Aula 02
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O RENASCIMENTO E A
PSICOLOGIA
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História da Psicologia - Antônio Garcia Neto - UNIGRAN
Para Freire (2014), um dos fatores de maior relevância para a história da Psicolo-
gia foi o papel de Nicolau Copérnico 1473-1543 que desenvolveu A teoria heliocêntrica1 ,
empreendimento essencialmente matemático, estimulado pela veneração da matemática neo-
platônica, o que foi possível pelo reavivamento da matemática na Europa. Copérnico estava
devidamente equipado com as ferramentas essenciais para sua teoria revolucionária e, como
observou Burtt, ‘a transformação da visão do novo mundo não foi nada além da redução ma-
temática, sobre o platonismo revisto da época, de um complexo labirinto geométrico para um
belo e simples e harmonioso sistema’. Levou, é claro, algum tempo para a visão de Copérni-
co, que desalojou a Terra do centro da Criação, substituir a antiga visão, e não foi até 1838
que a verificação decisiva da paralaxe estelar ser registrada pelo astrônomo Bessell. Todavia
o empreendimento de Copérnico indiscutivelmente marcou a chegada da nova era, e todo o
pano de fundo imaginativo da existência humana foi transformado.
Nesse sentido ocorre também um processo de valorização do homem. As transfor-
mações ocorrem em todos os setores da atividade humana, inclusive na ciência. Esse avanço
na produção de conhecimentos propicia o início da sistematização do conhecimento cientí-
fico, no qual a Psicologia começa a ser pensada numa lógica centrada pela razão e começa a
se afastar das ideias de alma, apontando com uma proposta de organização de conhecimento
que dê conta de explicar o comportamento deste homem renascentista.
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História da Psicologia - Antônio Garcia Neto - UNIGRAN
onde René Descartes (1596-1959) filosofo francês, ocupa privilegiado lugar. Descartes foi
um dos que mais contribuiu para o avanço da ciência. Ele postula a separação entre mente
(alma, espírito) e corpo, afirmando que o homem possui uma substância material e uma
substância pensante, e que o corpo, desprovido do espírito, é apenas uma máquina. Esse du-
alismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era impensável
nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser a sede da alma),
e também possibilita o estudo da Anatomia e da Fisiologia, que iria contribuir em muito para
o progresso da própria Psicologia.
DWIN, 2010)
Assim, através do ato puro e simples de pensar, Descartes provou a existência do
pensamento, sem que ninguém pudesse duvidar disso. Imagine qualquer coisa e verá que ela
pode ser posta em dúvida, mas o pensamento não, pois o ato de pensar, por si mesmo prova
a existência do pensamento. Daí surgiu a célebre frase de Descartes: “Penso, logo, existo”.
Seguindo esse raciocínio, o pensamento é a única verdade que não tem como ser
contestada.
A teoria da interação mente-corpo de Descartes precisou passar pela pesquisa sobre
o ponto exato em que ocorre essa interação, antes de ser completada. Para ele, a mente era
uma unidade e, por isso, deveria interagir com o corpo em um único ponto. (CHAUÍ, 1995).
Sua pesquisa o levou a acreditar que esse ponto era o cérebro, pois percebeu que sen-
sações viajavam até ele, onde surgiam os movimentos. Estava claro para ele que o cérebro
era o ponto central das funções da mente e a única estrutura cerebral unitária seria o corpo
pineal (glândula localizada atrás da terceira cavidade do cérebro) ou conarium2 . Descartes
considerou esse ponto como o centro da interação mente-corpo.
LEITURA
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Atividades da Aula 02
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados, na Pla-
taforma do CEAD “Atividades” estão disponíveis os arquivos com as
atividades referentes a esta aula, que deverão ser respondidas e envia-
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