Geografia 10 Classe
Geografia 10 Classe
Geografia 10 Classe
Ficha Técnica:
Elaboração
• Bernardo Filipe Massolonga
• Jeremias Manhiça
• Rogerio Eugénio Balate
Coordenação
• Departamento pedagógico
Digitação e formatação
• Repartição das TIC’s
Direcção
• Messias Bila Uile Matusse
ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
OBJECTIVOS DA GEOGRAFIA NA 10ª CLASSE .................................................................. 4
I SECÇÃO ....................................................................................................................................... 6
GEOGRAFIA FÍSICA DE MOÇAMBIQUE. ............................................................................. 6
1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E CÓSMICA DE MOÇAMBIQUE .............................. 7
1.1. Localização geográfica de Moçambique .............................................................................. 7
1.2. Localização cósmica ou astronómica de Moçambique ....................................................... 7
1.3. Pontos extremos de Moçambique .......................................................................................... 7
1.4. Limites de Moçambique......................................................................................................... 7
1.5. O Litoral e traçado da costa Moçambicana .......................................................................... 9
Importância dos acidentes da costa .............................................................................................. 9
2. ESTRUTURA GEOLÓGICA DE MOÇAMBIQUE ........................................................... 10
As grandes unidades geológicas suas subdivisões e localização ............................................... 10
O Precâmbrico .............................................................................................................................. 10
Precâmbrico inferior ou arcaico ................................................................................................. 10
Precâmbrico superior ou cinturão de Moçambique ................................................................. 11
O Fanerozoico ............................................................................................................................... 11
O Karroo ....................................................................................................................................... 12
O Jurássico .................................................................................................................................... 12
O Cretácico ................................................................................................................................... 12
O Terciário e Quaternário ........................................................................................................... 12
3. A MORFOLOGIA .................................................................................................................. 13
Características Gerais da Morfologia (Relevo) de Moçambique ............................................ 13
Principais formas do relevo em Moçambique ........................................................................... 14
3.1. As planícies........................................................................................................................... 14
3.2. Os planaltos............................................................................................................................ 14
3.3. As montanhas......................................................................................................................... 15
4. O CLIMA DE MOÇAMBIQUE ............................................................................................ 17
Principais factores que influenciam o clima de Moçambique .................................................. 17
Principais tipos de climas em Moçambique ............................................................................... 17
5. BIOGEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE ............................................................................. 20
Vegetação ...................................................................................................................................... 21
Importância da conservação e protecção das florestas ............................................................. 25
6. HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE ................................................................................ 26
Características gerais dos rios de Moçambique ........................................................................ 26
Principais bacias hidrográficas e rios de Moçambique .......................................................... 27
Principais barragens de Moçambique ........................................................................................ 25
Tipos de lagos segundo a sua origem ........................................................................................ 26
Águas subterrâneas ...................................................................................................................... 26
II SECÇÃO ................................................................................................................................... 29
GEOGRAFIA ECONÓMICA DE MOÇAMBIQUE................................................................ 29
Objectivos ...................................................................................................................................... 30
A) POPULAÇÃO ......................................................................................................................... 30
1. Evolução da população ............................................................................................................ 31
2. MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS DA POPULAÇÃO MOÇAMBICANA ...................... 32
2.1. As migrações nacionais ou internas ..................................................................................... 32
2.2. Migrações internacionais ou externas ................................................................................ 33
2.3. Principais consequências das migrações da população moçambicana ............................ 33
3. ESTRUTURA ETÁRIA, SEXUAL E SECTORIAL DA POPULAÇÃO
MOÇAMBICANA ........................................................................................................................ 34
3.1. Estrutura sectorial da população moçambicana. .............................................................. 34
4. INDICADORES DEMOGRÁFICOS DA POPULAÇÃO MOÇAMBICANA................... 35
Natalidade ..................................................................................................................................... 35
Mortalidade................................................................................................................................... 35
Principais problemas demográficos actuais em Moçambique ................................................. 36
B) ACTIVIDADES DA POPULAÇÃO ...................................................................................... 36
1. Agricultura em Moçambique .................................................................................................. 36
A. O Clima .................................................................................................................................... 37
B. A Topografia (Relevo) ............................................................................................................. 37
C. Os solos ..................................................................................................................................... 37
D. Factores sócio-culturais .......................................................................................................... 37
E. Factores económicos ................................................................................................................ 37
1.1. Agricultura durante o período colonial em Moçambique ................................................ 38
1.2. Agricultura após – independência em Moçambique ......................................................... 38
1.3. As principais culturas e sua distribuição em Moçambique .............................................. 39
2. A PECUÁRIA EM MOÇAMBIQUE ..................................................................................... 40
2.1. Principais factores que influenciam a produção pecuária ................................................ 41
2.2. O passado e presente da pecuária em Moçambique .......................................................... 41
2.3. Principais tipos de gado por províncias de maior densidade ............................................ 42
3. A PESCA EM MOÇAMBIQUE ............................................................................................. 42
3.1. Tipos de pesca ........................................................................................................................ 43
3.2. Principais espécies pesqueiras .............................................................................................. 44
4. A SILVICULTURA ................................................................................................................. 44
4.1. Principais espécies florestais em Moçambique ................................................................... 44
Conservação e protecção das florestas ....................................................................................... 44
5. A INDÚSTRIA.......................................................................................................................... 45
Características gerais ................................................................................................................... 45
I - Indústria extractiva ................................................................................................................. 45
Centros mineiros .......................................................................................................................... 45
Produção e exportação ................................................................................................................. 46
Minerais energéticos .................................................................................................................. 46
Carvão mineral ............................................................................................................................. 46
Gás natural em Moçambique ...................................................................................................... 47
Petróleo em Moçambique ............................................................................................................ 47
Produção ....................................................................................................................................... 47
Indústria florestal ....................................................................................................................... 48
II - Indústria transformadora ..................................................................................................... 49
Distribuição espacial da indústria transformadora ................................................................. 52
Distribuição geográfica da indústria transformadora .............................................................. 52
6. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES EM MOÇAMBIQUE ....................................... 53
Caro (a) aluno (a), o presente guião constitui um instrumento que lhe vai orientar e facilitar o
estudo com base no seu livro de geografia da 10ªclasse.
Muitos dos conteúdos são familiares, pois, tratam essencialmente da Geografia de Moçambique.
São conteúdos que ao longo dos seus estudos nas classes anteriores, como por exemplo, na 5ª
classe você terá tido a oportunidade de abordá-los, embora de forma simplificada. Por outro lado,
porque a Geografia estuda a Terra onde nós vivemos, na qual ocorrem muitos fenómenos, físicos,
socio-económicos, etc. e constituem o seu dia-a-dia, cremos que isso de certa forma contribuirá
grandemente no seu processo de aprendizagem.
A carência do livro de Geografia nas escolas (CAA’s) tem dificultado de certa maneira o bom
andamento das nossas aulas, é um dos obstáculos que urge ultrapassar urgentemente de modo a
levar avante o processo de ensino e aprendizagem. É neste contexto que, incluímos neste material
de estudo, alguns textos de apoio, ainda que de forma muito simplificada mas o suficiente para
transmitir um conhecimento sólido sobre a Geografia.
Para aprofundar o seu conhecimento e porque o presente material de estudo não dispõe de muitas
figuras ou ilustrações que julgamos pertinentes, consulte o Atlas Geográfico, livro de geografia
da 10ª classe ou outro material que estiver ao seu alcance.
Para começar, vamos apresentar neste guião um conjunto de aspectos essenciais que vão facilitar
o seu estudo.
Leia-o quando estiver psicologicamente seguro de que está preparado para uma nova
aprendizagem;
Em caso de dúvidas, peça esclarecimentos a seus colegas, seus irmãos que estiverem nesta
classe ou em classes avançadas, ao docente de disciplina ou em outras pessoas capazes de lhe
prestar auxílio, sempre que for necessário;
Responda a todos os exercícios contidos que são apresentados, consulte sempre os mapas,
gráficos, dados estatísticos e outros materiais disponíveis no seu CAA e confronte as suas
respostas com as dos seus colegas.
Para efeitos de avaliação do seu desempenho, os conteúdos deste material de estudo estão
agrupados em três secções, nomeadamente Geografia Física de Moçambique, Geografia
Económica de Moçambique e Moçambique e SADC (inclui Transportes, Comércio e Turismo
que são conteúdos da parte económica de Moçambique), assim organizados:
No fim de cada conteúdo, são feitas algumas perguntas de consolidação, para a sua auto-
avaliação, algumas das quais, contêm respostas, outras não.
De seguida, vamos iniciar o nosso estudo com a localização geográfica e cósmica do nosso país.
Leia com muita atenção
Moçambique é um país Africano, situado na Costa Oriental da África Austral, isto é ao sul do
Equador.
O território moçambicano cobre uma superfície de 779.380 Km2, dos quais 786.380 Km2
O comprimento da linha da costa é de 2.515 Km, desde a foz dio Rovuma a Norte à ponta
do Ouro a Sul.
A fronteira marítima está limitada a 12 milhas marítimas contada a partir da linha de base.
As saliências (cabos e pontas) constituem pontos estratégicos para diversos fins marítimos e
militares. As reentrâncias (baías) constituem lugares onde se instalam portos marítimos.
As ilhas e arquipélagos são elementos que servem de apoio à navegação, dentro de pesquisa de
investigação da fauna e da flora marinha. São excelentes lugares para a prática de turismo.
O Precâmbrico
− No nosso país o Precâmbrico distribui-se sobretudo pelas zonas Norte e Centro-
Ocidental do país;
− Ocupa cerca de ⅔ do território nacional ;
a) Província de Moçambique que ocupa a região Norte e centro de Tete e a região Ocidental de
Niassa;
b) Província de Niassa que ocupa as regiões do interior de Niassa, Cabo Delgado, Nampula,
Zambézia;
c) Província do Médio Zambeze que ocupa as regiões do interior de Manica e sul de Tete;
O Fanerozoico
A Sul do rio Save – ocupa quase na totalidade as províncias de Maputo, Gaza e Inhambane;
Na região Central do país (Sofala e Zambézia) – vai se estreitando gradualmente até a zona
de Quelimane;
Na região Norte do país – parte da zona de Quelimane e vai se reduzindo a uma faixa estreita
do litoral até à foz do rio Lúrio, donde parte a seguir em triângulo até ao curso inferior do rio
Rovuma;
O Jurássico
− As formações do Jurássico, encontram-se representadas nas províncias de Tete e Cabo
Delgado;
O Cretácico
O Terciário e Quaternário
3. A MORFOLOGIA
A superfície do território moçambicano não é homogénea, apresenta zonas altas, baixas e zonas
planas;
2. Processos externos ou exógenos (acção do vento, da água dos rios, das chuvas, das marés,
etc.) que são responsáveis pela redução do relevo aplanando-o ou baixando-o;
O relevo de Moçambique é formado por três formas principais do relevo: planícies, planaltos e
montanhas, dispondo-se em forma de escadaria, sucessivamente do litoral ao interior desde a
forma mais baixa até a mais alta, isto é planícies, planaltos e montanhas;
Esta disposição do relevo é geral, pois nalguns casos há montanhas que se erguem em plenos
planaltos e noutros casos, as montanhas só se verificam na fronteira Ocidental do país.
3.1. As planícies
− A planície moçambicana estende-se sobretudo ao longo de todo o litoral do país,
desde a foz do rio Rovuma, no extremo Norte, até a Ponta de Ouro, no extremo Sul do
país;
− É uma planície que ocupa cerca de 1/3 do território nacional, o que corresponde cerca
de 250.000 Km²;
− A nossa planície tem altitudes que não ultrapassam os 200m e nela distinguem-se
duas faixas:
a) uma faixa que está junto ao litoral com um máximo de 100m de altitude,
− Ao longo dos vales dos principais rios, a planície adquire características próprias aos
processos, da erosão fluvial. É a chamada planície fluvial. Nestes casos, ela apresenta-se
como depressões de acumulação, possuindo vertentes cujo limite inferior coincide com o
curso do respectivo rio. Por esta razão, é comum destacar-se:
3.2. Os planaltos
- A maior extensão do planalto moçambicano encontra-se nas regiões Norte e Centro do
país;
- Os planaltos ocupam cerca de 2/3 do território nacional, o correspondente a 500000 Km²;
a) Planalto moçambicano – com altitudes entre 500 e 1000m, ocupa uma vasta área das
Províncias de Zambézia e Nampula;
3.3. As montanhas
4. O CLIMA DE MOÇAMBIQUE
Principais factores que influenciam o clima de Moçambique
1. Latitude;
2. Altitude;
3. Correntes marítimas (corrente quente do canal de Moçambique);
4. Continentalidade.
Moçambique é um país localizado numa zona de menor latitude (Zona Inter tropical/Zona
tórrida), onde as temperaturas médias anuais são superiores a 20º C. Por isso apresenta um clima
quente.
Clima tropical húmido – abrange quase na totalidade a região Norte do país, uma pequena faixa
do interior da província de Tete, uma grande porção da província de Sofala e ao longo de todo o
litoral do país;
− É um clima com a estação húmida (chuvosa e quente) mais longa que a estação seca,
sendo que o período húmido vai de Outubro a Abril, enquanto que a época seca vai
de Maio a Setembro;
− A precipitação é em forma de chuvas convectivas que-se verificam principalmente no
Verão;
− As temperaturas médias anuais (TMA) são superiores a 20ºc, variando de 24ºC a
26ºC;
− As amplitudes térmicas anuais (ATA) são pequenas, variando entre 3ºC e 6ºC;
− A precipitação é abundante, com uma média anual que varia entre 1000 e 2000 mm.
Clima tropical seco - abrange grande parte do interior das Províncias de Gaza, Inhambane e
Maputo; interior da Província de Tete, Norte das Províncias de Manica e Sofala e uma pequena
porção à Sudoeste da Província da Zambézia;
− É um clima com a estação seca e fresca mais longa que a estação húmida (chuvosa e
quente), sendo que o período seco vai de Abril a Outubro, enquanto que época
húmida vai de Novembro a Março;
− A precipitação é fraca e irregular
− As temperaturas médias anuais (TMA) são superiores a 26ºC ;
Clima tropical semi-árido – abrange o interior da Província de Gaza, na faixa que vai de
Chicualacuala a Massingir, isto é na zona de Pafuri, e interior da província de Maputo;
Vegetação
Região Zambeziana
Na região Norte, ela ocupa toda a parte planáltica e montanhosa , particularmente nas províncias
do Niassa e Nampula.
Na região Central, para além de atingir o litoral entre Angoche e o rio Raraga (na província da
Zambézia), ocupa uma boa parte das províncias de Sofala e Manica e a totalidade da província
de Tete.
Na região Sul, ocupa cerca de dois terços da região, com particular destaque para as áreas
localizadas no interior das províncias de Inhambane e Gaza. Conhecem-se nesta região cerca de
8.500 espécies de flora das quais 54% são endémicas. As formações típicas desta região
compreendem:
Encontram-se normalmente associadas a solos bem drenados, ácidos bem lavados. A maior parte
desta formação vegetal é do tipo semi-decíduo, havendo, todavia, ocorrência de miombo
totalmente decíduo nas regiões mais áridas.
Savanas de Mopane
Mata Indiferenciada
Ocorre a Norte do rio Limpopo. Distingue-se facilmente das formações anteriores pela ausência
de Mapone e Miombo. Distribui-se por grande variedade de solos, possuindo uma enorme
riqueza florística.
. Floresta de Montanha
Localiza-se sobretudo nas regiões acima de 1300m de altitude, isto é, nas regiões montanhosas da
alta Zambézia (montes Namúli), na parte Ocidental da província de Manica (Maciço de
Chimanimani), e no Sul em certas zonas na cadeia dos montes Libombos.
Na região Norte distribui-se ao longo dos vales dos principais rios, como sejam do Rovuma, do
Lugenda, do Messalo e do Lúrio. Estende-se igualmente ao longo de todo o litoral desde a foz do
rio Rovuma, tendo o seu limite a Sul perto de Angoche. Esta faixa longitudinal, apresenta
larguras que variam desde os 80 aos 160 km.
Após uma interrupção de cerca de 160 km em direcção ao Sul, ela reaparece na Região Central,
partindo aproximadamente do rio Raraga. Deste ponto, descai numa larga faixa acompanhando o
traçado da linha de costa até ao paralelo de 19º S, a partir do qual se estreita em direcção ao rio
Save.
A Sul deste rio ela volta a alargar-se e desce até às proximidades do rio Limpopo onde tem o seu
limite final.
É constituído por cerca de 3000 espécies, não havendo ocorrência de famílias endémicas. Há
florestas fechadas e abertas com ocorrências de acácias e vegetação típica das dunas, os
graminais aparecem em mosaico com outros tipos de vegetação, havendo ocorrência de brenhas.
Brenhas
Existem vários tipos de brenhas, variando de acordo com sua composição florística. Esta, varia
consoante a sua localização. As mais importantes desenvolvem-se nos morros de muchém
(montes termiteiras), outras em afloramentos rochosos e de uma maneira geral ao longo da faixa
costeira (nas dunas). Nas brenhas localizadas nos morros de muchém, as espécies dominantes que
ocorrem são as variantes de acácias.
Estende-se ao longo da costa, desde o rio Limpopo até a Ponta de Ouro, fazendo fronteira e
prolongando-se pelo território Sul Africano. O seu traçado acompanha o da linha de costa, numa
largura que varia de 35 a cerca de 90 km.
É caracterizada por uma vegetação florista pouco variada, com agravante de a acção humana ter
reduzido substancialmente a já pobre vegetação natural.
Ele é constituído basicamente por florestas abertas ou fechadas, ocorrendo também gramíneas em
tufas , com 1 a 1,5 m de altura.
Há igualmente ocorrência de brenhas e gramíneas com alguma diferenciação quanto à sua
composição florística e particular destaque para a presença de mata de acácias.
Matas de acácias, o corre sobretudo, junto à fronteira com a Suazilândia e África do Sul, onde
a precipitação média anual varia de 600 a 1000mm. Este tipo de vegetação é típico do mosaico
Tongoland – Pondoland. As espécies dominantes nesta formação vegetal, são as variantes de
acácias.
Para além das formações vegetais atrás referidas, ocorrem outras que possuem particularidades
fito geográficas dignas de menção no nosso estudo, assim como:
a) Floresta - é uma formação que se distribui quase por todo o país podendo apresentar algumas
variações. No nosso país ocorre essencialmente dois tipos de florestas: floresta semi-verde
(seca) e a de folha caduca ou decíduo (seca).
b) Floresta galeria – ocorre localmente nas zonas de solos húmidos das margens dos cursos de
água permanente (rios). É constituída por árvores de médio e grande porte;
c) Mangal – é uma formação arbórea ou arbustiva sempre verde. Ocupa os estuários de água
salgada e de certas reentrâncias da costa, onde as águas são calmas;
Fauna
Sob ponto de vista zoogeográfico, Moçambique pertence à região etiópica abrangendo áreas das
sub-regiões austral e oriental de África, onde encontramos uma rica e diversificada fauna com
milhares de espécies de diferentes grupos zoológicos.
Neste momento estão em exploração nosso país 5 parques nacionais, 6 reservas e 12 coutadas:
Parques Nacionais
Parque Localização Área (Km2)
Parque Nacional de Gorongosa Sofala 5.370
Parque Nacional de Zinave Inhambane 6.000
Parque Nacional de Banhine Gaza 7.000
Parque Nacional do Arquip. de Bazaruto Inhambane 1.600
Parque Nacional das Quirimbas Cabo Delgado 7.500
Parque Nacional do Limpopo Gaza 10.000
Reservas Nacionais
Reserva Localização Área (Km2)
Reserva Especial de Maputo Maputo 700
Reserva de Pomene Inhambane 200
Reserva de Marromeu Sofala 1.500
Reserva do Gilé Zambézia 2.100
Reserva do Niassa Niassa 42.200
Coutadas
Coutada Localização Área (Km2)
Coutada nº 4 Manica 4.300
Coutada nº 5 Sofala 6.868
Coutada nº 6 Sofala 4.563
Coutada nº 7 Manica 5.408
Coutada nº 8 Sofala 310
Coutada nº 9 Manica 4.333
Coutada nº 10 Sofala 2.008
Coutada nº 11 Sofala 1.928
Coutada nº 12 Sofala 2.963
Coutada nº 13 Manica 5.683
O índice de destruição de florestas à escala mundial, atingiu nas últimas décadas níveis
alarmantes. Nos países tropicais, a extinção desta formação vegetal se deve sobretudo às
queimadas descontroladas, à excessiva exploração para fins comerciais, à procura de
combustíveis e pastagens. Nos países industrializados, a chuva ácida e a poluição são as
principais razões que estão na origem da extinção acelerada das florestas. Este fenómeno de
dimensão mundial, constitui hoje o somatório da devastação florestal que ocorre nos vários
países em ritmos e estágios diferentes, dependendo do seu nível de desenvolvimento e
integração na economia mundial. Apesar de o fenómeno ocorrer em pontos bem localizados, a
sua dimensão é de tal ordem que os reflexos se fazem sentir à escala planetária.
Por isso é urgente que se conheça a importância da conservação e protecção das florestas como
ponto de partida para o desencadeamento de acções que levem a um maior e melhor controlo da
situação através da implementação de um conjunto de medidas de forma integrada tanto ao nível
local como regional e mundial que permitam:
6. HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE
a) A maioria dos rios de Moçambique nasce nos países vizinhos do Oeste, em zonas de planalto
e, devido à disposição do relevo, entram no país e correm na direcção Oeste-Este, indo
desaguar no oceano Índico;
b) A área das bacias e o comprimento dos principais rios do país possui as suas maiores
dimensões fora de Moçambique;
c) Muitos rios do nosso país são de Regime Periódico, possuindo caudais apenas numa parte do
ano (época chuvosa), enquanto na época seca alguns chegam a secar completamente. Os
poucos rios de Regime Constante apresentam caudais ao longo de todo o ano, embora
variando de volume;
d) Muitos rios do país são pouco navegáveis, devido à disposição do relevo, em forma de
escadaria, o que faz com que sofram várias quedas ao longo do seu percurso. Mesmo assim,
existem cerca de 800 km de percurso que são navegáveis;
e) Nas regiões do Centro e Norte do país, onde os terrenos são resistentes, os rios realizam uma
erosão vertical, escavando vales em forma de “V”, associado à velocidade que as suas águas
ganham pela queda da água, facto confere-lhes um elevado potencial hidroeléctrico;
f) Na região Sul do país, os rios correm em zonas de planícies, por isso, os seus vales são
muito mais largos e os rios apresentam meandros. Nestes casos, o potencial hidroeléctrico é
baixo, mas existem condições para a captação das águas para fins agrícolas.
PROVÍNCIA DE
BARRAGEM RIO DE INSERÇÃO LOCALIZAÇÃO
Barragem de Cahora Bassa Rio Zambeze
Tete
25
Principais lagos, lagoas e águas subterrâneas em Moçambique
Moçambique possui um grande número de lagos, a maioria dos quais são de água doce.
Existem em Moçambique cerca de 1.300 lagos mas somente 20 deles tem áreas compreendidas
entre 10 e 100 Km2
Os principais e maiores lagos são: o lago Niassa com cerca de 30.600 Km2 e o lago Chiúta com
cerca de 1000 Km2. Mas as suas extensões são partilhadas com outros países, como por exemplo:
o lago Niassa é partilhado com a Tanzânia e Malawi, cabendo a Moçambique cerca de 6.400
Km2; o lago Chiúta é partilhado com Malawi e a Moçambique cabe-lhe cerca de 7 Km2.
Existem também outros lagos, como o Chirua e Amaramba localizados na Província de Niassa.
Na planície ao sul do rio Save, os lagos e as lagoas são frequentes e apresentam pouca
profundidade e extensão variável.
Águas subterrâneas
O território moçambicano possui 3 Unidades Aquíferas constituídos na sua maioria por águas
minerais e termais:
26
. A maioria dos aquíferos em Moçambique localizam-se nas zonas com falhas e na zona sul do
país.
► As águas minerais mais significativas ocorrem nas regiões vulcânicas da cadeia dos
Libombos e nos Granitos de Manica.
1. Evolução da população
2. Movimentos da população e distribuição geográfica da população
3. Estrutura etária, sexual e sectorial da população.
4. Indicadores demográficos da população Moçambicana
No fim do estudo desta unidade sobre a População, você deve ser capaz de:
Caracterizar a população moçambicana;
Analisar a estrutura etária e sexual da população;
Analisar as taxas vitais;
Explicar as implicações da estrutura etária e sexual da população na economia do país;
Descrever a distribuição da população segundo os factores que a influenciam;
Explicar os problemas demográficos em Moçambique;
1. Agricultura
2. Pecuária
3. Pesca
4. Silvicultura
5. Indústria
6. Transportes e Comunicações
7. Comércio
8. Turismo.
No fim do estudo desta secção sobre as Actividades da População, você deve ser capaz de:
Explicar os principais factores que influenciam na produção agrícola;
Avaliar a aptidão agro-pecuária de Moçambique;
Mencionar as principais culturas e sua distribuição;
Explicar a importância económica da agro-pecuária;
Explicar os tipos de pesca;
Demonstrar a importância da pesca na vida da população, bem como da economia;
Ganhar uma nova atitude sobre o uso racional dos recursos e defesa da natureza;
Explicar a importância da silvicultura;
Caracterizar a indústria moçambicana;
Explicar a importância da indústria;
Analisar a actividade de transporte;
Explicar a importância dos transportes e comunicações no desenvolvimento socio-
económico de Moçambique;
Avaliar o impacto ambiental dos transportes e comunicações em Moçambique;
Identificar as condições necessárias para o desenvolvimento do comércio em
Moçambique;
Analisar as características da actividade comercial;
Avaliar a actividade comercial em Moçambique;
Analisar a actividade turística;
Explicar a relação do desenvolvimento socioeconómico com a actividade turística em
Moçambique;
Explicar a sustentabilidade do turismo com a preservação do ambiente.
A) POPULAÇÃO
1. Evolução da população
d) Invasão Ngoni entre 1830 e 1880 - O povo Ngoni vivendo no norte de Moçambique é
afectado por uma seca cíclica a partir de 1830. Esta seca provocou fome e instabilidade entre
vários chefes e suas populações resultando na sua emigraram para o sul de Moçambique e
formaram o famoso Império de Gaza.
Segundo o INE para a população total Moçambicana projectada para o ano de 2007 é de
20.226.296 habitantes, 9.734.684 habitantes de sexo masculino e 10.491.612 habitantes de sexo
feminino.
As migrações são as deslocações das populações de uma zona a outra ou de um país ao outro,
num período do tempo determinado. As migrações podem ser internas e externas.
São migrações que ocorrem dentro das fronteiras de um País e podem ser:
a) Migrações inter-provinciais – realizam-se entre uma província e outra, motivadas pelas
diferenças no desenvolvimento económico e social. Ex: entre as províncias de Nampula e
Niassa, Maputo e Gaza, Maputo e Inhambane, Maputo e Tete, etc.
b) Migrações inter-distritais- realizam-se geralmente entre distritos limítrofes,
principalmente quando se verifica um nível de desenvolvimento desequilibrado. Ex: as
províncias de Nampula, Zambézia, Sofala, Manica, Cabo Delgado, Maputo e Gaza,
registam maiores fluxos migratórios porque os distritos destas províncias possuem
unidades industriais e complexos agrários que necessitam de mão-de-obra.
c) Migrações campo – cidade ou seja êxodo rural – é a principal migração internam do
país. Os nossos centros urbanos, apesar do seu ainda fraco desenvolvimento em infra-
estruturas sócio-económicas, têm constituído factor de atracção da população rural,
devido:
− Permite realizar projecções sobre efectivos escolares, daqueles que estão aptos para o
mercado de trabalho, a mortalidade, o crescimento natural da população, etc.
A população moçambicana é constituída basicamente por jovens, sendo cerca de 44% com
idade inferior aos 15 anos, 32,2 % entre 15 e 24 anos de idade. Por sua vez a proporção de
idosos com idades superiores a 65 anos é apenas de 2,9%. A idade mediana é de 17.5 anos, o que
significa que metade da população tem idade inferior a esta cifra.
Existe uma ligeira diferença entre a proporção de homens e de mulheres, sendo 52,1% de
habitantes de sexo feminino e 47,9% de sexo masculino. Mas à medida que as idades aumentam
a diferença da proporção entre homens e mulheres vai sendo maior.
Natalidade
Moçambique possui uma elevada taxa de natalidade estimada em cerca de 38,6 %. Isto deve-se
aos seguintes factores:
Mortalidade
Apesar de a taxa de mortalidade no nosso país ter uma tendência decrescente como resultado
dos avanços tecnológicos e generalização da medicina, ela continua muito elevada, calculada
em cerca de 15,2 % e tem como principais razões as seguintes:
− O crescimento da população infantil e juvenil exige cada vez mais recursos para a sua
alimentação, educação, emprego, saúde, etc;
− A maioria dos agregados familiares não tem serviços essenciais como a electricidade,
saneamento e outros bens para o desenvolvimento humano;
Para fazer face as estes problemas demográficos que medidas o país deverá tomar?
− alargamento do programa de planeamento familiar;
− profundas transformações socioeconómicas com vista a assegurar e superar o atraso
económico;
− liquidação do analfabetismo;
− desenvolvimento da educação, entre outras.
B) ACTIVIDADES DA POPULAÇÃO
1. Agricultura em Moçambique
B. A Topografia (Relevo)
As terras baixas (planícies) são intensamente trabalhadas por serem de fácil cultivo, por isso há
grande concentração da população nestas zonas. Ex: as planícies costeiras, vales dos rios, as
bacias hidrográficas são próprias para o cultivo de grandes variedades de cereais e feijões,
enquanto que o chá é cultivado nas terras altas (planaltos) da Zambézia, a batata Reno e feijão
são cultivadas nas terras altas do Niassa, Tete e Manica. A topografia deve ser considerada em
estreita relação com a temperatura.
C. Os solos
Os solos são compostos por uma variedade de minerais e substâncias orgânicas. Estas
características estão estreitamente ligadas ao clima, a cobertura vegetal e a sua aptidão para o
cultivo de diferentes tipos de culturas. Ex: os solos mais adequados à produção de culturas
alimentares e de rendimento localizam-se nas zonas centro e norte do país devido à existência de
solos férteis para o desenvolvimento de culturas.
D. Factores sócio-culturais
Afectam de alguma forma o tipo de culturas considerando os hábitos de consumo de um
determinado tipo de cereais, tubérculos ou hortícolas. Eh: Nas zonas centro e norte do país
consome-se mais cereais e variedades de feijão, enquanto que na zona sul se consome mais
tubérculos, hortícolas e amendoim.
E. Factores económicos
Os factores económicos são instáveis e que ultrapassam o controlo dos produtores de culturas
de subsistência e sobretudo de mercado. É o caso das cíclicas recensões económicas que afectam
o mundo ou ainda o nível de preços no mercado internacional determinadas pela lei de oferta e
procura. As culturas mais vulneráveis a essas situações são o algodão, o cajú, a cana-de-açúcar, a
copra, o girassol, etc. Os desastres naturais como as cheias, ciclones, secas ou pragas, se por um
lado afectam as colheitas nos dois tipos de agricultura (subsistência e de mercado), por outro,
têm maior influência nas culturas de subsistência do que propriamente a questão da flutuação
dos preços no mercado nacional ou internacional.
Conclusão
O processo da desintegração da economia rural colonial que caracterizou os primeiros anos que
se seguiram à independência nacional, deu lugar a um novo sistema de organização da
economia rural.
No entanto, este processo resultou em algumas dificuldades, tais como a redução dos índices de
produção para o abastecimento do mercado interno, a redução das plantações vocacionadas para
culturas de exportação e a redução nos excedentes agrícolas dos camponeses, apontando se como
principais causa:
Estas dificuldades foram agravadas pelos efeitos da última guerra que assolou principalmente as
zonas rurais do país.
Neste âmbito surgem novos projectos de desenvolvimento agrário no País, tais como a
Mozágrius, Proágrio, companhias de diferentes proprietários que introduziram vários
investimentos e o relançamento da produção agrícola no País.
Mandioca: as zonas de maior cultivo estão localizadas nas províncias de Zambézia, Nampula e
Cabo Delgado.
Feijão: as zonas de maior cultivo encontram-se nas províncias a sul do rio Save
Mexoeira: cultivada principalmente a sul de Tete e norte de Manica. Mas também em algumas
zonas de Sofala, Gaza e Inhambane.
Arroz: cultiva-se nas zonas baixas e húmidas da Zambézia, Sofala, Nampula e Gaza.
Cana-de-açúcar: cultivado nas Províncias da Zambézia e Sofala no vale do rio Zambeze mais
exactamente em Luabo e Marromeu respectivamente, ainda em Sofala em Mafambisse no vale do
rio Púngue, em Búzi junto ao rio do mesmo nome, e na Província de Maputo no vale do rio
Incomatí em Xinavane e Maragra.
Caju: produzido nas Províncias de Nampula, Cabo Delgado, Zambézia, Sofala, Inhambane, Gaza
e Maputo.
2. A PECUÁRIA EM MOÇAMBIQUE
Pecuária: é uma actividade económica que se dedica à criação e cuidado de espécies de animais.
No passado colonial, a produção pecuária era feita por um lado, em formas empresariais à
responsabilidade de pequenos e grandes criadores, cujo principal objectivo era a comercialização
para obtenção de grandes lucros daí que havia uma grande assistência técnica/ veterinária. Por
outro, a produção pecuária era feita em moldes tradicionais pelo sector familiar, cujo principal
objectivo era a subsistência da família e dos grupos criadores. Na sua maioria, a produção
familiar era feita em condições muito rudimentares oferecendo muitas dificuldades e baixos
rendimentos.
Após a independência nacional a situação conjuntural que marcou o país, sobretudo, a partir da
década de oitenta, levou a uma substancial redução dos efectivos pecuários ruminantes. Neste
contexto, o gado bovino tem sido aquele que mais tem sofrido as reduções do seu efectivo e a
constante deterioração das condições de sua criação. As causas principais desta situação são:
3. A PESCA EM MOÇAMBIQUE
a) Pesca artesanal
– praticada tanto no litoral como nas águas interiores pela grande maioria da população, sendo
pescadores individuais, cooperativas de pesca, associações de pescadores;
– utilizam instrumentos simples, como o anzol, redes, canoa, e pequenos barcos a motor;
– a produção é de pequena escala;
– o rendimento é muito baixo;
– a produção destina-se a venda no mercado local e consumo dos pescadores.
b) Pesca industrial e semi-industrial
– geralmente praticada no alto mar por grandes empresas pesqueiras;
– a produção é de grande escala;
– utiliza técnicas e métodos modernos especializando-se em uma ou em algumas espécies;
– o rendimento é muito elevado;
– é uma pesca virada para o mercado interno e internacional.
4. A SILVICULTURA
Silvicultura – é um ramo da agricultura que se dedica à cultura e conservação das florestas, com
o objectivo de extrair delas a riqueza necessária para a vida do homem.
Chafunta, jambire, umbila, mussassa, panga-panga, pau-rosa, pau-preto, pinheiro, eucalipto, etc.
− A educação ambiental;
− A protecção das áreas florestais;
− A criação de parques e reservas de vegetação e de animais;
− O espírito de plantio de árvores;
− Combate às queimadas descontroladas;
− Combate ao abate indiscriminado das espécies naturais, entre várias medidas.
Características gerais
I - Indústria extractiva
Ao longo de cinco séculos, a actividade mineira foi realizada com carácter meramente artesanal,
por homens que buscavam o ouro devido ao seu elevadíssimo valor na Europa de então.
Em 1878, com a formação das companhias Majestáticas, há que realçar o papel desempenhado
pela companhia de Moçambique e a companhia da Zambézia ao encorajarem a prospecção
mineira incluindo a do ouro nas áreas sob a sua jurisdição, bem como a criação da Repartição de
Minas com um laboratório anexo.
Na década 20, a actividade mineira estendeu-se à exploração do carvão e do cobre e mais tarde
as explorações de pedras preciosas e semi-preciosas na zona dos pegmatitos da alta Zambézia.
Estudos mais recentes indicam que o país possui uma vasta gama de minérios. Porém, à
excepção do carvão e da tantalite, a produção mineira para além de ter sido realizada de maneira
descontínua, ela jamais foi significativa. Este facto, resulta da carência de estudos geológicos
por um lado, e por outro da indefinição de uma estratégia de desenvolvimento do sector mineiro
no país. Esta situação aliada a não realização de estudos de viabilidade económica de maneira
sistemática, votou a actividade mineira a uma certa letargia que contribuiu para o incipiente
desenvolvimento do sector no seu todo.
Centros mineiros
Em termos geográficos, a actividade mineira no passado colonial estava concentrada nos
distritos da Zambézia, Nampula, Tete e Minica, embora existissem algumas concessões nos
distritos de Niassa, Sofala e Lourenço Marques. Até a altura da independência nacional, haviam
79, concessões mas somente 16 estavam em actividade.
Produção e exportação
Os principais minérios explorados eram: carvão, calcopirite, bentonite, antofilite, columbo-
tantalite, microlite, pedras semi-preciosas (berilo, tumalinas) mica, potássio, feldspato, e fluorite.
Os minérios que mais contribuíam em divisas para o país são: cobre, ouro, carvão e pedras
semipreciosas.
Conclusão
Moçambique herdou do passado colonial uma actividade mineira caracterizada por um
desenvolvimento desequilibrado. Foi a partir desde cenário genérico que se conceberam planos
ambiciosos visando desenvolver o conhecimento geológico e mineiro do território, através de
uma cobertura geológica e geofísica sistemática. Apesar de o trabalho prosseguir, existe já hoje
uma carta geológica mais detalhada e um conhecimento mais profundo do potencial dos nossos
recursos minerais.
Minerais energéticos
Carvão mineral
Moçambique dispõe de vastas reservas de carvão mineral, com particular destaque para as
localizadas nas províncias de Tete e Niassa. O valor de reservas consideradas como provadas é de
6 biliões de toneladas. Para além da área de Moatize, existem diversas outras áreas em que
decorrem trabalhos de pesquisa ou de avaliação de reservas.
Em Junho de 2007, o Governo assinou um contrato mineiro e atribuiu uma concessão mineira à
Rio Doce de Moçambique, uma empresa do grupo CVRD. A CVRD havia sido seleccionada
através de um concurso internacional aberto pelo Governo em 2004.
A exploração do carvão de Moatize será efectuada através de mineração a céu aberto, com uma
capacidade, na fase de plena exploração, de cerca de 26 milhões de toneladas de carvão bruto por
ano, prevendo-se para 2010 o início da produção.
O escoamento do carvão será feito através da linha férrea de Sena e a sua exportação através de
uma terminal de carvão a ser construída no porto da Beira.
A disponibilidade de carvão produzido em grandes quantidades em Moçambique poderá criar
oportunidades para a sua utilização no país em eventuais indústrias de ferro e aço ou para
produção de cimento.
O carvão de coque é uma matéria prima importante para a produção de ferro e aço. Durante os
últimos anos, o Ministério dos Recursos Minerais atribuiu várias licenças de pesquisa de carvão,
muitas delas na província de Tete.
Os acordos assinados em Outubro do ano 2000, entre o Governo, a ENH, a Sasol marcaram o que
viria a ser o desenvolvimento da indústria de gás natural em Moçambique. A SASOL é uma
empresa petroquímica sul-africana fundada em 1950. No exercício económico de 2007, teve um
volume de vendas de 98,1 biliões de rands e arrecadou 17,5 biliões de rands de lucro líquido. Esta
companhia começou a exportar gás moçambicano em Fevereiro de 2004 tendo como destino a
vizinha África do Sul.
No ano de 2007, o consumo de gás natural em Moçambique foi de cerca de 1,5 milhões de
gigajoules. Uma parte desta quantidade de gás natural é utilizada na produção de electricidade
nos distritos do norte da Província de Inhambane e outra parte distribuída e comercializada pela
MGC (Matola Gás Company) a diversos consumidores na zona industrial da Matola e Machava.
O acordo define 5 possibilidades de take off points (pontos de distribuição), através dos quais
Moçambique pode começar a usar o gás para uso doméstico, mas até agora o único ponto a
funcionar é o de Ressano Garcia, havendo, no entanto, planos para se estabelecer uma pequena
central de electricidade movida à gás em Chókwè.
Petróleo em Moçambique
O Petróleo é algo que ainda não é explorado em Moçambique, mas foi realizado um
levantamento sísmico ao longo de toda costa, tendo-se definido zona da bacia do Rovuma como
a de maior probabilidade de ocorrência deste recurso.
Segundo informações avançadas por várias empresas de pesquisa a Bacia do Rovuma, norte de
Moçambique tem condições geológicas similares às do Golfo do México e um potencial para
produzir 3 biliões de barris de petróleo.
Produção
No período comprendido entre 1975 e 1985 a produção mineira em geral (exceptuando o carvão)
conheceu flutuações, que se reflectiram nas suas refeitas negativamente.
II - Indústria transformadora
A Indústria transformadora nacional é produto de todo um processo que teve o seu início no
século XIX, tendo passado por diversos períodos até aos nossos dias, dos quais destacam-se os
seguintes:
A maior parte da indústria pertencia a companhias estrangeiras, não portuguesas. Estas indústrias
surgiram com a necessidade de transformar os produtos agrícolas destinados à exportação, por
isso eram localizadas principalmente nas zonas rurais.
Neste período, os valores mais baixos de concentração industrial registaram-se nos distritos do
Niassa, Tete e Inhambane.
Sinais de recuperação notaram-se depois de 1977 e certos ramos da indústria tinham uma taxa de
crescimento satisfatório. Esta recuperação, foi contudo descontínua depois de 1982, com muito
poucas excepções.
Houve muitos factores que contribuíram para a evolução desta situação, sendo de destacar a
situação de guerra, a seca e o aumento da falta de moeda convertível e, por conseguinte,
dificuldade de importação de factores da indústria.
Transporte: conjunto formado pelos meios (material circulante), vias de comunicação e todo o
aparelho/mecanismo que assegura o seu funcionamento.
Vias de comunicação: lugares especialmente equipados e adaptados para o movimento do
material circulante/meios de transporte.
Com a função quase que exclusiva de servir de transito de mercadorias de e para as colónias
inglesas Niassalândia (Malawi), Rodésia do Norte (Zâmbia), Rodésia do Sul (Zimbabué) e de
Transvaal (R.S.A.), foram construídos portos e caminhos de ferro moçambicanos, marcando
assim o começo de um sistema de transporte no nosso País nos finais do Século XIX.
Corredor de Nacala
− Na região norte do País destacam-se ainda as linhas férreas de: Cuamba – Lichinga.
Corredor da Beira
− Destacam-se ainda nesta região Centro do País as linhas férreas de: Beira – Tete –
Malawi, de Inhaminga – Marromeu. de Sena – Malawi, de Quelimane – Mocuba.
−
Corredor de Limpopo
− Situado na parte Sul do País, conta com o porto de Maputo (capital do País) e a linha
férrea que liga à vila de Chicualacuala (Gaza), junto a fronteira com o Zimbabwe.
Com uma extensão de 534Km, a via desenvolve-se no sentido Sul-Norte, atravessando
as regiões agrícolas das províncias de Maputo e Gaza.
− Nesta região Sul do País destacam-se ainda as linhas férreas de: Maputo – Ressano
Garcia (fronteira com a R.S.A.), de Maputo Goba (fronteira com a Suazilândia), os
ramais de Moamba – Xinavane (Maputo), Maputo – Salamanga (Maputo), Xai-Xai –
Mauele (Gaza), Inhambane – Inharrime.
Portos internacionais (de influência Regional): porto de Maputo, porto da Beira e porto de
Nacala.
Portos internos (de influência Local): porto de Mocímboa da Praia, de Pemba (Cabo Delgado),
de Lumbo, de Angoche, de Moma (Nampula), de Pebane, de Quelimane, de Macuze, de Chinde
(Zambézia), de Inhambane.
Portos fluviais e lacustres: porto de Metangula, de Meponda (lago Niassa), de Zumbo, de Nova
Chicoa (albufeira de Cahora Bassa), de Marromeu, de Luabo (rio Zambeze), de Machanga
(Save).
− Este sistema de transporte no nosso País tem como principal função a mobilidade de
passageiros e manuseamento/escoamento de mercadorias, sobretudo de e para aquelas
regiões/locais que não tem acesso aos transportes ferroviários, marítimos, fluviais,
lacustres ou aéreos.
As estradas
− As estradas em terra natural existem em todas províncias com maior cobertura nas
províncias da Zambézia, Sofala, Tete e Nampula e estas se torna intransitáveis na
época das chuvas reduzindo, assim a rede de estradas que são importantes para a
ligação entre as regiões de produção, de residência e de consumo.
Desde 1936, o tráfego doméstico era realizado pela Direcção de exploração de Transportes
Aéreos (DETA), sob tutela dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
A 14 de Maio de 1980, foi extinta a DETA e no seu lugar criada a Linhas Aéreas de Moçambique
(LAM) que passou a operar em moldes empresariais.
As LAM ligam hoje o País de norte a sul servindo as capitais provinciais para além de carreiras
regionais e internacionais entre Moçambique e vários Países do mundo.
7. O COMÉRCIO EM MOÇAMBIQUE
Comércio – é uma actividade económica que se dedica ao conjunto de operações de troca
(câmbio) e distribuição de mercadorias, capitais, serviços, etc.
Por exemplo: até o ano de 1972 haviam cerca de 6 mil comerciantes no nosso país na sua
maioria portugueses. Com a independência nacional este número reduziu consideravelmente
devido a fuga de comerciantes portugueses, tendo resultado na desintegração quase completa da
rede comercial. A guerra que assolou as zonas rurais também contribuiu para a desorganizar a
rede comercial.
Assim, entre 1975 a 1985, comercializaram-se 5 produtos: copra, chá, sisal, castanha de caju,
milho.
Entre 1985 a 1990 comercializaram-se principalmente a castanha de caju, milho, citrinos, sisal;,
e hortícolas.
Na sequência do início da luta de libertação nas colónias portuguesas, governo colonial procedeu
uma revisão do processo de exportação a partir da qual emergiu uma nova política económica
com duas vertentes:
Moçambique é um país muito dependente do capital estrangeiro, por isso a sua balança de
pagamentos continua deficiente, porque as taxas de juros cobrados no acto da devolução da
dívida são muito elevadas.
8. O TURISMO EM MOÇAMBIQUE
Em 1959, foi criado o centro de informação do turismo de Moçambique que veio a incentivar a
penetração de capitais Sul Africanos e Rodesianos. Como consequência houve uma grande
evolução na construção de hotéis, restaurantes e parques de campismo concentrados nas cidades
de Lourenço Marques e da Beira.
Durante o período colonial o turismo foi considerado um dos sectores que mais contribuiu para o
desenvolvimento económico de Moçambique.
É neste âmbito que se criou o Ministério do Turismo em 2000 e são construídas diversas infra-
estruturas turísticas como, por exemplo os vários Hotéis ao longo das cidades de Maputo, Xai-
Xai, Nampula, Beira, ao longo da costa e outras regiões do país.
Apesar da fraca experiência no ramo do turismo tanto a nível governamental como no novo
sector empresarial moçambicano, é necessário criar um conjunto de condições específicas em
termos de planificação e desenvolvimento do turismo nas áreas económicas, socio-cultural e
ambiental. Pois, esta actividade pressupõe um constante relacionamento inter-sectorial como
transporte, agricultura, pesca, indústria, comércio, construção, saúde, educação, migração,
alfândegas, e outros sectores.
Impacto ambiental
d) Caso não haja controlo efectivo, o turismo pode igualmente resultar na eliminação de
espécies raras da nossa fauna bravia, como é o caso da chita, da girafa, do rinoceronte,
etc., cuja procura de troféus no mercado mundial tem vindo a crescer de forma
preocupante.
Para o estudo destes conteúdos você tem como base o livro da 10ª classe já referenciado. Para
além deste instrumento básico, você tem em sua disposição, no CAA, vários materiais de apoio e
consulta tais como: livros diversos, mapas, globos, atlas geográficos. Leia atentamente os textos,
procure compreender o conteúdo abordado, faça no seu caderno, resumos ou esquemas do que
leu. No fim do capítulo, à semelhança do seu procedimento em relação à Geografia Física você
responda o questionário. Caso não consiga ter a solução das questões colocadas volte ao
respectivo texto. Caso de novo não consiga ter a resposta desejada assinale as dúvidas e as
coloque primeiro aos seus colegas de estudo e depois caso seja necessário ao seu docente de
disciplina. Chamamos desde já a sua atenção para o facto de nem todas as questões que aparecem
nos questionários do fim do estudo dos capítulos terem resposta nos conteúdos abordados no
livro. Isto tem uma explicação, a necessidade de você fazer uma investigação e aplicar os
conhecimentos que adquiriu em situações novas. Neste caso, investigue primeiro, leia mais
informações, coloque hipóteses sobre possíveis respostas e discuta com colegas seus e mesmo
com seu docente de disciplina. Ao longo da sua aprendizagem, para além do estudo individual,
privilegie também o trabalho em grupo, pois, o raciocínio de diferentes pessoas produz o melhor
resultado.
Nesta III Secção, você terá como conteúdos, a localização e limites, os países da África Austral,
as tarefas da SADC e a responsabilidade de cada país membro.
No fim do estudo desta secção sobre Moçambique e a SADC, você deve ser capaz de:
MOÇAMBIQUE E A SADC
Antes de fazermos a abordagem da SADC, vamos apresentar alguns aspectos físico-geográficos
desta região.
Situação geográfica
A África Austral, localiza-se a Sul da bacia do Congo (antigo Zaire), no Hemisfério Sul.
A África Austral tem uma superfície total cerca de 6 000 000 km².
Planaltos: são a forma de relevo predominante, ocupam o seu interior. Na parte central, aparece
o deserto do Kalahari e no litoral ocidental, o deserto da Namíbia.
Planícies: ocupam o litoral ocidental e oriental e apresentam uma largura variável. Exemplo: no
litoral atinge a maior largura (em Moçambique) e ocupa cerca de 44% da área total.
Tipos de clima
Na África Austral existem praticamente todos os tipos de climas quentes com excepção do
equatorial, nomeadamente:
Tropical seco: a sul da Angola, norte da Namíbia, parte do Botswana África do sul e
Moçambique;
Petróleo – Angola;
Carvão – Moçambique e RAS;
Gás Natural – Moçambique
− Rio Orange – nasce na RAS e desagua no Oceano Atlântico. Tem uma direcção E-O.
Depois de atravessar várias gargantas (vale fluvial rochoso, profundo e vertical)
profundas estabelece uma linha de fronteira entre a Namíbia e RAS.
− Rio Zambeze – é um dos maiores rios de África onde neles foram erguidas duas
grandes barragens ao longo do seu percurso: Kariba, na fronteira entre Zâmbia e
Zimbabwe; e Cahora Bassa, na província de Tete, em Moçambique. Os outros rios
são: Cunene, Cubango, Cuanza e Kafue.
Para além de rios, a África Austral também possui lagos de destaque tais como: Niassa em
Moçambique, Malawi e Tanzânia, Makarikari no Botswana, Bangweulu na Zâmbia. Há ainda a
referir lagos artificiais como Cahora Bassa e Kariba.
Tarefas
j) Desenvolver outras actividades que sejam decididas pelos estados membros visando a
promoção dos objectivos definidos.
• República do Botswana;
• Reino do Lesotho;
• República do Malawi;
• República de Moçambique
• República da Namíbia
• República da Suazilândia
• República Unida da Tanzânia
• República da Zâmbia
• República do Zimbabwè;
• República da África do Sul
• Maurícias
• Madagáscar
Áreas de cooperação
Depois de concluir o estudo, vai ser submetido a uma avaliação. Por isso, apresente todas as
dúvidas ao seu docente de disciplina.
Por ser a última avaliação inclui toda matéria. Faça antes, uma revisão geral de toda a matéria
que aprendeu.
Desejamos-te sucessos!