8 Principais Modelos Psi

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Os principais modelos de

Psicoterapia
Prof. Dr. Daniel Marcos Andrade
Psicologia
Analítica
A Psicologia Analítica, originada a partir das ideias do
psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, traz conceitos que
influenciam toda a cultura ocidental, tais como arquétipos,
inconsciente coletivo e processo de individuação.
A formação filosófica de Jung, sua experiência em hospital
psiquiátrico, o interesse pelas diversas religiões, assim como o
estudo de mitologia comparada, antropologia e alquimia
foram fundamentais para a construção dos principais
conceitos da Psicologia Analítica.
Teorias da Ação Terapêutica
• Como funciona a psicoterapia de orientação analítica?

• Por meio de quais mecanismos atua sobre o paciente?

• Onde, no psiquismo do paciente, seus efeitos se fazem


presentes?
• As semelhanças e diferenças entre psicnálise e psicoterapia
de orientação psicanalítica constituem matéria de constante
discussão.
• ambas as formas de tratamento partem de um mesmo
corpo de conhecimentos e utilizam o insight e a
interpretação como ferramentas básicas de trabalho. Cada
uma, no entanto, dá origem a processos particulares, que se
desenvolvem em settings diferentes.
Diferenças entre Psicanálise e Psicoterapia
Analítica
• Na psicoterapia de orientação psicanalítica, faz parte do
método a delimitação de determinadas áreas preferenciais
(focos) de atenção do trabalho interpretativo.
• na psicoterapia analítica, há um foco central, enquanto, na
análise, não há o comprometimento com algum aspecto em
particular da vida do paciente.
• O elemento verbal do método psicanalítico é a
interpretação, que procura mostrar para o paciente outros
vértices de aproximação de seus conflitos. Na psicanálise, a
interpretação transferencial é o principal instrumento.
• Na psicoterapia, as interpretações que privilegiam o foco es-
colhido são prioritárias, mas somente um acompanhamento
dos movimentos transferenciais-contratransferenciais pode
fornecer elementos para que o terapeuta compreenda o que
se passa, estabelecendo uma constante tensão entre
transferência e foco.
Mas, com que intenção interpretamos, que
efeito procuramos?
Desde observações muito simples, que apenas procuram dar
nome a determinadas sensações confusas, a interpretação
procura novas formas de aproximação, novos sentidos para as
experiências emocionais do paciente.
• Apesar de muitos processos primitivos só poderem ser
expressos em palavras de forma aproximada, a formulação
em palavras é importante, porque estas promovem
pensamento crítico e são o veículo de comunicação clara e
explícita entre paciente e terapeuta.
• Na psicoterapia, trata-se da dor que acompanha a percepção
de determinadas realidades externas e internas.
• Nesse processo, é fundamental o papel do terapeuta como
representante de figuras de importância na vida do paciente.
• Assim, podemos imaginar que o paciente chega à
psicoterapia com algumas teorias acerca de si mesmo e do
que está lhe acontecendo.
• Nosso paciente chega com dois objetivos: um, manifesto, de
mudança; outro, latente, de evitar mudanças, já que estas
sempre se acompanham de medo e insegurança. Ambos os
objetivos são verdadeiros, e a existência de um não exclui o
outro.
• Em psicoterapia, escolhemos algum foco que nos pareça
corresponder à área de maior sofrimento para o paciente e
com cuja importância ele concorde. Esse foco pode ir dando
lugar a outros, ir se desmembrando.
• Supomos que as teorias do paciente e os padrões de
resposta baseados em suas premissas foram formados na
infância e passaram a vigorar como verdades
inquestionáveis, mesmo com o desenvolvimento e a
aquisição de novas capacidades.
• Assim, detectamos modos de funcionamento que continuam
se guiando por mecanismos primitivos, regidos pela
onipotência do pensamento, por uma postura superegoica
severa (característica do superego mais primitivo), por ideais
de ego distanciados da realidade, impondo expectativas
inatingíveis.
Seja qual for o foco escolhido, boa parte do trabalho e dos
efeitos obtidos acontecerá em torno destas questões:
• abrandamento das críticas do superego, por meio da
aceitação das próprias limitações e da percepção de que as
exigências correspondem a uma onipotência infantil;
• busca por resolver conflitos por meio de modos mágicos,
que envolvem a negação da realidade interna ou externa.
• Em psicoterapia, além do trabalho sobre o foco escolhido,
esperamos que o paciente possa identificar e introjetar algo
da atitude reflexiva do psicoterapeuta, de busca de
compreensão, e que possa utilizar esse modelo em outras
situações de sua vida.
Avaliação
• O processo de avaliação de um paciente com o objetivo de
instaurar uma psicoterapia de orientação analítica (POA)
constitui-se do que chamamos de entrevista inicial, definição
do diagnóstico psicodinâmico, indicação ou não de
psicoterapia e efetivação do contrato psicoterapêutico.
Entrevista inicial
• Deve-se facilitar ao entrevistado a livre expressão de seus
processos mentais, o que, em geral, não se consegue com
um enquadre formal de perguntas e respostas.

• A escuta atenta, com um mínimo de interrupções, permitirá


observar como a pessoa se expressa, desenvolve seu pensa-
mento, expõe ou não sentimentos, relaciona-se com o
entrevistador, o que fala ou sobre o que cala.
• A atitude de escuta, porém, não implica mutismo, tampouco
distância ou frieza. Deve-se agir com cordialidade, discrição
e sensibilidade.
• Pode-se, pois, de início, solicitar os dados de identificação do
entrevistado e esclarecer o quanto durará a entrevista e a
possibilidade de que não seja a única
• A seguir, ele é convidado a falar sobre as razões de sua
vinda e solicitado a contar tudo o que puder, a fim de
formarmos uma ideia do que o aflige.
Trata-se de uma técnica não diretiva, deixando ao
entrevistado a iniciativa, mas ajudando-o em
momentos difíceis; um aceno de cabeça, um
comentário neutro ou uma pergunta, em geral,
bastam para restabelecer uma comunicação
interrompida.
• o terapeuta deve abster-se de qualquer intervenção de
cunho interpretativo nessa circunstância, visto que ainda
não se estabeleceu o setting, o entrevistado ainda não é o
“paciente” e não estamos, portanto, autorizados a utilizar a
interpretação.
Campo da entrevista
• A entrevista configura um campo no qual há duas pessoas
indefectivelmente ligadas e complementares, enquanto
permanece a situação, envolvidas no mesmo processo
dinâmico.

• Os instrumentos de avaliação de que dispõe o terapeuta são


o reconhecimento do estado de sua mente,10 suas teorias,
seus conhecimentos, sua intuição e empatia e, sobretudo,
sua própria angústia.
• O segundo encontro pode esclarecer muitos aspectos ou nos
surpreender com algo que não havíamos pensado ou
percebido, seja por nossa angústia, seja pelo desejo do
paciente de causar uma impressão diferente de seu
verdadeiro modo de ser.
• Isso oferece um indicativo da maior flexibilidade ou rigidez
do paciente no uso das suas defesas.
Motivação

1. O paciente busca o tratamento de forma espontânea?


2. Mostra capacidade de reconhecer que seus sintomas são
de natureza psicoló- gica? Denota sofrimento?
3. Há tendência à introspecção e a relatar os problemas de
modo honesto e ver- dadeiro?
4. Tem vontade de participar ativamente do processo de
tratamento?
5. Expressa curiosidade e desejo de se entender?
6. Assume a responsabilidade de modificar as dificuldades
que enfrenta, em vez de externá-las e projetá-las nos
outros?
7. Apresenta expectativas realistas em relação à
psicoterapia?
8. Há disposição de investir tempo e dinheiro nessa busca?
• Uma motivação genuína implica um desejo de modificação
interna por meio do insight: o paciente se dispõe a explorar
pensamentos, emoções e conflitos de sua vida diária,
buscando vinculações com as circunstâncias do passado,
sendo capaz de reviver situações dolorosas ou difíceis,
preocupado em ser honesto consigo para alcançar a verdade
sobre si mesmo.
Transferência e contratransferência na avaliação
• os elementos transferenciais existem desde o primeiro
encontro entre paciente e terapeuta, mesmo antes, por
vezes. Assim, a própria marcação da primeira consulta
revelará aspectos do paciente que podem traduzir
experiências prévias com outros terapeutas ou
desconfianças e atitudes com figuras de autoridade, ou seja,
muitas de suas características pessoais.
• Os fatores relativos à figura real do terapeuta, idade, sexo,
aspecto físico, apresentação pessoal, e do consultório
frequentemente se convertem em ponto de partida para a
transferência inicial.
DIAGNÓSTICO PSICODINÂMICO
O que avaliar?
Identificação

Crises vitais, grau de adaptação alcançado, os dados de


identificação dos pacientes contêm, latentes, elementos
indicativos importantes.
Fatores desencadeantes: crises vitais ou acidentais

• O avaliador deve buscar a relação temporal entre a eclosão


dos sintomas e a ocorrência de algum evento ou
circunstância na vida do paciente, relação frequentemente
ignorada por ele, devido a mecanismos de defesa
protetores, como negação, racionalização, isolamento.
Conflito atual

• A doença mental deriva de conflitos intrapsíquicos.


• Tais conflitos são predominantemente inconscientes.
• São partes constituintes do conflito um impulso instintivo
que gera ansiedade e, em consequência, uma defesa.
Adaptação prévia, força do ego, vínculos e relações objetais

É provável que aqueles que foram capazes de manter seus


empregos ou vida acadêmica e estabelecer relações de
compromisso por períodos relativamente longos têm egos mais
flexíveis e integrados.

Ter um ego forte significa ter certo nível de inteligência, habilidade


para tolerar emoções dolorosas, capacidade para sublimação.
Exame mental e presença de sintomas
• Permanecermos atentos às distorções e às alterações da
sensopercepção, bem como à presença ou não de
alucinações visuais ou auditivas.
• A linguagem e a comunicação do paciente te revelarão
aspectos do inconsciente por meio da presença de lapsos e
atos falhos.
• As observações sobre os estados afetivos do paciente
ganham proeminência na avaliação, sendo, talvez, o manejo
do afeto uma das mais importantes funções das defesas.
• Assim, pacientes que descrevem eventos dolorosos em suas
vidas sem qualquer tonalidade afetiva estão fazendo uso do
isolamento e da intelectualização; os hipomaníacos,
geralmente divertidos ou de bom humor, podem estar
recorrendo à negação para defender-se contra sentimentos
de desgosto e raiva.
• Os pacientes borderline podem expressar desprezo e
hostilidade em relação às figuras significativas de suas vidas,
usando a dissociação para evitar a integração entre
sentimentos bons e maus para com os outros.
• Também, quando se detectar humor depressivo, é
importante investigar a presença de ideação ou planos
suicidas, bem como esclarecer o significado do suicídio
pretendido.
Planejamento em Psicoterapia de
Orientação Analítica
Prof. Dr. Daniel Marcos Andrade
• [...] o planejamento é composto de diagnóstico, objetivos e
manejo, ele- mentos que estão em contínua interação. E que
o melhor ou pior resultado do tratamento está na
dependência da maior ou menor adequação com que o
terapeuta organiza e executa tais elementos no
estabelecimento e cumprimento do planejamento
psicoterápico.
• [...] o planejamento significa uma intenção de efetivar a
psicoterapia de determinada maneira em função dos
achados da etapa diagnóstica; e a intenção não é um
esquema rígido, mas um esboço das linhas de trabalho a se-
guir.
A Psicoterapia de orientação Analítica utiliza como técnicas a
interpretação transferencial e extratransferencial, juntamente
com intervenções não diretivas, confrontações,
assinalamentos, esclarecimentos e até intervenções de apoio,
partindo das associações do paciente.

O planejamento é uma tarefa constante do processo


psicoterápico, na medida em que compreendemos que as
mudanças ocorrem ao longo do processo
O Contrato
ELEMENTOS CONSTITUINTES DO CONTRATO

• As combinações do contrato – estabeleci- das após a


avaliação e a indicação de psicoterapia – podem ser feitas de
maneira detalhada ou simplificada. Há psicoterapeutas que
preferem esmiuçar todas as possíveis situações que surgirão
no decorrer do tra-alho psicoterápico.

• A tendência atual é fazer combinações amplas e


simplificadas com os pacientes, restringindo-se a elementos
como a frequência da psicoterapia, os horários das sessões,
os honorários e as férias.
• Frequência
• O intervalo de poucos dias entre as sessões permite que haja
continuidade no que vem sendo tratado, maior
encadeamento entre as sessões, bem como um período no
qual o paciente pode pensar sobre o que está ocorrendo,
tendo uma sessão próxima para seguir examinando sua
conflitiva.
• Responsabilidade sobre as sessões
• Ao combinarem um horário, paciente e terapeuta assumem
um compromisso mútuo. Ambos se comprometem a
encontrar-se no consultório em determinada hora para,
juntos, realizarem o tratamento proposto. No horário
combinado, o terapeuta estará disponível para atender
exclusivamente aquela pessoa.
• Honorários
• Freud assinala que:
• [...] as questões de dinheiro são tratadas pelas pessoas
civilizadas da mesma maneira que as questões sexuais – com
a mesma incoerência, pudor e hipocrisia. O analista,
portanto, está determinado desde o princípio a não
concordar com esta atitude, mas, em seus negócios com os
pacientes, a tratar de assuntos de dinheiro com a mesma
franqueza natural com que deseja educá-los nas questões
relati- vas à vida sexual.
• Os honorários devem refletir o nível de formação e de
experiência do terapeuta e estar de acordo com os padrões
da comunidade com a qual trabalha (como o CFP). É
recomendável que o terapeuta estabeleça o valor com o
qual se sente adequadamente remunerado, assim como o
valor mínimo com o qual se sente confortável para trabalhar.
• O estabelecimento de honorários mais baixos, o que é
frequente entre os iniciantes, pode estar motivado por
sentimentos de culpa por não se sentir capaz, por um desejo
de agradar, pela vontade de manter o paciente ou pelo
desejo de compensá-lo por supostas ineficiências.
• A redução dos honorários pode pro- vocar nos pacientes
sentimentos de dívida para com o terapeuta, o que os
impediria de expressar toda a gama de sentimentos hostis
em relação ao profissional.
• Férias
• O terapeuta pode oferecer ao paciente a possibilidade de vir
ou não às sessões, independentemente de o paciente estar
na cidade. Mesmo assim, é importante analisar as
motivações para a atitude tomada pelo paciente. É possível
que este venha às sessões como uma expressão de
submissão, com a fantasia de que assim será amado pelo
terapeuta.
• Faltas
• A responsabilidade monetária pelas faltas insere-se no
compromisso com o processo terapêutico. O paciente,
muitas vezes, apega-se ao prejuízo econômico que terá com
sua ausência às sessões, deixando de lado a perda pela
descontinuidade do processo psicoterápico. As situações
precisam ser tratadas com a particularidade de cada caso,
sendo sua compreensão essencial à psicoterapia.
• Reajuste

• A proposta de reajuste deve ser feita com tempo suficiente


para permitir ao paciente uma ampla discussão de seus
sentimentos antes do dia do pagamento.
• É a atitude mental do terapeuta que constitui a garantia da
manutenção do contrato, permitindo a preservação da
integridade do setting, e, assim, a ocorrência do processo
psicoterápico. O contrato é o guardião do setting e o
terapeuta, o guardião do contrato.
As fases da Psicoterapia de
orientação Analítica
Fase Inicial
• Definição: é a etapa que se estende do primeiro contato do paciente
com o terapeuta até o estabelecimento de uma aliança terapêutica
sólida entre eles. Pode ocupar algumas sessões ou perdurar por meses,
dependendo das características da personalidade do paciente e da ha-
bilidade do terapeuta em conduzir as questões relativas a essa etapa.
• Riscos: o grande risco dessa etapa do tratamento é o de abandono
precoce.
• Intervenção: nesse momento, a intervenção mais utilizada pelo
terapeuta é a interpretação cuidadosa das resistências e das angústias
paranoides, tão comuns nessa etapa das psicoterapias.
• Objetivos: estabelecer uma aliança terapêutica sólida e identificar as
razões da busca de trata- mento e a conflitiva inconsciente que produz o
sofrimento, bem como fazer o contrato terapêutico.
• O exame das motivações que levam o paciente ao
tratamento é fundamental para que se possa estabelecer
uma boa aliança terapêutica e, assim, quem sabe, evitar um
término abrupto e precoce.
objetivos da etapa inicial

1. Desenvolver uma sólida, firme e positiva aliança


terapêutica, enquanto é criada uma atmosfera terapêutica
adequada para o exame dos problemas e dos conflitos
emocionais do paciente.
2. Definir quais são os problemas emocionais do paciente,
explorando junto deste os motivos que o levam à terapia,
enquanto se tenta acessar as estratégias defensivas
utilizadas pelo paciente e seus modos de comunicar isso
tudo ao terapeuta.
3. Buscar esclarecer as origens do sofrimento do paciente,
identificando seus principais conflitos intrapsíquicos, suas
relações de objeto primitivas e seus traumas; em especial,
detectar e analisar as resistências mais precoces e as
tentativas de criar alianças antiterapêuticas que podem
levar ao abandono.
FASE INTERMEDIÁRIA

Definição: é o período que se estende do momento no qual o


terapeuta identifica uma razoável aliança terapêutica
estabelecida até a ocasião em que uma séria proposta de
término passa a ser discutida entre paciente e terapeuta. É,
em geral, a etapa mais longa dos tratamentos.
• Riscos: inúmeros são os riscos dessa etapa do tratamento,
todos eles levando a uma parada no desenvolvimento do
progresso terapêutico, devido a diferentes causas. Podem
ocorrer conluios narcísicos, impasses, interrupções,
intelectualizações não acompanhadas de insights genuínos,
para citar alguns.
• Intervenção: além das interpretações a respeito das
resistências, que já vinham sendo usadas na etapa inicial,
agora o terapeuta lança mão de interpretações a respeito da
conflitiva inconsciente do paciente. São preferencialmente
interpretações extratransferenciais, mas, sempre que
necessário, o terapeuta deve usar também as
transferenciais. Estas se fazem necessárias quando surgem
angústias, despertadas no paciente em consequência de sua
relação com o terapeuta, que ameaçam a evolução do
processo terapêutico.
• Objetivos: o objetivo dessa etapa é o da tera- pia analiticamente
orientada, qual seja: examinar, analisar, explorar e resolver os
sintomas e as dificuldades emocionais do paciente. Constitui a
essência do tratamento. Cabe ressaltar, no entanto, que a
resolução de conflitos psíquicos inconscientes traduz o objetivo
principal do paciente neurótico, enquanto, para o paciente mais
regressivo, o borderline, o objetivo principal seria a construção
de um self coeso, com capacidades simbólicas mais eficazes e
espa- ço mental para pensar as angústias inerentes à vida.
FASE FINAL

• Definição: é o período que se estende da primeira menção


séria de término do tratamento até o minuto final da última
sessão combinada, para que o tratamento de fato termine.
• Objetivos: poder ajudar o paciente a examinar suas
condições reais para um término, assim como trabalhar com
ele as questões relativas ao luto pelo fim do relacionamento
com o terapeuta; identificar os ganhos conquistados e as
situações que ainda podem merecer alguma atenção
psicoterápica no futuro.
• Intervenção: é um período em que se mesclam trocas
transferenciais-contratransferenciais, com diálogos referentes às
questões da realidade externa ante o fato de brevemente não
existir mais o vínculo paciente-terapeuta nos moldes em que até
então aconteceu. Interpretações transferenciais relativas à perda
e ao luto pelo término são muito úteis para auxiliar o paciente a
se despedir de seu terapeuta. Há, com frequência, uma
necessidade de rever etapas e examinar ganhos alcançados ao
longo de todo o processo, bem como de analisar objetivos que
não puderam ser atingidos, no todo ou em parte. É uma etapa de
“balanços” e de elaboração da separação.
• Riscos: os riscos mais significativos referem-se a términos
fora dos timings adequados, seja prematuros, seja
postergados, consequentes às atuações tanto do paciente
como do terapeuta. Outro risco deveras importante é a
possibilidade de ocorrer um impasse.
Não existe fronteira rígida entre essas fases, justamente
porque elas são evolutivas, fazem parte de um processo que
vai se desenvolvendo gradualmente. Dessa forma, as etapas
também se sucedem e se transformam aos poucos.

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