Anatomia Vegetal Anatomia Vegetal PDF
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Anatomia Vegetal
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ANATOMIA VEGETAL
Você sabia que a anatomia vegetal é o ramo da botânica que se ocupa em estudar a estrutura
interna das plantas e que sua história confunde-se com a descoberta da célula? Quando Robert
Hooke descobriu a célula em 1663, ele utilizou um pedaço de cortiça, que na verdade são células
vegetais mortas que fazem parte da periderme dos caules e raízes em crescimento secundário.
Portanto, a anatomia vegetal nasceu juntamente com os primeiros estudos da estrutura celular.
Podemos estudar a anatomia dos órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e dos órgãos reprodutivos
(flor, fruto e semente). Em nosso curso daremos ênfase, principalmente, à estrutura anatômica dos
órgãos vegetativos. Um dos ramos da anatomia vegetal que tem revelado informações importantes é
a anatomia da madeira ou anatomia do lenho. Essa parte da anatomia objetiva estudar a estrutura do
xilema secundário e é muito aplica em estudos de tecnologia da madeira e no entendimento do fluxo
da água no corpo da planta. Estudos de dendrocronologia e paleobotânica valem-se do conhecimento
da estrutura da madeira e são utilizados em pesquisas de paleontologia.
Atualmente estuda-se anatomia vegetal de uma forma mais aplicada, ou seja, faz-se uma
anatomia funcional. Essa forma de estudar anatomia vegetal permite relacionar as diversas estruturas
internas da planta com suas funções e assim verificar possíveis tendências adaptativas da planta aos
diversos ambientes e entender a funcionalidade dos mecanismos fisiológicos da planta.
Outra aplicação importante da anatomia vegetal á a sua utilização na verificação de possíveis
semelhanças entre grupos com certo grau de parentesco e auxiliar o posicionamento taxonômico
desses indivíduos.
Nos cursos de graduação das áreas de Ciências Biológicas e Agrárias, devido à necessidade
de se conhecer a estrutura interna das plantas, são ministrados os conteúdos de anatomia vegetal.
Muitas áreas de estudo nos cursos citados utilizam os conhecimentos da anatomia vegetal para
desenvolvimento de pesquisa. De acordo com o os objetivos pode-se escolher um dos muitos ramos
da anatomia vegetal, entre eles:
Anatomia descritiva – revela a estrutura dos tecidos vegetais e sua distribuição no corpo da
planta.
Anatomia ecológica – ocupa-se em relacionar a estrutura interna das plantas com as
condições ambientais.
Anatomia fisiológica – busca entender as funções dos diversos tecidos vegetais e relacioná-
los com as atividades fisiológicas da planta.
Anatomia ontogenética – estuda a formação e desenvolvimento dos tecidos vegetais.
Anatomia aplica à sistemática – procura identificar estruturas que possam juntar ou separar
grupos vegetais.
Assim, esperamos que os conteúdos de anatomia vegetal possam ajudar na descoberta de
fatos novos que venham enriquecer sua formação acadêmica.
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UNIDADE 2
CÉLULA VEGETAL E MERISTEMAS
1. A CÉLULA VEGETAL
Sabemos que plantas e animais apresentam muitas diferenças e para isso besta fazer uma
rápida observação no ambiente em que vivemos. Portanto, as diferenças nem sempre são visíveis.
Você sabia que as células vegetais e animais são eucarióticas e podem apresentar semelhanças e
diferenças entre si? Organelas como as mitocôndrias, o complexo golgiense e o retículo
endoplasmático são comuns a ambas as células. Já os vacúolos, os plastídios e a parede celular
celulósica são considerados estruturas típicas da célula vegetal (Figura 1).
A parede celular é formada durante a telófase, fase final da mitose, momento no qual os
grupos de cromossomos iniciam a separação e migração para as regiões polares. Nesse momento,
nota-se a formação de um fuso de aspecto fibroso, o fragmoplasto (Figura 2) entre os grupos de
cromossomos. O fragmoplasto, na linha mediana, inicia a formação da placa celular. Essa etapa é
considerada a primeira evidência da parede celular que se inicia como um disco suspenso no
fragmoplasto.
Figura 2. Divisão celular. Formação da parede celular na região equatorial da célula vegetal. Citocenose
(I e II), formação das células-filhas com parede celular primária.
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Figura 3. Parede celular. Observe a posição das paredes. Primária e secundária e a presença dos
plasmodesmas.
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pontoações. Neste caso, além das cavidades de pontoação, existe a membrana de pontoação,
formada pelas paredes primárias de ambas as células do par mais a lamela mediana entre elas.
A pontoação areolada recebe este nome porque em vista frontal se mostra como uma aréola,
ou seja, apresenta uma saliência de contorno circular e no centro desta encontra-se uma abertura,
também circular. Neste tipo de pontoação, a parede secundária forma a aréola e a interrupção desta
parede corresponde à abertura da aréola. Como a parede secundária apresenta-se bem separada da
parede primária, delimita-se internamente uma câmara de pontoação. Pontoações areoladas deste
tipo são encontradas em células como as traqueídes e os elementos de vaso do xilema.
Nas paredes das traqueídes (célula condutora do xilema das gimnospermas e de algumas
angiospermas), ocorre, na região central da membrana da pontoação areolada, um espessamento
especial denominado toro. Eventualmente, uma pontuação pode ser simples de um lado e areolada
de outro, formando a pontoação semiareolada. Existem ainda as pontoações cegas, quando ela
existe de um lado e do outro a parede é completa.
Nas aberturas das pontoações podem ocorrer impregnações de parede celular na forma de
projeções, sendo definidas como pontoações guarnecidas. Esse tipo de pontoação auxilia na redução
da pressão sobre a membrana que separa duas pontoações adjacentes, evitando a formação de
embolias no interior dos vasos, que é responsável pela interrupção do fluxo de água no xilema. Esse
tipo de pontoação é bastante comum em plantas de ambientes com pouca disponibilidade hídrica,
como no caso da caatinga.
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1.2. VACÚOLO
O vacúolo é uma estrutura característica da célula vegetal representando, muitas vezes, cerca
de 90% do espaço intracelular (Figura 1). É delimitado por uma membrana simples denominada
tonoplasto. Contendo em seu interior água e diversas substâncias orgânicas e inorgânicas, muitas
das quais estão dissolvidas, constituindo o chamado suco vacúolar. Devido à composição das
substâncias existentes no interior do vacúolo (açúcares, ácidos orgânicos, proteínas, sais e
pigmentos) seu pH geralmente é ácido.
Osmoticamente ativo, o vacúolo desempenha papel dinâmico no crescimento e
desenvolvimento da planta (controle osmótico), participa da manutenção do pH da célula, é
responsável pela autofagia (digestão de outros componentes celulares) e também pode ser
compartimento de armazenagem dinâmico, no qual íons, proteínas e outros metabólitos são
acumulados e mobilizados posteriormente.
O vacúolo também pode armazenar pigmentos e substâncias ergásticas, como inclusões de
oxalato de cálcio ou outros compostos, na forma de cristais prismáticos, drusas, estilóides ou ráfides,
que atuam na defesa e na osmorregulação.
Substâncias ergásticas correspondem a produtos do metabolismo celular. Muitas dessas
substâncias são materiais de reserva e/ou produtos descartados pelo metabolismo da célula. São
encontradas na parede celular e nos vacúolos. Podendo também estar associadas a outros
componentes protoplasmáticos. Entre as substâncias ergásticas mais conhecidas destacam-se:
celulose, amido, corpos protéicos, lipídios, sais orgânicos e inorgânicos e até mesmo minerais na
forma de cristais, como por exemplo, os cristais prismáticos (ráfides, drusas e areias cristalíferas).
Um exemplo bem conhecido de vacúolo de reserva é o que ocorre nas células do endosperma
da semente de mamona (Ricnus communis – Euphorbiaceae), cujos microvacúolos contém proteínas
que são conhecidas como grãos de aleurona. As proteínas de reserva da maioria das sementes são
sintetizadas no retículo endoplasmático liso e transportadas até o complexo golgiense, onde ocorre
uma glicolisação posterior, sendo então empacotadas em corpos protéicos. Durante a germinação,
uma protease é transportada para o interior do vacúolo, degradando as proteínas de reserva.
1.3. PLASTÍDIOS
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2. MERISTEMAS
Você já observou que as plantas apresentam uma forma de crescimento baste peculiar e que
não param de crescer. Você sabe qual o motivo deste crescimento constante ou indeterminado?
A explicação para essa pergunta é que as células vegetais podem sofrer muitas divisões
sucessivas e um grupo especial de células, denominadas meristemas são as responsáveis por este
característica dos vegetais. As células meristemáticas apresentam capacidade de sofrer divisões
sucessivas e por isso podem originar um ou vários tecidos. Dependendo de sua capacidade em
originar os tecidos vegetais, as células meristemáticas são classificadas como unipotentes,
multipotentes, pluripotentes e totipotentes. Os meristemas são responsáveis pela formação dos
diversos tecidos que formam o corpo da planta e são divididos em meristemas primários ou apicais e
meristemas secundários ou laterais. Os meristemas primários são: a protoderme, o procâmbio e o
meristema fundamental (Figura 6). Os meristemas secundários são: o câmbio e o felogênio (Figura
7). As células meristemáticas são responsáveis pela origem dos diversos tipos celulares que formam
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o corpo da planta. Caracterizam-se por possuírem parede celular primária delgada, proplastídios e
redução de algumas organelas. Os meristemas apicais, exceto o do procâmbio, apresentam vacúolos
grandes, citoplasma denso, numerosos vacúolos minúsculos e forma isodiamétrica. Nos meristemas
laterais, as células iniciais cambiais ativas apresentam vacúolo grande, núcleo conspícuo e formas
variadas.
PERGUNTAS???
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UNIDADE 3
TECIDOS VEGETAIS
1. EPIDERME
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Figura 8A. Secção da folha evidenciando Figura 8B. Visão geral do estômato.
epiderme.
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O tipo, número e posição dos estômatos são bastante variados. Quanto à sua posição na
epiderme, os estômatos podem se situar acima, abaixo ou no mesmo nível das demais células
epidérmicas, em criptas estomáticas ou mesmo em protuberâncias. A sua frequência também é
variável, mas geralmente são mais numerosos nas folhas. No entanto, este número também varia nas
duas superfícies foliar, bem como, em diferentes folhas de uma mesma planta ou nas diferentes
regiões da mesma folha.
A posição dos estômatos nas folhas, geralmente, está relacionada às condições ambientais.
Nas folhas flutuantes das plantas aquáticas, os estômatos são encontrados apenas na face superior
da folha, enquanto que, nas plantas de ambientes xéricos (secos), os estômatos podem aparecer na
face inferior da folha, escondidos em criptas estomáticas ou não, numa tentativa de reduzir a perda
de água na forma de vapor, quando estes se abrem.
Quanto à distribuição dos estômatos, as folhas podem ser classificadas em: anfiestomáticas,
quando os estômatos estão presentes nas duas faces da folha; hipoestomáticas, com os estômatos
apenas na face inferior da folha e epiestomáticas, com os estômatos presentes apenas na face
superior.
Características como: posição e número dos estômatos na epiderme podem variar e ser
altamente influenciadas pelo ambiente em que a planta vive, apresentando assim, pouca aplicação
taxonômica. No entanto, existem classificações baseadas na presença ou não, e na origem das
células subsidiárias, que podem ter utilização taxonômica.
Os estômatos apresentam-se de várias formas e dependo da disposição, presença ou
ausência das células do complexo estomática, estes podem ser classificados segundo Metcalfe e
Chalk (1950) em:
Anomocítico ou tipo de células irregulares (ranunculáceo) - não apresenta células subsidiárias,
possui um número variado de células epidérmicas circundando irregularmente o estômato;
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Anisocítico ou tipo de células desiguais (crucífero) - envolvido por três células subsidiárias,
sendo uma delas de tamanho diferente das outras duas;
Paracítico ou tipo de células paralelas (rubiáceo) - há duas células subsidiárias, cujos eixos
longitudinais são paralelos ao das células-guardas;
Diacítico ou tipo de células cruzadas (cariofiláceo) - duas células subsidiárias, cujas paredes
comuns formam ângulo reto com o eixo longitudinal do estômato;
Tetracítico - estômato com quatro células subsidiárias, sendo duas polares e duas laterais
(este tipo é comum em algumas Monocotiledôneas).
Os tricomas, tipos especiais de células epidérmicas, são altamente variados em estrutura e função
e que podem ser classificados em: tectores, secretores e peltados.
Tectores: podem ser unicelulares, como por exemplo, as “fibras” de algodão que são tricomas
da semente do algodoeiro, formados por uma única célula que se projeta para fora da epiderme e
apresentam paredes secundárias celulósicas espessadas. Os tricomas tectores não produzem
nenhum tipo de secreção e acredita-se que possam, entre outras funções, reduzir a perda de água
por transpiração das plantas que vivem em ambientes xéricos (secos), auxiliar na defesa contra
insetos predadores e diminuir a incidência luminosa.
Secretores: esses tricomas possuem um pedúnculo e uma cabeça (uni ou pluricelular) e uma
célula basal inserida na epiderme. A cabeça geralmente é a porção secretora do tricoma. Estes são
cobertos por uma cutícula. A secreção pode ser acumulada entre a(s) célula(s) da cabeça e a cutícula
e com o rompimento desta, a secreção é liberada ou a secreção pode ir sendo liberada
gradativamente através de poros existentes na parede. Estes tricomas podem apresentar funções
variadas, dentre elas: produção de substâncias irritantes ou repelentes para afastar os predadores;
substâncias viscosas para prender os insetos (como nas plantas insetívoras) e substâncias
aromáticas para atrair polinizadores.
Tricomas peltados (escamas): esses tricomas apresentam um disco formado por várias
células que repousa sobre um pedúnculo que se insere na epiderme. Nas bromeliáceas os tricomas
peltados estão relacionados com a absorção de água da atmosfera (Figura 10).
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Pelos radicais: são projeções das células epidérmicas que se formam inicialmente como
pequenas papilas na epiderme da zona de absorção de raízes jovens das plantas. Estes são
vacuolados e apresentam paredes delgadas, recobertas por uma cutícula delgada e estão
relacionados com absorção de água do solo. Estes também são conhecidos como pelos absorventes.
Apesar de se originarem sempre da protoderme, o desenvolvimento dos tricomas é bastante
complexo e variado, dependendo de sua estrutura e função.
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Fonte: www.biologia.edu.ar/botanica
Fonte: www.biologia.edu.ar/botanica
Pesquisado em 26/06/09
Pesquisado em 26/06/09
Tipos de esclereides:
Braquiesclereídes ou células pétreas: são isodiamétricas, ocorrendo, por exemplo, na polpa
de Pyrus (pêra) e no marmelo, onde aparecem em grupos entre as células parenquimáticas (Figura
18).
Macroesclereídes: são células alongadas ou colunares distribuídas em paliçadas e podem ser
encontradas no envoltório externo (testa) das sementes das leguminosas, por exemplo, em Pisum
(ervilha) e Phaseolus (feijão) (Figura 19).
Osteoesclereídes: esclereídes alongadas, com as extremidades alargadas, lembrando a forma
de um osso, como as esclereídes observadas sob a epiderme (tegmen) da semente das leguminosas
(células em ampulheta) (Figura 20).
Astroesclereídes: com a forma de uma estrela, com as ramificações partindo de um ponto
mais ou menos central. São comumente encontradas nas folhas de Nymphaea sp (lírio d'água)
(Figura 21).
Tricoesclereídes: esclereídes alongadas, semelhante à tricomas, ramificados ou não, como
vistas nas folhas de Olea deliciosa (oliveira) e nas folhas de Musa sp (bananeira).
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Fonte: www.biologia.edu.ar/botanica
Fonte: www.biologia.edu.ar/botanica
Pesquisado em 26/06/09
Pesquisado em 26/06/09
3. ESTRUTURAS SECRETORAS
Muitos dos metabólitos que resultam das diversas atividades celulares ficam depositados em
células especiais, denominadas idioblastos excretores, ou serem liberadas para o meio externo
através dos tricomas secretores. O material secretado, denominado exsudato, apresenta uma
composição química bastante variável (água, mucilagem, goma, proteínas, óleo, resinas, látex e
néctar). De um modo geral, as células secretoras se caracterizam por apresentarem paredes
primárias delgadas, núcleo desenvolvido, citoplasma ativo, com organelas envolvidas na síntese
protéica, muitos vacúolos diminutos, muitos plasmodesmos e mitocôndrias em grande quantidade
para garantir o suprimento energético utilizado nas diversas atividades de síntese.
São exemplos de estruturas secretoras (nectários, glândulas digestivas, glândulas de sal,
hidropódios, tricomas urticantes, laticíferos, hidatódios).
Os tricomas urticantes são bons exemplos de estruturas secretoras e funcionam como defesa
das plantas contra a herbivoria. O tricoma consiste de uma única célula vesiculosa na base e
gradualmente afilada em direção ao ápice, cuja região intermediária entre a base e o ápice lembra um
tubo capilar fino. Quando este tricoma é tocado, o ápice rompe-se ao longo de uma linha determinada
e o líquido que está no interior do tricoma é introduzido no corpo do animal.
Outro exemplo são os nectários presentes em órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e
reprodutivos (flor, fruto e semente) das plantas. Apresentam diversas funções, entre elas atrair
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agentes polinizadores, no caso das flores. Os nectários produzem, principalmente, sacarose, glicose
e frutose que servem de recompensa para os agentes polinizadores (Figura 22). Basta observar os
insetos e aves que visitam as flores em busca de alimento e acabam por atuar na primeira etapa da
reprodução das angiospermas, a polinização. Quanto à posição, o nectário pode ser classificado em
extrafloral (ocorrem em folhas, caules e pecíolos) e floral (restritos à flor).
AREGAÇANDO AS MANGAS!!!
4. SISTEMA VASCULAR
Uma das principais mudanças na estrutura do corpo das plantas para conquista do ambiente
de terra firme foi o desenvolvimento de um sistema vascular capaz de transportar água, sais minerais
e nutrientes e os compostos orgânicos produzidos durante o processo de fotossíntese. As primeiras
plantas a apresentarem esse sistema, foram as pteridófitas (plantas vasculares mais simples) e
completou sua complexidade nas gimnospermas e finalmente nas angiospermas. As briófitas por não
possuírem esse tipo de sistema são chamadas plantas avasculares.
Formado pelo xilema e floema, o sistema condutor origina-se do procâmbio (xilema e floema
primários) e do câmbio (xilema e floema secundários).
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4.1. XILEMA
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Após a parede secundária ter sido depositada, as células entram em processo de lise do
protoplasto e de certas partes da parede celular. Terminados os processos de diferenciação, síntese
e deposição de material de parede, lignificação da parede depositada, lise do citoplasma e formação
das placas de perfuração, a célula torna-se funcional em condução. A placa de perfuração está
presente nos elementos de vaso e ausente nas traqueídes (Figura 25). Os elementos de vaso são
característicos das angiospermas e é considerado um avanço evolutivo. Já as traqueídes são células
características das gimnospermas.
Os parênquimas, classificados em axial e radial, possuem a função de armazenamento e
translocação de água e solutos a curta distância. As fibras são células de sustentação, responsáveis
pela rigidez e flexibilidade da madeira, possuem forma alongada e extremidades afiladas, com maior
dimensão no sentido do eixo longitudinal do órgão.
O xilema secundário apresenta os mesmos tipos celulares básicos do sistema primário. A
diferença é que os tipos celulares do xilema primário estão organizados apenas no sistema axial,
enquanto que no secundário, além do sistema axial, ocorre também o sistema radial. O xilema em
estrutura secundária é comercialmente chamado de madeira.
A organização do lenho das gimnospermas e angiospermas apresentam padrões específicos
e característicos de cada grupo. Ausência, predominância e forma de distribuição de alguns
elementos celulares estão entre estas diferenças. (Figuras 26 e 27).
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Ausência de elementos de vaso. Os elementos condutores são as traqueídes, tipo celular com
pontoações areoladas, toro e espessamento helicoidal. Fibrotraqueídes podem ocorrer; fibras
libriformes estão ausentes. Parênquima axial pode ou não estar presente. Parênquima radial com
largura de uma célula ou bisseriado (Figura 26). Como base no Glossário de termos da IAWA (1964)
e no trabalho de Burger e Richter (1991), a estrutura do lenho das gimnospermas apresenta.
Traqueídes axiais: são células alongadas e estreitas, quando comparadas com os elementos
de vaso, são mais ou menos pontiagudas, não possuem placa de perfuração e ocupam até 95% do
volume da madeira (Figura 26). Uma vez formados pelo câmbio, estes elementos celulares têm uma
longevidade muito curta; perdem o conteúdo celular tornando-se tubos ocos de paredes lignificadas
que desempenham funções de condução e sustentação do lenho. As paredes dessas células
apresentam pontoações areoladas, pelas quais os líquidos circulam célula a célula. O estudo dessas
pontoações e sua disposição têm grande valor para a identificação e utilização da madeira.
Parênquima radial ou raios: são faixas de células parenquimáticas de altura, largura e
comprimento variáveis, que se estendem radialmente no lenho, em sentido perpendicular ao dos
traqueídes axiais, cuja função é armazenar, transformar e conduzir transversalmente substâncias
nutritivas. Os raios das Gimnospermas podem ser constituídos unicamente de células
parenquimáticas: raios homogêneos, como em Araucaria; ou apresentar traqueídes radiais
geralmente em suas margens: raios heterogêneos, como em Cedrus. Nos gêneros Pinus, os raios
heterogêneos, além de células parenquimáticas comuns e traqueídes radiais, podem apresentar
canais resiníferos delimitados por células parenquimáticas epiteliais produtores de resina. Neste caso
são mais alargados, recebendo o nome especial de raios fusiformes.
Traqueídes dos raios (traqueídes radiais): São células da mesma natureza dos traqueídes
axiais, portanto caracterizadas pela presença de pontoações areoladas em suas paredes, porém bem
menores que aqueles. Dispõem-se horizontalmente e ocorrem associados aos raios, normalmente
formando suas margens superiores e inferiores, e só mais raramente encontram-se no seu interior.
Sua presença é característica de alguns gêneros como em Pinus, ao passo que em outros são
sempre ausente, como em Araucaria. Tem como função a condução transversal de nutrientes no
lenho e a sustentação do vegetal.
Parênquima axial: São células de formato retangular e paredes normalmente finas e não
lignificadas, bem mais curtas do que os traqueídes axiais, que tem por função o armazenamento de
substâncias nutritivas no lenho. Esse tipo de célula nem sempre ocorre em gimnospermas, estando
ausente, por exemplo, nas Araucaria. Quando existentes, podem estar dispersas pelo lenho-
parênquima axial difuso formando faixas junto aos limites dos anéis de crescimento – parênquima
axial marginal; ou associadas aos canais resiníferos. A presença desse tipo celular nas
gimnospermas é bastante discutida, visto que muitos autores não aceitam sua existência neste grupo
de planta.
Células epiteliais: São células de parênquima axial, especializadas na produção de resina, que
delimitam os canais resiníferos formando um epitélio. Morfologicamente distinguem-se dos elementos
de parênquima axial por serem mais curtas e hexagonais e conterem um núcleo grande e um denso
citoplasma enquanto vivas.
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Anatomia Vegetal
Canais resiníferos: São espaços intercelulares delimitados por células epiteliais, que neles
vertem a resina. Podem ocupar no lenho a posição vertical ou horizontal. Podem surgir em
consequência de ferimentos provocados na árvore, mesmo em madeiras que os canais são ausentes,
sendo denominados canais resiníferos traumáticos.
Traqueídes em séries verticais: Observados em algumas espécies, caracterizam-se como um
tipo especial de traqueíde, mais curto, de extremidades retas, semelhante morfologicamente às
células de parênquima axial, das quais se distinguem pela presença de pontoações areoladas. Tem
como função a condução e a sustentação da árvore. São provavelmente vestígios do processo
evolutivo do reino vegetal. Ocorrem no lenho em séries verticais principalmente associadas aos
canais resiníferos, junto com as células de parênquima axial, quando essa última existe.
elementos de vaso). Assim, as pontoações são consideradas estratégias que conferem segurança na
condução de água através do xilema.
Foto: LAVeg-UFPB
De acordo com Burger e Richter (1991), o do lenho das gimnospermas e angiospermas pode
apresentar:
Canais celulares e intercelulares: São canais análogos aos canais resiníferos das
gimnospermas, que contêm diversas substâncias como resinas, gomas, bálsamos, taninos, látex, etc.
Peculiar de algumas famílias botânicas como Anacardiaceae (canais radiais), Moraceae (tubos
laticíferos), Rutaceae (canais traumáticos), Miristacaceae (tubos taniníferos). Podem ocupar no lenho
posições tanto verticais como horizontais.
Células oleíferas, mucilaginosas: São células parenquimáticas especializadas que contêm
óleo, mucilagem ou resinas, facilmente distinguíveis das demais por suas grandes dimensões. São
geralmente características de madeiras de certas famílias botânicas, como em Lauraceae (família do
abacate). A presença de substâncias especiais na madeira, além de aumentar apreciavelmente o seu
peso, permite, em certos casos, o aproveitamento industrial de óleos essenciais para fins medicinais
e de perfumaria. Por outro lado, pode comprometer na utilização da madeira para fabricação de polpa
e papel, dificultar a aplicação de tintas e revestimentos, bem como a colagem da madeira.
Floema incluso: Em alguns gêneros e famílias, o câmbio forma esporadicamente células de
floema para o interior do tronco. Este detalhe constitui uma peculiaridade normal para esses grupos
vegetais. O floema incluso pode se apresentar como concêntrico (formando faixas concêntricas no
lenho) ou foraminoso (espalhado pelo lenho em forma de feixes longitudinais).
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Anatomia Vegetal
4.5. FLOEMA
os poros apresentam cerca de 1-2 µm de diâmetro, enquanto os poros dos plasmodesmos possuem
cerca de 60 µm de diâmetro. As regiões da parede de um elemento de tubo crivado que possuem
áreas crivadas mais especializadas, com poros de maior diâmetro, (até 14 µm de diâmetro) são
denominadas de placas crivadas. Uma placa crivada pode apresentar apenas uma área crivada,
sendo, portanto uma placa crivada simples ou apresentar várias áreas crivadas, sendo denominada
placa crivada composta.
Durante a diferenciação dos elementos crivados o seu protoplasto passa por várias
modificações. O núcleo se desintegra, embora os plastídeos sejam mantidos e armazenando amido
e/ou proteína, juntamente com o retículo endoplasmático e as mitocôndrias. O tonoplasto também se
desintegra, mas o plasmalema permanece. No floema das eudicotiledôneas (e de algumas
monocotiledôneas) é comum a presença de uma substância protéica, denominada proteína P que
aparece inicialmente sob a forma de grânulos no citoplasma do elemento crivado em diferenciação e
sob a forma de filamentos, no citoplasma residual dessa célula.
Células crivadas (presente nas gimnospermas) e elementos de tubo crivado (presente nas
angiospermas) são os tipos celulares do e diferem entre si, pelo grau de especialização das áreas
crivadas e pela distribuição das mesmas nas paredes de suas células (Figura 29).
As células crivadas, consideradas mais primitivas ou mais simples, presentes no floema das
pteridófitas e das gimnospermas são células alongadas e apresentam áreas crivadas, com poros
pouco desenvolvidos, nas suas paredes laterais e terminais.
Os elementos de tubo crivado presentes no floema das angiospermas são células mais curtas
e apresentam um maior grau de especialização do que o observado nas células crivadas. Essas
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Anatomia Vegetal
células apresentam áreas crivadas com poros menores nas suas paredes laterais, enquanto que, nas
paredes terminais e, ocasionalmente, nas paredes laterais também, ocorrem áreas crivadas mais
especializadas, com poros de diâmetro maior, de até 14 µm, formando as placas crivadas, que
podem sem simples ou compostas. Os elementos de tubo crivado se distribuem em longas séries
longitudinais, unidos pelas placas crivadas, formando assim os tubos crivados do floema.
As células companheiras estão relacionadas ontogeneticamente com os elementos de tubo
crivado, pois ambos derivam da mesma inicial procambial ou cambial. As células companheiras estão
associadas ao elemento de tubo crivado por várias conexões citoplasmáticas e mantêm-se vivas
durante todo o período funcional do elemento de tubo crivado. Acredita-se que elas têm importante
papel na distribuição dos assimilados do elemento de tubo crivado, além de comandar as atividades
destes por meio da transferência de moléculas informais e ou outras substâncias (Figura 30). As
células companheiras estão ligadas diretamente à formação de calose em células de elementos de
tubo crivado. A calose pode funcionar com uma defesa e reparar danos causados por injurias e evitar
a perda de substâncias do floema.
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protofloema, sendo a única porção do floema que é condutora nas plantas que não apresentam
crescimento secundário.
Assim como o xilema secundário, o floema secundário consiste de um sistema radial, ou
horizontal, e de um sistema axial, ou vertical, ambos derivados do câmbio vascular.
O floema primário é constituído pelo protofloema e pelo metafloema, assim como ocorre com
o xilema em estrutura primaria. O protofloema ocorre nas regiões que ainda estão em crescimento
por alongamento e, assim, seus elementos crivados sofrem estiramento e logo param de funcionar,
eventualmente podem ficar obliterados. O protofloema é constituído por elementos crivados
geralmente estreitos e não conspícuos, podendo ou não ter células companheiras. Podem estar
agrupados ou isolados entre as células parenquimáticas. O metafloema diferencia-se mais tarde e
nas plantas desprovidas de crescimento secundário constitui o único floema funcional nas partes
adultas da planta. As células condutoras do metafloema são, em geral, mais largas e numerosas
quando comparadas às do protofloema, As fibras estão, em geral, ausentes.
SAIBA MAIS!!!
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Anatomia Vegetal
UNIDADE 4
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS: RAIZ, CAULE E FOLHA
Você já observou que as plantas apresentam o corpo dividido em órgãos vegetativos (raiz,
caule e folha) e órgãos reprodutivos (flor, fruto e semente). Aqui iremos abordar apenas as
características anatômicas da raiz, do caule e da folha. Para o entendimento da anatomia vegetal,
faz-se necessário imaginar a planta com um corpo único, onde cada tecido está ligado de forma
direta ou indireta. Na estrutura da célula vegetal viva encontramos os plasmodesmos que fazem a
ligação entre as células. No caso das células mortas (com parede celular secundária espessa) estas
ligações fazem-se através das pontoações na parede celular.
No momento em que a planta absorve água do solo para utilizar no processo de fotossíntese,
fica fácil entender essa conexão. A água é absorvida pela raiz e o processo de fotossíntese ocorre na
folha (Figura 31). Para efeito de comparação serão consideradas entre as angiospermas somente as
eudicotiledôneas (antes denominadas dicotiledôneas) e monocotilédones.
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Anatomia Vegetal
1. ANATOMIA DA RAIZ
A raiz é o órgão da planta responsável pela sua fixação no solo e pela absorção da água e
sais minerais. Deste modo, faz-se necessário o reconhecimento da arquitetura interna desse órgão.
As plantas vasculares apresentam uma grande variação em suas estruturas internas no que
se refere à raiz, porém, daremos ênfase apenas àquelas pertencentes às Angiospermas
(eudicotiledôneas e monocotiledôneas). De um modo geral, observam-se nas raízes dois tipos de
crescimento, um primário, resultado da atividade dos meristemas apicais (protoderme, meristema
fundamental e procâmbio) e outro secundário, resultado da ação dos meristemas laterais (felogênio e
câmbio).
O crescimento secundário é conhecido de forma clara apenas nas eudicotiledôneas, porém,
algumas monocotiledôneas podem apresentar espessamento secundário. Ele, geralmente, ocorre no
final do primeiro ano de vida da planta. Recentemente estudos já comprovam crescimento em alguns
grupos de monocotiledôneas.
Em estrutura primária, a raiz apresenta os três sistemas de tecido, o dérmico, o fundamental e
o vascular. Vista em secção transversal, a raiz, em estrutura primária, mostra uma epiderme
geralmente uniestratificada. Localizada logo abaixo desta, encontra-se a região cortical, formada
principalmente pelo parênquima, podendo ocorrer ainda esclerênquima e raramente, colênquima, que
aumenta em diâmetro em decorrência de divisões periclinais e do aumento radial das células (Figura
32).
Figura 32. Tecidos da raiz em estrutura primária. Nesse caso, o xilema e o floema são primários.
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Anatomia Vegetal
espessamento em U (Figura 33) e nesse caso para que a água possa atravessar a endoderme
existem as células de passagem que não apresentam o espessamento em U e permitem que a água
possa atingir o xilema.
Em algumas raízes, pode ocorrer a estratificação da camada mais externa do córtex,
formando a exoderme. Espaços intercelulares são proeminentes no córtex da raiz, com a finalidade
de facilitar a entrada de água e nutrientes na mesma, ocorrendo o contrário na endoderme que desvia
o fluxo de solutos através do apoplasto (pelos espaços intercelulares e paredes intercelulares) para o
simplasto (por dentro as membranas celulares).
O cilindro vascular é formado pelo periciclo e os tecidos condutores, xilema e floema. O
periciclo é responsável pela origem das raízes laterais. O xilema, geralmente, forma um maciço
central e projeções em direção ao periciclo, com seus pólos se alternando com o floema.
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Anatomia Vegetal
Figura 34. Diferenças no número de polos de protoxilema. Na esquerda a raiz é denominada tetrarca e
na direta denomina-se poliarca.
Com a atividade do câmbio, o periciclo prolifera-se para a periferia, onde originará várias camadas
de parênquima. Da camada mais externa do periciclo origina-se o felogênio, também denominado câmbio
da casca, camada que substituirá a epiderme. O felogênio forma súber para fora e feloderme para dentro.
Uma raiz em estrutura primária apresenta de fora para dentro e de modo geral, as camadas:
epiderme, córtex e cilindro vascular. Medula geralmente presente em monocotiledôneas e em raízes
adventícias.
A epiderme consiste, em geral, de células de paredes finas. Se persistir torna-se cutinizada ou
suberificada. Nas paredes externas ocorrem espessamentos em raízes aéreas e em raízes que retêm
suas epidermes por muito tempo. Às vezes até ocorre um processo de lignificação.
A epiderme geralmente é unisseriada, mas pode ser multisseriada nas raízes aéreas de certas
orquídeas, araceae epífitas e de outras monocotiledôneas terrestres, como da família Iridacea (lírio).
Em certas orquídeas esta epiderme multisseriada é constituída de células mortas com paredes
espessadas e recebe o nome de velame.
O córtex da raiz pode ser homogêneo ou conter diversos tipos de células. O grau de
diferenciação aparentemente está relacionado com a longevidade do córtex. Em plantas com
crescimento em espessura e que o córtex é composto apenas por células parenquimáticas e é logo
perdido.
As raízes desenvolvem, geralmente, abaixo da epiderme uma camada especializada, a
exoderme, que pode ser uni ou pluriestratificada. A camada cortical mais interna da raiz das plantas
com sementes diferencia-se em endoderme. As células do córtex radicular apresentam grandes
espaços intercelulares para facilitar a passagem da água. Em plantas aquáticas pode ser encontrado
um tipo especial de parênquima, o aerênquima.
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Anatomia Vegetal
Em quase todas as raízes está presente uma endoderme caracterizada por uma estria de
Caspary nas suas células. Estas estrias são formadas durante a ontogênese da célula e fazem parte
da parede primaria: são de natureza química muito discutida. Tem sido descrita com espessamento
de lignina, suberina ou ambos. Essas estrias, usualmente, aparecem nas paredes anticlinais (radiais
transversais) das células endodérmicas e a membrana plasmática encontra-se ligada a essa estria.
A deposição das estrias, entre as paredes celulares da endoderme, seleciona a passagem da
água para o interior do cilindro central (Figura 33). O tipo de espessamento pode diferenciar as
monocotiledôneas (espessamento em U) das eudicotiledôneas (espessamento em faixa).
2. ANATOMIA DO CAULE
Assim como a raiz, o caule apresenta os três sistemas de tecidos: o dérmico, o fundamental e
o vascular, bem como o crescimento primário e secundário. Porém, esses dois órgãos diferenciam-se
pelo fato do caule apresentar uma organização mais complexa, uma vez que dele partem vários
apêndices laterais, como: ramos, folhas, flores, frutos, espinhos. Parte da estrutura do caule
secundário foi discutida no item sobre xilema secundário.
Na região cortical do caule em crescimento secundário observa-se a presença de parênquima,
colênquima e esclerênquima. O parênquima ocorre também na medula. Essa região medular não é
observada em raízes, salvo algumas exceções. Esse tecido apresenta, geralmente, tanto no córtex
como na medula, a função de armazenamento, além de poder apresentar cloroplastos (caule jovem)
e realizar fotossíntese.
No caso dos outros dois tecidos, colênquima e esclerênquima, a função é de sustentação. No
caule não se evidencia facilmente a endoderme, o que ocorre é uma bainha amilífera formada pelas
células mais externas do córtex. O periciclo, por sua vez, é frequentemente observado.
Em estrutura primária, o caule apresenta feixes vasculares colaterais, ou seja, na região
cortical encontram-se os cordões de floema (para fora) e xilema (para dentro), separados pelo câmbio
fascicular. A grande diferença entre a estrutura da raiz e do caule reside, principalmente, na
disposição dos feixes vasculares: enquanto na raiz estes são alternos, no caule são fasciculares
(Figura 35).
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Anatomia Vegetal
Figura 35. Tecidos do caule em estrutura primária. Nesse caso, o xilema e o floema são primários.
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Anatomia Vegetal
3. ANATOMIA DA FOLHA
Assim como a raiz e o caule, a folha apresenta os três sistemas de tecido (dérmico,
fundamental e vascular). O pecíolo foliar, que é uma expansão do caule, apresenta epiderme com
cutícula e estômatos, parênquima e colênquima na região cortical, sendo que o primeiro funciona
como tecido de reserva e o segundo com tecido de sustentação. O feixe vascular apresenta-se com o
xilema voltado para fora, ou superfície adaxial, e floema para dentro, ou superfície abaxial,
envolvendo a medula. Normalmente, a forma assumida pelo feixe é a de um arco.
A folha é revestida por uma epiderme que, por sua vez, é revestida pela cutícula (cutina e
cera). Esta possui a função de evitar a perda de água por transpiração. A epiderme é contínua,
constituindo as superfícies adaxial e abaxial, do limbo foliar.
Na epiderme nota-se a presença de muitas estruturas resultantes de modificações de células
epidérmicas, entre elas podem se citadas: os estômatos e os tricomas (Figuras 8 e 10). A região
localizada entre as duas faces da folha é denominada de mesofilo. Nesta região se encontra o tecido
fundamental formado pelos parênquimas paliçádico e esponjoso, e o feixe vascular (Figura 37).
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Anatomia Vegetal
Quanto à distribuição dos estômatos na epiderme, as folhas podem ser classificadas em:
anfiestomáticas, quando os estômatos estão presentes nas duas faces da folha; hipoestomáticas,
com os estômatos apenas na face inferior da folha e epiestomáticas, com os estômatos presentes
apenas na face superior.
Na folha, o parênquima está representado por dois tipos (paliçádico e esponjoso) envolvidos
diretamente no processo de fotossíntese. A maior parte do tecido fundamental do mesofilo está
representada por estes tipos celulares (Figuras 7, 12 e 37).
O parênquima paliçádico, formado por células uniformes e alongadas e dispostas
perpendicularmente. Esse parênquima encontra-se, geralmente, localizado logo abaixo de superfície
adaxial. Isso pelo fato de essas células possuírem cloroplastos, e nessa posição, adaxial, os raios
solares atingem a folha com maior intensidade. Porém, pode ser encontrado, também, na face
abaxial. O parênquima esponjoso é formado por células irregulares, localizadas geralmente na
superfície abaxial. Paliçádico = células alongadas, perpendiculares à epiderme e número variado de
camadas. Esponjoso = células de formato variado, frequência irregular, com projeções braciformes
que se estendem de uma célula a outra. O tecido paliçádico, em geral, está voltado para a superfície
adaxial da folha (a posição do xilema também indica a superfície adaxial). Contudo, em algumas
espécies, o pecíolo da folha sofre uma torção, invertendo a posição do parênquima paliçádico, que se
encontra na superfície abaxial.
Durante o processo evolutivo dos vegetais ocorreu uma especialização do tecido paliçádico
que conduziu a uma maior eficiência fotossintética. No mesofilo claramente dorsiventral, a grande
maioria dos cloroplastos é encontrada nas células do parênquima paliçádico. Devido à forma e ao
arranjo das células do paliçádico, os cloroplastos podem se apresentar em uma posição parietal
(paralelamente às paredes) das células, utilizando desse modo o máximo de luz. Outro importante
fator que aumenta a eficiência fotossintética, é a ampliação de um sistema de espaços intercelulares
no mesofilo, já que facilita as trocas gasosas e permite o acúmulo de CO2 nas câmaras
subestomáticas. Devido ao arranjo das células do mesofilo, grandes superfícies das células ficam
expostas e entram em contato com o ar, presente nos espaços intercelulares.
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Anatomia Vegetal
Dependendo da disposição dos dois tipos de parênquima, podemos classificar a folha em:
dorsiventral, isobilateral e homogênea.
Em geral, o parênquima paliçádico encontra-se voltado para a face adaxial e parênquima
esponjoso para a face abaxial, neste caso a folha é classificada como bifacial ou dorsiventral. Quando
o parênquima paliçádico ocorre nas duas faces, a folha é denominada isobilateral ou isolateral,
característico de plantas xerófitas. Quando não se distinguem os dois tipos de parênquima, a folha é
classificada com mesofilo uniforme ou homogêneo.
O feixe vascular da folha é formado por feixes líbero-lenhosos, e é semelhante ao do pecíolo. Na
folha observa-se um feixe central de maior calibre e vários feixes menores. Em estrutura externa, esses
feixes são a nervura central, ou principal, e as nervuras secundárias, respectivamente (Figura 38).
Quando se compara folha de monocotiledônea e folha de eudicotiledônea, a variação na
forma dos feixes é a característica principal. No caso das eudicotiledôneas, ocorre um feixe vascular
de maior calibre, e central, e outros menores, como foi descrito acima. Porém, em monocotiledôneas
os feixes são todos do mesmo calibre, não havendo destaque de nenhum. Isso se explica pelo fato
da folha não apresentar uma nervura principal, mas várias nervuras paralelas.
Outra característica marcante na diferença dos dois tipos de folha é a presença de uma
bainha de células parenquimáticas em volta dos feixes vasculares, nas folhas de mono. A essa
bainha dá-se o nome de estrutura de Kranz (coroa em alemão) e está relacionada com a fotossíntese
das plantas C4.
Na fotossíntese, a fixação de CO2 constitui-se num passo crítico, onde uma molécula de CO2
é ligada a uma molécula ribulose – 1,5 – bifosfato; este constitui o primeiro passo da assimilação de
carbono. A enzima que catalisa esta reação é a ribulose – bifosfato carboxilase, mas esta enzima tem
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Anatomia Vegetal
baixa afinidade pelo CO2. Esta pode também substituir, acidentalmente, o CO2 por oxigênio,
resultando em perda de energia para a planta.
Algumas gramíneas tropicais e outras espécies de plantas adaptadas a climas áridos se
distinguem pela alta taxa de fotossíntese, baixa perda de CO2 na luz (fotorrespiração) e baixo
consumo de água por unidade de matéria seca produzida. Estas plantas apresentam fotossíntese C4
que tem conexão direta com um tipo de anatomia denominado anatomia Kranz e diferem
anatomicamente das plantas C3, Essa diferença ocorre na nervura central (Figura 39).
A anatomia Kranz é caracterizada, em corte transversal da folha, por uma camada de células
do mesofilo orientadas radialmente envolvendo os feixes vasculares formando uma espécie de coroa.
Além dessa camada de células disposta em coroa existe uma bainha de células em torno dos feixes
vasculares que possuem cloroplastos grandes diferentes dos demais cloroplastos presentes no
mesofilo. A anatomia Kranz facilita a fotossíntese C4. Este tipo de fotossíntese resulta na formação de
um composto de quatro carbonos e constitui uma vantagem para as plantas que a possui, pois muito
mais energia pode ser produzida e armazenada.
Na fotossíntese C4 o CO2 é inicialmente fixado no citoplasma das células do mesofilo pela
fosfoenolpiruvato carboxilase formando um composto de quatro carbonos (oxaloacetato). Este entra
nos cloroplastídios das células do mesofilo e onde é reduzido a malato ou aspartato. Esses
compostos são transportados para as células da bainha do feixe onde são descarboxilados e o CO2
imediatamente refixado através do ciclo de Calvin. (Figura 40).
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Anatomia Vegetal
Fonte: www.fisicanet.com.ar
Para o homem constitui uma vantagem na medida em que plantas cultivadas que possuem
esse mecanismo de fotossíntese são extremamente produtivas como é o caso da cana-de-açúcar e
outras gramíneas cultivadas não só para o consumo humano, mas também para o consumo animal.
Outras adaptações foliares estão relacionadas com o processo de evapotranspiração. Plantas que
ocorrem em ambientes muito áridos possuem mecanismos que evitam a perda de água, como por
exemplo: estômatos em criptas, depressões, cobertos por pêlos, fendas etc. Todas essas
características minimizam a perda de água.
Figura 41. Epiderme foliar de Aspidosperma pyriflolium (pereiro) com cuticula espessada.
Fonte: LAvegUFPB
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Anatomia Vegetal
AREGAÇANDO AS MANGAS!!!
As caatingas
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UNIDADE 5
ANATOMIA DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS: FLOR, FRUTO E SEMENTE
Você sabia que um dos passos mais importantes para na evolução e sucesso das
angiospermas foi o surgimento e desenvolvimento dos órgãos reprodutivos?
Agora vamos estudar um pouco sobre a origem e desenvolvimento destes órgãos. A anatomia
dos órgãos vegetativos e reprodutivos permite entender a ontogenia e o desenvolvimento do corpo
vegetal. A embriogênese vegetal tem como base a anatomia floral e em especial a estrutura do
ovário, óvulo e pólen.
No estudo da estrutura anatômica da flor, do fruto e da semente é possível compreender o
desenvolvimento reprodutivo dos vegetais.
1. FLOR
Fonte: www.fai.unne.edu.ar/biologia/botanica
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Anatomia Vegetal
A estrutura anatômica das sépalas é bastante semelhante a das sépalas. Por tratar-se um
verticilo utilizado para na atração dos agentes polinizadores, essas são coloridas e emitem aromas
específicos.
A epiderme das pétalas apresenta papilas (Figura 43) que conferem as pétalas certa
suavidade e são, também, responsáveis pela liberação de aromas específicos e utilizados na atração
dos polinizadores. A coloração das pétalas deve-se a grande quantidade de cromoplastos presentes
nas células parenquimáticas do mesofilo. A presença de cromoplastos com pigmentos carotenóides
de diversas cores (amarelo, roxo, vermelho, azul) nas pétalas está diretamente relacionada com a
polinização das flores. Por apresentar maior complexidade que as sépalas, as pétalas, apresentam
uma maior vascularização e consequentemente maior quantidade de xilema e floema.
Figura 43. Epiderme di diversas pétalas com papilas aromáticas. As papilas são células epidérmicas
modificações.
Fonte: www.fai.unne.edu.ar/biologia/botanica
2. FRUTO E SEMENTE
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Fonte: www.fai.unne.edu.ar/biologia/botanica
Fonte: www.fai.unne.edu.ar/biologia/botanica
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Anatomia Vegetal
Figura 46. Secção transversal de varias sementes. Note a presença da testa, do tegma e do
endosperma.
Fonte: www.fai.unne.edu.ar/biologia/botanica
PERGUNTAS???
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
REFERÊNCIA NA INTERNET
http://www.jupisa.net/atlasveg
http://www.kuleuven.ac.be/bio/sys/iawa
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