Oitavo Ano: Crônica

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 5

Estado de Santa Catarina

Prefeitura Municipal de São José


Secretaria Municipal de Educação

C.E.M. Prof. Maria Iracema Martins de Andrade

ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR – ANOS FINAIS – 8°


ANO
TURMA: 86
COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa
PROFESSOR(A): Andréa Folk CARGA HORÁRIA: 10h/a
DATA DA PRÓXIMA POSTAGEM:
DATA DA POSTAGEM: 30/06/2020
14/07/2020

Atividade não presencial nº 8

Continuando nossas atividades de análise de crônicas, vamos agora ler uma outra crônica que
parte de uma situação real vivida por alguém. Essa crônica, assim como a da atividade anterior,
servirá como base para um comparativo de características que vamos analisar entre ambas.
Nela, a escritora Paula Pimenta reflete sobre e eletricidade, tomando como ponto de partida um
questionamento feito pelo seu professor de violão clássico, durante um demorado blecaute em
uma aula… A autora compara a vida das pessoas em um tempo sem luz com a vida das pessoas
que usufruem da eletricidade… Vamos refletir? Então, leia o texto e, na sequência, mergulhe em
seu conteúdo, respondendo às variadas questões interpretativas!

Leia:
Blecaute

“Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a
pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa
de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento,
totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.
Não. Eu nunca tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o
que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que
faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e
tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da eletricidade.
É certo que, em tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu
consumo, mas, ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de
acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal
alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de
cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada... A energia elétrica,
realmente, é essencial.
Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as
pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de
letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também.
Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar,
esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim,
descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado
depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem
esse luxo. Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a
resposta.
Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam
mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve
ter nascido na mesma época da eletricidade.
Para se ouvir música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça...Talvez por
isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram incentivadas a
“fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em qualquer estação
de rádio.
Tudo é costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular.
Agora, se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da
tranquilidade de uma noite realmente escura.
Quando a luz finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a
claridade foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas
deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.
Talvez esses 100 anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que
foram suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa
do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais
forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela
pode iluminar bem mais...
(PIMENTA, Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)

Questão 1 – O texto acima é do gênero:


a) notícia
b) crônica
c) conto
d) artigo de opinião
Questão 2 – Quem narra o texto, também é personagem da história. Identifique a passagem que
comprova isso:
a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet [...]”
b) “Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão [...]”
c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite [...]”
d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.”

Questão 3 – Aponte o fato que motivou a narrativa:


a) a pergunta feita pelo professor de violão clássico sobre a eletricidade.
b) o blecaute demorado na aula de música.
c) a comodidade proporcionada pela eletricidade.
d) o retorno da luz na aula de música.

Questão 4 – A autora do texto expõe uma opinião no fragmento:


a) “[...] culpa de um gerador queimado por algum raio [...]”
b) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador [...]”
c) “A energia elétrica, realmente, é essencial.”
d) “Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões.”

Questão 5 – “Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical”. A que a
autora do texto se refere?
______________________________________________________________________________

Questão 6 – No trecho “[...] mas, ficar totalmente sem ela, jamais.”, o pronome “ela” substitui:
a) “a eletricidade”
b) “a televisão”
c) “a internet”
d) “a roupa amarrotada”

Questão 7 – Sublinhe os verbos que compõem este segmento:

“As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua [...]”

No contexto acima, eles indicam:


a) fatos raros na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade.
b) fatos hipotéticos na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade.
c) fatos prováveis na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade.
d) fatos contínuos na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade.

Questão 8 – Assinale a frase em que a locução destacada exprime a ideia de tempo:


a) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador [...]”
b) “[...] que só existem por causa da eletricidade.”
c) “Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado [...]”
d) “[...] não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem [...]”

Questão 9 – No fragmento inicial, as aspas destacam:


a) a pergunta que motivou a escrita do texto.
b) a parte mais importante do texto.
c) uma fala que não pertence à narradora do texto.
d) um questionamento feito pela narradora do texto.

Questão 10 – Pode-se concluir que a autora escreveu o texto acima para:


a) criticar o leitor.
b) informar o leitor.
c) emocionar o leitor.
d) fazer o leitor refletir.

1b – 2 a – 3 a – 4 c – 6 a – 7 d – 8 c – 9 c – 10 d
5: Que antigamente, possivelmente, as pessoas praticavam mais instrumentos musicais por não
existir a eletricidade, que hoje proporciona outras distrações.

Sobre a autora da crônica


Paula Pimenta (1975) nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 02 de junho de 1975. Aos 16 anos de idade embarcou para
um intercâmbio de seis meses nos Estados Unidos. De volta, iniciou o curso de jornalismo, mas não concluiu. Formou-se em
Publicidade pela PUC de Minas Gerais.

Em 2001, Paula Pimenta começou sua carreira de escritora, com o livro de poemas “Confissões”. Foi para Londres fazer um curso
de “escrita criativa”. Nas horas vagas, recuperou sua história de amor impossível da adolescência e criou “Fani”, personagem que,
prestes a viajar para um intercâmbio, se apaixona por um amigo. Era o primeiro livro da série “Fazendo Meu Filme”, iniciada em
2008, que se transformou em best-seller.

Paula Pimenta é um fenômeno da literatura para adolescentes. A autora foi incluída na coletânea “O Livro das Princesas”, ao lado
de Meg Cabot (autora da série “O Diário das Princesas”, que deu origem ao filme “amorzinho” com Anne Hathaway). Paula foi
escolhida pela revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes em 2012. A autora escreve na coluna na Blogosfera, na
revista Veja.

Paula Pimenta já publicou: “Fazendo Meu Filme 1 – A Estreia de Fani” (2008), “Fazendo Meu Filme 2 – Fani na Terre da Rainha”
(2009), “Fazendo Meu Filme 3 – O Roteiro Inesperado de Fani” (2010), “Minha Vida Fora de Série – 1ª temporada” (2011),
“Fazendo meu filme 4 – Fani em Busca do Final Feliz” (2012), “Apaixonada por Palavras” - crônicas (2012), “Diário de Fani”
(2012), “Minha Vida Fora de Série – 2ª temporada” (2013), “Princesa Adormecida” (2014), “Fazendo Meu Filme em Quadrinhos
– Antes do Filme Começar” (2014) e “Apaixonada por Histórias” – crônicas (2014). O mais recente é "Minha Vida Fora de Série -
3ª Temporada (2015).

Fonte: https://www.pensador.com/autor/paula_pimenta/biografia/

Você também pode gostar