A Excelência Da Natureza Cristã 1.5-11
A Excelência Da Natureza Cristã 1.5-11
A Excelência Da Natureza Cristã 1.5-11
Pedro 1:5-11
Já vimos que a caminhada cristã começa
com a fé, depois vamos crescendo em
Cristo e isso faz com que sejamos co-
participantes da natureza divina para
sermos mais parecidos com nosso Senhor
Jesus. Então, o Espírito Santo que habita
em nós vai nos aprimorando à medida em
que vamos exercitando as virtudes
decorrentes da fé. Crescemos na fé
exercitando uma vida de bondade,
conhecimento e as demais virtudes do
Espírito Santo. Quanto mais vamos
conhecendo de Jesus mais vamos sendo
impactados por esse conhecimento e isso
vai se refletindo em nossos pensamentos,
nossas palavras e ações. Esse
conhecimento sendo praticado resulta em
testemunho para a glória de Deus.
Domínio próprio ou Autocontrole. No
mundo dominado pela cultura grega na
época de Pedro, essa expressão estava
associada aos esportes. Nas palavras de
Paulo, “todo atleta em tudo se domina”
(ICo 9.25). Em preparação para os jogos,
o atleta “abstinha-se de alimentos não-
saudáveis, vinho e de entregar-se aos
prazeres carnais”.
Um cristão deve exercitar a auto-disciplina
em todas as circunstâncias e deve fazê-lo
ao depositar sua confiança em Deus.
Quando surgem aquelas “oportunidades”,
o cristão se mantém firme e fiel ao
Senhor. Uma oportunidade de comprar
coisas além das possibilidades de pagar
(cartão de crédito, crediário em lojas),
uma oportunidade do marido trair a
esposa ou vice versa, uma oportunidade
de desfalcar o caixa da empresa, uma
oportunidade de tirar o emprego do outro
para se promover.
Diante dessas situações, o cristão
permanece fiel a Cristo e deixa essas
oportunidades não corrompê-lo.
O domínio próprio aqui é a disciplina que
cada cristão deve ter em todas as áreas e
circunstâncias da vida mantendo sua
confiança e esperança inabaláveis em
Jesus.
Perseverança. Uma falta momentânea de
auto-disciplina leva a um fracasso e à
perda do respeito próprio. Quando
consegue um emprego o usa para a glória
de Deus, quando casa sua família é
constituída para exaltar ao Senhor e
esses momentos são fáceis de dar
testemunho, mas quando perdemos o
emprego, perdemos um ente querido,
quando uma doença chega na nossa
casa, também precisamos manter a nossa
fé, confiança e esperança inabaláveis, ou
seja ter perseverança nessas
circunstâncias difíceis.
A perseverança é “a característica do
homem que permanece inabalado quanto
ao seu propósito intencional e sua
lealdade à fé e à piedade, mesmo em
meio às maiores provações e
sofrimentos”.
O autocontrole ajuda a lidar com os
prazeres da vida, enquanto a
perseverança diz respeito principalmente
às pressões e problemas da vida {a
capacidade de suportar pessoas
problemáticas é chamada de
"longanimidade"). Muitas vezes, a pessoa
que cede aos prazeres também não tem
disciplina suficiente para lidar com as
pressões, de modo que acaba desistindo.
A perseverança está relacionada à fé
como uma filha está relacionada à sua
mãe. Ela tem sua origem na fé, pois o
crente sabe que Deus está plenamente no
controle de cada situação:
Os apóstolos e os primeiros discípulos
eram perseverantes mesmo correndo
risco de prisão, tortura, morte, eles
permaneciam firmes e confiantes na vida
eterna.
Fraternidade e amor
As duas últimas virtudes são importantes,
pois ambas expressam amor. Observe
que, quando demonstramos afeição
fraternal e amor, cumprimos o resumo dos
Dez Mandamentos: “Amarás o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a
alma, e de todo o teu entendimento... O
segundo, semelhante a este, é: amarás o
teu próximo como a ti mesmo” [Mt 22.37-
39], o termo fraternidade é Philadelphia
(ver Rm 12.10). Indica quando
expressamos nosso amor aos irmãos e
irmãs da igreja que nós “[amamos] de
coração, uns aos outros ardentemente”
(lPe 1.22).
Pedro escreve: “[Acrescentem] à
fraternidade, o amor. Ele parece
redundante em sua ênfase ao amor, mas
Pedro não quer restringir nosso amor
somente aos membros da igreja. Ele sabe
o ensinamento de Jesus: “Amai os vossos
inimigos” (Mt 5.44).
O amor é uma dívida que temos para
com o nosso próximo, E fiz-me como
judeu para os judeus, para ganhar os
judeus; para os que estão debaixo da lei,
como se estivesse debaixo da lei, para
ganhar os que estão debaixo da lei. Para
os que estão sem lei, como se estivesse
sem lei (não estando sem lei para com
Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para
ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como
fraco para os fracos, para ganhar os
fracos. Fiz-me tudo para todos, para por
todos os meios chegar a salvar alguns. E
eu faço isto por causa do evangelho, para
ser também participante dele. 1 Coríntios
9:20-23
. Em outras palavras, enquanto podemos
limitar a aplicação da fraternidade à
comunidade cristã, não podemos
restringir a prática do amor. João escreve
que “Deus é amor, e aquele que
permanece no amor permanece em Deus”
(lJo 4.16). O amor, que Pedro menciona
como a última de uma série de oito
virtudes, é fruto da fé em Deus.
Crescimento
O que estamos fazendo com as virtudes
que Pedro enumera nestes versículos?
Ele nos exorta a aplicá-las de modo que
possamos ter uma farta colheita de
conhecimento de Jesus Cristo. Uma
negligência em relação a essas virtudes
resulta em perda espiritual e privação.
Pedro faz primeiro uma declaração
positiva sobre o assunto (v. 8), e depois
uma negativa (v. 9) para mostrar o
propósito dessas virtudes e as
consequências de não tê-las. Pois se
vocês tiverem medidas cada vez maiores
dessas virtudes, elas guardarão vocês de
serem ineficazes e improdutivos em seu
conhecimento de nosso Senhor Jesus
Cristo.
Conclusão
Pedro diz que, se possuímos as oito
virtudes e se elas continuam aumentando,
estamos ceifando uma abundante
colheita. Pedro não está indicando que
devemos ter as virtudes em sucessão,
como se uma dependesse da outra. Pelo
contrário, ele quer dizer que devemos
cultivá-las todas ao mesmo tempo e vê-
las crescer e se desenvolver (ver lTs
3.12). A consequência desse
desenvolvimento é que não ficamos
inativos nem infrutíferos em nossa vida
espiritual (usar como referência G1 6.10).
Nós nos ocupamos com a aplicação
dessas virtudes e, assim, vivemos para a
glória de Deus.
Assim como os pais querem que o bebê
ganhe força nas pernas para poder andar
sozinho, do mesmo modo Pedro deseja
que nosso crescimento no conhecimento
de Jesus seja cada vez maior para
andarmos em conformidade com a
vontade do Pai.