Reatores Derivação PDF
Reatores Derivação PDF
Reatores Derivação PDF
ESCOLA DE ENGENHARIA
Por:
José Vicente de Oliveira Júnior
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
Monografia submetida à Banca Examinadora designada pela Comissão Coordenadora do Curso de Especialização
em Sistemas de Energia Elétrica, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Certificado de Especialista em
Sistemas de Energia Elétrica com ênfase em Qualidade da Energia Elétrica.
2
REATORES PARA CONTROLE DO FLUXO DE
POTÊNCIA E SUAS CONSEQUENCIAS PARA A
QUALIDADE DE ENERGIA
Monografia submetida à Banca Examinadora designada pela Comissão Coordenadora do Curso de Especialização
em Sistemas de Energia Elétrica, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Certificado de Especialista
em Sistemas de Energia Elétrica com ênfase em Qualidade da Energia Elétrica.
Aprovada em____de_______de______.
3
AGRADECIMENTOS
Ao professor Ivan José da Silva Lopes, orientador deste trabalho, pelas oportunas
recomendações dadas durante as atividades.
4
RESUMO
Esta monografia tem por objetivo apresentar como os reatores a seco com núcleo de ar
veem se mostrando eficazes em redes interligadas, com cargas assimétricas em linhas
paralelas, resultantes de diferentes impedâncias ou capacidades de linha diferentes em
aumentar a capacidade de transmissão da rede sem a construção de novas linhas.
Em seguida a abordagem é focada nas aplicações para reatores onde a tecnologia dos
reatores a seco com núcleo de ar tem obtido relevância de mercado em relação a outras
tecnologias de equipamentos. Uma visão especifica da aplicação de reatores a seco com
núcleo de ar utilizados para maximizar a transferência de potência entre linhas paralelas com
diferentes impedâncias é apresentada juntamente com três estudos de caso de aplicações bem
sucedidas e registradas desta aplicação.
Palavras-chave: Reatores a Seco com Núcleo de Ar; Reatores para Controle do Fluxo de
Potência.
5
ABSTRACT
The present work has the objective of presenting how the dry type air core reactors are
effective in interconnected networks with asymmetric loads in parallel lines, resulting in
different line impedances or different capabilities to increase the transmission capability of
the network without building new lines.
First of all, the basic constructive types of reactors, the reference standards and an
overview of the historical use for dry type air core reactors are presented.
Then, the approach is focused at the applications where the technology of dry type
air core reactors has gained relevant market in comparison with other reactors technologies. A
specific vision of the application of the dry type air core reactor, used to maximize power
transfer between parallel lines with different impedances, is presented along with three
registered cases of successful applications.
Finally, a conclusion is presented where the achieved results in the three cases are
discussed; the overall impacts of the installation of a reactor in the electrical system and the
relevance of this equipment with the power quality of the electrical system.
Key Words: Dry Type Air Core Reactors; Power Flow Control Reactors.
6
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 4
RESUMO .................................................................................................................... 5
ABSTRACT .............................................................................................................. 6
8
Figura 23 – Sistema Carbon SpanishFork antes da instalação dos reatores 44
9
ABREVIATURAS E SIGLAS
10
CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
Os reatores/indutores, sejam a seco com núcleo de ar ou imersos em óleo, vêm se
mostrando muito eficazes nas aplicações onde se fazem necessários, contribuindo em muito
com a qualidade da energia para o sistema elétrico como um todo. Seja para uma aplicação
extremamente típica para este equipamento, como limitador de corrente de curto-circuito em
média tensão ou como parte de um arranjo um Statcom, os reatores são parte integrante do
sistema de potência.
Devido á minha experiência pessoal com os reatores a seco com núcleo de ar, é um
fato que esta monografia apresentou-se ligada às aplicações onde a tecnologia de reatores a
seco com núcleo de ar é mais utilizada do que as das outras formas de construção dos
reatores. A escolha do tema “REATORES PARA CONTROLE DO FLUXO DE POTÊNCIA
E SUAS CONSEQUENCIAS PARA A QUALIDADE DE ENERGIA” como o ponto
principal desta monografia se deu principalmente pela ausência de registros desta aplicação
para o sistema elétrico brasileiro.
Reatores são utilizados para prover reatância indutiva ao sistema de potência para uma
vasta variedade de aplicações. Isto inclui: limitadores de corrente de falta, limitadores de
“inrush” para capacitores e motores, filtros de harmônicos, compensadores de VAR, redução
de ripple (reatores de alisamento), bloqueadores de sinal no sistema de potência (bobinas de
bloqueio), aterramento de neutro, amortecimento de transientes chaveados, redução de”
flicker” para aplicações de fornos a arco, dissintonia, balanço de carga e condicionamento de
potência. Reatores podem ser instalados nos mais variados níveis de tensão tipo industrial, de
11
distribuição ou transmissão podendo ser de poucos Amperes até centenas de Amperes com
níveis de corrente de falta até dezenas de milhares.
No passado, reatores somente poderiam ser do tipo enrolamento aberto (Figura 1); a
sua resistência mecânica é fornecida por um sistema mecânico de fixação que proporciona o
isolamento entre as espiras.
12
Figura 2. Reator a seco com núcleo de ar e enrolamento encapsulado; retirada de [18].
Reatores imersos em óleo (Figura 3) podem ser construídos com entreferros ou blindagem
magnética. Reatores imersos em óleo são principalmente usados para reatores “shunt” em
EHV e alguns reatores de alisamento em HVDC. Reatores a seco com núcleo de ferro são
usualmente usados em baixa tensão e instalação interna, para aplicações tais como filtragem
de harmônicos e condicionamento de potência (di/dt, alisamento, etc.).
13
No passado, reatores a seco com núcleo de ar (enrolamento aberto) eram limitados a
aplicações na classe de tensão de distribuição. Reatores modernos (enrolamento encapsulado)
são empregados em todas as faixas de tensão dos sistemas de transmissão e distribuição,
incluindo desde EHV (reator serie de alta tensão) a HVDC (reatores filtros, reatores de
alisamento (smoothing)).
1.2 NORMALIZAÇÃO
Tanto os reatores a seco com núcleo de ar, quanto os equipamentos bobinas de
bloqueio, possuem normas técnicas que provém consideráveis informações, não somente
características nominais críticas, características operacionais, tolerâncias e listas de ensaios,
mas também linhas gerais para instalação e considerações importantes específicas da
aplicação.
IEEE C57.21-2008 (IEEE Standard Requeriments, Terminology, and Tests Code for Shunt
Reactors Rated Over 500kVA) [1]
IEEE C57.16-1996 (IEEE Standard Requirements, Terminology, and Tests Code for Dry-
Type Air Core Series-Connected Reactors) [2]
ANSI/IEEE Std 32-1972 (Reaffirmed 1984) (IEEE Standard Requirements, Terminology, and
Test Procedure for Neutral Grounding Devices) [3]
IEC 60076-6 Edition 1.0 2007-12 (Power Transformers – Part 6: Reactors) [5]
IEC 60353 Second Edition 1989-10 (Line Traps for a.c. power systems) [6]
ABNT NBR 5119 Segunda Edição 28.01.2011 (Reator para Sistemas de Potência -
Especificação) [7]
ABNT NBR 7569 NOV/1982 (Reatores para Sistemas de Potência – Método de Ensaio) [8]
14
1.3 BACKGROUND
Reatores sempre fizeram parte do sistema de potência. O tipo da tecnologia
empregada para várias aplicações tem mudado constantemente baseado na evolução dos
projetos e construção ou desenvolvimento de novos materiais. Reatores a seco com núcleo de
ar foram tradicionalmente utilizados em aplicações de limitação de corrente devido à inerente
linearidade da indutância com relação á corrente. Para esta aplicação, o tipo de fabricação
encapsulado é usualmente a escolha mais adequada devido a suas características mecânicas de
suportar altas correntes de falta. Inicialmente, reatores série em alta tensão eram do tipo
imerso em óleo. Entretanto, no inicio dos anos 1970 os requerimentos desta aplicação foram
alcançados pelos reatores a seco com núcleo de ar. Devido a este desenvolvimento, a última
versão da IEEE C57.16-1996 [2], a recomendação padrão para reatores serie, é agora uma
recomendação somente para reatores a seco com núcleo de ar. A tecnologia empregada para
modernos reatores “shunts”, por outro lado, depende do nível de tensão envolvida. Reatores
“shunts” para transmissão são usualmente imersos em óleo, ao passo que os reatores
conectado ao terciário ou ao secundário ou diretamente á linha, em tensões inferiores ou
iguais a 230kV, utilizam tecnologia a seco com núcleo de ar ou são imersos em óleo [18].
15
CAPÍTULO 2: REATORES A SECO COM NÚCLEO DE AR
Neste capítulo é apresentada a gama de aplicações de reatores a seco com núcleo de
ar. Por apresentarem um conjunto de características semelhantes, pode-se centralizá-las nas
seguintes aplicações.
( )
( ) (1)
Para atingir um equilíbrio de potência reativa aceitável, a linha deve ser compensada
para se obter uma condição operacional. Em condições de carga pesada, o equilíbrio de
potência é negativo e a compensação capacitiva (suporte de tensão) é necessária, geralmente
fornecida pelo uso de capacitores “shunt”. Por outro lado, quando a linha se encontra com
carga leve, o equilíbrio de potência é positivo e a compensação indutiva é necessária,
geralmente fornecida pelo uso de reatores “shunt”. A grande capacitância inerente aos
sistemas de transmissão quando levemente carregadas pode causar dois tipos de sobretensão
no sistema que pode ser controlada através do emprego de reatores “shunt”.
17
Reatores “shunt” conectados diretamente a linha são geralmente do tipo de construção
imersos em óleo.
Reatores conectados no terciário (Figura 5), possuem algumas diferenças operacionais
quando comparados com reatores diretamente conectados à linha:
19
Pela variação do ângulo de disparo (ALFA) do reator controlado por tiristor (TCR),
a de corrente absorvida pelo reator pode ser continuamente variada. O reator comporta-se
como uma indutância infinitamente variável. Consequentemente, o apoio capacitivo fornecido
pelo capacitor fixo (FC) e pelos capacitores controlados a tiristores (TSC) pode ser ajustado
para a necessidade específica do sistema. A eficiência, bem como o controle de tensão e
estabilidade dos sistemas de energia, ganham altos índices de confiabilidade com a instalação
de SVCs. O uso de SVCs (Figura 8) também é consagrado em sistemas de potência de cargas
industriais.
Redução da corrente de falta fase-fase para valores menores que da corrente de falta
fase-terra ou vice versa;
Reatores entre barras: usado para unir duas barras de forma independente;
22
2.5 REATORES ASSOCIADOS A BANCOS DE CAPACITORES
Reatores associados a capacitores são projetados para instalação em série com bancos
de capacitores em derivação de modo a limitar as correntes de “inrush”, correntes de
descarga durante curto-circuito e para controlar a frequência de ressonância do sistema após a
adição de bancos de capacitores. Estes reatores podem ser instalados em sistemas de até
800kV, e 2100kV de NBI [18].
23
2.6 REATORES PARA FORNO A ARCO ELÉTRICO
Reatores para forno a arco elétrico são conectados em série com o transformador do
forno, fazendo com que o sistema de alimentação, considerado essencialmente como de
tensão constante, se converta em um sistema de corrente constante. Como resultado, o forno
passa a operar, com eficiência maior em até 15% e também em consumo reduzido de
eletrodos.
O reator série pode ser instalado no alimentador de média tensão (lado de alta tensão
do transformador do forno) de um forno a arco elétrico AC, a fim de melhorar a eficiência,
reduzir o consumo de eletrodo do forno, limitar a corrente de curto-circuito (reduzindo assim
a forças mecânicas sobre os eletrodos do forno). Reatores podem ser construídos junto
(interno) ao transformador do forno ou unidades separadas. Podem ser imersos em óleo ou do
seco com núcleo de ar. Normalmente, os reatores são equipados com taps para facilitar o
desempenho do forno. A Figura 10 mostra um esquema típico de um reator para forno a arco
elétrico.
Figura 10. Esquema típico de um reator para forno a arco; retirada de [18].
24
2.7 REATORES PARA ENSAIOS USADOS EM
LABORATÓRIOS
Reatores de teste são usados em laboratórios de alta tensão e alta potência. Aplicações
típicas incluem limitação de corrente, testes sintéticos de disjuntores, armazenamento de
energia indutiva, linhas artificiais [18].
Figura 11. Diagrama de um HVDC, ilustrando as aplicações dos reatores; retirada de [18].
25
Os reatores de alisamento HVDC são ligados em série com uma linha de transmissão
HVDC ou inseridos em um ponto intermediário no circuito DC de um link “back-to-back”
para:
Reatores de filtro (Figura 12) são instalados para a filtragem de harmônicos no lado
AC (corrente alternada) e no lado DC (corrente contínua) dos conversores. Filtros CA servem
para dois propósitos ao mesmo tempo: fornecimento de potência reativa e redução das
correntes harmônicas. Reatores para filtros AC são utilizados em três tipos de configurações
de filtro empregando combinações de resistores e capacitores: Filtro de sintonia simples,
filtros de dupla sintonia e filtros passa alta. Os filtros de sintonia simples são normalmente
projetados para filtrar as harmônicas de baixa ordem no lado CA do conversor. Os filtros de
sintonia dupla são projetados para filtrar múltiplas frequências discretas, utilizando um
circuito combinado de filtros simples. Um filtro passa altas é essencialmente um único filtro
sintonizado amortecido. O amortecimento achata e alarga a resposta do filtro, é mais eficaz na
cobertura de harmônicos de alta ordem. Reatores para filtros DC são instalados em paralelo
com a linha DC, no lado da linha dos reatores de alisamento. A função desses bancos de
filtros DC é reduzir ainda mais as correntes harmônicas na linha DC (Figura 11) [18].
26
2.8 REATORES PARA CONTROLE DE FLUXO DE
POTÊNCIA
Reatores para controle de fluxo de potência são conectados em série, em linhas de
transmissão de até 800kV. Estes reatores modificam a impedância da linha, introduzindo uma
tensão em quadratura, controlando o fluxo de potência e assegurando a máxima transferência
de potência em linhas adjacentes [18].
Linhas paralelas com diferentes relações de X/R: uma potência reativa significante irá
fluir na direção oposta do fluxo de potência ativa;
Altas perdas em linhas quando estas estão fortemente carregadas do que as perdas de
linhas paralelas, resultando em perda da capacidade de transferência de potência;
27
Reatores para fluxo de potência são usados para melhorar o fluxo de potência nas
linhas de transmissão através da modificação da impedância de transferência. Como os
sistemas das concessionárias crescem e o numero de interconexões aumentam, operação das
linhas de transmissão paralelas estão se tornando cada vez mais comum em ordem para prover
potência adequada para os centros de carga. Além disso, a complexidade das redes de energia
contemporânea resultam em situações em que o fluxo de potência atual (por uma determinada
linha de uma concessionária) pode ser afetado pelo chaveamento, carregamento e uma
condição de interrupção que ocorra em outra área de serviço.
Figura 13. Chaveamento de um Reator para controle de fluxo de potência; retirada de [18].
28
Com as redes de energia em constantes mudanças, algumas vezes um valor de
impedância único não é adequado para todas as diferentes topologias de rede. As topologias
de rede podem mudar algumas vezes durante o ano, devido à característica sazonal de
carregamento, ou no futuro, como uma consequência do adicionamento de novas gerações, ou
cargas para a rede. Para adaptar a estas mudanças, uma solução e o uso de reatores para
controle de fluxo de potência com “taps” chaveados. A Figura 13-B mostra um reator para
controle de fluxo de potência com “taps” chaveados usando a “make and break” esquema de
chaveamento. Este esquema emprega seis chaves com chaveamento sobre carga, que podem
alterar a impedância sobre carga, circuitos de controle e intertravamento são usados para
evitar chaveamentos não desejáveis.
No capitulo 2 foi apresentado as aplicações mais típicas onde os reatores a seco com
núcleo de ar apresentam vantagens técnicas e econômicas em relação a outras tecnologias
construtivas de reatores. Com conhecimento mais amplo da tecnologia de reatores a seco
com núcleo de ar e o desenvolvimento de novos materiais praticamente todos os aspectos
técnicos relativos a reatores podem ser atingidos pelos reatores a seco com núcleo de ar. A
tensão nominal nos reatores “Shunts” permanece como o principal limite físico a ser vencido
para que os reatores a seco com núcleo de ar possam ser apresentar vantagens técnicas e
comercias para todas as classes de equipamentos / aplicações.
29
CAPÍTULO 3: REATORES PARA CONTROLE DE FLUXO DE
POTÊNCIA
Neste capítulo é apresentada a utilização dos reatores a seco com núcleo de ar para
controle de fluxo de potência e três estudos de caso onde a aplicação dos reatores a seco com
núcleo de ar apresentou vantagem em relação a outras soluções.
3.1 INTRODUÇÃO
A privatização dos mercados de eletricidade é uma tendência em todo o mundo. A
mudança da estrutura estatal para o mercado aberto conduz a um aumento significativo na
comercialização de energia elétrica. A operação da planta de energia atual é impulsionada por
aspectos econômicos, a quantidade de fluxo nas redes é determinada principalmente pela
situação econômica e não somente por aspectos técnicos. As condições e requisitos das cargas
decorrentes da comercialização de energia no mercado atual podem causar problemas sendo
muitas vezes forçada a entrar nas limitações físicas das redes. Além disso, o aumento de
transmissão de grandes quantidades de energia elétrica a longas distâncias utilizando
diferentes áreas de controle requer mais esforços para coordenar e supervisionar a troca de
energia [17].
Um exemplo deste conflito de exploração das redes de transmissão para além dos
limites inicialmente previstos tornou-se claramente visível no blackout na Itália em 28 de
setembro de 2003. A Itália importava quase 7 GW do exterior, que era equivalente a 24% da
demanda total na Itália e, acima de sua geração. O resultado do fluxo de carga empurrou as
linhas de interconexão entre a Itália e os seus vizinhos a um estado operacional perto dos
limites. Consequentemente, o fracasso de uma linha de transmissão interligando, que é
tolerável no estado de operação normal, juntamente com o fato de que medidas corretivas não
foram tomadas no tempo necessário, uma falha da segunda linha adicional, levou ao
isolamento da área de controle italiano que não foi capaz de acompanhar e isolar a área
causando um apagão em todo o país. Em geral, há uma série de abordagens para superar ou
mitigar os problemas de fluxo de carga, incluindo a instalação de reatores em série em alta
tensão (HV) do tipo seco.
30
Outros problemas são causados por:
Diferentes fluxos de potência aos planejados em pontos de interconexão das redes, que
podem ocorrer por muitas razões. Se os sistemas estão operando perto de seus limites,
mesmo pequenos desvios já podem levar à condições de operação difícil;
31
Alguns princípios básicos são considerados usando um modelo simples de rede. Na Figura 14
mostra duas barras (A & B) interligadas por duas linhas em paralelo. Cada linha possui sua
reatância especifica (X1 & X2). VA & VB são as tensões respectivas para as barras A & B. O
fluxo de potência esta no sentido de A para B e é representado por SAB. O diagrama fasorial
mostra que a tensão VB é igual a VA menos a queda de tensão provocada pelo produto da
reatância e a corrente que circula na linha.
Figura 14. a) Modelo básico de uma rede e b) Diagrama fasorial ; retirada de [17].
Duas áreas de controle são ligadas através de duas linhas com impedâncias X1 e X2.
Com resistências e elementos “shunt” negligenciados, e assumindo que as tensões VA e VB
são fixadas pelas redes conectadas, então a potência ativa transferida de A para B é:
(2)
32
PAB / 2). A instalação de um reator de série na linha 1 aumenta X1. Usando a condição para
fasores de linha jX1 I1 = I2 j X2, é óbvio que o I1 atual decresce com a relação entre as
reatâncias - o "controle de fluxo de carga" implica em maior transmissão de potência para a
linha 2.
O custo relativamente baixo junto com os curtos prazos de implementação, bem como
facilidade de transporte fazem dos reatores série particularmente atraentes quando o problema
de fluxo de carga é uma condição de curto ou médio prazo que deverá ser resolvida, como por
exemplo a futura construção de uma nova linha. Um período de tempo inferior a 6-8 meses
após a aprovação do projeto de energização já viabiliza a utilização de reatores série. Como
descrito anteriormente reatores podem ser tanto do tipo seco ou a imerso em óleo. Devido a
suas características de projeto e sua rentabilidade, reatores a seco com núcleo de ar tornaram-
se a tecnologia preferida para muitas aplicações. A tecnologia de reatores a seco com núcleo
de ar tem sido aplicada para um grande número de projetos de controle de fluxo de carga em
sistemas e subsistemas de transmissão. As principais características dos reatores núcleo de ar
comparados aos imersos em óleo com núcleo ferromagnético são:
Indutância linear. Como não existe um núcleo de ferro e, portanto nenhum efeito de
saturação magnética, a impedância de reator a seco com núcleo de ar é constante a
partir de níveis mínimos de corrente para corrente de falta. Esta característica LxI
linear faz dele um candidato ideal para ser usado como um reator série para controle
de fluxo de carga;
Ausência de óleo isolante. Uma vez que reatores a seco não possuem um sistema de
isolamento de óleo, não há perigo de incêndio e outras preocupações ambientais.
Além disso, nenhum sistema de coleta de óleo deve ser implementado, pois não há
óleo que pode vazar para o chão e nenhum equipamento auxiliar para a supervisão de
óleo se faz necessário;
Isolamento para a terra. O isolamento para terra é simples fornecidos por isoladores
suporte;
34
A altura do enrolamento é projetada de modo que o stress de tensão axial implica em
valores de tensão superficial pequenos, comparados aos valores típicos de stress
superficial aplicados em isoladores;
A tensão entre espiras em condições de operação nominal (regime) são bem abaixo
dos níveis em que uma descarga superficial pode ocorrer;
As camadas do enrolamento são radialmente espaçadas por fibra de vidro com alta
rigidez mecânica "espaçadores" que formam dutos naturais de refrigeração para as
camadas do enrolamento;
Reatores a seco com núcleo de ar são por concepção unidades monofásicas, onde um
conjunto de três unidades forma um conjunto trifásico. Componentes auxiliares, tais como
disjuntores de by-pass, capacitores de controle de TRV (tensão de restabelecimento
transitória) e pára-raios, usualmente acompanham a aplicação. O diagrama de uma linha na
Figura 16 ilustra o arranjo de um reator em série e seus possíveis componentes auxiliares em
uma subestação.
A seguir, são apresentadas três experiências reais, sendo duas delas na Europa
(Alemanha e Áustria) e uma nos EEUU da utilização de reatores a seco com núcleo de ar para
aumentar a capacidade de transferência de potência em linhas paralelas com diferentes
impedâncias entre si.
36
Para a análise de uma parte da rede da Isar-Amperewerke devemos considerar a
ilustração da Figura 17. O ponto em consideração era uma parte da rede a leste da cidade de
Munique, na área das subestações Neufinsing Hohenbrunn, servindo uma área de 500 km²,
com aproximadamente cerca de 150 MW. Com a perda da linha 3, a capacidade de carga
limite máxima da linha 1 foi alcançado. Linha 2 e 4 exibidas no mesmo tempo apresentam
uma reserva de carga considerável (Figura 18).
37
A razão para a grande parte da carga transferida para a linha 1 (e consequente
compartilhamento da carga desproporcional) foi a baixa impedância da linha da Neufinsing
para Hohenbrunn, através das subestações: Aschheim Neubiberg e Ottobrunn. A subsequente
sobrecarga na linha poderia ter sido resolvida com a construção de uma linha adicional, que
teria sido a quinta linha entre Neufinsing e Hohenbrunn. No entanto, teria sido uma solução
muito cara. Nesta situação, Isar-Amperewerke decidiu-se sobre uma abordagem diferente. Por
meio da instalação de reatores com núcleo de ar, a impedância da linha 1 foi mais do que
duplicada. O que resultou que todas as linhas restantes quando expostas, mesmo no caso de
distúrbios, em uma uniformidade de compartilhamento da carga. (Figura 18).
Figura 18. Carregamento das linhas, após a perda da linha 3 - a) sem Reatores - b) com
Reatores ; retirada de [16].
Os reatores foram concebidos em série como fase única, a tecnologia empregada foi
reatores a seco com núcleo de ar, uma indutância de 19 mH e uma capacidade de corrente
média de 600 A. As dimensões aproximadas de 2.4 metros de altura e um diâmetro externo de
1.3 metros (Figura 19).
38
Figura 19. Reatores a seco com núcleo de ar na SE Landsham; retirada de [16].
39
3.7 ESTUDO DE CASO 2: REATORES SERIE EM ALTA
TENSÃO PARA O CONTROLE DO FLUXO DE CARGA
Dentro da rede de transmissão austríaca, o efeito da liberalização conduziu a um
número de gargalos causados por alterações no fluxo de carga devido ao novo regime de
energia da planta. Para garantir uma reserva no funcionamento da rede Power Grid Verbund-
austríaca (APG), o operador do sistema austríaco de transmissão (TSO), teve de aplicar
medidas com custos elevados de gestão dos congestionamentos (CM), como remanejamento
da geração de energia das estações produtoras. Em uma etapa posterior, a APG construiu
novas linhas aéreas 380 kV para superar as situações de gargalo, mas como a construção de
novas linhas foi adiada por extensos procedimentos de autorização e forte oposição por parte
do público, a APG foi forçada a tomar medidas CM até que novas linhas puderam entrar em
operação. Foi avaliada uma série de abordagens para superar ou mitigar os problemas de
fluxo de carga, incluindo a instalação de reatores em série de alta tensão (HV) do tipo seco.
Reatância Nominal 50 Ω
Um projeto de um reator a seco com núcleo de ar baseado nestes dados teve como sua
principal característica a queda de tensão entre os terminais do reator em condições normais
de operação e pela elevação de temperatura causada ao isolante quando circula pelos
condutores a corrente nominal. Devido à baixa relação da corrente de curto em relação à
corrente nominal (3.3 vezes) a corrente de curto-circuito não influencia o projeto do
enrolamento. Outros fatores, entretanto, como limitações físicas impostas pela produção e
transporte também foram considerados. Baseado nos dados previamente especificados o
reator foi projetado utilizando um isolante solido com classe de temperatura tipo F, o que
resultou em uma bobina de 2,7 m de altura e 3 m de diâmetro exterior. A massa do reator
dependeu das perdas do enrolamento selecionada. Assumindo um valor típico de perdas por
fase (com referência a 75 ° C de temperatura média) na ordem de 90 kW, a massa de uma
única fase, incluindo isoladores suporte foi de cerca de 8 toneladas por fase.
40
Para uma determinada relação de diâmetro x altura utilizando um determinado isolante
elétrico, o reator pode ser projetado para diferentes perdas nominais. Isto é conseguido
variando o numero de camadas e seção transversal dos condutores elétrico. A Figura 20
mostra a variação do custo do equipamento em função das perdas. Assumindo-se um fator de
perdas capitalizado (Em EUR / kW) específico para a aplicação, a curva de tendência dos
custos permite uma seleção ideal das perdas do reator para atingir o custo mínimo do ciclo de
vida.
Figura 20. Curva de tendência do custo do equipamento versus perda (valores por fase, incl.
isoladores suporte) ; retirada de [17].
41
Devido ao regime de operação do sistema de potência da APG, o mesmo apresentava
graves congestionamentos na sua rede de transmissão, especialmente entre o norte e a região
sul (Figura 21). A conexão entre as duas regiões era fornecida por três linhas de circuito duplo
com quase 50 anos de idade. Fortes diferenças no equilíbrio do balanço de potência com um
excedente de até 1900 MW na Região Norte e um déficit de cerca de 1.400 MW Região Sul,
combinada com os fluxos de potência externos (incluindo os “Loops” de potência não
intencionais), levaram a uma sobrecarga das linhas muito além do critério de segurança (n-1).
Sem medidas CM, o critério de segurança (n-1) nas linhas de 220 kV de norte para o sul era
ultrapassado por longos períodos com tendência a chegar ao limite térmico de operação das
linhas. Restrições operacionais, a retirada de operação de usinas térmicas ineficientes na
Região Sul e a construção em curso de plantas de energia eólica (até 1000 MW) na Região
Norte aumentaram em um segundo instante os pontos de congestionamento em um futuro
próximo. Além de medidas CM, a limitação dos fluxos de energia aumentando a impedância
das linhas do norte para sul com reatores série foi um método eficaz para atenuar os
congestionamentos. Com as características técnicas dos reatores série mencionadas
anteriormente, os possíveis efeitos sobre a rede da APG foram analisados por estudos de fluxo
de carga.
42
Figura 21. Linhas de Transmissão da Verbung-APG 380/220 kV ; retirada de [17].
Para investigar o impacto do uso de reatores série em uma linha real, reatores série
foram instalados para fins de cálculo em uma condição de fluxo de carga instantâneo (caso
base) da rede da APG. Em uma primeira etapa reatores serie com uma impedância de 50 Ω
foram instalados em ambos os circuitos da linha de 220 kV de circuito duplo Ernsthofen -
Weissenbach. Baseado em uma situação típica de carga elevada (caso base), um cálculo foi
feito para analisar os efeitos e desvios a partir do caso base. Um alívio das linhas Ernsthofen-
Weissenbach foi atingido, deslocando o fluxo principalmente para os ramos adjacentes das
linhas de 220kV de St. Peter - Salzach e Wien Südost - Ternitz com uma ligeira redução do
fluxo total do norte para o sul e interior da Áustria (Figura 22). Devido à existência de três
circuitos de linhas duplas paralelas de 220 kV pouco robustas do norte para o sul no interior
da Áustria, a instalação de reatores série em apenas uma linha, não é suficiente para atenuar o
congestionamento. Em uma segunda etapa, a instalação de reatores série para cada circuito de
todas as três linhas de 220 kV de St Peter -Salzach, Ernsthofen - Weissenbach e Wien Südost
- Ternitz foi simulado.
Em uma terceira etapa, conexão série de dois reatores (cada 50Ω) por circuito e linha
foi simulada. A Figura 22 apresenta os resultados de todos os cálculos (da primeira simulação
até a terceira) descrevendo a possível redução da carga em cada linha e o fluxo resultante de
norte para o sul em cada linha dependendo da instalação de reatores série. Os resultados dos
cálculos de fluxo de carga com base na instalação de reatores série estão na mesma ordem de
grandeza das reduções do fluxo de carga possível possíveis com a aplicação de medidas de re-
despacho das cargas. Considerando-se os enormes custos com a aplicação de medidas de re-
43
despacho das cargas, esta medida fornece uma alternativa CM proporciona benéficos
adicionais.
Figura 22. Fluxo de carga nos três circuitos duplos de 220 kV; retirada de [17].
44
As linhas de conexão de 220kV entre o norte e o sul do operador do sistema Verbund-
Austrian Power Grid estavam em algum momento extremamente sobrecarregadas. Para
reduzir o fluxo de potência a APG necessitava aplicar medidas significativas até que as novas
linhas de 380kV estivessem comissionadas. Esta foi a razão pela qual APG fez os primeiros
estudos considerando o uso de reatores série HV em sua rede como uma solução alternativa.
45
3.8 ESTUDO DE CASO 3: CASO CARBON-SPANISH FORK
#1 REATORES SERIE EM UMA LINHA DE 138KV
As linhas de transmissão encarregadas de escoar a energia do sistema Carbon para a
área SpanishFork consistem de duas linhas em 138kV que ficam localizadas no estado de
Utah nos EEUU. A Linha # 1 foi construída em 1923 com condutor 4/0 de cobre, e a Linha #
2 foi construído em 1957 com um condutor de CAA 795. Além disso, a linha Carbon-Upalco-
Ashley de 138 kV interliga a área de Carbon com a região leste do estado de Utah. No
entanto, o fluxo na linha é sempre de leste a oeste, e como tal esta linha é uma fonte de
potência que deve também ser transferida do sistema para SpanishFork.
A potencia nominal da Linha # l é de 75 MVA e a da Linha # 2 é de 208 MVA, com
temperatura de referência de 35C. Quando a temperatura ambiente é inferior ao valor de
35C, estas linhas podem operar com potência maiores. Contudo, devido aos ajustes dos relés
de proteção térmica o fluxo de potência não pode exceder o SPOL (curto período de
sobrecarga “Short period overload”). O SPOL das Linhas # 1 e # 2 são respectivamente 113
e 254 MVA. Antes da instalação do reator série, o fluxo de Carbon para Spanish Fork se
dividia naturalmente 40% sobre a Linha # 1 e 60% na Linha # 2, mas a capacidade térmica
total das duas linhas estava dividida 26% a 74%. O fluxo na Linha # l excedia sua capacidade
contínua de 75 MVA sempre que o fluxo de Carbon para Spanish Fork excedia 180 MVA
limitando assim sua a capacidade de transferência em dias quentes.
46
mas também fornecia fluxo reativo entrando na área de Carbon onde este fluxo tinha que ser
absorvida pela estação geradora de Carbon.
47
A Figura 23 abaixo mostra a Linha #1 atingindo o limite de transmissão quando a potencia a
ser transferida atingia 180MW.
48
A Figura 24 abaixo mostra as duas linhas atingindo o máximo da transferência de potência
283MW após a instalação dos reatores em série com a linha
Cada reator tal como ilustrado na Figura 25, possui 3 metros de altura, 2.4 metros de
diâmetro, pesa 7700 quilos, são montados 1.8 metros acima do solo sobre colunas de
isoladores. A indutância de cada reator é de 164 mH, o que equivale a 62 ohms a 60 Hz. O
isolamento entre terminais é de 650kVp e de fase para terra de 650kVp. A corrente nominal
dos reatores é de 460 Amperes (ligeiramente maior do que a classificação SPOL da Linha #1).
49
Figura 25. Reator Carbon-Spanish Fork; foto divulgação Trench Limited [19].
Ao adicionar os reatores em série com a linha #1, a reatância da Linha #1 passou a ser
de 2,8 vezes a reatância da Linha # 2. Considerando que, a capacidade térmica da Linha # 2 é
de 2,8 vezes a capacidade térmica da Linha # 1. A reatância adicional faz com que o fluxo de
Carbon para SpanishFork divida-se entre as linhas com base na capacidade térmica de cada
linha, permitindo assim maximizar a capacidade de transferência do sistema de transmissão
(Ver Figura 24).
Com a instalação dos reatores, o fluxo de Carbon para SpanishFork agora divide 26%
sobre a Linha # 1 e 74% na Linha # 2, ou seja na mesma proporção da divisão da capacidade
térmica entre o linhas. Antes da instalação dos reatores os limites normais e de SPOL da
Linha #1 eram atingidos quando fluxo total de Carbon para SpanishFork atingia 180MW e
250 MW respectivamente. Agora as Linhas #1 e #2 atingem seu limite térmico quando o
fluxo total de Carbon para SpanishFork atinge 283 MW. A Capacidade adicional é disponível
quando a temperatura ambiente é inferior a 35C. Esta capacidade de transferência adicional é
fundamental na manutenção da produção da usina de Carbon e o cumprimento das obrigações
contratuais com os dos proprietários da geração de Utah.
50
reatores série aumentou a relação X/R da Linha #1 para 3.3 comparados com os 1.4 sem a
adição dos reatores série.
51
CAPÍTULO 4: CONCLUSÃO
No capítulo 4 são apresentadas as conclusões sobre a utilização dos reatores a seco
com núcleo de ar no sistema de potência e a possibilidade em alguns casos de se equilibrar as
impedâncias de linhas paralelas aumentando-se assim a potência total a ser transferida nestas
linhas.
Foram apresentados três estudos de caso de utilização bem sucedida de reatores a seco
com núcleo de ar onde rearranjo de impedâncias nas linhas de transmissão através de reatores
trouxe um ganho significativo na capacidade de transmissão destas linhas. Dois casos na
Europa (Alemanha e Áustria) e um nos EEUU. Os casos da Europa, pode-se se perceber que
por se tratar de uma solução barata e de rápida implementação, os reatores, mesmo não sendo
a solução final para o problema de distribuição dos fluxos de potência em linhas paralelas
tornaram atraentes até que investimentos maiores (construção de novas linhas) puderam ser
feitos. No caso dos EEUU a necessidade do aumento de transferência de potência pode ser
viabilizada equilibrando-se as impedâncias de duas linhas de transmissão com impedâncias
diferentes de forma a atingir a capacidade máxima de transferência de potência de cada linha
ao mesmo tempo.
Neste contexto, foi visto que como uma função básica, quando inserimos um reator
em série numa linha de transmissão provemos uma impedância para limitar a corrente de falta
ou redistribuir os fluxos na rede de acordo com a nova configuração de impedâncias. Quando
utilizados para redistribuir os fluxos, os reatores funcionam como se estivéssemos
aumentando o comprimento da linha. Por isso em uma nova configuração de impedâncias
teremos linhas fisicamente paralelas, mas com respostas diferentes devido ao acréscimo da
nova impedância. Assim como os reatores limitadores de curto-circuito em EHV as questões
de perdas; regulação de tensão; TRV, e o impacto da relação X/R sobre os disjuntores devem
ser analisada.
52
A qualidade da energia do sistema elétrico é sempre o foco que deve ser almejado
pelos operadores do sistema elétrico. É de suma importância que os operadores tenham
conhecimento de todas as alternativas que possam ser utilizadas para que a qualidade da
energia fornecida aos consumidores seja cada vez maior. Devido às restrições cada vez
maiores à construção de novas linhas (sejam elas econômicas ou ambientais), novas técnicas
estão sendo implementadas para aumentar a quantidade de energia transferida entre dois
pontos utilizando linhas já existentes. Foi objetivo de este trabalho apresentar como uma
alternativa, o rearranjo das impedâncias de linhas de transmissão paralelas utilizando-se
reatores a seco com núcleo de ar. Assim como os PST e as tecnologias FACTS (FSC; SVC;
STATCOM... etc.), a possibilidade do rearranjo de impedâncias através do uso de reatores a
seco com núcleo de ar deve ser considerada pelos operadores do sistema; pois dependendo
das condições do circuito e do tempo para implantação de soluções definitivas, os reatores a
seco com núcleo de ar poderão ser utilizados poderão aumentar a quantidade de energia
transferida e assim proporcionar uma maior qualidade da energia do sistema elétrico como um
todo.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.IEEE C57.21-2008 (IEEE Standard Requirements, Terminology, and Tests Code for Shunt
Reactors Rated Over 500kVA)
2.IEEE C57.16-1996 (IEEE Standard Requirements, Terminology, and Tests Code for Dry-
Type Air Core Series-Connected Reactors)
6.IEC 60353 Second Edition 1989-10 (Line Traps for a.c. power systems)
7.ABNT NBR 5119 Segunda Edição 28.01.2011 (Reator para Sistemas de Potência -
Especificação)
8.ABNT NBR 7569 NOV/1982 (Reatores para Sistemas de Potência – Método de Ensaio)
12. IEEE C37.109-2006 (Selecting Ratings for Capacitors and Reactors in Application
Involving Single Tuned Filters')
14. Bonheimer, D., Lim, E., Dudley, R.F., and Castanheira, A., A Modern Alternative for
Power Flow Control, IEEE=PES Transmission and Distribution Conference, Sept. 22–27,
1991, Dallas, TX, 1991.
15. G. Wolf, P.E , Senior Member, IEEE, J. Skliutas, Member, IEEE, G. Drobnjak, Member,
IEEE, and M. De Costa; Alternative Method of Power Flow Control
Using Air Core Series Reactors
54
17. K. PAPP Trench Austria GmbH; G. CHRISTINER H. POPELKA Verbund-APGAG M.
SCHWAN FGH e.V. Mannheim, High Voltage Series Reactors for Load Flow Control
18. Richard F. Dudley, Michael Sharp, Antonio Castanheira, Behdad B. Biglar Trench
Limited; Chapter 10 Reactors of Electric Power Transformer Engineering (Second Edition);
Edited by James H. Harlow
19. Bill Hall, Pacificorp; Carbon-Spanish Fork #I 138kv Line Series Reactors
55