TCC
TCC
TCC
INSTITUTO DE MATEMÁTICA
MACEIÓ ± AL
2010
1
PAULO JOSÉ MOREIRA DUARTE
MACEIÓ ± AL
2010
2
PAULO JOSÉ MOREIRA DUARTE
Banca Examinadora:
]
Dedico esse trabalho ao amor da humanidade
pelo conhecimento.
AGRADECIMENTOS
V
RESUMO
Ã
ABSTRACT
This work is dedicated to the study of geometric solids: convex polyhedra and non-
convex with unit edges (length equal to one) and some round bodies, analyzing historical aspects
since its inception in concrete accounts of the history and concepts written by ancient
philosophers, until we reach its virtualization computing to their applications in the modern
world.
The research focus is to achieve meaningful learning of geometric concepts, often seen
only in theory during the student's school career in primary, secondary or even higher, seeking
theory through practice. The activities presented must provide support to students of
undergraduate mathematics.
The second part of the paper is devoted to the application of the polyhedron in the
teaching of mathematics in order implicit in these solids content through activities with concrete
materials such as cardboard, straws or string, two-dimensional representations of three
dimensional objects and the use of computer programs.
7
SUMÁRIO
....................................................................................................................10
!"#2!............................................................................................................
9
A palavra poliedro tem origem na Grécia e significa várias faces. Chamamos de poliedros
todos os sólidos geométricos fechados formados por um número finito de faces poligonais.
) )!%.
Todo trabalho conceitual sobre poliedros regulares deve ter seu início nos poliedros
platônicos, devido a suas proporções e simetrias perfeitas, de modo que são facilmente inscritos
ou circunscritos em uma esfera. A tabela abaixo contém medidas notáveis dos cinco sólidos:
Nome Tetraedro Hexaedro Octaedro Dodecaedro Icosaedro
Ângulo central 109°2' 70°]2' 90º 1°9' Ã]º2Ã'
Raio Insfera 0,211 A 0,V A 0,02 A 1,11]V A 0,7VV A
Raio Meiosfera 0,]V]Ã A 0,7071 A 0,V A 1,]092 A 0,090 A
Raio Circunsfera 0,Ã12 A 0,ÃÃ0 A 0,7071 A 0,9V11 A 1,01] A
Área 1,7]21 A² Ã A² ],Ã1 A² 20,ÃV7 A² 7,ÃÃ]1 A²
Volume 0,1179 A³ A³ 0,71 A³ 7,ÃÃ]1 A³ 20,ÃV7 A³
Altura 0,1ÃV A A 0,7071A 2,2270 A 1,V11Ã A
1. Por meio de argumentação que permite definir e distinguir claramente os conceitos abordados, através de tese
antítese e síntese.
11
A figura a seguir mostra os cinco sólidos platônicos contidos no interior de nove círculos
concêntricos, cada sólido toca a esfera que circunscreve o seguinte sólido nele inscrito. Este
desenho provém da disciplina denominada ð
que consistia em contemplar as
formas, construídas em material transparente, colocadas umas dentro de outras. Esta instrução foi
transmitida a muitos dos grandes homens o da época do Renascimento (séc. XVII a XVIII).
12
Apesar de todo seu estudo e de seu legado escrito, Platão não teria sido o primeiro a ter
conhecimento desses sólidos.
Além disso, Lucie Lamy (191), em seu livro sobre o sistema de medida egípcio,
apresenta prova de que os egípcios do antigo império já tinham conhecimento dos cinco sólidos.
Um século depois dos escritos de Euclides, Arquimedes (200 A.C) fez novas descobertas
relacionadas aos poliedros, tomando para si poliedros semi-regulares, criados sob as seguintes
condições: as faces são polígonos regulares de mais de um tipo e todos os seus vértices são
congruentes, ou seja, cada vértice pode substituir qualquer outro mantendo a simetria do poliedro.
Esses sólidos desencadearam a criação de algumas transformações matemáticas a partir de
operações concretas, como cortes e mudanças de posição das faces.
Todos os treze sólidos de Arquimedes podem ser obtidos por transformações nos cinco
sólidos platônicos, fazendo operações hoje conhecidas como truncamento e snubficação.
1]
*
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** ,52'!".,/()
1V
) ,)%!%! ,52'!".) )!%;'
1Ã
0% )!/%,/)>6
O estrelamento só pode ser feito com polígonos de cinco ou mais lados, prolongando os
lados de um polígono regular convexo, obteremos um polígono regular não-convexo. Esses
novos polígonos recebem o sufixo grama, como em pentagrama, hexagrama e assim por diante.
Kepler (1Ã19) apresentou dois desses sólidos, o Pequeno Dodecaedro Estrelado e o
Grande Dodecaedro Estrelado, ambos tendo como faces 12 pentagramas. Dois séculos mais tarde,
em 109, Louis Poinsot descreve em sua obra u
u
, além dos dois sólidos
citados por Kepler, mais dois poliedros regulares não-convexos: o Grande Dodecaedro (12
pentágonos) e o Grande Icosaedro (20 triângulos).
Kepler e Poinsot inovaram pela criação de poliedros em que as faces podem se cruzar sem
restrições, não necessariamente aresta a aresta como os as faces dos poliedros convexos.
Ainda no século XIX, Augustin Louis Cauchy provou que os quatro poliedros de Kepler-
Poinsot são os únicos regulares não-convexos.
Pequeno Dodecaedro
Grande Dodecaedro
Estrelado
12 Pentágonos regulares
12 Pentagramas regulares
20 Triângulos
12 Pentagramas regulares equiláteros
Os Prismas são poliedros formados por duas faces poligonais, paralelas e congruentes,
chamadas de bases do prisma, as bases são ligadas vértice a vértice por arestas gerando faces
laterais que são paralelogramos. Há uma infinidade de Prismas e Antiprismas, ao menos um para
cada polígono. É o formato da base que os denomina (Ex: Prisma de base hexagonal).
Os antiprismas têm duas bases poligonais assim como os prismas, mas seus vértices são
ligados alternadamente gerando faces laterais triangulares. O número de triângulos de um
antiprisma é o dobro do número de lados do polígono da base.
?( @/)%
Dipirâmides são poliedros formados somente por triângulos congruentes, em geral
isósceles, as únicas dipirâmides formadas por triângulos eqüiláteros são as de base triangular,
quadrada (Octaedro Regular) e pentagonal e serão citados mais a frente no tópico 1.7.
Deltoedros são sólidos formados por deltóides congruentes. As dipirâmides e deltoedros e
as são obtidos como poliedros duais² de Prismas e Antiprismas respectivamente.
Há uma infinidade de Dipirâmides e Deltoedros tanto quanto Prismas e Antiprismas.
Figura 10. Dipirâmides e Deltoedro. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bipirâmide, acessado em 2V.07.2010.
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!B '!
!B
Dual: Tetraedro truncado Dual: Dodecaedro truncado
faces: 12 Triângulos Isósceles Faces: Ã0 Triângulos Isósceles
'%!
!B C'%! )%!)
Dual: Cubo truncado Dual: Rombicosidodecaedro
Faces: 2 Triângulos Isósceles Faces: Ã0 Deltóides
C!
% !B
!'%! !B
Dual: Octaedro truncado
Dual: Icosidodecaedro truncado
Faces: 2 Triângulos Isósceles
Faces: 120 Triângulos
Escalenos
!'%! ;/5'
Dual: Icosidodecaedro
Faces: ]0 Losangos
Figura 11. Poliedros de Catalan. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sólidos_de_Catalan, acessado em
2V.07.2010.
19
A,!)!,/()
Os sólidos de Catalan possuem certa regularidade, pois apesar de não terem faces
regulares, todas as faces são de uma única forma. Além disso, dois desses sólidos, o Dodecaedro
rômbico e o Triacontaedro rômbico, tem todas as arestas idênticas, pois em ambos as faces são
losangos.
D) E$
20
arquimedianos, nem prismas, nem antiprismas, formados por mais de um tipo de polígono e
vértices não-congruentes. Johnson nomeou todos eles e sugeriu que não haveria mais nenhum.
Em 19Ã9 Vitor Zalgaller, provou que os 92 sólidos de Johnson eram únicos, fechando
assim, a menos de um século, a lista de poliedros que podem ser formados com uma mesma
medida de aresta.
A listagem desses sólidos é muito extensa para estar contida nesse trabalho, por isso
constam abaixo alguns exemplos das formas mais comuns dos sólidos de Johnson: pirâmides,
cúpulas, dipirâmides.
Figura 1]. Poliedros de Johnson. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sólidos_de_Johnson , acessado em 2V.07.2010.
F2 !69'!
Figura 1. Faces divididas em triangulos. Fonte: Figura 1V. Aumento de frequência da geodésica. Fonte:
http://www.es.cefetcampos.br/poliedros/esferas_domosgeodesios.html http://www.es.cefetcampos.br/poliedros/esferas_domosgeodesios.html
Devido aos ajustes e/ou ao aumento do número de arestas, as faces das esferas geodésicas
são geralmente triângulos isósceles ou escalenos, com exceção do o tetraedro, o octaedro e o
icosaedro, que podem nesse contexto ser considerados como esferas geodésicas de freqüência
21
um. Mesmo é notável a regularidade dessas estruturas ao permitirem uso de tantas faces
triângulos congruentes.
As esferas geodésicas foram incluídas nesse trabalho por serem os poliedros que mais se
aproximam da esfera em área e volume, embora sejam sólidos lineares e na maioria dos casos
não-convéxos.
Partições de esferas geodésicas recebem o nome de domos geodésicos e ganharam espaço
na engenharia civil para construção de cúpulas, devido a suas características de rigidez e leveza.
Dois exemplos desse tipo de construção são o Pavilhão norte-americano da Exposição Mundial
de 19Ã7 no Canadá (fotos à esquerda) e o Epcot Center (à direita), inaugurado em 192 nos EUA.
Os corpos redondos se caracterizam por serem capazes de rolar facilmente sobre uma
superfície plana. Foram incluídos nesse trabalho por terem áreas e volumes bem definidos usando
f (pi) e a integral de Rieman. Não são poliedros, pois possuem uma ou mais faces curvilíneas.
São comumente definidos como sólidos de revolução ou através de transformações
infinitesimais em poliedros. Por motivo de relevância, abordaremos a seguir somente os casos
mais simples de corpos redondos: cone reto e cilindro reto e a esfera, omitindo os casos oblíquos
e não-convéxos, assim como os elipsóides e parabolóides.
Um cilindro é obtido pela revolução de uma região retangular em torno da reta que
contém um de seus lados de acordo com a figura abaixo.
Também pode ser definido como um prisma, cuja base é um polígono regular de n lados,
quando n tende ao infinito. Para ter uma visão menos dinâmica, podemos imaginar uma série de
círculos congruentes, sobrepostos com os centros em uma reta perpendicular ao plano da base.
G* %
O cone é obtido através da revolução de um triângulo retângulo em torno da reta que
contém um de seus catetos.
G02 !
A esfera é obtida pela revolução de um semicírculo em torno de seu diâmetro.
De modo infinitesimal a esfera pode ser definida pelo aumento da freqüência de uma
esfera geodésica como o icosaedro, por exemplo, fazendo tender ao infinito o número n de faces.
Também é definida com exatidão a partir de um ponto C no espaço e um comprimento R.
A esfera é o sólido formado por todos os pontos que tem uma distância até o ponto C igual a R ou
menor.
Cauchy e Rieman, na década de 19V0, apresentaram estudos completos sobre equações
diferenciais, possibilitando cálculo preciso de áreas de superfície curvilíneas e de volumes através
de técnicas de integração como o método de fatiamento.
2
Elementos conceituais não são visíveis. Não existem na realidade, porem parecem estar
presentes. Por exemplo, sentimos que há um ponto no ângulo de um formato, que há uma
linha marcando o contorno de um objeto, que há planos envolvendo um volume e volumes
ocupando o espaço. Estes pontos linhas e volumes não estão realmente lá; se estiverem
realmente lá deixam de ser conceituais. (WONG, 2001, p. 2).
A utilização de unidades padronizadas de medida, como o metro e seus múltiplos pode ser
considerado um facilitador para essas construções, mas sendo ainda carente da precisão do
milímetro medido pelo olho humano.
O verdadeiro avanço na virtualização de figuras geométricas planas e espaciais por figura
bi-dimensionais é obtido, em meados da década de 1990, a partir da quinta geração de
computadores, com interfaces que permitem a manipulação dos objetos básicos da geometria
(ponto, reta e plano) de forma dinâmica substituindo papel pela tela, os pontos por pixels e as
ferramentas dos programas, através do teclado e do mouse, ao invés de régua e compasso.
2V
Atualmente programas de computador são capazes de criar modelos e planificações de
qualquer sólido com perfeição. O computador é hoje indispensável para qualquer tipo de
engenharia por sua capacidade virtual e pela perfeição de seus modelos.
O avanço da computação gráfica permite a criação de verdadeiras realidades virtuais
tendo como base os sólidos geométricos. Números e algoritmos possibilitam ao computador
processar as informações e lançar para a tela um sem número de modelos geométricos,
facilitando a criação e interação do homem com seus projetos e podendo ser usado inclusive no
estudo de geometria.
Softwares como o Poly pro 1.11 e Cabri-géomètre II podem ampliar a noção dos alunos
sobre as propriedades e a diversidade das formas das figuras geométricas planas e espaciais, e
devem ser utilizados em atividades de ensino junto às atividades com materiais concretos.
O programa Poly pro 1.11 contempla todos os poliedros convexos citados anteriormente
nesse texto, com exceção dos estrelados de Kepler-Poinsot, dando a opção de girar-los, variar as
cores das faces com cores iguais para formas iguais e destacar suas arestas, alem disso permite
desdobrar o sólido em sua planificação, muito útil para contar e classificar as faces e para
imprimir e construir poliedros de papel. O programa pode ser baixado gratuitamente via internet
no site http://www.peda.com/poly/.
2Ã
ponto, ponto sobre objeto, ponto de intersecção, reta, semirreta e segmento de reta, vetor,
triângulo, polígono, polígono regular (convexo e estrelado), circunferência, arco, cônica, reta
perpendicular, paralela, ponto médio, mediatriz, bissetriz, assim como rotular pontos, ângulos.
Exibindo as medidas de ângulos ou segmentos e criando expressões é possível verificar na
tela do computador diversas propriedades geométricas do currículo do ensino fundamental e
médio, como por exemplo: os teoremas de Tales e de Pitágoras, soma de ângulos internos e
externos de um polígono.
2
Moran, entre outros autores, ressalta a importância de atividades lúdicas e maior
aproveitamento das múltiplas realidades de hoje para basear reflexões. De acordo com os
Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática, se o ensino for feito a partir da exploração dos
objetos do mundo físico como obras de arte, pinturas, desenhos, esculturas e artesanato, permitirá
ao aluno estabelecer conexões entre a Matemática e as outras áreas do conhecimento.
O método Van Hiele consta dos cinco níveis de compreensão, listados a seguir:
>+)H 8,!)-!".
Neste estágio os alunos percebem o espaço apenas como algo que existe em torno deles e
observam os conceitos da geometria como entidades totais, não fazem a ligação com suas partes e
componentes. Reconhecem as formas pelo todo e por sua aparência física, não reconhecem suas
29
partes e propriedades. Nesse nível, é possível aprender certo vocabulário geométrico, reconhecer
formas específicas e reproduzir figuras geométricas a partir de modelos prontos.
>+)
7)
Nesse nível o aluno consegue fazer algumas inter-relações de propriedades. São capazes
de acompanhar definições e deduções, embora não diferenciem totalmente as deduções lógicas de
resultados encontrados empiricamente.
>+)0
,".2 /!)
É quando o aluno está apto a trabalhar em vários sistemas axiomáticos e a geometria pode
ser trabalhada integralmente no plano abstrato.
Segundo o método de Van Hiele, é errado ensinar geometria fazendo uso extremo de
tradicionalismo, explorando somente atividades que envolvam definições e demonstrações a
rigor, por não terem significados definidos a partir de situações concretas. Do mesmo modo não
]0
haverá evolução na educação formal se o ensino estacionar nas práticas construtivistas, sem
formular conceitos e teorias que reafirmem as vivências dessas situações práticas. Há um caráter
sequencial no método, devendo o aluno experimentar atividades em todos os níveis, devendo
conhecer níveis anteriores para sair-se bem em determinado nível.
Os objetos de estudo inerentes de um nível tornam-se os objetos de estudo de um nível
superior. Neste caso, aplicando o método Van Hiele ao estudo com poliedros e os polígonos nele
existentes, estes devem ser visualizados (nível 0), analisados, ter seus componentes classificados
e suas propriedades devem ser descobertas, para só então chegar ao rigor da abstração (nível ).
Devemos observar que cada nível terá sua linguagem própria e procurar descobrir o nível
de conhecimento atual de cada aluno. Se o material didático estiver em um nível acima do nível
do estudante ele pode não acompanhar os raciocínios empregados. O mesmo acontece se o
material estiver abaixo de sua capacidade, pois acaba causando a perda de interesse pelo objeto
de estudo.
O método Van Hiele contém ainda cinco fases que indicam ao professor, como deve
desenvolver a instrução a fim de atingir todos os níveis de conhecimento.
]1
As respostas abaixo, dadas a mesma pergunta associada à figura de um retângulo («
ð
), ilustram o pensamento de pessoas com diferentes níveis
de conhecimento geométrico:
É importante notar que, em qualquer nível, ao lerem a pergunta, todos os alunos são
capazes de responder corretamente que a figura tem forma de retângulo, não importando se esteja
no nível zero, reforçando a importância de aproveitar os conhecimentos anteriores que os alunos
carregam, mesmo com pouca experiência em geometria.
A utilização dos sólidos geométricos como instrumento de ensino de matemática para
todo o ensino fundamental II apresenta os seguintes pontos de destaque:
- Natureza concreta das atividades auxilia no aprendizado significativo do aluno, que vê,
constrói e manipula os objetos enquanto estuda suas propriedades conceituais, diminuindo os
espaços entre a teoria dos livros e o mundo à sua volta;
- Simplicidade dos materiais para confecção: canudos, palitos, linha, cola, papelão, são
todos de baixo custo, facilitando o acesso para professores e alunos em qualquer faixa de renda;
- Pela beleza dos sólidos formados, estimulando o aumento da auto-estima do aluno ao
notar-se capaz de construir formas com esse nível de regularidade;
- A riqueza de conteúdos envolvidos. Além dos conceitos geométricos puros, as operações
matemáticas que eles possibilitam, como cálculos de áreas, volumes, medidas de ângulos e
]2
diagonais. Podendo ser abordados conteúdos básicos da matemática nos campos da aritmética,
álgebra e geometria;
- A diversidade de suas formas possibilita a aplicação nos anos iniciais (Ã.º e 7.º anos,
onde estudamos as formas mais simples de polígonos), e a continuidade nos anos posteriores (.º
e 9.º anos), permitindo aumento gradual do nível de complexidade das formas, e
conseqüentemente, dos conteúdos envolvidos. Inclusive, podem ser aplicados no nível médio ou
superior.
Os poliedros devem ser aderidos às aulas com responsabilidade, respeitando os currículos
de cada ano do ensino fundamental, que não indicam nesta fase da educação um estudo profundo
sobre poliedros, estudo esse que só deve ter início durante o ensino médio.
Os poliedros e corpos redondos já estão formalmente inseridos nos currículos de
matemática para o ensino fundamental, o que devemos ressaltar é a importância da observação e
manipulação dos seres tridimensionais, para que o estudo não fique apenas na análise de
desenhos em perspectiva, feitos com uso de linhas pontilhadas para dar idéia de profundidade. O
aluno deve diferenciar com clareza esses desenhos (representações bidimensionais dos sólidos)
dos verdadeiros sólidos tridimensionais.
Mais grave ainda é serem colocadas essas figuras nos exercícios escritos e nas provas. A
avaliação deve ser feita, mas não somente em atividades com lápis e papel, e sim, a
partir da observação das ações de cada criança, das suas relações com os objetos que as
cercam, de suas idéias sobre eles, reveladas pela linguagem espontânea, pelas descrições
verbais, abrangendo formas atributos físicos e características geométricas (CASTILHO,
2002, p. ]V)
]]
1%+!'/()
]
Por ser o último ano do ensino fundamental a maturidade algébrica dos alunos deve ser posta a
teste com os cálculos envolvendo f (Pi).
De modo geral atividades com alto nível de complexidade podem e devem ser
apresentadas aos alunos, contanto que tenham a maturidade geométrica necessária criada a partir
de atividades anteriores. Não é recomendado deixar a questão com nível mais elevado de
dificuldade ser apresentada somente no dia da prova, como alguns professores costumam fazer.
Os poliedros devem ser construídos pelos alunos e usados como agentes motivadores no
ensino fundamental, auxiliando no ensino da matemática, e servindo como elo entre movimentos
de ida e volta para diversos conteúdos da matemática.
Figura 2]. Poliedros como objeto de motivação para atividades. Fonte: Programa Paint.
Os conceitos de área e perímetro, fundamentais para alunos desse nível, devem ser vistos
como qualidades de qualquer superfície plana. É importante trabalhar com diversas unidades de
medida além dos derivados do metro quadrado, podendo o aluno ser capaz de compreender
medidas feitas a partir de unidades em forma de triângulo ou trapézio, por exemplo.
As atividades apresentadas a seguir podem ser adaptadas para uso em várias aulas. Não
possuem uma sequência fixa, representam sugestões e ideias para professores que procuram
quebrar a rotina do desenho geométrico no ensino de matemática, para alunos do ensino
fundamental II. A sequência a ser adotada vai depender da motivação e dos caminhos percebidos
pelo professor para a próxima questão problema.
]V
1) '!,)$!
(Atividade baseada em KALEFF, 200]).
I II III
e) Construa quatro triângulos (12 canudos) unindo-os dois a dois. Construa o octaedro de
acordo com o esquema a seguir:
I II
f) Construa quatro triângulos juntos e adicione mais uma aresta, seguindo o esquema
abaixo (Figura I), obtendo uma pirâmide de base Pentagonal (Figura II). Faça outra pirâmide
]Ã
igual a essa. Junte as duas pirâmides através dos vértices da base de tal forma que em cada vértice
se encontrem cinco arestas (Figura III). O sólido formado é um icosaedro (]0 canudos).
I II III
g) Construa um Hexaedro (12 canudos) a partir do esquema abaixo:
i) Qual estrutura foi formada na atividade anterior? (os alunos poderão verificar que as
diagonais de um cubo formam um tetraedro regular).
]7
1* J%) )!%.
(Atividade obtida a partir da internet no blog da profª Grace Da Rè Aurich, mestranda em educação pela
UFRGS disponível em: www.blogger.com/profile/1]1V770ÃÃÃ7ÃÃÃ2V9, acessado em 2V.07)
!% !)
canudos, E.V.A., miçangas esféricas, lápis, régua, tesoura e cola de isopor.
'/%
a) Cada aluno ou grupo deverá construir um dos poliedros de Platão e preencher as
informações das lacunas na ficha da página seguinte, onde devem ser colados: o poliedro, a
planificação e amostras dos vértices, faces, arestas nos locais indicados.
]. Sigla em inglês. Significa Etileno Acetato de Vinila. Tipo de emborrachado vendido em folhas. ]
E
Poliedro Número de faces Número de vértices Número de arestas
(colar o sólido)
Número de arestas por vértice Polígono da Face Relação de Euler
Planificação Face
(desenho)
Vértice
Aresta
Nome do poliedro Ângulo entre arestas Área por Face Área Total
Componentes do grupo:
]9
10) !'% ,".'+)
Nesta atividade os alunos poderão ter contato com diferentes tipos de vértices concretos,
ampliando a visão de local geométrico e vendo o vértice não como um simples ponto, mas como
a união de duas ou mais arestas.
Figura 2V. Vértices estruturais da Industria Mero-TSK. Fonte: http://www.mero.de/knotensysteme.html?&L=1, acessado em 2V.07.2010
A pesquisa deve ser feita com uso da internet e o trabalho deve culminar em uma
exposição dos projetos em forma de maquetes e desenhos.
0
11)>66()!
O conceito de área em polígonos deve ser formado com o auxílio de atividades em malhas
quadriculadas, triangulares ou de pontos. O geoplano é formado de uma pequena superfície de
madeira onde são adicionados pregos aos vértices de uma malha quadriculada, criando uma
malha de pregos onde podemos construir polígonos usando ligas de borracha ou barbante.
O conceito de perímetro de uma figura é tão importante quanto o de área. Os alunos
costumam ter dificuldades em lembrar esses conceitos quando estudam somente à base de
exercício de conversão de unidades de medidas ou cálculos puros. É importante contemplar, com
bastante prática, as questões ligadas aos elementos conceituais básicos.
1
1?) %)$!
Essa atividade dá ênfase à rigidez dos poliedros e introduz o assunto de feixe de paralelas.
Ótima oportunidade para traçar retas paralelas com uso de esquadro e régua. Destacar a
importância dessas estruturas em telhados e também em caixas de papelão.
I II
III
d) Discutir se ainda é possível obter maior resistência sem mudar o tipo de material.
e) Como pode ser aplicada em situações práticas essa característica de rigidez das
estruturas poliédricas?
2
1A,5
% ! !5 =9/K%
(Atividade baseada em BALDIN, 2002)
Essa atividade consiste na construção de um cubo que possa ser aumentado ou reduzido
sem se deformar e a partir das diagonais do Cubo obter um Tetraedro Regular.
Tem caráter introdutório no uso das ferramentas do Cabri-Géomètre II.
Devido à natureza de reta dos vincos no papel, as atividades de origami podem ser usadas
para verificar propriedades geométricas e também na construção de polígonos regulares com uso
apenas do papel e de certa habilidade com as mãos. O livro m
÷
, de Rogéria
G. do Rego (200]) tem diversas atividades envolvendo poliedros, inclusive o estudo de funções
polinomiais de 1.º e 2.º graus a partir de caixas retangulares feitas com papel milimetrado.
O papel utilizado deve ter uma textura tal que os vincos fiquem evidentes. Papel de
presente é recomendado, dando preferência aos de cor uniforme (sem estampa). Não é
recomendado papel muito poroso como o de jornal.
A atividade a seguir utiliza uma estrutura conhecida como módulo SONOBI, outros
poliedros como o icosaedro ou octaedro podem ser construídos com estruturas semelhantes a
essa, como o Módulo Triangular e a Base Blints.
!% !)
Folhas de papel em formato quadrado do mesmo tamanho (1V cm ou mais).
'/%
a) Construir seis módulos SONOBI, de acordo com as instruções:
MÓDULO SONOBI
Note que no passo ], as dobras são feitas para dentro e no passo , as pontas devem ser
dobradas e inseridas nas partes indicadas.
Serão necessários seis módulos SONOBI para construção de um Cubo, quatro
deles devem ser encaixados de acordo com o esquema abaixo formando as faces laterais do
Cubo. Mais dois módulos devem ser encaixados nesta estrutura fechando assim a base e a face
superior, completando o Cubo.
MODULO TRIÂNGULAR
Partir de um quadrado. Marcar o meio (passo 1). Vincar e voltar levando os pontos
(passos 2 e ]). Vincar sobre a interseção (passo ).
Marcar nova linha de meio (passo V). Vincar levando os pontos (passos à e 7) obtendo um
triângulo equilátero (passo ).
V
Levar B para coincidir com E e C para coincidir com D. Fechar duas pontas
simultaneamente, inserindo B sob CD (passo 9). Dobrar A em F por trás e colar (passo 10).
A base triangular pode ser usada como face para construção do Tetraedro, Octaedro e
Icosaedro. Observe que a figura tem ] bolsos´ (passo 11), as Bases Blints serão inseridas nesses
bolsos para unir duas ou mais faces triangulares.
BASE BLINTS
Recortar um quarto do quadrado utilizado na confecção do módulo triangular (passo 1).
Marcar o meio nos dois sentidos (passo 2). Vincar os quatro vértices do quadrado para
coincidirem com o centro (passo ]). A diagonal da Base Blints (quadrada) têm a mesma medida
que o lado do módulo triangular, por isso o encaixe perfeito dos módulos (passo ).
Ã
1F ! &)6/9% '
(Atividade baseada em KALEFF, 2002)
Essa atividade visa ampliar o conhecimento a respeito dos corpos redondos, será
necessária a confecção de uma caixa geradora de sólidos de revolução. Trata-se de uma caixa de
madeira com aproximadamente ]0x1Vx10 centímetros, com uma roldana grande acoplada a uma
manivela, ligada numa roldana pequena, presa ao eixo, por uma correia. O eixo deve ter uma
rolha de cortiça ou borracha na parte externa para inserir as bandeirinhas (ver próxima página).
Cada bandeirinha é feita com um palito de churrasco colado a uma figura geométrica
plana. Os alunos devem notar que as bandeirinhas que possuem retângulos formam cilindros e os
demais formatos de bandeirinha não. Abaixo alguns exemplos de bandeirinhas.
!% !)
gerador manual de sólidos de revolução, objetos do cotidiano que tenham formato de
sólidos geométricos (caixas, latas, bolas e etc.), sólidos confeccionados pelos alunos (cilindros,
cones e poliedros) e desenhos em perspectiva de sólidos geométricos.
'/%
a) Associar bandeirinhas com os sólidos desenhados em perspectiva.
b) Associar desenhos com um objeto do cotidiano.
c) Existe alguma relação entre a forma da figura da bandeirinha e o tipo de sólido
correspondente? Que relação é essa?
d) A bandeira com um círculo presa ao mastro da bandeira através de seu diâmetro
formou o mesmo sólido que a bandeira com o semicírculo. Como isso foi possível?
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A história mostra que a prática precede a teoria, que os avanços tecnológicos provêm das
necessidades das diversas engenharias. Os sólidos geométricos acompanham a evolução dessas
tecnologias, o mundo hoje está repleto deles. Principalmente os prismas retos, dando excelência
aos de base retangular.
O ser humano sente-se bem à vontade com suas caixas e tubos. Os carros, as residências,
controles, canetas, instrumentos, máquinas, móveis todos com formatos prismáticos ou derivados
do círculo. O cilindro tem uma participação importantíssima na história, coincidência ou não,
segundo Boyer (197), em várias civilizações antigas como China, Egito ou Mesopotâmia a
criação da escrita datam da mesma época da criação da roda. Também não podemos negar a
paixão do homem pela esfera, formato dos planetas e das estrelas e da tão cultuada e jogada, bola.
Pôde-se notar ao longo desse trabalho a importância da utilização dos Poliedros e corpos
redondos, reais e feitos pelos alunos, assim como as Tecnologias de Informação e Comunicação
(TICs) aplicadas a educação matemática para criar e ampliar o conhecimento geométrico,
servindo como objeto motivador do estudo, buscando a teoria a partir de situações práticas e
objetos concretos, é que podemos fazer a real ligação entre Geometria, Álgebra e Aritmética.
. As .TICs se popularizaram na década de 90, com o surgimento da terceira geração de computadores, com as capacidades
requeridas de processamento, conversão, armazenamento, transmissão e recebimento de informação.
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