de cálculo, a restituição II - perante o Instituto Nacional do Seguro
será feita por rito sumário estabelecido pelo Social, no prazo de trinta dias contados do início
Instituto Nacional do Seguro Social, reservando-se de suas atividades, quando não sujeita a inscrição

594
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica. III - com os adquirentes de sua produção ou
fornecedores de sementes, insumos, ferramentas
§ 1º Independentemente do disposto neste
e demais implementos agrícolas. (Incluído pelo
artigo, o Instituto Nacional do Seguro Social
Decreto nº 6.722, de 2008).
procederá à matrícula:
I - de ofício, quando ocorrer omissão; e § 1o Para fins de recolhimento das
contribuições previdenciárias, a matrícula de que
II - de obra de construção civil, mediante trata o caput será atribuída ao grupo familiar no
comunicação obrigatória do responsável por sua ato de sua inscrição. (Incluído pelo Decreto nº
execução, no prazo do inciso II do caput. 6.722, de 2008).

§ 2º A unidade matriculada na forma do inciso § 2o O disposto no caput não se aplica ao


II do caput e do § 1º receberá certificado de licenciamento sanitário de produtos sujeitos à
matrícula com número cadastral básico, de caráter incidência do IPI ou ao contribuinte cuja inscrição
permanente. no CNPJ seja obrigatória. (Incluído pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
§ 3º O não cumprimento do disposto no inciso
CAPÍTULO X
II do caput e no inciso II do § 1º sujeita o
responsável à multa prevista no art. 283. DA PROVA DE INEXISTÊNCIA DE
§ 4º O Departamento Nacional de Registro do
DÉBITO
Comércio, por intermédio das juntas comerciais, Art. 257. (Revogado pelo Decreto nº 8.302,
bem como os cartórios de registro civil de pessoas de 2014)
jurídicas, prestarão obrigatoriamente ao Instituto Art. 258. (Revogado pelo Decreto nº 8.302,
Nacional do Seguro Social todas as informações de 2014)
referentes aos atos constitutivos e alterações
posteriores relativos a empresas neles registradas, Art. 259. (Revogado pelo Decreto nº 8.302,
sem ônus para o Instituto. de 2014)
§ 5º São válidos perante o Instituto Nacional Art. 260. Serão aceitas as seguintes
do Seguro Social os atos de constituição, alteração modalidades de garantia:
e extinção de empresa registrados nas juntas
comerciais. I - depósito integral e atualizado do débito em
moeda corrente;
§ 6º O Ministério da Previdência e
Assistência Social estabelecerá as condições em II - hipoteca de bens imóveis com ou sem
que o Departamento Nacional de Registro do seus acessórios;
Comércio, por intermédio das juntas comerciais, e
III - fiança bancária;
os cartórios de registro civil de pessoas jurídicas
cumprirão o disposto no § 4º. IV - vinculação de parcelas do preço de bens
Art. 256-A. A matrícula atribuída pela ou serviços a serem negociados a prazo pela
empresa;
Secretaria da Receita Federal do Brasil ao
produtor rural pessoa física ou segurado especial V - alienação fiduciária de bens móveis; ou
é o documento de inscrição do contribuinte, em
substituição à inscrição no Cadastro Nacional de VI - penhora.
Pessoa Jurídica - CNPJ, a ser apresentado em
suas relações: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de Parágrafo único. A garantia deve ter valor
2008). mínimo de cento e vinte por cento do total da
dívida, observado, em qualquer caso, o valor de
I - com o Poder Público, inclusive para mercado dos bens indicados, em conformidade
licenciamento sanitário de produtos de origem com os critérios estabelecidos pelo Instituto
animal ou vegetal submetidos a processos de Nacional do Seguro Social.
beneficiamento ou industrialização artesanal;
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Art. 261. A autorização do órgão competente
para outorga de instrumento em que se estipule o
II - com as instituições financeiras, para fins pagamento do débito da empresa no ato, ou
de contratação de operações de crédito; e apenas parte no ato e o restante em parcelas ou
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). prestações do saldo do preço do bem a ser

595
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
negociado pela empresa, com vinculação ao RELATIVAS AO CUSTEIO DA
cumprimento das obrigações assumidas na
confissão de dívida fiscal desta perante a SEGURIDADE SOCIAL
seguridade social, na forma do inciso IV do art. Art. 266. Os sindicatos poderão apresentar
260, será dada mediante interveniência no denúncia contra a empresa, junto ao Instituto
instrumento. Nacional do Seguro Social, nas seguintes
hipóteses:
Parágrafo único. A autorização para
lavratura de instrumento de interesse da empresa I - falta de envio da Guia da Previdência
em que a garantia oferecida pelo devedor não tem Social para o sindicato, na forma do inciso V do
relação com o bem transacionado será dada caput do art. 225;
mediante alvará.
II - não afixação da Guia da Previdência
Art. 262. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, Social no quadro de horário, na forma do inciso VI
de 2014) do caput do art. 225;

Art. 263. (Revogado pelo Decreto nº 8.302, III - divergência entre os valores informados
de 2014) pela empresa e pelo Instituto Nacional do Seguro
Social sobre as contribuições recolhidas na
Art. 264. A inexistência de débito em relação mesma competência; ou
às contribuições devidas ao Instituto Nacional do
Seguro Social é condição necessária para que os IV - existência de evidentes indícios de
Estados, o Distrito Federal e os Municípios recolhimento a menor das contribuições devidas,
possam receber as transferências dos recursos do constatados pela comparação com dados
Fundo de Participação dos Estados e do Distrito disponíveis sobre quantidade de empregados e de
Federal e do Fundo de Participação dos rescisões de contrato de trabalho homologadas
Municípios, celebrar acordo, contrato, convênio ou pelo sindicato.
ajuste, bem como receber empréstimo,
§ 1º As denúncias formuladas pelos
financiamento, aval ou subvenção em geral de
órgão ou entidade da administração direta e sindicatos deverão identificar com precisão a
indireta da União. empresa infratora e serão encaminhadas por seu
representante legal, especificando nome, número
Parágrafo único. Para recebimento do no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica e
Fundo de Participação dos Estados e do Distrito endereço da empresa denunciada, o item
Federal e do Fundo de Participação dos infringido e outros elementos indispensáveis à
Municípios e para a consecução dos demais análise dos fatos.
instrumentos citados no caput, os Estados, o
§ 2º A constatação da improcedência da
Distrito Federal e os Municípios deverão
apresentar aos órgãos ou entidades responsáveis denúncia apresentada pelo sindicato implicará a
pela liberação dos fundos, celebração de acordos, cessação do seu direito ao acesso às informações
contratos, convênios ou ajustes, concessão de fornecidas pelas empresas e pelo Instituto
empréstimos, financiamentos, avais ou Nacional do Seguro Social, pelo prazo de:
subvenções em geral os comprovantes de I - um ano, quando fundamentada nos incisos
recolhimento das suas contribuições ao Instituto I, II e III do caput; e
Nacional do Seguro Social referentes aos três
meses imediatamente anteriores ao mês previsto II - quatro meses, quando fundamentada no
para a efetivação daqueles procedimentos. inciso IV do caput.
Art. 265. Os Estados, o Distrito Federal e os § 3º Os prazos mencionados no parágrafo
Municípios serão, igualmente, obrigados a anterior serão duplicados a cada reincidência,
apresentar, para os fins do disposto no art. 264, considerando-se esta a ocorrência de nova
comprovação de pagamento da parcela mensal denúncia improcedente, dentro do período de
referente aos débitos com o Instituto Nacional do cinco anos contados da data da denúncia não
Seguro Social objeto do parcelamento. confirmada.
TÍTULO II
Art. 267. (Revogado pelo Decreto nº 4.032,
DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS de 2001)
Art. 268. O titular da firma individual e os

596
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sócios das empresas por cotas de Art. 272. As alíquotas a que se referem o
responsabilidade limitada respondem inciso II do art. 200 e os incisos I, II, III e § 8º do
solidariamente, com seus bens pessoais, pelos art. 202 são reduzidas em cinqüenta por cento de
débitos junto à seguridade social. seu valor, a partir de 22 de janeiro de 1998, por
sessenta meses, nos contratos de trabalho por
Parágrafo único. Os acionistas
prazo determinado, nos termos da Lei nº 9.601, de
controladores, os administradores, os gerentes e
21 de janeiro de 1998. (Redação dada pelo
os diretores respondem solidariamente e
Decreto nº 4.032, de 2001)
subsidiariamente, com seus bens pessoais,
quanto ao inadimplemento das obrigações para Art. 273. A empresa é obrigada a preparar
com a seguridade social, por dolo ou culpa. folha de pagamento dos trabalhadores contratados
com base na Lei nº 9.601, de 1998, na forma do
Art. 269. Os orçamentos das entidades da
art. 225, agrupando-os separadamente.
administração pública direta e indireta devem
consignar as dotações ao pagamento das Art. 274. O Instituto Nacional do Seguro
contribuições devidas à seguridade social, de Social poderá arrecadar e fiscalizar, mediante
modo a assegurar a sua regular liquidação dentro remuneração de três vírgula cinco por cento sobre
do exercício. o montante arrecadado, contribuição por lei devida
a terceiros, desde que provenha de empresa,
Parágrafo único. O pagamento das
segurado, aposentado ou pensionista a ele
contribuições devidas ao Instituto Nacional do
vinculado, aplicando-se a essa contribuição, no
Seguro Social terá prioridade absoluta nos
que couber, o disposto neste Regulamento.
cronogramas financeiros de desembolso dos
órgãos da administração pública direta, das § 1º O disposto neste artigo aplica-se às
entidades de administração indireta e suas contribuições que tenham a mesma base utilizada
subsidiárias e das demais entidades sob controle para o cálculo das contribuições incidentes sobre
acionário direto ou indireto da União, dos Estados, a remuneração paga, devida ou creditada a
do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de segurados, bem como sobre as contribuições
suas autarquias, e fundações instituídas ou incidentes sobre outras bases a título de
mantidas pelo Poder Público. substituição.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032,
de 2001)
Art. 270. A existência de débitos junto ao
Instituto Nacional do Seguro Social, não § 2º As contribuições previstas neste artigo
renegociados ou renegociados e não saldados, ficam sujeitas aos mesmos prazos, condições,
nas condições estabelecidas em lei, importará na sanções e privilégios das contribuições da
indisponibilidade dos recursos existentes, ou que seguridade social, inclusive no que se refere à
venham a ingressar nas contas dos órgãos ou cobrança judicial.
entidades devedoras de que trata o artigo anterior,
abertas em quaisquer instituições financeiras, até Art. 275. O Instituto Nacional do Seguro
o valor equivalente ao débito apurado na data de Social divulgará, trimestralmente, lista atualizada
expedição de solicitação do Instituto Nacional do dos devedores com débitos inscritos na Dívida
Seguro Social ao Banco Central do Brasil, Ativa relativos às contribuições previstas nos
incluindo o principal, corrigido monetariamente nos incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único do art.
períodos em que a legislação assim dispuser, as 195, acompanhada de relatório circunstanciado
multas e os juros. das medidas administrativas e judiciais adotadas
para a cobrança e execução da dívida.
Parágrafo único. Os Ministros da Fazenda e
da Previdência e Assistência Social expedirão as § 1º O relatório a que se refere o caput será
instruções para aplicação do disposto neste artigo. encaminhado aos órgãos da administração federal
direta e indireta, às entidades controladas direta ou
Art. 271. As contribuições referentes ao indiretamente pela União, aos registros públicos,
período de que trata o § 2º do art. 26, vertidas cartórios de registro de títulos e documentos,
desde o início do vínculo do servidor com a cartórios de registro de imóveis e ao sistema
administração pública ao Plano de Seguridade financeiro oficial, para os fins do § 3º do art. 195 da
Social do Servidor Público, nos termos dos arts. 8º Constituição Federal e da Lei nº 7.711, de 22 de
e 9º da Lei nº 8.162, de 1991, serão atualizadas dezembro de 1988.
monetariamente e repassadas de imediato ao
Instituto Nacional do Seguro Social. § 2º O Ministério da Previdência e

597
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Assistência Social fica autorizado a firmar conhecida, da remuneração paga a outro
convênio com os governos estaduais, do Distrito empregado de categoria ou função equivalente ou
Federal e municipais para extensão, àquelas semelhante, do salário normativo da categoria ou
esferas de governo, das hipóteses previstas no art. do salário mínimo mensal, permitida a
1º da Lei nº 7.711, de 1988. compensação das contribuições patronais
eventualmente recolhidas.(Incluído pelo Decreto
Art. 276. Nas ações trabalhistas de que nº 4.032, de 2001)
resultar o pagamento de direitos sujeitos à
incidência de contribuição previdenciária, o § 8º Havendo reconhecimento de vínculo
recolhimento das importâncias devidas à empregatício para empregado doméstico, tanto as
seguridade social será feito no dia dois do mês contribuições do segurado empregado como as do
seguinte ao da liquidação da sentença. empregador deverão ser recolhidas na inscrição
do trabalhador.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de
§ 1º No caso do pagamento parcelado, as 2001)
contribuições devidas à seguridade social serão
recolhidas na mesma data e proporcionalmente ao § 9º É exigido o recolhimento da
valor de cada parcela. contribuição previdenciária de que trata o inciso II
do art. 201, incidente sobre o valor resultante da
§ 2º Nos acordos homologados em que não decisão que reconhecer a ocorrência de prestação
figurarem, discriminadamente, as parcelas legais de serviço à empresa, mas não o vínculo
de incidência da contribuição previdenciária, esta empregatício, sobre o valor total da condenação
incidirá sobre o valor total do acordo homologado. ou do acordo homologado, independentemente da
§ 3º Não se considera como discriminação de natureza da parcela e forma de
pagamento.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de
parcelas legais de incidência de contribuição
2001)
previdenciária a fixação de percentual de verbas
remuneratórias e indenizatórias constantes dos Art. 277. A autoridade judiciária deverá velar
acordos homologados, aplicando-se, nesta pelo fiel cumprimento do disposto no artigo
hipótese, o disposto no parágrafo anterior. anterior, executando, de ofício, quando for o caso,
§ 4º A contribuição do empregado no caso de as contribuições devidas, fazendo expedir
notificação ao Instituto Nacional do Seguro Social,
ações trabalhistas será calculada, mês a mês,
para dar-lhe ciência dos termos da sentença, do
aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198,
acordo celebrado ou da execução.
observado o limite máximo do salário-de-
contribuição. Parágrafo único. O Instituto Nacional do
§ 5º Na sentença ou acordo homologado, Seguro Social fornecerá, quando solicitados, as
orientações e dados necessários ao cumprimento
cujo valor da contribuição previdenciária devida for
do que dispõe este artigo.
inferior ao limite mínimo permitido para
recolhimento na Guia da Previdência Social, é Art. 278. Nenhuma contribuição é devida à
autorizado o recolhimento dos valores devidos seguridade social se a construção residencial for
cumulativamente com as contribuições normais de unifamiliar, com área total não superior a setenta
mesma competência. (Incluído pelo Decreto nº metros quadrados, destinada a uso próprio, do tipo
4.032, de 2001) econômico e tiver sido executada sem a utilização
§ 6º O recolhimento das contribuições do de mão-de-obra assalariada.
empregado reclamante deverá ser feito na mesma Parágrafo único. Comprovado o descumprimento de qualquer
inscrição em que são recolhidas as contribuições das disposições do caput, tornam-se devidas as contribuições previstas
devidas pela empresa.(Incluído pelo Decreto nº neste Regulamento, sem prejuízo das cominações legais cabíveis.

4.032, de 2001)
§ 7º Se da decisão resultar reconhecimento TÍTULO III
de vínculo empregatício, deverão ser exigidas as DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
contribuições, tanto do empregador como do
reclamante, para todo o período reconhecido, RELATIVAS AO CUSTEIO DA
ainda que o pagamento das remunerações a ele SEGURIDADE SOCIAL
correspondentes não tenham sido reclamadas na (Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
ação, tomando-se por base de incidência, na Art. 278-A. (Revogado pelo Decreto nº
ordem, o valor da remuneração paga, quando 4.729, de 2003)

598
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ocorrência dos crimes previstos em lei.
LIVRO IV
Parágrafo único. O Instituto Nacional do
DAS PENALIDADES EM GERAL Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal
TÍTULO I
estabelecerão normas específicas para:
DAS RESTRIÇÕES
Art. 279. A empresa que transgredir as I - apreensão de comprovantes e demais
normas deste Regulamento, além de outras documentos;
sanções previstas, sujeitar-se-á às seguintes
restrições: II - apuração administrativa da ocorrência de
crimes;
I - suspensão de empréstimos e
financiamentos, por instituições financeiras III - devolução de comprovantes e demais
oficiais; documentos;

II - revisão de incentivo fiscal de tratamento IV - instrução do processo administrativo de


tributário especial; apuração;

III - inabilitação para licitar e contratar com V - encaminhamento do resultado da


qualquer órgão ou entidade da administração apuração referida no inciso IV à autoridade
pública direta ou indireta federal, estadual, do competente; e
Distrito Federal ou municipal; VI - acompanhamento de processo judicial.
IV - interdição para o exercício do comércio, CAPÍTULO III
se for sociedade mercantil ou comerciante DAS INFRAÇÕES
individual; Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo
V - desqualificação para impetrar concordata; das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e
e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja
penalidade expressamente cominada neste
VI - cassação de autorização para funcionar Regulamento, fica o responsável sujeito a multa
no País, quando for o caso. variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis
Art. 280. A empresa em débito para com a reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35
seguridade social não pode: (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais
e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da
I - distribuir bonificação ou dividendo a infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290
acionista; e a 292, e de acordo com os seguintes valores:
(Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de 2003)
II - dar ou atribuir cota ou participação nos
lucros a sócio cotista, diretor ou outro membro de I - a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e
órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que a seis reais e dezessete centavos) nas seguintes
título de adiantamento. infrações:
TÍTULO II a) deixar a empresa de preparar folha de
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES pagamento das remunerações pagas, devidas ou
CAPÍTULO I creditadas a todos os segurados a seu serviço, de
DOS CRIMES
acordo com este Regulamento e com os demais
Art. 281. (Revogado pelo Decreto nº 4.032, padrões e normas estabelecidos pelo Instituto
de 2001) Nacional do Seguro Social;
CAPÍTULO II
b) deixar a empresa de se matricular no
DA APREENSÃO DE DOCUMENTOS Instituto Nacional do Seguro Social, dentro de
Art. 282. A seguridade social, por meio de trinta dias contados da data do início de suas
seus órgãos competentes, promoverá a apreensão atividades, quando não sujeita a inscrição no
de comprovantes de arrecadação e de pagamento Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
de benefícios, bem como de quaisquer
c) deixar a empresa de descontar da
documentos pertinentes, inclusive contábeis,
mediante lavratura do competente termo, com a remuneração paga aos segurados a seu serviço
finalidade de apurar administrativamente a importância proveniente de dívida ou
responsabilidade por eles contraída junto à

599
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
seguridade social, relativa a benefícios pagos incentivo fiscal ou creditício;
indevidamente;
d) deixar o servidor, o serventuário da Justiça
d) deixar a empresa de matricular no Instituto ou o titular de serventia extrajudicial de exigir o
Nacional do Seguro Social obra de construção civil documento comprobatório de inexistência de
de sua propriedade ou executada sob sua débito, quando da alienação ou oneração, a
responsabilidade no prazo de trinta dias do início qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele
das respectivas atividades; relativo;
e) deixar o Titular de Cartório de Registro e) deixar o servidor, o serventuário da Justiça
Civil de Pessoas Naturais de comunicar ao ou o titular de serventia extrajudicial de exigir a
Instituto Nacional do Seguro Social, até o dia dez apresentação do documento comprobatório de
de cada mês, a ocorrência ou a não-ocorrência de inexistência de débito na alienação ou oneração, a
óbitos, no mês imediatamente anterior, bem como qualquer título, de bem móvel incorporado ao ativo
enviar informações inexatas, conforme o disposto permanente da empresa, de valor superior a
no art. 228; R$ 15.904,18 (quinze mil novecentos e quatro
reais e dezoito centavos);
f) deixar o dirigente dos órgãos municipais
competentes de prestar ao Instituto Nacional do f) deixar o servidor, o serventuário da Justiça
Seguro Social as informações concernentes aos ou o titular de serventia extrajudicial de exigir
alvarás, "habite-se" ou documento equivalente, documento comprobatório de inexistência de
relativos a construção civil, na forma do art. 226; e débito no registro ou arquivamento, no órgão
próprio, de ato relativo a baixa ou redução de
g) deixar a empresa de efetuar os descontos capital de firma individual, redução de capital
das contribuições devidas pelos segurados a seu social, cisão total ou parcial, transformação ou
serviço; (Redação dada pelo Decreto nº 4.862, de extinção de entidade ou sociedade comercial ou
2003) civil e transferência de controle de cotas de
h) deixar a empresa de elaborar e manter sociedades de responsabilidade limitada;
atualizado perfil profissiográfico abrangendo as g) deixar o servidor, o serventuário da Justiça
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de ou o titular de serventia extrajudicial de exigir
fornecer a este, quando da rescisão do contrato de documento comprobatório de inexistência de
trabalho, cópia autêntica deste documento; e débito do proprietário, pessoa física ou jurídica, de
(Incluída pelo Decreto nº 4.862, de 2003) obra de construção civil, quando da averbação de
II - a partir de R$ 6.361,73 (seis mil trezentos obra no Registro de Imóveis;
e sessenta e um reais e setenta e três h) deixar o servidor, o serventuário da Justiça
centavos) nas seguintes infrações: ou o titular de serventia extrajudicial de exigir
a) deixar a empresa de lançar mensalmente, documento comprobatório de inexistência de
débito do incorporador, quando da averbação de
em títulos próprios de sua contabilidade, de forma
obra no Registro de Imóveis, independentemente
discriminada, os fatos geradores de todas as
do documento apresentado por ocasião da
contribuições, o montante das quantias
inscrição do memorial de incorporação;
descontadas, as contribuições da empresa e os
totais recolhidos; i) deixar o dirigente da entidade da
b) deixar a empresa de apresentar ao administração pública direta ou indireta de
consignar as dotações necessárias ao pagamento
Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria
das contribuições devidas à seguridade social, de
da Receita Federal os documentos que contenham
modo a assegurar a sua regular liquidação dentro
as informações cadastrais, financeiras e contábeis
do exercício;
de interesse dos mesmos, na forma por eles
estabelecida, ou os esclarecimentos necessários à j) deixar a empresa, o servidor de órgão
fiscalização; público da administração direta e indireta, o
c) deixar o servidor, o serventuário da Justiça segurado da previdência social, o serventuário da
Justiça ou o titular de serventia extrajudicial, o
ou o titular de serventia extrajudicial de exigir
síndico ou seu representante, o comissário ou o
documento comprobatório de inexistência de
liquidante de empresa em liquidação judicial ou
débito, quando da contratação com o poder
extrajudicial, de exibir os documentos e livros
público ou no recebimento de benefício ou de
relacionados com as contribuições previstas neste

600
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Regulamento ou apresentá-los sem atender às
16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo
formalidades legais exigidas ou contendo
informação diversa da realidade ou, ainda, com
omissão de informação verdadeira;
51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo
l) deixar a entidade promotora do espetáculo
desportivo de efetuar o desconto da contribuição
prevista no § 1º do art. 205; 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo
m) deixar a empresa ou entidade de reter e
recolher a contribuição prevista no § 3º do art. 205;
501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo
n) deixar a empresa de manter laudo técnico
atualizado com referência aos agentes nocivos
existentes no ambiente de trabalho de seus 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo
trabalhadores ou emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo
com o respectivo laudo; e (Redação dada pelo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo
Decreto nº 6.722, de 2008).
o) (Revogada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)
II - cem por cento do valor devido relativo à
§ 1º Considera-se dirigente, para os fins do contribuição não declarada, limitada aos valores
disposto neste Capítulo, aquele que tem a previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de
competência funcional para decidir a prática ou Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
não do ato que constitua infração à legislação da Serviço e Informações à Previdência Social com
seguridade social. dados não correspondentes aos fatos geradores,
seja em relação às bases de cálculo, seja em
§ 2o A falta de inscrição do segurado sujeita relação às informações que alterem o valor das
o responsável à multa de R$ 1.254,89 (mil, contribuições, ou do valor que seria devido se não
duzentos e cinqüenta e quatro reais e oitenta e houvesse isenção ou substituição, quando se
nove centavos), por segurado não inscrito. tratar de infração cometida por pessoa jurídica de
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). direito privado beneficente de assistência social
em gozo de isenção das contribuições
§ 3º As demais infrações a dispositivos da previdenciárias ou por empresa cujas
legislação, para as quais não haja penalidade contribuições incidentes sobre os respectivos fatos
expressamente cominada, sujeitam o infrator à geradores tenham sido substituídas por outras; e
multa de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
e dezessete centavos).
III - cinco por cento do valor mínimo previsto
Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV no caput do art. 283, por campo com informações
do caput do art. 225 sujeitará o responsável às inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos
seguintes penalidades administrativas: valores previstos no inciso I, pela apresentação da
Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do
I - valor equivalente a um multiplicador sobre Tempo de Serviço e Informações à Previdência
o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em Social com erro de preenchimento nos dados não
função do número de segurados, pela não relacionados aos fatos geradores.
apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do
Previdência Social, independentemente do mês seguinte àquele em que o documento deveria
recolhimento da contribuição, conforme quadro ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por
abaixo: cento por mês calendário ou fração.
§ 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I
0 a 5 segurados ½ valor mínimo
será o vigente na data da lavratura do auto-de-
infração.
6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo Art. 285. A infração ao disposto no art. 280
sujeita o responsável à multa de cinqüenta por
cento das quantias que tiverem sido pagas ou

601
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
creditadas, a partir da data do evento. administração federal, estadual, do Distrito Federal
ou municipal responde pessoalmente pela multa
Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 aplicada por infração a dispositivos deste
sujeita o responsável à multa variável entre os Regulamento, sendo obrigatório o respectivo
limites mínimo e máximo do salário-de- desconto em folha de pagamento, mediante
contribuição, por acidente que tenha deixado de requisição dos órgãos competentes e a partir do
comunicar nesse prazo. primeiro pagamento que se seguir à requisição.
§ 1º Em caso de morte, a comunicação a que Parágrafo único. Ao disposto neste artigo
se refere este artigo deverá ser efetuada de não se aplica a multa de que trata o inciso III do
imediato à autoridade competente. art. 239.
§ 2º A multa será elevada em duas vezes o CAPÍTULO IV
seu valor a cada reincidência. DAS CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
§ 3º A multa será aplicada no seu grau DA PENALIDADE
mínimo na ocorrência da primeira comunicação Art. 290. Constituem circunstâncias
feita fora do prazo estabelecido neste artigo, ou agravantes da infração, das quais dependerá a
não comunicada, observado o disposto nos arts. gradação da multa, ter o infrator:
290 a 292.
I - tentado subornar servidor dos órgãos
Art. 287. Pelo descumprimento das competentes;
obrigações contidas nos incisos V e VI do caput
do art. 225, e verificado o disposto no inciso III do II - agido com dolo, fraude ou má-fé;
caput do art. 266, será aplicada multa de R$ 99,74 III - desacatado, no ato da ação fiscal, o
(noventa e nove reais e setenta e quatro agente da fiscalização;
centavos) a R$ 9.974,34 (nove mil, novecentos e
setenta e quatro reais e trinta e quatro centavos), IV - obstado a ação da fiscalização; ou
para cada competência em que tenha havido a
irregularidade. (Redação dada pelo Decreto nº V - incorrido em reincidência.
4.032, de 2001)
Parágrafo único. Caracteriza reincidência a
Parágrafo único. O descumprimento das prática de nova infração a dispositivo da legislação
disposições constantes do art. 227 e dos incisos V por uma mesma pessoa ou por seu sucessor,
e VI do caput do art. 257, sujeitará a instituição dentro de cinco anos da data em que se tornar
financeira à multa de: irrecorrível administrativamente a decisão
condenatória, da data do pagamento ou da data
I - R$ 22.165,20 (vinte e dois mil, cento e em que se configurou a revelia, referentes à
sessenta e cinco reais e vinte centavos), no caso autuação anterior. (Redação dada pelo Decreto
do art. 227; e (Redação dada pelo Decreto nº nº 6.032, de 2007)
4.032, de 2001)
CAPÍTULO V
II - R$ 110.826,01 (cento e dez mil, oitocentos DAS CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES
e vinte e seis reais e um centavo), no caso dos
incisos V e VI do caput do art. 257.(Redação dada
DA PENALIDADE
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) Art. 291. (Revogado pelo Decreto nº 6.727,
de 2009)
Art. 288. O descumprimento do disposto nos CAPÍTULO VI
§§ 19 e 20 do art. 225 sujeitará o infrator à multa
de: DA GRADAÇÃO DAS MULTAS
Art. 292. As multas serão aplicadas da
I - R$ 173,00 (cento e setenta e três reais) a seguinte forma:
R$ 1.730,00 (um mil setecentos e trinta reais), no
caso do § 19; e I - na ausência de agravantes, serão
aplicadas nos valores mínimos estabelecidos nos
II - R$ 345,00 (trezentos e quarenta e cinco incisos I e II e no § 3º do art. 283 e nos arts. 286 e
reais) a R$ 3.450,00 (três mil quatrocentos e 288, conforme o caso;
cinqüenta reais), no caso do § 20.
II - as agravantes dos incisos I e II do art. 290
Art. 289. O dirigente de órgão ou entidade da elevam a multa em três vezes;

602
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - as agravantes dos incisos III e IV do art. 2007)
290 elevam a multa em duas vezes; LIVRO V

IV - a agravante do inciso V do art. 290 eleva DA ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE


a multa em três vezes a cada reincidência no SOCIAL
mesmo tipo de infração, e em duas vezes em caso TÍTULO I

de reincidência em infrações diferentes, DO SISTEMA NACIONAL DE


observados os valores máximos estabelecidos no SEGURIDADE SOCIAL
caput dos arts. 283 e 286, conforme o caso; e
Art. 294. As ações nas áreas de saúde,
V - (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de previdência social e assistência social, conforme o
2009) disposto no Capítulo II do Título VIII da
Constituição Federal, serão organizadas em
Parágrafo único. Na aplicação da multa a Sistema Nacional de Seguridade Social.
que se refere o art. 288, aplicar-se-á apenas as
agravantes referidas nos incisos III a V do art. 290, Parágrafo único. As áreas de que trata este
as quais elevam a multa em duas vezes. artigo organizar-se-ão em conselhos setoriais,
com representantes da União, dos Estados, do
Art. 293. Constatada a ocorrência de Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade
infração a dispositivo deste Regulamento, será civil.
lavrado auto-de-infração com discriminação clara CAPÍTULO ÚNICO
e precisa da infração e das circunstâncias em que
foi praticada, contendo o dispositivo legal
DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS
Seção I
infringido, a penalidade aplicada e os critérios de
gradação, e indicando local, dia e hora de sua Do Conselho Nacional de Previdência
lavratura, observadas as normas fixadas pelos Social
órgãos competentes. (Redação dada pelo Decreto Art. 295. O Conselho Nacional de
nº 6.103, de 2007) Previdência Social, órgão superior de deliberação
colegiada, terá como membros:
§ 1o Recebido o auto-de-infração, o autuado
terá o prazo de trinta dias, a contar da ciência, para I - seis representantes do Governo Federal; e
efetuar o pagamento da multa de ofício com
redução de cinqüenta por cento ou impugnar a II - nove representantes da sociedade civil,
autuação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.103, sendo:
de 2007) a) três representantes dos aposentados e
§ 2o Impugnada a autuação, o autuado, pensionistas;
após a ciência da decisão de primeira instância, b) três representantes dos trabalhadores em
poderá efetuar o pagamento da multa de ofício atividade; e
com redução de vinte e cinco por cento, até a data
limite para interposição de recurso. (Redação dada c) três representantes dos empregadores.
pelo Decreto nº 6.103, de 2007)
§ 1º Os membros do Conselho Nacional de
§ 3º O recolhimento do valor da multa, com Previdência Social e seus respectivos suplentes
redução, implica renúncia ao direito de impugnar serão nomeados pelo Presidente da República,
ou de recorrer.(Redação dada pelo Decreto nº tendo os representantes titulares da sociedade
4.032, de 2001) civil mandato de dois anos, podendo ser
reconduzidos, de imediato, uma única vez.
§ 4o Apresentada impugnação, o processo
será submetido à autoridade competente, que § 2º Os representantes dos trabalhadores em
decidirá sobre a autuação, cabendo recurso na atividade, dos aposentados, dos empregadores e
forma da Subseção II da Seção II do Capítulo seus respectivos suplentes serão indicados pelas
Único do Título I do Livro V deste Regulamento. centrais sindicais e confederações nacionais.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.032, de 2007) § 3º O Conselho Nacional de Previdência
§ 5º (Revogado pelo Decreto nº 6.032, de Social reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por
2007) mês, por convocação de seu Presidente, não
podendo ser adiada a reunião por mais de quinze
§ 6º (Revogado pelo Decreto nº 6.032, de dias se houver requerimento nesse sentido da

603
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
maioria dos conselheiros. pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
§ 4º Poderá ser convocada reunião § 1o Os CPS serão compostos por dez
extraordinária por seu Presidente ou a conselheiros e respectivos suplentes, designados
requerimento de um terço de seus membros, pelo titular da Gerência Executiva na qual for
conforme dispuser o regimento interno do instalado, assim distribuídos: (Redação dada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social. Decreto nº 5.699, de 2006)
Art. 296. Compete ao Conselho Nacional de I - quatro representantes do Governo
Previdência Social: Federal; e (Incluído pelo Decreto nº 4.874, de
2003)
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as
decisões de políticas aplicáveis à previdência II - seis representantes da sociedade, sendo:
social; (Incluído pelo Decreto nº 4.874, de 2003)
II - participar, acompanhar e avaliar, a) dois dos empregadores; (Incluída pelo
sistematicamente, a gestão previdenciária; Decreto nº 4.874, de 2003)
III - apreciar e aprovar os planos e programas b) dois dos empregados; e (Incluída pelo
da previdência social; Decreto nº 4.874, de 2003)
IV - apreciar e aprovar as propostas c) dois dos aposentados e pensionistas.
orçamentárias da previdência social, antes de sua (Incluído pelo Decreto nº 4.874, de 2003)
consolidação na proposta orçamentária da
seguridade social; § 2º O Governo Federal será
representado:(Incluído pelo Decreto nº 4.874, de
V - acompanhar e apreciar, mediante 2003)
relatórios gerenciais por ele definidos, a execução
dos planos, programas e orçamentos no âmbito da I - nas cidades onde houver mais de uma
previdência social; Gerência-Executiva: (Redação dada pelo Decreto
nº 5.699, de 2006)
VI - acompanhar a aplicação da legislação
pertinente à previdência social; a) pelo Gerente-Executivo da Gerência-
Executiva a que se refere o § 1o; e (Redação dada
VII - apreciar a prestação de contas anual a
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
ser remetida ao Tribunal de Contas da União,
podendo, se for necessário, contratar auditoria b) outros Gerentes-Executivos; ou (Redação
externa; dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
VIII - estabelecer os valores mínimos em c) servidores da Divisão ou do Serviço
litígio, acima dos quais será exigida a anuência Benefícios ou de Atendimento ou da Procuradoria
prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do Federal Especializada junto ao INSS de Gerência-
Instituto Nacional do Seguro Social para Executiva sediadas na cidade, ou de
formalização de desistência ou transigência representante da Secretaria da Receita Federal do
judiciais, conforme o disposto no art. 353; Brasil, ou de representante da DATAPREV;
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno;
d) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
X - aprovar os critérios de arrecadação e de
2008).
pagamento dos benefícios por intermédio da rede
bancária ou por outras formas; e II - nas cidades onde houver apenas uma
Gerência-Executiva: (Redação dada pelo Decreto
XI - acompanhar e avaliar os trabalhos de
nº 5.699, de 2006)
implantação e manutenção do Cadastro Nacional
de Informações Sociais. a) pelo Gerente-Executivo; (Redação dada
pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
Art. 296-A. Ficam instituídos, como unidades
descentralizadas do Conselho Nacional de b) servidores da Divisão ou do Serviço de
Previdência Social - CNPS, Conselhos de Benefícios ou de Atendimento ou da Procuradoria
Previdência Social - CPS, que funcionarão junto às Federal Especializada junto ao INSS da Gerência-
Gerências-Executivas do INSS. (Redação dada

604
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Executiva, ou de representante da Secretaria da § 9o Cabe ao Gerente-Executivo a
Receita Federal do Brasil, ou de representante da designação dos conselheiros. (Incluído pelo
DATAPREV. (Redação dada pelo Decreto nº Decreto nº 6.722, de 2008).
6.722, de 2008).
§ 10. É facultado ao Gerente Regional do
c) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de INSS participar das reuniões do CPS localizados
2008). em região de suas atribuições e presidi-las.
d) (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
2008). Art. 297. Compete aos órgãos
III - (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de governamentais:
2006) I - prestar toda e qualquer informação
a) (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de necessária ao adequado cumprimento das
2006) competências do Conselho Nacional de
Previdência Social, fornecendo inclusive estudos
b) (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de técnicos; e
2006)
II - encaminhar ao Conselho Nacional de
§ 3o As reuniões serão mensais ou Previdência Social, com antecedência mínima de
bimensais, a critério do respectivo CPS, e abertas dois meses do seu envio ao Congresso Nacional,
ao público, cabendo a sua organização e a proposta orçamentária da previdência social,
funcionamento ao titular da Gerência-Executiva na devidamente detalhada.
qual for instalado o colegiado. (Redação dada pelo
Art. 298. As resoluções tomadas pelo
Decreto nº 5.699, de 2006)
Conselho Nacional de Previdência Social deverão
§ 4o Os representantes dos trabalhadores, ser publicadas no Diário Oficial da União.
dos aposentados e dos empregadores serão Art. 299. As reuniões do Conselho Nacional
indicados pelas respectivas entidades sindicais ou de Previdência Social serão iniciadas com a
associações representativas. (Redação dada pelo presença da maioria absoluta de seus membros,
Decreto nº 6.722, de 2008). sendo exigida para deliberação a maioria simples
§ 5º Os CPS terão caráter consultivo e de de votos.
assessoramento, competindo ao CNPS disciplinar Art. 300. As ausências ao trabalho dos
os procedimentos para o seu funcionamento, suas representantes dos trabalhadores em atividade,
competências, os critérios de seleção dos decorrentes das atividades do Conselho Nacional
representantes da sociedade e o prazo de duração de Previdência Social, serão abonadas,
dos respectivos mandatos, além de estipular por computando-se como jornada efetivamente
resolução o regimento dos CPS. (Incluído pelo trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
Decreto nº 4.874, de 2003)
Art. 301. Aos membros do Conselho
§ 6º As funções dos conselheiros dos CPS Nacional de Previdência Social, enquanto
não serão remuneradas e seu exercício será representantes dos trabalhadores em atividade,
considerado serviço público relevante. (Incluído titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade
pelo Decreto nº 4.874, de 2003) no emprego, da nomeação até um ano após o
§ 7º A Previdência Social não se término do mandato de representação, somente
responsabilizará por eventuais despesas com podendo ser demitidos por motivo de falta grave,
deslocamento ou estada dos conselheiros regularmente comprovada mediante processo
representantes da sociedade. (Incluído pelo judicial.
Decreto nº 4.874, de 2003) Art. 302. Compete ao Ministério da
Previdência e Assistência Social proporcionar ao
§ 8o Nas cidades onde houver mais de uma
Conselho Nacional de Previdência Social os meios
Gerência-Executiva, o Conselho será instalado
necessários ao exercício de suas competências,
naquela indicada pelo Gerente Regional do INSS
para o que contará com uma Secretaria Executiva
cujas atribuições abranjam a referida cidade.
do Conselho Nacional de Previdência Social.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).

605
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5o O mandato dos membros do Conselho
Seção II
Do Conselho de Recursos da de Recursos da Previdência Social é de dois anos,
Previdência Social permitida a recondução, atendidas às seguintes
Subseção I condições: (Redação dada pelo Decreto nº 5.699,
Da Composição de 2006)
Art. 303. O Conselho de Recursos da
I - os representantes do Governo são
Previdência Social - CRPS, colegiado integrante
escolhidos entre servidores federais,
da estrutura do Ministério da Previdência Social, é
preferencialmente do Ministério da Previdência
órgão de controle jurisdicional das decisões do
Social ou do INSS, com curso superior em nível de
INSS, nos processos referentes a benefícios a
graduação concluído e notório conhecimento da
cargo desta Autarquia. (Redação dada pelo
legislação previdenciária, que prestarão serviços
Decreto nº 6.722, de 2008).
exclusivos ao Conselho de Recursos da
§ 1º O Conselho de Recursos da Previdência Previdência Social, sem prejuízo dos direitos e
Social compreende os seguintes órgãos: vantagens do respectivo cargo de origem;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006)
I - vinte e nove Juntas de Recursos, com a
competência para julgar, em primeira instância, os II - os representantes classistas, que deverão
recursos interpostos contra as decisões prolatadas ter escolaridade de nível superior, exceto
pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de representantes dos trabalhadores rurais, que
interesse de seus beneficiários; (Redação dada deverão ter nível médio, são escolhidos dentre os
indicados, em lista tríplice, pelas entidades de
pelo Decreto nº 7.126, de 2010) classe ou sindicais das respectivas jurisdições, e
II - quatro Câmaras de Julgamento, com manterão a condição de segurados do Regime
sede em Brasília, com a competência para julgar, Geral de Previdência Social; e (Redação dada pelo
em segunda instância, os recursos interpostos Decreto nº 4.729, de 2003)
contra as decisões proferidas pelas Juntas de III - o afastamento do representante dos
Recursos que infringirem lei, regulamento, trabalhadores da empresa empregadora não
enunciado ou ato normativo ministerial; (Redação constitui motivo para alteração ou rescisão
dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). contratual.
III - (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de § 6º A gratificação dos membros de Câmara
2000) de Julgamento e Junta de Recursos será definida
IV - Conselho Pleno, com a competência para pelo Ministro de Estado da Previdência e
uniformizar a jurisprudência previdenciária Assistência Social. (Redação dada pelo Decreto nº
mediante enunciados, podendo ter outras 3.668, de 2000)
competências definidas no Regimento Interno do I - o Presidente do Conselho definirá o
Conselho de Recursos da Previdência Social. número de sessões mensais, que não poderá ser
(Redação dada pelo Decreto nº 6.857, de 2009). inferior a dez, de acordo com o volume de
processos em andamento;
§ 2o O CRPS é presidido por representante
do Governo, com notório conhecimento da II - a gratificação de relatoria por processo
legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro relatado com voto corresponderá a um cinqüenta
de Estado da Previdência Social, cabendo-lhe avos do valor da retribuição integral do cargo em
dirigir os serviços administrativos do órgão. comissão do grupo Direção e Assessoramento
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Superior prevista para o presidente da câmara ou
junta a que pertencer o conselheiro; e
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 3.668, de
2000) III - o valor total da gratificação de relatoria do
conselheiro não poderá ultrapassar o dobro da
§ 4º As Juntas e as Câmaras, presididas por
retribuição integral do cargo em comissão previsto
representante do Governo, são compostas por
para o presidente da câmara ou junta que
quatro membros, denominados conselheiros,
pertencer.
nomeados pelo Ministro de Estado da Previdência
e Assistência Social, sendo dois representantes do § 7º Os servidores do Instituto Nacional do
Governo, um das empresas e um dos Seguro Social, mediante ato do Ministro de Estado
trabalhadores. da Previdência Social, poderão ser cedidos para

606
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
terem exercício no Conselho de Recursos da reformar suas decisões, deixando, no caso de
Previdência Social, sem prejuízo dos direitos e das reforma favorável ao interessado, de encaminhar
vantagens do respectivo cargo de origem, o recurso à instância competente. (Redação dada
inclusive os previstos no art. 61 da Lei no 8.112, de pelo Decreto nº 6.032, de 2007)
11 de dezembro de 1990. (Redação dada pelo
Decreto nº 4.729, de 2003) § 4º Se o reconhecimento do direito do
interessado ocorrer na fase de instrução do
§ 8º (Revogado pelo Decreto nº 3.452, de recurso por ele interposto contra decisão de Junta
2000) de Recursos, ainda que de alçada, ou de Câmara
de Julgamento, o processo, acompanhado das
§ 9o O conselheiro afastado por qualquer razões do novo entendimento, será encaminhado:
das razões elencadas no Regimento Interno do
Conselho de Recursos da Previdência Social, I - à Junta de Recursos, no caso de decisão
exceto quando decorrente de renúncia voluntária, dela emanada, para fins de reexame da questão;
não poderá ser novamente designado para o ou
exercício desta função antes do transcurso de
cinco anos, contados do efetivo afastamento. II - à Câmara de Julgamento, se por ela
(Redação dada pelo Decreto nº 5.699, de 2006) proferida a decisão, para revisão do acórdão, na
forma que dispuser o seu Regimento Interno.
§ 10. O limite máximo de composições por
Câmara de Julgamento ou Junta de Recursos, do § 5o (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de
Conselho de Recursos da Previdência Social, será 2008).
definido em ato do Ministro de Estado da
Art. 306. (Revogado pelo Decreto nº 6.722,
Previdência Social, por proposta fundamentada do
de 2008).
presidente do referido Conselho, em função da
quantidade de processos em tramitação em cada Art. 307. A propositura pelo beneficiário de
órgão julgador. (Redação dada pelo Decreto nº ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido
6496, de 2008) sobre o qual versa o processo administrativo
importa renúncia ao direito de recorrer na esfera
§ 11. (Revogado pelo Decreto nº 6.857, de administrativa e desistência do recurso interposto.
2009). (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Art. 304. Compete ao Ministro de Estado da Art. 308. Os recursos tempestivos contra
Previdência Social aprovar o Regimento Interno do decisões das Juntas de Recursos do Conselho de
CRPS. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de Recursos da Previdência Social têm efeito
2008). suspensivo e devolutivo. (Redação dada pelo
Decreto nº 5.699, de 2006)

§ 1o Para fins do disposto neste artigo, não


se considera recurso o pedido de revisão de
Subseção II
acórdão endereçado às Juntas de Recursos e
Dos Recursos Câmaras de Julgamento. (Incluído pelo Decreto nº
Art. 305. Das decisões do INSS nos 5.699, de 2006)
processos de interesse dos beneficiários caberá
recurso para o CRPS, conforme o disposto neste § 2o É vedado ao INSS escusar-se de
Regulamento e no regimento interno do CRPS. cumprir as diligências solicitadas pelo CRPS, bem
(Redação dada pelo Decreto nº 7.126, de 2010) como deixar de dar cumprimento às decisões
definitivas daquele colegiado, reduzir ou ampliar o
1º É de trinta dias o prazo para interposição seu alcance ou executá-las de modo que contrarie
de recursos e para o oferecimento de contra- ou prejudique seu evidente sentido. (Redação
razões, contados da ciência da decisão e da dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
interposição do recurso, respectivamente.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Art. 309. Havendo controvérsia na aplicação
de lei ou de ato normativo, entre órgãos do
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Ministério da Previdência e Assistência Social ou
entidades vinculadas, ou ocorrência de questão
§ 3o O Instituto Nacional do Seguro Social e previdenciária ou de assistência social de
a Secretaria da Receita Previdenciária podem relevante interesse público ou social, poderá o

607
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
órgão interessado, por intermédio de seu dirigente, de entidades de habilitação e reabilitação
solicitar ao Ministro de Estado da Previdência e profissional, com as quais mantenha convênio, ou
Assistência Social solução para a controvérsia ou fornecer outros recursos materiais para a melhoria
questão. (Redação dada pelo Decreto nº 3.452, de do padrão de atendimento aos beneficiários.
2000)
Art. 314. A prestação de serviços da entidade
§ 1o A controvérsia na aplicação de lei ou que mantém convênio, contrato, credenciamento
ato normativo será relatada in abstracto e ou acordo com o Instituto Nacional do Seguro
encaminhada com manifestações fundamentadas Social não cria qualquer vínculo empregatício
dos órgãos interessados, podendo ser instruída entre este e o prestador de serviço.
com cópias dos documentos que demonstrem sua
Art. 315. Os órgãos da administração pública
ocorrência. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
2003) direta, autárquica e fundacional dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios poderão,
§ 2º A Procuradoria Geral Federal mediante convênio com a previdência social,
Especializada/INSS deverá pronunciar-se em encarregar-se, relativamente aos seus
todos os casos previstos neste artigo. (Incluído funcionários, de formalizar processo de pedido de
pelo Decreto nº 4.729, de 2003) certidão de tempo de contribuição para fins de
contagem recíproca, preparando-o e instruindo-o
Art. 310. (Revogado pelo Decreto nº 6.722, de forma a ser despachado pelo Instituto Nacional
de 2008). do Seguro Social.
Art. 316. O Instituto Nacional do Seguro
TÍTULO II Social, de acordo com as possibilidades
DOS CONVÊNIOS, CONTRATOS, administrativas e técnicas das unidades
executivas de reabilitação profissional, poderá
CREDENCIAMENTOS E ACORDOS estabelecer convênios e/ou acordos de
Art. 311. A empresa, o sindicato ou entidade cooperação técnico-financeira, para viabilizar o
de aposentados devidamente legalizada poderá, atendimento às pessoas portadoras de deficiência.
mediante convênio, encarregar-se, relativamente a
seu empregado ou associado e respectivos Art. 317. Nos casos de impossibilidade de
dependentes, de processar requerimento de instalação de órgão ou setor próprio competente
benefício, preparando-o e instruindo-o de maneira do Instituto Nacional do Seguro Social, assim
a ser despachado pela previdência social. como de efetiva incapacidade física ou técnica de
(Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008). implementação das atividades e atendimento
adequado à clientela da previdência social, as
Parágrafo único. Somente poderá optar pelo unidades executivas de reabilitação profissional
encargo de pagamento, as convenentes que poderão solicitar a celebração de convênios,
fazem a complementação de benefícios, contratos ou acordos com entidades públicas ou
observada a conveniência administrativa do INSS. privadas de comprovada idoneidade financeira e
(Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009) técnica, ou seu credenciamento, para prestação
de serviço, por delegação ou simples cooperação
Art. 312. A concessão e manutenção de técnica, sob coordenação e supervisão dos órgãos
prestação devida a beneficiário residente no competentes do Instituto Nacional do Seguro
exterior devem ser efetuadas nos termos do Social.
acordo entre o Brasil e o país de residência do TÍTULO III
beneficiário ou, na sua falta, nos termos de
instruções expedidas pelo Ministério da DA DIVULGAÇÃO DOS ATOS E
Previdência e Assistência Social. DECISÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 318. A divulgação dos atos e decisões
Art. 313. Os convênios, credenciamentos e
dos órgãos e autoridades da previdência social,
acordos da linha do seguro social deverão ser
sobre benefícios, tem como objetivo:
feitos pelos setores de acordos e convênios do
Instituto Nacional do Seguro Social. I - dar inequívoco conhecimento deles aos
interessados, inclusive para efeito de recurso;
Parágrafo único. O Instituto Nacional do
Seguro Social poderá ainda colaborar para a II - possibilitar seu conhecimento público; e
complementação das instalações e equipamentos
III - produzir efeitos legais quanto aos direitos

608
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e obrigações deles derivados. serão publicados quando aprovados pelas
autoridades competentes e por determinação
Art. 319. O conhecimento da decisão do destas.
Instituto Nacional do Seguro Social deve ser dado
TÍTULO IV
ao beneficiário por intermédio do órgão local,
mediante assinatura do mesmo no próprio DAS DISPOSIÇÕES DIVERSAS
processo. RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DA
Parágrafo único. Quando a parte se recusar SEGURIDADE SOCIAL
a assinar ou quando a ciência pessoal é Art. 326. O Instituto Nacional do Seguro
impraticável, a decisão, com informações precisas Social, na forma da legislação específica, fica
sobre o seu fundamento, deve ser comunicada por autorizado a contratar auditoria externa,
correspondência sob registro, com Aviso de periodicamente, para analisar e emitir parecer
Recebimento. sobre demonstrativos econômico-financeiros e
contábeis, arrecadação, cobrança e fiscalização
Art. 320. O conhecimento das decisões e de contribuições, bem como pagamento de
demais atos dos órgãos do Ministério da benefícios, submetendo os resultados obtidos à
Previdência e Assistência Social deve ser dado apreciação do Conselho Nacional de Previdência
mediante publicação no Diário Oficial da União, Social.
boletim de serviço ou outro órgão de divulgação
oficialmente reconhecido, ou na forma do art. 319. Art. 327. A Auditoria e a Procuradoria do
Instituto Nacional do Seguro Social deverão, a
Art. 321. Devem ser publicados em boletim cada trimestre, elaborar relação das auditorias
de serviço, em síntese, o contrato, o convênio, o realizadas e dos trabalhos executados, bem como
credenciamento e o acordo celebrados, e a dos resultados obtidos, enviando-a à apreciação
sentença judicial que implique pagamento de do Conselho Nacional de Previdência Social.
benefícios.
Art. 328. O Instituto Nacional do Seguro
Art. 322. O órgão do Instituto Nacional do Social deverá implantar programa de qualificação
Seguro Social, especialmente o pagador, só pode e treinamento sistemático de pessoal, bem como
cumprir ato ou decisão de publicação obrigatória promover reciclagem e redistribuição de
em boletim de serviço depois de atendida essa funcionários conforme demandas dos órgãos
formalidade. regionais e locais, visando à melhoria da qualidade
do atendimento, ao controle e à eficiência dos
Parágrafo único. O administrador que
sistemas de arrecadação e fiscalização de
determina e o servidor que realiza pagamento sem
contribuições, bem como de pagamento de
observar o disposto neste artigo são civilmente
benefícios.
responsáveis por ele, ficando sujeitos também às
penalidades administrativas cabíveis. Art. 329. O Cadastro Nacional de
Informações Sociais é destinado a registrar
Art. 323. Os atos de que trata este Título
informações de interesse da Administração
serão publicados também no Diário Oficial da
Pública Federal e dos beneficiários da previdência
União, quando houver obrigação legal nesse
social.
sentido.
Parágrafo único. As contribuições aportadas
Art. 324. Os atos normativos ministeriais
pelos segurados e empresas terão o registro
obrigam a todos os órgãos e entidades integrantes
contábil individualizado, conforme dispuser o
do Ministério da Previdência e Assistência Social,
Ministério da Previdência e Assistência Social.
inclusive da administração indireta a ele
vinculados. Art. 329-A. O Ministério da Previdência
Social desenvolverá e manterá programa de
Art. 325. Os atos e decisões normativas
cadastramento dos segurados especiais,
sobre benefícios dos órgãos e entidades da
o o
observado o disposto nos §§ 7 e 8 do art. 18,
previdência social devem ser publicados na
íntegra em boletim de serviço da entidade podendo para tanto firmar convênio com órgãos
interessada, só tendo validade depois dessa federais, estaduais ou do Distrito Federal e dos
publicação. municípios, bem como com entidades de classe,
em especial as respectivas confederações ou
Parágrafo único. Os pareceres somente federações. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de

609
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2008). passivos ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado dos seus negócios ou atividades somente
§ 1o O Ministério da Previdência Social poderá ser efetivada com a Secretaria da Receita
disciplinará a forma de manutenção e de Federal ou com a Fazenda Pública dos Estados,
atualização do cadastro, observada a do Distrito Federal ou dos Municípios.
periodicidade anual a contar do ano seguinte ao do
efetivo cadastramento dos segurados especiais. § 2º Até que seja totalmente implantado o
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). Cadastro Nacional de Informações Sociais, as
instituições e órgãos federais, estaduais, do
§ 2o As informações contidas no cadastro de Distrito Federal e municipais, detentores de
que trata o caput não dispensam a apresentação cadastros de empresas e de contribuintes em
dos documentos previstos no inciso II, letra “a”, do geral, deverão colocar à disposição do Instituto
§ 2o do art. 62, exceto as que forem obtidas e Nacional do Seguro Social, mediante convênio,
acolhidas pela previdência social diretamente de todos os dados necessários à permanente
banco de dados disponibilizados por órgãos do atualização dos seus cadastros.
poder público. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de § 3º O convênio de que trata o parágrafo
2008). anterior estabelecerá, entre outras condições, a
§ 3o Da aplicação do disposto neste artigo forma e a periodicidade de acesso ao cadastro e
às alterações posteriores.
não poderá resultar nenhum ônus para os
segurados, sejam eles filiados ou não às entidades Art. 332. O setor de benefícios do Instituto
conveniadas. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de Nacional do Seguro Social deverá estabelecer
2008). indicadores qualitativos e quantitativos para
Art. 329-B. As informações obtidas e acompanhamento e avaliação das concessões de
benefícios realizadas pelos órgãos locais de
acolhidas pelo INSS diretamente de bancos de
atendimento.
dados disponibilizados por órgãos do poder
público serão utilizadas para validar ou invalidar Art. 333. Os postos de benefícios deverão
informação para o cadastramento do segurado adotar como prática o cruzamento das
especial, bem como, quando for o caso, para informações declaradas pelos segurados com os
deixar de reconhecer no segurado essa condição. dados das empresas e de contribuintes em geral
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008). quando da concessão de benefícios.
Art. 330. Com a implantação do Cadastro Art. 334. Haverá, no âmbito da previdência
Nacional de Informações Sociais, todos os social, uma Ouvidoria-Geral, cujas atribuições
segurados serão identificados pelo Número de serão definidas em regulamento específico.
Identificação do Trabalhador, que será único,
pessoal e intransferível, independentemente de Art. 335. Deverão ser enviadas ao Congresso
alterações de categoria profissional e formalizado Nacional, anualmente, acompanhando a proposta
pelo Documento de Cadastramento do orçamentária da seguridade social, projeções
Trabalhador. atuariais relativas à seguridade social, abrangendo
um horizonte temporal de, no mínimo, vinte anos,
Parágrafo único. Ao segurado já cadastrado considerando hipóteses alternativas quanto às
no Programa de Integração Social/Programa de variações demográficas, econômicas e
Assistência ao Servidor Público não caberá novo institucionais relevantes.
cadastramento.
Art. 331. O Instituto Nacional do Seguro
Social fica autorizado a efetuar permuta de LIVRO VI
informações, em caráter geral ou específico, com
qualquer órgão ou entidade da administração
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 336. Para fins estatísticos e
direta ou indireta da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, com a prestação, quando epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à
for o caso, de assistência mútua na fiscalização previdência social o acidente de que tratam os arts.
dos respectivos tributos. 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991, ocorrido
com o segurado empregado, exceto o doméstico,
§ 1º A permuta de informações sobre a e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil
situação econômica ou financeira dos sujeitos seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de

610
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
imediato, à autoridade competente, sob pena da empresa e a entidade mórbida motivadora da
multa aplicada e cobrada na forma do art. incapacidade, elencada na Classificação
286.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de Internacional de Doenças - CID em conformidade
2001) com o disposto na Lista C do Anexo II deste
Regulamento. (Redação dada pelo Decreto nº
§ 1º Da comunicação a que se refere este
artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus 6.957, de 2009)
dependentes, bem como o sindicato a que
§ 4o Para os fins deste artigo, considera-se
corresponda a sua categoria.
agravo a lesão, doença, transtorno de saúde,
§ 2º Na falta do cumprimento do disposto no distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução
caput, caberá ao setor de benefícios do Instituto aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica
Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência ou subclínica, inclusive morte, independentemente
ao setor de fiscalização, para a aplicação e do tempo de latência. (Incluído pelo Decreto nº
cobrança da multa devida. 6.042, de 2007).
§ 3º Na falta de comunicação por parte da § 5o Reconhecidos pela perícia médica do
empresa, ou quando se tratar de segurado INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo
especial, podem formalizá-la o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical entre o trabalho e o agravo, na forma do § 3o,
competente, o médico que o assistiu ou qualquer serão devidas as prestações acidentárias a que o
autoridade pública, não prevalecendo nestes beneficiário tenha direito. (Incluído pelo Decreto
casos o prazo previsto neste artigo. (Redação nº 6.042, de 2007).
dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001)
§ 6o A perícia médica do INSS deixará de
§ 4º A comunicação a que se refere o § 3º não
aplicar o disposto no § 3o quando demonstrada a
exime a empresa de responsabilidade pela falta do
inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo,
cumprimento do disposto neste artigo.
sem prejuízo do disposto nos §§ 7o e
§ 5º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 1999) 12. (Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de
§ 6º Os sindicatos e entidades 2009)
representativas de classe poderão acompanhar a
cobrança, pela previdência social, das multas § 7o A empresa poderá requerer ao INSS a
previstas neste artigo. não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao
caso concreto mediante a demonstração de
Art. 337. O acidente do trabalho será inexistência de correspondente nexo entre o
caracterizado tecnicamente pela perícia médica do trabalho e o agravo. (Redação dada pelo Decreto
INSS, mediante a identificação do nexo entre o nº 6.939, de 2009)
trabalho e o agravo. (Redação dada pelo Decreto
nº 6.042, de 2007). § 8o O requerimento de que trata o § 7o
poderá ser apresentado no prazo de quinze dias
I - o acidente e a lesão; da data para a entrega, na forma do inciso IV do
art. 225, da GFIP que registre a movimentação do
II - a doença e o trabalho; e trabalhador, sob pena de não conhecimento da
III - a causa mortis e o acidente. alegação em instância administrativa. (Incluído
pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
§ 1º O setor de benefícios do Instituto
Nacional do Seguro Social reconhecerá o direito § 9o Caracterizada a impossibilidade de
do segurado à habilitação do benefício acidentário. atendimento ao disposto no § 8o, motivada pelo
§ 2º Será considerado agravamento do não conhecimento tempestivo do diagnóstico do
acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto agravo, o requerimento de que trata o § 7 o poderá
estiver sob a responsabilidade da reabilitação ser apresentado no prazo de quinze dias da data
profissional. em que a empresa tomar ciência da decisão da
perícia médica do INSS referida no § 5o. (Incluído
§ 3o Considera-se estabelecido o nexo entre
o trabalho e o agravo quando se verificar nexo pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
técnico epidemiológico entre a atividade da

611
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 10. Juntamente com o requerimento de § 3o O INSS auditará a regularidade e a
que tratam os §§ 8o e 9o, a empresa formulará as conformidade das demonstrações ambientais,
alegações que entender necessárias e incluindo-se as de monitoramento biológico, e dos
apresentará as provas que possuir demonstrando controles internos da empresa relativos ao
a inexistência de nexo entre o trabalho e o agravo. gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo
(Redação dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009) a assegurar a veracidade das informações
prestadas pela empresa e constantes do CNIS,
§ 11. A documentação probatória poderá bem como o cumprimento das obrigações relativas
trazer, entre outros meios de prova, ao acidente de trabalho. (Redação dada pelo
evidências técnicas circunstanciadas e Decreto nº 4.882, de 2003)
tempestivas à exposição do segurado, podendo
ser produzidas no âmbito de programas de gestão § 4o Os médicos peritos da previdência
de risco, a cargo da empresa, que possuam social deverão, sempre que constatarem o
responsável técnico legalmente descumprimento do disposto neste artigo,
habilitado. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de comunicar formalmente aos demais órgãos
interessados na providência, inclusive para
2007). aplicação e cobrança da multa devida. (Incluído
§ 12. O INSS informará ao segurado sobre a pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
contestação da empresa para que este, querendo, Art. 339. O Ministério do Trabalho e Emprego
possa impugná-la, obedecendo, quanto à fiscalizará e os sindicatos e entidades
produção de provas, ao disposto no § 10, sempre representativas de classe acompanharão o fiel
que a instrução do pedido evidenciar a cumprimento do disposto nos arts. 338 e 343.
possibilidade de reconhecimento de inexistência
do nexo entre o trabalho e o agravo. (Redação Art. 340. Por intermédio dos
dada pelo Decreto nº 6.939, de 2009) estabelecimentos de ensino, sindicatos,
associações de classe, Fundação Jorge Duprat
§ 13. Da decisão do requerimento de que Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho,
trata o § 7o cabe recurso, com efeito suspensivo, órgãos públicos e outros meios, serão promovidas
por parte da empresa ou, conforme o caso, do regularmente instrução e formação com vistas a
segurado ao Conselho de Recursos da incrementar costumes e atitudes prevencionistas
Previdência Social, nos termos dos arts. 305 a 310. em matéria de acidentes, especialmente daquele
referido no art. 336.
(Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
Art. 341. Nos casos de negligência quanto às
Art. 338. A empresa é responsável pela
normas de segurança e saúde do trabalho
adoção e uso de medidas coletivas e individuais de
indicadas para a proteção individual e coletiva, a
proteção à segurança e saúde do trabalhador
previdência social proporá ação regressiva contra
sujeito aos riscos ocupacionais por ela
os responsáveis.
gerados.(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de
2001) Parágrafo único. O Ministério do Trabalho e
Emprego, com base em informações fornecidas
§ 1º É dever da empresa prestar
informações pormenorizadas sobre os riscos da trimestralmente, a partir de 1o de março de 2011,
operação a executar e do produto a pelo Ministério da Previdência Social relativas aos
manipular.(Incluído pelo Decreto nº 4.032, de dados de acidentes e doenças do trabalho
2001) constantes das comunicações de acidente de
trabalho registradas no período, encaminhará à
§ 2º Os médicos peritos da previdência Previdência Social os respectivos relatórios de
social terão acesso aos ambientes de trabalho e a análise de acidentes do trabalho com indícios de
outros locais onde se encontrem os documentos negligência quanto às normas de segurança e
referentes ao controle médico de saúde saúde do trabalho que possam contribuir para a
ocupacional, e aqueles que digam respeito ao proposição de ações judiciais
programa de prevenção de riscos ocupacionais, regressivas. (Incluído pelo Decreto nº 7.331, de
para verificar a eficácia das medidas adotadas 2010)
pela empresa para a prevenção e controle das
doenças ocupacionais.(Incluído pelo Decreto nº Art. 342. O pagamento pela previdência
4.032, de 2001) social das prestações decorrentes do acidente a
que se refere o art. 336 não exclui a

612
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
responsabilidade civil da empresa ou de terceiros. quaisquer restituições ou diferenças devidas pela
previdência social, salvo o direito dos menores,
Art. 343. Constitui contravenção penal, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.
punível com multa, deixar a empresa de cumprir as (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
normas de segurança e saúde do trabalho.
§ 2º Não é considerado pedido de revisão de
Art. 344. Os litígios e medidas cautelares decisão indeferitória definitiva, mas de novo
relativos aos acidentes de que trata o art. 336 pedido de benefício, o que vier acompanhado de
serão apreciados: outros documentos além dos já existentes no
I - na esfera administrativa, pelos órgãos da processo. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de
2003)
previdência social, segundo as regras e prazos
aplicáveis às demais prestações, com prioridade § 3º Não terá seqüência eventual pedido de
para conclusão; e revisão de decisão indeferitória definitiva de
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e benefício confirmada pela última instância do
Conselho de Recursos da Previdência Social,
do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo,
aplicando-se, no caso de apresentação de outros
inclusive durante as férias forenses, mediante
documentos, além dos já existentes no processo,
petição instruída pela prova de efetiva notificação
o disposto no § 2º. (Incluído pelo Decreto nº 4.729,
do evento à previdência social, através da
de 2003)
Comunicação de Acidente do Trabalho.
Parágrafo único. O procedimento judicial de § 4o No caso de revisão de benefício em
que trata o inciso II é isento do pagamento de manutenção com apresentação de novos
quaisquer custas e de verbas relativas à elementos extemporaneamente ao ato
sucumbência. concessório, os efeitos financeiros devem ser
fixados na data do pedido de revisão. (Incluído
Art. 345. As ações referentes às prestações pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
decorrentes do acidente de que trata o art. 336
prescrevem em cinco anos, observado o disposto Art. 347-A. O direito da Previdência Social
no art. 347, contados da data: de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai
I - do acidente, quando dele resultar a morte em dez anos, contados da data em que foram
ou a incapacidade temporária, verificada esta em praticados, salvo comprovada má-fé. (Incluído
perícia médica a cargo da previdência social; ou pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
II - em que for reconhecida pela previdência § 1o No caso de efeitos patrimoniais
social a incapacidade permanente ou o contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da
agravamento das seqüelas do acidente. percepção do primeiro pagamento. (Incluído pelo
Decreto nº 5.545, de 2005)
Art. 346. O segurado que sofreu o acidente a
que se refere o art. 336 tem garantida, pelo prazo § 2o Considera-se exercício do direito de
mínimo de doze meses, a manutenção do seu anular qualquer medida de autoridade
contrato de trabalho na empresa, após a cessação administrativa que importe impugnação à validade
do auxílio-doença acidentário, independentemente do ato. (Incluído pelo Decreto nº 5.545, de 2005)
da percepção de auxílio-acidente.
Art. 348. O direito da seguridade social de
Art. 347. É de dez anos o prazo de apurar e constituir seus créditos extingue-se após
decadência de todo e qualquer direito ou ação do dez anos, contados:
segurado ou beneficiário para a revisão do ato de
concessão de benefício, a contar do dia primeiro I - do primeiro dia do exercício seguinte
do mês seguinte ao do recebimento da primeira àquele em que o crédito poderia ter sido
prestação ou, quando for o caso, do dia em que constituído; ou
tomar conhecimento da decisão indeferitória
definitiva no âmbito administrativo. (Redação dada II - da data em que se tornar definitiva a
pelo Decreto nº 5.545, de 2005) decisão que houver anulado, por vício formal, a
constituição de crédito anteriormente efetuado.
§ 1º Prescreve em cinco anos, a contar da
data em que deveriam ter sido pagas, toda e § 1º Para comprovar o exercício de atividade
qualquer ação para haver prestações vencidas ou remunerada, com vistas à concessão de

613
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
benefícios, será exigido do contribuinte individual, III - formular desistência de ações de
a qualquer tempo, o recolhimento das execução fiscal já ajuizadas, bem como deixar de
correspondentes contribuições, observado o interpor recursos de decisões judiciais.
disposto nos §§ 7º a 14 do art. 216.(Redação
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) Art. 353. A formalização de desistência ou
transigência judiciais, por parte de procurador da
§ 2º Na hipótese de ocorrência de dolo, previdência social, será sempre precedida da
fraude ou simulação, a seguridade social pode, a anuência, por escrito, do Procurador-Geral do
qualquer tempo, apurar e constituir seus créditos. Instituto Nacional do Seguro Social ou do
Presidente deste órgão, quando os valores em
§ 3º O direito de pleitear judicialmente a
litígio ultrapassarem os limites definidos pelo
desconstituição de exigência fiscal fixada pelo
Conselho Nacional de Previdência Social.
Instituto Nacional do Seguro Social no julgamento
de litígio em processo administrativo fiscal Parágrafo único. Os valores, a partir dos
extingue-se com o decurso do prazo de cento e quais se exigirá a anuência do Procurador-Geral
oitenta dias, contado da intimação da referida ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro
decisão. Social, serão definidos periodicamente pelo
Conselho Nacional de Previdência Social,
Art. 349. O direito da seguridade social de
mediante resolução própria.
cobrar seus créditos, constituídos na forma do
artigo anterior, prescreve em dez anos. Art. 354. O Instituto Nacional do Seguro
Social, nas causas em que seja interessado na
Art. 350. Será de responsabilidade da
condição de autor, réu, assistente ou oponente,
Procuradoria-Geral do Instituto Nacional do
gozará das mesmas prerrogativas e privilégios
Seguro Social manter entendimentos com o
assegurados à Fazenda Pública, inclusive quanto
Ministério Público, objetivando a agilização das
à inalienabilidade e impenhorabilidade de seus
causas judiciais necessárias à concessão e
bens.
manutenção de benefícios.
§ 1º O Instituto Nacional do Seguro Social é
Art. 351. O pagamento de benefícios
isento do pagamento de custas, traslados,
decorrente de sentença judicial far-se-á com a
preparos, certidões, registros, averbações e
observância da prioridade garantida aos créditos
quaisquer outros emolumentos, nas causas em
alimentícios.
que seja interessado na condição de autor, réu,
Art. 352. O Ministro da Previdência e assistente ou oponente, inclusive nas ações de
Assistência Social poderá autorizar o Instituto natureza trabalhista, acidentária e de benefício.
Nacional do Seguro Social a formalizar a
§ 2º O Instituto Nacional do Seguro Social
desistência ou abster-se de propor ações e
antecipará os honorários periciais nas ações de
recursos em processos judiciais sempre que a
acidentes do trabalho.
ação versar matéria sobre a qual haja declaração
de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Art. 355. O Instituto Nacional do Seguro
Tribunal Federal, súmula ou jurisprudência Social poderá requisitar a qualquer órgão ou
consolidada do Supremo Tribunal Federal ou dos entidade da administração direta ou indireta da
tribunais superiores. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como das demais entidades sob
Parágrafo único. O Ministro da Previdência e
seu controle, elementos de fato e de direito
Assistência Social disciplinará os procedimentos a
relativos às alegações e ao pedido do autor de
serem adotados nas hipóteses em que a
ação proposta contra a previdência social, bem
previdência social, relativamente aos créditos
assim promover diligências para localização de
apurados com base em dispositivo declarado
devedores e apuração de bens penhoráveis, que
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
serão atendidas prioritariamente e sob regime de
Tribunal Federal, possa:
urgência.
I - abster-se de constituí-los;
Art. 356. Nos casos de indenização na forma
II - retificar o seu valor ou declará-los do art. 122 e da retroação da data do início das
extintos, de ofício, quando houverem sido contribuições, conforme o disposto no art. 124,
constituídos anteriormente, ainda que inscritos em após a homologação do processo pelo setor de
Dívida Ativa; e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social,

614
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
este deverá ser encaminhado ao setor de Art. 360. Nas execuções fiscais da Dívida
arrecadação e fiscalização, para levantamento e Ativa do Instituto Nacional do Seguro Social, o
cobrança do débito. leilão judicial dos bens penhorados realizar-se-á
por leiloeiro oficial, indicado pelo credor, que
Art. 357. Fica o Instituto Nacional do Seguro
procederá à hasta pública:
Social autorizado a designar servidores para a
realização de pesquisas externas necessárias à I - no primeiro leilão, pelo valor do maior
concessão, manutenção e revisão de benefícios, lance, que não poderá ser inferior ao da avaliação;
bem como ao desempenho das atividades de ou
serviço social, perícias médicas, habilitação e
reabilitação profissional e arrecadação, junto a II - no segundo leilão, por qualquer valor,
beneficiários, empresas, órgãos públicos, excetuado o vil.
entidades representativas de classe, cartórios e
demais entidades e profissionais credenciados. § 1º Poderá o juiz, a requerimento do credor,
autorizar seja parcelado o pagamento do valor da
Parágrafo único. Para efeito do disposto no arrematação, na forma prevista para os
caput, os servidores designados receberão, a parcelamentos administrativos de débitos
título de indenização, o valor correspondente a um previdenciários.
onze avos do valor mínimo do salário-de-
contribuição do contribuinte individual, por § 2º Todas as condições do parcelamento
deslocamento com pesquisa concluída. (Redação deverão constar do edital de leilão.
dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) § 3º O débito do executado será quitado na
Art. 358. Na execução judicial da Dívida Ativa proporção do valor de arrematação.
da União, suas autarquias e fundações públicas, § 4º O arrematante deverá depositar, no ato,
será facultado ao exeqüente indicar bens à o valor da primeira parcela.
penhora, a qual será efetivada concomitantemente
com a citação inicial do devedor. § 5º Realizado o depósito, será expedida
carta de arrematação, contendo as seguintes
§ 1º Os bens penhorados nos termos deste disposições:
artigo ficam desde logo indisponíveis.
I - valor da arrematação, valor e número de
§ 2º Efetuado o pagamento integral da dívida parcelas mensais em que será pago;
executada, com seus acréscimos legais, no prazo
de dois dias úteis contados da citação, II - constituição de hipoteca do bem
independentemente da juntada aos autos do adquirido, ou de penhor, em favor do credor,
respectivo mandado, poderá ser liberada a servindo a carta de título hábil para registro da
penhora, desde que não haja outra execução garantia;
pendente.
III - indicação do arrematante como fiel
§ 3º O disposto neste artigo aplica-se depositário do bem móvel, quando constituído
também às execuções já processadas. penhor; e
§ 4º Não sendo opostos embargos, no prazo IV - especificação dos critérios de
legal, ou sendo eles julgados improcedentes, os reajustamento do saldo e das parcelas, que será
autos serão conclusos ao juiz do feito, para sempre o mesmo vigente para os parcelamentos
determinar o prosseguimento da execução. de créditos previdenciários.
Art. 359. O Instituto Nacional do Seguro § 6º Se o arrematante não pagar no
Social poderá contratar leiloeiros oficiais para vencimento qualquer das parcelas mensais, o
promover a venda administrativa dos bens, saldo devedor remanescente vencerá
adjudicados judicialmente ou que receber em antecipadamente e será acrescido em cinqüenta
dação de pagamento. por cento de seu valor a título de multa, devendo,
de imediato, ser inscrito em Dívida Ativa e
Parágrafo único. O Instituto Nacional do executado.
Seguro Social, no prazo de sessenta dias,
providenciará alienação do bem por intermédio do § 7º Se no primeiro ou no segundo leilões a
leiloeiro oficial. que se refere o caput não houver licitante, o
Instituto Nacional do Seguro Social poderá

615
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
adjudicar o bem por cinqüenta por cento do valor cobrança de débitos dos Estados, do Distrito
da avaliação. Federal e dos Municípios e da alienação,
arrendamento ou locação de bens móveis ou
§ 8º Se o bem adjudicado não puder ser imóveis pertencentes ao patrimônio do Instituto
utilizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social e Nacional do Seguro Social deverão constituir
for de difícil venda, poderá ser negociado ou doado reserva técnica, de longo prazo, que garantirá o
a outro órgão ou entidade pública que demonstre seguro social instituído no Plano de Benefícios da
interesse na sua utilização. Previdência Social.
§ 9º Não havendo interesse na adjudicação, Parágrafo único. É vedada a utilização dos
poderá o juiz do feito, de ofício ou a requerimento recursos de que trata este artigo para cobrir
do credor, determinar sucessivas repetições da despesas de custeio em geral, inclusive as
hasta pública. decorrentes de criação, majoração ou extensão
§ 10. O leiloeiro oficial, a pedido do credor, dos benefícios ou serviços da previdência social,
admitindo-se sua utilização, excepcionalmente,
poderá ficar como fiel depositário dos bens
em despesas de capital, conforme definido na lei
penhorados e realizar a respectiva remoção.
orçamentária.
Art. 361. O Instituto Nacional do Seguro
Art. 365. Mediante requisição do Instituto
Social poderá concordar com valores divergentes,
Nacional do Seguro Social, a empresa é obrigada
para pagamento da dívida objeto de execução
a descontar, da remuneração paga aos segurados
fiscal, quando a diferença entre os cálculos de
a seu serviço, a importância proveniente de dívida
atualização da dívida por ele elaborados ou
ou responsabilidade por eles contraída junto à
levados a efeito pela contadoria do Juízo e os
seguridade social, relativa a benefícios pagos
cálculos apresentados pelo executado for igual ou
indevidamente, observado o disposto no art. 154.
inferior a cinco por cento.
Art. 366. O Presidente de Turma de
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se
Julgamento da Delegacia da Receita Federal do
somente a dívidas cuja petição inicial da execução
Brasil recorrerá de ofício sempre que a decisão:
tenha sido protocolada em Juízo até 31 de março
(Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007).
de 1997.
I - declarar indevida contribuição ou outra
§ 2º A extinção de processos de execução,
importância apurada pela fiscalização; e (Redação
em decorrência da aplicação do disposto neste
dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007).
artigo, não implicará condenação em honorários,
custas e quaisquer outros ônus de sucumbência II - relevar ou atenuar multa aplicada por
contra o exeqüente, oferecidos ou não embargos infração a dispositivos deste Regulamento.
à execução, e acarretará a desistência de eventual (Redação dada pelo Decreto nº 6.224, de 2007).
recurso que tenha por razão a divergência de
valores de atualização nos limites do percentual § 1o (Revogado pelo Decreto nº 6.224, de
referido. 2007).
Art. 362. O Instituto Nacional do Seguro § 2o O recurso de que trata o caput será
Social e a Secretaria da Receita Federal interposto ao Segundo Conselho de Contribuintes
estabelecerão critérios para a dispensa de do Ministério da Fazenda. (Redação dada pelo
constituição ou exigência de crédito de valor Decreto nº 6.224, de 2007).
inferior ao custo dessas medidas. § 3o O Ministro de Estado da Fazenda
poderá estabelecer limite abaixo do qual será
Art. 363. A arrecadação das receitas prevista
dispensada a interposição do recurso de ofício
nos incisos I, II, III, IV e V do parágrafo único do previsto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº
art. 195, bem como as contribuições incidentes a 6.224, de 2007).
título de substituição, e o pagamento dos
benefícios da seguridade social serão realizados Art. 367. O Instituto Nacional do Seguro
pela rede bancária ou por outras formas, nos Social e a Empresa de Processamento de Dados
termos e condições aprovados pelo Conselho da Previdência Social confrontarão a relação dos
Nacional de Previdência Social. (Redação dada óbitos com os cadastros da previdência social,
pelo Decreto nº 4.032, de 2001) determinando o cancelamento dos pagamentos, a
partir da data do falecimento dos beneficiários
Art. 364. As receitas provenientes da
identificados na comunicação a que se refere o art.

616
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
228. outros elementos fixados em ato normativo da
autoridade competente, os dados necessários à
Art. 368. Fica o Instituto Nacional do Seguro identificação do órgão judicial em que tramita a
Social obrigado a: ação.
I - enviar às empresas e aos contribuintes § 3º No caso de recebimento de depósito
individuais, quando por eles solicitado, extrato de judicial, a Caixa Econômica Federal remeterá uma
recolhimento das suas contribuições; via da guia de recolhimento ao órgão judicial em
II - emitir automaticamente e enviar às que tramita a ação.
empresas avisos de cobrança de débitos; § 4º A Caixa Econômica Federal tornará
III - emitir e enviar aos beneficiários carta de disponível para o Instituto Nacional do Seguro
Social, por meio magnético, os dados referentes
concessão de benefícios, além da memória de
aos depósitos.
cálculo do valor dos benefícios concedidos;
Art. 370. O valor dos depósitos recebidos
IV - reeditar versão atualizada da Carta dos
será creditado pela Caixa Econômica Federal à
Direitos dos Segurados;
Subconta da Previdência Social da Conta Única do
V - divulgar, com a devida antecedência, Tesouro Nacional junto ao Banco Central do Brasil,
pelos meios de comunicação, alterações das no mesmo prazo fixado para recolhimento das
contribuições das empresas e dos segurados em contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional
geral; do Seguro Social.

VI - descentralizar, progressivamente, o Art. 371. Mediante ordem da autoridade


processamento eletrônico das informações, judicial ou, no caso de depósito extrajudicial, da
mediante extensão dos programas de autoridade administrativa competente, o valor do
informatização aos Postos de Atendimento e às depósito, após o encerramento da lide ou do
Gerências Regionais de Arrecadação e processo litigioso, será:
Fiscalização; e
I - devolvido ao depositante pela Caixa
VII - garantir a integração dos sistemas de Econômica Federal, no prazo máximo de vinte e
processamento eletrônico de informações e sua quatro horas, quando a sentença ou decisão lhe
compatibilidade com o Cadastro Nacional de for favorável ou na proporção em que o for,
Informações Sociais. acrescido de juros equivalentes à taxa referencial
do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia,
VIII - tornar disponível ao público, inclusive para títulos federais, acumulada mensalmente,
por meio de rede pública de transmissão de dados, calculados a partir do mês subseqüente ao da
informações atualizadas sobre as despesas do efetivação do depósito até o mês anterior ao de
Regime Geral de Previdência Social, bem como os seu levantamento, e de juros de um por cento
critérios e parâmetros adotados para garantir o seu relativamente ao mês em que estiver sendo
equilíbrio financeiro e atuarial. (Incluído pelo efetivada a devolução; ou
Decreto nº 5.545, de 2005)
II - transformado em pagamento definitivo,
Art. 369. Os depósitos judiciais e proporcionalmente à exigência do correspondente
extrajudiciais referentes a contribuições sociais e crédito, quando se tratar de sentença ou decisão
outras importâncias arrecadadas pelo Instituto favorável ao Instituto Nacional do Seguro Social.
Nacional do Seguro Social serão efetuados na
Caixa Econômica Federal mediante guia de § 1o O documento contendo os dados
recolhimento específica para essa finalidade, relativos aos depósitos devolvidos ou
conforme modelo a ser aprovado pelo Instituto transformados em pagamento definitivo, a ser
Nacional do Seguro Social e confeccionado e confeccionado e preenchido pela Caixa
distribuído pela Caixa Econômica Federal. Econômica Federal, deverá ser aprovado pelo
Instituto Nacional do Seguro Social.
§ 1º Quando houver mais de um interessado
na ação, o depósito será efetuado, à ordem e § 2º O valor dos depósitos devolvidos pela
disposição do Juízo, em nome de cada Caixa Econômica Federal será debitado à
contribuinte, individualizadamente. Subconta da Previdência Social da Conta Única do
Tesouro Nacional junto ao Banco Central do Brasil,
§ 2º A guia de recolhimento conterá, além de a título de restituição, no mesmo dia em que

617
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ocorrer a devolução. decorrência do disposto no art. 289.
§ 3º O Banco Central do Brasil creditará, na Art. 376. A multa de que trata a alínea "e" do
conta de reserva bancária da Caixa Econômica inciso I do art. 283 retroagirá a 16 de abril de 1994,
Federal, no mesmo dia, os valores devolvidos. na que for mais favorável.
§ 4º Os valores das devoluções, inclusive dos Art. 377. Os recursos a que se refere o
juros acrescidos, serão contabilizados como Decreto nº 2.536, de 6 de abril de 1998, não têm
estorno da respectiva espécie de receita em que efeito suspensivo.
tiver sido contabilizado o depósito.
Art. 378. (Revogado pelo Decreto nº 4.729,
§ 5º No caso de transformação do depósito de 2003)
em pagamento definitivo, a Caixa Econômica
Federal efetuará a baixa em seus controles e Art. 379. A pessoa jurídica de direito privado
comunicará a ocorrência ao Instituto Nacional do já beneficiária da isenção ou que já a tenha
Seguro Social. requerido e que atenda ao disposto nos arts. 206
ou 207 está dispensada do requerimento previsto
§ 6º A Caixa Econômica Federal manterá no art. 208, devendo, até 30 de maio de 1999:
controle dos valores depositados, devolvidos e
transformados em pagamento definitivo, por I - comunicar ao Instituto Nacional do Seguro
contribuinte e por processo, devendo, Social que está enquadrada nos arts. 206 ou 207;
relativamente aos valores depositados e e
respectivos acréscimos de juros, tornar disponível II - apresentar ao Instituto Nacional do
o acesso aos registros, emitir extratos mensais e
Seguro Social o plano de ação de atividades a
remetê-los ao Instituto Nacional do Seguro Social.
serem desenvolvidas durante o ano em curso.
§ 7º Os extratos referidos neste artigo
Parágrafo único. O Conselho Nacional de
conterão dados que permitam identificar o
Assistência Social, mediante resolução que
depositante, o processo administrativo ou judicial,
observe a natureza dos serviços assistenciais,
a movimentação dos depósitos durante o mês,
poderá, por proposição da Secretaria de Estado de
além de outros elementos considerados
Assistência Social, considerar atendido o requisito
indispensáveis.
de gratuidade, à vista de doações ou contribuições
Art. 372. Pelo recebimento dos depósitos e voluntárias feitas por terceiros, pelos responsáveis
pela prestação dos demais serviços previstos nos ou pelos próprios beneficiários dos serviços, desde
arts. 369 a 371, a Caixa Econômica Federal será que garantido o livre acesso a esses serviços,
remunerada pela tarifa fixada pelo Ministro de independentemente dessas doações e
Estado da Fazenda, na forma do disposto no contribuições, não se lhes aplicando o disposto
Decreto nº 2.850, de 27 de novembro de 1998. nos §§ 2º e 3º do art. 206.

Art. 373. Os valores expressos em moeda Art. 380. Fica cancelada, a partir de 1º de
corrente referidos neste Regulamento, exceto abril de 1999, toda e qualquer isenção de
aqueles referidos no art. 288, são reajustados nas contribuição para a seguridade social concedida,
mesmas épocas e com os mesmos índices em caráter geral ou especial, em desacordo com
utilizados para o reajustamento dos benefícios de os arts. 206 ou 207.
prestação continuada da previdência social. Art. 381. As normas deste Regulamento de
Art. 374. Serão aceitos os números de natureza procedimental aplicam-se imediatamente
inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes, até a todos os processos pendentes no Ministério da
que seja concluída, pela Secretaria da Receita Previdência e Assistência Social e no Instituto
Federal, a implantação do Cadastro Nacional da Nacional do Seguro Social.
Pessoa Jurídica. Art. 382. Os tratados, convenções e outros
Art. 375. Ficam anistiados, por força do art. acordos internacionais de que Estado estrangeiro
3º da Lei nº 9.476, de 23 de julho de 1997, os ou organismo internacional e o Brasil sejam partes,
agentes políticos e os dirigentes de órgãos e que versem sobre matéria previdenciária, serão
públicos estaduais, do Distrito Federal ou interpretados como lei especial.(Incluído pelo
municipais, a quem foram impostas penalidades Decreto nº 3.265, de 1999)
pecuniárias pessoais até 24 de julho de 1997, em

618
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Anotações:


ANEXOI
RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES EM QUE O
APOSENTADO POR INVALIDEZ
TERÁ DIREITO À MAJORAÇÃO DE VINTE E
CINCO POR CENTO
PREVISTA NO ART. 45 DESTE
REGULAMENTO.
1 - Cegueira total.
2 - Perda de nove dedos das mãos ou
superior a esta.
3 - Paralisia dos dois membros superiores
ou inferiores.
4 - Perda dos membros inferiores, acima
dos pés, quando a prótese for impossível.
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés,
ainda que a prótese seja possível.
6 - Perda de um membro superior e outro
inferior, quando a prótese for impossível.
7 - Alteração das faculdades mentais com
grave perturbação da vida orgânica e social.
8 - Doença que exija permanência contínua
no leito.
9 - Incapacidade permanente para as
atividades da vida diária.

619
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013 – Regulamenta a
aposentadoria da pessoa com deficiência

Regulamenta o § 1o do art. 201 da Constituição Federal, no tocante à aposentadoria da pessoa


com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social - RGPS.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço Art. 4o A avaliação da deficiência será


saber que o Congresso Nacional decreta e eu médica e funcional, nos termos do Regulamento.
sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 5o O grau de deficiência será atestado
Art. 1o Esta Lei Complementar regulamenta por perícia própria do Instituto Nacional do Seguro
a concessão de aposentadoria da pessoa com Social - INSS, por meio de instrumentos
deficiência segurada do Regime Geral de desenvolvidos para esse fim.
Previdência Social - RGPS de que trata o § 1o do
art. 201 da Constituição Federal. Art. 6o A contagem de tempo de
contribuição na condição de segurado com
Art. 2o Para o reconhecimento do direito à deficiência será objeto de comprovação,
aposentadoria de que trata esta Lei exclusivamente, na forma desta Lei
Complementar, considera-se pessoa com Complementar.
deficiência aquela que tem impedimentos de longo
prazo de natureza física, mental, intelectual ou § 1o A existência de deficiência anterior à
sensorial, os quais, em interação com diversas data da vigência desta Lei Complementar deverá
barreiras, podem obstruir sua participação plena e ser certificada, inclusive quanto ao seu grau, por
efetiva na sociedade em igualdade de condições ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a
com as demais pessoas. fixação da data provável do início da deficiência.

Art. 3o É assegurada a concessão de § 2o A comprovação de tempo de


aposentadoria pelo RGPS ao segurado com contribuição na condição de segurado com
deficiência, observadas as seguintes condições: deficiência em período anterior à entrada em vigor
desta Lei Complementar não será admitida por
I - aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de meio de prova exclusivamente testemunhal.
contribuição, se homem, e 20 (vinte) anos, se
mulher, no caso de segurado com deficiência Art. 7o Se o segurado, após a filiação ao
grave; RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver
seu grau de deficiência alterado, os parâmetros
II - aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de
contribuição, se homem, e 24 (vinte e quatro) anos, mencionados no art. 3o serão proporcionalmente
se mulher, no caso de segurado com deficiência ajustados, considerando-se o número de anos em
moderada; que o segurado exerceu atividade laboral sem
deficiência e com deficiência, observado o grau de
III - aos 33 (trinta e três) anos de tempo de deficiência correspondente, nos termos do
contribuição, se homem, e 28 (vinte e oito) anos, regulamento a que se refere o parágrafo único do
se mulher, no caso de segurado com deficiência
leve; ou art. 3o desta Lei Complementar.

IV - aos 60 (sessenta) anos de idade, se Art. 8o A renda mensal da aposentadoria


homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se devida ao segurado com deficiência será calculada
mulher, independentemente do grau de aplicando-se sobre o salário de benefício, apurado
deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de em conformidade com o disposto no art. 29 da Lei
contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a
no 8.213, de 24 de julho de 1991, os seguintes
existência de deficiência durante igual período.
percentuais:
Parágrafo único. Regulamento do Poder
I - 100% (cem por cento), no caso da
Executivo definirá as deficiências grave, moderada
aposentadoria de que tratam os incisos I, II e III do
e leve para os fins desta Lei Complementar.

620
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
art. 3o; ou
II - 70% (setenta por cento) mais 1% (um por
cento) do salário de benefício por grupo de 12
Anotações:
(doze) contribuições mensais até o máximo de
30% (trinta por cento), no caso de aposentadoria
por idade.

Art. 9o Aplicam-se à pessoa com


deficiência de que trata esta Lei Complementar:
I - o fator previdenciário nas aposentadorias,
se resultar em renda mensal de valor mais
elevado;
II - a contagem recíproca do tempo de
contribuição na condição de segurado com
deficiência relativo à filiação ao RGPS, ao regime
próprio de previdência do servidor público ou a
regime de previdência militar, devendo os regimes
compensar-se financeiramente;
III - as regras de pagamento e de
recolhimento das contribuições previdenciárias
contidas na Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;
IV - as demais normas relativas aos
benefícios do RGPS;
V - a percepção de qualquer outra espécie
de aposentadoria estabelecida na Lei nº 8.213,
de 24 de julho de 1991, que lhe seja mais
vantajosa do que as opções apresentadas nesta
Lei Complementar.
Art. 10. A redução do tempo de contribuição
prevista nesta Lei Complementar não poderá ser
acumulada, no tocante ao mesmo período
contributivo, com a redução assegurada aos casos
de atividades exercidas sob condições especiais
que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Art. 11. Esta Lei Complementar entra em
vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua
publicação oficial.

Brasília, 8 de maio de 2013; 192o da


Independência e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
Miriam Belchior
Garibaldi Alves Filho
Maria do Rosário Nunes

Este texto não substitui o publicado no DOU de


9.5.2013

621
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PORTARIA Nº 9, DE 15 DE JANEIRO DE 2019 – valores 2019.

DO MINISTRO DE ESTADO DA ECONOMIA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso


II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e tendo em vista o disposto na Emenda
Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1998; na Emenda Constitucional nº 41, de 19 de
dezembro de 2003; na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; no art. 41-A da Lei nº 8.213, de 24
de julho de 1991; na Lei nº 13.152, de 29 de julho de 2015; no Decreto nº 9.661, de 1º de janeiro
de 2019 e no Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6
de maio de 1999, resolve:
II - os valores dos benefícios concedidos ao
pescador, ao mestre de rede e ao patrão de pesca
Art. 1º Os benefícios pagos pelo Instituto
com as vantagens da Lei nº 1.756, de 5 de
Nacional do Seguro Social - INSS serão
dezembro de 1952, deverão corresponder,
reajustados, a partir de 1º de janeiro de 2019, em
respectivamente, a 1 (uma), 2 (duas) e 3 (três)
3,43% (três inteiros e quarenta e três décimos por
vezes o valor de R$ 998,00 (novecentos e noventa
cento).
e oito reais), acrescidos de 20% (vinte por cento);
§ 1º Os benefícios a que se refere o caput,
III - o benefício devido aos seringueiros e
com data de início a partir de 1º de janeiro de 2018,
seus de pendentes, concedido com base na Lei nº
serão reajustados de acordo com os percentuais
7.986, de 28 de dezembro de 1989, terá valor igual
indicados no Anexo I desta Portaria.
a R$ 1.996,00 (um mil, novecentos e noventa e
§ 2º Para os benefícios majorados por força seis reais);
da elevação do salário mínimo para R$ 998,00
IV - é de R$ 998,00 (novecentos e noventa
(novecentos e noventa e oito reais), o referido
e oito reais), o valor dos seguintes benefícios
aumento deverá ser descontado quando da
assistenciais pagos pelo Instituto Nacional do
aplicação do reajuste de que tratam o caput e o §
Seguro Social - INSS:
1º.
a) pensão especial paga aos dependentes
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo às
das vítimas de hemodiálise da cidade de Caruaru
pensões especiais pagas às vítimas da síndrome
no Estado de Pernambuco;
da talidomida, às pessoas atingidas pela
hanseníase de que trata a Lei nº 11.520, de 18 de b) amparo social ao idoso e à pessoa com
setembro de 2007, e ao auxílio especial mensal de deficiência; e
que trata o inciso II do art. 37 da Lei nº 12.663, de
c) renda mensal vitalícia.
5 de junho de 2012.
Art. 4º O valor da cota do salário-família por
Art. 2º A partir de 1º de janeiro de 2019, o
filho ou equiparado de qualquer condição, até 14
salário de benefício e o salário de contribuição não
(quatorze) anos de idade, ou inválido de qualquer
poderão ser inferiores a R$ 998,00 (novecentos e
idade, a partir de 1º de janeiro de 2019, é de:
noventa e oito reais), nem superiores a
R$ 5.839,45 (cinco mil oitocentos e trinta e nove I - R$ 46,54 (quarenta e seis reais e
reais e quarenta e cinco centavos) cinquenta e quatro centavos) para o segurado com
remuneração mensal não superior a R$ 907,77
Art. 3º A partir de 1º de janeiro de 2019:
(novecentos e sete reais e setenta e sete
I - não terão valores inferiores a R$ 998,00 centavos);
(novecentos e noventa e oito reais), os benefícios:
II - R$ 32,80 (trinta e dois reais e oitenta
a) de prestação continuada pagos pelo centavos) para o segurado com remuneração
INSS correspondentes a aposentadorias, auxílio- mensal superior a R$ 907,77 (novecentos e sete
doença, auxílio-reclusão (valor global) e pensão reais e setenta e sete centavos) e igual ou inferior
por morte (valor global); a R$ 1.364,43 (um mil trezentos e sessenta e
quatro reais e quarenta e três centavos).
b) de aposentadorias dos aeronautas,
concedidas com base na Lei nº 3.501, de 21 de § 1º Para fins do disposto neste artigo,
dezembro de 1958; e considera-se remuneração mensal do segurado o
valor total do respectivo salário de contribuição,
c) de pensão especial paga às vítimas da
ainda que resultante da soma dos salários de
síndrome da talidomida;
contribuição correspondentes a atividades

622
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
simultâneas. Art. 8º. O valor a ser multiplicado pelo
número total de pontos indicadores da natureza do
§ 2º O direito à cota do salário-família é
grau de dependência resultante da deformidade
definido em razão da remuneração que seria
física, para fins de definição da renda mensal
devida ao empregado no mês, independentemente
inicial da pensão especial devida às vítimas da
do número de dias efetivamente trabalhados.
síndrome da talidomida, observada a Lei nº
§ 3º Todas as importâncias que integram o 13.638, de 22 de março de 2018, é de:
salário de contribuição serão consideradas como
I - R$ 1.000,00 (um mil reais ), entre 1º de
parte integrante da remuneração do mês, exceto o
janeiro de 2016 e 31 de dezembro de 2016;
décimo terceiro salário e o adicional de férias
previsto no inciso XVII do art. 7º da Constituição, II - R$ 1.065,80 (um mil e sessenta e cinco
para efeito de definição do direito à cota do salário- reais e oitenta centavos), entre 1º de janeiro de
família. 2017 e 31 de dezembro de 2017;
§ 4º A cota do salário-família é devida III - R$ 1.087,86 (um mil e oitenta e sete
proporcionalmente aos dias trabalhados nos reais e oitenta e seis centavos), entre 1º de janeiro
meses de admissão e demissão do empregado. de 2018 e 31 de dezembro de 2018;
Art. 5º O auxílio-reclusão, a partir de 1º de IV - R$ 1.125,17 (um mil cento e vinte e
janeiro de 2019, será devido aos dependentes do cinco reais e dezessete centavos), a partir de 1º de
segurado cujo salário de contribuição seja igual ou janeiro de 2019.
inferior a R$ 1.364,43 (um mil trezentos e sessenta
Art. 9º. A partir de 1º de janeiro de 2019:
e quatro reais e quarenta e três centavos),
independentemente da quantidade de contratos e I - o valor da diária paga ao segurado ou
de atividades exercidas. dependente pelo deslocamento, por determinação
do INSS, para submeter-se a exame médico-
§ 1º Se o segurado, embora mantendo essa
pericial ou processo de reabilitação profissional,
qualidade, não estiver em atividade no mês da
em localidade diversa da de sua residência, é de
reclusão, ou nos meses anteriores, será
R$ 97,58 (noventa e sete reais e cinquenta e oito
considerado como remuneração o seu último
centavos);
salário de contribuição.
II - o valor da multa pelo descumprimento
§ 2º Para fins do disposto no § 1º, o limite
das obrigações, indicadas no:
máximo do valor da remuneração para verificação
do direito ao benefício será o vigente no mês a que a) caput do art. 287 do Regulamento da
corresponder o salário de contribuição Previdência Social (RPS), varia de R$ 317,23
considerado. (trezentos e dezessete reais e vinte e três
centavos) a R$ 31.724,89 (trinta e um mil
Art. 6º A partir de 1º de janeiro de 2019, será
setecentos e vinte e quatro reais e oitenta e nove
incorporada à renda mensal dos benefícios de
centavos);
prestação continuada pagos pelo INSS, com data
de início no período de 1º janeiro de 2018 a 31 de b) inciso I do parágrafo único do art. 287 do
dezembro de 2018, a diferença percentual entre a RPS, é de R$ 70.499,72 (setenta mil quatrocentos
média dos salários de contribuição considerados e noventa e nove reais e setenta e dois centavos);
no cálculo do salário de benefício e o limite máximo e
em vigor no período, exclusivamente nos casos
c) inciso II do parágrafo único do art. 287 do
em que a referida diferença resultar positiva,
RPS, é de R$ 352.498,64 (trezentos e cinquenta e
observado o disposto no § 1º do art. 1º e o limite
dois mil quatrocentos e noventa e oito reais e
de R$ 5.839,45 (cinco mil oitocentos e trinta e nove
sessenta e quatro centavos);
reais e quarenta e cinco centavos).
Art. 7º A contribuição dos segurados III - o valor da multa pela infração a qualquer
empregados, inclusive o doméstico e do dispositivo do RPS, para a qual não haja
penalidade expressamente cominada no art. 283
trabalhador avulso, relativamente aos fatos
do RPS, varia, conforme a gravidade da infração,
geradores que ocorrerem a partir da competência
de R$ 2.411,28 (dois mil quatrocentos e onze reais
janeiro de 2019, será calculada mediante a
aplicação da correspondente alíquota, de forma e vinte e oito centavos) a R$ 241.126,88 (duzentos
não cumulativa, sobre o salário de contribuição e quarenta e um mil cento e vinte e seis reais e
mensal, de acordo com a tabela constante do oitenta e oito centavos);
Anexo II desta Portaria.

623
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - o valor da multa indicada no inciso II do
art. 283 do RPS é de R$ 24.112,64 (vinte e quatro
ANEXO I
mil cento e doze reais e sessenta e quatro
centavos); FATOR DE REAJUSTE DOS BENEFÍCIOS
CONCEDIDOS DE ACORDO COM AS
V - é exigida Certidão Negativa de Débito
RESPECTIVAS DATAS DE INÍCIO, APLICÁVEL A
(CND) da empresa na alienação ou oneração, a
PARTIR DE JANEIRO DE 2019
qualquer título, de bem móvel incorporado ao seu
ativo permanente de valor superior a R$ 60.281,11
(sessenta mil duzentos e oitenta e um reais e onze DATA DE INÍCIO DO REAJUSTE
centavos); BENEFÍCIO (%)

VI - o valor de que trata o § 3º do art. 337-A Até janeiro de 2018 3,43


do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940, é de em fevereiro de 2018 3,20
R$ 5.155,31 (cinco mil cento e cinquenta e cinco
reais e trinta e um centavos); e em março de 2018 3,01
VII - o valor da pensão especial concedida
às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram em abril de 2018 2,94
submetidas a isolamento e internação
compulsórios em hospitais-colônia, assegurada em maio de 2018 2,72
pela Lei nº 11.520, de 18 de setembro de 2007, é
de R$ 1.509,22 (um mil quinhentos e nove reais e em junho de 2018 2,28
vinte e dois centavos).
em julho de 2018 0,84
Parágrafo único. O valor das demandas
judiciais de que trata o art. 128 da Lei nº 8.213, de em agosto de 2018 0,59
24 de julho de 1991, é limitado em R$ 59.880
(cinquenta e nove mil oitocentos e oitenta reais), a em setembro de 2018 0,59
partir de 1º de janeiro de 2019.
em outubro de 2018 0,29
Art. 10. A partir de 1º de janeiro de 2019, o
pagamento mensal de benefícios de valor superior
em novembro de 2018 0,00
a R$ 116.789(cento e dezesseis mil setecentos e
oitenta e nove reais) deverá ser autorizado
em dezembro de 2018 0,14
expressamente pelo Gerente-Executivo do INSS,
observada a análise da Divisão ou Serviço de
Benefícios.
ANEXO II
Parágrafo único. Os benefícios de valor
inferior ao limite estipulado no caput, quando do TABELA DE CONTRIBUIÇÃO DOS
reconhecimento do direito da concessão, revisão e SEGURADOS EMPREGADO, EMPREGADO
manutenção de benefícios serão supervisionados DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA
pelas Agências da Previdência Social e Divisões PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE
ou Serviços de Benefícios, sob critérios aleatórios 1º DE JANEIRO DE 2019
pré-estabelecidos pela Presidência do INSS.
Art. 11. A Secretaria da Receita Federal do ALÍQUOTA PARA
SALÁRIO-DE-
Brasil, o INSS e a Empresa de Tecnologia e FINS DE RECOLHIMENTO
CONTRIBUIÇÃO (R$)
Informações da Previdência (Dataprev) adotarão AO INSS
as providências necessárias ao cumprimento do
até 1.751,81 8%
disposto nesta Portaria.
Art. 12. Esta Portaria entra em vigor na data de 1.751,82 até
9%
de sua publicação. 2.919,72
Art. 13. Fica revogada a Portaria MF nº 15,
de 2.919,73 até
de 16 de janeiro de 2018. 11 %
5.839,45
PAULO GUEDES

624
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO V:
LEGISLAÇÃO DA
EDUCAÇÃO

625
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
A EDUCAÇÃO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – 1988

Seção I Art. 207. As universidades gozam de


DA EDUCAÇÃO autonomia didático-científica, administrativa e de
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
Art. 205. A educação, direito de todos e princípio de indissociabilidade entre ensino,
dever do Estado e da família, será promovida e pesquisa e extensão.
incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu § 1º É facultado às universidades admitir
preparo para o exercício da cidadania e sua professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na
qualificação para o trabalho. forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 11, de 1996)
Art. 206. O ensino será ministrado com base
nos seguintes princípios: § 2º O disposto neste artigo aplica-se às
instituições de pesquisa científica e tecnológica.
I - igualdade de condições para o acesso e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de
permanência na escola; 1996)

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar Art. 208. O dever do Estado com a educação
e divulgar o pensamento, a arte e o saber; será efetivado mediante a garantia de:

III - pluralismo de idéias e de concepções I - educação básica obrigatória e gratuita dos


pedagógicas, e coexistência de instituições 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
públicas e privadas de ensino; assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos
os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
IV - gratuidade do ensino público em
de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de
estabelecimentos oficiais;
2009)
V - valorização dos profissionais da
educação escolar, garantidos, na forma da lei, II - progressiva universalização do ensino
médio gratuito; (Redação dada pela Emenda
planos de carreira, com ingresso exclusivamente
Constitucional nº 14, de 1996)
por concurso público de provas e títulos, aos das
redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006) III - atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino;
VI - gestão democrática do ensino público,
na forma da lei;
IV - educação infantil, em creche e pré-
VII - garantia de padrão de qualidade. escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
VIII - piso salarial profissional nacional para
os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal. (Incluído pela Emenda V - acesso aos níveis mais elevados do
Constitucional nº 53, de 2006) ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
Parágrafo único. A lei disporá sobre as
VI - oferta de ensino noturno regular,
categorias de trabalhadores considerados
profissionais da educação básica e sobre a fixação adequado às condições do educando;
de prazo para a elaboração ou adequação de seus
planos de carreira, no âmbito da União, dos VII - atendimento ao educando, em todas as
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. etapas da educação básica, por meio de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de programas suplementares de material
2006) didáticoescolar, transporte, alimentação e

626
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14,
Constitucional nº 59, de 2009) de 1996)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente


gratuito é direito público subjetivo. no ensino fundamental e na educação infantil.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14,
§ 2º O não-oferecimento do ensino de 1996)
obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão
competente. prioritariamente no ensino fundamental e médio.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os 1996)
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, § 4º Na organização de seus sistemas de
pela freqüência à escola. ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios definirão formas de colaboração, de
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, modo a assegurar a universalização do ensino
atendidas as seguintes condições: obrigatório. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
I - cumprimento das normas gerais da
educação nacional; § 5º A educação básica pública atenderá
prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Poder Público.
Art. 212. A União aplicará, anualmente,
nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos
para o ensino fundamental, de maneira a Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no
assegurar formação básica comum e respeito aos mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na
valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º O ensino religioso, de matrícula
facultativa, constituirá disciplina dos horários § 1º A parcela da arrecadação de impostos
transferida pela União aos Estados, ao Distrito
normais das escolas públicas de ensino
Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
fundamental.
respectivos Municípios, não é considerada, para
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do
§ 2º O ensino fundamental regular será governo que a transferir.
ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas também a utilização de
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto
suas línguas maternas e processos próprios de
no "caput" deste artigo, serão considerados os
aprendizagem.
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e
os recursos aplicados na forma do art. 213.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios organizarão em regime de
§ 3º A distribuição dos recursos públicos
colaboração seus sistemas de ensino.
assegurará prioridade ao atendimento das
necessidades do ensino obrigatório, no que se
§ 1º A União organizará o sistema federal de refere a universalização, garantia de padrão de
ensino e o dos Territórios, financiará as instituições qualidade e equidade, nos termos do plano
de ensino públicas federais e exercerá, em matéria nacional de educação. (Redação dada pela
educacional, função redistributiva e supletiva, de Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
forma a garantir equalização de oportunidades
educacionais e padrão mínimo de qualidade do
ensino mediante assistência técnica e financeira § 4º Os programas suplementares de
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; alimentação e assistência à saúde previstos no art.
208, VII, serão financiados com recursos

627
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
provenientes de contribuições sociais e outros investir prioritariamente na expansão de sua rede
recursos orçamentários. na localidade.

§ 5º A educação básica pública terá como § 2º As atividades de pesquisa, de extensão


fonte adicional de financiamento a contribuição e de estímulo e fomento à inovação realizadas por
social do salário-educação, recolhida pelas universidades e/ou por instituições de educação
empresas na forma da lei. (Redação dada pela profissional e tecnológica poderão receber apoio
Emenda Constitucional nº 53, de 2006) financeiro do Poder Público. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da
arrecadação da contribuição social do salário- Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional
educação serão distribuídas proporcionalmente ao de educação, de duração decenal, com o objetivo
número de alunos matriculados na educação de articular o sistema nacional de educação em
básica nas respectivas redes públicas de ensino. regime de colaboração e definir diretrizes,
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de objetivos, metas e estratégias de implementação
2006) para assegurar a manutenção e desenvolvimento
do ensino em seus diversos níveis, etapas e
Art. 213. Os recursos públicos serão modalidades por meio de ações integradas dos
destinados às escolas públicas, podendo ser poderes públicos das diferentes esferas
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou federativas que conduzam a: (Redação dada pela
filantrópicas, definidas em lei, que: Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

I - comprovem finalidade não-lucrativa e I - erradicação do analfabetismo;


apliquem seus excedentes financeiros em
educação; II - universalização do atendimento escolar;

II - assegurem a destinação de seu III - melhoria da qualidade do ensino;


patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica
ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de IV - formação para o trabalho;
encerramento de suas atividades.
V - promoção humanística, científica e
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo tecnológica do País.
poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para
VI - estabelecimento de meta de aplicação
os que demonstrarem insuficiência de recursos,
de recursos públicos em educação como
quando houver falta de vagas e cursos regulares
proporção do produto interno bruto. (Incluído pela
da rede pública na localidade da residência do
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
educando, ficando o Poder Público obrigado a

628
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço IV - respeito à liberdade e apreço à


saber que o Congresso Nacional decreta e eu tolerância;
sanciono a seguinte Lei:
V - coexistência de instituições públicas e
TÍTULO I privadas de ensino;

Da Educação VI - gratuidade do ensino público em


estabelecimentos oficiais;
Art. 1º A educação abrange os processos
formativos que se desenvolvem na vida familiar, na VII - valorização do profissional da educação
convivência humana, no trabalho, nas instituições escolar;
de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas VIII - gestão democrática do ensino público,
manifestações culturais. na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
ensino;
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar,
que se desenvolve, predominantemente, por meio IX - garantia de padrão de qualidade;
do ensino, em instituições próprias.
X - valorização da experiência extra-escolar;
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se
ao mundo do trabalho e à prática social. XI - vinculação entre a educação escolar, o
trabalho e as práticas sociais.
TÍTULO II
XII - consideração com a diversidade étnico-
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional racial. (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013)
Art. 2º A educação, dever da família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos XIII - garantia do direito à educação e à
ideais de solidariedade humana, tem por finalidade aprendizagem ao longo da vida. (Incluído
o pleno desenvolvimento do educando, seu pela Lei nº 13.632, de 2018)
preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
TÍTULO III

Art. 3º O ensino será ministrado com base Do Direito à Educação e do Dever de Educar
nos seguintes princípios:
Art. 4º O dever do Estado com educação
I - igualdade de condições para o acesso e
escolar pública será efetivado mediante a garantia
permanência na escola;
de:

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar


I - educação básica obrigatória e gratuita dos
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
saber;
organizada da seguinte forma: (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - pluralismo de idéias e de concepções
pedagógicas; a) pré-escola; (Incluído pela Lei nº
12.796, de 2013)

629
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) ensino fundamental; (Incluído pela idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de
Lei nº 12.796, de 2013) 2008).

c) ensino médio; (Incluído pela Lei nº Art. 4º-A. É assegurado atendimento


12.796, de 2013) educacional, durante o período de internação, ao
aluno da educação básica internado para
II - educação infantil gratuita às crianças de tratamento de saúde em regime hospitalar ou
até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada domiciliar por tempo prolongado, conforme
pela Lei nº 12.796, de 2013) dispuser o Poder Público em regulamento, na
esfera de sua competência
III - atendimento educacional especializado federativa. (Incluído pela Lei nº 13.716, de
gratuito aos educandos com deficiência, 2018).
transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, transversal a todos Art. 5o O acesso à educação básica
os níveis, etapas e modalidades, obrigatória é direito público subjetivo, podendo
preferencialmente na rede regular de qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação
ensino; (Redação dada pela Lei nº 12.796, comunitária, organização sindical, entidade de
de 2013) classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o
Ministério Público, acionar o poder público para
IV - acesso público e gratuito aos ensinos exigi-lo. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
fundamental e médio para todos os que não os de 2013)
concluíram na idade própria; (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013) § 1o O poder público, na esfera de sua
competência federativa, deverá: (Redação
dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
V - acesso aos níveis mais elevados do
ensino, da pesquisa e da criação artística,
I - recensear anualmente as crianças e
segundo a capacidade de cada um;
adolescentes em idade escolar, bem como os
jovens e adultos que não concluíram a educação
VI - oferta de ensino noturno regular, básica; (Redação dada pela Lei nº 12.796,
adequado às condições do educando; de 2013)

VII - oferta de educação escolar regular para II - fazer-lhes a chamada pública;


jovens e adultos, com características e
modalidades adequadas às suas necessidades e
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis,
disponibilidades, garantindo-se aos que forem
pela freqüência à escola.
trabalhadores as condições de acesso e
permanência na escola;
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o
Poder Público assegurará em primeiro lugar o
VIII - atendimento ao educando, em todas as
acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste
etapas da educação básica, por meio de
artigo, contemplando em seguida os demais níveis
programas suplementares de material didático-
e modalidades de ensino, conforme as prioridades
escolar, transporte, alimentação e assistência à
constitucionais e legais.
saúde; (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013)
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no
caput deste artigo tem legitimidade para peticionar
IX - padrões mínimos de qualidade de
no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208
ensino, definidos como a variedade e quantidade
da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito
mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao
sumário a ação judicial correspondente.
desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem.
§ 4º Comprovada a negligência da
autoridade competente para garantir o
X – vaga na escola pública de educação
oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser
infantil ou de ensino fundamental mais próxima de
imputada por crime de responsabilidade.
sua residência a toda criança a partir do dia em
que completar 4 (quatro) anos de

630
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º Para garantir o cumprimento da § 1º A prestação alternativa deverá
obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará observar os parâmetros curriculares e o plano de
formas alternativas de acesso aos diferentes aula do dia da ausência do
níveis de ensino, independentemente da aluno. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
escolarização anterior. 2019) (Vigência)

Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis § 2º O cumprimento das formas de


efetuar a matrícula das crianças na educação prestação alternativa de que trata este artigo
básica a partir dos 4 (quatro) anos de substituirá a obrigação original para todos os
idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, efeitos, inclusive regularização do registro de
de 2013) frequência. (Incluído pela Lei nº 13.796,
de 2019) (Vigência)
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada,
atendidas as seguintes condições: § 3º As instituições de ensino
implementarão progressivamente, no prazo de 2
I - cumprimento das normas gerais da (dois) anos, as providências e adaptações
educação nacional e do respectivo sistema de necessárias à adequação de seu funcionamento
ensino; às medidas previstas neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
II - autorização de funcionamento e 2019) (Vigência)
avaliação de qualidade pelo Poder Público;
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica
III - capacidade de autofinanciamento, ao ensino militar a que se refere o art. 83 desta
ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Lei. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
Federal. 2019) (Vigência) (Vide parágrafo único
do art. 2)
Art. 7º-A Ao aluno regularmente
matriculado em instituição de ensino pública ou TÍTULO IV
privada, de qualquer nível, é assegurado, no
exercício da liberdade de consciência e de crença, Da Organização da Educação Nacional
o direito de, mediante prévio e motivado
requerimento, ausentar-se de prova ou de aula Art. 8º A União, os Estados, o Distrito
marcada para dia em que, segundo os preceitos Federal e os Municípios organizarão, em regime
de sua religião, seja vedado o exercício de tais de colaboração, os respectivos sistemas de
atividades, devendo-se-lhe atribuir, a critério da ensino.
instituição e sem custos para o aluno, uma das
seguintes prestações alternativas, nos termos do
§ 1º Caberá à União a coordenação da
inciso VIII do caput do art. 5º da Constituição
política nacional de educação, articulando os
Federal: (Incluído pela Lei nº 13.796, de
diferentes níveis e sistemas e exercendo função
2019) (Vigência)
normativa, redistributiva e supletiva em relação às
demais instâncias educacionais.
I - prova ou aula de reposição, conforme o
caso, a ser realizada em data alternativa, no turno § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade
de estudo do aluno ou em outro horário agendado de organização nos termos desta Lei.
com sua anuência expressa; (Incluído
pela Lei nº 13.796, de 2019) (Vigência)
Art. 9º A União incumbir-se-á
de: (Regulamento)
II - trabalho escrito ou outra modalidade de
atividade de pesquisa, com tema, objetivo e data
I - elaborar o Plano Nacional de Educação,
de entrega definidos pela instituição de
em colaboração com os Estados, o Distrito Federal
ensino. (Incluído pela Lei nº 13.796, de
e os Municípios;
2019) (Vigência)

631
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - organizar, manter e desenvolver os § 2° Para o cumprimento do disposto nos
órgãos e instituições oficiais do sistema federal de incisos V a IX, a União terá acesso a todos os
ensino e o dos Territórios; dados e informações necessários de todos os
estabelecimentos e órgãos educacionais.
III - prestar assistência técnica e financeira
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios § 3º As atribuições constantes do inciso IX
para o desenvolvimento de seus sistemas de poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito
ensino e o atendimento prioritário à escolaridade Federal, desde que mantenham instituições de
obrigatória, exercendo sua função redistributiva e educação superior.
supletiva;
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
IV - estabelecer, em colaboração com os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, I - organizar, manter e desenvolver os
competências e diretrizes para a educação infantil, órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de
o ensino fundamental e o ensino médio, que ensino;
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos,
de modo a assegurar formação básica comum;
II - definir, com os Municípios, formas de
colaboração na oferta do ensino fundamental, as
IV-A - estabelecer, em colaboração com os quais devem assegurar a distribuição proporcional
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, das responsabilidades, de acordo com a
diretrizes e procedimentos para identificação, população a ser atendida e os recursos financeiros
cadastramento e atendimento, na educação disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder
básica e na educação superior, de alunos com Público;
altas habilidades ou superdotação; (Incluído
pela Lei nº 13.234, de 2015) III - elaborar e executar políticas e planos
educacionais, em consonância com as diretrizes e
V - coletar, analisar e disseminar planos nacionais de educação, integrando e
informações sobre a educação; coordenando as suas ações e as dos seus
Municípios;
VI - assegurar processo nacional de
avaliação do rendimento escolar no ensino IV - autorizar, reconhecer, credenciar,
fundamental, médio e superior, em colaboração supervisionar e avaliar, respectivamente, os
com os sistemas de ensino, objetivando a cursos das instituições de educação superior e os
definição de prioridades e a melhoria da qualidade estabelecimentos do seu sistema de ensino;
do ensino;
V - baixar normas complementares para o
VII - baixar normas gerais sobre cursos de seu sistema de ensino;
graduação e pós-graduação;
VI - assegurar o ensino fundamental e
VIII - assegurar processo nacional de oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos
avaliação das instituições de educação superior, que o demandarem, respeitado o disposto no art.
com a cooperação dos sistemas que tiverem 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº
responsabilidade sobre este nível de ensino; 12.061, de 2009)

IX - autorizar, reconhecer, credenciar, VII - assumir o transporte escolar dos alunos


supervisionar e avaliar, respectivamente, os da rede estadual. (Incluído pela Lei nº
cursos das instituições de educação superior e os 10.709, de 31.7.2003)
estabelecimentos do seu sistema de
ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 2004) Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-
se-ão as competências referentes aos Estados e
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um aos Municípios.
Conselho Nacional de Educação, com funções
normativas e de supervisão e atividade Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
permanente, criado por lei.

632
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - organizar, manter e desenvolver os VI - articular-se com as famílias e a
órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de comunidade, criando processos de integração da
ensino, integrando-os às políticas e planos sociedade com a escola;
educacionais da União e dos Estados;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não
II - exercer ação redistributiva em relação às com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis
suas escolas; legais, sobre a frequência e rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução da proposta
III - baixar normas complementares para o pedagógica da escola; (Redação dada pela
seu sistema de ensino; Lei nº 12.013, de 2009)

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os VIII – notificar ao Conselho Tutelar do


estabelecimentos do seu sistema de ensino; Município a relação dos alunos que apresentem
quantidade de faltas acima de 30% (trinta por
cento) do percentual permitido em
V - oferecer a educação infantil em creches
lei; (Redação dada pela Lei nº 13.803,
e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino
de 2019)
fundamental, permitida a atuação em outros níveis
de ensino somente quando estiverem atendidas
plenamente as necessidades de sua área de IX - promover medidas de conscientização,
competência e com recursos acima dos de prevenção e de combate a todos os tipos de
percentuais mínimos vinculados pela Constituição violência, especialmente a intimidação sistemática
Federal à manutenção e desenvolvimento do (bullying), no âmbito das
ensino. escolas; (Incluído pela Lei nº 13.663, de
2018)
VI - assumir o transporte escolar dos alunos
da rede municipal. (Incluído pela Lei nº X - estabelecer ações destinadas a
10.709, de 31.7.2003) promover a cultura de paz nas
escolas. (Incluído pela Lei nº 13.663, de
Parágrafo único. Os Municípios poderão 2018)
optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual
de ensino ou compor com ele um sistema único de XI - promover ambiente escolar seguro,
educação básica. adotando estratégias de prevenção e
enfrentamento ao uso ou dependência de
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
respeitadas as normas comuns e as do seu
sistema de ensino, terão a incumbência de: Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:

I - elaborar e executar sua proposta I - participar da elaboração da proposta


pedagógica; pedagógica do estabelecimento de ensino;

II - administrar seu pessoal e seus recursos II - elaborar e cumprir plano de trabalho,


materiais e financeiros; segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
III - assegurar o cumprimento dos dias
letivos e horas-aula estabelecidas; III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV - velar pelo cumprimento do plano de IV - estabelecer estratégias de recuperação


trabalho de cada docente; para os alunos de menor rendimento;

V - prover meios para a recuperação dos V - ministrar os dias letivos e horas-aula


alunos de menor rendimento; estabelecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à
avaliação e ao desenvolvimento profissional;

633
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI - colaborar com as atividades de Art. 18. Os sistemas municipais de ensino
articulação da escola com as famílias e a compreendem:
comunidade.
I - as instituições do ensino fundamental,
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as médio e de educação infantil mantidas pelo Poder
normas da gestão democrática do ensino público Público municipal;
na educação básica, de acordo com as suas
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: II - as instituições de educação infantil
criadas e mantidas pela iniciativa privada;
I - participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da III – os órgãos municipais de educação.
escola;
Art. 19. As instituições de ensino dos
II - participação das comunidades escolar e diferentes níveis classificam-se nas seguintes
local em conselhos escolares ou equivalentes. categorias
administrativas: (Regulamento) (Regulam
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão ento)
às unidades escolares públicas de educação
básica que os integram progressivos graus de I - públicas, assim entendidas as criadas ou
autonomia pedagógica e administrativa e de incorporadas, mantidas e administradas pelo
gestão financeira, observadas as normas gerais de Poder Público;
direito financeiro público.
II - privadas, assim entendidas as mantidas
Art. 16. O sistema federal de ensino e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de
compreende: (Regulamento) direito privado.

I - as instituições de ensino mantidas pela Art. 20. As instituições privadas de ensino se


União; enquadrarão nas seguintes
categorias: (Regulamento) (Regulamento)
II - as instituições de educação superior
criadas e mantidas pela iniciativa privada; I - particulares em sentido estrito, assim
entendidas as que são instituídas e mantidas por
III - os órgãos federais de educação. uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado que não apresentem as características dos
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados incisos abaixo;
e do Distrito Federal compreendem:
II - comunitárias, assim entendidas as que
I - as instituições de ensino mantidas, são instituídas por grupos de pessoas físicas ou
respectivamente, pelo Poder Público estadual e por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive
pelo Distrito Federal; cooperativas educacionais, sem fins lucrativos,
que incluam na sua entidade mantenedora
representantes da comunidade; (Redação
II - as instituições de educação superior
dada pela Lei nº 12.020, de 2009)
mantidas pelo Poder Público municipal;

III - as instituições de ensino fundamental e III - confessionais, assim entendidas as que


médio criadas e mantidas pela iniciativa privada; são instituídas por grupos de pessoas físicas ou
por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a
orientação confessional e ideologia específicas e
IV - os órgãos de educação estaduais e do ao disposto no inciso anterior;
Distrito Federal, respectivamente.
IV - filantrópicas, na forma da lei.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as
instituições de educação infantil, criadas e
TÍTULO V
mantidas pela iniciativa privada, integram seu
sistema de ensino.

634
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e I - a carga horária mínima anual será de
Ensino oitocentas horas para o ensino fundamental e para
o ensino médio, distribuídas por um mínimo de
CAPÍTULO I duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído
o tempo reservado aos exames finais, quando
houver; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
Da Composição dos Níveis Escolares
de 2017)
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
II - a classificação em qualquer série ou
etapa, exceto a primeira do ensino fundamental,
I - educação básica, formada pela educação pode ser feita:
infantil, ensino fundamental e ensino médio;
a) por promoção, para alunos que cursaram,
II - educação superior. com aproveitamento, a série ou fase anterior, na
própria escola;
CAPÍTULO II
b) por transferência, para candidatos
DA EDUCAÇÃO BÁSICA procedentes de outras escolas;

Seção I c) independentemente de escolarização


anterior, mediante avaliação feita pela escola, que
Das Disposições Gerais defina o grau de desenvolvimento e experiência do
candidato e permita sua inscrição na série ou
Art. 22. A educação básica tem por etapa adequada, conforme regulamentação do
finalidades desenvolver o educando, assegurar- respectivo sistema de ensino;
lhe a formação comum indispensável para o
exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para III - nos estabelecimentos que adotam a
progredir no trabalho e em estudos posteriores. progressão regular por série, o regimento escolar
pode admitir formas de progressão parcial, desde
Art. 23. A educação básica poderá que preservada a seqüência do currículo,
organizar-se em séries anuais, períodos observadas as normas do respectivo sistema de
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos ensino;
de estudos, grupos não-seriados, com base na
idade, na competência e em outros critérios, ou por IV - poderão organizar-se classes, ou
forma diversa de organização, sempre que o turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
interesse do processo de aprendizagem assim o equivalentes de adiantamento na matéria, para o
recomendar. ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros
componentes curriculares;
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos,
inclusive quando se tratar de transferências entre V - a verificação do rendimento escolar
estabelecimentos situados no País e no exterior, observará os seguintes critérios:
tendo como base as normas curriculares gerais.
a) avaliação contínua e cumulativa do
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se desempenho do aluno, com prevalência dos
às peculiaridades locais, inclusive climáticas e aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos
econômicas, a critério do respectivo sistema de resultados ao longo do período sobre os de
ensino, sem com isso reduzir o número de horas eventuais provas finais;
letivas previsto nesta Lei.
b) possibilidade de aceleração de estudos
Art. 24. A educação básica, nos níveis para alunos com atraso escolar;
fundamental e médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns: c) possibilidade de avanço nos cursos e nas
séries mediante verificação do aprendizado;

635
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
d) aproveitamento de estudos concluídos economia e dos educandos. (Redação dada
com êxito; pela Lei nº 12.796, de 2013)

e) obrigatoriedade de estudos de § 1º Os currículos a que se refere o caput


recuperação, de preferência paralelos ao período devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, língua portuguesa e da matemática, o
a serem disciplinados pelas instituições de ensino conhecimento do mundo físico e natural e da
em seus regimentos; realidade social e política, especialmente do Brasil.

VI - o controle de freqüência fica a cargo da § 2o O ensino da arte, especialmente em


escola, conforme o disposto no seu regimento e suas expressões regionais, constituirá
nas normas do respectivo sistema de ensino, componente curricular obrigatório da educação
exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415,
cento do total de horas letivas para aprovação; de 2017)

VII - cabe a cada instituição de ensino § 3o A educação física, integrada à proposta


expedir históricos escolares, declarações de pedagógica da escola, é componente curricular
conclusão de série e diplomas ou certificados de obrigatório da educação básica, sendo sua prática
conclusão de cursos, com as especificações facultativa ao aluno: (Redação dada pela
cabíveis. Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)

§ 1º A carga horária mínima anual de que I – que cumpra jornada de trabalho igual ou
trata o inciso I do caput deverá ser ampliada de superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº
forma progressiva, no ensino médio, para mil e 10.793, de 1º.12.2003)
quatrocentas horas, devendo os sistemas de
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, II – maior de trinta anos de
pelo menos mil horas anuais de carga horária, a idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
partir de 2 de março de 2017. (Incluído pela 1º.12.2003)
Lei nº 13.415, de 2017)
III – que estiver prestando serviço militar
§ 2o Os sistemas de ensino disporão sobre inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado
a oferta de educação de jovens e adultos e de à prática da educação física; (Incluído pela
ensino noturno regular, adequado às condições do Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
educando, conforme o inciso VI do art.
4o. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de
21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº
Art. 25. Será objetivo permanente das 10.793, de 1º.12.2003)
autoridades responsáveis alcançar relação
adequada entre o número de alunos e o professor,
a carga horária e as condições materiais do V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº
estabelecimento. 10.793, de 1º.12.2003)

Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei
de ensino, à vista das condições disponíveis e das nº 10.793, de 1º.12.2003)
características regionais e locais, estabelecer
parâmetro para atendimento do disposto neste § 4º O ensino da História do Brasil levará em
artigo. conta as contribuições das diferentes culturas e
etnias para a formação do povo brasileiro,
Art. 26. Os currículos da educação infantil, especialmente das matrizes indígena, africana e
do ensino fundamental e do ensino médio devem européia.
ter base nacional comum, a ser complementada,
em cada sistema de ensino e em cada § 5o No currículo do ensino fundamental, a
estabelecimento escolar, por uma parte partir do sexto ano, será ofertada a língua
diversificada, exigida pelas características inglesa. (Redação dada pela Lei nº 13.415,
regionais e locais da sociedade, da cultura, da de 2017)

636
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o povos indígenas no Brasil, a cultura negra e
teatro são as linguagens que constituirão o indígena brasileira e o negro e o índio na formação
componente curricular de que trata o § 2 o deste da sociedade nacional, resgatando as suas
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, contribuições nas áreas social, econômica e
de 2016) política, pertinentes à história do
Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de
§ 7o A integralização curricular poderá 2008).
incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos
e pesquisas envolvendo os temas transversais de § 2o Os conteúdos referentes à história e
que trata o caput. (Redação dada pela Lei cultura afro-brasileira e dos povos indígenas
nº 13.415, de 2017) brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de
§ 8º A exibição de filmes de produção educação artística e de literatura e história
nacional constituirá componente curricular brasileiras. (Redação dada pela Lei nº
complementar integrado à proposta pedagógica da 11.645, de 2008).
escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no
mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído Art. 27. Os conteúdos curriculares da
pela Lei nº 13.006, de 2014) educação básica observarão, ainda, as seguintes
diretrizes:
§ 9o Conteúdos relativos aos direitos
humanos e à prevenção de todas as formas de I - a difusão de valores fundamentais ao
violência contra a criança e o adolescente serão interesse social, aos direitos e deveres dos
incluídos, como temas transversais, nos currículos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem
escolares de que trata o caput deste artigo, tendo democrática;
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), observada II - consideração das condições de
a produção e distribuição de material didático escolaridade dos alunos em cada
adequado. (Incluído pela Lei nº 13.010, de estabelecimento;
2014)
III - orientação para o trabalho;
§ 9º-A. A educação alimentar e nutricional
será incluída entre os temas transversais de que
IV - promoção do desporto educacional e
trata o caput. (Incluído pela Lei nº
apoio às práticas desportivas não-formais.
13.666, de 2018)
Art. 28. Na oferta de educação básica para a
§ 10. A inclusão de novos componentes
população rural, os sistemas de ensino
curriculares de caráter obrigatório na Base
promoverão as adaptações necessárias à sua
Nacional Comum Curricular dependerá de adequação às peculiaridades da vida rural e de
aprovação do Conselho Nacional de Educação e cada região, especialmente:
de homologação pelo Ministro de Estado da
Educação. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017) I - conteúdos curriculares e metodologias
apropriadas às reais necessidades e interesses
dos alunos da zona rural;
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino
fundamental e de ensino médio, públicos e
privados, torna-se obrigatório o estudo da história II - organização escolar própria, incluindo
e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação adequação do calendário escolar às fases do ciclo
dada pela Lei nº 11.645, de 2008). agrícola e às condições climáticas;

§ 1o O conteúdo programático a que se III - adequação à natureza do trabalho na


refere este artigo incluirá diversos aspectos da zona rural.
história e da cultura que caracterizam a formação
da população brasileira, a partir desses dois Parágrafo único. O fechamento de escolas
grupos étnicos, tais como o estudo da história da do campo, indígenas e quilombolas será precedido
África e dos africanos, a luta dos negros e dos de manifestação do órgão normativo do respectivo

637
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sistema de ensino, que considerará a justificativa V - expedição de documentação que permita
apresentada pela Secretaria de Educação, a atestar os processos de desenvolvimento e
análise do diagnóstico do impacto da ação e a aprendizagem da criança. (Incluído pela Lei
manifestação da comunidade nº 12.796, de 2013)
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.960, de 2014)
Seção III
Seção II
Do Ensino Fundamental
Da Educação Infantil
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório,
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola
da educação básica, tem como finalidade o pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade,
desenvolvimento integral da criança de até 5 terá por objetivo a formação básica do cidadão,
(cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, mediante: (Redação dada pela Lei nº
intelectual e social, complementando a ação da 11.274, de 2006)
família e da comunidade. (Redação dada
pela Lei nº 12.796, de 2013) I - o desenvolvimento da capacidade de
aprender, tendo como meios básicos o pleno
Art. 30. A educação infantil será oferecida domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
em:
II - a compreensão do ambiente natural e
I - creches, ou entidades equivalentes, para social, do sistema político, da tecnologia, das artes
crianças de até três anos de idade; e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

II - pré-escolas, para as crianças de 4 III - o desenvolvimento da capacidade de


(quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
dada pela Lei nº 12.796, de 2013) conhecimentos e habilidades e a formação de
atitudes e valores;
Art. 31. A educação infantil será organizada
de acordo com as seguintes regras IV - o fortalecimento dos vínculos de família,
comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
de 2013) recíproca em que se assenta a vida social.

I - avaliação mediante acompanhamento e § 1º É facultado aos sistemas de ensino


registro do desenvolvimento das crianças, sem o desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao
ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam
12.796, de 2013)
progressão regular por série podem adotar no
II - carga horária mínima anual de 800 ensino fundamental o regime de progressão
(oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de continuada, sem prejuízo da avaliação do
200 (duzentos) dias de trabalho processo de ensino-aprendizagem, observadas as
educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, de normas do respectivo sistema de ensino.
2013)
§ 3º O ensino fundamental regular será
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 ministrado em língua portuguesa, assegurada às
(quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 comunidades indígenas a utilização de suas
(sete) horas para a jornada línguas maternas e processos próprios de
integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de aprendizagem.
2013)
§ 4º O ensino fundamental será presencial,
IV - controle de frequência pela instituição de sendo o ensino a distância utilizado como
educação pré-escolar, exigida a frequência complementação da aprendizagem ou em
mínima de 60% (sessenta por cento) do total de situações emergenciais.
horas; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

638
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5o O currículo do ensino fundamental Art. 35. O ensino médio, etapa final da
incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos educação básica, com duração mínima de três
direitos das crianças e dos adolescentes, tendo anos, terá como finalidades:
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de
1990, que institui o Estatuto da Criança e do I - a consolidação e o aprofundamento dos
Adolescente, observada a produção e distribuição conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
de material didático adequado. (Incluído possibilitando o prosseguimento de estudos;
pela Lei nº 11.525, de 2007).
II - a preparação básica para o trabalho e a
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais cidadania do educando, para continuar
será incluído como tema transversal nos currículos aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar
do ensino fundamental. (Incluído pela Lei com flexibilidade a novas condições de ocupação
nº 12.472, de 2011). ou aperfeiçoamento posteriores;

Art. 33. O ensino religioso, de matrícula III - o aprimoramento do educando como


facultativa, é parte integrante da formação básica pessoa humana, incluindo a formação ética e o
do cidadão e constitui disciplina dos horários desenvolvimento da autonomia intelectual e do
normais das escolas públicas de ensino pensamento crítico;
fundamental, assegurado o respeito à diversidade
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer
IV - a compreensão dos fundamentos
formas de proselitismo. (Redação dada
científico-tecnológicos dos processos produtivos,
pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
relacionando a teoria com a prática, no ensino de
cada disciplina.
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão
os procedimentos para a definição dos conteúdos
Art. 35-A. A Base Nacional Comum
do ensino religioso e estabelecerão as normas
Curricular definirá direitos e objetivos de
para a habilitação e admissão dos
aprendizagem do ensino médio, conforme
professores. (Incluído pela Lei nº 9.475, de
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas
22.7.1997) seguintes áreas do conhecimento: (Incluído
pela Lei nº 13.415, de 2017)
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade
civil, constituída pelas diferentes denominações
I - linguagens e suas
religiosas, para a definição dos conteúdos do tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415,
ensino religioso. (Incluído pela Lei nº de 2017)
9.475, de 22.7.1997)
II - matemática e suas
Art. 34. A jornada escolar no ensino
tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
fundamental incluirá pelo menos quatro horas de
2017)
trabalho efetivo em sala de aula, sendo
progressivamente ampliado o período de
permanência na escola. III - ciências da natureza e suas
tecnologias; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
§ 1º São ressalvados os casos do ensino
noturno e das formas alternativas de organização
autorizadas nesta Lei. IV - ciências humanas e sociais
aplicadas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
§ 2º O ensino fundamental será ministrado
progressivamente em tempo integral, a critério dos
sistemas de ensino. § 1o A parte
diversificada dos currículos de que trata o caput
do art. 26, definida em cada sistema de ensino,
Seção IV
deverá estar harmonizada à Base Nacional
Comum Curricular e ser articulada a partir do
Do Ensino Médio contexto histórico, econômico, social, ambiental e
cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)

639
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o A Base Nacional Comum Curricular moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
referente ao ensino médio incluirá 2017)
obrigatoriamente estudos e práticas de educação
física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído II - conhecimento das formas
pela Lei nº 13.415, de 2017) contemporâneas de linguagem. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3o O ensino da língua portuguesa e da
matemática será obrigatório nos três anos do Art. 36. O currículo do ensino médio será
ensino médio, assegurada às comunidades composto pela Base Nacional Comum Curricular e
indígenas, também, a utilização das respectivas por itinerários formativos, que deverão ser
línguas maternas. (Incluído pela Lei nº organizados por meio da oferta de diferentes
13.415, de 2017) arranjos curriculares, conforme a relevância para o
contexto local e a possibilidade dos sistemas de
§ 4o Os currículos do ensino médio incluirão, ensino, a saber: (Redação dada pela Lei nº
obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e 13.415, de 2017)
poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em
caráter optativo, preferencialmente o espanhol, de I - linguagens e suas
acordo com a disponibilidade de oferta, locais e tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
horários definidos pelos sistemas de 13.415, de 2017)
ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas
§ 5o A carga horária destinada ao tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
cumprimento da Base Nacional Comum Curricular 13.415, de 2017)
não poderá ser superior a mil e oitocentas horas
do total da carga horária do ensino médio, de
III - ciências da natureza e suas
acordo com a definição dos sistemas de
tecnologias; (Redação dada pela Lei nº
ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
13.415, de 2017)

§ 6o A União estabelecerá os padrões de


IV - ciências humanas e sociais
desempenho esperados para o ensino médio, que
aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 13.415,
serão referência nos processos nacionais de
de 2017)
avaliação, a partir da Base Nacional Comum
Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017) V - formação técnica e
profissional. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
§ 7o Os currículos do ensino médio deverão
considerar a formação integral do aluno, de
maneira a adotar um trabalho voltado para a § 1o A organização das áreas de que trata o
construção de seu projeto de vida e para sua caput e das respectivas competências e
formação nos aspectos físicos, cognitivos e habilidades será feita de acordo com critérios
socioemocionais. (Incluído pela Lei nº estabelecidos em cada sistema de
13.415, de 2017) ensino. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de
2017)
§ 8o Os conteúdos, as metodologias e as
formas de avaliação processual e formativa serão I - (revogado); (Redação dada pela
organizados nas redes de ensino por meio de Lei nº 13.415, de 2017)
atividades teóricas e práticas, provas orais e
escritas, seminários, projetos e atividades on-line, II - (revogado); (Redação dada pela
de tal forma que ao final do ensino médio o Lei nº 13.415, de 2017)
educando demonstre: (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017) III – (revogado). (Redação dada
pela Lei nº 11.684, de 2008)
I - domínio dos princípios científicos e
tecnológicos que presidem a produção § 2º (Revogado pela Lei nº 11.741,
de 2008)

640
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o A critério dos sistemas de ensino, de Educação e certificada pelos sistemas de
poderá ser composto itinerário formativo integrado, ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
que se traduz na composição de componentes
curriculares da Base Nacional Comum Curricular - § 9o As instituições de ensino emitirão
BNCC e dos itinerários formativos, considerando certificado com validade nacional, que habilitará o
os incisos I a V do caput. (Redação dada concluinte do ensino médio ao prosseguimento
pela Lei nº 13.415, de 2017) dos estudos em nível superior ou em outros cursos
ou formações para os quais a conclusão do ensino
§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei
2008) nº 13.415, de 2017)

§ 5o Os sistemas de ensino, mediante § 10. Além das formas de organização


disponibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao previstas no art. 23, o ensino médio poderá ser
aluno concluinte do ensino médio cursar mais um organizado em módulos e adotar o sistema de
itinerário formativo de que trata o créditos com terminalidade específica. (Incluído
caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) pela Lei nº 13.415, de 2017)

§ 6o A critério dos sistemas de ensino, a § 11. Para efeito de cumprimento das


oferta de formação com ênfase técnica e exigências curriculares do ensino médio, os
profissional considerará: (Incluído pela Lei nº sistemas de ensino poderão reconhecer
13.415, de 2017) competências e firmar convênios com instituições
de educação a distância com notório
I - a inclusão de vivências práticas de reconhecimento, mediante as seguintes formas de
trabalho no setor produtivo ou em ambientes de comprovação: (Incluído pela Lei nº 13.415, de
simulação, estabelecendo parcerias e fazendo 2017)
uso, quando aplicável, de instrumentos
estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem I - demonstração prática; (Incluído pela
profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de Lei nº 13.415, de 2017)
2017)
II - experiência de trabalho supervisionado
II - a possibilidade de concessão de ou outra experiência adquirida fora do ambiente
certificados intermediários de qualificação para o escolar; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
trabalho, quando a formação for estruturada e
organizada em etapas com III - atividades de educação técnica
terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de oferecidas em outras instituições de ensino
2017) credenciadas; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
2017)
§ 7o A oferta de formações experimentais
relacionadas ao inciso V do caput, em áreas que IV - cursos oferecidos por centros ou
não constem do Catálogo Nacional dos Cursos programas ocupacionais; (Incluído pela Lei nº
Técnicos, dependerá, para sua continuidade, do 13.415, de 2017)
reconhecimento pelo respectivo Conselho
Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da V - estudos realizados em instituições de
inserção no Catálogo Nacional dos Cursos ensino nacionais ou estrangeiras; (Incluído pela
Técnicos, no prazo de cinco anos, contados da
Lei nº 13.415, de 2017)
data de oferta inicial da formação. (Incluído pela
Lei nº 13.415, de 2017)
VI - cursos realizados por meio de educação
a distância ou educação presencial mediada por
§ 8o A oferta de formação técnica e tecnologias. (Incluído pela Lei nº 13.415, de
profissional a que se refere o inciso V do caput,
2017)
realizada na própria instituição ou em parceria com
outras instituições, deverá ser aprovada
previamente pelo Conselho Estadual de § 12. As escolas deverão orientar os alunos
Educação, homologada pelo Secretário Estadual no processo de escolha das áreas de
conhecimento ou de atuação profissional previstas
no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)

641
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção IV-A caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de
forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Da Educação Profissional Técnica de Nível
Médio I - integrada, oferecida somente a quem já
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) tenha concluído o ensino fundamental, sendo o
curso planejado de modo a conduzir o aluno à
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na habilitação profissional técnica de nível médio, na
Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida mesma instituição de ensino, efetuando-se
a formação geral do educando, poderá prepará-lo matrícula única para cada aluno; (Incluído
para o exercício de profissões pela Lei nº 11.741, de 2008)
técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008) II - concomitante, oferecida a quem ingresse
no ensino médio ou já o esteja cursando,
Parágrafo único. A preparação geral para o efetuando-se matrículas distintas para cada curso,
trabalho e, facultativamente, a habilitação e podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº
profissional poderão ser desenvolvidas nos 11.741, de 2008)
próprios estabelecimentos de ensino médio ou em
cooperação com instituições especializadas em a) na mesma instituição de ensino,
educação profissional. (Incluído pela Lei nº aproveitando-se as oportunidades educacionais
11.741, de 2008) disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008)
Art. 36-B. A educação profissional técnica
de nível médio será desenvolvida nas seguintes b) em instituições de ensino distintas,
formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de aproveitando-se as oportunidades educacionais
2008) disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de
2008)
I - articulada com o ensino
médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) c) em instituições de ensino distintas,
mediante convênios de intercomplementaridade,
II - subseqüente, em cursos destinados a visando ao planejamento e ao desenvolvimento de
quem já tenha concluído o ensino projeto pedagógico unificado. (Incluído pela
médio. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) Lei nº 11.741, de 2008)

Parágrafo único. A educação profissional Art. 36-D. Os diplomas de cursos de


técnica de nível médio deverá educação profissional técnica de nível médio,
observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de quando registrados, terão validade nacional e
2008) habilitarão ao prosseguimento de estudos na
educação superior. (Incluído pela Lei nº
I - os objetivos e definições contidos nas 11.741, de 2008)
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Parágrafo único. Os cursos de educação
Conselho Nacional de Educação; (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008) profissional técnica de nível médio, nas formas

II - as normas complementares dos articulada concomitante e subseqüente,


respectivos sistemas de ensino; (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008) quando estruturados e organizados em etapas

III - as exigências de cada instituição de com terminalidade, possibilitarão a obtenção de


ensino, nos termos de seu projeto
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de certificados de qualificação para o trabalho
2008)
após a conclusão, com aproveitamento, de
Art. 36-C. A educação profissional técnica
cada etapa que caracterize uma qualificação
de nível médio articulada, prevista no inciso I do

642
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
para o trabalho. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO III

11.741, de 2008) DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Da Educação Profissional e Tecnológica


Seção V (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)

Da Educação de Jovens e Adultos Art. 39. A educação profissional e


tecnológica, no cumprimento dos objetivos da
Art. 37. A educação de jovens e adultos será educação nacional, integra-se aos diferentes
destinada àqueles que não tiveram acesso ou níveis e modalidades de educação e às dimensões
continuidade de estudos nos ensinos fundamental do trabalho, da ciência e da
e médio na idade própria e constituirá instrumento tecnologia. (Redação dada pela Lei nº
para a educação e a aprendizagem ao longo da 11.741, de 2008)
vida. (Redação dada pela Lei nº 13.632, de
2018) § 1o Os cursos de educação profissional e
tecnológica poderão ser organizados por eixos
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão tecnológicos, possibilitando a construção de
gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não diferentes itinerários formativos, observadas as
puderam efetuar os estudos na idade regular, normas do respectivo sistema e nível de
oportunidades educacionais apropriadas, ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, § 2o A educação profissional e tecnológica
mediante cursos e exames. abrangerá os seguintes cursos: (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará
o acesso e a permanência do trabalhador na I – de formação inicial e continuada ou
escola, mediante ações integradas e qualificação profissional; (Incluído pela Lei nº
complementares entre si. 11.741, de 2008)

§ 3o A educação de jovens e adultos deverá II – de educação profissional técnica de nível


articular-se, preferencialmente, com a educação médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
profissional, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de
III – de educação profissional tecnológica de
2008)
graduação e pós-graduação. (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão
cursos e exames supletivos, que compreenderão
§ 3o Os cursos de educação profissional
a base nacional comum do currículo, habilitando
tecnológica de graduação e pós-graduação
ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
características e duração, de acordo com as
§ 1º Os exames a que se refere este artigo diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
realizar-se-ão: Conselho Nacional de Educação. (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - no nível de conclusão do ensino
fundamental, para os maiores de quinze anos; Art. 40. A educação profissional será
desenvolvida em articulação com o ensino regular
II - no nível de conclusão do ensino médio, ou por diferentes estratégias de educação
para os maiores de dezoito anos. continuada, em instituições especializadas ou no
ambiente de
§ 2º Os conhecimentos e habilidades trabalho. (Regulamento) (Regulament
adquiridos pelos educandos por meios informais o) (Regulamento)
serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

643
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 41. O conhecimento adquirido na VI - estimular o conhecimento dos problemas
educação profissional e tecnológica, inclusive no do mundo presente, em particular os nacionais e
trabalho, poderá ser objeto de avaliação, regionais, prestar serviços especializados à
reconhecimento e certificação para comunidade e estabelecer com esta uma relação
prosseguimento ou conclusão de de reciprocidade;
estudos. (Redação dada pela Lei nº 11.741,
de 2008) VII - promover a extensão, aberta à
participação da população, visando à difusão das
Art. 42. As instituições de educação conquistas e benefícios resultantes da criação
profissional e tecnológica, além dos seus cursos cultural e da pesquisa científica e tecnológica
regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à geradas na instituição.
comunidade, condicionada a matrícula à
capacidade de aproveitamento e não VIII - atuar em favor da universalização e do
necessariamente ao nível de aprimoramento da educação básica, mediante a
escolaridade. (Redação dada pela Lei nº formação e a capacitação de profissionais, a
11.741, de 2008) realização de pesquisas pedagógicas e o
desenvolvimento de atividades de extensão que
CAPÍTULO IV aproximem os dois níveis
escolares. (Incluído pela Lei nº 13.174, de
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR 2015)

Art. 43. A educação superior tem por Art. 44. A educação superior abrangerá os
finalidade: seguintes cursos e programas: (Regulamento)

I - estimular a criação cultural e o I - cursos seqüenciais por campo de saber,


desenvolvimento do espírito científico e do de diferentes níveis de abrangência, abertos a
pensamento reflexivo; candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos pelas instituições de ensino, desde
que tenham concluído o ensino médio ou
II - formar diplomados nas diferentes áreas
equivalente; (Redação dada pela Lei nº
de conhecimento, aptos para a inserção em
11.632, de 2007).
setores profissionais e para a participação no
desenvolvimento da sociedade brasileira, e
colaborar na sua formação contínua; II - de graduação, abertos a candidatos que
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e
tenham sido classificados em processo seletivo;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e
investigação científica, visando o desenvolvimento
da ciência e da tecnologia e da criação e difusão III - de pós-graduação, compreendendo
da cultura, e, desse modo, desenvolver o programas de mestrado e doutorado, cursos de
entendimento do homem e do meio em que vive; especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos
a candidatos diplomados em cursos de graduação
e que atendam às exigências das instituições de
IV - promover a divulgação de
ensino;
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de IV - de extensão, abertos a candidatos que
publicações ou de outras formas de comunicação; atendam aos requisitos estabelecidos em cada
caso pelas instituições de ensino.
V - suscitar o desejo permanente de
aperfeiçoamento cultural e profissional e § 1º O resultado do processo seletivo
possibilitar a correspondente concretização, referido no inciso II do caput deste artigo será
integrando os conhecimentos que vão sendo tornado público pela instituição de ensino superior,
adquiridos numa estrutura intelectual sendo obrigatórios a divulgação da relação
sistematizadora do conhecimento de cada nominal dos classificados, a respectiva ordem de
geração; classificação e o cronograma das chamadas para
matrícula, de acordo com os critérios para
preenchimento das vagas constantes do edital,

644
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
assegurado o direito do candidato, classificado ou redução de vagas autorizadas e em suspensão
não, a ter acesso a suas notas ou indicadores de temporária de novos ingressos e de oferta de
desempenho em provas, exames e demais cursos. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
atividades da seleção e a sua posição na ordem de
classificação de todos os § 4o É facultado ao Ministério da Educação,
candidatos. (Redação dada pela Lei nº mediante procedimento específico e com
13.826, de 2019) aquiescência da instituição de ensino, com vistas
a resguardar os interesses dos estudantes,
§ 2º No caso de empate no processo comutar as penalidades previstas nos §§ 1o e 3o
seletivo, as instituições públicas de ensino superior deste artigo por outras medidas, desde que
darão prioridade de matrícula ao candidato que adequadas para superação das deficiências e
comprove ter renda familiar inferior a dez salários irregularidades constatadas. (Incluído pela Lei nº
mínimos, ou ao de menor renda familiar, quando 13.530, de 2017)
mais de um candidato preencher o critério
inicial. (Incluído pela Lei nº 13.184, de 2015) § 5o Para fins de regulação, os Estados e o
Distrito Federal deverão adotar os critérios
§ 3o O processo seletivo referido no inciso II definidos pela União para autorização de
considerará as competências e as habilidades funcionamento de curso de graduação em
definidas na Base Nacional Comum Medicina. (Incluído pela Lei nº 13.530, de 2017)
Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de
2017) Art. 47. Na educação superior, o ano letivo
regular, independente do ano civil, tem, no mínimo,
Art. 45. A educação superior será ministrada duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo,
em instituições de ensino superior, públicas ou excluído o tempo reservado aos exames finais,
privadas, com variados graus de abrangência ou quando houver.
especialização. (Regulamento) (Regulame
nto) § 1o As instituições informarão aos
interessados, antes de cada período letivo, os
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de programas dos cursos e demais componentes
cursos, bem como o credenciamento de curriculares, sua duração, requisitos, qualificação
instituições de educação superior, terão prazos dos professores, recursos disponíveis e critérios
limitados, sendo renovados, periodicamente, após de avaliação, obrigando-se a cumprir as
processo regular de avaliação. respectivas condições, e a publicação deve ser
(Regulamento) (Regulamento) (Vide Lei nº feita, sendo as 3 (três) primeiras formas
10.870, de 2004) concomitantemente: (Redação dada pela lei
nº 13.168, de 2015)
§ 1º Após um prazo para saneamento de
deficiências eventualmente identificadas pela I - em página específica na internet no sítio
avaliação a que se refere este artigo, haverá eletrônico oficial da instituição de ensino superior,
reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, obedecido o seguinte: (Incluído pela lei nº
em desativação de cursos e habilitações, em 13.168, de 2015)
intervenção na instituição, em suspensão
temporária de prerrogativas da autonomia, ou em
a) toda publicação a que se refere esta Lei
descredenciamento. (Regulamento) (Re
deve ter como título “Grade e Corpo
gulamento) (Vide Lei nº 10.870, de 2004)
Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de
2015)
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder
Executivo responsável por sua manutenção
b) a página principal da instituição de ensino
acompanhará o processo de saneamento e
superior, bem como a página da oferta de seus
fornecerá recursos adicionais, se necessários,
cursos aos ingressantes sob a forma de
para a superação das deficiências.
vestibulares, processo seletivo e outras com a
mesma finalidade, deve conter a ligação desta
§ 3o No caso de instituição privada, além com a página específica prevista neste
das sanções previstas no § 1o deste artigo, o inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015)
processo de reavaliação poderá resultar em

645
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
c) caso a instituição de ensino superior não c) a identificação dos docentes que
possua sítio eletrônico, deve criar página ministrarão as aulas em cada curso, as disciplinas
específica para divulgação das informações de que efetivamente ministrará naquele curso ou
que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação
13.168, de 2015) profissional do docente e o tempo de casa do
docente, de forma total, contínua ou
d) a página específica deve conter a data intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, de
completa de sua última atualização; (Incluída 2015)
pela lei nº 13.168, de 2015)
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário
II - em toda propaganda eletrônica da aproveitamento nos estudos, demonstrado por
instituição de ensino superior, por meio de ligação meio de provas e outros instrumentos de avaliação
para a página referida no inciso I; (Incluído específicos, aplicados por banca examinadora
pela lei nº 13.168, de 2015) especial, poderão ter abreviada a duração dos
seus cursos, de acordo com as normas dos
sistemas de ensino.
III - em local visível da instituição de ensino
superior e de fácil acesso ao
público; (Incluído pela lei nº 13.168, de § 3º É obrigatória a freqüência de alunos e
2015) professores, salvo nos programas de educação a
distância.
IV - deve ser atualizada semestralmente ou
§ 4º As instituições de educação superior
anualmente, de acordo com a duração das
oferecerão, no período noturno, cursos de
disciplinas de cada curso oferecido, observando o
graduação nos mesmos padrões de qualidade
seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de
mantidos no período diurno, sendo obrigatória a
2015)
oferta noturna nas instituições públicas, garantida
a necessária previsão orçamentária.
a) caso o curso mantenha disciplinas com
duração diferenciada, a publicação deve ser
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores
semestral; (Incluída pela lei nº 13.168, de
reconhecidos, quando registrados, terão validade
2015) nacional como prova da formação recebida por
seu titular.
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês
antes do início das aulas; (Incluída pela lei § 1º Os diplomas expedidos pelas
nº 13.168, de 2015) universidades serão por elas próprias registrados,
e aqueles conferidos por instituições não-
c) caso haja mudança na grade do curso ou universitárias serão registrados em universidades
no corpo docente até o início das aulas, os alunos indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
devem ser comunicados sobre as
alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, de § 2º Os diplomas de graduação expedidos
2015) por universidades estrangeiras serão revalidados
por universidades públicas que tenham curso do
V - deve conter as seguintes mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-
informações: (Incluído pela lei nº 13.168, de se os acordos internacionais de reciprocidade ou
2015) equiparação.

a) a lista de todos os cursos oferecidos pela § 3º Os diplomas de Mestrado e de


instituição de ensino superior; (Incluída Doutorado expedidos por universidades
pela lei nº 13.168, de 2015) estrangeiras só poderão ser reconhecidos por
universidades que possuam cursos de pós-
b) a lista das disciplinas que compõem a graduação reconhecidos e avaliados, na mesma
área de conhecimento e em nível equivalente ou
grade curricular de cada curso e as respectivas
superior.
cargas horárias; (Incluída pela lei nº 13.168,
de 2015)

646
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 49. As instituições de educação superior II - fixar os currículos dos seus cursos e
aceitarão a transferência de alunos regulares, para programas, observadas as diretrizes gerais
cursos afins, na hipótese de existência de vagas, pertinentes;
e mediante processo seletivo.
III - estabelecer planos, programas e
Parágrafo único. As transferências ex officio projetos de pesquisa científica, produção artística
dar-se-ão na forma da lei. (Regulamento) e atividades de extensão;

Art. 50. As instituições de educação superior, IV - fixar o número de vagas de acordo com
quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula a capacidade institucional e as exigências do seu
nas disciplinas de seus cursos a alunos não meio;
regulares que demonstrarem capacidade de
cursá-las com proveito, mediante processo V - elaborar e reformar os seus estatutos e
seletivo prévio. regimentos em consonância com as normas gerais
atinentes;
Art. 51. As instituições de educação superior
credenciadas como universidades, ao deliberar VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
sobre critérios e normas de seleção e admissão de
estudantes, levarão em conta os efeitos desses
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
critérios sobre a orientação do ensino médio,
articulando-se com os órgãos normativos dos
sistemas de ensino. VIII - aprovar e executar planos, programas
e projetos de investimentos referentes a obras,
serviços e aquisições em geral, bem como
Art. 52. As universidades são instituições
administrar rendimentos conforme dispositivos
pluridisciplinares de formação dos quadros
institucionais;
profissionais de nível superior, de pesquisa, de
extensão e de domínio e cultivo do saber humano,
que se caracterizam IX - administrar os rendimentos e deles
por: (Regulamento) (Regulamento) dispor na forma prevista no ato de constituição,
nas leis e nos respectivos estatutos;
I - produção intelectual institucionalizada
mediante o estudo sistemático dos temas e X - receber subvenções, doações, heranças,
problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista legados e cooperação financeira resultante de
científico e cultural, quanto regional e nacional; convênios com entidades públicas e privadas.

II - um terço do corpo docente, pelo menos, § 1º Para garantir a autonomia didático-


com titulação acadêmica de mestrado ou científica das universidades, caberá aos seus
doutorado; colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro
dos recursos orçamentários disponíveis,
sobre: (Redação dada pela Lei nº 13.490,
III - um terço do corpo docente em regime de
de 2017)
tempo integral.
I - criação, expansão, modificação e extinção
Parágrafo único. É facultada a criação de
de cursos; (Redação dada pela Lei nº
universidades especializadas por campo do
13.490, de 2017)
saber. (Regulamento) (Regulamento)
II - ampliação e diminuição de
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são vagas; (Redação dada pela Lei nº 13.490,
asseguradas às universidades, sem prejuízo de
de 2017)
outras, as seguintes atribuições:
III - elaboração da programação dos
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos; (Redação dada pela Lei nº 13.490,
cursos e programas de educação superior de 2017)
previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais
da União e, quando for o caso, do respectivo
sistema de ensino; (Regulamento)

647
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - programação das pesquisas e das V - adotar regime financeiro e contábil que
atividades de extensão; (Redação dada atenda às suas peculiaridades de organização e
pela Lei nº 13.490, de 2017) funcionamento;

V - contratação e dispensa de VI - realizar operações de crédito ou de


professores; (Redação dada pela Lei nº financiamento, com aprovação do Poder
13.490, de 2017) competente, para aquisição de bens imóveis,
instalações e equipamentos;
VI - planos de carreira
docente. (Redação dada pela Lei nº VII - efetuar transferências, quitações e
13.490, de 2017) tomar outras providências de ordem orçamentária,
financeira e patrimonial necessárias ao seu bom
§ 2o As doações, inclusive monetárias, desempenho.
podem ser dirigidas a setores ou projetos
específicos, conforme acordo entre doadores e § 2º Atribuições de autonomia universitária
universidades. (Incluído pela Lei nº poderão ser estendidas a instituições que
13.490, de 2017) comprovem alta qualificação para o ensino ou para
a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo
§ 3o No caso das universidades públicas, os Poder Público.
recursos das doações devem ser dirigidos ao caixa
único da instituição, com destinação garantida às Art. 55. Caberá à União assegurar,
unidades a serem beneficiadas. (Incluído anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos
pela Lei nº 13.490, de 2017) suficientes para manutenção e desenvolvimento
das instituições de educação superior por ela
mantidas.
Art. 54. As universidades mantidas pelo
Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto
jurídico especial para atender às peculiaridades de Art. 56. As instituições públicas de educação
sua estrutura, organização e financiamento pelo superior obedecerão ao princípio da gestão
Poder Público, assim como dos seus planos de democrática, assegurada a existência de órgãos
carreira e do regime jurídico do seu colegiados deliberativos, de que participarão os
pessoal. (Regulamento) (Regulamento) segmentos da comunidade institucional, local e
regional.
§ 1º No exercício da sua autonomia, além
das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, Parágrafo único. Em qualquer caso, os
as universidades públicas poderão: docentes ocuparão setenta por cento dos assentos
em cada órgão colegiado e comissão, inclusive
nos que tratarem da elaboração e modificações
I - propor o seu quadro de pessoal docente,
estatutárias e regimentais, bem como da escolha
técnico e administrativo, assim como um plano de
de dirigentes.
cargos e salários, atendidas as normas gerais
pertinentes e os recursos disponíveis;
Art. 57. Nas instituições públicas de
educação superior, o professor ficará obrigado ao
II - elaborar o regulamento de seu pessoal
mínimo de oito horas semanais de
em conformidade com as normas gerais
aulas. (Regulamento)
concernentes;

CAPÍTULO V
III - aprovar e executar planos, programas e
projetos de investimentos referentes a obras,
serviços e aquisições em geral, de acordo com os DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
recursos alocados pelo respectivo Poder
mantenedor; Art. 58. Entende-se por educação especial,
para os efeitos desta Lei, a modalidade de
IV - elaborar seus orçamentos anuais e educação escolar oferecida preferencialmente na
plurianuais; rede regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou

648
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
superdotação. (Redação dada pela Lei nº V - acesso igualitário aos benefícios dos
12.796, de 2013) programas sociais suplementares disponíveis para
o respectivo nível do ensino regular.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de
apoio especializado, na escola regular, para Art. 59-A. O poder público deverá instituir
atender às peculiaridades da clientela de cadastro nacional de alunos com altas habilidades
educação especial. ou superdotação matriculados na educação básica
e na educação superior, a fim de fomentar a
§ 2º O atendimento educacional será feito execução de políticas públicas destinadas ao
em classes, escolas ou serviços especializados, desenvolvimento pleno das potencialidades desse
sempre que, em função das condições específicas alunado. (Incluído pela Lei nº 13.234, de
dos alunos, não for possível a sua integração nas 2015)
classes comuns de ensino regular.
Parágrafo único. A identificação precoce de
§ 3º A oferta de educação especial, nos alunos com altas habilidades ou superdotação, os
termos do caput deste artigo, tem início na critérios e procedimentos para inclusão no
educação infantil e estende-se ao longo da vida, cadastro referido no caput deste artigo, as
observados o inciso III do art. 4º e o parágrafo entidades responsáveis pelo cadastramento, os
único do art. 60 desta Lei. (Redação dada mecanismos de acesso aos dados do cadastro e
pela Lei nº 13.632, de 2018) as políticas de desenvolvimento das
potencialidades do alunado de que trata o caput
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão serão definidos em regulamento.
aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas
superdotação: (Redação dada pela Lei nº de ensino estabelecerão critérios de
12.796, de 2013) caracterização das instituições privadas sem fins
lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva
I - currículos, métodos, técnicas, recursos em educação especial, para fins de apoio técnico
educativos e organização específicos, para e financeiro pelo Poder Público.
atender às suas necessidades;
Parágrafo único. O poder público adotará,
II - terminalidade específica para aqueles como alternativa preferencial, a ampliação do
que não puderem atingir o nível exigido para a atendimento aos educandos com deficiência,
conclusão do ensino fundamental, em virtude de transtornos globais do desenvolvimento e altas
suas deficiências, e aceleração para concluir em habilidades ou superdotação na própria rede
menor tempo o programa escolar para os pública regular de ensino, independentemente do
superdotados; apoio às instituições previstas neste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.796,
de 2013)
III - professores com especialização
adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores TÍTULO VI
do ensino regular capacitados para a integração
desses educandos nas classes comuns; Dos Profissionais da Educação

IV - educação especial para o trabalho, Art. 61. Consideram-se profissionais da


visando a sua efetiva integração na vida em educação escolar básica os que, nela estando em
sociedade, inclusive condições adequadas para os efetivo exercício e tendo sido formados em cursos
que não revelarem capacidade de inserção no reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei
trabalho competitivo, mediante articulação com os nº 12.014, de 2009)
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas I – professores habilitados em nível médio ou
artística, intelectual ou psicomotora; superior para a docência na educação infantil e
nos ensinos fundamental e
médio; (Redação dada pela Lei nº 12.014,
de 2009)

649
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II – trabalhadores em educação portadores Art. 62. A formação de docentes para atuar
de diploma de pedagogia, com habilitação em na educação básica far-se-á em nível superior, em
administração, planejamento, supervisão, curso de licenciatura plena, admitida, como
inspeção e orientação educacional, bem como formação mínima para o exercício do magistério
com títulos de mestrado ou doutorado nas na educação infantil e nos cinco primeiros anos do
mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº ensino fundamental, a oferecida em nível médio,
12.014, de 2009) na modalidade normal. (Redação dada pela lei
nº 13.415, de 2017)
III – trabalhadores em educação, portadores
de diploma de curso técnico ou superior em área § 1º A União, o Distrito Federal, os Estados
pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº e os Municípios, em regime de colaboração,
12.014, de 2009) deverão promover a formação inicial, a continuada
e a capacitação dos profissionais de
IV - profissionais com notório saber magistério. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, 2009).
para ministrar conteúdos de áreas afins à sua
formação ou experiência profissional, atestados § 2º A formação continuada e a capacitação
por titulação específica ou prática de ensino em dos profissionais de magistério poderão utilizar
unidades educacionais da rede pública ou privada recursos e tecnologias de educação a
ou das corporações privadas em que tenham distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
atuado, exclusivamente para atender ao inciso V 2009).
do caput do art. 36; (Incluído pela lei nº
13.415, de 2017) § 3º A formação inicial de profissionais de
magistério dará preferência ao ensino presencial,
V - profissionais graduados que tenham feito subsidiariamente fazendo uso de recursos e
complementação pedagógica, conforme disposto tecnologias de educação a
pelo Conselho Nacional de distância. (Incluído pela Lei nº 12.056, de
Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2009).
2017)
§ 4o A União, o Distrito Federal, os Estados
Parágrafo único. A formação dos e os Municípios adotarão mecanismos
profissionais da educação, de modo a atender às facilitadores de acesso e permanência em cursos
especificidades do exercício de suas atividades, de formação de docentes em nível superior para
bem como aos objetivos das diferentes etapas e atuar na educação básica pública. (Incluído
modalidades da educação básica, terá como pela Lei nº 12.796, de 2013)
fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de
2009) § 5o A União, o Distrito Federal, os Estados
e os Municípios incentivarão a formação de
I – a presença de sólida formação básica, profissionais do magistério para atuar na educação
que propicie o conhecimento dos fundamentos básica pública mediante programa institucional de
científicos e sociais de suas competências de bolsa de iniciação à docência a estudantes
trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.014, de matriculados em cursos de licenciatura, de
2009) graduação plena, nas instituições de educação
superior. (Incluído pela Lei nº 12.796, de
2013)
II – a associação entre teorias e práticas,
mediante estágios supervisionados e capacitação § 6o O Ministério da Educação poderá
em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de estabelecer nota mínima em exame nacional
2009) aplicado aos concluintes do ensino médio como
pré-requisito para o ingresso em cursos de
III – o aproveitamento da formação e graduação para formação de docentes, ouvido o
experiências anteriores, em instituições de ensino Conselho Nacional de Educação -
e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº CNE. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
12.014, de 2009)
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
12.796, de 2013)

650
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 8o Os currículos dos cursos de formação Art. 63. Os institutos superiores de educação
de docentes terão por referência a Base Nacional manterão: (Regulamento)
Comum Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415,
de 2017) (Vide Lei nº 13.415, de 2017) I - cursos formadores de profissionais para a
educação básica, inclusive o curso normal
Art. 62-A. A formação dos profissionais a superior, destinado à formação de docentes para
que se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por a educação infantil e para as primeiras séries do
meio de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, ensino fundamental;
em nível médio ou superior, incluindo habilitações
tecnológicas. (Incluído pela Lei nº 12.796, II - programas de formação pedagógica para
de 2013) portadores de diplomas de educação superior que
queiram se dedicar à educação básica;
Parágrafo único. Garantir-se-á formação
continuada para os profissionais a que se refere o
III - programas de educação continuada para
caput, no local de trabalho ou em instituições de
os profissionais de educação dos diversos níveis.
educação básica e superior, incluindo cursos de
educação profissional, cursos superiores de
graduação plena ou tecnológicos e de pós- Art. 64. A formação de profissionais de
graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de educação para administração, planejamento,
2013) inspeção, supervisão e orientação educacional
para a educação básica, será feita em cursos de
Art. 62-B. O acesso de professores das graduação em pedagogia ou em nível de pós-
redes públicas de educação básica a cursos graduação, a critério da instituição de ensino,
superiores de pedagogia e licenciatura será garantida, nesta formação, a base comum
efetivado por meio de processo seletivo nacional.
diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478,
de 2017) Art. 65. A formação docente, exceto para a
educação superior, incluirá prática de ensino de,
§ 1º Terão direito de pleitear o acesso no mínimo, trezentas horas.
previsto no caput deste artigo os professores das
redes públicas municipais, estaduais e federal que Art. 66. A preparação para o exercício do
ingressaram por concurso público, tenham pelo magistério superior far-se-á em nível de pós-
menos três anos de exercício da profissão e não graduação, prioritariamente em programas de
sejam portadores de diploma de mestrado e doutorado.
graduação. (Incluído pela Lei nº 13.478,
de 2017) Parágrafo único. O notório saber,
reconhecido por universidade com curso de
§ 2o As instituições de ensino responsáveis doutorado em área afim, poderá suprir a exigência
pela oferta de cursos de pedagogia e outras de título acadêmico.
licenciaturas definirão critérios adicionais de
seleção sempre que acorrerem aos certames Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão
interessados em número superior ao de vagas a valorização dos profissionais da educação,
disponíveis para os respectivos assegurando-lhes, inclusive nos termos dos
cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de estatutos e dos planos de carreira do magistério
2017) público:

§ 3o Sem prejuízo dos concursos seletivos a I - ingresso exclusivamente por concurso


serem definidos em regulamento pelas público de provas e títulos;
universidades, terão prioridade de ingresso os
professores que optarem por cursos de II - aperfeiçoamento profissional continuado,
licenciatura em matemática, física, química, inclusive com licenciamento periódico remunerado
biologia e língua portuguesa. (Incluído para esse fim;
pela Lei nº 13.478, de 2017)
III - piso salarial profissional;

651
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - progressão funcional baseada na V - outros recursos previstos em lei.
titulação ou habilitação, e na avaliação do
desempenho; Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal
V - período reservado a estudos, e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que
planejamento e avaliação, incluído na carga de consta nas respectivas Constituições ou Leis
trabalho; Orgânicas, da receita resultante de impostos,
compreendidas as transferências constitucionais,
VI - condições adequadas de trabalho. na manutenção e desenvolvimento do ensino
público. (Vide Medida Provisória nº 773,
de 2017) (Vigência encerrada)
§ 1o A experiência docente é pré-requisito
para o exercício profissional de quaisquer outras
funções de magistério, nos termos das normas de § 1º A parcela da arrecadação de impostos
cada sistema de ensino. (Renumerado pela transferida pela União aos Estados, ao Distrito
Lei nº 11.301, de 2006) Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
respectivos Municípios, não será considerada,
para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do
art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição do governo que a transferir.
Federal, são consideradas funções de magistério
as exercidas por professores e especialistas em § 2º Serão consideradas excluídas das
educação no desempenho de atividades receitas de impostos mencionadas neste artigo as
educativas, quando exercidas em estabelecimento operações de crédito por antecipação de receita
de educação básica em seus diversos níveis e orçamentária de impostos.
modalidades, incluídas, além do exercício da
docência, as de direção de unidade escolar e as § 3º Para fixação inicial dos valores
de coordenação e assessoramento correspondentes aos mínimos estatuídos neste
pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.301, artigo, será considerada a receita estimada na lei
de 2006) do orçamento anual, ajustada, quando for o caso,
por lei que autorizar a abertura de créditos
§ 3o A União prestará assistência técnica adicionais, com base no eventual excesso de
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios arrecadação.
na elaboração de concursos públicos para
provimento de cargos dos profissionais da § 4º As diferenças entre a receita e a
educação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de despesa previstas e as efetivamente realizadas,
2013) que resultem no não atendimento dos percentuais
mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas
TÍTULO VII a cada trimestre do exercício financeiro.

Dos Recursos financeiros § 5º O repasse dos valores referidos neste


artigo do caixa da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios ocorrerá imediatamente
Art. 68. Serão recursos públicos destinados
ao órgão responsável pela educação, observados
à educação os originários de:
os seguintes prazos:
I - receita de impostos próprios da União, dos
I - recursos arrecadados do primeiro ao
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
décimo dia de cada mês, até o vigésimo dia;
II - receita de transferências constitucionais
e outras transferências; II - recursos arrecadados do décimo primeiro
ao vigésimo dia de cada mês, até o trigésimo dia;
III - receita do salário-educação e de outras
III - recursos arrecadados do vigésimo
contribuições sociais;
primeiro dia ao final de cada mês, até o décimo dia
do mês subseqüente.
IV - receita de incentivos fiscais;

652
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6º O atraso da liberação sujeitará os II - subvenção a instituições públicas ou
recursos a correção monetária e à privadas de caráter assistencial, desportivo ou
responsabilização civil e criminal das autoridades cultural;
competentes.
III - formação de quadros especiais para a
Art. 70. Considerar-se-ão como de administração pública, sejam militares ou civis,
manutenção e desenvolvimento do ensino as inclusive diplomáticos;
despesas realizadas com vistas à consecução dos
objetivos básicos das instituições educacionais de IV - programas suplementares de
todos os níveis, compreendendo as que se alimentação, assistência médico-odontológica,
destinam a: farmacêutica e psicológica, e outras formas de
assistência social;
I - remuneração e aperfeiçoamento do
pessoal docente e demais profissionais da V - obras de infra-estrutura, ainda que
educação; realizadas para beneficiar direta ou indiretamente
a rede escolar;
II - aquisição, manutenção, construção e
conservação de instalações e equipamentos VI - pessoal docente e demais trabalhadores
necessários ao ensino; da educação, quando em desvio de função ou em
atividade alheia à manutenção e desenvolvimento
III – uso e manutenção de bens e serviços do ensino.
vinculados ao ensino;
Art. 72. As receitas e despesas com
IV - levantamentos estatísticos, estudos e manutenção e desenvolvimento do ensino serão
pesquisas visando precipuamente ao apuradas e publicadas nos balanços do Poder
aprimoramento da qualidade e à expansão do Público, assim como nos relatórios a que se refere
ensino; o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.

V - realização de atividades-meio Art. 73. Os órgãos fiscalizadores


necessárias ao funcionamento dos sistemas de examinarão, prioritariamente, na prestação de
ensino; contas de recursos públicos, o cumprimento do
disposto no art. 212 da Constituição Federal, no
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
de escolas públicas e privadas; Transitórias e na legislação concernente.

VII - amortização e custeio de operações de Art. 74. A União, em colaboração com os


crédito destinadas a atender ao disposto nos Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
incisos deste artigo; estabelecerá padrão mínimo de oportunidades
educacionais para o ensino fundamental, baseado
no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
VIII - aquisição de material didático-escolar e
assegurar ensino de qualidade.
manutenção de programas de transporte escolar.

Parágrafo único. O custo mínimo de que


Art. 71. Não constituirão despesas de
trata este artigo será calculado pela União ao final
manutenção e desenvolvimento do ensino aquelas
de cada ano, com validade para o ano
realizadas com:
subseqüente, considerando variações regionais no
custo dos insumos e as diversas modalidades de
I - pesquisa, quando não vinculada às ensino.
instituições de ensino, ou, quando efetivada fora
dos sistemas de ensino, que não vise,
Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da
precipuamente, ao aprimoramento de sua
União e dos Estados será exercida de modo a
qualidade ou à sua expansão;
corrigir, progressivamente, as disparidades de
acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade
de ensino.

653
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º A ação a que se refere este artigo § 1º Os recursos de que trata este artigo
obedecerá a fórmula de domínio público que inclua poderão ser destinados a bolsas de estudo para a
a capacidade de atendimento e a medida do educação básica, na forma da lei, para os que
esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito demonstrarem insuficiência de recursos, quando
Federal ou do Município em favor da manutenção houver falta de vagas e cursos regulares da rede
e do desenvolvimento do ensino. pública de domicílio do educando, ficando o Poder
Público obrigado a investir prioritariamente na
§ 2º A capacidade de atendimento de cada expansão da sua rede local.
governo será definida pela razão entre os recursos
de uso constitucionalmente obrigatório na § 2º As atividades universitárias de pesquisa
manutenção e desenvolvimento do ensino e o e extensão poderão receber apoio financeiro do
custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo de Poder Público, inclusive mediante bolsas de
qualidade. estudo.

§ 3º Com base nos critérios estabelecidos TÍTULO VIII


nos §§ 1º e 2º, a União poderá fazer a
transferência direta de recursos a cada Das Disposições Gerais
estabelecimento de ensino, considerado o número
de alunos que efetivamente freqüentam a escola. Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com
a colaboração das agências federais de fomento à
§ 4º A ação supletiva e redistributiva não cultura e de assistência aos índios, desenvolverá
poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, programas integrados de ensino e pesquisa, para
dos Estados e dos Municípios se estes oferecerem oferta de educação escolar bilingüe e intercultural
vagas, na área de ensino de sua responsabilidade, aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:
conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso V do art.
11 desta Lei, em número inferior à sua capacidade
I - proporcionar aos índios, suas
de atendimento.
comunidades e povos, a recuperação de suas
memórias históricas; a reafirmação de suas
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva identidades étnicas; a valorização de suas línguas
prevista no artigo anterior ficará condicionada ao e ciências;
efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem
II - garantir aos índios, suas comunidades e
prejuízo de outras prescrições legais. povos, o acesso às informações, conhecimentos
técnicos e científicos da sociedade nacional e
Art. 77. Os recursos públicos serão demais sociedades indígenas e não-índias.
destinados às escolas públicas, podendo ser
dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou
Art. 79. A União apoiará técnica e
filantrópicas que: financeiramente os sistemas de ensino no
provimento da educação intercultural às
I - comprovem finalidade não-lucrativa e não comunidades indígenas, desenvolvendo
distribuam resultados, dividendos, bonificações, programas integrados de ensino e pesquisa.
participações ou parcela de seu patrimônio sob
nenhuma forma ou pretexto; § 1º Os programas serão planejados com
audiência das comunidades indígenas.
II - apliquem seus excedentes financeiros em
educação;
§ 2º Os programas a que se refere este
artigo, incluídos nos Planos Nacionais de
III - assegurem a destinação de seu Educação, terão os seguintes objetivos:
patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica
ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de
I - fortalecer as práticas sócio-culturais e a
encerramento de suas atividades;
língua materna de cada comunidade indígena;

IV - prestem contas ao Poder Público dos


recursos recebidos.

654
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - manter programas de formação de I - custos de transmissão reduzidos em
pessoal especializado, destinado à educação canais comerciais de radiodifusão sonora e de
escolar nas comunidades indígenas; sons e imagens e em outros meios de
comunicação que sejam explorados mediante
III - desenvolver currículos e programas autorização, concessão ou permissão do poder
específicos, neles incluindo os conteúdos culturais público; (Redação dada pela Lei nº 12.603,
correspondentes às respectivas comunidades; de 2012)

IV - elaborar e publicar sistematicamente II - concessão de canais com finalidades


material didático específico e diferenciado. exclusivamente educativas;

§ 3o No que se refere à educação superior, III - reserva de tempo mínimo, sem ônus
sem prejuízo de outras ações, o atendimento aos para o Poder Público, pelos concessionários de
povos indígenas efetivar-se-á, nas universidades canais comerciais.
públicas e privadas, mediante a oferta de ensino e
de assistência estudantil, assim como de estímulo Art. 81. É permitida a organização de cursos
à pesquisa e desenvolvimento de programas ou instituições de ensino experimentais, desde que
especiais. (Incluído pela Lei nº 12.416, de obedecidas as disposições desta Lei.
2011)
Art. 82. Os sistemas de ensino
Art. 79-A. (VETADO) (Incluído pela estabelecerão as normas de realização de estágio
Lei nº 10.639, de 9.1.2003) em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a
matéria. (Redação dada pela Lei nº
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 11.788, de 2008)
20 de novembro como ‘Dia Nacional da
Consciência Negra’. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único.
10.639, de 9.1.2003) (Revogado). (Redação dada pela Lei nº
11.788, de 2008)
Art. 80. O Poder Público incentivará o
desenvolvimento e a veiculação de programas de Art. 83. O ensino militar é regulado em lei
ensino a distância, em todos os níveis e específica, admitida a equivalência de estudos, de
modalidades de ensino, e de educação acordo com as normas fixadas pelos sistemas de
continuada. (Regulamento) (Regula ensino.
mento)
Art. 84. Os discentes da educação superior
§ 1º A educação a distância, organizada com poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e
abertura e regime especiais, será oferecida por pesquisa pelas respectivas instituições, exercendo
instituições especificamente credenciadas pela funções de monitoria, de acordo com seu
União. rendimento e seu plano de estudos.

§ 2º A União regulamentará os requisitos Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a


para a realização de exames e registro de diploma titulação própria poderá exigir a abertura de
relativos a cursos de educação a distância. concurso público de provas e títulos para cargo de
docente de instituição pública de ensino que
§ 3º As normas para produção, controle e estiver sendo ocupado por professor não
avaliação de programas de educação a distância e concursado, por mais de seis anos, ressalvados os
a autorização para sua implementação, caberão direitos assegurados pelos arts. 41 da Constituição
aos respectivos sistemas de ensino, podendo Federal e 19 do Ato das Disposições
haver cooperação e integração entre os diferentes Constitucionais Transitórias.
sistemas. (Regulamento)
Art. 86. As instituições de educação superior
§ 4º A educação a distância gozará de constituídas como universidades integrar-se-ão,
tratamento diferenciado, que incluirá: também, na sua condição de instituições de
pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e
Tecnologia, nos termos da legislação específica.

655
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
TÍTULO IX § 6º A assistência financeira da União aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem
Das Disposições Transitórias como a dos Estados aos seus Municípios, ficam
condicionadas ao cumprimento do art. 212 da
Constituição Federal e dispositivos legais
Art. 87. É instituída a Década da Educação,
pertinentes pelos governos beneficiados.
a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei.

§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da Art. 87-A. (VETADO). (Incluído pela lei
publicação desta Lei, encaminhará, ao Congresso nº 12.796, de 2013)
Nacional, o Plano Nacional de Educação, com
diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em Art. 88. A União, os Estados, o Distrito
sintonia com a Declaração Mundial sobre Federal e os Municípios adaptarão sua legislação
Educação para Todos. educacional e de ensino às disposições desta Lei
no prazo máximo de um ano, a partir da data de
sua
§ 2º (Revogado). (Redação dada
publicação. (Regulamento) (Regulame
pela lei nº 12.796, de 2013)
nto)
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e
§ 1º As instituições educacionais adaptarão
Município, e, supletivamente, a União,
seus estatutos e regimentos aos dispositivos desta
devem: (Redação dada pela Lei nº 11.330,
Lei e às normas dos respectivos sistemas de
de 2006)
ensino, nos prazos por estes estabelecidos.
I - (revogado); (Redação dada pela
§ 2º O prazo para que as universidades
lei nº 12.796, de 2013)
cumpram o disposto nos incisos II e III do art. 52 é
de oito anos.
a) (Revogado) (Redação dada
pela Lei nº 11.274, de 2006)
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes
ou que venham a ser criadas deverão, no prazo de
b) (Revogado) (Redação dada três anos, a contar da publicação desta Lei,
pela Lei nº 11.274, de 2006) integrar-se ao respectivo sistema de ensino.

c) (Revogado) (Redação dada Art. 90. As questões suscitadas na transição


pela Lei nº 11.274, de 2006) entre o regime anterior e o que se institui nesta Lei
serão resolvidas pelo Conselho Nacional de
II - prover cursos presenciais ou a distância Educação ou, mediante delegação deste, pelos
aos jovens e adultos insuficientemente órgãos normativos dos sistemas de ensino,
escolarizados; preservada a autonomia universitária.

III - realizar programas de capacitação para Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de
todos os professores em exercício, utilizando sua publicação.
também, para isto, os recursos da educação a
distância; Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis
nºs 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540,
IV - integrar todos os estabelecimentos de de 28 de novembro de 1968, não alteradas pelas
ensino fundamental do seu território ao sistema Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de 1995 e
nacional de avaliação do rendimento escolar. 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as
Leis nºs 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044,
§ 4º (Revogado). (Redação dada de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e
pela lei nº 12.796, de 2013) decretos-lei que as modificaram e quaisquer
outras disposições em contrário.
§ 5º Serão conjugados todos os esforços
objetivando a progressão das redes escolares Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175º da
públicas urbanas de ensino fundamental para o Independência e 108º da República.
regime de escolas de tempo integral.

656
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO *
Paulo Renato Souza

Este texto não substitui o publicado no DOU de


23.12.1996

657
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 6.202, DE 17 DE ABRIL DE 1975. Atribui à estudante em estado de gestação o
regime de exercícios domiciliares

Atribui à estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-lei nº
1.044, de 1969, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço ser aumentado o período de repouso, antes e


saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e depois do parto.
eu sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único. Em qualquer caso, é
Art. 1º A partir do oitavo mês de gestação e assegurado às estudantes em estado de gravidez
durante três meses a estudante em estado de o direito à prestação dos exames finais.
gravidez ficará assistida pelo regime de exercícios
domiciliares instituído pelo Decreto-lei número Art. 3º Esta Lei entrará em vigor na data de
1.044, 21 de outubro de 1969. sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Parágrafo único. O início e o fim do período
em que é permitido o afastamento serão Brasília, 17 de abril de 1975; 154º da
determinados por atestado médico a ser Independência e 87º da República.
apresentado à direção da escola.
Ernesto Geisel
Art. 2º Em casos excepcionais devidamente Ney Braga
comprovados mediante atestado médico, poderá

658
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 10.845, DE 5 DE MARÇO DE 2004. Institui o Programa de Complementação ao
Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência

Institui o Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado às Pessoas


Portadoras de Deficiência, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber § 3º A transferência de recursos financeiros às


que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono entidades é condicionada à aprovação prévia
a seguinte Lei: pelos Conselhos Municipais de Acompanhamento
e Controle Social do Fundo de Manutenção e
Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Fundo Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Nacional de Desenvolvimento da Educação - Valorização do Magistério - FUNDEF, de programa
FNDE, Programa de Complementação ao de aplicação que atenda aos objetivos
Atendimento Educacional Especializado às estabelecidos no art. 1º desta Le i. (Revogado pela
Pessoas Portadoras de Deficiência - PAED, em Lei nº 11.494, de 2007)
cumprimento do disposto no inciso III do art. 208
da Constituição, com os seguintes objetivos: § 4º Os recursos recebidos à conta do PAED
deverão ser aplicados pela entidade executora em
I - garantir a universalização do atendimento despesas consideradas como de manutenção e
especializado de educandos portadores de desenvolvimento do ensino, de acordo com os
deficiência cuja situação não permita a integração arts. 70 e 71 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
em classes comuns de ensino regular; de 1996.

II - garantir, progressivamente, a inserção dos Art. 3º Para os fins do disposto no art. 1º desta
educandos portadores de deficiência nas classes Lei e no art. 60 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
comuns de ensino regular. de 1996, é facultado aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios prestar apoio técnico e
Art. 2º Para os fins do disposto no art. 1º desta financeiro às entidades privadas sem fins
lucrativos que oferecem educação especial, na
Lei, a União repassará, diretamente à unidade
forma de:
executora constituída na forma de entidade
privada sem fins lucrativos que preste serviços
gratuitos na modalidade de educação especial, I - cessão de professores e profissionais
assistência financeira proporcional ao número de especializados da rede pública de ensino, bem
educandos portadores de deficiência, conforme como de material didático e pedagógico
apurado no censo escolar realizado pelo Ministério apropriado;
da Educação no exercício anterior, observado o
disposto nesta Lei. II - repasse de recursos para construções,
reformas, ampliações e aquisição de
§ 1º O Conselho Deliberativo do FNDE equipamentos;
expedirá as normas relativas aos critérios de
alocação dos recursos, valores per capita, III - oferta de transporte escolar aos
unidades executoras e caracterização de educandos portadores de deficiência matriculados
entidades, bem como as orientações e instruções nessas entidades.
necessárias à execução do PAED.
Parágrafo único. Os profissionais do
§ 2º A transferência de recursos financeiros, magistério cedidos nos termos do caput deste
objetivando a execução do PAED, será efetivada artigo , no desempenho de suas atividades, serão
automaticamente pelo FNDE, sem necessidade de considerados como em efetivo exercício no ensino
convênio, ajuste, acordo ou contrato, mediante fundamental público, para os fins do disposto no
depósito em conta-corrente específica. art. 7º da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996,
que instituiu o Fundo de Manutenção e

659
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de fevereiro do ano subseqüente ao de recebimento
Valorização do Magistério - FUNDEF. dos recursos.

Art. 4º O PAED será custeado por: § 1º O Conselho que houver aprovado o


programa de aplicação consolidará as prestações
I - recursos consignados ao FNDE, de contas, emitindo parecer conclusivo sobre cada
observados os limites de movimentação e uma, e encaminhará relatório circunstanciado ao
empenho e de pagamento da programação FNDE até 30 de abril do ano subseqüente ao de
orçamentária e financeira; recebimento dos recursos.

II - doações realizadas por entidades nacionais § 2º Fica o FNDE autorizado a suspender o


ou internacionais, públicas ou privadas; repasse dos recursos do PAED à unidade
executora que:
III - outras fontes de recursos que lhe forem
especificamente destinadas. I - descumprir o disposto no caput deste
artigo;
Parágrafo único. Os recursos de que trata o
inciso I deste artigo não excederão, por educando II - tiver sua prestação de contas rejeitada; ou
portador de deficiência, ao valor de que trata o § 1º
do art. 6º da Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de III - utilizar os recursos em desacordo com os
1996. critérios estabelecidos para a execução do PAED,
conforme constatado por análise documental ou
Art. 5º No exercício de 2003, os valores per auditoria.
capita de que trata o § 1º do art. 2º serão fixados
em 2/12 (dois duodécimos) do calculado para o Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua
ano. publicação.

Art. 6º A prestação de contas dos recursos Brasília, 5 de março de 2004; 183º da


recebidos à conta do PAED, constituída dos Independência e 116º da República.
documentos definidos pelo Conselho Deliberativo
do FNDE, será apresentada pela entidade LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
executora ao Conselho que houver aprovado o Tarso Genro
respectivo programa de aplicação, até 28 de Guido Mantega
José Dirceu de Oliveira e Silva

660
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 7.234, DE 19 DE JULHO DE 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de
Assistência Estudantil - PNAES.

Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso V - inclusão digital;


da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,
alínea “a”, da Constituição: VI - cultura;

DECRETA: VII - esporte;

Art. 1o O Programa Nacional de Assistência VIII - creche;


Estudantil – PNAES, executado no âmbito do
Ministério da Educação, tem como finalidade
IX - apoio pedagógico; e
ampliar as condições de permanência dos jovens
na educação superior pública federal.
X - acesso, participação e aprendizagem de
estudantes com deficiência, transtornos globais do
Art. 2o São objetivos do PNAES:
desenvolvimento e altas habilidades e
superdotação.
I – democratizar as condições de
permanência dos jovens na educação superior
§ 2o Caberá à instituição federal de ensino
pública federal;
superior definir os critérios e a metodologia de
seleção dos alunos de graduação a serem
II - minimizar os efeitos das desigualdades beneficiados.
sociais e regionais na permanência e conclusão da
educação superior; Art. 4o As ações de assistência estudantil
serão executadas por instituições federais de
III - reduzir as taxas de retenção e evasão; e ensino superior, abrangendo os Institutos Federais
de Educação, Ciência e Tecnologia, considerando
IV - contribuir para a promoção da inclusão suas especificidades, as áreas estratégicas de
social pela educação. ensino, pesquisa e extensão e aquelas que
atendam às necessidades identificadas por seu
Art. 3o O PNAES deverá ser implementado corpo discente.
de forma articulada com as atividades de ensino,
pesquisa e extensão, visando o atendimento de Parágrafo único. As ações de assistência
estudantes regularmente matriculados em cursos estudantil devem considerar a necessidade de
de graduação presencial das instituições federais viabilizar a igualdade de oportunidades, contribuir
de ensino superior. para a melhoria do desempenho acadêmico e agir,
preventivamente, nas situações de retenção e
§ 1o As ações de assistência estudantil do evasão decorrentes da insuficiência de condições
PNAES deverão ser desenvolvidas nas seguintes financeiras.
áreas:
Art. 5o Serão atendidos no âmbito do
I - moradia estudantil; PNAES prioritariamente estudantes oriundos da
rede pública de educação básica ou com renda
familiar per capita de até um salário mínimo e
II - alimentação;
meio, sem prejuízo de demais requisitos fixados
pelas instituições federais de ensino superior.
III - transporte;

IV - atenção à saúde;

661
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Além dos requisitos Art. 8o As despesas do PNAES correrão à
previstos no caput, as instituições federais de conta das dotações orçamentárias anualmente
ensino superior deverão fixar: consignadas ao Ministério da Educação ou às
instituições federais de ensino superior, devendo o
I - requisitos para a percepção de Poder Executivo compatibilizar a quantidade de
assistência estudantil, observado o disposto no beneficiários com as dotações orçamentárias
caput do art. 2o; e existentes, observados os limites estipulados na
forma da legislação orçamentária e financeira
II - mecanismos de acompanhamento e vigente.
avaliação do PNAES.
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
Art. 6o As instituições federais de ensino
superior prestarão todas as informações
referentes à implementação do PNAES solicitadas Brasília, 19 de julho de 2010; 189o da
pelo Ministério da Educação. Independência e 122o da República.

Art. 7o Os recursos para o PNAES serão LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


repassados às instituições federais de ensino Fernando Haddad
superior, que deverão implementar as ações de
assistência estudantil, na forma dos arts. 3o e 4o. Ministério da Educação

662
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PORTARIA No - 389, DE 9 DE MAIO DE 2013 - Cria o Programa de Bolsa
Permanência

Cria o Programa de Bolsa Permanência e dá outras providências.

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no § 1o O valor da Bolsa Permanência será


uso de suas atribuições legais, considerando o estabelecido por Resolução do FNDE, após
disposto na Lei no 5.537, de 21 de novembro de manifestação técnica das Secretarias de
1968, no Decreto no 7.234, de 19 de julho de 2010, Educação Superior e de Educação Profissional e
na Lei no 12.711, de 29 de agosto de 2012, na Lei Tecnológica, do Ministério da Educação, em valor
no 12.801, de 24 de abril de 2013 e no Decreto no não inferior ao praticado na política federal de
7.824, de 11 de outubro de 2012, resolve: concessão de bolsas de iniciação científica.

Art.1o Fica criado, no âmbito do Ministério da § 2o A Bolsa Permanência para estudantes


Educação e do Fundo Nacional de indígenas e quilombolas, matriculados em cursos
Desenvolvimento da Educação, o Programa de de graduação, será diferenciada em decorrência
Bolsa Permanência, destinado à concessão de das especificidades desses estudantes com
bolsas de permanência a estudantes de relação à organização social de suas
graduação de instituições federais de ensino comunidades, condição geográfica, costumes,
superior; línguas, crenças e tradições, amparadas pela
Constituição Federal.
I - DO PROGRAMA E SEUS OBJETIVOS
Permanência concedida a
§ 3o O valor da Bolsa
Art. 2o O Programa de Bolsa Permanência - PBP estudantes indígenas e quilombolas será
reger-se-á pelo disposto na Lei no 5.537, de 21 de estabelecido por Resolução do FNDE, após
novembro de 1968, com a redação dada pela Lei
no 12.801, de 24 de abril de 2013, no Decreto no
manifestação técnica da Secretaria de
7.234, de 19 de julho de 2010 e nesta Portaria, Educação Continuada, Alfabetização,
bem como pelas demais disposições legais Diversidade e Inclusão, do Ministério da
aplicáveis. Educação, em valor não inferior ao dobro do
valor da Bolsa Permanência destinada aos
Art. 3o O PBP tem por objetivos: demais estudantes.
I - viabilizar a permanência, no curso de
graduação, de estudantes em situação de
§ 4o Estudantes indígenas e quilombolas
vulnerabilidade socioeconômica, em especial os matriculados em cursos de licenciaturas
indígenas e quilombolas; interculturais para a formação de professores
farão jus, durante os períodos de atividades
II - reduzir custos de manutenção de vagas ociosas pedagógicas formativas na IFES, a bolsa de
em decorrência de evasão estudantil; e permanência até o limite máximo de seis
meses.
III - promover a democratização do acesso ao
ensino superior, por meio da adoção de ações
complementares de promoção do desempenho §5o Para fins desta Portaria, consideram-se
acadêmico. indígenas aqueles assim definidos no art. 1o da
Convenção no 169/1989, da Organização
Art. 4o A Bolsa Permanência é um auxílio Internacional do Trabalho - OIT, aprovada
financeiro que tem por finalidade minimizar as pelo Decreto Legislativo no 143, de 20 de
desigualdades sociais, étnico-raciais e contribuir
para permanência e diplomação dos estudantes
junho de 2002;
de graduação em situação de vulnerabilidade
socioeconômica.

663
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 6o Consideram-se quilombolas aqueles com auxílios para moradia, transporte,
assim definidos no art. 2o do Decreto no 4.887, alimentação e creche criados por atos próprios
de 20 de novembro de 2003; das instituições federais de ensino super i o r.

§ 7o A comprovação da condição de estudante Parágrafo único. Para fins de cumprimento do


indígena ou quilombola dar-se-á pelos critérios disposto no caput, a IFES informará, no ato de
estabelecidos no Anexo I. cadastro do beneficiário, a soma total dos
benefícios pecuniários de permanência
Art. 5o Poderá receber a Bolsa Permanência o recebidos pelo estudante, que não poderá
estudante que cumprir, cumulativamente, as ultrapassar o valor de 1,5 salário mínimo (um
seguintes condições: salário mínimo e meio) por estudante, salvo
para os estudantes indígenas e quilombolas.
I - possuir renda familiar per capita não
superior a 1,5 (um e meio) salário mínimo; Art. 7o A implementação e a execução do PBP
nas universidades federais serão
II - estar matriculado em cursos de graduação supervisionadas pela Secretaria de Educação
com carga horária média superior ou igual a 5 Superior - SESu e, nos institutos federais, pela
(cinco) horas diárias; Secretaria de Educação Profissional e
Tecnológica - SETEC, do Ministério da
III - não ultrapassar dois semestres do tempo Educação.
regulamentar do curso de graduação em que
estiver matriculado para se diplomar; Art. 8o As bolsas permanência serão pagas
pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
IV - ter assinado o Termo de Compromisso Educação - FNDE, de acordo com o disposto
conforme Anexo II; e na Lei no 5.537, de 21 de novembro de 1968 e
suas alterações.
V - ter seu cadastro devidamente aprovado e
mensalmente homologado pela instituição Parágrafo único. Os procedimentos para o
federal de ensino superior no âmbito do pagamento das bolsas no âmbito do PBP serão
sistema de informação do programa. estabelecidos pelo FNDE, mediante
Resolução.
§ 1o O disposto nos incisos I e II não se aplica
aos estudantes indígenas ou quilombolas. II - DOS PARTICIPANTES E SUAS
COMPETÊNCIAS
§ 2o O recebimento dos benefícios está
condicionado à existência de dotação Art. 9o São participantes do Programa de
orçamentária anualmente consignada ao Bolsas Permanência:
FNDE, devendo o Poder Executivo
compatibilizar a quantidade de beneficiários I - as Secretarias de Educação Superior - SESu,
com as dotações orçamentárias existentes, de Educação Profissional e Tecnológica -
observados os limites de movimentação e SETEC, na condição de gestoras do Programa,
empenho e de pagamento da programação e a Secretaria de Educação Continuada,
orçamentária e financeira. Alfabetização, Diversidade e Inclusão -
SECADI, na condição de assessora quanto aos
Art. 6o A Bolsa Permanência concedida pelo temas relativos aos estudantes indígenas e
Ministério da Educação é acumulável com quilombolas;
outras modalidades de bolsas acadêmicas e

664
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o Fundo Nacional de Desenvolvimento da VI - homologar as solicitações mensais de
Educação FNDE, órgão vinculado ao pagamento aos bolsistas aptos a receber o
Ministério da Educação e responsável pelo pagamento da bolsa, registradas pelas
pagamento de bolsas; e instituições federais de ensino superior no
sistema de informação específico e transmitir
III - as instituições federais de ensino superior eletronicamente ao sistema de pagamento de
- IFES que aderirem ao programa por meio do bolsas do FNDE o lote mensal para
Termo de Adesão conforme Anexo III. pagamento;

Art. 10. Compete às Secretarias de Educação VII - gerar e transmitir ao FNDE, por meio de
Superior SESu e de Educação Profissional e sistema informatizado, as alterações cadastrais
Tecnológica - SETEC, do Ministério da de bolsistas;
Educação, gestoras do Programa:
VIII - solicitar oficialmente ao FNDE a
I - nomear, por portaria, os servidores que interrupção ou cancelamento do pagamento de
serão responsáveis por homologar, por meio de bolsa a beneficiário, quando for o caso;
certificação digital, as autorizações para
pagamento dos lotes mensais de bolsas a serem IX - notificar a IFES, com cópia para o FNDE,
encaminhados ao FNDE; sobre eventuais casos de exigência de
restituição de valores recebidos indevidamente
II - coordenar o desenvolvimento, a por bolsista; e
atualização e a manutenção do sistema
informatizado específico para acompanhar a X - informar tempestivamente ao FNDE sobre
concessão das bolsas de permanência e o quaisquer ocorrências que possam ter
cumprimento das condições para as implicação no pagamento da Bolsa
solicitações de pagamento mensal aos bolsistas Permanência;
por parte das IFES;
Art. 11. Compete ao Fundo Nacional de
III - fornecer ao FNDE as metas anuais para o Desenvolvimento da Educação:
pagamento de bolsas do programa e sua
respectiva previsão de desembolso, bem como I - executar as ações necessárias para o
a estimativa da distribuição mensal de tais pagamento das bolsas;
metas e dos recursos financeiros destinados ao
pagamento das bolsas; II - elaborar, em comum acordo com a SESu ,
SECADI e a SETEC, os atos normativos
IV - transmitir eletronicamente ao sistema de relativos ao pagamento de bolsas do programa;
pagamento de bolsas do FNDE os cadastros
dos bolsistas que tenham assinado o devido III - suspender o pagamento da bolsa sempre
termo de compromisso com o programa que ocorrerem situações que justifiquem a
(Anexo II); medida, inclusive por solicitação da SESu ou
da SETEC;
V - monitorar e validar as solicitações de
pagamentos aos bolsistas registradas no IV - prestar informações às secretarias gestoras
sistema pelos gestores responsáveis pelo sempre que solicitado; e
programa em cada uma das IFES envolvidas;
V - divulgar, no portal www.fnde.gov.br, os
nomes dos beneficiários, os valores pagos a

665
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cada um deles e as IFES em que estão X - homologar o pagamento dos estudantes
matriculados. beneficiados com cronograma estabelecido
pela SESu/SETEC; e
Art. 12. Compete às Instituições Federais de
Ensino Superior: XI - criar comissão interdisciplinar com a
participação de indígenas ou quilombolas e
I - assinar eletronicamente, via sistema de membros da sociedade civil para auxiliar na
informação, o Termo de Adesão ao Programa comprovação e fiscalização da condição de
de Bolsa Permanência (Anexo III); pertencimento étnico dos estudantes indígenas
e quilombolas, bem como no acompanhamento
II - selecionar e cadastrar, via sistema de de tais estudantes no processo de adaptação
informação, os estudantes que fazem jus à acadêmica, sempre que houver estudantes
bolsa permanência; indígenas ou quilombolas beneficiados.
Parágrafo único. Poderão as IFES exigir
III - solicitar dos estudantes beneficiados documentos comprobatórios adicionais além
documentos comprobatórios de sua daqueles estabelecidos pelos incisos III e IV e
elegibilidade quanto aos critérios estabelecidos elencados no Anexo I.
por esta Portaria (Anexo I)
II - DA CONCESSÃO DAS BOLSAS
IV - arquivar, pelo período de 5 (cinco) anos,
a contar da data de desligamento do estudante Art. 13. Aos alunos beneficiados serão
do PBP, os documentos citados no inciso III; concedidas Bolsas Permanência a serem pagas
pelo FNDE/MEC diretamente aos
V - repassar mensalmente ao MEC, por meio beneficiários, mediante a assinatura, pelo
de sistema de informação, dados relativos aos estudante beneficiado, de Termo de
estudantes que fazem jus às bolsas Compromisso (Anexo II).
permanência;
Art. 14. Para que o FNDE proceda ao
VI - realizar o acompanhamento acadêmico pagamento da bolsa é indispensável que:
dos estudantes beneficiados e enviar os
resultados para o MEC, sempre que solicitado; I - o bolsista tenha assinado Termo de
Compromisso (Anexo II);
VII - designar um Pró-Reitor ou equivalente, e
seu eventual substituto, responsável pela II - o desempenho acadêmico do bolsista tenha
homologação mensal das informações dos sido informado pelo Pró-Reitor ou equivalente
estudantes beneficiados no sistema de responsável pelo Programa no âmbito da
informação e pelo bom funcionamento do instituição; e
Programa;
III - a SESu/SETEC/MEC envie ao FNDE, por
VIII - disponibilizar, via sistema de meio do sistema de informação, a solicitação
informação, os termos de compromisso de pagamento dos bolsistas, em lotes mensais
assinados pelos estudantes beneficiados devidamente atestados por certificação digital.
(Anexo II);
Art. 15. Esta Portaria entra em vigor na data de
IX - cadastrar e manter atualizadas as sua publicação.
informações sobre os alunos beneficiados;
ALOIZIO MERCADANTE OLIVA

666
ANEXO I

CRITÉRIOS PARA COMPROVAÇÃO 4. AUTÔNOMOS E PROFISSIONAIS


DO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LIBERAIS 4.1 Declaração de IRPF
DO PROGRAMA DE BOLSA acompanhada do recibo de entrega à Receita
PERMANÊNCIA Federal do Brasil e da respectiva notificação de
restituição, quando houver; 4.2 Quaisquer
I- DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA PARA declarações tributárias referentes a pessoas
COMPROVAÇÃO DA RENDA FAMILIAR jurídicas vinculadas ao candidato ou a
BRUTA MENSAL membros de sua família, quando for o caso; 4.3
Guias de recolhimento ao INSS com
1. TRABALHADORES ASSALARIADOS comprovante de pagamento do último mês,
1.1 Contracheques; 1.2 Declaração de IRPF compatíveis com a renda declarada; 4.4
acompanhada do recibo de entrega à Receita Extratos bancários dos últimos três meses.
Federal do Brasil e da respectiva notificação de
restituição, quando houver; 1.3 CTPS 5. RENDIMENTOS DE ALUGUEL OU
registrada e atualizada; 1.4 CTPS registrada e ARRENDAMENTO DE BENS MÓVEIS E
atualizada ou carnê do INSS com recolhimento IMÓVEIS 5.1 Declaração de Imposto de
em dia, no caso de empregada doméstica; 1.5 Renda Pessoa Física - IRPF acompanhada do
Extrato atualizado da conta vinculada do recibo de entrega à Receita Federal do Brasil e
trabalhador no FGTS;1.6 Extratos bancários da respectiva notificação de restituição,
dos últimos três meses. quando houver. 5.2 Extratos bancários dos
últimos três meses, pelo menos. 5.3 Contrato
2. ATIVIDADE RURAL 2.1 Declaração de de locação ou arrendamento devidamente
IRPF acompanhada do recibo de entrega à registrado em cartório acompanhado dos três
Receita Federal do Brasil e da respectiva últimos comprovantes de Recebimentos.
notificação de restituição, quando houver; 2.2
Declaração de Imposto de Renda Pessoa II - DOCUMENTAÇÃO MÍNIMA
Jurídica IRPJ; 2.3 Quaisquer declarações COMPROBATÓRIA DA CONDIÇÃO DE
tributárias referentes a pessoas jurídicas ESTUANTE INDÍGENA E QUILOMBOLA
vinculadas ao candidato ou a membros da
família, quando for o caso; 2.4 Extratos 1. Auto declaração do candidato; 2. Declaração
bancários dos últimos três meses da pessoa de sua respectiva comunidade sobre sua
física e das pessoas jurídicas vinculadas; 2.5 condição de pertencimento étnico, assinada
Notas fiscais de vendas. por pelo menos 03 (três) lideranças
reconhecidas; 3. Declaração da Fundação
3. APOSENTADOS E PENSIONISTAS 3.1 Nacional do Índio - Funai de que o estudante
Extrato mais recente do pagamento de indígena reside em comunidade indígena ou
benefício; 3.2 Declaração de IRPF comprovante de residência em comunidade
acompanhada do recibo de entrega à Receita indígena; e 4. Declaração da Fundação
Federal do Brasil e da respectiva notificação de Cultural Palmares de que o estudante
restituição, quando houver; 3.3 Extratos quilombola reside em comunidade
bancários dos últimos três meses. remanescente de quilombo ou comprovante de
residência em comunidade quilombola.
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ANEXO II

TERMO DE COMPROMISSO DO BOLSISTA

Declaro para os devidos fins que


eu,______________________________________________________,_______________________
(nacionalidade), domiciliado em _____________________________________________________
___(endereço),______________(CEP) detentor do Registro Geral _________________________
(no do RG), do Cadastro de Pessoa Física no ____________________________________(no do
CPF), filho de ___________________________________________________________(nome da
mãe), aluno(a) devidamente matriculado(a) no curso
_____________________________________(nome do Curso de Graduação) e matriculado sob o
número______________________(número da matrícula), em nível de graduação da
____________________________________________(nome da Universidade Federal ou Instituto
Federal), tenho ciência das obrigações inerentes à qualidade de bolsista do Programa de Bolsa
Permanência, e nesse sentido, COMPROMETO-ME a respeitar todas as condições previstas na
Portaria de criação do Programa e das demais normas que venham a substituir ou complementar a
legislação vigente e DECLARO que:
I - Possuo renda familiar per capita não superior a 1,5 salário-mínimo (um salário-mínimo e meio);
II - Estou matriculado em cursos de graduação com carga horária média superior ou igual a 5 (cinco)
horas diárias;
III - Não ultrapasso dois semestres do tempo regulamentar do curso de graduação em que estou
matriculado para me diplomar;
Declaro ainda que responderei civil, administrativa e criminalmente pelas informações prestadas,
inclusive no âmbito do sistema de informação do programa e AUTORIZO o FNDE a bloquear ou
estornar valores creditados em minha conta-benefício, mediante solicitação direta ao Banco do Brasil
S/A, ou proceder ao desconto nos pagamentos subsequentes, nas seguintes situações:
1) ocorrência de depósitos indevidos;
2) determinação do Poder Judiciário ou requisição do Ministério Público;
3) constatação de irregularidades na comprovação do meu desempenho acadêmico;
4) constatação de incorreções nas minhas informações cadastrais como bolsista.
OBRIGO-ME ainda a, no caso de inexistência de saldo suficiente na conta-benefício e não havendo
pagamentos futuros a serem efetuados, restituir ao FNDE, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
data do recebimento da notificação, os valores creditados indevidamente ou objeto de irregularidade
constatada. A inobservância dos requisitos citados acima, e/ou se praticada qualquer fraude pelo(a)
bolsista, implicará no cancelamento da bolsa, com a restituição integral e imediata dos recursos, de
acordo com os índices previstos em lei competente, acarretando ainda, a impossibilidade de receber
benefícios por parte de qualquer órgão vinculado ao Ministério da Educação, pelo período de cinco
anos, contados do conhecimento do fato.

Assinatura do(a) bolsista:____________________________________________________________

Local e data:______________________________________________________________________

668
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ANEXO III

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO TERMO DE ADESÃO AO PROGRAMA DE BOLSA


PERMANÊNCIA

A Instituição Federal de Ensino Superior __________________________________ (nome da IFES)


- inscrita no INEP sob o no ______________________________________ (no de registro no INEP),
neste ato representada por ____________________________________________(nome do Reitor),
detentor do Registro Geral _______________________(no do RG do Reitor) , do Cadastro de Pessoa
Física no _____________________________________ (no de CPF do Reitor), vem formalizar sua
adesão ao Programa de Bolsa Permanência.

DO OBJETIVO

CLÁUSULA PRIMEIRA - Participar como Instituição Federal de Ensino Superior no Programa de


Bolsas Permanência, habilitando-se como instituição responsável pela veracidade do cadastro e
acompanhamento acadêmico dos estudantes beneficiados pelo programa, respondendo civil,
administrativa e criminalmente pelas informações prestadas e assumindo todas as responsabilidades
e atribuições contidas na Portaria de criação do Programa e das demais normas que venham a
substituir ou complementar a legislação vigente. Parágrafo único: O Programa de Bolsas Permanência
visa viabilizar a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica; reduzir
custos de manutenção de vagas ociosas em decorrência de evasão estudantil; e promover a
democratização do acesso ao ensino superior por meio da concessão, pelo Governo Federal, de auxílio
financeiro que tem por finalidade minimizar as desigualdades sociais, étnico-raciais e contribuir para
permanência e diplomação dos estudantes de graduação em situação de vulnerabilidade
socioeconômica.

DA ADESÃO

CLÁUSULA SEGUNDA - Este Termo de Adesão, assinado pelo titular da Instituição Federal de
Ensino Superior, junto com cópia da cédula de identidade e do ato de nomeação do signatário, deve
ser disponibilizado eletronicamente no sistema de informação do programa, passando a ter eficácia a
partir da homologação de seu registro pelo gestor do sistema no âmbito do Ministério da Educação.

DA PARTICIPAÇÃO

CLÁUSULA TERCEIRA - A adesão abrange Universidades Federais e Institutos Federais de


Educação, Ciência e Tecnologia - IF habilitados a ofertar cursos com carga horária superior ou igual
a cinco horas diárias. Parágrafo primeiro: Poderá a Instituição Federal de Ensino Superior cadastrar
como beneficiários do programa os alunos que, cumulativamente, cumprirem todas as condições
estabelecidas na Portaria de criação do Programa. Parágrafo segundo: Deverá a Instituição Federal
de Ensino Superior indicar um Pró-Reitor, ou cargo equivalente, responsável pela homologação
mensal, via sistema de informação, dos dados dos estudantes que fazem jus às bolsas permanência.
Parágrafo terceiro. Sempre que houver estudantes indígenas ou quilombolas beneficiados, as IFES
devem criar comissão interdisciplinar com a participação de indígenas ou quilombolas e membros da
sociedade civil para auxiliar na comprovação e fiscalização da condição de pertencimento étnico dos

669
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estudantes indígenas e quilombolas, bem como no acompanhamento de tais estudantes no processo
de adaptação acadêmica.

DA VIGÊNCIA

CLÁUSULA QUARTA - Uma vez formalizada a adesão ao Programa de Bolsas Permanência, sua
vigência será válida por tempo indeterminado, ou até que seja solicitado o seu cancelamento pela
Instituição Federal de Ensino Superior, a qualquer tempo, mediante ofício assinado por seu titular ao
Ministério da Educação, implicando a interrupção definitiva do apoio financeiro aos estudantes
beneficiados com o programa.

DA PUBLICIDADE

CLÁUSULA QUINTA - As opções por adesão, seu cancelamento, ou desistência de participação no


Programa serão divulgadas em listas publicadas no Portal do Ministério da Educação na internet.

E, por estar de acordo com todas as condições e cláusulas deste Termo de Adesão, firmo o presente
instrumento.

______________________________________ (Local e data) ______________________

_________________________________________________________________________
(assinatura do titular da Instituição de Ensino Superior)

670
CAPÍTULO VI:
DIREITOS DA PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DEECRETO Nº 6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009 - Promulga a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Celso Luiz Nunes Amorim
no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, inciso IV, da Constituição, e
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Considerando que o Congresso
Nacional aprovou, por meio do Decreto
Preâmbulo
Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008,
conforme o procedimento do § 3º do art. 5º
da Constituição, a Convenção sobre os Os Estados Partes da presente
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Convenção,
Protocolo Facultativo, assinados em Nova
York, em 30 de março de 2007; a) Relembrando os princípios
consagrados na Carta das Nações Unidas,
Considerando que o Governo que reconhecem a dignidade e o valor
brasileiro depositou o instrumento de inerentes e os direitos iguais e inalienáveis
ratificação dos referidos atos junto ao de todos os membros da família humana
Secretário-Geral das Nações Unidas em 1o como o fundamento da liberdade, da justiça
de agosto de 2008; e da paz no mundo,

Considerando que os atos b) Reconhecendo que as Nações


internacionais em apreço entraram em vigor Unidas, na Declaração Universal dos
para o Brasil, no plano jurídico externo, em Direitos Humanos e nos Pactos
31 de agosto de 2008; Internacionais sobre Direitos Humanos,
proclamaram e concordaram que toda
pessoa faz jus a todos os direitos e
DECRETA:
liberdades ali estabelecidos, sem distinção
de qualquer espécie,
Art. 1o A Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu
c) Reafirmando a universalidade, a
Protocolo Facultativo, apensos por cópia ao
indivisibilidade, a interdependência e a inter-
presente Decreto, serão executados e
relação de todos os direitos humanos e
cumpridos tão inteiramente como neles se
liberdades fundamentais, bem como a
contém.
necessidade de garantir que todas as
pessoas com deficiência os exerçam
Art. 2o São sujeitos à aprovação do plenamente, sem discriminação,
Congresso Nacional quaisquer atos que
possam resultar em revisão dos referidos
d) Relembrando o Pacto Internacional
diplomas internacionais ou que acarretem
dos Direitos Econômicos, Sociais e
encargos ou compromissos gravosos ao
Culturais, o Pacto Internacional dos Direitos
patrimônio nacional, nos termos do art. 49,
Civis e Políticos, a Convenção Internacional
inciso I, da Constituição.
sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial, a Convenção sobre a
Art. 3o Este Decreto entra em vigor Eliminação de todas as Formas de
na data de sua publicação. Discriminação contra a Mulher, a
Convenção contra a Tortura e Outros
Brasília, 25 de agosto de 2009; 188o Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
da Independência e 121o da República. ou Degradantes, a Convenção sobre os
Direitos da Criança e a Convenção
Internacional sobre a Proteção dos Direitos

672
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de Todos os Trabalhadores Migrantes e particularmente naqueles em
Membros de suas Famílias, desenvolvimento,

e) Reconhecendo que a deficiência é m) Reconhecendo as valiosas


um conceito em evolução e que a deficiência contribuições existentes e potenciais das
resulta da interação entre pessoas com pessoas com deficiência ao bem-estar
deficiência e as barreiras devidas às comum e à diversidade de suas
atitudes e ao ambiente que impedem a comunidades, e que a promoção do pleno
plena e efetiva participação dessas pessoas exercício, pelas pessoas com deficiência, de
na sociedade em igualdade de seus direitos humanos e liberdades
oportunidades com as demais pessoas, fundamentais e de sua plena participação na
sociedade resultará no fortalecimento de
f) Reconhecendo a importância dos seu senso de pertencimento à sociedade e
princípios e das diretrizes de política, no significativo avanço do desenvolvimento
contidos no Programa de Ação Mundial para humano, social e econômico da sociedade,
as Pessoas Deficientes e nas Normas sobre bem como na erradicação da pobreza,
a Equiparação de Oportunidades para
Pessoas com Deficiência, para influenciar a n) Reconhecendo a importância, para
promoção, a formulação e a avaliação de as pessoas com deficiência, de sua
políticas, planos, programas e ações em autonomia e independência individuais,
níveis nacional, regional e internacional para inclusive da liberdade para fazer as próprias
possibilitar maior igualdade de escolhas,
oportunidades para pessoas com
deficiência, o) Considerando que as pessoas com
deficiência devem ter a oportunidade de
g) Ressaltando a importância de participar ativamente das decisões relativas
trazer questões relativas à deficiência ao a programas e políticas, inclusive aos que
centro das preocupações da sociedade lhes dizem respeito diretamente,
como parte integrante das estratégias
relevantes de desenvolvimento sustentável, p) Preocupados com as difíceis
situações enfrentadas por pessoas com
h) Reconhecendo também que a deficiência que estão sujeitas a formas
discriminação contra qualquer pessoa, por múltiplas ou agravadas de discriminação por
motivo de deficiência, configura violação da causa de raça, cor, sexo, idioma, religião,
dignidade e do valor inerentes ao ser opiniões políticas ou de outra natureza,
humano, origem nacional, étnica, nativa ou social,
propriedade, nascimento, idade ou outra
i) Reconhecendo ainda a diversidade condição,
das pessoas com deficiência,
q) Reconhecendo que mulheres e
j) Reconhecendo a necessidade de meninas com deficiência estão
promover e proteger os direitos humanos de freqüentemente expostas a maiores riscos,
todas as pessoas com deficiência, inclusive tanto no lar como fora dele, de sofrer
daquelas que requerem maior apoio, violência, lesões ou abuso, descaso ou
tratamento negligente, maus-tratos ou
exploração,
k) Preocupados com o fato de que,
não obstante esses diversos instrumentos e
compromissos, as pessoas com deficiência r) Reconhecendo que as crianças
continuam a enfrentar barreiras contra sua com deficiência devem gozar plenamente
participação como membros iguais da de todos os direitos humanos e liberdades
sociedade e violações de seus direitos fundamentais em igualdade de
humanos em todas as partes do mundo, oportunidades com as outras crianças e
relembrando as obrigações assumidas com
l) Reconhecendo a importância da esse fim pelos Estados Partes na
cooperação internacional para melhorar as Convenção sobre os Direitos da Criança,
condições de vida das pessoas com
deficiência em todos os países, s) Ressaltando a necessidade de
incorporar a perspectiva de gênero aos

673
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
esforços para promover o pleno exercício de oportunidades, tanto nos países em
dos direitos humanos e liberdades desenvolvimento como nos desenvolvidos,
fundamentais por parte das pessoas com
deficiência, Acordaram o seguinte:

t) Salientando o fato de que a maioria Artigo 1


das pessoas com deficiência vive em
condições de pobreza e, nesse sentido,
Propósito
reconhecendo a necessidade crítica de lidar
com o impacto negativo da pobreza sobre
pessoas com deficiência, O propósito da presente Convenção é
promover, proteger e assegurar o exercício
pleno e eqüitativo de todos os direitos
u) Tendo em mente que as condições
humanos e liberdades fundamentais por
de paz e segurança baseadas no pleno
todas as pessoas com deficiência e
respeito aos propósitos e princípios
promover o respeito pela sua dignidade
consagrados na Carta das Nações Unidas e
inerente.
a observância dos instrumentos de direitos
humanos são indispensáveis para a total
proteção das pessoas com deficiência, Pessoas com deficiência são aquelas
particularmente durante conflitos armados e que têm impedimentos de longo prazo de
ocupação estrangeira, natureza física, mental, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua
v) Reconhecendo a importância da
participação plena e efetiva na sociedade
acessibilidade aos meios físico, social,
em igualdades de condições com as demais
econômico e cultural, à saúde, à educação
pessoas.
e à informação e comunicação, para
possibilitar às pessoas com deficiência o
pleno gozo de todos os direitos humanos e Artigo 2
liberdades fundamentais,
Definições
w) Conscientes de que a pessoa tem
deveres para com outras pessoas e para Para os propósitos da presente
com a comunidade a que pertence e que, Convenção:
portanto, tem a responsabilidade de
esforçar-se para a promoção e a “Comunicação” abrange as
observância dos direitos reconhecidos na línguas, a visualização de textos, o
Carta Internacional dos Direitos Humanos, braille, a comunicação tátil, os caracteres
ampliados, os dispositivos de multimídia
x) Convencidos de que a família é o acessível, assim como a linguagem
núcleo natural e fundamental da sociedade simples, escrita e oral, os sistemas
e tem o direito de receber a proteção da auditivos e os meios de voz digitalizada
sociedade e do Estado e de que as pessoas e os modos, meios e formatos
com deficiência e seus familiares devem aumentativos e alternativos de
receber a proteção e a assistência comunicação, inclusive a tecnologia da
necessárias para tornar as famílias capazes informação e comunicação acessíveis;
de contribuir para o exercício pleno e
eqüitativo dos direitos das pessoas com “Língua” abrange as línguas faladas e
deficiência, de sinais e outras formas de comunicação
não-falada;
y) Convencidos de que uma
convenção internacional geral e integral “Discriminação por motivo de
para promover e proteger os direitos e a deficiência” significa qualquer diferenciação,
dignidade das pessoas com deficiência exclusão ou restrição baseada em
prestará significativa contribuição para deficiência, com o propósito ou efeito de
corrigir as profundas desvantagens sociais impedir ou impossibilitar o reconhecimento,
das pessoas com deficiência e para o desfrute ou o exercício, em igualdade de
promover sua participação na vida oportunidades com as demais pessoas, de
econômica, social e cultural, em igualdade todos os direitos humanos e liberdades

674
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fundamentais nos âmbitos político, h) O respeito pelo desenvolvimento
econômico, social, cultural, civil ou qualquer das capacidades das crianças com
outro. Abrange todas as formas de deficiência e pelo direito das crianças com
discriminação, inclusive a recusa de deficiência de preservar sua identidade.
adaptação razoável;
Artigo 4
“Adaptação razoável” significa as
modificações e os ajustes necessários e Obrigações gerais
adequados que não acarretem ônus
desproporcional ou indevido, quando
requeridos em cada caso, a fim de 1.Os Estados Partes se
assegurar que as pessoas com deficiência comprometem a assegurar e promover o
possam gozar ou exercer, em igualdade de pleno exercício de todos os direitos
oportunidades com as demais pessoas, humanos e liberdades fundamentais por
todos os direitos humanos e liberdades todas as pessoas com deficiência, sem
fundamentais; qualquer tipo de discriminação por causa de
sua deficiência. Para tanto, os Estados
Partes se comprometem a:
“Desenho universal” significa a
concepção de produtos, ambientes,
programas e serviços a serem usados, na a) Adotar todas as medidas legislativas,
maior medida possível, por todas as administrativas e de qualquer outra
pessoas, sem necessidade de adaptação ou natureza, necessárias para a realização dos
projeto específico. O “desenho universal” direitos reconhecidos na presente
não excluirá as ajudas técnicas para grupos Convenção;
específicos de pessoas com deficiência,
quando necessárias. b) Adotar todas as medidas
necessárias, inclusive legislativas, para
Artigo 3 modificar ou revogar leis, regulamentos,
costumes e práticas vigentes, que
constituírem discriminação contra pessoas
Princípios gerais
com deficiência;

Os princípios da presente Convenção


c) Levar em conta, em todos os
são:
programas e políticas, a proteção e a
a) O respeito pela dignidade promoção dos direitos humanos das
inerente, a autonomia individual, pessoas com deficiência;
inclusive a liberdade de fazer as
próprias escolhas, e a independência
d) Abster-se de participar em
das pessoas;
qualquer ato ou prática incompatível com a
presente Convenção e assegurar que as
b) A não-discriminação; autoridades públicas e instituições atuem
em conformidade com a presente
c) A plena e efetiva participação e Convenção;
inclusão na sociedade;
e) Tomar todas as medidas
d) O respeito pela diferença e pela apropriadas para eliminar a discriminação
aceitação das pessoas com deficiência baseada em deficiência, por parte de
como parte da diversidade humana e da qualquer pessoa, organização ou empresa
humanidade; privada;

e) A igualdade de oportunidades; f) Realizar ou promover a pesquisa e


o desenvolvimento de produtos, serviços,
f) A acessibilidade; equipamentos e instalações com desenho
universal, conforme definidos no Artigo 2 da
g) A igualdade entre o homem e a presente Convenção, que exijam o mínimo
mulher; possível de adaptação e cujo custo seja o
mínimo possível, destinados a atender às
necessidades específicas de pessoas com

675
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
deficiência, a promover sua disponibilidade estar contidas na legislação do Estado Parte
e seu uso e a promover o desenho universal ou no direito internacional em vigor para
quando da elaboração de normas e esse Estado. Não haverá nenhuma restrição
diretrizes; ou derrogação de qualquer dos direitos
humanos e liberdades fundamentais
g) Realizar ou promover a pesquisa e reconhecidos ou vigentes em qualquer
o desenvolvimento, bem como a Estado Parte da presente Convenção, em
disponibilidade e o emprego de novas conformidade com leis, convenções,
tecnologias, inclusive as tecnologias da regulamentos ou costumes, sob a alegação
informação e comunicação, ajudas técnicas de que a presente Convenção não
para locomoção, dispositivos e tecnologias reconhece tais direitos e liberdades ou que
assistivas, adequados a pessoas com os reconhece em menor grau.
deficiência, dando prioridade a tecnologias
de custo acessível; 5.As disposições da presente
Convenção se aplicam, sem limitação ou
h) Propiciar informação acessível exceção, a todas as unidades constitutivas
para as pessoas com deficiência a respeito dos Estados federativos.
de ajudas técnicas para locomoção,
dispositivos e tecnologias assistivas, Artigo 5
incluindo novas tecnologias bem como
outras formas de assistência, serviços de Igualdade e não-discriminação
apoio e instalações;
1.Os Estados Partes reconhecem que
i) Promover a capacitação em relação todas as pessoas são iguais perante e sob a
aos direitos reconhecidos pela presente lei e que fazem jus, sem qualquer
Convenção dos profissionais e equipes que discriminação, a igual proteção e igual
trabalham com pessoas com deficiência, de benefício da lei.
forma a melhorar a prestação de assistência
e serviços garantidos por esses direitos.
2.Os Estados Partes proibirão
qualquer discriminação baseada na
2.Em relação aos direitos deficiência e garantirão às pessoas com
econômicos, sociais e culturais, cada deficiência igual e efetiva proteção legal
Estado Parte se compromete a tomar contra a discriminação por qualquer motivo.
medidas, tanto quanto permitirem os
recursos disponíveis e, quando necessário,
no âmbito da cooperação internacional, a 3.A fim de promover a igualdade e
fim de assegurar progressivamente o pleno eliminar a discriminação, os Estados Partes
exercício desses direitos, sem prejuízo das adotarão todas as medidas apropriadas
obrigações contidas na presente para garantir que a adaptação razoável seja
Convenção que forem imediatamente oferecida.
aplicáveis de acordo com o direito
internacional. 4.Nos termos da presente
Convenção, as medidas específicas que
3.Na elaboração e implementação de forem necessárias para acelerar ou alcançar
legislação e políticas para aplicar a presente a efetiva igualdade das pessoas com
Convenção e em outros processos de deficiência não serão consideradas
tomada de decisão relativos às pessoas discriminatórias.
com deficiência, os Estados Partes
realizarão consultas estreitas e envolverão Artigo 6
ativamente pessoas com deficiência,
inclusive crianças com deficiência, por Mulheres com deficiência
intermédio de suas organizações
representativas.
1.Os Estados Partes reconhecem que
as mulheres e meninas com deficiência
4.Nenhum dispositivo da presente estão sujeitas a múltiplas formas de
Convenção afetará quaisquer disposições discriminação e, portanto, tomarão medidas
mais propícias à realização dos direitos das para assegurar às mulheres e meninas com
pessoas com deficiência, as quais possam

676
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
deficiência o pleno e igual exercício de todos aqueles relacionados a sexo e idade, em
os direitos humanos e liberdades todas as áreas da vida;
fundamentais.
c) Promover a conscientização sobre
2.Os Estados Partes tomarão todas as capacidades e contribuições das
as medidas apropriadas para assegurar o pessoas com deficiência.
pleno desenvolvimento, o avanço e o
empoderamento das mulheres, a fim de 2.As medidas para esse fim incluem:
garantir-lhes o exercício e o gozo dos
direitos humanos e liberdades fundamentais
estabelecidos na presente Convenção. a) Lançar e dar continuidade a
efetivas campanhas de conscientização
públicas, destinadas a:
Artigo 7
i) Favorecer atitude receptiva em
Crianças com deficiência relação aos direitos das pessoas com
deficiência;
1.Os Estados Partes tomarão todas
as medidas necessárias para assegurar às ii) Promover percepção positiva e
crianças com deficiência o pleno exercício maior consciência social em relação às
de todos os direitos humanos e liberdades pessoas com deficiência;
fundamentais, em igualdade de
oportunidades com as demais crianças.
iii) Promover o reconhecimento das
habilidades, dos méritos e das capacidades
2.Em todas as ações relativas às das pessoas com deficiência e de sua
crianças com deficiência, o superior contribuição ao local de trabalho e ao
interesse da criança receberá consideração mercado laboral;
primordial.
b) Fomentar em todos os níveis do
3.Os Estados Partes assegurarão sistema educacional, incluindo neles todas
que as crianças com deficiência tenham o as crianças desde tenra idade, uma atitude
direito de expressar livremente sua opinião de respeito para com os direitos das
sobre todos os assuntos que lhes disserem pessoas com deficiência;
respeito, tenham a sua opinião devidamente
valorizada de acordo com sua idade e
maturidade, em igualdade de oportunidades c) Incentivar todos os órgãos da mídia
com as demais crianças, e recebam a retratar as pessoas com deficiência de
atendimento adequado à sua deficiência e maneira compatível com o propósito da
idade, para que possam exercer tal direito. presente Convenção;

Artigo 8 d) Promover programas de formação


sobre sensibilização a respeito das pessoas
com deficiência e sobre os direitos das
Conscientização pessoas com deficiência.

1.Os Estados Partes se Artigo 9


comprometem a adotar medidas imediatas,
efetivas e apropriadas para:
Acessibilidade
a) Conscientizar toda a sociedade, inclusive
as famílias, sobre as condições das pessoas 1.A fim de possibilitar às pessoas com
com deficiência e fomentar o respeito pelos deficiência viver de forma independente e
direitos e pela dignidade das pessoas com participar plenamente de todos os aspectos
deficiência; da vida, os Estados Partes tomarão as
medidas apropriadas para assegurar às
pessoas com deficiência o acesso, em
b) Combater estereótipos, igualdade de oportunidades com as demais
preconceitos e práticas nocivas em relação pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
a pessoas com deficiência, inclusive informação e comunicação, inclusive aos

677
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sistemas e tecnologias da informação e g) Promover o acesso de pessoas
comunicação, bem como a outros serviços e com deficiência a novos sistemas e
instalações abertos ao público ou de uso tecnologias da informação e comunicação,
público, tanto na zona urbana como na rural. inclusive à Internet;
Essas medidas, que incluirão a identificação
e a eliminação de obstáculos e barreiras à h) Promover, desde a fase inicial, a
acessibilidade, serão aplicadas, entre concepção, o desenvolvimento, a produção
outros, a: e a disseminação de sistemas e tecnologias
de informação e comunicação, a fim de que
a) Edifícios, rodovias, meios de transporte e esses sistemas e tecnologias se tornem
outras instalações internas e externas, acessíveis a custo mínimo.
inclusive escolas, residências, instalações
médicas e local de trabalho; Artigo 10

b) Informações, comunicações e Direito à vida


outros serviços, inclusive serviços
eletrônicos e serviços de emergência.
Os Estados Partes reafirmam que
todo ser humano tem o inerente direito à
2.Os Estados Partes também vida e tomarão todas as medidas
tomarão medidas apropriadas para: necessárias para assegurar o efetivo
exercício desse direito pelas pessoas com
a) Desenvolver, promulgar e monitorar a deficiência, em igualdade de oportunidades
implementação de normas e diretrizes com as demais pessoas.
mínimas para a acessibilidade das
instalações e dos serviços abertos ao Artigo 11
público ou de uso público;
Situações de risco e emergências
b) Assegurar que as entidades humanitárias
privadas que oferecem instalações e
serviços abertos ao público ou de uso
público levem em consideração todos os Em conformidade com suas
aspectos relativos à acessibilidade para obrigações decorrentes do direito
pessoas com deficiência; internacional, inclusive do direito
humanitário internacional e do direito
internacional dos direitos humanos, os
c) Proporcionar, a todos os atores Estados Partes tomarão todas as medidas
envolvidos, formação em relação às necessárias para assegurar a proteção e a
questões de acessibilidade com as quais as segurança das pessoas com deficiência que
pessoas com deficiência se confrontam; se encontrarem em situações de risco,
inclusive situações de conflito armado,
d) Dotar os edifícios e outras emergências humanitárias e ocorrência de
instalações abertas ao público ou de uso desastres naturais.
público de sinalização em braille e em
formatos de fácil leitura e compreensão; Artigo 12

e) Oferecer formas de assistência Reconhecimento igual perante a lei


humana ou animal e serviços de
mediadores, incluindo guias, ledores e
intérpretes profissionais da língua de sinais, 1.Os Estados Partes reafirmam que
para facilitar o acesso aos edifícios e outras as pessoas com deficiência têm o direito de
instalações abertas ao público ou de uso ser reconhecidas em qualquer lugar como
público; pessoas perante a lei.

f) Promover outras formas 2.Os Estados Partes reconhecerão


apropriadas de assistência e apoio a que as pessoas com deficiência gozam de
pessoas com deficiência, a fim de assegurar capacidade legal em igualdade de
a essas pessoas o acesso a informações; condições com as demais pessoas em todos
os aspectos da vida.

678
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
3.Os Estados Partes tomarão apropriada daqueles que trabalham na área
medidas apropriadas para prover o acesso de administração da justiça, inclusive a
de pessoas com deficiência ao apoio que polícia e os funcionários do sistema
necessitarem no exercício de sua penitenciário.
capacidade legal.
Artigo 14
4.Os Estados Partes assegurarão
que todas as medidas relativas ao exercício Liberdade e segurança da pessoa
da capacidade legal incluam salvaguardas
apropriadas e efetivas para prevenir abusos,
em conformidade com o direito internacional 1.Os Estados Partes assegurarão
dos direitos humanos. Essas salvaguardas que as pessoas com deficiência, em
assegurarão que as medidas relativas ao igualdade de oportunidades com as demais
exercício da capacidade legal respeitem os pessoas:
direitos, a vontade e as preferências da
pessoa, sejam isentas de conflito de a) Gozem do direito à liberdade e à
interesses e de influência indevida, sejam segurança da pessoa; e
proporcionais e apropriadas às
circunstâncias da pessoa, se apliquem pelo b) Não sejam privadas ilegal ou
período mais curto possível e sejam arbitrariamente de sua liberdade e que toda
submetidas à revisão regular por uma privação de liberdade esteja em
autoridade ou órgão judiciário competente, conformidade com a lei, e que a existência
independente e imparcial. As salvaguardas de deficiência não justifique a privação de
serão proporcionais ao grau em que tais liberdade.
medidas afetarem os direitos e interesses da
pessoa.
2.Os Estados Partes assegurarão
que, se pessoas com deficiência forem
5.Os Estados Partes, sujeitos ao privadas de liberdade mediante algum
disposto neste Artigo, tomarão todas as processo, elas, em igualdade de
medidas apropriadas e efetivas para oportunidades com as demais pessoas,
assegurar às pessoas com deficiência o façam jus a garantias de acordo com o
igual direito de possuir ou herdar bens, de direito internacional dos direitos humanos e
controlar as próprias finanças e de ter igual sejam tratadas em conformidade com os
acesso a empréstimos bancários, hipotecas objetivos e princípios da presente
e outras formas de crédito financeiro, e Convenção, inclusive mediante a provisão
assegurarão que as pessoas com de adaptação razoável.
deficiência não sejam arbitrariamente
destituídas de seus bens.
Artigo 15

Artigo 13
Prevenção contra tortura ou tratamentos ou
penas cruéis,
Acesso à justiça
desumanos ou degradantes
1.Os Estados Partes assegurarão o
efetivo acesso das pessoas com deficiência
1.Nenhuma pessoa será submetida à
à justiça, em igualdade de condições com as
tortura ou a tratamentos ou penas cruéis,
demais pessoas, inclusive mediante a
desumanos ou degradantes. Em especial,
provisão de adaptações processuais
nenhuma pessoa deverá ser sujeita a
adequadas à idade, a fim de facilitar o
experimentos médicos ou científicos sem
efetivo papel das pessoas com deficiência
seu livre consentimento.
como participantes diretos ou indiretos,
inclusive como testemunhas, em todos os
procedimentos jurídicos, tais como 2.Os Estados Partes tomarão todas
investigações e outras etapas preliminares. as medidas efetivas de natureza legislativa,
administrativa, judicial ou outra para evitar
que pessoas com deficiência, do mesmo
2.A fim de assegurar às pessoas com
modo que as demais pessoas, sejam
deficiência o efetivo acesso à justiça, os
Estados Partes promoverão a capacitação

679
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
submetidas à tortura ou a tratamentos ou políticas voltadas para mulheres e crianças,
penas cruéis, desumanos ou degradantes. a fim de assegurar que os casos de
exploração, violência e abuso contra
Artigo 16 pessoas com deficiência sejam
identificados, investigados e, caso
necessário, julgados.
Prevenção contra a exploração, a violência
e o abuso
Artigo 17
1.Os Estados Partes tomarão todas
as medidas apropriadas de natureza Proteção da integridade da pessoa
legislativa, administrativa, social,
educacional e outras para proteger as Toda pessoa com deficiência tem o direito a
pessoas com deficiência, tanto dentro como que sua integridade física e mental seja
fora do lar, contra todas as formas de respeitada, em igualdade de condições com
exploração, violência e abuso, incluindo as demais pessoas.
aspectos relacionados a gênero.
Artigo 18
2.Os Estados Partes também
tomarão todas as medidas apropriadas para Liberdade de movimentação e
prevenir todas as formas de exploração, nacionalidade
violência e abuso, assegurando, entre
outras coisas, formas apropriadas de
atendimento e apoio que levem em conta o 1.Os Estados Partes reconhecerão os
gênero e a idade das pessoas com direitos das pessoas com deficiência à
deficiência e de seus familiares e liberdade de movimentação, à liberdade de
atendentes, inclusive mediante a provisão escolher sua residência e à nacionalidade,
de informação e educação sobre a maneira em igualdade de oportunidades com as
de evitar, reconhecer e denunciar casos de demais pessoas, inclusive assegurando que
exploração, violência e abuso. Os Estados as pessoas com deficiência:
Partes assegurarão que os serviços de
proteção levem em conta a idade, o gênero a) Tenham o direito de adquirir
e a deficiência das pessoas. nacionalidade e mudar de nacionalidade e
não sejam privadas arbitrariamente de sua
3.A fim de prevenir a ocorrência de nacionalidade em razão de sua deficiência.
quaisquer formas de exploração, violência e
abuso, os Estados Partes assegurarão que b) Não sejam privadas, por causa de
todos os programas e instalações sua deficiência, da competência de obter,
destinados a atender pessoas com possuir e utilizar documento comprovante
deficiência sejam efetivamente monitorados de sua nacionalidade ou outro documento
por autoridades independentes. de identidade, ou de recorrer a processos
relevantes, tais como procedimentos
4.Os Estados Partes tomarão todas relativos à imigração, que forem
as medidas apropriadas para promover a necessários para facilitar o exercício de seu
recuperação física, cognitiva e psicológica, direito à liberdade de movimentação.
inclusive mediante a provisão de serviços de
proteção, a reabilitação e a reinserção social c) Tenham liberdade de sair de
de pessoas com deficiência que forem qualquer país, inclusive do seu; e
vítimas de qualquer forma de exploração,
violência ou abuso. Tais recuperação e d) Não sejam privadas,
reinserção ocorrerão em ambientes que arbitrariamente ou por causa de sua
promovam a saúde, o bem-estar, o auto- deficiência, do direito de entrar no próprio
respeito, a dignidade e a autonomia da país.
pessoa e levem em consideração as
necessidades de gênero e idade.
2.As crianças com deficiência serão
registradas imediatamente após o
5.Os Estados Partes adotarão leis e nascimento e terão, desde o nascimento, o
políticas efetivas, inclusive legislação e direito a um nome, o direito de adquirir

680
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nacionalidade e, tanto quanto possível, o momento em que elas quiserem, e a custo
direito de conhecer seus pais e de ser acessível;
cuidadas por eles.
b) Facilitando às pessoas com
Artigo 19 deficiência o acesso a tecnologias
assistivas, dispositivos e ajudas técnicas de
Vida independente e inclusão na qualidade, e formas de assistência humana
comunidade ou animal e de mediadores, inclusive
tornando-os disponíveis a custo acessível;
Os Estados Partes desta Convenção
reconhecem o igual direito de todas as c) Propiciando às pessoas com
pessoas com deficiência de viver na deficiência e ao pessoal especializado uma
comunidade, com a mesma liberdade de capacitação em técnicas de mobilidade;
escolha que as demais pessoas, e tomarão
medidas efetivas e apropriadas para facilitar d) Incentivando entidades que
às pessoas com deficiência o pleno gozo produzem ajudas técnicas de mobilidade,
desse direito e sua plena inclusão e dispositivos e tecnologias assistivas a
participação na comunidade, inclusive levarem em conta todos os aspectos
assegurando que: relativos à mobilidade de pessoas com
deficiência.
a) As pessoas com deficiência
possam escolher seu local de residência e Artigo 21
onde e com quem morar, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, e Liberdade de expressão e de opinião e
que não sejam obrigadas a viver em acesso à informação
determinado tipo de moradia;
Os Estados Partes tomarão todas as
b) As pessoas com deficiência medidas apropriadas para assegurar que as
tenham acesso a uma variedade de serviços pessoas com deficiência possam exercer
de apoio em domicílio ou em instituições seu direito à liberdade de expressão e
residenciais ou a outros serviços opinião, inclusive à liberdade de buscar,
comunitários de apoio, inclusive os serviços receber e compartilhar informações e idéias,
de atendentes pessoais que forem em igualdade de oportunidades com as
necessários como apoio para que as demais pessoas e por intermédio de todas
pessoas com deficiência vivam e sejam as formas de comunicação de sua escolha,
incluídas na comunidade e para evitar que conforme o disposto no Artigo 2 da presente
fiquem isoladas ou segregadas da Convenção, entre as quais:
comunidade;
a) Fornecer, prontamente e sem custo
c) Os serviços e instalações da adicional, às pessoas com deficiência, todas
comunidade para a população em geral as informações destinadas ao público em
estejam disponíveis às pessoas com geral, em formatos acessíveis e tecnologias
deficiência, em igualdade de oportunidades, apropriadas aos diferentes tipos de
e atendam às suas necessidades. deficiência;

Artigo 20 b) Aceitar e facilitar, em trâmites


oficiais, o uso de línguas de sinais, braille,
Mobilidade pessoal comunicação aumentativa e alternativa, e
de todos os demais meios, modos e
Os Estados Partes tomarão medidas formatos acessíveis de comunicação, à
efetivas para assegurar às pessoas com escolha das pessoas com deficiência;
deficiência sua mobilidade pessoal com a
máxima independência possível: c) Urgir as entidades privadas que
oferecem serviços ao público em geral,
a) Facilitando a mobilidade pessoal das inclusive por meio da Internet, a fornecer
pessoas com deficiência, na forma e no informações e serviços em formatos

681
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
acessíveis, que possam ser usados por planejamento familiar, bem como os meios
pessoas com deficiência; necessários para exercer esses direitos.

d) Incentivar a mídia, inclusive os c) As pessoas com deficiência,


provedores de informação pela Internet, a inclusive crianças, conservem sua
tornar seus serviços acessíveis a pessoas fertilidade, em igualdade de condições com
com deficiência; as demais pessoas.

e) Reconhecer e promover o uso de 2.Os Estados Partes assegurarão os


línguas de sinais. direitos e responsabilidades das pessoas
com deficiência, relativos à guarda,
Artigo 22 custódia, curatela e adoção de crianças ou
instituições semelhantes, caso esses
conceitos constem na legislação nacional.
Respeito à privacidade Em todos os casos, prevalecerá o superior
interesse da criança. Os Estados Partes
1.Nenhuma pessoa com deficiência, prestarão a devida assistência às pessoas
qualquer que seja seu local de residência ou com deficiência para que essas pessoas
tipo de moradia, estará sujeita a possam exercer suas responsabilidades na
interferência arbitrária ou ilegal em sua criação dos filhos.
privacidade, família, lar, correspondência ou
outros tipos de comunicação, nem a ataques 3.Os Estados Partes assegurarão
ilícitos à sua honra e reputação. As pessoas que as crianças com deficiência terão iguais
com deficiência têm o direito à proteção da direitos em relação à vida familiar. Para a
lei contra tais interferências ou ataques. realização desses direitos e para evitar
ocultação, abandono, negligência e
2.Os Estados Partes protegerão a segregação de crianças com deficiência, os
privacidade dos dados pessoais e dados Estados Partes fornecerão prontamente
relativos à saúde e à reabilitação de informações abrangentes sobre serviços e
pessoas com deficiência, em igualdade de apoios a crianças com deficiência e suas
condições com as demais pessoas. famílias.

Artigo 23 4.Os Estados Partes assegurarão


que uma criança não será separada de seus
Respeito pelo lar e pela família pais contra a vontade destes, exceto quando
autoridades competentes, sujeitas a
controle jurisdicional, determinarem, em
1.Os Estados Partes tomarão
conformidade com as leis e procedimentos
medidas efetivas e apropriadas para
aplicáveis, que a separação é necessária,
eliminar a discriminação contra pessoas
no superior interesse da criança. Em
com deficiência, em todos os aspectos
nenhum caso, uma criança será separada
relativos a casamento, família, paternidade
dos pais sob alegação de deficiência da
e relacionamentos, em igualdade de
criança ou de um ou ambos os pais.
condições com as demais pessoas, de
modo a assegurar que:
5.Os Estados Partes, no caso em que
a família imediata de uma criança com
a) Seja reconhecido o direito das pessoas
deficiência não tenha condições de cuidar
com deficiência, em idade de contrair
da criança, farão todo esforço para que
matrimônio, de casar-se e estabelecer
cuidados alternativos sejam oferecidos por
família, com base no livre e pleno
outros parentes e, se isso não for possível,
consentimento dos pretendentes;
dentro de ambiente familiar, na
comunidade.
b) Sejam reconhecidos os direitos das
pessoas com deficiência de decidir livre e
Artigo 24
responsavelmente sobre o número de filhos
e o espaçamento entre esses filhos e de ter
acesso a informações adequadas à idade e Educação
a educação em matéria de reprodução e de

682
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1.Os Estados Partes reconhecem o 3.Os Estados Partes assegurarão às
direito das pessoas com deficiência à pessoas com deficiência a possibilidade de
educação. Para efetivar esse direito sem adquirir as competências práticas e sociais
discriminação e com base na igualdade de necessárias de modo a facilitar às pessoas
oportunidades, os Estados Partes com deficiência sua plena e igual
assegurarão sistema educacional inclusivo participação no sistema de ensino e na vida
em todos os níveis, bem como o em comunidade. Para tanto, os Estados
aprendizado ao longo de toda a vida, com os Partes tomarão medidas apropriadas,
seguintes objetivos: incluindo:

a) O pleno desenvolvimento do potencial a) Facilitação do aprendizado do braille,


humano e do senso de dignidade e auto- escrita alternativa, modos, meios e formatos
estima, além do fortalecimento do respeito de comunicação aumentativa e alternativa,
pelos direitos humanos, pelas liberdades e habilidades de orientação e mobilidade,
fundamentais e pela diversidade humana; além de facilitação do apoio e
aconselhamento de pares;
b) O máximo desenvolvimento
possível da personalidade e dos talentos e b) Facilitação do aprendizado da
da criatividade das pessoas com deficiência, língua de sinais e promoção da identidade
assim como de suas habilidades físicas e lingüística da comunidade surda;
intelectuais;
c) Garantia de que a educação de
c) A participação efetiva das pessoas pessoas, em particular crianças cegas,
com deficiência em uma sociedade livre. surdocegas e surdas, seja ministrada nas
línguas e nos modos e meios de
2.Para a realização desse direito, os comunicação mais adequados ao indivíduo
Estados Partes assegurarão que: e em ambientes que favoreçam ao máximo
seu desenvolvimento acadêmico e social.
a) As pessoas com deficiência não sejam
excluídas do sistema educacional geral sob 4.A fim de contribuir para o exercício
alegação de deficiência e que as crianças desse direito, os Estados Partes tomarão
com deficiência não sejam excluídas do medidas apropriadas para empregar
ensino primário gratuito e compulsório ou do professores, inclusive professores com
ensino secundário, sob alegação de deficiência, habilitados para o ensino da
deficiência; língua de sinais e/ou do braille, e para
capacitar profissionais e equipes atuantes
em todos os níveis de ensino. Essa
b) As pessoas com deficiência capacitação incorporará a conscientização
possam ter acesso ao ensino primário da deficiência e a utilização de modos,
inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao meios e formatos apropriados de
ensino secundário, em igualdade de comunicação aumentativa e alternativa, e
condições com as demais pessoas na técnicas e materiais pedagógicos, como
comunidade em que vivem; apoios para pessoas com deficiência.

c) Adaptações razoáveis de acordo 5.Os Estados Partes assegurarão


com as necessidades individuais sejam que as pessoas com deficiência possam ter
providenciadas; acesso ao ensino superior em geral,
treinamento profissional de acordo com sua
d) As pessoas com deficiência vocação, educação para adultos e formação
recebam o apoio necessário, no âmbito do continuada, sem discriminação e em
sistema educacional geral, com vistas a igualdade de condições. Para tanto, os
facilitar sua efetiva educação; Estados Partes assegurarão a provisão de
adaptações razoáveis para pessoas com
e) Medidas de apoio individualizadas deficiência.
e efetivas sejam adotadas em ambientes
que maximizem o desenvolvimento Artigo 25
acadêmico e social, de acordo com a meta
de inclusão plena.

683
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Saúde f) Prevenirão que se negue, de
maneira discriminatória, os serviços de
Os Estados Partes reconhecem que saúde ou de atenção à saúde ou a
as pessoas com deficiência têm o direito de administração de alimentos sólidos ou
gozar do estado de saúde mais elevado líquidos por motivo de deficiência.
possível, sem discriminação baseada na
deficiência. Os Estados Partes tomarão Artigo 26
todas as medidas apropriadas para
assegurar às pessoas com deficiência o Habilitação e reabilitação
acesso a serviços de saúde, incluindo os
serviços de reabilitação, que levarão em
conta as especificidades de gênero. Em 1.Os Estados Partes tomarão
especial, os Estados Partes: medidas efetivas e apropriadas, inclusive
mediante apoio dos pares, para possibilitar
que as pessoas com deficiência conquistem
a) Oferecerão às pessoas com deficiência e conservem o máximo de autonomia e
programas e atenção à saúde gratuitos ou a plena capacidade física, mental, social e
custos acessíveis da mesma variedade, profissional, bem como plena inclusão e
qualidade e padrão que são oferecidos às participação em todos os aspectos da vida.
demais pessoas, inclusive na área de saúde Para tanto, os Estados Partes organizarão,
sexual e reprodutiva e de programas de fortalecerão e ampliarão serviços e
saúde pública destinados à população em programas completos de habilitação e
geral; reabilitação, particularmente nas áreas de
saúde, emprego, educação e serviços
b) Propiciarão serviços de saúde que sociais, de modo que esses serviços e
as pessoas com deficiência necessitam programas:
especificamente por causa de sua
deficiência, inclusive diagnóstico e a) Comecem no estágio mais precoce
intervenção precoces, bem como serviços possível e sejam baseados em avaliação
projetados para reduzir ao máximo e multidisciplinar das necessidades e pontos
prevenir deficiências adicionais, inclusive fortes de cada pessoa;
entre crianças e idosos;
b) Apóiem a participação e a inclusão
c) Propiciarão esses serviços de na comunidade e em todos os aspectos da
saúde às pessoas com deficiência, o mais vida social, sejam oferecidos
próximo possível de suas comunidades, voluntariamente e estejam disponíveis às
inclusive na zona rural; pessoas com deficiência o mais próximo
possível de suas comunidades, inclusive na
d) Exigirão dos profissionais de saúde zona rural.
que dispensem às pessoas com deficiência
a mesma qualidade de serviços dispensada 2.Os Estados Partes promoverão o
às demais pessoas e, principalmente, que desenvolvimento da capacitação inicial e
obtenham o consentimento livre e continuada de profissionais e de equipes
esclarecido das pessoas com deficiência que atuam nos serviços de habilitação e
concernentes. Para esse fim, os Estados reabilitação.
Partes realizarão atividades de formação e
definirão regras éticas para os setores de
saúde público e privado, de modo a 3.Os Estados Partes promoverão a
conscientizar os profissionais de saúde disponibilidade, o conhecimento e o uso de
acerca dos direitos humanos, da dignidade, dispositivos e tecnologias assistivas,
autonomia e das necessidades das pessoas projetados para pessoas com deficiência e
com deficiência; relacionados com a habilitação e a
reabilitação.
e) Proibirão a discriminação contra
pessoas com deficiência na provisão de Artigo 27
seguro de saúde e seguro de vida, caso tais
seguros sejam permitidos pela legislação Trabalho e emprego
nacional, os quais deverão ser providos de
maneira razoável e justa;

684
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1.Os Estados Partes reconhecem o g) Empregar pessoas com deficiência
direito das pessoas com deficiência ao no setor público;
trabalho, em igualdade de oportunidades
com as demais pessoas. Esse direito h) Promover o emprego de pessoas
abrange o direito à oportunidade de se com deficiência no setor privado, mediante
manter com um trabalho de sua livre escolha políticas e medidas apropriadas, que
ou aceitação no mercado laboral, em poderão incluir programas de ação
ambiente de trabalho que seja aberto, afirmativa, incentivos e outras medidas;
inclusivo e acessível a pessoas com
deficiência. Os Estados Partes
salvaguardarão e promoverão a realização i) Assegurar que adaptações
do direito ao trabalho, inclusive daqueles razoáveis sejam feitas para pessoas com
que tiverem adquirido uma deficiência no deficiência no local de trabalho;
emprego, adotando medidas apropriadas,
incluídas na legislação, com o fim de, entre j) Promover a aquisição de
outros: experiência de trabalho por pessoas com
deficiência no mercado aberto de trabalho;
a) Proibir a discriminação baseada na
deficiência com respeito a todas as k) Promover reabilitação profissional,
questões relacionadas com as formas de manutenção do emprego e programas de
emprego, inclusive condições de retorno ao trabalho para pessoas com
recrutamento, contratação e admissão, deficiência.
permanência no emprego, ascensão
profissional e condições seguras e salubres 2.Os Estados Partes assegurarão
de trabalho; que as pessoas com deficiência não serão
mantidas em escravidão ou servidão e que
b) Proteger os direitos das pessoas serão protegidas, em igualdade de
com deficiência, em condições de igualdade condições com as demais pessoas, contra o
com as demais pessoas, às condições trabalho forçado ou compulsório.
justas e favoráveis de trabalho, incluindo
iguais oportunidades e igual remuneração Artigo 28
por trabalho de igual valor, condições
seguras e salubres de trabalho, além de
Padrão de vida e proteção social
reparação de injustiças e proteção contra o
adequados
assédio no trabalho;

1.Os Estados Partes reconhecem o


c) Assegurar que as pessoas com
direito das pessoas com deficiência a um
deficiência possam exercer seus direitos
padrão adequado de vida para si e para
trabalhistas e sindicais, em condições de
suas famílias, inclusive alimentação,
igualdade com as demais pessoas;
vestuário e moradia adequados, bem como
à melhoria contínua de suas condições de
d) Possibilitar às pessoas com vida, e tomarão as providências necessárias
deficiência o acesso efetivo a programas de para salvaguardar e promover a realização
orientação técnica e profissional e a serviços desse direito sem discriminação baseada na
de colocação no trabalho e de treinamento deficiência.
profissional e continuado;
2.Os Estados Partes reconhecem o
e) Promover oportunidades de direito das pessoas com deficiência à
emprego e ascensão profissional para proteção social e ao exercício desse direito
pessoas com deficiência no mercado de sem discriminação baseada na deficiência,
trabalho, bem como assistência na procura, e tomarão as medidas apropriadas para
obtenção e manutenção do emprego e no salvaguardar e promover a realização desse
retorno ao emprego; direito, tais como:

f) Promover oportunidades de a) Assegurar igual acesso de pessoas com


trabalho autônomo, empreendedorismo, deficiência a serviços de saneamento
desenvolvimento de cooperativas e básico e assegurar o acesso aos serviços,
estabelecimento de negócio próprio;

685
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dispositivos e outros atendimentos quaisquer funções públicas em todos os
apropriados para as necessidades níveis de governo, usando novas
relacionadas com a deficiência; tecnologias assistivas, quando apropriado;

b) Assegurar o acesso de pessoas iii) Garantia da livre expressão de


com deficiência, particularmente mulheres, vontade das pessoas com deficiência como
crianças e idosos com deficiência, a eleitores e, para tanto, sempre que
programas de proteção social e de redução necessário e a seu pedido, permissão para
da pobreza; que elas sejam auxiliadas na votação por
uma pessoa de sua escolha;
c) Assegurar o acesso de pessoas
com deficiência e suas famílias em situação b) Promover ativamente um ambiente
de pobreza à assistência do Estado em em que as pessoas com deficiência possam
relação a seus gastos ocasionados pela participar efetiva e plenamente na condução
deficiência, inclusive treinamento adequado, das questões públicas, sem discriminação e
aconselhamento, ajuda financeira e em igualdade de oportunidades com as
cuidados de repouso; demais pessoas, e encorajar sua
participação nas questões públicas,
d) Assegurar o acesso de pessoas mediante:
com deficiência a programas habitacionais
públicos; i) Participação em organizações não-
governamentais relacionadas com a vida
e) Assegurar igual acesso de pessoas pública e política do país, bem como em
com deficiência a programas e benefícios de atividades e administração de partidos
aposentadoria. políticos;

Artigo 29 ii) Formação de organizações para


representar pessoas com deficiência em
níveis internacional, regional, nacional e
Participação na vida política e pública local, bem como a filiação de pessoas com
deficiência a tais organizações.
Os Estados Partes garantirão às
pessoas com deficiência direitos políticos e Artigo 30
oportunidade de exercê-los em condições
de igualdade com as demais pessoas, e
deverão: Participação na vida cultural e em
recreação, lazer e esporte
a) Assegurar que as pessoas com
deficiência possam participar efetiva e 1.Os Estados Partes reconhecem o
plenamente na vida política e pública, em direito das pessoas com deficiência de
igualdade de oportunidades com as demais participar na vida cultural, em igualdade de
pessoas, diretamente ou por meio de oportunidades com as demais pessoas, e
representantes livremente escolhidos, tomarão todas as medidas apropriadas para
incluindo o direito e a oportunidade de que as pessoas com deficiência possam:
votarem e serem votadas, mediante, entre
outros: a) Ter acesso a bens culturais em
formatos acessíveis;
i) Garantia de que os procedimentos,
instalações e materiais e equipamentos b) Ter acesso a programas de
para votação serão apropriados, acessíveis televisão, cinema, teatro e outras atividades
e de fácil compreensão e uso; culturais, em formatos acessíveis; e

ii) Proteção do direito das pessoas c) Ter acesso a locais que ofereçam
com deficiência ao voto secreto em eleições serviços ou eventos culturais, tais como
e plebiscitos, sem intimidação, e a teatros, museus, cinemas, bibliotecas e
candidatar-se nas eleições, efetivamente serviços turísticos, bem como, tanto quanto
ocupar cargos eletivos e desempenhar

686
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
possível, ter acesso a monumentos e locais esportivas e de lazer, inclusive no sistema
de importância cultural nacional. escolar;

2.Os Estados Partes tomarão e) Assegurar que as pessoas com


medidas apropriadas para que as pessoas deficiência tenham acesso aos serviços
com deficiência tenham a oportunidade de prestados por pessoas ou entidades
desenvolver e utilizar seu potencial criativo, envolvidas na organização de atividades
artístico e intelectual, não somente em recreativas, turísticas, esportivas e de lazer.
benefício próprio, mas também para o
enriquecimento da sociedade. Artigo 31

3.Os Estados Partes deverão tomar Estatísticas e coleta de dados


todas as providências, em conformidade
com o direito internacional, para assegurar
que a legislação de proteção dos direitos de 1.Os Estados Partes coletarão dados
propriedade intelectual não constitua apropriados, inclusive estatísticos e de
barreira excessiva ou discriminatória ao pesquisas, para que possam formular e
acesso de pessoas com deficiência a bens implementar políticas destinadas a por em
culturais. prática a presente Convenção. O processo
de coleta e manutenção de tais dados
deverá:
4.As pessoas com deficiência farão
jus, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, a que sua identidade a) Observar as salvaguardas estabelecidas
cultural e lingüística específica seja por lei, inclusive pelas leis relativas à
reconhecida e apoiada, incluindo as línguas proteção de dados, a fim de assegurar a
de sinais e a cultura surda. confidencialidade e o respeito pela
privacidade das pessoas com deficiência;
5.Para que as pessoas com
deficiência participem, em igualdade de b) Observar as normas
oportunidades com as demais pessoas, de internacionalmente aceitas para proteger os
atividades recreativas, esportivas e de lazer, direitos humanos, as liberdades
os Estados Partes tomarão medidas fundamentais e os princípios éticos na
apropriadas para: coleta de dados e utilização de estatísticas.

a) Incentivar e promover a maior 2.As informações coletadas de


participação possível das pessoas com acordo com o disposto neste Artigo serão
deficiência nas atividades esportivas desagregadas, de maneira apropriada, e
comuns em todos os níveis; utilizadas para avaliar o cumprimento, por
parte dos Estados Partes, de suas
obrigações na presente Convenção e para
b) Assegurar que as pessoas com identificar e enfrentar as barreiras com as
deficiência tenham a oportunidade de quais as pessoas com deficiência se
organizar, desenvolver e participar em deparam no exercício de seus direitos.
atividades esportivas e recreativas
específicas às deficiências e, para tanto,
incentivar a provisão de instrução, 3.Os Estados Partes assumirão
treinamento e recursos adequados, em responsabilidade pela disseminação das
igualdade de oportunidades com as demais referidas estatísticas e assegurarão que
pessoas; elas sejam acessíveis às pessoas com
deficiência e a outros.
c) Assegurar que as pessoas com
deficiência tenham acesso a locais de Artigo 32
eventos esportivos, recreativos e turísticos;
Cooperação internacional
d) Assegurar que as crianças com
deficiência possam, em igualdade de 1.Os Estados Partes reconhecem a
condições com as demais crianças, importância da cooperação internacional e
participar de jogos e atividades recreativas, de sua promoção, em apoio aos esforços

687
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nacionais para a consecução do propósito e designarão ou estabelecerão estrutura,
dos objetivos da presente Convenção e, sob incluindo um ou mais de um mecanismo
este aspecto, adotarão medidas independente, de maneira apropriada, para
apropriadas e efetivas entre os Estados e, promover, proteger e monitorar a
de maneira adequada, em parceria com implementação da presente Convenção. Ao
organizações internacionais e regionais designar ou estabelecer tal mecanismo, os
relevantes e com a sociedade civil e, em Estados Partes levarão em conta os
particular, com organizações de pessoas princípios relativos ao status e
com deficiência. Estas medidas poderão funcionamento das instituições nacionais de
incluir, entre outras: proteção e promoção dos direitos humanos.

a) Assegurar que a cooperação 3.A sociedade civil e, particularmente,


internacional, incluindo os programas as pessoas com deficiência e suas
internacionais de desenvolvimento, sejam organizações representativas serão
inclusivos e acessíveis para pessoas com envolvidas e participarão plenamente no
deficiência; processo de monitoramento.

b) Facilitar e apoiar a capacitação, Artigo 34


inclusive por meio do intercâmbio e
compartilhamento de informações, Comitê sobre os Direitos das
experiências, programas de treinamento e Pessoas com Deficiência
melhores práticas;
1.Um Comitê sobre os Direitos das
c) Facilitar a cooperação em pesquisa Pessoas com Deficiência (doravante
e o acesso a conhecimentos científicos e denominado "Comitê") será estabelecido,
técnicos; para desempenhar as funções aqui
definidas.
d) Propiciar, de maneira apropriada,
assistência técnica e financeira, inclusive 2.O Comitê será constituído, quando
mediante facilitação do acesso a da entrada em vigor da presente
tecnologias assistivas e acessíveis e seu Convenção, de 12 peritos. Quando a
compartilhamento, bem como por meio de presente Convenção alcançar 60
transferência de tecnologias. ratificações ou adesões, o Comitê será
acrescido em seis membros, perfazendo o
2.O disposto neste Artigo se aplica total de 18 membros.
sem prejuízo das obrigações que cabem a
cada Estado Parte em decorrência da 3.Os membros do Comitê atuarão a
presente Convenção. título pessoal e apresentarão elevada
postura moral, competência e experiência
Artigo 33 reconhecidas no campo abrangido pela
presente Convenção. Ao designar seus
Implementação e monitoramento nacionais candidatos, os Estados Partes são instados
a dar a devida consideração ao disposto no
Artigo 4.3 da presente Convenção.
1.Os Estados Partes, de acordo com
seu sistema organizacional, designarão um
ou mais de um ponto focal no âmbito do 4.Os membros do Comitê serão
Governo para assuntos relacionados com a eleitos pelos Estados Partes, observando-
implementação da presente Convenção e se uma distribuição geográfica eqüitativa,
darão a devida consideração ao representação de diferentes formas de
estabelecimento ou designação de um civilização e dos principais sistemas
mecanismo de coordenação no âmbito do jurídicos, representação equilibrada de
Governo, a fim de facilitar ações correlatas gênero e participação de peritos com
nos diferentes setores e níveis. deficiência.

2.Os Estados Partes, em 5.Os membros do Comitê serão


conformidade com seus sistemas jurídico e eleitos por votação secreta em sessões da
administrativo, manterão, fortalecerão, Conferência dos Estados Partes, a partir de

688
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
uma lista de pessoas designadas pelos funções do Comitê segundo a presente
Estados Partes entre seus nacionais. Convenção e convocará sua primeira
Nessas sessões, cujo quorum será de dois reunião.
terços dos Estados Partes, os candidatos
eleitos para o Comitê serão aqueles que 12.Com a aprovação da Assembléia
obtiverem o maior número de votos e a Geral, os membros do Comitê estabelecido
maioria absoluta dos votos dos sob a presente Convenção receberão
representantes dos Estados Partes emolumentos dos recursos das Nações
presentes e votantes. Unidas, sob termos e condições que a
Assembléia possa decidir, tendo em vista a
6.A primeira eleição será realizada, o importância das responsabilidades do
mais tardar, até seis meses após a data de Comitê.
entrada em vigor da presente Convenção.
Pelo menos quatro meses antes de cada 13.Os membros do Comitê terão
eleição, o Secretário-Geral das Nações direito aos privilégios, facilidades e
Unidas dirigirá carta aos Estados Partes, imunidades dos peritos em missões das
convidando-os a submeter os nomes de Nações Unidas, em conformidade com as
seus candidatos no prazo de dois meses. O disposições pertinentes da Convenção
Secretário-Geral, subseqüentemente, sobre Privilégios e Imunidades das Nações
preparará lista em ordem alfabética de todos Unidas.
os candidatos apresentados, indicando que
foram designados pelos Estados Partes, e
submeterá essa lista aos Estados Partes da Artigo 35
presente Convenção.
Relatórios dos Estados Partes
7.Os membros do Comitê serão
eleitos para mandato de quatro anos, 1.Cada Estado Parte, por intermédio
podendo ser candidatos à reeleição uma do Secretário-Geral das Nações Unidas,
única vez. Contudo, o mandato de seis dos submeterá relatório abrangente sobre as
membros eleitos na primeira eleição medidas adotadas em cumprimento de suas
expirará ao fim de dois anos; imediatamente obrigações estabelecidas pela presente
após a primeira eleição, os nomes desses Convenção e sobre o progresso alcançado
seis membros serão selecionados por nesse aspecto, dentro do período de dois
sorteio pelo presidente da sessão a que se anos após a entrada em vigor da presente
refere o parágrafo 5 deste Artigo. Convenção para o Estado Parte
concernente.
8.A eleição dos seis membros
adicionais do Comitê será realizada por 2.Depois disso, os Estados Partes
ocasião das eleições regulares, de acordo submeterão relatórios subseqüentes, ao
com as disposições pertinentes deste menos a cada quatro anos, ou quando o
Artigo. Comitê o solicitar.

9.Em caso de morte, demissão ou 3.O Comitê determinará as diretrizes


declaração de um membro de que, por aplicáveis ao teor dos relatórios.
algum motivo, não poderá continuar a
exercer suas funções, o Estado Parte que o 4.Um Estado Parte que tiver
tiver indicado designará um outro perito que submetido ao Comitê um relatório inicial
tenha as qualificações e satisfaça aos abrangente não precisará, em relatórios
requisitos estabelecidos pelos dispositivos subseqüentes, repetir informações já
pertinentes deste Artigo, para concluir o apresentadas. Ao elaborar os relatórios ao
mandato em questão. Comitê, os Estados Partes são instados a
fazê-lo de maneira franca e transparente e a
10.O Comitê estabelecerá suas levar em consideração o disposto no Artigo
próprias normas de procedimento. 4.3 da presente Convenção.

11.O Secretário-Geral das Nações 5.Os relatórios poderão apontar os


Unidas proverá o pessoal e as instalações fatores e as dificuldades que tiverem afetado
necessários para o efetivo desempenho das

689
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
o cumprimento das obrigações decorrentes Artigo 37
da presente Convenção.
Cooperação entre os Estados Partes e o
Artigo 36 Comitê

Consideração dos relatórios 1.Cada Estado Parte cooperará com


o Comitê e auxiliará seus membros no
1.Os relatórios serão considerados desempenho de seu mandato.
pelo Comitê, que fará as sugestões e
recomendações gerais que julgar 2.Em suas relações com os Estados
pertinentes e as transmitirá aos respectivos Partes, o Comitê dará a devida
Estados Partes. O Estado Parte poderá consideração aos meios e modos de
responder ao Comitê com as informações aprimorar a capacidade de cada Estado
que julgar pertinentes. O Comitê poderá Parte para a implementação da presente
pedir informações adicionais ao Estados Convenção, inclusive mediante cooperação
Partes, referentes à implementação da internacional.
presente Convenção.
Artigo 38
2.Se um Estado Parte atrasar
consideravelmente a entrega de seu Relações do Comitê com outros órgãos
relatório, o Comitê poderá notificar esse
Estado de que examinará a aplicação da
presente Convenção com base em A fim de promover a efetiva
informações confiáveis de que disponha, a implementação da presente Convenção e
menos que o relatório devido seja de incentivar a cooperação internacional na
apresentado pelo Estado dentro do período esfera abrangida pela presente Convenção:
de três meses após a notificação. O Comitê
convidará o Estado Parte interessado a a) As agências especializadas e outros
participar desse exame. Se o Estado Parte órgãos das Nações Unidas terão o direito de
responder entregando seu relatório, aplicar- se fazer representar quando da
se-á o disposto no parágrafo 1 do presente consideração da implementação de
artigo. disposições da presente Convenção que
disserem respeito aos seus respectivos
3.O Secretário-Geral das Nações mandatos. O Comitê poderá convidar as
Unidas colocará os relatórios à disposição agências especializadas e outros órgãos
de todos os Estados Partes. competentes, segundo julgar apropriado, a
oferecer consultoria de peritos sobre a
implementação da Convenção em áreas
4.Os Estados Partes tornarão seus pertinentes a seus respectivos mandatos. O
relatórios amplamente disponíveis ao Comitê poderá convidar agências
público em seus países e facilitarão o especializadas e outros órgãos das Nações
acesso à possibilidade de sugestões e de Unidas a apresentar relatórios sobre a
recomendações gerais a respeito desses implementação da Convenção em áreas
relatórios. pertinentes às suas respectivas atividades;

5.O Comitê transmitirá às agências, b) No desempenho de seu mandato,


fundos e programas especializados das o Comitê consultará, de maneira apropriada,
Nações Unidas e a outras organizações outros órgãos pertinentes instituídos ao
competentes, da maneira que julgar amparo de tratados internacionais de
apropriada, os relatórios dos Estados Partes direitos humanos, a fim de assegurar a
que contenham demandas ou indicações de consistência de suas respectivas diretrizes
necessidade de consultoria ou de para a elaboração de relatórios, sugestões e
assistência técnica, acompanhados de recomendações gerais e de evitar
eventuais observações e sugestões do duplicação e superposição no desempenho
Comitê em relação às referidas demandas de suas funções.
ou indicações, a fim de que possam ser
consideradas.
Artigo 39

690
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Relatório do Comitê A presente Convenção será
submetida à ratificação pelos Estados
A cada dois anos, o Comitê signatários e à confirmação formal por
submeterá à Assembléia Geral e ao organizações de integração regional
Conselho Econômico e Social um relatório signatárias. Ela estará aberta à adesão de
de suas atividades e poderá fazer sugestões qualquer Estado ou organização de
e recomendações gerais baseadas no integração regional que não a houver
exame dos relatórios e nas informações assinado.
recebidas dos Estados Partes. Estas
sugestões e recomendações gerais serão Artigo 44
incluídas no relatório do Comitê,
acompanhadas, se houver, de comentários Organizações de integração regional
dos Estados Partes.
1."Organização de integração
Artigo 40 regional" será entendida como organização
constituída por Estados soberanos de
Conferência dos Estados Partes determinada região, à qual seus Estados
membros tenham delegado competência
1.Os Estados Partes reunir-se-ão sobre matéria abrangida pela presente
regularmente em Conferência dos Estados Convenção. Essas organizações
Partes a fim de considerar matérias relativas declararão, em seus documentos de
à implementação da presente Convenção. confirmação formal ou adesão, o alcance de
sua competência em relação à matéria
abrangida pela presente Convenção.
2.O Secretário-Geral das Nações Subseqüentemente, as organizações
Unidas convocará, dentro do período de seis informarão ao depositário qualquer
meses após a entrada em vigor da presente alteração substancial no âmbito de sua
Convenção, a Conferência dos Estados competência.
Partes. As reuniões subseqüentes serão
convocadas pelo Secretário-Geral das
Nações Unidas a cada dois anos ou 2.As referências a "Estados Partes"
conforme a decisão da Conferência dos na presente Convenção serão aplicáveis a
Estados Partes. essas organizações, nos limites da
competência destas.
Artigo 41
3.Para os fins do parágrafo 1 do
Artigo 45 e dos parágrafos 2 e 3 do Artigo
Depositário 47, nenhum instrumento depositado por
organização de integração regional será
O Secretário-Geral das Nações computado.
Unidas será o depositário da presente
Convenção. 4.As organizações de integração
regional, em matérias de sua competência,
Artigo 42 poderão exercer o direito de voto na
Conferência dos Estados Partes, tendo
Assinatura direito ao mesmo número de votos quanto
for o número de seus Estados membros que
forem Partes da presente Convenção.
A presente Convenção será aberta à
Essas organizações não exercerão seu
assinatura de todos os Estados e
direito de voto, se qualquer de seus Estados
organizações de integração regional na
membros exercer seu direito de voto, e vice-
sede das Nações Unidas em Nova York, a
versa.
partir de 30 de março de 2007.

Artigo 45
Artigo 43

Entrada em vigor
Consentimento em comprometer-se

691
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1.A presente Convenção entrará em trigésimo dia após a data na qual o número
vigor no trigésimo dia após o depósito do de instrumentos de aceitação tenha atingido
vigésimo instrumento de ratificação ou dois terços do número de Estados Partes na
adesão. data de adoção da emenda. Posteriormente,
a emenda entrará em vigor para todo Estado
2.Para cada Estado ou organização Parte no trigésimo dia após o depósito por
de integração regional que ratificar ou esse Estado do seu instrumento de
formalmente confirmar a presente aceitação. A emenda será vinculante
Convenção ou a ela aderir após o depósito somente para os Estados Partes que a
do referido vigésimo instrumento, a tiverem aceitado.
Convenção entrará em vigor no trigésimo
dia a partir da data em que esse Estado ou 3.Se a Conferência dos Estados
organização tenha depositado seu Partes assim o decidir por consenso,
instrumento de ratificação, confirmação qualquer emenda adotada e aprovada em
formal ou adesão. conformidade com o disposto no parágrafo
1 deste Artigo, relacionada exclusivamente
Artigo 46 com os artigos 34, 38, 39 e 40, entrará em
vigor para todos os Estados Partes no
trigésimo dia a partir da data em que o
Reservas número de instrumentos de aceitação
depositados tiver atingido dois terços do
1.Não serão permitidas reservas número de Estados Partes na data de
incompatíveis com o objeto e o propósito da adoção da emenda.
presente Convenção.
Artigo 48
2.As reservas poderão ser retiradas a
qualquer momento. Denúncia

Artigo 47 Qualquer Estado Parte poderá


denunciar a presente Convenção mediante
Emendas notificação por escrito ao Secretário-Geral
das Nações Unidas. A denúncia tornar-se-á
1.Qualquer Estado Parte poderá efetiva um ano após a data de recebimento
propor emendas à presente Convenção e da notificação pelo Secretário-Geral.
submetê-las ao Secretário-Geral das
Nações Unidas. O Secretário-Geral Artigo 49
comunicará aos Estados Partes quaisquer
emendas propostas, solicitando-lhes que o Formatos acessíveis
notifiquem se são favoráveis a uma
Conferência dos Estados Partes para
considerar as propostas e tomar decisão a O texto da presente Convenção será
respeito delas. Se, até quatro meses após a colocado à disposição em formatos
data da referida comunicação, pelo menos acessíveis.
um terço dos Estados Partes se manifestar
favorável a essa Conferência, o Secretário- Artigo 50
Geral das Nações Unidas convocará a
Conferência, sob os auspícios das Nações Textos autênticos
Unidas. Qualquer emenda adotada por
maioria de dois terços dos Estados Partes
presentes e votantes será submetida pelo Os textos em árabe, chinês,
Secretário-Geral à aprovação da espanhol, francês, inglês e russo da
Assembléia Geral das Nações Unidas e, presente Convenção serão igualmente
posteriormente, à aceitação de todos os autênticos.
Estados Partes.
EM FÉ DO QUE os plenipotenciários
2.Qualquer emenda adotada e abaixo assinados, devidamente autorizados
aprovada conforme o disposto no parágrafo para tanto por seus respectivos Governos,
1 do presente artigo entrará em vigor no firmaram a presente Convenção.

692
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
PROTOCOLO FACULTATIVO À entrada em vigor do presente Protocolo para
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOSDAS o Estado Parte em apreço, salvo se os fatos
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA continuaram ocorrendo após aquela data.

Os Estados Partes do presente Artigo 3


Protocolo acordaram o seguinte:
Sujeito ao disposto no Artigo 2 do
Artigo 1 presente Protocolo, o Comitê levará
confidencialmente ao conhecimento do
1.Qualquer Estado Parte do presente Estado Parte concernente qualquer
Protocolo (“Estado Parte”) reconhece a comunicação submetida ao Comitê. Dentro
competência do Comitê sobre os Direitos do período de seis meses, o Estado
das Pessoas com Deficiência (“Comitê”) concernente submeterá ao Comitê
para receber e considerar comunicações explicações ou declarações por escrito,
submetidas por pessoas ou grupos de esclarecendo a matéria e a eventual solução
pessoas, ou em nome deles, sujeitos à sua adotada pelo referido Estado.
jurisdição, alegando serem vítimas de
violação das disposições da Convenção Artigo 4
pelo referido Estado Parte.
1.A qualquer momento após receber
2.O Comitê não receberá uma comunicação e antes de decidir o
comunicação referente a qualquer Estado mérito dessa comunicação, o Comitê
Parte que não seja signatário do presente poderá transmitir ao Estado Parte
Protocolo. concernente, para sua urgente
consideração, um pedido para que o Estado
Artigo 2 Parte tome as medidas de natureza cautelar
que forem necessárias para evitar possíveis
danos irreparáveis à vítima ou às vítimas da
O Comitê considerará inadmissível a violação alegada.
comunicação quando:
2.O exercício pelo Comitê de suas
a) A comunicação for anônima; faculdades discricionárias em virtude do
parágrafo 1 do presente Artigo não implicará
b) A comunicação constituir abuso do prejuízo algum sobre a admissibilidade ou
direito de submeter tais comunicações ou for sobre o mérito da comunicação.
incompatível com as disposições da
Convenção; Artigo 5

c) A mesma matéria já tenha sido O Comitê realizará sessões fechadas


examinada pelo Comitê ou tenha sido ou para examinar comunicações a ele
estiver sendo examinada sob outro submetidas em conformidade com o
procedimento de investigação ou resolução presente Protocolo. Depois de examinar
internacional; uma comunicação, o Comitê enviará suas
sugestões e recomendações, se houver, ao
d) Não tenham sido esgotados todos Estado Parte concernente e ao requerente.
os recursos internos disponíveis, salvo no
caso em que a tramitação desses recursos Artigo 6
se prolongue injustificadamente, ou seja
improvável que se obtenha com eles
solução efetiva; 1.Se receber informação confiável
indicando que um Estado Parte está
cometendo violação grave ou sistemática de
e) A comunicação estiver direitos estabelecidos na Convenção, o
precariamente fundamentada ou não for Comitê convidará o referido Estado Parte a
suficientemente substanciada; ou colaborar com a verificação da informação
e, para tanto, a submeter suas observações
f) Os fatos que motivaram a a respeito da informação em pauta.
comunicação tenham ocorrido antes da

693
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
2.Levando em conta quaisquer O Secretário-Geral das Nações
observações que tenham sido submetidas Unidas será o depositário do presente
pelo Estado Parte concernente, bem como Protocolo.
quaisquer outras informações confiáveis em
poder do Comitê, este poderá designar um Artigo 10
ou mais de seus membros para realizar
investigação e apresentar, em caráter de
urgência, relatório ao Comitê. Caso se O presente Protocolo será aberto à
justifique e o Estado Parte o consinta, a assinatura dos Estados e organizações de
investigação poderá incluir uma visita ao integração regional signatários da
território desse Estado. Convenção, na sede das Nações Unidas em
Nova York, a partir de 30 de março de 2007.
3.Após examinar os resultados da
investigação, o Comitê os comunicará ao Artigo 11
Estado Parte concernente, acompanhados
de eventuais comentários e O presente Protocolo estará sujeito à
recomendações. ratificação pelos Estados signatários do
presente Protocolo que tiverem ratificado a
4.Dentro do período de seis meses Convenção ou aderido a ela. Ele estará
após o recebimento dos resultados, sujeito à confirmação formal por
comentários e recomendações transmitidos organizações de integração regional
pelo Comitê, o Estado Parte concernente signatárias do presente Protocolo que
submeterá suas observações ao Comitê. tiverem formalmente confirmado a
Convenção ou a ela aderido. O Protocolo
ficará aberto à adesão de qualquer Estado
5.A referida investigação será ou organização de integração regional que
realizada confidencialmente e a cooperação tiver ratificado ou formalmente confirmado a
do Estado Parte será solicitada em todas as Convenção ou a ela aderido e que não tiver
fases do processo. assinado o Protocolo.

Artigo 7 Artigo 12

1.O Comitê poderá convidar o Estado 1.“Organização de integração


Parte concernente a incluir em seu relatório, regional” será entendida como organização
submetido em conformidade com o disposto constituída por Estados soberanos de
no Artigo 35 da Convenção, pormenores a determinada região, à qual seus Estados
respeito das medidas tomadas em membros tenham delegado competência
conseqüência da investigação realizada em sobre matéria abrangida pela Convenção e
conformidade com o Artigo 6 do presente pelo presente Protocolo. Essas
Protocolo. organizações declararão, em seus
documentos de confirmação formal ou
2.Caso necessário, o Comitê poderá, adesão, o alcance de sua competência em
encerrado o período de seis meses a que se relação à matéria abrangida pela
refere o parágrafo 4 do Artigo 6, convidar o Convenção e pelo presente Protocolo.
Estado Parte concernente a informar o Subseqüentemente, as organizações
Comitê a respeito das medidas tomadas em informarão ao depositário qualquer
conseqüência da referida investigação. alteração substancial no alcance de sua
competência.
Artigo 8
2.As referências a “Estados Partes”
Qualquer Estado Parte poderá, no presente Protocolo serão aplicáveis a
quando da assinatura ou ratificação do essas organizações, nos limites da
presente Protocolo ou de sua adesão a ele, competência de tais organizações.
declarar que não reconhece a competência
do Comitê, a que se referem os Artigos 6 e 3.Para os fins do parágrafo 1 do
7. Artigo 13 e do parágrafo 2 do Artigo 15,
nenhum instrumento depositado por
Artigo 9

694
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
organização de integração regional será data da referida comunicação, pelo menos
computado. um terço dos Estados Partes se manifestar
favorável a essa Conferência, o Secretário-
4.As organizações de integração Geral das Nações Unidas convocará a
regional, em matérias de sua competência, Conferência, sob os auspícios das Nações
poderão exercer o direito de voto na Unidas. Qualquer emenda adotada por
Conferência dos Estados Partes, tendo maioria de dois terços dos Estados Partes
direito ao mesmo número de votos que seus presentes e votantes será submetida pelo
Estados membros que forem Partes do Secretário-Geral à aprovação da
presente Protocolo. Essas organizações Assembléia Geral das Nações Unidas e,
não exercerão seu direito de voto se posteriormente, à aceitação de todos os
qualquer de seus Estados membros exercer Estados Partes.
seu direito de voto, e vice-versa.
2.Qualquer emenda adotada e
Artigo 13 aprovada conforme o disposto no parágrafo
1 do presente artigo entrará em vigor no
trigésimo dia após a data na qual o número
1.Sujeito à entrada em vigor da de instrumentos de aceitação tenha atingido
Convenção, o presente Protocolo entrará dois terços do número de Estados Partes na
em vigor no trigésimo dia após o depósito do data de adoção da emenda. Posteriormente,
décimo instrumento de ratificação ou a emenda entrará em vigor para todo Estado
adesão. Parte no trigésimo dia após o depósito por
esse Estado do seu instrumento de
2.Para cada Estado ou organização aceitação. A emenda será vinculante
de integração regional que ratificar ou somente para os Estados Partes que a
formalmente confirmar o presente Protocolo tiverem aceitado.
ou a ele aderir depois do depósito do décimo
instrumento dessa natureza, o Protocolo Artigo 16
entrará em vigor no trigésimo dia a partir da
data em que esse Estado ou organização
tenha depositado seu instrumento de Qualquer Estado Parte poderá
ratificação, confirmação formal ou adesão. denunciar o presente Protocolo mediante
notificação por escrito ao Secretário-Geral
das Nações Unidas. A denúncia tornar-se-á
Artigo 14 efetiva um ano após a data de recebimento
da notificação pelo Secretário-Geral.
1.Não serão permitidas reservas
incompatíveis com o objeto e o propósito do Artigo 17
presente Protocolo.
O texto do presente Protocolo será
2.As reservas poderão ser retiradas a colocado à disposição em formatos
qualquer momento. acessíveis.

Artigo 15 Artigo 18

1.Qualquer Estado Parte poderá Os textos em árabe, chinês,


propor emendas ao presente Protocolo e espanhol, francês, inglês e russo e do
submetê-las ao Secretário-Geral das presente Protocolo serão igualmente
Nações Unidas. O Secretário-Geral autênticos.
comunicará aos Estados Partes quaisquer
emendas propostas, solicitando-lhes que o
notifiquem se são favoráveis a uma EM FÉ DO QUE os plenipotenciários
Conferência dos Estados Partes para abaixo assinados, devidamente autorizados
considerar as propostas e tomar decisão a para tanto por seus respectivos governos,
respeito delas. Se, até quatro meses após a firmaram o presente Protocolo.

695
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 – Estatuto da Pessoa com
Deficiência

Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência).

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA § 1º A avaliação da deficiência,


Faço saber que o Congresso Nacional quando necessária, será biopsicossocial,
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar e considerará: (Vigência)
LIVRO I
I - os impedimentos nas funções e nas
PARTE GERAL estruturas do corpo;

TÍTULO I II - os fatores socioambientais,


psicológicos e pessoais;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
III - a limitação no desempenho de
atividades; e
CAPÍTULO I

IV - a restrição de participação.
DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 2º O Poder Executivo criará


Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de
instrumentos para avaliação da
Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de
destinada a assegurar e a promover, em 2019)
condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por Art. 3º Para fins de aplicação desta
pessoa com deficiência, visando à sua Lei, consideram-se:
inclusão social e cidadania.
I - acessibilidade: possibilidade e
Parágrafo único. Esta Lei tem como condição de alcance para utilização, com
base a Convenção sobre os Direitos das segurança e autonomia, de espaços,
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo mobiliários, equipamentos urbanos,
Facultativo, ratificados pelo Congresso edificações, transportes, informação e
Nacional por meio do Decreto Legislativo nº comunicação, inclusive seus sistemas e
186, de 9 de julho de 2008 , em tecnologias, bem como de outros serviços e
conformidade com o procedimento previsto instalações abertos ao público, de uso
no § 3º do art. 5º da Constituição da público ou privados de uso coletivo, tanto na
República Federativa do Brasil , em vigor zona urbana como na rural, por pessoa com
para o Brasil, no plano jurídico externo, deficiência ou com mobilidade reduzida;
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados
pelo Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de II - desenho universal: concepção de
2009 , data de início de sua vigência no produtos, ambientes, programas e serviços
plano interno. a serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto
Art. 2º Considera-se pessoa com específico, incluindo os recursos de
deficiência aquela que tem impedimento de tecnologia assistiva;
longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação III - tecnologia assistiva ou ajuda
com uma ou mais barreiras, pode obstruir técnica: produtos, equipamentos,
sua participação plena e efetiva na dispositivos, recursos, metodologias,
sociedade em igualdade de condições com estratégias, práticas e serviços que
as demais pessoas. objetivem promover a funcionalidade,

696
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
relacionada à atividade e à participação da comunicação, incluindo as tecnologias da
pessoa com deficiência ou com mobilidade informação e das comunicações;
reduzida, visando à sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão VI - adaptações razoáveis:
social; adaptações, modificações e ajustes
necessários e adequados que não
IV - barreiras: qualquer entrave, acarretem ônus desproporcional e indevido,
obstáculo, atitude ou comportamento que quando requeridos em cada caso, a fim de
limite ou impeça a participação social da assegurar que a pessoa com deficiência
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o possa gozar ou exercer, em igualdade de
exercício de seus direitos à acessibilidade, à condições e oportunidades com as demais
liberdade de movimento e de expressão, à pessoas, todos os direitos e liberdades
comunicação, ao acesso à informação, à fundamentais;
compreensão, à circulação com segurança,
entre outros, classificadas em: VII - elemento de urbanização:
quaisquer componentes de obras de
a) barreiras urbanísticas: as urbanização, tais como os referentes a
existentes nas vias e nos espaços públicos pavimentação, saneamento, encanamento
e privados abertos ao público ou de uso para esgotos, distribuição de energia
coletivo; elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e
b) barreiras arquitetônicas: as distribuição de água, paisagismo e os que
existentes nos edifícios públicos e privados; materializam as indicações do planejamento
urbanístico;
c) barreiras nos transportes: as
existentes nos sistemas e meios de VIII - mobiliário urbano: conjunto de
transportes; objetos existentes nas vias e nos espaços
públicos, superpostos ou adicionados aos
d) barreiras nas comunicações e na elementos de urbanização ou de edificação,
de forma que sua modificação ou seu
informação: qualquer entrave, obstáculo,
traslado não provoque alterações
atitude ou comportamento que dificulte ou
substanciais nesses elementos, tais como
impossibilite a expressão ou o recebimento
semáforos, postes de sinalização e
de mensagens e de informações por
intermédio de sistemas de comunicação e similares, terminais e pontos de acesso
de tecnologia da informação; coletivo às telecomunicações, fontes de
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos,
quiosques e quaisquer outros de natureza
e) barreiras atitudinais: atitudes ou análoga;
comportamentos que impeçam ou
prejudiquem a participação social da pessoa
IX - pessoa com mobilidade reduzida:
com deficiência em igualdade de condições
aquela que tenha, por qualquer motivo,
e oportunidades com as demais pessoas;
dificuldade de movimentação, permanente
ou temporária, gerando redução efetiva da
f) barreiras tecnológicas: as que mobilidade, da flexibilidade, da coordenação
dificultam ou impedem o acesso da pessoa motora ou da percepção, incluindo idoso,
com deficiência às tecnologias; gestante, lactante, pessoa com criança de
colo e obeso;
V - comunicação: forma de interação
dos cidadãos que abrange, entre outras X - residências inclusivas: unidades
opções, as línguas, inclusive a Língua de oferta do Serviço de Acolhimento do
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização Sistema Único de Assistência Social (Suas)
de textos, o Braille, o sistema de sinalização localizadas em áreas residenciais da
ou de comunicação tátil, os caracteres comunidade, com estruturas adequadas,
ampliados, os dispositivos multimídia, assim que possam contar com apoio psicossocial
como a linguagem simples, escrita e oral, os para o atendimento das necessidades da
sistemas auditivos e os meios de voz pessoa acolhida, destinadas a jovens e
digitalizados e os modos, meios e formatos adultos com deficiência, em situação de
aumentativos e alternativos de dependência, que não dispõem de

697
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
condições de autossustentabilidade e com § 2º A pessoa com deficiência não
vínculos familiares fragilizados ou rompidos; está obrigada à fruição de benefícios
decorrentes de ação afirmativa.
XI - moradia para a vida independente
da pessoa com deficiência: moradia com Art. 5º A pessoa com deficiência será
estruturas adequadas capazes de protegida de toda forma de negligência,
proporcionar serviços de apoio coletivos e discriminação, exploração, violência,
individualizados que respeitem e ampliem o tortura, crueldade, opressão e tratamento
grau de autonomia de jovens e adultos com desumano ou degradante.
deficiência;
Parágrafo único. Para os fins da
XII - atendente pessoal: pessoa, proteção mencionada no caput deste artigo,
membro ou não da família, que, com ou sem são considerados especialmente
remuneração, assiste ou presta cuidados vulneráveis a criança, o adolescente, a
básicos e essenciais à pessoa com mulher e o idoso, com deficiência.
deficiência no exercício de suas atividades
diárias, excluídas as técnicas ou os Art. 6º A deficiência não afeta a plena
procedimentos identificados com profissões capacidade civil da pessoa, inclusive para:
legalmente estabelecidas;
I - casar-se e constituir união estável;
XIII - profissional de apoio escolar:
pessoa que exerce atividades de II - exercer direitos sexuais e
alimentação, higiene e locomoção do reprodutivos;
estudante com deficiência e atua em todas
as atividades escolares nas quais se fizer
necessária, em todos os níveis e III - exercer o direito de decidir sobre o
modalidades de ensino, em instituições número de filhos e de ter acesso a
públicas e privadas, excluídas as técnicas informações adequadas sobre reprodução e
ou os procedimentos identificados com planejamento familiar;
profissões legalmente estabelecidas;
IV - conservar sua fertilidade, sendo
XIV - acompanhante: aquele que vedada a esterilização compulsória;
acompanha a pessoa com deficiência,
podendo ou não desempenhar as funções V - exercer o direito à família e à
de atendente pessoal. convivência familiar e comunitária; e

CAPÍTULO II VI - exercer o direito à guarda, à tutela,


à curatela e à adoção, como adotante ou
adotando, em igualdade de oportunidades
DA IGUALDADE E DA NÃO
com as demais pessoas.
DISCRIMINAÇÃO
Art. 7º É dever de todos comunicar à
Art. 4º Toda pessoa com deficiência autoridade competente qualquer forma de
tem direito à igualdade de oportunidades ameaça ou de violação aos direitos da
com as demais pessoas e não sofrerá pessoa com deficiência.
nenhuma espécie de discriminação.
Parágrafo único. Se, no exercício de
§ 1º Considera-se discriminação em suas funções, os juízes e os tribunais
razão da deficiência toda forma de distinção, tiverem conhecimento de fatos que
restrição ou exclusão, por ação ou omissão, caracterizem as violações previstas nesta
que tenha o propósito ou o efeito de Lei, devem remeter peças ao Ministério
prejudicar, impedir ou anular o Público para as providências cabíveis.
reconhecimento ou o exercício dos direitos
e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiência, incluindo a recusa de Art. 8º É dever do Estado, da
adaptações razoáveis e de fornecimento de sociedade e da família assegurar à pessoa
tecnologias assistivas. com deficiência, com prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à
saúde, à sexualidade, à paternidade e à

698
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
maternidade, à alimentação, à habitação, à pessoal, exceto quanto ao disposto nos
educação, à profissionalização, ao trabalho, incisos VI e VII deste artigo.
à previdência social, à habilitação e à
reabilitação, ao transporte, à acessibilidade, § 2º Nos serviços de emergência
à cultura, ao desporto, ao turismo, ao lazer, públicos e privados, a prioridade conferida
à informação, à comunicação, aos avanços por esta Lei é condicionada aos protocolos
científicos e tecnológicos, à dignidade, ao de atendimento médico.
respeito, à liberdade, à convivência familiar
e comunitária, entre outros decorrentes da
TÍTULO II
Constituição Federal, da Convenção sobre
os Direitos das Pessoas com Deficiência e
seu Protocolo Facultativo e das leis e de DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
outras normas que garantam seu bem-estar
pessoal, social e econômico. CAPÍTULO I

Seção Única DO DIREITO À VIDA

Do Atendimento Prioritário Art. 10. Compete ao poder público


garantir a dignidade da pessoa com
Art. 9º A pessoa com deficiência tem deficiência ao longo de toda a vida.
direito a receber atendimento prioritário,
sobretudo com a finalidade de: Parágrafo único. Em situações de
risco, emergência ou estado de calamidade
I - proteção e socorro em quaisquer pública, a pessoa com deficiência será
circunstâncias; considerada vulnerável, devendo o poder
público adotar medidas para sua proteção e
segurança.
II - atendimento em todas as
instituições e serviços de atendimento ao
público; Art. 11. A pessoa com deficiência não
poderá ser obrigada a se submeter a
intervenção clínica ou cirúrgica, a
III - disponibilização de recursos, tanto
tratamento ou a institucionalização forçada.
humanos quanto tecnológicos, que
garantam atendimento em igualdade de
condições com as demais pessoas; Parágrafo único. O consentimento da
pessoa com deficiência em situação de
curatela poderá ser suprido, na forma da lei.
IV - disponibilização de pontos de
parada, estações e terminais acessíveis de
transporte coletivo de passageiros e Art. 12. O consentimento prévio, livre
garantia de segurança no embarque e no e esclarecido da pessoa com deficiência é
desembarque; indispensável para a realização de
tratamento, procedimento, hospitalização e
pesquisa científica.
V - acesso a informações e
disponibilização de recursos de
comunicação acessíveis; § 1º Em caso de pessoa com
deficiência em situação de curatela, deve
ser assegurada sua participação, no maior
VI - recebimento de restituição de
grau possível, para a obtenção de
imposto de renda;
consentimento.
VII - tramitação processual e
§ 2º A pesquisa científica envolvendo
procedimentos judiciais e administrativos
pessoa com deficiência em situação de
em que for parte ou interessada, em todos
tutela ou de curatela deve ser realizada, em
os atos e diligências.
caráter excepcional, apenas quando houver
indícios de benefício direto para sua saúde
§ 1º Os direitos previstos neste artigo ou para a saúde de outras pessoas com
são extensivos ao acompanhante da pessoa deficiência e desde que não haja outra
com deficiência ou ao seu atendente opção de pesquisa de eficácia comparável

699
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
com participantes não tutelados ou organização das Redes de Atenção à Saúde
curatelados. (RAS) nos territórios locais e as normas do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 13. A pessoa com deficiência
somente será atendida sem seu Art. 16. Nos programas e serviços de
consentimento prévio, livre e esclarecido em habilitação e de reabilitação para a pessoa
casos de risco de morte e de emergência em com deficiência, são garantidos:
saúde, resguardado seu superior interesse
e adotadas as salvaguardas legais cabíveis. I - organização, serviços, métodos,
técnicas e recursos para atender às
CAPÍTULO II características de cada pessoa com
deficiência;
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À
REABILITAÇÃO II - acessibilidade em todos os
ambientes e serviços;
Art. 14. O processo de habilitação e de
reabilitação é um direito da pessoa com III - tecnologia assistiva, tecnologia de
deficiência. reabilitação, materiais e equipamentos
adequados e apoio técnico profissional, de
acordo com as especificidades de cada
Parágrafo único. O processo de
pessoa com deficiência;
habilitação e de reabilitação tem por objetivo
o desenvolvimento de potencialidades,
talentos, habilidades e aptidões físicas, IV - capacitação continuada de todos
cognitivas, sensoriais, psicossociais, os profissionais que participem dos
atitudinais, profissionais e artísticas que programas e serviços.
contribuam para a conquista da autonomia
da pessoa com deficiência e de sua Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas
participação social em igualdade de deverão promover ações articuladas para
condições e oportunidades com as demais garantir à pessoa com deficiência e sua
pessoas. família a aquisição de informações,
orientações e formas de acesso às políticas
Art. 15. O processo mencionado no públicas disponíveis, com a finalidade de
art. 14 desta Lei baseia-se em avaliação propiciar sua plena participação social.
multidisciplinar das necessidades,
habilidades e potencialidades de cada Parágrafo único. Os serviços de que
pessoa, observadas as seguintes diretrizes: trata o caput deste artigo podem fornecer
informações e orientações nas áreas de
I - diagnóstico e intervenção precoces; saúde, de educação, de cultura, de esporte,
de lazer, de transporte, de previdência
social, de assistência social, de habitação,
II - adoção de medidas para
de trabalho, de empreendedorismo, de
compensar perda ou limitação funcional,
acesso ao crédito, de promoção, proteção e
buscando o desenvolvimento de aptidões;
defesa de direitos e nas demais áreas que
possibilitem à pessoa com deficiência
III - atuação permanente, integrada e exercer sua cidadania.
articulada de políticas públicas que
possibilitem a plena participação social da
pessoa com deficiência; CAPÍTULO III

IV - oferta de rede de serviços DO DIREITO À SAÚDE


articulados, com atuação intersetorial, nos
diferentes níveis de complexidade, para Art. 18. É assegurada atenção integral
atender às necessidades específicas da à saúde da pessoa com deficiência em
pessoa com deficiência; todos os níveis de complexidade, por
intermédio do SUS, garantido acesso
V - prestação de serviços próximo ao universal e igualitário.
domicílio da pessoa com deficiência,
inclusive na zona rural, respeitadas a

700
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º É assegurada a participação da X - promoção de estratégias de
pessoa com deficiência na elaboração das capacitação permanente das equipes que
políticas de saúde a ela destinadas. atuam no SUS, em todos os níveis de
atenção, no atendimento à pessoa com
§ 2º É assegurado atendimento deficiência, bem como orientação a seus
segundo normas éticas e técnicas, que atendentes pessoais;
regulamentarão a atuação dos profissionais
de saúde e contemplarão aspectos XI - oferta de órteses, próteses, meios
relacionados aos direitos e às auxiliares de locomoção, medicamentos,
especificidades da pessoa com deficiência, insumos e fórmulas nutricionais, conforme
incluindo temas como sua dignidade e as normas vigentes do Ministério da Saúde.
autonomia.
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-
§ 3º Aos profissionais que prestam se também às instituições privadas que
assistência à pessoa com deficiência, participem de forma complementar do SUS
especialmente em serviços de habilitação e ou que recebam recursos públicos para sua
de reabilitação, deve ser garantida manutenção.
capacitação inicial e continuada.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver
§ 4º As ações e os serviços de saúde ações destinadas à prevenção de
pública destinados à pessoa com deficiência deficiências por causas evitáveis, inclusive
devem assegurar: por meio de:

I - diagnóstico e intervenção precoces, I - acompanhamento da gravidez, do


realizados por equipe multidisciplinar; parto e do puerpério, com garantia de parto
humanizado e seguro;
II - serviços de habilitação e de
reabilitação sempre que necessários, para II - promoção de práticas alimentares
qualquer tipo de deficiência, inclusive para a adequadas e saudáveis, vigilância alimentar
manutenção da melhor condição de saúde e e nutricional, prevenção e cuidado integral
qualidade de vida; dos agravos relacionados à alimentação e
nutrição da mulher e da criança;
III - atendimento domiciliar
multidisciplinar, tratamento ambulatorial e III - aprimoramento e expansão dos
internação; programas de imunização e de triagem
neonatal;
IV - campanhas de vacinação;
IV - identificação e controle da
V - atendimento psicológico, inclusive gestante de alto risco.
para seus familiares e atendentes pessoais;
Art. 20. As operadoras de planos e
VI - respeito à especificidade, à seguros privados de saúde são obrigadas a
identidade de gênero e à orientação sexual garantir à pessoa com deficiência, no
da pessoa com deficiência; mínimo, todos os serviços e produtos
ofertados aos demais clientes.
VII - atenção sexual e reprodutiva,
incluindo o direito à fertilização assistida; Art. 21. Quando esgotados os meios
de atenção à saúde da pessoa com
deficiência no local de residência, será
VIII - informação adequada e
prestado atendimento fora de domicílio,
acessível à pessoa com deficiência e a seus
para fins de diagnóstico e de tratamento,
familiares sobre sua condição de saúde;
garantidos o transporte e a acomodação da
pessoa com deficiência e de seu
IX - serviços projetados para prevenir acompanhante.
a ocorrência e o desenvolvimento de
deficiências e agravos adicionais;
Art. 22. À pessoa com deficiência
internada ou em observação é assegurado

701
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
o direito a acompanhante ou a atendente lhe cause morte ou dano ou sofrimento físico
pessoal, devendo o órgão ou a instituição de ou psicológico.
saúde proporcionar condições adequadas
para sua permanência em tempo integral. CAPÍTULO IV

§ 1º Na impossibilidade de DO DIREITO À EDUCAÇÃO


permanência do acompanhante ou do
atendente pessoal junto à pessoa com
deficiência, cabe ao profissional de saúde Art. 27. A educação constitui direito da
responsável pelo tratamento justificá-la por pessoa com deficiência, assegurados
escrito. sistema educacional inclusivo em todos os
níveis e aprendizado ao longo de toda a
vida, de forma a alcançar o máximo
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade
desenvolvimento possível de seus talentos
prevista no § 1º deste artigo, o órgão ou a
e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais
instituição de saúde deve adotar as
e sociais, segundo suas características,
providências cabíveis para suprir a ausência
interesses e necessidades de
do acompanhante ou do atendente pessoal.
aprendizagem.
Art. 23. São vedadas todas as formas
Parágrafo único. É dever do Estado,
de discriminação contra a pessoa com
da família, da comunidade escolar e da
deficiência, inclusive por meio de cobrança
sociedade assegurar educação de
de valores diferenciados por planos e
qualidade à pessoa com deficiência,
seguros privados de saúde, em razão de
colocando-a a salvo de toda forma de
sua condição.
violência, negligência e discriminação.

Art. 24. É assegurado à pessoa com


Art. 28. Incumbe ao poder público
deficiência o acesso aos serviços de saúde,
assegurar, criar, desenvolver, implementar,
tanto públicos como privados, e às
incentivar, acompanhar e avaliar:
informações prestadas e recebidas, por
meio de recursos de tecnologia assistiva e
de todas as formas de comunicação I - sistema educacional inclusivo em
previstas no inciso V do art. 3º desta Lei. todos os níveis e modalidades, bem como o
aprendizado ao longo de toda a vida;
Art. 25. Os espaços dos serviços de
saúde, tanto públicos quanto privados, II - aprimoramento dos sistemas
devem assegurar o acesso da pessoa com educacionais, visando a garantir condições
deficiência, em conformidade com a de acesso, permanência, participação e
legislação em vigor, mediante a remoção de aprendizagem, por meio da oferta de
barreiras, por meio de projetos serviços e de recursos de acessibilidade que
arquitetônico, de ambientação de interior e eliminem as barreiras e promovam a
de comunicação que atendam às inclusão plena;
especificidades das pessoas com
deficiência física, sensorial, intelectual e III - projeto pedagógico que
mental. institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais
Art. 26. Os casos de suspeita ou de serviços e adaptações razoáveis, para
confirmação de violência praticada contra a atender às características dos estudantes
pessoa com deficiência serão objeto de com deficiência e garantir o seu pleno
notificação compulsória pelos serviços de acesso ao currículo em condições de
saúde públicos e privados à autoridade igualdade, promovendo a conquista e o
policial e ao Ministério Público, além dos exercício de sua autonomia;
Conselhos dos Direitos da Pessoa com
Deficiência. IV - oferta de educação bilíngue, em
Libras como primeira língua e na
Parágrafo único. Para os efeitos desta modalidade escrita da língua portuguesa
Lei, considera-se violência contra a pessoa como segunda língua, em escolas e classes
com deficiência qualquer ação ou omissão, bilíngues e em escolas inclusivas;
praticada em local público ou privado, que

702
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - adoção de medidas XIV - inclusão em conteúdos
individualizadas e coletivas em ambientes curriculares, em cursos de nível superior e
que maximizem o desenvolvimento de educação profissional técnica e
acadêmico e social dos estudantes com tecnológica, de temas relacionados à
deficiência, favorecendo o acesso, a pessoa com deficiência nos respectivos
permanência, a participação e a campos de conhecimento;
aprendizagem em instituições de ensino;
XV - acesso da pessoa com
VI - pesquisas voltadas para o deficiência, em igualdade de condições, a
desenvolvimento de novos métodos e jogos e a atividades recreativas, esportivas
técnicas pedagógicas, de materiais e de lazer, no sistema escolar;
didáticos, de equipamentos e de recursos de
tecnologia assistiva; XVI - acessibilidade para todos os
estudantes, trabalhadores da educação e
VII - planejamento de estudo de caso, demais integrantes da comunidade escolar
de elaboração de plano de atendimento às edificações, aos ambientes e às
educacional especializado, de organização atividades concernentes a todas as
de recursos e serviços de acessibilidade e modalidades, etapas e níveis de ensino;
de disponibilização e usabilidade
pedagógica de recursos de tecnologia XVII - oferta de profissionais de apoio
assistiva; escolar;

VIII - participação dos estudantes com XVIII - articulação intersetorial na


deficiência e de suas famílias nas diversas implementação de políticas públicas.
instâncias de atuação da comunidade
escolar;
§ 1º Às instituições privadas, de
qualquer nível e modalidade de ensino,
IX - adoção de medidas de apoio que aplica-se obrigatoriamente o disposto nos
favoreçam o desenvolvimento dos aspectos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII,
linguísticos, culturais, vocacionais e XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
profissionais, levando-se em conta o talento, artigo, sendo vedada a cobrança de valores
a criatividade, as habilidades e os interesses adicionais de qualquer natureza em suas
do estudante com deficiência; mensalidades, anuidades e matrículas no
cumprimento dessas determinações.
X - adoção de práticas pedagógicas
inclusivas pelos programas de formação § 2º Na disponibilização de tradutores
inicial e continuada de professores e oferta e intérpretes da Libras a que se refere o
de formação continuada para o atendimento inciso XI do caput deste artigo, deve-se
educacional especializado; observar o seguinte:

XI - formação e disponibilização de I - os tradutores e intérpretes da Libras


professores para o atendimento educacional atuantes na educação básica devem, no
especializado, de tradutores e intérpretes da mínimo, possuir ensino médio completo e
Libras, de guias intérpretes e de certificado de proficiência na
profissionais de apoio; Libras; (Vigência)

XII - oferta de ensino da Libras, do II - os tradutores e intérpretes da


Sistema Braille e de uso de recursos de Libras, quando direcionados à tarefa de
tecnologia assistiva, de forma a ampliar interpretar nas salas de aula dos cursos de
habilidades funcionais dos estudantes, graduação e pós-graduação, devem possuir
promovendo sua autonomia e participação; nível superior, com habilitação,
prioritariamente, em Tradução e
XIII - acesso à educação superior e à Interpretação em Libras. (Vigência)
educação profissional e tecnológica em
igualdade de oportunidades e condições Art. 29. (VETADO).
com as demais pessoas;

703
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 30. Nos processos seletivos para § 1º O poder público adotará
ingresso e permanência nos cursos programas e ações estratégicas para apoiar
oferecidos pelas instituições de ensino a criação e a manutenção de moradia para
superior e de educação profissional e a vida independente da pessoa com
tecnológica, públicas e privadas, devem ser deficiência.
adotadas as seguintes medidas:
§ 2º A proteção integral na modalidade
I - atendimento preferencial à pessoa de residência inclusiva será prestada no
com deficiência nas dependências das âmbito do Suas à pessoa com deficiência
Instituições de Ensino Superior (IES) e nos em situação de dependência que não
serviços; disponha de condições de
autossustentabilidade, com vínculos
II - disponibilização de formulário de familiares fragilizados ou rompidos.
inscrição de exames com campos
específicos para que o candidato com Art. 32. Nos programas habitacionais,
deficiência informe os recursos de públicos ou subsidiados com recursos
acessibilidade e de tecnologia assistiva públicos, a pessoa com deficiência ou o seu
necessários para sua participação; responsável goza de prioridade na
aquisição de imóvel para moradia própria,
III - disponibilização de provas em observado o seguinte:
formatos acessíveis para atendimento às
necessidades específicas do candidato com I - reserva de, no mínimo, 3% (três por
deficiência; cento) das unidades habitacionais para
pessoa com deficiência;
IV - disponibilização de recursos de
acessibilidade e de tecnologia assistiva II - (VETADO);
adequados, previamente solicitados e
escolhidos pelo candidato com deficiência; III - em caso de edificação
multifamiliar, garantia de acessibilidade nas
V - dilação de tempo, conforme áreas de uso comum e nas unidades
demanda apresentada pelo candidato com habitacionais no piso térreo e de
deficiência, tanto na realização de exame acessibilidade ou de adaptação razoável
para seleção quanto nas atividades nos demais pisos;
acadêmicas, mediante prévia solicitação e
comprovação da necessidade; IV - disponibilização de equipamentos
urbanos comunitários acessíveis;
VI - adoção de critérios de avaliação
das provas escritas, discursivas ou de V - elaboração de especificações
redação que considerem a singularidade técnicas no projeto que permitam a
linguística da pessoa com deficiência, no instalação de elevadores.
domínio da modalidade escrita da língua
portuguesa;
§ 1º O direito à prioridade, previsto no
caput deste artigo, será reconhecido à
VII - tradução completa do edital e de pessoa com deficiência beneficiária apenas
suas retificações em Libras. uma vez.

CAPÍTULO V § 2º Nos programas habitacionais


públicos, os critérios de financiamento
DO DIREITO À MORADIA devem ser compatíveis com os rendimentos
da pessoa com deficiência ou de sua família.
Art. 31. A pessoa com deficiência tem
direito à moradia digna, no seio da família § 3º Caso não haja pessoa com
natural ou substituta, com seu cônjuge ou deficiência interessada nas unidades
companheiro ou desacompanhada, ou em habitacionais reservadas por força do
moradia para a vida independente da disposto no inciso I do caput deste artigo, as
pessoa com deficiência, ou, ainda, em unidades não utilizadas serão
residência inclusiva. disponibilizadas às demais pessoas.

704
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 33. Ao poder público compete: empregador, em igualdade de
oportunidades com os demais empregados.
I - adotar as providências necessárias
para o cumprimento do disposto nos arts. 31 § 5º É garantida aos trabalhadores
e 32 desta Lei; e com deficiência acessibilidade em cursos de
formação e de capacitação.
II - divulgar, para os agentes
interessados e beneficiários, a política Art. 35. É finalidade primordial das
habitacional prevista nas legislações políticas públicas de trabalho e emprego
federal, estaduais, distrital e municipais, promover e garantir condições de acesso e
com ênfase nos dispositivos sobre de permanência da pessoa com deficiência
acessibilidade. no campo de trabalho.

Parágrafo único. Os programas de


estímulo ao empreendedorismo e ao
CAPÍTULO VI trabalho autônomo, incluídos o
cooperativismo e o associativismo, devem
prever a participação da pessoa com
DO DIREITO AO TRABALHO deficiência e a disponibilização de linhas de
crédito, quando necessárias.
Seção I
Seção II
Disposições Gerais
Da Habilitação Profissional e
Art. 34. A pessoa com deficiência tem Reabilitação Profissional
direito ao trabalho de sua livre escolha e
aceitação, em ambiente acessível e Art. 36. O poder público deve
inclusivo, em igualdade de oportunidades implementar serviços e programas
com as demais pessoas. completos de habilitação profissional e de
reabilitação profissional para que a pessoa
§ 1º As pessoas jurídicas de direito com deficiência possa ingressar, continuar
público, privado ou de qualquer natureza ou retornar ao campo do trabalho,
são obrigadas a garantir ambientes de respeitados sua livre escolha, sua vocação
trabalho acessíveis e inclusivos. e seu interesse.

§ 2º A pessoa com deficiência tem § 1º Equipe multidisciplinar indicará,


direito, em igualdade de oportunidades com com base em critérios previstos no § 1º do
as demais pessoas, a condições justas e art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou
favoráveis de trabalho, incluindo igual de reabilitação que possibilite à pessoa com
remuneração por trabalho de igual valor. deficiência restaurar sua capacidade e
habilidade profissional ou adquirir novas
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da capacidades e habilidades de trabalho.
pessoa com deficiência e qualquer
discriminação em razão de sua condição, § 2º A habilitação profissional
inclusive nas etapas de recrutamento, corresponde ao processo destinado a
seleção, contratação, admissão, exames propiciar à pessoa com deficiência
admissional e periódico, permanência no aquisição de conhecimentos, habilidades e
emprego, ascensão profissional e aptidões para exercício de profissão ou de
reabilitação profissional, bem como ocupação, permitindo nível suficiente de
exigência de aptidão plena. desenvolvimento profissional para ingresso
no campo de trabalho.
§ 4º A pessoa com deficiência tem
direito à participação e ao acesso a cursos, § 3º Os serviços de habilitação
treinamentos, educação continuada, planos profissional, de reabilitação profissional e de
de carreira, promoções, bonificações e educação profissional devem ser dotados
incentivos profissionais oferecidos pelo de recursos necessários para atender a toda
pessoa com deficiência,

705
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
independentemente de sua característica I - prioridade no atendimento à pessoa
específica, a fim de que ela possa ser com deficiência com maior dificuldade de
capacitada para trabalho que lhe seja inserção no campo de trabalho;
adequado e ter perspectivas de obtê-lo, de
conservá-lo e de nele progredir. II - provisão de suportes
individualizados que atendam a
§ 4º Os serviços de habilitação necessidades específicas da pessoa com
profissional, de reabilitação profissional e de deficiência, inclusive a disponibilização de
educação profissional deverão ser recursos de tecnologia assistiva, de agente
oferecidos em ambientes acessíveis e facilitador e de apoio no ambiente de
inclusivos. trabalho;

§ 5º A habilitação profissional e a III - respeito ao perfil vocacional e ao


reabilitação profissional devem ocorrer interesse da pessoa com deficiência
articuladas com as redes públicas e apoiada;
privadas, especialmente de saúde, de
ensino e de assistência social, em todos os IV - oferta de aconselhamento e de
níveis e modalidades, em entidades de apoio aos empregadores, com vistas à
formação profissional ou diretamente com o definição de estratégias de inclusão e de
empregador. superação de barreiras, inclusive atitudinais;

§ 6º A habilitação profissional pode V - realização de avaliações


ocorrer em empresas por meio de prévia periódicas;
formalização do contrato de emprego da
pessoa com deficiência, que será
VI - articulação intersetorial das
considerada para o cumprimento da reserva
políticas públicas;
de vagas prevista em lei, desde que por
tempo determinado e concomitante com a
inclusão profissional na empresa, VII - possibilidade de participação de
observado o disposto em regulamento. organizações da sociedade civil.

§ 7º A habilitação profissional e a Art. 38. A entidade contratada para a


reabilitação profissional atenderão à pessoa realização de processo seletivo público ou
com deficiência. privado para cargo, função ou emprego está
obrigada à observância do disposto nesta
Lei e em outras normas de acessibilidade
Seção III vigentes.

Da Inclusão da Pessoa com Deficiência CAPÍTULO VII


no Trabalho
DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 37. Constitui modo de inclusão da
pessoa com deficiência no trabalho a
colocação competitiva, em igualdade de Art. 39. Os serviços, os programas, os
oportunidades com as demais pessoas, nos projetos e os benefícios no âmbito da
termos da legislação trabalhista e política pública de assistência social à
previdenciária, na qual devem ser atendidas pessoa com deficiência e sua família têm
as regras de acessibilidade, o fornecimento como objetivo a garantia da segurança de
de recursos de tecnologia assistiva e a renda, da acolhida, da habilitação e da
adaptação razoável no ambiente de reabilitação, do desenvolvimento da
trabalho. autonomia e da convivência familiar e
comunitária, para a promoção do acesso a
direitos e da plena participação social.
Parágrafo único. A colocação
competitiva da pessoa com deficiência pode
ocorrer por meio de trabalho com apoio, § 1º A assistência social à pessoa com
observadas as seguintes diretrizes: deficiência, nos termos do caput deste
artigo, deve envolver conjunto articulado de
serviços do âmbito da Proteção Social
Básica e da Proteção Social Especial,

706
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ofertados pelo Suas, para a garantia de pessoa com deficiência, sob qualquer
seguranças fundamentais no enfrentamento argumento, inclusive sob a alegação de
de situações de vulnerabilidade e de risco, proteção dos direitos de propriedade
por fragilização de vínculos e ameaça ou intelectual.
violação de direitos.
§ 2º O poder público deve adotar
§ 2º Os serviços socioassistenciais soluções destinadas à eliminação, à
destinados à pessoa com deficiência em redução ou à superação de barreiras para a
situação de dependência deverão contar promoção do acesso a todo patrimônio
com cuidadores sociais para prestar-lhe cultural, observadas as normas de
cuidados básicos e instrumentais. acessibilidade, ambientais e de proteção do
patrimônio histórico e artístico nacional.
Art. 40. É assegurado à pessoa com
deficiência que não possua meios para Art. 43. O poder público deve
prover sua subsistência nem de tê-la provida promover a participação da pessoa com
por sua família o benefício mensal de 1 (um) deficiência em atividades artísticas,
salário-mínimo, nos termos da Lei nº 8.742, intelectuais, culturais, esportivas e
de 7 de dezembro de 1993 . recreativas, com vistas ao seu
protagonismo, devendo:

I - incentivar a provisão de instrução,


CAPÍTULO VIII de treinamento e de recursos adequados,
em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas;
DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
II - assegurar acessibilidade nos locais
Art. 41. A pessoa com deficiência de eventos e nos serviços prestados por
segurada do Regime Geral de Previdência pessoa ou entidade envolvida na
Social (RGPS) tem direito à aposentadoria organização das atividades de que trata este
nos termos da Lei Complementar nº 142, de artigo; e
8 de maio de 2013 .
III - assegurar a participação da
CAPÍTULO IX pessoa com deficiência em jogos e
atividades recreativas, esportivas, de lazer,
DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, culturais e artísticas, inclusive no sistema
AO TURISMO E AO LAZER escolar, em igualdade de condições com as
demais pessoas.
Art. 42. A pessoa com deficiência tem
direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao Art. 44. Nos teatros, cinemas,
lazer em igualdade de oportunidades com auditórios, estádios, ginásios de esporte,
as demais pessoas, sendo-lhe garantido o locais de espetáculos e de conferências e
acesso: similares, serão reservados espaços livres e
assentos para a pessoa com deficiência, de
acordo com a capacidade de lotação da
I - a bens culturais em formato
edificação, observado o disposto em
acessível;
regulamento.
II - a programas de televisão, cinema,
§ 1º Os espaços e assentos a que se
teatro e outras atividades culturais e
refere este artigo devem ser distribuídos
desportivas em formato acessível; e
pelo recinto em locais diversos, de boa
visibilidade, em todos os setores, próximos
III - a monumentos e locais de aos corredores, devidamente sinalizados,
importância cultural e a espaços que evitando-se áreas segregadas de público e
ofereçam serviços ou eventos culturais e obstrução das saídas, em conformidade
esportivos. com as normas de acessibilidade.

§ 1º É vedada a recusa de oferta de § 2º No caso de não haver


obra intelectual em formato acessível à comprovada procura pelos assentos

707
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
reservados, esses podem, DO DIREITO AO TRANSPORTE E À
excepcionalmente, ser ocupados por MOBILIDADE
pessoas sem deficiência ou que não tenham
mobilidade reduzida, observado o disposto Art. 46. O direito ao transporte e à
em regulamento. mobilidade da pessoa com deficiência ou
com mobilidade reduzida será assegurado
§ 3º Os espaços e assentos a que se em igualdade de oportunidades com as
refere este artigo devem situar-se em locais demais pessoas, por meio de identificação e
que garantam a acomodação de, no mínimo, de eliminação de todos os obstáculos e
1 (um) acompanhante da pessoa com barreiras ao seu acesso.
deficiência ou com mobilidade reduzida,
resguardado o direito de se acomodar § 1º Para fins de acessibilidade aos
proximamente a grupo familiar e serviços de transporte coletivo terrestre,
comunitário. aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições,
consideram-se como integrantes desses
§ 4º Nos locais referidos no caput serviços os veículos, os terminais, as
deste artigo, deve haver, obrigatoriamente, estações, os pontos de parada, o sistema
rotas de fuga e saídas de emergência viário e a prestação do serviço.
acessíveis, conforme padrões das normas
de acessibilidade, a fim de permitir a saída § 2º São sujeitas ao cumprimento das
segura da pessoa com deficiência ou com disposições desta Lei, sempre que houver
mobilidade reduzida, em caso de interação com a matéria nela regulada, a
emergência. outorga, a concessão, a permissão, a
autorização, a renovação ou a habilitação de
§ 5º Todos os espaços das linhas e de serviços de transporte coletivo.
edificações previstas no caput deste artigo
devem atender às normas de acessibilidade § 3º Para colocação do símbolo
em vigor. internacional de acesso nos veículos, as
empresas de transporte coletivo de
§ 6º As salas de cinema devem passageiros dependem da certificação de
oferecer, em todas as sessões, recursos de acessibilidade emitida pelo gestor público
acessibilidade para a pessoa com responsável pela prestação do serviço.
deficiência. (Vigência)
Art. 47. Em todas as áreas de
§ 7º O valor do ingresso da pessoa estacionamento aberto ao público, de uso
com deficiência não poderá ser superior ao público ou privado de uso coletivo e em vias
valor cobrado das demais pessoas. públicas, devem ser reservadas vagas
próximas aos acessos de circulação de
Art. 45. Os hotéis, pousadas e pedestres, devidamente sinalizadas, para
similares devem ser construídos veículos que transportem pessoa com
observando-se os princípios do desenho deficiência com comprometimento de
universal, além de adotar todos os meios de mobilidade, desde que devidamente
acessibilidade, conforme legislação em identificados.
vigor. (Vigência) (Reglamento)
§ 1º As vagas a que se refere o caput
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deste artigo devem equivaler a 2% (dois por
deverão disponibilizar, pelo menos, 10% cento) do total, garantida, no mínimo, 1
(dez por cento) de seus dormitórios (uma) vaga devidamente sinalizada e com
acessíveis, garantida, no mínimo, 1 (uma) as especificações de desenho e traçado de
unidade acessível. acordo com as normas técnicas vigentes de
acessibilidade.
§ 2º Os dormitórios mencionados no §
1º deste artigo deverão ser localizados em § 2º Os veículos estacionados nas
rotas acessíveis. vagas reservadas devem exibir, em local de
ampla visibilidade, a credencial de
CAPÍTULO X beneficiário, a ser confeccionada e
fornecida pelos órgãos de trânsito, que

708
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
disciplinarão suas características e utilização como táxis e vans , de forma a
condições de uso. garantir o seu uso por todas as pessoas.

§ 3º A utilização indevida das vagas Art. 51. As frotas de empresas de táxi


de que trata este artigo sujeita os infratores devem reservar 10% (dez por cento) de
às sanções previstas no inciso XVII do art. seus veículos acessíveis à pessoa com
181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de
1997 (Código de Trânsito Brasileiro) . 2019) (Vigência)

§ 3º A utilização indevida das vagas § 1º É proibida a cobrança


de que trata este artigo sujeita os infratores diferenciada de tarifas ou de valores
às sanções previstas no inciso XX do art. adicionais pelo serviço de táxi prestado à
181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de pessoa com deficiência.
1997 (Código de Trânsito Brasileiro)
. (Redação dada pela Lei nº 13.281, de § 2º O poder público é autorizado a
2016) (Vigência) instituir incentivos fiscais com vistas a
possibilitar a acessibilidade dos veículos a
§ 4º A credencial a que se refere o § que se refere o caput deste artigo.
2º deste artigo é vinculada à pessoa com
deficiência que possui comprometimento de Art. 52. As locadoras de veículos são
mobilidade e é válida em todo o território obrigadas a oferecer 1 (um) veículo
nacional. adaptado para uso de pessoa com
deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
Art. 48. Os veículos de transporte veículos de sua frota. (Vide Decreto nº
coletivo terrestre, aquaviário e aéreo, as 9.762, de 2019) (Vigência)
instalações, as estações, os portos e os
terminais em operação no País devem ser Parágrafo único. O veículo adaptado
acessíveis, de forma a garantir o seu uso por deverá ter, no mínimo, câmbio automático,
todas as pessoas. direção hidráulica, vidros elétricos e
comandos manuais de freio e de
§ 1º Os veículos e as estruturas de embreagem.
que trata o caput deste artigo devem dispor
de sistema de comunicação acessível que TÍTULO III
disponibilize informações sobre todos os
pontos do itinerário.
DA ACESSIBILIDADE
§ 2º São asseguradas à pessoa com
deficiência prioridade e segurança nos CAPÍTULO I
procedimentos de embarque e de
desembarque nos veículos de transporte DISPOSIÇÕES GERAIS
coletivo, de acordo com as normas técnicas.
Art. 53. A acessibilidade é direito que
§ 3º Para colocação do símbolo garante à pessoa com deficiência ou com
internacional de acesso nos veículos, as mobilidade reduzida viver de forma
empresas de transporte coletivo de independente e exercer seus direitos de
passageiros dependem da certificação de cidadania e de participação social.
acessibilidade emitida pelo gestor público
responsável pela prestação do serviço. Art. 54. São sujeitas ao cumprimento
das disposições desta Lei e de outras
Art. 49. As empresas de transporte de normas relativas à acessibilidade, sempre
fretamento e de turismo, na renovação de que houver interação com a matéria nela
suas frotas, são obrigadas ao cumprimento regulada:
do disposto nos arts. 46 e 48 desta
Lei. (Vigência) I - a aprovação de projeto
arquitetônico e urbanístico ou de
Art. 50. O poder público incentivará a comunicação e informação, a fabricação de
fabricação de veículos acessíveis e a sua veículos de transporte coletivo, a prestação

709
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do respectivo serviço e a execução de § 5º Desde a etapa de concepção, as
qualquer tipo de obra, quando tenham políticas públicas deverão considerar a
destinação pública ou coletiva; adoção do desenho universal.

II - a outorga ou a renovação de Art. 56. A construção, a reforma, a


concessão, permissão, autorização ou ampliação ou a mudança de uso de
habilitação de qualquer natureza; edificações abertas ao público, de uso
público ou privadas de uso coletivo deverão
III - a aprovação de financiamento de ser executadas de modo a serem
projeto com utilização de recursos públicos, acessíveis.
por meio de renúncia ou de incentivo fiscal,
contrato, convênio ou instrumento § 1º As entidades de fiscalização
congênere; e profissional das atividades de Engenharia,
de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a
IV - a concessão de aval da União responsabilidade técnica de projetos,
para obtenção de empréstimo e de devem exigir a responsabilidade profissional
financiamento internacionais por entes declarada de atendimento às regras de
públicos ou privados. acessibilidade previstas em legislação e em
normas técnicas pertinentes.
Art. 55. A concepção e a implantação
de projetos que tratem do meio físico, de § 2º Para a aprovação, o
transporte, de informação e comunicação, licenciamento ou a emissão de certificado
inclusive de sistemas e tecnologias da de projeto executivo arquitetônico,
informação e comunicação, e de outros urbanístico e de instalações e equipamentos
serviços, equipamentos e instalações temporários ou permanentes e para o
abertos ao público, de uso público ou licenciamento ou a emissão de certificado
privado de uso coletivo, tanto na zona de conclusão de obra ou de serviço, deve
urbana como na rural, devem atender aos ser atestado o atendimento às regras de
princípios do desenho universal, tendo acessibilidade.
como referência as normas de
acessibilidade. § 3º O poder público, após certificar a
acessibilidade de edificação ou de serviço,
§ 1º O desenho universal será sempre determinará a colocação, em espaços ou
tomado como regra de caráter geral. em locais de ampla visibilidade, do símbolo
internacional de acesso, na forma prevista
em legislação e em normas técnicas
§ 2º Nas hipóteses em que
correlatas.
comprovadamente o desenho universal não
possa ser empreendido, deve ser adotada
adaptação razoável. Art. 57. As edificações públicas e
privadas de uso coletivo já existentes devem
garantir acessibilidade à pessoa com
§ 3º Caberá ao poder público
deficiência em todas as suas dependências
promover a inclusão de conteúdos
temáticos referentes ao desenho universal e serviços, tendo como referência as
nas diretrizes curriculares da educação normas de acessibilidade vigentes.
profissional e tecnológica e do ensino
superior e na formação das carreiras de Art. 58. O projeto e a construção de
Estado. edificação de uso privado multifamiliar
devem atender aos preceitos de
§ 4º Os programas, os projetos e as acessibilidade, na forma
linhas de pesquisa a serem desenvolvidos regulamentar. (Regulamento)
com o apoio de organismos públicos de
auxílio à pesquisa e de agências de fomento § 1º As construtoras e incorporadoras
deverão incluir temas voltados para o responsáveis pelo projeto e pela construção
desenho universal. das edificações a que se refere o caput
deste artigo devem assegurar percentual
mínimo de suas unidades internamente
acessíveis, na forma regulamentar.

710
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º É vedada a cobrança de valores de acessibilidade atenderão às seguintes
adicionais para a aquisição de unidades premissas básicas:
internamente acessíveis a que se refere o §
1º deste artigo. I - eleição de prioridades, elaboração
de cronograma e reserva de recursos para
Art. 59. Em qualquer intervenção nas implementação das ações; e
vias e nos espaços públicos, o poder público
e as empresas concessionárias II - planejamento contínuo e articulado
responsáveis pela execução das obras e entre os setores envolvidos.
dos serviços devem garantir, de forma
segura, a fluidez do trânsito e a livre
Art. 62. É assegurado à pessoa com
circulação e acessibilidade das pessoas,
deficiência, mediante solicitação, o
durante e após sua execução. recebimento de contas, boletos, recibos,
extratos e cobranças de tributos em formato
Art. 60. Orientam-se, no que couber, acessível.
pelas regras de acessibilidade previstas em
legislação e em normas técnicas, observado
CAPÍTULO II
o disposto na Lei nº 10.098, de 19 de
dezembro de 2000 , nº 10.257, de 10 de
julho de 2001 , e nº 12.587, de 3 de janeiro DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À
de 2012 : COMUNICAÇÃO

I - os planos diretores municipais, os Art. 63. É obrigatória a acessibilidade


planos diretores de transporte e trânsito, os nos sítios da internet mantidos por
planos de mobilidade urbana e os planos de empresas com sede ou representação
preservação de sítios históricos elaborados comercial no País ou por órgãos de governo,
ou atualizados a partir da publicação desta para uso da pessoa com deficiência,
Lei; garantindo-lhe acesso às informações
disponíveis, conforme as melhores práticas
II - os códigos de obras, os códigos de e diretrizes de acessibilidade adotadas
postura, as leis de uso e ocupação do solo internacionalmente.
e as leis do sistema viário;
§ 1º Os sítios devem conter símbolo
III - os estudos prévios de impacto de de acessibilidade em destaque.
vizinhança;
§ 2º Telecentros comunitários que
IV - as atividades de fiscalização e a receberem recursos públicos federais para
imposição de sanções; e seu custeio ou sua instalação e lan houses
devem possuir equipamentos e instalações
acessíveis.
V - a legislação referente à prevenção
contra incêndio e pânico.
§ 3º Os telecentros e as lan houses
de que trata o § 2º deste artigo devem
§ 1º A concessão e a renovação de
garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de
alvará de funcionamento para qualquer
seus computadores com recursos de
atividade são condicionadas à observação e
acessibilidade para pessoa com deficiência
à certificação das regras de acessibilidade.
visual, sendo assegurado pelo menos 1
(um) equipamento, quando o resultado
§ 2º A emissão de carta de habite-se percentual for inferior a 1 (um).
ou de habilitação equivalente e sua
renovação, quando esta tiver sido emitida
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da
anteriormente às exigências de
internet de que trata o art. 63 desta Lei deve
acessibilidade, é condicionada à
ser observada para obtenção do
observação e à certificação das regras de
financiamento de que trata o inciso III do art.
acessibilidade.
54 desta Lei.

Art. 61. A formulação, a


Art. 65. As empresas prestadoras de
implementação e a manutenção das ações
serviços de telecomunicações deverão

711
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
garantir pleno acesso à pessoa com Art. 69. O poder público deve
deficiência, conforme regulamentação assegurar a disponibilidade de informações
específica. corretas e claras sobre os diferentes
produtos e serviços ofertados, por quaisquer
Art. 66. Cabe ao poder público meios de comunicação empregados,
incentivar a oferta de aparelhos de telefonia inclusive em ambiente virtual, contendo a
fixa e móvel celular com acessibilidade que, especificação correta de quantidade,
entre outras tecnologias assistivas, qualidade, características, composição e
possuam possibilidade de indicação e de preço, bem como sobre os eventuais riscos
ampliação sonoras de todas as operações e à saúde e à segurança do consumidor com
funções disponíveis. deficiência, em caso de sua utilização,
aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a
41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de
sons e imagens devem permitir o uso dos 1990 .
seguintes recursos, entre outros:
§ 1º Os canais de comercialização
virtual e os anúncios publicitários veiculados
I - subtitulação por meio de legenda
na imprensa escrita, na internet, no rádio, na
oculta;
televisão e nos demais veículos de
comunicação abertos ou por assinatura
II - janela com intérprete da Libras; devem disponibilizar, conforme a
compatibilidade do meio, os recursos de
III - audiodescrição. acessibilidade de que trata o art. 67 desta
Lei, a expensas do fornecedor do produto ou
Art. 68. O poder público deve adotar do serviço, sem prejuízo da observância do
mecanismos de incentivo à produção, à disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078,
edição, à difusão, à distribuição e à de 11 de setembro de 1990 .
comercialização de livros em formatos
acessíveis, inclusive em publicações da § 2º Os fornecedores devem
administração pública ou financiadas com disponibilizar, mediante solicitação,
recursos públicos, com vistas a garantir à exemplares de bulas, prospectos, textos ou
pessoa com deficiência o direito de acesso qualquer outro tipo de material de
à leitura, à informação e à comunicação. divulgação em formato acessível.

§ 1º Nos editais de compras de livros, Art. 70. As instituições promotoras de


inclusive para o abastecimento ou a congressos, seminários, oficinas e demais
atualização de acervos de bibliotecas em eventos de natureza científico-cultural
todos os níveis e modalidades de educação devem oferecer à pessoa com deficiência,
e de bibliotecas públicas, o poder público no mínimo, os recursos de tecnologia
deverá adotar cláusulas de impedimento à assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
participação de editoras que não ofertem
sua produção também em formatos Art. 71. Os congressos, os seminários,
acessíveis. as oficinas e os demais eventos de natureza
científico-cultural promovidos ou financiados
§ 2º Consideram-se formatos pelo poder público devem garantir as
acessíveis os arquivos digitais que possam condições de acessibilidade e os recursos
ser reconhecidos e acessados por de tecnologia assistiva.
softwares leitores de telas ou outras
tecnologias assistivas que vierem a Art. 72. Os programas, as linhas de
substituí-los, permitindo leitura com voz pesquisa e os projetos a serem
sintetizada, ampliação de caracteres, desenvolvidos com o apoio de agências de
diferentes contrastes e impressão em financiamento e de órgãos e entidades
Braille. integrantes da administração pública que
atuem no auxílio à pesquisa devem
§ 3º O poder público deve estimular e contemplar temas voltados à tecnologia
apoiar a adaptação e a produção de artigos assistiva.
científicos em formato acessível, inclusive
em Libras.

712
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 73. Caberá ao poder público, CAPÍTULO IV
diretamente ou em parceria com
organizações da sociedade civil, promover a DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA
capacitação de tradutores e intérpretes da PÚBLICA E POLÍTICA
Libras, de guias intérpretes e de
profissionais habilitados em Braille,
audiodescrição, estenotipia e legendagem. Art. 76. O poder público deve garantir
à pessoa com deficiência todos os direitos
políticos e a oportunidade de exercê-los em
CAPÍTULO III igualdade de condições com as demais
pessoas.
DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
§ 1º À pessoa com deficiência será
Art. 74. É garantido à pessoa com assegurado o direito de votar e de ser
deficiência acesso a produtos, recursos, votada, inclusive por meio das seguintes
estratégias, práticas, processos, métodos e ações:
serviços de tecnologia assistiva que
maximizem sua autonomia, mobilidade I - garantia de que os procedimentos,
pessoal e qualidade de vida. as instalações, os materiais e os
equipamentos para votação sejam
Art. 75. O poder público desenvolverá apropriados, acessíveis a todas as pessoas
plano específico de medidas, a ser renovado e de fácil compreensão e uso, sendo vedada
em cada período de 4 (quatro) anos, com a a instalação de seções eleitorais exclusivas
finalidade de: para a pessoa com deficiência;

I - facilitar o acesso a crédito II - incentivo à pessoa com deficiência


especializado, inclusive com oferta de linhas a candidatar-se e a desempenhar quaisquer
de crédito subsidiadas, específicas para funções públicas em todos os níveis de
aquisição de tecnologia assistiva; governo, inclusive por meio do uso de novas
tecnologias assistivas, quando apropriado;
II - agilizar, simplificar e priorizar
procedimentos de importação de tecnologia III - garantia de que os
assistiva, especialmente as questões pronunciamentos oficiais, a propaganda
atinentes a procedimentos alfandegários e eleitoral obrigatória e os debates
sanitários; transmitidos pelas emissoras de televisão
possuam, pelo menos, os recursos
III - criar mecanismos de fomento à elencados no art. 67 desta Lei;
pesquisa e à produção nacional de
tecnologia assistiva, inclusive por meio de IV - garantia do livre exercício do
concessão de linhas de crédito subsidiado e direito ao voto e, para tanto, sempre que
de parcerias com institutos de pesquisa necessário e a seu pedido, permissão para
oficiais; que a pessoa com deficiência seja auxiliada
na votação por pessoa de sua escolha.
IV - eliminar ou reduzir a tributação da
cadeia produtiva e de importação de § 2º O poder público promoverá a
tecnologia assistiva; participação da pessoa com deficiência,
inclusive quando institucionalizada, na
V - facilitar e agilizar o processo de condução das questões públicas, sem
inclusão de novos recursos de tecnologia discriminação e em igualdade de
assistiva no rol de produtos distribuídos no oportunidades, observado o seguinte:
âmbito do SUS e por outros órgãos
governamentais. I - participação em organizações não
governamentais relacionadas à vida pública
Parágrafo único. Para fazer cumprir o e à política do País e em atividades e
disposto neste artigo, os procedimentos administração de partidos políticos;
constantes do plano específico de medidas
deverão ser avaliados, pelo menos, a cada
2 (dois) anos.

713
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - formação de organizações para I - o emprego de tecnologias da
representar a pessoa com deficiência em informação e comunicação como
todos os níveis; instrumento de superação de limitações
funcionais e de barreiras à comunicação, à
III - participação da pessoa com informação, à educação e ao
deficiência em organizações que a entretenimento da pessoa com deficiência;
representem.
II - a adoção de soluções e a difusão
TÍTULO IV de normas que visem a ampliar a
acessibilidade da pessoa com deficiência à
computação e aos sítios da internet, em
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA especial aos serviços de governo eletrônico.

Art. 77. O poder público deve fomentar LIVRO II


o desenvolvimento científico, a pesquisa e a
inovação e a capacitação tecnológicas,
voltados à melhoria da qualidade de vida e PARTE ESPECIAL
ao trabalho da pessoa com deficiência e sua
inclusão social. TÍTULO I

§ 1º O fomento pelo poder público DO ACESSO À JUSTIÇA


deve priorizar a geração de conhecimentos
e técnicas que visem à prevenção e ao CAPÍTULO I
tratamento de deficiências e ao
desenvolvimento de tecnologias assistiva e
social. DISPOSIÇÕES GERAIS

§ 2º A acessibilidade e as tecnologias Art. 79. O poder público deve


assistiva e social devem ser fomentadas assegurar o acesso da pessoa com
mediante a criação de cursos de pós- deficiência à justiça, em igualdade de
graduação, a formação de recursos oportunidades com as demais pessoas,
humanos e a inclusão do tema nas diretrizes garantindo, sempre que requeridos,
de áreas do conhecimento. adaptações e recursos de tecnologia
assistiva.
§ 3º Deve ser fomentada a
capacitação tecnológica de instituições § 1º A fim de garantir a atuação da
públicas e privadas para o desenvolvimento pessoa com deficiência em todo o processo
de tecnologias assistiva e social que sejam judicial, o poder público deve capacitar os
voltadas para melhoria da funcionalidade e membros e os servidores que atuam no
da participação social da pessoa com Poder Judiciário, no Ministério Público, na
deficiência. Defensoria Pública, nos órgãos de
segurança pública e no sistema
penitenciário quanto aos direitos da pessoa
§ 4º As medidas previstas neste artigo
devem ser reavaliadas periodicamente pelo com deficiência.
poder público, com vistas ao seu
aperfeiçoamento. § 2º Devem ser assegurados à pessoa
com deficiência submetida a medida
Art. 78. Devem ser estimulados a restritiva de liberdade todos os direitos e
pesquisa, o desenvolvimento, a inovação e garantias a que fazem jus os apenados sem
a difusão de tecnologias voltadas para deficiência, garantida a acessibilidade.
ampliar o acesso da pessoa com deficiência
às tecnologias da informação e § 3º A Defensoria Pública e o
comunicação e às tecnologias sociais. Ministério Público tomarão as medidas
necessárias à garantia dos direitos previstos
Parágrafo único. Serão estimulados, nesta Lei.
em especial:
Art. 80. Devem ser oferecidos todos
os recursos de tecnologia assistiva

714
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
disponíveis para que a pessoa com § 4º Os curadores são obrigados a
deficiência tenha garantido o acesso à prestar, anualmente, contas de sua
justiça, sempre que figure em um dos polos administração ao juiz, apresentando o
da ação ou atue como testemunha, partícipe balanço do respectivo ano.
da lide posta em juízo, advogado, defensor
público, magistrado ou membro do Art. 85. A curatela afetará tão somente
Ministério Público. os atos relacionados aos direitos de
natureza patrimonial e negocial.
Parágrafo único. A pessoa com
deficiência tem garantido o acesso ao § 1º A definição da curatela não
conteúdo de todos os atos processuais de alcança o direito ao próprio corpo, à
seu interesse, inclusive no exercício da sexualidade, ao matrimônio, à privacidade,
advocacia. à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.

Art. 81. Os direitos da pessoa com § 2º A curatela constitui medida


deficiência serão garantidos por ocasião da extraordinária, devendo constar da
aplicação de sanções penais. sentença as razões e motivações de sua
definição, preservados os interesses do
Art. 82. (VETADO). curatelado.

Art. 83. Os serviços notariais e de § 3º No caso de pessoa em situação


registro não podem negar ou criar óbices ou de institucionalização, ao nomear curador, o
condições diferenciadas à prestação de juiz deve dar preferência a pessoa que
seus serviços em razão de deficiência do tenha vínculo de natureza familiar, afetiva ou
solicitante, devendo reconhecer sua comunitária com o curatelado.
capacidade legal plena, garantida a
acessibilidade. Art. 86. Para emissão de documentos
oficiais, não será exigida a situação de
Parágrafo único. O descumprimento curatela da pessoa com deficiência.
do disposto no caput deste artigo constitui
discriminação em razão de deficiência. Art. 87. Em casos de relevância e
urgência e a fim de proteger os interesses
CAPÍTULO II da pessoa com deficiência em situação de
curatela, será lícito ao juiz, ouvido o
DO RECONHECIMENTO IGUAL Ministério Público, de oficio ou a
PERANTE A LEI requerimento do interessado, nomear,
desde logo, curador provisório, o qual estará
sujeito, no que couber, às disposições do
Art. 84. A pessoa com deficiência tem Código de Processo Civil .
assegurado o direito ao exercício de sua
capacidade legal em igualdade de
condições com as demais pessoas. TÍTULO II

§ 1º Quando necessário, a pessoa DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES


com deficiência será submetida à curatela, ADMINISTRATIVAS
conforme a lei.
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar
§ 2º É facultado à pessoa com discriminação de pessoa em razão de sua
deficiência a adoção de processo de tomada deficiência:
de decisão apoiada.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
§ 3º A definição de curatela de pessoa anos, e multa.
com deficiência constitui medida protetiva
extraordinária, proporcional às § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um
necessidades e às circunstâncias de cada terço) se a vítima encontrar-se sob cuidado
caso, e durará o menor tempo possível. e responsabilidade do agente.

715
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos Art. 91. Reter ou utilizar cartão
no caput deste artigo é cometido por magnético, qualquer meio eletrônico ou
intermédio de meios de comunicação social documento de pessoa com deficiência
ou de publicação de qualquer natureza: destinados ao recebimento de benefícios,
proventos, pensões ou remuneração ou à
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) realização de operações financeiras, com o
anos, e multa. fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem:
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo,
o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Pena - detenção, de 6 (seis) meses a
Público ou a pedido deste, ainda antes do 2 (dois) anos, e multa.
inquérito policial, sob pena de
desobediência: Parágrafo único. Aumenta-se a pena
em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por
I - recolhimento ou busca e apreensão tutor ou curador.
dos exemplares do material discriminatório;
TÍTULO III
II - interdição das respectivas
mensagens ou páginas de informação na DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
internet.
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, de Inclusão da Pessoa com Deficiência
constitui efeito da condenação, após o (Cadastro-Inclusão), registro público
trânsito em julgado da decisão, a destruição eletrônico com a finalidade de coletar,
do material apreendido. processar, sistematizar e disseminar
informações georreferenciadas que
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar permitam a identificação e a caracterização
bens, proventos, pensão, benefícios, socioeconômica da pessoa com deficiência,
remuneração ou qualquer outro rendimento bem como das barreiras que impedem a
de pessoa com deficiência: realização de seus direitos.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) § 1º O Cadastro-Inclusão será


anos, e multa. administrado pelo Poder Executivo federal e
constituído por base de dados,
Parágrafo único. Aumenta-se a pena instrumentos, procedimentos e sistemas
em 1/3 (um terço) se o crime é cometido: eletrônicos.

I - por tutor, curador, síndico, § 2º Os dados constituintes do


liquidatário, inventariante, testamenteiro ou Cadastro-Inclusão serão obtidos pela
depositário judicial; ou integração dos sistemas de informação e da
base de dados de todas as políticas públicas
II - por aquele que se apropriou em relacionadas aos direitos da pessoa com
razão de ofício ou de profissão. deficiência, bem como por informações
coletadas, inclusive em censos nacionais e
nas demais pesquisas realizadas no País,
Art. 90. Abandonar pessoa com de acordo com os parâmetros estabelecidos
deficiência em hospitais, casas de saúde, pela Convenção sobre os Direitos das
entidades de abrigamento ou congêneres: Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3
(três) anos, e multa. § 3º Para coleta, transmissão e
sistematização de dados, é facultada a
Parágrafo único. Na mesma pena celebração de convênios, acordos, termos
incorre quem não prover as necessidades de parceria ou contratos com instituições
básicas de pessoa com deficiência quando públicas e privadas, observados os
obrigado por lei ou mandado. requisitos e procedimentos previstos em
legislação específica.

716
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º Para assegurar a indevido, hipótese na qual serão
confidencialidade, a privacidade e as observados os seguintes procedimentos:
liberdades fundamentais da pessoa com
deficiência e os princípios éticos que regem I - quando for de interesse do poder
a utilização de informações, devem ser público, o agente promoverá o contato
observadas as salvaguardas estabelecidas necessário com a pessoa com deficiência
em lei. em sua residência;

§ 5º Os dados do Cadastro-Inclusão II - quando for de interesse da pessoa


somente poderão ser utilizados para as com deficiência, ela apresentará solicitação
seguintes finalidades: de atendimento domiciliar ou fará
representar-se por procurador constituído
I - formulação, gestão, monitoramento para essa finalidade.
e avaliação das políticas públicas para a
pessoa com deficiência e para identificar as Parágrafo único. É assegurado à
barreiras que impedem a realização de seus pessoa com deficiência atendimento
direitos; domiciliar pela perícia médica e social do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
II - realização de estudos e pesquisas. pelo serviço público de saúde ou pelo
serviço privado de saúde, contratado ou
§ 6º As informações a que se refere conveniado, que integre o SUS e pelas
este artigo devem ser disseminadas em entidades da rede socioassistencial
formatos acessíveis. integrantes do Suas, quando seu
deslocamento, em razão de sua limitação
funcional e de condições de acessibilidade,
Art. 93. Na realização de inspeções e
imponha-lhe ônus desproporcional e
de auditorias pelos órgãos de controle
indevido.
interno e externo, deve ser observado o
cumprimento da legislação relativa à pessoa
com deficiência e das normas de Art. 96. O § 6º -A do art. 135 da Lei nº
acessibilidade vigentes. 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código
Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte
redação:
Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão,
nos termos da lei, a pessoa com deficiência
moderada ou grave que: “Art. 135.
.................................................................
I - receba o benefício de prestação
continuada previsto no art. 20 da Lei nº ......................................................................
8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que ..................
passe a exercer atividade remunerada que
a enquadre como segurado obrigatório do § 6º -A. Os Tribunais Regionais Eleitorais
RGPS; deverão, a cada eleição, expedir instruções
aos Juízes Eleitorais para orientá-los na
II - tenha recebido, nos últimos 5 escolha dos locais de votação, de maneira a
(cinco) anos, o benefício de prestação garantir acessibilidade para o eleitor com
continuada previsto no art. 20 da Lei nº deficiência ou com mobilidade reduzida,
8.742, de 7 de dezembro de 1993 , e que inclusive em seu entorno e nos sistemas de
exerça atividade remunerada que a transporte que lhe dão acesso.
enquadre como segurado obrigatório do
RGPS. ......................................................................
..............” (NR)
Art. 95. É vedado exigir o
comparecimento de pessoa com deficiência Art. 97. A Consolidação das Leis do
perante os órgãos públicos quando seu Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei
deslocamento, em razão de sua limitação nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , passa a
funcional e de condições de acessibilidade, vigorar com as seguintes alterações:
imponha-lhe ônus desproporcional e

717
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
“Art. 428. entre suas finalidades institucionais, a
.................................................................. proteção dos interesses e a promoção de
direitos da pessoa com deficiência.
......................................................................
..................... ......................................................................
...........” (NR)
§ 6º Para os fins do contrato de
aprendizagem, a comprovação da “Art. 8º Constitui crime punível com reclusão
escolaridade de aprendiz com deficiência de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
deve considerar, sobretudo, as habilidades
e competências relacionadas com a I - recusar, cobrar valores adicionais,
profissionalização. suspender, procrastinar, cancelar ou fazer
cessar inscrição de aluno em
...................................................................... estabelecimento de ensino de qualquer
..................... curso ou grau, público ou privado, em razão
de sua deficiência;
§ 8º Para o aprendiz com deficiência com 18
(dezoito) anos ou mais, a validade do II - obstar inscrição em concurso público ou
contrato de aprendizagem pressupõe acesso de alguém a qualquer cargo ou
anotação na CTPS e matrícula e frequência emprego público, em razão de sua
em programa de aprendizagem deficiência;
desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico- III - negar ou obstar emprego, trabalho ou
profissional metódica.” (NR) promoção à pessoa em razão de sua
deficiência;
“Art. 433.
.................................................................. IV - recusar, retardar ou dificultar internação
ou deixar de prestar assistência médico-
...................................................................... hospitalar e ambulatorial à pessoa com
..................... deficiência;

I - desempenho insuficiente ou inadaptação V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar


do aprendiz, salvo para o aprendiz com execução de ordem judicial expedida na
deficiência quando desprovido de recursos ação civil a que alude esta Lei;
de acessibilidade, de tecnologias assistivas
e de apoio necessário ao desempenho de VI - recusar, retardar ou omitir dados
suas atividades; técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil pública objeto desta Lei, quando
...................................................................... requisitados.
............” (NR)
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa
Art. 98. A Lei nº 7.853, de 24 de com deficiência menor de 18 (dezoito) anos,
outubro de 1989 , passa a vigorar com as a pena é agravada em 1/3 (um terço).
seguintes alterações:
§ 2º A pena pela adoção deliberada de
“Art. 3º As medidas judiciais destinadas à critérios subjetivos para indeferimento de
proteção de interesses coletivos, difusos, inscrição, de aprovação e de cumprimento
individuais homogêneos e individuais de estágio probatório em concursos
indisponíveis da pessoa com deficiência públicos não exclui a responsabilidade
poderão ser propostas pelo Ministério patrimonial pessoal do administrador
Público, pela Defensoria Pública, pela público pelos danos causados.
União, pelos Estados, pelos Municípios,
pelo Distrito Federal, por associação § 3º Incorre nas mesmas penas quem
constituída há mais de 1 (um) ano, nos impede ou dificulta o ingresso de pessoa
termos da lei civil, por autarquia, por com deficiência em planos privados de
empresa pública e por fundação ou assistência à saúde, inclusive com cobrança
sociedade de economia mista que inclua, de valores diferenciados.

718
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º Se o crime for praticado em “Art. 16.
atendimento de urgência e emergência, a ......................................................................
pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR)
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro
Art. 99. O art. 20 da Lei nº 8.036, de e o filho não emancipado, de qualquer
11 de maio de 1990 , passa a vigorar condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
acrescido do seguinte inciso XVIII: inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave;
“Art. 20.
...................................................................... ......................................................................
......................
......................................................................
........................ III - o irmão não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
XVIII - quando o trabalhador com inválido ou que tenha deficiência intelectual
deficiência, por prescrição, necessite ou mental ou deficiência grave;
adquirir órtese ou prótese para promoção de
acessibilidade e de inclusão social. ......................................................................
...........” (NR)
......................................................................
............” (NR) “Art. 77.
.....................................................................
Art. 100. A Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 1990 (Código de Defesa do ......................................................................
Consumidor) , passa a vigorar com as ......................
seguintes alterações:
§ 2º
“Art. 6º ......................................................................
...................................................................... ........
.
......................................................................
...................................................................... ......................
......................
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada
Parágrafo único. A informação de que trata ou o irmão, de ambos os sexos, pela
o inciso III do caput deste artigo deve ser emancipação ou ao completar 21 (vinte e
acessível à pessoa com deficiência, um) anos de idade, salvo se for inválido ou
observado o disposto em regulamento.” tiver deficiência intelectual ou mental ou
(NR) deficiência grave;

“Art. 43. ......................................................................


...................................................................... .............

...................................................................... § 4º (VETADO).
......................
......................................................................
§ 6º Todas as informações de que trata o .............” (NR)
caput deste artigo devem ser
disponibilizadas em formatos acessíveis, “Art. 93. (VETADO):
inclusive para a pessoa com deficiência,
mediante solicitação do consumidor.” (NR) I - (VETADO);

Art. 101. A Lei nº 8.213, de 24 de julho II - (VETADO);


de 1991 , passa a vigorar com as seguintes
alterações:
III - (VETADO);

719
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - (VETADO); formato acessível à pessoa com deficiência,
observado o disposto em regulamento.”
V - (VETADO). (NR)

§ 1º A dispensa de pessoa com deficiência Art. 103. O art. 11 da Lei nº 8.429, de


ou de beneficiário reabilitado da Previdência 2 de junho de 1992 , passa a vigorar
Social ao final de contrato por prazo acrescido do seguinte inciso IX:
determinado de mais de 90 (noventa) dias e
a dispensa imotivada em contrato por prazo “Art. 11.
indeterminado somente poderão ocorrer .....................................................................
após a contratação de outro trabalhador
com deficiência ou beneficiário reabilitado ......................................................................
da Previdência Social. ......................

§ 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego IX - deixar de cumprir a exigência de


incumbe estabelecer a sistemática de requisitos de acessibilidade previstos na
fiscalização, bem como gerar dados e legislação.” (NR)
estatísticas sobre o total de empregados e
as vagas preenchidas por pessoas com
Art. 104. A Lei nº 8.666, de 21 de junho
deficiência e por beneficiários reabilitados
de 1993 , passa a vigorar com as seguintes
da Previdência Social, fornecendo-os,
alterações:
quando solicitados, aos sindicatos, às
entidades representativas dos empregados
ou aos cidadãos interessados. “Art. 3º
.....................................................................
§ 3º Para a reserva de cargos será
considerada somente a contratação direta ......................................................................
de pessoa com deficiência, excluído o ....................
aprendiz com deficiência de que trata a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), § 2º
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º ......................................................................
de maio de 1943. .....

§ 4º (VETADO).” (NR) ......................................................................


....................
“Art. 110-A. No ato de requerimento de
benefícios operacionalizados pelo INSS, V - produzidos ou prestados por empresas
não será exigida apresentação de termo de que comprovem cumprimento de reserva de
curatela de titular ou de beneficiário com cargos prevista em lei para pessoa com
deficiência, observados os procedimentos a deficiência ou para reabilitado da
serem estabelecidos em regulamento.” Previdência Social e que atendam às regras
de acessibilidade previstas na legislação.
Art. 102. O art. 2º da Lei nº 8.313, de
23 de dezembro de 1991 , passa a vigorar ......................................................................
acrescido do seguinte § 3º : .....................

“Art. 2º § 5º Nos processos de licitação, poderá ser


...................................................................... estabelecida margem de preferência para:
...
I - produtos manufaturados e para serviços
...................................................................... nacionais que atendam a normas técnicas
....................... brasileiras; e

§ 3º Os incentivos criados por esta Lei II - bens e serviços produzidos ou prestados


somente serão concedidos a projetos por empresas que comprovem cumprimento
culturais que forem disponibilizados, sempre de reserva de cargos prevista em lei para
que tecnicamente possível, também em pessoa com deficiência ou para reabilitado

720
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
da Previdência Social e que atendam às familiar e da situação de vulnerabilidade,
regras de acessibilidade previstas na conforme regulamento.” (NR)
legislação.
Art. 106. (VETADO).
......................................................................
.............” (NR) Art. 107. A Lei nº 9.029, de 13 de abril
de 1995 , passa a vigorar com as seguintes
“Art. 66-A. As empresas enquadradas no alterações:
inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art.
3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o “Art. 1º É proibida a adoção de qualquer
período de execução do contrato, a reserva prática discriminatória e limitativa para efeito
de cargos prevista em lei para pessoa com de acesso à relação de trabalho, ou de sua
deficiência ou para reabilitado da manutenção, por motivo de sexo, origem,
Previdência Social, bem como as regras de raça, cor, estado civil, situação familiar,
acessibilidade previstas na legislação. deficiência, reabilitação profissional, idade,
entre outros, ressalvadas, nesse caso, as
Parágrafo único. Cabe à administração hipóteses de proteção à criança e ao
fiscalizar o cumprimento dos requisitos de adolescente previstas no inciso XXXIII do
acessibilidade nos serviços e nos ambientes art. 7º da Constituição Federal. ” (NR)
de trabalho.”
“Art. 3º Sem prejuízo do prescrito no art. 2º
Art. 105. O art. 20 da Lei nº 8.742, de desta Lei e nos dispositivos legais que
7 de dezembro de 1993 , passa a vigorar tipificam os crimes resultantes de
com as seguintes alterações: preconceito de etnia, raça, cor ou
deficiência, as infrações ao disposto nesta
“Art. 20. Lei são passíveis das seguintes
...................................................................... cominações:

...................................................................... ......................................................................
....................... ............” (NR)

§ 2º Para efeito de concessão do benefício “Art. 4º


de prestação continuada, considera-se ......................................................................
pessoa com deficiência aquela que tem ..
impedimento de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, o I - a reintegração com ressarcimento integral
qual, em interação com uma ou mais de todo o período de afastamento, mediante
barreiras, pode obstruir sua participação pagamento das remunerações devidas,
plena e efetiva na sociedade em igualdade corrigidas monetariamente e acrescidas de
de condições com as demais pessoas. juros legais;

...................................................................... ......................................................................
...................... ..............” (NR)

§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio Art. 108. O art. 35 da Lei nº 9.250, de


supervisionado e de aprendizagem não 26 de dezembro de 1995 , passa a vigorar
serão computados para os fins de cálculo da acrescido do seguinte § 5º :
renda familiar per capita a que se refere o §
3º deste artigo. “Art. 35.
......................................................................
......................................................................
....................... ......................................................................
.......................
§ 11. Para concessão do benefício de que
trata o caput deste artigo, poderão ser § 5º Sem prejuízo do disposto no inciso IX
utilizados outros elementos probatórios da do parágrafo único do art. 3º da Lei nº
condição de miserabilidade do grupo 10.741, de 1º de outubro de 2003 , a pessoa

721
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
com deficiência, ou o contribuinte que tenha ......................................................................
dependente nessa condição, tem ....................
preferência na restituição referida no inciso
III do art. 4º e na alínea “c” do inciso II do art. XVII -
8º .” (NR) ......................................................................
...
Art. 109. A Lei nº 9.503, de 23 de
setembro de 1997 (Código de Trânsito Infração - grave;
Brasileiro) , passa a vigorar com as
seguintes alterações:
......................................................................
...........” (NR)
“Art. 2º
........................................................... Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56
da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998 ,
Parágrafo único. Para os efeitos deste passam a vigorar com a seguinte redação:
Código, são consideradas vias terrestres as
praias abertas à circulação pública, as vias “Art. 56.
internas pertencentes aos condomínios
....................................................................
constituídos por unidades autônomas e as
vias e áreas de estacionamento de
estabelecimentos privados de uso coletivo.” ......................................................................
(NR) .....................

“Art. 86-A. As vagas de estacionamento VI - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por
regulamentado de que trata o inciso XVII do cento) da arrecadação bruta dos concursos
art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas de prognósticos e loterias federais e
com as respectivas placas indicativas de similares cuja realização estiver sujeita a
destinação e com placas informando os autorização federal, deduzindo-se esse
dados sobre a infração por estacionamento valor do montante destinado aos prêmios;
indevido.”
......................................................................
“Art. 147-A. Ao candidato com deficiência .......................
auditiva é assegurada acessibilidade de
comunicação, mediante emprego de § 1º Do total de recursos financeiros
tecnologias assistivas ou de ajudas técnicas resultantes do percentual de que trata o
em todas as etapas do processo de inciso VI do caput , 62,96% (sessenta e dois
habilitação. inteiros e noventa e seis centésimos por
cento) serão destinados ao Comitê Olímpico
§ 1º O material didático audiovisual utilizado Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete
em aulas teóricas dos cursos que precedem inteiros e quatro centésimos por cento) ao
os exames previstos no art. 147 desta Lei Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB),
deve ser acessível, por meio de subtitulação devendo ser observado, em ambos os
com legenda oculta associada à tradução casos, o conjunto de normas aplicáveis à
simultânea em Libras. celebração de convênios pela União.

§ 2º É assegurado também ao candidato ......................................................................


com deficiência auditiva requerer, no ato de ............” (NR)
sua inscrição, os serviços de intérprete da
Libras, para acompanhamento em aulas Art. 111. O art. 1º da Lei nº 10.048, de
práticas e teóricas.” 8 de novembro de 2000 , passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 154. (VETADO).”
“Art. 1º As pessoas com deficiência, os
“Art. 181. idosos com idade igual ou superior a 60
................................................................... (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes,
as pessoas com crianças de colo e os
obesos terão atendimento prioritário, nos
termos desta Lei.” (NR)

722
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 112. A Lei nº 10.098, de 19 de IV - pessoa com mobilidade reduzida:
dezembro de 2000 , passa a vigorar com as aquela que tenha, por qualquer motivo,
seguintes alterações: dificuldade de movimentação, permanente
ou temporária, gerando redução efetiva da
“Art. 2º mobilidade, da flexibilidade, da coordenação
...................................................................... motora ou da percepção, incluindo idoso,
. gestante, lactante, pessoa com criança de
colo e obeso;
I - acessibilidade: possibilidade e condição
de alcance para utilização, com segurança e V - acompanhante: aquele que acompanha
autonomia, de espaços, mobiliários, a pessoa com deficiência, podendo ou não
equipamentos urbanos, edificações, desempenhar as funções de atendente
transportes, informação e comunicação, pessoal;
inclusive seus sistemas e tecnologias, bem
como de outros serviços e instalações VI - elemento de urbanização: quaisquer
abertos ao público, de uso público ou componentes de obras de urbanização, tais
privados de uso coletivo, tanto na zona como os referentes a pavimentação,
urbana como na rural, por pessoa com saneamento, encanamento para esgotos,
deficiência ou com mobilidade reduzida; distribuição de energia elétrica e de gás,
iluminação pública, serviços de
II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, comunicação, abastecimento e distribuição
atitude ou comportamento que limite ou de água, paisagismo e os que materializam
impeça a participação social da pessoa, as indicações do planejamento urbanístico;
bem como o gozo, a fruição e o exercício de
seus direitos à acessibilidade, à liberdade de VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos
movimento e de expressão, à comunicação, existentes nas vias e nos espaços públicos,
ao acesso à informação, à compreensão, à superpostos ou adicionados aos elementos
circulação com segurança, entre outros, de urbanização ou de edificação, de forma
classificadas em: que sua modificação ou seu traslado não
provoque alterações substanciais nesses
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas elementos, tais como semáforos, postes de
vias e nos espaços públicos e privados sinalização e similares, terminais e pontos
abertos ao público ou de uso coletivo; de acesso coletivo às telecomunicações,
fontes de água, lixeiras, toldos, marquises,
b) barreiras arquitetônicas: as existentes bancos, quiosques e quaisquer outros de
nos edifícios públicos e privados; natureza análoga;

VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica:


c) barreiras nos transportes: as existentes
produtos, equipamentos, dispositivos,
nos sistemas e meios de transportes;
recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivem promover
d) barreiras nas comunicações e na a funcionalidade, relacionada à atividade e à
informação: qualquer entrave, obstáculo, participação da pessoa com deficiência ou
atitude ou comportamento que dificulte ou com mobilidade reduzida, visando à sua
impossibilite a expressão ou o recebimento autonomia, independência, qualidade de
de mensagens e de informações por vida e inclusão social;
intermédio de sistemas de comunicação e
de tecnologia da informação;
IX - comunicação: forma de interação dos
cidadãos que abrange, entre outras opções,
III - pessoa com deficiência: aquela que tem as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
impedimento de longo prazo de natureza Sinais (Libras), a visualização de textos, o
física, mental, intelectual ou sensorial, o Braille, o sistema de sinalização ou de
qual, em interação com uma ou mais comunicação tátil, os caracteres ampliados,
barreiras, pode obstruir sua participação os dispositivos multimídia, assim como a
plena e efetiva na sociedade em igualdade linguagem simples, escrita e oral, os
de condições com as demais pessoas; sistemas auditivos e os meios de voz
digitalizados e os modos, meios e formatos
aumentativos e alternativos de

723
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
comunicação, incluindo as tecnologias da “Art. 3º
informação e das comunicações; ......................................................................

X - desenho universal: concepção de ......................................................................


produtos, ambientes, programas e serviços ......................
a serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto III - promover, por iniciativa própria e em
específico, incluindo os recursos de conjunto com os Estados, o Distrito Federal
tecnologia assistiva.” (NR) e os Municípios, programas de construção
de moradias e melhoria das condições
“Art. 3º O planejamento e a urbanização das habitacionais, de saneamento básico, das
vias públicas, dos parques e dos demais calçadas, dos passeios públicos, do
espaços de uso público deverão ser mobiliário urbano e dos demais espaços de
concebidos e executados de forma a torná- uso público;
los acessíveis para todas as pessoas,
inclusive para aquelas com deficiência ou IV - instituir diretrizes para desenvolvimento
com mobilidade reduzida. urbano, inclusive habitação, saneamento
básico, transporte e mobilidade urbana, que
Parágrafo único. O passeio público, incluam regras de acessibilidade aos locais
elemento obrigatório de urbanização e parte de uso público;
da via pública, normalmente segregado e
em nível diferente, destina-se somente à ......................................................................
circulação de pedestres e, quando possível, ...........” (NR)
à implantação de mobiliário urbano e de
vegetação.” (NR)
“Art. 41.
....................................................................
“Art. 9º
...................................................................... ......................................................................
.. .....................

Parágrafo único. Os semáforos para


§ 3º As cidades de que trata o caput deste
pedestres instalados em vias públicas de artigo devem elaborar plano de rotas
grande circulação, ou que deem acesso aos acessíveis, compatível com o plano diretor
serviços de reabilitação, devem
no qual está inserido, que disponha sobre os
obrigatoriamente estar equipados com
passeios públicos a serem implantados ou
mecanismo que emita sinal sonoro suave
reformados pelo poder público, com vistas a
para orientação do pedestre.” (NR)
garantir acessibilidade da pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida a
“Art. 10-A. A instalação de qualquer todas as rotas e vias existentes, inclusive as
mobiliário urbano em área de circulação que concentrem os focos geradores de
comum para pedestre que ofereça risco de maior circulação de pedestres, como os
acidente à pessoa com deficiência deverá órgãos públicos e os locais de prestação de
ser indicada mediante sinalização tátil de serviços públicos e privados de saúde,
alerta no piso, de acordo com as normas educação, assistência social, esporte,
técnicas pertinentes.” cultura, correios e telégrafos, bancos, entre
outros, sempre que possível de maneira
“Art. 12-A. Os centros comerciais e os integrada com os sistemas de transporte
estabelecimentos congêneres devem coletivo de passageiros.” (NR)
fornecer carros e cadeiras de rodas,
motorizados ou não, para o atendimento da Art. 114. A Lei nº 10.406, de 10 de
pessoa com deficiência ou com mobilidade janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a
reduzida.” vigorar com as seguintes alterações:

Art. 113. A Lei nº 10.257, de 10 de “Art. 3º São absolutamente incapazes de


julho de 2001 (Estatuto da Cidade) , passa a exercer pessoalmente os atos da vida civil
vigorar com as seguintes alterações: os menores de 16 (dezesseis) anos.

724
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - (Revogado); I - (Revogado);

II - (Revogado); ......................................................................
..............” (NR)
III - (Revogado).” (NR)
“Art. 1.550.
“Art. 4º São incapazes, relativamente a ..................................................................
certos atos ou à maneira de os exercer:
......................................................................
...................................................................... .......................
...............
§ 1º
II - os ébrios habituais e os viciados em ......................................................................
tóxico; ........

III - aqueles que, por causa transitória ou § 2º A pessoa com deficiência mental ou
permanente, não puderem exprimir sua intelectual em idade núbia poderá contrair
vontade; matrimônio, expressando sua vontade
diretamente ou por meio de seu responsável
ou curador.” (NR)
......................................................................
.......................
“Art. 1.557.
................................................................
Parágrafo único . A capacidade dos
indígenas será regulada por legislação
especial.” (NR) ......................................................................
......................
“Art. 228.
..................................................................... III - a ignorância, anterior ao casamento, de
defeito físico irremediável que não
...................................................................... caracterize deficiência ou de moléstia grave
e transmissível, por contágio ou por
.......................
herança, capaz de pôr em risco a saúde do
outro cônjuge ou de sua descendência;
II - (Revogado);
IV - (Revogado).” (NR)
III - (Revogado);
“Art. 1.767.
...................................................................... ..................................................................
.......................
I - aqueles que, por causa transitória ou
§ 1º permanente, não puderem exprimir sua
...................................................................... vontade;
........
II - (Revogado);
§ 2º A pessoa com deficiência poderá
testemunhar em igualdade de condições
III - os ébrios habituais e os viciados em
com as demais pessoas, sendo-lhe
tóxico;
assegurados todos os recursos de
tecnologia assistiva.” (NR)
IV - (Revogado);
“Art. 1.518 . Até a celebração do casamento
podem os pais ou tutores revogar a ......................................................................
autorização.” (NR) ..............” (NR)

“Art. 1.548. “Art. 1.768. O processo que define os termos


................................................................... da curatela deve ser promovido:

725
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
...................................................................... Da Tutela, da Curatela e da Tomada de
....................... Decisão Apoiada”

IV - pela própria pessoa.” (NR) Art. 116. O Título IV do Livro IV da


Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de
“Art. 1.769 . O Ministério Público somente janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a
promoverá o processo que define os termos vigorar acrescido do seguinte Capítulo III:
da curatela:
“CAPÍTULO III
I - nos casos de deficiência mental ou
intelectual; Da Tomada de Decisão Apoiada

...................................................................... Art. 1.783-A. A tomada de decisão apoiada


...................... é o processo pelo qual a pessoa com
deficiência elege pelo menos 2 (duas)
III - se, existindo, forem menores ou pessoas idôneas, com as quais mantenha
incapazes as pessoas mencionadas no vínculos e que gozem de sua confiança,
inciso II.” (NR) para prestar-lhe apoio na tomada de decisão
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os
“Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca elementos e informações necessários para
dos termos da curatela, o juiz, que deverá que possa exercer sua capacidade.
ser assistido por equipe multidisciplinar,
entrevistará pessoalmente o interditando.” § 1º Para formular pedido de tomada de
(NR) decisão apoiada, a pessoa com deficiência
e os apoiadores devem apresentar termo
“Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as em que constem os limites do apoio a ser
potencialidades da pessoa, os limites da oferecido e os compromissos dos
curatela, circunscritos às restrições apoiadores, inclusive o prazo de vigência do
constantes do art. 1.782, e indicará curador. acordo e o respeito à vontade, aos direitos e
aos interesses da pessoa que devem apoiar.
Parágrafo único. Para a escolha do curador,
o juiz levará em conta a vontade e as § 2º O pedido de tomada de decisão
preferências do interditando, a ausência de apoiada será requerido pela pessoa a ser
conflito de interesses e de influência apoiada, com indicação expressa das
indevida, a proporcionalidade e a pessoas aptas a prestarem o apoio previsto
adequação às circunstâncias da pessoa.” no caput deste artigo.
(NR)
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido
“Art. 1.775-A . Na nomeação de curador de tomada de decisão apoiada, o juiz,
para a pessoa com deficiência, o juiz poderá assistido por equipe multidisciplinar, após
estabelecer curatela compartilhada a mais oitiva do Ministério Público, ouvirá
de uma pessoa.” pessoalmente o requerente e as pessoas
que lhe prestarão apoio.
“Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I
do art. 1.767 receberão todo o apoio § 4º A decisão tomada por pessoa apoiada
necessário para ter preservado o direito à terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
convivência familiar e comunitária, sendo restrições, desde que esteja inserida nos
evitado o seu recolhimento em limites do apoio acordado.
estabelecimento que os afaste desse
convívio.” (NR) § 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada
mantenha relação negocial pode solicitar
Art. 115. O Título IV do Livro IV da que os apoiadores contra-assinem o
Parte Especial da Lei nº 10.406, de 10 de contrato ou acordo, especificando, por
janeiro de 2002 (Código Civil) , passa a escrito, sua função em relação ao apoiado.
vigorar com a seguinte redação:
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa
“TÍTULO IV trazer risco ou prejuízo relevante, havendo

726
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
divergência de opiniões entre a pessoa Art. 118. O inciso IV do art. 46 da Lei
apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 , passa
ouvido o Ministério Público, decidir sobre a a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
questão.
“Art. 46.
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, ......................................................................
exercer pressão indevida ou não adimplir as
obrigações assumidas, poderá a pessoa ......................................................................
apoiada ou qualquer pessoa apresentar .....................
denúncia ao Ministério Público ou ao juiz.
IV -
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz ......................................................................
destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a ........
pessoa apoiada e se for de seu interesse,
outra pessoa para prestação de apoio.
......................................................................
.....................
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer
tempo, solicitar o término de acordo firmado
k) de acessibilidade a todas as pessoas.
em processo de tomada de decisão
apoiada.
......................................................................
...........” (NR)
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a
exclusão de sua participação do processo
de tomada de decisão apoiada, sendo seu Art. 119. A Lei nº 12.587, de 3 de
desligamento condicionado à manifestação janeiro de 2012 , passa a vigorar acrescida
do juiz sobre a matéria. do seguinte art. 12-B:

§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão “Art. 12-B. Na outorga de exploração de


apoiada, no que couber, as disposições serviço de táxi, reservar-se-ão 10% (dez por
referentes à prestação de contas na cento) das vagas para condutores com
curatela.” deficiência.

Art. 117. O art. 1º da Lei nº 11.126, de § 1º Para concorrer às vagas reservadas na


27 de junho de 2005 , passa a vigorar com forma do caput deste artigo, o condutor com
a seguinte redação: deficiência deverá observar os seguintes
requisitos quanto ao veículo utilizado:
“Art. 1º É assegurado à pessoa com
deficiência visual acompanhada de cão-guia I - ser de sua propriedade e por ele
o direito de ingressar e de permanecer com conduzido; e
o animal em todos os meios de transporte e
em estabelecimentos abertos ao público, de II - estar adaptado às suas necessidades,
uso público e privados de uso coletivo, nos termos da legislação vigente.
desde que observadas as condições
impostas por esta Lei. § 2º No caso de não preenchimento das
vagas na forma estabelecida no caput deste
...................................................................... artigo, as remanescentes devem ser
....................... disponibilizadas para os demais
concorrentes.”
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-
se a todas as modalidades e jurisdições do Art. 120. Cabe aos órgãos
serviço de transporte coletivo de competentes, em cada esfera de governo, a
passageiros, inclusive em esfera elaboração de relatórios circunstanciados
internacional com origem no território sobre o cumprimento dos prazos
brasileiro.” (NR) estabelecidos por força das Leis nº 10.048,
de 8 de novembro de 2000 , e nº 10.098, de
19 de dezembro de 2000 , bem como o seu
encaminhamento ao Ministério Público e

727
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
aos órgãos de regulação para adoção das VII - os arts. 1.776 e 1.780 da Lei nº
providências cabíveis. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil).
Parágrafo único. Os relatórios a que
se refere o caput deste artigo deverão ser Art. 124. O § 1º do art. 2º desta Lei
apresentados no prazo de 1 (um) ano a deverá entrar em vigor em até 2 (dois) anos,
contar da entrada em vigor desta Lei. contados da entrada em vigor desta Lei.

Art. 121. Os direitos, os prazos e as Art. 125. Devem ser observados os


obrigações previstos nesta Lei não excluem prazos a seguir discriminados, a partir da
os já estabelecidos em outras legislações, entrada em vigor desta Lei, para o
inclusive em pactos, tratados, convenções e cumprimento dos seguintes dispositivos:
declarações internacionais aprovados e
promulgados pelo Congresso Nacional, e I - incisos I e II do § 2º do art. 28 , 48
devem ser aplicados em conformidade com (quarenta e oito) meses;
as demais normas internas e acordos
internacionais vinculantes sobre a matéria.
II - § 6º do art. 44 , 48 (quarenta e oito)
meses;
Parágrafo único. Prevalecerá a norma
mais benéfica à pessoa com deficiência.
III - art. 45 , 24 (vinte e quatro) meses;

Art. 122. Regulamento disporá sobre a IV - art. 49 , 48 (quarenta e oito)


adequação do disposto nesta Lei ao
meses.
tratamento diferenciado, simplificado e
favorecido a ser dispensado às
microempresas e às empresas de pequeno Art. 126. Prorroga-se até 31 de
porte, previsto no § 3º do art. 1º da Lei dezembro de 2021 a vigência da Lei nº
Complementar nº 123, de 14 de dezembro 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 .
de 2006 .
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após
Art. 123. Revogam-se os seguintes decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua
dispositivos: (Vigência) publicação oficial .

I - o inciso II do § 2º do art. 1º da Lei Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da


nº 9.008, de 21 de março de 1995 ; Independência e 127º da República.

II - os incisos I, II e III do art. 3º da Lei DILMA ROUSSEF


nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Marivaldo de Castro Pereira
Civil); Joaquim Vieira Ferreira Levy
Renato Janine Ribeiro
Armando Monteiro
III - os incisos II e III do art. 228 da Lei Nelson Barbosa
nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Gilberto Kassab
Civil); Luis Inácio Lucena Adams
Gilberto José Spier Vargas
IV - o inciso I do art. 1.548 da Lei nº Guilherme Afif Domingos
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil); Este texto não substitui o publicado no DOU
de 7.7.2015
V - o inciso IV do art. 1.557 da Lei nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
*
Civil);

VI - os incisos II e IV do art. 1.767 da


Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil);

728
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

Anotações:

729
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 11.126, DE 27 DE JUNHO DE 2005 - Dispõe sobre o direito do portador de
deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado
de cão-guia

Dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em


ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 4º Serão objeto de regulamento os


Faço saber que o Congresso Nacional requisitos mínimos para identificação do
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: cão-guia, a forma de comprovação de
treinamento do usuário, o valor da multa e o
Art. 1º É assegurado à pessoa tempo de interdição impostos à empresa de
portadora de deficiência visual usuária de transporte ou ao estabelecimento público ou
cão-guia o direito de ingressar e permanecer privado responsável pela discriminação.
com o animal nos veículos e nos (Regulamento)
estabelecimentos públicos e privados de
uso coletivo, desde que observadas as Art. 5º (VETADO)
condições impostas por esta Lei.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data
Art. 1º É assegurado à pessoa com de sua publicação.
deficiência visual acompanhada de cão-guia
o direito de ingressar e de permanecer com Brasília, 27 de junho de 2005; 184º da
o animal em todos os meios de transporte e Independência e 117º da República.
em estabelecimentos abertos ao público, de
uso público e privados de uso coletivo,
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
desde que observadas as condições
Márcio Thomaz Bastos
impostas por esta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 1º A deficiência visual referida no


caput deste artigo restringe-se à cegueira e DECRETO Nº 5.904, DE 21 DE
à baixa visão. SETEMBRO DE 2006 - Regulamenta
a Lei no 11.126, de 27 de junho de 2005
§ 2º O disposto no caput deste artigo
aplica-se a todas as modalidades de Regulamenta a Lei no 11.126, de 27 de
transporte interestadual e internacional com junho de 2005, que dispõe sobre o direito
origem no território brasileiro. da pessoa com deficiência visual de
ingressar e permanecer em ambientes
§ 2º O disposto no caput deste artigo de uso coletivo acompanhada de cão-
aplica-se a todas as modalidades e guia e dá outras providências.
jurisdições do serviço de transporte coletivo
de passageiros, inclusive em esfera
internacional com origem no território O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
13.146, de 2015) (Vigência) inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o
disposto no art. 4o da Lei no 11.126, de 27 de
junho de 2005,
Art. 2º (VETADO)
DECRETA:
Art. 3º Constitui ato de discriminação,
a ser apenado com interdição e multa, Art. 1o A pessoa com deficiência
qualquer tentativa voltada a impedir ou visual usuária de cão-guia tem o direito de
dificultar o gozo do direito previsto no art. 1º ingressar e permanecer com o animal em
desta Lei. todos os locais públicos ou privados de uso
coletivo.

730
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o O ingresso e a permanência de visual entre 0,3° e 0,05° no melhor olho, com
cão em fase de socialização ou treinamento a melhor correção óptica; os casos nos
nos locais previstos no caput somente quais a somatória da medida do campo
poderá ocorrer quando em companhia de visual em ambos os olhos for igual ou menor
seu treinador, instrutor ou acompanhantes que 60 graus; ou a ocorrência simultânea de
habilitados. quaisquer das condições anteriores;
II - local público: aquele que seja
§ 2o É vedada a exigência do uso de
aberto ao público, destinado ao público ou
focinheira nos animais de que trata este
utilizado pelo público, cujo acesso seja
Decreto, como condição para o ingresso e
gratuito ou realizado mediante taxa de
permanência nos locais descritos no caput.
ingresso;
§ 3o Fica proibido o ingresso de cão- III - local privado de uso coletivo:
guia em estabelecimentos de saúde nos aquele destinado às atividades de natureza
setores de isolamento, quimioterapia, comercial, cultural, esportiva, financeira,
transplante, assistência a queimados, recreativa, social, religiosa, de lazer,
centro cirúrgico, central de material e educacional, laboral, de saúde ou de
esterilização, unidade de tratamento serviços, entre outras;
intensivo e semi-intensivo, em áreas de
IV - treinador: profissional habilitado
preparo de medicamentos, farmácia
hospitalar, em áreas de manipulação, para treinar o cão;
processamento, preparação e V - instrutor: profissional habilitado
armazenamento de alimentos e em casos para treinar a dupla cão e usuário;
especiais ou determinados pela Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar dos VI - família hospedeira ou família de
serviços de saúde. acolhimento: aquela que abriga o cão na
fase de socialização, compreendida entre o
§ 4o O ingresso de cão-guia é desmame e o início do treinamento
proibido, ainda, nos locais em que seja específico do animal para sua atividade
obrigatória a esterilização individual. como guia;
VII - acompanhante habilitado do cão-
§ 5o No transporte público, a pessoa guia: membro da família hospedeira ou
com deficiência visual acompanhada de família de acolhimento;
cão-guia ocupará, preferencialmente, o
assento mais amplo, com maior espaço livre VIII - cão-guia: animal castrado, isento
à sua volta ou próximo de uma passagem, de agressividade, de qualquer sexo, de
de acordo com o meio de transporte. porte adequado, treinado com o fim
exclusivo de guiar pessoas com deficiência
§ 6o A pessoa com deficiência visual visual.
e a família hospedeira ou de acolhimento
poderão manter em sua residência os § 1o Fica vedada a utilização dos
animais de que trata este Decreto, não se animais de que trata este Decreto para fins
aplicando a estes quaisquer restrições de defesa pessoal, ataque, intimidação ou
previstas em convenção, regimento interno quaisquer ações de natureza agressiva,
ou regulamento condominiais. bem como para a obtenção de vantagens de
qualquer natureza.
§ 7o É vedada a cobrança de valores,
tarifas ou acréscimos vinculados, direta ou § 2o A prática descrita no § 1o é
indiretamente, ao ingresso ou à presença de considerada como desvio de função,
cão-guia nos locais previstos no caput, sujeitando o responsável à perda da posse
sujeitando-se o infrator às sanções de que do animal e a respectiva devolução a um
trata o art. 6o. centro de treinamento, preferencialmente
àquele em que o cão foi treinado.
Art. 2o Para os efeitos deste Decreto,
considera-se: Art. 3o A identificação do cão-guia e a
comprovação de treinamento do usuário
I - deficiência visual: cegueira, na qual dar-se-ão por meio da apresentação dos
a acuidade visual é igual ou menor que 0,05° seguintes itens:
no melhor olho, com a melhor correção
óptica; a baixa visão, que significa acuidade

731
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - carteira de identificação e plaqueta conforme competência conferida pela Lei no
de identificação, expedidas pelo centro de 9.933, de 20 de dezembro de 1999.
treinamento de cães-guia ou pelo instrutor
autônomo, que devem conter as seguintes Parágrafo único. A avaliação de que
informações: trata este artigo será realizada mediante a
verificação do cumprimento de requisitos a
a) no caso da carteira de identificação:
serem estabelecidos pela Secretaria
1. nome do usuário e do cão-guia; Especial dos Direitos Humanos da
2. nome do centro de treinamento ou Presidência da República e pelo INMETRO
do instrutor autônomo; em portaria conjunta.
3. número da inscrição no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do centro Art. 5o A Coordenadoria Nacional
ou da empresa responsável pelo treinamento para Integração da Pessoa Portadora de
ou o número da inscrição no Cadastro de Deficiência - CORDE, da Secretaria
Pessoas Físicas - CPF do instrutor autônomo; Especial dos Direitos Humanos, organizará
e exame para avaliar a capacitação técnica
4. foto do usuário e do cão-guia; e dos treinadores e instrutores de cão-guia por
meio da instalação de comissão de
b) no caso da plaqueta de
especialistas, formada por:
identificação:
I - representantes de entidades de e
1. nome do usuário e do cão-guia; para pessoas com deficiência visual;
2. nome do centro de treinamento ou II - usuários de cão-guia;
do instrutor autônomo; e
III - médicos veterinários com registro
3. número do CNPJ do centro de
no órgão regulador da profissão;
treinamento ou do CPF do instrutor
IV - treinadores;
autônomo;
V - instrutores; e
II - carteira de vacinação atualizada, VI - especialistas em orientação e
com comprovação da vacinação múltipla e mobilidade.
anti-rábica, assinada por médico veterinário
com registro no órgão regulador da § 1o O exame terá periodicidade
profissão; e semestral, podendo ser também realizado a
qualquer tempo, mediante solicitação dos
III - equipamento do animal, composto interessados e havendo disponibilidade por
por coleira, guia e arreio com alça. parte da CORDE.
§ 1o A plaqueta de identificação deve § 2o A CORDE poderá delegar a
ser utilizada no pescoço do cão-guia. organização do exame.
§ 2o Os centros de treinamento e Art. 6o O descumprimento do
instrutores autônomos reavaliarão, sempre disposto no art. 1o sujeitará o infrator às
que julgarem necessário, o trabalho das seguintes sanções, sem prejuízo das
duplas em atividade, devendo retirar o arreio sanções penais, cíveis e administrativas
da posse do usuário caso constatem a cabíveis:
necessidade de desfazer a dupla, seja por
inaptidão do usuário, do cão-guia, de ambos I - no caso de impedir ou dificultar o
ou por mau uso do animal. ingresso e a permanência do usuário com o
cão-guia nos locais definidos no caput do
§ 3o O cão em fase de socialização e art. 1o ou de condicionar tal acesso à
treinamento deverá ser identificado por uma separação da dupla:
plaqueta, presa à coleira, com a inscrição
Sanção - multa no valor mínimo de R$
“cão-guia em treinamento”, aplicando-se as 1.000,00 (mil reais) e máximo de R$
mesmas exigências de identificação do cão- 30.000,00 (trinta mil reais);
guia, dispensado o uso de arreio com alça.
II - no caso de impedir ou dificultar o
Art. 4o O Instituto Nacional de ingresso e a permanência do treinador,
Metrologia, Normalização e Qualidade instrutor ou acompanhantes habilitados do
Industrial - INMETRO será responsável por cão em fase de socialização ou de
avaliar a qualificação dos centros de treinamento nos locais definidos no caput do
treinamento e dos instrutores autônomos,

732
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
art. 1o ou de se condicionar tal acesso à Brasília, 21de setembro de 2006; 185o
separação do cão: da Independência e 118o da República.
Sanção - multa no valor mínimo de R$
1.000,00 (mil reais) e máximo de R$ LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
30.000,00 (trinta mil reais); e Erenice Guerra

III - no caso de reincidência:


Sanção - interdição, pelo período de
trinta dias, e multa no valor mínimo de R$
Anotações:
1.000,00 (mil reais) e máximo de R$
50.000,00 (cinqüenta mil reais).

Parágrafo único. A Secretaria


Especial dos Direitos Humanos será
responsável pelo julgamento do processo,
recolhimento da multa e decisão da
interdição.

Art. 7o O usuário de cão-guia treinado


por instituição estrangeira deverá portar a
carteira de identificação do cão-guia emitida
pelo centro de treinamento ou instrutor
estrangeiro autônomo ou uma cópia
autenticada do diploma de conclusão do
treinamento no idioma em que foi expedido,
acompanhada de uma tradução simples do
documento para o português, além dos
documentos referentes à saúde do cão-
guia, que devem ser emitidos por médico
veterinário com licença para atuar no
território brasileiro, credenciado no órgão
regulador de sua profissão.

Art. 8o A Secretaria Especial dos


Direitos Humanos realizará campanhas
publicitárias, inclusive em parceria com
Estados, Distrito Federal e Municípios, para
informação da população a respeito do
disposto neste Decreto, sem prejuízo de
iniciativas semelhantes tomadas por outros
órgãos do Poder Público ou pela sociedade
civil.

Art. 9o Este Decreto entra em vigor na


data de sua publicação.

733
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 - Estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida
Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

(Vide Lei nº 13.835, de 2019) (Vigência)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço a) barreiras urbanísticas: as


saber que o Congresso Nacional decreta e existentes nas vias e nos espaços públicos
eu sanciono a seguinte Lei: e privados abertos ao público ou de uso
coletivo; (Redação dada pela
CAPÍTULO I Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

DISPOSIÇÕES GERAIS b) barreiras arquitetônicas: as


existentes nos edifícios públicos e
privados; (Redação dada
Art. 1o Esta Lei estabelece normas
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, c) barreiras nos transportes: as
mediante a supressão de barreiras e de existentes nos sistemas e meios de
obstáculos nas vias e espaços públicos, no transportes; (Redação
mobiliário urbano, na construção e reforma dada pela Lei nº 13.146, de
de edifícios e nos meios de transporte e de 2015) (Vigência)
comunicação.
d) barreiras nas comunicações e na
Art. 2o Para os fins desta Lei são informação: qualquer entrave, obstáculo,
estabelecidas as seguintes definições: atitude ou comportamento que dificulte ou
impossibilite a expressão ou o recebimento
I - acessibilidade: possibilidade e de mensagens e de informações por
intermédio de sistemas de comunicação e
condição de alcance para utilização, com
de tecnologia da
segurança e autonomia, de espaços,
informação; (Redação dada
mobiliários, equipamentos urbanos,
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
edificações, transportes, informação e
comunicação, inclusive seus sistemas e
tecnologias, bem como de outros serviços e III - pessoa com deficiência: aquela
instalações abertos ao público, de uso que tem impedimento de longo prazo de
público ou privados de uso coletivo, tanto na natureza física, mental, intelectual ou
zona urbana como na rural, por pessoa com sensorial, o qual, em interação com uma ou
deficiência ou com mobilidade mais barreiras, pode obstruir sua
reduzida; (Redação dada pela participação plena e efetiva na sociedade
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) em igualdade de condições com as demais
pessoas; (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - barreiras: qualquer entrave,
obstáculo, atitude ou comportamento que
limite ou impeça a participação social da IV - pessoa com mobilidade reduzida:
pessoa, bem como o gozo, a fruição e o aquela que tenha, por qualquer motivo,
exercício de seus direitos à acessibilidade, à dificuldade de movimentação, permanente
liberdade de movimento e de expressão, à ou temporária, gerando redução efetiva da
comunicação, ao acesso à informação, à mobilidade, da flexibilidade, da coordenação
compreensão, à circulação com segurança, motora ou da percepção, incluindo idoso,
entre outros, classificadas gestante, lactante, pessoa com criança de
em: (Redação dada pela Lei nº colo e obeso; (Redação dada
13.146, de 2015) (Vigência) pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

734
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - acompanhante: aquele que comunicações; (Incluído
acompanha a pessoa com deficiência, pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
podendo ou não desempenhar as funções
de atendente X - desenho universal: concepção de
pessoal; (Redação dada produtos, ambientes, programas e serviços
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) a serem usados por todas as pessoas, sem
necessidade de adaptação ou de projeto
VI - elemento de urbanização: específico, incluindo os recursos de
quaisquer componentes de obras de tecnologia
urbanização, tais como os referentes a assistiva. (Incluído pela Lei
pavimentação, saneamento, encanamento nº 13.146, de 2015) (Vigência)
para esgotos, distribuição de energia
elétrica e de gás, iluminação pública, CAPÍTULO II
serviços de comunicação, abastecimento e
distribuição de água, paisagismo e os que
DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO
materializam as indicações do planejamento
urbanístico; (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Art. 3o O planejamento e a
urbanização das vias públicas, dos parques
e dos demais espaços de uso público
VII - mobiliário urbano: conjunto de
deverão ser concebidos e executados de
objetos existentes nas vias e nos espaços
forma a torná-los acessíveis para todas as
públicos, superpostos ou adicionados aos
pessoas, inclusive para aquelas com
elementos de urbanização ou de edificação, deficiência ou com mobilidade
de forma que sua modificação ou seu reduzida. (Redação dada
traslado não provoque alterações
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
substanciais nesses elementos, tais como
semáforos, postes de sinalização e
similares, terminais e pontos de acesso Parágrafo único. O passeio público,
coletivo às telecomunicações, fontes de elemento obrigatório de urbanização e parte
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, da via pública, normalmente segregado e
quiosques e quaisquer outros de natureza em nível diferente, destina-se somente à
análoga; (Incluído pela Lei nº circulação de pedestres e, quando possível,
13.146, de 2015) (Vigência) à implantação de mobiliário urbano e de
vegetação. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda
técnica: produtos, equipamentos,
dispositivos, recursos, metodologias, Art. 4o As vias públicas, os parques e
estratégias, práticas e serviços que os demais espaços de uso público
objetivem promover a funcionalidade, existentes, assim como as respectivas
relacionada à atividade e à participação da instalações de serviços e mobiliários
pessoa com deficiência ou com mobilidade urbanos deverão ser adaptados,
reduzida, visando à sua autonomia, obedecendo-se ordem de prioridade que
independência, qualidade de vida e inclusão vise à maior eficiência das modificações, no
social; (Incluído pela Lei sentido de promover mais ampla
nº 13.146, de 2015) (Vigência) acessibilidade às pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida.
IX - comunicação: forma de interação
dos cidadãos que abrange, entre outras Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco
opções, as línguas, inclusive a Língua por cento) de cada brinquedo e
Brasileira de Sinais (Libras), a visualização equipamento de lazer existentes nos locais
de textos, o Braille, o sistema de sinalização referidos no caput devem ser adaptados e
ou de comunicação tátil, os caracteres identificados, tanto quanto tecnicamente
ampliados, os dispositivos multimídia, assim possível, para possibilitar sua utilização por
como a linguagem simples, escrita e oral, os pessoas com deficiência, inclusive visual, ou
sistemas auditivos e os meios de voz com mobilidade
digitalizados e os modos, meios e formatos reduzida. (Redação dada pela
aumentativos e alternativos de Lei nº 13.443, de 2017) (Vigência)
comunicação, incluindo as tecnologias da
informação e das

735
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 5o O projeto e o traçado dos DO DESENHO E DA LOCALIZAÇÃO DO
elementos de urbanização públicos e MOBILIÁRIO URBANO
privados de uso comunitário, nestes
compreendidos os itinerários e as Art. 8o Os sinais de tráfego, semáforos,
passagens de pedestres, os percursos de postes de iluminação ou quaisquer outros
entrada e de saída de veículos, as escadas elementos verticais de sinalização que
e rampas, deverão observar os parâmetros devam ser instalados em itinerário ou
estabelecidos pelas normas técnicas de espaço de acesso para pedestres deverão
acessibilidade da Associação Brasileira de ser dispostos de forma a não dificultar ou
Normas Técnicas – ABNT. impedir a circulação, e de modo que possam
ser utilizados com a máxima comodidade.
Art. 6o Os banheiros de uso público
existentes ou a construir em parques, Art. 9o Os semáforos para pedestres
praças, jardins e espaços livres públicos instalados nas vias públicas deverão estar
deverão ser acessíveis e dispor, pelo equipados com mecanismo que emita sinal
menos, de um sanitário e um lavatório que sonoro suave, intermitente e sem
atendam às especificações das normas estridência, ou com mecanismo alternativo,
técnicas da ABNT. que sirva de guia ou orientação para a
travessia de pessoas portadoras de
§ 1º Os eventos organizados em deficiência visual, se a intensidade do fluxo
espaços públicos e privados em que haja de veículos e a periculosidade da via assim
instalação de banheiros químicos deverão determinarem.
contar com unidades acessíveis a pessoas
com deficiência ou com mobilidade Parágrafo único. Os semáforos para
reduzida. (Incluído pela Lei nº pedestres instalados em vias públicas de
13.825, de 2019) grande circulação, ou que deem acesso aos
serviços de reabilitação, devem
§ 2º O número mínimo de banheiros obrigatoriamente estar equipados com
químicos acessíveis corresponderá a 10% mecanismo que emita sinal sonoro suave
(dez por cento) do total, garantindo-se pelo para orientação do
menos 1 (uma) unidade acessível caso a pedestre. (Incluído pela Lei
aplicação do percentual resulte em fração nº 13.146, de 2015) (Vigência)
inferior a 1 (um). (Incluído pela Lei
nº 13.825, de 2019) Art. 10. Os elementos do mobiliário
urbano deverão ser projetados e instalados
Art. 7o Em todas as áreas de em locais que permitam sejam eles
estacionamento de veículos, localizadas em utilizados pelas pessoas portadoras de
vias ou em espaços públicos, deverão ser deficiência ou com mobilidade reduzida.
reservadas vagas próximas dos acessos de
circulação de pedestres, devidamente Art. 10-A. A instalação de qualquer
sinalizadas, para veículos que transportem mobiliário urbano em área de circulação
pessoas portadoras de deficiência com comum para pedestre que ofereça risco de
dificuldade de locomoção. acidente à pessoa com deficiência deverá
ser indicada mediante sinalização tátil de
Parágrafo único. As vagas a que se alerta no piso, de acordo com as normas
refere o caput deste artigo deverão ser em técnicas
número equivalente a dois por cento do pertinentes. (Incluído pela
total, garantida, no mínimo, uma vaga, Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
devidamente sinalizada e com as
especificações técnicas de desenho e CAPÍTULO IV
traçado de acordo com as normas técnicas
vigentes. DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS
PÚBLICOS OU DE USO COLETIVO

Art. 11. A construção, ampliação ou


CAPÍTULO III reforma de edifícios públicos ou privados
destinados ao uso coletivo deverão ser
executadas de modo que sejam ou se

736
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tornem acessíveis às pessoas portadoras CAPÍTULO V
de deficiência ou com mobilidade reduzida.
DA ACESSIBILIDADE NOS EDIFÍCIOS DE
Parágrafo único. Para os fins do USO PRIVADO
disposto neste artigo, na construção,
ampliação ou reforma de edifícios públicos Art. 13. Os edifícios de uso privado em
ou privados destinados ao uso coletivo que seja obrigatória a instalação de
deverão ser observados, pelo menos, os elevadores deverão ser construídos
seguintes requisitos de acessibilidade: atendendo aos seguintes requisitos
mínimos de acessibilidade:
I – nas áreas externas ou internas da
edificação, destinadas a garagem e a I – percurso acessível que una as
estacionamento de uso público, deverão ser unidades habitacionais com o exterior e com
reservadas vagas próximas dos acessos de as dependências de uso comum;
circulação de pedestres, devidamente
sinalizadas, para veículos que transportem
II – percurso acessível que una a
pessoas portadoras de deficiência com
edificação à via pública, às edificações e aos
dificuldade de locomoção permanente; serviços anexos de uso comum e aos
edifícios vizinhos;
II – pelo menos um dos acessos ao
interior da edificação deverá estar livre de
III – cabine do elevador e respectiva
barreiras arquitetônicas e de obstáculos que porta de entrada acessíveis para pessoas
impeçam ou dificultem a acessibilidade de portadoras de deficiência ou com
pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
mobilidade reduzida;
Art. 14. Os edifícios a serem
III – pelo menos um dos itinerários que construídos com mais de um pavimento
comuniquem horizontal e verticalmente além do pavimento de acesso, à exceção
todas as dependências e serviços do
das habitações unifamiliares, e que não
edifício, entre si e com o exterior, deverá
estejam obrigados à instalação de elevador,
cumprir os requisitos de acessibilidade de
deverão dispor de especificações técnicas e
que trata esta Lei; e
de projeto que facilitem a instalação de um
elevador adaptado, devendo os demais
IV – os edifícios deverão dispor, pelo elementos de uso comum destes edifícios
menos, de um banheiro acessível, atender aos requisitos de acessibilidade.
distribuindo-se seus equipamentos e
acessórios de maneira que possam ser
Art. 15. Caberá ao órgão federal
utilizados por pessoa portadora de responsável pela coordenação da política
deficiência ou com mobilidade reduzida. habitacional regulamentar a reserva de um
percentual mínimo do total das habitações,
Art. 12. Os locais de espetáculos, conforme a característica da população
conferências, aulas e outros de natureza local, para o atendimento da demanda de
similar deverão dispor de espaços pessoas portadoras de deficiência ou com
reservados para pessoas que utilizam mobilidade reduzida.
cadeira de rodas, e de lugares específicos
para pessoas com deficiência auditiva e
CAPÍTULO VI
visual, inclusive acompanhante, de acordo
com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as
condições de acesso, circulação e DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE
comunicação. TRANSPORTE COLETIVO

Art. 12-A. Os centros comerciais e os Art. 16. Os veículos de transporte


estabelecimentos congêneres devem coletivo deverão cumprir os requisitos de
fornecer carros e cadeiras de rodas, acessibilidade estabelecidos nas normas
motorizados ou não, para o atendimento da técnicas específicas.
pessoa com deficiência ou com mobilidade
reduzida. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO VII
13.146, de 2015) (Vigência)

737
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DA ACESSIBILIDADE NOS SISTEMAS DE III – à especialização de recursos
COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO humanos em acessibilidade.

Art. 17. O Poder Público promoverá a


eliminação de barreiras na comunicação e
estabelecerá mecanismos e alternativas CAPÍTULO IX
técnicas que tornem acessíveis os sistemas
de comunicação e sinalização às pessoas DAS MEDIDAS DE FOMENTO À
portadoras de deficiência sensorial e com
ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS
dificuldade de comunicação, para garantir-
lhes o direito de acesso à informação, à
comunicação, ao trabalho, à educação, ao Art. 22. É instituído, no âmbito da
transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer. Secretaria de Estado de Direitos Humanos
do Ministério da Justiça, o Programa
Nacional de Acessibilidade, com dotação
Art. 18. O Poder Público implementará
orçamentária específica, cuja execução
a formação de profissionais intérpretes de
será disciplinada em regulamento.
escrita em braile, linguagem de sinais e de
guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo
de comunicação direta à pessoa portadora
de deficiência sensorial e com dificuldade de
comunicação. Regulamento CAPÍTULO X

Art. 19. Os serviços de radiodifusão DISPOSIÇÕES FINAIS


sonora e de sons e imagens adotarão plano
de medidas técnicas com o objetivo de Art. 23. A Administração Pública
permitir o uso da linguagem de sinais ou federal direta e indireta destinará,
outra subtitulação, para garantir o direito de anualmente, dotação orçamentária para as
acesso à informação às pessoas portadoras adaptações, eliminações e supressões de
de deficiência auditiva, na forma e no prazo barreiras arquitetônicas existentes nos
previstos em regulamento. edifícios de uso público de sua propriedade
e naqueles que estejam sob sua
administração ou uso.

CAPÍTULO VIII Parágrafo único. A implementação das


adaptações, eliminações e supressões de
DISPOSIÇÕES SOBRE AJUDAS barreiras arquitetônicas referidas no caput
TÉCNICAS deste artigo deverá ser iniciada a partir do
primeiro ano de vigência desta Lei.
Art. 20. O Poder Público promoverá a
supressão de barreiras urbanísticas, Art. 24. O Poder Público promoverá
arquitetônicas, de transporte e de campanhas informativas e educativas
comunicação, mediante ajudas técnicas. dirigidas à população em geral, com a
finalidade de conscientizá-la e sensibilizá-la
quanto à acessibilidade e à integração social
Art. 21. O Poder Público, por meio dos
da pessoa portadora de deficiência ou com
organismos de apoio à pesquisa e das
mobilidade reduzida.
agências de financiamento, fomentará
programas destinados:
Art. 25. As disposições desta Lei
aplicam-se aos edifícios ou imóveis
I – à promoção de pesquisas científicas
declarados bens de interesse cultural ou de
voltadas ao tratamento e prevenção de
valor histórico-artístico, desde que as
deficiências; modificações necessárias observem as
normas específicas reguladoras destes
II – ao desenvolvimento tecnológico bens.
orientado à produção de ajudas técnicas
para as pessoas portadoras de deficiência;
Art. 26. As organizações
representativas de pessoas portadoras de
deficiência terão legitimidade para

738
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
acompanhar o cumprimento dos requisitos Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179o
de acessibilidade estabelecidos nesta Lei. da Independência e 112o da República.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
de sua publicação. José Gregori

739
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 13.835, DE 4 DE JUNHO DE 2019 - assegura às pessoas com deficiência
visual o direito de receber cartões de crédito e de movimentação de contas bancárias com
as informações vertidas em caracteres de identificação tátil em braile

Altera a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, para assegurar às pessoas com deficiência
visual o direito de receber cartões de crédito e de movimentação de contas bancárias com as
informações vertidas em caracteres de identificação tátil em braile.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Art. 2º Esta Lei entra em vigor após


Faço saber que o Congresso Nacional decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: publicação oficial.

Art. 1º A Lei nº 10.098, de 19 de Brasília, 4 de junho de 2019; 198 o da


dezembro de 2000, passa a vigorar Independência e 131o da República.
acrescida do seguinte art. 21-A:
JAIR MESSIAS BOLSONARO
“Art. 21-A. Às pessoas com Sérgio Moro
deficiência visual será garantido, sem custo Damares Regina Alves
adicional, quando por elas solicitado, um kit Roberto de Oliveira Campos Neto
que conterá, no mínimo:

I - etiqueta em braile: filme


transparente fixo ao cartão com informações
em braile, com a identificação do tipo do
cartão e os 6 (seis) dígitos finais do número
do cartão;

II - identificação do tipo de cartão em


braile: primeiro dígito, da esquerda para a
direita, identificador do tipo de cartão;

III - fita adesiva: fita para fixar a


etiqueta em braile de dados no cartão;

IV - porta-cartão: objeto para


armazenar o cartão e possibilitar ao portador
acesso às informações necessárias ao
pleno uso do cartão, com identificação, em
braile, do número completo do cartão, do
tipo de cartão, da bandeira, do nome do
emissor, da data de validade, do código de
segurança e do nome do portador do cartão.

Parágrafo único. O porta-cartão de


que trata o inciso IV do caput deste artigo
deverá possuir tamanho suficiente para que
constem todas as informações descritas no
referido inciso e deverá ser conveniente ao
transporte pela pessoa com deficiência
visual.”

740
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004 - estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida

Regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento


às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais
e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou
com mobilidade reduzida, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, internacionais por entes públicos ou


no uso da atribuição que lhe confere o art. privados.
84, inciso IV, da Constituição, e tendo em
vista o disposto nas Leis nos 10.048, de 8 de Art. 3o Serão aplicadas sanções
novembro de 2000, e 10.098, de 19 de administrativas, cíveis e penais cabíveis,
dezembro de 2000, previstas em lei, quando não forem
observadas as normas deste Decreto.
DECRETA:
Art. 4o O Conselho Nacional dos
CAPÍTULO I Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência, os Conselhos Estaduais,
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Municipais e do Distrito Federal, e as
organizações representativas de pessoas
portadoras de deficiência terão legitimidade
Art. 1o Este Decreto regulamenta as
para acompanhar e sugerir medidas para o
Leisnos 10.048, de 8 de novembro de 2000,
cumprimento dos requisitos estabelecidos
e 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
neste Decreto.
Art. 2o Ficam sujeitos ao
cumprimento das disposições deste CAPÍTULO II
Decreto, sempre que houver interação com
a matéria nele regulamentada: DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

I - a aprovação de projeto de natureza Art. 5o Os órgãos da administração


arquitetônica e urbanística, de comunicação pública direta, indireta e fundacional, as
e informação, de transporte coletivo, bem empresas prestadoras de serviços públicos
como a execução de qualquer tipo de obra, e as instituições financeiras deverão
quando tenham destinação pública ou dispensar atendimento prioritário às
coletiva; pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
II - a outorga de concessão,
permissão, autorização ou habilitação de § 1o Considera-se, para os efeitos
qualquer natureza; deste Decreto:

III - a aprovação de financiamento de I - pessoa portadora de deficiência,


projetos com a utilização de recursos além daquelas previstas na Lei no 10.690,
públicos, dentre eles os projetos de natureza de 16 de junho de 2003, a que possui
arquitetônica e urbanística, os tocantes à limitação ou incapacidade para o
comunicação e informação e os referentes desempenho de atividade e se enquadra
ao transporte coletivo, por meio de qualquer nas seguintes categorias:
instrumento, tais como convênio, acordo,
ajuste, contrato ou similar; e a) deficiência física: alteração
completa ou parcial de um ou mais
IV - a concessão de aval da União na segmentos do corpo humano, acarretando o
obtenção de empréstimos e financiamentos comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia,

741
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, dificuldade de movimentar-se, permanente
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, ou temporariamente, gerando redução
amputação ou ausência de membro, efetiva da mobilidade, flexibilidade,
paralisia cerebral, nanismo, membros com coordenação motora e percepção.
deformidade congênita ou adquirida, exceto
as deformidades estéticas e as que não § 2o O disposto no caput aplica-se,
produzam dificuldades para o desempenho ainda, às pessoas com idade igual ou
de funções; superior a sessenta anos, gestantes,
lactantes e pessoas com criança de colo.
b) deficiência auditiva: perda bilateral,
parcial ou total, de quarenta e um decibéis § 3o O acesso prioritário às
(dB) ou mais, aferida por audiograma nas edificações e serviços das instituições
freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e financeiras deve seguir os preceitos
3.000Hz; estabelecidos neste Decreto e nas normas
técnicas de acessibilidade da Associação
c) deficiência visual: cegueira, na Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, no
qual a acuidade visual é igual ou menor que que não conflitarem com a Lei no 7.102, de
0,05 no melhor olho, com a melhor correção 20 de junho de 1983, observando, ainda, a
óptica; a baixa visão, que significa acuidade Resolução do Conselho Monetário Nacional
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com no 2.878, de 26 de julho de 2001.
a melhor correção óptica; os casos nos
quais a somatória da medida do campo Art. 6o O atendimento prioritário
visual em ambos os olhos for igual ou menor compreende tratamento diferenciado e
que 60o; ou a ocorrência simultânea de atendimento imediato às pessoas de que
quaisquer das condições anteriores; trata o art. 5o.

d) deficiência mental: funcionamento § 1o O tratamento diferenciado inclui,


intelectual significativamente inferior à dentre outros:
média, com manifestação antes dos dezoito
anos e limitações associadas a duas ou
I - assentos de uso preferencial
mais áreas de habilidades adaptativas, tais
sinalizados, espaços e instalações
como:
acessíveis;

1. comunicação; II - mobiliário de recepção e


atendimento obrigatoriamente adaptado à
2. cuidado pessoal; altura e à condição física de pessoas em
cadeira de rodas, conforme estabelecido
3. habilidades sociais; nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT;
4. utilização dos recursos da
comunidade; III - serviços de atendimento para
pessoas com deficiência auditiva, prestado
5. saúde e segurança; por intérpretes ou pessoas capacitadas em
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no
trato com aquelas que não se comuniquem
6. habilidades acadêmicas;
em LIBRAS, e para pessoas surdocegas,
prestado por guias-intérpretes ou pessoas
7. lazer; e capacitadas neste tipo de atendimento;

8. trabalho; IV - pessoal capacitado para prestar


atendimento às pessoas com deficiência
e) deficiência múltipla - associação visual, mental e múltipla, bem como às
de duas ou mais deficiências; e pessoas idosas;

II - pessoa com mobilidade reduzida, V - disponibilidade de área especial


aquela que, não se enquadrando no para embarque e desembarque de pessoa
conceito de pessoa portadora de
deficiência, tenha, por qualquer motivo,

742
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
portadora de deficiência ou com mobilidade Parágrafo único. Cabe aos Estados,
reduzida; Municípios e ao Distrito Federal, no âmbito
de suas competências, criar instrumentos
VI - sinalização ambiental para para a efetiva implantação e o controle do
orientação das pessoas referidas no art. 5o; atendimento prioritário referido neste
Decreto.
VII - divulgação, em lugar visível, do
direito de atendimento prioritário das
pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida; CAPÍTULO III

VIII - admissão de entrada e DAS CONDIÇÕES GERAIS DA


permanência de cão-guia ou cão-guia de ACESSIBILIDADE
acompanhamento junto de pessoa
portadora de deficiência ou de treinador nos Art. 8o Para os fins de acessibilidade,
locais dispostos no caput do art. 5o, bem considera-se:
como nas demais edificações de uso público
e naquelas de uso coletivo, mediante
I - acessibilidade: condição para
apresentação da carteira de vacina
utilização, com segurança e autonomia, total
atualizada do animal; e
ou assistida, dos espaços, mobiliários e
equipamentos urbanos, das edificações,
IX - a existência de local de dos serviços de transporte e dos
atendimento específico para as pessoas dispositivos, sistemas e meios de
referidas no art. 5o. comunicação e informação, por pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade
§ 2o Entende-se por imediato o reduzida;
atendimento prestado às pessoas referidas
no art. 5o, antes de qualquer outra, depois II - barreiras: qualquer entrave ou
de concluído o atendimento que estiver em obstáculo que limite ou impeça o acesso, a
andamento, observado o disposto no inciso liberdade de movimento, a circulação com
I do parágrafo único do art. 3o da Lei no segurança e a possibilidade de as pessoas
10.741, de 1o de outubro de 2003 (Estatuto se comunicarem ou terem acesso à
do Idoso). informação, classificadas em:

§ 3o Nos serviços de emergência dos a) barreiras urbanísticas: as


estabelecimentos públicos e privados de existentes nas vias públicas e nos espaços
atendimento à saúde, a prioridade conferida de uso público;
por este Decreto fica condicionada à
avaliação médica em face da gravidade dos
b) barreiras nas edificações: as
casos a atender.
existentes no entorno e interior das
edificações de uso público e coletivo e no
§ 4o Os órgãos, empresas e entorno e nas áreas internas de uso comum
instituições referidos no caput do art. 5o nas edificações de uso privado multifamiliar;
devem possuir, pelo menos, um telefone de
atendimento adaptado para comunicação
c) barreiras nos transportes: as
com e por pessoas portadoras de deficiência
existentes nos serviços de transportes; e
auditiva.
d) barreiras nas comunicações e
Art. 7o O atendimento prioritário no
informações: qualquer entrave ou obstáculo
âmbito da administração pública federal
que dificulte ou impossibilite a expressão ou
direta e indireta, bem como das empresas
o recebimento de mensagens por
prestadoras de serviços públicos, intermédio dos dispositivos, meios ou
obedecerá às disposições deste Decreto, sistemas de comunicação, sejam ou não de
além do que estabelece o Decreto no 3.507,
massa, bem como aqueles que dificultem ou
de 13 de junho de 2000.
impossibilitem o acesso à informação;

743
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - elemento da urbanização: Art. 9o A formulação, implementação
qualquer componente das obras de e manutenção das ações de acessibilidade
urbanização, tais como os referentes à atenderão às seguintes premissas básicas:
pavimentação, saneamento, distribuição de
energia elétrica, iluminação pública, I - a priorização das necessidades, a
abastecimento e distribuição de água, programação em cronograma e a reserva de
paisagismo e os que materializam as recursos para a implantação das ações; e
indicações do planejamento urbanístico;
II - o planejamento, de forma
IV - mobiliário urbano: o conjunto de continuada e articulada, entre os setores
objetos existentes nas vias e espaços envolvidos.
públicos, superpostos ou adicionados aos
elementos da urbanização ou da edificação,
CAPÍTULO IV
de forma que sua modificação ou traslado
não provoque alterações substanciais
nestes elementos, tais como semáforos, DA IMPLEMENTAÇÃO DA
postes de sinalização e similares, telefones ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E
e cabines telefônicas, fontes públicas, URBANÍSTICA
lixeiras, toldos, marquises, quiosques e
quaisquer outros de natureza análoga; Seção I

V - ajuda técnica: os produtos, Das Condições Gerais


instrumentos, equipamentos ou tecnologia
adaptados ou especialmente projetados Art. 10. A concepção e a implantação
para melhorar a funcionalidade da pessoa dos projetos arquitetônicos e urbanísticos
portadora de deficiência ou com mobilidade devem atender aos princípios do desenho
reduzida, favorecendo a autonomia pessoal, universal, tendo como referências básicas
total ou assistida; as normas técnicas de acessibilidade da
ABNT, a legislação específica e as regras
VI - edificações de uso público: contidas neste Decreto.
aquelas administradas por entidades da
administração pública, direta e indireta, ou § 1o Caberá ao Poder Público
por empresas prestadoras de serviços promover a inclusão de conteúdos
públicos e destinadas ao público em geral; temáticos referentes ao desenho universal
nas diretrizes curriculares da educação
VII - edificações de uso coletivo: profissional e tecnológica e do ensino
aquelas destinadas às atividades de superior dos cursos de Engenharia,
natureza comercial, hoteleira, cultural, Arquitetura e correlatos.
esportiva, financeira, turística, recreativa,
social, religiosa, educacional, industrial e de § 2o Os programas e as linhas de
saúde, inclusive as edificações de prestação pesquisa a serem desenvolvidos com o
de serviços de atividades da mesma apoio de organismos públicos de auxílio à
natureza; pesquisa e de agências de fomento deverão
incluir temas voltados para o desenho
VIII - edificações de uso privado: universal.
aquelas destinadas à habitação, que podem
ser classificadas como unifamiliar ou Art. 11. A construção, reforma ou
multifamiliar; e ampliação de edificações de uso público ou
coletivo, ou a mudança de destinação para
IX - desenho universal: concepção de estes tipos de edificação, deverão ser
espaços, artefatos e produtos que visam executadas de modo que sejam ou se
atender simultaneamente todas as pessoas, tornem acessíveis à pessoa portadora de
com diferentes características deficiência ou com mobilidade reduzida.
antropométricas e sensoriais, de forma
autônoma, segura e confortável, § 1o As entidades de fiscalização
constituindo-se nos elementos ou soluções profissional das atividades de Engenharia,
que compõem a acessibilidade. Arquitetura e correlatas, ao anotarem a
responsabilidade técnica dos projetos,

744
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exigirão a responsabilidade profissional IV - as atividades de fiscalização e a
declarada do atendimento às regras de imposição de sanções, incluindo a vigilância
acessibilidade previstas nas normas sanitária e ambiental; e
técnicas de acessibilidade da ABNT, na
legislação específica e neste Decreto. V - a previsão orçamentária e os
mecanismos tributários e financeiros
§ 2o Para a aprovação ou utilizados em caráter compensatório ou de
licenciamento ou emissão de certificado de incentivo.
conclusão de projeto arquitetônico ou
urbanístico deverá ser atestado o § 1o Para concessão de alvará de
atendimento às regras de acessibilidade funcionamento ou sua renovação para
previstas nas normas técnicas de qualquer atividade, devem ser observadas e
acessibilidade da ABNT, na legislação certificadas as regras de acessibilidade
específica e neste Decreto. previstas neste Decreto e nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT.
§ 3o O Poder Público, após certificar
a acessibilidade de edificação ou serviço, § 2o Para emissão de carta de
determinará a colocação, em espaços ou "habite-se" ou habilitação equivalente e para
locais de ampla visibilidade, do "Símbolo sua renovação, quando esta tiver sido
Internacional de Acesso", na forma prevista emitida anteriormente às exigências de
nas normas técnicas de acessibilidade da acessibilidade contidas na legislação
ABNT e na Lei no 7.405, de 12 de novembro específica, devem ser observadas e
de 1985. certificadas as regras de acessibilidade
previstas neste Decreto e nas normas
Art. 12. Em qualquer intervenção nas técnicas de acessibilidade da ABNT.
vias e logradouros públicos, o Poder Público
e as empresas concessionárias Seção II
responsáveis pela execução das obras e
dos serviços garantirão o livre trânsito e a Das Condições Específicas
circulação de forma segura das pessoas em
geral, especialmente das pessoas
portadoras de deficiência ou com Art. 14. Na promoção da
mobilidade reduzida, durante e após a sua acessibilidade, serão observadas as regras
execução, de acordo com o previsto em gerais previstas neste Decreto,
normas técnicas de acessibilidade da complementadas pelas normas técnicas de
ABNT, na legislação específica e neste acessibilidade da ABNT e pelas disposições
Decreto. contidas na legislação dos Estados,
Municípios e do Distrito Federal.
Art. 13. Orientam-se, no que couber,
pelas regras previstas nas normas técnicas Art. 15. No planejamento e na
brasileiras de acessibilidade, na legislação urbanização das vias, praças, dos
específica, observado o disposto na Lei no logradouros, parques e demais espaços de
10.257, de 10 de julho de 2001, e neste uso público, deverão ser cumpridas as
Decreto: exigências dispostas nas normas técnicas
de acessibilidade da ABNT.
I - os Planos Diretores Municipais e
Planos Diretores de Transporte e Trânsito § 1o Incluem-se na condição
elaborados ou atualizados a partir da estabelecida no caput:
publicação deste Decreto;
I - a construção de calçadas para
II - o Código de Obras, Código de circulação de pedestres ou a adaptação de
Postura, a Lei de Uso e Ocupação do Solo e situações consolidadas;
a Lei do Sistema Viário;
II - o rebaixamento de calçadas com
III - os estudos prévios de impacto de rampa acessível ou elevação da via para
vizinhança; travessia de pedestre em nível; e

745
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - a instalação de piso tátil direcional mínimo, dois por cento do total de Telefones
e de alerta. de Uso Público - TUPs, sem cabine, com
capacidade para originar e receber
§ 2o Nos casos de adaptação de chamadas locais e de longa distância
bens culturais imóveis e de intervenção para nacional, bem como, pelo menos, dois por
regularização urbanística em áreas de cento do total de TUPs, com capacidade
assentamentos subnormais, será admitida, para originar e receber chamadas de longa
em caráter excepcional, faixa de largura distância, nacional e internacional, estejam
menor que o estabelecido nas normas adaptados para o uso de pessoas
técnicas citadas no caput, desde que haja portadoras de deficiência auditiva e para
justificativa baseada em estudo técnico e usuários de cadeiras de rodas, ou conforme
que o acesso seja viabilizado de outra estabelecer os Planos Gerais de Metas de
forma, garantida a melhor técnica possível. Universalização.

Art. 16. As características do § 3o As botoeiras e demais sistemas


desenho e a instalação do mobiliário urbano de acionamento dos terminais de auto-
devem garantir a aproximação segura e o atendimento de produtos e serviços e outros
uso por pessoa portadora de deficiência equipamentos em que haja interação com o
visual, mental ou auditiva, a aproximação e público devem estar localizados em altura
o alcance visual e manual para as pessoas que possibilite o manuseio por pessoas em
portadoras de deficiência física, em especial cadeira de rodas e possuir mecanismos
aquelas em cadeira de rodas, e a circulação para utilização autônoma por pessoas
livre de barreiras, atendendo às condições portadoras de deficiência visual e auditiva,
estabelecidas nas normas técnicas de conforme padrões estabelecidos nas
acessibilidade da ABNT. normas técnicas de acessibilidade da
ABNT.
§ 1o Incluem-se nas condições
estabelecida no caput: Art. 17. Os semáforos para
pedestres instalados nas vias públicas
I - as marquises, os toldos, elementos deverão estar equipados com mecanismo
que sirva de guia ou orientação para a
de sinalização, luminosos e outros
travessia de pessoa portadora de
elementos que tenham sua projeção sobre a
deficiência visual ou com mobilidade
faixa de circulação de pedestres;
reduzida em todos os locais onde a
intensidade do fluxo de veículos, de pessoas
II - as cabines telefônicas e os ou a periculosidade na via assim
terminais de auto-atendimento de produtos determinarem, bem como mediante
e serviços; solicitação dos interessados.

III - os telefones públicos sem cabine; Art. 18. A construção de edificações


de uso privado multifamiliar e a construção,
IV - a instalação das aberturas, das ampliação ou reforma de edificações de uso
botoeiras, dos comandos e outros sistemas coletivo devem atender aos preceitos da
de acionamento do mobiliário urbano; acessibilidade na interligação de todas as
partes de uso comum ou abertas ao público,
V - os demais elementos do conforme os padrões das normas técnicas
mobiliário urbano; de acessibilidade da ABNT.

VI - o uso do solo urbano para Parágrafo único. Também estão


posteamento; e sujeitos ao disposto no caput os acessos,
piscinas, andares de recreação, salão de
VII - as espécies vegetais que festas e reuniões, saunas e banheiros,
tenham sua projeção sobre a faixa de quadras esportivas, portarias,
circulação de pedestres. estacionamentos e garagens, entre outras
partes das áreas internas ou externas de
uso comum das edificações de uso privado
§ 2o A concessionária do Serviço
multifamiliar e das de uso coletivo.
Telefônico Fixo Comutado - STFC, na
modalidade Local, deverá assegurar que, no

746
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 19. A construção, ampliação ou portadora de deficiência ou com mobilidade
reforma de edificações de uso público deve reduzida.
garantir, pelo menos, um dos acessos ao
seu interior, com comunicação com todas as § 1o Nas edificações de uso público a
suas dependências e serviços, livre de serem construídas, os sanitários destinados
barreiras e de obstáculos que impeçam ou ao uso por pessoa portadora de deficiência
dificultem a sua acessibilidade. ou com mobilidade reduzida serão
distribuídos na razão de, no mínimo, uma
§ 1o No caso das edificações de uso cabine para cada sexo em cada pavimento
público já existentes, terão elas prazo de da edificação, com entrada independente
trinta meses a contar da data de publicação dos sanitários coletivos, obedecendo às
deste Decreto para garantir acessibilidade normas técnicas de acessibilidade da
às pessoas portadoras de deficiência ou ABNT.
com mobilidade reduzida.
§ 2o Nas edificações de uso público
§2o Sempre que houver viabilidade já existentes, terão elas prazo de trinta
arquitetônica, o Poder Público buscará meses a contar da data de publicação deste
garantir dotação orçamentária para ampliar Decreto para garantir pelo menos um
o número de acessos nas edificações de banheiro acessível por pavimento, com
uso público a serem construídas, ampliadas entrada independente, distribuindo-se seus
ou reformadas. equipamentos e acessórios de modo que
possam ser utilizados por pessoa portadora
Art. 20. Na ampliação ou reforma das de deficiência ou com mobilidade reduzida.
edificações de uso púbico ou de uso
coletivo, os desníveis das áreas de § 3o Nas edificações de uso coletivo
circulação internas ou externas serão a serem construídas, ampliadas ou
transpostos por meio de rampa ou reformadas, onde devem existir banheiros
equipamento eletromecânico de de uso público, os sanitários destinados ao
deslocamento vertical, quando não for uso por pessoa portadora de deficiência
possível outro acesso mais cômodo para deverão ter entrada independente dos
pessoa portadora de deficiência ou com demais e obedecer às normas técnicas de
mobilidade reduzida, conforme estabelecido acessibilidade da ABNT.
nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT. § 4o Nas edificações de uso coletivo
já existentes, onde haja banheiros
Art. 21. Os balcões de atendimento e destinados ao uso público, os sanitários
as bilheterias em edificação de uso público preparados para o uso por pessoa portadora
ou de uso coletivo devem dispor de, pelo de deficiência ou com mobilidade reduzida
menos, uma parte da superfície acessível deverão estar localizados nos pavimentos
para atendimento às pessoas portadoras de acessíveis, ter entrada independente dos
deficiência ou com mobilidade reduzida, demais sanitários, se houver, e obedecer as
conforme os padrões das normas técnicas normas técnicas de acessibilidade da
de acessibilidade da ABNT. ABNT.

Parágrafo único. No caso do Art. 23. Nos teatros, cinemas,


exercício do direito de voto, as urnas das auditórios, estádios, ginásios de esporte,
seções eleitorais devem ser adequadas ao locais de espetáculos e de conferências e
uso com autonomia pelas pessoas similares, serão reservados espaços livres
portadoras de deficiência ou com para pessoas em cadeira de rodas e
mobilidade reduzida e estarem instaladas assentos para pessoas com deficiência ou
em local de votação plenamente acessível e com mobilidade reduzida, de acordo com a
com estacionamento próximo. capacidade de lotação da edificação,
conforme o disposto no art. 44 § 1º, da Lei
Art. 22. A construção, ampliação ou 13.446, de 2015. (Redação
reforma de edificações de uso público ou de dada pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
uso coletivo devem dispor de sanitários
acessíveis destinados ao uso por pessoa § 1º Os espaços e os assentos a que
se refere o caput, a serem instalados e

747
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sinalizados conforme os requisitos resguardado o direito de se acomodar
estabelecidos nas normas técnicas de proximamente a grupo familiar e
acessibilidade da Associação Brasileira de comunitário. (Redação dada
Normas Técnicas - ABNT, pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
devem: (Redação dada pelo
Decreto nº 9.404, de 2018) § 4º Nos locais referidos no caput,
haverá, obrigatoriamente, rotas de fuga e
I - ser disponibilizados, no caso de saídas de emergência acessíveis, conforme
edificações com capacidade de lotação de padrões das normas técnicas de
até mil lugares, na proporção acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a
de: (Incluído pelo Decreto nº saída segura de pessoas com deficiência ou
9.404, de 2018) com mobilidade reduzida, em caso de
emergência. (Redação dada
a) dois por cento de espaços para pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
pessoas em cadeira de rodas, com a
garantia de, no mínimo, um espaço; § 5º As áreas de acesso aos artistas,
e (Incluído pelo Decreto nº tais como coxias e camarins, também
9.404, de 2018) devem ser acessíveis a pessoas com
deficiência ou com mobilidade
b) dois por cento de assentos para reduzida. (Redação dada
pessoas com deficiência ou com mobilidade pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
reduzida, com a garantia de, no mínimo, um
assento; ou (Incluído pelo § 6º Para obtenção do financiamento
Decreto nº 9.404, de 2018) de que trata o inciso III do caput do art. 2º,
as salas de espetáculo deverão dispor de
II - ser disponibilizados, no caso de meios eletrônicos que permitam a
edificações com capacidade de lotação transmissão de subtitulação por meio de
acima de mil lugares, na proporção legenda oculta e de audiodescrição, além de
de: (Incluído pelo Decreto nº disposições especiais para a presença física
9.404, de 2018) de intérprete de Libras e de guias-
intérpretes, com a projeção em tela da
imagem do intérprete sempre que a
a) vinte espaços para pessoas em
distância não permitir sua visualização
cadeira de rodas mais um por cento do que
exceder mil lugares; direta. (Redação dada pelo Decreto nº
e (Incluído pelo Decreto nº 9.404, de 2018)
9.404, de 2018)
§ 7o O sistema de sonorização
assistida a que se refere o § 6o será
b) vinte assentos para pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida sinalizado por meio do pictograma aprovado
mais um por cento do que exceder mil pela Lei no 8.160, de 8 de janeiro de 1991.
lugares. (Incluído pelo
Decreto nº 9.404, de 2018) § 8o As edificações de uso público e
de uso coletivo referidas no caput, já
§ 2º Cinquenta por cento dos existentes, têm, respectivamente, prazo de
trinta e quarenta e oito meses, a contar da
assentos reservados para pessoas com
data de publicação deste Decreto, para
deficiência ou com mobilidade reduzida
garantir a acessibilidade de que trata o caput
devem ter características dimensionais e
e os §§ 1o a 5o.
estruturais para o uso por pessoa obesa,
conforme norma técnica de acessibilidade
da ABNT, com a garantia de, no mínimo, um § 9º Na hipótese de a aplicação do
assento. (Redação dada pelo percentual previsto nos § 1º e § 2º resultar
Decreto nº 9.404, de 2018) em número fracionado, será utilizado o
primeiro número inteiro
§ 3º Os espaços e os assentos a que superior. (Incluído pelo
se refere este artigo deverão situar-se em Decreto nº 9.404, de 2018)
locais que garantam a acomodação de um
acompanhante ao lado da pessoa com § 10. As adaptações necessárias à
deficiência ou com mobilidade reduzida, oferta de assentos com características

748
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dimensionais e estruturais para o uso por ou sem mobilidade reduzida depois de
pessoa obesa de que trata o § 2º serão esgotados os demais assentos daquele
implementadas no prazo de doze meses, setor e somente quando os prazos
contado da data de publicação deste estabelecidos nos § 1º e § 2º se
Decreto. (Incluído pelo encerrarem. (Incluído pelo
Decreto nº 9.404, de 2018) Decreto nº 9.404, de 2018)

§ 11. O direito à meia entrada para § 4º Nos cinemas, a reserva de


pessoas com deficiência não está restrito assentos de que trata o caput será
aos espaços e aos assentos reservados de garantida a partir do início das vendas até
que trata o caput e está sujeito ao limite meia hora antes de cada sessão, com
estabelecido no § 10 do art. 1º da Lei nº disponibilidade em todos os pontos de
12.933, de 26 de dezembro de venda de ingresso, sejam eles físicos ou
2013. (Incluído pelo Decreto virtuais. (Incluído pelo Decreto
nº 9.404, de 2018) nº 9.404, de 2018)

§ 12. Os espaços e os assentos a que Art. 23-B. Os espaços livres para


se refere o caput deverão garantir às pessoas em cadeira de rodas e assentos
pessoas com deficiência auditiva boa reservados para pessoas com deficiência ou
visualização da interpretação em Libras e da com mobilidade reduzida serão identificados
legendagem descritiva, sempre que estas no mapa de assentos localizados nos
forem oferecidas. (Incluído pelo pontos de venda de ingresso e de
Decreto nº 9.404, de 2018) divulgação do evento, sejam eles físicos ou
virtuais. (Incluído pelo
Art. 23-A. Na hipótese de não haver Decreto nº 9.404, de 2018)
procura comprovada pelos espaços livres
para pessoas em cadeira de rodas e Parágrafo único. Os pontos físicos e
assentos reservados para pessoas com os sítios eletrônicos de venda de ingressos
deficiência ou com mobilidade reduzida, e de divulgação do evento
esses podem, excepcionalmente, ser deverão: (Incluído pelo
ocupados por pessoas sem deficiência ou Decreto nº 9.404, de 2018)
que não tenham mobilidade
reduzida. (Incluído pelo I - ser acessíveis a pessoas com
Decreto nº 9.404, de 2018) deficiência e com mobilidade reduzida;
e (Incluído pelo Decreto nº
§ 1º A reserva de assentos de que 9.404, de 2018)
trata o caput será garantida a partir do início
das vendas até vinte e quatro horas antes II - conter informações sobre os
de cada evento, com disponibilidade em recursos de acessibilidade disponíveis nos
todos os pontos de venda de ingresso, eventos. (Incluído pelo
sejam eles físicos ou Decreto nº 9.404, de 2018)
virtuais. (Incluído pelo
Decreto nº 9.404, de 2018)
Art. 24. Os estabelecimentos de
ensino de qualquer nível, etapa ou
§ 2º No caso de eventos realizados modalidade, públicos ou privados,
em estabelecimentos com capacidade proporcionarão condições de acesso e
superior a dez mil pessoas, a reserva de utilização de todos os seus ambientes ou
assentos de que trata o caput será compartimentos para pessoas portadoras
garantida a partir do início das vendas até de deficiência ou com mobilidade reduzida,
setenta e duas horas antes de cada evento, inclusive salas de aula, bibliotecas,
com disponibilidade em todos os pontos de auditórios, ginásios e instalações
venda de ingresso, sejam eles físicos ou desportivas, laboratórios, áreas de lazer e
virtuais. (Incluído pelo sanitários.
Decreto nº 9.404, de 2018)
§ 1o Para a concessão de
§ 3º Os espaços e os assentos de que autorização de funcionamento, de abertura
trata o caput, em cada setor, somente serão ou renovação de curso pelo Poder Público,
disponibilizados às pessoas sem deficiência

749
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
o estabelecimento de ensino deverá condições de uso, observando o disposto na
comprovar que: Lei no 7.405, de 1985.

I - está cumprindo as regras de § 2o Os casos de inobservância do


acessibilidade arquitetônica, urbanística e disposto no § 1o estarão sujeitos às sanções
na comunicação e informação previstas nas estabelecidas pelos órgãos competentes.
normas técnicas de acessibilidade da
ABNT, na legislação específica ou neste § 3o Aplica-se o disposto no caput
Decreto; aos estacionamentos localizados em áreas
públicas e de uso coletivo.
II - coloca à disposição de
professores, alunos, servidores e § 4o A utilização das vagas
empregados portadores de deficiência ou reservadas por veículos que não estejam
com mobilidade reduzida ajudas técnicas transportando as pessoas citadas no caput
que permitam o acesso às atividades constitui infração ao art. 181, inciso XVII, da
escolares e administrativas em igualdade de Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997.
condições com as demais pessoas; e
Art. 26. Nas edificações de uso
III - seu ordenamento interno contém público ou de uso coletivo, é obrigatória a
normas sobre o tratamento a ser dispensado existência de sinalização visual e tátil para
a professores, alunos, servidores e orientação de pessoas portadoras de
empregados portadores de deficiência, com deficiência auditiva e visual, em
o objetivo de coibir e reprimir qualquer tipo conformidade com as normas técnicas de
de discriminação, bem como as respectivas acessibilidade da ABNT.
sanções pelo descumprimento dessas
normas.
Art. 27. A instalação de novos
elevadores ou sua adaptação em
§ 2o As edificações de uso público e edificações de uso público ou de uso
de uso coletivo referidas no caput, já coletivo, bem assim a instalação em
existentes, têm, respectivamente, prazo de edificação de uso privado multifamiliar a ser
trinta e quarenta e oito meses, a contar da construída, na qual haja obrigatoriedade da
data de publicação deste Decreto, para presença de elevadores, deve atender aos
garantir a acessibilidade de que trata este padrões das normas técnicas de
artigo. acessibilidade da ABNT.

Art. 25. Nos estacionamentos § 1o No caso da instalação de


externos ou internos das edificações de uso elevadores novos ou da troca dos já
público ou de uso coletivo, ou naqueles existentes, qualquer que seja o número de
localizados nas vias públicas, serão elevadores da edificação de uso público ou
reservados, pelo menos, dois por cento do de uso coletivo, pelo menos um deles terá
total de vagas para veículos que cabine que permita acesso e movimentação
transportem pessoa portadora de cômoda de pessoa portadora de deficiência
deficiência física ou visual definidas neste ou com mobilidade reduzida, de acordo com
Decreto, sendo assegurada, no mínimo, o que especifica as normas técnicas de
uma vaga, em locais próximos à entrada acessibilidade da ABNT.
principal ou ao elevador, de fácil acesso à
circulação de pedestres, com
§ 2o Junto às botoeiras externas do
especificações técnicas de desenho e
elevador, deverá estar sinalizado em braile
traçado conforme o estabelecido nas em qual andar da edificação a pessoa se
normas técnicas de acessibilidade da encontra.
ABNT.
§ 3o Os edifícios a serem construídos
§ 1o Os veículos estacionados nas
com mais de um pavimento além do
vagas reservadas deverão portar pavimento de acesso, à exceção das
identificação a ser colocada em local de habitações unifamiliares e daquelas que
ampla visibilidade, confeccionado e
estejam obrigadas à instalação de
fornecido pelos órgãos de trânsito, que
elevadores por legislação municipal,
disciplinarão sobre suas características e
deverão dispor de especificações técnicas e

750
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de projeto que facilitem a instalação de IV - elaboração de especificações
equipamento eletromecânico de técnicas de projeto que facilite a instalação
deslocamento vertical para uso das pessoas de elevador adaptado para uso das pessoas
portadoras de deficiência ou com portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida. mobilidade reduzida.

§ 4o As especificações técnicas a que Parágrafo único. Os agentes


se refere o § 3o devem atender: executores dos programas e projetos
destinados à habitação de interesse social,
I - a indicação em planta aprovada financiados com recursos próprios da União
pelo poder municipal do local reservado ou por ela geridos, devem observar os
para a instalação do equipamento requisitos estabelecidos neste artigo.
eletromecânico, devidamente assinada pelo
autor do projeto; Art. 29. Ao Ministério das Cidades,
no âmbito da coordenação da política
II - a indicação da opção pelo tipo de habitacional, compete:
equipamento (elevador, esteira, plataforma
ou similar); I - adotar as providências necessárias
para o cumprimento do disposto no art. 28;
III - a indicação das dimensões e
internas e demais aspectos da cabine do
equipamento a ser instalado; e II - divulgar junto aos agentes
interessados e orientar a clientela alvo da
IV - demais especificações em nota política habitacional sobre as iniciativas que
na própria planta, tais como a existência e promover em razão das legislações federal,
as medidas de botoeira, espelho, estaduais, distrital e municipais relativas à
informação de voz, bem como a garantia de acessibilidade.
responsabilidade técnica de que a estrutura
da edificação suporta a implantação do Seção IV
equipamento escolhido.
Da Acessibilidade aos Bens Culturais
Seção III Imóveis

Da Acessibilidade na Habitação de Art. 30. As soluções destinadas à


Interesse Social eliminação, redução ou superação de
barreiras na promoção da acessibilidade a
Art. 28. Na habitação de interesse todos os bens culturais imóveis devem estar
social, deverão ser promovidas as seguintes de acordo com o que estabelece a Instrução
ações para assegurar as condições de Normativa no 1 do Instituto do Patrimônio
acessibilidade dos empreendimentos: Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, de 25
de novembro de 2003.
I - definição de projetos e adoção de
tipologias construtivas livres de barreiras CAPÍTULO V
arquitetônicas e urbanísticas;
DA ACESSIBILIDADE AOS SERVIÇOS DE
II - no caso de edificação TRANSPORTES COLETIVOS
multifamiliar, execução das unidades
habitacionais acessíveis no piso térreo e Seção I
acessíveis ou adaptáveis quando nos
demais pisos; Das Condições Gerais

III - execução das partes de uso Art. 31. Para os fins de


comum, quando se tratar de edificação acessibilidade aos serviços de transporte
multifamiliar, conforme as normas técnicas coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
de acessibilidade da ABNT; e considera-se como integrantes desses
serviços os veículos, terminais, estações,

751
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pontos de parada, vias principais, acessos e devidamente sinalizados para o uso das
operação. pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida.
Art. 32. Os serviços de transporte
coletivo terrestre são: Art. 36. As empresas
concessionárias e permissionárias e as
I - transporte rodoviário, classificado instâncias públicas responsáveis pela
em urbano, metropolitano, intermunicipal e gestão dos serviços de transportes
interestadual; coletivos, no âmbito de suas competências,
deverão garantir a implantação das
providências necessárias na operação, nos
II - transporte metroferroviário,
terminais, nas estações, nos pontos de
classificado em urbano e metropolitano; e
parada e nas vias de acesso, de forma a
assegurar as condições previstas no art. 34
III - transporte ferroviário, classificado deste Decreto.
em intermunicipal e interestadual.
Parágrafo único. As empresas
Art. 33. As instâncias públicas concessionárias e permissionárias e as
responsáveis pela concessão e permissão instâncias públicas responsáveis pela
dos serviços de transporte coletivo são: gestão dos serviços de transportes
coletivos, no âmbito de suas competências,
I - governo municipal, responsável deverão autorizar a colocação do "Símbolo
pelo transporte coletivo municipal; Internacional de Acesso" após certificar a
acessibilidade do sistema de transporte.
II - governo estadual, responsável
pelo transporte coletivo metropolitano e Art. 37. Cabe às empresas
intermunicipal; concessionárias e permissionárias e as
instâncias públicas responsáveis pela
III - governo do Distrito Federal, gestão dos serviços de transportes coletivos
responsável pelo transporte coletivo do assegurar a qualificação dos profissionais
Distrito Federal; e que trabalham nesses serviços, para que
prestem atendimento prioritário às pessoas
IV - governo federal, responsável portadoras de deficiência ou com
pelo transporte coletivo interestadual e mobilidade reduzida.
internacional.
Seção II
Art. 34. Os sistemas de transporte
coletivo são considerados acessíveis Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
quando todos os seus elementos são Rodoviário
concebidos, organizados, implantados e
adaptados segundo o conceito de desenho Art. 38. No prazo de até vinte e
universal, garantindo o uso pleno com quatro meses a contar da data de edição
segurança e autonomia por todas as das normas técnicas referidas no § 1o, todos
pessoas. os modelos e marcas de veículos de
transporte coletivo rodoviário para utilização
Parágrafo único. A infra-estrutura de no País serão fabricados acessíveis e
transporte coletivo a ser implantada a partir estarão disponíveis para integrar a frota
da publicação deste Decreto deverá ser operante, de forma a garantir o seu uso por
acessível e estar disponível para ser pessoas portadoras de deficiência ou com
operada de forma a garantir o seu uso por mobilidade reduzida.
pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida. § 1o As normas técnicas para
fabricação dos veículos e dos equipamentos
Art. 35. Os responsáveis pelos de transporte coletivo rodoviário, de forma a
terminais, estações, pontos de parada e os torná-los acessíveis, serão elaboradas
veículos, no âmbito de suas competências, pelas instituições e entidades que compõem
assegurarão espaços para atendimento, o Sistema Nacional de Metrologia,
assentos preferenciais e meios de acesso Normalização e Qualidade Industrial, e

752
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estarão disponíveis no prazo de até doze coletivo rodoviário, bem como os
meses a contar da data da publicação deste procedimentos e equipamentos a serem
Decreto. utilizados nestas adaptações, estarão
sujeitas a programas de avaliação de
§ 2o A substituição da frota operante conformidade desenvolvidos e
atual por veículos acessíveis, a ser feita implementados pelo Instituto Nacional de
pelas empresas concessionárias e Metrologia, Normalização e Qualidade
permissionárias de transporte coletivo Industrial - INMETRO, a partir de
rodoviário, dar-se-á de forma gradativa, orientações normativas elaboradas no
conforme o prazo previsto nos contratos de âmbito da ABNT.
concessão e permissão deste serviço.
Seção III
§ 3o A frota de veículos de transporte
coletivo rodoviário e a infra-estrutura dos Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
serviços deste transporte deverão estar Aquaviário
totalmente acessíveis no prazo máximo de
cento e vinte meses a contar da data de Art. 40. No prazo de até trinta e seis
publicação deste Decreto. meses a contar da data de edição das
normas técnicas referidas no § 1 o, todos os
§ 4o Os serviços de transporte modelos e marcas de veículos de transporte
coletivo rodoviário urbano devem priorizar o coletivo aquaviário serão fabricados
embarque e desembarque dos usuários em acessíveis e estarão disponíveis para
nível em, pelo menos, um dos acessos do integrar a frota operante, de forma a garantir
veículo. o seu uso por pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida.
Art. 39. No prazo de até vinte e
quatro meses a contar da data de § 1o As normas técnicas para
implementação dos programas de avaliação fabricação dos veículos e dos equipamentos
de conformidade descritos no § 3o, as de transporte coletivo aquaviário acessíveis,
empresas concessionárias e a serem elaboradas pelas instituições e
permissionárias dos serviços de transporte entidades que compõem o Sistema
coletivo rodoviário deverão garantir a Nacional de Metrologia, Normalização e
acessibilidade da frota de veículos em Qualidade Industrial, estarão disponíveis no
circulação, inclusive de seus equipamentos. prazo de até vinte e quatro meses a contar
da data da publicação deste Decreto.
§ 1o As normas técnicas para
adaptação dos veículos e dos equipamentos § 2o As adequações na infra-
de transporte coletivo rodoviário em estrutura dos serviços desta modalidade de
circulação, de forma a torná-los acessíveis, transporte deverão atender a critérios
serão elaboradas pelas instituições e necessários para proporcionar as condições
entidades que compõem o Sistema de acessibilidade do sistema de transporte
Nacional de Metrologia, Normalização e aquaviário.
Qualidade Industrial, e estarão disponíveis
no prazo de até doze meses a contar da Art. 41. No prazo de até cinqüenta e
data da publicação deste Decreto. quatro meses a contar da data de
implementação dos programas de avaliação
§ 2o Caberá ao Instituto Nacional de de conformidade descritos no § 2o, as
Metrologia, Normalização e Qualidade empresas concessionárias e
Industrial - INMETRO, quando da permissionárias dos serviços de transporte
elaboração das normas técnicas para a coletivo aquaviário, deverão garantir a
adaptação dos veículos, especificar dentre acessibilidade da frota de veículos em
esses veículos que estão em operação circulação, inclusive de seus equipamentos.
quais serão adaptados, em função das
restrições previstas no art. 98 da Lei no § 1o As normas técnicas para
9.503, de 1997. adaptação dos veículos e dos equipamentos
de transporte coletivo aquaviário em
§ 3o As adaptações dos veículos em circulação, de forma a torná-los acessíveis,
operação nos serviços de transporte serão elaboradas pelas instituições e

753
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
entidades que compõem o Sistema saneadoras de, no mínimo, oito por cento ao
Nacional de Metrologia, Normalização e ano, sobre os elementos não acessíveis que
Qualidade Industrial, e estarão disponíveis compõem o sistema.
no prazo de até trinta e seis meses a contar
da data da publicação deste Decreto. § 2o O plano de que trata o § 1o deve
ser apresentado em até seis meses a contar
§ 2o As adaptações dos veículos em da data de publicação deste Decreto.
operação nos serviços de transporte
coletivo aquaviário, bem como os Seção V
procedimentos e equipamentos a serem
utilizados nestas adaptações, estarão
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo
sujeitas a programas de avaliação de
Aéreo
conformidade desenvolvidos e
implementados pelo INMETRO, a partir de
orientações normativas elaboradas no Art. 44. No prazo de até trinta e seis
âmbito da ABNT. meses, a contar da data da publicação deste
Decreto, os serviços de transporte coletivo
aéreo e os equipamentos de acesso às
Seção IV aeronaves estarão acessíveis e disponíveis
para serem operados de forma a garantir o
Da Acessibilidade no Transporte Coletivo seu uso por pessoas portadoras de
Metroferroviário e Ferroviário deficiência ou com mobilidade reduzida.

Art. 42. A frota de veículos de Parágrafo único. A acessibilidade


transporte coletivo metroferroviário e nos serviços de transporte coletivo aéreo
ferroviário, assim como a infra-estrutura dos obedecerá ao disposto na Norma de Serviço
serviços deste transporte deverão estar da Instrução da Aviação Civil
totalmente acessíveis no prazo máximo de NOSER/IAC - 2508-0796, de 1o de
cento e vinte meses a contar da data de novembro de 1995, expedida pelo
publicação deste Decreto. Departamento de Aviação Civil do Comando
da Aeronáutica, e nas normas técnicas de
§ 1o A acessibilidade nos serviços de acessibilidade da ABNT.
transporte coletivo metroferroviário e
ferroviário obedecerá ao disposto nas Seção VI
normas técnicas de acessibilidade da
ABNT.
Das Disposições Finais

§ 2o No prazo de até trinta e seis Art. 45. Caberá ao Poder Executivo,


meses a contar da data da publicação deste com base em estudos e pesquisas, verificar
Decreto, todos os modelos e marcas de
a viabilidade de redução ou isenção de
veículos de transporte coletivo
tributo:
metroferroviário e ferroviário serão
fabricados acessíveis e estarão disponíveis
para integrar a frota operante, de forma a I - para importação de equipamentos
garantir o seu uso por pessoas portadoras que não sejam produzidos no País,
de deficiência ou com mobilidade reduzida. necessários no processo de adequação do
sistema de transporte coletivo, desde que
não existam similares nacionais; e
Art. 43. Os serviços de transporte
coletivo metroferroviário e ferroviário
existentes deverão estar totalmente II - para fabricação ou aquisição de
acessíveis no prazo máximo de cento e vinte veículos ou equipamentos destinados aos
meses a contar da data de publicação deste sistemas de transporte coletivo.
Decreto.
Parágrafo único. Na elaboração dos
§1o As empresas concessionárias e estudos e pesquisas a que se referem o
permissionárias dos serviços de transporte caput, deve-se observar o disposto no art.
coletivo metroferroviário e ferroviário 14 da Lei Complementar no 101, de 4 de
deverão apresentar plano de adaptação dos maio de 2000, sinalizando impacto
sistemas existentes, prevendo ações

754
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
orçamentário e financeiro da medida Art. 49. As empresas prestadoras de
estudada. serviços de telecomunicações deverão
garantir o pleno acesso às pessoas
Art. 46. A fiscalização e a aplicação portadoras de deficiência auditiva, por meio
de multas aos sistemas de transportes das seguintes ações:
coletivos, segundo disposto no art. 6o, inciso
II, da Lei no 10.048, de 2000, cabe à União, I - no Serviço Telefônico Fixo
aos Estados, Municípios e ao Distrito Comutado - STFC, disponível para uso do
Federal, de acordo com suas competências. público em geral:

CAPÍTULO VI a) instalar, mediante solicitação, em


âmbito nacional e em locais públicos,
DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À telefones de uso público adaptados para uso
COMUNICAÇÃO por pessoas portadoras de deficiência;

Art. 47. No prazo de até doze meses b) garantir a disponibilidade de


a contar da data de publicação deste instalação de telefones para uso por
Decreto, será obrigatória a acessibilidade pessoas portadoras de deficiência auditiva
nos portais e sítios eletrônicos da para acessos individuais;
administração pública na rede mundial de
computadores (internet), para o uso das c) garantir a existência de centrais de
pessoas portadoras de deficiência visual, intermediação de comunicação telefônica a
garantindo-lhes o pleno acesso às serem utilizadas por pessoas portadoras de
informações disponíveis. deficiência auditiva, que funcionem em
tempo integral e atendam a todo o território
§ 1o Nos portais e sítios de grande nacional, inclusive com integração com o
porte, desde que seja demonstrada a mesmo serviço oferecido pelas prestadoras
inviabilidade técnica de se concluir os de Serviço Móvel Pessoal; e
procedimentos para alcançar integralmente
a acessibilidade, o prazo definido no caput d) garantir que os telefones de uso
será estendido por igual período. público contenham dispositivos sonoros
para a identificação das unidades existentes
§ 2o Os sítios eletrônicos acessíveis e consumidas dos cartões telefônicos, bem
às pessoas portadoras de deficiência como demais informações exibidas no
conterão símbolo que represente a painel destes equipamentos;
acessibilidade na rede mundial de
computadores (internet), a ser adotado nas II - no Serviço Móvel Celular ou
respectivas páginas de entrada. Serviço Móvel Pessoal:

§ 3o Os telecentros comunitários a) garantir a interoperabilidade nos


instalados ou custeados pelos Governos serviços de telefonia móvel, para possibilitar
Federal, Estadual, Municipal ou do Distrito o envio de mensagens de texto entre
Federal devem possuir instalações celulares de diferentes empresas; e
plenamente acessíveis e, pelo menos, um
computador com sistema de som instalado, b) garantir a existência de centrais de
para uso preferencial por pessoas intermediação de comunicação telefônica a
portadoras de deficiência visual. serem utilizadas por pessoas portadoras de
deficiência auditiva, que funcionem em
Art. 48. Após doze meses da edição tempo integral e atendam a todo o território
deste Decreto, a acessibilidade nos portais nacional, inclusive com integração com o
e sítios eletrônicos de interesse público na mesmo serviço oferecido pelas prestadoras
rede mundial de computadores (internet), de Serviço Telefônico Fixo Comutado.
deverá ser observada para obtenção do
financiamento de que trata o inciso III do art. § 1o Além das ações citadas no
2o. caput, deve-se considerar o estabelecido
nos Planos Gerais de Metas de
Universalização aprovados pelos Decretos

755
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nos 2.592, de 15 de maio de 1998, e 4.769, disposto no art. 31 da Lei no 9.784, de 29 de
de 27 de junho de 2003, bem como o janeiro de 1999.
estabelecido pela Lei no 9.472, de 16 de
julho de 1997. § 2o A regulamentação de que trata
o caput deverá prever a utilização, entre
§ 2o O termo pessoa portadora de outros, dos seguintes sistemas de
deficiência auditiva e da fala utilizado nos reprodução das mensagens veiculadas para
Planos Gerais de Metas de Universalização as pessoas portadoras de deficiência
é entendido neste Decreto como pessoa auditiva e visual:
portadora de deficiência auditiva, no que se
refere aos recursos tecnológicos de I - a subtitulação por meio de legenda
telefonia. oculta;

Art. 50. A Agência Nacional de II - a janela com intérprete de


Telecomunicações - ANATEL LIBRAS; e
regulamentará, no prazo de seis meses a
contar da data de publicação deste Decreto,
III - a descrição e narração em voz de
os procedimentos a serem observados para
cenas e imagens.
implementação do disposto no art. 49.
§ 3o A Coordenadoria Nacional para
Art. 51. Caberá ao Poder Público
Integração da Pessoa Portadora de
incentivar a oferta de aparelhos de telefonia Deficiência - CORDE da Secretaria Especial
celular que indiquem, de forma sonora, dos Direitos Humanos da Presidência da
todas as operações e funções neles
República assistirá o Ministério das
disponíveis no visor.
Comunicações no procedimento de que
trata o § 1o. (Redação dada pelo Decreto nº
Art. 52. Caberá ao Poder Público 5.645, de 2005)
incentivar a oferta de aparelhos de televisão
equipados com recursos tecnológicos que
Art. 54. Autorizatárias e
permitam sua utilização de modo a garantir
consignatárias do serviço de radiodifusão de
o direito de acesso à informação às pessoas
sons e imagens operadas pelo Poder
portadoras de deficiência auditiva ou visual.
Público poderão adotar plano de medidas
técnicas próprio, como metas antecipadas e
Parágrafo único. Incluem-se entre os mais amplas do que aquelas as serem
recursos referidos no caput: definidas no âmbito do procedimento
estabelecido no art. 53.
I - circuito de decodificação de
legenda oculta; Art. 55. Caberá aos órgãos e
entidades da administração pública,
II - recurso para Programa diretamente ou em parceria com
Secundário de Áudio (SAP); e organizações sociais civis de interesse
público, sob a orientação do Ministério da
III - entradas para fones de ouvido Educação e da Secretaria Especial dos
com ou sem fio. Direitos Humanos, por meio da CORDE,
promover a capacitação de profissionais em
LIBRAS.
Art. 53. Os procedimentos a serem
observados para implementação do plano
de medidas técnicas previstos no art. 19 da Art. 56. O projeto de
Lei no 10.098, de 2000., serão desenvolvimento e implementação da
regulamentados, em norma complementar, televisão digital no País deverá contemplar
pelo Ministério das obrigatoriamente os três tipos de sistema de
Comunicações. (Redação acesso à informação de que trata o art. 52.
dada pelo Decreto nº 5.645, de 2005)
Art. 57. A Secretaria de
§ 1o
O processo de regulamentação Comunicação de Governo e Gestão
de que trata o caput deverá atender ao Estratégica da Presidência da República
editará, no prazo de doze meses a contar da

756
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
data da publicação deste Decreto, normas Parágrafo único. Será estimulada a
complementares disciplinando a utilização criação de linhas de crédito para a indústria
dos sistemas de acesso à informação que produza componentes e equipamentos
referidos no § 2o do art. 53, na publicidade relacionados à tecnologia da informação
governamental e nos pronunciamentos acessível para pessoas portadoras de
oficiais transmitidos por meio dos serviços deficiência.
de radiodifusão de sons e imagens.
CAPÍTULO VII
Parágrafo único. Sem prejuízo do
disposto no caput e observadas as DAS AJUDAS TÉCNICAS
condições técnicas, os pronunciamentos
oficiais do Presidente da República serão
Art. 61. Para os fins deste Decreto,
acompanhados, obrigatoriamente, no prazo consideram-se ajudas técnicas os produtos,
de seis meses a partir da publicação deste instrumentos, equipamentos ou tecnologia
Decreto, de sistema de acessibilidade
adaptados ou especialmente projetados
mediante janela com intérprete de LIBRAS.
para melhorar a funcionalidade da pessoa
portadora de deficiência ou com mobilidade
Art. 58. O Poder Público adotará reduzida, favorecendo a autonomia pessoal,
mecanismos de incentivo para tornar total ou assistida.
disponíveis em meio magnético, em formato
de texto, as obras publicadas no País.
§ 1o Os elementos ou equipamentos
definidos como ajudas técnicas serão
§ 1o A partir de seis meses da edição certificados pelos órgãos competentes,
deste Decreto, a indústria de medicamentos ouvidas as entidades representativas das
deve disponibilizar, mediante solicitação, pessoas portadoras de deficiência.
exemplares das bulas dos medicamentos
em meio magnético, braile ou em fonte
§ 2o Para os fins deste Decreto, os
ampliada. cães-guia e os cães-guia de
acompanhamento são considerados ajudas
§ 2o A partir de seis meses da edição técnicas.
deste Decreto, os fabricantes de
equipamentos eletroeletrônicos e
Art. 62. Os programas e as linhas de
mecânicos de uso doméstico devem pesquisa a serem desenvolvidos com o
disponibilizar, mediante solicitação, apoio de organismos públicos de auxílio à
exemplares dos manuais de instrução em
pesquisa e de agências de financiamento
meio magnético, braile ou em fonte
deverão contemplar temas voltados para
ampliada.
ajudas técnicas, cura, tratamento e
prevenção de deficiências ou que
Art. 59. O Poder Público apoiará contribuam para impedir ou minimizar o seu
preferencialmente os congressos, agravamento.
seminários, oficinas e demais eventos
científico-culturais que ofereçam, mediante
Parágrafo único. Será estimulada a
solicitação, apoios humanos às pessoas criação de linhas de crédito para a indústria
com deficiência auditiva e visual, tais como que produza componentes e equipamentos
tradutores e intérpretes de LIBRAS, ledores,
de ajudas técnicas.
guias-intérpretes, ou tecnologias de
informação e comunicação, tais como a
transcrição eletrônica simultânea. Art. 63. O desenvolvimento científico
e tecnológico voltado para a produção de
ajudas técnicas dar-se-á a partir da
Art. 60. Os programas e as linhas de
instituição de parcerias com universidades e
pesquisa a serem desenvolvidos com o
centros de pesquisa para a produção
apoio de organismos públicos de auxílio à
nacional de componentes e equipamentos.
pesquisa e de agências de financiamento
deverão contemplar temas voltados para
tecnologia da informação acessível para Parágrafo único. Os bancos oficiais,
pessoas portadoras de deficiência. com base em estudos e pesquisas
elaborados pelo Poder Público, serão
estimulados a conceder financiamento às

757
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
pessoas portadoras de deficiência para Art. 66. A Secretaria Especial dos
aquisição de ajudas técnicas. Direitos Humanos instituirá Comitê de
Ajudas Técnicas, constituído por
Art. 64. Caberá ao Poder Executivo, profissionais que atuam nesta área, e que
com base em estudos e pesquisas, verificar será responsável por:
a viabilidade de:
I - estruturação das diretrizes da área
I - redução ou isenção de tributos de conhecimento;
para a importação de equipamentos de
ajudas técnicas que não sejam produzidos II - estabelecimento das
no País ou que não possuam similares competências desta área;
nacionais;
III - realização de estudos no intuito
II - redução ou isenção do imposto de subsidiar a elaboração de normas a
sobre produtos industrializados incidente respeito de ajudas técnicas;
sobre as ajudas técnicas; e
IV - levantamento dos recursos
III - inclusão de todos os humanos que atualmente trabalham com o
equipamentos de ajudas técnicas para tema; e
pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida na categoria de V - detecção dos centros regionais de
equipamentos sujeitos a dedução de referência em ajudas técnicas, objetivando a
imposto de renda. formação de rede nacional integrada.

Parágrafo único. Na elaboração dos § 1o O Comitê de Ajudas Técnicas


estudos e pesquisas a que se referem o será supervisionado pela CORDE e
caput, deve-se observar o disposto no art. participará do Programa Nacional de
14 da Lei Complementar no 101, de 2000, Acessibilidade, com vistas a garantir o
sinalizando impacto orçamentário e disposto no art. 62.
financeiro da medida estudada.
§ 2o Os serviços a serem prestados
Art. 65. Caberá ao Poder Público pelos membros do Comitê de Ajudas
viabilizar as seguintes diretrizes: Técnicas são considerados relevantes e não
serão remunerados.
I - reconhecimento da área de ajudas
técnicas como área de conhecimento; CAPÍTULO VIII

II - promoção da inclusão de DO PROGRAMA NACIONAL DE


conteúdos temáticos referentes a ajudas ACESSIBILIDADE
técnicas na educação profissional, no
ensino médio, na graduação e na pós- Art. 67. O Programa Nacional de
graduação; Acessibilidade, sob a coordenação da
Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
III - apoio e divulgação de trabalhos por intermédio da CORDE, integrará os
técnicos e científicos referentes a ajudas planos plurianuais, as diretrizes
técnicas; orçamentárias e os orçamentos anuais.

IV - estabelecimento de parcerias Art. 68. A Secretaria Especial dos


com escolas e centros de educação Direitos Humanos, na condição de
profissional, centros de ensino universitários coordenadora do Programa Nacional de
e de pesquisa, no sentido de incrementar a Acessibilidade, desenvolverá, dentre outras,
formação de profissionais na área de ajudas as seguintes ações:
técnicas; e
I - apoio e promoção de capacitação
V - incentivo à formação e e especialização de recursos humanos em
treinamento de ortesistas e protesistas. acessibilidade e ajudas técnicas;

758
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - acompanhamento e deformidades estéticas e as que não
aperfeiçoamento da legislação sobre produzam dificuldades para o desempenho
acessibilidade; de funções;

III - edição, publicação e distribuição II - deficiência auditiva - perda bilateral,


de títulos referentes à temática da parcial ou total, de quarenta e um decibéis
acessibilidade; (dB) ou mais, aferida por audiograma nas
freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e
IV - cooperação com Estados, Distrito 3.000Hz;
Federal e Municípios para a elaboração de
estudos e diagnósticos sobre a situação da III - deficiência visual - cegueira, na qual a
acessibilidade arquitetônica, urbanística, de acuidade visual é igual ou menor que 0,05
transporte, comunicação e informação; no melhor olho, com a melhor correção
óptica; a baixa visão, que significa acuidade
V - apoio e realização de campanhas visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com
informativas e educativas sobre a melhor correção óptica; os casos nos
acessibilidade; quais a somatória da medida do campo
visual em ambos os olhos for igual ou menor
que 60o; ou a ocorrência simultânea de
VI - promoção de concursos
quaisquer das condições anteriores;
nacionais sobre a temática da
acessibilidade; e
IV - ...............................................................
VII - estudos e proposição da criação ........
e normatização do Selo Nacional de
Acessibilidade. ......................................................................
.
CAPÍTULO IX
d) utilização dos recursos da comunidade;
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
......................................................................
Art. 69. Os programas nacionais de ."(NR)
desenvolvimento urbano, os projetos de
revitalização, recuperação ou reabilitação Art. 71. Ficam revogados os arts. 50
urbana incluirão ações destinadas à a 54 do Decreto no 3.298, de 20 de
eliminação de barreiras arquitetônicas e dezembro de 1999.
urbanísticas, nos transportes e na
comunicação e informação devidamente Art. 72. Este Decreto entra em vigor
adequadas às exigências deste Decreto. na data da sua publicação.

Art. 70. O art. 4o do Decreto no Brasília, 2 de dezembro de 2004; 183o


3.298, de 20 de dezembro de 1999, passa a da Independência e 116o da República.
vigorar com as seguintes alterações:
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
"Art. 4o ........................................................ José Dirceu de Oliveira e Silva
...............
Este texto não substitui o publicado no DOU
I - deficiência física - alteração completa ou de 3.12.2004.
parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento *
da função física, apresentando-se sob a
forma de paraplegia, paraparesia,
monoplegia, monoparesia, tetraplegia,
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou
ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as

759
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989 - Dispõe sobre o apoio às pessoas


portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a
Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a
tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do
Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, sua competência e finalidade, aos assuntos


faço saber que o Congresso Nacional objetos esta Lei, tratamento prioritário e
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: adequado, tendente a viabilizar, sem
prejuízo de outras, as seguintes medidas:
Art. 1º Ficam estabelecidas normas
gerais que asseguram o pleno exercício dos I - na área da educação:
direitos individuais e sociais das pessoas
portadoras de deficiências, e sua efetiva a) a inclusão, no sistema educacional,
integração social, nos termos desta Lei. da Educação Especial como modalidade
educativa que abranja a educação precoce,
§ 1º Na aplicação e interpretação a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a
desta Lei, serão considerados os valores supletiva, a habilitação e reabilitação
básicos da igualdade de tratamento e profissionais, com currículos, etapas e
oportunidade, da justiça social, do respeito à exigências de diplomação próprios;
dignidade da pessoa humana, do bem-
estar, e outros, indicados na Constituição ou b) a inserção, no referido sistema
justificados pelos princípios gerais de educacional, das escolas especiais,
direito. privadas e públicas;

§ 2º As normas desta Lei visam c) a oferta, obrigatória e gratuita, da


garantir às pessoas portadoras de Educação Especial em estabelecimento
deficiência as ações governamentais público de ensino;
necessárias ao seu cumprimento e das
demais disposições constitucionais e legais
d) o oferecimento obrigatório de
que lhes concernem, afastadas as
programas de Educação Especial a nível
discriminações e os preconceitos de
pré-escolar, em unidades hospitalares e
qualquer espécie, e entendida a matéria congêneres nas quais estejam internados,
como obrigação nacional a cargo do Poder por prazo igual ou superior a 1 (um) ano,
Público e da sociedade. educandos portadores de deficiência;

Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos


e) o acesso de alunos portadores de
cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência aos benefícios conferidos aos
deficiência o pleno exercício de seus direitos
demais educandos, inclusive material
básicos, inclusive dos direitos à educação, à
escolar, merenda escolar e bolsas de
saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência
estudo;
social, ao amparo à infância e à
maternidade, e de outros que, decorrentes
da Constituição e das leis, propiciem seu f) a matrícula compulsória em cursos
bem-estar pessoal, social e econômico. regulares de estabelecimentos públicos e
particulares de pessoas portadoras de
deficiência capazes de se integrarem no
Parágrafo único. Para o fim
sistema regular de ensino;
estabelecido no caput deste artigo, os
órgãos e entidades da administração direta
e indireta devem dispensar, no âmbito de II - na área da saúde:

760
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a) a promoção de ações preventivas, d) a adoção de legislação específica
como as referentes ao planejamento que discipline a reserva de mercado de
familiar, ao aconselhamento genético, ao trabalho, em favor das pessoas portadoras
acompanhamento da gravidez, do parto e do de deficiência, nas entidades da
puerpério, à nutrição da mulher e da criança, Administração Pública e do setor privado, e
à identificação e ao controle da gestante e que regulamente a organização de oficinas
do feto de alto risco, à imunização, às e congêneres integradas ao mercado de
doenças do metabolismo e seu diagnóstico trabalho, e a situação, nelas, das pessoas
e ao encaminhamento precoce de outras portadoras de deficiência;
doenças causadoras de deficiência;
IV - na área de recursos humanos:
b) o desenvolvimento de programas
especiais de prevenção de acidente do a) a formação de professores de nível
trabalho e de trânsito, e de tratamento médio para a Educação Especial, de
adequado a suas vítimas; técnicos de nível médio especializados na
habilitação e reabilitação, e de instrutores
c) a criação de uma rede de serviços para formação profissional;
especializados em reabilitação e
habilitação; b) a formação e qualificação de
recursos humanos que, nas diversas áreas
d) a garantia de acesso das pessoas de conhecimento, inclusive de nível
portadoras de deficiência aos superior, atendam à demanda e às
estabelecimentos de saúde públicos e necessidades reais das pessoas portadoras
privados, e de seu adequado tratamento de deficiências;
neles, sob normas técnicas e padrões de
conduta apropriados; c) o incentivo à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico em todas as
e) a garantia de atendimento áreas do conhecimento relacionadas com a
domiciliar de saúde ao deficiente grave não pessoa portadora de deficiência;
internado;
V - na área das edificações:
f) o desenvolvimento de programas de
saúde voltados para as pessoas portadoras a) a adoção e a efetiva execução de
de deficiência, desenvolvidos com a normas que garantam a funcionalidade das
participação da sociedade e que lhes edificações e vias públicas, que evitem ou
ensejem a integração social; removam os óbices às pessoas portadoras
de deficiência, permitam o acesso destas a
III - na área da formação profissional e edifícios, a logradouros e a meios de
do trabalho: transporte.

a) o apoio governamental à formação Art. 3o As medidas judiciais


profissional, e a garantia de acesso aos destinadas à proteção de interesses
serviços concernentes, inclusive aos cursos coletivos, difusos, individuais homogêneos e
regulares voltados à formação profissional; individuais indisponíveis da pessoa com
deficiência poderão ser propostas pelo
b) o empenho do Poder Público Ministério Público, pela Defensoria Pública,
quanto ao surgimento e à manutenção de pela União, pelos Estados, pelos
empregos, inclusive de tempo parcial, Municípios, pelo Distrito Federal, por
destinados às pessoas portadoras de associação constituída há mais de 1 (um)
deficiência que não tenham acesso aos ano, nos termos da lei civil, por autarquia,
empregos comuns; por empresa pública e por fundação ou
sociedade de economia mista que inclua,
c) a promoção de ações eficazes que entre suas finalidades institucionais, a
propiciem a inserção, nos setores públicos e proteção dos interesses e a promoção de
direitos da pessoa com
privado, de pessoas portadoras de
deficiência. (Redação dada pela Lei nº
deficiência;
13.146, de 2015) (Vigência)

761
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º Para instruir a inicial, o Art. 5º O Ministério Público intervirá
interessado poderá requerer às autoridades obrigatoriamente nas ações públicas,
competentes as certidões e informações coletivas ou individuais, em que se discutam
que julgar necessárias. interesses relacionados à deficiência das
pessoas.
§ 2º As certidões e informações a que
se refere o parágrafo anterior deverão ser Art. 6º O Ministério Público poderá
fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da instaurar, sob sua presidência, inquérito
entrega, sob recibo, dos respectivos civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física
requerimentos, e só poderão se utilizadas ou jurídica, pública ou particular, certidões,
para a instrução da ação civil. informações, exame ou perícias, no prazo
que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias
§ 3º Somente nos casos em que o úteis.
interesse público, devidamente justificado,
impuser sigilo, poderá ser negada certidão § 1º Esgotadas as diligências, caso se
ou informação. convença o órgão do Ministério Público da
inexistência de elementos para a
§ 4º Ocorrendo a hipótese do propositura de ação civil, promoverá
parágrafo anterior, a ação poderá ser fundamentadamente o arquivamento do
proposta desacompanhada das certidões ou inquérito civil, ou das peças informativas.
informações negadas, cabendo ao juiz, Neste caso, deverá remeter a reexame os
após apreciar os motivos do indeferimento, autos ou as respectivas peças, em 3 (três)
e, salvo quando se tratar de razão de dias, ao Conselho Superior do Ministério
segurança nacional, requisitar umas e Público, que os examinará, deliberando a
outras; feita a requisição, o processo correrá respeito, conforme dispuser seu Regimento.
em segredo de justiça, que cessará com o
trânsito em julgado da sentença. § 2º Se a promoção do arquivamento
for reformada, o Conselho Superior do
§ 5º Fica facultado aos demais Ministério Público designará desde logo
legitimados ativos habilitarem-se como outro órgão do Ministério Público para o
litisconsortes nas ações propostas por ajuizamento da ação.
qualquer deles.
Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública
§ 6º Em caso de desistência ou prevista nesta Lei, no que couber, os
abandono da ação, qualquer dos co- dispositivos da Lei nº 7.347, de 24 de julho
legitimados pode assumir a titularidade de 1985.
ativa.
Art. 8o Constitui crime punível com
Art. 4º A sentença terá eficácia de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
coisa julgada oponível erga omnes, exceto (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
no caso de haver sido a ação julgada 2015) (Vigência)
improcedente por deficiência de prova,
hipótese em que qualquer legitimado poderá I - recusar, cobrar valores adicionais,
intentar outra ação com idêntico suspender, procrastinar, cancelar ou fazer
fundamento, valendo-se de nova prova. cessar inscrição de aluno em
estabelecimento de ensino de qualquer
§ 1º A sentença que concluir pela curso ou grau, público ou privado, em razão
carência ou pela improcedência da ação fica de sua deficiência; (Redação dada pela Lei
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não nº 13.146, de 2015)
produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal. II - obstar inscrição em concurso
público ou acesso de alguém a qualquer
§ 2º Das sentenças e decisões cargo ou emprego público, em razão de sua
proferidas contra o autor da ação e deficiência; (Redação dada pela Lei nº
suscetíveis de recurso, poderá recorrer 13.146, de 2015) (Vigência)
qualquer legitimado ativo, inclusive o
Ministério Público. III - negar ou obstar emprego, trabalho
ou promoção à pessoa em razão de sua

762
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
deficiência; (Redação dada pela Lei nº § 1º Os assuntos a que alude este
13.146, de 2015) (Vigência) artigo serão objeto de ação, coordenada e
integrada, dos órgãos da Administração
IV - recusar, retardar ou dificultar Pública Federal, e incluir-se-ão em Política
internação ou deixar de prestar assistência Nacional para Integração da Pessoa
médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam
com deficiência; (Redação dada pela Lei nº compreendidos planos, programas e
13.146, de 2015) (Vigência) projetos sujeitos a prazos e objetivos
determinados.
V - deixar de cumprir, retardar ou
frustrar execução de ordem judicial § 2º Ter-se-ão como integrantes da
expedida na ação civil a que alude esta Lei; Administração Pública Federal, para os fins
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de desta Lei, além dos órgãos públicos, das
2015) (Vigência) autarquias, das empresas públicas e
sociedades de economia mista, as
respectivas subsidiárias e as fundações
VI - recusar, retardar ou omitir dados
públicas.
técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil pública objeto desta Lei, quando
requisitados. (Redação dada pela Lei nº Art. 10. A coordenação superior dos
13.146, de 2015) (Vigência) assuntos, ações governamentais e medidas
referentes a pessoas portadoras de
deficiência caberá à Secretaria Especial dos
§ 1o Se o crime for praticado contra
pessoa com deficiência menor de 18 Direitos Humanos da Presidência da
(dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 República. (Redação dada pela Lei nº
(um terço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 11.958, de 2009)
2015) (Vigência)
Parágrafo único. Ao órgão a que se
§2o A pena pela adoção deliberada refere este artigo caberá formular a Política
de critérios subjetivos para indeferimento de Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, seus planos,
inscrição, de aprovação e de cumprimento
programas e projetos e cumprir as
de estágio probatório em concursos
instruções superiores que lhes digam
públicos não exclui a responsabilidade
respeito, com a cooperação dos demais
patrimonial pessoal do administrador
público pelos danos causados. (Incluído órgãos públicos. (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 8.028, de 1990)

Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028,


§ 3o Incorre nas mesmas penas quem
de 1990)
impede ou dificulta o ingresso de pessoa
com deficiência em planos privados de
assistência à saúde, inclusive com cobrança Art. 12. Compete à Corde:
de valores diferenciados. (Incluído pela Lei
nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - coordenar as ações
governamentais e medidas que se refiram
§ 4o Se o crime for praticado em às pessoas portadoras de deficiência;
atendimento de urgência e emergência, a
pena é agravada em 1/3 (um terço). II - elaborar os planos, programas e
(Incluído pela Lei nº 13.146, de projetos subsumidos na Política Nacional
2015) (Vigência) para a Integração de Pessoa Portadora de
Deficiência, bem como propor as
Art. 9º A Administração Pública providências necessárias a sua completa
Federal conferirá aos assuntos relativos às implantação e seu adequado
pessoas portadoras de deficiência desenvolvimento, inclusive as pertinentes a
tratamento prioritário e apropriado, para que recursos e as de caráter legislativo;
lhes seja efetivamente ensejado o pleno
exercício de seus direitos individuais e III - acompanhar e orientar a
sociais, bem como sua completa integração execução, pela Administração Pública
social. Federal, dos planos, programas e projetos
mencionados no inciso anterior;

763
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - manifestar-se sobre a adequação Art. 16. O Poder Executivo adotará,
à Política Nacional para a Integração da nos 60 (sessenta) dias posteriores à
Pessoa Portadora de Deficiência dos vigência desta Lei, as providências
projetos federais a ela conexos, antes da necessárias à reestruturação e ao regular
liberação dos recursos respectivos; funcionamento da Corde, como aquelas
decorrentes do artigo anterior.
V - manter, com os Estados,
Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e Art. 17. Serão incluídas no censo
o Ministério Público, estreito demográfico de 1990, e nos subseqüentes,
relacionamento, objetivando a concorrência questões concernentes à problemática da
de ações destinadas à integração social das pessoa portadora de deficiência,
pessoas portadoras de deficiência; objetivando o conhecimento atualizado do
número de pessoas portadoras de
VI - provocar a iniciativa do Ministério deficiência no País.
Público, ministrando-lhe informações sobre
fatos que constituam objeto da ação civil de Parágrafo único. Os censos
que esta Lei, e indicando-lhe os elementos demográficos realizados a partir de 2019
de convicção; incluirão as especificidades inerentes ao
transtorno do espectro autista, em
VII - emitir opinião sobre os acordos, consonância com o § 2º do art. 1º da Lei nº
contratos ou convênios firmados pelos 12.764, de 27 de dezembro de
demais órgãos da Administração Pública 2012. (Incluído pela Lei nº 13.861, de
Federal, no âmbito da Política Nacional para 2019)
a Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência; Art. 18. Os órgãos federais
desenvolverão, no prazo de 12 (doze)
VIII - promover e incentivar a meses contado da publicação desta Lei, as
divulgação e o debate das questões ações necessárias à efetiva implantação
concernentes à pessoa portadora de das medidas indicadas no art. 2º desta Lei.
deficiência, visando à conscientização da
sociedade. Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data
de sua publicação.
Parágrafo único. Na elaboração dos
planos, programas e projetos a seu cargo, Art. 20. Revogam-se as disposições
deverá a Corde recolher, sempre que em contrário.
possível, a opinião das pessoas e entidades
interessadas, bem como considerar a Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º
necessidade de efetivo apoio aos entes da Independência e 101º da República.
particulares voltados para a integração
social das pessoas portadoras de
JOSÉ SARNEY
deficiência.
João Batista de Abreu

Art. 13. (Revogado pela Medida


Provisória nº 2.216-37, de 2001)

Art. 14. (Vetado).

Art. 15. Para atendimento e fiel


cumprimento do que dispõe esta Lei, será
reestruturada a Secretaria de Educação
Especial do Ministério da Educação, e serão
instituídos, no Ministério do Trabalho, no
Ministério da Saúde e no Ministério da
Previdência e Assistência Social, órgão
encarregados da coordenação setorial dos
assuntos concernentes às pessoas
portadoras de deficiência.

764
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999 – Regulamenta a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, que se altere, apesar de novos tratamentos;


no uso das atribuições que lhe confere o art. e
84, incisos IV e VI, da Constituição, e tendo
em vista o disposto na Lei no 7.853, de 24 de III - incapacidade – uma redução
outubro de 1989, efetiva e acentuada da capacidade de
integração social, com necessidade de
DECRETA: equipamentos, adaptações, meios ou
recursos especiais para que a pessoa
CAPÍTULO I portadora de deficiência possa receber ou
transmitir informações necessárias ao seu
bem-estar pessoal e ao desempenho de
Das Disposições Gerais
função ou atividade a ser exercida.
Art. 1o A Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Art. 4o É considerada pessoa
Deficiência compreende o conjunto de portadora de deficiência a que se enquadra
orientações normativas que objetivam nas seguintes categorias:
assegurar o pleno exercício dos direitos
individuais e sociais das pessoas portadoras I - deficiência física – alteração
de deficiência. completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o
comprometimento da função física,
Art. 2o Cabe aos órgãos e às
apresentando-se sob a forma de paraplegia,
entidades do Poder Público assegurar à
paraparesia, monoplegia, monoparesia,
pessoa portadora de deficiência o pleno
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
exercício de seus direitos básicos, inclusive
dos direitos à educação, à saúde, ao hemiplegia, hemiparesia, amputação ou
trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, ausência de membro, paralisia cerebral,
membros com deformidade congênita ou
à previdência social, à assistência social, ao
adquirida, exceto as deformidades estéticas
transporte, à edificação pública, à
e as que não produzam dificuldades para o
habitação, à cultura, ao amparo à infância e
desempenho de funções;
à maternidade, e de outros que, decorrentes
da Constituição e das leis, propiciem seu II - deficiência auditiva – perda parcial
ou total das possibilidades auditivas
bem-estar pessoal, social e econômico.
sonoras, variando de graus e níveis na
forma seguinte:
Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez
considera-se: leve;
b) de 41 a 55 db – surdez moderada;
I - deficiência – toda perda ou c) de 56 a 70 db – surdez acentuada;
anormalidade de uma estrutura ou função d) de 71 a 90 db – surdez severa;
psicológica, fisiológica ou anatômica que e) acima de 91 db – surdez profunda;
gere incapacidade para o desempenho de e
atividade, dentro do padrão considerado f) anacusia;
normal para o ser humano; III - deficiência visual – acuidade
visual igual ou menor que 20/200 no melhor
II - deficiência permanente – aquela olho, após a melhor correção, ou campo
que ocorreu ou se estabilizou durante um visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou
período de tempo suficiente para não ocorrência simultânea de ambas as
permitir recuperação ou ter probabilidade de situações;

765
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - deficiência física - alteração f) habilidades acadêmicas;
completa ou parcial de um ou mais
segmentos do corpo humano, acarretando o g) lazer; e
comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia,
h) trabalho;
paraparesia, monoplegia, monoparesia,
tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia,
hemiplegia, hemiparesia, ostomia, V - deficiência múltipla – associação
amputação ou ausência de membro, de duas ou mais deficiências.
paralisia cerebral, nanismo, membros com
deformidade congênita ou adquirida, exceto CAPÍTULO II
as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho Dos Princípios
de funções; (Redação dada
pelo Decreto nº 5.296, de 2004) Art. 5o A Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de
II - deficiência auditiva - perda Deficiência, em consonância com o
bilateral, parcial ou total, de quarenta e um Programa Nacional de Direitos Humanos,
decibéis (dB) ou mais, aferida por obedecerá aos seguintes princípios;
audiograma nas freqüências de 500HZ,
1.000HZ, 2.000Hz e I - desenvolvimento de ação conjunta
3.000Hz; (Redação dada pelo do Estado e da sociedade civil, de modo a
Decreto nº 5.296, de 2004) assegurar a plena integração da pessoa
portadora de deficiência no contexto sócio-
III - deficiência visual - cegueira, na econômico e cultural;
qual a acuidade visual é igual ou menor que
0,05 no melhor olho, com a melhor correção II - estabelecimento de mecanismos e
óptica; a baixa visão, que significa acuidade instrumentos legais e operacionais que
visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com assegurem às pessoas portadoras de
a melhor correção óptica; os casos nos deficiência o pleno exercício de seus direitos
quais a somatória da medida do campo básicos que, decorrentes da Constituição e
visual em ambos os olhos for igual ou menor das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal,
que 60o; ou a ocorrência simultânea de social e econômico; e
quaisquer das condições
anteriores; (Redação dada
III - respeito às pessoas portadoras
pelo Decreto nº 5.296, de 2004)
de deficiência, que devem receber
igualdade de oportunidades na sociedade
IV - deficiência mental – por reconhecimento dos direitos que lhes
funcionamento intelectual significativamente são assegurados, sem privilégios ou
inferior à média, com manifestação antes paternalismos.
dos dezoito anos e limitações associadas a
duas ou mais áreas de habilidades
CAPÍTULO III
adaptativas, tais como:

Das Diretrizes
a) comunicação;

Art. 6o São diretrizes da Política


b) cuidado pessoal;
Nacional para a Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência:
c) habilidades sociais;
I - estabelecer mecanismos que
d) utilização da comunidade; acelerem e favoreçam a inclusão social da
pessoa portadora de deficiência;
d) utilização dos recursos da
comunidade; (Redação dada II - adotar estratégias de articulação
pelo Decreto nº 5.296, de 2004) com órgãos e entidades públicos e privados,
bem assim com organismos internacionais e
e) saúde e segurança;

766
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estrangeiros para a implantação desta IV - formação de recursos humanos
Política; para atendimento da pessoa portadora de
deficiência; e
III - incluir a pessoa portadora de
deficiência, respeitadas as suas V - garantia da efetividade dos
peculiaridades, em todas as iniciativas programas de prevenção, de atendimento
governamentais relacionadas à educação, à especializado e de inclusão social.
saúde, ao trabalho, à edificação pública, à
previdência social, à assistência social, ao
transporte, à habitação, à cultura, ao esporte
e ao lazer;

IV - viabilizar a participação da CAPÍTULO V


pessoa portadora de deficiência em todas as
fases de implementação dessa Política, por
intermédio de suas entidades Dos Instrumentos
representativas;
Art. 8o São instrumentos da Política
V - ampliar as alternativas de Nacional para a Integração da Pessoa
inserção econômica da pessoa portadora de Portadora de Deficiência:
deficiência, proporcionando a ela
qualificação profissional e incorporação no I - a articulação entre entidades
mercado de trabalho; e governamentais e não-governamentais que
tenham responsabilidades quanto ao
VI - garantir o efetivo atendimento atendimento da pessoa portadora de
das necessidades da pessoa portadora de deficiência, em nível federal, estadual, do
deficiência, sem o cunho assistencialista. Distrito Federal e municipal;

CAPÍTULO IV II - o fomento à formação de recursos


humanos para adequado e eficiente
atendimento da pessoa portadora de
Dos Objetivos
deficiência;

Art. 7o São objetivos da Política


III - a aplicação da legislação
Nacional para a Integração da Pessoa
específica que disciplina a reserva de
Portadora de Deficiência:
mercado de trabalho, em favor da pessoa
portadora de deficiência, nos órgãos e nas
I - o acesso, o ingresso e a entidades públicos e privados;
permanência da pessoa portadora de
deficiência em todos os serviços oferecidos
IV - o fomento da tecnologia de
à comunidade;
bioengenharia voltada para a pessoa
portadora de deficiência, bem como a
II - integração das ações dos órgãos facilitação da importação de equipamentos;
e das entidades públicos e privados nas e
áreas de saúde, educação, trabalho,
transporte, assistência social, edificação
V - a fiscalização do cumprimento da
pública, previdência social, habitação, legislação pertinente à pessoa portadora de
cultura, desporto e lazer, visando à
deficiência.
prevenção das deficiências, à eliminação de
suas múltiplas causas e à inclusão social;
CAPÍTULO VI
III - desenvolvimento de programas
setoriais destinados ao atendimento das Dos Aspectos Institucionais
necessidades especiais da pessoa
portadora de deficiência; Art. 9o Os órgãos e as entidades da
Administração Pública Federal direta e
indireta deverão conferir, no âmbito das
respectivas competências e finalidades,

767
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
tratamento prioritário e adequado aos qualidade de vida da pessoa portadora de
assuntos relativos à pessoa portadora de deficiência;
deficiência, visando a assegurar-lhe o pleno
exercício de seus direitos básicos e a efetiva VII - propor e incentivar a realização
inclusão social. de campanhas visando à prevenção de
deficiências e à promoção dos direitos da
Art. 10. Na execução deste Decreto, pessoa portadora de deficiência;
a Administração Pública Federal direta e
indireta atuará de modo integrado e VIII - aprovar o plano de ação anual
coordenado, seguindo planos e programas, da Coordenadoria Nacional para Integração
com prazos e objetivos determinados, da Pessoa Portadora de
aprovados pelo Conselho Nacional dos Deficiência - CORDE;
Direitos da Pessoa Portadora de
Deficiência - CONADE. IX - acompanhar, mediante relatórios
de gestão, o desempenho dos programas e
Art. 11. Ao CONADE, criado no projetos da Política Nacional para
âmbito do Ministério da Justiça como órgão Integração da Pessoa Portadora de
superior de deliberação colegiada, compete: Deficiência; e

Art. 11. Ao CONADE, criado no X - elaborar o seu regimento interno.


âmbito do Ministério dos Direitos Humanos
como órgão superior de deliberação Art. 12. O CONADE será constituído,
colegiada, compete: (Redação dada paritariamente, por representantes de
pelo Decreto nº 9.494, de 2018) instituições governamentais e da sociedade
civil, sendo a sua composição e o seu
I - zelar pela efetiva implantação da funcionamento disciplinados em ato do
Política Nacional para Integração da Pessoa Ministro de Estado da Justiça.
Portadora de Deficiência; Parágrafo único. Na composição do
CONADE, o Ministro de Estado da Justiça
II - acompanhar o planejamento e disporá sobre os critérios de escolha dos
avaliar a execução das políticas setoriais de representantes a que se refere este artigo,
educação, saúde, trabalho, assistência observando, entre outros, a
social, transporte, cultura, turismo, desporto, representatividade e a efetiva atuação, em
lazer, política urbana e outras relativas à nível nacional, relativamente à defesa dos
pessoa portadora de deficiência; direitos da pessoa portadora de deficiência.

III - acompanhar a elaboração e a Art. 12. O CONADE será constituído,


execução da proposta orçamentária do paritariamente, por representantes de
Ministério da Justiça, sugerindo as órgãos e entidades da administração
modificações necessárias à consecução da pública federal e da sociedade civil, e a
Política Nacional para Integração da Pessoa sua composição e o seu funcionamento
Portadora de Deficiência; serão disciplinados em ato do Ministro de
Estado dos Direitos
IV - zelar pela efetivação do sistema Humanos. (Redação dada pelo
descentralizado e participativo de defesa Decreto nº 9.494, de 2018)
dos direitos da pessoa portadora de
deficiência; § 1º Ato do Ministro de Estado dos
Direitos Humanos que dispuser sobre a
V - acompanhar e apoiar as políticas escolha dos representantes de que trata
e as ações do Conselho dos Direitos da o caput, observará, entre outros
Pessoa Portadora de Deficiência no âmbito critérios, a representatividade e a efetiva
dos Estados, do Distrito Federal e dos atuação, em âmbito nacional,
Municípios; relacionadas com a defesa dos direitos
da pessoa com
deficiência. (Redação dada pelo
VI - propor a elaboração de estudos e
Decreto nº 9.494, de 2018)
pesquisas que objetivem a melhoria da

768
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º Os representantes titulares de recursos financeiros e as de caráter
instituições governamentais, e seus legislativo;
respectivos suplentes, serão indicados
pelos titulares dos órgãos III - acompanhar e orientar a
representados. (Redação dada execução pela Administração Pública
pelo Decreto nº 9.494, de 2018) Federal dos planos, programas e projetos
mencionados no inciso anterior;
§ 3º O Ministério dos Direitos
Humanos poderá convocar suplente IV - manifestar-se sobre a Política
quando da ausência do titular de órgão Nacional para a Integração da Pessoa
governamental. (Redação dada Portadora de Deficiência, dos projetos
pelo Decreto nº 9.494, de 2018) federais a ela conexos, antes da liberação
dos recursos respectivos;
Art. 13. Poderão ser instituídas
outras instâncias deliberativas pelos V - manter com os Estados, o Distrito
Estados, pelo Distrito Federal e pelos Federal, os Municípios e o Ministério
Municípios, que integrarão sistema Público, estreito relacionamento,
descentralizado de defesa dos direitos da objetivando a concorrência de ações
pessoa portadora de deficiência. destinadas à integração das pessoas
portadoras de deficiência;
Art. 14. Incumbe ao Ministério da
Justiça, por intermédio da Secretaria de VI - provocar a iniciativa do Ministério
Estado dos Direitos Humanos, a Público, ministrando-lhe informações sobre
coordenação superior, na Administração fatos que constituam objeto da ação civil de
Pública Federal, dos assuntos, das que trata a Lei no 7.853, de 24 de outubro de
atividades e das medidas que se refiram às 1989, e indicando-lhe os elementos de
pessoas portadoras de deficiência. convicção;

Art. 14. Incumbe ao Ministério dos VII - emitir opinião sobre os acordos,
Direitos Humanos, a coordenação superior, contratos ou convênios firmados pelos
na Administração Pública Federal, dos demais órgãos da Administração Pública
assuntos, das atividades e das medidas que Federal, no âmbito da Política Nacional para
se refiram às pessoas portadoras de a Integração da Pessoa Portadora de
deficiência. (Redação dada pelo Deficiência; e
Decreto nº 9.494, de 2018)
VIII - promover e incentivar a
§ 1o No âmbito da Secretaria de divulgação e o debate das questões
Estado dos Direitos Humanos, compete à concernentes à pessoa portadora de
CORDE: deficiência, visando à conscientização da
sociedade.
§ 1º No âmbito do Ministério dos
Direitos Humanos, compete à Secretaria § 2o Na elaboração dos planos e
Nacional dos Direitos da Pessoa com programas a seu cargo, a CORDE deverá:
Deficiência : (Redação dada pelo
Decreto nº 9.494, de 2018)
I - recolher, sempre que possível, a
opinião das pessoas e entidades
I - exercer a coordenação superior interessadas; e
dos assuntos, das ações governamentais e
das medidas referentes à pessoa portadora
II - considerar a necessidade de ser
de deficiência;
oferecido efetivo apoio às entidades
privadas voltadas à integração social da
II - elaborar os planos, programas e pessoa portadora de deficiência.
projetos da Política Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de
CAPÍTULO VII
Deficiência, bem como propor as
providências necessárias à sua completa
implantação e ao seu adequado Da Equiparação de Oportunidades
desenvolvimento, inclusive as pertinentes a

769
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 15. Os órgãos e as entidades da hierarquizados em crescentes níveis de
Administração Pública Federal prestarão complexidade, voltada ao atendimento à
direta ou indiretamente à pessoa portadora saúde e reabilitação da pessoa portadora de
de deficiência os seguintes serviços: deficiência, articulada com os serviços
sociais, educacionais e com o trabalho;
I - reabilitação integral, entendida
como o desenvolvimento das IV - a garantia de acesso da pessoa
potencialidades da pessoa portadora de portadora de deficiência aos
deficiência, destinada a facilitar sua estabelecimentos de saúde públicos e
atividade laboral, educativa e social; privados e de seu adequado tratamento sob
normas técnicas e padrões de conduta
II - formação profissional e apropriados;
qualificação para o trabalho;
V - a garantia de atendimento
III - escolarização em domiciliar de saúde ao portador de
estabelecimentos de ensino regular com a deficiência grave não internado;
provisão dos apoios necessários, ou em
estabelecimentos de ensino especial; e VI - o desenvolvimento de programas
de saúde voltados para a pessoa portadora
IV - orientação e promoção individual, de deficiência, desenvolvidos com a
familiar e social. participação da sociedade e que lhes
ensejem a inclusão social; e
Seção I
VII - o papel estratégico da atuação
dos agentes comunitários de saúde e das
Da Saúde
equipes de saúde da família na
disseminação das práticas e estratégias de
Art. 16. Os órgãos e as entidades da reabilitação baseada na comunidade.
Administração Pública Federal direta e
indireta responsáveis pela saúde devem
§ 1o Para os efeitos deste Decreto,
dispensar aos assuntos objeto deste
prevenção compreende as ações e medidas
Decreto tratamento prioritário e adequado,
viabilizando, sem prejuízo de outras, as orientadas a evitar as causas das
seguintes medidas: deficiências que possam ocasionar
incapacidade e as destinadas a evitar sua
progressão ou derivação em outras
I - a promoção de ações preventivas, incapacidades.
como as referentes ao planejamento
familiar, ao aconselhamento genético, ao
acompanhamento da gravidez, do parto e do § 2o A deficiência ou incapacidade
deve ser diagnosticada e caracterizada por
puerpério, à nutrição da mulher e da criança,
equipe multidisciplinar de saúde, para fins
à identificação e ao controle da gestante e
de concessão de benefícios e serviços.
do feto de alto risco, à imunização, às
doenças do metabolismo e seu diagnóstico,
ao encaminhamento precoce de outras § 3o As ações de promoção da
doenças causadoras de deficiência, e à qualidade de vida da pessoa portadora de
detecção precoce das doenças crônico- deficiência deverão também assegurar a
degenerativas e a outras potencialmente igualdade de oportunidades no campo da
incapacitantes; saúde.

II - o desenvolvimento de programas Art. 17. É beneficiária do processo


especiais de prevenção de acidentes de reabilitação a pessoa que apresenta
domésticos, de trabalho, de trânsito e deficiência, qualquer que seja sua natureza,
outros, bem como o desenvolvimento de agente causal ou grau de severidade.
programa para tratamento adequado a suas
vítimas; § 1o Considera-se reabilitação o
processo de duração limitada e com objetivo
III - a criação de rede de serviços definido, destinado a permitir que a pessoa
regionalizados, descentralizados e com deficiência alcance o nível físico,

770
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mental ou social funcional ótimo, a autonomia e a segurança da pessoa
proporcionando-lhe os meios de modificar portadora de deficiência;
sua própria vida, podendo compreender
medidas visando a compensar a perda de VI - elementos especiais para facilitar
uma função ou uma limitação funcional e a comunicação, a informação e a
facilitar ajustes ou reajustes sociais. sinalização para pessoa portadora de
deficiência;
§ 2o Para efeito do disposto neste
artigo, toda pessoa que apresente redução VII - equipamentos e material
funcional devidamente diagnosticada por pedagógico especial para educação,
equipe multiprofissional terá direito a capacitação e recreação da pessoa
beneficiar-se dos processos de reabilitação portadora de deficiência;
necessários para corrigir ou modificar seu
estado físico, mental ou sensorial, quando VIII - adaptações ambientais e outras
este constitua obstáculo para sua
que garantam o acesso, a melhoria
integração educativa, laboral e social.
funcional e a autonomia pessoal; e

Art. 18. Incluem-se na assistência IX - bolsas coletoras para os


integral à saúde e reabilitação da pessoa
portadores de ostomia.
portadora de deficiência a concessão de
órteses, próteses, bolsas coletoras e
materiais auxiliares, dado que tais Art. 20. É considerado parte
equipamentos complementam o integrante do processo de reabilitação o
atendimento, aumentando as possibilidades provimento de medicamentos que
de independência e inclusão da pessoa favoreçam a estabilidade clínica e funcional
portadora de deficiência. e auxiliem na limitação da incapacidade, na
reeducação funcional e no controle das
lesões que geram incapacidades.
Art. 19. Consideram-se ajudas
técnicas, para os efeitos deste Decreto, os
elementos que permitem compensar uma Art. 21. O tratamento e a orientação
ou mais limitações funcionais motoras, psicológica serão prestados durante as
sensoriais ou mentais da pessoa portadora distintas fases do processo reabilitador,
de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe destinados a contribuir para que a pessoa
superar as barreiras da comunicação e da portadora de deficiência atinja o mais pleno
mobilidade e de possibilitar sua plena desenvolvimento de sua personalidade.
inclusão social.
Parágrafo único. O tratamento e os
Parágrafo único. São ajudas técnicas: apoios psicológicos serão simultâneos aos
tratamentos funcionais e, em todos os
casos, serão concedidos desde a
I - próteses auditivas, visuais e
comprovação da deficiência ou do início de
físicas;
um processo patológico que possa originá-
la.
II - órteses que favoreçam a
adequação funcional; Art. 22. Durante a reabilitação, será
propiciada, se necessária, assistência em
III - equipamentos e elementos saúde mental com a finalidade de permitir
necessários à terapia e reabilitação da que a pessoa submetida a esta prestação
pessoa portadora de deficiência; desenvolva ao máximo suas capacidades.

IV - equipamentos, maquinarias e Art. 23. Será fomentada a realização


utensílios de trabalho especialmente de estudos epidemiológicos e clínicos, com
desenhados ou adaptados para uso por periodicidade e abrangência adequadas, de
pessoa portadora de deficiência; modo a produzir informações sobre a
ocorrência de deficiências e incapacidades.
V - elementos de mobilidade, cuidado
e higiene pessoal necessários para facilitar Seção II

771
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Do Acesso à Educação § 3o A educação do aluno com
deficiência deverá iniciar-se na educação
Art. 24. Os órgãos e as entidades da infantil, a partir de zero ano.
Administração Pública Federal direta e
indireta responsáveis pela educação § 4o A educação especial contará
dispensarão tratamento prioritário e com equipe multiprofissional, com a
adequado aos assuntos objeto deste adequada especialização, e adotará
Decreto, viabilizando, sem prejuízo de orientações pedagógicas individualizadas.
outras, as seguintes medidas:
§ 5o Quando da construção e
I - a matrícula compulsória em cursos reforma de estabelecimentos de ensino
regulares de estabelecimentos públicos e deverá ser observado o atendimento as
particulares de pessoa portadora de normas técnicas da Associação Brasileira
deficiência capazes de se integrar na rede de Normas Técnicas – ABNT relativas à
regular de ensino; acessibilidade.

II - a inclusão, no sistema Art. 25. Os serviços de educação


educacional, da educação especial como especial serão ofertados nas instituições de
modalidade de educação escolar que ensino público ou privado do sistema de
permeia transversalmente todos os níveis e educação geral, de forma transitória ou
as modalidades de ensino; permanente, mediante programas de apoio
para o aluno que está integrado no sistema
III - a inserção, no sistema regular de ensino, ou em escolas
educacional, das escolas ou instituições especializadas exclusivamente quando a
especializadas públicas e privadas; educação das escolas comuns não puder
satisfazer as necessidades educativas ou
sociais do aluno ou quando necessário ao
IV - a oferta, obrigatória e gratuita, da
educação especial em estabelecimentos bem-estar do educando.
públicos de ensino;
Art. 26. As instituições hospitalares e
congêneres deverão assegurar atendimento
V - o oferecimento obrigatório dos
pedagógico ao educando portador de
serviços de educação especial ao educando
portador de deficiência em unidades deficiência internado nessas unidades por
hospitalares e congêneres nas quais esteja prazo igual ou superior a um ano, com o
propósito de sua inclusão ou manutenção no
internado por prazo igual ou superior a um
processo educacional.
ano; e

VI - o acesso de aluno portador de Art. 27. As instituições de ensino


deficiência aos benefícios conferidos aos superior deverão oferecer adaptações de
provas e os apoios necessários,
demais educandos, inclusive material
previamente solicitados pelo aluno portador
escolar, transporte, merenda escolar e
de deficiência, inclusive tempo adicional
bolsas de estudo.
para realização das provas, conforme as
características da deficiência.
§ 1o Entende-se por educação
especial, para os efeitos deste Decreto, a
§ 1o As disposições deste artigo
modalidade de educação escolar oferecida
aplicam-se, também, ao sistema geral do
preferencialmente na rede regular de ensino
para educando com necessidades processo seletivo para ingresso em cursos
educacionais especiais, entre eles o universitários de instituições de ensino
portador de deficiência. superior.

§ 2o O Ministério da Educação, no
§ 2o A educação especial
caracteriza-se por constituir processo âmbito da sua competência, expedirá
flexível, dinâmico e individualizado, instruções para que os programas de
educação superior incluam nos seus
oferecido principalmente nos níveis de
currículos conteúdos, itens ou disciplinas
ensino considerados obrigatórios.
relacionados à pessoa portadora de
deficiência.

772
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 28. O aluno portador de Seção III
deficiência matriculado ou egresso do
ensino fundamental ou médio, de Da Habilitação e da Reabilitação
instituições públicas ou privadas, terá Profissional
acesso à educação profissional, a fim de
obter habilitação profissional que lhe
Art. 30. A pessoa portadora de
proporcione oportunidades de acesso ao
deficiência, beneficiária ou não do Regime
mercado de trabalho. Geral de Previdência Social, tem direito às
prestações de habilitação e reabilitação
§ 1o A educação profissional para a profissional para capacitar-se a obter
pessoa portadora de deficiência será trabalho, conservá-lo e progredir
oferecida nos níveis básico, técnico e profissionalmente.
tecnológico, em escola regular, em
instituições especializadas e nos ambientes Art. 31. Entende-se por habilitação e
de trabalho. reabilitação profissional o processo
orientado a possibilitar que a pessoa
§ 2o As instituições públicas e portadora de deficiência, a partir da
privadas que ministram educação identificação de suas potencialidades
profissional deverão, obrigatoriamente, laborativas, adquira o nível suficiente de
oferecer cursos profissionais de nível básico desenvolvimento profissional para ingresso
à pessoa portadora de deficiência, e reingresso no mercado de trabalho e
condicionando a matrícula à sua capacidade participar da vida comunitária.
de aproveitamento e não a seu nível de
escolaridade. Art. 32. Os serviços de habilitação e
reabilitação profissional deverão estar
§ 3o Entende-se por habilitação dotados dos recursos necessários para
profissional o processo destinado a propiciar atender toda pessoa portadora de
à pessoa portadora de deficiência, em nível deficiência, independentemente da origem
formal e sistematizado, aquisição de de sua deficiência, desde que possa ser
conhecimentos e habilidades preparada para trabalho que lhe seja
especificamente associados a determinada adequado e tenha perspectivas de obter,
profissão ou ocupação. conservar e nele progredir.

§ 4o Os diplomas e certificados de Art. 33. A orientação profissional


cursos de educação profissional expedidos será prestada pelos correspondentes
por instituição credenciada pelo Ministério serviços de habilitação e reabilitação
da Educação ou órgão equivalente terão profissional, tendo em conta as
validade em todo o território nacional. potencialidades da pessoa portadora de
deficiência, identificadas com base em
Art. 29. As escolas e instituições de relatório de equipe multiprofissional, que
educação profissional oferecerão, se deverá considerar:
necessário, serviços de apoio especializado
para atender às peculiaridades da pessoa I - educação escolar efetivamente
portadora de deficiência, tais como: recebida e por receber;

I- adaptação dos recursos II - expectativas de promoção social;


instrucionais: material pedagógico,
equipamento e currículo; III - possibilidades de emprego
existentes em cada caso;
II - capacitação dos recursos
humanos: professores, instrutores e
IV - motivações, atitudes e
profissionais especializados; e
preferências profissionais; e

III - adequação dos recursos físicos:


V - necessidades do mercado de
eliminação de barreiras arquitetônicas,
trabalho.
ambientais e de comunicação.
Seção IV

773
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Do Acesso ao Trabalho § 2o Consideram-se procedimentos
especiais os meios utilizados para a
Art. 34. É finalidade primordial da contratação de pessoa que, devido ao seu
política de emprego a inserção da pessoa grau de deficiência, transitória ou
portadora de deficiência no mercado de permanente, exija condições especiais, tais
trabalho ou sua incorporação ao sistema como jornada variável, horário flexível,
produtivo mediante regime especial de proporcionalidade de salário, ambiente de
trabalho protegido. trabalho adequado às suas especificidades,
entre outros.
Parágrafo único. Nos casos de
deficiência grave ou severa, o cumprimento § 3o Consideram-se apoios especiais
do disposto no caput deste artigo poderá a orientação, a supervisão e as ajudas
ser efetivado mediante a contratação das técnicas entre outros elementos que
cooperativas sociais de que trata a Lei no auxiliem ou permitam compensar uma ou
9.867, de 10 de novembro de 1999. mais limitações funcionais motoras,
sensoriais ou mentais da pessoa portadora
de deficiência, de modo a superar as
Art. 35. São modalidades de
inserção laboral da pessoa portadora de barreiras da mobilidade e da comunicação,
deficiência: possibilitando a plena utilização de suas
capacidades em condições de normalidade.
I - colocação competitiva: processo
§ 4o Considera-se oficina protegida
de contratação regular, nos termos da
legislação trabalhista e previdenciária, que de produção a unidade que funciona em
independe da adoção de procedimentos relação de dependência com entidade
pública ou beneficente de assistência social,
especiais para sua concretização, não
que tem por objetivo desenvolver programa
sendo excluída a possibilidade de utilização
de habilitação profissional para adolescente
de apoios especiais;
e adulto portador de deficiência, provendo-o
com trabalho remunerado, com vista à
II - colocação seletiva: processo de emancipação econômica e pessoal relativa.
contratação regular, nos termos da
legislação trabalhista e previdenciária, que
§ 5o Considera-se oficina protegida
depende da adoção de procedimentos e
terapêutica a unidade que funciona em
apoios especiais para sua concretização; e
relação de dependência com entidade
pública ou beneficente de assistência social,
III - promoção do trabalho por conta que tem por objetivo a integração social por
própria: processo de fomento da ação de meio de atividades de adaptação e
uma ou mais pessoas, mediante trabalho capacitação para o trabalho de adolescente
autônomo, cooperativado ou em regime de e adulto que devido ao seu grau de
economia familiar, com vista à emancipação deficiência, transitória ou permanente, não
econômica e pessoal. possa desempenhar atividade laboral no
mercado competitivo de trabalho ou em
§ 1o As entidades beneficentes de oficina protegida de produção.
assistência social, na forma da lei, poderão
intermediar a modalidade de inserção § 6o O período de adaptação e
laboral de que tratam os incisos II e III, nos capacitação para o trabalho de adolescente
seguintes casos: e adulto portador de deficiência em oficina
protegida terapêutica não caracteriza
I - na contratação para prestação de vínculo empregatício e está condicionado a
serviços, por entidade pública ou privada, da processo de avaliação individual que
pessoa portadora de deficiência física, considere o desenvolvimento biopsicosocial
mental ou sensorial: e da pessoa.

II - na comercialização de bens e § 7o A prestação de serviços será


serviços decorrentes de programas de feita mediante celebração de convênio ou
habilitação profissional de adolescente e contrato formal, entre a entidade
adulto portador de deficiência em oficina beneficente de assistência social e o
protegida de produção ou terapêutica. tomador de serviços, no qual constará a

774
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
relação nominal dos trabalhadores que, não tendo se submetido a processo de
portadores de deficiência colocados à habilitação ou reabilitação, esteja
disposição do tomador. capacitada para o exercício da função.

§ 8o A entidade que se utilizar do § 4o A pessoa portadora de


processo de colocação seletiva deverá deficiência habilitada nos termos dos §§ 2o
promover, em parceria com o tomador de e 3o deste artigo poderá recorrer à
serviços, programas de prevenção de intermediação de órgão integrante do
doenças profissionais e de redução da sistema público de emprego, para fins de
capacidade laboral, bem assim programas inclusão laboral na forma deste artigo.
de reabilitação caso ocorram patologias ou
se manifestem outras incapacidades. § 5o Compete ao Ministério do
Trabalho e Emprego estabelecer
Art. 36. A empresa com cem ou mais sistemática de fiscalização, avaliação e
empregados está obrigada a preencher de controle das empresas, bem como instituir
dois a cinco por cento de seus cargos com procedimentos e formulários que propiciem
beneficiários da Previdência Social estatísticas sobre o número de empregados
reabilitados ou com pessoa portadora de portadores de deficiência e de vagas
deficiência habilitada, na seguinte preenchidas, para fins de acompanhamento
proporção: do disposto no caput deste artigo.

I - até duzentos empregados, dois por Art. 37. Fica assegurado à pessoa
cento; portadora de deficiência o direito de se
inscrever em concurso público, em
II - de duzentos e um a quinhentos igualdade de condições com os demais
empregados, três por cento; candidatos, para provimento de cargo cujas
atribuições sejam compatíveis com a
III - de quinhentos e um a mil deficiência de que é portador. (Revogado
empregados, quatro por cento; ou pelo Decreto nº 9.508, de 2018)
§ 1o O candidato portador de
deficiência, em razão da necessária
IV - mais de mil empregados, cinco igualdade de condições, concorrerá a todas
por cento. as vagas, sendo reservado no mínimo o
percentual de cinco por cento em face da
§ 1o A dispensa de empregado na classificação obtida. (Revogado pelo
condição estabelecida neste artigo, quando Decreto nº 9.508, de 2018)
se tratar de contrato por prazo determinado, § 2o Caso a aplicação do percentual
superior a noventa dias, e a dispensa de que trata o parágrafo anterior resulte em
imotivada, no contrato por prazo número fracionado, este deverá ser elevado
indeterminado, somente poderá ocorrer até o primeiro número inteiro
após a contratação de substituto em subseqüente. (Revogado pelo Decreto nº
condições semelhantes. 9.508, de 2018)
Art. 38. Não se aplica o disposto no
§ 2o Considera-se pessoa portadora artigo anterior nos casos de provimento
de deficiência habilitada aquela que de: (Revogado pelo Decreto nº 9.508, de
concluiu curso de educação profissional de 2018)
nível básico, técnico ou tecnológico, ou I - cargo em comissão ou função de
curso superior, com certificação ou confiança, de livre nomeação e exoneração;
diplomação expedida por instituição pública e (Revogado pelo Decreto nº 9.508, de
ou privada, legalmente credenciada pelo 2018)
Ministério da Educação ou órgão II - cargo ou emprego público
equivalente, ou aquela com certificado de integrante de carreira que exija aptidão
conclusão de processo de habilitação ou plena do candidato. (Revogado pelo
reabilitação profissional fornecido pelo Decreto nº 9.508, de 2018)
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Art. 39. Os editais de concursos
públicos deverão conter: (Revogado pelo
§ 3o Considera-se, também, pessoa Decreto nº 9.508, de 2018)
portadora de deficiência habilitada aquela I - o número de vagas existentes,
bem como o total correspondente à reserva

775
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
destinada à pessoa portadora de IV - à nota mínima exigida para todos
deficiência; (Revogado pelo Decreto nº os demais candidatos. (Revogado pelo
9.508, de 2018) Decreto nº 9.508, de 2018)
II - as atribuições e tarefas essenciais Art. 42. A publicação do resultado
dos cargos; (Revogado pelo Decreto nº final do concurso será feita em duas listas,
9.508, de 2018) contendo, a primeira, a pontuação de todos
III - previsão de adaptação das os candidatos, inclusive a dos portadores de
provas, do curso de formação e do estágio deficiência, e a segunda, somente a
probatório, conforme a deficiência do pontuação destes últimos. (Revogado pelo
candidato; e (Revogado pelo Decreto nº Decreto nº 9.508, de 2018)
9.508, de 2018) Art. 43. O órgão responsável pela
IV - exigência de apresentação, pelo realização do concurso terá a assistência de
candidato portador de deficiência, no ato da equipe multiprofissional composta de três
inscrição, de laudo médico atestando a profissionais capacitados e atuantes nas
espécie e o grau ou nível da deficiência, com áreas das deficiências em questão, sendo
expressa referência ao código um deles médico, e três profissionais
correspondente da Classificação integrantes da carreira almejada pelo
Internacional de Doença - CID, bem como a candidato. (Revogado pelo Decreto nº
provável causa da deficiência. (Revogado 9.508, de 2018)
pelo Decreto nº 9.508, de 2018) § 1o A equipe multiprofissional
Art. 40. É vedado à autoridade emitirá parecer observando: (Revogado
competente obstar a inscrição de pessoa pelo Decreto nº 9.508, de 2018)
portadora de deficiência em concurso I - as informações prestadas pelo
público para ingresso em carreira da candidato no ato da inscrição; (Revogado
Administração Pública Federal direta e pelo Decreto nº 9.508, de 2018)
indireta. (Revogado pelo Decreto nº 9.508, II - a natureza das atribuições e
de 2018) tarefas essenciais do cargo ou da função a
§ 1o No ato da inscrição, o candidato desempenhar; (Revogado pelo Decreto nº
portador de deficiência que necessite de 9.508, de 2018)
tratamento diferenciado nos dias do III - a viabilidade das condições de
concurso deverá requerê-lo, no prazo acessibilidade e as adequações do
determinado em edital, indicando as ambiente de trabalho na execução das
condições diferenciadas de que necessita tarefas; (Revogado pelo Decreto nº 9.508,
para a realização das provas. (Revogado de 2018)
pelo Decreto nº 9.508, de 2018) IV - a possibilidade de uso, pelo
§ 2o O candidato portador de candidato, de equipamentos ou outros
deficiência que necessitar de tempo meios que habitualmente utilize;
adicional para realização das provas deverá e (Revogado pelo Decreto nº 9.508, de
requerê-lo, com justificativa acompanhada 2018)
de parecer emitido por especialista da área V - a CID e outros padrões
de sua deficiência, no prazo estabelecido no reconhecidos nacional e
edital do concurso. (Revogado pelo Decreto internacionalmente. (Revogado pelo
nº 9.508, de 2018) Decreto nº 9.508, de 2018)
Art. 41. A pessoa portadora de § 2o A equipe multiprofissional
deficiência, resguardadas as condições avaliará a compatibilidade entre as
especiais previstas neste Decreto, atribuições do cargo e a deficiência do
participará de concurso em igualdade de candidato durante o estágio
condições com os demais candidatos no probatório. (Revogado pelo Decreto nº
que concerne: (Revogado pelo Decreto nº 9.508, de 2018)
9.508, de 2018)
I - ao conteúdo das Art. 44. A análise dos aspectos
provas; (Revogado pelo Decreto nº 9.508, relativos ao potencial de trabalho do
de 2018) candidato portador de deficiência obedecerá
II - à avaliação e aos critérios de ao disposto no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11
aprovação; (Revogado pelo Decreto nº de dezembro de 1990.
9.508, de 2018)
III - ao horário e ao local de aplicação
Art. 45. Serão implementados
das provas; e (Revogado pelo Decreto nº
programas de formação e qualificação
9.508, de 2018) profissional voltados para a pessoa

776
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
portadora de deficiência no âmbito do Plano III - incentivar a prática desportiva
Nacional de Formação formal e não-formal como direito de cada um
Profissional - PLANFOR. e o lazer como forma de promoção social;

Parágrafo único. Os programas de IV - estimular meios que facilitem o


formação e qualificação profissional para exercício de atividades desportivas entre a
pessoa portadora de deficiência terão como pessoa portadora de deficiência e suas
objetivos: entidades representativas;

I - criar condições que garantam a V - assegurar a acessibilidade às


toda pessoa portadora de deficiência o instalações desportivas dos
direito a receber uma formação profissional estabelecimentos de ensino, desde o nível
adequada; pré-escolar até à universidade;

II - organizar os meios de formação VI - promover a inclusão de


necessários para qualificar a pessoa atividades desportivas para pessoa
portadora de deficiência para a inserção portadora de deficiência na prática da
competitiva no mercado laboral; e educação física ministrada nas instituições
de ensino públicas e privadas;
III - ampliar a formação e qualificação
profissional sob a base de educação geral VII - apoiar e promover a publicação e
para fomentar o desenvolvimento o uso de guias de turismo com informação
harmônico da pessoa portadora de adequada à pessoa portadora de
deficiência, assim como para satisfazer as deficiência; e
exigências derivadas do progresso técnico,
dos novos métodos de produção e da VIII - estimular a ampliação do
evolução social e econômica. turismo à pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida, mediante a
Seção V oferta de instalações hoteleiras acessíveis e
de serviços adaptados de transporte.
Da Cultura, do Desporto, do Turismo e
do Lazer Art. 47. Os recursos do Programa
Nacional de Apoio à Cultura financiarão,
Art. 46. Os órgãos e as entidades da entre outras ações, a produção e a difusão
Administração Pública Federal direta e artístico-cultural de pessoa portadora de
indireta responsáveis pela cultura, pelo deficiência.
desporto, pelo turismo e pelo lazer
dispensarão tratamento prioritário e Parágrafo único. Os projetos
adequado aos assuntos objeto deste culturais financiados com recursos federais,
Decreto, com vista a viabilizar, sem prejuízo inclusive oriundos de programas especiais
de outras, as seguintes medidas: de incentivo à cultura, deverão facilitar o
livre acesso da pessoa portadora de
I - promover o acesso da pessoa deficiência, de modo a possibilitar-lhe o
portadora de deficiência aos meios de pleno exercício dos seus direitos culturais.
comunicação social;
Art. 48. Os órgãos e as entidades da
II - criar incentivos para o exercício de Administração Pública Federal direta e
atividades criativas, mediante: indireta, promotores ou financiadores de
atividades desportivas e de lazer, devem
concorrer técnica e financeiramente para
a) participação da pessoa portadora
obtenção dos objetivos deste Decreto.
de deficiência em concursos de prêmios no
campo das artes e das letras; e
Parágrafo único. Serão
prioritariamente apoiadas a manifestação
b) exposições, publicações e
desportiva de rendimento e a educacional,
representações artísticas de pessoa
compreendendo as atividades de:
portadora de deficiência;

777
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - desenvolvimento de recursos Art. 55. Fica instituído, no âmbito do
humanos especializados; Ministério dos Direitos Humanos, o Sistema
Nacional de Informações sobre Deficiência,
II - promoção de competições sob a responsabilidade da Secretaria
desportivas internacionais, nacionais, Nacional dos Direitos da Pessoa com
estaduais e locais; Deficiência, com a finalidade de criar e
manter bases de dados, reunir e difundir
III - pesquisa científica, informação sobre a situação das pessoas
desenvolvimento tecnológico, portadoras de deficiência e fomentar a
pesquisa e o estudo de todos os aspectos
documentação e informação; e
que afetem a vida dessas
pessoas. (Redação dada pelo
IV - construção, ampliação, Decreto nº 9.494, de 2018)
recuperação e adaptação de instalações
desportivas e de lazer.
Parágrafo único. Serão produzidas,
periodicamente, estatísticas e informações,
CAPÍTULO VIII podendo esta atividade realizar-se
conjuntamente com os censos nacionais,
Da Política de Capacitação de pesquisas nacionais, regionais e locais, em
Profissionais Especializados estreita colaboração com universidades,
institutos de pesquisa e organizações para
Art. 49. Os órgãos e as entidades da pessoas portadoras de deficiência.
Administração Pública Federal direta e
indireta, responsáveis pela formação de
recursos humanos, devem dispensar aos
assuntos objeto deste Decreto tratamento
prioritário e adequado, viabilizando, sem
prejuízo de outras, as seguintes medidas:
CAPÍTULO XI
I - formação e qualificação de
Das Disposições Finais e Transitórias
professores de nível médio e superior para
a educação especial, de técnicos de nível
médio e superior especializados na Art. 56. O Ministério dos Direitos
habilitação e reabilitação, e de instrutores e Humanos, com base nas diretrizes e metas
professores para a formação profissional; do Plano Plurianual de Investimentos, por
intermédio da Secretaria Nacional dos
Direitos da Pessoa com Deficiência,
II - formação e qualificação
profissional, nas diversas áreas de elaborará, em articulação com outros
conhecimento e de recursos humanos que órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, o Plano Nacional de Ações
atendam às demandas da pessoa portadora
Integradas na Área das
de deficiência; e
Deficiências. (Redação dada pelo
Decreto nº 9.494, de 2018)
III - incentivo à pesquisa e ao
desenvolvimento tecnológico em todas as
Art. 57. Fica criada, no âmbito do
áreas do conhecimento relacionadas com a
Ministério dos Direitos Humanos, comissão
pessoa portadora de deficiência.
especial, com a finalidade de apresentar, no
prazo de cento e oitenta dias, a contar de
CAPÍTULO IX sua constituição, propostas destinadas
a: (Redação dada pelo Decreto nº
Da Acessibilidade na Administração 9.494, de 2018)
Pública Federal
I - implementar programa de
(Revogado pelo Decreto nº 5.296, de 2004) formação profissional mediante a
concessão de bolsas de qualificação para a
CAPÍTULO X pessoa portadora de deficiência, com vistas
a estimular a aplicação do disposto no art.
Do Sistema Integrado de Informações 36; e

778
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - propor medidas adicionais de Art. 60. Ficam revogados os
estímulo à adoção de trabalho em tempo Decretos nos 93.481, de 29 de outubro de
parcial ou em regime especial para a pessoa 1986, 914, de 6 de setembro de 1993, 1.680,
portadora de deficiência. de 18 de outubro de 1995, 3.030, de 20 de
abril de 1999, o § 2o do art. 141 do
Parágrafo único. A comissão Regulamento da Previdência Social,
especial de que trata o caput deste artigo aprovado pelo Decreto no 3.048, de 6 de
será composta por um representante de maio de 1999, e o Decreto no 3.076, de 1o
cada órgão e entidade a seguir indicados: de junho de 1999.

I - CORDE; Brasília, 20 de dezembro de 1999;


178o da Independência e 111o da República.
I - Secretaria Nacional de Direitos da
Pessoa com Deficiência; (Redação FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dada pelo Decreto nº 9.494, de 2018) José Carlos Dias

II - CONADE; Este texto não substitui o publicado no DOU


de 21.12.1999
II - Conselho Nacional dos Direitos da
Pessoa com Deficiência; (Redação
dada pelo Decreto nº 9.494, de 2018)

III - Ministério do
Trabalho; (Redação dada pelo
Decreto nº 9.494, de 2018)

IV - Ministério do Desenvolvimento
Social; (Redação dada pelo Decreto
nº 9.494, de 2018)

V - Ministério da Educação;

VI - Ministério dos Transportes,


Portos e Aviação Civil; (Redação
dada pelo Decreto nº 9.494, de 2018)

VII - Instituto de Pesquisa Econômica


Aplicada; e

VIII - INSS.

Art. 58. A CORDE desenvolverá, em


articulação com órgãos e entidades da
Administração Pública Federal, programas
de facilitação da acessibilidade em sítios de
interesse histórico, turístico, cultural e
desportivo, mediante a remoção de
barreiras físicas ou arquitetônicas que
impeçam ou dificultem a locomoção de
pessoa portadora de deficiência ou com
mobilidade reduzida.

Art. 59. Este Decreto entra em vigor


na data da sua publicação,

779
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE
1994 - Concede passe livre às pessoas
portadoras de deficiência no sistema de DECRETO Nº 3.691, DE 19 DE
transporte coletivo interestadual DEZEMBRO DE 2000 - Regulamenta
a Lei no 8.899, de 29 de junho de 1994
Concede passe livre às pessoas portadoras
de deficiência no sistema de transporte Regulamenta a Lei no 8.899, de 29 de junho
coletivo interestadual. de 1994, que dispõe sobre o transporte de
pessoas portadoras de deficiência no
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faço sistema de transporte coletivo interestadual.
saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte lei: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no
uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
Art. 1º É concedido passe livre às incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em
pessoas portadoras de deficiência, vista o disposto no art. 1o da Lei no 8.899, de
comprovadamente carentes, no sistema de 29 de junho de 1994,
transporte coletivo interestadual.
DECRETA:
Art. 2º O Poder Executivo
regulamentará esta lei no prazo de noventa Art. 1o As empresas permissionárias
dias a contar de sua publicação. e autorizatárias de transporte interestadual
de passageiros reservarão dois assentos de
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data cada veículo, destinado a serviço
de sua publicação. convencional, para ocupação das pessoas
beneficiadas pelo art. 1o da Lei no 8.899, de
Art. 4º Revogam-se as disposições em 29 de junho de 1994, observado o que
contrário. dispõem as Leis nos 7.853, de 24 de outubro
de 1989, 8.742, de 7 de dezembro de 1993,
10.048, de 8 de novembro de 2000, e os
Brasília, 29 de junho de 1994; 173º da
Decretos nos 1.744, de 8 de dezembro de
Independência e 106º da República.
1995, e 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
ITAMAR FRANCO
Art. 2o O Ministro de Estado dos
Cláudio Ivanof Lucarevschi
Transportes disciplinará, no prazo de até
Leonor Barreto Barreto Franco
trinta dias, o disposto neste Decreto.

Art. 3o Este Decreto entra em vigor na


data de sua publicação.

Brasília, 19 de dezembro de 2000;


179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Eliseu Padilha

780
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO VII:
DIREITOS DA
CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE

781
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 – Estatuto da Criança e do


Adolescente - CA

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: poder público assegurar, com absoluta


Faço saber que o Congresso Nacional prioridade, a efetivação dos direitos
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à
Título I profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar
Das Disposições Preliminares e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de


Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a
prioridade compreende:
proteção integral à criança e ao
adolescente.
a) primazia de receber proteção e
socorro em quaisquer circunstâncias;
Art. 2º Considera-se criança, para os
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de
idade incompletos, e adolescente aquela b) precedência de atendimento nos
entre doze e dezoito anos de idade. serviços públicos ou de relevância pública;

Parágrafo único. Nos casos expressos c) preferência na formulação e na


em lei, aplica-se excepcionalmente este execução das políticas sociais públicas;
Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade. d) destinação privilegiada de recursos
públicos nas áreas relacionadas com a
Art. 3º A criança e o adolescente proteção à infância e à juventude.
gozam de todos os direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo Art. 5º Nenhuma criança ou
da proteção integral de que trata esta Lei, adolescente será objeto de qualquer forma
assegurando-se-lhes, por lei ou por outros de negligência, discriminação, exploração,
meios, todas as oportunidades e facilidades, violência, crueldade e opressão, punido na
a fim de lhes facultar o desenvolvimento forma da lei qualquer atentado, por ação ou
físico, mental, moral, espiritual e social, em omissão, aos seus direitos fundamentais.
condições de liberdade e de dignidade.
Art. 6º Na interpretação desta Lei
Parágrafo único. Os direitos levar-se-ão em conta os fins sociais a que
enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as ela se dirige, as exigências do bem comum,
crianças e adolescentes, sem discriminação os direitos e deveres individuais e coletivos,
de nascimento, situação familiar, idade, e a condição peculiar da criança e do
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, adolescente como pessoas em
deficiência, condição pessoal de desenvolvimento.
desenvolvimento e aprendizagem, condição
econômica, ambiente social, região e local Título II
de moradia ou outra condição que diferencie
as pessoas, as famílias ou a comunidade
Dos Direitos Fundamentais
em que vivem. (incluído pela Lei nº
13.257, de 2016)
Capítulo I
Art. 4º É dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do Do Direito à Vida e à Saúde

782
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 7º A criança e o adolescente têm § 6o A gestante e a parturiente têm
direito a proteção à vida e à saúde, mediante direito a 1 (um) acompanhante de sua
a efetivação de políticas sociais públicas preferência durante o período do pré-natal,
que permitam o nascimento e o do trabalho de parto e do pós-parto
desenvolvimento sadio e harmonioso, em imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
condições dignas de existência. 2016)

Art. 8o É assegurado a todas as § 7o A gestante deverá receber


mulheres o acesso aos programas e às orientação sobre aleitamento materno,
políticas de saúde da mulher e de alimentação complementar saudável e
planejamento reprodutivo e, às gestantes, crescimento e desenvolvimento infantil, bem
nutrição adequada, atenção humanizada à como sobre formas de favorecer a criação
gravidez, ao parto e ao puerpério e de vínculos afetivos e de estimular o
atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal desenvolvimento integral da
integral no âmbito do Sistema Único de criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
Saúde. (Redação dada pela Lei nº 2016)
13.257, de 2016)
§ 8o A gestante tem direito a
§ 1o O atendimento pré-natal será acompanhamento saudável durante toda a
realizado por profissionais da atenção gestação e a parto natural cuidadoso,
primária. (Redação dada pela Lei nº estabelecendo-se a aplicação de cesariana
13.257, de 2016) e outras intervenções cirúrgicas por motivos
médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
§ 2o Os profissionais de saúde de 2016)
referência da gestante garantirão sua
vinculação, no último trimestre da gestação, § 9o A atenção primária à saúde fará
ao estabelecimento em que será realizado o a busca ativa da gestante que não iniciar ou
parto, garantido o direito de opção da que abandonar as consultas de pré-natal,
mulher. (Redação dada pela Lei nº bem como da puérpera que não comparecer
13.257, de 2016) às consultas pós-parto. (Incluído pela Lei
nº 13.257, de 2016)
§ 3o Os serviços de saúde onde o
parto for realizado assegurarão às mulheres § 10. Incumbe ao poder público
e aos seus filhos recém-nascidos alta garantir, à gestante e à mulher com filho na
hospitalar responsável e contrarreferência primeira infância que se encontrem sob
na atenção primária, bem como o acesso a custódia em unidade de privação de
outros serviços e a grupos de apoio à liberdade, ambiência que atenda às normas
amamentação. (Redação dada pela Lei nº sanitárias e assistenciais do Sistema Único
13.257, de 2016) de Saúde para o acolhimento do filho, em
articulação com o sistema de ensino
§ 4o Incumbe ao poder público competente, visando ao desenvolvimento
proporcionar assistência psicológica à integral da criança. (Incluído pela Lei nº
gestante e à mãe, no período pré e pós- 13.257, de 2016)
natal, inclusive como forma de prevenir ou
minorar as consequências do estado Art. 8º-A. Fica instituída a Semana
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Nacional de Prevenção da Gravidez na
2009) Vigência Adolescência, a ser realizada anualmente
na semana que incluir o dia 1º de fevereiro,
§ 5o A assistência referida no § 4o com o objetivo de disseminar informações
deste artigo deverá ser prestada também a sobre medidas preventivas e educativas que
gestantes e mães que manifestem interesse contribuam para a redução da incidência da
em entregar seus filhos para adoção, bem gravidez na adolescência. (Incluído pela
como a gestantes e mães que se encontrem Lei nº 13.798, de 2019)
em situação de privação de
liberdade. (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único. As ações destinadas
13.257, de 2016) a efetivar o disposto no caput deste artigo
ficarão a cargo do poder público, em
conjunto com organizações da sociedade

783
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
civil, e serão dirigidas prioritariamente ao VI - acompanhar a prática do processo
público adolescente. (Incluído pela Lei nº de amamentação, prestando orientações
13.798, de 2019) quanto à técnica adequada, enquanto a mãe
permanecer na unidade hospitalar,
Art. 9º O poder público, as instituições utilizando o corpo técnico já
e os empregadores propiciarão condições existente. (Incluído pela Lei nº 13.436, de
adequadas ao aleitamento materno, 2017) (Vigência)
inclusive aos filhos de mães submetidas a
medida privativa de liberdade. Art. 11. É assegurado acesso integral
às linhas de cuidado voltadas à saúde da
§ 1o Os profissionais das unidades criança e do adolescente, por intermédio do
primárias de saúde desenvolverão ações Sistema Único de Saúde, observado o
sistemáticas, individuais ou coletivas, princípio da equidade no acesso a ações e
visando ao planejamento, à implementação serviços para promoção, proteção e
e à avaliação de ações de promoção, recuperação da saúde. (Redação dada
proteção e apoio ao aleitamento materno e pela Lei nº 13.257, de 2016)
à alimentação complementar saudável, de
forma contínua. (Incluído pela Lei nº § 1o A criança e o adolescente com
13.257, de 2016) deficiência serão atendidos, sem
discriminação ou segregação, em suas
§ 2o Os serviços de unidades de necessidades gerais de saúde e específicas
terapia intensiva neonatal deverão dispor de de habilitação e reabilitação. (Redação
banco de leite humano ou unidade de coleta dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
de leite humano. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016) § 2o Incumbe ao poder público
fornecer gratuitamente, àqueles que
Art. 10. Os hospitais e demais necessitarem, medicamentos, órteses,
estabelecimentos de atenção à saúde de próteses e outras tecnologias assistivas
gestantes, públicos e particulares, são relativas ao tratamento, habilitação ou
obrigados a: reabilitação para crianças e adolescentes,
de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades
I - manter registro das atividades
específicas. (Redação dada pela Lei nº
desenvolvidas, através de prontuários
13.257, de 2016)
individuais, pelo prazo de dezoito anos;

§ 3o Os profissionais que atuam no


II - identificar o recém-nascido
cuidado diário ou frequente de crianças na
mediante o registro de sua impressão
primeira infância receberão formação
plantar e digital e da impressão digital da
mãe, sem prejuízo de outras formas específica e permanente para a detecção de
sinais de risco para o desenvolvimento
normatizadas pela autoridade administrativa
psíquico, bem como para o
competente;
acompanhamento que se fizer
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257,
III - proceder a exames visando ao de 2016)
diagnóstico e terapêutica de anormalidades
no metabolismo do recém-nascido, bem
Art. 12. Os estabelecimentos de
como prestar orientação aos pais;
atendimento à saúde, inclusive as unidades
neonatais, de terapia intensiva e de
IV - fornecer declaração de cuidados intermediários, deverão
nascimento onde constem necessariamente proporcionar condições para a permanência
as intercorrências do parto e do em tempo integral de um dos pais ou
desenvolvimento do neonato; responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada
V - manter alojamento conjunto, pela Lei nº 13.257, de 2016)
possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe. Art. 13. Os casos de suspeita ou
confirmação de castigo físico, de tratamento
cruel ou degradante e de maus-tratos contra

784
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
criança ou adolescente serão décimo segundo anos de vida, com
obrigatoriamente comunicados ao Conselho orientações sobre saúde bucal. (Incluído
Tutelar da respectiva localidade, sem pela Lei nº 13.257, de 2016)
prejuízo de outras providências
legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, § 4o A criança com necessidade de
de 2014) cuidados odontológicos especiais será
atendida pelo Sistema Único de
§ 1o As gestantes ou mães que Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
manifestem interesse em entregar seus 2016)
filhos para adoção serão obrigatoriamente
encaminhadas, sem constrangimento, à § 5º É obrigatória a aplicação a todas
Justiça da Infância e da as crianças, nos seus primeiros dezoito
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de meses de vida, de protocolo ou outro
2016) instrumento construído com a finalidade de
facilitar a detecção, em consulta pediátrica
§ 2o Os serviços de saúde em suas de acompanhamento da criança, de risco
diferentes portas de entrada, os serviços de para o seu desenvolvimento
assistência social em seu componente psíquico. (Incluído pela Lei nº 13.438, de
especializado, o Centro de Referência 2017) (Vigência)
Especializado de Assistência Social (Creas)
e os demais órgãos do Sistema de Garantia Capítulo II
de Direitos da Criança e do Adolescente
deverão conferir máxima prioridade ao Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
atendimento das crianças na faixa etária da Dignidade
primeira infância com suspeita ou
confirmação de violência de qualquer
natureza, formulando projeto terapêutico Art. 15. A criança e o adolescente têm
singular que inclua intervenção em rede e, direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
se necessário, acompanhamento como pessoas humanas em processo de
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, desenvolvimento e como sujeitos de direitos
de 2016) civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.
Art. 14. O Sistema Único de Saúde
promoverá programas de assistência Art. 16. O direito à liberdade
médica e odontológica para a prevenção compreende os seguintes aspectos:
das enfermidades que ordinariamente
afetam a população infantil, e campanhas de I - ir, vir e estar nos logradouros
educação sanitária para pais, educadores e públicos e espaços comunitários,
alunos. ressalvadas as restrições legais;

§ 1o É obrigatória a vacinação das II - opinião e expressão;


crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Renumerado do III - crença e culto religioso;
parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
IV - brincar, praticar esportes e
§ 2o O Sistema Único de Saúde divertir-se;
promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma V - participar da vida familiar e
transversal, integral e intersetorial com as comunitária, sem discriminação;
demais linhas de cuidado direcionadas à
mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº
VI - participar da vida política, na
13.257, de 2016)
forma da lei;
§ 3o A atenção odontológica à criança
VII - buscar refúgio, auxílio e
terá função educativa protetiva e será
orientação.
prestada, inicialmente, antes de o bebê
nascer, por meio de aconselhamento pré-
natal, e, posteriormente, no sexto e no

785
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 17. O direito ao respeito consiste Art. 18-B. Os pais, os integrantes da
na inviolabilidade da integridade física, família ampliada, os responsáveis, os
psíquica e moral da criança e do agentes públicos executores de medidas
adolescente, abrangendo a preservação da socioeducativas ou qualquer pessoa
imagem, da identidade, da autonomia, dos encarregada de cuidar de crianças e de
valores, idéias e crenças, dos espaços e adolescentes, tratá-los, educá-los ou
objetos pessoais. protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como
Art. 18. É dever de todos velar pela formas de correção, disciplina, educação ou
dignidade da criança e do adolescente, qualquer outro pretexto estarão sujeitos,
pondo-os a salvo de qualquer tratamento sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
desumano, violento, aterrorizante, vexatório seguintes medidas, que serão aplicadas de
ou constrangedor. acordo com a gravidade do caso: (Incluído
pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18-A. A criança e o adolescente
têm o direito de ser educados e cuidados I - encaminhamento a programa oficial
sem o uso de castigo físico ou de tratamento ou comunitário de proteção à
cruel ou degradante, como formas de família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
correção, disciplina, educação ou qualquer 2014)
outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes
da família ampliada, pelos responsáveis, II - encaminhamento a tratamento
pelos agentes públicos executores de psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela
medidas socioeducativas ou por qualquer Lei nº 13.010, de 2014)
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-
los, educá-los ou protegê-los. (Incluído III - encaminhamento a cursos ou
pela Lei nº 13.010, de 2014) programas de orientação; (Incluído pela
Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único. Para os fins desta
Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº IV - obrigação de encaminhar a
13.010, de 2014) criança a tratamento
especializado; (Incluído pela Lei nº
I - castigo físico: ação de natureza 13.010, de 2014)
disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da
força física sobre a criança ou o adolescente V - advertência. (Incluído pela Lei
que resulte em: (Incluído pela Lei nº nº 13.010, de 2014)
13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas
a) sofrimento físico; ou (Incluído previstas neste artigo serão aplicadas pelo
pela Lei nº 13.010, de 2014) Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais. (Incluído pela Lei nº
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
13.010, de 2014)
Capítulo III
II - tratamento cruel ou degradante:
conduta ou forma cruel de tratamento em Do Direito à Convivência Familiar e
relação à criança ou ao adolescente Comunitária
que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014) Seção I

a) humilhe; ou (Incluído pela Lei


Disposições Gerais
nº 13.010, de 2014)
Art. 19. É direito da criança e do
b) ameace gravemente;
adolescente ser criado e educado no seio de
ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência
c) ridicularize. (Incluído pela Lei familiar e comunitária, em ambiente que
nº 13.010, de 2014) garanta seu desenvolvimento

786
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
integral. (Redação dada pela Lei nº Art. 19-A. A gestante ou mãe que
13.257, de 2016) manifeste interesse em entregar seu filho
para adoção, antes ou logo após o
§ 1o Toda criança ou adolescente que nascimento, será encaminhada à Justiça da
estiver inserido em programa de Infância e da Juventude. (Incluído pela
acolhimento familiar ou institucional terá sua Lei nº 13.509, de 2017)
situação reavaliada, no máximo, a cada 3
(três) meses, devendo a autoridade § 1o A gestante ou mãe será ouvida
judiciária competente, com base em pela equipe interprofissional da Justiça da
relatório elaborado por equipe Infância e da Juventude, que apresentará
interprofissional ou multidisciplinar, decidir relatório à autoridade judiciária,
de forma fundamentada pela possibilidade considerando inclusive os eventuais efeitos
de reintegração familiar ou pela colocação do estado gestacional e
em família substituta, em quaisquer das puerperal. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
modalidades previstas no art. 28 desta 2017)
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017) § 2o De posse do relatório, a
autoridade judiciária poderá determinar o
§ 2o A permanência da criança e do encaminhamento da gestante ou mãe,
adolescente em programa de acolhimento mediante sua expressa concordância, à
institucional não se prolongará por mais de rede pública de saúde e assistência social
18 (dezoito meses), salvo comprovada para atendimento especializado. (Incluído
necessidade que atenda ao seu superior pela Lei nº 13.509, de 2017)
interesse, devidamente fundamentada pela
autoridade judiciária. (Redação dada § 3o A busca à família extensa,
pela Lei nº 13.509, de 2017) conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo
§ 3o A manutenção ou a reintegração máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável
de criança ou adolescente à sua família terá por igual período. (Incluído pela Lei nº
preferência em relação a qualquer outra 13.509, de 2017)
providência, caso em que será esta incluída
em serviços e programas de proteção, apoio § 4o Na hipótese de não haver a
e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, indicação do genitor e de não existir outro
dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos representante da família extensa apto a
incisos I a IV do caput do art. 129 desta receber a guarda, a autoridade judiciária
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, competente deverá decretar a extinção do
de 2016) poder familiar e determinar a colocação da
criança sob a guarda provisória de quem
§ 4o Será garantida a convivência da estiver habilitado a adotá-la ou de entidade
criança e do adolescente com a mãe ou o pai que desenvolva programa de acolhimento
privado de liberdade, por meio de visitas familiar ou institucional. (Incluído pela
periódicas promovidas pelo responsável ou, Lei nº 13.509, de 2017)
nas hipóteses de acolhimento institucional, pela
entidade responsável, independentemente de § 5o Após o nascimento da criança, a
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº vontade da mãe ou de ambos os genitores,
12.962, de 2014) se houver pai registral ou pai indicado, deve
ser manifestada na audiência a que se
§ 5o Será garantida a convivência refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido
integral da criança com a mãe adolescente o sigilo sobre a entrega. (Incluído pela Lei
que estiver em acolhimento nº 13.509, de 2017)
institucional. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017) § 6º Na hipótese de não
comparecerem à audiência nem o genitor
§ 6o A mãe adolescente será assistida nem representante da família extensa para
por equipe especializada confirmar a intenção de exercer o poder
multidisciplinar. (Incluído pela Lei nº familiar ou a guarda, a autoridade judiciária
13.509, de 2017) suspenderá o poder familiar da mãe, e a
criança será colocada sob a guarda

787
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
provisória de quem esteja habilitado a § 3o Pessoas jurídicas podem
adotá-la. (Incluído pela Lei nº 13.509, de apadrinhar criança ou adolescente a fim de
2017) colaborar para o seu
desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº
§ 7o Os detentores da guarda 13.509, de 2017)
possuem o prazo de 15 (quinze) dias para
propor a ação de adoção, contado do dia § 4o O perfil da criança ou do
seguinte à data do término do estágio de adolescente a ser apadrinhado será definido
convivência. (Incluído pela Lei nº 13.509, no âmbito de cada programa de
de 2017) apadrinhamento, com prioridade para
crianças ou adolescentes com remota
§ 8o Na hipótese de desistência pelos possibilidade de reinserção familiar ou
genitores - manifestada em audiência ou colocação em família adotiva. (Incluído
perante a equipe interprofissional - da pela Lei nº 13.509, de 2017)
entrega da criança após o nascimento, a
criança será mantida com os genitores, e § 5o Os programas ou serviços de
será determinado pela Justiça da Infância e apadrinhamento apoiados pela Justiça da
da Juventude o acompanhamento familiar Infância e da Juventude poderão ser
pelo prazo de 180 (cento e oitenta) executados por órgãos públicos ou por
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de organizações da sociedade
2017) civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
§ 9o É garantido à mãe o direito ao
sigilo sobre o nascimento, respeitado o § 6o Se ocorrer violação das regras de
disposto no art. 48 desta Lei. (Incluído apadrinhamento, os responsáveis pelo
pela Lei nº 13.509, de 2017) programa e pelos serviços de acolhimento
deverão imediatamente notificar a
§ 10. Serão cadastrados para adoção autoridade judiciária
recém-nascidos e crianças acolhidas não competente. (Incluído pela Lei nº
procuradas por suas famílias no prazo de 30 13.509, de 2017)
(trinta) dias, contado a partir do dia do
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, Art. 20. Os filhos, havidos ou não da
de 2017) relação do casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações,
Art. 19-B. A criança e o adolescente proibidas quaisquer designações
em programa de acolhimento institucional discriminatórias relativas à filiação.
ou familiar poderão participar de programa
de apadrinhamento. (Incluído pela Lei Art. 21. O pátrio poder poder familiar
nº 13.509, de 2017) será exercido, em igualdade de condições,
pelo pai e pela mãe, na forma do que
§ 1o O apadrinhamento consiste em dispuser a legislação civil, assegurado a
estabelecer e proporcionar à criança e ao qualquer deles o direito de, em caso de
adolescente vínculos externos à instituição discordância, recorrer à autoridade judiciária
para fins de convivência familiar e competente para a solução da
comunitária e colaboração com o seu divergência. (Expressão substituída pela
desenvolvimento nos aspectos social, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
moral, físico, cognitivo, educacional e
financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Art. 22. Aos pais incumbe o dever de
2017) sustento, guarda e educação dos filhos
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
§ 2º Podem ser padrinhos ou destes, a obrigação de cumprir e fazer
madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) cumprir as determinações judiciais.
anos não inscritas nos cadastros de adoção,
desde que cumpram os requisitos exigidos Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os
pelo programa de apadrinhamento de que responsáveis, têm direitos iguais e deveres
fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, e responsabilidades compartilhados no
de 2017) cuidado e na educação da criança, devendo
ser resguardado o direito de transmissão

788
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
familiar de suas crenças e culturas, Art. 26. Os filhos havidos fora do
assegurados os direitos da criança casamento poderão ser reconhecidos pelos
estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei pais, conjunta ou separadamente, no
nº 13.257, de 2016) próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro
Art. 23. A falta ou a carência de documento público, qualquer que seja a
recursos materiais não constitui motivo origem da filiação.
suficiente para a perda ou a suspensão do
pátrio poder poder familiar. (Expressão Parágrafo único. O reconhecimento
substituída pela Lei nº 12.010, de pode preceder o nascimento do filho ou
2009) Vigência suceder-lhe ao falecimento, se deixar
descendentes.
§ 1o Não existindo outro motivo que
por si só autorize a decretação da medida, a Art. 27. O reconhecimento do estado
criança ou o adolescente será mantido em de filiação é direito personalíssimo,
sua família de origem, a qual deverá indisponível e imprescritível, podendo ser
obrigatoriamente ser incluída em serviços e exercitado contra os pais ou seus herdeiros,
programas oficiais de proteção, apoio e sem qualquer restrição, observado o
promoção. (Redação dada pela Lei nº segredo de Justiça.
13.257, de 2016)
Seção III
§ 2º A condenação criminal do pai ou
da mãe não implicará a destituição do poder Da Família Substituta
familiar, exceto na hipótese de condenação
por crime doloso sujeito à pena de reclusão
Subseção I
contra outrem igualmente titular do mesmo
poder familiar ou contra filho, filha ou outro
descendente. (Redação dada pela Lei nº Disposições Gerais
13.715, de 2018)
Art. 28. A colocação em família
Art. 24. A perda e a suspensão do substituta far-se-á mediante guarda, tutela
pátrio poder poder familiar serão decretadas ou adoção, independentemente da situação
judicialmente, em procedimento jurídica da criança ou adolescente, nos
contraditório, nos casos previstos na termos desta Lei.
legislação civil, bem como na hipótese de
descumprimento injustificado dos deveres e § 1o Sempre que possível, a criança
obrigações a que alude o art. ou o adolescente será previamente ouvido
22. (Expressão substituída pela Lei nº por equipe interprofissional, respeitado seu
12.010, de 2009) Vigência estágio de desenvolvimento e grau de
compreensão sobre as implicações da
Seção II medida, e terá sua opinião devidamente
considerada. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Da Família Natural
§ 2o Tratando-se de maior de 12
Art. 25. Entende-se por família natural
(doze) anos de idade, será necessário seu
a comunidade formada pelos pais ou
consentimento, colhido em
qualquer deles e seus descendentes. audiência. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Entende-se por
família extensa ou ampliada aquela que se
§ 3o Na apreciação do pedido levar-
estende para além da unidade pais e filhos
se-á em conta o grau de parentesco e a
ou da unidade do casal, formada por relação de afinidade ou de afetividade, a fim
parentes próximos com os quais a criança de evitar ou minorar as consequências
ou adolescente convive e mantém vínculos
decorrentes da medida. (Incluído pela Lei
de afinidade e afetividade. (Incluído pela
nº 12.010, de 2009) Vigência
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

789
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4o Os grupos de irmãos serão Art. 30. A colocação em família
colocados sob adoção, tutela ou guarda da substituta não admitirá transferência da
mesma família substituta, ressalvada a criança ou adolescente a terceiros ou a
comprovada existência de risco de abuso ou entidades governamentais ou não-
outra situação que justifique plenamente a governamentais, sem autorização judicial.
excepcionalidade de solução diversa,
procurando-se, em qualquer caso, evitar o Art. 31. A colocação em família
rompimento definitivo dos vínculos substituta estrangeira constitui medida
fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de excepcional, somente admissível na
2009) Vigência modalidade de adoção.

§ 5o A colocação da criança ou Art. 32. Ao assumir a guarda ou a


adolescente em família substituta será tutela, o responsável prestará compromisso
precedida de sua preparação gradativa e de bem e fielmente desempenhar o encargo,
acompanhamento posterior, realizados pela mediante termo nos autos.
equipe interprofissional a serviço da Justiça
da Infância e da Juventude,
Subseção II
preferencialmente com o apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política
municipal de garantia do direito à Da Guarda
convivência familiar. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 33. A guarda obriga a prestação
de assistência material, moral e educacional
§ 6o Em se tratando de criança ou à criança ou adolescente, conferindo a seu
adolescente indígena ou proveniente de detentor o direito de opor-se a terceiros,
comunidade remanescente de quilombo, é inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de
ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
§ 1º A guarda destina-se a regularizar
I - que sejam consideradas e a posse de fato, podendo ser deferida,
respeitadas sua identidade social e cultural, liminar ou incidentalmente, nos
os seus costumes e tradições, bem como procedimentos de tutela e adoção, exceto
suas instituições, desde que não sejam no de adoção por estrangeiros.
incompatíveis com os direitos fundamentais
reconhecidos por esta Lei e pela § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a
Constituição Federal; (Incluído pela Lei guarda, fora dos casos de tutela e adoção,
nº 12.010, de 2009) Vigência para atender a situações peculiares ou
suprir a falta eventual dos pais ou
II - que a colocação familiar ocorra responsável, podendo ser deferido o direito
prioritariamente no seio de sua comunidade de representação para a prática de atos
ou junto a membros da mesma determinados.
etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 3º A guarda confere à criança ou
adolescente a condição de dependente,
III - a intervenção e oitiva de para todos os fins e efeitos de direito,
representantes do órgão federal inclusive previdenciários.
responsável pela política indigenista, no
caso de crianças e adolescentes indígenas, § 4o Salvo expressa e fundamentada
e de antropólogos, perante a equipe determinação em contrário, da autoridade
interprofissional ou multidisciplinar que irá judiciária competente, ou quando a medida
acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº for aplicada em preparação para adoção, o
12.010, de 2009) Vigência deferimento da guarda de criança ou
adolescente a terceiros não impede o
Art. 29. Não se deferirá colocação em exercício do direito de visitas pelos pais,
família substituta a pessoa que revele, por assim como o dever de prestar alimentos,
qualquer modo, incompatibilidade com a que serão objeto de regulamentação
natureza da medida ou não ofereça específica, a pedido do interessado ou do
ambiente familiar adequado.

790
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Ministério Público. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

Art. 34. O poder público estimulará, Parágrafo único. O deferimento da


por meio de assistência jurídica, incentivos tutela pressupõe a prévia decretação da
fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a perda ou suspensão do pátrio poder poder
forma de guarda, de criança ou adolescente familiar e implica necessariamente o dever
afastado do convívio familiar. (Redação de guarda. (Expressão substituída pela
dada pela Lei nº 12.010, de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por
§ 1o A inclusão da criança ou testamento ou qualquer documento
adolescente em programas de acolhimento autêntico, conforme previsto no parágrafo
familiar terá preferência a seu acolhimento único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10
institucional, observado, em qualquer caso, de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no
o caráter temporário e excepcional da prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da
medida, nos termos desta Lei. (Incluído sucessão, ingressar com pedido destinado
pela Lei nº 12.010, de 2009) ao controle judicial do ato, observando o
procedimento previsto nos arts. 165 a 170
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
a pessoa ou casal cadastrado no programa 12.010, de 2009) Vigência
de acolhimento familiar poderá receber a
criança ou adolescente mediante guarda, Parágrafo único. Na apreciação do
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta pedido, serão observados os requisitos
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,
2009) Vigência somente sendo deferida a tutela à pessoa
indicada na disposição de última vontade, se
§ 3o A União apoiará a restar comprovado que a medida é
implementação de serviços de acolhimento vantajosa ao tutelando e que não existe
em família acolhedora como política pública, outra pessoa em melhores condições de
os quais deverão dispor de equipe que assumi-la. (Redação dada pela Lei nº
organize o acolhimento temporário de 12.010, de 2009) Vigência
crianças e de adolescentes em residências
de famílias selecionadas, capacitadas e Art. 38. Aplica-se à destituição da
acompanhadas que não estejam no tutela o disposto no art. 24.
cadastro de adoção. (Incluído pela Lei nº
13.257, de 2016) Subseção IV

§ 4o Poderão ser utilizados recursos Da Adoção


federais, estaduais, distritais e municipais
para a manutenção dos serviços de
Art. 39. A adoção de criança e de
acolhimento em família acolhedora,
adolescente reger-se-á segundo o disposto
facultando-se o repasse de recursos para a
nesta Lei.
própria família acolhedora. (Incluído pela
Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o A adoção é medida excepcional
e irrevogável, à qual se deve recorrer
Art. 35. A guarda poderá ser revogada
apenas quando esgotados os recursos de
a qualquer tempo, mediante ato judicial manutenção da criança ou adolescente na
fundamentado, ouvido o Ministério Público. família natural ou extensa, na forma do
parágrafo único do art. 25 desta
Subseção III Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Da Tutela
§ 2o É vedada a adoção por
Art. 36. A tutela será deferida, nos procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010,
termos da lei civil, a pessoa de até 18 de 2009) Vigência
(dezoito) anos incompletos. (Redação

791
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Em caso de conflito entre direitos afetividade com aquele não detentor da
e interesses do adotando e de outras guarda, que justifiquem a excepcionalidade
pessoas, inclusive seus pais biológicos, da concessão. (Redação dada pela Lei
devem prevalecer os direitos e os interesses nº 12.010, de 2009) Vigência
do adotando. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017) § 5o Nos casos do § 4o deste artigo,
desde que demonstrado efetivo benefício ao
Art. 40. O adotando deve contar com, adotando, será assegurada a guarda
no máximo, dezoito anos à data do pedido, compartilhada, conforme previsto no art.
salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
adotantes. 2002 - Código Civil. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 41. A adoção atribui a condição de
filho ao adotado, com os mesmos direitos e § 6o A adoção poderá ser deferida ao
deveres, inclusive sucessórios, desligando- adotante que, após inequívoca
o de qualquer vínculo com pais e parentes, manifestação de vontade, vier a falecer no
salvo os impedimentos matrimoniais. curso do procedimento, antes de prolatada
a sentença. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 1º Se um dos cônjuges ou 2009) Vigência
concubinos adota o filho do outro, mantêm-
se os vínculos de filiação entre o adotado e Art. 43. A adoção será deferida
o cônjuge ou concubino do adotante e os quando apresentar reais vantagens para o
respectivos parentes. adotando e fundar-se em motivos legítimos.

§ 2º É recíproco o direito sucessório Art. 44. Enquanto não der conta de


entre o adotado, seus descendentes, o sua administração e saldar o seu alcance,
adotante, seus ascendentes, descendentes não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo
e colaterais até o 4º grau, observada a ou o curatelado.
ordem de vocação hereditária.
Art. 45. A adoção depende do
Art. 42. Podem adotar os maiores de consentimento dos pais ou do representante
18 (dezoito) anos, independentemente do legal do adotando.
estado civil. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência § 1º. O consentimento será
dispensado em relação à criança ou
§ 1º Não podem adotar os adolescente cujos pais sejam
ascendentes e os irmãos do adotando. desconhecidos ou tenham sido destituídos
do pátrio poder poder familiar. (Expressão
§ 2o Para adoção conjunta, é substituída pela Lei nº 12.010, de
indispensável que os adotantes sejam 2009) Vigência
casados civilmente ou mantenham união
estável, comprovada a estabilidade da § 2º. Em se tratando de adotando
família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, maior de doze anos de idade, será também
de 2009) Vigência necessário o seu consentimento.

§ 3º O adotante há de ser, pelo Art. 46. A adoção será precedida de


menos, dezesseis anos mais velho do que o estágio de convivência com a criança ou
adotando. adolescente, pelo prazo máximo de 90
(noventa) dias, observadas a idade da
§ 4o Os divorciados, os judicialmente criança ou adolescente e as peculiaridades
separados e os ex-companheiros podem do caso. (Redação dada pela Lei nº
adotar conjuntamente, contanto que 13.509, de 2017)
acordem sobre a guarda e o regime de
visitas e desde que o estágio de convivência § 1o O estágio de convivência poderá
tenha sido iniciado na constância do período ser dispensado se o adotando já estiver sob
de convivência e que seja comprovada a a tutela ou guarda legal do adotante durante
existência de vínculos de afinidade e tempo suficiente para que seja possível

792
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
avaliar a conveniência da constituição do registro civil mediante mandado do qual não
vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, se fornecerá certidão.
de 2009) Vigência
§ 1º A inscrição consignará o nome
§ 2o A simples guarda de fato não dos adotantes como pais, bem como o nome
autoriza, por si só, a dispensa da realização de seus ascendentes.
do estágio de convivência. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º O mandado judicial, que será
arquivado, cancelará o registro original do
§ 2o-A. O prazo máximo estabelecido adotado.
no caput deste artigo pode ser prorrogado
por até igual período, mediante decisão § 3o A pedido do adotante, o novo
fundamentada da autoridade registro poderá ser lavrado no Cartório do
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Registro Civil do Município de sua
2017) residência. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Em caso de adoção por pessoa
ou casal residente ou domiciliado fora do § 4o Nenhuma observação sobre a
País, o estágio de convivência será de, no origem do ato poderá constar nas certidões
mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 do registro. (Redação dada pela Lei nº
(quarenta e cinco) dias, prorrogável por até 12.010, de 2009) Vigência
igual período, uma única vez, mediante
decisão fundamentada da autoridade § 5o A sentença conferirá ao adotado
judiciária. (Redação dada pela Lei nº
o nome do adotante e, a pedido de qualquer
13.509, de 2017)
deles, poderá determinar a modificação do
prenome. (Redação dada pela Lei nº
§ 3o-A. Ao final do prazo previsto no § 12.010, de 2009) Vigência
3o deste artigo, deverá ser apresentado
laudo fundamentado pela equipe
§ 6o Caso a modificação de prenome
mencionada no § 4o deste artigo, que
seja requerida pelo adotante, é obrigatória a
recomendará ou não o deferimento da
oitiva do adotando, observado o disposto
adoção à autoridade judiciária. (Incluído
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta
pela Lei nº 13.509, de 2017) Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4o O estágio de convivência será
acompanhado pela equipe interprofissional
§ 7o A adoção produz seus efeitos a
a serviço da Justiça da Infância e da
partir do trânsito em julgado da sentença
Juventude, preferencialmente com apoio constitutiva, exceto na hipótese prevista no
dos técnicos responsáveis pela execução § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá
da política de garantia do direito à
força retroativa à data do óbito. (Incluído
convivência familiar, que apresentarão
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
relatório minucioso acerca da conveniência
do deferimento da medida. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 8o O processo relativo à adoção
assim como outros a ele relacionados serão
mantidos em arquivo, admitindo-se seu
§ 5o O estágio de convivência será
armazenamento em microfilme ou por
cumprido no território nacional,
outros meios, garantida a sua conservação
preferencialmente na comarca de residência para consulta a qualquer tempo. (Incluído
da criança ou adolescente, ou, a critério do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em
qualquer hipótese, a competência do juízo
da comarca de residência da § 9º Terão prioridade de tramitação os
criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de processos de adoção em que o adotando for
2017) criança ou adolescente com deficiência ou
com doença crônica. (Incluído pela Lei nº
12.955, de 2014)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-
se por sentença judicial, que será inscrita no

793
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 10. O prazo máximo para conclusão deste artigo incluirá o contato com crianças
da ação de adoção será de 120 (cento e e adolescentes em acolhimento familiar ou
vinte) dias, prorrogável uma única vez por institucional em condições de serem
igual período, mediante decisão adotados, a ser realizado sob a orientação,
fundamentada da autoridade supervisão e avaliação da equipe técnica da
judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Justiça da Infância e da Juventude, com
2017) apoio dos técnicos responsáveis pelo
programa de acolhimento e pela execução
Art. 48. O adotado tem direito de da política municipal de garantia do direito à
conhecer sua origem biológica, bem como convivência familiar. (Incluído pela Lei nº
de obter acesso irrestrito ao processo no 12.010, de 2009) Vigência
qual a medida foi aplicada e seus eventuais
incidentes, após completar 18 (dezoito) § 5o Serão criados e implementados
anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de cadastros estaduais e nacional de crianças
2009) Vigência e adolescentes em condições de serem
adotados e de pessoas ou casais habilitados
Parágrafo único. O acesso ao à adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
processo de adoção poderá ser também 2009) Vigência
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito)
anos, a seu pedido, assegurada orientação § 6o Haverá cadastros distintos para
e assistência jurídica e pessoas ou casais residentes fora do País,
psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, que somente serão consultados na
de 2009) Vigência inexistência de postulantes nacionais
habilitados nos cadastros mencionados no §
Art. 49. A morte dos adotantes não 5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº
restabelece o pátrio poder poder familiar dos 12.010, de 2009) Vigência
pais naturais. (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 7o As autoridades estaduais e
federais em matéria de adoção terão acesso
Art. 50. A autoridade judiciária integral aos cadastros, incumbindo-lhes a
manterá, em cada comarca ou foro regional, troca de informações e a cooperação mútua,
um registro de crianças e adolescentes em para melhoria do sistema. (Incluído pela
condições de serem adotados e outro de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pessoas interessadas na adoção. (Vide
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 8o A autoridade judiciária
providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
§ 1º O deferimento da inscrição dar- oito) horas, a inscrição das crianças e
se-á após prévia consulta aos órgãos adolescentes em condições de serem
técnicos do juizado, ouvido o Ministério adotados que não tiveram colocação
Público. familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua
habilitação à adoção nos cadastros estadual
§ 2º Não será deferida a inscrição se
e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob
o interessado não satisfizer os requisitos
legais, ou verificada qualquer das hipóteses pena de responsabilidade. (Incluído pela
previstas no art. 29. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 9o Compete à Autoridade Central


§ 3o A inscrição de postulantes à
Estadual zelar pela manutenção e correta
adoção será precedida de um período de
preparação psicossocial e jurídica, alimentação dos cadastros, com posterior
orientado pela equipe técnica da Justiça da comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Infância e da Juventude, preferencialmente
2009) Vigência
com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia
do direito à convivência familiar. (Incluído § 10. Consultados os cadastros e
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil
compatível e interesse manifesto pela
§ 4o Sempre que possível e
adoção de criança ou adolescente inscrito
recomendável, a preparação referida no § 3o

794
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nos cadastros existentes, será realizado o irmãos. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
encaminhamento da criança ou adolescente 2017)
à adoção internacional. (Redação
dada pela Lei nº 13.509, de 2017) Art. 51. Considera-se adoção
internacional aquela na qual o pretendente
§ 11. Enquanto não localizada possui residência habitual em país-parte da
pessoa ou casal interessado em sua Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993,
adoção, a criança ou o adolescente, sempre Relativa à Proteção das Crianças e à
que possível e recomendável, será colocado Cooperação em Matéria de Adoção
sob guarda de família cadastrada em Internacional, promulgada pelo Decreto no
programa de acolhimento 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de criança em outro país-parte da
2009) Vigência Convenção. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
§ 12. A alimentação do cadastro e a
convocação criteriosa dos postulantes à § 1o A adoção internacional de
adoção serão fiscalizadas pelo Ministério criança ou adolescente brasileiro ou
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de domiciliado no Brasil somente terá lugar
2009) Vigência quando restar comprovado: (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de
§ 13. Somente poderá ser deferida 2009) Vigência
adoção em favor de candidato domiciliado
no Brasil não cadastrado previamente nos I - que a colocação em família adotiva
termos desta Lei quando: (Incluído pela é a solução adequada ao caso
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência concreto; (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017)
I - se tratar de pedido de adoção
unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de II - que foram esgotadas todas as
2009) Vigência possibilidades de colocação da criança ou
adolescente em família adotiva brasileira,
II - for formulada por parente com o com a comprovação, certificada nos autos,
qual a criança ou adolescente mantenha da inexistência de adotantes habilitados
vínculos de afinidade e residentes no Brasil com perfil compatível
afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, com a criança ou adolescente, após
de 2009) Vigência consulta aos cadastros mencionados nesta
Lei; (Redação dada pela Lei nº 13.509, de
2017)
III - oriundo o pedido de quem detém
a tutela ou guarda legal de criança maior de
3 (três) anos ou adolescente, desde que o III - que, em se tratando de adoção de
lapso de tempo de convivência comprove a adolescente, este foi consultado, por meios
fixação de laços de afinidade e afetividade, adequados ao seu estágio de
e não seja constatada a ocorrência de má- desenvolvimento, e que se encontra
fé ou qualquer das situações previstas nos preparado para a medida, mediante parecer
arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela elaborado por equipe interprofissional,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13
deste artigo, o candidato deverá comprovar,
no curso do procedimento, que preenche os § 2o Os brasileiros residentes no
requisitos necessários à adoção, conforme exterior terão preferência aos estrangeiros,
previsto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº nos casos de adoção internacional de
12.010, de 2009) Vigência criança ou adolescente
brasileiro. (Redação dada pela Lei nº
§ 15. Será assegurada prioridade no 12.010, de 2009) Vigência
cadastro a pessoas interessadas em adotar
criança ou adolescente com deficiência, § 3o A adoção internacional
com doença crônica ou com necessidades pressupõe a intervenção das Autoridades
específicas de saúde, além de grupo de Centrais Estaduais e Federal em matéria de

795
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
adoção internacional. (Redação dada pela juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência

§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, VI - a Autoridade Central Estadual


de 2009) Vigência poderá fazer exigências e solicitar
complementação sobre o estudo
Art. 52. A adoção internacional psicossocial do postulante estrangeiro à
observará o procedimento previsto nos arts. adoção, já realizado no país de
165 a 170 desta Lei, com as seguintes acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
adaptações: (Redação dada pela Lei nº 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
VII - verificada, após estudo realizado
I - a pessoa ou casal estrangeiro, pela Autoridade Central Estadual, a
interessado em adotar criança ou compatibilidade da legislação estrangeira
adolescente brasileiro, deverá formular com a nacional, além do preenchimento por
pedido de habilitação à adoção perante a parte dos postulantes à medida dos
Autoridade Central em matéria de adoção requisitos objetivos e subjetivos necessários
internacional no país de acolhida, assim ao seu deferimento, tanto à luz do que
entendido aquele onde está situada sua dispõe esta Lei como da legislação do país
residência habitual; (Incluída pela Lei nº de acolhida, será expedido laudo de
12.010, de 2009) Vigência habilitação à adoção internacional, que terá
validade por, no máximo, 1 (um)
ano; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
II - se a Autoridade Central do país de
2009) Vigência
acolhida considerar que os solicitantes
estão habilitados e aptos para adotar,
emitirá um relatório que contenha VIII - de posse do laudo de habilitação,
informações sobre a identidade, a o interessado será autorizado a formalizar
capacidade jurídica e adequação dos pedido de adoção perante o Juízo da
solicitantes para adotar, sua situação Infância e da Juventude do local em que se
pessoal, familiar e médica, seu meio social, encontra a criança ou adolescente,
os motivos que os animam e sua aptidão conforme indicação efetuada pela
para assumir uma adoção Autoridade Central Estadual. (Incluída pela
internacional; (Incluída pela Lei nº Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Se a legislação do país de
III - a Autoridade Central do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os
acolhida enviará o relatório à Autoridade pedidos de habilitação à adoção
Central Estadual, com cópia para a internacional sejam intermediados por
Autoridade Central Federal organismos credenciados. (Incluída pela
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
§ 2o Incumbe à Autoridade Central
IV - o relatório será instruído com toda Federal Brasileira o credenciamento de
a documentação necessária, incluindo organismos nacionais e estrangeiros
estudo psicossocial elaborado por equipe encarregados de intermediar pedidos de
interprofissional habilitada e cópia habilitação à adoção internacional, com
autenticada da legislação pertinente, posterior comunicação às Autoridades
acompanhada da respectiva prova de Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
vigência; (Incluída pela Lei nº 12.010, de oficiais de imprensa e em sítio próprio da
2009) Vigência internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
V - os documentos em língua
estrangeira serão devidamente § 3o Somente será admissível o
autenticados pela autoridade consular, credenciamento de organismos
observados os tratados e convenções que: (Incluída pela Lei nº 12.010, de
internacionais, e acompanhados da 2009) Vigência
respectiva tradução, por tradutor público

796
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - sejam oriundos de países que financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
ratificaram a Convenção de Haia e estejam 2009) Vigência
devidamente credenciados pela Autoridade
Central do país onde estiverem sediados e IV - apresentar à Autoridade Central
no país de acolhida do adotando para atuar Federal Brasileira, a cada ano, relatório
em adoção internacional no geral das atividades desenvolvidas, bem
Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de como relatório de acompanhamento das
2009) Vigência adoções internacionais efetuadas no
período, cuja cópia será encaminhada ao
II - satisfizerem as condições de Departamento de Polícia Federal; (Incluída
integridade moral, competência profissional, pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
experiência e responsabilidade exigidas
pelos países respectivos e pela Autoridade V - enviar relatório pós-adotivo
Central Federal Brasileira; (Incluída pela semestral para a Autoridade Central
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Estadual, com cópia para a Autoridade
Central Federal Brasileira, pelo período
III - forem qualificados por seus mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório
padrões éticos e sua formação e experiência será mantido até a juntada de cópia
para atuar na área de adoção autenticada do registro civil, estabelecendo
internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, a cidadania do país de acolhida para o
de 2009) Vigência adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
IV - cumprirem os requisitos exigidos
pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas VI - tomar as medidas necessárias
normas estabelecidas pela Autoridade para garantir que os adotantes encaminhem
Central Federal Brasileira. (Incluída pela à Autoridade Central Federal Brasileira
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência cópia da certidão de registro de nascimento
estrangeira e do certificado de
§ 4o Os organismos credenciados nacionalidade tão logo lhes sejam
deverão ainda: (Incluído pela Lei nº concedidos. (Incluída pela Lei nº 12.010,
12.010, de 2009) Vigência de 2009) Vigência

I - perseguir unicamente fins não § 5o A não apresentação dos


lucrativos, nas condições e dentro dos relatórios referidos no § 4o deste artigo pelo
limites fixados pelas autoridades organismo credenciado poderá acarretar a
competentes do país onde estiverem suspensão de seu
sediados, do país de acolhida e pela credenciamento. (Incluído pela Lei nº
Autoridade Central Federal 12.010, de 2009) Vigência
Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 6o O credenciamento de organismo
nacional ou estrangeiro encarregado de
II - ser dirigidos e administrados por intermediar pedidos de adoção internacional
pessoas qualificadas e de reconhecida terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído
idoneidade moral, com comprovada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
formação ou experiência para atuar na área
de adoção internacional, cadastradas pelo § 7o A renovação do credenciamento
Departamento de Polícia Federal e poderá ser concedida mediante
aprovadas pela Autoridade Central Federal requerimento protocolado na Autoridade
Brasileira, mediante publicação de portaria Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta)
do órgão federal competente; (Incluída dias anteriores ao término do respectivo
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prazo de validade. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das
autoridades competentes do país onde § 8o Antes de transitada em julgado a
estiverem sediados e no país de acolhida, decisão que concedeu a adoção
inclusive quanto à sua composição, internacional, não será permitida a saída do
funcionamento e situação adotando do território nacional. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

797
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 9o Transitada em julgado a decisão, Art. 52-A. É vedado, sob pena de
a autoridade judiciária determinará a responsabilidade e descredenciamento, o
expedição de alvará com autorização de repasse de recursos provenientes de
viagem, bem como para obtenção de organismos estrangeiros encarregados de
passaporte, constando, obrigatoriamente, intermediar pedidos de adoção internacional
as características da criança ou adolescente a organismos nacionais ou a pessoas
adotado, como idade, cor, sexo, eventuais físicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
sinais ou traços peculiares, assim como foto 2009) Vigência
recente e a aposição da impressão digital do
seu polegar direito, instruindo o documento Parágrafo único. Eventuais repasses
com cópia autenticada da decisão e certidão somente poderão ser efetuados via Fundo
de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº dos Direitos da Criança e do Adolescente e
12.010, de 2009) Vigência estarão sujeitos às deliberações do
respectivo Conselho de Direitos da Criança
§ 10. A Autoridade Central Federal e do Adolescente (Incluído pela Lei nº
Brasileira poderá, a qualquer momento, 12.010, de 2009) Vigência
solicitar informações sobre a situação das
crianças e adolescentes Art. 52-B. A adoção por brasileiro
adotados (Incluído pela Lei nº 12.010, de residente no exterior em país ratificante da
2009) Vigência Convenção de Haia, cujo processo de
adoção tenha sido processado em
§ 11. A cobrança de valores por parte conformidade com a legislação vigente no
dos organismos credenciados, que sejam país de residência e atendido o disposto na
considerados abusivos pela Autoridade Alínea “c” do Artigo 17 da referida
Central Federal Brasileira e que não estejam Convenção, será automaticamente
devidamente comprovados, é causa de seu recepcionada com o reingresso no
descredenciamento. (Incluído pela Lei nº Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
12.010, de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu § 1o Caso não tenha sido atendido o
cônjuge não podem ser representados por disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
mais de uma entidade credenciada para Convenção de Haia, deverá a sentença ser
atuar na cooperação em adoção homologada pelo Superior Tribunal de
internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência 2009) Vigência

§ 13. A habilitação de postulante § 2o O pretendente brasileiro


estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá residente no exterior em país não ratificante
validade máxima de 1 (um) ano, podendo da Convenção de Haia, uma vez
ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, reingressado no Brasil, deverá requerer a
de 2009) Vigência homologação da sentença estrangeira pelo
Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela
§ 14. É vedado o contato direto de Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
representantes de organismos de adoção,
nacionais ou estrangeiros, com dirigentes Art. 52-C. Nas adoções
de programas de acolhimento institucional internacionais, quando o Brasil for o país de
ou familiar, assim como com crianças e acolhida, a decisão da autoridade
adolescentes em condições de serem competente do país de origem da criança ou
adotados, sem a devida autorização do adolescente será conhecida pela
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Autoridade Central Estadual que tiver
2009) Vigência processado o pedido de habilitação dos pais
adotivos, que comunicará o fato à
§ 15. A Autoridade Central Federal Autoridade Central Federal e determinará as
Brasileira poderá limitar ou suspender a providências necessárias à expedição do
concessão de novos credenciamentos Certificado de Naturalização
sempre que julgar necessário, mediante ato Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
administrativo fundamentado. (Incluído 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

798
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o A Autoridade Central Estadual, V - acesso à escola pública e gratuita,
ouvido o Ministério Público, somente próxima de sua residência, garantindo-se
deixará de reconhecer os efeitos daquela vagas no mesmo estabelecimento a irmãos
decisão se restar demonstrado que a que frequentem a mesma etapa ou ciclo de
adoção é manifestamente contrária à ordem ensino da educação
pública ou não atende ao interesse superior básica. (Redação dada pela Lei nº
da criança ou do adolescente. (Incluído 13.845, de 2019)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. É direito dos pais ou
§ 2o Na hipótese de não responsáveis ter ciência do processo
reconhecimento da adoção, prevista no § 1o pedagógico, bem como participar da
deste artigo, o Ministério Público deverá definição das propostas educacionais.
imediatamente requerer o que for de direito
para resguardar os interesses da criança ou Art. 53-A. É dever da instituição de
do adolescente, comunicando-se as ensino, clubes e agremiações recreativas e
providências à Autoridade Central Estadual, de estabelecimentos congêneres assegurar
que fará a comunicação à Autoridade medidas de conscientização, prevenção e
Central Federal Brasileira e à Autoridade enfrentamento ao uso ou dependência de
Central do país de origem. (Incluído pela drogas ilícitas. (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 13.840, de 2019)

Art. 52-D. Nas adoções Art. 54. É dever do Estado assegurar


internacionais, quando o Brasil for o país de à criança e ao adolescente:
acolhida e a adoção não tenha sido deferida
no país de origem porque a sua legislação a
I - ensino fundamental, obrigatório e
delega ao país de acolhida, ou, ainda, na
gratuito, inclusive para os que a ele não
hipótese de, mesmo com decisão, a criança
tiveram acesso na idade própria;
ou o adolescente ser oriundo de país que
não tenha aderido à Convenção referida, o
processo de adoção seguirá as regras da II - progressiva extensão da
adoção nacional. (Incluído pela Lei nº obrigatoriedade e gratuidade ao ensino
12.010, de 2009) Vigência médio;

Capítulo IV III - atendimento educacional


especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de
Do Direito à Educação, à Cultura, ao
ensino;
Esporte e ao Lazer
IV – atendimento em creche e pré-
Art. 53. A criança e o adolescente têm escola às crianças de zero a cinco anos de
direito à educação, visando ao pleno
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306,
desenvolvimento de sua pessoa, preparo
de 2016)
para o exercício da cidadania e qualificação
para o trabalho, assegurando-se-lhes:
V - acesso aos níveis mais elevados
do ensino, da pesquisa e da criação
I - igualdade de condições para o
artística, segundo a capacidade de cada um;
acesso e permanência na escola;
VI - oferta de ensino noturno regular,
II - direito de ser respeitado por seus adequado às condições do adolescente
educadores; trabalhador;

III - direito de contestar critérios


VII - atendimento no ensino
avaliativos, podendo recorrer às instâncias fundamental, através de programas
escolares superiores; suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à
IV - direito de organização e saúde.
participação em entidades estudantis;

799
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e Art. 60. É proibido qualquer trabalho a
gratuito é direito público subjetivo. menores de quatorze anos de idade, salvo
na condição de aprendiz. (Vide
§ 2º O não oferecimento do ensino Constituição Federal)
obrigatório pelo poder público ou sua oferta
irregular importa responsabilidade da Art. 61. A proteção ao trabalho dos
autoridade competente. adolescentes é regulada por legislação
especial, sem prejuízo do disposto nesta
§ 3º Compete ao poder público Lei.
recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, Art. 62. Considera-se aprendizagem a
junto aos pais ou responsável, pela formação técnico-profissional ministrada
freqüência à escola. segundo as diretrizes e bases da legislação
de educação em vigor.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a
obrigação de matricular seus filhos ou Art. 63. A formação técnico-
pupilos na rede regular de ensino. profissional obedecerá aos seguintes
princípios:
Art. 56. Os dirigentes de
estabelecimentos de ensino fundamental I - garantia de acesso e freqüência
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos obrigatória ao ensino regular;
de:
II - atividade compatível com o
I - maus-tratos envolvendo seus desenvolvimento do adolescente;
alunos;
III - horário especial para o exercício
II - reiteração de faltas injustificadas e das atividades.
de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares; Art. 64. Ao adolescente até quatorze
anos de idade é assegurada bolsa de
III - elevados níveis de repetência. aprendizagem.

Art. 57. O poder público estimulará Art. 65. Ao adolescente aprendiz,


pesquisas, experiências e novas propostas maior de quatorze anos, são assegurados
relativas a calendário, seriação, currículo, os direitos trabalhistas e previdenciários.
metodologia, didática e avaliação, com
vistas à inserção de crianças e adolescentes Art. 66. Ao adolescente portador de
excluídos do ensino fundamental deficiência é assegurado trabalho protegido.
obrigatório.
Art. 67. Ao adolescente empregado,
Art. 58. No processo educacional aprendiz, em regime familiar de trabalho,
respeitar-se-ão os valores culturais, aluno de escola técnica, assistido em
artísticos e históricos próprios do contexto entidade governamental ou não-
social da criança e do adolescente, governamental, é vedado trabalho:
garantindo-se a estes a liberdade da criação
e o acesso às fontes de cultura. I - noturno, realizado entre as vinte e
duas horas de um dia e as cinco horas do
Art. 59. Os municípios, com apoio dos dia seguinte;
estados e da União, estimularão e facilitarão
a destinação de recursos e espaços para
II - perigoso, insalubre ou penoso;
programações culturais, esportivas e de
lazer voltadas para a infância e a juventude.
III - realizado em locais prejudiciais à
sua formação e ao seu desenvolvimento
Capítulo V
físico, psíquico, moral e social;

Do Direito à Profissionalização e à Proteção


no Trabalho

800
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV - realizado em horários e locais que principais ações: (Incluído pela Lei nº
não permitam a freqüência à escola. 13.010, de 2014)

Art. 68. O programa social que tenha I - a promoção de campanhas


por base o trabalho educativo, sob educativas permanentes para a divulgação
responsabilidade de entidade do direito da criança e do adolescente de
governamental ou não-governamental sem serem educados e cuidados sem o uso de
fins lucrativos, deverá assegurar ao castigo físico ou de tratamento cruel ou
adolescente que dele participe condições de degradante e dos instrumentos de proteção
capacitação para o exercício de atividade aos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº
regular remunerada. 13.010, de 2014)

§ 1º Entende-se por trabalho II - a integração com os órgãos do


educativo a atividade laboral em que as Poder Judiciário, do Ministério Público e da
exigências pedagógicas relativas ao Defensoria Pública, com o Conselho
desenvolvimento pessoal e social do Tutelar, com os Conselhos de Direitos da
educando prevalecem sobre o aspecto Criança e do Adolescente e com as
produtivo. entidades não governamentais que atuam
na promoção, proteção e defesa dos direitos
§ 2º A remuneração que o da criança e do adolescente; (Incluído
adolescente recebe pelo trabalho efetuado pela Lei nº 13.010, de 2014)
ou a participação na venda dos produtos de
seu trabalho não desfigura o caráter III - a formação continuada e a
educativo. capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais
Art. 69. O adolescente tem direito à agentes que atuam na promoção, proteção
profissionalização e à proteção no trabalho, e defesa dos direitos da criança e do
observados os seguintes aspectos, entre adolescente para o desenvolvimento das
outros: competências necessárias à prevenção, à
identificação de evidências, ao diagnóstico e
ao enfrentamento de todas as formas de
I - respeito à condição peculiar de
violência contra a criança e o
pessoa em desenvolvimento;
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
II - capacitação profissional adequada
ao mercado de trabalho.
IV - o apoio e o incentivo às práticas
de resolução pacífica de conflitos que
Título III envolvam violência contra a criança e o
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010,
Da Prevenção de 2014)

Capítulo I V - a inclusão, nas políticas públicas,


de ações que visem a garantir os direitos da
Disposições Gerais criança e do adolescente, desde a atenção
pré-natal, e de atividades junto aos pais e
Art. 70. É dever de todos prevenir a responsáveis com o objetivo de promover a
ocorrência de ameaça ou violação dos informação, a reflexão, o debate e a
direitos da criança e do adolescente. orientação sobre alternativas ao uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou
degradante no processo
Art. 70-A. A União, os Estados, o
educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
Distrito Federal e os Municípios deverão
2014)
atuar de forma articulada na elaboração de
políticas públicas e na execução de ações
destinadas a coibir o uso de castigo físico ou VI - a promoção de espaços
de tratamento cruel ou degradante e difundir intersetoriais locais para a articulação de
formas não violentas de educação de ações e a elaboração de planos de atuação
crianças e de adolescentes, tendo como conjunta focados nas famílias em situação
de violência, com participação de

801
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
profissionais de saúde, de assistência social Da informação, Cultura, Lazer, Esportes,
e de educação e de órgãos de promoção, Diversões e Espetáculos
proteção e defesa dos direitos da criança e
do adolescente. (Incluído pela Lei nº Art. 74. O poder público, através do
13.010, de 2014) órgão competente, regulará as diversões e
espetáculos públicos, informando sobre a
Parágrafo único. As famílias com natureza deles, as faixas etárias a que não
crianças e adolescentes com deficiência se recomendem, locais e horários em que
terão prioridade de atendimento nas ações sua apresentação se mostre inadequada.
e políticas públicas de prevenção e
proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de Parágrafo único. Os responsáveis
2014) pelas diversões e espetáculos públicos
deverão afixar, em lugar visível e de fácil
Art. 70-B. As entidades, públicas e acesso, à entrada do local de exibição,
privadas, que atuem nas áreas a que se informação destacada sobre a natureza do
refere o art. 71, dentre outras, devem contar, espetáculo e a faixa etária especificada no
em seus quadros, com pessoas capacitadas certificado de classificação.
a reconhecer e comunicar ao Conselho
Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos Art. 75. Toda criança ou adolescente
praticados contra crianças e terá acesso às diversões e espetáculos
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, públicos classificados como adequados à
de 2014) sua faixa etária.

Parágrafo único. São igualmente Parágrafo único. As crianças menores


responsáveis pela comunicação de que de dez anos somente poderão ingressar e
trata este artigo, as pessoas encarregadas, permanecer nos locais de apresentação ou
por razão de cargo, função, ofício, exibição quando acompanhadas dos pais ou
ministério, profissão ou ocupação, do responsável.
cuidado, assistência ou guarda de crianças
e adolescentes, punível, na forma deste
Art. 76. As emissoras de rádio e
Estatuto, o injustificado retardamento ou
televisão somente exibirão, no horário
omissão, culposos ou dolosos. (Incluído
recomendado para o público infanto juvenil,
pela Lei nº 13.046, de 2014)
programas com finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas.
Art. 71. A criança e o adolescente têm
direito a informação, cultura, lazer, esportes,
Parágrafo único. Nenhum espetáculo
diversões, espetáculos e produtos e
será apresentado ou anunciado sem aviso
serviços que respeitem sua condição
de sua classificação, antes de sua
peculiar de pessoa em desenvolvimento.
transmissão, apresentação ou exibição.

Art. 72. As obrigações previstas nesta


Art. 77. Os proprietários, diretores,
Lei não excluem da prevenção especial
gerentes e funcionários de empresas que
outras decorrentes dos princípios por ela explorem a venda ou aluguel de fitas de
adotados. programação em vídeo cuidarão para que
não haja venda ou locação em desacordo
Art. 73. A inobservância das normas com a classificação atribuída pelo órgão
de prevenção importará em competente.
responsabilidade da pessoa física ou
jurídica, nos termos desta Lei. Parágrafo único. As fitas a que alude
este artigo deverão exibir, no invólucro,
Capítulo II informação sobre a natureza da obra e a
faixa etária a que se destinam.
Da Prevenção Especial
Art. 78. As revistas e publicações
Seção I contendo material impróprio ou inadequado
a crianças e adolescentes deverão ser

802
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
comercializadas em embalagem lacrada, Seção III
com a advertência de seu conteúdo.
Da Autorização para Viajar
Parágrafo único. As editoras cuidarão
para que as capas que contenham Art. 83. Nenhuma criança ou
mensagens pornográficas ou obscenas adolescente menor de 16 (dezesseis) anos
sejam protegidas com embalagem opaca. poderá viajar para fora da comarca onde
reside desacompanhado dos pais ou dos
Art. 79. As revistas e publicações responsáveis sem expressa autorização
destinadas ao público infanto-juvenil não judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.812,
poderão conter ilustrações, fotografias, de 2019)
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas
alcoólicas, tabaco, armas e munições, e § 1º A autorização não será exigida
deverão respeitar os valores éticos e sociais quando:
da pessoa e da família.
a) tratar-se de comarca contígua à da
Art. 80. Os responsáveis por residência da criança ou do adolescente
estabelecimentos que explorem menor de 16 (dezesseis) anos, se na
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere mesma unidade da Federação, ou incluída
ou por casas de jogos, assim entendidas as na mesma região metropolitana; (Redação
que realizem apostas, ainda que dada pela Lei nº 13.812, de 2019)
eventualmente, cuidarão para que não seja
permitida a entrada e a permanência de b) a criança ou o adolescente menor
crianças e adolescentes no local, afixando
de 16 (dezesseis) anos estiver
aviso para orientação do público.
acompanhado: (Redação dada pela Lei nº
13.812, de 2019)
Seção II
1) de ascendente ou colateral maior,
Dos Produtos e Serviços até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
Art. 81. É proibida a venda à criança
ou ao adolescente de: 2) de pessoa maior, expressamente
autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
I - armas, munições e explosivos;
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a
II - bebidas alcoólicas; pedido dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.
III - produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou Art. 84. Quando se tratar de viagem ao
psíquica ainda que por utilização indevida; exterior, a autorização é dispensável, se a
criança ou adolescente:
IV - fogos de estampido e de artifício,
exceto aqueles que pelo seu reduzido I - estiver acompanhado de ambos os
potencial sejam incapazes de provocar pais ou responsável;
qualquer dano físico em caso de utilização
indevida; II - viajar na companhia de um dos
pais, autorizado expressamente pelo outro
V - revistas e publicações a que alude através de documento com firma
o art. 78; reconhecida.

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. Art. 85. Sem prévia e expressa


autorização judicial, nenhuma criança ou
Art. 82. É proibida a hospedagem de adolescente nascido em território nacional
criança ou adolescente em hotel, motel, poderá sair do País em companhia de
pensão ou estabelecimento congênere, estrangeiro residente ou domiciliado no
salvo se autorizado ou acompanhado pelos exterior.
pais ou responsável.

803
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parte Especial necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de
Título I irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Da Política de Atendimento
Art. 88. São diretrizes da política de
atendimento:
Capítulo I

I - municipalização do atendimento;
Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos II - criação de conselhos municipais,


direitos da criança e do adolescente far-se- estaduais e nacional dos direitos da criança
e do adolescente, órgãos deliberativos e
á através de um conjunto articulado de
controladores das ações em todos os níveis,
ações governamentais e não-
assegurada a participação popular paritária
governamentais, da União, dos estados, do
por meio de organizações representativas,
Distrito Federal e dos municípios.
segundo leis federal, estaduais e
municipais;
Art. 87. São linhas de ação da política
de atendimento:
III - criação e manutenção de
programas específicos, observada a
I - políticas sociais básicas; descentralização político-administrativa;

II - serviços, programas, projetos e IV - manutenção de fundos nacional,


benefícios de assistência social de garantia estaduais e municipais vinculados aos
de proteção social e de prevenção e respectivos conselhos dos direitos da
redução de violações de direitos, seus criança e do adolescente;
agravamentos ou
reincidências; (Redação dada pela Lei nº
V - integração operacional de órgãos
13.257, de 2016)
do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Segurança Pública e Assistência Social,
III - serviços especiais de prevenção e preferencialmente em um mesmo local, para
atendimento médico e psicossocial às efeito de agilização do atendimento inicial a
vítimas de negligência, maus-tratos, adolescente a quem se atribua autoria de
exploração, abuso, crueldade e opressão; ato infracional;

IV - serviço de identificação e VI - integração operacional de órgãos


localização de pais, responsável, crianças e do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
adolescentes desaparecidos; Conselho Tutelar e encarregados da
execução das políticas sociais básicas e de
V - proteção jurídico-social por assistência social, para efeito de agilização
entidades de defesa dos direitos da criança do atendimento de crianças e de
e do adolescente. adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com
VI - políticas e programas destinados vista na sua rápida reintegração à família de
a prevenir ou abreviar o período de origem ou, se tal solução se mostrar
afastamento do convívio familiar e a garantir comprovadamente inviável, sua colocação
o efetivo exercício do direito à convivência em família substituta, em quaisquer das
familiar de crianças e modalidades previstas no art. 28 desta
adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
de 2009) Vigência 2009) Vigência

VII - campanhas de estímulo ao VII - mobilização da opinião pública


acolhimento sob forma de guarda de para a indispensável participação dos
crianças e adolescentes afastados do diversos segmentos da
convívio familiar e à adoção, sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
especificamente inter-racial, de crianças 2009) Vigência
maiores ou de adolescentes, com

804
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VIII - especialização e formação V - prestação de serviços à
continuada dos profissionais que trabalham comunidade; (Redação dada pela Lei nº
nas diferentes áreas da atenção à primeira 12.594, de 2012) (Vide)
infância, incluindo os conhecimentos sobre
direitos da criança e sobre desenvolvimento VI - liberdade assistida; (Redação
infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2016)
VII - semiliberdade; e (Redação
IX - formação profissional com dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
abrangência dos diversos direitos da criança
e do adolescente que favoreça a
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº
intersetorialidade no atendimento da criança
12.594, de 2012) (Vide)
e do adolescente e seu desenvolvimento
integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016) § 1o As entidades governamentais e
não governamentais deverão proceder à
inscrição de seus programas, especificando
X - realização e divulgação de
os regimes de atendimento, na forma
pesquisas sobre desenvolvimento infantil e definida neste artigo, no Conselho Municipal
sobre prevenção da violência. (Incluído
dos Direitos da Criança e do Adolescente, o
pela Lei nº 13.257, de 2016)
qual manterá registro das inscrições e de
suas alterações, do que fará comunicação
Art. 89. A função de membro do ao Conselho Tutelar e à autoridade
conselho nacional e dos conselhos judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
estaduais e municipais dos direitos da 2009) Vigência
criança e do adolescente é considerada de
interesse público relevante e não será
§ 2o Os recursos destinados à
remunerada.
implementação e manutenção dos
programas relacionados neste artigo serão
Capítulo II previstos nas dotações orçamentárias dos
órgãos públicos encarregados das áreas de
Das Entidades de Atendimento Educação, Saúde e Assistência Social,
dentre outros, observando-se o princípio da
eção I prioridade absoluta à criança e ao
adolescente preconizado pelo caput do art.
227 da Constituição Federal e pelo caput e
Disposições Gerais
parágrafo único do art. 4o desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 90. As entidades de atendimento 2009) Vigência
são responsáveis pela manutenção das
próprias unidades, assim como pelo
§ 3o Os programas em execução
planejamento e execução de programas de
serão reavaliados pelo Conselho Municipal
proteção e sócio-educativos destinados a
dos Direitos da Criança e do Adolescente,
crianças e adolescentes, em regime
no máximo, a cada 2 (dois) anos,
de: (Vide)
constituindo-se critérios para renovação da
autorização de funcionamento: (Incluído
I - orientação e apoio sócio-familiar; pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

II - apoio sócio-educativo em meio I - o efetivo respeito às regras e


aberto; princípios desta Lei, bem como às
resoluções relativas à modalidade de
III - colocação familiar; atendimento prestado expedidas pelos
Conselhos de Direitos da Criança e do
IV - acolhimento Adolescente, em todos os níveis; (Incluído
institucional; (Redação dada pela Lei nº pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência
II - a qualidade e eficiência do trabalho
desenvolvido, atestadas pelo Conselho
Tutelar, pelo Ministério Público e pela

805
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Justiça da Infância e da I - preservação dos vínculos familiares
Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, e promoção da reintegração
de 2009) Vigência familiar; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
III - em se tratando de programas de
acolhimento institucional ou familiar, serão II - integração em família substituta,
considerados os índices de sucesso na quando esgotados os recursos de
reintegração familiar ou de adaptação à manutenção na família natural ou
família substituta, conforme o extensa; (Redação dada pela Lei nº
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência
III - atendimento personalizado e em
Art. 91. As entidades não- pequenos grupos;
governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho IV - desenvolvimento de atividades em
Municipal dos Direitos da Criança e do regime de co-educação;
Adolescente, o qual comunicará o registro
ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária V - não desmembramento de grupos
da respectiva localidade. de irmãos;

§ 1o Será negado o registro à


VI - evitar, sempre que possível, a
entidade que: (Incluído pela Lei nº 12.010, transferência para outras entidades de
de 2009) Vigência crianças e adolescentes abrigados;

a) não ofereça instalações físicas em


VII - participação na vida da
condições adequadas de habitabilidade,
comunidade local;
higiene, salubridade e segurança;
VIII - preparação gradativa para o
b) não apresente plano de trabalho
desligamento;
compatível com os princípios desta Lei;
IX - participação de pessoas da
c) esteja irregularmente constituída; comunidade no processo educativo.

d) tenha em seus quadros pessoas


§ 1o O dirigente de entidade que
inidôneas.
desenvolve programa de acolhimento
institucional é equiparado ao guardião, para
e) não se adequar ou deixar de todos os efeitos de direito. (Incluído pela
cumprir as resoluções e deliberações Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de
§ 2o Os dirigentes de entidades que
Direitos da Criança e do Adolescente, em desenvolvem programas de acolhimento
todos os níveis. (Incluída pela Lei nº familiar ou institucional remeterão à
12.010, de 2009) Vigência autoridade judiciária, no máximo a cada 6
(seis) meses, relatório circunstanciado
§ 2o O registro terá validade máxima acerca da situação de cada criança ou
de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho adolescente acolhido e sua família, para fins
Municipal dos Direitos da Criança e do da reavaliação prevista no § 1o do art. 19
Adolescente, periodicamente, reavaliar o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
cabimento de sua renovação, observado o 2009) Vigência
disposto no § 1o deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 3o Os entes federados, por
intermédio dos Poderes Executivo e
Art. 92. As entidades que Judiciário, promoverão conjuntamente a
desenvolvam programas de acolhimento permanente qualificação dos profissionais
familiar ou institucional deverão adotar os que atuam direta ou indiretamente em
seguintes princípios: (Redação dada pela programas de acolhimento institucional e
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência destinados à colocação familiar de crianças

806
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e adolescentes, incluindo membros do apoio do Conselho Tutelar local, tomará as
Poder Judiciário, Ministério Público e medidas necessárias para promover a
Conselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº imediata reintegração familiar da criança ou
12.010, de 2009) Vigência do adolescente ou, se por qualquer razão
não for isso possível ou recomendável, para
§ 4o Salvo determinação em contrário seu encaminhamento a programa de
da autoridade judiciária competente, as acolhimento familiar, institucional ou a
entidades que desenvolvem programas de família substituta, observado o disposto no §
acolhimento familiar ou institucional, se 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei
necessário com o auxílio do Conselho nº 12.010, de 2009) Vigência
Tutelar e dos órgãos de assistência social,
estimularão o contato da criança ou Art. 94. As entidades que
adolescente com seus pais e parentes, em desenvolvem programas de internação têm
cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII as seguintes obrigações, entre outras:
do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência I - observar os direitos e garantias de
que são titulares os adolescentes;
§ 5o As entidades que desenvolvem
programas de acolhimento familiar ou II - não restringir nenhum direito que
institucional somente poderão receber não tenha sido objeto de restrição na
recursos públicos se comprovado o decisão de internação;
atendimento dos princípios, exigências e
finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº III - oferecer atendimento
12.010, de 2009) Vigência personalizado, em pequenas unidades e
grupos reduzidos;
§ 6o O descumprimento das
disposições desta Lei pelo dirigente de
IV - preservar a identidade e oferecer
entidade que desenvolva programas de ambiente de respeito e dignidade ao
acolhimento familiar ou institucional é causa adolescente;
de sua destituição, sem prejuízo da
apuração de sua responsabilidade
administrativa, civil e criminal. (Incluído V - diligenciar no sentido do
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência restabelecimento e da preservação dos
vínculos familiares;
§ 7o Quando se tratar de criança de 0
(zero) a 3 (três) anos em acolhimento VI - comunicar à autoridade judiciária,
institucional, dar-se-á especial atenção à periodicamente, os casos em que se mostre
atuação de educadores de referência inviável ou impossível o reatamento dos
estáveis e qualitativamente significativos, às vínculos familiares;
rotinas específicas e ao atendimento das
necessidades básicas, incluindo as de afeto VII - oferecer instalações físicas em
como prioritárias. (Incluído pela Lei nº condições adequadas de habitabilidade,
13.257, de 2016) higiene, salubridade e segurança e os
objetos necessários à higiene pessoal;
Art. 93. As entidades que mantenham
programa de acolhimento institucional VIII - oferecer vestuário e alimentação
poderão, em caráter excepcional e de suficientes e adequados à faixa etária dos
urgência, acolher crianças e adolescentes adolescentes atendidos;
sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato IX - oferecer cuidados médicos,
em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da psicológicos, odontológicos e
Infância e da Juventude, sob pena de farmacêuticos;
responsabilidade. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência X - propiciar escolarização e
profissionalização;
Parágrafo único. Recebida a
comunicação, a autoridade judiciária, ouvido XI - propiciar atividades culturais,
o Ministério Público e se necessário com o esportivas e de lazer;

807
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XII - propiciar assistência religiosa quadros, profissionais capacitados a
àqueles que desejarem, de acordo com reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
suas crenças; suspeitas ou ocorrências de maus-
tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
XIII - proceder a estudo social e 2014)
pessoal de cada caso;
Seção II
XIV - reavaliar periodicamente cada
caso, com intervalo máximo de seis meses, Da Fiscalização das Entidades
dando ciência dos resultados à autoridade
competente; Art. 95. As entidades governamentais
e não-governamentais referidas no art. 90
XV - informar, periodicamente, o serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
adolescente internado sobre sua situação Ministério Público e pelos Conselhos
processual; Tutelares.

XVI - comunicar às autoridades Art. 96. Os planos de aplicação e as


competentes todos os casos de prestações de contas serão apresentados
adolescentes portadores de moléstias ao estado ou ao município, conforme a
infecto-contagiosas; origem das dotações orçamentárias.

XVII - fornecer comprovante de Art. 97. São medidas aplicáveis às


depósito dos pertences dos adolescentes; entidades de atendimento que
descumprirem obrigação constante do art.
XVIII - manter programas destinados 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e
ao apoio e acompanhamento de egressos; criminal de seus dirigentes ou prepostos:

XIX - providenciar os documentos I - às entidades governamentais:


necessários ao exercício da cidadania
àqueles que não os tiverem; a) advertência;

XX - manter arquivo de anotações b) afastamento provisório de seus


onde constem data e circunstâncias do dirigentes;
atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, c) afastamento definitivo de seus
sexo, idade, acompanhamento da sua dirigentes;
formação, relação de seus pertences e
demais dados que possibilitem sua
d) fechamento de unidade ou
identificação e a individualização do
interdição de programa.
atendimento.
II - às entidades não-governamentais:
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as
obrigações constantes deste artigo às
entidades que mantêm programas de a) advertência;
acolhimento institucional e
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, b) suspensão total ou parcial do
de 2009) Vigência repasse de verbas públicas;

§ 2º No cumprimento das obrigações c) interdição de unidades ou


a que alude este artigo as entidades suspensão de programa;
utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade. d) cassação do registro.

Art. 94-A. As entidades, públicas ou § 1o Em caso de reiteradas infrações


privadas, que abriguem ou recepcionem cometidas por entidades de atendimento,
crianças e adolescentes, ainda que em que coloquem em risco os direitos
caráter temporário, devem ter, em seus assegurados nesta Lei, deverá ser o fato

808
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
comunicado ao Ministério Público ou medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
representado perante autoridade judiciária 2009) Vigência
competente para as providências cabíveis,
inclusive suspensão das atividades ou I - condição da criança e do
dissolução da entidade. (Redação dada adolescente como sujeitos de direitos:
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência crianças e adolescentes são os titulares dos
direitos previstos nesta e em outras Leis,
§ 2o As pessoas jurídicas de direito bem como na Constituição
público e as organizações não Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
governamentais responderão pelos danos 2009) Vigência
que seus agentes causarem às crianças e
aos adolescentes, caracterizado o II - proteção integral e prioritária: a
descumprimento dos princípios norteadores interpretação e aplicação de toda e qualquer
das atividades de proteção norma contida nesta Lei deve ser voltada à
específica. (Redação dada pela Lei nº proteção integral e prioritária dos direitos de
12.010, de 2009) Vigência que crianças e adolescentes são
titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Título II 2009) Vigência

Das Medidas de Proteção III - responsabilidade primária e


solidária do poder público: a plena
Capítulo I efetivação dos direitos assegurados a
crianças e a adolescentes por esta Lei e
pela Constituição Federal, salvo nos casos
Disposições Gerais
por esta expressamente ressalvados, é de
responsabilidade primária e solidária das 3
Art. 98. As medidas de proteção à (três) esferas de governo, sem prejuízo da
criança e ao adolescente são aplicáveis municipalização do atendimento e da
sempre que os direitos reconhecidos nesta possibilidade da execução de programas
Lei forem ameaçados ou violados: por entidades não
governamentais; (Incluído pela Lei nº
I - por ação ou omissão da sociedade 12.010, de 2009) Vigência
ou do Estado;
IV - interesse superior da criança e do
II - por falta, omissão ou abuso dos adolescente: a intervenção deve atender
pais ou responsável; prioritariamente aos interesses e direitos da
criança e do adolescente, sem prejuízo da
III - em razão de sua conduta. consideração que for devida a outros
interesses legítimos no âmbito da
Capítulo II pluralidade dos interesses presentes no
caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
Das Medidas Específicas de Proteção
V - privacidade: a promoção dos
Art. 99. As medidas previstas neste
direitos e proteção da criança e do
Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
adolescente deve ser efetuada no respeito
cumulativamente, bem como substituídas a
pela intimidade, direito à imagem e reserva
qualquer tempo.
da sua vida privada; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 100. Na aplicação das medidas
levar-se-ão em conta as necessidades
VI - intervenção precoce: a
pedagógicas, preferindo-se aquelas que
intervenção das autoridades competentes
visem ao fortalecimento dos vínculos
deve ser efetuada logo que a situação de
familiares e comunitários.
perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. São também
princípios que regem a aplicação das
VII - intervenção mínima: a
intervenção deve ser exercida

809
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
exclusivamente pelas autoridades e I - encaminhamento aos pais ou
instituições cuja ação seja indispensável à responsável, mediante termo de
efetiva promoção dos direitos e à proteção responsabilidade;
da criança e do adolescente; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência II - orientação, apoio e
acompanhamento temporários;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a
intervenção deve ser a necessária e III - matrícula e freqüência obrigatórias
adequada à situação de perigo em que a em estabelecimento oficial de ensino
criança ou o adolescente se encontram no fundamental;
momento em que a decisão é
tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
IV - inclusão em serviços e programas
2009) Vigência oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família, da criança e do
IX - responsabilidade parental: a adolescente; (Redação dada pela Lei nº
intervenção deve ser efetuada de modo que 13.257, de 2016)
os pais assumam os seus deveres para com
a criança e o adolescente; (Incluído pela V - requisição de tratamento médico,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
X - prevalência da família: na
promoção de direitos e na proteção da VI - inclusão em programa oficial ou
criança e do adolescente deve ser dada comunitário de auxílio, orientação e
prevalência às medidas que os mantenham
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
ou reintegrem na sua família natural ou
extensa ou, se isso não for possível, que
promovam a sua integração em família VII - acolhimento
adotiva; (Redação dada pela Lei nº institucional; (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) 12.010, de 2009) Vigência

XI - obrigatoriedade da informação: a VIII - inclusão em programa de


criança e o adolescente, respeitado seu acolhimento familiar; (Redação dada
estágio de desenvolvimento e capacidade pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de compreensão, seus pais ou responsável
devem ser informados dos seus direitos, dos IX - colocação em família
motivos que determinaram a intervenção e substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
da forma como esta se processa; (Incluído 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o O acolhimento institucional e o
XII - oitiva obrigatória e participação: a acolhimento familiar são medidas
criança e o adolescente, em separado ou na provisórias e excepcionais, utilizáveis como
companhia dos pais, de responsável ou de forma de transição para reintegração
pessoa por si indicada, bem como os seus familiar ou, não sendo esta possível, para
pais ou responsável, têm direito a ser colocação em família substituta, não
ouvidos e a participar nos atos e na implicando privação de
definição da medida de promoção dos liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
direitos e de proteção, sendo sua opinião 2009) Vigência
devidamente considerada pela autoridade
judiciária competente, observado o disposto § 2o Sem prejuízo da tomada de
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído medidas emergenciais para proteção de
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência vítimas de violência ou abuso sexual e das
providências a que alude o art. 130 desta
Art. 101. Verificada qualquer das Lei, o afastamento da criança ou
hipóteses previstas no art. 98, a autoridade adolescente do convívio familiar é de
competente poderá determinar, dentre competência exclusiva da autoridade
outras, as seguintes medidas: judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem
tenha legítimo interesse, de procedimento

810
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
judicial contencioso, no qual se garanta aos § 6o Constarão do plano individual,
pais ou ao responsável legal o exercício do dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010,
contraditório e da ampla de 2009) Vigência
defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência I - os resultados da avaliação
interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº
§ 3o Crianças e adolescentes 12.010, de 2009) Vigência
somente poderão ser encaminhados às
instituições que executam programas de II - os compromissos assumidos pelos
acolhimento institucional, governamentais pais ou responsável; e (Incluído pela Lei
ou não, por meio de uma Guia de nº 12.010, de 2009) Vigência
Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente III - a previsão das atividades a serem
constará, dentre outros: (Incluído pela Lei desenvolvidas com a criança ou com o
nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração
I - sua identificação e a qualificação familiar ou, caso seja esta vedada por
completa de seus pais ou de seu expressa e fundamentada determinação
responsável, se conhecidos; (Incluído judicial, as providências a serem tomadas
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para sua colocação em família substituta,
sob direta supervisão da autoridade
II - o endereço de residência dos pais judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ou do responsável, com pontos de 2009) Vigência
referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 7o O acolhimento familiar ou
institucional ocorrerá no local mais próximo
III - os nomes de parentes ou de à residência dos pais ou do responsável e,
terceiros interessados em tê-los sob sua como parte do processo de reintegração
guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de familiar, sempre que identificada a
2009) Vigência necessidade, a família de origem será
incluída em programas oficiais de
IV - os motivos da retirada ou da não orientação, de apoio e de promoção social,
reintegração ao convívio familiar. (Incluído sendo facilitado e estimulado o contato com
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a criança ou com o adolescente
acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4o Imediatamente após o
acolhimento da criança ou do adolescente,
a entidade responsável pelo programa de § 8o Verificada a possibilidade de
acolhimento institucional ou familiar reintegração familiar, o responsável pelo
elaborará um plano individual de programa de acolhimento familiar ou
atendimento, visando à reintegração institucional fará imediata comunicação à
familiar, ressalvada a existência de ordem autoridade judiciária, que dará vista ao
escrita e fundamentada em contrário de Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)
autoridade judiciária competente, caso em dias, decidindo em igual prazo. (Incluído
que também deverá contemplar sua pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
colocação em família substituta, observadas
as regras e princípios desta Lei. (Incluído § 9o Em sendo constatada a
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência impossibilidade de reintegração da criança
ou do adolescente à família de origem, após
§ 5o O plano individual será elaborado seu encaminhamento a programas oficiais
sob a responsabilidade da equipe técnica do ou comunitários de orientação, apoio e
respectivo programa de atendimento e promoção social, será enviado relatório
levará em consideração a opinião da criança fundamentado ao Ministério Público, no qual
ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do conste a descrição pormenorizada das
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, providências tomadas e a expressa
de 2009) Vigência recomendação, subscrita pelos técnicos da
entidade ou responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à

811
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
convivência familiar, para a destituição do emolumentos, gozando de absoluta
poder familiar, ou destituição de tutela ou prioridade.
guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 3o Caso ainda não definida a
paternidade, será deflagrado procedimento
§ 10. Recebido o relatório, o específico destinado à sua averiguação,
Ministério Público terá o prazo de 15 conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29
(quinze) dias para o ingresso com a ação de de dezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº
destituição do poder familiar, salvo se 12.010, de 2009) Vigência
entender necessária a realização de
estudos complementares ou de outras § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o
providências indispensáveis ao ajuizamento deste artigo, é dispensável o ajuizamento de
da demanda. (Redação dada pela Lei nº ação de investigação de paternidade pelo
13.509, de 2017) Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em assumir a paternidade a ele atribuída, a
em cada comarca ou foro regional, um criança for encaminhada para
cadastro contendo informações atualizadas adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
sobre as crianças e adolescentes em regime 2009) Vigência
de acolhimento familiar e institucional sob
sua responsabilidade, com informações § 5o Os registros e certidões
pormenorizadas sobre a situação jurídica de necessários à inclusão, a qualquer tempo,
cada um, bem como as providências do nome do pai no assento de nascimento
tomadas para sua reintegração familiar ou são isentos de multas, custas e
colocação em família substituta, em emolumentos, gozando de absoluta
qualquer das modalidades previstas no art. prioridade. (Incluído dada pela Lei nº
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, 13.257, de 2016)
de 2009) Vigência
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo,
§ 12. Terão acesso ao cadastro o a averbação requerida do reconhecimento
Ministério Público, o Conselho Tutelar, o de paternidade no assento de nascimento e
órgão gestor da Assistência Social e os a certidão correspondente. (Incluído dada
Conselhos Municipais dos Direitos da pela Lei nº 13.257, de 2016)
Criança e do Adolescente e da Assistência
Social, aos quais incumbe deliberar sobre a Título III
implementação de políticas públicas que
permitam reduzir o número de crianças e
adolescentes afastados do convívio familiar Da Prática de Ato Infracional
e abreviar o período de permanência em
programa de acolhimento. (Incluído pela Capítulo I
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Disposições Gerais
Art. 102. As medidas de proteção de
que trata este Capítulo serão Art. 103. Considera-se ato infracional
acompanhadas da regularização do a conduta descrita como crime ou
registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de contravenção penal.
2009) Vigência
Art. 104. São penalmente
§ 1º Verificada a inexistência de inimputáveis os menores de dezoito anos,
registro anterior, o assento de nascimento sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
da criança ou adolescente será feito à vista
dos elementos disponíveis, mediante Parágrafo único. Para os efeitos desta
requisição da autoridade judiciária. Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.
§ 2º Os registros e certidões
necessários à regularização de que trata Art. 105. Ao ato infracional praticado
este artigo são isentos de multas, custas e por criança corresponderão as medidas
previstas no art. 101.

812
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Capítulo II II - igualdade na relação processual,
podendo confrontar-se com vítimas e
Dos Direitos Individuais testemunhas e produzir todas as provas
necessárias à sua defesa;
Art. 106. Nenhum adolescente será
privado de sua liberdade senão em flagrante III - defesa técnica por advogado;
de ato infracional ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária IV - assistência judiciária gratuita e
competente. integral aos necessitados, na forma da lei;

Parágrafo único. O adolescente tem V - direito de ser ouvido pessoalmente


direito à identificação dos responsáveis pela pela autoridade competente;
sua apreensão, devendo ser informado
acerca de seus direitos. VI - direito de solicitar a presença de
seus pais ou responsável em qualquer fase
Art. 107. A apreensão de qualquer do procedimento.
adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à Capítulo IV
autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Das Medidas Sócio-Educativas

Parágrafo único. Examinar-se-á,


Seção I
desde logo e sob pena de responsabilidade,
a possibilidade de liberação imediata.
Disposições Gerais
Art. 108. A internação, antes da
sentença, pode ser determinada pelo prazo Art. 112. Verificada a prática de ato
máximo de quarenta e cinco dias. infracional, a autoridade competente poderá
aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:
Parágrafo único. A decisão deverá ser
fundamentada e basear-se em indícios
suficientes de autoria e materialidade, I - advertência;
demonstrada a necessidade imperiosa da
medida. II - obrigação de reparar o dano;

Art. 109. O adolescente civilmente III - prestação de serviços à


identificado não será submetido a comunidade;
identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para IV - liberdade assistida;
efeito de confrontação, havendo dúvida
fundada. V - inserção em regime de semi-
liberdade;
Capítulo III
VI - internação em estabelecimento
Das Garantias Processuais educacional;

Art. 110. Nenhum adolescente será VII - qualquer uma das previstas no
privado de sua liberdade sem o devido art. 101, I a VI.
processo legal.
§ 1º A medida aplicada ao
Art. 111. São asseguradas ao adolescente levará em conta a sua
adolescente, entre outras, as seguintes capacidade de cumpri-la, as circunstâncias
garantias: e a gravidade da infração.

I - pleno e formal conhecimento da


atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;

813
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2º Em hipótese alguma e sob e outros estabelecimentos congêneres, bem
pretexto algum, será admitida a prestação como em programas comunitários ou
de trabalho forçado. governamentais.

§ 3º Os adolescentes portadores de Parágrafo único. As tarefas serão


doença ou deficiência mental receberão atribuídas conforme as aptidões do
tratamento individual e especializado, em adolescente, devendo ser cumpridas
local adequado às suas condições. durante jornada máxima de oito horas
semanais, aos sábados, domingos e
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o feriados ou em dias úteis, de modo a não
disposto nos arts. 99 e 100. prejudicar a freqüência à escola ou à
jornada normal de trabalho.
Art. 114. A imposição das medidas
previstas nos incisos II a VI do art. 112 Seção V
pressupõe a existência de provas
suficientes da autoria e da materialidade da Da Liberdade Assistida
infração, ressalvada a hipótese de
remissão, nos termos do art. 127. Art. 118. A liberdade assistida será
adotada sempre que se afigurar a medida
Parágrafo único. A advertência poderá mais adequada para o fim de acompanhar,
ser aplicada sempre que houver prova da auxiliar e orientar o adolescente.
materialidade e indícios suficientes da
autoria. § 1º A autoridade designará pessoa
capacitada para acompanhar o caso, a qual
Seção II poderá ser recomendada por entidade ou
programa de atendimento.
Da Advertência
§ 2º A liberdade assistida será fixada
Art. 115. A advertência consistirá em pelo prazo mínimo de seis meses, podendo
admoestação verbal, que será reduzida a a qualquer tempo ser prorrogada, revogada
termo e assinada. ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Seção III
Art. 119. Incumbe ao orientador, com
o apoio e a supervisão da autoridade
Da Obrigação de Reparar o Dano
competente, a realização dos seguintes
encargos, entre outros:
Art. 116. Em se tratando de ato
infracional com reflexos patrimoniais, a
I - promover socialmente o
autoridade poderá determinar, se for o caso,
adolescente e sua família, fornecendo-lhes
que o adolescente restitua a coisa, promova
o ressarcimento do dano, ou, por outra orientação e inserindo-os, se necessário,
forma, compense o prejuízo da vítima. em programa oficial ou comunitário de
auxílio e assistência social;
Parágrafo único. Havendo manifesta
II - supervisionar a freqüência e o
impossibilidade, a medida poderá ser
aproveitamento escolar do adolescente,
substituída por outra adequada.
promovendo, inclusive, sua matrícula;
Seção IV
III - diligenciar no sentido da
profissionalização do adolescente e de sua
Da Prestação de Serviços à Comunidade inserção no mercado de trabalho;

Art. 117. A prestação de serviços IV - apresentar relatório do caso.


comunitários consiste na realização de
tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto Seção VI
a entidades assistenciais, hospitais, escolas
Do Regime de Semi-liberdade

814
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 120. O regime de semi-liberdade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
pode ser determinado desde o início, ou 2012) (Vide)
como forma de transição para o meio aberto,
possibilitada a realização de atividades Art. 122. A medida de internação só
externas, independentemente de poderá ser aplicada quando:
autorização judicial.
I - tratar-se de ato infracional cometido
§ 1º São obrigatórias a escolarização mediante grave ameaça ou violência a
e a profissionalização, devendo, sempre pessoa;
que possível, ser utilizados os recursos
existentes na comunidade.
II - por reiteração no cometimento de
outras infrações graves;
§ 2º A medida não comporta prazo
determinado aplicando-se, no que couber,
III - por descumprimento reiterado e
as disposições relativas à internação.
injustificável da medida anteriormente
imposta.
Seção VII
§ 1o O prazo de internação na
Da Internação hipótese do inciso III deste artigo não poderá
ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
Art. 121. A internação constitui medida decretada judicialmente após o devido
privativa da liberdade, sujeita aos princípios processo legal. (Redação dada pela Lei nº
de brevidade, excepcionalidade e respeito à 12.594, de 2012) (Vide)
condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento. § 2º. Em nenhuma hipótese será
aplicada a internação, havendo outra
§ 1º Será permitida a realização de medida adequada.
atividades externas, a critério da equipe
técnica da entidade, salvo expressa Art. 123. A internação deverá ser
determinação judicial em contrário. cumprida em entidade exclusiva para
adolescentes, em local distinto daquele
§ 2º A medida não comporta prazo destinado ao abrigo, obedecida rigorosa
determinado, devendo sua manutenção ser separação por critérios de idade,
reavaliada, mediante decisão compleição física e gravidade da infração.
fundamentada, no máximo a cada seis
meses. Parágrafo único. Durante o período de
internação, inclusive provisória, serão
§ 3º Em nenhuma hipótese o período obrigatórias atividades pedagógicas.
máximo de internação excederá a três anos.
Art. 124. São direitos do adolescente
§ 4º Atingido o limite estabelecido no privado de liberdade, entre outros, os
parágrafo anterior, o adolescente deverá ser seguintes:
liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida. I - entrevistar-se pessoalmente com o
representante do Ministério Público;
§ 5º A liberação será compulsória aos
vinte e um anos de idade. II - peticionar diretamente a qualquer
autoridade;
§ 6º Em qualquer hipótese a
desinternação será precedida de III - avistar-se reservadamente com
autorização judicial, ouvido o Ministério seu defensor;
Público.
IV - ser informado de sua situação
§ 7o A determinação judicial processual, sempre que solicitada;
mencionada no § 1o poderá ser revista a
qualquer tempo pela autoridade

815
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
V - ser tratado com respeito e
dignidade;

VI - permanecer internado na mesma


localidade ou naquela mais próxima ao Capítulo V
domicílio de seus pais ou responsável;
Da Remissão
VII - receber visitas, ao menos,
semanalmente;
Art. 126. Antes de iniciado o
procedimento judicial para apuração de ato
VIII - corresponder-se com seus infracional, o representante do Ministério
familiares e amigos; Público poderá conceder a remissão, como
forma de exclusão do processo, atendendo
IX - ter acesso aos objetos às circunstâncias e conseqüências do fato,
necessários à higiene e asseio pessoal; ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior
X - habitar alojamento em condições ou menor participação no ato infracional.
adequadas de higiene e salubridade;
Parágrafo único. Iniciado o
XI - receber escolarização e procedimento, a concessão da remissão
profissionalização; pela autoridade judiciária importará na
suspensão ou extinção do processo.
XII - realizar atividades culturais,
esportivas e de lazer: Art. 127. A remissão não implica
necessariamente o reconhecimento ou
XIII - ter acesso aos meios de comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes,
comunicação social;
podendo incluir eventualmente a aplicação
de qualquer das medidas previstas em lei,
XIV - receber assistência religiosa, exceto a colocação em regime de semi-
segundo a sua crença, e desde que assim o liberdade e a internação.
deseje;
Art. 128. A medida aplicada por força
XV - manter a posse de seus objetos da remissão poderá ser revista
pessoais e dispor de local seguro para judicialmente, a qualquer tempo, mediante
guardá-los, recebendo comprovante pedido expresso do adolescente ou de seu
daqueles porventura depositados em poder representante legal, ou do Ministério
da entidade; Público.

XVI - receber, quando de sua Título IV


desinternação, os documentos pessoais
indispensáveis à vida em sociedade.
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
Responsável
§ 1º Em nenhum caso haverá
incomunicabilidade.
Art. 129. São medidas aplicáveis aos
pais ou responsável:
§ 2º A autoridade judiciária poderá
suspender temporariamente a visita,
I - encaminhamento a serviços e
inclusive de pais ou responsável, se
existirem motivos sérios e fundados de sua programas oficiais ou comunitários de
prejudicialidade aos interesses do proteção, apoio e promoção da
família; (Redação dada dada pela Lei nº
adolescente.
13.257, de 2016)
Art. 125. É dever do Estado zelar pela
integridade física e mental dos internos, II - inclusão em programa oficial ou
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas comunitário de auxílio, orientação e
de contenção e segurança. tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

816
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - encaminhamento a tratamento cumprimento dos direitos da criança e do
psicológico ou psiquiátrico; adolescente, definidos nesta Lei.

IV - encaminhamento a cursos ou Art. 132. Em cada Município e em


programas de orientação; cada Região Administrativa do Distrito
Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
V - obrigação de matricular o filho ou Tutelar como órgão integrante da
pupilo e acompanhar sua freqüência e administração pública local, composto de 5
aproveitamento escolar; (cinco) membros, escolhidos pela
população local para mandato de 4 (quatro)
anos, permitida recondução por novos
VI - obrigação de encaminhar a
processos de escolha. (Redação dada
criança ou adolescente a tratamento
pela Lei nº 13.824, de 2019)
especializado;

Art. 133. Para a candidatura a


VII - advertência;
membro do Conselho Tutelar, serão
exigidos os seguintes requisitos:
VIII - perda da guarda;
I - reconhecida idoneidade moral;
IX - destituição da tutela;
II - idade superior a vinte e um anos;
X - suspensão ou destituição do pátrio
poder poder familiar. (Expressão
III - residir no município.
substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 134. Lei municipal ou distrital
Parágrafo único. Na aplicação das disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar,
medidas previstas nos incisos IX e X deste
inclusive quanto à remuneração dos
artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23
respectivos membros, aos quais é
e 24.
assegurado o direito a: (Redação dada
pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 130. Verificada a hipótese de
maus-tratos, opressão ou abuso sexual
I - cobertura
impostos pelos pais ou responsável, a
previdenciária; (Incluído pela Lei nº
autoridade judiciária poderá determinar,
12.696, de 2012)
como medida cautelar, o afastamento do
agressor da moradia comum.
II - gozo de férias anuais
remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço)
Parágrafo único. Da medida cautelar
do valor da remuneração
constará, ainda, a fixação provisória dos
mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
alimentos de que necessitem a criança ou o
adolescente dependentes do 2012)
agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, de
2011) III - licença-maternidade; (Incluído
pela Lei nº 12.696, de 2012)
Título V
IV - licença-paternidade; (Incluído
pela Lei nº 12.696, de 2012)
Do Conselho Tutelar

V - gratificação natalina. (Incluído


Capítulo I
pela Lei nº 12.696, de 2012)
Disposições Gerais
Parágrafo único. Constará da lei
orçamentária municipal e da do Distrito
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão Federal previsão dos recursos necessários
permanente e autônomo, não jurisdicional, ao funcionamento do Conselho Tutelar e à
encarregado pela sociedade de zelar pelo remuneração e formação continuada dos

817
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
conselheiros tutelares. (Redação dada IX - assessorar o Poder Executivo
pela Lei nº 12.696, de 2012) local na elaboração da proposta
orçamentária para planos e programas de
Art. 135. O exercício efetivo da atendimento dos direitos da criança e do
função de conselheiro constituirá serviço adolescente;
público relevante e estabelecerá presunção
de idoneidade moral. (Redação dada pela X - representar, em nome da pessoa e
Lei nº 12.696, de 2012) da família, contra a violação dos direitos
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Capítulo II Constituição Federal;

Das Atribuições do Conselho XI - representar ao Ministério Público


para efeito das ações de perda ou
suspensão do poder familiar, após
Art. 136. São atribuições do Conselho
esgotadas as possibilidades de manutenção
Tutelar:
da criança ou do adolescente junto à família
natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
I - atender as crianças e adolescentes de 2009) Vigência
nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105,
aplicando as medidas previstas no art. 101,
XII - promover e incentivar, na
I a VII;
comunidade e nos grupos profissionais,
ações de divulgação e treinamento para o
II - atender e aconselhar os pais ou reconhecimento de sintomas de maus-tratos
responsável, aplicando as medidas em crianças e adolescentes. (Incluído pela
previstas no art. 129, I a VII; Lei nº 13.046, de 2014)

III - promover a execução de suas Parágrafo único. Se, no exercício de


decisões, podendo para tanto: suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do
a) requisitar serviços públicos nas convívio familiar, comunicará incontinenti o
áreas de saúde, educação, serviço social, fato ao Ministério Público, prestando-lhe
previdência, trabalho e segurança; informações sobre os motivos de tal
entendimento e as providências tomadas
b) representar junto à autoridade para a orientação, o apoio e a promoção
judiciária nos casos de descumprimento social da família. (Incluído pela Lei nº
injustificado de suas deliberações. 12.010, de 2009) Vigência

IV - encaminhar ao Ministério Público Art. 137. As decisões do Conselho


notícia de fato que constitua infração Tutelar somente poderão ser revistas pela
administrativa ou penal contra os direitos da autoridade judiciária a pedido de quem
criança ou adolescente; tenha legítimo interesse.

V - encaminhar à autoridade judiciária Capítulo III


os casos de sua competência;
Da Competência
VI - providenciar a medida
estabelecida pela autoridade judiciária, Art. 138. Aplica-se ao Conselho
dentre as previstas no art. 101, de I a VI, Tutelar a regra de competência constante do
para o adolescente autor de ato infracional; art. 147.

VII - expedir notificações; Capítulo IV

VIII - requisitar certidões de Da Escolha dos Conselheiros


nascimento e de óbito de criança ou
adolescente quando necessário; Art. 139. O processo para a escolha
dos membros do Conselho Tutelar será
estabelecido em lei municipal e realizado

818
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sob a responsabilidade do Conselho Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Municipal dos Direitos da Criança e do Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
Adolescente, e a fiscalização do Ministério
Público. (Redação dada pela Lei nº 8.242, § 1º. A assistência judiciária gratuita
de 12.10.1991) será prestada aos que dela necessitarem,
através de defensor público ou advogado
§ 1o O processo de escolha dos nomeado.
membros do Conselho Tutelar ocorrerá em
data unificada em todo o território nacional a § 2º As ações judiciais da
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo competência da Justiça da Infância e da
do mês de outubro do ano subsequente ao Juventude são isentas de custas e
da eleição presidencial. (Incluído pela Lei emolumentos, ressalvada a hipótese de
nº 12.696, de 2012) litigância de má-fé.

§ 2o A posse dos conselheiros Art. 142. Os menores de dezesseis


tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do anos serão representados e os maiores de
ano subsequente ao processo de dezesseis e menores de vinte e um anos
escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de assistidos por seus pais, tutores ou
2012) curadores, na forma da legislação civil ou
processual.
§ 3o No processo de escolha dos
membros do Conselho Tutelar, é vedado ao Parágrafo único. A autoridade
candidato doar, oferecer, prometer ou judiciária dará curador especial à criança ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem adolescente, sempre que os interesses
pessoal de qualquer natureza, inclusive destes colidirem com os de seus pais ou
brindes de pequeno valor. (Incluído pela responsável, ou quando carecer de
Lei nº 12.696, de 2012) representação ou assistência legal ainda
que eventual.
Capítulo V
Art. 143. E vedada a divulgação de
Dos Impedimentos atos judiciais, policiais e administrativos que
digam respeito a crianças e adolescentes a
Art. 140. São impedidos de servir no que se atribua autoria de ato infracional.
mesmo Conselho marido e mulher,
ascendentes e descendentes, sogro e genro Parágrafo único. Qualquer notícia a
ou nora, irmãos, cunhados, durante o respeito do fato não poderá identificar a
cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou criança ou adolescente, vedando-se
madrasta e enteado. fotografia, referência a nome, apelido,
filiação, parentesco, residência e, inclusive,
Parágrafo único. Estende-se o iniciais do nome e sobrenome. (Redação
impedimento do conselheiro, na forma deste dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
artigo, em relação à autoridade judiciária e
ao representante do Ministério Público com Art. 144. A expedição de cópia ou
atuação na Justiça da Infância e da certidão de atos a que se refere o artigo
Juventude, em exercício na comarca, foro anterior somente será deferida pela
regional ou distrital. autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a
Título VI finalidade.

Do Acesso à Justiça Capítulo II

Capítulo I Da Justiça da Infância e da Juventude

Disposições Gerais Seção I

Art. 141. É garantido o acesso de toda Disposições Gerais


criança ou adolescente à Defensoria

819
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 145. Os estados e o Distrito II - conceder a remissão, como forma
Federal poderão criar varas especializadas de suspensão ou extinção do processo;
e exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer III - conhecer de pedidos de adoção e
sua proporcionalidade por número de seus incidentes;
habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
dispor sobre o atendimento, inclusive em
IV - conhecer de ações civis fundadas
plantões. em interesses individuais, difusos ou
coletivos afetos à criança e ao adolescente,
Seção II observado o disposto no art. 209;

Do Juiz V - conhecer de ações decorrentes de


irregularidades em entidades de
Art. 146. A autoridade a que se refere atendimento, aplicando as medidas
esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, cabíveis;
ou o juiz que exerce essa função, na forma
da lei de organização judiciária local. VI - aplicar penalidades
administrativas nos casos de infrações
Art. 147. A competência será contra norma de proteção à criança ou
determinada: adolescente;

I - pelo domicílio dos pais ou VII - conhecer de casos


responsável; encaminhados pelo Conselho Tutelar,
aplicando as medidas cabíveis.
II - pelo lugar onde se encontre a
criança ou adolescente, à falta dos pais ou Parágrafo único. Quando se tratar de
responsável. criança ou adolescente nas hipóteses do art.
98, é também competente a Justiça da
§ 1º. Nos casos de ato infracional, Infância e da Juventude para o fim de:
será competente a autoridade do lugar da
ação ou omissão, observadas as regras de a) conhecer de pedidos de guarda e
conexão, continência e prevenção. tutela;

§ 2º A execução das medidas poderá b) conhecer de ações de destituição


ser delegada à autoridade competente da do pátrio poder poder familiar, perda ou
residência dos pais ou responsável, ou do modificação da tutela ou
local onde sediar-se a entidade que abrigar guarda; (Expressão substituída pela Lei
a criança ou adolescente. nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 3º Em caso de infração cometida c) suprir a capacidade ou o


através de transmissão simultânea de rádio consentimento para o casamento;
ou televisão, que atinja mais de uma
comarca, será competente, para aplicação d) conhecer de pedidos baseados em
da penalidade, a autoridade judiciária do discordância paterna ou materna, em
local da sede estadual da emissora ou rede, relação ao exercício do pátrio poder poder
tendo a sentença eficácia para todas as familiar; (Expressão substituída pela Lei nº
transmissoras ou retransmissoras do 12.010, de 2009) Vigência
respectivo estado.
e) conceder a emancipação, nos
Art. 148. A Justiça da Infância e da termos da lei civil, quando faltarem os pais;
Juventude é competente para:
f) designar curador especial em casos
I - conhecer de representações de apresentação de queixa ou
promovidas pelo Ministério Público, para representação, ou de outros procedimentos
apuração de ato infracional atribuído a judiciais ou extrajudiciais em que haja
adolescente, aplicando as medidas interesses de criança ou adolescente;
cabíveis;

820
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g) conhecer de ações de alimentos; § 2º As medidas adotadas na
conformidade deste artigo deverão ser
h) determinar o cancelamento, a fundamentadas, caso a caso, vedadas as
retificação e o suprimento dos registros de determinações de caráter geral.
nascimento e óbito.
Seção III
Art. 149. Compete à autoridade
judiciária disciplinar, através de portaria, ou Dos Serviços Auxiliares
autorizar, mediante alvará:
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na
I - a entrada e permanência de criança elaboração de sua proposta orçamentária,
ou adolescente, desacompanhado dos pais prever recursos para manutenção de equipe
ou responsável, em: interprofissional, destinada a assessorar a
Justiça da Infância e da Juventude.
a) estádio, ginásio e campo
desportivo; Art. 151. Compete à equipe
interprofissional dentre outras atribuições
b) bailes ou promoções dançantes; que lhe forem reservadas pela legislação
local, fornecer subsídios por escrito,
mediante laudos, ou verbalmente, na
c) boate ou congêneres;
audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação,
d) casa que explore comercialmente encaminhamento, prevenção e outros, tudo
diversões eletrônicas; sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação
e) estúdios cinematográficos, de do ponto de vista técnico.
teatro, rádio e televisão.
Parágrafo único. Na ausência ou
II - a participação de criança e insuficiência de servidores públicos
adolescente em: integrantes do Poder Judiciário
responsáveis pela realização dos estudos
a) espetáculos públicos e seus psicossociais ou de quaisquer outras
ensaios; espécies de avaliações técnicas exigidas
por esta Lei ou por determinação judicial, a
b) certames de beleza. autoridade judiciária poderá proceder à
nomeação de perito, nos termos do art. 156
da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
§ 1º Para os fins do disposto neste
(Código de Processo Civil). (Incluído pela
artigo, a autoridade judiciária levará em
Lei nº 13.509, de 2017)
conta, dentre outros fatores:
Capítulo III
a) os princípios desta Lei;
Dos Procedimentos
b) as peculiaridades locais;
Seção I
c) a existência de instalações
adequadas;
Disposições Gerais
d) o tipo de freqüência habitual ao
local; Art. 152. Aos procedimentos
regulados nesta Lei aplicam-se
subsidiariamente as normas gerais
e) a adequação do ambiente a
previstas na legislação processual
eventual participação ou freqüência de
pertinente.
crianças e adolescentes;
§ 1º É assegurada, sob pena de
f) a natureza do espetáculo.
responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos

821
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
previstos nesta Lei, assim como na III - a exposição sumária do fato e o
execução dos atos e diligências judiciais a pedido;
eles referentes. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência IV - as provas que serão produzidas,
oferecendo, desde logo, o rol de
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta testemunhas e documentos.
Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são
contados em dias corridos, excluído o dia do Art. 157. Havendo motivo grave,
começo e incluído o dia do vencimento, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
vedado o prazo em dobro para a Fazenda Ministério Público, decretar a suspensão do
Pública e o Ministério Público. (Incluído pátrio poder poder familiar, liminar ou
pela Lei nº 13.509, de 2017) incidentalmente, até o julgamento definitivo
da causa, ficando a criança ou adolescente
Art. 153. Se a medida judicial a ser confiado a pessoa idônea, mediante termo
adotada não corresponder a procedimento de responsabilidade. (Expressão
previsto nesta ou em outra lei, a autoridade substituída pela Lei nº 12.010, de
judiciária poderá investigar os fatos e 2009) Vigência
ordenar de ofício as providências
necessárias, ouvido o Ministério Público. § 1o Recebida a petição inicial, a
autoridade judiciária determinará,
Parágrafo único. O disposto neste concomitantemente ao despacho de citação
artigo não se aplica para o fim de e independentemente de requerimento do
afastamento da criança ou do adolescente interessado, a realização de estudo social
de sua família de origem e em outros ou perícia por equipe interprofissional ou
procedimentos necessariamente multidisciplinar para comprovar a presença
contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de uma das causas de suspensão ou
de 2009) Vigência destituição do poder familiar, ressalvado o
disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e
Art. 154. Aplica-se às multas o observada a Lei no 13.431, de 4 de abril de
disposto no art. 214. 2017. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017)
Seção II
§ 2o Em sendo os pais oriundos de
Da Perda e da Suspensão do Pátrio comunidades indígenas, é ainda obrigatória
a intervenção, junto à equipe
Poder Poder Familiar
interprofissional ou multidisciplinar referida
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
no § 1o deste artigo, de representantes do
de 2009) Vigência
órgão federal responsável pela política
indigenista, observado o disposto no § 6o do
Art. 155. O procedimento para a perda art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
ou a suspensão do pátrio poder poder 13.509, de 2017)
familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha
legítimo interesse. (Expressão substituída Art. 158. O requerido será citado para,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no prazo de dez dias, oferecer resposta
escrita, indicando as provas a serem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de
Art. 156. A petição inicial indicará: testemunhas e documentos.

I - a autoridade judiciária a que for § 1o A citação será pessoal, salvo se


dirigida; esgotados todos os meios para sua
realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
II - o nome, o estado civil, a profissão 2014)
e a residência do requerente e do requerido,
dispensada a qualificação em se tratando de § 2o O requerido privado de liberdade
pedido formulado por representante do deverá ser citado pessoalmente. (Incluído
Ministério Público; pela Lei nº 12.962, de 2014)

822
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o Quando, por 2 (duas) vezes, o uma das causas de suspensão ou
oficial de justiça houver procurado o citando destituição do poder familiar previstas nos
em seu domicílio ou residência sem o arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10
encontrar, deverá, havendo suspeita de de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art.
ocultação, informar qualquer pessoa da 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
família ou, em sua falta, qualquer vizinho do 13.509, de 2017)
dia útil em que voltará a fim de efetuar a
citação, na hora que designar, nos termos § 2o (Revogado). (Redação dada
do art. 252 e seguintes da Lei no 13.105, de pela Lei nº 13.509, de 2017)
16 de março de 2015 (Código de Processo
Civil). (Incluído pela Lei nº 13.509, de
§ 3o Se o pedido importar em
2017)
modificação de guarda, será obrigatória,
desde que possível e razoável, a oitiva da
§ 4o Na hipótese de os genitores criança ou adolescente, respeitado seu
encontrarem-se em local incerto ou não estágio de desenvolvimento e grau de
sabido, serão citados por edital no prazo de compreensão sobre as implicações da
10 (dez) dias, em publicação única, medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
dispensado o envio de ofícios para a 2009) Vigência
localização. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
2017) § 4º É obrigatória a oitiva dos pais
sempre que eles forem identificados e
Art. 159. Se o requerido não tiver estiverem em local conhecido, ressalvados
possibilidade de constituir advogado, sem os casos de não comparecimento perante a
prejuízo do próprio sustento e de sua Justiça quando devidamente
família, poderá requerer, em cartório, que citados. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá de 2017)
a apresentação de resposta, contando-se o
prazo a partir da intimação do despacho de
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem
nomeação. privados de liberdade, a autoridade judicial
requisitará sua apresentação para a
Parágrafo único. Na hipótese de oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de
requerido privado de liberdade, o oficial de 2014)
justiça deverá perguntar, no momento da
citação pessoal, se deseja que lhe seja Art. 162. Apresentada a resposta, a
nomeado defensor. (Incluído pela Lei nº autoridade judiciária dará vista dos autos ao
12.962, de 2014) Ministério Público, por cinco dias, salvo
quando este for o requerente, designando,
Art. 160. Sendo necessário, a desde logo, audiência de instrução e
autoridade judiciária requisitará de qualquer julgamento.
repartição ou órgão público a apresentação
de documento que interesse à causa, de
§ 1º (Revogado). (Redação dada
ofício ou a requerimento das partes ou do
pela Lei nº 13.509, de 2017)
Ministério Público.
§ 2o Na audiência, presentes as partes
Art. 161. Se não for contestado o
e o Ministério Público, serão ouvidas as
pedido e tiver sido concluído o estudo social
testemunhas, colhendo-se oralmente o
ou a perícia realizada por equipe
parecer técnico, salvo quando apresentado
interprofissional ou multidisciplinar, a
por escrito, manifestando-se
autoridade judiciária dará vista dos autos ao sucessivamente o requerente, o requerido e
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo o Ministério Público, pelo tempo de 20
quando este for o requerente, e decidirá em
(vinte) minutos cada um, prorrogável por
igual prazo. (Redação dada pela Lei nº
mais 10 (dez) minutos. (Redação dada
13.509, de 2017)
pela Lei nº 13.509, de 2017)

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício § 3o A decisão será proferida na


ou a requerimento das partes ou do
audiência, podendo a autoridade judiciária,
Ministério Público, determinará a oitiva de
excepcionalmente, designar data para sua
testemunhas que comprovem a presença de

823
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) III - qualificação completa da criança
dias. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
§ 4o Quando o procedimento de
destituição de poder familiar for iniciado pelo IV - indicação do cartório onde foi
Ministério Público, não haverá necessidade inscrito nascimento, anexando, se possível,
de nomeação de curador especial em favor uma cópia da respectiva certidão;
da criança ou adolescente. (Incluído pela
Lei nº 13.509, de 2017) V - declaração sobre a existência de
bens, direitos ou rendimentos relativos à
Art. 163. O prazo máximo para criança ou ao adolescente.
conclusão do procedimento será de 120
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no Parágrafo único. Em se tratando de
caso de notória inviabilidade de manutenção adoção, observar-se-ão também os
do poder familiar, dirigir esforços para requisitos específicos.
preparar a criança ou o adolescente com
vistas à colocação em família
Art. 166. Se os pais forem falecidos,
substituta. (Redação dada pela Lei nº tiverem sido destituídos ou suspensos do
13.509, de 2017) poder familiar, ou houverem aderido
expressamente ao pedido de colocação em
Parágrafo único. A sentença que família substituta, este poderá ser formulado
decretar a perda ou a suspensão do poder diretamente em cartório, em petição
familiar será averbada à margem do registro assinada pelos próprios requerentes,
de nascimento da criança ou do dispensada a assistência de
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, advogado. (Redação dada pela Lei nº
de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência

Seção III § 1o Na hipótese de concordância dos


pais, o juiz: (Redação dada pela Lei nº
Da Destituição da Tutela 13.509, de 2017)

Art. 164. Na destituição da tutela, I - na presença do Ministério Público,


observar-se-á o procedimento para a ouvirá as partes, devidamente assistidas por
remoção de tutor previsto na lei processual advogado ou por defensor público, para
civil e, no que couber, o disposto na seção verificar sua concordância com a adoção, no
anterior. prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da
data do protocolo da petição ou da entrega
Seção IV da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a II - declarará a extinção do poder


familiar. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
concessão de pedidos de colocação em
2017)
família substituta:

I - qualificação completa do § 2o O consentimento dos titulares do


requerente e de seu eventual cônjuge, ou poder familiar será precedido de orientações
e esclarecimentos prestados pela equipe
companheiro, com expressa anuência
interprofissional da Justiça da Infância e da
deste;
Juventude, em especial, no caso de adoção,
sobre a irrevogabilidade da
II - indicação de eventual parentesco medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
do requerente e de seu cônjuge, ou 2009) Vigência
companheiro, com a criança ou
adolescente, especificando se tem ou não
§ 3o São garantidos a livre
parente vivo;
manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar e o direito ao sigilo das

824
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
informações. (Redação dada pela Lei nº Art. 169. Nas hipóteses em que a
13.509, de 2017) destituição da tutela, a perda ou a
suspensão do pátrio poder poder familiar
§ 4o O consentimento prestado por constituir pressuposto lógico da medida
escrito não terá validade se não for ratificado principal de colocação em família substituta,
na audiência a que se refere o § 1o deste será observado o procedimento
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.509, contraditório previsto nas Seções II e III
de 2017) deste Capítulo. (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o O consentimento é retratável até
a data da realização da audiência Parágrafo único. A perda ou a
especificada no § 1o deste artigo, e os pais modificação da guarda poderá ser
podem exercer o arrependimento no prazo decretada nos mesmos autos do
de 10 (dez) dias, contado da data de procedimento, observado o disposto no art.
prolação da sentença de extinção do poder 35.
familiar. (Redação dada pela Lei nº
13.509, de 2017) Art. 170. Concedida a guarda ou a
tutela, observar-se-á o disposto no art. 32,
§ 6o O consentimento somente terá e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
valor se for dado após o nascimento da
criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de Parágrafo único. A colocação de
2009) Vigência criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de
§ 7o A família natural e a família acolhimento familiar será comunicada pela
substituta receberão a devida orientação por autoridade judiciária à entidade por este
intermédio de equipe técnica responsável no prazo máximo de 5 (cinco)
interprofissional a serviço da Justiça da dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Infância e da Juventude, preferencialmente 2009) Vigência
com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia Seção V
do direito à convivência
familiar. (Redação dada pela Lei nº Da Apuração de Ato Infracional
13.509, de 2017) Atribuído a Adolescente

Art. 167. A autoridade judiciária, de Art. 171. O adolescente apreendido


ofício ou a requerimento das partes ou do por força de ordem judicial será, desde logo,
Ministério Público, determinará a realização encaminhado à autoridade judiciária.
de estudo social ou, se possível, perícia por
equipe interprofissional, decidindo sobre a Art. 172. O adolescente apreendido
concessão de guarda provisória, bem como,
em flagrante de ato infracional será, desde
no caso de adoção, sobre o estágio de
logo, encaminhado à autoridade policial
convivência.
competente.

Parágrafo único. Deferida a


Parágrafo único. Havendo repartição
concessão da guarda provisória ou do
policial especializada para atendimento de
estágio de convivência, a criança ou o
adolescente e em se tratando de ato
adolescente será entregue ao interessado,
infracional praticado em co-autoria com
mediante termo de maior, prevalecerá a atribuição da
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº repartição especializada, que, após as
12.010, de 2009) Vigência providências necessárias e conforme o
caso, encaminhará o adulto à repartição
Art. 168. Apresentado o relatório policial própria.
social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre
que possível, a criança ou o adolescente, Art. 173. Em caso de flagrante de ato
dar-se-á vista dos autos ao Ministério
infracional cometido mediante violência ou
Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo
grave ameaça a pessoa, a autoridade
a autoridade judiciária em igual prazo.

825
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. imediatamente ao representante do
106, parágrafo único, e 107, deverá: Ministério Público cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos
as testemunhas e o adolescente; Art. 177. Se, afastada a hipótese de
flagrante, houver indícios de participação de
II - apreender o produto e os adolescente na prática de ato infracional, a
instrumentos da infração; autoridade policial encaminhará ao
representante do Ministério Público relatório
das investigações e demais documentos.
III - requisitar os exames ou perícias
necessários à comprovação da
materialidade e autoria da infração. Art. 178. O adolescente a quem se
atribua autoria de ato infracional não poderá
ser conduzido ou transportado em
Parágrafo único. Nas demais
compartimento fechado de veículo policial,
hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
em condições atentatórias à sua dignidade,
poderá ser substituída por boletim de
ou que impliquem risco à sua integridade
ocorrência circunstanciada.
física ou mental, sob pena de
responsabilidade.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos
pais ou responsável, o adolescente será
Art. 179. Apresentado o adolescente,
prontamente liberado pela autoridade
policial, sob termo de compromisso e o representante do Ministério Público, no
responsabilidade de sua apresentação ao mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
boletim de ocorrência ou relatório policial,
representante do Ministério Público, no
devidamente autuados pelo cartório judicial
mesmo dia ou, sendo impossível, no
e com informação sobre os antecedentes do
primeiro dia útil imediato, exceto quando,
adolescente, procederá imediata e
pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente informalmente à sua oitiva e, em sendo
permanecer sob internação para garantia de possível, de seus pais ou responsável,
sua segurança pessoal ou manutenção da vítima e testemunhas.
ordem pública.
Parágrafo único. Em caso de não
Art. 175. Em caso de não liberação, a apresentação, o representante do Ministério
autoridade policial encaminhará, desde Público notificará os pais ou responsável
para apresentação do adolescente,
logo, o adolescente ao representante do
podendo requisitar o concurso das polícias
Ministério Público, juntamente com cópia do
civil e militar.
auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação Art. 180. Adotadas as providências a


que alude o artigo anterior, o representante
imediata, a autoridade policial encaminhará
do Ministério Público poderá:
o adolescente à entidade de atendimento,
que fará a apresentação ao representante
do Ministério Público no prazo de vinte e I - promover o arquivamento dos
quatro horas. autos;

§ 2º Nas localidades onde não houver II - conceder a remissão;


entidade de atendimento, a apresentação
far-se-á pela autoridade policial. À falta de III - representar à autoridade judiciária
repartição policial especializada, o para aplicação de medida sócio-educativa.
adolescente aguardará a apresentação em
dependência separada da destinada a Art. 181. Promovido o arquivamento
maiores, não podendo, em qualquer dos autos ou concedida a remissão pelo
hipótese, exceder o prazo referido no representante do Ministério Público,
parágrafo anterior. mediante termo fundamentado, que conterá
o resumo dos fatos, os autos serão
Art. 176. Sendo o adolescente conclusos à autoridade judiciária para
liberado, a autoridade policial encaminhará homologação.

826
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º Homologado o arquivamento ou a § 3º Não sendo localizado o
remissão, a autoridade judiciária adolescente, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o expedirá mandado de busca e apreensão,
cumprimento da medida. determinando o sobrestamento do feito, até
a efetiva apresentação.
§ 2º Discordando, a autoridade
judiciária fará remessa dos autos ao § 4º Estando o adolescente internado,
Procurador-Geral de Justiça, mediante será requisitada a sua apresentação, sem
despacho fundamentado, e este oferecerá prejuízo da notificação dos pais ou
representação, designará outro membro do responsável.
Ministério Público para apresentá-la, ou
ratificará o arquivamento ou a remissão, que Art. 185. A internação, decretada ou
só então estará a autoridade judiciária mantida pela autoridade judiciária, não
obrigada a homologar. poderá ser cumprida em estabelecimento
prisional.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o
representante do Ministério Público não § 1º Inexistindo na comarca entidade
promover o arquivamento ou conceder a com as características definidas no art. 123,
remissão, oferecerá representação à o adolescente deverá ser imediatamente
autoridade judiciária, propondo a transferido para a localidade mais próxima.
instauração de procedimento para aplicação
da medida sócio-educativa que se afigurar a
§ 2º Sendo impossível a pronta
mais adequada. transferência, o adolescente aguardará sua
remoção em repartição policial, desde que
§ 1º A representação será oferecida em seção isolada dos adultos e com
por petição, que conterá o breve resumo dos instalações apropriadas, não podendo
fatos e a classificação do ato infracional e, ultrapassar o prazo máximo de cinco dias,
quando necessário, o rol de testemunhas, sob pena de responsabilidade.
podendo ser deduzida oralmente, em
sessão diária instalada pela autoridade
Art. 186. Comparecendo o
judiciária.
adolescente, seus pais ou responsável, a
autoridade judiciária procederá à oitiva dos
§ 2º A representação independe de mesmos, podendo solicitar opinião de
prova pré-constituída da autoria e profissional qualificado.
materialidade.
§ 1º Se a autoridade judiciária
Art. 183. O prazo máximo e entender adequada a remissão, ouvirá o
improrrogável para a conclusão do representante do Ministério Público,
procedimento, estando o adolescente proferindo decisão.
internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de
aplicação de medida de internação ou
Art. 184. Oferecida a representação, a colocação em regime de semi-liberdade, a
autoridade judiciária designará audiência de autoridade judiciária, verificando que o
apresentação do adolescente, decidindo, adolescente não possui advogado
desde logo, sobre a decretação ou constituído, nomeará defensor, designando,
manutenção da internação, observado o desde logo, audiência em continuação,
disposto no art. 108 e parágrafo. podendo determinar a realização de
diligências e estudo do caso.
§ 1º O adolescente e seus pais ou
responsável serão cientificados do teor da § 3º O advogado constituído ou o
representação, e notificados a comparecer à defensor nomeado, no prazo de três dias
audiência, acompanhados de advogado. contado da audiência de apresentação,
oferecerá defesa prévia e rol de
§ 2º Se os pais ou responsável não testemunhas.
forem localizados, a autoridade judiciária
dará curador especial ao adolescente.

827
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º Na audiência em continuação, § 2º Recaindo a intimação na pessoa
ouvidas as testemunhas arroladas na do adolescente, deverá este manifestar se
representação e na defesa prévia, deseja ou não recorrer da sentença.
cumpridas as diligências e juntado o
relatório da equipe interprofissional, será Seção V-A
dada a palavra ao representante do (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
Ministério Público e ao defensor,
sucessivamente, pelo tempo de vinte Da Infiltração de Agentes de Polícia para
minutos para cada um, prorrogável por mais a Investigação de Crimes contra a
dez, a critério da autoridade judiciária, que
Dignidade Sexual de Criança e de
em seguida proferirá decisão.
Adolescente”

Art. 187. Se o adolescente, Art. 190-A. A infiltração de agentes de


devidamente notificado, não comparecer, polícia na internet com o fim de investigar os
injustificadamente à audiência de
crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A,
apresentação, a autoridade judiciária
241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts.
designará nova data, determinando sua
154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do
condução coercitiva. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), obedecerá às
Art. 188. A remissão, como forma de seguintes regras: (Incluído pela Lei nº
extinção ou suspensão do processo, poderá 13.441, de 2017)
ser aplicada em qualquer fase do
procedimento, antes da sentença. I – será precedida de autorização
judicial devidamente circunstanciada e
Art. 189. A autoridade judiciária não fundamentada, que estabelecerá os limites
aplicará qualquer medida, desde que da infiltração para obtenção de prova,
reconheça na sentença: ouvido o Ministério Público; (Incluído pela
Lei nº 13.441, de 2017)
I - estar provada a inexistência do fato;
II – dar-se-á mediante requerimento
II - não haver prova da existência do do Ministério Público ou representação de
fato; delegado de polícia e conterá a
demonstração de sua necessidade, o
III - não constituir o fato ato infracional; alcance das tarefas dos policiais, os nomes
ou apelidos das pessoas investigadas e,
quando possível, os dados de conexão ou
IV - não existir prova de ter o
cadastrais que permitam a identificação
adolescente concorrido para o ato
dessas pessoas; (Incluído pela Lei nº
infracional.
13.441, de 2017)
Parágrafo único. Na hipótese deste
III – não poderá exceder o prazo de 90
artigo, estando o adolescente internado,
(noventa) dias, sem prejuízo de eventuais
será imediatamente colocado em liberdade.
renovações, desde que o total não exceda a
720 (setecentos e vinte) dias e seja
Art. 190. A intimação da sentença que demonstrada sua efetiva necessidade, a
aplicar medida de internação ou regime de critério da autoridade judicial. (Incluído
semi-liberdade será feita: pela Lei nº 13.441, de 2017)

I - ao adolescente e ao seu defensor; § 1º A autoridade judicial e o Ministério


Público poderão requisitar relatórios parciais
II - quando não for encontrado o da operação de infiltração antes do término
adolescente, a seus pais ou responsável, do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste
sem prejuízo do defensor. artigo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de
2017)
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a
intimação far-se-á unicamente na pessoa do § 2º Para efeitos do disposto no inciso
defensor. I do § 1º deste artigo, consideram-
se: (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)

828
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I – dados de conexão: informações identidade fictícia criada. (Incluído pela
referentes a hora, data, início, término, Lei nº 13.441, de 2017)
duração, endereço de Protocolo de Internet
(IP) utilizado e terminal de origem da Parágrafo único. O procedimento
conexão; (Incluído pela Lei nº 13.441, de sigiloso de que trata esta Seção será
2017) numerado e tombado em livro
específico. (Incluído pela Lei nº 13.441,
II – dados cadastrais: informações de 2017)
referentes a nome e endereço de assinante
ou de usuário registrado ou autenticado para Art. 190-E. Concluída a investigação,
a conexão a quem endereço de IP, todos os atos eletrônicos praticados durante
identificação de usuário ou código de a operação deverão ser registrados,
acesso tenha sido atribuído no momento da gravados, armazenados e encaminhados ao
conexão. juiz e ao Ministério Público, juntamente com
relatório circunstanciado. (Incluído pela
§ 3º A infiltração de agentes de polícia Lei nº 13.441, de 2017)
na internet não será admitida se a prova
puder ser obtida por outros Parágrafo único. Os atos eletrônicos
meios. (Incluído pela Lei nº 13.441, de registrados citados no caput deste artigo
2017) serão reunidos em autos apartados e
apensados ao processo criminal juntamente
Art. 190-B. As informações da com o inquérito policial, assegurando-se a
operação de infiltração serão encaminhadas preservação da identidade do agente
diretamente ao juiz responsável pela policial infiltrado e a intimidade das crianças
autorização da medida, que zelará por seu e dos adolescentes envolvidos. (Incluído
sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.441, de pela Lei nº 13.441, de 2017)
2017)
Seção VI
Parágrafo único. Antes da conclusão
da operação, o acesso aos autos será Da Apuração de Irregularidades em
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao Entidade de Atendimento
delegado de polícia responsável pela
operação, com o objetivo de garantir o sigilo Art. 191. O procedimento de apuração
das investigações. (Incluído pela Lei nº de irregularidades em entidade
13.441, de 2017) governamental e não-governamental terá
início mediante portaria da autoridade
Art. 190-C. Não comete crime o judiciária ou representação do Ministério
policial que oculta a sua identidade para, por Público ou do Conselho Tutelar, onde
meio da internet, colher indícios de autoria e conste, necessariamente, resumo dos fatos.
materialidade dos crimes previstos nos arts.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D
Parágrafo único. Havendo motivo
desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-
grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido
A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de o Ministério Público, decretar liminarmente o
dezembro de 1940 (Código afastamento provisório do dirigente da
Penal). (Incluído pela Lei nº 13.441, de
entidade, mediante decisão fundamentada.
2017)
Art. 192. O dirigente da entidade será
Parágrafo único. O agente policial citado para, no prazo de dez dias, oferecer
infiltrado que deixar de observar a estrita resposta escrita, podendo juntar
finalidade da investigação responderá pelos
documentos e indicar as provas a produzir.
excessos praticados. (Incluído pela Lei nº
13.441, de 2017)
Art. 193. Apresentada ou não a
resposta, e sendo necessário, a autoridade
Art. 190-D. Os órgãos de registro e judiciária designará audiência de instrução e
cadastro público poderão incluir nos bancos
julgamento, intimando as partes.
de dados próprios, mediante procedimento
sigiloso e requisição da autoridade judicial,
as informações necessárias à efetividade da

829
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º Salvo manifestação em I - pelo autuante, no próprio auto,
audiência, as partes e o Ministério Público quando este for lavrado na presença do
terão cinco dias para oferecer alegações requerido;
finais, decidindo a autoridade judiciária em
igual prazo. II - por oficial de justiça ou funcionário
legalmente habilitado, que entregará cópia
§ 2º Em se tratando de afastamento do auto ou da representação ao requerido,
provisório ou definitivo de dirigente de ou a seu representante legal, lavrando
entidade governamental, a autoridade certidão;
judiciária oficiará à autoridade administrativa
imediatamente superior ao afastado, III - por via postal, com aviso de
marcando prazo para a substituição. recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal;
§ 3º Antes de aplicar qualquer das
medidas, a autoridade judiciária poderá fixar IV - por edital, com prazo de trinta
prazo para a remoção das irregularidades dias, se incerto ou não sabido o paradeiro
verificadas. Satisfeitas as exigências, o do requerido ou de seu representante legal.
processo será extinto, sem julgamento de
mérito. Art. 196. Não sendo apresentada a
defesa no prazo legal, a autoridade judiciária
§ 4º A multa e a advertência serão dará vista dos autos do Ministério Público,
impostas ao dirigente da entidade ou por cinco dias, decidindo em igual prazo.
programa de atendimento.
Art. 197. Apresentada a defesa, a
Seção VII autoridade judiciária procederá na
conformidade do artigo anterior, ou, sendo
Da Apuração de Infração Administrativa necessário, designará audiência de
às Normas de Proteção à Criança e ao instrução e julgamento. (Incluído pela Lei
Adolescente nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 194. O procedimento para Parágrafo único. Colhida a prova oral,


imposição de penalidade administrativa por manifestar-se-ão sucessivamente o
infração às normas de proteção à criança e Ministério Público e o procurador do
ao adolescente terá início por representação requerido, pelo tempo de vinte minutos para
do Ministério Público, ou do Conselho cada um, prorrogável por mais dez, a critério
Tutelar, ou auto de infração elaborado por da autoridade judiciária, que em seguida
servidor efetivo ou voluntário credenciado, e proferirá sentença.
assinado por duas testemunhas, se
possível. Seção VIII
(Incluída pela Lei nº 12.010, de
§ 1º No procedimento iniciado com o 2009) Vigência
auto de infração, poderão ser usadas Da Habilitação de Pretendentes à
fórmulas impressas, especificando-se a Adoção
natureza e as circunstâncias da infração.
Art. 197-A. Os postulantes à adoção,
§ 2º Sempre que possível, à domiciliados no Brasil, apresentarão petição
verificação da infração seguir-se-á a inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
lavratura do auto, certificando-se, em caso 12.010, de 2009) Vigência
contrário, dos motivos do retardamento.
I - qualificação completa; (Incluído
Art. 195. O requerido terá prazo de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dez dias para apresentação de defesa,
contado da data da intimação, que será II - dados familiares; (Incluído pela
feita: Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

III - cópias autenticadas de certidão de


nascimento ou casamento, ou declaração

830
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
relativa ao período de união luz dos requisitos e princípios desta
estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência 2009) Vigência

IV - cópias da cédula de identidade e § 1o É obrigatória a participação dos


inscrição no Cadastro de Pessoas postulantes em programa oferecido pela
Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de Justiça da Infância e da Juventude,
2009) Vigência preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política
V - comprovante de renda e municipal de garantia do direito à
domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de convivência familiar e dos grupos de apoio à
2009) Vigência adoção devidamente habilitados perante a
Justiça da Infância e da Juventude, que
VI - atestados de sanidade física e inclua preparação psicológica, orientação e
estímulo à adoção inter-racial, de crianças
mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de
ou de adolescentes com deficiência, com
2009) Vigência
doenças crônicas ou com necessidades
específicas de saúde, e de grupos de
VII - certidão de antecedentes irmãos. (Redação dada pela Lei nº 13.509,
criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de de 2017)
2009) Vigência
§ 2o Sempre que possível e
VIII - certidão negativa de distribuição recomendável, a etapa obrigatória da
cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de preparação referida no § 1o deste artigo
2009) Vigência incluirá o contato com crianças e
adolescentes em regime de acolhimento
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no familiar ou institucional, a ser realizado sob
prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará orientação, supervisão e avaliação da
vista dos autos ao Ministério Público, que no equipe técnica da Justiça da Infância e da
prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído Juventude e dos grupos de apoio à adoção,
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência com apoio dos técnicos responsáveis pelo
programa de acolhimento familiar e
I - apresentar quesitos a serem institucional e pela execução da política
respondidos pela equipe interprofissional municipal de garantia do direito à
encarregada de elaborar o estudo técnico a convivência familiar. (Redação dada pela
que se refere o art. 197-C desta Lei nº 13.509, de 2017)
Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência § 3o É recomendável que as crianças
e os adolescentes acolhidos
II - requerer a designação de institucionalmente ou por família acolhedora
audiência para oitiva dos postulantes em sejam preparados por equipe
juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº interprofissional antes da inclusão em
12.010, de 2009) Vigência família adotiva. (Incluído pela Lei nº
13.509, de 2017)
III - requerer a juntada de documentos
complementares e a realização de outras Art. 197-D. Certificada nos autos a
diligências que entender conclusão da participação no programa
necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
de 2009) Vigência judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas, decidirá acerca das diligências
Art. 197-C. Intervirá no feito, requeridas pelo Ministério Público e
obrigatoriamente, equipe interprofissional a determinará a juntada do estudo
serviço da Justiça da Infância e da psicossocial, designando, conforme o caso,
Juventude, que deverá elaborar estudo audiência de instrução e
psicossocial, que conterá subsídios que julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010,
permitam aferir a capacidade e o preparo de 2009) Vigência
dos postulantes para o exercício de uma
paternidade ou maternidade responsável, à

831
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Caso não sejam Art. 197-F. O prazo máximo para
requeridas diligências, ou sendo essas conclusão da habilitação à adoção será de
indeferidas, a autoridade judiciária 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por
determinará a juntada do estudo igual período, mediante decisão
psicossocial, abrindo a seguir vista dos fundamentada da autoridade
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) judiciária. (Incluído pela Lei nº 13.509, de
dias, decidindo em igual prazo. (Incluído 2017)
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo IV
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o
postulante será inscrito nos cadastros Dos Recursos
referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
convocação para a adoção feita de acordo Art. 198. Nos procedimentos afetos à
com ordem cronológica de habilitação e Justiça da Infância e da Juventude, inclusive
conforme a disponibilidade de crianças ou
os relativos à execução das medidas
adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei
socioeducativas, adotar-se-á o sistema
nº 12.010, de 2009) Vigência
recursal da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de
1973 (Código de Processo Civil), com as
§ 1o A ordem cronológica das seguintes adaptações: (Redação dada
habilitações somente poderá deixar de ser pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
observada pela autoridade judiciária nas
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta
I - os recursos serão interpostos
Lei, quando comprovado ser essa a melhor
independentemente de preparo;
solução no interesse do
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência II - em todos os recursos, salvo nos
embargos de declaração, o prazo para o
Ministério Público e para a defesa será
§ 2o A habilitação à adoção deverá sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada
ser renovada no mínimo trienalmente pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mediante avaliação por equipe
interprofissional. (Redação dada pela Lei
nº 13.509, de 2017) III - os recursos terão preferência de
julgamento e dispensarão revisor;
§ 3o Quando o adotante candidatar-se
a uma nova adoção, será dispensável a IV - (Revogado pela Lei nº 12.010,
renovação da habilitação, bastando a de 2009) Vigência
avaliação por equipe V- (Revogado pela Lei nº 12.010,
interprofissional. (Incluído pela Lei nº de 2009) Vigência
13.509, de 2017) VI - (Revogado pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 4o Após 3 (três) recusas
injustificadas, pelo habilitado, à adoção de VII - antes de determinar a remessa
crianças ou adolescentes indicados dentro dos autos à superior instância, no caso de
do perfil escolhido, haverá reavaliação da apelação, ou do instrumento, no caso de
habilitação concedida. (Incluído pela Lei agravo, a autoridade judiciária proferirá
nº 13.509, de 2017) despacho fundamentado, mantendo ou
reformando a decisão, no prazo de cinco
dias;
§ 5o A desistência do pretendente em
relação à guarda para fins de adoção ou a
devolução da criança ou do adolescente VIII - mantida a decisão apelada ou
depois do trânsito em julgado da sentença agravada, o escrivão remeterá os autos ou
de adoção importará na sua exclusão dos o instrumento à superior instância dentro de
cadastros de adoção e na vedação de vinte e quatro horas, independentemente de
renovação da habilitação, salvo decisão novo pedido do recorrente; se a reformar, a
judicial fundamentada, sem prejuízo das remessa dos autos dependerá de pedido
demais sanções previstas na legislação expresso da parte interessada ou do
vigente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de Ministério Público, no prazo de cinco dias,
2017) contados da intimação.

832
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 199. Contra as decisões Art. 200. As funções do Ministério
proferidas com base no art. 149 caberá Público previstas nesta Lei serão exercidas
recurso de apelação. nos termos da respectiva lei orgânica.

Art. 199-A. A sentença que deferir a Art. 201. Compete ao Ministério


adoção produz efeito desde logo, embora Público:
sujeita a apelação, que será recebida
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo I - conceder a remissão como forma
se se tratar de adoção internacional ou se de exclusão do processo;
houver perigo de dano irreparável ou de
difícil reparação ao adotando. (Incluído
II - promover e acompanhar os
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
procedimentos relativos às infrações
atribuídas a adolescentes;
Art. 199-B. A sentença que destituir
ambos ou qualquer dos genitores do poder
III - promover e acompanhar as ações
familiar fica sujeita a apelação, que deverá
de alimentos e os procedimentos de
ser recebida apenas no efeito
suspensão e destituição do pátrio poder
devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010, poder familiar, nomeação e remoção de
de 2009) Vigência tutores, curadores e guardiães, bem como
oficiar em todos os demais procedimentos
Art. 199-C. Os recursos nos da competência da Justiça da Infância e da
procedimentos de adoção e de destituição Juventude; (Expressão substituída pela Lei
de poder familiar, em face da relevância das nº 12.010, de 2009) Vigência
questões, serão processados com
prioridade absoluta, devendo ser
IV - promover, de ofício ou por
imediatamente distribuídos, ficando vedado
solicitação dos interessados, a
que aguardem, em qualquer situação,
especialização e a inscrição de hipoteca
oportuna distribuição, e serão colocados em legal e a prestação de contas dos tutores,
mesa para julgamento sem revisão e com curadores e quaisquer administradores de
parecer urgente do Ministério
bens de crianças e adolescentes nas
Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
hipóteses do art. 98;
2009) Vigência
V - promover o inquérito civil e a ação
Art. 199-D. O relator deverá colocar o civil pública para a proteção dos interesses
processo em mesa para julgamento no
individuais, difusos ou coletivos relativos à
prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
infância e à adolescência, inclusive os
contado da sua conclusão. (Incluído pela
definidos no art. 220, § 3º inciso II, da
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Constituição Federal;

Parágrafo único. O Ministério Público


VI - instaurar procedimentos
será intimado da data do julgamento e
administrativos e, para instruí-los:
poderá na sessão, se entender necessário,
apresentar oralmente seu
parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de a) expedir notificações para colher
2009) Vigência depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado,
requisitar condução coercitiva, inclusive
Art. 199-E. O Ministério Público
pela polícia civil ou militar;
poderá requerer a instauração de
procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o b) requisitar informações, exames,
descumprimento das providências e do perícias e documentos de autoridades
prazo previstos nos artigos municipais, estaduais e federais, da
anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de administração direta ou indireta, bem como
2009) Vigência promover inspeções e diligências
investigatórias;
Capítulo V

Do Ministério Público

833
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
c) requisitar informações e § 4º O representante do Ministério
documentos a particulares e instituições Público será responsável pelo uso indevido
privadas; das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
VII - instaurar sindicâncias, requisitar
diligências investigatórias e determinar a § 5º Para o exercício da atribuição de
instauração de inquérito policial, para que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
apuração de ilícitos ou infrações às normas representante do Ministério Público:
de proteção à infância e à juventude;
a) reduzir a termo as declarações do
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos reclamante, instaurando o competente
direitos e garantias legais assegurados às procedimento, sob sua presidência;
crianças e adolescentes, promovendo as
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; b) entender-se diretamente com a
pessoa ou autoridade reclamada, em dia,
IX - impetrar mandado de segurança, local e horário previamente notificados ou
de injunção e habeas corpus, em qualquer acertados;
juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
interesses sociais e individuais indisponíveis c) efetuar recomendações visando à
afetos à criança e ao adolescente; melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública afetos à criança e ao
X - representar ao juízo visando à adolescente, fixando prazo razoável para
aplicação de penalidade por infrações sua perfeita adequação.
cometidas contra as normas de proteção à
infância e à juventude, sem prejuízo da Art. 202. Nos processos e
promoção da responsabilidade civil e penal procedimentos em que não for parte, atuará
do infrator, quando cabível; obrigatoriamente o Ministério Público na
defesa dos direitos e interesses de que
XI - inspecionar as entidades públicas cuida esta Lei, hipótese em que terá vista
e particulares de atendimento e os dos autos depois das partes, podendo juntar
programas de que trata esta Lei, adotando documentos e requerer diligências, usando
de pronto as medidas administrativas ou os recursos cabíveis.
judiciais necessárias à remoção de
irregularidades porventura verificadas; Art. 203. A intimação do Ministério
Público, em qualquer caso, será feita
XII - requisitar força policial, bem pessoalmente.
como a colaboração dos serviços médicos,
hospitalares, educacionais e de assistência Art. 204. A falta de intervenção do
social, públicos ou privados, para o Ministério Público acarreta a nulidade do
desempenho de suas atribuições. feito, que será declarada de ofício pelo juiz
ou a requerimento de qualquer interessado.
§ 1º A legitimação do Ministério
Público para as ações cíveis previstas neste Art. 205. As manifestações
artigo não impede a de terceiros, nas processuais do representante do Ministério
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Público deverão ser fundamentadas.
Constituição e esta Lei.
Capítulo VI
§ 2º As atribuições constantes deste
artigo não excluem outras, desde que
Do Advogado
compatíveis com a finalidade do Ministério
Público.
Art. 206. A criança ou o adolescente,
seus pais ou responsável, e qualquer
§ 3º O representante do Ministério
pessoa que tenha legítimo interesse na
Público, no exercício de suas funções, terá
solução da lide poderão intervir nos
livre acesso a todo local onde se encontre
procedimentos de que trata esta Lei, através
criança ou adolescente.
de advogado, o qual será intimado para
todos os atos, pessoalmente ou por

834
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
publicação oficial, respeitado o segredo de VI - de serviço de assistência social
justiça. visando à proteção à família, à maternidade,
à infância e à adolescência, bem como ao
Parágrafo único. Será prestada amparo às crianças e adolescentes que dele
assistência judiciária integral e gratuita necessitem;
àqueles que dela necessitarem.
VII - de acesso às ações e serviços de
Art. 207. Nenhum adolescente a quem saúde;
se atribua a prática de ato infracional, ainda
que ausente ou foragido, VIII - de escolarização e
será processado sem defensor. profissionalização dos adolescentes
privados de liberdade.
§ 1º Se o adolescente não tiver
defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, IX - de ações, serviços e programas
ressalvado o direito de, a todo tempo, de orientação, apoio e promoção social de
constituir outro de sua preferência. famílias e destinados ao pleno exercício do
direito à convivência familiar por crianças e
§ 2º A ausência do defensor não adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010,
determinará o adiamento de nenhum ato do de 2009) Vigência
processo, devendo o juiz nomear substituto,
ainda que provisoriamente, ou para o só X - de programas de atendimento para
efeito do ato. a execução das medidas socioeducativas e
aplicação de medidas de
§ 3º Será dispensada a outorga de proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
mandato, quando se tratar de defensor 2012) (Vide)
nomeado ou, sido constituído, tiver sido
indicado por ocasião de ato formal com a XI - de políticas e programas
presença da autoridade judiciária. integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de
Capítulo VII violência. (Incluído pela Lei nº 13.431, de
2017) (Vigência)
Da Proteção Judicial dos Interesses
Individuais, Difusos e Coletivos § 1o As hipóteses previstas neste
artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou
Art. 208. Regem-se pelas disposições
coletivos, próprios da infância e da
desta Lei as ações de responsabilidade por
ofensa aos direitos assegurados à criança e adolescência, protegidos pela Constituição
ao adolescente, referentes ao não e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo
oferecimento ou oferta irregular: único pela Lei nº 11.259, de 2005)

§ 2o A investigação do
I - do ensino obrigatório;
desaparecimento de crianças ou
adolescentes será realizada imediatamente
II - de atendimento educacional após notificação aos órgãos competentes,
especializado aos portadores de deficiência; que deverão comunicar o fato aos portos,
aeroportos, Polícia Rodoviária e
III – de atendimento em creche e pré- companhias de transporte interestaduais e
escola às crianças de zero a cinco anos de internacionais, fornecendo-lhes todos os
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, dados necessários à identificação do
de 2016) desaparecido. (Incluído pela Lei nº
11.259, de 2005)
IV - de ensino noturno regular,
adequado às condições do educando; Art. 209. As ações previstas neste
Capítulo serão propostas no foro do local
V - de programas suplementares de onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
oferta de material didático-escolar, omissão, cujo juízo terá competência
transporte e assistência à saúde do absoluta para processar a causa,
educando do ensino fundamental; ressalvadas a competência da Justiça

835
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Federal e a competência originária dos fazer, o juiz concederá a tutela específica da
tribunais superiores. obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente
Art. 210. Para as ações cíveis ao do adimplemento.
fundadas em interesses coletivos ou
difusos, consideram-se legitimados § 1º Sendo relevante o fundamento da
concorrentemente: demanda e havendo justificado receio de
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
I - o Ministério Público; conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, citando o réu.
II - a União, os estados, os municípios,
o Distrito Federal e os territórios; § 2º O juiz poderá, na hipótese do
parágrafo anterior ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente de
III - as associações legalmente
pedido do autor, se for suficiente ou
constituídas há pelo menos um ano e que
compatível com a obrigação, fixando prazo
incluam entre seus fins institucionais a
razoável para o cumprimento do preceito.
defesa dos interesses e direitos protegidos
por esta Lei, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização § 3º A multa só será exigível do réu
estatutária. após o trânsito em julgado da sentença
favorável ao autor, mas será devida desde o
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio dia em que se houver configurado o
facultativo entre os Ministérios Públicos da descumprimento.
União e dos estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei. Art. 214. Os valores das multas
reverterão ao fundo gerido pelo Conselho
§ 2º Em caso de desistência ou dos Direitos da Criança e do Adolescente do
abandono da ação por associação respectivo município.
legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade § 1º As multas não recolhidas até
ativa. trinta dias após o trânsito em julgado da
decisão serão exigidas através de execução
Art. 211. Os órgãos públicos promovida pelo Ministério Público, nos
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos
legitimados poderão tomar dos interessados
demais legitimados.
compromisso de ajustamento de sua
conduta às exigências legais, o qual terá
eficácia de título executivo extrajudicial. § 2º Enquanto o fundo não for
regulamentado, o dinheiro ficará depositado
em estabelecimento oficial de crédito, em
Art. 212. Para defesa dos direitos e
conta com correção monetária.
interesses protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ações
pertinentes. Art. 215. O juiz poderá conferir efeito
suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas
neste Capítulo as normas do Código de
Processo Civil. Art. 216. Transitada em julgado a
sentença que impuser condenação ao poder
público, o juiz determinará a remessa de
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de
peças à autoridade competente, para
autoridade pública ou agente de pessoa
apuração da responsabilidade civil e
jurídica no exercício de atribuições do poder
administrativa do agente a que se atribua a
público, que lesem direito líquido e certo
previsto nesta Lei, caberá ação ação ou omissão.
mandamental, que se regerá pelas normas
da lei do mandado de segurança. Art. 217. Decorridos sessenta dias do
trânsito em julgado da sentença
condenatória sem que a associação autora
Art. 213. Na ação que tenha por objeto
o cumprimento de obrigação de fazer ou não lhe promova a execução, deverá fazê-lo o

836
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Ministério Público, facultada igual iniciativa § 2º Os autos do inquérito civil ou as
aos demais legitimados. peças de informação arquivados serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta
Art. 218. O juiz condenará a grave, no prazo de três dias, ao Conselho
associação autora a pagar ao réu os Superior do Ministério Público.
honorários advocatícios arbitrados na
conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º § 3º Até que seja homologada ou
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de rejeitada a promoção de arquivamento, em
Processo Civil), quando reconhecer que a sessão do Conselho Superior do Ministério
pretensão é manifestamente infundada. público, poderão as associações
legitimadas apresentar razões escritas ou
Parágrafo único. Em caso de litigância documentos, que serão juntados aos autos
de má-fé, a associação autora e os diretores do inquérito ou anexados às peças de
responsáveis pela propositura da ação informação.
serão solidariamente condenados ao
décuplo das custas, sem prejuízo de § 4º A promoção de arquivamento
responsabilidade por perdas e danos. será submetida a exame e deliberação do
Conselho Superior do Ministério Público,
Art. 219. Nas ações de que trata este conforme dispuser o seu regimento.
Capítulo, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e § 5º Deixando o Conselho Superior de
quaisquer outras despesas. homologar a promoção de arquivamento,
designará, desde logo, outro órgão do
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o Ministério Público para o ajuizamento da
servidor público deverá provocar a iniciativa ação.
do Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre fatos que constituam Art. 224. Aplicam-se
objeto de ação civil, e indicando-lhe os subsidiariamente, no que couber, as
elementos de convicção. disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho
de 1985.
Art. 221. Se, no exercício de suas
funções, os juízos e tribunais tiverem Título VII
conhecimento de fatos que possam ensejar
a propositura de ação civil, remeterão peças Dos Crimes e Das Infrações
ao Ministério Público para as providências Administrativas
cabíveis.
Capítulo I
Art. 222. Para instruir a petição inicial,
o interessado poderá requerer às
Dos Crimes
autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, que
serão fornecidas no prazo de quinze dias. Seção I

Art. 223. O Ministério Público poderá Disposições Gerais


instaurar, sob sua presidência, inquérito
civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre
organismo público ou particular, certidões, crimes praticados contra a criança e o
informações, exames ou perícias, no prazo adolescente, por ação ou omissão, sem
que assinalar, o qual não poderá ser inferior prejuízo do disposto na legislação penal.
a dez dias úteis.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, definidos nesta Lei as normas da Parte
esgotadas todas as diligências, se Geral do Código Penal e, quanto
convencer da inexistência de fundamento ao processo, as pertinentes ao Código de
para a propositura da ação cível, promoverá Processo Penal.
o arquivamento dos autos do inquérito civil
ou das peças informativas, fazendo-o Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei
fundamentadamente. são de ação pública incondicionada

837
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção II família do apreendido ou à pessoa por ele
indicada:
Dos Crimes em Espécie
Pena - detenção de seis meses a dois
Art. 228. Deixar o encarregado de anos.
serviço ou o dirigente de estabelecimento de
atenção à saúde de gestante de manter Art. 232. Submeter criança ou
registro das atividades desenvolvidas, na adolescente sob sua autoridade, guarda ou
forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, vigilância a vexame ou a constrangimento:
bem como de fornecer à parturiente ou a seu
responsável, por ocasião da alta médica, Pena - detenção de seis meses a dois
declaração de nascimento, onde constem anos.
as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato: Art. 233. (Revogado pela Lei nº
9.455, de 7.4.1997:
Pena - detenção de seis meses a dois
anos. Art. 234. Deixar a autoridade
competente, sem justa causa, de ordenar a
Parágrafo único. Se o crime é culposo: imediata liberação de criança ou
adolescente, tão logo tenha conhecimento
Pena - detenção de dois a seis meses, da ilegalidade da apreensão:
ou multa.
Pena - detenção de seis meses a dois
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro anos.
ou dirigente de estabelecimento de atenção
à saúde de gestante de identificar Art. 235. Descumprir,
corretamente o neonato e a parturiente, por injustificadamente, prazo fixado nesta Lei
ocasião do parto, bem como deixar de em benefício de adolescente privado de
proceder aos exames referidos no art. 10 liberdade:
desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação
Parágrafo único. Se o crime é culposo: de autoridade judiciária, membro do
Conselho Tutelar ou representante do
Pena - detenção de dois a seis meses, Ministério Público no exercício de função
ou multa. prevista nesta Lei:

Art. 230. Privar a criança ou o Pena - detenção de seis meses a dois


adolescente de sua liberdade, procedendo à anos.
sua apreensão sem estar em flagrante de
ato infracional ou inexistindo ordem escrita Art. 237. Subtrair criança ou
da autoridade judiciária competente: adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem
Pena - detenção de seis meses a dois judicial, com o fim de colocação em lar
anos. substituto:

Parágrafo único. Incide na mesma Pena - reclusão de dois a seis anos, e


pena aquele que procede à apreensão sem multa.
observância das formalidades legais.
Art. 238. Prometer ou efetivar a
Art. 231. Deixar a autoridade policial entrega de filho ou pupilo a terceiro,
responsável pela apreensão de criança ou mediante paga ou recompensa:
adolescente de fazer imediata comunicação
à autoridade judiciária competente e à

838
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Pena - reclusão de um a quatro anos, hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei
e multa. nº 11.829, de 2008)

Parágrafo único. Incide nas mesmas III – prevalecendo-se de relações de


penas quem oferece ou efetiva a paga ou parentesco consangüíneo ou afim até o
recompensa. terceiro grau, ou por adoção, de tutor,
curador, preceptor, empregador da vítima
Art. 239. Promover ou auxiliar a ou de quem, a qualquer outro título, tenha
efetivação de ato destinado ao envio de autoridade sobre ela, ou com seu
criança ou adolescente para o exterior com consentimento. (Incluído pela Lei nº
inobservância das formalidades legais ou 11.829, de 2008)
com o fito de obter lucro:
Art. 241. Vender ou expor à venda
Pena - reclusão de quatro a seis anos, fotografia, vídeo ou outro registro que
e multa. contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Se há emprego de
violência, grave ameaça ou 11.829, de 2008)
fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003) Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) Lei nº 11.829, de 2008)
anos, além da pena correspondente à
violência. Art. 241-A. Oferecer, trocar,
disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir,
fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio de sistema de informática ou
meio, cena de sexo explícito ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito
pornográfica, envolvendo criança ou
ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente: (Redação dada pela Lei nº
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829,
11.829, de 2008)
de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
(oito) anos, e multa. (Redação dada pela
anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829,
Lei nº 11.829, de 2008)
de 2008)
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem
agencia, facilita, recruta, coage, ou de § 1o Nas mesmas penas incorre
quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
qualquer modo intermedeia a participação
2008)
de criança ou adolescente nas cenas
referidas no caput deste artigo, ou ainda
quem com esses contracena. (Redação I – assegura os meios ou serviços
dada pela Lei nº 11.829, de 2008) para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste
artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um
2008)
terço) se o agente comete o
crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829,
de 2008) II – assegura, por qualquer meio, o
acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o
I – no exercício de cargo ou função
caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
pública ou a pretexto de exercê-
la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 11.829, de 2008)
2008)
§ 2o As condutas tipificadas nos
incisos I e II do § 1o deste artigo são puníveis
II – prevalecendo-se de relações
quando o responsável legal pela prestação
domésticas, de coabitação ou de
do serviço, oficialmente notificado, deixa de

839
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de Art. 241-C. Simular a participação de
que trata o caput deste artigo. (Incluído pela criança ou adolescente em cena de sexo
Lei nº 11.829, de 2008) explícito ou pornográfica por meio de
adulteração, montagem ou modificação de
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de
armazenar, por qualquer meio, fotografia, representação visual: (Incluído pela Lei
vídeo ou outra forma de registro que nº 11.829, de 2008)
contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
2008) 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 Parágrafo único. Incorre nas mesmas


(quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei penas quem vende, expõe à venda,
nº 11.829, de 2008) disponibiliza, distribui, publica ou divulga por
qualquer meio, adquire, possui ou armazena
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a o material produzido na forma do caput
2/3 (dois terços) se de pequena quantidade deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829,
o material a que se refere o caput deste de 2008)
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008) Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar
ou constranger, por qualquer meio de
§ 2o Não há crime se a posse ou o comunicação, criança, com o fim de com ela
armazenamento tem a finalidade de praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
comunicar às autoridades competentes a 11.829, de 2008)
ocorrência das condutas descritas nos arts.
240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três)
a comunicação for feita por: (Incluído pela anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829,
Lei nº 11.829, de 2008) de 2008)

I – agente público no exercício de Parágrafo único. Nas mesmas penas


suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829,
de 2008) de 2008)

II – membro de entidade, legalmente I – facilita ou induz o acesso à criança


constituída, que inclua, entre suas de material contendo cena de sexo explícito
finalidades institucionais, o recebimento, o ou pornográfica com o fim de com ela
processamento e o encaminhamento de praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei
notícia dos crimes referidos neste nº 11.829, de 2008)
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008) II – pratica as condutas descritas no
caput deste artigo com o fim de induzir
III – representante legal e funcionários criança a se exibir de forma pornográfica ou
responsáveis de provedor de acesso ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº
serviço prestado por meio de rede de 11.829, de 2008)
computadores, até o recebimento do
material relativo à notícia feita à autoridade Art. 241-E. Para efeito dos crimes
policial, ao Ministério Público ou ao Poder previstos nesta Lei, a expressão “cena de
Judiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de sexo explícito ou pornográfica” compreende
2008) qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais
§ 3o As pessoas referidas no § 2o explícitas, reais ou simuladas, ou exibição
deste artigo deverão manter sob sigilo o dos órgãos genitais de uma criança ou
material ilícito referido. (Incluído pela Lei adolescente para fins primordialmente
nº 11.829, de 2008) sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)

840
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 242. Vender, fornecer ainda que § 2o Constitui efeito obrigatório da
gratuitamente ou entregar, de qualquer condenação a cassação da licença de
forma, a criança ou adolescente arma, localização e de funcionamento do
munição ou explosivo: estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
9.975, de 23.6.2000)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, Art. 244-B. Corromper ou facilitar a
de 12.11.2003) corrupção de menor de 18 (dezoito) anos,
com ele praticando infração penal ou
Art. 243. Vender, fornecer, servir, induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei
ministrar ou entregar, ainda que nº 12.015, de 2009)
gratuitamente, de qualquer forma, a criança
ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
justa causa, outros produtos cujos anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
componentes possam causar dependência 2009)
física ou psíquica: (Redação dada pela
Lei nº 13.106, de 2015) § 1o Incorre nas penas previstas no
caput deste artigo quem pratica as condutas
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 ali tipificadas utilizando-se de quaisquer
(quatro) anos, e multa, se o fato não meios eletrônicos, inclusive salas de bate-
constitui crime mais grave. (Redação dada papo da internet. (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.106, de 2015) 12.015, de 2009)

Art. 244. Vender, fornecer ainda que § 2o As penas previstas no caput


gratuitamente ou entregar, de qualquer deste artigo são aumentadas de um terço no
forma, a criança ou adolescente fogos de caso de a infração cometida ou induzida
estampido ou de artifício, exceto aqueles estar incluída no rol do art. 1o da Lei no
que, pelo seu reduzido potencial, sejam 8.072, de 25 de julho de 1990. (Incluído
incapazes de provocar qualquer dano físico pela Lei nº 12.015, de 2009)
em caso de utilização indevida:
Capítulo II
Pena - detenção de seis meses a dois
anos, e multa. Das Infrações Administrativas

Art. 244-A. Submeter criança ou Art. 245. Deixar o médico, professor


adolescente, como tais definidos no caput ou responsável por estabelecimento de
do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à atenção à saúde e de ensino fundamental,
exploração sexual: (Incluído pela Lei nº pré-escola ou creche, de comunicar à
9.975, de 23.6.2000) autoridade competente os casos de que
tenha conhecimento, envolvendo suspeita
Pena – reclusão de quatro a dez anos ou confirmação de maus-tratos contra
e multa, além da perda de bens e valores criança ou adolescente:
utilizados na prática criminosa em favor do
Fundo dos Direitos da Criança e do Pena - multa de três a vinte salários de
Adolescente da unidade da Federação referência, aplicando-se o dobro em caso de
(Estado ou Distrito Federal) em que foi reincidência.
cometido o crime, ressalvado o direito de
terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Art. 246. Impedir o responsável ou
Lei nº 13.440, de 2017) funcionário de entidade de atendimento o
exercício dos direitos constantes nos incisos
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
proprietário, o gerente ou o responsável pelo
local em que se verifique a submissão de Pena - multa de três a vinte salários de
criança ou adolescente às práticas referidas
referência, aplicando-se o dobro em caso de
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº
reincidência.
9.975, de 23.6.2000)

841
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 247. Divulgar, total ou § 1º Em caso de reincidência, sem
parcialmente, sem autorização devida, por prejuízo da pena de multa, a autoridade
qualquer meio de comunicação, nome, ato judiciária poderá determinar o fechamento
ou documento de procedimento policial, do estabelecimento por até 15 (quinze)
administrativo ou judicial relativo a criança dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, de
ou adolescente a que se atribua ato 2009).
infracional:
§ 2º Se comprovada a reincidência
Pena - multa de três a vinte salários de em período inferior a 30 (trinta) dias, o
referência, aplicando-se o dobro em caso de estabelecimento será definitivamente
reincidência. fechado e terá sua licença
cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de
§ 1º Incorre na mesma pena quem 2009).
exibe, total ou parcialmente, fotografia de
criança ou adolescente envolvido em ato Art. 251. Transportar criança ou
infracional, ou qualquer ilustração que lhe adolescente, por qualquer meio, com
diga respeito ou se refira a atos que lhe inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e
sejam atribuídos, de forma a permitir sua 85 desta Lei:
identificação, direta ou indiretamente.
Pena - multa de três a vinte salários de
§ 2º Se o fato for praticado por órgão referência, aplicando-se o dobro em caso de
de imprensa ou emissora de rádio ou reincidência.
televisão, além da pena prevista neste
artigo, a autoridade judiciária poderá Art. 252. Deixar o responsável por
determinar a apreensão da publicação ou a diversão ou espetáculo público de afixar, em
suspensão da programação da emissora até lugar visível e de fácil acesso, à entrada do
por dois dias, bem como da publicação do local de exibição, informação destacada
periódico até por dois sobre a natureza da diversão ou espetáculo
números. (Expressão declarada e a faixa etária especificada no certificado
inconstitucional pela ADIN 869). de classificação:

Art. 248. (Revogado pela Lei nº Pena - multa de três a vinte salários de
13.431, de 2017) (Vigência) referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou
culposamente, os deveres inerentes ao Art. 253. Anunciar peças teatrais,
pátrio poder poder familiar ou decorrente de filmes ou quaisquer representações ou
tutela ou guarda, bem assim determinação espetáculos, sem indicar os limites de idade
da autoridade judiciária ou Conselho a que não se recomendem:
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de
referência, duplicada em caso de
Pena - multa de três a vinte salários de reincidência, aplicável, separadamente, à
referência, aplicando-se o dobro em caso de casa de espetáculo e aos órgãos de
reincidência. divulgação ou publicidade.

Art. 250. Hospedar criança ou Art. 254. Transmitir, através de rádio


adolescente desacompanhado dos pais ou ou televisão, espetáculo em horário diverso
responsável, ou sem autorização escrita do autorizado ou sem aviso de sua
desses ou da autoridade judiciária, em hotel, classificação: (Expressão declarada
pensão, motel ou congênere: (Redação inconstitucional pela ADI 2.404).
dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena - multa de vinte a cem salários
Pena – multa. (Redação dada pela de referência; duplicada em caso de
Lei nº 12.038, de 2009). reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da
emissora por até dois dias.

842
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, Parágrafo único. Incorre nas mesmas
amostra ou congênere classificado pelo penas a autoridade que deixa de efetuar o
órgão competente como inadequado às cadastramento de crianças e de
crianças ou adolescentes admitidos ao adolescentes em condições de serem
espetáculo: adotadas, de pessoas ou casais habilitados
à adoção e de crianças e adolescentes em
Pena - multa de vinte a cem salários regime de acolhimento institucional ou
de referência; na reincidência, a autoridade familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
poderá determinar a suspensão do 2009) Vigência
espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias. Art. 258-B. Deixar o médico,
enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
Art. 256. Vender ou locar a criança ou de atenção à saúde de gestante de efetuar
adolescente fita de programação em vídeo, imediato encaminhamento à autoridade
em desacordo com a classificação atribuída judiciária de caso de que tenha
pelo órgão competente: conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para
Pena - multa de três a vinte salários de adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
referência; em caso de reincidência, a 2009) Vigência
autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil
quinze dias. reais) a R$ 3.000,00 (três mil
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 257. Descumprir obrigação 2009) Vigência
constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Parágrafo único. Incorre na mesma
pena o funcionário de programa oficial ou
Pena - multa de três a vinte salários de
referência, duplicando-se a pena em caso comunitário destinado à garantia do direito à
de reincidência, sem prejuízo de apreensão convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste
da revista ou publicação.
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 258. Deixar o responsável pelo
estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o Art. 258-C. Descumprir a proibição
estabelecida no inciso II do art.
acesso de criança ou adolescente aos locais
81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de
de diversão, ou sobre sua participação no
2015)
espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil
reais) a R$ 10.000,00 (dez mil
referência; em caso de reincidência, a
reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106,
autoridade judiciária poderá determinar o
de 2015)
fechamento do estabelecimento por até
quinze dias.
Medida Administrativa - interdição do
estabelecimento comercial até o
Art. 258-A. Deixar a autoridade
recolhimento da multa
competente de providenciar a instalação e
aplicada. (Redação dada pela Lei nº
operacionalização dos cadastros previstos
no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta 13.106, de 2015)
Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência Disposições Finais e Transitórias

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil Art. 259. A União, no prazo de noventa


reais) a R$ 3.000,00 (três mil dias contados da publicação deste Estatuto,
reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de elaborará projeto de lei dispondo sobre a
2009) Vigência criação ou adaptação de seus órgãos às
diretrizes da política de atendimento fixadas
no art. 88 e ao que estabelece o Título V do
Livro II.

843
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Compete aos § 3º O Departamento da Receita
estados e municípios promoverem a Federal, do Ministério da Economia,
adaptação de seus órgãos e programas às Fazenda e Planejamento, regulamentará a
diretrizes e princípios estabelecidos nesta comprovação das doações feitas aos
Lei. fundos, nos termos deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
Art. 260. Os contribuintes poderão
efetuar doações aos Fundos dos Direitos da § 4º O Ministério Público determinará
Criança e do Adolescente nacional, distrital, em cada comarca a forma de fiscalização da
estaduais ou municipais, devidamente aplicação, pelo Fundo Municipal dos
comprovadas, sendo essas integralmente Direitos da Criança e do Adolescente, dos
deduzidas do imposto de renda, obedecidos incentivos fiscais referidos neste
os seguintes limites: (Redação dada pela artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.10.1991)

I - 1% (um por cento) do imposto sobre § 5o Observado o disposto no § 4o do


a renda devido apurado pelas pessoas art.3oda Lei no 9.249, de 26 de dezembro
jurídicas tributadas com base no lucro real; de 1995, a dedução de que trata o inciso I
e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de do caput: (Redação dada pela Lei nº
2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

II - 6% (seis por cento) do imposto I - será considerada isoladamente,


sobre a renda apurado pelas pessoas físicas não se submetendo a limite em conjunto
na Declaração de Ajuste Anual, observado o com outras deduções do imposto;
disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
dezembro de 1997. (Redação dada pela 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não poderá ser computada como
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, despesa operacional na apuração do lucro
de 1997) (Produção de efeito) real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
§ 1o-A. Na definição das prioridades a
serem atendidas com os recursos captados Art. 260-A. A partir do exercício de
pelos fundos nacional, estaduais e 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa
municipais dos direitos da criança e do física poderá optar pela doação de que trata
adolescente, serão consideradas as o inciso II do caput do art. 260 diretamente
disposições do Plano Nacional de em sua Declaração de Ajuste
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Crianças e Adolescentes à Convivência 2012) (Vide)
Familiar e Comunitária e as do Plano
Nacional pela Primeira § 1o A doação de que trata o caput
Infância. (Redação dada dada pela Lei nº poderá ser deduzida até os seguintes
13.257, de 2016) percentuais aplicados sobre o imposto
apurado na declaração: (Incluído pela Lei
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais nº 12.594, de 2012) (Vide)
e municipais dos direitos da criança e do
adolescente fixarão critérios de utilização, I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
por meio de planos de aplicação, das 12.594, de 2012) (Vide)
dotações subsidiadas e demais receitas,
aplicando necessariamente percentual para
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº
incentivo ao acolhimento, sob a forma de
12.594, de 2012) (Vide)
guarda, de crianças e adolescentes e para
programas de atenção integral à primeira
infância em áreas de maior carência III - 3% (três por cento) a partir do
socioeconômica e em situações de exercício de 2012. (Incluído pela Lei nº
calamidade. (Redação dada dada pela 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 13.257, de 2016)

844
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o A dedução de que trata o controlados pelos Conselhos dos Direitos da
caput: (Incluído pela Lei nº 12.594, de Criança e do Adolescente municipais,
2012) (Vide) distrital, estaduais e nacional
concomitantemente com a opção de que
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por trata o caput, respeitado o limite previsto no
cento) do imposto sobre a renda apurado na inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei nº
declaração de que trata o inciso II do caput 12.594, de 2012) (Vide)
do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Art. 260-B. A doação de que trata o
inciso I do art. 260 poderá ser
II - não se aplica à pessoa física deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre,
a) utilizar o desconto para as pessoas jurídicas que apuram o
simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, imposto trimestralmente; e (Incluído pela
de 2012) (Vide) Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

b) apresentar declaração em II - do imposto devido mensalmente e


formulário; ou (Incluído pela Lei nº 12.594, no ajuste anual, para as pessoas jurídicas
de 2012) (Vide) que apuram o imposto
anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594,
c) entregar a declaração fora do de 2012) (Vide)
prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) Parágrafo único. A doação deverá ser
efetuada dentro do período a que se refere
III - só se aplica às doações em a apuração do imposto. (Incluído pela Lei
espécie; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de nº 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o
art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em
IV - não exclui ou reduz outros
benefícios ou deduções em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº
vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 12.594, de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações
efetuadas em espécie devem ser
§ 3o O pagamento da doação deve
ser efetuado até a data de vencimento da depositadas em conta específica, em
primeira quota ou quota única do imposto, instituição financeira pública, vinculadas aos
respectivos fundos de que trata o art.
observadas instruções específicas da
260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
Secretaria da Receita Federal do
2012) (Vide)
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis
pela administração das contas dos Fundos
§4o O não pagamento da doação no
dos Direitos da Criança e do Adolescente
prazo estabelecido no § 3o implica a glosa
nacional, estaduais, distrital e municipais
definitiva desta parcela de dedução, ficando
a pessoa física obrigada ao recolhimento da devem emitir recibo em favor do doador,
diferença de imposto devido apurado na assinado por pessoa competente e pelo
presidente do Conselho correspondente,
Declaração de Ajuste Anual com os
especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594,
acréscimos legais previstos na
de 2012) (Vide)
legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela
§ 5o A pessoa física poderá deduzir Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
do imposto apurado na Declaração de
Ajuste Anual as doações feitas, no II - nome, Cadastro Nacional da
respectivo ano-calendário, aos fundos Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do

845
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de b) para as pessoas jurídicas, o valor
2012) (Vide) contábil dos bens. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF) do Parágrafo único. O preço obtido em
doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de caso de leilão não será considerado na
2012) (Vide) determinação do valor dos bens doados,
exceto se o leilão for determinado por
IV - data da doação e valor autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº
efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei 12.594, de 2012) (Vide)
nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-F. Os documentos a que se
V - ano-calendário a que se refere a referem os arts. 260-D e 260-E devem ser
doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de mantidos pelo contribuinte por um prazo de
2012) (Vide) 5 (cinco) anos para fins de comprovação da
dedução perante a Receita Federal do
Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
§ 1o O comprovante de que trata o
caput deste artigo pode ser emitido 2012) (Vide)
anualmente, desde que discrimine os
valores doados mês a mês. (Incluído pela Art. 260-G. Os órgãos responsáveis
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela administração das contas dos Fundos
dos Direitos da Criança e do Adolescente
§ 2o No caso de doação em bens, o nacional, estaduais, distrital e municipais
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
comprovante deve conter a identificação
2012) (Vide)
dos bens, mediante descrição em campo
próprio ou em relação anexa ao
comprovante, informando também se houve I - manter conta bancária específica
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e destinada exclusivamente a gerir os
endereço dos avaliadores. (Incluído pela recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)

Art. 260-E. Na hipótese da doação II - manter controle das doações


em bens, o doador deverá: (Incluído pela recebidas; e (Incluído pela Lei nº 12.594,
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de 2012) (Vide)

I - comprovar a propriedade dos bens, III - informar anualmente à Secretaria


mediante documentação hábil; (Incluído da Receita Federal do Brasil as doações
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recebidas mês a mês, identificando os
seguintes dados por doador: (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - baixar os bens doados na
declaração de bens e direitos, quando se
tratar de pessoa física, e na escrituração, no a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído
caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
b) valor doado, especificando se a
III - considerar como valor dos bens doação foi em espécie ou em
doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide) 2012) (Vide)

a) para as pessoas físicas, o valor Art. 260-H. Em caso de


constante da última declaração do imposto descumprimento das obrigações previstas
de renda, desde que não exceda o valor de no art. 260-G, a Secretaria da Receita
mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de Federal do Brasil dará conhecimento do fato
2012) (Vide) ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)

846
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos Art. 260-K. A Secretaria de Direitos
da Criança e do Adolescente nacional, Humanos da Presidência da República
estaduais, distrital e municipais divulgarão (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da
amplamente à comunidade: (Incluído pela Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
relação atualizada dos Fundos dos Direitos
I - o calendário de suas da Criança e do Adolescente nacional,
reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de distrital, estaduais e municipais, com a
2012) (Vide) indicação dos respectivos números de
inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições
II - as ações prioritárias para aplicação
financeiras públicas, destinadas
das políticas de atendimento à criança e ao
exclusivamente a gerir os recursos dos
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594,
Fundos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
de 2012) (Vide)
2012) (Vide)
III - os requisitos para a apresentação
Art. 260-L. A Secretaria da Receita
de projetos a serem beneficiados com
recursos dos Fundos dos Direitos da Federal do Brasil expedirá as instruções
Criança e do Adolescente nacional, necessárias à aplicação do disposto nos
arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº
estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
12.594, de 2012) (Vide)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

IV - a relação dos projetos aprovados Art. 261. A falta dos conselhos


em cada ano-calendário e o valor dos municipais dos direitos da criança e do
adolescente, os registros, inscrições e
recursos previstos para implementação das
alterações a que se referem os arts. 90,
ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº
parágrafo único, e 91 desta Lei serão
12.594, de 2012) (Vide)
efetuados perante a autoridade judiciária da
comarca a que pertencer a entidade.
V - o total dos recursos recebidos e a
respectiva destinação, por projeto atendido,
Parágrafo único. A União fica
inclusive com cadastramento na base de
autorizada a repassar aos estados e
dados do Sistema de Informações sobre a
municípios, e os estados aos municípios, os
Infância e a Adolescência; e (Incluído pela
recursos referentes aos programas e
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
atividades previstos nesta Lei, tão logo
estejam criados os conselhos dos direitos da
VI - a avaliação dos resultados dos criança e do adolescente nos seus
projetos beneficiados com recursos dos respectivos níveis.
Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e
Art. 262. Enquanto não instalados os
municipais. (Incluído pela Lei nº 12.594,
Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
de 2012) (Vide)
conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.
Art. 260-J. O Ministério Público
determinará, em cada Comarca, a forma de
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7
fiscalização da aplicação dos incentivos
de dezembro de 1940 (Código Penal), passa
fiscais referidos no art. 260 desta
a vigorar com as seguintes alterações:
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
1) Art. 121
Parágrafo único. O descumprimento ............................................................
do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará
os infratores a responder por ação judicial § 4º No homicídio culposo, a pena é
proposta pelo Ministério Público, que poderá aumentada de um terço, se o crime resulta
atuar de ofício, a requerimento ou de inobservância de regra técnica de
representação de qualquer profissão, arte ou ofício, ou se o agente
cidadão. (Incluído pela Lei nº 12.594, de deixa de prestar imediato socorro à vítima,
2012) (Vide) não procura diminuir as conseqüências do
seu ato, ou foge para evitar prisão em

847
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de um terço, se o crime é
praticado contra pessoa menor de catorze
anos.

2) Art. 129
...............................................................

§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se


ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121,
§ 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no


§ 5º do art. 121.

3) Art.
136................................................................
.

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o


crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.

4) Art. 213
..................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de


catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art.
214................................................................
...

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de


catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

848
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 13.715, DE 24 DE SETEMBRO DE 2018. Dispõe sobre hipóteses de
perda do poder familiar pelo autor de determinados crimes

Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a Lei nº 8.069, de 13


de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
2002 (Código Civil), para dispor sobre hipóteses de perda do poder familiar pelo autor de
determinados crimes contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho,
filha ou outro descendente.

O PRESIDENTE DO SUPREMO “Art. 23.


TRIBUNAL FEDERAL, no exercício do ..................................................................
cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional ...........................................................
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ............................

Art. 1º Esta Lei altera o Decreto-Lei nº § 2º A condenação criminal do pai ou


2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código da mãe não implicará a destituição do poder
Penal), a Lei nº 8.069, de 13 de julho de familiar, exceto na hipótese de condenação
1990 (Estatuto da Criança e do por crime doloso sujeito à pena de reclusão
Adolescente), e a Lei nº 10.406, de 10 de contra outrem igualmente titular do mesmo
janeiro de 2002 (Código Civil), para dispor poder familiar ou contra filho, filha ou outro
sobre hipóteses de perda do poder familiar descendente.” (NR)
pelo autor de determinados crimes contra
outrem igualmente titular do mesmo poder
familiar ou contra filho, filha ou outro Art. 4º O art. 1.638 da Lei nº 10.406,
descendente. de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ,
passa a vigorar acrescido do seguinte
parágrafo único:
Art. 2º O inciso II do caput do art. 92
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal) , passa a vigorar “Art. 1.638.
com a seguinte redação: ..............................................................

“Art. 92. ...........................................................


................................................................... .............................

........................................................... Parágrafo único. Perderá também por


.............................. ato judicial o poder familiar aquele que:

II – a incapacidade para o exercício I – praticar contra outrem igualmente


do poder familiar, da tutela ou da curatela titular do mesmo poder familiar:
nos crimes dolosos sujeitos à pena de
reclusão cometidos contra outrem a) homicídio, feminicídio ou lesão
igualmente titular do mesmo poder familiar, corporal de natureza grave ou seguida de
contra filho, filha ou outro descendente ou morte, quando se tratar de crime doloso
contra tutelado ou curatelado; envolvendo violência doméstica e familiar
ou menosprezo ou discriminação à condição
........................................................... de mulher;
.....................” (NR)
b) estupro ou outro crime contra a
Art. 3º O § 2º do art. 23 da Lei nº dignidade sexual sujeito à pena de reclusão;
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente) , passa a vigorar II – praticar contra filho, filha ou outro
com a seguinte redação: descendente:

849
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a) homicídio, feminicídio ou lesão
corporal de natureza grave ou seguida de
morte, quando se tratar de crime doloso
envolvendo violência doméstica e familiar
ou menosprezo ou discriminação à condição
de mulher;

b) estupro, estupro de vulnerável ou


outro crime contra a dignidade sexual sujeito
à pena de reclusão.” (NR)

Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data


de sua publicação.

Brasília, 24 de setembro de 2018;


197º da Independência e 130º da
República.

JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI


Torquato Jardim
Gustavo do Vale Rocha

850
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 9.579, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2018 - dispõem sobre a temática
do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente

Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática
do lactente, da criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas
federais da criança e do adolescente, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , até doze anos de idade incompletos e


no uso da atribuição que lhe confere o art. adolescente a pessoa entre doze e dezoito
84, caput , inciso IV, da Constituição, e anos de idade, em observância ao disposto
tendo em vista o disposto na Lei na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -
Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de Estatuto da Criança e do Adolescente.
1998, e na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 - Estatuto da Criança e do Parágrafo único. Nas hipóteses
Adolescente, previstas em lei, o disposto neste Decreto se
aplica, excepcionalmente, às pessoas entre
DECRETA : dezoito e vinte e um anos.

TÍTULO I TÍTULO II

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS


DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Art. 1º Este Decreto consolida os atos
normativos editados pelo Poder Executivo CAPÍTULO I
federal que dispõem sobre a temática da
criança e do adolescente, em observância DO DIREITO À ALIMENTAÇÃO
ao disposto na Lei Complementar nº 95, de
26 de fevereiro de 1998 , e no Decreto nº
9.191, de 1º de novembro de 2017 . Seção I

§ 1º Para fins do disposto neste Da comercialização de alimentos


Decreto, considera-se consolidação a para lactantes e crianças na primeira
reunião de atos normativos pertinentes a infância
determinada matéria em um único diploma
legal, com a revogação formal daqueles atos Art. 3º Este Capítulo regulamenta o
normativos incorporados à consolidação e disposto na Lei nº 11.265, de 3 de janeiro de
sem a modificação do alcance nem da 2006 , que dispõe sobre a comercialização
interrupção da força normativa dos de alimentos para lactentes e crianças na
dispositivos consolidados, nos termos do primeira infância e de produtos de
disposto no art. 13, § 1º, da Lei puericultura correlatos.
Complementar nº 95, de 1998 , e no art. 45
do Decreto nº 9.191, de 2017. Parágrafo único. O disposto neste
Capítulo se aplica à comercialização, à
§ 2º A consolidação de atos publicidade e às práticas correlatas, à
normativos tem por objetivo eliminar do qualidade e às informações de uso dos
ordenamento jurídico brasileiro normas de seguintes produtos, fabricados no País ou
conteúdo idêntico ou divergente, observado importados:
o disposto no art. 46 do Decreto nº 9.191, de
2017. I - alimentos de transição e alimentos
à base de cereais, indicados para lactentes
Art. 2º Para fins do disposto neste ou crianças na primeira infância, e outros
Decreto, considera-se criança a pessoa com alimentos ou bebidas à base de leite ou não,

851
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
quando comercializados ou apresentados IV - amostra - uma unidade de
como apropriados para a alimentação de produto fornecida uma vez de forma
lactentes e crianças na primeira infância; gratuita;

II - fórmulas de nutrientes V - apresentação especial - forma de


apresentadas ou indicadas para recém- apresentação de produto relacionada com a
nascidos de alto risco; promoção comercial para induzir a
aquisição ou a venda, como embalagens
III - fórmulas infantis de seguimento promocionais, embalagens de fantasia ou
para crianças na primeira infância; conjuntos que agreguem outros produtos
não abrangidos por este Capítulo;
IV - fórmulas infantis para lactentes e
fórmulas infantis de seguimento para VI - autoridade de saúde - pessoa
lactentes; investida em cargo ou função pública que
exerça atividades relacionadas com a
saúde;
V - fórmulas infantis para
necessidades dietoterápicas específicas;
VII - autoridade fiscalizadora -
autoridade sanitária integrante do Sistema
VI - leites fluidos ou em pó, leites Nacional de Vigilância Sanitária ou de órgão
modificados e similares de origem vegetal; e de proteção e defesa do consumidor da
administração pública, direta ou indireta,
VII - mamadeiras, bicos e chupetas. nas esferas federal, estadual, distrital ou
municipal;
Art. 4º Para os fins do disposto neste
Capítulo, considera-se: VIII - bico - objeto apresentado ou
indicado para o processo de sucção nutritiva
I - alimento substituto do leite materno da criança, com a finalidade de administrar
ou humano - alimento comercializado ou de ou veicular alimentos ou líquidos em
alguma forma apresentado como substituto recipiente ou sobre a mama;
parcial ou total do leite materno ou humano;
IX - kit ou conjunto - conjunto de
II - alimento de transição para produtos de marcas, formas ou tamanhos
lactentes e crianças na primeira infância - diferentes acondicionados na mesma
alimento industrializado para uso direto ou embalagem;
empregado em preparado caseiro, utilizado
como complemento do leite materno ou de X - criança - pessoa de até doze anos
fórmulas infantis, introduzido na de idade incompletos, conforme o disposto
alimentação de lactentes e crianças na no art. 1º;
primeira infância para promover a
adaptação progressiva aos alimentos XI - criança na primeira infância ou
comuns e propiciar a alimentação criança pequena - criança de até seis anos
balanceada e adequada às suas de idade completos;
necessidades, respeitada sua maturidade
fisiológica e seu desenvolvimento
neuropsicomotor; XII - chupeta - produto destinado à
sucção sem a finalidade de administrar
alimentos, medicamentos ou líquidos;
III - alimento à base de cereais para
lactentes e crianças na primeira infância -
alimento à base de cereais próprio para a XIII - destaque - mensagem gráfica ou
alimentação de lactentes após o sexto mês sonora que ressalta determinada
e de crianças na primeira infância, advertência, frase ou texto;
respeitada sua maturidade fisiológica e seu
desenvolvimento neuropsicomotor; XIV - doação - fornecimento gratuito
de produto em quantidade superior à
caracterizada como amostra;

852
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XV - distribuidor - pessoa física ou XXIII - fórmula infantil para
jurídica, do setor público ou privado, necessidades dietoterápicas específicas -
envolvida direta ou indiretamente na produto cuja composição tenha sido
comercialização ou na importação, por alterada para atender às necessidades
atacado ou varejo, de um ou mais produtos específicas decorrentes de alterações
abrangidos pelo disposto neste Capítulo; fisiológicas ou patológicas temporárias ou
permanentes, não amparada pelo
XVI - exposição especial - qualquer regulamento técnico específico de fórmulas
forma de expor um produto para destacá-lo infantis;
dos demais no estabelecimento comercial,
como vitrine, ponta de gôndola, XXIV - fórmula infantil de seguimento
empilhamento de produtos em forma de para lactentes - produto em forma líquida ou
pirâmide ou ilha, engradados, em pó utilizado por indicação de profissional
ornamentação de prateleiras ou formas qualificado como substituto do leite materno
estabelecidas em regulamentação da ou humano a partir do sexto mês de idade
Agência Nacional de Vigilância Sanitária - do lactente;
Anvisa;
XXV - fórmula infantil de seguimento
XVII - embalagem - recipiente, pacote para crianças na primeira infância - produto
ou envoltório destinado a garantir a em forma líquida ou em pó utilizado como
conservação e a facilitar o transporte e o substituto do leite materno ou humano para
manuseio dos produtos; crianças na primeira infância;

XVIII - entidade associativa XXVI - fórmula de nutrientes para


reconhecida nacionalmente - associação recém-nascidos de alto risco - composto de
que congrega médicos ou nutricionistas que nutrientes apresentado ou indicado para a
possua representação em todas as regiões alimentação de recém-nascidos de alto
brasileiras e em, no mínimo, cinquenta por risco;
cento dos Estados de cada região;
XXVII - importador - pessoa jurídica
XIX - entidade científica de ensino e que pratique a importação de produto
pesquisa - universidade, faculdade, abrangido pelo disposto neste Capítulo;
faculdade integrada, escola superior ou
centro de educação tecnológica, XXVIII - lactente - criança com idade
reconhecido pelo Ministério da Educação; de até onze meses e vinte e nove dias;

XX - fabricante - entidade pública ou XXIX - leite - produto em forma líquida


privada envolvida na fabricação de produto ou em pó, oriundo da ordenha completa,
abrangido pelo disposto neste Capítulo; ininterrupta, em condições de higiene, de
animais de todas as espécies, sadios,
XXI - figura ou ilustração humanizada alimentados e descansados;
- fotografia, desenho ou representação de
personagens infantis, seres vivos ou XXX - leite modificado - leite em forma
inanimados, de forma estilizada ou não, líquida ou em pó, de composição modificada
representados com características físicas por meio de subtração ou adição de
ou comportamentais próprias dos seres constituintes;
humanos;
XXXI - mamadeira - objeto para
XXII - fórmula infantil para lactentes - administração de produto líquido ou pastoso
produto em forma líquida ou em pó para crianças, constituída de bico e
destinado à alimentação de lactentes até o recipiente, que pode possuir anel retentor
sexto mês, sob prescrição, em substituição para manter acoplados o bico e o recipiente;
total ou parcial do leite materno ou humano,
para satisfação de suas necessidades
nutricionais; XXXII - material educativo - material
escrito ou audiovisual destinado ao público
para orientar quanto à alimentação de
lactentes e de crianças na primeira infância

853
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ou sobre a utilização adequada de produtos XXXVIII - representante comercial -
destinados a lactentes e crianças na vendedores, promotores, demonstradores,
primeira infância, tais como folhetos, livros, representantes de empresa e de vendas ou
artigos em periódico leigo, sistema outros profissionais remunerados, direta ou
eletrônico de informações, entre outros; indiretamente, por fabricantes, fornecedores
ou importadores dos produtos abrangidos
XXXIII - material técnico-científico - pelo disposto neste Capítulo;
material elaborado com informações
comprovadas sobre produtos ou XXXIX - rótulo - inscrição, legenda,
relacionadas com o domínio de imagem, matéria descritiva ou gráfica que
conhecimento da nutrição e da pediatria, esteja escrita, impressa, estampada,
destinado aos profissionais e ao pessoal da gravada, gravada em relevo, litografada,
área da saúde; colada ou fundida sobre a superfície do
recipiente, do produto ou de sua
XXXIV – painel principal ou painel embalagem;
frontal - área mais facilmente visível em
condições usuais de exposição, onde estão XL - similar de origem vegetal -
escritas, em sua forma mais relevante, a alimento em forma líquida ou em pó que
denominação de venda, a marca e, se contenha proteína vegetal, comercializado
houver, o logotipo do produto; ou apresentado como alternativa de
consumo para o leite; e
XXXV - patrocínio - custeio total ou
parcial de materiais, de programa de rádio XLI - similar de origem vegetal misto -
ou de televisão, de páginas e dos demais similar de origem vegetal que apresenta em
conteúdos da internet e de outros tipos de sua composição proteínas de origem não
mídia, de evento, de projeto comunitário, de vegetal.
atividade cultural, artística, esportiva, de
pesquisa ou de atualização científica, ou Seção II
custeio direto ou indireto de profissionais da
área da saúde para participação em
atividades ou incentivo de qualquer espécie; Do comércio e da publicidade de
alimentos para lactantes e crianças na
primeira infância
XXXVI - promoção comercial -
conjunto de atividades informativas e de
persuasão, procedente de empresas Art. 5º É vedada a promoção
responsáveis pela produção, pela comercial dos produtos referidos nos incisos
manipulação, pela distribuição ou pela II, IV e VII do caput do art. 3º em quaisquer
comercialização dos produtos abrangidos meios de comunicação, incluídas a
pelo disposto neste Capítulo, incluída a publicidade indireta ou oculta e a divulgação
divulgação, por meios audiovisuais, por meios eletrônicos, escritos, auditivos e
auditivos e visuais, com o objetivo de induzir visuais.
a aquisição ou a venda de determinado
produto; Parágrafo único. A vedação à
promoção comercial referida no caput
XXXVII - recém-nascido de alto risco aplica-se a estratégias promocionais, como
- a criança que: exposições especiais e de descontos de
preço, cupons de descontos, prêmios,
brindes, vendas vinculadas a produtos não
a) nasce prematura, com menos de sujeitos ao disposto neste Capítulo,
trinta e quatro semanas de idade apresentações especiais ou outras
gestacional; estratégias estabelecidas em
regulamentação da Anvisa.
b) nasce com peso inferior a mil e
quinhentos gramas; ou Art. 6º A promoção comercial dos
alimentos infantis referidos nos incisos I, III
c) apresenta patologia que necessita e VI do caput do art. 3º incluirá, com
de tratamento intensivo logo após o seu destaque visual ou auditivo, observado o
nascimento;

854
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
correspondente meio de divulgação, os § 2º O marco inicial para a contagem
seguintes dizeres: do prazo referido no § 1º será estabelecido
em regulamentação da Anvisa.
I - para produtos referidos nos incisos
III e VI do caput do art. 3º - “O Ministério da § 3º É vedada a distribuição de
Saúde informa: o aleitamento materno evita amostra por ocasião de relançamento do
infecções e alergias e é recomendado até os produto ou de mudança de marca do
2 (dois) anos de idade ou mais”; e produto sem modificação significativa em
sua composição nutricional.
II - para produtos referidos no inciso I
do caput do art. 3º - “O Ministério da Saúde § 4º Para afastar a vedação prevista
informa: após os 6 (seis) meses de idade, no § 3º, o fabricante, o distribuidor ou o
continue amamentando seu filho e ofereça importador comprovará a modificação
novos alimentos”. significativa na composição nutricional à
autoridade fiscalizadora competente.
§ 1º Os dizeres veiculados por escrito
serão legíveis e apresentados em moldura, § 5º É vedada a distribuição de
próximos aos produtos, no mesmo sentido amostras de mamadeiras, bicos, chupetas e
espacial de outros textos informativos, fórmula de nutrientes para recém-nascido
quando presentes. de alto risco.

§ 2º Os caracteres de que trata o § 1º § 6º A amostra de fórmula infantil para


serão apresentados em caixa alta, em lactentes somente será ofertada com a
negrito e ter, no mínimo, vinte por cento do solicitação prévia de médico pediatra ou de
tamanho do maior caractere presente na nutricionista e será acompanhada de
promoção comercial, com tamanho mínimo protocolo de entrega da empresa, com cópia
de dois milímetros. para o profissional da saúde solicitante.

§ 3º Os destaques auditivos serão Art. 9º Os fabricantes, os


apresentados de forma pausada, clara e importadores e os distribuidores dos
audível. produtos abrangidos pelo disposto neste
Capítulo somente poderão conceder
Art. 7º É vedada a atuação de patrocínios às entidades científicas de
representantes comerciais nas unidades de ensino e pesquisa ou às entidades
saúde, exceto para a comunicação de associativas reconhecidas nacionalmente,
aspectos técnico-científicos dos produtos a vedado o patrocínio a pessoas físicas.
médicos pediatras e nutricionistas.
§ 1º As associações filiadas às
Parágrafo único. É dever do entidades associativas reconhecidas
fabricante, do distribuidor ou do importador nacionalmente poderão receber os
informar os seus representantes comerciais patrocínios de que trata o caput somente
e as agências de publicidade contratadas após a aprovação prévia das entidades
sobre o disposto neste Capítulo. associativas reconhecidas nacionalmente.

Art. 8º Os fabricantes, os § 2º As entidades beneficiadas não


distribuidores e os importadores somente permitirão que as empresas a que se refere
poderão fornecer amostras dos produtos o caput realizem promoção comercial de
referidos nos incisos I, III, IV e VI do caput seus produtos em eventos patrocinados.
do art. 3º aos médicos pediatras e aos
nutricionistas por ocasião do lançamento do § 3º As empresas patrocinadoras
produto, observado o disposto no art. 18. ficarão limitadas à distribuição de material
técnico-científico durante o evento
§ 1º Para fins do disposto neste patrocinado.
Capítulo, o lançamento em todo o território
nacional deverá ser feito no prazo máximo § 4º Os eventos patrocinados
de dezoito meses. incluirão nos materiais de divulgação o
seguinte destaque: “Este evento recebeu

855
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
patrocínio de empresas privadas, em Da rotulagem de alimentos para
conformidade com o disposto na Lei nº lactantes e crianças na primeira infância
11.265, de 3 de janeiro de 2006”.
Art. 11. Nas embalagens ou nos
Art. 10. São proibidas doações ou rótulos de fórmula infantil para lactentes e de
vendas a preços reduzidos dos produtos fórmula infantil de seguimento para
abrangidos pelo disposto neste Capítulo às lactentes, é vedado:
maternidades e às instituições que prestem
assistência a crianças. I - utilizar fotos, desenhos ou
representações gráficas que não sejam
§ 1º A proibição de que trata o caput necessárias para ilustrar métodos de
não se aplica às doações ou às vendas a preparação ou de uso do produto, exceto o
preços reduzidos em situações de uso de marca ou de logomarca, desde que
necessidade excepcional, individual ou não utilize imagem de lactente, de criança
coletiva, a critério da autoridade pequena ou de outras figuras ou ilustrações
fiscalizadora. humanizadas;

§ 2º Autorizada a doação ou a venda II - utilizar denominações ou frases


a preço reduzido, conforme previsto no § 1º, com o intuito de sugerir forte semelhança do
o fornecimento será mantido continuamente produto com o leite materno, como “leite
pelo período necessário ao lactente humanizado”, “leite maternizado”,
destinatário. “substituto do leite materno” ou outras
estabelecidas em regulamentação da
§ 3º Para fins do disposto no § 1º, Anvisa;
será permitida a impressão do nome e do
logotipo do doador ou do vendedor, vedada III - utilizar frases ou expressões que
a publicidade dos produtos. induzam dúvida quanto à capacidade das
mães de amamentarem os seus filhos;
§ 4º A doação para fins de pesquisa
somente será permitida com apresentação IV - utilizar expressões ou
de protocolo aprovado pelo Comitê de Ética denominações que identifiquem o produto
em Pesquisa da instituição a que o como mais adequado à alimentação infantil,
profissional responsável pela pesquisa como “ baby ”, “ kids ”, “ideal para o bebê”,
estiver vinculado, observadas as normas “primeiro crescimento” ou outras
editadas pelo Conselho Nacional de Saúde estabelecidas em regulamentação da
e pela Anvisa. Anvisa;

§ 5º O produto objeto de doação para V - utilizar informações que possam


pesquisa conterá, como identificação, no induzir o uso dos produtos em decorrência
painel frontal e com destaque, a expressão de falso conceito de vantagem ou de
“Doação para pesquisa, de acordo com o segurança;
disposto na Lei nº 11.265, de 3 de janeiro de
2006 ”. VI - utilizar frases ou expressões que
indiquem as condições de saúde para as
§ 6º A expressão a que se refere o § quais o produto seja adequado; e
5º será legível, apresentada em moldura, no
mesmo sentido espacial do texto VII - promover os produtos do
informativo, com caracteres apresentados fabricante ou de outros estabelecimentos.
em caixa alta, em negrito, e ter, no mínimo,
cinquenta por cento do tamanho da fonte do
texto informativo de maior letra, excluída a § 1º Os rótulos exibirão no painel
marca comercial, desde que atendido o principal, em moldura, de forma legível,
tamanho mínimo de dois milímetros. horizontal, de fácil visualização, em cores
contrastantes e em caracteres com tamanho
mínimo de dois milímetros, o destaque:
Seção III “AVISO IMPORTANTE: Este produto
somente deve ser usado na alimentação de
crianças menores de 1 (um) ano de idade

856
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
com indicação expressa de médico ou VII - promover os produtos do
nutricionista. O aleitamento materno evita fabricante ou de outros estabelecimentos.
infecções e alergias e fortalece o vínculo
mãe-filho”. § 1º Os rótulos exibirão no painel
principal, em moldura, de forma legível,
§ 2º Os rótulos exibirão destaque para horizontal, de fácil visualização, em cores
advertir sobre os riscos do preparo contrastantes e em caracteres com tamanho
inadequado, com instruções sobre a mínimo de dois milímetros, o destaque:
preparação correta do produto, sobre as “AVISO IMPORTANTE: Este produto não
medidas de higiene a serem observadas e deve ser usado para alimentar crianças
sobre a dosagem para diluição, quando for menores de 1 (um) ano de idade. O
o caso, nos termos estabelecidos em aleitamento materno evita infecções e
regulamentação da Anvisa. alergias e é recomendado até os 2 (dois)
anos de idade ou mais”.
Art. 12. Nas embalagens ou nos
rótulos de fórmula infantil de seguimento § 2º Os rótulos exibirão destaque para
para crianças na primeira infância, é advertir sobre os riscos do preparo
vedado: inadequado, com instruções sobre a
preparação correta do produto, sobre as
I - utilizar fotos, desenhos ou medidas de higiene a serem observadas e
representações gráficas que não sejam sobre a dosagem para a diluição, quando for
necessárias para ilustrar métodos de o caso, vedada a utilização de figuras de
preparação ou de uso do produto, exceto o mamadeira, nos termos estabelecidos em
uso de marca ou de logomarca, desde que regulamentação da Anvisa.
não utilize imagem de lactente, de criança
pequena ou de outras figuras ou ilustrações Art. 13. As embalagens ou os rótulos
humanizadas; de fórmulas infantis para atender às
necessidades dietoterápicas específicas
II - utilizar denominações ou frases exibirão informações sobre as
com o intuito de sugerir forte semelhança do características específicas do alimento,
produto com o leite materno, como “leite vedada a indicação de condições de saúde
humanizado”, “leite maternizado”, para as quais o produto possa ser utilizado.
“substituto do leite materno” ou outras
estabelecidas em regulamentação da Parágrafo único. O disposto no art. 11
Anvisa; aplica-se aos produtos a que se refere o
caput .
III - utilizar frases ou expressões que
induzam dúvida quanto à capacidade das Art. 14. Nas embalagens ou nos
mães de amamentarem os seus filhos; rótulos de leites fluidos ou em pó, leites
modificados e similares de origem vegetal, é
IV - utilizar expressões ou vedado:
denominações que identifiquem o produto
como mais adequado à alimentação infantil, I - utilizar fotos, desenhos ou
como “ baby ”, “ kids ”, “ideal para o bebê”, representações gráficas que não sejam
“primeiro crescimento” ou outras necessárias para ilustrar métodos de
estabelecidas em regulamentação da preparação ou de uso do produto, exceto o
Anvisa; uso de marca ou de logomarca, desde que
não utilize imagem de lactente, de criança
V - utilizar informações que possam pequena ou de outras figuras, ilustrações
induzir o uso dos produtos em decorrência humanizadas ou que induzam ao uso do
de falso conceito de vantagem ou de produto para essas faixas etárias;
segurança;
II - utilizar denominações ou frases
VI - utilizar marcas sequenciais com o intuito de sugerir forte semelhança do
presentes nas fórmulas infantis de produto com o leite materno, como “leite
seguimento para lactentes; e humanizado”, “leite maternizado”,
“substituto do leite materno” ou outras

857
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estabelecidas em regulamentação da § 2º É vedada a indicação, por
Anvisa; qualquer meio, de leites condensados e/ou
aromatizados para a alimentação de
III - utilizar frases ou expressões que lactentes e de crianças na primeira infância.
induzam dúvida quanto à capacidade das
mães de amamentarem os seus filhos; Art. 15. Nas embalagens ou nos
rótulos de alimentos de transição, de
IV - utilizar expressões ou alimentos à base de cereais indicados para
denominações que identifiquem o produto lactentes e crianças na primeira infância e
como mais adequado à alimentação infantil, de alimentos ou bebidas à base de leite ou
como “ baby ”, “ kids ”, “ideal para o bebê”, não, quando comercializados ou
“primeiro crescimento” ou outras apresentados como apropriados para a
estabelecidas em regulamentação da alimentação de lactentes e crianças na
Anvisa; primeira infância, é vedado:

V - utilizar informações que possam I - utilizar ilustrações, fotos ou


induzir o uso dos produtos em decorrência imagens de lactentes ou de crianças na
de falso conceito de vantagem ou de primeira infância;
segurança; e
II - utilizar frases ou expressões que
VI - promover os produtos do induzam dúvida quanto à capacidade das
fabricante ou de outros estabelecimentos. mães de amamentarem os seus filhos;

§ 1º Os rótulos exibirão no painel III - utilizar expressões ou


principal, em moldura, de forma legível, denominações que identifiquem o produto
horizontal, de fácil visualização, em cores como apropriado ou preferencial para a
contrastantes e em caracteres com tamanho alimentação de lactente menor de seis
mínimo de dois milímetros, os seguintes meses de idade, como “ baby ”, “ kids ”,
destaques: “ideal para o bebê”, “primeiro crescimento”
ou outras estabelecidas em regulamentação
da Anvisa;
I - no caso de leite desnatado ou
semidesnatado, com ou sem adição de
nutrientes essenciais - “AVISO IV - utilizar informações que possam
IMPORTANTE: Este produto não deve ser induzir o uso dos produtos em decorrência
usado para alimentar crianças, exceto por de falso conceito de vantagem ou de
indicação expressa de médico ou segurança; e
nutricionista. O aleitamento materno evita
infecções e alergias e é recomendado até os V - promover as fórmulas infantis, os
2 (dois) anos de idade ou mais”; leites, os produtos com base em leite e os
cereais que possam ser administrados por
II - no caso de leite integral ou similar mamadeira.
de origem vegetal ou misto, enriquecido ou
não - “AVISO IMPORTANTE: Este produto § 1º A idade a partir da qual os
não deve ser usado para alimentar crianças produtos poderão ser utilizados constará do
menores de 1 (um) ano de idade, exceto por painel frontal dos rótulos.
indicação expressa de médico ou
nutricionista. O aleitamento materno evita § 2º Os rótulos exibirão no painel
infecções e alergias e é recomendado até os principal, em moldura, de forma legível,
2 (dois) anos de idade ou mais”; e horizontal, de fácil visualização, em cores
contrastantes e em caracteres com tamanho
III - no caso de leite modificado - mínimo de dois milímetros, o destaque: “O
“AVISO IMPORTANTE: Este produto não Ministério da Saúde adverte: Este produto
deve ser usado para alimentar crianças não deve ser usado para crianças menores
menores de 1 (um) ano de idade. O de 6 (seis) meses de idade, exceto por
aleitamento materno evita infecções e indicação expressa de médico ou
alergias e é recomendado até os 2 (dois) nutricionista. O aleitamento materno evita
anos de idade ou mais”.

858
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
infecções e alergias e é recomendado até os crescimento e o desenvolvimento da criança
2 (dois) anos de idade ou mais”. nos primeiros anos de vida”.

Art. 16. Nas embalagens ou nos § 3º Os rótulos exibirão destaque para


rótulos de fórmula de nutrientes para recém- advertir sobre os riscos do preparo
nascido de alto risco, é vedado: inadequado, com instruções sobre a
preparação correta do produto, sobre as
I - utilizar fotos, desenhos ou medidas de higiene e sobre a dosagem para
representações gráficas que não sejam a diluição, quando for o caso, nos termos
necessárias para ilustrar métodos de estabelecidos em regulamentação da
preparação ou de uso do produto, exceto o Anvisa.
uso de marca ou de logomarca, desde que
não utilize imagem de lactente, criança § 4º O produto a que se refere este
pequena ou de outras figuras ou ilustrações artigo é de uso hospitalar exclusivo, vedada
humanizadas; sua comercialização fora do âmbito dos
serviços de saúde.
II - utilizar denominações ou frases
que sugiram a necessidade de Art. 17. Nas embalagens ou nos
complementos, suplementos ou de rótulos de mamadeiras, bicos e chupetas, é
enriquecimento ao leite materno; vedado:

III - utilizar frases ou expressões que I - utilizar fotos, imagens de crianças


induzam dúvida quanto à capacidade das ou ilustrações humanizadas;
mães de amamentarem os seus filhos;
II - utilizar frases ou expressões que
IV - utilizar expressões ou induzam dúvida quanto à capacidade das
denominações que identifiquem o produto mães de amamentarem os seus filhos;
como mais adequado à alimentação infantil,
como “ baby ”, “ kids ”, “ideal para o bebê”, III - utilizar frases, expressões ou
“primeiro crescimento” ou outras ilustrações que sugiram semelhança desses
estabelecidas em regulamentação da produtos com a mama ou o mamilo;
Anvisa;
IV - utilizar expressões ou
V - utilizar informações que possam denominações que identifiquem o produto
induzir o uso dos produtos em decorrência como apropriado para o uso infantil, como “
de falso conceito de vantagem ou de baby ”, “ kids ”, “ideal para o bebê”,
segurança; e “ortodôntica” ou outras estabelecidas em
regulamentação da Anvisa;
VI - promover os produtos do
fabricante ou de outros estabelecimentos. V - utilizar informações que possam
induzir o uso dos produtos em decorrência
§ 1º Os rótulos exibirão no painel de falso conceito de vantagem ou de
frontal o destaque: “AVISO IMPORTANTE: segurança; e
Este produto somente deve ser usado para
suplementar a alimentação do recém- VI - promover os produtos do
nascido de alto risco com prescrição fabricante ou de outros estabelecimentos.
médica, de uso exclusivo em unidades
hospitalares”.
§ 1º Os rótulos exibirão no painel
principal, em moldura, de forma legível,
§ 2º Os rótulos exibirão no painel horizontal, de fácil visualização, em cores
principal, em moldura, de forma legível, contrastantes e em caracteres com tamanho
horizontal, de fácil visualização, em cores mínimo de dois milímetros, o destaque: “O
contrastantes e em caracteres com tamanho Ministério da Saúde adverte: a criança que
mínimo de dois milímetros, o destaque: “O mama no peito não necessita de
Ministério da Saúde adverte: o leite materno mamadeira, bico ou chupeta. O uso de
possui os nutrientes essenciais para o

859
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mamadeira, bico ou chupeta prejudica o e os inconvenientes do preparo dos
aleitamento materno”. alimentos e da higienização desses
produtos;
§ 2º É obrigatório o uso de
embalagens e de rótulos em mamadeiras, IV - implicações econômicas da
bicos ou chupetas, com instruções de uso, opção pelos alimentos substitutivos do leite
nos termos estabelecidos em materno ou humano;
regulamentação da Anvisa.
V - prejuízos causados à saúde do
Art. 18. Os rótulos de amostras dos lactente pelo uso desnecessário ou
produtos abrangidos pelo disposto neste inadequado de alimentos artificiais; e
Capítulo exibirão no painel principal, em
moldura, de forma legível, horizontal, de fácil VI - relevância do desenvolvimento de
visualização, em cores contrastantes e em hábitos educativos e culturais reforçadores
caracteres com tamanho mínimo de dois da utilização dos alimentos constitutivos da
milímetros, o seguinte destaque: “Amostra dieta familiar.
grátis para avaliação profissional. Proibida a
distribuição a mães, gestantes e familiares”.
§ 1º Os materiais educativos e
técnico-científicos, incluídos os de
Seção IV profissionais e de autoridades de saúde, não
conterão imagens ou textos que
Da divulgação ao público das recomendem ou possam induzir o uso de
informações sobre alimentos para chupetas, bicos, mamadeiras ou o uso de
lactantes e crianças na primeira infância alimentos substitutivos do leite materno.

Art. 19. Os órgãos públicos da área da § 2º Os materiais educativos sobre


saúde, da educação e de pesquisa e as alimentação de lactentes não poderão ser
entidades associativas de médicos produzidos ou patrocinados por
pediatras e nutricionistas participarão do distribuidores, fornecedores, importadores
processo de divulgação das informações ou fabricantes de produtos abrangidos pelo
sobre a alimentação de lactentes e de disposto neste Capítulo.
crianças na primeira infância, inclusive
quanto à formação e à capacitação de Art. 21. As instituições responsáveis
pessoas. pela formação e pela capacitação de
profissionais da saúde incluirão a
Art. 20. Os materiais educativos e divulgação e as estratégias para o
técnico-científicos sobre alimentação de cumprimento do disposto neste Capítulo
lactentes e de crianças na primeira infância como parte do conteúdo programático das
e sobre os produtos referidos no art. 3º disciplinas que abordem a alimentação
atenderão ao disposto neste Capítulo e infantil.
incluirão informações explícitas, de forma
clara, legível e compreensível sobre: Art. 22. Os profissionais de saúde
deverão estimular e divulgar a prática do
I - benefícios da amamentação e sua aleitamento materno exclusivo até os seis
superioridade quando comparada aos seus meses de idade e continuado até os dois
substitutos; anos de idade ou mais.

II - orientação sobre a alimentação Art. 23. As instituições de ensino


adequada da gestante e da nutriz, com responsáveis pelos ensinos fundamental e
ênfase no preparo para o início e a médio promoverão a divulgação do disposto
manutenção do aleitamento materno até neste Capítulo.
dois anos de idade ou mais;
Art. 24. Os alimentos para lactentes
III - efeitos negativos do uso de atenderão aos padrões de qualidade
mamadeira, bico ou chupeta sobre o estabelecidos em Resolução editada pela
aleitamento natural, em especial as Anvisa.
dificuldades para o retorno à amamentação

860
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 25. As mamadeiras, os bicos e as Parágrafo único. Os órgãos e as
chupetas não conterão mais de dez partes entidades públicas federais, estaduais,
por bilhão de qualquer N-nitrosamina, nem distritais e municipais trabalharão em
mais de vinte partes por bilhão dessas conjunto com as organizações da sociedade
substâncias em conjunto. civil, com vistas à divulgação e ao
cumprimento do disposto neste Capítulo.
§ 1º A Anvisa estabelecerá, sempre
que necessário, a proibição ou a restrição de CAPÍTULO II
substâncias danosas à saúde de lactantes,
lactentes e crianças na primeira infância. DO DIREITO À PUBLICIDADE
ADEQUADA
§ 2º As disposições contidas neste
artigo serão fiscalizadas por intermédio da Seção única
rede de laboratórios de saúde pública
instituída nos termos do disposto na alínea
“b” do inciso III do caput do art. 16 da Lei nº Do controle da publicidade
8.080, de 19 de setembro de 1990.
Art. 29. A publicidade é considerada
§ 3º Fica a Anvisa autorizada a abusiva à criança quando se aproveitar da
credenciar laboratórios para atuar de sua deficiência de julgamento ou
maneira complementar à rede a que se inexperiência, e especialmente quando:
refere o § 2º.
I - incitar qualquer forma de violência;
Art. 26. A Anvisa poderá estabelecer
novas categorias de produtos e II - explorar o medo ou a superstição;
regulamentar sua produção, sua
comercialização e sua promoção comercial, III - desrespeitar valores ambientais;
com a finalidade de cumprir o objetivo
estabelecido no caput do art. 1º da Lei nº
IV - for capaz de induzi-la a se
11.265, de 2006.
comportar de forma prejudicial ou perigosa
à sua saúde ou à sua segurança; ou
Art. 27. A infração a dispositivo da Lei
nº 11.265, de 2006 , ou a dispositivo deste
V - infringir o disposto em legislação
Capítulo sujeita o infrator às penalidades
específica de controle da publicidade.
previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto
de 1977 .
Parágrafo único. Caso seja
necessário comprovar a não abusividade da
Parágrafo único. Ao disposto neste
publicidade, o ônus da correção incumbe ao
Capítulo aplicam-se, no que couber, as
seu patrocinador.
disposições da Lei nº 8.078, de 11 de
setembro de 1990 , do Decreto-Lei nº 986,
de 21 de outubro de 1969 , da Lei nº 8.069, CAPÍTULO III
de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente, e dos demais regulamentos DO DIREITO À SEGURANÇA
editados pelos órgãos e pelas entidades
públicas competentes.
Seção I

Art. 28. Competem aos órgãos e às


Do Compromisso pela Redução da
entidades públicas federais, estaduais,
Violência contra Crianças e
distritais e municipais, em conjunto com as
Adolescentes
organizações da sociedade civil e sob a
orientação do Ministério da Saúde e da
Anvisa, a divulgação, a aplicação, a Art. 30. Fica estabelecido o
vigilância e a fiscalização do cumprimento Compromisso pela Redução da Violência
do disposto neste Capítulo. contra Crianças e Adolescentes, com o
objetivo de conjugar esforços da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos

861
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Municípios para a promoção e a defesa dos das ações do Compromisso, além de gerar
direitos da criança e do adolescente. informações com vistas a subsidiar o
acompanhamento de violações dos direitos
Parágrafo único. Para cumprimento da criança e do adolescente.
do disposto no caput , os entes federativos
participantes do Compromisso atuarão em Art. 32. A participação do Município,
regime de colaboração com: do Estado ou do Distrito Federal no
Compromisso pela Redução da Violência
I - entidades, públicas ou privadas, contra Crianças e Adolescentes ocorrerá
nacionais ou estrangeiras; por meio de termo de adesão voluntária, que
deverá observar o disposto nesta Seção
quando da sua elaboração e da definição de
II - organizações da sociedade civil, seus objetivos.
principalmente aquelas destinadas aos
interesses da criança e do adolescente;
Parágrafo único. A adesão voluntária
do ente federativo ao Compromisso
III - instituições religiosas; resultará na responsabilidade por priorizar
medidas com vistas à garantia dos direitos
IV - comunidades locais; e da criança e do adolescente no âmbito de
sua competência, observado o disposto no
V - famílias. art. 31.

Art. 31. A União, diretamente ou em Art. 33. Poderão colaborar com o


colaboração com os demais entes Compromisso, em caráter voluntário, outros
federativos e as entidades participantes do entes, públicos e privados, tais como
Compromisso, implementará projetos com organizações da sociedade civil, fundações,
vistas a prevenção e redução da violência entidades de classe empresariais, igrejas e
contra crianças e adolescentes. entidades confessionais, famílias, pessoas
físicas e jurídicas.
I - Bem-me-quer, que contempla
crianças e adolescentes em situação de Seção II
risco, com vistas a promover a articulação
das políticas públicas em territórios de grave Do Comitê Gestor de Políticas de
vulnerabilidade à violência, a favorecer a Enfrentamento à Violência contra
promoção de ações para o desenvolvimento Criança e Adolescente
integral de crianças e adolescentes e a
fortalecer o Sistema de Garantia dos Art. 34. Fica instituído o Comitê
Direitos da Criança e do Adolescente; Gestor de Políticas de Enfrentamento à
Violência contra Criança e Adolescente,
II - Caminho “pra” casa, que com o objetivo de promover a articulação
contempla o reordenamento físico e a entre órgãos e entidades envolvidos na
qualificação da rede de acolhimento e o implementação das ações relacionadas com
apoio às famílias para propiciar o retorno ao a promoção e a defesa dos direitos da
lar dos filhos abrigados; criança e do adolescente, resultantes do
Compromisso pela Redução da Violência
III - Na medida certa, que contempla contra Crianças e Adolescentes, de que
o desenvolvimento de ações para trata o art. 30, e de monitorar e avaliar essas
implementação do Sistema Nacional de ações.
Atendimento Socioeducativo, com vistas a
qualificar, prioritariamente, a execução de Art. 35. O Comitê Gestor de Políticas
medidas socioeducativas, e garantir o pleno de Enfrentamento à Violência contra
respeito aos direitos dos adolescentes em Criança e Adolescente será composto por
conflito com a lei; e membros, titular e suplente, dos seguintes
órgãos:
IV - Observatório Nacional de Direitos
da Criança e do Adolescente, que I - um representante do Ministério dos
contempla o monitoramento e a avaliação Direitos Humanos, que o coordenará;

862
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - um representante do Ministério da Art. 36. Competem ao Comitê Gestor
Justiça; de Políticas de Enfrentamento à Violência
contra Criança e Adolescente a elaboração
III - um representante do Ministério da e a aprovação de seu regimento interno para
Educação; dispor sobre sua organização e seu
funcionamento.
IV - um representante do Ministério da
Cultura; Art. 37. O Comitê Gestor de Políticas
de Enfrentamento à Violência contra
Criança e Adolescente se reunirá por
V - um representante do Ministério do convocação de seu coordenador e poderá
Trabalho; convidar representantes de outros órgãos e
entidades, públicos ou privados, para
VI - um representante do Ministério do participar de suas reuniões, sem direito a
Desenvolvimento Social; voto.

VII - um representante do Ministério Art. 38. O Ministério dos Direitos


da Saúde; Humanos prestará o apoio técnico e
administrativo ao Comitê Gestor de Políticas
VIII - um representante do Ministério de Enfrentamento à Violência contra
do Planejamento, Desenvolvimento e Criança e Adolescente.
Gestão;
CAPÍTULO IV
IX - um representante do Ministério do
Esporte; DO DIREITO AO TRANSPORTE

X - um representante do Ministério Art. 39. É permitido transportar, sem


das Cidades; pagamento, uma criança de até seis anos
incompletos, por responsável, desde que
XI - um representante da Secretaria não ocupe poltrona, observado o disposto
Nacional de Promoção da Igualdade Racial na legislação aplicável ao transporte de
do Ministério dos Direitos Humanos; menores de idade.

XII - um representante da Secretaria Art. 40. Os órgãos e as entidades da


Nacional de Política para Mulheres do administração pública federal, as empresas
Ministério dos Direitos Humanos; e prestadoras de serviços públicos e as
instituições financeiras dispensarão
atendimento prioritário às crianças e aos
XIII - um representante da Secretaria
adolescentes com deficiência ou com
Nacional da Juventude da Secretaria de
mobilidade reduzida.
Governo da Presidência da República.

Art. 41. Crianças e adolescentes com


§ 1º Os membros, titulares e
dificuldade de locomoção, usuários dos
suplentes, do Comitê Gestor de Políticas de
serviços rodoviários interestadual e
Enfrentamento à Violência contra Criança e
internacional de transporte coletivo de
Adolescente serão indicados pelos titulares
passageiros, têm o direito de serem
dos órgãos que representam, no prazo de
auxiliados em seu embarque e em seu
sessenta dias, contado da data de
desembarque, sem prejuízo do disposto na
publicação deste Decreto, e designados em
Lei nº 8.078, de 1990.
ato do Ministro de Estado dos Direitos
Humanos.
CAPÍTULO V
§ 2º A participação no Comitê Gestor
de Políticas de Enfrentamento à Violência DO DIREITO À
contra Criança e Adolescente será PROFISSIONALIZAÇÃO
considerada prestação de serviço público
relevante, não remunerada. Seção I

863
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Das atividades voluntárias Art. 46. A validade do contrato de
aprendizagem pressupõe anotação na
Art. 42. Crianças e Adolescentes Carteira de Trabalho e Previdência Social,
poderão participar de atividades voluntárias, matrícula e frequência do aprendiz à escola,
desde que acompanhados ou caso não tenha concluído o ensino
expressamente autorizados pelos pais ou fundamental, e inscrição em programa de
responsáveis, observado o disposto na aprendizagem desenvolvido sob a
legislação específica de proteção à criança orientação de entidade qualificada em
e ao adolescente, conforme o disposto no formação técnico-profissional metódica.
art. 15 do Decreto nº 9.149, de 28 de agosto
de 2017. Art. 47. O descumprimento das
disposições legais e regulamentares
Seção II importará a nulidade do contrato de
aprendizagem, nos termos do disposto no
art. 9º da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº
Do aprendiz 5.452, de 1943, situação em que fica
estabelecido o vínculo empregatício
Art. 43. Nas relações jurídicas diretamente com o empregador responsável
pertinentes à contratação de aprendizes, pelo cumprimento da cota de aprendizagem.
será observado o disposto neste Capítulo.
Parágrafo único. O disposto no caput
Art. 44. Para fins do disposto neste não se aplica, quanto ao vínculo, a pessoa
Capítulo, considera-se aprendiz a pessoa jurídica de direito público.
maior de quatorze anos e menor de vinte e
quatro anos que celebra contrato de Seção IV
aprendizagem, nos termos do disposto no
art. 428 da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei Da formação técnico-profissional
nº 5.452, de 1º de maio de 1943. e das entidades qualificadas em
formação técnico-profissional metódica
Parágrafo único. A idade máxima
prevista no caput deste artigo não se aplica Subseção I
a aprendizes com deficiência.
Da formação técnico-profissional
Seção III
Art. 48. Para fins do disposto neste
Do contrato de aprendizagem Capítulo, considera-se formação técnico-
profissional metódica para os efeitos do
contrato de aprendizagem as atividades
Art. 45. Contrato de aprendizagem é teóricas e práticas, metodicamente
o contrato de trabalho especial, ajustado por organizadas em tarefas de complexidade
escrito e por prazo determinado não progressiva desenvolvidas no ambiente de
superior a dois anos, em que o empregador trabalho.
se compromete a assegurar ao aprendiz,
inscrito em programa de aprendizagem,
formação técnico-profissional metódica Parágrafo único. A formação técnico-
compatível com o seu desenvolvimento profissional metódica de que trata o caput
físico, moral e psicológico, e o aprendiz se será realizada por meio de programas de
compromete a executar, com zelo e aprendizagem organizados e desenvolvidos
diligência, as tarefas necessárias a essa sob a orientação e a responsabilidade de
formação. entidades qualificadas em formação
técnico-profissional metódica estabelecidas
no art. 50.
Parágrafo único. A comprovação da
escolaridade de aprendiz com deficiência
psicossocial deverá considerar, sobretudo, Art. 49. A formação técnico-
as habilidades e as competências profissional do aprendiz obedecerá aos
relacionadas com a profissionalização. seguintes princípios:

864
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - garantia de acesso e frequência manter a qualidade do processo de ensino e
obrigatória no ensino fundamental; a acompanhar e avaliar os resultados.

II - horário especial para o exercício § 2º O Ministério do Trabalho editará,


das atividades; e ouvido o Ministério da Educação, normas
complementares para dispor sobre a
III - capacitação profissional avaliação da competência das entidades a
adequada ao mercado de trabalho. que se refere o inciso III do caput .

Parágrafo único. Ao aprendiz com § 3º Compete ao Ministério do


idade inferior a dezoito anos é assegurado o Trabalho instituir e manter cadastro nacional
respeito à sua condição peculiar de pessoa das entidades qualificadas em formação
em desenvolvimento. técnico-profissional metódica e disciplinar a
compatibilidade entre o conteúdo e a
duração do programa de aprendizagem,
Subseção II com vistas a garantir a qualidade técnico-
profissional.
Das entidades qualificadas em
formação técnico-profissional metódica Seção V

Art. 50. Consideram-se entidades Da contratação de aprendiz


qualificadas em formação técnico-
profissional metódica:
Subseção I
I - os serviços nacionais de
aprendizagem, assim identificados: Da obrigatoriedade da contratação
de aprendiz
a) Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial - Senai; Art. 51. Estabelecimentos de
qualquer natureza são obrigados a
empregar e matricular nos cursos oferecidos
b) Serviço Nacional de Aprendizagem pelos serviços nacionais de aprendizagem o
Comercial - Senac; número de aprendizes equivalente a cinco
por cento, no mínimo, e quinze por cento, no
c) Serviço Nacional de Aprendizagem máximo, dos trabalhadores existentes em
Rural - Senar; cada estabelecimento cujas funções
demandem formação profissional.
d) Serviço Nacional de Aprendizagem
do Transporte - Senat; e § 1º Para o cálculo da porcentagem a
que se refere o caput, as frações de
e) Serviço Nacional de Aprendizagem unidade serão arredondadas para o número
do Cooperativismo - Sescoop; inteiro subsequente, hipótese que permite a
admissão de aprendiz.
II - as escolas técnicas e agrotécnicas
de educação; e § 2º Para fins do disposto neste
Capítulo, considera-se estabelecimento
todo complexo de bens organizado para o
III - as entidades sem fins lucrativos
exercício de atividade econômica ou social
que tenham por objetivos a assistência ao
do empregador, que se submeta ao regime
adolescente e à educação profissional,
da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
registradas no conselho municipal dos
de 1943.
direitos da criança e do adolescente.

Art. 52. Para a definição das funções


§ 1º As entidades mencionadas no
que demandem formação profissional,
caput deverão dispor de estrutura
deverá ser considerada a Classificação
adequada ao desenvolvimento dos
Brasileira de Ocupações do Ministério do
programas de aprendizagem, de forma a
Trabalho.

865
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º Ficam excluídas da definição a executados, os empregados serão incluídos
que se refere o caput as funções que exclusivamente na base de cálculo da
demandem, para o seu exercício, prestadora.
habilitação profissional de nível técnico ou
superior, ou, ainda, as funções que estejam Art. 55. Na hipótese de os serviços
caracterizadas como cargos de direção, de nacionais de aprendizagem não oferecerem
gerência ou de confiança, nos termos do cursos ou vagas suficientes para atender à
disposto no inciso II do caput e no parágrafo demanda dos estabelecimentos, esta
único do art. 62 e no § 2º do art. 224 da CLT, poderá ser suprida por outras entidades
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de qualificadas em formação técnico-
1943. profissional metódica, observado o disposto
no art. 50.
§ 2º Deverão ser incluídas na base de
cálculo todas as funções que demandem Parágrafo único. A insuficiência de
formação profissional, independentemente cursos ou vagas a que se refere o caput
de serem proibidas para menores de dezoito será verificada pela inspeção do trabalho.
anos.
Art. 56. Ficam dispensadas da
Art. 53. A contratação de aprendizes contratação de aprendizes:
deverá atender, prioritariamente, aos
adolescentes entre quatorze e dezoito anos,
exceto quando: I - as microempresas e as empresas
de pequeno porte; e
I - as atividades práticas da
aprendizagem ocorrerem no interior do II - as entidades sem fins lucrativos
estabelecimento e sujeitarem os aprendizes que tenham por objetivo a educação
à insalubridade ou à periculosidade, sem profissional.
que se possa elidir o risco ou realizá-las
integralmente em ambiente simulado; Subseção II

II - a lei exigir, para o desempenho Das espécies de contratação do


das atividades práticas, licença ou aprendiz
autorização vedada para pessoa com idade
inferior a dezoito anos; e Art. 57. A contratação do aprendiz
deverá ser efetivada diretamente pelo
III - a natureza das atividades práticas estabelecimento que se obrigue ao
for incompatível com o desenvolvimento cumprimento da cota de aprendizagem ou,
físico, psicológico e moral dos adolescentes supletivamente, pelas entidades sem fins
aprendizes. lucrativos a que se refere o inciso III do
caput do art. 50.
Parágrafo único. As atividades
práticas da aprendizagem a que se refere o § 1º Na hipótese de contratação de
caput deverão ser designadas aos jovens aprendiz diretamente pelo estabelecimento
de dezoito a vinte e quatro anos. que se obrigue ao cumprimento da cota de
aprendizagem, este assumirá a condição de
Art. 54. Ficam excluídos da base de empregador, hipótese em que deverá
cálculo de que trata o caput do art. 51 os inscrever o aprendiz em programa de
empregados que executem os serviços aprendizagem a ser ministrado pelas
prestados sob o regime de trabalho entidades indicadas no art. 50.
temporário, instituído pela Lei nº 6.019, de 3
de janeiro de 1973 , e os aprendizes já § 2º A contratação de aprendiz por
contratados. intermédio de entidade sem fins lucrativos,
para fins do cumprimento da obrigação
Parágrafo único. Na hipótese de prevista no caput do art. 51, somente
empresas que prestem serviços deverá ser formalizada após a celebração
especializados para terceiros, de contrato entre o estabelecimento e a
independentemente do local onde sejam entidade sem fins lucrativos, no qual, entre

866
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
outras obrigações recíprocas, serão em que se especifique o salário mais
estabelecidas as seguintes: favorável ao aprendiz e o piso regional de
que trata a Lei Complementar nº 103, de 14
I - a entidade sem fins lucrativos, de julho de 2000.
simultaneamente ao desenvolvimento do
programa de aprendizagem, assumirá a Subseção II
condição de empregador, com todos os
ônus dela decorrentes, e assinará a Carteira Da jornada
de Trabalho e Previdência Social do
aprendiz, na qual anotará, no espaço
destinado às anotações gerais, a Art. 60. A jornada de trabalho do
informação de que o contrato de trabalho aprendiz não excederá seis horas diárias.
específico decorrerá de contrato firmado
com determinado estabelecimento para fins § 1º Para os aprendizes que já
do cumprimento de sua cota de tenham concluído o ensino fundamental, a
aprendizagem; e jornada de trabalho poderá ser de até oito
horas diárias, desde que nessa carga
II - o estabelecimento assumirá a horária sejam computadas as horas
obrigação de proporcionar ao aprendiz a destinadas à aprendizagem teórica.
experiência prática da formação técnico-
profissional metódica a que este será § 2º A jornada semanal do aprendiz
submetido. inferior a vinte e cinco horas não
caracterizará trabalho em regime de tempo
Art. 58. A contratação do aprendiz por parcial, de que trata o art. 58-A da CLT,
empresas públicas e sociedades de aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
economia mista ocorrerá de forma direta, 1943.
nos termos do disposto no § 1º do art. 57,
hipótese em que será realizado processo Art. 61. São vedadas a prorrogação e
seletivo por meio de edital, ou nos termos do a compensação de jornada de trabalho.
disposto no § 2º do referido artigo.
Art. 62. A jornada de trabalho do
Parágrafo único. A contratação do aprendiz compreenderá as horas
aprendiz por órgãos e entidades da destinadas às atividades teóricas e práticas,
administração pública direta, autárquica e simultâneas ou não, e caberá à entidade
fundacional observará regulamento qualificada em formação técnico-
específico, hipótese em que não se aplica o profissional metódica estabelece-las no
disposto neste Capítulo. plano do curso.

Seção VI Art. 63. Na hipótese de o aprendiz


menor de dezoito anos ser empregado em
Dos direitos trabalhistas e das mais de um estabelecimento, as horas da
obrigações acessórias jornada de trabalho em cada um dos
estabelecimentos serão totalizadas.
Subseção I
Parágrafo único. Para estabelecer a
jornada de trabalho do aprendiz menor de
Da remuneração dezoito anos, a entidade qualificada em
formação técnico-profissional metódica
Art. 59. Ao aprendiz, exceto se houver considerará os direitos assegurados pela
condição mais favorável, será garantido o Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança
salário mínimo-hora. e do Adolescente.

Parágrafo único. Para fins do disposto Subseção III


neste Capítulo, entende-se por condição
mais favorável aquela estabelecida no Das atividades teóricas e práticas
contrato de aprendizagem ou prevista em
convenção ou acordo coletivo de trabalho,

867
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 64. As aulas teóricas do Art. 66. O estabelecimento
programa de aprendizagem deverão ocorrer contratante cujas peculiaridades da
em ambiente físico adequado ao ensino e atividade ou dos locais de trabalho
com meios didáticos apropriados. constituam embaraço à realização das aulas
práticas, além de poder ministrá-las
§ 1º As aulas teóricas poderão ocorrer exclusivamente nas entidades qualificadas
sob a forma de aulas demonstrativas no em formação técnico profissional, poderá
ambiente de trabalho, hipótese em que é requerer junto à unidade descentralizada do
vedada qualquer atividade laboral do Ministério do Trabalho a assinatura de termo
aprendiz, ressalvado o manuseio de de compromisso para o cumprimento da
materiais, ferramentas, instrumentos e cota em entidade concedente da
assemelhados. experiência prática do aprendiz.

§ 2º É vedado ao responsável pelo § 1º Compete ao Ministério do


cumprimento da cota de aprendizagem Trabalho definir:
cometer ao aprendiz atividades diversas
daquelas previstas no programa de I - os setores da economia em que a
aprendizagem. aula prática poderá ser ministrada nas
entidades concedentes; e
Art. 65. As aulas práticas poderão
ocorrer na própria entidade qualificada em II - o processamento do pedido de
formação técnico-profissional metódica ou assinatura de termo de compromisso.
no estabelecimento contratante ou
concedente da experiência prática do § 2º Para fins do disposto neste
aprendiz. Capítulo, consideram-se entidades
concedentes da experiência prática do
§ 1º Na hipótese de o ensino prático aprendiz:
ocorrer no estabelecimento, será
formalmente designado pela empresa, I - órgãos públicos;
ouvida a entidade qualificada em formação
técnico-profissional metódica, um
empregado monitor responsável pela II - organizações da sociedade civil,
coordenação de exercícios práticos e pelo nos termos do disposto no art. 2º da Lei nº
acompanhamento das atividades do 13.019, de 31 de julho de 2014 ; e
aprendiz no estabelecimento, em
conformidade com o disposto no programa III - unidades do sistema nacional de
de aprendizagem. atendimento socioeducativo.

§ 2º A entidade responsável pelo § 3º Firmado o termo de compromisso


programa de aprendizagem fornecerá aos com o Ministério do Trabalho, o
empregadores e ao Ministério do Trabalho, estabelecimento contratante e a entidade
quando solicitado, cópia do projeto qualificada por ele já contratada deverão
pedagógico do programa. firmar, conjuntamente, parceria com uma
das entidades concedentes para a
§ 3º Para fins da experiência prática realização das aulas práticas.
de acordo com a organização curricular do
programa de aprendizagem, o empregador § 4º Compete à entidade qualificada o
que mantenha mais de um estabelecimento acompanhamento pedagógico das aulas
no mesmo Município poderá centralizar as práticas.
atividades práticas correspondentes em um
de seus estabelecimentos. § 5º A seleção dos aprendizes será
realizada a partir do cadastro público de
§ 4º Nenhuma atividade prática emprego, disponível no sítio eletrônico
poderá ser desenvolvida no Emprega Brasil, do Ministério do Trabalho, e
estabelecimento em desacordo com as deverá priorizar a inclusão de jovens e
disposições do programa de aprendizagem. adolescentes em situação de
vulnerabilidade ou risco social, tais como:

868
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - adolescentes egressos do sistema dois por cento da remuneração paga ou
socioeducativo ou em cumprimento de devida, no mês anterior, ao aprendiz.
medidas socioeducativas;
Subseção V
II - jovens em cumprimento de pena
no sistema prisional; Das férias

III - jovens e adolescentes cujas Art. 68. As férias do aprendiz


famílias sejam beneficiárias de programas coincidirão, preferencialmente, com as
de transferência de renda; férias escolares, vedado ao empregador
estabelecer período diverso daquele
IV - jovens e adolescentes em definido no programa de aprendizagem.
situação de acolhimento institucional;
Subseção VI
V - jovens e adolescentes egressos
do trabalho infantil; Dos efeitos dos instrumentos
coletivos de trabalho
VI - jovens e adolescentes com
deficiência; Art. 69. As convenções e os acordos
coletivos apenas estenderão suas cláusulas
VII - jovens e adolescentes sociais ao aprendiz quando expressamente
matriculados em instituição de ensino da previsto e desde que não excluam ou
rede pública, em nível fundamental, médio reduzam o alcance dos dispositivos
regular ou médio técnico, incluída a tutelares que lhes são aplicáveis.
modalidade de Educação de Jovens e
Adultos; e Subseção VII

VIII - jovens desempregados e com Do vale-transporte


ensino fundamental ou médio concluído em
instituição de ensino da rede pública.
Art. 70. É assegurado ao aprendiz o
direito ao benefício previsto na Lei nº 7.418,
§ 6º Os percentuais a serem de 16 de dezembro de 1985 , que institui o
cumpridos na forma alternativa e no sistema vale-transporte.
regular deverão constar do termo de
compromisso firmado com o Ministério do
Trabalho, com vistas ao adimplemento Subseção VIII
integral da cota de aprendizagem,
observados, em todos as hipóteses, os Das hipóteses de extinção e
limites previstos na Seção IV do Capítulo IV rescisão de contrato de aprendizagem
do Título III da CLT, aprovada pelo Decreto-
Lei nº 5.452, de 1943 , e a contratação do Art. 71. O contrato de aprendizagem
percentual mínimo no sistema regular. extinguir-se-á no seu termo ou quando o
aprendiz completar vinte e quatro anos,
Subseção IV exceto na hipótese de aprendiz com
deficiência, ou, ainda antecipadamente, nas
Do Fundo de Garantia do Tempo seguintes hipóteses:
de Serviço
I - desempenho insuficiente ou
Art. 67. O disposto no § 7º do art. 15 inadaptação do aprendiz;
da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990 , se
aplica à alíquota de contribuição ao Fundo II - falta disciplinar grave;
de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS
para o contrato de aprendizagem. III - ausência injustificada à escola
que implique perda do ano letivo; e
Parágrafo único. A contribuição ao
FGTS de que trata o caput corresponderá a IV - a pedido do aprendiz.

869
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Parágrafo único. Nas hipóteses de DO CONSELHO NACIONAL DOS
extinção ou rescisão do contrato de DIREITOS DA CRIANÇA E DO
aprendizagem, o empregador deverá ADOLESCENTE
contratar novo aprendiz, nos termos do
disposto neste Decreto, sob pena de Art. 76. O Conselho Nacional dos
infração ao disposto no art. 429 da CLT. Direitos da Criança e do Adolescente -
Conanda, órgão colegiado de caráter
Art. 72. Para fins do disposto no art. deliberativo, integrante da estrutura básica
71, serão observadas as seguintes do Ministério dos Direitos Humanos, tem por
disposições: finalidade elaborar normas gerais para a
formulação e implementação da política
I - o desempenho insuficiente ou nacional de atendimento dos direitos da
inadaptação do aprendiz referente às criança e do adolescente, observadas as
atividades do programa de aprendizagem linhas de ação e as diretrizes estabelecidas
será caracterizado por meio de laudo de na Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da
avaliação elaborado pela entidade Criança e do Adolescente, além de
qualificada em formação técnico- acompanhar e avaliar a sua execução.
profissional metódica;
CAPÍTULO I
II - a falta disciplinar grave será
caracterizada por quaisquer das hipóteses DAS ATRIBUIÇÕES DO
previstas no art. 482 da CLT, aprovada pelo CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943; e DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

III - a ausência injustificada às aulas Art. 77. Ao Conanda compete:


que implique perda do ano letivo será
caracterizada por meio de declaração da I - elaborar normas gerais da política
instituição de ensino. nacional de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente, além de controlar
Art. 73. O disposto nos art. 479 e art. e fiscalizar as ações de execução em todos
480 da CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº os níveis;
5.452, de 1943 , não se aplica às hipóteses
de extinção do contrato a que se refere o art. II - zelar pela aplicação do disposto na
71. política nacional de atendimento dos direitos
da criança e do adolescente;
Seção IV
III - apoiar os conselhos estaduais,
Do certificado de qualificação distrital e municipais dos direitos da criança
profissional de aprendizagem e do adolescente, os órgãos estaduais,
distritais, municipais e entidades não
Art. 74. Aos aprendizes que governamentais, para tornar efetivos os
concluírem os programas de aprendizagem princípios, as diretrizes e os direitos
com aproveitamento será concedido pela estabelecidos pela Lei nº 8.069, de 1990 -
entidade qualificada em formação técnico- Estatuto da Criança e do Adolescente;
profissional metódica o certificado de
qualificação profissional. IV - avaliar a política estadual, distrital
e municipal e a atuação dos conselhos
Art. 75. O certificado de qualificação estaduais, distrital e municipais da criança e
profissional a que se refere o art. 74 deverá do adolescente;
enunciar o título e o perfil profissional para a
ocupação em que o aprendiz tenha sido V - acompanhar o reordenamento
qualificado. institucional e propor, sempre que
necessário, as modificações nas estruturas
TÍTULO III públicas e privadas destinadas ao
atendimento da criança e do adolescente;

870
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI - apoiar a promoção de campanhas alcançados pelos programas e pelos
educativas sobre os direitos da criança e do projetos de atendimento à criança e ao
adolescente, com a indicação das medidas adolescente desenvolvidos pelo Ministério
a serem adotadas nas hipóteses de dos Direitos Humanos; e
atentados ou violação desses direitos;
V - estimular a ampliação e o
VII - acompanhar a elaboração e a aperfeiçoamento dos mecanismos de
execução da proposta orçamentária da participação e controle social, por
União, além de indicar as modificações intermédio de rede nacional de órgãos
necessárias à consecução da política colegiados estaduais, distritais, regionais e
formulada para a promoção dos direitos da municipais, com vistas a fortalecer o
criança e do adolescente; atendimento aos direitos da criança e do
adolescente.
VIII - gerir o Fundo Nacional para a
Criança e o Adolescente, de que trata o art. CAPÍTULO II
6º da Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991
, e fixar os critérios para a sua utilização, nos DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO
termos do disposto no art. 260 da Lei nº NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA
8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do E DO ADOLESCENTE
Adolescente; e
Art. 78. O Conanda, observada a
IX - elaborar o seu regimento interno, paridade entre os representantes do Poder
que será aprovado pelo voto de, no mínimo, Executivo e da sociedade civil organizada, é
dois terços de seus membros, no qual será composto por membros, titular e suplente,
definida a forma de indicação de seu dos seguintes órgãos e entidades:
Presidente.
I - um representante:
Parágrafo único. Ao Conanda
compete, ainda:
a) da Casa Civil da Presidência da
República;
I - acompanhar e avaliar a edição de
orientações e recomendações sobre a
aplicação do disposto na Lei nº 8.069, de b) do Ministério da Justiça;
1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente, e dos demais atos normativos c) do Ministério das Relações
relacionados com o atendimento à criança e Exteriores;
ao adolescente;
d) do Ministério da Fazenda;
II - promover a cooperação entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os e) do Ministério da Educação;
Municípios e a sociedade civil organizada,
na formulação e na execução da política
f) do Ministério da Cultura;
nacional de atendimento dos direitos da
criança e do adolescente;
g) do Ministério do Trabalho;
III - promover, em parceria com
organismos governamentais e não h) do Ministério do Desenvolvimento
governamentais, nacionais e internacionais, Social;
a identificação de sistemas de indicadores,
para estabelecer metas e procedimentos i) do Ministério da Saúde;
com base nesses índices para monitorar a
aplicação das atividades relacionadas com
j) do Ministério do Planejamento,
o atendimento à criança e ao adolescente;
Desenvolvimento e Gestão;

IV - promover a realização de
k) do Ministério do Esporte;
estudos, debates e pesquisas sobre a
aplicação e os resultados estratégicos

871
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
l) da Secretaria Nacional dos Direitos sociedade civil que comporão a sua
da Criança e do Adolescente do Ministério estrutura.
dos Direitos Humanos;
§ 3º Dentre as vinte e oito entidades
m) da Secretaria Nacional de mais votadas, as quatorze primeiras serão
Promoção da Igualdade Racial do Ministério eleitas como titulares, das quais as quatorze
dos Direitos Humanos; e restantes serão as suplentes.

n) da Secretaria da Previdência do § 4º Cada organização indicará o seu


Ministério da Fazenda; e representante e terá mandato de dois anos,
admitida recondução por meio de novo
II - quatorze representantes de processo eleitoral.
organizações da sociedade civil.
§ 5º O Ministério Público Federal
§ 1º Os membros, titulares e poderá acompanhar o processo de escolha
suplentes, a que se refere o inciso I do dos representantes das organizações da
caput serão indicados pelos titulares dos sociedade civil.
órgãos que representam e designados em
ato do Ministro de Estado dos Direitos Art. 80. A estrutura de funcionamento
Humanos. do Conanda é composta por:

§ 2º Os membros, titulares e I - Plenário;


suplentes, a que se refere o inciso II do
caput serão indicados pelas entidades que II - Presidência;
representam e designados em ato do
Ministro de Estado dos Direitos Humanos.
III - Secretaria-Executiva; e
§ 3º O Conanda poderá convidar
representantes de outros órgãos e IV - comissões permanentes e grupos
entidades, públicos ou privados, para temáticos.
participar de suas reuniões, sem direito a
voto. Art. 81. A eleição do Presidente do
Conanda ocorrerá conforme estabelecido
CAPÍTULO III em seu regimento interno.

DA ORGANIZAÇÃO E DO Parágrafo único. A designação do


FUNCIONAMENTO DO CONSELHO Presidente do Conanda será feita pelo
NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA Presidente da República.
E DO ADOLESCENTE
Art. 82. São atribuições do Presidente
Art. 79. As organizações da do Conanda:
sociedade civil de que trata o inciso II do
caput do art. 78 serão eleitas em I - convocar e presidir as reuniões do
assembleia específica, convocada Conanda;
especialmente para essa finalidade.
II - solicitar informações e
§ 1º A eleição será convocada pelo posicionamento sobre temas de relevante
Conanda, por meio de edital, publicado no interesse público, além da elaboração de
Diário Oficial da União, no prazo de estudos;
sessenta dias que antecedem o término do
mandato de seus representantes. III - firmar as atas das reuniões; e

§ 2º O regimento interno do Conanda IV - homologar as Resoluções do


disciplinará as normas e os procedimentos Conanda.
relativos à eleição das entidades da

872
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 83. Caberá ao Ministério dos Art. 90. O Fundo Nacional para a
Direitos Humanos prestar o apoio técnico e Criança e o Adolescente, instituído pelo art.
administrativo e prover os meios 6º da Lei nº 8.242, de 1991 , tem os
necessários à execução das atividades do seguintes princípios:
Conanda, das comissões permanentes e
dos grupos temáticos, e exercer as I - a participação de entidades
atribuições de Secretaria-Executiva. públicas e privadas, desde o planejamento
até o controle das políticas e programas
Art. 84. As comissões permanentes e destinados à criança e ao adolescente;
grupos temáticos serão instituídos pelo
Conanda com o fim de promover estudos e II - a descentralização político-
elaborar propostas sobre temas específicos, administrativa das ações governamentais;
a serem submetidos ao Plenário do
Conselho, que definirá, no ato da sua
instituição os objetivos específicos, a III - a coordenação com as ações
composição e o prazo para conclusão dos obrigatórias e permanentes de
trabalhos, para os quais poderão ser responsabilidade do Poder Público; e
convidados a participar representantes de
órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e IV - a flexibilidade e a agilidade na
Judiciário e de entidades privadas. movimentação dos recursos, sem prejuízo
da plena visibilidade das respectivas ações.
Art. 85. As deliberações do Conanda,
inclusive para dispor sobre o seu regimento CAPÍTULO ÚNICO
interno, serão aprovadas por meio de
Resoluções. DOS RECURSOS DO FUNDO
NACIONAL PARA A CRIANÇA E O
Art. 86. As despesas com os ADOLESCENTE
deslocamentos dos membros do Conanda,
das comissões permanentes e dos grupos Art. 91. O Fundo Nacional para a
temáticos poderão ocorrer à conta de Criança e o Adolescente tem como receita:
dotações orçamentárias do Ministério dos
Direitos Humanos.
I - doações de pessoas físicas e
jurídicas, dedutíveis do imposto sobre a
Art. 87. Os recursos para a renda, nos termos do disposto no art. 260 da
implementação das ações do Conanda Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança
correrão à conta das dotações e do Adolescente;
orçamentárias consignadas anualmente ao
Ministério dos Direitos Humanos,
II - recursos destinados ao Fundo
observados os limites de movimentação,
Nacional para a Criança e o Adolescente,
empenho e pagamento da programação
consignados no Orçamento da União;
orçamentária e financeira anual.

III - contribuições dos governos e


Art. 88. A participação no Conanda,
organismos estrangeiros e internacionais;
nas comissões permanentes e nos grupos
temáticos será considerada prestação de
serviço público relevante, não remunerada. IV - o resultado de aplicações do
governo e organismos estrangeiros e
internacionais;
Art. 89. Os casos omissos nas
disposições deste Título serão dirimidos
pelo Presidente do Conanda, ad V - o resultado de aplicações no
referendum do Plenário. mercado financeiro, observada a legislação
pertinente; e
TÍTULO IV
VI - outros recursos que lhe forem
destinados.
DO FUNDO NACIONAL PARA A
CRIANÇA E O ADOLESCENTE

873
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 92. Os recursos do Fundo mercado financeiro, na forma prevista em
Nacional para a Criança e o Adolescente lei.
serão prioritariamente aplicados:
TÍTULO V
I - no apoio ao desenvolvimento das
ações priorizadas na Política Nacional de DO PROGRAMA CRIANÇA FELIZ
Atendimento aos Direitos da Criança e do
Adolescente;
Art. 96. Fica instituído o Programa
Criança Feliz, de caráter intersetorial, com a
II - no apoio aos programas e aos finalidade de promover o desenvolvimento
projetos de pesquisas, de estudos e de integral das crianças na primeira infância,
capacitação de recursos humanos considerando sua família e seu contexto de
necessários à execução das ações de vida, em consonância com o disposto na Lei
promoção, defesa e atendimento à criança e nº 13.257, de 8 de março de 2016 .
ao adolescente;
Art. 97. Considera-se primeira
III - no apoio aos programas e aos infância, para os fins do disposto neste
projetos de comunicação e divulgação das Título, o período que abrange os primeiros
ações de defesa dos direitos da criança e do seis anos completos ou os setenta e dois
adolescente; meses de vida da criança.

IV - no apoio ao desenvolvimento e à Art. 98. O Programa Criança Feliz


implementação de sistemas de controle e atenderá gestantes, crianças de até seis
avaliação de políticas públicas, programas anos e suas famílias, e priorizará:
governamentais e não governamentais em
âmbito nacional, destinados à criança e ao
adolescente; e I - gestantes, crianças de até três
anos e suas famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família, instituído pela Lei
V - na promoção do intercâmbio de nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004;
informações tecnológicas e experiências
entre o Conanda e os conselhos estaduais,
distrital e municipais dos direitos da criança II - crianças de até seis anos e suas
e do adolescente. famílias beneficiárias do Benefício de
Prestação Continuada, instituído pela Lei nº
8.742, de 7 de dezembro de 1993 ; e
Art. 93. É expressamente vedada a
utilização de recursos do Fundo Nacional
para a Criança e o Adolescente para a III - crianças de até seis anos
manutenção de outras atividades que não afastadas do convívio familiar em razão da
sejam aquelas destinadas unicamente aos aplicação de medida de proteção prevista no
programas a que se refere o art. 92, exceto art. 101, caput , incisos VII e VIII, da Lei nº
as hipóteses excepcionais aprovadas em 8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do
Plenário pelo Conanda. Adolescente, e suas famílias.

Art. 94. O Fundo Nacional para a Art. 99. O Programa Criança Feliz tem
Criança e o Adolescente será gerido pelo os seguintes objetivos:
Conanda, ao qual compete estabelecer as
diretrizes, os critérios e as prioridades para I - promover o desenvolvimento
a aplicação das disponibilidades financeiras humano a partir do apoio e do
existentes, observado o disposto no inciso X acompanhamento do desenvolvimento
do caput do art. 2º da Lei nº 8.242, de 1991. infantil integral na primeira infância;

Art. 95. Os recursos do Fundo II - apoiar a gestante e a família na


Nacional para a Criança e o Adolescente preparação para o nascimento e nos
serão movimentados por meio de conta cuidados perinatais;
específica em instituições financeiras
federais, admitida a sua aplicação no III - colaborar no exercício da
parentalidade, de modo a fortalecer os

874
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
vínculos e o papel das famílias para o Parágrafo único. O Programa Criança
desempenho da função de cuidado, Feliz será coordenado pelo Ministério do
proteção e educação de crianças na faixa Desenvolvimento Social.
etária de até seis anos de idade;
Art. 102. Fica instituído o Comitê
IV - mediar o acesso da gestante, das Gestor do Programa Criança Feliz, no
crianças na primeira infância e das suas âmbito do Ministério do Desenvolvimento
famílias a políticas e serviços públicos de Social, com a atribuição de planejar e
que necessitem; e articular os componentes do Programa
Criança Feliz. (Revogado pelo Decreto
V - integrar, ampliar e fortalecer ações 9.855, de 2019)
de políticas públicas destinadas às § 1º O Comitê Gestor será composto
gestantes, às crianças na primeira infância e por membros, titular e suplente, dos
às suas famílias. seguintes órgãos: (Revogado pelo
Decreto 9.855, de 2019)
I - Ministério do Desenvolvimento
Art. 100. Para cumprimento dos Social, que o
objetivos estabelecidos no art. 99, o coordenará; (Revogado pelo
Programa Criança Feliz tem como principais Decreto 9.855, de 2019)
componentes: II - Ministério da
Justiça; (Revogado pelo Decreto
I - a realização de visitas domiciliares 9.855, de 2019)
periódicas, por profissional capacitado, e de III - Ministério da
ações complementares que apoiem Educação; (Revogado pelo
gestantes e famílias e favoreçam o Decreto 9.855, de 2019)
desenvolvimento da criança na primeira IV - Ministério da
infância; Cultura; (Revogado pelo Decreto
9.855, de 2019)
II - a capacitação e a formação V - Ministério da Saúde;
continuada de profissionais que atuem junto e (Revogado pelo Decreto 9.855,
às gestantes e às crianças na primeira de 2019)
infância, com vistas à qualificação do VI - Ministério dos Direitos
atendimento e ao fortalecimento da Humanos. (Revogado pelo
intersetorialidade; Decreto 9.855, de 2019)
§ 2º Os membros, titulares e
suplentes, do Comitê Gestor do Programa
III - o desenvolvimento de conteúdo e
Criança Feliz serão indicados pelos titulares
material de apoio para o atendimento
dos órgãos que representam e designados
intersetorial às gestantes, às crianças na
em ato do Ministro de Estado do
primeira infância e às suas famílias;
Desenvolvimento
Social. (Revogado pelo Decreto
IV - o apoio aos Estados, ao Distrito 9.855, de 2019)
Federal e aos Municípios, com vistas à § 3º O Comitê Gestor do Programa
mobilização, à articulação intersetorial e à Criança Feliz poderá convidar
implementação do Programa; e representantes de outras instâncias, órgãos
e entidades envolvidas com o tema para
V - a promoção de estudos e participar de suas atividades, sem direito a
pesquisas acerca do desenvolvimento voto. (Revogado pelo Decreto
infantil integral. 9.855, de 2019)
§ 4º A Secretaria-Executiva do
Comitê Gestor do Programa Criança Feliz
Art. 101. O Programa Criança Feliz
será exercida pelo Ministério do
será implementado a partir da articulação
Desenvolvimento Social, que prestará o
entre as políticas de assistência social,
apoio técnico e administrativo e
saúde, educação, cultura, direitos humanos,
direitos das crianças e dos adolescentes, providenciará os meios necessários à
execução de suas
entre outras.
atividades. (Revogado pelo
Decreto 9.855, de 2019)

875
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º A participação dos DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO A
representantes do Comitê Gestor será CRIANÇAS E ADOLESCENTES
considerada prestação de serviço público AMEAÇADOS DE MORTE
relevante, não
remunerada. (Revogado pelo Art. 109. Fica instituído o Programa
Decreto 9.855, de 2019) de Proteção a Crianças e Adolescentes
Ameaçados de Morte - PPCAAM.
Art. 103. As ações do Programa
Criança Feliz serão executadas de forma Art. 110. O PPCAAM será
descentralizada e integrada, por meio da coordenado pela Secretaria Nacional dos
conjugação de esforços entre União, Direitos da Criança e do Adolescente do
Estados, Distrito Federal e Municípios, Ministério dos Direitos Humanos.
observada a intersetorialidade, as
especificidades das políticas públicas
setoriais, a participação da sociedade civil e Seção I
o controle social.
Da finalidade do Programa de
Art. 104. A participação dos Estados, Proteção a Crianças e Adolescentes
do Distrito Federal e dos Municípios no Ameaçados de Morte
Programa Criança Feliz ocorrerá por meio
de procedimento de adesão ao Programa. Art. 111. O PPCAAM tem por
finalidade proteger, em conformidade com o
Parágrafo único. O apoio técnico e disposto na Lei nº 8.069, de 1990 - Estatuto
financeiro aos Estados, ao Distrito Federal e da Criança e do Adolescente, crianças e
aos Municípios fica condicionado ao adolescentes expostos a grave e iminente
atendimento de critérios definidos pelo ameaça de morte, quando esgotados os
Ministério do Desenvolvimento Social, meios convencionais, por meio da
ouvido o Comitê Gestor. prevenção ou da repressão da ameaça.

Art. 105. Para a execução do § 1º As ações do PPCAAM poderão


Programa Criança Feliz, poderão ser ser estendidas a jovens com até vinte e um
firmadas parcerias com órgãos e entidades anos, se egressos do sistema
públicas ou privadas. socioeducativo.

Art. 106. O Programa Criança Feliz § 2º A proteção poderá ser estendida


contará com sistemática de monitoramento aos pais ou responsáveis, ao cônjuge ou
e avaliação, em observância ao disposto no companheiro, aos ascendentes,
art. 11 da Lei nº 13.257, de 2016. descendentes, dependentes, colaterais e
aos que tenham, comprovadamente,
convivência habitual com o ameaçado, a fim
Art. 107. Os recursos para a de preservar a convivência familiar.
implementação das ações do Programa
Criança Feliz correrão à conta das dotações
orçamentárias consignadas anualmente aos § 3º Não haverá necessidade do
órgãos e às entidades envolvidos, esgotamento dos meios convencionais
observados os limites de movimentação, referidos no caput na hipótese de ineficácia
empenho e pagamento da programação patente do emprego desses meios na
orçamentária e financeira anual. prevenção ou na repressão da ameaça.

Art. 108. A implementação do § 4º Na hipótese de proteção


disposto neste Capítulo observará, no que estendida a que se refere o § 2º a familiares
couber, o disposto na Lei nº 9.504, de 30 de que sejam servidores públicos ou militares,
setembro de 1997 . fica assegurada, nos termos estabelecidos
no inciso VI do caput do art. 7º da Lei nº
9.807, de 13 de julho de 1999 , a suspensão
TÍTULO VI temporária das atividades funcionais, sem
prejuízo dos vencimentos ou das vantagens
percebidos.

876
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção II § 2º Cada membro, titular e suplente,
será indicado pelo órgão ou pela entidade
Da execução do Programa de que representa e será designado pelo Chefe
Proteção a Crianças e Adolescentes do Poder Executivo estadual ou distrital ou
Ameaçados de Morte por autoridade por ele designada para esse
fim.
Art. 112. O PPCAAM será executado,
prioritariamente, por meio de acordos de § 3º Compete aos conselhos gestores
cooperação firmados entre a União, os a elaboração de seu regimento interno e a
Estados e o Distrito Federal. eleição de seu presidente.

§ 1º Para a execução do PPCAAM, § 4º Os conselhos gestores poderão


poderão ser celebrados acordos de convidar representantes das secretarias de
cooperação técnica, convênios, ajustes, educação, de saúde, de assistência social
termos de fomento ou termos de ou de outras que executem políticas
colaboração ou outras formas de públicas relevantes para a inserção social
descentralização de recursos legalmente do protegido para participar de suas
constituídas, entre a União, os Estados, o reuniões.
Distrito Federal, os órgãos da administração
pública federal e as entidades públicas ou Art. 114. Os órgãos e as entidades
privadas, sob a supervisão da Secretaria públicas e as organizações da sociedade
Nacional dos Direitos da Criança e do civil responsáveis pela execução do
Adolescente do Ministério dos Direitos PPCAAM deverão, além dar cumprimento
Humanos. às ações inerentes ao Programa:

§ 2º Os recursos para a I - prestar contas dos recursos


implementação das ações do PPCAAM federais recebidos para execução do
correrão à conta das dotações PPCAAM, nos termos estabelecidos pela
orçamentárias consignadas anualmente ao legislação;
Ministério dos Direitos Humanos,
observados os limites de movimentação, II - elaborar e manter plano próprio de
empenho e pagamento da programação proteção às crianças e aos adolescentes
orçamentária e financeira anual. ameaçados, com objetivos, metas,
estratégias, programas e ações para
Art. 113. Para firmar o acordo de proceder à sua execução;
cooperação previsto no caput do art. 112, o
Estado ou o Distrito Federal deverá III - realizar o processo seletivo e a
constituir conselho gestor responsável por qualificação da equipe técnica; e
implementar, acompanhar, avaliar e zelar
pela qualidade da execução do PPCAAM,
que terá as suas reuniões coordenadas pela IV - informar, regularmente ou sempre
Secretaria de Estado ou do Distrito Federal que solicitado, a Secretaria Nacional dos
executora do PPCAAM. Direitos da Criança e do Adolescente do
Ministério dos Direitos Humanos e aos
órgãos de controle, a respeito da execução
§ 1º Poderão compor o conselho dos programas e das ações de proteção às
gestor, entre outros, representantes da crianças e aos adolescentes sob a sua
Defensoria Pública, do Ministério Público, responsabilidade, mantido o sigilo inerente à
do Poder Judiciário, dos órgãos de proteção.
segurança pública, dos centros de defesa
dos direitos da criança e do adolescente,
dos conselhos estaduais ou distrital dos Art. 115. São atribuições dos
direitos da criança e do adolescente, dos conselhos gestores:
conselhos tutelares e de entidades de
promoção e defesa de direitos da criança e I - acompanhar, avaliar e zelar pela
do adolescente. qualidade da execução do PPCAAM;

877
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - garantir a continuidade do assistência social, previdência, trabalho,
PPCAAM; transporte, habitação, esporte, lazer, cultura
e segurança, na forma prevista em lei; e
III - propor ações de atendimento e de
inclusão social aos protegidos, por VII - manutenção no serviço de
intermédio da cooperação com instituições acolhimento institucional existente e
públicas e privadas responsáveis pela disponível, nos termos do disposto no § 1º
garantia dos direitos previstos na Lei nº do art. 101 da Lei nº 8.069, de 1990 -
8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Adolescente; e
§ 1º Na hipótese de adolescentes que
IV - garantir o sigilo dos dados e das estejam cumprindo medida socioeducativa
informações sobre os protegidos. aplicada com base no disposto na Lei nº
8.069, de 1990 - Estatuto da Criança e do
Seção III Adolescente, poderá ser solicitado ao juiz
competente as medidas adequadas para a
sua proteção integral, incluída a sua
Das ações do Programa de transferência para cumprimento da medida
Proteção a Crianças e Adolescentes socioeducativa em outro local.
Ameaçados de Morte
§ 2º A proteção concedida pelo
Art. 116. O PPCAAM compreende as PPCAAM e as ações dela decorrentes serão
seguintes ações, aplicáveis isolada ou proporcionais à gravidade da ameaça e à
cumulativamente, em benefício do protegido dificuldade de preveni-las ou reprimi-las por
e da sua família, quando necessário: outros meios.

I - transferência de residência ou § 3º Em casos excepcionais e


acomodação em ambiente compatível com consideradas as características e a
a proteção, com a transferência da gravidade da ameaça, os profissionais do
execução de medida socioeducativa em órgão ou da entidade pública executora
meio aberto para novo local de residência do poderão requerer à autoridade judicial
adolescente, se necessário; competente a alteração do nome completo
da criança ou do adolescente protegido e de
II - inserção dos protegidos em seus familiares, se necessário.
programas sociais com vistas à sua
proteção integral; § 4º Para fins do disposto neste
Título, considera-se PIA o instrumento
III - apoio e assistência social, construído pelo protegido e por seus
jurídica, psicológica, pedagógica e familiares, em conjunto com o profissional
financeira, conforme a construção do Plano da equipe técnica do PPCAAM, que
Individual de Acompanhamento - PIA; estabelece metas de curto e médio prazo
para diversas áreas da vida do protegido e
IV - apoio ao protegido, quando visa à consolidação da inserção social e à
necessário, para o cumprimento de construção de projeto de vida fora do âmbito
obrigações civis e administrativas que da proteção.
exijam o seu comparecimento, garantida a
sua segurança no deslocamento; § 5º Na hipótese de a criança ou o
adolescente estar protegido em unidade de
V - preservação da identidade e da acolhimento institucional, a
imagem do protegido e manutenção do responsabilidade pela construção conjunta
sigilo dos seus dados e das informações do PIA e pelas medidas referidas no inciso
que, na forma prevista em lei, comprometam III do caput será conjunta do profissional da
a sua segurança e a sua integridade física, equipe técnica do PPCAAM e do profissional
mental e psicológica; da instituição.

VI - garantia de acesso seguro a


políticas públicas de saúde, educação,

878
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 117. Poderão solicitar a inclusão autorização judicial, expedida de ofício ou a
de crianças e adolescentes ameaçados no requerimento dos órgãos e das autoridades
PPCAAM: a que se refere o art. 117, que designarão o
responsável pela guarda provisória.
I - o conselho tutelar;
Art. 120. A inclusão no PPCAAM
II - a autoridade judicial competente; observará:

III - o Ministério Público; e I - a urgência e a gravidade da


ameaça;
IV - a Defensoria Pública.
II - o interesse do ameaçado;
§ 1º As solicitações para a inclusão no
PPCAAM serão acompanhadas de III - outras formas de intervenção
qualificação do ameaçado e da ameaça e mais adequadas; e
comunicadas ao conselho gestor.
IV - a preservação e o fortalecimento
§ 2º A equipe técnica do PPCAAM do vínculo familiar.
alimentará o módulo do Sistema de
Informações para a Infância e a Parágrafo único. O ingresso no
Adolescência do Programa de Proteção a PPCAAM não poderá ficar condicionado à
Crianças e Adolescentes Ameaçados de colaboração em processo judicial ou
Morte, ou outro sistema equivalente inquérito policial.
instituído pela Secretaria Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Art. 121. A proteção oferecida pelo
Ministério dos Direitos Humanos, com PPCAAM terá a duração máxima de um ano
informações sobre os casos de proteção sob e poderá ser prorrogada, em circunstâncias
a sua responsabilidade. excepcionais, se perdurarem os motivos
que justificaram o seu deferimento.
Art. 118. A Secretaria Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Art. 122. Após o ingresso no
Ministério dos Direitos Humanos, ao PPCAAM, os protegidos e os seus familiares
identificar situações de ameaça em Estado ficarão obrigados a cumprir as regras nele
que não tenha o PPCAAM implementado, prescritas, sob pena de desligamento.
ou cuja implementação não garanta o direito
à vida da criança ou do adolescente, poderá
determinar a transferência do ameaçado Parágrafo único. As ações e as
para outro ente federativo que proporcione providências relacionadas com a execução
essa garantia. do PPCAAM deverão ser mantidas em sigilo
pelos protegidos, sob pena de
desligamento.
Art. 119. A inclusão no PPCAAM
dependerá da voluntariedade do ameaçado,
da anuência de seu representante legal e, Art. 123. As medidas e as
na ausência ou na impossibilidade dessa providências relacionadas com a execução
anuência, da autoridade judicial do PPCAAM serão adotadas, executadas e
competente. mantidas em sigilo pelos profissionais
envolvidos.
§ 1º Na hipótese de haver
incompatibilidade de interesses entre o Art. 124. O desligamento do protegido
ameaçado e os seus pais ou responsáveis poderá ocorrer, a qualquer tempo, nas
legais, a inclusão no PPCAAM será definida seguintes hipóteses:
pela autoridade judicial competente.
I - por solicitação do protegido;
§ 2º O ingresso no PPCAAM do
ameaçado desacompanhado de seus pais II - por relatório devidamente
ou responsáveis legais ocorrerá por meio de fundamentado elaborado por profissional do

879
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
órgão ou da entidade pública executora do III - o inciso XVII do caput do art. 29
PPCAAM em consequência de: do Decreto nº 2.521, de 20 de março de
1998 ;
a) consolidação da inserção social
segura do protegido; IV - o Decreto nº 5.089, de 20 de
maio de 2004 ;
b) descumprimento das regras de
proteção; ou V - o Decreto nº 5.598, de 1º de
dezembro de 2005;
c) evasão comprovadamente
intencional ou retorno ao local de risco pelo VI - o Decreto nº 6.230, de 11 de
adolescente, de forma reiterada, após outubro de 2007;
advertido pelo conselho gestor; e
VII - o Decreto nº 6.231, de 11 de
III - por ordem judicial. outubro de 2007 ;

§ 1º O desligamento do protegido VIII - o Decreto nº 8.552, de 3 de


será comunicado às instituições notificadas novembro de 2015;
quando do seu ingresso no PPCAAM.
IX - o Decreto nº 8.619, de 29 de
§ 2º Na hipótese de desligamento em dezembro de 2015;
consequência de óbito, a equipe técnica do
PPCAAM desenvolverá plano de X - o Decreto nº 8.869, de 5 de
acompanhamento e de auxílio financeiro outubro de 2016 ; e
aos familiares inseridos na proteção pelo
prazo de três meses.
XI - o Decreto nº 9.371, de 11 de
maio de 2018.
Art. 125. Ato do Ministro de Estado
dos Direitos Humanos disciplinará a forma
de execução dos instrumentos a que se Art. 127. Este Decreto entra em vigor
refere o § 1º do art. 112 e os procedimentos na data de sua publicação.
necessários à implementação do PPCAAM,
observados o disposto na legislação Brasília, 22 de novembro de 2018;
aplicável. 197º da Independência e 130º da
República.
TÍTULO VII
MICHEL TEMER
DISPOSIÇÕES FINAIS Eduardo Refinetti Guardia
Adeilson Loureiro Cavalcante
Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello
Art. 126. Ficam revogados: Alberto Beltrame
Gustavo do Vale Rocha
I - o Decreto nº 794, de 5 de abril de
1993;

II - o Decreto nº 1.196, de 14 de julho


de 1994;

880
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 12.594, DE 18 DE JANEIRO DE 2012 - Institui o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (Sinase)

Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), regulamenta a execução


das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional; e altera as
Leis nºs 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); 7.560, de 19 de
dezembro de 1986, 7.998, de 11 de janeiro de 1990, 5.537, de 21 de novembro de 1968,
8.315, de 23 de dezembro de 1991, 8.706, de 14 de setembro de 1993, os Decretos-Leis nºs
4.048, de 22 de janeiro de 1942, 8.621, de 10 de janeiro de 1946, e a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA sociais, por meio do cumprimento de seu


Faço saber que o Congresso Nacional plano individual de atendimento; e
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
III - a desaprovação da conduta
TÍTULO I infracional, efetivando as disposições da
sentença como parâmetro máximo de
DO SISTEMA NACIONAL DE privação de liberdade ou restrição de
ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO direitos, observados os limites previstos em
(Sinase) lei.

CAPÍTULO I § 3º Entendem-se por programa de


atendimento a organização e o
funcionamento, por unidade, das condições
DISPOSIÇÕES GERAIS
necessárias para o cumprimento das
medidas socioeducativas.
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo
§ 4º Entende-se por unidade a base
(Sinase) e regulamenta a execução das
física necessária para a organização e o
medidas destinadas a adolescente que
funcionamento de programa de
pratique ato infracional.
atendimento.
§ 1º Entende-se por Sinase o
§ 5º Entendem-se por entidade de
conjunto ordenado de princípios, regras e
atendimento a pessoa jurídica de direito
critérios que envolvem a execução de
público ou privado que instala e mantém a
medidas socioeducativas, incluindo-se nele,
unidade e os recursos humanos e materiais
por adesão, os sistemas estaduais, distrital
e municipais, bem como todos os planos, necessários ao desenvolvimento de
políticas e programas específicos de programas de atendimento.
atendimento a adolescente em conflito com
a lei. Art. 2º O Sinase será coordenado
pela União e integrado pelos sistemas
§ 2º Entendem-se por medidas estaduais, distrital e municipais
responsáveis pela implementação dos seus
socioeducativas as previstas no art. 112 da
respectivos programas de atendimento a
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
adolescente ao qual seja aplicada medida
(Estatuto da Criança e do Adolescente), as
socioeducativa, com liberdade de
quais têm por objetivos:
organização e funcionamento, respeitados
os termos desta Lei.
I - a responsabilização do
adolescente quanto às consequências
CAPÍTULO II
lesivas do ato infracional, sempre que
possível incentivando a sua reparação;
DAS COMPETÊNCIAS
II - a integração social do adolescente
e a garantia de seus direitos individuais e Art. 3º Compete à União:

881
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - formular e coordenar a execução 8.242, de 12 de outubro de 1991, que cria o
da política nacional de atendimento referido Conselho.
socioeducativo;
§ 3º O Plano de que trata o inciso II
II - elaborar o Plano Nacional de do caput deste artigo será submetido à
Atendimento Socioeducativo, em parceria deliberação do Conanda.
com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios; § 4º À Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República
III - prestar assistência técnica e (SDH/PR) competem as funções executiva
suplementação financeira aos Estados, ao e de gestão do Sinase.
Distrito Federal e aos Municípios para o
desenvolvimento de seus sistemas; Art. 4º Compete aos Estados:

IV - instituir e manter o Sistema I - formular, instituir, coordenar e


Nacional de Informações sobre o manter Sistema Estadual de Atendimento
Atendimento Socioeducativo, seu Socioeducativo, respeitadas as diretrizes
funcionamento, entidades, programas, fixadas pela União;
incluindo dados relativos a financiamento e
população atendida;
II - elaborar o Plano Estadual de
Atendimento Socioeducativo em
V - contribuir para a qualificação e conformidade com o Plano Nacional;
ação em rede dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo;
III - criar, desenvolver e manter
programas para a execução das medidas
VI - estabelecer diretrizes sobre a socioeducativas de semiliberdade e
organização e funcionamento das unidades internação;
e programas de atendimento e as normas de
referência destinadas ao cumprimento das
IV - editar normas complementares
medidas socioeducativas de internação e
para a organização e funcionamento do seu
semiliberdade;
sistema de atendimento e dos sistemas
municipais;
VII - instituir e manter processo de
avaliação dos Sistemas de Atendimento
V - estabelecer com os Municípios
Socioeducativo, seus planos, entidades e
formas de colaboração para o atendimento
programas;
socioeducativo em meio aberto;

VIII - financiar, com os demais entes


VI - prestar assessoria técnica e
federados, a execução de programas e
suplementação financeira aos Municípios
serviços do Sinase; e
para a oferta regular de programas de meio
aberto;
IX - garantir a publicidade de
informações sobre repasses de recursos
VII - garantir o pleno funcionamento
aos gestores estaduais, distrital e
do plantão interinstitucional, nos termos
municipais, para financiamento de
previstos no inciso V do art. 88 da Lei nº
programas de atendimento socioeducativo. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente) ;
§ 1º São vedados à União o
desenvolvimento e a oferta de programas
VIII - garantir defesa técnica do
próprios de atendimento.
adolescente a quem se atribua prática de
ato infracional;
§ 2º Ao Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente
IX - cadastrar-se no Sistema Nacional
(Conanda) competem as funções normativa,
de Informações sobre o Atendimento
deliberativa, de avaliação e de fiscalização
Socioeducativo e fornecer regularmente os
do Sinase, nos termos previstos na Lei nº dados necessários ao povoamento e à
atualização do Sistema; e

882
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
X - cofinanciar, com os demais entes VI - cofinanciar, conjuntamente com
federados, a execução de programas e os demais entes federados, a execução de
ações destinados ao atendimento inicial de programas e ações destinados ao
adolescente apreendido para apuração de atendimento inicial de adolescente
ato infracional, bem como aqueles apreendido para apuração de ato
destinados a adolescente a quem foi infracional, bem como aqueles destinados a
aplicada medida socioeducativa privativa de adolescente a quem foi aplicada medida
liberdade. socioeducativa em meio aberto.

§ 1º Ao Conselho Estadual dos § 1º Para garantir a oferta de


Direitos da Criança e do Adolescente programa de atendimento socioeducativo de
competem as funções deliberativas e de meio aberto, os Municípios podem instituir
controle do Sistema Estadual de os consórcios dos quais trata a Lei nº
Atendimento Socioeducativo, nos termos 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe
previstos no inciso II do art. 88 da Lei nº sobre normas gerais de contratação de
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da consórcios públicos e dá outras
Criança e do Adolescente), bem como providências, ou qualquer outro instrumento
outras definidas na legislação estadual ou jurídico adequado, como forma de
distrital. compartilhar responsabilidades.

§ 2º O Plano de que trata o inciso II § 2º Ao Conselho Municipal dos


do caput deste artigo será submetido à Direitos da Criança e do Adolescente
deliberação do Conselho Estadual dos competem as funções deliberativas e de
Direitos da Criança e do Adolescente. controle do Sistema Municipal de
Atendimento Socioeducativo, nos termos
§ 3º Competem ao órgão a ser previstos no inciso II do art. 88 da Lei nº
designado no Plano de que trata o inciso II 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
do caput deste artigo as funções executiva Criança e do Adolescente), bem como
e de gestão do Sistema Estadual de outras definidas na legislação municipal.
Atendimento Socioeducativo.
§ 3º O Plano de que trata o inciso II
Art. 5º Compete aos Municípios: do caput deste artigo será submetido à
deliberação do Conselho Municipal dos
I - formular, instituir, coordenar e Direitos da Criança e do Adolescente.
manter o Sistema Municipal de Atendimento
Socioeducativo, respeitadas as diretrizes § 4º Competem ao órgão a ser
fixadas pela União e pelo respectivo Estado; designado no Plano de que trata o inciso II
do caput deste artigo as funções executiva
II - elaborar o Plano Municipal de e de gestão do Sistema Municipal de
Atendimento Socioeducativo, em Atendimento Socioeducativo.
conformidade com o Plano Nacional e o
respectivo Plano Estadual; Art. 6º Ao Distrito Federal cabem,
cumulativamente, as competências dos
III - criar e manter programas de Estados e dos Municípios.
atendimento para a execução das medidas
socioeducativas em meio aberto; CAPÍTULO III

IV - editar normas complementares DOS PLANOS DE ATENDIMENTO


para a organização e funcionamento dos SOCIOEDUCATIVO
programas do seu Sistema de Atendimento
Socioeducativo; Art. 7º O Plano de que trata o inciso II
do art. 3º desta Lei deverá incluir um
V - cadastrar-se no Sistema Nacional diagnóstico da situação do Sinase, as
de Informações sobre o Atendimento diretrizes, os objetivos, as metas, as
Socioeducativo e fornecer regularmente os prioridades e as formas de financiamento e
dados necessários ao povoamento e à gestão das ações de atendimento para os
atualização do Sistema; e 10 (dez) anos seguintes, em sintonia com os
princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13

883
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Art. 11. Além da especificação do
Adolescente). regime, são requisitos obrigatórios para a
inscrição de programa de atendimento:
§ 1º As normas nacionais de
referência para o atendimento I - a exposição das linhas gerais dos
socioeducativo devem constituir anexo ao métodos e técnicas pedagógicas, com a
Plano de que trata o inciso II do art. 3º desta especificação das atividades de natureza
Lei. coletiva;

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e II - a indicação da estrutura material,


os Municípios deverão, com base no Plano dos recursos humanos e das estratégias de
Nacional de Atendimento Socioeducativo, segurança compatíveis com as
elaborar seus planos decenais necessidades da respectiva unidade;
correspondentes, em até 360 (trezentos e
sessenta) dias a partir da aprovação do III - regimento interno que regule o
Plano Nacional. funcionamento da entidade, no qual deverá
constar, no mínimo:
Art. 8º Os Planos de Atendimento
Socioeducativo deverão, obrigatoriamente, a) o detalhamento das atribuições e
prever ações articuladas nas áreas de responsabilidades do dirigente, de seus
educação, saúde, assistência social, prepostos, dos membros da equipe técnica
cultura, capacitação para o trabalho e e dos demais educadores;
esporte, para os adolescentes atendidos,
em conformidade com os princípios
b) a previsão das condições do
elencados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
exercício da disciplina e concessão de
1990 (Estatuto da Criança e do
benefícios e o respectivo procedimento de
Adolescente).
aplicação; e

Parágrafo único. Os Poderes


c) a previsão da concessão de
Legislativos federal, estaduais, distrital e
benefícios extraordinários e enaltecimento,
municipais, por meio de suas comissões
tendo em vista tornar público o
temáticas pertinentes, acompanharão a
reconhecimento ao adolescente pelo
execução dos Planos de Atendimento esforço realizado na consecução dos
Socioeducativo dos respectivos entes objetivos do plano individual;
federados.
IV - a política de formação dos
CAPÍTULO IV
recursos humanos;

DOS PROGRAMAS DE ATENDIMENTO V - a previsão das ações de


acompanhamento do adolescente após o
Seção I cumprimento de medida socioeducativa;

Disposições Gerais VI - a indicação da equipe técnica,


cuja quantidade e formação devem estar em
Art. 9º Os Estados e o Distrito Federal conformidade com as normas de referência
inscreverão seus programas de do sistema e dos conselhos profissionais e
atendimento e alterações no Conselho com o atendimento socioeducativo a ser
Estadual ou Distrital dos Direitos da Criança realizado; e
e do Adolescente, conforme o caso.
VII - a adesão ao Sistema de
Art. 10. Os Municípios inscreverão Informações sobre o Atendimento
seus programas e alterações, bem como as Socioeducativo, bem como sua operação
entidades de atendimento executoras, no efetiva.
Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente. Parágrafo único. O não cumprimento
do previsto neste artigo sujeita as entidades
de atendimento, os órgãos gestores, seus

884
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dirigentes ou prepostos à aplicação das Parágrafo único. O rol de
medidas previstas no art. 97 da Lei nº 8.069, orientadores credenciados deverá ser
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança comunicado, semestralmente, à autoridade
e do Adolescente). judiciária e ao Ministério Público.

Art. 12. A composição da equipe Art. 14. Incumbe ainda à direção do


técnica do programa de atendimento deverá programa de medida de prestação de
ser interdisciplinar, compreendendo, no serviços à comunidade selecionar e
mínimo, profissionais das áreas de saúde, credenciar entidades assistenciais,
educação e assistência social, de acordo hospitais, escolas ou outros
com as normas de referência. estabelecimentos congêneres, bem como
os programas comunitários ou
§ 1º Outros profissionais podem ser governamentais, de acordo com o perfil do
acrescentados às equipes para atender socioeducando e o ambiente no qual a
necessidades específicas do programa. medida será cumprida.

§ 2º Regimento interno deve Parágrafo único. Se o Ministério


discriminar as atribuições de cada Público impugnar o credenciamento, ou a
profissional, sendo proibida a sobreposição autoridade judiciária considerá-lo
dessas atribuições na entidade de inadequado, instaurará incidente de
atendimento. impugnação, com a aplicação subsidiária do
procedimento de apuração de irregularidade
§ 3º O não cumprimento do previsto em entidade de atendimento regulamentado
neste artigo sujeita as entidades de na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente),
atendimento, seus dirigentes ou prepostos à
devendo citar o dirigente do programa e a
aplicação das medidas previstas no art. 97
direção da entidade ou órgão credenciado.
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
Seção III
Seção II
Dos Programas de Privação da Liberdade
Dos Programas de Meio Aberto
Art. 15. São requisitos específicos
para a inscrição de programas de regime de
Art. 13. Compete à direção do
semiliberdade ou internação:
programa de prestação de serviços à
comunidade ou de liberdade assistida:
I - a comprovação da existência de
I - selecionar e credenciar estabelecimento educacional com
instalações adequadas e em conformidade
orientadores, designando-os, caso a caso,
com as normas de referência;
para acompanhar e avaliar o cumprimento
da medida;
II - a previsão do processo e dos
II - receber o adolescente e seus pais requisitos para a escolha do dirigente;
ou responsável e orientá-los sobre a
finalidade da medida e a organização e III - a apresentação das atividades de
funcionamento do programa; natureza coletiva;

III - encaminhar o adolescente para o IV - a definição das estratégias para a


orientador credenciado; gestão de conflitos, vedada a previsão de
isolamento cautelar, exceto nos casos
IV - supervisionar o desenvolvimento previstos no § 2º do art. 49 desta Lei; e
da medida; e
V - a previsão de regime disciplinar
nos termos do art. 72 desta Lei.
V - avaliar, com o orientador, a
evolução do cumprimento da medida e, se
necessário, propor à autoridade judiciária
sua substituição, suspensão ou extinção.

885
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 16. A estrutura física da unidade § 3º A primeira avaliação do Plano
deverá ser compatível com as normas de Nacional de Atendimento Socioeducativo
referência do Sinase. realizar-se-á no terceiro ano de vigência
desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo
§ 1º É vedada a edificação de federal acompanhar o trabalho por meio de
unidades socioeducacionais em espaços suas comissões temáticas pertinentes.
contíguos, anexos, ou de qualquer outra
forma integrados a estabelecimentos Art. 19. É instituído o Sistema
penais. Nacional de Avaliação e Acompanhamento
do Atendimento Socioeducativo, com os
§ 2º A direção da unidade adotará, em seguintes objetivos:
caráter excepcional, medidas para proteção
do interno em casos de risco à sua I - contribuir para a organização da
integridade física, à sua vida, ou à de rede de atendimento socioeducativo;
outrem, comunicando, de imediato, seu
defensor e o Ministério Público. II - assegurar conhecimento rigoroso
sobre as ações do atendimento
Art. 17. Para o exercício da função de socioeducativo e seus resultados;
dirigente de programa de atendimento em
regime de semiliberdade ou de internação, III - promover a melhora da qualidade
além dos requisitos específicos previstos no da gestão e do atendimento socioeducativo;
respectivo programa de atendimento, é e
necessário:
IV - disponibilizar informações sobre o
I - formação de nível superior atendimento socioeducativo.
compatível com a natureza da função;
§ 1º A avaliação abrangerá, no
II - comprovada experiência no mínimo, a gestão, as entidades de
trabalho com adolescentes de, no mínimo, 2 atendimento, os programas e os resultados
(dois) anos; e da execução das medidas socioeducativas.

III - reputação ilibada. § 2º Ao final da avaliação, será


elaborado relatório contendo histórico e
CAPÍTULO V diagnóstico da situação, as recomendações
e os prazos para que essas sejam
DA AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO cumpridas, além de outros elementos a
DA GESTÃO DO ATENDIMENTO serem definidos em regulamento.
SOCIOEDUCATIVO
§ 3º O relatório da avaliação deverá
Art. 18. A União, em articulação com ser encaminhado aos respectivos
os Estados, o Distrito Federal e os Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares
Municípios, realizará avaliações periódicas e ao Ministério Público.
da implementação dos Planos de
Atendimento Socioeducativo em intervalos § 4º Os gestores e entidades têm o
não superiores a 3 (três) anos. dever de colaborar com o processo de
avaliação, facilitando o acesso às suas
§ 1º O objetivo da avaliação é verificar instalações, à documentação e a todos os
o cumprimento das metas estabelecidas e elementos necessários ao seu efetivo
elaborar recomendações aos gestores e cumprimento.
operadores dos Sistemas.
§ 5º O acompanhamento tem por
§ 2º O processo de avaliação deverá objetivo verificar o cumprimento das metas
contar com a participação de representantes dos Planos de Atendimento Socioeducativo.
do Poder Judiciário, do Ministério Público,
da Defensoria Pública e dos Conselhos Art. 20. O Sistema Nacional de
Tutelares, na forma a ser definida em Avaliação e Acompanhamento da Gestão
regulamento.

886
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
do Atendimento Socioeducativo assegurará, II - verificar a manutenção do fluxo
na metodologia a ser empregada: financeiro, considerando as necessidades
operacionais do atendimento
I - a realização da autoavaliação dos socioeducativo, as normas de referência e
gestores e das instituições de atendimento; as condições previstas nos instrumentos
jurídicos celebrados entre os órgãos
gestores e as entidades de atendimento;
II - a avaliação institucional externa,
contemplando a análise global e integrada
das instalações físicas, relações III - verificar a implementação de
institucionais, compromisso social, todos os demais compromissos assumidos
atividades e finalidades das instituições de por ocasião da celebração dos instrumentos
atendimento e seus programas; jurídicos relativos ao atendimento
socioeducativo; e
III - o respeito à identidade e à
diversidade de entidades e programas; IV - a articulação interinstitucional e
intersetorial das políticas.
IV - a participação do corpo de
funcionários das entidades de atendimento Art. 23. A avaliação das entidades
e dos Conselhos Tutelares da área de terá por objetivo identificar o perfil e o
atuação da entidade avaliada; e impacto de sua atuação, por meio de suas
atividades, programas e projetos,
V - o caráter público de todos os considerando as diferentes dimensões
procedimentos, dados e resultados dos institucionais e, entre elas,
processos avaliativos. obrigatoriamente, as seguintes:

I - o plano de desenvolvimento
Art. 21. A avaliação será coordenada
por uma comissão permanente e realizada institucional;
por comissões temporárias, essas
compostas, no mínimo, por 3 (três) II - a responsabilidade social,
especialistas com reconhecida atuação na considerada especialmente sua
área temática e definidas na forma do contribuição para a inclusão social e o
regulamento. desenvolvimento socioeconômico do
adolescente e de sua família;
Parágrafo único. É vedado à
comissão permanente designar avaliadores: III - a comunicação e o intercâmbio
com a sociedade;
I - que sejam titulares ou servidores
dos órgãos gestores avaliados ou IV - as políticas de pessoal quanto à
funcionários das entidades avaliadas; qualificação, aperfeiçoamento,
desenvolvimento profissional e condições
de trabalho;
II - que tenham relação de parentesco
até o 3º grau com titulares ou servidores dos
órgãos gestores avaliados e/ou funcionários V - a adequação da infraestrutura
das entidades avaliadas; e física às normas de referência;

III - que estejam respondendo a VI - o planejamento e a autoavaliação


processos criminais. quanto aos processos, resultados, eficiência
e eficácia do projeto pedagógico e da
proposta socioeducativa;
Art. 22. A avaliação da gestão terá por
objetivo:
VII - as políticas de atendimento para
I - verificar se o planejamento os adolescentes e suas famílias;
orçamentário e sua execução se processam
de forma compatível com as necessidades VIII - a atenção integral à saúde dos
do respectivo Sistema de Atendimento adolescentes em conformidade com as
Socioeducativo; diretrizes do art. 60 desta Lei; e

887
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX - a sustentabilidade financeira. entidades de atendimento e dos gestores
avaliados, ao fim do qual estarão sujeitos às
Art. 24. A avaliação dos programas medidas previstas no art. 28 desta Lei.
terá por objetivo verificar, no mínimo, o
atendimento ao que determinam os arts. 94, Art. 27. As informações produzidas a
100, 117, 119, 120, 123 e 124 da Lei nº partir do Sistema Nacional de Informações
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da sobre Atendimento Socioeducativo serão
Criança e do Adolescente). utilizadas para subsidiar a avaliação, o
acompanhamento, a gestão e o
Art. 25. A avaliação dos resultados da financiamento dos Sistemas Nacional,
execução de medida socioeducativa terá Distrital, Estaduais e Municipais de
por objetivo, no mínimo: Atendimento Socioeducativo.

I - verificar a situação do adolescente CAPÍTULO VI


após cumprimento da medida
socioeducativa, tomando por base suas DA RESPONSABILIZAÇÃO DOS
perspectivas educacionais, sociais, GESTORES, OPERADORES E
profissionais e familiares; e ENTIDADES DE ATENDIMENTO

II - verificar reincidência de prática de Art. 28. No caso do desrespeito,


ato infracional. mesmo que parcial, ou do não cumprimento
integral às diretrizes e determinações desta
Art. 26. Os resultados da avaliação Lei, em todas as esferas, são sujeitos:
serão utilizados para:
I - gestores, operadores e seus
I - planejamento de metas e eleição prepostos e entidades governamentais às
de prioridades do Sistema de Atendimento medidas previstas no inciso I e no § 1º do
Socioeducativo e seu financiamento; art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente) ; e
II - reestruturação e/ou ampliação da
rede de atendimento socioeducativo, de
acordo com as necessidades II - entidades não governamentais,
diagnosticadas; seus gestores, operadores e prepostos às
medidas previstas no inciso II e no § 1º do
art. 97 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
III - adequação dos objetivos e da
1990 (Estatuto da Criança e do
natureza do atendimento socioeducativo
Adolescente).
prestado pelas entidades avaliadas;

Parágrafo único. A aplicação das


IV - celebração de instrumentos de
medidas previstas neste artigo dar-se-á a
cooperação com vistas à correção de
partir da análise de relatório circunstanciado
problemas diagnosticados na avaliação;
elaborado após as avaliações, sem prejuízo
do que determinam os arts. 191 a 197, 225
V - reforço de financiamento para a 227, 230 a 236, 243 e 245 a 247 da Lei nº
fortalecer a rede de atendimento 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
socioeducativo; Criança e do Adolescente).

VI - melhorar e ampliar a capacitação Art. 29. Àqueles que, mesmo não


dos operadores do Sistema de Atendimento sendo agentes públicos, induzam ou
Socioeducativo; e concorram, sob qualquer forma, direta ou
indireta, para o não cumprimento desta Lei,
VII - os efeitos do art. 95 da Lei nº aplicam-se, no que couber, as penalidades
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da dispostas na Lei nº 8.429, de 2 de junho de
Criança e do Adolescente). 1992, que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos
Parágrafo único. As recomendações de enriquecimento ilícito no exercício de
originadas da avaliação deverão indicar mandato, cargo, emprego ou função na
prazo para seu cumprimento por parte das administração pública direta, indireta ou

888
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fundacional e dá outras providências (Lei de ......................................................................
Improbidade Administrativa). .......................

CAPÍTULO VII X - às entidades governamentais e não


governamentais integrantes do Sistema
DO FINANCIAMENTO E DAS Nacional de Atendimento Socioeducativo
PRIORIDADES (Sinase).

Art. 30. O Sinase será cofinanciado ......................................................................


com recursos dos orçamentos fiscal e da .............” (NR)
seguridade social, além de outras fontes.
“ Art. 5º-A. A Secretaria Nacional de
§ 1º (VETADO). Políticas sobre Drogas (Senad), órgão
gestor do Fundo Nacional Antidrogas
(Funad), poderá financiar projetos das
§ 2º Os entes federados que tenham
entidades do Sinase desde que:
instituído seus sistemas de atendimento
socioeducativo terão acesso aos recursos
na forma de transferência adotada pelos I - o ente federado de vinculação da
órgãos integrantes do Sinase. entidade que solicita o recurso possua o
respectivo Plano de Atendimento
§ 3º Os entes federados beneficiados Socioeducativo aprovado;
com recursos dos orçamentos dos órgãos
responsáveis pelas políticas integrantes do II - as entidades governamentais e não
Sinase, ou de outras fontes, estão sujeitos governamentais integrantes do Sinase que
às normas e procedimentos de solicitem recursos tenham participado da
monitoramento estabelecidos pelas avaliação nacional do atendimento
instâncias dos órgãos das políticas setoriais socioeducativo;
envolvidas, sem prejuízo do disposto nos
incisos IX e X do art. 4º , nos incisos V e VI III - o projeto apresentado esteja de acordo
do art. 5º e no art. 6º desta Lei. com os pressupostos da Política Nacional
sobre Drogas e legislação específica.”
Art. 31. Os Conselhos de Direitos, nas
3 (três) esferas de governo, definirão, Art. 33. A Lei nº 7.998, de 11 de
anualmente, o percentual de recursos dos janeiro de 1990, passa a vigorar acrescida
Fundos dos Direitos da Criança e do do seguinte art. 19-A:
Adolescente a serem aplicados no
financiamento das ações previstas nesta “ Art. 19-A. O Codefat poderá priorizar
Lei, em especial para capacitação, sistemas projetos das entidades integrantes do
de informação e de avaliação. Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo (Sinase) desde que:
Parágrafo único. Os entes federados
beneficiados com recursos do Fundo dos I - o ente federado de vinculação da
Direitos da Criança e do Adolescente para entidade que solicita o recurso possua o
ações de atendimento socioeducativo respectivo Plano de Atendimento
prestarão informações sobre o desempenho Socioeducativo aprovado;
dessas ações por meio do Sistema de
Informações sobre Atendimento II - as entidades governamentais e não
Socioeducativo. governamentais integrantes do Sinase que
solicitem recursos tenham se submetido à
Art. 32. A Lei nº 7.560, de 19 de avaliação nacional do atendimento
dezembro de 1986, passa a vigorar com as socioeducativo.”
seguintes alterações:
Art. 34. O art. 2º da Lei nº 5.537, de
“ Art. 5º Os recursos do Funad serão 21 de novembro de 1968, passa a vigorar
destinados: acrescido do seguinte § 3º :

889
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
“Art. 2º IV - proporcionalidade em relação à
...................................................................... ofensa cometida;
.
V - brevidade da medida em resposta
...................................................................... ao ato cometido, em especial o respeito ao
....................... que dispõe o art. 122 da Lei nº 8.069, de 13
de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
§ 3º O fundo de que trata o art. 1º poderá Adolescente) ;
financiar, na forma das resoluções de seu
conselho deliberativo, programas e projetos VI - individualização, considerando-se
de educação básica relativos ao Sistema a idade, capacidades e circunstâncias
Nacional de Atendimento Socioeducativo pessoais do adolescente;
(Sinase) desde que:
VII - mínima intervenção, restrita ao
I - o ente federado que solicitar o recurso necessário para a realização dos objetivos
possua o respectivo Plano de Atendimento da medida;
Socioeducativo aprovado;
VIII - não discriminação do
II - as entidades de atendimento vinculadas adolescente, notadamente em razão de
ao ente federado que solicitar o recurso etnia, gênero, nacionalidade, classe social,
tenham se submetido à avaliação nacional orientação religiosa, política ou sexual, ou
do atendimento socioeducativo; e associação ou pertencimento a qualquer
minoria ou status ; e
III - o ente federado tenha assinado o Plano
de Metas Compromisso Todos pela IX - fortalecimento dos vínculos
Educação e elaborado o respectivo Plano de familiares e comunitários no processo
Ações Articuladas (PAR).” (NR) socioeducativo.

TÍTULO II CAPÍTULO II

DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DOS PROCEDIMENTOS


SOCIOEDUCATIVAS
Art. 36. A competência para
CAPÍTULO I jurisdicionar a execução das medidas
socioeducativas segue o determinado pelo
DISPOSIÇÕES GERAIS art. 146 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
Art. 35. A execução das medidas
socioeducativas reger-se-á pelos seguintes
princípios: Art. 37. A defesa e o Ministério
Público intervirão, sob pena de nulidade, no
procedimento judicial de execução de
I - legalidade, não podendo o
medida socioeducativa, asseguradas aos
adolescente receber tratamento mais
seus membros as prerrogativas previstas na
gravoso do que o conferido ao adulto;
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente),
II - excepcionalidade da intervenção podendo requerer as providências
judicial e da imposição de medidas, necessárias para adequar a execução aos
favorecendo-se meios de autocomposição ditames legais e regulamentares.
de conflitos;
Art. 38. As medidas de proteção, de
III - prioridade a práticas ou medidas advertência e de reparação do dano,
que sejam restaurativas e, sempre que quando aplicadas de forma isolada, serão
possível, atendam às necessidades das executadas nos próprios autos do processo
vítimas; de conhecimento, respeitado o disposto nos
arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de

890
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do entenderem necessárias para
Adolescente). complementação do plano individual.

Art. 39. Para aplicação das medidas § 2º A impugnação ou


socioeducativas de prestação de serviços à complementação do plano individual,
comunidade, liberdade assistida, requerida pelo defensor ou pelo Ministério
semiliberdade ou internação, será Público, deverá ser fundamentada, podendo
constituído processo de execução para a autoridade judiciária indeferi-la, se
cada adolescente, respeitado o disposto nos entender insuficiente a motivação.
arts. 143 e 144 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do § 3º Admitida a impugnação, ou se
Adolescente), e com autuação das entender que o plano é inadequado, a
seguintes peças: autoridade judiciária designará, se
necessário, audiência da qual cientificará o
I - documentos de caráter pessoal do defensor, o Ministério Público, a direção do
adolescente existentes no processo de programa de atendimento, o adolescente e
conhecimento, especialmente os que seus pais ou responsável.
comprovem sua idade; e
§ 4º A impugnação não suspenderá a
II - as indicadas pela autoridade execução do plano individual, salvo
judiciária, sempre que houver necessidade determinação judicial em contrário.
e, obrigatoriamente:
§ 5º Findo o prazo sem impugnação,
a) cópia da representação; considerar-se-á o plano individual
homologado.
b) cópia da certidão de antecedentes;
Art. 42. As medidas socioeducativas
c) cópia da sentença ou acórdão; e de liberdade assistida, de semiliberdade e
de internação deverão ser reavaliadas no
máximo a cada 6 (seis) meses, podendo a
d) cópia de estudos técnicos
autoridade judiciária, se necessário,
realizados durante a fase de conhecimento.
designar audiência, no prazo máximo de 10
(dez) dias, cientificando o defensor, o
Parágrafo único. Procedimento Ministério Público, a direção do programa de
idêntico será observado na hipótese de atendimento, o adolescente e seus pais ou
medida aplicada em sede de remissão, responsável.
como forma de suspensão do processo.
§ 1º A audiência será instruída com o
Art. 40. Autuadas as peças, a relatório da equipe técnica do programa de
autoridade judiciária encaminhará, atendimento sobre a evolução do plano de
imediatamente, cópia integral do expediente que trata o art. 52 desta Lei e com qualquer
ao órgão gestor do atendimento outro parecer técnico requerido pelas partes
socioeducativo, solicitando designação do e deferido pela autoridade judiciária.
programa ou da unidade de cumprimento da
medida.
§ 2º A gravidade do ato infracional, os
antecedentes e o tempo de duração da
Art. 41. A autoridade judiciária dará medida não são fatores que, por si,
vistas da proposta de plano individual de justifiquem a não substituição da medida por
que trata o art. 53 desta Lei ao defensor e outra menos grave.
ao Ministério Público pelo prazo sucessivo
de 3 (três) dias, contados do recebimento da
§ 3º Considera-se mais grave a
proposta encaminhada pela direção do
internação, em relação a todas as demais
programa de atendimento.
medidas, e mais grave a semiliberdade, em
relação às medidas de meio aberto.
§ 1º O defensor e o Ministério Público
poderão requerer, e o Juiz da Execução
Art. 43. A reavaliação da
poderá determinar, de ofício, a realização de
qualquer avaliação ou perícia que manutenção, da substituição ou da

891
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
suspensão das medidas de meio aberto ou Parágrafo único. No caso de a
de privação da liberdade e do respectivo substituição da medida importar em
plano individual pode ser solicitada a vinculação do adolescente a outro programa
qualquer tempo, a pedido da direção do de atendimento, o plano individual e o
programa de atendimento, do defensor, do histórico do cumprimento da medida
Ministério Público, do adolescente, de seus deverão acompanhar a transferência.
pais ou responsável.
Art. 45. Se, no transcurso da
§ 1º Justifica o pedido de reavaliação, execução, sobrevier sentença de aplicação
entre outros motivos: de nova medida, a autoridade judiciária
procederá à unificação, ouvidos,
I - o desempenho adequado do previamente, o Ministério Público e o
adolescente com base no seu plano de defensor, no prazo de 3 (três) dias
atendimento individual, antes do prazo da sucessivos, decidindo-se em igual prazo.
reavaliação obrigatória;
§ 1º É vedado à autoridade judiciária
II - a inadaptação do adolescente ao determinar reinício de cumprimento de
programa e o reiterado descumprimento das medida socioeducativa, ou deixar de
atividades do plano individual; e considerar os prazos máximos, e de
liberação compulsória previstos na Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
III - a necessidade de modificação
Criança e do Adolescente), excetuada a
das atividades do plano individual que
importem em maior restrição da liberdade do hipótese de medida aplicada por ato
adolescente. infracional praticado durante a execução.

§ 2º É vedado à autoridade judiciária


§ 2º A autoridade judiciária poderá
aplicar nova medida de internação, por atos
indeferir o pedido, de pronto, se entender
infracionais praticados anteriormente, a
insuficiente a motivação.
adolescente que já tenha concluído
cumprimento de medida socioeducativa
§ 3º Admitido o processamento do dessa natureza, ou que tenha sido
pedido, a autoridade judiciária, se transferido para cumprimento de medida
necessário, designará audiência, menos rigorosa, sendo tais atos absorvidos
observando o princípio do § 1º do art. 42 por aqueles aos quais se impôs a medida
desta Lei. socioeducativa extrema.

§ 4º A substituição por medida mais Art. 46. A medida socioeducativa será


gravosa somente ocorrerá em situações declarada extinta:
excepcionais, após o devido processo legal,
inclusive na hipótese do inciso III do art. 122
da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 I - pela morte do adolescente;
(Estatuto da Criança e do Adolescente), e
deve ser: II - pela realização de sua finalidade;

I - fundamentada em parecer técnico; III - pela aplicação de pena privativa


de liberdade, a ser cumprida em regime
fechado ou semiaberto, em execução
II - precedida de prévia audiência, e
provisória ou definitiva;
nos termos do § 1º do art. 42 desta Lei.

IV - pela condição de doença grave,


Art. 44. Na hipótese de substituição
que torne o adolescente incapaz de
da medida ou modificação das atividades do
submeter-se ao cumprimento da medida; e
plano individual, a autoridade judiciária
remeterá o inteiro teor da decisão à direção
do programa de atendimento, assim como V - nas demais hipóteses previstas
as peças que entender relevantes à nova em lei.
situação jurídica do adolescente.
§ 1º No caso de o maior de 18
(dezoito) anos, em cumprimento de medida

892
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
socioeducativa, responder a processo- II - ser incluído em programa de meio
crime, caberá à autoridade judiciária decidir aberto quando inexistir vaga para o
sobre eventual extinção da execução, cumprimento de medida de privação da
cientificando da decisão o juízo criminal liberdade, exceto nos casos de ato
competente. infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência à pessoa, quando o
§ 2º Em qualquer caso, o tempo de adolescente deverá ser internado em
prisão cautelar não convertida em pena Unidade mais próxima de seu local de
privativa de liberdade deve ser descontado residência;
do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa. III - ser respeitado em sua
personalidade, intimidade, liberdade de
Art. 47. O mandado de busca e pensamento e religião e em todos os direitos
apreensão do adolescente terá vigência não expressamente limitados na sentença;
máxima de 6 (seis) meses, a contar da data
da expedição, podendo, se necessário, ser IV - peticionar, por escrito ou
renovado, fundamentadamente. verbalmente, diretamente a qualquer
autoridade ou órgão público, devendo,
Art. 48. O defensor, o Ministério obrigatoriamente, ser respondido em até 15
Público, o adolescente e seus pais ou (quinze) dias;
responsável poderão postular revisão
judicial de qualquer sanção disciplinar V - ser informado, inclusive por
aplicada, podendo a autoridade judiciária escrito, das normas de organização e
suspender a execução da sanção até funcionamento do programa de atendimento
decisão final do incidente. e também das previsões de natureza
disciplinar;
§ 1º Postulada a revisão após ouvida
a autoridade colegiada que aplicou a sanção VI - receber, sempre que solicitar,
e havendo provas a produzir em audiência, informações sobre a evolução de seu plano
procederá o magistrado na forma do § 1º do individual, participando, obrigatoriamente,
art. 42 desta Lei. de sua elaboração e, se for o caso,
reavaliação;
§ 2º É vedada a aplicação de sanção
disciplinar de isolamento a adolescente VII - receber assistência integral à sua
interno, exceto seja essa imprescindível saúde, conforme o disposto no art. 60 desta
para garantia da segurança de outros Lei; e
internos ou do próprio adolescente a quem
seja imposta a sanção, sendo necessária VIII - ter atendimento garantido em
ainda comunicação ao defensor, ao creche e pré-escola aos filhos de 0 (zero) a
Ministério Público e à autoridade judiciária 5 (cinco) anos.
em até 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º As garantias processuais
CAPÍTULO III destinadas a adolescente autor de ato
infracional previstas na Lei nº 8.069, de 13
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), aplicam-se integralmente na
Art. 49. São direitos do adolescente execução das medidas socioeducativas,
submetido ao cumprimento de medida inclusive no âmbito administrativo.
socioeducativa, sem prejuízo de outros
previstos em lei: § 2º A oferta irregular de programas
de atendimento socioeducativo em meio
I - ser acompanhado por seus pais ou aberto não poderá ser invocada como
responsável e por seu defensor, em motivo para aplicação ou manutenção de
qualquer fase do procedimento medida de privação da liberdade.
administrativo ou judicial;
Art. 50. Sem prejuízo do disposto no
§ 1º do art. 121 da Lei nº 8.069, de 13 de

893
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do III - a previsão de suas atividades de
Adolescente), a direção do programa de integração social e/ou capacitação
execução de medida de privação da profissional;
liberdade poderá autorizar a saída,
monitorada, do adolescente nos casos de IV - atividades de integração e apoio
tratamento médico, doença grave ou à família;
falecimento, devidamente comprovados, de
pai, mãe, filho, cônjuge, companheiro ou V - formas de participação da família
irmão, com imediata comunicação ao juízo para efetivo cumprimento do plano
competente. individual; e

Art. 51. A decisão judicial relativa à


VI - as medidas específicas de
execução de medida socioeducativa será
atenção à sua saúde.
proferida após manifestação do defensor e
do Ministério Público.
Art. 55. Para o cumprimento das
medidas de semiliberdade ou de internação,
CAPÍTULO IV
o plano individual conterá, ainda:

DO PLANO INDIVIDUAL DE
I - a designação do programa de
ATENDIMENTO (PIA)
atendimento mais adequado para o
cumprimento da medida;
Art. 52. O cumprimento das medidas
socioeducativas, em regime de prestação
II - a definição das atividades internas
de serviços à comunidade, liberdade
e externas, individuais ou coletivas, das
assistida, semiliberdade ou internação,
quais o adolescente poderá participar; e
dependerá de Plano Individual de
Atendimento (PIA), instrumento de previsão,
registro e gestão das atividades a serem III - a fixação das metas para o
desenvolvidas com o adolescente. alcance de desenvolvimento de atividades
externas.
Parágrafo único. O PIA deverá
contemplar a participação dos pais ou Parágrafo único. O PIA será
responsáveis, os quais têm o dever de elaborado no prazo de até 45 (quarenta e
contribuir com o processo ressocializador do cinco) dias da data do ingresso do
adolescente, sendo esses passíveis de adolescente no programa de atendimento.
responsabilização administrativa, nos
termos do art. 249 da Lei nº 8.069, de 13 de Art. 56. Para o cumprimento das
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do medidas de prestação de serviços à
Adolescente), civil e criminal. comunidade e de liberdade assistida, o PIA
será elaborado no prazo de até 15 (quinze)
Art. 53. O PIA será elaborado sob a dias do ingresso do adolescente no
responsabilidade da equipe técnica do programa de atendimento.
respectivo programa de atendimento, com a
participação efetiva do adolescente e de sua Art. 57. Para a elaboração do PIA, a
família, representada por seus pais ou direção do respectivo programa de
responsável. atendimento, pessoalmente ou por meio de
membro da equipe técnica, terá acesso aos
Art. 54. Constarão do plano individual, autos do procedimento de apuração do ato
no mínimo: infracional e aos dos procedimentos de
apuração de outros atos infracionais
atribuídos ao mesmo adolescente.
I - os resultados da avaliação
interdisciplinar;
§ 1º O acesso aos documentos de
que trata o caput deverá ser realizado por
II - os objetivos declarados pelo
funcionário da entidade de atendimento,
adolescente;
devidamente credenciado para tal atividade,
ou por membro da direção, em
conformidade com as normas a serem

894
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
definidas pelo Poder Judiciário, de forma a II - inclusão de ações e serviços para
preservar o que determinam os arts. 143 e a promoção, proteção, prevenção de
144 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 agravos e doenças e recuperação da saúde;
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
III - cuidados especiais em saúde
§ 2º A direção poderá requisitar, mental, incluindo os relacionados ao uso de
ainda: álcool e outras substâncias psicoativas, e
atenção aos adolescentes com deficiências;
I - ao estabelecimento de ensino, o
histórico escolar do adolescente e as IV - disponibilização de ações de
anotações sobre o seu aproveitamento; atenção à saúde sexual e reprodutiva e à
prevenção de doenças sexualmente
II - os dados sobre o resultado de transmissíveis;
medida anteriormente aplicada e cumprida
em outro programa de atendimento; e V - garantia de acesso a todos os
níveis de atenção à saúde, por meio de
III - os resultados de referência e contrarreferência, de acordo
acompanhamento especializado anterior. com as normas do Sistema Único de Saúde
(SUS);
Art. 58. Por ocasião da reavaliação da
medida, é obrigatória a apresentação pela VI - capacitação das equipes de
direção do programa de atendimento de saúde e dos profissionais das entidades de
relatório da equipe técnica sobre a evolução atendimento, bem como daqueles que
do adolescente no cumprimento do plano atuam nas unidades de saúde de referência
individual. voltadas às especificidades de saúde dessa
população e de suas famílias;
Art. 59. O acesso ao plano individual
será restrito aos servidores do respectivo VII - inclusão, nos Sistemas de
programa de atendimento, ao adolescente e Informação de Saúde do SUS, bem como no
a seus pais ou responsável, ao Ministério Sistema de Informações sobre Atendimento
Público e ao defensor, exceto expressa Socioeducativo, de dados e indicadores de
autorização judicial. saúde da população de adolescentes em
atendimento socioeducativo; e
CAPÍTULO V
VIII - estruturação das unidades de
internação conforme as normas de
DA ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE
ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE referência do SUS e do Sinase, visando ao
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA atendimento das necessidades de Atenção
Básica.
Seção I
Art. 61. As entidades que ofereçam
programas de atendimento socioeducativo
Disposições Gerais em meio aberto e de semiliberdade deverão
prestar orientações aos socioeducandos
Art. 60. A atenção integral à saúde do sobre o acesso aos serviços e às unidades
adolescente no Sistema de Atendimento do SUS.
Socioeducativo seguirá as seguintes
diretrizes: Art. 62. As entidades que ofereçam
programas de privação de liberdade
I - previsão, nos planos de deverão contar com uma equipe mínima de
atendimento socioeducativo, em todas as profissionais de saúde cuja composição
esferas, da implantação de ações de esteja em conformidade com as normas de
promoção da saúde, com o objetivo de referência do SUS.
integrar as ações socioeducativas,
estimulando a autonomia, a melhoria das Art. 63. (VETADO).
relações interpessoais e o fortalecimento de
redes de apoio aos adolescentes e suas
famílias;

895
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1º O filho de adolescente nascido § 6º A suspensão da execução da
nos estabelecimentos referidos no caput medida socioeducativa será avaliada, no
deste artigo não terá tal informação lançada mínimo, a cada 6 (seis) meses.
em seu registro de nascimento.
§ 7º O tratamento a que se submeterá
§ 2º Serão asseguradas as condições o adolescente deverá observar o previsto na
necessárias para que a adolescente Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que
submetida à execução de medida dispõe sobre a proteção e os direitos das
socioeducativa de privação de liberdade pessoas portadoras de transtornos mentais
permaneça com o seu filho durante o e redireciona o modelo assistencial em
período de amamentação. saúde mental.

Seção II § 8º (VETADO).

Do Atendimento a Adolescente com Art. 65. Enquanto não cessada a


Transtorno Mental e com Dependência de jurisdição da Infância e Juventude, a
Álcool e de Substância Psicoativa autoridade judiciária, nas hipóteses tratadas
no art. 64, poderá remeter cópia dos autos
Art 64. O adolescente em ao Ministério Público para eventual
cumprimento de medida socioeducativa que propositura de interdição e outras
apresente indícios de transtorno mental, de providências pertinentes.
deficiência mental, ou associadas, deverá
ser avaliado por equipe técnica Art. 66. (VETADO).
multidisciplinar e multissetorial.
CAPÍTULO VI
§ 1º As competências, a composição
e a atuação da equipe técnica de que trata DAS VISITAS A ADOLESCENTE EM
o caput deverão seguir, conjuntamente, as CUMPRIMENTO DE MEDIDA DE
normas de referência do SUS e do Sinase,
na forma do regulamento.
INTERNAÇÃO

§ 2º A avaliação de que trata o caput Art. 67. A visita do cônjuge,


subsidiará a elaboração e execução da
companheiro, pais ou responsáveis,
terapêutica a ser adotada, a qual será
parentes e amigos a adolescente a quem foi
incluída no PIA do adolescente, prevendo,
aplicada medida socioeducativa de
se necessário, ações voltadas para a
internação observará dias e horários
família. próprios definidos pela direção do programa
de atendimento.
§ 3º As informações produzidas na
avaliação de que trata o caput são
Art. 68. É assegurado ao adolescente
consideradas sigilosas.
casado ou que viva, comprovadamente, em
união estável o direito à visita íntima.
§ 4º Excepcionalmente, o juiz poderá
suspender a execução da medida
Parágrafo único. O visitante será
socioeducativa, ouvidos o defensor e o
identificado e registrado pela direção do
Ministério Público, com vistas a incluir o programa de atendimento, que emitirá
adolescente em programa de atenção documento de identificação, pessoal e
integral à saúde mental que melhor atenda
intransferível, específico para a realização
aos objetivos terapêuticos estabelecidos
da visita íntima.
para o seu caso específico.
Art. 69. É garantido aos adolescentes
§ 5º Suspensa a execução da medida em cumprimento de medida socioeducativa
socioeducativa, o juiz designará o
de internação o direito de receber visita dos
responsável por acompanhar e informar
filhos, independentemente da idade desses.
sobre a evolução do atendimento ao
adolescente.
Art. 70. O regulamento interno
estabelecerá as hipóteses de proibição da

896
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
entrada de objetos na unidade de Art. 74. Não será aplicada sanção
internação, vedando o acesso aos seus disciplinar sem expressa e anterior previsão
portadores. legal ou regulamentar e o devido processo
administrativo.
CAPÍTULO VII
Art. 75. Não será aplicada sanção
DOS REGIMES DISCIPLINARES disciplinar ao socioeducando que tenha
praticado a falta:
Art. 71. Todas as entidades de
atendimento socioeducativo deverão, em I - por coação irresistível ou por
seus respectivos regimentos, realizar a motivo de força maior;
previsão de regime disciplinar que obedeça
aos seguintes princípios: II - em legítima defesa, própria ou de
outrem.
I - tipificação explícita das infrações
como leves, médias e graves e CAPÍTULO VIII
determinação das correspondentes
sanções; DA CAPACITAÇÃO PARA O TRABALHO

II - exigência da instauração formal de Art. 76. O art. 2º do Decreto-Lei nº


processo disciplinar para a aplicação de 4.048, de 22 de janeiro de 1942, passa a
qualquer sanção, garantidos a ampla defesa vigorar acrescido do seguinte § 1º ,
e o contraditório; renumerando-se o atual parágrafo único
para § 2º :
III - obrigatoriedade de audiência do
socioeducando nos casos em que seja “Art. 2º
necessária a instauração de processo ......................................................................
disciplinar; ...

IV - sanção de duração determinada; § 1º As escolas do Senai poderão ofertar


vagas aos usuários do Sistema Nacional de
V - enumeração das causas ou Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
circunstâncias que eximam, atenuem ou condições a serem dispostas em
agravem a sanção a ser imposta ao instrumentos de cooperação celebrados
socioeducando, bem como os requisitos entre os operadores do Senai e os gestores
para a extinção dessa; dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo locais.
VI - enumeração explícita das
garantias de defesa; § 2º
......................................................................
VII - garantia de solicitação e rito de ” (NR)
apreciação dos recursos cabíveis; e
Art. 77. O art. 3º do Decreto-Lei nº
VIII - apuração da falta disciplinar por 8.621, de 10 de janeiro de 1946, passa a
comissão composta por, no mínimo, 3 (três) vigorar acrescido do seguinte § 1º ,
integrantes, sendo 1 (um), obrigatoriamente, renumerando-se o atual parágrafo único
oriundo da equipe técnica. para § 2º :

Art. 72. O regime disciplinar é “Art. 3º


independente da responsabilidade civil ou ......................................................................
penal que advenha do ato cometido. ...

Art. 73. Nenhum socioeducando § 1º As escolas do Senac poderão ofertar


poderá desempenhar função ou tarefa de vagas aos usuários do Sistema Nacional de
apuração disciplinar ou aplicação de sanção Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
nas entidades de atendimento condições a serem dispostas em
socioeducativo. instrumentos de cooperação celebrados

897
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
entre os operadores do Senac e os gestores de Atendimento Socioeducativo (Sinase)
dos Sistemas de Atendimento nas condições a serem dispostas em
Socioeducativo locais. instrumentos de cooperação celebrados
entre os estabelecimentos e os gestores dos
§ 2º . Sistemas de Atendimento Socioeducativo
..................................................................... locais.” (NR)
” (NR)
TÍTULO III
Art. 78. O art. 1º da Lei nº 8.315, de
23 de dezembro de 1991, passa a vigorar DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
acrescido do seguinte parágrafo único:
Art. 81. As entidades que mantenham
“Art. 1º programas de atendimento têm o prazo de
...................................................................... até 6 (seis) meses após a publicação desta
... Lei para encaminhar ao respectivo
Conselho Estadual ou Municipal dos
Parágrafo único. Os programas de formação Direitos da Criança e do Adolescente
profissional rural do Senar poderão ofertar proposta de adequação da sua inscrição,
vagas aos usuários do Sistema Nacional de sob pena de interdição.
Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas
condições a serem dispostas em Art. 82. Os Conselhos dos Direitos da
instrumentos de cooperação celebrados Criança e do Adolescente, em todos os
entre os operadores do Senar e os gestores níveis federados, com os órgãos
dos Sistemas de Atendimento responsáveis pelo sistema de educação
Socioeducativo locais.” (NR) pública e as entidades de atendimento,
deverão, no prazo de 1 (um) ano a partir da
Art. 79. O art. 3º da Lei nº 8.706, de publicação desta Lei, garantir a inserção de
14 de setembro de 1993, passa a vigorar adolescentes em cumprimento de medida
acrescido do seguinte parágrafo único: socioeducativa na rede pública de
educação, em qualquer fase do período
letivo, contemplando as diversas faixas
“Art. 3º
etárias e níveis de instrução.
......................................................................
...
Art. 83. Os programas de
atendimento socioeducativo sob a
Parágrafo único. Os programas de formação
responsabilidade do Poder Judiciário serão,
profissional do Senat poderão ofertar vagas
obrigatoriamente, transferidos ao Poder
aos usuários do Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo (Sinase) nas Executivo no prazo máximo de 1 (um) ano a
condições a serem dispostas em partir da publicação desta Lei e de acordo
com a política de oferta dos programas aqui
instrumentos de cooperação celebrados
definidos.
entre os operadores do Senat e os gestores
dos Sistemas de Atendimento
Socioeducativo locais.” (NR) Art. 84. Os programas de internação
e semiliberdade sob a responsabilidade dos
Municípios serão, obrigatoriamente,
Art. 80. O art. 429 do Decreto-Lei nº
transferidos para o Poder Executivo do
5.452, de 1º de maio de 1943, passa a
respectivo Estado no prazo máximo de 1
vigorar acrescido do seguinte § 2º :
(um) ano a partir da publicação desta Lei e
de acordo com a política de oferta dos
“Art. 429. programas aqui definidos.
.....................................................................
Art. 85. A não transferência de
...................................................................... programas de atendimento para os devidos
....................... entes responsáveis, no prazo determinado
nesta Lei, importará na interdição do
§ 2º Os estabelecimentos de que trata o programa e caracterizará ato de
caput ofertarão vagas de aprendizes a improbidade administrativa do agente
adolescentes usuários do Sistema Nacional responsável, vedada, ademais, ao Poder

898
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Judiciário e ao Poder Executivo municipal, socioeducativas, adotar-se-á o sistema
ao final do referido prazo, a realização de recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de
despesas para a sua manutenção. 1973 (Código de Processo Civil), com as
seguintes adaptações:
Art. 86. Os arts. 90, 97, 121, 122, 198
e 208 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 ......................................................................
(Estatuto da Criança e do Adolescente), .......................
passam a vigorar com a seguinte redação:
II - em todos os recursos, salvo nos
“Art. 90. embargos de declaração, o prazo para o
...................................................................... Ministério Público e para a defesa será
sempre de 10 (dez) dias;
......................................................................
....................... ......................................................................
.............” (NR)
V - prestação de serviços à comunidade;
“Art. 208.
VI - liberdade assistida; .....................................................................

VII - semiliberdade; e ......................................................................


.......................
VIII - internação.
X - de programas de atendimento para a
execução das medidas socioeducativas e
.
...................................................................... aplicação de medidas de proteção.
.............” (NR)
......................................................................
.............” (NR)
“Art. 97. (VETADO)”

“Art. 121. ................................. ............ Art. 87. A Lei nº 8.069, de 13 de julho


de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente), passa a vigorar com as
...................................................................... seguintes alterações:
.......................
“ Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar
§ 7º A determinação judicial mencionada no doações aos Fundos dos Direitos da
§ 1º poderá ser revista a qualquer tempo Criança e do Adolescente nacional, distrital,
pela autoridade judiciária.” (NR) estaduais ou municipais, devidamente
comprovadas, sendo essas integralmente
“Art. 122. deduzidas do imposto de renda, obedecidos
..................................................................... os seguintes limites:

...................................................................... I - 1% (um por cento) do imposto sobre a


....................... renda devido apurado pelas pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro real;
§ 1º O prazo de internação na hipótese do e
inciso III deste artigo não poderá ser
superior a 3 (três) meses, devendo ser II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a
decretada judicialmente após o devido renda apurado pelas pessoas físicas na
processo legal. Declaração de Ajuste Anual, observado o
disposto no art. 22 da Lei nº 9.532, de 10 de
...................................................................... dezembro de 1997.
.............” (NR)
......................................................................
“ Art. 198. Nos procedimentos afetos à .......................
Justiça da Infância e da Juventude, inclusive
os relativos à execução das medidas

899
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º § 4º O não pagamento da doação no prazo
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, estabelecido no § 3º implica a glosa
a dedução de que trata o inciso I do caput : definitiva desta parcela de dedução, ficando
a pessoa física obrigada ao recolhimento da
I - será considerada isoladamente, não se diferença de imposto devido apurado na
submetendo a limite em conjunto com outras Declaração de Ajuste Anual com os
deduções do imposto; e acréscimos legais previstos na legislação.

II - não poderá ser computada como § 5º A pessoa física poderá deduzir do


despesa operacional na apuração do lucro imposto apurado na Declaração de Ajuste
real.” (NR) Anual as doações feitas, no respectivo ano-
calendário, aos fundos controlados pelos
“ Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, Conselhos dos Direitos da Criança e do
ano-calendário de 2009, a pessoa física Adolescente municipais, distrital, estaduais
e nacional concomitantemente com a opção
poderá optar pela doação de que trata o
de que trata o caput, respeitado o limite
inciso II do caput do art. 260 diretamente em
previsto no inciso II do art. 260.”
sua Declaração de Ajuste Anual.

“ Art. 260-B. A doação de que trata o inciso


§ 1º A doação de que trata o caput poderá
I do art. 260 poderá ser deduzida:
ser deduzida até os seguintes percentuais
aplicados sobre o imposto apurado na
declaração: I - do imposto devido no trimestre, para as
pessoas jurídicas que apuram o imposto
I - (VETADO); trimestralmente; e

II - do imposto devido mensalmente e no


II - (VETADO);
ajuste anual, para as pessoas jurídicas que
apuram o imposto anualmente.
III - 3% (três por cento) a partir do exercício
de 2012.
Parágrafo único. A doação deverá ser
efetuada dentro do período a que se refere
§ 2º A dedução de que trata o caput : a apuração do imposto.”

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por “ Art. 260-C. As doações de que trata o art.
cento) do imposto sobre a renda apurado na 260 desta Lei podem ser efetuadas em
declaração de que trata o inciso II do caput espécie ou em bens.
do art. 260;
Parágrafo único. As doações efetuadas em
II - não se aplica à pessoa física que: espécie devem ser depositadas em conta
específica, em instituição financeira pública,
a) utilizar o desconto simplificado; vinculadas aos respectivos fundos de que
trata o art. 260.”
b) apresentar declaração em formulário; ou
“ Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela
c) entregar a declaração fora do prazo; administração das contas dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente
III - só se aplica às doações em espécie; e nacional, estaduais, distrital e municipais
devem emitir recibo em favor do doador,
assinado por pessoa competente e pelo
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou
presidente do Conselho correspondente,
deduções em vigor.
especificando:

§ 3º O pagamento da doação deve ser


I - número de ordem;
efetuado até a data de vencimento da
primeira quota ou quota única do imposto,
observadas instruções específicas da II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa
Secretaria da Receita Federal do Brasil. Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;

900
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas nacional, estaduais, distrital e municipais
Físicas (CPF) do doador; devem:

IV - data da doação e valor efetivamente I - manter conta bancária específica


recebido; e destinada exclusivamente a gerir os
recursos do Fundo;
V - ano-calendário a que se refere a doação.
II - manter controle das doações recebidas;
§ 1º O comprovante de que trata o caput e
deste artigo pode ser emitido anualmente,
desde que discrimine os valores doados III - informar anualmente à Secretaria da
mês a mês. Receita Federal do Brasil as doações
recebidas mês a mês, identificando os
§ 2º No caso de doação em bens, o seguintes dados por doador:
comprovante deve conter a identificação
dos bens, mediante descrição em campo a) nome, CNPJ ou CPF;
próprio ou em relação anexa ao
comprovante, informando também se houve b) valor doado, especificando se a doação
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e foi em espécie ou em bens.”
endereço dos avaliadores.”
“ Art. 260-H. Em caso de descumprimento
“ Art. 260-E. Na hipótese da doação em das obrigações previstas no art. 260-G, a
bens, o doador deverá: Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
conhecimento do fato ao Ministério Público.”
I - comprovar a propriedade dos bens,
mediante documentação hábil; “ Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional,
II - baixar os bens doados na declaração de estaduais, distrital e municipais divulgarão
bens e direitos, quando se tratar de pessoa amplamente à comunidade:
física, e na escrituração, no caso de pessoa
jurídica; e I - o calendário de suas reuniões;

III - considerar como valor dos bens doados: II - as ações prioritárias para aplicação das
políticas de atendimento à criança e ao
a) para as pessoas físicas, o valor constante adolescente;
da última declaração do imposto de renda,
desde que não exceda o valor de mercado; III - os requisitos para a apresentação de
projetos a serem beneficiados com recursos
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos Fundos dos Direitos da Criança e do
dos bens. Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
municipais;
Parágrafo único. O preço obtido em caso de
leilão não será considerado na IV - a relação dos projetos aprovados em
determinação do valor dos bens doados, cada ano-calendário e o valor dos recursos
exceto se o leilão for determinado por previstos para implementação das ações,
autoridade judiciária.” por projeto;

“ Art. 260-F. Os documentos a que se V - o total dos recursos recebidos e a


referem os arts. 260-D e 260-E devem ser respectiva destinação, por projeto atendido,
mantidos pelo contribuinte por um prazo de inclusive com cadastramento na base de
5 (cinco) anos para fins de comprovação da dados do Sistema de Informações sobre a
dedução perante a Receita Federal do Infância e a Adolescência; e
Brasil.”
VI - a avaliação dos resultados dos projetos
“ Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela beneficiados com recursos dos Fundos dos
administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.”

901
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
“ Art. 260-J. O Ministério Público Art. 88. O parágrafo único do art. 3º
determinará, em cada Comarca, a forma de da Lei nº 12.213, de 20 de janeiro de 2010,
fiscalização da aplicação dos incentivos passa a vigorar com a seguinte redação:
fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
“Art. 3º
Parágrafo único. O descumprimento do ......................................................................
disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os ....
infratores a responder por ação judicial
proposta pelo Ministério Público, que poderá Parágrafo único. A dedução a que se refere
atuar de ofício, a requerimento ou o caput deste artigo não poderá ultrapassar
representação de qualquer cidadão.” 1% (um por cento) do imposto devido.” (NR)

“ Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Art. 89. (VETADO).


Humanos da Presidência da República
(SDH/PR) encaminhará à Secretaria da
Art. 90. Esta Lei entra em vigor após
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro
decorridos 90 (noventa) dias de sua
de cada ano, arquivo eletrônico contendo a
publicação oficial.
relação atualizada dos Fundos dos Direitos
da Criança e do Adolescente nacional,
distrital, estaduais e municipais, com a Brasília, 18 de janeiro de 2012; 191º
indicação dos respectivos números de da Independência e 124º da República.
inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições DILMA ROUSSEFF
financeiras públicas, destinadas José Eduardo Cardozo
exclusivamente a gerir os recursos dos Guido Mantega
Fundos.” Alexandre Rocha Santos Padilha
Miriam Belchior
“ Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal Maria do Rosário Nunes
do Brasil expedirá as instruções necessárias
à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260- Este texto não substitui o publicado no DOU
K.” de 19.1.2012 retificado em 20.1.2012

902
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 13.431, DE 4 DE ABRIL DE 2017 - Estabelece o sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência

Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha


de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA adolescente como pessoas em


Faço saber que o Congresso Nacional desenvolvimento, às quais o Estado, a
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: família e a sociedade devem assegurar a
fruição dos direitos fundamentais com
TÍTULO I absoluta prioridade.

DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. A aplicação desta


Lei é facultativa para as vítimas e
testemunhas de violência entre 18 (dezoito)
Art. 1º Esta Lei normatiza e organiza e 21 (vinte e um) anos, conforme disposto
o sistema de garantia de direitos da criança no parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.069,
e do adolescente vítima ou testemunha de de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança
violência, cria mecanismos para prevenir e e do Adolescente) .
coibir a violência, nos termos do art. 227 da
Constituição Federal , da Convenção sobre
os Direitos da Criança e seus protocolos Art. 4º Para os efeitos desta Lei, sem
adicionais, da Resolução nº 20/2005 do prejuízo da tipificação das condutas
Conselho Econômico e Social das Nações criminosas, são formas de violência:
Unidas e de outros diplomas internacionais,
e estabelece medidas de assistência e I - violência física, entendida como a
proteção à criança e ao adolescente em ação infligida à criança ou ao adolescente
situação de violência. que ofenda sua integridade ou saúde
corporal ou que lhe cause sofrimento físico;
Art. 2º A criança e o adolescente
gozam dos direitos fundamentais inerentes II - violência psicológica:
à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas
a proteção integral e as oportunidades e a) qualquer conduta de
facilidades para viver sem violência e discriminação, depreciação ou desrespeito
preservar sua saúde física e mental e seu em relação à criança ou ao adolescente
desenvolvimento moral, intelectual e social, mediante ameaça, constrangimento,
e gozam de direitos específicos à sua humilhação, manipulação, isolamento,
condição de vítima ou testemunha. agressão verbal e xingamento,
ridicularização, indiferença, exploração ou
Parágrafo único. A União, os Estados, intimidação sistemática ( bullying ) que
o Distrito Federal e os Municípios possa comprometer seu desenvolvimento
desenvolverão políticas integradas e psíquico ou emocional;
coordenadas que visem a garantir os
direitos humanos da criança e do b) o ato de alienação parental, assim
adolescente no âmbito das relações entendido como a interferência na formação
domésticas, familiares e sociais, para psicológica da criança ou do adolescente,
resguardá-los de toda forma de negligência, promovida ou induzida por um dos
discriminação, exploração, violência, abuso, genitores, pelos avós ou por quem os tenha
crueldade e opressão. sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
que leve ao repúdio de genitor ou que cause
Art. 3º Na aplicação e interpretação prejuízo ao estabelecimento ou à
desta Lei, serão considerados os fins sociais manutenção de vínculo com este;
a que ela se destina e, especialmente, as
condições peculiares da criança e do

903
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
c) qualquer conduta que exponha a § 2º Os órgãos de saúde, assistência
criança ou o adolescente, direta ou social, educação, segurança pública e
indiretamente, a crime violento contra justiça adotarão os procedimentos
membro de sua família ou de sua rede de necessários por ocasião da revelação
apoio, independentemente do ambiente em espontânea da violência.
que cometido, particularmente quando isto a
torna testemunha; § 3º Na hipótese de revelação
espontânea da violência, a criança e o
III - violência sexual, entendida como adolescente serão chamados a confirmar os
qualquer conduta que constranja a criança fatos na forma especificada no § 1º deste
ou o adolescente a praticar ou presenciar artigo, salvo em caso de intervenções de
conjunção carnal ou qualquer outro ato saúde.
libidinoso, inclusive exposição do corpo em
foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, § 4º O não cumprimento do disposto
que compreenda: nesta Lei implicará a aplicação das sanções
previstas na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
a) abuso sexual, entendido como toda 1990 (Estatuto da Criança e do
ação que se utiliza da criança ou do Adolescente) .
adolescente para fins sexuais, seja
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, TÍTULO II
realizado de modo presencial ou por meio
eletrônico, para estimulação sexual do
agente ou de terceiro; DOS DIREITOS E GARANTIAS

b) exploração sexual comercial, Art. 5º A aplicação desta Lei, sem


entendida como o uso da criança ou do prejuízo dos princípios estabelecidos nas
adolescente em atividade sexual em troca demais normas nacionais e internacionais
de remuneração ou qualquer outra forma de de proteção dos direitos da criança e do
compensação, de forma independente ou adolescente, terá como base, entre outros,
sob patrocínio, apoio ou incentivo de os direitos e garantias fundamentais da
terceiro, seja de modo presencial ou por criança e do adolescente a:
meio eletrônico;
I - receber prioridade absoluta e ter
c) tráfico de pessoas, entendido como considerada a condição peculiar de pessoa
o recrutamento, o transporte, a em desenvolvimento;
transferência, o alojamento ou o
acolhimento da criança ou do adolescente, II - receber tratamento digno e
dentro do território nacional ou para o abrangente;
estrangeiro, com o fim de exploração sexual,
mediante ameaça, uso de força ou outra III - ter a intimidade e as condições
forma de coação, rapto, fraude, engano, pessoais protegidas quando vítima ou
abuso de autoridade, aproveitamento de testemunha de violência;
situação de vulnerabilidade ou entrega ou
aceitação de pagamento, entre os casos
IV - ser protegido contra qualquer tipo
previstos na legislação;
de discriminação, independentemente de
classe, sexo, raça, etnia, renda, cultura,
IV - violência institucional, entendida nível educacional, idade, religião,
como a praticada por instituição pública ou nacionalidade, procedência regional,
conveniada, inclusive quando gerar regularidade migratória, deficiência ou
revitimização. qualquer outra condição sua, de seus pais
ou de seus representantes legais;
§ 1º Para os efeitos desta Lei, a
criança e o adolescente serão ouvidos sobre V - receber informação adequada à
a situação de violência por meio de escuta sua etapa de desenvolvimento sobre
especializada e depoimento especial. direitos, inclusive sociais, serviços
disponíveis, representação jurídica,
medidas de proteção, reparação de danos e

904
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
qualquer procedimento a que seja Art. 6º A criança e o adolescente
submetido; vítima ou testemunha de violência têm
direito a pleitear, por meio de seu
VI - ser ouvido e expressar seus representante legal, medidas protetivas
desejos e opiniões, assim como permanecer contra o autor da violência.
em silêncio;
Parágrafo único. Os casos omissos
VII - receber assistência qualificada nesta Lei serão interpretados à luz do
jurídica e psicossocial especializada, que disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de
facilite a sua participação e o resguarde 1990 (Estatuto da Criança e do
contra comportamento inadequado adotado Adolescente) , na Lei nº 11.340, de 7 de
pelos demais órgãos atuantes no processo; agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) , e em
normas conexas.
VIII - ser resguardado e protegido de
sofrimento, com direito a apoio, TÍTULO III
planejamento de sua participação,
prioridade na tramitação do processo, DA ESCUTA ESPECIALIZADA E DO
celeridade processual, idoneidade do DEPOIMENTO ESPECIAL
atendimento e limitação das intervenções;
Art. 7º Escuta especializada é o
IX - ser ouvido em horário que lhe for procedimento de entrevista sobre situação
mais adequado e conveniente, sempre que de violência com criança ou adolescente
possível; perante órgão da rede de proteção, limitado
o relato estritamente ao necessário para o
X - ter segurança, com avaliação cumprimento de sua finalidade.
contínua sobre possibilidades de
intimidação, ameaça e outras formas de Art. 8º Depoimento especial é o
violência; procedimento de oitiva de criança ou
adolescente vítima ou testemunha de
XI - ser assistido por profissional violência perante autoridade policial ou
capacitado e conhecer os profissionais que judiciária.
participam dos procedimentos de escuta
especializada e depoimento especial; Art. 9º A criança ou o adolescente
será resguardado de qualquer contato,
XII - ser reparado quando seus ainda que visual, com o suposto autor ou
direitos forem violados; acusado, ou com outra pessoa que
represente ameaça, coação ou
constrangimento.
XIII - conviver em família e em
comunidade;
Art. 10. A escuta especializada e o
depoimento especial serão realizados em
XIV - ter as informações prestadas local apropriado e acolhedor, com
tratadas confidencialmente, sendo vedada a infraestrutura e espaço físico que garantam
utilização ou o repasse a terceiro das a privacidade da criança ou do adolescente
declarações feitas pela criança e pelo vítima ou testemunha de violência.
adolescente vítima, salvo para os fins de
assistência à saúde e de persecução penal;
Art. 11. O depoimento especial reger-
se-á por protocolos e, sempre que possível,
XV - prestar declarações em formato será realizado uma única vez, em sede de
adaptado à criança e ao adolescente com produção antecipada de prova judicial,
deficiência ou em idioma diverso do garantida a ampla defesa do investigado.
português.
§ 1º O depoimento especial seguirá o
Parágrafo único. O planejamento rito cautelar de antecipação de prova:
referido no inciso VIII, no caso de
depoimento especial, será realizado entre
os profissionais especializados e o juízo.

905
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - quando a criança ou o adolescente § 2º O juiz tomará todas as medidas
tiver menos de 7 (sete) anos; apropriadas para a preservação da
intimidade e da privacidade da vítima ou
II - em caso de violência sexual. testemunha.

§ 2º Não será admitida a tomada de § 3º O profissional especializado


novo depoimento especial, salvo quando comunicará ao juiz se verificar que a
justificada a sua imprescindibilidade pela presença, na sala de audiência, do autor da
autoridade competente e houver a violência pode prejudicar o depoimento
concordância da vítima ou da testemunha, especial ou colocar o depoente em situação
ou de seu representante legal. de risco, caso em que, fazendo constar em
termo, será autorizado o afastamento do
imputado.
Art. 12. O depoimento especial será
colhido conforme o seguinte procedimento:
§ 4º Nas hipóteses em que houver
risco à vida ou à integridade física da vítima
I - os profissionais especializados ou testemunha, o juiz tomará as medidas de
esclarecerão a criança ou o adolescente proteção cabíveis, inclusive a restrição do
sobre a tomada do depoimento especial, disposto nos incisos III e VI deste artigo.
informando-lhe os seus direitos e os
procedimentos a serem adotados e
planejando sua participação, sendo vedada § 5º As condições de preservação e
a leitura da denúncia ou de outras peças de segurança da mídia relativa ao
processuais; depoimento da criança ou do adolescente
serão objeto de regulamentação, de forma a
garantir o direito à intimidade e à privacidade
II - é assegurada à criança ou ao da vítima ou testemunha.
adolescente a livre narrativa sobre a
situação de violência, podendo o
profissional especializado intervir quando § 6º O depoimento especial tramitará
necessário, utilizando técnicas que em segredo de justiça.
permitam a elucidação dos fatos;
TÍTULO IV
III - no curso do processo judicial, o DA INTEGRAÇÃO DAS POLÍTICAS DE
depoimento especial será transmitido em ATENDIMENTO
tempo real para a sala de audiência,
preservado o sigilo; CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
IV - findo o procedimento previsto no
inciso II deste artigo, o juiz, após consultar o Art. 13. Qualquer pessoa que tenha
Ministério Público, o defensor e os conhecimento ou presencie ação ou
assistentes técnicos, avaliará a pertinência omissão, praticada em local público ou
de perguntas complementares, organizadas privado, que constitua violência contra
em bloco; criança ou adolescente tem o dever de
comunicar o fato imediatamente ao serviço
V - o profissional especializado de recebimento e monitoramento de
poderá adaptar as perguntas à linguagem denúncias, ao conselho tutelar ou à
de melhor compreensão da criança ou do autoridade policial, os quais, por sua vez,
adolescente; cientificarão imediatamente o Ministério
Público.
VI - o depoimento especial será
gravado em áudio e vídeo. Parágrafo único. A União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios poderão
promover, periodicamente, campanhas de
§ 1º À vítima ou testemunha de conscientização da sociedade, promovendo
violência é garantido o direito de prestar a identificação das violações de direitos e
depoimento diretamente ao juiz, se assim o garantias de crianças e adolescentes e a
entender. divulgação dos serviços de proteção e dos

906
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fluxos de atendimento, como forma de evitar Art. 15. A União, os Estados, o Distrito
a violência institucional. Federal e os Municípios poderão criar
serviços de atendimento, de ouvidoria ou de
Art. 14. As políticas implementadas resposta, pelos meios de comunicação
nos sistemas de justiça, segurança pública, disponíveis, integrados às redes de
assistência social, educação e saúde proteção, para receber denúncias de
deverão adotar ações articuladas, violações de direitos de crianças e
coordenadas e efetivas voltadas ao adolescentes.
acolhimento e ao atendimento integral às
vítimas de violência. Parágrafo único. As denúncias
recebidas serão encaminhadas:
§ 1º As ações de que trata o caput
observarão as seguintes diretrizes: I - à autoridade policial do local dos
fatos, para apuração;
I - abrangência e integralidade,
devendo comportar avaliação e atenção de II - ao conselho tutelar, para aplicação
todas as necessidades da vítima de medidas de proteção; e
decorrentes da ofensa sofrida;
III - ao Ministério Público, nos casos
II - capacitação interdisciplinar que forem de sua atribuição específica.
continuada, preferencialmente conjunta, dos
profissionais; Art. 16. O poder público poderá criar
programas, serviços ou equipamentos que
III - estabelecimento de mecanismos proporcionem atenção e atendimento
de informação, referência, contrarreferência integral e interinstitucional às crianças e
e monitoramento; adolescentes vítimas ou testemunhas de
violência, compostos por equipes
IV - planejamento coordenado do multidisciplinares especializadas.
atendimento e do acompanhamento,
respeitadas as especificidades da vítima ou Parágrafo único. Os programas,
testemunha e de suas famílias; serviços ou equipamentos públicos poderão
contar com delegacias especializadas,
V - celeridade do atendimento, que serviços de saúde, perícia médico-legal,
deve ser realizado imediatamente - ou tão serviços socioassistenciais, varas
logo quanto possível - após a revelação da especializadas, Ministério Público e
violência; Defensoria Pública, entre outros possíveis
de integração, e deverão estabelecer
parcerias em caso de indisponibilidade de
VI - priorização do atendimento em serviços de atendimento.
razão da idade ou de eventual prejuízo ao
desenvolvimento psicossocial, garantida a
intervenção preventiva; CAPÍTULO Ii

VII - mínima intervenção dos DA SAÚDE


profissionais envolvidos; e
Art. 17. A União, os Estados, o Distrito
VIII - monitoramento e avaliação Federal e os Municípios poderão criar, no
periódica das políticas de atendimento. âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),
serviços para atenção integral à criança e ao
adolescente em situação de violência, de
§ 2º Nos casos de violência sexual, forma a garantir o atendimento acolhedor.
cabe ao responsável da rede de proteção
garantir a urgência e a celeridade
necessárias ao atendimento de saúde e à Art. 18. A coleta, guarda provisória e
produção probatória, preservada a preservação de material com vestígios de
confidencialidade. violência serão realizadas pelo Instituto
Médico Legal (IML) ou por serviço
credenciado do sistema de saúde mais

907
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
próximo, que entregará o material para alocarão recursos para manutenção de
perícia imediata, observado o disposto no equipes multidisciplinares destinadas a
art. 5º desta Lei. assessorar as delegacias especializadas.

CAPÍTULO IiI § 2º Até a criação do órgão previsto


no caput deste artigo, a vítima será
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL encaminhada prioritariamente a delegacia
especializada em temas de direitos
humanos.
Art. 19. A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios poderão
estabelecer, no âmbito do Sistema Único de § 3º A tomada de depoimento
Assistência Social (Suas), os seguintes especial da criança ou do adolescente
procedimentos: vítima ou testemunha de violência
observará o disposto no art. 14 desta Lei.
I - elaboração de plano individual e
familiar de atendimento, valorizando a Art. 21. Constatado que a criança ou
participação da criança e do adolescente e, o adolescente está em risco, a autoridade
sempre que possível, a preservação dos policial requisitará à autoridade judicial
vínculos familiares; responsável, em qualquer momento dos
procedimentos de investigação e
responsabilização dos suspeitos, as
II - atenção à vulnerabilidade indireta medidas de proteção pertinentes, entre as
dos demais membros da família decorrente quais:
da situação de violência, e solicitação,
quando necessário, aos órgãos
competentes, de inclusão da vítima ou I - evitar o contato direto da criança ou
testemunha e de suas famílias nas políticas, do adolescente vítima ou testemunha de
programas e serviços existentes; violência com o suposto autor da violência;

III - avaliação e atenção às situações II - solicitar o afastamento cautelar do


de intimidação, ameaça, constrangimento investigado da residência ou local de
ou discriminação decorrentes da convivência, em se tratando de pessoa que
vitimização, inclusive durante o trâmite do tenha contato com a criança ou o
processo judicial, as quais deverão ser adolescente;
comunicadas imediatamente à autoridade
judicial para tomada de providências; e III - requerer a prisão preventiva do
investigado, quando houver suficientes
IV - representação ao Ministério indícios de ameaça à criança ou
Público, nos casos de falta de responsável adolescente vítima ou testemunha de
legal com capacidade protetiva em razão da violência;
situação de violência, para colocação da
criança ou do adolescente sob os cuidados IV - solicitar aos órgãos
da família extensa, de família substituta ou socioassistenciais a inclusão da vítima e de
de serviço de acolhimento familiar ou, em sua família nos atendimentos a que têm
sua falta, institucional. direito;

CAPÍTULO IV V - requerer a inclusão da criança ou


do adolescente em programa de proteção a
DA SEGURANÇA PÚBLICA vítimas ou testemunhas ameaçadas; e

Art. 20. O poder público poderá criar VI - representar ao Ministério Público


delegacias especializadas no atendimento para que proponha ação cautelar de
de crianças e adolescentes vítimas de antecipação de prova, resguardados os
violência. pressupostos legais e as garantias previstas
no art. 5º desta Lei, sempre que a demora
possa causar prejuízo ao desenvolvimento
§ 1º Na elaboração de suas propostas da criança ou do adolescente.
orçamentárias, as unidades da Federação

908
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 22. Os órgãos policiais envolvidos “Art. 208.
envidarão esforços investigativos para que o ...........................................................
depoimento especial não seja o único meio
de prova para o julgamento do réu. ......................................................
.............................
CAPÍTULO V
XI - de políticas e programas
DA JUSTIÇA integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de
Art. 23. Os órgãos responsáveis pela violência.
organização judiciária poderão criar
juizados ou varas especializadas em crimes ......................................................
contra a criança e o adolescente. ...................” (NR)

Parágrafo único. Até a Art. 26. Cabe ao poder público, no


implementação do disposto no caput deste prazo máximo de 60 (sessenta) dias
artigo, o julgamento e a execução das contado da entrada em vigor desta Lei,
causas decorrentes das práticas de emanar atos normativos necessários à sua
violência ficarão, preferencialmente, a cargo efetividade.
dos juizados ou varas especializadas em
violência doméstica e temas afins. Art. 27. Cabe aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, no prazo máximo
TÍTULO V de 180 (cento e oitenta) dias contado da
entrada em vigor desta Lei, estabelecer
DOS CRIMES normas sobre o sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente vítima
ou testemunha de violência, no âmbito das
Art. 24. Violar sigilo processual, respectivas competências.
permitindo que depoimento de criança ou
adolescente seja assistido por pessoa
estranha ao processo, sem autorização Art. 28. Revoga-se o art. 248 da Lei nº
judicial e sem o consentimento do depoente 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
ou de seu representante legal. Criança e do Adolescente) .

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 Art. 29. Esta Lei entra em vigor após
(quatro) anos, e multa. decorrido 1 (um) ano de sua publicação
oficial.
TÍTULO VI
Brasília, 4 de abril de 2017; 196º da
Independência e 129º da República.
DISPOSIÇÕES FINAIS E
TRANSITÓRIAS
MICHEL TEMER
Osmar Serraglio
Art. 25. O art. 208 da Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente) , passa a vigorar acrescido
do seguinte inciso XI:

909
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 9.603, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2018 - Regulamenta a Lei nº
13.431, de 4 de abril de 2017

Regulamenta a Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia de


direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , a) em receber proteção e socorro em


no uso das atribuições que lhe confere o art. quaisquer circunstâncias;
84, caput , incisos IV e VI, alínea "a", da
Constituição, e tendo em vista o disposto na b) em receber atendimento em
Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017, serviços públicos ou de relevância pública;

DECRETA : c) na formulação e na execução das


políticas sociais públicas; e
CAPÍTULO I
d) na destinação privilegiada de
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES recursos públicos para a proteção de seus
direitos;
Seção I
V - a criança e o adolescente devem
Dos princípios e dos conceitos receber intervenção precoce, mínima e
urgente das autoridades competentes tão
logo a situação de perigo seja conhecida;
Art. 1º Este Decreto regulamenta a
Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017 , que
estabelece o sistema de garantia de direitos VI - a criança e o adolescente têm
da criança e do adolescente vítima ou assegurado o direito de exprimir suas
testemunha de violência. opiniões livremente nos assuntos que lhes
digam respeito, inclusive nos procedimentos
administrativos e jurídicos, consideradas a
Art. 2º Este Decreto será regido pelos sua idade e a sua maturidade, garantido o
seguintes princípios: direito de permanecer em silêncio;

I - a criança e o adolescente são VII - a criança e o adolescente têm o


sujeitos de direito e pessoas em condição direito de não serem discriminados em
peculiar de desenvolvimento e gozam de função de raça, cor, sexo, idioma, crença,
proteção integral, conforme o disposto no opinião política ou de outra natureza, origem
art. 1º da Lei nº 8.069, de 13 de julho de nacional ou regional, étnica ou social,
1990 - Estatuto da Criança e do posição econômica, deficiência, nascimento
Adolescente; ou outra condição, de seus pais ou de seus
responsáveis legais;
II - a criança e o adolescente devem
receber proteção integral quando os seus VIII - a criança e o adolescente devem
direitos forem violados ou ameaçados; ter sua dignidade individual, suas
necessidades, seus interesses e sua
III - a criança e o adolescente têm o privacidade respeitados e protegidos,
direito de ter seus melhores interesses incluída a inviolabilidade da integridade
avaliados e considerados nas ações ou nas física, psíquica e moral e a preservação da
decisões que lhe dizem respeito, imagem, da identidade, da autonomia, dos
resguardada a sua integridade física e valores, das ideias, das crenças, dos
psicológica; espaços e dos objetos pessoais; e

IV - em relação às medidas adotadas IX - a criança e o adolescente têm


pelo Poder Público, a criança e o direito de serem consultados acerca de sua
adolescente têm preferência:

910
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
preferência em serem atendido por situação de violência ou outras situações
profissional do mesmo gênero. que gerem sofrimento, estigmatização ou
exposição de sua imagem;
Art. 3º O sistema de garantia de
direitos intervirá nas situações de violência III - acolhimento ou acolhida -
contra crianças e adolescentes com a posicionamento ético do profissional,
finalidade de: adotado durante o processo de atendimento
da criança, do adolescente e de suas
I - mapear as ocorrências das formas famílias, com o objetivo de identificar as
de violência e suas particularidades no necessidades apresentadas por eles, de
território nacional; maneira a demonstrar cuidado,
responsabilização e resolutividade no
atendimento; e
II - prevenir os atos de violência
contra crianças e adolescentes;
IV - serviço de acolhimento no âmbito
do Sistema Único de Assistência Social -
III - fazer cessar a violência quando Suas - serviço realizado em tipos de
esta ocorrer; equipamentos e modalidades diferentes,
destinados às famílias ou aos indivíduos
IV - prevenir a reiteração da violência com vínculos familiares rompidos ou
já ocorrida; fragilizados, a fim de garantir sua proteção
integral.
V - promover o atendimento de
crianças e adolescentes para minimizar as Seção II
sequelas da violência sofrida; e
Da acessibilidade
VI - promover a reparação integral
dos direitos da criança e do adolescente. Art. 6º A acessibilidade aos espaços
de atendimento da criança e do adolescente
Art. 4º A criança ou o adolescente, vítima ou testemunha de violência deverá
brasileiro ou estrangeiro, que fale outros ser garantida por meio de:
idiomas deverá ser consultado quanto ao
idioma em que prefere se manifestar, em I - implementação do desenho
qualquer serviço, programa ou equipamento universal nos espaços de atendimentos a
público do sistema de garantia de direitos da serem construídos;
criança e do adolescente vítima ou
testemunha de violência, tomadas as
medidas necessárias para esse II- eliminação de barreiras e
atendimento, quando possível. implementação de estratégias para garantir
a plena comunicação de crianças e
adolescentes durante o atendimento;
Art. 5º Para fins do disposto neste
Decreto, considera-se:
III - adaptações razoáveis nos prédios
públicos ou de uso público já existentes; e
I - violência institucional - violência
praticada por agente público no
desempenho de função pública, em IV - utilização de tecnologias
instituição de qualquer natureza, por meio assistivas ou ajudas técnicas, quando
de atos comissivos ou omissivos que necessário.
prejudiquem o atendimento à criança ou ao
adolescente vítima ou testemunha de CAPÍTULO II
violência;
DISPOSIÇÕES GERAIS
II - revitimização - discurso ou prática
institucional que submeta crianças e Seção I
adolescentes a procedimentos
desnecessários, repetitivos, invasivos, que
levem as vítimas ou testemunhas a reviver a Do sistema de garantia de direitos

911
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 7º Os órgãos, os programas, os d) os mecanismos de
serviços e os equipamentos das políticas compartilhamento das informações serão
setoriais que integram os eixos de estabelecidos;
promoção, controle e defesa dos direitos da
criança e do adolescente compõem o e) o papel de cada instância ou
sistema de garantia de direitos e são serviço e o profissional de referência que o
responsáveis pela detecção dos sinais de supervisionará será definido; e
violência.
III - criar grupos intersetoriais locais
Art. 8º O Poder Público assegurará para discussão, acompanhamento e
condições de atendimento adequadas para encaminhamento de casos de suspeita ou
que crianças e adolescentes vítimas de de confirmação de violência contra crianças
violência ou testemunhas de violência sejam e adolescentes.
acolhidos e protegidos e possam se
expressar livremente em um ambiente
compatível com suas necessidades, § 1º O atendimento intersetorial
características e particularidades. poderá conter os seguintes procedimentos:

Art. 9º Os órgãos, os serviços, os I - acolhimento ou acolhida;


programas e os equipamentos públicos
trabalharão de forma integrada e II - escuta especializada nos órgãos
coordenada, garantidos os cuidados do sistema de proteção;
necessários e a proteção das crianças e dos
adolescentes vítimas ou testemunhas de III - atendimento da rede de saúde e
violência, os quais deverão, no prazo de da rede de assistência social;
cento e oitenta dias, contado da data de
publicação deste Decreto:
IV - comunicação ao Conselho
Tutelar;
I - instituir, preferencialmente no
âmbito dos conselhos de direitos das
V - comunicação à autoridade policial;
crianças e dos adolescentes, o comitê de
gestão colegiada da rede de cuidado e de
proteção social das crianças e dos VI - comunicação ao Ministério
adolescentes vítimas ou testemunhas de Público;
violência, com a finalidade de articular,
mobilizar, planejar, acompanhar e avaliar as VII - depoimento especial perante
ações da rede intersetorial, além de autoridade policial ou judiciária; e
colaborar para a definição dos fluxos de
atendimento e o aprimoramento da
VIII - aplicação de medida de
integração do referido comitê; proteção pelo Conselho Tutelar, caso
necessário.
II - definir o fluxo de atendimento,
observados os seguintes requisitos:
§ 2º Os serviços deverão compartilhar
entre si, de forma integrada, as informações
a) os atendimentos à criança ou ao coletadas junto às vítimas, aos membros da
adolescente serão feitos de maneira família e a outros sujeitos de sua rede
articulada; afetiva, por meio de relatórios, em
conformidade com o fluxo estabelecido,
b) a superposição de tarefas será preservado o sigilo das informações.
evitada;
§ 3º Poderão ser adotados outros
c) a cooperação entre os órgãos, os procedimentos, além daqueles previstos no
serviços, os programas e os equipamentos § 1º, quando o profissional avaliar, no caso
públicos será priorizada; concreto, que haja essa necessidade.

Art. 10. A atenção à saúde das


crianças e dos adolescentes em situação de

912
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
violência será realizada por equipe e de violação de direitos da criança e do
multiprofissional do Sistema Único de adolescente, além de direcioná-los à
Saúde - SUS, nos diversos níveis de proteção social especial para o atendimento
atenção, englobado o acolhimento, o especializado quando essas situações
atendimento, o tratamento especializado, a forem identificadas.
notificação e o seguimento da rede.
§ 2º O acompanhamento
Parágrafo único. Nos casos de especializado de crianças e adolescentes
violência sexual, o atendimento deverá em situação de violência e de suas famílias
incluir exames, medidas profiláticas contra será realizado preferencialmente no Centro
infecções sexualmente transmissíveis, de Referência Especializado de Assistência
anticoncepção de emergência, orientações, Social - Creas, por meio do Serviço de
quando houver necessidade, além da Proteção e Atendimento Especializado a
coleta, da identificação, da descrição e da Famílias e Indivíduos, em articulação com
guarda de vestígios. os demais serviços, programas e projetos do
Suas.
Art. 11. Na hipótese de o profissional
da educação identificar ou a criança ou § 3º Onde não houver Creas, a
adolescente revelar atos de violência, criança ou o adolescente será encaminhado
inclusive no ambiente escolar, ele deverá: ao profissional de referência da proteção
social especial.
I - acolher a criança ou o adolescente;
§ 4º As crianças e os adolescentes
II - informar à criança ou ao vítimas ou testemunhas de violência e em
adolescente, ou ao responsável ou à pessoa situação de risco pessoal e social, cujas
de referência, sobre direitos, procedimentos famílias ou cujos responsáveis se
de comunicação à autoridade policial e ao encontrem temporariamente
conselho tutelar; impossibilitados de cumprir sua função de
cuidado e proteção, podem acessar os
serviços de acolhimento de modo
III - encaminhar a criança ou o excepcional e provisório, hipótese em que
adolescente, quando couber, para os profissionais deverão observar as
atendimento emergencial em órgão do normas e as orientações referentes aos
sistema de garantia de direitos da criança e processos de escuta qualificada quando se
do adolescente vítima ou testemunha de configurarem situações de violência.
violência; e
Art. 13. A autoridade policial
IV - comunicar o Conselho Tutelar. procederá ao registro da ocorrência policial
e realizará a perícia.
Parágrafo único. As redes de ensino
deverão contribuir para o enfrentamento das § 1º O registro da ocorrência policial
vulnerabilidades que possam comprometer consiste na descrição preliminar das
o pleno desenvolvimento escolar de circunstâncias em que se deram o fato e,
crianças e adolescentes por meio da sempre que possível, será elaborado a partir
implementação de programas de prevenção de documentação remetida por outros
à violência. serviços, programas e equipamentos
públicos, além do relato do acompanhante
Art. 12. O Suas disporá de serviços, da criança ou do adolescente.
programas, projetos e benefícios para
prevenção das situações de § 2º O registro da ocorrência policial
vulnerabilidades, riscos e violações de deverá ser assegurado, ainda que a criança
direitos de crianças e de adolescentes e de ou o adolescente esteja desacompanhado.
suas famílias no âmbito da proteção social
básica e especial.
§ 3º A autoridade policial priorizará a
busca de informações com a pessoa que
§ 1º A proteção social básica deverá acompanha a criança ou o adolescente, de
fortalecer a capacidade protetiva das
famílias e prevenir as situações de violência

913
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
forma a preservá-lo, observado o disposto familiar, em unidade de internação ou
na Lei nº 13.431, de 2017. semiliberdade do sistema socioeducativo, o
fato será imediatamente avaliado pela
§ 4º Sempre que possível, a equipe multiprofissional, considerado o
descrição do fato não será realizada diante melhor interesse da criança ou do
da criança ou do adolescente. adolescente.

§ 5º A descrição do fato não será Art. 17. No atendimento à criança e ao


realizada em lugares públicos que ofereçam adolescente pertencente a povos ou
exposição da identidade da criança ou do comunidades tradicionais, deverão ser
adolescente vítima ou testemunha de respeitadas suas identidades sociais e
violência. culturais, seus costumes e suas tradições.

§ 6º A perícia médica ou psicológica Parágrafo único. Poderão ser


primará pela intervenção profissional adotadas práticas dos povos e das
mínima. comunidades tradicionais em
complementação às medidas de
atendimento institucional.
§ 7º A perícia física será realizada
somente nos casos em que se fizer
necessária a coleta de vestígios, evitada a Art. 18. No atendimento à criança ou
perícia para descarte da ocorrência de fatos. ao adolescente pertencente a povos
indígenas, a Fundação Nacional do Índio -
Funai do Ministério da Justiça e o Distrito
§ 8º Os peritos deverão, sempre que Sanitário Especial Indígena do Ministério da
possível, obter as informações necessárias Saúde deverão ser comunicados.
sobre o fato ocorrido com os adultos
acompanhantes da criança ou do
adolescente ou por meio de atendimentos Seção II
prévios realizados pela rede de serviços.
Da escuta especializada
Art. 14. Recebida a comunicação de
que trata o art. 13 da Lei nº 13.431, de 2017 Art. 19. A escuta especializada é o
, o Conselho Tutelar deverá efetuar o procedimento realizado pelos órgãos da
registro do atendimento realizado, do qual rede de proteção nos campos da educação,
deverão constar as informações coletadas da saúde, da assistência social, da
com o familiar ou o acompanhante da segurança pública e dos direitos humanos,
criança ou do adolescente e aquelas com o objetivo de assegurar o
necessárias à aplicação da medida de acompanhamento da vítima ou da
proteção da criança ou do adolescente. testemunha de violência, para a superação
das consequências da violação sofrida,
Art. 15. Os profissionais envolvidos limitado ao estritamente necessário para o
no sistema de garantia de direitos da criança cumprimento da finalidade de proteção
e do adolescente vítima ou testemunha de social e de provimento de cuidados.
violência primarão pela não revitimização da
criança ou adolescente e darão preferência § 1º A criança ou o adolescente deve
à abordagem de questionamentos mínimos ser informado em linguagem compatível
e estritamente necessários ao atendimento. com o seu desenvolvimento acerca dos
procedimentos formais pelos quais terá que
Parágrafo único. Poderá ser coletada passar e sobre a existência de serviços
informação com outros profissionais do específicos da rede de proteção, de acordo
sistema de garantia de direitos da criança e com as demandas de cada situação.
do adolescente vítima ou testemunha de
violência, além de familiar ou acompanhante § 2º A busca de informações para o
da criança ou do adolescente. acompanhamento da criança e do
adolescente deverá ser priorizada com os
Art. 16. Caso a violência contra a profissionais envolvidos no atendimento,
criança ou o adolescente ocorra em com seus familiares ou acompanhantes.
programa de acolhimento institucional ou

914
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3º O profissional envolvido no Parágrafo único. A sala de
atendimento primará pela liberdade de depoimento especial será reservada,
expressão da criança ou do adolescente e silenciosa, com decoração acolhedora e
sua família e evitará questionamentos que simples, para evitar distrações.
fujam aos objetivos da escuta especializada.
Art. 24. A sala de depoimento
§ 4º A escuta especializada não tem especial poderá ter sala de observação ou
o escopo de produzir prova para o processo equipamento tecnológico destinado ao
de investigação e de responsabilização, e acompanhamento e à contribuição de outros
fica limitada estritamente ao necessário profissionais da área da segurança pública
para o cumprimento de sua finalidade de e do sistema de justiça.
proteção social e de provimento de
cuidados. Art. 25. O depoimento especial será
regido por protocolo de oitiva.
Art. 20. A escuta especializada será
realizada por profissional capacitado Art. 26. O depoimento especial
conforme o disposto no art. 27. deverá ser conduzido por autoridades
capacitadas, observado o disposto no art.
Art. 21. Os órgãos, os serviços, os 27, e realizado em ambiente adequado ao
programas e os equipamentos da rede de desenvolvimento da criança ou do
proteção adotarão procedimentos de adolescente.
atendimento condizentes com os princípios
estabelecidos no art. 2º. § 1º A condução do depoimento
especial observará o seguinte:
Seção III
I - os repasses de informações ou os
Do depoimento especial questionamentos que possam induzir o
relato da criança ou do adolescente deverão
Art. 22. O depoimento especial é o ser evitados em qualquer fase da oitiva;
procedimento de oitiva de criança ou
adolescente vítima ou testemunha de II - os questionamentos que atentem
violência perante autoridade policial ou contra a dignidade da criança ou do
judiciária com a finalidade de produção de adolescente ou, ainda, que possam ser
provas. considerados violência institucional deverão
ser evitados;
§ 1º O depoimento especial deverá
primar pela não revitimização e pelos limites III - o profissional responsável
etários e psicológicos de desenvolvimento conduzirá livremente a oitiva sem
da criança ou do adolescente. interrupções, garantida a sua autonomia
profissional e respeitados os códigos de
§ 2º A autoridade policial ou judiciária ética e as normas profissionais;
deverá avaliar se é indispensável a oitiva da
criança ou do adolescente, consideradas as IV - as perguntas demandadas pelos
demais provas existentes, de forma a componentes da sala de observação serão
preservar sua saúde física e mental e seu realizadas após a conclusão da oitiva;
desenvolvimento moral, intelectual e social.
V - as questões provenientes da sala
§ 3º A criança ou o adolescente serão de observação poderão ser adaptadas à
respeitados em sua iniciativa de não falar linguagem da criança ou do adolescente e
sobre a violência sofrida. ao nível de seu desenvolvimento cognitivo e
emocional, de acordo com o seu interesse
Art. 23. O depoimento especial superior; e
deverá ser gravado com equipamento que
assegure a qualidade audiovisual. VI - durante a oitiva, deverão ser
respeitadas as pausas prolongadas, os

915
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
silêncios e os tempos de que a criança ou o IV - os encaminhamentos efetuados.
adolescente necessitarem.
Art. 29. O compartilhamento completo
§ 2º A oitiva deverá ser registrada na do registro de informações será realizado
sua íntegra desde o começo. por meio de encaminhamento ao serviço, ao
programa ou ao equipamento do sistema de
§ 3º Em casos de ocorrência de garantia de direitos da criança e do
problemas técnicos impeditivos ou de adolescente vítima ou testemunha de
bloqueios emocionais que impeçam a violência, que acolherá, em seguida, a
conclusão da oitiva, ela deverá ser criança ou o adolescente vítima ou
reagendada, respeitadas as testemunha de violência.
particularidades da criança ou do
adolescente. Art. 30. O compartilhamento de
informações de que trata o art. 29 deverá
Seção IV primar pelo sigilo dos dados pessoais da
criança e do adolescente vítima ou
testemunha de violência.
Da capacitação dos profissionais
do sistema de garantia de direitos
Art. 31. Ato conjunto dos Ministros de
Estado da Justiça, da Segurança Pública, da
Art. 27. Os profissionais do sistema Educação, do Desenvolvimento Social, da
de garantia de direitos da criança e do Saúde e dos Direitos Humanos disporá, no
adolescente vítima ou testemunha de prazo de noventa dias, contado da data de
violência participarão de cursos de publicação deste Decreto, sobre as normas
capacitação para o desempenho adequado complementares necessárias à integração e
das funções previstas neste Decreto, à coordenação dos serviços, dos
respeitada a disponibilidade orçamentária e programas, da capacitação e dos
financeira dos órgãos envolvidos. equipamentos públicos para o atendimento
da criança e do adolescente vítima ou
Parágrafo único. O Poder Público testemunha de violência.
criará matriz intersetorial de capacitação
para os profissionais de que trata este Parágrafo único. O ato conjunto de
Decreto, considerados os documentos e os que trata o caput disporá sobre a criação de
atos normativos de referência dos órgãos sistema eletrônico de informações, que será
envolvidos. implementado com vistas a integrar, de
forma sigilosa, as informações produzidas
CAPÍTULO III pelo sistema de garantia de direitos da
criança e do adolescente vítima ou
DISPOSIÇÕES FINAIS testemunha de violência.

Art. 28. Será adotado modelo de Art. 32. Este Decreto entra em vigor
registro de informações para na data de sua publicação.
compartilhamento do sistema de garantia de
direitos da criança e do adolescente vítima Brasília, 10 de dezembro de 2018;
ou testemunha de violência, que conterá, no 197º da Independência e 130º da República.
mínimo:
MICHEL TEMER
I - os dados pessoais da criança ou do Rossieli Soares da Silva
adolescente; Gilberto Magalhães Ochi
Alberto Beltrame
II - a descrição do atendimento; Gustavo do Vale Rocha
Raul Jungmann
III - o relato espontâneo da criança ou
do adolescente, quando houver; e

916
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO No 99.710, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1990 - Promulga a
Convenção sobre os Direitos da Criança.

Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA


usando da atribuição que lhe confere o art. CRIANÇA
84, inciso IV, da Constituição, e
Preâmbulo
Considerando que o Congresso
Nacional aprovou, pelo Decreto Legislativo Os Estados Partes da presente
n° 28, de 14 de setembro de 1990, a Convenção,
Convenção sobre os Direitos da Criança, a
qual entrou em vigor internacional em 02 de
Considerando que, de acordo com os
setembro de 1990, na forma de seu artigo
princípios proclamados na Carta das
49, inciso 1;
Nações Unidas, a liberdade, a justiça e a
paz no mundo se fundamentam no
Considerando que o Governo brasileiro reconhecimento da dignidade inerente e dos
ratificou a referida Convenção em 24 de direitos iguais e inalienáveis de todos os
setembro de 1990, tendo a mesmo entrado membros da família humana;
em vigor para o Brasil em 23 de outubro de
1990, na forma do seu artigo 49, incisos 2; Tendo em conta que os povos das
Nações Unidas reafirmaram na carta sua fé
DECRETA: nos direitos fundamentais do homem e na
dignidade e no valor da pessoa humana e
Art. 1° A Convenção sobre os Direitos que decidiram promover o progresso social
da Criança, apensa por cópia ao presente e a elevação do nível de vida com mais
Decreto, será executada e cumprida tão liberdade;
inteiramente como nela se contém.
Reconhecendo que as Nações Unidas
Art. 2° Este Decreto entra em vigor na proclamaram e acordaram na Declaração
data de sua publicação. Universal dos Direitos Humanos e nos
Pactos Internacionais de Direitos Humanos
Art. 3° Revogam-se as disposições em que toda pessoa possui todos os direitos e
contrário. liberdades neles enunciados, sem distinção
de qualquer natureza, seja de raça, cor,
Brasília, 21 de novembro de 1990; 169° sexo, idioma, crença, opinião política ou de
outra índole, origem nacional ou social,
da Independência e 102° da República.
posição econômica, nascimento ou
qualquer outra condição;
FERNANDO COLLOR
Francisco Rezek
Recordando que na Declaração
Universal dos Direitos Humanos as Nações
Unidas proclamaram que a infância tem
direito a cuidados e assistência especiais;

Convencidos de que a família, como


grupo fundamental da sociedade e ambiente
natural para o crescimento e bem-estar de
todos os seus membros, e em particular das
crianças, deve receber a proteção e
assistência necessárias a fim de poder
assumir plenamente suas
responsabilidades dentro da comunidade;

917
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Reconhecendo que a criança, para o que essas crianças necessitam
pleno e harmonioso desenvolvimento de consideração especial;
sua personalidade, deve crescer no seio da
família, em um ambiente de felicidade, amor Tomando em devida conta a
e compreensão; importância das tradições e dos valores
culturais de cada povo para a proteção e o
Considerando que a criança deve estar desenvolvimento harmonioso da criança;
plenamente preparada para uma vida
independente na sociedade e deve ser Reconhecendo a importância da
educada de acordo com os ideais cooperação internacional para a melhoria
proclamados na Cartas das Nações Unidas, das condições de vida das crianças em
especialmente com espírito de paz, todos os países, especialmente nos países
dignidade, tolerância, liberdade, igualdade e em desenvolvimento;
solidariedade;
Acordam o seguinte:
Tendo em conta que a necessidade de
proporcionar à criança uma proteção
PARTE I
especial foi enunciada na Declaração de
Genebra de 1924 sobre os Direitos da
Criança e na Declaração dos Direitos da Artigo 1
Criança adotada pela Assembléia Geral em
20 de novembro de 1959, e reconhecida na Para efeitos da presente Convenção
Declaração Universal dos Direitos considera-se como criança todo ser humano
Humanos, no Pacto Internacional de com menos de dezoito anos de idade, a não
Direitos Civis e Políticos (em particular nos ser que, em conformidade com a lei
Artigos 23 e 24), no Pacto Internacional de aplicável à criança, a maioridade seja
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais alcançada antes.
(em particular no Artigo 10) e nos estatutos
e instrumentos pertinentes das Agências Artigo 2
Especializadas e das organizações
internacionais que se interessam pelo bem- 1. Os Estados Partes respeitarão os
estar da criança; direitos enunciados na presente Convenção
e assegurarão sua aplicação a cada criança
Tendo em conta que, conforme sujeita à sua jurisdição, sem distinção
assinalado na Declaração dos Direitos da alguma, independentemente de raça, cor,
Criança, "a criança, em virtude de sua falta sexo, idioma, crença, opinião política ou de
de maturidade física e mental, necessita outra índole, origem nacional, étnica ou
proteção e cuidados especiais, inclusive a social, posição econômica, deficiências
devida proteção legal, tanto antes quanto físicas, nascimento ou qualquer outra
após seu nascimento"; condição da criança, de seus pais ou de
seus representantes legais.
Lembrado o estabelecido na
Declaração sobre os Princípios Sociais e 2. Os Estados Partes tomarão todas as
Jurídicos Relativos à Proteção e ao Bem- medidas apropriadas para assegurar a
Estar das Crianças, especialmente com proteção da criança contra toda forma de
Referência à Adoção e à Colocação em discriminação ou castigo por causa da
Lares de Adoção, nos Planos Nacional e condição, das atividades, das opiniões
Internacional; as Regras Mínimas das manifestadas ou das crenças de seus pais,
Nações Unidas para a Administração da representantes legais ou familiares.
Justiça Juvenil (Regras de Pequim); e a
Declaração sobre a Proteção da Mulher e da Artigo 3
Criança em Situações de Emergência ou de
Conflito Armado;
1. Todas as ações relativas às
crianças, levadas a efeito por instituições
Reconhecendo que em todos os públicas ou privadas de bem estar social,
países do mundo existem crianças vivendo tribunais, autoridades administrativas ou
sob condições excepcionalmente difíceis e órgãos legislativos, devem considerar,

918
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
primordialmente, o interesse maior da 2. Os Estados Partes assegurarão ao
criança. máximo a sobrevivência e o
desenvolvimento da criança.
2. Os Estados Partes se comprometem
a assegurar à criança a proteção e o Artigo 7
cuidado que sejam necessários para seu
bem-estar, levando em consideração os 1. A criança será registrada
direitos e deveres de seus pais, tutores ou imediatamente após seu nascimento e terá
outras pessoas responsáveis por ela direito, desde o momento em que nasce, a
perante a lei e, com essa finalidade, tomarão um nome, a uma nacionalidade e, na
todas as medidas legislativas e medida do possível, a conhecer seus pais e
administrativas adequadas. a ser cuidada por eles.

3. Os Estados Partes se certificarão de 2. Os Estados Partes zelarão pela


que as instituições, os serviços e os aplicação desses direitos de acordo com
estabelecimentos encarregados do cuidado sua legislação nacional e com as obrigações
ou da proteção das crianças cumpram com que tenham assumido em virtude dos
os padrões estabelecidos pelas autoridades instrumentos internacionais pertinentes,
competentes, especialmente no que diz sobretudo se, de outro modo, a criança se
respeito à segurança e à saúde das tornaria apátrida.
crianças, ao número e à competência de seu
pessoal e à existência de supervisão
Artigo 8
adequada.
1. Os Estados Partes se comprometem
Artigo 4
a respeitar o direito da criança de preservar
sua identidade, inclusive a nacionalidade, o
Os Estados Partes adotarão todas as nome e as relações familiares, de acordo
medidas administrativas, legislativas e de com a lei, sem interferências ilícitas.
outra índole com vistas à implementação
dos direitos reconhecidos na presente
2. Quando uma criança se vir privada
Convenção. Com relação aos direitos
ilegalmente de algum ou de todos os
econômicos, sociais e culturais, os Estados
elementos que configuram sua identidade,
Partes adotarão essas medidas utilizando os Estados Partes deverão prestar
ao máximo os recursos disponíveis e, assistência e proteção adequadas com
quando necessário, dentro de um quadro de
vistas a restabelecer rapidamente sua
cooperação internacional.
identidade.

Artigo 5
Artigo 9

Os Estados Partes respeitarão as


1. Os Estados Partes deverão zelar
responsabilidades, os direitos e os deveres
para que a criança não seja separada dos
dos pais ou, onde for o caso, dos membros
pais contra a vontade dos mesmos, exceto
da família ampliada ou da comunidade, quando, sujeita à revisão judicial, as
conforme determinem os costumes locais,
autoridades competentes determinarem, em
dos tutores ou de outras pessoas
conformidade com a lei e os procedimentos
legalmente responsáveis, de proporcionar à
legais cabíveis, que tal separação é
criança instrução e orientação adequadas e
necessária ao interesse maior da criança.
acordes com a evolução de sua capacidade Tal determinação pode ser necessária em
no exercício dos direitos reconhecidos na casos específicos, por exemplo, nos casos
presente convenção. em que a criança sofre maus tratos ou
descuido por parte de seus pais ou quando
Artigo 6 estes vivem separados e uma decisão deve
ser tomada a respeito do local da residência
1. Os Estados Partes reconhecem que da criança.
toda criança tem o direito inerente à vida.
2. Caso seja adotado qualquer
procedimento em conformidade com o

919
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estipulado no parágrafo 1 do presente às restrições determinadas pela lei que
artigo, todas as partes interessadas terão a sejam necessárias para proteger a
oportunidade de participar e de manifestar segurança nacional, a ordem pública, a
suas opiniões. saúde ou a moral públicas ou os direitos e
as liberdades de outras pessoas e que
3. Os Estados Partes respeitarão o estejam acordes com os demais direitos
direito da criança que esteja separada de reconhecidos pela presente convenção.
um ou de ambos os pais de manter
regularmente relações pessoais e contato Artigo 11
direto com ambos, a menos que isso seja
contrário ao interesse maior da criança. 1. Os Estados Partes adotarão
medidas a fim de lutar contra a transferência
4. Quando essa separação ocorrer em ilegal de crianças para o exterior e a
virtude de uma medida adotada por um retenção ilícita das mesmas fora do país.
Estado Parte, tal como detenção, prisão,
exílio, deportação ou morte (inclusive 2. Para tanto, aos Estados Partes
falecimento decorrente de qualquer causa promoverão a conclusão de acordos
enquanto a pessoa estiver sob a custódia do bilaterais ou multilaterais ou a adesão a
Estado) de um dos pais da criança, ou de acordos já existentes.
ambos, ou da própria criança, o Estado
Parte, quando solicitado, proporcionará aos
Artigo 12
pais, à criança ou, se for o caso, a outro
familiar, informações básicas a respeito do
paradeiro do familiar ou familiares ausentes, 1. Os Estados Partes assegurarão à
a não ser que tal procedimento seja criança que estiver capacitada a formular
prejudicial ao bem-estar da criança. Os seus próprios juízos o direito de expressar
Estados Partes se certificarão, além disso, suas opiniões livremente sobre todos os
de que a apresentação de tal petição não assuntos relacionados com a criança,
acarrete, por si só, conseqüências adversas levando-se devidamente em consideração
para a pessoa ou pessoas interessadas. essas opiniões, em função da idade e
maturidade da criança.
Artigo 10
2. Com tal propósito, se proporcionará
à criança, em particular, a oportunidade de
1. De acordo com a obrigação dos ser ouvida em todo processo judicial ou
Estados Partes estipulada no parágrafo 1 do
administrativo que afete a mesma, quer
Artigo 9, toda solicitação apresentada por
diretamente quer por intermédio de um
uma criança, ou por seus pais, para
representante ou órgão apropriado, em
ingressar ou sair de um Estado Parte com
conformidade com as regras processuais da
vistas à reunião da família, deverá ser
legislação nacional.
atendida pelos Estados Partes de forma
positiva, humanitária e rápida. Os Estados
Partes assegurarão, ainda, que a Artigo 13
apresentação de tal solicitação não
acarretará conseqüências adversas para os 1. A criança terá direito à liberdade de
solicitantes ou para seus familiares. expressão. Esse direito incluirá a liberdade
de procurar, receber e divulgar informações
2. A criança cujos pais residam em e idéias de todo tipo, independentemente de
Estados diferentes terá o direito de manter, fronteiras, de forma oral, escrita ou
periodicamente, relações pessoais e impressa, por meio das artes ou por
contato direto com ambos, exceto em qualquer outro meio escolhido pela criança.
circunstâncias especiais. Para tanto, e de
acordo com a obrigação assumida pelos 2. O exercício de tal direito poderá
Estados Partes em virtude do parágrafo 2 do estar sujeito a determinadas restrições, que
Artigo 9, os Estados Partes respeitarão o serão unicamente as previstas pela lei e
direito da criança e de seus pais de sair de consideradas necessárias:
qualquer país, inclusive do próprio, e de
ingressar no seu próprio país. O direito de a) para o respeito dos direitos ou da
sair de qualquer país estará sujeito, apenas, reputação dos demais, ou

920
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) para a proteção da segurança meios de comunicação e zelarão para que a
nacional ou da ordem pública, ou para criança tenha acesso a informações e
proteger a saúde e a moral públicas. materiais procedentes de diversas fontes
nacionais e internacionais, especialmente
Artigo 14 informações e materiais que visem a
promover seu bem-estar social, espiritual e
moral e sua saúde física e mental. Para
1. Os Estados Partes respeitarão o
direito da criança à liberdade de tanto, os Estados Partes:
pensamento, de consciência e de crença.
a) incentivarão os meios de
comunicação a difundir informações e
2. Os Estados Partes respeitarão os
materiais de interesse social e cultural para
direitos e deveres dos pais e, se for o caso,
dos representantes legais, de orientar a a criança, de acordo com o espírito do artigo
criança com relação ao exercício de seus 29;
direitos de maneira acorde com a evolução
de sua capacidade. b) promoverão a cooperação
internacional na produção, no intercâmbio e
3. A liberdade de professar a própria na divulgação dessas informações e desses
materiais procedentes de diversas fontes
religião ou as próprias crenças estará
culturais, nacionais e internacionais;
sujeita, unicamente, às limitações prescritas
pela lei e necessárias para proteger a
segurança, a ordem, a moral, a saúde c) incentivarão a produção e difusão de
pública ou os direitos e liberdades livros para crianças;
fundamentais dos demais.
d) incentivarão os meios de
Artigo 15 comunicação no sentido de,
particularmente, considerar as
1 Os Estados Partes reconhecem os necessidades lingüísticas da criança que
pertença a um grupo minoritário ou que seja
direitos da criança à liberdade de
indígena;
associação e à liberdade de realizar
reuniões pacíficas.
e) promoverão a elaboração de
2. Não serão impostas restrições ao diretrizes apropriadas a fim de proteger a
criança contra toda informação e material
exercício desses direitos, a não ser as
prejudiciais ao seu bem-estar, tendo em
estabelecidas em conformidade com a lei e
conta as disposições dos artigos 13 e 18.
que sejam necessárias numa sociedade
democrática, no interesse da segurança
nacional ou pública, da ordem pública, da Artigo 18
proteção à saúde e à moral públicas ou da
proteção aos direitos e liberdades dos 1. Os Estados Partes envidarão os
demais. seus melhores esforços a fim de assegurar
o reconhecimento do princípio de que
Artigo 16 ambos os pais têm obrigações comuns com
relação à educação e ao desenvolvimento
da criança. Caberá aos pais ou, quando for
1. Nenhuma criança será objeto de
o caso, aos representantes legais, a
interferências arbitrárias ou ilegais em sua
vida particular, sua família, seu domicílio ou responsabilidade primordial pela educação
sua correspondência, nem de atentados e pelo desenvolvimento da criança. Sua
preocupação fundamental visará ao
ilegais a sua honra e a sua reputação.
interesse maior da criança.
2. A criança tem direito à proteção da
2. A fim de garantir e promover os
lei contra essas interferências ou atentados.
direitos enunciados na presente convenção,
os Estados Partes prestarão assistência
Artigo 17 adequada aos pais e aos representantes
legais para o desempenho de suas funções
Os Estados Partes reconhecem a no que tange à educação da criança e
função importante desempenhada pelos assegurarão a criação de instituições,

921
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
instalações e serviços para o cuidado das da criança, bem como à conveniência da
crianças. continuidade de sua educação.

3. Os Estados Partes adotarão todas Artigo 21


as medidas apropriadas a fim de que as
crianças cujos pais trabalhem tenham direito Os Estados Partes que reconhecem ou
a beneficiar-se dos serviços de assistência permitem o sistema de adoção atentarão
social e creches a que fazem jus. para o fato de que a consideração primordial
seja o interesse maior da criança. Dessa
Artigo 19 forma, atentarão para que:

1. Os Estados Partes adotarão todas a) a adoção da criança seja autorizada


as medidas legislativas, administrativas, apenas pelas autoridades competentes, as
sociais e educacionais apropriadas para quais determinarão, consoante as leis e os
proteger a criança contra todas as formas de procedimentos cabíveis e com base em
violência física ou mental, abuso ou todas as informações pertinentes e
tratamento negligente, maus tratos ou fidedignas, que a adoção é admissível em
exploração, inclusive abuso sexual, vista da situação jurídica da criança com
enquanto a criança estiver sob a custódia relação a seus pais, parentes e
dos pais, do representante legal ou de representantes legais e que, caso solicitado,
qualquer outra pessoa responsável por ela. as pessoas interessadas tenham dado, com
conhecimento de causa, seu consentimento
2. Essas medidas de proteção à adoção, com base no assessoramento
deveriam incluir, conforme apropriado, que possa ser necessário;
procedimentos eficazes para a elaboração
de programas sociais capazes de b) a adoção efetuada em outro país
proporcionar uma assistência adequada à possa ser considerada como outro meio de
criança e às pessoas encarregadas de seu cuidar da criança, no caso em que a mesma
cuidado, bem como para outras formas de não possa ser colocada em um lar de
prevenção, para a identificação, notificação, adoção ou entregue a uma família adotiva
transferência a uma instituição, ou não logre atendimento adequado em seu
investigação, tratamento e país de origem;
acompanhamento posterior dos casos
acima mencionados de maus tratos à c) a criança adotada em outro país
criança e, conforme o caso, para a goze de salvaguardas e normas
intervenção judiciária. equivalentes às existentes em seu país de
origem com relação à adoção;
Artigo 20
d) todas as medidas apropriadas sejam
1. As crianças privadas temporária ou adotadas, a fim de garantir que, em caso de
permanentemente do seu meio familiar, ou adoção em outro país, a colocação não
cujo interesse maior exija que não permita benefícios financeiros indevidos aos
permaneçam nesse meio, terão direito à que dela participarem;
proteção e assistência especiais do Estado.
e) quando necessário, promover os
2. Os Estados Partes garantirão, de objetivos do presente artigo mediante
acordo com suas leis nacionais, cuidados ajustes ou acordos bilaterais ou
alternativos para essas crianças. multilaterais, e envidarão esforços, nesse
contexto, com vistas a assegurar que a
3. Esses cuidados poderiam incluir, colocação da criança em outro país seja
inter alia, a colocação em lares de adoção, levada a cabo por intermédio das
a kafalah do direito islâmico, a adoção ou, autoridades ou organismos competentes.
caso necessário, a colocação em
instituições adequadas de proteção para as Artigo 22
crianças. Ao serem consideradas as
soluções, deve-se dar especial atenção à 1. Os Estados Partes adotarão
origem étnica, religiosa, cultural e lingüística medidas pertinentes para assegurar que a

922
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
criança que tente obter a condição de parágrafo 2 do presente artigo, será gratuita
refugiada, ou que seja considerada como sempre que possível, levando-se em
refugiada de acordo com o direito e os consideração a situação econômica dos
procedimentos internacionais ou internos pais ou das pessoas que cuidem da criança,
aplicáveis, receba, tanto no caso de estar e visará a assegurar à criança deficiente o
sozinha como acompanhada por seus pais acesso efetivo à educação, à capacitação,
ou por qualquer outra pessoa, a proteção e aos serviços de saúde, aos serviços de
a assistência humanitária adequadas a fim reabilitação, à preparação para o emprego e
de que possa usufruir dos direitos às oportunidades de lazer, de maneira que
enunciados na presente convenção e em a criança atinja a mais completa integração
outros instrumentos internacionais de social possível e o maior desenvolvimento
direitos humanos ou de caráter humanitário individual factível, inclusive seu
dos quais os citados Estados sejam parte. desenvolvimento cultural e espiritual.

2. Para tanto, os Estados Partes 4. Os Estados Partes promoverão, com


cooperarão, da maneira como julgarem espírito de cooperação internacional, um
apropriada, com todos os esforços das intercâmbio adequado de informações nos
Nações Unidas e demais organizações campos da assistência médica preventiva e
intergovernamentais competentes, ou do tratamento médico, psicológico e
organizações não-governamentais que funcional das crianças deficientes, inclusive
cooperem com as Nações Unidas, no a divulgação de informações a respeito dos
sentido de proteger e ajudar a criança métodos de reabilitação e dos serviços de
refugiada, e de localizar seus pais ou outros ensino e formação profissional, bem como o
membros de sua família a fim de obter acesso a essa informação, a fim de que os
informações necessárias que permitam sua Estados Partes possam aprimorar sua
reunião com a família. Quando não for capacidade e seus conhecimentos e ampliar
possível localizar nenhum dos pais ou sua experiência nesses campos. Nesse
membros da família, será concedida à sentido, serão levadas especialmente em
criança a mesma proteção outorgada a conta as necessidades dos países em
qualquer outra criança privada permanente desenvolvimento.
ou temporariamente de seu ambiente
familiar, seja qual for o motivo, conforme o Artigo 24
estabelecido na presente convenção.
1. Os Estados Partes reconhecem o
Artigo 23 direito da criança de gozar do melhor padrão
possível de saúde e dos serviços destinados
1. Os Estados Partes reconhecem que ao tratamento das doenças e à recuperação
a criança portadora de deficiências físicas da saúde. Os Estados Partes envidarão
ou mentais deverá desfrutar de uma vida esforços no sentido de assegurar que
plena e decente em condições que nenhuma criança se veja privada de seu
garantam sua dignidade, favoreçam sua direito de usufruir desses serviços
autonomia e facilitem sua participação ativa sanitários.
na comunidade.
2. Os Estados Partes garantirão a
2. Os Estados Partes reconhecem o plena aplicação desse direito e, em especial,
direito da criança deficiente de receber adotarão as medidas apropriadas com
cuidados especiais e, de acordo com os vistas a:
recursos disponíveis e sempre que a criança
ou seus responsáveis reúnam as condições a) reduzir a mortalidade infantil;
requeridas, estimularão e assegurarão a
prestação da assistência solicitada, que seja b) assegurar a prestação de
adequada ao estado da criança e às
assistência médica e cuidados sanitários
circunstâncias de seus pais ou das pessoas
necessários a todas as crianças, dando
encarregadas de seus cuidados.
ênfase aos cuidados básicos de saúde;

3. Atendendo às necessidades c) combater as doenças e a


especiais da criança deficiente, a
desnutrição dentro do contexto dos
assistência prestada, conforme disposto no
cuidados básicos de saúde mediante, inter

923
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
alia, a aplicação de tecnologia disponível e direito, em conformidade com sua legislação
o fornecimento de alimentos nutritivos e de nacional.
água potável, tendo em vista os perigos e
riscos da poluição ambiental; 2. Os benefícios deverão ser
concedidos, quando pertinentes, levando-se
d) assegurar às mães adequada em consideração os recursos e a situação
assistência pré-natal e pós-natal; da criança e das pessoas responsáveis pelo
seu sustento, bem como qualquer outra
e) assegurar que todos os setores da consideração cabível no caso de uma
sociedade, e em especial os pais e as solicitação de benefícios feita pela criança
crianças, conheçam os princípios básicos ou em seu nome.
de saúde e nutrição das crianças, as
vantagens da amamentação, da higiene e Artigo 27
do saneamento ambiental e das medidas de
prevenção de acidentes, e tenham acesso à 1. Os Estados Partes reconhecem o
educação pertinente e recebam apoio para direito de toda criança a um nível de vida
a aplicação desses conhecimentos; adequado ao seu desenvolvimento físico,
mental, espiritual, moral e social.
f) desenvolver a assistência médica
preventiva, a orientação aos pais e a 2. Cabe aos pais, ou a outras pessoas
educação e serviços de planejamento encarregadas, a responsabilidade
familiar. primordial de propiciar, de acordo com suas
possibilidades e meios financeiros, as
3. Os Estados Partes adotarão todas condições de vida necessárias ao
as medidas eficazes e adequadas para desenvolvimento da criança.
abolir práticas tradicionais que sejam
prejudicais à saúde da criança. 3. Os Estados Partes, de acordo com
as condições nacionais e dentro de suas
4. Os Estados Partes se comprometem possibilidades, adotarão medidas
a promover e incentivar a cooperação apropriadas a fim de ajudar os pais e outras
internacional com vistas a lograr, pessoas responsáveis pela criança a tornar
progressivamente, a plena efetivação do efetivo esse direito e, caso necessário,
direito reconhecido no presente artigo. proporcionarão assistência material e
Nesse sentido, será dada atenção especial programas de apoio, especialmente no que
às necessidades dos países em diz respeito à nutrição, ao vestuário e à
desenvolvimento. habitação.

Artigo 25 4. Os Estados Partes tomarão todas as


medidas adequadas para assegurar o
Os Estados Partes reconhecem o pagamento da pensão alimentícia por parte
direito de uma criança que tenha sido dos pais ou de outras pessoas
internada em um estabelecimento pelas financeiramente responsáveis pela criança,
autoridades competentes para fins de quer residam no Estado Parte quer no
atendimento, proteção ou tratamento de exterior. Nesse sentido, quando a pessoa
saúde física ou mental a um exame que detém a responsabilidade financeira
periódico de avaliação do tratamento ao pela criança residir em Estado diferente
qual está sendo submetida e de todos os daquele onde mora a criança, os Estados
demais aspectos relativos à sua internação. Partes promoverão a adesão a acordos
internacionais ou a conclusão de tais
acordos, bem como a adoção de outras
Artigo 26
medidas apropriadas.
1. Os Estados Partes reconhecerão a
todas as crianças o direito de usufruir da Artigo 28
previdência social, inclusive do seguro
social, e adotarão as medidas necessárias 1. Os Estados Partes reconhecem o
para lograr a plena consecução desse direito da criança à educação e, a fim de que
ela possa exercer progressivamente e em

924
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
igualdade de condições esse direito, b) imbuir na criança o respeito aos
deverão especialmente: direitos humanos e às liberdades
fundamentais, bem como aos princípios
a) tornar o ensino primário obrigatório consagrados na Carta das Nações Unidas;
e disponível gratuitamente para todos;
c) imbuir na criança o respeito aos seus
b) estimular o desenvolvimento do pais, à sua própria identidade cultural, ao
ensino secundário em suas diferentes seu idioma e seus valores, aos valores
formas, inclusive o ensino geral e nacionais do país em que reside, aos do
profissionalizante, tornando-o disponível e eventual país de origem, e aos das
acessível a todas as crianças, e adotar civilizações diferentes da sua;
medidas apropriadas tais como a
implantação do ensino gratuito e a d) preparar a criança para assumir uma
concessão de assistência financeira em vida responsável numa sociedade livre, com
caso de necessidade; espírito de compreensão, paz, tolerância,
igualdade de sexos e amizade entre todos
c) tornar o ensino superior acessível a os povos, grupos étnicos, nacionais e
todos com base na capacidade e por todos religiosos e pessoas de origem indígena;
os meios adequados;
e) imbuir na criança o respeito ao meio
d) tornar a informação e a orientação ambiente.
educacionais e profissionais disponíveis e
accessíveis a todas as crianças; 2. Nada do disposto no presente artigo
ou no Artigo 28 será interpretado de modo a
e) adotar medidas para estimular a restringir a liberdade dos indivíduos ou das
freqüência regular às escolas e a redução entidades de criar e dirigir instituições de
do índice de evasão escolar. ensino, desde que sejam respeitados os
princípios enunciados no parágrafo 1 do
presente artigo e que a educação ministrada
2. Os Estados Partes adotarão todas
em tais instituições esteja acorde com os
as medidas necessárias para assegurar que
padrões mínimos estabelecidos pelo
a disciplina escolar seja ministrada de
Estado.
maneira compatível com a dignidade
humana da criança e em conformidade com
a presente convenção. Artigo 30

3. Os Estados Partes promoverão e Nos Estados Partes onde existam


estimularão a cooperação internacional em minorias étnicas, religiosas ou lingüísticas,
questões relativas à educação, ou pessoas de origem indígena, não será
especialmente visando a contribuir para a negado a uma criança que pertença a tais
eliminação da ignorância e do analfabetismo minorias ou que seja indígena o direito de,
no mundo e facilitar o acesso aos em comunidade com os demais membros
conhecimentos científicos e técnicos e aos de seu grupo, ter sua própria cultura,
métodos modernos de ensino. A esse professar e praticar sua própria religião ou
respeito, será dada atenção especial às utilizar seu próprio idioma.
necessidades dos países em
desenvolvimento. Artigo 31

Artigo 29 1. Os Estados Partes reconhecem o


direito da criança ao descanso e ao lazer, ao
1. Os Estados Partes reconhecem que divertimento e às atividades recreativas
a educação da criança deverá estar próprias da idade, bem como à livre
orientada no sentido de: participação na vida cultural e artística.

a) desenvolver a personalidade, as 2. Os Estados Partes respeitarão e


aptidões e a capacidade mental e física da promoverão o direito da criança de participar
criança em todo o seu potencial; plenamente da vida cultural e artística e
encorajarão a criação de oportunidades

925
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
adequadas, em condições de igualdade, a) o incentivo ou a coação para que
para que participem da vida cultural, uma criança se dedique a qualquer atividade
artística, recreativa e de lazer. sexual ilegal;

Artigo 32 b) a exploração da criança na


prostituição ou outras práticas sexuais
1. Os Estados Partes reconhecem o ilegais;
direito da criança de estar protegida contra
a exploração econômica e contra o c) a exploração da criança em
desempenho de qualquer trabalho que espetáculos ou materiais pornográficos.
possa ser perigoso ou interferir em sua
educação, ou que seja nocivo para sua Artigo 35
saúde ou para seu desenvolvimento físico,
mental, espiritual, moral ou social. Os Estados Partes tomarão todas as
medidas de caráter nacional, bilateral e
2. Os Estados Partes adotarão multilateral que sejam necessárias para
medidas legislativas, administrativas, impedir o seqüestro, a venda ou o tráfico de
sociais e educacionais com vistas a crianças para qualquer fim ou sob qualquer
assegurar a aplicação do presente artigo. forma.
Com tal propósito, e levando em
consideração as disposições pertinentes de
Artigo 36
outros instrumentos internacionais, os
Estados Partes, deverão, em particular:
Os Estados Partes protegerão a
criança contra todas as demais formas de
a) estabelecer uma idade ou idades
exploração que sejam prejudiciais para
mínimas para a admissão em empregos;
qualquer aspecto de seu bem-estar.

b) estabelecer regulamentação
Artigo 37
apropriada relativa a horários e condições
de emprego;
Os Estados Partes zelarão para que:
c) estabelecer penalidades ou outras
sanções apropriadas a fim de assegurar o a) nenhuma criança seja submetida a
cumprimento efetivo do presente artigo. tortura nem a outros tratamentos ou penas
cruéis, desumanos ou degradantes. Não
será imposta a pena de morte nem a prisão
Artigo 33 perpétua sem possibilidade de livramento
por delitos cometidos por menores de
Os Estados Partes adotarão todas as dezoito anos de idade;
medidas apropriadas, inclusive medidas
legislativas, administrativas, sociais e
b) nenhuma criança seja privada de
educacionais, para proteger a criança contra sua liberdade de forma ilegal ou arbitrária. A
o uso ilícito de drogas e substâncias detenção, a reclusão ou a prisão de uma
psicotrópicas descritas nos tratados
criança será efetuada em conformidade com
internacionais pertinentes e para impedir
a lei e apenas como último recurso, e
que crianças sejam utilizadas na produção e
durante o mais breve período de tempo que
no tráfico ilícito dessas substâncias.
for apropriado;

Artigo 34
c) toda criança privada da liberdade
seja tratada com a humanidade e o respeito
Os Estados Partes se comprometem a que merece a dignidade inerente à pessoa
proteger a criança contra todas as formas de humana, e levando-se em consideração as
exploração e abuso sexual. Nesse sentido, necessidades de uma pessoa de sua idade.
os Estados Partes tomarão, em especial, Em especial, toda criança privada de sua
todas as medidas de caráter nacional, liberdade ficará separada dos adultos, a não
bilateral e multilateral que sejam ser que tal fato seja considerado contrário
necessárias para impedir: aos melhores interesses da criança, e terá
direito a manter contato com sua família por

926
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
meio de correspondência ou de visitas, que estimule a saúde, o respeito próprio e a
salvo em circunstâncias excepcionais; dignidade da criança.

d) toda criança privada de sua Artigo 40


liberdade tenha direito a rápido acesso a
assistência jurídica e a qualquer outra 1. Os Estados Partes reconhecem o
assistência adequada, bem como direito a direito de toda criança a quem se alegue ter
impugnar a legalidade da privação de sua infringido as leis penais ou a quem se acuse
liberdade perante um tribunal ou outra ou declare culpada de ter infringido as leis
autoridade competente, independente e penais de ser tratada de modo a promover e
imparcial e a uma rápida decisão a respeito estimular seu sentido de dignidade e de
de tal ação. valor e a fortalecer o respeito da criança
pelos direitos humanos e pelas liberdades
Artigo 38 fundamentais de terceiros, levando em
consideração a idade da criança e a
1. Os Estados Partes se comprometem importância de se estimular sua
a respeitar e a fazer com que sejam reintegração e seu desempenho construtivo
respeitadas as normas do direito na sociedade.
humanitário internacional aplicáveis em
casos de conflito armado no que digam 2. Nesse sentido, e de acordo com as
respeito às crianças. disposições pertinentes dos instrumentos
internacionais, os Estados Partes
2. Os Estados Partes adotarão todas assegurarão, em particular:
as medidas possíveis a fim de assegurar
que todas as pessoas que ainda não tenham a) que não se alegue que nenhuma
completado quinze anos de idade não criança tenha infringido as leis penais, nem
participem diretamente de hostilidades. se acuse ou declare culpada nenhuma
criança de ter infringido essas leis, por atos
3. Os Estados Partes abster-se-ão de ou omissões que não eram proibidos pela
recrutar pessoas que não tenham legislação nacional ou pelo direito
completado quinze anos de idade para internacional no momento em que foram
servir em suas forças armadas. Caso cometidos;
recrutem pessoas que tenham completado
quinze anos mas que tenham menos de b) que toda criança de quem se alegue
dezoito anos, deverão procurar dar ter infringido as leis penais ou a quem se
prioridade aos de mais idade. acuse de ter infringido essas leis goze, pelo
menos, das seguintes garantias:
4. Em conformidade com suas
obrigações de acordo com o direito I) ser considerada inocente enquanto
humanitário internacional para proteção da não for comprovada sua culpabilidade
população civil durante os conflitos conforme a lei;
armados, os Estados Partes adotarão todas
as medidas necessárias a fim de assegurar II) ser informada sem demora e
a proteção e o cuidado das crianças diretamente ou, quando for o caso, por
afetadas por um conflito armado. intermédio de seus pais ou de seus
representantes legais, das acusações que
Artigo 39 pesam contra ela, e dispor de assistência
jurídica ou outro tipo de assistência
Os Estados Partes adotarão todas as apropriada para a preparação e
medidas apropriadas para estimular a apresentação de sua defesa;
recuperação física e psicológica e a
reintegração social de toda criança vítima de III) ter a causa decidida sem demora
qualquer forma de abandono, exploração ou por autoridade ou órgão judicial competente,
abuso; tortura ou outros tratamentos ou independente e imparcial, em audiência
penas cruéis, desumanos ou degradantes; justa conforme a lei, com assistência jurídica
ou conflitos armados. Essa recuperação e ou outra assistência e, a não ser que seja
reintegração serão efetuadas em ambiente considerado contrário aos melhores
interesses da criança, levando em

927
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
consideração especialmente sua idade ou Artigo 41
situação e a de seus pais ou representantes
legais; Nada do estipulado na presente
Convenção afetará disposições que sejam
IV) não ser obrigada a testemunhar ou mais convenientes para a realização dos
a se declarar culpada, e poder interrogar ou direitos da criança e que podem constar:
fazer com que sejam interrogadas as
testemunhas de acusação bem como poder a) das leis de um Estado Parte;
obter a participação e o interrogatório de
testemunhas em sua defesa, em igualdade
b) das normas de direito internacional
de condições;
vigentes para esse Estado.

V) se for decidido que infringiu as leis PARTE II


penais, ter essa decisão e qualquer medida
imposta em decorrência da mesma
submetidas a revisão por autoridade ou Artigo 42
órgão judicial superior competente,
independente e imparcial, de acordo com a Os Estados Partes se comprometem a
lei; dar aos adultos e às crianças amplo
conhecimento dos princípios e disposições
VI) contar com a assistência gratuita de da convenção, mediante a utilização de
um intérprete caso a criança não meios apropriados e eficazes.
compreenda ou fale o idioma utilizado;
Artigo 43
VII) ter plenamente respeitada sua vida
privada durante todas as fases do processo. 1. A fim de examinar os progressos
realizados no cumprimento das obrigações
3. Os Estados Partes buscarão contraídas pelos Estados Partes na
promover o estabelecimento de leis, presente convenção, deverá ser
procedimentos, autoridades e instituições estabelecido um Comitê para os Direitos da
específicas para as crianças de quem se Criança que desempenhará as funções a
alegue ter infringido as leis penais ou que seguir determinadas.
sejam acusadas ou declaradas culpadas de
tê-las infringido, e em particular: 2. O comitê estará integrado por dez
especialistas de reconhecida integridade
a) o estabelecimento de uma idade moral e competência nas áreas cobertas
mínima antes da qual se presumirá que a pela presente convenção. Os membros do
criança não tem capacidade para infringir as comitê serão eleitos pelos Estados Partes
leis penais; dentre seus nacionais e exercerão suas
funções a título pessoal, tomando-se em
devida conta a distribuição geográfica
b) a adoção sempre que conveniente e
eqüitativa bem como os principais sistemas
desejável, de medidas para tratar dessas
jurídicos.
crianças sem recorrer a procedimentos
judiciais, contando que sejam respeitados
plenamente os direitos humanos e as 3. Os membros do comitê serão
garantias legais. escolhidos, em votação secreta, de uma
lista de pessoas indicadas pelos Estados
Partes. Cada Estado Parte poderá indicar
4. Diversas medidas, tais como ordens
uma pessoa dentre os cidadãos de seu país.
de guarda, orientação e supervisão,
aconselhamento, liberdade vigiada,
colocação em lares de adoção, programas 4. A eleição inicial para o comitê será
de educação e formação profissional, bem realizada, no mais tardar, seis meses após
como outras alternativas à internação em a entrada em vigor da presente convenção
instituições, deverão estar disponíveis para e, posteriormente, a cada dois anos. No
garantir que as crianças sejam tratadas de mínimo quatro meses antes da data
modo apropriado ao seu bem-estar e de marcada para cada eleição, o Secretário-
forma proporcional às circunstâncias e ao Geral das Nações Unidas enviará uma carta
tipo do delito. aos Estados Partes convidando-os a

928
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
apresentar suas candidaturas num prazo de necessários para o desempenho eficaz das
dois meses. O Secretário-Geral elaborará funções do comitê de acordo com a
posteriormente uma lista da qual farão parte, presente convenção.
em ordem alfabética, todos os candidatos
indicados e os Estados Partes que os 12. Com prévia aprovação da
designaram, e submeterá a mesma aos Assembléia Geral, os membros do Comitê
Estados Partes presentes à Convenção. estabelecido de acordo com a presente
convenção receberão emolumentos
5. As eleições serão realizadas em provenientes dos recursos das Nações
reuniões dos Estados Partes convocadas Unidas, segundo os termos e condições
pelo Secretário-Geral na Sede das Nações determinados pela assembléia.
Unidas. Nessas reuniões, para as quais o
quorum será de dois terços dos Estados Artigo 44
Partes, os candidatos eleitos para o comitê
serão aqueles que obtiverem o maior
1. Os Estados Partes se comprometem
número de votos e a maioria absoluta de
a apresentar ao comitê, por intermédio do
votos dos representantes dos Estados
Secretário-Geral das Nações Unidas,
Partes presentes e votantes. relatórios sobre as medidas que tenham
adotado com vistas a tornar efetivos os
6. Os membros do comitê serão eleitos direitos reconhecidos na convenção e sobre
para um mandato de quatro anos. Poderão os progressos alcançados no desempenho
ser reeleitos caso sejam apresentadas desses direitos:
novamente suas candidaturas. O mandato
de cinco dos membros eleitos na primeira a) num prazo de dois anos a partir da
eleição expirará ao término de dois anos;
data em que entrou em vigor para cada
imediatamente após ter sido realizada a
Estado Parte a presente convenção;
primeira eleição, o presidente da reunião na
qual a mesma se efetuou escolherá por
sorteio os nomes desses cinco membros. b) a partir de então, a cada cinco anos.

7. Caso um membro do comitê venha a 2. Os relatórios preparados em função


falecer ou renuncie ou declare que por do presente artigo deverão indicar as
qualquer outro motivo não poderá continuar circunstâncias e as dificuldades, caso
desempenhando suas funções, o Estado existam, que afetam o grau de cumprimento
Parte que indicou esse membro designará das obrigações derivadas da presente
outro especialista, dentre seus cidadãos, convenção. Deverão, também, conter
para que exerça o mandato até seu término, informações suficientes para que o comitê
sujeito à aprovação do comitê. compreenda, com exatidão, a
implementação da convenção no país em
questão.
8. O comitê estabelecerá suas próprias
regras de procedimento.
3. Um Estado Parte que tenha
apresentado um relatório inicial ao comitê
9. O comitê elegerá a mesa para um não precisará repetir, nos relatórios
período de dois anos. posteriores a serem apresentados conforme
o estipulado no sub-item b) do parágrafo 1
10. As reuniões do comitê serão do presente artigo, a informação básica
celebradas normalmente na sede das fornecida anteriormente.
Nações Unidas ou em qualquer outro lugar
que o comitê julgar conveniente. O comitê 4. O comitê poderá solicitar aos
se reunirá normalmente todos os anos. A
Estados Partes maiores informações sobre
duração das reuniões do comitê será
a implementação da convenção.
determinada e revista, se for o caso, em
uma reunião dos Estados Partes da
presente convenção, sujeita à aprovação da 5. A cada dois anos, o comitê
Assembléia Geral. submeterá relatórios sobre suas atividades
à Assembléia Geral das Nações Unidas, por
intermédio do Conselho Econômico e
11. O Secretário-Geral das Nações
Social.
Unidas fornecerá o pessoal e os serviços

929
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
6. Os Estados Partes tornarão seus Partes e encaminhadas à Assembléia geral,
relatórios amplamente disponíveis ao juntamente com os comentários
público em seus respectivos países. eventualmente apresentados pelos Estados
Partes.
Artigo 45
PARTE III
A fim de incentivar a efetiva
implementação da Convenção e estimular a Artigo 46
cooperação internacional nas esferas
regulamentadas pela convenção: A presente convenção está aberta à
assinatura de todos os Estados.
a) os organismos especializados, o
Fundo das Nações Unidas para a Infância e Artigo 47
outros órgãos das Nações Unidas terão o
direito de estar representados quando for
A presente convenção está sujeita à
analisada a implementação das disposições
ratificação. Os instrumentos de ratificação
da presente convenção que estejam serão depositados junto ao Secretário-Geral
compreendidas no âmbito de seus
das Nações Unidas.
mandatos. O comitê poderá convidar as
agências especializadas, o Fundo das
Nações Unidas para a Infância e outros Artigo 48
órgãos competentes que considere
apropriados a fornecer assessoramento A presente convenção permanecerá
especializado sobre a implementação da aberta à adesão de qualquer Estado. Os
Convenção em matérias correspondentes a instrumentos de adesão serão depositados
seus respectivos mandatos. O comitê junto ao Secretário-Geral das Nações
poderá convidar as agências Unidas.
especializadas, o Fundo das Nações Unidas
para Infância e outros órgãos das Nações Artigo 49
Unidas a apresentarem relatórios sobre a
implementação das disposições da presente 1. A presente convenção entrará em
convenção compreendidas no âmbito de vigor no trigésimo dia após a data em que
suas atividades; tenha sido depositado o vigésimo
instrumento de ratificação ou de adesão
b) conforme julgar conveniente, o junto ao Secretário-Geral das Nações
comitê transmitirá às agências Unidas.
especializadas, ao Fundo das Nações
Unidas para a Infância e a outros órgãos 2. Para cada Estado que venha a
competentes quaisquer relatórios dos ratificar a convenção ou a aderir a ela após
Estados Partes que contenham um pedido ter sido depositado o vigésimo instrumento
de assessoramento ou de assistência de ratificação ou de adesão, a convenção
técnica, ou nos quais se indique essa entrará em vigor no trigésimo dia após o
necessidade, juntamente com as depósito, por parte do Estado, de seu
observações e sugestões do comitê, se as instrumento de ratificação ou de adesão.
houver, sobre esses pedidos ou indicações;
Artigo 50
c) comitê poderá recomendar à
Assembléia Geral que solicite ao Secretário-
1. Qualquer Estado Parte poderá
Geral que efetue, em seu nome, estudos
propor uma emenda e registrá-la com o
sobre questões concretas relativas aos
Secretário-Geral das Nações Unidas. O
direitos da criança;
Secretário-Geral comunicará a emenda
proposta aos Estados Partes, com a
d) o comitê poderá formular sugestões solicitação de que estes o notifiquem caso
e recomendações gerais com base nas apoiem a convocação de uma Conferência
informações recebidas nos termos dos de Estados Partes com o propósito de
Artigos 44 e 45 da presente convenção. analisar as propostas e submetê-las à
Essas sugestões e recomendações gerais votação. Se, num prazo de quatro meses a
deverão ser transmitidas aos Estados partir da data dessa notificação, pelo menos

930
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
um terço dos Estados Partes se declarar Artigo 53
favorável a tal Conferência, o Secretário-
Geral convocará conferência, sob os Designa-se para depositário da
auspícios das Nações Unidas. Qualquer presente convenção o Secretário-Geral das
emenda adotada pela maioria de Estados Nações Unidas.
Partes presentes e votantes na conferência
será submetida pelo Secretário-Geral à
Artigo 54
Assembléia Geral para sua aprovação.
O original da presente convenção,
2. Uma emenda adotada em
cujos textos em árabe chinês, espanhol,
conformidade com o parágrafo 1 do
francês, inglês e russo são igualmente
presente artigo entrará em vigor quando
autênticos, será depositado em poder do
aprovada pela Assembléia Geral das
Secretário-Geral das Nações Unidas.
Nações Unidas e aceita por uma maioria de
dois terços de Estados Partes.
Em fé do que, os plenipotenciários
abaixo assinados, devidamente autorizados
3. Quando uma emenda entrar em
por seus respectivos Governos, assinaram a
vigor, ela será obrigatória para os Estados
presente Convenção.
Partes que as tenham aceito, enquanto os
demais Estados Partes permanecerão
obrigados pelas disposições da presente *
convenção e pelas emendas anteriormente
aceitas por eles.

Artigo 51

1. O Secretário-Geral das Nações


Unidas receberá e comunicará a todos os
Estados Partes o texto das reservas feitas
pelos Estados no momento da ratificação ou
da adesão.

2. Não será permitida nenhuma


reserva incompatível com o objetivo e o
propósito da presente convenção.

3. Quaisquer reservas poderão ser


retiradas a qualquer momento mediante
uma notificação nesse sentido dirigida ao
Secretário-Geral das Nações Unidas, que
informará a todos os Estados. Essa
notificação entrará em vigor a partir da data
de recebimento da mesma pelo Secretário-
Geral.

Artigo 52

Um Estado Parte poderá denunciar a


presente convenção mediante notificação
feita por escrito ao Secretário-Geral das
Nações Unidas. A denúncia entrará em vigor
um ano após a data em que a notificação
tenha sido recebida pelo Secretário-Geral.

931
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
REGRAS DE BEIJING - Regras Mínimas das Nações Unidas para a
Administração da Justiça da Infância e da Juventude

Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça da Infância e da


Juventude

A Assembléia Geral, aplicar, nas atuais condições sociais,


Tendo presentes a Declaração Universal econômicas, culturais, políticas e jurídicas
dos Direitos do Homem, a Convenção são, contudo, consideradas como
Internacional sobre os Direitos Civis e devendo constituir os objetivos mínimos
Políticos e a Convenção Internacional da política relativa à Justiça da Infância e
sobre os Direitos Econômicos, Sociais e da Juventude,
Culturais bem como outros instrumentos
internacionais sobre os Direitos do
Homem relativos aos Direitos dos jovens, 1. Nota com satisfação o trabalho
Tendo igualmente presente que 1985 foi realizado pelo Comitê para a Prevenção
designado como o Ano Internacional da do Crime e a Luta contra a Delinquência,
Juventude: Participação, pelo Secretário-Geral, pelo Instituto das
Desenvolvimento, Paz, e que a Nações Unidas para a Ásia e o Extremo
comunidade internacional deu grande Oriente e por outros institutos das Nações
importância à proteção e promoção dos Unidas, na elaboração das Regras
Direitos dos jovens, como o testemunha o Mínimas para a Administração da Justiça
significado atribuído à Declaração dos da Infância e da Juventude;
Direitos da Criança,
Lembrando a Resolução 4 aprovada pelo
Sexto Congresso das Nações Unidas 2. Nota também com satisfação o
sobre a Prevenção do Crime e o Relatório do Secretário-Geral sobre o
Tratamento dos Delinquentes, que pedia projeto do conjunto de Regras Mínimas
a elaboração de um conjunto de regras para a Administração da Justiça da
mínimas relativas à administração da Infância e da Juventude;
Justiça da Infância e da Juventude e à
proteção dos jovens, que pudesse servir
de modelo aos Estados membros,
3. Felicita a Reunião Preparatória Inter-
Lembrando também a Decisão 1984/153,
regional de Beijing por ter elaborado a
de 25 de Maio de 1984, do Conselho
versão definitiva do texto das Regras
Econômico e Social, pela qual o projeto de
Mínimas apresentado ao Sétimo
regras foi transmitido ao Sétimo
Congresso para a Prevenção do Crime e
Congresso por intermédio da Reunião
o Trata-mento dos Delinquentes, para
Inter-regional de Peritos sobre os Jovens,
exame e decisão final;
a Criminalidade e a Justiça, realizada em
Beijing de 14 a 18 de Maio de 1984,
Reconhecendo que os jovens, por se
encontrarem ainda numa etapa inicial do 4. Adota as Regras Mínimas para a
desenvolvimento humano, requerem uma Administração da Justiça da Infância e da
atenção e uma assistência especiais, com Juventude recomendadas pelo Sétimo
vista ao seu desenvolvimento físico, Congresso das Nações Unidas, tal como
mental e social, e uma proteção legal em figuram no anexo da presente resolução,
condições de paz, liberdade, dignidade e e aprova a recomendação do Sétimo
segurança, Congresso no sentido de que estas regras
Considerando que a legislação, as sejam também designadas por "Regras
políticas e as práticas nacionais vigentes de Beijing";
podem precisar de ser revistas e
modificadas de acordo com as normas
contidas nestas regras, 5. Convida os Estados membros a
Considerando além disso que, embora adaptarem, quando necessário, as suas
estas normas possam parecer difíceis de legislações, políticas e práticas nacionais,

932
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
em especial no campo de formação do
pessoal da Justiça da Infância e da 12. Pede ao Oitavo Congresso das
Juventude, às Regras de Beijing, assim Nações Unidas sobre a Prevenção do
como a dá-las a conhecer às autoridades Crime e o Tratamento dos Delinquentes
competentes e ao público em geral; que, sob um título separado da sua ordem
do dia relativa à Justiça da Infância e da
Juventude, examine os progressos
6. Exorta o Comitê para a Prevenção do efetuadas no campo da aplicação das
Crime e a Luta contra a Delinquência a Regras de Beijing, assim como das
formular medidas que permitam a recomendações constantes da presente
aplicação efetiva das Regras de Beijing, resolução;
com o auxílio dos institutos das Nações
Unidas para a prevenção do crime e o
tratamento dos Delinquentes; 13. Incita todos os organismos
competentes do sistema das Nações
Unidas em especial as comissões
7. Convida os Estados membros a regionais e organismos especializados, os
informarem o Secretário-Geral sobre a institutos das Nações Unidas ligados a
aplicação das Regras de Beijing e a questões de prevenção do crime e de
comunicarem regularmente ao Comitê tratamento dos Delinquentes, assim como
para a Prevenção do Crime e a Luta as organizações intergovernamentais e
contra a Delinquência os resultados não governamentais, a colaborarem com
obtidos; o Secretariado e a tomarem as medidas
necessárias, dentro do domínio das
respectivas competências técnicas, para
8. Pede aos Estados membros e ao conseguir assegurar um esforço
Secretário-Geral que empreendam concertado e contínuo, com vista à
estudos e organizem uma base de dados aplicação dos princípios enunciados nas
sobre as políticas e práticas eficazes em Regras de Beijing.
matéria de administração da Justiça da
Infância e da Juventude;

ANEXO
9. Pede ao Secretário-Geral que assegure
a maior difusão possível do texto das PRIMEIRA PARTE - PRINCÍPIOS
Regras de Beijing em todas as línguas GERAIS
oficiais da ONU, e que intensifique a
informação no campo da Justiça da 1. Orientações fundamentais
Infância e da Juventude, e convida os
Estados membros a fazerem o mesmo;
1.1 Os Estados Membros procurarão, em
consonância com seus respectivos
10. Pede ao Secretário-Geral que interesses gerais, promover o bem-estar
fomente projetos-pilotos sobre a aplicação da criança e do adolescente e de sua
das Regras de Beijing; família.
1.2 Os Estados Membros se esforçarão
para criar condições que garantam à
11. Pede ao Secretário-Geral e aos criança e ao adolescente uma vida
Estados membros que proporcionem os significativa na comunidade, fomentando,
recursos necessários para assegurar a durante o período de idade em que ele é
aplicação efetiva das Regras de Beijing mais vulnerável a um comportamento
em especial nas áreas de recrutamento, desviado, um processo de
formação e intercâmbio de pessoal, da desenvolvimento pessoal e de educação
investigação e da avaliação, assim como o mais isento possível do crime e da
da elaboração de novas alternativas à delinquência.
detenção;

933
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
1.3 Conceder-se-á a devida atenção à ou omissão) penalizado com a lei, de
adoção de medidas concretas que acordo com o respectivo sistema jurídico;
permitam a mobilização de todos os c) jovem infrator é aquele a quem se tenha
recursos disponíveis, com a inclusão da imputado o cometimento de uma infração
família, de voluntários e outros grupos da ou que seja considerado culpado do
comunidade, bem como da escola e de cometimento de uma infração.
demais instituições comunitárias, com o 2.3 Em cada jurisdição nacional procurar-
fim de promover o bem-estar da criança e se-á promulgar um conjunto de leis,
do adolescente, reduzir a necessidade da normas e disposições aplicáveis
intervenção legal e tratar de modo efetivo, especificamente aos jovens infratores,
equitativo e humano a situação de conflito assim como aos órgãos e instituições
com a lei. encarregados das funções de
1.4 A Justiça da Infância e da Juventude administração da Justiça da Infância e da
será concebida como parte integrante do Juventude, com a finalidade de:
processo de desenvolvimento nacional de a) satisfazer as diversas necessidades
cada país e deverá ser administrada no dos jovens infratores, e ao mesmo tempo
marco geral de justiça social para todos os proteger seus direitos básicos;
jovens, de maneira que contribua ao b) satisfazer as necessidades da
mesmo tempo para a sua proteção e para sociedade;
a manutenção da paz e da ordem na c) aplicar cabalmente e com justiça as
sociedade. regras que se enunciam a seguir.
1.5 As presentes regras se aplicarão
segundo o contexto das condições
econômicas, sociais e culturais que 3. Ampliação do âmbito de aplicação
predominem em cada um dos Estados das regras
Membros.
1.6 Os serviços da Justiça da Infância e
3.1 As disposições pertinentes das regras
da Juventude se aperfeiçoarão e se
não só se aplicarão aos jovens infratores,
coordenarão sistematicamente com vistas
mas também àqueles que possam ser
a elevar e manter a competência de seus
processados por realizar qualquer ato
funcionários, os métodos, enfoques e
concreto que não seria punível se fosse
atitudes adotadas.
praticado por adultos.
3.2 Procurar-se-á estender o alcance dos
princípios contidos nas regras a todos os
jovens compreendidos nos procedimentos
2. Alcance das regras e definições relativos à atenção à criança e ao
utilizadas adolescente e a seu bem-estar.
3.3 Procurar-se-á também estender o
2.1 As regras mínimas uniformes que se alcance dos princípios contidos nas regras
enunciam a seguir se aplicarão aos jovens aos infratores adultos jovens.
infratores com imparcialidade, sem
distinção alguma, por exemplo, de raça,
cor, sexo, idioma, religião, opinião política 4. Responsabilidade penal
ou de qualquer outra natureza, origem
nacional ou social, posição econômica, 4.1 Nos sistemas jurídicos que
nascimento ou qualquer outra condição. reconheçam o conceito de
2.2 Para os fins das presentes regras, os responsabilidade penal para jovens, seu
Estados Membros aplicarão as definições começo não deverá fixar-se numa idade
seguintes, de forma compatível com seus demasiado precoce, levando-se em conta
respectivos sistemas e conceitos as circunstâncias que acompanham a
jurídicos: maturidade emocional, mental e
a) jovem é toda a criança ou adolescente intelectual.
que, de acordo com o sistema jurídico
respectivo, pode responder por uma
infração de forma diferente do adulto; 5. Objetivos da Justiça da Infância e da
b) infração é todo comportamento (ação Juventude

934
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
nenhuma informação que possa dar lugar
5.1 O sistema de Justiça da Infância e da à identificação de um jovem infrator.
Juventude enfatizará o bem-estar do
jovem e garantirá que qualquer decisão
em relação aos jovens infratores será 9. Cláusula de salvaguarda
sempre proporcional às circunstâncias do
infrator e da infração.
9.1 Nenhuma disposição das presentes
regras poderá ser interpretada no sentido
de excluir os jovens do âmbito da
6. Alcance das faculdades
aplicação das Regras Mínimas Uniformes
discricionárias
para o Tratamento dos Prisioneiros,
aprovadas pelas Nações Unidas, e de
6.1 Tendo-se em conta as diversas outros instrumentos e normas relativos ao
necessidades especiais dos jovens, assim cuidado e à proteção dos jovens
como a diversidade de medidas reconhecidos pela comunidade
disponíveis, facultar-se-á uma margem internacional.
suficiente para o exercício de faculdades
discricionárias nas diferentes etapas dos
processos e nos distintos níveis da SEGUNDA PARTE - INVESTIGAÇÃO E
administração da Justiça da Infância e da PROCESSAMENTO
Juventude, incluídos os de investigação,
processamento, sentença e das medidas
complementares das decisões. 10. Primeiro contato
6.2 Procurar-se-á, não obstante, garantir
a devida competência em todas as fases
10.1 Sempre que um jovem for
e níveis no exercício de quaisquer dessas
apreendido, a apreensão será notificada
faculdades discricionárias.
imediatamente a seus pais ou tutor e,
6.3 Quem exercer tais faculdades deverá
quando não for possível tal notificação
estar especialmente preparado ou
imediata, será notificada aos pais ou tutor
capacitado para fazê-lo judiciosamente e
no mais breve prazo possível.
em consonância com suas respectivas
10.2 O juiz, funcionário ou organismo
funções e mandatos.
competentes examinarão sem demora a
possibilidade de pôr o jovem em
liberdade.
7. Direitos dos jovens
10.3 Os contatos entre os órgãos
encarregados de fazer cumprir a lei e o
7.1 Respeitar-se-ão as garantias jovem infrator serão estabelecidos de
processuais básicas em todas as etapas modo a que seja respeitada a sua
do processo, como a presunção de condição jurídica, promova-se o seu bem-
inocência, o direito de ser informado das estar e evite-se que sofra dano,
acusações, o direito de não responder, o resguardando-se devidamente as
direito à assistência judiciária, o direito à circunstâncias do caso.
presença dos pais ou tutores, o direito à
confrontação com testemunhas e a
interrogá-las e o direito de apelação ante 11. Remissão dos casos
uma autoridade superior.
11.1 Examinar-se-á a possibilidade,
quando apropriada, de atender os jovens
8. Proteção da intimidade
infratores sem recorrer às autoridades
competentes, mencionadas na regra 14.1
8.1 Para evitar que a publicidade indevida adiante, para que os julguem oficialmente.
ou o processo de difamação prejudiquem 11.2 A polícia, o ministério público e
os jovens, respeitar-se-á, em todas as outros organismos Que se ocupem de
etapas, seu direito à intimidade. jovens infratores terão a faculdade de
8.2 Em princípio, não se publicará arrolar tais casos sob sua jurisdição, sem

935
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
necessidade de procedimentos formais, estabelecimentos onde haja detentos
de acordo com critérios estabelecidos adultos.
com esse propósito nos respectivos 13.5 Enquanto se encontrem sob
sistemas jurídicos e também em harmonia custódia, os jovens receberão cuidados,
com os princípios contidos nas presentes proteção e toda assistência - social,
regras. educacional, profissional, psicológica,
11.3 Toda remissão que signifique médica e física que requeiram, tendo em
encaminhar o jovem a instituições da conta sua idade, sexo e características
comunidade ou de outro tipo dependerá individuais.
do consentimento dele, de seus pais ou
tutores; entretanto, a decisão relativa à
remissão do caso será submetida ao TERCEIRA PARTE - DECISÃO
exame de uma autoridade competente, se JUDICIAL E MEDIDAS
assim for solicitado.
11.4 Para facilitar a tramitação
jurisdicional dos casos de jovens, 14. Autoridade competente para
procurar-se-á proporcionar à comunidade decidir
programas tais como orientação e
supervisão temporária, restituição e
14.1 Todo jovem infrator, cujo caso não
compensação das vítimas.
tenha sido objeto de remissão (de acordo
com a regra será apresentado à
autoridade competente Juizado, tribunal,
12. Especialização policial
junta, conselho etc.), que decidirá de
acordo com os princípios de um processo
12.1 Para melhor desempenho de suas imparcial e justo.
funções, os policiais que tratem 14.2 Os procedimentos favorecerão os
frequentemente ou de maneira exclusiva interesses do jovem e serão conduzidos
com jovens ou que se dediquem numa atmosfera de compreensão, que lhe
fundamentalmente à prevenção da permita participar e se expressar
delinquência de jovens receberão livremente.
instrução e capacitação especial. Nas
grandes cidades, haverá contingentes
especiais de polícia com essa finalidade. 15. Assistência judiciária e direitos dos
pois o tutores

13. Prisão preventiva


15.1 O jovem terá direito a se fazer
representar por um advogado durante
13.1 Só se aplicará a prisão preventiva todo o processo ou a solicitar assistência
como último recurso e pelo menor prazo judiciária gratuita, quando prevista nas leis
possível. do país.
13.2 Sempre que possível, a prisão 15.2 Os pais ou tutores terão direito de
preventiva será substituída por medidas participar dos procedimentos e a
alternativas, como a estrita supervisão, autoridade competente poderá requerer a
custódia intensiva ou colocação junto a sua presença no interesse do jovem. Não
uma família ou em lar ou instituição obstante, a autoridade competente
educacional. poderá negar a participação se existirem
13.3 Os jovens que se encontrem em motivos para presumir que a exclusão é
prisão preventiva gozarão de todos os necessária aos interesses do jovem.
direitos e garantias previstos nas Regras
Mínimas para o Tratamento de
Prisioneiros, aprovadas pelas Nações 16. Relatórios de investigação social
Unidas.
13.4 Os jovens que se encontrem em
16.1 Para facilitar a adoção de uma
prisão preventiva estarão separados dos
decisão justa por parte da autoridade
adultos e recolhidos a estabelecimentos
competente, a menos que se tratem de
distintos ou em recintos separados nos

936
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
infrações leves, antes da decisão institucional ou outras formas de
definitiva será efetuada uma investigação tratamento;
completa sobre o meio social e as f) determinação de participar em sessões
circunstâncias de vida do jovem e as de grupo e atividades similares;
condições em que se deu a prática da g) determinação de colocação em lar
infração. substituto, centro de convivência ou
outros estabelecimentos educativos;
h) outras determinações pertinentes.
17. Princípios norteadores da decisão 18.2 Nenhum jovem será excluído, total
judicial o das medidas ou parcialmente, da supervisão paterna, a
não ser que as circunstâncias do caso o
tornem necessário.
17.1 A decisão da autoridade competente
pautar-se-á pelos seguintes princípios:
a) a resposta à infração será sempre 19. Caráter excepcional da
proporcional não só às circunstâncias e à institucionalização
gravidade da infração, mas também às
circunstâncias e às necessidades do
19.1 A internação de um jovem em uma
jovem, assim como às necessidades da
instituição será sempre uma medida de
sociedade;
último recurso e pelo mais breve período
b) as restrições à liberdade pessoal do
possível.
jovem serão impostas somente após
estudo cuidadoso e se reduzirão ao
mínimo possível;
20. Prevenção de demoras
c) não será imposta a privação de
desnecessárias
liberdade pessoal a não ser que o jovem
tenha praticado ato grave, envolvendo
violência contra outra pessoa ou por 20.1 Todos os casos tramitarão, desde o
reincidência no cometimento de outras começo, de maneira expedita e sem
infrações sérias, e a menos que não haja demoras desnecessárias.
outra medida apropriada;
d) o bem-estar do jovem será o fator
preponderante no exame dos casos. 21. Registros
17.2 A pena capital não será imposta por
qualquer crime cometido por jovens.
21.1 Os registros de jovens infratores
17.3 Os jovens não serão submetidos a
serão de caráter estritamente confidencial
penas corporais.
e não poderão ser consultados por
17.4 A autoridade competente poderá
terceiros. Só terão acesso aos arquivos as
suspender o processo em qualquer
pessoas que participam diretamente da
tempo.
tramitação do caso ou outras pessoas
devidamente autorizadas.
21.2 Os registros dos jovens infratores
18. Pluralidade das medidas aplicáveis
não serão utilizados em processos de
adultos em casos subsequentes que
18.1 Uma ampla variedade de medidas envolvam o mesmo infrator.
deve estar à disposição da autoridade
competente, permitindo a flexibilidade e
evitando ao máximo a institucionalização. 22. Necessidade de profissionalismo e
Tais medidas, que podem algumas vezes capacitação
ser aplicadas simultaneamente, incluem:
a) determinações de assistência,
22.1 Serão utilizados a educação
orientação e supervisão;
profissional, o treinamento em serviço, a
b) liberdade assistida;
reciclagem e outros meios apropriados de
c) prestação de serviços à comunidade;
instrução para estabelecer e manter a
d) multas, indenizações e restituições;
necessária competência profissional de
e) determinação de tratamento
todo o pessoal que se ocupa dos casos de

937
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
jovens.
22.2 O quadro de servidores da Justiça da
Infância e da Juventude deverá refletir as
diversas características dos jovens que QUINTA PARTE - TRATAMENTO
entram em contato com o sistema. INSTITUCIONAL
Procurar-se-á garantir uma representação
equitativa de mulheres e minorias nos
órgãos da Justiça da Infância e da 26. Objetivos do tratamento
Juventude. institucional

26.1 A capacitação e o tratamento dos


QUARTA PARTE - TRATAMENTO EM
jovens colocados em instituições têm por
MEIO ABERTO
objetivo assegurar seu cuidado, proteção,
educação e formação profissional para
permitir-lhes que desempenhem um papel
23. Execução efetivadas medidas
construtivo e produtivo na sociedade.
26.2 Os jovens institucionalizados
23.1 Serão adotadas disposições receberão os cuidados, a proteção e toda
adequadas para o cumprimento das a assistência necessária social,
determinações ditadas pela autoridade educacional, profissional, psicológica,
competente, mencionadas na regra 14.1, médica e física que requeiram devido à
por essa mesma autoridade ou por outra sua idade, sexo e personalidade e no
diferente, se as circunstâncias assim o interesse do desenvolvimento sadio.
exigirem. 26.3 Os jovens institucionalizados serão
23.2 Tais dispositivos incluirão a mantidos separados dos adultos e serão
faculdade da autoridade competente para detidos em estabelecimentos separados
modificar periodicamente as ou em partes separadas de um
determinações segundo considere estabelecimento em que estejam detidos
adequado, desde que a modificação se adultos.
paute pelos princípios enunciados nestas 26.4 A jovem infratora institucionalizada
regras. merece especial atenção no que diz
respeito às suas necessidades e
problemas pessoais. Em nenhum caso
24. Prestação da assistência receberá menos cuidado, proteção,
necessária assistência, tratamento e capacitação que
o jovem do sexo masculino. Será
garantido seu tratamento equitativo.
24.1 Procurar-se-á proporcionar aos
26.5 No interesse e para o bem-estar do
jovens, em todas as etapas dos
jovem institucionalizado, os pais e tutores
procedimentos, assistência em termos de
terão direito de acesso às instituições.
alojamento, ensino e capacitação
26.6 Será estimulada a cooperação
profissional, emprego ou qualquer outra
interministerial e interdepartamental para
forma de assistência útil e prática para
proporcionar adequada formação
facilitar o processo de reabilitação.
educacional ou, se for o caso, profissional
ao jovem institucionalizado, para garantir
que, ao sair, não esteja em desvantagem
25. Mobilização de voluntários e outros
no plano da educação.
serviços comunitários

25.1 Os voluntários, as organizações 27. Aplicação das Regras Mínimas para


voluntárias, as instituições locais e outros o Tratamento dos Prisioneiros,
recursos da comunidade serão chamados aprovadas pelas Nações Unidas
a contribuir eficazmente para a
reabilitação do jovem num ambiente
27.1 Em princípio, as Regras Mínimas
comunitário e, tanto quanto possível, na
para o Tratamento dos Prisioneiros e as
unidade familiar.
recomendações conexas serão

938
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
aplicáveis, sempre que for pertinente, ao efetivo planejamento e formulação de
tratamento dos jovens infratores políticas.
institucionalizados, inclusive os que 30.2 Procurar-se-á revisar e avaliar
estiverem em prisão preventiva. periodicamente as tendências, os
27.2 Deverão ser feitos esforços para problemas e as causas da delinquência e
implementar os princípios relevantes das da criminalidade de jovens, assim como
mencionadas Regras Mínimas na maior as diversas necessidades particulares do
medida possível, para satisfazer as jovem sob custódia.
necessidades específicas do jovem 30.3 Procurar-se-á estabelecer
quanto à sua idade, sexo e personalidade. regularmente um mecanismo de avaliação
e pesquisa no sistema de administração
da Justiça da Infância e da Juventude, e
28. Uso frequente e imediato da coletar e analisar os dados e a informação
liberdade condicional pertinentes com vistas à devida avaliação
e ao aperfeiçoamento do sistema.
30.4 A prestação de serviços na
28.1 A liberdade condicional da instituição
administração da Justiça da Infância e da
será utilizada pela autoridade pertinente
Juventude será sistematicamente
na maior medida possível e será
planejada e executada como parte
concedida o mais cedo possível.
integrante dos esforços de
28.2 O jovem liberado condicionalmente
desenvolvimento nacional.
de uma instituição será assistido e
supervisionado por funcionário designado
e receberá total apoio da comunidade.

29. Sistemas semi-institucionais

29.1 Procurar-se-á estabelecer sistemas


semi-institucionais, como casas de
semiliberdade, lares educativos, centros
de capacitação diurnos e outros sistemas
apropriados que possam facilitar a
adequada reintegração dos jovens na
sociedade.

SEXTA PARTE - PESQUISA,


PLANEJAMENTO E
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS E
AVALIAÇÃO

30. A Pesquisa como base do


planejamento e da formulação e a
avaliação de políticas

30.1 Procurar-se-á organizar e fomentar


as pesquisas necessárias como base do

939
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DIRETRIZES DE RIAD - Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da
Delinquência Juvenil

Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil

O oitavo Congresso das Nações Unidas para que fossem examinados e se chegasse
sobre prevenção do delito e do tratamento a uma decisão,
do delinquente Recordando, do mesmo modo, a Resolução
1986/ 10 do Conselho Econômico e Social,
Tendo presentes a Declaração Universal de 21 de maio de 1986, pela qual se pediu
dos Direitos Humanos (Resolução 217 A ao Oitavo Congresso que examinasse o
(III) da Assembléia Geral, de 10 de projeto das diretrizes para a prevenção da
dezembro de 1948); o Pacto Internacional delinquência juvenil, visando a sua
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais aprovação,
e o Pacto Internacional de Direitos Civis e Reconhecendo que é necessário
Políticos (Resolução 2200 A (XXI) da estabelecer critérios e estratégias nacionais,
Assembléia Geral, anexo, de 16 de regionais e inter-regionais para prevenir a
dezembro de 1966); como também outros delinquência juvenil,
instrumentos internacionais relativos aos Afirmando que toda criança goza de direitos
direitos e ao bem-estar dos jovens, entre humanos fundamentais, particularmente o
eles as normas pertinentes estabelecidas acesso à educação gratuita,
pela Organização Internacional do Trabalho, Tendo presente o grande número de jovens
Tendo presentes, do mesmo modo, a que, estando ou não em conflito com a lei,
Declaração de Direitos da Criança encontram-se abandonados, sem atenção,
(Resolução 1386 (XIV) da Assembléia maltratados, expostos ao uso indevido das
Geral, de 20 de novembro de 1959); a drogas, marginalizados e, em geral,
Convenção sobre os Direitos da Criança expostos a risco social,
(Resolução 44/25 da Assembléia Geral, de Tendo em conta os benefícios das medidas
20 de novembro de 1989); e as Regras progressistas para a prevenção da
Mínimas das Nações Unidas para a delinquência e para o bem-estar da
Administração da Justiça da Infância e da comunidade,
Juventude - Regras de Beijing (Resolução
40/33 da Assembléia Geral, de 29 de
novembro de 1985), 1. Reconhece, com satisfação, o importante
Recordando a Resolução 40/33, de 29 de trabalho realizado pelo Comitê de
novembro de 1985, da Assembléia Geral Prevenção do Delito e Luta contra a
que, entre outras coisas, aprovou as Regras Delinquência e pela Secretaria na
mínimas das Nações Unidas para a preparação das Diretrizes para a prevenção
administração da justiça de jovens por da delinquência juvenil;
recomendação do Sétimo Congresso das
Nações Unidas sobre Prevenção do Delito e
Tratamento do Delinquente, 2. Expressa seu reconhecimento pela
Recordando também que a Assembléia valiosa colaboração do Centro Árabe de
Geral, em sua Resolução 40/35, de 29 de Capacitação e de Estudos de Segurança de
novembro de 1985, aprovada por Riad que recebeu a Reunião Internacional
recomendação do Sétimo Congresso das de Especialistas sobre o estabelecimento do
Nações Unidas, pediu que se elaborassem projeto de normas das Nações Unidas para
critérios sobre esse tema que fossem de a prevenção da delinquência juvenil, em
utilidade para os Estados Membros na Riad, de 28 de fevereiro a 1º de março de
formulação e execução de programas e 1988, com a colaboração do Escritório das
políticas especializados, dando ênfase às Nações Unidas em Viena;
atividades de assistência e cuidado e à
participação da comunidade, e pedindo ao
Conselho Econômico e Social que 3. Aprova as Diretrizes para a prevenção da
informasse ao Oitavo Congresso das
delinquência juvenil, figurada no anexo da
Nações Unidas sobre Prevenção do Delito e
presente resolução, com o nome de
Tratamento do Delinquente sobre os
"Diretrizes de Riad";
progressos feitos a respeito desses critérios

940
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Geral que coordene os esforços nesse
4. Exorta os Estados Membros para que, sentido;
nos seus planos globais de prevenção de
delito, apliquem essas Diretrizes na
legislação, na política e na prática nacionais 10. Convida, além disso, os Estados
e consigam a atenção das autoridades Membros a informarem ao Secretário Geral
competentes, inclusive dos encarregados sobre a aplicação das Diretrizes e a
de formular políticas, do pessoal da justiça apresentarem relatórios periódicos ao
da infância e da juventude, dos educadores, Comitê de Prevenção do Delito e Luta contra
dos meios sociais de comunicação, dos a Delinquência sobre os resultados
profissionais e dos estudiosos; alcançados.

5. Pede ao Secretário Geral que procure dar


a maior difusão possível ao texto das
Diretrizes em todos os idiomas oficiais das ANEXO
Nações Unidas e convida os Estados
Membros para que façam o mesmo; Diretrizes das Nações Unidas
para a Prevenção da Delinquência
Juvenil
6. Pede, além disso, ao Secretário Geral um (Diretrizes de Riad)
esforço conciliador para fomentar a
aplicação das Diretrizes e convida todos os
escritórios competentes das Nações Unidas
e instituições interessadas, particularmente
o Fundo das Nações Unidas para a Infância, I. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
como também os especialistas a título
individual que se unam neste mesmo
objetivo; 1. A prevenção da delinquência juvenil é
parte essencial da prevenção do delito na
sociedade. Dedicados a atividades lícitas e
7. Insta todos os órgãos competentes das socialmente úteis, orientados rumo à
Nações Unidas para que colaborem com o sociedade e considerando a vida com
Secretário Geral na adoção das medidas critérios humanistas, os jovens podem
necessárias para garantir a aplicação da desenvolver atitudes não criminais.
presente resolução; 2. Para ter êxito, a prevenção da
delinquência juvenil requer, por parte de
toda a sociedade, esforços que garantam
8. Convida a Subcomissão de Prevenção de um desenvolvimento harmônico dos
Discriminações e Proteção às Minorias, da adolescentes e que respeitem e promovam
Comissão de Direitos Humanos, a examinar a sua personalidade a partir da primeira
o presente novo instrumento internacional infância.
com o objetivo de fomentar a aplicação da 3. Na aplicação das presentes Diretrizes, os
presente resolução; programas preventivos devem estar
centralizados no bem-estar dos jovens
desde sua primeira infância, de acordo com
os ordenamentos jurídicos nacionais.
9. Convida também os Estados Membros a
4. É necessário que se reconheça a
apoiarem firmemente a organização de
importância da aplicação de políticas e
cursos práticos de caráter técnico e medidas progressistas de prevenção da
científico, como também projetos pilotos e delinquência que evitem criminalizar e
de demonstração sobre questões práticas e
penalizar a criança por uma conduta que
aspectos normativos, relacionados com a
não cause grandes prejuízos ao seu
aplicação do disposto nessas Diretrizes e
desenvolvimento e que nem prejudique os
com a adoção de medidas concretas,
demais. Essas políticas e medidas deverão
tendentes a estabelecer serviços baseados conter o seguinte:
na comunidade e dirigidos a atender as a) criação de meios que permitam satisfazer
necessidades, os problemas e os interesses
às diversas necessidades dos jovens e que
especiais dos jovens, pedindo ao Secretário
sirvam de marco de apoio para velar pelo

941
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
desenvolvimento pessoal de todos os crianças, e adolescentes.
jovens, particularmente daqueles que 7. Igualmente, as presentes diretrizes
estejam patentemente em perigo ou em deverão ser aplicadas no contexto das
situação de insegurança social e que condições econômicas, sociais e culturais
necessitem um cuidado e uma proteção predominantes em cada um dos Estados
especiais; Membros.
b) critérios e métodos especializadas para a
prevenção da delinquência, baseados nas
leis, nos processos, nas instituições, nas
instalações e uma rede de prestação de
III. PREVENÇÃO GERAL
serviços, cuja finalidade seja a de reduzir os
motivos, a necessidade e as oportunidades
de cometer infrações ou as condições que
as propiciem; 8. Deverão ser formulados, em todos os
c) uma intervenção oficial cuja principal níveis do governo, planos gerais de
finalidade seja a de velar pelo interesse prevenção que compreendam, entre outras
geral do jovem e que se inspire na justiça e coisas, o seguinte:
na equidade. a) análise profunda do problema e relação
d) proteção do bem-estar, do de programas e serviços, facilidades e
desenvolvimento, dos direitos e dos recursos disponíveis;
interesses dos jovens; b) funções bem definidas dos organismos e
e) reconhecimento do fato de que o instituições competentes que se ocupam de
comportamento dos jovens que não se atividades preventivas;
ajustam aos valores e normas gerais da c) mecanismos para a coordenação
sociedade são, com frequência, parte do adequada das atividades de prevenção
processo de amadurecimento e que tendem entre os organismos governamentais e não
a desaparecer, espontaneamente, na governamentais;
maioria das pessoas, quando chegam à d) políticas, estratégias e programas
maturidade; e, baseados em estudos de prognósticos e que
f) consciência de que, segundo a opinião sejam objeto de vigilância permanente e
dominante dos especialistas, classificar um avaliação cuidadosa durante sua aplicação;
jovem de "extraviado", "delinquente" ou e) métodos para diminuir, de maneira eficaz,
"pré-delinquente" geralmente favorece o as oportunidades de cometer atos de
desenvolvimento de pautas permanentes de delinquência juvenil;
comportamento indesejado. f) participação da comunidade em toda uma
5. Devem ser desenvolvidos serviços e série de serviços e programas;
programas com base na comunidade para a g) estreita cooperação interdisciplinária
prevenção da delinquência juvenil. Só em entre os governos nacionais, estaduais,
último caso recorrer-se-á a organismos mais municipais e locais, com a participação do
formais de controle social. setor privado, de cidadãos representativos
da comunidade interessada e de
organizações trabalhistas, de cuidado à
criança, de educação sanitária, sociais,
judiciais e dos serviços de repressão, na
II. EFEITOS DAS DIRETRIZES aplicação de medidas coordenadas para
prevenir a delinquência juvenil e os delitos
dos jovens;
6. As presentes diretrizes deverão ser h) participação dos jovens nas políticas e
interpretadas e aplicadas no marco geral da nos processos de prevenção da
Declaração Universal de Direitos Humanos, delinquência juvenil, principalmente nos
do Pacto Internacional de Direitos programas de serviços comunitários, de
Econômicos, Sociais e Culturais e do Pacto auto-ajuda juvenil e de indenização e
Internacional de Direitos Civis e Políticos, da assistência às vítimas;
Declaração dos Direitos da Criança e da i) pessoal especializado de todos os níveis.
Convenção sobre os Direitos da Criança e
no contexto das regras mínimas das Nações
Unidas para a administração da justiça de
jovens, como também de outros
IV. PROCESSOS DE SOCIALIZAÇÃO
instrumentos e normas relativos aos
direitos, interesses e bem-estar de todas as

942
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
por problemas originados por mudanças
9. Deverá ser prestada uma atenção rápidas e desiguais no âmbito econômico,
especial às políticas de prevenção que social e cultural, especialmente as crianças
favoreçam à socialização e à integração de famílias indígenas e imigrantes. Como
eficazes de todas as crianças e jovens, tais mudanças podem alterar a capacidade
particularmente através da família, da social da família para proporcionar a
comunidade, dos grupos de jovens nas educação e a alimentação tradicional aos
mesmas condições, da escola, da formação filhos, geralmente, como resultado do
profissional e do meio trabalhista, como conflito do papel social e da cultura, será
também mediante a ação de organizações necessário elaborar modalidades
voluntárias. Deverá ser respeitado, inovadoras e socialmente construtivas para
devidamente, o desenvolvimento pessoal a socialização das crianças.
das crianças e dos jovens que deverão ser 15. Deverão ser adotadas medidas e
aceitos, em pé de igualdade, como co- elaborados programas para dar às famílias
participantes nos processos de socialização a oportunidade de aprender suas funções e
e integração. obrigações em relação ao desenvolvimento
e ao cuidado de seus filhos, para os quais
se fomentarão relações positivas entre pais
e filhos, sensibilizar-se-ão os pais no que diz
A. Família respeito aos problemas das crianças e dos
jovens e se fomentará a participação dos
jovens nas atividades familiares e
comunitárias.
10. Toda sociedade deverá atribuir elevada 16. Os governos deverão adotar medidas
prioridade às necessidades e ao bem-estar para fomentar a união e a harmonia na
da família e de todos os seus membros. família e desencorajar a separação dos
11. Como a família é a unidade central filhos de seus pais, a não ser quando
encarregada da integrarão social primária circunstâncias que afetem o bem-estar e o
da criança, deve-se prosseguir com os futuro dos filhos não deixem outra opção.
esforços governamentais e de organizações 17. É importante destacar a função de
sociais para a preservação da integridade controle social da família e da família
da família, incluída a família numerosa. A numerosa, mas também é igualmente
sociedade tem a obrigação de ajudar a importante reconhecer a função futura, as
família a cuidar e proteger a criança e responsabilidades, a participação e a
garantir seu bem-estar físico e mental. associação dos jovens na sociedade.
Deverão ser prestados serviços 18. Com o objetivo de assegurar o direito
apropriados, inclusive o de creches diurnas. das crianças a uma integração social
12. Os governos deverão adotar políticas adequada, os governos e outros organismos
que permitam o crescimento das crianças deverão recorrer às organizações sociais e
num ambiente familiar estável e firme. jurídicas existentes, mas deverão, também,
Deverão ser facilitados serviços adequados adotar ou facilitar a adoção de medidas
para famílias que necessitem de assistência inovadoras, quando as instituições e
para a resolução de situações de costumes tradicionais já não forem eficazes.
instabilidade ou conflito.
13. Quando não existir um ambiente familiar
estável e firme e quando os esforços da
comunidade para oferecer assistência aos
pais, nesse aspecto, tiverem fracassado e a B. Educação
família numerosa já não puder cumprir essa
função, deverá recorrer-se a outras
possíveis modalidades de situação familiar, 19. Os governos têm a obrigação de facilitar
entre elas o acolhimento familiar e a adoção o acesso ao ensino público a todos os
que, na medida do possível, deverão jovens.
reproduzir um ambiente familiar estável e 20. Os sistemas de educação, além de suas
firme e, ao mesmo tempo, produzir nas possibilidades de formação acadêmica e
crianças um sentimento de permanência, profissional, deverão dar atenção especial
para evitar os problemas relacionados com ao seguinte:
o "deslocamento" de um lugar a outro. a) ensinar os valores fundamentais e
14. Deverá ser prestada uma atenção fomentar o respeito à identidade própria e às
especial às crianças de famílias afetadas características culturais da criança, aos

943
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
valores sociais do país em que mora a com o objetivo de que professores e outros
criança, às civilizações diferentes da sua e adultos possam compreender os problemas,
aos direitos humanos e liberdades as necessidades e as preocupações dos
fundamentais; jovens, especialmente daqueles que
b) fomentar e desenvolver, o mais possível, pertençam a grupos mais necessitados,
a personalidade, as aptidões e a capacidade menos favorecidos; a grupos de baixa renda
mental e física dos jovens; e a minorias étnicas ou de outra índole.
c) conseguir a participação ativa dos jovens 27. Os sistemas escolares deverão tratar de
no processo educativo, no lugar de serem promover e alcançar os mais elevados
meros objetos passivos de tal processo; níveis profissionais e educativos, no que diz
d) desenvolver atividades que fomentem um respeito a programas de estudo, métodos e
sentimento de identidade e integração à critérios didáticos e de aprendizagem,
escola e à comunidade, como também a contratação e capacitação de pessoal
compreensão mútua e a harmonia; docente. Deverá haver supervisão e
e) incentivar os jovens a compreender e a avaliação regulares dos resultados, tarefa
respeitar opiniões e pontos de vista que se encomendará a organizações e
diversos, como também as diferenças órgãos profissionais competentes.
culturais e de outra índole; 28. Em cooperação com grupos da
f) oferecer informação e orientação sobre a comunidade, os sistemas educativos
formação profissional, as oportunidades de deverão planejar, organizar e desenvolver
trabalho e as possibilidades de uma atividades paralelas ao programa de
profissão; estudos que forem de interesse para os
g) evitar medidas disciplinares severas, jovens.
particularmente os castigos corporais. 29. Deverá ser prestada ajuda a crianças e
21. Os sistemas de educação deverão jovens que tenham dificuldades para
tentar trabalhar em cooperação com os pais, respeitar as normas da assistência, assim
com as organizações comunitárias e com os como aos que abandonam os estudos.
organismos que se ocupam das atividades 30. As escolas deverão fomentar a adoção
dos jovens. de políticas e normas equitativas e justas; os
22. Deverá ser dada ao jovem informação estudantes estarão representados nos
sobre o ordenamento jurídico e seus direitos órgãos da administração escolar e nos de
e obrigações de acordo com a lei, assim adoção de decisões e participarão nos
como sobre o sistema de valores universais. assuntos e procedimentos disciplinares.
23. Os sistemas de educação deverão
cuidar e atender, de maneira especial, aos
jovens que estejam em situação de risco
social. Deverão ser preparados e utilizados,
C. Comunidade
plenamente, programas de prevenção e
materiais didáticos, assim como planos de
estudos, critérios e instrumentos
especializados. 31. Deverão ser estabelecidos serviços e
24. Deverá ser prestada especial atenção programas de caráter comunitário ou serem
na adoção de políticas e estratégias gerais fortalecidos os já existentes, de maneira a
de prevenção do uso indevido de álcool, que respondam às necessidades, aos
drogas e outras substâncias por parte dos interesses e às inquietudes especiais dos
jovens. Deverá dar-se formação e prover os jovens e ofereçam, a eles e a suas famílias,
professores e outros profissionais com assessoria e orientação adequadas.
meios que possam prevenir e resolver estes 32. As comunidades deverão adotar ou
problemas. Deverá ser dada aos estudantes reforçar uma série de medidas de apoio,
informação sobre o emprego e o uso baseadas na comunidade e destinadas a
indevido das drogas. ajudar aos jovens, particularmente centros
25. As escolas deverão servir como centros de desenvolvimento comunitário,
de informação e consulta para prestar instalações e serviços de recreação,
assistência médica, assessoria e outros visando fazer frente aos problemas
serviços aos jovens, sobretudo aos que especiais dos jovens expostos a risco social.
estiverem especialmente necessitados e Essa forma de ajuda deverá ser prestada
forem objeto de maus-tratos, abandono, respeitando os direitos individuais.
vitimização e exploração. 33. Deverão ser estabelecidos serviços
26. Serão aplicados diversos programas especiais para dar alojamento adequado
aos jovens que não puderem continuar

944
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
morando em seus lares. apresentações degradantes das crianças,
34. Serão organizados diversos serviços e da mulher e das relações interpessoais,
sistemas de ajuda para enfrentar as fomentando, ao contrário, os princípios e as
dificuldades que os jovens experimentam ao atividades de caráter comunitário.
passar da adolescência à idade adulta. 43. Os meios de comunicação deverão ter
Entre estes serviços, deverão figurar consciência da importância de sua função e
programas especiais para os jovens responsabilidade, assim como de sua
toxicômanos, onde será dada a máxima influência nas comunicações relacionadas
importância aos cuidados, ao com o uso indevido de drogas entre os
assessoramento, à assistência e às jovens. Deverão utilizar seu poder para
medidas de caráter terapêutica. prevenir o uso indevido de drogas, através
35. Os governos e outras instituições de mensagens coerentes difundidas
deverão dar apoio financeiro e de outra equilibradamente. Campanhas eficazes de
natureza às organizações voluntárias que luta contra as drogas deverão ser
ofereçam serviços aos jovens. fomentadas, nos níveis primário, secundário
36. No plano local, deverão ser criadas ou e terciário.
reforçadas as organizações juvenis que
participem plenamente na gestão dos
assuntos comunitários. Estas organizações
deverão animar os jovens a organizar V. POLÍTICA SOCIAL
projetos coletivos e voluntários,
particularmente aqueles cuja finalidade seja
a de prestar ajuda aos jovens necessitados.
37. Os organismos governamentais deverão 44. Os organismos governamentais deverão
assumir, especialmente, a responsabilidade dar a máxima prioridade aos planos e
do cuidado das crianças sem lar ("meninos programas dedicados aos jovens e
de rua") e organizar os serviços que estes proporcionar fundos suficientes e recursos
necessitem. A informação sobre serviços de outro tipo para a prestação de serviços
locais, alojamento, trabalho e outras formas eficazes, proporcionando, também, as
e fontes de ajuda deverá ser facilmente instalações e a mão-de-obra para oferecer
acessível aos jovens. serviços adequados de assistência médica,
38. Deverá ser organizada uma grande saúde mental, nutrição, moradia e os
variedade de instalações e serviços demais serviços necessários,
recreativos de especial interesse para os particularmente a prevenção e o tratamento
jovens, aos quais estes tenham fácil acesso. do uso indevido de drogas, além de terem a
certeza de que esses recursos chegarão
aos jovens e serão realmente utilizados em
seu benefício.
45. Só em último caso os jovens deverão ser
D. Meios de Comunicação internados em instituições e pelo mínimo
espaço de tempo necessário, e deverá se
dar a máxima importância aos interesses
39. Os meios de comunicação deverão superiores do jovem. Os critérios para a
certificar-se de que a criança tem acesso à autorização de uma intervenção oficial desta
informação e aos materiais procedentes de natureza deverão ser definidos estritamente
diversas fontes nacionais e internacionais. e limitados às seguintes situações:
40. Os meios de comunicação deverão ser a) quando a criança ou o jovem tiver sofrido
incentivados a divulgarem a contribuição lesões físicas causadas pelos pais ou
positiva dos jovens à sociedade. tutores;
41. Deverão ser incentivados os meios de b) quando a criança ou jovem tiver sido
comunicação a difundirem informação vítima de maus-tratos sexuais, físicos ou
relativa à existência de serviços, instalações emocionais por parte dos pais ou tutores;
e oportunidades destinados aos jovens c) quando a criança ou o jovem tiver sido
dentro da sociedade. descuidado, abandonado ou explorado
42. Deverá ser solicitado aos meios de pelos pais ou tutores; e,
comunicação em geral, e à televisão e ao d) quando a criança ou o jovem se ver
cinema em particular, que reduzam o nível ameaçado por um perigo físico ou moral
de violência nas suas mensagens e que devido ao comportamento dos pais ou
dêem uma imagem desfavorável da tutores.
violência e da exploração, evitando 46. Os organismos governamentais deverão

945
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dar ao jovem a oportunidade de continuar por um jovem.
sua educação de tempo completo, 55. Poderá ser considerada a possibilidade
financiada pelo Estado quando os pais não de se estabelecer um escritório de "proteção
tiverem condições materiais para isso, e dar da infância e da adolescência"
também a oportunidade de adquirir (ombudsman) ou um escritório análogo
experiência profissional. independente que garanta o respeito da
47. Os programas de prevenção da condição jurídica, dos direitos e dos
delinquência deverão ser planejados e interesses dos jovens e, também, a
executados com base em conclusões possibilidade de remeter casos aos serviços
confiáveis que sejam o resultado de uma disponíveis. Do mesmo modo, deverão ser
pesquisa científica e, periodicamente, estabelecidos serviços de defesa jurídica da
deverão ser revisados, avaliados e criança.
readaptados de acordo com essas 56. O pessoal, de ambos os sexos, da
conclusões. polícia e de outros órgãos de justiça deverão
48. Deverá ser difundida, entre a ser capacitados para atender às
comunidade profissional e o público em necessidades especiais dos jovens; essa
geral, informação sobre o tipo de equipe deverá estar familiarizada com os
comportamento ou de situação que se programas e as possibilidades de remessa
traduza, ou possa ser traduzida, em a outros serviços, e devem recorrer a eles
vitimização, danos e maus-tratos físicos e sempre que possível, com o objetivo de
psicológicos aos jovens. evitar que os jovens sejam levados ao
49. A participação em todos os planos e sistema de justiça penal.
programas deverá geralmente ser 57. Leis deverão ser promulgadas e
voluntária. Os próprios jovens deverão aplicadas, estritamente, para proteger os
intervir na sua formulação, desenvolvimento jovens do uso indevido das drogas e de seus
e execução. traficantes.

VI. LEGISLAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DA VII. PESQUISA, ADOÇÃO DE POLÍTICAS


JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA E COORDENAÇÃO
ADOLESCÊNCIA

58. Esforços deverão ser feitos para


50. Os governos deverão promulgar e fomentar a interação e coordenação, de
aplicar leis e procedimentos especiais para caráter multidisciplinário e interdisciplinário,
fomentar e proteger os direitos e o bem- entre os distintos setores; e, dentro de cada
estar de todos os jovens. setor, dos organismos e serviços
51. Deverá ser promulgada e aplicada uma econômicos, sociais, educativos e de saúde,
legislação que proíba a vitimização, os do sistema judiciário, dos organismos
maus-tratos e a exploração das crianças e dedicados aos jovens, à comunidade e ao
dos jovens. desenvolvimento e de outras instituições
52. Nenhuma criança ou jovem deverá ser pertinentes, e deverão ser estabelecidos os
objeto de medidas severas ou degradantes mecanismos apropriados para tal efeito.
de correção ou castigo no lar, na escola ou 59. Deverá ser intensificado, no plano
em qualquer outra instituição. nacional, regional e internacional, o
53. Deverão ser adotadas e aplicadas leis intercâmbio de informação, experiência e
que regulamentem e controlem o acesso conhecimentos técnicos obtidos graças a
das crianças e jovens às armas de qualquer projetos, programas, práticas e iniciativas
tipo. relacionadas com a delinquência juvenil, a
54. Com o objetivo de impedir que se prevenção da delinquência e a justiça da
prossiga à estigmatização, à vitimização e à infância e da adolescência.
incriminação dos jovens, deverá ser 60. Deverá ser promovida e intensificada a
promulgada uma legislação pela qual seja cooperação regional e internacional nos
garantido que todo ato que não seja assuntos relativos à delinquência juvenil, à
considerado um delito, nem seja punido prevenção da delinquência e à justiça da
quando cometido por um adulto, também infância e da adolescência, com a
não deverá ser considerado um delito, nem participação de profissionais, especialistas e
ser objeto de punição quando for cometido autoridades.

946
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
61. Todos os governos, o sistema das manter uma estreita colaboração e
Nações Unidas e outras organizações coordenação nas distintas questões
interessadas deverão apoiar firmemente a relacionadas com as crianças, a justiça da
cooperação técnica e científica nos infância e da adolescência, e a prevenção
assuntos práticos relacionados com a da delinquência juvenil e dos delitos
adoção de políticas, particularmente nos cometidos por jovens.
projetos experimentais, de capacitação e 64. Com base nessas Diretrizes, as Nações
demonstração, sobre questões concretas Unidas, em cooperação com as instituições
relativas à prevenção da delinquência interessadas, deverão desempenhar um
juvenil e de delitos cometidos por jovens. papel ativo na pesquisa, na colaboração
62. Deverá ser incentivada a colaboração científica, na formulação de opções de
nas atividades de pesquisa científica sobre política e no exame e na supervisão de sua
as modalidades eficazes de prevenção da aplicação e, também, servir de fonte de
delinquência juvenil e dos delitos cometidos informação fidedigna sobre as modalidades
por jovens; e suas conclusões deveriam ser eficazes de prevenção da delinquência.
objeto de ampla difusão e avaliação.
63. Os órgãos, organismos e escritórios
competentes das Nações Unidas deverão

947
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens
Privados de Liberdade

Tendo presentes a Declaração Universal dos liberdade em todo o mundo, Conscientes de


Direitos Humanos (Resolução 217 A (III) da que os jovens, quando se encontram
Assembléia Geral, de 10 de dezembro de privados de liberdade, são extremamente
1948); o Pacto Internacional de Direitos vulneráveis aos maus-tratos, à vitimização e
Civis e Políticos (Resolução 2200 A (XXI) da à violência de seus direitos, Preocupada
Assembléia Geral, anexo, de 16 de pelo fato de que muitos sistemas não
dezembro de 1966); a Convenção contra a estabelecem diferença entre adultos e
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas jovens nas distintas fases da administração
Cruéis, Desumanas ou Degradantes da justiça e consequência disso, muitos
(Resolução 39/46 da Assembléia Geral, de jovens estão detidos em prisões e centros
10 de dezembro de 1984); a Convenção penais junto com os adultos,
sobre os Direitos da Criança (Resolução
44/25 da Assembléia Geral, de 20 de
novembro de 1989); como também outros 1. Afirma que a reclusão de um jovem em
instrumentos internacionais relativos à um estabelecimento deve ser feita apenas
proteção dos direitos e ao bem-estar dos em último caso e pelo menor espaço de
jovens,.Tendo, também, presentes as Regras tempo necessário;
mínimas para o tratamento dos reclusos
aprovadas pelo Primeiro Congresso das 2. Reconhece que, devido a sua grande
Nações Unidas sobre Prevenção do Delito e vulnerabilidade, os jovens privados de
Tratamento do Delinquente, liberdade requerem e proteção especiais e
Tendo presente, também, o Conjunto de que deverão ser garantidos seus direitos e
princípios para a proteção de todas as bem-estar durante o período em que
pessoas submetidas a qualquer forma de estejam privados de sua liberdade e
detenção ou prisão, aprovado pela também após este;
Assembléia Geral na sua Resolução 43/173,
de 9 de dezembro de 1988, Recordando a
Resolução 40/33 da Assembléia Geral, de 3. Observa, com satisfação, o valioso
29 de novembro de 1985 e as Regras trabalho da Secretaria e a colaboração
Mínimas das Nações Unidas para a estabelecida na preparação das Regras
Administração da Justiça da Infância e da entre a Secretaria e os especialistas, os
Juventude, Recordando, também, a profissionais, as organizações
Resolução 21 do Sétimo Congresso das intergovernamentais, os meios não oficiais,
Nações Unidas sobre a Prevenção do Delito sobretudo a Anistia Internacional, a Defesa
e Tratamento do Delinquente, na qual se das Crianças Internacional- Movimento
pediu a preparação de regras mínimas das Internacional e Rãdda Barnen (Save the
Unidas para a proteção dos jovens privados Children da Suécia), e as instituições
de liberdade, Recordando, além disso, a científicas que se ocupam dos direitos das
seção 11 da Re. 1986/ 10 do Conselho crianças e da Justiça da Infância e da
Econômico e Social, maio de 1986, na qual, Juventude;
entre outras coisas, foi pedido ao Secretário
Geral que apresentasse Comitê de
4. Aprova o projeto de Regras mínimas das
Prevenção do Delito e Luta contra a
ações Unidas para os jovens privados de
Delinquência, no seu décimo período de
liberdade, que figura como anexo à presente
sessões, um relatório sobre os progressos
resolução;
realizados a das Regras, e também foi
pedido ao Oitavo Congresso das Nações
Unidas sobre Prevenção do Delito e 5. Exorta o Comitê de Prevenção do Delito e
Tratamento do Delinquente que as Regras a Delinquência a formular medidas para
propostas, com vistas a sua aprovação, aplicação eficaz das Regras, com a
Alarmada pelas condições e circunstâncias assistência dos institutos das Nações Unidas
pelas quais os jovens estão privados de sua

948
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
para a prevenção e o tratamento do
delinquente; 11. Convida a Subcomissão de Prevenção de
Discriminações e Proteção às Minorias, da
Comissão de Direitos Humanos, a examinar
6. Convida os Estados Membros a o novo instrumento internacional, com
adaptarem, que necessário, sua vistas a fomentar a aplicação de suas
legislação,suas políticas e suas práticas disposições.
nacionais, particularmente a capacitação de
todas as categorias do pessoal da justiça da
infância e da juventude, ao espírito das
Regras e a chamar para elas a atenção das ANEXO
autoridades competentes e do público em I. PERSPECTIVAS FUNDAMENTAIS
geral;

1. O sistema de justiça da infância e da


7. Convida, também, os Estados Membros a juventude deverá respeitar os direitos e a
informarem ao Secretário Geral os seus segurança dos jovens e fomentar seu bem-
esforços para aplicar as Regras na estar físico e mental. Não deveria ser
legislação, na política e na prática, e a economizado esforço para abolir, na
apresentarem relatórios periódicos ao medida do possível, a prisão de jovens.
Comitê de Prevenção de Delito e Luta contra
a Delinquência das Nações Unidas, sobre os
resultados alcançados na sua aplicação; 2. Só se poderá privar de liberdade os
jovens de acordo com os princípios e
procedimentos estabelecidos nas presentes
8. Pede ao Secretário geral que procure dar Regras, assim como nas Regras Mínimas das
a maior difusão possível ao texto das Regras Nações Unidas para a Administração da
em todos os idiomas oficiais das Nações Justiça da Infância e da Juventude (Regras
Unidas e convida os Estados Membros a de Beijing). A privação de liberdade de um
realizarem o mesmo esforço; jovem deverá ser decidida apenas em
último caso e pelo menor espaço de tempo
9. Pede ao Secretário Geral e solicita aos possível. Deverá ser limitada a casos
Estados Membros a consignação dos excepcionais, por exemplo, como efeito de
recursos necessários para garantir o bom cumprimento de uma sentença depois da
êxito na aplicação e na execução das Regras, condenação, para os tipos mais graves de
em particular no que se refere à delitos, e tendo presente, devidamente,
contratação, à capacitação e ao intercâmbio todas as circunstâncias e condições do caso.
de pessoal da justiça da infância e da A duração máxima da punição deve ser
juventude de todas as categorias; determinada pela autoridade judicial antes
que o jovem seja privado de sua liberdade.
Não se deve deter ou prender os jovens sem
10. Insta todos os órgãos competentes do que nenhuma acusação tenha sido
sistema das Nações Unidas, em particular o formulada contra eles.
Fundo das Nações Unidas para a Infância, as
comissões regionais e os organismos
especializadas, os institutos das Nações 3. O objetivo das seguintes regras é
Unidas, para a prevenção do delito e o estabelecer normas mínimas aceitas pelas
tratamento do delinquente, e todas as Nações Unidas para a proteção dos jovens
organizações intergovernamentais e não privados de liberdade em todas as suas
governamentais interessadas, a formas, de maneira compatível com os
colaborarem com a Secretaria e adotarem direitos humanos e liberdades
as medidas necessárias para garantir um fundamentais, e com vistas a se opor aos
esforço concentrado, dentro de suas efeitos prejudiciais de todo tipo de detenção
respectivas esferas de competência técnica e a fomentar a integração na sociedade.
no fomento da aplicação das Regras;
4. Estas Regras deverão ser aplicadas,

949
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
imparcialmente, a todos os jovens, sem Nações Unidas, nem dos referentes aos
discriminação de nenhum tipo por razão de direitos humanos, reconhecidos pela
raça, cor, sexo, idioma, religião, comunidade internacional e relativos à
nacionalidade, opinião política ou de outro atenção e à proteção de crianças e
tipo, práticas ou crenças culturais, fortuna, adolescentes.
nascimento, situação de família, origem
étnica ou social ou incapacidade. Deverão
ser respeitadas as crenças religiosas e 10. No caso da aplicação prática das regras
culturais, assim como as práticas e preceitos específicas contidas nos capítulos II a V,
morais dos jovens. inclusive, das presentes regras, ser
incompatível com as regras que na primeira
parte, as últimas prevalecerão sobre as
5. As Regras estão concebidas para ter primeiras.
padrões práticos de referência e dar
orientação aos profissionais que participam II. EFEITOS E APLICAÇÃO DAS REGRAS
da administração do sistema de justiça da e
da juventude. 11. Devem ser aplicadas, aos efeitos das
presentes Regras, as seguintes definições:
6. As Regras deverão estar à disposição do a) Entende-se por jovem uma pessoa de
pessoal de justiça da infância e da juventude idade inferior a 18 anos. A lei deve
nos seus idiomas nacionais. Os jovens que estabelecer a idade-limite antes da qual a
não conheçam suficientemente bem o criança não poderá ser privada de sua
idioma falado pelo pessoal do liberdade;
estabelecimento de detenção deverão ter b) Por privação de liberdade, entende-se
direito aos serviços de um intérprete, toda forma de detenção ou prisão, assim
sempre que seja necessário, como a internação em outro
particularmente durante os estabelecimento público ou privado, de
reconhecimentos médicos e as autuações onde não se permita a saída livre do jovem,
disciplinares. ordenado por qualquer autoridade judicial,
administrativa ou outra autoridade pública.

7. Quando necessário, os Estados deverão


incorporar as presentes Regras a sua 12. A privação da liberdade deverá ser
legislação ou modificá-las em consequência, efetuada em condições e circunstâncias que
e estabelecer eficazes no caso de falta de garantam o respeito aos direitos humanos
observância, incluída a indenização nos dos jovens. Deverá ser garantido, aos jovens
casos em que haja prejuízo aos jovens. Além reclusos em centros, o direito a desfrutar de
disso, os Estados deverão vigiar a aplicação atividades e programas úteis que sirvam
das Regras. para fomentar e garantir seu são
desenvolvimento e sua dignidade,
promover seu sentido de responsabilidade
8. As autoridades competentes procurarão, e fomentar, neles, atitudes e conhecimentos
a todo momento, que o público que ajudem a desenvolver suas
compreenda, cada vez mais, que o cuidado possibilidades como membros da
dos jovens detidos e sua preparação para a sociedade.
reintegração à sociedade constituem um
serviço social de grande importância e,
deverão ser adotadas medidas eficazes para 13. Por razão de sua situação, não se deverá
fomentar os contatos abertos entre os negar aos jovens privados de liberdade seus
jovens e a comunidade local. direitos civis, econômicos, políticos, sociais
ou culturais correspondentes, de acordo
com a legislação nacional ou internacional e
9. Nenhuma das disposições contidas nas que sejam compatíveis com a privação da
presentes regras deverá ser interpretada no liberdade, como, por exemplo, os direitos e
sentido de se excluir a aplicação dos prestações da previdência social, a
instrumentos e normas pertinentes das liberdade de associação e, ao alcançar a

950
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
idade mínima exigida associação pela lei, o
direito de contrair matrimônio. 18. As condições de detenção de um jovem
que não tenha sido julgado deverão ser
ajustadas às seguintes Regras e a outras
14. A proteção dos direitos individuais dos disposições concretas que sejam
jovens no que diz respeito, especialmente, à necessárias e apropriadas, dadas as
legalidade da execução das medidas de exigências da presunção de inocência, da
detenção, será garantida pela autoridade duração da detenção e da condição e
judicial competente, enquanto que os circunstâncias jurídicas dos jovens. Entre
objetivos de integração social deverão ser essas disposições, figurarão as seguintes,
garantidos por um órgão devidamente sem que esta enumeração tenha caráter
constituído que esteja autorizado a visitar limitativo:
os jovens e que não pertença à a) Os jovens terão direito à assessoria
administração do centro de detenção, jurídica e poderão solicitar assistência
através de inspeções regulares e outras jurídica gratuita, quando existente, e se
formas de controle. comunicar com seus assessores jurídicos.
Nessa comunicação, deverá ser respeitada a
15. As Regras presentes são aplicadas a intimidade e seu caráter confidencial.
todos os centros e estabelecimentos onde b) Deverá ter dada aos jovens a
haja jovens privados de liberdade. As Partes oportunidade de efetuar um trabalho
I, II, IV e V das Regras se aplicam a todos os remunerado e de continuar estudos ou
centros de estabelecimentos onde haja capacitação, mas não serão obrigados a isso.
jovens detidos, enquanto que a Parte III se Em nenhum caso será mantida a detenção
aplica a jovens sob detenção provisória ou por razões de trabalho, estudos ou
em espera de julgamento. capacitação.
c) Os jovens estarão autorizados a receber e
conservar materiais de entretenimento e
16. As Regras serão aplicadas no contexto recreio que sejam compatíveis com os
das condições econômicas, sociais e interesses da administração da justiça.
culturais predominantes em cada Estado
Membro.
IV. ADMINISTRAÇÃO DOS CENTROS DE
DETENÇÃO DE JOVENS
III. JOVENS DETIDOS OU EM PRISÃO
PREVENTIVA
A. Antecedentes

17. Supõem-se inocentes os jovens detidos


sob detenção provisória ou em espera de 19. todos os relatórios, incluídos os
julgamento ("prisão preventiva") e deverão registros jurídicos e médicos, as atas das
ser tratados como tais. Na medida do autuações disciplinares, assim como os
possível, deverá ser evitada, e limitada a demais documentos relacionados forma, o
circunstâncias excepcionais, a detenção conteúdo e os dados do tratamento,
antes da celebração do julgamento. Como deverão formar um expediente pessoal e
consequência, deverá ser feito todo o que deverá ser atualizado, acessível
possível para aplicar medidas substitutivas. somente a pessoas autorizadas e
Quando, apesar disso, recorrer-se à classificado de maneira que se torne
detenção preventiva, os tribunais de jovens facilmente compreensível. Sempre que
e os órgãos de investigação deverão dar possível, todo jovem terá direito a expor
máxima prioridade ao mais rápido objeções a qualquer fato ou opinião que
andamento possível do trâmite desses figure no seu de modo que se possa retificar
casos, para que a detenção seja a menor as afirmações inexatas, infundadas ou
possível. De todas as maneiras, os jovens injustas. Para o exercício deste direito, seria
detidos ou em espera de julgamento necessário estabelecer procedimentos que
deverão estar separados dos declarados permitissem ao jovem, ou a um terceiro
culpados. apropriado e independente, ter acesso ao

951
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
expediente e consultá-lo, se assim o compreender, junto à direção das
solicitar. À raiz de sua liberação, todo jovem autoridades competentes perante as quais
terá o direito de ter seu expediente extinto. podem formular queixas, assim como dos
organismos e organizações públicos ou
privados que prestem assistência jurídica.
20. Nenhum jovem poderá ser admitido Para os jovens analfabetos ou que não
num centro de detenção sem uma ordem de possam compreender o idioma de forma
internamento válida de uma autoridade escrita, a informação deve ser comunicada
judicial, administrativa de caráter público. de maneira que possa ser completamente
Os detalhes desta ordem deverão ser compreendida.
consignados, imediatamente, no registro.
Nenhum jovem será detido em nenhum
centro onde não exista esse registro. 25. Todos os jovens deverão ser ajudados a
compreender os regulamentos que regem a
organização interna do centro, os objetivos
B. Ingresso, registro, deslocamento a e metodologia do tratamento utilizado, as
mudança exigências e procedimentos disciplinares,
outros métodos utilizados para se obter
informação e formular queixas, e qualquer
21. Em todos os lugares onde haja jovens outra questão que facilite a compreensão
detidos, deverá ser mantido um registro total de seus direitos e obrigações durante o
completo e confiável da seguinte internamente.
informação relativa a cada um dos jovens
admitidos:
a) dados relativos à identidade do jovem; 26. O transporte de jovens deverá ser
b) a causa da reclusão, assim como seus efetuado às custas da administração, em
motivos e autoridade que ordenou; veículos ventilados e iluminados, e em
c) o dia e a hora do ingresso, da mudança e condições que não tragam nenhum
da liberação; sofrimento físico ou moral. Os jovens não
d) detalhes da notificação de cada ingresso, serão enviados de um centro a outro,
mudança ou liberação do jovem aos pais e arbitrariamente.
tutores que estivessem responsáveis no
momento de ser internado;
e) detalhes sobre os problemas de saúde C. Classificação • destinação
física e mental conhecidos, incluído o uso
indevido de drogas e álcool.
27. Depois do ingresso, o jovem será
entrevistado o mais rápido possível e será
22. A informação, acima mencionada, preparado um relatório psicológico e social,
relativa ao ingresso, lugar de internação, onde existam os dados pertinentes ao tipo e
mudança e liberação, deverá ser notificada, nível concretos de tratamento e programa
sem demora, aos pais e tutores ou ao que o jovem requer. Este relatório, junto
parente mais próximo do jovem. com outro preparado pelo funcionário
médico que recebeu o jovem no momento
do ingresso, deverá ser apresentado ao
23. Após o ingresso, e o mais rápido diretor para se decidir o lugar mais
possível, serão preparados e apresentados à adequado para a instalação do jovem no
direção relatórios completos e demais centro e determinar o tipo e o nível
informações pertinentes sobre a situação necessários de tratamento e de programa
pessoal e circunstâncias de cada jovem. que deverão ser aplicados.

24. No momento do ingresso, todos os 28. A detenção de jovens só será feita em


jovens deverão receber uma cópia do condições que levem em conta, plenamente,
regulamento que rege o centro de detenção suas necessidades e situações concretas,
e uma descrição completa de seus direitos e assim como os requisitos especiais que
obrigações num idioma que possam exijam sua idade, personalidade, sexo e tipo

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de delito, e sua saúde física e mental, e que participação em atividades esportivas,
garantam sua proteção contra influências exercícios físicos e atividades de
nocivas e situações de risco. O critério entretenimento. O desenho e a estrutura
principal para separar os diversos grupos dos centros de detenção para jovens
de jovens privados de liberdade deverá ser deverão ser tais que reduzam ao mínimo o
o tipo de assistência que melhor se adapte perigo de incêndio e garantam uma
às necessidades concretas dos interessados evacuação segura dos locais. Deverá ser
e a proteção de seu bem-estar e integridade feito um sistema eficaz de alarme para caso
física, mental e moral. de incêndio, assim como procedimentos
estabelecidos e devidamente ensaiados que
garantam a segurança dos jovens. Os
29. Em todos os centros, os jovens deverão centros de detenção não estarão localizados
estar separados dos adultos, a não ser que em zonas de conhecidos riscos para a saúde
sejam da mesma família. Em condições de ou onde existam outros perigos.
supervisão, será possível reunir os jovens
com adultos cuidadosamente selecionados,
no marco de um programa especial, cuja 33. Os dormitórios deverão ser,
utilidade para os jovens interessados tenha normalmente, para pequenos grupos ou
sido demonstrada de forma incontestável. individuais, tendo presentes os costumes
locais. O isolamento em celas individuais
durante a noite, só poderá ser imposto em
30. Devem ser organizados centros de casos excepcionais e unicamente pelo
detenção abertos para jovens. entende-se menor espaço de tempo possível. Durante a
por centros de detenção abertos aqueles noite, todas as zonas destinadas a
onde as medidas de segurança são escassas dormitórios, inclusive as habitações
ou nulas. A população desses centros de individuais e os dormitórios coletivos,
detenção deverá ser a mais pequena deverão ter uma vigilância regular e
possível. O número de jovens internados em discreta para assegurar a proteção de cada
centros fechados deverá ser também jovem. Cada jovem terá, segundo os
suficientemente pequeno para que o costumes locais ou nacionais, roupa de
tratamento possa ter caráter individual. Os cama individual suficiente, que deverá ser
centros de detenção para jovens deverão entregue limpa, mantida em bom estado e
estar descentralizados e ter um tamanho trocada regulamentar por motivo de asseio.
que facilite o acesso das famílias dos jovens
e seu contato com elas. Será conveniente
estabelecer pequenos centros de detenção e 34. As instalações sanitárias deverão ser de
integrá-los ao contexto social, econômico e um nível adequado e estar localizadas de
cultural da comunidade. maneira que o jovem possa satisfazer suas
necessidades físicas na intimidade e de
forma asseada e decente.
D. Ambiente físico • alojamento
35. A posse de objetos pessoais é um
31. Os jovens privados de liberdade terão elemento fundamental do direito à
direito a contar com locais e serviços que intimidade e é indispensável para o bem-
satisfaçam a todas as exigências da higiene estar psicológico do jovem. O direito de todo
e da dignidade humana. jovem possuir objetos pessoais e dispor
lugares seguros para guardá-los deverá ser
reconhecido e respeitado plenamente. Os
32. O desenho dos centros de detenção para objetos pessoais que o jovem decida não
jovens e o ambiente físico deverão conservar ou que sejam confiscados
corresponder a sua finalidade, ou seja, a deverão ser depositados em lugar seguro, e
reabilitação dos jovens internados, em se fará um inventário dos mesmos, assinado
tratamento, levando devidamente em conta pelo jovem. Serão tomadas medidas
a sua necessidade de intimidade, de necessárias para que tais objetos sejam
estímulos sensoriais, de possibilidades de conservados em bom estado. Todos os
associação com seus companheiros e de artigos, assim como também o dinheiro,

953
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
deverão ser restituídos ao jovem em
liberdade, salvo o dinheiro autorizado ou os 39. Os jovens que já tenham ultrapassado a
objetos que tenha enviado ao exterior. Se o idade de escolaridade obrigatória que
jovem recebe remédios ou se é descoberto desejem continuar seus estudos deverão ser
que ele os tem, o médico deverá decidir autorizados e incentivados nesse sentido, e
sobre seu uso. deverá ser feito todo o possível para que
tenham acesso a programas de ensino
adequados.
36. Na medida do possível, os jovens terão
direito a usar sua próprias roupas. Os
centros de detenção cuidarão para que 40. Os diplomas ou certificados de estudos
todos os jovens tenham roupas pessoais outorgados aos jovens durante sua
apropriadas ao clima e suficientes para detenção não deverão indicar, de modo
mantê-los em boa saúde. Tais roupas não algum, que os jovens tenham estado
deverão ser, de modo algum, degradantes detidos.
ou humilhantes. Os jovens que saiam do
centro, ou aqueles abandoná-lo por
qualquer motivo, poderão usar suas 41. Todo centro de detenção deverá
próprias roupas. facilitar o acesso dos jovens a uma
biblioteca bem provida de livros e jornais
instrutivos e recreativos que sejam
37. Todos os centros de detenção devem adequados, e deverá ser estimulada e
garantir que todo o jovem terá uma permitida a utilização, ao máximo, dos
alimentação adequadamente preparada e serviços da biblioteca.
servida nas horas habituais, em qualidade e
quantidade que satisfaçam as normas da
dietética, da higiene e da saúde e, na medida 42. Todo jovem terá direito a receber
do possível, as exigências religiosas e formação para exercer uma profissão que o
culturais. Todo jovem deverá ter, a todo prepare para um futuro emprego.
momento, água limpa e potável.
43. Os jovens poderão optar pela classe de
trabalho que desejem realizar, levando
E. Educação, formação profissional • devidamente em conta uma seleção
trabalho profissional racional e as exigências da
administração do estabelecimento.
38. Todo jovem em idade de escolaridade
obrigatória terá o direito de receber um 44. Todas as normas racionais e
ensino adaptado as suas idades e internacionais de proteção aplicadas ao
capacidades e destinado a prepará-lo para trabalho da criança e aos trabalhadores
sua reintegração na sociedade. Sempre que jovens deverão ser aplicadas aos jovens
possível, este ensino deverá ser feito fora do privados de liberdade.
estabelecimento, em escolas da
comunidade e, em qualquer caso, a cargo de
professores competentes, através de 45. sempre que possível, deverá ser dada
programas integrados ao sistema de ensino aos jovens a oportunidade de realizar um
público para que, quando sejam postos em trabalho remunerado e, se for factível, no
liberdade, os jovens possam continuar seus âmbito da comunidade local, que
estudos sem dificuldade. A administração complemente a formação profissional
dos estabelecimentos deverá prestar realizada, com o objetivo de aumentar a
atenção especial ao ensino dos jovens de possibilidade de que encontrem um
origem estrangeira ou com necessidades trabalho conveniente quando se
culturais ou étnicas particulares. Os jovens reintegrarem às suas comunidades. O tipo
analfabetos ou que apresentem problemas de trabalho deverá ser tal que proporcione
cognitivos ou de aprendizagem terão uma formação adequada, produtiva para os
direito a receber um ensino especial. jovens depois de sua liberação. A
organização e os métodos de trabalho

954
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
regentes nos centros de detenção deverão de culto e de instrução religiosa de seu
ser semelhantes, o mais possível, aos que credo. Se no centro de detenção houver um
são aplicados em um trabalho similar na número suficiente de jovens que professam
comunidade, para que os jovens fiquem uma determinada religião, deverá ser
preparados para as condições de trabalho nomeado ou admitir-se-á um ou mais
normais. representantes autorizados desse culto que
poderão organizar, periodicamente, cultos
religiosos e efetuar visitas pastorais
46. Todo jovem que efetue um trabalho terá particulares aos jovens de sua religião. Todo
direito a uma remuneração justa. interesse jovem terá o direito de receber visitas de
dos jovens e de sua formação profissional um representante qualificado de qualquer
não deve ser subordinado ao propósito de religião legalmente reconhecida como de
realizar benefícios para o centro de sua escolha, de não participar de cultos
detenção ou para um terceiro. Uma parte da religiosos e de recusar livremente o ensino,
remuneração do jovem deverá ser a assessoria e a doutrinação religiosa.
reservada para constituir um fundo, que lhe
será entregue quando posto em liberdade. O H. Detenção médica
jovem deverá ter o direito de utilizar o
restante dessa remuneração para adquirir
objetos de uso pessoal, indenizar a vítima 49. Todo jovem deverá receber atenção
prejudicada pelo seu delito, ou enviar à médica adequada, tanto preventiva como
família ou a outras pessoas fora do centro. corretiva, incluída a atenção odontológica,
oftalmológica e de saúde mental, assim
como os produtos farmacêuticos e dietas
especiais que tenham sido receitados pelo
F. Atividades recreativas médico. Normalmente, toda esta atenção
médica deverá ser prestada aos jovens
47. Todo jovem deverá dispor, diariamente, reclusos através dos serviços e instalações
de tempo disponível para praticar sanitários apropriados da comunidade
exercícios físicos ao ar livre, se o tempo onde esteja localizado o centro de detenção,
permitir, durante o qual se proporcionará com o objetivo de evitar que se estigmatize
normalmente uma educação recreativa e o jovem e de promover sua dignidade
física adequada. Para tais atividades, serão pessoal e sua integração à comunidade.
colocados à sua disposição terreno
suficiente, instalações e equipamentos 50. Todo jovem terá o direito a ser
necessários. Todo jovem deverá dispor, examinado por um médico, imediatamente
diariamente, de tempo adicional para depois de seu ingresso em um centro de
atividades de entretenimento, parte das jovens, com o objetivo de se constatar
quais deverão ser dedicadas, se o jovem qualquer prova de maus-tratos anteriores e
assim o desejar, a desenvolver aptidões nas verificar qualquer estado físico ou mental
artes. O centro de detenção deverá verificar que requeira atenção médica.
se todo jovem é fisicamente apto para
participar dos programas de educação física
disponíveis. Deverá ser oferecida educação 51. Os serviços médicos à disposição dos
física corretiva e terapêutica, sob jovens deverão tratar de detectar e cuidar
supervisão médica, aos jovens necessitados. de toda doença física ou mental, todo uso
indevido de substância e qualquer outro
estado que possa constituir um obstáculo
G. Religião para a integração do jovem na sociedade.
Todo centro de detenção de jovens deverá
ter acesso imediato a instalações e
48. Todo jovem terá o direito de cumprir os equipamento médicos adequados que
preceitos de sua religião, participar dos tenham relação com o número e as
cultos ou reuniões organizados no necessidades de seus residentes, assim
estabelecimento ou celebrar seus próprios como a pessoal capacitado em saúde
cultos e ter em seu poder livros ou objetos preventiva em tratamento de urgências

955
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
médicas. Todo jovem que esteja doente,
apresente sintomas de dificuldades físicas 56. A família ou o tutor de um jovem, ou
ou mentais ou se queixe de doença, deverá qualquer outra pessoa designada pelo
ser examinado rapidamente por um mesmo, têm o direito de serem informados,
funcionário médico. caso solicitem, sobre o estado do jovem e
qualquer mudança que aconteça nesse
sentido. Em caso de falecimento, requeira o
52. Todo funcionário médico que tenha envio do jovem a um centro médico fora do
razões para estimar que a saúde física ou centro ou um estado que exija tratamento
mental de tenha sido afetada, ou possa vir a por mais de 48 horas no serviço clínico do
ser, pela prolongada reclusão, greve de centro de detenção, o diretor do centro
fome ou qualquer circunstância da reclusão, deverá avisar, imediatamente, à família, ao
deverá comunicar este imediatamente ao tutor ou a qualquer outra pessoa designada
diretor do estabelecimento e a autoridade pelo jovem.
independente responsável pelo bem-estar
do jovem.
57. em caso de falecimento de um jovem
durante o período de privação de liberdade,
53. todo jovem que sofra de uma doença o parente mais próximo terá o direito de
deverá receber tratamento numa examinar a certidão de óbito, de ver o
instituição especializada, sob supervisão cadáver e de decidir seu destino. Em caso de
médica independente. Serão adotadas falecimento de um jovem durante sua
medidas, de acordo com organismos detenção, deverá ser feita uma pesquisa
competentes, para que, caso seja independente sobre as causas da morte,
necessário, possa continuar o tratamento cujas conclusões deverão ficar à disposição
sanitário mental depois da liberação. do parente mais próximo. Tal pesquisa
deverá ser feita quando a morte do jovem
54. Os centros de detenção deverão ocorrer dentro dos seis meses seguintes à
organizar programas de prevenção do uso data de sua liberação, e quando houver
indevido de drogas e de reabilitação, suspeita de que a morte tem relação com o
administrados por pessoal qualificado. período de reclusão.
Estes programas deverão ser adaptados à
idade, sexo e a outras circunstâncias dos 58. O jovem deverá ser informado,
jovens interessados, e deverão ser imediatamente, da morte ou da doença ou
oferecidos serviços de desintoxicação, de um acidente grave com um familiar e
dotados de pessoal qualificado, aos jovens poderá ir ao enterro ou, em caso de doença
toxicômanos ou alcoólatras. grave de um parente, ir visitar o enfermo.

55. Somente serão receitados remédios


para um necessário ou por razões médicas J. Contatos com a comunidade em geral
e, possível, depois do consentimento do
jovem. Em particular, nunca serão
receitados para se obter informação ou 59. Deverão ser utilizados todos os meios
confissão, nem como castigo reprimir o para garantir uma comunicação adequada
jovem. Os jovens nunca serão objeto para dos jovens com o mundo exterior,
experimentar o emprego de tratamentos. O comunicação esta que é parte integrante do
uso de qualquer remédio sempre ser direito a um tratamento justo e humanitário
autorizado e efetuado pelo médico e é indispensável para a reintegração dos
qualificado. jovens à sociedade. Deverá ser permitida
aos jovens a comunicação com seus
familiares, seus amigos e outras pessoas ou
representantes de organizações
I. Verificação da doença, de acidente e prestigiosas do exterior; sair dos centros de
morte detenção para visitar seu lar e sua família e
obter permissão especial para sair do

956
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
estabelecimento por motivos educativos, deverão causar lesão, dor, humilhação, nem
profissionais ou outras razões importantes. degradação, e deverão ser usados de forma
Em caso de o jovem estar cumprindo uma restrita e pelo menor período de tempo
pena, o tempo passado fora do possível. Por ordem do diretor da
estabelecimento deverá ser contado como administração, estes instrumentos poderão
parte do período de cumprimento da ser utilizados para impedir que o menor
sentença. prejudique a outros ou a si mesmo ou cause
sérios danos materiais. Nesse caso, o diretor
deverá consultar, imediatamente, o pessoal
60. Todo jovem deverá ter o direito de médico e outro pessoal competente e
receber visitas regulares e frequentes, a informar à autoridade administrativa
princípio uma vez por semana e, pelo superior.
menos, uma vez por mês, em condições que
respeitem a necessidade de intimidade do
jovem, o contato e a comunicação, sem 65. Em todo centro onde haja jovens
restrições, com a família e com o advogado detidos, deverá ser proibido o porte e o uso
de defesa. de armas por parte dos funcionários.

61. Todo jovem terá o direito de se


comunicar por escrito ou por telefone, pelo
menos duas vezes por semana, com a
pessoa de sua escolha, salvo se, legalmente,
não puder fazer uso desse direito, e deverá L. Procedimentos disciplinares
receber a assistência necessária para que
possa exercer eficazmente esse direito.
66. Todas as medidas e procedimentos
Todo jovem terá o direito a receber toda a disciplinares Deverão contribuir para a
correspondência a ele dirigida.
segurança e para uma vida comunitária
ordenada e ser compatíveis com o respeito
62. Os jovens deverão ter a oportunidade à dignidade inerente do jovem e com o
de se informar, periodicamente, os objetivo fundamental do tratamento
acontecimentos através de jornais, revistas institucional, ou seja, infundir um
ou outras publicações, programas de rádio, sentimento de justiça e de respeito por si
televisão e cinema, como também através mesmo e pelos direitos fundamentais de
de visitas dos representantes de qualquer toda pessoa.
clube ou organização de caráter legal que o
jovem esteja interessado.
67. Todas as medidas disciplinares que
sejam cruéis, desumanas ou degradantes,
estarão estritamente proibidas, incluídos os
K. Limitações da coerção física • uso da castigos corporais, o recolhimento em cela
força escura e as penalidades de isolamento ou de
solitária, assim como qualquer outro
63. uso de instrumentos de coerção e a castigo que possa pôr em perigo a saúde
força, com qualquer fim, deverá ser física ou mental do menor. A redução de
proibido, salvo nos casos estabelecidos no alimentos e a restrição ou proibição de
Artigo contato com familiares estarão proibidas,
seja qual for a finalidade. O trabalho será
63. considerado, sempre, um instrumento de
64. Somente em casos excepcionais se educação e um meio de promover o respeito
poderá usar a força ou instrumentos de próprio do jovem, como preparação para
coerção, quando todos os demais meios de sua reintegração à comunidade, e nunca
controle tenham esgotado e fracassado, e deverá ser imposto como castigo
apenas pela forma expressamente disciplinar. Nenhum jovem poderá ser
autorizada e descrita por uma lei ou castigado mais de uma vez pela mesma
regulamento. Esses instrumentos não

957
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
infração. Os castigos coletivos devem ser prévio aviso, por iniciativa própria e gozar
proibidos. de plenas garantias de independência no
exercício desta função. Os inspetores
deverão ter acesso, sem restrição, a todas as
68. As leis ou regulamentos aprovados pela pessoas empregadas ou que trabalhem nos
autoridade administrativa competente estabelecimentos ou instalações onde haja,
deverão estabelecer normas relativas aos ou possa haver, jovens privados de
seguintes pontos, levando-se em conta as liberdade, e a todos os jovens e a toda a
características, necessidades e direitos documentação dos estabelecimentos.
fundamentais do jovem:
a) a conduta que seja uma infração
disciplinar; 73. Nas inspeções, deverão participar
b) o caráter e a depuração dos castigos funcionários médicos especializados,
disciplinares que podem ser aplicados; adscritos à entidade inspetora ou a serviço
c) a autoridade competente para impor da saúde pública, os quais deverão avaliar o
estes castigos; cumprimento das regras relativas ao
d) a autoridade competente no grau de ambiente físico, à higiene, ao alojamento, à
apelação. comida, ao exercício e aos serviços médicos,
assim como a quaisquer outros aspectos ou
condições da vida do centro que afetem a
69. Um relatório de má conduta deverá ser saúde física e mental dos jovens. Todos os
apresentado, imediatamente, à autoridade jovens terão direito a falar
com que deverá decidir a respeito, sem confidencialmente com os inspetores.
delongas injustificadas. A autoridade
competente deverá examinar o caso com
cuidado. 74. Terminada a inspeção, o inspetor
deverá apresentar um relatório com suas
conclusões. Este relatório incluirá uma
70. Um castigo disciplinar só será imposto a avaliação da forma como o centro de
um jovem se estiver estritamente de acordo detenção observa as presentes Regras e
com o disposto nas leis ou regulamentos em disposições pertinentes da legislação
vigor. Nenhum jovem será castigado sem nacional, assim como recomendações sobre
que tenha sido devidamente informado da as medidas consideradas necessárias para
infração que o acusam, de maneira que garantir seu cumprimento. Todo ato
possa entender, e sem que tenha a descoberto por um inspetor, que indique
oportunidade de se defender, incluído o uma violação das disposições legais
direito apelar a uma autoridade competente relativas aos direitos dos jovens ou ao
imparcial. Deverá ser feita uma ata funcionamento do centro de detenção,
completa com todas as autuações deverá ser comunicado às autoridades
disciplinares. competentes para investigação e para que
se exija as responsabilidades
71. nenhum jovem deverá ter, a seu correspondentes.
encargo, funções disciplinares, salvo no que
se refere à supervisão de certas atividades 75. Todo jovem deverá ter a oportunidade
sociais, educativas ou esportivas de de apresentar, a todo momento, petições ou
autogestão. queixas ao diretor do estabelecimento ou a
seu representante autorizado.

M. Inspeção a reclamações
76. Todo jovem terá direito de enviar, pela
via prescrita e sem censura quanto ao
72. Os inspetores qualificados ou uma conteúdo, uma petição ou queixa à
entidade devidamente constituída, de nível administração central dos estabelecimentos
equivalente, que não pertençam à para jovens, à autoridade judicial ou a
administração do centro deverão ter a qualquer outra autoridade competente, e a
faculdade de efetuar visitas periódicas, sem ser informado, sem demora, da resposta.

958
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

77. Deverá se tentar criar um escritório 81. O pessoal deverá ser competente e
independente (ombudsman) encarregado contar com um número suficiente de
de receber e pesquisar as queixas especialistas, como educadores, instrutores
formuladas pelos jovens privados de sua profissionais, assessores, assistentes
liberdade e de ajudar na obtenção de sociais, psiquiatras e psicólogos.
soluções equitativas. Normalmente, estes funcionários e outros
especialistas deverão formar parte do
pessoal permanente, mas isso não excluirá
78. Para a formulação de uma queixa, todo os auxiliares de tempo parcial ou
jovem terá o direito de solicitar assistência voluntários, quando for apropriado, e
aos membros de sua família, a assessores trouxer benefícios ao estabelecimento. Os
jurídicos, a grupos humanitários ou outros, centros de detenção deverão aproveitar
quando possível. Será prestada assistência todas as possibilidades e modalidades de
aos jovens analfabetos, quando estes assistência corretiva, educativa, moral,
necessitem recorrer aos serviços de espiritual e de outra índole que estejam
organismos ou organizações públicas ou disponíveis na comunidade e que sejam
privadas, que oferecem assessoria jurídica idôneas, em função das necessidades e dos
ou que sejam competentes para receber problemas particulares dos jovens reclusos.
reclamações.

82. A administração deverá selecionar e


contratar, cuidadosamente, pessoal de
todas as classes e categorias, já que o bom
N. Reintegração na sociedade andamento dos centros de detenção
depende da integridade, atitude
humanitária, capacidade e competência dos
79. Todos os jovens deverão ser
funcionários para tratar os jovens, assim
beneficiados com medidas concebidas para
como os seus dotes pessoais para o
ajudar sua reintegração na sociedade, na
trabalho.
vida familiar, na educação ou no trabalho
depois de postos em liberdade. Para tal fim,
deverão ser estabelecidos certos 83. Para alcançar tais objetivos, deverão ser
procedimentos, inclusive a liberdade designados funcionários profissionais, com
antecipada, e cursos especiais. remuneração suficiente para atrair e reter
homens e mulheres capazes. Deverá ser
dado, a todo momento, estímulo aos
80. As autoridades competentes deverão
funcionários dos centros de detenção de
criar ou recorrer a serviços que ajudem a
reintegração dos jovens na sociedade, e jovens para que desempenhem suas
funções e obrigações profissionais de forma
contribuam para diminuir os preconceitos
humanitária, dedicada, profissional, justa e
existentes contra eles. Estes serviços, na
eficaz, comportem-se, a todo momento, de
medida do possível, deverão proporcionar
tal maneira que mereçam e obtenham o
alojamento, trabalho e roupas convenientes
ao jovem, assim como os meios necessários respeito dos jovens, e sejam, para estes, um
modelo e uma perspectiva positivos.
para sua subsistência depois de sua
liberação. Os representantes de organismos
que prestam estes serviços deverão ser 84. A administração deverá adotar formas
consultados, e terão acesso aos jovens de organização e de gestão que facilitem a
durante sua reclusão, com vistas à comunicação entre as diferentes categorias
assistência que possam prestar para sua de funcionários de cada centro de detenção,
reintegração na comunidade. para que seja intensificada a cooperação
entre os diversos serviços dedicados à
atenção de jovens, também entre o pessoal
O. Funcionários e a administração, com vistas a conseguir
que o pessoal em contato direto com os
jovens possa atuar em condições que

959
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
favoreçam o desempenho eficaz de suas ou medida corretiva ou disciplinar severa,
tarefas. cruel, desumana ou degradante, sob
nenhum pretexto ou circunstância de
qualquer tipo;
85. O pessoal deverá receber uma formação b) todo o pessoal deverá impedir e
que permita o desempenho eficaz de suas combater, severamente, todo ato de
funções, particularmente a capacitação em corrupção, comunicando-o, sem demora, às
psicologia infantil, proteção da infância e autoridades competentes;
critérios e normas internacionais de c) todo o pessoal deverá respeitar estas
direitos humanos e direitos da criança, Regras. Quando tiverem motivos para
incluídas as presentes Regras. O pessoal suspeitar que estas Regras foram
deverá manter e aperfeiçoar seus gravemente violadas, ou possam vir a ser,
conhecimentos e capacidade profissional, deverão comunicar as suas autoridades
comparecendo a cursos de formação no superiores ou órgãos competentes com
serviço, que serão organizados, responsabilidade para supervisionar ou
periodicamente. remediar a situação;
d) todo o pessoal deverá velar pela total
86. O diretor do centro deverá estar proteção da saúde física e mental dos
devidamente Qualificado para sua função, jovens, incluída a proteção contra a
por sua capacidade administrativa, por uma exploração e maus tratos físicos, sexuais e
formação adequada e por sua experiência efetivos e deverá adotar, com urgência,
na matéria, e deverá dispor de todo o seu medidas para que recebam atenção médica,
tempo para a sua função oficial. sempre que necessário;
e) todo o pessoal deverá respeitar o direito
dos jovens à intimidade e deverá respeitar,
87. No desempenho de suas funções, o em particular, todas as questões
pessoal dos centros de detenção Deverá confidenciais relativas aos jovens ou às suas
respeitar e proteger a dignidade e os famílias que cheguem a conhecer no
direitos humanos fundamentais de todos os exercício de sua atividade profissional;
jovens, especialmente: f) todo o pessoal deverá reduzir, ao mínimo,
a) nenhum membro do pessoal do centro de as diferenças entre a vida dentro e fora do
detenção ou da instituição deverá infligir, centro de detenção que tendam a diminuir
instigar ou tolerar nenhum ato de tortura, o devido respeito à dignidade dos jovens
nem forma alguma de tratamento, castigo como seres humanos.

960
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO VIII:
DIREITOS DO
IDOSO

961
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Estatuto do Idoso

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA IV – viabilização de formas alternativas


Faço saber que o Congresso Nacional de participação, ocupação e convívio do
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: idoso com as demais gerações;

TÍTULO I V – priorização do atendimento do


Disposições Preliminares idoso por sua própria família, em detrimento
do atendimento asilar, exceto dos que não a
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, possuam ou careçam de condições de
destinado a regular os direitos assegurados manutenção da própria sobrevivência;
às pessoas com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. VI – capacitação e reciclagem dos
recursos humanos nas áreas de geriatria e
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos gerontologia e na prestação de serviços aos
fundamentais inerentes à pessoa humana, idosos;
sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou VII – estabelecimento de mecanismos
por outros meios, todas as oportunidades e que favoreçam a divulgação de informações
facilidades, para preservação de sua saúde de caráter educativo sobre os aspectos
física e mental e seu aperfeiçoamento biopsicossociais de envelhecimento;
moral, intelectual, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade. VIII – garantia de acesso à rede de
serviços de saúde e de assistência social
Art. 3o É obrigação da família, da locais.
comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta IX – prioridade no recebimento da
prioridade, a efetivação do direito à vida, à restituição do Imposto de Renda. (Incluído
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, pela Lei nº 11.765, de 2008).
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada
respeito e à convivência familiar e
prioridade especial aos maiores de oitenta
comunitária.
anos, atendendo-se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação aos
§ 1º A garantia de prioridade demais idosos. (Incluído pela Lei nº
compreende: (Redação dada pela Lei nº 13.466, de 2017)
13.466, de 2017)
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de
I – atendimento preferencial imediato e qualquer tipo de negligência, discriminação,
individualizado junto aos órgãos públicos e violência, crueldade ou opressão, e todo
privados prestadores de serviços à atentado aos seus direitos, por ação ou
população; omissão, será punido na forma da lei.

II – preferência na formulação e na § 1o É dever de todos prevenir a


execução de políticas sociais públicas ameaça ou violação aos direitos do idoso.
específicas;
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei
III – destinação privilegiada de recursos não excluem da prevenção outras
públicos nas áreas relacionadas com a decorrentes dos princípios por ela adotados.
proteção ao idoso;

962
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 5o A inobservância das normas de IV – prática de esportes e de diversões;
prevenção importará em responsabilidade à
pessoa física ou jurídica nos termos da lei. V – participação na vida familiar e
comunitária;
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de
comunicar à autoridade competente VI – participação na vida política, na
qualquer forma de violação a esta Lei que forma da lei;
tenha testemunhado ou de que tenha
conhecimento. VII – faculdade de buscar refúgio,
auxílio e orientação.
Art. 7o Os Conselhos Nacional,
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais § 2o O direito ao respeito consiste na
do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de inviolabilidade da integridade física,
janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento
psíquica e moral, abrangendo a
dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos
TÍTULO II espaços e dos objetos pessoais.
Dos Direitos Fundamentais
§ 3o É dever de todos zelar pela
CAPÍTULO I dignidade do idoso, colocando-o a salvo de
Do Direito à Vida qualquer tratamento desumano, violento,
aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 8o O envelhecimento é um direito
personalíssimo e a sua proteção um direito CAPÍTULO III
social, nos termos desta Lei e da legislação Dos Alimentos
vigente.
Art. 11. Os alimentos serão prestados
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à ao idoso na forma da lei civil.
pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,
mediante efetivação de políticas sociais
Art. 12. A obrigação alimentar é
públicas que permitam um envelhecimento solidária, podendo o idoso optar entre os
saudável e em condições de dignidade. prestadores.

CAPÍTULO II
Art. 13. As transações relativas a
alimentos poderão ser celebradas perante o
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Promotor de Justiça ou Defensor Público,
Dignidade que as referendará, e passarão a ter efeito
de título executivo extrajudicial nos termos
Art. 10. É obrigação do Estado e da da lei processual civil. (Redação dada pela
sociedade, assegurar à pessoa idosa a Lei nº 11.737, de 2008)
liberdade, o respeito e a dignidade, como
pessoa humana e sujeito de direitos civis, Art. 14. Se o idoso ou seus familiares
políticos, individuais e sociais, garantidos na não possuírem condições econômicas de
Constituição e nas leis. prover o seu sustento, impõe-se ao Poder
Público esse provimento, no âmbito da
§ 1o O direito à liberdade compreende, assistência social.
entre outros, os seguintes aspectos:
CAPÍTULO IV
I – faculdade de ir, vir e estar nos Do Direito à Saúde
logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições Art. 15. É assegurada a atenção
legais; integral à saúde do idoso, por intermédio do
Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-
II – opinião e expressão; lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e
III – crença e culto religioso; serviços, para a prevenção, promoção,
proteção e recuperação da saúde, incluindo

963
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
a atenção especial às doenças que afetam II - quando de interesse do próprio
preferencialmente os idosos. idoso, este se fará representar por
procurador legalmente
§ 1o A prevenção e a manutenção da constituído. (Incluído pela Lei nº 12.896,
saúde do idoso serão efetivadas por meio de 2013)
de:
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o
atendimento domiciliar pela perícia médica
I – cadastramento da população idosa
do Instituto Nacional do Seguro Social -
em base territorial;
INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo
serviço privado de saúde, contratado ou
II – atendimento geriátrico e conveniado, que integre o Sistema Único de
gerontológico em ambulatórios; Saúde - SUS, para expedição do laudo de
saúde necessário ao exercício de seus
III – unidades geriátricas de referência, direitos sociais e de isenção
com pessoal especializado nas áreas de tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896,
geriatria e gerontologia social; de 2013)

IV – atendimento domiciliar, incluindo a § 7º Em todo atendimento de saúde,


internação, para a população que dele os maiores de oitenta anos terão preferência
necessitar e esteja impossibilitada de se especial sobre os demais idosos, exceto em
locomover, inclusive para idosos abrigados caso de emergência. (Incluído pela Lei nº
e acolhidos por instituições públicas, 13.466, de 2017).
filantrópicas ou sem fins lucrativos e
eventualmente conveniadas com o Poder Art. 16. Ao idoso internado ou em
Público, nos meios urbano e rural; observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde
V – reabilitação orientada pela geriatria proporcionar as condições adequadas para
e gerontologia, para redução das seqüelas a sua permanência em tempo integral,
decorrentes do agravo da saúde. segundo o critério médico.

§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer Parágrafo único. Caberá ao


aos idosos, gratuitamente, medicamentos, profissional de saúde responsável pelo
especialmente os de uso continuado, assim tratamento conceder autorização para o
como próteses, órteses e outros recursos acompanhamento do idoso ou, no caso de
relativos ao tratamento, habilitação ou impossibilidade, justificá-la por escrito.
reabilitação.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio
§ 3o É vedada a discriminação do idoso de suas faculdades mentais é assegurado o
nos planos de saúde pela cobrança de direito de optar pelo tratamento de saúde
valores diferenciados em razão da idade. que lhe for reputado mais favorável.

§ 4o Os idosos portadores de Parágrafo único. Não estando o idoso


deficiência ou com limitação incapacitante em condições de proceder à opção, esta
terão atendimento especializado, nos será feita:
termos da lei.
I – pelo curador, quando o idoso for
§ 5o É vedado exigir o comparecimento interditado;
do idoso enfermo perante os órgãos
públicos, hipótese na qual será admitido o II – pelos familiares, quando o idoso
seguinte procedimento: (Incluído pela não tiver curador ou este não puder ser
Lei nº 12.896, de 2013) contactado em tempo hábil;

I - quando de interesse do poder III – pelo médico, quando ocorrer


público, o agente promoverá o contato iminente risco de vida e não houver tempo
necessário com o idoso em sua residência; hábil para consulta a curador ou familiar;
ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de
2013)

964
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IV – pelo próprio médico, quando não educação, adequando currículos,
houver curador ou familiar conhecido, caso metodologias e material didático aos
em que deverá comunicar o fato ao programas educacionais a ele destinados.
Ministério Público.
§ 1o Os cursos especiais para idosos
Art. 18. As instituições de saúde devem incluirão conteúdo relativo às técnicas de
atender aos critérios mínimos para o comunicação, computação e demais
atendimento às necessidades do idoso, avanços tecnológicos, para sua integração à
promovendo o treinamento e a capacitação vida moderna.
dos profissionais, assim como orientação a
cuidadores familiares e grupos de auto- § 2o Os idosos participarão das
ajuda. comemorações de caráter cívico ou cultural,
para transmissão de conhecimentos e
Art. 19. Os casos de suspeita ou vivências às demais gerações, no sentido da
confirmação de violência praticada contra preservação da memória e da identidade
idosos serão objeto de notificação culturais.
compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, Art. 22. Nos currículos mínimos dos
bem como serão obrigatoriamente diversos níveis de ensino formal serão
comunicados por eles a quaisquer dos inseridos conteúdos voltados ao processo
seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei de envelhecimento, ao respeito e à
nº 12.461, de 2011) valorização do idoso, de forma a eliminar o
preconceito e a produzir conhecimentos
I – autoridade policial; sobre a matéria.

II – Ministério Público; Art. 23. A participação dos idosos em


atividades culturais e de lazer será
III – Conselho Municipal do Idoso; proporcionada mediante descontos de pelo
menos 50% (cinqüenta por cento) nos
ingressos para eventos artísticos, culturais,
IV – Conselho Estadual do Idoso;
esportivos e de lazer, bem como o acesso
preferencial aos respectivos locais.
V – Conselho Nacional do Idoso.
Art. 24. Os meios de comunicação
§ 1o Para os efeitos desta Lei, manterão espaços ou horários especiais
considera-se violência contra o idoso voltados aos idosos, com finalidade
qualquer ação ou omissão praticada em informativa, educativa, artística e cultural, e
local público ou privado que lhe cause ao público sobre o processo de
morte, dano ou sofrimento físico ou envelhecimento.
psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de
2011)
Art. 25. As instituições de educação
superior ofertarão às pessoas idosas, na
§ 2o Aplica-se, no que couber, à perspectiva da educação ao longo da vida,
notificação compulsória prevista no caput cursos e programas de extensão,
deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de presenciais ou a distância, constituídos por
30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº atividades formais e não formais. (Redação
12.461, de 2011) dada pela lei nº 13.535, de 2017)

CAPÍTULO V Parágrafo único. O poder público


Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a
Art. 20. O idoso tem direito a educação, publicação de livros e periódicos, de
cultura, esporte, lazer, diversões, conteúdo e padrão editorial adequados ao
espetáculos, produtos e serviços que idoso, que facilitem a leitura, considerada a
respeitem sua peculiar condição de idade. natural redução da capacidade
visual. (Incluído pela lei nº 13.535, de
Art. 21. O Poder Público criará 2017)
oportunidades de acesso do idoso à

965
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
CAPÍTULO VI Art. 30. A perda da condição de
Da Profissionalização e do Trabalho segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade,
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício desde que a pessoa conte com, no mínimo,
de atividade profissional, respeitadas suas o tempo de contribuição correspondente ao
condições físicas, intelectuais e psíquicas. exigido para efeito de carência na data de
requerimento do benefício.
Art. 27. Na admissão do idoso em
qualquer trabalho ou emprego, é vedada a Parágrafo único. O cálculo do valor do
discriminação e a fixação de limite máximo benefício previsto no caput observará o
de idade, inclusive para concursos, disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei no
ressalvados os casos em que a natureza do 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não
cargo o exigir. havendo salários-de-contribuição recolhidos
a partir da competência de julho de 1994, o
Parágrafo único. O primeiro critério de disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
desempate em concurso público será a
idade, dando-se preferência ao de idade Art. 31. O pagamento de parcelas
mais elevada. relativas a benefícios, efetuado com atraso
por responsabilidade da Previdência Social,
será atualizado pelo mesmo índice utilizado
Art. 28. O Poder Público criará e
para os reajustamentos dos benefícios do
estimulará programas de:
Regime Geral de Previdência Social,
verificado no período compreendido entre o
I – profissionalização especializada mês que deveria ter sido pago e o mês do
para os idosos, aproveitando seus efetivo pagamento.
potenciais e habilidades para atividades
regulares e remuneradas;
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o
de Maio, é a data-base dos aposentados e
II – preparação dos trabalhadores para pensionistas.
a aposentadoria, com antecedência mínima
de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos
CAPÍTULO VIII
projetos sociais, conforme seus interesses,
Da Assistência Social
e de esclarecimento sobre os direitos sociais
e de cidadania;
Art. 33. A assistência social aos idosos
será prestada, de forma articulada,
III – estímulo às empresas privadas
conforme os princípios e diretrizes previstos
para admissão de idosos ao trabalho.
na Lei Orgânica da Assistência Social, na
Política Nacional do Idoso, no Sistema
CAPÍTULO VII Único de Saúde e demais normas
Da Previdência Social pertinentes.

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria Art. 34. Aos idosos, a partir de 65


e pensão do Regime Geral da Previdência (sessenta e cinco) anos, que não possuam
Social observarão, na sua concessão, meios para prover sua subsistência, nem de
critérios de cálculo que preservem o valor tê-la provida por sua família, é assegurado o
real dos salários sobre os quais incidiram benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo,
contribuição, nos termos da legislação nos termos da Lei Orgânica da Assistência
vigente. Social – Loas. (Vide Decreto nº 6.214,
de 2007)
Parágrafo único. Os valores dos
benefícios em manutenção serão Parágrafo único. O benefício já
reajustados na mesma data de reajuste do concedido a qualquer membro da família
salário-mínimo, pro rata, de acordo com nos termos do caput não será computado
suas respectivas datas de início ou do seu para os fins do cálculo da renda familiar per
último reajustamento, com base em capita a que se refere a Loas.
percentual definido em regulamento,
observados os critérios estabelecidos pela
Art. 35. Todas as entidades de longa
Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.
permanência, ou casa-lar, são obrigadas a

966
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
firmar contrato de prestação de serviços Art. 38. Nos programas habitacionais,
com a pessoa idosa abrigada. públicos ou subsidiados com recursos
públicos, o idoso goza de prioridade na
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, aquisição de imóvel para moradia própria,
ou casa-lar, é facultada a cobrança de observado o seguinte:
participação do idoso no custeio da
entidade. I - reserva de pelo menos 3% (três por
cento) das unidades habitacionais
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou residenciais para atendimento aos
o Conselho Municipal da Assistência Social idosos; (Redação dada pela Lei nº
estabelecerá a forma de participação 12.418, de 2011)
prevista no § 1o, que não poderá exceder a
70% (setenta por cento) de qualquer II – implantação de equipamentos
benefício previdenciário ou de assistência urbanos comunitários voltados ao idoso;
social percebido pelo idoso.
III – eliminação de barreiras
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
caberá a seu representante legal firmar o de acessibilidade ao idoso;
contrato a que se refere o caput deste
artigo. IV – critérios de financiamento
compatíveis com os rendimentos de
Art. 36. O acolhimento de idosos em aposentadoria e pensão.
situação de risco social, por adulto ou núcleo
familiar, caracteriza a dependência Parágrafo único. As unidades
econômica, para os efeitos residenciais reservadas para atendimento a
legais. (Vigência) idosos devem situar-se, preferencialmente,
no pavimento térreo. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO IX nº 12.419, de 2011)
Da Habitação
CAPÍTULO X
Art. 37. O idoso tem direito a moradia Do Transporte
digna, no seio da família natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e
familiares, quando assim o desejar, ou, cinco) anos fica assegurada a gratuidade
ainda, em instituição pública ou privada. dos transportes coletivos públicos urbanos e
semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos
§ 1o A assistência integral na e especiais, quando prestados
modalidade de entidade de longa paralelamente aos serviços regulares.
permanência será prestada quando
verificada inexistência de grupo familiar, § 1o Para ter acesso à gratuidade,
casa-lar, abandono ou carência de recursos basta que o idoso apresente qualquer
financeiros próprios ou da família. documento pessoal que faça prova de sua
idade.
§ 2o Toda instituição dedicada ao
atendimento ao idoso fica obrigada a manter § 2o Nos veículos de transporte coletivo
identificação externa visível, sob pena de de que trata este artigo, serão reservados
interdição, além de atender toda a legislação 10% (dez por cento) dos assentos para os
pertinente. idosos, devidamente identificados com a
placa de reservado preferencialmente para
§ 3o As instituições que abrigarem idosos.
idosos são obrigadas a manter padrões de
habitação compatíveis com as § 3o No caso das pessoas
necessidades deles, bem como provê-los compreendidas na faixa etária entre 60
com alimentação regular e higiene (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos,
indispensáveis às normas sanitárias e com ficará a critério da legislação local dispor
estas condizentes, sob as penas da lei. sobre as condições para exercício da

967
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
gratuidade nos meios de transporte CAPÍTULO II
previstos no caput deste artigo. Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 40. No sistema de transporte Art. 44. As medidas de proteção ao


coletivo interestadual observar-se-á, nos idoso previstas nesta Lei poderão ser
termos da legislação aplicadas, isolada ou cumulativamente, e
específica: (Regulamento) (Vide levarão em conta os fins sociais a que se
Decreto nº 5.934, de 2006) destinam e o fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
I – a reserva de 2 (duas) vagas
gratuitas por veículo para idosos com renda Art. 45. Verificada qualquer das
igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos; hipóteses previstas no art. 43, o Ministério
Público ou o Poder Judiciário, a
II – desconto de 50% (cinqüenta por requerimento daquele, poderá determinar,
cento), no mínimo, no valor das passagens, dentre outras, as seguintes medidas:
para os idosos que excederem as vagas
gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 I – encaminhamento à família ou
(dois) salários-mínimos. curador, mediante termo de
responsabilidade;
Parágrafo único. Caberá aos órgãos
competentes definir os mecanismos e os II – orientação, apoio e
critérios para o exercício dos direitos acompanhamento temporários;
previstos nos incisos I e II.
III – requisição para tratamento de sua
Art. 41. É assegurada a reserva, para saúde, em regime ambulatorial, hospitalar
os idosos, nos termos da lei local, de 5% ou domiciliar;
(cinco por cento) das vagas nos
estacionamentos públicos e privados, as IV – inclusão em programa oficial ou
quais deverão ser posicionadas de forma a comunitário de auxílio, orientação e
garantir a melhor comodidade ao idoso. tratamento a usuários dependentes de
drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou
Art. 42. São asseguradas a prioridade à pessoa de sua convivência que lhe cause
e a segurança do idoso nos procedimentos perturbação;
de embarque e desembarque nos veículos
do sistema de transporte V – abrigo em entidade;
coletivo. (Redação dada pela Lei nº
12.899, de 2013)
VI – abrigo temporário.

TÍTULO III
TÍTULO IV
Das Medidas de Proteção
Da Política de Atendimento ao Idoso

CAPÍTULO I CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais Disposições Gerais

Art. 43. As medidas de proteção ao


Art. 46. A política de atendimento ao
idoso são aplicáveis sempre que os direitos idoso far-se-á por meio do conjunto
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados
articulado de ações governamentais e não-
ou violados:
governamentais da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
I – por ação ou omissão da sociedade
ou do Estado; Art. 47. São linhas de ação da política
de atendimento:
II – por falta, omissão ou abuso da
família, curador ou entidade de
I – políticas sociais básicas, previstas
atendimento;
na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;

III – em razão de sua condição pessoal.

968
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II – políticas e programas de Art. 49. As entidades que desenvolvam
assistência social, em caráter supletivo, programas de institucionalização de longa
para aqueles que necessitarem; permanência adotarão os seguintes
princípios:
III – serviços especiais de prevenção e
atendimento às vítimas de negligência, I – preservação dos vínculos familiares;
maus-tratos, exploração, abuso, crueldade
e opressão; II – atendimento personalizado e em
pequenos grupos;
IV – serviço de identificação e
localização de parentes ou responsáveis por III – manutenção do idoso na mesma
idosos abandonados em hospitais e instituição, salvo em caso de força maior;
instituições de longa permanência;
IV – participação do idoso nas
V – proteção jurídico-social por atividades comunitárias, de caráter interno e
entidades de defesa dos direitos dos idosos; externo;

VI – mobilização da opinião pública no V – observância dos direitos e


sentido da participação dos diversos garantias dos idosos;
segmentos da sociedade no atendimento do
idoso. VI – preservação da identidade do
idoso e oferecimento de ambiente de
CAPÍTULO II respeito e dignidade.
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Parágrafo único. O dirigente de
Art. 48. As entidades de atendimento instituição prestadora de atendimento ao
são responsáveis pela manutenção das idoso responderá civil e criminalmente pelos
próprias unidades, observadas as normas atos que praticar em detrimento do idoso,
de planejamento e execução emanadas do sem prejuízo das sanções administrativas.
órgão competente da Política Nacional do
Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994. Art. 50. Constituem obrigações das
entidades de atendimento:
Parágrafo único. As entidades
governamentais e não-governamentais de
I – celebrar contrato escrito de
assistência ao idoso ficam sujeitas à
prestação de serviço com o idoso,
inscrição de seus programas, junto ao órgão especificando o tipo de atendimento, as
competente da Vigilância Sanitária e obrigações da entidade e prestações
Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em
decorrentes do contrato, com os respectivos
sua falta, junto ao Conselho Estadual ou
preços, se for o caso;
Nacional da Pessoa Idosa, especificando os
regimes de atendimento, observados os
seguintes requisitos: II – observar os direitos e as garantias
de que são titulares os idosos;
I – oferecer instalações físicas em
condições adequadas de habitabilidade, III – fornecer vestuário adequado, se for
higiene, salubridade e segurança; pública, e alimentação suficiente;

II – apresentar objetivos estatutários e IV – oferecer instalações físicas em


plano de trabalho compatíveis com os condições adequadas de habitabilidade;
princípios desta Lei;
V – oferecer atendimento
III – estar regularmente constituída; personalizado;

IV – demonstrar a idoneidade de seus VI – diligenciar no sentido da


dirigentes. preservação dos vínculos familiares;

969
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VII – oferecer acomodações Art. 52. As entidades governamentais e
apropriadas para recebimento de visitas; não-governamentais de atendimento ao
idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do
VIII – proporcionar cuidados à saúde, Idoso, Ministério Público, Vigilância
conforme a necessidade do idoso; Sanitária e outros previstos em lei.

IX – promover atividades educacionais, Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de


esportivas, culturais e de lazer; 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
X – propiciar assistência religiosa
àqueles que desejarem, de acordo com "Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata
suas crenças; o art. 6o desta Lei a supervisão, o
acompanhamento, a fiscalização e a
avaliação da política nacional do idoso, no
XI – proceder a estudo social e pessoal
âmbito das respectivas instâncias político-
de cada caso;
administrativas." (NR)
XII – comunicar à autoridade
Art. 54. Será dada publicidade das
competente de saúde toda ocorrência de
prestações de contas dos recursos públicos
idoso portador de doenças infecto-
e privados recebidos pelas entidades de
contagiosas;
atendimento.
XIII – providenciar ou solicitar que o
Art. 55. As entidades de atendimento
Ministério Público requisite os documentos
que descumprirem as determinações desta
necessários ao exercício da cidadania
Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da
àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
responsabilidade civil e criminal de seus
dirigentes ou prepostos, às seguintes
XIV – fornecer comprovante de penalidades, observado o devido processo
depósito dos bens móveis que receberem legal:
dos idosos;
I – as entidades governamentais:
XV – manter arquivo de anotações
onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, a) advertência;
parentes, endereços, cidade, relação de
seus pertences, bem como o valor de b) afastamento provisório de seus
contribuições, e suas alterações, se houver, dirigentes;
e demais dados que possibilitem sua
identificação e a individualização do c) afastamento definitivo de seus
atendimento; dirigentes;

XVI – comunicar ao Ministério Público, d) fechamento de unidade ou interdição


para as providências cabíveis, a situação de de programa;
abandono moral ou material por parte dos
familiares; II – as entidades não-governamentais:

XVII – manter no quadro de pessoal a) advertência;


profissionais com formação específica.
b) multa;
Art. 51. As instituições filantrópicas ou
sem fins lucrativos prestadoras de serviço c) suspensão parcial ou total do
ao idoso terão direito à assistência judiciária
repasse de verbas públicas;
gratuita.
d) interdição de unidade ou suspensão
CAPÍTULO III
de programa;
Da Fiscalização das Entidades de
Atendimento

970
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
e) proibição de atendimento a idosos a casos de crimes contra idoso de que tiver
bem do interesse público. conhecimento:

§ 1o Havendo danos aos idosos Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos


abrigados ou qualquer tipo de fraude em reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada
relação ao programa, caberá o afastamento em dobro no caso de reincidência.
provisório dos dirigentes ou a interdição da
unidade e a suspensão do programa. Art. 58. Deixar de cumprir as
determinações desta Lei sobre a prioridade
§ 2o A suspensão parcial ou total do no atendimento ao idoso:
repasse de verbas públicas ocorrerá quando
verificada a má aplicação ou desvio de Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos
finalidade dos recursos. reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa
civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o
§ 3o Na ocorrência de infração por dano sofrido pelo idoso.
entidade de atendimento, que coloque em
risco os direitos assegurados nesta Lei, será CAPÍTULO V
o fato comunicado ao Ministério Público, Da Apuração Administrativa de Infração às
para as providências cabíveis, inclusive Normas de Proteção ao Idoso
para promover a suspensão das atividades
ou dissolução da entidade, com a proibição
Art. 59. Os valores monetários
de atendimento a idosos a bem do interesse expressos no Capítulo IV serão atualizados
público, sem prejuízo das providências a anualmente, na forma da lei.
serem tomadas pela Vigilância Sanitária.
Art. 60. O procedimento para a
§ 4o Na aplicação das penalidades,
imposição de penalidade administrativa por
serão consideradas a natureza e a infração às normas de proteção ao idoso
gravidade da infração cometida, os danos terá início com requisição do Ministério
que dela provierem para o idoso, as
Público ou auto de infração elaborado por
circunstâncias agravantes ou atenuantes e
servidor efetivo e assinado, se possível, por
os antecedentes da entidade.
duas testemunhas.

CAPÍTULO IV § 1o No procedimento iniciado com o


Das Infrações Administrativas auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a
Art. 56. Deixar a entidade de natureza e as circunstâncias da infração.
atendimento de cumprir as determinações
do art. 50 desta Lei: § 2o Sempre que possível, à verificação
da infração seguir-se-á a lavratura do auto,
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e
reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato quatro) horas, por motivo justificado.
não for caracterizado como crime, podendo
haver a interdição do estabelecimento até
Art. 61. O autuado terá prazo de 10
que sejam cumpridas as exigências legais.
(dez) dias para a apresentação da defesa,
contado da data da intimação, que será
Parágrafo único. No caso de interdição feita:
do estabelecimento de longa permanência,
os idosos abrigados serão transferidos para
I – pelo autuante, no instrumento de
outra instituição, a expensas do
autuação, quando for lavrado na presença
estabelecimento interditado, enquanto durar
do infrator;
a interdição.
II – por via postal, com aviso de
Art. 57. Deixar o profissional de saúde
recebimento.
ou o responsável por estabelecimento de
saúde ou instituição de longa permanência
de comunicar à autoridade competente os Art. 62. Havendo risco para a vida ou à
saúde do idoso, a autoridade competente
aplicará à entidade de atendimento as

971
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
sanções regulamentares, sem prejuízo da § 2o Em se tratando de afastamento
iniciativa e das providências que vierem a provisório ou definitivo de dirigente de
ser adotadas pelo Ministério Público ou entidade governamental, a autoridade
pelas demais instituições legitimadas para a judiciária oficiará a autoridade administrativa
fiscalização. imediatamente superior ao afastado,
fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro)
Art. 63. Nos casos em que não houver horas para proceder à substituição.
risco para a vida ou a saúde da pessoa
idosa abrigada, a autoridade competente § 3o Antes de aplicar qualquer das
aplicará à entidade de atendimento as medidas, a autoridade judiciária poderá fixar
sanções regulamentares, sem prejuízo da prazo para a remoção das irregularidades
iniciativa e das providências que vierem a verificadas. Satisfeitas as exigências, o
ser adotadas pelo Ministério Público ou processo será extinto, sem julgamento do
pelas demais instituições legitimadas para a mérito.
fiscalização.
§ 4o A multa e a advertência serão
CAPÍTULO VI impostas ao dirigente da entidade ou ao
Da Apuração Judicial de Irregularidades em responsável pelo programa de atendimento.
Entidade de Atendimento
TÍTULO V
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, Do Acesso à Justiça
ao procedimento administrativo de que trata
este Capítulo as disposições das Leis nos CAPÍTULO I
6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de Disposições Gerais
29 de janeiro de 1999.
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às
Art. 65. O procedimento de apuração disposições deste Capítulo, o procedimento
de irregularidade em entidade sumário previsto no Código de Processo
governamental e não-governamental de Civil, naquilo que não contrarie os prazos
atendimento ao idoso terá início mediante previstos nesta Lei.
petição fundamentada de pessoa
interessada ou iniciativa do Ministério
Art. 70. O Poder Público poderá criar
Público.
varas especializadas e exclusivas do idoso.

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá


Art. 71. É assegurada prioridade na
a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
tramitação dos processos e procedimentos
Público, decretar liminarmente o
e na execução dos atos e diligências
afastamento provisório do dirigente da judiciais em que figure como parte ou
entidade ou outras medidas que julgar interveniente pessoa com idade igual ou
adequadas, para evitar lesão aos direitos do
superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer
idoso, mediante decisão fundamentada.
instância.

Art. 67. O dirigente da entidade será § 1o O interessado na obtenção da


citado para, no prazo de 10 (dez) dias,
prioridade a que alude este artigo, fazendo
oferecer resposta escrita, podendo juntar
prova de sua idade, requererá o benefício à
documentos e indicar as provas a produzir.
autoridade judiciária competente para
decidir o feito, que determinará as
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz providências a serem cumpridas, anotando-
procederá na conformidade do art. 69 ou, se se essa circunstância em local visível nos
necessário, designará audiência de autos do processo.
instrução e julgamento, deliberando sobre a
necessidade de produção de outras provas.
§ 2o A prioridade não cessará com a
morte do beneficiado, estendendo-se em
§ 1o Salvo manifestação em audiência, favor do cônjuge supérstite, companheiro ou
as partes e o Ministério Público terão 5 companheira, com união estável, maior de
(cinco) dias para oferecer alegações finais, 60 (sessenta) anos.
decidindo a autoridade judiciária em igual
prazo.

972
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o A prioridade se estende aos V – instaurar procedimento
processos e procedimentos na administrativo e, para instruí-lo:
Administração Pública, empresas
prestadoras de serviços públicos e a) expedir notificações, colher
instituições financeiras, ao atendimento depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
preferencial junto à Defensoria Publica da de não comparecimento injustificado da
União, dos Estados e do Distrito Federal em pessoa notificada, requisitar condução
relação aos Serviços de Assistência coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou
Judiciária. Militar;

§ 4o Para o atendimento prioritário será b) requisitar informações, exames,


garantido ao idoso o fácil acesso aos perícias e documentos de autoridades
assentos e caixas, identificados com a municipais, estaduais e federais, da
destinação a idosos em local visível e administração direta e indireta, bem como
caracteres legíveis. promover inspeções e diligências
investigatórias;
§ 5º Dentre os processos de idosos,
dar-se-á prioridade especial aos maiores de c) requisitar informações e documentos
oitenta anos. (Incluído pela Lei nº 13.466, particulares de instituições privadas;
de 2017).
VI – instaurar sindicâncias, requisitar
CAPÍTULO II diligências investigatórias e a instauração
Do Ministério Público de inquérito policial, para a apuração de
ilícitos ou infrações às normas de proteção
Art. 72. (VETADO) ao idoso;

Art. 73. As funções do Ministério VII – zelar pelo efetivo respeito aos
Público, previstas nesta Lei, serão exercidas direitos e garantias legais assegurados ao
nos termos da respectiva Lei Orgânica. idoso, promovendo as medidas judiciais e
extrajudiciais cabíveis;
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
VIII – inspecionar as entidades públicas
I – instaurar o inquérito civil e a ação e particulares de atendimento e os
civil pública para a proteção dos direitos e programas de que trata esta Lei, adotando
interesses difusos ou coletivos, individuais de pronto as medidas administrativas ou
indisponíveis e individuais homogêneos do judiciais necessárias à remoção de
idoso; irregularidades porventura verificadas;

II – promover e acompanhar as ações IX – requisitar força policial, bem como


de alimentos, de interdição total ou parcial, a colaboração dos serviços de saúde,
de designação de curador especial, em educacionais e de assistência social,
circunstâncias que justifiquem a medida e públicos, para o desempenho de suas
oficiar em todos os feitos em que se atribuições;
discutam os direitos de idosos em condições
de risco; X – referendar transações envolvendo
interesses e direitos dos idosos previstos
III – atuar como substituto processual nesta Lei.
do idoso em situação de risco, conforme o
disposto no art. 43 desta Lei; § 1o A legitimação do Ministério Público
para as ações cíveis previstas neste artigo
IV – promover a revogação de não impede a de terceiros, nas mesmas
instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses, segundo dispuser a lei.
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei,
quando necessário ou o interesse público § 2o As atribuições constantes deste
justificar; artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições
do Ministério Público.

973
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o O representante do Ministério homogêneos, próprios do idoso, protegidos
Público, no exercício de suas funções, terá em lei.
livre acesso a toda entidade de atendimento
ao idoso. Art. 80. As ações previstas neste
Capítulo serão propostas no foro do
Art. 75. Nos processos e domicílio do idoso, cujo juízo terá
procedimentos em que não for parte, atuará competência absoluta para processar a
obrigatoriamente o Ministério Público na causa, ressalvadas as competências da
defesa dos direitos e interesses de que Justiça Federal e a competência originária
cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos Tribunais Superiores.
dos autos depois das partes, podendo juntar
documentos, requerer diligências e Art. 81. Para as ações cíveis fundadas
produção de outras provas, usando os em interesses difusos, coletivos, individuais
recursos cabíveis. indisponíveis ou homogêneos, consideram-
se legitimados, concorrentemente:
Art. 76. A intimação do Ministério
Público, em qualquer caso, será feita I – o Ministério Público;
pessoalmente.
II – a União, os Estados, o Distrito
Art. 77. A falta de intervenção do Federal e os Municípios;
Ministério Público acarreta a nulidade do
feito, que será declarada de ofício pelo juiz
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
ou a requerimento de qualquer interessado.
IV – as associações legalmente
CAPÍTULO III
constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
Da Proteção Judicial dos Interesses
que incluam entre os fins institucionais a
Difusos, Coletivos e Individuais defesa dos interesses e direitos da pessoa
Indisponíveis ou Homogêneos idosa, dispensada a autorização da
assembléia, se houver prévia autorização
Art. 78. As manifestações processuais estatutária.
do representante do Ministério Público
deverão ser fundamentadas. § 1o Admitir-se-á litisconsórcio
facultativo entre os Ministérios Públicos da
Art. 79. Regem-se pelas disposições União e dos Estados na defesa dos
desta Lei as ações de responsabilidade por interesses e direitos de que cuida esta Lei.
ofensa aos direitos assegurados ao idoso,
referentes à omissão ou ao oferecimento § 2o Em caso de desistência ou
insatisfatório de: abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro
I – acesso às ações e serviços de legitimado deverá assumir a titularidade
saúde; ativa.

II – atendimento especializado ao idoso Art. 82. Para defesa dos interesses e


portador de deficiência ou com limitação direitos protegidos por esta Lei, são
incapacitante; admissíveis todas as espécies de ação
pertinentes.
III – atendimento especializado ao
idoso portador de doença infecto- Parágrafo único. Contra atos ilegais ou
contagiosa; abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições
IV – serviço de assistência social de Poder Público, que lesem direito líquido
visando ao amparo do idoso. e certo previsto nesta Lei, caberá ação
mandamental, que se regerá pelas normas
Parágrafo único. As hipóteses da lei do mandado de segurança.
previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses difusos, Art. 83. Na ação que tenha por objeto o
coletivos, individuais indisponíveis ou cumprimento de obrigação de fazer ou não-

974
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
fazer, o juiz concederá a tutela específica da Art. 88. Nas ações de que trata este
obrigação ou determinará providências que Capítulo, não haverá adiantamento de
assegurem o resultado prático equivalente custas, emolumentos, honorários periciais e
ao adimplemento. quaisquer outras despesas.

§ 1o Sendo relevante o fundamento da Parágrafo único. Não se imporá


demanda e havendo justificado receio de sucumbência ao Ministério Público.
ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o
justificação prévia, na forma do art. 273 do servidor deverá, provocar a iniciativa do
Código de Processo Civil. Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre os fatos que constituam
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o objeto de ação civil e indicando-lhe os
ou na sentença, impor multa diária ao réu, elementos de convicção.
independentemente do pedido do autor, se
for suficiente ou compatível com a Art. 90. Os agentes públicos em geral,
obrigação, fixando prazo razoável para o os juízes e tribunais, no exercício de suas
cumprimento do preceito. funções, quando tiverem conhecimento de
fatos que possam configurar crime de ação
§ 3o A multa só será exigível do réu pública contra idoso ou ensejar a
após o trânsito em julgado da sentença propositura de ação para sua defesa, devem
favorável ao autor, mas será devida desde o encaminhar as peças pertinentes ao
dia em que se houver configurado. Ministério Público, para as providências
cabíveis.
Art. 84. Os valores das multas previstas
nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, Art. 91. Para instruir a petição inicial, o
onde houver, ou na falta deste, ao Fundo interessado poderá requerer às autoridades
Municipal de Assistência Social, ficando competentes as certidões e informações
vinculados ao atendimento ao idoso. que julgar necessárias, que serão
fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. As multas não
recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito Art. 92. O Ministério Público poderá
em julgado da decisão serão exigidas por instaurar sob sua presidência, inquérito civil,
meio de execução promovida pelo Ministério ou requisitar, de qualquer pessoa,
Público, nos mesmos autos, facultada igual organismo público ou particular, certidões,
iniciativa aos demais legitimados em caso informações, exames ou perícias, no prazo
de inércia daquele. que assinalar, o qual não poderá ser inferior
a 10 (dez) dias.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito
suspensivo aos recursos, para evitar dano § 1o Se o órgão do Ministério Público,
irreparável à parte. esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento
Art. 86. Transitada em julgado a para a propositura da ação civil ou de peças
sentença que impuser condenação ao informativas, determinará o seu
Poder Público, o juiz determinará a remessa arquivamento, fazendo-o
de peças à autoridade competente, para fundamentadamente.
apuração da responsabilidade civil e
administrativa do agente a que se atribua a § 2o Os autos do inquérito civil ou as
ação ou omissão. peças de informação arquivados serão
remetidos, sob pena de se incorrer em falta
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias grave, no prazo de 3 (três) dias, ao
do trânsito em julgado da sentença Conselho Superior do Ministério Público ou
condenatória favorável ao idoso sem que o à Câmara de Coordenação e Revisão do
autor lhe promova a execução, deverá fazê- Ministério Público.
lo o Ministério Público, facultada, igual
iniciativa aos demais legitimados, como § 3o Até que seja homologado ou
assistentes ou assumindo o pólo ativo, em rejeitado o arquivamento, pelo Conselho
caso de inércia desse órgão. Superior do Ministério Público ou por

975
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Câmara de Coordenação e Revisão do § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um
Ministério Público, as associações terço) se a vítima se encontrar sob os
legitimadas poderão apresentar razões cuidados ou responsabilidade do agente.
escritas ou documentos, que serão juntados
ou anexados às peças de informação. Art. 97. Deixar de prestar assistência
ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou pessoal, em situação de iminente perigo, ou
a Câmara de Coordenação e Revisão do recusar, retardar ou dificultar sua
Ministério Público de homologar a promoção assistência à saúde, sem justa causa, ou
de arquivamento, será designado outro não pedir, nesses casos, o socorro de
membro do Ministério Público para o autoridade pública:
ajuizamento da ação.
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1
TÍTULO VI (um) ano e multa.
Dos Crimes
Parágrafo único. A pena é aumentada
CAPÍTULO I de metade, se da omissão resulta lesão
Disposições Gerais corporal de natureza grave, e triplicada, se
resulta a morte.
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente,
no que couber, as disposições da Lei no Art. 98. Abandonar o idoso em
7.347, de 24 de julho de 1985. hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, prover suas necessidades básicas, quando
cuja pena máxima privativa de liberdade não obrigado por lei ou mandado:
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o
procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3
de setembro de 1995, e, subsidiariamente, (três) anos e multa.
no que couber, as disposições do Código
Penal e do Código de Processo Penal. (Vide Art. 99. Expor a perigo a integridade e
ADI 3.096-5 - STF) a saúde, física ou psíquica, do idoso,
submetendo-o a condições desumanas ou
CAPÍTULO II degradantes ou privando-o de alimentos e
Dos Crimes em Espécie cuidados indispensáveis, quando obrigado a
fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei ou inadequado:
são de ação penal pública incondicionada,
não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1
Código Penal. (um) ano e multa.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, § 1o Se do fato resulta lesão corporal


impedindo ou dificultando seu acesso a de natureza grave:
operações bancárias, aos meios de
transporte, ao direito de contratar ou por Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)
qualquer outro meio ou instrumento anos.
necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade: § 2o Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1


Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12
(um) ano e multa.
(doze) anos.

§ 1o Na mesma pena incorre quem


Art. 100. Constitui crime punível com
desdenhar, humilhar, menosprezar ou
reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
discriminar pessoa idosa, por qualquer
multa:
motivo.
I – obstar o acesso de alguém a
qualquer cargo público por motivo de idade;

976
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II – negar a alguém, por motivo de Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três)
idade, emprego ou trabalho; anos e multa.

III – recusar, retardar ou dificultar Art. 106. Induzir pessoa idosa sem
atendimento ou deixar de prestar discernimento de seus atos a outorgar
assistência à saúde, sem justa causa, a procuração para fins de administração de
pessoa idosa; bens ou deles dispor livremente:

IV – deixar de cumprir, retardar ou Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro)


frustrar, sem justo motivo, a execução de anos.
ordem judicial expedida na ação civil a que
alude esta Lei; Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o
idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
V – recusar, retardar ou omitir dados procuração:
técnicos indispensáveis à propositura da
ação civil objeto desta Lei, quando Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)
requisitados pelo Ministério Público. anos.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou Art. 108. Lavrar ato notarial que
frustrar, sem justo motivo, a execução de envolva pessoa idosa sem discernimento de
ordem judicial expedida nas ações em que seus atos, sem a devida representação
for parte ou interveniente o idoso: legal:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro)


(um) ano e multa. anos.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar TÍTULO VII


bens, proventos, pensão ou qualquer outro Disposições Finais e Transitórias
rendimento do idoso, dando-lhes aplicação
diversa da de sua finalidade:
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do
representante do Ministério Público ou de
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) qualquer outro agente fiscalizador:
anos e multa.
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1
Art. 103. Negar o acolhimento ou a (um) ano e multa.
permanência do idoso, como abrigado, por
recusa deste em outorgar procuração à
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
entidade de atendimento:
dezembro de 1940, Código Penal, passa a
vigorar com as seguintes alterações:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1
(um) ano e multa. "Art. 61.
......................................................................
Art. 104. Reter o cartão magnético de ......
conta bancária relativa a benefícios,
proventos ou pensão do idoso, bem como ......................................................................
qualquer outro documento com objetivo de
......
assegurar recebimento ou ressarcimento de
dívida:
II -
......................................................................
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 ......
(dois) anos e multa.
......................................................................
Art. 105. Exibir ou veicular, por
......
qualquer meio de comunicação,
informações ou imagens depreciativas ou
injuriosas à pessoa do idoso: h) contra criança, maior de 60 (sessenta)
anos, enfermo ou mulher grávida;

977
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
...................................................................... "Art. 141.
......." (NR) ......................................................................
......
"Art. 121.
...................................................................... ......................................................................
...... ......

...................................................................... IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta)


...... anos ou portadora de deficiência, exceto no
caso de injúria.
§ 4o No homicídio culposo, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço), se o crime ......................................................................
resulta de inobservância de regra técnica de ......." (NR)
profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, "Art. 148.
não procura diminuir as conseqüências do ......................................................................
seu ato, ou foge para evitar prisão em ......
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
......................................................................
praticado contra pessoa menor de 14
......
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
§
......................................................................
1o..................................................................
......." (NR)
..........

"Art. 133. I – se a vítima é ascendente, descendente,


...................................................................... cônjuge do agente ou maior de 60
...... (sessenta) anos.

......................................................................
......................................................................
......
......" (NR)

§ 3o
"Art.
......................................................................
159................................................................
......
............

......................................................................
......................................................................
......
......

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) § 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e


anos." (NR) quatro) horas, se o seqüestrado é menor de
18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos,
"Art. 140. ou se o crime é cometido por bando ou
...................................................................... quadrilha.
......
......................................................................
...................................................................... ......" (NR)
......
"Art.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de 183................................................................
elementos referentes a raça, cor, etnia, ............
religião, origem ou a condição de pessoa
idosa ou portadora de deficiência:
......................................................................
......
......................................................................
...... (NR)

978
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III – se o crime é praticado contra pessoa Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a
anos." (NR) vigorar com a seguinte redação:

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover "Art.


a subsistência do cônjuge, ou de filho menor 18..................................................................
de 18 (dezoito) anos ou inapto para o ..........
trabalho, ou de ascendente inválido ou
maior de 60 (sessenta) anos, não lhes ......................................................................
proporcionando os recursos necessários ou ......
faltando ao pagamento de pensão
alimentícia judicialmente acordada, fixada
III – se qualquer deles decorrer de
ou majorada; deixar, sem justa causa, de associação ou visar a menores de 21 (vinte
socorrer descendente ou ascendente, e um) anos ou a pessoa com idade igual ou
gravemente enfermo: superior a 60 (sessenta) anos ou a quem
tenha, por qualquer causa, diminuída ou
...................................................................... suprimida a capacidade de discernimento
......" (NR) ou de autodeterminação:

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no ......................................................................


3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das ......" (NR)
Contravenções Penais, passa a vigorar
acrescido do seguinte parágrafo único: Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8
de novembro de 2000, passa a vigorar com
"Art. a seguinte redação:
21..................................................................
.......... "Art. 1o As pessoas portadoras de
deficiência, os idosos com idade igual ou
...................................................................... superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes,
...... as lactantes e as pessoas acompanhadas
por crianças de colo terão atendimento
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 prioritário, nos termos desta Lei." (NR)
(um terço) até a metade se a vítima é maior
de 60 (sessenta) anos." (NR) Art. 115. O Orçamento da Seguridade
Social destinará ao Fundo Nacional de
Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Assistência Social, até que o Fundo
Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a Nacional do Idoso seja criado, os recursos
vigorar com a seguinte redação: necessários, em cada exercício financeiro,
para aplicação em programas e ações
"Art. 1o relativos ao idoso.
......................................................................
...... Art. 116. Serão incluídos nos censos
demográficos dados relativos à população
...................................................................... idosa do País.
......
Art. 117. O Poder Executivo
§ 4o encaminhará ao Congresso Nacional
...................................................................... projeto de lei revendo os critérios de
...... concessão do Benefício de Prestação
Continuada previsto na Lei Orgânica da
II – se o crime é cometido contra criança, Assistência Social, de forma a garantir que
gestante, portador de deficiência, o acesso ao direito seja condizente com o
estágio de desenvolvimento sócio-
adolescente ou maior de 60 (sessenta)
econômico alcançado pelo País.
anos;

...................................................................... Art. 118. Esta Lei entra em vigor


......" (NR) decorridos 90 (noventa) dias da sua

979
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
publicação, ressalvado o disposto no caput
do art. 36, que vigorará a partir de 1o de
janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da


Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU


de 3.10.2003

980
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994. Política Nacional do Idoso

Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras
providências..

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA poderes públicos e pela sociedade em geral,


Faço saber que o Congresso Nacional na aplicação desta lei.
decreta e eu sanciono a seguinte lei:
SEÇÃO II
CAPÍTULO I Das Diretrizes
Da Finalidade
Art. 4º Constituem diretrizes da política
Art. 1º A política nacional do idoso tem nacional do idoso:
por objetivo assegurar os direitos sociais do
idoso, criando condições para promover sua I - viabilização de formas alternativas
autonomia, integração e participação efetiva de participação, ocupação e convívio do
na sociedade. idoso, que proporcionem sua integração às
demais gerações;
Art. 2º Considera-se idoso, para os
efeitos desta lei, a pessoa maior de II - participação do idoso, através de
sessenta anos de idade. suas organizações representativas, na
formulação, implementação e avaliação das
CAPÍTULO II políticas, planos, programas e projetos a
Dos Princípios e das Diretrizes serem desenvolvidos;

SEÇÃO I III - priorização do atendimento ao


Dos Princípios idoso através de suas próprias famílias, em
detrimento do atendimento asilar, à exceção
Art. 3° A política nacional do idoso dos idosos que não possuam condições que
reger-se-á pelos seguintes princípios: garantam sua própria sobrevivência;

I - a família, a sociedade e o estado têm IV - descentralização político-


o dever de assegurar ao idoso todos os administrativa;
direitos da cidadania, garantindo sua
participação na comunidade, defendendo V - capacitação e reciclagem dos
sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; recursos humanos nas áreas de geriatria e
gerontologia e na prestação de serviços;
II - o processo de envelhecimento diz
respeito à sociedade em geral, devendo ser VI - implementação de sistema de
objeto de conhecimento e informação para informações que permita a divulgação da
todos; política, dos serviços oferecidos, dos
planos, programas e projetos em cada nível
III - o idoso não deve sofrer de governo;
discriminação de qualquer natureza;
VII - estabelecimento de mecanismos
IV - o idoso deve ser o principal agente que favoreçam a divulgação de informações
e o destinatário das transformações a serem de caráter educativo sobre os aspectos
efetivadas através desta política; biopsicossociais do envelhecimento;

V - as diferenças econômicas, sociais, VIII - priorização do atendimento ao


regionais e, particularmente, as idoso em órgãos públicos e privados
contradições entre o meio rural e o urbano prestadores de serviços, quando
do Brasil deverão ser observadas pelos desabrigados e sem família;

981
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX - apoio a estudos e pesquisas sobre necessárias à implementação da política
as questões relativas ao envelhecimento. nacional do idoso;

Parágrafo único. É vedada a IV - (Vetado;)


permanência de portadores de doenças que
necessitem de assistência médica ou de V - elaborar a proposta orçamentária no
enfermagem permanente em instituições âmbito da promoção e assistência social e
asilares de caráter social. submetê-la ao Conselho Nacional do Idoso.

CAPÍTULO III Parágrafo único. Os ministérios das


Da Organização e Gestão áreas de saúde, educação, trabalho,
previdência social, cultura, esporte e lazer
Art. 5º Competirá ao órgão ministerial devem elaborar proposta orçamentária, no
responsável pela assistência e promoção âmbito de suas competências, visando ao
social a coordenação geral da política financiamento de programas nacionais
nacional do idoso, com a participação dos compatíveis com a política nacional do
conselhos nacionais, estaduais, do Distrito idoso.
Federal e municipais do idoso.
Art. 9º (Vetado.)
Art. 6º Os conselhos nacional,
estaduais, do Distrito Federal e municipais Parágrafo único. (Vetado.)
do idoso serão órgãos permanentes,
paritários e deliberativos, compostos por
CAPÍTULO IV
igual número de representantes dos órgãos
Das Ações Governamentais
e entidades públicas e de organizações
representativas da sociedade civil ligadas à
área. Art. 10. Na implementação da política
nacional do idoso, são competências dos
órgãos e entidades públicos:
Art. 7º Compete aos conselhos de que
trata o artigo anterior a formulação,
coordenação, supervisão e avaliação da I - na área de promoção e assistência
política nacional do idoso, no âmbito das social:
respectivas instâncias político-
administrativas. a) prestar serviços e desenvolver ações
voltadas para o atendimento das
Art. 7o Compete aos Conselhos de que necessidades básicas do idoso, mediante a
trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o participação das famílias, da sociedade e de
acompanhamento, a fiscalização e a entidades governamentais e não-
avaliação da política nacional do idoso, no governamentais.
âmbito das respectivas instâncias político-
administrativas. (Redação dada pelo Lei nº b) estimular a criação de incentivos e
10.741, de 2003) de alternativas de atendimento ao idoso,
como centros de convivência, centros de
Art. 8º À União, por intermédio do cuidados diurnos, casas-lares, oficinas
ministério responsável pela assistência e abrigadas de trabalho, atendimentos
promoção social, compete: domiciliares e outros;

I - coordenar as ações relativas à c) promover simpósios, seminários e


política nacional do idoso; encontros específicos;

II - participar na formulação, d) planejar, coordenar, supervisionar e


acompanhamento e avaliação da política financiar estudos, levantamentos, pesquisas
nacional do idoso; e publicações sobre a situação social do
idoso;
III - promover as articulações
intraministeriais e interministeriais e) promover a capacitação de recursos
para atendimento ao idoso;

982
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - na área de saúde: a fim de informar a população sobre o
processo de envelhecimento;
a) garantir ao idoso a assistência à
saúde, nos diversos níveis de atendimento e) desenvolver programas que adotem
do Sistema Único de Saúde; modalidades de ensino à distância,
adequados às condições do idoso;
b) prevenir, promover, proteger e
recuperar a saúde do idoso, mediante f) apoiar a criação de universidade
programas e medidas profiláticas; aberta para a terceira idade, como meio de
universalizar o acesso às diferentes formas
c) adotar e aplicar normas de do saber;
funcionamento às instituições geriátricas e
similares, com fiscalização pelos gestores IV - na área de trabalho e previdência
do Sistema Único de Saúde; social:

d) elaborar normas de serviços a) garantir mecanismos que impeçam a


geriátricos hospitalares; discriminação do idoso quanto a sua
participação no mercado de trabalho, no
e) desenvolver formas de cooperação setor público e privado;
entre as Secretarias de Saúde dos Estados,
do Distrito Federal, e dos Municípios e entre b) priorizar o atendimento do idoso nos
os Centros de Referência em Geriatria e benefícios previdenciários;
Gerontologia para treinamento de equipes
interprofissionais; c) criar e estimular a manutenção de
programas de preparação para
f) incluir a Geriatria como especialidade aposentadoria nos setores público e privado
clínica, para efeito de concursos públicos com antecedência mínima de dois anos
federais, estaduais, do Distrito Federal e antes do afastamento;
municipais;
V - na área de habitação e urbanismo:
g) realizar estudos para detectar o
caráter epidemiológico de determinadas a) destinar, nos programas
doenças do idoso, com vistas a prevenção, habitacionais, unidades em regime de
tratamento e reabilitação; e comodato ao idoso, na modalidade de
casas-lares;
h) criar serviços alternativos de saúde
para o idoso; b) incluir nos programas de assistência
ao idoso formas de melhoria de condições
III - na área de educação: de habitabilidade e adaptação de moradia,
considerando seu estado físico e sua
a) adequar currículos, metodologias e independência de locomoção;
material didático aos programas
educacionais destinados ao idoso; c) elaborar critérios que garantam o
acesso da pessoa idosa à habitação
b) inserir nos currículos mínimos, nos popular;
diversos níveis do ensino formal, conteúdos
voltados para o processo de d) diminuir barreiras arquitetônicas e
envelhecimento, de forma a eliminar urbanas;
preconceitos e a produzir conhecimentos
sobre o assunto; VI - na área de justiça:

c) incluir a Gerontologia e a Geriatria a) promover e defender os direitos da


como disciplinas curriculares nos cursos pessoa idosa;
superiores;

d) desenvolver programas educativos,


especialmente nos meios de comunicação,

983
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
b) zelar pela aplicação das normas Art. 14. (Vetado.)
sobre o idoso determinando ações para
evitar abusos e lesões a seus direitos; Art. 15. (Vetado.)

VII - na área de cultura, esporte e lazer: Art. 16. (Vetado.)

a) garantir ao idoso a participação no Art. 17. (Vetado.)


processo de produção, reelaboração e
fruição dos bens culturais;
Art. 18. (Vetado.)

b) propiciar ao idoso o acesso aos CAPÍTULO VI


locais e eventos culturais, mediante preços Das Disposições Gerais
reduzidos, em âmbito nacional;
Art. 19. Os recursos financeiros
c) incentivar os movimentos de idosos
necessários à implantação das ações afetas
a desenvolver atividades culturais; às áreas de competência dos governos
federal, estaduais, do Distrito Federal e
d) valorizar o registro da memória e a municipais serão consignados em seus
transmissão de informações e habilidades respectivos orçamentos.
do idoso aos mais jovens, como meio de
garantir a continuidade e a identidade Art. 20. O Poder Executivo
cultural; regulamentará esta lei no prazo de sessenta
dias, a partir da data de sua publicação.
e) incentivar e criar programas de lazer,
esporte e atividades físicas que Art. 21. Esta lei entra em vigor na data
proporcionem a melhoria da qualidade de de sua publicação.
vida do idoso e estimulem sua participação
na comunidade.
Art. 22. Revogam-se as disposições em
contrário.
§ 1º É assegurado ao idoso o direito de
dispor de seus bens, proventos, pensões e
benefícios, salvo nos casos de incapacidade Brasília, 4 de janeiro de 1994, 173º da
judicialmente comprovada. Independência e 106º da República.

§ 2º Nos casos de comprovada ITAMAR FRANCO


incapacidade do idoso para gerir seus bens, Leonor Barreto Franco
ser-lhe-á nomeado Curador especial em
juízo.

§ 3º Todo cidadão tem o dever de


denunciar à autoridade competente
qualquer forma de negligência ou
desrespeito ao idoso.

CAPÍTULO V
Do Conselho Nacional

Art. 11. (Vetado.)

Art. 12. (Vetado.)

Art. 13. (Vetado.)

984
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 9.921, DE 18 DE JULHO DE 2019 – Temática da Pessoa
Idosa

Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a
temática da pessoa idosa.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, TÍTULO II


no uso da atribuição que lhe confere o art.
84, caput, inciso IV, da Constituição, e DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA
tendo em vista o disposto na Lei PESSOA IDOSA
Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de
1998, e na Lei nº 10.741, de 1º de outubro
CAPÍTULO I
de 2003 - Estatuto do Idoso,
DA POLÍTICA NACIONAL DA PESSOA
DECRETA: IDOSA

TÍTULO I Art. 3º As competências dos órgãos


e das entidades da administração pública
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES federal, na implementação da Política
Nacional da Pessoa Idosa, são as
Art. 1º Este Decreto consolida os estabelecidas neste Capítulo.
atos normativos editados pelo Poder
Executivo federal, que dispõem sobre a Seção I
temática da pessoa idosa, em observância
ao disposto na Lei Complementar nº 95, de Das competências e da implementação
26 de fevereiro de 1998, e no Decreto nº
da Política Nacional da Pessoa Idosa
9.191, de 1º de novembro de 2017.
Art. 4º Compete ao Ministério da
§ 1º Para fins do disposto neste
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos:
Decreto, considera-se consolidação a
reunião de atos normativos pertinentes a
determinada matéria em um único diploma I - coordenar a Política Nacional da
legal, com a revogação formal daqueles atos Pessoa Idosa;
normativos incorporados à consolidação e
sem a modificação do alcance nem da II - articular e apoiar a estruturação de
interrupção da força normativa dos rede nacional de proteção e defesa dos
dispositivos consolidados, nos termos do direitos da pessoa idosa;
disposto no art. 13, § 1º, da Lei
Complementar nº 95, de 1998, e no art. 45 III - apoiar a capacitação de recursos
do Decreto nº 9.191, de 2017. humanos para atendimento da pessoa idosa
junto aos órgãos e às entidades da
§ 2º A consolidação de atos administração pública;
normativos tem por objetivo eliminar do
ordenamento jurídico brasileiro normas de IV - participar, em conjunto com os
conteúdo idêntico ou divergente, observado demais órgãos e entidades da
o disposto no art. 46 do Decreto nº 9.191, de administração pública referidos neste
2017. Decreto, da formulação, do
acompanhamento e da avaliação da Política
Art. 2º Para fins do disposto neste Nacional da Pessoa Idosa;
Decreto, considera-se pessoa idosa aquela
com idade igual ou superior a sessenta V - promover eventos específicos
anos, em observância ao disposto na Lei nº para a discussão de questões relativas ao
10.741, de 1º de outubro de 2003 - Estatuto envelhecimento e à velhice;
do Idoso.

985
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
VI - coordenar, financiar e apoiar empresas e aos órgãos e às entidades da
estudos, levantamentos, pesquisas e administração pública, por meio de suas
publicações sobre a situação da pessoa unidades de gestão de pessoas.
idosa, de forma direta ou em parceria com
outros órgãos ou entidades da Art. 7º A pessoa idosa aposentada,
administração pública; exceto por invalidez, que retornar ao
trabalho nas atividades abrangidas pelo
VII - encaminhar as denúncias Regime Geral de Previdência Social,
relacionadas com a violação dos direitos da quando acidentada no trabalho, será
pessoa idosa aos órgãos públicos encaminhada ao programa de reabilitação
competentes; e do INSS e não fará jus a outras prestações
de serviço, exceto aquelas decorrentes de
VIII - zelar, em conjunto com o sua condição de aposentada.
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa
Idosa, pela aplicação das normas que Art. 8º. Compete ao Ministério do
dispõem sobre a proteção da pessoa idosa. Desenvolvimento Regional, por meio da
Secretaria Nacional de Desenvolvimento
Art. 5º Compete ao Instituto Nacional Regional e Urbano:
do Seguro Social - INSS:
I - observar, nos programas
I - prestar atendimento preferencial à habitacionais com recursos da União ou por
pessoa idosa: ela geridos, os seguintes critérios:

a) nas áreas do seguro social, com a) identificação da população idosa e


vistas a garantir a habilitação e a das suas necessidades habitacionais,
manutenção dos benefícios; e dentro da população-alvo dos programas;

b) nas áreas de exame médico b) alternativas habitacionais


pericial, de inscrição de beneficiários, de adequadas para a população idosa
serviço social e nos setores de informações; identificada;

II - prestar atendimento, c) previsão de equipamentos urbanos


preferencialmente, nas áreas da de uso público que atendam às
arrecadação e fiscalização, com vistas à necessidades da população idosa; e
prestação de informações e ao cálculo de
contribuições individuais; e d) estabelecimento de diretrizes para
que os projetos eliminem barreiras
III - estabelecer critérios para arquitetônicas e urbanas, que não utilizam
viabilizar o atendimento preferencial à tipologias habitacionais adequadas para a
pessoa idosa. população idosa identificada;

Art. 6º Compete ao INSS esclarecer II - promover a viabilização da


a pessoa idosa sobre os seus direitos concessão de linhas de crédito com vistas
previdenciários e os meios de exercê-los. ao acesso à moradia para a pessoa idosa,
junto:
§ 1º Nos postos do seguro social, o
atendimento às pessoas idosas a) às entidades de crédito
beneficiárias, que estejam em via de habitacional;
aposentadoria, será prioritário.
b) aos governos dos Estados e do
§ 2º O serviço social, em parceria Distrito Federal; e
com os órgãos governamentais e não
governamentais, estimulará a criação e a c) a entidades, públicas ou privadas,
manutenção de programas de preparação relacionadas com os investimentos
para aposentadorias, por meio do habitacionais;
assessoramento às entidades de classes,
às instituições de natureza social, às

986
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - incentivar e promover, em VI - estimular a participação da
articulação com os Ministérios da Educação, pessoa idosa nas instâncias de controle
da Saúde, da Ciência, Tecnologia, social do SUS;
Inovações e Comunicações e da Cidadania
e, ainda, junto às instituições de ensino e de VII - desenvolver política de
pesquisa, a elaboração de estudos para prevenção para que a população envelheça
aprimorar as condições de habitabilidade de forma a manter bom estado de saúde;
para as pessoas idosas, além de sua
divulgação e sua aplicação aos padrões VIII - desenvolver e apoiar programas
habitacionais vigentes; e de prevenção, de educação e de promoção
à saúde da pessoa idosa, de forma a:
IV - estimular a inclusão no
ordenamento jurídico brasileiro de: a) estimular a permanência da
pessoa idosa na comunidade, junto à
a) mecanismos que induzam a família, e o desempenho de papel social
eliminação de barreiras arquitetônicas para ativo, com a autonomia e a independência
a pessoa idosa em equipamentos urbanos que lhe for própria;
de uso público; e
b) estimular o autocuidado e o
b) adaptação, em programas cuidado informal;
habitacionais, dos critérios estabelecidos no
inciso I do caput. c) envolver a população nas ações de
promoção da saúde da pessoa idosa;
Art. 9º Compete ao Ministério da
Saúde, por meio da Secretaria de Atenção d) estimular a formação de grupos de
Primária à Saúde, em articulação com as
autoajuda e de grupos de convivência, em
secretarias de saúde dos Estados, do integração com instituições que atuam no
Distrito Federal e dos Municípios: campo social; e

I - garantir à pessoa idosa a e) produzir e difundir material


assistência integral à saúde, entendida
educativo sobre a saúde da pessoa idosa;
como o conjunto articulado e contínuo das
ações e dos serviços preventivos e
curativos, nos diversos níveis de IX - adotar e aplicar normas de
atendimento do Sistema Único de Saúde - funcionamento às instituições geriátricas e
SUS; similares, com fiscalização pelos gestores
do SUS;
II - hierarquizar o atendimento à
pessoa idosa a partir das unidades básicas X - elaborar normas de serviços
e da implantação da unidade de referência, geriátricos hospitalares e acompanhar a sua
com equipe multiprofissional e implementação;
interdisciplinar, de acordo com as normas
específicas do Ministério da Saúde; XI - desenvolver formas de
cooperação entre as secretarias de saúde
III - estruturar centros de referência de dos Estados, do Distrito Federal, dos
acordo com as normas específicas do Municípios, as organizações não
Ministério da Saúde, com características de governamentais e entre os centros de
assistência à saúde, de pesquisa, de referência em geriatria e gerontologia, para
avaliação e de treinamento; treinamento dos profissionais de saúde;

IV - garantir à pessoa idosa o acesso XII - incluir a geriatria como


à assistência hospitalar; especialidade clínica, para efeito de
concursos públicos federais;
V - fornecer medicamentos, órteses e
próteses necessários à recuperação e à XIII - elaborar e apoiar estudos e
reabilitação da saúde da pessoa idosa; pesquisas de caráter epidemiológico com
vistas à ampliação do conhecimento sobre a
pessoa idosa e subsidiar as ações de

987
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
prevenção, de tratamento e de reabilitação; reelaboração e de fruição dos bens
e culturais;

XIV - estimular a criação, na rede de II - garantir à pessoa idosa o acesso


serviços do SUS, de centros de cuidados aos locais e aos eventos culturais, com
diurno, a saber hospital-dia e centro-dia, de preços reduzidos;
unidades de atendimento domiciliar e de
outros serviços alternativos para a pessoa III - valorizar o registro da memória e
idosa. a transmissão de informações e habilidades
da pessoa idosa aos mais jovens, como
Art. 10. Compete ao Ministério da meio de garantir a continuidade e a
Educação e ao Ministério da Cidadania, em identidade cultural; e
articulação com órgãos e entidades da
administração pública federal, estadual, IV - incentivar os movimentos sociais
distrital e municipal de educação: que promovem os direitos das pessoas
idosas a desenvolver atividades culturais.
I - viabilizar a implementação de
programa educacional destinado à pessoa Parágrafo único. Compete às
idosa, de modo a atender ao disposto no entidades vinculadas ao Ministério da
inciso III do caput do art. 10 da Lei nº 8.842, Cidadania, no âmbito de suas
de 4 de janeiro de 1994; competências, a implementação de
atividades específicas, conjugadas à
II - incentivar a inclusão da pessoa Política Nacional da Pessoa Idosa.
idosa nos programas educacionais de
conteúdos sobre o processo de Art. 13. Os Ministérios que atuam nas
envelhecimento; áreas de habitação e urbanismo, de saúde,
de educação e desporto, de trabalho, de
III - estimular e apoiar a admissão da previdência e assistência social, de cultura e
pessoa idosa na universidade, de forma a de justiça deverão elaborar proposta
propiciar a integração intergeracional; orçamentária, no âmbito de suas
competências, com vistas ao financiamento
IV - incentivar o desenvolvimento de de programas compatíveis com a Política
programas educativos destinados à Nacional da Pessoa Idosa.
comunidade, à pessoa idosa e à sua família,
por meio dos meios de comunicação de Art. 14. Compete aos Ministérios
massa; e envolvidos na Política Nacional da Pessoa
Idosa, no âmbito de suas competências,
V - incentivar a inclusão de disciplinas promover a capacitação de recursos
de Gerontologia e Geriatria nos currículos humanos destinados ao atendimento da
dos cursos superiores. pessoa idosa.

Art. 11. Compete ao Ministério da Parágrafo único. Para viabilizar a


Economia, por meio dos seus órgãos e de capacitação de recursos humanos a que se
suas entidades vinculadas, garantir a refere o caput, os Ministérios poderão firmar
implementação de mecanismos que convênios com instituições governamentais
impeçam a discriminação da pessoa idosa e não governamentais, nacionais,
quanto à sua participação no mercado de estrangeiras ou internacionais.
trabalho.
Art. 15. Compete ao Conselho
Art. 12. Compete ao Ministério da Nacional da Seguridade Social e aos
Cidadania, por meio dos seus órgãos e de conselhos setoriais, no âmbito da
suas entidades vinculadas, criar programa seguridade, a formulação, a coordenação, a
de âmbito nacional, com vistas a: supervisão e a avaliação da Política
Nacional da Pessoa Idosa, respeitadas as
I - garantir à pessoa idosa a suas esferas de atribuições administrativas.
participação no processo de produção, de
Seção II

988
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Das modalidades de atendimento comunidade, com vistas à promoção e à
integração da pessoa idosa na família e na
Art. 16. Para fins do disposto neste sociedade.
Capítulo, entende-se por modalidade asilar
o atendimento, em regime de internato, à Seção III
pessoa idosa sem vínculo familiar ou sem
condições de prover a própria subsistência, Do atendimento preferencial e da
de modo a satisfazer as suas necessidades assistência asilar
de moradia, de alimentação, de saúde e de
convivência social. Art. 18. A pessoa idosa terá
atendimento preferencial nos órgãos e nas
Parágrafo único. A assistência na entidades da administração pública e nas
modalidade asilar de atendimento ocorre na instituições privadas prestadores de
hipótese de inexistência de grupo familiar, serviços à população.
de abandono, ou de carência de recursos
financeiros próprios ou da própria família. Parágrafo único. A pessoa idosa que
não tenha meios de prover a sua própria
Art. 17. Para fins do disposto neste subsistência, que não tenha família ou cuja
Capítulo, entende-se por modalidade não família não tenha condições de prover a sua
asilar de atendimento: manutenção, terá assegurada a assistência
asilar, pela União, pelos Estados, pelo
I - centro de convivência - local Distrito Federal e pelos Municípios, na forma
destinado à permanência diurna da pessoa prevista em lei.
idosa, onde são desenvolvidas atividades
físicas, laborativas, recreativas, culturais, Art. 19. Fica proibida a permanência
associativas e de educação para a em instituições asilares, de caráter social, de
cidadania; pessoas idosas que tenham doenças que
exijam assistência médica permanente ou
II - centro de cuidados diurno: assistência de enfermagem intensiva, cuja
hospital-dia e centro-dia - local destinado à falta possa agravar ou pôr em risco a sua
permanência diurna da pessoa idosa vida ou a vida de terceiros.
dependente ou que possua deficiência
temporária e necessite de assistência Parágrafo único. A permanência ou
médica ou de assistência multiprofissional; não da pessoa idosa doente em instituições
asilares, de caráter social, dependerá de
III - casa-lar - residência, em sistema avaliação médica prestada pelo serviço de
participativo, cedida por órgãos ou saúde local.
entidades da administração pública, ou por
entidades privadas, destinada às pessoas Art. 20. Para implementar as
idosas detentoras de renda insuficiente para condições estabelecidas no art. 19, as
a sua manutenção e sem família; instituições asilares poderão firmar
contratos ou convênios com o sistema de
IV - oficina abrigada de trabalho - local saúde local.
destinado ao desenvolvimento, pela pessoa
idosa, de atividades produtivas, que lhe CAPÍTULO II
proporcione a oportunidade de elevar sua
renda, regido por normas específicas; DO DIREITO AO ENVELHECIMENTO
ATIVO E SAUDÁVEL
V - atendimento domiciliar - serviço
prestado no lar da pessoa idosa dependente
Seção I
e que vive sozinha, por profissionais da área
da saúde ou pessoas da própria
comunidade, com a finalidade de suprir as Da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa
suas necessidades da vida diária; e Idosa

VI - outras formas de atendimento - Art. 21. Este Capítulo regulamenta a


iniciativas desenvolvidas na própria Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa
para incentivar as comunidades e as

989
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cidades a promoverem ações destinadas ao IV - envelhecimento sustentável -
envelhecimento ativo, saudável, sustentável aquele que garante o bem-estar da pessoa
e cidadão da população, principalmente das idosa em relação a direitos, renda, saúde,
pessoas mais vulneráveis. atividades, respeito, e em relação à
sociedade, nos aspectos de produção, de
Art. 22. A Estratégia Brasil Amigo da convivência intergeracional e de harmonia,
Pessoa Idosa tem como diretrizes: com o amplo conceito de desenvolvimento
econômico; e
I - o protagonismo da pessoa idosa;
V - comunidade e cidade amiga das
II - o foco na população idosa, pessoas idosas - aquela que estimula o
envelhecimento ativo ao propiciar
prioritariamente a pessoa idosa inscrita no
Cadastro Único para Programas Sociais do oportunidades para a melhoria da saúde, da
Governo Federal - CadÚnico, de que trata o participação e da segurança, de forma a
melhorar a qualidade de vida da pessoa
Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007;
idosa durante o processo de
envelhecimento.
III - a orientação por políticas públicas
destinadas ao envelhecimento populacional
e à efetivação da Política Nacional da Seção II
Pessoa Idosa, de que trata a Lei nº 8.842,
de 1994, e do Estatuto do Idoso, instituído Dos objetivos da Estratégia Brasil
pela Lei nº 10.741, de 2003; Amigo da Pessoa Idosa

IV - o fortalecimento dos serviços Art. 24. São objetivos da Estratégia


públicos destinados à pessoa idosa, no Brasil Amigo da Pessoa Idosa:
âmbito das políticas de assistência social,
de saúde, de desenvolvimento urbano, de I - fomentar programas, ações,
direitos humanos, de educação e de serviços e benefícios que promovam o
comunicação; e envelhecimento ativo, saudável, cidadão e
sustentável por meio de comunidades e de
V - a intersetorialidade e a cidades amigas das pessoas idosas;
interinstitucionalidade, por meio da atuação
conjunta de órgãos e entidades públicas e II - contribuir para a efetivação de
privadas, conselhos nacional, estaduais, políticas públicas, programas, ações,
distrital e municipais de direitos da pessoa benefícios e serviços destinados à
idosa e organismos internacionais na população idosa, principalmente a mais
abordagem do envelhecimento e da pessoa vulnerável;
idosa.
III - fortalecer os conselhos de direitos
Art. 23. Para fins do disposto neste das pessoas idosas e a rede nacional de
Capítulo, considera-se: proteção e defesa dos direitos da pessoa
idosa;
I - envelhecimento ativo - o processo
de melhoria das condições de saúde, da IV - promover a articulação
participação e da segurança, de modo a governamental com vistas à integração das
melhorar a qualidade de vida durante o políticas setoriais;
envelhecimento;
V - planejar e implementar estudos,
II - envelhecimento saudável - o pesquisas e publicações sobre a situação
processo de desenvolvimento e social das pessoas idosas; e
manutenção da capacidade funcional que
permita o bem-estar da pessoa idosa; VI - fortalecer o ordenamento jurídico
para o favorecimento da qualidade de vida
III - envelhecimento cidadão - aquele da pessoa idosa.
em que há o exercício de direitos civis,
políticos e sociais;

990
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 25. A Estratégia Brasil Amigo da capacitação dos Municípios para a adesão e
Pessoa Idosa tem como principais a implementação da Estratégia;
atividades:
d) fornecer apoio logístico para a
I - o apoio técnico aos entes realização de capacitações presenciais de
federativos que aderirem à Estratégia, com servidores e de lideranças comunitárias nos
vistas à promoção das comunidades e das Municípios;
cidades amigas das pessoas idosas;
e) apoiar tecnicamente os Municípios
II - a realização de diagnóstico que na elaboração do diagnóstico e do plano de
contemple o protagonismo e a participação que tratam os incisos II e III do caput do art.
da população idosa, além de informações 25 e na execução das suas ações, em
sobre a gestão das ações, dos programas, conjunto com o Comitê Gestor da Estratégia
dos benefícios e dos serviços ofertados à Brasil Amigo da Pessoa Idosa e os demais
população idosa; parceiros;

III - a elaboração de plano que f) monitorar, em sistema próprio da


contemple as ações a serem executadas Estratégia, a sua implementação, inclusive a
pelos Municípios para a população idosa; partir da verificação das políticas públicas,
dos programas, das ações, dos serviços ou
IV - a avaliação e o monitoramento, dos benefícios implementados pelos
por meio de indicadores da Estratégia, com Municípios; e
base em metodologia a ser definida pelo
Comitê Gestor da Estratégia Brasil Amigo da g) identificar os Municípios que
Pessoa Idosa; e atendam aos critérios estabelecidos pelo
Comitê Gestor da Estratégia Brasil Amigo da
V - o reconhecimento pelo Governo Pessoa Idosa, com vistas a habilitá-los ao
federal de políticas públicas, programas, reconhecimento de que trata o inciso V do
ações, serviços ou benefícios, caput do art. 25; e
implementados pelos Municípios, que
promovam o envelhecimento ativo, II - aos Municípios:
saudável, cidadão e sustentável da
população idosa. a) indicar o órgão responsável pela
Estratégia;
Parágrafo único. O reconhecimento
de que trata o inciso V do caput ocorrerá por b) indicar os servidores que
meio da concessão de certificados, selos ou participarão das capacitações, presenciais
instrumentos congêneres. ou a distância, oferecidas;

Art. 26. A participação dos entes c) divulgar as capacitações


federativos na Estratégia Brasil Amigo da oferecidas, presenciais ou a distância, para
Pessoa Idosa ocorrerá por meio da as lideranças comunitárias;
assinatura de termo de adesão, hipótese em
que caberá:
d) instituir o Conselho Municipal de
Direitos da Pessoa Idosa, como condição
I - aos Estados: imprescindível para a adesão à Estratégia
ou, quando já instituído, mantê-lo ativo, de
a) indicar o órgão responsável pela forma a garantir as condições para o
Estratégia; exercício de suas competências legais;

b) indicar os servidores que e) elaborar o diagnóstico e o plano de


participarão das capacitações, presenciais que tratam, respectivamente, os incisos II e
ou a distância, oferecidas; III do caput do art. 25;

c) auxiliar o Governo federal na f) executar as ações do plano de que


sensibilização, na mobilização e na trata o inciso III do caput do art. 25; e

991
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
g) inserir informações em sistema e respectivos suplentes serão ocupantes de
próprio da Estratégia. cargo em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de nível
Parágrafo único. Ao Distrito Federal 4 ou superior, indicados pelos titulares dos
caberá exercer, no que couber, as órgãos que representam e designados pelo
atribuições de que tratam os incisos I e II do Ministro de Estado da Cidadania.
caput.
§ 3º O Comitê Gestor da Estratégia
Art. 27. Poderão ser firmadas Brasil Amigo da Pessoa Idosa poderá
parcerias com órgãos e entidades da convidar representantes de outros órgãos e
administração pública ou privadas para a entidades públicas ou privadas para
implementação da Estratégia Brasil Amigo participar de suas reuniões, sem direito a
da Pessoa Idosa. voto.

Art. 28. As ações da Estratégia Brasil § 4º Um representante do Conselho


Amigo da Pessoa Idosa serão executadas Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do
de forma descentralizada e integrada, por Ministério da Mulher, da Família e dos
meio da conjugação de esforços entre a Direitos Humanos participará das reuniões
União, os Estados, o Distrito Federal e os do Comitê Gestor da Estratégia Brasil Amigo
Municípios, observados a intersetorialidade, da Pessoa Idosa, com direito a voz e sem
as especificidades das políticas públicas direito a voto.
setoriais, a participação da sociedade civil e
o controle social. § 5º O Comitê Gestor da Estratégia
Brasil Amigo da Pessoa Idosa se reunirá,
Parágrafo único. A Estratégia Brasil em caráter ordinário trimestralmente e em
Amigo da Pessoa Idosa será implementada caráter extraordinário por convocação de
a partir da articulação entre as políticas de seu Coordenador ou por solicitação da
assistência social, de saúde, de direitos maioria de seus membros.
humanos, de educação, de trabalho, de
cultura e de esporte, entre outras. § 6º O quórum de deliberação do
Comitê Gestor da Estratégia Brasil Amigo da
Seção III Pessoa Idosa será o consenso.

Do Comitê Gestor da Estratégia Brasil § 7º A participação no Comitê Gestor


Amigo da Pessoa Idosa da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa
será considerada prestação de serviço
Art. 29. Fica instituído o Comitê público relevante, não remunerada.
Gestor da Estratégia Brasil Amigo da
Pessoa Idosa, órgão de natureza § 8º A Secretaria-Executiva do
deliberativa, composto por representantes Comitê Gestor da Estratégia Brasil Amigo da
dos seguintes órgãos: Pessoa Idosa será exercida pela Secretaria
Nacional de Promoção do Desenvolvimento
I - Ministério da Cidadania, que o Humano da Secretaria Especial de
Desenvolvimento Social do Ministério da
coordenará;
Cidadania.
II - Ministério da Saúde; e
Seção IV
III - Ministério da Mulher, da Família e
Das competências do Comitê Gestor da
dos Direitos Humanos.
Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa
§ 1º Cada membro do Comitê Gestor
Art. 30. Compete ao Comitê Gestor
da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa
terá um suplente, que o substituirá em suas da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa:
ausências e seus impedimentos.
I - planejar, coordenar e detalhar a
§ 2º Os membros do Comitê Gestor implementação das atividades da Estratégia
da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa

992
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Brasil Amigo da Pessoa Idosa e distribuir as DO ACESSO PREFERENCIAL AO
atividades entre os órgãos que o compõem; TRANSPORTE COLETIVO PELA PESSOA
IDOSA
II - acompanhar, monitorar e avaliar a
execução da Estratégia Brasil Amigo da Art. 34. Este Capítulo dispõe sobre o
Pessoa Idosa e propor medidas para o seu acesso preferencial ao transporte coletivo
aperfeiçoamento; pela pessoa idosa, no sistema de transporte
coletivo interestadual nos modais rodoviário,
III - disciplinar os critérios para a ferroviário e aquaviário.
concessão do reconhecimento de que trata
o inciso V do caput do art. 25; Parágrafo único. Para fins do
disposto neste Capítulo, compete à Agência
IV - auxiliar os Estados, o Distrito Nacional de Transportes Terrestres e à
Federal e os Municípios na implementação Agência Nacional de Transportes
das políticas públicas, dos programas, das Aquaviários, no âmbito de suas
ações, dos serviços e dos benefícios, com competências, editar as normas
vistas ao reconhecimento de que trata o complementares para dispor sobre o
inciso V do caput do art. 25; e detalhamento das medidas necessárias
para conceder o acesso preferencial ao
V - disponibilizar dados e informações transporte coletivo pela pessoa idosa.
sobre o andamento da Estratégia e
apresentá-los anualmente ao Conselho Art. 35. No sistema de transporte
Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa em coletivo interestadual serão observados, em
reunião ordinária. conformidade com o disposto neste Capítulo
e no art. 40 da Lei nº 10.741, de 2003 -
Parágrafo único. Cada órgão que Estatuto do Idoso:
compõe o Comitê Gestor da Estratégia
Brasil Amigo da Pessoa Idosa apresentará, I - a reserva de duas vagas gratuitas
no âmbito de suas competências, proposta por veículo para pessoa idosa com renda
de formulação, implementação e igual ou inferior a dois salários-mínimos; e
monitoramento da Estratégia.
II - o desconto de cinquenta por cento,
Art. 31. Compete à Secretaria no mínimo, no valor das passagens, para a
Nacional de Promoção do Desenvolvimento pessoa idosa que exceder as vagas
Humano da Secretaria Especial de gratuitas, com renda igual ou inferior a dois
Desenvolvimento Social do Ministério da salários-mínimos.
Cidadania operacionalizar a Estratégia
Brasil Amigo da Pessoa Idosa, com a Parágrafo único. Caberá aos órgãos
contribuição dos demais Ministérios que competentes definir os mecanismos e os
compõem o seu Comitê Gestor, observado critérios para o exercício dos direitos
o disposto no art. 29. previstos nos incisos I e II do caput.

Art. 32. As informações relativas à Art. 36. Observado o disposto na


execução da Estratégia Brasil Amigo da legislação local, deverá ser assegurada a
Pessoa Idosa serão compiladas e reserva de cinco por cento das vagas nos
publicadas em plataforma eletrônica estacionamentos públicos e privados para a
disponível para consulta na internet, com pessoa idosa, as quais deverão ser
vistas à garantia da transparência e do posicionadas de forma a garantir a sua
controle social. comodidade.

Art. 33. Ato dos Ministros que Art. 37. Serão asseguradas a
compõem o Comitê Gestor da Estratégia prioridade e a segurança da pessoa idosa
Brasil Amigo da Pessoa Idosa estabelecerá nos procedimentos de embarque e de
os critérios para a implementação da desembarque nos veículos do sistema de
Estratégia. transporte coletivo.

CAPÍTULO III

993
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 38. Para fins do disposto neste § 2º A pessoa idosa, para fazer uso
Capítulo, considera-se: da reserva de que trata o caput:

I - serviço de transporte interestadual I - solicitará um único Bilhete de


de passageiros - serviço que transpõe o Viagem da Pessoa Idosa, nos pontos de
limite do Estado, do Distrito Federal ou do venda próprios da transportadora, com
Território; antecedência de, no mínimo, três horas em
relação ao horário de partida do ponto inicial
II - linha - serviço de transporte da linha do serviço de transporte; e
coletivo de passageiros executado em uma
ligação de dois pontos terminais, nela II - poderá solicitar a emissão do
incluídos os seccionamentos e as bilhete de viagem de retorno, respeitados os
alterações operacionais efetivadas, aberto procedimentos da venda de bilhete de
ao público em geral, de natureza regular e passagem.
permanente, com itinerário definido no ato
de sua delegação ou outorga; § 3º Na existência de seções, nos
pontos de seção devidamente autorizados
III - seção - serviço realizado em para embarque de passageiros, a reserva
trecho do itinerário de linha do serviço de de assentos também estará disponível até o
transporte, com fracionamento do preço de horário definido para o ponto inicial da linha,
passagem; e observado o disposto no § 2º.

IV - bilhete de viagem da pessoa § 4º Transcorrido o prazo a que se


idosa - documento que comprove a refere o § 2º, na hipótese de os bilhetes das
concessão do transporte gratuito da pessoa vagas reservadas de que trata o caput não
idosa, fornecido pela empresa prestadora terem sido concedidos à pessoa idosa com
do serviço de transporte, para possibilitar o renda igual ou inferior a dois salários-
ingresso da pessoa idosa no veículo. mínimos, as empresas prestadoras dos
serviços de transporte poderão
Art. 39. Serão reservadas duas comercializá-los.
vagas gratuitas em cada veículo, comboio
ferroviário ou embarcação do serviço § 5º Na hipótese prevista no § 4º, as
convencional de transporte interestadual de vagas reservadas de que trata o caput
passageiros, à pessoa idosa com renda continuarão disponíveis para a concessão
igual ou inferior a dois salários-mínimos, da gratuidade à pessoa idosa com renda
observado o disposto no inciso I do caput igual ou inferior a dois salários-mínimos
do art. 35. enquanto os seus bilhetes não forem
vendidos.
§ 1º Para fins do disposto no caput,
estão incluídos na condição de serviço § 6º Na data da viagem, a pessoa
convencional: idosa comparecerá ao terminal de
embarque com, no mínimo, trinta minutos de
I - os serviços de transporte rodoviário antecedência em relação ao horário previsto
interestadual convencional de passageiros, para o início da viagem, sob pena da perda
prestado com veículo de características do benefício.
básicas, com ou sem sanitários, em linhas
regulares; § 7º O Bilhete de Viagem da Pessoa
Idosa e o bilhete com desconto do valor da
II - os serviços de transporte passagem são intransferíveis.
ferroviário interestadual de passageiros, em
linhas regulares; e Art. 40. Observado o disposto no
inciso II do caput do art. 35, além das vagas
III - os serviços de transporte previstas no art. 39, a pessoa idosa com
aquaviário interestadual, abertos ao público, renda igual ou inferior a dois salários-
realizados em rios, lagos, lagoas e baías, mínimos terá direito ao desconto mínimo de
que operam linhas regulares, inclusive cinquenta por cento do valor da passagem
travessias. para os demais assentos do veículo, do
comboio ferroviário ou da embarcação do

994
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
serviço convencional de transporte I - Carteira de Trabalho e Previdência
interestadual de passageiros. Social com anotações atualizadas;

Parágrafo único. Para ter direito ao II - contracheque de pagamento ou


desconto previsto no caput, a pessoa idosa documento expedido pelo empregador;
deverá adquirir o bilhete de passagem, de
maneira a obedecer os seguintes prazos: III - carnê de contribuição para o
INSS;
I - para viagens com distância de até
quinhentos quilômetros, adquiri-lo com, no IV - extrato de pagamento de
máximo, seis horas de antecedência; e benefício ou declaração fornecida pelo INSS
ou por outro regime de previdência social
II - para viagens com distância acima público ou privado; e
de quinhentos quilômetros, adquiri-lo com,
no máximo, doze horas de antecedência. V - documento ou carteira emitida
pelas secretarias estaduais, distrital ou
Art. 41. O Bilhete de Viagem da municipais de assistência social ou
Pessoa Idosa será emitido pela empresa congêneres.
prestadora do serviço, em, no mínimo, duas
vias. Art. 43. A pessoa idosa ficará sujeita
aos procedimentos de identificação de
§ 1º Uma via do bilhete de viagem da passageiros ao se apresentar para o
pessoa idosa será destinada ao passageiro embarque, de acordo com as normas
e não poderá ser recolhida pela empresa estabelecidas pela ANTT e pela Antaq, no
prestadora do serviço de transporte. âmbito de suas competências.

§ 2º A segunda via do Bilhete de Art. 44. O benefício concedido à


Viagem da Pessoa Idosa será arquivada e pessoa idosa assegura os mesmos direitos
mantida pela empresa prestadora do serviço garantidos aos demais passageiros.
de transporte, pelo prazo de um ano,
contado da data do término da viagem. Parágrafo único. As tarifas de
pedágio e de utilização dos terminais e as
§ 3º As empresas prestadoras dos despesas com alimentação não estão
serviços de transporte informarão à ANTT e incluídas no benefício tarifário.
à Antaq, na periodicidade definida em seus
regulamentos, a movimentação de usuários Art. 45. A ANTT, a Antaq e a
titulares do benefício, por seção e por concessionária ou a permissionária, quando
situação. disponibilizado o benefício tarifário,
adotarão as providências necessárias ao
Art. 42. No ato de solicitação do atendimento ao disposto no caput do art. 35
bilhete de viagem de pessoa idosa ou do da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995.
desconto no valor da passagem, o
interessado apresentará documento Parágrafo único. A concessionária ou
pessoal que comprove a sua idade e a renda a permissionária apresentará a
igual ou inferior a dois salários-mínimos. documentação necessária para a
comprovação do impacto do benefício no
§ 1º A comprovação de idade da equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
pessoa idosa será feita por meio da observados os termos estabelecidos na
apresentação de documento pessoal de legislação aplicável.
identidade original, com fé pública, que
contenha foto. Art. 46. Aos infratores ao disposto
neste Capítulo serão aplicadas as sanções
§ 2º A comprovação de renda igual previstas no art. 78-A e a 78-K da Lei nº
ou inferior a dois salários-mínimos será feita 10.233, de 5 de junho de 2001.
por meio da apresentação de um dos
seguintes documentos: TÍTULO III

995
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 47. Ficam revogados:

I - o Decreto nº 1.948, de 3 de julho


de 1996;

II - o Decreto nº 5.934, de 18 de
outubro de 2006;

III - o Decreto nº 6.800, de 18 de


março de 2009;

IV - o Decreto nº 8.114, de 30 de
setembro de 2013; e

V - o Decreto nº 9.328, de 3 de abril


de 2018.

Art. 48. Este Decreto entra em vigor


cento e vinte dias após a data de sua
publicação.

Brasília, 18 de julho de 2019; 198º da


Independência e 131º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO


Sérgio Luiz Cury Carazza

Este texto não substitui o publicado no DOU


de 19.7.2019

996
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO IX:
DIREITO DE
FAMÍLIA

997
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

A FAMÍLIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – 1988

Art. 226. A família, base da sociedade,


tem especial proteção do Estado. § 6º O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio. (Redação dada
§ 1º O casamento é civil e gratuita a Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010)
celebração.
§ 7º Fundado nos princípios da
§ 2º O casamento religioso tem efeito dignidade da pessoa humana e da
civil, nos termos da lei. paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo
ao Estado propiciar recursos educacionais e
§ 3º Para efeito da proteção do
científicos para o exercício desse direito,
Estado, é reconhecida a união estável entre
vedada qualquer forma coercitiva por parte
o homem e a mulher como entidade familiar,
devendo a lei facilitar sua conversão em de instituições oficiais ou privadas.
casamento.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à
família na pessoa de cada um dos que a
§ 4º Entende-se, também, como
entidade familiar a comunidade formada por integram, criando mecanismos para coibir a
qualquer dos pais e seus descendentes. violência no âmbito de suas relações.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à


sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.

998
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DO DIREITO DE FAMÍLIA – CÓDIGO CIVIL

TÍTULO I prazo, o registro dependerá de nova


Do Direito Pessoal habilitação.

SUBTÍTULO I § 2o O casamento religioso, celebrado sem


DO CASAMENTO as formalidades exigidas neste Código, terá
efeitos civis se, a requerimento do casal, for
registrado, a qualquer tempo, no registro
CAPÍTULO I
civil, mediante prévia habilitação perante a
Disposições Gerais
autoridade competente e observado o prazo
do art. 1.532.
Art. 1.511. O casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na
§ 3o Será nulo o registro civil do casamento
igualdade de direitos e deveres dos
religioso se, antes dele, qualquer dos
cônjuges.
consorciados houver contraído com outrem
casamento civil.
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a
sua celebração.
CAPÍTULO II
Da Capacidade PARA O CASAMENTO
Parágrafo único. A habilitação para o
casamento, o registro e a primeira certidão
Art. 1.517. O homem e a mulher com
serão isentos de selos, emolumentos e
dezesseis anos podem casar, exigindo-se
custas, para as pessoas cuja pobreza for
autorização de ambos os pais, ou de seus
declarada, sob as penas da lei.
representantes legais, enquanto não
atingida a maioridade civil.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de
direito público ou privado, interferir na
Parágrafo único. Se houver divergência
comunhão de vida instituída pela família.
entre os pais, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 1.631.
Art. 1.514. O casamento se realiza no
momento em que o homem e a mulher
Art. 1.518. Até a celebração do casamento
manifestam, perante o juiz, a sua vontade de
podem os pais ou tutores revogar a
estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os
autorização. (Redação dada pela Lei
declara casados.
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.515. O casamento religioso, que
Art. 1.519. A denegação do consentimento,
atender às exigências da lei para a validade
quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
do casamento civil, equipara-se a este,
desde que registrado no registro próprio,
produzindo efeitos a partir da data de sua Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer
celebração. caso, o casamento de quem não atingiu a
idade núbil, observado o disposto no art.
1.517 deste Código. (Redação dada pela
Art. 1.516. O registro do casamento religioso
Lei nº 13.811, de 2019)
submete-se aos mesmos requisitos exigidos
para o casamento civil.
CAPÍTULO III
Dos Impedimentos
§ 1o O registro civil do casamento religioso
deverá ser promovido dentro de noventa
dias de sua realização, mediante Art. 1.521. Não podem casar:
comunicação do celebrante ao ofício
competente, ou por iniciativa de qualquer I - os ascendentes com os descendentes,
interessado, desde que haja sido seja o parentesco natural ou civil;
homologada previamente a habilitação
regulada neste Código. Após o referido II - os afins em linha reta;

999
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - o adotante com quem foi cônjuge do cônjuge e para a pessoa tutelada ou
adotado e o adotado com quem o foi do curatelada; no caso do inciso II, a nubente
adotante; deverá provar nascimento de filho, ou
inexistência de gravidez, na fluência do
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e prazo.
demais colaterais, até o terceiro grau
inclusive; Art. 1.524. As causas suspensivas da
celebração do casamento podem ser
V - o adotado com o filho do adotante; argüidas pelos parentes em linha reta de um
dos nubentes, sejam consangüíneos ou
afins, e pelos colaterais em segundo grau,
VI - as pessoas casadas;
sejam também consangüíneos ou afins.
VII - o cônjuge sobrevivente com o
CAPÍTULO V
condenado por homicídio ou tentativa de
Do Processo de Habilitação PARA O
homicídio contra o seu consorte.
CASAMENTO
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser
Art. 1.525. O requerimento de habilitação
opostos, até o momento da celebração do
para o casamento será firmado por ambos
casamento, por qualquer pessoa capaz.
os nubentes, de próprio punho, ou, a seu
pedido, por procurador, e deve ser instruído
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de com os seguintes documentos:
registro, tiver conhecimento da existência de
algum impedimento, será obrigado a
I - certidão de nascimento ou documento
declará-lo.
equivalente;
CAPÍTULO IV
Das causas suspensivas II - autorização por escrito das pessoas sob
cuja dependência legal estiverem, ou ato
judicial que a supra;
Art. 1.523. Não devem casar:
III - declaração de duas testemunhas
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do maiores, parentes ou não, que atestem
cônjuge falecido, enquanto não fizer conhecê-los e afirmem não existir
inventário dos bens do casal e der partilha impedimento que os iniba de casar;
aos herdeiros;
IV - declaração do estado civil, do domicílio
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se e da residência atual dos contraentes e de
desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até seus pais, se forem conhecidos;
dez meses depois do começo da viuvez, ou
da dissolução da sociedade conjugal;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de
sentença declaratória de nulidade ou de
III - o divorciado, enquanto não houver sido anulação de casamento, transitada em
homologada ou decidida a partilha dos bens julgado, ou do registro da sentença de
do casal; divórcio.

IV - o tutor ou o curador e os seus Art. 1.526. A habilitação será feita


descendentes, ascendentes, irmãos, pessoalmente perante o oficial do Registro
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa Civil, com a audiência do Ministério
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar Público. (Redação dada pela Lei nº
a tutela ou curatela, e não estiverem 12.133, de 2009) Vigência
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. Caso haja impugnação do
Parágrafo único. É permitido aos nubentes oficial, do Ministério Público ou de terceiro,
solicitar ao juiz que não lhes sejam a habilitação será submetida ao
aplicadas as causas suspensivas previstas juiz. (Incluído pela Lei nº 12.133, de
nos incisos I, III e IV deste artigo, provando- 2009) Vigência
se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-

1000
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.527. Estando em ordem a contraentes, ou, querendo as partes e
documentação, o oficial extrairá o edital, que consentindo a autoridade celebrante, noutro
se afixará durante quinze dias nas edifício público ou particular.
circunscrições do Registro Civil de ambos os
nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará § 1o Quando o casamento for em edifício
na imprensa local, se houver. particular, ficará este de portas abertas
durante o ato.
Parágrafo único. A autoridade competente,
havendo urgência, poderá dispensar a § 2o Serão quatro as testemunhas na
publicação. hipótese do parágrafo anterior e se algum
dos contraentes não souber ou não puder
Art. 1.528. É dever do oficial do registro escrever.
esclarecer os nubentes a respeito dos fatos
que podem ocasionar a invalidade do Art. 1.535. Presentes os contraentes, em
casamento, bem como sobre os diversos pessoa ou por procurador especial,
regimes de bens. juntamente com as testemunhas e o oficial
do registro, o presidente do ato, ouvida aos
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto nubentes a afirmação de que pretendem
as causas suspensivas serão opostos em casar por livre e espontânea vontade,
declaração escrita e assinada, instruída com declarará efetuado o casamento, nestes
as provas do fato alegado, ou com a termos:"De acordo com a vontade que
indicação do lugar onde possam ser obtidas. ambos acabais de afirmar perante mim, de
vos receberdes por marido e mulher, eu, em
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nome da lei, vos declaro casados."
nubentes ou a seus representantes nota da
oposição, indicando os fundamentos, as Art. 1.536. Do casamento, logo depois de
provas e o nome de quem a ofereceu. celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de
registro. No assento, assinado pelo
Parágrafo único. Podem os nubentes presidente do ato, pelos cônjuges, as
requerer prazo razoável para fazer prova testemunhas, e o oficial do registro, serão
contrária aos fatos alegados, e promover as exarados:
ações civis e criminais contra o oponente de
má-fé. I - os prenomes, sobrenomes, datas de
nascimento, profissão, domicílio e
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos residência atual dos cônjuges;
arts. 1.526 e 1.527 e verificada a
inexistência de fato obstativo, o oficial do II - os prenomes, sobrenomes, datas de
registro extrairá o certificado de habilitação. nascimento ou de morte, domicílio e
residência atual dos pais;
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de
noventa dias, a contar da data em que foi III - o prenome e sobrenome do cônjuge
extraído o certificado. precedente e a data da dissolução do
casamento anterior;
CAPÍTULO VI
Da Celebração do Casamento IV - a data da publicação dos proclamas e
da celebração do casamento;
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no
dia, hora e lugar previamente designados V - a relação dos documentos apresentados
pela autoridade que houver de presidir o ato, ao oficial do registro;
mediante petição dos contraentes, que se
mostrem habilitados com a certidão do art. VI - o prenome, sobrenome, profissão,
1.531. domicílio e residência atual das
testemunhas;
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na
sede do cartório, com toda publicidade, a VII - o regime do casamento, com a
portas abertas, presentes pelo menos duas declaração da data e do cartório em cujas
testemunhas, parentes ou não dos notas foi lavrada a escritura antenupcial,

1001
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
quando o regime não for o da comunhão dez dias, pedindo que lhes tome por termo a
parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido. declaração de:

Art. 1.537. O instrumento da autorização I - que foram convocadas por parte do


para casar transcrever-se-á integralmente enfermo;
na escritura antenupcial.
II - que este parecia em perigo de vida, mas
Art. 1.538. A celebração do casamento será em seu juízo;
imediatamente suspensa se algum dos
contraentes: III - que, em sua presença, declararam os
contraentes, livre e espontaneamente,
I - recusar a solene afirmação da sua receber-se por marido e mulher.
vontade;
§ 1o Autuado o pedido e tomadas as
II - declarar que esta não é livre e declarações, o juiz procederá às diligências
espontânea; necessárias para verificar se os contraentes
podiam ter-se habilitado, na forma ordinária,
III - manifestar-se arrependido. ouvidos os interessados que o requererem,
dentro em quinze dias.
Parágrafo único. O nubente que, por algum
dos fatos mencionados neste artigo, der § 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges
causa à suspensão do ato, não será para o casamento, assim o decidirá a
admitido a retratar-se no mesmo dia. autoridade competente, com recurso
voluntário às partes.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um
dos nubentes, o presidente do ato irá § 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou
celebrá-lo onde se encontrar o impedido, se ela passar em julgado, apesar dos
sendo urgente, ainda que à noite, perante recursos interpostos, o juiz mandará
duas testemunhas que saibam ler e registrá-la no livro do Registro dos
escrever. Casamentos.

§ 1o A falta ou impedimento da autoridade § 4o O assento assim lavrado retrotrairá os


competente para presidir o casamento efeitos do casamento, quanto ao estado dos
suprir-se-á por qualquer dos seus cônjuges, à data da celebração.
substitutos legais, e a do oficial do Registro
Civil por outro ad hoc, nomeado pelo § 5o Serão dispensadas as formalidades
presidente do ato. deste e do artigo antecedente, se o enfermo
convalescer e puder ratificar o casamento
§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad na presença da autoridade competente e do
hoc, será registrado no respectivo registro oficial do registro.
dentro em cinco dias, perante duas
testemunhas, ficando arquivado. Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se
mediante procuração, por instrumento
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes público, com poderes especiais.
estiver em iminente risco de vida, não
obtendo a presença da autoridade à qual § 1o A revogação do mandato não necessita
incumba presidir o ato, nem a de seu chegar ao conhecimento do mandatário;
substituto, poderá o casamento ser mas, celebrado o casamento sem que o
celebrado na presença de seis mandatário ou o outro contraente tivessem
testemunhas, que com os nubentes não ciência da revogação, responderá o
tenham parentesco em linha reta, ou, na mandante por perdas e danos.
colateral, até segundo grau.
§ 2o O nubente que não estiver em iminente
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem risco de vida poderá fazer-se representar no
as testemunhas comparecer perante a casamento nuncupativo.
autoridade judicial mais próxima, dentro em

1002
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 3o A eficácia do mandato não ultrapassará II - por infringência de impedimento.
noventa dias.
Art. 1.549. A decretação de nulidade de
§ 4o Só por instrumento público se poderá casamento, pelos motivos previstos no
revogar o mandato. artigo antecedente, pode ser promovida
mediante ação direta, por qualquer
CAPÍTULO VII interessado, ou pelo Ministério Público.
Das Provas do Casamento
Art. 1.550. É anulável o casamento:
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil
prova-se pela certidão do registro. I - de quem não completou a idade mínima
para casar;
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda
do registro civil, é admissível qualquer outra II - do menor em idade núbil, quando não
espécie de prova. autorizado por seu representante legal;

Art. 1.544. O casamento de brasileiro, III - por vício da vontade, nos termos dos
celebrado no estrangeiro, perante as arts. 1.556 a 1.558;
respectivas autoridades ou os cônsules
brasileiros, deverá ser registrado em cento e IV - do incapaz de consentir ou manifestar,
oitenta dias, a contar da volta de um ou de de modo inequívoco, o consentimento;
ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do
respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o
V - realizado pelo mandatário, sem que ele
Ofício da Capital do Estado em que
ou o outro contraente soubesse da
passarem a residir.
revogação do mandato, e não sobrevindo
coabitação entre os cônjuges;
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na
posse do estado de casadas, não possam
VI - por incompetência da autoridade
manifestar vontade, ou tenham falecido, não
celebrante.
se pode contestar em prejuízo da prole
comum, salvo mediante certidão do Registro
Civil que prove que já era casada alguma § 1o. Equipara-se à revogação a
delas, quando contraiu o casamento invalidade do mandato judicialmente
impugnado. decretada. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.546. Quando a prova da celebração
legal do casamento resultar de processo § 2o A pessoa com deficiência mental
judicial, o registro da sentença no livro do ou intelectual em idade núbia poderá
Registro Civil produzirá, tanto no que toca contrair matrimônio, expressando sua
aos cônjuges como no que respeita aos vontade diretamente ou por meio de seu
filhos, todos os efeitos civis desde a data do responsável ou curador. (Incluído pela
casamento. Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 1.547. Na dúvida entre as provas Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de
favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo idade, o casamento de que resultou
casamento, se os cônjuges, cujo casamento gravidez.
se impugna, viverem ou tiverem vivido na
posse do estado de casados. Art. 1.552. A anulação do casamento dos
menores de dezesseis anos será requerida:
CAPÍTULO VIII
Da Invalidade do Casamento I - pelo próprio cônjuge menor;

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: II - por seus representantes legais;

I - (Revogado); (Redação dada pela Lei III - por seus ascendentes.


nº 13.146, de 2015) (Vigência)

1003
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade descendência; (Redação dada pela
núbil poderá, depois de completá-la, Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
confirmar seu casamento, com a
autorização de seus representantes legais, IV - (Revogado). (Redação
se necessária, ou com suprimento judicial. dada pela Lei nº 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado
por aquele que, sem possuir a competência Art. 1.558. É anulável o casamento em
exigida na lei, exercer publicamente as virtude de coação, quando o consentimento
funções de juiz de casamentos e, nessa de um ou de ambos os cônjuges houver sido
qualidade, tiver registrado o ato no Registro captado mediante fundado temor de mal
Civil. considerável e iminente para a vida, a saúde
e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade
núbil, quando não autorizado por seu Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu
representante legal, só poderá ser anulado em erro, ou sofreu coação, pode demandar
se a ação for proposta em cento e oitenta a anulação do casamento; mas a
dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de coabitação, havendo ciência do vício, valida
sê-lo, de seus representantes legais ou de o ato, ressalvadas as hipóteses dos incisos
seus herdeiros necessários. III e IV do art. 1.557.

§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será Art. 1.560. O prazo para ser intentada a
contado do dia em que cessou a ação de anulação do casamento, a contar
incapacidade, no primeiro caso; a partir do da data da celebração, é de:
casamento, no segundo; e, no terceiro, da
morte do incapaz.
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV
do art. 1.550;
§ 2o Não se anulará o casamento quando à
sua celebração houverem assistido os
II - dois anos, se incompetente a autoridade
representantes legais do incapaz, ou
celebrante;
tiverem, por qualquer modo, manifestado
sua aprovação.
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV
do art. 1.557;
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado
por vício da vontade, se houve por parte de
um dos nubentes, ao consentir, erro IV - quatro anos, se houver coação.
essencial quanto à pessoa do outro.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o
Art. 1.557. Considera-se erro essencial direito de anular o casamento dos menores
sobre a pessoa do outro cônjuge: de dezesseis anos, contado o prazo para o
menor do dia em que perfez essa idade; e
da data do casamento, para seus
I - o que diz respeito à sua identidade, sua
representantes legais ou ascendentes.
honra e boa fama, sendo esse erro tal que o
seu conhecimento ulterior torne insuportável
a vida em comum ao cônjuge enganado; § 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o
prazo para anulação do casamento é de
cento e oitenta dias, a partir da data em que
II - a ignorância de crime, anterior ao o mandante tiver conhecimento da
casamento, que, por sua natureza, torne
celebração.
insuportável a vida conjugal;
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo,
III - a ignorância, anterior ao se contraído de boa-fé por ambos os
casamento, de defeito físico irremediável cônjuges, o casamento, em relação a estes
que não caracterize deficiência ou de
como aos filhos, produz todos os efeitos até
moléstia grave e transmissível, por contágio
o dia da sentença anulatória.
ou por herança, capaz de pôr em risco a
saúde do outro cônjuge ou de sua

1004
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé II - vida em comum, no domicílio conjugal;
ao celebrar o casamento, os seus efeitos
civis só a ele e aos filhos aproveitarão. III - mútua assistência;

§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má- IV - sustento, guarda e educação dos filhos;


fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos
civis só aos filhos aproveitarão.
V - respeito e consideração mútuos.

Art. 1.562. Antes de mover a ação de


Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal
nulidade do casamento, a de anulação, a de
será exercida, em colaboração, pelo marido
separação judicial, a de divórcio direto ou a
e pela mulher, sempre no interesse do casal
de dissolução de união estável, poderá
e dos filhos.
requerer a parte, comprovando sua
necessidade, a separação de corpos, que
será concedida pelo juiz com a possível Parágrafo único. Havendo divergência,
brevidade. qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao
juiz, que decidirá tendo em consideração
aqueles interesses.
Art. 1.563. A sentença que decretar a
nulidade do casamento retroagirá à data da
sua celebração, sem prejudicar a aquisição Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a
de direitos, a título oneroso, por terceiros de concorrer, na proporção de seus bens e dos
boa-fé, nem a resultante de sentença rendimentos do trabalho, para o sustento da
transitada em julgado. família e a educação dos filhos, qualquer
que seja o regime patrimonial.
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado
por culpa de um dos cônjuges, este Art. 1.569. O domicílio do casal será
incorrerá: escolhido por ambos os cônjuges, mas um e
outro podem ausentar-se do domicílio
conjugal para atender a encargos públicos,
I - na perda de todas as vantagens havidas
ao exercício de sua profissão, ou a
do cônjuge inocente;
interesses particulares relevantes.

II - na obrigação de cumprir as promessas Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver


que lhe fez no contrato antenupcial. em lugar remoto ou não sabido,
encarcerado por mais de cento e oitenta
CAPÍTULO IX dias, interditado judicialmente ou privado,
Da Eficácia do Casamento episodicamente, de consciência, em virtude
de enfermidade ou de acidente, o outro
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e exercerá com exclusividade a direção da
mulher assumem mutuamente a condição família, cabendo-lhe a administração dos
de consortes, companheiros e responsáveis bens.
pelos encargos da família.
CAPÍTULO X
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, Da Dissolução da Sociedade e do
poderá acrescer ao seu o sobrenome do vínculo Conjugal
outro.
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
§ 2o O planejamento familiar é de livre
decisão do casal, competindo ao Estado I - pela morte de um dos cônjuges;
propiciar recursos educacionais e
financeiros para o exercício desse direito,
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
vedado qualquer tipo de coerção por parte
de instituições privadas ou públicas.
III - pela separação judicial;
Art. 1.566. São deveres de ambos os
cônjuges: IV - pelo divórcio.

I - fidelidade recíproca;

1005
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela Parágrafo único. O juiz poderá considerar
morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, outros fatos que tornem evidente a
aplicando-se a presunção estabelecida impossibilidade da vida em comum.
neste Código quanto ao ausente.
Art. 1.574. Dar-se-á a separação judicial por
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio mútuo consentimento dos cônjuges se
direto ou por conversão, o cônjuge poderá forem casados por mais de um ano e o
manter o nome de casado; salvo, no manifestarem perante o juiz, sendo por ele
segundo caso, dispondo em contrário a devidamente homologada a convenção.
sentença de separação judicial.
Parágrafo único. O juiz pode recusar a
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá homologação e não decretar a separação
propor a ação de separação judicial, judicial se apurar que a convenção não
imputando ao outro qualquer ato que preserva suficientemente os interesses dos
importe grave violação dos deveres do filhos ou de um dos cônjuges.
casamento e torne insuportável a vida em
comum. Art. 1.575. A sentença de separação judicial
importa a separação de corpos e a partilha
§ 1o A separação judicial pode também ser de bens.
pedida se um dos cônjuges provar ruptura
da vida em comum há mais de um ano e a Parágrafo único. A partilha de bens poderá
impossibilidade de sua reconstituição. ser feita mediante proposta dos cônjuges e
homologada pelo juiz ou por este decidida.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a
separação judicial quando o outro estiver Art. 1.576. A separação judicial põe termo
acometido de doença mental grave, aos deveres de coabitação e fidelidade
manifestada após o casamento, que torne recíproca e ao regime de bens.
impossível a continuação da vida em
comum, desde que, após uma duração de
Parágrafo único. O procedimento judicial da
dois anos, a enfermidade tenha sido
separação caberá somente aos cônjuges, e,
reconhecida de cura improvável.
no caso de incapacidade, serão
representados pelo curador, pelo
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao ascendente ou pelo irmão.
cônjuge enfermo, que não houver pedido a
separação judicial, os remanescentes dos
Art. 1.577. Seja qual for a causa da
bens que levou para o casamento, e se o
separação judicial e o modo como esta se
regime dos bens adotado o permitir, a
faça, é lícito aos cônjuges restabelecer, a
meação dos adquiridos na constância da todo tempo, a sociedade conjugal, por ato
sociedade conjugal. regular em juízo.

Art. 1.573. Podem caracterizar a


Parágrafo único. A reconciliação em nada
impossibilidade da comunhão de vida a
prejudicará o direito de terceiros, adquirido
ocorrência de algum dos seguintes motivos: antes e durante o estado de separado, seja
qual for o regime de bens.
I - adultério;
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na
II - tentativa de morte; ação de separação judicial perde o direito de
usar o sobrenome do outro, desde que
III - sevícia ou injúria grave; expressamente requerido pelo cônjuge
inocente e se a alteração não acarretar:
IV - abandono voluntário do lar conjugal,
durante um ano contínuo; I - evidente prejuízo para a sua identificação;

V - condenação por crime infamante; II - manifesta distinção entre o seu nome de


família e o dos filhos havidos da união
VI - conduta desonrosa. dissolvida;

1006
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - dano grave reconhecido na decisão guarda compartilhada a responsabilização
judicial. conjunta e o exercício de direitos e deveres
do pai e da mãe que não vivam sob o
§ 1o O cônjuge inocente na ação de mesmo teto, concernentes ao poder familiar
separação judicial poderá renunciar, a dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº
qualquer momento, ao direito de usar o 11.698, de 2008).
sobrenome do outro.
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de
§ 2o Nos demais casos caberá a opção pela convívio com os filhos deve ser dividido de
conservação do nome de casado. forma equilibrada com a mãe e com o pai,
sempre tendo em vista as condições fáticas
e os interesses dos filhos. (Redação
Art. 1.579. O divórcio não modificará os
direitos e deveres dos pais em relação aos dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
filhos.
I - (revogado); (Redação dada pela
Parágrafo único. Novo casamento de Lei nº 13.058, de 2014)
qualquer dos pais, ou de ambos, não poderá
importar restrições aos direitos e deveres II - (revogado); (Redação dada pela
previstos neste artigo. Lei nº 13.058, de 2014)

Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em III - (revogado). (Redação dada


julgado da sentença que houver decretado a pela Lei nº 13.058, de 2014)
separação judicial, ou da decisão
concessiva da medida cautelar de § 3º Na guarda compartilhada, a cidade
separação de corpos, qualquer das partes considerada base de moradia dos filhos será
poderá requerer sua conversão em divórcio. aquela que melhor atender aos interesses
dos filhos. (Redação dada pela Lei nº
§ 1o A conversão em divórcio da separação 13.058, de 2014)
judicial dos cônjuges será decretada por
sentença, da qual não constará referência à § 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº
causa que a determinou. 11.698, de 2008).

§ 2o O divórcio poderá ser requerido, por um § 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a


ou por ambos os cônjuges, no caso de mãe que não a detenha a supervisionar os
comprovada separação de fato por mais de interesses dos filhos, e, para possibilitar tal
dois anos. supervisão, qualquer dos genitores sempre
será parte legítima para solicitar
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido informações e/ou prestação de contas,
sem que haja prévia partilha de bens. objetivas ou subjetivas, em assuntos ou
situações que direta ou indiretamente
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente afetem a saúde física e psicológica e a
competirá aos cônjuges. educação de seus filhos. (Incluído pela
Lei nº 13.058, de 2014)
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz
para propor a ação ou defender-se, poderá Art. 1.584. A guarda, unilateral ou
fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão. compartilhada, poderá ser: (Redação
dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
CAPÍTULO XI
Da Proteção da Pessoa dos Filhos I – requerida, por consenso, pelo pai e pela
mãe, ou por qualquer deles, em ação
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou autônoma de separação, de divórcio, de
compartilhada. (Redação dada pela dissolução de união estável ou em medida
Lei nº 11.698, de 2008). cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de
2008).
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a
atribuída a um só dos genitores ou a alguém II – decretada pelo juiz, em atenção a
que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por necessidades específicas do filho, ou em

1007
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
razão da distribuição de tempo necessário Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de
ao convívio deste com o pai e com a separação de corpos, em sede de medida
mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de cautelar de guarda ou em outra sede de
2008). fixação liminar de guarda, a decisão sobre
guarda de filhos, mesmo que provisória,
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz será proferida preferencialmente após a
informará ao pai e à mãe o significado da oitiva de ambas as partes perante o juiz,
guarda compartilhada, a sua importância, a salvo se a proteção aos interesses dos filhos
similitude de deveres e direitos atribuídos exigir a concessão de liminar sem a oitiva da
aos genitores e as sanções pelo outra parte, aplicando-se as disposições do
descumprimento de suas art. 1.584. (Redação dada pela Lei nº
cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, 13.058, de 2014)
de 2008).
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá
§ 2o Quando não houver acordo entre a o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos,
mãe e o pai quanto à guarda do filho, regular de maneira diferente da
encontrando-se ambos os genitores aptos a estabelecida nos artigos antecedentes a
exercer o poder familiar, será aplicada a situação deles para com os pais.
guarda compartilhada, salvo se um dos
genitores declarar ao magistrado que não Art. 1.587. No caso de invalidade do
deseja a guarda do menor. (Redação casamento, havendo filhos comuns,
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e
1.586.
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai
e da mãe e os períodos de convivência sob Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair
guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a novas núpcias não perde o direito de ter
requerimento do Ministério Público, poderá consigo os filhos, que só lhe poderão ser
basear-se em orientação técnico- retirados por mandado judicial, provado que
profissional ou de equipe interdisciplinar, não são tratados convenientemente.
que deverá visar à divisão equilibrada do
tempo com o pai e com a Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda
mãe. (Redação dada pela Lei nº não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-
13.058, de 2014) los em sua companhia, segundo o que
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado
§ 4o A alteração não autorizada ou o pelo juiz, bem como fiscalizar sua
descumprimento imotivado de cláusula de manutenção e educação.
guarda unilateral ou compartilhada poderá
implicar a redução de prerrogativas Parágrafo único. O direito de visita estende-
atribuídas ao seu detentor. (Redação se a qualquer dos avós, a critério do juiz,
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) observados os interesses da criança ou do
adolescente. (Incluído pela Lei nº
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não 12.398, de 2011)
deve permanecer sob a guarda do pai ou da
mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele Art. 1.590. As disposições relativas à guarda
compatibilidade com a natureza da medida, e prestação de alimentos aos filhos menores
considerados, de preferência, o grau de estendem-se aos maiores incapazes.
parentesco e as relações de afinidade e
afetividade. (Redação dada pela Lei SUBTÍTULO II
nº 13.058, de 2014)
DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO
§ 6o Qualquer estabelecimento
CAPÍTULO I
público ou privado é obrigado a prestar
Disposições Gerais
informações a qualquer dos genitores sobre
os filhos destes, sob pena de multa de R$
200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 Art. 1.591. São parentes em linha reta as
(quinhentos reais) por dia pelo não pessoas que estão umas para com as outras
atendimento da solicitação. (Incluído na relação de ascendentes e descendentes.
pela Lei nº 13.058, de 2014)

1008
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.592. São parentes em linha colateral V - havidos por inseminação artificial
ou transversal, até o quarto grau, as heteróloga, desde que tenha prévia
pessoas provenientes de um só tronco, sem autorização do marido.
descenderem uma da outra.
Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se,
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, antes de decorrido o prazo previsto no inciso
conforme resulte de consangüinidade ou II do art. 1.523, a mulher contrair novas
outra origem. núpcias e lhe nascer algum filho, este se
presume do primeiro marido, se nascido
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os dentro dos trezentos dias a contar da data
graus de parentesco pelo número de do falecimento deste e, do segundo, se o
gerações, e, na colateral, também pelo nascimento ocorrer após esse período e já
número delas, subindo de um dos parentes decorrido o prazo a que se refere o inciso I
até ao ascendente comum, e descendo até do art. 1597.
encontrar o outro parente.
Art. 1.599. A prova da impotência do
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é cônjuge para gerar, à época da concepção,
aliado aos parentes do outro pelo vínculo da ilide a presunção da paternidade.
afinidade.
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher,
§ 1o O parentesco por afinidade limita-se ainda que confessado, para ilidir a
aos ascendentes, aos descendentes e aos presunção legal da paternidade.
irmãos do cônjuge ou companheiro.
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de
§ 2o Na linha reta, a afinidade não se contestar a paternidade dos filhos nascidos
extingue com a dissolução do casamento ou de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
da união estável.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os
CAPÍTULO II herdeiros do impugnante têm direito de
Da Filiação prosseguir na ação.

Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da Art. 1.602. Não basta a confissão materna
relação de casamento, ou por adoção, terão para excluir a paternidade.
os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão
discriminatórias relativas à filiação. do termo de nascimento registrada no
Registro Civil.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na
constância do casamento os filhos: Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado
contrário ao que resulta do registro de
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo nascimento, salvo provando-se erro ou
menos, depois de estabelecida a falsidade do registro.
convivência conjugal;
Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de
II - nascidos nos trezentos dias nascimento, poderá provar-se a filiação por
subsequentes à dissolução da sociedade qualquer modo admissível em direito:
conjugal, por morte, separação judicial,
nulidade e anulação do casamento; I - quando houver começo de prova por
escrito, proveniente dos pais, conjunta ou
III - havidos por fecundação artificial separadamente;
homóloga, mesmo que falecido o marido;
II - quando existirem veementes presunções
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se resultantes de fatos já certos.
tratar de embriões excedentários,
decorrentes de concepção artificial Art. 1.606. A ação de prova de filiação
homóloga; compete ao filho, enquanto viver, passando

1009
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
aos herdeiros, se ele morrer menor ou Art. 1.613. São ineficazes a condição e o
incapaz. termo apostos ao ato de reconhecimento do
filho.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo
filho, os herdeiros poderão continuá-la, Art. 1.614. O filho maior não pode ser
salvo se julgado extinto o processo. reconhecido sem o seu consentimento, e o
menor pode impugnar o reconhecimento,
CAPÍTULO III nos quatro anos que se seguirem à
Do Reconhecimento dos Filhos maioridade, ou à emancipação.

Art. 1.607. O filho havido fora do casamento Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo
pode ser reconhecido pelos pais, conjunta interesse tenha, pode contestar a ação de
ou separadamente. investigação de paternidade, ou
maternidade.
Art. 1.608. Quando a maternidade constar
do termo do nascimento do filho, a mãe só Art. 1.616. A sentença que julgar procedente
poderá contestá-la, provando a falsidade do a ação de investigação produzirá os
termo, ou das declarações nele contidas. mesmos efeitos do reconhecimento; mas
poderá ordenar que o filho se crie e eduque
fora da companhia dos pais ou daquele que
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos
lhe contestou essa qualidade.
havidos fora do casamento é irrevogável e
será feito:
Art. 1.617. A filiação materna ou paterna
pode resultar de casamento declarado nulo,
I - no registro do nascimento;
ainda mesmo sem as condições do putativo.
II - por escritura pública ou escrito particular,
a ser arquivado em cartório; CAPÍTULO IV
Da Adoção
III - por testamento, ainda que
Art. 1.618. A adoção de crianças e
incidentalmente manifestado;
adolescentes será deferida na forma
prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de
IV - por manifestação direta e expressa 1990 - Estatuto da Criança e do
perante o juiz, ainda que o reconhecimento Adolescente. (Redação dada pela Lei
não haja sido o objeto único e principal do nº 12.010, de 2009) Vigência
ato que o contém.
Art. 1.619. A adoção de maiores de 18
Parágrafo único. O reconhecimento pode (dezoito) anos dependerá da assistência
preceder o nascimento do filho ou ser efetiva do poder público e de sentença
posterior ao seu falecimento, se ele deixar constitutiva, aplicando-se, no que couber, as
descendentes. regras gerais da Lei no 8.069, de 13 de julho
de 1990 - Estatuto da Criança e do
Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser Adolescente. (Redação dada pela Lei nº
revogado, nem mesmo quando feito em 12.010, de 2009) Vigência
testamento.
Art. 1.620. a 1.629. (Revogados pela
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
reconhecido por um dos cônjuges, não
poderá residir no lar conjugal sem o CAPÍTULO V
consentimento do outro.
DO PODER FAMILIAR
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto
menor, ficará sob a guarda do genitor que o Seção I
reconheceu, e, se ambos o reconheceram e Disposições Gerais
não houver acordo, sob a de quem melhor
atender aos interesses do menor. Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder
familiar, enquanto menores.

1010
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.631. Durante o casamento e a união VI - nomear-lhes tutor por testamento
estável, compete o poder familiar aos pais; ou documento autêntico, se o outro dos pais
na falta ou impedimento de um deles, o não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não
outro o exercerá com exclusividade. puder exercer o poder
familiar; (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto 13.058, de 2014)
ao exercício do poder familiar, é assegurado
a qualquer deles recorrer ao juiz para VII - representá-los judicial e
solução do desacordo. extrajudicialmente até os 16 (dezesseis)
anos, nos atos da vida civil, e assisti-los,
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e após essa idade, nos atos em que forem
a dissolução da união estável não alteram partes, suprindo-lhes o
as relações entre pais e filhos senão quanto consentimento; (Redação dada pela
ao direito, que aos primeiros cabe, de terem Lei nº 13.058, de 2014)
em sua companhia os segundos.
VIII - reclamá-los de quem
Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, ilegalmente os detenha; (Incluído pela
fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se Lei nº 13.058, de 2014)
a mãe não for conhecida ou capaz de
exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor. IX - exigir que lhes prestem
obediência, respeito e os serviços próprios
Seção II de sua idade e condição. (Incluído pela
Do Exercício do Poder Familiar Lei nº 13.058, de 2014)

Art. 1.634. Compete a ambos os Seção III


pais, qualquer que seja a sua situação Da Suspensão e Extinção do Poder
conjugal, o pleno exercício do poder familiar, Familiar
que consiste em, quanto aos
filhos: (Redação dada pela Lei nº Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
13.058, de 2014)
I - pela morte dos pais ou do filho;
I - dirigir-lhes a criação e a
educação; (Redação dada pela Lei nº II - pela emancipação, nos termos do art. 5o,
13.058, de 2014) parágrafo único;

II - exercer a guarda unilateral ou III - pela maioridade;


compartilhada nos termos do art.
1.584; (Redação dada pela Lei nº
IV - pela adoção;
13.058, de 2014)

V - por decisão judicial, na forma do artigo


III - conceder-lhes ou negar-lhes
1.638.
consentimento para
casarem; (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014) Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas
núpcias, ou estabelece união estável, não
perde, quanto aos filhos do relacionamento
IV - conceder-lhes ou negar-lhes anterior, os direitos ao poder familiar,
consentimento para viajarem ao exercendo-os sem qualquer interferência do
exterior; (Redação dada pela Lei nº novo cônjuge ou companheiro.
13.058, de 2014)
Parágrafo único. Igual preceito ao
V - conceder-lhes ou negar-lhes estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou
consentimento para mudarem sua à mãe solteiros que casarem ou
residência permanente para outro estabelecerem união estável.
Município; (Redação dada pela Lei nº
13.058, de 2014)
Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de
sua autoridade, faltando aos deveres a eles

1011
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
inerentes ou arruinando os bens dos filhos, a) homicídio, feminicídio ou lesão
cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou corporal de natureza grave ou seguida de
o Ministério Público, adotar a medida que morte, quando se tratar de crime doloso
lhe pareça reclamada pela segurança do envolvendo violência doméstica e familiar
menor e seus haveres, até suspendendo o ou menosprezo ou discriminação à condição
poder familiar, quando convenha. de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de
2018)
Parágrafo único. Suspende-se igualmente o
exercício do poder familiar ao pai ou à mãe b) estupro, estupro de vulnerável ou
condenados por sentença irrecorrível, em outro crime contra a dignidade sexual sujeito
virtude de crime cuja pena exceda a dois à pena de reclusão. (Incluído pela Lei nº
anos de prisão. 13.715, de 2018)

Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder TÍTULO II


familiar o pai ou a mãe que: Do Direito Patrimonial

I - castigar imoderadamente o filho; SUBTÍTULO I


DO REGIME DE BENS ENTRE OS
II - deixar o filho em abandono; CÔNJUGES
III - praticar atos contrários à moral e aos CAPÍTULO I
bons costumes; Disposições Gerais

IV - incidir, reiteradamente, nas faltas Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de
previstas no artigo antecedente. celebrado o casamento, estipular, quanto
aos seus bens, o que lhes aprouver.
V - entregar de forma irregular o filho
a terceiros para fins de adoção. (Incluído § 1o O regime de bens entre os cônjuges
pela Lei nº 13.509, de 2017) começa a vigorar desde a data do
casamento.
Parágrafo único. Perderá também por
ato judicial o poder familiar aquele § 2o É admissível alteração do regime de
que: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) bens, mediante autorização judicial em
pedido motivado de ambos os cônjuges,
I – praticar contra outrem igualmente apurada a procedência das razões
titular do mesmo poder familiar: (Incluído invocadas e ressalvados os direitos de
pela Lei nº 13.715, de 2018) terceiros.

a) homicídio, feminicídio ou lesão Art. 1.640. Não havendo convenção, ou


corporal de natureza grave ou seguida de sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto
morte, quando se tratar de crime doloso aos bens entre os cônjuges, o regime da
envolvendo violência doméstica e familiar comunhão parcial.
ou menosprezo ou discriminação à condição
de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de Parágrafo único. Poderão os nubentes, no
2018) processo de habilitação, optar por qualquer
dos regimes que este código regula. Quanto
b) estupro ou outro crime contra a à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela
dignidade sexual sujeito à pena de comunhão parcial, fazendo-se o pacto
reclusão; (Incluído pela Lei nº 13.715, de antenupcial por escritura pública, nas
2018) demais escolhas.

II – praticar contra filho, filha ou outro Art. 1.641. É obrigatório o regime da


descendente: (Incluído pela Lei nº 13.715, separação de bens no casamento:
de 2018)

1012
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - das pessoas que o contraírem com Art. 1.645. As ações fundadas nos incisos
inobservância das causas suspensivas da III, IV e V do art. 1.642 competem ao
celebração do casamento; cônjuge prejudicado e a seus herdeiros.

II – da pessoa maior de 70 (setenta) Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art.
anos; (Redação dada pela Lei nº 1.642, o terceiro, prejudicado com a
12.344, de 2010) sentença favorável ao autor, terá direito
regressivo contra o cônjuge, que realizou o
III - de todos os que dependerem, para negócio jurídico, ou seus herdeiros.
casar, de suprimento judicial.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
bens, tanto o marido quanto a mulher podem autorização do outro, exceto no regime da
livremente: separação absoluta:

I - praticar todos os atos de disposição e de I - alienar ou gravar de ônus real os bens


administração necessários ao desempenho imóveis;
de sua profissão, com as limitações
estabelecida no inciso I do art. 1.647; II - pleitear, como autor ou réu, acerca
desses bens ou direitos;
II - administrar os bens próprios;
III - prestar fiança ou aval;
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que
tenham sido gravados ou alienados sem o IV - fazer doação, não sendo remuneratória,
seu consentimento ou sem suprimento de bens comuns, ou dos que possam
judicial; integrar futura meação.

IV - demandar a rescisão dos contratos de Parágrafo único. São válidas as doações


fiança e doação, ou a invalidação do aval, nupciais feitas aos filhos quando casarem
realizados pelo outro cônjuge com infração ou estabelecerem economia separada.
do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou antecedente, suprir a outorga, quando um
imóveis, doados ou transferidos pelo outro dos cônjuges a denegue sem motivo justo,
cônjuge ao concubino, desde que provado ou lhe seja impossível concedê-la.
que os bens não foram adquiridos pelo
esforço comum destes, se o casal estiver Art. 1.649. A falta de autorização, não
separado de fato por mais de cinco anos; suprida pelo juiz, quando necessária (art.
1.647), tornará anulável o ato praticado,
VI - praticar todos os atos que não lhes podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a
forem vedados expressamente. anulação, até dois anos depois de terminada
a sociedade conjugal.
Art. 1.643. Podem os cônjuges,
independentemente de autorização um do Parágrafo único. A aprovação torna válido o
outro: ato, desde que feita por instrumento público,
ou particular, autenticado.
I - comprar, ainda a crédito, as coisas
necessárias à economia doméstica; Art. 1.650. A decretação de invalidade dos
atos praticados sem outorga, sem
II - obter, por empréstimo, as quantias que a consentimento, ou sem suprimento do juiz,
aquisição dessas coisas possa exigir. só poderá ser demandada pelo cônjuge a
quem cabia concedê-la, ou por seus
herdeiros.
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins
do artigo antecedente obrigam
solidariamente ambos os cônjuges. Art. 1.651. Quando um dos cônjuges não
puder exercer a administração dos bens que

1013
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
lhe incumbe, segundo o regime de bens, Art. 1.658. No regime de comunhão parcial,
caberá ao outro: comunicam-se os bens que sobrevierem ao
casal, na constância do casamento, com as
I - gerir os bens comuns e os do consorte; exceções dos artigos seguintes.

II - alienar os bens móveis comuns; Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:

III - alienar os imóveis comuns e os móveis I - os bens que cada cônjuge possuir ao
ou imóveis do consorte, mediante casar, e os que lhe sobrevierem, na
autorização judicial. constância do casamento, por doação ou
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
Art. 1.652. O cônjuge, que estiver na posse
dos bens particulares do outro, será para II - os bens adquiridos com valores
com este e seus herdeiros responsável: exclusivamente pertencentes a um dos
cônjuges em sub-rogação dos bens
particulares;
I - como usufrutuário, se o rendimento for
comum;
III - as obrigações anteriores ao casamento;
II - como procurador, se tiver mandato
expresso ou tácito para os administrar; IV - as obrigações provenientes de atos
ilícitos, salvo reversão em proveito do casal;
III - como depositário, se não for
usufrutuário, nem administrador. V - os bens de uso pessoal, os livros e
instrumentos de profissão;
CAPÍTULO II
Do Pacto Antenupcial VI - os proventos do trabalho pessoal de
cada cônjuge;
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não
for feito por escritura pública, e ineficaz se VII - as pensões, meios-soldos, montepios e
não lhe seguir o casamento. outras rendas semelhantes.

Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, Art. 1.660. Entram na comunhão:


realizado por menor, fica condicionada à
aprovação de seu representante legal, salvo I - os bens adquiridos na constância do
as hipóteses de regime obrigatório de casamento por título oneroso, ainda que só
separação de bens. em nome de um dos cônjuges;

Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula II - os bens adquiridos por fato eventual, com
dela que contravenha disposição absoluta ou sem o concurso de trabalho ou despesa
de lei. anterior;

Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar III - os bens adquiridos por doação, herança
o regime de participação final nos aqüestos, ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
poder-se-á convencionar a livre disposição
dos bens imóveis, desde que particulares. IV - as benfeitorias em bens particulares de
cada cônjuge;
Art. 1.657. As convenções antenupciais não
terão efeito perante terceiros senão depois V - os frutos dos bens comuns, ou dos
de registradas, em livro especial, pelo oficial particulares de cada cônjuge, percebidos na
do Registro de Imóveis do domicílio dos constância do casamento, ou pendentes ao
cônjuges. tempo de cessar a comunhão.

CAPÍTULO III Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja


Do Regime de Comunhão Parcial aquisição tiver por título uma causa anterior
ao casamento.

1014
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, II - os bens gravados de fideicomisso e o
presumem-se adquiridos na constância do direito do herdeiro fideicomissário, antes de
casamento os bens móveis, quando não se realizada a condição suspensiva;
provar que o foram em data anterior.
III - as dívidas anteriores ao casamento,
Art. 1.663. A administração do patrimônio salvo se provierem de despesas com seus
comum compete a qualquer dos cônjuges. aprestos, ou reverterem em proveito
comum;
§ 1o As dívidas contraídas no exercício da
administração obrigam os bens comuns e IV - as doações antenupciais feitas por um
particulares do cônjuge que os administra, e dos cônjuges ao outro com a cláusula de
os do outro na razão do proveito que houver incomunicabilidade;
auferido.
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do
§ 2o A anuência de ambos os cônjuges é art. 1.659.
necessária para os atos, a título gratuito,
que impliquem cessão do uso ou gozo dos Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens
bens comuns. enumerados no artigo antecedente não se
estende aos frutos, quando se percebam ou
§ 3o Em caso de malversação dos bens, o vençam durante o casamento.
juiz poderá atribuir a administração a
apenas um dos cônjuges. Art. 1.670. Aplica-se ao regime da
comunhão universal o disposto no Capítulo
Art. 1.664. Os bens da comunhão antecedente, quanto à administração dos
respondem pelas obrigações contraídas bens.
pelo marido ou pela mulher para atender aos
encargos da família, às despesas de Art. 1.671. Extinta a comunhão, e efetuada
administração e às decorrentes de a divisão do ativo e do passivo, cessará a
imposição legal. responsabilidade de cada um dos cônjuges
para com os credores do outro.
Art. 1.665. A administração e a disposição
dos bens constitutivos do patrimônio CAPÍTULO V
particular competem ao cônjuge Do Regime de Participação Final nos
proprietário, salvo convenção diversa em Aqüestos
pacto antenupcial.
Art. 1.672. No regime de participação final
Art. 1.666. As dívidas, contraídas por nos aqüestos, cada cônjuge possui
qualquer dos cônjuges na administração de patrimônio próprio, consoante disposto no
seus bens particulares e em benefício artigo seguinte, e lhe cabe, à época da
destes, não obrigam os bens comuns. dissolução da sociedade conjugal, direito à
metade dos bens adquiridos pelo casal, a
CAPÍTULO IV título oneroso, na constância do casamento.
Do Regime de Comunhão Universal
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os
Art. 1.667. O regime de comunhão universal bens que cada cônjuge possuía ao casar e
importa a comunicação de todos os bens os por ele adquiridos, a qualquer título, na
presentes e futuros dos cônjuges e suas constância do casamento.
dívidas passivas, com as exceções do artigo
seguinte. Parágrafo único. A administração desses
bens é exclusiva de cada cônjuge, que os
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: poderá livremente alienar, se forem móveis.

I - os bens doados ou herdados com a Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da


cláusula de incomunicabilidade e os sub- sociedade conjugal, apurar-se-á o montante
rogados em seu lugar; dos aqüestos, excluindo-se da soma dos
patrimônios próprios:

1015
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - os bens anteriores ao casamento e os que Art. 1.682. O direito à meação não é
em seu lugar se sub-rogaram; renunciável, cessível ou penhorável na
vigência do regime matrimonial.
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por
sucessão ou liberalidade; Art. 1.683. Na dissolução do regime de bens
por separação judicial ou por divórcio,
III - as dívidas relativas a esses bens. verificar-se-á o montante dos aqüestos à
data em que cessou a convivência.
Parágrafo único. Salvo prova em contrário,
presumem-se adquiridos durante o Art. 1.684. Se não for possível nem
casamento os bens móveis. conveniente a divisão de todos os bens em
natureza, calcular-se-á o valor de alguns ou
Art. 1.675. Ao determinar-se o montante dos de todos para reposição em dinheiro ao
aqüestos, computar-se-á o valor das cônjuge não-proprietário.
doações feitas por um dos cônjuges, sem a
necessária autorização do outro; nesse Parágrafo único. Não se podendo realizar a
caso, o bem poderá ser reivindicado pelo reposição em dinheiro, serão avaliados e,
cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, mediante autorização judicial, alienados
ou declarado no monte partilhável, por valor tantos bens quantos bastarem.
equivalente ao da época da dissolução.
Art. 1.685. Na dissolução da sociedade
Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor conjugal por morte, verificar-se-á a meação
dos bens alienados em detrimento da do cônjuge sobrevivente de conformidade
meação, se não houver preferência do com os artigos antecedentes, deferindo-se a
cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os herança aos herdeiros na forma
reivindicar. estabelecida neste Código.

Art. 1.677. Pelas dívidas posteriores ao Art. 1.686. As dívidas de um dos cônjuges,
casamento, contraídas por um dos quando superiores à sua meação, não
cônjuges, somente este responderá, salvo obrigam ao outro, ou a seus herdeiros.
prova de terem revertido, parcial ou
totalmente, em benefício do outro. CAPÍTULO VI
Do Regime de Separação de Bens
Art. 1.678. Se um dos cônjuges solveu uma
dívida do outro com bens do seu patrimônio, Art. 1.687. Estipulada a separação de bens,
o valor do pagamento deve ser atualizado e estes permanecerão sob a administração
imputado, na data da dissolução, à meação exclusiva de cada um dos cônjuges, que os
do outro cônjuge. poderá livremente alienar ou gravar de ônus
real.
Art. 1.679. No caso de bens adquiridos pelo
trabalho conjunto, terá cada um dos Art. 1.688. Ambos os cônjuges são
cônjuges uma quota igual no condomínio ou obrigados a contribuir para as despesas do
no crédito por aquele modo estabelecido. casal na proporção dos rendimentos de seu
trabalho e de seus bens, salvo estipulação
Art. 1.680. As coisas móveis, em face de em contrário no pacto antenupcial.
terceiros, presumem-se do domínio do
cônjuge devedor, salvo se o bem for de uso SUBTÍTULO II
pessoal do outro. DO USUFRUTO E DA
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DE
Art. 1.681. Os bens imóveis são de FILHOS MENORES
propriedade do cônjuge cujo nome constar
no registro.
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no
exercício do poder familiar:
Parágrafo único. Impugnada a titularidade,
caberá ao cônjuge proprietário provar a
aquisição regular dos bens. I - são usufrutuários dos bens dos filhos;

1016
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - têm a administração dos bens dos filhos SUBTÍTULO III
menores sob sua autoridade. DOS ALIMENTOS
Art. 1.690. Compete aos pais, e na falta de Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges
um deles ao outro, com exclusividade, ou companheiros pedir uns aos outros os
representar os filhos menores de dezesseis alimentos de que necessitem para viver de
anos, bem como assisti-los até completarem modo compatível com a sua condição social,
a maioridade ou serem emancipados. inclusive para atender às necessidades de
sua educação.
Parágrafo único. Os pais devem decidir em
comum as questões relativas aos filhos e a § 1o Os alimentos devem ser fixados na
seus bens; havendo divergência, poderá proporção das necessidades do reclamante
qualquer deles recorrer ao juiz para a e dos recursos da pessoa obrigada.
solução necessária.
§ 2o Os alimentos serão apenas os
Art. 1.691. Não podem os pais alienar, ou indispensáveis à subsistência, quando a
gravar de ônus real os imóveis dos filhos, situação de necessidade resultar de culpa
nem contrair, em nome deles, obrigações de quem os pleiteia.
que ultrapassem os limites da simples
administração, salvo por necessidade ou
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando
evidente interesse da prole, mediante prévia
quem os pretende não tem bens suficientes,
autorização do juiz.
nem pode prover, pelo seu trabalho, à
própria mantença, e aquele, de quem se
Parágrafo único. Podem pleitear a reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque
declaração de nulidade dos atos previstos do necessário ao seu sustento.
neste artigo:
Art. 1.696. O direito à prestação de
I - os filhos; alimentos é recíproco entre pais e filhos, e
extensivo a todos os ascendentes, recaindo
II - os herdeiros; a obrigação nos mais próximos em grau, uns
em falta de outros.
III - o representante legal.
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a
Art. 1.692. Sempre que no exercício do obrigação aos descendentes, guardada a
poder familiar colidir o interesse dos pais ordem de sucessão e, faltando estes, aos
com o do filho, a requerimento deste ou do irmãos, assim germanos como unilaterais.
Ministério Público o juiz lhe dará curador
especial. Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos
em primeiro lugar, não estiver em condições
Art. 1.693. Excluem-se do usufruto e da de suportar totalmente o encargo, serão
administração dos pais: chamados a concorrer os de grau imediato;
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar
I - os bens adquiridos pelo filho havido fora alimentos, todas devem concorrer na
do casamento, antes do reconhecimento; proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão
as demais ser chamadas a integrar a lide.
II - os valores auferidos pelo filho maior de
dezesseis anos, no exercício de atividade
profissional e os bens com tais recursos Art. 1.699. Se, fixados os alimentos,
adquiridos; sobrevier mudança na situação financeira
de quem os supre, ou na de quem os
recebe, poderá o interessado reclamar ao
III - os bens deixados ou doados ao filho, juiz, conforme as circunstâncias,
sob a condição de não serem usufruídos, ou exoneração, redução ou majoração do
administrados, pelos pais; encargo.

IV - os bens que aos filhos couberem na


herança, quando os pais forem excluídos da
sucessão.

1017
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos Art. 1.708. Com o casamento, a união
transmite-se aos herdeiros do devedor, na estável ou o concubinato do credor, cessa o
forma do art. 1.694. dever de prestar alimentos.

Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir Parágrafo único. Com relação ao credor
alimentos poderá pensionar o alimentando, cessa, também, o direito a alimentos, se
ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem tiver procedimento indigno em relação ao
prejuízo do dever de prestar o necessário à devedor.
sua educação, quando menor.
Art. 1.709. O novo casamento do cônjuge
Parágrafo único. Compete ao juiz, se as devedor não extingue a obrigação constante
circunstâncias o exigirem, fixar a forma do da sentença de divórcio.
cumprimento da prestação.
Art. 1.710. As prestações alimentícias, de
Art. 1.702. Na separação judicial litigiosa, qualquer natureza, serão atualizadas
sendo um dos cônjuges inocente e segundo índice oficial regularmente
desprovido de recursos, prestar-lhe-á o estabelecido.
outro a pensão alimentícia que o juiz fixar,
obedecidos os critérios estabelecidos no art. SUBTÍTULO IV
1.694. DO BEM DE FAMÍLIA
Art. 1.703. Para a manutenção dos filhos, os
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a
cônjuges separados judicialmente
entidade familiar, mediante escritura pública
contribuirão na proporção de seus recursos.
ou testamento, destinar parte de seu
patrimônio para instituir bem de família,
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados desde que não ultrapasse um terço do
judicialmente vier a necessitar de alimentos, patrimônio líquido existente ao tempo da
será o outro obrigado a prestá-los mediante instituição, mantidas as regras sobre a
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não impenhorabilidade do imóvel residencial
tenha sido declarado culpado na ação de estabelecida em lei especial.
separação judicial.
Parágrafo único. O terceiro poderá
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado igualmente instituir bem de família por
culpado vier a necessitar de alimentos, e testamento ou doação, dependendo a
não tiver parentes em condições de prestá- eficácia do ato da aceitação expressa de
los, nem aptidão para o trabalho, o outro ambos os cônjuges beneficiados ou da
cônjuge será obrigado a assegurá-los, entidade familiar beneficiada.
fixando o juiz o valor indispensável à
sobrevivência.
Art. 1.712. O bem de família consistirá em
prédio residencial urbano ou rural, com suas
Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho pertenças e acessórios, destinando-se em
havido fora do casamento pode acionar o ambos os casos a domicílio familiar, e
genitor, sendo facultado ao juiz determinar, poderá abranger valores mobiliários, cuja
a pedido de qualquer das partes, que a ação renda será aplicada na conservação do
se processe em segredo de justiça. imóvel e no sustento da família.

Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão Art. 1.713. Os valores mobiliários,


fixados pelo juiz, nos termos da lei destinados aos fins previstos no artigo
processual. antecedente, não poderão exceder o valor
do prédio instituído em bem de família, à
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, época de sua instituição.
porém lhe é vedado renunciar o direito a
alimentos, sendo o respectivo crédito § 1o Deverão os valores mobiliários ser
insuscetível de cessão, compensação ou devidamente individualizados no
penhora. instrumento de instituição do bem de família.

1018
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 2o Se se tratar de títulos nominativos, a extingui-lo ou autorizar a sub-rogação dos
sua instituição como bem de família deverá bens que o constituem em outros, ouvidos o
constar dos respectivos livros de registro. instituidor e o Ministério Público.

§ 3o O instituidor poderá determinar que a Art. 1.720. Salvo disposição em contrário do


administração dos valores mobiliários seja ato de instituição, a administração do bem
confiada a instituição financeira, bem como de família compete a ambos os cônjuges,
disciplinar a forma de pagamento da resolvendo o juiz em caso de divergência.
respectiva renda aos beneficiários, caso em
que a responsabilidade dos administradores Parágrafo único. Com o falecimento de
obedecerá às regras do contrato de ambos os cônjuges, a administração
depósito. passará ao filho mais velho, se for maior, e,
do contrário, a seu tutor.
Art. 1.714. O bem de família, quer instituído
pelos cônjuges ou por terceiro, constitui-se Art. 1.721. A dissolução da sociedade
pelo registro de seu título no Registro de conjugal não extingue o bem de família.
Imóveis.
Parágrafo único. Dissolvida a sociedade
Art. 1.715. O bem de família é isento de conjugal pela morte de um dos cônjuges, o
execução por dívidas posteriores à sua sobrevivente poderá pedir a extinção do
instituição, salvo as que provierem de bem de família, se for o único bem do casal.
tributos relativos ao prédio, ou de despesas
de condomínio. Art. 1.722. Extingue-se, igualmente, o bem
de família com a morte de ambos os
Parágrafo único. No caso de execução pelas cônjuges e a maioridade dos filhos, desde
dívidas referidas neste artigo, o saldo que não sujeitos a curatela.
existente será aplicado em outro prédio,
como bem de família, ou em títulos da dívida TÍTULO III
pública, para sustento familiar, salvo se
motivos relevantes aconselharem outra DA UNIÃO ESTÁVEL
solução, a critério do juiz.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade
Art. 1.716. A isenção de que trata o artigo familiar a união estável entre o homem e a
antecedente durará enquanto viver um dos mulher, configurada na convivência pública,
cônjuges, ou, na falta destes, até que os contínua e duradoura e estabelecida com o
filhos completem a maioridade. objetivo de constituição de família.

Art. 1.717. O prédio e os valores mobiliários, § 1o A união estável não se constituirá se


constituídos como bem da família, não ocorrerem os impedimentos do art. 1.521;
podem ter destino diverso do previsto no art. não se aplicando a incidência do inciso VI no
1.712 ou serem alienados sem o caso de a pessoa casada se achar separada
consentimento dos interessados e seus de fato ou judicialmente.
representantes legais, ouvido o Ministério
Público. § 2o As causas suspensivas do art. 1.523
não impedirão a caracterização da união
Art. 1.718. Qualquer forma de liquidação da estável.
entidade administradora, a que se refere o §
3o do art. 1.713, não atingirá os valores a ela Art. 1.724. As relações pessoais entre os
confiados, ordenando o juiz a sua companheiros obedecerão aos deveres de
transferência para outra instituição lealdade, respeito e assistência, e de
semelhante, obedecendo-se, no caso de guarda, sustento e educação dos filhos.
falência, ao disposto sobre pedido de
restituição. Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato
escrito entre os companheiros, aplica-se às
Art. 1.719. Comprovada a impossibilidade relações patrimoniais, no que couber, o
da manutenção do bem de família nas regime da comunhão parcial de bens.
condições em que foi instituído, poderá o
juiz, a requerimento dos interessados,

1019
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 1.726. A união estável poderá converter- juiz escolherá entre eles o mais apto a
se em casamento, mediante pedido dos exercer a tutela em benefício do menor.
companheiros ao juiz e assento no Registro
Civil. Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e
residente no domicílio do menor:
Art. 1.727. As relações não eventuais entre
o homem e a mulher, impedidos de casar, I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
constituem concubinato.
II - quando estes forem excluídos ou
escusados da tutela;

TÍTULO IV III - quando removidos por não idôneos o


tutor legítimo e o testamentário.
DA TUTELA, DA CURATELA E DA
TOMADA DE DECISÃO APOIADA Art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de tutor.
2015)
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um
CAPÍTULO I tutor por disposição testamentária sem
Da Tutela indicação de precedência, entende-se que a
tutela foi cometida ao primeiro, e que os
outros lhe sucederão pela ordem de
Seção I
nomeação, se ocorrer morte, incapacidade,
Dos Tutores
escusa ou qualquer outro impedimento.
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou
tutela:
legatário seu, poderá nomear-lhe curador
especial para os bens deixados, ainda que o
I - com o falecimento dos pais, ou sendo beneficiário se encontre sob o poder
estes julgados ausentes; familiar, ou tutela.

II - em caso de os pais decaírem do poder Art. 1.734. As crianças e os adolescentes


familiar. cujos pais forem desconhecidos, falecidos
ou que tiverem sido suspensos ou
Art. 1.729. O direito de nomear tutor destituídos do poder familiar terão tutores
compete aos pais, em conjunto. nomeados pelo Juiz ou serão incluídos em
programa de colocação familiar, na forma
Parágrafo único. A nomeação deve constar prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de
de testamento ou de qualquer outro 1990 - Estatuto da Criança e do
documento autêntico. Adolescente. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 1.730. É nula a nomeação de tutor pelo
pai ou pela mãe que, ao tempo de sua Seção II
morte, não tinha o poder familiar. Dos Incapazes de Exercer a Tutela

Art. 1.731. Em falta de tutor nomeado pelos Art. 1.735. Não podem ser tutores e serão
pais incumbe a tutela aos parentes exonerados da tutela, caso a exerçam:
consangüíneos do menor, por esta ordem:
I - aqueles que não tiverem a livre
I - aos ascendentes, preferindo o de grau administração de seus bens;
mais próximo ao mais remoto;
II - aqueles que, no momento de lhes ser
II - aos colaterais até o terceiro grau, deferida a tutela, se acharem constituídos
preferindo os mais próximos aos mais em obrigação para com o menor, ou tiverem
remotos, e, no mesmo grau, os mais velhos que fazer valer direitos contra este, e
aos mais moços; em qualquer dos casos, o aqueles cujos pais, filhos ou cônjuges
tiverem demanda contra o menor;

1020
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - os inimigos do menor, ou de seus pais, responderá desde logo pelas perdas e
ou que tiverem sido por estes danos que o menor venha a sofrer.
expressamente excluídos da tutela;
Seção IV
IV - os condenados por crime de furto, Do Exercício da Tutela
roubo, estelionato, falsidade, contra a
família ou os costumes, tenham ou não Art. 1.740. Incumbe ao tutor, quanto à
cumprido pena; pessoa do menor:

V - as pessoas de mau procedimento, ou I - dirigir-lhe a educação, defendê-lo e


falhas em probidade, e as culpadas de prestar-lhe alimentos, conforme os seus
abuso em tutorias anteriores; haveres e condição;

VI - aqueles que exercerem função pública II - reclamar do juiz que providencie, como
incompatível com a boa administração da houver por bem, quando o menor haja
tutela. mister correção;

Seção III III - adimplir os demais deveres que


Da Escusa dos Tutores normalmente cabem aos pais, ouvida a
opinião do menor, se este já contar doze
Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: anos de idade.

I - mulheres casadas; Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção


do juiz, administrar os bens do tutelado, em
II - maiores de sessenta anos; proveito deste, cumprindo seus deveres
com zelo e boa-fé.
III - aqueles que tiverem sob sua autoridade
mais de três filhos; Art. 1.742. Para fiscalização dos atos do
tutor, pode o juiz nomear um protutor.
IV - os impossibilitados por enfermidade;
Art. 1.743. Se os bens e interesses
administrativos exigirem conhecimentos
V - aqueles que habitarem longe do lugar
técnicos, forem complexos, ou realizados
onde se haja de exercer a tutela;
em lugares distantes do domicílio do tutor,
poderá este, mediante aprovação judicial,
VI - aqueles que já exercerem tutela ou delegar a outras pessoas físicas ou jurídicas
curatela; o exercício parcial da tutela.

VII - militares em serviço. Art. 1.744. A responsabilidade do juiz será:

Art. 1.737. Quem não for parente do menor I - direta e pessoal, quando não tiver
não poderá ser obrigado a aceitar a tutela, nomeado o tutor, ou não o houver feito
se houver no lugar parente idôneo, oportunamente;
consangüíneo ou afim, em condições de
exercê-la.
II - subsidiária, quando não tiver exigido
garantia legal do tutor, nem o removido,
Art. 1.738. A escusa apresentar-se-á nos tanto que se tornou suspeito.
dez dias subseqüentes à designação, sob
pena de entender-se renunciado o direito de
alegá-la; se o motivo escusatório ocorrer Art. 1.745. Os bens do menor serão
entregues ao tutor mediante termo
depois de aceita a tutela, os dez dias contar-
especificado deles e seus valores, ainda que
se-ão do em que ele sobrevier.
os pais o tenham dispensado.
Art. 1.739. Se o juiz não admitir a escusa,
exercerá o nomeado a tutela, enquanto o Parágrafo único. Se o patrimônio do menor
for de valor considerável, poderá o juiz
recurso interposto não tiver provimento, e
condicionar o exercício da tutela à prestação

1021
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
de caução bastante, podendo dispensá-la I - adquirir por si, ou por interposta pessoa,
se o tutor for de reconhecida idoneidade. mediante contrato particular, bens móveis
ou imóveis pertencentes ao menor;
Art. 1.746. Se o menor possuir bens, será
sustentado e educado a expensas deles, II - dispor dos bens do menor a título
arbitrando o juiz para tal fim as quantias que gratuito;
lhe pareçam necessárias, considerado o
rendimento da fortuna do pupilo quando o III - constituir-se cessionário de crédito ou de
pai ou a mãe não as houver fixado. direito, contra o menor.

Art. 1.747. Compete mais ao tutor: Art. 1.750. Os imóveis pertencentes aos
menores sob tutela somente podem ser
I - representar o menor, até os dezesseis vendidos quando houver manifesta
anos, nos atos da vida civil, e assisti-lo, após vantagem, mediante prévia avaliação
essa idade, nos atos em que for parte; judicial e aprovação do juiz.

II - receber as rendas e pensões do menor, Art. 1.751. Antes de assumir a tutela, o tutor
e as quantias a ele devidas; declarará tudo o que o menor lhe deva, sob
pena de não lhe poder cobrar, enquanto
III - fazer-lhe as despesas de subsistência e exerça a tutoria, salvo provando que não
educação, bem como as de administração, conhecia o débito quando a assumiu.
conservação e melhoramentos de seus
bens; Art. 1.752. O tutor responde pelos prejuízos
que, por culpa, ou dolo, causar ao tutelado;
IV - alienar os bens do menor destinados a mas tem direito a ser pago pelo que
venda; realmente despender no exercício da tutela,
salvo no caso do art. 1.734, e a perceber
remuneração proporcional à importância
V - promover-lhe, mediante preço
dos bens administrados.
conveniente, o arrendamento de bens de
raiz.
§ 1o Ao protutor será arbitrada uma
Art. 1.748. Compete também ao tutor, com gratificação módica pela fiscalização
autorização do juiz: efetuada.

§ 2o São solidariamente responsáveis pelos


I - pagar as dívidas do menor;
prejuízos as pessoas às quais competia
fiscalizar a atividade do tutor, e as que
II - aceitar por ele heranças, legados ou concorreram para o dano.
doações, ainda que com encargos;
Seção V
III - transigir; Dos Bens do Tutelado

IV - vender-lhe os bens móveis, cuja Art. 1.753. Os tutores não podem conservar
conservação não convier, e os imóveis nos em seu poder dinheiro dos tutelados, além
casos em que for permitido; do necessário para as despesas ordinárias
com o seu sustento, a sua educação e a
V - propor em juízo as ações, ou nelas administração de seus bens.
assistir o menor, e promover todas as
diligências a bem deste, assim como § 1o Se houver necessidade, os objetos de
defendê-lo nos pleitos contra ele movidos. ouro e prata, pedras preciosas e móveis
serão avaliados por pessoa idônea e, após
Parágrafo único. No caso de falta de autorização judicial, alienados, e o seu
autorização, a eficácia de ato do tutor produto convertido em títulos, obrigações e
depende da aprovação ulterior do juiz. letras de responsabilidade direta ou indireta
da União ou dos Estados, atendendo-se
Art. 1.749. Ainda com a autorização judicial, preferentemente à rentabilidade, e
não pode o tutor, sob pena de nulidade: recolhidos ao estabelecimento bancário

1022
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
oficial ou aplicado na aquisição de imóveis, Parágrafo único. As contas serão prestadas
conforme for determinado pelo juiz. em juízo, e julgadas depois da audiência dos
interessados, recolhendo o tutor
§ 2o O mesmo destino previsto no parágrafo imediatamente a estabelecimento bancário
antecedente terá o dinheiro proveniente de oficial os saldos, ou adquirindo bens
qualquer outra procedência. imóveis, ou títulos, obrigações ou letras, na
forma do § 1o do art. 1.753.
§ 3o Os tutores respondem pela demora na
aplicação dos valores acima referidos, Art. 1.758. Finda a tutela pela emancipação
pagando os juros legais desde o dia em que ou maioridade, a quitação do menor não
deveriam dar esse destino, o que não os produzirá efeito antes de aprovadas as
exime da obrigação, que o juiz fará efetiva, contas pelo juiz, subsistindo inteira, até
da referida aplicação. então, a responsabilidade do tutor.

Art. 1.754. Os valores que existirem em Art. 1.759. Nos casos de morte, ausência,
estabelecimento bancário oficial, na forma ou interdição do tutor, as contas serão
do artigo antecedente, não se poderão prestadas por seus herdeiros ou
retirar, senão mediante ordem do juiz, e representantes.
somente:
Art. 1.760. Serão levadas a crédito do tutor
I - para as despesas com o sustento e todas as despesas justificadas e
educação do tutelado, ou a administração reconhecidamente proveitosas ao menor.
de seus bens;
Art. 1.761. As despesas com a prestação
II - para se comprarem bens imóveis e das contas serão pagas pelo tutelado.
títulos, obrigações ou letras, nas condições
previstas no § 1o do artigo antecedente; Art. 1.762. O alcance do tutor, bem como o
saldo contra o tutelado, são dívidas de valor
III - para se empregarem em conformidade e vencem juros desde o julgamento
com o disposto por quem os houver doado, definitivo das contas.
ou deixado;
Seção VII
IV - para se entregarem aos órfãos, quando Da Cessação da Tutela
emancipados, ou maiores, ou, mortos eles,
aos seus herdeiros. Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado:

Seção VI I - com a maioridade ou a emancipação do


Da Prestação de Contas menor;

Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário II - ao cair o menor sob o poder familiar, no
tivessem disposto os pais dos tutelados, são caso de reconhecimento ou adoção.
obrigados a prestar contas da sua
administração. Art. 1.764. Cessam as funções do tutor:

Art. 1.756. No fim de cada ano de I - ao expirar o termo, em que era obrigado
administração, os tutores submeterão ao a servir;
juiz o balanço respectivo, que, depois de
aprovado, se anexará aos autos do
II - ao sobrevir escusa legítima;
inventário.
III - ao ser removido.
Art. 1.757. Os tutores prestarão contas de
dois em dois anos, e também quando, por
qualquer motivo, deixarem o exercício da Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por
tutela ou toda vez que o juiz achar espaço de dois anos.
conveniente.
Parágrafo único. Pode o tutor continuar no
exercício da tutela, além do prazo previsto

1023
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
neste artigo, se o quiser e o juiz julgar Art. 1.775. O cônjuge ou companheiro, não
conveniente ao menor. separado judicialmente ou de fato, é, de
direito, curador do outro, quando interdito.
Art. 1.766. Será destituído o tutor, quando
negligente, prevaricador ou incurso em §1o Na falta do cônjuge ou companheiro, é
incapacidade. curador legítimo o pai ou a mãe; na falta
destes, o descendente que se demonstrar
CAPÍTULO II mais apto.
Da Curatela
§ 2o Entre os descendentes, os mais
Seção I próximos precedem aos mais remotos.
Dos Interditos
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: neste artigo, compete ao juiz a escolha do
curador.
I - aqueles que, por causa transitória
ou permanente, não puderem exprimir sua Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para
vontade; (Redação dada pela Lei nº a pessoa com deficiência, o juiz poderá
13.146, de 2015) (Vigência) estabelecer curatela compartilhada a mais
de uma pessoa. (Incluído pela Lei nº
II - (Revogado); (Redação dada 13.146, de 2015) (Vigência)
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.776. (Revogado pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
III - os ébrios habituais e os viciados
em tóxico; (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência) Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I
do art. 1.767 receberão todo o apoio
necessário para ter preservado o direito à
IV - (Revogado); (Redação dada
convivência familiar e comunitária, sendo
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
evitado o seu recolhimento em
estabelecimento que os afaste desse
V - os pródigos. convívio. (Redação dada pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.768. (Revogado pela Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência) Art. 1.778. A autoridade do curador estende-
se à pessoa e aos bens dos filhos do
Art. 1.769. (Revogado pela Lei n º curatelado, observado o art. 5o.
13.105, de 2015) (Vigência)
Seção II
Art. 1.770. (Revogado pela Lei n º 13.105, Da Curatela do Nascituro e do Enfermo
de 2015) (Vigência) ou Portador de Deficiência Física

Art. 1.771. (Revogado pela Lei n º 13.105, Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se
de 2015) (Vigência) o pai falecer estando grávida a mulher, e
não tendo o poder familiar.
Art. 1.772. (Revogado pela Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência) Parágrafo único. Se a mulher estiver
interdita, seu curador será o do nascituro.
Art. 1.773. (Revogado pela Lei n º 13.105,
de 2015) (Vigência) Art. 1.780. (Revogado pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as
disposições concernentes à tutela, com as
modificações dos artigos seguintes.

1024
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção III § 3o Antes de se pronunciar sobre o
Do Exercício da Curatela pedido de tomada de decisão apoiada, o
juiz, assistido por equipe multidisciplinar,
Art. 1.781. As regras a respeito do exercício após oitiva do Ministério Público, ouvirá
da tutela aplicam-se ao da curatela, com a pessoalmente o requerente e as pessoas
restrição do art. 1.772 e as desta Seção. que lhe prestarão apoio. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o
privará de, sem curador, emprestar, § 4o A decisão tomada por pessoa
transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, apoiada terá validade e efeitos sobre
demandar ou ser demandado, e praticar, em terceiros, sem restrições, desde que esteja
geral, os atos que não sejam de mera inserida nos limites do apoio
administração. acordado. (Incluído pela Lei nº 13.146,
de 2015) (Vigência)
Art. 1.783. Quando o curador for o cônjuge
e o regime de bens do casamento for de § 5o Terceiro com quem a pessoa
comunhão universal, não será obrigado à apoiada mantenha relação negocial pode
prestação de contas, salvo determinação solicitar que os apoiadores contra-assinem
judicial. o contrato ou acordo, especificando, por
escrito, sua função em relação ao
apoiado. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
CAPÍTULO III
2015) (Vigência)

DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA § 6o Em caso de negócio jurídico que


(Incluído pela Lei nº 13.146, de possa trazer risco ou prejuízo relevante,
2015) (Vigência) havendo divergência de opiniões entre a
pessoa apoiada e um dos apoiadores,
Art. 1.783-A. A tomada de decisão deverá o juiz, ouvido o Ministério Público,
apoiada é o processo pelo qual a pessoa decidir sobre a questão. (Incluído pela
com deficiência elege pelo menos 2 (duas) Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
pessoas idôneas, com as quais mantenha
vínculos e que gozem de sua confiança, § 7o Se o apoiador agir com
para prestar-lhe apoio na tomada de decisão negligência, exercer pressão indevida ou
sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os não adimplir as obrigações assumidas,
elementos e informações necessários para poderá a pessoa apoiada ou qualquer
que possa exercer sua pessoa apresentar denúncia ao Ministério
capacidade. (Incluído pela Lei nº 13.146, Público ou ao juiz. (Incluído pela Lei nº
de 2015) (Vigência) 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 1o Para formular pedido de tomada § 8o Se procedente a denúncia, o juiz


de decisão apoiada, a pessoa com destituirá o apoiador e nomeará, ouvida a
deficiência e os apoiadores devem pessoa apoiada e se for de seu interesse,
apresentar termo em que constem os limites outra pessoa para prestação de
do apoio a ser oferecido e os compromissos apoio. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
dos apoiadores, inclusive o prazo de 2015) (Vigência)
vigência do acordo e o respeito à vontade,
aos direitos e aos interesses da pessoa que
§ 9o A pessoa apoiada pode, a
devem apoiar. (Incluído pela Lei nº
qualquer tempo, solicitar o término de
13.146, de 2015) (Vigência)
acordo firmado em processo de tomada de
decisão apoiada. (Incluído pela Lei nº
§ 2o O pedido de tomada de decisão 13.146, de 2015) (Vigência)
apoiada será requerido pela pessoa a ser
apoiada, com indicação expressa das
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz
pessoas aptas a prestarem o apoio previsto
a exclusão de sua participação do processo
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei
de tomada de decisão apoiada, sendo seu
nº 13.146, de 2015) (Vigência)
desligamento condicionado à manifestação
do juiz sobre a matéria. (Incluído pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

1025
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 11. Aplicam-se à tomada de
decisão apoiada, no que couber, as
disposições referentes à prestação de
contas na curatela. (Incluído pela Lei nº
13.146, de 2015) (Vigência)

1026
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. Lei da Alienação Parental

Dispõe sobre a alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de
1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA dificultar a convivência da criança ou


Faço saber que o Congresso Nacional adolescente com o outro genitor, com
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: familiares deste ou com avós.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a Art. 3o A prática de ato de alienação


alienação parental. parental fere direito fundamental da criança
ou do adolescente de convivência familiar
Art. 2o Considera-se ato de saudável, prejudica a realização de afeto
alienação parental a interferência na nas relações com genitor e com o grupo
formação psicológica da criança ou do familiar, constitui abuso moral contra a
adolescente promovida ou induzida por um criança ou o adolescente e descumprimento
dos genitores, pelos avós ou pelos que dos deveres inerentes à autoridade parental
tenham a criança ou adolescente sob a sua ou decorrentes de tutela ou guarda.
autoridade, guarda ou vigilância para que
repudie genitor ou que cause prejuízo ao Art. 4o Declarado indício de ato de
estabelecimento ou à manutenção de alienação parental, a requerimento ou de
vínculos com este. ofício, em qualquer momento processual,
em ação autônoma ou incidentalmente, o
Parágrafo único. São formas processo terá tramitação prioritária, e o juiz
exemplificativas de alienação parental, além determinará, com urgência, ouvido o
dos atos assim declarados pelo juiz ou Ministério Público, as medidas provisórias
constatados por perícia, praticados necessárias para preservação da
diretamente ou com auxílio de terceiros: integridade psicológica da criança ou do
adolescente, inclusive para assegurar sua
convivência com genitor ou viabilizar a
I - realizar campanha de
efetiva reaproximação entre ambos, se for o
desqualificação da conduta do genitor no
caso.
exercício da paternidade ou maternidade;

Parágrafo único. Assegurar-se-á à


II - dificultar o exercício da autoridade
criança ou adolescente e ao genitor garantia
parental;
mínima de visitação assistida, ressalvados
os casos em que há iminente risco de
III - dificultar contato de criança ou prejuízo à integridade física ou psicológica
adolescente com genitor; da criança ou do adolescente, atestado por
profissional eventualmente designado pelo
IV - dificultar o exercício do direito juiz para acompanhamento das visitas.
regulamentado de convivência familiar;
Art. 5o Havendo indício da prática de
V - omitir deliberadamente a genitor ato de alienação parental, em ação
informações pessoais relevantes sobre a autônoma ou incidental, o juiz, se
criança ou adolescente, inclusive escolares, necessário, determinará perícia psicológica
médicas e alterações de endereço; ou biopsicossocial.

VI - apresentar falsa denúncia contra § 1o O laudo pericial terá base em


genitor, contra familiares deste ou contra ampla avaliação psicológica ou
avós, para obstar ou dificultar a convivência biopsicossocial, conforme o caso,
deles com a criança ou adolescente; compreendendo, inclusive, entrevista
pessoal com as partes, exame de
VII - mudar o domicílio para local documentos dos autos, histórico do
distante, sem justificativa, visando a relacionamento do casal e da separação,

1027
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
cronologia de incidentes, avaliação da Parágrafo único. Caracterizado
personalidade dos envolvidos e exame da mudança abusiva de endereço,
forma como a criança ou adolescente se inviabilização ou obstrução à convivência
manifesta acerca de eventual acusação familiar, o juiz também poderá inverter a
contra genitor. obrigação de levar para ou retirar a criança
ou adolescente da residência do genitor, por
§ 2o A perícia será realizada por ocasião das alternâncias dos períodos de
profissional ou equipe multidisciplinar convivência familiar.
habilitados, exigido, em qualquer caso,
aptidão comprovada por histórico Art. 7o A atribuição ou alteração da
profissional ou acadêmico para diagnosticar guarda dar-se-á por preferência ao genitor
atos de alienação parental. que viabiliza a efetiva convivência da
criança ou adolescente com o outro genitor
§ 3o O perito ou equipe nas hipóteses em que seja inviável a guarda
multidisciplinar designada para verificar a compartilhada.
ocorrência de alienação parental terá prazo
de 90 (noventa) dias para apresentação do Art. 8o A alteração de domicílio da
laudo, prorrogável exclusivamente por criança ou adolescente é irrelevante para a
autorização judicial baseada em justificativa determinação da competência relacionada
circunstanciada. às ações fundadas em direito de
convivência familiar, salvo se decorrente de
Art. 6o Caracterizados atos típicos de consenso entre os genitores ou de decisão
alienação parental ou qualquer conduta que judicial.
dificulte a convivência de criança ou
adolescente com genitor, em ação Art. 9o (VETADO)
autônoma ou incidental, o juiz poderá,
cumulativamente ou não, sem prejuízo da Art. 10. (VETADO)
decorrente responsabilidade civil ou criminal
e da ampla utilização de instrumentos Art. 11. Esta Lei entra em vigor na
processuais aptos a inibir ou atenuar seus
data de sua publicação.
efeitos, segundo a gravidade do caso:
Brasília, 26 de agosto de 2010;
I - declarar a ocorrência de alienação 189o da Independência e 122o da
parental e advertir o alienador; República.

II - ampliar o regime de convivência


LUIZ INÁCIO LULA DASILVA
familiar em favor do genitor alienado;

III - estipular multa ao alienador;

IV - determinar acompanhamento
psicológico e/ou biopsicossocial;

V - determinar a alteração da guarda


para guarda compartilhada ou sua
inversão;

VI - determinar a fixação cautelar do


domicílio da criança ou adolescente;

VII - declarar a suspensão da


autoridade parental.

1028
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO X:
DIREITOS
HUMANOS E
DIREITOS DA
MULHER

1029
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Direitos Humanos na Constituição do Brasil – 1988

TÍTULO II X - são invioláveis a intimidade, a vida


Dos Direitos e Garantias Fundamentais privada, a honra e a imagem das pessoas,
CAPÍTULO I assegurado o direito a indenização pelo
DOS DIREITOS E DEVERES dano material ou moral decorrente de sua
INDIVIDUAIS E COLETIVOS violação;

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, XI - a casa é asilo inviolável do


sem distinção de qualquer natureza, indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
garantindo-se aos brasileiros e aos sem consentimento do morador, salvo em
estrangeiros residentes no País a caso de flagrante delito ou desastre, ou para
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, prestar socorro, ou, durante o dia, por
à igualdade, à segurança e à propriedade, determinação judicial; (Vide Lei nº
nos termos seguintes: 13.105, de 2015) (Vigência)

I - homens e mulheres são iguais em XII - é inviolável o sigilo da


direitos e obrigações, nos termos desta correspondência e das comunicações
Constituição; telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
II - ninguém será obrigado a fazer ou judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
deixar de fazer alguma coisa senão em estabelecer para fins de investigação
virtude de lei; criminal ou instrução processual
penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)
III - ninguém será submetido a tortura
nem a tratamento desumano ou degradante; XIII - é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei
IV - é livre a manifestação do
estabelecer;
pensamento, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta, XIV - é assegurado a todos o acesso


proporcional ao agravo, além da à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício
indenização por dano material, moral ou à
profissional;
imagem;

VI - é inviolável a liberdade de XV - é livre a locomoção no território


consciência e de crença, sendo assegurado nacional em tempo de paz, podendo
qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
o livre exercício dos cultos religiosos e
entrar, permanecer ou dele sair com seus
garantida, na forma da lei, a proteção aos
bens;
locais de culto e a suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, XVI - todos podem reunir-se


pacificamente, sem armas, em locais
a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação abertos ao público, independentemente de
coletiva; autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio
VIII - ninguém será privado de direitos aviso à autoridade competente;
por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a XVII - é plena a liberdade de
todos imposta e recusar-se a cumprir associação para fins lícitos, vedada a de
prestação alternativa, fixada em lei; caráter paramilitar;

IX - é livre a expressão da atividade XVIII - a criação de associações e, na


intelectual, artística, científica e de forma da lei, a de cooperativas independem
comunicação, independentemente de de autorização, sendo vedada a
censura ou licença; interferência estatal em seu funcionamento;

1030
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XIX - as associações só poderão ser criadores, aos intérpretes e às respectivas
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas representações sindicais e associativas;
atividades suspensas por decisão judicial,
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em XXIX - a lei assegurará aos autores de
julgado; inventos industriais privilégio temporário
para sua utilização, bem como proteção às
XX - ninguém poderá ser compelido a criações industriais, à propriedade das
associar-se ou a permanecer associado; marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse
XXI - as entidades associativas, social e o desenvolvimento tecnológico e
quando expressamente autorizadas, têm econômico do País;
legitimidade para representar seus filiados
judicial ou extrajudicialmente; XXX - é garantido o direito de herança;

XXII - é garantido o direito de XXXI - a sucessão de bens de


propriedade; estrangeiros situados no País será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge
XXIII - a propriedade atenderá a sua ou dos filhos brasileiros, sempre que não
função social; lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de
cujus";
XXIV - a lei estabelecerá o
procedimento para desapropriação por XXXII - o Estado promoverá, na forma
necessidade ou utilidade pública, ou por da lei, a defesa do consumidor;
interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os XXXIII - todos têm direito a receber
casos previstos nesta Constituição; dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo
XXV - no caso de iminente perigo ou geral, que serão prestadas no prazo da
público, a autoridade competente poderá lei, sob pena de responsabilidade,
usar de propriedade particular, assegurada ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
ao proprietário indenização ulterior, se imprescindível à segurança da sociedade e
houver dano; do
Estado; (Regulamento) (Vi
de Lei nº 12.527, de 2011)
XXVI - a pequena propriedade rural,
assim definida em lei, desde que trabalhada
pela família, não será objeto de penhora XXXIV - são a todos assegurados,
para pagamento de débitos decorrentes de independentemente do pagamento de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre taxas:
os meios de financiar o seu
desenvolvimento; a) o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direitos ou contra
XXVII - aos autores pertence o direito ilegalidade ou abuso de poder;
exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível b) a obtenção de certidões em
aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; repartições públicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse
XXVIII - são assegurados, nos termos pessoal;
da lei:
XXXV - a lei não excluirá da
a) a proteção às participações apreciação do Poder Judiciário lesão ou
individuais em obras coletivas e à ameaça a direito;
reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas; XXXVI - a lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
b) o direito de fiscalização do julgada;
aproveitamento econômico das obras que
criarem ou de que participarem aos

1031
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal a) privação ou restrição da liberdade;
de exceção;
b) perda de bens;
XXXVIII - é reconhecida a instituição
do júri, com a organização que lhe der a lei, c) multa;
assegurados:
d) prestação social alternativa;
a) a plenitude de defesa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
b) o sigilo das votações;
XLVII - não haverá penas:
c) a soberania dos veredictos;
a) de morte, salvo em caso de guerra
d) a competência para o julgamento declarada, nos termos do art. 84, XIX;
dos crimes dolosos contra a vida;
b) de caráter perpétuo;
XXXIX - não há crime sem lei anterior
que o defina, nem pena sem prévia
c) de trabalhos forçados;
cominação legal;
d) de banimento;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu;
e) cruéis;
XLI - a lei punirá qualquer
discriminação atentatória dos direitos e XLVIII - a pena será cumprida em
liberdades fundamentais; estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do
apenado;
XLII - a prática do racismo constitui
crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei; XLIX - é assegurado aos presos o
respeito à integridade física e moral;
XLIII - a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou L - às presidiárias serão asseguradas
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de condições para que possam permanecer
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e com seus filhos durante o período de
os definidos como crimes hediondos, por amamentação;
eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se LI - nenhum brasileiro será
omitirem; (Regulamento) extraditado, salvo o naturalizado, em caso
de crime comum, praticado antes da
XLIV - constitui crime inafiançável e naturalização, ou de comprovado
imprescritível a ação de grupos armados, envolvimento em tráfico ilícito de
civis ou militares, contra a ordem entorpecentes e drogas afins, na forma da
constitucional e o Estado Democrático; lei;

XLV - nenhuma pena passará da LII - não será concedida extradição de


pessoa do condenado, podendo a obrigação estrangeiro por crime político ou de opinião;
de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, LIII - ninguém será processado nem
estendidas aos sucessores e contra eles sentenciado senão pela autoridade
executadas, até o limite do valor do competente;
patrimônio transferido;
LIV - ninguém será privado da
XLVI - a lei regulará a individualização liberdade ou de seus bens sem o devido
da pena e adotará, entre outras, as processo legal;
seguintes:

1032
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LV - aos litigantes, em processo LXVII - não haverá prisão civil por
judicial ou administrativo, e aos acusados dívida, salvo a do responsável pelo
em geral são assegurados o contraditório e inadimplemento voluntário e inescusável de
ampla defesa, com os meios e recursos a obrigação alimentícia e a do depositário
ela inerentes; infiel;

LVI - são inadmissíveis, no processo, LXVIII - conceder-se-á habeas corpus


as provas obtidas por meios ilícitos; sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em
LVII - ninguém será considerado sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
culpado até o trânsito em julgado de ou abuso de poder;
sentença penal condenatória;
LXIX - conceder-se-á mandado de
LVIII - o civilmente identificado não segurança para proteger direito líquido e
será submetido a identificação criminal, certo, não amparado por habeas corpus ou
salvo nas hipóteses previstas em habeas data, quando o responsável pela
lei; (Regulamento) ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no
LIX - será admitida ação privada nos exercício de atribuições do Poder Público;
crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal; LXX - o mandado de segurança
coletivo pode ser impetrado por:
LX - a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a a) partido político com representação
defesa da intimidade ou o interesse social o no Congresso Nacional;
exigirem;
b) organização sindical, entidade de
LXI - ninguém será preso senão em classe ou associação legalmente
flagrante delito ou por ordem escrita e constituída e em funcionamento há pelo
fundamentada de autoridade judiciária menos um ano, em defesa dos interesses de
competente, salvo nos casos de seus membros ou associados;
transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei; LXXI - conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o regulamentadora torne inviável o exercício
local onde se encontre serão comunicados dos direitos e liberdades constitucionais e
imediatamente ao juiz competente e à das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
família do preso ou à pessoa por ele à soberania e à cidadania;
indicada;
LXXII - conceder-se-á habeas data:
LXIII - o preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer a) para assegurar o conhecimento de
calado, sendo-lhe assegurada a assistência informações relativas à pessoa do
da família e de advogado; impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades
LXIV - o preso tem direito à governamentais ou de caráter público;
identificação dos responsáveis por sua
prisão ou por seu interrogatório policial; b) para a retificação de dados, quando
não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
LXV - a prisão ilegal será judicial ou administrativo;
imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária; LXXIII - qualquer cidadão é parte
legítima para propor ação popular que vise
LXVI - ninguém será levado à prisão a anular ato lesivo ao patrimônio público ou
ou nela mantido, quando a lei admitir a de entidade de que o Estado participe, à
liberdade provisória, com ou sem fiança; moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,

1033
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, § 4º O Brasil se submete à jurisdição
isento de custas judiciais e do ônus da de Tribunal Penal Internacional a cuja
sucumbência; criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda
LXXIV - o Estado prestará assistência Constitucional nº 45, de 2004)
jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos; CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
LXXV - o Estado indenizará o
condenado por erro judiciário, assim como o Art. 6º São direitos sociais a
que ficar preso além do tempo fixado na educação, a saúde, a alimentação, o
sentença; trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção
LXXVI - são gratuitos para os à maternidade e à infância, a assistência
reconhecidamente pobres, na forma da aos desamparados, na forma desta
lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) Constituição. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
a) o registro civil de nascimento;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que visem
b) a certidão de óbito;
à melhoria de sua condição social:
LXXVII - são gratuitas as ações de
I - relação de emprego protegida
habeas corpus e habeas data, e, na forma
contra despedida arbitrária ou sem justa
da lei, os atos necessários ao exercício da
causa, nos termos de lei complementar, que
cidadania. (Regulamento)
preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável
II - seguro-desemprego, em caso de
duração do processo e os meios que
desemprego involuntário;
garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) III - fundo de garantia do tempo de
serviço;
§ 1º As normas definidoras dos
direitos e garantias fundamentais têm IV - salário mínimo , fixado em lei,
aplicação imediata. nacionalmente unificado, capaz de atender
a suas necessidades vitais básicas e às de
sua família com moradia, alimentação,
§ 2º Os direitos e garantias expressos
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
nesta Constituição não excluem outros
transporte e previdência social, com
decorrentes do regime e dos princípios por
reajustes periódicos que lhe preservem o
ela adotados, ou dos tratados internacionais
em que a República Federativa do Brasil poder aquisitivo, sendo vedada sua
seja parte. vinculação para qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à


§ 3º Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que extensão e à complexidade do trabalho;
forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por VI - irredutibilidade do salário, salvo o
três quintos dos votos dos respectivos disposto em convenção ou acordo coletivo;
membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais. (Incluído pela VII - garantia de salário, nunca inferior
Emenda Constitucional nº 45, de ao mínimo, para os que percebem
2004) (Atos aprovados na forma remuneração variável;
deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC
6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC VIII - décimo terceiro salário com base
9.522, de 2018) na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;

1034
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
IX – remuneração do trabalho noturno XXII - redução dos riscos inerentes ao
superior à do diurno; trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
X - proteção do salário na forma da lei,
constituindo crime sua retenção dolosa; XXIII - adicional de remuneração para
as atividades penosas, insalubres ou
XI – participação nos lucros, ou perigosas, na forma da lei;
resultados, desvinculada da remuneração,
e, excepcionalmente, participação na XXIV - aposentadoria;
gestão da empresa, conforme definido em
lei; XXV - assistência gratuita aos filhos e
dependentes desde o nascimento até 5
XII - salário-família pago em razão do (cinco) anos de idade em creches e pré-
dependente do trabalhador de baixa renda escolas; (Redação dada pela
nos termos da lei; (Redação dada Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXVI - reconhecimento das
XIII - duração do trabalho normal não convenções e acordos coletivos de trabalho;
superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação XXVII - proteção em face da
de horários e a redução da jornada, automação, na forma da lei;
mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº
XXVIII - seguro contra acidentes de
5.452, de 1943)
trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está
XIV - jornada de seis horas para o obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
trabalho realizado em turnos ininterruptos
de revezamento, salvo negociação coletiva; XXIX - ação, quanto aos créditos
resultantes das relações de trabalho, com
XV - repouso semanal remunerado, prazo prescricional de cinco anos para os
preferencialmente aos domingos; trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de
XVI - remuneração do serviço trabalho; (Redação dada pela Emenda
extraordinário superior, no mínimo, em Constitucional nº 28, de 2000)
cinqüenta por cento à do
normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § a) (Revogada). (Redação
1º) dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
2000)
XVII - gozo de férias anuais
remuneradas com, pelo menos, um terço a b) (Revogada). (Redação
mais do que o salário normal; dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
2000)
XVIII - licença à gestante, sem
prejuízo do emprego e do salário, com a XXX - proibição de diferença de
duração de cento e vinte dias; salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo,
XIX - licença-paternidade, nos termos idade, cor ou estado civil;
fixados em lei;
XXXI - proibição de qualquer
XX - proteção do mercado de trabalho discriminação no tocante a salário e critérios
da mulher, mediante incentivos específicos, de admissão do trabalhador portador de
nos termos da lei; deficiência;

XXI - aviso prévio proporcional ao XXXII - proibição de distinção entre


tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta trabalho manual, técnico e intelectual ou
dias, nos termos da lei; entre os profissionais respectivos;

1035
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
XXXIII - proibição de trabalho noturno, V - ninguém será obrigado a filiar-se
perigoso ou insalubre a menores de dezoito ou a manter-se filiado a sindicato;
e de qualquer trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condição de VI - é obrigatória a participação dos
aprendiz, a partir de quatorze sindicatos nas negociações coletivas de
anos; (Redação dada pela Emenda trabalho;
Constitucional nº 20, de 1998)
VII - o aposentado filiado tem direito a
XXXIV - igualdade de direitos entre o votar e ser votado nas organizações
trabalhador com vínculo empregatício sindicais;
permanente e o trabalhador avulso.
VIII - é vedada a dispensa do
Parágrafo único. São assegurados à empregado sindicalizado a partir do registro
categoria dos trabalhadores domésticos os da candidatura a cargo de direção ou
direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, representação sindical e, se eleito, ainda
X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, que suplente, até um ano após o final do
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, mandato, salvo se cometer falta grave nos
atendidas as condições estabelecidas em lei termos da lei.
e observada a simplificação do cumprimento
das obrigações tributárias, principais e
Parágrafo único. As disposições deste
acessórias, decorrentes da relação de
artigo aplicam-se à organização de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos
sindicatos rurais e de colônias de
nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, pescadores, atendidas as condições que a
bem como a sua integração à previdência lei estabelecer.
social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 9º É assegurado o direito de
greve, competindo aos trabalhadores decidir
Art. 8º É livre a associação profissional sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre
ou sindical, observado o seguinte: os interesses que devam por meio dele
defender.
I - a lei não poderá exigir autorização
do Estado para a fundação de sindicato,
§ 1º A lei definirá os serviços ou
ressalvado o registro no órgão competente, atividades essenciais e disporá sobre o
vedadas ao Poder Público a interferência e atendimento das necessidades inadiáveis
a intervenção na organização sindical; da comunidade.

II - é vedada a criação de mais de uma


§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os
organização sindical, em qualquer grau,
responsáveis às penas da lei.
representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou Art. 10. É assegurada a participação
empregadores interessados, não podendo dos trabalhadores e empregadores nos
ser inferior à área de um Município; colegiados dos órgãos públicos em que
seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e
III - ao sindicato cabe a defesa dos
deliberação.
direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, inclusive em questões judiciais
ou administrativas; Art. 11. Nas empresas de mais de
duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a
IV - a assembléia geral fixará a
finalidade exclusiva de promover-lhes o
contribuição que, em se tratando de
entendimento direto com os empregadores.
categoria profissional, será descontada em
folha, para custeio do sistema confederativo
da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista
em lei;

1036
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
TÍTULO VIII respeito, à liberdade e à convivência familiar
Da Ordem Social e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação,
CAPÍTULO VII exploração, violência, crueldade e
Da Família, da Criança, do Adolescente, opressão. (Redação dada Pela Emenda
do Jovem e do Idoso Constitucional nº 65, de 2010)
(Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010) § 1º O Estado promoverá programas
de assistência integral à saúde da criança,
Art. 226. A família, base da sociedade, do adolescente e do jovem, admitida a
tem especial proteção do Estado. participação de entidades não
governamentais, mediante políticas
§ 1º O casamento é civil e gratuita a específicas e obedecendo aos seguintes
celebração. preceitos: (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)
§ 2º O casamento religioso tem efeito
civil, nos termos da lei. I - aplicação de percentual dos
recursos públicos destinados à saúde na
§ 3º Para efeito da proteção do assistência materno-infantil;
Estado, é reconhecida a união estável entre
o homem e a mulher como entidade familiar, II - criação de programas de
devendo a lei facilitar sua conversão em prevenção e atendimento especializado
casamento. para as pessoas portadoras de deficiência
física, sensorial ou mental, bem como de
integração social do adolescente e do jovem
§ 4º Entende-se, também, como
portador de deficiência, mediante o
entidade familiar a comunidade formada por
treinamento para o trabalho e a convivência,
qualquer dos pais e seus descendentes.
e a facilitação do acesso aos bens e
serviços coletivos, com a eliminação de
§ 5º Os direitos e deveres referentes à obstáculos arquitetônicos e de todas as
sociedade conjugal são exercidos formas de discriminação. (Redação dada
igualmente pelo homem e pela mulher. Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 6º O casamento civil pode ser § 2º A lei disporá sobre normas de


dissolvido pelo divórcio. (Redação dada construção dos logradouros e dos edifícios
Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) de uso público e de fabricação de veículos
de transporte coletivo, a fim de garantir
§ 7º Fundado nos princípios da acesso adequado às pessoas portadoras de
dignidade da pessoa humana e da deficiência.
paternidade responsável, o planejamento
familiar é livre decisão do casal, competindo § 3º O direito a proteção especial
ao Estado propiciar recursos educacionais e abrangerá os seguintes aspectos:
científicos para o exercício desse direito,
vedada qualquer forma coercitiva por parte
I - idade mínima de quatorze anos
de instituições oficiais ou privadas.
para admissão ao trabalho, observado o
disposto no art. 7º, XXXIII;
§ 8º O Estado assegurará a
assistência à família na pessoa de cada um
dos que a integram, criando mecanismos II - garantia de direitos previdenciários
para coibir a violência no âmbito de suas e trabalhistas;
relações.
III - garantia de acesso do trabalhador
Art. 227. É dever da família, da adolescente e jovem à escola; (Redação
sociedade e do Estado assegurar à criança, dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
ao adolescente e ao jovem, com absoluta 2010)
prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à IV - garantia de pleno e formal
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao conhecimento da atribuição de ato

1037
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
infracional, igualdade na relação processual Pela Emenda Constitucional nº 65, de
e defesa técnica por profissional habilitado, 2010)
segundo dispuser a legislação tutelar
específica; Art. 228. São penalmente
inimputáveis os menores de dezoito anos,
V - obediência aos princípios de sujeitos às normas da legislação especial.
brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em Art. 229. Os pais têm o dever de
desenvolvimento, quando da aplicação de assistir, criar e educar os filhos menores, e
qualquer medida privativa da liberdade; os filhos maiores têm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carência ou
VI - estímulo do Poder Público, enfermidade.
através de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao Art. 230. A família, a sociedade e o
acolhimento, sob a forma de guarda, de Estado têm o dever de amparar as pessoas
criança ou adolescente órfão ou idosas, assegurando sua participação na
abandonado; comunidade, defendendo sua dignidade e
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida.
VII - programas de prevenção e
atendimento especializado à criança, ao § 1º Os programas de amparo aos
adolescente e ao jovem dependente de idosos serão executados preferencialmente
entorpecentes e drogas afins. (Redação em seus lares.
dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010) § 2º Aos maiores de sessenta e cinco
anos é garantida a gratuidade dos
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, transportes coletivos urbanos.
a violência e a exploração sexual da criança
e do adolescente. CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
§ 5º A adoção será assistida pelo
Poder Público, na forma da lei, que Art. 231. São reconhecidos aos índios
estabelecerá casos e condições de sua sua organização social, costumes, línguas,
efetivação por parte de estrangeiros. crenças e tradições, e os direitos originários
sobre as terras que tradicionalmente
§ 6º Os filhos, havidos ou não da ocupam, competindo à União demarcá-las,
relação do casamento, ou por adoção, terão proteger e fazer respeitar todos os seus
os mesmos direitos e qualificações, bens.
proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação. § 1º São terras tradicionalmente
ocupadas pelos índios as por eles habitadas
§ 7º No atendimento dos direitos da em caráter permanente, as utilizadas para
criança e do adolescente levar-se- á em suas atividades produtivas, as
consideração o disposto no art. 204. imprescindíveis à preservação dos recursos
ambientais necessários a seu bem-estar e
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela as necessárias a sua reprodução física e
Emenda Constitucional nº 65, de 2010) cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições.
I - o estatuto da juventude, destinado
a regular os direitos dos jovens; (Incluído § 2º As terras tradicionalmente
Pela Emenda Constitucional nº 65, de ocupadas pelos índios destinam-se a sua
2010) posse permanente, cabendo-lhes o usufruto
exclusivo das riquezas do solo, dos rios e
II - o plano nacional de juventude, de dos lagos nelas existentes.
duração decenal, visando à articulação das
várias esferas do poder público para a § 3º O aproveitamento dos recursos
execução de políticas públicas. (Incluído hídricos, incluídos os potenciais
energéticos, a pesquisa e a lavra das

1038
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
riquezas minerais em terras indígenas só tenham por objeto a ocupação, o domínio e
podem ser efetivados com autorização do a posse das terras a que se refere este
Congresso Nacional, ouvidas as artigo, ou a exploração das riquezas
comunidades afetadas, ficando-lhes naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas
assegurada participação nos resultados da existentes, ressalvado relevante interesse
lavra, na forma da lei. público da União, segundo o que dispuser lei
complementar, não gerando a nulidade e a
§ 4º As terras de que trata este artigo extinção direito a indenização ou a ações
são inalienáveis e indisponíveis, e os contra a União, salvo, na forma da lei,
direitos sobre elas, imprescritíveis. quanto às benfeitorias derivadas da
ocupação de boa fé.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos
indígenas de suas terras, salvo, "ad § 7º Não se aplica às terras indígenas
referendum" do Congresso Nacional, em o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
caso de catástrofe ou epidemia que ponha
em risco sua população, ou no interesse da Art. 232. Os índios, suas comunidades
soberania do País, após deliberação do e organizações são partes legítimas para
Congresso Nacional, garantido, em ingressar em juízo em defesa de seus
qualquer hipótese, o retorno imediato logo direitos e interesses, intervindo o Ministério
que cesse o risco. Público em todos os atos do processo.

§ 6º São nulos e extintos, não


produzindo efeitos jurídicos, os atos que

1039
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Lei Maria da Penha

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §
8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a
Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 1º O poder público desenvolverá


Faço saber que o Congresso Nacional políticas que visem garantir os direitos
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: humanos das mulheres no âmbito das
relações domésticas e familiares no sentido
TÍTULO I de resguardá-las de toda forma de
negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para poder público criar as condições
coibir e prevenir a violência doméstica e necessárias para o efetivo exercício dos
familiar contra a mulher, nos termos do § 8º direitos enunciados no caput.
do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Violência contra a Mulher, da Art. 4º Na interpretação desta Lei,
Convenção Interamericana para Prevenir, serão considerados os fins sociais a que ela
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher se destina e, especialmente, as condições
e de outros tratados internacionais peculiares das mulheres em situação de
ratificados pela República Federativa do violência doméstica e familiar.
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados
de Violência Doméstica e Familiar contra a TÍTULO II
Mulher; e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
situação de violência doméstica e familiar. FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 2º Toda mulher, CAPÍTULO I


independentemente de classe, raça, etnia,
orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos DISPOSIÇÕES GERAIS
direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sendo-lhe asseguradas as Art. 5º Para os efeitos desta Lei,
oportunidades e facilidades para viver sem configura violência doméstica e familiar
violência, preservar sua saúde física e contra a mulher qualquer ação ou omissão
mental e seu aperfeiçoamento moral, baseada no gênero que lhe cause morte,
intelectual e social. lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:
Art. 3º Serão asseguradas às (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
mulheres as condições para o exercício
efetivo dos direitos à vida, à segurança, à I - no âmbito da unidade doméstica,
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, compreendida como o espaço de convívio
à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, permanente de pessoas, com ou sem
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à vínculo familiar, inclusive as
liberdade, à dignidade, ao respeito e à esporadicamente agregadas;
convivência familiar e comunitária.
II - no âmbito da família,
compreendida como a comunidade formada

1040
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
por indivíduos que são ou se consideram violação de sua intimidade, ridicularização,
aparentados, unidos por laços naturais, por exploração e limitação do direito de ir e vir
afinidade ou por vontade expressa; ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à
III - em qualquer relação íntima de autodeterminação; (Redação dada pela Lei
afeto, na qual o agressor conviva ou tenha nº 13.772, de 2018)
convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação. III - a violência sexual, entendida
como qualquer conduta que a constranja a
Parágrafo único. As relações presenciar, a manter ou a participar de
pessoais enunciadas neste artigo relação sexual não desejada, mediante
independem de orientação sexual. intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a
utilizar, de qualquer modo, a sua
Art. 6º A violência doméstica e familiar sexualidade, que a impeça de usar qualquer
contra a mulher constitui uma das formas de método contraceptivo ou que a force ao
violação dos direitos humanos. matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem,
CAPÍTULO II suborno ou manipulação; ou que limite ou
anule o exercício de seus direitos sexuais e
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA reprodutivos;
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER IV - a violência patrimonial, entendida
como qualquer conduta que configure
Art. 7º São formas de violência retenção, subtração, destruição parcial ou
doméstica e familiar contra a mulher, entre total de seus objetos, instrumentos de
outras: trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas
I - a violência física, entendida como necessidades;
qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
V - a violência moral, entendida como
qualquer conduta que configure calúnia,
II - a violência psicológica, entendida difamação ou injúria.
como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou
que lhe prejudique e perturbe o pleno TÍTULO III
desenvolvimento ou que vise degradar ou
controlar suas ações, comportamentos, DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM
crenças e decisões, mediante ameaça, SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
constrangimento, humilhação, manipulação, E FAMILIAR
isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem,
CAPÍTULO I
ridicularização, exploração e limitação do
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE
autodeterminação; PREVENÇÃO

II - a violência psicológica, entendida Art. 8º A política pública que visa


como qualquer conduta que lhe cause dano coibir a violência doméstica e familiar contra
emocional e diminuição da autoestima ou a mulher far-se-á por meio de um conjunto
que lhe prejudique e perturbe o pleno articulado de ações da União, dos Estados,
desenvolvimento ou que vise degradar ou do Distrito Federal e dos Municípios e de
controlar suas ações, comportamentos, ações não-governamentais, tendo por
crenças e decisões, mediante ameaça, diretrizes:
constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, I - a integração operacional do Poder
perseguição contumaz, insulto, chantagem, Judiciário, do Ministério Público e da

1041
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Defensoria Pública com as áreas de pessoa humana com a perspectiva de
segurança pública, assistência social, gênero e de raça ou etnia;
saúde, educação, trabalho e habitação;
IX - o destaque, nos currículos
II - a promoção de estudos e escolares de todos os níveis de ensino, para
pesquisas, estatísticas e outras informações os conteúdos relativos aos direitos
relevantes, com a perspectiva de gênero e humanos, à eqüidade de gênero e de raça
de raça ou etnia, concernentes às causas, ou etnia e ao problema da violência
às conseqüências e à freqüência da doméstica e familiar contra a mulher.
violência doméstica e familiar contra a
mulher, para a sistematização de dados, a CAPÍTULO II
serem unificados nacionalmente, e a
avaliação periódica dos resultados das
medidas adotadas; DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM
SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
E FAMILIAR
III - o respeito, nos meios de
comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a Art. 9º A assistência à mulher em
coibir os papéis estereotipados que situação de violência doméstica e familiar
legitimem ou exacerbem a violência será prestada de forma articulada e
doméstica e familiar, de acordo com o conforme os princípios e as diretrizes
estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso previstos na Lei Orgânica da Assistência
IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Social, no Sistema Único de Saúde, no
Constituição Federal ; Sistema Único de Segurança Pública, entre
outras normas e políticas públicas de
proteção, e emergencialmente quando for o
IV - a implementação de atendimento
caso.
policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à
Mulher; § 1º O juiz determinará, por prazo
certo, a inclusão da mulher em situação de
violência doméstica e familiar no cadastro
V - a promoção e a realização de
de programas assistenciais do governo
campanhas educativas de prevenção da
federal, estadual e municipal.
violência doméstica e familiar contra a
mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e § 2º O juiz assegurará à mulher em
dos instrumentos de proteção aos direitos situação de violência doméstica e familiar,
humanos das mulheres; para preservar sua integridade física e
psicológica:
VI - a celebração de convênios,
protocolos, ajustes, termos ou outros I - acesso prioritário à remoção
instrumentos de promoção de parceria entre quando servidora pública, integrante da
órgãos governamentais ou entre estes e administração direta ou indireta;
entidades não-governamentais, tendo por
objetivo a implementação de programas de II - manutenção do vínculo trabalhista,
erradicação da violência doméstica e quando necessário o afastamento do local
familiar contra a mulher; de trabalho, por até seis meses.

VII - a capacitação permanente das § 3º A assistência à mulher em


Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, situação de violência doméstica e familiar
do Corpo de Bombeiros e dos profissionais compreenderá o acesso aos benefícios
pertencentes aos órgãos e às áreas decorrentes do desenvolvimento científico e
enunciados no inciso I quanto às questões tecnológico, incluindo os serviços de
de gênero e de raça ou etnia; contracepção de emergência, a profilaxia
das Doenças Sexualmente Transmissíveis
VIII - a promoção de programas (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
educacionais que disseminem valores Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
éticos de irrestrito respeito à dignidade da

1042
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
médicos necessários e cabíveis nos casos § 2º Na inquirição de mulher em
de violência sexual. situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata
CAPÍTULO III esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o
seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
DO ATENDIMENTO PELA
AUTORIDADE POLICIAL
I - a inquirição será feita em recinto
especialmente projetado para esse fim, o
Art. 10. Na hipótese da iminência ou qual conterá os equipamentos próprios e
da prática de violência doméstica e familiar adequados à idade da mulher em situação
contra a mulher, a autoridade policial que de violência doméstica e familiar ou
tomar conhecimento da ocorrência adotará, testemunha e ao tipo e à gravidade da
de imediato, as providências legais cabíveis. violência sofrida; (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
no caput deste artigo ao descumprimento de II - quando for o caso, a inquirição
medida protetiva de urgência deferida. será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e
Art. 10-A. É direito da mulher em familiar designado pela autoridade
situação de violência doméstica e familiar o judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº
atendimento policial e pericial especializado, 13.505, de 2017)
ininterrupto e prestado por servidores -
preferencialmente do sexo feminino - III - o depoimento será registrado em
previamente capacitados. (Incluído pela Lei meio eletrônico ou magnético, devendo a
nº 13.505, de 2017) degravação e a mídia integrar o inquérito.
(Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em
situação de violência doméstica e familiar Art. 11. No atendimento à mulher em
ou de testemunha de violência doméstica, situação de violência doméstica e familiar, a
quando se tratar de crime contra a mulher, autoridade policial deverá, entre outras
obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído providências:
pela Lei nº 13.505, de 2017)
I - garantir proteção policial, quando
I - salvaguarda da integridade física, necessário, comunicando de imediato ao
psíquica e emocional da depoente, Ministério Público e ao Poder Judiciário;
considerada a sua condição peculiar de
pessoa em situação de violência doméstica
e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505, de II - encaminhar a ofendida ao hospital
ou posto de saúde e ao Instituto Médico
2017)
Legal;

II - garantia de que, em nenhuma


III - fornecer transporte para a
hipótese, a mulher em situação de violência
ofendida e seus dependentes para abrigo ou
doméstica e familiar, familiares e
testemunhas terão contato direto com local seguro, quando houver risco de vida;
investigados ou suspeitos e pessoas a eles
relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, IV - se necessário, acompanhar a
de 2017) ofendida para assegurar a retirada de seus
pertences do local da ocorrência ou do
domicílio familiar;
III - não revitimização da depoente,
evitando sucessivas inquirições sobre o
mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e V - informar à ofendida os direitos a
administrativo, bem como questionamentos ela conferidos nesta Lei e os serviços
sobre a vida privada. (Incluído pela Lei nº disponíveis.
13.505, de 2017)
Art. 12. Em todos os casos de
violência doméstica e familiar contra a

1043
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá § 2º A autoridade policial deverá
a autoridade policial adotar, de imediato, os anexar ao documento referido no § 1º o
seguintes procedimentos, sem prejuízo boletim de ocorrência e cópia de todos os
daqueles previstos no Código de Processo documentos disponíveis em posse da
Penal: ofendida.

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de § 3º Serão admitidos como meios de


ocorrência e tomar a representação a termo, prova os laudos ou prontuários médicos
se apresentada; fornecidos por hospitais e postos de saúde.

II - colher todas as provas que Art. 12-A. Os Estados e o Distrito


servirem para o esclarecimento do fato e de Federal, na formulação de suas políticas e
suas circunstâncias; planos de atendimento à mulher em
situação de violência doméstica e familiar,
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil,
e oito) horas, expediente apartado ao juiz à criação de Delegacias Especializadas de
com o pedido da ofendida, para a concessão Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos
de medidas protetivas de urgência; Investigativos de Feminicídio e de equipes
especializadas para o atendimento e a
investigação das violências graves contra a
IV - determinar que se proceda ao mulher.
exame de corpo de delito da ofendida e
requisitar outros exames periciais
necessários; Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela
Lei nº 13.505, de 2017)
V - ouvir o agressor e as
testemunhas; § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº
13.505, de 2017)
VI - ordenar a identificação do
agressor e fazer juntar aos autos sua folha § 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº
de antecedentes criminais, indicando a 13.505, de 2017)
existência de mandado de prisão ou registro
de outras ocorrências policiais contra ele; § 3º A autoridade policial poderá
requisitar os serviços públicos necessários
VII - remeter, no prazo legal, os autos à defesa da mulher em situação de
do inquérito policial ao juiz e ao Ministério violência doméstica e familiar e de seus
Público. dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505,
de 2017)
§ 1º O pedido da ofendida será
tomado a termo pela autoridade policial e Art. 12-C. Verificada a existência de
deverá conter: risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física da mulher em situação de
violência doméstica e familiar, ou de seus
I - qualificação da ofendida e do dependentes, o agressor será
agressor; imediatamente afastado do lar, domicílio ou
local de convivência com a ofendida:
II - nome e idade dos dependentes; (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)

III - descrição sucinta do fato e das I - pela autoridade judicial; (Incluído


medidas protetivas solicitadas pela pela Lei nº 13.827, de 2019)
ofendida.
II - pelo delegado de polícia, quando
IV - informação sobre a condição de a o Município não for sede de comarca; ou
ofendida ser pessoa com deficiência e se da (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
violência sofrida resultou deficiência ou
agravamento de deficiência III - pelo policial, quando o Município
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, não for sede de comarca e não houver
de 2019)

1044
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
delegado disponível no momento da I - do seu domicílio ou de sua
denúncia. (Incluído pela Lei nº 13.827, de residência;
2019)
II - do lugar do fato em que se baseou
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III a demanda;
do caput deste artigo, o juiz será
comunicado no prazo máximo de 24 (vinte III - do domicílio do agressor.
e quatro) horas e decidirá, em igual prazo,
sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Art. 16. Nas ações penais públicas
Ministério Público concomitantemente. condicionadas à representação da ofendida
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) de que trata esta Lei, só será admitida a
renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal
§ 2º Nos casos de risco à integridade finalidade, antes do recebimento da
física da ofendida ou à efetividade da denúncia e ouvido o Ministério Público.
medida protetiva de urgência, não será
concedida liberdade provisória ao preso.
(Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) Art. 17. É vedada a aplicação, nos
casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica
TÍTULO IV ou outras de prestação pecuniária, bem
como a substituição de pena que implique o
DOS PROCEDIMENTOS pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO I CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES GERAIS DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE


URGÊNCIA
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e
à execução das causas cíveis e criminais Seção I
decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher aplicar- Disposições Gerais
se-ão as normas dos Códigos de Processo
Penal e Processo Civil e da legislação
específica relativa à criança, ao adolescente Art. 18. Recebido o expediente com o
e ao idoso que não conflitarem com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo
estabelecido nesta Lei. de 48 (quarenta e oito) horas:

Art. 14. Os Juizados de Violência I - conhecer do expediente e do


Doméstica e Familiar contra a Mulher, pedido e decidir sobre as medidas protetivas
órgãos da Justiça Ordinária com de urgência;
competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos II - determinar o encaminhamento da
Territórios, e pelos Estados, para o ofendida ao órgão de assistência judiciária,
processo, o julgamento e a execução das quando for o caso;
causas decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher. III - comunicar ao Ministério Público
para que adote as providências cabíveis.
Parágrafo único. Os atos processuais
poderão realizar-se em horário noturno, Art. 19. As medidas protetivas de
conforme dispuserem as normas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz,
organização judiciária. a requerimento do Ministério Público ou a
pedido da ofendida.
Art. 15. É competente, por opção da
ofendida, para os processos cíveis regidos § 1º As medidas protetivas de
por esta Lei, o Juizado: urgência poderão ser concedidas de
imediato, independentemente de audiência

1045
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
das partes e de manifestação do Ministério I - suspensão da posse ou restrição
Público, devendo este ser prontamente do porte de armas, com comunicação ao
comunicado. órgão competente, nos termos da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;
§ 2º As medidas protetivas de
urgência serão aplicadas isolada ou II - afastamento do lar, domicílio ou
cumulativamente, e poderão ser local de convivência com a ofendida;
substituídas a qualquer tempo por outras de
maior eficácia, sempre que os direitos III - proibição de determinadas
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados condutas, entre as quais:
ou violados.
a) aproximação da ofendida, de seus
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do familiares e das testemunhas, fixando o
Ministério Público ou a pedido da ofendida, limite mínimo de distância entre estes e o
conceder novas medidas protetivas de agressor;
urgência ou rever aquelas já concedidas, se
entender necessário à proteção da
ofendida, de seus familiares e de seu b) contato com a ofendida, seus
patrimônio, ouvido o Ministério Público. familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação;
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito
policial ou da instrução criminal, caberá a c) freqüentação de determinados
prisão preventiva do agressor, decretada lugares a fim de preservar a integridade
pelo juiz, de ofício, a requerimento do física e psicológica da ofendida;
Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial. IV - restrição ou suspensão de visitas
aos dependentes menores, ouvida a equipe
Parágrafo único. O juiz poderá de atendimento multidisciplinar ou serviço
revogar a prisão preventiva se, no curso do similar;
processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se V - prestação de alimentos
sobrevierem razões que a justifiquem. provisionais ou provisórios.

Art. 21. A ofendida deverá ser § 1º As medidas referidas neste artigo


notificada dos atos processuais relativos ao não impedem a aplicação de outras
agressor, especialmente dos pertinentes ao previstas na legislação em vigor, sempre
ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo que a segurança da ofendida ou as
da intimação do advogado constituído ou do circunstâncias o exigirem, devendo a
defensor público. providência ser comunicada ao Ministério
Público.
Parágrafo único. A ofendida não
poderá entregar intimação ou notificação ao § 2º Na hipótese de aplicação do
agressor . inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos
do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de
Seção II
dezembro de 2003, o juiz comunicará ao
respectivo órgão, corporação ou instituição
Das Medidas Protetivas de as medidas protetivas de urgência
Urgência que Obrigam o Agressor concedidas e determinará a restrição do
porte de armas, ficando o superior imediato
Art. 22. Constatada a prática de do agressor responsável pelo cumprimento
violência doméstica e familiar contra a da determinação judicial, sob pena de
mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá incorrer nos crimes de prevaricação ou de
aplicar, de imediato, ao agressor, em desobediência, conforme o caso.
conjunto ou separadamente, as seguintes
medidas protetivas de urgência, entre § 3º Para garantir a efetividade das
outras: medidas protetivas de urgência, poderá o

1046
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio danos materiais decorrentes da prática de
da força policial. violência doméstica e familiar contra a
ofendida.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas
neste artigo, no que couber, o disposto no Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar
caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no ao cartório competente para os fins
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de previstos nos incisos II e III deste artigo.
Processo Civil).
Seção IV
Seção III (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

Das Medidas Protetivas de Do Crime de Descumprimento de


Urgência à Ofendida Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas
de Urgência
Art. 23. Poderá o juiz, quando
necessário, sem prejuízo de outras
medidas: Art. 24-A. Descumprir decisão
judicial que defere medidas protetivas de
urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela
I - encaminhar a ofendida e seus
Lei nº 13.641, de 2018)
dependentes a programa oficial ou
comunitário de proteção ou de atendimento;
Pena – detenção, de 3 (três) meses
a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº
II - determinar a recondução da
ofendida e a de seus dependentes ao 13.641, de 2018)
respectivo domicílio, após afastamento do
agressor; § 1º A configuração do crime
independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído
III - determinar o afastamento da
pela Lei nº 13.641, de 2018)
ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e
alimentos; § 2º Na hipótese de prisão em
flagrante, apenas a autoridade judicial
IV - determinar a separação de poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei
corpos. nº 13.641, de 2018)

§ 3º O disposto neste artigo não


Art. 24. Para a proteção patrimonial
exclui a aplicação de outras sanções
dos bens da sociedade conjugal ou
cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de
daqueles de propriedade particular da
mulher, o juiz poderá determinar, 2018)
liminarmente, as seguintes medidas, entre
outras: CAPÍTULO III

I - restituição de bens indevidamente DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO


subtraídos pelo agressor à ofendida; PÚBLICO

II - proibição temporária para a Art. 25. O Ministério Público intervirá,


celebração de atos e contratos de compra, quando não for parte, nas causas cíveis e
venda e locação de propriedade em comum, criminais decorrentes da violência
salvo expressa autorização judicial; doméstica e familiar contra a mulher.

III - suspensão das procurações Art. 26. Caberá ao Ministério Público,


conferidas pela ofendida ao agressor; sem prejuízo de outras atribuições, nos
casos de violência doméstica e familiar
IV - prestação de caução provisória, contra a mulher, quando necessário:
mediante depósito judicial, por perdas e

1047
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
I - requisitar força policial e serviços a ofendida, o agressor e os familiares, com
públicos de saúde, de educação, de especial atenção às crianças e aos
assistência social e de segurança, entre adolescentes.
outros;
Art. 31. Quando a complexidade do
II - fiscalizar os estabelecimentos caso exigir avaliação mais aprofundada, o
públicos e particulares de atendimento à juiz poderá determinar a manifestação de
mulher em situação de violência doméstica profissional especializado, mediante a
e familiar, e adotar, de imediato, as medidas indicação da equipe de atendimento
administrativas ou judiciais cabíveis no multidisciplinar.
tocante a quaisquer irregularidades
constatadas; Art. 32. O Poder Judiciário, na
elaboração de sua proposta orçamentária,
III - cadastrar os casos de violência poderá prever recursos para a criação e
doméstica e familiar contra a mulher. manutenção da equipe de atendimento
multidisciplinar, nos termos da Lei de
CAPÍTULO IV Diretrizes Orçamentárias.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA TÍTULO VI

Art. 27. Em todos os atos DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS


processuais, cíveis e criminais, a mulher em
situação de violência doméstica e familiar Art. 33. Enquanto não estruturados os
deverá estar acompanhada de advogado, Juizados de Violência Doméstica e Familiar
ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei. contra a Mulher, as varas criminais
acumularão as competências cível e
Art. 28. É garantido a toda mulher em criminal para conhecer e julgar as causas
situação de violência doméstica e familiar o decorrentes da prática de violência
acesso aos serviços de Defensoria Pública doméstica e familiar contra a mulher,
ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos observadas as previsões do Título IV desta
termos da lei, em sede policial e judicial, Lei, subsidiada pela legislação processual
mediante atendimento específico e pertinente.
humanizado.
Parágrafo único. Será garantido o
TÍTULO V direito de preferência, nas varas criminais,
para o processo e o julgamento das causas
referidas no caput.
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO
MULTIDISCIPLINAR
TÍTULO VII
Art. 29. Os Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher que DISPOSIÇÕES FINAIS
vierem a ser criados poderão contar com
uma equipe de atendimento multidisciplinar, Art. 34. A instituição dos Juizados de
a ser integrada por profissionais Violência Doméstica e Familiar contra a
especializados nas áreas psicossocial, Mulher poderá ser acompanhada pela
jurídica e de saúde. implantação das curadorias necessárias e
do serviço de assistência judiciária.
Art. 30. Compete à equipe de
atendimento multidisciplinar, entre outras Art. 35. A União, o Distrito Federal, os
atribuições que lhe forem reservadas pela Estados e os Municípios poderão criar e
legislação local, fornecer subsídios por promover, no limite das respectivas
escrito ao juiz, ao Ministério Público e à competências:
Defensoria Pública, mediante laudos ou
verbalmente em audiência, e desenvolver I - centros de atendimento integral e
trabalhos de orientação, encaminhamento, multidisciplinar para mulheres e respectivos
prevenção e outras medidas, voltados para

1048
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
dependentes em situação de violência de urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827, de
doméstica e familiar; 2019)

II - casas-abrigos para mulheres e Parágrafo único. As medidas


respectivos dependentes menores em protetivas de urgência serão registradas em
situação de violência doméstica e familiar; banco de dados mantido e regulamentado
pelo Conselho Nacional de Justiça,
III - delegacias, núcleos de defensoria garantido o acesso do Ministério Público, da
pública, serviços de saúde e centros de Defensoria Pública e dos órgãos de
perícia médico-legal especializados no segurança pública e de assistência social,
atendimento à mulher em situação de com vistas à fiscalização e à efetividade das
violência doméstica e familiar; medidas protetivas. (Incluído pela Lei nº
13.827, de 2019)
IV - programas e campanhas de
enfrentamento da violência doméstica e Art. 39. A União, os Estados, o Distrito
familiar; Federal e os Municípios, no limite de suas
competências e nos termos das respectivas
leis de diretrizes orçamentárias, poderão
V - centros de educação e de estabelecer dotações orçamentárias
reabilitação para os agressores. específicas, em cada exercício financeiro,
para a implementação das medidas
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito estabelecidas nesta Lei.
Federal e os Municípios promoverão a
adaptação de seus órgãos e de seus Art. 40. As obrigações previstas nesta
programas às diretrizes e aos princípios Lei não excluem outras decorrentes dos
desta Lei. princípios por ela adotados.

Art. 37. A defesa dos interesses e Art. 41. Aos crimes praticados com
direitos transindividuais previstos nesta Lei violência doméstica e familiar contra a
poderá ser exercida, concorrentemente, mulher, independentemente da pena
pelo Ministério Público e por associação de prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26
atuação na área, regularmente constituída de setembro de 1995.
há pelo menos um ano, nos termos da
legislação civil.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de
Parágrafo único. O requisito da pré- Processo Penal), passa a vigorar acrescido
constituição poderá ser dispensado pelo juiz do seguinte inciso IV:
quando entender que não há outra entidade
com representatividade adequada para o
ajuizamento da demanda coletiva. “Art. 313.
.................................................
Art. 38. As estatísticas sobre a
violência doméstica e familiar contra a ...........................................................
mulher serão incluídas nas bases de dados .....
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e
Segurança a fim de subsidiar o sistema IV - se o crime envolver violência
nacional de dados e informações relativo às doméstica e familiar contra a mulher, nos
mulheres. termos da lei específica, para garantir a
execução das medidas protetivas de
Parágrafo único. As Secretarias de urgência.” (NR)
Segurança Pública dos Estados e do Distrito
Federal poderão remeter suas informações Art. 43. A alínea f do inciso II do art.
criminais para a base de dados do Ministério 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
da Justiça. dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vigorar com a seguinte redação:
Art. 38-A. O juiz competente
providenciará o registro da medida protetiva

1049
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
“Art. 61. ...........................................................
.................................................. .......

........................................................... § 11. Na hipótese do § 9º deste artigo,


...... a pena será aumentada de um terço se o
crime for cometido contra pessoa portadora
II - de deficiência.” (NR)
............................................................
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de
........................................................... 11 de julho de 1984 (Lei de Execução
...... Penal), passa a vigorar com a seguinte
redação:
f) com abuso de autoridade ou
prevalecendo-se de relações domésticas, “Art. 152.
de coabitação ou de hospitalidade, ou com ...................................................
violência contra a mulher na forma da lei
específica; Parágrafo único. Nos casos de
violência doméstica contra a mulher, o juiz
........................................................... poderá determinar o comparecimento
” (NR) obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45
Penal), passa a vigorar com as seguintes (quarenta e cinco) dias após sua publicação.
alterações:
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da
“Art. 129. Independência e 118º da República.
..................................................
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
........................................................... Dilma Rousseff
.......
Este texto não substitui o publicado no
§ 9º Se a lesão for praticada contra DOU de 8.8.2006
ascendente, descendente, irmão, cônjuge
ou companheiro, ou com quem conviva ou *
tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a


3 (três) anos.

1050
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI Nº 6.001, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1973. Estatuto do Índio

Dispõe sobre o Estatuto do Índio.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , lhes ali recursos para seu desenvolvimento


faço saber que o Congresso Nacional e progresso;
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
VI - respeitar, no processo de
TÍTULO I integração do índio à comunhão nacional, a
coesão das comunidades indígenas, os
Dos Princípios e Definições seus valores culturais, tradições, usos e
costumes;
Art. 1º Esta Lei regula a situação
jurídica dos índios ou silvícolas e das VII - executar, sempre que possível
comunidades indígenas, com o propósito de mediante a colaboração dos índios, os
preservar a sua cultura e integrá-los, programas e projetos tendentes a beneficiar
progressiva e harmoniosamente, à as comunidades indígenas;
comunhão nacional.
VIII - utilizar a cooperação, o espírito de
Parágrafo único. Aos índios e às iniciativa e as qualidades pessoais do índio,
comunidades indígenas se estende a tendo em vista a melhoria de suas
proteção das leis do País, nos mesmos condições de vida e a sua integração no
termos em que se aplicam aos demais processo de desenvolvimento;
brasileiros, resguardados os usos,
costumes e tradições indígenas, bem como IX - garantir aos índios e comunidades
as condições peculiares reconhecidas nesta indígenas, nos termos da Constituição, a
Lei. posse permanente das terras que habitam,
reconhecendo-lhes o direito ao usufruto
Art. 2° Cumpre à União, aos Estados e exclusivo das riquezas naturais e de todas
aos Municípios, bem como aos órgãos das as utilidades naquelas terras existentes;
respectivas administrações indiretas, nos
limites de sua competência, para a proteção X - garantir aos índios o pleno exercício
das comunidades indígenas e a dos direitos civis e políticos que em face da
preservação dos seus direitos: legislação lhes couberem.

I - estender aos índios os benefícios da Parágrafo único. (Vetado).


legislação comum, sempre que possível a
sua aplicação; Art. 3º Para os efeitos de lei, ficam
estabelecidas as definições a seguir
II - prestar assistência aos índios e às discriminadas:
comunidades indígenas ainda não
integrados à comunhão nacional; I - Índio ou Silvícola - É todo indivíduo
de origem e ascendência pré-colombiana
III - respeitar, ao proporcionar aos que se identifica e é identificado como
índios meios para o seu desenvolvimento, pertencente a um grupo étnico cujas
as peculiaridades inerentes à sua condição; características culturais o distinguem da
sociedade nacional;
IV - assegurar aos índios a
possibilidade de livre escolha dos seus II - Comunidade Indígena ou Grupo
meios de vida e subsistência; Tribal - É um conjunto de famílias ou
comunidades índias, quer vivendo em
V - garantir aos índios a permanência estado de completo isolamento em relação
voluntária no seu habitat , proporcionando- aos outros setores da comunhão nacional,
quer em contatos intermitentes ou

1051
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
permanentes, sem contudo estarem neles comunidade indígena, excetuados os que
integrados. forem menos favoráveis a eles e ressalvado
o disposto nesta Lei.
Art 4º Os índios são considerados:
CAPÍTULO II
I - Isolados - Quando vivem em grupos
desconhecidos ou de que se possuem Da Assistência ou Tutela
poucos e vagos informes através de
contatos eventuais com elementos da Art. 7º Os índios e as comunidades
comunhão nacional; indígenas ainda não integrados à comunhão
nacional ficam sujeito ao regime tutelar
II - Em vias de integração - Quando, em estabelecido nesta Lei.
contato intermitente ou permanente com
grupos estranhos, conservam menor ou § 1º Ao regime tutelar estabelecido
maior parte das condições de sua vida nesta Lei aplicam-se no que couber, os
nativa, mas aceitam algumas práticas e princípios e normas da tutela de direito
modos de existência comuns aos demais comum, independendo, todavia, o exercício
setores da comunhão nacional, da qual vão da tutela da especialização de bens imóveis
necessitando cada vez mais para o próprio em hipoteca legal, bem como da prestação
sustento; de caução real ou fidejussória.

III - Integrados - Quando incorporados § 2º Incumbe a tutela à União, que a


à comunhão nacional e reconhecidos no exercerá através do competente órgão
pleno exercício dos direitos civis, ainda que federal de assistência aos silvícolas.
conservem usos, costumes e tradições
característicos da sua cultura.
Art. 8º São nulos os atos praticados
entre o índio não integrado e qualquer
TÍTULO II pessoa estranha à comunidade indígena
quando não tenha havido assistência do
Dos Direitos Civis e Políticos órgão tutelar competente.

CAPÍTULO I Parágrafo único. Não se aplica a regra


deste artigo no caso em que o índio revele
Dos Princípios consciência e conhecimento do ato
praticado, desde que não lhe seja
Art. 5º Aplicam-se aos índios ou prejudicial, e da extensão dos seus efeitos.
silvícolas as normas dos artigos 145 e 146,
da Constituição Federal, relativas à Art. 9º Qualquer índio poderá requerer
nacionalidade e à cidadania. ao Juiz competente a sua liberação do
regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-
Parágrafo único. O exercício dos se na plenitude da capacidade civil, desde
direitos civis e políticos pelo índio depende que preencha os requisitos seguintes:
da verificação das condições especiais
estabelecidas nesta Lei e na legislação I - idade mínima de 21 anos;
pertinente.
II - conhecimento da língua portuguesa;
Art. 6º Serão respeitados os usos,
costumes e tradições das comunidades III - habilitação para o exercício de
indígenas e seus efeitos, nas relações de atividade útil, na comunhão nacional;
família, na ordem de sucessão, no regime
de propriedade e nos atos ou negócios IV - razoável compreensão dos usos e
realizados entre índios, salvo se optarem costumes da comunhão nacional.
pela aplicação do direito comum.
Parágrafo único. O Juiz decidirá após
Parágrafo único. Aplicam-se as normas instrução sumária, ouvidos o órgão de
de direito comum às relações entre índios assistência ao índio e o Ministério Público,
não integrados e pessoas estranhas à

1052
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
transcrita a sentença concessiva no registro Das Condições de Trabalho
civil.
Art. 14. Não haverá discriminação entre
Art. 10. Satisfeitos os requisitos do trabalhadores indígenas e os demais
artigo anterior e a pedido escrito do trabalhadores, aplicando-se-lhes todos os
interessado, o órgão de assistência poderá direitos e garantias das leis trabalhistas e de
reconhecer ao índio, mediante declaração previdência social.
formal, a condição de integrado, cessando
toda restrição à capacidade, desde que, Parágrafo único. É permitida a
homologado judicialmente o ato, seja adaptação de condições de trabalho aos
inscrito no registro civil. usos e costumes da comunidade a que
pertencer o índio.
Art. 11. Mediante decreto do Presidente
da República, poderá ser declarada a Art. 15. Será nulo o contrato de trabalho
emancipação da comunidade indígena e de ou de locação de serviços realizado com os
seus membros, quanto ao regime tutelar índios de que trata o artigo 4°, I.
estabelecido em lei, desde que requerida
pela maioria dos membros do grupo e Art. 16. Os contratos de trabalho ou de
comprovada, em inquérito realizado pelo
locação de serviços realizados com
órgão federal competente, a sua plena
indígenas em processo de integração ou
integração na comunhão nacional.
habitantes de parques ou colônias agrícolas
dependerão de prévia aprovação do órgão
Parágrafo único. Para os efeitos do de proteção ao índio, obedecendo, quando
disposto neste artigo, exigir-se-á o necessário, a normas próprias.
preenchimento, pelos requerentes, dos
requisitos estabelecidos no artigo 9º.
§ 1º Será estimulada a realização de
contratos por equipe, ou a domicílio, sob a
CAPÍTULO III orientação do órgão competente, de modo a
favorecer a continuidade da via comunitária.
Do Registro Civil
§ 2º Em qualquer caso de prestação de
Art. 12. Os nascimentos e óbitos, e os serviços por indígenas não integrados, o
casamentos civis dos índios não integrados, órgão de proteção ao índio exercerá
serão registrados de acordo com a permanente fiscalização das condições de
legislação comum, atendidas as trabalho, denunciando os abusos e
peculiaridades de sua condição quanto à providenciando a aplicação das sanções
qualificação do nome, prenome e filiação. cabíveis.

Parágrafo único. O registro civil será § 3º O órgão de assistência ao indígena


feito a pedido do interessado ou da propiciará o acesso, aos seus quadros, de
autoridade administrativa competente. índios integrados, estimulando a sua
especialização indigenista.
Art. 13. Haverá livros próprios, no órgão
competente de assistência, para o registro TÍTULO III
administrativo de nascimentos e óbitos dos
índios, da cessação de sua incapacidade e Das Terras dos Índios
dos casamentos contraídos segundo os
costumes tribais. CAPÍTULO I

Parágrafo único. O registro


Das Disposições Gerais
administrativo constituirá, quando couber
documento hábil para proceder ao registro
civil do ato correspondente, admitido, na Art. 17. Reputam-se terras indígenas:
falta deste, como meio subsidiário de prova.
I - as terras ocupadas ou habitadas
CAPÍTULO IV pelos silvícolas, a que se referem os artigos
4º, IV, e 198, da
Constituição; (Regulamento)

1053
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
(Vide Decreto nº 22, de b) para combater graves surtos
1991) (Vide Decreto nº 1.775, de epidêmicos, que possam acarretar o
1996) extermínio da comunidade indígena, ou
qualquer mal que ponha em risco a
II - as áreas reservadas de que trata o integridade do silvícola ou do grupo tribal;
Capítulo III deste Título;
c) por imposição da segurança
III - as terras de domínio das nacional;
comunidades indígenas ou de silvícolas.
d) para a realização de obras públicas
Art. 18. As terras indígenas não que interessem ao desenvolvimento
poderão ser objeto de arrendamento ou de nacional;
qualquer ato ou negócio jurídico que
restrinja o pleno exercício da posse direta e) para reprimir a turbação ou esbulho
pela comunidade indígena ou pelos em larga escala;
silvícolas.
f) para a exploração de riquezas do
§ 1º Nessas áreas, é vedada a qualquer subsolo de relevante interesse para a
pessoa estranha aos grupos tribais ou segurança e o desenvolvimento nacional.
comunidades indígenas a prática da caça,
pesca ou coleta de frutos, assim como de 2º A intervenção executar-se-á nas
atividade agropecuária ou extrativa. condições estipuladas no decreto e sempre
por meios suasórios, dela podendo resultar,
§ 2º (Vetado). segundo a gravidade do fato, uma ou
algumas das medidas seguintes:
Art. 19. As terras indígenas, por
iniciativa e sob orientação do órgão federal a) contenção de hostilidades, evitando-
de assistência ao índio, serão se o emprego de força contra os índios;
administrativamente demarcadas, de
acordo com o processo estabelecido em b) deslocamento temporário de grupos
decreto do Poder Executivo. tribais de uma para outra área;

§ 1º A demarcação promovida nos c) remoção de grupos tribais de uma


termos deste artigo, homologada pelo para outra área.
Presidente da República, será registrada em
livro próprio do Serviço do Patrimônio da 3º Somente caberá a remoção de
União (SPU) e do registro imobiliário da grupo tribal quando de todo impossível ou
comarca da situação das terras. desaconselhável a sua permanência na
área sob intervenção, destinando-se à
§ 2º Contra a demarcação processada comunidade indígena removida área
nos termos deste artigo não caberá a equivalente à anterior, inclusive quanto às
concessão de interdito possessório, condições ecológicas.
facultado aos interessados contra ela
recorrer à ação petitória ou à demarcatória.
4º A comunidade indígena removida
será integralmente ressarcida dos prejuízos
Art. 20. Em caráter excepcional e por decorrentes da remoção.
qualquer dos motivos adiante enumerados,
poderá a União intervir, se não houver
5º O ato de intervenção terá a
solução alternativa, em área indígena,
assistência direta do órgão federal que
determinada a providência por decreto do
exercita a tutela do índio.
Presidente da República.
Art. 21. As terras espontânea e
1º A intervenção poderá ser decretada:
definitivamente abandonadas por
comunidade indígena ou grupo tribal
a) para pôr termo à luta entre grupos reverterão, por proposta do órgão federal de
tribais; assistência ao índio e mediante ato

1054
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
declaratório do Poder Executivo, à posse e erro do referido órgão, tomar qualquer dos
ao domínio pleno da União. Poderes da República.

CAPÍTULO II CAPÍTULO III

Das Terras Ocupadas Das Áreas Reservadas

Art. 22. Cabe aos índios ou silvícolas a Art. 26. A União poderá estabelecer,
posse permanente das terras que habitam e em qualquer parte do território nacional,
o direito ao usufruto exclusivo das riquezas áreas destinadas à posse e ocupação pelos
naturais e de todas as utilidades naquelas índios, onde possam viver e obter meios de
terras existentes. subsistência, com direito ao usufruto e
utilização das riquezas naturais e dos bens
Parágrafo único. As terras ocupadas nelas existentes, respeitadas as restrições
pelos índios, nos termos deste artigo, serão legais.
bens inalienáveis da União (artigo 4º, IV, e
198, da Constituição Federal). Parágrafo único. As áreas reservadas
na forma deste artigo não se confundem
Art. 23. Considera-se posse do índio ou com as de posse imemorial das tribos
silvícola a ocupação efetiva da terra que, de indígenas, podendo organizar-se sob uma
acordo com os usos, costumes e tradições das seguintes modalidades:
tribais, detém e onde habita ou exerce
atividade indispensável à sua subsistência a) reserva indígena;
ou economicamente útil.
b) parque indígena;
Art. 24. O usufruto assegurado aos
índios ou silvícolas compreende o direito à c) colônia agrícola indígena.
posse, uso e percepção das riquezas
naturais e de todas as utilidades existentes
Art. 27. Reserva indígena é uma área
nas terras ocupadas, bem assim ao produto
destinada a servidor de habitat a grupo
da exploração econômica de tais riquezas indígena, com os meios suficientes à sua
naturais e utilidades. subsistência.

§ 1° Incluem-se, no usufruto, que se


Art. 28. Parque indígena é a área
estende aos acessórios e seus acrescidos,
contida em terra na posse de índios, cujo
o uso dos mananciais e das águas dos grau de integração permita assistência
trechos das vias fluviais compreendidos nas econômica, educacional e sanitária dos
terras ocupadas. órgãos da União, em que se preservem as
reservas de flora e fauna e as belezas
§ 2° É garantido ao índio o exclusivo naturais da região.
exercício da caça e pesca nas áreas por ele
ocupadas, devendo ser executadas por § 1º Na administração dos parques
forma suasória as medidas de polícia que
serão respeitados a liberdade, usos,
em relação a ele eventualmente tiverem de
costumes e tradições dos índios.
ser aplicadas.
§ 2° As medidas de polícia, necessárias
Art. 25. O reconhecimento do direito
à ordem interna e à preservação das
dos índios e grupos tribais à posse
riquezas existentes na área do parque,
permanente das terras por eles habitadas,
deverão ser tomadas por meios suasórios e
nos termos do artigo 198, da Constituição
de acordo com o interesse dos índios que
Federal, independerá de sua demarcação, e
nela habitem.
será assegurado pelo órgão federal de
assistência aos silvícolas, atendendo à
situação atual e ao consenso histórico sobre § 3º O loteamento das terras dos
a antigüidade da ocupação, sem prejuízo parques indígenas obedecerá ao regime de
das medidas cabíveis que, na omissão ou propriedade, usos e costumes tribais, bem
como às normas administrativas nacionais,

1055
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
que deverão ajustar-se aos interesses das extrajudicial dos direitos dos silvícolas e das
comunidades indígenas. comunidades indígenas.

Art. 29. Colônia agrícola indígena é a Art. 36. Sem prejuízo do disposto no
área destinada à exploração agropecuária, artigo anterior, compete à União adotar as
administrada pelo órgão de assistência ao medidas administrativas ou propor, por
índio, onde convivam tribos aculturadas e intermédio do Ministério Público Federal, as
membros da comunidade nacional. medidas judiciais adequadas à proteção da
posse dos silvícolas sobre as terras que
Art. 30. Território federal indígena é a habitem.
unidade administrativa subordinada à
União, instituída em região na qual pelo Parágrafo único. Quando as medidas
menos um terço da população seja formado judiciais previstas neste artigo forem
por índios. propostas pelo órgão federal de assistência,
ou contra ele, a União será litisconsorte ativa
Art. 31. As disposições deste Capítulo ou passiva.
serão aplicadas, no que couber, às áreas
em que a posse decorra da aplicação do Art. 37. Os grupos tribais ou
artigo 198, da Constituição Federal. comunidades indígenas são partes
legítimas para a defesa dos seus direitos em
CAPÍTULO IV juízo, cabendo-lhes, no caso, a assistência
do Ministério Público Federal ou do órgão de
Das Terras de Domínio Indígena proteção ao índio.

Art. 38. As terras indígenas são


Art. 32. São de propriedade plena do
inusucapíveis e sobre elas não poderá recair
índio ou da comunidade indígena, conforme
o caso, as terras havidas por qualquer das desapropriação, salvo o previsto no artigo
formas de aquisição do domínio, nos termos 20.
da legislação civil.
TÍTULO IV
Art. 33. O índio, integrado ou não, que
ocupe como próprio, por dez anos Dos Bens e Renda do Patrimônio Indígena
consecutivos, trecho de terra inferior a
cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a Art 39. Constituem bens do Patrimônio
propriedade plena. Indígena:

Parágrafo único. O disposto neste I - as terras pertencentes ao domínio


artigo não se aplica às terras do domínio da dos grupos tribais ou comunidades
União, ocupadas por grupos tribais, às áreas indígenas;
reservadas de que trata esta Lei, nem às
terras de propriedade coletiva de grupo II - o usufruto exclusivo das riquezas
tribal. naturais e de todas as utilidades existentes
nas terras ocupadas por grupos tribais ou
CAPÍTULO V comunidades indígenas e nas áreas a eles
reservadas;
Da Defesa das Terras Indígenas
III - os bens móveis ou imóveis,
Art. 34. O órgão federal de assistência adquiridos a qualquer título.
ao índio poderá solicitar a colaboração das
Forças Armadas e Auxiliares e da Polícia Art. 40. São titulares do Patrimônio
Federal, para assegurar a proteção das Indígena:
terras ocupadas pelos índios e pelas
comunidades indígenas. I - a população indígena do País, no
tocante a bens ou rendas pertencentes ou
Art. 35. Cabe ao órgão federal de destinadas aos silvícolas, sem
assistência ao índio a defesa judicial ou discriminação de pessoas ou grupos tribais;

1056
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
II - o grupo tribal ou comunidade Art. 44. As riquezas do solo, nas áreas
indígena determinada, quanto à posse e indígenas, somente pelos silvícolas podem
usufruto das terras por ele exclusivamente ser exploradas, cabendo-lhes com
ocupadas, ou a ele reservadas; exclusividade o exercício da garimpagem,
faiscação e cata das áreas
III - a comunidade indígena ou grupo referidas. (Regulamento)
tribal nomeado no título aquisitivo da
propriedade, em relação aos respectivos Art. 45. A exploração das riquezas do
imóveis ou móveis. subsolo nas áreas pertencentes aos índios,
ou do domínio da União, mas na posse de
Art. 41. Não integram o Patrimônio comunidades indígenas, far-se-á nos
Indígena: termos da legislação vigente, observado o
disposto nesta Lei. (Regulamento)
I - as terras de exclusiva posse ou
domínio do índio ou silvícola, § 1º O Ministério do Interior, através do
individualmente considerado, e o usufruto órgão competente de assistência aos índios,
das respectivas riquezas naturais e representará os interesses da União, como
utilidades; proprietária do solo, mas a participação no
resultado da exploração, as indenizações e
a renda devida pela ocupação do terreno,
II - a habitação, os móveis e utensílios
reverterão em benefício dos índios e
domésticos, os objetos de uso pessoal, os
constituirão fontes de renda indígena.
instrumentos de trabalho e os produtos da
lavoura, caça, pesca e coleta ou do trabalho
em geral dos silvícolas. § 2º Na salvaguarda dos interesses do
Patrimônio Indígena e do bem-estar dos
silvícolas, a autorização de pesquisa ou
Art. 42. Cabe ao órgão de assistência a
lavra, a terceiros, nas posses tribais, estará
gestão do Patrimônio Indígena, propiciando-
se, porém, a participação dos silvícolas e condicionada a prévio entendimento com o
dos grupos tribais na administração dos órgão de assistência ao índio.
próprios bens, sendo-lhes totalmente
confiado o encargo, quando demonstrem Art. 46. O corte de madeira nas
capacidade efetiva para o seu exercício. florestas indígenas, consideradas em
regime de preservação permanente, de
Parágrafo único. O arrolamento dos acordo com a letra g e § 2º, do artigo 3°, do
Código Florestal, está condicionado à
bens do Patrimônio Indígena será
existência de programas ou projetos para o
permanentemente atualizado, procedendo-
aproveitamento das terras respectivas na
se à fiscalização rigorosa de sua gestão,
exploração agropecuária, na indústria ou no
mediante controle interno e externo, a fim de
tornar efetiva a responsabilidade dos seus reflorestamento.
administradores.
TÍTULO V
Art. 43. A renda indígena é a resultante
da aplicação de bens e utilidades Da Educação, Cultura e Saúde
integrantes do Patrimônio Indígena, sob a
responsabilidade do órgão de assistência ao Art. 47. É assegurado o respeito ao
índio. patrimônio cultural das comunidades
indígenas, seus valores artísticos e meios
§ 1º A renda indígena será de expressão.
preferencialmente reaplicada em atividades
rentáveis ou utilizada em programas de Art. 48. Estende-se à população
assistência ao índio. indígena, com as necessárias adaptações, o
sistema de ensino em vigor no País.
§ 2° A reaplicação prevista no
parágrafo anterior reverterá principalmente Art. 49. A alfabetização dos índios far-
em benefício da comunidade que produziu se-á na língua do grupo a que pertençam, e
os primeiros resultados econômicos. em português, salvaguardado o uso da
primeira.

1057
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 50. A educação do índio será Art. 57. Será tolerada a aplicação,
orientada para a integração na comunhão pelos grupos tribais, de acordo com as
nacional mediante processo de gradativa instituições próprias, de sanções penais ou
compreensão dos problemas gerais e disciplinares contra os seus membros,
valores da sociedade nacional, bem como desde que não revistam caráter cruel ou
do aproveitamento das suas aptidões infamante, proibida em qualquer caso a
individuais. pena de morte.

Art. 51. A assistência aos menores, CAPÍTULO II


para fins educacionais, será prestada,
quanto possível, sem afastá-los do convívio Dos Crimes Contra os Índios
familiar ou tribal.
Art. 58. Constituem crimes contra os
Art. 52. Será proporcionada ao índio a índios e a cultura indígena:
formação profissional adequada, de acordo
com o seu grau de aculturação.
I - escarnecer de cerimônia, rito, uso,
costume ou tradição culturais indígenas,
Art. 53. O artesanato e as indústrias vilipendiá-los ou perturbar, de qualquer
rurais serão estimulados, no sentido de modo, a sua prática. Pena - detenção de um
elevar o padrão de vida do índio com a a três meses;
conveniente adaptação às condições
técnicas modernas. II - utilizar o índio ou comunidade
indígena como objeto de propaganda
Art. 54. Os índios têm direito aos meios turística ou de exibição para fins lucrativos.
de proteção à saúde facultados à comunhão Pena - detenção de dois a seis meses;
nacional.
III - propiciar, por qualquer meio, a
Parágrafo único. Na infância, na aquisição, o uso e a disseminação de
maternidade, na doença e na velhice, deve bebidas alcoólicas, nos grupos tribais ou
ser assegurada ao silvícola, especial entre índios não integrados. Pena -
assistência dos poderes públicos, em detenção de seis meses a dois anos.
estabelecimentos a esse fim destinados.
Parágrafo único. As penas estatuídas
Art. 55. O regime geral da previdência neste artigo são agravadas de um terço,
social será extensivo aos índios, atendidas quando o crime for praticado por funcionário
as condições sociais, econômicas e ou empregado do órgão de assistência ao
culturais das comunidades beneficiadas. índio.

TÍTULO VI Art. 59. No caso de crime contra a


pessoa, o patrimônio ou os costumes, em
Das Normas Penais que o ofendido seja índio não integrado ou
comunidade indígena, a pena será
CAPÍTULO I agravada de um terço.

Dos Princípios TÍTULO VII

Art. 56. No caso de condenação de Disposições Gerais


índio por infração penal, a pena deverá ser
atenuada e na sua aplicação o Juiz atenderá Art. 60. Os bens e rendas do
também ao grau de integração do silvícola. Patrimônio Indígena gozam de plena
isenção tributária.
Parágrafo único. As penas de reclusão
e de detenção serão cumpridas, se possível, Art. 61. São extensivos aos interesses
em regime especial de semiliberdade, no do Patrimônio Indígena os privilégios da
local de funcionamento do órgão federal de Fazenda Pública, quanto à
assistência aos índios mais próximos da impenhorabilidade de bens, rendas e
habitação do condenado.

1058
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
serviços, ações especiais, prazos Art. 63. Nenhuma medida judicial será
processuais, juros e custas. concedida liminarmente em causas que
envolvam interesse de silvícolas ou do
Art. 62. Ficam declaradas a nulidade e Patrimônio Indígena, sem prévia audiência
a extinção dos efeitos jurídicos dos atos de da União e do órgão de proteção ao índio.
qualquer natureza que tenham por objeto o
domínio, a posse ou a ocupação das terras Art. 64 (Vetado).
habitadas pelos índios ou comunidades
indígenas. Parágrafo único. (Vetado).

§ 1° Aplica-se o disposto deste artigo Art. 65. O Poder Executivo fará, no


às terras que tenham sido desocupadas prazo de cinco anos, a demarcação das
pelos índios ou comunidades indígenas em terras indígenas, ainda não demarcadas.
virtude de ato ilegítimo de autoridade e
particular.
Art. 66. O órgão de proteção ao
silvícola fará divulgar e respeitar as normas
§ 2º Ninguém terá direito a ação ou da Convenção 107, promulgada pelo
indenização contra a União, o órgão de Decreto nº 58.824, de 14 julho de 1966.
assistência ao índio ou os silvícolas em
virtude da nulidade e extinção de que trata
Art. 67. É mantida a Lei nº 5.371, de 5
este artigo, ou de suas conseqüências
de dezembro de 1967.
econômicas.
Art. 68. Esta Lei entrará em vigor na
§ 3º Em caráter excepcional e a juízo
data de sua publicação, revogadas as
exclusivo do dirigente do órgão de
disposições em contrário.
assistência ao índio, será permitida a
continuação, por prazo razoável dos efeitos
dos contratos de arrendamento em vigor na EMÍLIO G. MEDICI
data desta Lei, desde que a sua extinção Alfredo Buzaid
acarrete graves conseqüências sociais. Antônio Delfim Netto
José Costa Cavalcanti

1059
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009. Programa Nacional de
Direitos Humanos - PNDH-3

Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3 e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
no uso da atribuição que lhe confere o art. b) Diretriz 5: Valorização da pessoa
84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, humana como sujeito central do processo de
desenvolvimento; e
DECRETA:
c) Diretriz 6: Promover e proteger os
direitos ambientais como Direitos Humanos,
1o
Art. Fica aprovado o Programa
incluindo as gerações futuras como sujeitos
Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3,
de direitos;
em consonância com as diretrizes, objetivos
estratégicos e ações programáticas
estabelecidos, na forma do Anexo deste III - Eixo Orientador III: Universalizar
Decreto. direitos em um contexto de desigualdades:

Art. 2o O PNDH-3 será a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos


implementado de acordo com os seguintes Humanos de forma universal, indivisível e
eixos orientadores e suas respectivas interdependente, assegurando a cidadania
diretrizes: plena;

I - Eixo Orientador I: Interação b) Diretriz 8: Promoção dos direitos


democrática entre Estado e sociedade civil: de crianças e adolescentes para o seu
desenvolvimento integral, de forma não
discriminatória, assegurando seu direito de
a) Diretriz 1: Interação democrática
opinião e participação;
entre Estado e sociedade civil como
instrumento de fortalecimento da
democracia participativa; c) Diretriz 9: Combate às
desigualdades estruturais; e
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos
Direitos Humanos como instrumento d) Diretriz 10: Garantia da igualdade
transversal das políticas públicas e de na diversidade;
interação democrática; e
IV - Eixo Orientador IV: Segurança
c) Diretriz 3: Integração e ampliação Pública, Acesso à Justiça e Combate à
dos sistemas de informações em Direitos Violência:
Humanos e construção de mecanismos de
avaliação e monitoramento de sua a) Diretriz 11: Democratização e
efetivação; modernização do sistema de segurança
pública;
II - Eixo Orientador II:
Desenvolvimento e Direitos Humanos: b) Diretriz 12: Transparência e
participação popular no sistema de
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de segurança pública e justiça criminal;
desenvolvimento sustentável, com inclusão
social e econômica, ambientalmente c) Diretriz 13: Prevenção da violência
equilibrado e tecnologicamente e da criminalidade e profissionalização da
responsável, cultural e regionalmente investigação de atos criminosos;
diverso, participativo e não discriminatório;

1060
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
d) Diretriz 14: Combate à violência c) Diretriz 20: Reconhecimento da
institucional, com ênfase na erradicação da educação não formal como espaço de
tortura e na redução da letalidade policial e defesa e promoção dos Direitos Humanos;
carcerária;
d) Diretriz 21: Promoção da
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos Educação em Direitos Humanos no serviço
das vítimas de crimes e de proteção das público; e
pessoas ameaçadas;
e) Diretriz 22: Garantia do direito à
f) Diretriz 16: Modernização da comunicação democrática e ao acesso à
política de execução penal, priorizando a informação para consolidação de uma
aplicação de penas e medidas alternativas à cultura em Direitos Humanos; e
privação de liberdade e melhoria do sistema
penitenciário; e VI - Eixo Orientador VI: Direito à
Memória e à Verdade:
g) Diretriz 17: Promoção de sistema
de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para a) Diretriz 23: Reconhecimento da
o conhecimento, a garantia e a defesa de memória e da verdade como Direito
direitos; Humano da cidadania e dever do Estado;

V - Eixo Orientador V: Educação e b) Diretriz 24: Preservação da


Cultura em Direitos Humanos: memória histórica e construção pública da
verdade; e
a) Diretriz 18: Efetivação das
diretrizes e dos princípios da política c) Diretriz 25: Modernização da
nacional de educação em Direitos Humanos legislação relacionada com promoção do
para fortalecer uma cultura de direitos; direito à memória e à verdade, fortalecendo
a democracia.
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos
princípios da democracia e dos Direitos Parágrafo único. A implementação
Humanos nos sistemas de educação do PNDH-3, além dos responsáveis nele
básica, nas instituições de ensino superior e indicados, envolve parcerias com outros
nas instituições formadoras; órgãos federais r

elacionados com os temas tratados avaliação dos Planos de Ação dos Direitos
nos eixos orientadores e suas diretrizes. Humanos;

Art. 3o As metas, prazos e recursos IV - acompanhar a implementação


necessários para a implementação do das ações e recomendações; e
PNDH-3 serão definidos e aprovados em
Planos de Ação de Direitos Humanos V - elaborar e aprovar seu regimento
bianuais. interno.

Art. 4o Fica instituído o Comitê de § 1o O Comitê de Acompanhamento


Acompanhamento e Monitoramento do e Monitoramento do PNDH-3 será integrado
PNDH-3, com a finalidade de: por um representante e respectivo suplente
de cada órgão a seguir descrito, indicados
I - promover a articulação entre os pelos respectivos titulares:
órgãos e entidades envolvidos na
implementação das suas ações I - Secretaria Especial dos Direitos
programáticas; Humanos da Presidência da República, que o
coordenará;
II - elaborar os Planos de Ação dos
Direitos Humanos; II - Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres da Presidência da
III - estabelecer indicadores para o República;
acompanhamento, monitoramento e

1061
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
III - Secretaria Especial de Políticas XIX - Ministério do Turismo;
de Promoção da Igualdade Racial da
Presidência da República; XX - Ministério da Ciência e
Tecnologia; e
IV - Secretaria-Geral da Presidência
da República; XXI - Ministério de Minas e Energia.

V - Ministério da Cultura; § 2o O Secretário Especial dos


Direitos Humanos da Presidência da
VI - Ministério da Educação; República designará os representantes do
Comitê de Acompanhamento e
VII - Ministério da Justiça; Monitoramento do PNDH-3.

VIII - Ministério da Pesca e § 3o O Comitê de Acompanhamento


Aqüicultura; e Monitoramento do PNDH-3 poderá
constituir subcomitês temáticos para a
execução de suas atividades, que poderão
IX - Ministério da Previdência Social;
contar com a participação de representantes
de outros órgãos do Governo Federal.
X - Ministério da Saúde;
§ 4o O Comitê convidará
XI - Ministério das Cidades; representantes dos demais Poderes, da
sociedade civil e dos entes federados para
XII - Ministério das Comunicações; participarem de suas reuniões e atividades.

XIII - Ministério das Relações Art. 5o Os Estados, o Distrito Federal,


Exteriores; os Municípios e os órgãos do Poder
Legislativo, do Poder Judiciário e do
XIV - Ministério do Desenvolvimento Ministério Público, serão convidados a
Agrário; aderir ao PNDH-3.

XV - Ministério do Desenvolvimento Art. 6o Este Decreto entra em vigor


Social e Combate à Fome; na data de sua publicação.

XVI - Ministério do Esporte; Art. 7o Fica revogado o Decreto no


4.229, de 13 de maio de 2002.
XVII - Ministério do Meio Ambiente;
Brasília, 21 de dezembro de 2009;
XVIII - Ministério do Trabalho e 188o da Independência e 121o da República.
Emprego;
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

1062
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 6.044, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2007. Política Nacional de
Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos - PNPDDH

Aprova a Política Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos - PNPDDH,
define prazo para a elaboração do Plano Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos
Humanos e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no outros órgãos da administração pública e de


uso da atribuição que lhe confere o art. 84, instituições da sociedade civil.
inciso VI, alínea “a”, e de acordo com o
disposto no art. 5o, caput e §§ 1o e 2o, da § 3o A participação nas atividades de
Constituição, elaboração do Plano Nacional de Proteção
aos Defensores dos Direitos Humanos é de
DECRETA: relevante interesse público e não será
remunerada.
Art. 1o Fica aprovada a Política
Nacional de Proteção aos Defensores dos Art. 3o Enquanto não instituído o Plano
Direitos Humanos - PNPDDH, na forma do aludido no art. 2o, poderá ser adotada, pela
Anexo a este Decreto, que tem por União, pelos Estados e o Distrito Federal, de
finalidade estabelecer princípios e diretrizes acordo com suas competências, por
de proteção e assistência à pessoa física ou provocação ou de ofício, medida urgente,
jurídica, grupo, instituição, organização ou com proteção imediata, provisória, cautelar
movimento social que promove, protege e e investigativa, mediante ações que
defende os Direitos Humanos, e, em função garantam a integralidade física, psíquica e
de sua atuação e atividade nessas patrimonial do defensor dos direitos
circunstâncias, encontra-se em situação de humanos, quando verificado risco ou
risco ou vulnerabilidade. vulnerabilidade à pessoa.

Art. 2o A Secretaria Especial dos Parágrafo único. Ficam os órgãos de


Direitos Humanos da Presidência da direitos humanos e de segurança pública da
República deverá elaborar, no prazo de União autorizados a firmar convênios,
noventa dias a partir da data de publicação acordos e instrumentos congêneres com os
deste Decreto, proposta de Plano Nacional Estados e o Distrito Federal, para
de Proteção aos Defensores dos Direitos implementação de medidas protetivas aos
Humanos. defensores dos direitos humanos aludidas
no caput.
§ 1o Para a elaboração do Plano
previsto no caput, a Secretaria Especial dos Art. 4o Este Decreto entra em vigor na
Direitos Humanos contará com a data de sua publicação.
colaboração da Coordenação Nacional de
Proteção aos Defensores dos Direitos Brasília, 12 de fevereiro de 2007; 186o
Humanos criada pelo Conselho de Defesa da Independência e 119o da República.
dos Direitos da Pessoa Humana.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
§ 2o A Secretaria Especial dos Direitos Dilma Rousselff
Humanos poderá contar ainda com a
colaboração de representes convidados de

1063
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
LEI No 10.048, DE 8 DE NOVEMBRO DE 2000. Prioridade de
atendimento
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA § 1o (VETADO)


Faço saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 2o Os proprietários de veículos de
transporte coletivo em utilização terão o
Art. 1o As pessoas com deficiência, os prazo de cento e oitenta dias, a contar da
idosos com idade igual ou superior a 60 regulamentação desta Lei, para proceder às
(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, adaptações necessárias ao acesso
as pessoas com crianças de colo e os facilitado das pessoas portadoras de
obesos terão atendimento prioritário, nos deficiência.
termos desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de Art. 6o A infração ao disposto nesta Lei
2015) (Vigência) sujeitará os responsáveis:

Art. 2o As repartições públicas e I – no caso de servidor ou de chefia


empresas concessionárias de serviços responsável pela repartição pública, às
públicos estão obrigadas a dispensar penalidades previstas na legislação
atendimento prioritário, por meio de serviços específica;
individualizados que assegurem tratamento
diferenciado e atendimento imediato às
II – no caso de empresas
pessoas a que se refere o art. 1o.
concessionárias de serviço público, a multa
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$
Parágrafo único. É assegurada, em 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), por
todas as instituições financeiras, a veículos sem as condições previstas nos
prioridade de atendimento às pessoas arts. 3o e 5o;
mencionadas no art. 1o.
III – no caso das instituições
Art. 3o As empresas públicas de financeiras, às penalidades previstas no art.
transporte e as concessionárias de 44, incisos I, II e III, da Lei no 4.595, de 31
transporte coletivo reservarão assentos, de dezembro de 1964.
devidamente identificados, aos idosos,
gestantes, lactantes, pessoas portadoras de Parágrafo único. As penalidades de
deficiência e pessoas acompanhadas por
que trata este artigo serão elevadas ao
crianças de colo.
dobro, em caso de reincidência.

Art. 4o Os logradouros e sanitários Art. 7o O Poder Executivo


públicos, bem como os edifícios de uso regulamentará esta Lei no prazo de
público, terão normas de construção, para
sessenta dias, contado de sua publicação.
efeito de licenciamento da respectiva
edificação, baixadas pela autoridade
competente, destinadas a facilitar o acesso Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data
e uso desses locais pelas pessoas de sua publicação.
portadoras de deficiência.
Brasília, 8 de novembro de 2000; 179o
Art. 5o Os veículos de transporte da Independência e 112o da República.
coletivo a serem produzidos após doze
meses da publicação desta Lei serão FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
planejados de forma a facilitar o acesso a
seu interior das pessoas portadoras de
deficiência.

1064
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL

LEI Nº 12.933, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013. Dispõe sobre o benefício do


pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens
de 15 a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos artístico-culturais e
esportivos

Dispõe sobre o benefício do pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas


com deficiência e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos
artístico-culturais e esportivos, e revoga a Medida Provisória nº 2.208, de 17 de agosto de
2001.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Instituto Nacional de Tecnologia da


Faço saber que o Congresso Nacional Informação (ITI), com certificação digital
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: deste, podendo a carteira de identificação
estudantil ter 50% (cinquenta por cento) de
Art. 1º É assegurado aos estudantes características locais. (Vide ADIN 5.108)
o acesso a salas de cinema, cineclubes,
teatros, espetáculos musicais e circenses e § 3º (VETADO).
eventos educativos, esportivos, de lazer e
de entretenimento, em todo o território § 4º A Associação Nacional de Pós-
nacional, promovidos por quaisquer Graduandos, a União Nacional dos
entidades e realizados em estabelecimentos Estudantes, a União Brasileira dos
públicos ou particulares, mediante Estudantes Secundaristas e as entidades
pagamento da metade do preço do ingresso estudantis estaduais e municipais filiadas
efetivamente cobrado do público em geral. àquelas deverão disponibilizar um banco de
dados contendo o nome e o número de
§ 1º O benefício previsto no caput não registro dos estudantes portadores da
será cumulativo com quaisquer outras Carteira de Identificação Estudantil (CIE),
promoções e convênios e, também, não se expedida nos termos desta Lei, aos
aplica ao valor dos serviços adicionais estabelecimentos referidos no caput deste
eventualmente oferecidos em camarotes, artigo e ao Poder Público. (Vide ADIN 5.108)
áreas e cadeiras especiais.
§ 5º A representação estudantil é
§ 2º Terão direito ao benefício os obrigada a manter o documento
estudantes regularmente matriculados nos comprobatório do vínculo do aluno com o
níveis e modalidades de educação e ensino estabelecimento escolar, pelo mesmo prazo
previstos no Título V da Lei nº 9.394, de 20 de validade da respectiva Carteira de
de dezembro de 1996, que comprovem sua Identificação Estudantil (CIE).
condição de discente, mediante a
apresentação, no momento da aquisição do § 6º A Carteira de Identificação
ingresso e na portaria do local de realização Estudantil (CIE) será válida da data de sua
do evento, da Carteira de Identificação expedição até o dia 31 de março do ano
Estudantil (CIE), emitida pela Associação subsequente.
Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), pela
União Nacional dos Estudantes (UNE), pela § 7º (VETADO).
União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas (Ubes), pelas entidades
estaduais e municipais filiadas àquelas, § 8º Também farão jus ao benefício
pelos Diretórios Centrais dos Estudantes da meia-entrada as pessoas com
(DCEs) e pelos Centros e Diretórios deficiência, inclusive seu acompanhante
Acadêmicos, com prazo de validade quando necessário, sendo que este terá
renovável a cada ano, conforme modelo idêntico benefício no evento em que
único nacionalmente padronizado e comprove estar nesta condição, na forma do
publicamente disponibilizado pelas regulamento.
entidades nacionais antes referidas e pelo

1065
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 9º Também farão jus ao benefício estudantis estaduais e municipais filiadas
da meia-entrada os jovens de 15 a 29 anos àquelas e ao Poder Público, interessados
de idade de baixa renda, inscritos no em consultar o cumprimento do disposto no
Cadastro Único para Programas Sociais do § 10 do art. 1º . (Vide ADIN 5.108)
Governo Federal (CadÚnico) e cuja renda
familiar mensal seja de até 2 (dois) salários Art. 3º Caberá aos órgãos públicos
mínimos, na forma do regulamento. competentes federais, estaduais e
municipais a fiscalização do cumprimento
§ 10. A concessão do direito ao desta Lei.
benefício da meia-entrada é assegurada em
40% (quarenta por cento) do total dos Parágrafo único. A comprovação da
ingressos disponíveis para cada evento. emissão irregular ou fraudulenta de
carteiras estudantis acarretará à entidade
§ 11. As normas desta Lei não se emissora, conforme o caso, sem prejuízo
aplicam aos eventos Copa do Mundo FIFA das sanções administrativas e penais
de 2014 e Olimpíadas do Rio de Janeiro de aplicáveis aos responsáveis pela
2016. irregularidade ou fraude:

Art. 2º O cumprimento do percentual I - multa;


de que trata o § 10 do art. 1º será aferido por
meio de instrumento de controle que faculte II - suspensão temporária da
ao público o acesso a informações autorização para emissão de carteiras
atualizadas referentes ao quantitativo de estudantis; e
ingressos de meia-entrada disponíveis para
cada sessão.
III - (VETADO).

§ 1º As produtoras dos eventos


Art. 4º Os estabelecimentos referidos
deverão disponibilizar: no caput do art. 1º deverão afixar cartazes,
em local visível da bilheteria e da portaria,
I - o número total de ingressos e o de que constem as condições estabelecidas
número de ingressos disponíveis aos para o gozo da meia-entrada, com os
usuários da meia-entrada, em todos os telefones dos órgãos de fiscalização.
pontos de venda de ingressos, de forma
visível e clara;
Art. 5º Revoga-se a Medida Provisória
nº 2.208, de 17 de agosto de 2001 .
II – o aviso de que houve o
esgotamento dos ingressos disponíveis aos Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data
usuários da meia-entrada em pontos de de sua publicação, gerando efeitos a partir
venda de ingressos, de forma visível e clara,
da edição de sua norma regulamentadora.
quando for o caso.
Brasília, 26 de dezembro de 2013;
§ 2º Os estabelecimentos referidos no
192º da Independência e 125º da República.
caput do art. 1º deverão disponibilizar o
relatório da venda de ingressos de cada
evento à Associação Nacional de Pós- DILMA ROUSSEFF
Graduandos, à União Nacional dos
Estudantes, à União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas, a entidades

1066
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 8.537, DE 5 DE OUTUBRO DE 2015 - dispõe sobre o benefício da
meia-entrada para acesso a eventos artístico-culturais e esportivos e para estabelecer os
procedimentos e os critérios para a reserva de vagas a jovens de baixa renda nos veículos
do sistema de transporte coletivo interestadual.

Regulamenta a Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013, e a Lei nº 12.933, de 26 de dezembro de


2013, para dispor sobre o benefício da meia-entrada para acesso a eventos artístico-culturais e
esportivos e para estabelecer os procedimentos e os critérios para a reserva de vagas a jovens
de baixa renda nos veículos do sistema de transporte coletivo interestadual.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA , IV - acompanhante - aquele que


no uso das atribuições que lhe conferem o acompanha a pessoa com deficiência, o
art. 84, caput , incisos IV e VI, alínea “a”, da qual pode ou não desempenhar as funções
Constituição, e tendo em vista o disposto no de atendente pessoal;
art. 23 e no art. 32 da Lei nº 12.852, de 5 de
agosto de 2013, e na Lei nº 12.933, de 26 V - Identidade Jovem - documento que
de dezembro de 2013, comprova a condição de jovem de baixa
renda;
DECRETA:
VI - Carteira de Identificação
Art. 1 º Este Decreto regulamenta o Estudantil - CIE - documento que comprova
benefício da meia-entrada para acesso a a condição de estudante regularmente
eventos artístico-culturais e esportivos por matriculado nos níveis e modalidades de
jovens de baixa renda, por estudantes e por educação e ensino previstos no Título V da
pessoas com deficiência e estabelece os Lei nº 9.394, de 1996 , conforme modelo
procedimentos e os critérios para a reserva único nacionalmente padronizado, com
de vagas a jovens de baixa renda nos certificação digital e que pode ter cinquenta
veículos do sistema de transporte coletivo por cento de características locais;
interestadual.
VII - eventos artístico-culturais e
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, esportivos - exibições em cinemas,
considera-se: cineclubes e teatros, espetáculos musicais,
de artes cênicas e circenses, eventos
I - jovem de baixa renda - pessoa com educativos, esportivos, de lazer e de
idade entre quinze e vinte e nove anos que entretenimento, promovidos por quaisquer
pertence à família com renda mensal de até entidades e realizados em estabelecimentos
dois salários mínimos, inscrita no Cadastro públicos ou particulares mediante cobrança
Único para Programas Sociais do Governo de ingresso;
Federal - CadÚnico;
VIII - ingresso - documento, físico ou
II - estudante - pessoa regularmente eletrônico, que possibilita o acesso
matriculada em instituição de ensino, individual e pessoal a eventos artístico-
pública ou privada, nos níveis e culturais e esportivos, vendido por
modalidades previstos no Título V da Lei nº estabelecimentos ou entidades produtoras
9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de ou promotoras do evento;
Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
IX - venda ao público em geral - venda
III - pessoa com deficiência - pessoa acessível a qualquer interessado
que possui impedimento de longo prazo de indiscriminadamente, mediante pagamento
natureza física, mental, intelectual ou do valor cobrado;
sensorial, o qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua X - transporte interestadual de
participação plena e efetiva na sociedade passageiros - transporte que atende
em igualdade de condições com outras mercados com origem e destino em Estados
pessoas;

1067
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
distintos, ou entre Estados e o Distrito Da meia-entrada para acesso a eventos
Federal; artístico-culturais e esportivos

XI - serviço de transporte regular - Art. 3 º Os estudantes terão direito ao


serviço público delegado para execução de benefício da meia-entrada mediante a
transporte interestadual de passageiros, apresentação da CIE no momento da
operado por veículos do tipo rodoviário, aquisição do ingresso e na portaria ou na
ferroviário ou aquaviário, entre dois pontos entrada do local de realização do evento .
terminais, aberto ao público em geral, com
esquema operacional aprovado pela § 1º A CIE será expedida por:
Agência Nacional de Transportes Terrestres
- ANTT ou pela Agência Nacional de
I - Associação Nacional de Pós-
Transportes Aquaviários - Antaq;
Graduandos - ANPG;

XII - serviço do tipo rodoviário - serviço


II - União Nacional dos Estudantes -
de transporte que transita por estrada ou por
UNE;
rodovia municipal, estadual, distrital ou
federal e que permite o transporte de
bagagem em compartimento específico; III - União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas - Ubes;
XIII - serviço do tipo aquaviário -
serviço de transporte que transita por rios, IV - entidades estaduais e municipais
lagos, lagoas e baías e que opera linhas filiadas às entidades previstas nos incisos I
regulares, inclusive travessias; a III;

XIV - serviço do tipo ferroviário - V - Diretórios Centrais dos Estudantes


serviço de transporte que transita por - DCE; e
ferrovias municipais, estaduais, distrital ou
federal em linhas regulares; VI - Centros e Diretórios Acadêmicos,
de nível médio e superior.
XV - linha regular - serviço de
transporte coletivo de passageiros § 2º Observado o disposto no § 2º do
executado em uma ligação de dois pontos art. 1º da Lei nº 12.933, de 2013 , deverão
terminais, aberto ao público em geral, de constar os seguintes elementos na CIE:
natureza regular e permanente, com
itinerário definido no ato de sua delegação I - nome completo e data de
ou outorga; nascimento do estudante;

XVI - seção - serviço realizado em II - foto recente do estudante;


trecho do itinerário de linha do serviço de
transporte, com fracionamento do preço de III - nome da instituição de ensino na
passagem; e qual o estudante esteja matriculado;

XVII - bilhete de viagem do jovem - IV - grau de escolaridade; e


documento, físico ou eletrônico, que
comprove o contrato de transporte gratuito
V - data de validade até o dia 31 de
ou com desconto de cinquenta por cento ao
março do ano subsequente ao de sua
jovem de baixa renda, fornecido pela
expedição.
empresa prestadora do serviço de
transporte, para possibilitar o ingresso do
beneficiário no veículo, observado o § 3º No ato de solicitação da CIE, o
disposto em Resolução da ANTT e da estudante deverá apresentar documento de
Antaq. identificação com foto expedido por órgão
público e válido em todo território nacional e
comprovante de matrícula correspondente
Seção I
ao ano letivo a que se refere o pedido.

1068
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
§ 4º É vedada a cobrança de taxa de Art. 6º As pessoas com deficiência
expedição da CIE para jovens estudantes de terão direito ao benefício da meia-entrada
baixa renda, mediante comprovação dos mediante a apresentação, no momento da
requisitos estabelecidos no inciso I do caput aquisição do ingresso e na portaria ou na
do art. 2º. entrada do local de realização do evento:

§ 5º Os custos da expedição da CIE I - do cartão de Benefício de Prestação


para jovens estudantes de baixa renda Continuada da Assistência Social da pessoa
serão arcados pela instituição que a expedir. com deficiência; ou

§ 6º A CIE gratuita será idêntica à II - de documento emitido pelo Instituto


emitida a título oneroso e deverá ser Nacional do Seguro Social - INSS que ateste
expedida no mesmo prazo e por todos os a aposentadoria de acordo com os critérios
locais credenciados para a sua expedição. estabelecidos na Lei Complementar nº 142,
de 8 de maio de 2013 .
Art. 4º As entidades mencionadas nos
incisos do § 1º do art. 3º deverão manter o § 1º Os documentos de que tratam os
documento comprobatório do vínculo do incisos I e II do caput deverão estar
aluno com a instituição de ensino e acompanhados de documento de
disponibilizar banco de dados com o nome e identificação com foto expedido por órgão
o número de registro dos estudantes público e válido em todo o território nacional.
portadores da CIE, pelo mesmo prazo de
validade da CIE, para eventuais consultas § 2º Os documentos previstos nos
pelo Poder Público, estabelecimentos, incisos I e II do caput serão substituídos,
produtoras e promotoras de eventos. conforme regulamento, quando for instituída
a avaliação da deficiência prevista no § 1º
§ 1º É vedada a guarda de dados do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
pessoais, após o vencimento do prazo de 2015 , para fins da meia-entrada.
validade da CIE.
§ 3º Quando a pessoa com deficiência
§ 2º Ficam assegurados o sigilo e a necessitar de acompanhamento, ao seu
proteção de dados pessoais apurados no acompanhante também se aplica o direito
banco de dados referido no caput , sob ao benefício previsto no caput .
responsabilidade das entidades
mencionadas, vedada sua utilização para § 4º Enquanto não for instituída a
fins estranhos aos previstos neste Decreto. avaliação de que trata o § 2 º , com a
identificação da necessidade ou não de
Art. 5º Os jovens de baixa renda terão acompanhante para cada caso, o benefício
direito ao benefício da meia-entrada de que trata o § 3 º será concedido mediante
mediante a apresentação, no momento da declaração da necessidade de
aquisição do ingresso e na portaria ou na acompanhamento pela pessoa com
entrada do local de realização do evento, da deficiência ou, na sua impossibilidade, por
Identidade Jovem acompanhada de seu acompanhante, no momento da
documento de identificação com foto aquisição do ingresso e na portaria ou na
expedido por órgão público e válido em todo entrada do local de realização do evento.
o território nacional.
Art. 7º O valor do ingresso de meia-
§ 1º A Secretaria-Geral da Presidência entrada deve equivaler à metade do preço
da República, por meio da Secretaria do ingresso cobrado para a venda ao
Nacional de Juventude, emitirá a Identidade público em geral.
Jovem, conforme ato do Ministro de Estado
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência § 1º O benefício previsto no caput não
da República. é cumulativo com outras promoções e
convênios.
§ 2º A emissão de que trata o § 1º
contará com o apoio do Ministério do § 2º O benefício previsto no caput não
Desenvolvimento Social e Combate à Fome. é cumulativo com vantagens vinculadas à

1069
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
aquisição do ingresso por associado de superior a dez mil pessoas, o prazo de que
entidade de prática desportiva, como sócio trata o caput será de setenta e duas horas.
torcedor ou equivalente e com a oferta de
ingressos de que trata o inciso X do caput do Art. 11. Os estabelecimentos, as
art. 4º da Lei nº 13.155, de 4 de agosto de produtoras e as promotoras de eventos
2015 . disponibilizarão, de forma clara, precisa e
ostensiva, as seguintes informações:
Art. 8º A concessão do benefício da
meia-entrada aplica-se a todas as I - em todos os pontos de venda de
categorias de ingressos disponíveis para ingresso, sejam eles físicos ou virtuais, e na
venda ao público em geral. portaria ou na entrada do local de realização
do evento :
§ 1º A regra estabelecida no caput
aplica-se a ingressos para camarotes, áreas a) as condições estabelecidas para o
e cadeiras especiais, se vendidos de forma gozo da meia-entrada, com a transcrição do
individual e pessoal. art. 1º da Lei nº 12.933, de 2013 ; e

§ 2º O benefício previsto no caput não b) os telefones dos órgãos de


se aplica ao valor dos serviços adicionais fiscalização; e
eventualmente oferecidos em camarotes,
áreas e cadeiras especiais.
II - em todos os pontos de venda de
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais:
Art. 9º A concessão do benefício da
meia-entrada aos beneficiários fica
a) o número total de ingressos e o
assegurada em quarenta por cento do total
número de ingressos disponíveis aos
de ingressos disponíveis para venda ao
beneficiários da meia-entrada de que trata
público em geral, em cada evento. este Decreto e, se for o caso, com a
especificação por categoria de ingresso; e
Parágrafo único. Os ingressos
destinados exclusivamente à venda para
b) o aviso de que houve o
associados de entidades de prática
esgotamento dos ingressos disponíveis aos
desportiva, como sócio torcedor ou beneficiários da meia-entrada de que trata
equivalente, não serão considerados para este Decreto, incluindo formatos acessíveis
cálculo do percentual de que trata o caput . a pessoas com deficiência sensoriais.

Art. 10. Os ingressos de meia-entrada,


Parágrafo único. Na ausência das
no percentual de que trata o caput do art. informações previstas no inciso II do caput ,
9º, deverão ser reservados aos beneficiários será garantido ao jovem de baixa-renda, aos
a partir do início das vendas até quarenta e
estudantes, às pessoas com deficiência e ao
oito horas antes de cada evento, com
seu acompanhante, quando necessário, o
disponibilidade em todos os pontos de
benefício da meia-entrada,
venda de ingresso, sejam eles físicos ou
independentemente do percentual referido
virtuais.
no caput do art. 9º.

§ 1º Após o prazo estipulado no caput


Art. 12. Os estabelecimentos, as
, a venda deverá ser realizada conforme
produtoras e as promotoras de eventos
demanda, contemplando o público em geral deverão elaborar relatório da venda de
e os beneficiários da meia-entrada, até limite ingressos após o encerramento das vendas,
de que trata o art. 9º. com indicação dos ingressos vendidos
como meia-entrada.
§ 2º A venda de ingressos iniciada
após o prazo estipulado no caput seguirá a Parágrafo único. O relatório de que
regra do § 1º. trata o caput deverá ser mantido pelo prazo
de trinta dias, contado da data da realização
§ 3º No caso de eventos realizados de cada evento, em sítio eletrônico ou em
em estabelecimentos com capacidade meio físico.

1070
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Seção II § 4º Após o prazo estipulado no § 2º,
caso os assentos reservados não tenham
Reserva de vagas a jovens de baixa sido objeto de concessão do benefício de
renda nos veículos do sistema de que trata este Decreto, as empresas
transporte coletivo interestadual prestadoras dos serviços poderão colocá-
los à venda.
Art. 13. Na forma definida no art. 32 da
Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013 , ao § 5º Enquanto os bilhetes dos
jovem de baixa renda serão reservadas assentos referidos no § 4º não forem
duas vagas gratuitas em cada veículo, comercializados, continuarão disponíveis
comboio ferroviário ou embarcação do para o exercício do benefício da gratuidade
serviço convencional de transporte e da meia-passagem.
interestadual de passageiros e duas vagas
com desconto de cinquenta por cento, no § 6º O jovem deverá comparecer ao
mínimo, no valor das passagens, a serem terminal de embarque até trinta minutos
utilizadas depois de esgotadas as vagas antes da hora marcada para o início da
gratuitas. viagem, sob pena de perda do benefício.

§ 1º Para fins do disposto no caput , § 7º O bilhete de viagem do jovem é


incluem-se na condição de serviço de nominal e intransferível e deverá conter
transporte convencional: referência ao benefício obtido, seja a
gratuidade, seja o desconto de cinquenta
I - os serviços de transporte rodoviário por cento do valor da passagem.
interestadual de passageiros, prestado em
veículo de características básicas, com ou Art. 14. No ato da solicitação do
sem sanitários, em linhas regulares; bilhete de viagem do jovem, o interessado
deverá apresentar a Identidade Jovem
II - os serviços de transporte acompanhada de documento de
ferroviário interestadual de passageiros, em identificação com foto expedido por órgão
linhas regulares; e público e válido em todo território nacional.

III - os serviços de transporte Parágrafo único. Quando o benefício


aquaviário interestadual, abertos ao público, não for concedido, as empresas prestadoras
realizados em rios, lagos, lagoas e baías, dos serviços de transporte deverão emitir ao
que operam linhas regulares, inclusive solicitante documento que indicará a data, a
travessias. hora, o local e o motivo da recusa.

§ 2º Para fazer uso das vagas Art. 15. O beneficiário não poderá
gratuitas ou com desconto de cinquenta por fazer reserva em mais de um horário para o
cento previstas no caput , o beneficiário mesmo dia e mesmo destino ou para
deverá solicitar um único bilhete de viagem horários e dias cuja realização da viagem se
do jovem, nos pontos de venda da demonstre impraticável e caracterize
transportadora, com antecedência mínima domínio de reserva de lugares, em
de três horas em relação ao horário de detrimento de outros beneficiários.
partida do ponto inicial da linha do serviço
de transporte, podendo solicitar a emissão Art. 16. O bilhete de viagem do jovem
do bilhete de viagem de retorno, observados será emitido pela empresa prestadora do
os procedimentos da venda de bilhete de serviço, em conformidade com a legislação
passagem. tributária e com os regulamentos da ANTT e
da Antaq.
§ 3º Na existência de seções, nos
pontos de seção devidamente autorizados Parágrafo único. As empresas
para embarque de passageiros, a reserva prestadoras dos serviços de transporte
de assentos deverá estar disponível até o deverão informar à ANTT e à Antaq a
horário definido para o ponto inicial da linha, movimentação de usuários titulares do
conforme previsto no § 2º. benefício, por seção e por situação, na
periodicidade e na forma definida por estas
Agências em regulamento.

1071
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Art. 17. O jovem de baixa renda titular Art. 23. A emissão irregular ou
do benefício a que se refere o art. 13 terá fraudulenta de carteiras estudantis sujeita a
assegurado os mesmos direitos garantidos entidade emissora às sanções previstas no
aos demais passageiros. parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.933,
de 2013 , sem prejuízo das demais sanções
Parágrafo único. Não estão incluídas previstas em lei ou das sanções aplicáveis
no benefício as tarifas de utilização dos aos responsáveis pela irregularidade ou
terminais, de pedágio e as despesas com fraude.
alimentação.
Art. 24. A fiscalização do cumprimento
Art. 18. O jovem de baixa renda está do disposto na Lei nº 12.933, de 2013 , e
sujeito aos procedimentos de identificação neste Decreto será exercida em todo
de passageiros ao se apresentar para território nacional pelos órgãos públicos
embarque, de acordo com o estabelecido competentes federais, estaduais, municipais
pela ANTT e pela Antaq. e distrital, conforme área de atuação.

Art. 19. Além dos benefícios previstos Art. 25. Aplicam-se as seguintes
no art. 13, fica facultada às empresas regras transitórias aos eventos realizados
prestadoras de serviços de transporte a após a entrada em vigor deste Decreto, mas
concessão ao jovem de baixa renda do que tiveram ingressos vendidos, total ou
desconto mínimo de cinquenta por cento do parcialmente, antes da referida vigência:
valor da passagem para os demais assentos
disponíveis do veículo, comboio ferroviário I - os meios de comprovação aceitos
ou da embarcação do serviço de transporte pelos estabelecimentos, produtoras e
interestadual de passageiros. promotoras para compra de ingresso com
benefício da meia-entrada, antes da
Art. 20. As empresas prestadoras dos vigência deste Decreto, não podem ser
serviços de transporte disponibilizarão em recusados para acesso aos eventos, na
todos os pontos de venda de passagens, portaria ou no local de entrada; e
sejam eles físicos ou virtuais, cópia do art.
32 da Lei nº 12.852, de 2013 , e deste II - o percentual de quarenta por cento
Decreto. de que trata o art. 9º poderá ser calculado
sobre o total de ingressos disponibilizados
Art. 21. O benefício de que trata o art. para venda ao público em geral ou apenas
13 será disciplinado em resolução sobre o número restante de ingressos
específica pela ANTT e pela Antaq, disponíveis após a entrada em vigor deste
assegurada a disponibilização de relatório Decreto, o que for mais benéfico aos
de vagas gratuitas e vagas com desconto estabelecimentos, produtoras e promotoras.
concedidas.
Art. 26. Os relatórios de que tratam o
Seção III art. 12 e o art. 21 devem ser disponibilizados
apenas para os eventos e viagens que
Disposições Finais forem realizados após a entrada em vigor
deste Decreto.
Art. 22. O descumprimento das
Art. 27. Os órgãos competentes
disposições previstas no art. 23 e no art. 32
deverão adotar as medidas necessárias
da Lei nº 12.852, de 2013 , na Lei nº 12.933,
de 2013 , e neste Decreto sujeita os para disponibilizar, a partir de 31 de março
estabelecimentos, produtoras e promotoras de 2016, a Identidade Jovem e o bilhete de
viagem do jovem, para fins de percepção do
responsáveis pelos eventos culturais e
benefício de que tratam os art. 5º e art. 13.
esportivos e as empresas prestadoras dos
serviços de transporte às sanções
administrativas estabelecidas no Capítulo Art. 28. Este Decreto entra em vigor no
VII do Título I da Lei nº 8.078, de 11 de dia 1º de dezembro de 2015.
setembro de 1990 , e no art. 78-A e
seguintes da Lei nº 10.233, de 5 de junho de Brasília, 5 de outubro de 2015; 194º
2001 , sem prejuízo das demais sanções da Independência e 127º da República.
previstas em lei.

1072
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
DECRETO Nº 4.886, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003. Política Nacional de
Promoção da Igualdade Racial - PNPIR

Institui a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial - PNPIR e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no Considerando-se que foi delegada à


uso da atribuição que lhe confere o art. 84, Secretaria Especial de Políticas de
incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição e Promoção da Igualdade Racial a
responsabilidade de fortalecer o
Considerando que o Estado deve protagonismo social de segmentos
redefinir o seu papel no que se refere à específicos, garantindo o acesso da
prestação dos serviços públicos, buscando população negra e da sociedade em geral a
traduzir a igualdade formal em igualdade de informações e idéias que contribuam para
oportunidades e tratamento; alterar a mentalidade coletiva relativa ao
padrão das relações raciais estabelecidas
no Brasil e no mundo;
Considerando que compete ao Estado
a implantação de ações, norteadas pelos
princípios da transversalidade, da Considerando os princípios contidos
participação e da descentralização, capazes em diversos instrumentos, dentre os quais
de impulsionar de modo especial segmento se destacam:
que há cinco séculos trabalha para edificar
o País, mas que continua sendo o alvo - a Convenção Internacional sobre
predileto de toda sorte de mazelas, Eliminação de todas as formas de
discriminações, ofensas a direitos e Discriminação, que define a discriminação
violências, material e simbólica; racial como "toda exclusão, restrição ou
preferência baseada na raça, cor,
Considerando que o Governo Federal descendência ou origem nacional ou étnica,
tem o compromisso de romper com a que tenha como objetivo anular ou restringir
fragmentação que marcou a ação estatal de o reconhecimento, gozo ou exercício em um
promoção da igualdade racial, incentivando mesmo plano de direitos humanos e
os diversos segmentos da sociedade e liberdades fundamentais nos campos
esferas de governo a buscar a eliminação político, econômico e social";
das desigualdades raciais no Brasil;
- o documento Brasil sem Racismo,
Considerando que o Governo Federal, elaborado para o programa de governo
ao instituir a Secretaria Especial de Políticas indicando a implementação de políticas de
de Promoção da Igualdade Racial, definiu os promoção da igualdade racial nas áreas do
elementos estruturais e de gestão trabalho, emprego e renda, cultura e
necessários à constituição de núcleo comunicação, educação e saúde, terras de
formulador e coordenador de políticas quilombos, mulheres negras, juventude,
públicas e articulador dos diversos atores segurança e relações internacionais;
sociais, públicos e privados, para a
consecução dos objetivos de reduzir, até - o Plano de Ação de Durban, produto
sua completa eliminação, as desigualdades da III Conferência Mundial contra o
econômico-raciais que permeiam a Racismo, a Discriminação Racial, Xenofobia
sociedade brasileira; e Intolerância Correlata, no qual governos e
organizações da sociedade civil, de todas as
Considerando que o Governo Federal partes do mundo, foram conclamados a
pretende fornecer aos agentes sociais e elaborar medidas globais contra o racismo,
instituições conhecimento necessário à a discriminação, a intolerância e a
mudança de mentalidade para eliminação xenofobia; e
do preconceito e da discriminação raciais
para que seja incorporada a perspectiva da Considerando, por derradeiro, que para
igualdade racial; se romper com os limites da retórica e das
declarações solenes é necessária a

1073
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
implementação de ações afirmativas, de
igualdade de oportunidades, traduzidas por
medidas tangíveis, concretas e articuladas; ANEXO

DECRETA: POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO


DA IGUALDADE RACIAL
Art. 1o Fica instituída a Política
Nacional de Promoção da Igualdade Racial I - OBJETIVO GERAL
- PNPIR, contendo as propostas de ações
governamentais para a promoção da
• Redução das desigualdades raciais no
igualdade racial, na forma do Anexo a este
Brasil, com ênfase na população negra,
Decreto.
mediante a realização de ações
exeqüíveis a longo, médio e curto
Art. 2o A PNPIR tem como objetivo prazos, com reconhecimento das
principal reduzir as desigualdades raciais no demandas mais imediatas, bem como
Brasil, com ênfase na população negra. das áreas de atuação prioritária.

Art. 3o A Secretaria Especial de II - OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Políticas de Promoção da Igualdade Racial
fica responsável pela coordenação das
• Defesa de direitos
ações e a articulação institucional
necessárias à implementação da PNPIR.
- Afirmação do caráter pluriétnico da
sociedade brasileira.
Parágrafo único. Os órgãos da
administração pública federal prestarão
apoio à implementação da PNPIR. • Reavaliação do papel ocupado pela
cultura indígena e afro-brasileira, como
Art. 4o As despesas decorrentes da elementos integrantes da nacionalidade
implementação da PNPIR correrão à conta e do processo civilizatório nacional.
de dotações orçamentárias dos respectivos
órgãos participantes. • Reconhecimento das religiões de matriz
africana como um direito dos afro-
Art. 5o Os procedimentos necessários brasileiros.
para a execução do disposto no art. 1o deste
Decreto serão normatizados pela Secretaria - Implantação de currículo escolar que reflita
Especial de Políticas de Promoção da a pluralidade racial brasileira, nos termos da
Igualdade Racial. Lei 10.639/2003.

Art. 6o Este Decreto entra em vigor na - Tombamento de todos os documentos e


data de sua publicação. sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos, de modo a
Brasília, 20 de novembro de 2003; 182o da assegurar aos remanescentes das
Independência e 116o da República. comunidades dos quilombos a propriedade
de suas terras.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Dirceu de Oliveira e Silva • Implementação de ações que
assegurem de forma eficiente e eficaz a
efetiva proibição de ações
Este texto não substitui o publicado no
discriminatórios em ambientes de
D.O.U. de 21.11.2003
trabalho, de educação, respeitando-se a
liberdade de crença, no exercício dos
direitos culturais ou de qualquer outro
direito ou garantia fundamental.

1074
VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
• Ação afirmativa Gestão democrática

• Eliminação de qualquer fonte de • Propiciar que as instituições da


discriminação e desigualdade raciais sociedade assumam papel ativo, de
direta ou indireta, mediante a geração protagonista na formulação,
de oportunidades. implementação e monitoramento da
política de promoção de igualdade
• Articulação temática de raça e gênero racial.

• Adoção de políticas que objetivem o fim • Estimular as organizações da sociedade


da violação dos direitos humanos. civil na ampliação da consciência
popular sobre a importância das ações
afirmativas, de modo a criar sólida base
III - PRINCÍPIOS
de apoio social.

Transversalidade
• Participação do Conselho Nacional de
Promoção da Igualdade Racial,
• Pressupõe o combate às desigualdades composto por representantes
raciais e a promoção da igualdade racial governamentais e da sociedade civil, na
como premissas e pressupostos a definição das prioridades e rumos da
serem considerados no conjunto das política de promoção de igualdade
políticas de governo. racial, bem como potencializar os
esforços de transparência.
• As ações empreendidas têm a função
de sustentar a formulação, a execução IV - DIRETRIZES
e o monitoramento da política de
promoção de igualdade racial, de modo Fortalecimento institucional
que as áreas de interesse imediato,
agindo sempre em parceria, sejam
permeadas com o intuito de eliminar as • Empenho no aperfeiçoamento de
desvantagens de base existentes entre marcos legais que dêem
os grupos raciais. sustentabilidade às políticas de
promoção de igualdade racial e na
consolidação de cultura de
Descentralização
planejamento, monitoramento e
avaliação.
• Articulação entre a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios para o
• Adoção de estratégias que garantam a
combate da marginalização e promoção
produção de conhecimento,
da integração social dos setores
informações e subsídios, bem como de
desfavorecidos.
condições técnicas, operacionais e
financeiras para o desenvolvimento de
• Apoio político, técnico e logístico para seus programas.
que experiências de promoção da
igualdade racial, empreendidas por Incorporação da questão racial no
Municípios, Estados ou organizações da âmbito da ação governamental
sociedade civil, possam obter
resultados exitosos, visando
planejamento, execução, avaliação e • Estabelecimento de parcerias entre a
capacitação dos agentes da esfera Secretaria Especial de Políticas de
estadual ou municipal para gerir as Promoção da Igualdade Racial, os
políticas de promoção de igualdade Ministérios e demais órgãos federais,
racial. visando garantir a inserção da
perspectiva da promoção da igualdade
racial em todas as políticas
governamentais, tais como, saúde,
educação, desenvolvimento agrário,
segurança alimentar, segurança
pública, trabalho, emprego e renda,

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
previdência social, direitos humanos, V - AÇÕES
assistência social, dentre outras.
• Implementação de modelo de gestão da
• Estabelecimento de parcerias entre a política de promoção da igualdade
Secretaria Especial de Políticas de racial, que compreenda conjunto de
Promoção da Igualdade Racial e os ações relativas à qualificação de
diferentes entes federativos, visando servidores e gestores públicos,
instituir o Sistema Nacional de representantes de órgãos estaduais e
Promoção da Igualdade Racial. municipais e de lideranças da sociedade
civil.
Consolidação de formas democráticas
de gestão das políticas de promoção da • Criação de rede de promoção da
igualdade racial igualdade racial envolvendo diferentes
entes federativos e organizações de
• Fomento à informação da população defesa de direitos.
brasileira acerca dos problemas
derivados das desigualdades raciais, • Fortalecimento institucional da
bem como das políticas implementadas promoção da igualdade racial.
para eliminar as referidas
desigualdades, por intermédio da mídia, • Criação do Sistema Nacional de
da promoção de campanhas nacionais Promoção da Igualdade Racial.
de combate à discriminação, difundindo-
se os resultados de experiências
- Aperfeiçoamento dos marcos legais.
exitosas no campo da promoção da
igualdade racial.
• Apoio às comunidades remanescentes
de quilombos.
• Estimulo à criação e à ampliação de
fóruns e redes que não só participem da
implementação das políticas de • Incentivo ao protagonismo da juventude
promoção da igualdade racial como quilombola.
também de sua avaliação em todos os
níveis. - Apoio aos projetos de
etnodesenvolvimento das comunidades
Melhoria da qualidade de vida da quilombolas.
população negra
- Desenvolvimento institucional em
• Inclusão social e ações afirmativas. comunidades remanescentes de quilombos.

• Instituição de políticas específicas com - Apoio sociocultural a crianças e


objetivo de incentivar as oportunidades adolescentes quilombolas.
dos grupos historicamente
discriminados, por meio de tratamento - Incentivo à adoção de políticas de cotas
diferenciado. nas universidades e no mercado de
trabalho.
Inserção da questão racial na agenda
internacional do governo brasileiro - Incentivo à formação de mulheres jovens
negras para atuação no setor de serviços.
• Participação do governo brasileiro na
luta contra o racismo e a discriminação - Incentivo à adoção de programas de
racial, em todos os fóruns e ações diversidade racial nas empresas.
internacionais.
- Apoio aos projetos de saúde da população
negra.

- Capacitação de professores para atuar na


promoção da igualdade racial.

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
- Implementação da política de
transversalidade nos programas de
governo.

- Ênfase à população negra nos programas


de desenvolvimento regional.

- Ênfase à população negra nos programas


de urbanização e moradia.

- Incentivo à capacitação e créditos


especiais para apoio ao empreendedor
negro.

- Celebração de acordos de cooperação no


âmbito da Alca e Mercosul.

- Incentivo à participação do Brasil nos


fóruns internacionais de defesa dos direitos
humanos.

• Celebração de acordos bilaterais com o


Caribe, países africanos e outros de alto
contingente populacional de afro-
descendentes.

- Realização de censo dos servidores


públicos negros.

- Identificação do IDH da população negra.

- Construção do mapa da cidadania da


população negra no Brasil.

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VADE MECUM DO SERVIÇO SOCIAL
Chegamos ao final do Vade Mecum de Serviço Social!

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